by Pucca
betada por Anna



O branco era a cor em destaque naquele local, um branco que iluminava mais do que as próprias luzes, um branco que chegava a cegar. Tudo a perturbava naquele momento, a luz, as paredes, o silêncio profundo, as pessoas passando, aquela sala de espera... Absolutamente tudo a perturbava. queria correr, procurar notícias, se esconder da verdade que não demoraria a vir, queria sumir para nunca mais retornar.
De certa forma era engraçado sentir tudo aquilo dentro de um hospital, o fato era que ela odiava hospitais, aquele lugar cheio de lágrimas e tristeza que raramente traziam alegria, pelo menos era o que pensava. Estava farta de chorar por tudo, estava farta de todos falarem o que teria que fazer ou pensar, estava farta de ser abandonada pro todos que pensava serem sua família.
Um homem, que aparentava ter uns quarenta anos, de jaleco branco caminhou até onde, e o seu pai estavam sentados. Finalmente o que eles mais queriam saber estava por vir.
- Sr. ?– o pai da garota afirmou com a cabeça – Lamento informar, mas a sua esposa não resistiu aos ferimentos do acidente. – ouvir aquilo a deixou completamente sem ação, completamente sem chão.
- O senhor quer dizer que ela morreu? – grossas lágrimas já caiam pelo rosto da garota, mas ao ver a confirmação do médico entrou em desespero – NÃÃÃOOOO!
O grito dela ecoou por todos os corredores, toda a dor que ambos, pai e filha, estavam sentindo foi transmitido para cada canto daquele local. desabou de joelhos no chão sem ter como se sustentar.
- NÃO PODE SER SÓ DEVE SER MENTIRA! ELA NÃO PODE ME ABANDONAR!! – gritava cada vez mais desesperada, queria que o médico falasse que era mentira, queria que fosse uma brincadeira de mau gosto e sua mãe entrasse naquela sala de espera com um sorriso no rosto, dizendo que tudo estava bem.
- Por favor, filha! Se acalme, por favor! – o pai da garota se ajoelhou ao seu lado, a abraçando. Agora eram somente os dois no mundo.
Com ajuda do pai, se levantou, ainda chorando. Começou a encarar cada pessoa naquela sala, todas a observavam com um olhar de pena. Todos os olhares falsos e sem valor, nenhuma daquelas pessoas sabia o que ela estava sentindo, só saberiam quando o ocorrido fosse com elas. Caminhou para fora da sala e parou na porta dando uma ultima olhada no pai, antes de sair correndo pelos corredores.
- ! – ouviu a voz do pai atrás de sim, mas isso não adiantou para que ela parasse. A garota já tinha vinte anos, era livre para correr por onde quisesse.
Já do lado de fora do hospital continuou correndo sem rumo, sem direção, sem destino. Queria que aquela dor fosse arrancada do seu peito, não estava suportando, estava odiando. A única mulher que lhe prometeu que nunca a abandonaria, acabou de quebrar a promessa. Correu pelas ruas de Londres sem se importar se esbarrava nas pessoas ou se seus pés já estavam doloridos. Não queria estar presa a mais nada, queria se sentir livre uma vez em sua vida.


Prison gates won't open up for me
Os portões da prisão não abrirão para mim
On these hands and knees I'm crawlin'
Com essas mãos e joelhos estou rastejando
Oh, I reach for you
Oh, eu alcanço você
Well I'm terrified of these four walls
Bem, estou aterrorizado com essas quatro paredes
These iron bars can't hold my soul in
Essas barras de metal não podem prender a minha alma aqui dentro
All I need is you
Tudo que eu preciso é você
Come please I'm callin'
Venha, por favor, estou chamando
And oh I scream for you
E, oh, eu grito por você
Hurry I'm fallin'
Apresse-se, estou caindo


