Autora: Gabriela Rodrigues Beta: Juu Revisada por: Brille
Eu olhava todo dia aquela menina que ia sempre ao restaurante, ela sempre ia com seu pai, um homem com feição cansada, mas firme e forte. Nunca vi a mãe dela, será que ela a perdeu?
Bom, não sei, mas eu gostaria de saber, era uma menina de pele branca como a neve, um corpo bonito, cabelos grandes e lisos de cor castanha, um corpo com voltas no lugar certo, era linda, estava sempre sorrindo, e eu?
Eu sempre a olhava; quando ela ia pesar seu prato, apenas falava "oi" e eu respondia; gostaria de saber seu nome, e quando ela ia embora, eu a olhava passar pela porta e só a via no dia seguinte.
Vou falar de mim, sou , ajudo meu pai num restaurante e tenho uma banda chamada McFly, ainda não somos famosos, mas vamos ser.
"Cara, cadê a menina? É hoje que eu falo com ela!". Vi-a entrando.
Criei coragem e falei:
- Err... Oi!
- Oi!
- Tudo bem? - olhei seu prato e vi que comia pouco e a interrompi - Uma menina como você não pode comer pouco!
- Ahh... É que eu lanchei na escola, nem tô com fome!
Ela estava com o rosto inchado e vermelho e, dessa vez, o pai dela não estava com ela.
- Ahh, ei, qual seu nome?
- , prazer e...
- ! Err, meu apelido, posso te chamar de ?
- Pode! Quer almoçar comigo?
- Claro, só um minutinho... ÔÔÔÔ paiêê, eu tô indo almoçar...
- Aff, ele não escutou, mas ok.
- Então, você vem todo dia aqui, eu sempre vi você e seu pai, mas e sua mãe?
- Ah, minha mãe, ela... Ela faleceu há dois anos. - percebi que ela não queria falar sobre isso, mas eu queria ajudá-la.
- O que aconteceu, ?
- Foi um acidente de carro, eu fiquei com alguns arranhões, mas minha mãe entrou em coma, e meu pai ficou um pouco machucado. Eu ficava todos os dias no quarto com ela, ela falava, mas um dia eu resolvi comprar uma caixa de bombons pra ela, era o dia da alta, então eu cheguei ao hospital...
Flashback
- Olá, eu gostaria de ir ao quarto 224.
- Só um minuto, por favor. - A moça da secretaria estava no telefone e eu estava ansiosa pra ver minha mãe se levantando daquela cama!
- Ah, qual seu nome, por favor?
- .
- O doutor está lá no quarto, ele pediu pra te chamar, pode ir lá.
- Obrigada. - Saí depressa, mal podia esperar pra ver minha mãe!
...
Entrei no quarto, vi meu pai ao lado de minha mãe e o médico ao lado também. Estranhei.
- Oi, mãe!- Falei sorrindo, mas logo depois esse sorriso se desfez.
Meu pai e o médico se viraram para mim com um olhar de tristeza imensa, até então entendi, a mulher mais bonita que era uma irmã pra mim havia morrido.
Deixei a caixa de bombons cair sobre o chão gelado e comecei a chorar. "Não pode ser verdade, é claro que é mentira, só pode", eu sussurrava para mim mesma.
- Filha... - meu pai disse me olhando. - Sua mãe estava ótima hoje de manhã, então o doutor me chamou e disse que ela havia piorado, eles tentaram, mas ela não conseguiu.
- Pai... - sussurrei baixinho. - Por favor, não faz isso comigo.
Corri ate minha mãe e a vi ali deitada, com o rosto pálido. Toquei em sua mão delicada: estava gelada. Então era verdade. Deixei meu corpo cair ao lado dela e fiquei lá um tempo deitada olhando para o teto e pensando no nada. Meu pai e o médico saíram do quarto e me deixaram só.
Virei para minha mãe e chorei imensamente, deixando as lágrimas caírem sobre seus olhos fechados e então sussurrei:
- Mãe... Por favor, não faça isso, o que vai ser de mim? - Então apaguei num sono profundo.
Então eu sonhei com minha mãe. No sonho ela dizia que eu devia seguir minha vida e que eu ia ser feliz.
Mas como, sem ela?
End Flashback
- Nossa, , eu sinto muito, muito mesmo. - dei uma olhada nela, ela estava completamente triste, aquilo devia fazê-la mal.
- Tudo bem. Não foi fácil, eu entrei em depressão, não comia, não fazia nada, meu pai se preocupou e me levou no médico. Eu estava com depressão mesmo e, pra me curar, eu tentei não ficar pensando, e tentar seguir o conselho da minha mãe. Foi difícil, mas eu consegui.
- Nossa, olha, eu gostei muito de você, você é muito legal. Hoje é por conta da casa - Sorri
- Ah, brigada, também gostei de muito de você, de agora em diante vou comer aqui - Ela deu uma risada
- Ah, você quer sair comigo hoje? - Perguntei meio tímido
- Quero! Hm, que horas?
- Às 20 horas, nos encontramos aqui na porta do restaurante. Ele vai estar fechado, mas...
- Pode ser, eu preciso ir, e obrigada pelo almoço - Sorri
- De nada, ok então. - Dei um beijo em sua bochecha.
saiu do restaurante com a cabeça voando, como ela nunca reparou nele? Como ele podia ser tão meigo e legal ao mesmo tempo?
Será que ela estava apaixonada pelo garoto do restaurante?
Não sabia, mas tinha que se arrumar!
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- Cadê ele? - sussurrava inquietamente.
- Ahh, tô atrasado, ela nunca mais vai falar comigo.
Até que...
- !
- !
Os dois se trombaram.
- Ai, desculpa, é que eu tava atrasado e não vi. - falava todo embaraçado e se arrumando.
- Eu também até que tava meio atrasada.
a olhou, ela estava realmente linda, com uma blusa estilo japonesa e um jeans, os cabelos soltos, balançando com vento e os olhos castanhos observando-o.
Ele realmente gostava dela, então havia decidido que seria aquela noite em que falaria com a garota dos seus sonhos.
- , preciso te falar uma coisa. - Ele disse atrapalhado.
- Diga - Ela sorriu.
- Desde que você começou a ir ao restaurante eu sempre te observava, então hoje eu decidi falar com você, é que... Eu amo você , eu sempre pensei em você, sempre te olhava e eu descobri que com você eu me sinto feliz ... – estava mais vermelho que uma pimenta.
se assustou, não esperava uma declaração tão fofa. Com sua reação, pensou que ela não o aceitaria.
viu que ele pensou outra coisa, então disse:
- , eu gosto muito de você, muito mesmo, isso porque eu te conheço há menos de 24 horas, mas eu vi que com você eu me sinto segura. Ah, eu também amo você
Então, com um gesto delicado, a puxou para um beijo. correspondeu e, depois de um beijo delicado e cheio de amor, ambos se olharam e sorriram.
Saíram abraçados, passando em frente ao restaurante que trabalhava. Fitaram-no e continuaram a caminhada sem destino, ambos sorrindo. Ninguém percebeu, mas atrás deles surgiu a mãe de olhando-os e sorrindo.
"Era isso, , que ia te fazer feliz", sussurrou e desapareceu, deixando apenas o vento. Por um momento sentiu isso, então olhou para trás e só viu a rua deserta e o vento cantando.
Fim
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Ahhh, segunda fic minha! Espero que gostem, tentei fazer uma história mais detalhada que a primeira!
Ah, se você quiser ler a minha primeira fic, não sei se você vai gostar, mas tudo bem, ela se chama Tears and Rain.