Sleeping With The Light On 2
Por Rê

Capítulo 1

Por que eu tenho tanto medo de falar com a ? Ela não vai me atacar, pra falar a verdade sou eu quem estou atacando ela nos últimos dias, talvez seja isso. Eu tenho medo da reação que ela vai ter quando eu falar com ela. Como ela consegue? Como ela consegue ser tão... Tão linda, tão engraçada, tão... Perfeita. VOCÊ NÃO PODE, ! Você é irmão dela. Você tem que cuidar dela. Tem que mostrar pra ela como é ser uma pessoa responsável e não ficar agarrando ela por aí. está falando alguma coisa comigo, mas pra falar a verdade não estou prestando a atenção. MALDITA )! Tinha que vir chamar a agora! Bem nessa bendita hora que eu iria falar com a , explicar algumas coisas que realmente não estão explicadas. Acho que o estava falando da ), e do beijo deles. Ouvi alguém descendo as escadas.
- , podemos conversar? – era ela! Não! Eu não vou deixar que ela fale comigo assim. Primeiro ela tava falando com ela e agora ela vem falar comigo! Que garota confusa!
- Eu to conversando com o , . – falei num tom meio grosso, não queria, mas saiu.
- Para com isso, dude, vai lá! – , Sr. Intromissão.
- Não, agora nós estamos conversando. – o que deu em mim? Por que eu falei isso? Estou ficando mais louco ainda.
- Tudo bem, querido, não precisa tacar pedras. – ela falou e saiu.
- Por que você fez isso, ? – perguntou dando um tapa em mim. – Por que você não vai falar com ela?
- Falar o que? – perguntei bravo.
- Falar o que você realmente sente por ela, cara! – ? É você? Quem está aí?
- O que eu sinto por ela? Como assim? – me fiz de desentendido, será que eu estou tão, tão apaixonado por ela que até o já percebeu?
- Para com isso, , acho que só ela não percebeu... Ainda – MERDA! Tenho que aprender a disfarçar.
- Tudo bem... – falei, me levantando da cadeira e subindo a escada rapidamente. Comecei a ouvir uma música. Não era do som, era algum instrumento, piano ou telado, talvez.
Abri a porta do meu quarto, e lá estava ela. Estava sentada na cama, com o teclado no colo, apenas olhando e tocando algumas notas. Fiquei ali, só olhando ela, pelo que eu percebi ela não viu que eu to aqui.
- Ah, você aqui. – ela falou grossa.
- É, er, desculpa, to incomodando? – falei, saindo do quarto.
- Não, pode ficar. – ela falou sorrindo. Ganhei meu dia, ela sorriu pra mim! Não posso dizer que seja o mais verdadeiro, mas é o mais lindo que eu já vi. Sem mentira.
- Desculpa por ter sido, er, grosseiro lá em baixo. – falei meio sem jeito, não sou a melhor pessoa para pedir desculpas.
- Ah, tudo bem, você estava conversando com o , eu não tinha que me meter. – ela falou sem olhar pra mim, apenas olhando o teclado e falando calmamente. – Sabe tocar?
- Não, e você? – perguntei meio sem jeito.
- Sei. – ela apenas falou e ficou em silêncio... - Meu pai me ensinou. – continuou depois.
- Ele era legal? Quero dizer, algum motivo deve ter surgido para a tua mãe se separar dele... – não queria que o assunto terminasse ali. Se não ela iria sair.
- Ele era tudo. Até começar a beber, foi aí que a mãe pediu divorcio. – ela falou um pouco chateada. Acho melhor eu parar de fazer perguntas.
- ? – Vi o cabeção (RIORIEORIE) da ) na porta.
- OI? – olhei pra ela com uma cara de 'o que é?'.
- Tem visita pra você! – ela falou, rindo da minha cara? Haha, graçinha. Aposto que ela ta rindo por ter interrompido a minha conversa com a de novo. Chataaaaaaa .-.
- Quem? – perguntei rindo também. (?)
- Um tal de , sei-lá-das-quantas... – o que?! ? Aqui? Saí do quarto correndo e desci as escadas correndo também.
- ? – vi um cara de costas. E não vi aquele cabelo de gambá! Será que era ele mesmo? Estranhei.
Aquela pessoa estranha se virou, e eu percebi pelas bochechas que era ele. Sério, as bochechas dele são únicas! Principalmente quando ele ri.
– Como vai, Sr. Willis?
- Uou, dude! – abracei ele. Sério, ele viajou faz quase um mês! – Que cabelo estranho!
- Ah, obrigado, eu usava o outro cabelo e vocês falavam que era horrível, agora esse é estranho?
- Não que seja literalmente estranho, mas é porque eu to acostumado com o gambá, entende? – tentei arrumar as coisas.
- Ah sei, a mãe falou isso. – nós nos 'soltamos'. – Então, tem lugar pra mais um?
- O que? Mais um pra eu aturar? – eu já conhecia muito bem aquela voz. Era ela.
- Se tiver lugar... – eu sei, ta tentando ser simpático, uma coisa que fica meio estranha.
- Tem ou não, ? – ela perguntou pra mim. Sei lá, pô, nós já dormimos todos amontoados. Não sei se cabe mais um.
- Sei lá. A casa também é sua. – respondi, rindo.
- Alguém viu o ? – ) e suas intromissões.
- Não, pensei que ele tava contigo, por isso nem chamei ele. – Falei. Meu deus, cadê o garoto? :O
- Er, ? CHAARLIE? – ela começou a chamar.
- To aqui! – ele chegou sei lá de onde e apertou a mão de .
- Wow, sempre com a mãozinha forte hein Sr. Simpson? – ele soltou a mão e ficou balançando.
riu, e abraçou ) por trás.
– Hey, por que nós não fazemos alguma coisa diferente hoje?
- O que, por exemplo? Eu cheguei hoje, não sei nem o que vocês fazem por aqui... – falou, passando a mão no cabelo.
- Podíamos ir numa pizzaria, ou lanchonete, cinema... Essas coisas... – falou, descendo o último degrau da escada.
- Ah, eu não gosto muito disso, e nós não podemos ficar gastando o nosso dinheiro assim... – falei, não podemos ficar gastando dinheiro assim e ainda por cima, tem bastante gente aqui, por que não fazemos uma coisinha só nossa? Prefiro coisas particulares. Entende?
- Sei, hm, podíamos pedir lanches... Entregas, sabe? E podíamos comer aqui – falou.
- Pode ser. Mas primeiro acho que temos que conversar um pouco não? Eu to um mês atrasado aqui! – falou num tom meio desesperado.

