The Real Love Always Survive
Escrita
por: Cristine Judd
- , pára, o telefone tá tocando.
- Não paro não, o telefone que espere.
sorria como um menino e me enchia de beijinhos pela boca e pescoço. O telefone tocava já havia algum tempo, e logo a ligação cairia. Me desvencilhei de e corri até o corredor para atender o telefone. correu atrás de mim, mas eu já tinha pegado o telefone quando ele conseguiu se abraçar em mim. Eu, ainda um pouco ofegante falei:
- Alô?!
- ? Preciso falar com você!
Parei de rir, e fiz um sinal para que parasse de rir e de me dar beijinhos. fez uma careta e parou, saiu pelo corredor em direção à cozinha.
- , o que aconteceu? Você está bem?
A voz de parecia um pouco fraca.
- Estou bem sim, mas é que eu estou confusa.
- Confusa?! Como assim, depois de tanto tempo você fica confusa?
Entrei na sala íntima e me atirei no sofá. Enrolava uma mecha dos meus cabelos. Olhei para uma foto na mesinha perto da janela: eu e no dia do nosso casamento, sorrindo felizes, as alianças reluzindo em nossos dedos. Eu com meu longo vestido branco, com flores de miolo de diamantes, os cabelos com cachinhos...
- Bem, é que o anda frio. Frio, desligado, sabe? Às vezes eu estou abraçada nele, e falando com ele, e depois de eu ter falado um monte de coisas ele solta do nada um "hã?" e não ouviu nadinha do que eu disse! Isso é tão ruim...
Mordi meu lábio inferior, apreensiva. A última crise minha e de também fora pouco depois de termos casado, há dois anos atrás, mas apesar de ela ter passado e não termos tido crises mais, uma marca muito forte disso ficou...
- , mas o nunca foi muitíssimo carinhoso...
- Agora tá bem pior.
- Mas talvez as coisas melhorem. Você vai à coletiva hoje à noite, não?
- Claro! Mas imagina, dois anos, eles vão parar de fazer shows durante dois anos. [N.A./Tenho quase certeza que eles não ficariam por dois anos parados,mas fic é fic né! ;) ]
- Ah, mas é bom essa folga, sabe? Finalmente eu e vamos poder dar mais atenção um ao outro.
A voz de parecia um pouco triste, por mais que ela tentasse disfarçar. Éramos melhores amigas há vinte anos, desde o jardim de infância; nós não conseguíamos disfarçar os sentimentos uma para a outra.
- Posso ir aí na sua casa de tarde? Para nos arrumarmos juntas?
- Claro, , desde quando você precisa pedir para vir aqui? Mas tem mais alguma coisa ou pessoa que está te deixando confusa além de o estar frio?
- Shhh! O pode ouvir, não pode?
- Não, eu tô na sala íntima e ele tinha ido para a cozinha. E por mais que ele tenha saído da cozinha, ele não está aqui por perto,eu não vi a sombra dele passar pelo corredor. Fala tudo aí, .
Passaram alguns segundos até falar. Com certeza ela estava verificando se estava por perto. Finalmente, certa de que ele não estava, ela suspirou e disse:
- Ontem eu fui visitar um amigo meu, porque eu estava realmente triste e não achei você.
- É, eu tinha saído com o . Mas você não ligou para o meu celular.
- Não, não liguei. Preferi ir para o apartamento dele.
- De quem?
- Eu não posso dizer, , você não entenderia!
- Está bem. E o que tem esse seu amigo?
- Bem, ele me confortou até demais.
- Como assim? Não vai me dizer que...
nunca havia traído . Mas agora eu havia tido uma leve impressão de que ela e o tal "amigo"...
- Não! Eu e ele não fizemos nada demais... Tipo, quer dizer, a não ser que você ache algo demais eu e ele termos... Nos... Nos beijado.
- Meu Deus! com certeza...
- Ficaria com muita raiva, eu sei. Mas você já passou por isso, sabe exatamente como é...
Senti meu rosto ferver. sabia que eu havia feito quase o mesmo que ela. Porém comigo foi e é diferente. A coisa foi bem mais intensa...
- , pelo amor de Deus, não se apegue a essa pessoa! Não vá longe demais, porque depois de um certo tempo você vai amá-lo...
- Você ainda ama aquele seu amigo? Aquele, que você...
- ! Não fale isso, e se o ouve? Mas, como é que eu esqueceria ele?
- ! Não acredito que você ainda... Puxa, você nunca mais teve crises com o , e você estão juntos há três anos! Aquela crise já se foi, há dois anos atrás! Você ainda fica com seu "amigo"?
- Não, mas não esqueci ele.
Estava mentindo, e provavelmente perceberia isso. Mas eu não podia contar isso à ela, não podia dividir isso com ninguém,a não ser com ele... Ele, que até hoje eu amo, que eu sabia que não importa quantos anos se passassem ou o que acontecesse no meu casamento com , meus sentimentos por ele nunca mudarão... Meu porto seguro, minha fonte de felicidade, conforto, prazer, amor...
- Ah Cris, eu acho que vocês ainda ficam.
- Não, nós não ficamos. Por favor, , não vamos falar disso...
- , eu irei aí às quatro horas, está bem? Você não estará no set, né?
- Não, eu vou mais cedo no set hoje. Volto antes das quatro. Vou almoçar e ir pro set.
- vai com você?
- Não! Quer dizer, ele não se interessa muito pela série de filmes Melissa Prescott.
- Ah, mas ele lê os seus livros né?
- Já leu, eu acho.
Eu e rimos. Melissa Prescott era o título da minha série de livros que havia ido para os cinemas. Melissa era uma jovem inglesa que vivia amores malucos. Eu conhecera , , e justamente por isso, afinal, McFLY foi escolhido para fazer a trilha sonora desde o primeiro filme.
Eu agora estou escrevendo o quinto livro da série, e o terceiro filme está sendo gravado, baseado no livro.
- O já leu todos os seus livros e já assistiu os filmes.
- Ah, ah é, né. gosta, eu acho...
Fiquei completamente sem jeito quando ela falou no . Resolvi que era melhor desligar.
- Bom, eu preciso me arrumar e almoçar para ir para o set.
- Às quatro?
- Em ponto.
- Te amo, best friend.
Eu sorri, sempre era muito carinhosa.
- Também te amo, best!
- Até, Cris...
- Tchau ...
Desliguei o telefone e saí da sala íntima. não estava no corredor. Subi as escadas em direção ao meu quarto e de . Entrei e me joguei na cama, de bruços. Fechei meus olhos, e fiquei ouvindo o barulho da forte chuva que batia na janela.
Até quando eu iria continuar agüentando essa vida? Até quando ele iria agüentar eu não ter coragem de terminar com ?
Me levantei da cama e abri meu closet. Separei uma regata branca, meu jeans favorito e meu All Star vermelho. Coloquei as roupas na cama e coloquei junto minha grande bolsa de couro, que dizia 'ser fatal com uma pancada só', de tantas coisas que eu carregava nela. Minhas bobagens que eu sempre amei carregar na bolsa. Abri a bolsa só para conferir se a caixinha dos meus óculos de sol estavam lá, e se estes estavam dentro dela. Estavam, mas aí então ri de mim mesma: com a forte chuva que caía, era completamente inútil usar óculos de sol. Fechei minha bolsa e entrei no banheiro. Tomei um banho bem demorado, e coloquei meu roupão fofo e enrolei meus cabelos encharcados numa toalha. Desci as escadas, tentando avistar .
- Em meia hora? OK, estarei esperando. Bom dia pra você também.
Entrei no escritório. largou o telefone, e me olhou sorrindo:
- Amor, onde você estava?
- Tomando banho, e o que você estava fazendo?
- Ligando para pedir comida de um restaurante. Você não vai para o set hoje, vai?
- Ah,vou sim. – ao ver a cara de , acrescentei: - Preciso ir. Acredito que hoje façam a sessão de fotos para a capa do DVD. E vão definir os créditos e tals, preciso estar lá para decidir quais serão os nomes de destaque e tudo mais, e ajudar a selecionar as fotos.
se levantou e fez a volta na mesa para poder se abraçar em mim e falar dengoso:
- Mas amor, você está sempre indo lá no set, e você nunca almoça comigo. Já faz tempo que você não vai à uma festa comigo, que não sai comigo.
- Ontem nós saímos para jantar!
- Depois de eu ter insistido muito. Você tem se afastado de mim há tempos...
Os olhos de demonstravam tristeza. Senti uma pontada aguda de dor no peito: eu era a culpada daquilo. Passei minha mão carinhosamente pelo rosto dele, por mais que isso não compensasse de forma alguma o que eu estava fazendo com ele. fechou os olhos, sentindo meu carinho. Eu falei pouco acima de um sussurro:
- Me perdoe. Eu realmente tenho dado muita importância à meus livros e filmes, mas é que eu preciso trabalhar. Tenho que dar atenção...
- Você sabe muito bem que se não insistisse não precisaria trabalhar. Eu preferiria que você vivesse só comigo, sem trabalho, sem essas coisas...
Me aproximei de e o beijei suavemente. abraçou minha cintura mais forte, enquanto eu fechava meus braços ao redor do pescoço dele. O beijo foi aumentando de intensidade, e meu sentimento de culpa também. Me afastei dele, desconcertada. Nós nos olhamos nos olhos, e então eu disse:
- Preciso me vestir e pentear meus cabelos.
E com isso saí correndo do escritório, subi as escadas e fechei a porta de nosso quarto com um baque surdo. Me recostei na porta e me deixei deslizar até o chão. Me levantei, decidi me arrumar logo, afinal, eu iria no "set". Tirei a toalha dos meus cabelos e a estendi no box. Me sentei em frente à penteadeira, peguei minha escova e comecei a pentear preguiçosamente os cabelos. Me olhei no espelho: minha preocupação e tristeza transparecia no meu rosto, em meus olhos.
Soltei minha escova na penteadeira e fechei os olhos, cansada. Dei um longo suspiro e levantei, tirei o roupão e fui colcando minhas roupas aos poucos. Quando terminei de me arrumar, peguei minha bolsa e saí do quarto. Estava descendo as escadas quando vi ao pé da escada, olhando para mim.
