PRÓLOGO

Seria hipocrisia dizer que eu não estava gostando daquela provocação. null estava do lado oposto da mesa e olhava para mim fixamente. Eu tentava desviar ao máximo meu olhar daqueles lindos olhos null que me encaravam sem parar, mas era quase impossível. Tentava me distrair com as piadas de null, mas toda vez que meu olhar cruzava com o de null e ele me lançava aquele sorriso malicioso dele, eu esquecia de tudo a minha volta. No meio da conversa, resolvemos descer para a pista de dança. Não demorou muito para que null e null começassem a se agarrar ali mesmo, deixando eu e null ‘sozinhos’. Ele continuava a me encarar, e não demorou muito para que ele se aproximasse, e enquanto dançávamos ele me abraçou pela cintura.
"Está gostando da noitada aqui?" Ele perguntou ao pé do meu ouvindo, fazendo eu me arrepiar dos pés a cabeça. Eu não conseguia dizer nada e apenas concordei com a cabeça. "Você sabe que a noite pode ficar melhor, não sabe?" Ele continuou. Era nítida as intenções dele ali, e eu também fazia questão de não esconder as minhas. Passei meus braços pelo pescoço de null, já sabendo o que viria depois. Ele não demorou muito para me abraçar mais forte, grudando nossos corpos e, logo em seguida grudou nosso lábios, dando inicio então a um beijo, no mínimo, quente. Um beijo que, por mais que eu quisesse, não conseguiria esquecer depois.

Capítulo 01

null’s POV ON
Assim que abri os olhos naquela manhã, achei que tudo o que tinha acontecido tinha sido apenas um sonho bom, mas ao me virar na cama me deparei com aqueles cabelos null derramados no travesseiro ao lado. Definitivamente, não foi um sonho. Ela estava ali, do meu lado. A abracei pela cintura, afastei seus longos cabelos e coloquei meu rosto sobre seu ombro. Agora ela era minha, mais minha do que nunca. Alguns minutos depois, ela começou a se mexer na cama; virou seu corpo, ficando de frente para mim. Ela abriu os olhos vagarosamente enquanto eu acariciava seu rosto.
"Bom dia!" Ela disse sorrindo.
"Bom dia linda." Respondi depositando-lhe um beijo em sua testa. Ela me abraçou em resposta a se aconchegou em meus braços.
"Se eu soubesse que era tão bom acordar ao seu lado, não teria esperado tanto..." Ela falou me abraçando ainda mais forte.
"Não foi por falta de convite, não é, gatinha". Eu respondi, acariciando seus cabelos. Ela levantou o rosto e ficou me encarando por alguns minutos. Ela sorria enquanto passava seus dedos delicadamente pelo meu rosto, me fazendo sorrir em resposta. Logo, ela começou a distribuir suaves beijos pelos locais onde seus dedos haviam passado anteriormente. "Está provocando demais, hein, pequena?!" Eu disse, fazendo com que ela trocasse os beijos por leves mordidas em meu rosto. A peguei pela cintura e coloquei seu corpo por cima do meu. Ela levantou seu rosto, me encarando e deixando algumas mechas de seu cabelo cair sob o meu rosto. Com uma das minhas mãos coloquei as mechas atrás da orelha de null para poder olhá-la melhor. Ela mantinha aquele sorriso encantador que fez eu me apaixonar por ela na primeira vez que eu a vi.
"Cedo demais para eu dizer que eu não vivo sem você?" Ela falou ainda sorrindo para mim.
"Cedo demais para eu dizer que eu te amo?" Eu respondi acariciando seu rosto e a puxando para um beijo.
"Eu também te amo, null..." Ela sussurou ao pé da minha orelha enquanto eu distribuía beijos pelo seu pescoço. "Te amo muito." Foi tudo o que ela disse antes de nos entregarmos novamente um ao outro como na noite anterior. Eu odiava admitir, mas null tinha razão, esperar o momento certo para nos amarmos daquela maneira, fazia tudo ser mais especial e muito mais intenso.

"Amor..." null dizia enquanto desenhava com os dedos alguma coisa no meu tórax. "Estou com fome..."
"Eu também... O que você quer comer?"
"Hum... O que você vai fazer para eu comer?" Ela perguntou se apoiando em um dos braços e me encarando com um sorriso sapeca.
"Ah, linda, eu que vou fazer nosso café da manhã?"
"Claro amor... A casa é sua oras..."
"Então, na próxima vez, a gente vai para sua casa..." Eu disse dando um selinho em null.
"E eu vou te preparar panquecas no café da manhã, ao invés de ficar fazendo manha na cama viu?" Ela respondeu se levantando da cama.
"Aonde você vai amor?" Perguntei enquanto ela vasculhava o quarto atrás de suas roupas.
"Fazer o MEU café da manhã, né." Ela respondeu vestindo uma camiseta minha. "Posso?" Ela perguntou, tirando uma boxer minha do guarda roupa. "Está ruim de achar minha roupa nessa zona..." Eu apenas concordei com a cabeça enquanto a observava. Era incrível como ela ficava ainda mais sexy com as minhas roupas. "Está rindo do que?" Ela perguntou, fazendo eu despertar dos meus pensamentos.
"De você, gatinha." Falei levantando da cama e indo até ela. "Sabia que você fica ainda mais sexy nas minhas roupas?" Perguntei a abraçando e depositando alguns beijos em seu pescoço.
"Sexy e faminta você quis dizer, não é?" Ela falou, me empurrando para que eu me afastasse dela. "Você vai vir comigo ou vai ficar ai?"
"Hum... Eu já vou..." Falei dando um beijo em sua bochecha. "Vai indo na frente enquanto eu procuro as minhas e as suas roupas nessa zona aqui." Ela sorriu, me deu um selinho e saiu.
null’s POV OFF

Desci as escadas sorrindo igual a uma idiota. Era incrível como null fazia eu me sentir amada, desejada, completa; de um jeito que homem nenhum fizera antes, de um jeito que null jamais faria. E por falar no diabo...
Assim que cheguei ao andar de baixo e entrei na cozinha, me deparei com ele terminando seu café na bancada. Ele me fitou dos pés a cabeça e soltou um sorriso malicioso. Desviei meu olhar do dele e fingi que não tinha o visto ali. Segui até o armário para pegar os ingredientes para preparar as panquecas.
"Não fala mais bom dia, não?" null falou. Me virei para ele e soltei um sorriso visivelmente forçado.
"Bom dia, null!" Respondi e logo me virei, voltando a me concentrar nas panquecas, tentando desviar meus pensamentos do dono daquele par de olhos null que insistia em me provocar.
"Sabia que você fica linda nessas roupas masculinas?" null sussurou no pé de meu ouvido, fazendo minhas pernas amolecerem ao senti-lo tão próximo de mim. Quando foi que ele chegou tão perto mesmo? Chacoalhei a cabeça tentando voltar a raciocinar direito.
"Sabia que meu namorado disse a mesma coisa agora pouco?" Falei me virando de frente para null e afastando-o com as mãos.
"Aproveita e avisa seu namoradinho que tem ensaio hoje à tarde então?" null falou e logo em seguida me deu um beijo estalado na bochecha. "Fui gracinha." Ele completou, saindo da cozinha, me deixando... Furiosa!

Flashback ON
"Mas que droga, heim, null, é sempre a mesma coisa, a gente se encontra, fica junto um pouco e você tem que ir embora." Eu gritava para null enquanto ele calçava seu tênis, aparentemente, sem se preocupar com o que eu falava. "A gente nunca faz nada diferente, você nunca me leva para conhecer seus amigos nem nada. É sempre você e eu, aqui em casa e só... Nem passar a noite aqui você passa." Eu continuava enquanto null arrumava suas coisas como se eu não estivesse lá. Sentei na cama e coloquei minhas mãos no meu rosto tentando me acalmar. Faziam quase três meses que eu estava saindo com null e era sempre a mesma coisa: Ele vinha no meu apartamento, nós ficamos juntos e ele ia embora no meio da noite. Sempre assim. Senti ele se sentar do meu lado na cama. "Não sei se eu vou aguentar isso por muito tempo, null..." Falei baixo tentando segurar as lágrimas que se aglomeravam em meus olhos.
"null... Eu nunca te prometi nada... A gente nem namora nem nada, a gente se curte e só. E é legal assim, não é?" null falou, fazendo eu levantar a cabeça e encará-lo. Como ele tinha coragem de falar isso para mim, ‘a gente se curte e só?’.
"Não null... Não é legal assim! Não para mim. Não estou afim de ser só curtição, ok?" Falei para null, levantando e ficando de frente para ele. "Poxa... Eu gosto de você, null... Gosto de ficar com você... Mas já cansei de ficar só na curtição, sabe?" Falei enquanto algumas lágrimas teimosas escapavam dos meus olhos. null se levantou e me puxou para um abraço.
"null, eu não..." Ele começou a falar.
"CHEGA!" Eu gritei empurrando-o. "Você não entendeu que eu não quero mais ficar nessa só de curtir, null? Para mim já deu." Completei, me virando de costas para ele e caminhando até a janela. "Se você quer ir embora vai... Mas também não volta mais." Falei sentindo o meu coração se remoer por dentro. Fechei os olhos esperando ele vir até mim e me dizer que ficaria, mas tudo o que eu ouvi foi a porta batendo. Ele se foi.
Flashback OFF

Tentei me concentrar ao máximo nas panquecas mas, estava com os nervos a flor da pele. Não sabia se era pela cara de pau de null, ou se era por eu ser tão idiota a ponto de ainda ficar balançada com as indiretas dele, ou talvez os dois juntos. Mas eu estava nervosa. Senti um braço passar pela minha cintura, me abraçando e me virei com tudo, com a espátula na mão para acertar a cara do idiota do null.
"Mas que porra!" Gritei, me deparando com null atrás de mim com uma cara de quem não estava entendendo nada.
"Tudo bem amor?" Ele falou ainda com uma cara de ponto de interrogação.
"Ai, null... Desculpa, amor!" Falei abraçando-o. "Eu fiquei nervosa com... Essas panquecas."
"Tudo isso é para fazer eu me sentir culpado por não ter vindo fazer o café da manhã para gente é?" Ele falou rindo, me fazendo rir.
"Droga, você descobriu meu joguinho..." Respondi dando um beijo na bochecha de null e me soltando de seus braço. "Ai, droga... As panquecas queimaram..." Falei assim que voltei a minha atenção ao fogão.
"Está bom, vai, eu faço o café..." null falou me afastando do fogão. "Senta ai, e relaxa que eu termino tudo."
"Já que você insiste..." Disse deixando que null tomasse a frente do fogão. Me sentei na bancada e fiquei observando-o preparar nosso café da manhã enquanto ele cantarolava alguma música. Era incrível como null tinha o dom de me tranquilizar. Só de tê-lo ali, ao meu lado, eu sabia que não tinha com o que me preocupar, ou ainda o que temer.

Capítulo 02

Flashback ON
Já fazia um mês que eu e null havíamos terminado e, desde então, eu não o havia visto mais. Mas hoje não tinha escapatória. Era aniversário de null, e ele e null me fizeram prometer que eu iria à festa. Não fiz questão de me arrumar demais para a festa, por mais que null dissesse que eu tinha que arrasar, para fazer null se arrepender de ter me deixado. Fui até a casa da null e a peguei para irmos juntas e, durante o caminho, a fiz prometer mil e uma vezes que não iria me abandonar na festa, já que as únicas pessoas que eu conhecia ali eram ela, null e null. Não posso negar que null se virou como pode para conciliar o posto de namorada do aniversariante e amiga. Mas era inevitável que, no meio da festa, ela sumiria com null. E assim aconteceu bem na hora em que eu vi null chegar, com uma loira peituda a tira colo. Claro que eu não iria ficar ali e assisti-lo desfilar com a nova namoradinha pela festa. Me levantei do sofá em que estava e fui até a cozinha, atrás de alguma bebida mais forte que estava na minha mão.
"Perdida?" Ouvi uma voz encantadora perguntar atrás de mim.
"Um pouco." Falei virando para trás e me deparando com um cara lindo, que me fez ficar tonta só de encará-lo. "Eu estava procurando algo para beber e..." Me perdi na perfeição que era aquele corpo em minha frente, e não consegui terminar de falar ao perceber que ele se aproximava de mim.
"Eu posso te arrumar uma dose de tequila, se você quiser..." Ele disse, chegando ainda mais perto de mim. "Sou null." Ele estendeu a mão e eu o cumprimentei.
"null!" Falei em um tom quase que inaudível, ainda tentando me recuperar do choque ao vê-lo.
"Vem comigo." Ele falou, pegando na minha mão e me levando para o andar de cima. Aos poucos, fui retomando a consciência e confesso que fiquei um pouco receosa ao vê-lo abrir a porta de um dos quartos e me convidar para entrar, mas, ao lembrar do motivo que me levava a querer encher a cara e ao ver tamanha beleza na minha frente, entrei sem pestanejar.
Ao entrar no quarto, pude ver algumas fotos de null e null espalhadas pelas paredes. Aquele devia ser o quarto do null, pensei. Sorri ao ver uma foto que eu havia tirado do casal no dia em que eu conheci null.
"Conhece a null?" null perguntou, parando atrás de mim. Me virei para responder, mas, ao perceber o quão perto de mim ele estava, minhas pernas amoleceram e eu ameacei cair.
"Tem certeza que aguenta beber mais?" Ele falou, me segurando pela cintura.
"Tenho sim..." Falei, tentando me recompor. Ele me soltou e foi até uma mesinha no quarto, onde havia uma garrafa de tequila já aberta.
"Damas primeiro." Ele falou, trazendo a garrafa até mim com um copinho já cheio. "Desculpa, mas o limão ficou lá embaixo." Ele completou. Peguei o copinho e virei a seco mesmo.
"Assim é melhor." Falei, devolvendo o copinho a ele. Ele encheu o copinho novamente e virou.
"Você é das minhas!" Ele falou, me fazendo rir. Desde quando eu era de beber tequila mesmo? Sem limão ainda? Ah, claro, desde que eu fui convidada pelo cara mais gato da festa.
Ficamos ali conversando pelo resto da noite. null me contou que havia terminado com a namorada naquela semana e, por isso, estava a fim de beber para esquecê-la - pelo menos por uma noite. E eu, como não estava em um estado muito diferente do dele, lhe fiz companhia naquela noite.
Flashback OFF

Enquanto os meninos ensaiavam, eu e null resolvemos ir ao shopping passear um pouco. Assim que encontrei com ela, contei sobre tudo que havia acontecido entre mim e null naquela manhã e sobre o que tinha rolado com null na noite anterior.
"Ai, null..." Ela disse assim que eu terminei. "Tenho certeza que o null ainda é a fim de você.."
"Pára de conversa, null!" Retruquei. "Quero mais que o null vá para o inferno! A vez dele já passou, agora só tenho olhos para o meu null."
"Agora mais seu do que nunca, hein...." null zoou, me fazendo rir. "Você fez jogo duro com ele, garota! Demorou para beijar, demorou para ir para cama com ele, agora para casar vai ser mais uma década..."
"Hey, quem está falando em casar aqui, hein? Você sabe muito bem meus motivos... Queria fazer tudo diferente dessa vez para que, quem sabe, dar certo de verdade..." Me justifiquei. "E até agora, está dando..."

Flashback ON
"Olá..." null falou, entrando no carro toda sorridente. "Tenho uma surpresinha para você!"
"Ai, null... Nem vem..." Falei enquanto saia com o carro da frente do prédio de null e seguia em direção ao shopping.
"Adivinha... Vamos ter companhia para o nosso filminho de hoje!" Ela falou, toda empolgada.
"Como assim, null?"
"Ah... O nullzinho me ligou, tristinho porque o null cancelou o ensaio de hoje, e aí eu chamei ele para vir com a gente!"
"Ai, que ótimo! E a vela aqui vai ficar chupando o dedo, não é?"
"Não, bobona! Aí que está a surpresa!" Ela falou, fazendo eu encará-la com um ponto de interrogação na cara. "Você vai ter companhia também..."
"Ai, null! Se for quem eu estou pensando, eu juro que..."
"Se chama null..." Ela falou com um sorrisinho sapeca estampado no rosto.
"null..." Resmunguei. "Eu já não te disse que não quero nada com ninguém agora?"
"Mas null, vocês se deram tão bem na festa... E você mesma disse que achou ele um gato!"
"Achei mesmo! Mas foi você quem falou que ele também faz parte do McFly, e pior... Mora com o null! Oh, que maravilha!"
"null... O que tem de mais nisso?"
"null! O que o null vai pensar de mim? Que eu sou daquelas que ficam com qualquer um que for da banda do namorado da minha melhor amiga, é?"
"Não, ok, null... Ele sabe muito bem que você não é assim... E outra... Tchan-tchan-tchan-tchan... O null me falou que ele perguntou por você já... E, adivinha só... Mais de uma vez! Ele está na sua!" null falou com tanta empolgação que parecia que o Brad Pitt estava apaixonado por ela! Eu apenas ri, pensando na ironia que seria eu ficar com um dos melhores amigos de null...
Fui ao cinema - um pouco contrariada, mas fui. É obvio que eu tinha achado o tal do null uma graça, mas assim que a null me contou que ele era da mesma banda de null e null, e ainda por cima morava com null, eu desencanei na hora. Era óbvio que ele não iria querer nada comigo, e mesmo que quisesse, seria só para se divertir, assim como os amigos dele.
Quando chegamos, encontramos null e null e logo entramos na sala do filme. null e null fizeram questão de fazer eu me sentar ao lado de null. Os traillers mal haviam começado e o casal já estava se comendo na poltrona ao lado. Bufei ao ver aquela cena e virei meu rosto. Meu olhar então se cruzou com o de null e, de repente, eu senti uma vontade imensa de beijá-lo. Repeti para mim mesma que não podia e voltei minha atenção para a tela. Por mais que eu quisesse, não conseguia manter toda a minha atenção no filme, e era inevitável hora ou outra eu me virar para observar null. Em uma dessas vezes, nossos olhares acabaram se encontrando. Pude sentir a mão dele sobre a minha e vi um sorriso se formar em seu rosto. Fechei os olhos e mais uma vez repeti para mim mesma que não podia, não podia... Quando voltei a abrir os olhos pude perceber que seu rosto estava mais próximo do meu e sabia o que estava prestes a acontecer ali... Eu não podia!
"Desculpa, mas eu não posso." Sussurrei, imensamente arrependida de não ir em frente, mas satisfeita em conseguir fazer o que era certo, ou o que pelo menos eu tentava achar que era certo. null soltou minha mão e se afastou, voltando a prestar atenção no filme. Eu fiz o mesmo e não ousei olhar novamente para o lado. Era perigoso demais!
Flashback OFF

Capítulo 03

Hoje fazia um ano que null e eu estávamos oficialmente juntos. Resolvi fazer um jantar para nós dois em casa mesmo, pois ali seria mais fácil de convencê-lo a aceitar meu presente. Fiz um Penne ao Sugo que ele adorava e vesti um vestido verde tomara que caia que ele havia me dado uns dois meses atrás.
null já estava atrasado 20 minutos e eu o esperava ansiosamente. Peguei uma taça de vinho que eu tinha separado especialmente para aquela noite, tentando me distrair. Sentei-me no sofá e liguei o som deixando uma música do John Mayer tomar conta do local. De repente ouvi a porta abrir e corri até lá.
"Amor, desculpa o atraso, o ensaio demorou e..." null se justificou mas eu acabei interrompendo-o, grudando meus lábios no dele e me agarrando ao seu pescoço. "Uau... Vou me atrasar sempre..." Ele falou desfazendo o beijo e me levantando pela cintura. Eu dei um tapa em seu braço e entrelacei minhas pernas em sua cintura. "Amor... Eu sei que é nosso primeiro aniversário e tudo mais..." Ele dizia me levando para a sala e eu apenas o encarava. "Mas você sabe que eu ando muito ocupado com os ensaios e agora que agente assinou o contrato com a gravadora ta tudo muito corrido e... Desculpa mesmo, linda, mas eu não tive tempo de comprar seu presente." Ele falou sentando-se no sofá, comigo em seu colo. "Me desculpa?" Ele pediu parecendo realmente chateado com aquilo.
"O melhor presente que você tinha para me dar, você já me deu..." Falei e dei um selinho nele. "Foi uma dose de tequila no aniversário do null ano passado." Falei passando meus dedos pelo seu rosto. Ele sorriu e me puxou para um beijo. Era incrível como àquela altura do campeonato nossos beijos ainda eram carregados de desejo, como se fosse o primeiro. "E também amor..." Eu falei enquanto ele descia os beijos para meu pescoço "... Eu adorei as tulipas que você me mandou hoje a tarde... Você sabe que eu AMO tulipas!" Falei levantando seu rosto e dando-lhe um longo selinho. "Agora podemos ir jantar antes que a comida esfrie?"

Flashback ON

Era a primeira vez que eu iria a um ensaio do McFly e eu estava muito ansiosa. No dia do cinema, eu e null apenas trocamos nossos telefones com a promessa de sermos amigos. Desde então ele me ligava todos os dias para saber como eu estava e tudo mais, e sempre dizia que queria me ver. Eu negava sempre. Estava com medo de tentar qualquer coisa com ele e depois me iludir e sofrer que nem havia acontecido com null. Porém, na ultima vez que ele disse que queria me ver, me chamou para um ensaio da banda. "Vai estar os meninos da banda, a null... Programa de amigo mesmo null... Como você pode ser minha amiga sem ir me ver tocar heim?" Ele disse me convencendo a ir. Eu também não aguentava mais dizer não a ele. Confesso que estava com vontade de vê-lo novamente. Apesar de nunca ter rolado nada entre agente, o papo com ele era muito bom.
Cheguei na casa de null com null e os meninos já estavam tocando quando chegamos. Assim que entrei no lugar em que eles ensaiavam meu olhar cruzou rapidamente com o de null, mas logo foi desviado para null que sorriu ao me ver. Pude perceber que null havia errado alguma nota ou coisa do tipo. Eles pararam de tocar e null começou uma discussão qualquer com null, e logo vi null se aproximar.
"Achei que você não viria." Ele falou ao pé do meu ouvido e logo em seguida me deu um longo beijo em minha bochecha, abraçando-me. Não demorou muito para que eles voltassem a tocar. null e eu ficamos apenas assistindo sentadas em um sofá. Eles eram realmente bons e as músicas eram bem animadinhas. Durante todo o tempo em que fiquei com null ele nunca havia me convidado para vê-lo tocar, mal falava da banda e dos amigos, quanto mais me convidar para um ensaio. E null que me conhecia há pouco mais de um mês já tinha o feito. Ele realmente era diferente de null.

Flashback OFF

Depois de jantarmos, null e eu estávamos no sofá da sala assistindo a um filme qualquer que passava na TV (lê-se nos pegando).
"Acho melhor agente ir logo pro quarto." null disse ao pé do meu ouvido enquanto passava a mão pela minha coxa já levantando meu vestido.
"Espera, amor..." Falei saindo de cima dele e me sentando no sofá. "Tenho que te dar seu presente!" Ele então se ajeitou no sofá sentando-se de frente para mim. "Não é nada material, é... É uma coisa que eu quero que você faça por mim, ou melhor, por nós dois." null pegou na minha mão e se aproximou, sem tirar o seu olhar do meu. Eu não imaginei que ficaria tão nervosa assim, eu passei a tarde toda ensaiando aquilo em frente ao espelho e agora as palavras haviam sumido da minha cabeça. "Amor... Pode parecer um pouco precipitado mas... " Fechei os olhos e respirei fundo. Senti null grudar seus lábios nos meus e apertar mais forte minha mão, encorajando-me a continuar.
"Pode pedir, linda..." Ele sussurrou, me fazendo abrir novamente os olhos. Ele me encarava sorrindo e eu sorri em resposta. Tinha que continuar.
"Eu andei pensando e cheguei a conclusão de que eu não quero mais... Eu não consigo mais ficar longe de você, amor..." Respirei fundo, tomando toda coragem que existia dentro de mim. "Eu queria pedir para você mudar para cá, definitivamente!" Falei e esperei alguma resposta de null que se mantinha em minha frente sem esboçar qualquer reação.
"Você quer ... Morar comigo, é isso?" Fui tudo o que ele falou, me olhando um pouco confuso.
"Amor... Olha... Eu sei que é precipidado..." Falei colocando uma de minhas mãos em seu rosto "Mas você já passa mais tempo aqui do que na sua casa... Dorme aqui sempre, tem um lugar para você no guarda roupa, tem a chave daqui e tudo! Não vai mudar muita coisa é só..." Tentava me justifcar já temendo uma resposta negativa da parte dele, mas fui interrompida quando null grudou seus lábios nos meus passando seus braços na minha cintura e me deitando novamente no sofá.
"Quando eu posso me mudar para cá?" Ele perguntou desfazendo nosso beijo e sorrindo para mim.
"Quando você quiser." Respondi puxando seu rosto para mais um beijo.
"Acho que agora agente já pode ir pro quarto, não é mesmo?" Ele falou descendo os beijos para meu pescoço, me fazendo soltar um "uhum" em meio a um gemido. Ele me pegou no colo e me levou para o quarto, fazendo eu me sentir a mulher mais amada e mais feliz do mundo.

Flashback ON

Quando o ensaio da banda acabou, todos nós fomos para a sala de null. Ficamos lá conversando e tomando umas cervejas durante o resto da tarde. null não tinha vindo falar comigo e eu também não fazia questão de falar com ele. Tentava ao máximo não olhar para ele, embora algumas vezes nossos olhares se cruzavam, fazendo eu sentir um arrepio.
"Tá afim de ir lá fora?" null perguntou ao pé do meu ouvido enquanto null e null começavam uma discução sobre quais músicas null havia escrito realmente para ela. Eu me levantei e segui null até a varanda da casa.
"Fiquei muito feliz de você ter vindo." Ele falou se virando para mim e pegando na minha mão. Eu apenas sorri em resposta e pude perceber que ele se aproximava ainda mais de mim.
"null eu..."
"Deixa eu adivinhar... Você acabou de terminar com o meu colega de banda e acha que ainda não está pronta para se envolver com ninguém, certo?" null perguntou me fazendo sorrir envergonhada.
"Desculpa, null... Eu não quero precipitar as coisas..." Eu falei. "Você é lindo, um fofo, perfeito e tudo mais... Eu tenho medo de ir rápido demais e depois dar tudo errado como já aconteceu antes..." Me justifiquei.
"Você ainda gosta dele?" null perguntou, ainda segurando minhas mãos e brincando com meus dedos.
"Não... Não é isso... É que é muito recente sabe?" Falei e null apenas concordou com a cabeça. "Mas eu prometo que logo logo você vai ter a sua chance." Continuei e ele me abraçou.
"Eu vou esperar..." Ele sussurrou ao pé do meu ouvido e em seguida me deu um longo beijo na bochecha.

Flashback OFF

Capítulo 04

"Nossa... Que cheiro bom!" null falou, entrando sorridente na cozinha. "Não sabia que você estaria em casa tão cedo, lindinha!" Ele falou, vindo até o fogão e me abraçando por trás. Eu me virei para ele, o abracei pelo pescoço e dei-lhe um selinho.
"Precisamos conversar sobre isso, depois..." Falei, fazendo uma careta.
"Aconteceu alguma coisa?" Ele perguntou preocupado e eu apenas concordei com a cabeça.
"Mas eu não quero falar sobre isso agora, tá?" Pedi, e foi a vez de null concordar com a cabeça. Logo em seguida, ele grudou nossas testas e me abraçou mais forte, fazendo nossos corpos se aproximarem ainda mais.
"Gostei da trilha sonora" Ele falou, comentando sobre o CD do McFly que tocava ao fundo.
"Minha banda preferida." Falei, sorrindo, enquanto ele me puxava aos poucos para o meio da cozinha. "E essa música...." Eu comecei a falar quando All about you começou a tocar ao fundo. "... é uma das minhas favoritas. Me faz lembrar de você." Falei, puxando o rosto dele para mais perto do meu e dando-lhe um selinho. "...you make my life worthwhile, it´s all about you..." Cantei junto com a música, enquanto null balançava sutilmente nossos corpos de um lado para o outro.
"And I would answer all your wishes if you asked me too..." null cantou, passando seu nariz pelo meu, como em um beijo de esquimó. "But if you deny me one of your kisses don't know what I'd do…" Ele continuou, me dando um selinho assim que terminou.
"So hold me close and say three words like you used to do... Dancing on the kitchen tiles, it's all about you." Foi a minha vez de cantar, sorrindo para ele. Não demorou muito para que nossos lábios se encontrarem, encenando um beijo apaixonado enquanto o solo da música rolava solto. Desfizemos o beijo assim que a música acabou, mas ainda ficamos abraçados e nos encarando um tempinho.
"Eu te amo, sabia?" null sussurrou, me fazendo sorrir. Ele conseguia ser o cara perfeito, falava sempre as palavras certas, nas horas certas, do jeito certo.
"Também te amo, amor... muito!" Respondi, recebendo um selinho dele. "Agora, eu preciso terminar o jantar, amor..."
"Vou tomar um banho então, tá?" null falou, me soltando e me dando um beijo na bochecha. Ele foi para o quarto e eu fiquei na cozinha preparando o jantar, cozinhar era uma das poucas coisas que me acalmavam e naquele dia eu realmente precisava de algo para me distrair. Coloquei o suflê no forno e segui para o quarto atrás de null. Assim que entrei no quarto, ouvi o barulho do chuveiro, então, deitei-me na cama e fitei o teto, pensando no que iria fazer depois de tudo que tinha acontecido hoje. Não demorou muito para que eu ouvisse o chuveiro desligar e logo depois visse null sair do banheiro todo molhado, apenas com a toalha enrolada na cintura. Sorri orgulhosa ao lembrar que eu era dona de tamanha perfeição ali na minha frente e que, a essa altura do campeonato, era também invejada por noventa por cento das adolescentes da Inglaterra por isso. Me apoiei em meus cotovelos, levantando meu tronco levemente, enquanto null se aproximava da cama.
"null... você precisa aprender a se enxugar, sabia?" Falei, enquanto via ele colocar seus joelhos sobre a cama e depois apoiar suas mãos uma de cada lado do meu corpo, ficando em cima de mim e deixando algumas gotas caírem de seu cabelo sobre meu rosto. "null... Você tá me molhando..." Reclamei, colocando minhas mãos no seu tórax molhado, tentando o afastar, em vão.
"Eu sei que você tá gostando..." Ele disse, aproximando seu rosto do meu e me roubando um beijo. Certo, eu tenho que admitir, AMAVA aquilo tudo.
"Amor..." Resmunguei, enquanto ele descia os beijos para meu pescoço. "Você vai molhar a cama, lindinho..." Falei, tentando fazê-lo parar. "null! É sério. Eu tenho que tomar banho, amor!" Disse em um tom mais sério, e null levantou seu rosto para me encarar.
"Da próxima vez você entra comigo no chuveiro e toma banho comigo... Ai a gente faz três coisas ao mesmo tempo: Você toma banho, eu tomo banho, e a gente namora!" Ele falou, me fazendo rir...
"Ai, null... Só você mesmo..." Falei, empurrando-o de cima de mim e levantando da cama. "Levanta logo daí para não molhar a cama, vai... E vê se se enxuga direito, amor!" Falei, entrando no banheiro, enquanto null resmungava algo.
Quando saí do banho, null não estava mais no quarto e pude ouvir o som vindo da sala mais alto que antes.
"Amor, desliga o forno para mim, por favor!" Gritei na porta, ouvindo ele gritar um ‘Ok’ em resposta. Coloquei um vestido leve e saí do quarto. Ao chegar na cozinha, me deparei com null na pia picando alguma coisa, enquanto cantarolava uma música qualquer com o cd que tocava ao fundo. Fui até ele, o abracei por trás e comecei a distribuir beijos pelo seu ombro. Pude perceber que ele sorria. Encostei meu rosto nas costas de null, fechei os olhos e respirei fundo, enchendo meus pulmões daquele perfume bom que ele emanava.
"Com fome, amor?" Ele perguntou, virando-se para mim. Eu apenas concordei com a cabeça. "Fiz salada para nós." Ele disse, orgulhoso, mostrando uma travessa de salada ao lado, e eu sorri, o soltando e indo até o armário pegar os pratos para comermos. "É algum jantar especial ou eu posso comer assim?" Ele perguntou, apontando para a boxer que vestia e a regata branca justa em seu tórax.
"Traje de gala, heim!" Eu falei, rindo, o olhando da cabeça aos pés. Era incrível como ele ficava ainda mais lindo naquelas roupas. "Tá lindo assim!" Disse, me aproximando dele e dando um beijo em sua bochecha. "E, como você mesmo diz, não sei porque se arrumar tanto se as roupas vão acabar no chão do quarto daqui a pouco, né." Eu pisquei para ele, sorrindo maliciosamente, e ele me agarrou pela cintura e deu um beijo em meu colo, me fazendo soltar uma gargalhada.
"Podemos jantar logo para irmos rápido para a parte da sobremesa?" null falou, me soltando e levando os talheres a mesa. Nos sentamos e comemos em silêncio, ouvindo apenas o som do McFly que ainda tocava ao fundo.

"Podemos deixar isso para mais tarde?" null disse quando eu ia começar a lavar a louça, pegando em meus pulsos e me puxando para fora da cozinha. "Amanhã eu cuido disso, tá?"
"Huum... Posso saber que milagre é esse de você fazer salada e querer lavar a louça amanhã, heim?" Falei, enquanto sentávamos no sofá.
"Lindinha..." Ele começou a falar, colocando uma das mãos no meu rosto e acariciando minha bochecha. "Tô te achando tristinha hoje... Não vai me falar o que aconteceu?" Fechei os olhos e respirei fundo, tentando evitar que a raiva de mais cedo voltasse a tomar conta de mim.
" null, eu... pedi demissão da revista hoje." Falei, abaixando a cabeça e dando um suspiro.
"Mas, amor, por quê? O que aconteceu para você pedir demissão assim? Você sempre gostou de trabalhar lá e tudo mais..." null falou, me puxando para seu colo.
"Ai, null eu... Aaaah..." Comecei a falar, mas, ao lembrar da bruxa da minha ex-chefe, senti o sangue subir. "A Kristen, aquela bruxa que se passa por editora, me chamou para conversar hoje e me fez uma proposta. Ela me ofereceu uma promoção..."
"E você se demitiu por isso?" null me olhava confuso.
"Não, amor... Deixa eu terminar... Ela falou que iria me promover à editora da sessão de música da Mason SE eu levasse para elas as notícias mais quentes do McFly em primeira mão."
"Como assim?"
"Ela queria que eu trouxesse para a revista as fofocas do backstage, sabe? Essas coisinhas fúteis que todo mundo adora saber?"
"E o que você respondeu?"
"O que você acha? Eu neguei, é obvio... Não quero viver às custas de fofoca de vocês... Mas, aí, a toda poderosa começou a dar o maior sermão porque eu tinha que fazer isso pela revista, porque vocês são a coqueluche do momento na Inglaterra e eu, como repórter e namorada do null null, tinha que levar as informações para a revista, porque isso ia fazer as vendas aumentarem e tudo mais..." Parei de falar um pouco para respirar, enquanto null me encarava, esperando eu continuar. "Ela falou que era ótimo a revista ter uma informante próxima à banda... Pode isso, amor? Informante! Eu fiquei pê da vida né... Falei um monte de desaforos para ela também. Poxa, eu sou uma jornalista... Não preciso do sucesso de vocês para me manter na revista, né. Até porque isso seria uma puta trairagem, né..."
"E era aceitar isso ou, então, adeus, Mason?" null perguntou.
"Não, amor. Não fiquei lá para saber... Fiquei nervosa demais e acabei pedindo demissão logo." Falei, afudando minha cabeça no pescoço de null, enquanto ele me abraça forte. Ficamos ali abraçados alguns minutos, enquanto ele acariciava meus cabelos.
"Agora, você vai poder se dedicar em tempo integral ao posto de namorada de null null!" null falou, tentando descontrair. Eu apenas levantei minha cabeça e sorri para ele. "Tá bem?" Ele continuou, acariciando meu rosto.
"Uhum... Só um pouco decepcionada, sabe? A Mason sempre foi meu sonho, e aí trocam a editoria chefe e a revista vira esse show de futilidades." Coloquei para fora o fundo de raiva que eu ainda guardava. "Agora, eu nem sei o que eu vou fazer..."
"Você não precisa se preocupar com isso agora, tá bem? A gente pode aproveitar que amanhã não tenho nenhum compromisso marcado e podemos ficar em casa aqui o dia inteiro sem fazer nada... Só namorando... Que tal?" null me perguntou, lançando um olhar malicioso. Eu apenas sorri em resposta e o puxei para um beijo. Só ele mesmo para me fazer esquecer de todos os problemas do mundo e me deixar feliz por motivo nenhum. Ou melhor, por tê-lo ao meu lado sempre!

Capítulo 05

null’s POV - Flashback ON
Era sábado, e como todos os seis sábados anteriores, eu e null havíamos combinado de assistir "The O.C." juntos. Desde que descobrimos esse ‘vício’ em comum, todos os sábados eram iguais: ela na minha casa ou eu na dela, e horas e horas da série. Não posso negar que havia segundas intenções da minha parte nesses nossos encontros, mas null sempre deixava claro que queria ir devagar... E ultimamente ela estava quase parando!
Dessa vez, a sessão "The O.C." era na minha casa. null havia trazido um pote de sorvete para comermos enquanto assistíamos a série, uma vez que ela dissera que não aguentava mais a combinação Pipoca e Rian, e como naquele dia fazia um calor insuportável, o sorvete caiu bem. Ela vestia um shorts jeans e uma regatinha solta para acompanhar o clima do verão e estava incrivelmente sexy! Incrivelmente linda, como sempre! Não entendo como null deixou uma garota daquelas escapar! Ele já havia me dito que tinha ficado com null só para se divertir, como ele, em todo seu estilo null null de ser, fazia com as garotas, mas sei que null não pensava da mesma maneira, ela havia se envolvido mais intensamente com ele, e eu temia que ela ainda gostasse dele para valer, por mais que ela negasse isso sempre.