Lá estávamos nós, é obvio que todos não concordaram comigo. Eu já tinha tomado banho e agora nós três esperávamos as garotas se arrumar.
- Gostei delas, parecem ser legais... – tentou puxar assunto.
- É, elas são sim – respondeu sem ânimo.
Não demorou muito para que elas aparecessem no alto da escada, não queria admitir, mas a estava, hm, como eu posso dizer? Perfeita... Bem, ela estava usando uma saia cinza, e uma meia-calça listrada, uma blusa branca simples e uma boina xadrez na cabeça. Seus cabelos estavam lisos, e iam à altura do ombro. E eram extremamente pretos, não sei se eram pintados, mas eram lindos, a franja ia à altura dos olhos. Ah, aqueles olhos, amei aqueles olhos desde a primeira vez que vi, eram azuis, azul bem escuro, e o seu rosto, nada mais normal do que um pouco de sardas pra quem tem a pele muito branca, e ela era assim. Como eu disse, perfeita.
- Elas quem? São o que? – , a loira metida à besta, perguntou. Ta, a é metida, mas é legal, ela consegue ser legal e chata ao mesmo tempo, vê se entende. Ela estava usando um vestidinho roxo com alguns detalhes amarelos. O cabelo dela é extremamente longo e bem loiro, e estava preso em um tipo de rabo-de-cavalo-estranho.
- Nada! Sua metidona! – respondi rindo, olhando ela.
- Hey, eu não sou metida! – ela riu, levantando as mãos.
- Claro que não é! – abraçou ela beijando seu rosto e olhando feio pra mim.
- Vamos logo! Estou morrendo de fome. – falou um pouco brava. Será que aconteceu alguma coisa? É difícil ver ela brava.
- É, vamos. – falou rindo e indo em direção a porta.
- Afinal, aonde nós vamos? – perguntei. TUDO, MENOS PIZZARIA!
- Que tal uma pizzaria? – , eu te odeio.
- Ah, pizzaria não. Todo mundo vai em pizzarias, é tão... tão igual. – respondi.
- Mas pizzas são gostosas... – continuou.
- E são enjoativas... – continuei.
- Como pode existir alguém que não goste de pizzas? – ela perguntou olhando pra mim e rindo. Ah, o sorriso.
- Eu não disse que não gosto de pizzas, só disse que são enjoativas, nós estamos comendo pizzas faz uma semana! – como encontrei uma irmã como ela? É tão... Tão teimosa.
- Ta! Aonde vamos então, gordo? – ok, ela me chamou de gordo. Eu estou gordo?
Comecei a olhar a minha barriga a procura de alguma gordura. Levantei minha camisa azul até o meu peito segurando ela com o queixo. Rindo.
- , está vendo alguma gordura aqui? – Todos na sala riam e estava vermelha. – Anda, responde! Não né?
- Não, cara! Não! – riu dando um tapa na minha barriga.
- Outh! Isso dói! – abaixei a camisa, esfregando o lugar.
- Afinal, aonde nós vamos?! – perguntou rindo, provavelmente de mim.
- Hm, podíamos ir em um shopping. Assim, eu e a poderíamos fazer umas compras e vocês... Er, comer. – deu a idéia.
- Até que não é má idéia... – falou sorrindo.
- Pode ser.. – respondi sem muito ânimo. Não sei se vocês perceberam, mas eu não sou a pessoa mais animada do mundo.
- Feito! – falou com animação abrindo a porta.
- Eu dirijo, o carro é do meu pai. – falei quando estávamos na garagem.
- Não perguntei nada. – respondeu rindo.
- Resposta pra burro, eu dou de graça. – continuei. Puta! Que garota insuportável, só aturo ela por causa da , não quero minha irmã contra mim.
- É por isso que você está bem informado. – ela respondeu brava.
- Claro, me informei na sua livraria. – respondi rindo por dentro. Como sou mal, HAHA. (6)
Ela entrou no carro sem dar um piu. Vi a me olhando com uma cara feia, e mostrei a língua pra ela. Riu e entrou no carro, ao meu lado.
- Todos a bordo? – perguntei antes de dar partida no carro.
- Siim. – todos responderam juntos. Que animação.

Capítulo 2

Estávamos no shopping. Estávamos sentados numa mesa de uma lanchonete. Estávamos comendo uma porção de fritas.
e seu chá (dessa vez gelado), e um refrigerante qualquer, eu, e dividindo uma cerveja.
- ! – quase surtou. – Olha lá! É a Jullia. - Eu dei uma leve engasgada na cerveja, como assim? A Jullia? Aqui?
- Onde? – comecei a olhar disfarçadamente para os lados.
- Esquerda, lá na loja de instrumentos musicais. Ta vendo? – falou tentando ser discreto, mas aposto que todos ali já tinham percebido de quem estávamos falando.
- Ah, será que eu vou falar com ela? – perguntei um pouco inseguro. Sabe né, faz uma semana que nós terminamos, seria chato se eu falasse com ela?
- Quem é ela? – perguntou, olhando pra mim com aqueles olhos azuis enormes.
- Ah - eu me enrolava com as palavras. – É... É uma, uma amiga...
- É a ex-namorada dele. – ! Seu retardado! Não era pra falar. Olhei pra ele, fuzilando.
- Não sabia que você tinha uma namorada... – ela falou baixinho.
- Ex-namorada. – repeti alto. Olhei Jullia e ela me olhava. Droga, ela me viu. Estava vindo em minha direção.
- Hey y! – eu levantei para cumprimentá-la.
- Oi Jullia, como vai? – tentei ser simpático naquela hora, mas aposto que não consegui sair com uma cara muito agradável. - Tudo bem. – Jullia é umas dessas garotas magríssimas e com cara de santinha, mas não é não. Depois que você conhece, pensa até que é outra pessoa. Com olhos levemente verdes e cabelos curtos ondulados. Até hoje, eu ainda não descobri o que ela viu em mim, um fracassado. Posso não ser feio, mas não sou a pessoa apropriada para namorar com uma garota como ela, ela é muito legal, e bonita. Simplesmente não faz o meu tipo. – Sua namorada? – ela apontou pra .
- Nããão! – respondeu rápido mexendo as mãos em sinal de negação.
- Eu pensei que sim, vi vocês numa sorveteria um dia desses... – Jullia respondeu um pouco insegura do que estava falando.
- Ah é, né... – vi olhando pra mim com uma cara assustada colocando a xícara de chá na mesa.
- , Jullia. – ela se levantou. – Acho melhor nós conversarmos... – ela tem razão. Me levantei e segurei a mão de Jullia para que ela viesse também.
- Olha Jullia, eu não quero ser chata, mas você não pode contar pra mais ninguém sobre o que você viu lá na sorveteria, ok? – falava baixinho, para ninguém mais ouvir.
- Tudo bem, mas por quê? – ela soltou a minha mão.
- Porque nós somos irmãos. – eu falei no mesmo tom que as duas falaram.
- O QUE? – Jullia perguntou um pouco mais alto.
- Não, não. Não somos irmãos de sangue... – tentou se explicar.
- É, nossos pais se casaram... – continuei.
- Entendi, mas por que vocês não conversam com eles? – Jullia olhava para nós.
- Não... - falei, dando um tapa na minha testa. – , se importa se eu falar rapidinho com ela?
- Claro. – saiu com a cabeça baixa.
- Jullia – dei um sorrisinho forçado.
- y – ela abriu a boca. – Você está gostando da sua irmãzinha? – ela riu.
- Não tem graça... Ela é minha irmã. Eu não posso gostar dela, entende? – falei tremendo. Não posso mesmo! O que o pai vai achar? Imagina só.
- Mas você escolheu assim, . – Ju falou sorrindo.
- Eu não escolhi nada, droga. O que eu faço? – perguntei, eu sei que a Ju não está com ciúmes, ela sempre foi uma amigona. E bonita do jeito que é, já deve ter outro namorado mesmo.
- Não se manda nessas coisas , a culpa não é sua. – Ju continuou falando. Não tem essa. Eu não vou mais gostar da . Agora que eu vi a gravidade disso. Imagina o meu pai, sendo conhecido na cidade como o cara que tem os filhos namorados. Ele nunca deixaria eu fazer uma coisa dessas.
- A culpa é minha sim. E eu não vou mais fazer isso. – Falei voltando pra minha cadeira, e me sentando.
- Tchau. – ouvi Ju falando enquanto eu voltava pra cadeira.
- Vamos dar uma volta, ? - se levantou, puxando a pelo braço.
- Claro. – ela respondeu, dando um selinho em .

- O que você conversou com a Jullia? – perguntou me olhando com uma cara de tarado.
- Nada. – respondi um pouco bravo.
- Nada, uma ova. Você ta com cara de mau. - como eu fui virar amigo do cara mais tolo do universo? , você é um idiota.
- Eu não quero falar sobre isso. Posso? – perguntei bravo. Sempre que estou de mau humor eu fico com fome. Chamei um garçom. – Pode me trazer um muffin de chocolate? – sempre peço doce.
- Claro. – ele anotou num papelzinho e saiu.
- Você não ta bem, cara, muffin? Você nunca come muffin! O que aconteceu? – perguntou olhando pra mim, como se perguntasse 'você está bem?'
- Não quero falar sobre o assunto. – não quero mesmo, eu sei que eles querem me ajudar, mas não quero ajuda. Está decidido, esquecer a e os nossos beijos. E só.

