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Capítulo 1 – Primeiro encontro.


David, o pai de , viajava entre Phoenix e Dallas toda semana a trabalho, e só estava em casa nos finais de semana. Só via sua esposa e filha nesses dias, e isso o deixava bastante triste, pois as amava demais para só vê-las dois ou três dias na semana. Então, decidiu se mudar definitivamente para Dallas, levando-as consigo.
tinha dez anos quando sua mãe a avisou que iriam se mudar de Phoenix, no Arizona, para Dallas, no Texas. Ela não tinha idade suficiente para entender o que aquilo realmente significava, só sabia que não veria mais seus amigos com tanta frequência como ultimamente, e possivelmente não os veria mais.
- Mas por que vamos nos mudar? – ela perguntou com um tom de tristeza na voz.
- Filha, seu pai foi transferido e precisamos nos mudar, mas será só dessa vez, eu prometo! – Verônica respondeu com carinho para a filha.
- Mãe, e meus amigos? Nunca mais os verei? – questionou com os olhos marejados.
- ... – Verônica disse, abraçando a filha que começou a chorar. – Você vai poder falar com eles todos os dias pelo telefone, e com certeza fará novas amizades em Dallas.
- Pelo telefone não é a mesma coisa – resmungou. – E como você pode saber que farei novas amizades lá? – interrogou, levantando a cabeça e olhando para a mãe.
- Seu pai me disse que os nossos novos vizinhos têm três filhos, e um deles é uma menina quase da sua idade – Verônica contou, olhando para .
- Verdade? – perguntou empolgada e Verônica fez que sim com a cabeça. – Mesmo assim mãe, não será a mesma coisa...
- Eu sei, filha. Nem sempre uma mudança é boa, mas essa será, tenho certeza disso.
- 'Tá, mãe. Eu acredito em você. Quando a gente vai?
- Semana que vem. Quer me ajudar a empacotar tudo? – Verônica perguntou, andando em direção à cozinha.
- Claro! – disse, correndo toda saltitante junto à mãe.

A semana passou rápido. Verônica e arrumavam e empacotavam tudo, praticamente os dias inteiros. Mesmo sendo apenas em três pessoas na casa e um labrador, eles tinham muita coisa para ser encaixotada.
David chegou na sexta-feira à noite para ajudar a esposa e a filha com os últimos preparativos para a mudança. As duas estavam no andar de cima da casa, quando ouviram um carro estacionando e a porta da frente se abrindo.
- É o papai! – disse, se levantando e correndo em direção às escadas.
- Sim... – Verônica nem teve tempo de responder para ela, que já tinha sumido de suas vistas.
- Papai! – gritou do topo da escada e desceu correndo.
- David olhou-a vindo em sua direção, e sorriu para ela, colocando as malas no chão.
pulou em seu colo e encheu a bochecha dele de beijos. David adorava quando a filha fazia isso, ela era tão carinhosa e amorosa, que o deixava orgulhoso pela educação que ele e a esposa lhe deram.
Verônica descia as escadas lentamente em direção aos dois.
- Que saudades que eu estava do meu bebê – ele disse beijando o rosto da filha.
- Pai, eu não sou mais um bebê, tenho dez anos, sou quase uma adolescente – falou, sorrindo orgulhosa para o pai. Ela não via a hora de se tornar adolescente. Mal sabia que essa seria uma das fases mais tristes de sua vida...
- Para mim, você sempre será meu bebê – disse, colocando-a no chão e fazendo cafuné em sua cabeça, bagunçando seus cabelos que estavam presos como “maria chiquinha”. Ele abriu os braços para Verônica, que observava os dois.
- Meu amor, senti tanto a sua falta – ele falou, abraçando a esposa e dando um selinho demorado.
ficou no meio dos dois, e se afastou para não atrapalhar o beijo dos pais. Fez bico para chamar a atenção de ambos, se fazendo de coitadinha, cruzando os braços e falando.
- De mim ninguém sente falta, né? – abaixou a cabeça para completar o drama.
Os dois interromperam o beijo e a olharam.
- Oh gente, que bebê mais carente esse... – Verônica falou rindo.
- Mas é claro que senti sua falta, – David disse, provocando-a, sabendo que ela não gostava quando ele a chamava assim. Verônica caiu na gargalhada.
- Você está proibido de me chamar assim, e sabe disso – resmungou brava, apontando o dedo para os pais, batendo o pé no chão, fazendo agora David cair na gargalhada, acompanhando a esposa.
- Desisto – olhou para os dois, abaixando os braços.
- Como resistir a essa fofura de pessoa, assim toda brava? – David, que adorava perturbar , perguntou para Verônica.
Ele puxou a filha e começou a cutucá-la, fazendo-a rir - e muito -, e Verônica fez a mesma coisa. , mesmo sendo uma só, tentava fazer cosquinhas nos dois, mas sem sucesso. Subiu nas costas do pai e foram os três em direção ao quarto onde as duas estavam antes dele chegar.

Chegou o dia da mudança, apesar de estar triste por ficar longe de seus amigos, estava empolgada por se mudar de casa e para conhecer sua nova vizinha. Seu pai tinha falado bastante da família que morava ao lado da nova casa, os Ackles. Contou dos filhos do casal, no qual não deu muita importância para os mais velhos, já que eram homens e provavelmente nem falariam com ela, segundo a mesma. E falou também do casal, dizendo que eram pessoas muito prestativas e amigáveis. Verônica não conseguia também esconder sua ansiedade para conhecê-los.
Eram oito da manhã e já estavam todos de pés, devidamente vestidos e prontos para irem para Dallas. Decidiram ir de carro, apesar das quase dezesseis horas de viagem. dormiu boa parte do trajeto, no banco de trás. A família chegou na terça-feira de manhã, porque pararam no meio do caminho em uma pousada, para David poder descansar e dirigir tranquilamente.

A casa era linda. Dois andares, com porão, vários quartos, branca com detalhes verdes e tinha uma grande varanda na parte da frente, com um jardim na entrada.
Verônica acordou a filha assim que chegaram em frente à residência. Os três saíram do carro.
- Vá, , explore sua nova casa – David disse assim que abriu a porta da frente.
Ela obedeceu ao pai, e saiu correndo meio perdida pelos cômodos, pois não sabia por onde andar direito. Subiu as escadas e escolheu o quarto no fim do corredor como seu lugar preferido, e consequentemente seu quarto.
Ela voltou correndo e desceu as escadas, dizendo.
- É linda, linda, muito linda – os pais riram da felicidade da filha.
- Realmente, essa casa é perfeita – Verônica olhou para o marido, dando um selinho nele.
- Só tem um problema – ele falou meio sem jeito.
- Qual? – as duas perguntaram juntas.
- Os móveis só chegam amanhã, então eu combinei com os Ackles de passarmos essa noite na casa deles.
- Ai, meu querido, mal chegamos e já vamos perturbar os vizinhos? – Verônica falou um pouco preocupada.
- Meu bem, eu conversei com eles e me garantiram que não tinham problema algum.
- Não sei – Verônica disse.
- Mãe, acho que vai ser legal – agora foi quem falou.
- É, vai ser sim – David sorriu.
- 'Tá bom, então. Já que vocês dizem que está tudo bem... - Verônica aceitou a idéia e sorriu para eles.
Os três saíram da casa, desceram os degraus da varanda e foram andando em direção à residência dos vizinhos.
David bateu na porta. Verônica estava ao seu lado direito, e de mão dadas com ela.
Joshua, um rapaz simpático de vinte anos, abriu a porta, e reconheceu David das outras vezes que ele esteve lá.
- Hey, David – falou sorrindo e estendendo a mão.
- Oi, Joshua, tudo bem? – o cumprimentou.
- Sim, tudo bem. E quem seriam essas duas moças? – perguntou olhando para Verônica e .
- Obrigada pelo moça - Verônica disse, o cumprimentando antes mesmo do outro apresentá-la. – Eu sou esposa do David, Verônica. E essa é minha filha, .
- Oi – ela disse timidamente.
- Olá – Joshua cumprimentou Verônica e se abaixou um pouco para dar a mão para . – Como foi de viagem? - perguntou olhando para ela.
- Bom, a parte que eu fiquei acordada foi boa, mas o resto eu não sei, tem que perguntar para os meus pais – falou sorrindo, feliz por ele ter feito essa pergunta a ela.
Joshua riu com a esperteza e simpatia da garota. Abriu a porta para eles entrarem na sua casa e chamou seus pais.
- Sim, Josh - Donna gritou.
- Mãe, o David está aqui com sua esposa e filha – foi em direção à cozinha, onde sua mãe estava.
- Ah sim, eu quase me esqueci que eles chegariam hoje – Donna falou enquanto chegava à sala.
- Olá, Donna, tudo bem com você? – David perguntou, a cumprimentando.
- Sim, está tudo perfeito. E com vocês? – respondeu olhando para os três.
- Estamos um pouco cansados, mas bem – agora foi Verônica quem disse. – Prazer, eu sou Verônica, esposa do David – ela estendeu a mão para Donna, que a abraçou.
- Oi, querida. Estava ansiosa para te conhecer – disse toda sorridente. Agora ela olhava para .
- Olá, mocinha. Como é o seu nome? – perguntou amorosamente.
- Meu nome é , muito prazer em conhecer a senhora – disse sorrindo para Donna.
- Mas que mocinha mais simpática – a abraçou e beijou seu rosto.
- Obrigada – falou sorrindo.
- Onde está o Alan? – David perguntou para Donna.
- Ah, ele foi com o Jensen buscar a Mackenzie na escola.
- Entendo. A está muito ansiosa para conhecer a Mackenzie – o pai comentou com Donna, sorrindo.
- Que coincidência, ela também está muito ansiosa para te conhecer, – a matriarca dos Ackles disse,olhando para , que a respondeu com um sorriso.
David, Verônica e Donna estavam na cozinha conversando animadamente, e estava com Josh na sala, que lia um livro.
- Que livro você está lendo? – perguntou, olhando para ele.
- Suspense, você gosta? – questionou como se estivesse conversando com alguém da sua idade.
- Ahh, não – respondeu, quando ouviu um carro chegando.
Joshua inclinou a cabeça e viu que era seu pai com seus irmãos.
- Mãe, o pai chegou! – ele gritou da sala.
- Estou indo – ela gritou de volta para ele.
Jensen carregava a mochila de Mackenzie, e ela corria na sua frente, para entrar logo em casa. Alan vinha atrás deles.
Mackenzie abriu a porta e viu sentada no sofá e Joshua no outro móvel.
- Oi – ela disse olhando para , se aproximando.
- Oi – levantou-se para cumprimentá-la, avistando Jensen e Alan entrando na sala.
As duas deram um beijo na bochecha uma da outra.
- Mas que menina linda – Alan disse olhando para , e viu sua esposa vindo da cozinha com David e Verônica, e sorriu. Cumprimentou o casal e os quatro voltaram para a cozinha.
- Ih, Joshua, sobrou para você ficar de babá, foi? – Jensen disse, tirando sarro do irmão e sentando no sofá.
- Sem graça – Joshua jogou uma almofada no irmão.
- Eu não sou um bebê para precisar de babá, você é quem precisa – respondeu para Jensen, brava.
- Viu, Jensen?! Ela não é um bebê – Mackenzie disse, estava sentada do lado de e riu do que ela disse para o irmão.
- Você tem personalidade forte, gostei disso – ele falou para e riu sem graça.

Capítulo 2 – Nem tudo é o que parece.


Estava anoitecendo, e todos estavam na sala assistindo a um filme que passava na tv, quer dizer; tentando assistir porque um falava mais que o outro e ninguém conseguia prestar atenção em nada.
e Mackenzie estavam sentadas no chão, encostadas no mesmo sofá que Joshua e Jensen estavam. Elas conversavam animadamente, sem se importarem com quem pudesse ouvir sobre o que falavam. De vez em quando, Jensen provocava as duas, só para vê-las irritadas. não entendia por que ele era tão chato.
- Mãe? – Mackenzie chamou.
- Sim, filha.
- A pode dormir no meu quarto? – perguntou, torcendo para que a resposta fosse sim.
- Se a mãe dela não se importar, é claro que pode.
- Deixa, mãe? – agora foi quem disse, praticamente implorando.
- Claro que pode, – Verônica falou, sorrindo para a filha.
As duas se levantaram e foram em direção aos seus pais para dar os beijos de boa noite, e subiram as escadas rumo ao quarto.
- Se comportem – Jensen falou, irritando Mackenzie, que virou as costas e mostrou a língua para ele, fazendo todos na sala rirem.
- Como ele é chato – resmungou para a outra, enquanto estavam na escada.
- Você se acostuma – Mackenzie disse rindo.

Era de madrugada, quando acordou assustada com o grito de Mackenzie.
- Que foi? – perguntou preocupada, levantando-se do colchão.
- Pesadelo – Mackenzie respondeu, chorando compulsivamente.
não sabia o que fazer e sentou-se na beirada da cama, quando viu alguém entrando no quarto e acendendo a luz.
- O que aconteceu, minha pequena? – Jensen perguntou carinhosamente, sentando do lado da irmã e abraçando-a.
- Pesadelo, Jen, 'tô com medo – Mackenzie respondeu, enxugando as lágrimas.
- Eu já te disse que pesadelos são coisas que nunca acontecerão de verdade, não disse? E que mesmo se acontecer, estou aqui para te proteger – falou olhando nos olhos da irmã.
- É, mas mesmo assim, eu tenho medo – ela disse.
- Então, hoje eu vou dormir aqui, para você não ficar com medo, está bem? – perguntou.
- Certo – respondeu para ele.
estava ali na beirada da cama observando tudo. Como ele pode ser tão fofo e chato ao mesmo tempo?, se perguntava em pensamento. Ele sorriu para ela.
- Você está bem? – questionou sorrindo.
- 'Tô, eu só fiquei preocupada com a Mackenzie – respondeu.
- Não tem com o que se preocupar, está tudo bem, eu estou aqui agora – ele sorriu, confortando-a. - Agora vamos todos dormir – Jensen falou, se ajeitando na cama com a irmã.
voltou para o colchão, e Jensen a esperou deitar para apagar a luz.

Amanheceu e estava um dia lindo, com o céu azul e sem nuvens.
acordou e ficou rolando no colchão, estava com preguiça de levantar.
- Você vai afundar o colchão desse jeito – Jensen falou rindo, fazendo-a rir também.
- Bom dia – falou, sentando no colchão.
- Bom dia, dormiu bem? – ele perguntou olhando-a.
- Sim, eu 'tô com fome – respondeu bocejando.
- Você é das minhas, adora comer – disse, levantando da cama com cuidado para não acordar Mackenzie. – Vamos tomar café – ele fez sinal com a cabeça em direção à porta, para , que levantou e foi atrás dele.
Jensen preparava o café e ela o observava.
- Cadê todo mundo? – perguntou curiosa.
- Estão na sua casa, devem estar esperando a mudança chegar – respondeu colocando o café na mesa.
- 'Tô com saudade da Nina – fez bico.
- Quem é Nina? – questionou rindo do bico dela.
- Minha companheira, quer dizer; minha cachorra – respondeu sorrindo para ele.
- Eu adoro cachorros, mas minha mãe tem alergia e eu não posso ter um.
- Eu deixo você brincar com a Nina – disse querendo consolá-lo, fazendo o rir.
Os dois conversavam tão distraidamente que não perceberam a presença de Mackenzie na cozinha.
- Por que vocês não me acordaram? – ela perguntou esfregando a mão nos olhos.
- Porque você estava dormindo tão bonitinha que fiquei com pena de te acordar – Jensen respondeu dando um beijo na testa da irmã.
- Eu tenho... tinha aula hoje.
- É, tinha – ele disse. – Mas a mamãe achou melhor você ficar em casa para ajudar a com as coisas dela, e por causa do seu pesadelo.
- Ah, entendi – Mackenzie sentou ao lado da amiga, sorrindo para ela.
Os três tomaram café, arrumaram a cozinha, se trocaram e foram para a casa de . Dois caminhões estavam estacionados em frente à residência, só que ela estava mais interessada em saber onde estava Nina.
- Mãe, cadê a Nina? – perguntou indo em direção à ela.
- Bom dia para você também, – Verônica disse, olhando para a filha.
- Ah, bom dia mãe, e a Nina onde 'tá? – olhou ao redor.
- Ela está no quintal com o seu pai – respondeu, rindo da ansiedade dela para ver a cachorra. foi correndo rumo aos fundos da casa, e viu seu pai com Nina. Estava dando de comer e beber para a cachorra, que estava faminta.
- Nina! – ela gritou e a cachorra parou de comer quando ouvi a voz de , e foi correndo em sua direção.
Para a sorte da menina, Nina ainda era um filhote de labrador, e isso foi o único motivo para não ter derrubado no chão. Ela abraçou a cachorra, apertando-a e matando a saudade.
Mackenzie se aproximou e apresentou Nina para ela. As duas ficaram um bom tempo brincando com a cachorra.
Todos os Ackles ajudavam os s com a mudança, carregando caixas, montando móveis, arrumando, e tudo que se fazia quando se mudava.
Jensen e Joshua estavam no quarto de montando a cama, enquanto Mackenzie e a menina os observavam.
- Eu não vou dormir nessa cama – falou brincando e fazendo careta. E Mackenzie riu.
- Se você não dormir, eu durmo – Jensen disse, olhando e rindo para ela. - Você acha que eu não sei montar uma cama? - ele perguntou.
- Sim – as duas responderam gargalhando e Joshua também riu.
- Vocês me pagam – Jensen falou, apertando o parafuso.
- Duvido – disse, olhando para ele.
- Ah, é? – ele perguntou, se levantando e indo a direção a ela.
- Sim! – se impôs.
- É melhor vocês correrem – ele disse, agora olhando para Mackenzie.
- Por quê? – a irmã perguntou intrigada.
- Por isso... – Jensen começou a cutucar as duas, fazendo-as cair na gargalhada.
- Corre! – gritou para , que a obedeceu, saindo correndo, com Mackenzie logo atrás e Jensen perseguindo-as.
- Crianças... – Joshua disse, rindo do que estava acontecendo.

Capítulo 3 – A adaptação.


Passou um mês desde que a família havia chegado em Dallas, já estavam completamente instalados em sua casa, se adaptando à nova vida.
Verônica era bibliotecária e conseguiu um emprego em uma biblioteca perto da escola que Mackenzie e Jensen estudavam. Para facilitar tudo, colocou no mesmo colégio, só que as duas não estudavam na mesma classe, já que sua filha era um ano mais velha que Mackenzie.
De manhã, os quatro iam juntos, e no horário de saída, Verônica já estava em casa, então voltava com Jensen e Mackenzie.
Jensen era seis anos mais velho que , mas isso não impedia que os dois se tornassem amigos. Afinal, estava se tornando grande amiga de Mackenzie, por que não poderia ser dele também? Ela não era uma criança chata e nem nada, muito pelo contrário, era bastante madura para sua idade.
- E aí , está gostando de Dallas, escola e tudo mais? – Jensen perguntou enquanto voltavam para casa depois da escola.
- Eu 'to, aqui é diferente de Phoenix – respondeu sorrindo.
- Diferente como? – perguntou curioso.
- Não sei – ela respondeu e riu.
- Então como você sabe que é diferente? – Jensen perguntou confuso e rindo.
- Não sei explicar, mas é diferente – disse confusa por não saber explicar.
- Só você mesmo – ele falou rindo.
Quando chegaram em frente da casa de , ela correspondeu com um sorriso.
- Aqui – ele entregou os cadernos dela que estava carregando.
- Obrigada – respondeu pegando-os, sorrindo para ele. – Mais tarde eu vou à sua casa para visitar a Zie – disse nas escadas.
- 'Ta certo, eu falo para ela – Jensen falou, indo embora.

Mackenzie não tinha ido à escola durante toda a semana, ficou muito gripada e estava sem condições de sair de casa. todo dia visitava a amiga, lhe contava sobre o que acontecia na escola, passava os deveres para ela, e a ajudava no que fosse preciso. Ficava praticamente a tarde inteira na casa dela. Cada dia, ela se surpreendia com Jensen. A forma que ele tratava a irmã era linda, cuidava, dava remédios na hora exata, brincava com ela. realmente estava ficando completamente encantada por aquele rapaz.
Nesse dia, especificamente, não foi à casa de Mackenzie à tarde porque tinha muitos deveres da escola para fazer.
ajudava a mãe a com a louça do café da tarde. Verônica lavava, e ela enxugava.
- Mãe, depois que eu terminar posso ir visitar a Zie? – perguntou enquanto enxugava um talher.
- Claro que pode, eu vou com você também – Verônica respondeu, lavando o último prato. – Vou tomar banho e nós vamos. – saiu da cozinha, indo direção ao andar de cima da casa, e ficou na cozinha terminando o seu serviço.
- Aiiiiiiii! – gritou, sacudindo uma das mãos.
Verônica estava no seu quarto vestindo a blusa, quando ouviu algum barulho e logo depois um grito. Saiu do cômodo, descendo rapidamente as escadas e indo em direção à cozinha, de onde o grito vinha. Viu com sangue nas mãos.
- Oh, Meu Deus, o que aconteceu? – Verônica falou desesperada, indo em direção à filha.
- Mãe – falou com muita dor. – O copo ia cair, fui segurar e ele quebrou. e eu cor... – ela não conseguiu terminar de falar e começou a chorar.
- Está tudo bem, querida – disse, pegando um pano para estancar o sangue.
- 'Ta doendo muito, mãe – gemia de dor.
- Deixe-me ver isso – tirou o pano e levou até a pia para lavar sua mão, para conseguir ver o ferimento mais claramente.
- Não! Vai doer – puxou a mão para si.
- Não vai filha, eu prometo – falou, tentando passar confiança para . - Meu Deus – Verônica disse preocupada.
- Que foi? – perguntou e foi olhar como estava o ferimento.
- Esse corte está muito profundo, filha. Você precisa ir para o hospital – enrolou a mão dela no pano.
não conseguia parar de chorar, a dor era insuportável e para piorar a situação, o carro de Verônica estava no mecânico, não tinha como levar a filha para o hospital, e David não atendia ao telefone. Então, ela foi até a casa dos vizinhos pedir ajuda. Batia na porta desesperada, estava do seu lado, chorando compulsivamente.
Donna abriu a porta rapidamente quando ouviu Verônica gritando pelo seu nome.
- Verônica, você está bem? – ela perguntou preocupada, olhou para e viu o sangue. – O que aconteceu?
- A cortou a mão e preciso levá-la para o hospital, mas estou sem meu carro e eu preciso – Verônica estava desesperada e trocando as palavras.
- Entre – Donna falou. E as duas o fizeram.
Jensen, que estava sentado no sofá, ouviu a gritaria e foi ver o que estava acontecendo.
- – ele disse quando viu a menina chorando e com a mão enrolada em um pano ensanguentado. – O que aconteceu? – perguntou indo em direção à ela.
- Eu cortei minha mão... 'ta doendo muito – falou chorando.
- Calma, vai ficar tudo bem – ele tentou acalmá-la.
- Mas 'ta doendo – não conseguia parar de chorar.
Jensen não sabia o que fazer para ajudá-la, ele queria fazer algo, só não sabia o quê.
- Josh! – Donna gritou pelo filho, que veio correndo ver o que estava acontecendo. - Leve as duas para o hospital, não posso deixar a Zie sozinha, a febre pode voltar – ela disse, entregando as chaves do carro para ele.
- Muito obrigada, Donna – Verônica agradeceu.
- Não é nada, agora vá com o Joshua – falou, indicando com a mão para Verônica, que obedeceu.
- Eu vou junto – Jensen disse, indo atrás do três.
- Me dê notícias, filho - ela pediu.
- 'Ta certo, mãe – falou, assim que Joshua deu partida no carro.

Chegaram no hospital. Jensen desceu do carro e abriu a porta para que Verônica saísse com , que agora estava mais calma. Seguiram em direção à entrada de emergência. Joshua foi estacionar o carro.
Assim que entraram no hospital, paralisou.
- Vamos filha, os médicos estão esperando – Verônica disse, olhando para ela, que não disse nada.
- , você está bem? – Jensen se agachou e perguntou.
- Eu não... – ela não teve tempo de responder, porque tudo ficou preto e sentiu o corpo mole.
- Meu Deus, alguém ajuda! – Verônica gritou quando viu a filha desmaiando e Jensen a segurando.

estava deitada na cama do hospital quando acordou. Jensen e Verônica começaram a conversar com ela para distraí-la, porque os médicos estavam fazendo curativos em sua mão.
- Mas o que aconteceu? – perguntou, pois não lembrava de como chegou ao quarto em que estava.
- Você desmaiou – Verônica disse, fazendo carinho na filha.
- Ah... – ainda estava tentando entender o que estava acontecendo quando virou a cabeça para o outro lado e viu os que os médicos faziam, ficou assustada e fez um movimento para tirar sua mão dali.
- – Jensen falou chamando sua atenção. – Você lembra quando a Zie teve aquele pesadelo e eu disse que ela não precisava se preocupar porque eu estava lá para protegê-la?
- Lembro – respondeu olhando para ele.
- Eu estou aqui, . Não vai doer – ele falou, segurando sua mão.
- Você promete? – ela perguntou com medo.
- Prometo – respondeu sorrindo.

Jensen ficou o tempo todo segurando a mão de , dando o apoio que ela precisava. Verônica ficou ao lado dos dois, admirando o apoio que aquele garoto de apenas dezesseis anos dava à sua filha.

Os médicos terminaram os curativos.
- Já? – ela perguntou olhando para um deles, que fez sinal de positivo com a cabeça.
- Doeu? – Jensen questionou olhando carinhosamente para ela.
- Não – respondeu sorrindo. - Foi como você prometeu.
- Eu prometi que não ia doer – ele falou dando um beijo na testa dela.
- É, você prometeu. – falou sorrindo para ele.
David entrou no quarto e viu a filha na cama, conversando com Jensen. Verônica estava sentada na poltrona.
- O que aconteceu, meu bebê? – ele perguntou, indo em direção à filha.
- Eu me cortei, pai. Mas já estou bem agora – ela respondeu enquanto David a abraçava.
- Eu fiquei tão preocupado quando sua mãe me ligou – disse olhando para a mão de .
- Ela vai ficar bem, Senhor David. é uma garota muito forte – Jensen falou, sorrindo para os dois. - Jensen nos ajudou demais, meu amor – Verônica colocou a mão nos ombros do garoto.
- Obrigado, meu filho, nem sei como te agradecer – David disse, indo abraçá–lo. - E me chame apenas de David.
- Não precisa agradecer, David. Agora vocês me dão licença que eu preciso ligar para a minha mãe, para avisá-la que já está bem.

Jensen saiu do quarto e avisou sua mãe, que ficou mais tranquila sabendo que estava melhor.
David disse que ele podia ir embora com Joshua, porque levaria e Verônica embora. Ele concordou, se despediu das duas e se foi com o irmão.
teve alta naquela mesma noite, e foi embora com os pais. Chegou em casa, tomou banho e foi direto para cama. No dia seguinte, Jensen foi com os seus pais e irmãos visitá-la, para ver como ela estava. ficou muito feliz com a presença deles, percebeu que era muito querida por todos. David e Verônica não se cansavam de agradecer por tudo que eles fizeram e continuavam a fazer. E ainda fariam muito, só que nem sabiam disso.



Capítulo 4 – A perda


estava com quatorze, e fazia dois anos que Jensen havia ido embora para Los Angeles, tentar a carreira de ator. Ela sentia muita falta dele, pois se tornaram grandes amigos. Conversavam sobre tudo, brincavam um com o outro e se ajudavam quando precisavam. Ele adorava conversar com , e ela com ele. Amava ouvir sobre as histórias que ele contava dos bastidores do trabalho que ele fazia, e tinha muita curiosidade de saber como funcionava tudo.
Essa distância entre eles, fazia sentir que faltava algo, ela não sabia o quê, mas sentia–se diferente longe dele, e quando ele ligava avisando que estava indo para casa, seus olhos brilhavam, mal podia esperar para reencontrar seu grande amigo, e lhe contar tudo o que acontecia enquanto ele estava fora.
Só que, infelizmente, o pior aconteceu quando ele não estava por perto para ajudá-la.
Era sábado de manhã, Verônica e David chamaram a filha para fazer compra com eles, mas ela recusou o convite, pois tinha combinado com Mackenzie que iriam passear com Nina.
- Você gosta dele , pode confessar – Mackenzie disse com olhar desafiador para a amiga.
- De quem? – se fez de desentendida, mas sabia muito bem de quem ela estava falando.
- Ah, um tal de Jensen, conhece? – disse rindo.
- Como você é besta, Zie – falou, dando um tapa no ombro de Mackenzie. – Qual o problema de pessoas do sexo oposto serem amigos? – perguntou curiosa.
- Nenhum, só que – Mackenzie não terminou de falar, a interrompeu. - Você está com ciúme, né? – perguntou rindo.
- Ciúme do quê? – questionou intrigada.
- Da minha amizade com seu irmão, mas não se preocupe, você sempre será minha melhor amiga – envolveu a outra com um dos braços.
- Você é muito boba, . Se não quer assumir, eu que não vou insistir – Mackenzie disse enquanto pegava a guia de Nina. - Seus pais voltam que hora? – perguntou.
- Nem sei. Aqueles dois quando saem para fazer compras, não têm horário para voltar – respondeu.
- Quer almoçar lá em casa? – Mackenzie perguntou quando Nina parou para fazer as necessidades caninas.
- É claro que quero – respondeu sorrindo.
- 'Ta certo então.
As duas caminharam bastante naquele dia, conversavam animadamente que nem perceberam as horas passando, e foi quando Mackenzie olhou no relógio.
- Nossa, já está na hora do almoço, vamos embora.
- Sério? Passou tão rápido...
Foram para suas casas. combinou que tomaria um banho e já ia para à amiga. Ela descia as escadas quando ouviu alguém batendo na porta e foi abrir. Eram dois policiais.
- Olá, boa tarde, em que posso ajudá-lo? – ela perguntou curiosa.
- Senhorita ? – um deles perguntou a ela.
- Sim, sou eu, por quê?
- Aconteceu um acidente com seus pais, eles foram levados ao hospital, preciso que nos acompanhe até lá – ele finalmente disse.
- Hã? – sentiu o coração disparar. – Não, tem algum engano, meus pais estão no supermercado fazendo compras.
- Isso mesmo, e na volta eles sofreram um acidente de carro – o policial repetiu, percebendo que ela não estava acreditando.
- Vocês tem certeza que foram meus pais? – perguntou espantada.
- Seus pais são David e Verônica , não são? – interrogou.
- É, são eles – respondeu e uma lágrima caiu de seu olho.
- Nos acompanhe até o hospital? – ele perguntou.
- Sim – ela falou. Estava confusa com tudo que estava acontecendo.

Chegaram ao hospital, e os policias a levaram até o médico responsável pelo atendimento de seus pais.
- Como eles estão? – perguntou aflita.
- Minha querida, sua mãe está bem, ela só sofreu alguns cortes, mas não foi nada grave.
- Ai, quem bom – ela sentiu um alívio, que não durou por muito tempo.
- Mas eu sinto em lhe dizer que seu pai... - ele continuou, mas o interrompeu.
- Meu pai o quê? Doutor me fala, cadê meu pai? – perguntou, começando a chorar.
- Seu pai não resistiu aos ferimentos e faleceu – o doutor disse, colocando a mão no ombro de , tentando confortá-la.
- O quê? – não acreditava no que estava acontecendo.
- Eu sinto muito – ele falou, olhando-a.
não sabia o que dizer, ela sentiu o chão sumindo debaixo dos seus pés, ficou sem ação. Seu pai tinha morrido, aquele que para ela era o melhor do mundo, que a ajudava, brincava, era carinhoso com ela e sua mãe, dava broncas quando necessário, a fazia se sentir a garota mais especial do universo. Mas agora, ele não estava mais lá.

Mackenzie estava intrigada, não foi almoçar com ela, e ela nunca faltava a um compromisso marcado.
- Mãe, será que a esqueceu do nosso almoço? – perguntou, guardando a louça no armário.
- Não sei, Zie. Por que você não vai à casa dela ver o que aconteceu?
- É, vou lá então – disse, saindo de casa, indo em direção à vizinha.
Ela bateu na porta várias vezes, chamou pelo nome de , mas ninguém atendeu. Ficou preocupada, pois aquilo não era normal. Voltou para sua casa e contou para sua mãe.
- Zie, não se preocupe, não aconteceu nada – Donna disse, indo atender ao telefone que tinha tocado.
- O quê? Quando? Como? – perguntava assustada.
- Mãe, o que está acontecendo? – Mackenzie questionou quando viu sua mãe preocupada.
- Meu Deus! – falou, colocando o telefone no gancho. – Os pais da sofreram um acidente, Zie, e o David não resistiu.
- Mãe, e onde a está? – perguntou desesperada.
- Ela já está no hospital, passando por tudo isso sozinha. Vamos para lá, filha, ela precisa da gente.
Donna chamou Alan e lhe contou tudo o que aconteceu. Ele e David se tornaram grandes amigos, e ele não acreditava no que havia acontecido.

Alan, Donna e Mackenzie se encaminharam ao quarto que a enfermeira lhes indicou.
estava sentada no sofá, com as mãos em cima dos joelhos, e lágrimas caiam dos seus olhos. Verônica estava deitada na cama, virada de costas para a filha. O silêncio no quarto foi quebrado quando os três entraram.
Mackenzie se sentou ao lado da amiga e a abraçou, mas não disse nada. Donna deu um beijo na testa dela, e foi ver como Verônica estava. Alan a acompanhou.
- Eu sinto muito – Donna não sabia o que dizer.
- Obrigada – Verônica se limitou a dizer isso.
- Esse momento é muito difícil, mas estamos aqui – Alan falou, tentando confortar Verônica, que só o olhou, fazendo sinal de positivo com a cabeça.
Alan se comprometeu em resolver as papeladas, o funeral e tudo que fosse preciso fazer, pois Verônica não estava em condições físicas e muitos menos emocionais de fazer qualquer coisa.
estava visivelmente abalada. Desde que o médico lhe dera a notícia, ela não falou mais, quando perguntavam alguma coisa, ela simplesmente olhava para a pessoa e ficava em silêncio. Era compreensível isso estar acontecendo, afinal ela perdeu o pai, o protetor, o exemplo de homem que ela tinha em sua vida.

Era domingo à tarde, e todos foram para o funeral, mas se recusou a ir. Ficou no fundo da casa, sentada na grama, com Nina ao seu lado. Seus olhos estavam inchados, passou a noite em claro, chorando.
Estava com os joelhos dobrados e a cabeça baixa apoiada neles, com os olhos fechados, quando sentiu alguém se sentando próximo. Ela não olhou para ver quem era, não precisava, pois ela sabia.
Jensen envolveu seus braços em volta de , e a abraçou sem dizer nada. Ela levantou sua cabeça e o olhou, que sorriu amorosamente.
- Ele morreu, Jensen – ela disse, iniciando um choro.
- Chora, , chora, é a melhor coisa que você pode fazer – ele disse assim que ela o abraçou e começou a chorar compulsivamente.
Ficaram ali sentados na grama a tarde inteira. Jensen percebeu que estava quieta demais, quando a chamou, ela não respondeu. Ela estava dormindo em seus braços. Ele se levantou delicadamente para não acordá-la, a pegou em seu colo, carregando-a para dentro da casa. Colocou-a em sua cama e a cobriu com um lençol. Ficou observando-a dormindo durante alguns minutos. Não acreditava que aquilo tinha acontecido com , a menina mais doce que ele já conheceu. Mas ele estaria ali com ela, para o que fosse preciso.

abria os olhos com dificuldade, se virou na cama e viu alguém sentado na poltrona. Esfregou os olhos com as mãos e notou que era Jensen. Ela ficou olhando-o todo desajeitado, dormindo, e percebeu que ele passou a noite ali, cuidando dela.
Jensen acordou e viu que ela o fitava.
- Bom dia.
- Bom dia, , conseguiu dormir? – perguntou se aproximando dela, sentando na cama.
- Sim.
não estava afim de conversar. Jensen percebeu isso e ficou em silêncio. Sentou-se mais perto dela, e segurou sua mão, olhou fixamente em seus olhos.
deu um pequeno sorriso, e uma lágrima caiu. Então, ele se aproximou dela e a abraçou com toda força que tinha. Ela retribuiu esse abraço, chorando compulsivamente.
Duas semanas haviam se passado desde a morte de David. começou a seguir em frente, diferente de sua mãe que passava a noite chorando e de dia não tinha vontade de fazer nada. Donna praticamente a obrigava a comer alguma coisa.
estava triste pela sua mãe, mas conseguia imaginar o que ela sentia. O homem que ela amava, pai de sua filha, havia morrido.
Era 'tardezinha'. estava sentada em uma das cadeiras que ficava na varanda de sua casa. Viu Jensen se aproximando.
- Hey – disse olhando para ele.
- Hey para você também – ele falou.
se levantou, e ele a cumprimentou com um abraço e um beijo no rosto. Jensen se sentou na cadeira ao lado da dela.
- Me diz, , como você está?
- Ah, eu 'to levando, sabe? – ela respondeu com um meio sorriso. – Não 'ta sendo fácil.
- Posso imaginar.
- É.
- , você sabe que pode contar comigo, né? – perguntou.
- Sim, Jensen, eu sei. Muito obrigada por tudo.
- Se precisar é só chamar – ele sorriu para ela, que sorriu de volta. - Eu estava sentindo falta disso – ele disse.
- Do quê? – perguntou curiosa.
- Do seu sorriso, . Sem ele, você não é a mesma.
- Pára com isso, Jensen. – disse batendo em seu ombro.
- É a verdade – ele falou rindo.
- Pronto, você conseguiu, se sua intenção era me fazer ficar com vergonha, deu certo – ela riu.
- Não, minha intenção não era essa.
- Então, qual era? – perguntou.
- Fazer você sorrir – respondeu carinhosamente.
- Você não existe, Jensen- disse, levantando e o abraçando.


Capítulo 5 – Meus quinze anos.


Em todos os aniversários de , David a acordava com café da manhã na cama, feito por ele, especialmente para ela. Mas no aniversário de quinze anos, ela não teria isso, seu pai não estava mais lá.
acordou quando alguém entrou em seu quarto, acendeu a luz do abajur e pôde ver Jensen entrando com uma bandeja nas mãos.
- Que isso? – perguntou se ajeitando e sentando.
- Feliz Aniversário – disse todo sorridente.
não acreditava no que estava acontecendo. Jensen tinha levado café da manhã na cama, para ela.
- Jensen... – não tinha palavras para dizer nada.
- Não sou seu pai, , mas espero que você goste.
- Como que eu posso te agradecer? – indagou enquanto comia uma torrada.
- Me deixando ser seu acompanhante na festa de hoje - sugeriu.
- Lá vem você com isso, de novo. Já disse que não quero festa.
- , eu sei disso, mas o seu pai não permitiria que você ficasse sem sua festa de quinze anos – disse, olhando a comer.
ficou olhando para ele.
- Você não vai desistir, vai? – perguntou respirando fundo.
- Não – falou sorrindo.
- 'Ta bom então – finalmente aceitou.
- Aeeeee! – ele gritou feliz, fazendo rir.
- Você definitivamente é insano, Jensen.
- Todos nós temos um pouco de insanidade.
- Eu não tenho não – fez careta.
- Tem sim, te garanto – zombou dela.
- Isso aqui está maravilhoso – comentou sobre o café da manhã.
- Eu que fiz – disse, se gabando.
- Não vou aguentar comer sozinha, quer?
- Claro – Jensen afirmou, pegando uma torrada com geléia.
- Você nunca recusa comida, né? – questionou brincando com ele.
- Não, e não se faça de inocente, porque você também não recusa.
- Bem, isso é verdade – falou rindo.

estava na varanda quando Mackenzie apareceu.
- FELIZ ANIVERSÁRIO! – gritou para a amiga.
- Ai Meu Deus, mais um doido da sua família – disse assim que Mackenzie a abraçou.
- Assim que você me trata quando venho te dar os parabéns? – perguntou rindo.
- Não, sua boba, você sabe que te adoro – falou, beijando a amiga.
- Então, como está sendo seu dia até agora?
- Você ficou sabendo que acordei com um café da manhã maravilhoso?
- Fiquei sim, me contaram, sabe? – Mackenzie sorriu.
- Sei, sei.
- Fiquei sabendo que teremos festinha hoje à noite, verdade? –perguntou animada.
- Sim, mas eu só sei disso, estão fazendo segredo de tudo.
- Com certeza por um bom motivo.
- Você está sabendo de alguma coisa? – perguntou curiosa.
- Basicamente de tudo, mas não te contarei nada.
- Zie, por favor – fez bico.
- Nem adianta, , por mim você não saberá de nada – falou rindo.
- Sua mãe vai á festa?
- Não faço idéia, Zie – respondeu cabisbaixa.
- Seria tão bom se ela fosse - disse sorrindo.
- É, mas depois que o papai se foi, ela nunca mais foi a mesma.
Mackenzie não sabia o que dizer para amiga, pois realmente era aquilo que acontecia. Após a morte de David, Verônica mudou completamente, trabalhava o dia inteiro, saía sempre, raramente a via, falar com ela então, mais raro ainda. Sentia falta da mãe, aquela que sempre a ajudava em tudo, era sua melhor amiga, brincava com ela. Mas agora, nem reconhecia naquela mulher, a mãe que já teve um dia.

foi avisada que era para estar pronta às oito horas, mas não tinha idéia de onde seria a festa, de como chegaria até lá e nada. Não tinha informação nenhuma.
Saiu do banho, e se assustou. Viu em sua cama um vestido todo sofisticado, e um sapato mais ainda. Mackenzie estava em pé do lado da cama.
- O que está acontecendo aqui?
- Nada demais, , vim te ajudar a se vestir – Mackenzie disse sorrindo.
- É, realmente, para conseguir entrar nesse vestido, eu vou precisar de ajuda – zombou.
- Não comece, – a olhou furiosa.
riu.
- Você sabe que eu não sou disso, sofisticação, gosto de coisas simples e confortáveis, não de roupas que até para vestir são complexas.
- , vamos. – Mackenzie disse, segurando o vestido.
- 'Ta certo - resmungou.
- Agora você precisa se maquiar.
- Hã?
- É isso mesmo, , você não pode aparecer toda desleixada na sua festa de quinze anos – Mackenzie falou, pegando um batom.
- E você que vai fazer isso? – perguntou com medo e rindo.
- Aí seria melhor você ir sem maquiagem – riu, fazendo rir também.

Donna chegou para maquiar . Ela não estava acostumada a se maquiar, estava ansiosa para saber como estava ficando. Mackenzie e Donna riam da sua curiosidade.
- Pronto, terminei - Donna falou, acabando de passar o batom na garota. - , você é linda sem maquiagem, e com maquiagem você fica maravilhosa – Mackenzie disse surpresa.
ficou com vergonha. Foi se olhar no espelho, e realmente Donna tinha feito um excelente trabalho. Quando se virou, viu as duas saindo do quarto.
- Me esperem, vou com vocês – falou indo na direção delas.
- Não, não, – Donna disse olhando para ela.
- Por que não? – perguntou curiosa.
- Alguém virá te buscar – Mackenzie disse.
Saíram do quarto deixando curiosa, se perguntando quem iria buscá-la, pois não fazia idéia. Resolveu ficar na sala esperando a tal pessoa. Estava ficando agoniada, já eram oito e dez, e nada de alguém vir.
- Isso só pode ser pegadinha - falou para si quando ouviu alguém batendo na porta.
- Jensen?- perguntou assim que abriu.
- Eu mesmo – ele disse, arrumando a gravata.
- O que você está fazendo aqui?
- Vim te buscar.
- Como eu não suspeitei que fosse você? – perguntou rindo.
- A senhorita está muito bonita, poderia me acompanhar? – indagou esticando o braço para .
- É claro – respondeu enganchando seu braço no dele.

Jensen dirigiu até o local da festa, não conversou muito durante o percurso, ele achou estranho, isso não era normal dela.
- Tem alguma coisa errada? – perguntou enquanto estacionava o carro.
- Não, por quê?
- Nada, é que você está muito quieta.
- Essa é minha primeira festa de aniversário sem meu pai.
- , se eu puder fazer alguma coisa... – disse enquanto abria a porta do carro para ela sair.
- Você já está fazendo Jensen, e muito – falou sorrindo para ele.

Entraram no salão, que estava lotado. A decoração era perfeita, lilás com preto e branco, cores favoritas de . Tinham várias mesas e um espaço no meio para as pessoas dançarem, uma banda tocando ao vivo, tudo que adorava. Ficou encantada com tudo que fizeram para ela.

A banda parou de tocar assim que avisaram que a aniversariante havia chegado.
ficou intrigada.
- Eu não acredito – falou quando percebeu que Jensen estava a levando para o meio da pista de dança.
- Vai ter valsa? – perguntou rindo.
- Sim.
estava impressionada, Jensen dançava muito bem.
- Você virou dançarino e eu não fiquei sabendo? – perguntou.
- Eu fiz umas aulinhas particulares – disse, segurando a mão dela e a girando.
Suspeitei disso.
Os dois riram. A música terminou e foram para a mesa onde estavam Mackenzie, Donna, Alan, Verônica, Joshua e sua namorada.
ficou imensamente feliz ao ver sua mãe, que parecia estar alegre pela filha.
- Estou com fome – Jensen resmungou assim que puxou a cadeira para sentar.
- Estava demorando – Mackenzie zombou do irmão.
Todos na mesa riram.
- Eu preciso dizer uma coisa – Verônica falou alto e todos olharam para ela.
- Quero agradecer a vocês por tudo que fizeram por mim e pela após a morte do David, não sei o que faríamos se não fosse por vocês. Muito obrigada mesmo – disse emocionada.
- Verônica, eu e minha família gostamos muito de vocês, vamos fazer o que for preciso para ajudar, não precisa agradecer, pode contar conosco sempre – Alan falou olhando para ela e .

A comida finalmente chegou, para alívio de Jensen que estava faminto. A noite estava perfeita para , todas as pessoas que ela adorava, estavam ali, comemorando com ela.
Na hora de cortar o bolo, dedicou o primeiro pedaço à mãe, que ficou emocionada com o gesto da filha. Verônica sabia que não estava sendo uma mãe muito presente, mas pôde perceber que estava entendo o porquê disso. O segundo pedaço ela dedicou a si mesma fazendo todos rirem, o terceiro ela deu para Mackenzie e Jensen dividirem, e riu quando viu que Jensen praticamente comeu tudo antes de dar para a irmã.

A festa acabou no outro dia de manhãzinha. Sem dúvidas, essa foi a melhor festa de aniversário que poderia ter tido. Ela estava radiante de felicidade e não escondia isso. Todos ficaram satisfeitos por conseguirem fazer que ela e sua mãe se divertissem tanto. As duas não cansavam de agradecer por tudo que eles estavam fazendo por elas. Nunca iriam esquecer tudo aquilo.


Capítulo 6 – O herói de todos os dias.


- Eu me sinto tão velho – Jensen disse pensativo.
- Velho? – perguntou, não entendendo o porquê dele falar aquilo.
- É, .
- Você está bem, Jensen? – riu.
- Quando eu te conheci você tinha dez anos, agora tem dezenove, e eu vinte cinco.
- Isso quer dizer que eu também estou velha? – o questionou irônica.
- Talvez – zombou dela.
- Seu besta – jogou uma almofada nele.
- As crianças poderiam se comportar, por favor? – Mackenzie ordenou brava.
- É impossível conseguir assistir ao filme quando esses dois estão juntos - Joshua comentou.
- Isso é um complô? – Jensen riu.
- Acho que sim – gargalhou.

Os dois foram praticamente expulsos da sala, não conseguiam ficar quietos e ficavam se provocando o tempo todo.

- Jensen, você é terrível – riu.
- E você não está longe disso – disse, abrindo a porta.
- Como está frio hoje – comentou, esfregando uma mão na outra.
- Dezembro é sempre assim, esse frio congelante.
- Não dá para ficar muito tempo aqui fora.
- Não mesmo, vamos sair? – perguntou empolgado.
- E aonde iríamos? – estava curiosa. -
Descobriremos no caminho.

Ficaram rodando com o carro por uns trinta minutos até se decidirem aonde ir, e acabaram indo para uma lanchonete.
Ambos pediram hambúrguer com fritas e refrigerante.
- Você não tem nada para me contar? – a questionou enquanto pegava o refrigerante.
- Tenho? – realmente não sabia do que ele estava falando.
- Mackenzie me contou que você está namorando.
- Hã? Jensen, eu não estou namorando.
- Tem certeza? – arqueou as sobrancelhas.
- Não posso dizer que é namoro, estamos juntos tem um mês, é cedo para definir como relacionamento.
- , você não pode ficar com uma pessoa que nem sabe definir o que vocês são.
- Jensen, o Mark é uma boa pessoa.
- Não foi isso que a Zie me contou.
- O que ela te disse? – não acreditava que Mackenzie tinha contado para ele.
- Que ele é um cafajeste, que enganou várias garotas – falou com firmeza.
- Mas isso tem muito tempo, ele mudou. E está provando isso – afirmou.
- , eu só estou preocupado com você, não quero que você sofra.
- Eu sei disso Jensen, mas fica tranquilo, eu não vou sofrer – disse sorrindo, admirada com a preocupação e cuidado que ele tinha por ela.
- Você promete me contar se ele fizer qualquer coisa errada com você? – pediu.
- É claro, Jensen.
- E quando vou poder conhecê-lo? – estava doido para conhecer o cara que estava saindo com sua garotinha.
- Ah, no sábado nós vamos sair, domingo ele vai almoçar lá em casa, se você quiser, pode ficar com a gente.
- Está combinado, vamos ver se eu o aprovo – brincou.
- Jensen, quem ter que aprovar alguma coisa sou eu - riu.
- O ideal seria eu conhecer seus namorados antes mesmo de você.
- Jensen, ele não é meu namorado – caiu na gargalhada.
se arrumava para sair com Mark. Ela não era mais aquela garota de quinze anos desajeitada, que vestia a primeira roupa que encontrava no guarda-roupa. Tinha ficado mais feminina, se cuidava mais, dava mais atenção ao que vestia, mas continuava simples, sem muita sofisticação. Como era dezembro, ela se empacotou de roupa para não passar frio.

Esperava por Mark na varanda. Notou que Jensen estava espiando da varanda da casa dele, e riu da situação, mas não falou nada, porque viu que ele não percebeu que ela tinha o visto.

Estava dançando animadamente com Mark, ele era um bom dançarino e todos notavam isso.
gostava de sua companhia, ele era gentil e respeitoso com ela. Até aquela noite.

- Vamos embora? – perguntou enquanto se encaminhavam até o bar.
- Vamos, só vou pegar mais uma bebida.
- Você não deveria beber Mark, está dirigindo – falou preocupada.
- Não tenho problemas com isso, – disse terminando de beber e indo em direção à saída.
Era por volta de meia noite, a estrada estava escura, ficava observando por onde eles passavam, e viu que de repente Mark encostou o carro em um lugar deserto, em baixo de uma árvore.
- Por que você parou? - perguntou olhando para ele.
- – tirou o cinto e foi se aproximando dela.
- O que você está fazendo? – colocou a mão sobre o peito dele, interrompendo o que ele iria fazer.
- Eu te desejo, . Quero que você seja minha – disse, tirando a mão dela e forçando um beijo. Ela o empurrou bruscamente.
- Você ficou louco? – gritou.
- Não se faça de santinha, . Eu sei que você também me quer.
- Cara, como você é nojento – tirou o seu cinto.
- Vem, – a puxou pelo braço.
- Me solta – puxou o braço de volta para si, só que Mark era mais forte que ela.

começou a se debater para tentar se livrar de Mark, que ficou furioso com a recusa dela e deu um soco em seu rosto. Ela ficou zonza com a força do soco, ficando sem ação. Mark saiu do carro, indo em direção à porta dela e abriu.
- Saia do carro, agora! – ordenou.
hesitou.
Mark puxou-a pelo braço com força, fazendo a gritar. Tropeçou e caiu no chão.
- Seu desgraçado, como fui uma anta em acreditar que você tinha mudado? – perguntou irritada levantando-se do chão.
- O que você disse? – puxou-a pelo braço e a trouxe para perto de si.
- Isso mesmo que você ouviu – disse furiosa e cuspiu em seu rosto.
- Sua vadia! – gritou limpando seu rosto, e lhe deu um tapa, a empurrando com força, o que a fez cair novamente no chão.
ficou um tempo ali, no chão, sentada olhando aquele filho da puta arrancando com o carro e a deixando em um lugar deserto e escuro, sem nada por perto, nenhum meio de comunicação que fosse. Ela estava possessa de raiva, certamente daria uma surra em qualquer um que a irritasse. Levantou-se e bateu em seu corpo, tirando a terra que havia ficado. Chegou até a estrada e não tinha uma alma viva para ajudá-la, e começou a caminhar.
Andou aproximadamente uns quinze minutos quando avistou um posto de gasolina, foi diretamente atrás de um telefone, tirou o fone do gancho e automaticamente discou o número de sua casa. Tinha se esquecido que sua mãe estava viajando, visitando uns parentes.
- Droga, droga! – dizia batendo no telefone.
Discou os números do celular de Mackenzie, torcendo para a amiga estar acordada, afinal era de madrugada. Ela estava dormindo, acordou assustada com o celular tocando.
- Ninguém merece, me ligarem essa hora – resmungou, pegando o celular que estava no criado mudo.- Alô? – falou sonolenta.
- Zie, eu preciso de ajuda – disse desesperada.
- ? O que aconteceu? – perguntou se levantando e acendendo a luz.
- Você pode vir me buscar? – segurava o choro.
- Claro, onde você está? – indagou preocupada.
Mackenzie anotou o nome de onde estava, só que ela não conhecia o lugar, e estava sozinha em casa. Trocou de roupa, desceu as escadas rapidamente e levou um susto quando viu Jensen no sofá assistindo televisão.
- Graças a Deus você está aqui – disse aliviada.
- O que aconteceu? – perguntou preocupado.
- A , não sei, aconteceu algo – Mackenzie procurava pelas chaves do carro. – Onde estão as malditas chaves? – estava visivelmente desesperada.
- O que tem a ? - indagou se aproximando da irmã.
- Eu não sei, ela me ligou pedindo ajuda.
- Onde ele está? – tentou manter a calma.
- Ela me deu o endereço, mas não tenho idéia de onde fica – falou entregando o papel anotado para o irmão.
- Eu sei onde é, vamos.

estava com muita raiva, segurando para não chorar, ela não queria demonstrar fraqueza. No fundo estava morrendo de medo, tudo aquilo que aconteceu, e o lugar onde estava não tinha ninguém lá, estava sozinha. Sentiu algo descendo pela lateral do olho, passou a mão e viu que era sangue, olhou no reflexo do vidro da loja de conveniência e viu que seu olho estava começando a ficar roxo.

Jensen dirigia o mais rápido que podia, pois ele que sabia que lugar onde estava era perigoso, ainda mais naquela hora. Mackenzie estava desesperada, imaginando mil coisas que poderia ter acontecido com a amiga, estava ficando maluca sem saber realmente o que ocorreu.

estava sentava em um banco, esperando a ajuda chegar. Viu um carro se aproximando, percebeu que era conhecido. Eram Jensen e Mackenzie. Ela sentiu um alívio enorme, estava a salvo. Os dois desceram do veículo e foram correndo em sua direção. Mackenzie se assustou quando viu o estado da outra.
- – Mackenzie disse agoniada, enquanto abraçava a amiga.
Jensen chegou mais perto, vendo o rosto dela todo machucado e sua roupa toda suja.
- O que aconteceu? – ele perguntou colocando a mão no rosto de .
- Mark, aquele desgraçado – não conseguiu mais segurar o choro.
- Filho da puta – Mackenzie falou com raiva.
- Vou matar esse desgraçado – Jensen disse, abraçando que desabou a chorar.
Os três voltavam para casa. Mais calma, contou aos dois tudo o que havia acontecido. Jensen estava possesso de ódio, era capaz de matar Mark se o encontrasse. Mackenzie tentava acalmar a amiga.

Já em casa, limparam o rosto de e Jensen fez um curativo.
- Você precisa ir a um médico, – Mackenzie disse preocupada.
- Hoje não, por favor – pediu.
- Tudo bem, não precisa ser hoje – Jensen falou amorosamente.
- Eu tenho que ir para casa – disse se levantando.
- De jeito nenhum, você vai ficar aqui hoje – ele falou com firmeza.
naquele momento não queria ficar sozinha, então não reclamou. Jensen a acompanhou até a casa dela para ela poder se trocar.
Estava em seu quarto tirando a roupa, colocou uma camisa sem mangas, viu que seus braços estavam roxos, engoliu o choro, saiu do quarto com a blusa de frio nas mãos. Jensen estava a esperando na sala, notou quando ela chegou cabisbaixa e se aproximou. Agora ele viu os braços dela.
- .
- Por que, Jensen? – o questionou começando a chorar.
- Hey, olha aqui, nada disso é sua culpa, – colocou a mão delicadamente no rosto dela. – Eu estou aqui.
Ela não disse nada, apenas fazendo sinal de positivo com a cabeça. Jensen a abraçou, ficaram um bom tempo abraçados.
adorava aquele abraço e nesse momento era o que ela mais precisava, sentia-se segura perto dele.

Quando Verônica chegou de viagem, ficou pasma com o que aconteceu com , sentiu-se extremamente culpada, como não percebeu desde o início como Mark era? Mas a garota disse para a mãe que ninguém tinha culpa se o Mark era tremendo de um cafajeste.

Uma semana se passou desde o acontecido.
estava na varanda de sua casa tomando chocolate quente e conversando com Mackenzie, quando viu o carro de Mark estacionar. Seu corpo se encheu de fúria, se levantou observando-o se aproximar, que parou no pé da escada, e ficou a observando.
- O que você está fazendo aqui? – Mackenzie perguntou, indo em direção a ele.
- Eu vim falar com a .
- Não é muita cara de pau sua, vir aqui depois de tudo o que você fez? Seu desgraçado! – gritou o empurrando.
- Mackenzie – falou com raiva.
- Vai bater nela também? – se aproximou, perguntando ironicamente para ele.
- , eu vim te pedir desculpa – disse cabisbaixo.
- Desculpa? – gritou, caindo na gargalhada. – Você só pode estar brincando.
- – segurou o braço dela, que fez um movimento brusco para se livrar.
- Você realmente acha que o que você fez tem desculpa? – perguntou quase gritando, apontando o dedo para ele.
- Não faça isso! – ordenou.
Jensen estava na sala quando ouviu uma gritaria na casa vizinha, reconheceu a voz de sua irmã, de e ouvia uma voz masculina.
Saiu na varanda, viu gesticulando e gritando com um homem, Mackenzie estava do lado dela. Ele logo imaginou que fosse Mark, e se aproximou a passos largos.
empurrou Mark e ele foi para cima dela, mas não chegou a encostar um dedo nela, Jensen chegou antes o empurrando com força.
- Você ficou maluco? – Jensen gritou.
- Quem você pensa que é? – nem teve tempo de avançar sobre Jensen, porque ele lhe deu um soco no meio da cara.
Mark ficou caído no chão. Jensen ia chutá-lo quando sentiu alguém o puxando para trás.
- Não vale a pena – disse olhando para ele.
- Ele merece, – estava possesso.
- Por favor, Jensen. Ele é um covarde, você não – quase implorou.
Levantou Mark do chão e o levou até o carro. Abriu a porta, praticamente o empurrou para dentro. Enfiou a mão pela janela puxando–o pelo colarinho da camisa.
- Só vou avisar uma vez, nunca mais procure a , esqueça onde ela mora, o telefone dela, e esqueça que um dia você a conheceu. Porque se isso voltar a acontecer, você vai se arrepender profundamente de ter nascido, me entendeu? – ameaçou com ódio nos olhos.
Mark não falou nada, fez sinal de positivo com a cabeça, deu partida no carro e foi embora.
Jensen foi em direção a Mackenzie e , para sua surpresa as duas pareciam estar bem, mas resolveu ter certeza.
- Vocês estão bem? – perguntou verificando se nenhuma estava ferida.
- Melhor do que nunca – incrivelmente respondeu sorrindo.
- Eu também – Mackenzie respondeu no mesmo tom.


Capítulo 7 – Vancouver.


estava arrumando seu quarto, com o som no último volume. Não ouviu Mackenzie praticamente esmurrar a porta da sala. A amiga sabia que ela estava em casa, pois conseguia ouvir o som, resolveu entrar, ninguém a atendia mesmo. levou um susto quando a viu dentro do quarto.
- Sua maluca, quer me matar? – disse se recuperando do susto e abaixando o volume do rádio.
- Eu tentei te chamar, mas não me ouviu – resmungou.
- Desculpa – falou sorrindo.
- Sem problemas, eu vim te fazer uma proposta – disse animada.
- Vocês e suas propostas indecentes – zombou da amiga.
- Deixa de ser boba, . Eu vou semana que vem visitar o Jensen lá em Vancouver, quer ir comigo? – perguntou esperançosa.
- Poxa Zie, você devia ter me avisado há pelo menos uns dois meses, para eu juntar o dinheiro, porque você sabe que ser fotografa não dá tanta grana assim – ironizou.
- E você acha que eu tenho dinheiro para ir? – brincou.
- Ué, como que você me convida se não tem nem dinheiro para você ir? – perguntou confusa.
- Jensen vai pagar tudo – sorriu.
- Sério? Vai pagar a minha ida também?
- Sim, ele que me disse para te convidar.
- Nossa, ele está rico e eu não sabia? - zombou.
- E como! Então, você vai?
- É claro, ainda mais com tudo pago.
As duas riram.

Enquanto isso, em Vancouver.
- Acho que vou congelar – Jared falou assim que entrou no trailer.
- Hoje está mais frio que nos outros dias – Jensen disse, fechando a porta.
- Então, a Mackenzie chega semana que vem? – perguntou empolgado.
- Sim – Jensen respondeu, estranhando o sorriso no rosto do amigo.
- Legal.
- É, a virá junto com ela – falou sorrindo.
- A ? Aquela ? – indagou curioso.
- Isso, a – respondeu rindo.
- Agora está explicada a sua felicidade constante.
- Jared, ela é uma grande amiga.
- Mas é assim que começa – brincou com o amigo.
- Conheço a desde que ela era criança, não a vejo do jeito que você fala.
- Isso que é o bom, você a conhece, sabe dos gostos dela, do que ela não gosta. Fica muito mais fácil – riu.
- Pronto, agora você também – resmungou.
- Eu também? – perguntou confuso.
- É, a Zie vive querendo me juntar com a – confessou.
- A Zie é das minhas, já notou que tem algo no ar – Jared gargalhou.
Jensen não respondeu. Ficou pensativo. Será? Ele com a ? Era tudo muito estranho para ele, não a via dessa forma. Claro que ele sabia que ela era linda, a viu crescer e virar mulher, não podia negar isso, era perfeita. Mas será? Essas perguntas e dúvidas o rondavam já tinha um tempo, mas não sabia o que fazer, então deixou a vida decidir o que seria melhor.

De volta à Dallas.
- Isso não vai dar certo - dizia rindo da amiga, que estava sentada em cima da mala, não conseguia fechar de jeito nenhum.
- Droga, essa porcaria tem que fechar – reclamava.
- Talvez se você diminuir umas vinte peças de roupa... – zombou, ajudando Mackenzie a fechar a mala, o que foi em vão.
- Não comece, - disse brava.
gargalhou.
- Já sei - Mackenzie disse sorrindo, saiu do quarto e voltou com outra mala.
- Zie do céu, nós vamos ficar uma semana em Vancouver e não dois meses. Você vai mesmo levar três malas? – a questionou.
- Vou – disse convicta.
- Vai pagar pelo excesso de bagagem – falou rindo.
- Será? – perguntou preocupada.
- Você ainda tem dúvidas? – ironizou.
- E agora? – falou desanimada, fazendo rir ainda mais.
- Que tal seguir meu exemplo e levar só uma mala? – disse toda orgulhosa.
- Se em duas malas não está cabendo, imagine em uma?
- Dê um jeito – riu.
Mackenzie seguiu o conselho de , e com muito custo tirou várias peças de roupa da mala. Não conseguiu ser igual à outra e levar uma mala, mas sim duas. Mackenzie é, e sempre foi muito exagerada quando se tratava de roupas e cuidados femininos. sempre achou isso engraçado na amiga, e vivia a zombando por causa disso, o que a deixava irritada.
dormiu na casa de Mackenzie para ficar mais fácil de ir para o aeroporto, já que era extremamente preguiçosa de manhã. Mackenzie ficou medo dela perder o horário, então resolveu chamá-la para dormir em sua casa, qualquer coisa estava ali para acordá-la.

Faltavam quarenta minutos para o vôo aterrissar. Jensen estava no aeroporto esperando ansiosamente pelas duas. Andava de um lado pelo outro olhando no relógio, parecia que o tempo não passava.

- Chegamos – disse acordando Mackenzie.
- Já? – se espreguiçou.
- Sim.
- Nossa, foi rápido.
- É claro, você dormiu o vôo inteiro - disse sorrindo.
- Não gosto de aviões, então prefiro dormir.

Foram pegar suas malas. Mackenzie carregava com dificuldade as duas e ria da situação. Quando viu, Jensen se aproximava.
- Meninas – ele acenou todo sorridente, indo na direção delas.
Chegou e abraçou antes de Mackenzie.
- Que saudades que eu estava de vocês – falou, quase esmagando-a.
- Posso perceber – disse rindo, fazendo-o rir.
- Zieee – abriu os braços para a irmã.
- Jensen – falou matando as saudades que estava do irmão.
- Você veio para ficar? – disse brincando quando viu as malas.
- Sem graça – ela resmungou.
Jensen carregou uma das malas da Mackenzie. Ele e zombaram dela.
- Vocês dois se merecem mesmo – resmungava pelo caminho.

Chegaram à casa que Jensen morava. As meninas se instalaram em um quarto que ficava ao lado do dele.
Nos dias que ficaram lá, elas passearam bastante, conheceram grande parte da cidade, tiravam muitas fotos, faziam amizades com outros turistas e se divertiam bastante.
No terceiro dia, Mackenzie recebeu o convite do diretor de Supernatural para fazer uma pequena participação na série. Ela aceitou na hora, toda animada. Mesmo sendo uma mini aparição, ficou sorridente o dia todo, após a gravação.
- Daqui a pouco as pessoas estão pedindo autógrafos e querendo tirar foto com você – falou brincando com a amiga.
- Deixa de ser invejosa, – reclamou.
- Garotas – Jared chamou as duas, se aproximando delas.
Olharam para ele, que estava com um sorriso estampado no rosto.
- O que vocês vão fazer hoje à noite? – indagou curioso.
- Nada – responderam juntas.
- Que ótimo – disse alegre.
- Por quê? – perguntou curiosa.
- Que tal sairmos todos juntos? – questionou.
- Eu adoraria – Mackenzie respondeu no mesmo tom.
imediatamente percebeu que rolava um clima entre os dois, não queria ficar de vela.
- Acho que não vou – disse pensativa.
- Por quê? – Jared olhou para ela.
- Ah, não sei – não encontrava uma resposta sensata.
- O Jensen vai ficar sem acompanhante?- perguntou irônico.
- Ele vai?
- Sim.
- Então eu vou – sorriu.
Sabendo que Jensen também iria, ficou aliviada porque pelos menos teria alguém para lhe fazer companhia e não seria estraga prazeres do possível casalzinho.

Jared ficou de passar na casa do Jensen para irem todos juntos.
Mackenzie não sabia que roupa vestir, estava ficando desesperada.
- Calma, mulher – zombava dela.
- Não sei o que vestir – sentava na cama desanimada.
- Deixa-me te ajudar – tentava animar a amiga. – Você é tão bonita Zie, qualquer coisa que vestir ficará bem.
- Mas eu não quero vestir qualquer coisa – resmungava.
sabia por que ela falava aquilo. Mackenzie queria estar bonita para o Jared, estava começando a sentir alguma coisa por ele.
Algum tempo depois, Mackenzie já tinha decidido o que vestir. já estava pronta. A campainha tocou, ela foi atender.
- Boa noite – disse assim que abriu a porta e viu Jared.
- Boa noite – falou, dando um beijo no rosto dela. – Cadê todo mundo?
- Mackenzie está se arrumando, e o Jensen eu acho que também.
- Estou aqui - respondeu indo em direção aos dois.
ficou impressionada, ele estava incrivelmente lindo naquela noite. Usava uma camisa social branca e uma calça jeans, o cabelo estava um pouco molhado e alguns botões da parte de cima estavam abertos, mostrando um pouco do lindo peitoral que ele tinha.
- Bom, rapazes - disse sem jeito –, vou ajudar a Mackenzie – e foi em direção ao quarto.
Entrou e fechou a porta, encostando-se nela, estava suspirando e sonhando.
- Viu um passarinho verde, foi? – Mackenzie perguntava curiosa.
- Quase isso – dizia se abanando.
- Pode tirar o olho, o Jared é meu – brincou.
- Mas quem falou em Jared? – riu.
- ? – a questionou incrédula.
- Oi? – se fez de desentendida.
- Finalmente você acordou para a vida e percebeu que gosta do Jensen? – perguntou toda animada.
- Não – respondia confusa. – É que ele está tão bonito hoje.
- Sei sei, não adianta disfarçar, .
- Não estou disfarçando nada.
- Você não sabe mentir, minha querida – Mackenzie sorria para ela.
ficou sem graça. Sabia que Jensen era lindo, mas sempre o via como um amigo querido, que ela amava demais. Será que ele poderia ser mais do que isso? Fazia essa pergunta em pensamento.

Na pizzaria, todos comiam, conversavam, faziam brincadeiras e se divertiam muito.
- Você é muito mais engraçada do que o Jensen falava – Jared comentou com .
- O Jensen fala de mim para você? – perguntou curiosa e olhou para Jensen, que estava sem jeito.
- Nossa, e como – falou rindo.
- Interessante – Mackenzie disse pensativa.
- O quê? – Jensen indagou.
- Nada não, Jensen – disse sorrindo para o irmão, que captou a mensagem.
Jensen havia comentado com Mackenzie que sentia algo por , mas não sabia exatamente o que era.
Estava ficando tarde e nem notaram isso. Decidiram ir embora. Jared estava com seu carro e ofereceu carona para Mackenzie, que aceitou imediatamente. Jensen ficou um pouco enciumado.
- Mas por que você não vem conosco? – perguntou.
- Jensen – o cutucava.
- O quê? – olhou para ela.
- Você não percebe que os dois querem ficar sozinhos? – sussurrou para ele.
- Hã?
- Isso mesmo que você ouviu, deixa de ser ciumento.
- Está certo então – acabou cedendo e Mackenzie foi embora com Jared.

No caminho de volta, Jensen e estavam em silêncio no carro.
- Ele é um bom rapaz – comentou, quebrando o silêncio.
- O Jared?
- Isso.
- E a Mackenzie gosta dele – sorriu.
- Até que formam um belo casal.
- O que aconteceu? Cadê aquele irmão ciumento que estava aí apenas alguns minutos atrás? – brincou com ele.
- Tenho que me acostumar com isso, né? Eu acho... – falou brincando.
- Com certeza – disse rindo. – Ainda bem que você não é meu irmão.
- Por quê? Você está namorando alguém? – a questionou, esperando que a resposta fosse não.
- Não, meu último namorado você sabe quem foi, até deu uma surra nele há três anos – explicou.
- Nossa, desde aquele canalha do Mark, você nunca mais namorou ninguém? – perguntou incrédulo.
- Não.
- Mas por que, ?
- Ah Jensen, depois do que aconteceu, eu meio que perdi a confiança nos homens para ter um relacionamento, sabe? – desabafou sinceramente.
- Entendo, . Mas você sabe que pode confiar em mim, certo?
- Claro que sei, Jensen – respondeu sorrindo.

Já na casa, Jensen estava em seu quarto trocando de roupa e pensando em tudo que ele e haviam conversado no carro. Aquele desgraçado do Mark realmente conseguiu abalá-la de uma forma, que ele não imaginava que seria possível, mas faria de tudo para reverter essa situação.
Mais tarde, naquela noite, ele estava sentado no sofá da sala assistindo um filme de terror, quando viu se aproximar, sentando ao seu lado.
- Que filme é esse? – perguntou se acomodando no sofá.
- Não tenho idéia – respondeu sorrindo.
- Acho que a Mackenzie não vai dormir em casa – mudou de assunto.
- Não vamos falar disso, por favor.
- 'Ta certo – respondeu rindo do ciúme dele.
Aquela noite estava gelada, e não estava acostumada com o frio que fazia em Vancouver. Jensen percebeu isso, foi no quarto e pegou um cobertor para ela. Ela o colocou sobre as pernas e cobriu as dele também. Por instinto, encostou sua cabeça no ombro dele, que passou o braço em volta dela, a abraçando. Durante o filme, passavam várias cenas fortes, deixando com medo. Automaticamente ela fechava os olhos, e segurava forte o braço de Jensen, fazendo o rir toda vez que isso acontecia.
O filme acabou e continuaram ali, na mesma posição. Não sabiam o porquê, mas nenhum dos dois queria sair dali. , por estar apoiada e abraçada no corpo quente de Jensen; e ele, por sua vez, sentindo o corpo dela colado no dele.
levantou sua cabeça, não se desgrudando dele, Jensen imediatamente olhou para ela. Ficaram alguns segundos olhando fixamente um para o outro. Até que, sem dizer nada, Jensen pôs sua mão no rosto dela e foi se aproximando. correspondeu a esse movimento, fazendo à mesma coisa. Olharam-se intensamente antes de Jensen encostar sua boca na dela.
Jensen a beijou, mas ela não correspondeu. Então, ele interrompeu o beijo e ficou a olhando, que sorriu. E agora foi ela que puxou sua cabeça, beijando-o.
Começou com um beijo doce, lentamente descobrindo a boca um do outro. adorou o gosto da boca de Jensen; e ele, o dela.
Eles não tinham idéia do que estavam fazendo, mas estava tão bom que não queriam parar tão cedo. O beijo começou a ficar mais intenso, não tinha mais cobertor nenhum os esquentando por causa do frio, porque isso era a única coisa que eles estavam sentindo. Jensen impulsivamente e sem pensar muito, se deitou no sofá, puxando para si. Ela percebeu que o que eles estavam fazendo não ia parar só em beijos, então interrompeu e se sentou. Jensen ficou preocupado, achando que tinha feito algo errado.
- O que aconteceu? Fiz alguma coisa errada? – perguntou agoniado.
- Não, você não fez nada de errado – respondeu confusa.
- Mas então, o que foi? – indagou, segurando a mão dela.
- É que, Jensen eu... – estava com vergonha de falar.
- Você o quê, ? – começou a ficar preocupado.
- Eu nunca fiz isso, quer dizer eu já beijei e tudo, mas nunca passou disso – ficou com vergonha.
- ... – falou passando a mão em seu rosto.
- Me desculpa – disse cabisbaixa.
- Desculpa pelo quê? – perguntou intrigado.
- Por ter interrompido tudo.
- , não peça desculpas por isso, está tudo bem – disse, a abraçando.
Ficaram abraçados por longos segundos. Jensen a olhou, encantado com aquela revelação, ela ainda era sua garotinha.
- Acho melhor irmos dormir – falou sorrindo para ela, que concordou.
No quarto, estava deitada na cama, pensando no acontecido alguns minutos antes, na sala. Foi a primeira vez que ela e Jensen haviam se beijado. Ela não tinha muita experiência no assunto, e nem beijado muitos homens, mas Jensen com certeza era o melhor que a beijou.
Dormiu feliz com o que tinha acontecido, estava ansiosa para saber como seria no dia seguinte. E também para contar tudo à Mackenzie, e saber como tinha sido a noite da amiga com Jared, já que ela não voltou para casa.


Capítulo 8 – Vancouver, Parte II.


Jensen estava se cansando de bater na porta e não responder. Resolveu entrar no quarto e a viu deitada. Dormia tão profundamente, que nem o ouviu batendo. Jensen sentou-se na beirada da cama.
- , – dizia enquanto tentava acordá-la.
Ela se virou, abriu os olhos, e com a visão ainda embaçada, perguntou.
- Que foi? – questionou sonolenta.
- É que eu estou indo para o set gravar, vim te avisar.
- Que horas são?
- Seis e meia.
- Nossa, é cedo – falou, tirando o cobertor de cima do corpo. – E a Mackenzie? – indagou assim que olhou para a cama do lado, que estava vazia.
- Não chegou.
- Ah, 'ta.
Jensen ficou olhando para como se tivesse algo para dizer ou perguntar. Ela não gostava quando isso acontecia.
- Aconteceu alguma coisa? – o questionou curiosa.
- Não, por quê?
- Eu que te pergunto por que, fica me olhando com essa cara... – disse brincando.
- É a única que eu tenho – respondeu sarcástico.
- Fala logo o que você quer – bocejou.
- Quer ir comigo para o set? – perguntou esperançoso.
- Ahhhh, Jensen, 'ta tão gostoso aqui na cama, quentinho e aconchegante – disse, se deitando de novo e se encolhendo.
Jense riu e puxou sua coberta, ela tentou puxar de volta, só que ele era mais forte.
- 'Ta bem, eu vou – cedeu.
- Você tem vinte minutos – disse sorrindo para ela e saindo do quarto.

se levantou, criou coragem e tomou uma ducha rápida, vestiu uma calça jeans escura, bota marrom, uma blusa roxa e seu casaco preto. Deixou os cabelos soltos, que eram lisos e com pequenas ondulações nas pontas, puxadas da família do seu pai.
- Pronto – disse assim que chegou à sala e o viu esperando por ela.
- Vamos – falou puxando-a pela mão, que estranhou isso.

Assim que chegaram, avistou Mackenzie. Não esperava que a amiga estivesse ali.
- Mackenzie? – perguntou curiosa.
- Sim, eu – respondeu toda sorridente.
- O que você está fazendo aqui?
- Ah, o Jared me trouxe.
- E você?
- O óbvio, seu irmão me trouxe.
- Você tem alguma coisa para me contar? – perguntou ansiosa.
- Tenho, e muitas – Mackenzie sorriu.

Foram em direção ao trailer de Jensen. Mackenzie começou a contar tudo.
- Já? – perguntava espantada.
- Ah, , eu o conheço desde que ele começou a trabalhar com o Jensen, quase dois anos.
- Eu sei – falou sorrindo. - Mas como foi? – perguntou animada.
- Ele é maravilhoso, , tão carinhoso e másculo ao mesmo tempo, nossa, eu fui às alturas – respondeu se abanando, fazendo rir.
- Você é doida. Mas e agora?
- Agora que estamos namorando – disse feliz da vida.
- Namorando? – indagou surpresa.
- Isso, ele me pediu em namoro hoje de manhã.
- Ah, que bonitinho – sorriu.
- E você? Quero saber absolutamente tudo o que aconteceu entre você e o Jensen – perguntou, sabia que tinha acontecido algo.
- Não aconteceu nada, Zie.
- Você não sabe mentir, , e pude reparar que aconteceu algo, quando vi o jeito que vocês estão se olhando hoje.
- Tá, aconteceu algo – ela não conseguia esconder o sorriso.
- ALELUIA! - Mackenzie gritou. – Me conta tudo – falou empolgada.
- Ah, você sabe como é, frio, filme de terror, um cobertor para duas pessoas e a gente acabou se beijando – dizia com os olhos brilhando.
- Own – disse encantada. – E o que mais?
- Que mais o quê? – questionou intrigada.
- Foi só o beijo? – perguntou confusa.
- Foi.
- Ahhh – disse decepcionada.
- Zie, você sabe que eu sou devagar com essas coisas – disse rindo.
- É, eu sei – falou pensativa.
- E eu contei para ele.
- Contou o quê? – perguntou quase gritando.
- Que eu nunca fiz, você sabe.
- Mas por quê? – estava confusa.
- Porque o beijo caminhava para algo a mais, e eu interrompi.
- Ah, meu Deus – disse espantada. – Como que você me diz que foi só beijo?
- Mas foi só beijo.
- Claro que não, teve uns amassos também – disse orgulhosa.
- Só você mesmo. - gargalhou. - Você é viciada em sexo, só pode.
- Eu? – Mackenzie riu. – Sou nada, menina. Você diz isso por que nunca experimentou, porque depois que fizer, me entenderá.
- O quê a entenderá depois que fizer? – Jensen perguntou entrando no trailer, ouviu a última frase da irmã.
- Sexo – Mackenzie disse sem constrangimento, deixando super envergonhada. Jensen não falou nada, só riu.
- Jensen, você sabe da novidade? – perguntou irônica.
- Não, qual? – indagou enquanto guardava o casaco no armário.
- Mackenzie e Jared estão namorando – falou tentando se vingar da amiga.
- ! – Mackenzie deu um tapa no ombro dela.
- Hã? Como assim? – perguntou confuso.
- Pergunte à sua irmã – disse rindo.
Jensen olhou para Mackenzie.
- Ah, eu ia te avisar, mas alguém resolveu contar antes – olhou furiosa para , que estava com um sorriso no rosto.
- Por que ele não falou comigo antes? – estava curioso.
- Porque quem vai namorar com ele, sou eu e não você – respondeu com grosseria.
- Mackenzie – a cutucou.
- Que foi? – perguntou confusa.
- Nada.
- Falando em namorado, eu vou lá falar com ele, avisar que o Jensen já sabe – disse se levantado e saindo do trailer.
- Essa minha irmã não tem jeito – Jensen falou sentando-se ao lado de e pegando sua mão.
apenas riu e não disse nada. Os dois estavam em silêncio, dava para ouvir suas respirações. Quando Jensen resolveu falar.
- Me desculpa por ontem? – perguntou fazendo carinho no palma da mão dela.
- Pelo quê? – estava confusa.
- Por tudo.
- Jensen, você não fez nada de errado para ter que me pedir desculpas.
- Não?
- Não. A não ser que você esteja arrependido – disse esperando que a resposta fosse negativa.
- Eu não estou, você está?
- Não – sorriu para ele.

