Keep Calm
autora: Lais Medeiros || beta: Paah Souza.


Meus olhos quase saíram da órbita quando ouvi sua voz através da porta do banheiro masculino. Não era apenas da voz, era a risada inconfundível que ecoava na minha cabeça e me levava às nuvens. Era possível um sonho melhor que esse? Eu não sabia responder naquele momento. Aquele definitivamente era o melhor que eu poderia imaginar naquele momento. O melhor, sim, pois poderia se tornar real a qualquer momento. Era só esperar o instante em que...
- De qualquer forma, ninguém vai conseguir tirar aquela câmera das mãos do Pat. - Caminhei rapidamente antes que Garrett e sua companhia, Nick Santino, pudessem perceber que eu os vigiava com a minha pior cara de fã alucinada. Era uma ilusão isso que eu estava vivendo? Provavelmente. Apesar de parecer tão fácil, tão acessível quando ouvia casos de outras pessoas que os encontrava em tour.
Minhas mãos tremiam e suavam loucamente e eu torcia para que eles fizessem como qualquer garoto, ou integrante de banda, normal fizesse: não notasse a minha existência. Pelo menos, não naquele momento quando eu estava prestes a colocar para fora tudo que eu tinha comido e bebido momentos antes. Assim, prometi a mim mesma que hambúrguer, cerveja e algodão-doce não voltariam a tocar meu estômago todos juntos, embora soubesse que eu não a cumpriria.
Olhei meu reflexo fosco na maçaneta do banheiro feminino mais adiante, era impressão minha ou eu estava ficando verde? E desde quando aquela sala havia começado a girar? Sem pensar duas vezes, segui meus instintos e abri a porta, seguindo para a cabine livre mais próxima e despejando todos os meus vinte e cinco dólores gastos em comida dentro do vaso sanitário.
- ? - Ouvi aquela voz distante de mim, mas não a procurei.
- Vá embora, Deus. Eu vi alguns anjos, mas eu sei que essa não é a minha hora.
- Novata... - A palavra seguida da risada não me enganava. Suspirei tranquilamente, eu não morrera afogada no meu próprio vômito, nem tive um ataque cardíaco.
- Não fale aquelas três malditas palavras. - Falei entre os dentes, sem querer abrir muito a boca para não sentir meu bafo de onça. - Por favor.
- Acho que você merece ouvi-las. - A voz de se aproximava dos meus ouvidos... A consciência foi me remoendo. Para quê? Eu já tinha a minha mãe para exercer essa função. - Eu te avisei. - Engoli em seco a frase. Ela tinha razão. - Agora amarra esse cabelo, levanta daí e vai escovar os dentes, porque a noite só começou. Levantei limpando o canto dos lábios com um pedaço de papel higiênico que arrancara do rolo ao lado do vaso e o joguei no lixo. Olhei minha imagem no espelho adiante e a coloração verde aos poucos voltava ao normal. Mas da onde eu tirara a maldita ideia de misturar tudo aquilo? Não importava agora. Tirei o amarrador de cabelo do pulso e prendi todos os fios num coque frouxo, tirei a escova de dentes da bolsa e tratei de dar um sumiço naquele mau hálito horrível. Minutos depois, eu já estava pronta para os desafios da noite. Era o que eu imaginava.
- Você já viu ele por aí? - me perguntou quando saímos do banheiro. Por alguns minutos me perguntei quem era o ELE a qual ela estava se referindo, afinal ela havia me listado alguns ELEs quando estávamos indo ao local. - Me disseram que ele poderia estar nas barraquinhas mas... Acabamos de voltar de lá.
- Pra lá eu não volto. - Balancei a cabeça, lembrando do trauma de minutos antes.
- Você viu o John enquanto eu estava no banheiro? - Ela olhara para mim séria. Eu sabia que, quando o assunto era John O'Callaghan, eu não podia brincar com a . Mesmo assim, dei uma risada abafada e neguei.
- Mas vi o Garrett com o Nick, quem sabe eles estão todos juntos no mesmo local.
- Hm, que rápida você, hein? É só dar as costas que seu GPS natural funciona direitinho. - Começávamos o caminho para o ônibus do A Rocket to the Moon. - Só uma pergunta, . Foi por causa do Garrett que você vomitou? - De repente, estávamos de volta no pátio da Warped, onde integrantes, fãs, groupies e pessoas estranhas se encontravam todas espalhadas. É claro que os integrantes estavam escondidos entre a multidão alucinada de urubus que sobrevoavam seus ônibus só em busca de uma carniça que pudessem lhes dar um autógrafo ou quinze minutos de fama. Se estávamos incluídas nesse grupo? Não. era como uma águia com os olhos aguçados atrás de sua presa: um pau-de-virar-tripa, como dizia a minha vó, chamado John. Eu era só uma pequena e frágil andorinha, perdida e procurando a salvação no meio de todo aquele lugar tenso. Er, talvez não tão frágil ou pequena. Meus olhos também estavam aguçados, mesmo não sendo de propósito. Eu queria rever Garrett, queria poder abraça-lo e pedir um autógrafo. Fazer o que eu havia sonhado durante todo aquele tempo em que me havia preparado para a tour.
