Sick of waiting! I can't take it, I got tell ya...
Por: Júlia Cunha



. Esse é o nome que vinha me distraindo várias vezes durante o dia, ela tinha o cabelo castanho, liso e comprido, com as pontas avermelhadas, seus olhos eram azuis esverdeados, e sua pele era como neve, de tão branca que era. Mas eu nunca tinha falado com ela na minha vida! Um dia eu estava no intervalo, e a vi sentada no canto sozinha, chorando. Essa era minha chance de falar com ela, mas será que ia ficar muito na cara? Falava ou não falava com ela? Essa era a questão. Então tomei coragem... Coisa de viado ficar com medo de falar com uma garota! Era ela que eu queria, eu ia falar com ela, é agora ou nunca.
- Olá. – Disse sentando-me ao lado dela.
- Oi. Quem é você? Se for algum informante dele e veio aqui para dizer mais uma vez que eu sou uma idiota sem noção, e outros xingamentos nem tente mais falar comigo.
- Ele quem? Quem te chamou disso?
- Bom. Se você não é nada dele não sei por que veio aqui.
- Ué, eu vim na intenção de te ajudar.
- Você nunca nem falou comigo na vida.
- E você não pode me dizer o que houve com você? O que faz uma menina como você chorar assim?
- Como assim uma menina como eu? Isso era para ser um xingamento ou um elogio?
- Um elogio. Acho que você me entendeu.
- Você parece ser legal. – Ela sorriu para mim secando as lágrimas.
- Obrigado, mas então... Me diga o que aconteceu?
- Ah, um menino ai. Que tava ficando comigo, eu achei que ele realmente gostasse de mim, mas ai eu descobri que ele tinha feito uma aposta com seus amigos e “terminei” o nosso caso. Ele disse que tinha se arrependido e tal. Mas isso para mim parecia fala de filme! E disse que não queria mais nada com ele, ai ele ficou todo revoltadinho e falou que eu era uma puta, idiota, sem noção, que achava que era demais. Depois falou que quem não queria nada agora era ele.
- Nossa, que menino idiota. Não fica assim por causa dele não. Ele não merece!
- Mas eu não to chateada por ter terminado com ele. E sim por que eu realmente sou uma idiota de ter um dia gostado dele, e de não saber que aquilo tudo era uma farsa. Estou decepcionada comigo mesmo, me sentindo incapaz. Entende?
- Mas não fica assim não! Você fraca só vai deixá-lo mais forte... Vem comigo, vamos andar pela escola. – Eu disse puxando-a pela mão.
- Espera. Eu contei meus problemas para você e não sei nem seu nome!
- , prazer.
- ? ? – Essa frase me causou um grande espanto. Como ela sabia quem eu era? Ela já tinha me notado alguma vez?
- É... – Eu disse lentamente. – Como você sabe meu nome?
- Tenho minhas fontes. – Ela disse dando um risinho maléfico que me deu arrepios.
- Fala vai, . – Eu disse para provocar a mesma dúvida nela.
- Pera, você também sabe meu nome... Enfim, eu digo se você disser!
- Não. Não vou dizer, tenho minhas fontes também. – Eu disse rindo.
- Poxa, me diz. – Ela disse fazendo cara de cachorrinho abandonado.
- Um dia ouvi alguém te chamando. E não sei por que, gravei teu nome. – Eu menti, claro que não. Ela era a garota que dominava minha mente 50% do dia! Eu sabia o nome dela porque eu pedi para minha amiga descobrir.
- Hum... Estranho. Eu sei porque eu conheço umas meninas mais novas ai, que acham você lindo. Pronto falei! – Ela riu.
- Nossa, me senti o rei dos baixinhos agora, hein. – Eu disse rindo e ela começou a rir também. – O tempo se passou, e ficamos andando pela escola, conversando. Esquecemos até de comer! E ai tocou o sinal ensurdecedor da escola e tivemos todos que voltar para nossas salas, na confusão toda que estava, perdi de vista. Mas mesmo assim, eu estava feliz! EU tinha passado o recreio inteiro com ela. Agora minha mente seria 70% e 20% o resto, já que estava próximo dela. Ela era tão linda, tão fofa. De perto se dava para ver algumas sardas em seu rosto, que a deixavam com cara de bebê... Eu estava completamente distraído terminando de subir a escada quando ouço uma voz feminina me chamar. – . – Me virei rapidamente e me deparei com , bom... Minha história com ela era longa. Desde pequenos estudamos juntos, e quando tínhamos 14 anos começamos a namorar, e só terminamos ano passado, no 2º ano.
