Chegou a casa e tirou os sapatos. Estava cansado; vida de cantor não é nada fácil. As piores partes são as reuniões com a gravadora para decidir os próximos passos e etc. Não tinha paciência alguma para aquilo. Não era mais fácil chegar, cantar tudo o que quisesse e fazer o show e o CD do jeito que queria? Mas, infelizmente, tinha que seguir o que seus empresários diziam. Era um saco, mas era necessário.
Absorto em seus pensamentos não havia reparado que a esposa o esperava encostada na batente da porta da cozinha. Ela era linda! Tudo o que ele mais queria nesse mundo era dele e sabia que só a morte os separaria.
era , com cabelos e grandes. Olhos que lhe passavam confiança e carinho. A boca era bem desenhada e sempre estava rosadinha. Ele nunca sabia como ficava assim o dia inteiro e até já pensou em usar um de seus batons pra ver se a sua boca também ficaria assim. Riu com seus pensamentos e foi em seu encontro. Deu-lhe um beijo apaixonado. Era isso que o deixava feliz. O dia podia ser o mais estressante e infernal de todos, mas quando chegava a casa e via sua amada, esperando-o com um sorriso nos lábios, tudo aquilo ficava para trás. Mas hoje, ela estava um pouco diferente. Não sabia informar com clareza, mas seus olhos eram um pouco tristes e estavam sem o brilho extraordinário de sempre.
- Que foi, meu amor? - perguntou enquanto acariciava o rosto da mesma.
- Ahm... Depois te falo, não tem tanta pressa assim! - ela deu uma risadinha constrangida para tentar disfarçar o clima 'pesado'.
- Pode falar agora, meu bem! Não tem problema! - ele sorriu carinhosamente.
- Naaah! Você deve estar cansado do trabalho, né? A Stace me disse que tinha reunião hoje. Você provavelmente precisa relaxar, mas depois eu te conto. - fez a melhor cara possível. Ela não era uma boa atriz.
- Você não é uma boa atriz, sabia, ? - eu não disse pra vocês? Eu sempre acerto essas coisas!
Ela deu um sorriso de 'ops-me-pegou-no-flagra' e ele riu dela.
- Eei! Não ri, ‘ta?! A culpa não é minha se eu não fiz teatro na escola! - ela deu língua pro marido. Eles ainda pareciam namorados da época do colegial e sempre se comportavam como crianças. Ele gargalhou com a cara de menininha e sussurrou em seu ouvido:
- Sabia que quem dá língua pede beijo? - ela se arrepiou e ele se sentiu orgulhoso com isso. Conseguira mais uma vez.
- Sabia que você tem que parar de fazer isso? - ela disse se concentrando para não agarrá-lo naquela hora.
- Por quê? Eu sei que você gosta... - enquanto falava, roçava seu nariz bem de leve no rosto da esposa. Era um carinho que ele sabia que ela adorava e ele por saber de seus pontos fracos, deixava-a louca.
- Você se acha o melhor, não é mesmo? - disse com a voz um pouco embargada. Aquilo a matava.
- Eu não me acho, eu sei que sou o melhor. - ele riu de leve.
- É? E quem disse que você é o melhor, hein Sr. ? - gostava de quando ela colocava Sr. na frente do seu nome. Significava que ela estava entrando na brincadeira dele.
Após 10 anos juntos (começaram o namoro quando ela tinha 15 e ele, 18. Todos achavam que não ia dar certo e que era logo passageiro, mas eles se mantiveram fortes e agora, casados. Ela com 25 e ele com 28.), ele sabia muitas coisas sobre , mas cada dia mais ficava impressionado com o quão imprevisível ela poderia ser. Podia dizer muito bem que ela era realmente uma caixinha de surpresas.
- Meu bem, - ele disse ironicamente - quem me deu a certeza absoluta de que eu sou o melhor foi você! - colocou o dedo indicador na ponta do nariz da esposa.
- Há! E quando foi isso, ? Não minta pra mim! - ela deu um tapinha em seu ombro e lhe lançou um olhar fuzilador. Era brincadeira, é claro!
- Foi numa das minhas melhores noites, pra falar a verdade... - ele sorriu e abaixou a cabeça. Suas bochechas estavam ficando coradas. - Posso contar do meu ponto de vista? - ele pediu.
- Claro! - ela concordou animadamente. Queria saber quando foi aquilo porque já perdera as contas de quantas vezes já disse que ele era o melhor. Era a verdade, mas ela não iria dar o braço a torcer. Não mesmo!
Narração do / narração em 3ª pessoa.
O dia não poderia estar mais bonito, parecia até desenho animado. Pássaros cantando, crianças brincando alegres. Ah! O dia perfeito para colocar meu plano em ação. Era hoje! Era o dia decisivo! Ou eu ia ou eu rachava. Não é assim que dizem? Pois bem, hoje eu iria pedir em namoro. Que emoção!
Ah! Ela ‘ta vindo e uau! Pelo pouco que eu entendia de roupa, ela estava linda e... Como é que as meninas dizem? Aah sim! SUPER FASHION!
Ela precisaria era de muito pra ficar feia. Não é possível que uma pessoa só possa ter esse tipo perfeito de beleza. Seu vestido era tomara que caia florido e ela usava uma rasteirinha branca e uma faixa na cabeça, com os cabelos soltos. Parecia uma Hippie. Uma hippie bem hot pra falar a verdade!
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- Ah! Então era por isso que eu vi seu sorrisinho tarado quando eu ‘tava chegando perto, né, safado? - socou .
- Outch amor! Isso doeu! - ele passou a mão pelo local atingido.
- Rum... Era pra doer mesmo! E eu achando super romântico você ter lembrado minha roupa e tudo mais, mas nãããão! Você sempre tem que estragar a situação toda! Patético! - ela cruzou os braços e virou a cara para ele.
- Patético ‘ta sendo você estragar minha narração! Posso continuar, por favor? - descruzou os braços dela e a fez olhar para ele.
-Tanto faz! - ela murmurou.
