LOVE SICK
Fic por: Vitória S.
Beta-Reader: Babi Lorentz


fechou os olhos e soltou um breve suspiro. estava sentado a sua frente, esperando, chateado. Fazia dois meses que tinham terminado o namoro, ainda não sabia bem o porquê. Normalmente, estaria bebendo um martini de maçã, seu maior vicio depois de , entre outras bebidas alcoólicas. Porém, dessa vez não estava bebendo. Não podia estar embriagada se fosse dar a notícia a . Caso contrário, ele não acreditaria.
não suportava ver , pelo menos era o que ela achava, era o jeito que ele agia. sabia que ele só concordara em encontrá-la, pois não havia deixado escolha, deixara sem desculpas. roía as unhas bem-cuidadas nervosamente, não fazia idéia de qual seria a reação de .
Enfim, descruzou as pernas e inclinou seu tronco para frente. Tentou olhar nos olhos, porém não conseguiu. As lembranças que vieram a sua mente fizeram-na estremecer por dentro com uma quase incontrolável vontade de chorar. Tornou a olhar para o chão. Recusava-se a derramar uma lágrima na frente de .
Mordeu o lábio inferior e resolveu ir direto ao assunto, sem enrolar. Contou que estava grávida e fez uma rápida pausa, permaneceu inabalável. Continuou falando, antes que ele a interrompesse. Disse que não estivera com ninguém além de nos últimos meses, e que tardara um pouco para dar a notícia, pois queria ter certeza que tudo não passava de um engano.
bufou, irritado, olhou com desgosto e a acusou de ser uma mentirosa. Não podia ser verdade, já fazia dois meses, um bocado de tempo. Afinal, nem lembrava mais da última vez que ele e ... bem, na verdade ele preferia nem mesmo pensar nisso.
provocou. Lembrou da última vez, logo depois de ter prometido amá-la para sempre. Estavam tão bêbados de amor... , tão apaixonado, acabou esquecendo tudo que fora aprendido na aula de saúde.
gritou, raivoso. estava blefando, ele tinha certeza. Suas mentiras o deixavam furioso, era óbvio que ela não estava grávida. Os gritos de despertaram algo em que fez seu coração disparar e seus olhos enxerem-se de lágrimas. Odiava quando gritava com ela. Odiava.
segurou a mão de e a acariciou, enquanto começava a soltar leves soluços. Implorava baixinho que acreditasse nela, que não podia criar um filho sozinha.
puxou a mão, se livrando das caricias de . Levantou-se bruscamente da cadeira enquanto gritava, contestando tudo o que ela dizia. Fazia questão de dizer que aquilo era tudo invenção de para que fosse obrigado a reatar o namoro.
chorava, inconsolável, desesperada. Queria poder dizer que sim, que era tudo uma grande mentira para tentar fazê-los voltar ao que eram antes, e que o amava mais que amava viver. O orgulho não permitia.
se dirigiu à porta, deixando seu casaco e cachecol de cashmere para trás. Não se importava, não aguentava mais ouvir a voz de .
Ela queria fazê-lo ficar, mas não sabia como. Tudo o que pode fazer foi soltar uma pergunta rouca:
- , você já me amou?
olhou com desprezo e bateu a porta. Chorosa, se apoiou na maçaneta e encostou a testa na parede. Gritou o nome de uma vez, perdendo o fôlego por causa dos soluços. Gritou de novo, dessa vez em tom mais baixo. E o silêncio reinou. Apenas o som de seus suspiros chorosos. Sentou ali mesmo, encostada a porta, abraçando os joelhos junto ao corpo. E ali passou a noite, no chão frio, feito de mármore. Simplesmente resolveu não levantar. Não chorou mais, não bebeu e não disse uma palavra. Nem mesmo gritou o nome de de novo. Ele não voltaria.



FIM


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