- ! Oi.
- Por que o espanto?
- Nada. Estava só distraído! - Ela sorriu e disse.
- Na saída quero falar com você. Me espera na porta, beijos.
- Ta bom. Beijos! – Curioso, e ao mesmo tempo estranho. O que será que ela queria comigo? Sempre estudamos juntos, mas esse ano ela tinha mudado de sala e não estávamos mais nos falando muito. Eu entrei na sala um pouco antes do professor, ai já veio me zoar.
- Tava de safadeza com quem hoje? Te vi andando com uma menina, garanhão.
- Sempre, irmão. – Eu disse rindo. – Brincadeira, não to de safadeza não. Ainda!
- Sabia que ai tinha coisa... Vou sentar. – O professor entrou em sala e começou a falar desembestado, como ele sempre fazia. O professor de Geografia falava sempre um monte de coisas nada a ver com nada. Ele era estranho, e eu ficava desenhando no caderno, rabiscando, fazendo qualquer coisa! Menos ouvindo as baboseiras que ele fala. Se você parar para prestar atenção, nenhuma delas ta no livro e a prova é sempre com matéria do livro, então eu não presto atenção e depois leio o livro. É bem mais vantajoso! Depois dele tiveram mais dois, e enfim chegou a hora da saída, 12:30. A hora sagrada! E amanhã era Sábado... Essa era a melhor parte! Saí da sala e fui encontrar na saída. Ai, se curiosidade matasse... Estava na porta da escola quando ela pegou na minha mochila.
- Ei, to aqui, ceguinho.
- Ah, oi, . Tudo bom?
- Tudo ótimo e com você?
- Também. O que queria me dizer?
- Preciso te dizer uma coisa... Eu pensei, pensei se devia ou não te falar isso. Mas ficar escondendo não vai adiantar! Então, lá vamos nós. , eu ainda te amo! – Esse jeito direto dela de ser às vezes me assusta... Ela sempre foi muito direta e objetiva, mas tem que vezes que diz coisas inesperadas. Eu corei, e fiquei paralisado. Como assim? Eu até que devo gostar dela um pouco ainda, provavelmente, se eu esquecer a , voltarei a pensar nela. Por que minha vida é assim. Eu começo a gostar de alguém, depois enjôo porque na maioria das vezes não consigo o que quero e volto a gostar dela. É um ciclo. – ? – Ela disse abanando a mão em frente do meu rosto. – Eu acabei de dizer que te amo e você vai ficar quieto?
- É que eu não esperava que você dissesse isso, então fiquei meio paralisado.
- Ai garoto, você fala demais. Não me faz ficar arrependida, vai! – Ela puxou minha blusa e me beijou. Aquilo foi, no mínimo, uma coisa inesperada. Mas eu gostei. Eu sempre gosto. Essa garota tem alguma coisa comigo... Não é possível! Mas não, eu não podia me deixar cair nos braços dela novamente. Eu passei muito tempo da minha vida com ela, agora queria aproveitar. Não estava afim de compromissos.
Eu me separei dela e disse.
- Não , não agora.
- Mas... Por que não?
- Bom... Não fica chateada, mas eu to gostando de outra menina. E eu não acho certo ficar contigo pensando nela. Entendeu? Por mais que eu goste de ti, e você sabe que eu gosto... Agora não dá.
- Hum, entendo... Tenho que ir , qualquer coisa me liga. – Ela sorriu e foi andando. Então eu segui meu caminho de sempre, e por acaso encontrei no meio. Ela estava com um fone no ouvido e eu resolvi dar um susto nela.
- Bu! – Ela deu um pulo e virou-se.
