The best neighbor ;)




- Filha, você poderia entregar isso para a nossa vizinha?
- COMO? – Gritei assustada ao ouvir a pergunta da minha mãe.

Você deve estar pensando, neste exato momento, que eu sou alguma garota com um problema da cabeça, afinal, que filha grita quando a mãe lhe faz uma simples pergunta dessas, não é? Pois bem, eu não tenho problema algum, ou pelo menos eu acredito que não, quer dizer, posso ser meio retardada às vezes e ter algumas idéias realmente sem noção, mas isso não vem ao caso! O meu nome é , mas podem me chamar de , que é meu apelido desde sempre, e eu sou bem normal, entendeu? Está bem, não muito normal, mas eu sou! Minha loucura não chega ao ponto de sair pelada, correndo pela rua em pleno inverno londrino, gritando que eu sou retardada ou coisa do tipo. Tenho 15 anos, e sim, moro em Londres *-* existe coisa mais perfeita do que essa? Pode deixar que eu respondo por você: não, não existe!

Estudo em um colégio como toda garota normal, se bem que a palavra “estudar” não combina muito bem comigo, eu diria que “freqüento” o colégio, já que minhas notas não são as melhores, tenho que admitir, e nem sei se essa palavra se refere a mim também, porque eu tenho cabulado uns dias de aula sabe... Ah! Isso não vem ao caso! Não, eu não sou uma loser, se é isso que você está pensando, tenho amigos e amigas, claro, mas não muitos, já que eu prefiro qualidade ao invés de quantidade. Mas a pessoa que vocês devem realmente saber algo é a , minha melhor amiga. Conheci ela quando me mudei para Londres, estava na praça que há em frente da minha casa, admirando a neve que caia, a primeira vez que eu estava vendo neve, quando no momento seguinte sou atingida por uma bola de neve na nuca. Na hora eu não fui com a cara dela, e quem visse minha expressão não diria que seriamos amiga hoje, mas o tempo foi passando e me mostrando que era uma pessoa diferente do que eu pensava, e hoje? Não existe Londres sem ela.

Ela mora perto da minha casa, no quarteirão seguinte! Fazemos praticamente tudo juntas, melhor amiga é pra isso, não é? Ela é a minha irmã mais velha... Sim! A irmã mais velha que eu nunca tive. E isso é culpa da minha e do meu pai, por não terem feito “besteirinhas” e gerado um novo herdeiro, mas isso é outra que não vem ao caso. E voltando a falar da ... Ela é a melhor amiga do mundo! Está comigo sempre e pra tudo, a casa dela é minha e a minha é dela, as coisas delas são minhas e as minhas ainda são minhas, mas isso muda quando ela resolve furtar algo e depois de algumas semanas me devolver. Minha mãe diz para eu me espelhar em , só porque as notas delas são melhores do que as minhas... Nossa! Acabei esquecendo a minha mãe, vamos voltar à conversa com ela?

- Perguntei se você poderia entregar essas revistas, que eu peguei na semana passada, para a nossa vizinha. – Ela disse serena e vagarosamente, para que eu raciocinasse esse pedido, o que não tinha cabimento algum em minha opinião.
- Mãe, você mesma não poderia entregar? – Perguntei esperançosa.
- Não, de jeito nenhum. – Ela colocou as revistas em cima da mesa e em seguida pegou seu prato colocando na pia da cozinha. – Estou atrasada, não dá tempo!
- Mas mãe...
- Faça isso querida!
- Mas mãe...
- Não custa nada!
- Mas mãe...
- Mas o que criança? – Perguntou e eu pude perceber a alteração na voz dela.
- Eu não... – Estava dizendo calma para não irritá-la.
- Beijo filha! – Ela beijou minha testa e foi em direção a porta.
- Mas mãe, eu não... – Ia dizendo quando ouço a porta bater.

