Metanoia
Por: M. D. Cassel

Interrogatório




- Eles andavam nas ruas comumente até o dia em que foram presos... E logo depois morrerem, oh, que grande perda tivemos, eu não...
- Volte à história, por favor. – Interrompeu-a. A senhora respirou fundo de raiva e continuou impaciente.
- Eram bem amigáveis - quando queriam -, embora o jeito sério que tinham. Todos sabiam que eram eles quem estava fazendo aquelas coisas, mas ninguém ousou entregá-los. Uns por medo, outros por lealdade, outros por agradecimento.
- Agradecimento?
- Oh, agradecimento... Decerto. Eles salvaram muita gente daqueles malditos da noite. Aqueles miseráveis que não têm piedade de um só ser que, se cair em seu caminho, é assaltado, estuprado, seqüestrado, ou, quem sabe, morto.
- Malditos da noite?
- É assim que chamamos aqueles cretinos que não tem dinheiro e vêm pegar os dos outros na calada da noite. Abutres!
- Então você acha que eles ajudavam?
- Sim, eles ajudavam, sempre que podiam, sim, senhor.
- E por que acha isso, senhora?
- Ora, meu jovem, eu não acho. Eram os fatos. Eles ajudavam, protegiam a todos que conheciam, inclusive os que não conheciam, não ouviu? Eu disse, tem gente grata pelo que fizeram.
- Por que motivo que eles ajudavam, então?
- Dizem que é por vingança a alguma coisa, não sei.
- À que?
- Eu não sei, o senhor é surdo ou o quê? Pergunte a eles. Isso só eles devem saber.
Ele parou e analisou a senhora não muito velha – não passava dos 50, pensou -, caminhou lentamente analisando-a, parecia dizer a verdade. Mas ele não compreendia muitas coisas.
- O que acham que eles eram, senhora ?
- Ah, eu? O que o senhor acha que eles podem ser? Uns achavam que eles eram bruxos, eu não.
- Então não acredita que eles eram bruxos ou feiticeiros?
- Ora veja você mesmo, quanta tolice. Eles eram só adolescentes, cansados do mundo injusto.
- Não acha então que mexiam com magia negra?
A senhora baixou o olhar parando num ponto fixo do chão, como quem estava de saco cheio da situação.
- Magia negra... – ela riu ironicamente.


40 anos antes




Estavam os três caminhando lentamente por aquela escola - eles não eram muitos fãs de escola. Eram todos iguais, sempre achavam estranhos o modo deles de se vestir ou agir, pela religião ou até pelos seus animais de estimação. Em todas as doze escolas em que estiveram, era sempre do mesmo jeito.
- Pare de fazer isso, !
- Ora, , não seja tão chata, veja, veja! – Ele ia levantando aquela cobra mole e nojenta e a aproximando de , que dava uns pulinhos para longe.
- Tire isso daqui, tire. Essa cobra me dá arrepios.
- Não a escute, Sly, ela está brincando... – Sly era a cobra. Ele pegava na cabeça dela cujo corpo estava enrolado pelo corpo dele mesmo.
- Não estou, .
- Pior aquela sua coruja, os olhos amarelões nos olhando de noite, pelos Deuses, floco de neve!
- Se você não sabe, ela é linda, seu ignorante. E pare de me chamar de floco de neve!
- Você está ouvindo isso, ? – Olhou o outro rapaz, que parecia perdido em pensamentos. – Acorde! – Ele deu um pequeno tapinha no braço do outro garoto que virou o rosto lentamente parando de andar, e logo os outros dois também pararam.
- Estou pensando no que vamos fazer hoje à noite. Vamos para algum lugar mais quieto, devo pensar melhor.
Eles todos iam para o lugar de sempre depois do intervalo. Todos olhavam de lado. Eles vestiam roupas longas, eram só um pouco diferentes. Roupas normais, mas usavam uma capa preta. Não aquelas de filmes de bruxos, eram capas longas de frio, normais. Eles eram muito brancos, os três, um tinha um cabelo muito preto assim como os olhos, esse era , o cabelo vivia lhe caindo nos olhos; o outro mais velho tinha os cabelos iguais aos de que era seu irmão, no entanto esse tinha olhos verdes; e a garota, bem, ela era linda... Todos eles eram, na verdade. Ela tinha os cabelos curtos na altura do pescoço, castanho-claros e lisos, tinha umas mechas brancas, e nas mechas brancas tinha mexas menores roxas e tinha grandes olhos penetrantes castanhos.
- Vai, esconde essa cobra antes que alguém veja! Que absurdo trazer cobra para esse lugar...
- Cale-se, ninguém vai ver!
- Parem de tanta besteira, vocês dois, não sabem que temos coisas mais importantes para fazer?
Eles se entreolharam e ficaram quietos para deixar pensar sozinho. Sentaram-se os três debaixo da árvore que sempre ficavam. Enquanto dois outros alunos saíram de perto meio que correndo.
- Cada uma que eu vejo! – Disse . – Xô, xô daqui bando de gárgulas!
- Gárgulas? Não tinha um insulto melhor não?
- Ha-Ha-Há, engraçado... Digamos que meus dotes são em outras coisas. – Ele disse erguendo a abaixando as sobrancelhas freneticamente.
, o mais velho e mais sério, estava tão absorto em pensamentos que nem percebeu o que os outros estavam falando. De repente, veio tudo daquela noite em sua cabeça, fazendo-o ficar triste e com ódio ao mesmo tempo.