- Ai, menino! Não faz isso comigo. Quer que eu tenha uma coisa do coração?
- Ai desculpe, mas é que foi muito tentador você andando distraída. Eu precisei te dar um susto. – Ela riu. Até sua risada era fofinha.
- Nossa. Vocês...
- Vocês quem?
- Vocês meninos, ué?! Ah, hoje eu vi você e sua namorada. Que fofos!
- Namorada? Ahn?
- É ué, você tava beijando uma menina e não era gravação de novela, porque não tinha câmeras. – Ela deu uma risadinha.
- Não pô, é uma história complexa. Ela é minha ex-namorada, eu terminei com ela ano passado... Só que hoje ela do nada disse que ainda gostava de mim e pá. Ai eu fiquei meio abobadão, sabe? E do nada, ela veio e me deu um beijo. Só que nós não voltamos.
- Por que não?
- Certos motivos...
- Que motivos? Hoje cedo eu te disse os meus. Agora me diz os seus.
- Ahh... Nada. É que tem a ver com uma menina ai.
- Quem? – Ela perguntou ingenuamente mexendo no seu cabelo.
- Você. – Eu disse olhando para ela, e ela parou no meio do caminho.
- Sinceridade para que, né?
- Queria que eu dissesse que estava apaixonado pela minha vó? E que eu não paro de pensar nela a cada instante da minha vida? Que ela me deixa confuso, mas que mesmo assim eu gostaria de ter uma chance com ela?
- Cala a boca, ! Ai você não presta... – Ela sorriu, apertou minhas bochechas e me deu um beijo. Eu passei minha mão pela sua cintura e dei leves apertões enquanto ela mexia no meu cabelo e ia descendo vagarosamente a mão para meu peitoral. Quando nos demos por si, estávamos no meio da calçada nos beijando com um monte de gente olhando. Eu me senti filmado na câmera do beijo... Mas foda-se. Eu tava com ela. Fomos para nossas casas, e logo que cheguei na minha fui para o meu quarto e entrei no MSN, porque não parava de pensar nela. Eu a adicionei e na mesma hora ela aceitou, foi tão rápido que eu nem percebi, só vi a janelinha piscando.
não quer te responder agora diz:
Oi .
diz:
Oi linda. Por que me chamou de ? Hahah.
não quer te responder agora diz:
Não sei, eu quis... Hahahah.
diz:
Own, que fofa.
não quer te responder agora diz:
, to saindo amr. Beijos! Tenho que fazer deveres. Depois a gente conversa mais.
diz:
Ok linda. Vai lá. Beijão! – Passei o resto da tarde fazendo deveres e lendo um livro. De noite, quando eram por volta de 22:00, eu deitei em minha cama, estava tranquilo até que ouvi o celular “bip bip, bip bip.” Mensagem? De quem? Como? Há essa hora?
“Vai dormir hein... hahah. Boa noite! Beijnhos, .” – Yes! Ela pelo menos pensa em mim, ela se preocupava comigo, não sou o único. Sorri em meio aos meus devaneios e fiquei rolando na cama de um lado para o outro... Só dormi quando eram 23:00. No dia seguinte, acordei com aquele bagulho escandaloso tocando, toda manhã eu tinha a vontade de quebrar aquele maldito celular que me despertava as 6:00 da manhã. Levantei, entrei numa ducha de água fria vesti o uniforme e uma calça qualquer que estava jogada no chão, passei a mão bagunçando meu cabelo e desci as escadas, já eram 6:30, comi alguma coisa depois subi de novo, escovei os dentes e sai para a escola. Eu entrei e fui andando em direção a minha sala, quando ouço um – Oi amor. – Me virei achando que fosse , e quando olhei era , minha mais recente ex. Assim que terminei com ela veio para cima de mim, literalmente, e tendo em vista que ela era linda, apesar de ter uma fama de puta, eu comecei a ficar com ela, ficamos umas três semanas e logo terminamos. Não foi nada demais, foi nessa época que eu soube da existência de .
- Olá . – Eu disse sem parar de andar. Por que será que agora todas as minhas ex estavam indo me procurar?
- Tudo bom, lindo?
