(null’s POV ON)
- O quê? Você não pode ta fazendo isso! – foi quase um sussurro de tão fraca que saiu minha voz. Ela estava perdendo forças, assim como meu corpo. Ele não podia fazer isso comigo.
- Foi isso mesmo que você ouviu! To TER-MI-NAN-DO! E sim, eu posso fazer isso! Do mesmo jeito que te quis de volta, eu posso não querer mais! A Kate sempre teve razão! Você nunca me mereceu! – null disse com desprezo. Lágrimas começaram a encher meus olhos.
- Então foi isso, não é? É ela? Sempre foi ela, não é? – minha voz começou a retomar forças, assim como todo o meu corpo.
- É, null! É ela! E sempre foi! Você que foi idiota de não enxergar o que sempre esteve na sua cara! – ele disse com grosseria.
Virei-me e segui até a porta, porém, senti-me sendo puxada pelo braço.
- Aonde você pensa que vai? – ele perguntou
- Se eu estou seguindo pra porta é porque estou querendo sair daqui, e eu não te devo satisfações já que não sou mais a sua namorada. Agora... Você ta me machucando! Dá pra soltar ou tá difícil? – fui grossa com ele! Do mesmo jeito que estava sendo comigo.
- Vai! – ele me soltou bruscamente. – Mas não volte! Não te quero me atormentando quando eu estiver com a Kate!
- Não vou voltar! – saí e bati a porta.
Como ele podia ter feito isso? Kate? Ele sempre soube que eu odeio ela. Eu costumava pensar que ele me amava mais que tudo; era isso que todos que nos viam juntos diziam. Diziam que ele NUNCA iria me ferir, que ele faria tudo por mim. Eu estava tão absorta na minha dor que nem percebi a tempestade que me atingia. Mas eu não ligava! Adoro tomar um bom banho de chuva quando tenho no que pensar. Agora eu estava andando em meio a uma tempestade, com 24 quarteirões pra andar e MUITO no que pensar! PERFEITO!
Flashback ON
null já tinha me dado liberdade o suficiente pra entrar na casa dele sem nem ao menos tocar a campainha; então eu fui entrando, deixei minha bolsa no sofá e chamei:
- Amor? Tá aí?
- null? Foi bom que você veio! – ele disse sério – Você está com a cópia da minha chave aí com você?
- Em primeiro lugar... Oi, seu mal-humorado! – disse divertida e fui dar-lhe um selinho, mas ele virou o rosto e acabei beijando sua bochecha. – A porta estava aberta, nem precisei usar a chave. – eu respondi meio confusa.
- Ótimo! Tem como você me devolver a chave? – ele pediu num tom totalmente seco.
- Por que null? Pra que você quer a minha chave? – aquela conversa estava começando a me assustar.
- Pra começar, a chave é minha porque é da MINHA casa. E pra que mais eu vou querer a chave de volta, se não para dá-la à outra pessoa? – grosseria nunca foi o forte dele. Por que estava assim hoje?
- Ah, mas então depois você vai me dar outra, né? – eu já sabia o que ele tava querendo dizer; mas eu não queria acreditar, então tentava contornar a situação.
- Não, null! Eu não vou te dar outra porque eu não te quero mais aqui! Será que você não entende que eu estou terminando com você? – ouvir da boca dele era bem pior que só pensar. Na voz dele, essas palavras se tornaram a mais pura realidade; o meu maior tormento.
- O quê? Você não pode estar fazendo isso! – foi quase um sussurro de tão fraca que saiu minha voz. Ela estava perdendo forças, assim como meu corpo. Ele não podia fazer isso comigo... Flashback OFF
Eu chorava desesperadamente e não enxergava nada, não só pelas lagrimas, mas pela tempestade também. Eu não precisava enxergar para saber voltar para minha casa, eu sabia aquele caminho de olhos fechados. Eu não conseguia ver minha vida sem ele, aliás, eu não conseguia o ver sendo grosso comigo, eu não conseguia me ver sem os carinhos dele. Mas como? Por que ele simplesmente resolveu fazer isso? Ele não era o bom cara que eu sempre imaginei que fosse. Mas ele sempre me tratou bem, e todos aqueles bons momentos... Ah, isso fez com que eu chorasse mais.
- AAH! – exclamei em voz alta, encostei-me em um poste qualquer e chorei mais ainda. Ouvi um carro, mas nem me dei ao trabalho de olhar quem seria. Podia ser o morador da casa que eu estava parada em frente.
- Ei, moça! – ele me chamou? – Ei, olha pra mim! – ele estava com o vidro abaixado e falando comigo.
