Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente pra compartilhar as mesmas recordações. (Vinícius de Moraes)
Eu e éramos amigos de infância. Quando estava com ele sentia que nada podia me deter. Nós éramos vizinhos, e ficávamos 25 horas grudados um no outro... Aonde eu ia, ele ia. Aonde ele ia, eu ia.
- , meu bebê. Soube que você e uns amigos vão montar uma banda né?
- Vamos sim, . Legal, né?
- É sim. Dou todo meu apoio para vocês! Desde que você não se esqueça de mim quando ficar famoso. – Eu sorri para ele.
- Nunca! Nunca vou me esquecer de você, . Não diga mais isso, bobinha. – Ele disse apertando minhas bochechas.
- , sabia que eu te amo? – Eu disse sorrindo para ele.
- Eu te amo mais ainda, princesa. – Ele disse encostando sua testa na minha e retribuindo o sorriso.
- Vamos andar pelo parque?
- É uma boa idéia. Vamos sim. – Fomos andando até o parque.
Às vezes eu sentia que era mais que um amigo para mim. Mas a gente nunca tinha ficado... Não sei, às vezes eu sentia algo no fundo do meu coração e uma felicidade quando estava com ele, que eu não sentia com mais ninguém. Chegamos lá e sentamos em um banquinho com a pintura já descascada, o parque era meio abandonado, mas nós sempre gostamos de lá. É o nosso cantinho especial, nos lembrava infância.
- Então, bebê, quando eu vou conhecer os meninos da sua banda? – Eu disse olhando para seus olhos azuis que refletiam a luz do sol.
- Sua safada! – Ele disse olhando e rindo. – Já ta de olho nos meus amigos. Não deixo não, hein.
- Eu? Claro que não! Eu sou menina de família, . – Disse rindo. – Talvez um pouquinho só. – Falei brincando com ele e ainda rindo.
- Mas que amiga biscate que eu fui ter, hein? – Ele continuava rindo. Os momentos com ele eram sempre muito descontraídos, ele me deixava feliz e me fazia esquecer que existia tristeza nesse mundo. Ser amiga dele era como viver na terra do nunca.
- Poxa, , magoou. – Eu falei olhando para ele e fazendo carinha de ‘snirf’.
- Own... Eu sou sincero, poxa. Não me culpe.
- ! – Eu falei dando um tapa no seu braço e levantando a sobrancelha.
- To brincando, linda, é claro que eu não acho isso de você!
- Acho bom, se não você sabe que eu ia cair para a ‘fight’ né? – Falei rindo e ele me acompanhou.
- Pára tudo! A bombadona vai usar seus mega músculos e me bater! Estou com medo, corro risco de sair quebrado daqui. – disse zoando de mim e eu o olhei semi fechando os olhos, depois comecei a rir.
- Calma, bebê, isso só iria acontecer se você não tivesse desmentido! E eu não gasto meus lindos músculos hiper bombadões com quem não merece. – Fiz cara de “hmpf” para ele.
- Você ta dizendo que eu não sou bom o bastante é?
- Bom... Depende dos ouvidos de quem ouve. Se você achou isso, é por que você não é seguro o bastante. – Falei rindo da cara dele e deixando-o sem ter o que falar.
- Ta, agora você me pegou.
- Ahá! Eu sou demais. Sempre dou a última palavra.
- Menos! Pode abaixando sua bolinha, ta bom dona ?
- Eu sou boa demais para abaixar minha ‘bolinha’. – Disse rindo e me fazendo de metida.
- Se acha né? Coitada. – Ele riu. – Mas então, voltando ao assunto inicial... Eu acho que vamos ter um ensaio Domingo, amanhã, lá em casa. Se você quiser ir, é só bater lá.
- Ah, claro. Nem precisa perguntar, já saber que eu vou. Eu vou dar a honra da minha presença na sua casa! Sinta-se especial.
- Acho que não, hein? Depois que você sair vou ter que desinfetar a casa. – Ele fez cara de nojo e riu.
- Ai, cala a boca, ! – Falei olhando para ele com olhar de serial killer e dando um pedala nele.
- Quem você acha que é para sair me batendo? – Ele disse retribuindo o olhar de serial killer.
- Nossa, desculpa se minha força te atingiu, não tenho muito controle sobre ela. Quer que eu chame a ambulância?
- Eu vou chamar é a graça para vir aqui, sabe? – Ele disse irônico.
- Querido, eu sou a graça em pessoa. Não precisa chamá-la, por que ela já está aqui!
- Hahahaha, estou até rindo. Não percebeu?
- Ta,, chega de assunto de mongol. – Disse rindo.
- Mas você é mongol! O que eu posso fazer?