- Você realmente não vai almoçar comigo, não é mesmo?
Parei no meio da escada. Fixei o rosto dele, que transparecia tristeza mais do que o meu. Tive vontade de correr até ele, abraçá-lo, beijá-lo, e prometer que nunca iria abandoná-lo. Quis sentir os beijos dele, os carinhos, e acabar com tudo isso, desistir dessa loucura.
Mas então veio na minha cabeça a voz do , rindo e dizendo tantas coisas boas, que sempre me faziam sentir melhor...
Tornei a descer as escadas na direção de . Quando cheguei perto dele, o beijei de leve e olhei nos olhos dele:
- Tenho que ir lá. Prometo voltar antes das quatro.
- Você não vai nem ao menos almoçar?
- Eu vou pegar uma barra de cereais para comer no caminho. Não se preocupe comigo, amor.
me beijou intensamente. Não pude deixar de correspondê-lo, como fazíamos quando éramos namorados... Tempos que não haviam problemas, não haviam brigas e nem ninguém além dele em minha cabeça e coração. Meu coração começou a bater aceleradamente, enquanto me abraçava e me beijava. Deixei que minha bolsa caísse da minha mão, e me abracei nele também, o beijando como há tempos não fazia.
A chuva caía fortemente lá fora, mas isso já não me importava mais. me beijava e acariciava minhas costas, e foi suavizando nosso beijo até que descesse sua boca para meu pescoço, o beijando intensamente. Ele colocou suas mãos por dentro de minha blusa, e ia subindo a blusa aos poucos, me causando um leve arrepio. continuava a me beijar, e estava quase tirando minha blusa quando me afastei:
- Não, não, amor, eu preciso ir.
me olhou inconfundívelmente magoado. Me aproximei de e dei mais um beijo nele, ele correspondeu com carinho, e então eu passei rapidamente pela cozinha para pegar uma barra de cereais, e então abri a porta da garagem, entrei no carro e saí na rua.
A chuva batia violentamente nas janelas do carro. Dobrei à esquerda, em direção ao set, mas só passei pela frente do set e segui em frente. Abri a barrinha e comecei a comê-la. Retomei a esquerda e fui me aproximando do prédio. Joguei o resto da barrinha no lixo, enquanto ia estacionando em frente ao portão da garagem do prédio. Ainda com o carro ligado, remexi minha bolsa a procura da chave. Quando finalmente a achei, acionei o controle para que o portão do prédio e o da garagem se abrissem. Logo o portão se abriu e entrei na garagem, logo após ter entrado no pátio do prédio. Estacionei o carro na vaga que eu estacionava há dois anos. Desci do carro e o fechei. Guardei as chaves e coloquei na minha bolsa, depois coloquei a minha bolsa no ombro, enquanto subia até o hall de entrada para poder pegar o elevador. O porteiro que já me conhecia, o Sr. Gaunt, me olhou sorrindo:
- Olá Sra. , tudo bem?
Forcei um sorriso, disfarçando minha tensão:
- Tudo ótimo, e com o senhor?
- Também.
- Sr. Gaunt, ele está em casa?
- Está sim, ele não saiu hoje.
Sorri aliviada, afinal, ele estava ali, em poucos momentos estaria junto a ele. O elevador chegou, eu acenei para o Sr. Gaunt e entrei. Apertei o botão do andar 7, e esperei ansiosa o elevador subir. As portas se fecharam e o elevador começou a subir.
1º andar... 2º... 3º... Logo cheguei ao 7º. A porta se abriu e eu corri para o apartamento 703, toquei a campanhia.
- Já vai.
Ouvi passos e então ele abriu a porta. Ao me ver seu rosto se iluminou com um grande sorriso e seus olhos brilharam. Sorri também e senti que meu rosto corava.
- Entra, , eu realmente queria te ver!
Entrei, com um grande sorriso em meu rosto. Ele fechou a porta e deu aquele lindo sorriso, olhando em meus olhos, aquele sorrisão... Se aproximou de mim... E me beijou intensamente. Correspondi da mesma forma. Ele foi parando aos poucos, com beijinhos. Soltei minha bolsa no sofá de dois lugares, e me atirei no sofá de três lugares. Ele sorriu e deitou-se por cima de mim, e me beijou calorosamente. Eu enlacei meus braços ao redor do pescoço dele, e o beijava com amor. Como aqueles beijos me faziam falta,aqueles carinhos...
Ele me deu um beijinho, e então tirou meu All Star. Me sentei ao lado dele, e me rescotei em seus braços. Ele se abraçou em mim e me olhou com um lindo sorriso:
- Te amo, minha princesa.
- Também te amo, .
me beijou novamente, e eu comecei a acariciá-lo no pescoço. voltou a me deitar no sofá, e nos beijamos com grande intensidade. Meu coração batia descontrolado, e começou a passar a mão de leve por minha barriga, e a levantar minha regata branca aos poucos. Eu estava arrepiada, e continuava a beijá-lo com carinho e desejo. Comecei a arranhar de leve as costas dele, por dentro de sua camiseta. Tirei a camiseta dele devagar, e nos amamos mais uma vez.
Senti um doce beijo em meus lábios. Ainda estava em um estágio de sono levíssimo, mas me acordei com o sussurro de :
- Acorda, meu anjo, já são três horas.
Abri meus olhos, bocejando, e a visão de um sorridente entrou em foco. Eu estava deitada nos braços dele, e nós estávamos apenas com os lençóis por cima do corpo. O quarto de estava iluminado fracamente pela luz natural, afinal, não havia sol, mas podia ver seu peito nu e sentir seu cheiro gostoso bastante próximo de mim. Me abraçei nele e senti o quanto era bom estar com ele... , , o cara que eu amava mais que tudo... Aquele abraço que me reconfortava, que me fazia suspirar e sorrir como se eu ainda tivesse quinze anos.
sorriu e afagou meus cabelos carinhosamente. Eu sorri e fechei os olhos, apreciando estar ali com ele, não querendo nunca mais sair de perto dele, do meu anjo. Falei pouco acima de um sussurro:
- Te amo, bebê.
- Também te amo, amor da minha vida.
Amor da minha vida. Realmente doía ouví-lo falando assim. Ou de qualquer forma que citasse que ele queria passar o resto da vida comigo... Abri meus olhos e encarei aqueles lindos olhos que pareciam levemente magoados. Me aproximei dele e o beijei com grande carinho e amor. Ele correspondeu meu beijo, acariciando meus cabelos. Me abracei nele, aproximei meu corpo do dele e continuei a beijá-lo. Paramos trocando sorrisos.
- Amor, que horas você havia dito que eram?
- Três.
- Putz! A vai lá para casa às quatro. Preciso ir.
- Ahhh, ahh princesa, fica mais, por favor!
fez bico, e eu fiquei derretida.
[N.A./nhááá!no meu caso é biquinho do Danny,não dá pra resistir meeesmo! *-* ]
Não é que aquela coisa perfeita chamada sabia me provocar?
Dei um beijo naquele biquinho e sorri para ele.
- Não posso, não posso dar bandeira. Se esqueceu que eu deveria estar no set? Se caso chegar e eu não estiver em casa, vai inventar de ele e a irem me buscar. Não dá.
- Ahh... Mas a gente vai se ver de noite, né?
- Vamos, mas apenas nos ver. Eu vou com até a coletiva de imprensa.
se levantou um pouco para me olhar diretamente nos olhos. Havia um inconfundível tom de mágoa em sua voz:
- Espero que nesses dois anos em que o McFLY vai tirar férias, você finalmente se decida e tome uma atitude. E realmente espero que você pela primeira vez na vida pelo menos pense na idéia de se casar comigo.
Eu continuei encarando-o profundamente. Será que ele não podia entender que se separar de realmente estava muito longe de ser uma questão fácil?! Apesar de tudo que havia acontecido, eu jamais deixara de amar ! E, além do mais, eu tinha uma vida sólida com ele. Não poderia simplesmente terminar tudo de uma vez – apesar que nosso casamento andava frio há mais de três meses. Diferente de minha relação com , que jamais esfriara, balançara ou sofrera qualquer alteração. Sempre foi tudo perfeito (na medida do impossível) com . Sem contar em como ficaria, se eu largasse dele para virar a Sra. . Não consigo imaginar uma forma de terminar com ! Eu já disse isso para o , mas geralmente ele não parece me entender; afinal, ele sempre insiste para que eu largue de e passe a ser a noiva dele. Mas seria uma mudança tão brusca e radical, que não sei se eu mesma poderia me adaptar à isso!
Dei um selinho em , e em silêncio me levantei da cama e fui me vestindo aos poucos. por um momento ficou apenas me observando, podia sentir o olhar dele fixo em mim. Quando acabei de me vestir, fui na sala e coloquei meu All Star e peguei minha bolsa. apareceu na sala pouquinho tempo depois, já vestindo uma cueca. Sorri marotamente, e dei uma olhadela pelo corpo dele:
- Hm... Você não deveria andar só de cueca pela casa. Isso pode ter conseqüencias.
- É exatamente o que quero!
riu e me beijou. Eu correspondi ao beijo, me abraçando nele. Parei pouco depois, sorrindo:
- Preciso ir!
Trocamos mais uns beijinhos, e então eu saí de fininho do apartamento de , fechando a porta. Podia sentir meu rosto corado – eu quase sempre ficava assim ao sair do apartamento de .
Entrei no elevador, e estava roendo unhas, quando a porta se abriu e eu me vi novamente no hall de entrada do prédio. O Sr. Gaunt estava lendo um jornal, apenas tirou a sua concentração do jornal para ver quem era, ao me ver sorriu e voltou sua atenção para o jornal. O Sr. Gaunt era um senhor de cerca de 58 anos, com cabelos grisalhos que um dia pareciam ter sido loiros, com uma careca bem no meio da cabeça. Usava geralmente roupas que lembravam as de um policial. Tinha um sorriso bondoso e aguados olhos verdes. Era um pouco gordo, mas nada fora do comum.