- Não. - Disse rapidamente, empurrando-a para trás de uma barraca que vendia cervejas. Olhei discretamente para aquele corredor aberto entre as pessoas, onde passava agora Jared, Pat, Kennedy, John e Garrett. Este usava um wayfarer com lentes escuras, mesmo que a tarde estivesse acabando, uma skinny jeans escura e uma camiseta simples branca. Meu coração palpitava, eu sentia o jato de adrenalina se espalhando pelo meu corpo, mas eu não conseguia me mover.
- . Se ficarmos aqui, eles nem vão notar a nossa presença. - Era exatamente o que eu queria, no entanto, era totalmente o contrario do que desejava no momento. Ela me empurrou de leve para o lado e saiu do "esconderijo". Eu permaneci no mesmo lugar em que havia parado. Tudo me indicava que era ali o lugar mais seguro, porém, para as minhas pernas, não. Sem perceber, eu a segui em direção à banda.
- Não faça isso, . - Falei entre os dentes. Não sei porquê, mas eu ainda tentava a impedir.
- Não se preocupe, não vou fazer nada de mais. - Ela tirara o marcador permanente do bolso de trás da jeans, ajeitou o cabelo, puxou a blusa um pouco mais para baixo e se posicionou em frente ao vocalista. - Oi, John. Será que você poderia assinar meus peitos? - sorria enquanto exibia os novos implantes de silicone.
John abriu um largo sorriso enquanto arregalava de leve seus olhos verdes. Não havia razão para ele negar o autógrafo, muito menos num local como aquele. John, acima de tudo, era homem e a testosterona pulsava forte pelo seu organismo. Assim, tirando o canetão das mãos da garota, ele respondeu:
- Claro. - Assinou mais lentamente que de costume, fazendo as letrinhas descer, ocupando o maior espaço possível no corpo dela. - Você quer uma dedicatória? - Ele apontou para o outro seio ainda livre da tinta da caneta.
- Por que não? - Ela sorriu confirmando o que ele queria ouvir. Enquanto isso os outros integrantes apenas observavam todos os detalhes por trás de John. O mundo parecia ter parado para eles. Eu, graças a Deus, parecia não existir.
- Me desculpa, acho que ainda não perguntei seu nome.
- . - Ela disse de forma clara, com as palavras quase saltando de sua boca. John O'Callaghan, agora, sabia seu nome! Eu entendia perfeitamente o que ela sentia. Quem não queria que seus ídolos não soubessem o seu nome? Ele dava os últimos retoques na assinatura colocando um ponto ali, outro enfeite aqui... - Obrigada! - Ela exclamou quando vira que eles terminaram. O vocalista tampou a caneta e devolveu à garota. - E essa aqui é a minha amiga: .
- Você também quer um autógrafo? - "Sim, sim, Garrett, por favor!" Respondi mentalmente, mas o que pronunciei foi:
- Não. - De forma bem curta, clara e grossa.
- Hm, ok. Por que vocês não vêm tomar alguma coisa com a gente. Estávamos indo ali na barraca de cerveja. - Pat com um sorriso enorme convidou. Eu, pelo menos, não conseguia ver maldade ou malícia alguma naqueles dentinhos e naquele olhar de cachorrinho na chuva. Era como se eu não pudesse negar agora. Negar! O que me parecia tão fácil e impulsivo foi impedido de ser pronunciado. Valeu, Pat. Valeu por ser a coisa mais esmagável que existe.
- Vamos. - Sorri fraco, apenas concordando com o olhar abominador que jogava em mim enquanto esperava a minha resposta. - Quero dizer... - Olhei para o cadarço que até então não percebera que havia desamarrado. Suspirei, provavelmente ela estava achando que era uma outra desculpa para não me aproximar dos integrantes de banda. Quem sabe, estava até pensando que tudo isso que eu estava fazendo poderia arruinar sua noite na Warped com aquela lombriga com pés. Não era de propósito. Eu só não queria pagar outro mico.
- Estamos indo, então. - Ela falou apontando para a barraca a duzentos metros. Eles seguiram o caminho, e eu me concentrei no laço. Enquanto eles se distanciavam eu respirava melhor, oxigenava meu cérebro e pensava na cagada e na chance enorme que perdi por ser tão impulsiva e chata. Olhei mais uma vez. Todos pareciam estar se divertindo. Pat, Kennedy e Jared cutucando um ao outro e dando risadas. John ia mais atrás com . Ambos conversando e rindo. E Garrett... Garrett? Meu sorriso desapareceu do rosto. Ele já havia sumido. Mas por que eu estava me sentindo daquele jeito? Assim, soltei o laço com uma missão suicida na cabeça. Eu poderia deixá-lo desamarrado. Provavelmente, pisaria no cordão, tropeçaria e, enquanto estivesse caindo, bateria a cabeça em alguma caixa de som ou barraca. Dessa forma, morreria e não precisaria contar aos meus netos como eu perdi a chance de conhecer Garrett Nickelsen.
- Esqueceu de como faz o laço? - Ouvi a voz, após uma limpada de garganta, logo atrás de mim. A mesma voz do banheiro, a mesma voz que eu queria ouvir durante aqueles minutos e dias que antecederam o momento. Tentei me controlar ao máximo para que nada desse errado agora. Eu não faria outra besteira.