- O que foi? – fui meio grossa.
- Eu quero te ajudar! Entra no carro. Você vai ficar doente se continuar nessa chuva. – ele estava sendo gentil tentando me ajudar, eu não podia continuar sendo grossa.
- Tá tudo bem. Não precisa se incomodar, e eu não ligo em ficar doente.
- Por favor, entra, vai! Eu quero conversar com você.
- Ok! – seria bom se ele fosse um seqüestrador e depois me matasse, né?! Pelo menos eu pararia de sentir essa dor insuportável. Dei a volta e entrei no carro. – Tô toda molhada! Vou molhar todo o seu carro.
- Não tem problema! Isso eu ajeito depois. Sou null null, mas pode me chamar de null – ele disse com um sorriso.
- null null! Pode chamar de null, se quiser. – Falei triste. Lembrei que o null me chamava assim.
Ele começou a dirigir e eu não tava nem um pouco preocupada com o lugar para onde ele iria. Reconheci. Era um parque; umas 6 quadras da minha casa [n/a: Tá, quem resolver pesquisar no google maps (da onde eu tiro minhas referências), finjam que existe um parque há umas 6 quadras da Shakespeare Road, ok?! >.<]. Ele parou embaixo de uma árvore, e isso fez com que a chuva que caía sobre o carro amenizasse.
- Ei, por que você resolveu me ajudar? Você nem sabe quem eu sou, e se eu for uma serial killer? – falei, ainda de cabeça baixa. Ele riu.
- É, não sei por que resolvi te ajudar, mas se for realmente uma serial killer, ficarei honrado de morrer nas mãos de uma garota tão linda. – ergui meu rosto e vi seu sorriso.
Pela primeira vez olhei verdadeiramente para o seu rosto. Ele era lindo, aqueles olhos tão penetrantes, aquela pele que parecia tão macia, os cabelos, o jeito despojado de sorrir. Resolvi ignorar o seu elogio.
- null, obrigada pela carona e por me tirar da chuva, mas eu preciso ir para casa. Já estou perto.
- Por favor, me chame de null, e eu queria tentar te ajudar antes de te deixar ir. Depois eu posso te levar até sua casa. Por que estava chorando?
- Eu sinto muito, null, mas você não pode me ajudar, a não ser que você traga-o de volta pra mim. – eu iria recomeçar a chorar.
- Seu namorado? Ele terminou com você? – eu fiz que sim com a cabeça – Se me permite dizer, ele é um idiota. Ninguém em sã consciência terminaria com uma garota com rosto de anjo.
- Ele terminou!
- Porque é um idiota, como eu já disse! – o celular dele fez um barulho, era uma mensagem de texto. Ele leu. – Olha, eu sou novo aqui na cidade, me mostra onde é o mercado? Nós vamos lá, a gente conversa melhor, eu te conto mais sobre mim e você mais sobre você; e depois nós vamos tomar um chá na minha casa, ok?
- Tudo bem! – falei com a cabeça baixa.
- Mas você vai parar de chorar, porque eu ainda quero ver o sorriso lindo que eu sei que você tem! – ele sorriu mais uma vez. E por algum motivo aquilo me fez sorrir.
- Tudo bem!
- Eu disse que você tinha um sorriso lindo! Eu sou demais! Até a garota que eu resgatei da chuva é linda! AAAHH, eu sou muito bom! – ele brincou e eu ri.
No caminho para o mercado eu contei tudo o que tinha acontecido pra ele, mas não fiquei tão mal, porque sempre que ele via que eu ia ficar mal, ele fazia alguma brincadeira. Ele era muito engraçado. Colocou em uma estação de rádio qualquer e começou a tocar 'Black or White' do Michael Jackson. E ele começou a cantar junto, dizendo que gostava da musica.
"I took my baby
On a Saturday bang
Boy is that girl with you
Yes we're one and the same
Now I believe in miracles
And a miracle
Has happened tonight
But if
You're thinkin'
About my baby
It don't matter if you're
Black or white"
- Cara! Você canta MUITO bem! – eu interrompi – A minha ami... DROGA!
- Valeu, mas o que foi?
- null, minha amiga! Nós moramos e fazemos faculdade juntas. Eu tenho que ligar pra avisar que não sei que horas eu vou chegar senão ela se mata de preocupação. – rolei os olhos e sorri pensando na cena que ela ia fazer.
- Ah, tá! Então liga pra ela. – ele disse o óbvio.
