‘Eu decidi que está na hora de acabar, .’ Ela levantou do sofá, tirando a mão do meu joelho. Bem que eu estranhei ela não ter me abraçado, ou até mesmo, não ter me dado um beijo.
‘Mas, ... Por quê?’ Ela não pôde responder. Já havia ido embora.
Então era isso: Tinha acabado e nós não iríamos voltar se dependesse dela. Eu estava elétrico. A ficha ainda não tinha caído. O que ela queria dizer com isso? Não fazia sentindo. Acabou? Como assim acabou?
Sentei-me e coloquei as mãos na cabeça. Olhei para o quadro atrás da televisão. Sim, aquele quebra-cabeça de 5 mil peças que ela me deu no natal passado. Passamos cada mísero minuto tentando descobrir qual maldita peça se encaixava em qual. E agora... Tinha acabado? Eu não sei como, cara. Juro que não sei.
Levantei naquela angústia, andei sem vontade para a cozinha, abri a geladeira e procurei algo para comer. Olhei para a janela e lembrei-me: não estava com fome. Fechei a porta com força, e sentei-me na cadeira. Reparei em uma lasca naquela pequena cadeira. Tinha adorado aquele momento, quando brincava com meus pequenos primos para eu conversar com meus tios, que estavam na cidade. E sem querer, ela derrubou a cadeira lascando esse ponto.
Droga, estava me lembrando dela de novo. Não era possível, eu não queria e eu não podia. Saí o mais rápido daquele cômodo. Atravessei a sala evitando olhar para o quadro. Subi as escadas e durante os degraus encontrei uma mancha no último. Foi quando estava em casa, no jantar que havia marcado para as duas famílias: a minha e a dela. Só que eu, tentando descer com algumas caixas de molho, acabei derrubando. Fiquei abalado com o resultado, mas ela me fez sentir melhor.
De novo? Dude, o que está acontecendo comigo? Eu não dava valor para ela. Sabe, ela dizia que me amava enquanto eu respondia ‘eu também te adoro’. E agora, de uma hora para outra, acabou, e eu estou louco por ela. Mas, se a gente não brigou, se a gente não discutiu... Por que acabou?
Inconformado, acelerei, sem reparar nos cantos da casa, até o escritório, afinal, já estava no meio do caminho. Chegando lá, vi o tapete cor-de-rosa que ela insistiu em colocar. Lembro-me que os meninos vieram aqui e gozaram da minha cara até não poder mais. Eu não me importava, pois quem tinha dado aquele tapete era . A garota para mim.
Não, de novo não. Eu não gosto dela. Só vou ligar porque você precisa de um argumento. Pelo menos para terminar um relacionamento. Isso é a lei da natureza. Ok, eu sei que não é lei alguma, de natureza nenhuma, mas... Eu quero voltar. Pára o bonde aí! Eu quero? Eu não amo essa menina, lembra? Isso, eu não amo e ponto. Só quero saber porque a gente acabou.
Assim que me convenci disso, peguei o telefone. Sem dificuldade, digitei o número dela. Sabia de cor. Às vezes passava horas seguidas no telefone com ela. Respirei fundo enquanto tocava. Torci para que ela atendesse.
‘Alô?’ Senti uma voz sonolenta arrastar-se ao telefone.
‘?’ Perguntei com esperança.
‘?’ Ela acordou.
‘Me chame de .’ Sorri.
‘Ah... Acho melhor não. Mas, o que deu em você para me ligar às 3h da madrugada, homem?’
‘Ah... Queria saber por que a gente acabou.’ Disse no desabafo.
‘... Relaxe, eu só acho que não estava dando certo pra mim.’
‘Como assim?’
‘Eu só acho que me adorar não é o bastante para nosso relacionamento.’
‘Mas eu te amo.’ Eu disse inconformado.
‘, que fique claro: Me beijar e me comprar uma aliança de namoro não prova que me ama. Eu queria ter visto isso nas suas palavras, ou ao menos nos cartões. Era sempre ‘eu te adoro’ e fim. Isso não é o bastante pra mim. Desculpe.’
