Hoje era um dia atípico. Estava em casa quando me ligaram e me disseram que iria ter um churrasco da minha turma. Estávamos no pré vestibular e era normal nos reunirmos de vez em quando para desestressar. Não me arrumei muito, ia básica. Camisete, bermuda e tênis era o suficiente. Seria na casa de e eu mal sabia onde era. Pedi a minha mãe que me levasse e depois de muitas voltas achamos o lugar. Me despedi da minha mãe e entrei na casa. Todo mundo já alegre, a bebida rolava solta no local e eu ainda um pouco sem graça, estava totalmente sóbria. Como só tinha cerveja, fiquei na minha. Cerveja era amarga, indigesta e ainda me dava sono. Preferi não beber. Até que ele chegou. Não era de fato bonito, mas tinha algo nele que me encantava, talvez sua pose de homem, seu porte imbecil, o fato de ser um escroto ou pelo fato de ser meu professor. Ele passou por mim e sequer me notou, e como notaria? Uma aluna dele, e ele é casado, não é? Não poderia observar. Deixa isso para lá, , está fora do seu alcançe, curta sua tarde e não se exaspere, afinal não vai ser com você que ele vai querer algo.
- Hey, galera! Cheguei com a garrafa de vodka! - Ele berrou e as pessoas que não bebiam cerveja e as que bebiam, começaram a tomar vodka. Àquela altura do campeonato o que tinha alcool ali era lucro.
E comecei misturando meu primeiro copo com coca-cola. Dancei, pulei, comecei a me soltar. Os meninos falavam uma besteira aqui, um abraço aqui, chegava mais, mas eu sempre me esquivando. Não tava afim de ficar com ninguém. A música tava alta, eu estava tonta, não me contive e tive que ir dançar perto dele. Era o efeito da bebida misturado com meu desejo profundo de tê-lo naquele dia. Eu descia e subia, rebolava, o que eu queria era chamar a sua atenção. Não estava ligando para a opinião dos outros em volta, queria que ele me notasse, que me quisesse.
- , para com isso. - Minha amiga fala no meu ouvido. - Para de beber. - Tira o copo da minha mão e me manda sentar.
- Eu tô legal. - Faço joinha com a mão. - De verdade amiga.
- Não tá não, . Eu te conheço e você não daria em cima do como você está fazendo. Chega de bebidas por hoje, tá bom?
Eu a olho com cara de malandra e faço uma proposta que a deixa em dúvida.
- Eu paro de beber... - A olhei com meus olhinhos marejados. - se você parar de ficar com o ele. - E apontei para o menino que ela estava ficando.
Ela mordeu os lábios devagar. Sabia que não poderia dizer não, e mais ainda que era inútil competir comigo, eu não iria parar de beber. Minha amiga se afastou decepcionada e eu me levantei. De fato estava cambaleando um pouco, mas nada muito desesperador. Me aproximei da churrasqueira e misturei a vodka com algum refrigerante que eu não fazia idéia do que era. E a tarde foi passando, eu bebendo, me lamentando por ser nova demais ou pouco gostosa para um professor de biologia de 30 anos. Era triste se sentir assim e mais triste ainda é que eu não o suporto e o acho estupidamente gostoso.
- Vai ficar bêbada bebendo vodka desse jeito. - Uma voz áspera sussurou perto de mim.
Me virei lentamente. Eu de fato sabia a quem pertencia essa voz, afinal ouvida toda sexta-feira às sete e quarenta e cinco da manhã, mas eu precisava ter certeza. E era ele. Sorri brevemente, enchi ainda mais meu copo, mordi de lado o lábio inferior e bebi um gole da mistura.
- Como se eu não já estivesse.
Passei por perto dele, nossos corpos de encostaram e ele olhou de lado. É, finalmente eu havia sido notada e não estava sóbria o suficiente para comemorar calma, tive que me jogar de roupa na piscina. A noite já estava começando a aparecer e um mergulho na piscina poderia acalmar um pouco minha euforia. Todas as pessoas presentes se não estavam alucinadas de tanta bebida, estavam entretidas com alguém, sequer notaram que eu estava toda molhada. Isso era um mísero detalhe. A música com o aparecer da lua ficou mais alta e todos se fechavam em um único grupo apesar de haver bastante espaço no quintal. Cada vez mais próximos, meus amigos e eu nos empolgávamos dançando até o chão com as pernas entrelaçadas, até que um braço me puxa. Me segura pela cintura e fala no meu ouvido com um tom de pesar.
