Nós Poderíamos Ter Nos Apaixonado II
Por Marii Rocha
’s POV
Já faz um mês que eu estou, oficialmente, morando na Califórnia, com meu amigo gay (isso mesmo, gay e assumido) Oliver, no apartamento que nós compramos juntos.
Meu coração dói, eu não sei como fazer isso parar, é estranho. Meu coração ficou naquele aeroporto, no momento em que eu dei as costas para a entrada principal e entrei na sala de embarque. Meu coração ficou com um belo garoto, de olhos azuis encantadores, olhos que eu talvez nunca volte a ver... Ao pensar nisso, o nó em meu peito se apertou um pouco mais, é como se algo, aqui dentro, estivesse errado.
Como ele pôde? Ele nem mesmo se deu ao trabalho de se despedir! Eu sinto como se algo estivesse caindo dentro de mim, indo embora, e, foi nesse momento, que eu parei de falar e tentei parar de pensar em Danny Jones, o amor da minha vida.
End Of ’s POV
Danny’s POV
Já faz um mês desde que ela foi embora, eu não tentei falar com ela, na verdade, eu não falo mais sobre ela, mas isso não quer dizer que eu parei de pensar nela, muito pelo contrário. Eu penso nela a cada instante... Como será que ela está?
Os guys não falam o nome dela perto de mim, acho que eles têm medo do que pode acontecer, da minha reação. Depois que eu sentei no chão do aeroporto e comecei a chorar no dia em que ela foi embora, eu não sei o que fazer, eu me sinto vazio, como se algo faltasse, mas a verdade é que falta algo, falta o meu coração, o qual, a levou com ela, quando embarcou para a Califórnia, só de pensar no nome dela, já machuca. É como se, ao fazer isso, eu tornasse mais clara a distância entre nós.
Tudo o que eu queria era poder tê-la em meus braços agora. A minha pequena.
End Of Danny’s POV
Três anos depois...
’s POV
É. Já faz três anos, e, agora, uma porcaria de uma oferta de emprego me faz pensar, de novo, naquilo tudo. Mas eu não vou reviver isso, eu não vou pensar nele... Pensar nele dói... Mas isso tudo também me fez pensar em meus amigos e família, que ficaram em Londres. As pessoas que eu deixei para trás, enquanto tentava fugir da minha própria dor. Não, eu não perdi contato com eles, por exemplo, Dougie continua sendo meu melhor amigo no mundo, Harry continua sendo praticamente meu irmão, e Tom o amigo que eu amo de coração. Falo com eles diariamente há três anos, sem deixar faltar um dia sequer.
Hoje eu recebi uma proposta de promoção no meu emprego, uma grande oferta, mas para trabalhar em Londres. Por que justo lá? Com tantos lugares no mundo, por que Londres? Aceitei porque a oferta é irrecusável, mas porque eu sinto tanto medo?
- Oi, querida! – Exclamou Oliver, ao me ver chegando em casa.
- Oi, querido! – Respondi. – Ollie, eu preciso falar com você, é importante.
Ele se sentou no sofá e fez sinal para que eu fizesse o mesmo, sentei-me, e fui direto ao assunto.
- Eu ganhei uma promoção no emprego, uma ótima promoção, mas tem um problema... É em Londres.
Oliver me olhou preocupado. Sim, ele sabia de tudo.
- Querida... – Disse cuidadoso. – Eu acho que você deve aceitar.
- Eu já aceitei, mas, Ollie, eu nem disse o que aconteceu.
- Não precisa dizer nada, você precisa ir, eu te amo, querida, e sentirei sua falta, mas você não pode mais fugir, eu sei que você tentou mudar isso, mas não adianta... Você ainda o ama, vocês são idiotas, mas tem que resolver isso de uma vez. Não guarde tristeza e me prometa que vai voltar para Londres, dizer para o Danny que o ama e tentar recuperar todo esse tempo perdido com o homem da sua vida.
Quando ele falou, pude perceber que Ollie guardava isso há um tempo. Inicialmente, fiquei surpresa, mas depois de todo esse tempo, ao ser forçada a pensar nisso, meus sentimentos despencaram sobre mim... Não pense que eu sou burra, eu sei que lá no fundo eu não o esqueci, uma parte de mim ainda tem esperança, eu sei que ainda o amo, mesmo sem intenção... Meu coração ainda se aquece quando eu, sem querer, deixo meus pensamentos escorregarem na direção dele, mas já faz tanto tempo...
