Abri a porta de casa depois de um longo dia de trabalho. A revista não funcionava sem mim, e eu não funcionava sem o meu trabalho. A porta fechou as minhas costas e eu parei de repente, examinando minha casa. Era aquela casa dos sonhos, de revista, que você passa a vida inteira imaginando compartilhar com o cara especial, os seus filhos com o cara especial, um churrasco num domingo de sol com todo mundo na piscina. A diferença é que de tudo isso eu só tinha a casa. Quase aos trinta anos, eu não tinha o cara especial e nem os filhos. Só a casa.
O sofá enorme, confortável, branco. A televisão enorme, a cozinha super equipada, onde eu passava pouco tempo, o quarto projetado em mínimos detalhes... e uma sexta-feira a noite solitária.
É claro que eu sempre poderia ligar para ele. Nossa relação era assim, afinal. E não, eu não estou falando do cara especial. Esse é só um cara. Nos conhecemos há uns cinco anos, numa festa de uma amiga. Ele era amigo do namorado dela da época. Conversamos por cinco minutos, nos agarramos o resto da noite, e ele foi parar no meu apartamento, na minha cama, numa madrugada de sexo enlouquecedor. E cinco anos depois ele continua sendo esse cara. Eu o chamo de “cara da atenção”, porque quando eu realmente estou carente, quando preciso de um toque especial, um beijo arrepiante, é com ele que eu falo. Eu não sei se poderia dizer que temos uma relação, mas não deixamos de ter.
Mas era óbvio que numa sexta a feira a noite o estaria em uma festa, ou em algum lugar badalado demais pra me encontrar. O que significava que obviamente eu teria que sair também se não quisesse ficar na vontade naquela noite. Tudo o que eu precisava era de um par de mãos fortes pra massagear os meus ombros e beijar minha boca. De preferência com um tanquinho, costas musculosas, um sorriso deslumbrante... Então, festa, aí vou eu.
Não é tão maravilhoso o poder dos celulares? Com poucas ligações eu descobri exatamente onde o estava e sem querer, fui encontrá-lo, por acaso, é claro.
Entrei na boate com o meu tubinho preto de marca famosa, pedi uma tequila e caminhei pelo lugar. É claro que não demorou pra avistar aquele deus grego, de camisa branca, calça jeans, uma cerveja na mão e a cintura de uma garota na outra. Era uma das coisas boas do : ele simplesmente não estava nem aí pra compromisso, o que fazia que eu pudesse me divertir com ele à vontade, sabendo que ele fazia exatamente o mesmo comigo.
O era de uma família rica e eu suspeitava que ele não fizesse absolutamente nada além de estar em festas, com mulheres, bebida e roupas caras. Andei devagar até o canto que ele estava e coloquei minha mão sob seu ombro. Ele se virou de repente, sorriu pra mim e disse algo para a garota, que saiu um pouco irritada.
- Estraguei a conquista? – perguntei, sorrindo.
- Nunca. – ele me abraçou, me tirando do chão com um braço só. – Quanto tempo, . Tava com saudade.
- Ah, tava, é? – eu me fiz de difícil. – Não tinha nenhum recado seu na secretária eletrônica, hot.
- Não tinha? – ele sorriu malicioso. – Como eu posso recompensar você por isso?
Ele perguntou já me encostando na parede e ficando muito perto. Era exatamente dele que eu precisava. A mão do encontrou minha cintura e ele aproximou nossos corpos um pouco mais.
- Não sei, você vai ter que se esforçar. – eu encontrei seu olhar e minha mão foi discretamente de encontro ao cós da calça jeans dele.
Ele abriu aquele meio sorriso safado que sempre me fazia derreter e colou os lábios dele no meu pescoço. Senti a língua quente e a respiração do assim que ele começou a beijar meu pescoço como se fosse delicioso. E era, ao menos para mim. A mão que estava na minha cintura desceu um pouco, e ele acariciou suavemente minha nádega direita. Não demorou pra que ele se afastasse e cobrisse minha boca com a dele.
Ele sabia que eu sempre me excitava com os beijos dele, assim como ele com os meus. Nossas línguas se encontraram e eu amaldiçoava aquelas bebidas que agora ocupavam nossas mãos. O beijo começou lento, fazendo meu corpo incendiar e um calor conhecido se acomodar entre as minhas pernas. Aos poucos eu mesma tive que acelerar o beijo porque o grande problema de caras como o é que eles sabiam exatamente como enlouquecer uma mulher. E eu queria muito ser enlouquecida, mas não tão rápido e não no meio de uma festa.
O perfume conhecido dele invadiu meus sentidos e eu quase consegui esquecer onde estávamos, mas me obriguei a empurrá-lo um pouco, sem conseguir controlar o abandono que senti quando o corpo quente dele se desencaixou do meu.
- Na minha ou na sua? – ele perguntou, ofegante.
- Qualquer lugar. – eu disse, mordendo o lábio dele e o puxando pela mão.
