- Mas eu só não entendo o porquê da null estar aqui. – Kyle se sentou no banco que estava do lado da abertura para a cozinha e fez um bico, achando toda aquela situação desorganizada, e muito injusta, do seu ponto de vista.
- Talvez seja porque você convidou o null. Que, a propósito, deve ser o mesmo tocando a campainha. – null entregou o saco de pipoca para Kyle e limpou os dedos no pano de prato que estava jogado em cima da mesa. Ela andou até a sala, desviando dos cobertores e travesseiros que estavam no chão até chegar ao outro lado. Ela jogou a mão em cima de uma chave preta e a colocou na fechadura, abrindo a porta. Para sua surpresa não era null, era null.
- Oi! - null falou, já entrando na casa sem mais nem menos.
- Oi null, pensei que você só vinha mais tarde. - null fechou a porta atrás dela, antes de cumprimentar a amiga com um abraço.
- Pois é amiga, só que daí eu acabei desistindo de ficar em casa, e vim para cá. Coloquei o carro na garagem, ok? – Ela sorriu como se estivesse orgulhosa da decisão. null fez um ‘ah’ de entendimento, e as duas voltaram para a sala. Kyle já estava jogado em cima do sofá, segurando dois potes de pipoca.
- Oi Kyle! Tudo bem? – null tirou o casaco que revelava sua blusa branca de alcinha.
- Oi null! Tudo... Bom te ver novamente. – null sorriu e foi em direção a cozinha. null olhou para Kyle deitado no sofá. Ele estava usando uma blusa cinza com gola v, e uma bermuda branca da Hurley. Fazia um ano e meio que Kyle havia lhe pedido em namoro. null nunca iria esquecer-se dos dois deitados naquela rede na casa de campo dos pais dela. Ela olhando para ele, quem fazia carinho em seu cabelo, e, por um instante, eles se encararam. Foi então que Kyle a pediu em namoro. Ela sorriu ao ver ele havia lembrado que ela ODIAVA quando alguém subia no sofá com os sapatos. null andou até o menino que estava com os cabelos bagunçados, sentou–se do lado dele, e brincou com os fios do cabelo dele com as pontas dos dedos.
- É incrível como eu te conheci há um ano e meio atrás, e na segunda semana você já havia decorado que eu odeio quando alguém deita no sofá com o tênis. Já vai fazer quatorze anos que eu conheço a null e, até hoje, isso é só mais um motivo para ela dizer “ai mais que saco, null!”. – Kyle riu, deixando a mostra seus dentes. A campainha tocou novamente e, dessa vez, null não se importou de pisar no que estava jogado no chão. Ela abriu a porta, sabendo que ia encontrar null.
- Oi null! – null estava usando uma blusa branca com o símbolo da Lacoste no canto, e uma skinny preta. O wayfarer preto cobria seus olhos, e a covinha que ele tinha do lado esquerdo da boca parecia mais uma cratera, do que uma cova.
- Oi null, entra, eu já vou colocar o filme. – null entrou, limpando os sapatos no tapete de entrada. Ele de uma olhada na sala e sorriu ao ver Kyle.
- E aí mano! – Os dois deram uma batida de mão para se cumprimentar.
- E aí! Tem cerveja na geladeira. – Kyle completou.
- Então é para lá que eu vou. – null soltou um riso, e se direcionou para a cozinha, dando para ver pelo canto do olho null se jogar no sofá, ao lado de Kyle. A música ‘Startruck’ do 3OH!3 tocava na cabeça dele. - Nice legs Daisy dukes, makes a man go... – null assobiou antes de entrar na cozinha, e quase se engasgou ao ver a bunda mais perfeita que já havia visto em toda sua vida. - Wow! – null falou para si mesmo A menina que estava com a bunda empinada, e procurava alguma coisa de baixo da pia, estava usando um short jeans preto, e uma regata branca. No pé, um tênis Nike, com os cadarços desamarrados, azul de cano longo. Dava para ver a calcinha fio dental preta, que havia ficado a mostra, e null engoliu um seco. A menina remexia a bunda para um lado e depois para o outro, finalmente se levantando. null passou as costas da mão na boca, com medo de que ele havia babado. A menina, que ainda estava de costas para ele, se espreguiçou (empinando mais uma vez a bunda) e mexeu no cabelo castanho meio liso e encaracolado nas pontas, que ia facilmente até a cintura. Quando ela se virou, null arregalou os olhos, e ela deu um pulo para trás.
- AI! QUE SUSTO SENHOR PAI! – A menina colocava a mão na testa e fechava os olhos.
- Desculpa! Eu só vim pegar uma cerveja. – null rapidamente abriu a porta da geladeira, e tirou de dentro dela uma cerveja, a abrindo logo em seguida.
- Tudo bem. – A menina se recompôs e sorriu levemente, esticando a mão direita na frente do peito, e em direção a null. - Sou null, amiga da null. – Ela abriu outro sorriso, só que esse mais aberto. Mostrando os dentes mais perfeitos que null já havia visto em toda sua vida.
- null. Amigo do Kyle. – null sorriu de volta, fixado na beleza dela. null não estava usando maquiagem pesada, o máximo que ela usava era o seu melhor amigo, o rímel super mega triplo volumoso, que deixavam seus cílios perfeitos, e lápis. Ela não estava vestida com uma roupa que alguém pode usar para ir até a padaria e nem com uma de ir até o shopping. Mesmo assim, null não conseguia tirar seus olhos de cima dela.
- Prazer. – null abriu o sorvete de palito que estava em sua mão. A coisa que mais amava na casa de null, os sorvetes Abracadabra. Ela sempre pegava o de tutti-frutti e null sempre pegava os de uva. null deu uma longa chupada no sorvete, olhando para null. Depois de tirar o sorvete da boca, ela lambeu os lábios sensualmente e sorriu logo em seguida, indo em direção a porta da cozinha. “Ela acabou de dar em cima de mim, ou foi impressão?” null pensou, indo atrás dela. Na tentativa dos dois passarem juntos pela porta, eles ficaram grudados ali, um de frente para o outro, espremidos pelo batente da porta, e vendo quem conseguiria sair primeiro. null olhou para null, quem o encarava. - Pode ir. – Ela falou, mordendo seu picolé.
- Meninas primeiro. – Ele falou ao sentir que estava preso.
- Não, eu insisto. – Ela sorriu, lambendo o picolé.
- Mas eu quero que você vá primeiro. – null olhou para baixo, onde os peitos de null estavam espremidos contra o peito dele. null mordeu o lábio inferior, e depois a encarou novamente.
