Ela me beijou. Senti os lábios doces dos qual os meus sentiam saudade. Como eu sentia falta do seu beijo. Mesmo que tenha sido só por uma noite, era da boca dela que a minha sentia falta. Nenhuma outra garota conseguia beijar como ela, daquele jeito único, só dela. Senti sua língua tocar meus lábios, um pedido silencioso para aprofundar aquele beijo, torná-lo mais íntimo. Abri a boca de bom grado, permitindo sua vontade que também era minha. Nossas línguas quentes se encontraram e começaram a dançar coreografadamente dentro de nossas bocas. Aquilo era tão bom, eu mal conseguia acreditar que ela estava ali, estava em meus braços mais uma vez. Eu não estava apaixonado, mas ela era a garota por quem eu queria me apaixonar. Entregar-me-ia de corpo e alma se ela pedisse. Ela não podia ir embora novamente, ela não podia me deixar por mais uma vez. Eu não queria que ela se fosse.
- Você vai ficar? – foi a única coisa que consegui pronunciar durante o beijo.
- Eu não vou a lugar nenhum sem você, . – me respondeu fazendo meus lábios ocupados sorrirem. Então a senti depositar um selinho em minha boca, encerrando o beijo que eu não queria que acabasse. Abri os olhos encontrando os seus. Tão quanto da última vez que eu havia os visto. Ela sorriu me mostrando toda a brancura de seus dentes brilhantes e eu gravei aquela imagem na minha cabeça. A imagem da sua beleza que eu queria lembrar para sempre.
E então, do mesmo modo inesperado que ela surgiu em meus braços, ela desapareceu.
- ! – chamei desesperado procurando por seus encantadores olhos e não encontrando mais nada além da escuridão.
Ela havia feito de novo.
Abri os olhos e encarei o teto branco. Pela milésima vez, eu sonhava a mesma coisa. O que diabos estava acontecendo comigo? Fazia quase dois anos que havia me deixado naquele quarto de hotel e desde então eu não conseguia parar de pensar nela. E quando eu, finalmente, conseguia desviar meus pensamentos, eu sonhava com ela. Qual é, eu nem era apaixonado por aquela mulher! Então por que ela mexia tanto comigo? Bufei, amaldiçoando o dia em que a conheci e sentei na cama só então percebendo o ambiente desconhecido e a garota desconhecida dormindo ao meu lado.
- Merda. – xinguei baixo tentando me lembrar de como eu havia chegado ali e onde eu estava. ‘Nunca mais vou beber’ – repeti o rotineiro pensamento mentalmente.
Já havia virado rotina eu encher a cara todas as noites e sempre acordar em lugares desconhecidos com garotas completamente estranhas (e nuas) ao meu lado. Levantei-me cautelosamente para não fazer a garota acordar e me vesti o mais rápido possível. Eu precisava sair dali antes que ela acordasse e me enchesse de perguntas estúpidas.
Saí da casa que julguei ser da garota e peguei um táxi em direção a minha. Ultimamente eu não usava meu carro para saídas noturnas. Eu sabia que sempre ficaria bêbado demais para dirigir. Cheguei em casa e arranquei minha roupa para tomar um relaxante banho quente. Deixei que a água escorresse por meu corpo enquanto tentava me livrar de pensamentos indesejados, vulgo . Dei um soco na parede me perguntando o porquê de sempre pensar nela. Mas que merda!
Ao sair do banho, vesti qualquer bosta que encontrei no meu armário e fui em direção a cozinha. Precisava comer alguma coisa. Ao passar pela sala, notei que havia mensagens em minha secretária eletrônica, mas a ignorei seguindo meu trajeto. Procurei algo comestível e industrializado em meus armários e geladeira e então segui para a sala com um pacote de salgadinhos e uma garrafa de cerveja. Esparramei-me no sofá e coloquei os pés em cima da mesa de centro enquanto ligava a TV. Zapeei pelos canais enquanto procurava algo de útil ou interessante que passasse naquela bosta. Eu não fazia ideia de que horas deveriam ser, mas eu sabia que não havia nada marcado para aquele dia. Fiquei ali por sei lá quanto tempo até que o maldito telefone começou a tocar tirando minha paz.
Estiquei-me até a mesinha do mesmo e atendi entediado.
- Que é? - Filho duma puta! Onde você está, caralho? – ouvi um completamente estressado me perguntar do outro lado da linha. Perguntei-me o que poderia ter acontecido para ele estar estressado daquele jeito. Bom, eu não me importava e não estava nem um pouco a fim de ouvir ele falar merda.
- Tente adivinhar pelo número que você ligou, cuzão. – falei voltando a me esparramar no sofá e ignorando seu estresse até então sem motivo. - , eu não tô com tempo pra brincadeira, caralho! – a bicha estressadinha deu um chilique. Revirei os olhos.
- Tô em casa, porra. Por quê? – perguntei mal-humorado. - Como assim por quê? Eu estou te procurando há uma hora e o seu celular só cai na caixa postal! – a raivinha de estava começando a me irritar.
- Eu o deixei desligado propositalmente pra ninguém encher a porra do meu saco. – falei irritado para se tocar que estava me deixando puto. - Ah é, filho da puta? E por acaso não passou pela sua mente brilhante que nós tínhamos um ensaio fotográfico hoje, não é? – disse e eu engasguei com o gole da cerveja que tomava.
- Nós tínhamos o quê? – perguntei apavorado. - Nós tínhamos não, nós temos um ensaio e você está atrasado há um pouco mais de uma hora, ou seja, tem gente aqui querendo a sua cabeça numa bandeja. – sua voz assumiu um tom maldoso e pude imaginar seu semblante assumir uma feição parecida.
Levantei rapidamente do sofá e corri para o meu quarto indo logo em direção ao guarda-roupa para tentar achar algo apresentável para se vestir em cinco minutos.
- Tudo bem, , qual é o endereço daí?
me deu as instruções de como chegar ao local e comentou algo como a fotógrafa estivesse extremamente puta comigo. Duvido muito que ela era a única pessoa nervosa com o meu atraso. Como dissera, eu tinha certeza que ela não era a única a querer minha cabeça em uma bandeja. Como eu pudera esquecer-me de um compromisso desses? Definitivamente eu precisava parar de beber.
Assim que terminei de me arrumar, batendo meu recorde de fazê-lo em dez minutos, arranquei com meu carro de casa e dirigi rapidamente para a redação da revista onde tínhamos uma entrevista além da sessão de fotos. Minha sorte foi o fato de eu morar não tão longe do prédio destinado, assim como achar uma vaga bem na frente do mesmo. Estacionei como um louco e, parecendo mais louco ainda, corri pela recepção do prédio. Só parei para pedir informações pra recepcionista e me identificar.