Estávamos no sofá de casa em nosso quarto episódio daquele dia já. Não sei por que razão, naquele dia eu não conseguia prestar atenção na TV, só conseguia olhar null sentada ali do outro lado do sofá, com um pote de sorvete na mão, soltando algumas risadas de vez em quando. Não sei como mas em algum momento eu me distrai com meus pensamentos e quando dei por mim, ela estava apoiada em meu peito, meu braço direito passava pelo seu ombro e meus dedos estavam entrelaçados com os dela. Meu outro braço, o esquerdo, estava sob seu abdômen a abraçando, enquanto sua outra mão acariciava de leve meus cabelos. Muito bem, definitivamente aquela não era a hora para se prestar atenção na TV, era hora de partir para o ataque! Aproveitei que seus ombros estavam livres, visto que seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto, e comecei a distribuir beijos nele, em direção a sua nuca. Parei no meio do caminho para ver se ela demonstrava algum sinal para que eu parasse, mas tudo que ela fez foi puxar de leve meu cabelo, puxando junto meu rosto para seu ombro. Ok princesa, já entendi o recado, continuarei... Quando comecei a beijar sua nuca, ela soltou minha mão e se virou no sofá, ficando de joelhos em minha frente, com um sorriso lindo no rosto. Ela passou seus braços pelo meu pescoço e se aproximou de mim, fazendo com que eu a abraçasse pela cintura e a trouxesse para meu colo novamente.
" Me perdoa por ter feito você esperar tanto?" Ela sussurrou ao meu ouvido, me fazendo sorrir. Era agora!
"Só se você não me fizer esperar mais nem um segundo." Eu respondi, fazendo-a abrir um sorriso maior ainda. Levei então uma de minhas mãos até sua nuca. Puxei seu rosto com cuidado para mais perto e a vi fechar os olhos. Dei um beijo em seu queixo, bochecha, nariz...
"null... Você 'ta de brincadeira comigo, né?" null reclamou ainda de olhos fechados.
"'To te castigando por você ter feito eu esperar tanto." Falei ao pé do seu ouvido, dando uma mordida no lóbulo de sua orelha.
"null...." Ela choramingou, e logo em seguida se afastou e abriu os olhos. "Posso fazer esperar mais se você quiser." Ela falou em tom bravo, cruzando os braços. Passei um de meus braços pela sua cintura e a deitei no sofá, me deitando em cima dela. "null!" Ela reclamou. Eu coloquei meu dedo indicador sobre seus lábios, calando-a.
"Não quero esperar mais..." Falei encarando-a, enquanto ela coloca uma das mãos sob a minha cintura e a outra se agarrava aos meus cabelos. Ela então puxou meu rosto para mais perto do seu.

Nossos lábios foram de encontro um ao outro como se fossem ímãs. Era como eu sempre imaginei, aqueles lábios delicados e quentes de null tocando nos meus. Okei, isso ficou um pouco gay. Mas dude, foi algo inexplicável! Nossas línguas se encontraram e brincavam, como se dependessem daquilo para sobreviver. null estava com uma das mãos em meus cabelos e puxava meu rosto ainda mais contra o seu. A outra mão brincava com a barra de minha camiseta e aos poucos ia de encontro ao meu abdômen. Ótimo! Se ela podia, eu também, não?

Um barulho na porta me fez quebrar o beijo com null. Bom, já era hora de darmos um tempinho e respirarmos. Levantei minha cabeça por cima das costas do sofá.
"null... O que você está fazendo em casa, dude? Achei que você estivesse com a null..." null falou entrando na sala, aparentemente ele não havia a visto ali, uma vez que ela estava deitada no sofá, em baixo de mim. Eu apenas o encarei com uma expressão não muito amigável.
"Eu estou aqui, null!" null falou levantando uma de suas mãos para que null a visse. Ele logo entendeu o que se passava ali.

"Eu... ah... só tinha esquecido minhas chaves aqui, já vou indo... Tchau!" Ele completou, saindo de casa. Olhei para null com aquela cara de ‘Tinha que ser o null...’ e ela sorriu.
"'To com fome..." Ela disse manhosa. Eu a olhei com aquela cara de ‘Okei, já que fomos interrompidos’ e saí de cima dela, sentando-me no sofá. Ela sentou-se ao meu lado.
"O que você quer comer, lindinha?" Perguntei a ela, pegando em sua mão.
"O de sempre?" Ela questionou sorrindo, enquanto seus dedos brincavam com o meu. Levantei-me, dei um selinho nela e fui até o telefone, pedi a tradicional pizza meia calabresa, meia marguerita de todos os nossos sábados.
"'Ta afim de continuar "OC" enquanto a pizza não chega?" Perguntei voltando a me sentar no sofá.
"Tem certeza que é isso que você quer?" null perguntou vindo até mim, e sentando-se no meu colo. Certo, não era o que eu queria mesmo. Eu queria ela, os beijos dela... A partir de então, nossos sábados teriam outra atividade inclusa além da pipoca-OC-pizza. Teríamos beijos, beijos e mais beijos!
null’s POV - Flashback OFF

Era minha segunda semana de ‘férias’ pós Mason. Estava em casa fazendo cookies para passar o tempo.
"Lindinha..." null falou todo empolgado, entrando em casa. Ele veio até a cozinha e me abraçou por trás, me dando um beijo na bochecha.
"Oi, amor!" Falei, me virando para ele e dando-lhe um beijo decente. Ou não tão decente assim.
"Sabia que eu 'to adorando essa sua fase ‘Dona de Casa – Namorada de null null’ sabia?" Ele disse acariciando minhas bochechas e me dando um selinho em seguida.
"Que bom..." Falei em um tom sério, fechando a cara e me virando de costas para ele. "Porque eu 'to odiando!"
"Amor..." null falou tentando voltar a me abraçar mas eu abaixei para pegar os cookies quentinhos no forno.
"Cookies?" Falei tentando evitar uma discussão idiota e sem motivos com null. Eu realmente não estava muito feliz naquela situação de ‘desempregada’.
Sentamos na sala com um bule de chá e os cookies recém saídos do forno. Ficamos alguns minutos em silêncio, vendo um programa de auditório qualquer que passava na TV.
"'To realmente chateada com isso, amor..." Falei, pensando um pouco alto demais assim que null se aproximou de mim, passando um de seus braços sobre meus ombros.
"Isso o quê, lindinha?" null falou meio confuso.
"Isso... eu, aqui em casa, cozinhando, sempre à sua disposição..." Falei botando para fora a pouca raiva que havia dentro de mim por eu ter me colocado naquela situação. "Ai... acho que eu 'to na TPM." Falei afundando meu pescoço no peito de null.
"Eu tenho certeza..." Ele falou acariciando meus cabelos, me fazendo rir. "Lindinha... Eu já falei para você parar de ficar preocupada com essa história."
"Mas null... E eu vou viver do quê? De ar?" Falei levantando meu rosto encarando-o.
"Já te falei que eu sou um rockstar agora, meu bem? Posso te sustentar para sempre..." Ele falou com um sorrisinho convencido.
"Uhum... Aí um dia a gente se separa e eu vou viver na sarjeta!" Falei num tom revoltado.
"Não, null... Aí o caminho fica livre para o null... Ele também é um rockstar agora!" null falou em tom de deboche. Ótimo! Um dos defeitos de null: falar do null nas horas erradas!
Me levantei do sofá e fui até o quarto. Entrei e bati a porta com força para deixar claro o quão brava eu estava naquele momento. Estava brava por nada na verdade, ou melhor, TPM mesmo, mas era bom deixar claro que qualquer palavra dita na hora errada poderia piorar a situação. Me joguei na cama e afundei minha cabeça no travesseiro.
"Aaaahhh". Gritei com a voz abafada pelo travesseiro.
Eu me sentia péssima por ficar brava por ouvi-lo falar de null daquele jeito, afinal de contas já faziam dois anos e meio que nós dois estávamos juntos e tudo já havia ficado claro entre mim e null: éramos apenas amigos, e tínhamos passado uma borracha no nosso passado obscuro. Mas null insistia nessas piadinhas sobre nós dois, e eu sempre ficava incomodada indevidamente.
De repente senti um corpo se afundar do meu lado da cama e um braço passar pela minha cintura.
"Desculpa..." O ouvi sussurrar ao pé do meu ouvido, me fazendo ficar arrepiada. A raiva passou, dando lugar a uma vontade imensa de me agarrar a pessoa ao lado e não soltar nunca. Me virei de lado, ficando de frente para ele na cama. Coloquei uma de minhas mãos sobre seu rosto, o acariciando.
"Me desculpa você..." Falei em um tom baixo. "Eu ando muito nervosa esses dias e..."
"TPM, eu sei amor... Todo mês a mesma coisa..." Ele falou em um tom debochado que me fez rir. Apenas concordei com a cabeça e ele me puxou para mais perto. "Hey... tive uma idéia! O null 'ta com uma nova namoradinha aí, que trabalha lá no Blancker.co.uk, sabe? Não é uma revista, nem um jornal, mas é um site muito bom! Todo mundo acessa e tal. A gente podia tentar alguma coisa para você, o que você acha?"
"Não seria má idéia..." Falei sorrindo, feliz pelo modo com que null sempre achava a solução para todos os problemas, feliz por null ter acertado a hora de falar de null. "Mas a gente podia pensar nisso depois, né?" Continuei, dando alguns beijos pelo pescoço de null. Pude perceber que ele sorria e logo em seguida, me abraçou.
"Tenho um ótimo remédio para sua TPM, sabia?" Ele falou com em tom malicioso, fazendo eu sorrir em resposta. O remédio que ele tinha era ótimo mesmo. E era tudo o que eu precisava ali: ELE!

Capítulo 06

Estávamos na casa de null aproveitando um dos poucos sábados de folga dos meninos. null e null jogavam truco contra mim e null. null, null e null estavam disputando algum jogo qualquer no videogame. Estávamos ali desde o começo da tarde, aproveitando o final de semana como nos velhos tempos. Já tínhamos assistido alguns filmes e já tínhamos perdido a conta de quantas garrafas de cerveja tinham sido abertas.
"Sério, galera..." Um null visivelmente alterado falou sentando-se ao meu lado. "Vocês dois..." Ele disse, apontando para null e null. "...precisam ir buscar seus respectivos pares lá na sala... Eles não me deixam mais jogar." Ele reclamou fazendo todos rirem.
"Calma, amor..." Falei abraçando-o pelo pescoço. "Eu e null já vamos acabar com esses dois patos e você já vai poder jogar seu joguinho, tá?" Continuei,dando um beijo na bochecha de null. "Não é mesmo, null?"
"Claro..." Respondeu.
"Ei, null!" null falou, levantando-se da cadeira. "Por que você 'ta piscando para a minha mulher?"
"Amor... Fica quietinho, fica..." Falei, puxando null pela camiseta para ele se sentar novamente.
"Mas ele piscou para você e você tem..."
"null, quietinho, amor... Não estraga o jogo!" Falei em um tom bravo. "Senta aqui do meu ladinho para me dar sorte, senta!" Continuei, o fazendo sentar-se novamente.
"Vai, oh pata! Sua vez!" null me falou apontando duas cartas viradas na mesa.
"TRUCOOOOO" Gritei, e logo olhei para null. Ele piscou novamente para mim e eu realmente não entendi o porquê ele estava fazendo aquilo, se era eu quem estava com o Zap na mão. Ele só poderia estar confundindo os sinais...

No dia seguinte, acordamos todos na sala de null. Estávamos com álcool demais em nossas veias para irmos para casa naquela noite. Resolvemos então ficar ali mesmo, e fazer um churrasco no domingo. São Pedro pareceu gostar da nossa idéia e nos presenteou com um lindo dia ensolarado. Ótimo! Churrasco e piscina... Uma ótima combinação para um domingo entre amigos.
Estávamos todos em volta da piscina enquanto null e null tentavam acender a churrasqueira. Não demorou muito para que null entrasse dentro de casa e logo depois voltasse com o rádio nas mãos. null não demorou muito para dominar o aparelho com seus mil e um cds. Logo ela puxou eu e null para dançarmos uma música qualquqer da Beyoncé. null e null já estavam na água e vez ou outra a jogavam em nós. null se juntou aos garotos, levando com ele null e null.
"E aí, gatinho? 'Ta sozinho?" Falei para null, me juntando a ele na churrasqueira e abraçando-o por trás.
"Aparentemente sim, já que minha namorada estava toda toda se exibindo para meus amigos..." Ele falou em um tom sério.
"Nossa, amorzinho... Tudo isso é ciúme, é?" Falei dando alguns beijos em suas costas. null se virou para mim com um olhar sério.
"Você acha que eu não vi o null secando a sua bunda enquanto você estava rebolando na piscina, só de biquíni?" Ele disse em um tom bravo.
"null, o que 'ta acontecendo, amor? Ontem você deu um xilique enquanto eu estava no truco, agora esse ciuminho só porque eu estava dançando? Qual é, amor... Você nunca foi de ter ciúme..." Falei me soltando de null, dando uns passos para trás e me encostando na bancada. Não demorou muito para ele perceber a besteira que tinha feito e logo se aproximou, colocando suas mãos em minha cintura, me abraçando e afundando seu rosto em meus cabelos.
"Me desculpa..." Ele sussurrou em meu ouvido. Eu coloquei minhas mãos em suas bochechas, e levantei seu rosto, encarando-o.
"Você sabe que não precisa ter ciúme, né amor?!" Falei, fazendo-o concordar com o rosto. "null... Mês que vem já vai fazer quatro anos que a gente 'ta junto e você nunca teve ciúmes do null... Por que agora?"
"Não sei, linda... Eu... Sabe, amor... Eu estava observando o null... Ele te olha do mesmo jeito há quatro anos... Tenho medo de te perder." Ele falou em um tom baixo, grudando nossas testas. "Eu nunca fui de acreditar nessas coisas, mas ultimamente eu 'to com um pressentimento ruim, sabe... Como se eu fosse te perder a qualquer momento..." Ele deu um suspiro alto e me apertou mais forte. "Eu não sei o que faria se um dia eu te perdesse... Não sei mais viver sem você..."
"Também não sei viver sem você, amor..." Falei e dei um selinho nele e logo null me puxou para um beijo.
"Vocês deviam arrumar um quarto!" null nos interrompeu, juntando-se a nós na churrasqueira.
"Ótima idéia, null..." null falou olhando para mim. Ele deu um sorriso maroto e eu logo pude perceber as suas intensões ali. "Cuida da carne aí, null, porque eu tenho algo mais importante para fazer." null falou e logo depois me pegou no colo, me levando para dentro. O que seria de mim sem aquele homem mesmo? Ah, claro... NADA!

Mais tarde, estávamos todos na beira da piscina aproveitando o resto de sol.
"Juro... Eu não sei para que ter filho... Você fica gorda, e depois que ele nasce, ele vai te deixar com olheiras, porque você vai ter que acordar de hora em hora para dar mamar..." null reclamava, já um pouco alterada por causa da bebida. Bem, todos estávamos um pouco alterados.
"Isso sem contar a despesa que filho dá, né amiga?" null completava "Frauda, leite, escola... E se for menina então... Ela vai aparecer na sua casa com dezesseis, grávida, sem saber de quem é o pai e vai mandar você cuidar do bebê."
"Por isso que eu quero ter um menino." Falei, pensando alto. "Se bem que os meninos começam a namorar e trocam as mães pelas namoradas, e eu não quero ser trocada." Eu reclamava.
"Essa aí vai ser ciumenta, heim dude?!" null zoava com null enquanto ouviam nossa conversa. Aquele tipo de conversa não agradava muito os meninos. Filhos, despesas, responsabilidades...
Não demorou muito e logo seguimos cada um seu rumo.

"Amor, estava aqui pensando sobre o que você e as meninas conversavam na piscina... Promete não ficar brava com o que eu vou te contar?" null falava enquanto voltávamos para casa.
"Prometo, amor. Diz..."
"Eu tive um sonho estranho esses dias..." Ele disse. "Eu estava num estúdio com o null, e eu estava com um bebê no colo. Era um menino, com um macacãozinho azul com ‘Peter’ bordado em cima, no peito, sabe?! Devia ser o nome do moleque." null contava sorrindo. "Aí, eu o levava para o null e pedida para ele cuidar do bebê para mim, porque eu tinha que ir embora. O null pegava-o e eu saia do estúdio, deixando os dois. Estranho, né?"
"Estranho, amor?" Eu disse. "Irresponsável, isso sim... Você deixar um bebê com o null? Tadinho..." Completei e null riu.
"Sabe..." null falou um tempinho depois, pegando em minha mão. "Eu também quero ter um menino." Ele disse olhando para mim e sorrindo. Eu apenas sorri de volta. "E quero ter COM VOCÊ!" Ele completou, me fazendo abrir um sorriso maior ainda.

Capítulo 07

A casa de null nunca pareceu tão longe como agora. Parei em um semáforo e tentei ligar para null mais uma vez, em vão. Parecia que naquele dia, o mundo estava conspirando contra mim. Era nosso aniversário de namoro de quatro anos. Tentei ligar para null a manhã toda e o maldito celular só caia na caixa postal. No hotel ele não estava e eu também não havia conseguido falar com os meninos da banda. O trânsito para a casa de null também conspirava contra mim. Isso porque só ela poderia me ajudar com o possível presente que eu tinha para null. Com muito esforço, cheguei à casa dela. Toquei a campainha umas três vezes e ela ainda não tinha atendido. Eu sabia que estava em casa, porque eu tentei ligar para ela durante o caminho e o telefone estava ocupado. Na quarta tentativa, ela abriu a porta e eu me deparei com uma null MUITO abatida. Ela estava com os olhos vermelhos e mantinha uma expressão triste no rosto. Ela fez sinal para mim com a cabeça, enquanto falava com alguém no telefone.
"Ela acabou de chegar aqui, null... É, eu sei... Não, eu acho que não... Ela me parece estar... feliz!" null falava ao telefone olhando para mim, e eu pude perceber que seus olhos encheram de lágrimas. "Eu sei que eu tenho que contar para ela, caramba!" Ela gritou no telefone. "Eu só não sei se eu consigo..." null falou abaixando o tom de voz e indo para o quarto. Ela devia querer conversar "a sós" com o null.
Assim que me sentei no sofá para esperar null, comecei a pensar no porquê dela estar daquele jeito, e o que ela tinha para me contar. Não demorou muito e ela voltou para sala, e sentou-se na minha frente, na mesinha de centro.
"null... A gente precisa conversar..." Ela começou a falar enxugando algumas lágrimas que insistiam em cair do seu rosto.
"Ai, null. Nem precisa falar que eu já sei..."
"Já?" Ela me perguntou um tanto quanto confusa.
"Os meninos prolongaram a turnê por mais uma semana, é isso? Por isso você estava chorando com null no telefone, por isso o null não me atende no celular e..."
"null!" null falou em um tom mais alto. "Não é nada disso. Me ouve quietinha agora, porque o que eu tenho para te falar é muito sério, ok?" null pediu e eu apenas concordei com a cabeça, temendo o que viria a seguir. "null, o null estava querendo te fazer uma surpresa hoje. Como os shows que os meninos tinham marcado já tinham sido feitos, e agora eles só precisavam cumprir alguns compromissos em TV e rádio, ele resolveu voltar mais cedo do México..." null parou de falar e pude ver algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. "null... O null pegou um avião ontem à noite para vir passar o aniversário de namoro contigo, só que..." null pegou em minhas mãos e as apertou forte. "Hoje cedo, o avião não pousou em Londres como era previsto. Ele... caiu no mar." null terminou de contar, se desfazendo em lágrimas. Eu ainda a olhava, processando tudo o que ela havia me contado. null... México... Avião... Mar... Eu tinha ouvido no rádio alguma coisa sobre um avião que tinha caído mas... não podia ser verdade. Meu null não podia estar naquele avião...
"null, diz que isso é brincadeira..." Falei já sentindo minhas mãos tremerem, agarradas nas de null.
"null, tudo o que eu mais queria agora era te falar que isso é uma brincadeira, amiga, mas..." Não conseguia ouvir mais nada do que null falava. Não conseguia enxergar mais nada na minha frente nitidamente. Senti um aperto forte no peito. Era como se alguém tivesse o aberto e tirado meu coração de lá. Meus olhos se encheram de lágrimas e elas saiam livremente, escorrendo pelo meu rosto. O ar começou a me faltar ali. Parecia que todo o oxigênio daquela sala tinha cessado. Eu chorava, ainda sem querer acreditar em tudo que null havia me contado. A dor que tomou conta de mim não me deixava pensar em fazer mais nada que não fosse chorar. Me encolhi no sofá de null, agarrando minhas pernas e pude senti-la me abraçar enquanto falava alguma coisa que eu não entendia. Aquilo só podia ser um pesadelo.

"null... Acorda, amiga..." null dizia ao me chacoalhar no sofá. Acordei um pouco atordoada, com a cabeça doendo.
"null, diz que foi um pesadelo, diz?" Falei para null, me sentando no sofá.
"Amiga... Não foi!" null falou em um tom nitidamente triste. Foi inevitável deixar algumas lágrimas caírem. "Eu 'to indo no aeroporto buscar os meninos, você não quer vir junto? A gente pode passar lá na Companhia, ver se eles não tem nenhuma novidade..." Ela continuou.
"Eles ainda não ligaram? Não encontraram nada?
"Não, null..."
"Eu... Quero ir para casa, null. Você pode me deixar lá?" Pedi, limpando algumas lágrimas que teimavam escorrer.
"null, você vai ficar lá sozinha, amiga?"
"Vou. Quero ir para casa. Tomar um banho, deitar na minha cama..." Respirei fundo ao lembrar que a minha cama era também a cama de null, enquanto as lágrimas teimavam em cair.
"null..." null falou me abraçando. "Eu te levo, mas depois vou para lá te fazer companhia. O null também 'ta preocupado contigo. Vou com ele assim que sair do aeroporto, tá? Não vou te deixar sozinha..."
"Você que sabe, null..." Falei dando de ombros.

Ao chegar em casa tinha a esperança de abrir a porta e encontrá-lo sentado no sofá, mas ele não estava lá. Segui para o quarto e fui direto para o banho. Deixei a água quente cair, tentando relaxar, em vão. Quanto mais tempo ficava ali, mais as lágrimas teimavam em cair. Depois do banho,me troquei e deitei na cama. Me virava de um lado para o outro tentando relaxar, mas era impossível. Olhava nossa foto no criado mudo, depois olhava para o lado dele na cama. Afundei a cabeça em seu travesseiro e pude sentir seu perfume ainda ali. O peito apertou mais uma vez, as lembranças jorravam na cabeça e as lágrimas, dos olhos.
Acordei algumas horas depois com a campainha tocando. Me levantei em um impulso, na esperança de abrir a porta e encontrá-lo parado por lá, mas tudo que eu encontrei foi null, null e null, visivelmente abatidos. Assim que me viu, null correu e me abraçou.
"Como você está, lindinha?"
"Ai, null... Confusa, triste, inconformada..." Falei devagar, tentando impedir que as lágrimas caissem, em vão. "E vocês?"
"Igual..." null respondeu me abraçando mais forte, e deixando as lágrimas cairem. Um tempo depois, ele me soltou e tirou os óculos escuros para enxugar os olhos, e eu pude perceber que eles estavam nitidamente vermelhos e inchados, não muito diferente dos meus. Depois, foi a vez de eu encarar null. Ele colocou as duas mãos sobre o meu rosto, e com o polegar enxugou algumas de minhas lágrimas.
"Eu nem sei o que dizer." Ele falou baixo.
"Não diz nada, null..." Respondi, e em um impulso o puxei para um abraço. Um abraço forte. Por alguns instantes, esqueci do motivo que nos levava ali, e a única coisa em que eu conseguia pensar era na última vez em que eu havia abraçado null daquela maneira.

"Toma, fiz para você." null falou, me entregando uma xícara de chá. "Já passa da meia noite e você ainda não comeu nada hoje, null, você precisa se alimentar..." Ela continuou, me encarando, esperando que eu tomasse. Ao sentir o cheiro de chá invadindo minhas narinas, meu estômago deu mil e uma voltas, e eu corri para o banheiro. "null!" null gritou vindo atrás de mim. Ela entrou no banheiro e segurou meu cabelo enquanto eu colocava para fora um líquido esbranquiçado e ácido. "Eu já não falei para você ir ao médico ver essa história de refluxo, null?" null falou enquanto eu lavava meu rosto e minha boca. Não falei nada, apenas a olhei e a puxei pela mão. Sentei-me no sofá e puxei null para sentar-se do meu lado. null estava do lado de null, e null estava em uma poltrona ao lado.
"Eu preciso contar uma coisa para vocês..." Falei desligando a TV e voltando a atenção de todos para mim. "Eu estava esperando o null voltar para abrir..." Falei pegando um envelope na minha bolsa. "... mas não tenho mais tempo para esperar. E eu já sei o que vai estar escrito aí..." Continuei a falar enquanto null abria o envelope. Ela leu e ficou me encarando sem reação. Não demorou muito para que null pegasse o papel da mão dela e null levantasse para ler também.
"null... Você 'ta..." null falava pausadamente, ainda me encarando incrédula.
"Grávida? É isso? Eu entendi direito?" null falou, pegando o resultado do exame e se ajoelhando na minha frente. "É verdade?" Ele perguntou. Eu apenas concordei com a cabeça.
"E o pai do meu filho está perdido em algum lugar, no meio do oceano Atlântico..." Falei com os olhos enchendo-se de lágrimas.
"null, por que voce não contou ontem?" null falou me abraçando.
"Iria mudar alguma coisa, null? Eu peguei esse resultado há três dias. O null não estava aqui de qualquer jeito. E mesmo se soubesse, ele..." Não consegui mais segurar as lágrimas. Comecei a chorar descontroladamente, sentindo null e null me abraçarem também. Por mais confortante que fosse ter meus amigos ali naquele momento, não era o abraço deles que eu precisa. Eu estava grávida, queria o pai do meu filho ali comigo. Aos poucos, o abraço foi sendo desfeito e então, pude voltar a encarar-los ainda com algumas lágrimas teimosas caindo sobre o rosto. "Esse ia ser o meu presente de aniversário de namoro..." Falei em meio a um soluço.
"Hey..." null falou, colocando as mãos sobre meu rosto, enxugando minhas lágrimas. "Você não 'ta sozinha nessa, 'ta bom?" Eu apenas concordei com a cabeça e, embora estivesse sentindo uma dor infinita dentro de mim, sorri ao ouvir aquelas palavras.
"Você não está sozinha mesmo, mas está em jejum, né null?" null falou, limpando uma lágrima que teimou em escapar de seus olhos. "Você precisa comer alguma coisa."
"'To sem fome..." Resmunguei, desfazendo o sorriso e me encolhendo no sofá.
"null... Você precisa comer alguma coisa!" null falou, tentando me convencer.
"Eu já disse que 'to sem fome."
"Por Deus, garota!" null falou em um tom sério, ainda na minha frente. "Você 'ta grávida, precisa se alimentar! Se não é por você, come pelo filho que você 'ta carregando." Ele continuou claramente irritado. Eu o olhei, me levantei e fui em direção à cozinha, seguida por null.
Não demorou muito para que null nos servisse com um macarrão que ela havia preparado rapidamente. Comemos os quatro em silêncio, nenhum de nós tínhamos nos alimentado bem naquele dia, e comíamos mais por obrigação do que necessariamente por fome.

"Bom, gente, preciso mesmo ir para casa tentar descansar um pouco." null falou assim que terminamos de comer.
"Amor, vou ficar aqui com a null. Não quero deixá-la sozinha hoje." null falou.
"Não precisa, null. Vai para casa com o null. Você também precisa descansar."
"E você vai ficar sozinha aqui? Nem pensar..."
"null, eu..." Comecei a falar mas logo null me interrompeu.
"Eu fico aqui com a null! Você se importa?" Ele perguntou, virando-se para mim.
"null, não precisa eu..."
"Você se importa?" Ele me interrompeu novamente em um tom sério, lançando-me um olhar de ‘Não adianta discutir’, típico de null null. Neguei com a cabeça, já me dando por vencida, sabia que não ia adiantar nada discutir ali. Logo, null e null foram embora, prometendo voltar no dia seguinte.
"Bom, você sabe onde fica o quarto de hospedes, não é, null? Se quiser ir descansar pode ir, eu 'to sem sono e vou ficar um pouco por aqui." Falei, me sentando no sofá e ligando a tv.
"Também 'to sem sono, null. Vou ficar por aqui com você." Ele falou, sentando-se do meu lado no sofá e passando seu braço pelo meu pescoço. Olhei para ele e inexplicavelmente sorri. "Voce não está sozinha nessa, lembra?" Ele falou piscando para mim, e eu apenas concordei com a cabeça. Encostei minha cabeça em seu peito e voltei minha atenção à TV. Sem saber como e por que, naquele momento me senti mais protegida, e consegui, pela primeira vez no dia, me sentir tranquila.

Capítulo 08

No dia seguinte acordei com a cabeça doendo, provavelmente por causa das lágrimas derramadas no dia anterior. Abri os olhos e então percebi que estava no meu quarto. Fiquei alguns minutos fitando o teto, pensando em como havia chegado lá. A última coisa que eu me lembrava, era de estar no sofá com null. Ouvi então, uma batida na porta.
"Entra..." Falei, me apoiando em meu cotovelos. null então entrou e sentou-se ao meu lado na cama.
"Te acordei?"
"Na verdade, acabei de acordar..." Respondi me sentando melhor na cama. "null... Como vim parar aqui? Eu não lembro de ter vindo para o quarto ontem."
"Eu te trouxe, null." Falou sorrindo. Um sorriso lindo por sinal. "Você acabou dormindo no sofá, ai eu te trouxe para cá."
"Obrigada." Sussurrei.
"Como você 'ta hoje?"
"Na mesma... você?"
"Também..."
Ficamos nos encarando por alguns minutos até eu pegar o celular para ver que horas eram. Sete ligações perdidas de null null. Liguei urgentemente para a mãe de null. Ela devia ter notícias! null me olhava sem entender minha empolgação com o celular. Caixa postal! Olhei para null com uma cara de desapontada.
"A null me ligou. Será que ela tem novidades do acidente?" Perguntei para ele.
"Se ela tivesse, acho que já saberíamos." null respondeu. Soltei um suspiro alto.
"Vou tomar um banho e tentar falar com ela de novo mais tarde." Falei e me levantei da cama.
"Vou fazer alguma coisa para comermos então." null falou. Ele deu um beijo em minha testa e saiu.
Durante todo o banho pensei no que null queria comigo. Poderiam ser boas notícias. Poderiam ser más. Poderiam ser notíciam nenhuma. De repente, lembrei de algo que EU tinha para falar para null: meu bebê. Não tinha a mínima idéia de como contar isso para ela. Precisava do null ali comigo para fazer aquilo.

Saí do banho decidida a não encher mais a minha cabeça com problemas. Quando encontrasse null, pensaria no que fazer. Coloquei qualquer roupa e segui até a cozinha, atrás de null. Ao chegar lá, me deparei com uma mesa super bem posta, com frutas, torradas, café e suco. Por alguns segundos, fiquei parada na porta do cozinha, incrédula com a rapidez que null havia preparado tudo aquilo. Ele devia ter feito antes de eu acordar, com certeza. Embora eu não estivesse com fome, null me obrigou a comer algumas torradas. Confesso que só aceitei em consideração a ele, por ter preparado tudo aquilo.

"Quer conversar?" Questionou, sentando-se ao meu lado no sofá assim que terminamos de tomar café.
"Não, null..." Falei, seguido de um suspiro alto. "Eu só queria entender tudo isso que 'ta acontecendo..." Reclamei. null então se aproximou ainda mais e passou um de seus braços sobre meus ombros.
"Eu sinto muito por tudo isso que 'ta acontecendo..."
"É, null... Eu também sinto."
Ficamos alguns minutos em silêncio. Eu pensava em mil e um lugares que null poderia estar a salvo, no meio do oceano, e deixava escapar vez ou outra uma lágrima. null acariciava meus cabelos enquanto cantarolava alguma música em meu ouvido.
"null, eu preciso te falar uma coisa." null falou, quebrando o silêncio entre nós. Me soltei de seus braços e me sentei de frente para ele. Pude perceber que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
"null, fala logo o que é.."
"null, eu... preciso te pedir desculpas! Eu não 'to aguentando te ver assim, abatida, eu... Eu fui o culpado por tudo isso que aconteceu com o null, null. Foi tudo culpa minha..." Falou, derramando algumas lágrimas.
"null... Você 'ta me assustando... Do que você 'ta falando?" Falei, deixando algumas lágrimas caírem também.
"null... Fui eu quem falei para o null voltar antes... Eu disse para ele que você ia ficar chateada em passar o aniversário de vocês separados. O convenci a voltar para não te deixar triste e..." null chorava igual a uma criança. Era a primeira vez que eu o via chorar. Eu acabei não conseguindo segurar as lágrimas e chorava junto com ele.
"null... Não precisa se culpar, não foi culpa sua!"
"Claro que foi, null... Por Deus! Se eu não tivesse falado para ele voltar antes, nada disso teria acontecido. Me perdoa, null. Tudo que eu queria era não te ver triste por estar longe do null e olha só o que eu fiz..."
"null, pára com isso..." Eu falava mas fui interrompida pelo som da campainha. "Eu vou lá abrir e já volto." Falei para ele, enxugando minhas lágrimas e indo até a porta. Imaginava que deveria ser null e null, mas assim que a abri, me deparei com outra pessoa. null estava parada em minha porta, com uma expressão abatida e de óculos escuros, que provavelmente escondia um olhar cansado e triste.
"null!" null falou me abraçando, na porta. Pude perceber que ela deixou algumas lágrimas escaparem ali, assim como eu. "Estava no aeroporto esperando notícias, mas resolvi passar aqui para ver como você está. A null me falou que você estaria aqui." Disse, assim que me soltou.
"Prefiro ficar longe daquela agitação e repórteres, pessoas..."
"Eu sei, querida." null falou entrando na sala, e logo viu null sentado no sofá. "null! Não sabia que você também estava por aqui." Disse, indo até ele e o abraçando. "Como você está, heim?!"
"Imagino que do mesmo modo que a senhora Mrs. null." null falou e em seguida olhou para mim. "Eu acho que eu já vou indo... Acho que vocês tem muito o que conversar, né?" null disse e logo em seguida piscou para mim. Ele estava certo. Tínhamos que conversar. "Até logo, Mrs. null."
"Até, null!" null respondeu e eu segui com ele até a porta.
"Obrigada, null..." Falei, abrindo-a.
"Você não precisa agradecer. Me perdoa pela burrada que eu fiz?"
"Você não fez nada. Não tem que se culpar, null..." Falei e logo em seguida null me abraçou. Mais um abraço forte. Respirei fundo enquanto o abraçava e por um segundo me senti mais leve.
"Me liga se precisar de alguma coisa?" Ele perguntou, se desfazendo do abraço e segurando minhas mãos. Eu apenas concordei com a cabeça. "Promete que vai ligar? Qualquer coisa que você precisar, se ficar triste, se sentir sozinha, passar mal..."
"Prometo, null. Fica tranquilo."
"Eu venho mais tarde com o null, 'ta bem?" Falou, beijando as costas de minhas mãos. Eu concordei com a cabeça.
"Se cuida, 'ta?" Falei enquanto null ia em direção ao elevador.
"Você também..." Ele respondeu.

Fechei a porta e me encostei nela. Respirei fundo e lembrei que havia um assunto para cuidar na sala: null. Fui até lá e ela me contou sobre as novidades do acidente. Acharam alguns destroços do avião naquela manhã, mas nenhum corpo ainda. Disseram que não haveriam sobreviventes, embora nenhuma de nós duas acreditasse naquilo. Ela contou mais algumas coisas sobre a busca mas, eu não prestei atenção. Estava aflita, precisava contar a ela sobre o bebê.
null sempre foi muito simpática e carinhosa comigo. Desde que eu e null ficamos juntos, ela nunca me tratou mal nem nada, pelo contrário, me tratava muitas vezes como uma filha. Nunca tive dúvidas que ela ficaria feliz com um neto. Mas naquela hora, naquelas circunstâncias, acho que não era a notícia que ela sempre queria receber.
"null... Eu preciso te contar uma coisa." Falei no meio da conversa, sentindo minhas mãos suarem frio.
"Sim, meu amor, diga."
"null, essa semana eu..." Fechei os olhos e respirei fundo. "null... Eu descobri que 'to grávida." Falei de uma vez só, sem rodeios. Fiquei alguns segundos esperando alguma reação, mas ela se manteve apática, o que me preocupou. "null, eu estava esperando o null chegar para contar, mas agora eu não consigo mais esconder isso. Eu sei que não é a melhor hora mas, nós estávamos conversando ultimamente sobre isso e..." Não consegui continuar. Senti meus olhos encherem de lágrimas mais uma vez, e como das últimas vezes, não pude controlar. Com os últimos acontecimentos, meu olhos não seguravam mais as lágrimas, e eu também não fazia de questão de segurá-las, era melhor deixá-las rolar em meu rosto do que guardar a angústia para mim. Senti null segurar minhas mãos e a encarei.
"Tenho certeza que quando o null aparecer, ele vai ficar muito feliz com a notícia." null falou, esboçando um doce sorriso no rosto. Não tive como não sorrir. "Fica calma, minha querida. Você não está sozinha."
De repente, o telefone de null tocou. Ela o atendeu e começou a conversar com a pessoa que havia ligado.
"... Ok, já estamos a caminho." null terminou de falar ao celular e me encarou. "Você precisa vir comigo agora, minha querida."