Estávamos em casa amontoados no sofá, sabe né, o de sempre.
- Eu não agüento mais ficar nesse sofá... – se pronunciou depois de um tempo.
- Nem eu, que tal fazermos alguma coisa? – levantou a cabeça com aquela cara dela de safada.
- O que? Por exemplo... – perguntei olhando ela.
- Vamos brincar! – ela sorriu de orelha à orelha.
- De quê? – perguntou olhando ela, levantando uma sobrancelha.
- Aquela brincadeira lá, que tem que ir passando um pedaço de papel com a boca, sabe? Nós fazemos uma rodinha e um vai passando para o outro... – explicou, DIOSADIS, sei que brincadeira é! É legal.
- Tudo bem – respondi dando uma risadinha. – , vai lá pegar um papel. – ele se levantou correndo, deve estar animado também. Voltou num instante.
se levantou rindo e correndo. Depois de uns 2 minutos ela voltou... Estava com um batom na mão. Abriu e passou pela boca, sua boca ficou vermelha, mas não era um vermelhinho qualquer, era um vermelhão, vermelho sangue. Ela pegou o papel da mão de e beijou um dos lados, passou o batom pela boca de novo e beijou o outro lado, ficando assim a marca da boca dela nos dois lados do papel.

Depois de muita briga e tapas, ficou decidido assim: Eu, , , e do meu lado êê! DIASODI (666)
Já que o papel estava com a , ela começou, passando pra mim. Eu com muito cuidado para aquele papel idiota não cair bem na hora que eu passasse pra . Se caísse, me matava na hora. :O passou para que passou com nojo - e provavelmente medo de que o papel caísse – para que passou para . Foi assim certinho por umas duas rodadas, até começar a bobagem. beijou duas vezes! Eu beijei uma – sem querer, eu juro! – vez. Por sorte, não beijou e, óbvio, e já tinham se beijado uma quarenta vezes.
Lá estava passando o 'cartãozinho' pra , e veio ela com aqueles olhos enormes e aquele cartão verde com a marca de uma boca no centro. Ela riu, provavelmente da cara que eu estava fazendo, como eu queria que aquele cartão caísse. Pára, ! Você prometeu (?) que pararia com isso. Talvez com o riso dela ou por um milagre perfeito, o cartão caiu. Eu senti aqueles lábios encostando a minha boca, novamente. Senti ela colocando uma das mãos na minha nuca, e pude sentir os pelos dos meus braços se arrepiarem. Senti a língua dela passando pela minha, que saudades de beijar você, .
- Bem, erm. – ouvi falar enquanto nos beijávamos. – Acho que vou ver um filme...
- É – e concordaram.

Depois de uns trinta minutos (sem mentira), de carinhos e beijos. O telefone infernal tocou. correu pra atender, eu me levantei.
- Aloha. – sempre faz isso. – O que? Como assim? Ah, ta bom, mãe. Beijo.
- O que foi? – perguntei olhando ela.
- A mãe e o John vão voltar amanhã! – ela falou agitando os braços.
- Por quê? – perguntei, to parecendo uma criançinha de pré-escola que fica perguntando por que o céu é azul.
- Sei lá. Algumas coisas deram errado e eles vão voltar, oras... – Ela deu de ombros.
- Então é melhor arrumar a casa, não acham? – ? É você?
- Quem está aí dentro? – dava uns soquinhos na cabeça dele. – O que você fez com o meu amigo? – todos riram.
- É sério, pô! – esfregava sua cabeça.
- É! Esse que está aí tem razão. Temos que arrumar essa casa. – falou entrando na brincadeira.
- Eu lavo a cozinha! – falei e saí correndo, indo pra cozinha.
- ! Assim não vale. – berrava lá da sala. – Tem que ser uma escolha justa.
- Isso é mais do que justo! – Devolvi berrando também. – Eu sou o dono da casa e escolho o lugar que quero arrumar.
- Então eu também vou arrumar a cozinha! – ouvi os passos dela correndo pra cozinha.
- Espertinha. – falei e ela riu.

Capítulo 3

Eu realmente não sabia quem estava lavando o que naquela casa, só sabia que eu e a estávamos lavando a cozinha. Eu lavava a louça e ela secava. Vez ou outra eu molhava ela que retribuía com um pedala. Arrumamos as coisas, varremos o chão, e passamos até pano!

Era mais ou menos 10h35min. quando a casa estava totalmente limpa. E foi óbvio que o não deu conta de limpar a sala sozinho e nós tivemos que ajudar. Mas a casa estava nova, como no primeiro dia que chegamos aqui. (cof cof)
- Bem, acho melhor a gente ir embora, não? – sorriu fraco apontando pra porta.
- É, se bem que eu mal fiquei aqui. – , o coitadinho abandonado, falou.
- Sorte nossa. – falei e ele me olhou com uma cara desprezível.
- Cala a boca, ! Eu te odeio. – ele falou olhando com uma cara de mau.
- Odeia nada, tu me ama. – falei rindo.
- Ta, queridos, chega de brigas, vocês se amam. – falou tentando ajeitar as coisas, mas acabou piorando.
- , você é gay? – olhou pra ele levantando uma sobrancelha. Todos riram.
- Você não tinha percebido ainda, ? – perguntou olhando a amiga séria.
- Não! – ela deu um tapinha no ombro do garoto. – Você me iludiu, ! – depois começou a rir.
- É melhor irmos embora mesmo antes que eu saia apanhando. – falou rindo e apertando a minha mão, depois dando um beijo na . E assim foi com .
e ficaram abraçadas uma meia hora, como se nunca mais fossem se ver.
- Te amo, Cinderela. – falou ainda abraçada à .
- Te amo, Branca de neve. – falou rindo. Cinderela e Branca de Neve? Eu olhei pro e pro e eles deram de ombros. Finalmente elas se soltaram e me abraçou rindo.
- Tchauzinho, . – ela falou me soltando do abraço.
- Tchau, . – eu ri.
- Querem carona? – perguntei quando eles estavam fechando a porta.
- Não, valeu . – fechou a porta e eu pude ouvir reclamando alguma coisa que devia ser "Mas eu não quero ir andando". Comecei a rir.