- Eu ligaria se não tivesse deixado o celular em casa! – Droga! Eu nunca saio sem ele... Por que fui esquecer justo hoje?!
- Toma, pega o meu! – Como ele era gentil!
- Valeu mesmo, null! – disquei o número dela. "Alô?!" – ela parecia estar rindo. "Heeeey, só liguei pra avisar que não sei que horas vou chegar" – eu disse simplesmente. Ela sempre reconhecia o meu "Heeeey" "Ah, ta bom! Pára, null! Pausa aí! Eu quero assistir também!" – ela gritou. "null, onde você ta?" "Assistindo filme com novos vizinhos super gatos!" – ela disse simplesmente. "A gente combinou que íamos juntas! Chata!" "Você não tava aqui, então eu vim!" "Ta, ta, ta! Depois a gente conversa, então! Beijo!" "Beijo, amiga!"
- Obrigada! - Devolvi o celular pra ele.
- Que é isso! Essa sua amiga parece divertida! – percebi que estávamos no estacionamento do mercado.
- Ela é uma bobona e enche o saco quando se preocupa demais, mas eu gosto dela! – sorri e ele abriu a porta para mim. Que cavalheiro.
- Preocupação... Isso significa que ela te ama! Igual os caras, tem vezes que dizemos que não nos suportamos, mas se um fica muito tempo sem dar noticias, os outros ficam Loucos de preocupação. – ele disse simplesmente, enquanto adentrávamos o mercado. Fiquei curiosa.
- Caras? Seus amigos? Você me disse que ia me falar mais sobre você! – eu estava realmente curiosa.
- Ah, é mesmo! Bom, Eu, null, null e Harry, meus amigos, nós temos uma banda; e nos mudamos pra cá em busca de boas oportunidades, já que estávamos cheios de ouvir nossos pais nos censurando, dizendo que a banda não iria para frente e que músicos não têm vida digna. Para nossa sorte, um tio do Harry sempre acreditou na gente e deixou uma casa para ele em testamento. – ele disse, como se estivesse com o olhar distante. Como se lembrasse de tudo, num flashback rápido, e sem muitos detalhes.
- Espera! Vocês têm uma casa, mas como pretendem sobreviver? A banda pode não dar sucesso imediato, vocês devem arranjar um emprego para ter uma renda ou... sei lá! Alguma coisa. – eu acho que comecei a ficar desesperada por eles, mesmo não os conhecendo.
- Ei, calma! Nós temos um dinheiro, e nossos pais não são tão desnaturados como eu fiz parecer; eles vão nos mandar dinheiro até nós conseguirmos o nosso próprio. – ele disse isso com orgulho, quase estufando o peito.
null tinha auto-confiança, ele acreditava que conseguiria ganhar o próprio dinheiro fazendo o que gostava e junto com os melhores amigos. Nós conversamos mais um pouco sobre várias coisas... Ele me contou mais sobre ele, os amigos, o McFly (a banda da qual tinha tanto orgulho), a família; e eu falei sobre a minha vida, sobre a faculdade de fisioterapia com a null e sobre o fim do meu namoro com o null e, quer saber? Não foi tão ruim quanto pensei que seria. Estar falando dele para alguém que não sabia nada da nossa 'história juntos' era bom.
null comprou tudo o que precisava e eu fui ajudando. Depois disso, seguimos em direção à sua casa, sempre conversando. Em pouco mais de uma hora, ele já parecia meu amigo de infância; ele me passava uma segurança incrível. Por ser novo na cidade, ele não sabia o caminho, então me perguntou qual seria o melhor caminho para chegar ao Brockwell Park. Eu lhe dei as coordenadas, mas resolvi brincar:
- Nós não íamos pra sua casa? Quer dizer que mudou de planos e resolveu me matar no parque que eu mais amo em Londres? – disse com deboche.
- Ah, não acredito que é seu parque favorito. Agora vou ter que mudar meus planos, porque sou um serial killer muito malvado, não deixo minhas vítimas morrerem em lugares que elas gostam. Que tal ser afogada no Rio Tamisa? O que acha? – ele entrou na brincadeira também e começou a rir.
- O Rio Tamisa é uma boa. Nunca gostei de lá mesmo! – disse dando de ombros. E null gargalhou.
- Mas, sério, eu moro perto do Brockwell Park. A partir do momento que chegarmos lá, eu sei chegar em casa. – ele sorriu doce.
- Eu também moro perto do Brockwell Park! – falei. Acho que meus olhos brilhavam. Seria bom ter null por perto. Ele já tinha se tornado um bom amigo.