- Por um momento, sim. - Respondi sorrindo para ele. Depois, desisti do suicídio e amarrei o cadarço. Levantei e olhei para ele... Tão próximo, tão acessível. Exatamente como eu imaginava. Eu observava cada ação que eu executava para não assustá-lo. Olhar para ele, mas não o encarar. Olhar e não babar. Olhar e não dar pulinhos de alegria. Droga, eu tinha uma lista bem restrita de coisas para fazer. A que estava no topo? Concordar com tudo que ele falasse.
- Tem certeza que quer ir tomar cerveja? Podemos ir comer um algodão doce... - Olhei para ele. Concordar? Tenho certeza? Pensei duas vezes. Um algodão doce provavelmente me faria mais mal naquele momento. "Concordar com tudo que ele falasse." Se eu falasse não, agora, Garrett me acharia uma idiota, chata, totalmente estraga prazeres. Olhei para aqueles olhos azuis que sorriam para mim. Garrett era totalmente encantador.
- Vamos. - Sorri para ele, que retribuiu. Deixamos o local caminhando em direção ao carrinho de doces. Podia ver no olhar de Garrett que ele já escolhia a cor do seu.
- Garrett. Substituição de última hora! - O empresário da banda, sendo seguido pelos outros integrantes, o puxou pela gola da camisa e sumindo entre a multidão. vinha arrastando os pés, emburrada, metros atrás. Eu a entendia completamente, afinal, eu estava tendo meu momento a sós com ele... Maldita hora em que houve substituição. Suspirei pela milionésima vez naquele dia. Sempre quando eu parecia estar chegando perto do que eu queria, acontecia alguma coisa.
- Acho que só temos uma escolha agora... Assistir ao show.
- Ou não. - Disse a mim mesma e respondendo a ela. Meus olhos brilhavam ao ver aquele ônibus atrás da aglomeração de fãs que havia no estacionamento. Não era possível. A noite não poderia ter ficado mais perfeita. - Agora é a minha vez de fazer o que eu quero. - Peguei o pulso dela e a arrastei até o veículo que acabara de estacionar.
- WARPEEEED! - Jeremy Lenzo, baixista do Mayday Parade, abriu a porta do ônibus assim que este parou e, colocando os braços para cima, berrou.
- Ótimo, não aguentava mais ter que ouvir suas piadinhas. - Brooks disse, saindo do automóvel colocando os fones de ouvido e observando a nova paisagem. - Meus olhos se encheram de lágrimas e, por incrível que pareça, o nervosismo não tomou conta de mim. Meus pés me guiaram para próximo deles e, assim, fiquei apenas observando-os sem ter medo de ser notada ou fazer papel de idiota.
- Obrigada por existir internet 3G. - Jake colocava o iphone no bolso, depois de dar um beijo no aparelho. - Caso contrário ainda estaríamos perdidos e... Oi?
Jake Bundrick havia percebido minha presença e, sem dúvidas, minha cara de retardada. Apenas sorri e acenei. Ele, educadamente, fez o mesmo e voltou para dentro do ônibus, provavelmente com medo de mim.
- Você é a garota que o Jake falou que estava quase chorando? - Alex Garcia se aproximava e eu ouvi o sussurro de "sortuda" falado entre os dentes de , logo atrás de mim. Chorando? Eu estava chorando? Droga. Jake havia acenado para mim por pena... Ri sozinha. - Não chora. - Ele disse me abraçando. - Já basta o Derek lá dentro.
- Derek está chorando? - Soltei uma gargalhada abafada.
- Está. Porque chegamos atrasados aqui e perdemos o nosso primeiro show da Warped. Mas ele supera essa. - Alex se afastou e revirou os olhos. - Me disseram que The Maine nos substituíram, provavelmente já estão no palco!
- WAAAARPED! - Jeremy berrou de novo. Ele parou por um instante olhando para Alex, para mim e para . Um de cada vez, até seus olhos estacionarem na última e ali ficarem. - Primeira vez aqui na tour? - Ela balançou a cabeça em meio de um sorriso. - Então, viva la vida loca! Vamos aproveitar. - Ele ofereceu o braço para ela, como um cavalheiro, esta aceitou ser guiada pelo baixista e se perdeu na minha vista.
- Não, não fique sozinha. Não na Warped. - Brooks disse para mim enquanto entrava mais uma vez no ônibus de turnê deles. Parecia soar como um aviso, mas eu imaginava que tipo de coisas poderia acontecer num lugar tão cheio de gente, e bandas. Bom, era o lugar dos meus sonhos, apenas isso. Então, para que servia aquele aviso? Que fim teria aquela mensagem num local como aquele?
- DEREK! DEIXA A CHAPINHA DE LADO E VAMOS DAR UMA VOLTA COM A NOSSA AMIGA! - Volta? - Ele paga para você. O Derek paga para todo mundo... - Ele disse dando uma risadinha no pensando em todos os sentidos possíveis daquela frase. Mas enfim: pagar?
Na minha face estava estampado um grande e luminoso ponto de interrogação que apenas eu conseguia ver. Era tão difícil ver a minha expressão horrorizada, confusa e mais perdida que cachorro em procissão? Eu não entendia como, porém também não dava a mínima. No minuto seguinte, Derek Sanders saiu do ônibus de turnê. Derek sempre com seu sorriso adorável e nunca odiável no rosto. Não tinha como não ir com a cara de uma criatura daquelas. Sorridente com aqueles grandes olhos azuis... Derek era adorável até quando não queria ser. - Onde vamos? - Ele disse colocando o iPhone nos bolsos da calça e jogando o cabelo para trás.
