autora: Laíza || beta: Paah Souza.



- VAMOS A LA PLAYA, OH OH OH, VAMOS A LA PLAYA QUE ESTÁ MUITO CALOR – cantávamos no carro do null, indo para nossas merecidas férias.
Sou null null e estou indo com meus amigos null, null e null para “A Casa da Praia”. Acabamos de sair de uma cidade fria, que quase nunca fazia sol, para passar nossos três meses de férias lá.
Aquele lugar era especial para nós, principalmente para null, ele conheceu a primeira namorada lá.
- Dude, estamos chegando! – null gritou lá do banco da frente, enquanto eu e null nos espremíamos no meio de malas.
- Finalmente, vou poder respirar – disse null do meu lado, coberto de malas e travesseiros.
- Ah, não reclama, null, não é você que está carregando a mala do null, e, por falar nisso, null, o que você leva nessa coisa? – eu disse, jogando a mala do null no null, que reclamou baixinho “hey”.
- Roupas, oras – ele respondeu.
- Roupas ou o seu guarda-roupas inteiro? – retruquei, tirando a mala de null e alguns travesseiros, o coitado ia morrer de asfixia.
- CHEGAMOS – null disse, pulando do carro.
- UHUHUHUHUH – null disse, pulando em seguida e ajudando a tirar as bagagens do carro.
- FINALMENTE, AR – null disse, pegando todo o ar possível do local.
- FINALMENTE, FÉRIAS – eu disse, pulando em seguida e sendo puxado pela mala do null em direção do chão. – Outch.
- Você está bem, null? – null perguntou, me ajudando a levantar.
- Outch – eu disse, coçando minha cabeça.
- É, null, da próxima vez, não traga tudo do seu quarto.
- Ok.
Colocamos as malas na casa e já nos preparávamos para ir para a praia.
- null, cadê as pranchas? – null perguntou para null.
- null, cadê as pranchas? – null perguntou para null.
- null, cadê as pranchas? – null perguntou para mim e todos me olharam;
- As pranchas? – eles concordaram. – De surf? – eles concordaram novamente. – Aquelas que eu deixei em casa? – todos me olharam com um olhar de “vou te matar, null null”.
- Como você foi esquecer as pranchas, null? – null reclamou.
- Elas são caras – null disse.
- Lá se vai nosso dinheirinho – null choramingou.
- Nosso nada, lá vai o dinheirinho do null.
- Meu? Tá certo, eu compro as pranchas – saímos de casa e fomos até a loja de surf.
- 149 dólares – a moça disse.
- Cada prancha? – perguntei abismado.
- É – ela disse como se fosse comum.
- Tá bom, me vê quatro.
Os caras escolheram as pranchas, eu paguei os 596 dólares e fomos para a praia.
- Dude, essas pranchas são demais – null disse com os olhinhos brilhando para sua prancha como null e null.
- É, valeu, null.
- De nada, foi isso que eu paguei por esquecer nossas pranchas.
- NOSSA, como essa praia tá lotada, dude – null disse, tirando sua camiseta, jogando na areia e indo para a água.
- Espera por mim, null! – null saiu gritando atrás dele e, ao mesmo tempo, tirando a camiseta (não me pergunte como ele faz isso).
- Vai na água agora, null? – null me perguntou.
- Não, vou dar uma olhada nas gatinhas antes – sorri e comecei a procurar por meninas gostosas. – E você?
- Vou te acompanhar nessa atividade – ele disse e rimos.
Ficamos olhando várias meninas, mas não achamos nenhuma interessante até que percebi 3 meninas vindo na nossa direção. Elas não chamaram muito a atenção em mim, mas sim em null, null e null (que já tinham voltado da água).
Elas se sentaram na barraquinha do nosso lado e não paravam de olhar para nós (null, null e null, ou seja, eu estava segurando vela).
- Oi – uma menina loira veio e nos cumprimentou. Nós levantamos da areia e a cumprimentamos.
- Oi – cada um disse com um sorriso.
- Eu sou null e essas são minhas amigas null – uma menina também loira só que com os cabelos enrolados acenou e sorriu –, e essa é null – uma menina meio baixa e com os cabelos castanhos acenou. Todas elas eram bonitas, mas nenhuma me chamou a atenção.
- Eu sou null e esses são meus amigos null, null e null. – Por que ele sempre me deixa por último?
- Prazer – ela disse, simpática. – Vocês querem se sentar com a gente?
- Claro – pegamos nossas camisetas e pranchas e fomos à barraquinha com elas.
- E aí, vocês moram aqui? – null me perguntou.
- Não, viemos passar as férias – eu disse.
Ficamos conversando animadamente e depois de um tempo uma menina de cabelos pretos com uma bermuda de surf, a parte de cima do biquíni e uma prancha muito maneira passou lá na nossa mesa, não nos cumprimentou, deixou umas coisas com null e foi para a água.
Aquela menina sim me chamou a atenção.
- null – a chamei e ela imediatamente me olhou –, quem é ela?
- Ah, é a null, null, ela é nossa amiga e não gosta muito de cumprimentar ou conhecer gente nova.
- Ah, sim. E ela mora aqui com vocês?
- Sim, ela que é dona da casa, ela é surfista e conseguiu o dinheiro da casa vendendo a prancha dela.
- E quanto custava a prancha dela?
- 35 mil dólares.
- 35 mil dó-dólares? – engoli em seco.
- É, a null é fera, olha – ela apontou para onde a menina surfava em uma onda muito alta.
- Uau – eu disse, abismado. – Eu vou lá – eu disse, me levantando, pegando minha prancha e fui para a água.
Chegando lá, null me olhou dos pés à cabeça e perguntou:
- O que você faz aqui, novato? – ela disse, indo para a água novamente.
- Como é que é?
- O que você tá fazendo aqui? Novatos não podem surfar nesta área.
- Novato? Eu não sou novato, eu surfo faz tempo.
- Então, me mostra o que você sabe.
- Me mostra o que você sabe, ô, garotinha.
- Olha aqui, cara – ela pegou a gola da minha camisa, me levantou de um jeito que pudesse olhar nos meus olhos e chegou bem perto de mim, me fazendo suar –, eu não preciso mostrar nada para ninguém, porque fui eu quem ganhou mais de 15 troféus por surfista do ano, e mais de 55 medalhas por garota da prancha, então, se manca, cara, e não enche meu saco – ela disse e me jogou na areia com certa força.
Então, eu pensei: “Me amarrei nessa garota”.
null veio correndo me ajudar e, logo em seguida, disse para null:
- null, por que você o jogou no chão? Você nem sabe quem ele é.
- Como se eu precisasse saber. Ele estava me provocando e é ele quem não sabe quem eu sou – ela disse estressada e foi para a água em cima de sua prancha.
- Desculpe a minha amiga, ela é estressada assim mesmo - null disse, me ajudando a levantar.
- Não, ela tem razão, eu que a irritei – logo, null e null chegaram.
- null, por favor, não desafie a null de jeito nenhum, tá legal? – null disse com null a seu lado e elas faziam uma roda em volta de mim.
- Por quê? – perguntei curioso.
- Porque quando a null é desafiada, ela vai até a morte – null disse e null fez uma cara de dor.
- Até a morte mesmo – null disse e elas voltaram para a barraquinha. Eu peguei minha prancha e fui surfar um pouco, bem longe de null.

POV´s null:
- Como se eu precisasse saber. Ele estava me provocando e é ele quem não sabe quem eu sou - peguei minha prancha e fui surfar. Só isso me distrai.
Opa, Jet Ski, é melhor ficar longe, senão as meninas vão falar para eu sair da água, mas, quer saber, dane-se o Jet Skis.
Cheguei mais perto ainda do Jet Ski para desafiar minha adrenalina e peguei uma onda que dava até a praia e vi null, null e null fazendo gestos para que eu me afastasse do Jet Ski.
Balancei a cabeça e continuei a surfar, até que o idiota daquele novato veio por trás de mim, me tirou da minha prancha, soltou meu pé dela e me pegou no colo.
- Hey, o que você tá fazendo? Me solta! ME SOLTA!
- Elas tão pedindo para você voltar.
- FODA-SE, ME SOLTA! – ele me soltou imediatamente, me fazendo cair de bunda no chão.
- Valeu, null – então, esse é o nome do desgraçado.
- SEU SEM VIDA, EU VOU TE MATAR, IDIOTA – eu gritava e corria atrás do desgramado, até que null e null me seguraram.
- Calma, null, ele só nos fez um favor – me soltei dos braços delas, peguei minha prancha e fui para casa. – E, null, da próxima vez que for surfar fique longe dos Jet Skis, você sabe o que aconteceu da última vez que você chegou muito perto deles – null disse e eu automaticamente coloquei minha mão em meu braço, onde havia um corte profundo.
Continuei andando e amaldiçoando Ha-null até a sétima geração.
FIM POV´s null