- Como se atreve? Você está conversando com uma futura milionária, e não deve tratá-la ela assim.
- E como você pretende ficar milionária? Rodando bolsinha na esquina?
- Não. Casando com o milionário... Mas a sua sugestão não é das piores. – Falei gargalhando.
- Sua retardada! Vamos para casa, ? Daqui a pouco anoitece, e eu não quero nossos pais preocupados.
- Ah, relaxa. Meus pais foram ao shopping, e minha mãe só sai de lá quando o segurança a expulsa, praticamente.
- Ah, ta. Mas os meus estão em casa, quer ficar lá?
- Pode ser. Lá já é minha 2ª casa mesmo... – Disse enquanto já caminhávamos a caminho da sua casa, que ficava a uns 50 metros dali. Quando chegamos lá, eu cumprimentei seus pais, que eram meus segundos pais também. Resumindo, eu era quase da família dele e ele quase da minha devido ao fato de eu ter o conhecido aos meus 2 anos de idade. Temos 17 anos e estudamos na mesma escola. Cheguei lá em cima e pulei na cama dele, era uma das melhores que eu já tinha visto, era macia e tinha o cheiro dele. Eu me sentia confortada.
- Cara... Eu tenho que parar de te dar tanta confiança, daqui a pouco você vem dormir na minha cama todos os dias, se apoderando dos meus pais e de tudo que eu tenho. – Ele falou rindo.
- Caramba! Quem te contou? Você descobriu meu segredo.
- Qual é né... Você está falando com o legítimo detetive , madame.
- Uia, que chique. Senti-me especial agora, hein?
- Esse privilégio é para poucos. Aproveite.
- Metido. Pf... – Eu disse rindo e metendo minha cara no travesseiro.
- Vou tomar banho, , já volto.
- Não precisa voltar não... To bem sem você.
- Brigado hein... Também te amo besta. – Fiquei em sua cama pensando e olhando para o pôster do All Time Low que ele tinha em seu quarto. Pois é, até os gostos dele eram parecidos com os meus. Eu fiquei tendo altos devaneios sobre como seria meu primeiro encontro com Zack Merrick, e então peguei no sono. Quando acordei estava escuro e estava no computador, olhando seu Orkut. Fiquei o observando quieta. Ele parecia bem concentrado então resolvi lhe dar um susto. Para quê? O garoto quase caiu da cadeira... Foi engraçado, mas ele ficou bem assustado.
- Qual é seu problema, quer que eu morra é? Eu quase tive uma coisa do coração. Você tava dormindo aí quieta e do nada acorda e me dá um susto. – Eu fiquei rindo dele sem falar nada. – Mas enfim, a bela adormecida acordou né? Meu cabelo já até secou, de tanto tempo que você dormiu.
- Não, , to dormindo ainda. – Disse olhando ironicamente para ele. – Ah, e como se isso fosse difícil. Seu cabelo seca em meia hora! Se o meu tivesse secado, aí sim seria um grande período de tempo.
- Então ta sonhando comigo né? Que bonitinha. – Ele retrucou. – Quer comer alguma coisa, ?
- E tem coisa para comer? Sempre que eu chego você já comeu tudo sozinho, seu gordo.
- Ah, nem vem, , eu só sou fortinho... Não sou gordo, imenso, bola de futebol, rolha de poço, bala de canhão. – Ele ia falar mais, mas eu o interrompi.
- Ta bom, ... Já entendi. Seu complexado.
- Baleia assassina... Ta, parei.
- Acho bom, se não quem ia ser assassina era eu.
- Que isso, está em seu momento revolta. Vai com calma menina! - Falou rindo.
- Você não me respondeu... Tem comida ou não?
- Hm... Erm...
- Sabia! Você comeu. – Falei rindo alto.
- Tem biscoito!
- Ta, vamos comer biscoito. Foda-se, qualquer coisa a gente vai lá em casa e pega coisa para comer.
- Sua casa tem coisa para comer?
- Tem. Eu não sou uma gorda como CERTAS pessoas. – Dei ênfase no ‘certas’ só para tirar uma com a cara dele.
- Ta bom, já entendi que eu como demais, !
- Tenho que reforçar sempre, né? Se não, qual seria a graça? – Disse rindo e ele olhou para minha cara com cara de bunda mal lavada. – Ah, ... Tenho que avisar a minha mãe que eu vou dormir aqui.
- Ah... Você vai?
- Vou. Não percebeu que acabei de me convidar?
- Pois é, desculpa, madame dona da casa.
- Vou pensar no seu caso...
