Uma Última Chance
Por Mani Poynter

- if only!

If you believe in what's mean to be;
and you listen to your heart
my love will always find you;
wherever you are!


Um dos dois sempre ama mais. Meu Deus... Quem dera não fosse eu. - .
Não podemos controlar o destino, apenas nossas escolhas. - .

chegou em sua escola e foi direto para sua sala. E lá estava ele, a pessoa mais importante no mundo para ela. O garoto que mais mexia em seu coração, o que mais fazia o mundo parecer perfeito. Mas ele não dizia isso, ele não sentia isso. Ela sabia que pra ele, ela não era tão importante. E talvez ela já estivesse cansada disso, cansada de ser só mais uma. Ela queria ser a única. O que ela não sabia, é que pra ele, ela sempre fora e sempre seria a única.

- Oi meu amor. - o cumprimentou com um selinho em seus lábios. - Chegou cedo hoje.
- Oi . - ele sorriu e a observou sentar-se ao seu lado. - Cheguei sim, lá em casa tudo está uma grande confusão, meus pais não param de brigar. Prefiro ficar na escola mesmo. - triste.
- Sinto muito, bebê. - fez carinho em seu cabelo. - Hoje tenho apresentação de ballet, está lembrado, não?
- Oh, é verdade. - assustado. - Perdão, princesa, hoje eu marquei jogo com os meninos.
- Você não pode simplesmente desmarcar? - sua voz começou a falhar.
- Eles contam comigo. - disse como se fosse algo super normal.
- É, eu também, . - ela sentiu seus olhos marejarem. - É minha apresentação mais importante.
- É só ballet, , não o fim do mundo. - ele riu.
- Não, . Sou eu contra os seus amigos - ela suspirou entristecida. - E só pra variar, você escolheu seus amigos.
- Não precisa desse drama todo. - ele revirou os olhos. - Se é tão importante assim pra você, então eu irei.
- Não prometa o que você não irá cumprir. - ela deixou uma lágrima cair.
- Se você faz tanta questão, , eu irei, pronto, chega! - ele levantou-se nervoso.
- Eu não quero. - ela o olhou e levantou-se também. - Não precisa mais. Bom jogo pra você. - foi em direção a porta.
- Onde você vai? - ele perguntou quando viu que ela iria sair da sala.
- E te interessa? - ela riu irônica.
- Nós temos aula agora. - ele caminhou em sua direção.
- Eu não me importo. - ela suspirou. - Só não posso permanecer no mesmo lugar que você agora.

E então ela saiu, deixando-o ali, parado, sem entender o que estava acontecendo. Oh, seria então o fim daquela relação? Tudo por causa de uma simples briguinha? Tudo por uma porcaria de apresentação de ballet? O que ele não entendia - e provavelmente não iria entender - é que era muito mais que isso. Não era pela apresentação, era pela importância que ele a destinava.

A tarde passou rapidamente. Enquanto estava em sua apresentação de ballet, ele estava jogando futebol com os amigos. Durante sua dança, o procurou na platéia, talvez no fundo acreditasse que ele fosse estar lá, mas não estava. Ela continuou sua dança, porém mais triste, mais desiludida. E ele estava alegre, se divertindo em seu jogo. Mundos opostos, não?

Ele chegou em sua casa e correu para tomar seu banho, estava suado e cansado. Tudo o que queria era deitar na cama e dormir. Chegou ao seu quarto e encontrou sua mãe sentada em sua cama, arrumando seu armário.

