= prompt("Tom dos seus cabelinhos (plural. Ex: escuros)","")
~FLASHBACK~
Cabelos que ultrapassavam um pouco da linha do ombro, olhos , um pouco maior que 1 metro. Assim eu era quando tinha uns 6 ou 7 anos. Tinha acabado de entrar numa nova escola e, nos primeiros dias de aula, já fiz várias amigas, amigas meninas, não gostava de andar muito perto dos meninos, na verdade, nunca gostei. Eles são estranhos, muito estranhos, só querem saber de brincar e pior ainda, não me deixam brincar com os carrinhos deles. Assim eu me acostumei a ter só meninas em meu círculo social, elas sim eram legais.
Aos 10, mudei de escola de novo, não tinha mudado muito, só cresci um pouco mais e meu cabelo mudou um pouco, mas eu acho que é só. O colégio novo parecia legal, ele era grande e as pessoas eram legais e logo fiz amizades por lá.
Hoje, vamos a um parque para fazer um relatório de ciências, alguma coisa sobre plantas, nada muito interessante. Já estávamos no ônibus, eu estava sentada olhando os carros passando ao lado de fora enquanto eu ouvia ao fundo inúmeras vozes que, de vez em quando, se tornavam uma.

- Oi, – Um menino da sala veio falar comigo.
- Oi, .
- Por que você tá sozinha?
- São 7 horas da manhã, saí da cama a menos de uma hora atrás, ainda tô dormindo.
- Chegamos – Logo a professora disse, saindo do ônibus.

Depois de umas 2 horas vendo vários tipos de plantas, chegou a hora de comer (N/A: =D ), estávamos todos no refeitório, mas... Faltava alguém, eu vi sentado sozinho em um banco fora do refeitório e fui até lá e me sentei ao seu lado.

- Bolo de laranja? – Estendi meu bolo a ele, mas ele recusou.
- Não, brigado. Tô bem com meu pão de queijo e meu Toddynho – Ele sorriu

Nós ficamos um tempo conversando enquanto comíamos, mas uma hora as palavras foram trocadas por um silêncio incômodo. Ele foi se aproximando cada vez mais e colocou a mão em cima da minha que estava segurando o banco em que estávamos. A distância entre nós dois era cada vez menor, menor, menor até que ela se tornou nula quando pude sentir os lábios dele contra os meus. Era calmo, mas agitado, ao mesmo tempo em que ele parecia ter todo o controle, eu o sentia nervoso, ele transmitia uma sensação de segurança, mas eu podia sentir que ele estava um pouco tenso. Esse beijo era tão confuso como todo primeiro beijo deve ser (ou pelo menos eu acho que deve). Ele se afastou e olhou pra baixo, parecia estar pensando no que me dizer. Eu? Eu estava viajando, pensando nele, no beijo... Eu acho que até cheguei a pensar que gostava bastante dele. Comecei a pensar em várias coisas, mas fui interrompida por suas palavras.

- Você é a flor do meu jardim – Foi o que entendi sair da boca dele, mas não tive reação. Até hoje não entendi muito bem, foi um tanto quanto confuso porque, apesar de parecer que demorou, ele logo continuou a falar, mas continuando... Eu fiquei pensando no que falar, mas antes que eu pudesse dizer uma palavra, ele emendou – Mas você gosta de Nescau? – Ok, agora fiquei confusa mesmo, Nescau? Será que ele estava oferecendo a bebida que tomava ou será que o Sol que nos cobria desde as 7 e pouco da manhã o tinha afetado? Fiquei novamente pensando em que falar pra ele, mas ele logo se levantou e foi embora. Ele sempre faz isso, sempre que eu quero falar uma coisa ele me corta.
7 meses se passaram, nós ficamos só amigos, mas quando nos víamos sozinhos, nossos lábios pareciam não agüentar a pressão de se manter longe um do outro e acabávamos nos beijando, cada vez durante mais tempo, cada vez com mais vontade, parecia que queríamos recuperar as horas perdidas que passamos na sala de aula ou na frente de qualquer pessoa o que, ambas as situações, nos obrigam a ficar separados, mas sei que é essa separação é só fisicamente, porque pensávamos um no outro o tempo todo.