- Ok, pensa com carinho. – Descemos, comemos e depois ficamos no computador, zoando naqueles sites de chats esquisitões. Depois ficamos com sono e resolvemos dormir. Nem pegamos outro colchão no quarto porque ficamos com preguiça. Eu acabei dormindo na mesma cama que ele, abraçada. No dia seguinte quando acordei, eu estava deitada em seu peito e ele estava me olhando fazendo carinho no meu cabelo.
- Hm... – Disse virando a cabeça.
- Bom dia, .
- Bom dia... – Disse falando baixinho com voz de sono.
- Se liga, eu tava te esperando acordar... Esperei um bom tempo, por sinal. Tenho que me arrumar, daqui a pouco os meninos vão chegar aí e eu nem to pronto ainda.
- Ta bom. Me deixa dormindo aqui, que eu ainda to com sono... – Falei me levantando dele e indo para o travesseiro.
- Eita, como você dorme, hein, criatura? – Eu não respondi se não ia dar inicio a um diálogo e ia me despertar. Simplesmente voltei a dormir, até que depois de um tempo ouvi a porta do quarto se abrindo. Quando vi uma pessoa entrando, e não... Não era ! Eu dei um grito e peguei rapidamente a coberta para me tampar, porque eu estava praticamente toda arregaçada e de pijama, que já ficava direto na casa dele, já que estava sozinha.
- Quem é você? – Disse assustada.
- Digo o mesmo. O que ta fazendo na cama do meu amigo? – Ele disse me olhando maliciosamente.
- Bom, eu dormi aqui. E antes que você pense merdas, eu sou só uma amiga dele, ok?
- Amiga... – Ele disse me olhando, ainda. – Que amiga... – Ele disse baixinho na intenção de que eu não escutasse, mas eu sempre escuto mais do que devo.
- Eu ouvi esse comentário... Mas prefiro ficar quieta em relação a isso. – Vi-o corar na hora em que disse isso. - Enfim, qual é seu nome, garoto?
- , prazer. E o seu?
- . E preciso levantar daqui, já que eu acabei acordando... Será que dá para dar licença um instante?
- Só vou pegar uma coisa aqui e não demoro.
- Ta. – Eu esperei ele sair do quarto e me vesti, ainda com muito sono. Quando estava descendo as escadas começou o barulho do ensaio deles. Entrei na sala onde eles estavam e todo mundo parou para olhar para mim.
- Que foi gente? – Eles continuaram olhando para mim. Até estava paralisado.
- , eu acho que você não deveria ter descido só de calcinha para cá. – Eu olhei para baixo e vi que realmente estava de calcinha, em frente de 4 garotos. Fiquei roxa que nem uma berinjela de vergonha. Nunca tinha sentido tal sensação. Então eu subi e botei minha calça do dia anterior, e desci novamente ainda morrendo de vergonha. Queria que aquilo tivesse sido apenas um pesadelo, então me belisquei, e infelizmente, aquilo tudo era real. Cheguei à porta novamente e todos olharam novamente para mim.
- Ah, qual foi... Agora eu to vestida. Por que vocês estão me olhando tanto?
- Não é muito normal terem mulheres aqui. Por acaso você ta namorando ou casou com o ? – Disse um menino loiro dando uma risadinha.
- Nenhum dos dois. – Afirmei. – Eu sou AMIGA, A-M-I-G-A dele ok, gente? – Todos me olharam estranhamente e não acreditaram muito.
- , deixa eu te apresentar os meninos... Esse é o . – Eu o interrompi.
- Pois é, esse ai e conheci quando ele entrou no seu quarto. – Falei dando um sorrisinho do canto da boca. Então ele continuou falando.
- Aqueles são o e o . – Dei um oizão geral para todo mundo e eles retribuíram. – Pessoal, essa é . Minha amiga de infância. – Ele me apresentou a eles. Analisei todos eles e concluí que o mais bonito deles, era realmente o . Os outros eram até bonitos, mas o tinha algo diferente.
- Vamos voltar a tocar gente? – Disse animando o pessoal. E eu fiquei observando por algum tempo, até que eles pararam. Nós começamos a conversar, eles eram bem simpáticos até. E o ficava me encarando com aqueles grandes e lindos olhos. Não que os do não fossem, mas eu já estava acostumada. Fomos ao mercado depois, compramos algumas coisas e a mãe do fez o almoço para nós. Logo depois, ficamos assistindo TV, estava passando algum jogo de futebol... Eu me incomodava um pouco com eles gritando toda hora com a TV, mas eu tinha que entender, porque, afinal, eles são garotos. E a maioria deles faz isso, é instintivo eu acho. Teve uma hora em que subi a escada e fui para o quarto de . Foi o tempo de eu deitar em sua cama até abrir a porta.
n/b: Se encontrar algum erro, favor avisar pelo ninapignatari@gmail.com