- , se acalma, amiga! Por favor. Isso não vai te fazer bem. – tentava acalmar a amiga que chorava desesperadamente. Elas estavam num pub e a musica estava alta em seus ouvidos; isso fez com que o desespero da garota não fosse notado por muitos.
- Eu não consigo. Eu... Eu o quero de volta. Eu queria não ter feito aquilo, amiga! – encostou-se numa parede e foi escorregando devagar, até estar perfeitamente sentada no chão, com os joelhos na altura do peito.
Para vocês entenderem melhor o que está acontecendo, teremos que voltar um pouco no tempo; não sei exatamente quando, mas era um tempo em que costuma dizer que era feliz e não sabia.
, como todo mundo costuma chamá-la, tinha uma vida que qualquer um pode descrever como 'uma vida simplesmente feliz'. As amigas sempre diziam que ela deveria aproveitar mais a vida boa que ela levava, e com isso elas queriam dizer que ela deveria ficar com o lindo , ou simplesmente , como os amigos o chamavam. Ele a acompanhava até sua casa todas as noites depois da academia e, sim, ele sempre jogou 'indiretas'. Segundo as amigas, ele era 'caidinho' por ela. o via apenas como um bom amigo nada mais. Ela queria ficar com ele, não é como se pudesse colocar a culpa inteiramente nas amigas, que diziam que ela TINHA que ficar com ele. Mas não gostava realmente dele.
Então teve aquela quinta-feira, o dia em que TUDO começou. contava animadamente para sobre o cara que conhecera pela internet; ela dizia que ele era bonito, e que podia até se encontrar com ele algum dia, e isso acabou deixando um pouco sem graça, talvez com pena de si mesmo por não ter tido coragem pra ter chegado nela. Ao perceber o até então amigo meio sem graça, ela se deixou dizer:
- Mas sabe... Eu não daria uma chance a ele. Ele não tem coração. Não quero um cara que não tenha coração. – disse simplesmente dando de ombros. E quase numa atitude impensada, fez um coração com as mãos e colocou sobre o peito. – O que é isso? – ela perguntou inocentemente, não achando que aquilo tinha algo a ver com a conversa.
- Um coração! Eu tenho um, ta vendo? – os olhos dele sempre brilhavam ao falar com ela. A garota achou aquilo 'super fofo' como ela mesma diria. Mais alguns passos e chegaram na porta da casa da garota.
- Bom, , eu tenho que ir agora. A gente não vai se ver pelo resto do fim de semana, ok?
- NÃO! – ele deixou transparecer sua infelicidade e encostou-se à porta da casa da garota, impedindo sua passagem. – Por que não nos veremos?
- Eu não vou pra academia amanhã, tenho que jantar com meus pais; e nós nunca nos vemos no fim de semana. Você não sai, nem eu...
- Ah, é mesmo, mas eu não vou te deixar entrar! – colocou seu lindo sorriso nos lábios, ele não queria deixá-la entrar. Ele não queria ficar 3 dias sem vê-la.
- Ei, eu tenho que entrar, eu to suada, tenho que tomar um banho e ir dormir – ela sorriu. Sabia que o amigo faria isso. Ele sempre fazia. – Eu não posso abrir a porta com você aí, meu bem! – disse ela cômica.
- Tente entrar! – ele a desafiou. sempre soube que a amiga nunca resistiu a um desafio, por menor que ele seja.