- Cara eu não sei o que eu faço com a null – null dizia, enquanto as ondas quebravam nela.
- Ela desafia a morte toda hora – null dizia, sem tirar os olhos de null.
- O que aconteceu com o Jet Skis? – eu perguntei para null, que fitava as ondas. Ela me puxou para longe de null e null e disse no meu ouvido:
- Ela sofreu um acidente com Jet Skis em uma competição, mas não fala para ela que eu te contei isso.
- Tá, pode deixar – eu disse e depois mergulhei em uma das ondas.
Ficamos na praia até tarde, olhando as ondas e nadando. null e null foram para casa fazer a janta (isso não vai dar certo) e eu e null ficamos na praia com null, null e null.
null estava amarradão na null. Ele tinha me contado e null disse que tinha gostado de null e eu até o zuei, falando que baixinho com baixinha combinava, ele me bateu, mas vamos desconsiderar essa parte, e está exatamente claro que null e null nasceram um para o outro. null me odiava eternamente e...
- , , A NOSSA CASA TÁ PEGANDO FOGO – (eu disse que não ia dar certo) null chegou desesperadamente, gritando, com as mãos para o alto. E a nossa casa estava pegando fogo.
- Nós conseguimos salvar as roupas, mas os móveis e a casa já eram, dude – null dizia, enquanto null se desesperava (ele estava correndo em círculos).
- E agora? – null dizia, chocado.
- Onde a gente vai ficar? Nós vamos ficar aqui por três meses, não podemos dormir na rua – eu disse.
- Desculpe me intrometer, mas lá na nossa casa tem espaço para vocês – null dizia.
- É, nós podemos deixar vocês dormirem lá até resolver esse problema – null disse, sorrindo para null, que retribuiu o sorriso.
- Não será muito incômodo? – null perguntou.
- Não, não podem ficar lá o tempo que quiserem – null disse, se levantando da cadeira.
- Obrigado, meninas – eu disse e avisamos para null, que aceitou numa boa. – Agora só precisamos contar isso para nossas mães.
- Contar o quê? – null se fez de desentendido.
- Contar que “A casa da Praia” pegou fogo – null disse dando um peteleco na cabeça de null.
- Calma, gente, a gente vende o terreno e damos o dinheiro para elas construírem uma casa nova, ou comprarem – null disse e fomos conversando sobre isso pra casa.
Chegamos e vimos a casa inteira em cinzas, pegamos nossas coisas e null nos levou para a casa delas.
- Chegamos – null disse.
- null, a null não está em casa, a moto dela não está ai, você acha melhor ligar para ela? – null disse já tirando seu celular da bolsa.
- Liga e, se ela estiver com o Brian, fala para ela voltar agora para casa, porque eu não gosto nadinha daquele cara.
- Mas null, é o namorado dela, você não pode fazer nada a respeito – null disse, saindo do carro.
- Namorado? Ele nem a ama – null disse, saindo do carro com certa raiva e batendo a porta forte. Saímos depois delas e esperamos elas resolverem as coisas.
- Mas ela o ama, e você tem que aceitar isso – null disse, pegando a mala do null.
- Então, fala para ela que a gente tem um – ela olhou pra gente – quatro problemas e que é para ela voltar para casa agora.
- Tá – null disse e ligou para null.

POV´s null:
- null, meu amor, eu vou tomar banho, se precisar de algo, me avisa – Brian disse.
- Tá – eu estava sentada na cama dele, vendo um filme que alugamos apenas para me distrair e não pensar na vida. Brian é meu namorado faz cinco meses e ele nunca me traiu e sempre foi bom - me ajudava sempre que eu precisava, ele era perfeito, mas não sei se era o certo para mim. null o odiava profundamente, mas eu não ligava.
Meu celular tocou e eu fui atender.
- Alô?
- null? Onde você está? – null dizia do outro lado da linha.
- Er, na rua.
- Não me convenceu.
- Tá, eu tô na casa do Brian.
- No Brian? – ela perguntou e pude ouvir null dizendo “Ah, eu vou acabar com esse cara é agora mesmo”.
- É, por quê? Algum problema?
- Bom, nós precisamos que você venha aqui, temos um problema.
- Agora, não dá.
- Por favor, null – ela disse com uma voz bonitinha.
- Tá, eu tô indo.
- E vê se toma cuidado com a moto.
- Tá, ta, tô indo – desliguei o celular e escrevi um bilhete para Brian, dizendo que precisava ir.
Peguei minha moto e voltei para casa.
FIM POV´s null

- E aí, ela estava com o idiota?
- Tava, null, e dá para você deixar os dois quietos? – null disse.
- Tá bom, eu deixo, mas eu ainda acho que ele não serve para ela.
- Eu também acho, mas...
Logo, vimos null chegando numa moto amarela.
- Qual é o pro... Ah, os panacas de novo? – ela disse, tirando o capacete e olhando para a gente – que tentava fazer a melhor cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças.
- null! Não fala assim com eles, os coitados perderam a casa e nós estamos oferecendo o nosso lar para eles – null disse e olhamos assustados para ela.
- Na minha casa? – ela disse, abismada. – Jamais.
- Por favor, null, os coitados vão ter que ficar na rua.
- Argh, tá bom, mas é o último, o último favor que eu faço para vocês três – ela jogou o capacete com força no chão e entrou na casa. Logo em seguida, nós entramos.
null foi lá por seu quarto e as meninas nos levaram para os quartos.
- Agora, meninos, tem um quarto com 4 beliches, e outros dois com 2 beliches em cada um deles, qual vocês querem ficar?
- Queremos ficar todos juntos – null disse, olhando fixamente nos olhos de null, olhos, eu disse olhos? Eu quis dizer pernas da null.
- É, no de quatro beliches – null terminou, dando um pequeno chute (leia- se chutão) na canela de null.
- Então, podem entrar – null abriu a porta e nos acomodamos no nosso novo quarto.
Já eram 7 horas da noite e null disse se queríamos comer fora, então, nos arrumamos e estávamos esperando null terminar de se vestir, null escolher seus sapatos, null arrumar seu cabelo e null sair do banho.

POV´s null:
Eu estava tomando banho e assobiando a música Here Comes The Sun dos Beatles, até que alguém bateu na porta do banheiro.
- Quem é?
- Sou eu – a pessoa disse.
- Uh, ajudou muito.
- Ai, sou eu, null, null, lembra?
- Ah, lembro, o que você quer?
- É o Brian no telefone, ele quer falar com você – enxuguei minha mão na toalha e estendi-a para fora do Box. null me deu o telefone.
- Obrigada – eu disse e coloquei o telefone na orelha. – Alô?
FIM POV´s null

Saí do quarto, estava ficando entediante lá. Fiquei andando pelo corredor e parei quando vi null entrar no banheiro onde null estava e lhe entregar o telefone e dizer “É o Brian”.
Quando null foi embora, encostei minha orelha na porta do banheiro e fiquei escutando a conversa de null e Brian:
“Alô?” “Oi, estou bem sim e você amor?” “Que bom, então, nós vamos ao cinema sábado?” “Ah, não, se é de trabalho, você tem que ir, a gente pode combinar outro dia de sair, tipo, segunda-feira” “Ah, também não dá? Então, a gente combina depois” “Tá, beijos, também te amo”.
- , O TELEFONE – ela gritou de dentro do banheiro, me assustando, e, sem querer, mas muito sem querer mesmo, abri a porta. – Toma o telefone, null – ela me entregou o telefone.
Arregacei minha manga e peguei o telefone, encostando sua mão molhada na minha e senti um choque percorrer meu corpo. Saí do banheiro imediatamente, deixei o telefone no chão e voltei para o quarto correndo.
- null, o que foi? – null perguntou, quando cheguei ao quarto.
- Nada – respirei –, eu só – respira – estava - respira – apostando – respira – uma corrida – respira – comigo – respira – mesmo – respira (isso é para vocês verem o quanto eu corro e o quanto eu sou cagão a ponto de ter medo de uma garota que me mataria por eu ter entrado no banheiro onde ela estava tomando banho). Gente, deixe-me esclarecer umas coisas. Primeiro: eu não a vi sem roupa alguma, eu a vi dentro do Box, ou seja, não consegui ver nada (por mais que eu quisesse). Segundo: eu caí de cara no chão, então, estava meio atordoado e, por isso, saí correndo. Terceiro: menti para meus amigos, porque eles me matariam ou algo do tipo.
Os caras estavam rindo de mim, mas eu não estava achando graça nenhuma.
- O que foi? Eu quero ficar em forma.
- Em forma você já está, null – null disse e null completou:
- Em forma de bola – e eles começaram rir.
Saí do quarto e, quando cheguei ao corredor, vi null só de toalha agachada pegando algo no chão.
Ela olhou para mim e se assustou.
- O que faz aqui? – ela perguntou, se levantando rápido e jogando o que estava na mão dentro de seu quarto que ficava de frente para o banheiro.
- Eu vou para a sala – eu disse, assustado também.
- Ah – ela disse e se abaixou de novo. Não pude deixar de notar suas coxas que não estavam sendo cobertas pela toalha (posso dizer que era uma toalha pequena).
Fui para a sala e fiquei esperando as meninas descerem para irmos jantar fora.