Os dias passavam mais rápidos do que e Mackenzie realmente gostariam.
Mackenzie queria ficar mais tempo perto do namorado, e perto de Jensen.
Jensen estava tão amoroso com , sempre perguntava como ela estava, queria saber como estavam os passeios que ela fazia com Mackenzie e a levava para conhecer lugares especiais.
Os quatros sempre saiam juntos e se divertiam bastante, fosse a um restaurante ou em uma simples passeada pela rua.

Estavam Mackenzie e Jensen na sala, assistindo algo que passava na tv.
- Jensen, você gosta da ? – perguntou enquanto folheava uma revista.
- Claro, Zie.
- Então quando você vai a pedir em namoro? – perguntou autoritária.
- Em breve – falou sorrindo.
- Breve quando?
- Mackenzie, quero que seja especial, deixa de ser curiosa.
- Jensen! – Zie reclamou.
- Parece que você não conhece o irmão que tem – ele resmungou.
- Claro que conheço, Jensen, sei que você é um homem decente, não é nada disso.
- É o que então? – perguntou intrigado.
- A realmente gosta de você, não sei se ama, mas gosta muito. -
Eu sei, Zie e eu também gosto muito dela, não se preocupe com isso, pode ficar tranquila - sorriu amorosamente para a irmã.

saiu do banho, trocou de roupa e foi para a sala. Sentou-se no mesmo sofá que Mackenzie.
- Vai nos levar ao aeroporto amanhã? - perguntou olhando para Jensen.
- Sim, combinei com Jared de irmos juntos.
- Entendi – respondeu e olhou para Mackenzie, que estava pensativa.
- Que foi, Zie?
- Quando que eu verei o Jared de novo? – perguntou agoniada.
- Menina, calma, você nem foi embora e já está com saudades? – brincou com a amiga. e Jensen riram.
- Duvido que você não vá ficar com saudades do Jensen – falou emburrada.
- É claro que vou – disse sorrindo olhando para ele.
- Então.
- O melhor de ficar longe é na hora de reencontrar – Jensen falou sorrindo.
- É, né? – Mackenzie disse, imaginando como iria matar as saudades que sentiria do Jared. E sorriu maliciosamente.
- Senhor! – riu.
- Que foi? – Jensen perguntou curioso.
- Nada – Mackenzie se apressou em dizer.
- Melhor irmos dormir – falou e todos concordaram.

Os três tomavam café da manhã, estava sentada do lado de Jensen, e Mackenzie em frente aos dois.
- Hey, devolva minha torrada – falou, tentando pegar a torrada que Jensen roubou dela, mas foi tarde demais, ele já tinha comido.
- Guloso – falou brava.
- Egoísta – disse rindo.
- Ai, meu Deus. – Mackenzie olhou para os dois.
- – Jensen disse quando a viu pegar seu copo de suco.
- O quê? – falou antes de tomar o suco.
- Folgada – resmungou.
Mackenzie ria dos dois.
- Qual a graça? – perguntou.
- Vocês – gargalhou.
- Por quê? – Jensen perguntou curioso.
- Parece um casal de idosos brigando para ver quem vai pegar a comida do outro primeiro – riu de novo.
- Sem graça – fuzilou Mackenzie com os olhos.
- É inveja, não liga – Jensen falou, deixando-a sem jeito.
- Sei – falou com vergonha.

Jared chegou e foram todos para o Aeroporto, Mackenzie no carro de Jared e no do Jensen.
- Eu vou sentir sua falta – Mackenzie dizia chorando para Jared.
- Eu também, minha querida – falou selando com um beijo.
- Eles são tão bonitinhos juntos – disse, olhando para os dois.
- Tenho que admitir que são mesmo – falou, puxando para si.
Ficaram se olhando por alguns segundos, quando Jensen tomou a iniciativa. Segurou a cintura dela e a beijou intensamente. Parecia que ele queria ficar marcado nela até a próxima vez que se encontrassem. , dessa vez, não recusou o beijo. Ela o abraçou pelo pescoço e fazia carícias em sua nuca. Estavam adorando aquilo tudo e não queriam parar.
Precisaram ser interrompidos por Mackenzie porque senão, acabariam perdendo o vôo.
- Com licença, mas eu preciso da minha amiga – falou puxando , que saiu tropeçando.
Mackenzie puxava com força em direção ao embarque.
se livrou dos braços dela e saiu correndo em direção a Jensen. Pulou nele e deu um selinho profundo. Ele levou um susto, mas a beijou também.
- Tchau – ela disse se desgrudando.
- Vou sentir saudades.
- Eu também – disse, voltando em direção a Mackenzie.


Capítulo 9 – O Pedido.


Duas semanas haviam se passado desde que e Mackenzie voltaram de Vancouver. estava radiante, e todos podiam notar isso, mas ela queria fazer segredo de tudo que estava acontecendo. Falava com Jensen pelo telefone praticamente todos os dias, contava sobre seu trabalho, como tinha sido o dia e como sentia falta dele.
Ele também sentia muita falta dela, então resolveu fazer uma surpresa, voltando alguns dias antes do combinado, e trouxe Jared junto com ele, para a felicidade de sua irmã.
Jensen bateu na porta e Verônica atendeu, ele queria contar tudo para ela antes de pedir em namoro.
- Oi, Jensen – falou, dando um sorriso e o abraçando.
- Tudo bem, dona Verônica?
- Tudo, meu querido, mas, por favor, não me chame de dona – riu.
- Está certo. Eu queria falar uma coisa com você - disse assim que se sentou no sofá.
- Algum problema? – perguntou preocupada.
- Não, muito pelo contrário – sorriu.
- Então me conte.
- Vim pedir a em namoro – disse de uma vez.
- Hã? - indagou confusa.
- Ela não contou para você? – estranhou não ter contado.
- Contou o quê? – estava surpresa com tudo aquilo.
- Em Vancouver, nós ficamos juntos.
- Ficaram juntos? Como assim? – perguntou intrigada. – Não estou entendendo, me explique.
- Eu percebi que gosto da sua filha, muito mais do que como amigo.
- Eu não sabia disso – disse confusa.
- Achei que a tinha lhe contado – estava confuso também.
- Acho que ela queria guardar segredo.
- É, talvez.
- Mas então, quer dizer que você gosta da ?
- Sim, e muito, Verônica.
- Por que veio falar comigo? – perguntou curiosa.
- Porque você é a mãe dela, tenho muito respeito pela senhora, e quero fazer tudo certinho.
- Isso prova que você tem caráter – disse admirada.
- Posso namorar sua filha? – a questionou esperançoso.
- É claro que pode – respondeu sorrindo.
- Muito obrigado – disse feliz da vida. - Onde ela está?
- Está lá em cima, no quarto.
- Posso ir até lá?
- Com certeza – disse, se levantando do sofá e abraçando-o.

Era por volta das oito da noite, estava em seu quarto passando algumas fotos da máquina fotográfica para o computador, estava tão concentrada que não percebeu quando ele entrou no quarto. Ele notou isso e se sentou na cama, ficou observando tudo que ela fazia. Quando ela se virou para pegar um dos cds que estava em cima da cama, levou um tremendo susto.
- Senhor amado – falou suspirando e quase caindo da cadeira. Jensen gargalhou de tudo aquilo.
- Não sabia que eu era tão feio assim – brincou.
- Não? – zombou dele.
Ela se levantou e foi em direção a ele, que a abraçou com força. Como ela adorava aquele abraço.
- Você não vinha só semana que vem? – perguntou enquanto estava abraçada.
- Sim, mas resolvi fazer uma surpresinha, gostou?
- É claro – falou antes de dar um selinho.
- Eu falei com sua mãe – disse se sentando na cama, ela sentou ao seu lado.
- Sobre o quê? – perguntou curiosa.
- Sobre a gente.
- Você falou para ela?
- Falei, na verdade eu achava que você já tinha contado.
- Ah, não.
- Por que não? – estava curioso
- Não era segredo? – indagou pensativa.
- Não, – disse sorrindo. – Todos na minha casa já sabem.
- Sério? Por isso que estavam todos olhando diferente para mim – falou rindo.
- Diferente como? – ficou intrigado.
- Não sei, com um olhar de felicidade.
- Não poderia ser diferente – respondeu sorrindo.
- Você veio sozinho?
- Não, Jared veio comigo.
- Zie deve estar pulando de felicidade – riu.
- E está – gargalhou. – , o que você vai fazer amanhã à noite?
- Deixe me ver – falou sarcástica. – Nada.
- Aceita sair comigo?
- É claro que sim – respondeu sorrindo. – Aonde vamos?
- Segredo.
- Ah, fala, por favor – fez cara de cachorro sem dono.
- Nem adianta, porque você só vai saber quando chegarmos ao local.
- Droga – resmungou, fazendo Jensen rir.
Ficaram sentados ali conversando durante horas e não perceberam o tempo passar.
- Que horas são? – ele perguntou bocejando.
- Nossa, quase uma da manhã – disse surpresa.
- Sério? Como o tempo passa rápido quando estou com você.
- Infelizmente – fez bico.
- Eu vou embora, amanhã tenho muitas coisas para fazer.
- Que coisas? – perguntou curiosa.
- Segredo.
- Ah, você e esses segredos... – resmungou enquanto saiam do quarto.
Jensen não falou nada, ela o guiava pela casa segurando sua mão.
- Então, amanhã a gente se vê? – perguntou sorrindo para ele assim que abriu a porta da frente.
- Sim – disse sorrindo e a puxando pela cintura.
Ela nem teve tempo de dizer nada, ele a beijou delicadamente enquanto ela fazia carinho em sua nuca e correspondia ao beijo dele. Depois de longos minutos, ele finalmente a soltou.
- Agora sim, eu vou embora – sorriu para ela.
- Que despedida – ela brincou.
Ele a esperou entrar em casa e foi embora.

Verônica tomava café da manhã tranquilamente quando chegou à cozinha.
- Bom dia mãe – disse a beijando.
- Bom dia – respondeu assim que tomou o café.
- O Jensen falou com a senhora ontem, né? – perguntou se servindo de suco.
- Sim, ele veio falar comigo sobre vocês.
- Ah é, o que ele falou? – indagou curiosa.
- Por que você não me contou sobre Vancouver?
- Hã? Ah, mãe...
- , você não confia em mim? – perguntou com um tom de tristeza.
- Claro que confio, mãe, é só que eu achei que o Jensen não queria que eu contasse.
- Espero que da próxima vez eu fique sabendo desse tipo de coisas por você – resmungou.
- Vai saber sim, mãe – disse sorrindo. – Por falar nisso, hoje nós vamos sair.
- Aonde vão? – perguntou curiosa.
- Não tenho idéia.
- Como assim? – a questionou confusa.
- O Jensen fez segredo, não sei o porquê disso – reclamou
- Ah, eu acho que sei o porquê – falou lembrando-se do pedido que ele fez, e certamente não tinha feito para ainda, era surpresa.
- O que é? – perguntou esperançosa.
- Filha, se o Jensen disse que é segredo, não serei eu que vou contar – riu para a filha.
- Acho que todo mundo sabe para onde eu vou, menos eu – resmungou.

Jensen sabia que não gostava de lugares refinados, chiques e onde precisava manter a aparência de ser prefeito o tempo todo. Então, decidiu levá-la a um de seus lugares preferidos, o boliche. Era a maior diversão de durante a sua infância e adolescência, ele se lembrava muito bem disso, por que várias vezes foi junto com ela e sua família. Parecia não ser o lugar perfeito para pedir alguém em namoro, mas ele faria de tudo para que se tornasse.

teve uma sessão de fotos com crianças na tarde daquele dia, voltou para casa cheia de doces. Estacionou o carro em frente à garagem de sua casa e viu Mackenzie indo em direção a ela.
- Meu Deus, você assaltou uma fábrica de doces? – brincou assim que viu a sacola cheia que ela carregava.
- Isso é o melhor de tirar fotos de crianças – falou rindo, e deu uma boa parte dos doces para Mackenzie.
- Você reparou como o dia está bonito hoje? – Mackenzie perguntou toda sorridente.
- Reparei sim, e sua pele também – zombou da amiga.
- Isso é culpa do Jared, você devia experimentar. Não ele, é claro, quer dizer, ah, você me entendeu – disse sem graça, fazendo rir.
- Zie, eu tenho que ir, vou sair hoje à noite com seu irmão e preciso me arrumar.
- 'Ta certo, aproveita, viu? – disse sorrindo maliciosamente.

entrou e foi direto para seu quarto, tomou um banho demorado, aproveitando cada gota de água que caía em seu corpo. Terminou o banho e se sentiu revigorada. Ficou por alguns minutos na dúvida por qual roupa escolher, mas conseguiu se decidir. Estava terminando sua maquiagem, quando sua mãe bateu na porta do quarto.
- 'To quase pronta, mãe.
- O Jensen já está lá embaixo te esperando.
- Avisa que já desço.
- Certo.
Passou o batom, depois o gloss, deu uma ajeitada no cabelo e foi em direção à sala.
Jensen estava de preto, e ela também, não conseguiu evitar o riso.
- Seremos a dupla dinâmica – ela disse antes de lhe dar um selinho.
- Com certeza – riu.
- Boa diversão para vocês, crianças – Verônica disse rindo, fazendo os dois rirem.
- Eu trago sua filha em segurança – brincou.
- Não se preocupe, porque não vou esperar acordada – falou quase soando como uma dica, o que fez ficar vermelha de vergonha.
- 'Ta certo então, mãe – falou se apressando. – Vamos? – perguntou olhando para Jensen.
- Vamos.

Jensen estava tão cavalheiro naquela noite, que ficou surpresa. Não que ele não fosse um, sempre foi desde que ela o conhecera, mas naquela noite em especial ele estava mais do que já tinha sido em qualquer outro dia.
- Acho que agora você já pode me contar aonde vai me levar, né? – perguntou sorrindo.
- Claro.
- Onde?
- É uma coisa que você adora fazer desde criança – ele disse, e ficou pensativa.
- Já sei – falou dando pulinhos no banco do passageiro.
- Onde? – ele perguntou rindo.
- BOLICHE! – gritou super animada, fazendo Jensen gargalhar.

Chegaram ao local. Jensen estacionou o carro, desceu rapidamente, abriu a porta do veículo para . Os dois iam entrando abraçados, cada um segurando na cintura do outro. O lugar deles já estava reservado, era bem a pista do meio. Jensen pegou alguns petiscos para eles comerem enquanto jogavam. começou, e logo de cara fez um strike, comemorou gritando e fazendo uma dancinha que fez Jensen gargalhar. Era a vez dele, que também fez um strike. cruzou os braços, fez biquinho.
- Invejoso – resmungou.
Ele não disse nada, só riu.
Acabou a primeira rodada e Jensen saiu para ir ao banheiro. ficou sentada comendo e prestando atenção nos outros jogadores. Percebeu quando a música animada que tocava no local mudou.

I've got sunshine
(Eu tenho o brilho do sol)
On a cloudy day
(Num dia nublado)
When it's cold outside
(Quando está frio lá fora)
I've got the month of may
(Para mim é como se fosse a primavera)
I guess you'll say
(Bem, você vai me perguntar)
What can make me feel this way?
(O que me faz me sentir desse jeito?)
My girl, my girl, my girl
(Minha garota, minha garota, minha garota)
Talking about my girl, my girl
(Eu estou falando da minha garota, minha garota)

reparou que todos olhavam para ela. Virou-se para trás e viu Jensen, ele segurava um urso gigante, um buquê de rosas vermelhas e uma caixa de bombom em formato de coração. Ela ficou tão surpresa que ficou sem ação. Jensen estava com um sorriso estampado no rosto, colocou o urso e o bombom em uma cadeira, e se aproximou dela, que não acreditava no que estava acontecendo.
- Você me dá a honra de ser minha namorada? – perguntou entregando o buquê para ela.
- Sim, sim, sim, mil vezes sim – disse saltitando de alegria, aceitando o buquê e pulando em cima dele, beijando-o.
Esqueceram-se de todos ao redor, parecia que estavam sozinhos tamanha era a felicidade que explodia no coração deles. Jensen interrompeu para olhá-la nos olhos. Ele podia perceber a alegria estampada neles, quando uma lágrima caiu dos olhos dela.
- Que foi? – perguntou preocupado.
- Nada, só estou emocionada – disse sorrindo.
- Você me fez o homem mais feliz do mundo com o seu "sim".
- E você me fez sentir a mulher mais especial do mundo – disse e deu um selinho nele.
se assustou quando notou que todos no local olhavam para os dois. Quando todos bateram palmas, e Jensen riram. Ela pegou o urso com dificuldade, ele era quase do tamanho dela, e o abraçou com força.
- Urso sortudo – Jensen brincou.
Ela sentou-se e colocou a pelúcia ao seu lado, começou a comer os bombons. Jensen ficou observando, e ela lhe ofereceu. Sem dúvidas, ele se sentou e a ajudou a comer a caixa inteira.
E a música continuava. adorou, e Jensen disse que era a música que o fazia pensar nela.

I don't need no money
(Eu não preciso de dinheiro)
Fortune or fame
(Fortuna ou fama)
I've got all the riches baby
(Eu tenho todas as riquezas, baby)
One man can clain
(Que um homem pode desejar)
Well i guess you'll say
(Bem, você vai me perguntar):
What can make me feel this way?
(O que me faz me sentir desse jeito?)
My girl, my girl, my girl
(Minha garota, minha garota, minha garota)
Talking about my girl, my girl
(Eu estou falando da minha garota, minha garota)


Capítulo 10 – Primeira vez.


Sete meses se passaram desde que e Jensen começaram a namorar oficialmente. Podia-se dizer que eles eram o casal perfeito. Davam-se muito bem, raramente brigavam e quando isso acontecia, rapidamente faziam as pazes, ambos eram românticos e brincalhões, todos comentavam que ia dar em casamento. Eles achavam graça nisso. Só que ainda faltava uma coisa para ser um namoro completo, não tinha se entregado completamente a Jensen, ele às vezes tocava no assunto, mas sem pressão nenhuma, porque sabia que era uma coisa que ela dava muito valor. dizia para ele que não queria que fosse planejado com data, horário e local, e sim que fosse espontâneo, quando nenhum dos dois esperasse. Jensen entendia isso e respeitava.
estava louca para conhecer a casa que Jensen havia comprado em Los Angeles, ele sempre comentava com ela sobre essa casa, a fazendo ficar ainda mais ansiosa. Foi quando ela se ofereceu para ir lá.
- Quando você vai me levar para conhecer sua casa em Los Angeles? – perguntou para ele, no telefone.
- Minhas férias estão chegando, podemos ir assim que eu voltar para casa. A Zie também está querendo ir para Los Angeles.
- Ah, Jensen. – disse desapontada.
- Que foi?
- Queria que fosse uma viagem de casal e não grupal – resmungou.
- Nossa primeira viagem juntos e sozinhos? – indagou querendo ter certeza do que tinha ouvido.
- Isso – respondeu rapidamente.
- Então eu vou falar com a Zie.
- Não, pode deixar que eu falo – se animou.
- 'Ta certo então.
- Está muito frio aí? – perguntou curiosa.
- Agora não, mas semana passada fez muito frio.
- Eu adoro esse frio de Vancouver.
- Eu também, mas é melhor quando temos alguém para nos aquecer – ele disse maliciosamente.
- Jensen, Jensen – brincou.
- Eu.
- Você não presta.
- Presto sim, caso contrário você não estaria comigo – riu.
- Convencido.
- É mentira?
- Eu não vou nem responder a isso – ela falou gargalhando.
- Está tarde, tenho que ir dormir – bocejou.
- Está bem, boa noite – ela se despediu.
- Boa noite e dorme bem.
- Você também.
- Se cuida.
desligou o telefone e se ajeitou na cama para dormir. Ficou pensando se Jensen tinha entendido a indireta que ela deu. De que queria viajar sozinha com ele. Só os dois e mais ninguém. Ela sentia-se preparada para se entregar completamente para ele, estava nervosa, mas isso era normal. Afinal, era sua primeira vez.
No dia seguinte, ela foi falar com Mackenzie sobre a viagem deles.
- Zie, preciso falar com você – se sentou na cama da amiga.
- Diga – falou enquanto se sentava em frente à .
- Falei com o Jensen ontem pelo telefone, e ele comentou comigo que você está querendo ir para Los Angeles assim que ele entrar de férias...
- Ah, é verdade, mas eu não posso mais.
- Por quê? – perguntou curiosa.
- O Jared quer que eu conheça a família dele, aí eu vou para a casa dele – sorriu.
- Entendi, que alívio.
- Alívio por quê? – indagou confusa. - É que eu quero fazer uma viagem de casal com o Jensen, e se você fosse não seria de casal – disse sorrindo e com um pouco de vergonha.
- Viagem de casal? – perguntou com malícia.
- Sim, de casal.
- Sério, ? – indagou emocionada para amiga.
- Sério, Zie – estava começando a ficar envergonhada.
- Awn, que lindo.
- Zie, pára – pediu.
- Você não vai se arrepender, – falou animada.
- Disso eu tenho certeza – foi firme.
- Assim que eu gosto – Mackenzie comemorou.

Finalmente chegou o fim das gravações da segunda temporada de Supernatural, e Jensen conseguiu as férias. Foi para Dallas matar as saudades da família e de sua namorada.
estava em um parque da cidade tirando fotos das paisagens, animais e das pessoas que passavam pelo local, quando sentiu alguém cutucando sua cintura.
- Hey! – gritou furiosa. E se virou para ver quem era o abusado que estava fazendo aquilo. - Jensen! – abriu um enorme sorriso quando viu quem era o tal.
- Que saudades que eu estava de você – disse, a abraçando.
- Eu também – retribuiu o abraço.
Ele ficou a segurando firme pela cintura, olhando fixamente para os olhos dela, que não resistia quando ele fazia isso. Com as mãos em volta do pescoço dele, ela o puxou e deu um selinho, que evoluiu para um beijo mais profundo, se agarraram com força um no corpo do outro. O beijo começou a ficar cada vez mais intenso, e dessa vez, foi ele que percebeu e interrompeu.
- Aqui não é um bom lugar – falou, rindo sarcástico.
- Com certeza – riu.
Resolveram passear pelo parque, estava um dia ensolarado e lindo. Lá tinha um lago enorme que era rodeado por árvores. Sentaram-se na grama, embaixo de uma delas.
- Posso ver? – perguntou apontando para a câmera dela.
- Sim – respondeu entregando-o a câmera.
- , você é muito talentosa – disse sorrindo e todo orgulhoso.
- Obrigada, mas aqui as coisas estão começando a ficar complicadas – falou pensativa.
- Como assim? - indagou curioso.
- É que o mercado é pequeno, e não é sempre que tem trabalhos para fazer – enganchou o braço no dele.
- Você já pensou em sair daqui?
- Já, mas para onde eu iria?
- Los Angeles – sorriu.
- Talvez.
- Sério, , além de ser uma cidade muito grande, você com certeza terá muitas oportunidades de mostrar o seu talento.
- Vou pensar nisso – concluiu pensativa.
- Quando que podemos ir para minha casa em Los Angeles? – perguntou assim que guardou a câmera dela na bolsa.
- Por mim, qualquer dia, reservei duas semanas para a gente – disse sorrindo maliciosamente.
- Interessante, você tem certeza que quer ir? – indagou olhando para ela. Ele sabia das intenções dela para essa viagem.
- Tenho sim Jensen, fica tranquilo – respondeu com um sorriso.

Chegou o dia da viagem. estava terminando de arrumar a última mala.
- Filha? – Verônica disse entrando no quarto dela.
- Sim, mãe – respondeu enquanto colocava uma das malas no chão.
- Quanto tempo você vai ficar em Los Angeles?
- Duas semanas – sorriu.
- Vou sentir saudades – falou com tristeza.
- Ah mãe, eu volto logo – disse dando um abraço na mãe.
- Se cuida, viu?
- Pode deixar, mãe.

, influenciada por Mackenzie, acabou exagerando nas malas. Mas ela nem se preocupou muito com aquilo. Afinal, eram duas semanas mesmo. Com dificuldade, ela carregou as bagagens para o andar inferior da casa. A porta da frente estava aberta, e ela viu alguém se aproximando.
- Jared? – perguntou surpresa.
- Olá, , tudo bem? – falou sorrindo.
- Tudo sim e com você?
- Bem também.
- Me desculpa a indelicadeza, mas o que você está fazendo aqui? – o questionou curiosa.
- O Jensen me mandou.
- Por quê?
- Por que, por um milagre divino, ele vai se atrasar e me pediu para vir buscar suas malas – falou zombando do amigo.
- Ah, entendi – riu. – Bom, aqui estão elas – apontou para as malas e riu.
- Caramba, parece a Zie – brincou com ela.
- Na verdade, foi ela que me ajudou com isso – gargalhou.
- 'Ta explicado.
Jared pegou as malas e levou em direção ao carro que Jensen havia alugado para ir até o aeroporto, o acompanhou.
- , vou te contar um segredo – disse para ela enquanto guardava as malas no carro.
- Conte – falou empolgada.
- No próximo fim de semana, a Zie vai para a casa dos meus pais, e eu vou pedi-la em casamento – disse animado.
- Sério, Jared? Nossa, que lindo! – se emocionou.
- Espero que ela diga sim – riu.
- E ela vai, com certeza.
- E você com o Jensen?
- Eu com o Jensen o quê? – se fez de desentendida.
- Quando vão casar?
- Nossa, Jared, vai demorar e muito. Nós nunca tocamos nesse assunto, as pessoas sempre falam disso, mas não ligamos.
- Entendi.
- Bom, Jared preciso ir, tenho que terminar de me arrumar.
- 'Ta certo, vai lá e boa viagem.
- Obrigada, e boa sorte para você – falou sorrindo e entrou em casa.

Após ter tomado um banho e se arrumado, ficou na sala sentada no sofá, esperando por Jensen. Ele demorou mais do que de costume. Quando chegou, ela até zombou dele por isso.
- Até que enfim – brincou.
- Está pronta? – perguntou sorrindo.
- Sim, vamos.

Algumas horas depois estavam chegando à rua onde ficava a casa dele. estava empolgada e Jensen ria disso.
- Que linda – disse com os olhos brilhando assim que avistou a casa.

Jensen subiu as escadas carregando as malas, estava logo atrás. Ele entrou em um quarto, deixou as malas dele e no quarto ao lado colocou as dela. ficou intrigada e o encarou.
- Que foi? – perguntou rindo.
- Você pode colocar as minhas malas no seu quarto, por favor? – pediu.
- Claro, com certeza – respondeu sorrindo.
Os dois estavam exaustos da viagem, e mais tarde naquela noite, acabaram dormindo juntos na cama, enquanto assistiam a algum filme que passava.
abria os olhos com dificuldade, sentiu o braço de Jensen em torno de sua cintura, ela se mexeu um pouco. Ele acordou e a puxou mais para si, a apertando com delicadeza.
- Bom dia – falou sem se virar para ele.
- Bom dia – ele disse e beijou o pescoço dela. Ela sentiu arrepios pelo corpo todo.
Ficaram ali deitados, trocando carinhos e chamegos durante a manhã toda. Quando a fome bateu, ambos resolveram comer algo.
Estavam com preguiça de preparar o café da manhã, então foram tomar em uma padaria que tinha por perto.
- O que vamos fazer hoje? – ela perguntou enquanto pegava uma panqueca.
- Não sei, você que decide – sorriu.
- Mas eu não conheço nada aqui, como que vou decidir alguma coisa?
- Me fala o que você quer conhecer, os lugares aonde quer ir, que eu te levo – explicou.
- Isso vai ser divertido – piscou para ele.
Especialmente naquele dia, estava muito calor. aproveitou para dar um mergulho na piscina que tinha na casa. Estava lá, pensando na vida, quando viu Jensen saindo da casa só de bermuda, respirou fundo e ficou admirando aquele peitoral e abdômen perfeito.
Ele estava irresistível, se sentou na beira da piscina e colocou os pés dentro da água, ela se aproximou dele.
- Não vai entrar? A água está tão gostosa.
- Só a água? – perguntou irônico.
- Jensen! – jogou água nele.
- Agora você me paga – falou rindo.
Ele se levantou, tirou a bermuda e estava vestindo uma sunga preta que ficou perfeita no corpo dele. percebeu isso. Ele mergulhou na piscina, indo em direção à ela, que se afastava lentamente. Jensen veio por baixo e a segurou com firmeza pela cintura. Ela conseguiu se soltar dele e nadou na direção oposta, ele foi atrás dela. Ficaram nessa brincadeira de "pega-pega na água" por um bom tempo. Até que, finalmente, Jensen a venceu.
- Agora você não me escapa – agarrou com força a cintura dela e a encostou na beirada da piscina.
- Estou com medo – zombou dele.
Ele a beijou intensamente, sentindo o gosto que sua boca tinha, ela correspondeu ao beijo na mesma intensidade. Abraçava com força as costas musculosas dele. E ele sentia as curvas dela. Os beijos e carícias duraram longos e maravilhosos minutos. estava ansiosa pelo que viria a seguir, e Jensen sabia disso. Parou o beijo.
- É melhor não – disse se afastando dela.
- Hã? – perguntou completamente confusa. – Por quê?
- Me desculpa – saiu da piscina e entrou na casa.
ficou na piscina, será que tinha feito algo errado? Não estava entendendo nada, o que estava acontecendo? Estava agoniada demais para ficar ali. Foi atrás dele. O procurou pela casa e o encontrou. Ele estava no banheiro do quarto. se encostou à porta e ouviu o chuveiro ligado. Abriu a porta com leveza, tanta que ele não a percebeu entrando.
- Jensen, você está bem? – perguntou do outro lado do Box.
- – se assustou.
- O que aconteceu? Eu fiz algo errado? – indagou quase chorando.
- Não, . Não foi você, o problema sou eu – disse, respirando fundo.
- Me fala, Jensen. Por favor - implorou.
- Eu sei que você quer esperar, não quero te pressionar, me desculpa pelo que eu fiz lá embaixo. Agora não é o momento.
- Jensen – falou carinhosamente.
Por impulso, empurrou a porta do Box e ficou cara a cara com Jensen. Ele estava completamente nu e vestia apenas o biquíni.
- Eu disse que queria esperar – foi se aproximando dele, que a parou, segurando seu braço. – Mas eu não disse que agora não era o momento.
- – não sabia o que dizer.
- Você não tem que me pedir desculpas, você não fez nada de errado.
- Mas – começou a dizer quando ela o interrompeu.
- Você nunca suspeitou do real motivo dessa viagem? – indagou curiosa.
- É, eu suspeitei sim, mas mesmo assim, , quero que aconteça quando você estiver pronta – olhou nos olhos dela.
- Eu estou pronta – disse com convicção.
- Tem certeza? – perguntou com carinho.
- É a única certeza que eu tenho agora – o olhou com malícia.
Jensen soltou o seu braço, ela se aproximou dele colocando a mão em seu peitoral. Ele colocou as mãos em volta da cintura dela e a puxou para mais perto de si, a colando com seu corpo molhado.
o olhou intensamente antes de beijá-lo com vigor. Jensen a pressionava ainda mais contra seu corpo. Ela o encostou na parede fria, ergueu levemente uma das pernas, que ele segurou com uma das mãos. Ele a levantou do chão, fazendo com que ela entrelaçasse as pernas na cintura dele. A carregou para o quarto, não interrompendo o beijo e as carícias, a deitou sobre a cama com delicadeza, parando o beijo só para analisá-la antes de beijá-la mais uma vez. Passava as mãos por todo o corpo dela, sentindo cada curva e a textura que a pele dela tinha. , com delicadeza, arranhava as costas dele, lhe causando fortes arrepios.
Ambos se sentaram e Jensen a ajudou a desamarrar a parte de cima do biquíni, ficou admirado de como seus seios eram perfeitos. Ele também notou que ela estava um pouco envergonhada, então se aproximou e a abraçou com firmeza, querendo lhe passar segurança. Sabia que aquela seria a primeira vez dela, então queria ser o mais gentil e delicado que fosse possível.
se deitou, ele retirou a última peça do biquíni que ainda estava no corpo dela. Voltou a beijá-la com delicadeza, sentiu quando ela abriu as pernas, e imediatamente se encaixou entre elas. Ele a penetrou lentamente assim que ela inclinou o quadril para cima. Faziam movimentos lentos, em uma cadência idêntica. Jensen abriu os olhos para checar se estava tudo bem com , e percebeu que sim, quando viu a felicidade no rosto dela. A velocidade dos movimentos foram aumentando cada vez mais, e as carícias também, chamava carinhosamente pelo nome dele, o fazendo pirar.
Estavam há pelo menos trinta minutos fazendo amor e chegou um momento que não aguentaram mais e atingiram o clímax máximo e completo.
estava maravilhada, nunca sentiu uma alegria tão forte em seu peito. A dor que ela sentiu quando ele tirou sua virgindade não se comparava ao prazer que ele lhe proporcionou depois disso.
Naquele mesmo dia fizeram amor por várias vezes, realmente tinha gostado da coisa, ela se lembrou do comentário de Mackenzie que depois que ela experimentasse não iria querer saber de outra coisa, e isso era a pura verdade. Jensen percebera isso e não achou nem um pouco ruim, pelo contrário, estava adorando poder fazer amor com a qualquer hora do dia.
Depois desse dia as férias foram ainda melhores, ficaram mais conectados um com o outro, parecendo até que nunca mais se desgrudariam.
ligou para Mackenzie para saber sobre o pedido de Jared, e também para contar que ela e Jensen finalmente, haviam feito amor.
- E aí, como foi? – perguntou toda animada.
- Foi bom, não vou ficar te contando os detalhes íntimos, né Zie.
- Ah – falou desapontada.
- E você não tem nada para me contar? – indagou ansiosa.
- Estou noiva – quase gritou.
- Parabéns – a parabenizou.
- Estou tão feliz, Jared é perfeito – comentou toda emocionada.
- Ah amiga, e eu estou muito feliz por você.
- Obrigada, . Vá se preparando porque você já é minha madrinha.
- Que lindo, quando será o casamento? – ficou empolgada.
- Daqui uns dois anos.
- Hã? Por que tanto tempo? – perguntou confusa.
- Por que ainda está cedo sabe, estamos noivos, mas isso não quer dizer que casaremos amanhã.
- Você está certa, tem que planejar tudo bonitinho.
- Com certeza – disse concordando com .

Faltavam dois dias para e Jensen voltarem à vida normal. Estavam deitados, agarradinhos no sofá.
- Essa foi a melhor coisa que já me aconteceu – disse olhando para ele.
- O quê? - brincou.
- Você sabe do que estou falando.
- .
- Sim?
- Eu te amo – se declarou para ela, que ficou claramente emocionada.
Ela não esperava por aquilo, foi a primeira vez que ele disse isso. Também o amava, mas ficou sem reação e só sorriu para ele. Acabaram adormecendo ali mesmo. Na verdade, não dormiu, ficou olhando para ele e depois de passado o choque da declaração, conseguiu dizer alguma coisa, mas achou que ele estivesse dormindo.
- Eu te amo. – sussurrou.
Jensen abriu os olhos e sorriu para ela, deu um selinho demorado e voltou a dormir, agora sim, ela também adormeceu.


Capítulo 11 – Sonho de menina.


estava no seu quarto terminando de desfazer suas malas. Estava tão feliz por tudo que acontecera entre ela e Jensen na viagem para Los Angeles, parecia tudo um sonho. Precisava compartilhar sua felicidade e seus medos com alguém.
- Mãe, posso falar com você? – perguntou batendo na porta do quarto de sua mãe.
- Claro filha, entre – disse fazendo sinal para se sentar na cama.
sentou-se de frente para sua mãe e começou a contar tudo o que aconteceu na viagem.
- – Verônica disse emocionada –, estou tão orgulhosa de você. Jensen é um rapaz muito especial, ele te respeita muito e te ama.
- Eu sei disso mãe, mas eu tenho medo – falou cabisbaixa.
- Medo de quê? – perguntou intrigada.
- Que tudo isso seja um sonho, sabe? É tudo tão perfeito, tão bonito, que às vezes não parece realidade – confessou.
- Minha filha, não fique assim, porque eu já passei por isso.
- Já? – indagou curiosa.
- Sim, quando comecei a namorar com seu pai – sorriu, lembrando-se de David e como eles eram felizes.
ficava prestando atenção em tudo que sua mãe contava, falava de quando ela conheceu David, como começou o namoro, o pedido de casamento, o nascimento de ... ela percebia a nostalgia na rosto de sua mãe enquanto se lembrava de tudo e contava.
- Parecia tudo perfeito demais, um verdadeiro conto de fadas e realmente foi, por isso eu te digo, , não tenha medo de ser feliz, por mais que não pareça real, aproveite – aconselhou.
- São essas coisas da minha cabeça, mãe, às vezes ficam matutando aqui dentro - explicou.
- Pois então tire essas coisas daí de dentro e aproveite o homem maravilhoso que você tem ao seu lado – quase ordenou sorrindo.
- Vou tentar, pode deixar comigo.
As duas ficaram conversando horas e horas. tinha se esquecido de como era bom conversar com sua mãe, contar todos os seus segredos e medos, e adorava os conselhos dela, pois sabia que ela era uma boa conselheira. E ela seguiria os conselhos da mãe.

No dia seguinte, acabou perdendo a hora para uma sessão de fotos que tinha logo cedo. Arrumou-se rapidamente e nem tomou café. Saiu correndo que nem uma doida. Só que ela esqueceu, que devido à chuva da madrugada, a grama estaria escorregadia. Não deu em outra, no momento em que ela colocou o pé na grama, escorregou e levou um baita de um tombo, se sujando completamente.
- Porcaria, droga, merda – xingava furiosa.
Alguém viu seu tombo e não se conteve em rir. Ela percebeu isso e ficou possessa de raiva.
- Isso, ri da desgraça alheia – resmungou enquanto se levantava.
- Me desculpe, , mas é que foi engraçado.
- Se fosse com você, aposto que não seria engraçado, Joshua – falou brava.
- Você está bem? – perguntou tentando ajudá-la, mas ela não deixou.
- Agora você pergunta se estou bem, já riu o bastante, né? – saiu bufando e o deixou falando sozinho.
Entrou em casa batendo os pés, estava imunda e precisava tomar um banho, iria perder a sessão de fotos e tudo aquilo estava a deixando nervosa. Ligou para o responsável da sessão e explicou o acontecido, mas não adiantou porque acabaram chamando outro fotógrafo.
Tomou o banho e foi limpar os equipamentos antes que estragassem.
Alguém bateu na porta.
- Tudo que eu preciso agora é de uma visita – reclamou.
- Bom dia – Jensen disse sorridente assim que ela abriu a porta.
- Péssimo dia – respondeu quando o viu e voltou para o que estava fazendo.
- Que foi? – estranhou o jeito dela e perguntou assim que fechou a porta.
- Seu irmão não te contou? – perguntou irônica.
- Ah é, o tombo – falou se lembrando que seu irmão não conseguia parar de rir enquanto contava para ele. Riu.
- Não tem graça – o fuzilou com o olhar.
Ele percebeu que ela realmente estava brava com aquilo, não disse nada para não causar uma briga, o que não adiantou muito.
- Você não tem nada melhor para fazer do que ficar me olhando tentando salvar essas coisas? – questionou impaciente, porque ele não parava de olhar para ela, sem dizer nada.
- , tenha pelo menos educação – disse sério.
- Jensen, hoje não é um bom dia para você me dar sermões – falou furiosa.
- Eu não quero te dar sermão nenhum, , você que está irritada por nada.
- Irritada por nada? – quase gritou.
- Sim.
- Jensen, eu estava indo para uma sessão de fotos quando levei o tombo e acabei a perdendo para outro fotografo – estava quase se descontrolando.
- Mas você vai conseguir outra sessão – disse calmamente.
- Você não tem certeza disso – irritou-se.
- , por favor.
- Por favor, o quê, Jensen? Vai pedir para eu me acalmar? – levantou-se e gritou para ele.
- Eu não tenho que aturar isso – se levantou indo em direção à porta.
- Jensen, volte aqui – falou brava, o seguindo.
- O que há com você? – perguntou incrédulo, quando ela entrou na frente dele, não o deixando passar.
- Você não pode me deixar falando sozinha – apontou o dedo para ele.
- , você não está falando coisa com coisa, outro dia a gente conversa – a afastou com cuidado para o lado e foi embora.
Ela ficou ali parada, ouviu quando ele bateu a porta, mas não se virou. Do nada começou a chorar. Pegou seus equipamentos, subiu para o seu quarto e se trancou lá.
- Sou uma anta – dizia chorando enquanto socava uma almofada.
- Droga, e agora? – resmungava.
Sabia que tinha sido rude com Jensen por nada, afinal ele não tinha culpa com o que tinha acontecido e ela não podia simplesmente descontar todos os problemas nele. Aquela culpa estava a consumindo por dentro. Foi até a casa dele tentar consertar o que ela mesma havia estragado. Bateu na porta do quarto dele e a abriu quando ele disse para entrar.
- Oi – disse sem graça.
- Está mais calma? – perguntou irônico.
- Jensen, me desculpa, eu não devia ter descontado meus problemas em você, afinal você não tem culpa de nada.
- Você não pode fazer isso, .
- É, agora eu sei – sorriu sem ânimo. – Você está bravo comigo?
- Bravo não, , só estou triste.
- Ai, Jensen – começou a chorar e ela a abraçou.
- O que eu posso fazer para mudar isso?
- Nunca mais desconte os seus problemas em quem te ama.
- Me perdoa? – perguntou olhando para ele.
- Claro que sim, minha pequena – passou a mão no rosto dela enxugando as lágrimas e beijando sua testa.
- Tenho que pedir desculpas para o Joshua também.
- Não precisa, ele entendeu tudo – falou sorrindo.
- Você ia me falar alguma coisa, não ia? – indagou, sentando-se na cama dele.
- Quando? – perguntou confuso.
- Hoje de manhã.
- Ah, sim – lembrou-se do porquê tinha ido à casa dela mais cedo.
- O que era? - estava curiosa.
- Nada demais, o Joshua me contou sobre seu tombo e eu só queria saber se você estava bem – disse, se sentando ao seu lado na cama.
- Own, que fofo, e eu fui uma anta te tratando daquele jeito – falou dando um beijo no rosto dele e o abraçando.
- Esquece isso, , já é passado para mim – deu um selinho nela.
- Ah, eu contei para minha mãe – falou do nada e sorriu sem graça.
- O quê? – perguntou curioso.
- Sobre a gente em Los Angeles.
- Hã? – indagou confuso.
- Que foi? – perguntou rindo.
- Não sabia que você falava dessas coisas com ela.
- É que foi a primeira vez, né, acho que ela gostaria de saber.
- Entendo, eu me lembro que contei da minha primeira vez para o meu pai.
- Certo, vamos mudar de assunto, não quero saber sobre isso – falou enciumada. Fazendo Jensen rir daquilo.


Capítulo 12 – Contos de fadas não existem.


Jensen e estavam perto de completar dois anos de namoro. Ela pensava seriamente na possibilidade de se mudar para Los Angeles com a intenção de melhorar sua carreira, já que em Dallas as coisas não andavam muito bem das pernas. Ele estava a todo vapor nas filmagens de um filme de terror durante o intervalo da série, sua carreira de ator deslanchava cada vez mais.
Namoro à distância não era fácil. Sempre que podia, Jensen ia para Dallas ver ou ela ia para Vancouver e Los Angeles visitá-lo. As tentações eram muitas, de ambas as partes, mas o respeito e amor falavam mais alto do que tudo, até que um dia isso não foi o suficiente.
decidiu fazer uma visita surpresa para Jensen, em Los Angeles. Naquela semana, ele havia terminado as gravações do filme e antes de voltar para Dallas, ficou em Los Angeles para resolver umas coisas.
Ela tinha a chave da casa dele, chegou de manhã e foi entrando sem fazer barulho, pois ela acreditava que ele estaria dormindo. Abriu a porta do quarto lentamente, acendeu a luz e não acreditou no que via. Jensen sim, estava dormindo, mas ele não era o único, tinha uma mulher do seu lado. ficou atônita, não sabia o que fazer, seu coração acelerou, a boca ficou seca, estava sem reação nenhuma. Acordou do transe e percebeu o que estava acontecendo. Jensen a traiu.
Bateu a porta do quarto violentamente, fazendo com que os dois na cama acordassem assustados.
- ? – indagou sem acreditar que ela estava ali.
- Não, Papai Noel, seu idiota - gritou. – E você, quem é? – perguntou indo em direção à mulher que estava de costas. – Jamie? Eu não acredito nisso.
Jamie era o par de Jensen no filme, e tinha a conhecido quando as gravações começaram, simpatizou com ela de primeira, mas agora...
- Isso não está acontecendo! – gritava, bufando de ódio. - Eu não acredito que você fez isso – falou olhando diretamente para Jensen.
Estava completamente descontrolada.
Jensen e Jamie vestiam suas roupas rapidamente.
- , me deixe explicar – Jensen pediu, indo em direção a ela.
- Explicar o que não tem explicação? – estava furiosa.
Jamie tentou sair do quarto e se livrar de toda aquela confusão, mas não deixou.
- Onde você pensa que vai, sua vadia? – a puxou com força pelo braço, derrubando-a no chão, a fazendo gritar.
- ! – Jensen tentou segurá-la.
- Me solta – ordenou o empurrando com força.
- Você foi falsa comigo o tempo todo, né? – disse, levantando com força Jamie do chão. - Não foi nada planejado, – ela tentava justificar.
- Mas bem que você gostou, não foi? – ironizou.
- Você está me machucando – reclamou. realmente estava machucando Jamie.
- Você não viu nada – a soltou e deu um tapa bem dado na cara de Jamie, que tentou revidar, mas não teve tempo, porque logo em seguida deu outro.
a arrastou pela casa até a porta da frente, a escorraçando para fora e a jogando no meio da rua.
Voltou furiosa para dentro da casa, Jensen estava na sala. Ela passou reto por ele e foi para a cozinha. Precisava de água.
- , eu nem sei por onde começar.
- Desde quando? – perguntou assim que terminou de beber água.
- Desde quando o quê? - indagou confuso. - Não, , essa foi a primeira vez.
- Droga – gritou jogando o copo na pia, que se partiu em pedaços.
– Jensen, você já está bem encrencado, não ouse mentir para mim – disse furiosa.
- , eu não estou mentindo – foi em direção a ela.
- Não se aproxime – olhou furiosa para ele, que na hora entendeu. - Quem me garante que foi a primeira vez? Você? – riu sarcasticamente.
- , por favor.
- Ah, Jensen, quer saber? Cala boca.
saiu da cozinha foi em direção à sala, pegou sua mala, que havia deixado lá assim que chegou.
- Aonde você vai? – perguntou, a seguindo.
- Não te interessa – bateu a porta na cara dele.
Estava completamente atordoada. Queria sumir dali e não ver a cara de Jensen nunca mais, não acreditava que ele havia feito aquilo com ela.
Voltou para o aeroporto e pegou o primeiro vôo para Dallas. Ligou para sua mãe, que foi buscá-la no aeroporto, sem entender por que ela voltou tão rápido.
- O que aconteceu? – perguntou para assim que chegou para pegá-la.
- Mãe – disse abraçando-a, e deixando o choro tomar conta de si.
- O Jensen, mãe, ele me traiu - soluçava.
- O quê? – Verônica estava incrédula. - Como assim, filha?
- Eu cheguei lá e ele estava na cama... com outra.
- Oh, Meu Deus, não acredito nisso – abraçou com mais força.
Durante todo o percurso do aeroporto até a casa. as duas foram em silêncio. Assim que chegaram, foi direto para seu quarto, se deitou na cama e começou a chorar compulsivamente.
O conto de fadas dela tinha acabado. Ela não era a princesa e Jensen definitivamente não era seu príncipe. Seu coração estava partido, o homem que ela acreditava ser o de sua vida, o seu futuro marido, pai dos seus filhos, seu grande amor... havia a enganado, e da pior forma possível. Ainda não conseguia acreditar nisso. Na verdade, não queria acreditar. Se não tivesse visto com seus próprios olhos, não acreditaria.
Não conseguia parar de chorar, tentava, mas estava quase impossível.
- – Mackenzie batia na porta.
- Entra.
Mackenzie entrou e ficou olhando para , não sabia o que fazer ou dizer. Ela não acreditava que seu irmão tinha feito aquilo.
- Eu sinto muito - sentou-se de frente para a amiga, que estava inconsolável.
não disse nada, não conseguia dizer nada. Ficou olhando para Mackenzie, chorando, chorando e chorando. Deitou-se no colo dela, que tentava ajudá-la, só não sabia como.

Alguns dias se passaram desde a traição, estava acabada, seu coração completamente dilacerado, parecia que nunca se recuperaria, pelo menos ela sentia isso. Não tinha visto Jensen desde o acontecido e não queria ver tão cedo.
Ele bateu na porta de sua casa, Verônica atendeu.
- O que você quer? – perguntou seca.
- Verônica, sei o que eu fiz foi errado e estou muito arrependido.
- Jensen, eu gosto muito de você, mas depois disso... – disse inconformada.
- Poderia falar com a ?
- Para quê? Ela já está sofrendo muito, pelos menos respeite isso.
- Mãe, pode deixar – disse, enquanto descia as escadas.
- Tem certeza? – indagou olhando para a filha.
- Sim, tenho – afirmou.
Verônica se retirou da sala. e Jensen se sentaram no sofá. Ele percebeu que ela realmente estava sofrendo, era visível.
- Por quê? – perguntou olhando para ele.
- ...
- Jensen, você veio conversar, então me responda essa pergunta.
- Teve a festa de encerramento das gravações do filme, e eu acabei bebendo mais do que devia, mas isso não justifica o que eu fiz.
- Foi a única vez? – indagou friamente.
- Sim – se limitou a responder isso.
- Você ia me contar?
- , por favor.
- Jensen você me traiu, me enganou e me feriu, não venha me pedir, por favor.
- O que eu fiz não tem perdão e eu sei disso. Mas eu queria pelo menos te pedir para tentar me perdoar – disse, começando a chorar.
foi forte e incrivelmente fria.
- Jensen, eu me entreguei a você, fiz de tudo por você, te amei de verdade e você me retribuiu com isso. Acabou e não tem volta, não existe mais "nós dois", é cada um por si, agora.
Aquilo entrou como uma faca no coração dele, mas ele sabia que merecia isso, porque o que fizera foi inaceitável e nojento. Não disse nada, simplesmente abaixou a cabeça e foi embora.
Verônica apareceu na sala e foi em direção de .
- Mãe, acabou – olhou para a mãe e começou a chorar.
Verônica abraçou a filha com força, tentando consolá-la, mesmo sabendo que só o tempo fecharia aquela ferida aberta no coração de .

Semanas depois e tomou sua decisão, iria se mudar para Los Angeles, precisava ir embora dali para esquecê-lo, mudança de ares, ficar longe de tudo que lembrasse Jensen.
Verônica ficou triste porque não veria a filha com tanta frequência, mas sabia que era o melhor para ela, então a apoiou.
Ajudou a filha a escolher o apartamento, pagou os primeiros meses de aluguel para que pudesse se estabilizar, já que estava começando em uma cidade nova.
Agora, estava sozinha, em uma cidade diferente, com uma vida nova, e muitas coisas para explorar, decidiu que aproveitaria o máximo que pudesse. E prometeu a si mesma que esqueceria Jensen, de uma forma ou de outra.


Capítulo 13 – Vida nova.


adorava seu apartamento, decorou do seu jeito e gostou do resultado, pois ficou um lugar aconchegante e com a sua cara.
Estava se adaptando à nova vida, conhecendo melhor a cidade, fazendo novas amizades e aproveitando as oportunidades de emprego que estavam aparecendo.
Era noite e estava voltando da praia, ficou o dia fotografando as pessoas, animais, paisagens e tudo que via para fazer um novo portifólio. Entrou no elevador, a porta estava se fechando quando ouviu alguém gritando.
- Segura! – a mulher gritava.
segurou a porta do elevador, e não conseguiu segurar o riso quando a moça chegou correndo e toda atrapalhada.
- Obrigada – dizia, recuperando o fôlego.
- Não tem de quê – sorriu para ela.
Aquela mulher, um pouco menor que , tinha pele branca, cabelos escuros e aparentava ser só um pouco mais velha que a outra. Ficou a encarando, deixando a com vergonha.
- Eu te conheço – falou pensativa.
- Eu? – perguntou confusa.
- Sim, mas não me lembro de onde.
- Acho que você deve estar me confundindo com alguém, acabei de chegar em Los Angeles.
- Já sei – afirmou.
- De onde?
- Você é a namorada do Jensen - sorriu para ela.
- Ahh... não mais – disse sem graça.
Agora era que tentava se lembrar se conhecia aquela moça.
- Mas como você me conhece? – perguntou intrigada.
- Te conheci nas gravações de Supernatural, na verdade eu te vi lá, meu marido que me disse quem era você.
- E quem é seu marido?
- Misha Collins – sorriu.
- Ah tá, agora eu acho que eu sei quem é você. O Jensen já tinha comentando de você comigo.
O elevador chegou no andar de , que por coincidência ou destino, era o mesmo da moça simpática.
- Você vai ficar aqui também? – perguntou.
- Vou.
As duas andaram em direção aos seus apartamentos.
- Me desculpa, nem te perguntei, mas como você se chama?
- Ah, meu nome é – disse sorrindo.
- E o meu é – deu um abraço e um beijo no rosto de .
- Parece que você é minha vizinha – comentou rindo, assim que viu que a seguia; e depois do apartamento dela, só tinha mais um, e consequentemente era o de .
- Pelo visto sim – disse sorrindo.
- Eu preciso ir, o Misha chega de viagem amanhã, tenho que preparar umas coisas – falou assim que abriu a porta.
- Tudo bem, eu tenho que ir também.
- A gente se fala – sorriu e fechou a porta.
entrou seu apartamento e estava confusa com aquilo tudo. Por pura coincidência, se mudou para o mesmo prédio de alguém que trabalhava com Jensen. Esperava que ele nunca aparecesse por ali.

No outro dia saiu logo cedo, iria levar seu portifólio às agências que tinham pela região. Encontrou com e Misha ,assim que saiu do prédio.
- Bom dia – disse, toda sorridente.
- Bom dia – respondeu, com a mesma animação.
- ? – Misha perguntou intrigado.
- Isso.
- O que você está fazendo aqui?
- Querido... – o cutucou.
- O quê? – olhou para ela.
- Isso não é pergunta que se faça.
- Eu estou morando aqui, Misha – disse, rindo dos dois.
- Ah, que bom – ele estava sem jeito.
- Não ligue para ele – disse zombando do marido.
- Não tem problemas – falou sorrindo para Misha.
- Bom, eu preciso ir agora – disse, se despedindo dos dois.
Passou a manhã inteira indo de agência em agência, entregando seu portifólio. Na hora do almoço estava exausta, resolveu parar em um restaurante para almoçar.
Almoçava tranquilamente quando percebeu que alguém se aproximou de sua mesa.
- ? – uma voz masculina perguntava.
- Sim – disse, levantando a cabeça. – Michael? Michael Rosenbaum?
- Isso – falou sorrindo.
conheceu Michael quando Jensen participou de Smallville, gostou bastante dele, era tão simpático e divertido, além de ser um grande amigo de Jensen.
- Rapaz, há quanto tempo! – se levantou e o cumprimentou com beijo e abraço. Fez sinal para ele se sentar com ela, que se aceitou.
- Mas me diz, o que faz por aqui? O Jensen veio com você?
- Não, não estamos mais juntos, e agora eu estou morando em Los Angeles.
- Que máximo! Você vai adorar a cidade, mas o que aconteceu entre você e o Jensen? – não conseguia esconder a curiosidade.
- Não deu certo, diferença de crenças, sabe? – não queria falar da traição.
- Sei, entendo.
- Achei que ele já tinha te contado.
- Faz um tempo que não falo com ele.
- Essas gravações tomam um grande tempo de vocês – falou, sorrindo para ele.
- Com certeza. Bom, , eu preciso ir agora. Depois a gente se fala, certo?
- 'Ta certo Michael.

Mais tarde, no seu apartamento, estava pensando em tudo o que tinha acontecido desde que se mudou para Los Angeles.
"Venho para cá para ficar longe dele e encontro todos os amigos do cara? Primeiro a com o Misha, e agora com o Michael, quem vai ser o próximo? Jéssica Alba? James Van Der Beek? Era só o que me faltava, viu" – falava para si mesma.
Só foi ela falar, que o telefone tocou.
- Alô?
- ?
- Eu mesma.
- Boa noite, somos da Agência Dreek Fotografia, analisamos seu portifólio e gostamos bastante, você gostaria de fotografar para nós?
- Sim, é claro.
- Temos um ensaio com o elenco de uma série amanhã às 10h30, está disponível?
- Estou sim, posso saber qual série?
- One Tree Hill.
"Você está de brincadeira comigo, né?" pensou.
- Estarei aí.
- Combinado.
"Não acredito nisso", dizia para si mesma.
One Tree Hill é uma série do mesmo canal de Supernatural, e todos ali conheciam Jensen. Tinham vários amigos em One Tree Hill, e sabia disso.
"Daqui a pouco vou tirar foto do elenco de Supernatural", falou. "Melhor eu ficar quieta antes que isso aconteça mesmo" – riu.
No horário combinado, ela estava no local para tirar as tais fotos. O pessoal do elenco de One Tree Hill começava a chegar. sorria simpática pra eles.
- , há quanto tempo! – Chad disse, a abraçando.
- Muito tempo, Chad.
- – Danneel quase gritou, vindo toda sorridente.
- Hey, Danneel - a abraçou, tinha grande simpatia por ela.
- Como que você está, garota? – perguntava animada.
- Estou bem, me acostumando com a vida em L.A.
- Sei como é, boa sorte com isso.
- Obrigada – agradeceu sorrindo.
- Você que vai nos fotografar? – Chad perguntou.
- Isso, eu mesma.
- Vai ser divertido - falou sorrindo.
começou a fotografá-los, primeiro tirava as fotos individuais, depois dos casais da série, e em seguida, do elenco completo. Todo o ensaio durou aproximadamente umas cinco horas. No fim, estavam todos cansados. arrumava seus equipamentos quando Danneel se aproximou dela.
- Isso cansa – reclamou para .
- Nem me fala.
- ?
- Sim.
- Eu falei com o Jensen semana passada.
- Ah, é? – tentou desconversar.
- Sim, e ele me contou o que aconteceu entre vocês.
- O quê? – perguntou espantada.
- É, eu briguei tanto com ele.
- Por quê?
- , eu conheço o Jensen há muito tempo, e sei que o que ele fez não é da personalidade dele.
- É, mas ele fez mesmo assim.
- Não me entenda mal, , não estou pedindo para você perdoá-lo, porque sei que isso é quase impossível, mas você, de todas as namoradas que ele teve, foi, é, e sempre será, a única que ele realmente amou.
- Como dizem, as pessoas que você mais ama, são as que mais te magoam.
- Você acha que algum dia vai conseguir perdoá-lo? – indagou.
- Não sei, Danneel, realmente não sei.
- Faça o que o seu coração mandar – aconselhou.
- Ultimamente meu coração não sabe de nada – sorriu fraco.
- Eu sei que você está magoada com ele, mas se você tentar falar com ele, vai tirar um peso do seu coração. – a olhou com carinho.
- Quem sabe um dia, Danneel... – cogitou a possibilidade.
- Tudo pode acontecer – sorriu.
Era muito cedo para dizer se conseguiria perdoar o amor de sua vida pela traição que ele havia cometido. A ferida ainda estava muito exposta e doía muito. Só ela sabia dizer o quanto doía, queria que essa dor passasse logo, precisava esquecê-lo de uma vez, para que seu coração se curasse totalmente, mas só o tempo dirá o que irá acontecer.


Capítulo 14 – Reencontro.


estava ajudando com a festa de aniversário de Misha. As duas se tornaram grandes amigas e confidentes uma da outra. fazia companhia para quando Misha não estava, e assim também não ficava sozinha.
- Quantas pessoas virão? – perguntou enquanto enfeitava o bolo.
- Acho que por volta de trinta.
- Nossa, e vai caber todo mundo aqui? – indagou.
- A gente sempre dá um jeitinho – disse, sorrindo e piscando.
não tinha contado à outra que Jensen iria à festa, queria fazer uma surpresinha. havia lhe contado o que aconteceu entre eles, ela entendia o lado de , mas sabia que ela ainda o amava, e muito.
- Acho que os rapazes virão junto com o Misha – comentou.
- Que rapazes? – perguntou curiosa.
- De Supernatural.
- Hã? – estava completamente confusa.
- Ué, , eles são amigos do Misha – disse enquanto guardava o bolo na geladeira.
- Mas ele virá? – a questionou, sem dizer o nome dele.
- Eu convidei, mas não sei se ele vem – mentiu.
- , por favor – pediu.
- , talvez ele venha, você não pode fugir dele a vida inteira, afinal quem errou foi ele e não você.
- É, mas desde que eu saí de Dallas, nunca mais o encontrei.
- E isso faz quanto tempo?
- Uns cinco meses.
- Então, está mais do que na hora.
- Não sei – dizia pensativa. – , me responde uma coisa?
- Diga.
- Ele, por acaso, sabe que eu sou sua vizinha? – perguntou, olhando diretamente para .
- É... ah, assim... bom, ... - ela ficou sem jeito.
- Ele sabe – falou, respirando fundo.
- Foi o Misha que contou, não tenho nada a ver com isso.
- Não jogue a culpa no seu marido.
- Não estou jogando a culpa nele, foi ele mesmo.
- Sei, , te conheço – a olhou, colocando as mãos na cintura.
- , você ainda vem, né? – perguntou intrigada.
- Vou, como você disse, eu não posso fugir dele a vida inteira – sorriu.

Era a noite e a festa já tinha começado, ainda não havia chegado. Jensen já estava lá, com Jared.
- Ela vem, né? – perguntava esperançoso para .
- Vem, Jensen, ela me garantiu que vinha – sorriu.
- Tomara – falou com brilho nos olhos. riu dele.

estava no seu quarto, se arrumando. Fazia calor naquela noite, então colocou uma frente única cinza, com desenhos pretos, e um short social que ficava logo acima do joelho. Nos pés, uma rasteirinha. Deixou os cabelos soltos que ficavam um pouco abaixo do ombro, e fez uma maquiagem leve.
Encaminhou-se até o apartamento de , como já tinha intimidade suficiente e era festa mesmo, não tocou a campainha, abriu a porta e entrou.
Ficou observando todos na festa, alguns dançavam, outros conversavam, quando ouviu alguém gritando seu nome.
- ! – gritava.
Ela percebeu que gritava o nome dela como se tivesse a intenção que alguma pessoa específica ouvisse.
- – sorriu ironicamente para a amiga.
- Finalmente chegou – falou animada.
- É, cadê o aniversariante? – perguntou por Misha.
- Ah, ele está lá na cozinha – respondeu.
- Vou lá dar os parabéns.
- Está certo – disse, se afastando, indo em direção aos convidados.
ia em direção à cozinha distraída, com a música que tocava. Chegou ao cômodo, Misha estava conversando com algumas pessoas que não conhecia, o cumprimentou e desejou tudo de bom para ele.
- Ela está na cozinha – disse, assim que se aproximou de Jensen.
- O quê? – perguntou confuso.
- , está na cozinha – explicou.
- Sério? – seus olhos brilharam.
- Muito sério - sorriu para ele.
Jensen foi em direção à cozinha, parou na entrada assim que viu . Ela estava de costas, conversando com Misha e seus amigos. Ele fez sinal com a cabeça para Misha, que captou a mensagem.
- Bom rapazes, quero mostrar uma coisa para vocês na sala – disse, saindo com os homens da cozinha.
- E eu vou ficar por aqui – disse sem graça, depois do "rapazes" do Misha.
Jensen ficou encostado no batente da porta, só observando o que fazia. Ela foi na geladeira pegar algo para beber, quando percebeu a presença de alguém. Quando ela viu quem era, seu coração gelou.
- Está gostando da festa? – perguntou com um meio sorriso.
- Estava – tentou ser fria. Ainda estava muito magoada com ele.
- ... – disse se aproximando dela, que por impulso, o afastou.
- Eu preciso falar com você – pediu.
- Não, Jensen. Não temos nada para conversar.
Desviou-se de Jensen e tentou sair da cozinha, mas ele delicadamente segurou seu braço, a impedindo de sair.
- Por favor, - implorou.
- Jensen, eu não consigo – sentiu que ia começar a chorar, mas segurou o choro.
Saiu dali correndo o mais rápido o que pôde, passou por , que percebeu o desespero dela, mas não conseguiu parar a amiga.

Entrou desesperada em seu apartamento, achava que quando visse Jensen novamente, seria forte. Mas não conseguia controlar o que sentia por ele, tentava, mas não conseguia.
batia na porta do apartamento de , a chamando.
- , – a chamava agoniada.
- Oi, – falou assim que abriu a porta.
- Você está bem? – perguntou preocupada.
- Não sei – disse confusa.
- Eu não devia tê-lo convidado – lamentou.
- Não, , ele é seu amigo.
- Mas ...
- Eu quero falar com ele – disse determinada.
- O quê? – indagou completamente confusa.
- Você está certa, , tenho que resolver isso de uma vez, não posso continuar fugindo ele.
- , vocês precisam conversar mesmo – sorriu orgulhosa da decisão da amiga de falar com Jensen.
- Você pede para ele vir aqui? – pediu.
- Claro, vou agora mesmo.
- Obrigada – falou puxando a amiga e dando um abraço carinhoso.
Jensen foi até o apartamento de , estava nervoso, pois não sabia o que poderia acontecer. Bateu na porta, e ela abriu.
- Entra – falou para ele.
- eu... - começou a falar, e ela o interrompeu.
- Jensen você precisa saber de tudo, você me traiu, me machucou muito, me fez sofrer o que eu achei que nunca sofreria por ninguém, durante semanas fui dormir chorando todos os dias, demorei muito para conseguir me recuperar do que aconteceu, agora você apareceu, e eu realmente não sei o que fazer – desabafou.
Jensen ouvia tudo o que ela falava, estava realmente magoado consigo mesmo por ter feito sofrer tanto.
- Eu preciso que você me ouça, sei que não tenho direito de te pedir nada, mas eu preciso, – implorou para ela.
- Tudo bem Jensen, fale.
- Eu não sei o que vai acontecer no futuro, , mas me desculpe pelo que eu fiz, eu fui um idiota, imaturo e isso é imperdoável. Mas você tem que encontrar uma maneira de me perdoar, eu não sei como, mas você precisa. Porque eu não sei e não quero viver minha vida sem você.
- Jensen... – estava emocionada com aquilo tudo. - Eu não tenho raiva de você, e eu sei que você está arrependido.
- Então você me perdoa? – perguntou esperançoso.
- Sim, eu te perdôo – disse no impulso.
- – falou sorridente, se aproximando dela.
- Espera, Jensen – falou, o afastando delicadamente.
- O que foi?
- Eu te perdoei, mas ainda preciso de um tempo para voltarmos definitivamente, vamos devagar.
- Tudo bem, , como você quiser.
- Mas eu tenho que concordar com você – sorriu para ele.
- Com o quê? – perguntou confuso.
- Que eu não sei e não quero viver minha vida sem você – disse amorosamente para ele.
Jensen estava imensamente feliz, não conseguia tirar o sorriso do rosto. Os dois voltaram para a festa, chegaram na hora do 'parabéns'. Jensen não sabia direito como agir, se podia segurar na mão dela ou não. , percebendo isso, segurou a mão dele e sorriu. ficou alegre quando notou que tinha o perdoado, ela sabia que os dois se amavam demais para ficarem separados.
sentia um alívio no coração, ainda estava insegura com Jensen, mas estava fazendo de tudo para voltar a confiar plenamente nele, pois afinal, foi a primeira vez que ele a traiu e estava profundamente arrependido, era visível isso.
A festa estava terminando, estava exausta, passou o dia ajudando a organizar tudo, precisava descansar. Despediu-se dela e Misha. Jensen a acompanhou até seu apartamento.
- Bom, eu vou ficando por aqui – ela disse assim que chegou na porta.
- Posso te ligar amanhã para a gente sair? – perguntou animado.
- Claro – respondeu sorrindo.
- Então eu vou indo. Boa noite, – falou e deu um beijo na bochecha dela.
- Boa noite, Jensen – se despediu dele.
Na cama, ficava pensando se o que fez era o certo, ter voltado com Jensen. Ela não tinha dúvidas do amor que sentia por ele, e percebia que ele também não. Mas será que conseguiria deixar tudo para trás e seguir em frente com ele? Não tinha idéia, só o tempo iria dizer, então resolveu arriscar e ver no que daria.


Capítulo 15 – Cedo demais.


No dia seguinte, após a festa, Jensen ligou para e combinaram de sair à noite. Ela não estava ansiosa, sentia algo que não sabia explicar, era algo estranho, como se fosse um pressentimento.
À tarde, foi ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando em casa, mas antes passou no apartamento de , para ver se ela ia querer alguma coisa.
- Estou indo no mercado, quer alguma coisa? – perguntou assim que abriu a porta.
- Acho que vou com você. Ontem, por causa da festa, acabou tudo – disse, pegando sua bolsa.
Foram no carro de até o mercado.
- Então quer dizer que você e o Jensen voltaram? – indagou enquanto dirigia.
- Não, , a gente não voltou, eu o perdoei e agora vamos mais devagar – explicou.
- Sei, entendo.
- Mas não tenho certeza se fiz a coisa certa – comentou.
- Por que você diz isso? – perguntou confusa.
- Ah, sei lá, não confio nele ainda, sabe? – virou-se, olhando para a amiga.
- Vai demorar um pouco para você recuperar a confiança nele.
- É , talvez. Mas acho que me apressei – estava indecisa.
- Você se arrependeu? – a interrogou surpresa.
- Não é isso, não sei explicar, nem eu entendo.
- Segue seu coração, – falou amorosamente para a amiga.
- Vou fazer isso – disse sorrindo.
Chegaram ao mercado. No estacionamento, pensava em tudo que tinha acontecido.
- Acorda! – brincava com ela.
- Essas coisas me deixam tão confusa – resmungou.
- Uma das desvantagens de ser mulher, somos seres indecisos – riu.
- Nem me fala, o que você faria se estivesse no meu lugar? – perguntou interessada.
- Não tenho idéia, – afirmou.
Cada uma pegou um carrinho e começaram a retirar as coisas das prateleiras.
- Preciso te contar uma coisa – disse.
- O quê? – indagou curiosa.
- Eu e o Misha estamos pensando em ter um bebê – sorriu.
- Sério? – perguntou animada. - Sim, já estamos praticando – piscou para .
- Que lindo, , eu adoro crianças – falou contente com aquilo.
- Não vejo a hora – estava empolgada.
- Eu também – disse com a mesma empolgação.
Andavam pelo mercado conversando animadamente. Ficavam imaginando como seria o futuro bebê, menina ou menino, o nome que dariam, e tudo que envolve um neném, quando alguém interrompeu as duas.
- ? – ele perguntou.
- Michael – disse sorridente.
- Tudo bem com você? – a questionou.
- Tudo e contigo? – respondeu sorrindo.
- Sim sim, e a senhorita quem é? – perguntou, olhando para .
- , prazer – o cumprimentou sorrindo.
- Ela é minha vizinha – sorriu.
- Fazendo compras? – perguntou o óbvio.
- É o que se faz em um mercado – brincou com ele.
Os três riram.
- É raro ver um homem fazendo compras – comentou.
- Na verdade, não sou eu que estou fazendo compras, estou com uma amiga.
- E cadê ela? – indagou curiosa.
- Está ali – disse, apontando para a fila de carnes. – Eu estava lá com ela, mas aí te vi aqui e vim dizer um olá.
- Ah sim, entendi – comentou.
- Agora tenho que ir meninas, ela está me esperando. Adorei te rever, e foi um prazer te conhecer, .
- Eu também – disse.
- Digo o mesmo de você - sorriu para ele.
- Até mais.
- Até, Michael – acenou.
Ficaram observando a direção que ele ia, quando percebeu que conhecia a mulher que ele estava fazendo companhia. Ficou estática, e completamente sem ação. percebeu.
- Que foi, ? – perguntou preocupada.
- É ela! – estava em choque.
- Meu Deus, é a Jamie – disse espantada.
- Sim, é ela. – concordou.
- E ela está... – começou a falar.
- Grávida – concluiu.
engoliu a seco, nunca sentiu seu coração bater tão rápido como naquele momento. Jamie estava grávida, e pelo tamanho de sua barriga parecia que estava de cinco ou seis meses, mais ou menos o mesmo tempo em que ela e Jensen tiveram relações.
- Você está bem? – perguntou agoniada.
- Não – respondeu em um fio de voz.
- Ai, Meu Deus , não sei o que dizer.
- Está pensando o mesmo que eu? – olhou para a amiga, e perguntou.
- Não pode ser – estava incrédula.
- Não vejo outra explicação, esse filho é do Jensen – disse com certeza, e sentiu os olhos lacrimejarem.
- , não se precipite – a avisou.
- Ele mentiu para mim – comentou.
- Como assim? – perguntou confusa.
- , você acha que ele não sabe que ela está grávida? É óbvio que ele sabe disso.
- Você não tem certeza se é dele mesmo.
- Se não for dele, de quem seria? – perguntou irônica.
- Não sei, .
- Ele me enganou, de novo – lamentou.
- Não diga isso, você precisa conversar com ele sobre isso.
- De jeito nenhum.
- , não haja como uma criança. Sse você não falar com ele, eu falo.
- ! – esbravejou.
- Não adianta reclamar, , você sabe o que tem que fazer.
- Mas ele não merece – resmungou.
- Não o julgue sem saber o que realmente está acontecendo – falou séria.
- Está certo, vou falar com ele – não queria fazer isso, mas sabia que era o melhor.
- Não demore muito para fazer isso – a aconselhou.
- Assim que chegar em casa eu faço, .

Conforme o prometido para , assim que chegou em casa, ligou para Jensen. Só que ele não atendia ao telefone. Ligou várias vezes e sem sucesso, esperou alguns minutos, tentou de novo e nada. Não teve jeito, teria que esperá-lo chegar para buscá-la para o encontro. Ela não estava tão certa se esse encontro realmente aconteceria.

tomou um banho bem demorado, esperando que o tempo passasse mais rápido, mas cada minuto parecia uma eternidade, não estava aguentando esperar sozinha. Resolveu ir ao apartamento da , pensando que assim o tempo passaria mais depressa.
- não está – Misha disse, abrindo a porta para entrar.
- Ela vai demorar? – perguntou, sentando no sofá.
- Ela foi à casa da mãe dela, e quando vai para lá, esquece da vida e de todos – falou sorrindo.
- Agora que preciso dela, ela some... – sorriu de volta.
- Algum problema? – indagou, percebendo um pouco de desespero em .
- Jensen Ross Ackles, meu grande problema – riu.
- O que aconteceu? – a questionou, preocupado.
- Nada, eu só descobri que a pessoa que eu mais amo é a que eu menos confio – confessou.
- Achei que estava tudo bem entre vocês – falou.
- Eu também.
- Mas saiba de uma coisa, , o Jensen te ama muito.
- É, pode ser - disse sem muita certeza.
- Desde que vocês terminaram, ele não se envolveu com ninguém.
- Isso não importa muito.
- Por quê? - perguntou confuso.
- Quando ele deveria não ter ficado com ninguém, ele ficou. E foi quando estávamos juntos. O que ele fez ou deixou de fazer depois que nos separamos, não me interessa - falou sinceramente.
- Não sei o que te dizer, – tentava consolá-la.
- Na verdade, não tem muito que dizer mesmo.
- Eu sinto muito.
- Muito obrigada, Misha, agora já sei com quem falar quando a não estiver – sorriu e se levantou do sofá, indo a direção à porta.
- Já estou acostumado a ser um step – falou rindo.
- Sem drama Misha, por favor – brincou com ele.
- Tudo bem, mas se precisar é só chamar – disse assim que abriu a porta.
- Está certo, até mais – se despediu dele.
- Até.

estava de volta em seu apartamento, sentada no sofá e esperando por Jensen.
O interfone tocou. Levantou-se e sentiu uma tremedeira nas pernas, pegou o aparelho e atendeu.
- Quem é? – perguntou.
- Eu, Jensen.
- Pode subir.
- Certo.
Estava agoniada demais, queria saber sobre tudo, e se ele sabia e estava a enganando.
- Entra – falou assim que abriu a porta. Jensen estranhou o jeito dela.
- Eu te trouxe flores – disse, mostrando para ela um buquê de lírios, que por sinal eram as flores preferidas de .
- Obrigada – pegou o buquê e o colocou em um vaso com água.
- Não vamos sair? – perguntou, vendo que ela não estava arrumada.
- Não – respondeu seca.
- Aconteceu alguma coisa? – indagou confuso.
- Na verdade, aconteceu – estava ficando chorosa.
- O que foi, ? – questionou preocupado.
- Eu vi a Jamie hoje.
- Sinto muito por isso – lamentou.
- Você não tem nada para me dizer? – perguntou, olhando diretamente para ele.
- Não – ele realmente não sabia do que ela estava falando.
- Vai me dizer que você não sabe sobre ela? – perguntou irônica.
- Não sei do que você está falando, .
- Ela está grávida, Jensen – falou logo de uma vez.
- O quê? – perguntou confuso.
- Isso mesmo, Jamie King está grávida – disse com firmeza e quase gritando.
- Você tem certeza disso? – estava incrédulo.
- Mais do que certeza.
- Meu Deus! – fez uma expressão de surpresa total. - Eu não sabia disso – confessou.
- Não? – perguntou intrigada.
- Não, , como eu saberia?
- Pensei o óbvio, Jensen – o olhou.
- Espere, você acha que eu sou o pai dessa criança? – indagou desconfiado.
- Jensen... – falou confusa.
- , eu saberia se fosse o pai - se aproximou dela.
- Como pode ter certeza disso? – foi sarcástica.
- Eu usei camisinha naquela noite – falou.
Assim que ele disse isso, fez se lembrar de tudo, quando o encontrou na cama com outra. Todos os sentimentos de dor que ela sentira e que ela não desejava lembrar.
- Jensen, você estava bêbado, simplesmente pode ter esquecido de se proteger – sentou-se no sofá.
- Mas a Jamie me falaria se o filho fosse meu – se sentou ao lado dela.
- Pelo tamanho da barriga dela, tudo indica que é seu – falou com lágrimas nos olhos.
- Preciso falar com ela o mais rápido possível – disse, colocando a mão na testa.
- Precisa mesmo – concordou.
- , me diz uma coisa – olhou para ela.
- Fale – não conseguia olhar nos olhos dele.
- Você achou que eu tinha mentido para você? Que eu estava escondendo a gravidez da Jamie?
- Sim, foi a primeira coisa que me veio à cabeça, Jensen.
- Eu achei que você tinha me perdoado – lamentou.
- Jensen... - segurou a mão dele. – Eu não tenho mágoa ou raiva de você, só não consigo confiar em você de novo, pelo menos não agora. A primeira coisa que pensei quando vi a Jamie grávida, era que você tinha me enganado de novo. – confessou, iniciando um choro.
- , eu nunca esconderia uma coisa dessas de você – disse, a envolvendo com um dos braços.
- Eu ainda estou muito confusa com tudo isso, Jensen, não estou pronta para voltar a ter um relacionamento com você – desabafou chorando.
- Eu entendo, – respirou fundo.
- Acho que temos que recuperar a confiança, voltarmos a sermos amigos como sempre fomos, sabe? – sorriu fraca.
- Como você quiser, – falou compreensivo.
- Agora é melhor você ir e resolver tudo com a Jamie – se levantou do sofá, indo em direção à porta.
- Amanhã eu venho te contar tudo – disse assim que saiu do apartamento.
- Me liga – falou, o fazendo entender que não era para ele ir lá contar, e sim apenas ligar.
- Está certo, boa noite – acenou para ela.
- Boa noite, Jensen.
deitou-se no sofá e ficou pensando em tudo o que conversou com Jensen. Não acreditava que ele não sabia sobre a gravidez de Jamie, mas pela reação que teve quando ela contou, realmente ele não sabia. sentia um pouco de culpa por ter desconfiado dele, infelizmente era uma coisa que ela não podia controlar.


Capítulo 16 – Mesmo erro.


Uma semana havia se passado desde que contou a Jensen que Jaime estava grávida. Ele tinha ficado de ligar para ela, mas não o tinha feito. Não sabia o porquê, aliás, até imaginava. Provavelmente o filho realmente era do Jensen e ele resolveu ficar com Jaime, deixando-a de lado.
Naquele dia, ela e caminhavam em direção a uma farmácia. Foram comprar um teste de gravidez, tinha quase certeza que estava grávida, queria fazer para confirmar. Perceberam uma movimentação estranha ao redor delas, e quando olharam, levaram um susto, eram paparazzi.
- O que está acontecendo aqui? – perguntava assustada.
- Não tenho idéia – respondeu confusa.
Apressaram os passos, queriam sair dali o mais rápido possível.
- Você é ? – um deles perguntou olhando para .
- Namorada de Jensen Ackles? – outro a questionou.
não respondeu a nenhum deles, não tinha obrigação de falar com eles. Na verdade, ela não gostava disso, fama, celebridades e paparazzi. Os respeitava porque sabia que aquele era o trabalho deles, mas virar amiguinha iíntima era outra coisa.
Chegaram na farmácia e entraram rapidamente, deixando-os para fora.
- Vou ligar para o Misha – disse um pouco desespera, e pegando o celular.
- Por quê? – perguntou curiosa.
- Por causa desses caras, tenho medo.
- Calma, , eles vão embora e não irão nos fazer mal – disse tentando acalmar a amiga.
- Não sei – falou confusa.
- Sim sim, vamos atrás do teste agora – disse e saiu andando em direção a uma prateleira, a seguiu.
- Qual é o melhor? – perguntava pensativa.
- Não faço idéia, nunca fiz isso antes.
- Ai, Meu Deus – falou indecisa, fazendo rir.
- Acho que no fim, dá tudo na mesma coisa, leva qualquer um – falou, pegando um dos testes e entregando para .
- Está certo então – disse sem muita certeza.
Dirigiram-se para o caixa, pagaram e saíram da farmácia. Os paparazzi ainda estavam lá.
- Droga, eles não vão embora – falou brava.
- Não mesmo – concordou.
Assim que começaram a caminhar de volta para casa, um dos paparazzi tropeçou e acabou empurrando sem querer, a fazendo cair no chão e se ralar toda. A sacola que ela segurava, que estava com o teste, caiu também. Os paparazzi não perderam a oportunidade e tiraram várias fotos.
- Viu só o que você fez, seu idiota? – esbravejou assim que se levantou.
- Você está bem, ? – perguntou e pegou as coisas do chão.
- Estou – resmungou.
- Vou ligar para o Misha – falou agoniada.
- É melhor mesmo – bufou.
ligou para Misha e contou o que estava acontecendo. Por coincidência ou não, Jensen estava com ele, tinha ido até o apartamento de para falar com ela. Como não a encontrou, resolveu esperar na casa do amigo.
- O quê? Como assim? – Misha indagou preocupado.
- Aconteceu alguma coisa? – Jensen perguntou.
- Onde vocês estão? Está certo, estou indo – desligou o telefone e pegou as chaves do carro.
- O que foi, Misha? – perguntou preocupado.
- As meninas, parece que uns paparazzi estão as perseguindo.
- Eu vou com você – falou, seguindo Misha.