‘Mas, ...’ Fui interrompido.
‘Me chame de , por favor.’
‘Ok. , eu te amo. Por favor, volta!’ Pensei comigo: 'não rasteje, homem!'
‘Não se preocupe. Você vai ficar bem, você não precisa de mim. Você confia em mim?’
‘Claro!’ Exclamei afobado.
‘Então, você vai ficar bem sem mim. Eu sinto isso. Olha, não fique bravo quando eu sou rude, sabe que eu sou assim mesmo, . Eu sempre serei sua amiga, mas acho que namorada não dá mais.’
‘Mas, ... Er... , eu quero tê-la de volta!’
‘, a gente não está separado há anos, acalme-se. Eu só quero esclarecer que é melhor você tentar, antes de dizer algo, ok?’
‘Ahh... Vou tentar, mas não conseguir.’
‘!’
‘Ok, ok! Eu tento!’
‘Bom, agora eu tenho que dormir, .’
‘Boa Noite, amor.’
‘Er... ...’
‘Já sei, já sei! Boa noite, !’
‘Obrigada! Beijos!’
‘Beijo!’ Desliguei o telefone impressionado com o poder dela de me fazer sentir calmo nas piores horas.
Paralisado, fiquei encarando aquele canto da escrivaninha do escritório. Fiquei olhando e lembrando dos momentos lindos que passei, no quarto ao lado, com aquela garota. E agora? E as minhas músicas? E todas as músicas que dediquei a ela? E todos os segredos que compartilhei com ela? E todos os presentes que trocamos? E as coisas que ela deixou aqui? Foi aí que levantei em um impulso e saí correndo até meu quarto. Cheguei com a respiração forte. Vi a cama arrumada e o armário aberto com, apenas, as minhas coisas.
Corri até o armário, atrás de algo que pudesse ser dela. Encontrei minhas meias e cuecas. Pendurados, a minha jaqueta, algumas camisetas e camisas. Parti para a gaveta e nada além de bermuda e camisetas estampadas. Olhei para o topo do armário, onde ela colocava sua bolsa de maquiagem. Não havia nada além de uma lata, onde eu guardava fotos dos meus avós.
Decepcionado, pulei na cama e caí deitado. Comecei a chorar sem parar. Soquei o travesseiro e depois enfiei a cara nele. Por quê? Por quê? E por quê? Aquilo não podia estar acontecendo comigo. Havia perdido a melhor namorada da minha vida e nada que eu fizesse poderia mudar o destino.
Na manhã seguinte, não conseguia levantar da cama. Respirava fundo e dizia a mim mesmo que iria conseguir. Porém, nada funcionava. Só se estivesse ali para me consolar. E pensando bem, eu lembrei dos perfumes que ela tinha no banheiro. Rolei na cama para chegar até o outro lado. Foi quando senti aquele cheiro bom de jasmim. Aquele cheirinho que eu adorava nela. Respirei até não poder mais. Lembrei-me mais uma vez dessa menina. Fui até o banheiro, encontrei, apenas, as minhas colônias em cima da pia e uma delas derramada. Devia ser porque estava com pressa, fato.
Dei-me um tapa na cabeça e desci até a sala. No móvel, onde ficava a televisão, havia algumas revistas que ela costumava ler sobre teatro, coisas que ela adorava. Então na esperança de encontrar pelo menos uma, abri a gaveta. E para minha surpresa: não encontrei nada. Deitei no chão e dessa vez eu falei alto:
‘O que vou fazer sem ela?’
‘Conquistá-la, .’ Uma voz respondeu. Vi umas pernas femininas sentarem-se no sofá da minha sala.
‘Hein?’ Levantei e pude visualizar o rosto de .
‘? O que faz aqui?’ Perguntei, surpreso.
‘Ela me contou. E na hora lembrei de você.’
‘Ah... Obrigado. Mas não há nada para resolver essa situação.’
‘Cara, você é mais fraco do que eu imaginava.’
‘Como é, ?’ Ela estava me tirando, cara.
‘Sim, você é tão fraco que nem começou e já desistiu.’