- Décimo andar, Sr. . Acredito que devem estar esperando pelo senhor. – a mesma sorriu me mostrando todos os dentes da sua boca. Mais uma que queria dar pra mim.
- Pois é, e acredito que eles devem estar me esperando com metralhadoras nas mãos. – falei dramático arrancando uma risadinha da recepcionista. Dirigi-me ao elevador e não esperei muito para que o mesmo chegasse.
Subi até o andar indicado e logo que saí do elevador, senti alguém puxar meu braço. Então eu não estava mais andando, estava sendo arrastado por um corredor.
- Que bom que chegou, . Ela está querendo te matar. – informou a garota que me arrastava pra um lugar desconhecido.
- Ela quem? – perguntei, mas ela não me respondeu. Então resolvi ficar calado já que as coisas não estavam muito boas pro meu lado.
Não andamos muito até chegarmos a um estúdio fotográfico onde todos os caras estavam conversando e mais uma equipe de pessoas desconhecidas trabalhava por ali.
- Porra, ! Onde você estava, caralho? – esbravejou assim que me viu entrar pela porta.
- Digamos que nem eu mesmo saiba. – confessei sem graça coçando a cabeça.
- Ótimo, ele atrasa o meu trabalho por mais de uma hora e nem faz ideia de onde estava. Provavelmente deve estar de ressaca também. – pronunciou a voz que há tempos eu não ouvia, mas mesmo assim reconheceria em qualquer lugar. Meu coração parou de bater por um segundo e então eu a vi, saindo detrás de um grande painel branco que havia na sala.
Meus olhos procuraram os seus e então eu encontrei os malditos olhos que me assombravam. Ela estava ali e então as palavras pareceram sumir da minha boca. Eu estava estático enquanto ela me fuzilava com o olhar. Mas então notei algo que passaria despercebido por qualquer pessoa que não tivesse uma fixação por aquela garota, seu olhar furioso escondia algo, seu olhar furioso escondia medo. Ou tentava esconder já que qualquer pessoa normal não perceberia esse sentimento em seus hipnotizantes olhos . estava com medo de algo e por um momento passou pela minha cabeça a estúpida ideia de a causa desse medo ser minha.
Quantas vezes tentei imaginar como seria nosso reencontro. Quantas vezes tentei imaginar o que falaríamos um para o outro, qual seria sua justificativa por ter ido embora naquele dia. me devia explicações e eu queria ouvi-las. Como se lesse meus pensamentos, ela desviou o olhar e encarou o chão.
- ? Hey, cara, você tá bem? – perguntou estalando os dedos em minha frente e me fazendo voltar à realidade. O olhei por um instante e depois voltei a olhar para que ainda encarava o chão.
- Tô, dude, eu só me lembrei de algo. – me olhou parecendo assustado e assentiu.
- Ótimo. – disse parecendo voltar ao normal e batendo uma palma – Você está bem, estão todos bem, então acho que posso começar meu trabalho.
Antes de começarmos a sessão de fotos, me levaram para um camarim para passarem algo na minha cara, algo que melhorasse minha cara de ressaca. Assim que voltei, já estava em seu posto e os caras também, então me juntei a eles formando o conhecido quarteto como McFly. nos fotografava enquanto eu não parava de encará-la. Perdi a conta de quantas vezes , e chamaram a minha atenção para eu me concentrar no que fazia, mas eu não conseguia desviar meus olhos dela. Não conseguia me concentrar em nada que não fossem seus movimentos, por mais simples que eram. percebeu isso assim como eu percebi que aquilo estava deixando-a desconfortável.
Ela não havia mudado nada fisicamente, trajava uma camiseta branca com alguns dizeres em preto, um blazer e um shorts preto assim como o coturno que calçava. Simplesmente linda do seu jeito e confesso que aquilo foi o suficiente para me deixar louco.
Eu não conseguia me parar de perguntar por que eu a observava tanto, por que meu olhar captava cada simples gesto que fazia. E então eu confessei para mim mesmo algo que eu tentava negar há tempos: eu a queria e inexplicavelmente, eu precisava dela.
Eu não podia estar apaixonado, esse tipo de coisa não acontece quando você apenas ficou com a pessoa por uma vez, mas era estranho e inexplicável. Eu só sabia que eu precisava dela. era diferente de todas as garotas e eu sabia disso, mesmo conhecendo-a tão pouco. Mas por que ela fora embora? Ela me explicaria isso, nem que fosse preciso esperá-la o dia inteiro.
E foi o que fiz. Assim que terminamos a sessão de fotos, uma garota nos entrevistou e então depois de nos oferecerem muita comida, fomos dispensados. , e sabiam da história da tal garota que havia me deixado em um quarto de hotel e que desde então assombrava meus sonhos, mas não sabiam quem ela era até eu lhes contar que era a fotógrafa gostosa (como havia apelidado antes de saber a verdade). Eles foram embora me desejando boa sorte e eu fiquei no meu carro até anoitecer, esperando-a sair daquele prédio.
Encostado no meu carro, eu fumava o décimo quinto cigarro do meu segundo maço quando a vi saindo do edifício falando ao celular. Dei uma última tragada e joguei a bituca do cigarro fora enquanto desligava o celular e vinha em minha direção.
- Fumar é um hábito horrível, devia parar com isso. – disse assim que parou em minha frente e colocando as mãos nos bolsos do short.
- E você por acaso está se importando com isso? Desde quando se tornou certinha? – perguntei desdenhando-a. Eu sabia que fumava, ela me contara isso quando nos conhecemos.
- A vida ensina tanta coisa, . – respondeu normalmente, ignorando meu comentário. Soltei uma risada sem graça com sua resposta.
- Fala como se já tivesse vivido muita coisa. – debochei fazendo-a fechar a cara.
- Se soubesse um terço sobre a minha vida, não falaria merda. – respondeu seca me fazendo rir sem humor novamente.
- Tenho certeza que não sei nem um terço, mas acho que não é difícil adivinhar a vida de uma garota que deve colecionar homens como troféus. E aí, ? Quais foram os outros caras famosos que você abandonou num quarto de hotel? – falei sem pensar, mas só me dei conta do que havia dito quando senti arder a bochecha na qual deu um tapa.
- Nunca mais fale algo sobre mim que você não saiba, okay? – consegui ver nitidamente a raiva estampada em seus olhos – E se você ficou o dia inteiro aqui me esperando para me insultar, sinto muito, , mas não vou desperdiçar meu tempo com você. – disse tentando manter seu tom de voz calmo, tentando disfarçar a raiva que sentia naquele momento. Então eu percebi o tipo de babaca que estava sendo, eu não estava ali para insultá-la. Ela já estava me dando às costas quando segurei seu braço.
