With Me
by Mih | Betagem por Cáh

Capítulo 1 – All My Loving ;

null se arrumava na frente do espelho para mais um daqueles jantares família que tanto odiava.
Eram sempre as mesmas coisas, os mesmo assuntos, as mesmas pessoas... A única coisa que mudava, era o motivo do jantar.
Esse, era para comemorar os dezoito anos de casados de seus pais.
Aquilo a enchia.
Ela colocou o vestido azul que sua mãe deixou sobre sua cama, e começou a fazer a maquiagem. Nada muito forte, afinal, era apenas o jantar de família, mas ela tinha obrigação de ficar linda.
Não que isso fosse difícil.
Sentiu falta de null, sua melhor amiga, que estava no País de Gales, no velório de sua avó.
O barulho lá embaixo já estava ficando insuportável. Ela estava demorando demais para se arrumar, e o jantar já tinha começado a um bom tempo.
- Hei! – null abriu a porta do quarto da menina e entrou, ficando encostado no batente.
null sorriu.
- Hei! – Ela sorriu, continuando a se arrumar.
null insatisfeito com a recepção, fechou a porta atrás de si, e abraçou a menina pelas costas. Ela sorriu.
- Você está maravilhosa! – Ele disse, dando um beijo na ponta da orelha da menina.
null sorriu e passou a mão no cabelo de null, ainda de costas pra ele.
- Obrigada! – Ela agradeceu, e virou-se pro menino.
null estava com uma calça simples, mas com um suéter vermelho lindo. Seu cabelo estava arrumado, e sua franja caía levemente nos olhos. Ela pôde sentir o perfume que ele usava. Como ela amava aquele cheiro.
- Você também está lindo! Eu adoro esse suéter! – Ela disse sincera.
- E eu adoro esse vestido! Sou obrigado a admitir que minha sogra, desenha melhor que minha mãe! – Ele admitiu, referindo-se a mãe de null, que é uma estilista bastante requisitada em Londres.
null e null namoravam a dois anos, e a cada dia que passava, null se apaixonava mais pela menina.
Apesar de seus poucos dezessete anos – no caso de null, ainda dezesseis – Ele já sabia que era com ela que queria passar o resto de sua vida.
Definitivamente, ele a amava.
null porém, não amava null do mesmo jeito. Na verdade, ela estava com ele, pelos pais.
Sim, pelos pais.
A mãe de null, e a mãe de null eram donas de um império, no ramo da moda. As duas eram estilistas e sócias.
Já o pai de null, cuidava dos negócios da família null, já que null era órfão de pai.
Quando começaram a sair, Joanna – sua mãe – colocou na cabeça de null, que ela tinha que ficar com null ‘pelo bem da família’.
Não que fosse um sacrifício, já que null além de lindo – sim, ele era um dos garotos mais bonitos de toda Londres – ele era um doce de pessoa, fazia de tudo para ver null bem. Mas mesmo assim, ela sentia-se mal por não sentir o mesmo que ele sentia por ela.
- Bobo! Sua mãe desenha maravilhosamente bem! – null disse.
Era verdade.
null deu de ombros, e null virou-se novamente para o espelho, agora arrumando seu cabelo.
Ela deixou-os soltos, formando cachos no meio das costas. Terminando o cabelo, borrifou nos pulsos o doce perfume que usava, e virou-se para o namorado, que a olhava sorridente.
Sem demora, null a puxou para mais perto, a beijando como se não a visse a anos.
null gostava desse jeito imprevisível de null. Ora com beijos quentes e rápidos, ora com beijos delicados.
- Acho bom descermos. Sabemos como null é pervertido! Sabe Deus os comentários que ele pode fazer se demorarmos! – null disse rindo, passando a mão pelo rosto do namorado.
null riu.
- Ficaria feliz se realmente acontecesse alguma coisa... – null disse baixinho.
null ouviu, e deu um tapa no braço do menino.
- Vou fingir que não ouvi esse seu comentário, null! – Ela disse rindo, enquanto null fingia sentir dor no local atingido pela namorada.
Ele deu um selinho na menina, e de mãos dadas, saíram do quarto e seguiram para a sala de jantar.
A casa de null vivia cheia. Joanna e Robert eram famosos também pelas festas e jantares que davam, por isso, não saíam das colunas sociais; porém null ficou surpresa ao ver a quantidade de pessoas presentes.
A quantidade de convidados, e a quantidade de empregados.
Garçons segurando bandejas de champanhe desfilavam pela sala, a sala estava enfeitada com rosas colombianas, e uma música suave tocava de fundo.
Estava tudo perfeito.
Joanna e Robert estavam conversando com a mãe de null, Audrey.
- Vamos procurar os caras? – null sugeriu.
- Pode ser... – null deu de ombros, e ainda de mãos dadas, eles saíram em direção à piscina.
Sabiam que os filhos dos casais convidados, estariam ali.
Realmente, a área da piscina estava cheia de adolescentes. Todos filhos dos convidados de Joanna e Robert.
null detestava algumas pessoas ali, por exemplo, Rachel, filha do casal White.
- Uau! – null e null ouviram uma voz familiar exclamar.
null apenas riu, e virou-se, dando de cara com o irmão, null, sorrindo e com os cabelos bagunçados.
Apesar de um pouco largado, ele estava lindo. Ele vestia um casaco preto, simples; uma calça apertada e all star. null fazia o estilo rockstar rebelde. Joanna em uma de suas crises, queimou todas essas roupas de null, obrigando-o a usar roupas decentes. Não levou uma semana para que null enchesse seu guarda-roupas novamente. null adorava o estilo de null.
- Veja só se não é meu irmão mais lindo! – null disse manhosa, pendurando-se no pescoço do irmão.
null ria. Ele adorava o relacionamento de null e null.
- Será que é porque sou o único, sua cretina? – null disse rindo, beijando o topo da cabeça da irmã.