- Olá, mãe. - ele deu um beijo em seu rosto e pegou sua toalha atrás da porta.
- Olá, meu filho - dobrando uma blusa e colocando na gaveta. - Pretende sair essa noite com ?
- Não - ele suspirou. - Tivemos uma briga.
- Oh, e por que, meu bem? O que você fez dessa vez? - ela sorriu.
- Por que sempre achas que eu fiz algo errado? - ele a olhou bravo.
- Porque sempre faz - ela riu. - o ama demais para dar alguma mancada.
- Está insinuando que não gosto dela? - perguntou e sentou-se ao lado de sua mãe na cama.
- Não, filho - ela sorriu e dobrou mais uma blusa.
- Eu preferi ir jogar futebol com meus amigos a ir em sua apresentação de ballet. - ele abaixou a cabeça.
- Oh, filho. - ela balançou a cabeça. - Não podia ter adiado?
- Você é minha mãe, supostamente deveria ficar do meu lado.
- Não fico do lado de ninguém, . - passou a mão sobre seus cabelos. - Só que ela é sua namorada, há quatro anos. E você não é mais o garotinho de quatorze anos que ela conheceu, você já tem dezoito anos e vai se formar. Vocês vão pra faculdade e precisa decidir se poderá continuar levando esse namoro, ou permanecerá a magoando.
- Não tenho intenção de a magoar. - suspirou.
- Você a ama, filho? - sua mãe perguntou e ele ergueu cabeça.
- Claro. - respondeu rápido.
- E você já disse a ela?
- Não, mas ela sabe.
- Como ela pode saber se você nunca falou? - sua mãe sorriu. - O que você faria se nunca mais a visse, ?
- Como assim, mãe? - ele a olhou sem entender.
- E se ela fosse embora, ou encontrasse alguém melhor, você poderia viver assim?
- Não, é claro que não. - ele balançou a cabeça.
- Então pegue o telefone, ligue para ela, a chame para sair e diga o que sente. - ela o empurrou, fazendo-o se levantar.
- Valeu, mãe - deu um beijo em seu rosto. - É o que eu vou fazer.
- E compre algo pra ela antes, não me apareça lá de mãos vazias.
- Sim senhora.

Ele então pegou seu telefone e discou o número da namorada. Ela logo atendeu.

- ? - ele falou.
- Oi. - com a voz triste.
- Quer sair comigo, jantar fora? - animado.
- Não tenho vontade, . - suspirou.
- Por favor, princesa. Tenho uma surpresa para você.
- Tudo bem, então - ela riu.
- Eu te busco às 8, ok? - e então desligou o telefone.

Ele olhou o relógio e ainda marcavam 5 horas da tarde. Tomou um banho rápido, colocou uma roupa que sua própria mãe separou e se dirigiu a loja de jóias que ficava em sua rua. Comprou uma linda pulseira para . Com certeza ela iria adorá-la. E então seu namoro estaria perfeito, estaria refeito.

- Me perdoa, princesa - buscou seu olhar, mas ela fugiu.
- Eu não quero. - sem olhá-lo.
- O quê? - sem entender. - Não quer a pulseira? Eu entendo, nós podemos ir juntos na loja e trocamos por uma que você goste.
- Não, . - ela fungou. - Eu não quero continuar. Não posso mais, não agüento. Eu achei que nós fossemos especiais, mas não somos.
- Somos sim. - ele falou rápido e nervoso.
- Jura? - ela chorou mais forte. - Você não me diz nada sobre você, não me diz como se sente e prefere jogar futebol com os amigos a ir me ver na minha apresentação mais importante. Isso é ser especial?
- Você é especial pra mim, . - sentia seu coração na boca. - A pessoa mais especial na minha vida.
- Só que eu não me sinto assim, eu sempre estou em segundo plano na sua vida. E isso machuca. - ela chorou mais ainda. - Muito. - ela levantou-se da cadeira. - E o pior é que eu já estou me acostumando com isso.
- Eu te adoro, . Te adoro mais que tudo na vida. - ele segurou sua mão.
- O problema é esse, . - ela suspirou. - Eu te amo, você só me adora.
- Não, eu te amo, amo sim. - ele parecia desesperado.
- Já é tarde demais pra dizer isso. - olhou pra ele triste. - Não acredito mais. - e andou em direção a porta.

Ele correu atrás dela e se pôs a sua frente.

- Você não pode me deixar. - ele deixou uma lágrima cair.
- Já deixei. - deu um beijo em seu rosto e abriu a porta de um táxi que estava ali parado, em frente ao restaurante.
- Não, , por favor - ele segurou seu braço. - Eu não saberia viver sem ter você.
- Vai ter que aprender. - e então entrou e fechou a porta.

Era o fim. O fim de tudo que tiveram durante quatro anos. Ele se apoiou em um poste e permetiu-se chorar. É aquela velha história, só damos valor quando perdemos. Principalmente quando perdemos de vez, pra sempre. Foi tudo tão rápido. O carro em alta velocidade avançando o sinal vermelho e colidindo com o táxi onde se encontrava. O corpo dela saindo do carro e voando longe. olhando tudo atordoado. Sentindo seu coração parar durante alguns segundos. Ele viu tudo ficar embaçado, não sentiu mais as pernas. E então correu, correu o mais rápido que pode até o corpo de .