- Então vamos ficar aqui a tarde inteira. – null olhou para null, que a encarava, ela respirou fundo, e um sorriso cresceu no canto de sua boca. Ela levou o sorvete até a cara do null, e raspou o picolé contra a ponta do nariz do menino, quem a olhava indignado.
- Ah, então você quer jogar sujo? – null a encarou novamente. null só levantou uma das sobrancelhas e sorriu de lado. Ele olhou para sua mão, a qual segurava a cerveja gelada. Ele a levou até o peito de null, e espirou um terço da cerveja na blusa da menina.
- ! – null olhava para ele, quem encarava a blusa dela que ia ficando transparente. null mordeu o lábio de excitação e a garota percebeu. Os dois pareciam ser peguetes de décadas. - Ai null! Eu não acredito! – Ela falou baixinho. – O que eu vou fazer agora?! Estou com a minha blusa toda molhada de cerveja, e toda transparente, e olha... O meu sorvete está começando a pingar! – null o levou até o peito, aonde caíram algumas gotas. Ela passou o dedo indicador no peito e o chupou logo depois. null a olhava de boca aberta. Ele queria a agarrar pela cintura, a jogar em cima da mesa, e arrancar toda a roupa dela agora. “AI, PORRA!” Ele se xingou. Quando null tirou o dedo da boca, null sentiu seu corpo reagir com toda a sensualidade dela. Seu membro ficou ereto e completamente duro. null sorriu satisfeita, e olhou para baixo. - Precisa ir a algum lugar, null? – Ela levantou uma sobrancelha, null bufou, e saiu da porta, indo, quase correndo, até o banheiro. null andou até a sala, rindo com a cabeça jogada para trás.
- O que aconteceu? E porque que você está toda molhada? Cadê o null? – null perguntou. null sorriu, deixando escapar mais uma risada fraca entre seus lábios.
- Nada aconteceu. Derramei água. E no banheiro. – Ela desligou a luz e se sentou em uma das almofadas gigantes que estavam no chão. null estendeu a mão para pegar o controle, e apertou play. Já estava ficando cansada de ficar olhando para aquela imagem assustadora da capa do filme, Jogos Mortais IV. Logo depois do aviso do filme, null saiu do banheiro e se sentou do lado de null. Ela sorriu ao sentir o braço dele encostar-se ao dela. null chegou seus lábios perto do ouvido da garota, que sentiu um calafrio.
- Bela jogada. Mas terá volta. – A garota só abriu o sorriso, sem se mover. Não queria lidar com a satisfação de mostrar algum interesse no menino que estava sentado ao seu lado.
Pela metade do filme, null estava morrendo de medo, e se escondia atrás da almofada, null desviava o olhar da televisão para a cara assustada de null, e para as suas coxas descobertas, e null e Kyle não haviam parado de se beijar desde o começo do filme e não tinham essa intenção até ele terminar. null olhou rapidamente para o outro lado ao ver que null estava o olhando. Ele colocou os pés em cima da mesinha baixa e encarava a televisão, não fazendo a mínima idéia do que estava acontecendo. null olhou para os pés de null, que estavam cobertos por um All Star preto. Ela, rapidamente, jogou suas pernas em cima das dele, e endireitou seu short. null a olhou, ela mordia o lábio inferior e encarava a televisão.
“Meu, olha esses lábios. Olha essas coxas. Olha esse rosto. Olha esse cabelo. Olha essa cintura! Como que alguém consegue ser assim tão perfeita? Para de olhar null, ela vai achar que você é um maníaco.” null voltou a encarar a televisão rapidamente. “Ela me quer. Não é possível ela não me querer. Ela acabou de colocar as pernas dela sobre as minhas. Ela tem que me querer. Eu nunca pensei que a ‘amiguinha da null’ seria tudo isso. Kyle me fodeu gostoso nessa. Já sei, vou abraçar a cintura dela. Então, se ela me quer, ela vai me encarar, e eu a beijo. Pronto, fácil! O que podia dar errado?! O máximo que ela pode fazer é me rejeitar. Está bem, ela podia me rejeitar, isso que podia dar errado.” Seu olhar voltou ao rosto da menina. “CARALHO , PARA DE OLHAR!” Ele desviou o olhar novamente, já ficando cansado daquele joguinho de ping-pong do olhar. “Ok, pega a cintura dela, vai devagar.” null levou sua mão até as costas dela, ainda não a tocando. Quando ele colocou seus dedos na cintura dela e a deslizou, os tirou rapidamente ao ouvir um barulho agonizante chegar aos seus ouvidos.
- AAAH, CARALHO! – null e Kyle se separaram, encarando null que havia gritado como uma louca. - QUAL SEU PROBLEMA, MEU? QUE SUSTO. –null cobria a cara com as mãos, tentado recuperar o fôlego. Kyle se matava de rir ao perceber, antes de null, o que tinha acabado de acontecer. null a olhava com os olhos arregalados.
- Me desculpa... Eu só ia... – Ele não terminou ao ver null e null o encarando, e Kyle rindo de sua cara de bunda. “Realmente, isso é bem pior do que ela te rejeitar.” null queria se enterrar de vergonha.
- Eu sei que você quer me proteger, só que me avisa antes de me matar de susto, por favor?! – null concordou com a cabeça, voltando seu olhar para a televisão. “SE FUDEU, SE FUDEU, SE FUDEU, SE FUDEU, SE FUDEU, SE FUDEU, SE FUDEU. Se fudeu.” null se xingava mentalmente. “Olha para ele, todo eu posso assustar as pessoas e blá, blá, blá. Quem ele acha que é? Eu sou null... Olha os olhos dele, VOCÊ ESTÁ VENDO ESSES OLHOS? Vai, agarra ele. Pega ele pela nuca, e beija ele, vai, vai, vai!” null não parava de olhar para null. Ainda não havia percebido que ele a encarava também. Ela chegou perto dele e respirou fundo. Quando ela estava prestes a beijá-lo, ouviu um grito vindo da televisão, e virou a cabeça em direção à mesma. “Espera aí! Você não pode beijá-lo, e o John? Ele se declarou para você ontem null. Você não pode fazer isso.” - AH NÃO! ELA NÃO PODE MORRER! – null berrou, olhando para a televisão. null a olhava sem saber o que fazer.
“Ela ia te beijar dude, eu tinha certeza absoluta disso, o que aconteceu? Eu não entendo essa menina.” null se virou para a televisão na intenção de desistir, até null, sem o olhar, o pegou pela mão e entrelaçou seus dedos. null e null ficaram com os dedos entrelaçados até o fim do filme. Havia ficado tarde, então null ofereceu a sala para Kyle e null dormirem, eles aceitaram sem pensar duas vezes.