Legal, sou só eu ou mais alguém já foi ignorada pela mãe? Porque se for somente eu e mais ninguém ai tem alguma coisa errada comigo, porque não é possível, cadê aquela minha mãe que me ouvia até quando estava atrasada para o trabalho? Não custava nada ela entregar sei lá o que para a vizinha ao invés de mim, mas acho que isso não irá acontecer. Subi para meu quarto e tomei um banho. Quando terminei coloquei uma calça jeans, a blusa do colégio que eu detesto e meu All Star branco. Peguei minha piranha de cabelo para prender caso fizesse calor e passei uma maquiagem leve, afinal, não tinha ninguém para eu impressionar no colégio. Peguei minha mochila e fui para a sessão tortura. Cheguei lá e não avistei ninguém, então fui para a minha sala sentar na ultima carteira como sempre fazia. Estava quase dormindo sentada, escutando Blink 182 quando uma louca pula em cima de mim e começa a gritar.

- ! – berrava em meu ouvido.
- Amiga, eu acho que já lhe falei milhões de vezes que eu não sou surda não é?
- Já sim, mas é que eu estou animada, conversa comigo vai. – Ela pulava.
- Eu não estou, boa noite... Ou melhor, bom dia e me deixa dormir...
- Está de TPM amor? – Ela ria da minha cara de sono.
- Não. – Bufei.
- O que aconteceu com você?
- Nada amiga...
- Vai começar a esconder as coisas de mim agora é?
- Não ...
- Então qual o problema?
- Minha mãe...
- Brigou com ela de novo?
- Não...
- Então o que?
- A vizinha...
- , se você parasse de ser monossilábica e completasse uma frase eu iria lhe agradecer muito, sabia? – Falou cruzando os braços.
- Minha mãe pediu para que eu entregasse algumas revistas para a vizinha...
- E você está assim por quê? Até parece que não gostou. – Ela falou e eu a olhei com cara de poucos amigos. – Não precisa me fuzilar com os olhos também né!
- Se coloca no meu lugar amiga... O que você faria?
- Eu iria lá, entrava, entregava as revistas e...
- E se você encontrasse aquela pessoa na sua frente?
- Eu iria agarrar e fazer a zona com ela! – Só para me fazer rir nessas horas mesmo. – HAHA! Você riu! Isso quer dizer que gostou da minha idéia.
- Gostar e realizar são coisas diferentes...
- Seja otimista garota, isso ajuda sabia?
- Só estou sendo realista!
- Não está não...
- Você vive de sonhos, ! Isso não aconteceria nunca!
- Nunca diga nunca. – Ela falou cheia de si.
- Está bem, isso não iria acontecer nessa vida!
- , você tem que correr atrás do que quer.
- Eu só quero dormir...
- Está bem, vou deixar você dormir, já que a primeira aula é de História.
- Caralho! Odeio história...
- Então somos duas!

História... Alguém responde para que eu aprendo isso? Para que eu vou querer saber do cara que já morreu há séculos e não vai precisar saber nada de mim? Bem, resolvi dormir. Depois de alguns minutos escuto alguém me cutucando. Era , e ela estava mais animada que antes, como pode isso? Ela estava no colégio, estudando, existe felicidade nisso?

- Acorda sua dorminhoca, o sinal acabou de bater. – Ela me chacoalhava.
- Que aula é agora? – Perguntei sonolenta e com a cara amassada.
- Aula? – Ela riu. – É o intervalo amiga, você dormiu as três primeiras aulas.
- O professor me deu presença pelo menos?
- Para seu estado físico sim, para seu estado espiritual não...
- Merda! – Bufei irritada. - Mais três faltas no boletim.
- Relaxa amiga! Vamos á para o pátio vai...
- É né, quem sabe melhore meu dia!
- Você que está vendo o lado negativo de tudo.
- E tem lado positivo? – Perguntei rindo sarcástica.
- Tem sim, olha...
- Olha nada, vamos para fora antes que você comece de novo!
- Ui, está irritada ainda amor? – Ela ria comigo.
- Não, só não quero ouvir suas idéias no momento!
- Ah, obrigada!
- Vamos vai...

Descemos para o pátio, encontramos as outras garotas e os garotos e ficamos conversando, até o momento que a me chama para conversas a sós com ela.