‘Não é bem assim...’ Fiquei sem graça. Afinal, ela tinha razão. Eu tinha de tentar.
‘Então é como, ?’ Ela me desafiou.
‘É que...’
‘"É que" nada. Se você a quer de volta...Vai ter!’
‘Dude, por que está me ajudando?’ ficava sempre do lado de quando a gente brigava. E agora... Estava do meu lado?
‘Porque eu acho que vocês sempre formaram um par perfeito.’ Ela sorriu docemente.
‘Sério?’ Fiz cara de bobo. Sério? Então éramos perfeitos a esse ponto?
‘Sério. Mas não vai começar a se achar.’ Ela disse me apontado o dedo.
‘Nem posso.’ Sentei-me ao lado dela, arrasado.
‘Pode sim, . Olha, eu estou fazendo isso por você.’
‘É?’ Não acreditava.
‘É. , você me ajudou a encontrar o melhor namorado que já pude ter, e o me contou em detalhes o que você pensa da , sabe? Eu não vou deixar isso acabar.’
‘Meu Deus! Aquele traíra!’
‘! Ele é meu namorado, se liga, cara. E além do mais... Não reclame, nós vamos te ajudar.’
‘Nós?’
‘Sim, vai falar com a mais pra frente.’
‘Valeu, . Você é demais!’ Dei um abraço apertado nela.
‘Iuu... contato físico de outro cara.’ Ela disse afastando-se. Fiquei sem graça e sentei mais para ponta do sofá.
‘Brincadeira. Vem cá, !’ Ela me deu outro abraço.
Então, eu já tinha esperanças para começar a sorrir. Quer dizer, se disse que eu vou conseguir recuperá-la é porque vou. Ninguém poderá me deter. Viu? Já comecei a sorrir. Usei a técnica de falar com o espelho, de meu antigo professor da universidade.
‘Você consegue, !’ Joguei o cabelo para trás.
‘Você é forte!’ Afirmei apontando para mim mesmo.
‘Ela vai te querer, cara!’ Eu finalmente olhei de verdade no espelho. Vi minha barba mal-feita. Foi aí que eu pensei: Como pode querer um cara com barba mal-feita? Peguei meu barbeador na gaveta. Fazia tempo que não o encontrava, apesar de sempre comentar que eu precisava fazer a barba, e eu retrucar dizendo para não encher meu saco. Como fui maldoso! Acho que ela tinha motivos para me chutar. Liguei o aparelho e comecei.
Quando terminei, admito: eu estava atrasado para o trabalho. Querendo, ou não, tinha que correr. Peguei as chaves do carro e desci, correndo. Chegando lá, pude notar que existiam pacientes me esperando e isso não era nada bom. Iniciei a sessão logo após me desculpar com Jorge, meu primeiro paciente.
‘Desculpe o atraso. Manhã agitada.’
‘Não tem problema. Mas eu tenho um caso sério pra discutir hoje.’
‘O que houve?’ Fiz sinal para que ele sentasse.
‘Olha, eu não sei se você pode me ajudar, como psicólogo, mas eu terminei com Jeen.’
‘Jeen? Sua namorada?’
‘Ex.’ Ele respondeu cabisbaixo.
‘Olha, não se preocupe. Eu acho que se ela terminou deve haver algum motivo...’ Ele me interrompeu.
‘Sim, ela disse que não estava dando pra ela.’ Lembrei de . Oh Deus, me castigue quantas vezes for preciso para tê-la de volta.
‘Então. Faça o seguinte: reveja seus conceitos e mude um pouco por dentro. Por você e por ela. Deixe de ser uma parede de cimento e mude completamente. Inove o ruim e não destrua o bom. Continue com as mudanças boas e que causariam um efeito positivo na reação dela. Tente ser um novo homem. Faça coisas que a deixarão maluca e a ame como gostaria que ela fosse amada.’
‘Meu Deus, você pode mesmo me ajudar.’ Ele ficou impressionado. E eu também. E pensando bem... Por que não seguir meus próprios conselhos? Eu me mudaria por . Sim. Por ela? Qualquer coisa vale.
