O seu cafajeste
Por Andressa
Estavam todos lá, na mesma casa de shows de sempre, dançando. Uma menina que estava animada – até demais – pela quantidade de bebidas que consumiu desde então com um grupo de amigos, o viu entrar no local. Lá estava ele, com o seu jeito de sempre: calça jeans desbotada, All Star vermelho, camisa xadrez por baixo do suéter e seus cabelos totalmente despenteados. Sua animação que já estava boa triplicou. Aquele garoto sempre causou reviravoltas em seu estômago e principalmente em seus desejos. Ele era amigo dos amigos de , mas o que ele era dela? Conhecido. Um mero conhecido. E naquele momento lá estava o garoto, sozinho e sem nenhuma companhia. "Hoje é a minha chance" pensou ela, sorridente.
- Olha só , o chegou. – o namorado de sua amiga a informou do que já havia percebido antes.
- Até que enfim. Ele estava demorando demais. – respondeu seu companheiro, .
Então ele se aproximou do grupo. que era extrovertida se calou, pois tinha medo de falar alguma coisa de errado e ele acabar achando-a uma idiota. , muito pelo contrário, foi logo dizendo:
- Que demora hein.
- Além de estudar eu trabalho, sabia? – se justificou enquanto o cumprimentava.
- Pensei que nem viria mais. – se pronunciou para ele, que agora estava lhe dando um abraço.
- Você acha que eu perderia isso aqui? – ele sorriu, cumprimentando logo em seguida os outros.
- Se perdesse não seria você – falou , dando um leve abraço nele.
Depois de ter cumprimentado bastante gente, já que era conhecido no lugar, viu que estava lá. Seu coração batia forte enquanto ele se aproximava, estava nervosa. Sempre fora assim com seus amores platônicos – morria de medo de falar ou fazer alguma coisa errada aos olhos deles.
- Olá – ele disse à garota e logo a cumprimentou com um beijo no rosto.
- Olá – sorriu. Foi a única coisa que ela conseguiu dizer e fazer. Ficaram um instante em silêncio.
- Então... Você veio com a minha irmã? – ele se pronunciou.
- Oh sim, ela e se ofereceram para me buscarem em casa. Por quê?
- Ahn, é que sei lá, foi o único assunto que veio em minha mente. – ele sorriu. "Merda! Como eu sou tosca. Olha a pergunta que eu vou fazer".
- Ah... Claro. – ela devolveu o sorriso, timidamente. – Bem, vou ao bar pegar uma bebida. – queria sair dali antes que falasse outra coisa que não fizesse sentido.
- Tudo bem.
Ela foi até ao bar, pediu uma cerveja e bebeu ali mesmo, sozinha, observando todas aquelas pessoas dançando. e estavam se amassando em um canto; estava conversando com um grupo de pessoas que não sabia quem era; e sua namorada, Ingrid, estavam dançando no meio do povo e o resto de seus amigos havia se separado, pois cada um achou uma pessoa para compartilhar a animação. Então a menina resolveu ficar por ali mesmo, observando o movimento. Estava perdida em pensamentos do tipo "tenho que levar minhas roupas à lavanderia", "preciso terminar aquele projeto para o trabalho" ou "meus pais estão me cobrando uma visita", quando foi despertada por alguém que havia se encostado em seu lado. Quis saber quem era e virou a cabeça rapidamente para ver e se deparou com , que estava bebendo uma cerveja e observando as pessoas. Não falou nenhuma palavra e voltou a olhar todos também.
- Sem companhia? – ele perguntou à garota.
- Na verdade eu não quis atrapalhar ninguém, então estava aqui perdida em pensamentos. E você?
- Ah, eu estava observando você de longe e pensei que estava precisando de uma companhia para conversar. Nós nunca conversamos direito, e faz tanto tempo que nos conhecemos. – ficou paralisada. Não sabia o que dizer, pois seus pensamentos levaram-na a algum lugar que não era ali. “Observando-me de longe? Companhia para conversar? Eu estou ouvindo direito?”. Ficou quieta por um instante sem saber o que dizer, quando finalmente achou palavras:
- É verdade. Nunca tinha pensado nisso. – tentou agir naturalmente.
