“Então... Eu nunca poderei sentir as borboletas em meu estômago, elas morreram, antes de sequer bater as asas.”

Ela andava e seu vestido preto batia em suas canelas, usava uma sombrinha de sol também preta, estava se dirigindo a apenas um lugar naquele dia, enquanto lágrimas doces escorriam pelo seu rosto triste. Havia se passado dois anos. Seu coração batia fraco desde que ele se fora.
estava na frente do túmulo dele, apesar do garoto nem saber que ela existia. Estava chorando, porque nunca pôde ouvi-lo cantar ao vivo, sempre chorou às escondidas por nunca poder ao menos dizer que o amava, mesmo que para ele não significasse nada. E então há três anos ele a tinha feito chorar por quatro dias inteiros, do outro lado do oceano, tinha morrido e levado metade do coração dela com ele para o caixão.
Ela culpou sua mãe por nunca deixá-la ir aos shows, brigou com várias vezes e quando completou vinte e um anos juntou dinheiro suficiente e veio até o túmulo do garoto para pelo menos chegar perto dele, nem que fosse entre algumas paredes de cimento e mármore branco.
queria gritar. O amava mais do que a própria namorada dele. Então parou, fechou a sombrinha e se ajoelhou, como se lhe faltasse força para ficar em pé ao lado do túmulo. Tocou a tampa de mármore branca e fria e começou a soluçar. Lágrimas e mais lágrimas escorriam por seu rosto e ela sentia seu coração se desfazer em mais pedaços.
Na lápide estava escrito: “ , o melhor que o Mcfly poderia ter.”. A garota sentia os joelhos doerem, mas não deixaria aquele lugar, não tinha forças, não conseguia parar de chorar, a dor era tão forte que ela encostou seus braços cruzados no túmulo e apoiou seu rosto neles, ainda chorando.
Abaixo de seu rosto havia uma pequena poça de lágrimas. Talvez acreditasse que poderia aparecer às suas costas e lhe tocar o ombro, trazendo a outra parte do seu coração de volta. Mas quando pensava nisso, cada vez mais chorava, era algo impossível até mesmo aos milagres de Deus. Então levantou o rosto e com as mãos tentou secar as lágrimas, olhou ao redor e estava sozinha.
Um vento lhe tocou o rosto, balançando seus cabelos, ela fechou os olhos e ficou assim até que o ar quente passasse. Poderia ser e talvez ele quisesse falar para ela que estava tudo bem, mas isso só a fez chorar mais. Fechou seus olhos e abriu-os, avistando novamente a lápide com o nome dele.
- E-eu... Não queri-a-a... Te conhecer nesse lugar... – ela fungou e continuou – É horripilante que você esteja num túmulo e eu aqui. Sabia... – ela deu um riso fraco – Que você roubou algo de mim, quando foi embora? – continuou a chorar.
- É mesmo? – uma voz, que a garota conhecia de vídeos e CDs, falou às suas costas – O que ele roubou de você? – perguntou doce e confortante.
- I-is-sso aqui... – ela apontou para o próprio coração. sentiu uma pontada de tristeza. “Como aquela garota que ele sabia que nunca tinha visto na vida, poderia amá-lo tanto?” – Sabe... ... – continuou a falar, mas agora com o túmulo – Eu queria ter falado que te amava, EU QUERIA TER TE VISTO, ANTES DE VOCÊ ESTAR CERCADO POR ESSAS MERDAS DE PEDRAS! – agora, gritava e chorava batendo em suas próprias coxas, com as mãos fechadas – QUE DROGA DE VIDA, QUE DROGA DE FAMÍLIA QUE EU TIVE! Eu chorei muitas vezes... Por que você me deixou? Droga, você sabia que roubar o coração dos outros é crime? Por que você fez isso comigo? POR QUÊ?
- Ei, vem cá! – a puxou e a abraçou. “Aquela garota se culpava por nunca ter conhecido , ela realmente o amava e foi uma pena ele nunca tâ-la conhecido. poderia ter arranjado alguém que realmente o amasse?”. começou a chorar ao se lembrar das coisas, dos shows que eles faziam juntos e começou a murmurar Silence Is A Scary Sound para a garota. apertou mais o abraço com . Ele era , um dos integrantes da sua banda favorita, mas isso não importava mais, não estava ali, para que ela pudesse gritar e o abraçar também. Então, para , tinha se tornando uma pessoa normal, uma pessoa que ela admirava, por não a ter tirado dali, pelo fato de estar gritando e perturbando o descanso de um dos seus melhores amigos.
- Sabe, ... Você acredita que ele está bem? Lá do outro lado, acredita que ele esta feliz?
- Sim.
- Às vezes já pensei em dar o resto do meu coração para ele...
- Não, por favor, não faça isso...
- VOCÊ NÃO SABE O QUE É VIVER APENAS COM METADE DO SEU CORAÇÃO, dói tanto aqui, , dói tanto! – lágrimas voltaram a brotar de seus olhos – Eu... E-eu não sei se consigo mais viver, . Eu acordo todo dia e quando percebo que eu nunca mais vou poder vê-lo, e-eu choro! Outro dia eu estava indo trabalhar e liguei o som na rádio, porque se eu escutasse meus CDs, vocês estariam no meio... POR QUE VOCÊS TINHAM QUE FAZER TANTO SUCESSO? Estava tocando Rihanna, então eu ouço o começo de Star Girl, meus olhos começaram a se encher de lágrimas, eu chorei, desliguei o radio, mas de que adianta, se eu sabia a letra inteira? Cheguei com os olhos inchados no trabalho, e todos me perguntavam o porquê da minha cara, e eu dizia que era porque o da minha banda favorita morreu, e sabe o que eles faziam, ? Sabe? ELES RIAM NA MINHA CARA... Como alguém pode se apaixonar por uma pessoa à qual só escutava e via por vídeos, que nunca conversou ou conheceu? Diziam que era paixão platônica e que eu estava fazendo um estardalhaço, mas se é uma paixão platônica, porque dói tanto, ? Por quê?
- E-eu não sei...
- E-eu... Eu preciso ir... Eu só estou machucando mais meu coração ficando aqui... – se levantou, se virou e deu dois passos, mas caiu chorando e machucando os joelhos - Por que eu não consigo, ? – ela se virou para o lado – Por que você não me deixar ir, , por que não me ajuda a parar de amar você? – chorava ainda mais agora, seu cabelo estava sobre seu rosto, e este estava borrado por causa da maquiagem que fizera – E-Eu me maquiei, tentei ficar linda pra você, mas olha o meu estado agora? Eu estou louca, não estou? Vir aqui e achar que a qualquer hora você apareceria e me abraçaria dizendo que me a-amava...
A garota se levantou e saiu andando, levando sua sombrinha abraçada e apertada ao peito, como se aquilo fizesse a dor do seu meio coração diminuir. Ela saiu do cemitério deixando para trás. Andou, andou e andou, por ruas e avenidas chorando sem ligar para o que as pessoas ao seu redor falavam. Até que chegou a um lago, de água escura, que ficava no meio de um parque, que a esta hora estava sem ninguém. A garota correu até a água e parou na beirada. gritou, vendo suas lágrimas se misturarem com as do lago, num barulho fraco de gotejar.