As duas se sentaram em um banco que tinha por ali, e ficaram esperando por Misha. Por um milagre divino, conseguiram convencer os paparazzi a irem embora.
- Droga, isso está doendo – reclamava, passando a mão sobre o machucado no joelho.
- Em casa a gente limpa e faz curativo – disse, tentando ajudar a amiga.
- Eu não acredito no que aconteceu hoje, nunca fui perseguida por paparazzi antes – falou pensativa.
- Alguém deve ter falado que o Jensen era seu namorado.
- Mas ele me perguntou se eu realmente era a namorada do Jensen, e não se eu era a ex dele, acho que não sabem que terminamos...
- Provavelmente – concordou.
- Vai ser sempre assim? Porque eu nem moro em Beverly Hills, nem nada. Lá que é o point de celebridades – explicou.
- Talvez alguma celebridade esteja pelas redondezas, aí quando te viram, aproveitaram a oportunidade.
- É, espero que seja isso mesmo – resmungou.
- Lá vem eles – disse, se levantando.
- Eles? – perguntou curiosa.
- Isso – disse sorrindo.
Misha avistou as duas e parou o carro em frente à elas. Desceram do veículo rapidamente.
- Vocês estão bem? – Misha perguntou preocupado.
- Agora sim – respondeu, o abraçando.
- O que aconteceu? – Jensen indagou, se aproximando de , vendo os joelhos ralados.
- Nada, só uns paparazzi idiotas – reclamou.
- Eu te ajudo – falou, segurando o braço dela e a ajudando a se levantar.
Jensen a colocou no banco de trás e se sentou ao seu lado. Durante o caminho, as duas foram contando detalhadamente o que tinha acontecido, os dois não acreditavam que paparazzi as tinham perseguido, isso nunca aconteceu antes.

Chegaram ao prédio, foi com Misha para seu apartamento. Jensen ajudou a chegar até o dela, já que ela estava com dificuldades para andar porque quando caiu, torceu o pé.
- Obrigada, Jensen – disse assim que se sentou no sofá.
- Você tem kit de primeiro socorros? – perguntou, indo em direção à cozinha.
- No armário tem – gritou para ele da sala.
Jensen voltou com uma caixinha vermelha nas mãos, e começou a tirar esparadrapos, álcool, entre outras coisas.
- Tem que desinfetar antes – ele falou.
- Melhor passar uma água.
- Verdade – concordou com ela. – Venha – a ajudou se levantar.
- Você é enfermeiro e eu nunca soube? – perguntou brincando.
- Eu faço o melhor que posso – sorriu. – Onde fica o banheiro?
- Por ali – apontou para ele.
- Vamos – para a surpresa de , ele a pegou no colo, levando-a em direção ao banheiro.
- O que você está fazendo? – perguntou espantada.
- É mais fácil assim do que você ficar se arrastando - zombou dela.
tinha até se esquecido sobre o assunto "Jaime", estava adorando o Jensen ali, a ajudando como nos velhos tempos. Será que estavam reconquistando a amizade um do outro? Quem sabe...
- Isso vai doer – falou olhando para ele, que abria o chuveiro.
- Um pouco, mas estou aqui – disse, segurando a mão dela e a ajudando a lavar o joelho machucado.
- Ai ai ai – reclamou assim que a água caiu sobre o ferimento.
- Calma – Jensen não segurou o riso.
- Você fala isso por que não é em você – resmungou, segurando forte o braço dele.
- Pronto, essa parte acabou – disse, desligando o chuveiro.
tentou enxugar a parte da perna que tinha molhado, mas não conseguiu, então Jensen o fez. Ela só ficou observando aquilo e riu da situação. Ele percebeu e gargalhou com ela.
A carregou de volta para a sala e começou a fazer os curativos.
Jensen fazia com o maior cuidado possível, para que não sentisse dor.
- O que você estava fazendo no apartamento do Misha? – perguntou, quebrando o silêncio que estava.
- Ah, na verdade eu vim aqui e você não estava, aí passei no Misha e ele me disse que você tinha saído com a – explicou.
Nesse momento, se lembrou do assunto "Jaime", e seu coração bateu mais rápido, estava curiosa para saber a verdade, se o filho que ela estava esperando realmente era do Jensen ou não. Afinal, qualquer relacionamento futuro que ela pudesse ter com ele, dependia disso.
- O que você queria falar comigo? – perguntou curiosa, mesmo já sabendo sobre o que se tratava.
- Conversei com a Jaime... – explicou.
- E o que ela falou? O filho é seu? – estava ansiosa.
- Ela me disse que eu não fui o único que traiu alguém... – falou, terminando de fazer o curativo.
- Como assim? – perguntou confusa.
- Ela tinha um namorado na época que dormimos juntos.
- Hã? – o questionou surpresa.
- Eu também tive essa reação quando ela me contou.
- Então o filho é desse namorado? – perguntou esperançosa.
- Sim – respondeu sorrindo.
- Mas como ela tem certeza que não é seu? – ainda tinha suas dúvidas.
- Por que ela já estava grávida quando ficamos juntos.
- Já? – se surpreendia cada vez mais.
- E o namorado dela sabia, isso foi um dos motivos dela ter o traído, ele não queria o bebê. Aí teve a festa, bebemos demais e você sabe o que aconteceu.
- Nossa! – falou incrédula com tudo aquilo.
- Eu senti um alívio quando descobri que não era meu – ele, falou respirando fundo.
- Você conhece esse namorado dela?
- Não, por quê? – perguntou com curiosidade.
- É que no dia que a vi no mercado, ela estava com o Michael, talvez seja ele.
- Ah não, não é o Michael, ela me disse que ele está a ajudando bastante, dando apoio em tudo que ela precisa, já que o pai verdadeiro não foi homem o suficiente para assumir essa responsabilidade.
- E você seria? – perguntou irônica, sem pensar direito.
- Você tem dúvidas sobre isso? – ficou irritado com a dúvida dela.
- Não, Jensen, falei sem pensar, me desculpa – tentou se redimir.
- Tudo bem, , eu mereço – sorriu fraco.
- Muito obrigada por isso – ela apontou para o curativo.
- Por nada, sempre que precisar, é só avisar – falou sorridente.

Mais tarde naquele dia, estava no apartamento de , que havia feito o teste e o resultado deu positivo, estavam fazendo uma mini-comemoração.
- Você tem preferência por menino ou menina? – perguntava empolgada.
- Para mim tanto faz – disse com os olhos brilhando.
- Eu quero uma menina – Misha comentou feliz da vida.
- Sempre achei que homens preferiam garotos – comentou.
- Eu também – concordou.
- Alguns, mas você já imaginou uma "mini" ? E com uma pitada de Misha? Vai ser perfeita – disse, sonhando alto.
e gargalharam, ele estava todo bobo.
- Esse seu marido é muito bobo – disse, brincando com .
- Eu que o diga – falou rindo.
- Já está todo babão agora, imagina quando nascer – zombou dele.
- O deixa em paz, falou, abraçado o marido e apertando suas bochechas.
- Está bem, vou deixar vocês comemorarem a vontade essa novidade - falou rindo, e se levantando do sofá.
- É bom mesmo – Misha a provocou.
- Tchau e se cuidem.

Enquanto isso, Jensen estava em sua casa lendo alguns e-mails e fuçando uns sites, quando se deparou com o título de uma reportagem um tanto quanto estranha:

" , suposta namorada do ator Jensen Ackles, que faz a série Supernatural, estaria grávida?
A moça foi vista hoje com uma amiga em uma farmácia, e ao sair do estabelecimento, acabou caindo, derrubando a sacola que carregava. Nela continha um teste de gravidez. Será? Jensen Ackles vai ser papai?
Ela não respondeu quando foi perguntada, o jeito é esperar e ver se a barriguinha começa a crescer, fiquem de olho."


Jensen leu várias vezes e não acreditava, normalmente ele não confiava nesses tablóides, mas o que falava ali era uma coisa que realmente tinha acontecido, tinha ido com em uma farmácia. Seria possível isso? Ele tinha dúvidas e se sentia culpado por isso. Resolveu tirar tudo a limpo.

estava na sua cama assistindo a um filme que passava na tv, quando alguém bateu na porta de seu apartamento. Ela estranhou porque o interfone não tocou. Ffoi com dificuldades até a porta, pulando com um pé só, ao estilo saci-pererê.
"Esse porteiro deixa qualquer um entrar no prédio", pensava no caminho.
- Jensen? – falou assim que olhou pelo visor.
- Sim, preciso falar com você.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou intrigada quando abriu a porta.
- Aconteceu – disse ofegante.
- O que foi? – preocupou-se.
- Você está grávida? – perguntou logo de cara.
- O quê? – indagou completamente confusa.
- Hoje, na farmácia, você comprou um teste de gravidez, não foi?
- É, mas como você sabe disso? – não estava entendendo nada.
- , por que você fez isso comigo? – falou indignado.
- Fiz o que, meu Deus do céu?
- Não adianta esconder.
- Jensen, não estou entendendo nada – ela realmente não sabia do que ele estava falando.
- Olha isso, ele entregou um papel, tinha imprimido a notícia.
- O quê? Como assim? – ela lia incrédula.
- Isso mesmo que você está lendo – falou irritado.
- E você simplesmente acreditou nisso?- perguntou irônica.
- Você me julgando por causa da Jaime e estava fazendo a mesma coisa – a condenou.
- O quê? – gritou com ele. – Jensen, você bateu com a cabeça na parede? Comeu merda, foi?
- Vai me dizer que isso é mentira? Você mesma disse que comprou um teste de gravidez – a acusou.
- Eu não acredito que você está falando isso para mim – falou furiosa com ele, e enfatizando o 'você'.
- Você está grávida ou não?
- Eu não vou responder a isso.
- Isso é um sim, né?
- Jensen, se você fosse um pouco mais inteligente entenderia tudo. Quando a gente namorava, demorei quanto tempo para dormir com você? Foram uns sete meses, certo? E eu te conheço praticamente da vida inteira, não é? – perguntava irônica. – Você realmente acha que depois que a gente terminou, eu conheci alguém, dormi com ele e fiquei grávida, tudo isso em menos de seis meses? – perguntava incrédula.
- Então é tudo mentira? Você não está grávida – finalmente caiu na real.
- Só se for do espírito santo – ainda estava brava com a desconfiança dele. Alías, ele não tinha motivo para isso, afinal não estavam namorando nem nada.
- Mas se não é você, quem é? A ? – perguntou confuso.
- Aleluia Jensen, devia ter pensando nisso antes de vir aqui e me acusar de uma coisa que eu não fiz.
- , eu sou um idiota.
- Ainda bem que você sabe disso, agora vai embora – apontou para a porta, que estava aberta.
- Eu sempre estrago tudo, não é? – perguntou com cara de cachorro sem dono e indo em direção a porta.
- Está virando um especialista – lamentou.
- Se um dia você me perdoar por tudo isso, prometo nunca mais fazer besteira – disse cabisbaixo.
- Boa sorte com isso – falou seca e fechou a porta.


Capítulo 17 – Garotas só querem se divertir.


Fazia duas semanas que tinha voltado de Dallas, resolveu dar um tempo de Los Angeles, os paparazzi não a deixavam em paz de jeito nenhum, acabaram descobrindo que ela e Jensen não estavam mais juntos e que nunca existiu filho nenhum entre eles.
No tempo em que ficou em Dallas, que foi aproximadamente um mês, aproveitou para sair bastante com Mackenzie, curtir a juventude que tinha. Não ficou com ninguém, mas só de sair para dançar e se divertir com sua melhor amiga, já era o suficiente para ela. É claro que também matou as saudades que sentia de sua mãe, colocaram todos os papos em dia e fizeram muitas coisas que não faziam há tempos. Enfim, curtiu o que tinha que curtir, mas precisava voltar à vida real. Não queria, mas era preciso.
Jared e Mackenzie estavam mais juntos do que nunca. Estavam para marcar a data do casamento, mas antes disso, queriam comprar uma casa só para eles. Resolveram que essa casa seria em Los Angeles, já que lá era o melhor lugar para a profissão dele. Mackenzie relutou um pouco em sair do Texas, mas sabia que L.A. era melhor para Jared, acabaria se acostumando com a cidade, e o melhor era que ficaria perto de sua amiga.

estava dormindo tão profundamente que não ouviu o interfone tocar por diversas vezes.
- Droga, , atende – Mackenzie resmungava.
- Talvez ela não esteja – Jared comentou.
- Às sete da manhã de um sábado? Duvido, ela está sim.
- Liga no telefone dela.
- Boa idéia - falou, pegando o celular na bolsa.
ouvia de longe o celular tocando. Revirou-se na cama e resmungou antes de atendê-lo.
- Alô? – disse sonolenta.
- Finalmente! – Mackenzie comemorou.
- O quê? Quem está falando? – perguntou confusa.
- Sou eu, sua cabeçuda – brincou.
- Mackenzie?
- Bingo, eu mesma – riu.
- Mas... aconteceu alguma coisa? – indagou preocupada quando viu as horas no relógio.
- Sim – falou brincando.
- O quê?
- Nada de mais, só estou quase meia hora tentando te chamar no interfone – falou rindo e fez Jared rir também.
- Hã? Você está aqui? – perguntou intrigada.
- Estamos.
- Ah tá, espera um pouco – riu.
levantou da cama rindo, foi até o interfone e apertou o botão que destravava a porta do prédio, vestiu uma roupa qualquer e foi até o elevador esperar por Mackenzie e Jared.
- Zie! – gritou assim que a porta do elevador se abriu e viu a amiga.
- ! – foi em direção à amiga, e se abraçaram completamente animadas.
- Que surpresa é essa, hein? – perguntou olhando para Jared, antes de abraçá-lo.
- Pergunta para a doida da Zie – falou rindo.
- Doida que você ama – retrucou para ele.
- Vocês dois não mudam mesmo – zombou.
Entraram no apartamento, era a primeira vez que Mackenzie visitava em Los Angeles.
- Isso é um milagre – disse, sentando-se no sofá.
- O quê? – Mackenzie perguntou confusa.
- Você aqui, me visitando – falou rindo.
- Sem graça – resmungou.
- Temos uma novidade – Jared disse sorridente.
- Vocês estão grávidos? – perguntou curiosa.
- Não – respondeu rindo.
- O que é? – indagou ansiosa.
- Marcamos a data do casamento – Mackenzie disse com felicidade estampada na cara.
- Finalmente – comemorou batendo palmas.
- Demorou, mas chegou – Jared brincou.
- Vieram até aqui para me contar isso? – perguntou emocionada.
- Também – Mackenzie falou.
- Também? – perguntou curiosa.
- Viemos comprar uma casa – Jared falou olhando para Mackenzie, dando um selinho nela.
- Que perfeito, quero me casar também – brincou.
- É só você fazer uma ligação e pronto – Mackenzie olhou para .
- Tem casamento por telefone? – perguntou sarcástica.
- Você sabe do que estou falando, .
- Zie, não começa – irritou-se.
- A deixe em paz – Jared recriminou a noiva.
- Está bem, vocês venceram – ela reclamou.
- Quando vocês vão comprar casa? – perguntou animada.
- Hoje, viemos te buscar para nos ajudar.
- Sério? – ficou animada com aquilo.
- Sim.
- Preciso de um banho e um café reforçado – disse, se levantando.
- Ok, vai tomar seu banho que eu preparo o café – Mackenzie falou.

Mais tarde naquele dia, após olharem muitas casas, estavam exaustos.
- Não aguento mais – Mackenzie reclamou.
- Querida, só tem mais uma casa – falou, a envolvendo com o braço.
- Não pensei que comprar casa fosse tão complicado – comentou.
- Nem eu – Mackenzie riu.
- Se você não fosse tão indecisa... – Jared brincou.
- Tem certeza que sou só eu? – perguntou irônica.
- Os dois são – se intrometeu no meio. – Nunca tem um senso comum, quando a Zie gosta, você não gosta, Jared. E quando você gosta, ela não gosta – zombou dos dois.
- Verdade – ele disse rindo.
Andavam por um bairro bem simpático de Los Angeles, várias casas fofas, que pareciam aquelas de filme.
- Essa é a última – a corretora disse, olhando para os dois.
- Espero que seja a escolhida – brincou.
Ficaram aproximadamente uns trinta minutos dentro da casa, analisando tudo atentamente. Mackenzie olhava cada cômodo detalhadamente para saber se realmente aquela era a casa que ela queria, afinal moraria nela por um bom tempo, não podia escolher qualquer uma.
- E aí, se decidiram? – perguntou ansiosa, olhando para os dois.
- Jay, o que você achou? – Mackenzie o fitou.
- Adorei, e você? – perguntou para ela.
- Ahh – disse respirando fundo e fazendo cara de pensativa.
- Diz que sim, Zie, por favor. – brincou como se estivesse implorando.
- É essa, a nossa casa – falou pulando em Jared e gritando, fazendo todos rirem.
- Aleluia! – Jared gritou junto com ela, a segurou em seus braços e a rodopiou.
- Finalmente – comemorou erguendo os braços e batendo palmas.
Depois de resolverem toda a parte burocrática, voltaram para o apartamento de . Mackenzie e Jared estavam extasiando alegria.
- Você vão dormir aqui, né? – perguntou enquanto entravam no apartamento.
- Se tiver espaço para o meu gigante, sim – Mackenzie brincou.
- Claro que sim, tem um quarto extra – disse rindo.
- Então está valendo, preciso tomar um banho – Jared falou sorrindo.
- O banheiro é ali – indicou o caminho.
Jared pegou sua mala e foi para o banheiro tomar seu banho.
- Você não vai? – perguntou irônica.
- Onde? – se fez de desentendida.
- Tomar banho com seu noivo – falou, se sentando no sofá.
- Ah tá, hoje não – sorriu.
- Que desperdício! - brincou.
- , olha o respeito – jogou uma almofada na amiga.
- Eu respeito, só estou falando a verdade – brincou.
- Você não presta.
- Aprendi com você – zombou.
- Precisamos comemorar – Mackenzie mudou de assunto do nada.
- Comemorar o quê? – perguntou confusa.
- A compra da casa – falou com um sorriso.
- Boa idéia, tem uma boate bacana no centro – falava e foi interrompida pelo celular de Mackenzie, que começou a tocar.
- Hey, brother – Mackenzie disse, fazendo o coração de acelerar.
"Deve ser o Joshua", ela pensou, mas querendo que fosse o outro irmão.
- Finalmente achamos a casa perfeita, vamos comemorar hoje, quer ir com a gente? – o convidou com segundas intenções.
- É o Jensen? – perguntou baixinho, Mackenzie fez sinal de positivo com a cabeça.
- Eu não sei onde vai ser, espera um pouco – falou tirando o telefone da orelha e olhando para .
- Onde é a boate? – perguntou para ela.
- É a "In the Shadows", ele sabe onde fica – disse com um meio sorriso.
- In the Shadows, sabe onde é? – voltou a falar no telefone com o irmão.
- Está certo então, Jensen, nos encontramos lá às nove – o avisou e desligou o telefone.
- Então, né, o Jensen vai... – falou, respirando fundo.
- Tem algum problema? – perguntou intrigada.
- Não, nenhum – disse com um sorriso. - Só não sei como vai ser.
- Você sabe, , ele te ama e fez muita burrice, mas se arrependeu.
- Eu sei, Zie, mas é complicado, vamos deixar isso para lá – disse levantando e indo para a cozinha.

Estava quase no horário combinado. convidou e Misha para irem juntos, afinal Misha havia se tornado grande amigo de Jared. E consequentemente de Mackenzie, que se simpatizou com na hora em que se conheceram, tinham personalidades um pouco parecidas.
- Quantos meses você está? – perguntou enquanto entrava no apartamento dela.
- Quase quatro – disse sorrindo.
- Que lindo! – Mackenzie falou emocionada.
- Depois falam da gente – disse reclamando.
- Calma, riu da pressa dela.
- Calma nada, nós três estamos aqui, lindas e prontas, e as duas noivas ainda não.
- Acho que você que se arrumou muito cedo – Mackenzie falou com ironia.
- Dá a impressão que quer ver alguém – zombou.
- Já vai começar... – resmungou.
- Pronto, meninas – Jared interrompeu o papo, entrando na sala.
- Finalmente! – comemorou. - Vamos? – perguntou animada.
- Ainda falta o Misha – comentou.
- Droga – bufou.
Os três riram do desespero dela de ir logo para a boate. Ficaram surpresos com aquilo, porque imaginavam que ela não queria ver o Jensen tão cedo. Mas não era o que parecia.
Para o fim do desespero de , Misha ficou pronto e todos foram para a boate. Enquanto entravam, separou os casaizinhos.
- Hoje a noite é nossa – disse, enganchando os braços em Mackenzie e .
- Você está animada, hein? – brincou com ela.
- Ela tem motivo para isso – zombou.
- Tenho mesmo – disse rindo.
Sentaram-se em uma mesa que ficava no canto, não tinha cadeiras, era um sofá estilo meia lua. Foram se acomodando. ficou na ponta. A música ainda estava baixa, tinham poucas pessoas no local, era cedo.
- Eu vou ao bar pegar alguma coisa para pegar beber, o que vocês querem? – Jared perguntou, se levantando.
- Eu quero um suco de laranja – pediu.
- E eu, uma cerveja – Mackenzie disse.
- Eu vou com você – falou, se levantando e indo com Jared para o bar, Misha também foi com eles.
Enquanto Jared e Misha pediam as bebidas, observava o local e as pessoas que estavam lá.
- Procurando por alguém? – uma voz conhecida perguntou, se aproximando pelas costas dela.
- Ninguém em especial – disse assim que reconheceu a voz e se virou para olhar para a pessoa.
- Tudo bem com você? – Jensen perguntou, colocando uma das mãos no bolso da calça.
- Sim – disse sorrindo para ele.
Ele sabia que adorava quando ele usava camisa preta, e sabendo disso, não hesitou em colocar uma camisa social preta, com uma calça jeans, e de propósito deixou o colarinho da camisa sem abotoar, mostrando um pouquinho do seu peitoral.
Jensen cumprimentou Misha e Jared, pegou uma cerveja para ele e todos voltaram para a mesa. Mackenzie e Samanha o cumprimentaram e deram um jeito de se sentar ao lado dele.
olhou para as duas com olhar ameaçador.
- Você está linda – disse bem próximo ao ouvido dela.
- Obrigada – se virou lentamente e olhou para ele.
- E eu? – perguntou sarcástico.
- Você o quê? – ficou confusa.
- Estou bonito? – perguntou se gabando.
- Você.... – o analisou de cima a baixo. – Bom, dá para o gasto – disse irônica. Jensen riu daquilo.
- Eu quero dançar, quem quer? – Mackenzie perguntou empolgada.
- Eu! – e responderam juntas. Os rapazes da mesa riram das duas.

Saíram da mesa e foram em direção à pista de dança. O local onde ficaram dançando dava para ver a mesa delas, e quem estava lá também conseguia vê-las. Dançavam animadamente quando começou a tocar uma das músicas preferidas de , ela ficou pulando que nem uma doida e cantando.

I come home in the morning light
(Eu chego em casa de manhã cedo)
My mother says when you gonna live your life right
(Minha mãe me diz quando é que você vai viver decentemente?)
Oh mother dear we're not the fortunate ones
(Oh,mamãe querida, nós não somos as afortunadas)

And girls they wanna have fun
(E as garotas querem só se divertir)
Oh girls just wanna have fun
(Oh garotas querem só se divertir)

Os três na mesa começaram a rir quando viram que a empolgação de contagiou Mackenzie e Samatha, fazendo agora com que as três cantassem animadamente.

That's all they really want
(É isso que elas realmente querem)
Some fun
(Se divertir)
When the working day is done
(Quando o dia de trabalho termina)
Girls, they want to have fun
(As garotas, elas querem só se divertir)
Oh girls just want to have fun,
(Oh garotas querem só se divertir)
They wanna have fun,
(Elas querem se divertir)
They wanna have fun...
(Elas querem se divertir…)

estava a todo vapor, não parava de dançar, Mackenzie e não tinham o mesmo pique, principalmente .
- Eu vou me sentar um pouco – disse ofegante.
- Você está bem? – perguntou preocupada.
- Sim, só preciso me sentar.
- Vou com você – Mackenzie disse e acompanhou até a mesa.
ficou sozinha na pista dançando, que naquela hora já estava cheia de gente.
- Tudo bem? – Misha perguntou preocupado para a esposa.
- Sim, meu querido, só me canso muito fácil – disse, se sentando e passando a mão na barriga.
- Que bom – falou aliviado, envolvendo-a com um dos braços.
- Ela está animada hoje, hein? – Jared perguntou de , rindo para Mackenzie.
- Nem me fala, está com a macaca – gargalhou.
Jensen não tirava os olhos de . Mackenzie notou isso, aliás todos na mesa perceberam.
- Vai lá de uma vez – Jared o incentivou.
- Oi? – perguntou, estava tão distraído que não ouviu o que ele disse.
Jared nem falou nada, só apontou em direção à . Ele sorriu para o amigo, se levantou da mesa e foi até ela.
Estava começando outra música, viu Jensen se aproximando. Ela queria se divertir e esquecer dos problemas, então foi até ele e o puxou para dançar com ela. Começaram a dançar devagar e a velocidade foi aumentando aos poucos, de acordo com o ritmo da música.

Live life given now
(Viva a vida dada agora)
Tomorrow can wait
(O amanhã pode esperar)
Dance all through the night
(Dance a noite toda)
Sleeping all day
(Durma o dia inteiro)
Stuck inside a box
(Preso dentro de uma caixa)
You gotta get out!
(Você conseguiu sair!)
Stand up, get up
(De pé, levante-se)
Live your life now come on!
(Vive sua vida agora vamos lá!)
Stand up, get up!
(De pé, levante-se!)
Come on, yeah yeah yeah!
(Vamos, yeah yeah yeah!)
Come on, come on!
(Vamos lá, Vamos lá!)

Na empolgação da música, Jensen envolveu os braços em volta da cintura de , ela não se importou e apoiou suas mãos no ombro dele. Ficaram se olhando por alguns segundos, mas foram interrompidos quando alguém esbarrou em , quase a fazendo cair. Como Jensen estava ali, ela se apoiou nele. Ficou um tempo quase abraçada com ele, adorou sentir de novo o seu corpo.
- Estou com sede – se afastou um pouco.
- Vamos pegar algo para nos refrescarmos – a puxou pela mão em direção ao bar.
- Água – falou para o garçom.
- Está tudo bem entre a gente? – perguntou do nada, olhando para ela.
- Depende do que você define como "bem" – disse sorrindo para ele, após beber a água.
- Como assim? – perguntou confuso.
- "Bem" para sermos amigos? Sim. Agora, "bem" para sermos namorados? Não – foi sincera.
- Eu fico feliz por voltar a ser seu amigo.
- Eu também – sorriu, dando um soco no ombro dele, brincando.
- Só você mesma – falou rindo.


Capítulo 18 – O Casamento.


Aproximadamente um mês se passou desde que Mackenzie e Jared foram para Los Angeles comprar sua casa, e havia retomado sua amizade com Jensen.
Era uma quarta-feira quando , e Misha foram para Dallas, no casamento de Jared e Mackenzie.
- Detesto aviões – resmungava no táxi.
- Prefere um dia viajando de carro? – brincou.
- É, não tem outro jeito, vai de avião mesmo – riu.
- Sua mãe não se importa de ficarmos lá,? – Misha perguntou preocupado.
- Claro que não, ela adora quando vem visitas, porque sempre está sozinha – disse sorrindo amorosamente.
- Que bom.

Chegaram em frente à casa de , não tinham ninguém, sua mãe estava trabalhando naquele horário do dia.
- Entrem – disse, abrindo a porta da frente.
- Que casa bonita – Misha elogiou.
- Obrigada, vem que eu mostro o quarto onde vocês vão ficar.
os levou até a parte superior da casa, e se acomodaram no quarto de hóspedes. e Misha tomaram banho e ficaram descansando. foi até seu quarto, deixou sua mala, tomou um banho refrescante e foi procurar algo para comer na cozinha.
- Deixe me ver o que tem aqui – falava enquanto fuçava os armários e a geladeira.
Não encontrou nada que ela considerasse decente para comer. Realmente não estava com fome de verduras e leite. Verônica não passava muito tempo em casa, e quando estava, ia no mercado quando queria comer alguma coisa, não fazia aquela compra do mês que todos estão acostumados a fazer. Até por que, ela morava sozinha, não compensava.
- Droga! – resmungava.
Decidiu ir ao mercado fazer uma pequena comprinha, e também estava com visitas em casa, e uma delas era , que estava grávida, tinha que se alimentar bem.
foi até o quarto que eles estavam e avisou que ia ao mercado. Desceu as escadas e alguém tocou a campainha. Como estava de saída, já foi pegando as chaves e sua bolsa.
- Nem avisa que chegou, né? – Mackenzie reclamou assim que abriu a porta.
- Zie! – falou animada, abraçando a amiga.
- É, eu também estava com saudades de você – ainda resmungava.
- Larga de ser ranzinza, eu cheguei não tem muito tempo – brincou com ela.
- Está certo, eu te perdôo... Onde estão Misha e ? – perguntou curiosa.
- Estão descansando da viagem - falou, fechando a porta.
- Onde você vai? – ficou curiosa.
- No mercado, não tem nada descente para comer nessa casa – falou rindo e desceu os degraus da varanda, Mackenzie a seguiu.
- E você vai do quê? – perguntou confusa.
- A pé, ué – falou rindo, intrigada pela pergunta.
- Mas e as compras? – perguntou pensativa.
- Peço para entregar, por que tanta pergunta, menina? – falou rindo.
- Não vai achar que eu armei isso, ok?
- Está bem, fala logo – pediu ansiosa.
- É que o Jensen vai no mercado comprar umas coisas que estão faltando, aí eu pensei que talvez... – falou esperançosa.
- Eu pudesse ir com ele – completou, falando ironicamente.
- É... mas você que sabe – disse meio sem jeito.
- Ele vai demorar muito? – perguntou, surpreendendo Mackenzie.
- Não sei, acho que não, vamos lá em casa – disse puxando , em direção à casa.
- Ok, vamos – falou rindo e seguiu amiga.
Mackenzie entrou em casa gritando pelo irmão, fazendo rir daquilo.
- Mas que gritaria é essa? – Donna veio da cozinha com James no colo.
- – disse toda sorridente assim que a viu. – Que saudade de você – falou sorrindo.
- Eu também, Donna – disse a abraçando.
- Você está linda! - a elogiou.
- Obrigada. Esse é o James? – perguntou curiosa.
- Sim, ele mesmo – falou olhando para o neto de dois anos e meio.
- Como ele cresceu, está lindo. Posso segurar?
- Claro! – falou entregando James a .
se sentou no sofá com James, ficou brincando com ele enquanto esperava por Jensen.
- Yeah – ela falava para ele, quando viu Mackenzie e Jensen descendo as escadas.
- Finalmente – brincou com ele.
- Eu estava tomando banho, tudo bem? – perguntou se aproximando dela e dando um beijo em sua bochecha.
- Fora a fome, sim – disse sorrindo.
- Então vamos logo – falou rindo.
- Vamos! – se levantou ainda com James no colo.
- Deixa ele comigo – Mackenzie disse, indo pegar James.
- Posso levar ele junto? – pediu.
- Claro que pode – falou sorrindo.

No mercado, cada um estava com seu carrinho, e James estava sentado na cadeirinha do carrinho de .
- Você quer chocolate? – ela perguntava para o menino, que obviamente não entendia nada. - Quer, né? Eu sei que quer - brincava com ele.
- Não sabia que você gostava tanto de crianças – Jensen disse, a olhando brincar com James.
- Ah, brincar com os filhos dos outros é maravilhoso, agora ter os meus é outra coisa – disse rindo.
- Você não quer ter filhos? – perguntou intrigado.
- Quero, mas não agora – pegava algumas coisas na prateleira.
- Entendo – disse pensativo.
- E você? – perguntou para ele.
- Mesma coisa que você, agora não – falou sorrindo.

Terminaram suas compras e foram para o caixa, o carrinho de estava lotado.
- Vai alimentar um exército? – zombou dela.
- Quase isso – disse rindo. – e Misha estão em casa, preciso de bastante comida.
- Entendi, esse casamento vai lotar – riu.
- Com certeza – falou, tirando James do carrinho.

Caminharam até o estacionamento, carregava James; e Jensen, as sacolas. Entravam no carro e se dirigiram de volta para casa.
- E as gravações, como estão? – perguntou, quebrando o silêncio que estava no veículo.
- A todo vapor, se não fosse pelo casamento do Jared, nem estaríamos com essa semana livre.
- Hum, entendi – falou pensativa.
- E você, como está o trabalho? – perguntou olhando para ela rapidamente, e depois voltou os olhos para o trânsito.
- Ah, você sabe como é, há semanas que não tenho tempo nem para respirar direito, e outras que fico sem trabalho nenhum, mas se for colocar na balança, está muito bem – falou sorrindo.
- Fico muito feliz por você, , você merece – disse assim que estacionou o carro na garagem.
- Obrigada, Jensen – sorriu sem jeito.
levou James para dentro, e Jensen ficou a esperando do lado de fora, para levar as compras para a casa dela.
- Pronto – disse assim que saiu da casa e se aproximou, olhando para ele.
- Vamos – ele falou, abrindo o porta-malas do carro e começando a pegar as compras.
- Deixa eu te ajudar – disse, pegando algumas sacolas.
- Nada disso – falou quase autoritário.
- Que isso, Jensen. Posso carregar sem problemas.
- , eu vou carregar as sacolas, abra a porta da sala para eu entrar - agora sim, ele disse autoritário.
- Está bem, general – foi irônica.
Jensen insistiu em ajudar a guardar as compras nos armários, mesmo ela dizendo que não era necessário.
- Seus pais fizeram um bom trabalho – falou, se encostando na pia e olhando para ele, que guardava as compras na parte superior do armário.
- Meus pais são bonitos, só poderiam ter um filho lindo – disse olhando com malícia para ela.
- Besta – jogou um pano de prato nele. – Não foi isso que eu quis dizer, e você sabe disso.
- Sei? – perguntou irônico.
- Você adora me irritar, né? – perguntou nervosa.
- Claro – sorriu para ela.
bufou de raiva, odiava quando ele fazia aquilo, e Jensen sabia disso, por isso o fazia.
- Está bem, . Sobre o que você estava falando? – perguntou rindo.
- Sobre você ser um legítimo cavalheiro, nisso os seus pais fizeram um bom trabalho – disse enfatizando o "nisso".
- Ah sim, muito obrigado – se aproximou dela, pegou seu braço e deu um beijo no dorso da mão dela.
- Muito bem – disse sorrindo para ele.
e Misha acordaram e desceram quando ouviram a movimentação na parte inferior da casa.
- Boa tarde – disse sorridente quando viu os dois entrando na cozinha.
- Tarde – Misha falou com sotaque texano, fazendo todos rirem.
- Fiz uma comprinhas básicas, fiquem a vontade – falou para os dois.
- Estou faminta – comentou, sentando-se à mesa.
- Nossa! – Jensen disse, dando um tapa na própria testa.
- Que foi? – perguntou assustada.
- Minha mãe vai me matar, preciso ir – saiu correndo da cozinha, mas antes foi até e deu um beijo em sua bochecha.
- O que foi isso? – Misha perguntou confuso.
- Acho que ele esqueceu as compras no carro – riu.
- Você foi com ele no mercado? – perguntou animada.
- Sim, ele me deu uma carona.
- O que tem para comer? – Misha interrompeu as duas.
- Pode comer o que quiser, sintam-se em casa.
- Você não deveria ter dito isso – falou rindo.
- Por quê? – perguntou curiosa.
- Parece que não conhece o Misha, deu liberdade, não tem mais jeito, ele vai se aproveitar – zombou do marido.
- Ei, eu estou aqui – ele disse do outro lado da cozinha, enquanto caçava algo dentro da geladeira.
- É disso que eu estou falando – apontou para ele, e fez gargalhar.

À noite daquele mesmo dia, Verônica chegou em casa e matou a saudade da filha, que não via há um certo tempo. Reviu e Misha, que ela conhecera quando foi a Los Angeles visitar a filha.

Chegou o grande dia. seria madrinha de Mackenzie junto com Jensen, Joshua com sua esposa. Megan seria madrinha de Jared junto com Jeff, e Misha com .
Estavam todos do lado de fora da igreja, Jared estava visivelmente nervoso, ninguém conseguia acalmá-lo.
- Calma, rapaz – Jensen dizia, batendo no ombro do amigo.
- Eu não consigo – ele falava, esfregando uma mão na outra.
- Jared, vai dar tudo certo – Misha tentava tranquilizá-lo também, sem sucesso.
A organizadora do casamento avisou que era para todos ficarem em suas posições, que a noiva estava a caminho.
- Eu odeio isso – resmungava.
- O quê? – Jensen perguntou enquanto ela enganchava o braço no dele.
- Salto alto – olhou para ele com desespero.
- Finja como se não fosse salto alto – falou rindo.
- E desde quando você entende disso? – perguntou irônica.
- Eu não entendo – disse, franzindo a testa.
- Que Deus me ajude – falou rindo com nervosismo.
- Qualquer coisa, se apóie em mim.
- Mas é claro – falou, olhando para ele.
A música começou a tocar, e os padrinhos foram entrando na igreja, um casal por vez. Assim que todos terminaram de entrar, foi a vez de Jared, que estava suando de nervoso. A porta da igreja se fechou, e o silêncio tomou conta do lugar. Depois de alguns minutos, a marcha nupcial começou a tocar, a porta se abriu lentamente e pôde se ver Mackenzie com Alan. Ela estava linda de vestido tomara-que-caia, todo branco com bordados, e várias pedrinhas, cabelos presos em um coque perfeito.
- Ela está linda! – Jensen comentou.
- Está perfeita! – disse emocionada.
Alan deu um beijo na testa da filha, e a entregou para Jared.
- Eu te amo – falou emocionado.
- Eu te amo – ela disse no mesmo tom.
O padre prosseguiu com o casamento, Jared e Mackenzie fizeram os seus votos, estavam praticamente chorando de tanta felicidade.
- Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva – o padre disse, finalizando o casamento.
Os dois deram um selinho, o que era raro para eles, mas como estavam em um igreja e na frente de uma multidão, fizeram um esforço.

Algumas horas se passaram desde o casamento, estavam todos na festa aproveitando e curtindo muito.
- Não aguento mais – Mackenzie disse, sentando na cadeira.
- Já? – brincou.
- Tenho que guardar minhas energias – ela disse rindo.
- E como – Jared se intrometeu no meio das duas. – Vamos? – falou, puxando a esposa.
- E o buquê? – Megan quase gritou.
- É, o buquê – se animou.
- Mas você não precisa disso – Misha resmungou.
- Estou brincando – falou, o cutucando.
Mackenzie se posicionou para pegar o buquê, várias mocinhas ficaram atrás dela, não queria ir, mas foi por tanta insistência de .
- Lá vai. um, dois e três – Mackenzie jogou o buquê e se virou para ver quem tinha o pegado.
As garotas gritavam histericamente tentando pegá-lo, que vinha do alto. Por coincidência do destino, foi na direção de , que nem tinha se movido para pegá-lo.
- Ae, só falta o noivo – Megan dizia.
- Isso não vai ser problema – Mackenzie falou alto, deixando envergonhada.
voltou para a mesa, acompanhada por Megan.
- O quê a Zie quis dizer com aquilo? – perguntou curiosa.
- A Zie é doida, não dê ouvidos ao que ela fala – desconversou.
- Você conseguiu – dizia animada para , assim que ela chegou à mesa.
- É, fazer o quê?! – riu.
- Cadê ele? – Misha perguntou.
- Ele quem? – perguntou confusa.
- O seu futuro noivo - disse sorrindo.
- E eu é que sei? - perguntou irônica.
- Olha ele ali – apontou para Jensen, que conversava com uns amigos.
- Ah, então é o Jensen – Megan falou pensativa.
- Isso, ele – concluiu.
- Se dependesse da vontade de vocês, eu já estava casada com ele, e com cinco filhos na barra da saia – zombou de tudo aquilo.
- Com certeza, mas eu diria dois filhos e não cinco – brincou com ela.


Capítulo 19 – Tudo em família.


rolava na cama de um lado para o outro, não conseguiu dormir a noite inteira. Quer dizer, o que sobrou da noite. Porque a festa de casamento acabou por volta das três da manhã. Ela estava exausta, e mesmo assim não conseguia dormir.
Já era de manhãzinha e ela queria dormir, mas não conseguia de jeito nenhum e não sabia o porquê.
- Eu quero dormir – choramingava pondo as mãos sobre o rosto.
Passou alguns minutos e ela finalmente desistiu.
- Droga! – resmungava sentando na cama e colocando o cabelo para trás.
Ficou um tempo olhando para os próprios pés, se levantou cambaleando por causa do sono, lavou o rosto, escovou os dentes; vestiu um short, uma baby look e sua pantufa de leitão, que era seu bichinho preferido na turma do Pooh. já era uma mulher de vinte e quatro anos, mas ainda tinha muito de criança dentro de si.
Desceu as escadas lentamente, a casa estava em um silêncio total, passou pela sala e viu que eram por volta das dez da manhã. Quando ficava sem dormir, seu humor não era o dos melhores. Para ela, dormir era uma necessidade muito importante, até mais do que as outras.
Entrou na cozinha e encontrou sentada, tomando seu café.
- Bom dia – a cumprimentou sorridente.
- É, bom dia – disse abrindo a geladeira.
- Teve pesadelo? – ela perguntou estranho a atitude de .
- Se pelo menos fosse isso... – falou emburrada.
- O que foi?
- Não consegui dormir de jeito nenhum – disse assim que se sentou na mesa.
- Ah, eu dormi tão bem – disse sem jeito.
- Isso, provoca mesmo – ela falou, rindo um pouco brava.
- Desculpa – riu.
- Cadê seu marido? – perguntou curiosa.
- Ele foi com sua mãe comprar nossas passagens de volta.
- Tinha esquecido que voltamos hoje ainda.
Ficaram tomando seu café e conversando, o humor de foi melhorando com o passar do tempo, tinha o incrível poder de animar as pessoas com seu bom humor constante.
parou de conversar e ficou olhando por um bom tempo, o buquê da noite passada, que estava em um vaso na pia.
- , acorda – chamou a amiga.
- Hã? – falou desatenta.
- Você ainda gosta dele? – perguntou curiosa.
- Do buquê? – brincou.
- Não, sua boba, do Jensen – falou rindo.
- Ah , o Jensen foi meu primeiro amor, primeiro namorado... enfim, primeiro tudo na minha vida.
- Mas você o ama? – animou-se.
ficou um tempo pensativa até responder o óbvio.
- Sempre, e para sempre – disse sorrindo.
- Ah, que lindo. – falou emocionada, entrelaçando uma mão na outra e apoiando o queixo nelas.
se levantou e foi até a pia pegar o buquê.
- O quê você está fazendo? – perguntou rindo.
- Matando as saudades – disse brincando.
Ela andava com o buquê encenando como se estivesse entrando em uma igreja. não parava de rir daquilo.
- Agora é a sua vez – falou, entregando o buquê para .
- Eu não – recusou.
- Você sim – praticamente a obrigou.
- Está bem.
- Vamos lá – falou, começando a cantarolar a marcha nupcial.
segurava o riso, e começou a caminhar com o buquê como se estivesse entrando em uma igreja de verdade.
Entre a cantoria, soltava algumas risadas altas, fazendo rir também.
ficou paralisada quando viu alguém entrando pela porta da cozinha, e vendo tudo aquilo que ela e faziam.
- Pronto, o noivo chegou – disse comemorando.
sorriu sem jeito para ele, que não tirava os olhos dela.
- Espero que no grande dia, você escolha sapatos melhores – ele disse rindo, olhando para os pés dela.
- Ah, deixa o leitão em paz – resmungou.
- Você sabe que eu adoro esse seu jeito de criança – falou sorrindo.
- Sinto que estou sobrando – disse se levantando e indo em direção à sala.
Jensen e ficaram sozinhos na cozinha. Ela estava começando a ficar incomodada com o olhar intenso que ele lhe lançava.
- O que você veio fazer aqui? – ela cortou o clima e passou por ele para colocar o buquê no vaso, de volta.
- Vim fazer um convite e dar um aviso.
- Faça – falou se encostando na pia e olhando para ele, que agora estava ao seu lado.
- Teremos um almoço hoje lá em casa, e minha mãe falou para convidar todos vocês.
- Certo, esse é o convite. E qual o aviso?
- Hoje de manhã encontrei com sua mãe e o Misha quando eles saíram para ir ao aeroporto, aproveitei e pedi para ela comprar minha passagem também, vamos voltar juntos.
- Interessante – falou pensativa.
- Mas o que você me diz sobre o convite? – perguntou esperançoso.
- Pode falar para sua mãe que nós vamos – disse sorrindo, vendo os olhos dele brilharem com sua resposta.
- Ok, vou avisar - falou sorrindo, e dando um beijo na bochecha dela, saindo da casa.
ficou um tempo paralisada ali na cozinha. Meio que em transe com tudo o que tinha acontecido. Acordou quando escutou sua mãe e Misha chegando.
- Vamos almoçar fora hoje – ela disse entrando na sala para que todos ouvissem.
- Onde? – Verônica perguntou confusa.
- Donna nos convidou - sentou-se no sofá, ao lado de .
- Está certo, se Donna nos convidou, não posso dizer não.
- Que horas é o vôo? – perguntou pegando uma das passagens da mão do marido.
- Às oito da noite – ele respondeu.
- Nossa, vamos chegar lá muito tarde – comentou.
- Mas era o único vôo disponível – ele concluiu.

estava na cozinha pegando altas dicas sobre bebês com Donna, Verônica e Rebecca, esposa de Joshua. não aguentava mais ouvir sobre tudo aquilo, foi para sala e Misha estava conversando com Jensen, Alan e Joshua sobre esportes. Estava se sentindo um peixe fora da água, dentro da casa. Resolveu sair um pouco para tomar um ar.
Ficou sentada nos degraus da varanda, pensando em nada. Estava ali alguns minutos já, quando percebeu alguém se aproximando.
- Você está bem? – Jensen perguntou, se sentando ao lado dela.
- Por que não estaria? – falou um pouco seca.
- Nossa, desculpa por perguntar – desviou o olhar.
percebeu que havia sido grossa com ele e se arrependeu na hora.
- Jensen, me desculpa, não estou no meu melhor dia – se desculpou olhando para ele.
- Tudo bem, , mas o que aconteceu? – perguntou preocupado.
- Insônia – respirou fundo.
- Isso é uma droga.
- Nem me fale.
Alguém interrompeu os dois.
- Vamos almoçar, gente – Joshua chamou os dois.
Durante o almoço todos conversavam animadamente, até conseguiu se distrair um pouco e se divertir. Mas ficava furiosa quando algumas pessoas na mesa falavam alguma indireta sobre ela e Jensen, ainda mais depois dela ter pego o buquê no casamento.
- Para onde eles foram mesmo? – Verônica perguntou curiosa sobre os recém casados.
- Havaí – Donna respondia animada.
- Meu sonho é conhecer o Havaí – disse, sonhando com o local.
- Eu nunca fui pra lá – Jensen comentou pensativo.
- É maravilhoso, muito perfeito – falou.
- Você conhece? – Joshua perguntou.
- Sim, eu e o Misha passamos nossa segunda lua-de-mel lá.
- Segunda? – Rebecca perguntou intrigada.
- Isso, para comemorar o terceiro ano de casamento – falou sorrindo.
- Nossa, quantos anos vocês tem de casado? – Donna perguntou curiosa.
- Cinco anos – agora foi Misha quem respondeu.
- Você parece ser tão novinha – Verônica disse, olhando para .
- Eu tinha vinte e dois anos quando me casei.
- Nossa, uma criança ainda – Rebecca disse sorrindo.
- Ei, eu tenho vinte e quatros anos, olha o respeito – protestou.
Todos na mesa riram.
- Você não conta, – Jensen falou.
- Por que não? – perguntou confusa, olhando para ele, que estava sentado ao seu lado.
- Pelo simples fato de usar pantufas do leitão – brincou com ela.
- Jensen! – deu um tapinha no ombro dele. – Você me chamou de infantil, foi?
- Não briguem crianças – Alan dizia rindo.
- , você não é uma criança – Donna falou olhando para ela.
- Obrigada, alguém reconhece isso – falou cutucando Jensen.
- É só uma adulta com alma de criança – Jensen comentou.
- Isso foi um elogio? – olhou surpresa para ele, que apenas sorriu.
- Se veio do Jensen e foi para você, com certeza foi um elogio – Joshua disse sorrindo para , que corou.

Algumas horas se passaram e finalmente conseguiu tirar um cochilo no sofá de sua casa, enquanto assistia um filme bobo que passava.
- Filha? – Verônica chamava a filha delicadamente.
- Hum – ela resmungava.
- Acorda. Você ainda tem que arrumar sua mala.
- Droga – reclamou, abrindo os olhos. – Nem vou conseguir dormir no avião, aquelas poltronas da classe econômica não ajudam.
- Eu não te avisei? – perguntou confusa.
- Sobre o quê? – falou se sentando.
- Você vai de primeira classe.
- Vou? – perguntou intrigada. - Mas mãe, como assim? Não estou entendendo nada.
- Não é nada de mais, minha querida, só quis que você tivesse um maior conforto.
- Ah, entendi. Mas esse dinheiro não vai fazer falta, mãe? – perguntou preocupada.
- Não, não se preocupe com isso.
- Está bem, já que você diz!

Estavam todos em frente à casa de se despedindo, as mães todas sensíveis como sempre, não conseguiam esconder o choro.
- Calma, mãe – tentava consolar Verônica.
- Vou sentir saudades, filha – dizia chorando.
- Mãe, eu te visito sempre que puder.
- Mas mesmo assim... – continuava chorando.
- Eu a trago mais vezes Verônica, deixa comigo – Jensen se intrometeu na conversa das duas, tentando consolá-la.
- Não vou esquecer disso – falou, agora sorrindo para ele.
Alan levou os quatro até o aeroporto, no meio do caminho começou uma inesperada e forte tempestade.
- Ah, meu Deus – ficou com medo.
- Você tem medo de chuva? – Jensen perguntou para ela.
- Pavor – falou olhando pela janela do carro.
- Ela tem medo de tudo – brincou.
- Nem é tanto assim – resmungou.
- Estou mentindo, Misha? – perguntou para ele, que estava sentado ao seu lado.
- Não – falou rindo.
- Vocês dois adoram me zoar, né? – ficou emburrada.
- Só por que te amamos – Misha disse a envolvendo com o braço.
- Sei – resmungou.
- Chegamos – Alan interrompeu-os.
Estacionou o carro em um lugar protegido para que ninguém se molhasse. Jensen e Misha foram atrás dos carrinhos para levar as malas, e Alan as tiravam do carro, e observava.
- Acabou – Alan sorria para as duas.
- Obrigada, Alan – agradeceu.
- Vocês vão fazer falta, eu adoro a casa cheia – disse triste.
- Não fica assim, você pode sempre nos visitar – o confortou.
- Com certeza – falou sorrindo.
Misha e Jensen chegaram com os carrinhos. Jensen colocou as malas de no mesmo carrinho que o dele. Os quatro se despediram de Alan e foram fazer check-in e despachar as malas.
- Atrasado? – Jensen perguntava para a funcionária da companhia aérea.
- Sim, senhor. Devido ao mal tempo, todos os vôos estão atrasados.
- Tem previsão para decolagem? – a questionava.
- Depende do tempo, sinto muito. Mas assim que tiver alguma informação, todos os passageiros serão avisados.
- Está certo, então. Obrigada.
Jensen voltou à fila, para avisar os três.
- Só quando o tempo melhorar? – Misha perguntava.
- Sim – falou com pesar.
- Que maravilha! – reclamava.
- Não tem outro jeito, temos que esperar – agora, disse.
Os quatro se encaminharam até as poltronas para ficar esperando o tempo melhorar, e quem sabe conseguir voltar para Los Angeles.
- Vamos no banheiro comigo? – perguntava para .
- Claro – concordou, se levantando.

estava na pia do banheiro lavando sua mão enquanto esperava por .
- Por causa da gravidez, vou no banheiro praticamente de meia em meia hora – reclamava, saindo do box.
- Posso imaginar – dizia sorrindo.

Voltavam em direção aos rapazes que as observavam.
- Ela está tão linda – Jensen comentou.
- Obrigada – Misha disse convencido.
- Estou falando da – olhou para ele.
- Mas a também está linda – falou orgulhoso da esposa.
- Claro, a gravidez sempre deixa as mulheres radiantes – disse sorrindo.
- E vocês dois? – Misha perguntava curioso.
- Depende dela, que me pediu um tempo. E para ir devagar, estou respeitando sua vontade – falava sem tirar os olhos dela.
- Você realmente a ama.
- Mais do que você pode imaginar.
As duas chegaram e eles interromperam a conversa.
- Alguma novidade sobre o vôo? – perguntou, sentando-se ao lado de Jensen.
- Nada – falou olhando para ela.
- Droga! – resmungava.
- Não é bom você ficar nervosa – Misha dizia preocupado.
- Eu não estou nervosa, meu querido. Fica tranquilo – falou dando um selinho.
- Estou com sono - dizia pensativa.
- Finalmente – Jensen falou sorrindo. – No avião você dorme.

Passaram-se três horas, o tempo melhorou e consequentemente o vôo deles foi liberado para decolar. Fizeram o check-in, despacharam suas malas e foram para o avião.
- Que poltrona é a sua? – se virou para perguntar para Jensen, que estava bem atrás dela.
- 12 F, e a sua?
- Você está de brincadeira? – perguntou pegando a passagem das mãos dele.
- Que foi? – perguntou rindo e confuso.
- A minha é 12 G, ou seja, vamos viajar um do lado do outro – falou devolvendo a passagem para ele.
- Isso é um problema para você? – perguntou com receio.
- Nãoa – respondeu estranhando aquela pergunta.
e Misha estavam duas poltronas à frente dos dois.

Depois de algumas horas de vôo, o sono de chegou de vez.
- Vou tentar dormir – disse, inclinando a poltrona para trás.
- Boa sorte – falou sorrindo para ela.
- O que você está ouvindo? – perguntou curiosa sobre o que ele ouvia no iPod.
- Várias músicas, nenhuma específica – respondeu colocando um dos fones no ouvido dela.
se deitou de lado, virada de frente para Jensen, que para ficar mais fácil para os dois ouvirem música, inclinou sua poltrona também. No iPod tocavam algumas músicas lentas, que fizeram com que adormecesse lentamente, Jensen a observava. Por instinto, ele acaricou o seu rosto, e delicadamente tirou o fone do ouvido dela.
- Você é tão perfeita – falava enquanto tirava uma mecha do cabelo, que insistia em cair no rosto dela.
Ela dormia tão profundo e tranquilamente que parecia um anjo descansando.
- Eu te amo, minha pequena, sempre vou amar – falou, dando um beijo em sua testa.


Capítulo 20 – Você e Eu.


Era um sábado à tarde, estava arrumando sua casa quando o telefone tocou.
- Alô?
- Ei, . Tudo bem com você? – cumprimentou.
- Tudo e com você?
- Melhor agora.
- É, Jensen. A que devo a honra da sua ligação? – ironizou.
- Então, você está livre essa semana? – perguntou animado.
- Sim, por quê? – ficou desconfiada.
- Estamos atrás de algum fotógrafo para fazer nosso ensaio, aí eu pensei em você – explicou.
- Sério? – perguntou empolgada.
- Sim, o que você acha? – falou no mesmo tom.
- Maravilhoso, mas o que eu preciso fazer? – se interessou.
- Vir para Vancouver.
- E virar um pinguim, que lindo! – riu. Jensen gargalhou do outro lado da linha.
- Precisamos de você aqui na segunda, combinado? – a questionou animado.
- Claro, estarei aí - afirmou.
- E com todo o seu equipamento fotográfico.
- Eu sei, meu querido – zombou dele.
- Está bem então, nos vemos na segunda, .
- Até lá, Jensen – se despediram.
Assim que desligou o telefone, ele tocou de novo.
- Jensen? – perguntou quando o tirou do gancho.
- Quase – a voz dizia rindo.
- Zie, sua besta.
- Por que você achou que era o Jensen? – a questionou intrigada.
- Eu estava com ele no telefone alguns minutos atrás – explicava.
- Hum, sobre o que conversaram? – ficou curiosa.
- Vão precisar de fotógrafos em Vancouver, e ele me chamou – contou empolgada a novidade.
- Que bacana, . Excelente para sua carreira.
- Mas e você, como está a vida de recém casada?
- Uma loucura, nunca pensei que cuidar de uma casa fosse complicado – falou com a voz cansada.
- Mas não é – falava confusa.
- Você mora sozinha né, não tem um marido e dois cachorros para cuidar.
- Verdade – riu.
- , preciso ir, a Sadie não pára de latir, tem alguém chamando.
- Está certo, Zie, vai lá.
desligou o telefone e terminou de limpar a casa. Tomou um banho para relaxar e depois foi para o aeroporto comprar sua passagem. Na volta, passou no apartamento de para avisar de sua viagem.
- Quando você vai? – perguntava.
- Amanhã à noite.
- Sabe quanto tempo vai ficar por lá?
- Não sei, o Jensen me perguntou se eu tinha a semana livre, então acho que será a semana inteira – dizia pensativa.
- Interessante – falou com malícia.
- Pára com isso, , não vai acontecer nada – disse sem muita certeza do que falava.
- Ah, minha filha, tudo acontece em Vancouver, ainda mais com o frio que faz naquele lugar – mordeu o lábio inferior e esfregou as mãos.
- Você não tem jeito mesmo – riu da amiga.
Naquele mesmo dia, dormiu no apartamento de para lhe fazer companhia, que no domingo de manhã foi para a casa de sua mãe, não queria ficar completamente sozinha, já que iria viajar.

passou o domingo arrumando as malas, que não seriam poucas, afinal os casacos que suportavam o frio de Vancouver eram enormes.
Assim que terminou de arrumar suas malas, tomou um banho, se arrumou, chamou um táxi e foi para o aeroporto esperar pelo vôo.F tranquilo, agradeceu, não que tivesse medo de viajar de avião, mas não gostava de viajar sozinha. Alguém da produção de Supernatural já estava esperando por ela no aeroporto, para levá-la até os locais de gravação.
- Está frio – comentou com o motorista.
- Hoje é o dia mais quente até agora.
- Sério? – perguntou preocupada.
- Sim, o inverno está rigoroso esse ano - comentou.
- Eu adoro inverno, mas não consigo me acostumar com o frio que faz nesse lugar.
- Leva um tempo mesmo – falava sorrindo.
Chegou ao local das gravações, ele a ajudou com suas malas, levando para um trailer e guardando lá. Ela pegou seus equipamentos e o senhor simpático a encaminhou até onde as fotos irião ser tiradas. ficou conversando com algumas maquiadoras e cabeleireiras que estavam por lá. Algum tempo depois, Jensen, Jared, Misha e Jim chegaram para tirar as fotos.
- Ok, assim está bem – falava para Jared enquanto tirava fotos dele.
- Estou bonito? – brincou.
- Com a opinião de uma profissional, podemos dizer que sim – ironizou.
terminou as fotos de Jared e o próximo foi Jim. Logo depois Misha, e por último, mas não menos importante, Jensen.
- Estou com fome – ele reclamava.
- Você está literalmente no personagem – brincou com ele, lembrando-se de como Dean era esfomeado.
- Talvez – falou com tom sarcástico.
Após um tempo, terminou as fotos de Jensen. No dia seguinte e durante a semana, ela tiraria fotos de todos os personagens, cenários e tudo que envolvia a série.
Mais tarde naquele dia, procurava pelo trailer onde estavam suas malas.
- Será que é esse? – perguntava para si mesma. – Ou esse? Droga, esses trailers são tudo a mesma coisa – reclamava.
Ficou alguns minutos rodando à procura, mas não obteve sucesso, então foi atrás do motorista que a trouxe.
- Ei, foi o senhor que me buscou no aeroporto, não foi? – perguntava correndo até ele.
- Isso, fui eu – disse sorridente para ela.
- Qual trailer que o senhor colocou minhas malas? Não consigo encontrar, são todos iguais – falava ofegante.
- Ah, no trailer do Jensen – sorriu do jeito dela.
- Hã? – perguntou confusa. – Mas por que do Jensen? – ficou intrigada.
- Ele que me pediu.
- Ah, é? – arqueou as sobrancelhas.
- Sim, eu te levo até lá.
- Ok, muito obrigada – disse sorrindo para ele.
Andaram alguns minutos antes de chegarem no trailer de Jensen. percebeu que tinha passado em frente a ele, mas nunca imaginou que fosse o de Jensen.
- É esse – ele falava apontando para o trailer.
- Muito obrigada – agradeceu.
deu algumas batidinhas na porta, mas ninguém respondeu, deduziu que Jensen não estava lá, e não estava mesmo. Entrou, guardou seus equipamentos na mala, e as carregou com muita dificuldade. As puxava pelos poucos degraus que tinha na entrada, uma das malas acabou virando. Ela resmungou, mas ajeitou a mala no canto e voltou dentro do trailer para pegar a outra. Com essa, ela teve mais cuidado, pois dentro dela estavam seus equipamentos e consequentemente mais pesada. Conseguiu tirar de lá sem nenhum perigo. Mas agora o dilema, como iria andar com duas malas de rodinhas na neve? Não andou nem dois metros quando percebeu que não conseguiria carregá-las sozinha.
- Droga, e agora? – resmungava sentando em uma das malas.
Ficou por volta de uns dez minutos ali sentada, esperando que alguma boa alma aparecesse para lhe ajudar. Já estava quase desistindo de esperar quando viu alguém conhecido chegando.
- Finalmente – comemorou quando Jensen se aproximava.
- O que foi? – perguntou rindo.
- Eu preciso de uma ajudinha aqui – falou olhando para as malas.
- Claro, vou me trocar e já te ajudo – deu um sorriso para ela e entrou no trailer.
Poucos minutos depois ele saiu do trailer com uma mochila nas mãos.
- Leve a mochila que eu me encarrego das malas – falou entregando a mochila para ela.
- Mas você consegue carregar as duas? – perguntou curiosa.
- Isso que vou descobrir agora – disse, pegando uma corda que estava em sua mão e amarrando na alça da mala.
- O que você vai fazer? – perguntou se abaixando para ver o que ele estava fazendo.
- Vou levar suas malas – disse sorrindo.
Jensen amarrou cada ponta da corda nas alças das malas e começou arrastá-las pela neve.
- Nunca vi isso antes – falava curiosa.
- Nem eu, inventei agora – riu.
Durante o percurso até o estacionamento, conversavam sobre coisas rotineiras e algumas bobeiras.
- Jensen, por que você pediu para guardarem minhas malas no seu trailer? – indagou.
- Porque você vai ficar na minha casa.
- Hã? – parou de andar e perguntou confusa.
Jensen percebeu que ela teve um leve susto com aquilo e olhou para trás, confirmando o que tinha dito.
- Você achou que ia ficar em um hotel? – foi irônico.
- Pensei não, eu vou ficar em um hotel, Jensen – tentava dizer com firmeza.
- , todas as vezes que você veio para Vancouver, você ficou na minha casa, por que agora seria diferente?
- Naquela época eu era sua namorada – dizia olhando para ele.
- A primeira vez que você veio não – falou com certeza.
- É, Jensen, mas mesmo assim... – relutava.
- Não adianta, , você vai ficar na minha casa e nada do que você fale vai mudar isso – disse um tanto autoritário.
o olhava confusa, queria e não queria ficar na casa dele, gostava da companhia dele que, com certeza, seria bem melhor do que ficar em um hotel sozinha. Mas ficar na mesma casa que ele? Ainda mais sozinha? Não tinha certeza se era uma boa idíia, mas naquele momento resolveu concordar com isso.
- Está bem – falou assim que se aproximaram do carro.
- Você não tinha escolha mesmo – sorriu e abriu a porta–malas.
- Eu te ajudo – disse tentando erguer uma das malas, mas não conseguiu, Jensen gargalhou daquilo.
- Sem graça – resmungou.

Já na casa de Jensen, tomava um banho relaxante depois do árduo dia de trabalho. Após o banho, vestiu uma roupa confortável e quente. Procurou Jensen pela casa, mas não o encontrou.
- Ué, cadê ele? – perguntava para si enquanto sentava-se no sofá.
Ligou a TV e ficou assistindo um programa de Talk Show que estava passando, não tinha idéia de quem era o entrevistado, e o programa não estava tão interessante, e acabou pegando no sono ali mesmo no sofá.
Acordou quando ouviu alguém entrando na casa.
- Onde você estava? – perguntou se sentando e olhando para ele, que passava pela parte de trás do sofá.
- Fui comprar algo para comermos – falou colocando as chaves na mesinha.
- Achei que tinha me abandonado – se fez de coitadinha.
- Até parece, né?! – falou e saiu em direção à cozinha. continuou no seu lugar.
Poucos minutos depois ele voltou com as sacolas e refrigerantes nas mãos.
- O que é? – perguntou curiosa.
- Algo que você adora – respondeu, se sentado ao seu lado.
- Deixe me ver – pegou a sacola das mãos dele e abriu toda curiosa.
- Cheesburguer, com fritas! – falou toda animada.
Jensen não disse nada, apenas riu da reação dela. Era umas das coisas que ele mais amava nela, a espontaneidade e o jeito simples de ser.

Os dias foram se passando mais rápido do que pôde notar, estava adorando ficar ali trabalhando com os todos os rapazes, e as pessoas da produção, que eram divertidas e simpáticas com ela.

Era quinta-feira e estavam todos reunidos em volta de uma fogueira, cantando algumas músicas.
estava sentada ao lado das meninas da produção, tinha se simpatizado bastante com elas. Jensen estava do outro lado, sentado ao lado de Misha. Ele pegou o violão e começou a tocar e cantar uma música, olhando diretamente para .

Cause it's you and me and all of the people
(Porque somos você e eu, e todas as pessoas)
With nothing to do, nothing to lose
(Com nada para fazer, nada para perder)
And it's you and me and all of the people and
(E somos você e eu, e todas as pessoas e)
I don't know why I can't keep my eyes off of you
(Eu não sei o porquê, Eu não consigo tirar meus olhos de você)

adorava a voz de Jensen e ficou visivelmente emocionada com ele cantando diretamente para ela.

Something about you now
(Algo sobre você agora)
I can't quite figure out
(Eu não consigo descobrir)
Everything she does is beautiful
(Tudo que ela faz é lindo)
Everything she does is right
(Tudo que ela faz é certo)
Cause it's you and me and all of the people
(Porque somos você e eu, e toda as pessoas)
With nothing to do, nothing to lose
(Com nada para fazer, nada para perder)
And it's you and me and all of the people and
(E somos eu e você, e todas as pessoas e)
I don't know why I can't keep my eyes off of you
(Eu não sei o porquê, eu não consigo tirar meus olhos de você)

Ele terminou de cantar, colocou o violão de lado e como dizia a música, ele realmente não conseguia tirar os olhos dela.
Depois de certo tempo todos começaram a brincar de "guerrinha de neve", corriam rindo e jogando bolas de neve um nos outros.
- Toma essa – Jared gritava jogando neve em Jensen.
- Ahhh – gritava correndo de Misha.
- Covarde – Jim brincava com Misha, o atacando com neve.
Agora era a vez de jogar bola de neve em alguém, e o seu escolhido foi o Jensen.
- Agora você vai ver – falou e saiu correndo atrás dela.
- Não, pára, pára – ela gritava para ele, que estava com as duas mãos lotadas de neve. Ele não hesitou e jogou nela, só que ela foi mais rápida e se jogou no chão. Jensen se juntou ao lado dela, passando um pouco de neve no seu cabelo.
- Vai congelar – reclamou juntando um pouco de neve nas mãos e jogou nele.
- Você não devia ter feito isso – disse rindo e começou a fazer cócegas em , que ria sem parar.
- Não é justo, pára – dizia gargalhando.
Tentou revidar, mas não conseguia de jeito nenhum, ela rolava para longe dele, mas ele se aproximava e continuava a fazer cócegas nela.
- Por favor – falava quase sem ar.
- Está bem, você já teve o que merecia – falou, parando de cutucá-la.
- Você não presta – resmungou, o empurrando para o lado.
Ficaram ali deitados na neve por alguns minutos. começou a desenhar com seu próprio corpo, o formato de um anjo na neve.
- Eu sou um anjo – dizia toda empolgada.
- Não tenho tanta certeza disso - brincou com ela.
Ela se virou para ele e ficou o encarando, ele tentou até resistir, mas não conseguiu e também se virou para olhá-la. Jensen, por um impulso que ele não conseguia controlar, a puxou para mais perto de si, ela não reclamou.
- Eu te amo – falou dando um beijinho de esquimó nela.
Ela sorriu para ele.
- Eu te amo – retribuiu, e dessa vez o beijou de verdade, no começo com delicadeza e depois com muita intensidade, sentindo cada canto e sabor de sua boca.


Capítulo 21 – Dúvidas.


- E agora? – perguntava, enquanto abria a porta do carro para ela sair.
- Agora eu vou para casa – desconversava.
- ! – disse quase chamando sua atenção.
- O quê, Jensen? – indagou.
- O beijo de ontem não significou nada para você? – perguntou com medo da resposta.
não respondeu de imediato, os dois entraram no aeroporto, o silêncio prevalecia, quando ela resolveu responder.
- Um beijo sempre significa alguma coisa – sorriu amorosamente para ele.
- E o que eu falei ontem é a verdade – disse, se lembrando do "eu te amo".
- Eu sei Jensen, mas estou meio confusa com tudo isso – foi sincera.
- Você me ama? – perguntou e a parou.
- Claro, Jensen.
- Mas então, por que está confusa? – ficou intrigado.
- Não sei.
- Eu não consigo entender, - falou com tristeza.
- Nem eu, Jensen - disse e fez carinho no ombro dele.
Os dois se despediram com um abraço demorado, dessa vez sem beijo. deixou Jensen em Vancouver e voltou para Los Angeles, com um aperto no coração.

A semana após a volta de Vancouver foi um tanto confusa para , todo dia pensava no tempo que passou com Jensen, o quanto se divertiram juntos, o quanto ele a fazia feliz, até com as coisas mais simples. Ela o queria de volta, queria ter tudo aquilo para sempre, e claro, não podia deixar de pensar no beijo.
Mas será que ela estaria pronta para voltar a ter um relacionamento com ele? Ela não tinha dúvidas do amor que sentia, mas tinha dúvidas de tudo. Ela conseguiu realmente esquecer a traição? O perdão foi de coração, mas será que ali no relacionamento entre homem e mulher, ela conseguiria? Muitos "serás" rondavam sua cabeça, não tinha idéia do que fazer. Resolveu procurar alguém que sabia sobre tudo, e como sua melhor amiga, poderia ajudá-la a se decidir.

estava na casa de Mackenzie, as duas conversavam na sala sobre o que ela deveria fazer.
- Zie eu não sei, me ajuda - implorava.
- , só quem pode decidir isso é você, a única coisa que posso fazer é te aconselhar - falou carinhosamente.
- Se você estivesse no meu lugar, o que faria? – perguntou esperançosa.
- Ah, , é complicado - falou sem saber o que responder.
- Eu sei disso, Zie, por isso estou aqui.
- Queria poder te ajudar, mas não sei como.
- E se fosse o Jared? – indagou.
- Se ele tivesse me traído? – perguntou curiosa.
- Isso - afirmou.
- , o Jared é o homem da minha vida, não que eu seja dessas mulheres que vivem em função do marido, muito pelo contrário, mas o que eu sinto por ele é maior que qualquer coisa - disse com firmeza.
- Até mesmo uma traição? – perguntou.
- Sim, acredito que quando existe amor de verdade, somos capazes de perdoar, esquecer e deixar no passado - explicou.
- Eu não tenho mágoa do Jensen, o que ele fez foi errado, mas ele se arrependeu e eu o perdoei - comentou.
- Então, qual o problema? – Mackenzie perguntou.
- Fico com medo de sofrer de novo - disse cabisbaixa.
- - se aproximou da amiga –, não fique com medo de uma coisa que pode não acontecer, meu irmão foi burro o suficiente de te trair, ele não vai cometer esse erro de novo.
- Eu sei disso, mas é que sei lá, são essas coisas doidas que não saem da minha cabeça.
- Você ama meu irmão desde sempre, . E vocês já ficaram muito tempo separados, e ele provou para você que te ama na mesma intensidade, dê uma chance para o amor de vocês.
- É, acho que você está certa, Zie - falou abraçando a amiga.
- Ele não vai te magoar de novo, garanto - disse sorrindo.
- Agora só preciso de coragem para falar com ele - falou com certeza.
- Toma - Mackenzie disse empolgada e entregou o telefone para .
- Calma! - riu. - Essas coisas têm que ser feitas pessoalmente.
- Você tem razão - falou rindo.
- E também não quero agir sobre impulso, preciso de um tempinho ainda - afirmou.
- Eu entendo. Se fosse comigo, também precisaria - concordou com .

Algumas semanas haviam se passado desde que conversou com Mackenzie, ela ainda não tinha conversado com o Jensen, por falta de tempo ou coragem mesmo. Na verdade, ela só estava esperando o momento certo, mas tinha receio que ele não chegasse. Enquanto esse momento não acontecia, ela vivia sua vida. Estava em uma loja de bebês com , comprando roupinhas.
- São tantas opções lindas que eu nem sei o que levar - dizia emocionada.
- Olha essa - mostrava para ela um vestidinho rosa com detalhes em lilás. - É lindo, vou comprar para ela.
- Ai – parou o que estava fazendo e colocou a mão na barriga.
- O que foi? – perguntou preocupada e se aproximou da amiga.
- Não sei - falou com medo.
- Meu Deus, será que é agora? – começou a ficar desesperada.
- Não, ainda faltam três semanas, não pode ser agora - dizia agoniada.
- Você sentiu dor? – perguntou.
- Não foi dor, eu acho que ela se mexeu com muita força, às vezes ela esquece que minha barriga não é elástica - riu.
- Ah bom, então agora está tudo bem? – indagou quase aliviada.
- Acho que sim - sorriu.
- , você não pode fazer isso comigo, quase tive um infarto. Você tem que parar de ser desesperada - disse, respirando fundo.
- Culpe sua afilhada e não eu - confessou.
- O quê? Afilhada? – perguntou espantada.
- Sim - afirmou sorridente. - Eu e o Misha conversamos, e queremos te convidar para ser a madrinha dela, o que acha?
- Nossa que honra, mas é claro que sim - falou emocionada e abraçou .
se inclinou para falar com a bebê, que agora é sua afilhada.
- Pode ficar tranquila, bebê, nós vamos aprontar muito - falou brincando.
- Minha filha já está no mau caminho antes mesmo de nascer - disse rindo.
- Que isso, , só tenho que ensiná-la as coisas boas da vida - riu.
- Deixa o pai dela ficar sabendo disso.
- Eu converso com ele depois - gargalhou.

As duas estavam no quarto da bebê arrumando os últimos detalhes, guardando as roupinhas, ajeitando a mala que levaria para o hospital, e claro imaginando como a bebê seria.
estava sentada na cama, e em pé, arrumando a cômoda.
- Eu acho que ela vai ser a cara do pai - comentava.
- Ah não, coitada - zombou.
- Coitada se ela parecer comigo - brincou.
- Você sabe que é bonita, .
- É, para conseguir um homem como o Misha, tenho que ser - falou convencida.
- Não comece a se achar não, por favor - riu.
- Está bem, parei - fez uma cara divertida e piscou para a amiga.
- Falando nele, quando ele vem para cá? – perguntou curiosa.
- Semana que vem, ele vai ficar de vez, volta para Vancouver só depois do nascimento.
- Você está ansiosa? – perguntou empolgada, sentando-se ao lado dela na cama.
- Muito, estou nervosa. Você sabe, é a primeira vez, não tenho noção de como vai ser tudo.
- Ah, mas eu acho que na hora o instinto materno entra em ação e você vai saber o que fazer - falou apoiando a amiga.
- É, eu espero - disse sorrindo.
- Até o jeito desastrado de vocês dois vai sumir - riu.
- Sem graça - deu um tapa no ombro de .
As duas continuaram ali, admirando o quarto e sonhando com a bebê que estava por vir, quando se tocou de uma coisa.
- ? – chamou a amiga que estava distraída com o livro "O que esperar quando você está esperando".
- Oi - falou sem tirar os olhos do livro.
- Eu sou a madrinha, quem vai ser o padrinho? – perguntou curiosa.
- Não tenho idéia - virou algumas páginas do livro. - O Misha não me disse ainda quem ele tem em mente.
- E você tem alguém em mente? – franziu o cenho.
- Ah, no momento não.
- Sei - continuou pensativa. - , eu tenho que ir agora, depois a gente se fala.
- Está cedo, .
- Não está não - falou rindo e se levantando, beijando o rosto da amiga.
- Tudo bem, , vai lá.
- Até mais, meninas - acenou saindo do quarto, não se esquecendo de mencionar a bebê.

estava em seu apartamento, pensando em tudo o que conversou com Mackenzie. Mesmo após a conversa, ainda tinha pequenas dúvidas dentro do seu coração.
Jensen era o rapaz que ela conheceu quando tinha apenas dez anos. Desde a primeira vez que o viu sentiu algo diferente. No começo era birra de criança, até por que o primeiro encontro dos dois não foi muito agradável. Mas com o tempo, percebeu que ele não era o que aparentava ser, e começou a ter certa simpatia pelo seu vizinho, que com o tempo provou ser muito mais que um simples vizinho, e sim um verdadeiro amigo que a ajudou a superar a morte de seu pai, que a defendeu quando um canalha quis se aproveitar da sua inocência, e até nas coisas mais simples que ela não sabia fazer, e ele por ser mais velho, sabia. Foi o primeiro namorado, o rapaz com quem ela fez amor pela primeira vez. Aliás, era o único a quem ela tinha se entregado completamente, só não esperava pela traição.
Todos esses pensamentos rondavam a cabeça de , ela se lembrava de tudo, desde que o dia em que o conheceu até o último dia que tinha o visto, em Vancouver.
Voltar definitivamente com Jensen seria maravilhoso. Ele era maravilhoso. Não era aquele príncipe encantado que todas as meninas sonham quando são crianças, ele tinha defeitos e os conhecia muito bem. Mas ele tinha suas qualidades, que eram muitas. E também as conhecia, mas as qualidades superavam de longe os defeitos.
Não podia negar que sim, amava Jensen, e durante o tempo que ficaram separados foi o que a impediu de se relacionar com outros homens, o amor que sentia por ele, como poderia se relacionar com alguém amando outro? E nunca ficaria com alguém para esquecer Jensen, não seria justo com a pessoa, nem com ela mesma.
- Ah, droga! - ela resmungava quase gritando. - Eu não sei o que fazer, preciso de ajuda - choramingava.
- Calma, - dizia para si mesma. Respirou fundo e contou até dez. - Vou dormir, é a melhor coisa que faço - resmungou.
se deitou na cama para dormir, o que não foi muito fácil de fazer. Já que sua mente não deixava, resolveu ligar a TV para ver o que estava passando, e para sua surpresa era o homem dos seus pensamentos que apareceu assim que ligou o aparelho.
- Valeu, Jensen - bufou rindo. - Agora que eu não vou conseguir dormir mesmo - resmungou e afundou a cabeça no travesseiro.