***
null pegou o celular para ver as horas, o relógio marcava duas horas e trinta minutos da manhã. Ela se perguntava por que não estava conseguindo dormir. Ela fechou os olhos, e os abriu logo em seguida ao ouvir um barulho na porta. Ela se sentou na cama, com medo.
- null, null acorda. – null cutucava a amiga que não dava o mínimo sinal de vida. O barulho soou mais alto e null tremeu. Ela se levantou e andou até a porta, respirando fundo várias vezes antes de abri-la.
- Alô? Tem alguém aí? – null olhou para os dois lados antes de fechar a porta atrás dela. Ela olhou para a escada e se segurava no corrimão ao descer. Estava tudo escuro e a única coisa que ela conseguia ver era o chão. null congelou ao ouvir o barulho mais perto. Ela arregalou os olhos ao sentir alguém, tampar sua boca e a levantar no ar. null chutava e se mexia nos braços da pessoa que a agarrava.
- null, sou eu! – null a colocou deitada em cima do cobertor que estava esticado no chão. null se sentou rapidamente, passando as mãos pelos olhos.
- Porque que você insiste em me assustar, null? – null o mediu de cima a baixo. Ele havia trocado o jeans pelo samba canção, e estava sem blusa. Ele riu, jogando a cabeça para trás. null mordeu o lábio inferior, se juntando a ele logo em seguida, rindo. Ele a olhou, e tirou o cabelo dela da frente do rosto, o colocando atrás da orelha.
- Não foi de propósito. – Ele sorriu para ela. null se deitou, olhando para o teto. Ela havia tirado o short jeans e colocado um short de malha que parecia mais uma calcinha grande do que um short, e sua camisa gigante da Janis Joplin, que estava cortada, deixando um de seus ombros nus.
- Pode me falar porque você me seqüestrou? – null tirou seus olhos do teto, e os colocou em cima de null.
- O Kyle queria ir dormir com a null. Ai agora que você desceu, ele está lá em cima. – null ficou o encarando, desviando seu olhar do olho dele para a boca. “Agora é a sua chance.” null pensou para si mesmo. Ele ficou em cima dela e sorriu ao ver lá sorrir para ele. null foi chegando seu rosto perto do dela, e encostou seus lábios gentilmente. null colocou suas mãos na nuca dele cedendo passagem para a língua quente de null. Ela colocou uma das pernas em cima da dele, e colou seus corpos. O beijo foi ficando intenso enquanto null percorria o corpo dela com suas mãos, passando elas pela cintura fina de null. “O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ? SE AFASTA.” null pressionou seu corpo contra o dela mais forte ao sentir a coxa da null ser pressionada contra o quadril dele. “AGORA , AGORA!” null decidiu se ouvir, e afastou o corpo de null do dela. - O que foi, null? – Ele a olhava, querendo mais.
- Eu não posso. Eu meio que tenho... Quer dizer, tem outra pessoa e eu não posso... Hm... Desculpa. – Ela se sentou e endireitou o corpo. null queria muito ficar com null. Tudo bem que ele ficava a assustando, mas ele tinha um sorriso lindo, e os olhos que, meu Deus... null se sentou ao lado dela.
- O que você quer fazer então? – Ele perguntou.
- Dormir. – null se deitou de lado, o olhando. Ele se deitou do lado dela, a olhando também.
***
null sentiu alguém a abraçar. Ela abriu seus olhos e viu Kyle a encarando.
- Quando que você chegou aqui? – null sorriu, e colocou suas mãos no pescoço dele. Kyle aproximou seus corpos.
- Ano passado. – Ele a beijou. null colocou uma perna em cima da dele e arranhava o pescoço do garoto carinhosamente. O beijo começou a ficar rápido, e desejoso. null colocou a outra perna em cima da de Kyle, colocando ele deitado na cama, e ficando por cima. Ela movimentava sua cintura em cima do membro ereto de Kyle, o fazendo gemer. null tirou a blusa dele com um movimento só. Kyle parou os beijos, e olhou para null sorrindo. - Você tem certeza? – Ele perguntou. null balançou a cabeça, e o beijou.
***
O sol passava pela cortina, e batia direto nos olhos de null. Ela se remexeu e os abriu. null a abraçava pela cintura e de um jeito não malicioso. Ela se virou, olhando para o rosto calmo do garoto deitado ao seu lado. null, gentilmente, tirou o braço dele de sua cintura, e se levantou. Marcava uma hora da tarde no relógio da sala. Ela foi para o banheiro, aonde escovou os dentes, e depois se direcionou para a cozinha. Enquanto ela esperava o leite se aquecer no microondas, percebeu, pelo seu reflexo no vidro do mesmo, que estava com o cabelo todo bagunçado, e com a pouca maquiagem que usava toda borrada. Ela passou a mão no cabelo. Quando o microondas fez um barulho, null olhou para o vidro, e viu que havia alguém em pé atrás dela.
- Se, por acaso, você for o cara do filme, não me mata. Eu juro que não fiz nada. Aquela vez que eu estava bêbada e dormi na casa da Mariana não pode contar. Por favor. – A pessoa atrás dela soltou um riso e andou em direção a menina, que ainda estava com medo, e não queria se virar. Ela soltou a respiração que estava segurando quando a pessoa chegou perto o bastante para ela ver que era null. Ele beijou seu ombro nu e sorriu.
- Prometo não te matar. Eu não mato as pessoas. Só seqüestro. Você é prova disso. – Ela sentiu um calafrio prazeroso e se virou para ele. null não estava diferente. Não parecia que ele havia acabado de acordar. Diferente dela.
- Bom dia. – null tomou um gole do ovo maltine que tinha esquentado.
- Mentira que você toma ovo maltine? Quantos anos você tem, nove? E falando nisso, você já ouviu falar de café? – null passou as costas da mão na boca, e fez uma cara de nojo.
- Não! Eu não tenho nove anos. Tenho dezenove. E eu acho café nojento. O cheiro de café me enjoa. Você não vai fazer, não é? – null olhou para os dois lados, antes de responder a pergunta da garota. - Por favor, toma ovo maltine comigo! Vou te ensinar como tomar, vem. – null colocou sua xícara em cima do microondas, e o pegou pela mão, entrelaçando seus dedos. - Você gosta de requeijão e geléia de goiaba? – null fez uma cara estranha.
- Sim... – Ele falou inseguro.
- Então senta aí que hoje eu vou servir o seu café da manhã. – null sorriu e virou as costas para ele. null observava a menina tirar as coisas das prateleiras e as colocar de volta, fazendo a maior bagunça. Alguns minutos depois, ela havia terminado. null colocou um prato com um pão, e uma xícara de ovo maltine na frente de null. - Agora toma um gole, e dá uma mordida. Cuidado que o ovo maltine está quente. – null respirou fundo, e tomou um gole do líquido marrom que estava dentro da xícara vermelha. Ele fez uma cara de aprovação e pegou o pão com a outra mão. Ele deu uma mordida, arregalando os olhos. Depois que engoliu, ele olhou para null, que ainda estava no começo da bebida dela.