Flashback On

- Vamos, pare de ser tão chato e sério e me leve lá!
- Para que quer tanto ir para lá, ?
- Vai, , leva ela, o que custa... – Disse . pulou e abraçou pelas costas, enlaçando os braços pelo pescoço do garoto.
- Vamos, quero sorvete!
Estavam caminhando até a barraquinha não muito longe de sorvete, quando viram dois homens se aproximando rapidamente. não foi muito com a cara deles, mas estava sendo arrastado por para o sorvete. Olhou pra trás e viu e que riam de alguma coisa.
- Por que não tem nenhum apelido, hã? Ninguém te chama de nada... Nadinha? Ursinho, chuchuzinho, um diminutivo do nome, alguma coisa... - Ah, não sei... Nunca gostei de apelidos e...
- Para, isso é um assalto! Passa as coisas aí, tudo que tiver. – Estavam perto deles falando num tom não muito alto, mas audível. Eles não pareciam muito conscientes do que estavam fazendo, estavam atordoados, deviam estar drogados. – Vai logo, e nem tente nada que a gente mete bala... – Falou, apontando a arma para o garoto, enquanto a menina olhava mais pálida do que já era. olhou ao redor e avistou os outros que não tinham percebido o assalto por estarem mais afastados, mas, então, olhou pra eles e gritou:
- Hey, vai logo, também quero sorvete! – o olhou e fez sinal desesperado de negativo com a cabeça e a garota numa ação instantânea correu em direção a .
A partir daí, ele só ouviu três tiros, gritos, pessoas correndo e um murro bem no seu olho. E ele caiu. Foi tudo tão rápido... Lembra da última coisa que viu antes de desmaiar: caída no chão, um pouco mais a sua frente, e viu seus lábios, que expeliam quantidades de sangue, se mexerem pala sussurrar um “Eu te amo”. E quando acordou, nunca mais a viu viva de novo. Foi tudo tão rápido...