No outro dia de manhã, não tinha trabalho para fazer e resolveu dar uma passeada pela cidade. Chamou para ir com ela, mas como estava no estágio final da gravidez, recusou, até por que ela se cansava muito facilmente.
passeava pela cidade, observando as pessoas, casais apaixonados andando de mãos dadas e fazendo carinho um no outro, mães brincando com seus filhos, jovens passeando com seus cachorros, outras pessoas se exercitando, enfim tudo quanto é tipo de pessoa que existia.
Chegou a um dos vários parques que tinham em Los Angeles, sentou-se na grama e ficou olhando para o nada, só com um pensamento na cabeça. Quando de repente uma mulher chamou sua atenção. Ela brincava com um bebê, forçou o olhar para ver quem era e percebeu que era alguém conhecido, não uma amiga, mas uma conhecida.
- Jamie? – perguntou baixinho para si mesma.
ficou observando as duas por um bom tempo, Jamie brincava animadamente com a bebezinha, e não tirava os olhos das duas, quando percebeu que Jamie se levantou e veio na direção que ela estava. Ela desviou o olhar, notou que Jamie não tinha a visto, mas a bebê no colo dela deixou um de seus brinquedos cair, justamente quando passavam na frente de . Ela imediatamente pegou o brinquedo, se levantou e o entregou para Jamie.
- Obrigada - ela agradecia. - ? – perguntou assustada.
- É, eu - respondia sem vontade.
- Nossa, nem sei o que te dizer - ainda estava incrédula.
- Alías, sua filha é linda - desconversou.
- Obrigada - sorriu. - , você me desculpa? – pediu do nada.
- Jamie, eu não sinto mais raiva de você, faz quase dois anos que tudo aconteceu - falou com certeza.
- Eu sei, mas eu não consigo me livrar da culpa - confessou.
- Não precisa ficar com esse sentimento dentro de você, eu já te desculpei há muito tempo.
- Muito obrigada, - agradeceu.
- Não precisa agradecer.
Jamie foi embora com sua filha, que não fez questão de saber o nome, uma coisa era desculpar e não sentir nenhuma raiva dela, mas virar amiga era outra bem diferente.
sentou-se na grama novamente, e alguns pensamentos voltaram à sua cabeça e um novo também. Se ela não sentia raiva nenhuma de Jamie e até era simpática de verdade com ela, sendo que antes do acontecido as duas não eram nada, por que não poderia ser assim com Jensen? Afinal antes do acontecido os dois sim, eram alguma coisa, e alguma coisa bem real.


Capítulo 22 – Certezas.


Ele estava no trailer sendo maquiado, juntamente com seus colegas de elenco. Particularmente, naquela semana, Jensen estava bastante quieto, o que era bem raro para um homem que vivia brincando com todos da produção, e que se divertia durante as gravações da série. Mas todo esse silêncio e aparente desânimo, tinha um nome: . Não que ela fosse motivo de tristeza, muito pelo contrário, era motivo de alegria, mas o problema é que ela não estava com ele.
Essa dúvida que tinha por dentro deixava Jensen agoniado, sem saber se um dia poderia realmente ser feliz com ela. E dessa vez, para sempre.
era aquela que ele conheceu quando tinha apenas dez anos, e com um jeito todo especial de ser. Com o tempo, descobriu que sentia algo a mais, muito mais que amizade. E isso aconteceu quando ela estava na fase de transformação de menina para mulher. era aquela que ele sentia necessidade de proteger, se fosse possível, por vinte e quatro horas do seu dia. E principalmente, aquela que era a única mulher que ele realmente amou e ainda ama.
Jensen sabia que o fizera à era imperdoável, e não esperava que ela o perdoasse, mas para a sua surpresa, o perdoou e de coração, isso era muito mais do que ele podia pedir. Que mulher perdoa a traição de um homem? Realmente tinha que ser uma muito especial para fazer isso. E Jensen sabia o quão especial era, e não podia perdê-la.
Queria provar para ela que aquilo não aconteceria de novo, mas como? Para isso acontecer, precisava de uma outra chance, era isso o que ele pedia: uma única chance. E faria de tudo para dar certo dessa vez.
era a certeza que ele tinha em sua vida. Certeza que queria ficar com ela para sempre, para fazê-la mãe de seus filhos, sua esposa, e mulher todos os dias. Certeza de que queria dormir e acordar ao seu lado, viverem uma vida de casado. Isso mesmo, não queria apenas como sua namorada, queria como esposa.
Jensen estava tão distraído em seus pensamentos que não percebeu quando um de seus colegas o chamou.
- Jensen – Misha gritava.
- O quê? – respondeu um tanto mal-humorado.
- Preciso falar com você – disse educadamente.
- Diga - falou dessa vez olhando para Misha, que estava sentado em uma cadeira próximo à sua.
- Vamos lá fora - levantou-se, Jensen o seguiu.
Saíram do trailer, Misha percebeu que não tinha ninguém por perto e fez o pedido.
- O que você acha de ser o padrinho da minha filha? – perguntou.
- Como? – indagou confuso.
- Quer ser o padrinho da minha filha? – perguntou novamente.
- Nossa, Misha, nem sei o que dizer - falou emocionado.
- Um "sim" seria bom - brincou.
- Mas é claro que sim - falou quase gritando de empolgação e abraçando forte o amigo.
- Que bom que você gostou - Misha disse sorridente.
- Eu adoro crianças, não poderia ser diferente, ainda mais filha de um amigo, é uma honra - falou animado.
- E vai ser uma honra ter você como padrinho da minha filha.
- Quem vai ser a madrinha? – Jensen perguntou curioso enquanto voltavam para dentro do trailer.
- A .
- Sério? – indagou com um brilho no olhar.
- Sim, a escolheu a madrinha; e eu, o padrinho.
- Padrinho do quê? – Jared se intrometeu na conversa.
- Da minha filha - Misha respondeu.
- E quem vai ser? – perguntou curioso.
- Eu - Jensen disse orgulhoso, batendo no próprio peito.
- Parabéns - Jared sorriu.
- Obrigado - agradeceu todo sorridente.
- Ela já tem madrinha? – uma das maquiadoras perguntou com um tom de brincadeira e empolgação.
- Sinto muito, Shannon, já tem sim - Misha respondeu sorrindo, e sentou-se na cadeira para ela maquiá-lo.
- E quem é? – dessa vez foi Jared que perguntou curioso.
- Adivinha? - Misha brincou.
- Não sei - disse pensativo.
- Pensa um pouco, Jared - Jensen zombou.
- Não adianta - Mark riu.
- É a – Misha finalmente disse.
- Suspeitei que fosse ela - concluiu, ainda pensativo.
- Sei, suspeitou mesmo - Jensen riu.
- Com certeza - Misha gargalhou.

Algumas horas mais tarde estavam todos no set de gravação, Jensen ensaiava uma cena com Jared, Misha, Mark e Jim.
- O que você acha se fizermos desse jeito? – Mark perguntava para Jensen.
Ele não respondeu, estava com os olhos fixados no roteiro, mas não lia nada, seus pensamentos estavam longe.
- Jensen? – Misha o chamou.
- Acorda! - Jared deu um tapa no ombro do amigo.
- Oi? Que foi? – indagou desatento e tirando os olhos do papel que segurava em suas mãos.
- Parece que você está em outro mundo - Jim comentou.
- Me desculpa rapazes, o que você dizia? – perguntou confuso olhando para Misha.
- Eu não dizia nada, quem tentava falar com você era o Mark - fez um gesto com a cabeça, indicando-o.
- Ah certo, diga Mark - deu um sorriso amarelo para o companheiro de cena.
Mark explicou para Jensen o que pretendia fazer e perguntou a opinião dele. Jensen gostou da idéia e fez a cena. Logo após ser finalizada, eles tiveram um pequeno intervalo. Jensen estava sentado em uma cadeira estudando uns roteiros novos que uma assistente da produção tinha lhe entregado.
- Cara, você está bem? – Jared perguntou, sentando-se na cadeira ao lado dele.
- Estou, são algumas coisas da minha cabeça - falou disfarçando.
- Jensen, eu te conheço, sei que tem alguma coisa errada - insistiu.
- Esquece isso, Jared - tentou fugir do assunto.
- Seriam coisas da cabeça ou do coração? – perguntou. Ele sabia exatamente qual era o problema do amigo.
- Está bem, já que você insiste, é a – confessou.
- Aconteceu alguma coisa? – o questionou curioso.
- Sim, da última vez que ela veio à Vancouver, nos beijamos.
- Mas isso é uma coisa boa - falou confuso.
- Seria, mas desde que ela foi embora a gente não se falou mais - disse com um tom de tristeza na voz.
- Ela não te disse nada? – perguntou intrigado.
- Disse que me ama, mas está confusa - explicou.
- Confusa com o quê? - questionou.
- Não sei, na verdade, nem ela soube me explicar.
Jared ia dizer alguma coisa ao amigo, mas não teve tempo. O diretor da série os chamou para gravar, e como naquele dia ele estava um tanto estressado, eles foram depressa.
Ao fim das gravações daquele dia, Jared teve uma idéia para animar o Jensen e conversou com Misha sobre isso.
- Ele precisa desabafar, tem coisa melhor que isso? – perguntou empolgado.
- É, esses últimos dias o Jensen está estranho mesmo - disse pensativo.
- Então o que você acha?
- Boa idéia, mas vamos chamar os outros também.
- Com certeza.
À noite, naquele mesmo dia, estavam Mark, Misha e Jim sentados em uma mesa de um bar tomando algumas cervejas, enquanto esperavam por Jared e Jensen.
- O que ele tem? – Mark indagou curioso.
- Problemas com mulheres - Jim falou após tomar um gole de sua cerveja.
- Está apaixonado? Ou brigou com a namorada? – perguntava.
- Um pouco mais complicado - Misha comentou.
Misha começou a contar tudo para Mark, sobre e Jensen, e tudo o que havia acontecido sobre os dois, quando Jared chegou com o amigo no bar, o interrompendo. Jensen ficou confuso, pois Jared não havia lhe contado que encontrariam os rapazes.
- O que está acontecendo aqui? – perguntou curioso assim que sentou-se à mesa.
- Uma reunião de amigos - Jared falou sorrindo.
- Está me parecendo mais o "Clube do Bolinha" – Jensen disse brincando.
- Quase isso - Misha riu.
Jared chamou o garçom, que veio para servi-los na mesa.
- Cerveja - Jensen pediu.
- Cerveja para todo mundo, e por minha conta - Jim falou alto.
- Opa, vamos aproveitar - Jared comemorou brincando.
Após o garçom trazer as cervejas, Misha começou.
- Então vamos ao que interessa - falou batendo na mesa.
- Ih, lá vem - Jensen reclamou.
- Bom, pelo que eu entendi estamos aqui para você desabafar conosco, Jensen - Mark falou olhando diretamente para ele.
- Isso é uma intervenção? – perguntou e brincou como se estivesse assustado.
- Ainda não - Jared zombou.
- Vamos falar sério - Jim disse com firmeza.
- Jensen, nós todos aqui percebemos que nessa última semana você anda distraído, como se estivesse em outro planeta - Misha comentou.
- Gente, não se preocupem com isso, daqui a pouco passa.
- Não, Jensen, isso não passa - Misha disse como se entendesse do assunto.
- Galera, desculpa, me coloquem por dentro do assunto? – Mark pediu um pouco confuso.
- Resumindo, o nosso colega aqui – Jared disse dando um tapinha no braço de Jensen - namorou uma garota praticamente desde sempre, mas fez a besteira de trai-la. Eles se separaram, ela pediu um tempo para pensar, isso tem quase dois anos, e algumas semanas atrás os dois se beijaram. Ela disse que o ama, mas está confusa - Jared contou tudo.
- E o Jensen a ama - Jim completou.
- Ah, agora eu entendi - Mark falou pensativo.
- Jensen nos conte o que você está sentindo nesse momento - Misha pediu educadamente.
- Sinto como se meu coração estivesse em pedaços - confessou.
Aquilo que Jensen disse fez com que todos fizessem cara de assustados, sabiam que ele amava , mas não esperavam que fosse tanto assim.
- Você realmente a ama - Mark comentou.
- Ela é a mulher da minha vida - afirmou.
- Então lute por ela - Mark tentou animá-lo.
- Não é tão fácil assim - disse triste.
- Eu a conheço? – perguntou curioso.
- Acho que sim, lembra da fotógrafa que veio um tempo atrás? – Jared entrou na conversa.
- Ah, me lembro sim, moça simpática - falou se recordando de .
- Isso, ela mesma - Jim concluiu.
- Eu não deveria falar isso – Jared comentou apreensivo –, mas se for para resolver, acho que não tem problema - disse.
- O que é? – Jensen perguntou curioso.
- A Zie me contou que a conversou com ela sobre você. Contou tudo e o que acontece é que, na verdade, ela tem medo de sofrer de novo, que você a magoe.
"Que a Mackenzie não descubra isso", Jared pensou.
- É a última coisa que eu quero, fazer a sofrer... - desabafou.
- me disse que se ela fosse a , já teria voltado com você há muito tempo - Misha comentou.
"Que a não descubra isso", agora foi Misha que pensou.
- Você já disse isso para ela? – Mark perguntou.
- O quê? – indagou.
- Que você não vai magoá-la de novo.
- Eu pedi perdão, mas não cheguei a dizer isso - falou pensativo.
- Jensen... - Jim o chamou com sua voz compreensiva.
- Sim?! - respondeu olhando para o amigo.
- Se coloca no lugar da , e se ela tivesse te traído? Você a perdoaria com facilidade? Não teria nenhuma dúvida e medo? – questionou Jensen.
- É – falou pensativo. - Eu realmente não saberia o que fazer se fosse o contrário.
- Tente sempre ver as situações pelos dois lados da moeda - aconselhou a Jensen.
- Você tem razão - Misha concordou.
- Tem mesmo - Jensen falou. - O que eu deveria fazer? Esperá-la me procurar? – perguntou.
- Eu acho que você deveria ir atrás dela e dizer tudo o que está sentindo - Mark opinou.
- Eu concordo com o Mark - Jared disse.
- Mas vá com calma - Jim aconselhou.
- É, vá devagar - Misha concordou. - Mas assim que tiver a primeira oportunidade, fale com ela - concluiu.
- Vou fazer isso mesmo, muito obrigado, rapazes. Eu precisava desabafar e ouvir uns bons conselhos - Jensen agradeceu, erguendo a garrafa de cerveja para brindar.
- Sempre que precisar... - Jared falou sorrindo.
- Com certeza - Misha, Jim e Mark disseram quase ao mesmo tempo, fazendo todos na mesa rirem.


Capítulo 23 – Júlia.


Era um sábado à tarde, e Misha estavam esparramados no sofá. Ela adormeceu enquanto assistia um filme que passava na TV. Dormia tranquilamente enquanto Misha assistia ao filme.
Ele percebeu que estava sonhando com algo bom, porque mesmo dormindo, sua feição era de felicidade. Ele se perguntava com o que ela estava sonhando, nunca adivinharia que o sonho era o dia em que os dois encomendaram Júlia.

[Flashback]
Misha e tinham acabado de voltar de um jantar em um dos melhores restaurantes que vendiam comida japonesa de Los Angeles, mas um fato fez com que eles viessem todo o caminho em um silêncio quase mortal. Estavam dentro do elevador, subindo até o andar onde moravam, cada um de um lado. Ele, sem saber ao certo o que dizer para confortá-la, tentou conversar com ela dentro do carro, mas ela mal lhe respondia, e muitas vezes monossilabicamente. A única coisa que ouviam dentro do elevador eram as próprias respirações, que por sua vez estavam um tanto quanto alteradas.
Quando o elevador fez um pequeno barulho de aviso que tinha chegado ao andar, e logo abriu as portas, foi saindo rapidamente, não querendo ficar mais nenhum segundo dentro daquele cubículo com ele. Aproximou-se da porta do apartamento e ficou parada, em silêncio, e com os braços cruzados. Não iria dirigir uma palavra sequer a ele, e muito menos olhá-lo, estava com raiva. Ele, no entanto, queria resolver aquele pequeno impasse com a esposa, mas não sabia por onde começar, e se deveria realmente tratar daquele assunto com ela ou deixar para lá.
Misha deu as duas voltas com a chave na porta, e girou a maçaneta para que ela abrisse. passou em sua frente sem nem sequer pedir licença, e bateu as mãos ligeiramente pelo interruptor, acendendo as luzes da sala. Andou enquanto tirava o casaquinho que usava por cima de um vestido branco e parou, quando ouviu a porta se fechando e sendo trancada pelo marido. Ela se virou e jogou o casaco em cima dele de um jeito violento, e bateu um dos pés.
- MISHA! VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE FAZER O QUE FEZ! – ela falou brava e fechou ambos os punhos com força. Ele viu o rosto dela ficar vermelho de raiva e percebeu o quanto aquilo era importante para ela, mesmo achando que era uma bobagem completa.
- ... – ele deu alguns passos adiante, querendo se aproximar um pouco mais dela, mas foi completamente em vão. deu um passo para trás, querendo ficar mais e mais longe dele.
- Não se aproxima de mim! Não vem dizer que "'Ta tudo bem", e que é uma bobagem eu estar me sentindo dessa forma. SERÁ QUE TEM COMO VOCÊ ENTENDER QUE EU SINTO CIÚME? E parece que você tira algum proveito disso, não sei... – ainda gritava.
- O que você queria que eu fizesse? Heim? Sinceramente, , o que você queria que eu fizesse? Você acha que fiz aquilo de propósito? Que tirei fotos com as minhas fãs e dei atenção à elas só por que sei que você sente ciúme e queria que você ficasse dessa forma? Parece que você não me conhece, poxa! Há quanto tempo nos conhecemos? Você já deve saber que não faço isso, nunca iria te machucar, eu odeio te ver assim... - abaixou o tom de voz, cansado. Deu um suspiro rápido.
- Se você realmente odeia me ver assim e me conhece do jeito que diz, não deixaria que elas te agarrassem – sentiu os olhos arderem, um futuro choro viria por aí.
- ... – Misha murmurou já com a voz um pouco embargada.
- Tem como você me deixar um pouco sozinha? - pediu com um tom de voz mais calmo e se virou de costas para ele. Deu um suspiro profundo e deixou todo o ar que estava em seus pulmões saírem, aquilo iria acalmá-la. Ela já estava com os olhos marejados, tentou ao máximo não chorar, mas era algo praticamente impossível de se não fazer naquele momento. Estava magoada, machucada e chateada com toda aquela situação, sabia que no fundo era bobagem e não deveria se preocupar, afinal Misha era seu marido e estavam casados há tanto tempo, porque ter ciúme? Ele a amava, não amava? E ele tinha que ter aquele comportamento com as fãs, porque ela se incomodava tanto às vezes? Não tinha resposta para tais perguntas, apenas fechou os olhos e sentiu as lágrimas escorrerem pelos seus olhos e passarem por suas bochechas.
Já ele estava parado, a poucos centímetros de . Sem saber de fato o que fazer, bufou e passou as mãos pelo rosto, estava praticamente de mãos atadas. O que faria para que aquele sofrimento passasse? Ele se colocava no lugar dela, e realmente não era uma situação fácil, Misha não conseguia nem imaginar se a situação fosse invertida, e ele tivesse que conviver pacificamente com os fãs da esposa.
Aproximou-se um pouco dela, de um jeito lento para que ela não percebesse e o repreendesse. Esticou um pouco o braço para colocar uma das mãos em seu ombro, mas ao ouvir um murmúrio baixo de e perceber que ela estava chorando, seu coração se partiu em milhares, a dor que sentira fora muito maior do que qualquer coisa que havia sentido antes.
Ele, de um jeito rápido, colocou-se na frente da esposa e a puxou mais próxima de si, fazendo com que ela se aconchegasse em seus braços.
lutou, por diversas vezes o empurrou, queria ficar longe dele, sentia raiva. Mas como? Se o melhor lugar para ficar era ali? Totalmente agarrada a ele? Parou de lutar contra as suas próprias vontades ao mesmo tempo em que parou de empurrá-lo. Aconchegou-se nos braços de Misha e começou a chorar tudo que queria, iria desabafar.
- Eu vou me comportar mais da próxima vez, ok? Você não faz idéia como me dói te ver dessa forma, . E ainda saber que a culpa é minha. Me perdoa? – Misha, que estava com uma das mãos acariciando o cabelo dela, abaixou o rosto para olhá-la, no mesmo instante que levantou o seu rosto e mostrou o quanto os seus olhos estavam vermelhos por causa do choro.
- Eu sou uma idiota – murmurou entre os soluços e o choro. Ele teve um pouco de dificuldade para entender o que ela dizia. Franziu o cenho sem saber o que dizer. – Eu não deveria ter te tratado dessa forma, eu sou uma idiota – repetiu. Ele deu uma leve risada e logo depois um beijinho no topo na cabeça da esposa.
- Você não precisa falar dessa forma. Não fez nada de errado – ele sussurrou de uma forma carinhosa enquanto acariciava os cabelos dela. – Se tem uma pessoa errada aqui, essa pessoa sou eu, – Misha disse de um jeito sério, e olhando-a nos olhos profundamente. – Me perdoa por eu ser, às vezes, o pior marido do mundo?
Ela riu de leve e não conseguiu responder, no mesmo instante puxou o marido pela nuca, dando-lhe um beijo intenso. Quando se separaram daquele beijo, ficaram com os rostos próximos, ofegantes e em silêncio. Apenas curtindo aquele momento.
- Eu te amo – ela sussurrou de um jeito apaixonado e ele sorriu. E lhe respondeu com um "eu também" da mesma forma. sorriu e não muito tempo depois sentiu os lábios do marido nos seus, e a língua dele pedindo passagem para um beijo mais intenso, que ela cedeu no mesmo instante. Beijaram-se intensamente, da mesma forma que ocorrera da última vez. A briga que tiveram minutos atrás não era nada comparado ao amor que sentiam um pelo outro. Casais tinham brigas, era normal. Ele colocou uma das mãos em sua coxa e a puxou mais para cima, fazendo com que subisse em seu colo e entrelaçasse suas pernas. Não quebraram o beijo de forma alguma. Misha já estava com uma das mãos por baixo do vestido dela, chegando bem perto da calcinha, fazendo com que ela soltasse um gemido, mesmo que baixo, entre um beijo e outro.
Ele andou às cegas até se aproximar da mesa de jantar que tinha por ali, colocou a esposa sentada e quebraram o beijo por breves segundos. Logo, Misha puxou pela barra o vestido da esposa e o tirou de um jeito ligeiro, o jogando em um canto qualquer dali.
O cabelo dela estava bagunçado com algumas mexas em seu rosto. Ele delicadamente as tirou de sua face, e sorriu de leve.
- Você não tem idéia como é importante e essencial na minha vida. Eu te amo, . Eu te amo muito – ele sorriu e o coração dela deu voltas, correspondeu ao sorriso. Misha sempre falava essas coisas bonitas e nunca sabia como respondê-las, era incrível.
- Eu te amo – ela sussurrou de volta. – Mais importante e essencial do que chocolate – brincou, os dois riram.
Ele voltou a beijá-la na boca, enquanto desabotoava a camisa social que ele usava. Terminado de fazer isso, passou rapidamente as mãos pelos ombros dele, fazendo com que a camisa preta que ele usava caísse no chão. Misha acariciava as coxas da esposa e brincava com a barra da calcinha dela, ameaçando tirá-la a qualquer momento. Ela abriu os botões da calça jeans dele, deixando a boxer branca que ele usava um pouco à mostra. O marido partiu os beijos para o pescoço da esposa, ao mesmo tempo em que com uma das mãos acariciava os seios dela, de um jeito delicado, fazendo-a gemer um pouco mais alto do que o normal. Ele sorriu sozinho contra a pele morena dela, satisfeito por estar lhe proporcionando prazer daquela forma. Desceu os beijos para o colo de , dava beijos molhados por toda a extensão de seu corpo e fazia questão de sentir o gosto de cada pedacinho da esposa. Ela o puxou delicadamente para cima, para que se beijassem na boca novamente, estava excitada, não aguentaria por muito tempo. O beijou profundamente, às vezes dando mordidinhas de leve em seu lábio inferior, arrancando gemidos leves do marido. Desceu as mãos para dentro da boxer, começando a acariciá-lo. Já que ele estava a provocando, ela faria o mesmo. Ele a beijava lentamente, já que diversas vezes durante o beijo, ele parava para poder respirar pesadamente, soltar o ar de seus pulmões, já que aquilo tudo que a esposa estava fazendo o deixava completamente excitado e a respiração já estava ofegante.
- Amor? – ela o chamou ao pé do ouvido e mordeu o lóbulo de sua orelha, de leve, e percebeu que ele se arrepiava cada vez mais. – Me leva para o quarto? Onde eu possa finalmente sentir você dentro de mim? – o provocou o máximo que conseguia. Ele, um tanto quanto relutante, se afastou da esposa um pouco e a pegou no colo rapidamente.
Foi cambaleante até o quarto e a colocou delicadamente sobre a cama, de um jeito rápido e que nem ao menos percebeu, ele tirou a calça jeans e as peças íntimas que ainda os atrapalhavam. Colocou o seu corpo sobre o dela, deixando os seus corpos totalmente colados.
entrelaçou as pernas ao redor da cintura do marido, fazendo com que ele a penetrasse profundamente.
Ambos soltaram um gemido e olharam-se nos olhos, antes que ele começasse a se movimentar sobre ela e cravar as unhas em seu ombro. Fechou os olhos com força, ao mesmo tempo em que mordeu o próprio lábio inferior. Ouvia a respiração ofegante do marido em seu ouvido, e ele dizer coisas explícitas e aquilo, incrivelmente, conseguia deixá-la ainda mais excitada. Ele voltou a beijá-la na boca e beijar o pescoço da esposa. pedia que ele fosse ainda mais rápido e não demorou muito tempo para que gemessem juntos e sentissem um prazer incrível. A beijou na boca delicadamente.
[Fim do Flasback]

acordava lentamente. Continuou um tempo com os olhos fechados curtindo o sonho que acabara de ter, tinha coisa melhor do que sonhar com o dia que sua filha foi concebida? Com certeza não. Sentiu o marido se mexendo no sofá, esfregou os olhos com as mãos e sorriu para ele.
- Oi – ela disse sorrindo.
- Oi, dormiu bem? – perguntou interessado.
- Com certeza – falou com os olhos brilhando.
- É, eu percebi os seus sorrisos durante o sono - brincou. riu.
- Adivinha com o que eu sonhei – falou, se ajeitando no sofá.
- Comigo? – perguntou convencido.
- Bem... – olhou diretamente para ele. – Com você e comigo – respondeu com um meio sorriso.
- Me explique melhor – disse curioso.
- Lembra do dia que a Júlia foi feita? – perguntou.
- Claro, que você brigou comigo... – fez cara de cachorro sem dono.
- É, isso. Sonhei com esse dia. Quem diria, hein?!
- Que a nossa Júlia seria feita... – ele falou sorrindo.
já tinha completado nove meses de gravidez, os dois estavam ansiosos para a chegada de Júlia. Como seria parto normal, eles não tinham muito o que fazer, a não ser alguns métodos que indicaram para , como comer comidas apimentadas, caminhar bastante e entre outras coisas, mas o jeito era esperar.
- Será que ela vem hoje? – perguntava, alisando a barriga.
- Não sei, quem sabe – Misha respondeu.
- Talvez pedindo ela venha... – comentou pensativa.
- Vale tudo nessas horas – disse brincando.
- Júlia? – ela falava com a filha. - Está me ouvindo? É a mamãe, o que você acha de chegar hoje, hein?! – perguntava sorridente e olhando para a própria barriga.
- Espera que daqui a pouco ela responde – Misha falou rindo e se levantando.
- Não fale assim – disse brava. - Quem sabe ela responda mesmo?! - resmungou.
ficou olhando para a própria barriga, acariciando-a.
- Onde você vai? – perguntou quando percebeu ele saindo da sala.
- Banheiro – respondeu já no corredor.
- Não liga para o que o papai fala – voltou a conversar com a filha. – Ele normalmente não sabe o que falar – continuava a conversar quando sentiu a bebê dar um chute. - Isso foi uma resposta? – perguntava emocionada.
percebeu que realmente aquilo tinha sido uma resposta quando sentiu água escorrendo entre suas pernas.
- Mas o que é isso? – perguntou-se curiosa, se ajeitando no sofá e olhando para suas pernas. - Meu Deus, a bo... bol...sa ees... tourou – dizia gaguejando. - Misha! – gritou desesperadamente pelo marido, que veio correndo e derrubando tudo que tinha no caminho.
- O que foi? – perguntou preocupado, ficou sem fôlego.
- Ela respondeu – falava, tentando se levantar.
- O quê? – indagou confuso.
- A bolsa estourou – falou um tanto desesperada.
- Meu Deus, sério? – perguntou apavorado.
- Sim, olha isso – disse, apontando para o molhado.
- Vamos para o hospital imediatamente – Misha falou, pegando as chaves que estavam na mesinha de centro e foi em direção à porta do apartamento.
- Seria bom você me levar – disse rindo do desespero do marido.
- Ah claro, vamos – voltou para ajudar .
Assim que os dois saíram do apartamento com todas as coisas que precisavam, encontraram com no elevador. Pela cara um tanto desesperada de e Misha, ela percebeu o que estava acontecendo.
- A Júlia está vindo? – perguntou empolgada.
- Sim – respirava fundo.
Misha segurava forte a mão da esposa, as contrações começaram a chegar e cada vez ficavam mais fortes. No estacionamento do prédio foram até o carro, mas notou que Misha não tinha condições de dirigir, então se ofereceu para levá-los ao hospital. dirigia com rapidez, mas muito atenciosa, afinal estava com uma grávida no banco de trás, todo cuidado é necessário.

Chegaram ao hospital, pegou todas as malas que levou, e Misha ajudava a esposa a caminhar. Assim que entraram na recepção, uma das enfermeiras viu o que estava acontecendo e buscou uma cadeira de rodas para , que sentou-se nela com um pouco de dificuldade. A enfermeira encaminhou os dois para uma das salas de parto, enquanto ficou na recepção, preenchendo toda a papelada necessária.
estava sentada em uma das cadeiras da sala de espera, começava a ficar agoniada porque ninguém lhe informava sobre nada, e estar ali sozinha não ajudava muito. Tentou ligar para Mackenzie, mas ninguém atendia em sua casa, provavelmente estava em Vancouver ou em Dallas. Ligou para a segunda pessoa que veio em sua mente.
- Alô?
- Jensen? – perguntava um tanto desesperada.
- ? Aconteceu alguma coisa? – indagou quando percebeu o desespero em sua voz.
- A vai ter o bebê... – dizia, quando ele a interrompeu.
- Onde vocês estão? – perguntava.
- No hospital, você está em L.A.?
- Sim, é no hospital do Centro? – a questionou.
- Isso, você pode vir para cá? – pediu.
- Claro, estou a caminho.
- Está bem.
desligou o celular e o guardou na bolsa, cansou de ficar sentada. Levantou-se e ficou dando voltas ali, pela sala mesmo. Ia de um lado para o outro, olhava para as próprias mãos quando ouviu a porta se abrindo, levantou a cabeça e viu que era Jensen, foi na direção dele e o abraçou com força, surpreendendo-o.
- , o que aconteceu? – perguntou preocupado, e levantou a cabeça dela delicadamente.
- Não aconteceu nada, não tenho boas recordações de hospitais. A última vez que estive em um foi quando meu pai morreu – falou com os olhos marejados.
- Calma, . Não fique assim – a envolveu com os braços, a abraçando com força.
- Eu sei que não deveria ficar desse jeito, mas é que às vezes é mais forte do que eu posso controlar – falou com a cabeça encostada no peitoral dele.
- Não se preocupe, não vai acontecer nada – disse, a acalmando. – Hoje é um dia especial para todos nós, a Júlia vai chegar ao mundo, pare de pensar nesses assuntos que te deixam triste, hoje é um dia para se comemorar – disse com um sorriso mais que confortante.
- Você tem razão – falou, se soltando do abraço dele e respirando fundo.
- Já tem alguma notícia? – ele perguntou curioso.
- Não, ninguém me informa nada.
- Venha – falou puxando pela mão, indo até o balcão do local.
A enfermeira informou que estava na sala de parto, mas que a bebê ainda não tinha nascido e que estava tudo bem.
- O jeito é esperar – falou, sentando-se na cadeira ao lado de .
- É – ela disse mais calma.
começou a esfregar a própria coxa com uma das mãos, como se aquilo fosse um exercício para controlar seus medos e fazer o tempo passar. Jensen viu isso e deu uma leve risada, pegou a mão de e deu um beijo no seu dorso, a virou e a entrelaçou com a sua, ela observava isso sem dizer nada, quando ele a olhou, ela simplesmente sorriu.

Enquanto isso, na sala de parto, já estava devidamente vestida com a roupa de hospital, Misha estava ao lado da cama segurando com força sua mão e lhe dando apoio e coragem.
- Eu estou com medo – falava com tom desesperado.
- Calma, , vai dar tudo certo – dizia, a confortando.
- Eu sei – ela ia dizer algo mais, só que na hora veio uma contração forte e não conseguiu, gemeu alto de dor.
Misha não gostava de vê-la com dor. Perguntou a uma das enfermeiras que estava no quarto se não tinha algum remédio para aliviar. Ela lhe informou que só o médico poderia dar o remédio, e ele já estava chegando.
- Pronto, estou aqui – só foi a enfermeira falar que o médico chegou.
- Que bom que o senhor chegou – Misha agradeceu aliviado.
- Então a bebê resolveu vir hoje? – perguntou sorridente e Misha respondeu apenas afirmando com a cabeça.
- Doutor, eu quero algo para dor – praticamente implorou quando viu o seu médico se aproximando.
- Claro, , vou providenciar isso – falou fazendo sinal de positivo para a enfermeira, que começou a preparar o remédio para dor.
- Ela vai demorar muito? – Misha perguntava um tanto agoniado.
- Calma, papai. Ela virá quando estiver pronta – sorriu amorosamente, o doutor conhecia muito bem o nervosismo que os pais ficavam nesse momento.
- Espero que ela esteja pronta – agora foi que falou, se contorcendo de dores.
- Vou ver isso agora - o doutor disse, sentando-se na cadeira, e examinou , que sentiu-se um pouco desconfortável, afinal aquilo não era nada confortável mesmo.
- Você está com oito dedos de dilatação, infelizmente não pode mais tomar o remédio para dor, vai ter que ser forte e já pode começar a empurrar - disse sorrindo, olhando para os dois.
- É agora, querida - Misha disse sorrindo para a esposa, sentou-se na beirada da cama e segurou firme sua mão.
começou a fazer força, Misha a incentivava, nessa hora o apoio do marido era essencial.
- Vai, , você consegue - dizia, a incentivando.
- Aaaaai - ela gritava e tentava respirar fundo, enquanto segurava o mais forte que podia o braço do esposo.
- Empurra mais - o médico falava, estava sentado na mesma cadeira onde fez o exame. - Ainda não vejo a bebê.
Alguns minutos de muita força para fazer com que Júlia saísse, começou a dar resultados.
- Estou vendo a cabecinha, ela está vindo. Empurra com toda a sua força - o médico falava sorrindo.
Misha tentou se levantar para ir ver a bebê, mas não deixou, o puxou com força de volta para si.
- Fica aqui - disse autoritária.
- Tudo bem - falou sorrindo.
- É agora, , use toda a força que você tiver - o médico quase ordenou.
- Ahhh - ela gritava, tirou todas as forças que possuía em seu corpo, se inclinou para frente e fincou as unhas no braço do marido, não com a intenção de machucar, mas era a única coisa que ela tinha em mãos. Com a outra, agarrou firme o lençol da cama de hospital. Ela empurrava o mais forte que conseguia e gritava altíssimo.
- Você consegue - Misha falava entre os gritos da esposa.
- Ela está chegando, quase lá - o médico disse, e isso incentivou ainda mais a fazer força.
Não sabia que tinha tanta força, certamente era algo quase fora do normal, mas ela continuava firme e forte, mesmo quase sem fôlego nenhum, e a dor que ela sentiu quando Júlia saiu foi insuportável, mas veio a recompensa logo em seguida quando ouviu pela primeira vez o choro de sua filha.
- Pronto, temos aqui uma linda menininha - o doutor dizia segurando Júlia no colo, a mostrou rapidamente para os novos papais, que ficaram emocionados e a entregou à enfermeira.
estava exausta, deixou seu corpo desabar na cama e respirou fundo. Misha se aproximou dela, tirou alguns fios de cabelos que estavam grudados em sua testa molhada de suor.
- Você foi maravilhosa, meu amor - disse elogiando e deu um selinho em sua esposa.
- Nós somos pais - ela disse com um sorriso de orelha a orelha, seus olhos começaram a ficar marejados.
- Sim, temos uma linda menina - ele dizia quando uma das enfermeiras o chamou para cortar o cordão.
- A honra é sua - a enfermeira dizia sorrindo.
- Pronto, minha linda - disse olhando para a filha, assim que terminou de cortar o cordão.
A enfermeira terminou de limpar Júlia e a entregou para Misha, que a levou para .
- Ela é perfeita - falou entregando a bebê no colo da esposa.
- Perfeita - ela concordava, não tirando os olhos da filha. - E tem os seus olhos - concluiu.
- E é uma mini- - disse sorridente.

e Jensen estavam em silêncio na sala de espera, quando uma das enfermeiras que vinha do corredor chamou os dois.
- A Júlia já nasceu, e está tudo bem com a mãe e ela - anunciava para os dois.
- Nasceu! - comemorava batendo palmas e dando pulinhos. Jensen sorria.
Os dois se abraçaram, comemorando alegremente.
- Nossa afilhada nasceu - disse empolgado.
- Sim - ela concordava, mas se tocou no que ele disse. - Nossa? - indagou confusa.
- É, você não sabia? - perguntou intrigado.
- Não, então você é o padrinho misterioso? - perguntou rindo.
- Bem, eu sou o padrinho, agora se sou misterioso é com você - brincou.
Eles até se esqueceram da enfermeira que estava ali na frente deles. Ela os interrompeu.
- Vocês querem visitá-las? - questionou os dois.
- Claro - respondeu empolgada.
- Venham por aqui - indicou o caminhou e os guiou até o quarto onde os três estavam.
Entraram silenciosamente no quarto, dormia e Júlia estava no bercinho ao lado de sua cama. Misha estava sentado em uma poltrona, observando as duas.
- Parabéns, papai - Jensen disse, batendo no ombro do amigo.
- Ela é linda - falou emocionada assim que se aproximou do berço e viu a afilhada.
- É - Misha só concordou.
- Posso pegá-la? - perguntou com receio.
- Claro, .
pegou delicadamente a bebê do berço para não acordá-la. Jensen se aproximou delas, ficando de frente para as duas.
- É a cara da - ele comentou.
- Verdade - concordou com ele. - Quer segurar? - perguntou.
- Não, ela está mais segura nos seus braços - brincou. e Misha riram.
- Gente, deixe minha bebê descansar - agora foi que disse, ela acordou com a conversa deles.
- Nossa, nos desculpe, - pediu.
- Não tem problema, - disse sorrindo. - Ela precisa mamar.
- Tudo bem - falou entregando Júlia para . - Aliás, parabéns mamãe - parabenizou a amiga.
- Obrigada.
- Eu acho melhor a gente ir - Jensen disse olhando para .
- Eu concordo, vamos. Vocês duas precisam descansar - falou fitando as duas.
- Muito obrigada por tudo - Misha agradeceu aos dois.
- Não tem que agradecer nada, pelo contrário, nós que agradecemos a vocês - Jensen disse sorrindo e comprimentando o amigo que sorriu de volta.
- Vamos - o puxou pelo braço e saíram do quarto.
começou a dar de mamar para a filha, Misha estava maravilhado com aquilo tudo.
- Obrigado por me dar o melhor presente do mundo - falou amorosamente para a esposa.
- Eu que agradeço - disse lisongeada.
- Bem-vinda ao mundo, Júlia Castle Collins - Misha anunciou, acariciando a cabeça da filha.


Capítulo 24 – Pronta para amar.


Júlia estava com dois meses, e desde o seu nascimento, e Misha não saíram mais para se divertir. Na verdade, não queria ficar longe da filha, era a típica mãe coruja. Mas nesse dia, por insistência de , ela resolveu sair e curtir o marido que tinha. combinou que cuidaria de Júlia enquanto eles estivessem fora.
- Você não se importa mesmo? – perguntava receosa.
- Claro que não, , Júlia é minha afilhada, adoro ficar com ela – dizia sorrindo.
- Você é um amor, – falou sorridente, indo em direção à filha, que estava no carrinho, dando-lhe um beijo de despedida.
- Nós voltamos antes das onze – Misha informou.
- Não se preocupe com isso – sorriu amorosamente.
- Vamos? – Misha perguntou olhando para .
- Vamos – respondeu com um meio sorriso.
- Se divirtam! – disse, dando um tchauzinho.
- Obrigada – os dois agradeceram e saíram do apartamento de .
Por volta de nove da noite, estava na cozinha preparando a mamadeira de Júlia, enquanto a bebê dormia tranquilamente em seu carrinho, que estava na entrada do cômodo. Assim que terminou de preparar, foi para sala, levando Júlia consigo. Resolveu esperar que ela acordasse para lhe dar de mamar, porque se despertasse a bebê, ela poderia chorar e ficava um pouco desesperada quando Júlia chorava.
O tempo foi passando e nada dela acordar. estava começando a ficar preocupada, não queria ligar para e estragar a noite da amiga. O que não sabia, era que a ajuda viria, mesmo sem pedir.
O telefone tocou, ela demorou um pouco a atender, esperando que talvez o barulho acordasse Júlia, mas não foi o suficiente.
- Alô?
- Hey, como você está? – uma voz conhecida perguntou.
- Jensen! – respondeu com um tom de voz animado.
- Pequena – usou o apelido de antigamente, que ela não ouvia há um bom tempo – Sei que está tarde, mas estou perto do seu apartamento e queria saber se posso te fazer uma visita – pediu.
- Claro, e talvez você possa me ajudar – falou pensativa.
- Com o quê? – perguntou curioso.
- Com a Júlia – respondeu de imediato.
- Aconteceu alguma coisa? – indagou preocupado.
- Não, é que não tenho muita prática com crianças.
- Está certo, em alguns minutos estarei aí – avisou.
- Vou ficar te esperando – disse e desligou o telefone.
Assim que colocou o telefone no gancho, deu uma olhada em Júlia para ver se ela continuava dormindo, e constatou que sim. Foi até seu quarto e a levou junto. Isso sabia: nunca se deixa um bebê sozinho, por mais que você ache que ele irá ficar seguro.
Olhou-se no espelho de seu quarto, queria saber se estava apresentável. Vestia um short verde musgo, na altura da coxa; e uma baby look branca, com alguns florais desenhados. Resolveu prender os cabelos em um rabo de cavalo, voltou para a sala, e ficou esperando por Jensen.
Ele chegou, abriu a porta, se cumprimentaram com beijos nas bochechas e um forte abraço.
- Então, qual o problema? – perguntou assim que sentou–se no sofá.
– Ela não acorda – sentou ao lado dele e apontou para Júlia, que estava na frente deles e dormia tranquilamente no carrinho.
- Como assim não acorda? – a questionou, se esticou um pouco e pegou a bebê em seu colo.
- Ué, não acordando.
- Quando foi à última vez que ela mamou? – perguntou sem tirar os olhos de Júlia.
- A deu de mamar antes de trazê-la para cá – respondeu pensativa.
- Isso faz quanto tempo?
- Por volta das sete e meia, eu acho.
- Nossa! – falou com tom preocupado.
- O que foi? – perguntou assustada.
- Ela não pode ficar tanto tempo sem se alimentar – disse e começou a chacoalhá-la de leve.
- Eu sei disso, mas é que ela não acordava – disse cabisbaixa.
- Calma, , você não fez nada de errado, é que existem crianças que são preguiçosas mesmo, você tem que acordá-las para dar de comer.
- Eu não sabia disso – falou pensativa.
Jensen conseguiu acordar a bebê preguiçosa. entregou a mamadeira para ele, e Júlia imediatamente aceitou e mamou todo o leite que tinha lá dentro.
- Ela é faminta – Jensen comentou rindo.
- É de família – brincou – E você está de parabéns, sabe tudo sobre bebês e crianças – o elogiou enquanto o observava colocando Júlia em seu ombro para ela arrotar.
- Depois de dois sobrinhos, tenho que saber... – falou sorrindo e dando leves tapinhas nas costas da bebê – Pronto – disse colocando Júlia de volta em seu carrinho.
só observava o jeito que ele tinha com crianças e não era só com Júlia, e sim com qualquer uma. Sempre percebeu isso, por que quando Jensen estava com seus sobrinhos, ele era um verdadeiro tio babão.
- Agora ela vai dormir? – perguntava enquanto ele terminava de ajeitá-la no carrinho.
- Espero que sim – disse sorrindo.
- Esses bebês têm vida boa, só comem e dormem – falou rindo.
- E todo mundo faz tudo por eles – comentou, se encostando de volta no sofá.
Os dois ficaram sentados um do lado do outro, sem dizer nada. Ela estava com as pernas cruzadas, e por estar sentada, o seu short ficava um pouco mais curto que o normal. Jensen percebeu, e por instinto, ficou observando as pernas de . Ela notou e pegou uma almofada, colocando sobre as pernas.
- Poxa – Jensen resmungou.
- Você não tem jeito mesmo – pegou a mesma almofada e bateu nele.
- Olha a covardia – ria.
colocou de volta a almofada em seu lugar e se esticou no sofá. Apoiou a cabeça no encosto, e ficou com o corpo um pouco inclinado. Jensen colocou sua mão esquerda sobre as mãos dela, que estavam em cima da almofada. Quando sentiu isso, ela envolveu a mão dele nas suas. Ele se virou na direção dela e sentou–se direito, o que dava a ele uma visão completa do corpo de .
- Você é perfeita – falou com um sorriso estampado no rosto.
- Se você diz... – virou a cabeça para ele e riu.
Jensen, que nesse momento já estava sentado de lado não disse nada, apenas foi diminuindo a distância entre eles, que já era pequena. percebeu isso e continuou em seu lugar. Ele se aproximou mais ainda, olharam-se intensamente. Jensen acariciou o rosto de delicadamente segundos antes de beijá-la. Ela correspondeu imediatamente ao beijo, que era doce no começo e depois ficou mais profundo.
Os dois se beijavam com uma delicadeza incrível. Como sentiam falta do gosto um do outro, afinal estavam muito tempo sem sentir esse prazer.
Jensen, com sua língua, explorava cada canto da boca de . Ela, por sua vez, abria espaço para ele poder fazer isso à vontade. Como era bom sentir o gosto de Jensen em sua boca, aquele gosto maravilhoso que era praticamente inexplicável, indecifrável e com certeza, por isso era tão bom.
Era uma missão impossível não sentir outras coisas além do prazer do beijo. O clima começou a esquentar quando Jensen parou de acariciar o rosto de , e desceu sua mão até a coxa dela. Delicadamente ele apertava e fazia pequenos carinhos no local, o que provocava certos arrepios em , que não eram bem arrepios...
percebeu que aquilo iria ser muito mais que um simples beijo, e ela queria que fosse muito além, mas com certeza não era o momento ideal. Ela colocou suas mãos sobre o peitoral dele - e que peitoral! -, o empurrou delicadamente e interrompendo o beijo.
- Jensen – falou ofegante.
- O que foi? – perguntou frustado pela interrupção, mas sem se afastar dela.
- A Júlia – disse apontando para a bebê no carrinho.
- Quem? – indagou, ainda estava um pouco confuso.
- Ela – apontou de novo.
- Ah é – disse, afastando-se e um pouco constrangido.
- Não pode – falou sorrindo maliciosamente.
- Seria traumatizante para ela – Jensen riu.
- Com certeza, ela se lembraria disso para sempre – zombou.
Jensen encostou-se no sofá de volta, pegou uma das mãos de , e fez o mesmo que ela fez antes com as dele, a envolveu com as mãos. Ela só o observada fazendo isso.
- ? – virou-se para ela.
- Oi – sorriu.
- Posso te fazer uma pergunta? – questionou amorosamente.
- Claro.
- O que você acha da idéia de... - ele dizia quando foi interrompido pelo choro de Júlia.
, por impulso, soltou suas mãos das dele, levantou se rapidamente e foi até o carrinho ver o que estava acontecendo, a pegando no colo.
- Que foi? – perguntava carinhosamente para Júlia, que chorava. - Calma, calma – dizia, balançando a bebê. - Por que ela está chorando tanto? – perguntou, olhando para Jensen com um tom meio desesperado.
- Não se desespere. Fome não é, porque ela já mamou – disse, levantando-se.
- É – ela concordou.
- Sono também não, porque ela acabou de acordar.
- O que pode ser? – perguntou indo na direção dele.
- Talvez tenha que trocar as fraldas – ele disse pensativo.
- Será? – perguntou confusa.
- Deve ser isso – concluiu.

Estavam no quarto. Ela forrou sua cama com um protetor e Júlia estava em cima, já estava sem roupinha, e demoradamente trocava a sua fralda. Júlia estava ficando impaciente com a demora de , e voltou a chorar.
- Ai, Meu Deus, de novo não – falou, tentando se apressar.
- Posso tentar? – Jensen se ofereceu.
- Claro – rapidamente aceitou.
sentou-se na beirada da cama e ficou observando Jensen trocar a fralda de Júlia. Não pôde deixar de reparar na rapidez que ele o fazia.
- O que você não sabe fazer? – perguntou sorrindo para ele.
- Como assim? – questionou confuso.
- Você sabe tudo sobre crianças, e nem é pai ainda.
- Mas eu sou tio, seria como um segundo pai – dizia, se gabando.
- Convencido – ela riu.
Jensen terminou de trocar as fraldas, pegou Júlia no colo e foi saindo do quarto, voltando em direção à sala. os seguiu. Não demorou muito para que Júlia voltasse a dormir tranquilamente em seu carrinho. e Jensen estavam de volta ao sofá, assistindo a alguma coisa que passava na televisão.
A campainha tocou.
- Deve ser a – ela disse, levantando–se.
Ela olhou pelo olho mágico, viu que era mesmo , e abriu a porta.
- Olá – a cumprimentou alegremente.
- Já voltou a beber? – perguntou rindo e dando espaço para ela entrar.
- Eu não posso – respondeu rindo. – Só estou feliz – riu maliciosamente e ficou um pouco sem graça quando percebeu Jensen na sala, e que ele ouviu o que ela tinha dito.
- Boa noite, – ele a cumprimentou sorrindo.
- Boa noite, Jensen – o cumprimentou um pouco confusa. – Vocês dois voltaram? – perguntou rindo e olhando para , que ficou um pouco sem graça com a pergunta da amiga e imediatamente olhou para Jensen, que arqueou as sobrancelhas e sorriu para ela.
- Pelo jeito não vou ter uma resposta – resmungou.
- Ai, deixe eu ver minha bebê – falou indo em direção ao carrinho que estava próximo do Jensen.
- Ela está dormindo – ele comentou.
- É a única coisa que ela sabe fazer – brincou.
- Não liga para o que sua madrinha diz, filha – disse, fazendo carinho na cabeça de Júlia. – Deu tudo certo? – perguntou, olhando para .
- Sim. Tive alguns imprevistos, mas alguém me ajudou – disse e indicou Jensen com a cabeça.
- Você tem prática com crianças? – perguntou confusa para Jensen.
- Sim, eu tenho dois sobrinhos – respondeu sorridente.
- Entendi – falou pensativa. – Gente, o papo está bom, mas eu preciso ir, Misha está esperando por nós – falou empurrando o carrinho em direção à porta.
- Boa noite e se cuida – Jensen acenou para ela.
- Para você também – acenou de volta.
a acompanhou até a porta.
- O que ele está fazendo aqui? – susurrou empolgada.
- Veio fazer uma visita – sorriu.
- Vocês não fizeram nada na frente da Júlia, fizeram? - perguntou alarmada.
- Claro que não – respondeu sorrindo maliciosamente. – Nós paramos antes de acontecer qualquer coisa.
- Meu Deus, seus pervertidos – disse rindo.
- Que horror, – gargalhou.
- Agora eu preciso ir mesmo, antes que o Misha venha atrás de nós duas – falou rindo e se despediu.
voltou para dentro do apartamento, trancou a porta e ficou parada olhando para Jensen.
- O que foi? – perguntou.
- Estou com fome – ela falou passando a mão em sua barriga. – Vou preparar algo para comer – disse e foi andando em direção à cozinha.
- Faz algo para mim também? – questionou esperançoso.
- Folgado – fingiu estar brava. – Mas não vou levar para você não, tem que vir buscar – disse e entrou na cozinha.
Jensen rapidamente levantou-se e foi atrás dela.
- E a gentileza, onde fica? – parou embaixo do batente da porta e perguntou.
- O homem aqui é você e não eu – respondeu enquanto abria a geladeira. Pegou algumas coisas para fazer um sanduíche e colocou sobre a mesa.
- Como assim? – indagou confuso. – Então quer dizer que só o homem ter que ser gentil? – perguntou irônico.
virou-se para ele e o fuzilou com o olhar, colocando as mãos na cintura.
- Mas é claro, as mulheres são delicadas e precisam sempre de atenção – falou em tom sarcástico.
- Ah, é? – perguntou se aproximando dela.
- Sim – respondeu com firmeza. – O homem que ter que ser cavalheiro, é da natureza humana – dizia com tom inteligente.
- Natureza humana? – riu. – Você tem certeza disso? – perguntou.
- Não sei, mas soou bonito – respondeu rindo.
- Então, para você, um homem tem que ser submisso à mulher?
- Seria bom – respondeu com um tom divertido.
- Sério? – questionou intrigado.
- Claro que não, acho que ninguém tem que ser submisso ao outro. Antes de qualquer coisa, tem que existir o respeito, sem isso nenhum relacionamento dá certo – respondeu sorrindo.
- Nisso você está certa – concordou. – Mas não é só o homem que precisa ser gentil, tem que vir dos dois lados.
- É, você pode estar certo.
- Eu sei que estou – falou convencido.
- Vai começar... – disse um pouco irritada, virou-se e foi em direção ao balcão.
- Começar o quê? – foi atrás dela e a encurralou contra o balcão.
- Você sabe o que, e também sabe que me irrita – respondeu quando ele a puxou delicadamente pelo braço.
- Mas você não fica brava com isso – falou olhando fixamente nos olhos dela e a encostando no balcão.
- Jensen – tentou o empurrar, mas ele foi mais forte que ela.
- Eu sinto tanto a sua falta – disse a abraçando.
sentiu seu corpo estremecer quando ele encostou-se nela. Aquele corpo maravilhoso, e que ela adorava, estava ali, colado no dela. Jensen deu vários beijos e leves mordidas em seu pescoço, o que a fez desistir totalmente de uma possível briga. Parou com os beijos, segurou firme na cintura dela, e a levantou, colocando-a sentada no balcão. Ela envolveu suas pernas na cintura dele, e o trouxe para mais perto de si. Ficaram olhando-se intesamente por alguns segundos, como se quisessem ver o que tinha por trás do olhar.
tomou a iniciativa e o beijou intensamente desde o começo. Eele a abraçava com firmeza, apertando sua cintura. Ela passava as mãos pelas costas dele, que começou a descer as mãos pelas coxas dela, apertando com força, a fazendo gemer por um instante, mas não era de dor, muito pelo contrário.
levantou a camiseta vermelha que ele usava, interrompendo o beijo, direcionando sua boca para o peitoral, dando vários beijos no local, o que fez Jensen gemer alto, e ela adorou isso.
A camiseta começava a atrapalhar. Ele a tirou rapidamente e aproveitou para tirar a que ela usava também. Agora era a vez dele, que deu vários beijos nela, começando pelo queixo e descendo lentamente em direção aos seios, fazendo-a sentir arrepios.
- Vamos para o quarto – ela pediu ofegante.
Ele não respondeu, só obedeceu. A levantou do lugar em que estava e a carregou até o quarto. Deitou com delicadeza na cama, e antes de deitar-se sobre ela, tirou as peças de roupa que os atrapalhavam; e durante isso, trocavam olhares mais do que maliciosos.
Deitou-se sobre ela, e a olhou nos olhos logo antes de penetrá-la lentamente.
imediatamente arqueou seu corpo contra o dele, para que ele pudesse ir mais profundo, e o envolveu com suas pernas. Ela arranhava as costas dele com força, nem queria saber se estava o machucando ou não. Ele encostou o nariz no dela, e se olharam durante tudo. A beijou pronfunda e intensamente, quando estavam quase chegando ao êxtase completo. Ele segurou com força as coxas dela quando esse momento chegou; e ela, os braços dele.
Jensen caiu sobre o corpo dela, completamente exausto, não sentia-se diferente.
- Isso foi... foi... - ela falava completamente ofegante.
- Maravilhoso – ele completou.
Ficaram ali, completamente nus e deitados na cama, do jeito que mais gostava, ao estilo concha. Ele a envolvia com um dos braços, que estava sobre a cintura dela; e com as pernas, quase entrelaçadas.
- ? – ele a chamou.
- Sim – disse sem se virar para ele.
- O que você acha de voltar a ser minha namorada? – perguntou sorrindo, e ela se virou para ele.
- É uma boa proposta – sorriu maliciosamente.
- Isso é um sim? – questionou.
- Com certeza – respondeu virando-se completamente, e o abraçou, dando um selinho em sua boca.


Capítulo 25 – O batizado.


Era por volta das nove da manhã, acordou, mas não se levantou, continuou deitada ao lado do namorado, fazendo pequenos caminhos no peitoral de Jensen enquanto ele dormia.
Fazia aproximadamente uns cinco meses que os dois voltaram a namorar, e agora era muito mais profundo do que da primeira vez, estavam mais maduros e muito mais conscientes do que sentiam um pelo outro, não era mais um amor de adolescente. Agora, era o amor de um homem e uma mulher.
estava ali, acariciando delicadamente o namorado e cantarolando bem baixinho alguma música. Ele a envolvia com um dos braços, e ela estava apoiada sobre seu peitoral.
- Bom dia – ele falou sonolento.
- Desculpa, não queria te acordar - disse olhando para ele.
- Eu queria acordar assim todos os dias - falou sorrindo e esfregando os olhos com as mãos. sorriu de volta.
Ficaram na cama por um bom tempo, deitados em silêncio, só trocando carícias.
Jensen não dormia sempre no apartamento de . Naquele dia especifico, dormiu porque e Misha estavam de mudança para uma casa, por que agora com uma criança, o apartamento tinha ficado pequeno para os três, e Jensen se comprometeu em ajudá-los.
Na verdade, Jensen já tinha pedido várias vezes para se mudar para a casa dele, mas ela sempre recusou, dizia que só moraria com ele quando estivessem casados. Fora isso, continuaria no seu apartamento. Ele sabia que ela queria sua independência, e respeitava isso.
- Eu acho melhor a gente se levantar - falou, subindo em cima de Jensen.
- Eu acho melhor a gente continuar aqui - disse, abraçando-a forte.
- O que você quer dizer com isso? – falou se livrando dos seus braços e sentando-se, espalmando as mãos no peito dele.
Ele não respondeu de imediato, cerrou os olhos e olhou fixamente para ela.
- Você está muito maliciosa ultimamente - disse finalmente.
- Eu? Por quê? - se fez de desentendida.
- Só por que eu quero ficar na cama com você, significa que eu quero algo a mais? - perguntou irônico.
Ela riu sem graça.
- Bom, da sua parte eu não sei, mas da minha é quase impossível ficar com você na cama e não querer algo a mais. - concluiu com um olhar malicioso.
Ele ficou um pouco surpreso com o que ela acabara de dizer.
- Cadê aquela inocente e sem esses pensamentos pervertidos que eu conheci? - a questionou com um meio sorriso.
- Ficou lá no Texas - respondeu gargalhando e levantando-se rapidamente da cama, deixando Jensen um pouco artodoado.

Mais tarde naquele dia, estavam todos no apartamento de e Misha, ajudando com a mudança.
Jensen, Jared e Misha carregavam as caixas até o caminhão que estava na frente do prédio, enquanto , e Mackenzie empacotavam tudo.
- Isso não é justo - resmungou e fez bico.
- O quê? - Mackenzie perguntou confusa.
- A vai deixar de ser minha vizinha para ser a sua - comentou o fato de e Misha terem comprado uma casa no mesmo bairro em que Mackenzie e Jared moravam.
- Ah, meu Deus, momento criança de ser da - riu.
- O bom é que quando for visitar, já visita as duas de uma vez - Mackenzie sorriu.
- É, mas vou me sentir sozinha aqui - disse cabisbaixa.
- Você tem o Jensen - Mackenzie falou, e nesse momento ele entrava no apartamento.
- Quem me tem? - perguntou curioso.
- A - Mackenzie respondeu. - Ela não quer ficar sozinha aqui.
- Mas eu já falei para ela ir morar comigo na minha casa - falou enquanto pegava uma caixa.
- Só no dia que eu tiver uma aliança nesse dedo - fez sinal mostrando o dedo anelar da mão esquerda.
Mackenzie e se entreolharam e gargalharam com aquilo.
- Então vai ficar aqui sozinha mesmo - ele falou irônico, e imediatamente se arrependeu disso quando viu o olhar fulminante que lançou para ele, que ficou em silêncio e saiu de lá.

Faltavam apenas algumas coisas a serem empacotadas e levadas até o caminhão.
- Já está tudo pronto para o batizado dela? - Mackenzie perguntou indo em direção à Júlia, que estava no chão se divertindo com alguns brinquedos.
- Sim, só faltam alguns detalhes - respondeu sorrindo.
- Mal posso esperar para ser a madrinha dela - dizia empolgada.
- Essa criança está perdida - Mackenzie disse, pegando Júlia no colo. - Ter Jensen e como padrinhos não vai prestar - zombou.
- Olha quem fala - retrucou.
- Gente, por favor - dizia rindo. - A criança aqui é a Júlia - zombou do jeito das duas.
Finalmente terminaram de empacotar todas as coisas do apartamento e os rapazes já tinham carregado tudo até o caminhão. Todos se ofereceram para ajudar Misha e para organizar a casa deles, que disseram que não era necessário, pois já tinham feito muito por eles.
chamou Mackenzie e Jared para entrarem, mas eles recusaram porque estavam cansados e precisavam descansar.

tinha acabado de tomar banho, e sentou na poltrona que ficava na sala. Jensen estava lá e estranhou-a não ter sentado no mesmo sofá que ele.
- Vem aqui - ele pediu, mostrando o lugar ao lado dele para ela, que fez sinal de negativo com a cabeça e fingiu estar lendo uma revista.
Jensen ficou intrigado com aquilo, será que tinha feito algo errado e não sabia?
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou calmamente.
- Sim - ela respondeu de imediato. - Eu não gostei nem um pouco de você ter falado aquilo mais cedo - falou emburrada e jogou a revista na mesinha de centro.
- Sobre casamento? - perguntou levantando-se e aproximando dela.
- Isso.
- , era uma brincadeira. Desculpa - falou sentando-se no braço da poltrona.
- Eu sei disso, mas eu não gosto que você fique falando isso na frente dos outros - disse sinceramente.
- Não são outros, .
- Jensen, você entende o que eu quero dizer - falou cruzando os braços.
Ele imediatamente a envolveu com os seus braços, ficando meio desconfortável por estar sentado no braço da pequena poltrona.
- Me desculpa, não faço mais brincadeira a respeito disso, prometo - disse e deu um beijo na cabeça de .
- Está desculpado - respondeu.
- Por favor, eu não gosto de ver você brava comigo - falou levantando-se e ficando de frente para ela.
- Tudo bem, Jensen - levantou-se e o abraçou pela cintura. - Daqui a pouco a raiva passa.
Jensen apoiou sua cabeça na dela, que estava encostada no peito dele e a abraçou de volta.

Passaram-se duas semanas e o dia do batizado chegou. Era um domingo de manhã.
estava terminando de se arrumar para ir à Igreja. Combinou de encontrar com Jensen lá, afinal a Igreja era perto de sua casa, ela não via motivo para ele ir até seu apartamento.
Estava no corredor esperando pelo elevador, não demorou muito e ele chegou, só que não estava vazio, tinha um homem, muito bonito por sinal. não pôde deixar de reparar. Era um moreno, alto, de olhos castanhos, com cabelos curtos e muito charmoso. Assim que viu , ele abriu um sorriso e ela sorriu de volta.
- Você deve ser minha vizinha - falou assim que saiu do elevador.
- Sou? - perguntou confusa.
- Acho que sim, moro no apartamente que vagou algumas semanas atrás.
- Ah, então eu sou sua vizinha - disse sorrindo sem graça.
- Prazer, meu nome é Brian - a cumprimentou sorrindo e esticando o braço.
- Eu sou a - disse, o cumprimentando e apertando sua mão. - Me desculpa, eu estou com um pouco de pressa - disse andando rápido.
- Tudo bem, a gente se fala - se despediu.
entrou no elevador um pouco confusa, não que o seu novo vizinho tinha lhe causado algum sentimento diferente, mas sim por que em duas semanas ela não tinha o conhecido ainda, e ele já sabia sobre ela.
Como ele sabia se ela nunca tinha o visto? Resolveu esquecer isso e se concentrar no compromisso que tinha.

Já na Igreja, estava com Júlia em seu colo e Jensen bem ao seu lado. e Misha estavam do outro lado do altar.
O padre entre os casais, batizava Júlia. tinha um choro contido de felicidade.
também não ficou para trás, e estava bastante emocionada. Jensen e Misha observavam tudovisivelmente alegres com o que acontecia. Mackenzie a Jared estavam sentados nos bancos, junto com os outros convidados.

Após o batizado, todos se reuniram na nova casa de e Misha para uma pequena comemoração. estava na cozinha com pegando alguns salgados para os convidados.
- Já mudou uma pessoa para o seu antigo apartamento - comentou.
- É? Você conheceu? - perguntou curiosa.
- Sim, hoje de manhã. Um rapaz muito simpático chamado Brian - falou sorrindo. - Mas aconteceu algo estranho - disse pensativa.
- O quê? - perguntou intrigada.
- Ele sabia que eu era sua vizinha antes mesmo de eu conhecê-lo.
- Pára de ser paranóica, , de repente ele te viu no prédio e você não o viu.
- É, pode ser - concluiu pensativa.
As duas voltaram para o quintal. foi servir os convidados, e voltou para sua mesa, onde Mackenzie brincava com Júlia.
- Você tem jeito com crianças - comentou assim que sentou-se.
- Quem sabe um dia... - falou sorrindo.
fazia caretas para Júlia, que ria muito com as brincadeiras.
se juntos às três.
- Está sabendo da novidade, Zie? - perguntou sorrindo.
- Qual? - indagou curiosa.
- A acha que está sendo perseguida - riu.
- Não é nada disso - falou brava.
- Como assim? - Mackenzie perguntou confusa.
- Um rapaz se mudou para o apartamento onde a morava, e eu o conheci hoje de manhã, ele disse que já me conhecia, achei estranho, sei lá - explicou.
- Não deve ser nada, ou ele pode estar interessado em você - Mackenzie observou.
- Vira essa boca para lá - deu um leve tapa no ombro da amiga.
- Jensen que se cuide - brincou.
- Ele é bonito, mas eu sou mais o meu Jensen - falou convencida.

Era de noite quando Jensen levou de volta para o seu apartamento.
Na entrada do prédio encontraram com Brian, que estava de saída. Assim que a viu, ele abriu um sorriso de orelha a orelha, o que a deixou um pouco envergonhada.
Jensen estranhou a atitude do rapaz. Quando olhou para , sentiu uma ponta de ciúmes.
- Quem era aquele? - perguntou quando entraram no elevador.
- O novo vizinho, ele mora no apartamento que era da - explicou.
- Você já o conhece? - questionou.
- Foi hoje de manhã, quando eu estava saindo... - falou olhando para ele.
- Eu não gostei do jeito que ele olhou para você - disse um pouco bravo.
- Por quê? - perguntou curiosa.
- Ele te olhou com um olhar muito alegre para o meu gosto.
O elevador chegou ao andar de . Saíram em silêncio e ficaram parados em frente à porta do apartamento.
- O jeito que ele me olha é problema dele - ela comentou. Sentiu seu ego aumentando com o ciúmes do Jensen.
- Mas eu continuo não gostando - falou irritado.
Jensen... - disse aproximando-se dele e lhe dando um selinho carinhoso. - Ele pode me olhar do jeito que quiser, mas é você que eu quero e pertenço. - enfatizou o "você" e sorriu para ele, garantindo que nenhum outro homem a interessava. - Bom saber disso - falou sorrindo, colocando sua mão na cintura dela, e lhe dando um beijo.


Capítulo 26 – Surpresas.


Um mês havia se passado desde o batizado de Júlia. e Misha já tinham se adaptado à casa nova e sua vizinhança. Jensen e namoravam firmemente, ou seja, a vida não poderia estar melhor, só não esperavam que uma pessoa pudesse atrapalhar.
entrava em seu prédio carregando várias sacolas. Tinha ido fazer compra no supermercado. Brian, que estava esperando pelo elevador, se prontificou em ajudá-la, carregando algumas sacolas. Dentro do elevador, ele puxou conversa com ela.
- E como anda o trabalho de fotógrafa? – perguntou sorrindo.
- Bem – respondeu um pouco confusa. – Mas como você sabe que eu sou fotógrafa? – o questionou.
- Você não se lembra de mim? – indagou confuso.
- Não.
- Eu sou modelo, você já me fotografou uma vez – explicou.
- Sério? – perguntou intrigada.
- Sim, eu achava que você se lembrava de mim.
- Não, não me lembro, agora está explicado – disse pensativa, e o elevador chegou ao andar deles.
- Explicado o quê? – perguntou curioso.
- Como você me conhece – respondeu sorrindo.
- Um rosto como o seu é difícil de esquecer – falou encantado, deixando sem graça.
Chegaram a frente ao apartamento de . Ela colocou algumas sacolas no chão para pegar a chave que estava na bolsa. Brian observava tudo atentamente.
abriu a porta e se virou para ele.
- Muito obrigada pela ajuda – disse e fez sinal para as sacolas que ele carregava, que entendeu e entregou-as à ela.
entrou no apartamento com as sacolas, mas a porta continuou aberta, e quando ela fez menção de fechá-la, Brian segurou, respirou fundo e finalmente falou.
- Estava pensando que talvez... – gaguejou um pouco. – Nós pudéssemos sair qualquer dia desses – pediu sorrindo.
não esperava por isso, sentiu-se lisonjeada, mas logo tratou de dispensá-lo.
- Eu tenho namorado – disse com firmeza.
- Mas o que tem de mais? – perguntou confuso.
- Como assim? Eu tenho namorado, não vou sair com você.
- Nem como amigo? – mentiu.
- Brian, você só quer sair comigo para ser amigo? – ironizou.
- Já que não tenho chance nenhuma com você... – disse com um ar malicioso no rosto. – Ou tenho? – indagou.
- O quê? – perguntou incrédula, arqueando as sobrancelhas.
- É, cadê o seu namorado que não te ajudou a carregar essas sacolas?
não acreditava no que ele estava falando. Ele parecia ser tão simpático, mas realmente isso era a última coisa que ele era.
- Cara – falou furiosa –, eu nem te conheço, e não lhe dei liberdade para se intrometer na minha vida desse jeito.
- Se eu tivesse a oportunidade... – ele disse sorrindo de um jeito estranho.
- Ah porcaria, vá se ferrar – ela falou com ódio profundo e bateu forte a porta.
Como ele se atrevera a falar com ela daquela forma?! "Que abusado", ela pensava. E ele nem conhecia o Jensen para dizer aquelas coisas, era um completo idiota.

Naquela noite teria um jantar na casa de Mackenzie. Haviam chamado os amigos mais íntimos para uma pequena reunião. Jensen ficou de passar no apartamento de .
Na saída do prédio, ele estranhou a reação dela quando encontraram com Brian no elevador. Ela nem o cumprimentou quando ele deu um "oi". Jensen foi o único que o cumprimentou por educação.
No carro, ele perguntou por que ela tinha feito isso.
- Porque ele é um idiota – respondeu sem se virar para Jensen.
- Aconteceu alguma coisa? – indagou confuso.
- Aconteceu que ele não sabe respeitar uma mulher comprometida – desabafou de vez.
- O quê? – Jensen perguntou quase gritando e freou o carro bruscamente, deixando assustada.
Jensen segurava o volante com tanta força que seria capaz de tirá-lo dali se quisesse, olhava fixamente para , e quando percebeu o jeito assustado que ela estava, tentou se acalmar.
- Me desculpa, mas o que aquele cara fez? – tentou mostrar tranquilidade.
demorou um pouco para digerir tudo e responder.
- Não foi nada de mais, Jensen, ele só achou que teria alguma chance comigo – falou calmamente. – Mas eu disse que tinha namorado e isso era impossível – respondeu, não lhe contando tudo.
- Eu sabia que ele queria algo com você – esmurrou o volante.
- Não se preocupe, amor – acariciou o braço dele. – Eu já falei que comigo ele não tem chance – sorriu.
- Vou ter uma conversinha com ele – murmurou.
- Jensen, por favor, não – implorou. – Não se meta em encrencas.
- Mas ele precisa saber que você tem namorado – disse com firmeza.
- Ele já sabe, Jensen, eu estou te pedindo – pediu.
- Está bem, – falou ligando o carro. – Mas se isso se repetir, vou falar com ele.
- Ok, se tiver uma próxima vez, você fala.

Na casa de Mackenzie e Jared, todos se cumprimentavam animadamente, empolgados com a reunião, e estavam curiosos para saber o real motivo dela.
- Gente – Jared dizia levantando-se da mesa, chamando a atenção de todos. – Nós temos uma coisa a dizer – falou olhando em direção à esposa, que estava sentada ao seu lado e agora também estava de pé.
Todos se entreolharam curiosos. Alguns suspeitavam do que era, outros nem tinham idéia.
- Vamos ser papais – Mackenzie anunciou sorridente e recebeu um beijo carinhoso do marido.
- Que perfeito! – falou toda sorridente e batendo palmas, a acompanhou na alegria.
- Vou ser tio de novo! – Jensen comemorou.
Todos se levantaram para cumprimentar os novos papais.
- Você sabe desde quando? – sussurrou para Mackenzie.
- Descobrimos ontem de manhã – disse sorridente.
- Quantos meses? – se aproximou perguntando.
- Três meses.
- Você já estava grávida no batizado e nem sabia – comentou.
- Sim, incrível, né? – perguntou sorridente.
- Com certeza – respondeu na mesma felicidade.
- Parabéns, maninha – Jensen se aproximou das três e deu um abraço apertado na irmã. – Será que vem a primeira sobrinha da família? – a questionou empolgado.
- Não sei, quem sabe.
- Se for um menino, a Júlia já tem um marido – Jared falou alto enquanto se aproximava.
- É, mas temos que ver o valor do dote – Misha brincava.
- Coitada da minha filha – resmungava brincando.
- Deixem minha afilhada em paz – retrucou para todos.
Ficaram ali por horas conversando e nem perceberam o tempo passar, a maioria dos amigos já tinham ido embora, só ficaram os mesmos de sempre.
- Sabe o vizinho novo? – perguntou para e Mackenzie, que estavam sentadas ao seu lado.
- Sei, o que tem? – Mackenzie indagou curiosa.
- Ele é um safado – resmungou para elas.
- Por quê? O que aconteceu? – preocupou-se.
- Ele deu em cima de mim hoje.
- Mas ele sabe que você tem namorado, não sabe? – Mackenzie indagou confusa.
- Sabe, por isso é um safado – bufou.
- Nossa que canalha – opinou.
- O Jensen já sabe? – Mackenzie a questionou.
- Sim, e eu espero que ele não encontre com o Brian tão cedo – disse apreensiva.
- Ele ficou bravo, né? – Mackenzie perguntou, ela conhecia muito bem o gênio do irmão quando ele sentia-se ameaçado.
- Bravo é pouco, eu nunca o tinha visto do jeito que ficou quando contei para ele – sussurrou para que Jensen, que estava na cozinha com os amigos, não a ouvisse.
- O Brian que se cuide – riu.

Durante o jantar, as três combinaram que no outro dia de manhã iriam ao parque para se distrair um pouco e brincar com Júlia, que estava quase andando. foi a que teve mais ânimo para brincar com a criança. Mackenzie estava toda cuidadosa por causa da gravidez, e não quis fazer muito esforço. disse que queria acompanhar Mackenzie no "momento sem esforço".
e Mackenzie estavam sentadas em um dos bancos do parque conversando e observando a poucos metros dali. segurava Júlia pelas mãozinhas, que tentava se equilibrar nas pernas gorduchas.
não conseguia segurar o riso quando Júlia soltava aquelas risadas gostosas de bebês e se divertia muito. Quando Júlia cansava de tentar andar, a erguia para o alto e a jogava para cima, fazendo-a rir sem controle. Ela fazia cócegas em Júlia, e as duas estavam realmente se divertindo.
Mackenzie pegava altas dicas com sobre o início da gravidez, algumas coisas que só as grávidas sentiam. Alguns sentimentos que poderiam ser estranhos ao primeiro momento, mas que depois se percebia que era coisa da cabeça paranóica que grávidas tinham às vezes.
- Quem é aquele? – Mackenzie interrompeu a conversa quando viu um homem se aproximar de .
- Não sei – disse pensativa.
As duas olhavam para o homem.
- Olá, – Brian a cumprimentou sorridente.
- Oi – se limitou a dizer isso e pegou Júlia no colo.
- O que foi? – ele perguntou assustado quando percebeu a raiva na voz dela, e como se afastava dele.
- Você ainda pergunta? – franziu o testa.
- O que eu fiz? – indagou inocente.
- Ah, me dá licença – disse grossa e se virou para ir em direção às amigas, mas ele segurou seu braço.
No momento em que ele fez isso, e Mackenzie se aproximaram rapidamente de .
- O que está acontecendo aqui? – Mackenzie perguntou assustada.
- Nada – Brian respondeu olhando diretamente para ela.
- Algum problema? – perguntou preocupada.
- Nenhum – disse, livrando-se do braço dele. – Vamos embora.
As quatro se distanciaram dele, indo em direção à saída do parque.
- Quem era aquele? – Mackenzie indagou curiosa.
- O Brian – respondeu bufando.
- Meu Deus, será que ele nos seguiu até aqui? – ficou preocupada.
- Não duvido disso – respondeu.
- Nossa, será? – Mackenzie assustou-se.
- Isso está ficando perigoso – comentou.
Mais tarde naquele dia, estava voltando para seu apartamento. Assim que saiu do elevador, deu de cara com Brian. Nem o olhou, passou reto e andou rápido, mas ele foi mais rápido e a segurou pelo braço, dessa vez com força.
- Me desculpa me desculpa – ele pedia desesperado.
- O quê? – praticamente gritou.
- Por tudo o que eu fiz, achei que você era como as outras mulheres, mas eu estava enganado – explicava.
- Você é doido, me solte – fez força para soltar seu braço, mas não conseguiu.
- Por favor, – implorou.
- Me solta primeiro – pediu, se acalmando.
- Você promete que não vai fugir? – perguntou brincando.
- Você não está em condições de pedir nada – falou com firmeza.
- Ok, – disse, a soltando.
- Nunca mais encoste um dedo em mim ou sequer fale comigo outra vez, me entendeu? – olhou com ódio e repulsa.
- O quê? Por quê? – perguntou confuso.
- Me deixa em paz, eu não vou repetir isso – gritou com ele e o deixou sozinho.
Entrou no apartamento bufando.
- Imbecil abusado e filho de uma sem vergonha do fundo dos infernos que merece morrer – gritava, batendo os pés no chão.
No seu momento de raiva, o telefone tocou e coitado de quem fosse do outro lado.
- Que é? – perguntou grossa.
- Sou eu, pequena – disse calmamente.
- Jensen, você pode vir me buscar? – perguntou o surpreendendo.
- Aconteceu alguma coisa? – questionou preocupado.
- Quero ir para sua casa, pode ser? – foi mal educada.
- Claro – respondeu estranhando seu jeito. – Daqui a meia hora estou aí.
- Certo, estou te esperando - falou e colocou o telefone no gancho.
Foi até seu quarto, pegou sua bolsa e algumas coisas que precisaria na casa de Jensen. Não queria ver a cara de Brian nunca mais. Como ele ousa dar em cima dela, mesmo sabendo que é uma mulher comprometida? Só poderia ser um canalha mesmo.
Quando abriu a porta do seu apartamento, viu Brian sentado em frente à porta do apartamento dele. Ele estava chorando, e estranhou aquilo. Por mais que não quisesse falar com ele, cortava seu coração ver um homem chorando, ela não conseguia evitar.
- O que aconteceu? – perguntou se aproximando dele e tentou ser fria.
- Eu fiz tudo errado – levantou a cabeça para olhá-la. – Agi de forma errada com você, achei que você fosse igual às outras, mas quando percebi que não era, foi tarde demais – disse enxugando as lágrimas.
- Qual o seu problema afinal? – perguntou no mesmo tom que estava antes.
- É que eu não sei o que fazer quando gosto de uma mulher e acabo fazendo merda – falou sinceramente e levantou-se.
- Ainda bem que você reconhece isso – disse irônica.
- Me desculpa? – pediu fazendo cara de cachorro sem dono.
- Brian, eu não sei. Acho melhor a gente não se falar – dizia pensativa.
- Por favor, – disse quase voltando a chorar. – Eu acho... acho que te amo – gaguejou, mas confessou.
- O quê? – perguntou incrédula. – Você nem me conhece, como pode me amar? – o questionou.
- Eu não sei, – falou se aproximando dela.
- Melhor não fazer isso – disse, afastando-se.
- , pelo menos um beijo.
- Você é doido! – gritou para ele e foi para o elevador.
- Eu acho que sim – riu e foi atrás dela.
Ela estava em frente ao elevador e apertava o botão compulsivamente. Ele, do lado dela, sem reação nenhuma, só a observando com olhos maliciosos. O elevador chegou ao andar e fez um barulho parecido com um bip. olhava esperançosa para a porta, e pedia em pensamento para abrir logo, para livrar-se daquele maluco. A porta se abriu, e para sua total surpresa, se deparou com um Jensen sorridente, e sentiu um alívio enorme.
Jensen percebeu que tinha alguma coisa estranha acontecendo ali, quando viu Brian do lado de , a olhando. deu alguns passos para entrar no elevador, quando sentiu Brian a puxando para trás pelo braço. Logo em seguida sentiu as mãos dele em sua cintura, virando-a para si. Ela não teve tempo de reagir, ele pressionou seu lábios contra os dela, forçando um beijo que ela não queria, mas não foi por muito tempo. Jensen praticamente voou em cima dele quando viu o que ele estava fazendo. O prensou contra a parede, e acidentalmente caiu no chão. Brian tentou revidar, mas Jensen foi mais rápido, dando um soco em sua cara. levantou-se do chão e tentou segurar o namorado, só que foi em vão.
- Jensen, pára, por favor – ela pedia.
- Ele merece – falou entre os socos.
Nesse momento, os dois estavam rolando no chão. , um tanto desesperada, olhava-os brigando. Jensen percebeu que Brian praticamente não tentava mais revidar os socos que recebia, então parou para ver se ele ainda estava vivo. Percebeu que sim, mas estava bem machucado. Não sentiu culpa, pois ele merecia.
- Amanhã, você vai se mudar daqui – falou o levantando pelo colarinho da camisa. – E se isso não acontecer, a polícia irá cuidar de você – falou com firmeza. – E nunca mais vai olhar para a , me entendeu? – perguntou furioso.
Brian murmurou alguma coisa, que e nem Jensen entenderam o que era, mas deu para perceber que era um "sim". Jensen o largou no chão e foi em direção à , que estava encostada na parede, completamente assustada.
- Pequena, você está bem? – colocou as mãos no rosto dela.
- É, estou – respondeu sem muita firmeza.
- Pequena? – ele a chamou. Não tirava os olhos de Brian caído no chão.
- Só estou com medo – olhou para ele e respondeu.
- Não fica – falou a abraçando com força. – Eu estou aqui.
- Eu sei – falou baixinho e o abraçou com a mesma intensidade.
- Vamos para casa – disse e entraram no elevador.