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Faziam mais ou menos uns oito meses que eu passava a ver a de um jeito diferente, desde uma festa que a (amiga nossa) deu. Eu pensava que era só atração momentânea e eu não iria estragar o começo da nossa amizade por causa de uma coisa que eu nem sabia o que era. Mas naquele dia, eu sabia exatamente o que eu sentia. Era amor. Definitivamente amor. O medo da rejeição era grande, mas não era maior do que minha vontade de saber o que poderia acontecer se eu me declarasse. E se ela me amasse também, a gente poderia viver feliz para sempre. Agora o problema era: e se ela só me visse como o amigo/irmão mais velho?
Ai meu Deus! Ela ‘ta chegando perto. Ela me conquista cada dia mais! Com esse sorriso maravilhoso que só ela sabe dar e aquela voz que me faz derreter. A realmente mexe com meus sentimentos e...
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- Ai! Dá pra você parar de me narrar em 3ª pessoa? Eu ‘to bem aqui do seu lado, ! E você não ‘ta contando isso pra nenhum de seus colegas, sabia? Eu ‘tava lá, caso você tenha esquecido! - ela fez cara de esnobe.
- ‘Ta! Parei de te narrar em seja lá qual for a pessoa! E eu lembro que você ‘tava lá! Agora pode me deixar, POR FAVOR, terminar a história?! Obrigado! - ele nem esperou a resposta dela e já continuou a narrar.
Então VOCÊ estava vindo em minha direção e meu coração dava saltos mortais carpados duplos dentro do peito. Tudo o que eu tinha ensaiado antes tinha ido pro beleléu porque eu não me lembrava de nada! - ia interferir mais uma vez, mas foi mais rápido e colocou delicadamente os dedos sobre seus lábios, impedindo-a de falar. - Aí você chegou e a gente conversou. Você se lembra da nossa conversa? - não deu sinal de que iria abrir a boca. - Ei! ‘To falando com você, ! - Mais uma vez, ela só ficou olhando para ele. - Vai me ignorar mesmo? - ela deu o seu melhor olhar assassino.
- Eu pensei que fosse uma pergunta retórica. E aliás, não vou interromper sua importantíssima narração. Continue, por favor. - Ela fez cara de lady enquanto mexia as mãos em sinal de 'prossiga'.
- Mas você ainda não respondeu minha pergunta. Você se lembra da nossa conversa? - insistiu. Ela arqueou uma sobrancelha, significando que não iria falar nada.
- Problema, eu vou contar mesmo assim! Essa foi engraçada. - ele deu um sorriso no canto dos lábios e tentava se lembrar de tudo que tinha acontecido.
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's POV on/ Flashback on.
- Oi ! - ela sorriu daquele jeito que só ela sabe fazer.
- Hey ! Senta aqui! - eu indiquei um espaço vazio do gramado para que ela se sentasse ao meu lado e ela o fez.
- Então... - ela deu um sorriso envergonhado.
- Então... - eu cocei a nuca. ‘Tava nervoso demais da conta. - É, hum... é que... sabe... eu queria meio que... assim... falar com você. - dei o meu melhor sorriso Colgate.
- Sou toda ouvidos. – novamente, aquele sorriso devastador. "Acalme-se, respira, respira, respira!" . Eu tinha que repetir isso mentalmente ou me descontrolava e o plano ia pro ralo.
- Hum... sabe, o assunto é meio delicado. - olhei pra ela.
- Eu ‘to aqui pra te ajudar, . Você sabe que pode sempre contar comigo, né? - pegou na minha mão! ELA PEGOU NA MINHA MÃO! ELA PEGOU NA MINHA MÃO! E agora eu pareço um adolescente que acabou de ter o primeiro contato com o sexo oposto. RIDÍCULO! Foco, , foco!
- É, eu sei! - minha voz saiu meio falha, mas acho que ela não iria reparar, iria? - Sabe, esse assunto é sobre algo que você conhece muito bem. - ri envergonhado. - É sobre, hum... meninas. - abaixei a cabeça. Nem parecia que eu era o mais velho dali. Eu, com 18 anos e meio, pedindo ajuda a uma garota de 15. Impressionante o que a vida faz.
O silêncio era assustador. Podia ter se passado apenas segundos, mas o tempo que ela ficou sem falar pareceu uma eternidade.
- Ahn... Claro, claro. Meninas, sexo oposto ao seu. Sei bem! - ela sorriu de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. Mas depois eu descobri que era um sorriso de descontentamento.
- Ótimo! Você vai me ajudar, certo? - agradeci à minha irmãzinha por ficar tanto tempo assistido a Shrek. Se não fosse por ela, não saberia fazer a carinha daquele gatinho de botas que tanto amava! E acho que o meu apelo resolveu.
- Sim, ajudo sim, ! O que você não me pede, sorrindo que eu faço, chorando? - ela fez cara de drama e deu uma risadinha envergonhada. Eu achei que aquela frase tinha duplo-sentido. Há! Ela também gostava de mim! Mas será mesmo?
- Obrigado, ! – abracei-a. - Você não sabe o quanto isso me faz feliz! - apertei-a mais forte. Não queria largar nunca, mas o plano ainda não estava completo.
- De nada, ! - ela me abraçou de volta e suspirou. - Então, conte-me sobre a sortuda! - tentou se fazer de empolgada. Tentou, apenas tentou. Pelo pouco que eu conhecia dela, sabia que aquilo era fingimento. É uma péssima atriz. Tsc, tsc.
- Ah sabe, eu a conheci numa festa. A gente tem amigos em comum.
- Bom, isso é muito bom! Amigos sempre ajudam nas conquistas. Mas se você quiser fisgá-la sozinho, a gente descarta a ajuda deles.
- ‘Ta, mas acho melhor eu tentar sozinho. E fisgar é uma palavra esquisita! - fiz uma careta. - Até parece que a gente ‘ta falando de peixes! - outra careta.