- Tudo e com você? – Percebi que ela estava dando em cima de mim de novo, mas não dei moral.
- Também. Você está tão seco hoje...
- Que nada. São seus ouvidos, . – Eu disse mentindo e sorri.
- Vou para a sala. – Ela disse olhando em meus olhos e deu um beijo na minha bochecha. Que na verdade, não foi bem na bochecha. A intenção dela era me beijar, mas eu percebi e virei o rosto discretamente. Eu atraia pessoas quando estava comprometido, era impressionante! Isso às vezes me irritava. Eu cheguei na sala, a zona de sempre antes do professor chegar, todos gritando, tacando bolinha de papel um no outro, me sentei lá trás, ao lado de . Eu tinha que ter alguém para conversar, se não me dava um sono terrível durante a aula. O professor entrou em sala e todo mundo se sentou, eu estava pegando meu material quando senti uma bolinha de papel na minha cabeça. Eu a abri e estava escrito “Você voltou com a biscate da ? Vi vocês hoje juntinhos na hora da entrada, e foi impressão minha ou vocês se beijaram? ” – Era o . Como sempre tirando conclusões antecipadas. Depois disso, parei por um instante e cogitei a possibilidade de ter visto isso. Fiquei preocupado, mas respondi o recado.
, você está tirando conclusões antecipadas. Ela veio dar em cima de mim, de novo. Mas eu não quis.
“Ah, entendi, irmão... Que bom que vocês não voltaram, você sabe minha opinião sincera sobre ela.”
“É, eu sei sim suas opiniões e não me faça ouvir de novo. Porque caso você não lembre, ela é minha ex.”
“Mas você já sabe que ela é uma biscate desclassificada do cabelo alisado... Você não está ouvindo, está lendo. É diferente!”
“Deixa de ser idiota por um segundo sequer? As palavras não são muito eficientes com você, né? Você não sabe ler? Deve ter subornado a professora da alfabetização para passar de ano. Hahaha. Mesmo eu sabendo que ela é uma biscate, você não precisa repetir.”
“Nossa, ta atacado hoje, hein cavalo? Uma patada atrás da outra. Hahaha”
“Pelo contrário, é só com você mesmo, mongol. hahahahah Hoje eu to feliz, mano.”
“Pode xingar mais um pouquinho? Acho que ainda não deu para entender. Ahahaha. Ta feliz por quê? Mamãe te deu dinheiro hoje?”
“Isso era para ter graça? Desculpa, ela fugiu, . Fica para a próxima. Eu to ficando com uma menina ai, linda, fofa, carinhosa...”
“Que isso. Desde os tempos da que eu não te vejo assim. Qual foi a potranca que mexeu com o coraçãozinho do cavalo? hahahahahaha”
“Nossa, você ta atacado nas piadinhas sem graça hoje, hein? Desiste. Nem tenta mais, porque a cada dia elas pioram. É , do primeiro ano.”
“Valeu pela força ai, hein? Mas eu vou continuar fazendo as piadinhas, você não vive sem elas, cara. Admite! Ah é né, porque agora só tem uma no primeiro ano inteiro, e além do mais eu não conheço muita gente no primeiro. Por acaso é a da turma G? Não acredito que você ta ficando com esse monstro! Ela é toda excluída, eu tenho minhas dúvidas se ela já ficou com alguém.”
“Sei lá se é da G, da A, da E... Tanto faz. É .”
“Nem sei quem é. Como ela é?” – Comecei a escrever os meus altos devaneios sobre a e ele ficou, digamos de passagem, bem assustado com minha empolgação. Ficamos conversando a aula inteira. Quando tocou o sinal, eu saí para beber água e encontrei com . Ela ia passando por mim, de cabeça baixa quando eu puxei o braço dela.
- Ei , não fala mais comigo não? – Eu sorri.
- Nossa, o menino bonzinho você agora, né? Deixa de ser cínico e larga meu braço porque eu to atrasada. – Fiquei parado tentando entender por que ela tinha dito isso.
- Não. Não vou te soltar até você me explicar o que aconteceu.