Quando entrei no meu carro, liguei o som e coloquei uma música que realmente gostava: I Will Always Love You – Whitney Houston. costumava rir de mim por eu gostar tanto dessa música antiga, mas eu sempre a achara belíssima. Antes de sair da garagem, vi que eram 15:30 e resolvi ligar para , para avisar que iria buscá-la em casa. Afinal, assim não haveriam riscos de desencontros!
Procurei na minha agenda e logo achei o nome de . Não demorou muito e atendeu:
- ?
- Eu. Posso ir te buscar?
- Claro, ! Eu realmente queria que você viesse! Já está a caminho?
- Estou dentro do carro, já estou indo. Tchau, !
- Até mais, .
Desliguei meu celular, abri a bolsa e o guardei, peguei o controle dos portões e a chave do carro, liguei o carro e saí para a chuva que continuava a cair, um pouco mais calma. Ao deixar o prédio, meu celular começou a tocar. Prestando atenção no trânsito, puxei o fecho da minha bolsa, e comecei a procurar energicamente o celular. Logo o achei e dei uma olhadela: era . Abri rapidamente e acionei o viva-voz.
- Amor?
- Oi princesa, já está vindo para casa?
- Não, ainda vou pegar mas logo estarei aí.
- Ahhhh! Mas está bem amor, vou esperar você!
Apurei meus ouvidos. Eu parecia estar ouvindo ao fundo I Will Always Love You (já havia acabado de tocar no carro). Sorri e perguntei:
- , é impressão minha ou você está ouvindo a música da Whitney Houston da qual você já tanto riu de mim por eu adorar e ouvir?
- Não, não! É, eu, hum, está tocando na rádio mas vou mudar de estação.
- Desde quando escuta rádio? Você costuma ouvir só as músicas que gosta!
Eu pude ouví-lo rir. A música parou logo. Ele, ainda num tom de riso disse:
- Hoje resolvi escutar rádio.
- Ah, hoje eu resolvi que vou deixar meu cabelo quase raspado e pintá-lo de verde também!
Nós dois rimos. Me dei por conta que estava quase em frente ao prédio onde e moravam. Ainda rindo disse:
- Bebê, preciso desligar. Estou chegando no apartamento de .
- Está bem, amor, te amo...!
- Também te amo, príncipe.
Sorrindo feito boba estacionei e desliguei o celular. Resolvi ligar para que descesse, afinal, eu não iria sair na chuva se não era preciso...
- , desce aqui.
- OK, estou indo.
desligou o telefone, e em menos de cinco minutos apareceu com um grande guarda-chuva. Abri a porta para ela e entrou sorrindo:
- Olá ! Tudo bem?
- Bem, e você?
O sorriso dela murchou um pouco. Eu dei partida no carro enquanto ela jogava minha bolsa para o banco traseiro.
- Não estou muito bem não. está em casa?
- Sim, , ele há pouco me ligou. Sabe, hoje eu e ele conversamos um pouco...
- E...?
me olhou curiosa. Gostava muito que eu contasse a ela sobre minha vida amorosa, e adorava me dar conselhos. Isso era útil e agradável para mim – afinal, quem não gostaria de ter como conselheira sentimental sua melhor amiga de infância?
- Ele reclamou, como sempre, que estou muito afastada dele e só dou atenção ao meu trabalho.
- E tem razão! Tudo para você é Melissa Prescott! Sinceramente, nessa eu fico no lado de . E nem vem dizer que ele reclamou "como sempre" que você não dá atenção à ele. Quando vocês eram namorados isso não acontecia, e nem logo depois que vocês casaram. Mas desde aquela crise...
- Hey, não precisa me dar sermão! Eu sei que realmente não tenho sido boa com ...
- ...e não tem dado atenção e nem carinho. Olha, é por isso que eu digo que você ainda fica com aquele seu "amigo"! Te conheço desde que tínhamos cinco anos, e sei muito bem que você é muito atenciosa quando está com alguém. Você jamais amou alguém como ama , e sei muito bem disso, não adianta fazer careta – eu ri.
- Hey, eu não estou brincando, , ou você começa a dar atenção a e se ajeita, ou me conta o que está acontecendo!
- Mas você sabe que quando está próximo de lançar um filme, eu fico carregada...
- Desculpas esfarrapadas para cima de mim não, Sra. ! Vocês começaram a namorar para valer uns quatro meses antes de o primeiro filme estreiar, e a relação de vocês não costumava esfriar quando estava próximo do lançamento. Não foi assim antes, e isso não iria mudar agora. Algo em você está diferente, como você mesma bem sabe mas insiste em esconder de mim.
havia cruzado os braços e estava quase bufando. Eu dei uma olhadela à ela e voltei minha direção ao trânsito.
- , liga o som por favor.
Ainda aborrecida, ela perguntou:
- O quer que eu coloque?
- Sei lá, coloca Beatles aí.
- Não, é melhor colocar McFLY.
Rindo, eu olhei para ela:
- Achei que você já houvesse enjoado. E, se queria colocar McFLY, por que me perguntou?
Sorry’s Not Good Enough começou a tocar e se ajeitou novamente no banco.
- Era só para saber se você queria ouvir a banda de seu marido.
- Poxa, mas que saco! Você está insistindo em mim e no desde hoje de manhã!
- , por favor, me ouve. é um sonho de homem. Ele te ama mais que tudo, ele faria qualquer coisa por você. Você era apaixonada por ele, lembra, mesmo antes de poder convidá-los para fazer a trilha sonora do seu filme! E agora que você é casada com ele, não vai dar valor? Eu me casei com porque o amo o tanto o quanto ele me ama e realmente estou disposta a passar o resto da minha vida com ele, por mais que hajam brigas e crises! O amor supera tudo, , e você sabe disso. Quando as crises acabarem, vocês podem estar juntos ou não. Isso depende especialmente de você, porque é você quem está causando esta crise. Eu sei muito bem que não faria nada para te magoar. Vocês são casados há dois anos e os olhos dele ainda brilham à simples menção de seu nome. , dá valor para ele, você sabe que ele deixaria tudo por você...
- Não é tão simples assim, . Você estava certa sobre tudo que falou de , mas... Também há outras coisas em minha vida que me fazem se distanciar de . Entenda, eu estou trabalhando em produção de um livro e de um filme! Sem contar que eu e o ainda fazemos participações no filme, como os pais de Melissa!
mexeu no som e encontrou "The Heart Never Lies".
- , por que você colocou essa música?
- Eu não sei se você se lembra, mas na próxima cena de você e o , vocês terão de se beijar. Cuidado para não magoar .
Meu coração disparou. Eu não lembrava que teria de beijar na próxima cena; e não imaginava como fazer isso sem transparecer nada sobre nós dois. Senti meu rosto corar.
- Ah, ah é? Bom, mas isso é só filme, , não faz sentido ele ficar magoado!
- A proximidade de vocês dois tem aumentado. Só um idiota não perceberia. não está muito feliz com isso.
- Proximidade?
- Não se faça de lesada! Quer dizer, você é lesada, mas agora você está se fazendo. A sua proximidade e de nunca foi tão grande! O que está acontecendo entre vocês dois?
- Hã? Nada! Ele é meu melhor amigo, só isso...
- Seu melhor amigo é !
- Ah, é verdade. Mas também é meu amigo, assim como , assim como você é amiga de ! É tão simples, , para que complicar?
- Para que complicar? Porque todos sabemos muito bem que não tinha uma queda, mas sim um tombo por você!
- Ah, que besteira. Isso foi logo que nos conhecemos e eu nem havia saído com ainda. Hoje é bem diferente. sabe muito bem que sou casada com e ele não tem mais interesse por mim. E eu amo .
Nós já estávamos na garagem de casa. Desliguei o som e nós duas descemos do carro.Entramos em casa pela porta da garagem que dá na cozinha. Tudo parecia silencioso, será que havia saído?
- , querido?
Soltei minha bolsa em cima da mesa e então eu ouvi passos na escada. Olhei pela porta da cozinha e vi , sorrindo e vindo em minha direção.
- Oi amor.
me deu um beijinho e então pareceu ver pela primeira vez.
- Oi , tudo bem?
- Tudo, e contigo, ?
- Também, apesar de que estava com saudade da minha princesa.
me abraçou por trás e pousou sua cabeça em meu ombro. Eu o olhei sorrindo e sussurrei:
- Te amo, bebê.
- Também te amo.
me deu um beijinho, e eu correspondi.
- Ihhh, sobrei. Devo chamar o ?
Eu e olhamos rindo para ela.
- Seria ótimo, porque depois que vocês duas começam a se arrumar e falar não param mais. Pelo menos eu não ia ter de ficar me arrumando sozinho e ouvindo as risadas de vocês.
- Boa idéia! Liga pro , , enquanto eu e você nos arrumamos, os dois se arrumam também. Podemos ir os quatro juntos para a coletiva.
sorriu e concordou com a cabeça. Pegou seu celular na bolsa e ligou para . Voltei a minha atenção para , que ainda estava abraçado em mim. O beijei com carinho. correspondeu, e eu me virei para abraçá-lo, e ficamos nos beijando por um tempo que não sei se foram segundos, minutos... foi parando aos poucos, com beijinhos. Depois de termos parado, nos abraçamos como antes e eu olhei para , sorrindo:
- Ele vai vir?
- Vai sim. Ele disse que logo estará aqui. Deixarei de servir de castiçal pelo menos né!
mostrou a língua e eu sussurrei no ouvido de : "Montinho!". Nós dois fomos correndo para o lado de , que estava atirada na poltrona verde que havia na cozinha.
- Ah, não, vou ser soterrada!
Nós dois pulamos em cima dela, os três rindo muito. Eu, que estava bem cima berrei, como se estivesse a quilometros de mim:
- , TÁ TUDO BEM AÍ?
, com a voz abafada pelos risos disse:
- Não, estou sendo esmagada por duas baleias orcas.
-Hey, eu sou um tubarão e não uma baleia!
E dizendo isso me mordeu na orelha.
- AI! Qual é, não fui quem te chamou de baleia!
- Mas te morder é mais gostoso.
- UIII! Seus safados! Vocês não vêem que sou criança? Guardem suas perversidades para o quarto de vocês!
