The Kill 2.

Haviam se passado três horas, desde que null havia sido atropelada na frente de seu apartamento, e duas horas desde que null havia chegado ao hospital, desesperado, à procura de notícias sobre sua namorada.
- null , acalme-se, vou ver se alguém sabe dela! – disse null tentando tranqüilizar o amigo que estava em estado de choque: tremia, não falava coisa com coisa, chorava feito criança.
- null ... – era isso o que ele repetia desde que havia visto a garota estendida no chão, dizendo suas últimas palavras antes da ambulância chegar:
“- M...me...des...culpe! Eu t-tentei...s-ser alguém...e...fracas-ssei..” – aquelas palavras atormentavam null , como se ele ainda pudesse ouvir a menina dizendo-as na sua frente, enquanto tinha a cabeça sangrando, aberta.
- Por favor, a senhora teria alguma informação sobre uma menina que fora atropelada na St. Paul st.? – perguntou null à uma enfermeira que passava pelo corredor naquela hora.
- Ah sim, a srta. null ? – o garoto concordou com a cabeça. – Lamento muito, mas ela... – a enfermeira ia dizendo quando null acordou do transe, saiu correndo para o lugar onde se encontravam o amigo e a enfermeira.
- Ela o que??? Não, ela não pode ter morrido! – ele gritou, com lágrimas nos olhos, impaciente.
- Não senhor, ela está na sala de operações em estado gravíssimo...não sei se sobreviverá. – a enfermeira disse com certa tristeza nos olhos, deixando um null atônito e um null mais do que desesperado e chocado.
- null , ela não pode... – ele caiu em cima do amigo, abraçando-o e chorando mais.
- Calma null ... – o garoto não sabia o que fazer, se a garota se fosse como seu amigo ficaria?!
Voltaram a se sentar na cadeira, onde null e null estavam.
- E aí dude, como ela ta? – perguntou null para null , enquanto este sentava null numa cadeira ao lado de null .
- Mal...a enfermeira disse que ela está em estado gravíssimo e talvez não...
- Ela vai viver... – disse null com o olhar perdido e a voz embargada.
- É o que todos nós esperamos. – continuou null , tentando acalmar o amigo. null balançou a cabeça negativamente e escondeu o rosto entre as mãos deixando-se chorar mais.
- Se eu não tivesse beijado aquela garota... – ele se lamentava.
- Se vocês não tivessem brigado... – contrapôs null .

Mais três horas se passaram no hospital, null estava desesperado, cada vez em pior estado sem saber de null .
- Dudes, eu preciso saber dela... ela não pode ter morrido. – disse null . Um médico aproximou-se dos garotos...
- Todos vocês são amigos da srta. null null ? – ele disse sério.
- Sim, e aquele é o namorado dela. – disse null apontando para null .
- Como ela está doutor? – perguntou null , tentando acabar com o suspense.
- Mal...muito mal, está na UTI, sobrevivendo à custa de aparelhos, não sabemos se sobreviverá, perdeu muito sangue. Fiz o que pude... sinto muito. – ele disse se retirando.
null não poderia acreditar no que ouvia... sua garota estava sobrevivendo artificialmente? Ele caiu de joelhos no chão, com o olhar perdido, chorando cada vez mais... já estava sem voz de tanto soluçar.
- Eu...consegui... – ele disse com a voz fraca. Os amigos não entenderam.
- Conseguiu o que null ? – perguntou null estranhando o comportamento do amigo.
- Matá-la... – ele continuava olhando para o nada.
- Como assim? – perguntou null assustado.
- Ela disse, na nossa última briga, que eu estava a matando...e eu consegui. – ele disse em transe...lembrando-se das palavras da garota...

**Flashback*
- Olha nos meus olhos null ! – ele pegou no queixo da menina, mas antes que ele dissesse algo, ela desabafou.
- Você está me matando null ! – ela disse chorando mais e abalando o garoto.
- Tudo o que eu queria, e ainda quero, é você! – ele disse com a voz trêmula, não poderia perdê-la.