Em nenhum momento, null me dizia para onde estávamos indo, mas eu já tinha uma noção pelas lágrimas que rolavam de seus olhos sem parar, durante todo o caminho. Ela não me disse nenhuma palavra durante o trajeto, apenas respondia ‘você já vai entender’, sempre que eu perguntava qualquer coisa sobre nosso destino. Ela parou o carro em um local onde haviam muitas pessoas. Na hora, não reconheci o lugar, nunca tinha estado ali antes. Assim que desci, pude reconhecer null e null, vindo em minha direção.
"Nós acabamos de saber." null falou se dirigindo à null.
"null, amiga, você 'ta bem?" null falou, vindo me abraçar.
"'To, null... Eu só não estou entendendo o que está acontecendo."
"Mrs. null, a senhora tem certeza de que é realmente necessário a null passar por isso? Eu quis dizer, ela 'ta..." null falava para null, mas logo ela a interrompeu.
"Ela está grávida, eu sei. Mas pediram a presença dela aqui. Não pude negar." null respondeu e logo depois todos nós caminhamos em direção a uma pequena porta nos fundos de um prédio. Entramos em um longo corredor branco. null caminhava na frente, falando com alguém no celular. Eu a seguia com null segurando minha cintura e me acompanhando lado a lado, e null vinha logo atrás de nós. Entramos em uma sala no fim do corredor, onde estavam três policiais e o Mr. null. Assim que entramos, todos os olhares da sala se voltaram para mim e eu senti minhas pernas vacilarem. Coisa boa não haveria de ser. null me apertou mais pela cintura e segurou em minha mão.
"Eu vou ficar aqui do seu lado." Ela sussurrou em meu ouvido.
"Ms. null?" Um dos guardas perguntou para mim.
"Eu mesma." Falei aflita.
"Nós somos da Guarda Nacional e estamos ajudando nas buscas do vôo A365, da British Air Lines. Gostaria de comunicar-lhe que encontramos quatro corpos hoje de manhã no mar, e acreditamos que um dele seja do seu namorado." O guarda falou para mim. Minha visão escureceu e eu não senti mais minhas pernas. Percebi que elas haviam sido suspensas e logo depois pude perceber que alguém me carregava, provavelmente null. Ele me colocou em uma cadeira enquanto ouvi null gritar pedindo espaço para as outras pessoas da sala, e logo em seguida a vi me abanando com algum pedaço de papel. Eles diziam alguma coisa que era incompreensível para mim. Tudo que eu conseguia ouvir era a voz do guarda ecoando em minha cabeça "...encontramos quatro corpos hoje ... e acreditamos que um dele seja do seu namorado."

Capítulo 09

Abri os olhos ainda sentido o mundo rodar em volta de mim. Pude reconhecer o rosto de null, que segurava minha mão. Olhei em volta e estava em uma sala vazia, deitada em um sofá, que aparentemente era a única mobília do local, junto com null e null. Tentei me sentar mas não tinha forças para fazer isso sozinha. Pude ver null surgir atrás de null e caminhar em minha direção, e logo ele me ajudou a sentar. Encostei minha cabeça no encosto do sofá e fitei o teto. Não sabia distinguir muito bem o que eu sentia ali naquele momento.
"Como pode isso?" Comecei a falar em um tom baixo, mas suficiente para que null e null me ouvissem. "Quando a gente acha que nada pode piorar e fazer você se sentir pior, algo vem e... acaba com tudo." Falei e fechei os olhos, tentando fazer alguma lágrima escorrer, levando junto a angústia que me consumia por dentro, mas milagrosamente minhas lágrimas haviam secado naquele momento. Senti null e null sentarem um de cada lado e me abraçarem. null passou seu braço pelo meu ombro e afundou seu rosto em mim, chorando igual a uma criança. null tentava consolá-lo, tentava me consolar, tentava se consolar, mas naquele momento nenhum de nós estávamos equilibrados o suficiente para isso.
"null..." null começou a me falar, levantando-se do sofá e ficando de frente para mim. "Eles querem que você vá reconhecer o corpo. Mas você não é obrigada a ir se você não quiser." Falou, se ajoelhando na minha frente e pegando uma de minhas mãos. "E eu acho que não vai te fazer bem isso. Não vai fazer bem para o bebê, você ficar passando por tantas emoções fortes assim..."
"Eu quero fazer isso, null!" Falei a interrompendo. "Eu preciso fazer isso... Não vou conseguir acreditar que todo esse pesadelo 'ta acontecendo de verdade enquanto eu não vê-lo. Eu vou continuar acreditando que ele está perdido em alguma ilha no meio do nada, a salvo, até eu vê-lo."
"Você tem certeza disso?" null perguntou.
"Tenho... Preciso tirar de vez essa angústia de dentro de mim, não aguento mais ficar nessa dúvida.."
null saiu da pequena sala e voltou seguida por dois policiais e por null.
"Você tem certeza que pode fazer isso, minha querida?" null falou, vindo até mim.
"Tenho, null... Eu preciso vê-lo." Falei, me levantando do sofá.
Fui até a porta onde eles estavam. Logo em seguida, eles me levaram por um corredor imenso, que ia até uma outra parte do prédio em que estávamos. Durante todo esse trajeto, fui pedindo a Deus para encontrar qualquer outra pessoa, menos null. Paramos em frente a uma porta com uma pequena janelinha de vidro. "A senhorita vai entrar agora e nos dizer se a pessoa que vamos mostrar é o seu namorado ou não, está bem?" O policial falou para mim, e eu apenas concordei com a cabeça. Não conseguia falar nada naquele momento. Sentia apenas uma angústia enorme causada pela dúvida. Podia ser o fim do mundo para mim, como podia ser só mais um susto.
O policial abriu a porta e entrei com ele em uma sala grande e clara. Havia várias mesas, tipo macas, espalhadas pela sala. Em cima de algumas delas, haviam alguns corpos cobertos por um plástico preto. Senti um cheiro de formol invadir minhas narinas e junto com isso, um arrepio por ver todos aqueles corpos ali. A cada mesa que eu passava seguindo o policial, a angústia aumentava.
"É esse." O policial falou parando em frente a uma das mesas e checando uma etiqueta. Senti meu estômago revirar e meu coração apertar forte. Fechei os olhos com força, tentando acreditar que aquilo tudo era apenas um pesadelo e que eu podia acordar a qualquer momento. Ouvi o policial tirar o plástico de cima do corpo, e mesmo sem ver nada ainda, eu já sabia quem eu encontraria ali.
Abri meus olhos lentamente, sem querer acreditar no que estava em minha frente. Sua pele branca, agora estava ainda mais branca e um pouco enrugada. Seu rosto não mantinha mais aquele sorriso encantador que me fazia suspirar cada vez que eu via. Seus olhos, agora fechados, não carregavam mais aquele brilho. Dei uns passos a frente, parando do lado da mesa e pegando sua mão. Sua pele agora estava gelada, não tinha mais aquele calor que me aquecia. Agora era um fato: null havia me deixado para sempre.
"A senhorita pode me dizer quem é essa pessoa?" O policial perguntou.
"É ele... É o null..." Falei em um tom baixo, em meio a um suspiro. Fiquei ainda alguns segundos ali, estática, não querendo acreditar no que meus olhos viam. "Espera!" Eu gritei quando o policial começou a cobrir o corpo de null. "Eu posso ficar alguns minutinhos aqui com ele?" Pedi ao policial. Ele me olhou, olhou o corpo de null ali em minha frente e concordou com a cabeça.
"Só uns minutinhos." Falou e logo em seguida saiu da sala.
Eu acariciava a mão de null enquanto o encarava, tentando acreditar em tudo aquilo que estava acontecendo.
"Você fez essa loucura toda para não me deixar sozinha no dia do nosso aniversário de namoro..." Falei enquanto acariciava seu rosto. "Agora você vai me deixar sozinha para sempre..." Continuei e finalmente senti meus olhos se encherem de lágrimas, pela primeira vez naquele lugar. Em um impulso, deitei meu corpo sobre o corpo gélido dele. Afundei meu rosto em seu pescoço em um abraço, o último abraço que eu daria nele. As lágrimas molhavam minhas bochechas e o corpo de null, enquanto um cheio forte de formol invadia minhas narinas. Não era mais o perfume dele que me entorpecia. "Eu te amo tanto..." Suspirei alto em seu ouvido e logo em seguida levantei o rosto para encará-lo. Sequei algumas lágrimas e logo em seguida voltei a acariciar suas bochechas. "Eu 1to grávida, null..." Falei, desejando que ele ouvisse aquilo. "Vou ter um filho seu... O NOSSO filho..." Continuei e novamente não pude segurar o choro. Voltei a abraçar seu corpo ali deitado em minha frente, querendo aproveitar o máximo daquele momento. Queria poder ficar para sempre com ele.
Ouvi a porta se abrir no fundo da sala, e levantei meu rosto para encarar null. Num impulso, grudei meus lábios nos dele, que já não eram mais quentes e molhados como antes. "Eu te amo, null..." Falei e me levantei antes mesmo do policial chegar até mim.
"O seu tempo já acabou, senhorita." Ele disse enquanto eu enxugada minhas últimas lágrimas ali. O vi cobri-lo, e pude sentir em meu peito um enorme e doloroso vazio.

Os dias que se passaram depois daquele momento, fiz questão de apagar da minha memória. Não foi fácil ver null dentro de um caixão enquanto uma fila interminável de adolescentes passava chorando, olhando para mim e com certeza achando que era EU a culpada por tudo aquilo. Não foi fácil voltar para casa com a certeza que ele não voltaria nunca mais. Esquecer daqueles dias era menos dolorido do que ficar relembrando aqueles momentos. Agora eu tinha alguém crescendo dentro de mim. Era nisso que eu tinha que me focar. Era isso que null gostaria que eu fizesse... eu tinha que cuidar do NOSSO filho!
Estava em casa zapiando os canais da TV sem muita vontade de assistir realmente alguma coisa. Mesmo depois de uma semana do acidente, os jornais ainda falavam sobre os destroços e os corpos que pouco a pouco eram encontrados. Depois daquele sábado tenebroso, os sábados nunca mais seriam os mesmos. Justo os sábados, os nossos sábados. Despertei dos meus pensamentos quando ouvi a campainha tocar. Abri a porta sem checar quem era, provavelmente era null com alguma proposta para sairmos ou fazermos alguma coisa para me distrair, ela havia feito isso toda semana. Mas ao abri a porta, me deparei com um par de olhos null que com certeza não eram de null.
"Oi..." null falou sorrindo, assim que eu abri a porta.
"Oi null. Entra." Falei dando passagem a ele.
"Eu vim ver como você está, como está o bebê."
"Estamos bem." Falei sentando no sofá de frente para null.
"Mesmo?" Ele perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas, com aquela cara de 'você não me engana'.
"Ah, null... Como você quer que eu esteja bem depois de tudo? 'To levando... como eu posso."
"Mas você 'ta se cuidando, né? 'Ta se alimentando bem?"
"'To mãe!" Falei, fazendo null rir.
"Sério, null... Você precisa se cuidar, e cuidar do bebê também."
"Eu sei, né null?! Não sou nenhuma criança! Já fui ao médico, 'to tomando um monte de vitaminas para o bebê. 'To cuidando bem do meu filho!" Falei e dei uma piscadinha para ele.
"Ótimo!" null falou com um sorriso vitorioso. "Mas falando sério, null, vim aqui porque eu preciso conversar com você." Ele falou com um ar de 'realmente precisamos conversar', que me assustou.
"Pode falar, null."
"null... Lembra que eu te falei que fui eu quem convenci o null a voltar mais cedo?" Ccomeçou a falar e eu já imaginei onde essa conversa iria chegar.
"null... Se você voltar com essa história de que você é o culpado..."
"null, me ouve... Não vou discutir isso com você. Eu vim aqui porque eu preciso te contar o porquê eu o convenci a voltar."
"Para eu não passar o aniversário de namoro sozinha?"
"Não só por isso, null. Posso ir até seu quarto rapidinho?"
"Pode..." Falei sem entender o que null realmente estava querendo dizer. Ele foi até meu quarto e logo voltou com uma pasta e uma caixinha. Da onde ele tinha tirado isso, meu Deus?
"Esse aqui era o presente dele para você. Ele me contou que ia te dar isso, e eu achei que ele teria que dar no dia certo, e não esperar voltar com a gente e dar uns dias depois." null falou, sentando-se de volta no sofá e me entregando a pasta e a caixinha. Abri a caixinha, pude ver duas alianças douradas nela. Um sorriso se formou no meu rosto, embora sentisse um aperto enorme no peito naquele momento.
"Ele ia te pedir em casamento..." null falou enxugando algumas lágrimas que escaparam de meus olhos. "Achei que era justo você saber disso, apesar de tudo."
"Obrigada, null!" Falei, encarando-o.
"Você não viu o outro presente..." null falou, pegando a pasta que estava na minha mão e abrindo-a. "Ele sabia que você ama esse apartamento, e então ele comprou para você!" Ele continuou, entregando-me o contrato de venda do imóvel. Olhei para aqueles papéis e realmente não consegui acreditar em como null havia pensado em tudo aquilo. Ele realmente sabia me surpreender. As lágrimas agora escorriam sem cerimônias. Senti o peito apertar mas, por incrível que pareça, não me senti triste. Levantei meu rosto para encarar null e sorri.
"Obrigada mesmo por me mostrar tudo isso. De verdade." Falei tentando segurar minhas lágrimas, em vão. null veio até mim e me puxou para um abraço.
"Me desculpa..." Ele sussurrou em meu ouvido e pude perceber também que ele havia deixado algumas lágrimas caírem. "Me desculpa mesmo."

Capítulo 10

Não era fácil acordar todos os dias e não ter mais null ao meu lado. Confesso que no começo não sentia vontade nem de levantar da cama. Mas sempre que eu olhava para minha barriga, lembrava do pequeno presente que null havia me deixado. Eu não podia me entregar àquele vazio que me dominava, tinha que seguir em frente, pelo bebê que eu carregava, por null. Os meses iam se passando e aos poucos fui me acostumando com a idéia de ser mãe. Conforme a barriga crescia, ia sentindo meu bebê dentro de mim crescendo junto. Tenho que confessar, a sensação dele, ali dentro se mexendo, era algo inexplicável, indescritível! O amor que crescia em mim por aquele pequeno ser era algo imensurável, intenso. Lamentava todos os dias por null não ter tido a oportunidade de curtir aquilo comigo, mas o agradecida sempre por ele ter dado aquela oportunidade a mim.
Meus amigos também estavam me dando um apoio fundamental naquele momento. null e null não preciso nem falar, eram como dois irmãos para mim. null, em um ponto alto de solidariedade à minha pessoa, resolveu engravidar logo depois de mim pois, segundo ela, nós tínhamos que passar por essa experiência juntas! Nem era preciso dizer que null amou essa idéia, já que o sonho dele sempre foi ser pai. Já null, não seguiu nossos passos, embora ela sempre nos acompanhava nos nossos programas de grávidas, como compras em lojas de roupa infantil, e null também estava sempre presente. Mas quem havia me surpreendido mesmo era null. Ele ligava sempre para saber como eu estava, como estava o bebê; isso quando ele não aparecia em casa do nada, com a velha desculpa 'Estava passando por aqui e resolvi parar para ver como você está'. Aquilo realmente me surpreendia, e às vezes me assustava. Mas não posso negar que eu gostava daquela atenção toda que ele me dava. Me sentia mais protegida, mais... Bom, tentava não pensar muito naquilo, preferia acreditar que era por causa do bebê e só.

Aquela era mais uma tarde comum para mim. Estava saindo do trabalho com uma vontade enorme de ir para casa e não fazer mais nada. Assim que coloquei os pés para fora do prédio, senti um vento frio passar por mim e apertei mais ainda meu casaco contra meu peito. Isso não era mais uma coisa tão fácil de se fazer, uma vez que a barriga de seis meses de gravidez me impedia de fechar o casaco por completo. Comecei a caminhar pela calçada em direção ao estacionamento, mas por alguns segundos me senti sendo observada. Parei e me virei para trás, me deparando com um belo par de olhos null me encarando.
"null!" Falei indo até ele, que estava encostado em seu carro, estacionado em frente ao prédio. "O que você 'ta fazendo por aqui?" Perguntei, o cumprimentando com um beijo em sua bochecha.
"'Tava passando e resolvi parar para te ver." Ele deu a desculpinha de sempre. "'Ta afim de tomar um café?" Ele perguntou e eu apenas concordei com a cabeça. Nos dirigimos até a Starbucks que tinha na esquina. Fizemos nossos pedidos e nos sentamos.
"Então, null, como você e o bebê estão?" null perguntou, dando início ao questionário rotineiro.
"Estamos cada vez melhores, null!" Falei com um sorriso no rosto. "Aliás, antes que você pergunte, fui ontem ao médico."
"Jura? E 'ta tudo bem com o bebê?"
"Tudo ótimo. E, bem, preciso te contar uma coisa... Descobri o sexo do bebê!" Falei empolgada.
"'Ta esperando o que para me falar?" Perguntou curioso.
"É um menino, null!" Falei e logo o puder ver se levantar de sua cadeira e vir até mim, me abraçar.
"Que ótimo, null. Você vai ter um garotão! Parabéns!"
"Legal, né? Eu sempre quis ter um menino. E o null..." Falei, mas senti um nó se formar em minha garganta ao pronunciar o nome de null. Apesar de quatro longos meses se passarem, ainda não havia me acostumado com aquilo. Respirei fundo, e continuei. "O null também disse que queria ter um menino."
"Tenho certeza que ele iria adorar receber essa notícia." null falou enquanto sentava-se de volta em sua cadeira. Ele continuou seu interrogatório de rotina, e logo nossos pedidos chegaram.
"Preciso te falar o porquê vim aqui atrás de você." null falou enquanto terminávamos nosso café. "Eu tenho um presente para o pequeno null." Ele completou tirando um embrulho de dentro do casaco. Eu peguei o pequeno pacote e abri. "Seria injusto o moleque não ser um fã de McFLY." Ele disse assim que eu vi o conteúdo do pacote. Era uma pequena camiseta, onde estava escrito "McFLY" na frente, e atrás, o nome dos meninos: null null, null null, null null e null null. Incrivelmente LINDA!
"É linda, null! Obrigada!" Disse sorrindo, recebendo um sorriso enorme de null em resposta.
"De nada. É para o garotão aí não esquecer que a música está em seu sangue!" Ele falou piscando para mim. Senti o bebê se mexer em minha barriga e dar um leve chute, como se concordasse com o que null havia dito.
"Olha, null!" Falei pegando na mão dele e levando até minha barriga. "Ele 'ta mexendo. Sente!" Pude ver o sorriso de null se abrindo cada vez mais, conforme o bebê se esticava em minha barriga, e seus olhos null brilharem de um jeito que eu jamais havia visto antes. "Acho que ele gostou do presente." Falei e logo em seguida o bebê deu um chute, bem onde null estava com a mão.
"É... Parece que ele gostou!" Ele completou, ainda com um sorriso estampado no rosto.

Acordei pela terceira vez naquela noite com o mesmo sonho estranho: Eu, de frente para um muro alto e extenso, tentando pulá-lo para alcançar a plantação de melancia que havia atrás dele. E eu sabia o que aquilo signficava. Tinha passado a tarde inteira do dia anterior com vontade de comer um pedaço de melancia. No mercado perto de casa não tinha, então eu resolvi esperar até o outro dia para ir a um outro comprar, mas meus sonhos não me deixaram esquecer do meu singelo desejo, e eu já estava ficando perturbada com aquilo. Precisava urgente comer um pedaço de melancia.

null’s POV ON
Estava deitado no sofá, ouvindo um cd qualquer dos Beatles tocar ao fundo. Estava pensando nela, claro. Era só nisso que eu conseguia pensar nos últimos tempos. Em como ela ficava mais linda, mais radiante a cada dia que passava. Era incrível que, por mais que tenham se passado cinco anos, eu ainda me arrependia amargamente de tê-la deixado. E apesar do destino parecer conspirar ao meu favor naquele momento, eu sabia que ela jamais me olharia com os olhos de antes. Ela acabara de perder o futuro noivo, meu amigo, pai do filho que ela carregava no ventre, e eu já tinha partido seu coração uma vez. Definitivamente, ela não daria outra oportunidade para mim.
De repente, algo fez eu despertar de meus pensamentos. O telefone tocou e eu atendi com um pouco de má vontade. Queria continuar ali, apenas pensando nela.
"Alô..." Resmunguei.
"null... Oi. Te acordei?" A ouvi falar do outro lado da linha, e imediatamente me recompus ao telefone.
"Não, null, de jeito nenhum. Eu estava acordado ainda. Mas me diz, aconteceu alguma coisa? Você 'ta bem? O bebê 'ta bem?"
"Sim, sim, estamos bem, null. Eu só te liguei porque eu preciso muito de um favor seu e tem que ser agora. Eu pediria para o null e para a null, mas eles estão viajando, então pensei em pedir para você..." Ela dizia numa voz claramente envergonhada, linda por sinal.
"Pode pedir o que você quiser, null!" Falei sem hesitar.
"Ai, null. Eu 'to com vontade de comer melancia. Desejo de grávida, sabe?"
"Sei... Você quer que eu saia a essa hora da noite atrás de uma melancia." Falei brincando com ela.
"Ai, null, desculpa, mas é que eu 'to com muita vontade e... Não precisa ir se voce não quiser, é que eu não 'to conseguindo dormir e.."
"Calma, null, calma! Eu 'tava brincando! Respira, fica tranquila que em dez minutos você vai estar com um pedaço delicioso de melancia nas mãos, ok?"
"Desculpa, null..." Ela falou com uma voz chorosa.
"Não tem que desculpar nada não. Já 'to indo aá com a sua melancia."
"Obrigada, null, não sei o que seria de mim sem você."
"Me agradece quando eu chegar aí, 'ta bem? Até já!" Falei e desliguei o telefone. Sorri orgulhoso ao chegar na cozinha e encontrar metade de uma melancia cortada em cima da mesa. Até aquele momento, eu não entendia o que tinha me dado para eu comprar aquela fruta no mercado mais cedo. Achava que tinha sido 'atraído' pela sua cor ou sei lá o quê, mas agora eu sabia: havia comprado aquela melancia para ela. Só para ela.
null’s POV OFF

Capítulo 11

Estava na sala de casa vendo meu filho dançar ao som de uma música que tocava no DVD. Era incrível como minha rotina havia mudado drasticamente nos últimos dois anos. Desde que Peter havia nascido, eu só vivia para ele, só pensava nele, só fazia as coisas por ele. Com certeza ele havia sido a melhor coisa que tinha me acontecido.
"Mamãe..." Peter me chamava, puxando minha mão para que eu levantasse do sofá e fosse dançar com ele no meio da sala. Eu amava aqueles momentos com ele, todas as noites ansiava para chegar em casa e curtir algumas horinhas com meu filho. Mas ainda assim, os melhores dias ainda eram os finais de semana, em especial os sábados, que ficávamos o dia inteirinho juntos.
"Mamãe vai preparar nosso almoço, tá meu anjo?" Falei beijando a testa de Peter enquanto ele ainda estava entretido com o DVD. "Fique quietinho aí, amor."
Segui até a cozinha e comecei a preparar a comida, ouvindo as risadas que Peter soltava enquanto assistia a TB. De repente, a campainha tocou e eu corri para abrir.
"null!" Exclamei ao vê-lo parado na porta.
"Oi, null..." Ele falou me dando um beijo na bochecha e entrando.
"Tiooo..." Peter disse vindo até a porta e abraçando a perna de null.
"E aí, garotão?!" null falou, o pegando no colo.
"Bincá, tio! Bincá..." Peter dizia apontando para o corredor que levava até os quartos.
"Quer brincar, Pet? Vamos brincar então..." null falou piscando para mim e indo com Peter até seu quarto.
"Qualquer coisa, estou na cozinha." Gritei vendo os dois sumirem corredor adentro.
Aquelas visitas de null eram uma das coisas que haviam se tornado comum em minha nova rotina. Ele sempre passava em casa para ver Peter, pelo menos umas duas vezes na semana, e não havia um final de semana se quer que não passasse em casa para vê-lo.
Depois de almoçarmos, null ficou brincando com Peter na sala. Assim que terminei de arrumar a cozinha, segui até lá e fiquei os observando da porta. Era incrível a afinidade que havia entre os dois, e muitas vezes ficava difícil identificar quem era a verdadeira criança ali.
"Mamãe..." Peter falou ao me ver parada na porta observando ele e null brincar com alguns carrinhos. "Bincá, mamãe!" Ele falou, pegando na minha mão e me levando até o meio da sala onde eles estavam. Ficamos ali, os três sentados no chão, brincando com os carrinhos de Pet.
"Ele 'ta crescendo rápido, não é mesmo?" null falou, chegando mais perto de mim, apoiando uma de suas mãos por trás de minhas costas.
"É, está." Falei em um tom baixo por causa do susto com a proximidade que null estava de mim.
A verdade é que desde o acidente com null, null havia se mostrado um amigo tão dedicado, preocupado, tão presente na minha vida e na de Peter, que às vezes eu me pegava pensando em como eu poderia estar naquele momento se ele nunca houvesse me abandonado. Aquele null que eu havia conhecido desde então não era o mesmo null que me deixou sozinha há anos. E com certeza, aquilo fazia eu me sentir balançada.
"Que tal se a gente assistisse um filme, heim?" null perguntou, fazendo eu me despertar de meus pensamentos. Apenas concordei com a cabeça, e Peter começou a apontar para null a prateleira de DVDs. "'Ta aí um dos motivos que eu gosto de vir aqui: vocês têm filmes de verdade, de macho, né Pet?" Ele falou, fazendo graça com Peter. "Lá na casa do null, só tem DVD da "Barbie" agora, por causa da Sofia. Não tem graça..."
"Udi, tio... Udi!" Peter falou apontando o DVD do "Toy Story". Sentamos os três no sofá para assistir, e antes mesmo do meio do filme, Peter adormeceu. Pausei o filme e levantei do sofá, indo até ele para levá-lo para cama.
"Deixa que eu faço isso." null falou, colocando seus braços na frente do meu e pegando Peter no colo. O segui até o quarto de Pet, ajeitando a cama dele para que null pudesse o deitar ali. O deixamos dormindo ali, e voltamos para a sala. Sentei-me no sofá e peguei o controle remoto.
"Afim de continuar?" Perguntei para null, assim que ele sentou-se ao meu lado.
"Claro!" Respondeu, passando o braço pelo meu ombro e me puxando para mais perto. Apertei o play e me acomodei sob os ombros de null. Fechei os olhos e respirei fundo, inspirando o perfume único que ele emanava. Por alguns minutos, pude me sentir leve e completamente feliz ali.

"Fia..." Peter entrou na casa de null e null, gritando por Sofia.
"E a tia, não ganha um beijo, não?" null falou, pegando Peter. Ele deu um beijo em sua bochecha e se jogou no chão, indo atrás de Sofia. "E aí, amiga, tudo bem?" null falou, me abraçando. "Chegou cedo hoje, heim?! Já tomou café?"
"Já, null... Vim cedo para te ajudar a arrumar tudo para o batalhão, e também por que o Peter não parava de chorar querendo vir para a piscina." Falei, indo com null até a cozinha.
"Ah, claro, a piscina sempre ganha a atenção deles!" null falou rindo.
Era aniversário de null na terça-feira daquela semana. Então, resolvemos nos reunir no domingo para comemorar. Seria um almoço como em todos os anos anteriores. Alguns amigos e a piscina para distrair as crianças.
"Ladies..." Ouvi uma voz familiar falar enquanto eu e null preparávamos o almoço. Me virei para a porta, encontrando aquele par de olhos null vindo em nossa direção. Ele pegou a mão de null e deu um beijo nela. Veio até mim e fez a mesma coisa, porém assim que ele beijou as costas de minha mão, ele me puxou para um abraço.
"Você está linda!" Ele sussurrou no meu ouvido e me soltou. Ficamos nos encarando por alguns segundos. null mantinha um sorriso lindo no rosto, e eu sorria em resposta.
"Obrigada!" Respondi e pude ver null passar por trás de null, indicando com as mãos que estava saindo. Ele ainda me encarava estático, com o sorriso estampado no rosto. O senti pegar em minhas mãos e acariciá-las, sem desviar seu olhar do meu. Pude perceber seu rosto chegando mais perto do meu, e senti minhas pernas vacilarem. Fechei os olhos numa tentativa de voltar à sanidade.
"Tio..." A voz de Peter invadiu o ambiente e senti null soltar minhas mãos. Abri os olhos e o vi pegando Peter no colo. "Nadá, tio." Peter dizia apontando para a piscina do lado de fora. Agradeci mentalmente meu filho por ter aparecido naquela hora e impedir que eu cometesse uma loucura. null apenas me olhou e seguiu com Peter para fora. Me virei para a pia, apoiando minhas mãos nela e respirando fundo.
"Eu vi o climinha que 'tava aqui entre você e o null." null falou, voltando para a cozinha e parando ao meu lado.
"Ai, null, por que você saiu?" Falei me virando para ela, com uma cara meio brava.
"Ah, null, qual é, quando você vai dar uma chance para o null, heim?! 'Ta na cara que vocês ainda se gostam."
"A chance que eu tinha para dar para ele eu já dei, null. E outra, ele nunca gostou de mim de verdade!" Falei em um tom revoltado. Odiava ter que tocar nesse assunto: eu e null.
"Você lembra o que eu te disse uma vez, logo que você e null começaram a namorar sério?" null me perguntou e eu neguei com a cabeça, mesmo sabendo o que ela diria a seguir. Mesmo se eu dissesse que lembrava, ela falaria do mesmo jeito. "null, você sabe o que eu acho dessa sua história com o null. Vocês foram feitos um para o outro. Tenho certeza que o null só apareceu na sua vida para não deixar você ficar longe de vez do null. É o destino de vocês, amiga. Vocês vão acabar juntos no final de tudo, queira você ou não." Bufei ao ouvir aquilo. null sempre achava um jeito de declamar esse seu discurso de 'Eu, null e o destino'. Por mais que eu fizesse de tudo para não acreditar naquilo, algo dentro de mim não me deixava fazê-lo. Por todas as vezes que eu ouvi aquelas palavras de null, meu coração fez questão de deixar claro que acreditava naquilo também, que queria acreditar naquilo. Mas mesmo assim, havia uma parte de mim que negava piamente essa teoria.
"De novo essa história de destino, null...?"
"Mas é! É o destino de vocês." Ela falou com uma tranquilidade incrível, como se aquilo fosse mesmo verdade e nada, nem ninguém, seria capaz de mudar. "Vai me dizer que seu coraçãozinho não anda balançando pelo null?"
"Ai, null..." Ok, ela me conhecia muito bem para eu negar aquilo. Por mais que eu quisesse que não fosse verdade, era. "O null 'ta diferente, né? Ele amadureceu bastante." Falei indo até a porta de vidro da cozinha, por onde dava para observar as crianças, null e null na piscina, se divertindo. "O Pet gosta muito do null, e ele também faz de tudo para agradar meu filho, não tem como não ficar balançada quando você percebe que tem alguém que gosta do seu filho do jeito que o null gosta do Peter." Falei enquanto o observava pegar Peter e brincar com ele na água. Sorri inconscientemente, pensando em como os dois eram apegados, chegando até mesmo, a se parecerem algumas vezes.

Capítulo 12
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Naquela semana iriam completar quatro anos da morte de null, e como em todos os outros anos anteriores, aquela data me assombrava. Os dias que antecipavam o aniversário da morte dele, eram sem dúvida, os piores do ano. Me batia uma melancolia imensa, e eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser em como minha vida estaria se ele estivesse comigo ainda.
Era mais um sábado à tarde, e eu estava tentando me distrair com Peter na sala. O telefone tocou e eu deixei Pet sozinho, e corri até a cozinha para atender.
"null!" Ouvi null falar empolgada do outro lado do telefone.
"Oi, null! Tudo bem?"
"Claro. E você, amiga? 'Ta bem?" Perguntou, já sabendo como eu ficava nesses dias.
"'To..." Respondi um pouco desanimada, já prevendo o discurso de null que viria depois. Ouvi a campainha tocar e corri para a porta. "Espera um pouquinho, null." Ouvi a porta se abrindo e imaginei que Peter tinha a aberto. Com quase três anos e meio, ele já conseguia fazer isso sozinho, e muitas vezes eu tinha que ter cuidado redobrado para ele não sair do apartamento sozinho. "Peter! Já falei que você não deve ficar abrindo a porta para qualquer um assim?" Falei, entrado no hall e me deparando com null, o segurando no colo.
"Tio null, mamãe." Peter falou, tentando se justificar.
"null, te ligo depois, pode ser? O null acabou de chegar aqui." Falei para ela no telefone, vendo null vir até mim.
"Ok, amiga, mas me liga mesmo porque eu tenho que conversar com você. Beijinho." null falou e eu desliguei o telefone. "Oi, null!" Falei, recebendo dele um beijo em minha bochecha.
"Oi, null." Ele disse com um sorriso lindo no rosto, que me fez sorrir também.
"Peter agora deu para ficar abrindo a porta para qualquer um que bate." Falei, pegando Pet do colo de null. "Já pensou se fosse um estranho?"
"Ah, ele não vai mais fazer isso, não é mesmo, Pet?" null falou para ele, que concordou com a cabeça. Seguimos em direção à sala.
"Quer beber alguma coisa, null?"
"Ainda não." Ele respondeu, sentando-se no chão com Peter. "Trouxe um presentinho para meu sobrinho preferido aqui."
"Pesente!" Peter gritou, pulando no colo de null.
"Ai, null, presente para quê? Nem é aniversário dele..."
"Não posso dar um presente para o meu sobrinho?" null falou, entregando um embrulho relativamente grande para Peter. Ele rasgou rapidamente o pacote e abriu um enorme sorriso ao se deparar com um videogame à sua frente.
"Bigado, tio!" Peter falou dando um abraço em null.
"De nada, campeão. Agora a gente já pode ficar jogando videogame a tarde toda no fim de semana, heim?!"
Sorri vendo aquela cena. Era null fazendo o papel de null, o papel de pai. Um papel que eu jamais imaginava ver. Querendo ou não, era esse o papel que null fazia na vida de Peter. Ele era a figura paterna mais próxima que meu filho tinha, e eu não havia como negar aquilo. Fiquei observando Peter ajudar null a instalar seu novo 'brinquedo', e por poucos minutos, pude me esquecer do motivo que me entristecia naqueles dias. O som da campainha me fez despertar e eu fui abrir.
"Esqueceu de mim, foi?" null falou assim que eu abri a porta. Ela entrou, sendo seguida por null e Sofia, e eu dei um beijo em cada um. Fomos até a sala, de encontro com null e Peter, que estavam jogados no chão, rindo e fazendo cócegas um no outro.
"Que festa é essa?" null falou, entrando na sala. Sofia pulou do colo de null e subiu em cima de null, fazendo cócegas nele com Peter.
null me olhou de canto de olho e me puxou para o quarto. Já sabia que viria um sermãozinho dela.
"Como você 'ta, amiga?" Ela falou entrando no meu quarto. "Nem vem falando que 'ta bem porque eu sei como você fica nessa época!"
"Se você sabe, por que pergunta, heim?!" Falei, sentando-me na cama.
"A gente 'ta indo no cinema agora, por que você não vem com o Peter e com o null?"
"Ah, null, não 'to afim, amiga."
"null, vai ficar aqui remoendo algo que aconteceu há quatro anos?"
"null, não 'to afim mesmo de sair hoje! Não adianta insistir. E acho que o Peter não vai querer sair também, null deu um videogame para ele, acho que ele vai querer ficar aqui curtindo o presente."
"null, você sabe que eu odeio te ver desanimada assim nesses dias, não sabe?" null falou, sentando-se do meu lado.
"Eu vou sobreviver, amiga. Já sobrevivi três anos..." Falei e fui interrompida por Peter entrando no quarto.
"Mamãe, vamo no cinema?" Ele falou, parando na minha frente.
"Aí, ele quer ir, não quer, Pet?" null falou e ele concordou com a cabeça.
"Pet, a mamãe está com dor de cabeça, meu amor, vamos ficar em casa hoje para você jogar o videogame que o tio null te deu?" Falei, o pegando no colo, e ele fez uma cara de choro.
"Já sei!" null falou com um sorriso animado. "Eu levo o Pet e você fica aqui com a sua dor de cabeça. Não é nossa culpa se você não quer se divertir, não é mesmo, Pet?" Era certo que ela tramava alguma coisa, já que mantinha um sorriso malicioso no rosto. "Vai arrumar o Pet que eu espero na sala." null saiu e eu fui com Peter até seu quarto, arrumá-lo. Achava injusto impedir meu filho de se divertir por causa da minha melancolia. Chegando na sala, com Peter já pronto no meu colo, me deparei com null e null no sofá, jogando videogame.
"Achei que esse videogame fosse para as crianças se divertirem." Falei, colocando Peter no sofá e arrumando a gola de sua camisa.
"Vamos, amor, o Peter já 'ta pronto." null falou, parando na frente de null.
"Vamo, Piti" Sofia falou, pegando na mão de Peter e os dois seguiram até a porta.
"Ae garanhão, já 'ta conquistando a princesinha!" null falou, dando um tapinha nas costas de null.
"O null vai ficar aqui com você, null." null falou ao meu ouvido enquanto íamos até a porta. A olhei com reprovação. "Ele que pediu, nem vem. E se eu fosse você, aproveitava e dava um chance a ele!" null completou, piscando para mim.
"null, não vamos discutir isso, ok?" Pedi e ela me abraçou para se despedir de mim.
"Você sabe minha opinião, não sabe? Faz o que achar melhor." Falou se soltando de mim, e seguiu para se despedir de null.
"Pet, vem cá!" O chamei, me abaixando para ficar à sua altura. "Se comporta no cinema com o Tio null e a Tia null, 'ta? E nada de brigar com a Sofia, heim?!" Pet concordou com a cabeça e me abraçou. "Te amo, viu bebê?!" Falei e dei um beijo em sua bochecha.
Encostei minha cabeça no batente da porta e fiquei observando-os esperando o elevador. null parou do meu lado e ficamos esperando os quatro entrarem no mesmo.
"Divirtam-se!" Falei enquanto a porta do elevador se fechava.
Senti null parar atrás de mim e colocar uma de suas mãos sobre a minha cintura.
"Prometi para o casal que eu não iria te deixar sozinha hoje." Ele sussurrou ao pé do meu ouvido, e eu senti um arrepio passar por toda a extensão do meu corpo. Me virei para ele e encarei aquele par de olhos null que me olhavam de perto. Perto demais para meu conforto! Ele me puxou pela cintura e fechou a porta. Não consegui distinguir muito bem o que sentia naquele momento. Talvez não sentisse nada. "'Ta afim de comer alguma coisa? Pedir uma pizza?" Ele perguntou e eu apenas concordei com a cabeça, sem prestar atenção de verdade na sua pergunta. Ele finalmente me soltou e entrou na cozinha. Despertei de meus pensamentos e segui até a sala, me sentando na poltrona, olhando a TV desligada à minha frente.
"Ei... Voce 'ta legal?" null perguntou entrando na sala e se ajoelhando na minha frente. Olhei para ele e apenas concordei com a cabeça. "Tem certeza? Eu sei como..."
"Como eu fico triste nessa época. Todo mundo sabe, null!" Falei em um tom sério e me levantei da poltrona. "Eu só não quero ninguém no meu pé toda hora, me lembrando do motivo pelo qual eu fico assim, ok?"
"'Ta certo." null falou, se levantando e parando na minha frente. "Vamos fazer assim, a gente assiste um filme, come uma pizza, jogamos videogame e não falamos sobre nada que você não queira, pode ser?" Ele pegou em minhas mãos e eu apenas concordei com a cabeça. Sentei-me no sofá enquanto ele seguiu até a parateleira de DVDs e escolheu um filme para assistirmos. null se sentou ao meu lado no sofá e passou seu braço pelos meus ombros, fazendo com que eu colocasse minha cabeça sobre seu peito. Pude senti-lo acariciando meus cabelos enquanto o filme começava. Por alguns minutos, consegui esquecer tudo o que me afligia ali. Era como se não houvesse mais nada no mundo com o que me preocupar.
Depois do filme e da pizza, achei uma garrafa de vinho em um canto da cozinha e resolvi abrir. null pegou o violão que era de null, e que eu ainda mantinha na sala, e começou a dedilhar alguma música.
"Sabe, null..." null começou a falar assim que eu entrei na sala e entreguei a ele uma taça de vinho. "Uma vez minha mãe me pediu para que eu aprendesse a tocar uma música dos Beatles para ela." Ele deu um gole no vinho e eu sentei com a perna cruzada no chão, ficando de frente para ele. "Foi uma das primeiras que eu consegui decorar e tocar sem as cifras." Sorri ao ouvir null dizer aquilo, imaginando como seria fofo ele tocando uma das músicas dos Beatles. "Sempre que eu olho esse violão, me dá vontade de tocá-la para você." Ele completou com um sorriso tímido no rosto.
"Toca agora então, null."
"Acho que eu não lembro da música inteira."
"Toca o que você lembra." Pedi e logo o ouvi tocar os primeiros acordes na música.

