A batida da música era inebriante. Dançar fazia com que ela esquecesse todos os problemas e se concentrasse apenas no som, nas luzes, que piscavam por todos os lados e faziam o movimento das pessoas parecerem mais lentos, e nos passos intencionalmente sensuais. Não podia reclamar da vida nenhum pouco. Era uma garota bonita, jovem, inteligente, simpática, rica e popular.
Você se pergunta: o que mais uma pessoa dessas pode querer? Parecia apenas que Deus havia lhe dado tudo... Menos sorte no amor. Sim, ela tinha a síndrome do dedo podre. Não sabia apontá-lo, era um desastre nos relacionamentos, sempre se decidia pelo cara errado e acabava se ferrando. No final, era sempre a que saía machucada. Não que ela estivesse pensando nisso no momento.
Sentiu uma mão em sua cintura, alguém puxá-la mais para perto. Um perfume diferente invadiu suas narinas, não lembrava daquele cheiro, mesmo sendo muito ligada a esse sentido. Continuou dançando, agora colada com aquele corpo, e resolveu não virar para ver quem era. Pelo menos por agora.
Se eles combinassem na dança, ela pensaria no que fazer mais tarde.
Uma das músicas que ela simplesmente mais amava começou a tocar, o que a fez começar a dançar de forma mais provocante ainda, enquanto ele acompanhava-a. A música era Here In Your Arms – Hellogoodbye.
I like
Where we are
When we drive
In your car
I like where we are
Here
Cause our lips
Can touch
And our cheeks
Can brush
Oh our lips
Can touch
Here
You are the one, the one that lies close to me
Whispers hello I miss you quite terribly
I fell in love, in love with you suddenly
There's no place else I could be, but here in your arms
I like
Where you sleep
When you sleep
Next to me
Oh I like
Where you sleep
Here
You are the one, the one that lies close to me
Whispers hello I miss you quite terribly
I fell in love, in love with you suddenly
There's no place else I could be, but here in your arms
Oh our lips
Can touch
Oh our lips
Can touch
Here
You are the one, the one that lies close to me
Whispers hello I miss you quite defiantly
I fell in love, in love with you suddenly
There's no place else I could be, but here in your arms
A última parte (n/a: em negrito) da música ele sussurrou no ouvido dela. Foi irresistível. Ela virou e eles se beijaram. Típica ficada de balada, sem compromisso nem nada. Eles nem sabiam os nomes um do outro! Mas uma coisa era certa: aquele beijo era diferente! Os corpos continuavam colados e eles continuavam dançando. Quando se desgrudaram, riram.
- Prazer, . – ele se apresentou.
- . – ela sorriu. puxou-a novamente, grudando seus lábios aos dela. Puxou o cabelo dela, gentil e agressivo, se é que essas duas atitudes podem ser usadas ao mesmo tempo, e sua mão percorreu toda a extensão das costas praticamente nuas da menina. Ela tinha uma das mãos por baixo da blusa dele, sentindo a pele quente e macia do abdômen de . A excitação dos dois era crescente e totalmente perceptível. A respiração era sôfrega, pesada. Ela gemeu baixinho, involuntariamente, quando ele beijou seu pescoço. Ele sorriu e colou a boca na dela novamente. A língua dele era quente e os lábios eram macios. Os olhos dele eram azuis, profundos, indecifráveis. Os cabelos caíam sobre seus olhos e ele era alto. Ela já havia visto antes e ele a chamava demais a atenção. Os comentários sobre ele, de que era um garoto calado, meio misterioso, a fascinavam. Era o cara que ela vinha procurando por 17 anos.
Buttons, das PCD, começou a tocar e ela se empolgou. Soltou-se dele e foi para o meio da pista. Começou a dançar sensualmente, rebolando e atraindo olhares, não só pela dança, mas também porque seu vestido lhe caía muito bem. Dançou olhando para ele e via o jeito fascinado com que ele a olhava, passando a mão nos cabelos, nervoso, os olhos dizendo que ele a desejava, do jeito que ela sempre quis. Terminada a música, ela voltou para ele, para os braços dele, e eles voltaram ao estado inicial de beijos e amassos.
- , nós temos que ir! Já são quase seis horas! – Ashley, uma das amigas dela, a chamou.
- , eu tenho que ir! Foi... Uma noite maravilhosa! – ela sorriu.
- Brittany, eu quero seu telefone! Amanhã eu ligo! – ela passou seu celular e anotou o dele. Beijaram-se uma última vez e Brittany saiu da boate, acenando para ele, que andava até o próprio carro. Adormeceu pensando nele, lembrando dos detalhes da noite.
O dia amanheceu rápido, mas passava das duas da tarde quando ela acordou. Sorriu para si mesma no espelho, relembrando quão boa a noite, que nada prometida havia sido. Seu celular tocou e a voz de Lindsay, sua melhor amiga, soou do outro lado, convidando-a para mais uma balada que ia BOMBAR.
O dia transcorreu normalmente e o celular dela não tocou. É, ele não ligou. Mas a esperança de encontrá-lo à noite era grande. Estava linda, como sempre, e o lugar estava cheio. Subiu para a área vip. Sabia que iria encontrá-lo. Só não imaginava que iria encontrá-lo beijando sua melhor amiga.
A música tocava alta e a batida forte do Psy era compatível com as batidas do seu coração. É, o jeito era ir para o meio da pista, dançar, dançar, dançar e dançar. O bar era chamativo e ela resolveu pegar algo para beber. Afinal, para afogar as mágoas, não existe coisa melhor que a combinação de álcool e música.