- AMOOOOOOOOOOR! - ele berrou e então se ajoelhou ao lado da amada. - Não, não - ele chorava desesperadamente. - Não me deixa, olha pra mim, amor, não vai.

Ela abriu os olhos, parecia extremamente fraca. Ela sorriu um pouco, ele estava ali, e toda sua atenção era só dela. Ela segurou sua mão, enquanto sentia todo seu corpo doer e se contorcer.

- Fica comigo, amor, fica comigo. - fazendo carinho no rosto dela - ALGUÉM CHAME UMA AMBULÂNCIA. - berrando para as pessoas que se formavam em volta. - Certos... Certos... - ele se aproximou para ouvir melhor o que ela falava. E foi tudo em forma de sussurro. - Certos amores a gente leva além da vida. Eu te amo. - e então fechou os olhos, desfalecendo em seus braços.
- Eu te amo, meu amor. Eu te amo, te amo. - ele chorou mais forte ainda.
- Com licença, eu sou médico. - um homem se aproximou. - Deixe-me ver como ela está. - pegou em seu pulso e sua expressão não era das melhores. - Sinto muito.
- Não - ele riu nervoso. - Não, ela não morreu não é mesmo? - levantou-se. - Claro que não, ela não me deixaria assim. NÃO! - olhou pro céu. - O QUE ELA FEZ DE MAL? POR QUE ELA? NÃO É JUSTO, NÃO É JUSTO. ME LEVASSE NO LUGAR DELA, MAS NÃO A ELA. NÃO A , NÃO O MEU AMOR.

Ele não tinha tempo pra ela, e agora ela não estava mais lá pra ele. Ela não ia mais estar sempre ao seu lado. Eles não iam ter mais suas briguinhas infantis. O que seria de sua vida então?

E o que você faria sem o amor de sua vida?

E então a ambulância chegou e levou o corpo de direto para o necrotério. E como ele contaria a todos? Como contaria a família dela? Chorando, desolado, inconformado, ele voltou para casa. Todos já dormiam, tudo que fez então, foi se jogar na cama e chorar mais ainda. O que ele faria agora? Não sabia, não tinha idéia. Não conseguia se imaginar sem , não sem ela.

Acordou no dia seguinte, não tinha forças nem para abrir os olhos. Ficaria ali, não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém. Ele ainda não aceitava. De repente a porta de seu quarto se abre e sua mãe abre todas as janelas.

- Acorde, - descobriu ele. - Vá logo para escola antes que eu e seu pai briguemos de novo.
- Não vou pra escola hoje, mãe - suspirou triste. Tinha que contar para sua mãe.
- Claro que você vai - ela o puxou pela mão. - Não vai querer deixar lá sozinha, não? - sorriu.
- A ... - seus olhos foram invadidos pelas lágrimas. - Ela... Ela...
- Ela acabou de ligar e disse que já está indo pra escola. E eu falei que ia te acordar. - sua mãe continuou arrumando a cama.
- O QUE? - ele perguntou atordoado.
- Você dormiu bem, filho? - sua mãe riu. - Vá, ande, vá tomar banho e depois corra pra escola.

E então ele o fez, ainda não entendia o que estava acontecendo. Como assim, ligou? Ela estava morta. Morreu em seus braços. Entrou na sala e ela não estava lá, suspirou triste, ela realmente estava morta, sua mãe só podia estar delirando. Sentou-se na cadeira onde sempre sentava e olhou a mesa ao lado, a mesa de sua namorada. Ela não estava lá, ela não estaria mais lá. Céus, por quê? Estava com a cabeça abaixada, quando ouviu passos de alguém entrando na sala. A olhou atordoado. Como poderia estar acontecendo?

- Oi meu amor. - ela deu um selinho nele. - Chegou cedo hoje.
- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH! - ele berrou assustado.
- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH - ela levou um susto também. - Qual o problema, ? - ela riu.
então esfregou os olhos. Não podia estar vendo ela ali, falando com ela. Isso era impossível. Só podia ser um sonho, mas era ali, e se fosse um sonho, por favor que não acordasse. Era , sua . Se sentia feliz e ao mesmo tempo assustado, tinha medo e alegria. Não tinha muito controle sobre seus atos. Ela se aproximou dele devagar, mas ele deu um pulo pra trás.
- Calma, bebê - ela falou - Sou eu, sua namorada.
- É você - ele riu inconformado. - Você.
- Isso - ela foi caminhando devagar até ele. - Vou me aproximar, ok ?

