“Eu estou fazendo o meu melhor, ok?” Gritei, me levantando do sofá para encará-lo melhor.
“Sei! Para que tanto ciúme?” Ele gritou, segurando com força no meu antebraço esquerdo.
“Você está sempre com garotas a sua volta, parece que não liga para mim, não faz nada por mim!” Eu sentia meus olhos se encherem de lágrimas e meu rosto ficar vermelho.
“E você faz?”
“Eu? Eu morreria por você!” Escaparam algumas lágrimas, então ele me soltou e saiu, batendo a porta atrás dele, do nosso apartamento, para nunca mais voltar.


?” Minha mãe me tirou dos meus pensamentos. “Você precisa sair desse quarto. Já faz quase um ano...”
“O tempo não passa...” As lágrimas que haviam sido minhas companheiras durante esse ano ainda estavam lá. “Dizem que o tempo apaga tudo, mas se ele não passar... A dor sempre vai estar aqui.”
“Você se sente culpada ou ainda o ama?” Ela se sentou na minha cama e me abraçou pelos ombros.
“Nenhum dos dois...” Suspirei. “É algo parecido com... Raiva de mim mesma. Eu sabia o tempo todo e nunca fiz nada para impedir. Ele dizia que me amava, mas realmente não demonstrava. Eu vivo em um conflito interno...” Mais lágrimas. “Um lado fica alegre por ele finalmente ter demonstrado algum amor e o outro fica culpado por eu ter deixado ele ir embora simplesmente porque eu era ciumenta e orgulhosa demais.”
“Você tem que superar.” Ela pegou no meu queixo e levantou o meu rosto. “Ele não vai voltar.” Um sorriso de piedade surgiu no rosto de mamãe.
“Eu sei...” Abaixei o meu rosto e o afoguei nos meus joelhos, chorando intensamente. “Eu não o amo mais.”
“Então...”
“Eu deixei, ou melhor, derrubei os meus sentimentos por ele no alagamento dos meus olhos cada vez que eu chorava por ele...”
“Não precisava ser assim...”
“Precisava. Eu soube disso o tempo todo, eu acho. Era só ler nas entrelinhas, mas eu não sabia que eu tinha que fazer isso. Eu também precisava entender as mentiras que ele me contava e, para mim, eram verdades absolutas.” Solucei. “É por isso que eu não durmo mais... Ele vem me assombrar. Não posso mais fechar meus olhos, porque eu nunca estou sozinha. Toda vez que eu choro, eu fico exatamente no lugar que ele queria me deixar quando decidiu o que queria fazer. Você sabe que eu estou tentando esquecê-lo... Mas é difícil.” Limpei as lágrimas. “E é por isso que ele vai para o inferno.”
“Rancor?”
“Ele destruiu a minha vida, mãe! Eu me esgoto rápido e você vê que eu estou morrendo cedo, apesar de estar tentando viver com o que ele fez comigo.”
“Tentando viver com o que ele fez com você? Você mal olha para a mãe dele quando ela vem te acusar de ser a culpada por tudo aquilo.”
“Mas eu tento encarar as acusações, mãe. Eu não posso mais fugir, principalmente agora que eu começo a me lembrar de coisas que ele disse. Eu não sei bem o que significam, mas eu acho que podem justificar a minha inocência para a mãe dele. O mundo gira, isso acontece todo dia. Ele só foi mais um. Eu vou recomeçar a minha vida, por mais dor que isso possa me trazer.”

Fiquei de pé e decidi que iria sair do meu quarto, ou minha prisão domiciliar, como minha mãe apelidara carinhosamente.

Fui para o parque. O sol brilhava insistentemente e isso machucava meus olhos que não eram mais acostumados com a luz. Uma brisa leve bateu em mim e, já que estava de costas para o sol, abri meus olhos e olhei para minha sombra. Senti meu corpo gelar por dentro quando vi a sombra que se estendida ao lado da minha.