- , sabe o que eu estava pensando? – perguntou de repente, enquanto estávamos vendo algum programa da TV à cabo. Me diz como que eu ia adivinhar o que você está pensando, ? Bem que eu queria.
- Não sei, o que? – perguntei.
- Um bolo! Devíamos fazer um bolo de boas-vindas pra eles. – ela sorriu de orelha à orelha. – A mãe adora bolos.
- Hm, pode ser. Mas eles vão vir amanhã, quando você fazer o bolo? Agora? – Agora não! Estou cansado.
- Amanhã de manhã, pode ser. A gente acorda bem cedo... – ela olhava o relógio digital que tinha ao lado da televisão. – 6h30min. Que tal?
- Se eu conseguir acordar, eu te ajudo. – falei rindo.
- Você vai acordar. – ela deu ênfase ao 'vai'. – Eu coloco o relógio pra despertar.
- Ok Sra. Mandona. – falei rindo. Ela riu e se levantou. Me deitei no sofá e fiquei olhando ela na cozinha. É, dá pra ver a cozinha da sala. Me levantei e fui ver o que ela estava fazendo.
- Que meleca é essa? – perguntei olhando por cima dos ombros dela.
- Gelatina. – ela respondeu rindo.
- Gelatina? O que é isso? – Perguntei fazendo careta.
- Que sem cultura! Você não sabe o que é gelatina? – ela me olhou, e eu neguei com a cabeça. – É tipo um suco, só que...
- Congelado? Suco congelado é picolé. – falei rindo da cara que ela fazia.
- Eu sei o que é picolé. Mas gelatina é diferente. É como uma geléia, só que não tem pedaços de frutas dentro e não se passa no pão. Come puro. Entende? – ela mexia aquela colher freneticamente e uma coisa vermelha transparente se mexia junto da colher.
- Entendi, é bom? – perguntei olhando ela parar de mexer a colher e abrindo o armário, pegando uns potinhos e colocando a tal gelatina dentro, um pouquinho em cada.
- Eu amo gelatina. – ela falou sorrindo abobada.
- De que é essa? – de novo, estou parecendo uma criança perguntando se o céu é azul.
- Morango. – ela continuava sorrindo. – Pronto, agora é só colocar na geladeira e esperar. Amanhã de manhã eu vou comer. – ela bateu palminhas, parecia uma criança quando ganha doce.
- Só amanhã? – perguntei olhando ela que colocava água dentro do pote que acabara de fazer a gelatina.
- É, tem que esperar ela ficar durinha, e você não quer que eu acorde um hora da manhã só pra comer gelatina, quer? – ela riu colocando a mão na cintura.
- Não. – eu ri. Olhei para os meus pés. Era agora. Eu tinha que falar pra ela o que eu to sentindo. Tenho que falar pra ela que a minha vida está mudada. Tenho que falar pra ela que meu mundo mudou, e agora ela faz parte desse mundo.
- . – falei e ela logo olhou pra mim. – Acho que precisamos conversar, não?
- É. – ela falou sem jeito e se sentou na pia, assim como eu me sentei na mesa com os pés apoiados em uma cadeira.
- É que... – comecei a estralar meus dedos. – Acho melhor a gente parar de ficar. – Não era isso que eu ia falar, mas saiu. – Sabe, os nossos pais estão voltando e, simplesmente não vai dar certo. – Abaixei a cabeça. Não queria ver o rosto dela agora, eu estava sendo um covarde.
- Você tem razão, . – eu olhei pra ela, que sorriu fraco. – Que tal um último beijo? – ela sorriu safada. AHÁ! Depois quem tem culpa de safado sou eu. Eu sorri e praticamente chutei a cadeira que eu apoiava os meus pés. Pulei da mesa e 'corri' até ela, se bem que a distância não era muita. Colei meus lábios nos dela com certa urgência, minhas mãos estavam nas costas dela e as mãos dela estavam na minha nuca. Nos beijávamos rápido, como se o tempo fosse acabar a qualquer segundo. Ela puxava meu cabelo com certa força e eu dava gemidos abafado por isso. Eu a puxava cada vez mais pra perto de mim, deixando o espaço entre nós mínimo. Ela passou suas pernas em volta da minha cintura e continuava dando puxões no meu cabelo. Separamos o beijo definitivamente ofegantes, demos uma risada. Ela me abraçou e ficamos assim, apenas abraçados, sentindo um o calor do outro.
- Estou com sono. – ela falou deitando a cabeça no meu ombro.
- Então vamos dormir. – falei sorrindo. Ela desceu da pia, abracei ela pelo ombro e subimos a escada.

Entramos no quarto e um cheiro de produto de limpeza estava no ar.
- e trabalharam bem no nosso quarto. – ela falou deitando na cama.
- É. – falei tirando meu tênis, minha camisa e minha calça jeans. Eu sempre durmo de boxers, será que ela se importa?
Deitei na cama. Me virei de modo que eu ficava de frente pra ela. Os olhos estavam quase se fechando. Comecei a mexer no cabelo dela até ela dormir.

Capítulo 4

Acordei e vi que ainda não tinha acordado. Olhei no relógio, marcava 6h24min. O que seria 6 minutos antes do combinado. Nossa, sou fodão em matemática, mentira. Fiquei olhando ela dormir. Os cabelos bagunçados, a roupa que ela usava, uma blusa laranja com bolinhas azuis. Pensei seriamente em desligar o despertador. Mas ela estava tão animada pra fazer esse bolo, vou deixar como está. Fiquei só olhando ela. Vendo cada pequena partícula que antes passava por despercebido sob meus olhos. Os minutos foram se passando.
Sorri quando o despertador tocou e ela levantou a cabeça assustada.
- Que merda! – ela falou desligando o despertador. E deitando de novo.
- Hey, hey mocinha! Nada disso. – falei rindo e me levantando. – Não quer fazer o bolo?
- Ah, o bolo. Já tinha me esquecido. – ela falou se levantando e indo pro banheiro, assim como eu.

Já estávamos na cozinha. Ela tinha amarrado o cabelo, disse que era pra não cair no bolo. Fui até o quarto da bagunça e peguei o aparelho de som. Coloquei em cima da pia e conectei meu iPod nele. Henrietta - The Fratellis começou a tocar.
- Gostei da música. – dizia dançando e procurando o livro de receitas.
Quando ela achou o livro, começou a olhar as páginas.
- Aqui ó. – ela começou a ler em voz alta. – "Bolo de Limão. 4 ovos, 1 gelatina de limão, 1 copo de iogurte natural, 1 colher de fermento, 1 pacote de bolo de limão pronto e um copo de óleo. Cobertura: 1 lata de leite condensado com suco de limão." – ela olhou pra mim. – Parece ser gostoso. E o bolo ainda fica verde!
- Por mim tudo bem. – falei rindo. Ela estava tão animada. Ela pegou o liquidificador.
- Hm, 4 ovos. – abriu a geladeira e pegou a caixa de ovos. – .
- Oi? – perguntei, rindo dela. Tava toda concentrada ali quebrando os ovos, essa frase foi foda.
- Pega o trigo e o óleo, pra untar a fôrma. – o quê?
- Pra quê? – perguntei pegando o trigo.
- Pra passar na forma, pro bolo não grudar. – ela falou rindo. – Você nunca fez um bolo?
- Olha pra minha cara e diz se eu tenho cara de gente que faz bolos. – apontei pro meu rosto, rindo.
- Você tem cara de cozinheiro. – ela riu. Peguei a fôrma de bolo e joguei o trigo dentro.
- NÃÃÃO, ! – ela falou rindo mais ainda. – Tira esse trigo daí!
- Meu Deus, o que eu fiz? – falei e soprei o trigo que estava dentro da forma.
deu um grito. Olhei pra ela e ela tava toda suja de trigo. Comecei a rir. Ela vai me matar.
- Desculpa, desculpa. – falei rindo. Ela pegou um punhado de trigo e jogou em mim. Comecei a passar a mão no meu cabelo.
- Ta feliz agora? – perguntei rindo um pouco, limpando minha camisa.
- Não. – ela falou pegando um ovo.
- NÃO, ! NÃO! – berrei, pegando a fôrma pra me proteger. Ouvi uma risada maléfica. E ela jogou o ovo, que bateu na forma. – Eu não acredito que você fez isso. – falei pegando a 'garrafa' de óleo que estava em cima da mesa. A música trocou, agora era Let's Dance to Joy Division – The Wombats.
- Não, , por favor. – ela andava pra trás com as mãos pra frente, tentando se proteger. Tirei a tampa da garrafa e comecei a rir alto. Ela começou a correr em volta da mesa e eu fui atrás dela. A gente ria mais do que corria. Joguei óleo nela e ela olhou pra mim com uma cara de 'eu não acredito que você fez isso'. Me arrependi.
- , se acalma... – falei rindo. Peguei a forma pra me proteger de novo. Ela pegou a caixa do ovos. Começou a jogar todos em cima de mim! O primeiro acertou na fôrma. O segundo na minha perna. – ! Pára! – eu ria. O terceiro no meu ombro. Tentei me aproximar dela (com a forma na minha mão). Ela ria muito. Tirei a caixa de ovos da mão dela e caiu no chão. Peguei o pacote de gelatina de limão. Ela riu e se escondeu atrás da mesa. – Não, . – fui atrás dela e segurei ela com uma mão. – Não, ! – ela gargalhava. Abri o pacote de gelatina com a boca e comecei a espalhar pelo rosto dela e os ombros (que estavam sujos de óleo), passei a minha mão por cima e ela ficou toda verde.
- Eu te odeio, ! – eu soltei ela, que foi correndo pra geladeira, pegou um pote de margarina.
- Não, ! Margarina é nojento. – nessa altura nem adiantava mais correr. Mesmo assim eu tentava me esconder.
- É, e óleo com gelatina também. – ela falou abrindo o pote de margarina, pegando um punhado e jogando em mim. Peguei o saco de trigo e começei a jorgar nela. – Isso é tão nojento. – dizia jogando o pote vazio de margarina no chão e se escondendo de mim, já que eu ainda jogava trigo nela.
- Aham. – falei indo atrás dela, pra falar a verdade nem dava mais pra ver ela de tão branca que ela estava por causa do trigo. Ela não desistiu. Começou a correr em direção à pia e começou a encher os copos d'água e jogar em mim. Eu continuei jogando trigo nela, se bem que o pacote estava acabando. Eu já estava me sentindo pesado, de tanta mistura que tinha na minha roupa, e aposto que a também.
Ouvi a porta bater. Me abaixei, me escondendo atrás da mesa e puxei ela pela blusa.
- O que foi? – ela sussurrou no meu ouvido e eu pude sentir os pelos do meu braço se arrepiarem.
- Eu ouvi a porta batendo. – falei no mesmo tom que ela.
- Mas o que está acontecendo aqui?

