Um Começo de Um Final.

Por: Lolly.
Script e betagem: Biia.



- Tia? – chamei minha tia.
- Fala, menina de Deus. Pra que gritar? Relaxa, você ta em Los Angeles – Tia Marty respondeu.
- Eu to levando a Bel pra dar uma volta, volto lá pelas cinco horas.
- Quatro – responde minha tia com os olhos totalmente abertos com cara de ‘por que tão tarde?’.
- Cinco horas e ponto – falo. “Na verdade nem eu sei por que tão tarde”, penso.
- Três horas. E se falar cinco horas de novo, volta às duas.
- Tá, as quatro eu volto.
Saí de casa rapidamente antes que minha tia gritasse daqui três minutos volta para casa.
- Ammy... Às três horas e não se fala mais nisso – disse minha tia.
- Vem, Bel – pego a Bel, o iPod e a bolsa que levo lencinho, sacola e outras coisas da Bel.
- Meu Deus, que saudades dos meus pais – penso alto. – Eles eram chatos, mas chato, ta sendo viver aqui, minha cidade brega não acontece nada de interessante.
Mentira, não é brega. É muito linda!
- Bel! – gritei. – Não faz cocô aí! Que saco você vai me obrigar a ajoelhar pra pegar esse cocô, é? – a olhei e ela faz uma carinha e respondi – É, to vendo que sim.
Ao me abaixar dou de cara com um cachorrinho, tipo, muito grandinho, parecido com aquele do Nick Jonas. Sabe aquele fofão lindo? Então, esse mesmo.
- Ah, agora vai me dizer que o nome dele é Elvis também – eu falei isso alto acho que deu pra ouvir eu “falando alto” (lê-se: berrando) lá do Brasil.
- Mas o nome dele é Elvis – disse alguém que segurou o tal do Elvis com a voz firme.
- Sei, e eu tenho um pai chamado Marquito – e dei risada. ‘Foi a piada mais idiota que já fiz. E se o nome do cachorro for mesmo Elvis por que o cara é fã dos Jonas?’, pensei.
Depois de pensar, percebi que reconheci aquela voz eu já tinha ouvido em vídeos na época que era fanática por Jonas Brothers, e dei dois passos pra trás e virei o rosto bem devagar e abaixei os óculos de sol, tirei os fones de ouvido.
- Meu Deus! Você é muito mais gostoso pessoalmente do que nas fotos! - Cara o que eu falei? Sim, eu surtei. Era o cara que eu sempre quis ver na minha vida e eu falei isso.
Levantei o óculos e coloquei um lado só do fone de ouvido; tava muito alto o iPod e ainda tava ouvindo ‘Please Be Mine’ em versão “CD Nicholas Jonas”. Queria ser um avestruz e enfiar minha cara dentro do chão.
- Nossa, que medo. É, sou eu o Nicholas Jonas, sabe? Aquele que canta essa música que você ta ouvindo – ele diz e da uma risada, melhor uma gargalhada, nada forçada.
- Não precisa da risada forçada. Já paguei todo o mico mesmo, e não vou ser sem educação – ‘além de débil mental’, penso e volto a falar: - Ammy Hogan, prazer – digo toda vermelha e ainda a minha cachorra tava fazendo xixi. Meu Deus, ela é fofa mais é burra.
- Ah, sim – ele estendeu a mão. – Você já sabe o meu nome, Nick Jonas, você mora aqui?
- Sim, moro naquela casa azul – aponto pra minha casa. – Viu?
- Vi, sim. Eu moro aqui perto também, na casa branca, ali – e ele apontou, também, pra casa dele.
- Jura que você é... tipo... meu vizinho? – fiquei espantada e meus olhos arregalaram. – Nossa, eu que to com medo agora. Nunca te vi aqui.
- É que estou morando mais em hotéis que dentro da minha própria casa – ele segurou o “cachorrinho” dele. Eu dou aquela gargalhada da piada que não teve graça; dá um desconto, estava nervosa.
- Que horas são? – perguntei.
- São 2h47m, por quê?