null deu a língua, e voltou ao lado do namorado.
- E aí, quem já chegou? – null perguntou.
null levou a taça de champanhe que segurava a boca, e deu uma olhada.
- Os White, os Black, os Carlisle... – null dizia.
- Quem de interessante chegou? – null reformulou a pergunta.
null pegou duas taças de champanhe quando o garçom passou por eles. - Ah, os null, e os nossos tios... – null deu de ombros, dando outro gole em sua champanhe.
null sentiu o estômago revirar.
Seus tios tinham chegado.
- null? – null perguntou, ao perceber que a namorada não notou a taça estendida pra ela.
null sorriu, e deu um longo gole em sua bebida.
null acenou para null, que estava conversando com a filha do casal Black.
null falou alguma coisa à garota, e se dirigiu ao grupo.
- null, se não fosse sua mãe, eu juro que investia! – null disse, colocando a mão no ombro do amigo, que riu.
- Oi pra você também, null! – null disse, acenando para o amigo.
null deu um beijo em cada lado do rosto de null, e sorriu.
null null, o único filho do casal null, outro grande nome da cidade. Eles eram donos de condomínios populares. Por ser filho único, null era um pouco fútil, mas nada que o tornasse insuportável.
Ele vestia um suéter de cashmere verde musgo, e o cabelo arrumado perfeitamente.
null tinha o sorriso mais bonito da festa, e todas as garotas presentes pareciam notar.
- Vou ignorar seu comentário! – null disse rindo.
- Que comentário? – Outro garoto juntou-se ao grupo.
null deu outro gole em sua bebida, quando ouviu a voz dele.
- O null quer dar uns pegas na mãe do null! – null disse rindo, dando de ombros.
- Sua mãe também tá boa, null! – null comentou rindo, enquanto null ria, e balançava a cabeça.
- Meu pai também acha! – null disse.
- Você já viu o tamanho do meu tio, né?! – null perguntou rindo, à null.
null deu de ombros.
- null, como você ta gay! – null comentou, olhando a roupa do amigo – Ta parecendo o null!
- HEI! – null exclamou, ofendido.
- Ele ta lindo! – null disse, dando um selinho no namorado.
null apenas riu.
- Você é suspeita pra falar, priminha. – null disse, olhando null com desdém.
- null, evite beijar o null na minha frente! Isso ainda me incomoda! – null disse, fingindo seriedade.
null forçou um sorriso, mas somente ele sabia que era um sorriso forçado.
null null, primo de null e null. O pai de null, é irmão de Joanna.
Como null odiava isso. Odiava ser primo de null.
- E aí, já sabem o que vão fazer no final de semana? – null perguntou, pegando uma taça de bebida quando o garçom passou por eles novamente.
- Já. Meu aniversário. – null disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
null rolou os olhos.
- Falou o centro do universo. – Ele disse, passando a mão pelo cabelo, com o fim de desarruma-los.
Ele vestia uma camiseta branca social, e por cima um blazer preto. Vestia uma calça jeans simples, mas estava perfeito.
null se odiava ao ter que concordar.
- Você não se cansa de ser insuportável, null? – null perguntou séria.
null riu.
- Tem certeza de que, eu sou o insuportável da história? – Ele perguntou, olhando fixamente nos olhos da prima.
null ia responder alguma coisa, mas null a abraçou.
- Parem vocês dois! – null disse – Vocês não podem se encontrar que já começam a discutir!
- É ele! – null disse, apontando o primo.
null rolou os olhos.
- Você conhece a namorada que tem! – null disse.
- O que quis dizer com isso? – null perguntou.
Os dois ficaram se encarando durante alguns instantes. Por um momento esqueceram que estavam brigando.
- Eu... – null já não sabia mais o que dizer.
- Olha só, o jantar vai ser servido! – null disse, apontando dentro da casa.
- Vamos. – null disse, beijando o pescoço da namorada, e guiando-a pra dentro da casa.
null os seguiu, e null e null ainda ficaram lá fora.
null respirou fundo.
- Você não me engana. – null disse sério.
- Que? – null perguntou, depois de tirar os olhos de null e null.
null deu um gole em sua bebida e arrumou o suéter.
- A null. Ela mexe com você.
- Ah, cala a boca null! Não pode beber duas taças de champanhe que já sai falando merda... – null disse, deixando o amigo sozinho, e entrando na casa.
null deu de ombros e o seguiu.
null tinha razão. null mexia com null, muito pra falar a verdade.
Ele se odiava por isso! Primeiro: ela é sua prima. Segundo: namora null null, um de seus melhores amigos.
Terceiro: ela o odiava. E ele tinha que fingir sentir o mesmo.
Sempre que se encontravam, discutiam. Ele até gostava, adorava ver a cara dela quando nervosa, mas no fundo, queria dizer a ela que, ela não é nenhuma garotinha fútil – como ele mesmo diz. Queria poder dizer a ela todas as qualidades que ele via nela.
Queria dizer que, desde os onze anos ele a ama, mas que nunca disse por nada por serem primos.
null sentou-se bem longe de null e null. Era torturante ver os dois, sempre juntos; ver null a beijar toda hora.
Imediatamente null lembrou-se de quando tinham onze anos. Eles brincavam sozinhos na borda da piscina da casa de seus avós.
null empurrou null na piscina, e a menina fingiu que se afogou. Preocupado, null pulou na piscina para salva-la. null começou a rir quando o menino colocou-a na borda, e ele ficou bravo. Depois, ao ver a menina rindo daquele jeito, ele não agüentou e começou a rir também.
Sem que percebessem, foram se aproximando, e ambos deram o primeiro beijo.
Claro que nenhum dos dois sabiam que eram o primeiro beijo do outro, mas foi especial. Para os dois.
null sorriu sozinho ao lembrar disso.