Depois de 2 anos juntos, ele muda de escola, mas nunca perdemos contato, pelo menos 1 vez por mês nos falávamos por telefone, trocávamos scraps regularmente e de vez em quando um vinha falar com o outro no MSN. Apesar da distância, continuamos bons amigos, lembro-me de ter ido aos aniversários de 13, 14 e até no de 15 anos dele. E, se não me engano, ele foi às minhas festas de aniversário de 13 e 14 anos. Me lembro também que em todas (repetindo: todas) essas festas nós achávamos um jeito de fugir, nem que fosse por 2 minutos, só para ficarmos juntos, conversando, beijando, fazendo carinho um no outro... O que me lembro perfeitamente é que ele foi o meu príncipe quando fiz 15 anos, em minha festa de debutante. Poucos dias depois de minha festa de debutante, fiquei sabendo que iria me mudar para o sul do Brasil por causa de uma empresa de Buffets infantis que minha família tinha lá e que estava crescendo bastante então eu tinha que ir morar lá porque iria ajudar na administração de um Buffet. Com a mudança, perdi um pouco de contato com , apesar das nossas conversas por orkut e MSN permanecerem, elas eram sempre com menos freqüência.
Colégio novo, amigos novos, casa nova, cidade nova, enfim TUDO novo! Fui pra escola e não demorei muito até encontrar as pessoas que seriam meus amigos que com o tempo aquela intimidade de amizade foi crescendo e ficando cada vez mais forte. Não vou falar que esqueci completamente, mas também não vou falar que prometi esperar por ele e que ele prometeu esperar até que eu voltasse, isso daqui não é contos de fadas. Naquele novo colégio, fiquei com 2 meninos e namorei 1, até gostava dele, mas não era completamente apaixonada como ele era e sempre me sentia mal por não conseguir retribuir todo o amor que ganhava dele. Depois de uns 3 anos, eu e minha amiga combinamos de ver a banda do primo dela tocar em uma casa de shows em São Paulo, cidade onde morava antes de vir pra Santa Catarina, que é onde moro hoje. Depois de 3 bandas, subiu ao palco a banda que estávamos esperando. Tocaram 2 músicas e anunciaram a próxima banda que entraria, Nx Zero. Assim que eles desceram do palco, pude perceber 5 meninos um pouco nervosos que iriam entrar no palco, um deles me chamou mais a atenção, ele parecia com alguém que conhecia, mas não me lembrava de quem era. Eles tocavam bem, logo que a primeira música começou, vi que o lugar lotou. Gostei do som, as guitarras se entrosavam bem entre elas e com o baixo que juntos acompanhavam a batida feita pelo baterista ruivo que parecia seguir o ritmo do vocalista.
Por volta de 4 meses depois, lá estava eu estudando para algumas provas que teriam naquela semana, cansada de ver números a minha frente, fui pro computador pra ver se tinha novos scraps. Quando minha página inicial abriu eu vi o orkut de entre os 6 amigos que apareciam no canto superior direito da página e automaticament, e depois que eu vi sua foto, uma imensa vontade de vê-lo e poder abraçá-lo e sentir novamente seus lábios me invadiram, então decidi visitar o álbum de fotos dele e foi lá que a minha dúvida começava a ter um final. Em uma das fotos estava ele no palco do show que tinha ido há 4 meses atrás. Sim, era da banda.
Depois desse dia, tentei ir na maioria dos shows do Nx Zero, mas a banda ficava cada vez mais famosa o que aumentava a quantidade de fãs nos shows, sem contar que o lugar que eu morava não ajudava muito já que era um pouco longe dos lugares que costumavam ser os shows. Mais de 5 meses se passaram e não tinha conseguido ver tocar depois daquele dia em São Paulo. Participei de várias promoções para vê-lo junto com os outros meninos da banda, mas nunca fui muito sortuda. Até que um dia o encontrei em uma lanchonete um pouco longe de casa. Conversamos muito, eu perguntei sobre a banda que estava ‘no maior gás’ como ele mesmo disse. Ele até me convidou para passar um dia lá na casa dele em São Paulo, mas último ano de escola é ferrado, nem sei como ele estava conseguindo administrar tempo pra banda, fama e escola. Durante nossa conversa, fomos interrompidos por algumas fãs que pediram fotos e autógrafos, mas perceberam que estávamos conversando e não demoraram muito e ele foi super simpático com as meninas que estavam nervosas só de vê-lo na frente delas.
Uns 2 anos depois, em uma viagem a São Paulo, recebi um presente de aniversário, o que me fez lembrar dos meus 10 anos, quando o beijei pela primeira vez e em nossos aniversários que sempre fugíamos por uns 10 minutos e íamos para um lugar isolado para podermos ficar a sós, eu recebi um pedido de namoro. Ele estava no palco, tocando, e, no final do show, depois de guardar as guitarras, baixos e os pratos da bateria na van, ele me sentou no palco e ficamos conversando e, de repente, ele se ajoelhou e do bolso tirou uma caixinha que tinha uma aliança. É claro que eu aceitei. Depois disso, sofri muito com a inveja e ciúmes que as fãs tinham do nosso namoro e muitas delas faziam absurdos pra que nós terminássemos, mas nada foi forte o bastante, ele tinha me dito que não seria fácil e sempre me apoiava quando acontecia alguma coisa. Uns 3 anos depois, eu estava morando novamente em São Paulo, trabalhando na empresa de Buffets que meu pai tinha virado dono, eu cuidava das unidades de São Paulo onde também era minha faculdade, estava nos últimos anos de Psicologia e acima de tudo estava noiva.