- No de sempre. - Eu havia alimentado esperanças naqueles milésimos de segundos achando que eu saberia onde eu estava indo. De repente, tudo o que Brooks disse ficou claro. Eu, sozinha, na Warped, com integrantes de bandas... O que poderia dar certo? Eu não sei. O que poderia dar errado? Muita coisa. Mesmo assim, eu me sentia nas nuvens, como se não tocasse o chão que eu pisava. Olhava para ambos os lados e não acreditava, olhava em volta e tudo parecia sair de um sonho maluco meu. - Ali. - Alex apontou para a barraca de cervejas mais adiante. Aquela que eu já conhecia muito bem. Minhas pernas tremeram na base, mas me manti forte e determinada. Eu não iria vacilar agora. Eles pediram um copo para cada um e, como já sabíamos, Derek os pagou.
- Bem vinda à Warped! - Brindamos e bebemos ali mesmo olhando para os lados e observando a paisagem. Coisas e mais coisas passavam pela minha cabeça na velocidade da luz. Nem eu sabia as distinguir naquele momento. A cerveja caiu seca no meu estômago vazio depois do incidente no banheiro, fazendo-o se contorcer.
- Veja só, se não são os atrasados. - Jack Barakat e Alex Gaskarth chegavam à barraca para comprar as bebidas deles. Ambos impecáveis aos meus olhos, do jeito que eu os imaginava em tour. Jack vestia uma camiseta regata preta, parecida com a de Alex, entretanto a deste era branca. O primeiro usava uma bermuda, exibindo as magrelas pernas que tinha. Em contrapartida, o vocalista usava uma calça jeans escura. - Vão ficar com o horário do The Maine agora... - Alex disse dando uma risadinha abafada.
- E qual é? - Garcia perguntou.
- O fim da festa. - Jack respondeu encostando em um poste próximo a nós. Ele deu um sorriso vitorioso sobre os rostos incrédulos dos outros dois. - É isso aí meus camaradas. Todo mundo bêbado, caindo pelos cantos... E vocês serão obrigados a tocar. Pelo menos a platéia já vai ter perdido o senso crítico. Vocês poderão tocar o tema do Barney que ninguém vai perceber. Ah, outra coisa, depois daqui, tem After Party em um local aqui perto...
- Local?
- Pois é. Ainda vamos descobrir onde é, porque eu acabei de inventar isso. - Jack disse com um sorriso bobo nos lábios abanando para Cassadee que passava longe de nós. Ele chegava a parecer meio infantil naquela situação, o que deixava sua aparência magricela ainda mais cômica.
- E o que rola aí? - Alex Garcia perguntou reparando, também, na face do colega.
- Nada. - Gaskarth respondeu por Jack. - O Dom Juan aqui, na verdade, é um frangote.
- Hm, e quem é a amiga? - Barakat perguntou mudando de assunto propositalmente. Ele me analisava desde a cabeça até os pés, deixando-me sem jeito e sem palavras. Jack era muito mais atraente ao vivo. Quanto ao Gaskarth, eu não tinha nem palavras... Garcia e Sanders me olhavam sem jeito. Nem eles sabiam meu nome ainda.
- . - Eu mesma respondi.
- Bem vinda à Warped, . - Alex disse sorrindo para mim, quando a voz grossa do empresário deles ecoou nas caixas de som do pátio. "All Time Low, compareça ao ônibus da turnê." A mesma mensagem foi repetida três ou quatro vezes para ter a certeza de que os garotos haviam ouvido. Durante esse curto período, Alex Gaskarth e Jack mexiam a boca fazendo uma imitação debochada do menager e, no fim, suspiraram os dois juntos. - Nosso intervalo acabou.
- Minha hora de ganhar sutiãs. - Jack falou vitorioso. - Astalavista, baby.
- Temos muito tempo ainda até o nosso show. - Derek disse quando viu que agora não tínhamos nada programado para fazer e olhávamos um para a cara do outro. Ele caminhou até a barraca e comprou mais três copos de cerveja, um para cada um de nós. - Quantos anos disse que tinha mesmo? - Ele me perguntou.
- Vamos dar um Olá para nossos foguetinhos? - Alex perguntou fazendo-me escapar de responder aquela pergunta. O guitarrista olhava para o ônibus que levava ao lado o nome da banda: A Rocket To The Moon. - Eles devem estar chorando de saudades de mim até agora. Vamos lá acabar com esse sofrimento!
- Às vezes, eu acho que ficar no ônibus ouvindo as piadinhas do Cabbage é melhor que ser companhia do Alex. - Derek disse para mim em tom de voz mais baixo enquanto nos direcionávamos ao novo destino. De dentro do transporte, saíam risadas e música. Entramos sem pedir licença. Tenho que explicar como eu me explicava nessa ocasião? Eu estava fazendo um reconhecimento de bandas em companhia de Alex Garcia e Derek Sanders. Eu poderia repetir mil, milhões de vezes para mim mesma aquilo que nunca cairia a minha ficha. Surpreendi-me ao ver que já estava no ônibus, sentada ao lado de Jeremy que conversava sem parar com quem fosse que desse na telha. Ela sorriu para mim e eu retribui. Depois, fui me sentar ao seu lado.