E então ela parou em sua frente.

- Agora eu vou te abraçar, ok? - e ela o fez.

No começo ele ficou parado, mas depois a abraçou com força. Ela estava realmente ali. Não podia acreditar. Era ali, o abraçando, viva. Ele tremia.

- Tá tudo bem, amor? - ela perguntou depois que o soltou.
- T-t-ta, eu acho. - ele respondeu.
- Quem deveria estar nervosa aqui sou eu. - ela riu. - Hoje é o dia da minha apresentação de ballet, está lembrado, não?
- Sua apresentação de ballet? - ele riu. - Claro, sua apresentação de ballet, sua apresentação mais importante.
- Isso - ela o olhou sem entender. - Você vai né?
- Eu, eu marquei jogo hoje com os meninos. - ele respondeu.
- Você não pode simplesmente desmarcar? - sua voz começou a falhar.
- Posso. - respondeu rápido. - Claro que posso.
- Obrigada, meu amor - ela o abraçou e deu um selinho. - Você tá estranho. - ela riu.
- Impressão, princesa. - suspirou. - Só impressão.

Estava tudo acontecendo de novo, tudo que ele já havia visto. Ou ele era vidente, o que era pouco provável, quase impossível, ou tudo havia sido um sonho.

Mas era uma nova chance, uma oportunidade de fazer tudo diferente, de mostrar pra ela tudo o que sentia. O que você faria se tivesse um dia para consertar tudo de errado que fez? E se você tivesse um dia pra mudar o destino?

- . - ele segurou seu rosto com as duas mãos. - Eu sei que essa apresentação é muito importante pra você, mas passe o dia comigo, só eu e você, mais ninguém.

- Você quer que eu não vá pra apresentação? - ela sorriu sem entender.
- Sim, amor. Fique comigo, vamos sair da escola, vamos passear, vamos ficar juntos o dia todo. - deu um selinho nela. - Por favor, diga que sim, princesa.
- Nós temos aula agora. - ela sorriu.
- Eu não me importo, só preciso ficar em outro lugar, com você. - ainda acariciando seu rosto.
- Pode me explicar por que esse comportamento? - ela riu.
- Eu sonhei, sonhei com isso, com esse dia. - ele respondeu atônito.
- Às vezes eu também tenho sensações de déjà-vu. - sorriu. - É normal.
- Não, não é déjà-vu. Eu sei o que vai acontecer, tudo.
- O que você sonhou, afinal? - ela riu, estava assustada com aquele comportamento do namorado.
- Foi.... - ele a olhou nos olhos. - Foi horrível.
- Ok, sejamos racionais. - ela sorriu. - No sonho, o que acontecia?
- Nós brigávamos - ela o olhou confusa. - Porque eu dizia que ia pro jogo e não iria para sua apresentação.
- É, realmente eu iria brigar com você se dissesse isso agora. - ela riu. - E então?
- Então você saía da sala e falava que não podia ficar no mesmo lugar que eu. Eu ficava aqui, assistia a aula e depois ia pro jogo.
- Ok, mas olhe, nós não estamos brigando, estamos bem. - apertou o nariz dele. - Tá tudo bem, bebê. Você só deve ter tido uma má noite de sono.
- Já sonhou e no outro dia tudo pareceu muito familiar? - ele perguntou a ela.
- Claro que sim, e acho que devemos prestar atenção aos sonhos, eles sempre servem para nos dar recados. - ela sorriu. - Tá mais calmo, agora?
- Diga que vai passar o dia comigo, por favor? - a olhou triste.
- Tudo bem, eu passo. - ela riu. - Vamos sair daqui antes que o professor chegue e não possamos mais ir. - ela o puxou para fora da sala.

E então eles saíram da escola, caminhavam de mãos dadas na rua. Ela colocou o pé na rua, para atravessar, mas ele a puxou rápido para a calçada novamente.