- , eu tenho que te contar uma coisa...
- Vai estragar mais ainda meu dia?
- Não. – Ela ria. – É sobre mim!
- Vai me dizer que você está grávida?
- Para ... Não é isso!
- Então pode contar. – Olhei para ela e ela mordia o lábio inferior.
- Sabe o Chad do segundo ano? – Ela perguntou envergonhada.
- O loiro de olho claro? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
- Então... Eu beijei ele...
- Sério? Quando? – Perguntei normalmente.
- Ontem, na praça perto da sua casa.
- E VOCÊ NÃO ME CONTA ISSO NA HORA, NÉ SUA VADIA? – Gritei, chamando sem querer a atenção de algumas pessoas que passavam na hora.
- Cala a boca garota! – Ela me deu um pedala. – Eu ia contar hoje de manhã, mas você estava com um mau-humor do caralho.
- Está bem, está bem... Dessa vez passa!
- , falando nisso... Você vai entregar a revista né?
- Ah ...
- Se você falar que não leva um soco!
- Mas e se acontecer à mesma coisa que da outra vez?
- Que coisa ?
- Você não se lembra? – Ela negou com a cabeça. - Aquela vez que teve uma reunião na casa dele! A mãe dele chamou a minha e eu fui obrigada a ir junto, quando cheguei lá fui até o quintal deles, deitei em um dos bancos que havia lá, comecei a escutar meu Ipod e cantar, quando eu me levanto tem ele e mais três amigos me olhando e rindo de mim! – Contei e ela começou a rir. - Você me anima tanto sabia? – Fui sarcástica. Porra, ela estava rindo de mim.
- Desculpa, mas eu queria ter visto essa cena também! – Ela ria cada vez mais.
- Ok, agora que você já sabe, eu vou entregar porra nenhuma!
- Vai sim, senão eu te mato! – Cadê a sorridente de minutos atrás?
- Mas e se eu pagar mico de novo e...
- Calada! Você vai e ponto final. Decidido! – Falou autoritária.
- E eu tenho outra escolha? Se eu não entregar levo tiro de você e da minha mãe!
- Isso ai... Apoio a tia .
- Tia... Está mais para segunda mãe...
- Hahaha... Verdade.

Ficamos conversando até acabar o intervalo, em seguida fomos para a sala agüentar o professor de... De que mesmo? Ah sim, biologia! Fala sério, primeiro ano nessa matéria é um saco. Depois tive que agüentar aula de matemática e finalmente pude ir embora da sessão tortura. Cheguei em casa e joguei a mochila no sofá, tirei meus tênis, ficando só de meia e liguei o rádio quase no ultimo volume, já que eu estava sozinha em minha casa. Prendi meu cabelo com a piranha que havia pegado hoje de manhã e comecei a dançar a música que tocava no jeito mais provocante, picante, quente, sexy e todas as outras palavras de malícia que se pode ter. Fala sério, quem não se empolga quando está em casa sozinha e começa a ouvir “Don’t Cha” das PCD?

Don’t cha wish your girlfriend was hot like me?
Você não gostaria que sua namorada fosse quente como eu?
Don’t cha wish your girlfriend was a freak like me?
Você não gostaria que sua namorada fosse maluca como eu
Don’t cha? Don’t cha?
Não gostaria? Não gostaria?
Don’t cha wish your girlfriend was wrong like me?
Você não gostaria que sua namorada fosse cruel como eu?
Don’t cha wish your girlfriend was fun like me?
Você não gostaria que sua namorada fosse divertida como eu?
Don’t cha? Don’t cha?
Não gostaria? Não gostaria?

Cantava, dançava e rebolava toda empolgada até que eu me viro e adivinha quem é que eu encontro na janela vizinha me olhando? Sim! , o filho da minha vizinha, aquela garoto que junto de três amigos me viu cantando no quintal da casa dele. JESUS CRISTINHO! Eu posso morrer AGORA? Eu acho que nesse momento eu sou um camaleão, devo estar mudando de beje para amarelo, de amarelo para verde, de verde para azul, de azul para vermelho, de vermelho para rosa, de rosa para roxo e assim ficando multicolor. Essa é a segunda vez que ele me vê em uma situação constrangedora. O que um garoto de 24 anos faz parado na janela me olhando? É, esse é o detalhe que complica a minha vida, eu pago o maior pau para um garoto que é 9 anos mais velho que eu, coisa básica né? Pois bem, NÃO É! Estava desligando o rádio e ele ainda me olhava. “Ai, como ele fica lindo com esse sorriso malicioso no rosto!”. OPA! PARA TUDO! Ele esta me olhando com um sorriso malicioso? Ah não, agora sim que eu quero sumir.