Durante a madrugada Jensen levantou-se para ir ao banheiro, quando voltou percebeu que estava acordada.
- Eu te acordei? – perguntou enquanto se deitava na cama.
- Não, eu não consigo dormir – disse chegando perto dele.
- Por causa do que aconteceu? – indagou a envolvendo com o braço.
- Sim – se limitou a dizer isso.
- , essas coisas não deveriam acontecer com você – falou abraçando-a forte. – Mas eu estou aqui para te proteger sempre.
Jensen a esperou adormecer em seus braços, que era o único local onde ela sentia-se completamente protegida. Quando isso aconteceu, ele conseguiu relaxar e dormir.


Capítulo 27 – A Única.


O aniversário de namoro se aproximava, fazia dois anos desde que Jensen e voltaram a namorar, passou tão rápido que nem eles acreditavam.
não tinha ideia do que dar de presente para Jensen. Pensou em várias coisas, algumas achou que não seria ideal, e outras não tinha condições de comprar, suas finanças não andavam muito bem das pernas. No fim, acabou decidindo-se em criar o presente, seria mais especial e com certeza mais barato.
Eram dois presentes. O primeiro, um CD com vários cantores e bandas que Jensen gostava. Ela pegou as músicas preferidas de cada artista e gravou. O segundo, um DVD com um vídeo onde tinham várias fotos dos dois, em diferentes momentos, desde a adolescência até os dias de hoje, ao som de algumas canções que eles consideravam "suas". Embrulhou delicadamente e os escondeu em seu guarda-roupa, pois sabia que se Jensen os visse antes do tempo iria querer abrir.
não aguentava de curiosidade, queria saber o que ia ganhar. Na verdade, ela achava estranho Jensen não ter comentado nada, nem sobre o que iriam fazer no dia e nem sobre o presente. Por um momento achou que ele estivesse esquecido, mas sabia que isso era impossível, ele jamais se esqueceria de uma data tão importante para os dois.

Na casa de Mackenzie, Jensen tirava algumas dúvidas sobre como presentear a namorada.
- O que você acha? – perguntava empolgado para a irmã, que estava sentada no sofá.
- Eu acho bem criativo – respondeu pensativa. – Mas não sei.
- Por quê? – indagou intrigado.
- Ela vai ficar brava com você - explicou.
- Eu sei – riu. – Mas acho que no fim vai dar tudo certo.
- É – concordou com ele. – Finalmente isso vai acontecer – comemorou.
- Zie é segredo, por favor – pediu.
- Sou especialista em guardar segredos – riu sarcástica.
- Nem para o Jared – ele acrescentou.
- Jensen! – protestou. – Ele é meu marido.
- Mas é um pouco tagalera – brincou.
- Está bem – relutou um pouco, mas acabou concordando em não contar nem para seu marido. – Posso ver? – pediu.
- Não – sorriu. – A primeira a ver será a .
- Ah – resmungou. – Me avisa assim que acontecer? – perguntou animada.
- Claro – respondeu sorridente.

Faltavam dois dias para o aniversário de namoro, suspeitava que alguma coisa estivesse errada, Jensen andava estranho, meio cabisbaixo, quieto e sem muita animação, o que estava deixando-a um tanto preocupada. Será que tinha acontecido alguma coisa e ela não sabia? Não aguentava esperar que ele se abrisse com ela, resolveu ir até a casa dele, e tentar descobrir o que acontecia.
Quando chegou lá, Jensen estava assistindo a um filme que tinha alugado, sentou-se ao lado dele no sofá, e ele a envolveu com um dos braços.
- Jensen? – ela o chamou, ele não respondeu.
o cutucou e nada dele falar com ela.
- Qual o problema com você? – finalmente perguntou, se desvencilhando do seu braço.
- Hã? – indagou confuso, olhando-a.
- Jensen! – falou brava.
- O que foi? – a questionou.
- Por que você está estranho?
- Eu não estou estranho – discordou dela.
- Esse é o seu normal? Não me responder quando eu te chamo, não falar direito comigo e entre outras coisas... – bufou.
- – falou calmo e pausando o filme que assistia. – Eu só estou cansado.
- E eu tenho culpa disso? – indagou, se acalmando.
- Não, só que às vezes preciso de um tempo sozinho.
- Um tempo de mim, você quer dizer? – perguntou incrédula.
- Não é isso, – ele tentou se explicar.
- É o que então? – perguntou quase gritando.
- Problemas no trabalho – mentiu.
não acreditou muito na desculpa que ele deu, mas como odiava brigar com ele, resolveu acreditar.
- Alguma coisa grave? – perguntou preocupada.
- Não, coisas que acontecem em qualquer trabalho – respondeu e voltou a assistir ao filme.
Não falaram mais nada até o término do filme, não estava afim de papo, e como ele continuava em silêncio, não puxou assunto.
- Bom, já está tarde – ela finalmente quebrou o silêncio.
- Eu te levo embora – falou, levantando-se do sofá e pegando a chave do carro.
- Tudo bem – respondeu surpresa com a rapidez dele para que ela fosse embora.
Durante o caminho até o apartamento de , o silêncio voltou a rondá-los, o que a deixava muito incomodada e triste, odiava isso. Assim que o carro parou em frente ao seu prédio, ela desabafou.
- Eu odeio brigar com você – falou com um tom choroso.
- – tirou o cinto e aproximou-se dela. – Eu também.
- Vamos esquecer tudo o que aconteceu hoje? – ela pediu.
- Sim – fez sinal de positivo com a cabeça. – Deixar no passado.
- É – concordou.
Ela tirou seu cinto, e diminuiu completamente a distância que havia entre eles. Ele lhe deu um beijo carinhoso e delicado, enquanto acariciava o rosto dela com uma das mãos, e ela apoiava a mão no braço dele.
- Já está na minha hora – ele disse, interrompendo o beijo.
- Na minha também – ela sorriu e abriu a porta do carro.
saiu do veículo e deu a volta, indo na direção do motorista. Deu um selinho demorado em Jensen e seguiu para a entrada do prédio.
- Depois de amanhã eu passo aqui – a avisou enquanto dava partida no carro.
- Para quê? – perguntou brincando e fez uma cara de sapeca.
- Você sabe – respondeu, piscando para ela.

Chegou o dia do aniversário de namoro, estava um pouco apreensiva, adorava surpresas, mas não gostava do sentimento de curiosidade e ansiedade que isso lhe causava. Tentou imaginar mil presentes que Jensen poderia lhe dar, mas não conseguia pensar em nada que realmente ele já não tivesse lhe dado.
Por volta das cinco da tarde, Jensen chegou ao apartamento dela, que estranhou, pois ainda faltavam algumas horas para o horário combinado. Quando abriu a porta, deu de cara com um Jensen cabisbaixo e com aparência triste, ficou preocupada.
- Aconteceu alguma coisa? – o questionou.
- Sim – respondeu baixo.
- O que foi? – perguntou preocupada.
- Não dá mais, , eu não aguento – mentiu.
- Como assim? – indagou assustada.
- A gente... – olhou para ela.
O coração de paralisou no instante que ele disse isso, não poderia ser, ela não queria acreditar. Era isso mesmo? Mas eles estavam tão bem, o que será que aconteceu? se perguntava.
- Por que você não agüenta mais? – indagou incrédula.
- Não sei – falou, sentando-se no sofá.
Jensen estava sentado com os cotovelos apoiados no joelho e com a cabeça baixa, sentou-se ao lado dele.
- Eu não entendo – ela falou triste.
- Nem eu – virou-se para ela. – Você pode me pegar um copo de água? – pediu.
- Claro – levantou-se e foi até a cozinha.
estava na cozinha pegando a água, suas pernas tremiam mais do que vara verde, não acreditava no que estava acontecendo, esperava que tudo aquilo fosse uma brincadeira, mesmo sendo de muito mau gosto, era o que ela queria acreditar. Quando voltou à sala, Jensen estava de pé e esperando por ela.
- Eu não quero mais ser seu namorado – falou com firmeza.
- O quê? – perguntou completamente confusa.
- Isso mesmo que você ouviu, eu não quero mais ser seu namorado.
- Jensen... – não sabia o que dizer.
Ela ficou paralisada, sentiu todos os músculos do corpo travarem, não dizia nada e nem se mexia. Jensen foi aproximando-se lentamente dela e quando estava a menos de meio metro, tirou alguma coisa do bolso da frente de sua calça, e se ajoelhou.
- Eu não quero mais ser seu namorado por que quero ser o seu marido – disse, abrindo a pequena caixinha que tinha em suas mãos. Dentro dela havia um delicado anel, com um pequeno diamante, mas o susto foi tanto que ela nem reparou nele.
estava atônita, era isso mesmo? Ele estava a pedindo em casamento? Precisava perguntar para ter certeza, mas as palavras não saiam de sua boca.
- ? – a chamou. – Aceita se casar comigo? – perguntou.
- Oh, Deus – ela falou, estava completamente sem saber o que fazer, levou a mão até a boca em um gesto de espanto.
- Meu joelho está doendo – ele brincou.
- Você está me pedindo em casamento? – finalmente conseguiu dizer alguma coisa.
- Sim – afirmou.
- Meu Deus – o desespero foi tanto que acabou derrubando o copo no chão e colocou as duas mãos no rosto.
Sim, era verdade, ele estava a pedindo em casamento.
- Você aceita se casar comigo? – pediu novamente.
- É claro – praticamente gritou e pulou de felicidade.
Jensen levantou-se e a abraçou, a rodopiando. Ela praticamente o esmagava. segurou com firmeza o rosto dele e lhe deu vários selinhos.
- Eu não acredito, eu não acredito – repetia.
- Pois pode acreditar – ele falou mostrando a caixinha à ela, que dessa vez pôde ver com mais detalhes o anel de noivado.
- É perfeito, lindo, maravilhoso e tudo mais – disse enquanto Jensen colocava o anel em seu dedo.
- Que bom que você gostou – sorriu.
- Eu adorei – respondeu sorrindo e analisando delicadamente o anel que estava em seu dedo.
- Me desculpa? – ele pediu.
- Desculpar pelo quê? – o olhou confusa.
- Por tudo. Esses últimos dias, eu não queria que você suspeitasse de jeito nenhum do que eu ia fazer, por isso fiquei um pouco estranho – explicou.
- Foi tudo planejado? – perguntou, arqueando as sobrancelhas.
- Sim, me desculpa? – pediu quase implorando.
- Deixe-me pensar – brincou. – Mas é claro que sim – sorriu e o abraçou.
Os dois ligaram para todos os amigos para contar sobre a novidade, que ficaram surpresos e muito felizes. Alguns até falaram um "finalmente" no telefone, afinal todos sabiam que Jensen e se amavam e foram feitos um para o outro.
E após as várias ligações, ficaram enroscados no sofá por vários minutos, trocando carícias e palavras de amor, quando se lembrou do presente que tinha feito.
- Nossa, eu quase me esqueci – falou, levantando-se depressa.
- O que foi? – perguntou intrigado.
- Seu presente – respondeu sorrindo e saiu da sala.
Poucos minutos depois, voltou com duas embalagens de presente nas mãos. Jensen sentou-se no sofá e ela os entregou.
- Espero que você goste – falou um pouco apreensiva.
Jensen respondeu com um sorriso e começou a abrir um dos presentes. O primeiro foi o CD. Como era cuidadosa, tinha feito uma capa especial e uma lista com todas as músicas. Ele ficou lendo as canções que tinham, com um sorriso no rosto. não dizia nada, só observava suas reações.
- E aí? – perguntou ansiosa.
- Adorei, não poderia ser mais perfeito – falou, para o alívio de .
Começou a desembrulhar o segundo presente. Na capa do DVD tinham algumas fotos personalizadas, ele ficou surpreso.
- O que é? – indagou curioso.
- Vou colocar para você assistir – disse e pegou-o de sua mão.
Colocou-o no aparelho e sentou-se ao lado dele para assistir.
O DVD tinha aproximadamente trinta minutos, e contava a história de amor dos dois, com várias fotos de quando eram mais jovens, depois de quando começaram a namorar pela primeira vez. Fotos de passeios, caseiras, surpresas que adorava tirar, e fotos mais recentes dos dois. E como trilha sonora, as músicas que eles consideravam especiais durante o relacionamento. Após o fim do DVD, virou-se para Jensen e percebeu que ele estava visivelmente emocionado.
- Está tão ruim assim? – riu.
- Não tenho palavras para descrever o quão maravilhoso ficou – disse e deu um beijo demorado nela.
- Que bom que você gostou – falou após o ato.
- Tudo que você faz para mim eu adoro – sorriu amorosamente e a abraçou.
Mais tarde, no quarto, após se amarem por várias vezes, os dois estavam deitados na cama e exaustos. o abraçava pelo abdômen, enquanto Jensen a envolvia com um dos braços.
– O que você achou da noite de hoje? – ele perguntou.
- A mais perfeita que eu já tive.
- E o pedido? – indagou curioso.
- Eu adorei, eu nunca imaginaria, foi perfeito – disse, inclinando-se e lhe dando um selinho carinhoso.


Capítulo 28 – Dificuldades.


- Só mais duas semanas, por favor? – pedia.
- , o aluguel já está atrasado tem dois meses – o síndico explicava.
- É que eu tenho passado por algumas dificuldades – ela falava.
- Deixe-me te explicar. Quando um inquilino atrasa o aluguel em mais de dois meses, ele é despejado. Você está tendo várias chances porque nunca atrasou em todos esses anos que mora aqui. E semana que vem, vence o seu terceiro mês. Sinto em lhe dizer que se não pagar, terei que te despejar – disse sinceramente.
Os olhos de encheram-se de lágrimas.
- Se o senhor fizer isso, não terei para onde ir – falou com a voz embargada.
- Eu sinto muito, .
- Tudo bem – segurou o choro. – O senhor fez o que pôde, agradeço muito e vou dar um jeito de pagar os atrasados – falou, levantando-se.
- Certo, – disse sorrindo e saiu do apartamento.

estava passando por sérias dificuldades financeiras. Sua mãe havia sido demitida da biblioteca, e como não conseguia outro emprego por causa da idade, pediu ajuda à filha, que não negou. Mandava sempre dinheiro para sua mãe, só que não ganhava o suficiente para sustentar a si e a mãe, e por causa disso acabou atrasando o aluguel por dois meses. Ela poderia pedir ajuda ao seu noivo, mas era muito orgulhosa para isso. Sempre foi independente e nunca dependeu dele para nada. No fundo, tinha vergonha de pedir dinheiro a ele.
Normalmente, não pegava muitas fotografias para fazer, porque se pegasse não daria conta, e o trabalho não sairia bem como ela gostaria. Só que de uma semana para cá, ela começou a pegar bastante sessões para fazer, pois era uma necessidade e uma forma de conseguir mais dinheiro, só que isso tinha consequências, ficava praticamente o dia fora de casa e quando chegava tinha que revelar as fotos, organizar os álbuns e entre outras coisas, não sabia mais o que era deitar no sofá para assistir um filme e relaxar. E justamente nessa semana em que pegou muitos trabalhos para fazer, Jensen estava em Vancouver, então não percebia que ela estava trabalhando em excesso.
Durante essa semana ela não encontrou com as amigas, o que era uma coisa estranha, pois encontrava-se com elas pelo menos quatro vezes na semana para conversarem, fofocarem e passarem o tempo.
Mackenzie e acharam aquilo muito estranho e resolveram chamar para uma conversa, que por sinal demorou muito para acontecer, pois ela não tinha tempo. Então, as duas foram até o apartamento dela tentar descobrir o que estava ocorrendo.
- O que está acontecendo? – Mackenzie perguntou de um jeito carinhoso.
- Nada, por quê? – mentiu.
- , por favor, nos conte o que há de errado – pediu.
- Gente, não tem nada de errado – insistiu.
- Você não tem tempo para nada – Mackenzie falou.
- Ah, muito trabalho – tentou justificar.
- E por que você tem trabalhado tanto? – indagou.
- Porque é necessário – se limitou a dizer isso.
- , nós estamos aqui para te ajudar, nos conte o que está acontecendo e vamos fazer o possível para ajudar – Mackenzie disse atenciosa.
- É que... – começou a explicar e sentiu um choro chegando. – Minha mãe foi demitida, estou a sustentando enquanto ela não arruma outro emprego, atrasei dois meses de aluguel e semana que vem vence o terceiro. Se eu não pagar, serei despejada – desabafou e o choro veio à tona.
- Meu Deus, – Mackenzie falou incrédula.
- Por que não falou com a gente sobre isso? – perguntou, sentando-se ao lado da amiga no sofá.
- Eu pensei em falar – disse, enxugando as lágrimas. – Mas é que...
- Você é orgulhosa demais para nos pedir ajuda – Mackenzie a interrompeu.
- Isso – concordou e corou. – E eu sempre me sustentei, nunca precisei de ninguém – explicou, choramingando. – Tenho vergonha de pedir dinheiro às pessoas – concluiu.
- – Mackenzie falou e sentou-se ao outro lado dela –, nós somos quase irmãs, você podia ter me procurado.
- Eu também, você é a madrinha da minha filha.
- Somos suas amigas – Mackenzie disse e fez sinal de positivo com a cabeça.
- Vamos te ajudar – falou amorosamente.
- Não precisa, vou dar um jeito – disse.
- Você querendo ou não, nós vamos te ajudar – Mackenzie falou com firmeza.
- Isso, vamos fazer assim... – falou, olhando para Mackenzie. – Eu pago os dois aluguéis atrasados, você paga o que vence semana que vem e manda algum dinheiro à Verônica, o que acha? – perguntou.
- Fechado – concordou sorridente.
- Não, gente – protestou.
- Você não tem escolha, nós vamos fazer e pronto – Mackenzie afirmou.

Jensen havia voltado de Vancouver, mas ainda não tinha visto . No caminho para o apartamento dela, resolveu passar antes na casa de Mackenzie, para ver como a irmã estava.
- Como vocês estão? – perguntou, passando a mão na barriga dela.
- Bem, ele cresce cada dia mais – respondeu sorrindo.
- Alguma novidade? – indagou curioso e sentando-se no sofá.
- Nada demais. Só o Jared que cada dia que chega de viagem ou sai para fazer alguma coisa, volta com uma roupinha de bebê – comentou rindo.
- É a cara dele – Jensen brincou. Mackenzie tinha quase certeza que não havia contado absolutamente nada para Jensen, pois se tivesse tocado no assunto, ele certamente comentaria com ela. Não sabia se poderia contar ao irmão, tinha medo de se intrometer e causar uma briga entre os dois, mas ela sabia que era a coisa certa a fazer.
- Jensen, a falou alguma coisa com você? – questionou.
- Sobre? – indagou curioso.
- Ela não falou – Mackenzie deduziu.
- O que foi, Zie? – perguntou preocupado.
- Ela está com dificuldades financeiras – explicou.
- Como assim? – indagou confuso.
- Eu não deveria te contar – disse pensativa. – Acho melhor você falar com a .
- Zie, por favor – pediu educado. – Você começou, pode terminar.
- Não quero me intrometer, pergunte à ela – falou decidida.
- É algo sério? – a questionou.
- Um pouco, mas já foi resolvido. Fale com ela, Jensen – pediu novamente.
- Eu vou falar, pode deixar – disse carinhoso.

Durante o percurso até o apartamento da noiva, Jensen se perguntava o que tinha acontecido e por que não tinha falado para ele. Não confiava nele para lhe contar essas coisas? Ou o problema era tão grave que ela não queria que ele soubesse? Várias dúvidas rondavam sua cabeça, queria saber logo de uma vez o que estava acontecendo.
estava sentada no sofá, comendo um espaguete que tinha acabado de preparar, não sabia que Jensen iria até seu apartamento, nem se arrumou para recebê-lo. Era por volta das oito da noite, e já estava de pijama. Escutou alguém batendo na porta e com certeza era um conhecido, pois senão o porteiro não teria deixado subir sem antes falar pelo interfone. colocou seu prato na mesinha de centro, foi até a porta e olhou pelo olho mágico.
- Jensen? – perguntou confusa.
- Isso – respondeu.
Destrancou a porta rapidamente e deu abraço apertado nele.
- Eu não sabia que você estava aqui – comentou, fechando a porta enquanto ele entrava.
- Resolvi fazer uma surpresinha – disse sorridente, sentou-se no sofá e pegou o prato de , começando a comer o espaguete.
- Ei! - ela protestou, aproximando-se dele.
- Estou com fome – ele explicou e colocou uma boa quantidade de macarrão no garfo. Comeu com gosto.
- Folgado – resmungou, sentando no sofá com uma perna dobrada e a outra se apoiando sobre essa.
- Só para você não ficar triste... – brincou e ofereceu uma garfada para ela, que não recusou.
- Isso aqui está gostoso – ele elogiou.
- É única comida que sei fazer que fica gostosa.
- Vamos viver de espaguete – ele brincou.
- Não se preocupe – entrou na brincadeira –, estou pensando em fazer um curso de culinária antes de nos casarmos – sorriu.
- Boa ideia – concordou.
Jensen esperou um pouco para perguntar à o que estava acontecendo, esperava que ela lhe contasse, mas quando percebeu que isso não aconteceria, questionou.
- Tem alguma coisa errada? – indagou olhando para ela, que estava ao seu lado.
- Não, por quê? – não entendeu a pergunta.
- , não minta para mim – falou com firmeza.
- Como assim, Jensen? – indagou confusa. – Eu não estou mentindo para você.
- A Zie me contou – explicou.
não sabia o que dizer.
- Ela te contou? – agora sim estava entendendo o que ele queria dizer. - Não tudo, ela só me disse que você estava passando por dificuldades financeiras – falou sério.
- Ah – estava sem palavras. – É, eu estava, mas agora está tudo bem – mentiu.
- , por que você não me contou? – questionou sério.
- Eu não queria te perturbar com essas coisas – tentou justificar.
- Perturbar? – perguntou confuso. – , você é minha noiva e muito em breve será minha esposa, você não acha que eu tinha o direito de saber sobre isso? – continuou no mesmo tom.
- Jensen – disse com a voz embargada –, me desculpa – pediu, iniciando um choro.
- Não chore – ele falou, a envolvendo com um dos braços.
- Eu sou muito orgulhosa para te contar uma coisa dessas, e tinha vergonha também – explicava.
- Não precisa ter vergonha, todo mundo passa por dificuldades.
- Eu nunca precisei do seu dinheiro, sempre me virei sozinha.
- Eu sei – disse, dando um beijo em sua testa. - Mas o que aconteceu? – perguntou de um jeito carinhoso.
- Minha mãe foi demitida e não conseguiu outro emprego. Então, ela me pediu ajuda e eu o fiz, é claro; mas começou a pesar e eu não tinha dinheiro nem para pagar o aluguel... – falou, acalmando-se.
- – dizia carinhosamente –, você devia ter falado comigo.
- É – falou cabisbaixa.
- Você tem que entender que estou aqui para o que for necessário, não tem que ter vergonha de me pedir dinheiro, por que, afinal, esse dinheiro também é seu.
- É seu, não meu.
- – a chamou sério, ela olhou para ele –, esse dinheiro é seu também, você será minha esposa, o que é meu é seu.
- Jensen... – procurava palavras. – Eu não estou acostumada com isso.
- Tem que se acostumar – falou sério.
- Agora você está bravo comigo – disse triste.
- Não, estou chateado e um pouco decepcionado – confessou.
engoliu a seco aquilo que ele acabara de dizer, doía muito saber que alguém estava sentindo aquilo por ela, principalmente quando se tratava de Jensen.
- O que eu posso fazer para mudar isso? – praticamente implorou.
- Confiar em mim, me contar tudo, entende? – olhou para ela. – Porque eu sei que não foi a sua intenção, mas quando você me esconde essas coisas, parece que não confia em mim – desabafou.
- Isso não é verdade – disse, segurando a mão dele. – Você é a pessoa mais confiável que eu conheço, eu devia ter lhe contado, mas não contei e agora é tarde demais – e o choro voltou.
- Nunca é tarde demais – falou sinceramente. – Me promete que a partir de agora, sempre vai me contar sobre essas coisas? – pediu.
- Sim – respondeu de imediato.
- E vai parar de ter vergonha de falar isso comigo? Afinal de contas, sou o seu noivo, .
- Com certeza, você vai saber de tudo.
- Que bom, pequena – disse dando um beijo carinhoso em sua testa.
- Ainda está chateado? – perguntou.
- Sim, mas daqui a pouco passa.
- Me perdoa – implorou.
- Mas é claro – sorriu para ela.
Algumas horas depois, eles estavam no sofá conversando e acabaram pegando no sono, dormiram ali mesmo, enroscados um no outro. estava deitada de frente para Jensen. Como o sofá não era muito grande, ele a abraçava com os dois braços, para não correr o risco dela cair. Quando acordou, relutou em sair daquele lugar que ela estava, era bom demais para querer sair dali. Ficou por alguns minutos olhando para Jensen, que dormia serenamente. Deu-lhe um selinho carinhoso, segurando o rosto dele com as mãos, moveu-se um pouco para levantar e acabou o acordando.
- Onde você pensa que vai? – perguntou sonolento e a puxando para mais perto de si.
- Levantar, eu acho – disse com tom de brincadeira.
- Eu acho difícil – a segurou mais firme, e sem abrir os olhos.
- Tenho coisas para fazer, sabia? – perguntou rindo e o cutucando.
- Não faz isso – disse, finalmente abrindo os olhos. – Você não vai suportar se eu fizer contigo também.
- Sério? – perguntou irônica.
- Quer tentar? – indagou sarcástico.
- Está bem – concordou com ele, sabia que não ia aguentar se ele fizesse cócegas nela.
- Muito bem, agora vamos voltar a dormir – disse, e fechou os olhos.
– Eu estou com fome – ela resmungou.
- Dorme que a fome passa.
- Não vou conseguir sair daqui, né? – o questionou.
- Não – respondeu com firmeza.
- Então tá – bufou um pouco e se virou com dificuldade, fazendo com que os dois ficassem deitados como concha.
- Assim é melhor – ele disse malicioso, e deu um beijo no pescoço dela.
- É hora de dormir – avisou, tentando parecer séria.
- Ok, patroa – ele falou e os dois riram.
Tiraram um cochilo por aproximadamente duas horas. conseguiu sair do sofá, porque até Jensen estava cansado de ficar deitado.
Estavam na cozinha preparando o café da manhã, que já era quase o almoço deles. Ele preparava o café e as panquecas, e ela arrumava a mesa.
O telefone tocou, foi até a sala atender.
- Alô?
- Oi, filha – Verônica disse empolgada.
- Mãe, como a senhora está? – perguntou e foi voltando para a cozinha, com o aparelho.
- Estou ótima, e você?
- Bem, qual o motivo dessa animação toda? – indagou curiosa e sentando-se. Jensen a observava enquanto colocava as panquecas na mesa.
- Lembra da pensão do seu pai?
- Sim.
- Então, eu não podia receber porque eu trabalhava, mas agora que estou desempregada, eu posso – respondeu com um tom de felicidade.
- Mas faz mais de dez anos que o pai morreu, não sabia que ainda era válido – comentou.
- Nem eu – concordou. – A Donna que falou para eu verificar se poderia receber...
- É? – perguntou curiosa.
- Sim, ela ficou sabendo pela Zie o que estava acontecendo e me deu esse conselho.
- Eu pedi segredo para a Zie – disse pensativa. – E ela contou para a Donna e para o Jensen.
- Filha, a gente não deveria ter escondido isso deles – Verônica confessou.
- É mãe, eu levei uma bronca coletiva por causa disso – disse rindo e olhando para Jensen, que sorriu pra ela.
- Eu também – Verônica riu. – Falando em Jensen, como ele está?
- Está bem, e está aqui na minha frente.
- Manda um beijo para ele.
- Certo – disse. – Ela te mandou um beijo – falou para ele.
- Manda outro para ela – Jensen pediu.
- Ele te mandou outro, mãe.
- Eu amo esse meu genro – disse orgulhosa.
- Eu também.
- Filha, eu preciso desligar agora.
- Tudo bem, mãe.
desligou o telefone e o colocou em cima da mesa, olhando toda sorridente para Jensen.
- Qual a novidade? – perguntou curioso.
- Minha mãe começou a receber a pensão do meu pai, agora não teremos mais problemas com dinheiro – disse com um sorriso estampado no rosto.
- Que coisa boa - ele comemorou.
- Sim, vamos comer? – perguntou.
- Claro – disse, a servindo com panquecas e suco.
Estavam tomando café quando se lembrou de uma coisa.
- Eu preciso reembolsar a Zie e a – falou após tomar o suco.
- Eu já fiz isso – ele sorriu.
- O quê? – perguntou incrédula, quase se engasgando com o suco.
- Isso mesmo.
- Então eu preciso te reembolsar – concluiu.
- – disse sério.
- Quer dizer – falou sem graça –, eu não preciso reembolsar ninguém – sorriu sem jeito.
- Não precisa ficar com vergonha – ele riu. – Você se acostuma.
- É – disse respirando fundo. – Não tem nada a ver com o assunto, mas onde a gente vai se casar? – perguntou.
- Eu acho que em Dallas é melhor, nossa família está toda lá.
- Você tem razão – concordou. – E a lua de mel? – o questionou.
- Eu estava pensando em Aspen, o que acha? – indagou.
- Não sei, muita roupa para usar – sorriu com malícia para ele.
- Verdade, menos roupa é melhor. Havaí? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.
- Sério? – animou-se. – Você sabe que é o meu sonho... – sorriu emocionada.
- Então será Havaí – decretou.
levantou-se e deu vários pulinhos, comemorando. Jensen riu.
- Acho que você merece uma recompensa – disse, aproximando-se dele.
- Eu concordo com você – sorriu maliciosamente para ela.


Capítulo 29 – Para Sempre.


esperava pacientemente enquanto Jensen distribuía autógrafos para as fãs que estavam pelo aeroporto e o reconheceram. Algumas sorriam para , pediam para tirar as fotos e ela concordava.
Uma das garotas perguntou como era namorar Jensen. limitou a dizer que ele era um homem maravilhoso; e Jensen respondeu à essa pergunta, dizendo que sua noiva era a mulher de sua vida, o que deixou muitas fãs em estado de choque, pois não sabiam que eles estavam noivos.
- Vocês estão noivos? – uma delas perguntou espantada.
- Sim – Jensen respondeu sorridente.
- Parabéns! – outra os felicitou saltitante.
- Obrigada – agradeceu.
- Você está grávida? – uma fã mais abusada indagou.
- Não – respondeu de imediato.
- Ela não precisa estar grávida para os dois se casarem – uma menina simpática comentou, deixando a abusada sem graça.
- Jensen, você tem o telefone do Dean? – a mesma menina perguntou.
- Posso te arranjar – ele brincou.
- Eu tenho o do Sam, alguém quer? – entrou na brincadeira.
Várias meninas gritavam "eu" quando ela disse isso, e todos riram.
- Quando vai ser o casamento? – alguém indagou.
- Segredo – Jensen respondeu sorrindo.
Algumas fizeram um coral de lamentação.
- Você não pode nos contar, ? – a menina simpática perguntou.
- Não sei, o que você acha Jensen? – olhou para o noivo.
- Será em breve, só isso que posso dizer.
- Muito em breve – concluiu.
- Não quer sair na foto também? – uma das garotas indagou para .
- Não sei... – ela disse, meneando a cabeça negativamente.
- Por favor – a menina pediu.
- Está bem, eu vou – concordou.
Jensen e ficaram aproximadamente uns vinte minutos com as fãs, tirando fotos, dando autógrafos e conversando um pouco. Quando seu vôo foi chamado, encaminharam-se para o portão de embarque, se despedindo delas.
- Elas nem imaginam que estamos indo nos casar – Jensen comentou com enquanto guardava a pequena mala no compartimento do avião. Ela não respondeu, sorriu para ele.
Após algumas horas de vôo, Jensen percebeu que estava quieta e um pouco estranha.
- Você está bem?
- É que, eu não tinha pensado em uma coisa... – respondeu sem tirar os olhos da janela.
- No quê? – indagou curioso e um pouco preocupado.
- Quem... – virou-se para ele. – Quem vai... – a voz dela começou a ficar embargada. – Quem vai entrar comigo na igreja? – perguntou em um tom choroso.
- Pequena.... – Jensen a envolveu com o braço. – Não fique assim.
- Eu queria tanto que ele estivesse aqui, Jensen – iniciou o choro.
- Não gosto de ver você chorando – a abraçou com força.
- Ele faz tanta falta! – dizia aos prantos.
- Pequena, não fica assim – Jensen não sabia o que dizer para confortá-la.
- É difícil – tentava se acalmar.
Jensen a abraçava com força, para tentar acalma-lá. Uma das aeromoças passou por eles, viu chorando e perguntou se podia fazer algo, Jensen pediu um copo de água, e ela prontamente lhe serviu.
- Bebe um pouco – ele pediu. se desencostou dele e bebeu alguns goles. - Está melhor? – perguntou, fazendo carinho no rosto dela.
- Na verdade não – abaixou a cabeça e o abraçou de volta.
- Tudo bem – ele disse, entregando o copo para a aeromoça. – Daqui a pouco isso passa – a abraçou e ficou alisando os seus cabelos.
acabou adormecendo nos braços de Jensen. Ele não quis acordá-la, sabia o quanto ela sofria quando se lembrava do pai. Ela sentia muito sua falta, e por muitas vezes evitava falar sobre ele, justamente para não sofrer. Jensen tentava imaginar o quanto ela sofria por isso, mesmo sendo muito difícil de conseguir ter noção do tamanho da dor. Ele tentava e a ajudava da única maneira que podia: a consolando.
Quando o avião estava para aterrissar, ele a acordou.
- ... – a chamava. – Você precisa colocar seu cinto.
Ela foi acordando lentamente e se ajeitando no seu assento.
- O cinto – ele a avisou.
- O quê? – perguntou sonolenta.
- Isso – disse, pegando o cinto dela.
- Ah, tá – ela deu um leve sorriso e começou a colocá-lo.
- Melhorou? – indagou.
- Um pouco – respondeu, olhando para ele.
Enquanto o avião aterrissava, segurou a mão de Jensen e entrelaçou os dedos, tinha um pouco de medo e ele lhe passava toda a confiança de quea precisava.

Durante o caminho até a casa dela, Verônica percebeu que estava quieta e estranha.
- Filha, algo de errado? – perguntou quando parou no semáforo.
- Não – respirou fundo. – Cansaço do vôo – mentiu.
- Não sei como o Jensen aguenta viajar tanto, de Los Angeles para Vancouver e depois de Los Angeles para Dallas. – falou, assim que o sinal abriu.
- A gente se acostuma – respondeu sorrindo.
Os dois estavam sentados no banco traseiro do carro. estava com a cabeça apoiada no ombro do Jensen e fazia carinho na mão dele, enquanto ele a envolvia com o braço.
- A com o Misha chegam quando? – ele perguntou para .
- Amanhã à tarde. Eeles iam vir com a gente, mas a teve que resolver umas coisas e não deu tempo.
- Entendo.
- A Júlia está enorme, né? – Verônica indagou.
- Sim, está linda e enorme – informou.
- Quase um anjinho – Jensen brincou.
- Como assim? – Verônica não entendeu. Jensen e riram.
- O Misha interpreta um anjo em Supernatural, mãe – explicou.
- Eu tinha me esquecido – falou sem graça.
- Não tem problema – Jensen garantiu.
Alguns minutos depois, Verônica estacionava o seu carro em frente de casa. Jensen e desceram, ele a ajudou com as malas, levando até a varanda.
- Vou guardar as malas e depois vou à sua casa – o avisou.
- Estarei esperando – disse, e lhe deu um selinho demorado.
- Até mais tarde – Verônica falou quando ele se afastou das duas.
- Até.

Entraram. Verônica ajudou a filha a levar suas malas até o quarto. jogou-se na cama, para descansar um pouco o corpo cansado da viagem. Verônica sentou-se aos pés da cama, e ficou observando a filha, que sentiu-se encabulada.
- O que foi? – perguntou, olhando para a mãe.
- Você cresceu – disse emocionada e sorrindo.
- É mãe, com vinte sete anos era para eu ter crescido mesmo – falou em tom de brincadeira.
- Não estou falando disso – disse séria.
- Do que então? – indagou confusa.
- Você já é uma mulher, vai se casar em poucos dias e daqui algum tempo terá sua própria família – disse sinceramente, com a voz embargada.
- Mãe... – aproximou-se de Verônica e sentou-se. – É o ciclo da vida, não chora, por favor – pediu gentilmente.
- Eu sei, filha – fez carinho no rosto de . – Eu tenho orgulho de você, é a filha que eu pedi a Deus – dizia enquanto uma lágrima caía dos seus olhos.
- Não fica assim – enxugou a lágrima que caíra. – E eu tenho orgulho de ser sua filha, mesmo sem o papai, nós conseguimos nos virar.
- Ele teria muito orgulho de você.
Assim que Verônica disse isso, começou a chorar compulsivamente. Como queria que seu pai estivesse ali naquele momento tão especial... Ela sabia que era o sonho dele, leva-lá ao altar quando fosse se casar, mas infelizmente ele não estaria lá.
Algum tempo depois, foi até a casa do seu noivo para cumprimentar os seus futuros parentes.
- Nossa! – dizia com a mão na barriga de Mackenzie. – Ela chuta bastante, hein?! – perguntou sorrindo.
- É minha neta, ela tem que chutar bastante – Donna falou orgulhosa enquanto brincava com Justin, que estava em seu colo.
- Primeira neta, Donna, muito empolgada? – indagou à sogra.
- Nossa, você não tem noção de como estou – respondeu sorridente.
Justin, que estava com aproximadamente três anos de idade, desceu do colo da avó e foi em direção à tia, e delicadamente colocou sua mão na barriga dela.
- O que tem aqui dentro? – ele perguntou curioso.
- Sua prima – Mackenzie lhe respondeu.
Ele fitou Mackenzie com um olhar um pouco perdido, e provavelmente tentando entender como o bebê foi parar ali dentro.
- Você engoliu um bebê? – indagou.
As três riram daquilo que ele acabara de dizer.
- Não meu querido, a Emily é uma sementinha que o titio Jared plantou, ela cresceu e muito em breve você irá conhecê-la.
Enquanto Mackenzie explicava ao sobrinho como os bebês chegavam ao mundo, Donna informou à que Jensen estava no quarto dele, jogando video game com James. levantou-se e foi indo em direção à escada.
- Aonde você vai, tia? – Justin perguntou, interrompendo a conversa que estava tendo com Mackenzie.
- Atrás do seu tio – respondeu sorrindo.
- Eu vou com você – falou e aproximou-se de , segurando sua mão.
fez menção de pegá-lo no colo para subirem as escadas, mas ele negou e quis ir andando mesmo. Entrou no quarto de mão dadas com ele, e encontrou Jensen sentado na cama, jogando video game com James, que tinha quase seis anos.
- Eu quero jogar! – Justin disse, soltando-se da mão de e correndo na direção de Jensen.
- Você sabe jogar? – James perguntou.
- Não – disse cabisbaixo.
- Mas você pode ensiná-lo – Jensen falou sério para James.
- Ele é muito pequeno, tio – James resmungou.
- James – Jensen o olhou. – Não seja egoísta.
- Jensen, eles são crianças – , que até agora só os observava, resolveu falar algo.
- Eu sei, pequena, mas o James é o irmão mais velho do Justin, tem que ensinar algumas coisas para ele.
- Você ensinou para a Zie? – perguntou com tom sarcástico.
- Eu tentei ensina-lá a lutar, mas não deu muito certo – disse, fingindo um ar de pensativo.
- Sei – riu para ele.
Ficaram alguns minutos ali no quarto com as crianças. James tentava ensinar Justin a jogar, mas não estava dando certo. Eles começavam a brigar quando Rebecca chegou no quarto.
- Eles estão atrapalhando, né? – perguntou constrangida.
- Não – respondeu compreensiva.
- Vocês devem estar querendo ficar sozinhos – sorriu.
- Não tem problema – Jensen comentou.
- Vamos, meninos – ela chamou os dois.
- Ah mãe, 'ta legal aqui – James reclamou.
- Vocês querem sorvete? – sabia que eles não resistiam.
- Eu quero! – Justin falou empolgado e pulando da cama, indo em direção à mãe. James foi logo atrás dele.
- Isso sempre funciona – sorriu para Jensen e . Ela saiu do quarto com os meninos, deixando-os sozinhos.
- Conseguiu falar com todo mundo? – a questionou.
- Sim, estavam todos lá embaixo, seu pai quase me esmagou com um abraço – riu e sentou-se ao lado dele na cama.
- Ele te adora – falou enquanto desligava a televisão.
- Dá para perceber.
- Está ansiosa? – virou-se para ela.
- Não fica me perguntando isso, vou ficar mais ansiosa do que já estou – falou rindo. Jensen riu.
- Dorme aqui hoje? – ele pediu.
- Jensen, não posso.
- Por quê? – perguntou intrigado.
- Porque a minha mãe me deserda – brincou. – São meus últimos dias de solteira, tenho que dormir em casa, sem falar da saudade que ela sente de mim... – disse carinhosamente.
- Ah – fez bico.
- Querido, em pouco tempo nós dormiremos juntos todos os dias das nossas vidas – sorriu.
- Eu sei – sorriu de volta e lhe deu um selinho carinhoso.

No dia seguinte, , Misha e Júlia chegaram à casa de . No momento em que viu Júlia, Verônica se apaixonou completamente por ela, carregava a menina para todo o canto que ia, e a mimava sem parar. Jensen levou Justin para conhecer Júlia, afinal eles que carregariam as alianças durante o casamento, foi uma empatia de ambas as partes, brincaram e se divertiram durante todo o dia.
- Eles se adoraram – comentava sorrindo enquanto observava as duas crianças dormindo no sofá.
- Vou conversar com o Joshua sobre o dote – Misha comentou pensativo.
- Ela é muito pequena! – Verônica disse para ele.
- Mas aí que é bom – ele brincou.
- , o que você acha disso? – a questionou.
- Não ligue para o Misha, Verônica. Ele quer arranjar um namorado para a Júlia de qualquer jeito – zombou do marido.
- Quero ver quando ela for adolescente, se ele vai continuar pensando desse jeito... – Jensen comentou.
- É o que eu sempre falo para ele – olhou para o esposo.
- Não vamos pensar no futuro, e sim no presente – disse com firmeza, fazendo todos rirem.
Todos conversaram durante algum tempo, eram raros aqueles momentos em que ficavam juntos, então aproveitavam o máximo que podiam. Quando começou a escurecer, Jensen levou Justin para casa, carregando a criança adormecida em seu colo. Misha fez o mesmo, pegando Júlia no colo para levá-la para a cama. Ela dormiu no meio dos pais. Durante a madrugada, ela acordou com fome e chamou pela mãe.
- Mamãe – cutucou , que dormia profundamente.
- O que foi? – perguntou sonolenta, virando-se para a filha.
- 'To com fome – resmungou.
- Você está com fome a essa hora? – a questionou.
- Sim – falou com o dedão na boca.
- Chama o seu pai – ordenou e virou-se para o outro lado, voltando a dormir.
- Papai – Júlia obedeceu à mãe, e começou a chamar por Misha.
- Oi – falou, esfregando os olhos.
- 'To com fome.
- Tem certeza? – perguntou à criança. Ela fez sinal de positivo com a cabeça.
Misha levantou-se com dificuldade, pegou Júlia no colo e foi até a cozinha da casa, colocou-a sentada em uma das cadeiras e começou a preparar sua mamadeira.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou com a voz rouca enquanto entrava na cozinha.
- Não, a Júlia está com fome – Misha respondeu.
- Fome? – indagou àcriança, fazendo carinho em sua cabeça.
- Sim, Dinha.
- Quando você vai aprender a falar madrinha? – ele perguntou sorrindo para a filha.
- Não tem problema ela me chamar assim... – disse, abraçando a afilhada.
- Nós te acordamos? – ele perguntou sem graça.
- Ah não, eu estou com sede, e quando cheguei, vi vocês aqui – falou, indo em direção à geladeira e pegando uma garrafinha de água.
- Eu quero – Júlia pediu, apontando para a garrafa.
- Estou fazendo seu leite, filha – ele falou sério.
- Por favor – pediu.
- Não tem problema, Misha – opinou.
- , ela está com fome e não com sede – olhou para ela.
- Pai... – quase implorou.
- Júlia, você não pode querer tudo que os outros estão bebendo ou comendo – falou com firmeza e tirou a mamadeira do microondas.
- Não quero mais – Júlia emburrou e não aceitou a mamadeira que seu pai lhe entregou.
- Júlia! – disse com a voz autoritária.
observava tudo em silêncio, não queria se intrometer na educação que Misha dava para a filha.
- Você está com fome, não está? – perguntou. Ela respondeu, meneando a cabeça positivamente.
- Leite é muito mais gostoso que água, olha só – ele fez como se fosse tomar a mamadeira.
- Não! – ela gritou. – Me dá! – pediu.
- Agora você quer, né? – disse rindo e entregando a mamadeira para ela.
- Você tem o dom – se pronunciou, o elogiando.
- Você também vai ter quando tiver o seu – sorriu e pegou Júlia no colo.
- Eu espero.
- Boa noite, – ele disse, saindo da cozinha.
- Boa noite, Dinha – Júlia falou, tirando rapidamente a mamadeira da boca.
- Boa noite – respondeu aos dois.

Finalmente chegou o grande dia, o dia do casamento de e Jensen. Eles iriam se casar e viveriam felizes para sempre, pelo menos era isso que esperavam e pensavam.
acordou, tomou um banho para despertar, vestiu uma camiseta e um short curto, e deixou seus cabelos soltos porque estavam molhados. Assim que saiu do banheiro, escutou alguns barulhos na porta do seu quarto, foi até lá descobrir o que era. Quando abriu-a, levou um susto.
- Jensen? – perguntou incrédula.
- Isso – confirmou, entrando no quarto e lhe dando um beijo intenso, deixando-a sem ar.
- O que... O que você está fazendo aqui? – interrompeu o beijo e respirou fundo.
- Eu precisava te ver – respondeu, dando vários beijos no pescoço dela.
- Como você entrou? – o questionou.
- Eu tenho a chave, esqueceu?
- Tem? – o afastou dela.
- Sua mãe me deu. por favor, pare de fazer perguntas – pediu.
- Jensen – falou séria e o afastou de vez. – Você está proibido de me ver hoje, todos estão sabendo disso, até as crianças e as ordens são bem claras, só nos veremos na igreja – o relembrou.
- Eu fugi – brincou.
- Estou vendo isso, mas é melhor você ir embora antes que alguém o veja – falou, indo em direção à porta.
- Só um beijo, por favor – foi atrás dela.
- Ok, só um – concordou e lhe deu um selinho demorado.
- Você vai ficar me devendo... – disse emburrado assim que descolaram as bocas. riu.

Jensen saiu do quarto de e começou a andar pelo corredor, indo na direção das escadas. Ouviu uma voz conhecida.
- Dinho? – Júlia perguntava, esfregando os olhos.
- Júlia! – virou-se para ela.
- Você não pode estar aqui – disse séria e foi até ele. – E nem pode ver a Dinha, foi o que a minha mãe falou.
- Eu sei, mas eu precisava muito falar com a Dinha, uma coisa muito urgente – mentiu para a menina.
- Mas não pode – ela continuou.
- Você pode guardar segredo? – pediu.
- Não.
- E se eu te der um chocolate? – perguntou esperançoso.
- Tudo bem – respondeu sorridente. – Cadê o chocolate?
- Pede para a Dinha, ok? Eu preciso ir antes que alguém me veja.
- 'Ta bem.
Jensen deu um beijo carinhoso na testa de Júlia e saiu andando silenciosamente pela casa.
Júlia foi fazer sua cobrança. Bateu na porta do quarto de , que abriu imediatamente.
- Oi, linda – falou sorridente para a afilhada.
- Dinho me prometeu um chocolate se eu não contar para ninguém que ele estava aqui – disse de uma vez.
- Foi? – indagou. Ela fez que sim com a cabeça.
a levou até a cozinha e lhe deu alguns chocolates que estavam na geladeira.
- Está gostoso? – perguntou para ela, que estava sentada em uma cadeira e devorando tudo.
- Delicioso – dizia com as mãos todas lambuzadas.
- Aqui está a fugitiva – disse, entrando na cozinha.
- Fugitiva? – indagou confusa.
- Sim, essa mocinha aqui saiu do quarto sem nos avisar – chegou perto da filha e viu que ela estava comendo. - Chocolate? – perguntou, olhando para .
- Ela pediu e não pude negar – mentiu.
- Pediu para você porque sabe que eu negaria, ainda mais tão cedo, não é? – olhou para Júlia, que nem ligou muito para o que a mãe falou.
- Hoje é um dia especial, dá para abrir uma exceção – disse sorridente.
- Verdade. E o coração, como está? – perguntou empolgada.
- Batendo três vezes mais rápido que o normal.
- Ah eu sei como é esse sentimento, me senti assim no dia em que me casei com o Misha.
- E ele passa depois do casamento? – indagou curiosa.
- Não, só aumenta – respondeu rindo.
- Agora eu vou ficar mais ansiosa – as duas riram.

As horas foram passando rapidamente.
Durante o almoço, não conseguiu comer muita coisa, a ansiedade misturada com nervosismo não a deixava sentir fome. Verônica contratou uma maquiadora e uma cabeleireira para cuidarem das mulheres da casa. A primeira a ser arrumada foi ela mesma. Logo em seguida, . Depois, ela começou a arrumar Júlia, com o auxílio de Verônica. Agora era à que as mulheres se dedicavam completamente.
se abanava, tentando não deixar a emoção tomar conta de si novamente.
- Tem certeza que não vai chorar dessa vez? – a maquiadora perguntava.
- Tenho, pode ir – falou, respirando fundo.
O vestido estava esticado em cima da cama, e sendo admirado pela cabeleireira.
- É perfeito! – ela elogiava.
- Eu tive sorte de encontrá-lo, é lindo mesmo – concordava, quando a maquiadora a interrompeu.
- Fique quieta senão vai borrar a maquiagem.
- Ok – respondeu rindo.

Enquanto isso, na casa vizinha, Jensen era ajudado por seu pai a se arrumar.
- Estou tão orgulhoso de você – disse sorrindo para o filho enquanto amarrava a gravata dele.
- Sou o último. Zie e Josh já estão casados – falou sorrindo.
- Sim, vocês todos escolheram pessoas maravilhosas para passar o resto da vida – deu alguns tapinhas no ombro do filho.
- A é muito especial para mim – se emocionou.
- Ela é especial para todos nós – disse sinceramente.
- Pai, muito obrigada – agradeceu ao pedido que fez ao pai alguns dias antes, e ele imediatamente aceitou.
- Não precisa agradecer, a é como se fosse da família.
- E em poucas horas ela será oficialmente uma Ackles – ele disse, os dois riram.

De volta à casa de , agora ela estava pronta e já com o vestido no corpo. Todas a observavam dos pés a cabeça, estavam completamente admiradas.
- Linda! – dizia.
- Muito linda! – Júlia concordou com a mãe.
- Perfeita! – Verônica completou.
- Querem um babador? – brincou.
- O Jensen vai precisar de um quando te ver – comentou.
- Vou chorar – Verônica se emocionou.
- Mãe, se controla – pediu, rindo de nervosismo.
- Meninas – alguém batia na porta.
- Está na nossa hora – disse e segurou a mão de Júlia, abrindo a porta. – Vamos, Verônica? – a chamou.
- Vamos – foi até a filha e deu um beijo em sua testa.

Misha as levou para a igreja.
As moças que arrumaram a ajudaram a ir para a sala de sua casa, e ficar esperando por Jared, que ficou encarregado de levá–lá até a igreja.
Andava de um lado para o outro, estava muito nervosa.
Para o fim de seu desespero, ele chegou.
- Aleluia! – disse assim que abriu a porta da casa.
- Uau! – ele falou extasiado. Deixando sem graça. - Você está linda, Jensen é um cara de sorte.
- Deixa a Zie ouvi-lo falando essas coisas – riu e deu um tapa no seu ombro.

Durante o percurso, o nervosismo de foi aumentando cada vez mais.
Assim que o carro estacionou em frente à entrada da igreja, ela respirou fundo. Viu todos os padrinhos do lado de fora, apenas aguardando por ela. Esperou que Jared abrisse a porta do veículo.
- Chegou a hora – ele sorriu, estendendo a mão para ela descer. Ela meneou a cabeça positivamente e segurou em sua palma.
- Estão todos aí? – perguntou quando viu Mackenzie se aproximando.
- A igreja está lotada. – respondeu sorrindo. – E você está maravilhosa – elogiou a amiga.
- Você chegou! – disse assim que viu .
- Sim – sorriu.

Depois de algum tempo, os padrinhos começaram a entrar. Tanto as madrinhas quantos os padrinhos usavam roupas iguais: os homens, ternos escuros; as mulheres, vestidos com um laço. Mackenzie destacava-se no meio das madrinhas, por causa de sua linda barriga de oito meses de gravidez.
Jensen estava no altar esperando por . Vestia um lindo smoking risca de giz. Estava extremamente nervoso e todos podiam perceber isso.
esperava a música tocar para poder entrar, quando alguém se aproximou e segurou seu braço com delicadeza.
- Me dá a honra? – Alan ofereceu seu braço à ela.
- Sério? – perguntou emocionada.
- Com certeza, de jeito nenhum que você entra nessa igreja sozinha.
- Muito obrigada – agradeceu.
E começou a marcha nupcial. As portas se abriram e todos voltaram seu olhar para a noiva. Jensen sentiu seu coração disparar assim que viu . Eela estava estonteante, tudo era perfeito nela... a maquiagem; o cabelo, que estava liso na raiz e levemente ondulado nas pontas; e o vestido ficou perfeito em seu corpo. Ele não tirava os olhos dela, estava completamente enfeitiçado pela beleza de sua noiva e futura esposa.
também não tinha olhos para mais ninguém, estava tão compenetrada olhando para Jensen que nem percebeu a decoração da igreja, que era perfeita, em todos os mínimos detalhes.
Assim que chegou até ele, recebeu um beijo carinhoso em sua testa, entrelaçaram-se os braços e o padre começou a cerimônia.

Algum tempo depois do início do casamento, o padre chamou pela dama de honra que traria as alianças.
Júlia vestia um vestido lindo, com uma coroa de flores na cabeça. Justin estava ao seu lado, e usava o mesmo modelo de roupa que Jensen, só que em uma versão pequena.
e Jensen ficaram encantados com aquelas lindas crianças trazendo suas alianças de casamento. Júlia entregou a que carregava para , e Justin entregou a dele para Jensen.
- Os votos que vocês fizeram, por favor – o padre anunciou.
fez sinal para que Jensen começasse.
- Na verdade... – ele respirou fundo e ficou quieto por alguns segundos, que para pareceu uma eternidade. – Eu não tenho nada para dizer – completou.
Todos na igreja riram quando perceberam que era só mais uma brincadeira de Jensen.
- Eu tenho muita coisa para dizer que nem sei por onde começar – dizia olhando para , que estava de frente para ele. – Você é a mulher que me completa, é o último rosto que eu quero ver quando for dormir e o primeiro quando eu acordar. É aquela que eu quero chamar de mãe dos meus filhos, que vou gritar ao mundo todo que é a mulher da minha vida! – Jensen alterou um pouco o tom de voz. – , você entende o quero dizer com um simples olhar, sabe me alegrar quando estou triste e sabe que não deve mexer comigo quando estou bravo – os dois riram. – Eu poderia passar o dia inteiro aqui, mas todos iriam embora, então vou dizer logo de uma vez... você é a minha garota, e eu não me interesso por nada na minha vida se eu não tiver a minha garota, minha pequena comigo – declarou e viu algumas lágrimas caírem dos olhos dela.
Jensen pegou a aliança que segurava. esticou sua mão esquerda para ele, que gentilmente tirou a luva que ela usava e colocou a aliança. Sorriram um para o outro.
- Bom, agora é a minha vez – sorriu tímida. – Não sei se vou conseguir te superar, mas vou tentar. Saber que eu tenho do meu lado um homem que me respeita acima de tudo é maravilhoso! Um homem que me ama com os meus defeitos e não tenta mudar o jeito que eu sou, que faz de tudo para me animar quando estou para baixo, mesmo que muitas vezes eu desconte nele, sendo que ele não tem culpa. Um homem tão carinhoso e preocupado com o meu bem estar, me deixa tão lisonjeada por isso! Quando ele me chama de pequena, me sinto a mulher mais especial do mundo. Quando eu estou com você, sinto que nada pode me atingir, me sinto protegida e amada, qualquer mulher que sente isso sabe do que eu estou falando, e é por isso e várias outras razões que eu quero ser sua garota, ser sua pequena – concluiu com os olhos marejados.
Suas mãos estavam tremendo, e com dificuldade colocou a aliança na mão de Jensen. Ele percebeu isso e segurou com firmeza sua palma, tentando lhe passar tranquilidade.
- Acho que depois de tanta demonstração de carinho e amor por ambas as partes – o padre disse, olhando para os dois –, eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva – olhou para Jensen.
Ele deu alguns passos para frente, aproximando-se de , a segurou pela cintura e a puxou para si. Iniciou um selinho carinhoso e ela foi abrindo a boca, lhe dando espaço suficiente para explorar aquele local. Corresponderam ao beijo com delicadeza e intensidade. Todos que estavam na igreja se levantaram e os aplaudiram com forte emoção.
Terminaram o beijo com um selinho demorado, e olharam–se fixamente por longos segundos.
- Eu te amo mais que tudo – ele falou.
- E eu te amo em dobro – sorriu e ele lhe deu um sorriso maravilhoso de volta.


Capítulo 30 – Havaí.


Os dois andavam pelo corredor do hotel de mãos dadas e entrelaçadas. O sorriso de felicidade não saía de seus rostos, e isso tinha uma explicação muito plausível: estavam casados. Existia felicidade maior do que estar casado com a pessoa que é o amor da sua vida, e saber que essa pessoa sente o mesmo por você? Com certeza não, e era exatamente isso que eles pensavam.
Chegaram à frente de uma porta que indicava o número da chave que ele segurava na mão.
- Bom, chegamos – Jensen virou-se para e sorriu.
- É – ela respondeu com um pouco de nervosismo na voz.
Ele abriu a porta, colocou a pequena mala dentro do recinto e voltou-se para , que continuava parada em frente à porta. Só pelo olhar que lhe lançou, ele entendeu o que tinha que fazer. Foi até ela e fechou a porta, a pegou no colo, abrindo a porta de novo e entrando definitivamente no quarto. A colocou delicadamente sentada na cama, que estava coberta de pétalas de rosas vermelhas, espalhadas formando o desenho de um coração, o que a deixou muito encantada. Aliás, todo o quarto a deixou assim, era maravilhoso, todo branco e com os enfeites na cor vermelho paixão, que dava um contraste lindo.
- É tão lindo! – ela dizia com um sorriso que ia de uma orelha a outra.
- Gostou mesmo? – perguntou ansioso pela resposta. Estava de pé, em frente à cama.
- Foi você que enfeitou? – o questionou, se engatinhando na cama e chegando à beirada.
- Não, mas eu sugeri algumas coisas – respondeu sorrindo.
se ajeitou na beirada da cama e ficou olhando para ele, que estava parado à sua frente. O puxou pelo cinto da calça para mais perto de si, e se pôs de pé, consequente ficando maior que ele.
- Confesso que estou um pouco nervosa – falou, abraçando-o pelo pescoço.
- Por quê? – perguntou curioso.
- Porque essa vai ser a nossa primeira vez. Você sabe... depois de casados, como marido e mulher de verdade – sorriu e lhe deu um selinho carinhoso.
- A primeira vez de muitas – sorriu malicioso e a envolveu com os braços pela cintura.
- Se fizer por merecer – sorriu para ele.
- O que eu tenho que fazer para merecer? – indagou malicioso.
- Tem que ser comportar direitinho, Senhor Ackles – disse com a voz quase autoritária, olhando fixamente para ele.
- E se eu não me comportar direitinho, Senhora Ackles? – a imitou.
- Vai ficar de castigo – falou com a voz mais infantil que existia, ao estilo que usava quando era criança, e isso fez Jensen gargalhar alto.
- O que eu preciso fazer para sair do castigo? – olhou fixamente para ela.
- Não sei. O que me sugere? – o questionou, colocando a mão na boca, como se estivesse pensando em alguma coisa.
- O que acha disso... – beijou a ponta do nariz dela. – E isso – beijou a testa. – Isso e isso – beijou as bochechas. – Isso – beijou o queixo. – E isso.
Quando fez menção de lhe beijar na boca, ela o interrompeu, colocando o dedo indicador nos lábios dele.
- Será que isso faz diferença? – a malícia predominava em sua voz.
- Eu não sei – fez cara de pensativo. – Faz a diferença? – perguntou de volta.
- Com toda certeza que faz – respondeu, roçando o seu nariz no dele, descendo a boca lentamente e lhe dando um selinho bem mais do que demorado.
Ele imediatamente correspondeu ao beijo que ela lhe deu. No momento em que suas línguas se tocaram, ela sentiu como se pequenos e vários choques elétricos fossem dados dentro do seu coração. Nunca tinha sentido aquilo antes, será que isso estava acontecendo por que os dois estavam casados? Ou talvez pelo tempo que estavam sem se tocar intimamente... certamente era isso.
Jensen apertou com firmeza a cintura de , fazendo com que ela desse pequenos arranhões em seu pescoço. Com o clima esquentando, ele forçou inconscientemente o corpo para frente, ela acabou perdendo o equilíbrio e caindo deitada sobre a cama. Eles riram descontroladamente por causa disso.
- Já começamos bem – ele disse rindo, se deitando lentamente sobre ela, que observava tudo com um sorriso malicioso no rosto.
Ele apoiou cada mão ao lado do rosto dela, e olhou fixamente em seus olhos.
- Eu sou o homem mais sortudo do mundo – sussurrou, sem deixar de olha-lá, que sorriu lisonjeada para ele.
levantou um pouco sua cabeça para poder alcançar os lábios carnudos dele, que a seduziam totalmente. O tocou suavemente, lhe dando um selinho molhado. Jensen se arrepiou e a beijou intensamente enquanto fazia carícias firmes na coxa dela, que bagunçava completamente os cabelos dele, massageando sua nuca velozmente conforme o beijo se intensificava.
Foi descendo as mãos vagarosamente, passando pelas costas dele, chegando à barra da camisa que ele usava, e começou a levantá-la para tirar definitivamente. Jensen interrompeu o beijo, levantou o corpo rapidamente para ajudá-la a despi-lo, e logo em seguida voltou a beijá-la com a mesma intensidade de antes.
Ela alisava e apertava as costas firmes dele... como adorava o corpo perfeito que ele tinha!
Agora foi a vez dela parar o beijo, o deixando um pouco atordoado, não queria parar de jeito nenhum.
O conduziu a sentar-se, e Jensen obedeceu imediatamente. Ela ficou de joelhos e começou a espalhar vários beijos pelo peitoral dele, que observava o que fazia. Ela tentou tirar a blusa que usava sem parar o ato, o que foi um pouco complicado. Então, mesmo contra a sua vontade, parou e tirou a blusa, deixando à mostra a parte de cima de sua lingerie.
Ficaram longos segundos se olhando fixa e profundamente. Jensen colocou para trás algumas mechas do cabelo dela, que insistiam em cair em seu rosto. Ela sorriu em sinal de agradecimento, e diminuiu completamente a distância que existia entre eles, sentou–se sobre ele, entrelaçando suas pernas. Jensen fez carinho em toda a extensão de suas costas, e quando passou pelo fecho do sutiã, ficou brincando um pouco com ele, e com o olhar de aprovação dela o tirou finalmente, jogando a peça de roupa longe. Assim que fez isso, o retribuiu com um beijo caloroso, o abraçando com força, fazendo seus corpos ficarem completamente grudados. Nesse momento, ela sentiu a felicidade de Jensen. Com muita facilidade desabotou a calça jeans que ele usava, não foi preciso nem um tipo de comunicação verbal entre eles. Interromperam o beijo, e ele se levantou para que pudesse tirar de vez aquela calça que tanto os atrapalhava, ficando só de boxer. Eela deitou-se para tirar sua calça, e ele a ajudou com isso.
Jensen sentou-se na cama, e ela permanecia deitada. A puxou pelas pernas até voltarem à posição anterior.
Agora que as grossas calças jeans não atrapalhavam mais, pôde sentir a excitação pulsante de Jensen, e pousou delicadamente a mão sobre o local, o que o fez gemer e ela soltou um risinho maléfico. Como vingança, ele começou a massagear um dos seios dela, que apertou com força as costas dele, fazendo-o sorrir vitorioso.
Não estavam mais aguentando segurar a vontade imensa de consumar o casamento. Deitaram-se novamente e livraram-se de vez das últimas peças de roupas que estavam em seus corpos. Ele a penetrou lentamente, e ela gemeu no exato instante que ele o fez. Eencostaram as testas enquanto ele se movimentava sobre ela, aumentava o ritmo conforme ela pedia por mais e cada vez mais. Várias vezes se beijavam descontroladamente como súplica por mais prazer. Ele apertava com força sua cintura e coxa, enquanto ela arranhava suas costas, e às vezes ele gemia de dor, o que não significava que não estivesse gostando.
Prolongaram o momento final por mais de meia hora. Quando um sentia que chegaria ao êxtase, se segurava para proporcionar mais prazer ao outro, era uma sintonia perfeita, até que em um determinado momento não aguentaram mais. foi a que desistiu primeiro, e Jensen o fez logo em seguida. Descansaram seus corpos sobre a cama, cada um de um lado, respiravam fundo tentando recuperar o fôlego, estavam completamente ofegantes e exaustos.
Após alguns minutos em silêncio e se recuperando, ele a puxou pela cintura para mais perto de si, querendo sentir novamente sua pele macia em seu corpo.
- Essa foi a melhor, com certeza – deu um beijo na testa dela.
- Com certeza – concordou, juntando o seu corpo ao dele.
- Obrigado – agradeceu e a abraçou com força, como se ela não pudesse sair dali.
- Preparado para outra? – ela perguntou, se aninhando no corpo dele.
- Será que eu sobrevivo? – brincou.
- Não sei, podemos tentar – disse e os dois riram.
Fizeram amor naquela noite umas cinco vezes. Era a primeira noite deles juntos, casados, queriam aproveitar tudo, e com certeza aproveitaram.

No dia seguinte foram para o Havaí. Durante o vôo, não conseguiu dormir por causa da ansiedade, se mexia bastante na poltrona e estava mais tagarela do que de costume. Jensen não conseguia esconder as risadas por causa da alegria constante de sua esposa, sabia que era o sonho dela conhecer o Havaí, só não sabia que isso lhe causaria tanta euforia.
Chegaram por volta das duas da tarde no hotel em que ficariam hospedados. Logo na entrada, foram recepcionados com muita alegria por parte dos funcionários. Já estavam devidamente com seus colares havaianos e o sorriso estava estampado no rosto dos dois.
- É lindo! – dizia enquanto saía do elevador e entravam no corredor que levava até o quarto. – Tudo colorido e contagiante.
- Sabia que você ia gostar – falou, andando na frente dela e chegando à porta do quarto deles.
- Eu não gostei, eu amei – disse toda sorridente enquanto ele abria a porta para ela entrar.
- Percebe-se isso – ele riu.
ficou explorando cada canto do quarto. Era a suíte máster do hotel, a maior e mais linda que eles tinham lá. Quando chegou na sacada do quarto, quase perdeu a respiração, era um quarto de frente para o mar, o lindo e azul mar do Havaí. Estava quase em estado de choque quando sentiu as mãos de Jensen a envolvendo por trás, pela cintura, a abraçando e apoiando a cabeça em seu pescoço.
- O que achou? – ele sussurrou.
- Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo nesse momento, uma felicidade inexplicável estar nesse lugar maravilhoso junto com você – disse completamente emocionada, virando-se para ele.
- Sério? – perguntou sorrindo e lhe dando um selinho carinhoso. Ela meneou a cabeça positivamente.
- Agora, vamos aproveitar esse lugar! – falou sorrindo e soltando-se dele, correndo para dentro do quarto.
- Vamos estreiar a cama? – indagou malicioso, a seguindo cômodo adentro.
- Mais tarde – sorriu de volta para ele, e começou abrir uma das malas, lhe jogando uma sunga preta.

Alguns minutos depois saíram devidamente vestidos para irem à praia. vestia um biquíni floral, onde se destacava a cor amarela, e usava uma canga colorida para cobrir a parte debaixo até chegarem à areia. Jensen usava a sunga preta, uma bermuda azul sobre ela e uma regata branca. Enquanto se encaminhavam até o local onde tinham as espreguiçadeiras, observava tudo, completamente encantada com a beleza do Havaí.
- É real mesmo? – perguntou de repente, olhando para Jensen, enquanto sentavam nas espreguiçadeiras.
- O quê? – indagou confuso.
- Tudo isso, a gente... – dizia emocionada.
- É claro que sim, pequena – a olhou intrigado. – Eu sou real, você com certeza sabe disso, e isso aqui – apontou para o mar – é real também. E nós estamos aqui agora. Por que pergunta isso?
- É que é muita felicidade dentro do meu coração, que às vezes me pergunto como uma pessoa pode ser tão feliz! – falou, levantando-se e sentando no colo dele.
- Essas coisas também passam pela minha cabeça – a envolveu com os braços. – Mas eu acho que isso explica o que é o amor – sorriu.
- É – sorriu de volta para ele e lhe deu um selinho.
- Agora eu vou te provar como o Havaí é real – sorriu sarcástico.
- Como? – perguntou curiosa.
- Assim – levantou-se rapidamente e saiu correndo com em seu colo, na direção do mar.
Ela ria descontroladamente com aquilo e segurava com força nele para não cair. Assim que entraram, ela o agarrou com mais força por causa da água fria em contato com seu corpo.
- Está fria! – ela gritava.
- E vai ficar mais – disse, finalmente a soltando para que se molhasse por inteira.
- Você me paga! – falou e jogou nele uma grande quantidade de água, e saiu nadando na direção oposta.
Ele foi atrás dela, e quando a alcançou, jogo o dobro da quantidade de água que ela tinha jogado nele. Ficaram brincando e se divertindo por várias horas, só saíram do mar para comerem alguns petiscos, passar protetor solar e às vezes para descansar um pouco, mas somente para voltarem a se divertir de novo.
Retornaram ao quarto do hotel quando estava anoitecendo. estava se preparando para tomar banho, já estava sem biquíni e entrando na parte onde ficava o chuveiro, quando ouviu a porta do banheiro sendo aberta. Jensen entrou, fechando-a. Tirou sua sunga e se juntou com ela para o banho.
- Você me deve algo – falou quando ela ligou o chuveiro e molhou seu corpo.
- Eu? – se fez de desentendida e enfiou a cabeça embaixo da água.
- Lembra quando eu perguntei se iríamos estreiar a cama e você me disse que só mais tarde? – se aproximou dela, a abraçando e consequentemente molhando-se também.
- Ah sim, isso?! – disse ironicamente. – Mas nós não estamos na cama, sinto muito – fingiu estar lamentando.
- Você tem certeza disso? – falou e deu um leve chupão no pescoço dela, o que a fez se arrepiar por inteiro.
- Não – disse suspirando, apoiando seus braços no ombro dele e envolvendo suas pernas em sua cintura.
- Eu sabia que você não resistiria – falou convencido e a beijou intensamente.
No momento em que ela o beijou de volta, ele a penetrou rapidamente, fazendo com que ela levasse quase um susto, não esperava por aquilo, mas adorou. E como adorou...
Movimentavam-se em um ritmo perfeito, a água caía sobre os seus corpos, os deixando ainda mais excitados, como se isso ainda fosse possível. Sentiam o quanto estavam conectados quando faziam amor, era o encaixe perfeito, e eles sabiam disso.
Demoraram bastante naquele banho - mais do que especial -, não queriam sair dali, mas saíram, pois começou a achar que iriam acabar virando peixes. Jensen riu dessa suposição, e concordou em ir para um lugar que não tivesse água envolvida. E esse lugar era a cama.
- A gente precisa se alimentar – ela comentou rindo. Estavam deitados e abraçados, um de frente para o outro.
- Tem tanta coisa melhor para se fazer que esquecemos do principal – analisou rindo e fazendo carinho nos cabelos dela.
- Muito melhor – riu de volta e lhe deu um selinho.
- Hoje eu não aguento mais, desculpa – fez cara de carente para ela.
- Não tem problema – ela sorriu e fez carinho no rosto dele. – Eu gosto de passar a noite somente agarradinha com você – o abraçou com força.
- Eu também, mas antes de entrarmos em estado de hibernação, vamos nos preparar pedindo algo para comer – brincou, fazendo gargalhar alto.
Comeram uma comida reforçada e abusaram um pouco do pecado da gula. Quando terminaram a refeição, estavam se sentindo literalmente iguais aos ursos. Dormiram rapidamente, estavam realmente cansados naquele dia. Como prometido, dormiram agarradinhos a noite inteira.

A semana passou lentamente como eles tanto queriam. Aproveitaram cada dia da lua de mel, faziam amor diversas vezes durante o dia e a noite, curtiam o mar, passeavam por lugares históricos como a ilha de Pearl Harbor, onde ficaram muito emocionados com toda a história que tinha acontecido naquele local. Foram aos lugares e praias onde foi gravada a série "Lost". Enquanto conheciam as locações da série, lamentou por não ser alguns anos antes, para ela se encontrar com Sawyer. Jensen a provocou de volta, falando que talvez encontrasse com a Kate. Depois disso, conheceram algumas ilhas paradisíacas e até cogitaram a ideia de se perder literalmente nelas, e nunca mais voltar para a vida real, de tão lindas que eram.
não parava de agradecer o quão feliz estava por estar naquele lugar que ela sempre sonhou em conhecer. Jensen a agradecia por ela estar lhe fazendo ser o homem mais feliz do mundo. Foram feitos um para o outro, e eles sabiam disso. Aliás, todos que viam os dois juntos percebiam isso, o carinho e o cuidado que tinham um pelo outro era incrível, e só era visto em casais que realmente se amavam do fundo se seus corações.

No dia que iriam embora, eles precisavam acordar cedo. Jensen já estava de pé e de banho tomado. Tentou acordar , mas ela dormia feito uma pedra e se recusava a levantar-se. Ele foi tentar pela última vez.
- Pequena... – falou, dando vários beijos no pescoço dela e descendo até metade de suas costas.
- Assim eu não resisto – resmungou, sorrindo um pouco.
- Levanta, a gente vai se atrasar – levantou o cabelo dela e beijou atrás de sua orelha.
- O que você acha de voltar para a cama? – perguntou, virando-se lentamente para ele, notando que já estava vestido.
- Se tivéssemos mais que uma hora, eu juro que voltava para te fazer companhia – sorriu.
- Só temos uma hora até o vôo? – se assustou e despertou rapidamente. Ele sorriu, meneando a cabeça positivamente.
- Por que não me acordou mais cedo? – levantou-se rapidamente da cama.
- Eu bem que tentei, mas você não é uma pessoa muito fácil de acordar... – sorriu para ela e explicou.
- Se a gente se atrasar por causa disso e você colocar a culpa em mim, você me paga! – falou rapidamente e foi para entrar no banheiro, quando ele a segurou pelo braço, a puxando para si.
- Eu tenho várias formas de pagamento, você escolhe a que te fizer mais feliz – sussurrou maliciosamente no ouvido dela.
- Não me provoque, você sabe que eu não te resisto – ela suspirou fundo, mordendo o lábio inferior e sentindo até a sua espinha arrepiar.
- Eu sei disso – respirou fundo.
- Não temos tempo – disse, se afastando dele.
- Eu também sei disso – sorriu para ela.
- Então me deixe tomar meu banho em paz – retrucou e foi abrindo a porta do banheiro, parou e falou algo para ele. – Quando a gente chegar em casa, você me paga em todas as formas de pagamentos possíveis – piscou para ele e entrou no banheiro.
- Estarei esperando pela cobrança – sorriu maliciosamente antes dela entrar no banheiro.


Capítulo 31 – Início.


Jensen e estavam no táxi a caminho de casa, quando Jared ligou, avisando que Mackenzie havia entrado em trabalho de parto e eles estavam no hospital.
- Vamos para o hospital – Jensen avisou o motorista assim que desligou o telefone.
- O que foi? – perguntou preocupada.
- A Zie está em trabalho de parto – respondeu com certo aflito na voz.
- Mas não era só mês que vem que ia nascer? – indagou confusa.
- Sim, mas pelo jeito nossa sobrinha quis chegar antes – sorriu.
- Amor, não é melhor levarmos as malas em casa e depois irmos de carro para o hospital? – o questionou. – É mais prático – explicou.
- Acho que você tem razão – olhou para ela pensativo, e avisou o motorista para continuar o caminho fazia anteriormente.
Por volta de quinze minutos depois, chegaram à casa que ainda pertencia a Jensen. A residência que haviam comprado algumas semanas antes do casamento já estava pronta, mas todas as coisas deles tinham que ser empacotadas para a mudança, que estava prevista para acontecer na noite daquele dia, mas com o nascimento de Emily, isso ficaria um pouco complicado.
Jensen corria para lá e para cá, meio perdido, não sabendo o que fazer. Todas as malas já estavam na sala, e ele continuava parado, olhando para a mesinha de centro, enquanto o observava com estranheza da porta da frente.
- Jensen? – o chamou. – O que foi? – perguntou curiosa.
- A chave do carro – respondeu rapidamente.
- Essas daqui? – indagou, erguendo a mão e balançando as chaves para ele.
- Por que não me avisou? – aproximou-se dela e pegou-as de sua mão, e foi saindo da casa. o acompanhou e trancou a porta.
- Tem que se acalmar, imagina quando for o nosso?! – comentou, falando do desespero dele para chegar logo no hospital.
- Quando isso acontecer, estarei preparado – disse, abrindo a porta do carro para ela.
- Duvido! – riu dele e entrou no carro. Ele sorriu e fechou a porta do veículo, deu a volta pela frente e entrou no lugar do motorista.
- O nosso chegará na hora certa – falou, colocando a chave na ignição.
- Como tem certeza disso? – comentou enquanto colocava o cinto.
- Instinto – sorriu para ela, que lhe sorriu de volta.

No caminho até o hospital, ele andava rápido. Às vezes, pedia para diminuir a velocidade, não gostava quando ele corria com o carro. Na verdade, odiava quando corria. Afinal, seu pai tinha morrido em um acidente de automóvel, por causa de um louco que praticamente voava com seu veículo. Temia que isso pudesse acontecer com ela, caso ultrapassasse os limites de velocidade considerados seguros.
- Jensen, vai mais devagar, por favor – pediu com o medo predominado em sua voz.
- Desculpe, pequena – percebeu que estava indo rápido demais e sabia o porquê não gostava que ele andasse nessa velocidade.
- Não tem problema – respirou aliviada quando ele diminuía a velocidade gradativamente. – Você está ansioso, eu entendo perfeitamente – sorriu compreensiva.
- Mas eu não posso descontar essa ansiedade no acelerador, é perigoso – falou em tom carinhoso, olhando para ela.

Alguns minutos depois, os dois entravam no hospital e foram direto para o balcão de informações descobrir sobre Mackenzie. A recepcionista informou que o bebê tinha acabado de nascer por parto normal. Jensen sentiu o coração bater rapidamente de felicidade, deu alguns pulos de alegria em comemoração ao nascimento de Emily.
- Eu sou tio de novo! – sorriu alegremente, abraçando com força.
- Eu também – respondeu na mesma animação.
- Quando podemos visitá-las? – Jensen perguntou, interrompendo o abraço.
- Daqui alguns minutos – a moça respondeu sorrindo.
- Seria bom avisar ao Jared que estamos aqui – comentou com Jensen, que pediu para a recepcionista avisar ao pai da criança.