- , me desculpa. Eu não tinha a intenção. – pedi sincero. Eu não queria que ela fosse embora, não dessa vez que eu estava disposto a fazê-la ficar. me fuzilou com o olhar.
- Não tinha a intenção? Pelo o amor de Deus, ! Pare de ser criança! – disse com raiva puxando o braço que eu mantive segurando com força.
- É verdade! Eu não quero brigar, só quero... Conversar. – pedi, coisa que não era totalmente mentira. Eu queria conversar, assim como queria tê-la mais uma vez. Ela me encarou séria.
- Então, antes de mais nada, solte meu braço. – disse voltando a controlar a raiva em sua voz. Fiz o que mandou.
- Desculpe. – murmurei sincero olhando em seus olhos .
- Me diga logo o que quer, . Não tenho tempo suficiente para me dar ao luxo de perdê-lo. – disse ríspida ignorando meu pedido de desculpas.
- Quer tomar alguma coisa? Acho que essa conversa pode ser um pouco longa. – falei e foi sua vez de rir sem humor.
- Quer me embebedar de novo pra ver se consegue me levar pra cama mais uma vez? Sinto muito, , mas não vai rolar. – disse rolando os olhos. Bufei com sua suposição.
- Eu não preciso te embebedar pra te levar pra cama, posso muito bem fazer isso com você sóbria. – debochei fazendo-a rir sem humor e me fuzilar com o olhar por mais uma vez.
- Prepotente. – respondeu com desdém.
- Entra logo no carro e cala a boca, tá bom? – falei já abrindo a porta do motorista. Vi seu rosto corar de raiva.
- Eu não sei por que diabos estou fazendo isso, mas você só tem uma hora e meia pra me aporrinhar antes que eu comece a te encher de porrada, . – disse me fazendo sorrir vitorioso e dando a volta no carro em seguida para sentar-se no banco do carona. Entrei no carro ainda sorrindo e ela deu um tapa na minha perna logo após colocar o cinto – Pode tirar esse sorrisinho da cara. Nós não vamos fazer nada além de conversar.
- É o que você pensa. – falei baixo para que ela não pudesse ouvir e dei partida no carro.
Não falamos muita coisa durante o trajeto que eu fazia até um bar que conhecia. ficara quieta durante o percurso inteiro e eu apenas a observava de canto de olho. Seu rosto sempre virado para janela olhando para a rua me intrigava. Eu queria saber o que passava dentro de sua cabeça, queria saber o que estava pensando naquele momento. Olhei para suas coxas descobertas e confesso que tive que segurar bem o volante para evitar tocá-las.
- No que está pensando? – perguntei tentando distrair-me dos pensamentos impróprios que ocuparam minha mente naquele momento. virou seu rosto para mim.
- Estou imaginando para qual motel está me levando. – respondeu sem ânimo e voltou a olhar para a janela ao seu lado.
- Por que acha que estou te levando para um motel? – perguntei com uma das sobrancelhas arqueadas. Será que ela tinha reparado o meu olhar para suas coxas?
- Porque tenho certeza que deve ter se sentido usado naquele dia e quer me pagar na mesma moeda. – suspirou e seu tom de voz me pareceu triste. O sinal em minha frente fechou e eu virei meu rosto para encará-la.
- Por que acha que eu faria isso? – indaguei e ela virou seu rosto para me encarar. Seus olhos, além do medo que tentavam esconder, carregavam o mesmo sentimento que sua voz: tristeza. Por que ela havia mudado de humor tão rapidamente?
- Por vingança. Por achar que eu não valho nada e que coleciono homens. – respondeu sem desviar seus olhos dos meus e eu me senti culpado por fazê-la pensar que essa era minha impressão sobre ela. Eu não havia falado aquilo sério.
- Eu não acho isso de você. – respondi e ela revirou os olhos voltando a encarar a rua ao seu lado – É verdade, eu falei aquilo da boca pra fora porque eu realmente me senti usado e não queria isso.
- O que você queria, ? – perguntou com seus olhos tristes voltando aos meus e eu senti um nó formar em minha garganta. Eu não podia contar a verdade, ela acharia ridículo.
Seus insistentes olhos continuaram a encarar os meus enquanto esperavam uma resposta. Eu não sabia o que dizer, só sabia que não poderia contar a verdade. Ouvi um carro buzinar atrás do meu e voltei a olhar para frente vendo o sinal que já havia aberto. Comecei a dirigir novamente e ouvi bufar ao meu lado.
- Nem você sabe, . – disse por fim e o silêncio entre nós voltou a se instalar.
Não dissemos mais nenhuma palavra até chegarmos ao bar que eu havia escolhido. nem me esperou desligar o carro para descer do mesmo e logo que fiz isso a vi adentrar o lugar. Desci do carro acionando o alarme do mesmo e segui o caminho que ela havia feito. O lugar não estava lotado (esse era um dos motivos para eu gostar dele), havia um balcão perto da porta, algumas mesas no meio do local e no fundo algumas mesas de sinuca. Encontrei sentada em uma mesa tamborilando os dedos sobre ela.
- Você está bem? – perguntei sentando-me na cadeira em sua frente. me olhou com o mesmo olhar triste, mas com cara de entediada. Aquela garota era bipolar ou era impressão minha?
- Vamos direito ao ponto, está bem? O que você quer de mim, ? – perguntou séria me encarando. Mantive seu olhar.
- Quero saber por que foi embora. – respondi também sério e ela riu sem humor algum revirando os olhos.
- Por que eu não imaginei que seria isso? – perguntou mais para si mesma do que para mim e depois me encarou novamente – Infelizmente não posso responder essa pergunta.
- Por que não? – indaguei arqueando uma das sobrancelhas. Minha pergunta era tão simples! Por que ela não podia respondê-la?
- Porque respondê-la contraria todos os meus princípios. – disse simplesmente me deixando ainda mais curioso. O que escondia?
- Quais são seus princípios? – perguntei curioso e interessado no que me responderia enquanto ela observava o lugar.
- Por que não vamos jogar sinuca? – perguntou sorrindo e então eu me lembrei de como era lindo o seu sorriso. Como seu sorriso em meus sonhos não era nada perto do verdadeiro. era linda e eu nem me lembrava direito disso. Mas então me dei conta de que ela não respondera minha pergunta. Era óbvio que ela fugiria do assunto.
- Você não me respondeu. – respondi sério tentando não me mostrar abalado só pelo simples fato de vê-la sorrindo.