Deixamos nossas bebidas em qualquer lugar e saímos daquele lugar fechado. O me abraçou por trás e eu pude sentir o volume encontrando o meu bumbum, quase ao mesmo tempo em que senti aquela língua molhada no meu ombro, junto com os dentes perfeitos deixando marcas que provavelmente apareceriam no outro dia. O meu ombro esquerdo é um ponto bastante sensível do meu corpo, e em menos de três segundos eu estava completamente arrepiada. Ele foi me empurrando até o carro dele, onde me encostou com movimentos bruscos, roçando seu membro nas minhas costas e segurando os meus seios por cima do vestido.
- Viu o que você faz comigo? – ele disse, pressionando mais forte. – Você não pode ficar tanto tempo sem me procurar. – ele atacou o meu pescoço, sugando a pele enquanto passava as mãos pelo meu corpo.
- Eu sei que você tem suas companhias. – eu disse, completamente ofegante.
- Não é a mesma coisa. Elas não são a mesma coisa. Eu já transei com muitas mulheres, mas nenhuma delas me faz responder assim. – ele pressionou um pouco mais o volume.
Tirei as mãos dele de mim e me virei, ficando de frente para ele. Passei as mãos nos cabelos curtos dele.
- Você cortou o cabelo. – reclamei. – Você sabe que eu gosto de segurar seus cabelos. – eu disse, passando a língua pelos lábios dele.
- Você também gosta de segurar outra coisa. – ele disse, sorrindo de um jeito engraçado. – Algo que está com saudade das suas mãos.
Eu comecei a desabotoar a camisa dele lentamente, deixando a mostra os músculos definidos e o peito liso. Os pelos só começavam depois do umbigo, em uma linha fina que eu adorava passar a língua. Arranhei o abdomen dele e então o empurrei.
- Estamos num estacionamento. – eu ri. – E você sabe que eu não gosto de público. – eu pisquei, entrando no carro.
Ele entrou no carro um pouco depois.
- Como é que você sabe que eu ia largar tudo e ficar com você? – ele perguntou, percebendo que eu não tinha oferecido meu carro. Obviamente porque não estava de carro.
- Eu achei que ia ser mais difícil. – eu confessei. – Esperava ter que usar outros truques, mas ao que parece você estava saudoso.
- Você normalmente não fica tanto tempo sem me procurar. – ele riu. – O que foi? Tinha alguém ocupando meu lugar?
Qualquer um poderia interpretar como ciúme, mas eu sabia que não era. Nós éramos sim um do outro, mas só quando estávamos sozinhos e juntos. Depois, cada um ia pro seu lado e não tínhamos direito de cobrar nada.
- Eu me viro, não é? – eu também ri, e logo saímos.
Chegamos a casa do e ele me puxou pro colo dele, sem nem sairmos do carro. Cada uma das minhas pernas estava de um lado do corpo dele, mas o meu vestido dificultava o contato.
Trocamos um beijo ardente e eu abri a porta, quase caindo do carro.
- Vamos. – eu disse, me ajeitando e saindo.
Ele saiu logo atrás de mim e me puxou pra perto de novo. Eu abri o cinto dele, o puxando pra perto de mim e encostando nossos lábios. Em segundos minhas mãos estavam em todo o corpo do , e as mãos dele nas minhas coxas, tentando avançar por baixo do meu vestido.
Afastei minha boca da boca dele e mergulhei naquele pescoço que eu tanto adorava, sentindo a barba por fazer arranhar minha pele. Minha mão direita arranhava o peito dele, enquanto a direita estava em seus cabelos. Mordi o ombro dele e desci até o abdome definido, mordendo, dando chupões e arranhando com as mãos. Eu descia um pouco, mordendo a calça dele e puxando, de vez em quando. Ele me puxou com força e me encostou na porta da casa, beijando meu pescoço e procurando o zíper do meu vestido. me virou, e segurou minhas mãos contra a porta, por cima da minha cabeça, enquanto beijava minha nuca e com a mão livre descia o zíper.
Senti o vestido desgrudar do meu corpo e em seguida minhas mãos estavam livres novamente. As do , no entanto, estavam puxando o meu vestido pra baixo. Assim que senti o ar frio da noite nos meus seios, o vestido cair, me deixando apenas de calcinha e sapatos.
- Merda. Por que você nunca usa sutiã? – ele reclamou, apertando os meus seios. – Eu amo os seus peitos.
- Perdão, é um problema? – eu mal conseguia falar, ao sentir os dedos dele roçando nos bicos dos meus seios.
- Vamos ter que entrar, eu não quero que ninguém te veja assim. – ele abriu a porta e abandonou meu corpo. Dei dois passos pra dentro da casa, ele abaixou, provavelmente pra pegar o meu vestido, mordeu minha nádega, deu um tapa e fechou a porta da casa com o pé.
- Agora você é minha. – ele sorriu, tirando de vez a camisa e me virando de frente pra ele.