POV´s null:
- Eu não vou vestir isso – eu dizia, enquanto as meninas me mostravam roupas que não tinham nada a ver comigo.
- Por favor, null – null fez aquela cara de cachorro sem dono que só ela sabia fazer.
- Ah, tá bom, mais eu não vou usar maquiagem.
- Ah, vai sim, faz parte da roupa – null disse e me entregou a roupa e os sapatos.
Bufei e saí do quarto, deixando cair os brincos. Abaixei para pegar e percebi null atrás de mim, me olhando como se eu fosse algo comestível.
- O que faz aqui? – eu disse, levantando rápido e jogando meus brincos no quarto.
- Eu vou para a sala – ele disse e eu dei passagem para ele passar.
- Ah – eu disse, me abaixei de novo, peguei o outro brinco e joguei no quarto.
Entrei no banheiro e coloquei a roupa que elas tinham me dado: um vestido vermelho balonê de uma alça só que ia um pouco para cima das coxas, um all star vermelho de botinha e uma meia calça verde cheia de furos.
Sentia- me... Sei lá, estranha, não era eu. Eu usaria uma bermuda e uma camiseta com chinelos, não um vestido, com meia calça e tênis.
Saí do banheiro e as meninas logo me puxaram para dentro do quarto, elas soltaram meu cabelo (meu cabelo era preto e na raiz ele era liso e depois do meio para baixo ele ficava enrolado) e me fizeram uma maquiagem fraca.
Eu as convenci de não usar os brincos.
Desci as escadas logo depois de null, que usava uma calça jeans escura, com uma bota que se usa na neve branca (mas eu ainda penso: ela usa bota de neve na praia, só essa menina mesmo), uma blusinha regata vermelha (para combinar comigo) e um cachecol verde listrado e os cabelos soltos.
E, depois de mim, veio a null com uma saia jeans curta, uma blusa colorida e all star branco brilhante e os cabelos estavam presos em um coque e só a franja estava solta.
A null vestia um short azul marinho (não era jeans), uma blusa tomara que caia rosa e um sapato de salto alto rosa. Seus cabelos estavam soltos.
Os meninos quase babavam nelas, só nelas, mas eu sentia um olhar em mim, mas não sabia de quem.
null chegou perto de mim e disse:
- E aí, o Brian vai com a gente?
- Não, ele vai trabalhar.
- De que horas a que horas?
- Ele disse que é das sete à uma hora da manhã.
- Hum – ela disse e depois ficou do lado de null e cochichou algo para ela que depois cochichou algo para null que foi para o lado do null.
null chegou do meu lado e se aproximou do meu ouvido, me fazendo arrepiar e disse:
- Você está linda – ele disse baixo, mas eu consegui ouvir e respondi amarga:
- Se manca, cara.
FIM POV´s null

- Se manca, cara – ela disse e foi em direção da sua moto.
null foi à direção da moto vermelha e null na direção da moto azul.
null foi à direção do carro e nós a seguimos.
null se sentou na frente e eu, null e null nos sentamos atrás.
- Elas dirigem moto? – null disse.
- Sim, olha, a null é a única que surfa, a null é a única que toca violão, a null é a única que sabe andar de bicicleta, eu sou a única que dirige carro e elas três dirigem motos.
- Ah – null disse.
- É melhor colocarem o cinto, se quiserem que eu as acompanhe – ela disse, pondo seu cinto.
Olhamos- nos e deixamos para lá.
null arrancou o carro com tudo e nós rapidamente colocamos o sinto.
- Eu avisei – ela disse e, então, depois, vimos a moto da null passar com tudo na nossa frente. null esperou null e depois null e acelerou o carro mais ainda.
- Acho que estamos andando a 200 km – null disse para mim e null.
- Deve ser – null disse, dando um sorriso.
Chegamos ao restaurante, que estava meio vazio. Estava tocando uma música calma que identifiquei ser uma música da Kelly Clarkson.
null, null e null saíram das motos e arrumaram suas roupas e, depois, entramos no restaurante.

POV´s null:
Entramos no restaurante e vi uma figura loira e conhecida. Então, vi que era Brian, o namorado da null, com uma vadia de vestido bem curtinho quase mostrando suas coisas e todo rasgado quase mostrando suas coisas de cima e ele estava quase engolindo a menina.
null não tinha visto, mas eu tinha e alertei null que alertou null que manteu seu bico calado.
- Com licença, já volto – eu disse, depois que todos tinham se sentado e fui em direção ao banheiro que ficava na mesa perto do vagabundo.
Logo depois, veio null e, depois, null, então, decidimos que não íamos contar para null - ela ia ver.
null saiu do banheiro e tocou no ombro do idiota.
- Belo trabalho o seu, né? – ela disse e ele se assustou ao ver quem era, logo, ela meteu a mão na cara do safado.
Depois, saiu null do banheiro e disse:
- Galinha – ela somente disse e meteu a mão na cara dele também, eu não via a hora de fazer isso também.
A esse ponto, todos do restaurante já olhavam para nós.
Saí do banheiro e fui à direção dele. Quando ia falar com ele, null chegou, empurrando todos. Quando ela viu a cena, disse:
- Nunca pensei que você um dia faria uma coisa dessas, Brian – ela saiu correndo do restaurante e todos puderam notar uma lágrima escorrendo no rosto dela.
- null, vai ajudá-la – null me disse.
- Mas eu queria... Tá, mas, antes, me deixe ter a glória de fazer isso – meti a mão na cara do safado com vontade.
Saí correndo do restaurante e fui atrás de null com minha moto.
FIM POV´s null

null acabara de ser traída pelo namorado e eu estava aqui parado, sem fazer nada, só olhando para o sutiã da garota que o namorado da null estava beijando que estava para fora. Que tipo de cara que sou eu? Se eu gosto dela, eu tenho que correr atrás, certo? Então, o que eu estou fazendo parado aqui?
Saí correndo do restaurante e cheguei antes que null saísse com sua moto.
- null, me deixe ir lá.
- Por quê, null?
- Porque eu gosto dela e eu queria muito ajuda-lá, por favor, null – ela saiu da moto e eu subi nela.
- Toma o capace... – antes de ela me entregar eu já havia ido embora com sua moto.
Chegando na casa, saí da moto quase deixando-a cair, e entrei correndo em casa. Quando ia passar a sala para ir para os quartos, parei no meio das escadas e percebi que null estava no sofá, chorando.
Fui até lá devagarzinho, ela estava sentada na ponta do sofá, encolhida com os pés em cima do sofá e abraçada a uma almofada.
Ela não chorava, só estava com os olhos fechados e escorriam algumas lágrimas.
- null? – perguntei devagar, me sentando perto dela. – Eu sei que você está mal, e eu queria poder ajudar, se eu puder fazer algo, pode fa... – e antes de eu terminar de falar, ela se jogou em meus braços, me abraçando e chorando em meu ombro.
Apertei meus braços contra ela e acariciei seus cabelos. Ela se ajeitou em uma posição mais confortável e continuava chorando.
Ela parou de chorar, levantou sua cabeça de meu ombro, me olhou e disse:
- Desculpe, null – ela disse.
- Mas desculpa por - ela me cortou.
- Desculpe por ser tão dura com você e estar chorando no seu ombro que não tem nada a ver com isso.
- Não, não, pode chorar, pode ser dura, eu não me importo, e pode se abrir comigo se quiser.
- Sabe, é que o Brian era um cara que não me via como simplesmente uma surfista e sim como namorada, uma menina, e saber que ele me traía nesses 5 meses me deixou frustrada, eu não o amava, mas namorá-lo me deixava confiante, eu contava todos os meus problemas para ele, nós até uma vez, er... Eu não acredito que ele fez isso comigo – ela disse e colocou sua cabeça em meu peito. – Eu não sei como vai ser agora, eu não sei para quem eu vou contar meus problemas, eu não posso contar para minhas amigas, porque geralmente elas estão envolvidas nisso, mas para o Brian eu contava, e agora, null? E agora? – ela voltou a chorar.
- Calma, null, não se preocupe, vai dar tudo certo, você vai ver, você vai achar o cara certo – eu dizia, mas ela se levantou e disse, enxugando as lágrimas:
- Não, null, eu não vou, sabe por quê? Porque eu sou uma surfista, uma figura masculina e nenhum menino jamais vai querer ficar comigo, agora eu sei por que o Brian fez isso comigo – ela disse brava e subiu as escadas. Eu suspirei e disse baixinho:
- Mal sabe ela que essa sua figura masculina me deixa cada vez mais apaixonado.