- Desculpa! Mas é que eu ‘to tentando parecer um amigo seu, te dando conselhos! - a carinha que ela fez foi engraçada, parecia uma criança sapeca. Que vontade de agarrar... - Então ‘catar’ seria melhor?
- Catar me lembra lixo e ela não é lixo! Pode ter certeza disso! - acho que me alterei um pouco quando disse isso porque eu a vi se encolher e me olhar de um jeito que parecia um pedido de perdão. - Desculpa, mas é que eu fico descontrolado quando eu falo dela.
- Acho que ela te pegou de jeito, hein garanhão! - ela deu uma risada gostosa e não tive como não rir junto. - Nunca vi você falar assim de guria alguma.
- É, essa é especial mesmo! - sorri com a maior facilidade porque eu sabia que a 'Especial' estava bem ali do meu lado. E sorri mais ainda porque ela não fazia idéia de que poderia ser ela.
- Pois então, conte-me mais sobre ela. Preciso saber disso porque não tem como te ajudar sem saber do que ela gosta ou não.
- Ah, ela é linda, super contente, ‘ta sempre pronta pra ajudar qualquer um que seja. Tudo o que eu sempre quis, saca? Ela só pode ser um anjo porque eu nunca vi tanta perfeição assim nessa Terra. Ela desbanca qualquer garota. A beleza é fenomenal e não é só bonita por fora, por dentro é mais ainda! Ela consegue me deixar de um jeito que nunca tinha ficado antes. Eu acho que é amor, sabe? Mas eu não tenho certeza se ela gosta de mim. É por isso que preciso de ajuda. - olhei para ela e vi que sua expressão havia mudado, parecia sentir dor. E aquilo doeu em mim também. Talvez ela não fosse uma péssima atriz, afinal de contas, ela ‘tava ali com aquele semblante de amiga-do-peito, aturando-me falar de uma garota e ainda por cima ia me ajudar a conquistá-la. Muito altruísta, muito altruísta...
- Entendi. E como você pretende contar pra ela? - não olhava pra mim. Parecia que os pássaros eram mais interessantes.
- Não sei ainda ao certo! ‘Tava pensando em ser surpresa ou algo do tipo.
- Porque você não fala o que você acabou de me contar? - ela virou o rosto pra mim. Ela trincava os dentes e parecia segurar lágrimas. Sorte a minha que eu a conhecia bem para saber o que aquilo significava.
- Como assim? – fiz-me de desentendido.
- Conta que você mudou por causa dela, fala que você não sabe o que fazer quando fica perto dela. Conta tudo o que vem à sua mente. Mulheres gostam de palavras românticas e sinceras. O que você me contou dela se encaixa perfeitamente, só faltam alguns ajustes, mas isso eu te ajudo depois. Acho que tenho que ir. - ela se preparava para se levantar. Ela não ia escapar tão cedo de mim.
- Espera, ! Deixe-me tentar uma vez, só uma vez! Depois eu treino mais em casa. Sabe como é, não quero fazer feio na frente da "escolhida", né? - fiz as aspas com os dedos e sorri de leve. Ela parecia cada vez mais angustiada. Deus, como eu odiava vê-la assim! "É necessário, , já ‘ta acabando!"
- Tudo bem! - seu sorriso era fraco.
- Olha, - peguei em sua mão e ela rapidamente se virou e ficou de frente para mim - eu sei que pode parecer meio cedo, mas eu acho que estou apaixonado por você. O seu jeito me cativa e me faz delirar! Tudo o que você faz é lindo e eu não fico um dia sequer sem pensar em você. Foi preciso muita coragem para chegar e falar isso, mas eu não consigo mais viver com a dúvida de um possível amor. Seu sorriso é lindo, suas palavras são sempre doces e acho que paixão é pouco para descrever realmente o que está acontecendo comigo agora. Cada vez que eu te vejo, eu penso que não é possível ficar sem imaginar um futuro com você. Quando eu te conheci, sabia que não era capaz de me afastar e sabia, lá no fundo, que era você a minha escolhida; a minha companheira, a minha amiga, a minha confidente, a minha amante, a minha garota, a minha tudo! Só minha e de mais ninguém. Eu... eu acho que te amo e eu quero ficar sempre com você pro resto da minha vida! Você me daria a honra de ser minha namorada? - eu sorri o máximo que eu pude. A felicidade era tanta que nem cabia dentro do meu peito. Eu estava extasiado, havia conseguido. tinha lágrimas nos olhos. O nariz estava vermelho e eu tinha certeza de que se ela falasse alguma coisa, iria chorar.
- Isso foi hum... foi excelente, ! De verdade. Acho que ela vai gostar! Sério mesmo! - ela riu fraquinho. - Seria maluca se não caísse nos seus braços depois dessa! - eu gargalhei. - É, acho que não precisa de mais ensaios e é só você se lembrar do que você falou agora que ela vai estar no papo! - ela riu e logo depois fez uma careta. – Deixe-me ir embora antes que eu fale mais alguma besteira. - ela ia se levantar, mas eu a impedi segurando seu braço.
- Você ainda não respondeu minha pergunta, . - olhei sério para ela. Sua expressão era confusa.
- Que... que pergunta?
- Você não se lembra? – aproximei-me e senti sua respiração falhar. Adorava ter o poder.
- Hum, lembro não. - ela se afastou um pouco.
- Fala sério! Você tem que se lembrar! - cheguei mais perto.
- Não lembro, ... eu juro! - ela parecia enrolada.
- Acho que vou ter que repetir: você me daria a honra de ser minha namorada, ?
- QUÊ? - ela levantou assustada. - Quê que você ‘ta falando, ? Não é hora pra brincadeiras e você sabe que eu não gosto de brincadeiras desse tipo. – levantei-me também e fiquei perto dela. Árvore atrás e eu na frente. estava encurralada.
-Não é brincadeira, ! - fui o mais sincero possível. - Eu ‘to falando sério!
- , o ensaio já acabou. Pára de gracinha!