Eu não consigo explicar porque a sensação de pele contra pele é tão inebriante. O corpo quente dele se encaixava no meu perfeitamente, enquanto ele me beijava. Ele se afastou um pouco, mas logo cobriu meus seios com as mãos, mordendo meu queixo e descendo a boca. A língua dele encontrou o bico do meu seio direito. Ele deu uma mordida de leve e então começou a sugá-lo. God, eu amava a sensação da boca dele em mim. Uma das mãos dele estava no meu seio esquerdo, enquanto a outra agora descia em direção a minha calcinha. Senti os dedos dele me acariciarem por cima da calcinha e aquilo foi a gota d’água. Por mais que adorasse aquela sensação, o puxei e o empurrei até a parede mais próxima.
- Você não deveria brincar com fogo. – eu disse.
Os olhos dele eram pura paixão quando avancei e capturei sua boca, mordendo descontroladamente seus lábios enquanto minhas mãos abriam sua calça. Ele tirou os sapatos e puxou a calça pra baixo, ficando apenas com uma cueca branca. Abri os olhos e o desafiei por alguns segundos, até a mão dele buscar a minha e levá-la direto de encontro ao seu pênis, por cima da cueca. Absurdamente quente, duro e grande, era assim que eu poderia descrever o que estava em minha mão agora. Movimentei minha mão levemente pela extensão, acariciando levemente quando senti a cabeça molhada do seu membro. Sem soltá-lo, fiz uma trilha de beijos molhados por seu corpo até me ajoelhar. Olhei nos olhos do , que gemia baixo, e ele sorriu, safado.
- Pede. – eu disse, com a voz rouca, alisando seu pênis.
- O que? – ele entrou no jogo.
- O que você quer... eu sei que você quer.
- Me chupa. – ele disse, simplesmente, sorrindo e depois piscando.
Puxei a cueca dele pra baixo, libertando aquela parte de sua anatomia. Ajudei-o a tirar a cueca e então minha mão gelada tocou naquele pedaço quente de carne, fazendo-o gemer mais alto. Movimentei a mão, apenas provocando-o, enquanto olhava em seus olhos. E ainda olhando em seus olhos lambi a cabeça de seu pênis, sentindo o característico gosto salgado de seu lubrificante natural. Molhei os lábios e botei apenas a ponta na boca, passando os dentes de leve, sem morder. Minha língua encontrou o pequeno buraco da ponta de seu pênis, de onde saia aquele líquido.
Suguei o que ainda tinha e molhei o pênis dele com minha saliva.
- Assim? – eu perguntei, dando um beijo na ponta de seu membro.
- É. – ele riu fraco, respirando forte.
Continuei meu trabalho por algum tempo, até ele me puxar e me beijar com urgência, me levantando e fazendo com que eu entrelaçasse as pernas na sua cintura. Continuamos nos beijando, enquanto ele subia as escadas e me colocava na cama dele, cortando o beijo e tirando meus sapatos.
Ele dava beijos em toda a extensão da minha perna, chegando a minha virilha e puxando minha calcinha com as mãos. Quando esta estava no chão ele apenas subiu um pouco, colocando a língua diretamente em um ponto pulsante do meu corpo. Senti o tesão e a necessidade dele na mesma hora, enquanto ele mordia de leve meu clitóris e molhava os dedos com a minha excitação. De súbito senti um dedo dele me invadindo, enquanto sua língua dava atenção ao meu ponto mais sensível. Ele introduziu mais um dedo e começou a movimentá-los dentro de mim. Eu gemia alto, sem me preocupar com nada, segurando meus próprios seios com uma mão e a cabeça dele com outra. Eu sentia aquele formigamento começar a invadir meu corpo, sabendo que um orgasmo estava próximo. Meu corpo tenso, procurando aquela liberação, aquela sensação de êxtase, de satisfação. Os dedos que me penetravam ocuparam o lugar da língua do , que por sua vez, foi direto para os meus seios, mordendo e sugando. Ele massageava meu clitóris enquanto sugava meus seios alternadamente. A sensação ficou mais forte e em alguns segundos me senti convulsionar nas mãos dele, que continuava os movimentos, me fazendo relaxar rapidamente e logo sentir um novo calor se apoderar do meu corpo.
Puxei-o para perto de mim, beijando sua boca, e sentindo finalmente o pênis dele encontrar o meu órgão. Estávamos os dois muito excitados, e eu só precisei encaixar a cabeça do pênis na entrada da minha vagina para, em segundos, senti-lo me invadindo e quebrando minhas barreiras. Era grande, me preenchia, e aos poucos começamos os movimentos lentos. Mordi o ombro do , enquanto nós dois gemíamos e nos movimentávamos um em direção ao outro. Sentia o membro dele preencher meu corpo e então o vazio, e novamente a sensação de complemento.
- Vem. – eu disse, me movimentando mais rápido.
Ele me acompanhou e depois de algumas estocadas senti o membro dele se contraindo e liberando o jato de esperma, ao mesmo tempo em que meu corpo se entregava a outro orgasmo.
Ele se deitou sobre mim, ofegante.
N/A: Aguardo os comentários. Dependendo das reações, a fic pode virar uma história grande, ou podemos parar na short.
Resta saber se vocês querem saber o futuro dessa relação de desejo. Será que é possível que o puro sexo vire algo mais forte?