- Vamos fazer o seguinte, vamos jogar uma partida de sinuca e se você ganhar eu conto o porquê de ter ido embora, mas se eu ganhar, você terá que esquecer isso, está bem? – sugeriu com um sorrisinho desafiador nos lábios e esticando a mão para eu apertá-la. Gargalhei com vontade. Ganhar uma partida de sinuca de uma garota seria algo extremamente fácil!
- Pode preparar suas explicações, . Ganhar de você será a coisa mais fácil que eu já fiz na vida! – sorri vitorioso apertando sua mão e ela sorriu também.
- É o que veremos, . – disse levantando-se da mesa e seguindo para os fundos do bar.
pegou um taco pendurado na parede e começou a passar giz na ponta, peguei um taco também e ela me jogou o giz assim que terminou de usá-lo no seu. Escolheu uma mesa vazia e pediu uma ficha para um cara que jogava na mesa ao lado. Não gostei nem um pouco do olhar malicioso que ele lançou sobre ela assim que ela sorriu abertamente agradecendo.
- E então, quais são as regras? – perguntei tentando não parecer incomodado com o que havia acontecido enquanto arrumava as quinze bolas coloridas dentro de um triângulo.
- Ganha quem encaçapar mais bolas. – tirou o triângulo da mesa e deixou as bolas no mesmo formato sozinhas. Pegou a bola branca e a colocou do outro lado da mesa paralelamente com as bolas numeradas – Quer começar? – perguntou com um sorrisinho maldoso ocupando-lhe os lábios. Achei aquilo sexy.
- Primeiro as damas. – sorri do mesmo modo e fez uma cara de desdém extremamente sexy. Curvou-se sobre a mesa já com o taco em posição e olhou para mim.
- Foi você quem deixou. – disse antes de dar a tacada inicial do jogo e então eu não acreditei quando sua jogada espalhou todas as bolas sobre a mesa e mandou três delas para caçapa. Olhei-a surpreso – Ainda acha que vou ter que te contar alguma coisa? – perguntou sorrindo vitoriosamente. Arqueei uma das sobrancelhas em desdém.
- Isso só foi sorte, okay? Ainda ganharei este jogo. – falei antes de dar minha tacada e então a bola que eu pretendia encaçapar chegou bem perto de seu destino, mas ficou ainda sobre a mesa. Olhei para e ela riu.
- Será que deixo você com sua doce ilusão, ? – sorriu maldosa antes de encaçapar a bola que eu pretendia. Ótimo, 4x0 pra ela. Ela me olhou com um sorriso no canto dos lábios – Faltam só mais quatro bolas para eu ganhar o jogo, querido.
- Vai ter muito trabalho comigo, . – falei me curvando sobre a mesa e observando o ângulo em que a bola branca estava. Dei minha tacada e encaçapei duas bolas. Isso, ! – Faltam quantas bolas pra você ganhar o jogo agora, querida? – perguntei sorrindo cinicamente e ela bufou revirando os olhos.
- Babaca. – disse curvando-se sobre a mesa e dando uma tacada. Agradeci mentalmente quando não acertou nenhuma bola dessa vez. Segurei o riso.
- Tá perdendo o controle, ? – perguntei dando a volta na mesa e dando uma tacada. Sorri completamente satisfeito quando três bolas foram encaçapadas. Ela me olhou com cara de poucos amigos.
- Não tão rápido, . – curvou-se sobre a mesa e encaçapou mais três bolas. Ela me olhou sorrindo vitoriosa e então eu comecei a fazer contas mentalmente. já havia acertado sete bolas e eu cinco, sobravam ainda três bolas em cima da mesa para serem encaçapadas e eu precisava acertar as três de uma vez ou rezar para que ela errasse sua próxima jogada. Olhei para todos os ângulos possíveis da mesa. Eu poderia acertar duas e torcer para que errasse.
Dirigi-me até o lado da mesa em que era possível acertar as duas bolas e assim o fiz quando dei minha última tacada. me lançou um olhar extremamente sexy que era capaz de me fazer querer rasgar todas as suas roupas. Andou até mim lentamente segurando seu taco em uma das mãos e se aproximou o bastante para que eu sentisse sua respiração bater contra a minha. Seus dentes seguraram meu lábio inferior e o puxaram lentamente. Sua boca depositou um beijo no canto da minha e seus lábios se dirigiram a minha orelha.
- Acho que eu ganhei. – sussurrou em meu ouvido e logo em seguida sugou torturosamente meu lóbulo fazendo com que todos os pelos do meu corpo arrepiassem. Riu baixinho em meu ouvido e depois se afastou ficando de costas em minha frente. Curvou-se lentamente sobre a mesa e foi impossível não olhar para sua bunda. Só me toquei de que havia jogado quando senti a ponta do seu taco acertar meu estômago com força.
Curvei-me sobre minha barriga segurando a mesma enquanto soltava um gemido de dor. Aquela havia sido uma pancada bem forte vindo de uma garota. Ouvi rir enquanto tentava me recuperar, então me dei conta de que ela havia feito de propósito.
- Devia prestar mais atenção onde fica, . – gargalhou e eu olhei feio para ela. caminhou até mim e se abaixou em minha frente ficando com o rosto na mesma altura que o meu – A propósito, eu ganhei, ou seja, você pode esquecer aquele assunto idiota. – sussurrou séria me encarando. Olhei em seus olhos, inexpressíveis agora, e ignorei a dor que sentia. Ela iria me contar o porquê de ter me abandonado. Ela não devia achar que eu desistiria assim tão fácil.
- Não mesmo. – revidei no mesmo tom. Segurei pelos joelhos e levantei jogando-a em meu ombro. soltou um grito atraindo toda a atenção do bar para nós dois enquanto eu me dirigia à saída. Eu não ia deixar aquilo barato.
- , ME SOLTA! – berrou enquanto esmurrava minhas costas e eu a ignorava completamente – ME PÕE NO CHÃO AGORA!
- Cala a boca, . – falei impaciente saindo do local.
Avistei meu carro e tirei a chave do bolso da calça destrancando-o logo em seguida. Abri a porta do banco traseiro e joguei lá dentro que ainda protestava sobre algo que não prestei atenção. Bati a porta e entrei no carro, liguei o mesmo nos arrancando de lá.
- Posso saber pra onde está me levando? – a ouvi perguntar completamente nervosa e a encarei pelo retrovisor.
- Pra minha casa. – respondi seco voltando a olhar para as ruas em minha frente.
- Eu me recuso a ir pra sua casa, . – esbravejou me fazendo revirar os olhos. Ela estava agindo igual a essas patricinhas chatas, sabe?
- Problema é seu, não perguntei se você queria ir. – revidei encarando-a pelo retrovisor mais uma vez e vi a fúria queimar em seus olhos.