Flashback Off

Os olhos de estavam cheios de lágrimas, que escorriam vagarosamente pelos cantos dos olhos.
- Hey, você está bem? – Ouviu uma voz suave bem longe o despertar. Enxugou suas lágrimas grosseiramente com as costas da mão.
- Sim, estou bem, . – A garota se aproximou, colocando um braço pelo ombro do garoto que manteve sua boca contorcida num sinal de que prendia um choro. Manteve-se sério e a garota olhou em seus olhos.
- É sobre a ? Acalme-se, nós vamos vingá-la, lembra? Ela terá orgulho de nós!
E, então, as lágrimas saíram novamente do canto dos olhos do garoto mais velho, enquanto ele as tirava grosseiramente e com raiva dos seus olhos.
- Nem tive tempo de dizer que também a amava!
- Hey, ela sabe, ela sabe... Sempre soube. – A garota abraçou o mais velho, enquanto olhava a situação com um pouco de remorso.
- Tenha calma, irmão, ela está bem lá onde ela tá. Agora, pare com isso e vamos pensar em hoje, lembra? Pela !
- Pela ! – Repetiu , agora sem chorar. Levantou-se e saiu brutamente, enquanto olhares dos outros alunos o acompanhava.
suspirou e a olhou. Aproximou-se dela e a abraçou de lado, encostando sua cabeça no ombro da garota. Ela sempre se sentia bem com , mesmo sendo um idiota como ela achava. Sempre besta. Ela sorriu...
- Pobre ...
- Ele vai ficar bem, floco de neve, meu irmão só precisa esfriar a cabeça.
Ela sorriu com aquele jeito dele. Como pode, deixá-la com raiva e certas vezes confortável? Ela odiava aquele apelido... Que ela também odiava como tantos outros apelidos que inventava, mas quando ele os utilizava em certas ocasiões, sempre a deixava mais leve.
- Tá rindo de quê? – Disse , encostando o queixo no ombro da garota.
- De nada, ué... – Ele olhou bem nos seus olhos e a viu sorrindo.
- Como ri de nada?
- Rindo de nada...
E foi a vez dele rir.
- Eu já disse que seus olhos são enormes?
- Ora, cale a boca, ! Meus olhos não são enormes...
- São sim! Até parece com os daquela coruja que você tem!
A garota abiu a boca em sinal de indignada e deu umas tapinhas no braço do garoto.
- Como pode! – E levantou-se, caminhando devagar e o garoto foi atrás dele.
- Foi um elogio, corujinha!
Ela o olhou com mais espanto.
- Eu prefiro os não-elogios do seu irmão do que seus elogios. Pelo menos, ele não me compara com corujas!
- O é chato, como pode preferir ele a mim?
- Preferindo... Vamos procurá-lo, já tocou o sinal para a aula.
Eles sempre acabam nessas discussões idiotas. Sempre a mesma coisa, duas crianças...
As aulas se passaram e eles foram para casa.
- Eu te levo em casa, . - Disse .
- Não precisa. Eu vou rápido em casa, mais tarde passo na sua...
- Tudo bem, então... – Ele deu um beijo na testa da garota como de costume. – Vamos, .
A garota seguiu seu caminho sem olhar para trás.
- O que foi agora?
- O que foi o quê?
- Com , vocês não se falam depois que brigam. O que houve agora?
- Ah, isso... Ela ficou com raiva de mim só porque eu disse que os olhos dela pareciam com os da coruja. Mas que mal tem em ter olhos de coruja?
o olhou arqueando a sobrancelha.
- Se você quer conquistá-la, precisa de elogios melhores, meu irmão. Não se conquista ninguém comparando com corujas, você só a compara com corujas ou com a sua cobra... Ah, também com limão, com uma tigela, você até a comparou com a vassoura do Filtch!
- É, eu sei. Mas a Sly é linda... E eu pensava que ela gostava de corujas, e as outras coisas a lembram em certas partes. Quanto à vassoura, é pelo jeito que o Filtch varre e ela... Ah, você não vai entender...
- Crianças...
- Hey, eu só sou três anos mais novo que você, criança um ovo de vaca! Ela até pode ser, mas eu não...
- , ela é só um ano mais nova que você... E vá aprender matemática.
- Tanto faz... Hey, o que tem a ver matemática?
Caminharam para casa discutindo a mesma coisa, enquanto o ensinava melhores elogios. É, eles parecem ter no máximo 11 anos, certo? Pode ser, mas a realidade é que tinha 19, 17 (ou seja, dois anos mais novo) e 16. Crianças...
Eles se reuniram, então, pela primeira vez nesse dia. Ou melhor, nessa noite.


Dias depois




- Saia daí, antes que alguém se machuque! – Disse um homem apontando uma arma da senhora para a garota que estavam no ponto de ônibus.
- Se tem alguém que vai se machucar, é a garota e essa velha aqui. – De repente, seu braço estava sendo torcido para trás e sua arma arrancada da mão.
- Achou, garanhão. – Disse a garota que segurava seu braço. O homem debateu-se, mas não conseguiu soltar-se.
- Saiam daqui e dêem queixa na polícia. E vê se não saiam mais à essa hora... – Disse . A senhora e a garota saíram correndo e chorando enquanto diziam “obrigada”.