- Olá, foguetinhos! - Alex os cumprimentou. Derek fez o mesmo e sentou em um lugar desocupado do sofá enquanto Alex abrira o frigobar procurando por algo para comer. - Nem se compara ao nosso! OLHA! Tem até pasta de amendoim.
- Não toca na pasta de amendoim! - Andrew Cook avisou antes que ele abrisse a vasilha e comesse com os dedos. Assim, ficamos lá jogando conversa fora por um bom tempo. parecia realizada ao lado de Jeremy, apesar de não ser seu alvo principal: a lombriga John. Nick e Alex conversavam sobre a programação daqueles dias de Warped e eu prestava atenção na conversa alheia tentando ouvir as palavras The Maine entre as tantas outras proferidas. Era uma vez ou outra, citando alguns horários, mas nada de mais. Nada de chances de ter um momento a sós com Garrett de novo. Fechei os olhos e apoiei a cabeça no encosto do sofá, repassando todo o dia inacreditável que eu estava tendo. , entretanto, me cutucou, despertando-me de meus pensamentos, e apontou discretamente para a janela a nossa frente. Garrett, John e Kennedy aproximavam-se do ônibus.
Ela segurou a minha mão ao lado do corpo, e eu senti: suava frio. Ela tinha Jeremy na palma da sua mão, mas quem ela realmente queria estava lá fora e exigia um jogo de cintura completo para ser ganho. Ela tinha um passarinho na mão, mas queria os dois que estavam voando. Era John sobre quem ela havia falado durante o ano inteiro que antecedeu a Tour, e não Jeremy. Assim, eu já sabia qual era a sua decisão.
Por outro lado, eu não tinha nenhum passarinho na mão, queria o que estava voando, mas tinha medo. Só de pensar em começar a ter contato com ele novamente eu tinha calafrios e tontura. Agradeci mentalmente pois estava sentada. Ele estava lá fora e tudo que eu conseguia fazer era permanecer imóvel e respirar! Um vegetal tinha mais funções que eu naquele momento! Respirei uma, duas, três vezes até eles finalmente chegarem ao ônibus.
- Ahá, se não são os atrasados. - John disse quando percebeu a presença de parte do Mayday Parade no ônibus. - Olá, de novo, meninas.
Ambos estavam com o cabelo molhado por causa do show. John trazia, nos ombros, uma camiseta limpa.
- Olá, John. - respondeu com tranquilidade. Eu permaneci calada.
- OLHA! Pasta de amendoim! - Kennedy disse pegando a vasilha nas mãos.
- Não toca! - Andrew reforçou o aviso.
- Por que? - Kennedy lançou um olhar desafiador para Andrew que retribuiu com desespero. Enquanto isso, as coisas pareciam esquentar dentro do ônibus. encarava descaradamente John, uma vez que Jeremy ainda conversava com os membros do A Rocket To The Moon. "A Rocket To The Moon, comparecer ao backstage do palco principal em dois minutos", alguém anunciou no alto falante.
- Chegou a nossa hora! - Justin disse saindo do ônibus sendo seguido por Nick, Eric e, por último, Andrew. Este ainda parou, antes de sair e alertou:
- Não toque na pasta de amendoim. - O alerta soou ameaçador e, julgando a expressão que Kennedy tinha na face, era tudo que ele queria. Passou a ser um desafio. Ele sentou no sofá na nossa frente e encarou o pote que estava em cima do frigobar.
- Trinta... - Olhou no relógio fazendo a contagem regressiva de alguma coisa. Nós esperávamos em silêncio e curiosos. Kennedy acompanhava o ponteiro do relógio com os olhos até que... - Pronto. Já estão longe o bastante. Quem vem comer pão com pasta de amendoim comigo? - Ele levantou do sofá, pegou a vasilha e deixou o ônibus.
- Pasta de amendoim... Isso é tão... Casa de Mãe! - Jeremy falou seguindo Kennedy e deixando um espaço vago ao lado de .
Os momentos narrados a seguir, dessa forma, passaram em câmera lenta na minha mente e, nem eu, nem a ainda sabemos se foi um sonho tido por nós duas ou se foi realmente realidade. John, depois da saída de Jeremy, foi no banheiro do ônibus e jogou uma água no cabelo. Após isso, ele voltou aos sofás e, ainda em pé, tirou a camisa suada que ele ainda vestia. Percebi que o suspiro profundo de e eu estava me segurando para não fazer o mesmo. A minha sorte é que Garrett estava envolvido em uma conversa animada com Alex e Derek, enquanto eu podia assistir de camarim todo aquele show. Olhei pelo canto de olho a minha amiga que permanecia em choque, uma vez que John resolvera abrir o frigobar e pegar uma garrafa de água ali dentro antes de colocar a camisa limpa. Tortura? Se eu achava isso, imagina a . Ele sentou ao lado dela e checou as horas no iPhone que levava no bolso da jeans.
- Quem quer mais cerveja? - Alex perguntou animado. - Derek está pagando.
- Estou de regime, desculpa. - John anunciou. Ele disse fazendo-nos rir. Se John O' Callaghan fizesse regime, nem o FBI ou a CIA o encontraria mais. Ou talvez ele conseguisse um emprego em uma fábrica como modelo de palitos de dentes. De qualquer forma, me levantei. Ali no lado daqueles dois eu não ficaria mesmo. Garrett não se levantou, ficou lá sozinho com os dois depois que saímos. Desejei boa sorte mentalmente para ele e saí junto com o Alex e Derek. Estávamos a uns vinte metros de distância do ônibus quando ouvimos ele nos chamar. Garrett corria para nos alcançar.