- Posso, sinceramente, te falar que esse foi um dos melhores cafés da manhã que eu já experimentei na vida. – null sorriu satisfeita.
- Bom dia null, Bom dia null. – null desceu as escadas sorrindo. Kyle estava logo atrás dela, e mexia no cabelo bagunçado.
- Bom dia. – null e null repetiram.
- Gente, o Kyle estava me contando que um dos amigos dele emprestou a casa de praia para o fim de semana. A gente ta a fim de dar um pulinho até lá, querem ir? – null trocou um olhar com null, que sorriu.
- Quando que vocês vão? – null tirou o pão que null estava segurando da mão dele e roubou um pedaço, mastigando.
- Hoje à noite, e voltamos domingo à tarde. – null engoliu, e olhou de novo para null.
- Está bom então, nós vamos. Você vai, não é null? – O garoto olhou para null e parou para pensar.
“Uma semana inteira, só eu e você. Quer dizer, Kyle e null estariam lá, mas eles ficariam juntos, é claro. FALA SIM!”
- Porque não?! – Ele deu de ombros. null olhou para os dois e sorriu.
- GREAT! Só os quatro em uma casa gigantesca, um final de semana inteiro, mal posso esperar! – null trocou outro olhar com null e se direcionou para a sala. Ela subiu as escadas, e foi até o quarto de null para ela se trocar. Colocou uma calça jeans, e uma blusa preta. Ela mexeu no bolso do shorts que havia tirado e tirou de dentro do bolso um pacote de Halls. Ela o colocou na boca, e ao perceber que não era o preto que ela estava tão acostumada, andou em direção ao lixo para jogá-lo fora. null arregalou os olhos ao ver uma camisinha usada dentro do mesmo.
- Oi null! Você vai para casa arrumar a sua mala? – null entrou no quarto, batendo a porta atrás dela. null a encarava e olhava a camisinha no lixo. null percebeu o que null estava encarando.
- Tem alguma coisa que você quer me contar? – null perguntou. null se sentou na cama e cobriu o rosto com as mãos. null andou até a amiga e se sentou do lado dela.
- Então... – null levantou a cabeça, encarando a amiga envergonhada. - Ontem ele se deitou do meu lado, e eu acordei. Ai a gente começou a se beijar, bem inocentemente. Quando eu percebi, eu já estava tirando as minhas próprias calças. Mas null, eu estou há um ano e meio com ele, e eu realmente o amo. Ele foi um perfeito cavalheiro, me perguntou se eu tinha certeza e tudo mais. Ele foi devagar, e perfeito. – null sorriu feliz pela a amiga.
- Então, sim, eu vou para casa arrumar as minhas malas, e volto pela noite. – null pegou sua bolsa que estava em cima da cadeira, e mandou um beijo no ar para a amiga. Ela fechou a porta ao sair do quarto e desceu as escadas. null entrou na cozinha, aonde null e Kyle riam alto. - Eu estou indo meninos, tchau. – null lançou um olhar para Kyle, e foi atrás de null.
- , ESPERA! – Ele gritou, pegando ela pelo braço antes dela sair pela porta. - Para onde que você vai? – null desceu a mão que segurava o cotovelo da menina para segurara a mão dela.
- Vou para casa. Arrumar a minha bolsa para hoje à noite, então eu volto. – null sorriu para ela.
- Então eu te vejo mais tarde. – Ele a puxou e deu um beijo na bochecha dela. Ela corou e se virou, sumindo pela porta. null voltou para a sala e encarou os cobertores jogados no chão. Ele olhou para um celular que tocava ‘Dirty Little Secret’ do All American Rejects. Ele tirou o celular que estava debaixo do cobertor, e o atendeu sem prensar duas vezes. - Alô?
- null, é o John, eu quero conversar. Eu sei que eu te falei que eu te amava, mas eu estava meio bêbado. Eu não sei se você sente o mesmo sobre mim. Mas eu não quero parar de sair com você normalmente e... – null desligou o telefone e um sorriso apareceu na cara dele.
- Porque o sorriso? – null estava descendo as escadas. null deu os ombros.
- Nada não.
***
null estava pronta. As malas estavam feitas, e ela já tinha trocado de roupa. Estava usando um shorts de pano branco que cobria só até a curva da bunda, deixando que sua blusa com a bandeira da Inglaterra o cobrisse, três cintos finos em cima do shorts, e, em seus pés, um Nike diferente, também de cano longo. Já eram oito horas da noite e ela havia decidido que estava na hora de voltar para a casa de null. Ela apagou as luzes e quando estava fechando as cortinas, alguém bateu na porta.
- JÁ VAI! – Ela terminou de fechar as cortinas, e andou até a porta. O olho mágico estava tampado, então null não sabia quem era. Quando ela abriu a porta, John estava a encarando, com aqueles olhos verdes, e aquele sorriso de lado.
- null, porque que você desligou na minha cara? – null juntou as sobrancelhas.
- Quando isso?
- Hoje à tarde. Eu te liguei no celular, e você desligou. – null colocou as mãos no bolso.
- John, eu esqueci o celular na casa da null, o que você queria me falar?
- null, eu não te amo. – null o olhou, chocada.
- Sério John? Sério mesmo? – Ela sorriu.
- Sim. Quer dizer, eu te amo, é claro, não tenho como não te amar, mas eu não te amo, amo. Eu te amo como um melhor amigo, e te desejo como ficante, mas por eu te conhecer por tanto tempo, você é mais uma irmã para mim. – null riu, aliviada.
- Uma irmã que você enche de presentes, e de beijos ocasionalmente? – Ele sorriu, chegando mais perto dela.
- Isso. – Ele tirou uma caixa de trás das costas, e a entregou. Os olhos dela brilharam, e um sorriso se abriu de ponta a ponta no rosto delicado de null. Ela tirou o embrulho rapidamente, que revelou uma caixa inteira só de Ferrero Rocher.
- Você sabe muito bem como me agradar, John. – Ela falou e o abraçou.
- null, eu acho que eu sou gay. – null o encarou abobada.
- Como assim gay? – John chutou o chão.
- Eu conheci um cara, e eu estou gostando dele. Ele é gay e sei lá. Mas eu gosto de mulheres. Ainda fico excitado quando as vejo. Você ainda me excita.
- Ai, finalmente eu tenho um amigo gay. Estava querendo um desses. Eu te apoio. – null olhou para ele e sorriu. - Eu conheci alguém. – Ela completou e John arregalou os olhos.