Uma grossa chuva começou a cair, obra do destino? Ela não sabia dizer, a única coisa que fez foi parar de correr e começar a caminhar. A noite já estava no seu apogeu àquela hora, a chuva continuava a cair forte sobre o seu corpo a deixando completamente molhada, mas nem se importava. Notou que estava caminhando agora por uma rua residencial, várias casas iguais somente mudando a cor, a decoração e o jardim, fora isso, eram iguais.
Retirou os sapatos e ficando descalça, sentindo o gosto da calçada molhada sob seus pés. O cansaço estava dominando o seu corpo a fazendo diminuir o ritmo dos passos, caminhou por alguns minutos no meio fio antes de atravessar a rua. Quando já estava no meio dela viu um par de luzes vindo em sua direção, parou de caminhar imediatamente. O que seriam aquelas luzes? Sua mãe?
A escuridão, a chuva e a falta de razão a faziam não enxergar o que estava a sua frente. Ouviu um barulho de buzina e uma freada repentina, por centímetros não havia sido atropelada, por muito pouco.
- Você está maluca? – o motorista saiu do carro sob um guarda-chuva e caminhou até , que permanecia estática sem saber o que fazer ou falar.
de olhos , isso era o mínimo que ela poderia descrevê-lo. O desconhecido iria começar a brigar com a garota por ela ter sido tão desatenta e irresponsável, mas ao notar que ela estava descalça completamente molhada e com os olhos vermelhos, percebeu que algo de errado estava acontecendo com a garota ou com a vida dela.
- Você está bem?
- Ah... Estou. - por um momento ela olhou nos olhos dele e viu pena neles. Isso a fez querer sair dali o mais depressa possível, não queria a pena e ninguém – Olha! Me desculpe por não ter visto o seu carro, a culpa foi minha. – falou rapidamente tentando sair do local, mas o homem a segurou pelo braço.
- Desculpe, mas você não parece bem. Quer ajuda? – ele parecia preocupado com ela – Meu nome é , mas me chamam de . Qual o seu nome?
- ! E será que dá para me soltar, não preciso da ajuda de ninguém. – estava ficando cada vez mais furiosa.
- Sabe, ficar irritada com as outras pessoas não vai ajudar em nada. Pelo menos me deixe levá-la para algum lugar mais seco. – pela segunda vez olhou nos olhos dele novamente e não viu maldade ou algo do gênero, muito pelo contrário, viu sinceridade.
- Você não daqueles tarados que ficam seduzindo mocinhas na rua, né? – o olhou desconfiada.
- Você por acaso é seduzível? – ela negou com a cabeça – Então eu não sou um tarado que fica seduzindo mocinhas na rua.
- Quer dizer, então, que se eu fosse seduzível, você seria esse cara?
- Ah... Não. Então, quer ajuda ou não?
- O último lugar que eu quero ir, é para a minha casa. Lá tem muitas lembranças na qual não quero lembrar agora. – sentiu o seu rosto queimar, mas não de vergonha e sim por causa de mais lágrimas que queriam escorrer.
- Não tem problema, se quiser, eu te levo para a minha casa. É aqui perto. – viu sorrir e sorriu também. Era a primeira vez, depois de sair daquele hospital, que havia visto compaixão em alguém.


Show me what it's like
Mostre-me como é
To be the last one standing
Ser o último a ficar em pé
And teach me wrong from right
E ensine-me a diferença do errado e do certo
And I'll show you what I can be
E eu te mostrarei o que posso ser
Say it for me
Diga para mim
Say it to me
Diga por mim
And I'll leave this life behind me
E eu deixarei essa vida para trás
Say it if it's worth saving me
Diga se vale a pena me salvar