Capítulo 5

Levantei a cabeça quando percebi que era a mãe da , ela fez o mesmo.
- Mãe, er. Eu posso explicar. – se levantou, eu também. Droga!
- É bom mesmo que vocês dois tenham uma explicação, eu e a sua mãe, deixamos a casa uma semana com vocês e vocês fazem isso... – Meu pai ta tentando dar um sermão.
- A gente ia fazer um bolo pra vocês, mas... não deu muito certo. – eu falei tentando explicar.
- Que saco! – meu pai de novo. – Arrumem essa bagunça que eu a sua mãe vamos arrumar as nossas coisas no quarto.
- Tudo bem. – eu e falamos juntos. A música ainda tocava.
Eles subiram. olhou pra mim e começou a rir.
- Acho que não vai mais ter bolo. – ela começou a juntar os pacotes vazios do chão e da mesa.
- É. – falei rindo. Fui até a lavanderia e comecei a pegar baldes e produtos de limpeza.
- Você gosta de Weezer? – ela falou pegando uma vassoura e começando a varrer, assim como eu.
- Weezer? O que é isso? – perguntei rindo. E ela me olhou séria. – Que foi?
- Você não conhece Weezer? E eu que pensava que já tinha ouvido de tudo! – ela falou fazendo gestos exagerados com as mãos.
- Não, não conheço. Talvez eu até conheça uma música, mas sei lá. – falei rindo dela.
- Hm, é porque vai ter um show deles. Bem, não é um show em si. É uma apresentação beneficente, e vai ser acústico. Vamos? - ela fez aquela carinha de novo! Não é justo. Eu não consigo nem pensar.
- Pode ser, quando é? – perguntei olhando pro chão.
- Hoje. – olhei pra ela assustado. E ela fechou os olhos.
- Hoje? Por que você não me convidou ontem?
- Porque ontem os garotos estavam aí, eu convidei a , mas ela não gosta deles. Vamos, ! Por favoooor. – nem vou falar qual carinha que ela fez.
- Tudo bem, onde? Que horas? – perguntei voltando a varrer.
- No shopping aqui perto. Vai começar às 23h. – ela falou varrendo também.
- Ta! Mas só porque é beneficente, ok? – falei rindo e continuei limpando.

Por incrível que pareça, o pai não nos deixou de castigo. Só porque foi uma boa causa, o bolo. Eu estava procurando uma roupa pra ir no showzinho da bandinha lá.
- . – entrou no quarto sem bater na porta. É, eu estava de boxers, só. – Desculpa, mas, com que roupa eu vou?
- Sei lá. Já estou me matando pra achar uma roupa que não esteja amassada aqui no closet. – falei dando de ombros. Ela deu uma risadinha.
- É, as minhas também estão amassadas. – ela tirou um vestido amarelo do closet e colocou por cima da roupa. – Essa fica legal?
- Erm. – torci o nariz. – Tá muito amarelo, não? – ela olhou pro próprio corpo e riu.
- É mesmo. – começou a procurar e tirou uma blusa branca com as mangas pretas, escrito Weeze e o 'r' era como se tivesse sido escrito com um canetão, e uma calça jeans desbotada. – E assim?
- Assim ficou legal. – Ela sorriu.
– Quer ajuda? – ela perguntou sorrindo colocando a roupa em cima da cama.
- Quero. – ela foi até a minha parte do closet e começou a mexer.
- Essa blusa é legal. – ela tirou uma camisa social risca-de-giz do closet. – E essa gravata também. – pegou uma gravata vermelha. – E agora só coloca uma calça jeans qualquer, vai ficar lindo! – ela falou toda sorridente me entregando a roupa e pegando a dela de cima da cama e entrando no banheiro. Peguei uma calça qualquer e meu all star preto, entrei no banheiro.

- UAU! Que gato! - ela falou rindo me analisando. Dei uma gargalhada.
- Você também, tá um pitéu. - Falei rindo e ela riu.
- Vamos? - Me perguntou, sorrindo, toda boba.
- Vamos, só que dessa vez de carro. - Me lembrei da briga que tivemos por causa da chuva, aquele dia.
- É. - Deu uma risadinha. - Tchau mãe. - Deu um beijo na 'mãe' e depois um beijo no pai. Eu apenas abanei lá da porta.

No carro, ela ia me mostrando algumas músicas dos carinhas lá. As músicas eram legais até. Algumas eu conhecia. Outras não.
Entramos no shopping, e de longe dava pra ver várias pessoas.
- Sorte que eu já comprei o ingresso. - Ela sorriu vitoriosa.
- Eu ia pagar, mas você já comprou... - Falei rindo.
- Paga de outro jeito. - Ela falou de um jeito tão simples e tão convincente que eu quase agarrei ela ali no meio de todo mundo. Mas como sou uma pessoa normal e civilizada, me controlei.
Entregamos os ingressos pro segurança. Nunca tinha vindo a um show beneficente. Ainda mais dentro de um shopping... Mas tava legal, o pessoal da banda estava se arrumando.
- Olha que fofo o Rivers! - Ela apontou para um carinha de óculos que estava segurando um violão.
- Quem? - perguntei desconfiado de que fosse mesmo o carinha de óculos.
- Rivers Cuomo. O cantor, aquele ali de óculos que ta segurando o violão. - Ela falou sorrindo.
- Que gosto hein? - Falei rindo e ela deu um tapinha no meu braço.
- Ele é lindo. E quem sabe eu não consigo um autógrafo deles? - Aham, vai sonhando.
- Uhum. - ri.

Capítulo 6

Depois de um tempo (lê-se horas) esperando, eles finalmente se arrumaram para cantar, o número de pessoas tinha dobrado.
Eles, o cantor de óculos e um outro cara que devia ser o guitarrista, começaram a tocar.
- Island in the sun! - começou a dar pulinhos frenéticos.

"When you're on a holiday
You can't find the words to say
All the things that come to you
And I wanna feel it too"

'dançava' com a música e muitas pessoas cantavam junto com eles, ela também.