Após a recepcionista avisar ao Jared que estavam lá, ele apareceu na sala de espera completamente sorridente e emocionado.
- Olha quem está vindo ali – apontou para que Jensen o visse.
- Parabéns, cunhado – o cumprimentou com um forte abraço.
- Obrigado – agradeceu com os olhos marejados.
- Parabéns pela menina – agora foi a vez de o abraçar, só que não com a mesma força de Jensen.
- Obrigada, – sorriu.
- Quero conhecer minha sobrinha, podemos? – Jensen pediu e Jared assentiu com a cabeça.
- Estou ansiosa! – falou empolgada.
Jared os encaminhou pelo corredor até o quarto onde Mackenzie estava com Emily. Quando entraram, ela estava com a menina no colo e tinha adormecido, acabara de tomar sua primeira mamada. Aproximaram-se lentamente para não acordar a bebê. Jensen deu um beijo na testa da irmã.
- Parabéns, linda – falou carinhosamente. – Ela é perfeita – olhou para a sobrinha sonolenta nos braços da irmã.
- Obrigada – agradeceu com a voz um pouco cansada.
- Gente, que menina mais fofa! – agora foi , que se aproximou e viu a sobrinha.
- Muito obrigada – agradeceu novamente.
- A mãe já está sabendo? – Jensen perguntou curioso.
- Sim, eu liguei para ela – Jared respondeu pela esposa. – Na verdade, todos na família já sabem – sorriu.
- Mamãe disse que chega semana que vem – Mackenzie comentou, olhando para Jensen.
- Ela vai ser tão mimada... – disse, empolgada e sorridente.
- Mas é claro, única neta na família – Jared bateu no peito, orgulhoso.
- Não cante vitória antes do tempo – Jensen o provocou, deixando confusa.
- A sua vai ser a segunda, porque o lugar de primeira neta já é da Emily – falou, se gabando.
- Crianças... – Mackenzie sussurrou para , que fez sinal de positivo com a cabeça.
- Jensen – o chamou, interrompendo a conversa que ele estava tendo com Jared. – Vamos? A Zie tem que descansar – explicou.
- Vamos, depois a gente vai à sua casa te visitar, ok? – falou, se despedindo da irmã.
- Tudo bem, amanhã eu tenho alta e depois a gente se vê.
- Tchau, lindas – se despediu, dando um beijo em Mackenzie e fazendo carinho no rosto da mais nova sobrinha.

Enquanto saíam do hospital com as mãos dadas, Jensen comentou como aquilo de ser pai era bom.
- Calma, Ackles – brincou com o sobrenome dele. – Não temos duas semanas de casados e já está pensando em filhos? – perguntou, rindo.
- Você não quer filhos? – parou de andar e questionou preocupado.
- É claro que eu quero! – sorriu do quase desespero dele e aproximou-se lentamente, lhe dando um selinho carinhoso. – Mas está cedo.
- Você está certa. Quem sabe quando fizermos um mês de casados, o que acha? – brincou.
- Jensen! – o recriminou e deu um tapa no seu ombro.
- Tudo bem, não fique brava. Com três meses de casados e não se fala mais nisso – brincou novamente e riu.

Na manhã seguinte, sentiu que estava sozinha na cama quando passou a mão no local onde Jensen dormia e não o encontrou ali. Ouviu algum barulho vindo do banheiro, suspeitou imediatamente que fosse ele, mas o que estava fazendo acordado às oito da manhã, em pleno sábado? Ela ficou olhando para a porta do banheiro, esperando por ele.
- Não me torture – riu e afundou a cabeça no travesseiro, quando o viu saindo apenas com a toalha enrolada na cintura. Jensen riu da reação dela.
- Quando eu estiver apresentável, te aviso – brincou, indo até o guarda roupa para pegar uma camisa e calça jeans.
- Onde você vai? – perguntou, se engatinhando e indo até o pé da cama.
- Trocar de carro – respondeu calmamente, vestindo a calça.
- Hã? - indagou confusa.
- Não lembra que te falei que ia trocar assim que voltássemos do Havaí? – explicou, aproximando-se dela e sentando ao seu lado na cama para colocar os sapatos.
- Sim, mas eu achei que estivesse brincando – disse pensativa, o observando.
- Não – ele riu. – Já tenho até algumas opções – falou assim que terminou de calçar os sapatos.
- Vou com você – disse, levantando-se, mas antes que pudesse ficar completamente de pé, Jensen a puxou para si e ela acabou caindo em seu colo.
- Não vai não – falou com firmeza, lhe dando um beijo na ponta de seu nariz.
- Por que não? – franziu a testa.
- Você só verá o carro quando eu chegar em casa – explicou, levantando-se com ela no colo. – Enquanto isso não acontece, vai voltar a dormir – praticamente ordenou e a deitou novamente na cama.
- Ah, marido – ironizou. – Dormir nessa cama enorme sozinha é muito ruim – fez charminho e beijou o dorso de sua mão.
- Só hoje, eu prometo – resistiu ao charme dela. – E você precisa descansar, ou esqueceu que hoje é o dia da mudança? – a lembrou.
- Verdade – deu um tapa na própria testa. – Me esqueci completamente.
- Não precisa disso – riu e deu um beijo onde ela deu o tapa.
- Pode deixar, agora vai logo porque estou curiosa para ver o carro novo – praticamente o expulsou do quarto.
- Esteja acordada quando eu voltar – a avisou.
- Não garanto nada – sorriu e abraçou o travesseiro dele, virando-se na cama para voltar a dormir.
- Estou avisando... – fechou a porta do quarto e saiu dali.

Aproximadamente duas horas depois, Jensen estacionava seu Hilux Preto em frente à casa. Estava todo orgulhoso e satisfeito com seu carro novo, e não via a hora de mostrar para .
Como já era de se esperar, ela estava dormindo. Entrou no quarto e a encontrou deitada na cama.
- Dorminhoca – sorriu e a observou por alguns instantes. Logo depois, enfiou as mãos por debaixo do corpo dela, a levantando.
- O que... que você está fazendo? – assustou-se e perguntou.
- Te levando para conhecer o carro novo – sorriu, saindo do quarto com ela em seu colo.
- Vou ficar mal acostumada, fica me carregando no colo... – brincou, bocejando.
- Não tenho problema com isso, você tem? – indagou sarcástico enquanto descia as escadas.
- Nenhum – sorriu. – Jensen – o chamou quando percebeu que ele estava indo para a porta da frente.
- O quê? – olhou para ela.
- Eu estou de pijama – disso um tanto desesperada, enquanto ele abria a porta.
- Eu te avisei para estar acordada quando eu chegasse – lembrou, a colocando no chão.
- Você não se importa que outro homem me veja assim? – apontou para o próprio corpo, mostrando o seu pijama, que era um babydoll curto.
- Você venceu – desistiu quando percebeu que realmente não queria que outro homem - além dele - visse como o corpo dela ficava sexy naquele pijama.
- Desço em menos de cinco minutos – o avisou, indo em direção às escadas.
- Te levo – correu atrás dela e a pegou no colo, fazendo-a rir.
- Vamos, carregador – brincou.

Estavam no quarto enquanto vestia uma bermuda jeans e uma babylook preta.
- Agora está mais comportado? – perguntou, sorrindo e mostrando a roupa que vestia.
- Sim – levantou-se da cama e a puxou pela mão para fora do quarto.
- Não vai me levar no colo? – o questionou, fazendo bico.
- Eu cansei, sabia? – riu.
- E de cavalinho? – perguntou empolgada, rindo.
- Está bem – virou-se para ela, que subiu em suas costas e entrelaçou as pernas, enquanto ele as segurava.
- Podemos ir – brincou com ele, lhe dando um beijo no pescoço.
- Assim é covardia – respirou fundo e sentiu o corpo arrepiar.
- Sabia que você ia gostar... – riu vitoriosa.

Assim que saíram da casa, desceu e ficou boquiaberta quando avistou o carro.
- É lindo! – dizia, aproximando-se do automóvel.
- Gostou? – perguntou ansioso.
- Sim – falou, passando a mão no carro. – É tão agressivo!
- Agressivo? – arqueou as sobrancelhas.
- Isso – olhou para ele, afirmando o que disse. – Olha a expressão dele na frente.
- É, pensando por esse lado... – riu, tentando concordar com ela.
- É a sua cara – falou com certeza, abrindo a porta para ver como era por dentro.
- Está me chamando de agressivo? – a questionou confuso, enquanto observava o que ela fazia.
- Não – respondeu de imediato. – É o seu estilo, entende? – dizia, analisando o interior do automóvel. – Sexy – virou-se para ele e falou.
- Sexy é bem melhor que agressivo – sorriu, com ar convencido.
- Com certeza – concordou com ele e saiu do carro. – Vou ter dificuldades para dirigi-lo, ele é tão grande! – confessou.
- Não tem problema, eu te levo para onde você quiser – a envolveu com os braços, dando um abraço forte.
- Além de carregador é motorista particular? - perguntou, sorrindo.
- Eu sou o que você quiser, minha querida – a malícia predominava no tom de sua voz.
- Uau! – disse surpresa. – Adorei, escolhi o marido certo – brincou, se livrando de seus braços e ficando atrás dele. – Então, vamos? – disse, subindo nele novamente.
- O que a senhora quiser... – zombou, e foi caminhando lentamente, entrando dentro de casa.
- Não me chama de senhora, me envelhece – pediu, dando alguns tapinhas nas costas dele.
- Sem agressão – parou de andar. – Apenas carinho.
- Você está merecendo hoje – brincou, lhe dando um beijo gostoso no pescoço.
- Agora sim – sorriu vitorioso.
- Jensen, nós somos tão infantis às vezes – riu deles mesmos.
- Concordo plenamente, você é infantil mesmo – tirou sarro dela.
- O quê? – praticamente gritou com ele, e lhe deu um beliscão na cintura. – Você vai ver quem é a infantil... – tentou sair dali, mas ele segurou com força suas pernas, ficando impossível de conseguir se soltar.
- Está presa, nem tente fazer nada – falou sarcasticamente.
- Jensen, me solta! – ordenou.
- Está certo, mas só por que eu quero e não por que você me pediu carinhosamente – foi irônico.
Soltou as pernas dela, que se livrou dele. Quando ele se virou para ela, foi surpreendido com um empurrão, que o fez cair sentado no sofá.
- Vamos ver o quão infantil eu posso ser – disse, sentando-se rapidamente sobre ele, no sofá.
Jensen não ficou tão surpreso com a atitude. Estava adorando conhecer esse lado mais pervertido de . Depois do casamento, ela começou a tomar iniciativa quando o assunto era sexo, como se ela mandasse no momento, e ele a deixava livre para fazer o que quisesse, já que ela dava a mesma liberdade para ele.
O puxou pelo colarinho da blusa e lhe deu um beijo intenso e profundo. Ele correspondeu com a mesma velocidade e desejo. Ela segurava com firmeza o rosto dele, e às vezes fazia carinho em sua nuca. Ele, por sua, vez alisava as costas dela por debaixo da blusa, lhe dando leves arranhões.
- Isso é infantil o suficiente para você? – interrompeu o beijo bruscamente, tentando recuperar o fôlego.
- Se isso é infantil, eu quero descobrir o que não é infantil – disse, tentando voltar ao beijo, mas ela não deixou.
- Não – colocou a mão em sua boca. – Esqueceu que não podemos nos cansar? – ironizou. – Hoje é o dia da mudança – o lembrou.
- Mas isso não cansa – praticamente implorou.
- Talvez você tenha razão – olhou fixamente para ele e mordeu o próprio lábio. – Quem sabe se fizermos lentamente, a gente não se canse... – tirou a mão de sua boca, e o beijou vagarosamente.
- Com certeza – interrompeu o beijo rapidamente. – Bem devagarzinho não cansa – a beijou de volta e recomeçaram as carícias, só que agora, com mais cuidado e lentidão.


Capítulo 32 – Vida de Casado.


Uma semana havia se passado desde a mudança. A casa estava praticamente do jeito que eles queriam, só faltavam pequenos detalhes, mas no geral estava tudo perfeito.
A casa era moderna e com bastante estilo. Os dois que escolheram como ela seria. O primeiro cômodo era a sala, que era bem aconchegante. Logo depois tinha a cozinha, que era a parte mais rústica da casa, o que dava um contraste diferente. Ao lado tinha a sala de jantar. Ainda no andar de baixo, tinha o banheiro, o quarto de hóspedes e um quarto onde transformou em um pequeno estúdio de fotografia.
Subindo as escadas, chegava-se no segundo andar, onde ficava a suíte do casal - que ocupava praticamente metade do local - e o banheiro. No cômodo ao lado, tinha uma confortável sala de tv. Por fim, ainda tinham mais dois quartos, que estavam vazios.
Especificamente naquela semana chovia bastante em Los Angeles, e era algo raro de se acontecer. As noites eram mais frias do que costume.
às vezes não conseguia evitar tomar um banho de chuva quase todos os dias, e Jensen brigava com ela por isso.
- Por que você não me liga para eu ir te buscar? – perguntou, quando a viu entrando ensopada em casa.
- Eu esqueci meu celular – justificou enquanto tirava os sapatos.
- E por que não leva um guarda chuva? – questionou, a ajudando a tirar o casaco molhado.
- Porque eu esqueço também – respondeu rindo.
- Só não esquece a cabeça porque está grudada no pescoço – ele resmungou.
- Jensen, é uma chuva de nada, pare de reclamar – falou, subindo as escadas, sendo seguida por ele.
- A questão não é essa, – irritou-se um pouco. – Você tem tomado essa chuva de nada praticamente todos os dias, pode ficar doente... – disse com um tom atencioso assim que entraram no quarto.
- Eu não vou ficar doente, não se preocupe – lhe deu um beijo na bochecha e entrou no banheiro.
Jensen bufou sozinho e desceu as escadas, voltando à sala para terminar de assistir o jogo de futebol.
Não estava tão empolgado, pois seu time estava perdendo, só não desistia de assistir porque era viciado em futebol americano. Alguns minutos se passaram quando ouviu descendo as escadas no mesmo momento que um dos jogadores do time cometeu um erro.
- Sua anta! – berrou com a televisão.
- Depois eu que estou doente... – zombou dele, parando atrás do sofá.
- Você brinca, mas quando acontecer de verdade vai dizer que eu estava certo... – reclamou bravo.
- Amor – respirou fundo –, quer chocolate quente? – ignorou a
- Claro – respondeu calmamente e virou–se para ela. - Ignore o que eu falar agora, estou bravo com os jogadores, não com você – falou com arrependimento.
- Eu sei disso – sorriu compreensiva. – Já volto com o nosso chocolate – saiu da sala e foi até a cozinha.

Enquanto preparava o chocolate quente, sentiu um mal estar pelo corpo e percebeu que talvez Jensen estivesse certo sobre ela estar doente, mas não queria e não podia ficar doente. No dia seguinte iria visitar Mackenzie e Emily, que agora já estavam em casa.
Procurou no armário algum remédio para não correr o risco de ficar gripada. Achou um anti gripal, o tomou com um copo de água, e voltou a fazer o chocolate quente.
Alguns minutos depois voltava para a sala com duas canecas em mãos. Entregou para Jensen uma, e sentou-se ao lado dele logo em seguida.
- Obrigado – sorriu agradecido.
- Não tem de quê – juntou-se mais ao corpo dele, querendo se aquecer.
Jensen usava uma calça moletom preta e uma camisa da mesma cor; uma blusa branca, com uma calça de moletom roxa.
- Como está o jogo? – perguntou antes de tomar um gole do chocolate quente.
- Morno – respondeu desanimado. – Está delicioso! – elogiou, se referindo à bebida que acabava de tomar.
- Obrigada – agradeceu enquanto ele a envolvia com o braço, fazendo com que ficasse encostada nele.
encolheu seu corpo e tomava calmamente o chocolate quente. Lembrou que naquele mesmo dia, Jensen teve uma reunião sobre um possível filme que ele iria fazer.
- E a reunião de hoje? – o questionou interessada.
- O projeto é bem interessante. Mas não sei... – respondeu sem tirar os olhos da televisão.
- Por quê? – perguntou curiosa.
- É um filme de terror, quero fugir um pouco desse tema – explicou.
- Entendi. Você sente saudades de Supernatural? – perguntou sobre a série que tinha acabado alguns meses atrás.
- Claro, fiz muito amigos lá. Sinto falta das gravações e tudo que isso envolvia, foram seis anos. A gente não esquece de um dia para o outro – disse, nostálgico.
- Não deve ser fácil – comentou atenciosa.
- Saudade sempre vai existir, mas a gente acaba se acostumando – virou o rosto para ela e sorriu.
- Com certeza – concordou, sorrindo também.

No dia seguinte, levantou disposta, não sentindo mais o mal estar da noite anterior, e agradeceu mentalmente por isso.
Após o café da manhã, os dois foram para a casa de Mackenzie, para visitá-la. Mas antes passaram em uma loja para comprar presentes para a sobrinha. Como não sabiam o que ela já tinha, compraram um carrinho, um enxoval quase completo, vários ursinhos de pelúcia, entre outras coisas.
Quando chegaram à casa de Mackenzie, foram entrando com todos os presentes.
- Nós tivemos uma filha, não cinco – Jared brincou.
- Fala isso para ele – zombou do marido, que quis comprar a maior parte das coisas.
- É minha sobrinha, eu posso. Seu mal agradecido – resmungou.
- Não fica bravo – o abraçou forte.
- Sai para lá, não confunda os irmãos – brincou, se afastando do cunhado.
- Essas crianças não têm jeito – Mackenzie se aproximou deles e deu um abraço em .
- Não sei como a gente aguenta – riu e retribuiu o abraço da amiga.
- Por que vocês nos amam – Jensen livrou-se de Jared e chegou perto das duas.
- É o que vocês acham – Mackenzie brincou.
Donna e Alan também estavam lá fazendo uma visita para a recém chegada ao mundo. Na sala, todos conversavam animadamente sobre vários assuntos.
- E a lua de mel? – Mackenzie perguntou animada.
- Zie! – chamou sua atenção.
- Não pode ser vergonhosa – riu.
- Nós estamos em público – disse, envergonhada.
- Não precisa ter vergonha, pequena – Jensen sorriu para ela. – Nós estamos em família, e não precisa contar todos os detalhes.
- Não começa – o fulminou com o olhar.
- Deixem a menina em paz – Alan pediu rindo.
- Por que eu sou sempre a vítima? – perguntou, olhando para Donna.
- Ih, minha filha, não ligue para eles – defendeu a nora.
- Eu tento, mas eles são impossíveis – brincou.
- Entendo perfeitamente o seu lado – agora foi Jared que a defendeu.
- Aleluia! – agradeceu rindo.
- Se controlem, vão acordar a Emily – Mackenzie chamou a atenção deles. O bebê dormia no carrinho ao lado.
- Já que você tocou no assunto... – fez uma observação. – Quando vocês pretendem ter um filho? – Donna perguntou, olhando para .
- Eu te avisei – Jensen piscou para a esposa.
- O quê? – Donna perguntou confusa.
- Ele me avisou que você ia perguntar sobre isso – riu e explicou. – Mas acho que está meio cedo – disse, sem muita certeza.
- Quero mais netos – Alan comentou empolgado. – Só faltam vocês dois – apontou para Jensen e .
- Vocês acabaram de ter uma e já querem mais? – o questionou rindo.
- Eu quero muitos netos – Donna respondeu pelo marido.
- Minha mãe quer abrir uma creche – Mackenzie zombou.
- Mas é claro – a mãe entrou na brincadeira. – Todos correndo pela casa inteira – brincou.
- Fica tranquila, sogrinha, nós vamos ter um filho, só não sabemos quando – disse carinhosamente. - Pelo menos tenho a esperança – falou empolgada.

Passaram um dia muito agradável na casa de Jared e Mackenzie.
O almoço foi preparado por Donna, e todos a elogiaram muito. Ela era uma cozinheira de mão cheia. Jensen até brincou, pedindo para a mãe dar umas aulas básicas de cozinha para , já que ela não era muito boa em cozinhar. o cutucou e explicou que não tinha o dom, e que nem o melhor cozinheiro da face da Terra faria com que isso mudasse.
- Quando eu era adolescente minha mãe tentou me ensinar a fazer minha própria comida – explicava. – Eu até que aprendi a fazer algumas coisas, como lasanha, bolo, panqueca, pizza e outras coisas. Mas o básico não teve jeito – sorria, lembrando-se de quanto sua mãe tentou lhe ensinar a cozinhar.
- Não se preocupe com isso, meu irmãozinho contrata uma cozinheira e está tudo certo – Mackenzie disse compreensiva à amiga, já que ela também não era muito boa na cozinha.
- Essas mulheres de hoje em dia... – Donna balançou negativamente a cabeça para as duas.
- Eu adoro sua panqueca, pequena – falou carinhosamente para a esposa, que sorriu em agradecimento para ele.
- Você também não cozinhava bem – Alan fez uma observação, olhando para a esposa. – Alguns anos de prática lhe transformaram em uma quase especialista – a elogiou.
- Quem sabe um dia a gente chega lá?! – brincou com a amiga, que estava sentada ao seu lado.
- É, quem sabe... – concordou sem muita certeza que isso acontecesse.

Mais tarde naquele dia, Donna deu várias dicas à filha, de como cuidar de uma recém-nascida. Até lhe ajudou, sabia de algumas coisas que tinha aprendido quando cuidava de sua afilhada, e também algumas dicas que Jensen havia lhe ensinado.
Quando chegou a hora de trocar a fralda de Emily, Mackenzie chamou o marido, para que elas vissem como ele era bom naquilo. Donna duvidou disso, mas quando o viu em ação, ficou boquiaberta. As duas observaram com surpresa quando Jared foi trocar a fralda da filha, ele tinha uma paciência e cuidados incríveis.
Mackenzie comentou que ele era melhor do que ela nesse quesito. Donna elogiou o genro por seus dons paternais, dizendo que ele seria um excelente pai, mas que não era para mimar muito Emily, para não ficar igual à Mackenzie, que protestou logo em seguida, dizendo que não era mimada, mas no fim acabou concordando, já que todos insistiam em dizer que ela era.
Na hora de ir embora, Jensen perguntou aos pais se eles não queriam passar uma noite em sua casa. Eles imediatamente negaram, justificando que não iriam incomodar recém casados, mesmo dizendo que não era problema nenhum. Mas prometeram fazer pelo menos uma visitinha antes de irem embora.

Na segunda-feira, os dois tinham compromissos profissionais. Ela ia começar a fazer uma nova sessão de fotos, e ele tinha um encontro com seu empresário.
Jensen levantou rapidamente assim que percebeu que estava um pouco atrasado. iria mais tarde, então a deixou dormir alguns minutos a mais. Assim que saiu do banho, ele colocou uma roupa qualquer e tentou acordá-la.
- Pequena... – a chamava carinhosamente.
abriu os olhos lentamente e o olhou. Enxergou tudo embaçado, esfregou o rosto com as mãos e sentou–se na cama, mas no momento em que fez isso, sentiu tudo rodar e o corpo extremamente pesado.
- ? – a chamou novamente, percebendo que ela fechou os olhos e abaixou a cabeça rapidamente.
- Jensen – sussurrou, sentindo a garganta queimar.
- Você está bem? – perguntou preocupado, ajoelhando-se de frente para ela.
- Não, está tudo rodando – respondeu, voltando a deitar.
- O que você tem? – indagou, sentando-se na beirada da cama e passando a mão pelo seu rosto.
- Não sei – disse, passando a mão pelo pescoço, indicando que a garganta estava doendo. – Acho que você estava certo, acabei ficando doente – se encolheu na cama.
- Você está queimando – falou desesperado quando sentiu a testa dela quente. – Vou dar uma saída, ok? – pediu carinhoso.
franziu a testa, e ele logo tratou de se explicar.
- Só para ir à farmácia comprar alguma coisa para você – sorriu e ela fez sinal de positivo com a cabeça.

Quando voltou, Jensen carregava uma sacola com todos os remédios imagináveis que existiam para gripe. Tirou o termômetro da sacola.
- Vamos medir sua temperatura – gentilmente colocou o termômetro em baixo do braço dela. Alguns minutos depois, ele apitou.
- TRINTA E NOVE GRAUS! – gritou alarmado. Completamente aflito, começou a enfiar as pontas do edredom por debaixo do seu corpo, fazendo com ela ficasse em um pequeno casulo. - O farmacêutico disse que era para te manter aquecida – disse pensativo. – Mas você já está quente – concluiu preocupado.
Ele deu todos os remédios que o farmacêutico lhe aconselhou, e como alguns eram fortes e davam sonolência, acabou dormindo a manhã inteira. Jensen cancelou seu compromisso e ligou para o trabalho dela, para cancelar também.

Era por volta de duas da tarde quando ela acordou, procurou por Jensen e o viu do outro lado do quarto, sentado no sofá. Aassim que percebeu que tinha acordado, levantou-se rapidamente e foi até ela.
- Melhorou? – sentou-se na beirada da cama. respondeu balançando a cabeça negativamente.
- Acho que piorei – falou em um fio de voz.
- Vou medir sua temperatura de novo – olhou amorosamente para ela, pegando o termômetro no criado mudo.
- Meu Deus – desesperou-se. – Você está com quase quarenta graus de febre – a informou, preocupado.
Com a febre tão alta era extremamente perigoso algo mais sério acontecer com ela. Então, chamou um médico para examiná-la.
Durante a consulta, o médico constatou o que Jensen suspeitava: estava com uma gripe muito forte. Para a melhora, era necessário muito repouso, beber muito líquido e boa alimentação. O médico lhe receitou um remédio para baixar e eliminar a febre totalmente.
Jensen havia ligado para sua mãe e contado que estava de cama. Donna ficou preocupada e foi com Alan visitar a nora, e ver se poderia ajudar em alguma coisa.
- Como ela está? – perguntou enquanto subia as escadas, seguida por Alan e Jensen.
- Na verdade eu não sei, ela está dormindo desde que lhe dei o remédio que o médico prescreveu – avisou, abrindo a porta do quarto.
- Oi – falou baixinho, para a surpresa de Jensen, que achou que ela estivesse dormindo.
- Pequena – um sorriso nasceu em seu rosto. – Você está acordada!
- Acordei agora – a voz estava rouca. - E a febre? – chegou perto dela, colocando a mão em sua testa.
- Não existe mais – disse aliviado. – O remédio foi bom mesmo.
- , como você está? – Donna perguntou interessada, indo até o pé da cama.
- Um caco – sorriu fraco.
- Coitadinha – fez carinho, por cima do edredom, no pé dela. – Já comeu alguma coisa? – a questionou interessada.
- A última vez que ela comeu foi ontem à noite – Jensen respondeu pela esposa.
- Você precisa se alimentar – a avisou. – Vou preparar algo para você. Quer algo especial? – perguntou, indo em direção à porta.
- Eu não estou com fome – sentiu a garganta arder.
- Mas precisa comer – agora foi Alan que praticamente ordenou.

Enquanto Donna estava com Alan na cozinha preparando algo para comer, Jensen insistiu para que ela tomasse um banho.
- Eu não consigo nem levantar a cabeça que tudo começa a rodar, como vou sair daqui para tomar banho? – respirava fundo.
- Eu te levo – sorriu amorosamente, a ajudando a sair da cama.
Ele era o apoio de durante o banho, não se importava de estar completamente encharcado por isso. Tirou a camisa que usava, pois ficou ensopada. A ajudou a se enxugar e vestir uma roupa confortável e quente.
Assim que saiu do banheiro a carregando em seu colo, os seus pais entravam no quarto com um copo de vitamina e uma sopa.
- Pronto, está entregue – brincou na hora em que a colocava de volta na cama.
- E aqui está um pouco de vitamina – Donna tentou entregar para ela, mas estava tão fraca que não conseguiu sentar-se para pegar e tomar.
Donna colocou o copo no criado mudo e ficou tentando imaginar uma maneira de fazer com que ela tomasse, mas seu filho foi mais esperto. Após colocar uma camisa seca, ele subiu na cama e sentou-se ao lado da esposa, a ergueu com cuidado e se endireitou atrás dela, fazendo com que seu corpo servisse de apoio para o dela. Pegou o copo de vitamina, e com um canudinho, a ajudou a tomar quase tudo. Donna e Alan observavam admirados e orgulhosos. Jensen era tão cuidadoso e paciente com , que os deixou surpreendidos com a cautela que ele tinha com ela.
Depois que tomou boa parte da vitamina, ele pegou o prato de sopa e lhe dava uma colherada por vez. Depois de poucas, ela não aguentou mais. Ele cuidadosamente saiu de trás dela e a ajeitou na cama, para que ficasse o mais confortável possível.
- Acho melhor nós irmos – Alan comentou com a esposa.
- Você está certo, a precisa de descanso – concordou com ele, que se aproximava de sua nora.
- Se cuida e melhoras – disse carinhosamente, lhe dando um beijo na testa.
- Fica boa logo – agora foi Donna que desejou melhoras, dando um beijo na bochecha e fazendo um leve carinho em sua cabeça. apenas sorriu em agradecimento.
Ao se despedir do filho, Donna ficou visivelmente emocionada.
- Eu criei um homem maravilhoso – dizia abraçada com Jensen.
- Eu ajudei nisso – Alan brincou.
- Obrigado, eu faço o melhor possível – sorriu um pouco tímido.
- Nós nos orgulhamos muito de você – agora foi a vez do pai elogiar o filho.
- A é uma mulher sortuda – sorriu emocionada.
- E eu sou um homem de sorte, ela é especial – elogiou a esposa.

Durante a noite, teve alguns delírios por causa da febre, que voltou a subir. Foi aconchegada por Jensen, que lhe dava remédios e carinho.
Ele praticamente não conseguiu dormir de preocupação, e passou a noite em claro. Então, no dia seguinte, aproveitava quando ela dormia para fazer o mesmo. Mas enquanto estivesse acordada, ele permanecia também, estaria ali para qualquer coisa que ela precisasse.

A semana foi passando. A cada dia melhorava um pouco. No sábado ela já conseguia ficar de pé sem sentir muita tontura, mas estava se sentindo fraca. Nesse mesmo dia ela pediu para que Jensen a levasse à sala. Não aguentava mais ficar trancafiada dentro do quarto, o dia inteiro.
Estava deitada no sofá trocando de canais, e não achava nada que gostasse para assistir. Jensen havia saído fazia meia hora, era a primeira vez na semana que a deixava tanto tempo sozinha, já estava começando a sentir sua falta o tempo todo ao seu lado.
Não demorou muito para seu pedido ser atendido, e ele chegou.
- Finalmente! – disse sorridente, e logo em seguida espirrou.
- Desculpa a demora – fechou a porta, se aproximando com uma caixa nas mãos.
- O que é isso? – perguntou curiosa.
- Um presente – colocou-a no chão, próxima à ela.
Era uma caixa de papelão grande e com alguns furos na parte de cima.
olhou desconfiada para ele, sentou-se no sofá e esticou um pouco o braço, puxando a caixa para mais perto de si, sendo observada por ele atentamente. Abriu-a lentamente, e seus olhos brilharam assim que viu o que tinha lá dentro. Era um lindo filhote de Golden Retriever.
- Um cachorro! – animou-se.
- Para te animar um pouco – sorriu contente por ela ter gostado do presente.
- Obrigada! – agradeceu e pegou o filhote no colo. Foi amor à primeira vista.
O filhotinho estava todo alegre com , ela lançou um olhar para que Jensen se juntasse a eles no sofá.
- Ela tem cara de quê? – perguntou para o esposo.
- Não tenho ideia – fez carinho na cachorrinha.
- O que acha de Puppy? – o questionou e deu um forte espirro, assustando o filhote. Os dois riram.
- Acho que ela não gostou – Jensen riu enquanto a cachorra tentava se esconder no colo dele.
- Como vai ser seu nome, hein? – se juntou mais perto dos dois, fazendo carinho nela.
- Funny? – ele sugeriu.
- Gostei desse – o olhou. – Será que ela gosta? Funny! – a chamou e no mesmo momento ela olhou para , pulando sobre ela.
- Sinto que vai ser esse – Jensen sorriu.
- Com certeza! – concordou e voltaram a brincar com a cachorra, que agora se chamava Funny.


Capítulo 33 – O Inesperado.


Quase três meses haviam se passado desde o casamento. Tudo estava perfeitamente em ordem, a não ser por algumas briguinhas bobas de casais, mas que eram resolvidas mais rápidas do que a própria briga em si.
Essas pequenas brigas e discussões não eram nada comparadas aos outros momentos maravilhosos que possuiam, repletos de amor, carinho, dedicação, brincadeiras, compreensão, sedução, companheirismo e entre várias coisas que consideravam essenciais para que uma relação desse certo. E era isso o que acontecia com eles. No geral, estava tudo em perfeita sintonia.
Aquela era mais uma noite em que eles saíam para se divertir. Seja para ir à festa de alguém; ao cinema; jogar boliche, que ainda era uma grande diversão para ou simplesmente passear pela rua, tomando um sorvete e conversando. Mas hoje era a noite de jogar boliche, e foi o que fizeram.
Jensen estava sentado observando enquanto ela jogava outra bola, e sorriu quando ela fez o quinto strike da noite. Ssorriu ainda mais quando ela virou-se para ele, comemorando intensamente e dando vários pulinhos.
- É a sua vez – disse quando se aproximou dele e sentou na cadeira.
- Deixa comigo – levantou, se gabando.
Escolheu com atenção a bola que jogaria e pegou a mais pesada que tinha. Preparou-se para jogar enquanto era observado por . Quando jogou, a bola atingiu todos os alvos, deixando só um em pé. deu um gritinho de felicidade ao ver isso, e Jensen riu. Não demorou muito para que a vingança viesse e a alegria dela acabasse. Ele conseguiu derrubar o último pino que ficou, agora os dois estavam empatados no número de strikes.
- E agora? – a questionou irônico, parando em sua frente.
- Agora que acabou – brincou, dando um leve soco no estômago dele.
- Que covardia – riu, colocando a mão sobre a barriga como se tivesse doído de verdade.
- Melhor deixar empatado – levantou-se, o abraçando pela cintura, e ergueu um pouco a cabeça, olhando para ele. – Para não dar briga mais tarde. - Para você não brigar comigo, você quer dizer? – apertou rapidamente o nariz dela com a mão livre, enquanto a outra envolvia suas costas.
- Eu? – ironizou.
- Você mesma. Toda vez que a gente joga e eu ganho, você diz que eu roubei.
- Mas é a verdade! – protestou.
- Vamos ver então – a soltou, indo em direção à pista, mas foi puxado de volta por ela.
- Empatados – praticamente ordenou, franzindo a testa.
- Está bem – cedeu. – Só para ficarmos quites – sorriu.
- Isso mesmo – o abraçou novamente e lhe deu um selinho.

Mais tarde naquela noite, os dois estavam na sala assistindo um filme que passava na televisão. Jensen usava uma bermuda e uma camiseta qualquer. Já vestia uma das camisas dele, que ficavam quase como vestido para ela. Funny estava no chão deitada, perto dos dois. estava sentada com o pote de pipoca em seu colo, e os copos de refrigerante ficavam em cima da mesinha de centro. Quando seu refrigerante acabou, foi até a cozinha pegar mais e levou o copo de Jensen também. Como de costume, a cachorrinha foi atrás dela.
Assim que chegou à cozinha com Funny a tiracolo, que não parava de abanar seu rabo, colocou os copos no balcão e começou a enchê-los com a bebida, e sentiu uma leve dor na pélvis. A princípio achou que era uma cólica normal, e não deu muita importância, mas começou a perceber que não era só isso quando a dor começou a ficar mais forte. Inclinou um pouco o corpo para trás e respirou fundo, esperando que a dor aliviasse, o que foi em vão.
Aquilo começou a se intensificar cada vez mais. Apoiou uma das mãos no balcão, curvando o corpo para baixo. Colocou a outra mão onde doía, quando de repente veio uma pontada, que foi quase impossível de aguentar consciente e sem gritar. Acabou deixando cair no chão os copos que estavam em cima do balcão, e com isso fez um barulho que preocupou Jensen na sala.
- ? – gritou da sala esperando por alguma resposta, o que não obteve.
- Jens... - tentou responder a ele, mas a voz não saía tamanha era a dor que sentia naquele momento. A cachorra começou a latir, como se fosse um sinal de alerta.
- ? – a chamou de novo. Como não lhe respondeu, e percebendo o desespero no latido de Funny, ele foi até a cozinha ver o que estava acontecendo.
se contorcia de dor quando sentiu algo descendo entre suas pernas, passou a mão ali rapidamente e sentiu algo gosmento. Ao olhar, viu que era sangue. Desesperou-se completamente com aquilo e, não aguentando mais ficar em pé, caiu de joelhos, curvando ainda mais seu corpo. Foi quando Jensen chegou à cozinha.
- ? – perguntou assustado quando viu a posição em que a esposa estava e se agachou ao lado dela.
- Sangue – sussurrou em um fio de voz e mostrou a mão para Jensen, que procurava desesperadamente de onde aquele sangue vinha. sentiu outra pontada, que dessa vez parecia mais ser uma faca entrando em seu abdômen.
Ela segurou com força o braço dele, e começou a chorar, demonstrando que a dor estava ficando cada vez mais forte, como se isso ainda fosse possível.
- Vamos para o hospital – falou alarmado com o que estava acontecendo. Passou um dos braços por trás dela; com o outro, segurou suas coxas por baixo, a pegando no colo.
Saiu dali o mais depressa que pôde. estava com a cabeça baixa, chorando e completamente assustada. Enquanto passavam rapidamente pela sala, Jensen pegou a chave do carro e nem se preocupou em pegar mais nada, abriu a porta com uma das mãos e ao sair, a empurrou com o pé.
Dirigia o mais depressa que podia, estava encolhida no banco do passageiro e chorava compulsivamente, não entendia o porquê aquilo estava acontecendo. Será que estava doente e não sabia? Jensen tentava acalmá-la, mas não estava adiantando muito, porque ele mesmo não conseguia ficar calmo, como conseguiria fazer alguém ficar?
Parou o carro em frente à porta de emergência do hospital e entrou rapidamente com em seus braços. Gritou por ajuda, que veio imediatamente. A colocaram em uma maca, a levando corredor adentro. Uma das enfermeiras impediu que ele entrasse junto com eles, e lhe informou que logo traria informações sobre a esposa.

Estava visivelmente em estado de choque e muito nervoso, andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, queria estar lá dentro cuidando de , a apoiando no que estivesse acontecendo.
Sentou-se em um dos sofás que tinha na sala de espera, mas não conseguiu ficar sentado por muito tempo, levantou-se rapidamente, voltando a andar para lá e para cá. Não aguentava mais aquela tortura de ficar sem saber o que acontecia com sua pequena. Foi até o balcão e novamente a recepcionista lhe disse a mesma coisa que avisou no minuto anterior, que a médica viria lhe informar o que estava acontecendo, e que se isso não tinha acontecido, era por que provavelmente ainda estava sendo atendida.
- Mas você não sabe de nada? – a questionou com a voz um pouco elevada.
- Não sei, senhor – respondeu compreensiva. – Tente se acalmar – pediu, notando o seu desespero.
- Sem notícias fica complicado – foi um pouco rude e voltou a andar de um lado para o outro.
Passava as mãos descontroladamente pelos cabelos e bufava.
- Droga! – gritou, assustando a todos que estavam ao redor.
Percebeu que todos olhavam com medo para ele, suspirou fundo e tentou sorrir simpático, mas não deu muito certo, porque a última coisa que ele conseguiria fazer agora era sorrir. Voltou a se sentar no sofá, continuando a esperar por notícias. Esfregava freneticamente as pernas com as mãos, quando ouviu o barulho da porta abrindo e uma médica se aproximando dele.
- Você é o marido da Ackles? – perguntou assim que chegou em sua frente.
- Sim, sou eu, como ela está? – levantou-se e a indagou com angústia.
- Agora ela está bem – respondeu e Jensen sentiu um alívio imenso invadir seu corpo. – O pior já passou – a médica concluiu.
- O que aconteceu com ela? – questionou preocupado.
- Eu sinto em lhe dizer – o olhou com compaixão, o que o confundia ainda mais.
- Sente em me dizer o quê? – a interrompeu bruscamente e desesperou-se, quase gritando.
- Sua esposa perdeu o bebê – concluiu.
Assim que ela disse essas palavras, ele não entendeu nada. estava grávida e eles não sabiam? E nem tiveram tempo de descobrir sobre isso antes que o pior acontecesse? Tentava digerir as novas informações, mas era muita coisa para sua cabeça. Perderam um filho e nem sabiam de sua existência.
- O quê? – perguntou depois de um tempo em silêncio, tentando entender tudo.
- Vocês não sabiam? – indagou, percebendo a surpresa na expressão dele.
- Não – franziu a testa.
- Eu sinto muito, achei que sabiam – colocou a mão no seu ombro, tentando consolá-lo.
Não sabia o que perguntar ou dizer, estava completamente atordoado. Aos poucos ia entendendo o que tinha acontecido. E agora a dor da perda de um filho estava chegando para si. Sentiu os olhos arderem e a vontade de chorar vindo à tona. Não tinha o costume de chorar na frente de pessoas que não conhecia, mas foi inevitável. Quando as lágrimas desceram, sentiu o coração apertar e a dor aumentar. A doutora ficou comovida com aquilo e o abraçou gentilmente. Ele não negou o abraçou, deixando o choro rolar definitivamente.
Alguns minutos depois de chorar compulsivamente, Jensen conseguiu se acalmar após toda aquela tragédia.
Queria saber como estava, e ver com seus próprios olhos que ela estava bem. A médica o levou até o quarto onde ela descansava, após a curetagem que tiveram que fazer. Provavelmente estaria dormindo por causa da anestesia, mas avisou a Jensen que ela já sabia sobre a perda do bebê.
Entrou silenciosamente no quarto, dormia serenamente na cama, tomava soro por causa da perda de sangue e estava um pouco pálida. Aproximou-se dela e analisou calmamente a esposa deitada na cama, fez carinho em sua cabeça e lhe deu um leve selinho na testa, segurou uma de suas mãos beijando o dorso da mesma.

Na madrugada, acordou da anestesia e tentou assimilar onde estava e tudo o que tinha acontecido. Com a vista um pouco embaçada, viu Jensen sentado na poltrona, que parecia dormir desconfortável. Ficou longos minutos olhando para ele. Algumas lágrimas começaram a descer por seus olhos, fungou baixinho para não acordá-lo. Poucas horas depois, ainda estava do mesmo jeito, só que agora estava sentada na cama, ao invés de deitada, e continuava olhando para Jensen adormecido na poltrona. Não aguentou segurar o choro por muito tempo, acabou chorando mais alto do que queria, acordando o marido.
- Pequena – acordou assustado com o choro.
- Jens... – enxugava as lágrimas que caíam.
- Não fique assim – disse assim que chegou perto da cama, a abraçando. – Nós não sabíamos.
- Mas agora eu sei, e ele não está mais aqui – soluçava ao chorar.
Jensen não sabia o que dizer para consolá-la, a situação era diferente de quando perdeu o pai e ele a confortou. Agora ele também tinha perdido alguém e era seu filho, mesmo não sabendo de sua existência anteriormente, não sabia como lidar com isso e não conseguiria ajudá-la a superar se nem ele mesmo tinha certeza que era capaz.
- Foi minha culpa – choramingou.
- O quê? – indagou assustado com sua dedução.
- Não adianta dizer que não foi, porque foi e você sabe disso – confessou.
- Não diz uma coisa dessas, por favor – pediu, olhando nos olhos dela.
- Me perdoa – implorou.
- – a abraçou com mais força. – Não foi sua culpa e nem minha, não se torture com isso – pediu.
- Seu marido tem razão – ouviram a voz da médica quando ela entrou no quarto.
- Por que isso aconteceu comigo? – perguntou, tentando se recompor do choro.
- Aborto é muito mais comum do que se imagina, e a culpa não é sua – explicava. – Não se culpe pelo aborto, pois é pouco provável que você tenha causado isso, muitas vezes o feto não é completamente saudável e o aborto é a maneira que o corpo encontra de eliminar uma gravidez que não esteja se desenvolvendo normalmente – concluiu.
- Nada que pudéssemos ter feito causou isso? – ele quis ter certeza absoluta.
- Nada, eu lhe garanto – o olhou amorosamente.
- Eu estava grávida de quanto tempo? – a questionou.
- Aproximadamente dez semanas.
sorriu fraco para a médica e para Jensen. Voltando-se a deitar na cama. Ao sair do quarto, a doutora chamou Jensen para conversar.
- Ela está bem? – perguntou assim que fechou a porta do quarto.
- Sim, todos os exames deram normais, não há nada de errado com a sua esposa – sorriu. – Mas eu preciso que você cuide dela.
- Ela se culpa... – disse cabisbaixo.
- Mágoa, culpa e raiva são comuns nesse momento – apoiou a mão em seu ombro. – Permitam-se sofrer e sentir a dor, não reprimam nada. A apóie, porque ela vai precisar muito de você nesse momento.
- Mas eu não sei o que fazer ou falar – confessou.
- Não precisa dizer nada, sofra junto com ela, você também perdeu um filho, não tenha vergonha de dizer o que está sentindo. Chame um amigo ou parente para ajudar vocês, e se possível alguém que passou pela mesma experiência que vocês estão passando, é sempre bom ter alguém que saiba exatamente o que estamos sentindo – concluiu.
- Obrigada, doutora – sorriu em agradecimento.
- Se precisar, é só me ligar – lhe entregou um cartão com o seu telefone.
Voltou para dentro do quarto. estava deitada de costas para a porta, ele se aproximou dela e deitou na pequena cama de hospital, se ajeitou com cuidado para não machucá-la, abraçando-a com o braço. Ao mesmo tempo, ela puxou esse braço como se quisesse que a abraçasse com mais força. Ele virou-se de lado, para que ficassem com os corpos mais próximos.
- Só disso que eu preciso agora... você – sussurrou baixinho.
- Eu também, pequena – disse carinhosamente, lhe dando um beijo na nuca.


Capítulo 34 – A Superação.


Três semanas haviam se passado desde que perdera o bebê. Seu humor variava muito. Tinha dias que ficava na cama chorando compulsivamente e se culpando; em dias mais raros, estava com raiva do mundo e descontando isso no primeiro que aparecesse na sua frente; nos outros, ela andava pela casa de um lado para o outro, como se só o corpo estivesse ali, mas o que havia dentro evaporou ou estava fora do ar. Jensen fazia o que podia para ajudar a esposa, mesmo não sabendo certamente o que fazer. Como saberia? Era a primeira vez que isso tinha acontecido com ele, e esperava que fosse a última.
Em uma noite ele chegou tarde do trabalho. Tinha ficado duas semanas sem ir trabalhar no novo filme que estava gravando por causa do acontecido, mas tinha que seguir em frente, não podia parar com a vida. Entrou no quarto e estava toda encolhida no sofá, abraçando seus próprios joelhos e com o olhar distante.
- Como você está hoje? – perguntou, sentando-se na cama e tirando os sapatos.
- O que você acha? – foi rude e o fulminou com olhar. Imediatamente ele percebeu que era um daqueles dias que a raiva a dominava.
- Estou preocupado com você – falou sinceramente, e percebeu a tensão no rosto de sumir quando ela abaixou a cabeça lentamente.
- Me deixe sozinha – sussurrou brava.
- , só quero saber como você está – levantou-se, indo em direção à ela.
- Não se aproxime – gritou e ergueu a cabeça.
- Não faz assim – ignorou seu pedido.
- Pára com isso – gritou novamente e saiu do sofá com rapidez, passando por ele, o empurrando. Abriu a porta do quarto e ordenou que ele saísse dali. - Saía! – falou com a voz autoritária.
Jensen a olhou como se estivesse entendendo tudo que estava acontecendo naquele momento. Ela estava triste, mas cansada de chorar, por isso transformou o sentimento em raiva e descontava nele, que obviamente sabia que aquilo não faria bem a ela. Aproximou-se dela, notando a angústia em seu olhar com a sua aproximação. Lentamente tirou a mão dela da maçaneta e fechou a porta, indicando que não sairia dali.
- Vai embora – tentou abrir de novo, mas ele não deixou, colocando seu corpo entre a porta e ela. - Sai daqui – pediu novamente, e como viu que isso não ia acontecer, em um momento de raiva começou a dar vários tapas no peitoral de Jensen.
- – a chamou, segurando seus braços.
- Me larga! – gritou, se debatendo e desesperada com o que estava por vir.
- Não! – a puxou para mais perto de si, forçando um abraço que ela não queria dar ou receber.
- Jensen! – exclamou, não conseguindo mais resistir ao abraço e nem o choro que segurava.
A abraçou com todo o carinho, mesmo ela relutando no começo, ainda estava com os braços apoiados no peito dele, enquanto estavam abraçados. Finalmente cedeu e passou seus braços pelo pescoço dele, que a abraçava firmemente pela cintura. deixou o choro rolar de vez, encharcando toda a camisa dele. Aquele abraço era tão acolhedor e reconfortante, que era impossível não desabafar tudo que estava sentindo naquela hora. Ficaram por longos minutos ali, e se consolando. Ela finalmente resolveu falar o que estava entalado.
- Eu não mereço ser mãe – disse soluçando e com o rosto apoiado no ombro dele.
- O quê? – a questionou assustado, a afastando para poder olhá-la nos olhos.
- Eu nem sabia que estava grávida, como posso ser mãe se não consigo descobrir uma coisa tão básica? – enxugou as lágrimas enquanto explicava.
- Pequena... – colocou alguns fios do cabelo dela, que estavam em seu rosto, para trás. – Nós estávamos nos protegendo, e o seu ciclo não atrasou, não tínhamos como saber.
- Mas eu sou mulher, tenho que saber dessas coisas – o contestava.
- Nem sempre, você nunca engravidou antes, como poderia saber que estava esperando um filho? – perguntou carinhosamente.
- Mas eu deveria saber – disse com a voz embargada.
- Não se culpe, por favor – pediu, franzindo a testa e procurando o olhar perdido que ela mantinha.
- Eu tento, mas é mais forte do que eu – tentou explicar.
- Queria fazer isso que você está sentindo sumir – ele confessou, a abraçando novamente.
- Ele vai sumir – falou sem muita certeza, apoiando a cabeça no seu peitoral.
- Tenho que fazer alguma coisa para isso acontecer... – disse sério.
- Você já está fazendo – se aconchegou ainda mais no corpo dele.
Durante a madrugada, ele não conseguiu pegar no sono de jeito nenhum, estava muito preocupado com e tudo que ela estava sentindo. Aquilo fazia mal à ela, e consequentemente a ele também, desejava resolver tudo de uma vez por todas.
Logo de manhãzinha resolveu ligar para Verônica, e esperava que ela pudesse fazer algo para ajudá-los.
- Bom dia, Jensen, como vocês estão? – perguntava atenciosa.
- Na verdade, não estamos nada bem – confessou.
- não melhorou? – o questionou, como se já soubesse da resposta.
- Não, sua visita semana passada a ajudou bastante, mas acho que ainda falta alguma coisa, e eu sinceramente não sei o que é. Será que seria pedir demais para você voltar para cá? – perguntou esperançoso.
- Claro que eu vou, pego o primeiro vôo, em poucas horas estarei aí.
- Me liga para eu te buscar no aeroporto.
- Pode deixar, até mais tarde e fica bem – pediu.
- Eu vou tentar – desligou o telefone assim que a sogra fez o mesmo.

Horas depois, Verônica estava na casa dos dois. Já tinha colocado suas malas no quarto de hóspedes, e foi com ele até o quarto falar com a filha, que ainda continuava na cama. Jensen sentou-se no sofá, e ela na beirada da cama. não sentiu sua presença, provavelmente estaria dormindo mesmo. Verônica chamou pelo seu nome duas vezes, e sem muita dificuldade ela abriu os olhos, não entendendo o que estava acontecendo ali.
- Mãe? – perguntou surpresa.
- Que eu saiba sim – brincou.
- Mas o que a senhora está fazendo aqui? – a indagou novamente, sentando-se na cama.
- Vim te visitar – a olhou carinhosamente.
- Não tem nem uma semana que você foi embora – disse, e percebeu Jensen sentado no sofá do outro lado do quarto. – Você que a trouxe? – o questionou, e ele meneou a cabeça positivamente.
- Mas por quê? – perguntou e quando ia responder, Verônica respondeu por ele.
- Por que você precisa de mim – falou com firmeza, olhando para a filha.
- Não era necessário – tentou justificar.
- Era sim – agora ele se pronunciou.
- Mas... – ia dizer algo, quando sua mãe a interrompeu.
- Você precisa de ajuda, nos deixe te ajudar, – quase ordenou, mas com a voz mais calma que tinha.
- Mãe – abaixou o olhar e sentiu o abraço de sua mãe envolvê-la.
- Estou aqui, meu bebê – a chamou do jeito carinhoso, que só o pai dela a chamava.
- Eu sei – começou a chorar copiosamente.
Verônica conversou com a filha, tentando explicar que não podia se culpar sempre, que tinha que deixar essa culpa ir embora, e não deixá-la dominar completamente, que era exatamente o que estava deixando acontecer. E para tentar ajudar a filha, ela revelou um segredo que estava guardado por vários anos.
- Eu não sabia disso – olhou quase em estado de choque para a mãe.
- Seu pai e eu decidimos manter em segredo – confessou e sorriu fraco.
- Mas por quê? – a questionou.
- Era uma coisa só nossa, entende? – tentou explicar. – Não tínhamos que expor isso.
- Quantos meses? – agora foi Jensen que perguntou.
- Eu estava com cinco meses, era um menino – sentiu os olhos ficarem marejados.
- Foi antes ou depois de mim? – indagou com cuidado.
- Depois – disse pensativa. – Você tinha quase dois anos – concluiu.
- Não me lembro.
- Você era muito nova – Jensen sorriu para ela.
- Isso – Verônica concordou. – E na época você foi morar com a sua avó, nós não estávamos com cabeça para cuidar de você, e até hoje eu me arrependo por isso – lamentou.
- Mãe – segurou sua mão –, você perdeu um filho, é totalmente compreensível – tentou confortá-la.
- E o mesmo aconteceu com você – a olhou.
- Foi diferente, eu não sabia que estava grávida, e a senhora sabia, já sentia esse filho, sofreu muito mais do que eu – falou com firmeza.
- Não, – disse séria. – Quando se perde um filho, não importa o quanto tempo você o conhece, e não existe isso de a dor de uma pessoa ser maior do que a da outra – explicava. – A intensidade do sofrimento é a mesma com qualquer pessoa. Eu deixei a dor me dominar, por causa disso perdi meses da sua vida, da minha e fiz seu pai perder da dele também. Isso não é justo com ninguém – concluiu.
- Eu sei disso – olhou carinhosamente para Jensen, que estava sentado perto dela. – Mas é difícil – falou cabisbaixa.
- Com certeza, mas não deixe isso te dominar por completo, tem que seguir com a vida, filha. Não estou dizendo para você não sofrer, só estou dizendo para você tentar controlar esse sofrimento.
- Mas como? – perguntou intrigada.
- Aceitando a ajuda e o conselho das pessoas que te amam. Não pode deixar de viver, se fizer isso nunca vai conseguir superar a perda, tem que seguir em frente – a aconselhou.
- Às vezes eu sinto que nunca irei conseguir superar tudo isso – confessou.
- Mas você vai – garantiu. – Esse filho não era para ser, minha querida.
- Você tem razão, mãe – sorriu.
- Não estou pedindo para você sair correndo por aí toda saltitante e alegre – brincou. – Só peço para tentar superar, que pelo menos já é alguma coisa – falou carinhosamente.
- Eu vou tentar – respirou fundo.
- Estarei aqui para te ajudar, pequena – Jensen fez carinho no rosto dela.

Verônica ficou mais alguns dias para aconselhar a filha e a Jensen também, lhes explicando como tentar superar essa perda. Ddisse que não seria fácil, mas que também não seria impossível, como muitas vezes foi o que pensava. Aos poucos, ela começava a entender realmente tudo o que tinha acontecido e que não tinha culpa alguma sobre isso. Conversou com mulheres que tinham passado o mesmo que ela, e compreendia tudo aquilo que sentia naquele momento, assim seria muito mais fácil conseguir superar tudo.
Mas tinha uma pessoa ali que também precisava de ajuda, mas como alguém que ele amava muito também estava precisando, se deixou de lado, não ligando para o que sentia, só se importando com ela. Não aguentando mais segurar tudo isso para si próprio, Jensen resolveu desabafar com alguém que ele considerava como um irmão. Foi até a casa de Jared pedir conselhos e buscar Funny, que tinha ido para lá desde o acontecido, já que nem , nem Jensen estavam com cabeça para cuidar dela.
- Eu sei que não foi nossa culpa, mas está tudo tão difícil, não consigo descrever o que sinto – confessou para o amigo.
- Não sei o que te dizer, não consigo imaginar a dor que vocês estão sentindo, não sei se seria capaz de suportar.
- Não sei por quanto tempo mais eu aguento – desabafou sinceramente.
- O que está acontecendo de verdade? – o questionou quando percebeu que não era só a dor que ele sentia.
- Eu sinto dentro de mim uma grande necessidade de proteger a . Tudo que ela passou em sua vida... não são todos que conseguem lidar e superar da forma que ela fez, e eu a admiro muito por isso. Eu me sinto culpado por não ter conseguido ajudá-la a superar e ter que chamar sua mãe.
- Jensen, você nunca passou por isso antes, como poderia ajudá-la? Você a ajudou muito chamando a Verônica, e no fim se ajudou também – disse serenamente.
- Queria poder protegê-la de tudo, evitar que sofresse mais. não merece tudo o que acontece com ela.
- Não mesmo – concordou. – Mas às vezes é necessário passarmos por esse tipo de provação, para vermos que somos muito mais fortes do que imaginamos.
- Talvez você tenha razão – disse pensativo. – Mas eu preferia que toda a dor que ela sentiu, eu tivesse sentido. Ninguém tem que passar por isso sozinho.
- Mas ela não passou, você estava ao lado dela o tempo todo, não se lembra? – o questionou.
- Sim, eu sei. Mas será que isso fez realmente a diferença?
- Claro que fez – o olhou confuso. – Jensen, você já conversou com a sobre isso tudo que está me contando? – indagou.
- Não – respondeu, meneando negativamente a cabeça.
- Faça isso, você pede para ela desabafar com você, mas não faz o mesmo com ela. Tenho certeza que isso irá ajudar muito – o aconselhou.
- Pode ser – falou sem certeza.
- Me ouça, amigo. Posso estar errado, mas não custa nada tentar, certo? – arqueou as sobrancelhas.
- Quem sabe – sorriu fraco.
- Vai levar a Funny hoje? – perguntou sobre a cachorra, que estava enroscada nas pernas de Jensen, tamanha era a saudade.
- É, acho que está na hora de voltar para casa, não é? – fez cafuné nela.

Dois dias depois após a conversa com Jared, ele não tinha muita certeza do que fazer. Via todos os dias superando a perda de uma forma inacreditável, e ficava feliz por isso, mas lá no fundo sentia algo que não sabia explicar o que era, aquilo o torturava, precisava fazer alguma coisa a respeito.
Quando chegou do trabalho, a esposa já estava dormindo. Como não estava com sono, foi para a sala de televisão e ficou lendo um livro qualquer. No meio da noite, acordou e continuou de olhos fechados. Tateou pela cama à procura de Jensen, e não o achou. Abriu lentamente os olhos, notou que ele não estava na cama e nem no quarto, levantou-se esfregando os olhos, indo ao banheiro. Chegou a tropeçar em Funny, que dormia no chão, ao lado de sua cama. Fez carinho na cachorra, que a seguiu pela casa enquanto procurava por Jensen, que também não estava no banheiro. Abriu a porta do quarto e assim que saiu no corredor viu a luz da sala de televisão acesa. Caminhou lentamente pelo corredor, a porta da sala estava aberta, entrou em silêncio e viu Jensen sentado no sofá, estava de costas pra ela, por isso não a notou ali. " Abriu a porta do quarto e assim que saiu no corredor, viu a luz da sala de televisão acesa. Caminhou lentamente. A porta da sala estava aberta, entrou em silêncio e viu Jensen sentado no sofá, estava de costas para ela, por isso não a notou ali.
- Amor... – o chamou, quase lhe dando um susto. – Vem dormir – pediu.
- Estou sem sono – virou-se rapidamente e respondeu.
O olhou por alguns segundos sentado no sofá, com a cabeça um pouco baixa. Aproximou-se dele e pôde ver que ele estava com um livro nas mãos.
Deu alguns passos, chegando até o sofá. Sentou-se ao seu lado e ficou olhando para ele. Estava com a expressão um pouco indecifrável, uma mistura de tristeza e agonia.
- Como você está? – perguntou carinhosamente.
- Estou bem – mentiu.
- Jensen... – colocou a mão sobre o livro, no intuito de pedir sua atenção.
- É sério – ele olhou para ela.
- Por favor, fale comigo – pediu, em quase tom de súplica.
- Pequena, não sei o que dizer – fechou o livro e o colocou no braço do sofá. Realmente não sabia por onde começar.
- Eu sei que você está sofrendo também, mas ficou tão preocupado comigo que não desabafou com ninguém a sua dor, e agora eu estou aqui, fale o que você está sentindo – sorriu compreensiva.
- Você passou por tanta coisa... – virou se de lado. – E eu não consegui te ajudar – confessou.
- Jens... – segurou a mão dele.
- Eu não consegui te proteger – disse cabisbaixo. – E depois não consegui te ajudar a superar tudo isso – desabafou.
- Não pense assim, meu querido, você fez tudo o que podia, e como você ia conseguir me ajudar se também estava precisando de ajuda?
- Me senti incapaz – desabafou.
- Jensen, olha para mim – colocou a mão delicadamente no seu rosto. – Você ficou ao meu lado o tempo todo, até quando eu te expulsei do quarto, lembra? – sorriu. – Você não desistiu de mim, me apoiou, chorou junto comigo, estava sempre do meu lado, você acha que isso não me ajudou a superar essa perda? – o questionou. - O que eu mais precisava naquele momento era de você, que estava lá.
- ... – segurou a mão dela que estava em seu rosto e a acariciou.
- Sinceramente? – o olhou, sorrindo carinhosamente. – Se não fosse por você, eu não sei se teria conseguido.
- Se não fosse por sua mãe – tentou corrigir.
- Sim, por ela também. Mas quem a chamou? – indagou, apertando a mão dele.
- A chamei por que não conseguiria sozinho.
- Ninguém conseguiria – o corrigiu. – Ninguém consegue superar isso sozinho, sem o apoio das pessoas que ama. E você foi a pessoa que mais me apoiou, agora me deixe retribuir? – perguntou, ficando mais perto dele.
- Eu realmente te ajudei? – indagou, sem muita certeza daquilo.
- Claro! – afirmou. – Se não fosse por você... – acariciou o rosto dele.
- Mas por que eu não sinto isso? – a questionou confuso.
- Talvez por que eu não te falei o quão importante você é para mim, e quanto me ajudou. Como sempre, você foi meu herói – brincou.
- Sinto que tenho que te proteger sempre – confessou.
- Eu sei disso – sorriu. – Eu sou sua pequena, lembra? – apertou suas bochechas. – Mas nem sempre você vai conseguir me proteger, é inevitável – tentou confortá-lo.
- Acho que preciso aceitar isso – sorriu para ela e bagunçou seu cabelo.
- Precisa sim, e outra coisa... eu te amo, e nada vai mudar isso – falou para ele, colocando ênfase no "nada".
- Eu te amo – a puxou para si, a colocando em seu colo. – Nunca se esqueça disso – alertou, brincando.
- Não vou – garantiu. – E você também não se esqueça que é o homem da minha vida – apertou novamente suas bochechas.
- Pode deixar – sorriu com o jeito criança que ainda havia dentro dela.
- E agora, como você está? – arqueou as sobrancelhas.
- Bem melhor – ele respondeu sinceramente, e lhe deu um selinho.
- Assim que eu gosto – piscou. – O que acha de irmos dormir? – falou, levantando-se e o puxando pela mão.
- Ótima ideia – concordou e a seguiu para o quarto.
Depois de saírem da sala de televisão, Jensen apagou a luz e foi para o quarto. Deitou-se na cama, de frente para , e a abraçou carinhosamente. Dormiram daquele jeito, abraçados, como nos velhos tempos.
Agora seria diferente das últimas semanas. Os dois estavam conseguindo superar tudo, e deixar a tragédia para trás. Começariam uma nova vida. E quem sabe, com novas pessoas.


Capítulo 35 – De volta à normalidade.


Dois meses após o aborto, os dois já estavam lidando muito bem com aquilo. Tinham praticamente superado tudo, e os amigos os ajudavam bastante, dando todo o apoio necessário. e Jensen estavam sempre com os seus melhores amigos: Mackenzie, Jared, e Misha. Divertiam-se bastante, faziam reuniões de família. E com Emily e Júlia tudo se tornava mais engraçado, era bom ver crianças crescendo e suas travessuras as acompanhando sempre.

Em uma sexta-feira, e Jensen iriam ficar com Júlia à noite, e ela dormiria lá, para que seus pais pudessem ter algum momento sozinhos. Era muito comum Júlia ficar na casa dos padrinhos. Ela adorava ficar por lá, já que eles eram mais tranquilos que seus pais.
- Você vai buscá-la? – Jensen perguntou enquanto abria a geladeira para pegar água.
- Eu? – arqueou as sobrancelhas, estava encostada no balcão.
- É – respondeu, fechando a geladeira.
- Não, obrigada – riu.
- O que foi? – a questionou sem entender nada.
- Você já viu o tamanho do seu carro? – brincou.
- Sim, e daí? – bebeu um pouco da água que estava no copo.
- E daí que eu não me sinto a vontade o dirigindo – disfarçou o medo.
- Você tem medo de dirigi-lo? – riu.
- Só não estou acostumada, é isso – explicou.
- Finjo que acredito – zombou dela.
- Vai logo e me deixa em paz – chegou perto dele e lhe deu um pequeno empurrão.
- Mulher agressiva – a puxou para perto de si.
- Você não viu nada – ironizou.
- Sério? – segurou com força sua cintura.
- Sim - respondeu, envolvendo o pescoço dele com seus braços, lhe dando um selinho demorado.
- Me provoca justo hoje, né? – sorriu maliciosamente.
- Como assim "justo hoje"? – perguntou como se não soubesse do que ele estava falando.
- Júlia em casa - explicou.
- Ah, é verdade - soltou–se dele. - Na verdade, acho melhor você ir logo - falou, indo em direção à sala.
- Essas mulheres... - reclamou, a seguindo.
- Toma - pegou as chaves que estavam em cima da mesinha de centro, jogando para ele.
- Estou indo, mas não pense que está livre de mim - a olhou maliciosamente.
- E quem disse que quero estar? – disse e sentou-se no sofá.
Ele ficou um pouco perplexo com sua resposta. Sentia falta daquilo que ela sempre fazia, e agora estava fazendo de novo. Aos poucos, voltava a ser a mesma de antes, e isso era muito bom. Saiu de casa com um sorriso de felicidade no rosto, sua pequena estava de volta.

Vinte minutos depois estacionava o carro em frente à casa de Misha. Desceu, tocou a campainha e foi o próprio que abriu.
- E aí, tudo bem? – Jensen o cumprimentou.
- Tudo e com você? – indagou de volta.
- Claro. Cadê a menina mais linda do mundo? – perguntou, entrando na casa.
- Dinho - avistou Júlia correndo em sua direção, e logo atrás dela com um sapatinho na mão.
- Filha, falta o outro sapato - ela chamava Júlia, que não lhe dava atenção.
- Dinho, Dinho - chegou até ele, que se abaixou para pegá-la no colo.
- Minha linda, como está? – olhou sorridente com a alegria dela.
- Bem. Vamos logo, estou com saudades da Dinha - pediu.
- Mas antes você precisa colocar o outro sapato - disse assim que se aproximou dos dois, e foi colocando-o na filha.
- Está empolgada, é? – Jensen perguntou para Júlia, que meneou a cabeça positivamente.
- O que tem na casa da Tia que não tem aqui? – perguntou assim que colocou o sapato.
- Meu amor, você mesma respondeu sua pergunta – Misha disse. - É a Tia . Júlia adora sua Dinha e Dinho, não é filha? – indagou.
- Sim - a menina gritou e abraçou Jensen pelo o pescoço, com força.
- Certo, mas não precisa me enforcar - ele brincou e todos riram.
- Vamos logo - pediu novamente, quase desesperada.
- Aqui - entregou para Jensen uma bolsa que estava com todas as coisas que Júlia precisaria.
- Obrigado - agradeceu e pegou a bolsa com o braço livre.
- Se comporte - Misha avisou a filha e lhe deu um beijo em sua bochecha.
- Qualquer coisa, você tem nosso telefone... - disse receosa.
- Eu sei, ligo se precisar - Jensen informou, saindo da casa. Os dois o seguiram até a entrada da residência.

Enquanto ia para o carro com Júlia em seu colo, ele observou jogando um beijo para a filha, e a mesma movimentou as mãos como se tivesse pegado aquele beijo e guardado no coração. Achou aquilo muito lindo, e sorriu. Colocou Júlia no banco traseiro, apertando seu cinto.
Durante o caminho, ele não andava muito rápido, estava com uma criança no carro, precisava tomar todo o cuidado necessário. Júlia cantava alguma música que ele não conhecia. Quando parou no semáforo, a olhou pelo espelho retrovisor.
- Que música é essa? – a questionou.
- Eu aprendi na escola - o respondeu, parando a cantoria.
- Eu não conheço - disse pensativo.
- É claro, é música para criança e não para adultos - falou séria, fazendo Jensen rir e logo em seguida voltou a cantar animadamente.
Chegaram em casa alguns minutos depois. Júlia entrou correndo, à procura de .
- Dinha? – perguntou quando não a viu na sala.
- ? - Jensen a chamou e ouviu a esposa respondendo do andar de cima. Júlia imediatamente foi subir as escadas, mas foi parada por Jensen.
- Mocinha, não pode subir a escada sozinha - a alertou, segurando em sua mão, começando a subir junto com ela.
Assim que chegaram ao andar superior, Jensen soltou a mão dela, e menina foi em direção ao quarto do casal, entrou e também não estava lá.
- Cadê a Dinha? – olhou para Jensen com uma cara triste.
- Não sei, espere aqui - a sentou na cama e foi em direção à porta do banheiro.
- ? – a chamou e deu algumas batidas na porta.
- Já estou saindo - ela respondeu alto.
- Ouviu? – virou-se para Júlia, que fez sinal de positivo com a cabeça.
- Dinha está tomando banho - sorriu para Jensen, que balançou a cabeça, concordando com ela.

Assim que abriu a porta do banheiro, viu Júlia sentada na cama, com as pernas cruzadas. Achou uma graça naquilo. Agachou-se à sua frente, e a chamou, que imediatamente pulou da cama, correndo em sua direção. Abraçaram-se com força, e a pegou em seu colo.
- Você está cheirosa - a menina elogiou.
- Obrigada - sorriu e lhe deu um beijo.
Jensen estava sentado no sofá, observando as duas demonstrarem o carinho que tinham uma pela outra.
- Agora que você já está aqui, eu vou tomar banho - falou, levantando-se e olhando para .
- Tudo bem - sorriu amorosamente para ele.

Ele foi para o seu banho e as duas desceram as escadas, indo para a sala. Mais tarde, ele se juntou à elas.
Quando chegou à sala, viu Júlia sentada no colo de . Ela parecia muito animada, lhe contando alguma coisa.
- O que as duas estão fofocando, hein? – perguntou, brincando, sentando-se ao lado delas.
- Coisas de mulheres - Júlia disse brava.
- Ela está me contando sobre um garoto - a entregou.
- Dinha! - resmungou.
- Tudo bem, Júlia. O Dinho não vai contar para os seus pais. Não é, Dinho? – sorriu para ele.
- Não - garantiu. - Mas você é nova demais para pensar em garotos.
- Ele é meu amigo - retrucou.
- Claro, seu amigo - brincou, fazendo sinal de aspas enquanto dizia "seu amigo".
- Não a incentive - falou sério. apenas riu.
- Estou com fome - Júlia mudou o assunto.
- O que você quer comer? – perguntou.
- Panquecas - respondeu animada.
- Eu faço - disse, levantando-se e colocando Júlia sentada no sofá.
- As panquecas da Dinha são maravilhosas - Jensen elogiou, sentando-se mais perto de Júlia.
- Eu sei - sorriu, concordando.
foi para a cozinha fazer as panquecas, e Júlia ficou na sala com Jensen.
- Me conte mais sobre seu amigo - pediu, olhando para ela.
- Não - disse séria.
- Por que não? – indagou curiosa.
- Por que você é menino, e eu só conto para meninas - falou um pouco envergonhada.
- Sério? – riu daquilo.
- Sim - afirmou.
- Está certo, então - desistiu.
- Dinho? – depois de alguns minutos em silêncio, o chamou.
- Fale - olhou para ela, sentada ao seu lado.
- Quero assistir um filme - pediu.
- Qual? – indagou, já sabendo a resposta.
- "Procurando Nemo" - respondeu animada.
- Está certo, deixe me ver onde a guardou o DVD - levantou-se, indo em direção à estante onde ficavam os filmes.
Júlia ficou esperando ansiosamente que Jensen o achasse e colocasse para ela assistir. Não que isso fosse novidade, ela era viciada nesse filme, já tinham perdido a conta de quantas vezes assistiram com ela.
- Aqui está - virou-se para ela e mostrou o DVD. Ela deu alguns pulinhos de felicidade no sofá.
Jensen colocou o DVD dentro do aparelho, e o filme começou. Como sempre, Júlia se acomodou e ficou muito atenta assistindo ao filme.
- Vou ajudar sua Dinha e já volto, certo? – a avisou inutilmente, porque ela não lhe deu muita atenção.

Assim que chegou à cozinha, viu terminando de fazer as panquecas e arrumando a bagunça que tinha feito.
- Está tudo pronto? – indagou, se aproximando dela.
- Acho que sim - disse pensativa, colocando a panqueca no prato.
- Eu faço o suco - abriu a geladeira e pegou algumas laranjas.
- Cadê a Júlia? – perguntou.
- Assistindo "Procurando Nemo" - respondeu.
- Ela não se cansa de assistir aquele filme? – indagou, rindo.
- Aparentemente não - colocou as laranjas na pia e começou a preparar o suco.
- Pronto - disse, terminando de lavar as coisas, fechando a torneira.
- O suco está quase pronto - a avisou.
encostou-se no balcão e o esperou terminar. Quando isso aconteceu, eles foram para a sala com as panquecas e o suco. Os três comeram até não aguentarem mais, estavam se divertindo bastante, aliás, eles sempre se divertiam quando estavam juntos.

Enquanto isso, na casa de Misha e , eles se arrumavam para sair.
Ela estava em frente ao espelho, arrumando o cabelo. E ele saía do banheiro com a toalha enrolada na cintura.
- Onde vamos? – se virou, perguntando para ele.
- Não sei, você que sabe - abriu o guarda roupa, procurando alguma roupa.
- É tão difícil assim? – foi irônica.
- Não começa, - pediu.
- Não estou começando nada, só que às vezes seria bom você escolher o lugar, para variar, sabe? – arqueou as sobrancelhas.
- O que você quer dizer com isso? – indagou confuso.
- Sempre eu tenho que escolher aonde ir, o que vamos fazer e como vamos fazer - falou com raiva.
- Isso é sério? – perguntou, não acreditando que ela estava brava por causa disso.
- É claro que é sério - exclamou.
- Está bem, vamos comer comida chinesa - disse autoritário.
- Ah, agora você toma alguma atitude, né? – colocou as mãos na cintura. - Eu tenho que reclamar para você se tocar das coisas, isso cansa.
- Qual o problema com você? – se controlou, tentando não gritar.
- O único problemático aqui é você! – ela, no entanto, não tinha receio nenhum de gritar com ele.
- Não acredito nisso - bufou, sentando-se na cama.
- Pois pode acreditar que isso está acontecendo.
- O que você quer? – passou a mão nos cabelos.
- Que você tome alguma atitude de vez em quando, que decida onde vamos, não seja tão indeciso... - explicou.
- Você não entende - balançou a cabeça.
- Agora você me chama de burra? – o questionou.
- Meu Deus, ! – agora ele gritou. - Não mude o que eu falei.
- Então me explica - praticamente ordenou.
- Será que você não percebe que eu gosto que você decida aonde nós iremos? Ou você prefere um homem que tome todas as atitudes por você e que não te deixa opinar em nada, é isso que você quer? Um carrasco? – perguntou sério, olhando para ela.
- Não - respondeu um pouco confusa.
- Você arranja briga por nada. Só porque eu disse que era para você decidir onde iríamos, você ficou brava desse jeito? Isso realmente era necessário?
- Poxa - disse cabisbaixa. - Às vezes eu preciso disso, sabe? – sentou-se ao lado dele na cama.
- Do quê? - perguntou sem olhar para ela.
- De pessoas que decidam as coisas – explicou.
- E vale a pena arrumar briga por isso? – virou-se para ela, que não respondeu. - Estragar uma noite que tinha tudo para ser perfeita, por nada? – arqueou as sobrancelhas.
- Para mim isso é alguma coisa. Misha, você sempre me deixa decidir tudo.
- Nem sempre - a interrompeu.
- É, nem sempre. Mas mesmo assim.
- Se eu decidisse tudo, você certamente iria reclamar - comentou.
- Eu sou tão óbvia assim? – perguntou, o olhando.
- Não é isso. Eu sou tão ruim assim?
- Não, você nunca será ruim.
- Então qual o real problema? – indagou.
- Acho que sou eu - disse sinceramente.
- É, - concordou com ela. - Mas da próxima vez, eu terei mais atitude, garanto - sorriu.
- Você tem atitude. Acho que quero que você tenha atitude a mais, entende? – justificava.
- Sei - afirmou.
- Então está tudo bem entre a gente? – perguntou, com receio.
- É claro que sim, eu nunca ficaria brigado com você por isso.
- Obrigado por ser tão compreensivo com as minhas doideiras e paranóias - sorriu envergonhada.
- Está tudo bem, eu continuo te amando - brincou, a envolveu com o braço.
- Eu também - riu.
Após essa briga e reconciliação, os dois se decidiram e foram comer comida chinesa. Eles eram completamente apaixonados por isso. , um pouco mais que Misha.
Tiveram uma noite perfeita. A noite que todo casal merece ter sempre.

arrumava a cama para eles dormirem, enquanto Jensen ajudava Júlia a escovar seus dentes. Quando saiu do banheiro, ela foi correndo para cama, tendo um pouco de dificuldade para subir. Ajeitou-se no meio do móvel, seu lugar de costume. Eles deitaram na cama, ela ficou no meio dos dois e foi a primeira a dormir. Jensen sugeriu sair de lá e deixar as duas sozinhas, mas não deixou. Dormiram os três, no mesmo lugar.

Na manhã seguinte, acordou e viu uma cena linda: Júlia acariciava o rosto de Jensen, que ainda dormia serenamente. Achou aquilo tão fofo da parte da garotinha... ela sempre era carinhosa com todos que gostava, e até com pessoas que não conhecia direito.
- Júlia - a chamou baixinho.
- Dinha - virou-se para .
- Bom dia.
- Bom dia - chegou-se mais perto de e a abraçou.
- Vamos tomar café? – perguntou.
- Sim - respondeu sorrindo.
Levantaram-se delicadamente e lentamente para não acordar Jensen. a carregou no colo até a cozinha, ela ainda estava meio sonolenta. A colocou na cadeira e começaram a tomar seu café da manhã. Ccomiam panquecas, bolachas, chocolate quente e sucos. Depois que tomaram café, foram acordar Jensen.
- Dinho, Dinho - Júlia pulava em cima dele na cama, e observava, rindo de tudo.
- Júlia - ele gritou, brincando, a puxando para si e fazendo cócegas nela.
- Mas que covardia é essa? – juntou-se a eles na brincadeira, e não escapou das cócegas.
- Socorro, socorro - Júlia gritava, engatinhando na cama fugindo, dos dois. O que foi em vão, porque eles a alcançaram e agora os dois faziam cócegas nela.
Sempre era divertido quando Júlia estava na casa deles. Voltavam aos tempos de infância. Não que Júlia fosse necessária para que isso acontecesse, os dois sempre brincavam um com o outro, mas quando ela estava por perto, as brincadeiras aumentavam. E muito!

Após o almoço, levaram Júlia de volta para os seus pais, dessa vez os acompanhou juntamente com Funny, que estava no branco de trás, sentada ao lado de Júlia.
- Pára - ela gritava com a cachorra, que insistia em tentar lamber seu rosto.
- FUNNY! – Jensen chamou a atenção dela, que instantaneamente parou e ficou quieta no canto.
- Ela se aproveita porque a Júlia é pequena - comentou enquanto olhava para trás, verificando se estava tudo bem.
- Estou com saudades de casa - fez bico.
- Já estamos chegando - ele disse, a olhando pelo retrovisor.
Alguns minutos depois estacionavam o carro em frente à casa dos seus pais. Ela estava ansiosa para revê-los, não que tivesse ficado muito tempo longe deles, mas a saudade era maior do que qualquer outra coisa.
abriu a porta e tirou seu cinto para que ela saísse. Enquanto isso, colocou o guia na coleira de Funny, e saiu com ela do carro. Júlia correu em direção à porta de entrada, sendo seguida por Jensen e , que riam do seu desespero.
Ela tentou abrir a porta, mas estava trancada. Então, tentou tocar a campainha, mas como era pequena, não alcançava. Ficou pulando, tentando alcançar, o que foi em vão. Não demorou muito para que Misha e abrissem a porta, para a felicidade de sua filha. Júlia pulou no colo deles, dando vários beijos e dizendo que sentia muita saudade.
- Que amorzinho - disse, encantada com a cena.
- Ela é um amor - Jensen comentou.
- E aí, ela aprontou? – Misha perguntou enquanto abria a porta para eles entrarem.
- Não muito, só quebrou uns dois pratos e três copos - Jensen brincou.
- É mentira - a menina protestou e todos riram.
- Ela se comportou muito bem, como sempre - cutucou Jensen pela brincadeira.
- Minha filha é um anjinho - beijou a cabeça de Júlia.
- Igual ao papai, né mamãe? – perguntou, surpreendendo a todos.
- Até ela! - Misha resmungou.
- Isso mesmo - afirmou, sorrindo.
- É o seu carma, Misha - riu. - Sempre será o Anjo.
- Mas o que eu posso fazer, né? – resolveu entrar na brincadeira também.
- Eu tenho uma ideia - Jensen disse, fingindo estar pensativo.
- Qual? – Júlia perguntou curiosa, enquanto fazia carinho em Funny.
- É uma conversa de adultos - olhou para ela, que ficou sem entender nada.
- Acho melhor pararmos por aqui - disse, e todos concordaram com ela.