Poucas horas depois




- Mais um corpo, detetive, o que faremos?
- Os assaltos noturnos estão diminuindo, mas tem cada vez mais mortes. Temos que agir...
- Dizem que são garotos que mexem com magia negra, essas coisas. Olha essa marca, mais uma vez. Mandei pesquisarem e encontraram, os resultados dizem que esse símbolo é um Ankh, símbolo do antigo Egito muito usado pelos Deuses como amuleto de proteção e vida eterna. Todos os cadáveres têm isso marcado na pele, o que acha?
- Ora, pare de besteira. Devem ser mais jovens lunáticos querendo aparecer sendo os “heróis da pátria”.
- Não tenho tanta certeza assim. Entrevistei várias vitimas, mas elas não dizem serem vítimas “deles”, mas sim de assaltantes e que eles foram ajudar, blá, blá, mesma história de sempre. Sem jeito de tirar alguma coisa de ninguém a não ser da senhorita Willows, mas parece doida, coitada, tão jovem. Ninguém entende o que diz, embora seja muito bonita e...
- Pare de tanta besteira, policial!
- Desculpe, senhor.


Dias depois




- Por que quer se juntar a nós? Como soube?
- Sempre tivemos orgulho e admiração por vocês, ajudam as pessoas... Não sei como conseguem. Nós perdemos uma pessoa que amamos muito e decidimos procurá-los. Seguimos mais pistas possíveis, mas não tem jeito de encontrá-los, a não ser estando em perigo. Foi o que fizemos...
coçou a nuca, confuso.
- Eles parecem estar dizendo a verdade, vamos dar uma chance!
- E se eles forem estrada sem saída, hein? Não podemos confiar nas pessoas...
A garota cor-de-pêssego que aparentava uns 17 os olhou apreensiva. Eles estavam desesperados com a perda do último parente que lhe restava, o pai. O que restava era vingá-los.
- Por favor... – Ela disse.
- Está bem... Daremos uma chance, mas tem uma coisa: lealdade e crença acima de tudo. Quem se juntar a nós não pode nunca deixar-nos.
- Não é essa a intenção. – Disse o garoto que estava com a garota – Ajudaremos, nas horas boas e ruins, sempre no que pudermos.
os analisou e pensou um pouco.
- Certo. , faça a marca neles. Vocês agora terão de passar a adorar a nossa religião, vocês tem alguma?
- Religião? Não acreditamos em Deus...
- E quanto aos Deuses?
- Não sabíamos que tinha mais de um. – Disse a garota. Katherine, seu nome. O do garoto louro era . Ambos irmãos.
- Pois existem.

- Digam oi para os nossos novos amigos: Katherine e . - Eles estavam diferentes. Agora estavam menos normais. A garota tinha o cabelo louco com umas mexas lilás, liso e ondulado nas pontas. O outro tinha os cabelos espetados e também tingidos. Usavam também as capas pretas de frio. Carregavam agora, assim como os outros, uma tatuagem de Ankh na nuca, um pouco abaixo dos cabelos.


Dias Depois




- Dizem que eles aumentaram seus seguidores.
- Como assim?
- Eles têm umas coisas estranhas, sabe. Uma religião deles, ninguém entende, você não vai entender. Eles aceitaram mais três, não sei ao certo. Só sei que aumentaram o número.
- Por isso está aumentando a quantidade de corpos encontrados. Isso está ficando sem controle.
- Controle... – A mulher riu baixinho. – Quem precisa de controle não são eles, mas sim aquelas pestes que eles mesmos estão matando. Vocês não vão pegá-los.
- O que está falando? Claro que vamos!
- Só se eles quiserem. – Ela riu novamente, dessa vez com mais sarcasmo. - Maktub! – Ela falou e o policial irritou-se. – Está escrito – Disse ela novamente.
- Saia, você está louca. Não precisa mais vir.
- Vai precisar de mim em breve, querido... – Disse a senhorita Willows sorrindo e logo saiu caminhando devagar.