- Ah é?! Quem?
- O nome dele é null. Eu vou viajar com ele agora. Ele, a null, o Kyle e eu vamos para a praia. – null apontou para as malas que estavam no chão.
- Vem, eu te deixo lá. – John entrou no apartamento de null, pegando a mala preta Louis Vuitton, de rodinha.
- Não é incomodo? – John a olhou com uma cara de óbvio.
- Por você princesa, nada é incomodo. - null colocou a caixa de Ferrero Rocher dentro da bolsa gigante que ela levava na mão, sorrindo, e trancou a porta. Ela ajudou John a colocar a mala dentro de sua picape vermelha. Os dois entraram no carro, e John o ligou.
- Então, fora aquele cara, vendo alguém especial? – null perguntou, retocando a maquiagem no espelho do carro.
- Sim, várias pessoas. – O amigo piscou para ela, e sorriu. - Falando em especial, se esse menino não for outro cafajeste, você me liga para a gente fofocar. Agora que a null tem um namorado, ela se esqueceu de se importar. – Como que null não havia percebido que ele era gay? Só o jeito dele falar já revela alguma coisa.
- Ligarei sim. – Ela sorriu para o amigo.
Dez minutos depois, o carro estava parado na frente da casa de null.
- Então, eu quero que você se divirta na praia, e ME LIGUE! – John abraçou a menina.
- Obrigada pela carona, John. – John tirava a mala de null do porta malas e a olhava sorrindo.
- Sempre que quiser, estarei à disposição. – Ele se aproximou de null. - Posso te dar um beijo? Só para matar a saudade? – null olhava para os olhos verdes de John.
- Você não presta, John Michael Lennon. – Ele envolveu seu braço na cintura dela, e a deu um selinho demorado. Quando ele a soltou, null endireitou seu shorts e sorriu.
- Tchau princesa. – Ele falou, dando um beijo na testa dela.
- Tchau. – null falou entrando na casa e vendo null em pé, na frente da porta. “SHIT, NÃO ERA PARA ELE TER VISTO! Shit, shit, shit, shit. Shit, shit, fodeu.” - null! Me ajuda com essa mala, por favor? – Ela tentou tirar aquele olhar de ciúmes, ou raiva, não tinha certeza qual, do rosto dele. null andou até ela, sem falar nada pegou sua mala e a colocou na porta malas de um carro preto. - De quem é esse carro? – null perguntou, chegando mais perto dele.
- É meu. – Ele estava com a cara fechada, e se se encostou à porta do carro, encarado o nada.
“Af, não acredito que eles estão namorando. Tenho certeza que esse foi o cara que ligou, dizendo que NÃO a amava. Você não tem sorte mesmo, null inútil!” null pensou, se xingando mentalmente. null mordeu a própria bochecha com força, não sabendo o que fazer.
- E aí, vamos? – Kyle saiu da casa e andava em direção a null. null saiu logo em seguida, e trancou a porta atrás dela.
- null, tudo bem você ir no carro do null? – null jogou as chaves na bolsa, e sorria para a amiga como quem diz, “POR FAVOR AMIGA, EU PRECISO DO TEMPO SOZINHA COM O KYLE PARA PERDER O RESTO DA MINHA DIGNIDADE!”
- Problema nenhum, a menos que ele tenha um problema com isso. – null a olhou. null não se moveu, apenas falou.
- Problema nenhum. – null sorriu, sem perceber a atitude de null, e jogou os braços para o alto.
- ENTÃO VAMOS! – null abriu a porta do carro prateado de Kyle, e ele se sentou no lugar do motorista. null já estava dentro do carro, então null deu uma corridinha e entrou no mesmo. null ligou o rádio para não ficar em absoluto silêncio. Tocava Hey Soul Sister do Train e null cantava a música, e se movia conforme ela. “FALA ALGUMA COISA! Ou você abre essa boca, ou ela vai pensar que você está bravo com ela. Olha para ela!” null virou a cabeça e olhou null por um instante, depois voltou o olhar para a rua.
“Realmente não dá para interromper esse momento.” Ele a olhou novamente. null estava com os olhos fechados, e com as duas mãos na cabeça. Ela se movia lentamente, enquanto cantava a sua música favorita. “OLHOS NA ESTRADA, !” Sua mente ordenava. “Quando acabar essa música, você vai falar com ela. Ela já deve pensar que eu estou bravo com ela. Ai, que merda.” null se virou para null, abrindo seus olhos e sorrindo.
- The way you move ain’t fair you know? – Ela cantou, olhando para ele e mexendo no cabelo. null respirou fundo antes de cantar de volta.
- Watching you is the only drug i need. – Ela riu jogando a cabeça para trás, ela colocou seu corpo mais perto do dele, dando-lhe um beijo estralado na bochecha e aumentando o som.
“Ai, finalmente um sorriso no rosto desse null. Olha como ele está lindo dirigindo com cuidado. Mas agora você perdeu a sua chance, null. Quando ele queria ficar com você, você TINHA que abrir a boca e falar que tinha outro alguém. AI! COMO VOCÊ É IDIOTA!” null puxou a raiz do cabelo, cantando mais alto.
“BEIJO NA BOCHECHA? Isso é basicamente um beijo na boca! Tomara que ela traia o namorado essa semana.” Ele a olhou balançar o corpo, e deixou uma risada escapar.
***
- Chegamos? Que horas são? - null cobria null com o cobertor quando ela abriu os olhos.
- Ainda não. Uma hora da manhã, ainda faltam mais três horas. Eu parei aqui no posto para comprar um café. – null segurou o cobertor, e o puxou para mais perto.
- De onde veio esse cobertor? – null sorriu de lado, colocando uma das mechas do cabelo dela atrás da orelha.
- É meu, você estava toda encolhida e parecia estar com frio. Você sabia que fala enquanto dorme? Quem é John? – null desviou o olhar dele, corando. - É ele, não é? O seu namorado? Não... Tudo bem, eu entendi. – null ia se levantando, quando null o agarrou pela nuca.
- Não, ele não é o meu namorado por que eu não tenho namorado. – Ela sorriu, trazendo o rosto dele mais perto do seu.
- É aquela outra pessoa de ontem? E aquele cara de hoje? – null balançou a cabeça, fazendo um não.
- A mesma pessoa, e gay, aparentemente. – Uma buzina impaciente interrompeu o momento deles.