- Não é gracinha! Eu falo sério! Você acha que eu ‘tava falando de quem, hein? Era de você, cabeçuda! Não sei como não tinha reparado ainda! - eu ri. - Eu quero você, . Você e mais ninguém. Eu peço perdão se o jeito que eu encontrei para te falar isso foi grosseiro, mas eu ‘tava ficando sem tempo e você é sempre o cérebro da nossa relação. - ela riu baixinho e abaixou a cabeça. - Ei! Olha pra mim! - levantei seu queixo bem devagar e reparei que umas lágrimas começavam a rolar pela sua face. - Não chora, meu amor! Vai ficar tudo bem! Calma! - eu a abracei e afaguei seus cabelos.
- ... eu... eu... acho que... - ela soluçou e olhou pra mim, ficando encostada na árvore. Controlava o choro e sua voz saía baixinha. - Olha, eu não sei bem como vai ficar nossa situação agora porque tem outra pessoa que é dona do meu coração e ele... - ela não continuou porque eu a interrompi.
- Como assim, ? Eu pensei que... que você gostasse de mim. Olha, desculpa mesmo! Eu nem sei o que dizer... - cara, meu coração se rasgou assim que eu ouvi isso. Eu me abri pra ela e olha o que me acontece! - Desculpa... - abaixei a cabeça e ela logo fez questão de levantá-la.
- , eu também sinto muito por tudo isso, mas agora eu preciso da sua ajuda, como amigo. Ajude-me do mesmo jeito que eu te ajudei? Eu preciso saber o que eu sinto de verdade sobre esse cara. - eu só pude concordar com a cabeça.
- Bom, esse menino é lindo, maravilhoso e posso até dizer gostoso. - ela riu, mas continuou a falar assim que viu minha expressão nada feliz. - Ele me faz me sentir bem, ele me faz delirar, ele me faz viajar... As coisas que ele faz pra mim são indescritíveis. Quando eu ‘to perto dele, eu me sinto nas nuvens, ele me arranca suspiros cada vez que me olha. Eu me sinto completa e segura perto dele. O toque é carinhoso e delicado, apesar de suas mãos serem grandes, ele me faz arrepiar. Sempre que eu preciso, ele ‘ta lá pra me ajudar. Ele liberta uma pessoa melhor dentro de mim. Pra mim, ele é o escolhido. Ele é o meu vício, ele é minha alegria. Por ele, eu gritaria pelos quatro cantos da Terra. Eu quero ser dele e eu quero que ele seja meu. Mas aí, teve um dia que ele me chamou pra conversar e me disse que era apaixonado por outra garota...
- Que safado! Quem é esse garoto? Diz que eu arrebento a cara dele!
- Calma, ! Sem agressões, por favor! Continuando: ele me disse que precisava de ajuda pra conquistar uma qualquer aí. Você pode imaginar o quanto eu me senti mal? O quanto eu me senti nojenta, indesejada, ridícula e idiota por querer um cara que ‘ta a fim de outra? Meu mundo tinha caído e eu me senti sozinha. Só que, depois, ele me disse que eu era a garota que ele queria e fez até uma declaração pra mim! Minha felicidade voltou no mesmo instante e eu me senti completa de novo. O que será que isso pode ser, hein ?
- Bom , eu acho que isso é o que as pessoas dizem ser o amor, certo?
- Não sei, se eu ‘to te perguntando é porque eu nunca passei por isso antes.
- Ok, você realmente ama esse cara, só que você não tinha percebido isso antes. Feliz agora? - perguntei com um pouco de raiva.
- Mais feliz não podia estar! - ela sorriu abertamente. - Eu acabei de descobrir o amor que sempre procurei. - abaixou a cabeça e falou bem baixinho. - Eu te amo, .
- Quê? - cheguei mais perto dela pra ouvir melhor.
- Eu... eu te amo, . - ela deu um passo a frente.
- , pára com isso! Você acabou de falar de um cara aí, agora fala que me ama. Isso não ‘ta certo, sabia? - eu ‘tava confuso, era muita coisa pra uma cabeça só. E o que eu ganho em troca? Uma gargalhada dela.
- Ai ! É bom ter a situação invertida, né? - riu de novo. - O cara que me completa, que me faz ficar feliz, o cara com quem eu passaria o resto da minha é você! - ela chegou mais perto. - Eu não acredito que você caiu na sua própria armação. - então envolveu meu pescoço com seus braços e roçou seu nariz no meu. - , eu quero você mais do que tudo. E você não imagina o quanto eu ‘to feliz em saber que você me quer também. Eu sempre pensei nesse momento e tenho que falar que é melhor do que o esperado – ela riu e eu ri também. - Você ‘ta tão quietinho. Que foi?
- É que é muita informação pro meu cérebro computar. Daqui a uns cinco minutinhos, eu entendo tudo. - ri abertamente.
- Engraçadinho! Mas eu espero. - ela ficou me olhando intensamente.
- Cara, pra que esperar mais? - eu a beijei como sempre havia pensado em beijar, mas tenho que dizer que é muito melhor ao vivo do que em sonho. era perfeita e nossas bocas se encaixavam e se moviam em sincronia. Era como se dissessem que éramos para ficar juntos. Rompemos o beijo e ela falou entre os selinhos:
- Você... é... o... melhor! - e ficamos ali, naquele parque, esperando pelo sol se pôr. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
's POV/ Flashback off.
- Acabei, pode falar agora, amor. - deu um sorriso.
- Eu tenho que filmar você contando essas histórias. É hilário! E você tem que parar de narrar em 3ª pessoa, , parece um monólogo. É chato pra quem estava lá e sabe o que vai acontecer! - disse. - Mas, mesmo assim, foi bom ter lembrado disso. - deu um beijo no marido. - E eu não sabia que foi um dos dias mais felizes da sua vida. - ela riu pra ele.
- Foi sim. Você não sabe o quanto eu fiquei nervoso com tudo aquilo. - riu envergonhado.
- Mas você se esqueceu de contar a parte que você ficou saltitando que nem uma gazela e gritando pra todo mundo no parque "ELA ME BEIJOU! ELA ME BEIJOU! ELA ME BEIJOU!". - ela ficou rodopiando pela sala, imitando-o.