[N/A: Coloque a música para tocar ;)]

I should have known better
[Eu deveria ter imaginado,]
With a girl like you.
[com uma garota feito você]
That I would love everything
[Que eu adoraria]
That you do
[tudo que você faz]
And I do,
[E eu adoro,]
Hey, hey, hey,
[hey, hey, hey]
And I do.
[E eu adoro.]

Whoa, oh, I never realized
[Whoa, oh, Nunca percebi]
What a kiss could be.
[o que um beijo poderia ser]
This could only happen to me.
[Isto só podia acontecer comigo]
Can't you see?
[Você não consegue ver?]
Can't you see?
[você não consegue ver?]

That when I tell you that I love you,
[Que quando eu lhe digo que eu a amo,]
Oh,
[oh]
You're gonna say you love me too,
[Você vai dizer que me ama também]
Oh,
[Oh,]
And when I ask you to be mine,
[E quando eu lhe peço a ser minha]
You're gonna say you love me too
[Você vai dizer que me ama também]

So, oh, I should have realized
[Então, oh, eu deveria ter percebido]
A lot of things before.
[uma porção de coisas antes.]
If this is love
[e isso é amor]
You've gotta give me more.
[você tem que me dar mais]
Give me more,
[Me dar mais,]
Hey, hey, hey,
[Ei, ei, ei,]
Give me more.
[Me dar mais.]

Whoa, oh, I never realized
[Oh, eu nunca percebi]
What a kiss could be.
[o que um beijo poderia ser]
This could only happen to me.
[Isso só poderia acontecer comigo]
Can't you see?
[Você não consegue ver?]
Can't you see?
[você não consegue ver?]

That when I tell you that I love you,
[Que quando eu lhe digo que eu a amo,]
Oh,
[oh]
You're gonna say you love me too,
[Você vai dizer que me ama também]
Oh,
[Oh,]
And when I ask you to be mine,
[E quando eu lhe peço a ser minha]
You're gonna say you love me too
[Você vai dizer que me ama também]

You love me too.
[Você me ama também.]
You love me too.
[Você me ama também.]
You love me too.
[Você me ama também.]

Ele cantava a música sem desviar seus olhos dos meus. Seu olhar carregava em brilho diferente naquele momento, que eu não conseguia decifrar.
"You love me too..." null finalizou. "Faz muito tempo..." Eu apenas sorri em resposta, e fiquei imaginando o que realmente poderia significar ele cantando aquela música para mim.
A campainha tocou, o fazendo colocar o violão do lado de sofá e seguir até a porta, comigo logo atrás. null estava com Peter no colo, adormecido.
"Ele dormiu no caminho para cá." Falou, o entregando para null. "Eu tenho que ir porque a null ficou no carro com a Sofia." Ele continuou e deu um beijo em minha bochecha. "Vocâ vai ficar bem?" Ele perguntou assim que null entrou com Peter. Eu apenas concordei com a cabeça. "Se precisar, já sabe..." null completou fazendo o sinal do telefone com as mãos e indo até o elevador. Fechei a porta e segui até o quarto de Pet. Encontrei null do lado da cama de Peter, cobrindo-o.
"Já pode ser papai." Sussurrei chegando perto dele. Dei um beijo na testa de Pet e saí do quarto, com null atrás de mim.
"Falta só encontrar alguma candidata a mamãe, não é mesmo?" Ele respondeu, dando uma piscadinha para mim e eu ri em resposta. "Bom, agora que você não está mais sozinha, eu já vou, 'ta bem?"
"Ok." Falei com uma carinha desapontada. Segui com ele até a porta e ficamos nos encarando alguns segundos.
"Você vai ficar bem?" Ele perguntou se aproximando de mim.
"Vou." Sussurrei, o encarando. Ele então me puxou para um abraço, enquanto acariciava meus cabelos com uma das mãos. Ficamos ali abraçados por alguns segundos. Era incrível o efeito que aqueles braços envoltos em mim me causavam. Eu me sentia outra pessoa. Aos poucos, senti as bochechas de null passar pelas minhas, e embora ainda estivéssemos abraçados, seu rosto estava em frente ao meu. Fechei os olhos e inspirei fundo, sentindo o perfume que null emanava invadir minhas narinas e se espalhar por todo meu corpo na forma de um arrepio. Ele então grudou sua testa na minha e abri os olhos novamente, encarando aquele par de olhos null bem de frente aos meus. "Não quero que você vá." Falei inconscientemente, fechando os olhos novamente. Minhas mãos então subiram até os cabelos de null, se entrelaçando neles. Ótimo, agora nenhum músculo meu obedecia meus comandos e meu corpo agia por vontade própria. Senti a respiração de null ainda mais perto e logo em seguida seus lábios grudaram nos meus, fazendo com que eu perdesse a sanidade de vez. Sua língua pediu passagem, que foi concedida sem dificuldades. Senti meu sangue fervendo por todas as veias de meu corpo, enquanto minha língua brincava com a de null, como há muito tempo não faziam. Eu tinha me esquecido de como aquele beijo era incrivelmente bom! Me agarrei fortemente ao pescoço de null, pois senti minhas pernas vacilarem em meio àquele beijo. Embora fosse um beijo calmo, era nítido o desejo em ambas as partes. Não sei dizer quanto tempo ficamos ali, entregues àquele desejo intenso que tínhamos, e confesso que se não fosse pela falta de ar, poderia ficar ali a vida inteira. O beijo foi perdendo a velocidade, e antes de ser desfeito por completo, trocamos alguns selinhos. Abri os olhos aos poucos, e pude perceber um sorriso apreensivo no rosto de null. Senti minha bochechas corarem e soltei aos poucos seu pescoço, ainda sem desviar meu olhar do dele.
"Eu tenho que ir." Ele falou soltando minha cintura e eu apenas concordei com a cabeça. Ele abriu a porta e saiu. Fiquei por alguns minutos ainda ali, parada, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Não podia estar sentindo aquela felicidade que tomava conta de mim naquele momento, não podia.

Capítulo 13

null’s POV ON
"Caralho, null! Eu perdi... A perdi para sempre! Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara, dude..." Eu gritava com null, revoltado comigo mesmo, andando de um lado para o outro.
"Calma, null! Vocês ainda nem conversaram, nem nada." Ele dizia, tentando me acalmar.
"Você acha mesmo que ela vai querer conversar comigo depois do que eu fiz? Eu a beijei, null! BEIJEI A ! E depois fui embora.. Claro! Eu sou um idiota! Ela não vai mas querer olhar na minha cara!"
", CALA A BOCA E PRESTA ATENÇÃO!" null gritou comigo colocando as mãos em meus ombros e me parando. "Você precisa ir atrás da null, conversar com ela, falar o que você 'ta sentindo, dude!"
"Ela não vai querer olhar na minha cara..." Falei, sentando-me no sofá e colocando minhas mãos em meu rosto.
"Você não vai saber enquanto você não for até lá falar com ela!" null falou e eu fiquei pensando no que ele disse. Ele tinha razão, eu não saberia até ir falar com ela. Desde o beijo, eu não havia falado com ela. Não tinha ido ver Pet, e confesso que apesar de se passarem apenas três dias, eu já estava com uma puta saudade do garoto! Eu sabia onde ela ia todos os anos naquele dia.
"Você tem razão... Eu vou atrás dela!" Falei e saí em um pulo. Entrei no carro e segui até o local que eu também ia todos os anos naquele dia. Porém, nesse ano fui um pouco mais cedo do que nos demais, pois sabia que a hora do almoço era quando ela iria para lá. Eu precisava encontrá-la.
Cheguei no cemitério e segui o caminho rotineiro até o conhecido túmulo. Parei um pouco antes, e pude vê-la parada em frente ao túmulo de null. Me aproximei um pouco mais e pude perceber que ela falava alguma coisa.
"... Tudo o que eu mais queria era ter você de volta, null." Ela dizia para o túmulo dele, à sua frente. Pela voz, dava para perceber que ela chorava. "'Ta tudo tão complicado, tão confuso! Eu não queria estar sentindo isso que eu 'to sentindo. Eu queria continuar amando você, só você! Mas o null... Você precisa vê-lo com o nosso filho. Às vezes até parece que o filho é dele, sabe? O Peter gosta tanto dele..." Ela parou por alguns segundos e eu pude perceber um sorriso se formando em meu rosto. "Às vezes eu acho que toda essa confusão que eu sinto é mais pelo Pet do que por mim. Eu ainda te amo, null... e MUITO! Mas não tem como não amar alguém que ame seu filho do jeito que o null ama o Peter..." Ela continuava, parando alguns segundos para enxugar as lágrimas. "Acho que esse lance com o null é sério, null, mais sério do que eu gostaria. Acho que você sempre soube disso, não é mesmo? Eu só não queria sentir essa culpa! Queria poder voltar a amar alguém sem essa sensação de que eu estou te traindo. A última coisa que eu quero no mundo é trair você, meu amor... Eu ainda te amo, vou te amar sempre, mas eu não consigo mais lutar contra isso que eu 'to sentindo."
Em um impulso, me aproximei devagar dela e coloquei uma de minhas mãos em seu ombro. Ela se virou e finalmente percebeu minha presença ali. Vi seus olhos cheios de lágrimas se aproximarem e afundarem em meu peito, em um abraço forte. A abracei com todas as minhas forças, enquanto sentia suas lágrimas molharem minha camisa.
"Diz para mim que não é errado tudo isso que eu 'to sentindo, null... Diz, por favor!" Ela me pediu em meio às lágrimas.
"Eu tento me convencer disso há oito anos, null... Não consigo!" Falei, tentando impedir uma lágrima de escapar de meus olhos, em vão. "Desculpa!"
Ela levantou seu rosto do meu peito e me encarou. Soltou seus braços de mim e voltou a olhar o túmulo em nossa frente.
"Eu te amo..." Foi tudo que ela falou antes de sair de lá, sem olhar novamente em meus olhos, me deixando a dúvida se ela tinha dito aquilo para mim ou para ele.
null’s POV OFF

Saí do cemitério atordoada. Tudo que eu menos precisava naquele dia, naquele momento, era encontrar null ali. Desde aquele beijo, eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse em null. E justo naqueles dias, em que eu DEVIA estar pensando em null... Não me conformava em voltar a sentir todas aquelas sensações estranhas só de pensar nele. Não podia sentir tudo aquilo de novo, não pelo null.
No resto do dia não consegui me concentrar mais no trabalho. Não conseguia pensar em mais nada. Por sorte, minha chefe sabia que aquele dia era 'difícil' para mim e me dispensou cedo. Saí da redação do site e aproveitei para pegar Peter mais cedo na escola. Um tempinho a mais com meu filho iria me fazer bem. Mas por incrível que pareça, até Pet parecia estar contra mim aquele dia.
"Mamãe..." Ele falou vindo até mim, na porta da escola.
"Oi, meu amorzinho! Mamãe veio te buscar mais cedo para a gente fazer uma coisa bem legal hoje, que tal?" Falei pegando Pet e levando-o para o carro.
"Chama o tio null, mamãe..." Pediu assim que entramos no carro. Ok, null devia ter feito macumba, não é possível.
"A gente vai ver outro tio hoje, pode ser?" Falei dando partida no carro. Precisava conversar com alguém urgente. Não aguentava mais guardar tudo aquilo só para mim!
Fui direto para a casa de null e null. Precisava da minha amiga naquelas horas. Ainda não tinha contado para ela do beijo. Não tinha contado para ninguém, na tentativa de não ficar falando do assunto e ficar lembrando toda hora. Mas já que isso não adiantava, era melhor tentar conversar para colocar tudo para fora de vez. Cheguei na casa de null e não demorei, não quis enrolar muito para contar à ela. Deixamos Sofia e Peter brincando na sala, enquanto conversávamos na cozinha. Contei tudo. Do beijo, de como eu estava pensando em null, o que eu estava sentindo, da minha 'conversa' com null mais cedo...
"Então, foi por isso que null veio conversar com o null hoje cedo?" null falou assim que eu terminei de contar tudo.
"O null veio aqui hoje?" Perguntei confusa.
"Veio conversar com o null, de portas fechadas! Mas deu para ouvir ele falando algo do tipo 'Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara!'. Eu até perguntei para o null o que o null veio fazer aqui, mas ele falou: 'Se a null ainda não veio te contar, logo logo você vai saber!'. Agora eu entendi o porquê."
"Ai, null... Eu não 'to mais aguentando, amiga! Eu não consigo parar de pensar no null. Na consigo parar de pensar naqueles olhos, naquele beijo... Acho que vou enlouquecer!" Falei abaixando minha cabeça e colocando sobre meus braços, na bancada.
"Você está apaixonada, null! Nem adianta negar!" Ela falou assim que eu levantei a cabeça e fiz menção de negar. "null, não adianta você querer lutar contra isso, você 'ta apaixonada pelo null."
"null, eu não posso... Ele já me magoou uma vez, e pode muito bem fazer isso de novo. E o null também..."
"null! Por Deus! O null morreu já faz quatro anos! Você tem que superar isso, amiga. Voltar a viver a sua vida." null falou. Eu coloquei minhas mãos sobre meu rosto e abaixei a cabeça. Não podia estar apaixonada por null... Não podia. "Vocês já tentaram conversar? Falar um para o outro o que vocês estão sentindo? null, o null não é mais criança! Tenho certeza que ele gosta de você, ele sempre gostou!"
"Ele já partiu meu coração uma vez..." Falei com um aperto no peito, lembrando da vez que null me deixou.
"E você superou, com o null! Agora é a vez de você superar a morte do null com o null! Amiga, é o destino de vocês..." null começou novamente aquele velho discurso sobre o destino. Me perdi em meus pensamentos, tentando não prestar atenção no que null falava.
"Famíliaaaa!" A voz de null chegando em casa, me fez despertar de meus pensamentos.
"Tiooo..." Pude ouvir Pet falar na sala.
"E ai, garotão?! Que saudades!" Ouvi uma voz responder a de Pet enquanto null entrava na cozinha. Ok, não era a de null. Aquela era a última voz que eu queria ouvir naquele dia.
Olhei para a porta e pude ver null entrando com Peter no colo. Os dois riam juntos enquanto null fazia alguma brincadeira com Pet. null veio até mim e me cumprimentou, e foi falar com null. null veio até mim e ficou parado em minha frente, me encarando com Pet em seu colo, mexendo em seu cabelo.
"Ei Pet, vamos com a tia lá na sala ver o que a Sofia 'ta fazendo, vamos?" null falou indo até null e pegando Pet no colo. Logo, ela, null e Peter saíram da cozinha, deixando eu e null sozinhos ali.
Nós dois ficamos nos encarando um bom tempo em silêncio. Sabíamos que teríamos que ter aquela conversa, sabíamos o que teria que ser dito ali, mas aparentemente nenhum de nós dois queríamos começar.
"Eu sei que nós dois precisamos conversar." Falei finalmente, quebrando o silêncio entre nós dois. "Mas eu não 'to preparada para dizer, nem ouvir nada agora, null." Completei enquanto ele ainda mantinha-se em minha frente, me encarando, estático. Eu realmente não queria ouvir nem falar nada para ele naquele momento. Precisava primeiro colocar meus pensamentos em ordem. Saí da cozinha sem olhar para trás, deixando null sozinho. Peguei Peter e fui embora sem querer ouvir o que null e null me diziam. Coloquei Pet no carro, e fui para casa, ouvindo meu filho reclamar que queria ficar com o Tio null, quando tudo o que eu mais queria era esquecer de sua existência.

Capítulo 14

Olhei ao meu redor e pude perceber que eu estava em um campo, um parque ou algo do tipo. O gramado ali era verde e haviam muitas árvores em volta. O sol brilhava forte naquele dia, e por incrível que pareça, o céu estava azul, sem nenhuma nuvem. Caminhei um pouco pelo local, que apesar de desconhecido, me parecia familiar. Pude ver então em minha frente, Peter e null brincando com uma bola. Me aproximei mais deles e me sentei no gramado, eles aparentaram não notar minha presença ali. Sorri ouvindo a risada de meu filho, enquanto ele corria atrás da bola. Era nítida a felicidade de ambos ali, e isso me deixava feliz!
Depois de algum tempo senti alguém sentar do meu lado e me virei para ver quem era, já sabendo quem encontraria ali. Era null! Extremamente lindo, como sempre! Ele olhou para mim e sorriu, aquele sorriso lindo que me enlouquecia sempre! Sorri em resposta, e ele virou o rosto, passando a observar null e Pet, e eu fiz o mesmo.
"Nosso menino 'ta crescendo rápido, não é mesmo?" null falou quebrando o silêncio entre nós.
"Está! É uma pena que você não possa estar com a gente para curti-lo." Falei em um tom triste.
"Você sabe que eu estou sempre com vocês, null!" null falou, pegando em minha mão. Olhei para ele e seu olhar então cruzou o meu. Ah, como eu senti falta disso! Dele ali, ao meu lado, fazendo todos os problemas do mundo sumirem. "Eu vou estar SEMPRE com vocês dois!" Ele então beijou minha mão e voltou a olhar null e Pet. "Além disso, eu deixei um ótimo pai substituto para o nosso garoto!"
"Pai substituto?" Perguntei confusa.
"Pai substituto, namorado substituto... Na verdade, eu só devolvi para o null, o que sempre foi dele por direito!" null dizia com uma naturalidade incrível, como se fosse óbvio tudo que ele falava! "Não adianta fazer essa cara de indignada, porque você sabe tanto quanto eu que é verdade!" Ele então virou seu rosto para mim novamente, voltando a me encarar. "Não adianta você querer se enganar, null. Seu destino sempre foi o null. Não há nada que a gente possa fazer para mudar isso. 'Ta mais do que na hora de aceitar tudo isso de uma vez, lindinha. Pára de se martirizar e ficar inventando desculpas para não se entregar àquilo que você quer..."
"null, eu..."
"Mamãe..." Pet me interrompeu vindo até mim e esticando uma de suas mãos. "Vem brincá, mamãe!" Ele falou aparentemente sem ver null sentando do meu lado.
"Vai lá... É a eles que você pertence, não a mim." null sussurrou em meu ouvido,, e assim que eu virei para encará-lo ele não estava mais lá. Olhei para Peter na minha frente, que ainda estava com o braço estendido na minha direção e me levantei. Dei a mão para meu filho e segui com ele em direção a null.

Acordei um pouco atordoada. Olhei para o relógio que marcava 6h13 e bufei ao me dar conta que não poderia dormir mais um pouco. Fitei o teto, pensando nas palavras de null. "É a eles que você pertence, não a mim". Aquilo não fazia o menor sentido. Ou melhor, fazia todo sentido! Estava ficando confusa demais com aquele sonho. null não poderia ter aparecido assim... Devia ser imaginação minha tudo aquilo.
O despertador tocou em seu horário habitual, me fazendo despertar de meus pensamentos insanos e acordar de vez. Fui para o banho decidida a tirar aquele sonho de meus pensamentos, mas não adiantou muito. Me encarei no espelho após o banho, e só então percebi aquilo que sempre esteve na minha frente: aquele sonho era a resposta para todas as minhas perguntas. Eu, ao invés de me dar conta disso, estava criando mais questionamentos com ele. Bom, pelo menos agora eu já sabia o que eu tinha que fazer.
Terminei de me arrumar, acordei Peter e o troquei para levá-lo para escola, e fomos tomar café.
"Mamãe, o tio null vem hoje?" Pet me perguntou enquanto comia seus cereais. Ele era como o pai, falava a coisa certa, na hora certa. Eu tinha que ter uma conversa com alguém, e ele havia acabado de me lembrar disso.
"Vamos fazer assim, meu amor, a gente liga para o tio null, e o convida para jantar conosco, que tal?" Falei para Pet e ele sorriu em resposta. Peguei o telefone e disquei para null. Peter pediu o telefone para que ele mesmo falasse com null, e eu dei a ele. Era melhor mesmo ele convidá-lo depois da noite de ontem.
"Oi, tio!... Tudo... Uhum... Você vem jantá comigo e com a mamãe hoje?... Hoje tio... Pra gente brincá... Tá..." Peter falava ao telefone e assim que terminou, entregou o aparelho para eu falar com null. Senti meu coração acelerar um pouco naquele momento.
"Oi, null." Falei assim que peguei o telefone.
"Oi, null. O Pet falou para eu ir jantar aí, posso ir mesmo?"
"Claro, null... Ele falou que queria te ver, aí sugeri para você vir jantar com a gente. Acho que te devo desculpas depois de ontem e... Precisamos mesmo conversar, não é? Não adianta ficar fugindo."
"Não quero te forçar a nada, null..."
"Vem para cá e a gente conversa, pode ser?" Falei interrompendo null.
"Ok. Posso pegar o Pet na escola? Aí eu dou uma voltinha com ele antes de ir para aí."
"Tudo bem então. Mas não demora para vir para casa depois, tá?"
"'Ta bom. Até mais tarde então."
"Até, null!" Falei e desliguei o telefone. Respirei fundo e olhei para Peter, que carregava um sorriso enorme no rosto. Aquela era a coisa certa a se fazer, pelo meu filho e por mim.

O dia custou a passar, mas por incrível que pareça, não me distrai tanto em meus pensamentos. Já havia tomado minha decisão, não iria mais fugir de meus sentimentos, iria aceitá-los e assumir as consequências.
Fui para casa ansiosa. Agradeci mentalmente a null por ele ter me poupado de ir buscar Pet na escola, e assim me deixar sozinha em casa para preparar o jantar em paz. Decidi por fazer uma lasanha de brócolis ao molho branco, que Pet adorava. Tomei meu banho e segui até a cozinha para averiguar se tudo estava pronto. Logo, a campainha tocou e fui correndo abrir.
"Olá!" null disse com um sorriso lindo no rosto assim que eu abri a porta. Ele estava incrivelmente lindo naquele dia. Vestia uma roupa normal, o cabelo do mesmo jeito de sempre, mas mesmo assim, havia algo de diferente nele que o deixava... Incrível!
"Mamãe! O tio null me ensinou a tocar violão hoje!" Pet falou entrando em casa, seguido por null. Peguei-o no colo e dei um beijo em sua bochecha.
"Depois você me conta tudo, meu amor, mas agora vai lavar a mão para a gente jantar, vai." Falei, colocando Pet de volta no chão e logo o vi sumir corredor adentro. Por mais que eu quisesse, não conseguia encarar null novamente, sentia que iria perder o ar a qualquer momento. Ele, por sua vez, pareceu solidário ao meu nervosismo e não forçou a barra.
Depois de jantarmos, null e Pet ficaram jogando videogame e eu apenas observava os dois, ficando ainda mais convicta da decisão que eu havia tomado mais cedo. Não demorou muito para que Pet começasse a pescar no sofá. E então, fui colocá-lo para dormir e pedi para que null me esperasse na sala. Coloquei meu filho na cama, e logo ele pegou no sono. Ótimo, a hora era agora! Voltei para a sala com a perna meio mole, estava nervosa. Sabia exatamente o que falar ali, mas não sabia como.
null me esperava no sofá, estava nervoso também, já que suas pernas balançavam inquietas. Sentei-me ao seu lado e o encarei sorrindo.
"Bom..." Dissemos juntos.
"Deixa eu começar, null, por favor." null pediu e eu apenas concordei com a cabeça. Ele então chegou mais perto de mim e pegou em minhas mãos. "null... Eu fui um idiota! Esse tempo todo eu fui um completo idiota! Eu não devia ter ido embora daqui sábado depois do que aconteceu. Eu não sou mais o mesmo cara de oito anos atrás que te deixou. Cara, eu não devia ter deixado nunca. Nem sábado. Nem há oito anos..."
"null, calma! Fala mais devagar!" Falei interrompendo-o. Ele me encarou e chegou mais perto.
"Eu não devia ter te deixado nunca. null... Eu gosto mesmo de você! Gosto muito de você e não quero mais ter que ficar escondendo isso. Eu quero fazer isso dar certo, sabe? Quer dizer... se você também quiser." Falou.
"null, eu só quero que você saiba que para mim não é fácil. Desde que null se foi eu... eu nunca mais fiquei com homem nenhum, não conseguia mais pensar em outro homem que não fosse o Pet. É estranho para mim, pensar em outro cara. Às vezes parece que eu 'to traindo o null, sabe?"
"null, você não precisa fazer nada que você não queira. Eu só..."
"null!" O interrompi colocando um de meus dedos sobre a sua boca, calando-o. "Eu não falei que eu não quero, falei? Só disse que é estranho pensar em você do jeito que eu tenho pensado ultimamente." Fechei os olhos e respirei fundo, inalando o perfume entorpecente que null emanava. "Mas por mais que seja estranho, eu também quero fazer isso dar certo! Eu só quero... ir devagar, sabe?" Falei para null e ele colocou uma de suas mãos em meu rosto. Pude sentir um arrepio passar por todo meu corpo com aquele toque.
"Uma vez o null me falou que você estava indo devagar com ele porque queria fazer dar certo, não é?" Ele perguntou e eu apenas concordei com a cabeça. "Então, deu certo com vocês! Vamos fazer dar certo com a gente também. Vamos devagar... do começo." Ele falou com um sorriso lindo no rosto enquanto acariciava minha bochecha com a mão. "Eu proponho um encontro!"
"Encontro, null?"
"É... Para começarmos devagar, do começo, como tem que ser. Eu, você, sexta, que tal?" Disse com um sorriso maroto no rosto.
"Mas e o Pet, null? Não posso deixar ele sozinho em casa."
"Só diz que aceita e eu cuido disso!" Falou e piscou para mim.
"Eu aceito, null!" Falei um pouco receosa mas, certa de minha resposta. null se aproximou e grudou sua testa na minha. Podia sentir a sua respiração bater em meus lábios. Deixei de sentir minhas pernas por alguns segundos. Seus olhos null me encararam com um brilho incomum e ele sorria.
"Sexta-feira, às oito horas, eu passo aqui para te pegar então. Esteja pronta!" Ele falou e em seguida deu um beijo demorado em minha bochecha, fazendo eu me arrepiar ainda mais. null então se levantou do sofá e saiu, me deixando ali, estática e quase sem ar.

Capítulo 15
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"null..." Falei apreensiva assim que ele atendeu o celular.
"Se você estiver me ligando para cancelar nosso encontro de mais tarde, juro que não respondo por mim!" null falou rindo do outro lado da linha. Senti uma pontada no meu coração ao ouvir sua voz. Não queria fazer aquilo.
"null..." Falei e senti umas lágrimas escaparem de meus olhos.
Aquele encontro tinha tudo para ser perfeito! null tinha se oferecido para ficar com Peter naquele noite, e parecia mais animada do que eu com o tal encontro. Ela tinha me ajudado a escolher um vestido, tinha marcado um horário no cabeleireiro e tudo mais. Mas algo aquele dia pareceu não ajudar para que o tal encontro desse certo.
"null... Eu sinto muito mas não vou poder ir ao nosso encontro hoje."
"QuÊ? null? O que aconteceu? Você 'ta bem?"
"null, desculpa. Eu queria muito ir. De verdade! Mas é que o Pet..."
"O que aconteceu com o Peter? Ele 'ta bem? Que voz é essa, null?"
"null... O Peter passou a manhã inteira com febre, eu 'to com ele aqui no hospital. Estão fazendo um monte de exames nele e nenhum remédio 'ta abaixando sua febre. Desculpa, null, eu..."
"Me fala que hospital você está que eu vou para aí agora mesmo!"
"Estamos no St. Patrick."
"Estou indo para aí. Me espera, 'ta bem?" null falou e logo em seguida desligou o telefone.
Abracei Peter com força, ele ainda estava com a pele queimando. Fiquei com ele ali no meu colo, esperando o resultado dos exames e também por algum remédio finalmente fazer efeito, mas parece que nada funcionava. Alguns minutos depois, pude ouvir uma voz aflita perguntar de Pet para a mocinha da recepção.
"null!" Chamei-o e ele veio até a cadeira em que eu estava.
"Como ele está?" Ele perguntou, abaixando-se na minha frente e colocando uma das mãos no rosto de Pet, que dormia no meu colo.
"Na mesma. Com uma febre que não passa com nada..." Falei em um tom cansado. "Desculpa.."
"Hey!" null falou colocando a mão em meu queixo, levantando meu rosto. "Você não tem nada que se desculpar. Agora a gente tem que se preocupar com o garotão aqui."
"Peter null" Uma voz feminina o chamou. Era a médica dele, com uns envelopes na mão. Os resultados tinham saído.
"Você vem comigo?" Pedi para null enquanto ele me ajudava a levantar da cadeira com Peter no colo. Ele fez que sim com a cabeça e entramos no consultório da médica.
Os exames de Pet deram todos normais e a médica disse que poderia ser apenas uma virose ou algo do tipo. Ela pediu para deixá-lo um pouco no soro, com alguns remédios. A febre finalmente cedeu e logo fomos dispensados. null fez questão de nos acompanhar até em casa para ter certeza que Pet estava bem. Peter foi dormindo o caminho todo, e assim que cheguei em casa, o coloquei no quarto para descansar enquanto null me esperava na sala.
"'Ta dormindo feito um anjinho." Falei assim que voltei para sala e parei na frente de null.
"Você não quer comer nada, null? Você ficou o dia inteiro naquele hospital..."
"Não quero, null."
"Nada de não quero! Você precisa comer, senão amanhã quem vai para o hospital vai ser você! Que tal a senhorita tomar um banho agora, enquanto eu preparo alguma coisa para nós dois?" Falou com aquele tom de que nada ia fazê-lo mudar de idéia e eu sorri vencida.
"Tudo bem..." Falei e segui para o meu quarto. Tomei um banho, demorado o suficiente para tirar todas as nhacas de hospital que estavam sob seu corpo, mas rápido o suficiente para não deixar null esperando por muito tempo. Me troquei rapidamente e fui até a cozinha ver o que ele estava aprontando. Senti um cheirinho bom saindo de lá e meu estômago deu sinais de que realmente precisava ser alimentado.
"O cheiro está bom!" Falei entrando na cozinha, enquanto null colocava os pratos na mesa.
"Então pode se sentar que eu já vou te servir." null disse piscando para mim, e seguiu até o fogão. "O prato de hoje é Macarronada à la null. Especialidade da casa, ou melhor, do chefe." Ele falou trazendo a panela até a mesa e colocando macarrão em nossos pratos. Tenho que confessar que ele ficava uma graça vestindo aquele avental!
"O que você tinha preparado para hoje, heim null?" Perguntei curiosa enquanto comíamos.
"Algo bem melhor que esse macarrão, pode ter certeza!" Ele respondeu rindo.
"Sério, null... Me conta!" Eu insisti.
"Só se você contar o que você ia vestir para mim" Ele falou com um sorriso malicioso no rosto.
"null!"
"Ué... Você diz o que ia vestir e eu digo o que eu tinha preparado. Não é uma boa troca?"
"Mas fui eu quem perguntou primeiro, null..."
"Mas eu só respondo se você disser antes o que você ia vestir."
"Eu não ia vestir nada, null!" Falei num tom bravo.
"E eu ia te levar ao paraíso!" Ele respondeu rindo. Um sorriso lindo que me fez querer rir junto.
"Você não muda mesmo, heim null?!" Falei revoltada, me levantando da mesa e levando meu prato até a pia.
"null... Desculpa!" Falou, vindo atrás de mim. "Eu estava brincando, null, você sabe disso, não sabe?" null disse, parando atrás de mim. Eu me apoiei na pia e respirei fundo. Senti a sua respiração bater em meu pescoço. "Me desculpa?" Ele sussurrou no meu ouvido e me abraçou por trás. Ok, se eu não tivesse apoiada na pia eu cairia ali mesmo, pois naquele momento, deixei de sentir minhas pernas.
"null..." Sussurrei quando seus lábios tocaram a minha nuca. Eu queria resistir, mas não conseguia. null passou a distribuir beijos por toda a extensão do meu pescoço. Fechei os olhos, tentando recuperar o resto de sanidade que havia dentro de mim e uma de minhas mãos foi levada inconscientemente à sua nuca, agarrando seus cabelos.
"Se você quiser, eu páro." null disse ao pé do meu ouvido. Eu me virei para a ele e passei a encará-lo nos olhos. Ele continuava agarrado a minha cintura, e uma de minhas mãos repousava sobre seu rosto. Aquela luta conhecida entre o 'sim' e o 'não' voltou a ser travada dentro de mim. Ainda restava a dúvida de que aquilo era o mais certo a ser feito.
"Eu não quero." Falei em um impulso e puxei o rosto de null para mais perto do meu e ele grudou nossas testas. Aquele par de olhos null brilhavam à minha frente, e então eu tive certeza do que eu queria. Poderia ser errado, mas eu não ligava. "Eu não quero, null..." Falei convicta e fechei os olhos, esperando-o finalmente grudar seus lábios nos meus, mas tudo o que senti foi ele se afastando.
"Eu já esperei oito anos... Vamos esperar mais uns minutinhos, tá?" Ele deu um beijo na minha testa e saiu da cozinha, me deixando sem reação na pia. "null..." Falei indo atrás dele. Como ele tinha a coragem de me deixar naquela situação? Então, agora era assim? Ele provoca e sai? Entrei na sala enfurecida e o encontrei olhando os CDs na prateleira. "null!" Falei em um tom mais alto, esperando alguma explicação.
"Você ainda gosta de John Mayer, null?" Ele perguntou numa tranquilidade absurda.
"null, eu..."
"Eu lembro que uma vez eu sai com o null, para ele comprar um cd do John Mayer para você, no seu aniversário..." null dizia, tirando um cd da prateleira e colocando no rádio. "... aí, um bando de fã atacou a gente no shopping, e tivemos que sair escoltado de lá." Ouvi uma batida conhecida sair das caixas de som e null veio até mim. "Pronto, agora está tudo perfeito, como tem que ser!" Ele falou pegando em minha mão e me levando para o meio da sala. [N/A: Coloque a música para tocar] Ele passou um dos braços pela minha cintura, e segurava uma de minhas mãos com a sua mão livre. Ele me puxou ainda mais para perto, grudando nossos corpos e começou a se mexer lentamente de um lado para o outro. Coloquei a minha outra mão sobre o pescoço de null, e repousei meu rosto sobre seu peito, enquanto ele nos conduzia.