Ele não sabia por que estava fazendo aquilo, mas algo dentro dela dizia que não iria fazer mal algum, dizia que era inofensivo. A casa dele não era muito longe, era exatamente na próxima quadra. O mesmo, quando estacionou o carro, abriu a porta dela a protegendo com um guarda-chuva, uma gentileza um pouco inútil já que ela já estava completamente encharcada.
Ao entrar na casa, olhou tudo em volta, o local era extremamente limpo, muito arrumado para um homem estar morando ali. Ou ele era muito organizado ou tinha uma empregada.
- Não repara não, eu tenho empregada. – os dois estavam na cozinha – Então me dá o seu casaco, sabe... Pra colocar na máquina de lavar. – somente naquela hora ela reparou o quanto estava molhada, provavelmente iria pegar uma gripe depois. – Mas antes, eu vou pegar uma toalha e algo pra você vestir.
Ele saiu correndo da cozinha para onde parecia ser a sala de estar, deixando a garota na cozinha. encostou-se na pia e ficou pensando no que ela estava fazendo. Estava na casa de um desconhecido, até então, que ela só sabe o nome e o endereço, correu de um hospital sem dizer para onde ia ou estava, andou na chuva descalça e não sabia o que irá fazer. Tudo o que aconteceu com ela estava tão recente que não sabia o porquê de não continuar correndo daquela chuva, sem destino. Pensou no seu pai, que provavelmente estava em casa querendo saber onde ela estava. Pegou o celular no bolso e discou o número tão conhecido.
‘Alô?’
- Pai? É a . – disse com a voz embargada devido ao choro.
‘Até que enfim você ligou, já estava preocupado querendo saber onde estava! Por que correu do hospital daquele jeito?’
- Estou cansada de me olharem com pena, não iria suportar ficar naquele lugar e ficar lembrando que ela não estará mais aqui. Na verdade, eu nem quero pensar nisso. – as lágrimas voltaram a cair, com a mesma intensidade que a chuva do lado de fora.
‘Não quero que pense assim, nunca que ninguém a olhou com pena. Você sabe que sua mãe não iria gostar de te ver assim, você sabe que o que ela mais amava, em todo o mundo, era ver você sorrir!’ Era incrível a facilidade do pai a deixar tão calma.
- Vou sentir falta dela. – disse limpando o rosto com a mão livre.
‘Eu também, querida! Eu também. Mas onde você está?’
- Ah, na casa de um amigo. Mas qualquer coisa eu te ligo de novo. – não podia dizer que estava na casa de um desconhecido, senão seu pai surtaria.
‘Bom, boa noite, querida!’
- Boa noite, pai. – desligou o celular.
- Seria muita imprudência a minha se perguntasse o que aconteceu para você estar tão triste? – havia tomado um susto ao ver entrar na cozinha com uma toalha e algo que parecia ser uma calça e uma blusa dele.
- Não, não é nenhuma imprudência. O que aconteceu é que minha mãe morreu hoje. – sorri fraco.
- Sinto muito! Eu sei que não devo saber o que você está sentindo, mas não vale a pena chorar por algo que já se foi. – os olhos azuis dela encararam os dele. Era a primeira vez que ouvia alguém falar isso, sempre ouvia que poderia chorar para acabar com a magoa entre outras coisas, mas aquilo foi inédito – Sabe, se pensar bem, ninguém gosta de ver outra pessoa chorando por causa de si mesmo.
- É! Isso é verdade. Mas não dá para evitar, é mais forte do que eu.
- E não há nada melhor do que um banho quente depois de ouvir uma notícia triste e pegar uma chuva. – disse entregando a ela as roupas e a toalha. – O banheiro é lá em cima, eu te mostro.
- Por que está fazendo isso por mim? – perguntou, quando ele fez menção de pegar a sua mão e conduzi-la até o andar de cima.
- Porque sei exatamente o que está sentindo. – a encarou sério – Meu pai morreu quando eu tinha treze anos, acidente de carro. No começo eu não sabia como reagir, perder um pai enquanto ainda é adolescente não é fácil, queria fugir do país, do mundo, mas pensei, não era aquilo que meu pai iria querer, ele iria querer que eu me formasse e me tornasse um filho pelo qual se orgulharia. Por isso te ajudei, vi em você o que passei há 12 anos atrás.
- Obrigada! – ela sorriu verdadeiramente pela primeira vez naquele dia, por algum motivo se sentia bem ao lado dele, a fazia bem.
O homem a conduziu para o andar de cima e lhe mostrou o banheiro. A garota despiu a roupa molhada e entrou dentro do Box, ligando o chuveiro em seguida. Sentir aquela água quente escorrer por todo o seu corpo, fez com que se sentisse mais calma, mais relaxada, sentiu como se os problemas descessem pelo ralo junto com a água. Fechou os olhos, sentindo a água cair em sua cabeça, a água da chuva fez com que os problemas se desgrudassem e a do chuveiro os retirou. Não tinha mais o que pensar naquele momento, não tinha!


Heaven's gates won't open up for me
O portão do Paraíso não abrirá para mim
With these broken wings I'm fallin'
Com essas asas quebradas estou caindo
And all I see is you
E tudo que eu vejo é você
These city walls ain't got no love for me
Esses muros da cidade não têm nenhum amor por mim
I'm on the ledge of the eighteenth story
Estou na beira da 18º história
And oh I scream for you
E, oh, eu grito por você
Come please I'm callin'
Venha, por favor, estou chamando
And all I need from you
E tudo que eu preciso de você
Hurry I'm fallin'
Apresse-se, estou caindo


Flashback on


A enfermeira trouxe uma pequena trouxinha cor-de-rosa entre os braços, a mesma caminhou até a cama de entregando a menina para a mulher. Com a filha entre os braços, a mulher sorriu contente. Como uma coisinha tão pequena poderia trazer tanta felicidade para uma mulher?
A menina deu um pequeno bocejo, mexendo os bracinhos. segurou uma das mãos da filha e comparou com as suas, havia tantas diferenças de idade e de tamanho, mas ao mesmo tempo tão iguais. Ela abriu os pequenos olhos, mostrando o quanto azuis eram, pareciam duas pequenas esmeraldas recém descobertas.
- Bem-vinda ao nosso mundo, !
Ela era parte sua parte do mundo na qual ela vive.