Fui para a cozinha preparar o almoço, e logo em seguida comi. Enquanto almoçava pensando sobre o que acabará de acontecer, porque eu sou tão idiota e fiquei para ao invés de desligar e sumir logo? Claro, porque eu sou idiota e perco os todos os meus movimentos quando o vejo. “Porque ele ficava me olhando? Devia estar me achando patética! Não acredito que paguei outro mico na frente dele. Ai como eu sou tosca! Ele vai rir de mim pelo resto da vida dele...” pensava.

Algumas horas depois...



Acordei. Sim, havia dormido. Qual é? Vai me dizer que depois do almoço você não sente sono? Então, eu sinto e fui dormir. Resolvi tomar outro banho, coloquei meu short jeans e uma blusa branca regata um pouco decotada, coloquei meu All Star branco, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto deixando a franja solta e passei uma maquiagem leve. Estava criando coragem, iria entregar a revista agora, e não poderia pagar mais mico nenhum ou então eu teria que me mudar para Madagascar e me isolar lá para sempre. Tudo isso poderia ter sido um sonho não é mesmo? Bem, não era. me viu dançando na sala e eu tinha que me convencer agora disso.

Peguei as revistas e fui para a sessão comédia. Sai, me virei, fechei a porta e em seguida olho para a rua, adivinha quem estava lá? Sim, ele. estava na minha frente. PUTA QUE PARIU! Porque ele me tortura desse jeito? Porque ele faz isso comigo? O próprio estava lavando seu carro, sem camisa, com aquela bermuda que deixa metade da bunda de fora que eu amo, todo molhado... MEU DEUS! Alguém me segura se não eu não respondo pelos meus atos.

- Er... ? – Perguntei paralisada. “Ai se eu te agarro!” pensei.
- Oi ! – Ele respondeu simpático com o seu melhor sorriso.
- Er... Sua... Sua mãe...
- Minha mãe? – Ele perguntou percebendo meu nervosismo. Nervosa? Eu? Você acha é? Por quê? Só porque o garoto que eu amo está sem camisa, todo molhado na minha frente? Que nada, impressão sua.
- Sua mãe... Ela está?
- Está sim, lá na sala... Pode entrar.
- Obr... Obrigada!
- De nada linda. – Ele respondeu piscando.

ELE PISCOU PARA MIM *-* meu dia de péssimo passou para ótimo! Quando que eu ia ver ele sem camisa, molhado e piscando para mim? Nunca! Ainda bem que eu vim entregar a revista, sabia que devia fazer isso desde sempre. Mas espera ai... Desde quando eu gaguejo? Ah claro, desde que eu o conheço... Ou melhor, eu só faço isso na presença dele. Entrei na casa dele e a senhora foi simpática comigo, quando sai ele já havia terminado de lavar seu carro, mas ainda estava molhado. Fiquei paralisada olhando aquela cena.

Ele estava encostado em seu carro, apoiado com os braços, o cabelo também estava molhado e bagunçado. Olhava para baixo, como se estivesse esperando algo ansioso. “Um pedaço de mau caminho!” pensei e em seguida sai de meu transe. Eu virei e fechei a porta e, sem olhar para ele, me virei para ir para minha casa. Em um momento eu estava vendo a roda do carro dele, no outro sinto alguém me segurando pelo braço, me forçando a virar, e nisso eu vejo que era . Mas meu olhar sobre ele foi logo interrompido por um beijo que ele havia me dado. SIM! ELE ME BEIJOU! Dá para acreditar? me beijou! O meu pedaço de mau caminho meu beijou *-* eu não posso morrer, pelo menos não agora, tenho que aproveitar esse momento!