- Háhá! Engraçadinha você, hein? - ele se levantou e a girou no ar. - Quando é que você vai me contar o que eu quero saber? - ele olhou para ela.
- Hã? - se fez de desentendida.
- Não desconversa, ! Eu sei que você esconde alguma coisa de mim.
- Eu? Nadinha! - ela levantou as mãos, parecendo que se rendia.
- ! Não minta pra mim! Eu te conheço melhor do que qualquer um e eu sei que você esconde algo! - ele acusou-a.
- Aah ! Me deixa, ‘ta? - se desvencilhou dos braços dele e virou o rosto, pois estava começando a chorar.
- Meu Deus! Que foi, meu amor? - ele a abraçou por trás e apoiou seu queixo no ombro da esposa.
- Nada não... nada, não! - ela se virou e deu um sorrisinho triste. - Vamos jantar? - ela perguntou, tentando se animar.
- O que a minha amada preparou para mim? - ele limpou uma lágrima que tinha escorrido pelo canto do olho.
- Hum... o que o meu amado mais gosta!
- Pizza? - ele abriu um sorrisão.
- Não!
- Macarronada?
- Não!
- Comida mexicana?
- Não... - ela ia ficando desanimada.
- Chinesa? -ele fazia uma carinha muito fofa do tipo "por favor, que eu tenha acertado!".
- Sorry, honey! Nenhuma das opções acima!
- Que comida, então?
- Você vai adorar! Tenho certeza! - ela riu animadamente.
- Fala logo que eu sou curioso!
- Suflê de chuchu com brócolis e espinafre com salada de alface! Só verdinho hoje! - ela bateu palminhas animadamente.
- Hã? Que gororoba é essa? Cruzes! - ele fez uma careta.
-Você ‘ta falando mal da minha comida, Sr. ? - fingiu estar brava. - E é claro que eu não sou idiota de fazer uma coisa dessas com você, meu amor! Acho que nem eu comeria esse "suflê". - ela fez cara de nojo.
- SABIA! Ai... Graças a Deus é brincadeira! - ele sorriu aliviado. - Mas, sério, o que tem pra comer? ‘To morrendo de fome agora. - ele passou a mão na barriga.
- Tem macarronada! - ela riu e beijou o marido. Ambos foram em direção à cozinha.
- Hum... Isso ‘ta uma delícia! - falou, colocando um garfo na boca.
- Obrigada, meu bem! - ela sorriu feliz.
- Sabe, isso me lembra nosso primeiro dia aqui nessa casa.
- Nem toca nesse assunto, ! Fala sério! - riu envergonhada.
- Eu hein! Vai dizer que você não lembra? - ele gargalhou, lembrando do acontecido.
- Eu lembro! Mas não quero lembrar! - ela fez cara de confusão.
- Essa eu vou ter que contar. Na verdade, foi outro melhor dia da minha vida.
- Aaaii... Conta logo, amor... Conta logo! - ela deu o braço a torcer.
- Cof cof!
's POV on/ Flashback on
Foi um dia normal, sabe? Bom, tirando o acontecido, foi normal. Eu ‘tava terminando de arrumar as últimas caixas dentro do quarto e de repente, um grito veio da cozinha.
- AAAAH!
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- ! Eu não grito assim, ‘ta? - deu língua para o marido, que antes, tinha imitado a esposa gritando.
- Eu já disse que quem dá língua pede beijo! Não insiste! - ele gargalhou alto.
- Ocupa sua boca com coisa melhor! Termina de contar essa história.
- ‘Ta certo...
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- Que foi, ? - ela estava coberta de molho vermelho. Acho que era tomate.
- Meu molho, meu macarrão, minha janta, minha cozinha, meu fogão! ARRRRGH! - nunca vi desse jeito antes. Aposto que se ficasse mais nervosa, virava o Hulk. O problema é que o Hulk não é vermelho.
- Calma meu bem! Molho não mata ninguém. - eu passei o dedo pelo rosto dela e coloquei na boca. - E ‘ta gostoso, sabia? - ela riu junto comigo.
- Obrigada, ! Você não sabe o quanto eu ‘to me sentindo mal por ter estragado nossa primeira janta. Era pra ser especial, poxa! - que carinha triste que ela fez.
- Que tal se a gente pedisse uma pizza? - eu propus.
- Ok. Depois eu limpo essa bagunça. Vou tomar um banho e você liga pro Domino's, ‘ta? - ela saiu da cozinha.
Corri para o telefone e disquei o número que já sabia de cor. Depois de pedir uma pizza grande de calabresa e quatro queijos, eu subi para o quarto. tomava banho de porta aberta.
- Amor, já pedi a nossa pizza. - eu falei enquanto entrava no banheiro.
- AAAAAAAAAAH! SAI DAQUI, SEU TARADO! AAAAAAAAAAH!
- CRUZES! PRA QUE O ESCÂNDALO? - eu me assustei, sério!
- SAAAAAI, ! EU ‘TO TOMANDO BANHO! - ela desligou o chuveiro e se enrolou numa toalha. – Vaaaaza, agooora! - ela tentava, inutilmente, tirar-me do banheiro.
- Querida, não tem nada aí que eu não tenha visto, sabia? - ela ficou corada.
- Whatever, sweety! Out! NOW! - eu amava quando ela misturava idiomas. Fica tão fofinho! Só não gostava quando ela me xingava em francês! ['Que seja querido! Fora! AGORA!'].
- No way! We're going back to the shower! - eu respondi, entrando na brincadeira. ['De jeito nenhum! Nós vamos voltar pro chuveiro'].
- Nós?? - a cara que fez foi IM-PA-GÁ-VEL!
- É! Nós! Eu e você, juntinhos no chuveiro... - abracei-a e fiz minha melhor cara de pervertido. Não era tão difícil assim.
- Ai, ai ! Você me faz rir mesmo! - ela riu e jogou a cabeça para trás. Deu as costas para mim e entrou no box de novo.