- Nossa, isso vai ser bom, eu vou poder te vigiar sempre. – ele disse simplesmente.
- Vigiar, null? – arqueei uma sobrancelha.
- É, pra eu poder saber os lugares que você vai; aí, se chover, eu vou saber onde te resgatar. – ele olhou pra mim e sorriu.
- Meu Deus! Que fofo! Mas vai ter que me resgatar com freqüência, então. Eu adoro sair na chuva.
- Sem guarda-chuva, carro... sem nada? Apenas... você andando na chuva com roupas encharcadas? – ele pareceu meio surpreso.
- É, sim! null diz que sou louca, mas sempre gostei disso, desde criança. Quando eu to feliz demais ou triste demais, andar na chuva me faz sentir muito bem. É meio coisa de filme, mas a chuva é algo romântico. Beijos, abraços, pedidos... Tudo na chuva é mais gostoso. – eu apenas disse com o pensamento longe, imaginando um lindo casal na chuva.
- Ah, eu gosto de chuva, e também acho que beijos na chuva são ótimos. – ele disse com uma carinha sapeca, e depois riu. – Já estamos na Shakespeare Road, certo? – ele perguntou, e eu afirmei com a cabeça, meio confusa. [n/a: sim a Shakespeare Road existe, não é inventado! Vi no google maps! (H)]
- Bom, chegamos! – ele estava estacionado na frente da minha casa ou é impressão?
- Ótimo, adorei te conhecer, mas... 1: Por que você me trouxe na MINHA casa, e 2: Como você sabe onde eu moro? – é, eu estava confusa.
- HAHA! Eu não acredito. Essa Londres é pequena mesmo, hãn?! – ele riu. – Talvez, por um acaso, ou destino (não sei em que você acredita), nós moramos na mesma rua, ou melhor dizendo, somos vizinhos de frente.
- Destino! UAU! Um cara me encontra no meio da chuva e ainda mora na frente da minha casa?! É, de um jeito ou de outro era para nos encontrarmos. – eu sorri.
Já tinha parado de chover. Como sempre, null abriu a porta para mim e pegou as compras no banco de trás do carro. Andamos em silêncio até a porta da casa. null a abriu, entrou e deixou a chave em uma mesinha, perto do local onde tinham alguns casacos pendurados.
- Hey! Cheguei, dudes! – ele disse num tom mais alto.
- AAAAAHH! , ME SOLTA, VAI! HAHAHA! PÁRA! PÁRA! – ouvimos uma voz feminina gritando. null seguiu direto para onde a voz nos levava, acho que era a sala. Sim, era a sala.
- ! – eu tinha me esquecido que minha amiga tinha vindo conhecer os novos vizinhos. Mas isso não justificava ela estar no meio da sala com null (acho que era esse o nome dele) em cima dela. – O que você ta fazendo aí?
- ! Sai de cima da garota. – disse null boquiaberto. É, acho que estávamos pensando a mesma coisa... null e null estavam se comendo na sala. [n/a: Bem que eu queria hein! HOHO :x]
- Gente, não é nada disso que vocês estão pensando! null, sai de cima, please? – ela pediu, com o 'jeitinho null de ser'. – Nós não estávamos fazendo nada de mais, ok?
- É, dude, a gente tava jogando vídeo-game, ela ganhou de mim... – ele começou.
- Ele ficou irritadinho e começou a me fazer cócegas. – ela completou e eu rolei os olhos.
- null, cara, você saiu pra ir no mercado há mais de uma hora! Você foi fabri... – uma voz masculina começou a falar, mas parou. - UAU, quem é essa?! Eu vou no mercado da próxima vez! – o 'estranho' disse com um sorriso safado.
- Puts, é verdade! null, o que você faz aqui... e com null?! É null, né? – ela perguntou ao null, que afirmou com a cabeça.
- Ei, calma aí, gente! Essa é a null, e como ela veio a se encontrar comigo é uma longa história. – ele disse simplesmente.
- É mesmo, gente! Pra quem não me conhece, sou a null, como null disse, mas me chamem de null; e eu moro na casa da frente junto com esse ser que vocês chamam de null! – eu meio que me apresentei.
O resto do dia foi ótimo. Nós conversamos, brincamos, assistimos filme e várias outras coisas. Os garotos eram muito divertidos; nós os fizemos prometer que algum dia tocariam pra nós, e eles prontamente aceitaram. Já passavam das 10 da noite quando percebi que precisávamos voltar para nossa casa, os garotos (e null, já que ela e null estavam se dando bem demais, digamos assim) protestaram dizendo que era muito cedo, mas, prometendo que voltaríamos, nós conseguimos ir pra casa. Em casa, eu contei para null como encontrei o null, mas não consegui inventar algo bom o suficiente para usar como justificativa de estar chorando na rua em uma tempestade. Eu chorei contando para minha amiga o que acontecera e ela me consolou, mas eu prometi a mim mesma que não choraria mais por aquele grande idiota, como null o chama.