Eu tentava resistir ao beijo no começo, mas não havia como, a minha vontade de beijá-lo, de sentir o corpo dele contra o meu, de poder realizar isso era maior, não havia como impedir. Logo senti sua língua se encostar a minha, e então senti as famosas borboletas no estômago. Ele colocou suas mãos em minha cintura e foi me guiando até encostar em seu carro, senti meu short ficar úmido, mas naquele momento isso era o que menos me importava. Eu finalmente estava realizando meu sonho. Sentei no carro dele e ele partiu o beijo, fazendo uma cara de reprovação com riso, lindo! Voltamos a nos beijar, ele pressionou meu corpo para que ficássemos mais próximos. Coloquei minha mão na nuca dele, enquanto a outra permanecia em seu tórax, alisando e acariciando cada parte.

As mãos do garoto chegaram ao cós do meu short, e ele apertava cada vez com mais força. Ele levou suas mãos até minhas coxas e á permaneceram durante um bom tempo. Ele acariciava minha coxa enquanto eu acariciava seu rosto. O beijo ficava cada vez melhor, cada vez mais intenso, e eu percebi que não era somente eu que desejava isso, ele também! Ele cada vez mais agarra e apertava minha coxa... Eu diria que se não estivéssemos nos beijando em cima do carro dele no meio da rua isso teria outro final e... E PORRA! NÓS ESTAMOS NOS BEIJANDO EM CIMA DO CARRO DELE NO MEIO DA RUA! E SE MINHA MÃE ME VÊ FAZENDO ISSO? O QUE ELA VAI PENSAR? Me toquei do que estava fazendo e parti o beijo, ele me olhou intrigado.

- O que foi? Não estava mais gostando?
- Não gostar disso seria impossível . – Respondi e ele sorriu.
- Então o que foi linda? – Ele perguntou.
- Se minha mãe chegasse, ela não ia gostar de ver a filha dela se pegando com o vizinho em cima do carro dele, entende né?
- Entendo! Você quer ir embora então?
- Querer eu não quero...
- Então fica! – Ele pediu fazendo bico.
- Eu não posso! – Respondi triste.
- Por quê?
- Estou toda molhada... Tenho que me arrumar...
- Posso te acompanhar até a sua casa?
- Claro! – Até parece que eu ia negar isso.
- Eu gostaria de conversar com você depois... Pode ser? – Ele perguntou enquanto íamos caminhando até a porta da minha casa, com a mão entrelaçada.
- Claro! Toca lá em casa assim que terminar o seu banho...
- Meu banho? – Ele perguntou desentendido.
- Você não vai querer ficar todo molhado né?
- Hahaha... Verdade...
- Então, que horas você vai lá em casa?
- São 5 horas... Umas 6:30 está bom?
- Está sim! – Respondi com um sorriso e ele retribuiu.
- Então... Posso pedir mais uma coisa a você?
- O que quiser...
- Me beija. – ATÉ PARECE QUE EU IA NEGAR ISSO NÉ?

Dei um beijo nele, e dessa vez não foi aquele mesmo beijo intenso, foi mais calmo, como se vários sentimentos estivessem se misturando... Amizade, alegria, carinho, felicidade, segurança... Impossível de se explicar! Ele deu por fim um selinho e foi para sua casa se arrumar e eu fiz o mesmo, e no horário combinado ele passou lá em casa. Minha mãe ainda não havia chegado, ela chegava às 8 horas da noite.