- Nem pense em entrar, mocinho! - tirou a toalha do corpo e ligou o chuveiro. E eu? Bom, eu já estava nu e abri a porta de vidro fumê.
- Já entrei, mocinha! - falei em seu ouvido e segurei suas mãos porque sabia que ela iria virar para me bater. - Não adianta fugir, você ‘ta presa comigo agora.
- Solte-me, ! - se debatia.
- Calma! Eu só vou te ajudar a tomar banho, amor! - sussurrei em seu ouvido. Eu a senti se arrepiar. - Gostou da idéia, né? - eu ria taradamente.
- Você é muito pervertido, sabia?
- Eu sei! E você gosta... - mordi sua orelha.
- Pára com isso! Se você vai me ajudar a tomar banho, pega o sabonete pra mim.
- Eu não. Isso é só uma estratégia para você se livrar de mim e sair correndo daqui. Eu entendo suas manhas, . Não pense que eu vou cair. - fiz cara de esperto. Ela riu.
- Ai ! Fala sério! Pega o sabonete pra mim, ajude-me porque eu ‘to toda vermelha. - ela fez careta. - E até parece que com um cara gostoso desses dentro do meu chuveiro, eu vou sair correndo! Eu posso ser meio doidinha, mas sou sã o suficiente pra ficar aqui.
Não me pergunte como, mas ela conseguiu soltar as mãos e ficou de frente para mim.
- Agora, ajuda a sua esposa que ela vai te dar uma recompensa. - foi me guiando até a parede do box.
- Uuuh! O que vai ser, hein? - eu fiquei animado com aquela conversa. Agora ela ‘tava me entendendo.
- Hum... Eu vou ter dar... - ela passava as unhas pelo meu abdômen definido.
- Você ‘ta pensando demais, !
- ‘Ta! Já achei o que eu posso te dar. - ela sorriu.
- Como assim o que você pode me dar? - fiquei confuso.
- Uai! Eu vou ter deixar comer sete pedaços da pizza! - a carinha que ela fez foi fofa, mas eu não gostei da proposta.
- Hã?
- É ué! Vou te deixar comer sete pedaços de pizza. Se for muito, avise-me.
- !
- EU!
- Ah cara! Fala sério! Você ‘ta brincando, né? - eu perguntei desesperado pela resposta positiva.
- Não, amor! Você sabe que eu não brinco com comida! - ela fez cara de brava.
- do meu coração vermelho-sangue, eu SEMPRE como sete pedaços de pizza, sempre! Se deixar, eu como até oito! Então isso não é vantagem para mim. E eu pensei que você ‘tava falando de outra coisa... - eu abaixei a cabeça. Odeio ficar corado perto dela. Sinto-me tão... vulnerável. Ela riu.
- Ouunt! - ela fez biquinho. - Eu deixo então você comer nove pedaços, que tal?
- !
- Que foi? - ela perguntou assustada.
- Você ouviu alguma coisa do que eu tinha falado antes?
- Ouvi sim! Você falou que sempre comia sete ou oito pedaços e isso não era vantagem. Agora eu vou te deixar comer nove pedaços! - bateu palminhas alegremente.
- AAAAAAAAAAARRGH! ME OUVE, MULHER! - eu gritei com ela. E devo dizer que não foi coisa boa. Portanto, não gritem com as mulheres. Fica a super dica.
- O QUE É, PORRA? - viu? Eu avisei que não era coisa boa. nunca xingava. Só mesmo em casos extremos de descontrole emocional. Eu acho que a fiz surtar. MERDA! Fiz besteira.
- Calma, meu bem! - eu tentei acalmá-la.
- CALMA? VOCÊ É QUEM GRITA COMIGO E EU É QUE TENHO QUE FICAR CALMA? - ela já ‘tava vermelha, mas acho que era do molho.
- Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa... - aposto que se ela não tivesse me interrompido, eu ficaria falando isso pelo resto das nossas vidas. É, eu sei, eu sou exagerado. Obrigado, tchau!
- ‘Ta, ! Agora levanta! - ela foi me puxando para cima.
Eu tinha esquecido de contar que quando eu fico nervoso por ter deixado a triste, com raiva ou qualquer outra coisa, eu tomo medidas drásticas para que ela me perdoe ou me desculpe. E bom, dessa vez não foi diferente. Eu acabei ajoelhando e agarrando a perna dela. Ela me deixava que nem uma criancinha quando faz besteira com a mãe e faz qualquer coisa para não apanhar. Mas eu sabia que ela não iria me bater. Porém, ver chateada comigo, doía mais do que uma surra. Olha o que o amor faz com as pessoas.
- Desculpa mesmo? - eu fiz biquinho.
- Desculpo mesmo! - ela me abraçou. - Agora, o que você ia falar antes de surtar?
- Aah... deixa pra lá, ! Nem é nada demais assim... - eu cocei a nuca.
- Nãããão, ! Agora desembucha porque eu quero saber. - ela riu e eu ri junto. Curiosa toda vida.
- Deixa pra lá! Sério! Vou sair porque o cara da pizza deve chegar daqui a pouco. - eu abri a porta do box e peguei uma toalha.
- Ahn... Ok. - ela continuou a tomar banho.
Saí do banheiro, vesti uma roupa confortável e assim que eu acabei de colocar a minha blusa, a campainha tocou. Desci as escadas, correndo e paguei a pizza. Coloquei em cima da mesa da sala e fui subir para chamar a . Se eu deixasse, ela ia ficar mais de meia hora naquele banho.
Dessa vez, eu não ia cometer o mesmo erro duas vezes, portanto, da porta do banheiro eu falei que a pizza já tinha chegado. E eu me impressionei quando ela me chamou para entrar.
- Que foi? Aconteceu alguma coisa? - eu fui, chegando perto do box. Ela abriu a porta e me puxou para dentro. - , EU ‘TO DE ROUPA! - pra que eu fui falar? Ela tirou minha blusa e eu rapidamente tirei a calça. Eu não estava de cueca, ‘ta?