Rindo, e ainda por cima de e , eu disse:
- Você é uma criança perversa. Nunca vi criança que chega na casa dos amigos com calcinha suja de chantilly!
- Psiiiit!
Eu e descemos de cima de , e começou a rir:
- Hmm, calcinha suja de chantilly? Saiu correndo de casa, é? – E então colocou as mãos na cintura, e de repente fingiu estar muito sério e me olhou. – , pode me explicar por que é que você viu que a calcinha de estava suja de chantilly?
- Quando terminarem de discutir sobre a minha calcinha, me chamem.
pegou uma lixa de unhas e começou a lixar suas unhas. Voltou a se recostar na poltrona verde.
- Uhum, , eu aviso. Bom, é que... Ah , você sabe que eu nunca superei eu e termos terminado nosso namoro!
Corri, segurando o riso e me sentei no colo de , fazendo uma cara bem lésbica. me olhou e mordeu o lábio:
- Você ainda é muito hot, mas tá gorda. Desce do meu colo, vai.
- Eu não.
, rindo, disse:
- Tudo bem, pra ser sincero eu e também temos um caso.
O.o eu e .
- Mas vocês não concordam com isso? Tipo assim, se Cris e começarem a ter um caso, eu ficarei puta da vida!
fez uma voz e pose bem gay. Mexeu nos cabelos com um gesto exagerado. Eu e caímos na gargalhada.
A campainha tocou e piscou os olhos como se estivesse com um cisco neles.
- Ah, meu amor chegou, meninas!
Com isso saiu correndo da cozinha e desapareceu no corredor. Eu e ainda estávamos rindo, e eu desci do colo dela, peguei uma lata de Coca na geladeira.
- Quer também, ?
- Sem dúvidas.
Peguei outra latinha e atirei em . pegou, mas por pouco a latinha não bateu em sua testa.
- Você quer me matar?
- Ai, ai, amor, espera a gente chegar no quarto!
- Ah, eu estou ansiosa!
- Que vozes gays são essas, ?
estava tomando sua coca, e teve um acesso de riso, cuspindo sem querer sua coca pela cozinha. Comecei a rir também, e então apareceram e na porta da cozinha, no colo de , os dois com poses muito gay e trocando olhares "apaixonados". olhou para nós, e deu um beijinho na bochecha de :
- Ah queridas, agora eu vou dar atenção ao meu namorado.
- Acho que vai dar outra coisa para ele.
O.o eu.
- Credo, , você não tem ciúmes?
- Adianta ter?
- Ah eu tenho!
Dizendo isso fui correndo até e e tentei subir no colo de . Resultado: nós três nos embolamos e caímos um por cima do outro no chão do corredor. Bati meu braço no chão com força.
- AIII! Vocês são gooordos, saiam de cima de mim!
levantou, rindo, mas ficou deitado por cima.
- Ah, está tão confortável aqui!
Rindo, girei meu corpo de forma que eu fiquei por cima de . Mostrei a língua para ele e ele fez biquinho.
- Assim não vale!
- Vale sim, bebê.
Beijei ele de leve e levantei do chão. levantou também, com cara de bobo. Eu o olhei rindo:
- Por que essa cara de pateta?
Ele falou numa voz bem vaga, ainda com cara de leso:
- Ahh... você... você me beijou... Uma princesa me beijou...
, rindo, deu um pedala em . voltou ao normal e alisou os cabelos onde havia batido. olhou para :
- A princesa te beijou mas você não virou príncipe! Você ainda é sapooo!
- Não é sapo não! Deixa de ser mau, , ele é príncipe, é meu príncipe.
Abracei e beijei a testa dele com carinho. mostrou a língua para e começou a rir, e eu também. se levantou da poltrona:
- Vamos nos arrumar, ?
- Claro, bem lembrado!
- Espera aí, são quatro e meia e vocês vão se arrumar para saírmos às onze?
- Claro queridos, ou vocês acham que nós demoramos apenas meia hora para nos arrumarmos quando começamos a sair com vocês?
- É, a gente tem que ficar sexy.
- UIII, , eu não estava com essas intenções, mas é uma boa idéia.
- Como assim você não tinha essas intenções?! , você é meu marido! Deixa de ser tapado!
- Ah, ah é. Eu tinha sim, amor.
- Humpf! Vamos , vamos lá.
me puxou pela mão e nós duas subimos as escadas e entramos no quarto que eu e dividíamos. fechou a porta, e eu fui correndo abrir meu closet de vestidos, e colocando todos na minha cama. estava sentada na cama, e foi atingida em cheio por todos os vestidos. Berrou enquanto os afastava de cima dela:
- HEY, EU ESTOU AQUI NA CAMA!
Rindo, eu parei de atirar vestidos nela. Ela já havia se livrado dos vestidos. Peguei um vestido longo, vermelho e decotado e coloquei na frente do meu corpo e fiz uma cara bem sexy:
- , o que você acha? não vai resistir a mim com esse vestido?
- Há, acho mais fácil ele não resistir à você sem o vestido!
Dei um pedala em me fingindo de ofendida:
- Sua pervertida! Eu sou uma mulher muito...
- ...safada e mais perversa que eu!
O.o eu.
- Eu NÃO! Não sou eu que...
- Tá, não apela para a calcinha suja de chantilly de novo, okay? Mas achei realmente legal a idéia de você querer ficar irresístivel para de novo. Tipo, isso faz parecer que vocês não estão tão mal assim. Acho melhor você tentar consertar seus erros, Cris. Para seu própio bem, e óbvio, para o bem de também.
Sentei ao lado de e a abracei. Era incrível como ela, mesmo sem eu dizer nada, sabia o conselho que eu precisava. Sem poder controlar, comecei a chorar. Que diabos eu estava fazendo com ? Traindo ele com um dos melhores amigos dele! E machucando também, afinal, ele falava em casar comigo...
Nós desfazemos o abraço e limpou as minhas lágrimas. Segurou em minhas mãos, fez carinho e falou num tom carinhoso:
- Se você não quiser dizer nada, tudo bem, eu sei que é complicado e é algo realmente íntimo. Não precisa dizer nada, eu estarei aqui para te ajudar, de qualquer forma. Só não quero que vocês continuem dessa forma, entende?
- Claro, ... Bem, eu acho que darei um jeito nisso. Mas não é tão fácil, há laços muito fortes entre eu e o ...
- ?
- CALA A BOCA, !
falou pouco acima de um sussurro:
- Desculpe, é que eu fiquei chocada!
- Ok.
- Faz quanto tempo isso?
- Desde aquela crise... Você sabe.
- Hm... Eu imaginava. O que você pretende fazer?
- Não sei! Ainda estou completamente dividida entre os dois. E você, o que pretende?
pareceu ficar completamente desconcertada e surpresa.
- EU?
- Claro, você me falou hoje de manhã...
- Ahn... É, bom... Eu pretendo me... me separar.
- Hã? Tem certeza? Tipo, vocês mal começaram!
- Mas eu sinto algo diferente por ele, e eu prefiro estar com ele. Talvez seja melhor assim. É cedo demais para que eu tome uma decisão, tenho medo de agir por impulso mas... Também tenho medo de esperar dois anos assim como vocês!
Mordi meu lábio inferior e fiquei apreensiva. Ela tinha razão, dois anos eram muito tempo de indecisão. Muito tempo enganando e magoando. Mas o que é que eu podia fazer? Eu simplesmente não sei quem eu amo mais! ; ; ; . Minha cabeça girava e não encontrava resposta alguma. Afinal, qual dos dois era o melhor para mim? Com qual eu seria mais feliz? Não poderia dizer que não era o , afinal, antes de eu começar a traí-lo ele jamais me magoou. E eu comecei a traí-lo por uma briga extremamente boba! Ah Deus, eu lembro exatamente como foi que tudo começou.
*FLASHBACK*
- Eu não vou sair com você, eu tenho que fazer aquelas fotos! Você sabe que todos os outros do McFLY já fizeram, eu não posso prejudicar a banda pra sair com você! Você sabe que podemos muito bem sair amanhã...
- ! Nós havíamos combinado de jantarmos juntos hoje! Você sequer se lembrou que hoje faz dois meses que estamos casados!
Lágrimas quentes de raiva caíam pelo meu rosto. Ele iria trabalhar e sequer lembrava-se, que há dois meses atrás nós estivemos subindo no altar! A expressão de impaciência rapidamente desapareceu do rosto de e foi substituída por um olhar de 'sinto muito'. Mas eu não estava disposta a aceitar desculpas esfarrapadas.
- Meu amor, me perdoa... É que o McFLY realmente toma muito tempo, e quando eu tenho tempo você está envolvida em seus livros e filmes... Eu simplesmente não tenho como lembrar de datas!
Limpei minhas lágrimas com selvageria e disse:
- Pois pouco me importam suas desculpas esfarrapadas, ! Eu também tenho muito tempo tomado e não passo tanto tempo assim ao seu lado, e por acaso alguma vez me esqueci de alguma data importante para nós dois? NUNCA! Espero que você tenha uma desculpa melhor da próxima vez.
Saí pisando duro do quarto, desci as escadas correndo e chorando, tentando por tudo ignorar os berros de .
- , ME PERDOA! VOLTA AQUI!
Ouvi correndo atrás de mim e apressei meus passos. Eu não daria meu braço a torcer. Quando finalmente conseguiu segurar meu braço, lancei-lhe um olhar bastante frio.
- , não insiste nisso por favor, eu nunca tinha esquecido antes, me perdoa, eu prometo que a gente pode viajar esse fim de semana, e podemos passar um bom tempo juntos, podemos consertar isso. Além do mais você sabe que eu te amo mais que tudo, mas tenho compromisso profissionais assim como você.
Me desvencilhei dele e corri para o carro, e logo que saí na rua peguei meu celular, discando energicamente para , meu melhor amigo. Logo caiu na caixa postal.
- Droga! – Exclamei baixinho. havia saído com ...Resolvi ligar para .
- Alô?
- ! Eu posso te ver?
- Hey, o que aconteceu? Você está bem?
- Não exatamente. Mas não é nada grave.
- Eu estou no meu apartamento. Quer que eu te busque?