A cada dia que passava, eu estava mais próxima de null; um grande amigo, um sorriso perfeito, olhos incrivelmente expressivos e sua grande habilidade de me distrair, de me fazer sorrir espontaneamente, de ao fim do dia querer ir logo para casa para dormir, acordar, ir pra faculdade e, ao voltar, poder passar mais uma tarde com ele. Incrível como o tempo passa rápido quando eu estou com ele, já fazia três semanas que tínhamos nos encontrado naquela tempestade, naquele dia horrível. Era sábado e acordei com meu celular tocando. "Alô?" – falei sonolenta, nem tinha olhado no visor. "Bom dia, Bela Adormecida!" – a voz de null ecoou do outro lado. "Eu detesto ser acordada cedo, principalmente por celulares, mas pra você eu abro uma exceção" – era verdade. "É bom ouvir isso. Então se arrume que passo aí em 20 minutos." "Tudo bem, então." – Nós nos tornamos amigos tão próximos tão depressa que eu nem me importava em perguntar aonde iríamos. "Beijo, princesa!" "null, espera!" "O que foi?" "Ta muito frio?" – eu ri com minha própria pergunta e ele riu também. "Não muito. O friozinho de sempre" – ele disse simplesmente. "Ok, então! Beijo, meu anjo, te espero em 20 minutos" – nem esperei ele responder e desliguei. Levantei e rumei direto para o chuveiro.
Jeans, botas baixas, franja levemente sobre os olhos e sobretudo preto. Eu estava simples e bonita. Descia as escadas quando a campainha tocou; "Oh Gosh, como ele é pontual", eu pensei enquanto caminhava até a porta. Ao abrir, ele me recebeu com um beijo na testa... como sempre; e dizia que eu estava linda. Nós caminhávamos silenciosamente com a brisa gélida batendo em nossos rostos quando resolvi perguntar para onde estávamos indo.
- The Lido Café; null e null falaram muito bem de lá ontem à noite, então resolvi que queria tomar café da manhã com você aqui hoje. – ele somente sorriu.
- Lá parece ser legal mesmo, eu passo por lá sempre, mas nunca tive vontade de entrar, estava sempre sozinha. Não seria muito legal tomar um café sozinha. – disse indiferente e ele concordou. – null e null? Eles estão indo bem, não é? Eu gosto de vê-los juntos.
- É sim! null dormiu em casa essa noite e null está se apaixonando. Logo eles assumem o namoro sério. – null parecia feliz pelo amigo, e eu estava pela a minha amiga também.
- E o engraçado é que foi tão rápido, né?! Eu acho que é destino... Eles terem se encontrado, se identificado um com o outro tão momentaneamente, e agora estarem quase que inteiramente apaixonados. Eu acho muito fofinho isso, de verdade!
- É sim, eu bem conheço o null, ele nunca gostou tanto de uma garota como ele ta gostando da null. E, como você disse, isso é mesmo fofinho. – ele disse e nós rimos.
The Lido Café ficava significavelmente perto de nossas casas, então logo estávamos lá. Fizemos nossos pedidos e continuamos a conversar. Era realmente um lugar agradável, com um atendimento ótimo, mas eu comecei a estranhar null. Ele estava meio hesitante, às vezes abria a boca como que para falar algo, mas como se mudasse de idéia, fechava a boca novamente e olhava para longe, como se pensasse em algo importante. Eu estava curiosa, mas não era de me meter na vida dos outros, então resolvi não perguntar. Quando estávamos na porta da minha casa, null falou algo que me intrigou.
- null, eu sei que você acabou de ter um relacionamento com alguém que você gostava muito, e eu sei que você deve estar triste e até sofrendo por isso; mas como amigo, eu acho que você deve voltar a sair. null me disse que você costumava gostar muito de sair, hoje em dia você vai para a faculdade e depois pra minha casa. Eu sei que só faz 3 semanas que te conheço, e eu sei também que faz 3 semana que o null terminou com você, mas eu acho que você deveria deixar isso de sofrer de lado... E sair, curtir. – ele disse isso com calma e eu achei que eram certas as palavras dele.
- Ok, então, null! Mas o que você sugere? Ir pra uma balada sozinha e pegar todos?! – eu disse com deboche.