- Mas enfim. Aqui estamos nós. – ele fez um gesto com as mãos e sorriu.
Conversaram sobre o trabalho, os estudos de ambos e suas vidas.
- Mas você está morando sozinha agora? – ele perguntou.
- Sim. Meus pais resolveram ir para algum lugar mais calmo, e eu não quis ir junto. Sempre gostei do movimento da cidade.
- Eu também.
- Você ainda vive com seus pais?
- Sim. Eu não tenho muito tempo para nada, passo a maior parte do tempo trabalhando e estudando. E quando não estou fazendo-os, estou com a banda ou em algum show. Então nunca pensei em sair de lá. Pode parecer vergonhoso, mas eu tenho preguiça. – ambos riram.
- Não é tão mal assim.
- Espero que não.
- Pois é... E a banda como vai? – buscava assuntos para não ficar com aquele silêncio perturbador que ela tanto temia.
- Estamos bem. Semana que vem vamos tocar em um pub lá perto de casa.
- Ahn... Que bom. – ela sorriu.
- Aparece lá.
- Pode deixar. Você sabe que eu sou uma freqüentadora assídua dos shows de vocês. – os dois riram do que a menina falou.
- É verdade.
- Vocês estão fazendo muitos shows? – "isso, , você consegue".
- Na verdade não. A gente faz no máximo dois por mês. É muito corrido, cada um de nós tem seus compromissos, não dá pra investir tanto na banda. Tanto que nem queremos, o que a gente gosta mesmo é de tocar.
- É melhor assim, imagina vocês tornando-se uma bandinha industrial?
- Nem me fale que eu tenho medo. – ele sorriu. - Quem tem que ser valorizada é a música.
- Exatamente. A música, e não as carinhas bonitas dos músicos. – ele riu com o comentário da menina e disse:
- Você é diferente.
não vomitou por pouco. Tentou agir naturalmente, sorrindo.
- Por quê?
- Ah, não sei explicar. Você é tímida, eu adoro isso.
Outra ânsia. "Vamos , não dê esse vexame na frente dele". Mas o que ela não conseguiu evitar - ao contrario do vômito – foi o vermelho de seu rosto. Sentia-o queimar.
- Ah... – ela fazia gestos com as mãos como quem não tinha o que dizer. – na verdade eu nem sou tímida... E-eu... Ah, pare com isso!
- Mas é verdade. – ele se aproximou de . Ela olhava-o e os dois permaneceram em silêncio. Ele se aproximou mais um pouco da garota, mas nesse momento foi interrompido por uma menina de cabelos curtos e loiros com um rosto fino. A desconhecida disse a ele:
- Oi ! – ela cutucou os ombros do rapaz, que se virou para ver quem era.
- Izzie... É você? Quanto tempo, por que sumiu?
A conversa dos dois foi longa. A estranha olhava "de baixo para cima” como se fosse uma espécie de animal descoberta recentemente. Obviamente o fato de ela ter feito isso foi causado por estar com a companhia de . Depois de mais conversas ( nem lembrava mais que os dois estavam ali) Izzie puxou pelo braço, levando-o consigo para perto de alguns amigos dela, que o cumprimentaram. "Eu sou uma fracassada mesmo". Foi o que pensou, balançando a cabeça negativamente e acendendo um cigarro. Agora ela estava perdida em pensamentos sobre seus antigos relacionamentos e em como eles foram um fracasso, o final de cada um não fora muito feliz. "Será que eu sou problemática? Mas o que eu posso ter de errado?" pensava, pensava, pensava...
- Desisto. – disse para si mesma.
- Desiste do quê?
Ela olhou para o lado para ver quem havia interrompido-a naquela vez. Era .
- De tentar entender os garotos. – respondeu olhando nos olhos do garoto. Logo voltou a observar as pessoas dançando.