- Ok, explica isso. - ela riu e olhou pra ele.
- Achei que você estava indo rápido demais. - sorriu sem jeito. - Agora o sinal fechou, podemos atravessar - e assim o fizeram.
- Aonde nós iremos, então? - ela sorriu.
- A casa de campo da família. - ele respondeu sorrindo enquanto entrava na rodoviária.
- Mas , isso fica no interior. - ela riu. O que estava acontecendo?
- Eu sei. - ele disse e foi comprar os bilhetes deles.

Alguns minutos depois, eles estavam sentando dentro de um trem, rumo a casa de campo dele. Estavam de mãos dadas, e ele - a todo momento - fazia questão de demonstrar carinho.

Chegaram e caminharam até lá. O caseiro os cumprimentou e abriu tudo para eles. Aquela casa era tão aconchegante. sorriu, nada podia ser tão perfeito. Mas o que ele queria com ela ali? O que deveria acontecer agora? Ele acendeu algumas velas que tinham no balcão, deixando tudo com um ar mais romântico.

- E então, por que viemos aqui? - perguntou enquanto sentava no sofá.
- Eu queria conversar com você - ele sentou-se ao lado dela.
- E precisávamos vir até aqui pra isso? - ela riu divertida.
- Eu queria que você soubesse o quanto é importante para mim. - ele fez carinho em sua mão. - E que eu sempre terei tempo pra você.
- Bebê - ela deu um selinho nele. - Eu sei disso, ok?
- Mas eu quero que você acredite, de verdade. - suspirou.
- Eu acredito, mesmo. - sorriu.

Ele então a beijou. A beijou como nunca havia feito antes. Abaixou a alça de sua blusa, e logo eles estavam deitados, nus, abraçados, depois de terem se amado, depois de terem se entregado um ao outro, de corpo e espírito.

- Eu te amo. - falou com receio.

Ele a olhou durante alguns segundos.

- Eu também te amo. - ela abriu um sorriso. - Muito. - respondeu.
- Obrigada. - ela o abraçou mais forte e cobriu-se mais com o lençol. - Eu realmente precisava ouvir isso.

Eles ficaram mais um tempo ali deitados, curtindo. Depois voltaram para L.A. e a levou a um lugar. A roda-gigante da cidade.

- Amor, eu não vou entrar aí. - ela falou quando viu onde estavam.
- Você sempre quis vir aqui. - ele riu e entregou os tickets para o moço ali parado e entraram na cabine.
- É. - ela olhou aquilo começar a se movimentar. - E sabe por que eu nunca vim? Medo de altura.
- Tá tudo bem. - ele a abraçou por trás. - Isso não vai cair, nem coisas do tipo. - ele riu.
- Isso não tem graça. - o apertando com força. Ela olhou para baixo, já estava no topo. E para melhorar, um lindo pôr-do-sol. - Meu Deus, L.A. é linda daqui de cima.
- Eu sabia que você iria adorar. - ele riu. - Eu te amo, . Mais do que você possa imaginar.
- Eu também, , muito mais do que tudo nessa vida. - ela sorriu, falando aquilo mais um vez naquele dia. Estava estranhando ele tão carinhoso, mas estava adorando. Aquele com certeza era o dia mais feliz de sua vida.

Após a roda gigante, ele a levou até o restaurante, aquele restaurante onde tiveram a briga "ontem". Ele precisava mudar isso. Dessa vez o jantar ia acabar perfeitamente bem. Eles entraram e sentaram naquela mesma mesa. Ele sorriu e ela fez o mesmo.

- Obrigada pelo dia de hoje. - ela sorriu contente. - Foi o melhor dia de minha vida.
- Não, princesa. - ele segurou a mão dela. - Obrigado você. Eu sempre te amei, desde o dia que te conheci, mas nunca me permiti sentir isso, só hoje. E hoje, você me ensinou muita coisa e pelo o que aprendi hoje, minhas escolhas foram diferentes. Sabe , eu não posso mudar o destino, mas eu pude mudar minhas escolhas. Se não fosse por hoje, se não fosse por você, eu nunca teria conhecido o amor. Obrigado por ter sido a pessoa que me ensinou a amar e a ser amado.
- Ouun, bebê. - ela deu um selinho nele. - Obrigada.
- Isso é pra você. - ele entregou um pacote pra ela e ela o abriu.
- Oh, , é linda. - uma pulseira com um pingente enorme de coração.
- É um coração - ele apontou para o pingente. - Meu coração. E agora ele é seu.
- Eu te amo, tanto. - com os olhos marejados.
- , se você só tivesse mais um dia de vida, o que você faria? - ele perguntou.
- A resposta é simples e ridícula, passaria o dia com você. - ela sorriu e ele beijou sua mão.
- Eu tenho medo da morte, medo de não ficar tempo suficiente com você, medo de não te amar o suficiente. - seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Onde quer que eu esteja, eu saberei que você me ama. A morte não coloca fim ao amor. - sorriu.
- Você acha? - deixou uma lágrima cair.
- Eu tenho certeza. - beijou seus lábios.