- Eu tenho que estacionar null, espera aí. – null bufou, voltando seu corpo para frente do volante. null se sentou, olhando para as luzes do posto. Do lado do posto tinha uma Starbucks, e do lado do Starbucks tinha um McDonalds. Os olhos de null se acenderam como os de uma criancinha. Ela olhou para null sorrindo. – Nossa! De onde saiu tanta felicidade? Esses olhos brilhantes, esse sorriso, você parece uma criança que acabou de ver que aqui tem um McDonalds. – O sorriso da cara de null não desapareceu. - Mentira que você está assim só por causa de um McDonalds? Ai, null, você é muito neném. – Ele lhe deu um beijo na testa depois de estacionar o carro e tirar a chave do volante.
- A gente pode ir? – Ela balançou a cabeça. – Por favor? – Ela chegou ainda mais perto dele do que já estava.
- Ok! Vamos. – null saiu de baixo do cobertor, e jogou os braços no ar.
- YAY! – Ela abriu a porta, e sentiu o vento gelado bater em seus braços. – Ai, que frio. – Seu queixo tremia.
- Toma. – null jogou-lhe o moletom com capuz dele. Ela o colocou. O moletom era preto e estava escrito The Beatles Forever na frente, em branco. Ele cobria seu shorts, e sua blusa junto. null bateu a porta, e esperou por null.
- Espera null, a minha bolsa! – Ela falou, direcionando seu olhar para o carro.
- Eu acho que tenho dinheiro suficiente para te pagar um lanche no Mc, hein. – Ele piscou, jogando seus braços pelos ombros dela. Eles andaram até o McDonalds em silêncio. O ar dentro do mesmo estava quente, fazendo null ficar mais aliviada ao entrar. Eles esperavam na fila, atrás de dois rapazes. null ainda estava com o braço em cima dos ombros cobertos de null. – O que você vai querer? – null lhe perguntou, enquanto ela olhava para o cardápio enorme que estava na parede.
- Nuggets. – Ela sorriu satisfeita.
- Nuggets? Sério null, quantos anos você tem? – Ela esticou a língua, que só o fez fazer uma cara de “Sério null, quantos anos você tem?”.
- Sério null, quantos anos você tem? – null o imitou, fazendo uma voz nasalada e nojenta. null gargalhou, e null revirou os olhos. Quando chegou a vez deles, a loira alta atrás do caixa lançou um olhar de desaprovação para null, e voltou seu olhar para null, sorrindo.
- Posso ajudar? – Ela falou, lambendo os lábios.
“Quem que essa puta barata acha que é? Ele é meu, galinha, tira o olho!” - A menina brincava com as pontas do cabelo, e mastigava chiclete com um olhar malicioso para null.
- Uma caixa com 10 nuggets, por favor. – Ele pediu, sem perceber a vulgaridade da loira oxigenada atrás do balcão.
- E a sua irmã, vai querer o que? – Ela desceu o olhar para null. O sorriso tinha desaparecido da cara dela, e um olhar mais ignorante encarava null.
- Não sou a irmã dele, sou a namorada dele, querida. E ele pediu por mim. – null pegou null pela gola da blusa, que a olhava com os olhos arregalados. Ela jogou as mãos na nuca dele, e chegou seu rosto mais perto. - Vai pedir mais alguma coisa? A estrada até a praia é longa, você pode passar fome, amor. – null sorriu.
- Nã... Não... – Ele gaguejou. null olhou para a menina que a olhava de boca aberta.
- Só isso, queridinha. Para viagem, por favor. – Ela sorriu delicadamente e voltou seu olhar para null, que estava segurando a cintura dela, e a encarava de boca aberta.
- Custa oito e cinqüenta. – null colocou a mão no bolso, abrindo a carteira e tirando dela uma nota de vinte e a jogando em cima do balcão. Ele voltou a olhar para null, que ainda estava pendurada nele. - Aqui está seu troco, pode esperar ao lado. – Novamente null jogou a mão em cima do balcão, pegando o dinheiro e o colocando no bolso. null arrastou null até o lado, enquanto a loira oxigenada atendia outros clientes. Ela tirou as mãos da nuca dele, e as colocou em sua cintura.
- Você fica absolutamente lindo quando está confuso. – Ela sorriu.
- E você fica absolutamente linda com ciúmes. – Ele sorriu de volta. null tirou as mãos da cintura dele, o fazendo fazer o mesmo com ela, e virou o corpo para frente.
- Eu não estava com ciúmes. – Ela fez um bico. null a abraçou por trás.
- Você não engana ninguém, null. E esse bico que você está fazendo?! Só prova a minha teoria de você não ter dezenove anos, assim como diz ter. - null pegou a caixinha de nuggets, que tinha sido colocada em sua frente e se virou para null, ficando cara a cara com o mesmo.
- Você quer me beijar bem agora? – Ela chegou seu rosto mais perto do dele. null olhava para os lábios carnudos, e vermelhos de null.
- Quero. – Ele sorriu. null deu de ombros e saiu andando.
- Que bom. – A voz dela já estava na porta. Ela olhou uma vez para null, que olhava para a loira do caixa, tentando a provocar. Ela andou até ele e o puxou pelo braço.
- O que foi null? Já que você não me quer, tem gente que queira. – null bufou. null tirou a mão dela de seu pulso, e a colocou na dele. null sorriu, sem ele ver, é claro. - Toma as chaves do carro, eu vou ali e já volto. – Ele soltou a mão dela e foi em direção ao Starbucks. null abriu a porta do carro entrando nele, e o trancando logo em seguida. Ela abriu a janela para gritar.
- ME COMPRA UM FRAPPUCINO DE MORANGO! – null não virou, então não deve ter ouvido. Ela fechou a janela, e se deitou no banco já inclinado. null colocou a caixa de nuggets em cima de sua barriga, abrindo a tampa e colocando um em sua boca. O relógio do rádio marcava uma e quinze da manhã. Ela fechou os olhos, e mastigava lentamente.
null abriu os olhos rapidamente, ao ouvir alguém bater em seu vidro. null estava em pé do lado de fora do carro, segurando duas bebidas em sua mão.
- null, o que você está fazendo aí? Entra logo, está frio, e você vai pegar um resfriado! – Ela falou devagar, por ter acabado de acordar.
- Você trancou as portas, null! – null arregalou os olhos e rapidamente as destrancou. null corria para o lado do motorista. Ele abriu a porta e a fechou depois de ter entrado no carro.
- Desculpa null, você estava lá fora por muito tempo? – Ele entregou o Frapuccino de morango para ela e colocou sua bebida do lado do banco.
- Eu devia estar a uns vinte minutos batendo no vidro, olha a minha mão. – Ele mentiu, segurando as mãos dela.
- Ai! Pobre bebê, e mentiroso. Quando eu entrei no carro era uma e quinze, agora são uma e vinte e sete. – Ela levantou uma sobrancelha, tirando suas mãos da dele, e tomando um gole de seu Frappucino.