- Não é difícil. – ele fitava , que o respondeu ainda com os olhos nas pessoas:
- O que eu tenho de fazer para ter a mesma conclusão que a sua?
- Seja você mesma. – imediatamente ela o observou por alguns segundos, e pensou que o que ele disse era verdade. Ela nunca era a mesma quando estava perto de alguém que admirava. Logo sorriu.
- Obrigada pelo conselho, .
- Não.
- Como assim?
- Não quero o seu agradecimento.
- O que você quer, então? – fitava-o como se este fosse um maluco.
- Que você ponha-o em prática. – ele sorriu e olhou na direção em que estava. Ela sorriu e balançou a cabeça.
- Só você mesmo . – deu um abraço nele. – Vamos dançar? – Ele concordou com a cabeça e foram para o meio da multidão. Dançaram apenas duas músicas, estava complicado ficar lá, já que o calor estava insuportável pelo fato do lugar ser fechado e estar lotado. Desistiram e se juntaram com , , , Ingrid e a garota com quem estava acompanhado naquela noite. apresentou uma à outra.
- essa é Emily, Emily essa é .
- Prazer. – disse Emily, que sorriu simpaticamente para e apertou sua mão.
Todos estavam numa conversa animada, principalmente . Dançar a animava de um jeito incrível. Decidiu ir pegar mais uma cerveja no bar, já que estava com calor.
- Uma cerveja, por favor. – ela pediu para a balconista, que entregou imediatamente a bebida. Abriu a garrafa e acendeu mais um cigarro. Estava lá olhando o movimento de pessoas (ou melhor, procurando por ). Percorria seus olhos pelo lugar e não achava quem queria, era como "onde está Wally?". Riu daqueles pensamentos. Sua bexiga estava prestes a explodir, então resolveu ir ao toilet. Quando foi entrar no banheiro avistou em um canto dali o seu procurado “Wally” aos beijos com a tal Izzie. Ficou observando os dois por um momento e sentiu toda a sua animação broxar. Deu o último gole em sua cerveja e jogou a garrafa num lugar qualquer. Fez a sua necessidade, jogou água em seu rosto, refez sua maquiagem – que estava totalmente borrada – e saiu do banheiro, vendo colocar suas mãos nas costas da garota por dentro da camiseta. Sentiu raiva de , mas principalmente dela própria. Não tinha o direito de cobrar nada do garoto, afinal, não tinha compromisso algum com ele. Acendeu mais um cigarro – era seu principal vício quando estava nervosa – e foi ao reencontro de todos. Estava desanimada, não falava tanto quanto antes e até perguntaram o que ela tinha. A única coisa que respondeu foi “acho que a minha pressão baixou”. sabia que não era verdade, pois sempre percebera o interesse de por .
Depois de algum tempo resolveu chamá-la para dançar. Achou que levaria um “não” na cara, mas a garota aceitou; desanimada, mas aceitou. a arrastou pela mão até o mesmo lugar em que tinham dançado antes. Começou a tocar “Won't Get Fooled Again” do The Who. fazia os passos conforme o ritmo inicial da música.
Começou a se animar novamente, sorria para enquanto ambos dançavam. – Fecha os olhos. – gritou no ouvido da garota, pois o som estava muito alto.
- Por quê? Bebeu? – ela não estava entendendo nada.
- Só faça o que eu digo e veja o quanto é bom dançar assim.
Ela concordou com a cabeça e fechou os olhos. Dançava sozinha, arrastando os pés no chão conforme o ritmo da música e os braços para cima. Não teimou em abrir os olhos, queria experimentar o que o amigo havia lhe aconselhado. Ela sentiu pegar suas mãos e rodá-la pelos braços. Deixou o rapaz conduzi-la, já que não enxergava nada. Ela estava ofegante e sorria... Mas tinha razão, era muito bom dançar com os olhos fechados. Havia se esquecido do desânimo, agora ela estava em um momento melhor, o qual se sentia confiante e empolgada. Estava adorando dançar ali com , ele a conduzia pelos braços, rodando-a para perto de si e depois para longe. Estava fazendo um desses movimentos quando seu corpo sofreu um impacto forte contra o do garoto, que a segurou firmemente junto de si. Ela estranhou a atitude dele e imediatamente abriu os olhos, se deparando com , que a fitava sério.