- Ollie, eu não sei... Eu vou para Londres, mas não te garanto nada sobre... Ele...
- Ok, então aceite. Eu tenho certeza que tudo vai se acertar, quando você vai?
- Em uma semana, vou ligar para o Dougie, ele vai querer saber disso, vai contar para meio mundo. – Eu respondi contente e feliz. Eu veria meus meninos de novo.
End Of ’s POV
Danny’s POV
Acordei com a porcaria do despertador tocando, e tocando, e tocando... Ok... Vou parar, eu com sono não falo nada que preste.
Olhei para o criado-mudo perto da cabeceira, sete horas da manhã. Por que eu nunca me lembro de desligar o despertador, para ele não tocar aos sábados? Olhei para a caixinha em minha cabeceira, sim, acredite ou não, depois de três anos, eu ainda carrego aquela caixinha com as alianças, eu não consegui me desfazer disso, levo para todos os lugares que vou, acho que uma parte de mim ainda tem esperanças, ainda acha que poderemos, um dia, ficarmos juntos...
Faz três anos que não falo com ela, nem dela... Faz três anos que eu decidi trancar meus sentimentos, dentro com a caixa com as coisas dela – coisas que ficaram na minha casa –, que repousa no fundo do meu armário. Faz três anos que aquela linda garota levou embora meu coração e eu fiquei aqui... Sem ela. Parei de pensar nisso – pensamentos como esses machucam –, e desci para tomar café, encontrei Dougie na cozinha.
- Hey, dude! – Exclamou Dougie, surpreso.
- Hey, Doug.
Se existe uma pessoa nesse mundo que eu conheço bem, essa pessoa é o Dougie, e acreditem, tem alguma coisa que ele está escondendo de mim, a boca dele treme quando ele mente ou omite algo, e ela está tremendo.
- Pode ir falando! – Disse para ele.
- Falando o que?
- Dude, eu te conheço. Poupe-nos desse tempo teimando, eu sei que você está escondendo alguma coisa... Sua boca está tremendo.
- Ok, você vai ficar sabendo de um jeito ou outro... É a , ela me ligou ontem à noite e ela... – Ele tomou ar, como se estivesse com medo do que eu fosse fazer, e disse calmamente. – Ela está voltando, Dan, e ela está voltando para ficar.
As palavras passaram por mim como se fossem um furacão, tudo começou a girar, eu pensei que fosse desmaiar, e, pelo jeito, o Dougie também, porque ele correu e me pôs sentado em uma cadeira.
- Dan, você está legal?
- Aham! – Respondi confuso. Eu tinha acabado de ouvir as palavras que eu esperava todos os dias para ouvir, nos últimos três anos. Eu não sabia o que fazer, então, levantei-me e corri para o meu quarto.
Eu fiquei a noite toda sozinho, pensando, eu levei várias horas, mas concluí que, por mais coisas que tenham acontecido, eu ainda a amo, e não vai me adiantar de nada ficar negando isso para mim mesmo. Agora eu só preciso tomar vergonha na cara e dizer isso para ela...
Desci na tarde do dia seguinte, a primeira vez que eu saia do quarto, depois que eu corri para lá ontem. Achei o Dougie na sala, ele falou oi, e já foi direto ao assunto.
- Você já sabe que eu não gosto de rodeios, então vou direto ao ponto: você tem que ir ao aeroporto, eu te conheço e sei que você ainda a ama. Se não, não carregaria aquelas alianças para todo lado, não cometa o mesmo erro duas vezes, diga para ela o que você sente, diga que a ama, não perca tempo!
- Você está certo, Doug, eu vou estar lá quando ela chegar, mas quanto a falar com ela, agora talvez não, tenho que planejar como falar, quero que seja perfeito, eu tenho que pensar em tudo o que aconteceu, talvez ela nem queira mais nada comigo... Eu não vou culpá-la se não quiser, eu fui idiota, mas eu não vou mentir, eu a amo!