- A intenção era você me abraçar para me aquecer... Mas você tinha que estragar tudo. – Ele sorriu de lado, ligando o carro, e tomando um gole da bebida quente que havia comprado. Depois de terminar sua bebida, null se virou para o lado, olhando para null, e acabou dormindo de novo.
***
null abriu os olhos. As cortinas do quarto não deixavam o sol entrar, mas o calor conseguia entrar sem dificuldade. null passou a mão pelo pescoço que estava pingando. Ela olhou para o lado e viu o celular, jogou sua mão em cima dele e o abriu para ver as horas.
- Onze e meia? Urgh. – null jogou a cabeça de volta no travesseiro, tentando achar a coragem para levantar. Ela jogou uma perna e logo depois a outra para fora da cama e se forçou para levantar. O quarto estava escuro, mas dava para ver que não havia ninguém nele. No canto estavam as suas coisa, e no outro estavam as coisas de null. Ela tirou suas Havaianas pretas de dentro da bolsa e as calçou. O quarto era suíte, então ela aproveitou para escovar os dentes. Logo depois se direcionou para a porta e a abriu. Do outro lado da porta o ar estava mais gelado. Antes de descer pela escada gigante de caracol, ela se olhou no espelho do corredor. Estava com a maquiagem toda borrada, e ainda estava usando o blusão de null. A única diferencia era que estava sem shorts. O cabelo estava solto, e bagunçado, mas não estava feio. A raiz estava lisa, como de costume, e os cachos naturais pareciam estar mais enrolados na ponta. Ela passou a mão pelo cabelo, e desceu as escadas. A voz de null, null e Kyle rindo soava alto. Agora só faltava achá-los. Na busca pelos amigos, null ouviu um celular tocar. Ela andou até a mesinha da cozinha e pegou o iPhone que estava em cima dela. “Oi null meu amor, estou com saudades. Promete me ligar? Beijos Gi xoxo.” null fez uma cara de surpresa, e colocou o celular de volta na mesinha. null conseguia ouvir as vozes de seus amigos chegando mais perto. Os quatro estavam sentados no quintal, em volta de uma mesa de café da manhã redonda, que parecia ter de tudo. Ela deslizou a porta cuidadosamente.
- null! Acordo! Senta aqui. – null deu um tapa no lugar vazio entre ela e null. null fez o caminho até a cadeira, e sentiu o olhar de null em cima dela. - Então null, a gente vai para a praia depois do café, quer ir? – null a olhou, colocando outra uva em sua boca.
- Claro! – Ela sorriu, pegando um pedaço de torrada e passando manteiga nela.
***
null saiu do ar gelado da casa para enfrentar o calor do sol e da areia que queimava seus pés. Ela avistou null e Kyle jogando futebol com a bola velha que tinham achado no porão da casa e null virava a página de uma revista que também tinha achado no porão. A praia estava vazia, só tinham eles e mais um casal no fim da mesma. null estava com seu cabelo preso em um rabo, e uma blusa enorme, de manga longa cobrindo seu corpo.
- Kyle, vamos entrar na água? – null se levantou, jogando a revista na toalha. Kyle parou de jogar com null. Ele correu até null e a colocou em seus ombros. – AH! KYLE, ME COLOCA NO CHÃO! – null gritava rindo e Kyle corria em direção ao mar. null andou até null, a medindo de cima a baixo. Ela colocou seus óculos gigantes, e jogou sua bolsa na areia.
- Você vem para a praia de roupa? – null fez uma cara para ele e segurou a blusa que usava com as pontas do dedo, a tirando em um movimento. Ela soltou o cabelo, e o balançou.
- Não. – Ela falou, abaixando-se para pegar o bronzeador. Ela o passou pelo corpo, e esticou a toalha, aonde se deitou de barriga para baixo para tomar sol. null se sentou do lado dela, a medindo. “Vou ter um ataque. Calma, é só uma garota null. Você tem várias dessa em casa. Não precisa dela.” null pensou. Ele coçou a nuca, balançando a cabeça. “Você é um péssimo mentiroso!” Pensou novamente
- Ai! Que saco esse Kyle, vou ficar fazendo o que agora? – null não se mexeu ao ouvir a voz de null tão perto.
- Se você quiser, daqui a pouco eu jogo com você. – null a olhou, chocado.
- Você joga futebol? – null deu de ombros, ainda encarando sua toalha.
- É... Eu me viro. – Ela mentiu. null sabia jogar futebol muito, muito, muito bem. Foi bem treinada pelos seus três irmãos. Meia hora depois, null e Kyle ainda estavam na água. null estava deitado do lado de null, encarando o céu. - Vamos jogar? – Ela falou, olhando para ele. null se levantou, e estendeu sua mão para ajudá-la. Ela pegou, levantando. - O seu gol é ali, e o meu é ali. – null apontou para os dois lados da praia.
- Preparada? – Ele falou, levantando uma sobrancelha para ela.
- Bring it. – Ela falou, levantando a sobrancelha igualmente.
***
- Não vale, você é muito boa. – null pegou a bola e se jogou na areia. null deitou do lado dele, respirando rápido. A praia estava absolutamente deserta. null e Kyle entraram, e o outro casal tinha acabado de ir embora. null olhou para null, quem a encarava com um sorriso na cara. Ele ia chegando cada vez mais perto dela, null se lembrou da mensagem no celular de null. Quando ele estava perto o bastante para beijá-la, null se levantou.
- Vou tomar banho. – Ela correu o mais rápido que pôde e, ao entrar na casa, foi até o quarto, onde estava a sua mala e foi direto para o banheiro.
- null, desculpa! Não sabia que você estava aqui dentro. – null estava usando um shorts e um sutiã rosa.
- Já terminei, pode usar. Depois a gente vai para uma festa que está tendo aqui perto.
Meia hora depois null saiu do banheiro. Ela só estava usando calcinha e sutiã e ouvia alguma música no seu iPod.
- null, você vai usar o que? – null olhava para a amiga que balançava a cabeça.
- ! – Ela gritou. A menina ainda continuou balançando a cabeça. null desistiu. Ela voltou a encarar suas roupas.
- EU AMO ESSA MÚSICA! – null gritou e olhou para null sorrindo, que deu um sorriso falso de volta. - OH COME ON, COME ON, COME ON…- null cantava Piece Of My Heart da Janis Joplin, de costas para null. null andou até a porta ao ouvir alguém bater. Ela a abriu e viu Kyle e null.
- Vocês vão demorar? – Kyle perguntou, entrando no quarto e abraçando null. null entrou junto, e paralisou ao ver null pulando, girando e, além de tudo, cantando sua música favorita.