Now that we are over
[Agora que acabamos]
As the loving kind
[Como um tipo de amor]
We'll be dreaming ways
[Estaremos sonhando com meios]
To keep the good alive
[De continuar vivendo bem]

"Era isso que eu tinha preparado para você. Eu ia te levar para dançar. Eu sei que você adora!"
"Eu ia usar um vestido vermelho que eu comprei especialmente para hoje."
"Você ainda pode usá-lo no nosso segundo encontro." null falou, me fazendo rir. Então aquele era mesmo nosso encontro?

Only when we want is not
[Somente quando o que a gente não quer]
A compromise
[É um compromisso]
I'll be pouring tear
[Estarei pondo lágrimas]
Into your drying eyes
[Nos seus olhos secos]

Soltei minha mão da de null, passando-a pelo seu pescoço e me segurando ainda mais nele. Aquele perfume que ele exalava já estava me deixando tonta, fato! Senti sua mão sobre meu rosto, acariciando de leve minhas bochechas. Fechei os olhos, sentindo um choque passar pelo meu corpo a cada toque de null.
"Queria deixar tudo perfeito para esse momento." Ele falou baixo. Eu abri meus olhos e levantei o rosto para encará-lo. Ele sorria e seus olhos brilhavam de uma maneira... incrível!
"E está! Perfeito!" Falei.

Friends, lovers or nothing
[Amigos, amantes ou nada]
There can only be one
[Só pode haver um]
Friends, lovers or nothing
[Amigos, amantes ou nada]
We'll never be an 'inbetween'
[Nós nunca seremos um meio-termo]
So give it up
[Então desista]

null então puxou meu rosto para mais perto do seu e grudou nossas testas novamente. Ele continuava sorrindo e eu sorri em resposta, fechando os olhos para guardar aquele momento na minha memória. Me senti incrivelmente bem ali, incrivelmente feliz.
"null..." Sussurrei, sentindo sua respiração ainda mais perto de meus lábios. Nossos narizes se encostaram, e ele começou a passar o seu pelo meu, como em um beijo de esquimó. "null, não brinca comigo..."
"A gente tem que ir devagar..." Ele sussurrou em meio a uma risada. "Tem que aproveitar o momento..."

You whisper "Come on over"
[Você sussurra "vem"]
'Cause you're two drinks in
[Porque seus 2 drinks subiram]
But in the morning I will say
[Mas de manhã eu direi]
"Good-bye again"
[Adeus de novo]

"A gente devia aproveitar melhor..." Eu falei em um tom baixo o suficiente para null ouvir. Ele então me deu um selinho e logo voltou a me encarar.
"Vamos aproveitar então." Ele falou e logo em seguida pude sentir seus lábios pressionando os meus. Ele me abraçou ainda mais forte e não demorou muito para que aprofundássemos o beijo.

Think we'll never fall into
[A gente acha que a gente nunca vai cair]
The jealous game
[Nas armadilhas do ciúme]
The streets will flood
[As ruas irão ficar cheias]
With blood of those who felt the same
[Com sangue daqueles que sentiram o mesmo]

Nossas línguas brincavam como se esperassem por aquilo por uma vida inteira, enquanto meus dedos se perdiam entre os cabelos de null. Meu sangue corria cada vez mais rápido em minhas veias, e a cada novo toque dele, eu me sentia ainda mais tonta. Senti meus pés saírem do chão, como se eu flutuasse; e cheguei a achar que poderia estar delirando, mas logo pude sentir meu corpo cair sobre o sofá enquanto null ainda me beijava, então percebi que ainda mantinha um pouco de sanidade em mim e que ele havia me levantado.
Aquele era um beijo diferente dos outros. Era carregado de desejo, mas ainda assim era calmo. Não tínhamos pressa de nada, como null mesmo havia dito: já havíamos esperado tanto, tínhamos mais era que aproveitar cada segundo ali. Aos poucos, o beijo foi perdendo intensidade e null passou a me dar alguns selinhos antes de desfazer o beijo por completo. Ficamos alguns segundos nos encarando.

Friends, lovers or nothing
[Amigos, amantes ou nada]
There can only be one
[Só pode haver um]
Friends, lovers or nothing
[Amigos, amantes ou nada]
We'll never be an 'inbetween'
[Nós nunca seremos um meio-termo]
So give it up
[Então desista]

"Obrigada... Foi perfeito!" Eu falei enquanto null acariciava meus cabelos.
"Foi? Mas quem disse que acabou?" Ele falou com um sorriso maroto e logo voltou a me beijar. Apertei null com força, puxando seu corpo ainda para mais perto do meu, enquanto suas mãos passavam pela minha cintura. Não demorou muito para que ele passasse a depositar beijos pelo meu pescoço e sua mão brincar com a barra da minha camiseta.

Friends, lovers or nothing
[Amigos, amantes ou nada]
There can only be one
[Só pode haver um]
Friends, lovers or nothing
[Amigos, amantes ou nada]
We'll never be an 'inbetween'
[Nós nunca seremos um meio-termo]
So give it up
[Então desista]

"null... Espera... O Pet pode acordar e..." Falei e logo senti ele sair de cima de mim e se sentar no sofá. "A gente tem que ir com calma, certo?" Falei enquanto me sentava, e ele apenas concordou com a cabeça. Fui então até ele e me deitei em seu peito. Ele me abraçou e eu levei uma de minhas mãos até seu rosto, acariciando-o. Ficamos ali ouvindo as músicas do John Mayer, que ainda tocavam, apenas nos curtindo. Comecei então a me lembrar da época em que eu e null estávamos juntos e subitamente senti um aperto no peito ao lembrar de que ele ia embora todas as noites que 'passava' comigo.

We'll never the 'inbetween'
[Nós nunca seremos um meio-termo]
So give it up
[Então desista]

Anything other than yes is no
[Tudo o que não é sim é não]
Anything other than stay is go
[Tudo o que não é ficar é ir]
Anything less than I love you is lie
[Tudo menos que "eu amo você" é mentira]

"Você não vai embora hoje, né?" Perguntei levantando o rosto e encarando null.
"Só se você quiser." Ele falou levando uma de suas mãos até meu rosto, acariciando minha bochecha.
"Eu não quero..." Falei, fechando os olhos, aproveitando ao máximo aquele toque. Senti então null grudar novamente nossos lábios em um demorado selinho.
"Então eu não vou!" Ele disse e me puxou para mais um beijo.

Anything other than yes is no
[Tudo o que não é sim é não]
Anything other than stay is go
[Tudo o que não é ficar é ir]
Anything less than I love you is lie
[Tudo menos que "eu amo você" é mentira]


Capítulo 16

null’s POV ON
Acordei no dia seguinte ouvindo o celular da null tocar no criado mudo. Ela se remexeu na cama, estendendo o braço para alcançar o aparelho, e desligando o bip incômodo. A abracei mais forte, a puxei ainda mais para perto, e ela então se virou para mim, me encarando.
"Bom dia." Ela resmungou, tentando esboçar um sorriso.
"Bom dia, linda!" Falei dando um beijo em sua testa. "Está cedo ainda... Volta a dormir."
"Não posso..." Ela falou, afundando a cabeça em meu pescoço. "O Pet... Tenho que dar remédio para ele agora."
"Eu vou lá dar o remédio para ele então. Você 'ta tão cansadinha, fica aí dormindo mais um pouco." Eu falei e ela levantou o rosto, voltando a me encarar.
"null... Você não conhece o Pet. Se ele acordar agora, ele não vai voltar a dormir tão cedo." Ela então fechou os olhos, em um nítido sinal de cansaço. "Ele vai levantar, vai querer tomar café, jogar videogame..." Ela falava de olhos fechados.
"Hey, eu posso cuidar disso." Falei tirando uma mecha de seu cabelo que insistia em cair sobre seus olhos, colocando-a atrás da orelha. Ela voltou a abrir os olhos, me encarando.
"Eu sou a mãe dele. Eu que tenho que ir." Ela contestava.
"Você passou o dia inteiro com ele no hospital ontem, null, foi dormir super tarde, você precisa descansar mais um pouco, 'ta bem?" Falei e ela apenas concordou com a cabeça, voltando a fechar os olhos. "Deixa que eu cuido do nosso garotão agora!" Dei um beijo em sua testa e ela sorriu.
Me levantei e segui até o quarto de Peter. Confesso que achei que seria mais difícil convencê-lo a tomar o remédio logo cedo, mas ele não mostrou resistência, fez apenas uma exigência: queria ir jogar videogame logo, e então eu fiz o que ele pediu. Eu realmente gostava de passar aqueles momentos com Pet. Às vezes sentia como se ele fosse meu próprio filho, aquele sentimento de proteção, querer agradar, mas também com o dever de educar.
Não sei ao certo quanto tempo ficamos ali, os dois jogados no chão da sala jogando, mas Pet demonstrava uma animação incrível para um sábado de manhã, e não queria largar o videogame. Nem parecia o mesmo Pet que ontem estava todo doentinho com null no hospital.
"Tio, agora vamos jogar esse de futebol?" Ele disse para mim, trazendo um outro jogo nas mãos.
"Ei, rapaz, eu tive uma idéia melhor. Que tal se a gente fizer uma surpresa para a mamãe, heim?" Falei, pegando-o e sentando-o em meu colo.
"Surpresa? Eba!" Ele disse, batendo palmas. Levei Pet até o quarto, o troquei e saímos.
null’s POV OFF

"Mamãe." Ouvi Peter falar e senti uma de suas delicadas mãos sobre meu rosto. Abri os olhos devagar e o encontrei ao lado da minha cama, me encarando. "Acorda mamãe, acorda!"
"Mamãe já acordou, meu amor!" Falei pegando sua mão e beijando-a.
"Eu e o Tio null fizemos uma surpresa mamãe, olha!" Peter falou e eu então me sentei. Esfreguei os olhos para ver se acordava de vez, senti Pet pular na cama e se sentar do meu lado. Só depois disso olhei para os pés da cama e me deparei com algo que eu jamais poderia imaginar. null estava sentado ali, com uma bandeja cheia de comida do lado.
"Mas o que é isso?" Falei, ainda tentando entender o que estava acontecendo ali.
"A gente trouxe o café na cama para você, mamãe!" Peter falou, indo até null e puxando a bandeja mais para perto de mim. Olhei para null, e ele mantinha um sorriso doce no rosto, me encarando sem parar.
"Você preparou tudo isso?"
"Nós dois preparamos, não é mesmo, garotão?" null falou, piscando para Peter, finalmente quebrando nossa troca de olhares.
"Ahh... Obrigada, meu amor." Falei abraçando Peter e dando um beijo em sua testa. Fiquei então de joelhos na cama, e inclinei meu corpo em direção ao de null. O encarei por alguns segundos. Peter estava logo atrás de mim, e eu não podia dar bandeira. Não sabia como me comportar naquela situação. Queria agarrar null ali, e fazê-lo perceber o quão feliz eu estava por ter acordado com ele, mas tinha medo da reação de Pet. "Obrigada, null..." Falei. Dei um beijo em sua bochecha e logo voltei ao meu lugar, observando aquela bandeja enorme com frutas, panquecas, um suco de laranja... Tudo com uma cara muito boa.
Tomei o meu café e obriguei os dois a comerem comigo, tinha muita comida ali, eu não aguentaria comer tudo. Enquanto comíamos, null e Pet brincavam um com o outro, e eu me senti incrivelmente feliz e... completa! Como há muito tempo não me sentia. Pet então cochichou algo no ouvido de null, e ele concordou com a cabeça. Pet então saiu do quarto e null veio se sentar do meu lado. Ele passou um dos braços pelas minhas costas, me abraçando de lado, e eu repousei meu rosto sobre seu peito.
"A gente tem que ir devagar na frente do garotão, né?" null falou. Eu apenas soltei um ‘Uhum’ baixo o suficiente para ele ouvir, e então me deu um beijo na testa. Logo vi Peter entrar no quarto com um lindo buquê de rosas na mão.
"Pra você mamãe!" Ele falou, entregando-o para mim. Peguei-o de sua mão e olhei para null, que mantinha um sorriso vitorioso no rosto. Olhei o buquê e nele encontrei nove rosas: oito vermelhas e no meio delas, uma branca. Peguei o cartão que vinha junto, e o abri:

Receba as flores que te dou,
Em cada rosa um beijo meu.
Mesmo distante aqui, estou.
Como quem nunca te esqueceu.

Li esses versos na caligrafia de null, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele falou.
"As rosas vermelhas significam o tempo que eu passei longe de você, por ter sido um idiota e ter saído daqui naquele dia. Uma rosa para cada ano que eu passei me lamentando amargamente por ter feito aquilo." Ele falou e eu levei uma de minhas mãos até seu rosto, acariciando de leve suas bochechas. "Agora essa rosa aqui é especial." null falou, puxando a rosa branca do meio das demais. "Ela simboliza o meu amor por você, meu coração, minha vida." null então deu um beijo na rosa, e me entregou. "E eu te entrego isso agora, para provar para você que eu sou seu. Sempre fui!" Ele completou, me encarando e trazendo seu rosto de encontro ao meu. Ele passava seu nariz pelo meu, em um beijo de esquimó. Fechei os olhos e sorri, aproveitando ao máximo aquele momento; aproveitando ao máximo a presença de null ali. Aos poucos, ele se afastou e eu voltei a colocar minha cabeça sobre seu peito, o encarando.
"Hey Pet, por que você não vai pegar aquele desenho que você fez hoje para mostrar para sua mãe, heim?" null falou e eu ouvi Pet sair da cama e correr para fora do quarto. Não deu tempo de abrir os olhos para encarar null novamente, uma vez que ele não demorou muito para grudar seus lábios nos meus. Ai, como eu precisava daquele beijo. Foi um beijo doce, calmo e inocente. E RÁPIDO, uma vez que Peter podia voltar a qualquer momento. null desfez o beijo e me encarou sorrindo.
"Obrigada..." Eu sussurrei, sorrindo de volta para ele, e logo ouvi Pet voltando ao quarto.
"Mamãe... Olha o que eu fiz." Falou sentando-se no meu colo e mostrando uma folha de papel desenhada. "Eu, você e o Tio null." Ele apontou no desenho onde estavam null e eu segurando as mãos de Pet, um de cada lado. "E aqui é o papai" Ele apontou para a pessoa que estava do meu lado, segurando minha mão.
"'Ta lindo, filho!" Falei e dei um beijo na testa de Peter, fazendo-o sorrir.
"Posso ir ver desenho agora, mamãe?" Pet pediu. Eu fiz que sim com a cabeça, e logo ele saiu correndo para fora do quarto.
"Enfim, sós." null sussurrou em meu ouvido e deu uma mordida no lóbulo de minha orelha.
"Ou quase sós, não é mesmo?" Falei, virando meu rosto para encarar null. Ele sorriu e me deu um selinho.
"Você gostou da surpresa?" Ele perguntou, se aconchegando melhor do meu lado e me abraçando ainda mais forte.
"Eu amei, null! Jamais imaginaria algo assim... Você acordar do meu lado, cuidar do Pet para mim, trazer café da manhã na cama, flores..." Falei e dei um selinho nele. "Obrigada mesmo, null!" Completei e ele aproximou o rosto, passando seu nariz pelo meu.
"Você merece. E também, fiz isso para mostrar para você que eu mudei... Não sou mais o cara que te deixou aqui sozinha. Eu agora sou o cara que quer te fazer feliz." Ele falava em um tom baixo, sorrindo. Eu levei minhas mãos até seu rosto, segurando-o. Encarei aqueles lindos olhos null, que brilhavam sem parar, e sorri.
"Eu sei que você é... E eu também quero te fazer feliz. Quero ser feliz, do seu lado!" Falei e levei meus lábios até os de null. Ele me abraçou ainda mais forte e sua língua pediu passagem, indo de encontro com a minha. As duas dançavam em uma sintonia incrível, fazendo cada segundo daquele beijo ser perfeito. Minhas mãos se perderam no cabelo de null, enquanto as deles subiam e desciam pelas minhas costas, me pressionando ainda mais contra seu corpo. Uma risada alta de Peter vindo da sala acabou quebrando nosso beijo, e fazendo-nos rir.
"A gente precisa contar para ele." Falei, encarando null.
"Você acha que ele vai gostar de saber que estamos juntos agora?"
"Claro que vai, null... Mas nós temos que contar, antes que ele descubra por si só." Falei e fui puxada para deitar sobre seu peito. "Eu só não sei como fazer isso."
"A gente não precisa pensar nisso agora. Podemos fazer isso depois." Ele falou e levantou meu rosto com uma das mãos, para que pudesse me encarar. Ele então me deu um selinho... e outro... e mais outro... E quando dei por mim, estávamos nos beijando novamente. Era um beijo calmo, doce... e por mais que possa parecer estranho de dizer isso, era um beijo delicado. Nós dois queríamos aproveitar ao máximo aquele momento, e não fazíamos questão de acelerar. Queríamos curtir a presença um do outro, apenas isso.

"Quase esqueci de falar, a null te ligou." null falou enquanto levantávamos da cama. "Ela chamou a gente para ir para lá hoje, aproveitar o sol que está fazendo."
"Ok. Eu vou arrumar as coisas aqui, aí podemos ir." Falei, calçando meus chinelos e parando na frente de null, do lado da cama.
"Eu preciso ir para casa. Tomar um banho, trocar de roupa..." Ele falou e eu fiz uma carinha triste. "Ah, não fica assim! Eu volto aqui para te buscar." Ele falou, piscando para mim e me deu um selinho.
"Só deixo você ir se você prometer para mim que não vai demorar."
"Eu não vou..." Ele falou, me puxando para um abraço e deu uns beijos em meu pescoço. "Posso levar o Pet comigo? Os garotos se arrumam lá, e a senhorita se arruma aqui, aí vamos para os null."
"Ok." Falei em um tom derrotado, sabia que não ia adiantar discutir com ele ali, ele sempre acabava fazendo o que queria. Levei as flores para a cozinha, para colocá-las em um vaso, e null veio atrás de mim, com a bandeja do café.
"Filho, você quer ir com o Tio null na casa dele? Depois nós vamos na casa do Tio null, para ver a Sofia e brincar na piscina, que tal?" Falei entrando na sala enquanto Pet ainda assistia à TV.
"Eba" Eu quero!" Pet falou, pulando no sofá e logo null entrou na sala também.
"Então vamos, garotão, para a gente voltar logo!" Ele falou, pegando Pet no colo.
"Espera aí que eu vou pegar uma roupa para você trocá-lo lá, ok?" Falei e fui até o quarto de Pet, para pegar uma troca de roupa e sua sunga. "Você dá um banho nele lá?" Falei, entregando as roupas de Pet para null.
"Pode deixar..." Ele falou indo em direção à porta. "A gente volta logo, tá?" Ele falou e deu um beijo em minha bochecha.
"É mamãe, a gente já volta." Peter repetiu e então eles saíram.

Capítulo 17

Ouvi o celular tocar sobre a mesa e corri para pegar minhas coisas na sala. Entrei no elevador e aproveitei para dar uma última checada no visual: cabelo preso em um rabo de cavalo, com uns fios escapando sobre o rosto; um gloss transparente e um lápis marrom no olho definiam a maquiagem; um vestidinho florido com alças finas e uma rasteirinha verde completavam o look. Não sei por que sentia aquela necessidade maluca de estar linda, impecável. Eu só iria na casa da null, como sempre. Era só o null que estaria me esperando na portaria. Ai, meu Deus! Será que ele vai gostar? A porta do elevador voltou a se abrir e eu senti meu coração disparar. Parecia uma adolescente, indo ao seu primeiro encontro. Caminhei lentamente em direção à porta do meu prédio, e pude ver de longe Peter e null na calçada, tentando fazer cócegas um no outro. Era incrível a afinidade entre os dois.
“Mamãe!" Pet gritou, vindo em minha direção, quando eu me aproximei do carro de null.
“Ai, que saudades que eu fiquei do meu bebê!" Falei o pegando no colo.
“Olha, mãe." Pet falou, me mostrando o pescoço. “Passei o perfume do tio null." Coloquei meu rosto no pescoço de Peter para sentir o perfume. Era realmente o de null.
“Ah, mas assim você fica irresistível, heim meu amor?!" Falei, dando uma mordidinha no pescoço do meu filho.
“Se eu deixar você sentir meu perfume, vou ganhar essa recepção também?" null falou ao pé do meu ouvido, se aproximando por trás de mim. Coloquei Peter no chão e me virei para encará-lo.
“Quem sabe mais tarde, null." Falei e dei um beijo em sua bochecha.
“Você está linda!" Ele falou, abrindo a porta do passageiro do carro, para eu entrar. "'Ta vendo, Pet, é assim que se trata uma dama." Disse, fechando a porta para mim, e colocando Pet no banco de trás. Não demorou muito e seguimos em direção à casa de null e null.

Assim que chegamos, desci do carro e abri a porta de trás para Peter descer. Ele então foi correndo em direção à porta da casa, sem olhar para trás.
“Mas você também nem deixa eu mostrar para você meu lado cavalheiro..." null falou, se aproximando de mim e me ajudando a fechar a porta do banco de trás. “Eu ia abrir a porta para você, sua bobinha." Ele disse e me deu um selinho rápido. Olhou-me nos olhos e sorriu. Eu o encarei, ainda tentando processar tudo o que estava acontecendo. Quando mesmo que null havia se tornado tão fofo? O senti pegar em minha mão e entrelaçar seus dedos nos meus. Encarei aquele gesto, surpresa!
“Vamos?" Ele me perguntou, me fazendo despertar de meus pensamentos e voltar a encará-lo.
“Vamos, null..." Falei sorrindo e seguimos em direção à porta da casa dos null, que a essa altura, já estava sendo aberta por null. Ela olhou null e eu nos aproximarmos de mãos dadas, com uma cara surpresa e um sorriso enorme no rosto.
“Não me diz que eu 'to vendo coisas?!" Ela falou assim que nos aproximamos.
“Não está!" null respondeu, a cumprimentando com um beijo na bochecha. null me cumprimentou em seguida e não falou nada, apenas me lançou aquele olhar de ‘Eu quero saber de tudo!’. “E o null?" null perguntou, já entrando na casa dos null.
"Está na piscina com a Sofia. O Pet foi lá agorinha mesmo." null falou, fechando a porta da casa.
"Ok, vou lá então." null disse, olhando para mim, como quem pedisse autorização. Hã? Era mesmo null null ali? Eu apenas concordei com a cabeça, sorrindo. Ele então me deu um selinho e finalmente soltou minha mão, indo para o quintal da casa.
"Ótimo! Agora eu quero saber de tudo!" null falou, me puxando para cozinha. "Que história é essa de eu ligar na sua casa e o null atender? Você chegar de mãos dadas com o ele, beijá-lo e tudo mais? Que parte da história eu perdi?"
"Ai, null, sua exagerada... Eu nem o beijei. Foi só um selinho!" Falei sentando-me na bancada com ela em minha frente.
"Aham, Cláudia, senta lá! Super normal mesmo vocês ficarem trocando selinhos, né? Fazem isso sempre." null falou em um tom debochado, me fazendo rir. "Conta logo antes que eu vá perguntar para o null..." Ela me intimou e eu comecei a contar de null no hospital comigo, ele em casa depois, nós dois dançando, os beijos no sofá, o café da manhã, as flores...
"Oh, amiga... Que lindinho! Você está mesmo apaixonada!" null falou, apertando minhas bochechas.
"Ai sua louca, me larga!" Falei tirando as mãos de null da minha bochecha. "Eu e o null só estamos... nos curtindo, por enquanto."
"Sei... Cuidado com o que você fala, viu? A última vez que eu ouvi esse papo de ‘só curtindo’ entre você e o null, você não estava tão alegre e radiante que nem agora..." null falou e eu senti uma pontada em meu peito ao me lembrar do dia em que eu e ele havíamos terminado: ‘A gente se curte e só’, foi o que ele havia dito, definindo nosso relacionamento na época.
"Hey hey hey. Vamos parar de lembrar do passado, vamos?" Ela falou estralando os dedos na minha frente. "Eu 'tava só brincando. Agora quero saber dos detalhes, ou vai me dizer que você ficaram a noite toda só nos beijinhos?"
",null... O Peter 'tava lá né?" Falei, apoiando minha cabeça sobre minhas mãos na bancada.
"E daí, criatura? Só por que você tem filho agora, você não tem mais vida sexual não?" null falou rindo. "Eu heim... Ele não 'tava dormindo? Era só você fechar a porta do quarto dele, ir para o seu quarto, fechar a porta também e não fazer muito escândalo!" Disse, me fazendo rir alto. "Ah, eu esqueci! Você é escandalosa. Vai ter que aprender a controlar esses seus gritos então." Dei um tapa no braço de null enquanto riamos.
"Ai, null. Não sei se eu conseguiria..." Falei, tentando parar de rir.
"Não gritar? Ah, é fácil... É só colocar um travesseiro na boca e..."
"Não, null... Ficar à vontade com Peter em casa. Parece que eu 'to fazendo algo errado..."
"Ai, meu deus, iniciantes... Você tem que aprender a aproveitar os momentos em que vocês estão ‘sozinhos’, sabe? Quando as crianças dormem ou estão distraídas com alguma coisa, a hora que elas estão na escola ou na casa de algum amiguinho..." null dizia, gesticulando com os dedos até que ouvimos alguém bater na porta.
"Atrapalho?" null disse, parado na porta com uma carinha tímida. Na certa ele tinha ouvido alguma parte da conversa, o que me fez corar um pouco.
"Não, null, pode entrar." null falou, o chamando com a mão.
"Eu vim buscar uma cerveja para o null." null falou, entrando na cozinha e parando atrás de mim.
"Ai, null pode deixar que eu levo. Já estava indo lá mesmo." null falou indo até a geladeira e pegando duas garrafinhas de cerveja. "Você pode ficar aí com a null, se quiser. A propósito, já mostrei a decoração nova do quarto de hóspedes? Se vocês quiserem ir ver, fiquem à vontade!" Ela falou, saindo da cozinha e indo para o quintal em direção à piscina, deixando eu e null, à sós. null era especialista nisso, por sinal. Ela SEMPRE conseguia um jeitinho de nos deixar sozinhos, era incrível.
Senti as mãos de null passarem, uma de cada lado de meu corpo; e seus braços me apertarem pela cintura, em um abraço.
"Impressão minha ou a null quis nos deixar sozinhos aqui?" Ele me perguntou, repousando sua cabeça sobre meus ombros. Eu então me virei na cadeira, ficando de frente para ele, e encarando aquele olhos null que me olhavam com um brilho imenso.
"Parece que sim." Respondi quase sem ar. Sim, null null tinha um efeito mágico que conseguia roubar todo o oxigênio no recinto, só de chegar mais perto. Num impulso, me agarrei em seu pescoço, pois tive a ligeira impressão de que cairia para trás a qualquer momento.
"Segura mesmo para não cair." Ele falou, me fazendo rir. "Sabe, às vezes eu não acredito que isso tudo é verdade."
"Isso tudo o quê?" Perguntei confusa.
"Nós dois... Juntos... De novo..." Ele falou, aproximando ainda mais seu rosto do meu. Em um impulso, dei um selinho nele.
"E agora, você acredita?" Falei, fazendo-o rir.
"Hum... Não muito." Ele respondeu, e eu dei outro selinho.
"Agora?"
"Quase." null disse, me abraçando ainda mais forte. Dei mais um selinho nele, porém, dessa vez ele não deixou nossos lábios desgrudarem e aprofundou o beijo. Senti um choque percorrer todo o meu corpo, a cada novo toque de null. Nossas línguas brincavam, sem cerimônias. Meus braços, entrelaçados em seu pescoço, pressionavam os lábios dele ainda mais contra os meus. Suas mãos faziam o trabalho de acabar com qualquer espaço entre nossos corpos, em um abraço cada vez mais forte. Ah, como eu senti falta daquilo. Nem eu mesma tinha noção do quanto. Por mais que eu amasse null, e por mais que nossos beijos fossem apaixonados, não havia outro beijo no mundo que me despertasse tantas sensações estranhas e maravilhosas como o beijo de null. Isso era fato!

Capítulo 18

Saí da sala de reuniões naquela manhã, enfurecida. Como assim eu teria que reformular toda a sessão de música do site em dois meses? Aquilo era quase impossível, mudar tudo, começar praticamente do zero. Por mais que eu tivesse todo o suporte da equipe, seria um longo trabalho. É... Aquela segunda-feira já tinha começado tensa. Porém, todo nervosismo pareceu desaparecer assim que voltei à minha mesa e olhei meu celular.

Almoçamos juntos hoje? Já estou com saudades. xX null

Aquilo, com certeza, era a injeção de ânimo que me faltava: null. Passamos o fim de semana todo juntos, e confesso que foi um dos mais felizes da minha vida: eu, ele e Pet. Para quê mais?
Peguei minha bolsa e não demorei muito para sair da redação do site. Não fazia questão de ficar ali depois daquela reunião tensa. Ligaria para null da rua, e marcaria o local para nos encontrarmos. Mas assim que coloquei os pés para fora do prédio, vi que isso não seria necessário. null estava na frente do prédio, encostado em seu carro, com seus óculos escuros, encarando a entrada. Ele sorriu ao me ver, e eu fui até se encontro.
“O que você está fazendo aqui?” Perguntei confusa ao me aproximar dele.
“Achei que você tinha visto meu convite para o almoço.” Ele falou, me puxando pela cintura, para mais perto dele.
“Eu vi, mas quem disse que eu vou aceitar?"
“Eu sei que vai..." Disse, depositando um beijo em meus lábios.
null... Sério, por que você já 'tava aqui se você nem sabia se eu ia almoçar com você?" Falei, desfazendo o beijo.
“Acabei de ligar aí e me falaram que você tinha saído." Disse, piscando para mim. “Sabia que você não ia resistir a um convite meu." Ele falou e me deu um selinho. "Eu estava com saudades..."
"Mas a gente se viu ontem, null!" Falei rindo para ele, que então grudou nossas testas.
"Mas eu não dormi com você ontem." Ele falou e deu um beijo em meu pescoço. "Nem acordei do seu lado." Ele deu mais um beijo em minha bochecha. "Nem dei um beijo de bom dia em você." Ele então depositou mais um beijo em meus lábios.
"Também estava com saudades, null!" Falei, afastando meu rosto do dele e acariciando suas bochechas.
"Então vamos dar uma voltinha para matar essa saudade toda antes de almoçar? 'Ta cedo ainda, né?!" null falou e eu apenas concordei com a cabeça.
null me levou a um parque que havia perto do meu trabalho. Assim que descemos do carro, ele fez questão de pegar minha mão e entrelaçar seus dedos nos meus. Eu ainda tentava me acostumar com o null-namorado-fofo que eu estava conhecendo aqueles dias. Definitivamente, era MUITO diferente do null pelo qual eu me apaixonei há alguns anos, e que me deixou sem motivos. Chegava a ser engraçado o modo em que ele pressionava seus dedos contra os meus, como se eu pudesse escapar a qualquer momento. E eu gostava daquilo.
Demos uma volta no local, observando as crianças que ali brincavam, as pessoas fazendo exercício ou apenas andando, como nós.
"A gente devia trazer o Pet para brincar aqui qualquer dia, né?" null falou, sentando-se comigo em um banco.
"É mesmo. Quem sabe no fim de semana, null?" Falei, sentindo-o passar o braço pelos meus ombros, me puxando para mais perto.
"Nós precisamos contar para ele... Da gente."
"Eu sei, null. Mas eu não tenho a mínima idéia de como fazer isso."
"Eu acho que eu tenho uma idéia..." null falou um pouco pensativo.
"Diz, null."
"Não!" Ele falou num tom convicto.
"null... Me fala..." Pedi com a melhor cara de dó que eu consegui fazer naquele momento.
"Posso pegar o Pet na escola hoje?" Ele pediu, aparentemente mudando o rumo da conversa.
"null..."
"Posso?" Ele insistiu. Claro que ele não iria me contar. Ele sabe que eu sou muito curiosa e adora fazer esse joguinho de não contar nada.
"Pode..." Falei vencida. Ele então me abraçou mais forte, e passou a distribuir beijos em meu pescoço.
"Você vai adorar a surpresa!" Ele então sussurrou. Mas que ótimo. Teria uma surpresa e eu nem estava curiosa!

Cheguei em casa naquela tarde, e fui direto para o banho, tentar tirar toda tensão daquele dia do meu corpo. Fiz um lanche para mim, e sentei-me na frente do computador, tentando pensar em alguma coisa para o site.
Um pouco mais tarde, ouvi batidas na porta e uma risada gostosa do lado de fora, e corri para abrir.
"Até que enfim vocês chegaram. Já estava preocupada!" Falei assim que vi null e Peter parados do lado de fora.
"Mamãe, fecha os olhos!" Pet pediu assim que me viu.
"Entra primeiro, filho..."
"Não mãe, fecha os olhos!" Ele insistiu e eu obedeci. "Pronto, pode abrir." Ele falou e assim que eu abri meus olhos, me deparei com um enorme buquê de tulipas na minha frente.
"Ah, obrigada, meu amor!" Falei, abraçando Pet e pegando o buquê de sua mão. Ele me deu um abraço e correu para dentro de casa. "Obrigada!" Falei, para null, dando um selinho nele.
"Agradece depois que a surpresa acabar!" Ele falou, pegando em minha mão e me puxando para a sala.
"null, eu preciso colocar as flores num vaso e..."
"Vem logo que a gente tem que fazer tudo conforme o combinado." Ele me interrompeu, ainda me puxando para a sala. Ao entrar no cômodo, vi que a iluminação estava diferente. A luz vinda do abajur era a única fonte de iluminação do local. Uma música baixa saia do som, e Pet estava no meio da sala, com um sorriso sapeca no rosto, brincando com suas mãos impacientemente. "Vem..." null me puxou, sentando-se no sofá e fazendo eu me sentar de frente para ele. "A gente precisa ter uma conversa séria..." Ele falou, piscando para Peter. "Eu e o Pet conversamos hoje, e nós dois chegamos a uma conclusão: você está muito sozinha e precisa de companhia. E o Pet também, precisa de um pai novo, não é verdade, Pet?"
"Ééé..." Ele gritou, pulando no meio da sala.
"Bom, eu devia ter dito isso há oito anos, mas eu não tive coragem, então, antes tarde do que nunca..." null falou, apertando fortemente minha mão. "Eu quero saber se você aceita ser minha namorada." Ele completou, e eu ouvi um gritinho de Pet. Olhei para null, ainda incrédula com o que ele tinha acabado de pedir. "Eu e o Pet já conversamos sobre isso hoje, e ele está de acordo. Falta só você aceitar." Ele dizia e eu ainda o encarava, tentando entender aquilo tudo. Era mesmo null null pedindo para namorar comigo?
"Vai mamãe, diz que sim!" Pet falou do meio da sala.
"null eu..." Falei num tom de voz baixo. Por mais que eu quisesse dizer sim, era difícil acreditar que null queria realmente namorar sério comigo. Ele nunca foi desse tipo.
"null, eu gosto mesmo de você, eu quero fazer tudo isso dar certo, eu, você e o Pet, quero começar tudo direito, do começo..." null dizia, aproximando seu rosto do meu. "Diz que aceita ser minha namorada, por favor." Ele pediu, grudando nossas testas e eu encarei aquele par de olhos null mais de perto.
"Anda logo, mamãe!" Pet pediu. Eu então sorri para null, ao lembrar do verdadeiro motivo que tinha me levado a dar aquela chance a ele.
"Eu aceito, null." Falei, sentindo-o depositar em meus lábios um longo selinho, enquanto Peter comemorava ao fundo.