**End Flashback**


- Não! null , você não fez nada disso! Ela ainda está viva...posso pedir para o médico liberar para você vê-la...você precisa disso. Está enlouquecendo! – disse null levantando o amigo do chão.
Saiu em busca do médico, que havia parado na recepção.
- Doutor! – ele disse fazendo com que o médico se virasse para ver quem o chamava.
- Sim?!
- Será que o senhor poderia deixar meu amigo vê-la? Ele está muito abalado...acho que a vendo, pelo menos viva, ele irá melhorar um pouco. – null disse quase implorando...as lágrimas agora tomavam conta de seus olhos também.
- Está certo...mas vou logo avisando que ela pode não sobreviver... – o médico disse com tristeza. – Como chama seu amigo? – ele virou-se para null , enquanto caminhavam em direção aos outros.
- null , e eu sou null . – ele apertou a mão do médico.
- Sr. null , por favor, siga-me. – o garoto levantou-se e olhou para Doguie que tentou sorrir, mas os dois já choravam.
- Doutor...ela pode ficar boa, não pode? – null perguntou, enquanto caminhavam em direção à UTI.
- Há esperanças meu filho, mas no ponto de vista profissional, ela não tem muitas chances. – null engoliu seco e virou-se para a porta da Unidade de Tratamento Intensivo. Olhou pelo buraco na porta, null , ligada a muitos aparelhos e as lágrimas voltaram a seus olhos. – Boa sorte! – o médico bateu em seu ombro e saiu andando pelo corredor.
null não perdeu tempo, empurrou a porta e saiu em disparada à cama de null , chorando cada vez mais. Chegou perto e segurou na mão da menina, estava gelada. Seu rosto estava pálido, a menina havia levado pontos na cabeça e na testa, ambas estavam enfaixadas, o que dava uma idéia do tamanho do ferimento. Em um braço a menina recebia soro, e no outro ela recebia sangue. Aquela situação era difícil de acreditar, para null ; agora ele sentia-se mais culpado do que nunca.
- null meu amor, por favor, não me deixa! Eu faço o que você quiser...a gente nunca mais briga...começamos do zero! Seremos um novo casal, por favor, eu te amo, não sei viver sem você!!!!! – ele dizia a tudo isso descontroladamente, atropelando as palavras.
Os amigos, do lado de fora, viam o sofrimento de null e não sabiam o que fazer. Sabiam que o amigo havia agido errado, traindo null , mas o que estava feito estava feito...e agora a garota poderia não sobreviver...aquilo tudo parecia um pesadelo e eles desejavam acordar a todo momento, para apenas chorar de lembrar-se de ter sido um sonho.
Como ninguém veio atrás de null , o garoto acabou adormecendo, com a mão na de null e os olhos vermelhos e inchados. O garoto não comia há dois dias e estava entrando em depressão. Queria que nada daquilo tivesse acontecido, apenas queria que null acordasse para pedir à ela, todas as desculpas que conseguisse e além disso, mudar, começar um novo namoro com a garota...uma nova vida.
Mais quatro dias se passaram e os enfermeiros tiveram que retirar null da UTI. Depois de um escândalo, o garoto ficou pior do que já estava. Os amigos não haviam saído de lá, mas não se encontravam no mesmo estado que null : olheiras profundas e rosto inchado.
- Meu Deus null , vamos comer algo, lavar esse rosto, venha! – disse null , puxando o amigo que estava sem reação.
null e null ficaram “de plantão” no corredor do hospital, próximo à ala onde null se encontrava. Após um tempo, viram que havia certo movimento... estranharam, pois só havia a garota na UTI...pensaram no pior, mas afastaram esses pensamentos quando avistaram o médico saindo da sala com um sorriso satisfeito.
- Doutor...me fala que a null não morreu, por favor! – disse null com lágrimas nos olhos. O médico riu e colocou a mão no ombro do garoto.
- Não meu filho, ela voltou a respirar por conta própria! Está reagindo! Nem acredito, ela superou nossas expectativas!!! – ele ria de si mesmo. – Vamos transferi-la para um quarto e logo, logo vocês poderão vê-la!!!