- Putz! Esqueci dela! – null andou até a amiga, tirando o fone dos ouvidos de null.
- Ei! O que foi? – null a olhava, indignada. null só apontou para os meninos que sorriam para ela. null foi correndo para o banheiro, não sabendo onde enfiar a cara.
***
- Nossa! Quanta gente. – null era puxada pela mão por Kyle que abria caminho.
- Realmente. – null estava atrás de null, e na frente de null. null estava usando um vestido tomara que caia todo florido, e um salto alto rosa no pé. Kyle estava usando uma bermuda vermelha escura e uma blusa cinza. null usava uma calça jeans preta e larga e uma blusa branca colada. null usava uma mini saia jeans colada, uma regata preta, e um salto alto agulha preto no pé. Havia dois lugares no bar, então null e null se sentaram, e os meninos ficaram em pé. Cada um bebia uma cerveja e conversavam.
- A gente vai embora que horas amanhã? – null virou o pescoço para olhar nos olhos de Kyle, que a abraçava por trás.
- Umas quatro horas. – Ele lhe deu um selinho.
- Sabe o que eu queria muito fazer? – null olhava para os amigos.
- Viajar para fora do pais. Tipo Nova Iorque. – Ela sorriu.
- Eu também. Ai! Vamos? – null olhava para Kyle com os olhos brilhando.
- Quando a gente voltar da praia? - Kyle perguntou.
- Aham. A gente podia ficar em um hotel por lá. Estamos de férias mesmo. – Kyle deu um beijo na testa da namorada e sorriu.
- Não tem como falar não. – null abriu um sorriso gigante.
- Então, enquanto não estamos dentro do avião, vamos dançar? – null olhou para os amigos sorrindo. null se levantou, levando a amiga até a pista de dança. Kyle dançava com seus braços em volta da cintura de null e null e null dançavam um de frente para o outro, mas não juntos. null sentiu alguém colocar a mão em sua cintura, e a puxar por trás. Um cara com o cabelo espetado, e um sorriso malicioso no rosto a olhava.
- E aí gata, vamos para um lugar mais reservado? – Ela o olhou com nojo.
- Eu sempre digo nunca fale nunca, mas você é a exceção da regra. – Ela se virou, rolando os olhos. null a olhava rindo. O cara não desistiu, ele ficou na frente dela a puxando. null o afastava com as mãos.
- Vai gata! Qu sei que você me quer. – null o empurrava, enquanto ele tentava beijá-la.
- SAI GAROTO! SE TOCA! – null o empurrou uma última vez. O cara a pegou pelo braço, a puxando mais para perto.
- Adoro quando elas ficam bravas, vem gata. – null tentava sair dos braços do rapaz.
- Ela disse que não quer nada contigo, cara. – null entrou no meio, e foi separando o cara de null.
- Alguém te chamou na conversa, panaca?! Vem gatinha. - O cara se virou e null puxou null para perto dele.
- Ela disse não! – null falou. O cara o olhou, e, com um movimento, ele estava no chão. null olhava para null, impressionada.
- Vem. – Ele a pegou pela mão, e a levou para fora da casa. null se sentou em um murinho com flores e olhava para null, que estava entre suas pernas.
- Você machucou a sua mão? – null pegou a mão de null e passava seus dedos por entre os dedos dele.
- Não. – Ele a olhou sorrindo.
- Obrigada por ter me salvado. – null sorriu de volta.
- Disponha. – null colocou a mão na cintura de null e aproximou seu rosto do dela. null colocou sua mão no peito dele, e o encarou.
- Quem é Giovanna? – Ela perguntou. - Eu vi no seu celular. Foi sem querer, ele vibrou e eu fui ver o que era. – null olhou para baixo, se xingando.
- É minha ex, ela não se conforma com a separação. – Isso fez null se lembrar de seu ex-namorado, o Bruce, que também não se conformava com a separação deles.
- Entendi. – null falou, o puxando mais para perto.
- null... Está tudo bem? – null vinha em direção a null. null se afastou, e olhava para o chão.
- Está! Aquele cara só é um idiota. – Ela sorriu.
- Vem, vamos embora. – null pegou na mão da amiga e foi andando em direção ao carro. null pegou na mão de null e o levou junto.
***
O sol já estava se pondo, o calor ia embora e a maré já estava se aproximando. null deu uma tremidinha ao sentir o vento bater em seu corpo. null e null estavam deitados na areia, olhando para o céu.
- Está com frio? – null perguntou, virando a cabeça para olhá-la.
- Imagina. – Ela tremeu novamente. null esticou a mão e pegou a toalha dele que estava jogada na areia. Ele ficou por cima dela, e a cobriu. Seus olhos se encontraram e null não conseguia se afastar dela. - Você pode me beijar se quiser. – Ela mordeu a língua, esperando uma reação. Ele se afastou por um segundo e depois chegou mais perto do que estava antes.
- Eu quero. – null falou, encarando a boca de null. Ele colocou a mão na cintura da garota e deixou seus lábios se encontrarem com os dela. null colocou uma das mãos na nuca dele, o puxando mais perto, fazendo com que o corpo dele ficasse colado com o dela. Ela nunca tinha sentido isso antes. A química, o desejo, tudo era completamente mais complexo com null. O jeito com que ele a tocava, a beijava... Era tudo novo para ela. null se afastou ao sentir um pingo de água bater em seu nariz. Ela olhou para cima e viu que estava começando a chover.
- Vem, vamos entrar. – Ele se afastou e se levantou, esticando sua mão para ajudá-la. null se levantou e encarou null com um sorriso sincero na cara. Ela o beijou mais uma vez. E os dois foram em direção a porta. Desaparecendo na chuva que tinha aumentado.
Fim!
To Be Continued...
Nota da Autora: Nossa terminei. Na verdade essa não levou muito tempo. Gostaram? Tomara que sim haha. Com certeza irá ter a segunda parte. Eles vão viajar para Nova Iorque e..... SEGREDO! NÃO POSSO CONTAR. Mais eu acho que vocês vão gostar. Essa primeira parte fui eu e uma das minhas melhores amigas que fez, a Leleeh (sim o mesmo nome haha). Se tiverem alguma sugestão, criticas, elogios deixe um comentário, ou dá um alô para a @shakequake_le. Eu escrevo bastante só que eu sempre to precisando de gente para ler, então se quiser dar um help adicione ae scrachthat@hotmail.com :DDD. Very, very, very thank-you por terem lidos, e um outro thank-you para a beta Thais que editou e tudo mais. Bjbjbj ;)
Nota da Beta: Qualquer erro que você encontrou, mande um e-mail diretamente para mim. Ou ainda, se preferir, mande um tweet para @thaijustsmile. Obrigada, Thai.