- Hoje é o dia, heim, ! –
- Precisa falar que eu tô nervoso? – falava enquanto tentava dar um nó em sua gravata que se escondia atrás do paletó branco que usava
- Não, suas ações já falam por você – deu risada e foi ajudar o amigo com a gravata.

‘Não acredito que eu tô me casando. Mas não é uma coisa simples e nem fácil, estou me casando com a mulher da minha vida e ela é tão, tão... Ah, sei lá, ela é linda, engraçada e...’ pensava, mas uma coisa o tirou de seus pensamentos, era ela, aquela menininha que ele havia conhecido há mais de 10 anos atrás, a menina lhe deu seu 1º beijo, a menina que ele beijava escondido de todos o que tornava cada momento melhor e que daqui pra frente seria sua esposa. Ela estava perfeita naquele vestido branco tomara que caia, no topo de sua cabeça, uma pequena coroa que segurava o véu já virado para trás, deixando seu rosto descoberto. carregava um lindo buquê.
O coral cantava e ficava mais ansioso a cada passo que dava. Em poucos minutos, ele estaria ao lado de sua noiva.

- Agora, os votos – O pastor falava. – Comecemos com .
- Ao mesmo tempo em que tenho muito a te dizer, não tenho muitas palavras, pois nenhuma delas conseguirá explicar o que eu sinto por você. Tudo o que eu preciso é te ter ao meu lado. Se assim for, eu sei que todos os meus desejos serão realizados. É uma coisa tão grande que sei que não cabe mais em mim. Prometo ser fiel a você a cada segundo de minha vida, prometo estar ao seu lado em todos os momentos sejam eles bons ou ruins, te apoiando, cuidando de você e acima de tudo, te amando. Não sei mais o que dizer, só sei que dizer que te amo não é mais o suficiente.
- , ,, companheira, amiga, namorada, noiva e finalmente minha esposa. Refúgio e abrigo de todas as tempestades. Em você, meu amor, encontrei uma paixão que jamais imaginei existir, descobri que posso amar uma pessoa imensamente. O que sinto por você, meu anjo, vai além das palavras. Prometo fazer de tudo pra ser o que você sempre quis, prometo ser fiel até o dia de meu ultimo suspiro, prometo te amar cada dia mais – Ele se virou e tirou uma flor do buquê que carregava e virou-se novamente para estendendo a mão com a flor – Você é a flor do meu jardim. - pegou a flor da mão de seu noivo – , aceita ser minha esposa?
- Aceito – Ela respondeu segurando o choro – E você, , aceita ser meu marido?
- Mas é claro que sim – Ele respondeu a pegando pela cintura e a beijando. – Mas... Você gosta de Nescau? – Ele completou fazendo com que não conseguisse segurar o riso.
~END FLASHBACK~
- E nove meses depois, você nasceu, e aqui estamos, 10 anos depois.
- Ah, mãe, que lindo! Também quero encontrar um menino que nem meu pai.
FIM


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