POV´s null:
Eu estava parada, olhando null sumir com minha moto, até que null saiu de dentro do restaurante e me disse:
- Aquele é o namorado da null? – ele perguntou, me acordando e me virando para ele.
- Era – eu disse.
- Eu nunca faria isso com a minha namorada.
- Você tem namorada?
- Não, mas gostaria de ter – ele disse, olhando para os lados.
- E quem você gostaria que fosse sua namo... – antes de eu terminar a frase, ele se aproximou e me beijou.
FIM POV´s null

POV´s null:

null estava dando umas belas broncas em Brian e, quando o frangote virou homem, veio para cima de mim e deu um tapa na minha cara.
- Como você se atreve falar assim de mim? – ele disse, porque eu falei que ele era um canalha.
- Como você ousa mentir para minha amiga desse jeito e ainda por cima sair com uma vagabunda que só quer dar para qualquer um que vê pela frente?
- E como você ousa tocar nela? – Tom disse, se pondo na minha frente e eu acho que ele pensou que eu não senti sua mão na minha coxa, mas eu senti.
- Ai, agora você vai defender a vadiazinha? – Brian disse e logo em seguida recebeu um soco de null.
- Vadiazinha é essa daí – ele apontou para a menina que estava com tudo para fora “literalmente”.
Brian saiu correndo com o soco que levou (frangote). null virou e me beijou.
FIM POV´s null

Subi as escadas para meu quarto e antes dei uma passadinha no banheiro.
Quando estava saindo dele, vi a porta de null aberta e, como a curiosidade matou o gato, eu fui dar uma espiadinha.
Como eu sempre chego em hora interessante, ela estava se trocando.
Ela tirou a meia calça, jogou no cesto de roupa e depois foi o vestido. Pude ver seu sutiã vermelho e sua calcinha cinza.
Ela virou de costas e tirou seu sutiã. Depois, colocou uma blusa amarela grande e um short verde pequeno, pegou seu notebook e deitou na cama.
Fui para meu quarto e pensei comigo mesmo: “Aquela garota me mata”.

POV´s null:
Brian havia ido embora junto com a menina que ele estava, então, eu, null, null, null, null e null fomos comer, nós estávamos com muita fome e como null e null não iam mais voltar, fomos jantar, afinal, era para isso mesmo que a gente estava no restaurante.
null já tinha contado para a gente que tinha pedido null em namoro e null disse que também estava namorando null. Eu e null estávamos sobrando na parada.
Fomos para casa e, quando chegamos lá, null e null estavam em seus quartos, e nenhum deles nos contou o que tinha acontecido. null tinha dado a impressão que não estava nem aí porque não tinha mais namorado e null fingia que não sabia de nada, mas eu ainda acho que o null gosta da null.
null, null, null, null e null estavam vendo um filme chato pra caçamba, então, eu fui para a cozinha brincar com o macarrão. Que foi? É a coisa mais divertida para fazer quando se está com tédio.
Então, null apareceu na cozinha e viu a cena que eu queria muito que ela não visse, na verdade, ela era a única pessoa no mundo que eu não queria que me visse brincando com macarrão.
- Brincando com macarrão?
- É, não tem nada para fazer – eu disse receoso.
- Relaxa, eu gosto de brincar com copos, que tal a gente juntar as duas brincadeiras? – ela disse de um jeito infantil.
- Sim – eu disse e ela pegou os copos, então, ficamos brincando com macarrão e copos, parecíamos duas crianças felizes, e uma dessas crianças estava apaixonada pela outra.
No meio da brincadeira, null gargalhou.
- O que foi? – eu perguntei.
- É que você fica tão fofo quando brinca com macarrão – ok, eu corei. Pela primeira vez na minha vidinha inteira, eu corei.
- Sério? – perguntei receoso.
- Sério! – E, então, ela beijou minha bochecha e depois foi beijando da bochecha até chegar ao canto da minha boca. Ela se afastou e eu sorri como se dissesse “VAI, VAI”. Então, ela se levantou e me deixou lá com cara de “Por que não beijou?”
FIM POV´s null

Três dias depois...