Apaixonado? Não, sem ironia. Só a acho especial, caramba. É crime agora? Não! Eu sei que não!
Sonho, inutilmente, com a volta dessa garota, mas eu não sei o que pode acontecer. Eu queria MESMO saber. Só que não sei. Eu andei, um pouco mais lento, em direção ao café, que ficava perto do meu apartamento. Chutei algumas latas, que estavam localizadas no chão num destino sem sorte, como o meu. Levantei a cabeça e olhei em direção ao céu. Supliquei mentalmente a Deus que me desse uma luz, para entender o caminho que deveria seguir para conquistar novamente. Entrei na loja depois que notei as pessoas passando por mim e olhando-me feio. Gente mal-educada.
‘O que deseja, senhor?’ A garçonete simpática se dirigiu até mim.
‘Eu a quero de volta.’ Abaixei a cabeça novamente.
‘Como?’ Ela não compreendeu.
‘Eu quero um café com leite.’ Olhei para o lado. E não vou mentir, foi bem grosseiro.
‘Aqui, senhor.’ Ela trouxe bem rápido e permaneceu um tempo olhando para mim como se estivesse esperando um ‘obrigado’. Depois de eu levantar a cabeça, percebi um olhar de desaprovação e uma saída ligeira.
Cocei a nuca, girei a xícara e observei o cardápio... Lembrei-me: Era isso que não gostava! Eu era muito mal-humorado quando algo dava errado comigo. Eu iria mudar. Ok, eu sei que as pessoas mudam, mas não de um dia para o outro. Eu tinha até sexta para corrigir TODOS os meus erros!
Tomei o café e pedi a conta para a mesma garçonete que me atendeu.
‘Aqui, senhor!’ Ela disse com vontade de jogar a pequena capa de couro na minha mesa.
‘Obrigado e desculpe pelo modo grosseiro com que agi com você antes. Mas eu estava concentrado nos meus problemas. Sabe como é, não é mesmo? Estresse, e por aí vai...’
‘Ah... Tudo bem. Garanto que também não fui lá uma das mais hospitaleiras com aquele olhar.’ Ela deu uns tapinhas nas costas depois de pegar a capa de couro, onde eu havia colocado o dinheiro.
Sorri impressionado com o resultado: Fora mais fácil do que imaginava. E... Espera... Eu tinha conseguido? Meu Deus! Eu tinha! Dude, mudar é fácil. Respirei aliviado por conseguir. Senti um sorriso aproximando-se e eu já estava saindo da loja. Olhei para fora e vi as folhas do outono caindo e as crianças mais pobres abrindo os braços e rodando em volta do jardim... Estavam se divertindo, apesar do vento forte que ameaçava uma chuva. Atravessei a rua, indo em direção à praça, onde as crianças estavam. Sentei-me em um banco e fiquei só observando. Comecei a recordar dos tempos em que trazia aqui. Eu ficava só a olhando cheirar as flores da primavera e perseguir os pequenos esquilos que fugiam de medo. Sem graça. Sim, eu era sem graça. Pera... Eu disse era? Eu era. A partir de hoje, não seria mais.
Levantei orgulhoso de minha decisão. Um pouco tímido, me aproximei daqueles rostinhos jovens.
‘Oi, tio.’ A menina olhou para mim.
‘Oi, amiga.’ Eu disse simpático.
‘Amiga? Eu já sou sua amiga?’ Ela perguntou com aquela cara de quem não vê coerência no que você diz.
‘Já! Vem, vamos brincar!’ Eu peguei na mão dela.
‘Legal!’ Ela me guiou até o grupo de crianças que havia mais para frente.
‘Então, gente... Esse aqui é o meu novo amigo, o...’ Ela me encarou, sem saber meu nome.
‘ !’ Eu exclamei, empolgado.
‘Oi, !’ As crianças disseram em coro. Foi tão lindo.
‘Gente, vamos brincar de pega-pega?’ Eu juro que estava com vontade.
‘Vamos! Tá com você.’ Um menininho me pegou.