- Não, não, eu estou no trânsito.
- Ok, venha logo. Mas tem certeza que está bem para dirigir?
- Estou sim, , obrigada. Até mais.
- Estou te esperando.
Desliguei o telefone e corri para o apartamento de . Ele era meu amigo, talvez eu pudesse achar algum consolo nele...
*FIM DE FLASHBACK*
- Bom, , eu acho que vou com esse vestido mesmo, e você?
- Eu vou com aquele preto ali ó.
apontou para um vestido preto bastante decotado. Eu dei um sorriso fraco e concordei com a cabeça. notou que eu ainda estava cabisbaixa, e ela não estava muito melhor. Nos maquiamos lentamente, rimos de bobagnes banais e depois nos vestimos. Quando vimos já era 23:15. e deveriam estar impacientes.
Eu e descemos, meus sapatos bastante altos vermelhos fizeram um certo barulho na escada, e praticamente no mesmo instante e surgiram no pé da escada, nos esperando e nos olhando deslumbrados. me olhou com um brilho lindo em seus olhos:
- ... Você está linda!
Sorri e senti meu rosto ficar tão vermelho quanto o meu vestido. O que estava acontecendo comigo? Eu era casada com há dois anos, e estava corando como se ainda estivesse começando a sair com ele? Isso era estranho. estava praticamente babando em . Quando chegamos até eles, fomos de mãos dadas com nossos respectivos maridos até o carro. Quando chegamos à coletiva, os costumeiros paparazzi pularam para perto do carro e começaram a disparar flashes em nossa direção. Nossa, que saco. Mas eu sorria, afinal, quem iria querer sair nos sites de fãs com cara de bunda?
Com certa dificuldade, chegamos à plataforma de fotos (?). [N.A./sabe aquele trequinho,tipo uma parede onde os artistas param pra tirar fotos?lá mesmo ;D] Lá, nós sorríamos, eu e ficavamos abraçados, e como sempre, me dava algum beijo de vez em quando. Essa era a parte mais fácil – ficar na frente uma parede, enquanto um monte de gente te fotografa dos pés à cabeça. Eu podia fazer o que quisesse, podia me agarrar com (os paparazzi adorariam!), fazer caretas, dar um master sorriso e etc. Depois de algum tempo fotografando fomos para um camarote, onde já se encontravam e . Meu coração se acelerou quando vi . foi abraçar , e eu me senti muito estranha, com uma enorme pedra no estômago. Os dois homens que me faziam perder o sono estavam ali, se abraçando como irmãos. Fui correndo abraçar , afinal, nada melhor do que o abraço de para qualquer mal-estar meu.
Depois de todos terem se cumprimentado (eu apenas murmurei um tímido 'oi' para ), nós nos acomodamos nos sofás e bebemos um pouco de água. Eu estava sentindo um pouco de calor. Eu e estávamos de mãos dadas. Repentinamente me senti carente e sozinha. Os garotos conversavam e riam, também parecia se divertir. Eu não conseguia me sentir realmente bem, em minutos os meninos sentariam de frente para um monte de gente querendo saber da vida deles, iriam anunciar os dois anos que iriam parar, e com certeza também perguntas sobre a vida pessoal. Ainda bem que eu e estaríamos ainda no camarote – imagine eu ouvindo responder perguntas do tipo: 'Você está namorando?'; 'É verdade que você e mantém um caso?'; 'Você é realmente romântico com as mulheres?'. Era muitíssimo melhor ficar ali com , falando qualquer besteira.
Uma moça com crachá veio chamar:
- Venham para a coletiva, é agora!
Os meninos foram indo e eu e apenas continuamos sentadas. A moça 'do crachá' (espiei e li "Amanda Crouch"), ou seja, a Srta. Crouch nos olhou:
- Venham vocês duas também! Todos estão esperando vocês duas também!
Respirei fundo. Era só o que me faltava – justamente o que eu não queria, era o que estava acontecendo!
se levantou e me puxou pela mão. Fui meio de arrasto até que encontrei com um enorme sorriso e com uma mão estendida para mim. Peguei na mão dele e todos nós fomos até o local da coletiva. Realmente estavam esperando por mim e por – haviam não quatro, mas seis microfones e bancos. Os casais se sentaram lado a lado. E para minha inquietação, sentou-se do outro lado de . Ou seja: estava entre eu e . Coisa mais esquisita, meu marido estar entre eu e meu amante, numa coletiva de imprensa.
Os repórteres conversavam muito. Finalmente se organizaram e um repórter que parecia ter menos de 25 anos perguntou:
- e , como vai o casamento de vocês?
corou, enquanto deu um enorme sorriso:
- Está maravilhoso. Mas acredito que viemos aqui falar principalmente sobre McFLY, certo?
- Ahn, certo. Bem,quais são as novidades sobre o McFLY?
Os meninos trocaram um olhar do tipo 'como-é-que-nós-vamos-dizer-isso-pra-todo-mundo?'. Por fim, tomou coragem e disse:
- Bem, nós temos uma grande notícia sobre McFLY. Receio que não seja exatamente boa, mas necessária.
Uma repórter que mal podia nos ver de tão baixinha, deu um gritinho estridente que fez meus ouvidos arderem:
- O MCFLY ACABOU?
apressou-se a dizer:
- Não, não! É que... Bom, nós vamos tirar umas férias.
Um outro repórter veio com seu gravador para perto de . Os flashes estavam realmente me incomodando.
- E durarão quanto tempo essas férias?
- Dois anos. - disse, e todos pareceram surpresos. Houve uma euforia entre todos:
- E vocês não acham que isso possa afetar a carreira do McFLY?
passou a mão por seus cabelos e disse:
- Acreditamos que possa ocorrer certo afetamento. Mas não grande coisa. Precisamos de uma folga.
- Não temos nem tempo de cuidarmos de nossa vida pessoal. – acrescentou . E então todos voltaram a atenção ao :
- Você continua casado com ?
- Parece. – respondeu , com impaciência, e pegou na minha mão.
- E, , são verdadeiros os boatos de que você e pretendem fugir para a Romênia e lá se casarem?
O.o todos nós. Mas a pergunta que eu mais temia surgiu – eu e , qual era a relação entre nós? Simplesmente odiava essas perguntas invasivas demais! Até porque, algumas tinham um fundo de verdade. E realmente temi que confirmasse. Comecei a suar frio. iria pôr sua amizade com em risco? O meu casamento em risco? Eu sabia muito bem que queria muito que eu e acabássemos. Mas ele não faria um escândalo desses, faria?
Os olhos de cintilaram de uma forma que me doeu ver. E então, com a voz um pouco rouca e um sorriso fraco ele disse, fingindo fazer piada:
- Ah sim, e e também vão se casar por lá.
Respirei aliviada. e caíram na gargalhada, mas riu pouco. Isso era preocupante – sem dúvidas, ele havia ficado intrigado com aquilo. O que eu diria se ele me perguntasse depois? Que era só mais um boato ridículo? Não, talvez não.
- , você e pretendem ter filhos?
deu um sorriso abobado.
- Queremos sim, mas não sei se será em breve.
Um repórter perto de mim, gorducho e moreno, me perguntou, excitado:
- Essas fotos são verdadeiras?
E então me entregou cerca de dez fotos. Meu coração praticamente parou, eu estava paralisada. As fotos mostravam eu e no estacionamento, abraçados, e tinha até uma de quando ele me roubara um beijo, mesmo que eu houvesse dito que não era bom que nos beijássemos ali – mas por sorte, as fotos não eram nítidas e foram tiradas à distância. Fingi achar graça, e disse rindo:
- É óbvio que não. – rindo, porém nervosa, passei as fotos para , que estava do outro lado de . Não pude deixar de notar a expressão de mágoa de . – Olha só, , se eu posso com isso! Até montagens fazem...
deu uma risada rouca e fraca, mas a mágoa estava em seus lindos olhos. Respirei fundo e consegui dar um falso sorriso para os repórteres e fotógrafos que ali estavam. Os flashes quase me cegavam.
Uma repórter de cabelos mal cuidados olhou para , toda pretensiosa:
- Você está namorando, ?
coçou o queixo, e eu me segurei para não beijá-lo. Amava quando ele fazia isso. [N.A./ isso só tem graça com o Jonão *-*]
- Não estou namorando, mas já amo uma pessoa. Ela não me ama. – acrescentou, triste.
- Hummmmm, e quem seria a pessoa?
- Não posso dizer, ela me odiaria se eu dissesse. Mas é uma mulher linda e incrível. A mulher mais perfeita que já conheci.
A garota pareceu desapontada. Mas retomou o pique da conversa:
- Você já compôs alguma música para ela?
- Sim.
- Qual?
- Não é só uma... The Heart Never Lies, The Way You Make Me Feel... [N.A./ mals ae se ficou estranho dizer que seu flyer compôs essas músicas O_O’ ]
- Nossa! Então ela é sua amada e sua musa inspiradora?
- Yeah, talvez mais do que isso.
Eu mal conseguia respirar. Eu sabia muito bem que as músicas citadas haviam sido feitas para mim, havia me dito.
- E o que mais ela seria?
- Você nunca ouviu The Heart Never Lies?
- Não.
- Então por que está aqui nos entrevistando? Você deveria conhecer um pouco mais da banda para nos entrevistar decentemente.
O fotográfo que estava junto dela a cutucou e sussurrou algo pra ela. Ela voltou sua atenção para :
- Ela é sua amante?
Todos se sobressaltaram, inclusive nós que estávamos sendo entrevistados. Porém respondeu, triste:
- Ela é minha amante, sim.
Eu tive vontade de sair correndo para o banheiro e chorar. Chorar até não poder mais, fingir que isso só era um pesadelo. Mas eu estava imóvel como uma pedra. Meu corpo estava completamente rígido. Eu não poderia me mover. Os repórteres ficaram excitadíssmos.
- Quem é ela?
- Não vou falar.
- Por favor, , suas fãs querem saber quem é ela!