- Meu Deus, já? – limpei a bunda da Bel com papel umedecido.
- Deus não vai te responder! Eu respondo: Já, já são duas e quarenta e sete. Melhor ainda. E nossa você limpa a bunda da sua cachorra?
- Sim, eu sempre levo dentro da sacola pra caso ela fazer cocô eu limpo, pra ela não fica com assadura, sabe?
- Já vai mesmo? – ele falou me abraçando, eu quase fiz xixi nas calças.
- Sim, Jonas. Me dá um beijo que eu to indo – o que eu falei?
- Você quer aonde? – Meu Deus, ele disse isso. Vou responder na bunda.
- Na bun... Na bochecha. Mais tarde, quem sabe amanhã, aqui dez pras dez da noite, ali naquele banquinho - apontei pra um banquinho que tem no meio da praça – ou pode ser em outro lugar? Você que sabe! – eu repito... Eu falei isso?
- Wow! – ele abre a boca, mas não é pouco não é tipo muito. – Sim, pode ser. Você ta com sorte, amanhã é entrevista às quatro horas e eu to livre as seis até até amanhã. – Ele me deu um beijo no rosto. Virei com a Bel e saiu uma lagrima do meu olho [não da bunda ¬¬’]. A única vez que eu o vi foi no incrível show dos Jonas Brothers no Brasil. Depois disso eu tive que excluir qualquer coisa que tinha relacionado a Jonas Brothers pra poder passar de ano e vim morar com a tia Marty. O que me sobrou foram seus CDs, pôsteres, revistas do Brasil e o ingresso do show. Eu não tava acreditando que eu marquei um encontro com Nicholas Jerry Jonas, sem fazer xixi nas calças e o Elvis tarando a Bel. Nossa, lindo!
- AMY, NÓS COMBINAMOS TRÊS HORAS E QUE HORAS SÃO? – disse minha tia toda brava certa é ela e errada também,
- Falta exatamente um minuto pras três – minha tia começou a falar. A deixei falando sozinha e subi com a Bel. A deixei no seu canto e pego o notebook. Tento achar uma foto do Nick pra poder imprimir; imprimo a foto fico olhando aquela cara de bebê até as cinco horas e não paro de chorar. Acabei caindo no sono.
Quando acordo já são onze horas da manhã e dou graças que é férias de verão. Desci com a roupa que tava no dia anterior e com a cara inchada.
- Meu Deus, querida, ta tudo bem? Passou mal? Conte tudo pra mim. Você sabe que eu não contarei pra sua mãe. Eu sou sua única amiga aqui, pode contar comigo – minha tia estava quase tendo outro filho.
- Nada, só que eu vou sair com meu ídolo essa noite – minha tia ficou boquiaberta, e eu expliquei tudo a ela.
Depois de tudo, subi e tomei banho. O tempo não estava passando nadinha rápido e eu nem deixei meu número ou e-mail com ele nem ele comigo. Será que ele gosta de mim ou só sou uma brasileira gostosa na mão dele? Ele nem sabe que sou brasileira... O que eu estou falando? Escutei uma pedra batendo na minha janela.
- Oi. O que é isso? Que falta de educação! Vai atacar pedra no furo de baixo – eu disse gritando.
- Você é Ammy? – um menininho diz.
- Sim, e você? – digo com uma sobrancelha levantada.
- Eu sou o carteiro daqui do bairro. O moço da casa branca ali deixou comigo uma carta, mas só pude te entregar agora porque eu tenho um trabalho e vivo disso – ele disse pegando a carta da sacola vermelha.
- Sim, sim, tanto faz – disse coçando a cabeça – já estou descendo.
Desci e peguei a carta.
Oi, Ammy gata. Eu nem deixei meu número com você.
Celular: 748-8887
Me ligue às seis horas. São sete horas da manhã e eu to dando a carta para o Senhor Pedro, te entregar. Por favor, não esqueça de me ligar...
Nick Jonas