‘Hahaha! Fujam, antes que eu pegue vocês!’ comecei a correr em volta da árvore centenária que vigiava meus movimentos e embelezava a estrutura do parque.
Abri a porta aliviado e... Decepcionado. Estava cansado, mas queria continuar brincando. Tranquei-a e virei de frente para a sala: roupas em cima do sofá, tapete enrugado, salgadinhos e afins em cima de mesa, televisão ligada, controle remoto dentro do balde de pipoca, chão cheio de migalhas, quadros tortos, vasos com flores implorando por água. Bagunça? Acho que não, sabe? Era mais uma coisa que precisava arrumar: minha organização. Meu relaxo já havia passado dos limites.
Em um impulso, me vi com o aspirador na mão e colocando uma música alta no rádio. Limpava ao ritmo da música por diversão e capricho, mesmo. E falando em capricho... Onde estava meu capricho naquilo?
‘Uou, a sala está limpa, pensei’ E de novo, visualizei o carpete desde que foi embora. Vi que eu posso sacrificar um pouco do meu tempo para ... Mas como eu podia sacrificar um pouco do meu tempo para se ela não era mais minha namorada?
‘, você perdeu uma grande mulher!’ Podia ouvir minha sogra falando.
‘, você é um idiota!’ Ela me apontava o dedo.
‘, você feriu a minha filha! E jamais será perdoado!’ Ela sentou-se ao meu lado.
‘, cadê o seu senso de responsabilidade? , cadê o seu sentimento, menino?’ Aquela maldita mania de começar cada frase que se dirigia à mim, falando meu sobrenome.
‘, você acha que pode tratar de um relacionamento desse jeito? , ...’ Ela balançava a cabeça negativamente.
‘'' o que? Eu estou mudando! Olha pra mim, sogra! Eu não sou nada sem sua filha, mas se você não me der espaço pra crescer eu jamais irei mudar!’ Ajoelhei no chão e prossegui – ‘Eu não posso continuar a ser seu amigo se a senhora não me ajudar. Eu amo a sua filha!’ Pronto...foi aí que comecei a chorar. – ‘Olha cara, sogra, eu preciso entender que a é especial para mim e eu preciso mudar. Eu reconheço isto. Mas, eu quero ver ela passar com aquela camisola amarela durante as noites de sexta aqui de novo, eu quero sentir o perfume de jasmim dela de novo, eu quero ver ela lendo sobre teatro, eu quero ver o cabelo dela ser solto quando ela acordar de manhã, eu quero ouvir a voz dela me chamar toda segunda-feira para ir para o consultório, eu quero ouvir aquelas músicas melosas que eu sempre ouço quando chego sexta do trabalho, eu quero sentir o cheiro da comida que ela faz de novo, eu quero ouvir a voz dela cantando as músicas que eu criei para a minha banda de lazer, eu quero ver ela com aqueles folhetos de viagem para a gente ir junto para o Caribe, eu quero ver ela me perguntar se a gente vai se casar um dia, eu quero ouvir os sonhos que ela teve do jeito que ela me contava toda manhã e eu só soube reclamar. Como eu sou idiota! Como eu pude ser tão cego? COMO?’ Eu estava berrando. ‘Me diz, sogra! COMO?’
‘Sogra?’ Pude ver , Harry e Tom abrindo a porta com a chave que eles tinham de minha casa.
‘É que ela tava bem aqui...’ Olhei para o sofá e não vi nada além das almofadas que minha mãe havia me dado.
‘ pirou.’ ria de mim.
‘Eu não pirei, ok?’
‘Só estava conversando com a sogra imaginária! Hahahaha!’ Ele continuava.
‘Que seja. Se vocês estão aqui para me zoar...Sai fora.’ Eu disse abrindo a porta de casa.
‘Hey, calma aí, apaixonado!’ Harry implorou. Tive vontade de bater a porta...Mas isso seria grosseiro, então só a fechei como faria se estivesse saindo de casa num dia normal.
‘Que foi?’ Perguntei sem esperança, pegando o balde de pipocas e levando para a cozinha.
‘Temos uma idéia para você voltar com a sua amada.’ Tom sorriu.