Os garotos se abraçaram e esperaram o médico transferir a garota para o quarto. Foram os primeiros a vê-la e quase a esmagaram por ainda estar viva! Ficaram acariciando sua mão e dizendo:
- Como é bom tê-la viva! – disse null acariciando o rosto pálido da garota.
- Você nos deu um susto e tanto! – disse null , agora chorando.
Passaram-se alguns minutos e nada de null e null ...os garotos estavam aliviados e resolveram ficar no quarto mesmo, pensaram que null poderia lhe fazer mais alguma surpresa...e não deu outra!
- ...null ... – ela disse com a voz fraca e embargada.
- O null não ta aqui null , mas já, já ele vem! – disse null , mas a garota pareceu não ouvi-lo.
- ...null ... – ela continuou, sem abrir os olhos, mas lágrimas escorriam dos mesmos – V-você...está...m-me...mat-tando... – ela disse. – m-mas...e-eu te a-amo... – ela chorava mais, mas não abria os olhos. Os garotos não sabiam o que fazer...estaria ela sonhando?
- Será que a null ‘ta sonhando? – perguntou null .
- Seja lá o que ela estiver fazendo o null não pode ouvir isso, senão ficará mais abalado! – disse null , vendo a menina falar coisas totalmente tristes.
- E-eu...qu-quero...t-terminar...n-não agüento... m-mais – ela continuava dizendo, como se estivesse revivendo o momento da briga.
- Hey guys, o médico nos contou que a null acordou! – null entrou no quarto sorridente...nem parecia que havia chorado todo aquele tempo.
- Nããããoooo null , saia já... a null ‘tá falando sozinha! – disse null empurrando o garoto para a porta, mas este desviou.
- Não, eu quero ouvir o que ela está falando! – ele estava sorrindo abobadamente, mas desmanchou o sorriso quando ouviu o que ela disse:
- V-você...v-vai...aca-bar...m-me ent-terrando...d-de t-tanto sofriment-to...v-você só v-veio m-me dest-truir... – ela disse mexendo a cabeça, em sinal de que não estava gostando do que estava vivenciando.
- Ah meu Deus... – null voltou a chorar, mas dessa vez, sentou-se ao lado da cama de null para ouvir o que ela dizia...
- E-eu fr-fraca-cassei... – ela disse antes de parar de falar.
- null ?? null !!!! – gritou null , os outros não sabiam o que fazer...null saiu atrás do médico, que chegou correndo.
- O que houve aqui? – ele perguntou, seguindo para a cama.
- Doutor, a minha garota estava falando, mas de repente parou! – null disse desesperado...chorando novamente. - É ela dizia o que aconteceu na briga dos dois antes dela sofrer o acidente... – disse null , também chorando. null soluçava alto, deixando o médico sem reação. Ele examinou null e respirou aliviado ao perceber que havia sido só um desmaio.
- Acalmem-se... ela só desmaiou...poderia estar sonhando com tudo isso, e acho que o corpo se “auto-desligou”. – null , null e null esboçaram um sorriso fraco, como que aliviados...null chorou mais.
Já estava de noite e os quatro garotos não haviam saído um minuto sequer do quarto. Tentavam acalmar null que entrara em desespero novamente. Quando menos esperavam...
- ...null – era null , havia acordado novamente e dessa vez abria os olhos lentamente.
- null !!!! – disse null , pegando na mão dela e beijando-a, chorando pior que criança quando se machuca, com a boca encostada na mão da menina. – Meu amor... – ele disse com dificuldade, pois soluçava muito.
- M-me des-culpa... – ela disse, chorando, olhando o menino se acabar de tanto chorar.
- Não...eu é que preciso me desculpar! – ele disse, entrelaçando seus dedos nos de null , e apertando de leve a mão da garota. – Não era pra ter sido assim! – ele disse beijando a mão de null . – Por favor, eu quero uma chance para começar de novo... – ele disse implorando, e chorando de sofrimento, ao ver a garota fazer o mesmo vendo-o chorar do jeito que estava.