Mais tarde, de volta à casa de e Jensen, os dois estavam no quarto. Ele estava no computador verificando algumas coisas, enquanto ela estava deitada no sofá, fazendo carinho em Funny, que dormia ao seu lado. Pensava nas coisas que tinham acontecido desde o casamento, pelo que tinham passado e como estava tudo praticamente superado. Queria conversar algo com Jensen, e estava curiosa para saber sua opinião.
- Amor, você vai demorar muito aí? – o questionou.
- Não, só estou terminando de responder um e-mail - explicou, sem se virar para ela.
- Ah, tá.
- Por quê? Quer usar? – indagou.
- Não, não é isso - disse, sentando-se.
- O que é? – rodou junto com a cadeira na direção dela e perguntou.
- Preciso falar com você - explicou.
- Dois minutos - pediu.
- Tudo bem - sorriu enquanto ele voltava a mexer no computador.
Continuou sentada, só observando o que ele fazia. Tinha praticamente certeza que ele aprovaria sua ideia e a apoiaria totalmente.
- Agora é só desligar e pronto - ele disse, sorrindo, virando completamente.
- Então - começou a dizer. Jensen prestava atenção. - Senta aqui - pediu meio sem jeito, batendo no lugar vazio ao seu lado no sofá. Ele atendeu ao seu pedido.
- Qual é o problema? – a questionou um pouco preocupado.
- Não é um problema - sorriu. - Eu estava pensando, depois de tudo o que aconteceu com a gente, e como ficamos felizes quando a Júlia vem aqui, eu sinto que quero isso... - explicou.
- Quer o quê? – perguntou confuso, olhando para ela.
- Uma família.
- Mas nós já somos uma família - brincou, apontando para Funny.
- Jensen! - deu um tapa no seu braço. - Eu quero um filho - o olhou, tentando adivinhar sua reação.
Assim que ela disse essas palavras, um sorriso brotou em seus lábios. Era o que ele mais queria; um filho com a mulher que ama, aliás, quem não quer isso? Alisou carinhosamente o rosto dela, tirando alguns fios de cabelos que estavam por ali, os colocando para trás de sua orelha.
- Eu também - finalmente respondeu, aliviando a tensão que ela sentia.
Imediatamente ela o abraçou com força, como se estivesse agradecendo.
- Eu sempre quis ter um filho com você - sorriu carinhosamente para ela.
- Eu te amo - disse, visivelmente emocionada.
- Pequena, não chore - pediu, a olhando nos olhos.
- Não consigo - falou, deixando uma lágrima escapar.
- Está tudo bem - beijou o local por onde a lágrima descia.
- Viu só? – sorriu. - Imagina outro Jensen no mundo? – brincou.
- Vai ser lindo igual ao pai - se gabou.
- Igual à mãe, isso sim - deu um leve beliscão no braço dele.
- Outra no mundo seria demais - zombou.
- Cala a boca - riu. - Mas sério, um filho - disse, com os olhos brilhando.
- Independentemente do que vier, será perfeito e muito amado, com certeza - sorriu para ela com o mesmo brilho no olhar.
- Quanto a isso, não tenho dúvidas... - o abraçou de novo.


Capítulo 36 – Planejamento.


Dezembro, apesar de Los Angeles ser uma cidade quente, não escapava dos invernos rigorosos que fazia no resto do país. Mesmo sendo menos fria que outras cidades, ainda fazia frio. Mas isso não impedia Jensen e de fazerem seus exercícios diários. Não importava o horário, eles sempre se exercitavam.
Era final de tarde e estavam chegando em casa depois de uma caminhada. Suavam em bicas, precisavam urgentemente de um banho refrescante. Subiram as escadas rapidamente e se encaminharam para o banheiro da suíte.
tirava sua blusa de frio, a jogando dentro do cesto de roupas sujas. Quando se preparava para tirar a regata, notou que Jensen a olhava de cima a baixo, sem pudor nenhum.
- Qual o problema? – arqueou as sobrancelhas e perguntou.
- Nenhum - foi se aproximando dela lentamente.
- Então trate de tirar essa roupa suada - avisou e começou a tirar a regata novamente. Foi interrompida por ele.
- Deixe que eu faço isso - sussurrou.
- O que você tem em mente? – o questionou, mordendo o lábio inferior.
- Algo que você gostará muito - respondeu e começou a subir a blusa dela.
- Duvido - o provocou.
Jensen subiu lentamente a blusa que ela usava, sem parar de olhá-la fixamente. A puxou pela cintura, colando-a em seu corpo. Agora, estava sem a regata e só usava o top. Ele alisou sua barriga, dando leves apertões, a fazendo respirar fundo. Passava as mãos por suas costas e por baixo do top. Ela foi lhe dar um beijo, mas ele não deixou.
- Ainda não - sussurrou, próximo aos seus lábios.
Começou a distribuir vários beijos pelo seu pescoço, o que lhe causava muitos arrepios. Entre os beijos, dava algumas mordidinhas que a faziam gemer um pouco; e com isso, agarrava com força os braços dele.
Agora era a vez dela tirar alguma peça de roupa do corpo dele. Sem deixá-lo interrompesse as carícias que fazia em seu corpo, ela subiu rapidamente o moletom que ele usava, o que Jensen tirou em uma velocidade incrível quando chegou à parte da cabeça, voltando logo em seguida a beijar o corpo de . Ela fez menção de tirar a regata preta que ele usava, mas Jensen não deixou, não queria que se aproveitasse dele enquanto não tivesse terminado com ela.
A encostou com força na parede, fazendo com que ela soltasse um pequeno grito. A olhou preocupado, mas quando percebeu que estava tudo bem, voltou rapidamente ao que estava fazendo. Agarrou gentilmente, mas com firmeza, sua cintura, voltando a beijar seu pescoço. Várias sensações passavam por seu corpo, a fazendo ter alguns movimentos involuntários. Jensen começou a descer os beijos, passando pelo tronco, chegando ao centro de seus seios... e descia cada vez mais, beijando sua barriga. Parou assim que chegou à calça. Foi tirando-a lentamente, analisando cada parte do corpo dela.
- Perfeita, perfeita - dizia mordendo o lábio inferior.
observava tudo o que ele fazia e respirava fundo. Ergueu um pouco as pernas quando ele terminava de tirar suas calças de ginástica.
Jensen foi passando as mãos pelas laterais do corpo dela, e quando chegou ao seu rosto, o segurou com as duas mãos, lhe dando um leve selinho. Deu outro um pouco mais intenso. E cada vez que tocava seus lábios, aumentava a pressão. A olhou fixamente antes de lhe beijar apaixonadamente, ela lhe correspondeu com a mesma paixão.
Faziam carinhos um no corpo do outro. Agora sim ele a deixou tirar sua blusa, o que ela fez em poucos segundos, jogando a peça de roupa longe dali. Alisava o peitoral dele com carinho e firmeza ao mesmo tempo, sentindo todas as dobras de seu abdômen. Assim que passou as unhas por ali, ele gemeu de prazer. Interrompeu o beijo e o olhou com mais calma. Mordeu o lábio inferior, lhe lançando um olhar nada inocente. Pousou as mãos sobre os ombros dele e sorriu. Em um pulo, muito mais que rápido, envolveu as pernas em sua cintura. Eele a segurava por baixo, a pressionando com força. Voltaram a se beijar com fervor e paixão. Ele caminhou com ela nos braços até a pia, a sentando com cuidado no local, sem interromper o beijo e as carícias. Mas algumas peças de roupa ainda os atrapalhavam, tiveram que parar o beijo para poderem tirar os obstáculos.
- Rápido - dizia, tentando recuperar o fôlego enquanto ele tirava as calças, ficando apenas de boxer. - Tira logo! - quase ordenou.
Jensen obedeceu rapidamente, ficando completamente nu. Agora ele a ajudou, tirando as últimas peças que estavam no corpo dela. Levantou o seu top lentamente, admirando o que tinha por debaixo dele. ergueu seu quadril para que ele pudesse tirar a última peça íntima. Olharam-se apaixonadamente e por longos segundos. Eele acariciou o rosto dela, que fez o mesmo com o dele. A beijou calmamente, sentindo cada sabor que sua boca tinha. segurou o rosto dele com as duas mãos, o puxando mais para si, com a intenção de aprofundar o beijo cada vez mais.
Ele abraçou a cintura dela, sentindo todas as suas curvas, enquanto ela o envolvia pelo pescoço. A tirou de cima da pia, mas sem a tirar do colo. Entrou no box do banheiro, a encostando no piso frio da parede, o que a fez gemer baixinho do contato com a sua pele quente. Ele riu sozinho. Apertou suas coxas carinhosamente antes de penetrá-la lentamente. Assim que o fez, ela arranhou as costas dele com força. Começaram a se movimentar, interrompendo o beijo. Olhavam-se com extrema paixão, e tentaram voltar ao beijo, mas era complicado manter a coordenação.
arranhava e apertava as costas, os ombros e várias outras partes do corpo dele. Já Jensen a pressionava cada vez mais contra a parede, revezando carinhos entre a cintura e a coxa.
Algum tempo depois estavam quase chegando ao êxtase completo. Eela foi a primeira a atingí-lo, e ele o fez logo em seguida. Apoiaram seus corpos exaustos um no outro. Ela envolvia os braços no pescoço dele, descansando a cabeça em seu ombro; ele abraçava sua cintura, e apoiava a cabeça na curva de seu pescoço.
Após tomarem um banho relaxante e renovador, se jogaram na cama tentando descansar de tudo o que tinha acontecido. Após alguns minutos, se sentiu incomodada e olhou para Jensen, que estava de costas para ela. Arrastou seu corpo até ele, o abraçando e enfiando suas pernas no meio das dele.
- Agora eu consigo dormir - sussurrou no seu ouvido.
- Bem melhor - concordou com ela e esticou um pouco o braço para trás, o apoiando sobre a sua cintura.
Dormiram naquela posição por horas a fio.
Por volta de duas da manhã, acordaram com uma fome imensa, mas também não era para menos...
- Que horas são? – perguntou sem abrir os olhos.
- Duas horas - respondeu, tentando se levantar, mas ela não deixou, o puxando para si.
- Da tarde?
- Não, da manhã - riu.
- Sinto fome - ela resmungou.
- É, eu também - afirmou. - Mas eu preciso sair daqui para tentar fazer algo para comermos, certo? – a questionou, tentando se levantar novamente. Dessa vez ela deixou.
- Não quero ficar sozinha - disse, esfregando os olhos enquanto ele vestia a boxer e uma bermuda.
- Então vem comigo - esticou o braço na sua direção.
- Preciso me vestir - aceitou sua ajuda para sair da cama, mas não esperava que ele a puxasse junto ao seu corpo.
- Eu não me importo se você ficar assim - sussurrou próximo ao seu ouvido.
- Já? – brincou.
- Na verdade não - riu. - Preciso repor as energias antes - sem a soltar, caminhou com ela até o armário, abriu a gaveta, pegando uma camisola de algodão. - Deixe comigo - disse quando ela fez menção de pegar a peça de roupa.
- Me sinto uma criança - não conseguiu controlar o riso.
- Você é minha pequena - dizia enquanto passava a camisola pela sua cabeça. Ela passou os braços pela manga, com a ajuda dele. Finalmente estava vestida, e a camisola ia até a metade da coxa.
- O que você quer comer? – perguntou enquanto iam em direção à cozinha.
- Não faço ideia - fez cara de pensativa. - Um sanduíche, talvez.
- Pode ser.

Chegaram à cozinha. sentou nos bancos que ficavam ali perto do balcão e Jensen abriu a geladeira, procurando alguma coisa para fazer o sanduíche. Tirou a maionese, presunto e mussarela. Pegou no armário os pães de forma. Colocou tudo no balcão em frente à , e começou a preparar os sanduíches. Ela estava com o cotovelo sobre o móvel e o queixo apoiado em sua mão, o observava atentamente com um sorriso no rosto.
- O que foi? – a questionou, lhe entregando o sanduíche.
- Nada - pegou-o e deu uma mordida.
- Essas pessoas doidas... - brincou.
- Só um doido reconhece o outro - o olhou como se aquilo fosse uma certeza absoluta.
- É, e só um deles diz uma coisa dessas - falou após morder o seu sanduíche.
- Tem suco? – interrompeu a brincadeira.
- Deixe-me ver - falou, abrindo a geladeira. - De laranja, serve? – virou-se para ela, que meneou a cabeça positivamente.
Jensen pegou no armário dois copos e os encheu com o suco que continha na jarra, e a colocou na pia. Comeram lentamente os seus respectivos sanduíches, e durante isso trocavam olhares provocativos e alguns divertidos. Assim que terminaram de comer, ele colocou os copos na pia, juntamente com os pratos, e guardou na geladeira os alimentos que sobraram. Começou a lavar a louça, quando ela o interrompeu.
- Deixa isso para amanhã - falou, levantando-se.
- Já que você insiste... - parou de fazer o que tinha começado e virou-se para ela.
- Eu estava pensando em uma coisa - andava lentamente na direção dele.
- O quê? – perguntou curioso e esticando os braços, a alcançando e a envolvendo neles.
- Que talvez já tenha alguém aqui - apontou para a própria barriga.
- Você acha? – abriu um enorme sorriso só de imaginar aquela possibilidade.
- Não sei - o olhou. - Já faz quase três semanas que a gente não se previne - passou os braços no pescoço dele.
- Seria maravilhoso - ele sentiu os olhos marejarem.
- Com certeza - lhe deu um selinho demorado.
- O que acha de irmos dormir? – ele perguntou assim que descolaram as bocas.
- Eu tenho um plano melhor - sorriu de uma forma divertida.
- Adoraria analisá-lo - brincou, a pegando no colo e saindo da cozinha, indo em direção ao quarto.

De volta ao quarto, empurrou Jensen, que caiu sentado no sofá. A olhava com intensidade e muita perversão. Ajoelhou-se em frente a ele, começou a desabotoar sua bermuda e a tirava lentamente. Ele a ajudou um pouco com isso. Jogou a peça de roupa longe, olhou para a boxer de cor verde musgo e mordeu o próprio lábio inferior. Ccolocou as mãos sobre os joelhos dele, e as subiu lentamente pelas coxas. Ele só observava aquilo tudo.
deu leves arranhões na sua coxa, o que o fez inclinar a cabeça para trás. Finalmente chegou à boxer, a puxando vagarosamente, para o seu quase desespero. Assim que tirou a peça íntima, colocou a mão sobre seu membro, o masturbando lentamente. Fazia movimentos de subir e descer, aumentando a velocidade e diminuindo várias vezes.
O fazia ir à loucura de tanto prazer. Ele gemia alto e sem pudor nenhum. Ela, por sua vez, estava satisfeita por lhe proporcionar tanta satisfação. Sentindo que não ia conseguir segurar por muito tempo, Jensen se desencostou do sofá e rapidamente olhou para a esposa, que entendeu na hora o que aquilo significava. Ela a puxou para junto dele no sofá, que imediatamente só acompanhou o que ele fazia, e ergueu as pernas, sentando sobre ele. Não teve nem tempo de se acomodar em seu colo, a penetrou rapidamente e com mais força do que realmente desejava, a fazendo quase gritar com aquilo, mas quem iria culpá-lo? Ela havia lhe proporcionado tanto prazer minutos antes, queria fazer o mesmo por ela. Não que tivesse sido doloroso, muito pelo contrário.
Agarrava com força a cintura dela, como se quisesse guiar os seus movimentos, e era praticamente isso que estava fazendo.
Ela ainda vestia a camisola, e queria se livrar logo daquilo. Quando fez um movimento para tirá-la, ele foi mais rápido, a tirando antes.
Começou a sugar-lhe um dos seios, o que a fez gemer alto. Inclinou um pouco o corpo para trás, sendo segurada com força.
Tentava fazer algum tipo de carícia na nuca dele, mas devido a tudo que acontecia no momento, acabavam saindo beliscões e fortes arranhões.
Não suportando mais aquilo, ela o tirou dali, e segurando seu rosto, lhe deu um beijo intenso que ficava cada vez mais profundo conforme ele a penetrava com mais vigor.
Estavam completamente ofegantes e exaustos, só que não queriam parar de fazer amor de jeito nenhum. Era muito bom para parar só por causa do cansaço. Mas infelizmente não tinham muito controle sobre uma coisa, e foi inevitável que um dos dois chegasse ao ápice primeiro. E essa foi , e quando isso aconteceu, ela fincou com toda sua força as unhas nos ombros de Jensen, que a acompanhou logo em seguida, apertando sua cintura.
jogou seu corpo para o lado, desabando no sofá. Jensen se juntou à ela, deitando-se atrás de seu corpo, a abraçando pela cintura. Empurrou um pouco seu corpo para trás, os fazendo ficar ainda mais grudados um no outro, feito conchas perfeitas.

Era por volta de uma da tarde quando acordaram com o telefone tocando. Demoraram um pouco para levantarem e atenderem, talvez pensando que a pessoa desistiria, mas não foi o que aconteceu. Jensen levantou e foi até o criado mudo, sentou-se na cama e atendeu o telefone.
- Alô? – falou sonolento.
- Ei, Jensen, tudo bem? – Jared perguntou empolgado.
- Oi, Jared, tudo e com você? – respondeu sem muito ânimo.
- Comigo está tudo ótimo. Estou ligando para saber se você a não querem vir almoçar aqui hoje, a Zie e eu aprendemos uma receita nova e queríamos que vocês provassem - explicou animado.
- Espere um pouco - pediu e olhou para . - Almoço na casa do Jared, feito por ele e Zie, topa? – a questionou.
- Gororoba ou Jensen Ackles? – questionou a si mesma, fazendo uma cara divertida.
- ! - chamou sua atenção, mas riu.
- Bem - fez cara de pensativa -, eu fico com Jensen Ackles - piscou para ele.
- Jared, hoje não vai dar. Pode ser outro dia? – perguntou rapidamente.
- Ah, cara, tudo bem. No final de semana, o que acha? – indagou quase decepcionado.
- Por mim pode ser - respondeu.
- Beleza, então.
Desligou o telefone, Jensen continuou sentado na cama olhando para , que lhe olhava do mesmo jeito. Ela levantou-se e caminhou até ele, lhe deu a mão, o fazendo ficar de pé.
- Precisamos de um banho - o puxou para o banheiro. - E de outras coisas também - concluiu enquanto entravam no cômodo.
- Você é insaciável - brincou.
- Eu não sou insaciável, você que é irresistível - ligou o chuveiro.
- Desse jeito eu até me esqueço do cansaço - a abraçou por trás, beijando seu pescoço.
- Eu também - riu e virou-se para ele, o beijando apaixonadamente.
Fizeram amor por diversas vezes naquele dia. Estavam especialmente carinhosos e fogosos aquela semana, talvez estivessem tentando fazer algo dar certo, algum sonho se tornar realidade, mas o que não seria possível descobrir agora, provavelmente só daqui algumas semanas ou meses, nunca se sabe.


Capítulo 37 – Festa.


Abril de 2012.
e Jensen estavam no quarto se arrumando para irem à festa. Ele terminava de colocar seu sapato social preto, enquanto ela ainda estava só de lingerie branca.
- Que dúvida - olhava para o guarda-roupa, à procura de algum vestido para usar.
- Eu posso ajudar? – indagou, abotoando a camisa social preta.
- Eu agradeceria - pegou dois vestidos; um completamente branco e outro da mesma cor, mas com detalhes diferentes. - Qual dos dois?
- Deixe me ver - disse pensativo, analisando os vestidos. - Não são curtos demais? – arqueou as sobrancelhas.
- Eu vou usar legging por baixo - explicou.
- Então eu deixo - riu. - Pode ser o segundo - opinou.
- Como se eu precisasse da sua autorização - zombou dele e guardou o outro vestido de volta ao guarda-roupa. - Obrigada mesmo assim, querido - ironizou.
- Estou sempre à disposição - terminou de abotoar sua camisa e estava pronto. - Como estou? – a questionou.
- Digamos que você está apresentável - falou brincando, se aproximando dele, o puxando pelo colarinho da camisa. - Você está muito gostoso - lhe deu um selinho demorado.
- Uau - sorriu surpreso. - Eu acho melhor te esperar lá embaixo, porque se não vamos nos atrasar para a festa - disse maliciosamente.
- Concordo - riu e foi se vestir, enquanto ele saía do quarto.
Colocou o vestido e complementou o visual com um cinto prata. Embaixo do vestido, vestiu uma legging preta de algodão. E para terminar, calçou uma sapatilha preta. Deixou os cabelos soltos, e fez uma maquiagem bem leve, quase imperceptível. Foi ao encontro de Jensen, que a esperava na sala. Ele vestia uma calça jeans escura, com uma camisa social preta, e calçava um sapato social da mesma cor.
- Acho que agora posso retribuir ao elogio - falou com tom pervertido quando viu descendo as escadas.
- Comporte-se - brincou.
- Tudo bem, patroa - sorriu, a abraçando pela cintura. - Mas você está muito gostosa também - sussurrou em seu ouvido, lhe causando arrepios.
- Não me chame assim - pediu, sentindo o rosto corar.
- Por quê? – perguntou. - Me responda, gostosa - sussurrou novamente.
- Acho que já está na nossa hora, certo? – mordeu o lábio inferior e se afastou lentamente dele, sabia que não resistiria.
- Hora de quê? – se fez de desentendido.
- Hora de ir à festa - o afastou de vez. - Vamos logo - saiu em direção à porta, como se estivesse quase fugindo dele. Na verdade, ela estava.

Era o terceiro aniversário de Júlia. Misha e queriam dar a melhor festa à filha. Por isso contrataram o melhor buffet da cidade, para que servisse a melhor comida. E várias pessoas ficaram responsáveis pela decoração e as brincadeiras durante a festa. Eles moravam em uma casa grande, num bairro nobre de Los Angeles. O quintal era enorme, e por isso tinha um bom espaço para que as crianças brincassem e as mesas ficassem bem colocadas, não atrapalhando a circulação das pessoas.
O tema da festa era "Procurando Nemo", com certeza o filme favorito de Júlia. mesmo já havia perdido a conta de quantas vezes a filha pedira para ver o DVD ou simplesmente assistir com ela. também sabia desse vício de Júlia, pois sempre que a garota ia à sua casa, pedia para assistir ao filme.

O dia em Los Angeles era um típico dia de primavera. estava sentada ao lado de Lisa num sofá enorme que havia sido posto por ali, e as duas conversavam animadamente.
- A Júlia não desgruda do Ben - olhou para a amiga e as duas riram.
- Já estou vendo no que nisso vai dar. E o Misha não tem ciúmes - Lisa olhou para a amiga confusa, e riram novamente.
- Ele gosta. Diz que tem que arranjar um namorado para a filha.
- - ele interrompeu as duas, que conversavam animadamente.
- Diga - sorriu para ele.
- A e o Jensen chegaram - avisou e fez sinal com a cabeça para a entrada da casa.
- Ah, ótimo - continuou empolgada e olhou para a amiga. - Vem comigo - sorriu.
- O quê? Não! São seus amigos - Lisa disse rindo, e colocou o copo de refrigerante de lado.
- É a , você precisa conhecê-la! - puxou a amiga pela mão e as duas foram em direção à entrada da casa.

- ! - empolgou-se e a abraçou. - Que bom que você veio! – sorriu.
- Mas é claro - respondeu com a mesma animação. - Você acha que eu perderia o aniversário da minha afilhada preferida? – perguntou brincando.
- Na verdade, a gente quase perdeu - Jensen comentou.
- Sério? – o questionou intrigada e o abraçou.
- Não ligue para o que ele fala - avisou e deu um tapa no ombro dele.
- Não briguem, crianças - riu. - Essa aqui é minha amiga Lisa - apresentou-a para os dois.
- Olá, eu sou - estendeu a mão para cumprimentá-la.
- E eu, a Lisa - riu. - Finalmente estou conhecendo a famosa - brincou.
- Famosa? Eu? – apontou para si mesma.
- Sim - afirmou sorrindo. - A Júlia fala muito de você.
- Minha filha fala muito de todo mundo - comentou rindo.
- Eu tenho certeza disso - Jensen riu. - E eu sou Jensen, esposo da - cumprimentou Lisa.
- Prazer, Jensen - o cumprimentou um pouco tímida.
- Ela é sua fã - entregou a amiga.
- ! – levou um cutucão de Lisa.
- Quer tirar uma foto? Eu deixo? – tentou descontrair para que ela não ficasse envergonhada.
- Não precisa - riu sem graça. - Na verdade, eu sou fã do Dean, sabe?! - comentou. - E não exatamente do seu marido - olhou para ele.
- Todo mundo sempre preferiu o Dean - Jensen disse, se gabando.
- Mentira - protestou.
- Mentira o quê? – perguntou um pouco assustado.
- As duas coisas, eu sempre preferi o Cas - disse com os olhos brilhando e todos riram. - E quem é que assistiu "Smalville" e "Dawson’s Creek" só por causa do Jensen, hein? – questionou a amiga.
- - olhou para a amiga. - Quer que eu comece a falar que você é quase obcecada por um tal de John Francis - agora era a vez de Lisa se vingar.
- Quem é esse? – perguntou interessada.
- Um ator que faz "Bones", ele trabalha com o David, meu marido. Alías, ele até já pegou um autógrafo do John para ela.
- , uma tiete? – Jensen brincou. - Adorei saber disso.
- Tem outro também, Mark Pelegrino, conhece? – Lisa entregava a amiga.
- Meu Deus! O Misha sabe disso? – indagou, rindo sem parar.
- Ok, pessoas, que tal mudarmos de assunto? – tentou desconversar.
- Tudo bem, por hora pode - disse e todos riram, ficou um pouco envergonhada.
- Vamos? A Júlia vai adorar vê-los - falou, tentando mudar completamente de assunto. Jensen e menearam a cabeça positivamente e saíram com ela e Lisa.

Quando foram andando pela casa e chegaram à parte externa, já puderam perceber como estava o quintal: com alguns adultos, que pareciam ser daqueles locais onde eles ajudavam as crianças a se divertirem; muitos brinquedos espalhados como pula-pula, piscina de bolinha, mesas com vários doces, salgados e tudo mais.
Aproximaram-se do pula-pula, onde Júlia estava com outras crianças.
– Júlia? Olha quem está aqui - sorriu. A menina pulava, e quando ouviu a voz da mãe, simplesmente parou e olhou. Quando viu que era e Jensen, deu um sorriso, e pulou até chegar próxima a eles e se jogar no colo de Jensen.
- DINHOOO! – falou animada e todos riram, o abraçou forte. - Pensei que não fosse vir! – fez um bico.
- Eu nunca iria perder a sua festa de aniversário - sorriu empolgado e ela retribuiu o sorriso. O abraçou novamente.
- DINHAAA! – esticou os bracinhos para ir ao colo de , e eles riram novamente. Jensen passou Júlia delicadamente para o colo da esposa.
- Minha princesa! Você está toda linda nesse vestido - elogiou, sorrindo. A abraçou fortemente. - Parabéns!
- Obrigada, Dinha! Querem vir no pula-pula comigo? – perguntou empolgada.
- Não provoque o Dinho! – brincou. Lisa e riram com ela.
- Vamos combinar uma coisa? – Jensen começou. - Primeiro você brinca com os seus amigos, ai depois da festa eu prometo brincar - e muito - com você, 'ta? Muito! – passou o dedo delicadamente pela pontinha do nariz dela, Júlia fechou os olhos e fez uma careta espontânea.
- 'Ta! – sorriu animada. devolveu Júlia ao pula-pula e eles acompanharam até uma mesa onde estavam Misha e David.
Jensen e ainda não conheciam David. Foram apresentados e pouco tempo depois os seis já estavam conversando animadamente.
- F-I-N-A-L-M-E-N-T-E cheguei! – Jackson falou ao parar próximo à mesa deles.
Eles conversavam e pararam no mesmo instante.
Jackson era o melhor amigo de e Lisa. E como todos sabiam, menos e Jensen, era gay. Ele era uma figura.
- Jaaacks, você veio! – se levantou empolgada e foi para abraçar o amigo fortemente.
- Começou a loucura - Lisa brincou e falou baixinho com , as duas riram.
- Ele me parece divertido - sussurrou de volta.
- E é - piscou. As duas riram juntas novamente.
- Jacks! Esse é o Jensen e a ! São padrinhos da Júlia, você sabe... - ia explicar, mas Jackson falou antes.
- Voce é muito mais bonito pessoalmente, uau! – disse, olhando para Jensen.
- Ai, meu Deus! – disse envergonhada.
Lisa, Misha e David riram. Sabiam que aquilo era típico de Jackson, ele falava o que achava mesmo.
- Muito obrigado - Jensen respondeu sorrindo simpaticamente. Riu de leve.
- Cadê o Alex? – resolveu perguntar.
- Teve um imprevisto, mas deve estar aqui em alguns minutos - respondeu rapidamente. - Mas prazer, eu sou Jackson! – esticou a mão para cumprimentar Jensen, que o cumprimentou prontamente.
- Prazer, Jackson, eu sou Jensen - se apresentou, mesmo que não precisasse, mas era de sua educação.
– Essa é minha esposa, - a apresentou sorrindo.
- Prazer em te conhecer, ! – a cumprimentou com beijinhos no rosto e sorrindo. – Você é linda! Fazem um casal muito bonito - elogiou.
- Ah, que isso! – sorriu tímida, já sentindo as bochechas corarem.
- Quer se sentar, querido? – olhou para Jackson e perguntou educadamente.
- Eu quero – sentou-se à mesa. - Mas me contem... - ele olhou para e Jensen. – Qual das crianças aqui é de vocês? – perguntou animado. Os dois se entreolharam e riram levemente.
- Nós não... - Jensen ia responder.
- A Júlia é nossa! – respondeu rapidamente, fazendo todos na mesa rirem.
- Você é a Dinha? – Jackson falou, como se adivinhasse uma questão.
- Ela fala muito de mim, é? – sorriu.
- Você não faz ideia de como. diz que até para as coleguinhas dela na escola - riu de leve.
- Sim - confirmou. - Fala mais da Dinha, não tanto do Dinho! – brincou e recebeu uma careta de Jensen em troca.
- Mas filhos são sempre ótimos! Vocês não têm ainda? – Jackson voltou a questioná-los.
- Não ainda - sorriu.
- Mas quando tiverem a criança nascerá linda - ele continuou elogiando-os, que sorriram em agradecimento. - , cadê a Julia? Preciso falar com ela - olhou para a amiga.
- No pula-pula - respondeu sorrindo.
- Vou ali. Com licença - falou educadamente e se levantou.
- Eu chamei Jared e Zie, eles estão demorando - comentou.
- Ah, deve ser por causa da Emily, já já eles chegam - Jensen respondeu.
- Ela deve estar enorme - comentou rindo. - Quantos meses? – perguntou. e Jensen se entreolharam confusos.
- Nove, não é ? – pediu a confirmação dela. - Sim. Nove! – meneou a cabeça positivamente.

Depois de conversarem bastante e se conhecerem melhor, resolveram comer alguma coisa. estava sentada em uma cadeira, comendo um cachorro quente. Jensen estava logo ao seu lado, apoiando um dos braços no encosto da cadeira dela.
- Olha quem chegou - Jensen a avisou.
- Quem? – Lisa perguntou curiosa, estava sentada do outro lado de .
- Jared e Zie - respondeu sorrindo quando avistou Mackenzie entrando e Jared logo atrás dela, com Emily no colo, que vestia um vestidinho rosa e um laço na cabeça, da mesma cor.
- Jared Padalecki? – Lisa indagou surpresa.
- Isso, ele mesmo - Jensen disse e se levantou, indo em direção à irmã, que cumprimentava e Misha.
- Cadê a sobrinha mais linda do tio? – falou empolgado, batendo palmas para Emily, que abriu um sorriso enorme quando o viu.
- Vai com o tio Jensen, vai - Jared sorriu, entregando Emily.
- Tudo bem com vocês? – o indagou educadamente.
- Sim, só esse bebê que dá muito trabalho, mas vale a pena o esforço - disse.
- Eu não dou trabalho não, dou? – Jensen questionou a bebê de nove meses, que dava alguns gritinhos de felicidade.
- Puxou o ânimo do pai - Mackenzie chegou perto dos dois, dando um abraço no irmão.
- E a beleza da mãe - Jensen brincou.
- Espero que o seu filho puxe a beleza da , porque se parecer com você irá sofrer eternamente - revidou a brincadeira.
- O que tem eu? – perguntou assim que se aproximou deles.
- Nossos maridos e os momentos infantis deles - Mackenzie respondeu e abraçou com força a amiga. - Você está diferente - ela comentou assim que soltou do abraço.
- Diferente como? – perguntou intrigada.
- Não sei, está diferente - sorriu.
- Oi, - Jared a cumprimentou, lhe dando um beijo na bochecha.
- E aí, gigante? – brincou.
- Tudo nas alturas e você? – zombou.
- Aqui embaixo tudo está em perfeita ordem - riu da piada dele.
Jared e Mackenzie foram apresentados a David e Lisa. E Emily encantou a todos. Era loira e com olhos azuis, a pele bem clarinha, uma mistura perfeita de seus pais. estava com ela no colo, sentada à mesa, enquanto o restante circulava pela festa, brincando com as crianças, ou apenas conversando. Emily estava com as mãos todas lambuzadas, havia lhe dado alguns doces para comer.
- Sua mãe vai me matar quando vir isso - falou para a menina enquanto limpava suas mãos com o guardanapo.
De repente um menininho se aproximou dela com o olhar meio confuso. Ficou ao seu lado e fez carinho em Emily.
- Oi, lindo, como é o seu nome? – perguntou sorrindo.
- Ben - respondeu um pouco tímido.
- Muito bonito. Quer doce também? – o questionou quando viu que ele olhava para o doce sem parar. Ele meneou a cabeça positivamente.
- Obrigado - agradeceu assim que ela lhe entregou o doce e começou a comer.
- DINHAAA! – ouviu Júlia gritar e correr em sua direção.
- Oi, meu amor - sorriu.
- Eu também quero - a menina pediu e apontou para Ben, que se deliciava com o doce.
- Tudo bem - riu do ciúme dela, e lhe entregou o doce.
Ajudou Júlia a sentar-se na cadeira que estava ao seu lado, quando percebeu que ela não conseguiria fazer isso sozinha. Estava ali, com Emily no colo; Ben em pé, na sua frente; e Júlia sentada ao seu lado. Todos comendo, inclusive , tinha perdido a conta de quantos mini cachorros quentes havia comido. Ultimamente andava muito faminta, mais do que o normal.
- Ei, crianças - brincou, estava acompanhada por Mackenzie.
- Eu não sou criança - Benjamin resmungou.
- É claro que é - Júlia o corrigiu.
- Não sou - retrucou.
- É sim - o olhou brava.
- Não briguem por causa disso - Mackenzie interveio. - Que tal cortarmos o bolo? – olhou sorrindo para Júlia e Benjamin, que abriram um enorme sorriso.
- Sim! – Júlia gritou animada.
- O que acha de mais comida, hein? – perguntou olhando para Emily, balançando as mãozinhas dela.
- Você está comilona hoje, hein?! – falou desconfiada.
- Ela sempre foi - Mackenzie brincou.

Estavam todos em volta da mesa do bolo.
Júlia no colo de seu pai, e ao seu lado. Cantavam com muita animação, até mesmo as crianças que estavam por ali. Júlia apagou a vela de três anos e bateu mais palmas de felicidade. O primeiro pedaço de bolo ela deu para sua mãe, e o segundo para seu pai. O terceiro ela dividiu com e Jensen.
O bolo foi distribuído para todos os convidados. Jackson repartiu seu pedaço em várias partes e deu para Benjamin, disse que não poderia comer um pedaço inteiro porque iria virar uma bola, todos riram disso. Jared ajudou Mackenzie a dar de comer para Emily, já que a menina era bem bagunceira, o que foi comprovado quando ela conseguiu sujar seu pai e sua mãe com o bolo. , por sua vez, comeu no mínimo quatro pedaços, pelo que se lembrava.

Tudo corria muito bem. A maioria das pessoas se divertiam com os animadores que foram contratados para animar a festa. Normalmente em um aniversário, quando o bolo é cortado, os convidados vão embora, e na festa de Júlia não foi muito diferente, agora só estavam os amigos mais íntimos na casa de .
- Vem com o papai, vem! – Jared estava no pula-pula com Emily.
Segurava nas mãozinhas da filha. Estava em pé, tentando fazê-la andar, nem que fosse um pouco. Ela ria e dava alguns passinhos. Sentou-se e pegou a filha no colo, e lhe beijou na face. Ela riu e colocou as duas mãozinhas no rosto do pai.
– Você não quer pular ainda, né bebê? É muito pequena! Mas pode deixar que em um aniversário seu, eu convenço a mamãe a ter um pula-pula, 'ta? – riu.
- Jared - ouviu uma voz conhecida chamá-lo e olhou. Viu Jensen, Misha e David.
- Já estou saindo. Falei que ficaria pouco tempo aqui com a Emy - disse. Jensen riu.
- Aw, gente! Ele ainda não faz aquela carinha de Sam Winchester? – Jensen continuou brincando e fez Misha e David rirem.
- Hilário você, Ackles - murmurou rindo.
- Nós queremos entrar, vamos! Tem como você sair daí? – pediu.
- Educado como sempre - disparou. Riu logo depois.
- Por favor - acrescentou. Eles riram.
- Entrem. Eu não estou segurando vocês - disse. Jensen revirou os olhos e foi entrando, seguido por David e Misha.
– Preciso dar a Emy para a Zie! ZIE! – gritou a esposa.
Zie, , e Lisa, que estavam sentadas em um local por ali, conversando, quando viram aquela cena, começaram a rir. Zie se levantou e foi até o pula-pula.
- O que vocês vão aprontar? – perguntou rindo e pegou Emily no colo, delicadamente. - Vem com a mamãe, filha! Papai vai brincar agora - continuou rindo.
- Não vamos fazer nada, só vamos ficar por aqui - Jared respondeu com um sorriso. Jensen começou a pular e a movê-lo de lugar.
- Posso ver isso - Zie disse rindo e saiu de perto deles. Foi até onde as meninas estavam e sentou-se novamente. - Nós merecemos aquilo? – brincou e todas riram.
- Que tal a gente fingir que não conhece? – falou.
- Acho uma ótima ideia - concordou.
- Ou nós podemos pegar uma câmera e filmar isso - Lisa deu um sorriso maligno e todas concordaram com a ideia, rindo.
- Adorei! – Mackenzie falou empolgada.
- Aqui está - ela pegou a câmera digital de dentro da bolsa e sorriu.
Todas riram juntas.
- Adoro ser má! – comentou, rindo.
- Quem filma? – sussurrou.
- Hm, eu não sei filmar bem - Lisa fez bico.
- Deixem comigo, garotas! – Zie empolgou-se e elas riram novamente. - , segura a Emily? – passou a filha para o colo da amiga. - Obrigada! – agradeceu e Lisa lhe deu a câmera.
– Vamos lá, essa é a hora da verdade! – apertou alguns botões na câmera para que pudesse começar a filmar. – Pronto! Olha como isso é vergonhoso para a gente, filmar nossas crianças! Até a Emily é mais comportada que eles!
- Filma o Jared pulando atrás do Misha! – dizia aos risos. - Zie! Filma!
- É o meu trauma isso, acredite - Zie falou rindo.
- E o meu também, amiga. Isso me traz péssimas memórias - concordou e as duas riram juntas.
- Nossa, o que foi, gente? – Lisa estava um pouco perdida.
- Depois te contamos! – a olhou e deu uma piscadela.
- Emy, olha o papai! Sinta vergonha dele, nós deixamos! – falou com a bebê, rindo baixo.
- Fazer o que, né filha?! – Zie olhou para ela, que estava no colo de . - Olha o pai que escolhi para você - brincou e as quatro gargalharam juntas novamente.
Ficaram ali, daquela forma, juntas. Rindo e fazendo os vídeos enquanto os meninos se divertiam no pula-pula. Logo, Jackson entrou no quintal da casa junto com Ben e Júlia, que tomavam sorvetes em casquinhas, e já estavam lambuzados.
- Voltamos! – Jackson disse, animado.
- Mamãe! – Ben correu até Lisa e sentou-se no colo dela. - Quer? – ofereceu.
- Não, meu amor. Chega de doces! Eu não quero - riu e o beijou na cabeça carinhosamente. - Mas ofereça às outras pessoas, né?!
- Quer? – ele olhou para , Zie e , e esticou o braço com o sorvete. Elas riram.
- Não, lindo. Obrigada! – sorriu simpaticamente. Zie e fizeram o mesmo.
- O que é aquilo? – Jackson tirou os óculos escuros que usava e olhou para o pula-pula, onde os quatro se divertiam.
- É a nossa vergonha - falou.
- Mas nós já filmamos e vamos mostrar por aí - Zie riu empolgada.
- Eles não perdem por esperar - riu também.
- Não mesmo! – concordou.
- Isso prova o quanto vocês os amam - comentou, fazendo-as rirem e sentou-se junto à elas. - Eles devem ser muito bons de cama, vamos concordar.
- Jacks! Menos! – pediu e riu.
- Bom, eu não posso falar pelos outros, mas pelo meu marido posso falar... - entrou na brincadeira.
- ! – Zie a repreendeu.
- Que foi? – a olhou sem entender.
- O que é ser bom de cama, mãe? – Júlia olhou para , que ficou algum tempo em silêncio, pensando no que responderia.
- O que é tio Jackson? – ela sorriu para o amigo.
- Júlia, meu amor, ser bom de cama quer dizer que a pessoa dorme bastante, entende? - disse devagar, para que ela entendesse.
- Ah! – Júlia meneou a cabeça positivamente - Entendi. - sorriu.
- Papai é bom de cama, mãe? – Ben, que estava quieto até agora, resolveu perguntar à Lisa.
- Claro, meu amor - ela resolveu respondê-lo rapidamente, para que não houvesse dúvidas.
- Como eu invejo você! – Jackson brincou e Lisa fez uma careta para ele.
- Fico feliz que a Emily ainda não saiba falar. Pelo menos não nesse momento - Zie brincou, arrancando gargalhadas de todos que estavam ali.

teve que ir chamar Jensen para ir embora, já estava praticamente anoitecendo. Junto com eles, David, Lisa, Jared e Zie também iriam. As meninas estavam na cozinha, as crianças no quarto e os meninos saindo do pula-pula.
- Pronto. Um pouco de bolo para cada uma por que com certeza nós não vamos comer tudo isso - colocava em uma vasilha um pouco para cada uma das três. - Querem mini cachorros quentes também? Vou colocar... - falou animada.
- Nossa, hoje perdi as contas de quantos mini cachorros quentes eu comi, sério! – falou rindo. e Zie a olharam.
- Você está comendo bem - Zie riu de leve.
- Eu sempre comi bem - não tinha entendido.
- Eu sei, mas você está diferente. Para melhor, é claro - riu.
- Deve ser porque minha vida está ótima. Eu estou super feliz - sorriu. - Muito bem casada, quer mais? – brincou.
- Eu fico feliz por você, ! – sorriu, recebendo um sorriso da amiga de volta.
- É. E nem ligue em comer. É bom demais! – Lisa comentou. - Vou chamar o Ben para podermos ir embora, já volto - foi saindo da cozinha em direção às escadas.
- Pronto. Muito bolo e cachorro quente - entregou à .
- Obrigada, - agradeceu sorrindo. Abriu, pegou um doce e comeu. Zie a olhou alarmada.
- ! Ai, meu Deus, eu vou ter que perguntar.
- Perguntar o quê, sua louca? – riu.
- Você está gráv... - ia terminar a frase, mas Jensen, Jared, Misha e David entraram na cozinha, atrapalhando-as.
- Pronto. Estamos aqui! – Jensen falou. - Vamos? – se aproximou de .
- Sim, vamos. Está tarde e já estou cansada. Percebeu que a aniversariante nem liga mais para a gente? – brincou. Eles riram.
- Cansou do Dinho e da Dinha! – Misha disse e eles riram.
- Então é por isso que vamos embora - Jensen falou brincando e eles riram novamente. - O que é isso? – olhou para a vasilha que segurava.
- Quase matei a para ela nos deixar levar um pouco de bolo e cachorro quente - brincou, dando uma piscadela. - Vamos logo antes que ela mude de ideia? – riram.
Lisa foi descendo as escadas com Benjamin no colo. Todos se despediram de e Misha, e foram saindo da casa, em direção aos seus respectivos carros.


Capítulo 38 – Parabéns!


Dezesseis de maio.
Era por volta de oito da noite, estava no seu estúdio de fotografia analisando e arrumando algumas fotos que havia tirado mais cedo naquele dia. Funny a rondava choramingando, provavelmente querendo brincar.
- Mas o que foi? – parou de mexer no computador e olhou para a cachorra, que se sentou em frente à ela. - Quer brincar, é? – perguntou. - Cadê sua bolinha? – levantou-se e fez carinho na cabeça da cachorra, que começou a latir para ela, demonstrando sua felicidade.
foi até a sala e encontrou a bolinha em cima do sofá, a pegou e a jogou longe, Funny saiu correndo em disparada atrás de seu brinquedo.
Ao voltar para o seu estúdio, sentiu uma leve tontura, se apoiou no batente da porta e respirou fundo. Ficou ali por alguns minutos esperando que a tontura fosse embora. Deu pequenos passos, entrando no estúdio. Notou que a tontura havia ido embora, respirou fundo, sentou-se novamente em sua cadeira, voltando a fazer o seu trabalho.
Alguns minutos depois, a cachorra estava de volta, com sua bolinha na boca, e abanava o rabo freneticamente, olhando para .
- Tem alguém tentando trabalhar aqui - resmungou brincando, e pegou a bolinha da boca de Funny, a arremessando novamente.
Ouviu o barulho do carro de Jensen chegando, e não foi a única. Funny também percebeu e correu para a porta, pulando e a arranhando, se apressou antes que a cachorra a estragasse.
- Desesperada! - riu e abriu a porta para a cachorra, que saiu correndo em direção ao carro dele.
- Olá, menina - ele disse sorrindo assim que viu Funny toda saltitante e contente ao vê-lo, fez carinho em sua cabeça.
- Você demorou - fez bico quando chegou perto dele.
- Desculpa, pequena - a abraçou pela cintura e lhe deu um selinho.
- Tudo bem - sorriu compreensiva.
- Como você está? – perguntou caminhando com ela e entrando em casa, sendo seguidos de perto por Funny.
- Bem, apesar de um pouco de tontura - confessou.
- Tontura? Você não anda comendo direito, é? – a questionou.
- Mais do que o normal, deve ser isso - pensou. - Como demais e tenho esses efeitos colaterais - sorriu e ele retribuiu o sorriso.

Por volta de sete da manhã, acordou com ânsia de vômito. Tentou segurar um pouco, mas percebeu que não adiantaria. Levantou-se correndo em direção ao banheiro, no meio do caminho passou por cima do Jensen, que dormia ao seu lado, o assustando.
- Mas o quê? – indagou, vendo a esposa entrando toda atrapalhada no banheiro.
Levantou-se meio cambaleando e foi atrás dela. Quando abriu a porta do banheiro, a viu ajoelhada no chão, em frente à privada, e botando tudo para fora. Correu até ela, querendo ajudar.
- O que está acontecendo? – agachou-se ao seu lado, colocando o cabelo dela para trás.
- Não sei - respondeu, pegando um pouco de papel higiênico e limpando sua boca.
- Ontem a noite foi a tontura, e agora isso... - ele falou, em tom de preocupação.
- Deve ser algo que comi - disse, tentando se levantar, com a ajuda dele.
- Comeu algo de diferente? – perguntou enquanto saíam do banheiro, ela apoiava seu corpo no dele, e ele a segurava com cuidado.
- Não - respondeu assim que se sentou na cama.
- Estranho - comentou preocupado, sentando-se ao seu lado.
- Vou tentar dormir um pouco, quem sabe passa - sorriu fraco e deitou-se na cama, no lugar que ele normalmente dormia.
- Te faço companhia, caso algo aconteça - se ajeitou ao lado dela, que se aninhou no peito dele, sentindo-se bastante aconchegante.

Algumas horas depois, ela foi acordando lentamente, sentindo-o lhe fazer carinho na cabeça, mexendo em seus cabelos. Esfregou seu rosto delicadamente no peito dele, que lhe retribuiu com um beijo na testa.
- Ótima maneira de acordar - sorriu.
- Está melhor? – perguntou.
- Na verdade sim - sentou encostando–se à cabeceira da cama.
Espreguiçou, erguendo os braços e bocejando.
- Eita, soneira - chegou perto dela.
- Sim - o abraçou pelo pescoço.
- Pequena, o que será que você tem? – perguntou com a voz triste.
- Eu tenho uma suspeita, mas não sei... - disse pensativa.
- O que é? – a questionou curioso.
- Olha só - o olhou e começar a falar, contando cada detalhe nos dedos da mão. - Enjôo matinal, tonturas inexplicáveis, muito sono, preguiça, e uma fome fora do comum - terminou de explicar e Jensen fez uma expressão entendendo o que ela queria dizer.
- Será? – indagou sem esconder a esperança e felicidade em sua voz.
- Tem outra explicação? – um enorme sorriso abriu em seu rosto.
- Precisamos ter certeza - ele falou, se levantando da cama.
- Aonde você vai? – perguntou confusa.
- Na farmácia - sorriu.
- Eu vou com você - levantou também e o seguiu.

estava sentada na beirada da banheira. Ele, encostado na pia, de frente para ela. A ansiedade tomava conta dos dois.
- Quanto tempo demora? – perguntou quase desesperado.
- Três minutos - disse. - Mas para não ter dúvidas, vamos esperar cinco.
- Certo - deu um sorriso nervoso.
Os minutos nunca pareceram tão longos para os dois. Haviam comprado três testes de gravidez, queriam ter certeza absoluta do que estava acontecendo. balançava as pernas, demonstrando sua impaciência com aquilo. Jensen também não ficava atrás, estava muito nervoso e ansioso.
- Acho que já está na hora - mordeu o lábio inferior, e pegando os três testes em cima da pia, entregou para ele.
- É agora - sorriu e viu os resultados.
Um dos testes tinha um sinal de positivo; o outro, uma linha rosa meio avermelhada; e o último, duas linhas vermelhas, ou seja, estava grávida.
- E aí? – arqueou as sobrancelhas.
- Segundo isso daqui... - mostrou os três testes que estavam em suas mãos e levantou-se. - Você está grávida - sorriu completamente em êxtase.
- Sério? – sentiu os olhos lacrimejarem. Ele apenas meneou a cabeça positivamente.
- Não acredito! – gritou, pulando de felicidade e o abraçando.
- Nós vamos ser pais! – a abraçou com força.
- Sim - respondeu animada e sentiu algumas lágrimas descendo por seu rosto. - Isso é muito bom - não conseguia esconder a felicidade. E nem queria.
- Já está aqui - ele falou, acariciando o ventre dela, deixando a emoção aflorar. - Tão pequeno - se agachou lentamente, sendo observado por ela.
- E é só nosso... - chorava copiosamente.
- Só nosso! - concordou e beijou amorosamente um pouco abaixo do umbigo dela.
- Obrigada - ela agradeceu, fazendo cafuné na cabeça dele.
- Eu que tenho que te agradecer - levantou-se e alisou o rosto dela, a admirando. - Eu amo vocês - lhe deu um selinho demorado e molhado.

Vinte e quatro de maio.
colocava o travesseiro sobre a cabeça, tentando abafar o barulho de uma buzina irritante que vinha do lado de fora da sua casa. Já estava estranhando ter acordado e Jensen não estar ao seu lado, e agora isso? Resolveu levantar para ver o que estava acontecendo. Foi em direção à sacada, destrancou a porta de vidro e a abriu. Esfregou um pouco os olhos, pois não acreditava no que via. Chegou mais perto do parapeito e viu Jensen ao lado de um carro lindo, que por sinal era de sua cor preferida.
Sorriu sem entender nada, e viu que Jensen lhe sorriu de volta.
- FELIZ ANIVERSÁRIO! - ele gritou e balançou as chaves do carro no alto.
- Você está brincando? – o questionou completamente estarrecida com a surpresa. Ele simplesmente balançou a cabeça negativamente.
Ela saiu correndo da sacada quando viu que ele entrava em casa. O encontrou no topo da escada, esperando por ela e sorrindo. Não hesitou em pular em seu colo, em sinal de agradecimento.
- Obrigada! Obrigada! – falava toda empolgada enquanto distribuía vários beijos pelo seu rosto.
- Vamos com calma - a colocou com todo o cuidado de volta ao chão. - Lembra do que a médica disse. Sem fortes emoções - a recordou do que a doutora havia lhe aconselhado.
Eles tinham ido à médica alguns dias depois que o teste de farmácia havia dado positivo. fez um exame de sangue para ter certeza de que o de farmácia não estivesse errado, e ele realmente não estava. Ela estava grávida de quase três meses, e o bebê e ela estavam completamente saudáveis.
- Eu sei - sorriu. - Mas isso é tão bom - deu um beijo estalado na bochecha dele.
- E que tal ver de perto? – sugeriu, vendo o sorriso no rosto dela.
- Claro - bateu palma completamente animada.
Ao descer as escadas, ela enganchou o braço no dele, iam descendo degrau por degrau. Desde que descobriram a gravidez, Jensen tinha um cuidado extremo com , estava sempre por perto, vigiando para que ela não extrapolasse e às vezes ela sentia-se incomodada com isso, mas sabia e entendia toda a preocupação que ele tinha com ela e o bebê. No fundo, agradecia por ele ser assim.
- É tão lindo! - dizia enquanto alisava o carro por fora.
- Sabia que você iria gostar - sorriu orgulhoso por fazê-la feliz.
- Melhor presente depois dele - falou, olhando para ele e acariciando a barriga.
- E se for ela? – perguntou, abrindo a porta do veículo para que ela entrasse e o conhecesse por dentro.
- Eu sinto que é menino - disse, piscando para ele, que entrava pela porta do passageiro.
- Mal posso esperar para saber o que é - fechou a porta e sorriu.
- Eu também - sorriu de volta. - Vamos estrear o carro? – o questionou, empolgada.
- Claro, já providenciei o seguro - zombou dela, colocando o cinto.
- Sem graça - deu um tapa em sua perna. - Você que vai precisar de seguro - resmungou e deu partida no carro.
Passearam pelos arredores do bairro. adorou o seu presente de aniversário, nunca tinha ganhado algo tão bom. E agradeceu por Jensen ter se lembrado que ela era a "pequena" dele, e não ter comprado um carro imenso como o dele. O seu carro, na verdade, era perfeito para mulheres e futuras mamães; grande e muito aconchegante por dentro, sem deixar de ser delicado nos acessórios.

Naquele dia, estava completando vinte e oito anos, e tinha o melhor presente de aniversário que alguém podia pedir: esperava um filho do homem que amava. Estava tão radiante que contagiava todos ao seu redor.
A primeira pessoa para quem ela avisou que estava grávida fora sua mãe, que chorou completamente emocionada e feliz com a novidade. Seria vovó, e desejou todas as felicidades do mundo para sua filha e neto )ou neta) que estava a caminho.
Após isso, Jensen ligou para seus pais, contando a boa nova, e ficaram babando ao saber que tinha um outro neto vindo por aí.
Não demorou muito para que todos os familiares e amigos soubessem da gravidez.
Durante a semana receberam várias ligações dos amigos mais íntimos, querendo saber como eles estavam, e os dois sempre os deixavam informados sobre tudo o que acontecia.
e Jensen combinaram que não fariam uma grande festa para o aniversário dela, não queriam ter muitas preocupações com tudo isso agora. Fizeram uma pequena reunião e chamaram os amigos mais íntimos. Vieram em torno de quinze pessoas, todos estavam na sala de tv conversando e comendo pizza. Alguns se espalharam pelo chão, se acomodando no tapete felpudo e confortável, outros em vários puff gotas que tinham ali.
Os dois estavam sentados no sofá. Jensen envolvia por um dos braços, e ela se apoiava nele. estava sentada no chão com Misha e Jared ao seu lado. Mackenzie estava no sofá, ao lado de .
- Já escolheu o nome? – perguntou enquanto pegava mais um pedaço de pizza.
- Ainda não - respondeu. - Vamos esperar saber o sexo e depois decidimos o nome - sorriu.
- A já tinha decidido por Júlia antes mesmo de nos conhecermos - Misha comentou.
- Na verdade, desde que eu era adolescente... - confessou rindo.
- O Jared que escolheu o nome da Emily - Mackenzie disse, os interrompendo.
- Pelo menos para isso ele tem bom gosto - Jensen zombou.
- Não o deixe escolher o nome, - Jared retrucou, jogando uma almofada em Jensen.
- Meu filho será mais comportado que vocês dois - brincou com eles, jogando a almofada de volta em Jared.
Vários dos amigos que ali estavam sugeriram alguns nomes de criança para o bebê, Jensen e escutavam com atenção, talvez se interessassem por algum deles. Mas no fim, não foi isso que aconteceu, queriam um nome especial, que tivesse algum significado para eles.

e Mackenzie haviam preparado o bolo de aniversário. Pelo menos por fora, ele parecia ser apetitoso. Todos brincavam com elas que era perigoso comê-lo, ou que estaria tão ruim que nem a Funny iria gostar.
- E se fizer mal ao bebê? – perguntou enquanto cortava um pedaço. e Mackenzie a fuzilaram com o olhar.
- Para quem será o primeiro pedaço? – um dos amigos perguntou.
- Bom... - fez cara de pensativa. - Tem alguém muito especial aqui hoje que merece o primeiro pedaço - nesse momento, Jensen bateu no peito, se vangloriando. - O meu bebê, é claro - falou, rindo da cara divertida que Jensen fez, e foi acompanhada por todos nas risadas.
- E o segundo? – Jared indagou ansioso.
- Está bem, esse pode ser para você, querido - sorriu e entregou o pedaço para Jensen, que sorriu vitorioso.
- O próximo eu dou para a e Zie dividirem entre si, já que elas foram tão boas comigo fazendo esse bolo, que podemos dizer que está comível... - brincou e se aproximou das amigas, lhes dando um abraço.
- É assim que você nos agradece?! - resmungou, fingindo tristeza.
- Não fique brava - fez um bico para a amiga.
- Lhe daremos um desconto por estar grávida... - Mackenzie disse, passando a mão no ventre de .
- Só por causa disso também - se juntou à Mackenzie e também acariciou a barriga da amiga. - Agora nós três somos mamães! - falou empolgada.
- Coitada dessas crianças... - Jared entrou na conversa e levou um cascudo de Mackenzie, fazendo todos rirem.


Capítulo 39 – Sentimentos Inexplicáveis.


Desde que descobrira a gravidez, havia diminuído em mais da metade o seu ritmo de trabalho. Além do medo de prejudicar o bebê, ela queria poder aproveitar cada momento de sua gravidez e compartilha-lá com Jensen. Já tinham comprado as primeiras roupinhas e planejavam como seria o quarto, mas muita coisa ainda não podia acontecer, pois eles não sabiam o sexo do bebê.
Jensen achava que era menino; , uma menina. Mas os dois concordavam em uma coisa: independente do que fosse, seria amado.

Era na parte da tarde, tinha trabalhado de manhã e agora estava no shopping visitando algumas lojas com produtos especializados para grávidas e bebês. Passava horas nesses lugares, vendo tudo que tinha lá, completamente encantada. Se deixassem ela comprava a loja inteira.
- Posso ajudá-la? – uma das vendedoras, que também estava grávida, se aproximou de .
- É tão lindo – sorriu e lhe mostrou um macacãozinho verde, com ursinhos desenhados.
- Quantos meses? – perguntou interessada.
- Cinco - colocou a roupa de volta em seu lugar.
- Já sabe o sexo? – indagou sorrindo.
- Ainda não - disse. - Mas essa semana eu tenho uma consulta e espero descobrir - não tirava o sorriso do rosto.
- Não se preocupe, eu só fui descobrir sexo do meu com quase sete meses - alisou a própria barriga.
- Eu quero descobrir logo, meu marido jura que é menino. Mas eu acho que é menina - falou pensativa.
- No meu caso, nós dois acreditávamos que era menino. Mas para a nossa surpresa, é uma menina... - disse sorridente.
- Que perfeito - os olhos de brilharam. - Já tem nome? – perguntou e acariciou o ventre da vendedora.
- Não - riu. - São muitos nomes para escolher.
- Eu entendo - sorriu compreensiva.
- Então, já decidiu o que levar? – a questionou.
- Ah, sim. Esses daqui - lhe entregou dois macacões e um jogo de lençol para berço.
- Me acompanhe até o caixa - falou e a seguiu.

No caixa ela viu várias meias coloridas e se apaixonou, as levando também. Era comum sempre ir nessas lojas e sair com pelo menos três produtos de cada uma. Não conseguia sair sem comprar nada. Jensen não era muito diferente dela, sempre que chegava em casa depois do trabalho tinha alguma coisa de bebê em sua mochila.

No estacionamento do shopping, procurava por seu carro. Quando achou, desativou o alarme e abriu a porta traseira, colocando a sacola de compras lá. A fechou e entrou no veículo. Ficou alguns minutos esperando antes de ligá-lo e ir embora. Quando decidiu o fazer, sentiu algo se mexendo em sua barriga.
- Meu Deus! - colocou a mão na boca, em sinal de surpresa e emoção ao mesmo tempo. - É você? – indagou, olhando para a barriga.
Era a primeira vez que aquilo acontecia, o bebê nunca tinha se movimentado anteriormente. Perguntava-se quando aconteceria e se saberia quando iria acontecer, mas era impossível prever isso.
- Você mexeu só para a mamãe? – alisou a barriga, falando com o seu filho e sentindo lágrimas descendo pelo rosto.
O bebê mexeu novamente, fazendo soltar uma risada de felicidade e satisfação, precisava compartilhar esse momento. Pegou o celular, que estava dentro da bolsa, e ligou para Jensen.
- Amor - disse rapidamente, mas com a mistura de alegria, emoção e choro, o deixou preocupado.
- ? – indagou quase desesperado. - O que foi? – a questionou.
- A melhor coisa do mundo - falou calmamente.
- Você está bem? – perguntou.
- Sim - respondeu, o tranquilizando.
- Você me deixou preocupado - respirou fundo.
- Me desculpa, mas é que aconteceu algo maravilhoso - disse empolgada.
- O quê? – a questionou curioso.
- O bebê se mexeu - contou, sorrindo do outro lado da linha.
- Sério? – sentiu uma emoção grande dentro do peito. - E quando foi isso? – indagou.
- Dois minutos atrás - acariciou a barriga. - Foi um sentimento inexplicável, amor.
- Queria estar aí com você - confessou.
- Eu sei, mas você terá outras oportunidades - disse compreensiva.
- Pequena, eu preciso desligar - não queria parar de falar com a esposa, mas precisava.
- Tudo bem, até a noite.
- Até - ficou em silêncio por alguns segundos. - ? – a chamou.
- Oi - respondeu.
- Eu amo vocês.
- Eu te amo também - desligou o telefone, o guardando de volta na bolsa.

Por volta de oito da noite, após sair dos estúdios das gravações de um filme do qual participava, Jensen passou no mercado, atendendo ao pedido de , que estava com desejo de comer algumas coisas. Olhava em uma prateleira, à procura de uma marca específica de chocolate que a esposa tinha mencionado.
- Posso ajudar? – ela perguntou brincando.
- Oi? – olhou para o local de onde a voz vinha. - Zie! - disse surpreso assim que viu quem era. Mackenzie estava no mesmo mercado que ele, e Emily estava em seu carrinho.
- Como você está? – abraçou fortemente a irmã.
- Bem, e você? – indagou sorrindo.
- Muito bem. E você, mocinha linda? – agachou-se, brincando com a sobrinha, que sorria e falava algumas palavras indecifráveis.
- Bagunçando como sempre - Mackenzie brincou e Jensen sorriu compreensivo.
- E a mamãe, como está? – ela perguntou por .
- Falei com ela ontem pelo telefone, está super empolgada com a vinda do novo neto - respondeu sem prestar atenção na pergunta.
- Eu perguntei sobre a - riu.
- Ah! - gargalhou. - Ela está bem, hoje o bebê mexeu pela primeira vez - comentou, com os olhos brilhando.
- Esse momento é maravilhoso.
- Eu não estava lá - resmungou.
- De qualquer jeito ela seria a primeira a sentir mesmo, não é? – sorriu.
- Nisso você tem razão - foi interrompido por Emily, que gritava e apontava para um chocolate na prateleira. Jensen pegou e entregou para ela.
- E o sexo do bebê? – o questionou interessada.
- Temos uma consulta com a médica amanhã - sorriu, vendo Emily tentando abrir a embalagem. - Se dermos sorte saberemos na hora.
- Que lindo! - falou empolgada. - Eu acho que é uma menina.
- A tem praticamente certeza que é menino. Mulheres e seus instintos... - brincou.
- É, mas nesse caso é instinto maternal, não se esqueça - piscou para ele. - Mas o que você está fazendo aqui sozinho? – o interrogou quando começaram a andar pelos corredores do mercado.
- teve desejos, você sabe como é - Mackenzie meneou a cabeça positivamente. - Então, assim que saí do trabalho, vim para cá.
- Entendi - respondeu. - Qual foi o desejo dela? – perguntou curiosa.
- Chocolate - riu. - E de uma marca específica - falou, fingindo uma cara de indignação.
- Não reclame - chamou a atenção dele. - O Jared sofreu comigo, teve uma noite que eu queria comer jaca - sorriu, se lembrando. – Onde acharia jaca às quatro da manhã, fora de estação? – riu.
- Jaca? – ele gargalhou. - Pelo visto ele achou, certo? A Emily não tem cara de jaca - brincou.
- Sim, e eu quase a comi inteira - riu.
- Meu Deus! - fez cara de chocado. - Não reclamarei dos desejos da , porque comparado com os seus... - zombava da irmã.
- É melhor mesmo.

Jensen decidiu comprar mais algumas coisas para . Queria estar prevenido.
Mackenzie o ajudou a escolher algumas frutas e doces, que talvez fosse querer. Emily, por sua vez, tinha conseguido abrir a embalagem de chocolate, e estava se lambuzando toda. Jensen ria da situação enquanto a irmã limpava as mãos e boca da filha.
- Vai se acostumando - ela resmungou, tirando a menina do carrinho e a entregando para Jensen.
- Eu adoro crianças - sorriu, brincando com Emily, que colocava as mãos no rosto dele. - E a sua filha é assim por causa do pai que tem, nunca vi pessoa com tanta disposição - tirou sarro.
- Nossa - colocou a mão no peito, fingindo espanto. - Quando ele e a Emily se juntam para bagunçar parece que um furacão passou em casa - riu.
- Posso imaginar. Zie, vamos? Antes que a me ligue achando que fui abduzido ou qualquer coisa do tipo? – perguntou.
- Claro - riu da brincadeira dele.

Encaminharam-se ao caixa do mercado.
Jensen empurrava o seu carrinho de compras; e Mackenzie, o de Emily. Ele pagou por suas compras e ficou esperando pela irmã. Saíram do mercado cheios de sacolas. Jensen pegou Emily no colo e a colocou na cadeirinha do carro, enquanto Mackenzie guardava as sacolas no porta-malas. Assim que terminou, ela desmontou o carrinho da bebê, o colocando no banco da frente de seu carro.
- Obrigada - agradeceu, dando um abraço no irmão.
- Por nada, sempre que precisar... - disse sorridente. - Se cuida.
- Você também. E manda um beijo para a e o bebê - sorriu enquanto entrava no carro.
- Pode deixar comigo - acenou, se despedindo da irmã, que ia embora.
Jensen foi até o seu veículo, que não estava muito longe dali. Guardou as compras em cima do banco do passageiro, quando o sentiu seu celular vibrando no bolso da calça. Olhou no visor e viu que era , certamente preocupada com sua demora.
- Pequena - disse assim que atendeu.
- Esqueceu o caminho de casa? – perguntou, quase soando impaciente.
- Calma - riu.
- Estou com fome - resmungou. - Que hora você chega? – o interrogou.
- Em vinte minutos estou aí - avisou.
- Tudo bem, estarei te esperando - falou e desligou o telefone, deixando Jensen no vácuo e sem entender nada.
Balançou a cabeça, rindo de leve, e entrou no seu carro. Certamente estaria assim, toda brava, por causa dos hormônios que afloram durante a gravidez, isso já tinha acontecido antes. Ele relevava algumas coisas que ela dizia, pois sabia que aquela não era a sua intenção.

- Por que tanta demora? – ela reclamava, andando de um lado para o outro. Funny estava deitada no chão, a observando. - Estou faminta - resmungou, sentando-se no sofá. - Droga! - bufou.
Estava agoniada com a demora. Não gostava de ficar o dia sozinha, principalmente à noite. Queria Jensen ao lado dela o maior tempo que fosse possível, sabia que ele tinha seus compromissos profissionais e respeitava isso. Mas às vezes perdia a paciência com ele, por causa do tempo que não ficavam juntos.
Enquanto pensava na vida, ouviu o carro dele chegando e estacionando na garagem. Levantou-se do sofá e se aproximou da porta, esperando por Jensen. Assim que ele entrou, começou a lhe fazer perguntas e reclamações.
- Por que demorou tanto? – colocou a mão na cintura. - Estamos famintos, sabia? – olhou para o marido, que trancava a porta e carregava várias sacolas.
- Desculpa - pediu compreensivo. - Eu encontrei com a Zie no mercado e ficamos conversando.
- Poxa, amor - fez bico. - Eu sinto saudades de você - alisou a própria barriga. - Não gosto de ficar o dia inteiro sem te ver - resmungou. - Hoje mesmo, nós nem almoçamos juntos - fez uma carinha que comoveu Jensen profundamente.
- Pequena - colocou as sacolas no chão e chegou perto dela, segurando seu rosto com as mãos. - Estou sendo um péssimo marido - deu um sorriso torto, em sinal de arrependimento.
- Não - retrucou firme. - É que você é casado com uma mulher grávida, que necessita de atenção e carinho constantes - sorriu, fazendo bico e mexeu o nariz. Jensen riu de leve com o jeito de ser de sua pequena.
- Meu amorzinho fofo - disse, a fazendo rir. - O que foi? – indagou, se fazendo de desentendido.
- Amorzinho fofo? – franziu a testa. - Isso é muito brega - mostrou a língua para ele em sinal de nojo.
- Pequena - sorriu, apertando de leve as bochechas dela. - Me desculpa? – pediu.
- Desculpo - agora foi ela que segurou o rosto dele com as mãos e lhe deu um selinho mais que demorado.

No dia seguinte, dormia serenamente em sua cama. Jensen estava ao seu lado, a observando dormir. Olhava apaixonadamente para a esposa, admirando seu rosto perfeito e o corpo que agora era mais bonito ainda, por causa do filho que ela esperava.
Acariciou o rosto dela delicadamente, passando o polegar por sua bochecha. Aproximou-se o corpo do dela, com cuidado para não acordá-la, e lhe deu um selinho carinhoso. Desceu as mãos, chegando até o seu ventre, alisando e acariciando cada centímetro, sentindo a textura macia que ela tinha. Ficou assim por longos minutos. Sentiu algo se mexendo onde estava com a mão, e definitivamente não era , já que ela ainda dormia. Era o bebê que se movimentava, e Jensen pôde senti-lo pela primeira vez.
Um sorriso espontâneo abriu-se em seus lábios. Agora ele também tinha sentido o filho se mexendo.
Não conseguiu segurar a emoção. E para quê segurar? Algumas lágrimas escorreram de seus olhos.
Continuou com a mão no local onde o bebê havia se mexido, esperando que talvez ele se mexesse novamente, e foi exatamente isso o que aconteceu, mas dessa vez acordou com os movimentos do filho.
- Você sentiu? – perguntou baixinho, sorrindo. Ele apenas meneou a cabeça positivamente.
viu as lágrimas no rosto do marido e passou a mão no local para enxugá-las, sorrindo gentilmente e compreensiva. Sabia muito bem o que ele estava sentindo naquele momento, era o mesmo sentimento que ela havia sentido no dia anterior, quando o bebê mexeu pela primeira vez.
- Como é possível amá-lo tanto? – ele perguntou, lhe dando um beijo na barriga.
- Não sei - sorriu.
- Maravilhoso - disse, completamente admirado com tudo que estava acontecendo.
- E é só nosso - ela fez uma cara divertida.
- Eu não me canso de dizer isso, muito obrigado - agradeceu antes de lhe dar um selinho.
- Jensen - riu. - Eu não o fiz sozinha, então agradeça a si mesmo também - brincou.
- É tão bom sentir tudo isso com você - sorriu carinhosamente.
- Eu concordo plenamente - sorriu de volta, e agora ela lhe deu um selinho demorado.
Ficaram na cama por mais algumas horas.
O bebê se mexeu por mais algumas vezes, e ambos sentiram. Emocionaram-se e choraram juntos. Parecia até que o bebê sabia que os dois estavam ali, e queria se mostrar para eles.

Algumas horas depois, os dois estavam se arrumando para irem ao médico. Fariam o ultra-som, e se tivessem sorte com a colaboração do bebê, descobririam o sexo.
vestia uma bata vermelha, com uma calça jeans bem confortável e uma sandália rasteira. Jensen usava uma camisa pólo azul marinho, calça jeans e tênis.
- Está pronta? – perguntou para , que saia do banheiro.
- Sim - sorriu e pegou sua bolsa, que estava em cima da mesa que ficava no quarto.
- Eu levo para você - disse, tirando delicadamente a bolsa das mãos dela, esticando o braço para ela apoiar-se nele.
- Meu marido é tão gentil - brincou.
- Só com quem merece - riu.
- Besta - bateu levemente no ombro dele.

No caminho para o médico eles foram conversando sobre o sexo do bebê e como ele seria. Sonhavam com ele desde o dia que descobriram a gravidez, e até planejavam coisas para fazer quando ele fosse grande ou lugares para levá-lo. Sempre surgiam comentários do tipo "precisamos trazê-lo aqui", ou "ele vai ficar lindo com essa roupa". Nem se importavam se iriam parecer bobos ou qualquer coisa do gênero... eles seriam pais, e quais deles não são completamente bobos com suas crias? Certamente os dois seriam mais que todos.

Aproximadamente vinte minutos depois, eles chegaram à clínica.
Jensen a ajudou a sair do carro, e lhe deu o braço para que ela se apoiasse nele novamente, não que isso fosse necessário. Mas ele queria mostrar que sempre estaria ali para ajudá-la. A recepcionista os levou até a sala onde seria atendida. Indicou a maca para se deitar, e ela o fez. Jensen ficou ao lado da esposa, segurando sua mão.
- Como estão os papais? – a médica disse sorridente assim que entrou na sala.
- Ansiosos - disse sorrindo, um pouco nervosa.
- Se acalme, mãe - sorriu compreensiva para e sentou-se na cadeira ao lado da maca, ligando o monitor que tinha ali.
- Vamos descobrir o sexo? – Jensen perguntou esperançoso.
- Se o bebê colaborar sim - disse, pegando o aparelho que colocaria na barriga de . Logo em seguida pegou o gel.
- E ele vai, eu sei - falou firme, sorrindo para Jensen, segurando com mais força sua mão.
- Vamos lá - a doutora levantou a blusa de e espalhou o líquido na barriga. Começou a passar o aparelho por cima. - Olhe quem está ali - apontou para o monitor e imediatamente os dois olharam para lá.
- Que lindo - se emocionou ao ver o filho e sentiu algumas lágrimas descendo pelo rosto.
- Perfeito - sentiu a mesma emoção que a esposa. - Ele está entrelaçando as mãos? – perguntou, apertando os olhos para tentar ver melhor.
- Sim - a médica sorriu. - Está se mostrando para os pais.
- Aw, meu bebê, ele é igual ao pai - brincou com Jensen, que sorriu para a esposa.
- Querem saber o sexo? – perguntou, olhando para os dois, que se entreolharam e menearam a cabeça positivamente.
- Estão vendo isso aqui? – indicou um local no monitor e olharam fixamente.
- É um menino? – Jensen indagou, sorrindo com a descoberta.
- Isso mesmo - afirmou. - Um meninão - sorriu animada para eles.
- Menino! - emocionou-se ainda mais e segurou firme a mão do esposo.
- Nosso menino - correspondeu com a mesma felicidade e empolgação. virou o rosto para ele e lhe deu um selinho carinhoso.


Capítulo 40 – Bem vindo.


Nove meses de gravidez, e muitas emoções aconteceram desde o dia que descobriram que teriam um filho: a descoberta, os primeiros desejos, a primeira vez que ele mexeu, a primeira vez que os pais o viram e entre várias outras coisas que Jensen e jamais esqueceriam, e só os pais de primeira viagem sentem.
Faltavam poucos dias para o bebê chegar ao mundo, conhecer seus pais e ser conhecido por todos.
O nome ainda não havia sido escolhido, muitas vezes por que os dois não entravam em um acordo ou quando entravam, mudavam de ideia algumas horas depois.
estava deitada em sua cama enquanto Jensen tomava banho na suíte do casal.
Ela vestia apenas um top e uma calça de moletom.
- Qual será seu nome, hein bebê? – falava com o filho, acariciando a barriga. - Peter? – perguntava, fazendo bico. - Acho melhor não - dizia. - Paul? – ficou pensativa. - Paul é um nome bonito.
- Mas eu não gosto - estava tão distraída que não viu quando Jensen saiu do banheiro.
- Você gosta de qual nome? – arqueou as sobrancelhas.
- Não sei - foi sincero e sentou-se ao lado da esposa na cama, lhe dando um beijo na testa e depois outro na barriga.
- Amor - ela disse, um pouco apreensiva. - Eu queria fazer uma homenagem ao meu pai.
- David é um nome bonito - sorriu carinhosamente para ela.
- Mas eu quero colocar como segundo nome - explicou.
- Por mim, tudo bem - afirmou. - Mas qual será o primeiro nome?
- É, então... - riu.
- O que acha de Alan David? – indagou, um tanto empolgado.
- Jens - riu daquilo, franzindo a testa.
- O que foi? – a questionou sem entender.
- Não combina - disse sinceramente.
- Talvez você esteja certa - fez bico.
- Jason? – ela perguntou sem muita certeza.
- Não, já tem muitos nomes com J na minha família - brincou.
- Verdade - riu. - Jensen, Joshua, James, Justin.
- Já estouramos o limite - gargalhou.
- Ryan? – chutou. - Henry? – sorriu.
- Você gosta de alguns desses nomes? – perguntou de um jeito irônico.
- Mais ou menos - foi sincera.
- Você não quer que o nosso filho tenha um nome que gostamos mais ou menos, certo? – sorriu quando o filho mexeu na barriga da mãe.
- Acho que ele já respondeu por mim - brincou.
- Ele é inteligente, puxou o pai - disse, se gabando e piscando para ela.
- O que acha de Thomas? – perguntou distraída.
- Eu gosto - respondeu, sorrindo de imediato.
- Sério? – riu e indagou como se não estivesse acreditando, ele meneou a cabeça positivamente.
- Thomas David, que tal? – arqueou as sobrancelhas para ela e sorriu.
- Gostei - sorriu empolgada. - Tommy - fez uma careta divertida.
- Então está decidido? – a questionou, querendo ter certeza absoluta.
- Sim - afirmou. - E o Tommy está com fome - comentou.
- Ah, é? – sorriu e levantou-se para lhe dar um beijo na bochecha.
- E com fome de cookies - brincou, mordendo o lábio inferior.
- Para quem será que ele puxou? – cerrou os olhos, tirando sarro dela, levantando-se por completo.
- Não faço ideia - respondeu, balançando a cabeça negativamente e fazendo bico.
- Só cookies? – perguntou antes de sair do quarto.
- Pode trazer leite também - pediu.
Jensen se retirou, indo em direção à cozinha. Assim que chegou lá, pegou as cookies que estavam guardadas no armário e o leite na geladeira, o colocando em um copo. Pegou um para si também. Pôs tudo em uma bandeja e voltou para o quarto.
- Querida, cheguei - brincou rindo, mas se deu conta que falou sozinho. não estava ali - Pequena? – a chamou e a ouviu respondendo que estava no banheiro.
Colocou a bandeja em cima da cama, sentou-se na mesma e começou a comer.
- Sou pior que uma cachoeira - ouviu reclamar quando ela saiu do banheiro. Jensen riu.
- Falta pouco - sorriu compreensivo.
- É - andou em direção a ele, sentando-se ao seu lado na cama.
- Que delícia! - disse, com a boca ainda cheia do biscoito.
- Está evoluindo como cozinheira - a elogiou.
- Obrigada - agradeceu sorrindo.
Alguns minutos depois os dois já tinham devorado todos os biscoitos e estavam mais do que satisfeitos. Quando fez menção de pegar a bandeja com os copos sujos, Jensen foi mais rápido, não a deixando fazer isso.
- Jensen! - resmungou, colocando as mãos na cintura.
- Me deixe fazer isso - deu um sorriso maroto.
- Eu estou grávida, e não doente... - fez uma careta.
- Eu sei disso, mas não quero que você faça esforço.
- Lavar louça é esforço? – o indagou irônica.
- Para quem está prestes a dar a luz, é! - disse sério.
- Ai, está bem, vai lavar a louça então - brincou e falou quase em um tom autoritário.
- Já volto - piscou para ela e saiu do quarto.

foi até o guarda-roupa e vestiu uma camiseta do marido que tinha ali, riu do jeito de Jensen, mas mentalmente agradeceu por ele ser assim. Realmente não tinha do que reclamar, era o melhor marido que poderia ter.
Jensen estava na cozinha ajeitando as coisas e pensava como era um homem de sorte. Tinha a mulher que sempre amou, e a mesma esperava um filho dele. Só deles. Sorriu sozinho imaginando como esse pequeno seria, se seria igual a ele ou igual à . Não que isso importasse muito, pois Tommy seria amado de qualquer jeito. Aliás, ele já era muito amado.
Assim que terminou de arrumar tudo, saiu da cozinha e foi direto para o quarto. Quando entrou, não estava lá. Foi ao banheiro, esperando encontrá-la, mas também não estava.
- Cadê ela? – perguntou para si mesmo e lembrou-se que talvez estivesse no lugar que ela considerava como o seu favorito naquele momento.
Saiu do seu quarto e viu a luz do cômodo ao lado acesa. Andou lentamente até lá, abrindo a porta. Assim que entrou viu, sentada na poltrona que tinha no local, que era o futuro quarto do bebê.
- Sumiu de novo - ele brincou, a fazendo rir.
- Fiquei com saudades daqui - fez um biquinho.
- Você já esteve aqui hoje pelo menos cinco vezes - sorriu, ficando de frente para ela e apoiando seu braço no berço.
- Imagina quando o Thomas estiver aqui?! - apontou para onde ele se apoiava.
- Nesse caso, acredito que nós dois que não vamos sair daqui - riu.
- Você tem toda razão - riu de volta para ele.
- O que você acha de irmos dormir? – fingiu um bocejo.
- Pode ser - sorriu. - Já está tarde mesmo... - levantou-se, sendo ajudada por ele.