null do outro lado da mesa, sentia exatamente a mesma coisa.
E sentia-se mal por estar com null, pensando em outra pessoa: no primo.
Ela sorriu ao ver que o menino ria depois de null escrever alguma coisa em um guardanapo, e jogar nele.
Ah se Joanna visse o comportamento do filho à mesa...
Voltando a null; o sorriso do garoto era irresistível.
null não conseguia vê-lo sorrir daquela forma, e não sorrir também.
- Amor, passa o sal pra mim? – null pediu baixinho pra namorada, colocando a mão na perna dela, por debaixo da mesa.
null forçou um sorriso, e passou o sal ao namorado.
Apesar de null ser o homem mais perfeito do universo, era impossível sorrir totalmente, tendo null no mesmo lugar.
De canto de olho, null olhou para o primo, que também a olhava.
Por um momento, os dois se encararam, mas null olhou para seu prato, e null, voltou a olhar para o lado.

No geral, o jantar foi um sucesso.
Depois de todos servirem-se, Robert fez um pequeno discurso sobre como era maravilhoso passar dezoito anos do lado de Joanna, que fingiu chorar. As pessoas aplaudiram, e voltaram à sala, para as últimas bebidas.
Os garotos ficaram em um canto afastado da sala, sentados em almofadas.
null por estar de vestido, estava com uma almofada no colo também.
- Você podia dormir em casa hoje, né? – null disse baixinho, no ouvido de null.
null sabia perfeitamente o que null queria dizer com isso. Apesar de namorarem a um tempo, eles nunca transaram. Sempre que null tentava alguma coisa, null dizia que ainda não estava pronta.
null sempre a respeitou, e nunca a traiu. Isso era outra prova de amor: que homem consegui ficar dois anos sem nada?
Porém, sempre que podia, ele tentava alguma coisa.
- null... – Ela o censurou, rindo.
Não deixava de ser engraçado.
null, vendo que não conseguiria nada – pelo menos naquela noite – riu alto, e abraçou a namorada apertado, fazendo-a reclamar de dor.
null rolou os olhos.
- Então, vocês virão pra festa de aniversário da null, né? – null perguntou, girando o líquido de dentro do seu copo.
- Claro! null tem amiguinhas bem hots! – null disse, mordendo o lábio inferior.
null riu, e null continuava olhando null e null de cara fechada.
- null? – null estalou os dedos na cara do primo, que fingiu que nada acontecia. – Ta aí cara?
- O que você falou? Nem prestei atenção... – null disse, dando um gole na sua bebida.
Ele precisava de algo mais forte.
- Se você vai vir na festa da null... – null repetiu.
null parou de conversar com null. Aquele assunto a interessava.
- Não. – Ele disse simplesmente.
null não escondeu o desapontamento. Ou melhor, escondeu.
- Como se eu tivesse convidado! – Ela disse, rolando os olhos.
null olhou para a prima com os olhos semi-cerrados.
- Pois nem se tivesse convidado eu viria. Não há nada que me interesse em uma festa de aniversário de dezessete anos... Ainda mais, sua! – null disse, olhando para a prima.
null abriu a boca, mas não saiu nenhum som.
Ela simplesmente não sabia o que dizer.
- Eu te odeio, null! – Ela disse séria, fuzilando-o com os olhos.
null deu um sorriso de canto – e que sorriso, diga-se de passagem.
- Estamos quites! – Ele disse sorrindo, dando um gole em seguida, em sua bebida.
null ficou de pé.
- null... Vamos pro meu quarto? Essa festa já me encheu! – Ela disse séria.
null sorriu sem perceber. Ele ainda tinha esperanças.
- Claro. – Sem demoras, ele também se levantou.
null acompanhou os dois saindo da sala com os olhos.
Ótimo null, agora eles vão ficar sozinhos e sabe Deus o que vão fazer!
null e null se entreolharam. - Pegou pesado, cara! – null disse à null.
null virou-se lentamente pra null, com uma cara nada amigável.
- Não está mais aqui quem falou. – null disse, erguendo os braços.
null porém, sentou defronte ao primo.
- Você e a null são dois imbecis! Parece que vocês têm doze anos de idade! – null disse sério.
Por ser o mais velho, era ele sempre quem ‘puxava a orelha’ dos demais.
Nem sempre isso era bom, mas ele achava-se maduro.
- null, não começa! – null pediu, rolando os olhos.
O fato de null e null estarem sozinhos no quarto dela, o atormentava.
E saber que isso acontecia por sua culpa, não ajudava.
- É sério, null! Cara, somos primos! Eu e você nos damos bem, por que não, você e ela? – null dizia.
null concordava com a cabeça.
O medo que ele tinha de null, o impedia de dizer qualquer outra coisa.
- Porque ela é uma garotinha fútil que se acha o centro do universo. Apenas por isso. – null disse, dando de ombros.
null entortou a boca.
- Eu sei que sou meio suspeito pra falar... Afinal ela é minha irmã e... null, dê uma chance a ela de mostrar que não é assim! Eu sei que, no fundo você sabe como ela é de verdade! – null disse sério.
null ficou em silêncio.
Realmente, ele sabia como null era de verdade.
Aliás, eles só começaram a brigar toda vez que se viam, por causa de null. Desde que percebeu que a amava, começou a trata-la mal, como se com isso, deixasse de gostar dela.
Doce ilusão.
- Que seja. – null deu de ombros, dando-se por vencido.
null e null sorriram.
- Então você vem a festa? – null perguntou.
- Não fui convidado. – null disse simplesmente, dando outro gole em sua bebida, que já estava quente.
null deu um pedala – bastante forte – no garoto.
- Ouch null! – Reclamou.
- Você vai mesmo levar em consideração o que a minha irmã fala de cabeça quente? Você sabe que é mais que convidado. Não só dela, como meu! – null disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
null sorriu involuntariamente.
- Que seja... Só virei porque não tenho nada mais interessante pra fazer no sábado! – null disse, dando de ombros.
null sorriu convencido.
Realmente, o poder de persuasão de null null era realmente bom.

null e null entraram aos beijos no quarto.
Apesar de null ter plena consciência de que nada aconteceria naquela noite, ele queria aproveitar esse momento sozinho.
E não queria desperdiçar a chance de tentar.
Sem parar de se beijar, os dois deitaram na cama e conforme eles se beijavam, a mão de null deslizava pela perna de null, conseqüentemente levantando seu vestido.
Não era a primeira vez que aquilo acontecia. null e null brincavam às vezes. Nada além.
null colocou as mãos por dentro da camisa de null, e arranhou as costas do namorado.
Aquilo pareceu despertar o demônio em null, já que o garoto colocou a menina por baixo dele, e começou a despi-la com certa velocidade.
null estava gostando, fato. Mas outra pessoa vinha a sua mente quando ela fechava os olhos.
E essa pessoa estava lá embaixo.
- null... – null disse, enquanto null beijava sua barriga.
Estava bom... Mas era injusto com null.
Ela não podia ficar com ele daquele jeito pensando em outra pessoa.
- null. – Ela repetiu.
null parecia não ouvir.
Com esforço, null o empurrou para o lado, e cobriu-se com o lençol, já que o vestido já estava jogado no chão.
null passou a mão no rosto e respirou fundo.
Não foi hoje, null.
- Desculpe... – null não sabia o que dizer.
A única que veio em mente foi o ‘Desculpe’.
Péssima escolha.
null, ainda em silêncio, vestiu novamente a camisa.
- null... Eu... – Ela realmente não sabia o que dizer.
- Tudo bem. – Ele disse sério, se vestindo.
Apesar dele dizer ‘tudo bem’, suas expressões confirmavam o contrário.
null ficou em silêncio, e null se trocou, ficando de pé.
- Melhor eu ir embora... – Ele forçou um sorriso e beijou a testa da namorada – Até amanhã. Te amo.
- Eu também. – null disse quando o namorado a beijou na testa.
null acenou, e saiu do quarto da menina.
null xingou-se mentalmente. null era perfeito, por que ela não conseguia ir mais além com ele?
Ela vestiu uma camisola, e deitou. Apesar do barulho lá embaixo, decidiu que dormiria.
A noite dela tinha acabado ali.

Quando null voltou para a sala – sozinho – null perguntou imediatamente o que tinha acontecido.
- O problema foi esse, cunhado! Nada aconteceu, nada acontece... – Ele disse, visivelmente irritado.
null não evitou outro sorriso.
- Bem, acho bom eu ir embora... Amanhã é sexta-feira e eu ainda tenho coisas a fazer... – null disse, alegre.
Sua noite não foi totalmente perdida.
- Então vou com você. – null disse – Bem, até depois null, null! – null despedia-se.
- Até depois, null! – null despediu-se de null – Até depois, primo!
- Até! – null acenou para null e null, e saiu na frente. null despediu-se de mais algumas pessoas, enquanto null já saía de casa.
Ele ficou olhando a janela do quarto da prima, e sorriu.
- Vamos? – null disse, chegando ao amigo.
- Vamos. – null disse.
Os dois entraram no carro de null e saíram.
Por algum motivo, null estava ansioso para sábado.