- Não, vamos começar com algo menos radical. Vamos ao cinema hoje. Quer ir comigo? – ele disse com um sorriso hesitante, como se tivesse medo de eu rejeitar seu pedido. Logo percebi que era isso que ele queria falar durante o café.
- Cinema é uma boa – ele sorriu. – Mas com você, null... – o sorriso dele murchou em seus olhos tinham uma expressão triste – Eu não sei, não! Você é muito chato, sabe! Enche meu saco todo dia e é muito feio! Não quero sair com você! – minha voz foi assumindo um tom de deboche e ele riu.
- Então isso é um sim, certo? – seu rosto se iluminara com meu aceno afirmativo. – Passo aqui às 7 então, ok? Nós assistimos algum filme e depois jantamos.
- Tudo bem! Estarei pronta às 7. – eu sorri.
- Não esteja pronta... Esteja linda! – ele disse e eu sorri mais uma vez. Era fácil demais sorrir na presença dele. (null's POV OFF)
- Ah, null... Foi tão bonitinha a parte em que eles se encontraram e ela... – null comentava animadamente sobre o filme com o amigo, que sorria ao ver a garota tão feliz.
- Opa! Me desculpa, moça! – um homem tinha esbarrado nela.
- Ah, não foi na... – tirou o sorriso do rosto e parou de falar ao ver de quem se tratava. – Vamos, null!
- Ta tudo bem? – ele preocupou-se.
- É assim, então? Você vai me ignorar como se nunca tivéssemos tido nada?! – o homem se pronunciou, e null logo percebeu de quem se tratava. – Foi equivocado da minha parte ter feito aquilo. E eu queria te pedir desculpas, mas você não retornou minhas ligações. – ele parecia ter um olhar sincero, segundo null.
- Suas ligações? Eu não recebia nenhuma! – ela disse confusa e null desviou o olhar. Sabia o que tinha acontecido.
- null! Aquela cobra! Eu sabia que ela não te avisaria! – ele falou entre dentes.
- Cobra? Não! A null não é a Kate! Se ela não me avisou, é porque ela sabe que você não vale a pena. – null por um minuto percebeu que não amava mais aquele que a fez tanto sofrer, aliás... ela achava que estava sofrendo, mas não estava.
- Ok! Desculpe. Me dá uma chance? Por favor? Eu te quero te volta. Eu não paro de pensar em você. Eu percebi que a Kate não é tão boa quanto você. Volta pra mim? – ele simplesmente ignorou a presença de null, que assistia àquele 'discurso barato' com desdém, não ia ficar parado.
- Não! – null se pronunciou. – Ela não vai voltar pra você. – null 'fuzilou com o olhar' o homem que agora se colocara à sua frente.
- E por que não?! – null, por algum motivo desconhecido, gostou que null dissesse aquilo; e gostou mais ainda de ver null com raiva. – É ela que deve decidir isso, e não você.
- Ta! Quer ouvir de mim? Eu não quero você de volta! Eu não te dou uma segunda chance! – disse apenas.
- null... Espera. Eu já te pedi desculpa. Por favor, meu amor, não faz isso comigo. – ele não estava tão triste quanto aparentava. null apenas queria null de volta por puro comodismo. Não gostava de ficar sozinho, e Kate o dispensara há uma semana.
- Eu não sou mais o seu amor, e vou fazer isso sim, porque... porque... – ela não tinha pensado no porquê.
- Porque ela está comigo agora. – null completou e abraçou a garota pela cintura. – Agora, se nos dá licença... Vamos jantar. – disse perfeitamente educado, mas internamente divertido. Conduzindo null pela cintura, logo deixaram um null raivoso pra trás.
- Até que enfim vocês resolveram tocar para mim! – null disse ao se sentar num puff ao lado de null, no 'quarto de ensaios' dos garotos. – Sério, não entendo por que até a null já viu vocês tocando e eu não! – ela disse emburrada.
- Primeiro porque a null é minha linda namorada – falou null sorrindo e null rolou os olhos –, e segundo, porque estávamos ensaiando uma música especial. – null lhe cutucou com o braço e fez uma careta fofa.
Com Harry posto na bateria desde que null entrara no quarto, os outros garotos pegaram seus instrumentos e null se posicionou no microfone central. Olhou para null, que o incentivou com um sorriso, e ele pode ler em seus lábios: "Vai! Ta ótimo! Você ensaiou muito pra isso". Sorriu de volta, fez mais uma careta, respirou fundo e começou dizendo:
- Bom, null... Esse vai ser um cover de uma música que eu sei que você gosta muito e eu faço dessa letra as minhas palavras pra você. – ele disse simplesmente. E deu um sinal para que começassem.
null até ai não entendeu muita coisa, até ouvir os primeiros acordes da musica que sabia decorado.