8 anos depois




- Com tudo isso nem tivemos tempo de conversarmos direito, ...
- Verdade... Lembra de antes? Dos apelidos, nós éramos tão infantis, cara! - Eles riram.
- Faz tanto tempo que não te via rir... Até esqueci de como é lindo.
corou.
- Acho que não tivemos mais tempo nem para isso, tantas coisas para fazer... Temos mesmo que parar por um tempo, está certo. Olhe só, até você ficou mais sério com o tempo!
aproximou dela que estava sentada no banco do carro ao seu lado.
- Eu preciso te falar algo, enquanto temos tempo. Você sabe que eu não levo jeito, às vezes com as coisas que eu me enrolo e não saem, e eu não sei como falar e quando eu vou te elogiar sai algo não tão agradável... – riu.
- Às vezes era legal ser comparada com corujas... – Ele acariciou o rosto da garota e ela fechava os olhos.
- Mas tudo que eu sempre quis dizer era que eu amava o seu jeito, sempre amei, seus olhos... Eles não eram grandes, mas sim penetrantes, me arrancavam os melhores suspiros... Eu só... Não sabia como dizer isso e...
- Shhh! – Ela colocou o dedo nos lábios do agora homem em sinal de silêncio. – Você fala demais, . Sempre falou... – Sorriu e selou os lábios nos dele calmamente como quem estava descobrindo as sensações do primeiro beijo. Esse era um beijo carinhoso e ao mesmo tempo feroz. A língua de um acariciava a do outro, ela brincava com o lábio dele mordiscando-o e o fazia soltar pequenos ruídos abafados do fundo da garganta.
Parou de beijá-lo e o olhou firmemente.
- Eu quero você, . – Ele sussurrou no ouvido dela, a fazendo ter arrepios. Chupou lentamente o lóbulo da orelha dela, a fazendo sentir coisas inéditas.
Estavam se beijando novamente dentro do carro, parado numa rua um pouco deserta que ficava na direção da casa de . A garota parou de beijá-lo e voltou a encará-lo séria com os lábios perigosamente próximos aos dele.
- Você me quer?
- Sim. – Disse ele num gemido.
- Só isso?
- Eu te amo. – Disse ele com um sorriso singelo e ela o olhou com os olhos incrédulos. Não esperava por isso agora. Acostumou-se com o que tinha ouvido e o beijou calmamente, depois dirigiu de para o ouvido do rapaz sussurrando.
- Eu também te amo. – Ela pulou para o banco do motorista em que estava. Colocou uma perna de cada lado do corpo do rapaz ajoelhando-se e começou a beijar o pescoço dele, enquanto ele a segurava pela cintura. Ela dava beijos que viraram chupões e tiravam gemidos roucos dele, enquanto suas mãos desciam para as coxas da garota e apertava. Ele a fez sentar em seu colo e a empurrou contra o volante a fazendo sentir a excitação recente do garoto entre suas pernas, o que a fez soltar um leve gemido.
Ele começou a tirar a blusa da menina com calma e beijando seu corpo, indo do pescoço até seus seios ainda cobertos pelos soutien. Admirou a garota agora mulher em seus braços, que sorria inebriada com a situação. Ela agora tirava a blusa do rapaz, que logo depois voltou a beijá-la. Segurou firmemente um dos seios ainda coberto e apertou um pouco, a fazendo soltar o ar pesadamente durante o beijo. Começou a desabotoar o short dela e, com a ajuda dela, o tirou, a deixando de roupas íntimas. Ela acariciou de leve a ereção por cima da calça e ele gemeu rouco. Ela tirou a calça do rapaz e jogou em algum lugar do carro e voltaram a se beijar. Ele começou a passar o dedo por cima da intimidade da garota ainda coberta, fazendo movimentos circulares e a deixando louca de tesão. Ela parou de beijá-lo e ajoelhou novamente, abrindo as pernas, facilitando para o rapaz. Ela mordia a orelha dele, e ele agora colocava a mão por dentro da calcinha de , tocando-a bem no clitóris. Ele fazia movimentos circulares e ela gemia bem no ouvido de e ele ficava mais excitado que até friccionava com bastante força.