‘Hein?’ Apareci na sala com um sorriso que nunca imaginei.
‘É!’ Tom disse animado.
‘Ok, o que eu devo fazer?’ Sentei-me no sofá junto com os garotos, empolgado.
‘Primeiro de tudo: Ela vai dar uma palestra sobre história na faculdade e depois vai haver uma pequena festinha em um salão ali perto.’
‘Sério?’
‘Aham!’ Os três disseram juntos.
‘Uou’ Fiquei sem palavras.
‘Só que essa pequena festa, digamos que é uma mentira...’ fez aquele olhar malicioso.
‘Hein?’ Eu queria entender.
‘Eu e dissemos para ela que haveria uma festa surpresa dos alunos que estariam assistindo a palestra e ela acreditou... Só que na verdade...’ Ele dirigiu o olhar para Harry.
‘Será uma festa onde você irá provar que a ama.’ Harry terminou a frase.
‘Eu?’
‘Sim, você! Nós vamos tocar algumas músicas da nossa banda, cara! E você vai escrever uma só pra ela do jeito que ela sempre quis, dude!’
‘Como assim? Ela nunca me disse nada.’
‘Ela esperava que você fizesse sozinho, .’ me encarou e depois olhou para baixo.
‘Ok, ok. Eu só cuido da música?’ Estava interessado.
‘Aham. Só apareça amanhã para tocá-la, ok?’
‘AMANHÃ?’ Dude, é IMPOSSÍVEL fazer uma música da noite para o dia.
‘Hey! Você não faria o possível e o impossível para tê-la de volta?’ Tom lembrou-me.
‘Claro!’
‘Então, entre lá no seu quarto e monte uma música, mocinho!’ Ele apontou para as escadas.
Subi imediatamente e comecei a montar uma música quando me veio inspiração na cabeça.
fazia falta. Mas eu queria tanto poder revê-la e sentir seu cheiro de novo... Poder pegar naquela cintura de novo para fazê-la se sentir segura, pentear aqueles cabelos cheirosos com a mão, beijá-la devagar e aos poucos ir aumentando a velocidade do beijo, fechar os olhos e sentir ela me abraçar e lembrar daquele arrepio que sentia quando ela sussurrava no meu ouvido aquelas três lindas palavras: ‘Eu te amo’ . Como eu queria poder beijar aquele pescoço, que nunca estava sem colar, de novo! E poder apertar aquela mão com pele de bebê... Meu Deus, como ela fazia falta!
Rodei a cadeira do escritório e pude ver meu violão...Foi aí que o peguei para as notas montar!
estava para chegar e eu e meu violão estávamos prontos para o show. Eu iria colocar meu coração em cada palavra que escrevi e, em cada nota que tocasse, eu iria carregar minha alma até o coração da minha amada. A decoração prata do salão me lembrava da festa de 15 anos do meu primo, onde conheci . Ela estava tão linda com aquele vestido vermelho e a fivela da mesma cor na cabeç... Meu Deus! De repente, Harry vem me avisar dizendo que ela havia chegado. Estava esperando o show de uma banda de alunos. Tom me empurrou com força e eu apareci de repente no palco. Queria procurar por , mas não conseguia ver por causa da imensa quantidade de luz do palco, deixava o público escuro.
‘Bem, eu vou começar tocando uma música que compus ontem e que ainda não está pronta. Mas, esses dias eu perdi uma grande pessoa e com ela...Uma grande amiga. Eu sei, a amizade dela ainda existe, mas não é a mesma coisa. E eu espero que um dia o vento, que me carrega para os lados fazendo o destino do meu coração percorrer apenas um caminho perto do seu, seja mais forte do que as brigas que tivemos e do que os erros que fui capaz de cometer. Acho que todos merecem até a quinta chance se for preciso...Porque amar é um defeito que tenho, e se depender de mim, eu escreverei mais de mil e uma músicas para essa garota. E, quando estiver na hora...Ela vai saber me entender, espero.’ Sentei-me no banquinho e prossegui – ‘Pois, todos que amam, amam porque amam... Onde está o defeito nisso? Onde está? E acho que se essa pessoa conseguir ver em meu coração a pequena parte dele que trago nessa música, vai entender que não fiz nada daquilo por mal. E além do mais...Já mudei!’ Fechei os olhos sentindo todos os olhares se dirigirem à mim. Comecei a tocar as primeiras notas.