Capítulo 2 – O Mundo Vai Girar ;

- null, acorda por favor... – null cutucava o irmão, que ainda dormia.
- Hoje não... – Murmurou null, que ainda dormia.
null respirou fundo.
Ela abriu as cortinas do quarto do irmão, fazendo-o remexer na cama, cobrindo os olhos.
- Porra null! – Ele disse mal humorado – Hoje é sexta-feira!
- Exatamente! Você precisa me ajudar, null! Não quero que só a mãe cuide de minha festa! Eu quero ajudar, entende? – null dizia, sentando-se na beirada da cama do irmão.
null destampou os olhos e olhou incrédulo para a irmã.
- Você não me acordou por isso foi? – Ele perguntou sério.
null era o irmão perfeito, mas era a pior pessoa do mundo quando acordava.
Ainda mais, quando era acordado.
- Foi... – null disse, sorrindo feito criança.
- Ah mano, vai se ferrar! – null disse, estressado, entrando no banheiro.
Ele começou a xingar alto, e null contou até dez mentalmente. Ela já conhecia o irmão.
Ele a xingaria alto, depois ele a olharia no fundo dos olhos e ela faria cara de vítima.
Arrependido, null a abraçaria e diria que nunca mais falaria com ela daquele jeito, fazendo em seguida o que a menina quisesse.
null null é uma pessoa totalmente previsível.
- ...Liga pra null, vem falar sobre festa comigo?! Comigo?! – Ele resmungava.
null cantarolava baixinho.
Ela ouviu o barulho de null cuspindo na pia, e o barulho de descarga.
Ele saiu do banheiro, e olhou pra irmã, que encarava o chão.
null sentiu o coração apertar.
null olhou para o irmão, que olhou no fundo de seus olhos. Ele era um monstro.
Pelo menos, era isso que null queria que ele pensasse agora.
- null? – null chamou.
- Hum... – null fazia-se de vítima.
null sem demoras, a abraçou.
- Desculpa, eu nunca mais falo assim com você! O que você queria conversar comigo? Perdão... – Ele pedia arrependido.
null riu.
- Eu quero que você me ajude com a festa! Não quero deixar somente nas mãos da mãe! – Ela dizia.
- Uhum... – null compreendeu – E o que você tem em mente?
null sentou-se na cadeira da escrivaninha de null, enquanto o menino sentou na cama.
- Eu pensei em inovar, sabe? Todas minhas festas são iguais... Eu pensei em ter alguma banda tocando... – null mostrava suas idéias, maravilhada.
- Ah, boa... – null realmente tinha gostado – Mas, que banda?
- Eu não queria nenhuma banda famosa... Eu queria uma banda que ninguém conhecesse... – Ela dizia, olhando para algo que null não conseguia ver. – Eu queria... Uma banda de garotos tipo... Você! – Ela disse, certa.
- Eu? – null apontou a si mesmo – null, menos, bem menos!
null ficou de pé, e deu um gritinho.
- É ISSO! – Ela disse sorridente – null, você não me disse que tem uma banda, escondido do pai e da mãe?
- Banda de garagem null, a gente toca só por diversão... – null explicava.
- E daí?! Vocês poderiam tocar na minha festa! – null adorava mais a idéia a cada palavra.
- null, sem chance! – null disse sério.
- Aaah... – Ela fez bico.
null detestava o fato de ser tão influenciado pela irmã mais nova.
Ele fazia tudo o que ela queria.
- Tá null, tá bom! – Deu-se por vencido – Mas você fica me devendo uma!
- Eu te amo, null! – Ela disse, jogando-se em cima do irmão, que riu.
- Mas oh, nossa banda toca rock... E não temos músicas próprias... – null explicava.
- Tudo bem! Não tem o menor problema! – null dizia – Então, converse com os outros integrantes... Já tenho a minha banda! – Ela disse feliz.
null riu. Ele amava ver a irmã feliz.
- Era só nisso que você queria que eu ajudasse? – Perguntou .
- Não. Bem, lugar, decoração e tema, a mãe já resolveu, tanto que o salão já está todo arrumado. Já arrumei a banda, os convites foram entregues na semana passada... – null dizia mais a si mesma, do que à null – Bem, acho que agora falta apenas minha roupa... null, eu preciso estar perfeita! – Ela dizia preocupada.
null riu.
- null, você já é linda. Sem drama, ok? Aliás, qual vai ser o tema da sua festa?
null sorriu.
- Máscaras! Baile de máscaras! E o tema... Vai ser meio que cabaré, entende? – Ela sorriu encantada. Mas seu sorriso murchou - É sério null! Eu sou a aniversariante, preciso estar linda, ofuscar qualquer outra garota presente! E... Você pode me ajudar!
- Ah não, compras não! – null disse sério.
- Por favor... – null fez o maldito biquinho de novo.
- Tá null! – Mais uma vez, deu-se por vencido – Deixa eu me trocar então! Me espera lá em baixo!
- Ok! – null saiu do quarto do irmão saltitando.
null era o melhor irmão do mundo, fato.