Depois de brincarmos um pouco com Pet aquela noite, o levei para seu quarto para colocá-lo na cama. Li Harry Potter para ele, como faço sempre, e logo ele adormeceu. Saí do quarto de Pet e encontrei null me esperando no corredor, com duas taças de vinho na mão. Ele veio até mim e me entregou uma delas.
"A gente ainda não comemorou." Ele falou, levantando sua taça. Sorri para ele e levantei a minha também, brindamos e antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa, senti null grudar seus lábios nos meus e sua mão livre passar pela minha cintura.
"Você quer me embebedar para se aproveitar de mim depois, null?" Falei ao perceber que ele me puxava aos poucos em direção ao meu quarto.
"Droga, você descobriu meu plano!" Ele falou rindo, se virando para abrir a porta do quarto. "Na verdade, quero mesmo é te fazer feliz." Ele falou, apoiando-se no batente da porta e me encarando. Eu conhecia aquele olhar. Era o mesmo olhar que ele lançava sobre mim na época em que estávamos juntos. Era um olhar carregado de desejo e luxúria. Só que dessa vez, aquele par de olhos null carregavam também um brilho diferente, que eu não consegui identificar na hora.
Mordi meus lábios ao me dar contar do que null estava propondo ali. Não posso negar que eu queria o mesmo que ele, porque eu queria. Mas ao mesmo tempo, estava com medo. Um medo diferente, misturado com um pouco de ansiedade, talvez. Fazia quatro anos que eu estava sem ficar com homem nenhum, era como se eu fosse uma adolescente virgem novamente. Os mesmos receios, a mesma tensão. Tudo igual...
Senti então a mão de null passar novamente pela minha cintura, me puxando para mais perto dele.
"Hey, não precisa ter medo de nada. A gente vai só dormir junto, está bem?" Ele falou ao pé do meu ouvido, me fazendo soltar um suspiro aliviado e me deu um longo selinho logo em seguida. Entramos no quarto, eu fui até o banheiro me trocar e me preparar para dormir. Ao voltar, me deparei com null vestido só de boxer, deitado em minha cama. Porque ele tinha que deixar tudo mais difícil, heim?! Deitei-me ao seu lado, e ele então me abraçou.
"Gostou da surpresa?" Ele perguntou, acariciando meus cabelos.
"Uhum..." Respondi baixo, fechando os olhos para aproveitar os carinhos de null. "O que foi que você falou para o Pet, heim?!" Perguntei um tempinho depois.
"A verdade, linda... Que eu amo vocês dois e que quero passar o resto da minha vida ao lado de vocês." Ele falou. Senti meu corpo estremecer ao ouvir a palavra "amo". Será que null tinha noção do que ele acabara de dizer ali? Ou será que ele falou em um impulso? Abracei-o mais forte, tentando não pensar no que ele havia acabado de dizer, embora aquelas palavras ecoassem na minha cabeça sem parar... 'eu amo vocês dois...'.

Capítulo 19

Estava no meu carro, indo para casa. Eram quase oito horas da noite, e null ainda não tinha ligado. Ele havia dito que teria que resolver uns probleminhas no Studio, e que ligaria assim que saísse. Eu batia os dedos insistentemente no volante do carro, ansiosa. Queria muito vê-lo. Precisava vê-lo àquela noite. Parei em um semáforo e resolvi ligar para ele.
"Oi, linda! Já ia te ligar." Ele falou do outro lado da linha, assim que atendeu o celular.
"Oi, null. Onde você está?"
"'To saindo agora. Vou para casa tomar um banho, e já já vou para aí ver você e o Pet. Tenho uma proposta para fazer para vocês dois sobre o fim de semana." Disse animado.
"null... Na verdade, acabei de deixar o Peter na casa da null. Ele vai passar o fim de semana com ela e a família do null, na fazenda deles."
"Ah, null... Você acabou com meus planos de irmos para praia amanhã."
"Praia, é? Quem sabe em um próximo fim de semana? Eu tenho outros planos para o de agora." Falei em um tom malicioso. "Posso ir para sua casa?"
"Claro, linda! Nem precisa pedir. Vem para cá. Eu já estou chegando."
"Ok, então. Estou indo." Falei e desliguei o celular. Fiz o primeiro retorno que eu vi, e segui em direção à casa de null.
Ao chegar lá, estacionei meu carro e desci com certa pressa. Porém, ao me dirigir para a entrada, parei no meio caminho. Ao observar aquela casa, minha mente se encheu com mil e uma recordações. E nenhuma delas com null. Ou melhor, nenhuma delas com o null de agora. Foi inevitável sentir aquele aperto no peito ao lembrar de null ali. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando afastar aquelas lembranças do passado, e então segui em frente. Ao chegar na porta, vi que ela se encontrava meio aberta. Entrei sem cerimônias, certamente aquilo devia ser um joguinho de null. Ao olhar a casa por dentro, novas recordações invadiram minha mente. Fazia muito tempo que eu não entrava ali, e nem por isso a casa havia mudado. Era do mesmo jeito há oito anos.
"null?" Gritei, entrando ainda mais na casa.
"Aqui em cima." Ouvi ele responder um pouco longe. "Sobe aqui!" Pediu.
Fiquei um pouco receosa em subir as escadas. null deveria estar em seu quarto e bem, não sabia se ir até lá era certo ou não.
"null?" Ouvi null chamar no andar de cima.
"Já vou!" Falei, e então subi de uma vez. Seja lá o que null estava preparando, era melhor encarar. Ao chegar no corredor do andar de cima, vi a porta do quarto de null aberta, como eu imaginava. Fui até ela, e dei duas batidas de leve.
"Posso entrar?" Falei e vi null vindo em direção à porta, enrolado em uma toalha branca, com os cabelos molhados e o peito nu à mostra. É, aquele final de semana seria, no mínimo, interessante!
"Oi, meu amor!" Ele falou vindo até mim e me dando um selinho. "Como você está?"
"Bem, e você?"
"Melhor agora." Ele falou pegando em minha cintura e depositando um beijo em meus lábios.
"Ops!" Ele falou, desfazendo o beijo ao ouvir o som da campainha tocar. "É nosso jantar! Você se importa de ir lá buscar, enquanto eu me troco?"
"Eu vou lá, pode deixar." Falei e dei um selinho nele.
"Eu já estou descendo." Ele falou enquanto eu descia as escadas.
Peguei nosso jantar e fui até a cozinha arrumar a mesa para comermos. Não demorou muito para null descer e se juntar a mim. Ele chegou me abraçando por trás e me dando um beijo em meu pescoço.
"Pedi comida Tailandesa. Você gosta, né?" Ele falou.
"Adoro." Eu respondi, me virando e ficando de frente para ele. Levei uma de minhas mãos até seu rosto, acariciando-o.
"Seremos só nós dois então, esse final de semana?" Ele perguntou.
"Parece que sim." Eu respondi e null soltou então um sorriso malicioso.
"Ótimo!" Ele falou, e logo em seguida me deu um selinho demorado. "Eu não sei você, mas eu estou faminto! Vamos comer antes que esfrie?" Ele falou e eu apenas concordei com a cabeça, me soltando de seus braços e indo me sentar à mesa.

Estávamos deitados no chão da sala, ouvindo música e falando sobre assuntos aleatórios. Até que null teve a brilhante idéia de jogar Twister. Não sei da onde ele teve aquela idéia maluca, e muito menos de onde ele tirou aquele jogo, só sei que três rodadas depois, null estava com a perna direita sobre mim, e meu braço direito estava por baixo dele.
"Mão direita... Vermelho!" null disse assim que rodou a flechinha do jogo. "Ah, null! Assim não vale! Você está sobre todas as bolas vermelhas." Ele reclamou, procurando um lugar vago para ele pôr a mão. "Você podia se render logo e me deixar ganhar." null falou, posicionando seu corpo por cima do meu, assim que achou um círculo vermelho vago.
"Ah, não, null. O jogo 'ta empatado, não vou me render tão fácil assim e deixar você ganhar." Retruquei, em um tom sério.
"Você leva o jogo muito a sério!" Ele sussurrou, aproximando seu rosto do meu, fazendo nossos narizes encostarem um no outro. "É só um jogo, null." Ele continuou, passando seu nariz pelas minhas bochechas, fazendo eu me arrepiar.
"É só um jogo, mas eu não vou deixar você ganhar fácil assim, null!" Falei tentando me manter firme. null desceu seu rosto até meu pescoço, e passou a distribuir beijos por ele.
"Vamos fazer assim..." Ele dizia entre um beijo e outro. "... você desiste, eu desisto... e o jogo fica empatado." Ele continuava, fazendo um choque percorrer meu corpo a cada novo toque. Senti minhas pernas vacilarem, quase se entregando. Mas eu não podia. Eu tinha que me manter firme até o final do jogo. "O que você me diz?"
"Está na minha vez de rodar, null." Falei, tentando mostrar a ele que eu estava levando o jogo a sério, mas ele não desistiu. Subiu os beijos até minha bochecha, queixo... "null! Me deixa jogar!" Reclamei.
"Pronto." Ele falou, passando uma das mãos pela minha cintura, puxando então meu corpo para mais perto do dele. "Eu já desisti!" Ele sussurrava, mordendo o lóbulo de minha orelha. "Você já venceu!" Ele continuava, distribuindo beijos pelo meu rosto. "Será que agora a gente pode se divertir de verdade?" Minhas pernas, que já estavam bambas, não conseguiam mais se segurar e se renderam, fazendo o peso do meu corpo cair sobre o tapete do jogo, com null em cima de mim. Tirei minhas mãos do tapete, e levei-as até o rosto dele, segurando-o de frente ao meu, fazendo-o me encarar.
"Eu venci!" Falei com um sorriso vitorioso no rosto, fazendo null rir.
"Você venceu. E o prêmio sou eu, todinho para você!" Falou piscando para mim, e então seu rosto veio de encontro ao meu, e nossos lábios finalmente se encontraram, em um beijo cheio de desejo.
Meus dedos se perdiam cada vez mais pelos cabelos de null, enquanto ele me puxava pela cintura, pressionando cada vez mais meu corpo contra o dele. Nossas línguas dançavam em completa sintonia uma com a outra, enquanto null levava sua mão livre até minha nuca, fazendo com que meus lábios pressionassem ainda mais os dele. Minhas mãos agora percorriam toda a extensão de suas costas, e logo ele desgrudou nossos lábios, descendo os beijos para meu pescoço. Passei uma de minhas mãos por debaixo da camiseta de null, tocando seu abdômen. Ele então levantou seu rosto, e ficou me encarando por alguns segundos.
"Duas opções para você." Ele falou com a respiração ofegante. "Ou a gente sobe para o quarto agora..." Ele dizia, me encarando com um olhar carregado de luxúria. "... ou então a gente volta logo para esse seu joguinho!" Ele completou, me fazendo rir alto.
Ele continuou me encarando, à espera de uma resposta minha, e tudo o que eu fiz foi puxá-lo pela gola da camiseta para mais um beijo. Ele entendeu meu recado ali e, surpreendentemente levantou-se do chão, abraçado comigo, sem quebrar o beijo. Me agarrei fortemente ao seu pescoço, enquanto ele pressionava seu corpo ainda mais contra o meu, e eu pude então sentir um certo volume entre suas pernas. Sorri no meio do beijo, diminuindo aos poucos a velocidade. Logo em seguida, passei a dar vários beijos pelo pescoço de null. Ele então levou suas mãos até meu rosto, fazendo com que eu o encarasse.
"Você tem certeza disso?" Ele perguntou, grudando nossas testas. " Olha, null, eu não quero..." Ele falava, mas eu o interrompi com um longo selinho.
"Quem chegar por último, perde, baby!" Falei com um sorriso sapeca e corri para o andar de cima, fazendo null soltar um "ai se eu te pego...", e correr atrás de mim.

Ao chegar no fim da escada, parei um segundo para tomar fôlego e logo senti um braço me segurar pela cintura enquanto meu pescoço era beijado por lábios quentes. Me virei e encarei aquele par de olhos null, que me olhavam com certa luxúria. Mordi o lábio inferior, sentindo ainda uma certa insegurança dentro de mim, e logo em seguida senti null colocar suas mãos sobre meu rosto, me puxando para um beijo quente, carregado de desejo. Imediatamente minhas mãos desceram até a barra de sua camiseta, e o puxei sutilmente para o quarto, enquanto ele me beijava cada vez com mais vontade. Senti minha perna encostar na cama e parei, quebrando finalmente o beijo. Olhei para null, ainda com um pouco de dúvida sobre o que aconteceria em seguida naquele quarto. Ele não disse nada, apenas aproximou seu rosto do meu, e passou a distribuir beijos pela minha bochecha e pescoço, enquanto suas mãos desciam pelos meus braços. Senti um choque estranho passar pelo meu corpo, enquanto uma voz desconhecida ecoava em minha cabeça dizendo: "Se entrega!". null parou por um segundo, e só então eu me dei conta de que eu havia tirado sua camiseta. O encarei confusa, e logo finalmente cedi àquele desejo que me perturbava tanto. Eu queria aquilo tanto quanto ele. Eu PRECISAVA daquilo para finalmente me dar conta de que null era meu novamente, meu para sempre.
Me agarrei fortemente ao pescoço dele, e não demorei muito para grudar nossos lábios novamente. As mãos dele percorriam ferozmente minhas costas, em busca do fecho do meu vestido. Quando eles finalmente se encontraram, as mãos de null rapidamente abriram o zíper, e então eu senti meu vestido cair no chão. null me segurou pela cintura, e um arrepio percorreu meu corpo assim que nossos corpos semi nus se tocaram. Ele então me deitou delicadamente na cama, sem quebrar o beijo, e aos poucos as nossas últimas peças de roupas eram jogadas pelo chão do quarto, enquanto nossas mãos traçavam um estudo minucioso do corpo do outro. A temperatura do quarto subiu rapidamente, e depois de mais alguns minutos de muito desejo e luxúria, null finalmente deixou seu corpo extremamente suado cair sobre o meu. Ele então se virou para o lado, me puxando para deitar-se em cima dele, trocando nossas posições enquanto recuperávamos aos poucos, o ritmo da nossa respiração.

Algum tempo depois, estava deitada abraçada a null, fazendo alguns desenhos aleatórios com o dedo em seu peito, enquanto ele acariciava de leve meus cabelos.
"Nossa. Acho que alguém aqui está apaixonada." Ele falou assim que eu desenhei alguns corações. Eu levantei minha cabeça e o encarei sorrindo. Ele então me deu um selinho, e voltou a me encarar. "Você está tão quietinha hoje. Aconteceu alguma coisa?"
"Não, null. 'To só pensando..." Falei e voltei a deitar minha cabeça sobre o seu peito.
"Quer conversar?" Ele perguntou e eu senti um aperto no peito. Não sabia se estava pronta para falar sobre o que eu estava pensando com null. Talvez não fizesse bem para a gente ficar lembrando do passado mas, aquela casa, aquela noite, tantas lembranças invadiram meus pensamentos que eu não tinha como não pensar naquilo. Dividir com null poderia aliviar um pouco aquela sensação estranha que eu tinha dentro de mim.
"Eu queria te perguntar uma coisa..." Falei, levantando novamente minha cabeça, voltando a encarar aquele par de olhos null que se encontravam à minha frente.
"Diz, linda!" Ele falou sorrindo.
"Por que você sempre fugia de mim?" Falei sem rodeios, em um tom meio indignado.
"Fugia? Como assim?" Perguntou confuso.
"Fugia... Quando a gente ficou junto da primeira vez. Antes do null, antes de tudo... Você fugia de mim!" Falei, sentindo minha garganta fechar. Odiava ter que falar nisso, pensar nisso. Acho que nunca sofri tanto por alguém como eu sofri com null aquela vez. Eu realmente estava apaixonada. MUITO apaixonada. E ele simplesmente não se importava com o que eu sentia. Pelo menos, parecia não se importar.
null então me abraçou mais forte, me puxando ainda mais para perto dele.
"null... Eu.... Eu tinha medo de me apaixonar. Eu via o null com a null, caindo de amores por ela, tinha medo de ficar preso a alguém desse jeito. Eu sabia que você era o tipo de garota para se apaixonar, morrer de amor, assim que eu te vi aquele dia com a null, no Pub. Meu coração disparou só de te ver aquele dia, no fundo eu sabia que você era aquela que ia roubar meu coração para sempre." Ele disse, me apertando ainda mais forte, e eu senti meus olhos se encherem de lágrimas. "Mas eu não estava preparado para sentir tudo aquilo. Pelo menos eu não achava que estava. Eu não queria estar. Queria curtir minha vida, sabe, sem me prender a ninguém... Eu fugia de você, mas na verdade eu queria fugir daquilo que eu sentia por você desde o primeiro momento que te vi." Ele disse se sentando na cama, fazendo eu me sentar também.
"Eu 'tava tão apaixonada por você..." Sussurrei, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
"Eu sei..." Ele falou, me abraçando forte e deu um beijo em minha testa.
"Eu preciso falar, null... Eu 'tava, ou melhor, eu estou com tanto medo. Às vezes parece que isso tudo é mentira, sabe? Que é só um sonho. Tenho medo de acordar amanhã cedo e você não estar aqui do meu lado." Falei enquanto as lágrimas caiam sem cerimônias.
"Hey, linda, eu vou estar aqui." Ele disse, levando uma de suas mãos até meu rosto, secando as lágrimas que escorriam.
"Sabe, eu escolhi vir aqui essa noite porque eu queria ter a certeza de que você estaria do meu lado quando eu acordasse amanhã, depois de tudo..." Falei afundando meu rosto no peito de null, enquanto ele me abraçava ainda mais forte.
"Você não vai estar sozinha... nem amanhã de manhã, nem nunca mais. Eu vou estar do seu lado sempre. Não vou te deixar sozinha nunca!" Ele falou, levantando meu rosto para que eu pudesse encará-lo. "Eu mudei, null. Não sou mais aquele cara que fugia de você toda noite. Eu mudei de verdade." Ele dizia aproximando seu rosto ainda mais do meu. "Eu vou te falar uma coisa. Não quero que você diga nada depois, só me ouve por favor, 'ta bem?" null pediu e eu apenas concordei com a cabeça. Ele segurou meu rosto com as duas mãos, fazendo eu encará-lo de perto. "Eu não vou deixar você sozinha nunca mais. Te dou minha palavra. Eu vou ficar do seu lado para sempre por que... Eu amo você, null. Eu te amo e vou ficar contigo sempre, entendeu?" Ele falou, e eu novamente concordei com a cabeça enquanto um rio de lágrimas molhavam meu rosto. Ele me abraçou fortemente, fazendo com que eu voltasse a repousar minha cabeça em seu peito. Ele então passou a acariciar meus cabelos enquanto cantarolava em meu ouvido: "And then I'll swing you girl until you fall asleep. And when you wake up you'll be lying next to me." Não estava em condições de racionar sobre o que havia acabado de ouvir de null, mas de uma coisa eu tinha certeza: ele não iria me deixar sozinha.

Capítulo 20

null’s POV ON
Já faziam três semanas que null e eu estávamos oficialmente juntos. Três semanas que eu me sentia o homem mais feliz e mais completo por tê-la comigo novamente. Naquela tarde de quinta-feira, resolvi fazer uma pequena surpresa para null. Nas últimas semanas, percebi que andava muito estressada por causa de um projeto novo que ela teria que apresentar; então, resolvi pegar Peter na escola e, com ele, ir buscar null na redação do site aquela tarde.
"Aqui, tio..." Peter dizia, pegando na minha mão e me levando para dentro do andar em que null trabalhava.
"Boa tarde, em que posso ajudar?" Uma moça atrás de um balcão, que aparentemente parecia uma recepção, perguntou ao me ver entrar.
"Peter, vem cá!" Falei, o pegando no colo, e logo em seguida me virei para a moça da recepção. "Boa tarde, eu gostaria de falar com a null... Er... null null, da sessão de música."
"Ah sim, ela está em reunião agora com Charlie e Callie. Vocês podem esperá-la aqui, se quiserem." A simpática moça respondeu.
"Callie? Callie Mackenzie?" Perguntei surpreso por saber que Callie ainda trabalhava no site. Ela havia sido minha namorada a uns cino, seis anos atrás, e me surpreendi ao descobrir que ela ainda não tinha encontrado nenhum cara rico e famoso para sustentá-la.
"Sim, ela mesma. O senhor também quer falar com ela?"
"Não, não. É só com a null mesmo. Eu vou esperá-la aqui." Falei e segui até umas cadeiras que tinham ali.
"Tia Susie!" Peter gritou, indo em direção a uma moça morena que passava por ali na hora.
"Peter! Garotão, como você cresceu, heim?!" A moça respondeu, pegando-o no colo. "'Ta fazendo o quê por aqui?"
"Eu vim com o tio null fazer uma surpresa para a mamãe." Peter falou, apontando para mim, que fui em direção a eles.
"Oi, muito prazer, sou null." Falei, estendendo a mão e cumprimentando a moça.
"Oi, eu sou Susie, assistente da null." Ela respondeu, colocando Peter no chão e me cumprimentando de volta. "Vocês estão esperando por ela?"
"Estamos. Mas parece que ela está em uma reunião, né?"
"É, reunião com o chefe. Mas vocês não querem esperá-la lá dentro? Ela não deve demorar." Susie perguntou e eu apenas concordei com a cabeça. "Você ainda gosta de desenhar, Peter? Tem um monte de papel e lápis lá dentro para você." Ela disse, pegando em sua mão e o levando para dentro. Comecei a segui-los, mas uma mão em meu ombro impediu que eu continuasse.
"null null!" Ouvi uma voz fina e extremamente irritante me chamar, e então eu me virei para encará-la.
"Callie! Quanto tempo!" Falei com um sorriso forçado no rosto.
"Nossa, null, muito tempo mesmo!" Ela respondeu, pegando em minha mão. "Veio aqui matar a saudade, é?" Ela continuou, se aproximando ainda mais e colocando a outra mão sobre meu ombro.
"Não, Callie." Falei, tentando me afastar dela. "Eu vim atrás da null..."
"null null? Aquela tapada que está tentando roubar meu lugar no Blancker?" Callie disse com uma cara de indignação.
"Bom, ela não é tapada, e até onde eu sei não quer pegar o lugar de ninguém mas, é ela mesma!" Falei, tirando a mão de Callie do meu ombro e me soltando dela.
"Mas o que você pode querer com aquela coisinha?" Callie começou a falar mas foi interrompida por alguém que apareceu atrás de mim.
null’s POV OFF

Saí da reunião com Charlie extremamente irritada. Faltava pouco mais de um mês para o fim do prazo da entrega do projeto do site, e Charlie me vem com uma viagem para cobrir o Rock in Rio, que aconteceria na Espanha. Poxa, o que custava ele escolher a Callie? Tenho que terminar o site ainda, tenho um filho para cuidar e... Espera aí...
"Filho? O que você está fazendo aqui, meu amor?" Perguntei confusa ao ver Peter sentado em minha mesa.
"Surpresa, mamãe!" Ele falou sorrindo, e eu o peguei no colo, dando um beijo em sua bochecha.
"Como foi que você veio até aqui, meu amor? Não era para você estar na escola?"
"Eu vim com o tio null." Ele falou assim que eu o coloquei na cadeira.
"E cadê ele?"
"Não sei, mamãe. Acho que ele ficou lá fora." Pet respondeu, dando de ombros.
"Fica quietinho aqui que a mamãe já vem, ok?" Falei, dando um beijo na testa de Pet e saí atrás de null na redação. Assim que cheguei à recepção, me deparei com uma cena que me fez sentir uma pontadinha em meu peito. null estava conversando com Callie; e a vaca loira, além de estar perto demais dele, estava com uma das mãos sobre o ombro de null; e com a outra, segurava a mão dele. Senti meu sangue ferver ao me deparar com aquela cena ridícula. Quem aquela loira pensa que é para dar em cima do MEU null?
Felizmente ele tomou uma atitude e se soltou da vaca loira, e só então resolvi me aproximar.
"Mas o que você pode querer com aquela coisinha?" Callie começou a falar, até que eu a interrompi.
"Que coisinha, posso saber?" Perguntei, caindo de balão na conversa ao me aproximar dos dois e abraçar null pela cintura.
"Amor!" null exclamou ao me ver, me abraçando e me dando um longo selinho. "Vim fazer uma surpresa para você."
"É, o Peter já me contou." Falei em um tom sério.
"Nossa, null, não sabia que você tinha se tornado caçadora de McFLYs depois que o null morreu." Callie falou, em um tom de deboche.
"É mesmo, Callie? Eu também não sabia que você tinha sido transferida para a sessão de fofocas do site." Falei com um riso forçado. "Eu só peguei de volta o que sempre foi meu, por direito." Falei, vendo um sorriso vitorioso se formar no rosto de null, e então peguei em sua mão. "Vem, amor!" Falei, o puxando para dentro da redação, indo até minha sala.
"E então, amor, gostou da surpresa?" null falou, me abraçando pela cintura e dando um beijo estalado na minha bochecha. Eu me mantive em silêncio, e apenas o encarei com um olhar bravo. Ele me olhou confuso, sem entender minha reação.
"Amor..." Falei para Peter ao entrar na minha sala. "Você não quer ir ali com a tia Susie e pedir para ela te ajudar a desenhar um foguete?" Peter pulou da cadeira e seguiu até a mesa dela, do lado de fora da minha sala, deixando eu e null sozinhos. Fechei a porta e olhei séria para null.
"null... Eu não..." null começou a falar mas logo o interrompi.
"Que surpresa foi essa, null?! Eu encontrar meu filho sozinho por aí ou aquela cena patética com a sua ex-namoradinha loira, heim?!"
"null, não é nada disso do que você está pensando..." Ele falou, vindo em minha direção, fazendo menção de pegar na minha cintura, mas eu desviei de seus braços e fiquei atrás da minha mesa. "null, presta atenção! Foi a sua assistente que trouxe o Peter para cá. Eu 'tava vindo atrás deles, mas a Callie me parou lá na porta e aí..."
"E aí você resolveu deixar meu filho sozinho e bater um papinho com aquela vaca loira, né?" O interrompi em um tom bravo.
"null, não vamos brigar por isso, vai..." null dizia, dando a volta na mesa e vindo até mim. Eu novamente me desviei de seus braços.
"Vamos logo para casa!" Falei pegando minhas coisas e saindo da sala. null resmungou alguma coisa que eu fiz questão de não prestar atenção.
Viemos o caminho todo em silêncio, deixando apenas a música que saia do som tomar conta do local. null parou o carro em frente ao meu prédio e ficou batucando o volante, olhando para frente. Eu desci com Pet, enquanto ele continuava dentro do carro.
"Você não vai entrar?" Perguntei, me virando para ele e encarando-o.
"Você quer que eu entre?" Ele perguntou, virando para mim e me encarando sério de volta.
"null, eu preciso conversar com você. Entra!" Falei e ele finalmente desceu do carro.

Depois de tomar um bom banho, fui até a cozinha preparar a janta enquanto null tentava ensinar alguma coisa no violão para Pet. Estava muito estressada naquele dia e sabia que cozinhar iria me acalmar. Ouvi uma melodia conhecida vir da sala. Era um antigo CD do McFFLY que tocava. Sorri ao ouvir Pet e null cantarem junto com as músicas, e aos poucos fui me acalmando.
"Você e essa sua mania de rebolar enquanto cozinha..." Ouvi null dizer enquanto entrava na cozinha. Ele veio até mim e me abraçou por trás, pela cintura. "'Ta mais calma?" Ele perguntou ao pé do meu ouvido.
"Mais ou menos." Falei e me virei para encará-lo. "Ainda não engoli aquela cena ridícula com a Callie."
"Mas null, eu não fiz nada de mais e..."
"Não vamos discutir agora, pode ser?" Falei e voltei a mexer a panela no fogão. Ele me abraçou mais forte e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço. "Vamos com calma, null! Precisamos conversar melhor depois." Falei, tentando fugir dele.
Jantamos tranquilamente, e logo depois coloquei Pet para dormir. Fui até a sala, onde null estava assistindo um programa qualquer na TV. Sentei na ponta oposta a que ele estava no sofá.
"Podemos conversar agora?" Ele falou, chegando mais perto. "Ou você ainda está brava comigo?"
"'To brava sim. Ou você acha que eu fiquei feliz em ver meu namorado sendo atacado por aquela loira peituda?" Falei indignada. "Poxa, null, e você ainda deixa o Pet sozinho pela redação... Muito responsável você!"
"Amor, eu já te disse. Sua assistente levou o Peter para dentro, eu 'tava indo atrás deles e a Callie me parou..."
"E se jogou para cima de você, né?"
"Isso mesmo. ELA se jogou para cima de mim. Eu me afastei, você viu!" null se justificava. "Você fica linda toda enciumada, mas não tem motivos para você ficar brava, amor!" Ele dizia passando os dedos pela minha bochecha.
"Eu sei é que... eu 'tava nervosa, aí eu vi aquela cena ridícula e me estressei de vez... Hoje teve uma reunião no site. A gente vai cobrir o Rock in Rio." Falei enquanto ele me encarava no sofá. "E eu vou ter que ir à Espanha, null..." Continuei e senti meus olhos encherem de lágrimas. "Eu não quero ir..."
"Amor, mas é seu trabalho..." Ele falou, me puxando para seu colo.
"Poxa, null, eu já 'to me dobrando em mil para fazer o projeto do site, agora vou ter que dar um tempo para viajar... E o Pet? Com quem eu vou deixá-lo?" Falei me aninhando em seu colo e afundando minha cabeça em seu pescoço.
"Não precisa se preocupar com o Pet, eu fico com ele." Ele dizia acariciando meus cabelos enquanto eu me agarrava fortemente a ele.
"Mas amor... Não quero ir..." Eu dizia com a voz abafada por estar próximo demais da pele de null.
"Hey, é seu trabalho, não é? Você tem que ir, amor..."
"Eu queria ficar aqui, com você, com o Peter, para sempre..." Suspirei e dei alguns beijos pelo pescoço de null.
"Eu também queria ficar com vocês para sempre." Ele dizia, me abraçando forte. "Mas agora a gente não precisa se preocupar com isso, ok?" Ele falou, levantando meu rosto para encará-lo.
"Me desculpa?" Falei, encarando-o.
"Não tem o que se desculpar." Ele falou e logo em seguida me deu um selinho, fazendo eu sorrir em resposta. Levei minhas mãos até seu rosto, puxando-o mais para perto.
"Preciso de mais alguma coisa para eu me acalmar totalmente, amor." Falei em um tom baixo, com um sorriso malicioso no rosto. null sorriu em resposta, e passou a me dar vários selinhos, até aprofundarmos o beijo.

Capítulo 21
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"Susie, já estou indo, ok? Eu falei com o Charlie e amanhã vou ficar em casa! Qualquer coisa, pode deixar um recado na minha mesa ou me ligar, tá?" Falei, pegando minha bolsa e saindo para fora da redação do site.
"Pode deixar, null! Aproveita e comemora bastante hoje!" Susie falou me abraçando. "Feliz aniversário novamente! Não se esqueça das flores."
"Não esqueci." Falei, pegando o buquê enorme de rosas vermelhas que null havia me mandado, e saí.
Ao chegar na portaria do prédio, me deparei com aquele par de olhos null, que estavam provavelmente me esperando, e sorri. Ele veio até mim, me abraçou e me deu um longo selinho.
"Feliz aniversário, meu amor!" null falou, me soltando e pegando em minha mão.
"E o Pet?" Perguntei enquanto nos dirigíamos para fora do prédio.
"Poxa amor, eu venho te buscar, para te fazer uma surpresa no seu aniversário, e você só quer saber do Peter?" Ele disse com uma cara de indignação. "Ele 'ta com a null. Nós temos uma surpresinha para você."
"Surpresa, é?"
"Na verdade, é um convite! Nós vamos sair para comemorar seu aniversário!" Ele dizia enquanto entrávamos no carro. "O que me diz?"
"Sair para onde, null? Você sabe que eu não gosto de comemorar essas coisas..." Eu dizia enquanto ele ligava o carro.
"Ah amor, o lugar é surpresa. Agente vai para casa, você vai se trocar e depois a gente sai. Não aceito um não como resposta." Ele disse rindo. Provavelmente ele tramava algo.

Chegando em casa, null não me deixou nem respirar direito. Foi logo me empurrando para o quarto, para que eu tomasse banho logo para sairmos.
"Caraca, amor, 'to tão suja assim que você está me empurrando para o banho?" Eu disse enquanto null me empurrava 'sutilmente' para o banheiro. "Eu só queria ir até a cozinha pegar um copo de água, null..." Choraminguei, mas nem assim null deixou eu sair dali.
"Eu pego água para você. Mas nem ouse sair desse quarto enquanto não estiver pronta para irmos!" Ele falou, ligando o chuveiro e me trancando no banheiro. Aquele comportamento era realmente estranho. Provavelmente null estava tramando algo. Fui para meu banho tentando não pensar na possível surpresa que ele estava preparando. Entrei no chuveiro e ouvi uma música sair do quarto.
"null?" Gritei confusa. Por que raios ele estaria ligando o som no quarto àquela hora? Ele realmente estava com uns comportamentos estranhos. "Você que ligou o som?"
"Foi, amor..." Ele disse do quarto. "Para você relaxar! É seu aniversário e você tem que ficar bem relaxada para daqui a pouco." Ele continuou, me deixando um pouco assustada. Odiava surpresas, era curiosa demais para conseguir relaxar naquelas circunstâncias.
Tomei um banho rápido e saí do banheiro enrolada na minha toalha. Encontrei null deitado na cama, encarando o teto, batucando as mãos no ritmo da música do John Mayer que saia do som.
"Não sabia que você gostava do John, amor..." Falei indo até guarda roupa. "Que tipo de roupa eu coloco, heim null?! Para onde a gente vai?"
"Ah amor, sei lá. A gente só vai jantar." Ele falou levantando da cama e vindo até mim. "Coloca essa calça e... essa blusa, que te deixa ainda mais linda." Ele falou, me entregado uma skynny preta e uma regata azul marinho, com detalhes na alça e no busto. "Pena que já estão esperando a gente..." null falou, me abraçando por trás. "Se não poderíamos ficar aqui, e você não ia precisar vestir nada." Ele falou, distribuindo beijos pelo meu pescoço.
"Pois é... Não fui eu que marquei de ir jantar com ninguém, né null?" Falei, entrando no joguinho dele.
"Ah, droga!" Ele falou, me soltando. "Se troca logo então, para a gente poder ir de uma vez e voltar cedo para aproveitar." Ele continuou, se jogando na cama enquanto eu me trocava. Depois de me vestir, fui até o banheiro arrumar meu cabelo. O prendi em um rabo de cavalo alto, com alguns fios caindo sobre meu rosto. Fiz uma maquiagem leve, com uma sombra clara e apenas um gloss transparente na boca.
"Está bom assim?" Perguntei para null quando voltei para o quarto.
"Você está linda!" Ele falou, me abraçando pela cintura. "Você é linda!" Ele continuou e me deu um longo selinho.
"Vamos logo então, amor?" Falei, me soltando dele e indo pegar minha bolsa.
"Tá. Vou buscar uma coisinha e você me espera aqui, tá?" Ele falou, saindo do quarto, sem ao menos deixar eu perguntar que coisinha que era. Mas tão logo ele foi, tão logo ele voltou. "Pronto, podemos ir!" Disse, entrando novamente no quarto e me puxando pela cintura. "Vamos, vamos..." Falou, me abraçando por trás e me levando pelo corredor escuro, sem ao menos me dar tempo de pensar. "Acho que já chegamos." Ele falou ao pé do meu ouvido, parando em frente à sala. "Feliz aniversário, meu amor!" Ele falou, acendendo as luzes da sala.
"SURPRESAAAA!" Ouvi todos gritarem assim que a luz foi acesa. Então, era isso! null tinha preparado uma festa surpresa para mim. Apesar de não ser fã de festas, não pude deixar de escapar um enorme sorriso ao ver todos nossos amigos reunidos na minha sala, toda enfeitada de balões coloridos.
"Parabéns, mamãe!" Peter falou, vindo até mim e me abraçando.
"Parabéns, tia!" Foi a vez de Sofia vir me abraçar, e pouco a pouco fui cumprimentando cada um dos meus amigos, null, null, null e null. Logo em seguida, null apareceu com um bolo de chocolate que estava com uma cara maravilhosa. Ficamos ali o resto da noite conversando, rindo e comemorando. Como eu sentia falta daquela trupe toda reunida. Sentia falta das brincadeiras, risadas, das trapalhadas de null, as viadices dos meninos todos juntos.

"Tchau, mamãe!" Peter me falou enquanto eu me despedia do pessoal.
"Tchau por que, meu amor? Aonde você pensa que vai?" Perguntei confusa.
"Ele vai para a casa da tia null, né?" null falou, pegando na mão de Peter.
"Com autorização de quem, heim? Posso saber?"
"Minha, oras!" null falou, me abraçando por trás.
"Mas null..."
"Mas nada, amor. Hoje eu que mando, ok?" Ele falou com um sorriso convencido no rosto. É, não ia dar para dizer não para ele. E tenho que confessar que eu não estava achando tão ruim assim ficar sozinha com null naquele dia.
Me despedi de todos, e logo eu e null estávamos sozinhos. Fui até a sala recolher as coisas que tinham ficado da festinha, até que vi null se aproximar do som e colocar uma música conhecida para tocar. [N/A: Coloque a musica para tocar ;D]

null’s POV ON
Sentei-me no sofá e puxei null pela cintura, fazendo-a sentar-se no meu colo enquanto a música começava a ser tocada. Ela sorriu e passou seus braços em volta do meu pescoço.
"Obrigada pela surpresa. Eu adorei." Ela falou e logo em seguida grudou seus lábios nos meus. Apertei ainda mais sua cintura, tentando acabar com qualquer espaço entre nossos corpos enquanto aprofundávamos o beijos.

Would you dance
[Você dançaria]
If I asked you to dance?
[Se eu te pedisse pra dançar?]
Would you run
[Você correria]
And never look back?
[E não olharia para trás?]
Would you cry
[Você choraria]
If you saw me cryin'
[Se me visse chorando]
Would you save my soul tonight?
[Você salvaria minha alma esta noite?]

A senti inclinar seu corpo sobre o meu, como se quisesse deitar nossos corpos. Lembrei-me de algo que eu ainda tinha que entregar-lhe ali, e quebrei o beijo.
"Calma, amor. A surpresa ainda não acabou." Falei um pouco ofegante enquanto a encarava.
"Não?" Ela me perguntou confusa.