- EU NÃO VOU FALAR MAIS DELA! CHEGA!
saiu atirando sua cadeira no chão e limpando as lágrimas. Me segurei ao impulso de ir correndo atrás dele. Seria suspeito demais. Mas era o que eu mais queria fazer. Ao invés disso, recostei minha cabeça no ombro de , que ficou menos tenso depois de eu fazer isso.
olhou preocupado para , que havia entrado no camarim. Em seus olhos haviam compaixão – e obviamente, compreensão. Ele estava passando exatamente pela mesma coisa, mas pelo menos pretendia se separar. E então, num ímpeto de solidariedade com a situação de , anunciou aos presentes:
- Bom, como a principal notícia, motivo dessa coletiva, já foi dada, em consideração ao estado de , estamos dando por encerrada essa coletiva.
Nós fomos se levantando aos poucos, e quando chegamos ao camarim, não estava mais lá. A Srta. Crouch parecia atordoada:
- Gente, o Sr. saiu, ele disse que ia pra casa.
- Tudo bem, nós já sabemos, obrigado. – disse , calmamente. A Srta. Crouch pareceu ficar mais tranqüila.
- , vamos para casa?
- Por quê? você também está mal por um amante?
Eu lancei a ele um olhar cansado.
- Não é hora para brincadeiras, , vamos embora, essa coletiva foi cansativa.
- É, eu também estou indo nessa. – disse .
me olhou, chateado:
- Está bem, vamos embora.
pegou em minha mão, e nós saímos. Uma chuva de paparazzis caiu sobre nós. Eu limitei-me a seguir em frente e entrar no banco de carona do carro. Nós saímos dali, eu fechei os olhos, recostada em meu banco.
- Por que você está assim, ?
- Estou cansada. As perguntas não foram legais.
- Para ser sincero, também não gostei. E o que eram aquelas fotos de você e o ? Eu mal pude vê-las.
- Umas montagens ridículas. – menti eu, cansada.
- Eu quero falar com você quando chegarmos em casa.
- Fala de uma vez, .
- Não, são coisas demais e forte demais para eu falar no trânsito.
- Está bem, você que sabe, . Só não me culpe se eu não tiver paciência de ficar conversando até tarde.
me olhou, parecendo muito magoado:
- Hey, qual é a sua? Nem PACIÊNCIA para mim você não tem mais?!
- Desculpa, amor. Eu estou um pouco estressada, mas eu prometo que vou falar com você.
passou o resto da viagem em silêncio, e eu não tentei mudar isso. Quando finalmente chegamos em casa, eu entrei, tirando minhas sandálias, as deixando no vestíbulo.Subi para o quarto, junto com . Quando chegamos no quarto, ele sentou-se na cama e me olhou:
- Você é a amante do , certo?
E escondeu o rosto nas mãos, soluçando. As lágrimas dele me atingiram com uma intensidade tão grande que foi inexplicável. Mas eu mantive a força.
- Eu não sou a amante do .
- É claro que você não vai admitir...
- Acredite no que você quiser, , mas a partir disso eu posso deixar de acreditar em seu amor!
Tirei meu vestido, as lágrimas encharcando meu rosto. se levantou e me beijou intensamente. Eu correspondi ao beijo molhado por nossas lágrimas. Nós dois suávamos, e estávamos ofegante como se houvéssemos participado da corrida do Sport Relief (?). Ele passou a beijar meu pescoço com vontade, com desejo.
- Me perdoe, amor, me perdoe por desconfiar de seu amor.
Eu não pude agüentar, e chorei mais. [ N.A./ vai chorar assim lá na China! ¬¬’ HSAUHSUASUAS xD ] A única coisa que eu podia fazer era ir para cama com ele e acabar com a saudade de mais de um mês sem nos tocarmos, sem nos amarmos. E foi exatamente o que eu fiz.
Some people fight
Some people fall
Others pretend
They don’t care at all
If you wanna...
- Alô?
- Você está bem, meu amor?
Repentinamente me senti completamente acordada ao ouvir a voz dele.
- Hum, mais ou menos, e você?
- Também. Amo você.
Sussurrei para não acordar :
- Te amo mais que tudo.
desligou e eu larguei meu celular no criado-mudo. Me virei e me abracei em , que dormia como um anjo. Voltei a adormecer.
Já havia se passado uma semana desde aquela coletiva de imprensa. Desde então eu não vira mais , passara a dedicar todo o meu tempo livre à . Mas já era seis da tarde, eu ouvia música, eu não conseguia agüentar a falta que fazia. Peguei minha bolsa e gritei para :
- Vou no set!
- Ok, não volte tarde, amor!
Saí com o carro em alta velocidade, e logo cheguei no apartamento de . Mal acenei para o Sr. Gaunt, e como o elevador não estava no andar, subi correndo as escadas até o apartamento de . Quando cheguei lá, ouvi o barulho da TV. Sorri – ele estava em casa. Revirei minha bolsa e peguei a chave, abrindo a porta.
- Bo...
Uma garota ridícula estava deitada no sofá, com uma calça de ginástica e uma camisetinha minúscula. Me olhou com um sorrisinho pretensioso:
- Oi. O que você quer com o ?
- Não te interessa!
Bati a porta e fui entrando no quarto de . A garota me seguiu:
- Hey, você não pode entrar aí agora.
- Quem você PENSA QUE É, SUA FILHA DA MÃE? Eu vou AONDE EU QUISER E A HORA QUE EU QUISER E VOCÊ NÃO VAI ME IMPEDIR!
Eu fumegava de raiva. Ela, se enchendo de indignação, colocou as mãos na sua feia cintura:
- está NO BANHO.
- Porra, VAI SE FODER, GAROTA!
- EU SOU A NAMORADA DO !
O choque quase fez com que eu perdesse o equilíbrio. Aquela putinha era namorada dele? Qual era a pegadinha? Desembestei pelo quarto em direção ao banheiro, quando ela se meteu na frente da porta, bloqueando a passagem.
- Saia do meu caminho sua puta desgraçada!
Quando vi, havia dado um tapa que estalou feio na cara da garota. Eu fiquei tão chocada o quanto ela. Jamais tinha feito isso na minha vida. Jamais havia brigado por homem, jamais!
A marca de meus dedos estavam na cara da garota. Os olhos dela estavam cheios d’água. saiu do banheiro só de bermudas, e olhou, estupefato, de minha expressão de ódio para as lágrimas da garota idiota. E então me olhou:
- Que diabos você fez?
- ESSA PUTINHA AÍ ESTAVA DIZENDO QUE ERA SUA NAMORADA, , SUA NAMORADA! – eu disse, perdendo o controle totalmente. Esperava que ele me abraçasse e mandasse ela embora, mas ao invés disso estendeu a mão para que ela se levantasse.
- , essa é a , minha namorada, de fato.
Eu olhei nos olhos. Não podia ser. Não, não, NUNCA!
- Galinha, vagabundo!
Saí esbarrando em tudo no apartamento. Não contive as lágrimas. Lágrimas quentes de ódio. Como ele podia fazer uma coisa dessas? Uma NAMORADINHA DAQUELAS! Ela tinha cara de interesseira! Bati a porta do apartamento com estrépido, e fui para o carro de novo, em velocidade alucinante, não prestando atenção em nada. Passava por sinais vermelhos, ultrapassava carros, e soluçava. Soluçava como nunca fizera antes. Maldita !
Quando parei o carro, estava na frente do edifício de . Apertei o interfone do apartamento dele.
- Sim?
- É a .
Imediatamente o portão se abriu. Subi as escadas, e quando cheguei no apartamento dele, ele já estava na porta. Me joguei nos braços dele, soluçando.
- O que houve, pequena? Vem, entra.
De mãos dadas comigo, fechou a porta e me conduziu até a sala de estar, onde eu deitei com a cabeça no colo dele.
- Foi o . – sabia do caso que eu mantinha com o , desde o começo.
- O que ele aprontou?
- . é o nome da maldita namorada dele.
limpou minhas lágrimas e me abraçou.
- Seja forte, Cris. Ele não a ama, com certeza.
- Ele te disse isso?
- Quem ele ama é você, sempre.
Deixei que toda a minha angústia se transformasse em lágrimas quentes e grossas, que caíam queimando meu rosto. Eu já estava mais calma, quando meu celular tocou. Era .
- A...
- Você não esteve no set hoje. Como você me explica isso?
- Mudei de idéia. Estou no apartamento do .
- Ahhh, ah. Tudo bem então. Até mais, te amo.
- Tchau.
Desliguei o telefone, limpando minhas lágrimas.
- Era . Ele ligou para o set e disseram que eu não estive lá.
olhou sério para mim:
- Está a hora de acabar com tudo isso.
O.o
- Acabe, ou com o casamento com e traga toda a verdade a tona, ou termine com o e pare de mentir para o .
- Não tenho escolha. já tem namorada, o máximo que posso fazer é contar a verdade para , o que seria completamente inútil e horrível.
fez carinho no meu rosto, e me olhou nos olhos:
- só quer que você fique com ele. – e beijou minha testa carinhosamente. – Ele terminará com essa tal namoradinha assim que você quiser, ou melhor, assim que se decidir.
- Não, eu não creio. Acho que é melhor eu tomar meu rumo. – dizendo isso, me levantei, coloquei minha bolsa no ombro e sequei minhas lágrimas.
- Seu rumo? O que você quer dizer com isso, exatamente?
- Deixa de ser burro, , eu vou seguir o meu caminho e o que siga o seu. Eu tenho um caminho a seguir ao lado de .
- Caminho? Achei que era casamento. – disse , rindo.
- Ah, você entendeu. – eu ri também. – Obrigada, . Por tudo, tudo.
- Imagine, pequena, qualquer coisa me liga. Prometo não desligar meu celular, mesmo que a venha aqui.
- Está bem. – disse eu, sorrindo, e beijando o rosto dele, saí.
- Hey, espera !
Me virei, já estava entrando no elevador.
- O que foi?
- Quero falar mais uma coisa com você. Vem cá.
Voltei para o apartamento de e ele fechou a porta. Me sentei novamente, e ele me olhou, sério:
- Se não te amasse, por que ele teria ficado naquele estado, na coletiva?
Mordi meu lábio inferior. Eu andava passando tanto tempo com , que sequer parara para pensar nisso.