Nem esperei o homem sair e já li a carta nem agradeci e fechei a porta. Desci até o chão e comecei a chorar. Não sou chorona, mas vai um Jonas, topa pra sair com você, vê se você não vai fica emotiva, cheia de alegria, e sem reação. Olhei no relógio e eram cinco e cinqüenta e sete; os três minutos mais importantes da minha vida não passavam, eu ia ter um treco.
- LINDO – eu gritei. – Eu aqui sentada nesse sofá, assistindo Ellen e cadê que esse tempo passa? Me diga, tia Marty, POR QUE NÃO PASSA?
- Você está surtada da cabeça? Olha para o relógio – minha tia disse. Pegou o telefone e jogou pra mim.
- É agora ou nunca, Nick? O que você quer? – fui ignorante. Estava nervosa.
Depois de cinqüenta minutos com ele no telefone, falando de tudo, ele falou pra mim levar pipoca de microondas e uma manta - não estava frio, mas as nove e pouco sempre tem aquele vento. Eu não entendi nada e continuei vendo o programa reprisado da Ellen que tava no fim, e adivinha qual era? Um reprise dos Jonas falando de sua vida pessoal e dos boatos chamados ‘Selena’, ‘Miley’ e ‘Taylor’. Eu estava adorando isso que até mudei de canal pra não perder.
Fiquei vendo qualquer coisa na tevê até dar oito horas; me troquei e percebi que estava atrasada. Peguei a manta, a pipoca, meu celular, o notebook e o iPod, e ah, claro! O meu bebê; não, não é a Bel, é a maquina digital. Pra que isso tudo? Porque eu sou feliz.
Cheguei e só vi flashs na minha cara. Peguei o telefone; era o horário que o Nick deveria estar aqui.
- Presidente? Fica quieto, é a Ammy, por favor, não vem pra cá tem paparazzi. Eu vou fazer pose, pode? Sério, não vem pra cá. Vou pra casa, espero uns cinco minutos e quando tiver saindo de casa te ligo. ‘Te Amo’ – disse a ele, peguei a bolsa, a manta e a pipoca, é tive que fazer outra. O TE AMO falei em português ele falo TAMBÉM ele sabe o que eu disse. – Nick, to saindo de casa, pra que, TA, TA eu vou – eu disse virando a cabeça para um lado e para o outro.
- Oi – disse ele vindo atrás de uma árvore.
- Que medo, cara.
- Vem aqui – ele disse segurando na minha mão.
- Por que a gente ta entrando no seu carro? – eu disse meio que assustada.
- Entra e fica quieta.
- Ok!
A gente comeu a pipoca, conversamos sobre tudo mesmo. Parecia que a gente se conhecia desde pequenos. Do nada ficou o silêncio entre nós; foi estranho porque a gente não parava de falar. Pra quebrar o gelo, falei:
- Nossa, nunca imaginei que a primeira pessoa que ia conhecer em Los Angeles fosse você. Na escola só tem meninas metidinhas e fãs de Jonas Brothers, não que eu não seja, mas elas têm tudo de vocês eu só tenho uns 50 pôsteres do Brasil e uns 21 que comprei na Disney e todos seus CDs, pelo menos isso – dou uma risada e vejo que ele não ta gostando nada que eu estou falando. - Falei alguma besteira? Se falei, desculpa.
- Não, não falou. Só não esperava que eu fosse ficar com uma garota do Brasil e minha fã – ele disse com cara de safado.
- Ficar? Como assim? – eu disse, quando ele pegou no meu pescoço. Eu tremia e ele me beijou; estava soltando fogos em volta da minha cabeça, estava tocando músicas de natal e eu não entendia nada. Ele parou de me beijar e disse:
- Agora eu tenho que falar uma coisa: vou entrar em turnê. Não querendo ser metido, eu sei que você sempre sonhou com esse momento, mas vou ficar um bom tempo fora e eu to começando a gostar de você e não pensei que fosse assim. Então, desculpa, amigos? – ele estendeu a mão e eu o deixei, hm... vamos dizer no vácuo.
- Que? Você me beija, fala um monte de coisas doces, me traz no seu carro e ainda fala que não quer andar comigo por que estava começando a gostar de mim? É ISSO! AGORA EU SEI POR QUE A MILEY FEZ AQUELA MÚSICA PRA VOCÊ, SEU ESTUPIDO! NÃO ME LIGUE, NÃO OLHA NA MINHA CARA. SE FOSSE SÓ PRA LEVAR NA AMIZADE, AVISA-SE. MAS NÃO... QUIS TIRAR UMA CASQUINHA DA BRASILEIRA, PORQUE LEU EM UMA REVISTA AMERICANA FALANDO QUE TODA BRASILEIRA É GOSTOSA, PRA AMANHÃ FALAR EM QUALQUER REVISTA “EU JÁ CATEI UMA BRASILEIRA”. SABE O QUE VOCÊ PEDE PRA ESCREVER TAMBÉM? UMA BRASILEIRA BURRA.
- Amy! Volta aqui! Não é assim! Minha vida é lotada de compromissos. E o seu sonho de ser guitarrista? Você pode tocar na minha banda. Aí, quem sabe, a gente não fique juntos?
- QUEM SABE A GENTE NÃO FICA JUNTO? Vai à merda!
Fechei a porta do carro dele com tudo e comecei a chorar. A casa dele era muito próxima a minha e o carro dele estava estacionado entre a minha casa e a dele, então eu fui pra frente da casa ao lado da minha e comecei a chorar. Ele veio atrás de mim; eu pedi pra ele me deixar, mas ele não me ouvia, ele queria que eu ficasse do seu lado. Mas como ele pode pedir isso a mim? Eu não acreditava que ele estava falando tantas bobagens pra mim, eu não acreditava naquilo que eu sentia que eu ouvia e via, eu não agüentava mais sofrer por causa de um ídolo. Eu estava finalmente construindo uma torre de baralhos, mas veio o vento e derrubou tudo no chão.
- Olha aqui, seu merda. Eu já sei por que a Selena sei-lá-o-que e a DIVA Miley Cyrus e todas as outras divas que ficaram com você ficaram com depressão: porque namoraram um otário. Me deixa em paz! - disse tudo que tinha pra falar.
Entrei na minha casa e não conseguia dormir. Uns dois dias, eu o via passeando com o Elvis, quando eu passeava com a Bel. Nem olhava pra cara dele e é assim até hoje.
Só tenho uma coisa a dizer: você perdeu.


Fim.


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