Durante a noite, não conseguiu dormir tranquilamente, a barriga já pesava muito e a incomodava, não conseguiu encontrar uma posição em que ficasse confortável o suficiente para relaxar e dormir.
Levantou de madrugada para ir ao banheiro, e assim que voltou para cama, se deitou de barriga para cima, até que conseguiu tirar um cochilo, mas que não durou muito tempo, pois acordou com Jensen a chamando.
- Pequena - lhe chamava, a chacoalhando.
- O que foi? – perguntou um pouco brava.
- Acorda... o bebê - dizia, quase sem palavras.
- Ele está bem - respondeu sem abrir os olhos.
- A SUA BOLSA - gritou em desespero.
- O QUÊ? – disse no mesmo tom e sentou-se rapidamente. - Meu Deus! – colocou a mão na boca quando viu que a cama estava completamente encharcada.
Estava alarmada, sentiu o coração bater violentamente mais forte.
Era a hora: Thomas estava a caminho.
Olhou para Jensen e viu que ele estava do mesmo jeito que ela, mas tentava controlar para não deixá-la mais ansiosa do que já estava.
- Vamos - levantou-se da cama e foi para o lado dela, a ajudando se levantar também.
- Estou com medo - não segurou o nervosismo e começou a chorar.
- Pequena - segurou o rosto dela em suas mãos, com carinho. - Acalme-se, por favor - pediu gentilmente e sentindo o choro vindo à tona também, mas se segurou. - O bebê e eu precisamos de você calma. Você consegue fazer isso, eu sei que consegue. Me promete que vai tentar se acalmar? – pediu.
, um tanto aflita, meneou a cabeça positivamente.
- Venha - a puxou delicadamente pela mão.
- Será que vai dar tempo de chegar ao hospital? – perguntou um tanto aflita.
- Claro que vai dar - sorriu amorosamente.
Jensen ajudou sua esposa a vestir alguma roupa.
colocou uma calça moletom, uma blusa florida e um casaco para se proteger do frio que fazia em novembro. Ele pegou a mala dela e a do bebê, que já estavam prontas há semanas.

No caminho até o hospital Jensen dirigia rapidamente, mas tomando todo o cuidado possível para que nada acontecesse.
- Preciso da minha mãe - o avisou.
- Assim que chegarmos ao hospital, ligarei para ela.
- Tudo bem - ela respirou fundo. - Você pegou a mala do bebê?
Jensen já havia perdido a conta de quantas vezes tinha lhe perguntado isso.
- Sim - respondeu e sorriu compreensivo.
- E a... - ia questioná-lo novamente quando ele a interrompeu, adivinhando sua pergunta.
- Sim, peguei a sua mala também e já avisei sua médica que estamos indo ao hospital.
- É, você já fez tudo - riu de si própria.
- Fica tranquila, amor - disse calmamente.
- Estou tentando.
- Vai ficar tudo bem - tentava confortá-la enquanto chegavam ao hospital.
- Espero que sim - sorriu, não escondendo seu nervosismo.

Já na sala de parto e devidamente vestida com a roupa do hospital, estava na cama, sendo examinada pela médica.
- Cinco dedos de dilatação. Estamos quase lá - a médica lhe avisou, levantando-se e retirando as luvas.
deu um sorriso fraco, estava muito nervosa para ser simpática como normalmente era. Respirava fundo, tentando se acalmar, mas era completamente em vão. Sorriu quando viu Jensen entrando no quarto, ele tinha ido ligar para os parentes.
- Falei com a Verônica - disse ao se aproximar da esposa.
- E ela?
- Estará aqui amanhã - respondeu com um sorriso.
- Mas eu preciso dela agora - franziu o cenho e choramingou.
- Pequena - Jensen acariciou sua cabeça e lhe deu um beijo amoroso na testa -, estarei aqui, não se preocupe - tentou passar confiança.
- Verônica é a sua mãe? – a médica se intrometeu na conversa dos dois e lhe respondeu, balançando a cabeça positivamente.
- Amanhã ela conhecerá o neto - avisou, tentando tranquilizá-la.
- Pense nisso, amor - Jensen concordou com a médica.
- Liga para ela de novo, por favor? – olhou para o marido, que acenou com a cabeça, pegando o celular que estava no bolso da calça. Algum tempo depois, ele falava com a sogra.
- Sim, eu sei. E falei para ela... - sorriu, olhando para . - Vou passar, espere - avisou e entregou o telefone para a esposa.
- Mãe - disse com a voz chorosa.
- Meu amor, se acalme.
- Eu preciso de você aqui - confessou.
- Filha, você não precisa. Você tem o Jensen ao seu lado.
- Eu sei disso, mãe.
- Você tem que pensar no bebê nesse momento, eu estarei aqui torcendo para que dê tudo certo com você, e amanhã eu chegarei aí para mimar muito esse meu neto, que vai ser lindo! - falava e finalmente se acalmava.
- Você promete que vai dar tudo certo? – pedia.
- Claro que prometo, filha - afirmou. - Assim que ele nascer, vocês me ligam? – indagou.
- Sim - garantiu, entregando o telefone de volta para Jensen.
Respirou aliviada após falar com sua mãe, mas não demorou muito porque logo em seguida sentiu uma contração, apesar de ser mais amena por causa da anestesia, ela ainda sentia algumas dores. Jensen aproximou-se dela novamente e segurou sua mão com força, lhe dando total apoio.
- Respire fundo - lhe avisou.
- Eu tento - sorriu fraco enquanto a contração passava.
- Inspira e expira - a médica lhe aconselhou, e ela respondeu, balançando a cabeça positivamente.
- Vai demorar muito? – perguntou, se recostando na cama.
- Pelo jeito que está indo, acho que no máximo em três horas esse mocinho estará aqui - sorriu.
mordeu o lábio inferior e olhou para Jensen, que estava com um sorriso estampado no rosto. Sentiu que ele permanecia nesse estado de espírito desde o começo, o que estava a ajudando bastante. Sentia plena confiança quando ele estava assim.

As horas foram passando lentamente, pelo menos para ela, que era quem sentia as dores. Quando estava com nove dedos de dilatação, a médica resolveu levá-los para a sala de parto, que era mais apropriada.
- Vem aqui - chamou Jensen, que conversava com a médica.
- Que foi? – aproximou-se dela.
- Fica do meu lado - pediu e ele sorriu gentilmente, segurando sua mão e beijando o dorso da mesma.
- Estarei aqui o tempo todo - a avisou, que suspirou aliviada.
- - a médica chamou.
- Sim.
- Em alguns minutos começaremos o procedimento, tudo bem?
- É, sim - disse meio sem jeito e olhou para Jensen, que riu de leve. - Ele está vindo - sentiu algumas lágrimas escorrerem pela face.
- Sim, meu amor - Jensen acariciou seu rosto, beijando o local onde a lágrima passou. - E vai dar tudo certo, confie em mim.
- Eu confio - sorriu e lhe deu um selinho demorado.
- Vamos? – a doutora disse, olhando para os dois, e recebeu a confirmação deles.
começou a fazer força, e ia aumentando conforme a médica pedia.
Jensen a ajudava falando palavras de incentivo e a elogiando, falando como ela estava se saindo bem. Aproximadamente meia hora depois de muito esforço, ela já estava exausta e não tinha mais de onde tirar forças. Mas Thomas ainda não havia nascido, então era preciso que ela arranjasse forças de algum lugar.
- Eu não aguento mais - reclamou, jogando seu corpo para trás e se encostando à cama.
- Falta pouco - a médica disse.
- Você disse isso há cinco minutos - resmungou.
- Pequena - Jensen se inclinou sobre ela. - Eu preciso de você agora, por favor - pediu.
- Faz força por mim? – sorriu desanimada.
- Se eu pudesse faria, mas eu não posso - riu de leve.
- Eu sei - respirou fundo, se recompondo e voltando à posição anterior.
- Mais uma vez? – ele perguntou.
- Vamos lá - pegou novamente em sua mão e começou a fazer força.
- Isso - a médica incentivava. - Já posso ver a cabeça - disse, o que fez com que tirasse força de onde nem sabia que tinha.
- Vai, Pequena, você está fazendo um ótimo trabalho - Jensen dizia.
segurou com firmeza o próprio joelho, inclinando seu corpo para frente, enquanto Jensen, com uma das mãos, segurava a mão dela. Com a outra, puxava a perna dela para trás, fazendo com que ela ficasse mais inclinada.
- Empurra - a doutora dizia. - Ele está chegando.
- Vamos, amor - apertou a mão dela.
- AAHHH! – berrou, tirando de si toda a força que existia. Logo em seguida pode-se ouvir o choro de Thomas.
- Você conseguiu! – Jensen vibrou de felicidade, dando um beijo carinhoso na testa da esposa, que deixou seu corpo cair na cama tamanho era o cansaço.
Uma das enfermeiras que estava ali pegou Thomas, o levando até , e o colocou sobre seu peito.
Ela abraçou o filho, lhe dando um beijo em seu rosto. Jensen pegou a tesoura, e orientado pela médica, cortou o cordão umbilical.
- Ele é lindo! - disse emocionada, e aconchegando mais o bebê em seu colo.
- Perfeito - o novo papai disse, fazendo carinho na cabeça de Thomas. - Obrigado - ouviu Jensen dizer, e quando olhou para o marido, viu que ele chorava compulsivamente.
- Amor... - o chamou compreensiva.
- Vocês são a minha vida - os abraçou com cuidado.
- E você é a nossa vida! - ela retribuiu o carinho.


Capítulo 41 – Vida de Bebê.


- Amor, dá para você ir mais devagar? – perguntou irônica, um pouco impaciente.
- Eu não vou acelerar – reclamou.
- Mãe, faz alguma coisa? – pediu para Verônica, que estava sentada na parte de trás do carro, ao lado de Thomas, que dormia tranquilamente no bebê conforto.
- Dessa vez eu tenho que concordar com o Jensen... – sorriu e a filha cerrou os olhos.
- Pequena, vocês acabaram de sair do hospital, tenho que ter cuidado – ele explicava pacientemente.
- Mas é por isso mesmo. Fiquei três dias no hospital, quero minha casa logo! – resmungou, cruzando os braços feito criança. – E não precisa andar a dez quilômetros por hora.
- Que isso! – Jensen protestou, batendo a mão no volante. – Estou a vinte por hora – riu e Verônica o acompanhou.
- Abusem de mim enquanto estou sob os efeitos dos remédios, eu deixo – riu de leve.
- Pode deixar com a gente, não é, sogrinha? – brincou.
- Mas é claro que sim, e o Tommy entra nessa também – riu.
- Estou feita! – disse, fazendo careta.

Assim que estacionou na garagem de casa, Jensen saiu do automóvel e foi ajudar a sogra a tirar o bebê conforto do carro. Após isso, foi auxiliar . Queria carregá-la no colo para que não fizesse esforço, mas ela se recusou a sair do carro desse jeito. Apesar de relutante, Jensen desistiu.
Entraram em casa. Verônica segurava Thomas, que continuava dormindo em seu bebê conforto; andava lentamente, sendo amparada por Jensen.
- Agora eu te carrego e não adianta reclamar – ele disse assim que chegaram ao pé da escada.
- Ai, meu Deus! – reclamou. – Eu consigo subir – falou, colocando o pé no primeiro degrau.
- Não interessa – afirmou, a pegando delicadamente no colo.
- Mãe! – resmungou.
- Filha, ele tem razão - sorriu carinhosamente.
- Eu não tenho chance, né? – riu de leve.
- Enquanto eu estiver aqui, não tem - ele dizia enquanto subia as escadas com em seu colo. Verônica vinha logo atrás.
Foram desse jeito até chegarem ao quarto do casal. Jensen colocou delicadamente sobre a cama.
Verônica tirou Thomas de seu conforto e o entregou para o genro.
- Eu vou tomar um banho e descansar - os avisou. - Se precisarem, é só me chamar, tudo bem? – perguntou para eles antes de sair do quarto.
- Você não dorme desde que chegou, fique à vontade, mãe - sorriu em agradecimento a tudo que ela estava fazendo por eles.
Verônica se retirou, deixando os dois a sós. Jensen ficou com Thomas em seu colo, e andava pelo quarto com ele, o balançando vagarosamente.
- Eu preciso dormir - bocejou, se ajeitando na cama.
- Pode dormir, eu cuido dele - sorriu compreensivo para a esposa, que lhe sorriu de volta em agradecimento.
- Boa noite - riu de leve e fechou os olhos.
- Bons sonhos.
Não demorou muito para que adormecesse profundamente. Desde que Thomas havia chegado ao mundo, ela não conseguira dormir várias horas seguidas, ainda mais no hospital que sempre tinha alguém entrando no quarto, seja enfermeira ou visitas. Mas agora estava em casa, e seria bem mais fácil e tranquilo para conseguir descansar o que realmente precisava.
Jensen levou Thomas até o seu quarto, que ficava ao lado da suíte do casal. Sentou-se no sofá que tinha ao lado do berço, e iniciou uma conversa com o filho.
- Thomas David Ackles - dizia sorrindo e olhando para o bebê, que dormia profundamente. – Quem diria que esse seria o nome do meu filho? – perguntou e não tirava o sorriso do rosto.
- A vida é incrível, né? Você nasceu de um amor que eu achei que nunca seria capaz de sentir por alguma mulher - continuava a falar. - Sim, eu amo muito sua mãe, é provável que eu a ame mais do que amo a mim mesmo. Engraçado, certo? – riu de leve. – Espero que algum dia você encontre alguém assim em sua vida - sorriu ao lembrar-se da primeira vez que olhou para como mulher, e não mais como sua garotinha que tinha necessidade de proteger. – Se bem que isso seria quase impossível - pontuou.
– Achar outra no mundo não seria tarefa fácil, ela é única - afirmou. - Quando você for maior entenderá isso e poderá ver com os próprios olhos o que eu te digo, e eu não tenho dúvidas que ela será uma mãe maravilhosa, ela adora crianças, sabe? – arqueou as sobrancelhas, se lembrando dos momentos que viu cuidando de seus sobrinhos e da afilhada deles.
– Está certo que no começo ela não tinha muito jeito, mas hoje em dia eu posso dizer que ela sabe praticamente tudo sobre vocês - segurou a mão do filho. – E tem o instinto maternal, ele sempre funciona - falava com certeza.
Ficou horas ali, conversando com o filho, que com certeza não entendia nada de que seu pai falava. Mas Jensen não se importava com isso, sentia-se tão bem falando com o bebê, lhe contando coisas sobre sua vida de solteiro e sobre a vida dele com ...
De vez em quando, no meio desse bate-papo, Thomas fazia alguns barulhos que, para Jensen, era opinião ou resposta para suas perguntas, e ria de si mesmo quando o bebê fazia isso.
Ele só percebeu quanto tempo passou quando o filho acordou resmungando e começou a chorar.
- Ih, meu filho, isso que você quer só sua mãe pode lhe dar - o avisou, saindo do quarto e indo em direção à suíte.

escutou de longe um choro de bebê. Foi acordando aos poucos e se acostumando com a claridade do quarto.
Assim que abriu os olhos, viu Jensen com Thomas no colo, tentando acalmar o filho, que não parava de chorar.
- Fome, né? – sorriu e sentou-se na cama. Jensen respondeu, balançando a cabeça positivamente.
Entregou Thomas à , que o pegou delicadamente, o ajeitando em seu colo até que ele ficasse confortável. Começou a lhe dar de mamar. No mesmo momento, o bebê interrompeu o choro e sugou o seio de sua mãe com vontade. Jensen observou essa cena completamente encantado, sempre achou lindo mulheres amamentando seus filhos, e agora era a mulher de sua vida amamentando o filho deles.
- Amor - ele a chamou.
- Sim - olhou para ele.
- Eu tenho que tomar banho, mas não quero sair daqui - confessou, fazendo uma expressão que fez se emocionar.
- Seu pai poderia ser mais fofo? – voltou sua atenção para o filho. - Mas pode ir tomar banho que eu tenho certeza de que quando você voltar, ele ainda estará mamando - sorriu, o avisando. - E você está precisando de um banho mesmo - riu de leve, brincando.
- Obrigado pela sinceridade - disse cabisbaixo, balançando a cabeça.
- Vai logo - ordenou e riu do jeito dele.
- Eu vou, mas eu volto - a avisou, entrando no banheiro.
Alguns minutos depois, Jensen saía do banho e continuava a amamentar Thomas, que parecia que não comia há horas. Jensen vestiu seu pijama e se juntou aos dois na cama.
- Puxou o pai - ele comentou, acariciando sua cabeça.
- Você ainda tem dúvidas? – brincou.
- Mas tem que ser assim mesmo, para ficar tão lindo quanto eu - riu, se gabando.
- Só se for na beleza, porque no egocentrismo eu dispenso - ela fez careta.
- Eu te amo também - deu um beijo estalado no rosto da esposa.
Ficaram ali por um bom tempo.
Enquanto mamava, Thomas segurava a mão de seu pai, que estava o observando atentamente. Assim que terminou de mamar, ele soltou o seio da mãe e dormiu rapidamente.
- Agora quem precisa de um banho sou eu - disse, cansada.
- Pode ir, eu fico com ele - sorriu e se endireitou para pegar o filho.
levantou-se vagarosamente, indo em direção ao banheiro, lá tomou seu banho tranquilamente, tirando todo aquele cansaço que estava em seu corpo.

Enquanto isso, Jensen estava na cama, com o filho deitado em seu peito. Sentia toda vez que o bebê respirava pesadamente. Lembrou-se quando sua mãe lhe disse que ele era um bebê que tinha sono pesado, e isso não era diferente com Thomas... obviamente puxou mais uma coisa do pai.
Ao sair do banheiro, viu essa cena linda: Thomas deitado sobre o seu pai, dormindo tranquilamente. E Jensen não ficava para trás... acabou pegando no sono também.
Sentiu uma dor no coração por ter que acordá-lo, mas era necessário, mesmo não querendo fazer isso.
Aproximou-se dos dois e chamou o esposo algumas vezes.
- Jensen!
- Sim? – ele perguntou, acordando.
- O Tommy tem que ir para o berço - o avisou.
- Por quê? – indagou um pouco confuso.
- Porque se ele dormir entre nós, será esmagado - sorriu, arqueando as sobrancelhas.
- Por você - afirmou, brincando.
- É, vamos logo - sussurrava para não acordar o filho.
- Tudo bem - levantou-se com cuidado.
- Boa noite, meu amor - deu um beijo no rosto de Thomas.
Jensen se retirou do quarto com o filho, indo em direção ao quarto do bebê.
Chegando lá, o colocou no berço e ficou esperando por alguns minutos, caso ele acordasse. Ligou a babá eletrônica, a colocando pendurada no móvel.

Algumas horas depois, os dois dormiam profundamente quando foram acordados pelo choro quase estridente do filho. tentou se levantar, mas foi impedida por Jensen.
- Deixa que eu vou - a avisou, se levantando.
apenas meneou a cabeça positivamente, ainda estava dolorida e completamente sonolenta para sair andando. Jensen voltou com Thomas no quarto, e ele estava um pouco mais calmo.
- É cólica - explicou e colocou o bebê delicadamente sobre a cama deles.
- Sério? – franziu a testa, em sinal de desespero.
- Sim - sorriu e começou a fazer pequenas massagens em círculos na barriga do filho, que lentamente se acalmava.
- Amor, ele está sofrendo - resmungou e algumas lágrimas escorreram por seu rosto.
- Já está passando, não fique assim - olhou para a esposa de um jeito carinhoso.
- Não dá - iniciou um choro copioso.
Nesse momento eles ouviram uma batida de leve na porta do quarto. Era Verônica, que tinha escutado o choro do neto e foi ver se eles precisavam de alguma coisa, e se estava tudo bem.
- Pode entrar - Jensen disse, sem parar a massagem.
- Como ele está? – Verônica indagou assim que abriu a porta do quarto e viu o que seu genro fazia.
- Ele está com cólicas - respondeu, chorando.
- Não fique assim - se aproximou da filha e lhe deu um beijo na cabeça.
- Eu não posso fazer nada para ele melhorar... - disse, fungando.
- Mas é assim mesmo, querida - explicava para a filha. - Você também teve cólica quando era bebê.
- Deveria ser proibido - bufou.
- Ele está melhorando, olha só - Jensen chamou a atenção das duas, mostrando o filho, que agora chupava a mão e resmungava pouco.
- Me dê ele - Verônica pediu e Jensen a atendeu prontamente, pegando o filho e lhe entregando.
Assim que pegou o neto em seu colo, ela o virou de bruços e começou a balançá-lo vagarosamente, o menino não tirava a mão da boca por nada. - Isso sempre resolve - sorriu para os dois, que a observavam.
- Meu bebê - fez um bico e Jensen se aproximou dela, a abraçando.
- Pequena, ele já está melhor - tentou tranquilizá-la.
- Me dê ele? – pediu para sua mãe, que sorriu compreensiva para ela, lhe dando o filho.
o segurou com amor e ficou olhando para ele por longos segundos, lhe deu um beijo na testa e ficou o analisando. Tentou por algumas vezes lhe dar de mamar, mas pelo jeito o menino estava mais interessado em ficar com a mão na boca do que no leite.
- Filho, isso não é comida - Jensen disse, tirando a mão dele de sua boca, o fazendo chorar. Mas imediatamente lhe ofereceu o seio, e ele rapidamente aceitou.
- Agora ele vai conseguir relaxar por completo - Verônica disse, sentando-se na beira da cama.
- Eu espero - Jensen sorriu de um jeito cansado.
Finalmente Thomas conseguiu adormecer e não acordou mais naquela noite, pelo menos não por cólica e somente por comida, que era o que ele mais gostava.

Na manhã seguinte, todos estavam na cozinha, tomando café. Verônica estava com o neto em seu colo, brincando e o mimando bastante.
- Avós sempre estragam os netos, né? – Jensen sorriu.
- Só os avôs? – zombou do marido, que era um babão assumido.
- É meu único neto, me deixem em paz - Verônica respondeu, provocando os dois.
- Essa avó... - olhou para a mãe, que continuava brincando com o neto, que estava acordado, mas não entendia nada do que acontecia.
- Eu só tenho que agradecer a vocês dois - sorriu de um jeito amoroso para Jensen e , que a olharam do mesmo modo.
- Tommy é o tesouro que chegou às nossas vidas. E se não fosse por vocês, ele não estaria aqui - completou.
- Se a senhora não estivesse aqui estaríamos perdidos, nós que agradecemos - Jensen confessou.
- Isso não é verdade, vocês são e serão excelentes pais - os elogiou.
- Ai, meu Deus! – sentiu os olhos lacrimejarem. - Esses hormônios... - fingiu. - Vocês são os amores da minha vida - disse sinceramente e levantou, dando um beijo em cada um.


Capítulo 42 – Amor em Família.


Thomas estava com duas semanas quando seus avôs paternos foram lhe conhecer.
Donna estava completamente apaixonada pelo neto. Ficava o tempo todo no quarto do bebê, seja brincando com ele ou simplesmente o vendo dormir. agradecia mentalmente por isso, tinha um pouco de tempo para cuidar de si mesma, porque desde que Thomas havia nascido, ela não sabia o que era ficar algumas horas se embelezando.
estava no banheiro passando alguns produtos em sua pele, quando Jensen entrou para tomar banho. Enquanto ele se banhava, a observava secretamente. Ela lavava o rosto, tirando o que havia passado.
- Quer me fazer companhia? – ele pediu de um jeito malicioso.
- Não - respondeu de imediato.
- Por que não? – fez bico.
- Porque eu já tomei banho - explicou, rindo ironicamente, saindo do banheiro.
- Mulheres - ele riu sozinho e continuou tomando seu banho.

Alguns minutos depois saiu do banheiro, já devidamente vestido. estava sentada no sofá, com o notebook em seu colo.
- O que você está fazendo? – perguntou, indo em direção à ela.
- Olhando as fotos do Tommy - explicou com um sorriso no rosto.
- Quero ver também - disse animado e sentou ao seu lado.
- Que coisa mais fofa - ela apontou para uma foto na qual Tommy segurava com dificuldades um de seus sapatinhos.
- É tão pequeno - Jensen falou quando apareceu uma foto do bebê dormindo tranquilamente em seu berço.
- Dá para acreditar que a gente já foi assim? – ela lhe perguntou sorrindo.
- Você ainda é, né? - brincou.
- Jensen! – lhe deu um tapa no ombro.
- Estou brincando - riu e deu um beijo estalado no rosto dela.
- Para sua segurança isso tem que ser verdade - fingiu estar brava.
- Como se você fosse fazer algo contra mim - debochou e começou a alisar a perna de .
- Pára com isso - olhou para própria perna e pediu.
- Por quê? – indagou completamente confuso.
- Por que eu não quero - respondeu brava e fechou o notebook, o colocando de lado e levantou-se, indo em direção ao guarda roupa.
- O que eu fiz de errado? – questionou preocupado, indo atrás dela.
- Você não fez nada - ela parou em frente ao espelho e começou a olhar para o próprio corpo.
- Então, o que foi? – a abraçou por trás, a envolvendo com seus braços.
- Amor - respirou fundo -, eu estou uma bolinha, olha isso - se lamentou e apertou a própria barriga.
- Pequena - não conseguiu segurar o riso -, você não é uma bolinha - beijou o seu pescoço.
- Você sente atração por mim? – perguntou receosa e cabisbaixa.
- - a chamou e virou o corpo dela para si, a segurando com força pela cintura. - É claro que eu sinto atração por você, tem sido difícil resistir nesses últimos dias.
- Não mente, por favor - pediu.
- Eu não estou mentindo - falou sinceramente. - Você ficou mais linda depois que se tornou mãe, me sinto mais atraído por você do que antes - enquanto dizia, via um sorriso nascer no rosto da esposa.
- Estou insegura por causa do meu peso - confessou.
- Pequena - alisou o rosto dela -, te amo e sempre vou te achar a mulher mais linda do mundo.
- Sério? - fez bico.
- Claro - respondeu de imediato. - Se não fosse a sua dieta, nós já estaríamos naquela cama fazendo você sabe o quê - sussurrou perto de seu ouvido quando a abraçou.
- Você é terrível - riu e lhe abraçou com mais força. - E eu te amo mesmo assim - brincou.

No dia seguinte, Alan e Donna estavam na varanda com o neto. Thomas estava em seu carrinho, tomando o sol da manhã. Ainda era cedo, então não havia problema. Jensen e estavam na cozinha tomando o seu café da manhã.
- Seus pais são os verdadeiros avôs corujas - disse enquanto comia sua panqueca, feita por Jensen.
- Eles são assim com todos os netos - sorriu.
- Melhor para a gente - brincou.
- Eu ouvi - Alan falou assim que entrou na cozinha.
- Estou brincando, sogrinho - riu.
- Eu sei, querida - lhe garantiu e foi até a pia pegar um pouco mais de café.
- Tommy está dormindo ainda? – Jensen indagou curioso.
- Mais do que pedra - sorriu quando terminou de colocar o café na xícara.
- Puxou a mãe - disse olhando para , que tomava suco.
- Você também é dorminhoco - Alan advertiu o filho.
- Viu só, não sou só eu - riu vitoriosa.
- Pai, é para você ficar do meu lado! - levou na brincadeira.
- Quem disse? – ironizou. - Eu fico do lado da - assim que disse isso, ela abriu um sorriso no rosto.
- E eu fico sozinho nessa? – fez bico.
- O que está acontecendo? – Donna perguntou assim que entrou na cozinha e viu que todos se divertiam, estava com Thomas em seus braços.
- Mãe, eu sou dorminhoco? – a questionou.
- Sempre foi - respondeu sorrindo.
- Viu, amor, você está sozinho nessa - o avisou.
- Droga - reclamou, fingindo indignação.
- E o meu bebê, como está? – perguntou quando Donna ficou ao lado dela.
- Uma belezinha, ele é tão calmo - a vovó coruja dizia extasiada.
- Até demais, comparando com o pai - Alan pontuou.
- Espera ele crescer mais um pouco - Jensen afirmou sorrindo.
- Está na hora dele mamar - disse e prontamente Donna passou o neto para ela. - Vou para a sala - avisou, saindo da cozinha e indo para o outro cômodo da casa.
- Ela nasceu para ser mãe - Donna elogiou e Alan sorriu, concordando.
- Eu sei - Jensen concordou com eles.
- E você filho, como está indo? – o pai perguntou interessado.
- Cansado - riu de leve. - Mas vale a pena - sorriu. - Ser pai é a melhor coisa do mundo - afirmou.
- Você acostuma - sua mãe lhe avisou.
- Assim espero - riu de leve.
- Já arrumou as malas? – Alan perguntou para a esposa, que fez um sinal de positivo com a cabeça.
- Como assim? – Jensen interrogou confuso. - Vocês vão embora hoje?
- Sim - Donna confirmou, estranhando a reação do filho. - Você esqueceu? – o indagou.
- Provavelmente - riu de si próprio. - Que horas é o vôo?
- Daqui duas horas - Alan respondeu.
- Por isso é melhor irmos - Donna o avisou.
- Vou sentir saudades - Jensen fez bico.
- Nós também - Donna se aproximou, lhe dando um abraço.
- Vou buscar as malas - Alan disse, se retirando da cozinha.

Enquanto isso, estava na sala, amamentando Thomas. Permanecia em silêncio, só observando o filho.
- Amor - ouviu Jensen dizer, chegando à sala com Donna. - Meus pais já estão indo.
- Já? – perguntou um pouco espantada.
- E nós que somos velhos... - sua sogra zombou do esquecimento dos dois.
- Seu filho que me deixa assim - riu.
- Pronto - Alan chegou com as malas.
- Tommy vai sentir saudades - ela fez uma cara triste.
- Nós também vamos, minha querida - Alan se aproximou dela, fazendo carinho na cabeça do neto, e logo em seguida deu um beijo no rosto da nora.
- Quando der a gente volta - agora era Donna que dizia próxima à .
- Vamos esperar - sorriu.
- Quer que eu leve vocês? – Jensen se prontificou.
- Não precisa, pedimos um táxi - Alan o informou.
Jensen acompanhou Alan e Donna até o táxi, depois que eles se despediram de .
Como sempre, foi emocionante dizer tchau para os pais. Era muito apegado com eles, já estava acostumado a viver longe deles, mas quando os dois estavam por perto, era muito especial para Jensen. E ter que ficar longe novamente doía.
Quando voltou para casa estava visivelmente emocionado. percebeu isso.
- Não fique assim, amor - o consolou enquanto arrumava Thomas, que tinha adormecido.
- Vai passar - suspirou, sentando-se ao seu lado no sofá.
- Eu preciso tomar um banho, você fica com ele?
- Claro - respondeu, pegando o filho no colo.
- Já volto - levantou-se e o avisou.
- Pode demorar o quanto precisar.

Enquanto tomava banho, Mackenzie ligou para avisar que iria fazer uma visita.
Quando ela, Jared e Emily chegaram, ainda estava no banho, e Jensen ficou conversando com eles.
- Deixa, mãe - Emily pedia.
- Já disse que não - falou séria.
- Ele é muito pequeno, meu amor - Jared disse compreensivo para a filha, que estava ao seu lado.
- Por favor - a menina, de dois anos praticamente, implorava e olhava para o pai, já que ele estava com Thomas nos braços.
- O que acontece? – chegou à sala.
- Emy quer segurar o Tommy - Jensen explicou.
- Tia! - correu e abraçou pelas pernas.
- Minha linda - fez carinho na cabeça da menina, teve a intenção de pegá-la no colo, mas hora se lembrou das recomendações médicas de evitar ao máximo pegar peso.
- Quero segurar o Tommy, mas ninguém deixa - fez bico e pose de emburrada.
- Espera ele crescer um pouco mais. Prometo que quando ele for maior você o pega, pode ser? – indagou sorrindo.
- Promete mesmo? – perguntou, com os olhos brilhando.
- Claro que sim - garantiu.
- Obrigada, tia - agradeceu toda sorridente.
- Como vocês estão? – perguntou para Mackenzie e Jared, sentando-se ao lado dele. Emily sentou em seu colo.
- Felizes com o novo sobrinho - ele disse empolgado enquanto acariciava Thomas.
- É babão mesmo - Mackenzie zombou o marido. - Estávamos com saudades, vocês sumiram da civilização - brincou, rindo.
- Tommy não nos deixa mais sair - Jensen explicava.
- Recém nascido é assim mesmo - falava, entendendo o que seu irmão dizia.
- Ele não faz nada? – Emily interrompeu a conversa e olhava fixamente para o bebê, que dormia tranquilamente no colo de Jared.
- Dorme e come - riu de leve.
- Ah - disse desapontada. - Queria brincar com ele - concluiu, fazendo todos na sala rirem de sua inocência.
- No futuro... - Jensen explicou para a sobrinha.
- Poxa - cruzou os braços, fazendo bico.
- Mas você pode fazer carinho nele, você quer? – perguntou.
- Sim - sorriu.
- Faz desse jeito - pegou a mão da sobrinha e colocou delicadamente sobre o braço do filho.
- Ele vai gostar - Jared disse, incentivando a filha, que o olhou e sorriu animada.
- O Tommy não se mexe - ela falou enquanto fazia carinho nele.
- É por que ele está dormindo - lhe explicou.
- Ah tá - continuou o acariciando.
- Ela está esperta - Jensen comentou, olhando para a irmã.
- E sapeca, tem um ânimo invejável - Mackenzie suspirou.
- Isso veio do pai dela - ele riu.
- Não tenha dúvidas - riu também e olhou para o marido. - Quando estão juntos só aprontam, fazem a maior bagunça em casa.
- E nós limpamos, viu? – Jared protestou.
- Eu sei - revirou os olhos e riu de leve.
- Não fique assim, amiga - entrou na conversa. - Só espera o Tommy crescer que eu tenho certeza que aqui em casa será do mesmo jeito - piscou para Jensen.
- Concordo - ele riu.


Capítulo 43 – Pedaço do Céu.


sentiu um beijo de Jensen na sua bochecha e sorriu. Não resistiu em abrir os olhos e vê-lo por uma última vez antes dele ir para o trabalho e ficar fora praticamente o dia todo.
- Não acorde, pequena. Volte a dormir - pediu de um jeito carinhoso.
Ela sorriu novamente e meneou a cabeça negativamente enquanto se sentava na cama. O quarto ainda estava escuro e Jensen sentou-se de frente para ela.
- Vamos sentir a sua falta, sabe disso - disse de um jeito manhoso e pegou na gravata dele do mesmo jeito como se estivesse a ajeitando.
- Você sabe que eu também - sussurrou. - Te ligo na hora do almoço, ok? – sorriu ternamente. Ele a beijou carinhosamente nos lábios. - Amo vocês - disse ao levantar-se.
- Nós também - sorriu.
Ela o viu saindo do quarto com um sorriso no rosto e voltou à posição que estava na cama, dormiria mais algumas horas, pois sabia que Thomas não demoraria muito para acordar.

Mais tarde estava no sofá que havia no quarto do filho, com ele no colo. Thomas mamava e mantinha os olhos grudados na mãe, com uma de suas mãozinhas sobre o seio de .
- Você é perfeito sabia, bebê? Sabia? Sabia? – repetiu várias vezes, riu de si mesma e suspirou. - Quando eu descobri a gravidez, meu Deus do céu, não pensei que poderia ficar tão feliz. Era uma felicidade incrível. Inexplicável. E quando você nasceu também, o mesmo sentimento maravilhoso - sorriu para o bebê.
Pegou na mãozinha que estava sobre o seu seio e olhou. Era tudo tão pequeno e fofo! Mordeu a mãozinha dele devagar, na palma da mão, brincando. Ele soltou o seio da mãe e gargalhou.
– Mamãe vai parar de brincar contigo enquanto você mama - deu um beijinho carinhoso na mãozinha dele, era irresistível. Queria mordê-la sempre. – Pode continuar mamando, filho. Mamãe vai se controlar - pegou o seio e colocou próximo à boca dele, que logo voltou a mamar, mas não tirava os olhos da mãe.
– Meu mini Jensen Ross Ackles - disse sorrindo.

Horas depois estava sentada em uma das poltronas que havia na sala, com o notebook no colo. Thomas estava sentadinho no sofá, e assistia a um desenho completamente concentrado na TV. o olhava às vezes e sorria com aquilo, ele era um bebê muito risonho. Sempre estava rindo, mexendo as perninhas e batendo as mãozinhas em algo.

"Mãe, quanta saudade... Como a senhora está? Nós estamos bem. Tommy está ótimo, a cada dia maior e mais parecido com o pai. Incrível como ele não me dá trabalho algum. Agora, nesse momento enquanto estou aqui te escrevendo, ele está sentadinho no sofá e assistindo a um desenho. Ele ri, grita e se diverte com tudo.
Jensen está trabalhando em um novo filme, por isso eu e Tommy ficamos sozinhos grande parte do dia. Mas à noite, quando ele chega em casa, a senhora precisa ver a felicidade do Tommy, não desgruda do pai por nada nesse mundo e até esquece que eu existo."


Ela riu de leve ao se lembrar de vários momentos em que Tommy ficou no colo de Jensen, não querendo sair de lá por nada nesse mundo.

"Bom, mãe... Eu só te mandei esse e-mail para dizer que sinto saudade. Quero que a senhora venha nos visitar, certo? Logo! Para eu contar as novidades sobre o seu netinho. Um beijo, te amamos!"

, juntamente com o e-mail, também enviou algumas fotos de Thomas. Não escreveu nada no corpo da mensagem, pois queria que aquilo tudo fosse surpresa para a sua mãe, já que ela adorava ver fotos novas do neto sempre que a filha lhe mandava e-mails.
Colocou o notebook em cima de uma mesa que havia ao lado da poltrona, e foi até o sofá onde o filho estava, ficou apoiada com os joelhos e mordeu os pezinhos dele, ao mesmo tempo em que fazia barulhos engraçados. O bebê começou a gargalhar, todo feliz.
o colocou deitadinho enquanto continuava com as mordidas no pé e nas perninhas gorduchas do filho. Thomas se divertia e dava altas gargalhadas, que faziam com que ela continuasse brincando ainda mais. Segurou no cabelo dela e puxou.
- Não deixe a mamãe careca, por favor - brincou. Pegou na mãozinha gorduchinha dele, fazendo com que ele soltasse o seu cabelo. O mordeu de leve na mão, fazendo-o rir.
– Você gosta de uma brincadeira, hein?! Nossa! – riu enquanto prendia o cabelo num coque frouxo. – Vou te morder. Você vai ver só. Vou te morder - falou com aquela voz que todo mundo usa quando "conversa" com crianças, e começou a morder levemente a barriga dele enquanto fazia barulhos. Ele se divertia e soltava altas gargalhadas, que faziam rir tanto quanto o filho. O pegou no colo e sentou-se no chão com as costas apoiadas no sofá, já estava com os joelhos doendo.
– Já é um mocinho, né? – sorriu e o beijou na bochecha empolgadamente.

Algumas horas mais tarde.
- Oi, bebê. Oi, bebê - brincava com o filho, que dava alguns gritinhos e batia palminhas como resposta.
- Papai está em casa - falava animada para ele.
- Como estão? – ele perguntou depois de lhe dar um selinho.
- Tudo em perfeita ordem - respondeu sorridente e ele lhe sorriu de volta.
- E você, criança feliz?! - olhou para o filho, que sorria para ele. Deu-lhe um beijo em sua cabeça.
Thomas esticou os bracinhos para que Jensen o pegasse no colo. Ele nunca recusava esse pedido do filho.
Colocou sua mochila no chão e o pegou no colo, o jogava para cima e o bebê ria descontroladamente. estava ao lado deles e se divertia com a alegria do seu filho, de apenas cinco meses.
- Preciso tomar um banho - disse, parando a brincadeira.
- Eu o seguro enquanto isso - fez menção de pegá-lo no colo e Jensen o entregou para ela. Assim que o fez, Thomas começou a resmungar, não queria sair do colo do pai.
Para que ele não chorasse, o devolveu.
- Mas que mimado - Jensen falou, o pegando no colo.
- Ele sente sua falta - o olhou. - Nós sentimos - sorriu.
- Eu também sinto muita saudade de vocês - sorriu para ela, aproximando-se e lhe fazendo carinho no braço.
- Qualquer dia a gente te faz uma visita surpresa.
- Estarei esperando ansiosamente - sorriu.
Thomas mexia na gravata que Jensen usava, e começou a puxar com força.
- Tem alguém querendo tirar a minha roupa, é? – perguntou ao filho, que riu.
- Até ele percebeu que você está precisando de um banho - brincou.
- Estou tão fedido assim? – entrou na brincadeira.
- Até que não - zombou dele.
Os três foram para o andar de cima. O bebê continuava no colo de Jensen e se distraía com o molho de chaves.
Enquanto tirava a roupa para tomar banho, o deixou em cima da cama. o vigiava para que ele não caísse.
Quando Jensen entrou no banheiro, Thomas notou sua ausência no quarto e esticou o bracinho em direção à porta do outro cômodo.
- Quando seu pai está em casa, você esquece de mim, né? – o questionou, o pegando no colo. Entrou no banheiro. Jensen já estava dentro do box e começava a tomar seu banho.
ficou encostada na pia que dava de frente para o box, e observava Jensen tomar banho. Thomas dava alguns gritos com a intenção de chamar a atenção de seu pai.
- Amor, ele quer você... - comentou rindo e beijou a cabecinha dele. O filho mexia rapidamente os bracinhos e as perninhas de um jeito agitado. Jensen abriu a porta do box e sorriu para o filho.
- Oi - disse de um jeito divertido e fechou a porta rapidamente.
Thomas gargalhou e deu um gritinho depois. Colocou a própria mão dentro da boca e começou a babar na mesma.
- Nós vamos te esperar ali no quarto, está bem? – avisou a Jensen, e o marido murmurou um "certo".
Saiu do banheiro com o filho no colo, que no mesmo instante que entraram no quarto do casal protestou e tentou iniciar um choro.
– Não, bebê! O papai já vem. Ele está terminando o banho - pegou o mordedor do filho que estava sobre a cômoda e lhe deu.
Thomas agarrou o brinquedo, que era colorido e fazia barulho, e logo o colocou na boca.
– Pronto, vamos ficar aqui enquanto isso - o colocou sentadinho na cama de casal e sentou-se ao lado do filho, que ficou por um bom tempo entretido com o brinquedo.
- Que delícia - Jensen saiu do banheiro com uma toalha enrolada da cintura, e foi em direção ao armário. Abriu e pegou logo o que vestiria.
- Não tem nada melhor que um banho, não é? – comentou, rindo.
- É claro que tem - virou-se já completamente vestido. Ela franziu o cenho e riu de leve.
- Ah, é? O quê? – perguntou num tom irônico, fazendo-o rir.
- Vocês - disse de um jeito amoroso e arrancou um sorriso da esposa. Trocaram um selinho rápido e Jensen deitou a cabeça no colo de .
Thomas ainda estava concentrado no brinquedo. O colocava na boca; outra hora o chacoalhava, e fazia um barulho que ele adorava.
– Ele está enorme, parece que foi ontem que nasceu - brincou. riu também.
- Sim. E a cada dia ele está ficando mais parecido com você - sorriu e acariciou os cabelos do marido delicadamente.
- Pára com isso. Ele é a sua cara - rebateu e olhou para a esposa.
Os dois sorriram.
- É. Nós que fizemos - Jensen falou amorosamente.

Um pouco mais tarde, terminava de colocar os pratos dela e do marido sobre a bancada. Tinha feito o jantar e era um dos pratos favoritos de Jensen. Foi até a sala e viu o marido sentado no chão, com o filho no colo, brincando. Thomas tinha os pezinhos apoiados nas pernas do pai e ria sempre que Jensen aproximava seu rosto do dele.
- Amor, terminei o jantar - anunciou e ficou parada na batente da porta. Aqueles momentos, com certeza, eram os mais perfeitos de sua vida.
- Estamos indo - Jensen falou e respirou fundo, recuperando todo o fôlego que tinha perdido ao brincar com o filho. Levantou-se com ele nos braços e seu olhar encontrou-se com o da esposa. Sorriram.
- Como ele te aguenta? – ela brincou. Os dois riram juntos.
- Igual você me aguenta. Ele aguenta por que me ama - mostrou a língua para a esposa, enquanto se aproximava dela. fez uma careta de brincadeira. Passou o filho para o colo da esposa e os dois foram juntos até a cozinha. Ela colocou Thomas no carrinho e lhe deu um brinquedo para que ficasse distraído enquanto os dois comiam.
- Está bom? – perguntou alguns minutos depois.
- Isso? – fez uma careta e olhou para a comida, brincando. riu e revirou os olhos.
- Engraçadinho.
- Está uma delícia, amor - pegou em uma das mãos dela que estava sobre a mesa, e entrelaçou os seus dedos. - Sabe que eu amo o seu macarrão com queijo. Não existe melhor!
- Nem o da sua mãe? – provocou e o olhou.
- Nem o dela. Mas prefiro que ela não fique sabendo disso - riram juntos novamente.
Thomas soltou uns gritinhos e jogou o brinquedo longe. Por sorte, ele bateu em uma das pernas da cadeira de , e parou próximo à ela.
- Ainda joga os brinquedos? – Jensen perguntou e soltou um risinho.
- Sempre - se esforçou um pouco, pegou o brinquedo e logo o entregou para o filho.
– Incrível! Ele tem o mordedor, mas prefere o controle remoto, celular, câmera digital, DVD... – o marido não aguentou e riu.
- Tenho certeza que já demos esse trabalho aos nossos pais.
- Não duvido nada disso.
Ela concordou e os dois riram.
- E como estão as coisas aqui? Com o Tommy? Ele tem te dado trabalho? – perguntou, interessado.
- Imagina, ele é incrível - olhou para o filho rapidamente, com os olhos brilhando. - Não me dá trabalho algum - sorriu. - Hoje mandei algumas fotos dele para a minha mãe, por e-mail, acredito que ela vai pirar - riu. - Mando amanhã sem falta para a sua mãe também - disse.
- São duas avós babonas - disse, rindo.

Não demoraram muito para terminarem o jantar. Eles simplesmente conversavam sobre tudo.
logo perguntou como ia a gravação do novo filme. Ele respondeu animadamente que estava adorando, e ela lhe prometeu uma visita futura.

Alguns dias depois, resolveu levar Thomas para um passeio diferente, algo que ainda não tinham feito juntos. Colocou o filho delicadamente na cadeirinha no banco de trás do carro, e lhe deu um brinquedo para que ele se distraísse e não chorasse enquanto dirigia. Não era muito longe de onde moravam, mas não tirava os olhos dele pelo retrovisor.
Chegaram aos sets e ela estacionou, tirou o cinto e já foi abrindo a sua porta para pegar o filho no banco de trás.
Desde que Jensen havia sido convidado para participar daquele projeto, o apoiou no mesmo instante. Fazia alguns meses que o marido estava gravando aquele filme de romance, era algo totalmente diferente de tudo que ele já havia feito anteriormente.
Avistou-o de longe, enquanto empurrava o carrinho do filho.
Jensen estava com uma garrafinha de água nas mãos, celular, e provavelmente o script do filme. Conversava com alguém que logo pôde reconhecer. Foi se aproximando dos dois, e assim que eles perceberam sua presença, sorriram.
- Meu Deus, olha o seu tamanho! - Jared disse empolgado, olhando para o carrinho que Thomas estava, e depois olhou para . – ! – a cumprimentou empolgadamente, com um abraço forte.
- Ei, eu soube que ela é casada - Jensen brincou e os três riram.
- Como você está? – perguntou à ela, com um sorriso.
- Bem, e você? Saudades de vocês - comentou simpaticamente.
- Nós também estamos - fez bico. - E esse meninão aqui? Que enorme! – abaixou um pouco o tronco para olhar Thomas no carrinho.
– Incrível...
- Ah, que isso... – Jensen ia dizer, mas foi interrompido pelo amigo.
- Bonito igual a mãe - sorriu para eles enquanto Jensen fechava a cara. ria levemente envergonhada. Era brincadeira. Típica deles quando estavam juntos.
- Filho, por que você não vomita no tio Jared? Lembra o que o papai te ensinou? – Jensen disse de um jeito divertido, fazendo-os rirem.
O bebê segurou no próprio pezinho, e ficou os olhando com uma expressão confusa.
- Mas ele está realmente enorme - Jared disse, voltando à posição normal. - Quantos meses? – os olhou.
- Cinco - responderam os dois juntos e sorrindo.
- Passa rápido, não é? – disse. Como se estivesse lendo a mente de ambos. sorriu de leve e meneou a cabeça positivamente.
- E como!
- Como está a Zie e a Emy? – perguntou interessada, logo depois que o marido pegou Thomas. O filho já estava começando a ficar entediado e iniciaria um choro em instantes.
Jared havia ido aos sets do novo filme de Jensen para fazer uma visita ao amigo. Ele também estava trabalhando em um projeto. Aqueles momentos de descontração e uma visita eram raros, por isso, resolveu, no seu dia de folga, visitá-lo e colocar as novidades em dia.
- Estão ótimas. A Emy está enorme - sorriu empolgadamente. - Mas é tão incrível vê-la crescer... e nem acredito que fui eu quem fiz - brincou, fazendo-os rirem.
- Ela tem o seu ânimo. É claro que foi você quem fez - Jensen brincou também, e o amigo lhe retribuiu com uma careta.
O celular de Jared tocou e ele atendeu prontamente.
– Ele está calmo - Jensen comentou com a esposa sobre o filho. Thomas estava em seu colo e com o mordedor na boca.
- É por que ele está com o mordedor. Experimenta tirar isso dele - brincou, piscando. Jensen riu.
- Melhor não - disse e beijou a cabeça do filho carinhosamente.
- Gente, eu tenho que ir. A Zie quer que eu passe no supermercado e leve umas coisas para o jantar - fez bico e se aproximou de para se despedir, lhe dando um abraço carinhoso. - Foi muito bom ver você, vou fazer inveja na Zie - brincou. Ela não aguentou e riu de leve.
- Foi muito bom ver você também, Big Jay – ela sorriu.
Jared se despediu de Jensen e deu um beijo carinhoso na cabeça de Tommy, acenando enquanto saia em direção ao estacionamento.
- Ele não muda, né? – sorriu para o marido.
- Não - riu.


Capítulo 44 – Do seu lado.


estava sentada na varanda, folheando algumas revistas. Thomas, que agora estava com um ano e seis meses, corria pelo quintal, brincando com Funny.
Ela estava de olho no filho. O observava se divertindo com a cachorra, que agora era imensa, mas por incrível que pareça tinha um cuidado todo especial com ele.
- Mamãe - ele gritava, correndo em sua direção, com alguma coisa em suas mãos.
- O que foi, meu amor? – perguntou, se inclinando para ver o que era.
- Funny - ele apontou para a cachorra.
- Ah sim, esse brinquedo é dela - disse assim que viu o que ele tinha em mãos; um dos brinquedos de borracha de Funny.
- Tó - colocou o brinquedo no chão, para que ela pudesse pegar, e o fez imediatamente.
Funny saiu em disparada pelo quintal, com seu brinquedo na boca. Thomas ria todo feliz pela cachorra. achou engraçado aquilo tudo e riu também.
- Funny, vem cá - ela chamou pelo animal, que atendeu seu pedido.
- De novo - disse empolgado.
- Joga para ela - pediu ao filho, lhe entregando o brinquedo.
- Pega - falou e jogou o objeto. Funny foi atrás. - Ela gosta - olhou para sua mãe e sorriu.
- Eu sei - disse e o telefone dentro de casa tocou. - Vem, bebê - chamou o filho, dando sua mão para ele.
A ligação era um de seus clientes, querendo mudar a data que tinham combinado para uma sessão de fotos. Enquanto falava ao telefone, se distraiu e, por um instante, soltou a mão de Thomas, que voltou para a varanda, querendo brincar com Funny novamente.
- Dá - gritava, correndo na direção da cachorra, que estava perto da piscina.
- Tommy - chamou pelo filho quando percebeu que ele não estava com ela. - Te ligo de volta - avisou o rapaz no telefone.
- Funny - o menino brigava com a cachorra, que não soltava o brinquedo.
Ele se agachou e ficou ao lado do animal, que com medo dele roubar seu brinquedo, fez um movimento brusco, deixando cair dentro da piscina, o objeto que estava na boca.
- Eu pego - ele deu pequenos passos na direção da piscina, e inclinou seu corpo para alcançar o brinquedo.
Funny começou a latir desesperadamente. , em poucos segundos, já estava de volta à varanda, e assim que viu Tommy, o seu coração parou. Não teve tempo de dizer nada. Quando se deu conta, o garoto já estava dentro da piscina.
- TOMMY! – gritou desesperada, correndo o mais rápido que podia em direção à piscina, pulando nela.
Já dentro da água, ela puxou o filho para si, tentando ver se ele estava acordado. Thomas chorava completamente desesperado. Por sorte, chegou a tempo de vê-lo caindo na piscina e pôde resgatá-lo rapidamente.
- Meu amor, meu amor - falava alarmada, checando o rosto do filho, percebendo que ele tinha um pequeno corte na testa, provavelmente bateu na beira da piscina antes de cair.
- Mamãe - dizia chorando.
- Estou aqui - beijou o rosto do filho e subiu as escadas da piscina, para sair dali com ele.
abraçava o menino o mais forte que podia, estava se controlando ao máximo para não deixar o filho mais assustado do que já estava. Os dois estavam completamente ensopados, mas isso não importou muito para ela.
Entrou dentro de casa e pegou as chaves do carro. O colocou deitado na sua cadeirinha e dirigiu o mais depressa que pôde para o hospital mais próximo.
- Alguém me ajude! – gritou assim que entrou pela porta de emergência, estava com o filho nos braços.
- O que aconteceu? – uma enfermeira se prontificou em ajudá-la.
- Ele caiu na piscina e se machucou - dizia desesperada.
- Calma, mãe - tentou tranquilizá-la, pegando Thomas do seu colo e o colocando em uma maca. - Espere aqui que eu já te chamo - a avisou e entrou com o menino para dentro do local.
- A senhora quer que eu ligue para alguém? – a simpática recepcionista perguntou, notando o desespero em .
- Meu marido - disse rapidamente.
lhe passou o número de celular para que a recepcionista ligasse. Na verdade, ela mesma ligou, mas assim que começou a falar com Jensen, o choro tomou conta de si. Então, a moça teve que pegar o telefone e explicar para ele o que estava acontecendo.

Os minutos pareciam uma eternidade para , ainda mais que estava ali sozinha, somente esperando por notícias de seu filho. Andava de um lado para o outro e não tirava os olhos da porta por onde Thomas havia entrado.
- ! – ouviu Jensen gritar, se virou e o viu correndo em sua direção. Foi até ele.
- Tommy, amor, o Tommy - o abraçou com força e ele a abraçou do mesmo jeito, precisavam um do outro nesse momento.
- O que aconteceu? Como ele está? Você está bem? – indagou, segurando o rosto dela e lhe dando um beijo na testa.
- Ele caiu na piscina e eu estou bem - explicava rapidamente.
- Cadê ele? – perguntou, não a soltando.
- Lá dentro - apontou para a porta, e quando Jensen olhou, viu um médico.
- Doutor - soltou e segurou em sua mão. Ambos foram na direção do médico.
- Vocês são os pais do Thomas? – perguntou com um sorriso.
- Sim - respondeu de imediato.
- Como ele está? – Jensen indagou preocupado.
- Eu quero ver meu filho - ela disse, iniciando um choro copioso.
- Venham comigo - o médico abriu caminho e os dois o seguiram.
Caminhavam apressadamente pelo corredor do hospital. segurava com força a mão de Jensen, que por sua vez tentava passar tranquilidade à ela. O médico entrou em um quarto juntamente com os dois. Thomas estava sentado na cama de hospital, e conversava com a enfermeira.
- É Funny - o ouviram dizer.
soltou a mão de Jensen e foi, a passos rápidos, em direção ao filho. Sentou-se na cama, e o abraçou com cuidado. Não aguentou segurar o choro.
- Meu amor - dizia com a voz chorosa.
- Mamãe - segurou os cabelos dela, lhe fazendo carinho.
- Meu campeão - Jensen deu a volta na cama, ficando do outro lado do filho e lhe deu um beijo carinhoso no topo de sua cabeça.
- O que aconteceu aqui, hein? – sorriu, perguntando sobre o pequeno curativo que tinha na testa dele.
- Foi um pequeno corte - o médico explicou.
- Ele está bem? – agora era quem perguntava, enquanto se ajeitava na cama ao lado do filho, o colocando em seu colo.
- Sim, nós fizemos todos os exames necessários e ele não tem nenhuma lesão grave ou fratura - avisou os dois, deixando-os completamente aliviados.
- Graças a Deus - Jensen respirou fundo.
- Quando podemos ir para casa? – lhe perguntou.
- Amanhã de manhã - sorriu. - Por garantia, quero que ele passe a noite em observação.
- Eu entendo - ela respondeu e abraçou o filho de volta.
acabou adormecendo na cama juntamente com o filho, enquanto Jensen não pregava os olhos de jeito nenhum, queria ter certeza que estaria ali caso alguma coisa acontecesse com Thomas durante a madrugada.

Por incrível que pareça, a noite passou mais rápido do que eles puderam perceber.
Por volta das seis da manhã, quando o médico deu alta a Thomas, ele não queria acordar e o menino, então avisou somente a Jensen.
- Pequena - ele chamava a esposa, que ainda dormia.
- Oi - disse meio sonolenta.
- Vamos? – sorriu.
- O médico já liberou o Tommy? – perguntou, se levantando.
- Sim, podemos ir para casa - a avisou.

Algumas horas mais tarde, os três estavam na sala de sua casa.
Thomas estava no sofá, comendo alguns doces que seus pais compraram quando voltaram do hospital. não se desgrudava do filho, e estava ao seu lado.
- Que horas eles vem? – perguntou ao marido quando ele voltou da cozinha.
- Já devem estar chegando.
Os dois haviam ligado para uma empresa de segurança, e a mesma iria até a casa deles instalar uma cerca em volta da piscina, para o que aconteceu com Thomas não se repetisse nunca mais.
- A gente devia ter feito isso antes - ela disse cabisbaixa, e fez carinho na cabeça do filho.
- Amor - Jensen foi até ela e sentou-se ao seu lado, lhe abraçando. - Acidentes acontecem - tentou lhe tranquilizar.
- Eu sei, mas meu bebê não deve sofrer - abraçou o marido com força, iniciando um choro.
- Ei - ficou de pé e a trouxe para si, a abraçando. - Não chore.
- Ele podia ter... - ia dizer, quando foi interrompida por ele.
- ! Jamais diga isso! – disse sério.
- Me desculpa - desencostou o rosto do corpo dele.
- Pequena - segurou sua face com carinho. - Nosso menino está seguro, nada vai acontecer com ele - garantiu.
- Você promete? – fez cara de choro novamente.
- Claro que sim - lhe olhou com ternura.
Finalmente a empresa de segurança chegou. Jensen foi atendê-los e os levou até a piscina, mostrando como queria que a grade fosse colocada. Enquanto isso, ficou na sala, brincando com Thomas e Funny.
- Você é nossa heroína, sabia? – fez carinho na cachorra, que deitou-se ao seu lado.
- Funny - Thomas saiu do colo de sua mãe e repetiu o carinho que ela fez na cachorra. Logo em seguida, com certa dificuldade, abraçou o animal.
observa essa cena completamente encantada. Sentiu o coração aliviado pelo filho estar bem e brincando.
- Papai? – o menino foi até a mãe, que estava encostada no sofá, com as pernas cruzadas. Ele sentou-se em seu colo novamente.
- Está ocupado - o abraçou, lhe dando um beijo carinhoso no rosto.
- Choioate - pediu, olhando para o chocolate que estava na mesa de centro.
- Claro, meu amor - disse gentilmente e esticou um pouco o corpo, pegando o doce para o filho.
Thomas se lambuzou todo enquanto comia o seu chocolate, mas não se importava, o que ela queria era que o filho fosse feliz. Depois o limpava, porque, afinal, isso era o de menos.

À noite, naquele mesmo dia, acabava de sair do seu banho. Jensen e Thomas estavam na cama, e o menino dormia tranquilamente. Seu pai o observava com ternura.
Ela se juntou a eles na cama.
Thomas agora estava no meio dos dois. só acariciava o filho, não dizia absolutamente nada.
- Nosso tesouro - Jensen sussurrou, olhando para a esposa, que simplesmente meneou a cabeça positivamente.


Capítulo 45 – Brilho do Sol.


Jennifer estava na balança, sendo empurrada por sua mãe. Enquanto isso, do outro lado do parquinho, Jensen cuidava de Thomas, que brincava no escorregador e nos brinquedos de escalada.
- O Tommy vai cair – disse desesperada, apontando para onde ele estava.
- Não vai não, seu pai está com ele – explicou e começou a empurrar lentamente a balança.
- Mas e se o papai cair junto? – perguntou desconfiada.
- Aí salvamos os dois, o que acha? – sorriu.
- Nós somos meninas, não pode – falou em um tom sério.
- Quem te disse isso? – achou graça no jeito da filha.
- O Tommy, ele me disse que os meninos sempre salvam as meninas do lobo mau - comentou.
- Seu pai deve ter falado isso para ele... - riu sozinha.
- O papai já te salvou?
- Muitas vezes, seu pai é meu herói - olhou para Jensen, que estava em cima de um dos brinquedos, segurando Thomas.
- Você é a princesa dele? – interrogou a sempre curiosa Jennifer.
- Não sei, você tem que perguntar para ele - confessou.
- É por que não pode, mamãe, eu já sou a princesa do papai - dizia pensativa. - E mamãe, eu quero fazer xixi - avisou.
- Tudo bem - riu e parou a balança. - Vamos - esticou a mão para Jennifer e foram em direção ao banheiro do parque.
No caminho, passaram por Jensen e Thomas. O menino agora estava no escorregador, e Jensen ao seu lado, o vendo escorregar com velocidade.
- Aonde vocês vão? – perguntou, olhando para as duas.
- Xixi - a menina respondeu sorrindo, e recebeu uma piscadela do seu pai.
Enquanto elas iam ao banheiro, os dois continuaram se divertindo. Agora Thomas queria ir à gangorra, e Jensen o acompanhou.
- Mais rápido - o menino de sete anos pedia.
- Não, você vai se machucar - Jensen avisava com sua voz séria.
- Por favor - pedia.
- Thomas, eu já disse que não - falou.
- Deixa de ser chato - resmungou baixinho, mas seu pai ouviu.
- O quê? – perguntou bravo, parando imediatamente de movimentar o brinquedo.
- Desculpa - disse cabisbaixo.
- Vem aqui agora - Jensen desceu o brinquedo para que o filho pudesse sair.
Ele saiu vagarosamente e foi em direção ao seu pai, que agachou para falar com o filho, ficando na mesma altura.
- Quem te ensinou a falar isso? – indagou, olhando nos olhos dele.
- Eu ouvi na escola - confessou.
- Tommy, isso é uma coisa muito feia de se dizer - explicava.
- Eu não sabia, papai, me desculpa? – praticamente implorou, com a voz chorosa.
- Eu te desculpo - acariciou a cabeça do filho e enxugou suas lágrimas. - Mas você vai me prometer uma coisa, certo?
- O que o senhor quiser - deu um sorriso tímido.
- Você nunca mais vai chamar ninguém de chato, combinado? – esticou a mão para o menino.
- Combinado - sorriu de um jeito sapeca e apertou a mão de seu pai.
- Venha cá - ele puxou o garoto para si, lhe dando um abraço apertado e bagunçando seu cabelo.
- Eu também quero! – ouviram Jennifer gritando. A menina de apenas três anos corria na direção dos dois, e a seguia. - Abraço de urso - concluiu assim que chegou aos dois e foi abraçada por eles. Esmagada praticamente, já que ela era bem pequena.
- E eu? – os olhou.
- Esmaga a mamãe - Thomas gritou empolgado e todos foram até ela, a abraçando com força.
Ficaram ali juntos por um bom tempo, até voltarem a se divertir.
Jensen levou Jennifer até o escorregador para que ela pudesse brincar também. Enquanto isso, Thomas e brincavam no gira-gira.
As horas foram passando e todos estavam tão entretidos, curtindo aquele momento, que só perceberam que era tarde quando começou a anoitecer.
- Acho melhor irmos para casa - Jensen comentou com , enquanto os dois observavam Thomas empurrando Jennifer na balança.
- Está tarde - ela se levantou, puxando o marido pela mão e foram na direção das crianças.
- Está na hora! - Jensen disse para os dois.
- Só mais um pouco - Jennifer pediu.
- Não - a olhou. - Já está anoitecendo.
- Quero colo - a menina fez bico.
- Eu te levo, vem - o pai chegou perto dela, a pegando.
- Você quer também? – riu e perguntou para Thomas, que a abraçava pela cintura.
- Mamãe, eu sou grande, não preciso de colo - falou, se gabando.
- Tudo bem, meu homenzinho - lhe deu a mão.
Foram desse jeito para casa. O parque era perto de onde moravam, então não havia necessidade de ir de carro.
No caminho até a casa, Jennifer acabou pegando no sono, ela adorava dormir no colo de seu pai, se sentia confortável e segura.
Chegaram em casa e foram para o andar de cima, para darem banho nas crianças.
- Que dó ter que acordá-la - lamentou enquanto entrava no banheiro. Jensen vinha logo atrás, carregando Jennifer, que ainda dormia.
- Não tem outro jeito - ele sussurrou.
ligou o chuveiro enquanto Jensen ia, aos poucos, acordando Jennifer.
- Princesa? – chacoalhava delicadamente o corpo da filha. - Acorda.
Ela foi lentamente abrindo os olhos, e como estava com muito sono, logo começou a chorar.
- Não, não, não - dizia amorosamente, a pegando no colo.
- Papai - chorava, esticando os braços na direção de Jensen.
- Você só vai tomar banho, é rapidinho - sorriu para ela.
- Eu não quero - resmungou.
- Mas precisa - disse enquanto tirava a roupa dela.
- Pai! – ouviram Thomas chamando por Jensen.
- Pode ir lá - a esposa o avisou.
- Já volto - disse, saindo do banheiro, indo ver o que o filho queria.
- 'To com sono - Jennifer resmungou, esfregando os olhos com as mãos.
- Eu sei, meu amor - sua mãe lhe dizia compreensiva, enquanto a colocava embaixo do chuveiro.
começou a dar banho na filha. Limpava cada parte do seu corpo e nisso verificava se ela estava com algum machucado, afinal passou o dia brincando, poderia ter se machucado e nem saber, mas no fim não encontrou nada.
- Pronto - ela disse alguns minutos depois, enrolando uma toalha de banho na filha, a pegando no colo.
- 'To com frio - Jennifer reclamou, encolhendo seu corpo.
Enquanto ia do banheiro para o quarto de Jennifer, passou em frente ao quarto de Thomas, e pôde ouvi-lo conversando com seu pai. Continuou o caminho até o quarto da filha, para lhe vestir.
- A Jenny também? – Thomas perguntava enquanto se ensaboava.
- Sim - Jensen riu da pergunta do filho, se Jennifer um dia teria filhos.
- Eu achei que só adultos tinham filhos - comentou intrigado.
- Mas vocês serão adultos no futuro - riu de leve.
- Queria ser criança para sempre - fez bico e seu pai desligou o chuveiro.
- Eu também - concordou com o filho, lhe entregando a toalha.
- Me ajuda? – o menino pediu e Jensen meneou a cabeça positivamente.
Jensen ajudou o filho a se enxugar, e logo em seguida colocou o pijama nele.
- Já posso ir? – perguntou sorrindo.
- Claro - respondeu, sabendo o que o filho ia fazer.
Quando e Jensen descobriram que seriam pais pela segunda vez, Thomas tinha quase quatro anos de idade, e eles foram lhe contando tudo sobre o bebê que crescia dentro da barriga de sua mãe. Ele sempre ia às consultas, adorava ver o bebê pelo ultra-som, senti-la mexendo, e conversava com ela todos os dias.
Desde o dia que Jennifer nasceu, os dois sempre foram muito grudados.
Todos achavam linda essa relação, porque normalmente, quando são pequenos, irmãos não se dão tão bem, mas os dois eram exceção.
Desde que Jennifer chegou do hospital, Thomas esteve sempre por perto.
Ele pegou o hábito de toda noite antes de dormir, dar um beijo e um abraço de boa noite na irmã. Ele acreditava que isso a protegeria dos pesadelos. E naquela noite não seria diferente.
- Oi - ele disse, entrando no quarto da irmã.
- Tommy! - a menina sorriu, estava deitada em sua cama e ao seu lado.
- Boa noite - subiu na cama da irmã e lhe abraçou. - Dorme com os anjos - deu um beijo carinhoso em sua bochecha.
- Você também - ela sorriu.
observava a cena encantada. Por mais que ela acontecesse todas as noites, cada dia era especial de certa forma. Orgulhava-se de seu filho ser tão carinhoso e protetor com a irmã mais nova.
- Mamãe, eu vou dormir - ele disse, saindo da cama.
- Pode ir, meu querido, eu já vou lá - o avisou e sorriu.
Thomas não dormia sem antes ganhar um beijo e abraço de seus pais. Para ele, aquilo era sua proteção contra os pesadelos.
Voltou para seu quarto e encontrou Jensen deitado em sua cama, aparentemente parecia estar dormindo.
- Papai? – perguntou, se aproximando dele, começando a empurrá-lo devagar. - Acorda.
Jensen abriu os olhos lentamente, havia pegado no sono. Fazia dias que não se divertia tanto com os filhos, era óbvio estar cansado.
- Tommy - sorriu para ele.
- Quero dormir - o menino disse, fazendo bico.
Ele levantou-se, dando lugar para que o filho pudesse se acomodar, o cobriu com edredom e lhe deu um abraço e beijo de boa noite.
- Só falta a mamãe.
- Ela já vem - o avisou e saiu do quarto.
Todas as noites, Jensen e davam um abraço e beijo de boa noite nos filhos. Thomas e Jennifer estavam tão acostumados com isso que não conseguiam dormir tranquilamente quando não acontecia. E como de costume, Jensen foi até o quarto da filha.
- Cadê minha princesa? – falou alto assim que chegou à porta.
- Aqui! – ela gritou e levantou os braços.
- Pronta para dormir? – aproximou-se, ficando em pé aos pés da cama.
Jennifer meneou a cabeça positivamente.
- Tommy está esperando por você - Jensen sorriu para a esposa, que estava sentada na cama ao lado de Jennifer.
- Vou lá - sorriu de volta e deu um abraço apertado na filha; logo em seguida, um beijo em sua bochecha.
- Boa noite, mamãe - acariciou os cabelos dela.
saiu do quarto.
Jensen sentou no lugar anteriormente ocupado pela esposa, ao lado da filha.
Jennifer tinha os cabelos da cor castanho claro e liso, olhos verdes, pele branca e várias sardas pelo rosto. Era uma mistura perfeita dos pais; diferente de Thomas, que era Jensen dos pés a cabeça.
- Minha pimentinha - Jensen a abraçou, lhe provocando. Sabia que ela não gostava quando a chamava dessa forma.
- Não sou pimentinha, sou sua princesa - resmungou, fazendo bico.
- Eu sei, Jenny - sorriu e apertou ainda mais a filha.
- A mamãe é o quê sua? – perguntou.
- Como assim? – indagou confuso.
- Sou princesa, e a mamãe? – o olhou, esperando a resposta. - Rainha? – sugeriu.
- Não - ele respondeu e sorriu para a filha. - Sua mãe é mais do que tudo isso, ela é a minha pequena - explicou.
- Ah! - ela disse com certo desapontamento. - Pensei que ela fosse sua rainha.
- Sua mãe pode ser tudo o que você quiser.
- Então ela é minha rainha - sorriu empolgada.

Enquanto isso, no quarto de Thomas, ele perguntava algumas coisas para sua mãe.
- Mamãe, onde a Funny está mesmo? – perguntou sobre a cachorra que havia morrido alguns meses antes de Jennifer nascer.
- No céu - respondeu sorrindo.
- Junto com o vovô? – indagou curioso.
- Talvez - ela achou graça na pergunta do filho.
- Acho que o vovô está cuidando dela.
- Pode ser - respondeu sorrindo.
- E os dois estão cuidando de nós - falou como se tivesse certeza disso.
- Não tenho dúvidas - garantiu ao menino.
Depois da conversa, resolveu contar uma história de dormir para o filho, o que fez com que o menino adormecesse rapidamente, só que ela não conseguiu evitar o sono e acabou dormindo também.

Após fazer Jennifer dormir, Jensen foi para seu quarto, mas no caminho percebeu que a luz do quarto de Thomas ainda estava acesa, estranhou e foi até lá.
Ao entrar, viu deitada na cama junto com o filho, abraçada a ele. Aproximou-se silenciosamente e, para não acordá-lo, pegou delicadamente a esposa no colo, a carregando para o quarto deles.

Durante a madrugada, Jennifer acordou com vontade de ir ao banheiro. Apesar de ser muito nova, ela já sabia ir sozinha, mas não gostava, então sempre pedia companhia a .
Já no quarto de seus pais, ela chamava cuidadosamente sua mãe, que dormia profundamente. Depois de algum tempo, acordou e abriu os olhos com dificuldade.
- O que foi? – perguntou para a filha.
- Xixi - a menina lhe avisou.
- Tudo bem - ela se levantou e pegou na mão de Jennifer, indo com ela até o banheiro da suíte.
Jennifer usou o banheiro e a ajudou na hora de lavar as mãos, ela era muito pequena para alcançar a pia.
Quando sua mãe lhe colocou no chão, ela começou a contar sobre a conversa que teve com Jensen mais cedo.
- Mamãe, você é a pequena do papai - lhe contou.
- Como assim? – indagou sem entender o que a filha disse.
- Você não é a rainha dele e sim a pequena - sorriu.
- Ah é, seu pai sempre me chama de pequena - sorriu ao lembrar-se do apelido carinhoso que somente Jensen a chamava.
- E o papai é quê seu? – a menina perguntou.
- Seu pai é meu tudo - falou sinceramente enquanto levava Jennifer de volta para o seu quarto.

No dia seguinte, ainda era bem cedo quando sentiu Jensen a puxando para si e lhe dando vários beijos em seu pescoço. Ela estava de costas para ele, e ficou ali por longos minutos, só aproveitando os carinhos que o marido fazia.
- I´ve got sunshine on a cloudy day – ele começou a cantarolar.
No mesmo momento, reconheceu a letra da música que ele cantava e o acompanhou.
- When it's cold outside - cantou, mas Jensen a interrompeu, colocando delicadamente o indicador sobre os seus lábios.
- I´ve got the month of May, I guess you'd say, What can make me feel this way? My girl (my girl, my girl), Talking about my girl (my girl) – Jensen continuou cantando somente para ela.
acariciou o rosto dele e sorriu, Jensen não parava de cantar.
- I don't need no money fortune or fame, I´ve got all the riches baby One man can claim. Well, I guess you'd say, What can make me feel this way? My girl (my girl, my girl), Talking about my girl (my girl).
Assim que terminou o ultimo refrão não tirou os olhos de , olhando fixamente para ela.
Aproximou seu rosto do dela e lhe deu um beijo carinhoso. Ela o abraçou juntando completamente seus corpos, e ficaram daquele jeito por um longo tempo, só curtindo a presença do outro e a sensação de estarem conectados.

Algumas horas depois eles acordaram com alguns sussurros, olharam para a porta do quarto e viram Jennifer e Thomas parados, só observando os dois, que continuavam abraçados.
As crianças trocaram olhares entre si e riram de um jeito sapeca.
Correram na direção da cama dos pais. Thomas ajudou Jennifer a subir, e logo em seguida fez o mesmo. Os dois se enfiaram no meio de seus pais; Thomas ficando ao lado de e Jennifer do lado de Jensen.
- Você autorizou isso? – Jensen perguntou de um jeito divertido para .
- Não, e você? – piscou pra ele.
- Não, acho que eles merecem uma punição - sorriu.
- Concordo - sorriu de volta para ele.
Imediatamente começaram a fazer cócegas nos filhos. Nisso eles puxaram à , tinham muitas cócegas.
Jennifer e Thomas se contorciam de tanto que riam. Jennifer foi a primeira a pedir socorro.
- Pára! – ela gritava desesperada tentando se livrar dos braços de seu pai. - Por favor - continuava pedindo.
- Será que já foi o suficiente? – ele olhou para esposa e perguntou. fez sinal de positivo com a cabeça.
- Por hoje é só - ela disse, parando de fazer cócegas em Thomas. Jensen fez o mesmo com a filha.
- Preciso de ar - Thomas disse, respirando fundo.
- Eu também - Jennifer falou, praticamente sem fôlego.
Jensen arrumou os cabelos da filha, que estavam completamente bagunçados por causa da brincadeira. Logo em seguida, ela se aninhou junto ao corpo de seu pai. Ele envolveu a filha com os braços.
, por sua vez, abraçou Thomas pela cintura e o puxou para mais perto de si.
- Soninho - a menina esfregou os olhos.
- É - Thomas concordou com a irmã.
Alguns minutos depois todos acabaram adormecendo profundamente.
Continuaram na mesma posição que estavam, todos abraçados. O que não era raro de se ver. Cada um era muito carinhoso com o outro, se amavam de verdade e não tinham vergonha de demonstrar esse sentimento.
Acreditavam que só o verdadeiro amor poderia fazer alguém feliz e não havia dúvida de que eles eram mais do que felizes, e que o amor reinava naquela casa. A maior prova eram os frutos desse amor: Jennifer e Thomas.
e Jensen não eram o casal perfeito, apesar de muitos dizerem que eram. Na verdade, o amor que sentiam um pelo outro era muito maior do que qualquer problema que tivessem. O amor e respeito sempre falaram mais alto na relação deles, e continuaria sendo assim por toda a eternidade.


FIM!



Nota da autora: Adoro escrever cenas que envolvem crianças, Jennifer é nova na área e já dominando geral. Confesso que as cenas deles juntos são muito gostosas de escrever. Deu para perceber que eu gosto de coisas fofas, né? Hahahaha O que posso fazer, né?
Acabou =(
Nossa, nem eu sabia que seria tão difícil o término de "Minha Garota".
Não sei se todas as autoras sentem isso, mas essa fic se tornou em minha vida muito mais que uma simples fiction, nem sei explicar direito o que é.
Só sei que sinto ciúmes, choro, me divirto, sou protetora. Costumo dizer que "Minha Garota" é meu filhote, e como uma boa mãe eu defendo com unhas e dentes.
Vai ficar para sempre na minha memória, todos os momentos que eu vivi enquanto escrevia, as ideias que tive, as coisas que aconteceram envolvendo "MG" e etc.
Não tenho como agradecer ao imenso carinho e apoio que tive de vocês que sempre a leram. Vocês fazem parte dela, tenham certeza disso.
Serei eternamente grata, e agora eu sei o que é ter um trabalho reconhecido, ainda mais quando faço com amor e vocês retribuem isso.
Quero agradecer a Sammy, uma grande amiga que sempre me ajudou, me deu conselhos e até ideias enquanto eu escrevia. Ela é a madrinha de "Minha Garota". Não tenho como te agradecer também, amiga, você foi essencial para que essa fic fosse o que é hoje.
Agora a Aline, essa beta tão doida que me conquistou e a todas vocês que lêem "Minha Garota". Obrigada por ser tão paciente comigo, me ajudar quando precisei e por matar as neuras que eu tinha quando escrevia. Grande parte da minha evolução escrevendo devo a você. Sei que você tem um grande carinho por "Minha Garota", até ciúme tem. Sou eternamente grata por tudo.
Ai, falei muito, mas agora pode.
Por mais que eu agradeça, nunca será o suficiente... cada comentário está guardado no meu coração, jamais esquecerei de vocês e os momentos maravilhoso que tive graças às leitoras.
Muito obrigada por tudo. "Minha Garota" agradece o imenso carinho de vocês.

Contato: Orkut


Nota da Beta: Uma amiga, que era minha autora também, veio me perguntar, via scrap:
"Tenho uma amiga que escreveu uma fic do Jensen. Posso te indicar como beta?".
Foi aí que tudo começou.
E de pensar que eu estava indisponível e não queria pegar mais fic nenhuma...

"Minha Garota" reuniu os ingredientes necessários para uma boa fiction.
Uma história linda e cativante. Simples, sem enrolação, doce... que nos deu o gostinho de imaginar como seria Jensen Ackles na condição de "nosso".
Uma ótima autora - tão doce quanto a trama -, que me surpreendeu por sempre estar aberta à sugestão, sem medo de perguntar e se aprimorar a cada capítulo, que posteriormente veio a se tornar minha grande amiga.
Leitoras participativas, que arrancaram sorrisos bobos. Delicadas com críticas, divertidas nos comentários, incríveis como um todo! Nada foi mais gratificante que abrir a caixa de comentários e ler que vocês riam das minhas notas, me elogiavam...
Não posso deixar de citar a Sammy, que contribuiu com o capítulo quarenta e três. Parabéns pela sintonia com a Ly. Acho válido você escrever uma fic. *beta dando ideias*
Sendo assim, só me resta dizer, a todas vocês: muito obrigada. :)
Ps.: alguém já recebeu sua cópia de Jensen que a Elidsa prometeu? Acho que o meu extraviou...
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