O parque todo está em foco. A cena transcorre normalmente com barulho ambiente. Cachorros e seus donos em qualquer brincadeira engraçada e desengonçada, jovens correndo com seus iPods presos aos ouvidos, o vento soprando, ao longe uma sirene, e claro, crianças correndo e fazendo barulho. O parque é bem iluminado, bonito e aconchegante. Um senhor de jaqueta e barba grisalha lê o jornal daquele dia, sentado num banco qualquer, enquanto sua netinha brinca com seu amiguinho. A cena caminha por todo o cenário e para ao pé de um escorrega. Onde uma menininha de cabelos claros e um sorriso enorme espera um menino de cachinhos e olhos null escorregar, e acompanha - lá numa brincadeira qualquer, mas divertida. A câmera gira, posicionando-se frente à garotinha, que agora brinca com um punhado de areia, tentando fazer um castelinho. O menino escorrega e sem querer desmancha a obra prima da pequena, que faz bico. Agora a câmera gira e enquadra as duas crianças. Os grandes olhos null do menino encaram sua amiguinha, que está quase a chorar. Ele segura sua mão e começa a incrível obra prima, toda de novo.
null: Posso te contar um segredo?
null: Claro null, você é meu melhor amigo.
null: Papai vai se casar de novo. Com aquela moça alta, que vai lá em casa as vezes.
null: Elisabeth! Eu gosto dela. Ela vai ser uma boa mamãe pra você.
null: Eu também gosto dela. Mas ela aperta as minhas bochechas e eu não quero uma nova mamãe.
A câmera se desloca em direção ao senhor, olhando sua netinha e null, membro da família vizinha. O menino está fazendo uma careta. O senhor sorri e continua atentamente sua leitura. A garotinha segura a mão do amiguinho com mais força e ele sorri.
As crianças continuam brincando. Depois de um tempo o avô de null caminha até eles.
Avô: Vamos crianças, está na hora do lanche. null, sua mãe pediu que lhe levasse em casa.
A câmera foca-se nós três caminhando, deixando o parque. Depois enquadra null que encara null, ri e desvia o rosto, volta a olhar e desvia.
null: O que foi?
null: Nada não.
null segura a mão da menina, a câmera desliza e filma apenas as pequenas mãozinha. Mas as vozes ainda são ouvidas.
null: Quando eu crescer você casa comigo, null?
null: Mas você já é bem grande.
O foco abre e enquadra a cena toda. A menina não estava errada, null era alguns dedos mais alto.
null: Eu perguntei pro papai, e ele disse que nós só podemos casar quando formos adultos.
null: Eu caso com você quando for adulta, null.
A menina sorriu, e a câmera sai de foco. A luz muda para um verde azulado, ou um vermelho rosado, ou a luz pode continuar a mesma do parque de anos atrás.
A câmera, momentaneamente filma o cenário. Uma igreja, uma decoração impecável,
um casamento, convidados e o noivo, um belo rapaz de cachinhos e olhos null. A
câmera muda de posição. A noiva entra, os cabelos claros presos numa tiara, o
vestido do tipo tomara-que-caia e o sorriso, o mesmo sorriso enorme de sempre.
Ela chega ao altar, a câmera se afasta. A cerimônia acontece, ao som de choros,
soluços e quase pode-se tocar a felicidade contida no ar.
O casal se beija, sorrisos, gargalhadas, ovação e aquelas coisas de casamento.
Zoom nas alianças e mãos entrelaçadas.
N/A: Primeiro de tudo: isso aqui não era para ser uma fic. Então não me matem ou nada do tipo, só por ser uma história bem pequena. É só um conto, 569 palavras que sairam depois de muito ouvir "I Wanna Hold Your Hand - The Beatles". Críticas, sugestões, ou whatever: biagrenho@msn.com
Vamos imaginar que todos os integrantes da banda tenham cachinhos. Não consegui achar uma maneira de "scriptar" essa parte.
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