- null... Que surpresa! – null disse, ao deparar-se com o amigo, parado no meio da sua sala.
null estava com o rosto um pouco amassado, porque ainda dormia quando null chegou.
A empregada o acordou, avisando que tinha um amigo o esperando na sala.
- Desculpa te acordar cara... Mas é que eu precisava conversar com alguém, e você foi o primeiro que me veio a mente. – null disse, visivelmente aflito.
null arqueou uma sobrancelha e sentou no sofá, fazendo sinal para que null fizesse o mesmo.
- O que houve? – Perguntou.
null respirou fundo.
- É a null...
null respirou fundo. Odiava quando null pedia conselhos sobre null, a ele.
Por null e null serem tão amigos, null sabia tudo o que se passava no namoro dos dois.
As vezes ele preferia não saber, mas também, tinha coisas que valiam a pena.
Saber que null continua ‘intocável’ é uma delas.
- Você vai terminar com ela? – null perguntou, escondendo aquela gota de esperança que ele tinha.
Seria uma coisa boa, null terminar com ela.
null riu.
- Não, não mesmo. – Ele disse sério.
null respirou fundo. Não foi dessa vez, null.
- Então o que foi? – Perguntou.
null respirou fundo. A empregada dos null estava na sala, servindo o café na mesinha de centro.
- Eu... Eu acho que a null... Sei lá, ela anda muito distante, sabe? – Ele começou.
- Como assim distante? – null pegou uma das bolachinhas da bandeja.
null distante com null? Até que não parecia ser ruim.
null era um cretino – segundo ele próprio. null é seu amigo.
Que tipo de amigo ele era?
O tipo de amigo que é apaixonado pela namorada dele.
- Sei lá... Tipo, quando estamos sozinhos, ela é a melhor namorada do mundo sabe? Fazemos de tudo, menos aquilo... – null contava.
- Hum... – null ouvia, enquanto pegava outra bolachinha.
- Mas, quando estamos com outras pessoas... Ela fica distante, sabe? Ela fica aérea ao que eu falo, parece que ela não fica confortável comigo, entende? – null dizia, pegando uma xícara de café.
Ele deu um gole e devolveu fazendo careta. Ele odiava café.
- Outras pessoas? Quem por exemplo? – null perguntou, e pegou outra bolachinha.
Cara, aquelas bolachinhas eram boas!
- Ah... – null pareceu pensar por um momento – Geralmente, vocês.
null rolou os olhos e riu.
- null! Claro que ela vai ficar mais ‘na dela’ quando está perto do irmão, do primo e de um amigo da família! – null dizia como se fosse a coisa mais óbvia da família.
null entortou a boca.
- Não sei não...
- null, deixa de ser inseguro, deixe esse papel com ela! Ela te ama, cara! – null dizia aquelas palavras que o machucavam – Você acha que se ela não te amasse, ela estaria a dois anos com você?
null sorriu de lado.
Porém, esse sorriso desapareceu.
- Dois anos, e nunca transamos... – Ele disse.
- null, desde quando sexo é prova de amor? – null perguntou sério.
- É prova de confiança. – null disse.
- Cala a boca! – null disse rindo – Eu fico com garotas que nunca vi na vida, e quando transo com elas não é porque as amo ou confio nelas. É porque eu senti vontade.
- Mas... Ah... – null estava confuso.
- null, deixa disso cara! Ela te ama, dá pra ver! – null dizia. – Pára de colocar merda na sua cabeça e curte a namorada que tem!
null sorriu. null era o melhor cara pra isso.
- Tem razão...
- Claro que tenho razão! – null disse. E mais uma bolachinha. – Vai procurar um presente pra ela, vai. Amanhã aquela coisa faz dezessete anos, mais precisamente no domingo, mas enfim, a festa é amanhã! – null riu da própria confusão - E sabemos como ela é enjoada para presentes...
null riu ao ver como null se referia a prima.
- Ok... – null ficou de pé – Valeu null... Eu fico confuso, entende? Obrigado por me ouvir!
null ficou de pé, e deu tapinhas nas costas de null.
- Que isso! – Ele respirou fundo – Ela te ama, só pensa nisso.
null sorriu e assentiu com a cabeça, ele estava se virando para ir embora, quando sentiu o celular vibrar.
Resolveu atender ali mesmo.
- Oi? – Ele atendeu – Aham... Pode falar mãe. – null apenas ouvindo – Como assim? Mãe tem a festa da null e... Ah... Ok, Beleza, eu converso com ela... Tá, tá. Outro. – Desligou.
null jogou-se no sofá novamente.
- O que houve, cara? – Perguntou null.
null respirou fundo.
- A minha tia, da França... Tá mal, cara. Não passa desse final de semana... E minha mãe quer que eu vá pra lá com ela... Pra vê-la antes dela morrer... – null disse desanimado.
- Oh, meus pêsames. – null adiantou.
null deu de ombros e levantou-se.
- Bem, vou avisar a null... Antes vou ver se passo na joalheria, comprar algo pra ela... Enfim, valeu null! – null acenou.
- Vai lá cara, boa sorte. – null disse, sem se mexer.
A empregada o levou até a porta, e null voltou a sala e continuou comendo suas bolachinhas.
Ele olhou para a porta e respirou fundo. É, null o amava, por qual outro motivo ela ficaria com null por dois anos?
null nem podia imaginar.

- null, decida-se! É o sétimo vestido que eu coloco e você diz que ficou maravilhoso! – null dizia, olhando-se no espelho com um vestido vermelho.
- Mas é que você fica linda em todos... – null irmão coruja null, disse.
null mandou um beijo ao irmão, e continuou se olhando.
null rolou os olhos, e viu que o celular da irmã tocava.
- null, tá tocando! – null disse, apontando o celular.
- Atende. – null disse, entrando novamente no provador.
Ele não olhou no identificador, e atendeu.
- Alô? – Ele disse.
- null? – Uma voz familiar disse do outro lado da linha.
null sorriu involuntariamente. Já estava com saudades.
- null! – Ele disse alegre – Hei menina, como está?
Ele ouviu a menina rir.
- Bem, na medida do possível... E você? – Ela perguntou.
- Bem! – Respondeu animado – E aí, volta quando? – Ele prolongou a conversa.
- Era sobre isso que eu queria conversar com a null... Acho que não vou voltar a tempo da festa... – null disse, visivelmente chateada – Aliás, onde está?
- No provador. Está experimentando o oitavo vestido... – Ele disse rindo.
null também riu.
- Bem típico da null. – Ela disse e null concordou.
- Ah... null vai ficar chateada de não ver você na festa... – null disse.
Na verdade, ele ficaria mais chateado do que null, mas isso não vem ao caso.
- E eu? – null suspirou – Eu vou ver o que consigo fazer... Melhor não dizer isso a ela. Se eu conseguir voltar a tempo, passo na festa!
- Combinado! – null sorriu.
Os dois ficaram em silêncio no telefone.
A menina respirou fundo.
- Bem null, terei de desligar... Beijo. – Ela disse.
null sorriu idiotamente.
- Outro. Até amanhã. – Ele disse.
Ouviu null rir, e desligou o celular.
null já não conseguia mais disfarçar, era completamente apaixonado por null, melhor amiga da irmã.
Ela também gostava de null, null sabia disso, mas a pedido da amiga, nunca contou ao irmão.
null não entendia porque eles não estavam juntos, já que se gostavam.
- Quem era? – null perguntou, agora vestindo um modelo branco.
- null. – null sorriu.
- Ela vem? – null perguntou animada. Sua amiga tinha que estar em sua festa!
- Não... – null disse chateado.
- Droga. – null reclamou – Bem, e este? – Apontou para o vestido que usava.
- Prefiro o anterior, mas esse ficou lindo também! – null disse.
null rolou os olhos e voltou para o provador.
A ligação de null serviu como estimulante para null, do contrário, ele não teria paciência de esperar null provar mais quinze vestidos.

Mais ou menos duas horas depois null tinha se decidido. Ficou com um modelo preto acima dos joelhos – bem acima dos joelhos, diga-se de passagem – e já sabia a máscara que usaria.
null tinha aprovado o modelo, até porque se ele não aprovasse, null não o levaria.
É, a opinião do irmão contava muito.
- Eu preciso de uma pulseira... E um colar! – null dizia baixinho.
null já estava exausto, e enjoado. Enquanto ele esperava null, comprou três milk-shakes e dois Big Mac’s. Ele não era do tipo ‘adolescente saudável’.
- Você não vai comprar hoje, vai? – null perguntou incrédulo.
Se ela demorou quase quatro horas pra escolher um vestido, Deus sabe quanto tempo ela demoraria pra escolher um colar e uma pulseira.
null riu.
- Não, eu sempre ganho de presente do pai! – Ela disse sorrindo, imaginando as jóias que o pai compraria.
Para quem não a conhecesse, null seria a perfeita adolescente fútil que não sabe como gastar dinheiro.
Quem a conhecia sabia que, ela foi criada assim e não tinha culpa.
- Então vamos, eu estou exausto cara! – null disse, pegando na mão da irmã.
null sorriu, e os dois foram em direção ao carro, que estava no estacionamento do shopping.
Eles dispensaram o motorista – null detestava toda essa coisa de motoristas e limusines – e foram no carro de null. Um modelo esportivo conversível.
null – ao contrário do que pensavam – não se importava em desmanchar o penteado quando null abaixava o capô. Adorava o carro do irmão por sentir o vento no seu rosto.
Ela sentia-se em um filme adolescente.
- Liga o som, null! – Pediu.
null não demorou e ligou. Estava tocando Sum 41. null ergueu os braços e começou a cantar ‘Still Waiting’ aos berros.
Graças a null, ela tinha bom gosto musical.