“Fuja e encontre com ele no paraíso da morte.”

POV .

Eu olhei para frente e vi meu reflexo, estava feia e meus olhos vermelhos e inchados. Então vi meu reflexo virar a pessoa que eu mais amava no mundo, ele estava sorrindo e pronunciava algo que eu não entendia, então foi se afastando mais para o centro do lago e eu involuntariamente estendi minha mão, mas quando tentei tocá-lo, se afastou mais para o fundo.
Então me levantei, tirei meus sapatos e levei meus pés para dentro da água, fui caminhando para tentar alcançá-lo, mas cada vez mais ele ia mais longe, eu não conseguia lutar contra a minha vontade de segui-lo, aquilo estava totalmente fora da minha consciência, estava chorando, tentava falar algo, mas nada saía, eu queria gritar: “Espera! Não me deixe, por favor...”. Mas apenas parecia não me escutar assim como eu não o escutava.
A água já estava em minhas coxas quando ele desapareceu e eu mergulhei, não podia ter sumido. Então abri meus olhos e não vi nada, a água estava escura o bastante para que eu não pudesse ver mais de dois palmos na minha frente.
O lago estava quente e meu ar cada vez menor. Meu cabelo longo até a altura do cotovelo tinha de uma aparência castanha, na minha testa havia uma franja levemente solta sobre os meus olhos azuis, que agora estava não mais sobre o meu rosto, mas misturada junto ao resto do meu cabelo pesado por causa da água que envolvia o meu corpo.
Então eu fechei os olhos. Tentei pegar ar, mas algo me puxava para baixo e não me deixava voltar à superfície. Eu estava a um pouco menos de vinte metros da beirada do lago, quando não consegui mais voltar e algo gélido me atingiu as narinas, adentrando minha boca, logo depois que fiquei sem ar.
Antes de apagar completamente, eu o vi, havia uma luz, estava lá, um dos braços esticados para mim. A palma da mão dele queria a minha. Eu segui a luz, queria abraçá-lo, poder dizer finalmente que o amo, mas algo me impediu. Alguém me empurrou para trás, em um abismo, estava preso pelos braços por dois outros caras e berrava. Juntei todas as forças e gritei antes de tudo escurecer completamente.
- Eu amo você!

“Eu atravessei os portões do paraíso. Eu sonhei com esse lugar. Ele não é como eu imaginei, já que você não está aqui. Então, eu acho que vou dormir eternamente.”

Fim.

N/A: Essa fic nasceu de uma idéia que eu espero que nunca aconteça. Eu chorei litros escrevendo ela, porque Paraíso da Morte está sendo a minha vida até agora, mas eu não quero que a minha vida termine, como essa fic chegou ao fim. Então BEIJO ESPECIAL PRA LIANE. PQ EU AMO ELA. Pronto Lia? Satisfeita? OIASOIHASOISAH ela é a minha diva que me deu um empurrão pra colocar essa fic no site, e eu não posso esquecer das minhas amigas divas Lê, minha jones, KD O KEKO?? mimimi, a Agnes, que é a FLETCHA uhl. Felizes? Depois desse fim trágico, eu duvido muito.
Beijos Juh.

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