- De repente, aquele ônibus se tornou um ambiente assustador para se ficar. - Ele justificou. Nem água benta podia ser mais clara que isso. realmente conseguiu o que queria. Garrett colocou as mãos nos bolsos e se posicionou ao meu lado enquanto os outros dois iam andando mais a frente. - Ainda estou te devendo um algodão doce. - Seus olhinhos azuis se voltaram para mim e eu acabei tremendo na base. Minhas pernas viraram geléia e eu não sei como me manti em pé. Ele ainda lembrava.
- Você não está me devendo nada, Garrett. - Sorri para ele. Ele parou de andar e eu parei junto. - O que você está pensando? - Pergunta idiota. Claro que ele não me falaria. Qualquer garoto normal não falaria o que está pensando. Garrett não é diferente. Ele não me disse, apenas fez um sinal com a cabeça para que eu o seguisse, e eu o fiz. Não sabia ao certo onde estávamos indo. Entramos em um local restrito para os membros das bandas. Discretamente, minha mão foi até meu outro braço e com as pontas dos dedos me belisquei. É, eu não estava sonhando. Garrett passou a mão em meus ombros, puxando para perto dele.
- Qualquer coisa, você está comigo. - Sabe? Eu já me estava acostumando a me locomover com pernas de geleia. Andamos juntos pelos corredores estreitos daquele local, até chegarmos à porta que ficava no fim. Ele abriu a porta e dentro do cômodo havia uma multidão composta de integrantes e empresários de bandas. Além dos riders e penetras, como eu. Todos estavam voltados para uma certa parte encostada à parede. - É aqui que nos escondemos para sobreviver. - Sem entender, fui guiada por Garrett, que abria caminho na aglomeração. Atrás de tudo isso, havia um buffet com comida para os membros e ao fim sobremesas. Fomos direto ao segundo. - Acho que isso é melhor que algodão doce.
Não conseguia tirar os olhos das pessoas que me rodeavam, mas fiz uma forcinha para prestar atenção ao que Garrett me falava e tentei parecer interessada nas sobremesas. Não que eu não estivesse, mas a companhia dele e toda aquela situação era muito mais atraente aos meus olhos e ouvidos. Na mesa, havia pudim de chocolate, bolos e gelatina. Gelatina.
- Saiba que é assim que eu estou me sentindo agora. - Apontei para a tigela de gelatina. Ele deu uma gargalhada e voltou seu olhar para mim.
- Acredite ou não. É assim que eu estou me sentindo também. - Olhei perplexa para ele. As palavras não saíam da minha boca. Não, não foi isso que eu ouvi. Não podia. E se eu me beliscasse de novo? Provavelmente, não poderia fazer de forma tão discreta quanto antes. Tinha chances de parecer idiota. Mas... Não era possível. Assim, tentei esquecer. Garrett pegou um pouco de tudo e me deu um pequeno pote, que rejeitei.
- Desculpa, eu não estou me sentindo muito bem. Acho que preciso de ar. - NÃO! NÃO! Eu não queria sair dali! Me xinguei mentalmente quando disse aquelas palavras. Aquele era o melhor lugar que já estive em toda a minha vida e eu queria tomar um ar? Um ar? Querida , você pode tomar ar qualquer hora, mas estar em uma sala com integrantes de bandas que você mais ama? Não. Não mesmo.
- Podemos sair daqui. - Ele sorriu, pegou uma colher e me guiou para fora da sala. Entretanto, não saímos pelo mesmo lugar. Antes de chegarmos no início do corredor, entramos em outra porta que nos levava para fora, mas que dava diretamente ao lado do palco principal. Garrett fez sinal para que eu subisse as escadas e, assim, ficamos assistindo o show ali atrás das cortinas. Era melhor que camarote. Logo o show acabara e deixamos o palco junto com a banda que tocava. Nick Santino engatou em uma conversa com Garrett e eu fiquei em silêncio. Apenas pensando nos momentos anteriores. Voltamos ao veículo que estávamos antes e eu não proferi uma palavra. Apenas não conseguia pensar direito, quem dera falar qualquer coisa. As coisas não se encaixavam, não faziam sentido. E eu tinha prometido para mim mesma esquecer aquilo...
- NÃÃO! - Andrew desceu correndo do automóvel antes que entrássemos nele. Eu e Garrett rimos sozinhos, pois já sabíamos o motivo. Nick, Eric e Justin estranharam aquilo, mas continuaram o caminho normalmente. O barulho dos alto falantes espalhados pelo pátio ecoou de novo, chamando outra banda para o palco. e John, graças a Deus, não estavam mais no ônibus e nos pouparam de uma cena desastrosa.
- Garrett! - Pat aproximava-se de nós correndo. Ele parou, colocou as mãos nos joelhos e respirou fundo por alguns segundos. Em seguida, levantou-se e começou a rir descontroladamente. Eu e Garrett nos entreolhamos. Quem entenderia Pat? Depois, damos as costas a ele para voltar a entrar no ônibus. - Espera! Jared está preso no ônibus! Eu não consigo abrir!