- Você canta pior do que a Marly! – null disse rindo, referindo-se a cozinheira, quando chegaram em casa.
Marly sempre cantava Queen enquanto cozinhava. Parecia até que ela incorporava o Freddie Mercury. null diz que já a viu dançando como o ex-vocalista.
- Não exagera! – null disse, deixando a sacola com o vestido no sofá, e jogando-se nele.
Ela também estava exausta.
- Hei! – null voltava da cozinha, segurando um copo de capuccino.
null detestava café, mas gostava de capuccino.
- null? – null perguntou surpresa.
null tinha essa intimidade. Quando ele ia à casa de null e ela não estava, sempre a esperava lá.
Mais precisamente na cozinha, conversando com Marly.
- Amor, precisamos conversar... – null disse sério, sentando ao lado da namorada.
- Eu vou subir. Qualquer coisa, gritem! – null disse, jogando as chaves do carro na mesinha de centro, e indo em direção a escada.
null ignorou o irmão e olhou o namorado. Realmente null não parecia estar brincando.
- O que aconteceu? – Ela perguntou séria.
null respirou fundo.
- Houve um imprevisto e... Eu vou ter que ir pra França com minha mãe hoje... Ficarei o final de semana lá. – Ele disse sério.
- AH! – null exclamou, desapontada.
Como assim seu namorado não estaria presente em sua festa de dezessete anos?
- Eu sei, eu também estou chateado... Parece que a minha tia, irmã do meu pai, está realmente mal. Meu tio acha que ela não passa desse final de semana. Minha mãe acharia desumano eu não ver minha tia antes dela... – null deu um gole em seu capuccino. Ele não conseguia terminar a frase.
null sentiu o chão desaparecer.
Ok, não era pra tanto, mas pra ela, era!
Sabemos que ela não ama null, nem nada do tipo, mas ela gosta dele e... Queria que ele estivesse presente em um momento importante como aquele.
- Eu estaria sendo egoísta se pedisse pra você ficar... – null disse depois de um tempo. Ela realmente ficou sensibilizada pela situação.
null deu um selinho na menina.
- Mas eu não esqueci do seu presente... – Ele disse sorrindo.
null sorriu também.
- null, sua tia está morrendo e você se preocupa com presentes! – Ela disse sincera.
Viram só? Ela não é tão fútil.
- null, fica quieta! Você é minha namorada, e eu não faço mais que minha obrigação! – Ele disse sorrindo tirando de dentro do bolso do casaco, uma caixinha preta.
Os olhos de null brilharam.
- Eu sei que a tradição é, seu pai lhe dar a jóia que você usa no seu aniversário mas... Como eu não estarei aqui, tomei a liberdade de comprar. – null disse, abrindo o estojinho preto.
null ficou eufórica.
- Oh meu Deus! – null olhou a jóia que o namorado comprara – É o colar Erickson Beamon! – Ela disse estupefata. [N/A: Sim meninas, o colar que o Chuck dá pra Blair no EP 8 :D]
null simplesmente sorriu, e o tirou da caixinha, colocando-o no pescoço da namorada.
- Eu... Eu não posso aceitar! – Ela disse sincera.
null deu um beijo na namorada.
- Sem essa! Eu comprei pra você! É pra compensar o fato de estar ausente no seu dia. – Ele sorriu – E esse colar foi feito pra você!
null abraçou null com força.
Não era pelo fato de ter ganho uma jóia como aquela, e sim pelo fato dele se importar tanto com ela. null era perfeito, simplesmente perfeito.
- Eu te amo! – Ele disse mais uma vez, segurando o rosto da namorada nas mãos.
- Eu também! – Ela disse, e deu um selinho nele – Você é o melhor namorado do mundo! – Riu.
null sorriu e a beijou.
Beijaram-se durante vários minutos. Era como se null quisesse guardar o beijo dela, para aproveita-lo na viagem.
Porém, o beijo foi interrompido pelo celular do menino, que vibrava.
- Eu tenho que ir amor. – Ele disse sério, depois de ler a mensagem. null ficou de pé, e null também – Mais uma vez desculpa e... Eu te ligo!
null sorriu e abraçou forte o namorado.
- Obrigada. – Ela agradeceu.
null a beijou novamente e saiu da casa dela.
null sentou-se no sofá sorrindo boba. null era perfeito.
Por que não conseguia gostar dele, como gosta de null?
Ela pegou o vestido e o colar, e levou-os para seu quarto.
Amanhã seria seu dia. Com ou sem null.

Capítulo 3 – Hey Tonight ;

O dia parecia ter sido encomendado. Apesar da época, o dia amanheceu quente e gostoso.
Definitivamente perfeito para uma festa de um null.
null passou o dia todo no salão. Como ela mesma dizia ‘queria estar perfeita’.
null passou o dia ensaiando – com esforço, ele convenceu os outros integrantes a tocarem na festa – e null passou o dia tentando achar uma máscara.
A noite, não diferente do dia, também estava perfeita. Realmente o dia favorecia null.
- null, você não vai mais achar! Desiste! – null, já pronto, dizia.
Ele e null tinham combinado de irem juntos. null usava um smoking Armani e uma máscara tipo a do Zorro. O cabelo perfeitamente arrumado, como sempre.
null estava com uma calça social e uma camisa listrada com os primeiros botões abertos. Ele usava all star, quebrando o ar ‘mauricinho’ das roupas. O cabelo como sempre, desarrumado propositalmente.
- null, se você não tem como ajudar, cala a boca! – null disse, após desligar o telefone.
Ele deixou para comprar a máscara em cima da hora, e não achava mais.
Parecia que a cidade inteira ia nessa festa, segundo null.
- Já tentou na... – null começou, mas null jogou o celular no chão.
Ele pensou no que perderia se não fosse à festa. Ele perderia bebida, boa música – ele sabia que a banda do null era boa – perderia ver null incrivelmente linda... Com null.
- Eu não vou mais. – Decidiu – Essa festa não vale o esforço que eu estou fazendo. – Ele disse sério.
- Ah não, null! Deixa disso cara! O quarteto já vai estar desfalcado sem o null! – null dizia, gesticulando.
null arqueou uma sobrancelha.
- Como assim ‘sem o null’? – null perguntou.
- Você não tá sabendo? – null perguntou confuso – A tia dele tá com o pé na cova...
- A francesa? – null perguntou. null falava muito sobre a tal tia francesa.
- A própria! Enfim, ele está na França! – null contava, agora voltando a se olhar no espelho.
null sentou na cama e pensou por alguns instantes.
Bem, agora a festa parecia mais interessante.
- Ok, mas ainda não tenho a máscara! – null disse desanimado.
null colocou a mão no queixo e ficou pensativo.
Era uma cena engraçada.
- Eu acho que já sei de um lugar! – null sorriu. – Mas é a última vez que te ajudo quando você é irresponsável!
null riu e levantou-se.
- Que seja!
Os dois saíram de casa, e null dirigia.
As idéias de null geralmente não são muito boas, mas já eram nove horas da noite e null não estava em posição de escolher.