!” Eu me virei repentinamente esperando vê-lo parado atrás de mim, de braços abertos, pedindo perdão pelo sofrimento que me causou, mas não... não estava lá. Eu estava sozinha no Hyde Park, não fossem pelos esquilos nas árvores. Ele não estava comigo. Ele não estava lá. Não tinha motivo para eu continuar a viver.

Corri de volta para o meu apartamento. Como eu poderia seguir em frente se eu via a sombra dele no chão quando eu estava sozinha no parque? Quando eu parei na portaria, desisti de entrar. Precisava falar com . Já fazia um ano! Então corri para o lugar que eu sabia que iria encontrá-lo.

“Oi, .” Me sentei na frente dele quando cheguei. “Eu precisava falar com você... Desde que você me deixou, essa é a primeira vez que eu saio do meu quarto.” Olhando para ele, foi inevitável chorar. “Eu preciso saber se você está me escutando, se você escuta minhas orações, minhas lágrimas... Parecem chuva de tão fortes que caem. É impossível viver sem você. Quando você me disse que o que te matava era o ciúme, eu não acreditei. Quando você disse que sem mim você não podia viver, eu não acreditei. Quando você disse que não poderia continuar a nossa relação se eu continuasse com ciúmes, mas que não poderia viver sem me ver todos os dias, eu não acreditei. Quando você disse que nunca iria me fazer sofrer na vida, eu acreditei. Eu devia ter lido nas entrelinhas, ter percebido as mentiras... Eu fiz o melhor que eu pude. Disse que iria morrer por você, e morreria... Eu sinto um misto de culpa, ódio, felicidade e você sabe o porquê. Sua mãe vai na minha casa para me acusar, mas eu não sou culpada por sua intolerância ao ciúme. Eu te amo, , por mais que eu tente negar isso para todo mundo. E vou te amar para sempre.” Beijei a lápide com o nome, a foto e a data de óbito de , exatamente 364 dias atrás. “Eu nunca pensei que você fosse capaz de fazer o que você fez por mim. Foi a maior prova de amor que alguém poderia me dar. E, pelo seu amor, , eu sempre serei grata. Eu te amei como eu nunca mais vou amar alguém, meu amor. Eu sei que na minha vida você vai ser o primeiro de, talvez, muitos dos meus namorados, mas eu fui sua única namorada e agora eu sei que eu também fui a única que você amou de verdade.”

Como eu tinha dito para ele, minhas lágrimas pareciam pingos de chuva ao baterem na lápide na qual eu descansava a minha cabeça, olhando para a grama sob a qual o corpo de estava.

“Obrigada, , por todos os anos de amor e felicidade que você me deu. Obrigada por ter resistido aos meus ciúmes idiotas. Te peço que me perdoe por eu ter sido estúpida às vezes, mas eu juro que foi tudo por amor e é por esse amor, , que eu te prometo seguir...” Pausa para desafogar-me das lágrimas. “Seguir em frente. Sempre, meu amor.” Me levantei e deixei uma rosa vermelha, que eu comprara na entrada do cemitério, sobre a grama verde, encostada na lápide, dando alguns passos em direção à saída, quando me lembrei. “E, !” Eu gritei. “Você ainda vai para o inferno.” Sorri e, dessa vez, fui embora de verdade, amassando em minha mão o bilhete de suicídio do , que estava no bolso da minha calça jeans.

O ciúme é insuportável... Tanto quanto viver sem você, . Seu .

Fim!



Nota da Autora: Oi, queridas :)
Bom, essa fic eu escrevi durante a aula de inglês, ano passado. Foi bem curtinha e eu fiz justamente inspirada na música que dá o título, tanto que vocês poderão encontrar os versos nas falas da personagem. Espero que vocês gostem e deixem o comentário de vocês :)
Beijos, beijos :*

Mesma autora:
My Christmas Gift
Diga Que Me Ama
Dez Passos Para O Paraíso

Nota da Beta: Qualquer erro que você encontrou, mande um e-mail diretamente para mim. Obrigada, Thai.


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