End Of Danny’s POV
’s POV
Eu estou desembarcando agora, estava nervosa, mas assim que o avião pousou, eu fui envolvida por um sentimento bom, por uma calma. Tenho certeza que é porque eu sei que, em algum lugar, aqui perto, meus amigos estão me esperando.
Assim que passei pela porta, a primeira coisa que eu consegui ver foi um Dougie sorridente, correndo em minha direção e quase me esmagando em um abraço.
- LINDA! Eu não posso acreditar que você está mesmo aqui... Eu senti tanto sua falta, minha menina! Olha só como você está linda! – Ele dizia, enquanto me abraçava.
- Eu também senti sua falta, lindo! Mais do que eu podia agüentar.
Quando ele me soltou, Harry me girou no ar.
- MANINHA! – Ele gritava no meio do aeroporto. - Como você cresceu, eu senti sua falta.
- Maninho, você está mesmo aqui, own, Hazz, eu não podia mais agüentar um segundo sequer sem o meu maninho, que eu mais amo no mundo.
- Você voltou! – Gritou Tom, também me abraçando. - Eu não acredito que você voltou! Como eu senti sua falta!
- Tom! Como eu senti saudades! – Gritei. – COVINHA! – Gritei ainda mais alto e correndo para apertar a bochecha dele. - Own, meus queridos! Eu senti tanta, mas TANTA saudade de vocês, vocês sabem que eu amo muito vocês, não é? Era como se faltasse um pedaço de mim, com vocês longe...
Foi então que eu percebi que tinha alguém observando a cena, a alguns passos de nós. Alguém que eu pensei que nunca mais veria... Seus olhos azuis faiscavam em minha direção, e, pela primeira vez em três anos, eu pude sentir meu coração batendo, enquanto se enchia de felicidade pela pessoa em minha frente ser, ninguém mais, ninguém menos, que Daniel Jones. Ele tinha vindo me buscar, dessa vez ele estava aqui! Foi nessa hora que eu esqueci os últimos anos e decidi que faria de tudo para provar a Danny que eu o amo mais que tudo.
End Of ’s POV
Danny’s POV
É ela, ela está mesmo aqui, meu coração não sabe se para ou dispara, ela está mais perfeita que nunca, o cabelo mais longo, tão linda... Lágrimas ameaçaram vir, quando me dei conta de que a parte de mim que faltava – a parte que nem sei como, sobrevivi sem por três longos anos – estava parada na minha frente, sem saber o que dizer. Pude ver seus olhos brilhando como se, do mesmo jeito que eu, ela estivesse prestes a chorar, então a olhei, com todo o amor que sentia dentro de mim, e disse:
- Bem vinda de volta, !
- Obrigada, Danny, é bom estar de volta.
Meu coração pulava de alegria ao ouvir a voz dela, me pergunto como me mantive respirando por tanto tempo longe dela.
Saímos do aeroporto e fomos levá-la para seu apartamento, continuava igual, Dougie pagou uma faxineira para ir lá, semanalmente, durante todo esse tempo. Ele não deixou ela se desfazer do apartamento, acho que, assim como eu, ele acreditava que nem tudo estava perdido, que um dia ele voltaria para nós. Depois disso, ela foi visitar os pais, que não moravam muito longe. Tom e Harry foram para a casa deles (eles também moram juntos, como Dougie e eu) e eu fui para casa, com Dougie. Sentia-me radiante de felicidade.
End Of Danny’s POV
’s POV
Estou na Inglaterra há uma semana, combinei com o Dougie de vir a esse pub, onde estou agora, mas ele está quase meia hora atrasado. Ah, meu celular está tocando, chegou uma mensagem: “ Linda, mil desculpas, mas não vou poder me encontrar com você hoje, aconteceu um imprevisto,
eu sei que você ainda está sem carro e não gosta de andar sozinha a noite, é perigoso,
pedi para o Danny ir te buscar, ele já deve estar chegando,
Bjos D.”
Ah caramba, o Danny? Porque justo o Danny? Aí! Ele já chegou, está vindo para cá.
- Oi, , o Dougie me ligou, vamos?
- Ah, aham, vamos sim!
- Desculpa, mas você se importa de ir andando? O Harry fez o favor de quebrar o freio de mão do meu carro, nem me pergunte como ele fez isso, é um mistério. – Ele disse rindo.