A festa estava marcada pra começar as sete da noite, mas null sempre gostou de suspense.
Ela sabia que a essa hora, o salão já estava lotado, mas ela não ia se apressar.
Ainda em casa, ela colocou o vestido e o colar que ganhara de null. Ela definitivamente estava linda.
O cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto, e a franja estava caída nos olhos. Ela pensou em colocar um coturno, mas ficaria muito ‘garotinha do rock’ e sua mãe certamente não a deixaria sair de casa daquele jeito, então, colocou seu par de sapatilhas pretas.
- Hei, hei! – null entrou no quarto da irmã.
Ele ficou parado, olhando-a. null virou-se para ele, e mordeu o lábio inferior.
- E então? Como estou? – Perguntou, incerta.
null sorriu.
- Linda! – Ele sorriu abertamente – Sem dúvidas a mais linda da festa!
null abraçou o irmão.
- Obrigada. – Agradeceu – Aliás, você também está lindo!
null fez um barulho com a boca e riu.
Ele estava calça jeans, all star, uma camisa social branca, e por cima um casaco preto. O cabelo como sempre, desarrumado, mas hoje ele usava um boné virado para trás.
- E sua máscara? – Perguntou null.
null tirou uma máscara simples, que cobria apenas o lado esquerdo do rosto e colocou-a.
- Aqui! – Ele sorriu. – E a sua?
null sorriu e abriu o guarda-roupas, tirando de lá uma máscara prateada, que cobria apenas a região dos olhos.
null sorriu, como se aprovasse.
- Bem, então vamos? – Ele perguntou, dando o braço pra irmã.
- Sim! – Ela disse, depois de borrifar a sua colônia Dolce.
Ela deu o braço ao irmão, e desceram em direção ao carro de null.

- O que estamos fazendo nessa escola de teatro, seu imbecil? – null perguntou irritado, ao perceber que null estacionou defronte ao teatro.
- Você vai me agradecer! – null disse, descendo do carro.
null não entendia nada, simplesmente irritava-se mais a cada segundo.
Ele desceu e foi atrás de null.
- null, não vão nos deixar entrar aqui... – null dizia, quando eles pararam para falar com o porteiro.
- null null. – null mostrou a identidade.
O porteiro olhou alguma coisa nos computadores.
- Pode entrar. – O homem disse e null avisou que null estava com ele.
null não entendia nada.
- Como... Você... – null estava confuso, fato.
- Meu pai me obrigou a fazer teatro quando eu tinha quinze anos. Por isso que eu nunca pude ir aos seus jogos de hóquei! – null explicava, enquanto caminhavam rápido por um corredor escuro – Ele disse que eu tinha que ter alguma atividade extra-curricular, e o curso de teatro da nossa escola era podre.
null não sabia se ficava surpreso, ou se ria.
Na hora, veio a imagem de null fantasiado e recitando versos.
- Por que nunca contou? – null perguntou, segurando o riso.
Não que teatro fosse algo cômico, mas, teatro + null null já era palhaçada.
- Vergonha, oras. Veja se eu tenho vocação pra ser ator! – null disse como se fosse a coisa mais óbvia – Aqui! – Ele disse, abrindo uma porta.
null entrou e null o seguiu.
Algumas pessoas faziam gestos de olhos fechados. Sem dúvida estavam tendo aulas.
null começou a fazer sinal para uma mulher baixa, que dizia alguma coisa baixinho.
Ela o viu, acenou e dirigiu-se aos meninos.
- null! – Ela o cumprimentou – Resolveu voltar com as aulas? – Perguntou esperançosa.
- Não exatamente, Sra. Marsh... – null deu um sorriso amarelo – Na verdade, eu preciso de um grande favor seu.
A tal Sra. Marsh estudou null e null por debaixo de seus óculos de aro cor de rosa. Ela arqueou as sobrancelhas tatuadas.
- Que tipo de favor? – Perguntou receosa.
null sorriu.
- Nosso amigo null aqui – null abraçou null pelos ombros – Esqueceu de comprar uma máscara, e a prima dele está dando um baile de máscaras. A garota é incrivelmente temperamental, e se null não comparecer, é capaz dela ter um infarto! – null dizia.
null sentia vontade de rir.
A mulher pareceu pensar por alguns segundos.
- Tudo bem. Venham. – A Sra. Marsh disse, guiando os garotos novamente pelo corredor.
Eles entraram na sala que estava escrito ‘Figurino’ na porta.
Dentro da sala, várias araras de roupas. Roupas de todos os tipos. Ali também tinham fantasias engraçadas...
Logo mais para o lado...
- Máscaras! – null nunca foi tão feliz em aceitar uma ajuda de null na vida.
- Escolha. Mas... Eu só poderei vende-las. – A mulher disse.
- Sem problemas! – null disse.
null começou a olhar as máscaras, e depois de bastante escolher, pegou uma simples (que cobria apenas a parte dos olhos) preta.
Era a menos chamativa, segundo ele.
- Obrigado Sra. Marsh, muito obrigado! – null agradeceu.
- Acerte comigo depois! – Ela disse.
null e null sorriram, e saíram correndo da sala.
- Valeu null! – null dizia, enquanto corriam para fora do teatro.
- Não foi nada cara! – null disse rindo.
Eles saíram do teatro, e apoiaram-se nos joelhos para tomar ar.
Os cabelos de null ficaram ainda mais bagunçados, no entanto os de null, nem se moveram.
- Vamos? – null disse por fim.
- Vamos! – null sorriu.
Entraram no carro novamente, e seguiram para a festa de null.