- Que menino bonzinho. A por acaso te ensinou a fingir de bom moço? – Ai não. Eu não vou deixar aquela... Aquela... Aquele biscate, isso que ela é, estragar meu relacionamento com a .
- . Se você sabe quem a é, você deve saber que ela dá em cima de todo mundo. Eu tenho que admitir, já fiquei com ela. Mas não tenho NADA, absolutamente NADA com ela hoje em dia. Quando terminamos, ela vinha todo dia dar em cima de mim, tinha parado, mas hoje não sei por qual motivo ela voltou. Pensa nisso... E eu nunca te trairia, porque eu não tenho olhos para outra garota, além de você. Eu te amo, garota, será que você não percebeu? Agora vai lá, e pensa no que te falei. Beijos. – Eu soltei vagarosamente seu braço, mas ela continuou onde estava.
- Isso é verdade mesmo? Se você estiver mentindo para mim, eu não vou ter coragem de olhar nunca mais na sua cara, .
- Claro que é verdade. Se não para que eu gastaria meu tempo dizendo? Eu simplesmente teria deixado você ir.
- Tudo bem. Me desculpe por ter tirado as conclusões erradas de você. Agora tenho que ir para a aula, no recreio a gente se fala. – Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha. Eu abri a porta da sala, e o professor já estava lá dentro, como ele estava há pouco tempo e não tinha começado a dar aula ainda, me deixou entrar. Era aula de Biologia, e o professor começou a falar de DNA e blábláblá. Aquilo não era muito difícil, mas eu não tava afim de prestar atenção na aula. Olhei pro lado, e , por incrível que pareça, estava prestando atenção. Fiquei abismado! Merecia até tirar uma foto do fato incrível e inédito que estava acontecendo ao meu lado. Ou ela dormia nas aulas, ou estava conversando com alguém. Resolvi não atrapalhá-lo e fiquei desenhando no meu caderno, eu era bom desenhista. Estava pensando até em fazer vestibular de Arquitetura no ano que vem. Passei a aula inteira desenhando um dragão cuspindo fogo. A aula, com a graça de Deus, terminou e veio em minha mesa me dar um susto enquanto eu fazia os detalhes do desenho, mas ele era péssimo nisso, e eu já tinha percebido ele levantar da cadeira. Sempre ficava rindo quando ele me dava esses sustos idiotas.
- Bu! – Ele disse gritando no meu ouvido, então me virei vagarosamente e disse:
- Oi. – Deu para perceber que ele ficou meio indignado com minha reação, mas essa cara que ele fazia era engraçada.
- Po cara, você nunca leva susto. Qual o seu problema?
- Eu que te pergunto isso... Qual o seu problema que não consegue dar um susto em uma pessoa tão distraída como eu?
- É verdade. Você é o master distraído. – Ele disse rindo.
- Ta , já acabou a graça. Isso se um dia ela existiu...
- Por que tu só entrou na sala depois? Quase que você fica do lado de fora.
- Problemas... Problemas com a . Mas já resolvi. Ela achou que eu tivesse ficando com a .
- Viu. Não fui só eu! Agora fica quieto, porque qualquer palavra que você diga pode ser usada contra você. – Ele riu da minha cara.
- Cara, por que eu atraio tanto amigo estranho? Você é bizarro, mano.
- O sujo falando do mal lavado. – riu de mim novamente. Dava para ver que nossa amizade já vinha desde a infância, pela intimidade que tínhamos um com o outro. – Cara, você ainda não se tocou que você é o mais estranho de nós?
- Ué, e você nunca ouviu dizer que os opostos se atraem?
- Qual é , ta saindo do armário é? – Ele falou gargalhando e zoando com minha cara.
- Não se faça de idiota... Opa, você é. Mas beleza, você entendeu o que eu quis dizer. E eu estou certo, não estou? – Ele ficou quieto. – Pois é. O que eu imaginava... Quem cala, consente. – Ele continuou quieto e só ai que percebemos que o professor já tava escrevendo coisas no quadro. Depois começamos a conversar de novo, até a aula acabar, como sempre, e quando acabou deu o recreio, porque tivemos duas aulas da mesma matéria. Eu saí da sala conversando com ainda, e lá fora encontrei com e . Ficamos conversando até que eu sinto uma mão leve em meus ombros. Olhei para trás e me deu um selinho.