- Pare o carro, . Eu quero descer. – pude vê-la tentando controlar todo ódio que sentia. Isso me fez rir – Eu não tô brincando, . Para esse carro.
- E por acaso você acha que eu estou brincando, ? – perguntei sério e isso foi o bastante para ela voltar a explodir.
- PARA A PORRA DESSE CARRO AGORA, ! – gritou do banco de trás e eu sorri malicioso. Decidi irritá-la.
- Sabia que você fica muito sexy nervosa desse jeito? – perguntei em um tom pervertido e ela pôs seus braços em volta do encosto do banco e começou a espancar meus ombros – Agora está parecendo essas garotinhas chatas e mimadas. – falei revirando os olhos e ignorando seus tapas.
- Eu vou acabar com você, ! – esbravejou e eu sorri para irritá-la ainda mais.
- Agora sim está sendo a durona que eu conheço! – exclamei recebendo um tapa realmente forte em meu braço, mas não falei nada para que ela não achasse que estava me causando dor. De repente ela parou de me bater e me encarou pelo retrovisor.
- Você não vai me deixar ir embora, não é? – perguntou derrotada e eu observei uma confusão de sentimentos em seus olhos: medo, ódio, tristeza. Senti-me culpado por fazer aquilo com ela, mas tentei ignorar a culpa sendo totalmente egoísta.
- Não dessa vez. – respondi por fim e então a atmosfera fora tomada por silêncio.
não disse nada até chegarmos em casa e eu também não ousei pronunciar uma palavra sequer. Estacionei o carro na garagem e desci esperando que ela fizesse o mesmo. Esperei do lado de fora por alguns segundos até perceber que ela não sairia dali sozinha. Abri a porta do banco traseiro e a encontrei olhando fixamente para algum lugar em sua frente. Era como se estivesse em algum transe.
- , você está bem? – perguntei um pouco preocupado com o que eu pudesse ter causado nela. Então eu me senti culpado por ter agido como um louco. Ela pareceu acordar e me encarou séria com os olhos inexpressivos.
- Vamos acabar com isso logo. – disse sem emoção alguma, como se estivesse agindo mecanicamente e desceu do carro parando em minha frente – O que quer que eu faça?
- Como assim? – perguntei não entendo nada que estivesse falando. revirou os olhos parecendo achar aquela pergunta totalmente idiota.
- Me trouxe aqui por algum motivo, então diga logo o que quer de mim. – respondeu sem vida, como se estivesse sendo submissa às minhas ordens.
- Já disse o que quero. Quero que me conte a verdade. – respondi e ela desviou seu olhar do meu por um segundo.
- E eu já disse que não vou contar. – contrapôs e por um momento eu achei que ela sairia daquele estado “morto” – Ande logo, sei que estamos aqui por outra coisa, então por que não começa logo a tirar minhas roupas? – perguntou sem ânimo algum me deixando surpreso. Então era isso? achava que eu havia a levado para casa só para transarmos? Só para fazê-la se sentir usada assim como eu havia me sentido? Aquilo me deixou nervoso.
- Então é isso? Acha que eu só te trouxe aqui para te comer e ponto final? – perguntei começando a me alterar e vendo que sua feição e seus olhos continuavam os mesmos.
- E pra que outra coisa seria? – perguntou inexpressiva me encarando. Aquilo me subiu ainda mais! O que aquela garota achava que eu era?
- Eu não acredito! – falei irritado passando as mãos na cabeça. Ela só podia estar brincando! Olhei novamente para ela que continuava com a mesma expressão, coisa que me irritou ainda mais – Então é isso, ? Você acha que eu te trouxe aqui só pra te comer? Que eu não me importo à mínima por você ter me deixado aquele dia? Que eu só quero te usar assim como você pareceu ter feito comigo? Que eu só quero me vingar? Você acha que eu sou assim? – perguntei rapidamente sem ter tempo para respirar.
continuou me encarando do mesmo modo e não disse absolutamente nada. Tomei aquilo como uma resposta afirmativa e quase pude sentir o sangue correndo loucamente por minhas veias. Ela não podia achar tudo aquilo de mim! Ela estava brincando!
Continuei esperando por uma resposta que dissesse o contrário, que dissesse que ela não achava nada daquilo a meu respeito, mas ela só permaneceu em silêncio.
- Caralho, eu posso ser um tremendo cafajeste, mas eu sei o que sinto, ! – esbravejei completamente nervoso por ela não ter feito nenhuma objeção as minhas indagações – Quer saber por que eu quero tanto que você me conte o motivo de ter ido embora? – perguntei nervoso e pude notar um pingo de curiosidade surgir em seu olhar, mesmo que ela não demonstrasse isso – Porque eu não queria que você tivesse ido! Eu queria ter acordado naquela manhã e ver o seu rosto quando abrisse os olhos! - admiti e eu sabia que não conseguiria segurar tudo o que tinha pra falar. Aquela era a hora de abrir o jogo para ela e para mim mesmo – Porque eu sabia, mesmo que não nos conhecêssemos tão bem, eu sabia que você era diferente de todas as outras! Porque você me fez sentir completo pela primeira vez na vida e eu queria ver o rosto da mulher que causara aquela sensação maravilhosa em mim! Eu nem te conhecia, ou melhor, eu nem te conheço, mas eu só sei que vou ficar realmente bem quando eu estiver com você. E acredite, eu estou me sentindo ridículo por dizer essas coisas, mas é tudo o que eu sinto. – confessei tudo o que não queria confessar, nem pra ela, nem pra mim mesmo. Eu me recusava a sentir aquilo por alguém, sentir que eu dependia de alguém pra poder ficar bem, sentir que eu queria uma garota muito além do que só fisicamente. Então confessei algo que vim negando por todo esse tempo: eu estava apaixonado por uma desconhecida.
Então parei para observar a expressão de surpresa no rosto de . Ela havia saído daquele estado sem vida e agora parecia refletir chocada sobre o assunto. Ela me encarava com a boca entreaberta como se acabasse de ouvir algo impossível, coisa que não era absolutamente mentira. Eu considerava impossível me apaixonar por alguém até ela aparecer e provar o contrário.
- Eu... Eu... – ela gaguejou ainda surpresa – Eu não sei o que dizer, .
- Não precisa dizer nada. – respondi passando a mão em sua bochecha e a afagando. Eu não queria deixá-la escapar por mais uma vez – E já que estou aqui, falando tudo o que estava entalado em minha garganta, eu só tenho algo a te pedir. - falei sobre o olhar de indagação que lançava sobre mim – A única coisa que eu te peço é pra que fique, não importa como, mas fique. – pedi sincero e eu só podia estar tendo algum tipo de alucinação quando vi lágrimas surgirem nos olhos dela – Se não quiser, pode ir. Eu não vou te impedir se não quiser ficar.