- Ah, tudo bem, eu não ligo, não, desde que eu tenha companhia! – Respondi, também rindo.
Nós fomos parte do caminho em silêncio, até que chegamos a um caminho que podia nos levar ao lago, onde passamos ótimos momentos juntos antes da nossa briga. Senti saudades daqueles momentos e me peguei perguntando:
- Danny, quer ir ao lago?
- Claro! Senti saudades desse lugar... Já faz três anos que não venho aqui.
Olhei curiosa para ele enquanto fazíamos o curto caminho que nos levaria até lá, quando nos sentamos, com os pés dentro da água, a pergunta simplesmente saiu da minha boca, antes que eu percebesse:
- Danny, por que... Por que você não foi se despedir de mim? Aquilo machucou bastante, sabe?! Eu passei três anos pensando no que eu fiz de tão ruim para você não ir me falar ‘tchau’ no aeroporto, mesmo sabendo que poderia ser a última vez, que eu talvez nunca voltasse.
End Of ’s POV
Danny’s POV
Olhei diretamente em seus olhos e as palavras saíram de minha boca, sem que eu pudesse controlá-las:
- Eu... , eu não deixei de ir, eu fui, eu fui para pedir para você ficar, eu fui para dizer que eu precisava que você ficasse, que eu precisava e preciso de você para viver, que eu não queria ter dito aquele ‘nós poderíamos ter nos apaixonado’ no dia da briga, porque , nós nos apaixonamos, eu... Eu te amo, , eu te amo mais que tudo no mundo, você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.
- Danny, eu, eu também te amo, mais do que qualquer outra coisa, me desculpe por ter ido embora, por ter fugido...
- Shiu, não precisa se desculpar, o importante é que você está aqui agora. - Foi então que eu a beijei. Ah! Aquele beijo... Foi romântico, cheio de saudade, foi perfeito. Começou a fazer um pouco de frio e eu lhe entreguei meu casaco, ficamos mais algumas horas ali conversando, quando nos levantamos para ir embora, ela pôs as mãos no bolso do casaco e, de repente, me olhou assustada, tirou a mão fechada de um dos bolsos e a abriu, ali na palma dela, repousava uma caixinha. Aquela caixinha... Eu, como de costume, estava carregando-a e, agora, percebi que a deixei no bolso quando entreguei o casaco à , ao vê-la segurando aquela caixinha tão especial, que eu levava comigo há tanto tempo, tomei a decisão de pedir algo que, dependendo da resposta dela, mudaria minha vida para sempre. - Abre! – Eu disse calmamente, ela abriu. Ali, alinhadas no veludo cor de vinho, estavam as alianças. - Eu as carrego há três anos, quando eu te disse porque fui até o aeroporto naquele dia, quando você foi embora, eu não comentei, mas eu estava indo te entregar isso, e te perguntar algo que, se você não se importar, eu gostaria de perguntar agora, faz três anos que eu quero te fazer essa pergunta. - Ajoelhei-me na frente dela, ali na margem do ‘nosso lago’, um dos lugares mais especiais para nós em todo o mundo e, olhando em seus olhos, disse. - , eu te amo, eu sempre te amei, você é a pessoa com quem eu quero passar o resto da minha vida, é com você que eu quero construir uma família, é ao seu lado que eu quero envelhecer e passar todos os momentos lindos que eu seu sei que nos aguardam... , você aceita se casar comigo?
Ela me olhou, com os olhos cheios de amor e já brilhantes de lágrimas. Respirou fundo e disse a palavrinha de três letras, pela qual eu ansiava há anos:
- Sim!
End Of Danny’s POV
FIM!
Nota da Autora: Olá pessoinhas XD, bom essa é a minha segunda fic, e eu estou muito orgulhosa de ter terminado ela XD.
Essa é a segunda e última parte de ‘Nós poderíamos ter nos apaixonado’, espero que tenham gostado.
Queria agradecer à Danny, Dougie, Tom e Harry, por estarem aí e tornarem nossos dias mais felizes.
Gostaria de agradecer também a todos vocês que leram minha fic.
Um Bjaum
Marii
Nota da Beta: Qualquer erro que você encontrou, mande um e-mail diretamente para mim. Obrigada, Thai.