- Gente, espera ai! Eu vi isso mesmo? Volta a cena. O ta ficando com alguém desde quando? – Disse assustado.
- Desde ontem, pastel. – Eu disse para ele. E os três começaram a aplaudir, de sacanagem com minha cara.
- Bom gente, eu vou fingir que não conheço vocês ta? – eu ri. – Vou descer, depois a gente se fala. Fui!
– É assim né, ? Nem fala pros seus amigos, não me apresenta...
- Desculpa, meu amor. – Eu disse pegando na mão dela.
- Tudo bem... Para onde vamos?
- Cantina, que tal? Agora eu vou comer, depois a gente vai para os banquinhos.
- Por mim ta tudo bem. – Nós fomos para a cantina, onde por acaso estava a . Que quando viu ao meu lado fez cara feia, depois andamos até os banquinhos. Eles ficavam um pouco longe do tumulto, bem mais calmo. Eu sentei ali e ficou em pé, não sei por que, olhando para mim.
- O que houve?
- Nada to só olhando para ti. Você é tão fofo comigo, não sei se mereço tudo isso. Tenho medo de te desapontar, algum dia.
- Que isso, minha princesa! Claro que merece, oras. – Eu disse levantando e puxando-a pela cintura. Ela se derreteu aos meus braços e se aproximou de mim, fazendo com que eu a beijasse. Eu fui beijando sua boca, sua bochecha, seu pescoço, dei uma mordidinha na sua orelha deixando-a arrepiada, depois voltei a beijá-la normalmente. Estávamos concentrados somente em nós mesmos, deixando o resto do mundo para lá quando passou por ali e disse:
- Namorar na escola é proibido, hein.
- Porra ... Não enche.
- Ui, que meda. – Ele disse rindo da minha cara e eu o olhei com um olhar de “aff” – Ta bom, seu velho sem senso de humor, to indo. – Ele disse andando e dando uns risinhos escondidos.
- Quem é? – perguntou olhando em meus olhos.
- , um dos meus amigos.
- Hum... Um dia quero conhecer seus amigos.
- Nossa, mal ta ficando comigo e já ta de olho nos meus amigos? Safadinha. – Eu disse brincando com ela.
- Não amor, claro que não. Só quero conhecer mesmo.
- Eu sei xuxu, to brincando com você. – Disse apertando o nariz dela e ela sorriu.
- Seu bobo. – Ela apoiou a cabeça no meu ombro, eu fiquei fazendo carinho nos cabelos dela e de repente o sinal tocou.
- Vamos subir, bebê?
- Vamos... Sabia que eu adoro quando você me chama de bebê?
- Que fofa.
- Também adoro quando você sorri. Adoro quando você me encara por que você fica me olhando com esses seus olhos azul piscina. Eu adoro você, resumindo a história. – Eu dei um sorrisão de felicidade e a beijei rapidamente, depois eu a deixei em sua sala e fui para a minha. Os meninos ficaram me zoando, como sempre, e os três últimos tempos de aula eu passei a maioria deles conversando com , novamente. Na saída encontrei com , só que ela tinha que ir para o curso de inglês, então eu falei rapidamente com os meninos e fui para casa. Eu fiquei na rotina por mais ou menos duas semanas até uma terça-feira, no recreio com .
- Oi lindo. – Ela me disse dando um selinho.
- Oi princesa. Vamos? – Ela concordou balançando a cabeça, e nós fomos para o banquinho de sempre.
- Hoje eu queria te dizer uma coisa...
- Diga...
- Bom, não sei se ta na hora certa. Eu tenho medo.
- Diz logo, !
- ... erm... – Fechei os olhos. - Não sei se devia estar fazendo isso agora, mas...
- Não diz mais nada. – Senti seu dedo tampando minha boca. - É claro! – Ela abriu um sorriso e eu a beijei com toda a vontade. Então paramos e ela disse encostando sua cabeça no meu ombro - Eu te amo, MEU namorado!

Fim.


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