- Ai, ! – Ela gemeu em seu ouvido e ele logo tirou a mão de dentro da calcinha da garota a fazendo soltar um urro em reprovação. Ele segurou a calcinha pelos lados como se fosse tirá-la.
- Você me deixa louco falando meu nome assim!
- ! – Ela gemeu mais alto em seu ouvido o que o fez puxar a calcinha dela para cima, enfiando toda. Ela pegou em seus cabelos num ato desesperado e o beijou com tanta vontade, chupando sua língua com mais vontade ainda que até parecia querer engolir. Ele tirou a calcinha dela e jogou longe, depois ela tirou a boxer dele. segurou firme a ereção e a sentia pulsar na sua mão. Ela começou a masturbá-lo e ele tirou a última peça de roupa que ela ainda tinha.
Ele gemia em seu ouvido e apertava seu seio, a fazendo respirar pesadamente. Ele já não agüentava mais, penetrou-a de uma vez, a fazendo soltar um grito de prazer e dor ao mesmo tempo. Ela segurou no banco e empurrava-se cada vez com mais força contra ele, fazendo-o penetrá-la completamente. Faziam movimentos de vai-e-vem e ela rebolava devagar.
Ambos estavam dando gritos e gemidos de puro prazer, enquanto ele ainda tentava chupar o seio dela. Quando ela gozou, o fez empurrar mais ainda sentindo a vagina dela contrair-se completamente no seu pênis deixando mais apertado e o fazendo sentir mais prazer. Ele a penetrou mais algumas vezes até atingir seu ápice, também gozando.
Ela descansou a cabeça no ombro de , que acariciava seus cabelos curtos. - Agora sim eu posso dizer: você é perfeita. – Disse ele suavemente em seu ouvido. Ela sorriu levemente cansada.
- Não diga isso. – Disse, quase fechando os olhos em seu obro.
- Tome, vista sua roupa e meu casaco, deite ali no banco de trás. Te levo para casa. – Disse ele, acariciando o rosto dela, sorrindo.
Ela vestiu as roupas íntimas e o grande casaco de e deitou no banco de trás do carro.
Quando acordou, viu um rosto a observando. Era , sorrindo ao seu lado. Ela não estava mais no carro, mas sim na cama do seu quarto.
- Dormi muito tempo?
Ele encarou o relógio e logo se voltou a ela.
- Quarenta e oito minutos. Te trouxe aqui para a cama, estava tão cansada que acabou dormindo no carro.
- Não era para menos. – Eles riram. – Não quer tomar um banho?
- Bom, tive a ousadia de invadir seu banheiro e tomar banho, não quis te acordar. Estava tão linda. - Ela sorriu, corando as bochechas.
- Sem problemas, vou tomar então.
Deu-lhe um beijo rápido e entrou no banheiro. Nunca se sentiu tão completa e feliz. era, sim, perfeito para ela, como não tinha percebido antes... Ou tinha percebido, só não queria aceitar. Ora, por que não?
– Como sou idiota. – Pensou alto. Olhou o casaco e cheirou-o profundamente, tinha o cheirinho dele. Sorriu consigo e foi tomar um banho. Ela lembrou então que não usaram camisinha. Sorriu mais uma vez, não entendia como podia sorrir numa situação dessas, mas quem se importa... Tomou banho e saiu com uma toalha, viu em sua cama, deitado só de boxer.
- Deve estar cansado. – Pensou alto e riu. Também, com certos exercícios... Vestiu um vestidinho preto e curto de dormir e deitou-se ao lado dele, colocando sua cabeça no peito dele e logo se sentiu abraçada. E depois... Dormiu.