- Jared? Preso no ônibus? No nosso ônibus? - Ele perguntou para checar as informações. - Ok, deixa ele lá até amanhã quando tivermos outro show. Kennedy pode o substituir nos shows menores com o John e...
- Pobre Jared! - Falei antes que ele terminasse. - Você não tem pena dele, não?
- Ah, . Ele tem ar condicionado lá, televisão, banheiro e comida. Ele está bem, não está?
- Jared tem o direito de se divertir também.
- Pat, peça para ele sair pela janela.
- As janelas estão travadas.
- Você quer acabar mesmo tirar o Jared de lá? - Pat balançou a cabeça confirmando.
- Ele está com a câmera. - Pat fez cara de triste e amoleceu meu coração. Quem dera se o meu e o de Garrett tivessem a mesma consistência... Pat seria um cara sortudo.
- Ok, vamos lá ver o que conseguimos fazer. Você vem junto? - Garrett perguntou para mim, eu aceitei. - Como Jared conseguiu ficar preso lá?
- Estávamos procurando as pilhas carregadas para a câmera. Então, fui procurar o John, porque ele que tinha colocado para carregar. Bom, quando eu achei o John ele estava meio ocupado. - Rimos juntos da frase de Garrett. Ocupado. Aham. - Quando voltei para o ônibus, Jared havia sido trancado lá, não me pergunte como. Então, procurei por Kennedy, não achei. Me disseram que ele estava se escondendo do Andrew, daí vim ver você.
Havíamos chegado ao ônibus, Jared estava olhando para fora pela janela e sorriu e abanou quando viu que estávamos próximos. Ele apontou para a porta do ônibus e para as travas da janela que não abriam. Garrett fez sinal de OK para ele, então o guitarrista sentou-se perto da janela e pegou um pote de pipoca que havia por perto para assistir ao esforço do colega de banda. Tentamos abrir a porta da forma tradicional o que causou algumas gargalhadas de Jared, visto que ele já sabia que seria inútel. Depois Garrett tentou forçar a porta: mais uma vez inútil.
- Ele deve ter se trancado por dentro e não sabe. - Garrett disse e apontou para a janela do banheiro, a única que estava aberta, para que Jared fosse até lá. - Tentou abrir a porta por dentro?
- Tá me achando com cara de idiota? - Ele não respondeu. - Já tentei abrir todas as janelas, já tentei abrir a porta, já tentei arrombar a porta...
- Não tente de novo. Ou senão, ficaremos sem o ônibus. Agora... Pat, me dê apoio para entrar. - Pat se aproximou e dobrou a perna, ficando com o corpo esguio arcado para trás e se segurando na lataria do automóvel. - Faça isso direito, Pat. Isso! - Garrett pegou impulso para cima e conseguiu enfiar a cabeça e os braços para dentro do ônibus. Os pedidos de ajuda dele para Jared eram abafados e me causavam riso. O estado dele era meio constrangedor e devia ser doloroso ter metade do corpo dentro e outra metade fora. Enfim, Jared conseguiu ajudá-lo a entrar no ônibus e os dois foram até a porta tentar abrir. Garrett tentou uma, duas, três vezes mas nada. Procurou pela chave e também não achou. Então fez sinal para que eu e Pat fôssemos à jenela de novo.
- Minhas costelas estão doendo, meu estômago, meu intestino, meus pulmões... Não vou sair daqui. Mas Pat, vá chamar o seu irmão: o primeiro cara que você deveria ter pedido ajuda.
- Ele está em uma reunião com os outros empresários.
- Vá procurar o Tim agora. - Pat obedeceu ao pedido. Garrett não saiu da janela, ficou lá olhando para mim e eu fiz o mesmo. - Agora estou preso com Jared também. - Ele descansou a cabeça no parapeito da janela. Eu só conseguia ver seu rosto dele e ainda porque, provavelmente, ele estava sobre o vaso sanitário. Me encostei ao seu lado na lataria do ônibus para esperar Pat. - , você entendeu o que eu disse quando estávamos pegando a sobremesa?
Toda aquela cena voltou a minha cabeça. Droga.
- Aham. Você também estava nervoso. - Me fiz de boba, ingênua e idiota para não passar vergonha. E se eu tivesse entendido errado? - Não é a toa. Primeiro dia da Warped.
- , chega mais perto? - Garrett perguntou. Lembrete: me fiz de idiota, não sou idiota. Eu sabia, infelizmente, exatamente o que poderia acontecer a seguir, apesar do momento não propício e aquela separação entre nós. Eu prefiria ser ingênua numa hora dessas e acreditar que ele estava me chamando apenas para tirar alguma coisa do meu rosto, um cílio, um fio de cabelo, o que fosse. Talvez assim eu não ficaria tão nervosa. - Mais perto. - Ele pediu e nossos narizes encostaram um no outro me causando leves arrepios. Meu coração pulava pela minha boca, meu fígado estava a mil e a adrenalina já pulsava nas minhas veias. Nossos lábios se tocaram e, então, um beijo limitado foi emendado a ação.
- Caham. - Ouvi alguém limpar a garganta logo atrás de mim e eu já podia supor quem era. Olhei para trás e Tim e Pat estavam esperando nós terminarmos o que havíamos começado. - Pronto? - Tim sorriu e Pat encarou os próprios pés. Balancei a cabeça. - Às vezes acho que eu sou a babá de vocês. - Ele tirou a chave reserva do bolso, enfiou-a na fechadura da porta e girou. Imediatamente, Jared saiu com os braços para cima e correndo para fora dali. Garrett desceu calmamente e veio até mim.