- Ele falou demais, ! chegou em casa dizendo que eu era a amante do !
- QUÊ? Ah. Ele devia estar brincando... – disse , tranqüilamente.
Eu olhei nos olhos de , e disse com firmeza:
- não estava brincando, você não tem idéia, ele chorou, foi terrível. Nós discutimos um pouco e então ele própio se convenceu de que estava enganado. Ultimamente eu tenho dado atenção apenas ao , e quando não agüento mais ficar sem o ,há uma putinha em meu lugar! Como quer que eu me sinta? Alegre porque supostamente me ama?
Meus olhos arderam, cheio de lágrimas. se aproximou e me olhou nos olhos:
- , você...
Meu celular tocou. Impaciente, eu atendi, com a voz meio fraca:
- Alô!
- , amor, você tá bem?
- OLHA AQUI,VAI CHAMAR AQUELA PUTINHA DA DE AMOR, VIU? E NEM SEI PORQUE VOCÊ PERGUNTA, VOCÊ NÃO SE IMPORTA COMIGO!
Desliguei na cara do e tive vontade de jogar meu celular na parede, como se isso fosse adiantar. nem perguntou – sabia perfeitamente com quem eu havia falado. Meu celular voltou a tocar. não ia desistir tão fácil. Atendi.
- Que diabo, o que você quer, ?
- Quero te ver.
- HAHAHAHA! Boa piada, agora você é um homem com-pro-me-ti-do, você não pode sair com ninguém, viu? Cuidado para não magoar a .
- , por favor, sem joguinhos, você sabe que nós precisamos nos ver.
- Não sei pra quê. – falei secamente.
- Pra conversar,cacete! Olha a situação que estamos! Está tudo inverso! Não podemos continuar nessa.
- Só posso amanhã, hoje vou sair com o .
- Você vai deixar de me ver para sair com o ?
- É óbvio. Ora, você perdeu seu bom senso, ? Por acaso eu vou deixar de sair com o meu marido por causa de um amante galinha? Faça-me o favor! Minha vida não se resume a você, muito menos a seu namoro ridículo com aquela garotinha!
- OK, já entendi. Nos vemos amanhã? – o tom de mágoa na voz de era forte. Haha, bem feito pra ele. Hum, nem tão bem feito assim. Eu amo aquele cachorro. ¬¬’
- Sim, amanhã. Que horas?
- Você pode às 19:00?
- Acho melhor depois da gravação. E espero que você não chegue atrasado.
- Ah, sim. Então depois das gravações nos veremos. Te amo.
- Tchau. – respondi seca,desligando o telefone.
me olhou, sério:
- Você tem gravação amanhã?
- Sim, amanhã é a cena do beijo dos pais da Melissa.
- QUE? CAAARAAAA, VOCÊ E O VÃO SE BEIJAR AMANHÃ!
- Nem me lembra disso, . – fiz uma careta.
- Você ainda o ama.
Suspirei e encarei o .
- Obviamente, amo. Mas não posso continuar vivendo entre mentiras, joguinhos e segredos! Isso machuca demais.
E então, para minha surpresa, estava chorando. Chorando mesmo – várias lágrimas desciam pelo seu rosto.
- , o que houve?
- Você... Tratando o assim... Eu vivo a mesma situação que ele, sabe? E eu sei muito bem que isso é muito mais doloroso em nós.
- Mas ...
- Sabe o que é ver um cara que é seu amigo, falando que quer ter filhos com a mulher que você ama? Já sentiu remorso de abraçar alguém, porque momentos antes a mulher dele havia estado na cama com você? Não né, pra você é mais fácil. Você não precisa ver em revistas e sites o quanto a pessoa que você ama forma um par perfeito com seu amigo, não precisa ver os dois de mãos dadas.
- , o está namorando também!
- Ora, aquilo é um namorinho bobo, não é um casamento como você e o . sabe que te ama muito. Você sabe que nem a ama o nem ele a ama. Você, por mais que não seja tanto, ama o . Isso é muito mais doloroso, sabia?
- Desculpe, , eu não quis ser insensível...
- Ok, sem problemas. Você não saberia se eu não te falasse. Eu sei disso porque a ama o , por mais que seja pouco. – disse , com os olhos rasos d'água.
Num impulso, abracei o , daqueles abraços bem fortes sabe? Daqueles que você dá em seu melhor amigo quando ele precisa de você. correspondeu ao abraço. Se tinha uma coisa que eu amava em , era que ele não tinha vergonha de chorar em minha frente e contar tudo o que sentia. Ele sabia que eu o levaria a sério.
Depois de longos minutos abraçados, os dois se reconfortando mutuamente, nós nos afastamos.
- , eu vou pra casa. Acho que vou jantar fora com o . Obrigada por tudo, fique bem, right?
- Ok, se cuide, , e pense bem em tudo o que você está fazendo. Talvez amanhã seja uma última chance de consertar tudo.
Olhei desconfiada para ele:
- Você sabe de algo, ?
- Nada que não tenha te contado. Isso é só um conselho.
Voltei para casa, ainda triste. Era tão terrível – eu já não era a única do .
Um barulho distante. De novo. Droga, aquele barulho não parava... Cada vez mais alto... Repentinamente acordei. Meu celular berrava. Meio sonolenta, desliguei aquela porra. E então lembrei – puta merda, eu tinha que ir pro set. E eu não estava de bom humor, afinal, eu nunca começo a falar tantos palavrões logo quando acordo. Levantei, dormia como uma pedra.
Pouco tempo depois, eu já estava na rua, ouvindo Beatles e dirigindo devagar, por mais incrível que pareça. Havia tomado um banho frio antes de sair, isso me acalma. Nem estava dirigindo rápido como costumava fazer. Demorei um pouco mais para chegar até o set. Quando finalmente cheguei lá, não fiquei muito bem – de chegada vi conversando com o diretor do filme. Ele usava o jeans dele que eu mais gostava, o all star que eu mais gostava e a camisa que eu mais gostava. Merda, ele sabia que ficava irresístivel assim. Passei reto para o meu camarim.
- Bom dia Sra. . – disse minha maquiadora assim que me viu.
- Bom dia Clearwater...
- Erm, eu sou Walsh.
- Ah sim, sim. Walsh. Vamos começar logo com isso?
- Claro, Sra. . Ah, o Sr. quer falar com a senhora antes de começarem as gravações.
- Hum... Não. Se ele perguntar qualquer coisa, diga que não vai dar tempo, ok?
- Hum... OK.
Me sentei na minha cadeira, e deixei que Walsh me maquiasse e mexesse em meus cabelos. Não conseguia parar de pensar em , e que ele me beijaria de novo em breve, e isso me confortava. É óbvio, provalvemnte o beijo ficaria mais real do que o necessário, mas tudo bem.
Depois de uma hora me maquiando e me produzindo para entrar em cena, lá estava eu, com um robe por cima das roupas, no set, a pequena vila de casas azuis com faixadas brancas. Eu adorava aquela vila. Fiquei apenas observando tudo, enquanto não chegava minha hora de entrar em cena. Eu olhava distraídamente para a casa onde gravaríamos a cena, quando alguém tocou meu braço. Me virei. olhava em meus olhos.
- Fala, .
- Vai almoçar comigo, né?
Precisa fazer essa cara de cachorro abandonado? Não né, , não precisa, eu já estava derretida por você antes de você fazer essa cara. *-*
- Vou, vou sim. – minha voz saiu fraca. – Você tá bem?
- Estou sim, e você?
- Também. Hum...
- Sra. e Sr. , favor comparecer ao set 23 para a gravação da próxima cena.
Nós nos olhamos, e então pegou na minha mão. Eu deixei, e nós fomos de mãos dadas, em silêncio, até o set 23. Foi um momento um tanto único, sei lá. Eu senti como se eu e estivéssemos juntos, ligados mesmo, sabe? Como se nossas mãos selassem um laço muito maior.
Quando chegamos ao set, trocamos mais um olhar, e então eu tirei meu robe, a Walsh soltou meus cabelos (que ficaram com cachos perfeitos), deu uma última retocada na minha maquiagem, e então o diretor disse a mim e ao aonde deveríamos ficar exatamente.
Depois de muitas revisões, a cena começou a ser gravada. A garota que interpretava Melissa entrou no cenário, e sorriu para nós dois.
- Mamãe, papai, está na hora. Vocês podem sair, todos estão esperando vocês.
me olhou com um sorriso enorme. A cena era a festa de 25 anos de casamento dos pais da Melissa. me estendeu o braço, e eu devolvi o sorriso e aceitei o braço. "Melissa" foi na nossa frente e nós dois saímos para o gramado bem cuidado e todo decorado para festa, onde havia um toldo branco e flores e mesinhas com cadeiras... Tudo estava perfeito. Quando aparecemos, as pessoas começaram a aplaudir, e então me beijou... E tudo foi perfeito de novo.
- , a não significa absolutamente nada para mim.
Eu e estávamos esperando nossos pedidos chegarem. Estávamos em um restaurante bom porém pouco movimentado. Eu olhava pela janela. Nós estávamos conversando há pouco tempo. Havíamos saído do set direto para o restaurante.
- Se a não significa abosultamente nada, por que vocês dois estão namorando? Por que você defendeu ela aquele dia?
Eu continuava sem olhá-lo, deixei uma lágrima cair.
- Eu não estou namorando com a . – eu olhei para ele de imediato. – A foi a única garota que eu saí, justamente porque eu fiquei muito abalado depois da coletiva e você simplesmente sumiu. Não atendia ao celular, não retornava ligações nem mensagens na secretária eletrônica. Eu só saí com a Olivia uma vez, e por puro azar você foi lá exatamente no mesmo dia.
- , ainda não posso entender porque você confirmou que ela era sua namorada.
- Ah. – sorriu amargurado. – Eu estava magoado e carente, sentindo sua falta demais, sentindo que precisava de você. Estava mordido, sabe? Resolvi num impulso confimar a mentira dela. Mas logo depois que você saiu eu a mandei embora. Não quero saber da nunca mais em minha vida.
