Escrita por: T. James
Beta-Reader: Carol F.


Capítulo Único

As ruas estavam cheias de pessoas que, por sua vez, estavam doidas para voltar para suas respectivas casas. O céu estava negro e parecia que iria desabar a qualquer momento. desceu correndo as escadas que o levavam à estação de metrô, dando graças a Deus por ter conseguido sair daquela aglomeração de pessoas. Porém, ele percebeu o quão enganado estava quando viu o número de pessoas na fila para comprar o ticket.
Depois de esperar minutos que mais pareceram horas, finalmente comprou sua passagem e passou pela roleta, indo esperar a chegada do metrô. Por mais barulhento que estivesse ali dentro, ele conseguiu ouvir o barulho do trovão e percebeu que 2012 havia chegado mais cedo. Rindo com seus próprios pensamentos, ele pegou o iPod que sempre levava na mochila e selecionou o modo aleatório. Quando um doce som de piano chegou aos seus ouvidos, ele se permitiu sorrir pela primeira vez naquele dia. Por algum motivo, aquele som sempre o havia fascinado.
O metrô chegou e pensou que ia ser espremido a qualquer hora. O número de pessoas que lutavam para entrar naquele vagão era quase absurdo, então ele se empurrou para frente o máximo que podia. Afinal, como todos os outros, ele também estava louco para chegar em casa após um estressante dia de trabalho.
Não que ele não gostasse do que fazia, pelo contrário. Desde pequeno, a música era o seu único sonho e ele não conseguia se ver fazendo outra coisa. Era o seu destino. Porém, como todo trabalho, tinha seus momentos estressantes, principalmente quando se tem uma menina que se acha a princesa do pop berrando com a voz estridente que quer o CD dela pronto daqui a duas semanas.
balançou a cabeça, como se isso fosse afastar os seus pensamentos. Olhou ao redor e não viu um lugar vazio onde pudesse se sentar, o que o deixou mais frustrado ainda. Não tendo outra alternativa, encostou-se na parede e sentiu o metrô começar a se mover. Ele estava viajando em um solo de piano que achara na internet quando sentiu dedos suaves tocarem sua pele por cima de sua blusa social. Ele abriu os olhos e encarou uma menina. Essa estava sentada no banco em frente a ele e sorria timidamente. Seus dedos eram pequenos e suas unhas lembravam pequenas jujubas, pois cada uma estava pintada de uma cor diferente.
- Hm, oi. - A menina falou. - Sua mochila parece pesada, quer que eu a segure para você? - Ela apontou para suas pernas, onde só se podia ver o livro 1984 em cima da calça jeans.
- Hã? Ah, claro, obrigado. - Ele falou, entregando a mochila para a garota. Essa, por sua vez, tirou o livro do colo e colocou a mochila ali, deixando o livro em cima da bolsa. a olhava curioso, ela quebrava com o estereótipo de todas as pessoas que estavam presentes naquele vagão. A maioria usava roupas de cor cinza, pastas nas mãos e expressões duras. Mas ela não, ela usava calça jeans e uma blusa com várias cores diferentes. Seu rosto transmitia calma e um sorriso estava nos lábios da garota, mesmo que não tenha achado um motivo para isso.
- Me perdoe, mas eu não pude deixar de notar o seu sorriso. - Ele falou, atraindo o olhar da menina desconhecida para si. - E eu queria saber que tem algo nos meus dentes ou cabelo.
Ela soltou uma gargalhada alta, atraindo olhares atravessados de quase todos. Quase porque sorriu largamente ao ouvir aquele som que ele julgara o mais bonito de todos.
- Ah, não, não tem nada em você. É que vai chover e eu não trouxe guarda chuva. E eu amo pegar chuva. - Ela falou, dando de ombros.
O metrô parou em uma estação qualquer e o lugar ao lado da menina ficou vago e logo foi preenchido por .
- , mas pode me chamar de . - Ele estendeu a mão em direção à moça.
- , mas só está bom. - A menina agora conhecida sorriu. Os dois ficaram em silêncio, ambos envergonhados sem motivo e não sabendo o que falar. estranhava o seu comportamento: sempre fora muito quieto e reservado, demorava pra se abrir com uma pessoa. E agora estava ali, se encantando por uma estranha que ele acabara de conhecer no metrô! Quer lugar menos romântico que isso?
De repente, as luzes começaram a piscar freneticamente até que todas se apagaram. Todo as pessoas que estavam no vagão começaram a xingar até a voz do condutor sair pelas caixas de som:
- Senhores passageiros, nós pedimos desculpa pelo transtorno, mas as luzes da cidade apagaram por conta da tempestade. Em breve nós vamos voltar a funcionar normalmente. Mas uma vez, o Metrô pede desculpas.
notou que a menina ao seu lado havia parado de falar sem motivo aparente e, quando ele foi tocá-la para ver se ela estava bem, pode notar que a pele de estava gélida.
- O que houve? - Ele falou ao mesmo tempo em que as luzes de emergência se acenderam. Os xingamentos foram substituídos por exclamações de alívio e a morena olhou para .
- Só... Pavor do escuro. - Ela falou, dando um sorrisinho sem graça. Ele não sabia o porquê, mas tudo que queria era abraçar a menina e dizer para ela que tudo estava bem. Antes que ele pudesse se culpar por ter pensado isso, sentiu um certo peso em seu ombro direito. Quando viu, era , que descansava sua cabeça no ombro de , que automaticamente levou sua mão até os fios de cabelo da menina. Eles eram tão macios que seus dedos quiseram permanecer por ali. Ficaram daquele jeito por um tempo, alheios a todas as reclamações ao redor, só aproveitando o momento.
Um tempo depois, o metrô começou a se mover, e voltou a sua posição normal, entregando a mochila para , que não estava entendendo nada.
- Minha estação é a próxima. - Ela falou, sorrindo envergonhada. Por céus, como ela queria ficar ali e conhecer mais aquele estranho garoto que a havia conquistado.
Ele, por sua vez, queria abraçar a garota e não deixá-la ir jamais. Quando as portas se abriram, se levantou e acenou com a mão para . Esse ouviu o apito final e rapidamente correu até a porta, por onde acabar de sair .
Ele a olhou e sorriu, e só isso foi o bastante para ela entender o recado. Ambos foram conversando, não sabiam para onde iam. Mas sabiam, mesmo que bem lá no fundo, que não importava o lugar se eles estivesse como estavam: Juntos.

FIM


N/A: Olá, meninas. Eu quero agradecer todas que leram a minha primeira fanfic no Obsession! Foi a minha primeira interativa e eu admito que fiquei bem insegura. Bem, obrigada por lerem mais uma vez!

N/B: Qualquer erro, seja gramatical, no HTML ou no script, me avisem por e-mail (ready2reload@gmail.com), por favor, e não nos comentários. Obrigada, Carol.

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