- ? – suas pernas tremiam. Ficar tão próxima do garoto estava lhe causando as ânsias. Ele continuou fitando-a, sério. – Cadê o ? Eu e-estava dançando a-aqui com ele, não co-com você. – ela gaguejava. Achou que estava ficando maluca... “Como posso ter dançado com e nem ter percebido? Que lesada”. Ele apenas ficou em silêncio. Ela tentou: - Você não vai falar nada? O que está fazendo aqui? Eu pensei que você estava com a sua amiga. – ela hesitou, esperando alguma palavra do garoto. Mas este não disse nada. – Por que está em silêncio? – ela fitava-o com um olhar confuso e temeroso. Ele permaneceu quieto e segurou o pescoço de , sorriu com o canto da boca e aproximou seu rosto do dela. sentia a respiração ofegante da menina em sua boca. Deu um último olhar para ela e fechou seus olhos; a garota fez o mesmo. encostou seus lábios nos dela, dando leves beijos e respirando rápido. Ficaram assim por um instante e logo abriu sua boca, dando passagem para a língua dele, entrando em um beijo calmo e quente. Pararam por um tempo e se olharam. sorriu, e a garota estava caída em seus pensamentos: “Eu acabei de beijar , irmão da ? Não estou dormindo?”.
- O que foi? – perguntou a ela, que estava com uma expressão estranha em seu rosto.
- Nada. Eu só estava... Pensando.
- No que? – ele segurou o rosto dela e olhou em seus olhos. não sabia o que responder. Não admitiria que sempre tivesse intenções a mais com ele e que não acreditava que aquilo havia acontecido.
- Eu acho que você já está acompanhado essa noite. – ela tentava desviar o olhar, mentir olhando para os olhos de não era fácil, pois na verdade ela nem ligava se ele já estava com a Izzie ou não. O que ela queria era ele por perto.
- Acompanhado? Você está falando da Izzie? Eu só fiquei com ela porque ela veio pra cima de mim. Mas eu quero ficar com você... Na verdade eu sempre tive vontade, mas nunca disse nada.
- Por quê?
- Porque eu não sabia se você correspondia o meu desejo.
- Ahn... – ela não conseguiu dizer nada. Apenas sorriu. Não iria admitir a verdade de jeito algum.
- Mas enfim, aqui estamos nós. – ele sorriu e a puxou para um canto. Encostou-a na parede e pôs as mãos em sua cintura. Sorriu de canto para ela, que entrelaçou os braços em volta de seu pescoço. olhava os olhos e a boca de . Juntaram os lábios e iniciaram um beijo feroz e insaciável, com apertando a cintura da garota e ela arranhando o pescoço dele com as unhas. Quanto mais se beijavam, mais um desejava o outro. Ele apertava o corpo da garota contra o seu, e ela bagunçava os cabelos dele, puxando-os quando sentia calafrios. cessou o beijo ofegante. Os dois riram, pois estavam com os lábios vermelhos e inchados.
- Vamos sair daqui? – disse , passando as mãos nos cabelos.
- Claro. Não estou agüentando mais esse calor. – ela tentava ajeitar seu cabelo e desamassar a sua roupa.
- Para onde vamos?
- Não sei, vamos sair daqui.
puxou pelas mãos e quando estavam saindo do local, olhou para os dois com os olhos arregalados e pôde ler nos lábios da amiga que disse “Como assim?”. Apenas sorriu e saiu de lá.
Fora da casa de shows estava friozinho. vestiu seu casaco e passou o braço em cima dos ombros dela, levando-a para mais perto de si. Estavam caminhando sem saber aonde iam.
- Ok. Aonde vamos agora? – perguntou.
- Vamos para o meu apartamento? Lá pelo menos é mais quentinho. – ela sorriu.