Would you tremble
[Você tremeria]
If I touched your lips?
[Se eu tocasse seus lábios?]
Would you laugh?
[Você riria?]
Oh please tell me this.
[Oh por favor, me diga isso]
Now would you die
[Agora, você morreria]
For the one you love?
[Pela pessoa que você ama?]
Hold me in your arms tonight.
[Me abrace esta noite]

Neguei com a cabeça enquanto colocava a mão no bolso da minha calça, e apertava a pequena caixa que ali estava. Fechei os olhos, tentando criar coragem para seguir em frente. Eu sabia que ela iria concordar com aquilo, tinha certeza que ela queria tanto quanto eu mas, ainda sim, estava inseguro; afinal, fazia apenas cinco meses que estávamos juntos e, ela poderia achar que era cedo demais.

I can be your hero, baby.
[Eu posso ser seu herói, baby]
I can kiss away the pain.
[Eu posso beijá-la e afastar a dor]
I will stand by you forever.
[Eu estarei ao seu lado para sempre]
You can take my breath away.
[Você me deixa sem ar]

Abri novamente os olhos e ela continuava a me encarar.
"Eu te amo tanto. Tanto que não aguento mais ficar um segundo só longe de você." Falei, vendo-a abrir um sorriso maior ainda no rosto. "Eu quero ficar para sempre do seu lado, null, quero dormir e acordar do seu lado durante todos os dias de minha vida."

Would you swear
[Você juraria]
That you'll always be mine?
[Que será minha para sempre?]

Levantei a caixinha que estava no meu bolso até a altura de nossos rostos, e a abri devagar, enquanto cantava os dois versos juntos com a música.

Would you lie?
[Você mentiria?]
Would you rub in mind?
[Você não sai de minha cabeça]
Have I gone too deep?
[Eu fui tão fundo assim?]
Have I lost my mind?
[Se eu perdi a cabeça?]
Well,I don't care you're here tonight.
[Bem, não me importa porque você está aqui à noite!]

Vi os olhos de null brilharem como os de uma criança que acaba de ganhar uma biclicleta. Ela grudou sua testa na minha e falou.
"Tenho que te falar uma coisa antes. É algo que com toda certeza você já sabe, apesar de eu nunca ter dito com todas as letras, todas as palavras, mas ter demonstrado sempre." Ela dizia, acariciando minhas bochechas com a mão. "null null... Eu te amo! Eu amo você desde o primeiro segundo que eu te vi. Te amo, amo, amo..." Ela dizia, dando vários selinhos em mim até o momento em que eu não a deixei desgrudar mais seus lábios dos meus.

I can be your hero, baby.
[Eu posso ser seu herói, baby]
I can kiss away the pain.
[Eu posso beijá-la e afastar a dor]
I will stand by you forever.
[Eu estarei ao seu lado para sempre]
You can take my breath away.
[Você me deixa sem ar]

"Eu já sou sua. Sempre fui." Ela falou desfazendo o beijo. "E vou continuar sendo sua para sempre!" Ela continuou abrindo um sorriso enorme no rosto.
"Isso foi um sim?" Perguntei, sorrindo de volta para ela.
"Sim!" Ela respondeu. Peguei a caixinha e retirei uma das alianças de lá. Peguei sua mão direita e coloquei suavemente a aliança em seu dedo. Assim que terminei de colocar, dei um beijo em sua mão e sorri para ela. Ela repetiu meu gesto, colocando minha aliança em mim, e beijando minha mão em seguida.
"Eu te amo. Quero te fazer feliz. Quero ficar com você para sempre." Falei aproximando novamente nossos rostos.
"Eu também te amo, e vou ficar com você para sempre." Ela sussurrou, e logo em seguida grudou nossos lábios novamente.
null’s POV OFF

Capítulo 22

No dia seguinte senti os dedos de null passando suavemente pelo meu rosto. Antes mesmo de abri-los, sorri ao sentir seu toque, o abracei mais forte e me aninhei em seu peito. Ficamos ali alguns minutos ainda, curtindo apenas a presença um do outro. Eu passava os dedos pelas costas de null enquanto ele acariciava de leve meus cabelos.
"Don't wake me up, baby I'm in love and I'm dreaming so much but I don't ever wanna stop..." Ele cantava ao pé do meu ouvido. Levantei meu rosto e abri meus olhos, passando a encará-lo. "Bom dia, linda!" Ele falou sorrindo para mim.
"Bom dia!" Respondi sorrindo de volta. "Cadê meu café na cama com flores, heim?!" Falei num tom de brincadeira.
"Ah, amor... Você 'tava tão linda aqui, que fiquei com uma dózinha de te deixar dormindo sozinha." Ele falou, fazendo a melhor cara de dó que conseguiu. "Me perdoa?"
"Se você fosse meu namorado, eu até perdoava, viu?" Falei com uma cara de indignação. "Mas agora, você é meu noivo! Tem que trazer café da manhã para mim sempre!"
"Hum... Eu juro que da próxima vez eu não esqueço disso." null falou, aproximando ainda mais seu rosto do meu. "Me perdoa, vai?"
"Ah, não sei, null..." Falei, o sentindo depositar seus lábios em meu pescoço, distribuindo beijos por toda sua extensão.
"Por favor?" Ele dizia entre um beijo e outro.
"Ok, ok..." Eu falei, levantando seu rosto para que ele pudesse me encarar. "Te perdôo... Se você for na cozinha agora fazer meu café da manhã, amorzinho." Falei, encarando-o. Ele riu alto, deu um beijo em minha bochecha e se levantou.
Me enrolei nas cobertas enquanto null saia do quarto em direção à cozinha. Fechei os olhos por alguns segundos, mas logo ouvi um barulho de panelas caindo. "null..." Pensei alto e me levantei. Cacei minha roupa pelo chão e saí do quarto. Ao chegar na cozinha, o vi tentando guardar as panelas que se encontravam espalhadas pelo chão.
"Eu fui pegar a frigideira, aí caiu tudo..." Ele disse ao me ver parada na porta.
"Com certeza você puxou a frigideira sem tirar as panelas de cima, né null?" Falei, me abaixando para ajudá-lo com as panelas, e ele concordou com a cabeça. "Tinha que ser você..." Falei rindo, e ele riu junto em seguida.

"E então, 'ta afim de fazer o quê?" null falou me abraçando por trás, enquanto saíamos da cozinha e íamos em direção ao quarto, depois do café.
"Na verdade? 'To afim de deitar na minha cama, e só sair de lá amanhã." Falei entrando no quarto com null atrás de mim.
"Ótimo, eu também não estou afim de fazer nada fora dessa cama também." Ele falou num tom malicioso, e eu então me soltei de seus braços e me joguei na cama. null fez o mesmo, deitando-se de frente para mim, me abraçando.
"Ai... Há quanto tempo eu não fazia isso..." Falei sorrindo.
"Ir para cama com um cara lindo do seu lado, é?" Ele falou, aproximando seu corpo ainda mais do meu.
"Seu bobo!" Falei, dando um tapa em seu braço. "Claro que não. 'To falando de poder ficar o dia todo assim, sem fazer nada."
"Quem disse que nós vamos ficar aqui sem fazer nada, heim?!" Ele falou sem me dar tempo de pensar em uma resposta. Foi logo grudando nossos lábios e posicionando seu corpo em cima do meu.
É... Naquele dia com certeza seria impossível ficar sem fazer nada, com o meu noivo ali do meu lado.

Faltavam três meses para meu casamento com null, e minha vida estava uma verdadeira loucura. Desde que eu tinha assumido a sessão de músicas do Blancker, eu estava com pouco tempo para dedicar apenas a mim. Nos últimos seis meses então, com os preparativos para o casamento, eu estava totalmente sem tempo para nada. Porém, naquela tarde de sábado, eu aproveitei que null havia saído com Peter para um jogo do cricket, e fui dar uma volta pela cidade. Segui até o Hyde Park e sentei em um dos bancos do parque, à sombra de uma das várias árvores que haviam ali. Abri a minha bolsa, e peguei então um dos vários cadernos que havia pegado para ler aquela tarde, e comecei a ler minhas antigas anotações.
"Não sabia que você passeava por aqui." Ouvi uma voz familiar falar ao meu lado.
"Oi, null!" Falei ao vê-lo sentar-se do meu lado no banco. "O que você 'ta fazendo por aqui?"
"'Tava no Studio acertando umas coisinhas. E você, não foi com o null ver o cricket?"
"Não. 'Tava precisando de um tempo para mim. Para pensar um pouco na vida, sabe?" Falei sorrindo para null. "É estanho né, pensar em como minha vida mudou no último ano."
"Quem diria, né? Você e o null casando..."
"Pois é. Nem eu diria." Falei rindo. "Olha aqui, escrevi isso uns dias antes daquela última viagem de vocês para o México." Falei, mostrando um trecho do que eu estava lendo naquele antigo caderno. "Poucas vezes me senti tão feliz e tão completa como agora. null consegue mesmo fazer eu me sentir a mulher mais feliz do mundo. Às vezes eu ainda penso em como seria se eu ainda estivesse com null. Acho que ele nunca seria capaz de me fazer tão feliz como null me faz..." Li o trecho do meu antigo diário, sentindo os olhos encherem de lágrimas.
"Nossa, que anotações são essas?" null perguntou confuso, ao observar os vários cadernos que eu carregava.
"Diários, null. Desde o meu primeiro ano na faculdade, quando eu resolvi me mudar para Londres, até hoje." Falei tirando alguns cadernos da bolsa. "Os últimos dez anos da minha vida em palavras."
"Uau!" Ele falou espantado. "Haja história, heim..."
"Oh! E adivinha quem é que está em todas as páginas daí?"
"Hum... Quem?" Ele me perguntou confuso.
"MCFLY!" Falei, fazendo null abrir um mega sorriso no rosto. "Desde quando a null começou a ficar com você, quando eu fiquei com o null a primeira vez, quando ele me deixou, quando eu conheci o null, a gente junto, quando ele morreu, quando o null voltou a se aproximar... Ah, você sabe, toda essa história. Todos esses anos minha vida girou em torno de vocês. Não tive como fugir." Eu dizia e pude observar a expressão de null mudar, como se ele estivesse tendo alguma idéia genial.
"null..." Ele disse, folheando alguns dos diários. "Esses dias eu estava pensando em um projeto que eu queria fazer e, acho que você é a pessoa ideal para me ajudar a colocá-lo em prática." Continuou, sorrindo como uma criança que acabara de ganhar um doce. "Topa ir comigo até o Studio para conversarmos melhor?"
"Claro!" Respondi curiosa. Com certeza ele tramava algo e eu precisava saber o que era.

"Amores da minha vida..." Falei entrando em casa naquela noite. Vi null e Peter sentados no sofá, jogando videogame, e fui me juntar a eles. "Ninguém vai me dar oi, não?" Falei ao perceber que eles prestavam mais atenção do jogo do que em mim.
"Oi, amor!" null falou, pausando o jogo e me dando um selinho.
"Oi, mamãe!" Peter disse, vindo até mim e me dando um beijo estalado na bochecha.
"Como foi o jogo, heim?" Perguntei para eles.
"A gente pode te contar tudo quando o jogo terminar?" null falou, voltando a jogar.
"Ah, eu chego em casa toda feliz, querendo saber do jogo de vocês, e é assim que vocês me recepcionam, né?" Falei e null se virou e me deu um beijo na bochecha. "Ah, vou tomar um banho." Segui para o quarto. Tomei um banho rápido e assim que voltei ao quarto, encontrei com null deitado na cama. Ao me ver voltar, ele se levantou e veio até mim.
"'Ta chateada por que a gente 'tava jogando lá na sala?" Ele perguntou, me abraçando pela cintura.
"Você merecia, viu?" Falei, fazendo uma cara de brava.
"Desculpa..." Ele falou aproximando seu rosto do meu. "Por favor." Ele pediu distribuindo beijos pela minha bochecha, pescoço...
"null..." Falei e ele levantou o rosto para me encarar.
"Me desculpa?" Ele falou e eu apenas concordei com a cabeça. Ele então me deu um longo selinho e logo voltou a me encarar.
"Eu tenho uma novidade para você!" Falei, me soltando de seus braços e indo em direção ao meu guarda roupa para me trocar.
"Novidade, é? Não me diz que você 'ta grávida?" Ele falou, voltando a deitar-se na cama e eu olhei com uma cara de surpresa. "Você 'ta grávida?" Ele falou espantado.
"Claro que não, seu bobão!" Falei rindo. "Arrumei um novo trabalho."
"Ah não, null!" null reclamou. "Você já 'ta trabalhando que nem uma camela lá no Blancker. Poxa, foi arrumar mais dor de cabeça para quê, me diz?"
"Pára de reclamar, homem!" Falei jogando minha toalha em cima dele. "Você nem deixou eu terminar de contar! Eu vou trabalhar com o null, em um projeto que ele estava querendo montar..." Fui até minha cama, e sentei de frente para null.
"Que projeto, posso saber?" Ele perguntou curioso, aproximando seu corpo do meu.
"Não! Não pode." Falei rindo e ele aproximou seu rosto do meu.
"Por favor." Ele pediu.
"Não. Ninguém vai saber o que é até o dia do lançamento." Falei, colocando uma de minhas mãos em seu rosto.
"Até parece que você e o null não vão contar para a null..."
"Não vamos contar para ninguém, amor." Falei e logo em seguida dei um selinho nele. "Mas eu garanto que você vai gostar!"
"Vou?" Ele falou, dando mais um selinho em mim. "Quanto, heim?" Ele continuou, me dando mais um selinho em seguida.
"Muito!" Eu falei e dei mais um selinho nele. Porém dessa vez, null não deixou nossos lábios se separarem e logo aprofundou o beijo, me puxando pela cintura para deitar-se em cima dele.
"Mamãe..." Ouvi Peter gritar e logo me soltei de null, sentando-me na cama e me recompondo. "A gente pode pedir pizza?" Ele falou, entrando no quarto.
"Pizza, meu amor? Que tal se a mamãe fizer uma macarronada bem gostosa, heim?" Falei, pegando-o para sentar-se no meu colo.
"Ah, mamãe eu quero pizza..." Ele choramingou.
"Nós vamos pedir pizza então!" null falou, fazendo Peter soltar um grito de comemoração.
"null!" Eu o repreendi. "Pizza?"
"E o que tem, amor? Hoje é sábado. Deixa o garoto ser feliz!" Ele falou, com um sorriso maroto no rosto.
"Ok, vamos pedir pizza então!" Falei vencida e me levantei com Peter, indo em direção à sala para ligar para a pizzaria.

Capítulo 23
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O grande dia havia chegado! O casamento aconteceria em um pequeno sítio, em uma cidade vizinha à Londres; ao ar livre, com poucos convidados, simples! Eu estava com null, terminando de me trocar em um dos quartos da casa onde aconteceria o casamento. Da janela, podia observar o enorme jardim com as cadeiras, e o pequeno altar cheio de flores. Os convidados já estavam chegando, e pude ver null com Peter no colo, andando pelo jardim.
"Preparada?" null falou, parando atrás de mim. Me virei para ela e sorri nervosa.
"Falta só meia hora. 'To ansiosa." Falei.
"Calma, amiga. Vai dar tudo certo!" null tentava me acalmar.
"Mamãe..." Sofia falou, entrando no quarto aos prantos.
"O que foi, meu anjinho?" null falou, se abaixando de frente para ela.
"O Peter, mamãe." Ela falava em meio a soluços. "Ele falou que não vai casar comigo." Ela choramingou, fazendo eu e null rirmos.
"Oh lindinha, vem cá com a tia." Falei, chamando Sofia para se sentar comigo na cama. "Você não precisa chorar, porque ele falou isso de brincadeira. Ele vai casar com você sim." Falei limpando suas lágrimas. "A tia null vai deixá-lo de castigo se ele não casar com você, 'ta bom?"
"E também filha, se você continuar chorando vai borrar toda sua maquiagem. Já pensou que feio uma noivinha com a maquiagem borrada?" null falou, limpando suas lágrimas. "Vem com a mamãe, que eu vou falar com o Peter e dar um jeito nessa maquiagem borrada, vem." Ela continuou, pegando Sofia no colo e se dirigindo à porta. "A gente já volta, null!" Disse, saindo do quarto.
Me levantei e segui até um grande espelho que havia ali. Observei minuciosamente meu vestido, que null havia mandando fazer de presente para mim; minha maquiagem; meu cabelo preso ao chapéu: tudo perfeito! Sorri ao encarar meu reflexo e comecei a lembrar de tudo que eu havia passado para chegar até ali. Até agora, era difícil acreditar que eu iria casar com null. Justo null! Talvez eu só acreditasse mesmo naquilo quando eu já estivesse casada com ele. Fiquei ali parada, perdida em meus pensamentos, até que ouvi duas batidas na porta.
"Posso entrar?" null falou, colocando a cabeça para dentro do quarto.
"Entra, null!"
"Uau!" Ele falou, entrando no quarto. "Você está linda!"
"Obrigada!" Agradeci enquanto ele se aproximava. "Como está tudo lá embaixo?"
"Quase todos os convidados já chegaram, o null 'ta todo nervoso. Seu filho está falando que não vai casar com a Sofia, minha filha está chorando por causa disso, a null está tentando acalmá-la, o null 'ta tentando acalmar o null... 'Ta quase tudo pronto. Só falta você!" Ele falou sorrindo. "Nervosa?"
"Claro, né! Poxa, vou casar, null!" Falei e ele então me abraçou.
"Fica tranquila, que vai dar tudo certo! O null te ama!"
"Eu sei... eu sei..." Falei ainda abraçada a null. "Tenho uma coisa para te mostrar." Falei, desfazendo o abraço e pegando umas folhas em cima da penteadeira. "Esse dia não podia ficar de fora do nosso projeto." Falei, entregando as folhas para null. Ele as olhava com cuidado, abrindo um sorriso no rosto. "Foi inevitável não lembrar do null... Ele era o cara perfeito para se casar, null, não null..." Falei sentindo os olhos se encherem de lágrimas, e null me abraçou novamente.
"Ei... O cara que está lá embaixo te esperando é perfeito para você e ponto. Isso é o que importa!"
"Eu sei. Eu só... pensei tanto no null... Queria tanto que ele tivesse aqui também, com a gente..." Falei deixando algumas lágrimas escaparem.
"Todos nós queríamos, null." null falou me soltando e segurando meu rosto para que eu pudesse encará-lo. "Eu tenho certeza que ele está vendo tudo isso, de onde quer que ele esteja. Você agora tem que focalizar seus pensamentos no cara que está lá em baixo te esperando, 'ta bem?" Eu apenas concordei com a cabeça enquanto ele limpava algumas de minhas lágrimas com o dedão.
"Hora do show!" null falou entrando no quarto. null então me soltou e foi até ela, a abraçando pela cintura. "Pronta, amiga?"
"Pronta!" Falei sorrindo e então descemos.

Quando dei por mim, null já estava me beijando enquanto os convidados jogavam quilos de arroz na gente. Agora era oficial: eu e null estávamos casados. A festa acontecia normalmente, apesar da simplicidade e dos poucos convidados, todos paraciam se divertir.
"Mamãe..." Peter falou se aproximando de mim e null. "Agora que você já casou com o Tio null, ele vai ser meu pai?" Ele perguntou e null me lançou um olhar confuso. Eu apenas sorri.
"Claro, meu amor. Agora você tem dois pais: o null e o tio null." Falei vendo um sorriso enorme abrir no rosto de null e de Peter.
"Eba!" Peter gritou, pulando no pescoço de null. "Agora você não é mais meu tio... É meu pai!"
"É, garotão. Agora sou seu pai." null falou para Pet. Era impossível dizer qual dos dois estava com um sorriso maior no rosto.
"Agora eu vou contar para a Sofia que eu tenho dois pais." Pet falou e saiu correndo. null passou seu braço pelo meu ombro, aproximando seu rosto do meu.
"Obrigado!" Ele falou me encarando, e me deu um longo selinho. "Você não imagina o quanto isso é importante para mim!"
"Você não tem nada o que agradecer, meu amor. O título de pai sempre foi seu por direito. Eu só oficializei." Falei sorrindo e null me deu um beijo estalado na bochecha.
Vi null subir no pequeno palco em que a banda tocava, e logo ele pediu a atenção dos convidados.
"Boa tarde, senhoras e senhores. Casal, convidados..." Ele começou a falar. "Gostaria de dizer algumas palavras aqui e prometo não tomar muito do tempo de vocês. Acompanho a história desses dois tapados há quase dez anos já, e hoje finalmente eles estão se casando. Acho que ninguém torceu tanto por esses dois como eu e a null, e creio que todos nós aqui saibamos o quanto eles se merecem. E por se merecerem tanto, eu gostaria de oferecer uma música para vocês dois..." null terminou de falar e a banda começou a tocar uma canção já conhecida. [N/A: Coloque para tocar.]

null me encarava sorrindo, e seus olhos mantinham um brilho imenso. Ele estendeu sua mão em minha direção, me chamando para dançar. Eu peguei-a e nos levantamos, seguindo até o meio do salão.

Someday, when I'm awfully low
[Algum dia, quando eu estiver terrivelmente chateado]
When the world is cold
[Quando o mundo estiver frio]
I will feel a glow just thinking of you
[Eu me sentirei bem só de pensar em você]
And the way you look tonight
[E como você está essa noite]

null colocou sua mão direita na minha cintura e aproximou nossos corpos. Eu coloquei minha mão esquerda em seu ombro, enquanto ele conduzia nossos corpos suavemente de um lado para o outro.

You're so lovely, with your smile so warm
[Você é adorável, com seu sorriso tão aconchegante]
And your cheeks so soft
[E suas bochechas tão macias]
There is nothing for me but to love you
[Não existe nada para mim além de amar você]
And the way you look tonight
[E como você está essa noite]

"É clichê demais eu falar agora que eu te amo?" Ele falou me encarando, enquanto dançávamos. Eu apenas neguei com a cabeça. "Eu te amo. Amo muito." Ele falou grudando nossas testas.

With each word your tenderness grows
[A cada palavra, sua ternura cresce]
Tearing my fears apart
[Levando meus medos embora]
And that laugh that wrinkles your nose
[E aquela risada que enruga seu nariz]
Touches my foolish heart
[Toca meu coração bobo]

"Eu também te amo, meu amor. Te amo muito." Falei e pude sentir null depositar seus lábios nos meus. Assim que desfizemos o beijo, repousei minha cabeça sobre o peito de null, enquanto ele me abraçava ainda mais forte.

Yes you're lovely, never ever change
[Sim, você é adorável, nunca, jamais mude]
Keep that breathless charm
[Mantenha esse charme que me tira fôlego]
Won't you please arrange it?
[Você não irá, por favor, arranjar isso?]
'Cause I love you
[Pois eu te amo]
Just the way you look tonight
[Exatamente como você está essa noite]

"Olha que lindo amor..." Falei ao observar Pet puxar Sofia para dançar em um canto da pista de dança.
"Será que um dia nosso garotão vai conseguir fisgar de vez o coração da pequena Sofia?" null me perguntou sorrindo, observando os dois dançando.
"Se o destino dos dois estiverem cruzados como os nossos..." Falei levantando minha cabeça para encará-lo. "Eu só espero que o Pet consiga fazer alguém tão feliz quanto você me faz." Eu disse sorrindo.

With each word your tenderness grows
[A cada palavra, a sua ternura cresce]
Tearing my fears apart
[Levando meus medos embora]
And that laugh that wrinkles your nose
[E aquela risada que enruga seu nariz]
Touches my foolish heart
[Toca meu coração bobo]

"'Ta feliz?" null me perguntou.
"Você não imagina quanto..." Respondi e senti novamente os lábios de null sobre os meus.

Yes you're lovely, never ever change
[Sim, você é adorável, nunca, jamais, mude]
Keep that breathless charm
[Mantenha esse charme que me tira o folêgo]
Won't you please arrange it?
[Você não irá, por favor, arranjar isso?]
'Cause I love you
[Pois eu te amo]
Just the way you look tonight
[Exatamente como você está essa noite]
Just the way you look tonight
[Exatamente como você está essa noite]
Darling
[Querida]
Just the way you look tonight
[Exatamente como você está essa noite]


Capítulo 24

"Ei, null! Acorda, garota!" null falava para mim, me chacoalhando no sofá. Abri os olhos e me dei conta de que havia cochilado no móvel da sala dele.
"Ai, null. Desculpa, eu cochilei..." Falei, me levantando e sentando no sofá.
"'Ta cansada, né?" null falou, sentando-se ao meu lado.
"Ai, null... O blancker está me matando..."
"Se você quiser, a gente pode dar um tempo no nosso projeto, para não te sobrecarregar!"
"Nada disso! Nosso projeto eu faço com o maior prazer, null. Não vou pará-lo agora que estamos acabando!" Falei para ele, que sorriu em resposta. "Terminou de ler?"
"Eu li! Está demais!" null falou, me devolvendo o pen drive. "Não havia pessoa melhor para fazer tudo isso do que você, null!"
"Sabe, fazendo tudo isso, me dá uma saudade dos velhos tempos... Da época que nós saímos que nem loucos por aí, sem se preocupar com nada, com fãs, imprensa, filhos... Lembra, null?" Falei rindo.
"Oh se lembro! Também sinto falta dos velhos tempos, das noitadas insanas por Londres." null falou rindo também para mim. "Ei, tive uma idéia! 'Ta afim de fazer uma pesquisa de campo para nosso projeto?"
"Como assim, null?" Perguntei confusa.
"Topa dar uma volta por aí?"

null’s POV ON
Já se passava da meia noite e nada de null dar notícia. A última vez que eu tinha falado com ele, ele estava no Studio com a null, trabalhando naquele projeto deles. Aliás, isso era a única coisa que null vinha fazendo nos últimos meses, o bendito projeto! Ele chegava em casa cada vez mais tarde, sempre com a mesma desculpa: "Estava no Studio trabalhando com a null!" É... sei bem. Se eles ainda dissessem que projeto era essa, mas nenhum dos dois falava nada, nada mesmo. Tudo isso me deixava cada vez mais curiosa.
Já não aguentava mais tentar ligar para null e ter que deixar recado na caixa postal. null também não atendia o celular. Não aguentava mais ficar naquela agonia e resolvi ligar para null. Na certa, ele saberia alguma coisa do paradeiro de sua mulher.
"null?" null perguntou ao atender o telefone.
"null, sou eu, a null."
"Ah, null, desculpa. Achei que fosse a null!" Ele falou em um tom desapontado.
"Você está esperando notícias dela também?"
"Ela não está aí com o null?" Ele me perguntou confuso.
"Era para ela estar aqui?"
"Eu passei com o Peter no Studio e ela não estava mais lá, nem o null. Aqui em casa ela também não está. Achei que os dois estivem aí trabalhando."
"Não estão, null. E eu já estou preocupada. Nenhum dos dois atendem o celular. Onde foi que se meteram?"
"Não sei, null..." Ele falou em um tom derrotado. "Eu vou tentar achar a null aqui. Qualquer novidade eu te ligo, ok?"
"Tá, null... Eu vou tentar ligar para o null, para ver se ele sabe de alguma coisa." Falei e desliguei o telefone. Liguei imediatamente para null, e ele me atendeu animado.
"null? Aqui é a null!"
"null? Oi, linda! Você já conseguiram entrar?"
"Entrar? Entrar onde?" Falei confusa.
"No Allah, oras." null falou como se fosse óbvio.
"Allah, null? O que eu ia fazer no Allah? Faz mais de anos que não vou lá..."
"Ué... Mas eu vi a null e null na fila para entrar mais cedo. Você e o null não estavam com eles?" null me perguntou confuso.
"Como assim, null? Eles estavam na fila da balada?" Falei em um tom irritado.
"Ah null, nem deve ser eles então. Eu passei de carro lá em frente e achei que era os dois, mas eu devo ter me enganado." null falou tentando se fazer de desentendido.
"É, null, eu espero que sim! Obrigada!" Falei brava e desliguei o telefone. Desde quando null e null iam para a balada sozinhos, assim, sem avisar? Então aquele era o tal projeto dos dois? ÓTIMO!
Liguei para null e logo ele veio me buscar. Deixamos as crianças com a babá e fomos atrás de null e null no Allah. Aqueles dois iam se ver comigo!
null’s POV OFF

Acordei no dia seguinte sentindo a minha cabeça pesar. Meus olhos se incomodavam até com a pequena luminosidade que saia das frestas da janela. Me virei na cama e meus braços procuraram o corpo de null, mas tudo que eu achei foi o lençol embolado. Tentei me lembrar de como eu havia chegado ali ontem. A última coisa que eu lembrava era de estar com null no Allah, lembrando dos velhos tempos em que os meninos tocavam lá até serem contratados, depois eu lembro da null chegando com o null, uma briga e... null deve ter me trazido para casa. Mas onde será que ele estava àquela hora?
Me levantei vagarosamente da cama. Minha cabeça doía e senti o mundo rolar a minha volta. Revirei as gavetas atrás de algum comprimido para minha ressaca. Eu não devia ter aceitado aquela bebida do null. Resolvi então ir até a cozinha. Um café iria ajudar a curar aquele maldito mal estar. Andei pelo corredor me apoiando nas paredes, pois ainda sentia o mundo rodar. Cheguei à cozinha e agradeci mentalmente a pessoa que havia inventado a cafeteira elétrica. Enquanto ela fazia meu café, me sentei na mesa e abaixei minha cabeça, tentando me lembrar de mais alguma coisa da noite anterior. Tudo que eu me lembrava era de estar dançando e bebendo com null e... Como a null e o null chegaram lá mesmo?
Peguei uma xícara de café e segui até a sala. Ao chegar lá me deparei com null dormindo no sofá. Mas que raios ele estava fazendo ali? Fiquei sentada na poltrona, observando-o dormir. Tentei imaginar o que poderia ter acontecido para ele não ter dormido no quarto comigo. Será que ele tinha ido na balada e acabou bebendo demais, me traindo e eu vi? Era a cara do null fazer isso... Mas ele não seria capaz, seria? Ai, droga... por isso eu devo ter bebido ontem. NOTA: Não beber tanto da próxima vez!
null se virou no sofá e eu me ajeitei na poltrona. Ele abriu os olhos e ao me ver ali, observando-o, ele se sentou.
"null... O que aconteceu ontem?" Perguntei confusa.
"Como assim o que aconteceu ontem?" Ele me perguntou rindo cínico. "Você não se lembra?"
"Não, null. Não lembro. Por que você dormiu aqui? O que foi que você aprontou?"
"O que eu aprontei? Eu sempre tenho que aprontar, né? Não 'to afim de brigar agora, null." Ele falou se levantando. "Tenta lembrar o que VOCÊ aprontou ontem, que agora eu vou tomar um banho." Ele falou e seguiu para o quarto.
Fiquei na sala tomando meu café, tentando me lembrar mais uma vez da noite anterior. O que será que EU tinha feito para null me tratar daquele jeito? Fiquei ali alguns minutos pensando em tudo aquilo. Um tempo depois resolvi ir até o quarto de Peter acordá-lo, mas acabei trombando com null no corredor.
"Vai sair?" Perguntei ao vê-lo todo arrumado (e MUITO cheiroso, diga-se de passagem.)
"Vou buscar o Peter na casa do null, e depois vou dar uma volta com ele." Respondeu passando por mim com certo desprezo.
"O que o Peter 'ta fazendo lá, null?" Perguntei confusa, seguindo-o.
"Eu o deixei com a babá da Sofia, antes de eu e a null irmos atrás de você e do null, no Allah. Ou você preferia que eu o levasse para encontrar a mãe dele naquele estado deplorável que você estava ontem?" null falou para mim, parando perto da porta.
"null... Eu não..." Tentava falar mas não conseguia raciocinar bem. Que droga! Por que mesmo eu bebi ontem?
"null.. Vai curar essa ressaca, vai. E tenta lembrar de alguma coisa..." Ele falou se aproximando de mim. "A gente conversa melhor quando eu voltar." Ele deu um beijo em minha testa e saiu, me deixando sem reação nenhuma ali. Seja lá o que tenha acontecido ontem, eu precisava lembrar!

Peguei o telefone e liguei imediatamente para a casa de null. Precisava lembrar do que tinha acontecido na noite anterior. Na certa, ele ou null poderiam me ajudar.
"Alo?" null falou, atendendo o telefone.
"null! Sou eu, amiga..." Comecei a falar mas logo ela me interrompeu.
"Não acredito que você teve a audácia de ligar na minha casa e ainda por cima me chamar de amiga!" Ela falou em um tom mais alto.
"null... Do que você está falando?" Perguntei sem entender nada.
"A surra que eu te dei ontem não serviu para você se tocar não? Me esquece, null!" Ela gritou do outro lado da linha e desligou o telefona na minha cara.
Fiquei totalmente sem reação. Que surra será que ela estava falando? Eu lembrava vagamente de uma briga na balada. Será que a null brigou com alguém? Será que eu briguei com ela? Mas por que motivos eu faria isso? Eu conhecia a null há tanto tempo! Nós nunca discutimos uma vez se quer, quem dirá brigar de verdade. Aquilo não fazia sentido.
Resolvi então falar com null. Fiquei com certo receio de ligar para ele depois do telefonema da null, então mandei apenas uma mensagem.

Você também 'ta bravo comigo? Não lembro de nada e parece que o mundo se virou contra mim. Diz que você vai me contar o que eu fiz de tão mal, diz? xX null.

Não demorou muito para que ele me enviasse a resposta:

Não 'to bravo com você não. O mundo se virou contra NÓS. Podemos nos encontrar no Studio daqui uma hora, que tal? Lá o território é neutro! xX null

Respondi dizendo que iria e fui tomar um banho. Me troquei rapidamente e saí de casa. Não aguentava mais ficar sem saber o que tinha acontecido na noite anterior. Passei por uma Starbucks que havia próxima ao Studio dos meninos, e peguei um café para mim e outro para null. Na certa, ele não estava num estado tão diferente do meu, e um café nos faria bem.
"Café?" Perguntei entrando na sala de null.
"Claro!" Ele respondeu levantando-se da sua mesa e vindo até mim. "Você adivinhou meus pensamentos!"
"É, não eram muito diferentes dos meus..." Falei me sentando no sofá e null riu.
"O null 'ta aí com o Peter. Eu vim com eles para cá!" null falou, sentando-se no sofá de frente para mim.
"Ele sabe que eu vinha para cá te ver?"
"Na verdade não. Eu não sabia como estavam as coisas entre vocês, então preferi ficar quieto pra evitar confusão." Ele falou, tomando um gole de seu café.
"Na verdade, nem eu sei, null..." Falei e suspirei alto. "Eu não consigo me lembrar de nada do que aconteceu ontem. Acordei e o null 'tava dormindo no sofá. A null gritou comigo no telefone. O que foi que eu fiz heim, null?!"
"O que NÓS fizemos você quis dizer, né?"
"Como assim o que nós fizemos?" Perguntei com uma cara assustada.
"Calma! Não fizemos nada demais! Você não se lembra de nada mesmo?" null perguntou e eu neguei com a cabeça. "Ok, tenho muita coisa para te contar então!"
"Conta logo porque eu não aguento mais ficar sem entender nada..."
"Ontem à noite, a gente foi para o Allah. Chegamos lá, começamos a beber e curtir a balada." Tom começou.
"Disso eu lembro, null."
"Então, você bebeu dois copos de vodka e acabou ficando muito louca. Eu também fiquei meio alto, mas fiquei consciente! Eu até falei para irmos embora porque já estava ficando tarde, mas você não quis, e como eu também 'tava meio alterado, não achei ruim ficar por lá curtindo. Daí, estávamos na pista dançando, e do nada a null apareceu com o null. Ela começou a gritar com a gente, porque nos viu dançando juntos. Sei lá por que, ela achou que a gente 'tava tendo um caso. Ela começou a fazer um escândalo, falou que a gente tinha inventado essa história de projeto para ficarmos juntos, sem que ela e o null descobrisse e tal..."
"Como assim, null? Nós dois tendo um caso? Da onde ela tirou isso?" Perguntei indignada.
"Sei lá da onde ela tirou essa história... Mas ela começou a falar um monte de baboseiras para você. Falou que se aproveitou da amizade dela para ficar comigo e etc. Aí, você já 'tava bêbada e começou a revidar, chamou ela de louca possessiva, e vocês duas saíram no tapa no meio da balada."
"Eu não acredito que a gente fez isso..."
"Ai, null... Você 'tava bêbada, ela roxa de raiva sabe-se lá o porquê... Vocês se pegaram lá mesmo..."
"Cara, eu não lembro de nada disso." Falei inconformada.
"É, você estava BEM bêbada."
"Mas o que aconteceu depois? E o null? Ele também acreditou que a gente 'tava tendo um caso?"
"Ah, eu e o null separamos a briga, e ele te levou para casa. Lá ele não me falou nada, e hoje ele falou comigo normal, como se nada tivesse acontecido, e nem comentou nada de ontem. Não sei o que vocês conversaram depois..."
"É, eu não lembro de nada de ontem... Mas ele dormiu no sofá e foi frio comigo de manhã. Mal olhou na minha cara..."
"Feliz ele não deve ter ficado, né null?!" null falou.
"É... Mas e você e a null? Estão brigados?"
"Ah, ela me deu o maior sermão da montanha ontem, falou um monte. Você sabe como ela é, não adianta justificar nada. Se ela acha que está certa, ela está certa e ponto. Ela colocou uma cortina no meio do nosso quarto, separando a nossa cama, você acredita? E hoje ela nem olhou na minha cara. Eu ia falar com ela, que fingia que não 'tava ouvindo..."
"Ai, null... Eu nem sei o que dizer. Ela deve estar uma fera comigo!"
"E ela está... Com nós dois! Não sei o que podemos fazer para tirar isso da cabeça dela, null."
"Bom, pelo menos daqui um mês a gente lança o projeto e esclarece tudo, né?"
"É... Mas não quero ficar um mês dormindo na mesma cama que minha mulher, com uma cortina no meio do quarto." null falou rindo, me fazendo rir junto.
Ficamos um tempo ali conversando, enquanto ele ainda me contava outras coisas da noite anterior. Depois de um tempo de muita conversa, ficamos uns minutos em silêncio enquanto eu tentava processar tudo o que null havia me contado. Parecia tão ilógico tudo aquilo. Como null poderia achar que eu estava tendo um caso com null? Maldita hora que eu inventei de beber...
De repente ouvi duas batidas na porta e uma risada conhecida invadiu a sala.
"Mamãe..." Peter entrou rindo, seguido por null.
"Oi, meu amor! Que saudades do meu filhão!" Falei, abraçando-o.
"O papai me ensinou a tocar duas músicas hoje!" Ele respondeu rindo.
"Não sabia que você estava aqui..." null falou, me encarando.
"Eu vim conversar com o null..." Falei meio sem graça.
"Bom, a gente já está indo. Vocês vão ficar aqui trabalhando?"
"Não. Eu acho que não vamos fazer mais nada hoje, né null?" Falei, me virando para null.
"Não, null... Se você quiser, pode ir com o null. Eu vou ficar aqui mais um pouco." Ele falou e eu me levantei.
"Então eu 'to indo com o null."
"Tchau, tio null!" Peter falou, se despedindo de null.
"Tchau, garotão! Tchau, null, tchau, null!" null falou e nós saímos.
"Não é nada disso que você está pensando..." Falei assim que nós saimos da sala de null.
"Eu não estou pensando nada. Deveria pensar em alguma coisa, null?" Ele me respondeu seco.
"Claro que não, null!" Falei em um tom indignado. "Você sabe que eu não..." Falei, mas ele me interrompeu.
"A gente conversa sobre isso em casa, pode ser?" Ele falou apontando com a cabeça para Peter. Imediatamente eu entendi o recado e resolvi esperar. Peter não precisava mesmo presenciar aquilo. Saímos do Studio e seguimos o caminho todo para casa em um silêncio matador.