- É horrível ser professor. Te ver ali e não poder fazer nada.
Confesso ter ficado assustada. Jamais esperaria algo dele nesse nível, não mesmo. Mas aproveitei a situação, me elevei nas pontas dos pés e o olhei nos olhos bem fixamente.
- Não sou sua aluna hoje.
Tirei o braço forte dele de minha cintura com dificuldade e me distanciei. Caminhei até a parte da frente da casa e quando me deparei na varanda tinha tantos casais que eu me senti em uma casa de swing. Ou talvez eu estivesse exagerando. Passei pelo portão onde havia meia dúzia de bêbados discutindo se mulheres deveriam ter mais peitos ou mais bunda. Comentei que peitos eram melhores e segui em frente. Me sentei na calçada e apoiei meus pés descalços na pedra que estava na minha frente. Afaguei meus cabelos bem profundamente me perguntando aonde eu tinha metido minha cabeça. A idéia era absurda, a vontade era louca, mas eu não poderia deixar isso acontecer. O que diriam de mim? Uma aluna com um professor? Eu sequer sei qual a situação dele, talvez pelo o que ele disse a mim devia ser solteiro.
- Não precisa ficar preocupada. - Uma mão segurou meu ombro e se sentou do meu lado. - Sou solteiro. - Ele sorriu. - Na minha casa existem vários quartos e só mora eu e minha cachorra. Incrível né?
Ele me apertou e eu ri. Até onde eu deixaria aquilo acontecer?
- Voce vai morrer minha aluna. - Ele de repente disse em um tom sério.
- Quem começou com isso foi você. - Respondi sem virar. Continuava imóvel, olhando para frente.
- Não ache que não estou me tremendo. Você é linda e o que mais quero agora é te dar um beijo, mas pense em como vai ficar para mim.
- Eu não teria falado nada. Quem abriu a boca pela primeira vez foi você. - Agora o olhei nos olhos de novo e ele estremeceu.
- Eu precisava dizer, parecia uma bola de pêlo em minha garganta.
- Por que fugir então?
- Tenho medo por mim e mais ainda por você.
Fiz uma cara de sapeca e levei meus lábios até uma de suas orelhas, aproveitando que não havia mais ninguém do nosso churrasco na rua, mordi um pouco e sussurrei levemente.
- Ninguém precisa saber de nada.
- Aqui eu não posso. - Ele respondeu desapontando a mim e si. Podem ficar certos de que ele não estava feliz por estar dizendo não. Eu vi isso no seu olhar.
Me levantei triste e caminhei em direção a casa para beber mais um pouco até que ele me puxou pelo braço.
- Me dá seu telefone.
Sorri e disse. Ele se levantou e entrou também, mas não demorou muito para ir embora, pois toda vez que me via sentia-se impotente.
Nos despedimos com o olhar. E agora como seria? Ele me ligaria? E na sala de aula eu poderia disfarçar o flerte que tivemos? Não sei de mais nada. Esperarei até a primeira reação dele, não correrei atrás como fiz hoje.
FIM
nota da autora: E aê gracinhas, tudo na paz? Antes que alguém venha me xingar por que não tem beijos na fiction nem putaria eu tenho com defender. Essa fiction é baseada em fato reais (meus kkk) e na real não aconteceu nada. Apenas flerte mesmo. Portanto não briguem, e não me peçam continuação por que não tem continuação nessa história galera kkk. Lembrando também gente que não foi tudo bem assim, eu distorci um pouco a história HIAHIE. Whorever, obrigada por lerem mimimi .-. Ela não foi extamente meu orgulho, mas foi minha forma de desabafo. Quero agradecer a Babi, a Any e a Nat por terem me escutando TANTO a respeito da minhas enrolações nos últimos dias. haha -q Beijos minhas lindas, vocês são divas <3 E beijos minhas leitoras maravilhosas <3
nota da beta: De surpresinha pra Mari, hahaha. De nada, adoro escutar suas enrolações e tentar arranjar soluções. De qualquer forma, é bom que isso aconteça, porque depois vira fic. E, quem sabe, Teacher não tenha continuação? (Eu, particularmente, prefiro que haja continuação de 13 de Abril, apesar de ter a-m-a-d-o Teacher!)
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