Tive de disfarçar um sorriso. A NÃO É NAMORADA DO ! *----------------------------------------------*
Ou seja, quem o ama ainda sou EU, só eu. *-*
Ainda bem que o garçom chegou com nossos pedidos naquele instante, só assim eu tinha uma desculpa para sorrir. Não queria dar o braço a torcer – não ainda.
Eu comia tranqüilamente, sentia seguidamente o olhar de pousar sobre mim. Almoçamos em silêncio, e quando finalmente terminamos, pagamos a conta e saímos, nos sentamos na beira de um lago, que ficava à menos de 100 metros do restaurante.
- .
- Hum?
- Volta pra mim? Fica só comigo?
Eu olhei para ele. Os olhos dele estavam rasos d'água.
- , eu... eu não sei. Nessa semana em que dediquei minha atenção toda ao , vi o quanto ele me ama. Não sei se pode ser certo eu abandoná-lo...
- Certo? Se é por fazer o certo, também não é certo você continuar com ele sendo que eu te amo muito e que eu quero continuar com você! AH, quer saber ? – se levantou. – Quero que você se decida, de uma vez por todas. Eu ou , clássico e simples.
- Não é tão simples! – disse eu, ficando de pé também.
- Não importa mais! Nada é simples, e se ninguém e exigir eu sei que você continuará com nós dois!
se virou e estava saindo. Eu peguei no braço dele, ele se virou e me olhou.
- Eu vou escolher, está bem?
me beijou intensamente, e então eu pude sentir, sentir que realmente, o era o cara para mim, porque ele sim me fazia...
Flashes e um vozerio excitado. Eu e partimos o beijo – e nos vimos cercados por fotográfos e reportéres. passou um braço ao redor dos meus ombros, e nós dois fomos tentando nos desviar dos repórteres para chegar ao carro. Andávamos de cabeça baixa, abraçados.
- Você e vão se separar?
- Como fica o McFLY depois disso?
Ignorando tudo, entramos no carro do , e então quando finalmente conseguiu passar pelos flashes, ele aumentou a velocidade. Caí no choro.
- Não duvido... Nã... Não duvido que o já saiba de t-tudo!
- Talvez seja melhor assim. Seria muito mais difícil se você tivesse de contar para ele.
- É, eu sei... Mas assim é tão complicado! Quer dizer, não ficará sabendo por mim, e ele me odiará!
- Ninguém pode odiar a mulher que ama. – limpou uma lágrima. – te ama, não vai te odiar. Com certeza vai ficar magoado.Talvez... Ele não te perdoe, er, eu acho.
- Concordo. As chances do me perdoar são mínimas, certo?
- Você quer o perdão de ? Quer uma segunda chance?
- Não sei, , eu ainda estou em choque! Mas com certeza eu quero uma nova chance para decidir tudo!
- Ok. Me liga, tá?
- Uhum.
Nós já havíamos chegado em minha casa. Beijei com carinho o rosto dele e então saí do carro e corri para dentro de casa, antes que qualquer paparazzi viesse para cima de mim. Entrei e bati a porta. Limpei minhas lágrimas.
- Amor? – vinha do corredor. – Tudo bem?
Ele correu até mim quando viu que eu estava limpando as lágrimas. Me segurou pelos ombros e me olhou nos olhos:
- O que foi, amor? Você está bem?
Abracei bem forte. Ele correspondeu ao abraço.
- Eu te amo, , muito, muito mesmo, ok?
- Também te amo, minha pequena, mas o que houve pra te deixar desse jeito?
A TV estava ligada. Merda. Eu estava ferrada.
- A famosa escritora foi flagrada...
se afastou de mim e foi prestar atenção na TV.
- ...hoje à tarde, perto de um lago, numa região um pouco afastada de Londres, beijando-se com o integrante do McFLY, , que por sinal é da mesma banda que seu marido, ...
- EU NÃO POSSO ACREDITAR NISSO, !
me olhou com lágrimas de raiva pelo rosto. Estavam mostrando vídeos do momento em que me beijou. correu até mim e ficou bem próximo:
- Como... Como você pôde? COMO VOCÊ FEZ ISSO COMIGO, ? ME DIZ! Eu cometi algum erro tão grande assim? Tão grande à ponto de te motivar a fazer isso? CREIO QUE NÃO NÉ! Eu... eu nunca faria isso com você! E você fez isso com o , ainda por cima! Como você se sentiria se descobrisse que eu estava mantendo um caso com a ? , você não... Você não me ama! Nosso casamento foi falso, não? FOI TUDO UMA MENTIRA PRA VOCÊ E EU TE AMEI O TEMPO TODO!
Eu e ele soluçávamos. me tomou em seus braços. Eu não fazia nada a não ser olhá-lo e chorar. [N.A./ saco,isso tá ficando muito choroso (?) ¬¬’]
- , eu vi o vídeo, eu sei que é só uma ilusão, mas por favor, me diz que é mentira, que isso tudo não passou de um pesadelo, por favor?
- ... Isso não foi só um pesadelo, eu estou com >! E... eu acho que é melhor eu seguir o meu caminho!
Me desvencilhei de , corri para pegar a chave e estava indo para a garagem. correu atrás de mim:
- ESPERA! NÓS TEMOS QUE RESOLVER ISSO!
Eu me virei e o olhei nos olhos. Eles estavam vermelhos. Os meus não deveriam estar melhores.
- Não, ... – reuni todas as forças que ainda restavam. (?) – Vou seguir meu caminho.
Corri para o carro e saí em máxima velocidade. Estava cega de dor, eu só pisava no acelerador e desviava de carros rapidamente, desrespeitando todas as leis de... Uma dor muito forte tomou conta de mim e eu apaguei completamente.
Meu corpo estava completamente moído de dor. Eu estava deitada, e não sentia força sequer para abrir os olhos. Podia ouvir, não muito longe, sussurros abafados.
- Ela pode ficar bem? Ela vai...
A voz da pareceu me despertar. Fiz um esforço tremendo e abri os olhos. Um clarão branco quase me cegou, fechei-os de novo. Devagar, tentei abrir os olhos de novo. Quando finalmente consegui ficar de olhos abertos, notei o porque de tanto branco – eu estava em um hospital. Olhei ao meu redor. estava sentado em uma poltrona ao lado da minha cama, segurando minha mão, com olheiras fortes e com um ar preocupado e triste. Estava cochilando. Vi se afastar pelo corredor com um médico.
Fiz um carinho na mão do , de leve. Repentinamente ele se acordou, de um pulo, e me olhou. Não conteve a emoção quando me viu olhando para ele:
- ! GENTE, A ACORDOU! – e se aproximando de mim, perguntou. – Você está bem, amor? Como você se sente? Ah, ah...
Ele passou a mão de leve pelo meu rosto, e eu fechei os olhos, deixando uma lágrima cair. Mesmo depois de tudo o que eu fiz, ele estava lá,segurando a minha mão, estava lá comigo. aproximou seu rosto do meu e ficou apenas respirando, nossos narizes se encostando de leve. Nós dois estávamos de olhos fechados, de mãos dadas, apenas sentindo a respiração um do outro. Era o momento mais intenso da minha vida.
Mas nós fomos interrompidos. Logo chegaram e o médico correndo no quarto. se afastou sorrindo, ainda segurando a minha mão.
- Ora ora, a sortuda Sra. acordou.
- O que aconteceu? – me sentia bastante fraca ainda.
- Você sofreu um acidente, levou poucos cortes mas profundos... E perdeu sangue demais. Precisou de uma transfusão sangüínea. Você tem sorte, Sra. . Seu marido tem sangue compatível com o seu, e assim ele pôde salvar sua vida.
Tive vontade de correr e abraçá-lo. Mas como não podia, o puxei pela mão e ele se aproximou, eu o abracei forte.
- Te amo. – eu soluçava. – Te amo verdadeiramente, pra sempre, só você, pra sempre...
- Eu também... Também...
Nós ficamos abraçados ali, por quanto tempo eu não sei. Só nos afastamos quando chegou uma cambada fazendo barulho.
- ! – parecia que ia ter um treco. – Você se recuperou? Já pode ir pra casa? Não ficou nenhuma seqüela, né?
Eu ri fracamente.
- Não, não, . , tudo bem?
- Eu é que te pergunto! , você nos deu um enorme susto!
Eu olhei para e sorri. Ele retribuiu o sorriso, fazendo carinho na minha mão.
- Erm... Você tá melhor?
Eu olhei. Parado na porta, e quase tão abatido o quanto , estava . Eu fiquei paralisada por um momento, mas então respondi:
- Sim, me recuperei. – apertei a mão de , como se isso me desse forças. – Agora, por favor, vocês todos, poderiam me deixar à sós com o por um momento, por favor?
Depois de muitos 'yeahs', 'claro' e 'er... Eu já estava indo mesmo...', finalmente eu e ficamos sozinhos de novo. Eu olhei para , que me encarava:
- , eu quero que me perdoe por todas as bobagens que fiz, pelas mágoas que...
- Shhhhhh. Está tudo bem, amor. Você é a mulher da minha vida e eu seria o cara mais idiota do mundo se te jogasse fora. Minha felicidade é você , eu sei. Quando fiquei sabendo do acidente entrei em desespero. Não posso viver sem você, nunca mais.
Reuni todas as minhas forças, e com dificuldade sentei na cama, e puxei num beijo, o beijei como jamais havia feito. Ele correspondeu da mesma forma.
É, já se passaram cinco anos desde que isso tudo aconteceu. Eu e ? Muito bem casados, obrigada.
se separou do e está casada com o , eles tem gêmeos, ou melhor, dois filhos que são miniaturas do , coisa mais lindinha. Falando em filhos, eu estou com seis meses de gravidez, eu e vamos ter um menino! Ele vai se chamar Junior. *-*
e ? Se juntaram e abriram uma gravadora. anda namorando uma tal de Louise, uma garota sem graça lá, e o não namorou ninguém desde que terminamos. A insiste que ele ainda me ama, mas eu não quero mais me importar com isso.
McFLY? Continua fazendo sucesso. É, os meninos continuam amigos, mesmo depois de tudo. Eles sabem que o amor e amizade são coisas preciosas demais para serem jogadas fora por uma traição! ;D
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