- Então... – Comecei o assunto. – O que queria me dizer?
- , eu não sei quanto a você, mas eu queria que o que aconteceu hoje... – Ele fez uma pausa. “Essa é a hora que ele fala que não quer mais nada comigo e que eu fui um passa tempo para ele, nada mais que isso!” pensei e continuei olhando em seus olhos. – Bem... Queria que continuasse!
- COMO? – Perguntei um pouco alto, ele queria ficar comigo então? *-*
- Quero continuar com você , sabe... Quando você se mudou e eu a conheci, você tinha 12 anos e já era linda, e o tempo só fez um favor a você, pois a cada dia que passava você ficava cada vez mais linda, mais simpática, mais charmosa e também mais hot... – Vamos ignorar essa ultima parte, sim? Continuando! – Você era apenas uma garotinha, mas essa garota cresceu e está maravilhosa! Eu olhava sua rotina e cada vez mais tinha menos vontade de me mudar, para não deixá-la de vê-la... Você ficava com as suas amigas na frente da sua casa, rindo, e eu admirando o seu sorriso... Eu não conseguia parar de te olhar!
- ... Eu... Eu sempre achei que você me achasse estranha.
- Você é estranha , mas até ai, quem não é? Todos têm defeitos e qualidades, e eu posso lhe dizer que as suas qualidades escondem seus defeitos. Desde que eu te vi no jardim cantando até hoje... Eu... Eu sempre gostei do seu jeito! Os dias passavam e cada vez mais eu estava atraído por você!
- Eu ainda me mato por cantar aquele dia...
- Por quê? Você canta e dança tão bem. – Ele falou e eu virei um pimentão.
- Er... Vamos voltar ao assunto? – Perguntei sem graça.
- Então, como que vai ser entre a gente agora?
- Como que você acha? – Perguntei maliciosamente.
- Assim! – Ele disse e me beijou de novo.
- Entendo isso como um sim? – Perguntei depois do beijo.
- Lógico! – Disse e me beijou de novo.

Ficamos nos beijando, e entre os intervalos dos beijos ficávamos conversando, e eu pude perceber que temos muitas coisas em comum. Ele disse que queria algo sério comigo, mas eu achava melhor não, pelo menos não agora, apesar de querer. Eu expliquei para ele o porquê, que minha mãe não iria aceitar essa idéia. Mas após alguns meses ele faz o pedido oficial de namoro, eu não tive como negar, e nem queria, foi perfeito. Ele me fez ir até a casa dele e, com a brincadeira do “Caça ao Tesouro”, chegou à pergunta “, você aceita me agüentar pelo resto da sua vida com um anel no dedo, que leva o nome de aliança?”. Não tinha como não aceitar, e então começamos a namorar, mas deixei bem claro que escondido da minha mãe, tirando a aliança para ela não ver.

Um ano depois...



- Amor, sua mãe já sabe? – me perguntou.
- Sabe o que? – Perguntei desentendida.
- Do que você acha ?
- Do nosso namoro?
- Não, que você está grávida!
- Ai credo, nem brinca com isso.
- Hahaha... Está bem, está bem!
- Sem graça, se eu chego grávida em casa eu morro.
- Não muda de assunto amor, ela não sabe, não é?
- Er... Ainda não...
- Mas , hoje completa um ano que namoramos!
- Eu sei, eu sei... Mas não tive coragem de contar.
- E porque não? O que tem de mais nisso?
- Para mim nada, mas para ela tudo!
- Tudo? Como assim?
- Ela não vai gostar disso e...
- E? – Ele esperava a continuação.
- E eu tenho medo que ela me obrigue a acabar com você!
- , eu nunca vou me separar de você, você é só minha ok?
- Eu amo você , não quero que isso aconteça...
- Já sei, eu vou falar com ela. – Falou decidido.
- VOCÊ O QUE? – Gritei. – Está louco?
- Só se for por você. – Ele me deu um selinho.
- Nossa! Essa é mais velha que minha avó!
- Mas é sério, eu falo com a sua mãe...
- Se você morrer a culpa não é minha, está bem?
- , para com isso! Sua mãe não é um monstro...
- De TPM ela é assim, acredite...
- Hahaha... Mas eu vou falar com ela mesmo assim...
- Quando? – Perguntei curiosa.
- Hoje!
- HOJE? – Gritei de novo.
- Garota, você vai me deixar surdo sabia?
- Desculpa, mas porque hoje?
- Porque hoje completamos um ano de namoro...
- E ela tem que saber isso também?
- .
- Está bem, está bem...
- Quando ela chegar você me liga então?
- Ligo sim amor, umas 8:30 você vem aqui?
- Por mim pode ser...
- Combinado então!