- Quentinho em que sentido? – ele sorriu de canto e ergueu as sobrancelhas, fazendo uma cara de malandro.
- Bobo. – Ela sorriu e deu um tapa no braço dele.
Foram andando até o apartamento de , pois era perto dali. Foram conversando sobre diversas coisas, como música, bares, emprego, faculdade e etc. Chegaram lá e abriu a porta, dando passagem para entrar. O apartamento era pequeno, porém muito aconchegante e organizado. Ele entrou observando tudo e a menina perguntou:
- Você quer comer ou beber alguma coisa?
- Não, obrigado. Belo apartamento.
- Obrigada. – ela sorriu, tirando o casaco.
- Mas e aí, o que vamos fazer? – ele sorriu maroto, se aproximando da menina e passando suas mãos frias na cintura dela. Ela levantou uma sobrancelha.
- Que tal assistirmos um filme? – ela disse e ele fez uma cara de “você está brincando comigo, não é?”.
colocou as mãos sobre os ombros do rapaz, beijando-o. , que estava com segundas intenções, apertou o traseiro da garota. Ela sorriu, mordendo seu lábio inferior e puxando-o consigo para frente do sofá. Parou o beijo e olhou para ele, o empurrando no sofá.
- Fica aqui enquanto eu tomo um banho. – ela disse sorrindo.
- Não! – ele a puxou pelo braço – Fica aqui comigo.
- Eu preciso tomar banho, estou fedendo. – ela cheirou o próprio braço e fez careta. Ele se aproximou e cheirou também.
- Tudo bem. Eu te espero aqui. – ele sorriu, sentando-se.
Ela saiu da sala e logo voltou, dizendo:
- Não vai fugir hein!
- Seria a última coisa que eu faria. – ele sorriu.
Saiu finalmente da sala e entrou no banheiro. Ligou o chuveiro e refrescou as idéias, foi aí que a sua “ficha caiu”. Aqueles pensamentos parasitaram novamente sua cabeça.
“Espera aí... , você está com em seu apartamento? Você beijou ? Você conversou decentemente com ? O tinha razão, eu tinha que ser eu mesma. E foi isso que eu fiz, e consegui ficar com ele!”
Enquanto isso estava impaciente, sentado no sofá e batucando suas próprias pernas. Olhou em volta e resolveu ir conhecer o apartamento. Saiu da sala e entrou em um pequeno corredor, que no final levava ao quarto de . Ele entrou no recinto e observou. Era tudo muito limpo e organizado, exceto pela roupa que a menina acabara de tirar, pois estava jogada em cima da cama. Foi até ao mural de fotos e viu diversas delas em que estavam sua irmã, , , e até mesmo ele. Era estranho, pois ele e nunca se falaram direito, apenas cumprimentavam-se, e naquele dia lá estava ele, no apartamento da garota. O mural era enorme e continha muitas fotografias. No canto esquerdo e inferior do mural, ele pôde ver uma foto sua, em que ele estava posando para a foto com uma garrafa de cerveja na mão. Provavelmente estava bêbado, pois não se lembrava de ter fotografado ele. Viu que tinham diversas fotos dele, até mesmo sem saber. Balançou a cabeça negativamente e sorriu, pois gostou de saber que ela fotografa-o às escondidas. Abriu uma gaveta da escrivaninha, que tinham muitos papéis de pesquisas e coisas do gênero. Na gaveta de baixo tinham diversos papeis de letras de músicas, fotos de bandas, poemas que escrevera. Abriu o guarda-roupa e viu muita roupa em algumas prateleiras, e perfumes em outras. Viu a primeira gaveta do guarda-roupa. “Não , controle-se”. Mas não conseguiu. Abriu a gaveta e encontrou calcinhas. Muitas calcinhas. De todos os tipos, cores e tamanhos. Avistou uma amarela que tinha uma estampa de pimenta na parte frontal e ficou observando-a. Ouviu o barulho do box sendo empurrado, então enfiou a calcinha no bolso da calça e saiu disparado para a sala. Empurrou a porta de vidro que dava para a sacada e ficou lá, observando a cidade do alto. Dali a alguns minutos sentiu o abraçando por trás, dando um beijo em suas costas. Deu meia-volta, olhando-a. Ela estava com shorts e camiseta de pijama. A garota percebeu o olhar de .