POV´s null:
O Brian já tinha tentado falar comigo nesses três dias, mas como as meninas me proibiram de falar ao telefone, elas que atendem e sempre mandam ele se foder.
E null tinha me chamado para sair. Como a notícia passa de boca em boca, todos da casa estavam sabendo que eu e ele íamos sair, mas eu fiz o favor de deixar bem claro que era só um jantar de amigos, só para a gente resolver nossas brigas, só.
null já tinha comprado a roupa e os sapatos, null estava esquentando seu baby-lis e null já havia preparado a banheira, porque, segundo ela, para um encontro precisa se estar bem relaxada.
E, adivinhem, o “encontro” era hoje.
- Vamos para o banho, null – null disse, me puxando da cama para o banheiro.
Entrei na banheira e relaxei, deixei meu celular do lado da banheira e, adivinhem, ele tocou.
E se vocês adivinharem quem é, eu dou um doce. Era o Brian.
Dessa vez eu queria mandar ele se foder.
- Alô? – eu disse, fingindo não saber quem era.
- null? Finalmente consegui falar com você, só as suas amigas que atendiam e elas diziam... – eu cortei ele.
- Vá se foder – eu disse simplesmente.
- É isso mesmo que elas diziam.
- Não, não, eu estou falando para você ir se foder, amor – disse e desliguei o telefone.
Saí do banho e null logo me puxou para seu closet (ela era a única que tinha um closet) e me deu a roupa para vestir.
Era um short jeans escuro, apertado (até demais) e bem curto, com uma blusa vermelha frente única e ela queria me fazer usar um scarpin vermelho, mas como eu não sabia andar naquele troço, ela disse para eu usar all star vermelho (de novo).
Depois fui puxada para a penteadeira da null (ela era a única que tinha uma penteadeira) e ela fez baby-lis nos meus cabelos pretos.
Eu estava pronta e desconfortável de novo, mas bonita (pelo menos, foi isso que elas disseram).
Elas disseram que null já estava no restaurante, me esperando, então, null me levou para lá em seu carro.
Quando cheguei, vi null sentado na mesa, com uma calça jeans larga e uma camisa xadrez com alguns botões abertos. Ele estava mexendo na flor do vaso que estava sobre a mesa. Confesso que ele estava atraente.
Saí do carro e fiquei parada na frente do restaurante até que as meninas saíram do carro e null me empurrou para frente. Então, eu entrei lá.
Sentei-me na mesa que null estava e ele, digamos que, ficou, er, encantado.
- Oi – eu disse, tímida.
- Oi – ele disse. – O que elas estão...? – ele apontou para a janela e vi as meninas com as caras grudadas no vidro. Fiz um sinal de “Xô, vão embora” e elas saíram de lá.
- Desculpe, elas são doidas - eu disse e ele sorriu, e que sorriso. Peraí? O que eu estou dizendo?
- Não se preocupe, e, à propósito, eu sei que você vai falar para eu ir me ferrar mais, você está linda – eu sorri (uma coisa difícil de acontecer) e eu acho que corei. – Espera, você sorriu? Você sorriu, mesmo? E para mim? – ele perguntava rápido.
- Sim – eu disse e pude ver seus olhos brilhando.
- Seu sorriso é tão lindo, sempre quis vê-lo – ele disse e a garçonete chegou.
- O que vão pedir? – a garçonete ruiva perguntou.
- Eu quero um pedaço de lasanha e uma coca, e você, null? – ele disse.
- O mesmo – eu disse, a garçonete anotou o pedido e foi embora.
- Então, você trabalha? – ele perguntou.
- Ah, antes de realmente conversarmos, eu queria esclarecer uma coisa – ele fez sinal para eu continuar. – Desculpe-me, por ter sido... Agressiva com você naquele dia na praia.
- Você tinha toda a razão, eu te provoquei, e me desculpe por isso.
A comida chegou, então, começamos a comer e falar sobre várias coisas.
Até que eu desviei meu olhar do de null e vi Brian com uns amigos sentados na outra mesa.
- Eu não acre... Eu não... – eu não conseguia falar.
- O que foi? – null perguntou e olhou para onde eu estava olhando. – Ah, calma, null, relaxa, ele não vai te ver.
- Espero mesmo, não quero que um cara desses estrague essa noite – ele sorriu e deu uma garfada em sua lasanha.
- null? É você mesmo? – Brian disse, quando estava indo para a saída e me viu. – Você está tão linda, eu nunca te vi assim.
- Ela está linda e acompanhada – null disse e eu dei um olhar de “Fica na sua, null”.
- Ah é? Namorados? – ele perguntou.
- Não te interessa – eu disse e dei uma garfada na minha lasanha.
- Bom, se não são namorados, null, quer voltar a namorar comigo? – Ok, ele passou dos limites.
- Agora, só porque eu me arrumei e estou “bonita” – fiz aspas com as mãos –, você me quer de volta? – eu disse, já levantando. – Panaca – eu disse e me sentei de novo.
- Vamos, gatinha, por que você não quer voltar comigo? – ele disse, virando minha cadeira e se aproximando de mim. Eu dei um chute naquele lugar dele e disse:
- Por que você não pede para aquela vadia que estava com você no restaurante voltar com você, idiota? – eu disse e virei minha cadeira para frente, enquanto ele apertava aquilo.
Ele me puxou bruscamente e tentou me beijar, mas o null chegou por trás e deu um soco nele. Eu disse:
- Você nunca encostou sua boca nojenta na minha e nunca vai, idiota. – E depois fomos embora.
Não queríamos voltar para casa, já tínhamos jantado e só queríamos ficar um pouco juntos, então, fomos ao parque.
- Desculpe por te levar àquele lugar, eu não fazia a mínima idéia de que ele estava lá – ele disse, enquanto andávamos até o parque.
- Você não tem culpa de nada, eu sou a culpada nisso, e, a propósito, me desculpe por te envolver.
- Imagina, eu não ia deixar aquele cara te beijar depois de tudo que ele te fez.
- Obrigada – eu disse e abracei-o de lado. Ele fez o mesmo e beijou o topo de minha cabeça. – Eu só não entendo uma coisa.
- O quê? – ele perguntou e eu apoiei minha cabeça em seu ombro.
- Por que você tá fazendo tudo isso por mim, sendo que eu te tratei/trato mal?
- Não sei, instinto de proteção – ele disse e eu ri.
Chegamos ao parque e ficamos conversando sobre nossas vidas e o que gostávamos de fazer.
- null, já está tarde, acho melhor irmos – eu disse, olhando no grande relógio que havia atrás de nós.
- É, você trouxe celular, né? – ele perguntou e revistei o bolso do meu short.
- Não, mas você trouxe, né? – ele balançou a cabeça negativamente. – Então, vamos a pé.
Começamos a andar pela rua e começou a bater um vento frio. Eu estremeci a abracei meus próprios braços.
- Está com frio? – ele perguntou.
- Um pouco, também, olha minha roupa, não gosto que as meninas me façam ser quem eu não sou, tá certo que, de vez em quando, eu preciso me arrumar um pouco, mas, pelo menos, elas podiam deixar eu escolher minhas próprias roupas – eu disse, colocando as mãos no bolso do short.
- Vem cá, eu te esquento – ele disse, me puxando pelo braço e me envolveu com seu braços, me esquentando.
- Por isso que eu não te entendo – eu disse, sorrindo para ele.
- null – ele disse do nada.
- null, por favor – eu disse. – Diga.
- null, eu sinto lhe informar que... – ele fez mó suspense. – Eu estou cansado de andar.
- E eu sinto lhe informar que agora a gente vai ter que correr porque tá chovendo – eu disse, quando começaram a cair alguns pingos em nossas cabeças.
Corri na chuva e vi que null ficou para trás.
- null, vem – ele correu um pouquinho, eu segurei a mão dele e comecei a puxá-lo. – Vamos, null.
- Estou indo, calma, eu preciso de ar – ele disse ofegante e, quando eu não conseguia mais correr, parei e soltei a mão dele. – O que foi?
- Agora, eu não consigo correr.
- Olha, eu quero chegar em casa hoje, tá, então, eu vou cooperar com isso – e, então, ele me pegou no colo e foi correndo até em casa.
- null, se você me deixar cair no chão, eu te mato.
- Relaxa, eu não faria uma coisa dessas – ele disse e sorriu para mim.
- Ai, que vento – eu disse quando meu cabelo esvoaçou todo na cara de null e eu tirei.
- Seu cabelo tem cheiro bom – ele disse, o cheirando.
- Claro, eu tomo banho, seu bobo – eu disse, dando um peteleco na testa dele.
- Chegamos – ele disse, me pondo no chão.
- Ainda bem, meu bumbum tava começando a ficar gelado – eu disse e entrei em casa.
Já era 1 hora da manhã e todos estavam dormindo, ou em seus quartos.
Subi para meu quarto e tomei um banho.
Depois do banho, coloquei um pijama curto e fiquei no meu quarto escutando músicas.
Estava escutando Mobile da Avril Lavigne quando null bateu na minha porta.
- null? Posso entrar? – ele perguntou, enquanto eu estava vendo uns CD´s.
- Entra, null – eu disse e continuei vendo os CD´s.
- Er, eu vim saber se você estava bem – ele disse, entrando e fechando a porta, ele continuava com a mesma roupa.
- Estou sim, mas você veio perguntar pelo lance do restaurante? – ele balançou a cabeça positivamente. – Relaxe, eu não vou mais sofrer por aquele idiota, e, apesar de tudo, foi legal.
- Foi legal? – ele arqueou uma sobrancelha.
- Sim, pelo fato de a gente conversar e resolver as coisas, pelo fato de você dar uma na cara do Brian, por a gente ficar no parque falando bobagens, pelo fato de ter chovido e de você me carregar no colo.
- É, pensando bem, foi bem legal – ele disse sorrindo.
- Eu tenho um filme que eu acho que você vai gostar, quer ver, ou está com sono?
- Não, não, vamos ver sim, qual é?
- Contatos de 4º Grau.
- Nossa esse filme é muito louco, coloca aí – ele disse, sentando na cama. – Pensando bem, coloca aí que eu vou fazer a pipoca e me trocar – ele disse e saiu do quarto.
Procurei o filme pelo quarto e sorri, acho que eu estava começando a gostar de null.
Desliguei o rádio, arrumei minha cama laranja e coloquei o filme.
Desci as escadas e peguei duas almofadas no sofá. Subi junto com null, que estava trazendo a pipoca e uma garrafa de coca.
Sentamos na minha cama/sofá e eu pus o vídeo para assistir, nós não estávamos prestando a atenção no filme, só ficamos trocando olhares.
- Você está com uma carinha triste – ele disse, quando estava quase acabando o filme.
- Eu? – não o fantasma do Natal passado, lógico que é você né, null. – Não estou, não.
- Está sim. Eu vou te alegrar – ele disse, colocando a pipoca e a coca no chão.
- Como você vai me ale... – eu dizia, mas aí ele começou a me fazer cócegas. – PÁRA, , , PÁRA, PÁRA, – eu gritava e me contorcia e, não sei como, de algum jeito, null parou em cima de mim e nossos rostos estavam bem próximos. Então, ele parou de me fazer cócegas e eu ainda ria. Ele se aproximou de mim e nos beijamos. Separamos- nos rapidamente e ele disse:
- Desculpa – ele disse e saiu de cima de mim.
- Desculpa, digo eu – eu disse e balancei meus cabelos com uma mão. – Acho que não devíamos ter feito isso.
- É, sabe, eu acho melhor ir para o meu quarto, já está tarde – ele disse, indo para porta do meu armário.
- Não, essa porta é a erra – eu disse esticando o braço, mas ele entrou e eu o segui – da, esse é meu armário de prêmios – eu disse, tirando a poeira de uma de minhas 15 pranchas que estava pendurada lá.
- Tudo isso são prêmios? – ele perguntou, olhando as medalhas.
- Sim, 17 pranchas, não contando a prancha que eu vendi para comprar a casa, 55 medalhas de ouro e prata e 15 troféus – eu disse e ele pegou uma foto que estava pregada em um quadro.
- Quantos anos você tinha aqui? – ele perguntou, me mostrando uma foto bem antiga, a que eu ganhei minha primeira prancha.
- Quinze, aqui eu ganhei a minha primeira prancha – ele olhava, admirando a foto, e depois a colocou no lugar.
- O que é isso? – ele perguntou, pegando uma bolsa vermelha pequenininha que eu guardava um maço de cigarros. Peguei imediatamente da mão dele, null e null me proibiram de fumar faz uns dois meses, mas sempre quando eu estava mal, eu ia para a praia escondida e fumava. Eu comecei com o vício em uma competição quando eu tinha 17 anos, um menino me ofereceu eu aceitei e aí começou o problema, já fui parar no hospital uma vez por causa do cigarro. Mesmo tendo trauma disso, eu continuava fumando. Puro vício.
- Não é nada – eu disse e coloquei na caixa em que estavam –, apenas folhas.
- Hum... – ele disse analisando com os olhos o maço.
- Vamos ver o filme de novo? Não prestei muita atenção da primeira vez – eu disse, empurrando-o para fora do armário antes que ele visse mais coisas que não devesse.
- Mas não é melhor eu ir para o meu quarto? Já são 4 horas da manhã, null – ele disse, saindo do armário e ficando de frente para mim.
- Não, fica aqui comigo, quer dizer, dorme aqui comigo, por favor – eu fiz uma carinha de cão sem dono.
- Ok, mas não vai bater em mim quando você acordar – ele disse, deitando na cama depois de mim.
- Ok, boa noite – eu disse e virei de costas para ele.
- Mas você não queria ver o fi... Ah, deixa pra lá, boa noite – ele disse e desligou a TV.
FIM POV´s null