- Você não cumpriu o prometido, ... - ela passava as unhas, novamente, pela minha barriga. - Era pra você ter me ajudado a tomar banho... - quando a quer, ela consegue ser beeeem sexy. Até parece outra pessoa. E eu amooo muiito isso! (6')
- Mas você já ‘ta limpinha, sem nenhuma mancha de molho. - eu tentei parecer normal, mas é que ela me deixava maluco fazendo isso. Adorava as atitudes inesperadas dela, tudo ficava mais divertido.
- , eu posso ser meio lerdinha, mas eu não sou burra e nem um pouco inocente. - nós rimos. - Eu entendi muito bem o que você quis dizer antes. E, particularmente, eu acho que é uma boa proposta. Mas para isso acontecer, você vai precisar me ajudar a tomar banho. - aii... e suas chantagens.
- Meu amor, que tal se a gente pulasse logo pro que interessa? - eu perguntei, louco para que aquilo logo acabasse. Ou melhor, começasse.
- Que parte seria essa? - ela se fez de desentendida. Eu nem me dei ao luxo de responder, parti pro ataque. O beijo era intenso e rolava mão boba. Ela puxava meus cabelos e eu a puxava para mim. Não sei se foi o chuveiro ligado ou a situação, mas o box começou a ficar quente. Abri a porta e fui levando-a para fora do banheiro, mas antes, desligamos a ducha. A gente se preocupa com o planeta. Mentira, a gente não queria gastar muito com as contas. Fomos apalpando o quarto inteiro, até chegarmos à cama. Eu deitei por cima dela.
- Poxa... A graça era tirar as roupas no meio do caminho! - eu fingi estar triste.
- Você é o melhor! - ela riu pra mim e a nossa brincadeira só estava começando.
's POV off / Flashback off
- Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk - ria alto.
- Do que você ‘ta rindo?
- Kkkkkkkkk... Você... Kkkkkkkkkk - ela tentava falar e rir ao mesmo tempo. Não deu muito certo.
- ‘Ta, vou esperar a crise de risos passar. - ficava vermelha.
#Depois de um tempo...#
- Do que você ‘tava rindo? - ele estava impaciente.
- Aaai! - ela limpou uma lágrima que tinha caído. Quando ri demais, ela começa a chorar junto. - Você é hilário, sabia?
- E isso foi o motivo do seu ataque?? - não entendia nada.
- Nãão! Foi que você... Kkkkkkkk... Você narrando é muito engraçado. Aí, você vai e fala "Poxa.. a graça era tirar as roupas no meio do caminho" e tinha feito uma carinha muito fofa. Só que, amor, eu não falei "Você é o melhor!". Kkkkkkkkkk... Eu tinha falado "Assim é melhor!". - agora os dois riam juntos.
- Bem que eu sabia que esse seu "Você é o melhor!" não tinha nada a ver com a situação. Mas de qualquer forma, logo depois você tinha falado que eu era o melhor mesmo. - ficou corada e ele deu uma piscadinha para ela.
- É, você foi o melhor mesmo! - ela teve que concordar com ele.
- Há! Eu sabia! Sempre soube! - começou a fazer uma dancinha ridícula no meio da cozinha. Ela ria daquela cena. foi de encontro ao marido e começou a dançar também. Não sei dizer ao certo quem foi o pior, mas sei dizer que eles se divertiram bastante. Ele a beijou serenamente.
[N/a: coloquem pra tocar: Bubble Wrap - McFly // eu sei que a letra não tem nada a ver com a situação, mas a melodia é o que importa agora. :D]
- , promete-me uma coisa? - ela perguntou, olhando-o intensamente.
- Qualquer coisa, pequena. - ele acariciou as bochechas dela.
- Promete que você vai ficar comigo custe o que custar? E que nada vai separar a gente? Nem mesmo... - ela não terminou de falar. Abaixou a cabeça e suspirou.
- Que conversa é essa, ? - estava ficando nervoso com todo aquele suspense.
- Promete-me? - ela levantou a cabeça e deixou uma lágrima escorrer pelo rosto.
- Claro que prometo, meu amor! Eu confio em você. Sempre confiei. Eu te amo e sempre vou te amar. Nada vai conseguir separar a gente. Não mais. - ele sorriu de leve, tentando passar conforto para a esposa. - O que aconteceu? - perguntou carinhosamente.
- Eu... Olha, desculpa, mas não foi por querer. Eu te juro! Mas é que, eu ‘tava vendo umas coisas e... - não conseguiu mais olhar para ele.
- O que você viu, ? - ele já estava ficando impaciente.
- Eu vi umas coisas e talvez não vá te agradar. Eu sinto muito. - ela chorava desesperadamente.
- Deus do céu! Dá pra falar de uma vez o que você viu? - ele bradou com raiva. Mas o que conseguiu foi que ela começasse a chorar mai forte. - , eu ‘to ficando preocupado. Fala logo. - a levou para o sofá da sala.
- Conta tudo o que você viu. Pára com esse suspense.
- Eu ‘tava vendo meu exame de sangue e... eu ‘to grávida! Desculpa. - ela tampou o rosto com as mãos. Não queria em hipótese alguma olhar para naquela hora. Não mesmo! Ele riu.
- Repete, por favor. Eu só entendi o 'eu ‘tava vendo o exame de sangue' e o 'desculpa'! - ele riu mais um pouco.
- Não ri, , é sério! Isso pode estragar sua carreira. - o olhou tristemente. - Eu ‘to grávida e sinto muito por tudo isso. Não foi culpa minha e eu não fiz por querer. - ela voltou a tapar o rosto com as mãos e chorava baixinho.
- Você tá falando sério, ? - ela só balançou a cabeça de forma positiva. - Meu Deus! - ele levou sua mão à boca. - E... faz quanto tempo?
- Quanto tempo o quê? - ela levantou o rosto, mas não o olhou.
- Faz quanto tempo que você sabe. Tipo, meses. Assim... tipo isso. - ele ‘tava enrolado nas palavras.