Ficaram mais algumas horas no restaurante, mas já começava a ficar tarde e alegou que precisava ir para casa ou seus pais chamariam a polícia. Disse isso meio a risos, mas estava longe demais para prestar atenção. O fim daquela noite o assombrava. E se acontecesse o que aconteceu em seu suposto "sonho". E se ela se fosse, pra sempre? Não, não poderia viver sem a única garota que amava no mundo. Ela chamou um táxi e entrou, sorriu pra ele que estava parado em frente a porta do táxi.

- Você vem, bebê? - ela perguntou já sentada.
- Com certeza. - disse entrando e fechando a porta.

Ali não era só ele entrando no táxi, era ele disposto a passar tudo ao lado dela, era ele dando sua vida por ela, pela dela.
Foi tudo tão rápido. O carro em alta velocidade avançando o sinal vermelho e colidindo com o táxi que eles estavam. O corpo dos dois namorados voando longe. As pessoas que se formaram ao seu redor. A ambulância chegando e levando eles para o hospital. Foi tudo tão rápido, foi tudo tão triste.

http://www.youtube.com/watch?v=dNZDIPvSLMg

abriu os olhos e o fechou rapidamente quando sentiu aquela luz branca invadi-los. Piscou algumas vezes, tentando se acostumar com a claridade. Olhou ao seu redor e se viu em um hospital, sentada a seu lado, sua mãe. Foi então que se lembrou de tudo que ocorrera na noite passada. Procurou por , mas não o encontrou.

- está em que quarto, mamãe? - perguntou, fazendo a despertar.
- Filha - ela passou sua mão por meu rosto. - Que bom que acordou.
- Sim mãe, onde está ? - perguntou novamente, começando a ficar nervosa.
- Meu bem... ... - seus olhos encheram-se de lágrimas.
- Ele se foi, não? - deixou uma lágrima cair e depois muitas outras.

Sua mãe apenas assentiu com a cabeça e sentiu seu mundo parar de girar.

- Sabe, mãe - fungou forte. - Ele tentou me avisar, tantas vezes naquele dia. Ele morreu por mim, no meu lugar. - chorou desesperada. - Era pra eu ter morrido e ele não me deixou, ele me fez ter o dia mais feliz da minha vida. Ele finalmente disse que me amava. E me agradeceu por amá-lo, o que ele não sabe é que amá-lo foi tão fácil. - ela falava em forma de sussurro. - Mas o nosso amor não acaba aqui, pois no verdadeiro amor, nem a morte põe um fim.

'Três anos se passaram. Estou acabando a faculdade. Às vezes, antes de dormir, olhando as estrelas, fecho os olhos e lembro dele. De como ele me fez feliz quando estivemos juntos. A dor de perdê-lo nunca irá ser superada. Mas de algum jeito misericordioso, a ferida diminui. E eu começo a me conformar, depois de tanto tempo. Me conformo de não tê-lo, não senti-lo, não beijá-lo. Porque eu sei - tenho certeza - que onde quer que ele esteja, ele espera por mim, me amando, assim como eu ainda o amo. O amor não acaba, nós só nos distanciamos, mas iremos nos encontrar novamente e nos amar como sempre. O amor não acaba com o tempo, não importa o que digam. O tempo não existe pra quem ama. E se posso - e devo - dar um conselho pra você, seria: APENAS AME!'

Essa não é uma história com um final feliz, apenas com um final.

FIM
 

C/A: Girls, gostaram? É uma adaptação do filme If Only (Antes que termine o dia) - Lindo, lindo lindo. Recomendo vocês a assistirem. bom, comentem sim? bye bye

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