É, é, é... Eu estou namorando a um ano escondido sim, e daí? Não tive coragem de contar a minha mãe sobre meu namoro com o , e hoje era o dia, iria contar a ela e acabar com isso. Quando deu o horário combinado, chegou e minha mãe que acabou recebendo ele, o encontrei na sala e chamei minha mãe para conversarmos. Contamos tudo a ela, desde o primeiro dia até o dia de hoje, é claro que cortando os detalhes, ela não precisava saber como eu beijei ele da primeira vez, não é? Mas como eu havia falado, ela não aceitou de primeira, começou a falar que eu não tinha idade para namorar, que era um garoto muito mais velho, que eu tinha que pensar nos estudos primeiro, que eu não tinha juízo, que eu era uma criança... CRIANÇA? EU TENHO 16 ANOS! NÃO SOU CRIANÇA! Mas para meu alivio, sabia exatamente o que falar para convencê-la, tinha todas as respostas na ponta da língua, as melhores e mais convincentes que já escutei, e ela acabou aceitando após muita e muita conversa.

Após a conversa, minha mãe saiu e nos deixou a sós na sala. Ficamos lá curtindo o resto da noite, e no dia seguinte sairíamos para comemorar decentemente um ano de namoro. O tempo passou e ele precisou ir embora, fui até a porta com ele e avisei que depois desse final de semana eu teria que estudar para as provas, por isso não poderia vê-lo todo dia, e agora tínhamos que maneirar as visitas de um na casa do outro, porque a minha mãe poderia pensar besteira de mim, mas eu não do tipo de garota que abre a perna fácil não ok? Eu tenho juízo sim, ao contrario do que ela falou na frente dele.


Na semana seguinte...




- Nossa, agora entendi.
- Finalmente né?
- Você sabe que eu odeio História, ! - Eu sei. – Ela disse indo até a janela. – JESUIS! QUE BUNDA É AQUELA?
- QUAL? – Sai correndo e fui até a janela ver a tal bunda.
- Aquela ali olha! – Ela apontou para a bunda de um garoto no quarto de , e para meu alivio não era a de , e falando nisso, tinha que contar a ela sobre o namoro com ele e tudo mais, porque agora não era mais escondido.
- Ah, é a bunda do , se eu não me engano...
- ? ? Amigo de ? ? Seu vizinho?
- Namorado! – Respondi rapidamente sem perceber e paralisei após isso.
- Como é que é? Namorado? Desde quando? – Ela perguntou.
- Desde um ano e um dia atrás!
- E COMO VOCÊ NÃO ME CONTA ISSO? AH! NÃO ACREDITO! VOCÊ ME ESCONDEU ISSO DURANTE UM ANO? NÃO! NÃO PODE SER! MINHA MELHOR AMIGA! É DE MAIS PARA EU SUPORTAR! COMO TEVE CORAGEM? DEPOIS EU QUE NÃO CONTO AS COISAS PARA VOCÊ NÉ? – Ela gritava e eu pedi calma.
- Acontece que era escondido...
- Você vai me contar TUDO agora ou então eu te mato, ok?
- Ok, ok. – Ri dela. – Eu conto!
- Vai... Pode ir começando...

Para não havia o que esconder, contei tudo a ela, nos mínimosdetalhes, desde que eu o beijei pela primeira vez até o dia atual. Ela começou a falar que foi mancada, que eu não confiava mais nela, que ela estava mal por isso... Mas logo depois ficou animada, ficando feliz por mim e por ele, perguntando coisas e mais coisas sobre nós dois. Chegou até a me zoar falando que isso era pedofilia e era crime. Ai ela começou com aquelas perguntas do tipo “Já teve mais que mão boba já é?” e derivadas. Sério, ela é safada e tarada, acredite em mim!

Ficamos conversando por mais alguns minutos, e nesses últimos minutos o assunto foi o . começou a se interessar pelo garoto, e isso surgiu através de uma olhava para a bunda dele. Do nada, minha mãe entra no quarto avisando que eu tinha visitas, pedi para que mandassem subir até meu quarto e adivinha quem era? Sim! e . Essa é a hora que a morre né? Ok, ela não morreu, mas ficou paralisada e babando pelo garoto, e ela não ia morrer ali, pelo menos não até conseguir algo do garoto, se é que vocês me entendem.