Com minha mão afagando sua bochecha, vi-a fechar os olhos em um semblante de dor. Não entendi o porquê daquilo, eu não havia falado nada demais. E se ela não quisesse ficar? E se tivesse outra pessoa durante esse tempo todo? Juro que estremeci com a possibilidade. Eu nunca havia parado para pensar no assunto e confesso que aquela ideia me deixou apavorado.
Ela permanecia com os olhos fechados fortemente enquanto minha cabeça girava em mil indagações sobre a garota em minha frente. A vi soltar um longo suspiro e logo em seguida ela abriu os olhos mostrando-os tão quanto eu nunca havia visto antes. Era como se tivesse chorado, mas nenhuma lágrima deslizou por seu rosto.
- Eu sinto muito, . – sussurrou e tirou minha mão de seu rosto. Então eu não consegui mais entender o que aconteceu.
me olhou por uma última vez com seus olhos carregados de dor e me deu as costas. Fiquei petrificado olhando-a ir embora sem fazer absolutamente nada. Eu não conseguia agir. Eu não esperava por aquela resposta. Ela não queria nada comigo, ela não me queria em sua vida. Aquilo era um choque pra mim. Nunca pensei na possibilidade dela não querer algo comigo, sempre achei que ficaríamos juntos quando finalmente nos encontrássemos. Mera ilusão.
Só me dei conta de tudo que aconteceu quando a vi virar a esquina da minha rua e sumir. Minha ficha caiu e bati com tudo a porta traseira do carro que estava aberta. Eu estava com raiva, eu estava despedaçado. Como eu deixara ir assim tão fácil? Andei batendo os pés no chão e abri a porta da frente de casa nem me dando o trabalho de trancá-la. Eu era um idiota! Como eu a deixava ir assim? ‘Ela tomou sua própria decisão’ – ecoou uma voz dentro de minha cabeça me deixando ainda mais puto. A voz estava certa, ela havia tomado sua própria decisão e eu não iria igual a um cachorrinho atrás dela. Se havia ido embora pra me ver correndo atrás dela, estava muito enganada. Eu era orgulhoso demais para fazer isso.
Apertei a tecla “foda-se” e comecei a xingar tudo o que via pela frente. Subi as escadas até meu quarto amaldiçoando o dia em que conheci aquela mulher. Como eu fora tolo por cair em suas garras. Como eu fora tolo por me apaixonar por ela e achar que ficaria comigo um dia. Entrei em meu quarto vendo-o tão vazio assim como eu estava. Raiva e solidão eram as únicas coisas que eu sentia naquele momento. Eu era um estúpido! Um perfeito idiota! Por que achei que algum dia alguma garota ficaria comigo sem ser pelo meu dinheiro?
Urrei de raiva dando um soco na parede e logo depois senti um par de mãos quentes segurarem meu braço puxando-me para trás. Virei-me dando de cara com ela em minha frente.
- Eu fico, mas só por essa noite. – disse antes de segurar minha nuca com força e colar seus lábios nos meus.
[Coloque a música pra tocar]
Senti sua língua invadir minha boca e então começamos a travar uma guerra. Segurei-a fortemente pela cintura e a empurrei contra a parede enquanto ela sugava meus lábios. Eu não acreditava que ela havia voltado. Abri os olhos para ter certeza de que era ela mesma ali e não me contive quando vi seu rosto em minha frente, seus olhos fechados e seus lábios devorando os meus. Apertei sua cintura com mais força, e busquei uma de suas coxas para colocá-la em volta da minha cintura. Como eu havia esperado por aquilo.
Cold and frosty morning
Manhã fria e de geada There's not a lot to say
Não há muito o que dizer About the things caught in my mind
Sobre as coisas presas em minha cabeça And as the day was dawning my plane flew away
E conforme o dia amanhecia, meu avião partia With all the things caught in my mind
Com todas as coisas presas em minha cabeça
me beijava ferozmente e eu respondia do mesmo modo. Aquele beijo mostrava toda a saudade e desejo que sentíamos um pelo outro. Ela puxava meu cabelo com força quando a peguei no colo ainda prensando-a contra a parede. Eu não tinha tempo ou paciência para ser cuidadoso e percebi que ela também não. Seus lábios selvagens me faziam esquecer tudo o que estava preso em minha cabeça, o sentimento de raiva ou de solidão. A única coisa que eu queria naquele momento era que ela fosse minha.
I don't wanna be there when you're coming down
Eu não quero estar lá quando você cair I don't wanna be there when you hit the ground
Eu não quero estar lá quando você atingir o chão
Deixei seus lábios avermelhados para atacar seu pescoço. Senti-a cravar as unhas em minha nuca assim que comecei a explorar o local desejado, e não demorou muito tempo para eu ouvir suspirar constantemente.
So don't go away
Então não vá embora Say what you say
Diga o que disser Say that you'll stay
Diga que você ficará Forever and a day
Para sempre e mais um dia In the time of my life
Durante toda a minha vida 'Cause I need more time
Porque eu preciso de mais tempo Yes, I need more time just to make things right
Sim, eu preciso de mais tempo apenas para acertar as coisas
Eu não queria perdê-la, não queria perder aquela sensação maravilhosa de tê-la em meus braços. Ainda sugando seu pescoço, desencostei-a da parede e andei cegamente até a cama. Ao sentir meus joelhos colidirem com a mesma, joguei sobre o colchão. Ela se sentou e então começou a desamarrar seu coturno. Comecei a desabotoar minha camisa com pressa, assim como ela também começou a tirar suas roupas após ter se libertado daquelas botas.
Damn my situation and the games I have to play
Dane-se minha situação e os jogos que eu tenho que jogar With all the things caught in my mind
Com todas as coisas presas em minha cabeça Damn my education I can't find the words to say
Dane-se minha educação, eu não consigo encontrar as palavras pra dizer About the things caught in my mind
Sobre as coisas presas em minha cabeça
Não demorou muito tempo para estarmos somente vestidos com nossas roupas íntimas. Deitei sobre que segurou meu rosto buscando desesperadamente meus lábios. Beijamos-nos calorosamente por mais uma vez enquanto minhas mãos corriam livres por seu corpo. Senti minha cueca apertar e o desejo em mim aumentar ainda mais. Minhas mãos correram para o fecho de seu sutiã e o tirei habilidosamente, deixando seu lindo tronco nu.