- Mas você não queria ver o fi... Ah deixa pra lá, boa noite – eu disse, desligando a TV e me ajeitando na cama.
Quando estava quase pegando no sono percebi que estava de roupa e não pijama.
Levantei-me devagar para não acordar a null e tentei sair do quarto, mas a porta fazia muito barulho, então, tirei minha calça e minha camiseta e agradeci por estar de samba-canção. Voltei para a cama e null se mexeu um pouco, virou e me abraçou. Ok, depois dessa eu não consegui dormir, então, fiquei a olhando a noite inteira.
Quando eram umas 11 horas da manhã, eu levantei da cama, tentando não acordar null e fui para o meu quarto. null me viu saindo do quarto da null só de samba-canção e ficou de boca aberta e foi nojento porque ela tava andando pelo corredor e escovando os dentes.
Ela logo entrou no banheiro e eu fui para o meu quarto, onde os caras estavam acordados, me esperando (eu acho).

POV´s null:
Eu estava andando pelo corredor em direção do banheiro quando vi null saindo só de cueca do quarto da null. Como ela não contou o que aconteceu no jantar, pode ter rolado uma coisa quente entre os dois.
Corri para o banheiro, terminei de escovar os dentes e invadi o quarto da null. Pulei em cima da cama dela.
- null, null, null, null, null – eu dizia e pulava na cama dela, enquanto ela acordava assustada.
- AAAAAAAAH, QUE FOI, ? PÁRA DE PULAR NA MINHA CAMA, CRIATURA – ela gritava e eu parei de pular.
- O que o null estava fazendo saindo só de cueca do seu quarto de manhã?
- Ele dormiu aqui, por quê? – ela disse, coçando os olhos.
- Como assim dormiu aqui? Conte-me tudo, o que aconteceu depois do jantar? Melhor, o que aconteceu no jantar? E por que ele dormiu aqui?
- Ai, null, deixa eu dormir, depois eu conto – ela disse, me empurrando de sua cama e bocejando.
Ela virou para o outro lado e dormiu, fui ao quarto dos meninos à procura de null, se a null não ia contar, o null ia.
- Ai ai, sai, null, vai doer ma... AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, null null, eu te mato, sua bes... AAAAAAAAAAH, para – null gritava do quarto.
- O que aconteceu? – eu entrei no quarto, me deparando com null puxando null pelas costas, null gritando de dor e null, assistindo e rindo da cara de dor que null fazia.
- É que o null deu mal jeito nas costas e o null tá tentando ajudar, puxando as costas de null, assim, ele iria quebrar o pequeno null, quer dizer, o coitadinho do null.
- Para, null, você vai machucá-lo – eu disse tirando null de cima de null.
- Obrigado null – null disse, tentando se levantar. – AAAAAAH, que dor insuportável, obrigado, null, ajudou muito – ele reclamou, virando de costas para o chão e ficando naquela posição.
- Calma, null, eu trabalhava num SPA fazendo massagem, eu te ajudo – eu disse, indo para o meu quarto e pegando algumas faixas e óleos.
Pedi para os meninos saírem do quarto e null tirar a camisa (e o danadinho já pensou besteira).
- Você vai mesmo fazer massagem em mim, null? – ele perguntou, enquanto eu arrumava minhas coisas no chão do quarto.
- Claro que vou – eu disse, com um sorriso um tanto malicioso no rosto. – Vira de costas, null – eu disse e ele perguntou curioso.
- Como você sabe meu sobre... AAAAAH... nome? – ele perguntou, virando de costas.
- Hm, a null me disse – eu disse, subindo em cima dele. Amarrei meus cabelos em um coque mal feito e peguei o óleo. – Então, o que você fez para ficar assim? – perguntei, iniciando a massagem.
- Eu bati minhas costas na beliche do null, que é muito grande para mim, como ele não dormiu aqui... Ai, ai, que bom – ele gemia e eu segurava o riso. – Como ele não dormiu aqui, eu dormi na cama dele, já que o null fez o favor de rasgar o meu colchão – ele disse, gemendo.
- Tá melhor, null? – perguntei, saindo de cima dele.
- Tá, mas já acabou? – ele perguntou, fazendo uma carinha triste.
- Não, agora vira de frente – eu falei, limpando minha mão na calça moletom cinza que estava vestindo.
Ele virou e eu subi em cima dele de novo só que desta vez ele estava de frente para mim.
Peguei o óleo passei em minha mão e me curvei para alcançar os ombros de null, que não estavam muito longe.
Percebi que ele estava observando dentro da minha regata, então, levantei rapidamente e peguei outro óleo, e fui passando em seus ombros, descendo até seu peitoral (e que músculos).
Terminei de fazer a massagem e dei a mão para ele levantar.
- Consegue? – perguntei.
- Claro, agora não dói tanto – ele disse, pegou minha mão e se levantou bruscamente, me fazendo ir para trás e ele para a frente. Antes que ele começasse a se aproximar, eu dei a volta e peguei a faixa.
- Agora, é só colocar a faixa e não fazer nenhum movimento muito brusco para não dar mal jeito de novo, ouviu? E, a propósito, fique longe das beliches.
- Ok, mas que movimentos bruscos?
- Tipo, pegar coisas pesadas, se agachar, ou bater em certas camas – eu disse. – Levanta os braços. – Ele levantou.
- Ok, eu nunca mais durmo na cama do null – ele disse e me lembrei do que iria perguntar para null.
- null, você sabe o que tá rolando com a null e o null?
- Eu? Não, por quê?
- É porque hoje eu vi o null saindo do quarto da null só de boxer.
- Relaxa null, eles não fizeram nada, o null sempre dorme só de boxer. Eu não gosto, prefiro dormir de bermuda e camiseta, é melhor.
- Hm, bom saber, sabe, eu me assustei quando vi null semi-vestido saindo do quarto da null – eu disse e amarrei a faixa.
- Qualquer um se assustaria – ele disse e riu. – O pior é o null, que nem de boxer ele dorme – null disse e eu fiz uma cara de nojo.
- Ai, null, não precisa contar a intimidade de seus amigos.
- Ok, parei.
- Acabei – eu disse, pegando os óleos e faixas do chão.
- Obrigado, null, ajudou muito – ele disse e beijou minha bochecha. Eu dei um beijo no canto da sua boca, adoro provocá-lo.
- De nada, null, espero que fique melhor – eu disse, saindo do quarto e deixando o null com cara de “Play Whit Fire”. Sorri comigo mesma e fui para meu quarto.
FIM POV´s null

POV´s null:

- Ai, null, deixa eu dormir que depois eu conto – eu disse, empurrando null para fora da minha cama, virando do outro lado e voltando a dormir, quer dizer, tentando voltar a dormir.
Como eu não consegui, fiquei na cama só descansando por um bom tempo e depois levantei.
Quando eu levantei, ninguém estava em casa (também, já eram duas horas da tarde, isso que dá dividir a cama com null).
Andei até a cozinha, peguei um copo, o enchi de suco de laranja e deixei na mesa. Fui até o telefone e vi que tinha um papelzinho escrito:
null, fomos no supermercado fazer despesa, eu sei que sua noite foi muito boa e quero que me conte tudinho, e eu também tenho uma coisa pra contar pra você.
Beijos, null.”