~x~


Na maternidade havia vários pais tentando ver seus filhos recém nascidos. E era isso que tentava fazer, ver seu filho dentre vários bebês cobertores por cobertores azuis.
Passou os olhos por todas as fileiras de bebês, até que o olhar parou num bebê em especial, lá estava ele, seu filho, dormindo tranquilamente, não se importando com o choro dos companheiros de berçário.
Um sorriso bobo se formou em seus lábios, lá estava seu pequeno, parte dele. O viu abrir os olhos vagarosamente, mostrando o quanto lindos eram. O garotinho começou a olhar para todos os lados, provavelmente tentando descobrir onde estava, foi quando olhou para a enorme janela de vidro que continha ali. Olhou para o homem que estava ali parado, que o observava sem ao menos piscar. Pai e filho se olhavam sem desviar o olhar.


~x~


- Boa noite, . – a mãe dizia para a filha de seis anos de idade, lhe dando um beijo na testa.
- Mãe! – a menina chamou, quando viu a mãe se afastar – Dorme aqui, por favor! – ela sempre tinha medo de, caso a mãe saísse, ela nunca mais voltar.
A mulher sorriu docemente e se acomodou ao lado da filha, passando o braço sob a cabeça da mesma. A menina em poucos minutos já estava adormecida. A mãe a observou por alguns minutos antes de tirar o braço, delicadamente, de baixo da cabeça da filha e sair do quarto em direção ao seu próprio.


~x~


- Pode chutar, filhão! - dizia ao filho, , enquanto estava se posicionando no gol improvisado.
Ambos estavam num parquinho jogando futebol. O garoto de seis anos se preparava para chutar a bola. Quando fez isso o pai tentou defender o gol, mas acabou fingindo que não havia conseguido segurar a bola.
- GOOOOL! – ambos gritaram correndo um para o outro. pulou no colo do pai e o mesmo girou o filho no ar, em comemoração.


~x~


- Filha, o que aconteceu? – perguntou preocupada ao ver a filha adentrar na sala aos prantos.
- Me fizeram pagar um mico no colégio. – a garota com nove anos disse entre soluços explicando tudo o que havia acontecido.
Ela havia ficado tão irritada com o acontecido que pediu o telefone de uma das garotas culpadas pelas lágrimas da filha e começou a gritar com a garota por ter feito o que fez. Não gostava de ver sua filha chorando, muito menos por causa de meia dúzia de garotas mimadas, desligou o telefone na cara da garota e foi até , a abraçando com força.
- Calma, querida, nada de mal irá lhe acontecer! Sempre vou estar aqui!


~x~


O garoto encarava a sua comida no prato sem ao menos falar nada, de vez em quando mexia ela com o garfo, mas não comia. A fome era inevitável, mas a vontade era nula. Não se sentia bem naquela noite e não seria um jantar que o iria animar.
- Está tudo bem filho? – a mãe do garoto perguntou, o garoto tinha doze anos, na opinião dela, estava em fase de crescimento e precisava comer.
- Não é nada, só estou sem fome. – ele nem sequer encarava a mãe, não queria falar o que aconteceu para ninguém. – Vou pro meu quarto. – se levantou e subiu as escadas entrando no quarto fechando a porta atrás de si, se jogando na cama com o rosto enterrado no travesseiro.
- , posso entrar? – ouviu a voz do seu pai há porta alguns minutos depois de ter saído da sala.
- Tanto faz! – disse com a voz abafada por causa do travesseiro.
- O que aconteceu, filho? – perguntou se aproximando da cama do filho, sentando sobre a mesma. – E não adianta dizer: nada. Porque eu sei que algo aconteceu.
Por um momento o garoto tirou o rosto do travesseiro e encarou o pai sem saber se contava a verdade ou mentia.
- Eu chamei uma garota pra sair... E ela disse não!
- E você está assim por causa de uma garota? – o garoto voltou a enterrar o rosto no travesseiro – , não precisa ficar assim, você ainda é jovem, outras garotas virão!