I don't wanna be there when you're coming down
Eu não quero estar lá quando você cair I don't wanna be there when you hit the ground
Eu não quero estar lá quando você atingir o chão
Não pensei duas vezes antes de depositar um selinho em seus lábios e guiar minha boca até seus seios. Comecei a chupar um dos mamilos enquanto massageava o outro com a mão, sucessivamente. segurou meu cabelo com força enquanto gemidos roucos proviam de sua garganta.
So don't go away
Então não vá embora Say what you say
Diga o que disser Say that you'll stay
Diga que você ficará Forever and a day
Para sempre e mais um dia In the time of my life
Durante toda a minha vida 'Cause I need more time
Porque eu preciso de mais tempo Yes, I need more time just to make things right
Sim, eu preciso de mais tempo apenas para acertar as coisas
Após me dedicar em uma das áreas que lhe dava prazer, desci meus beijos por sua barriga até chegar ao elástico de sua calcinha, a qual tirei com os dentes. Parei por um segundo para observar maravilhado seu corpo. Ela não havia mudado em nada, até a tatuagem de seu dragão chinês vermelho se encontrava no mesmo lugar: saindo das chamas em seu braço e se enroscando pelo mesmo até depositar a cabeça em seu busto. Céus, como aquela mulher era perfeita!
Me and you, what's going on?
Eu e você, o que está rolando? All we seem to know is how to show
Tudo que parecemos saber é como mostrar The feelings that are wrong
Os sentimentos que estão errados
, parecendo envergonhada com minha análise, me puxou para si, colando mais uma vez seus lábios nos meus. Nossas línguas se enroscavam com pressa quando a senti descer a mão para minha boxer e tirá-la agilmente.
- Eu quero você. – disse rouca durante o beijo fazendo com que meus lábios ocupados formassem um sorriso.
So don't go away
Então não vá embora Say what you say
Diga o que disser Say that you'll stay
Diga que você ficará Forever and a day
Para sempre e mais um dia In the time of my life
Durante toda a minha vida 'Cause I need more time
Porque eu preciso de mais tempo Yes, I need more time just to make things right
Sim, eu preciso de mais tempo apenas para acertar as coisas
Depois de suas palavras, não pensei duas vezes antes de penetrá-la. soltou um gemido alto me fazendo sorrir. Comecei a me movimentar dentro dela que gemia baixo com os olhos fechados enquanto segurava minha nuca. Sorri ainda mais com aquela cena, vendo que eu era o homem que lhe causava prazer. Naquele momento eu só conseguia pensar no prazer em que lhe oferecia e no medo dela ir embora mais uma vez. Eu não a deixaria partir, dessa vez eu acertaria as coisas.
Don't go away
Não vá embora Say what you say
Diga o que disser Say that you'll stay
Diga que você ficará Forever and a day
Para sempre e mais um dia In the time of my life
Durante toda a minha vida 'Cause I need more time
Porque eu preciso de mais tempo Yes, I need more time just to make things right
Sim, eu preciso de mais tempo apenas para acertar as coisas
Parei de pensar e então me concentrei somente na garota deitada em minha cama. Fechei meus olhos sentindo o momento, sentindo como era estar dentro dela por mais uma vez. Aquela sensação era incrível! Eu estava completo novamente. Não me importava mais quem éramos ou que aconteceria dali pra frente, eu só conseguia sentir a corrente que nos ligava inconscientemente, sentir como aquilo era certo, como nossos corpos eram moldados um para o outro como se aquele fosse o encaixe perfeito. E eu tinha certeza, aquele era o encaixe perfeito.
Yes, I need more time just to make things right
Sim, eu preciso de mais tempo apenas para acertar as coisas Yes, I need more time just to make things right
Sim, eu preciso de mais tempo apenas para acertar as coisas
Eu me movia cada vez mais habilidosamente provindo sussurros e gemidos de . Não demorou muito tempo para chegarmos ao ápice juntos. Abri os olhos vendo-a sorrir e aquilo foi o suficiente para ganhar meu dia.
So don't go away
Então não vá embora
Eu não havia conseguido fechar os olhos nem por um instante. O medo de que ela fosse embora tomava conta de mim. Eu me sentia um tolo por isso, mas não conseguia parar de pensar no assunto. Olhei mais uma vez para deitada com a cabeça em meu peitoral, dormindo tranquilamente. Nem parecia a garota durona que era. Daquele modo ela era tão frágil, como se qualquer simples movimento fosse possível quebrar sua fragilidade. Afaguei seus cabelos, uma ação que eu havia feito a noite toda, e suspirei pesadamente olhando para o relógio que se encontrava no criado-mudo ao seu lado da cama. Quinze para seis da manhã.
O quarto ainda permanecia escuro e totalmente silencioso. A única coisa que podia ser ouvida ali era a respiração tranquila de . Olhei-a por mais uma vez, não me cansando de fazê-lo. Eu não queria que aquela tranquilidade toda acabasse. Não queria que ela acordasse e fosse embora, assim como havia feito da última vez. Eu me lembrava claramente de suas palavras (que ela ficaria somente por aquela noite) e estava disposto a fazê-la ficar durante toda minha vida. Eu não podia perder aquela mulher novamente.
Não sei exatamente por quanto tempo fiquei perdido em pensamentos (acho que foi a noite toda) e só me voltei a me dar conta da realidade quando ouvi um celular tocar. Olhei para o relógio novamente, erguendo uma das sobrancelhas, seis da manhã.
se movimentou sobre mim então fechei os olhos rapidamente para fingir que dormia. Senti-a levantar da cama e em alguns segundos, ela atendeu o celular que tocava.
- Alô? – disse sonolenta ao atender o aparelho – Oi, que horas são? – perguntou e eu fiquei curioso para saber com quem estava falando – O quê? – indagou parecendo chocada com a resposta da pessoa do outro lado da linha – Ele já acordou? – perguntou nervosa e eu pude ouvir seus passos pelo quarto. Ele? De quem estava falando? Abri os olhos e a vi de costas para mim, procurando suas roupas no chão – Okay, estou indo para aí agora. Se ele acordar e perguntar por mim, diga que saí para comprar o café da manhã. Beijos. – disse por fim e desligou o celular.
parecia nervosa e vestia suas roupas com pressa. Não se deu o trabalho de olhar para mim nem por um instante. O que estava acontecendo? Quem ainda não tinha acordado e perguntaria por ela quando o fizesse? Observei-a de costas calçar seus coturnos, então resolvi falar já que ela não falaria nada.
- Com quem estava falando? – perguntei e ela parou o que estava fazendo no mesmo segundo. Ela pareceu petrificada e não respondeu minha pergunta – Com quem estava falando e sobre quem estava falando? – perguntei já sentindo a paciência esvaziar do meu corpo assim quando a ideia de que tivesse outro cara passou pela minha mente.