"On an island in the sun
We'll be playin and havin fun
And it makes me feel so fine I can't control my brain
When you're on a golden sea
You don't need no memory
Just a place to call your own
As we drift into the zone"

Eu apenas olhava ela, e de vez em quando, eles tocando. Era mais animador olhar ela. Não que os caras fossem ruins, não, mas ela era mais interessante. Se é que vocês me entendem...

"On an island in the sun
We'll be playin and havin fun
And it makes me feel so fine I can't control my brain
We'll run away together
We'll spend some time forever
We'll never feel bad anymore"

Ela é, definitivamente, a garota mais linda que eu já vi. Já me apaixonei uma vez... se bem que foi na quarta série. Acho que nem conta. Já gostei de outras garotas, mas a ... foi realmente diferente, eu conheço ela há uma semana e é como se eu soubesse tudo sobre ela. Como se fossemos amigos desde pequenos. Não sei explicar, mas ela realmente mexeu comigo.

"On an island in the sun
We'll be playin and havin fun
And it makes me feel so fine I can't control my brain
We'll run away together
We'll spend some time forever
We'll never feel bad anymore"

- Eles são ótimos, não são? - Ela perguntou toda sorridente.
- São mesmo. - Pra falar a verdade nem prestei muito atenção na música.

Depois de várias músicas e eu ter até cantado algumas que eu conhecia, eles finalmente anunciaram a última música, o que fez ficar realmente desapontada.
Quando essa acabou, começou aquele coro de "mais uma, mais uma".

- Bem, estamos acostumados a fazer isso, mas vamos cantar mais uma em homenagem à uma fã nossa que está com a camisa da edição especial do videoclipe Perfect Situation. - O cantor falou apontado pra . Olhei ela que ria muito e pulava emocionada. - Quer cantar com a gente? - Ele continuou.
Ela negou com a cabeça, envergonhada. Nem parece a mesma pessoa.
- Vai . - Falei dando um leve empurrão em seu ombro.
- Não. - Ela não falou, apenas mexeu a boca.
- Vai logo antes que eu tenha que te levar nas costas! - Falei rindo. E ela me olhou com uma cara de um certo desespero, mas foi.

O cantor que até agora estava sentado em uma cadeira se levantou para cantar junto com a . Ela só me olhava. Eu ria.
Rivers, ahá, lembrei o nome dele, começou a cantar, só pra dar mais coragem pra coitada. Depois de um tempo ela começou também.

"What's the deal with my brain?
Why am I so obviously insane?
In a perfect situation
I let love down the drain.
There's the pitch, slow and straight.
All I have to do is swing
and I'm the hero, but I'm the zero.
Hungry nights, once again
Now it's getting unbelievable.
'Cause I could not have it better,
But I just can't get no play
From the girls, all around
As they search the night for someone to hold onto.
I just pass through...
singing..."

Aos poucos ela foi se animando e até dançava com o cantor que ria muito com ela. Pensei seriamente que ela era mais desafinada e ia estragar a música, mas não...

"Get your hands off the girl,
Can't you see that she belongs to me?
And I don't appreciate this excess company.
Though I can't satisfy all the needs she has
And so she starts to wander...
Can you blame her?"

Todos riam e cantavam ao mesmo tempo. fazia passinhos no palco, e o pior é que os outros da banda acompanhavam ela. Acho que nunca vi rir tanto.

"Tell me there's a logic out there.
Leading me to better prepare
For the day that something really special might come.
Tell me there's some hope for me.
I don't wanna be lonely
For the rest of my days on the earth."

desceu do palco sorrindo e todos aplaudiram ela, e no caso, a banda. Ela me abraçou forte.
- Eu to morrendo! Diz que isso não foi um sonho? - Ela continuava me abraçando e eu abraçava ela.
- Você não está sonhando , a não ser que eu esteja no mesmo sonho que o seu. - ri.
- É provável. - Muitas pessoas já estavam saindo do local. E nós continuávamos abraçados. Eu não queria soltá-la e aposto que ela também não. - Quer comer alguma coisa? Sair daqui, sei lá. - Continuou.
- Vamos, mas eu pago.
- Ta bom, seu chato. - Ela riu soltando o abraço.

- Sabe o que eu tava pensando? – falou depois de dar um gole no chá gelado dela.
- O que? – Falei afrouxando um pouco a gravata.
- Nem pedi autógrafo pra eles! Que raiva. – Fez uma careta.
- Quer voltar lá? – Perguntei, rindo.
- Não, deixa. Vamos embora? – Ela falou olhando o relógio. – Ah, ainda é cedo, deixa.
- Vamos pra outro lugar então? – Perguntei e ela me olhou.
- Onde? – Boa, ! Onde? Pra casa do é que não vai ser. Tenho que pensar, vejamos... Praia!
- Vamos! – Puxei ela pela mão e ela riu.
Entramos no carro e eu ia dirigindo devagar – como sempre faço.
- Pra onde a gente está indo ?! Odeio suspense. – Ela falou bufando.
- Pera, já estamos chegando. – Falei calmamente, deixando ela mais nervosa.

Estacionei o carro o mais perto da praia possível, desci do carro e deitei no capô, encostando as costas no vidro, ela fez o mesmo.
- Adoro praia de noite. – Ela falou de repente, sorrindo. – Fica tão diferente, tão... tão legal. – Eu ri.
- Não encontrou uma palavra melhor? – Perguntei rindo e ela negou com a cabeça.
Ficamos ali, em silêncio, por um bom tempo. Ela encostou a cabeça no meu peito e eu a abracei pelo ombro.
- Hoje foi um dia ótimo, não foi? Sujeiras à parte. – Deu uma risadinha.
- É, você foi muito engraçada cantando. – Dei uma gargalhada alta.
- Eu sempre sou engraçada... – Ela falou séria.
- Aham, sempre. – Falei ironizando e ela deu um chute no meu pé. Doeu.
- Idiota. To com frio. – Mulheres! Mudam de humor repentinamente a culpa é sempre dos homens!
- Minha jaqueta ta dentro do carro. – Falei e ela correu pra ir pegar, e voltou correndo, subindo no capô e me abraçando logo em seguida.
- Que friiiiiiiio! – Abraçei ela. Beijei a cabeça dela, num beijo estalado e ela riu. O cheiro do shampoo dela me deixou calmamente idiota. Ela sempre faz isso comigo.
- Olha só a lua! – Ela falou de repente de novo, apontando.
- Não aponta pro céu que nasce uma verruga na ponta do nariz. – Ela me olhou desesperada colocando a mão no nariz.
- É sério? – ela arregalou os olhos, fazendo careta.
- Não, né, ! Parece tola, minha mãe me falava isso quando eu tinha 5 anos de idade. – Eu ri alto e ela me deu um tapinha no ombro. Agressiva.
- Eu tava brincando né, , você acha que eu ia acreditar?
- Acho. – Falei sério e ela me olhou incrédula. Ela ficou olhando a minha boca, é, eu sabia... ela colocou uma das mãos na minha nuca e a outra no cós na minha calça. Foi se aproximando lentamente, eu tinha que resistir, nós, nós somos irmãos, isso realmente tem que acabar, não pode ficar assim pra sempre. Dei um selinho na boca dela que fechou os olhos. Coloquei a mão nas costas dela que sorriu encostando as nossas bocas de novo. Ficamos assim por um bom tempo, apenas trocando selinhos. Até ela descansar a cabeça no meu ombro.
- Vamos embora? Estou morrendo de frio. – olhou pra mim sorrindo. Como eu poderia resistir?
- Vamos, também to com frio. – falei me levantando e entrando no carro. Voltamos pra casa ouvindo uma música qualquer no rádio. Ela batucava os dedos na perna nervosamente.