Os outros três, há essa hora, estavam sentados em um sofá que havia no quarto, com as mãos nas bocas, abafando os soluços e enxugando as lágrimas que caíam ao ver o desespero de null e null . Parecia que os dois estavam lutando contra o tempo, tamanho era o desespero.
- Eu t-te...d-dou quant-tas chances, qui-quiser...eu te amo! – ela disse levantando lentamente sua outra mão e enxugando as lágrimas do rosto do namorado. null a fitou com os olhos inundados por lágrimas e levantou-se da cadeira onde estava sentado. Aproximou-se do rosto de null e selou-lhe os lábios, soluçando entre o beijo. A garota não poderia estar mais feliz com o beijo que recebia... chorou mais ainda ao sentir null , também chorando como ela.
Na semana seguinte, null retirou os pontos e recebeu alta do hospital. null e null a levavam enquanto null e null haviam sumido misteriosamente do hospital. null estava chateada por seu namorado não estar levando-a para casa. Chegando ao apartamento, onde nele havia péssimas lembranças da briga anterior, ela se deparou com null , perfeitamente arrumado, de banho recém tomado e com a roupa que ela mais gostava. null também estava de banho tomado e bem arrumado.
- Bem, vamos deixá-los a sós, enquanto eu e null tomamos banho! – null disse saindo do apartamento de null e null , rebocando null consigo, afinal moravam no mesmo prédio só que em andares diferentes.
null estava com as bochechas levemente coradas, parecendo um garotinho com vergonha...null só conseguia rir da expressão do namorado. Foi em direção a ele e lhe deu um longo beijo, como não faziam há semanas.
- Tenho uma surpresa para você... – ele disse, carinhosamente, no ouvido da menina, que riu baixinho.
- Diga! – ela olhou no fundo dos olhos do garoto e viu um ar de sapeca se instalar no sorriso dele. null ajoelhou-se e pegou a mão de null ...em seguida, tirou uma caixinha preta do bolso e de lá, saíram duas alianças de ouro branco, cheia de pedras em toda a sua volta.
- null , vamos começar tudo de novo... – ele disse sorridente. – Você quer namorar comigo? – null riu e disse:
- Claro que sim!!!!! – null levantou-se e colocou a aliança no dedo da garota, em seguida, ela fez o mesmo. Beijaram-se apaixonadamente. – Vamos começar de novo... – ela sussurrou em seu ouvido, sorrindo.
- Sim... uma nova vida juntos! – ele sussurrou de volta. Olharam-se e uma lágrima teimosa escorreu pelo rosto de null . null enxugou-a, acariciando as bochechas rosadas da namorada, que sorria feito menininha. – Eu te amo!
- Também te amo! – se beijaram novamente, só que dessa vez colaram seus corpos e foram andando até o quarto do casal, aprofundando cada vez mais a maneira com que se beijavam. Sentiam necessidade disso...desde que começaram a brigar, nunca mais haviam se beijado com tal paixão. Estavam deitando-se na cama, null por cima de null , quando a campainha tocou.
- Maldita campainha! – disse null numa voz divertida. Os dois riram, deram um selinho e se levantaram.
- Bom, vou tomar um banho, devem ser os meninos...só falta eu ficar limpinha agora! – ela brincou, rindo.
- Para mim você sabe que não importa o jeito que estiver não é!? – ele abraçou a namorada e depois saiu, fechando a porta do quarto, e null começou a andar em direção ao closet deles, mas foi interrompida por null que abriu a porta:
- Ah, e depois a gente termina o que começou ta?! – ele perguntou dando um de seus melhores sorrisos null apenas retribuiu, como que concordando, e ele fechou a porta.
Tomou banho e foram jantar com os amigos, foi um momento de alegria e muitos risos, por fim acabaram indo embora quando já passava de meia noite.
null e null tiveram seu momento a sós, e depois daquele dia, nunca mais brigaram. null até ficou grávida de uma menina linda que nasceu após nove meses de muita espera, alegria e amor entre os pais!

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