2 anos depois




- , venha aqui!
- Mamãe? – Disse a pequena branca dos olhos grandes e pretos assim como os cabelos que eram também lisos.
- Venha, sente-se. – Falou , a pegando no colo.
- Nós vamos te deixar com os primos, temos que terminar uma coisa que começamos, o papai e a mamãe. – Disse .
- Se não voltarmos, você deve ser obediente... Sempre obediente, certo? – Disse .
- Certo, papai. – Disse a garotinha meio confusa e com sono. Deitou-se no colo do pai e dormiu. Ele levantou-se e a colocou na cama e ficou a admirar a sua pequena filha.
- Não importa o que aconteça, estamos a protegendo. A polícia está quase nos encontrando... Não me arrependo de nada. – Ele segurou em uma das mãos de e a envolveu com um dos braços, a abraçando.


Alguns anos depois




- Deixe essa garota quieta. – Disse .
- Saiam daqui, seus demônios! Eu não estou fazendo nada...- Dizia um homem nervoso enquanto segurava firmemente uma garota de uns 12 anos apontando um canivete na direção do pescoço dela, ia ser estuprada. Ela chorava muito.
, numa ação rápida, tomou a menina e a levou dali, seguido de , que chutou para longe a arma branca das mãos do homem. Katherine segurou-o firmemente e deu-lhe um chute forte no estômago, fazendo-o urrar de dor.
- Suas últimas palavras. – Disse , afiando sua grande e brilhosa espada.
- Nojentos, assassinos, agora vocês vão pagar...
E sangue e gritos se espalharam pelo local, enquanto ouviram sirenes vindo de toda parte.
Eles tentaram escapar, mas dessa vez era tarde de mais, tinha polícia em todo lugar. Tiros partiram de todos os lados, então eles tinham entendido: fizeram uma armadilha para pegá-los. Vários atingidos, só Katherine sobreviveu, mas foi presa.
estava ao lado de , ambos caídos, que ainda dava alguns suspiros fracos. Ele segurou firme em sua mão que também apertou a sua e a olhou.
- Eu te amo, floco de neve. – Ela sorriu levemente.
- Eu também te amo, Willows. – E fechou seus olhos calmamente e a sua mão foi pesando até não ter mais força para segurar a dele.
Ele ouviu os policiais gritarem e correrem de um lado para outro, então rastejou até e encostou sua cabeça em seu ombro, acariciando seu rosto, ela estava sorrindo. Morreu sorrindo. Ele a acariciou no rosto levemente, então sua vista foi ficando escura e ele começou a sentir um sono pesado, e então dormiu... Para sempre.
Katherine nunca falou sobre nada, até que se suicidou sem revelar uma só palavra sequer. Então, não restava mais ninguém... Ou até restava, mas ninguém sabia.


40 anos de volta ao interrogatório




- O senhor está sendo tão equivocado falando em magia negra, não acha?
- Eu faço as perguntas por aqui e a senhora não devia respondê-las com outras perguntas... Eles ainda estão vivos?
- Vivos? – Ela riu mais alto. – É forte, todavia nem tão inteligente.
- Pelo que eu sei, eles poderiam estar vivos, eles poderiam, sei lá, ressucitar. Eles não acreditavam em vida eterna que usavam o símbolo estranho de “vida eterna”, não acha?
- Que tolo! Vida eterna não existe assim, vocês não compreendem...
- Me desculpe?
- O senhor... Logo, vejo que errei a seu respeito, meu jovem. Pareceu-me tão corajoso, e decerto é. Mas não é tão inteligente quanto eu previ.
- A senhora sabe tantas coisas, mas não parece dizer tudo o que sabe.
- Dizer o que eu sei... Não sei muita coisa.
- Já viu algum deles ou esteve com eles?
Ela sorriu abertamente.
- Mais uma vez a prova de sua tolice... – Murmurou a velha rindo.
- Como disse?
- Não, nada, nunca os vi na vida.
- Então como sabe dessas coisas? – Disse o rapaz não acreditando.
- As notícias se espalham, senhor policial... Mas por que ressuscitar esse caso dos mortos? Segunda vez que me interrogam, mas a primeira foi há anos...
- Parece que está acontecendo novamente um caso como esse.
Ela sorriu de novo.
- Acontecendo novamente, como assim?
- Já está perguntando demais... Isso é um caso que deve ser tratado pelos policiais. Senhora Willows, pode se retirar.
- Vejo agora que tem medo. Não é tão corajoso no fim das contas... – Disse a velha.
Ele a olhou e irritou-se. A velha devia estar gagá, só poderia. Não dizia coisa com coisa. Ele não olhou para trás e, de uma só vez, deixou a sala e uma senhora a vê-lo saindo tão rápido daquela sala.
- Ora, não é nada demais. Só passei para os meus filhos o que aprendi dos meus pais. Esses policiais se preocupam tanto... – Murmurou a velha já sozinha na sala. Arrastou-se calmamente do lugar como aquelas velhas doloridas e saiu... Como se nada tivesse acontecido – ou acontecendo.


Fim


N.A.: Primeira fic uhuul o/ Cara eu achei essa fic tão medombulosa (mistura de medonha com cabulosa), mas decidi colocar no site pra vê se vocês gostam. Enfim, eu achei um estranho legal e espero que achem um estranho legal também. Até outra, floquinhos de neve! Comentem, comentem... Au revóir petit.

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