Pegou as chaves na bolsa e chegou bem perto do amigo. Como se estivesse o abraçando, ela tentava colocar a chave na fechadura. Sorriu internamente ao ouvir o suspiro do amigo ao tê-la tão perto; , como toda outra garota, gostava de se sentir desejada, principalmente por um cara tão bonito como . "Pena que é tão tímido. Eu pegaria numa boa se ele viesse", pensou ela. sabia que tinha que fazer algo, tinha a garota que sempre quis perigosamente perto e não faria nada? A abraçou com força e sussurrou em seu ouvido: "Está presa! Agora deve pagar pedágio!"
se arrepiou ao ouvir tais palavras sussurradas em seu ouvido por , então resolveu 'brincar' também. "E qual é o preço do pedágio?", ela perguntou em seu ouvido também. "O que você quiser me dar", disse ele, era tímido demais para pedir o que realmente queria: os lábios da garota.
sabia que o amigo era tímido demais, ele não daria conta de chegar nela, então ela tomou a iniciativa. O beijou. Foi um beijo simples, vazio... Sem significado pra ela. Pra ele foi o melhor, afinal... era a garota que ele amava, não é mesmo? Trocaram mais alguns beijos até ela conseguir convencê-lo de que deveria entrar. ligou rápido para suas amigas para contar sobre o ocorrido e estas, por sua vez, vibraram com a amiga e contaram para Jack, amigo virtual de , o que havia acontecido. No outro dia, um relacionamento firme estava formado. NAMORO! "Meu Deus, como chegou nisso?", pensou . Mas ela continuaria, não custava nada, não é?
Duas semanas! Ela Não agüentava mais! Como era pegajoso. Ele disse que sempre tinha que estar relando nela, pois tinha medo dela fugir. "Como eu vou conseguir conviver com isso?", pensava ela desesperada. Decidiu por terminar! Ela não estava feliz! E era egoísta o suficiente para terminar. "Por que continuar, para deixá-lo feliz, se eu mesma não estou feliz?", ela se questionou. E Por fim conseguiu dizer isso a ele. se conteve para não chorar, mas não conseguiu; a garota viu uma lágrima escorrendo pelo seu rosto angelical. Terminou ali. No mesmo lugar que começou, no mesmo dia da semana.
Algum tempo se passou. queria ser ao menos amigo de . Nunca a deixou voltar sozinha da academia. Sempre procurou manter um assunto em comum, para não perderem contato. Ele passou a gostar de coisas que antes condenava, como bandas e estilos literários. Tudo para ficar mais próximo da garota. Vieram as férias e ela iria passar uma semana fora. Ele devia ao menos dizer a ela o que sentia, não é mesmo? Ele precisava tirar aquilo dele! Pensar nela a todo o momento, querer ela de volta, chorar por ela; nada disso era bom.
-. Eu sei que você esta indo viajar e eu não quero estragar isso, mas eu preciso que você saiba que nenhum dia que nós ficamos separados eu deixei de pensar em você. Você é muito especial para mim, desculpa se eu forcei a barra, eu sinto muito mesmo. Bom... Eu só queria que você soubesse isso. – essas foram as palavras dele. Mas como assim só isso? Ele escolheu tanto! Ele treinou tanto pra dizer tudo o que sentia por ela... E tudo o que saiu foi isso? É, o amor nos deixa sem saber o que dizer.
- Hããn... , eu sinto muito, mas... Nada mudou da minha parte. Eu te quero como um amigo, nada mais. Eu estou indo viajar e eu não quero me preocupar com isso por lá, então não quero dizer nada que eu vá me arrepender depois. Sinto muito! – Sim, disse isso. Com essas palavras. Mas que monstro, não é? Sim, um monstro por jogar fora o homem que a deu mais valor.
Ela viajou. Voltou. E ele estava lá! À espera dela, pelo menos como a amiga distante que ela estava sendo. iria viajar de novo dentro de 15 dias. Ela perderia mesmo o grande show da sua banda favorita? Sim, ela perderia, apenas porque sua mãe não a deixou ir sem . Quinze dias se passaram e ela foi passar um tempo na casa de sua tia, em outra cidade. não agüentava mais, na casa de sua tia todos falavam MUITO bem de e muito mal de Jack, isso a deixava muito triste. Dois dias ouvindo eles falarem de Jack, e o clima entre eles estava ficando ruim. Em uma atitude sã, resolveu se afastar de Jack. Disse a ele que precisavam se afastar, ser tão apegada a ele estava sendo ruim pra ela. Ele sempre quis o melhor para a amiga, então a deixou, pensando "Se isso vai fazê-la feliz, eu vou fazê-lo!".