~x~


Já havia se passado das vinte e duas horas da noite e ainda não havia chego em casa. O motivo era o transito e a chuva forte que caia pelas ruas de Londres, praticamente nenhum cidadão motorizado se movia de tão parado que o transito estava.
Devido a chuva a visibilidade era praticamente nula, então todos tinham que dirigir com muito cuidado.
iria passar por um cruzamento naquela hora, tentava a todo custo ver o movimento a sua volta, foi quando ouviu a buzina estridente de um caminhão, não deu tempo nem de olhar para o lado, pois seu carro havia sido atingido.
Era a ultimas vez que ela dirigia, era a ultima vez que sorria, a ultima vez que falava, enxergava, respirava, a ultima vez que seu coração bateu.
O ultimo suspiro de uma mãe foi pensando em sua filha, havia prometido que não a abandonaria, não a deixaria para trás, mas a sua promessa foi quebrada.
Uma última lágrima escorreu pelo seu rosto já ensangüentado, iria deixar para sempre a pessoa na qual ela mais amava. Não iria embora completamente, sabia que iria permanecer no coração da filha para todo o sempre.


Flashback off



Show me what it's like
Mostre-me como é
To be the last one standing
Ser o último a ficar em pé
And teach me wrong from right
E ensine-me a diferença do errado e do certo
And I'll show you what I can be
E eu te mostrarei o que posso ser
Say it for me
Diga para mim
Say it to me
Diga por mim
And I'll leave this life behind me
E eu deixarei essa vida para trás
Say it if it's worth saving me
Diga se vale a pena me salvar


Ver a neve cair pela janela do quarto era uma cena muito bonita. focava cada floco de neve como se fosse à primeira vez, ou a última, que estava vendo tal fenômeno. O seu olhar era tão perdido que dava a impressão que ela estava em outro mundo, um mundo paralelo que dava tranqüilidade a mente dela, um mundo que só a cabeça dela poderia criar.
Haviam se passado dois meses desde a morte de sua mãe, mas isso não a perturbava mais, de alguma maneira se sentia mais leve, não se sentia culpada, não se sentia sozinha, ela sabia que a mãe sempre estaria ao seu lado, seja em carne e osso ou somente em lembranças, ela sabia que era forte e poderia suportar tudo.
A mesma desviou o olhar da janela e pegou um sobretudo e um gorro preto num cabideiro ao lado da porta e vestiu as duas peças saindo da casa logo em seguida. Começou a caminhar pelas ruas do bairro completamente cobertas de neve, o frio não estava a incomodando, muito pelo contrário, estava refrescante. A paisagem completamente branca se destacava com as cores dos troncos das árvores ou com as roupas que as pessoas, que ali passavam, usavam.
Era uma sensação agradável ver tudo em volta, por isso que amava tanto aquela época do ano. Pois se sentia mais leve, mais liberta de todos os problemas e frustrações. Pensou em sua mãe naquela hora e sentiu um vento passar pelo seu rosto fazendo seus cabelos se movimentarem, alguma coisa dentro dela dizia que aquele vento era a sua mãe, pelo menos era ela querendo dizer que tudo estava e ficaria bem, pois ela nunca iria ficar sozinha.
Viu um ponto, mais ao longe se aproximando devagar. Tentou estreitar os olhos para poder enxergar melhor, mas nada adiantou. Continuou caminhando, assim como o ponto em sua frente, ambos caminhando em direção ao outro. Quando chegaram numa distância mais próxima puderam focar um nos olhos do outro, nos olhos dele e nos olhos azuis dela, sorriram um para o outro.
Ambos sofreram perdas parecidas, sofreram as mesmas magoas, mas mesmo assim continuavam sorrindo, pois sabiam que, apesar de toda a tristeza do mundo, sempre haveria um dia Sol!


Hurry I'm fallin'
Apresse-se, estou caindo


N/a: Algo que está bem na cara, é que eu sou uma pessoa que ama colocar um n/a no final da fic, hehe. Bem, essa é a minha primeira song que eu faço e eu já tinha escrito já fazia meses atrás, mas sempre esquecia de completar o script, então a pobre história ficou criando teia no meu pc. --'
Vou ser bem sincera que, quando eu escrevi a song, chorei. Mas eu sou uma pessoa suspeita a falar, já que eu sou um chafariz ambulante e me abalo facil com coisas muito tristes e a imagem de mim num hospital, ouvindo a noticia que a minha mãe havia morrido, não era uma das melhores coisas que me fazem ficar sorrindo. Só sei que na época eu estava viciada nessa música e resolvi fazer a song. =D
Espero que gostem e comentem. :*
Outras fics:
Pride & Prejudice
A Profecia
Angel Disguised(a fic não é minha e sim da minha amiga)


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