- Hum... Não faz nem um dia que eu sei. Eu descobri hoje à tarde quando eu fui buscar o resultado e o médico me deu essa notícia. Eu perguntei a ele se não era possível eles terem se enganado, mas ele disse que o sangue é meio mais confiável de se saber isso. E segundo o médico, eu devo estar de uns dois meses, mais ou menos. - ela tinha parado de chorar e agora o olhou de relance. não tinha expressão alguma. Isso era esquisito.
- Olha, , eu vou entender se isso mudar alguma coisa entre nós. E não quero que você se sinta pressionado a nada. Sua carreira não tem que mudar em nada, a mídia não precisa ficar sabendo, eu posso passar uns dias na casa da minha mãe. Eu só sinto muito e queria que você soubesse que não foi culpa minha, não era planejado. Sabe, um filho é uma responsabilidade muito grande e eu vou entender qualquer decisão que você quiser tomar.
- , primeiro: isso não é jeito de se dar uma notícia grande e ótima, sabia? Não precisa chorar, amor, nada vai mudar entre nós. A gente é casado, poxa! E a gente não fez nada de errado, então, não tem motivos para que eu me sinta pressionado com qualquer coisa. A minha carreira vai mudar, sim, porque eu vou passar mais tempo em casa do que no estúdio. Mas eu vou tirar as férias que eu sempre sonhei em tirar e a gente pode viajar pra onde quisermos. É claro que, quando você estiver mais barriguda, no bom sentido, é claro, a gente sossega. Agora eu vou poder te dar toda a atenção que eu não te dei durante esses anos juntos. Segundo: eu faço questão da mídia ficar sabendo porque não há melhor jeito de declarar pro mundo que você ‘ta com a família completa e por isso, feliz. Eu ‘to quase com 30 anos, já era sem tempo! E não, você não vai passar nenhum dia na casa da sua mãe. Você vai ficar aqui comigo, recebendo tratamento VIP. - eles riram. - Terceiro: eu sei que não foi sua culpa, porque afinal, você não fez isso sozinha, se é que você me entende. - fez uma cara de pervertido. riu. - E coisas não planejadas são mais legais. A emoção é maior. Eu gosto! Eu sei que uma criança é uma responsabilidade enorme e por isso, não vou deixar tudo pra você, mocinha! A gente vai dividir o cargo de pais. Eu vou ser o pai e vou ter as responsabilidades de pai. E você vai ser a mãe e vai ter responsabilidades de mãe. Você concorda? - riu e balançou a cabeça de forma afirmativa. - E a decisão que eu tomei foi essa: a gente vai dar muito amor e carinho pro nosso filho ou filha. Então, você vai me apoiar, certo? - ele limpava algumas lágrimas que teimavam em escorrer pela bochecha da esposa. - Mas não entendi a sua preocupação com essa gravidez.
- É porque o filho não é seu, .
- É O QUÊ? - ele se levantou do sofá e ficou encarando .
- Desculpa, mas... Kkkkkkkk. Eu tinha que fazer essa piadinha!! - ela ria descontroladamente. - Sua cara foi hilária! Foi só pra descontrair, amor!
- , não tem graça! – ele se sentou do lado dela. - Você queria que eu morresse? - colocou a mão no peito.
- Eu não ia querer que você morresse porque o caixão ia ter que ser grande demais pra caber os chifres. - voltou a rir.
- Haha! Engraçadinha! - ele mostrou a língua pra ela.
- Quem mostra a língua pede beijo, sabia? - ela chegou perto dele.
- É? Quem foi que disse isso? - se aproximou também.
- Aah, um cara aí! - mais aproximação.
- Hum... Ele é um gênio, então. - acabou com o espaço existente entre os dois e puxou para um beijo apaixonado. Não tinha segundas intenções, não tinha pressa, não tinha desespero. Era um beijo de demonstração de carinho, amor e afeto.
- Sabe, isso me fez lembrar a melhor noite da minha vida. - falou quando o beijo foi encerrado pelo mesmo.
- Qual foi? - ela estava interessada.
- Foi no dia que você me disse que estava grávida. - ele sorriu.
- Mas, amor, eu acabei de te contar isso!
- Eu sei! E essa foi a melhor noite de todas! Obrigado.
- Você é o melhor, sabia? - ela voltou a beijar o marido. Eles riram durante o beijo. Estavam felizes.
Agora sabia que podia sempre contar com ele e que não precisava se preocupar com nada. Ele estaria ali com ela para sempre.
Agora sabia que o futuro que sempre queria estava se realizando. Tinha a mulher dos seus sonhos e agora a família estava completa do jeito que sempre imaginara.
Essa era, definitivamente, a melhor noite dos dois.
The End
Nota da autora: Oi gente! Essa história tinha ficado na minha cabeça durante três semanas seguidas e eu só descansei quando eu terminei de escrevê-la. As idéias martelavam o dia inteiro e só quando eu escrevia, passava. Bom, eu fiquei imaginado essa fic inicialmente com o David Archuleta, *-* mas quando eu comecei a escrever, eu vi que o Archie não falaria ou faria coisas assim, então eu escrevi com o Taylor Lautner. S2 *hiperventila*
Então imaginem-no nessa fic... Ai ai. Mas enfim, queria agradecer muita gente. Vamos lá:
À tia Deborah e ao tio Daniel por terem consumado o casamento e por terem feito esse ser maravilhoso que serviu de inspiração para mim (Taylor eu te amo, apesar de ser Team Seth! Isso não vai mudar nada entre a gente, né?? *-* hsuahsuahsuahsu).
Agradecer à beta fofa por ter tido paciência e amor pra colocar essa fic no site. (:
Minhas amigas lindas que sempre lêem minhas fics porque são elas que falam se ‘ta bom ou não e o que eu tenho que mudar nas fics! Muito obrigada. S2
Minha playlist que me acompanha sempre que eu escrevo! \o/
E acho que é só isso... Okay ,me voy!
Grazie!
Beijos :*
(www.twitter.com/lalah_santos)