chorou para dar adeus ao amigo. Quem nunca teve uma amizade virtual intensa não pode imaginar o que ela sentiu. Quando ela disse tchau para Jack, ela precisava de alguém pra ajudá-la. Foi quando a chamou. "Oi, você ta bem?", foi o que ele disse. Sentindo-se só, ela conversou com ele e percebeu que ele ainda era o seu mesmo amigo de sempre. Dias se passavam e TODOS os dias e se falavam. Eles se reaproximaram e isso a deixava feliz, mas ao mesmo tempo, confusa. Estava ela gostando dele, do jeito que não gostou quando estavam juntos? Se ela pedisse pra voltar, ele voltaria? A todo momento uma nova pergunta surgia na mente da garota.
O grande dia chegou! O dia do show da banda favorita de ambos. Enquanto estava isolada em um canto de uma festa de vizinhos de sua tia, estava em frente ao palco, esperando a banda Gloria entrar. Motivada pelo trecho de 'Inimigo do Tempo', do Gloria, em que dizia "Não vou mais ficar aqui paralisado pela incerteza, desesperado pela solução". Ela mandou um sms para dizendo: "Eu não quero estragar o seu momento aí no show, mas eu preciso saber! Me quer de volta?"
Ela não recebeu nenhuma resposta, o que a deixou temerosa. Depois de tudo, ele iria querê-la de volta?
No outro dia eles conversaram e ela perguntou o que ele responderia a ela; ele simplesmente disse: "É CLAAROOOO". ficou totalmente sem reação. Ele tinha aceitado? Sim! Ele era o melhor cara do mundo. Mais alguns dias e ela voltou e, no dia 25 de dezembro, eles se viram. Ah, como tinha sentido falta do abraço dele. Mas não teve a oportunidade de provar de seu beijo novamente, ele estava gripado e não queria passar o vírus pra namorada. "Muito meigo da parte dele", pensou a garota.
Duas semanas... Que gripe era essa que nunca passava? Ele ainda não tinha a beijado e perto dos amigos ele era frio com ela. Em algum momento passou sim pela mente de que ele só estava com ela por vingança, mas logo ela espantava esses pensamentos dizendo a si mesma: "Não! Ele é ótimo, não faria isso comigo!". 3 de Janeiro sentiu algo estranho dentro de si. Talvez fosse apenas a saudade começando a bater, já que viajaria no outro dia com a sua família por uma semana. No outro dia, como rotina, ela entrou em seu e-mail; lá havia um e-mail de . Achou que seria algo romântico como: "Eu te amo e vou sentir muito a sua falta". Mas não! O e-mail dizia:
"...
Eu sei que por e-mail não é uma boa forma de falar isso, mas eu preciso terminar.
O problema não é você, e sim, eu.
Eu sinto que eu vou estar enganando você ficando apenas por ficar...
Eu não estou mais sentindo o que eu sentia por você...
Espero que você me entenda e que ainda possamos continuar a ser amigos.
Me desculpa, mas eu não podia continuar assim"
Isso a machucou muito. Como pequenos pedaços de vidro sendo atirados em você em uma velocidade inumana. Como uma ótima covarde, ela correu para pedir ajuda a Jack, que esteve com ela enquanto ela precisou. Ele era um ótimo amigo. tinha em mente que tudo pelo que ela sofria era culpa dela. Ela foi a razão disso.
Os dias se passaram... As semanas também. E a cada vez que saía, ou até mesmo dentro de sua casa, ela ficava sabendo de uma nova namorada ou uma garota que ele estava pegando. A academia? Ela deixou! Não agüentaria vê-lo todos os dias. Dois meses! Dois meses em que ela sofreu por ele. Dois meses em que ela passou a acreditar em "Quando se perde que se dá valor". E dois meses depois dessa decepção, elas voltram ao pub.