- Acho que podemos dar uma volta agora, não? - Não respondi. Acompanhei seus passos calmos e fomos nos afastando da multidão. Eu não sabia para onde estávamos indo, nem queria saber, desde que fosse com ele. Eu tinha que aproveitar ao máxima aquele momento, eu sabia que coisas assim não costumavam acontecer toda hora. Uma coisa era ir na padaria todos os dias e encontrar o filho do padeiro gatinho, outra coisa é ir à Warped e ficar com Garrett Daniel Nickelsen. Logo tudo aquilo acabaria e eu me arrependeria caso não tivesse desfrutado de cada segundo com ele. Quem me dera se ele sentisse a mesma coisa. Ele passou o braço pelo meu ombro, como havia feito mais cedo, e me puxou para perto. Descansei minha cabeça em seu ombro enquanto andávamos até que paramos. Não foi num lugar em especial. Era uma parte mais afastada da multidão, onde o barulho da música e das conversas chegavam mais baixos, dando a oportunidade de conversarmos com mais calma. Olhei para o rosto confuso dele. - Eu realmente não sei o que dizer para alguém numa hora dessas. - Seguiu-se uma risada gostosa dele que me fez querer abraçá-lo. E foi exatamente o que eu fiz. Passei meus braços pela sua cintura, envolvendo-o. Por sua vez, Garrett envolveu-me pelos ombros e me puxou para mais perto de si. Com uma das mãos, ele levantou meu rosto e selou seus lábios nos meus da forma mais doce que pude imaginar na hora. Aquele beliscão? Eu não precisava dele agora, porque se eu estivesse sonhando, eu não queria acordar.
- ! - se aproximava de nós correndo. - O show do Mayday Parade vai começar agora!
Olhei apreensiva para Garrett, ele sorriu para mim e retribui.
- Vamos? - Perguntou-me.
- Vamos! - E quando eu imaginava que a noite não podia ficar melhor, ela ficava. Logo atrás de vinha John, o qual ela puxou pelo braço quando demos meia volta. Voltamos todos ao palco principal, onde a banda que se apresentava já estava em sua primeira música. Meus olhos baixaram até minha mão e a mão de Garrett que, num ato involuntário, estavam entrelaçadas. Quando foi que isso aconteceu mesmo? e John haviam entrado na multidão procurando por diversão e logo sumiram mais uma vez da minha vista. Ficamos ali até o fim do show, quando os meros mortais iam para as suas casas ou faziam suas próprias festas, enquanto as bandas iam para o After Party organizado para o primeiro dia de tour. Eu e continuamos a ter nosso dia no paraíso e fomos junto, acompanhando Garrett e John. O local era um Pub distante do local dos shows para evitar aglomerações de fãs e estava repleto de músicos. Olhei para a e ela olhou para mim. Todos os ELEs da lista dela estavam lá reunidos e, surpreendentemente, ela só tinha olhos para um. John e foram comprar bebidas para nós e eu e Garrett resolvemos procurar um lugar afastado para conversar direito. Encontramos o tal local num corredor próximo aos banheiros e foi ali que ficamos.
- Amanhã nós vamos nos encontrar? - Ele foi direto ao assunto. Eu balancei a cabeça negando. Bom, ele já devia esperar isso.
- Eu e voltamos para casa amanhã. - Suspirei. Eu não queria voltar para a minha vida chata e deprimente. Sem chances... Como se eu tivesse alguma opção. Minha noite de Cinderela já estava acabando. Assim, ele me olhou com um sorriso fraco e olhos baixos. Coloquei minhas mãos em seu rosto e trouxe seu rosto perto do meu. - Vamos aproveitar o que nos resta.
Ele sorriu com o que eu disse e eu retribui. Era exatamente o que devíamos fazer. No meu caso, controlar minha capacidade motora, nervosa e cardíaca, embora soubesse que não conseguiria fazer isso durante toda a noite. Quem sabe no começo por conseguir prestar atenção em tudo, e quem sabe no fim por justamente não conseguir prestar atenção devido os fatores da situação. Mas independendo do momento, eu teria que lembrar de manter a calma e aproveitar o que estava por vir.





nota da autora: Câmbio, testando Q Nunca sei o que escrever em N/As de shorts, mas enfim. Minha primeira fic que foge do meu drama e McFLY habitual. Se a fic não foi engraçada, se eu errei alguma coisa deixa um comentário xingando até minha oitava geração. Sério. Qualquer tipo de crítica é bem vinda! Ainda mais quando estamos "jogando fora de casa". Quem sabe haverá continuação... Enfim: "Diga não ao crack, ele é perigoso. Não beba e dirija... E fique na escola!" #johnmainefeelings

nota da beta: Eaí, galerinha do crime?
Boa, né? A fic =) MAs também, vindo da tia Lais, não é muita novidade.
Enfim, hoje não me demorarei muito por aqui, só o essencial mesmo. E, aí, alguém viu algum erro por aqui? Se sim, me avise por aqui e eu corrijo, ok?
No mais é isso, galerinha. Continuem tomando cuidado ao correr com tesouras, andem pela sombra e usem protetor solar, tá?
Beijinhos, Paah Souza.

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