Capítulo 25

"Peter, vai para o banho, amorzinho, que a mamãe vai preparar alguma coisa para a gente comer, vai." Falei para Peter assim que chegamos em casa.
"Mas mamãe... eu quero jogar videogame!" Reclamava.
"Depois você joga, filho. Agora já para o banho!" Falei levando-o para o quarto, e o deixei tomando banho enquanto fui para a cozinha fazer o jantar. Ao chegar lá, me deparei com null sentado na mesa, encarando o nada. "Podemos conversar agora?" Falei sentando-me de frente para ele, que apenas levantou a cabeça e me encarou sem dizer uma palavra. "Poxa, null. Não aguento mais ficar nesse climinha com você! Eu não fiz nada ontem. NADA! Caramba, será que a gente não pode resolver isso de uma vez?" Falei em um tom indignado para null, enquanto ele me encarava sério.
"Se você não fez nada mesmo, por que você está tão preocupada com isso, null?" Ele falou se levantando. "Eu já falei que a gente vai conversar sobre isso DEPOIS." Completou saindo da cozinha, me deixando ainda mais intrigada.
Depois de jantarmos, Peter e null foram jogar videogame e eu segui até meu quarto para trabalhar no projeto. Um tempo depois, fui até a sala para buscar Peter para dormir. Encontrei ele e null sentados no chão com o violão. null tocava enquanto Peter tentava decorar os acordes de música. Ao ver aquela cena, um sorriso discreto se abriu no meu rosto. Era fantástico ver os dois juntos. Não havia quem dissesse que os dois não eram pai e filho de sangue.
"Hey, mocinho. 'Ta na hora de dormir, heim?!" Falei me aproximando dos dois assim que null acabou de tocar.
"Ah, mãe! Deixa eu ficar mais com o papai..." Peter reclamava.
"Peter, sua mãe está certa. Agora é hora da mamãe ficar com o papai, e você ir para a cama, rapaz!" null falou, me deixando surpresa. "Vem que eu te levo!" Ele completou, se levantando. Pegou-o então no colo e o levou para o quarto. Segui os dois e fiz Peter dormir. Logo depois, segui para sala atrás de null. Ele estava novamente com o vilão, tocando "Bubble Wrap".
"But I know you hurt, people that you love and those who care for you I want nothing to do With the things you're going through" Ele cantava e parou ao me ver na porta.
"Muito propícia essa música para o momento, heim!?" Falei me sentando no sofá, de frente para ele.
"Eu gosto da melodia..." Ele falou colocando o violão de lado "... e até onde eu sei, não houve traição nenhuma, então não acho que essa música seja propícia!" Ele continuou, me encarando.
"null... Eu juro que não fiz nada..."
"Eu sei, null. Nunca duvidei disso!" Ele falou mantendo uma expressão séria no rosto, me deixando completamente confusa.
"Mas então porque..." Comecei a falar mas ele me interrompeu.
"Eu vi você e o null ontem, vocês não estavam fazendo nada de mais mesmo. Mas não vou dizer para você que eu fiquei super feliz em te ver bêbada, rebolando com meu melhor amigo no meio da balada, porque isso eu não fiquei mesmo!" Falou em um tom revoltado. "Poxa, null, você sabe que eu não ia te impedir de sair seja lá com quem fosse. Mas o que custava você ligar e avisar? Você não tem mais quinze anos... Não precisa se comportar como se tivesse!"
"null... Me desculpa, amor... Eu juro que eu não fiz por mal! Eu o null saímos para fazer uma pesquisa para o nosso projeto, aí eu acabei bebendo e nem me toquei de nada. Você sabe como eu sou fraca para bebida!" Falei um pouco envergonhada, por tudo que ele havia dito. "Me desculpa?"
"Fiquei muito chateado, null, não só com o que aconteceu ontem... Quando eu pedi para casar com você, eu não queria casar só para ganhar o título de seu marido... Eu casei com você para ficar com você, do seu lado! Mas desde que você começou esse projeto com o null, você só sabe se dedicar a isso. Quando você não está no Blanker, 'ta no Studio com o null. Quando não está com o null, está em casa trabalhando no bendito projeto. Que tempo sobra para mim nisso tudo, null? Que tempo sobra para o seu filho? Até o Peter está sentindo sua falta. Ultimamente você só vive para o trabalho; e para nós, sua família, sobra o quê? A preocupação em tentar descobrir onde você se meteu na sexta-feira à noite?"
"null eu..." Tentei argumentar alguma coisa, mas as palavras não saiam da minha boca. Ele tinha toda razão. No último ano eu estava me dedicando inteiramente ao projeto e ao meu trabalho. Eu realmente acabei deixando null e Peter 'de lado'. "null, você sabe que eu não fiz por mal. Eu sempre amei meu trabalho e também, me apaixonei pelo projeto de null. Eu sei que estou me dedicando demais aos dois, isso está me matando também. Eu só não sabia que isso estava te chateando..."
"Mas está, null! Não só a mim..." null falou em um tom derrotado. Ficamos alguns segundos em silêncio sem nos encarar. Em um impulso, me joguei em seu colo e me aninhei em seu peito, abraçando-o.
"Me desculpa, null..." Falei sincera e ele me abraçou em resposta. "Você sabe que eu não faria nada para te magoar, não sabe?"
"Eu sei... Mas também tem que começar a pensar em você. Essa sua jornada dupla está acabando contigo, meu amor." Ele dizia acariciando meus cabelos.
"Eu sei, null. Mas o projeto já está acabando... Daqui três meses é o lançamento!" Falei levantando minha cabeça para encará-lo. "Essa semana, eu e o null assinamos com a... com a empresa que vai lançá-lo." Falei com um sorriso enorme em meu rosto. "Eu juro que se uma das cláusulas do contrato não fosse manter sigilo absoluto, eu já teria te contado o que é; aí você entenderia minha empolgação com o projeto."
"Tudo bem... Eu espero mais três meses. Mas quero que você me prometa uma coisa." null falou e eu concordei com a cabeça. "Promete para mim que você vai diminuir esse seu ritmo de trabalho?"
"Claro, amor... Eu 'tava até pensando em sair do Blancker. O trabalho lá está me cansando demais..."
"Você não precisa fazer isso se não quiser..." null falou levando uma de suas mãos até meu rosto, passando a acariciar minhas bochechas.
"Mas eu quero..." Falei e finalmente vi um sorriso abrir em seu rosto naquele dia. "Você me desculpa por todas as besteiras que eu fiz ontem? E por todas as besteiras que eu fiz desde que a gente se casou?"
"Desculpo, meu amor..." Ele falou e eu dei um selinho rápido nele. "Eu não consigo ficar bravo com você!" Disse, grudando nossas testas. "Eu amo você demais!"
"Eu também te amo, null..." Falei e dei mais um selinho. "Te amo muito!" Continuei antes de finalmente null me puxar para um beijo.

Ouvi o barulho da chave abrindo a porta e olhei apreensiva para Peter.
"Já sabe o que fazer, né amorzinho? Não esquece o que a gente combinou." Falei e ele concordou com a cabeça sorrindo. Ele deu um pulo do sofá e correu em direção à porta.
"Papai..." Ele gritou ao ver null entrar e pulou em seu pescoço. "Eu 'tava te esperando."
"É mesmo, garotão? Me esperando para quê?" null perguntou confuso. Peter se jogou de volta no chão e pegou na mão de null, o puxando para seu quarto. Eu observei a cena da porta da sala e assim que null passou por mim, ele me puxou pela mão, para ir atrás dele.
"O que ele 'ta aprontando?" null sussurrou para mim enquanto Peter o levava para o quarto.
"Espere e verá!" Respondi com um sorriso no rosto e ele me olhou confuso.
"Aqui, pai!" Falou entrando no seu quarto. "Preciso que você me ajude a montar meu berço."
"Mas, Pet..." null começou a falar entrando no quarto atrás de Peter e parando em frente ao berço desmontado. "Você não acha que você já está grandinho demais para dormir no berço? Olha sua cama aqui..."
"Pai! O berço não é para mim!" Peter falou e null o olhou confuso. "É para o meu irmãozinho." Ele continuou e null então olhou para mim, ainda sem entender muita coisa. Eu apenas sorri. Ele veio até a porta, parando de frente para mim.
"Não me diz que..." Ele começou a falar e eu fiz que sim com a cabeça, colocando uma de minhas mãos em minha barriga. Ele então finalmente percebeu o que estava acontecendo ali, abriu um sorriso enorme enquanto seus olhos brilhavam intensamente. Ele colocou suas mãos sobre a minha barriga, se aproximando ainda mais de mim. "É verdade?" Ele sussurrou.
"É... Você vai ser papai!" Falei sorrindo e logo senti null grudar seus lábios nos meus, me dando um longo selinho.
"Você acaba de me fazer o homem mais feliz do mundo!" Falou sorrindo. "Eu te amo!" Ele então me abraçou pela cintura, me levantou do chão e me rodou no ar. Logo em seguida me colocou no chão e pegou Peter no colo. "Você vai ganhar um irmãozinho, rapaz!"
"Ou uma irmãzinha, né pai?" Pet respondeu rindo.
"Ou uma irmãzinha... Nós temos que comemorar, heim?!" null falou com Peter no colo e se virou para mim. "Liga para o null, para o null, para todo mundo! Hoje a gente vai comemorar!"
"Acho que a null não vai deixar o null sair conosco, mas..." Falei enquanto o via comemorar com Pet.
"Não importa! Quando essa birra de vocês acabar, comemoramos com eles então!" Falou piscando para mim, e eu sorri de volta. "Obrigado!" Ele falou e me deu um selinho, saindo correndo com Peter de cavalinho pela casa.

"Amor, tem certeza que não está feio esse vestido marcando minha barriga?" Falei para null, me olhando no espelho. Ele parou atrás de mim, me abraçando pela cintura e acariciando minha barriga, que aos cinco meses já estava grandinha.
"Você está linda. E esse vestido está lindo, mostrando para todos nossa filha." Ele falou dando um beijo em minha bochecha.
Ficamos os dois ali, observando nosso reflexo no espelho enquanto acariciávamos minha barriga. Era incrível como a cada dia que passava, eu descobria um novo motivo para ser mais feliz ao lado de null. Ele passou então a distribuir beijos pelo meu pescoço e me abraçou mais forte.
"Amor, não começa se não vamos nos atrasar para a festa." Falei tentando me afastar de null, em vão.
"Ah, esse projeto!" null bufou e se afastou de mim. "Finalmente hoje acaba esse suspense, heim!? Aí eu não vou ter mais que te dividir com o null." Ele falou rindo, me fazendo rir junto.
"Eu só espero que a null pare de frescura e volte a falar comigo hoje." Falei, indo até a cama e pegando minha bolsa.
"Ela vai, meu amor. Tenho certeza." null falou parando atrás de mim. "Está pronta?"
"Estou!" Falei sorrindo e null me deu um selinho.
"Vamos acabar com isso logo então." Ele falou me puxando pela mão para fora do quarto. "Peter... Vamos?" Chamou-o e saímos, em direção à festa de lançamento no projeto!

Capítulo 26
[ Coloque para carregar - Música 01]
[ Coloque para carregar - Música 02]

Chegamos ao salão em que estava sendo a festa de lançamento e me surpreendi com o número de pessoas que estavam ali na porta. Era incrível como depois de tanto tempo, o nome "McFLY" ainda atraia a atenção de muitos fãs. Desci do carro com null e Peter, e encontramos null, null e Sofia na portaria.
"Não sei por que eu me dei ao trabalho de vir a essa festa! Tenho certeza de esse tal projeto é esse bebê que a null está carregando na barriga." null falou ao me ver parar atrás dela e de null.
"É, null, espero que até o final da noite você mude de idéia!" Falei em resposta. "Oi, null!" O cumprimentei.
"Oi, null, oi null." null respondeu, nos cumprimentando.
"Hoje acaba o suspense, heim?!" null falou para null e nós rimos.
"É, dude! Hoje acaba..." Ele respondeu rindo. Pude perceber um olhar triste de null sobre nós. Nos últimos meses eu sentia uma falta enorme da minha melhor amiga. Ela insistia piamente na história de que eu e null estávamos tendo um caso e, apesar de o casal já ter feito as pazes há certo tempo, ela insistia em não falar comigo.
Logo entramos no salão onde havia um palco com um púlpito e umas mesas na parte de baixo. Havia uma pequena pista de dança, e uma banda tocava ao fundo músicas do McFLY. O salão todo estava decorado com fotos dos meninos, e algumas fotos também eram exibidas no telão do palco principal. Apertei fortemente a mão de null enquanto entrávamos.
"Queria que o null estivesse aqui hoje!" Falei no ouvido de null.
"Eu também queria, amor." Ele respondeu e deu um beijo em minha testa.
Nos sentamos na mesa juntamente com null e null. Logo, null e null chegaram e sentaram-se conosco. Conversamos animadamente enquanto víamos os convidados chegarem. Peter e Sofia já haviam se levantado e provavelmente já estavam correndo por aí. Apenas null mantinha um olhar triste no rosto e estava quieta. Senti um aperto no peito ao vê-la naquele estado, queria muito fazer as pazes com ela.
"null, está na hora..." null falou, se levantando da mesa. Olhei para null nervosa, e ele sorriu para mim.
"Boa sorte!" Ele falou e me deu um selinho. Me levantei e segui com null até o palco.

A música parou e um holofote iluminou null, que estava atrás do púlpito no palco.
"Boa noite, senhoras e senhores..." Ele falou, chamando a atenção de todos ali. Eu apenas o observava atrás do palco, esperando ansiosa a minha vez de entrar. "Gostaria de agradecer a todos pela presença e, bem... Estamos aqui para o lançamento de um sonho. Uma idéia que surgiu em um bate papo entre amigos, e acabou virando o resumo de um vida, ou melhor, de quatro vidas. Com vocês: 'BACK TO THE PAST: A história da banda inglesa da época'." null falou e a imagem da capa do livro apareceu no telão: null, null, null e null dentro de um DeLorean. Senti meus olhos encherem de lágrimas enquanto todos no salão aplaudiam. "Para contar melhor essa história, eu chamo aqui a autora do livro, e uma das principais testemunhas da vida do McFLY: null null." null me chamou e eu caminhei até ele. Minhas mãos trêmulas seguravam o pequeno discurso que eu havia preparado. Olhei nervosa para null, que piscou para mim, me encorajando a ir em frente. Olhei para todas aquelas pessoas do lado de baixo. null me encarava sorrindo, e pude ver algumas lágrimas escaparem dos olhos de null. Meu olhar então parou em uma foto no fundo do salão. Aquela era a razão de tudo, era a hora de ir em frente. Fechei os olhos e respirei fundo antes de começar. [N/A: Coloque a música 01 para tocar]
"Era uma vez uma banda... Era uma vez quatro garotos que queriam viver de música. Que queriam viver 'A' música. Era uma vez a minha vida... E ela nunca mais foi a mesma depois que essas duas histórias se entrelaçaram." Comecei a falar tentando não deixar nenhuma lágrima cair. "Eu conheci null, null, null e null há tanto tempo, que eu não achei que seria capaz de me lembrar dos primeiros anos, os primeiros diálogos, os primeiros acordes... Mas quando vasculhei os arquivos na minha memória, lá estavam eles... Todos os sorrisos, as piadas, as melodias, as letras... E então eu me dei conta que esquecer qualquer coisa que tivesse relação com eles, seria esquecer uma parte da minha própria vida. A melhor época dela! De repente, eu ia a ensaios daquela banda... como era mesmo o nome? Ah, McFLY! É, McFLY, igual ao filme. E me apaixonava cada vez mais por aqueles rapazes despojados, divertidos e que, acreditem se quiser, tinham um coração enorme! Era impossível não gostar deles; e toda essa simpatia combinada ao talento que eu via em cada um, só podia levá-los ao topo. Não havia outra saída senão o sucesso. Foi o que aconteceu... mas é lógico que eu não tiraria o gostinho de vocês de lerem o livro, contando todo o resto desse conto de fadas aqui!" Eu dizia vendo um sorriso cada vez maior se formar no rosto de todos ali. "O único problema nessa história é que o roteirista lá em cima parecia gostar tanto deles, que resolveu que teria um dos garotos do McFLY só para si. E o levou de mim. E, nesse caso, três não é demais... não quando tínhamos quatro que eram a perfeição! Jamais vou me esquecer de como null sorria a cada vez que qualquer pessoa falava o nome de sua banda. Como ele amava os meninos, e o que faziam. E eu vou amá-lo para sempre, tanto que até dói..." Foi inevitável não deixar as lágrimas caírem essa hora, mas eu tinha que continuar. "Mas essa não é uma noite para ficarmos tristes! Quero dividir com vocês essa experiência incrível de ver uma banda se tornar a melhor do século... passo a passo, degrau por degrau. Eu nem sei como minha vida estaria se não fosse por eles. Tudo seria tão diferente, que fica difícil imaginar! E se existe uma pessoa que compartilhou cada momento desses comigo, respirando McFLY, comendo McFLY, vivendo McFLY, esse alguém está nessa sala também. Como não mencioná-la? A pessoa que me trouxe os motivos pelos quais eu tenho vivido ultimamente? Minha melhor amiga, minha irmã, minha mãe algumas vezes, minha consciência em outras... obrigada por tudo isso, null!" Falei encarando null e pude ver um sorriso finalmente se formar em seu rosto. "Por fim, Thomas Fletcher, Daniel Jones, Harry Judd e Dougie Poynter começaram como sonhadores... Desejavam ser reconhecidos pelo som que faziam, pelo estilo que tinham, pelo jeito que tocavam... Hoje, o McFLY é a inspiração, são eles que despertam esses sonhos em outros garotos. E "No, no, no... nothing’s wrong with dreaming", certo meninos?" Terminei de falar vendo todos no salão se levantarem para aplaudir. Me virei para null e corri para abraçá-lo.
"Ficou lindo!" Ele falou em meu ouvido.
"Obrigada por me deixar fazer parte disso." Falei, deixando algumas lágrimas escorrerem.

Saí do palco, seguida por null. Assim que desci, encontrei null parada na ponta da escada com os olhos cheios de lágrimas. Ao me ver, ela veio até mim e me abraçou forte.
"Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa." Ela pedia deixando algumas lágrimas caírem enquanto me abraçava.
"Ai, amiga, eu não devia, né?!" Falei sentindo os olhos cheios de lágrimas também. "A gente ficou brigada por uma besteira, caramba! Senti tanto sua falta!" Falei, deixando algumas escaparem.
"Também senti sua falta! Me desculpa!"
"Claro, sua boba! Desde que você prometa para mim que não vai mais duvidar da minha fidelidade, nem a do seu marido!" Falei e null riu. "Você acha mesmo que eu ia ter um caso com o null, poxa?"
"Eu sei que não!" Ela falou rindo. "Mas eu não quero que vocês dois escondam mais nada de mim."
"Nós não vamos. Te garanto!" Falei e logo soltei null para ela ir falar com null. Saí pelo salão atrás de null, e logo senti alguém me agarrar pela cintura e me dar um beijo no pescoço. Me virei para encará-lo, e entreguei um exemplar do livro para ele.
"O primeiro exemplar é para você!" Falei, entregando o livro e ele o pegou com um sorriso enorme no rosto. "Espero que você goste."
"Eu já gostei." Falou e logo em seguida me deu um beijo. "Obrigado!" Grudou nossas testas assim que desfizemos o beijo. "Jamais imaginaria que alguém pudesse fazer isso por mim, pela banda! É incrível, amor! Obrigado mesmo!" Ele continuou e eu o beijei ali.
Voltamos à mesa, nos juntando aos nossos amigos. null e null foleavam o livro e comentavam alguns trechos. Nós riamos muito lembrando dos velhos tempos.
"Mas finalmente vocês fizeram as pazes!" null falou para mim e null. "Sério, null, essa mulher estava insuportável sem falar com você." Ele continuou, e levou um tapa no braço, fazendo todos na mesa rirem.
"AAAHHHH! NÃO ACREDITO! Nossa música, amiga!" null falou alto, se levantando da mesa, quando "Do Ya" começou a tocar. "Vem, vamos dançar!" Me puxou junto com null para o meio da pista, e começamos a fazer a coreografia que tínhamos criado há anos. Logo, Sofia e Peter se juntaram a nós, enquanto os meninos riam, nos observando da mesa.
Logo, a música acabou e "Five Colours In Her Hair" começou a tocar. Continuamos dançando, como fazíamos há quase dez anos nos ensaios no fundo do quintal de null. Era uma sensação incrível, como se o tempo não tivesse passado. Não demorou muito para que os meninos se juntassem a nós.
null me pegava pela mão e me rodopiava pela pista, e Peter o imitava com Sofia.
Em determinado momento, null pegou em minha mão e me puxou para fora do salão, me levando até um tipo de "sacada" que havia do lado de fora. [N/A: Coloque a música 02 para tocar]
Assim que chegamos, ele me agarrou pela cintura e me deu um beijo no pescoço. O segurei pelo pescoço e fiquei encarando-o. Começamos a dançar ao som da música que vinha do salão.

Some people laugh
[Algumas pessoas riem]
Some people cry
[Algumas pessoas choram]
Some people live
[Algumas pessoas vivem]
Some people die
[Algumas pessoas morrem]

null conduzia nossos corpos de um lado para o outro enquanto me encarava sorrindo. A luz dançava em seus olhos e não tinha como eu me sentir mais feliz. Estava com o homem que eu amava, o homem que, por mais que eu quisesse fugir, seria SEMPRE o dono do meu coração.

Some people run
[Algumas pessoas correm]
Right into the fire
[Direto para o fogo]
Some people hide
[Algumas pessoas se escondem]
Their every desire
[De seus desejos]

"Você ainda vai me amar quando eu estiver velha, com a pele toda enrugada e esclerosada?" Perguntei para null, fazendo-o rir.
"Eu vou te amar até quando você estiver tão esclerosada, que vai trocar meu nome pelo do null. Resta saber se você ainda vai me amar até lá..."
"Que pergunta, null... Você acha mesmo que é possível eu deixar de amar você algum dia?"

But we are the lovers
[Mas nós somos os amantes]
If you don't believe me
[Se você não acredita em mim,]
Then just look into my eyes
[Então olhe dentro dos meus olhos]
'cause the heart never lies
[Porque o coração nunca mente]

"Eu não sei se eu consigo, se aguento mais ficar longe de você, um segundo que seja..." Falei encarando aqueles olhos null que mantinham um brilho intenso. "Promete para mim que você não vai me abandonar?"
"Claro, meu amor." Ele falou levando uma de suas mãos até meu rosto e acariciando minhas bochechas. "Eu não vou te abandonar NUNCA! Eu prometo."

Some people fight
[Algumas pessoas lutam]
Some people fall
[Algumas pessoas caem]
Others pretend
[Outras fingem]
They don't care at all
[Não ligar para nada]

"Se tem uma coisa que eu aprendi com você durante esse tempo todo que a gente se conhece, é que por mais que a gente fuja do nosso destino, uma hora nós vamos ter que encará-lo de frente." null dizia sorrindo. "E meu destino é ficar ao seu lado. Não tem por que fugir disso..."

If you want to fight
[Se você quiser lutar,]
I'll stand right beside you
[Eu ficarei bem ao seu lado]
The day that you fall
[No dia que você cair,]
I'll be right behind you
[Eu estarei bem atrás de você]

Senti os lábios de null grudarem nos meus enquanto ele me abraçava ainda mais forte, acabando de vez com qualquer espaço entre nossos corpos. Minhas mãos se perdiam em seus cabelos enquanto nossas línguas dançavam em uma sincronia incrível. Aos poucos, o beijo foi perdendo a velocidade, passando a vários selinhos, até nos encararmos novamente.

To pick up the pieces
[Para recolher os pedaços]
If you don't believe me
[Se você não acredita em mim,]
Just look into my eyes
[Olhe dentro dos meus olhos]
'cause the heart never lies
[Porque o coração nunca mente]

"'Ta ouvindo isso?"
"Isso o quê, null?" Perguntei confusa.
"Meu coração... Batendo forte!" Falou sorrindo. "Apesar de tanto tempo, ainda não me acostumei com essa loucura que acontece com ele quando você está por perto." Disse, me fazendo rir.

Another year over
[Outro ano acabou,]
And we're still together
[E nós ainda estamos juntos]
It's not always easy
[Nem sempre é fácil,]
But I'm here forever
[Mas eu estou aqui para sempre]

"'Ta sentindo?" Ele falou levando uma de minhas mãos até seu peito. Eu apenas concordei com a cabeça.
"Eu te amo, sabia?" Puxei seu rosto ainda mais para perto. Grudei meu lábios nos de null, e ele me abraçou ainda mais forte. Era incrível como, apesar de tanto tempo juntos, nossos beijos eram sempre apaixonados e cheios de desejo, como se fosse o primeiro.

We are the lovers
[Nós somos os amantes]
I know you believe me
[Eu sei que você acredita em mim]
When you look into my eyes
[Quando olha dentro dos meus olhos]
Because the heart never lies
[Porque o coração nunca mente]

"Eu também te amo!" Ele falou assim que desfizemos o beijo. "Te amo com todas as minhas forças. Te amo por completo, com todos os defeitos, todas as qualidades... Simplesmente te amo, null." Ele continuou e logo em seguida me deu mais um beijo.

But we are the lovers
[Mas nós somos os amantes]
If you don't believe me
[Se você não acredita em mim,]
Then just look into my eyes
[Então olhe dentro dos meus olhos]
'cause the heart never lies
[Porque o coração nunca mente]

Assim que desfizemos o beijo, abracei null mais forte e repousei minha cabeça em seu peito. Uma de suas mãos acariciava meu rosto, enquanto a outra me segurava fortemente pela cintura. Fechei os olhos e respirei fundo, querendo guardar aquele momento para sempre na minha memória.

Another year over
[Outro ano acabou,]
And we're still together
[E nós ainda estamos juntos]
It's not always easy
[Nem sempre é fácil,]
But I'm here forever
[Mas eu estou aqui para sempre]

"É agora?" null me perguntou enquanto dançávamos ali.
"Agora o quê, null?" Perguntei confusa.
"A parte que o narrador fala 'E eles viveram felizes para sempre', e os créditos sobem?" Respondeu rindo.
"Bom, deve ser..." Eu falei rindo também. Ele então me abraçou mais forte, me levantando do chão e me rodopiando no ar.

Another year over
[Outro ano acabou,]

And we're still together
[E nós ainda estamos juntos]
It's not always easy
[Nem sempre é fácil,]
But I'm here forever
[Mas eu estou aqui para sempre]

"Meu final feliz!" Ele falou para mim assim que me colocou de volta no chão. O encarei sorriso e grudei nossas testas.
"NOSSO final feliz." Falei para ele antes de senti-lo depositar mais uma vez seus lábios nos meus. É, aquele era null, e meu coração era completamente dele. Não tinha como fugir disso.

'cause the heart never lies
[Porque o coração nunca mente]
Because the heart never lies
[Porque o coração nunca mente]


EPÍLOGO

Estava parada atrás da lápide, e todas as memórias dos oitenta anos da minha vida passavam como um filme na minha mente. De lá, dava para ver null, Peter e Amy parados um ao lado do outro, de frente para mim, enquanto o resto das pessoas seguiam em direção à saída do cemitério.
"Ela com certeza está num lugar melhor agora, filho!" null disse, passando o braço por trás de Peter, o abraçando.
"Eu sei, pai. Eu sei." Disse enxugando algumas lágrimas que teimavam em escorrer pelo seu rosto.
"Ela estava tão bem... Foi tudo tão de repente!" Amy se lamentava abraçada a null, se referindo ao modo como o câncer invadiu meu intestino e de repente tomou conta de tudo em meu abdômen.
"Pelo menos agora a gente sabe que ela não está mais sofrendo." null dizia olhado para minha lápide. Pude perceber que seus olhos se encheram de lágrimas e então ele continuou. "Pode parecer estranho dizer isso, mas eu agradeço a Deus por tê-la levado antes de mim. Eu prometi a ela que eu não a deixaria nunca. Odiaria ter que descumprir minha promessa. Ela já passou pela morte do seu pai. Seria injustiça demais ela ter que enterrar outro grande amor." Disse deixando as lágrimas caírem sem cerimônias. Os três se abraçaram enquanto choravam feito crianças. Aquilo era injusto demais com eles. Eu não podia abandoná-los ali. Dei dois passos em direção a eles, mas alguém me impediu de seguir em frente, segurando-me pelo ombro.
"Peter!" Sofia apareceu chamando o marido. "Nós já estamos indo, amor. Os garotos já foram para casa. A mamãe está esperando no carro. Esse clima a fez lembrar do papai. Vamos?" Ela falou se aproximando de Peter, null e Amy. Os três se soltaram e Peter seguiu até Sofia.
"Eu te amo, meu amor. E vou continuar te amando sempre." null disse, voltando a se virar para a lápide, limpado as últimas lágrimas que caiam pelo seu rosto.
"Vamos pai. Como você mesmo disse, ela está num lugar melhor agora!" Amy falou pegando na mão de null, e então eles seguiram Pet e Sofia em direção à saída.
Olhei para o lado e encarei a pessoa que havia me segurando anteriormente. Surpreendentemente eu já sabia quem encontraria ali, mesmo sem olhar.
"Eu não queria deixá-los." Falei em um tom quase inaudível.
"Eu também não queria ter te deixado a anos atrás, null. Mas foi necessário." null falou, pegando em minhas mãos. "Se eu não tivesse te deixado, você nunca poderia ser feliz com o homem ao qual seu coração sempre pertenceu. Se eu não tivesse te deixado, você nunca daria uma segunda chance ao null. Você entende agora?" Me perguntou e eu concordei com a cabeça. "É tudo parte de um plano maior."
"Mas eu ainda não entendo por que eu tive que deixá-los..."
"Para poder preparar um lugar para eles aqui, do mesmo jeito que eu preparei um para você." null disse sorrindo. Como eu senti falta daquele sorriso! Num impulso pulei em seu pescoço e o abracei fortemente.
Fechei os olhos, tentando aproveitar ao máximo aquele momento, como era bom estar nos seus braços. Quando abri os olhos novamente, me soltando de null, pude perceber que algo havia mudado. Minha pele não estava mais enrugada como antes, passei as mãos sobre meus cabelos e surpreendentemente eles estavam compridos novamente e sem nenhum fio branco. Olhei para null confusa, e ele apenas sorriu, pegando em minha mão novamente e nos virando.
"Pronta para ir?" Uma voz conhecida falou atrás de mim e eu virei para encarar o dono da conhecida voz.
"null!" Falei indo até ele, e dando-lhe um forte abraço. Assim como eu, ele aparentava estar mais jovem agora.
"Você achou mesmo que eu perderia esse momento? Eu tinha que vir aqui te buscar também." Falou sorrindo, me abraçando de volta.
"null, me desculpa..." Falei me soltando dele e o encarando.
"Desculpar pelo quê?" Perguntou confuso.
"Por ter deixado a null sozinha. Eu prometi para você que eu estaria do lado dela sempre..." Falei em um tom derrotado.
"Você não a deixou sozinha, ela tem a Sofia, o Peter, nossos netos, nossos amigos... Você ficou com ela o quanto pôde. E pode ter certeza que o seu apoio foi essencial à ela." Ele disse sorrindo e me abraçando novamente. "Obrigado por ter cuidado dela!"
"Eu não fiz mais que a minha obrigação." Falei e logo me soltei de null.
"Desculpa estragar o momento, mas está mesmo na nossa hora..." null disse se aproximando de mim e pegando novamente em minha mão.
"É mesmo. Temos que preparar tudo para o null." null falou e eu o olhei confusa. "Qual é? Você acha mesmo que ele aguentaria ficar muito tempo longe de você?"
"Vocês não foram feitos pra ficar muito tempo longe um do outro null. Não mesmo." null falou sorrindo e eu sorri em resposta.
Ele estava certo. Eu sabia que, por maior que fosse a distância entre nós, não demoraria muito para ficarmos juntos novamente. E por mais triste que aquilo podia parecer, me senti mais leve ao saber que logo null se juntaria a nós. Nós realmente não fomos feitos para ficarmos muito tempo um longe do outro. Não podíamos.

FIM


Nota da autora: Must Be A Dream começou literalmente como um sonho. E hoje esse sonho chegou ao fim. O fim pode parecer não tão feliz quanto vocês esperavam, mas mesmo assim espero ter agradado de alguma forma. Além de tudo, espero ter passado a vocês a idéia principal da fic, a de DESTINO, de que não importa o que aconteça, se você tiver que ficar com alguém, não haverá nada, nem ninguém será capaz de impedir isso!
Gostaria de agradecer a TODAS pelo carinho, atenção, elogios, críticas, e também por terem gastado um pouquinho de tempo lendo tudo isso que eu escrevi com tanto carinho. Gostaria também de mandar um mega beijo à todas minhas leitoras VIPs, que leram, acompanharam, opinaram e me ajudaram também a construir a fic, e principalmente à Lary, que me ajudou nesse último capítulo, com o discurso lindo no lançamento do projeto (sim, foi ela que escreveu, então a culpem pelas lágrimas!). Gostaria também de mandar um mega beijo e agradecer muitíssimo a minha beta querida, Line, que me ajudou a fazer a fic andar aqui no FFOBS, e merece seus créditos por fazer minha bebezinha chegar até vocês! Muito obrigada, Line! (L)
Bom gatinhas, só me resta agradecê-las mais uma vez e, para não perder o costume, pedir para deixarem um recadinho dizendo o que acharam do fim, se gostaram ou não da fic e etc.
Nos vemos por aí em uma outra fic, MBD2 talvez? Vamos ver...
NÃO DEIXEM DE COMENTAR! MUITÍSSIMO OBRIGADA PELO CARINHO.

Um MEGA beijo para cada uma de vocês.

Kakis*
@email
@carolkurras
/formspring.me
/tumblr
/Por trás de MBD

Da autora:
* My baby cupid
* You know I need you (Em breve)

Nota das Leitoras e Indicações de Fics: Clique AQUI e leia!

Nota da beta: Eu já falei para a Kakis via Twitter, mas repito aqui: terminei de ler/revisar e não sabia se chorava, sorria feito uma boba, me descabelava... ainda não sei qual reação ter, e na dúvida, tive todas.
Que fofura de fic. Dá vontade de se apaixonar; de acreditar que existe um 'homenzinho' bacana para viver a vida toda juntinho; e ser aquele casal de velhinhos, mais enrugados que uva passa, andando de mãozinhas dadas pela rua. Aoun!
E sinto que minha missão com "MBD" foi completada. Lembro que peguei a fic no capítulo cinco, corri e consegui alcançar os outros sites, que estavam no dezoito. #WeAreTheChampionsFeelings.
Sem mais delongas, obrigada Kakis por ter me dado a oportunidade de ser a babá de 'Must Be a Dream', e por nunca ter me pressionado (pelo contrário, sempre me elogiou) e ter sido uma fofa. Fora que fui mais leitora que beta; fiction bem escrita, sem erros, sem trabalho.
Sucesso sempre. :)
Encontrou algum erro de português ou HTML? Puxe minha orelha através do e-mail. Vale lembrar que peguei a fic do capítulo 05 em diante. Line.

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