- A culpa não foi tua, amiga! – tentava fazer a amiga mudar de idéia. Mas não obteve sucesso.
- Foi! Foi toda minha! Se eu não tivesse terminado da primeira vez, eu não estaria assim. – a garota soluçava sem parar. Encostou a testa nos joelhos, a fim de parar de tentar procurar , que tinha sumido pelo pub com alguma garota.
- O que houve? Por que ela está assim? – A voz que tanto esperou ouvir novamente soou em seus ouvidos, mas ela não ergueu o rosto. Não queria ter certeza de que a voz era apenas uma ilusão.
- Pergunta pra ela o que houve, ! Aliás... Não pergunta! Só olha e vê o que a sua atitude infantil de vingança causou. – ficou revoltada por ele querer tentar ajudar. Mas os olhos dele ficaram perdidos, como se sofresse também.
- Ei, me desculpa! – ele sentou ao lado dela. – Eu não devia ter feito aquilo. Foi estúpido da minha parte, pensar que eu poderia conviver com você triste. – ergueu o rosto. Ele estava mesmo dizendo aquilo?
- Por que está me dizendo isso? Por apenas sentir pena de mim? Não, obrigada! Não preciso da sua pena! Já ouço pessoas demais dizendo que sentem pena de mim. – ela dizia a verdade, mas não podia deixar de notar que ele estava mais lindo que nunca. Um rosto triste, mas ainda sim lindo.
- Não! Eu não tenho pena de você! Eu tenho pena de mim mesmo por ter sido tão criança a ponto de ter feito aquilo. – ele dizia a verdade. Ele sempre a amou. Só achou que dar o troco seria a melhor maneira de fazê-la pagar. Pagar por algo ridículo. quase sentia nojo de si mesmo. – "Porque tu amor para mi és importante". – ele cantou o trecho da musica que ela amava. – Eu te amo. Eu juro! Eu não te farei sofrer de novo! Volta pra mim?
- Não vai me fazer sofrer mesmo? – ela sempre acreditaria nas palavras dele. SEMPRE. Ele acenou com a cabeça, mas sem nenhum pingo de esperanças no olhar. – Eu também te amo – ela disse e deu um leve sorriso ainda com o rosto inchado e vermelho de tanto chorar.
não acreditava no que ouvia. Era a mulher da vida dele, dizendo que o amava, depois de tudo que ele fez. Ele a abraçou; um abraço longo e significativo, onde qualquer palavra estragaria. Depois de tudo isso, eles estavam preparados para enfrentar qualquer outro impasse. Eles se amavam. Tudo o que aconteceu foram apenas atitudes infantis de ambas as partes. Agora, depois dessas lições, eles podiam melhor que ninguém entender o sentimento um do outro.
FIM!
N/a: Bom, minha primeira fic! Sinceramente, não sei o que esperar! Isso realmente aconteceu comigo, só que ao invés da academia, era o cursinho de inglês! Nos víamos duas vezes por semana! E ele não terminou comigo por e-mail, foi por depoimento no orkut. E foram essas mesmas palavras que ele usou! Eu só mudei o nome no script.
Mas eu lamento (ou não) dizer que eu queria que MINHA história tivesse um final feliz como esse. Ele não veio falar comigo no pub. E não, eu não acredito que ele me ame. Mas eu ainda o amo e ainda choro ao ouvir Too Close for Comfort e Point of View. Mas é a vida, né?! Pra quem não gosta... Me perdoa pelo Gloria, mas foi a banda que marcou na nossa relação >.< Comentem se quiserem! @poynter_girl pra quem quiser seguir, e se quiserem tem msn também! poyntergirl.mcfly@hotmail.com beeijo .*