- Você se incomoda se eu ficar com essa roupa?
- Claro que não. Está linda assim. – ele sorriu. Ela retribuiu o sorriso. O menino se aproximou dela, colocando as mãos em sua cintura. Ela encostou a cabeça no peito dele e o abraçou pelas costas.
Ela levantou a cabeça. Ele abaixou. Fitaram-se. Aquela troca de olhar já dizia muitas palavras. aproximou-se dela, beijando-a serenamente enquanto suas mãos percorriam as costas de . Ela fez o mesmo, mas por dentro da camisa do garoto. arrepiou com o toque da mão fria da garota. O beijo foi ficando mais rápido e forte. Estavam perdendo o fôlego, mas isto não cessou o beijo. Ambos tinham sede daquilo, era como um vício que não iriam parar. O mundo poderia acabar e eles não iriam ligar. pegou no colo, segurando-a firmemente por baixo de suas coxas e costas, indo à direção do quarto. Acendeu apenas o abajur que ficava em cima do criado-mudo e colocou delicadamente em cima da cama, ficando em cima dela. Olhou-a nos olhos e voltou a beijá-la, contornando suas coxas com a mão direita e o quadril com a esquerda. A garota acompanhava os beijos e apertava a cintura de , puxando-o mais contra o seu corpo. Tirou o suéter e a camisa com a ajuda dele, que jogou ambos no chão. Rolou na cama e ficou em cima do menino, beijando seu pescoço e dando leves mordidas. Voltou a beijá-lo e desta vez mexia no botão de sua calça, tirando-a de seu corpo. já não agüentava aquilo, seu corpo estava ficando cada vez mais quente e cheio de arrepios. Empurrou a garota levemente do seu lado, ficando sobre ela novamente. Abriu o sutiã dela e beijou sua boca, descendo para o pescoço, os seios e a barriga. As mãos dele percorriam o lado do corpo de e então abriu a calça dela, a tirando enquanto alisava suas pernas. Jogando-a de lado, ele se posicionou em cima de beijando cada parte do corpo da garota, como se quisesse memorizar cada centímetro deste, fazendo-a soltar leves gemidos junto com a respiração ofegante. Beijava sua barriga quando sentiu os dedos de rolarem pela sua coxa, arrastando consigo a última peça de roupa que lhe restava. Entraram novamente em um beijo quente e necessário, quando a menina tirou a cueca de . Sentiram os abdomens quentes de ambos se tocarem, massageando os seios dela, que arqueava seu corpo com cada toque que ele lhe dava. Eles não agüentavam mais, ambos já estavam tremendo com a necessidade de se entregarem um ao outro. A sede dos dois era insaciável. sentiu que lentamente foram se formando um só. Sentia-o cada vez mais dentro de si, fazendo-a sentir aquela dor prazerosa. Cada parte de seu corpo estava quente, sem exceção. O movimento foi ficando cada vez mais rápido, com conduzindo , deixando ambos os corpos em atrito. Tanto quanto tinha vontade de gritar, de expressar o êxtase que estava sentindo naquele momento, principalmente , que estava envolvida fortemente nos braços de . Altos gemidos escaparam dos lábios de ambos, quando chegaram ao seu limite. Ele deitou delicadamente em cima dela. Estavam suados e a respiração deles era intensa. Um conseguia ouvir o coração do outro, pois estavam acelerados, tanto pelo esforço quanto pelo prazer que sentiam. olhou firmemente para a garota e sorriu, beijando-a lentamente e deitando ao lado dela com o seu corpo pousado de lado. Ela fez o mesmo, apoiando a cabeça na sua mão. Estavam ficando cada vez mais calmos, ainda se olhando atentamente.
- Eu gostei muito disso. – ele disse sorrindo.
- Eu também.