- Oi amor. – me cumprimentou com um selinho. – Oi amiga da !
- Oi , oi... Er... – parou olhando para mim como se perguntasse o nome da minha amiga que babava nele.
- . – Respondi por ela.
- Oi ... E... Oi... ! – Falou em pausas.
- Você está bem? – Ele perguntou a ela sentando-se ao seu lado.
- Aham, eu acho! – Ela respondeu.

Ficamos conversando e rindo durante um tempo. Eu e recebíamos almofadadas de vez em quando dos dois, para paramos de nos beijar. Nem isso eu posso fazer em paz, onde esse mundo vai parar, está uma desgraça mesmo! Nós, eu e , combinamos de sair do quarto para deixá-los a sós, e eu não preciso nem dizer o que os dois estavam fazendo quando voltamos né? Estavam no maior amasso e sem nenhuma vergonha na cara.

Sim, os dois começaram a ficar, e eu e ela acabamos nos tornando mais amigas dos outros amigos de , que eram e . Descobrimos que eles têm uma banda chamada McFly. É, aos poucos eu ia conhecendo cada vez mais coisas sobre o MEU namorado, e a cada dia que passava eu ficava mais feliz por estar com . Eu me sinto tão bem com ele, me sinto segura, e quando eu estou com, não preciso de mais nada, porque eu já tenho tudo que eu queria em alguém para passar o resto da vida comigo.


Dois anos depois...




- Ela é linda não é amor? – Perguntei ai meu marido. Sim, eu e havíamos nos casado. Já e estavam apenas noivos.
- Lógico que é querida, ela se parece com você...
- Mas ela tem seus olhos...
- E qual o nome da nossa princesa?
- Eu deixo você escolher ...
- O que acha de Joanna?
- Lindo! – Olhei para a pequena que estava no meu colo. – Pequena Joanna!
- A nossa pequena Joanna. – disse e sorriu.

Olhei para a minha filha, para NOSSA filha, e em seguida olhei para , que ainda sorria, aquele sorriso bobo no rosto, quando você está vendo algo maravilhoso e não consegue acreditar que é real, de tão perfeito que é. Ele me olhou, em seguida me beijou. Aquele beijo, o nosso beijo, o melhor de todos. Um beijo que continha mais que felicidade, tinha amor, carinho e tranqüilidade. Lembrei do nosso primeiro beijo e agradeci por isso. Eu sabia que depois de beijá-lo pela primeira vez, seria eterno na minha vida. E agora, além de uma razão para viver, eu teria duas... e Joanna! A minha pequena Joanna, a NOSSA pequena Joanna, que nos unia mais do que nunca agora. Ele me abraçou forte, como se tivesse abraçando para nunca mais soltar.

- Eu amo você !
- Te amo muito mais minha linda!


FIM!


Agradecimentos:


Aeaeae! Finalmente terminei a minha primeira fic *-* sim, ela é short, não me matem por isso, e provavelmente não vai ter segunda parte, desculpem-me! E sim, essa história aconteceu de verdade, com os pais da minha amiga, e não, o nome dela não é Joanna... Hahahahaha... Lógico que não foi exatamente dessa maneira, mas muita coisa é verdade... A mãe dela tinha 12 anos e o pai 21, eles eram vizinhos sim, ele a agarrou no carro sim e sem camisa, ela foi entregar ao para a vizinha sim, e eles também namoraram um ano escondido dos pais dela, e ela teve minha amiga com 18 anos, apesar de ser nova de mais para isso, pelo menos eu acho... História de filme não é? Ou melhor, fic *-* Hahahaha...

Bem... Gostaria de agradecer a papai e mamãe que me deram a vida (?) :D, a minha melhor amiga que leu a fic e me ajudou em algumas partes, a Daniie por ter me contado a história dos pais dela e claro, ao pais delas, por terem se conhecido e tudo mais, caso contrario não teria essa história aqui. :D Hahahaha... Ao meu muso (?) inspirador e a você também, que leu a fic e se está lendo isso agora é porque tem muita paciência. ;)

Obrigada. :*
Beijos a todas que leram.


comments powered by Disqus