I remember what you wore in our first day (Eu me lembro do que você usou no primeiro encontro) You came into my life (Você entrou na minha vida) And I thought "Hey, you know, this could be something" (E eu pensei "Hey, você sabe, isto pode se tornar algo")
Ela olhou para null, que estava à frente do outro microfone; olhou para ele como se pedisse permissão para algo. Ele sorriu e acenou com a cabeça, sabia o que a garota faria. null ficou confuso ao vê-la levantar, mas continuou a cantar.
Cuz everything you do and words you say (Porque tudo que você faz e as palavras que diz) You know that it all takes my breathe away (Você sabe que isto tira meu fôlego) And now I'm left with nothing (E sou deixado com nada)
Ela estava pronta para acompanhá-lo no refrão, onde, na musica original, Taylor Swift canta com Martin, vocalista da Boys Like Girls.
Cuz maybe it's true that I can't live without you (Então, talvez seja verdade que eu não viva sem você) Maybe two is better than one (Talvez dois é melhor do que um) There's so much time to figure out the rest of my life (Existe tanto tempo para descobrir o resto da minha vida) And you've already got me coming undone (E você já me pegou abrangido) And I'm thinking two is better than one (E eu estou pensando que dois é melhor do que um)
null ficou impressionado. null cantava lindamente, tinha voz de um anjo; o seu anjo. Resolveu que fariam um dueto. Deixou a menina cantar as partes de Taylor, enquanto ele cantava as de Martin. [n/a: agora eu só vou dizer quem ta cantando colocando 'ela' e 'ele', ok?!]
[ela] I remember laughing looking upon your face (Eu me lembro de olhar seu rosto)
[ele] the way you roll your eyes, the way you taste (A maneira que você girava seus olhos,seu jeito delicioso) you make it hard for breathing (Você torna respirar difícil)
[ambos] Cuz when I close my eyes I drift away (Porque quando eu me afasto e fecho os olhos) I think of you and everything's ok (Penso em você e tudo fica bem) I'm finally now believing (E agora eu acredito)
Maybe it's true that I can't live without you (Talvez seja verdade que eu não viva sem você) Maybe two is better than one (Talvez dois é melhor do que um) There's so much time to figure out the rest of my life (Existe tanto tempo para descobrir o resto da minha vida)And you've already got me coming undone (E você já me pegou abrangido) And I'm thinking two is better than one (E eu estou pensando que dois é melhor do que um) Yeah Yeah
[ele]
I remember what you wore in our first day (Eu me lembro do que você usou no primeiro encontro) you came into my life and I thought hey... (Sorriu para mim e eu pensei, hey...)
[ambos]
Maybe it's true that I can't live without you (Talvez seja verdade que eu não viva sem você) Maybe two is better than one (Talvez dois é melhor do que um) There's so much time to figure out the rest of my life (Existe tanto tempo para descobrir o resto da minha vida) And you've already got me coming undone (E você já me pegou abrangido) And I'm thinking I, I can't live without you (Andei pensando e eu, eu não vivo sem você) cuz baby two is better than one (Porque baby, dois é melhor do que um) There's so much time to figure out the rest of my life (Existe tanto tempo para descobrir o resto da minha vida) But I'll figure out with all is said and done (Mas compreenderei o que foi feito) And two is better than one (E dois é melhor do que um) Two is better than one (Dois é melhor que um)
Eles terminaram um sorrindo para o outro. Como sempre, estava chovendo em Londres. null não sabia o que aquilo significava, null não sabia o que pensar. E que bom que eles tinham um casal de amigos pra ajudar.
- null... Fala, vai! Aquilo que a gente combinou. – null disse sorrindo com uma sutileza incrível, enquanto já estava abraçada com o namorado.
- É, cara! Fala! – completou null feliz. null olhou para eles, que sorriam mais uma vez o encorajando, então ele se pronunciou.
- null, só faz dois meses que nos conhecemos e eu não sei explicar isso que sinto por você; desde aquela noite depois do cinema que eu disse que estava com você, eu não parei de pensar mais nessa possibilidade de estarmos juntos. Como uma vez você disse, foi o destino que quis que nós nos conhecêcemos, se eu não tivesse te encontrado naquela tempestade, eu teria te encontrado como a minha nova vizinha da frente. – ele sorriu e ela o acompanhou com um sorriso doce. – Eu compus isso pensando em você: "'Cause I've got you to make me feel stronger, when the days are rough and an hour seems much longer; Yeah when I got you, Oh to make me feel better, when the nights are long they'll be easier together" – ele cantou com sua voz doce. - Aceita ser minha namorada?