Entramos em casa, estava tudo apagado. Subi as escadas e ela me seguiu. Deitei na cama com a mesma roupa. Ela pegou uma roupa qualquer e foi pro banheiro se trocar. Ela se deitou sorrindo.
- Não acredito que cantei no palco com o Rivers. – Fechou os olhos, ainda sorrindo.
- Foi super bom. Você cantou bem pra caramba. – Eu sorri e ela me olhou.
- Sério? – Mordeu o lábio inferior com certa dúvida.
- Uhum, pensei que você ia estragar a música, mas não. – Respondi rindo e ela também riu.
- Eu também pensei isso. – Ela falou se virando pra mim, eu me virei pra ela.
foi fechando os olhos. Eu fiquei apenas ali, olhando ela. Adoro fazer isso, ficar olhando ela.

Capítulo 7

Acordei desajeitado na cama, fui tentar me arrumar, mas rolei e caí no chão. levantou a cabeça assustada.
- O que foi? – Ela falou com a voz embolada. Eu ri alto.
- Nada , volta a dormir. – Falei me levantando.
- Você caiu? – Ela segurava o riso.
- Pode rir. – Falei forçando um sorriso. E ela caiu na gargalhada. Nojenta, vem pedir pra eu ir em showzinho de novo, vem.
Fui pro banheiro, escovei os dentes, arrumei o cabelo e saí. Acredite se quiser, ainda ria.
- Pára de rir, criatura de Deus! – Saí do quarto e deixei a pessoa estranha rindo lá. Entrei na cozinha, olhei o relógio que marcava 07h30min, o que queria dizer que eu estava realmente acordando cedo demais. Abri a cortina, o sol tomou conta da cozinha. Vou tomar um banho de piscina, nem tomei ainda. Comi um pão com pasta de amendoim e subi as escadas pra colocar um short. Ela continuava dormindo e eu não ouvia sinal do pai e da em lugar algum, deviam estar dormindo.
Fui até a piscina, e me joguei. A água fria passava pelo meu corpo como uma corrente elétrica que me deu um arrepio. Tomei fôlego e mergulhei. Apenas mergulhei, fiquei embaixo d’água, sem me mover, apenas... pensando.
Senti a falta de ar, e levantei. estava ali. Levei um susto, que rápida.
- Me assustou, sua louca. – Falei rindo passando a mão no cabelo.
- Louco é você que fica esse tempo todo debaixo d’água. Quer se afogar? – Ela perguntou colocando as pernas na água.
- Nunca me afoguei fazendo isso. – Falei indo pra perto dela. – Não vai mergulhar?
- Não, meu cabelo está tão lisinho hoje. – Ela falou passando as mãos no cabelo escorrido.
- Mais liso que isso, seu cabelo cai! – Falei rindo jogando um pouco de água nela. Ela me olhou com uma cara de "Você não fez isso". Dei uma gargalhada.
- Seu gay! Meu cabelo! – Ela começou a chutar água em mim.
- Desculpa, desculpa! - Falei colocando as mãos na frente do rosto. Ela parou e deu uma risadinha. Me sentei ao lado dela na beira de piscina, e ela amarrou o cabelo num coque frouxo.
- Não vou te molhar – Falei sério. – Sou bonzinho, poxa...
- Aham, sei. – Ela me olhou apertando os olhos por causa do sol. – Ai, esse sol vai me torrar toda. Vou pra dentro. – Ela falou se levantando e mandando um beijinho no ar.
Me deitei ali. Com as pernas balançando na água.
Tenho que tomar uma decisão, uma daquelas drásticas, matar ou morrer. Realmente não sei o que vou fazer. é minha irmã agora, ou eu jogo tudo pra cima e volto com a minha vidinha simplesmente, ou faço alguma coisa decente e vou logo falar com ela. Não sei ainda o que eu realmente quero, pode ser uma coisa momentânea, ou pode ser o sentimento mais real que eu já senti. Me levantei num pulo. Corri pra dentro de casa.
- ! Não molhe o chão, por favor, acabei de varrer. – falou e eu corri pra fora. Me sequei com a toalha e corri pra dentro de casa de novo.
- Obrigada, querido. – Ela falou de volta, sorrindo.
- Foi nada. – Respondi. – Cadê o pai?
- Está na sala, querido, por quê? – Ela perguntou levantando uma sobrancelha.
- Porque... porque eu queria falar com vocês dois. Em particular. Onde está a ? – Perguntei olhando pros lados.
- Não sei, no quarto, acho. – Respondeu. – Quer que eu a chame?
- Não, não precisa. – Falei e fui pra sala. O pai estava vendo TV, numa concentração que eu fiquei com medo de chamá-lo.
- Pai. – Chamei baixinho. – Paai! – Cutuquei a perna dele.
- Oi? Fala, ... – Ele me olhou sério.
- Eu queria conversar com você e com a Dona , mas só vocês, a não... – Falei olhando a expressão facial dele, que não foi das melhores.
- O que você aprontou hein, garoto? – Ele fez uma cara de "eu te mato".
- N-nada, pai. Só quero falar de uma coisa. – Forcei um sorriso.
- Vá lá chamar a , então. – Mas já? Poxa, nem preparei meu discurso.
- Ta bom. Pera aí. – Subi as escadas e entrei no meu quarto disfarçadamente, só pra ver se a estava mesmo lá. E lá estava ela, no computador. Peguei uma blusa no closet, só pra não marcar suspeitas e sai, fechando a porta atrás de mim.
Desci as escadas e lá estavam os dois, me esperando no sofá. Sentei na mesinha de centro, de modo que eu ficasse de frente pra eles.
- Fala logo filho. – Meu pai estava visivelmente nervoso. – Você engravidou uma garota?
- Não! – Falei olhando pros meus pés.
- Ficou bêbado?
- Não.
- Brigou na escola?
- Não.
- Bateu o carro?
- Não.
- Então fala logo! – Ele bateu o pé no chão, me olhando sério.
- Ah, é que... – Eu não sabia como começar. E nem tenho idéia de como vai terminar. – Essa semana... Foi, foi bem legal, sabe? E é que... - Pronto! Travei, o que eu falo agora?
- Fala logo, querido. – também estava agoniada pra saber o que eu tinha pra falar.
- É que... – Respirei fundo. – Eu to gostando da .
- Gostando? – Meu pai perguntou desconfiado.
- É, pai, gostando... a-apaixonado. Entendeu? – Repeti com certa raiva.
- Filho, você não pode... Ela é sua irmã.
- Eu sei, pai, você acha que eu já não estou bem grandinho pra saber disso? Estou me torturando esse tempo todo, eu já sei disso. Por isso que eu vim falar isso pra vocês. – Respondi tudo de uma vez só.
- Tudo bem. – Dona parecia processar aquilo lentamente. – E o que você vai fazer diante disso?
- Eu não sei ainda, por isso vim perguntar pra vocês. – Falei com a voz trêmula.
- Eu não sei, filho, continuo dizendo que vocês são irmãos, isso não vai dar certo, não pode. – Ele falou calmo.
- É, eu sei, mas... - Respirei fundo novamente. – Eu não escolhi assim, entende? Não foi culpa minha, eu sei que é errado, mas... Não era essa a intenção.
- Querido. – olhou pro pai. – Ele está falando a verdade, não podemos mudar nada. – Dei um leve sorrisinho.
- Eu entendo, mas eles são nossos filhos!
- Mas aconteceu, ele não tem culpa. – colocou a mão no ombro dele. – É melhor ser o seu filho com a minha filha, do que qualquer outra pessoa desconhecida, pense bem... – Estou gostando cada vez mais da Dona .
Meu pai apenas abaixou a cabeça, sempre faz isso para pensar.
- , pensa bem, espera um pouco, esfria a cabeça. – falou olhando séria pra mim. – Assim como o seu pai. Pensa bem antes de fazer uma besteira.
- Tudo bem. – Falei me levantando. – Vou sair um pouco... Tchau. – Peguei meu tênis que estava jogado no meio da sala. E saí de casa.
Fiquei andando por bastante tempo. Sentei em um banco qualquer em uma praça qualquer, apenas olhando as pessoas. Passei a mão no meu cabelo e puxei as pernas pra cima do banco. O sol forte estava secando os últimos vestígios de água de piscina do meu short. Eu estava com a blusa que peguei no quarto, na hora em que fui ver se estava lá. Era uma blusa listrada, rosa. Eu não conseguia me concentrar em nada. O mundo em minha volta não fazia mais sentido. Eu estava tão fora de mim que não escutava mais os barulhos dos carros, ou das criancinhas brincando. Passei as mãos pelos meus cabelos, deixando meus dedos enlaçados nos cabelos, abaixei a cabeça, tentando pensar de uma maneira melhor. Nada.
Senti alguém cutucando nas minhas costas.
- Hey ! Como que estão as coisas? Aposto que aquela casa não é a mesma sem mim... – estava toda sorridente ao meu lado.
- É, a casa fica bem mais silenciosa sem você, mas fora isso... – Falei sério. E ela me olhou brava.
- Como que a está? – Ela ignorou o meu comentário.
- Está bem, quero dizer, normal... – Falei tentando sorrir. Não deu certo. – E você e o , como estão?
- Ah, bem, a gente se dá bem. Tamo ficando ainda. – Ela sorriu mais, se é que era possível.
- Que bom. – Tentei ser simpático. Não deu certo de novo.
- O que houve? Você não tá legal. – Ela falou colocando uma mão no meu ombro. Mulheres, sempre adivinhando coisas.
- Ah, nada. Só estou tentando pensar um pouco, mas a coisa não está fluindo como devia. – Falei sério. E ela me olhava com atenção.
- Só vê se faz a escolha certa. – Ela disse se levantando. – Nem tudo é como a gente quer, .
- Eu que o diga! – Falei rindo pelo nariz.
- É, vou sair, tchauzinho. – Ela mandou um beijinho e saiu.
Continuei ali, na mesma, tentando pensar, tentando...
Me levantei. Comecei a dar passos largos, tentando andar o mais depressa possível em casa, sem correr. Eu quase corria, mas conseguia manter os passos mais divagares, não queria correr. Todos ficam te olhando quando você corre, e atenção é o que eu menos quero agora. Cheguei em casa. Subi as escadas. Dei um esbarrão na dona , que deu um pequeno sorriso.