Getting tired of asking,
This is the final time,
So can I make you happy?
'Cause you cried an ocean,
But there's a thousand lines,
'Bout the way you smile,
Written in my mind,
But every single word's a lie.
I never wanted everything to end this way,
But you can take the bluest sky and turn it grey.
I swore to you that I would do my best to change,
But you said it don't matter,
I'm looking at you from another point of view,
I don't know how the hell I fell in love with you,
I'd never wish for anyone to feel the way I do.
Is this a sign from Heaven,
Showing me the light?
Was this supposed to happen?
I'm better off without you,
So you can leave tonight,
'N don't you dare come back and try to make things right,
'Cause I'll be ready for goodbye, yeah.
I never wanted everything to end this way,
But you can take the bluest sky and turn it grey.
I swore to you that I would do my best to change,
But you said it don't matter,
I'm looking at you from another point of view,
I don't know how the hell I fell in love with you,
I'd never wish for anyone to feel the way I do.
I never wanted everything to end this way,
But you can take the bluest sky and turn it grey.
I swore to you that I would do my best to change,
But you said it don't matter,
I'm looking at you from another point of view,
I don't know how the hell I fell in love with you,
I'd never wish for anyone to feel the way I do.
And you said, and you said, and you said,
(Don't)
And you said, and you said, and you said,
(I don't)
And you said it don't matter.
(I don't)
And you said, and you said, and you said,
(Don't)
And you said, and you said, and you said,
(I don't)
And you said it don't matter.
(I don't)
And you said, and you said, and you said,
(Don't)
And you said, and you said, and you said,
(I don't)
And you said it don't matter.
And you said, and you said, and you said,
And you said, and you said, and you said,
And you said it don't matter.
‘Essa música é para todos que já me conhecem, para todos que já me viram mudar, para todos que eu queria dizer isso: Por favor, me ajudem! Eu não vivo sem essa menina e as lágrimas que derramei sobre o caminho não foram um erro, elas me tornaram forte o bastante para levantar a cabeça e reconhecer o meu erro! Me ajudaram a parar de reclamar e deixar de ser um mal-humorado! Depois desses dias que mudei, passei a sorrir e entender quem eu realmente queria ser. Onde está a felicidade se você não pode chorar para achá-la? Onde está a graça da vida se você não pode mudar? Onde está? Qual é o bom de viver se você não pode ver o que não existe? Bom gente, o nome dessa música é Point Of View e eu espero que vocês tenham gostado!’ Ouvi aplausos cada vez mais altos e olhei para cima agradecendo a Deus mentalmente por essa chance. Senti meu coração bater mais forte e meus olhos encherem-se de lágrimas. E algo que nunca aconteceu comigo antes: Eu vi a minha consciência ficar em paz, mesmo depois de tudo.
Nos fundos do palco, recebi alguns parabéns e abraços da equipe de produção e dos meninos. Daríamos um tempo de cinco minutos para apresentar a música toda com a banda e mais tarde...Iríamos aproveitar a festa! Peguei um copo de suco na mesa de comidas e bebidas, perto do meu camarim, e ouvi alguém me chamando.
‘!’
Virei em um impulso...E quem estava lá? , sorrindo. Olhando para mim com lágrimas nos olhos.
N/a: Gente, minha segunda fic do McFly, não é emocionante? É a minha primeira sozinha *o* E cara...como demoro pouco para eu escrever isso aqui! A inspiração veio do nada O-O’ Mentira ;~ Eu comecei a ouvir She left me e de repente saiu isso aqui...Do nada...E gente, espero que tenham gostado. Vai ter continuação, se vocês quiserem ;) Agora eu espero que a Katherine Poynter, minha melhor amiga, tenha gostado... Porque essa fic é dedicada à ela (: E, claro gente, eu tenho que ir... Amo vocês :*