- Eu... – ela não tinha palavras. – Sim... Eu quero. – ela sentia que podia explodir de felicidade. Mas ao responder, ela deu as costas a todos, inclusive a null, e desceu as escadas correndo, deixando todos confusos; isto incluiu também seu mais novo namorado.
- Ué, o que foi isso?! Ela diz que sim e foge?! – Disse null mais confuso que todos.
Nas últimas semanas, null ficou mais próximo de null do que nunca, não apenas por ela ter assumido seu namoro com null, mas por tê-lo ajudado e encorajado a dizer o que sentia para null. Ao ver a garota com um sorriso enorme dando as costas para si, ele teve seu olhar perdido. Atônito e agora com o olhar desesperado, olhou na direção do casal amigo, como quem pergunta "O que aconteceu? O que eu faço agora?", e ele simplesmente ouviu do melhor amigo:
- Vai atrás dela, dude! Tenho certeza que ela está no quintal dos fundos. – null sorria para o amigo. null já tinha previsto o que null faria ao receber a notícia, então null sabia exatamente onde null devia procurar sua garota.
null desceu as escadas rapidamente, seguindo o conselho do amigo, e indo em direção ao quintal dos fundos. E lá estava ela, próxima à piscina, sorrindo de olhos fechados enquanto a chuva caía sobre si. Ao ver a cena, ele sorriu doce e lembrou-se de quando ela o disse o quanto adorava a chuva, o quanto a achava romântica. Caminhou até ela, com a chuva gélida caindo em seu rosto e a abraçou. Pegou seu rosto nas mãos e a beijou doce e apaixonadamente.
- Depois do dia que nos conhecemos, esse é o dia mais feliz, incrível e maravilhoso da minha vida. Obrigada por fazer parte dela, null. – Ela o abraçou mais fortemente.
- FISIOTERAPEUTA! EU PRECISO DE VOCÊ! – null gritou ao sair do palco e se jogar no sofá do camarim.
A McFly agora fazia sucesso internacionalmente, e para não ficarem separadas de seus maridos, null e null viraram fisioterapeutas dos garotos, então os acompanharam em todas as turnês. Há 2 anos, null e null se casaram; enquanto null e null já haviam casados seis meses antes. Essa seria a última turnê de null como fisioterapeuta, já que estava grávida de 5 meses. Todos estavam muitos felizes. null abriria uma clínica em Londres e null a ajudaria assim que resolvessem que estava na hora de ter uma família completa.
- O que foi, amor?! – perguntou ela preocupada.
- Eu preciso daquela sua massagem! – ele sorriu ao sentir as mãos de null em seus ombros e costas.
- Sabe... – ela aproximou a boca de seu ouvido. – Aproveite bem essa massagem, vai ser a última, já que agora quem vai precisar de massagem vou ser eu. – ela terminou com um sorriso, enquanto null ficou confuso.
- Por que a última?! E eu sempre faço massagem em você também. – ele não estava entendendo onde ela queria chegar.
- Bom, depois de um tempo, eu vou precisar de uma licença, e não vou poder acompanhar mais vocês nas turnês, isso significa que eu vou ficar na clínica com a null. – ela abriu mais o sorriso.
- Você... Você está grávida? – o rosto dele se iluminou, e ele sorriu mais ainda quando ela afirmou com a cabeça.
- Dois meses. – disse simplesmente. Ele levantou do sofá e a abraçou.
- Você me faz o homem mais feliz do mundo, meu anjo. Eu te amo – ele disse com o maior olhar de ternura – Ou melhor... Eu amo vocês. – corrigiu-se ao lembrar do pequeno ser crescendo no ventre de sua esposa.
FIM!
N/a: FINALMENTE! Há 706 milhões de anos atrás eu tive a idéia pra essa fic, e só consegui terminá-la agora! õ/ A idéia veio quando eu estava voltando da casa da minha amiga na chuva e passou um velhinho de bicicleta por mim (?) E não sei como surgiu essa fic! Bom, ela é dedicada à minha Best Fletchergirl *-------* Ta ai. E um obrigadinha especial à Cela e à Náá, que leram, me ajudaram e me ouviram falando MUITO dessa fic! .D Espero que tenham gostado! Beijo .*