Capítulo 8

- Então, pensou bem? – Ela me segurou pelos ombros. Dei um sorrisinho também.
- Pensei. – Falei com a voz um pouco rouca, por ter ficado tanto tempo "correndo".
- Que bom – Ela continuou sorrindo. – Olha, querido... Não ligue para o que o seu pai fala, tem horas em que as pessoas têm que seguir o seu coração, não podem simplesmente jogar tudo pra cima, por causa de uma pessoa. Por mais que essa pessoa seja o seu pai. Eu apoio vocês, aja o que houver. Não se preocupe, eu dou um jeito nele. – Deu uma piscadinha.

Ela estava descendo as escada, e se virou pra mim.
- Ela está no quarto, querido. – E continuou a descer. Me virei para a porta do quarto.
Aquele silêncio mortal estava acabando comigo, eu não ouvia mais nada além do som do meu coração batendo tão forte que talvez até ela estivesse ouvindo, através da porta. Segurei a maçaneta, e fechei os olhos. Nada mais iria me impedir, nada.
- ? – Perguntei abrindo a porta. Realmente nem sei como a minha voz saiu. Fechei a porta atrás de mim, e ela me olhou, sorrindo.
- Tenho uma coisa pra te falar. – Andei em sua direção e ela se sentou na cama. Dando uns tapinhas, para que eu me sentasse também. Me sentei. Ela me olhava atenta. E o silêncio voltou. Meu coração batia tão forte, que às vezes me dava uma certa insegurança.
- Sabe – Começei a estralar os dedos, se bem que eu não ouvia nada, além da minha voz, rouca e atrapalhada. – Essa semana foi bem... diferente. A gente se conheceu, e foi bem... impactante. Não pensei que eu fosse ter uma irmã, nunca pensei nisso, ainda mais uma irmã com quase a minha idade, é realmente legal isso pra mim. – Ela continuava focando aqueles olhos grandes na minha direção, acho que nunca fiquei tão nervoso. – O que eu estou realmente querendo dizer, é que você é a garota mais legal que eu já conheci. Eu te conheço há uma semana, e é como se eu te conhecesse há um tempão. A gente se deu muito bem, principalmente pelo fato de sermos irmãos agora... Não, espera. – Respirei fundo. – Estou mudando o assunto. – Respirei fundo de novo. – , eu te amo. Eu não sei como foi acontecer isso comigo, eu nunca gostei de alguém assim, não desse jeito, tão forte. Já gostei de outras garotas, mas você foi... diferente, você mudou a minha vida, você me fez sorrir, não que eu nunca tenha sorrido, mas eu sorri com você, de um jeito que eu nem sabia que eu sorria, entende? Você desperta em mim uma coisa tão diferente, que quando eu estou contigo, eu não consigo pensar em outras coisas direito, eu... eu faço as coisas de um jeito mudado, você me mudou, não completamente, mas mudou de um jeito que eu estou olhando tudo de um novo jeito, um jeito de ser, um jeito que você criou e que você mudou, sem querer em mim. Você é a garota mais especial que eu já conheci. – Tomei ar. – Você é a garota mais estranha, mais linda, mais engraçada, mais contagiante, mais gulosa, mais fantasticamente diferente que eu já conheci. Eu te amo, . – Falei fechando os olhos, com medo do que ela iria fazer agora.
- Gulosa? – Ela demorou um tempo pra falar, eu abri os olhos. – Você me acha gulosa? – Ela agiu como se eu nem tivesse falado nada.
- Acho. – Falei sentindo a mão dela segurar a minha. Dei um leve sorriso. Nossos rostos já estavam próximos, eu sentia a respiração pesada dela perto de mim. Coloquei a mão na nuca dela, e ela sorriu. Deu um selinho em mim.
- Essa foi a coisa mais estranha e mais linda que alguém já falou pra mim. – Colei as nossas bocas, a gente precisava daquilo. Nossas línguas se tocaram em sincronia. Meus dedos se entrelaçavam no cabelo dela, e a cada segundo o beijo ficava mais intenso.
- Eu também te amo, . – Ela parou o beijo e falou, sorrindo.

O pai não aceitou aquilo no começo. Reclamou, brigou, castigou. Mas ele percebeu que no final não ia fazer diferença nenhuma. Ainda mais que a Dona estava do nosso lado. A única coisa que ele fez foi separar os nossos quartos, fato.
Faz alguns meses que eu e a estamos namorando. Realmente não sei como não tinha encontrado essa garota antes. Definitivamente a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

Fim xx


Nota da autora: Antes de tudo, eu queria agradecer a minha gatuxa linda Izzy, você é a melhor amiga que alguém pode ter, te amo. E claro, agradecer ao meu Lindo tesudo Matt Willis, por existir e por ser o cara mais fofo do universo. Queria homenagear o Kaká! Kako, essa fic é pra você, te amo.
Gente! Perdão por fazer vocês esperar, mas tudo aquilo de acabar a fic na metade foi proposital, ok? Eu queria que um suspense rolasse no ar, e rolou, não? Eu sei que o fim ficou meio (totalmente) tosco, mas essa fic tava aqui parada faz tempo, e eu não sabia como terminar. Então comecei a inventar um monte de besteira, e blá blá blá. Obrigada por lerem a minha fic, e tchau. :*


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