- Ok. Eu quero saber, e quero saber muito que a null tem para contar para mim, espero que eles voltem logo – eu disse para mim mesma e fui para a cozinha.
Tomei meu suco, comi uma maçã, depois coloquei meu short rosa e minha camiseta. Peguei minha prancha e fui para a praia.
Quando cheguei à praia, não havia quase ninguém lá, pensei: “Perfeito”.
Fui para a água e comecei a surfar, só que eu não conseguia me distrair. Para onde eu olhava, via null, eu tentava me distrair, mas não conseguia, eu só conseguia ver null, nas ondas, na minha prancha, nos surfistas que estavam mais pra frente, era só null.
Então, pensei: “O que esse garoto está fazendo comigo?”.
Quando não agüentava mais ver o null em todos os lugares da praia, voltei para casa.
Quando cheguei lá, null e null estavam no sofá, bebendo cerveja.
- E aí? – eu disse, entrando pela porta e balançando o cabelo, tentando tirar a areia dele.
- E aí, null, beleza? – null disse, desviando seu olhar da TV para mim.
- E aí, null? Quer dizer, podemos te chamar assim né? – null disse, com medo. Cagão.
- Pode, ué – eu disse e coloquei minha prancha ao lado da porta. – Cadê as meninas?
- A null e a null estão na cozinha e a null tá lá no nosso quarto com o null. Você não vai querer saber o porquê – null disse.
- E o null? – eu disse, tapando minha boca, eu não queria perguntar dele, escapou.
- Ele tá tomando banho – null disse, dando um gole em sua cerveja. – Mas por que você quer saber do null? Hum... tá interessada nele, né? – null disse e eu fiz uma cara assustadora para ele.
- null, cala a boca – null disse, dando um pedala no amigo.
- Tudo bem, vou fingir que não ouvi isso – eu disse, rolando os olhos. – Droga – eu disse, no momento em que null chegava da cozinha.
- Que foi? – ela perguntou.
- Nada, é que o null tá no banho. Eu tô molhada e queria ir também.
- Vai ao banheiro dos meninos – null disse.
- Mas o chuveiro de lá tá quebrado – null disse e lançou um sorriso para null.
- É por isso que o null tá no banheiro de todo mundo.
- Então espera ele sair de lá.
- Tá – eu disse e parei no meio da escada até que null disse:
- null, onde você estava?
- Eu tava surfando, por quê?
- Nada, depois eu preciso conversar com você – ela disse e eu fiz um joinha para ela. Subi as escadas e dei de cara com um null só de toalha.
- O-oi – ele disse, me vendo e se afastando.
- Calma, eu não mordo – eu disse, rindo.
- Eu sei, foi um impulso – ele disse, dando alguns passos para frente.
- Você já terminou de usar o banheiro? Preciso tomar banho – eu disse e ele me olhou toda molhada. Oh shit! Molhada, de camiseta branca.
- Terminei, pode usar – ele disse, dando passagem para eu entrar no banheiro. Então, eu entrei e fechei a porta.
Espera, e a roupa? E a toalha? “Anta”, bati na minha testa.
Saí do banheiro e fui para o meu quarto, peguei minhas coisas e, quando ia entrar no banheiro, vi null encostado na parede do corredor perto do quarto dele, ainda de toalha.
- Por que você está aí?
- É que o null e a null estão no meu quarto e eu não quero incomodar, ou ficar constrangido – ele disse e eu fiz uma cara estranha. – Que foi? Ninguém sabe o que eles estão fazendo lá – eu ri e entrei no banheiro.
Tomei banho, coloquei uma bermuda preta e uma camiseta branca, calcei minhas havaianas e saí do banheiro, secando meu cabelo com uma toalha pequena.
null ainda estava no corredor, só que agora ele se encontrava sentado no chão com as pernas esticadas e continuava de toalha.
- Caçamba, eles ainda não saíram? – eu perguntei, sentando do lado dele.
- Não, acho que só amanhã de manhã – ele disse e eu ri.
- Ah, eles não podem ficar todo o tempo no quarto – eu disse e joguei a toalha no meu quarto que estava do meu lado.
- É, não podem mesmo, eu vou ficar resfriado desse jeito – ele disse e null e null saíram do quarto com os cabelos bagunçados, lábios extremamente vermelhos e de mãos dadas. – Aleluia.
- Eu disse que eles não podiam ficar todo o tempo no quarto – eu disse e sorri, enquanto se levantava e segurava sua toalha firme. Ele sorriu e foi para o seu quarto.
Andei alguns passos, mas me lembrei que null queria falar comigo. Então, fui para a sala onde estava null e null dormindo no sofá e null e null jogando vídeo game no chão.
- null, o que você queria falar comigo?
- Ah, vamos para o seu quarto – ela disse, deixando o controle no chão e vindo na minha direção.
Fomos para o meu quarto e ela contou a história que tinha acontecido com ela e null.
E, então, eu contei o que tinha rolado ontem, só não contei a parte que null me beijou.
- Mas o null tentou alguma coisa, tipo, te beijar? – engoli em seco.
- Er... Não tentou, não... – eu disse.
- Tentou sim que, só pela sua cara eu tô sabendo – ela disse e, então, eu resolvi contar a verdade.
- Você não me deixou terminar, ele não tentou, ele me beijou – eu disse com medo.
- Ai, que felicidade – ela disse, batendo palminhas. – E o que você disse?
- Que... Era melhor a gente não ter feito aquilo.
- Mas eu pensei que você gostasse de... – eu a cortei.
- Pensou errado, eu não gosto – ela soltou um “uau” baixinho e disse:
- Bom, nós vamos a um pub hoje à noite, você quer ir ou vai preferir ficar surfando?
- Bom é claro que eu vou... – pensei bem. – Com vocês, eu vou com vocês.
- Sério? Então tá, você quer que a gente te ajude a se arrumar?
- Não, pode deixar que eu me viro.
- Ok, só não esquece o salto alto.
- Ok... Peraí? Salto alto? – eu disse, quando ela já estava saindo do quarto.
Droga, eu não sei usar salto, eu vou me esborrachar no chão. E, outra, eu não tenho sapato e muito menos de salto alto. Ok, eu não vou de salto, eu vou com meu all-star. É isso, eu vou com meu all-star.
Fim POV´s null

Às 8 horas da noite...

POV´s null:
Já eram 8 horas da noite e tínhamos acabado de jantar, os meninos continuavam lá em casa e isso não era nenhum problema para mim, primeiro: porque a casa não é minha, segundo: é super legal ver suas amigas se dando bem, e terceiro: eu adoro provocar null null, e essa noite era mais uma oportunidade para provocá-lo.
Lavei os pratos e fui para o meu quarto me trocar. Coloquei um vestido metade preto, metade rosa, com uma meia arrastão, um scarpin da cor do vestido com um colar de pingente de guitarra , soltei meus cabelos e os deixei caírem sobre meus ombros.
Eu sabia que com aquela roupa não teria homem que resistiria. Geeeente, como eu sou má com o null, adoro isso.
Fim POV´s null

POV´s null:

Acabamos de jantar e eu fui para o meu quarto me trocar para ir ao pub.
Deixei o baby-lis esquentando e coloquei uma saia preta, com uma blusa azul tomara-que-caia, com uma sandália azul que combinava com a blusa, e um colar de pingente de panda. Saí do closet e fiz baby-lis no meu cabelo inteiro.
Queria estar bem bonita para o null e espero que ele esteja fazendo o mesmo.
Fim POV´s null

POV´s null

Depois da janta fui para meu quarto me trocar, pela terceira vez no dia. Danado, aquele null amassou a minha roupa inteira, mas, espera, não é nada do que você está pensando, nós não fizemos nada, digamos que nós só... Brincamos um pouco, nada demais.
Tadinho do null, quase ficou resfriado por nossa causa, que bom que a null tava lá com ele. Eu ainda acho que esses dois estão de enrolação com a gente.
Fui para o meu quarto e coloquei um vestido azul claro, com uma bota, que vai até a canela, preta, e uma bolsa e brincos de argola também pretos. Prendi meu cabelo num coque e passei uma maquiagem escura.
Espero que com essa roupa a gente possa brincar de novo, se é que você me entende.
Fim POV´s null

POV´s null:

Acabamos de jantar e cada um foi para o seu quarto para se arrumar para ir ao pub.
Terminei de lavar os pratos e fui para o meu quarto. Coloquei um short jeans, uma camiseta amarela escrita algumas coisas em azul e branco, meu all-star amarelo, duas pulseiras pretas, uma amarela e um colar de coração e soltei meu cabelo.
Passei só um blush e saí do meu quarto, sentando no sofá e esperado todo mundo chegar para a gente ir logo, eu estava meio ansiosa. Estava sentindo que essa noite ia ser inesquecível.
Fiquei vendo TV, quando null desceu as escadas junto com null e ele usava uma calça jeans escura, com uma blusa xadrez aberta e embaixo tinha uma regata branca e calçava um all-star.
null usava uma bermuda marrom com uma camiseta vinho e tênis Red Noise.
Logo depois, desceram null e null de mãos dadas, null usava uma calça jeans preta, uma camisa meio social branca e all-star iguais ao do null.
Após, vieram null e null e, logo atrás dela, null, que usava uma calça jeans, com tênis Red Noise brancos e um agasalho da Hurley.
- null, cadê o salto? – null disse, olhando para o meu pé.
- Eu não vou pôr salto, eu não sei andar de salto, e eu quero ir de all-star – eu disse e null chegou ao lado dela, me olhando também.
- Relaxa, null, ela tá muito bonita – null disse e fomos para fora.
- Faz o seguinte, vai eu a null, a null, o null, e o null no carro e a null leva o null e o null de moto – null disse.
- Ah não – eu disse. – Não cabe três pessoas na minha moto.
- E eu até abraço a null, mas o null, nem pensar – null disse, fazendo uma cara de nojo, logo recebendo um soco no ombro de null.
- Então, null, dá para você dirigir a moto? – null disse.
- Dá, até dá – ela disse.
- Então, você leva o null, e você leva o null e o null vem comigo no carro, junto com a null e o null.
- Tá – eu disse, indo para minha moto e sendo seguida pelo null.
Eu e null chegamos no pub antes que todo mundo. Estava lotado e tocava Baby One More Time.
Nós sentamos em uma mesa e, depois de alguns minutos, null, null, null e null chegaram.
Ficamos conversando por um tempo e começou a tocar Tik Tok e eu fui ao bar pegar uma bebida.
Pedi uma Ice para o garçom, me sentei no balcão (olha que eu ainda nem tinha começado a beber) e esperei a bebida.
Vi null vindo na minha direção e rolei os olhos.
- E aí? – eu disse, quando ele apoiou os braços no balcão bem do lado da minha perna.
- E aí – ele somente disse e pediu uma Ula-Ula.
- Aí, quer dançar? – O que eu tô fazendo? Cara, eu ainda nem bebi.
- Sério? – Não.
- Sim! – O que deu em mim?
Peguei minha bebida, tomei em um gole só e o puxei pela mão para a pista. Eu não sei o que eu estava fazendo, só sei que agora que eu tinha bebido (e ia beber mais) as coisas só iam pirar mais.
Começamos a dançar e vi que ele tentava se aproximar, mas como eu ainda tava consciente do que eu tava fazendo, eu ia me afastando. Se ele pensa que vai se aproveitar de mim só porque eu vou beber muito essa noite, ele que está enganado.
Ficamos dançando sem nenhuma aproximação, e mesmo se ele tentasse alguma coisa, ele ia pro chão com um olho roxo. Droga, a bebida tá fazendo efeito, e olha que foi só um copinho de nada.
Olhei pela pista e vi só null e null na mesa, bom, eu já sei, ela vai provocar o null... De novo.
Fim POV´s null

POV´s null:

- Ai, que tédio. – Eu disse, quebrando o silencio que se instalava ali.
- Você quer alguma coisa para beber? Eu vou pegar alguma coisa para mim – null disse, chegando perto de mim por causa do barulho.
- Quero, er... Vodka com Pepsi, pode pedir separado que quando chegar aqui eu misturo.
- Ok. – Ele saiu do meu campo de visão. Eu aproveitei e levantei meu vestido, porque, se não, eu ficaria nua no meio do pub.
Logo depois, vi null trazendo as bebidas e ele as colocou na mesa.
Misturei minha Pepsi com a Vodka e ele bebeu sua Peppers (cachaça misturada com suco de maçã e vinho branco).
Bebemos e conversamos um pouco:
- E aí, você trabalha? – perguntei, dando um gole em minha bebida.
- Não, estou no último ano da faculdade e ainda não achei um emprego.
- Hm...
- E você? Trabalha?
- Não, a null que paga todas as nossas contas e roupas. Mas, de vez em quando, nós fazemos uma rodinha na praia e eu toco, as pessoas às vezes nos dão dinheiro.
- Você toca?
- Sim, violão, e você? Toca? – nesse momento, começou a tocar uma música desconhecida e era bem animada.
- Toco, toco baixo, e é só você prestar atenção nessa música que você poderá ouvir o som que eu faço – ele disse e, então, percebi que era a voz de null.
- Uau, eu não sabia que vocês tinham uma banda.
- É, e eu não sabia que nossa música iria tocar em um pub – ele dizia e eu ia batucando na mesa. Era uma música bem animada.
- Vamos dançar? – eu disse, de repente.
- Vamos, claro – ele disse, sorrindo.
Nós levantamos e fomos para a pista e logo vi null e null do nosso lado e null veio correndo em nossa direção.
- , É A NOSSA MÚSICA! – ele praticamente gritou na cara do null.
- Eu sei, null, eu sei as músicas que eu toco.
- QUE DEMAIS – ele levantou as mãos para o alto e sumiu.
- Cara, o null é pirado – eu disse, olhando null.
- Só agora que você percebeu? – ele disse e rimos.
- Vamos ver, o null é pirado, o null é atirado, o null é medroso e você é... – fui chegando perto dele, mais perto, mais perto, mais perto e estávamos quase colados, coloquei uma mão no seu ombro e cheguei perto da sua orelha e dei uma pequena mordidinha lá e terminei: – tonto! – eu disse e me afastei dele, indo para o bar.
Pedi uma Ice e vi null vindo na minha direção.
- Por que você faz isso? – null perguntou, pedindo o mesmo que eu.
- Isso o quê?
- Me provocar. Por que você me provoca? Não sabe que é perigoso brincar com fogo?
- Ah, sim, mas é que eu adoro te provocar, é tão legal – eu disse, dando um gole em minha bebida.
- Pois eu não gosto.
- Não?
- Não, eu não gosto nem um pouco que você me provoque.
- Por que não? – perguntei e ele foi se aproximando de mim. Tá, agora ele é que tá me provocando.
- Porque... Eu gosto de você, null – ele disse e ficou, tipo, muito próximo de mim.
- Como é que é? – perguntei meio incerta, vai que eu bebi demais.
- Eu te amo, null. – Ok, agora chocou. Ele chegou mais perto de mim, mais perto, mais perto, mais perto, e eu já podia sentir sua respiração no meu queixo. Então, ele colocou a mão em meu rosto e o puxou para mais perto dele e me beijou. Ficamos nos beijando por bastante tempo até que ele rompeu o beijo e perguntou: – null, quer namorar comigo?
Precisei de alguns minutos para raciocinar o que estava acontecendo e onde eu estava. Depois, respondi:
- Claro, claro que eu quero – e o beijei novamente.
Fim POV´s null

POV´s null:

Estávamos dançando animadamente até que eu cansei e fui me sentar no bar.
- Uma Ice, por favor – eu disse para o garçom.
- null, você precisa parar de beber um pouco, se não, não volta consciente para casa – ele disse, pegando a garrafa da mesa.
- Hey, e quem te disse que eu quero voltar consciente para casa? Agora, me dá a garrafa – eu disse, tentando pegar a garrafa.
- Não, não, você precisa me dar uma coisa para conseguir isso daqui – ele disse, balançando a garrafa na minha frente e, depois, a levando para longe de mim.
- O quê? – eu disse, tentando pegar a garrafa e me aproximando dele.
- Isso – ele disse e me puxou pela cintura, colando seus lábios nos meus.
Peguei a garrafa da mão dele, mas não consegui desgrudar de seus lábios.
Ele foi me levando para trás, até eu chegar a uma parede e, depois, aprofundou o beijo.
Soltei a garrafa no chão e segurei em sua nuca. Ele levou sua mãos até minha cintura.
Rompemos o beijo e ele disse:
- Mas a garrafa não era tão importante para você?
- Você é mais – eu disse e ele encostou sua testa na minha.
- null, quer namorar comigo?
- Sim, sim – eu disse e ele me beijou de novo.



End.

nota da beta: Heey, gente! Fic ótima, né? E AQUELES LOOKS, MEU DEUS! Fiquei em duvida dos mais bonitos, RS
Estou aqui apenas para dar um ooi, e pra dizer que se tem qualquer erro que vocês tenham percebido nessa fic, podem me avisar por aqui, e eu estarei disposta à corrigir o mais depressa possível.
Enjoy, everyone !
XOXO', Paah Souza.

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