- Por que demoramos tanto tempo para enxergarmos um ao outro? – ele segurava o pescoço dela, enquanto acariciava com o seu dedão o rosto. Ela apenas sorriu.
- Porque éramos idiotas. – ela estava encantada com ele.
- Concordo. – ela sorriu novamente e ele retornou a falar – Eu sabia que você era diferente. Principalmente agora, foi a melhor noite da minha vida.
derreteu. Por aquele homem ela matava. “Eu fiz amor com ! Ele é maravilhoso, é um amor, delicado, atencioso e bom de cama”.
Claro que ela tinha suas dúvidas sobre todas aquelas palavras serem uma farsa. era um “mulherengo”, sabia disso porque sempre lhe contara tudo sobre seu irmão, mesmo não sabendo dos desejos que tinha por ele. Uma parte dela dizia que ele era o melhor homem do mundo, e outra gritava contra. Pela primeira vez não queria mais ficar nadando nos seus pensamentos, então deu um último beijo em , sorriu e deitou sobre o peitoral dele.
Para ela, ali, foi “amor” à primeira transa. Fechou os olhos e então adormeceu.
abriu os olhos, estava claro. Lembrou-se da noite anterior, e para certificar-se de que tudo era ou não um sonho, olhou para o outro lado da cama. Estava vazio, porém o lençol estava amassado. Sorriu.
Levantou da cama e olhou cada peça de seu apartamento, procurando por . Concluiu que ele tinha ido embora. Foi até ao criado-mudo, ao lado de sua cama, para ver se este deixara algum recado. Nada. Tomou caminho à geladeira. Nada. Mesa: Nada. Sua bolsa: Nada. Desistiu desanimada e ligou para .
- Alô? – uma voz sonolenta atendeu.
- ? É a . Acordei-te?
- Oi amiga... Acordou. Mas nem dá nada. O que houve pra você ligar essa hora? – permaneceu em silêncio. – Ahhhh!!! Já entendi tudo, pode ir me explicando tudo o que aconteceu entre você e meu irmão.
não conseguia responder. Queria contar à amiga, mas tinha vergonha. Afinal, era irmão de .
- Eu dormi com ele. – a envergonhada disse rapidamente, mas o suficiente claro para a sua amiga entender.
- NÃÃÃÃÃÃO! – gritou no telefone, surpresa.
- SIMMMMMM! – berrou mais alto. As duas riram.
- Mas como assim? Vocês nunca se falaram direito. Conte-me tudo.
Então relatou tudo para a amiga, que estava boquiaberta.
- E foi isso. Ele me disse todas aquelas coisas bonitas, mas hoje não me deixou nenhum recado. – ela finalizou.
- Ai guria! Você conhece o meu irmão, ele é um cafajeste.
- Eu sei. Mas o que importa é que eu fiquei com ele.
- Como assim?
- Bem... Eu sempre tive vontade de ter algo muito além do que já tínhamos.
- Sério? E por que nunca me disse nada? – ela tinha um tom de indignação na voz.
- Eu tinha vergonha, e além de tudo não sabia se ele sentiria a mesma ambição.
- Uhn... Entendo. Mas mesmo assim deveria ter me contado.
- Tudo bem, me desculpe amiga.
- Não dá nada. Espera um pouco. - ouviu a amiga gritar “o que foi ?” – Eu vou ter que desligar, o besta do está queimando as omeletes. – Ambas riram.
- Ok. Beijos.
- Até mais!
preparou um café e foi tomá-lo em sua sacada, apoiando os cotovelos nesta. Olhou para o chão e viu alguma coisa amarela.... Espera aí, aquela era a sua calcinha predileta? O que fazia ali? Pensou, pensou e pensou.
Então se tocou. Não adiantava, era um parasita mulherengo e não tinha como mudá-lo... A noite anterior havia sido maravilhosa.
Sorriu observando a lingerie e disse para si mesma:
- Esse é o meu cafajeste.
N/A: Bom, essa é a minha primeira fic. Espero que gostem. Não deixem de comentar as suas opiniões!
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