- , eu... – não completou a frase parecendo chocada. Olhei-a com uma das sobrancelhas erguidas.
- Olha pra mim. – pedi, mas meu tom de voz fez soar meu pedido como uma ordem. não me obedeceu – Olha pra mim agora! – ordenei nervoso deixando que minha voz se alterasse e então ela virou para mim. Observei seus olhos , o medo que ela tentava esconder havia voltado aos mesmos. Aquilo me deixou ainda mais intrigado – Quem é ele?
- Eu não posso te contar. – disse calmamente desviando os olhos para cama, fugindo do meu olhar.
- Você tem outro cara, ? – perguntei nervoso e senti meu sangue correr loucamente por minhas veias com essa possibilidade. ficou em silêncio e eu tomei aquilo como uma resposta afirmativa – Eu não acredito. Eu não acredito! – gritei louco de fúria levantando-me da cama e pegando minha boxer que se encontrava ali perto.
Era realmente impossível de acreditar. tinha outro cara e havia me usado mais uma vez, me enganado mais uma vez. Vesti minha cueca com raiva e como na noite anterior, dei um soco na parede, fazendo com que se assustasse. Olhei-a com raiva. Como ela podia ter feito aquilo comigo?
- Por que fez isso comigo? Por que me usou de novo? – perguntei extremamente nervoso e ela desviou seu olhar por mais uma vez. Andei até ela e segurei seu rosto com força a obrigando olhar para mim – Olhe para mim quando eu falo! – esbravejei e o medo que ela tentava esconder se tornou totalmente nítido em seus olhos.
- Eu não te usei. – disse baixo deixando sua voz soar triste. Eu ri sem humor – Está me machucando, . Por favor, me solte. – o fiz com raiva quando pediu.
- Não me usou? – perguntei sarcástico não me conformando com seu cinismo – Como não me usou se você tem outro cara, caralho?
- Eu não posso te explicar, . Eu simplesmente não posso. – disse levantando-se da cama e desviando o olhar mais uma vez.
- Por que não pode? – indaguei nervoso – É difícil admitir a verdade, não é? É difícil olhar na minha cara e dizer que nunca passei de um passatempo pra você, não é mesmo?
- Que passatempo, ? – pareceu reagir as minhas acusações e alterou a voz também – Nós nunca tivemos nada!
- Não tivemos, mas poderíamos ter se você fosse honesta! – esbravejei sem paciência e ela passou a mão pelos cabelos puxando-os para frente.
- Por que diabos você se apaixonou por mim? – indagou nervosa como se aquilo fosse um absurdo – Nunca te dei motivos para isso!
- E você acha que eu sei? Acha que eu queria isso? – perguntei do mesmo modo e ela respirou fundo parecendo se acalmar.
- Não precisamos fazer isso um com o outro. É melhor seguirmos nossas vidas como se nunca tivéssemos nos conhecido. – disse me dando as costas e então, graças ao cabelo que ela jogou para frente do corpo, percebi algo que passaria despercebido se sua nuca estivesse coberta.
Caminhei até , segurando-a pelo braço e descobri totalmente sua nuca.
- . – li o nome tatuado em seu pescoço e achei que aquilo só podia ser uma brincadeira. ficou estática em minha frente sem pronunciar uma só palavra – É ele, não é? Esse é o nome do filho da puta, não é? – esbravejei soltando o braço de e uma sensação homicida se apoderou de mim. Ela se virou de frente pra mim, dando um tapa extremamente forte na minha cara.
- Você pode me xingar e me odiar o quanto quiser, , mas não se atreva a falar mal dele na minha frente, está me ouvindo? NUNCA! – gritou pegando seu blazer do chão e saindo do meu quarto.
Deixei-a ir. Eu não queria mais saber daquela mulher. Ela não merecia nada que viesse de mim, além de todo meu ódio e desprezo. Como ela pudera me usar mais uma vez? Como eu fora tolo mais uma vez por cair em suas garras como um patinho? Urrei dando mais um soco na parede e sentindo o ódio correr por minhas veias. Aquilo tudo era pra eu aprender, aprender que não se pode de maneira nenhuma confiar nas pessoas. Eu era um estúpido! Um idiota!
Assim como antes eu estava disposto a fazê-la ficar, agora eu estava disposto a realmente esquecê-la. Esquecer que um dia existiu e que me mostrou algo que parecia impossível: fazer com que eu me apaixonasse por alguém. Eu sabia que seria difícil, pois o coração não esquece rapidamente das pessoas que um dia amamos, mas eu estava disposto a encarar toda a dor que viria pela frente.
Dessa vez, eu esqueceria . Como se ela nunca tivesse existido e nunca tivesse me feito, pela primeira vez na vida, amar realmente alguém.
Fim.
N/A: Okay, primeiro vamos aos agradecimentos!
Quero agradecer a minha vadia Anny Comeau por sempre me incentivar a continuar escrevendo minhas fics, a Lilá por betar minhas fics e agüentar meus terríveis erros de pontuação e a todas as pessoas que comentaram em Where You Are. Muito obrigada, amouras! *-* Comentários como aqueles são o que me faz continuar escrevendo! *-* Muito obrigada, de coração! :’D
E aí? O que acharam dessa parte da fic? Eu sinceramente gostei de escrever no início, mas depois achei que tava uma bosta (principalmente a nc porque não sei escrever cena de sexo!) ... Well, eu odeio minhas fics, me acho uma péssima escritora, mas tem gente que gosta, né? Tem louco pra tudo nessa vida! KSPÇAKSPÇAKSPÇAKSPÇA Brincadeira, amouras!
Por favor, comentem, me xinguem, digam tudo o que acharam da fic! Preciso ler muitos comentários pra poder começar a escrever a parte III! :D Yeah! Where You Are vai ter parte III! Onde o seu Guy vai descobrir tudo sobre você e seus mistérios! ;D
Sim, sou extremamente chantagista a ponto de só começar a escrever a parte III quando eu ver muitos comentários na caixinha ali embaixo, hein? Então comentem, me deixem feliz e assim tomarei inspiração para escrever! :D
Qualquer dúvida, sugestão, crítica, perguntas, xingamentos? Deixo aqui meu twitter e formspring pra vocês falarem a vontade!
Bom, acho que é isso! Muito obrigada a todas as pessoas que leram! :D
Beijos!
N/B: Você não me dá trabalho, Blue! Já te disse que adoro suas fics!
E como assim você não sabe escrever NC? Você tinha uma NC em que você descrevia perfeitamente, mas você tirou ela do site –mimi
Encontrou algum erro nessa fic? Contatem-me por e-mail ou twitter que eu corrigirei o mais breve possível.
XX
-Lilá