Joanna não exagerou quando disse aos filhos que contratara vários fotógrafos.
Quando null e null desceram do carro, vários flash’s o pegaram. null rolou os olhos, pegando a irmã pela mão, e entrando com ela no salão.
null olhou maravilhada para o salão. Estava tudo decorado com peças teatrais. Máscaras em vários lugares, cortinas... A decoração lembrava um cabaré.
null não desejou de outro jeito.
- Uau! – null disse, olhando o local.
- Uau! – null concordou, rindo.
Um DJ tocava músicas dançantes enquanto a banda de null não se apresentava. No bar, o barman fazia todo tipo de bebida. As garçonetes estavam com perucas cacheadas, vestidas como dançarinas de cabaré, e os garçons, com roupas iguais a do Brendon Urie.
- Parabéns, null! – Alguém que null não conseguiu identificar disse.
null sorriu e esqueceu que ainda não tinha colocado a máscara.
Ela colocou a mesma no rosto, e null a imitou.
- Bem, que comece a festa! – null disse, ainda de mãos dadas com a irmã.
null assentiu com a cabeça, e foram para o meio do salão.
Tocava Don’t Matter, do Akon e as pessoas dançavam lentamente. Ok, nem tão lento.
null, discretamente, procurava alguém com os olhos. Se é que ele viria.
- Feliz aniversário, sua cretina! – null ouviu alguém dizer.
Ela virou-se e uma garota com um vestido amarelo (ou seria dourado?) um pouco acima dos joelhos, com sandálias de salto altíssimo e cabelo cacheado, sorria pra ela.
- Oh meu Deus! – null gritou, abraçando a amiga que sorria, por debaixo de uma máscara branca de strass.
null sorriu imediatamente ao perceber de quem se tratava.
- Você está linda! – null disse sincera.
null sorriu.
- Você também! Chegou quando? – Perguntou.
- A exatamente duas horas! Foi realmente difícil achar um vestido e uma máscara decente! – null disse rindo. Ela olhou para null.
- null! – Ela sorriu – Você está... – Lindo. Ela queria dizer lindo – Realmente legal!
null sorriu.
- Digo o mesmo!
null e null sorriam furtivamente um para o outro. null rolou os olhos, rindo.
- Vou beber alguma coisa. – Ela disse, saindo.
- Quer dançar? – null perguntou à null, estendendo a mão a ela.
- Adoraria, null! – Ela disse sorrindo, dando a mão ao garoto.
null viu os dois começando a dançar no meio do salão, e sorriu.
Era a primeira vez que realmente sentia falta de null.
Sabia que se ele estivesse ali, eles estariam se acabando de dançar ou então, se beijando.
- Vai querer o que? – O barman perguntou simpático.
- Strawberry Dawn. – null disse.
O barman começou com a pirofagia enquanto fazia a bebida.
Ninguém – tirando as pessoas mais próximas – reconhecia null, o que ela agradecia mentalmente.
A última coisa que ela queria no momento, era pessoas babando seu ovo.
O barman sorriu furtivamente para a menina, e entregou a bebida a ela.
- Obrigada. – Ela disse sorrindo, dando um gole em sua bebida.

null estacionou com o carro a uma quadra do salão, já que não tinha mais lugar.
Desceram do carro, e colocaram a máscara.
- Não é justo! – null reclamou.
- O que? – null perguntou, enquanto caminhavam em direção ao salão.
Eles já ouviam a música.
- Sua máscara é bem mais legal que a minha! – null disse e null deu de ombros.
- Cala a boca, null! – Ele disse rindo.
Os dois caminharam rápido, e rapidamente chegaram ao salão.
Eles também foram invadidos por flash’s e entraram correndo.
- Cara, eu vou me acabar hoje! – Foi o que null disse, quando entrou.
null apenas riu, e começou a procurar uma pessoa com os olhos.
Mesmo mascarada, ele a reconheceria a distância.
- Eu vou dançar! – null disse sorridente – Você vem?
- Depois. Vai lá! – null disse, e null saiu.
Conforme null andava, algumas garotas sorriam pra ele. null definitivamente atraía as meninas, mesmo mascarado.
Ele foi em direção ao bar, que estava cheio.
- Mambo five! – null disse ao barman, que logo começou a preparar sua bebida.
Ele percebeu uma silhueta feminina deixando um copo no balcão, e indo animada em direção a pista de dança.
Era ela.
null esperou sua bebida – não tinha tanta pressa – e bebeu-a lentamente, apenas acompanhando cada movimento de null a distância.

Agora tocava alguma música psy. null começou a dançar, o que atraiu olhares de todos.
Principalmente de alguns caras.
A menina fazia movimentos simples, mas que com ela, viravam coisas incrivelmente sensuais.
null percebeu que já era hora de dançar.
Ele deixou o copo vazio no balcão, e entrou no meio da pista.
- Não acha que está muito solta, não? – null disse para a prima, que até então não tinha notado a presença dele ainda.
- Ahn? – Ela não tinha o reconhecido.
null sorriu por ela não reconhecer sua voz no meio do barulho.
Ele estendeu a mão a ela, e ela a pegou, sorrindo.
Agora o DJ começou a tocar uma música lenta, anunciando que seria a última, antes da banda de null tocar.
null puxou null para perto, aproximando os corpos. Ele segurou firme em sua cintura, enquanto ela segurava em seu pescoço.
Ela conhecia aquele cheiro.
- null? – Ela perguntou, olhando nos olhos do menino, que sorriu.
Ela sentiu o estômago dar voltas com aquele sorriso.
- Não vou te dar parabéns agora, porque ainda não é meia noite, e ainda não é seu aniversário. – Ele disse rindo, enquanto dançavam devagar.
null evitou sorrir.
- Eu acho que você não foi convidado... – Ela disse rindo.
null também riu.
- Eu sou um ótimo penetra! – Ele disse.
Era incrível como o humor de ambos, parecia bom naquela noite.
Nem null nem null estavam querendo brigar. Não naquela noite.
null girou a prima, e a puxou delicadamente.
- Gostei da máscara. – null disse simplesmente.
null deu outro sorriso que fez o estômago de null dar voltas.
- Você não sabe como foi difícil encontra-la! – Assumiu.
null balançou a cabeça negativamente, e riu.
null aproximou ainda mais os corpos, e null, por impulso, apoiou a cabeça no ombro do menino.
- Estamos nos dando bem hoje, não acha? – null comentou rindo.
- Digamos que é uma trégua. Pelo meu aniversário! – Ela disse rindo.
null simplesmente não acreditava que aquilo estava acontecendo.
- Ok. Só pelo seu aniversário! Amanhã eu brigo com você. – null disse rindo.
- Amanhã ainda é meu aniversário. – null disse, agora olhando para o menino.
- Tá, você ganhou um bônus. – null disse rindo.
A música acabou, e com esforço, separaram-se.
Eles continuaram se olhando, e null virou-se, olhando para o palco.
Agora, null e os três caras da banda dele estavam preparando os instrumentos.
- Finalmente vamos conhecer a banda do null! – null disse, chegando mais perto da prima.
O garçom passou por eles, e ele pegou uma bebida.
null fez o mesmo.
- É... – Ela disse, olhando os integrantes.
[N/A: independente do que o null toca na formação original, no McFly, na fic ele é vocalista, certo?]
O que estava com a bateria tinha o cabelo de várias cores, null não conseguia contar. Ele era alto e forte, mas tinha cara de bulldog. O que estava com o baixo era bastante branco, e mestiço. Ele tinha dois piercings no lábio e o cabelo com mexas azuis. O mais bonito, depois de null.
O cara que segurava a guitarra era bem magro de estatura mediana. O cabelo era comprido, mas estava preso por um rabo de cavalo.
null viu null conversando com null, e em seguida subindo para o palco.
Ele foi até o microfone, e cumprimentou os presentes.
- Até parece que ele canta... – null comentou rindo, com desdém.
- Cala a boca! – null disse, virando-se para o primo.
- O que aconteceu com nossa trégua? – Ele perguntou.
null riu e voltou a olhar o irmão.
null pegou o microfone e anunciou a primeira música.



Capítulo 4 – Uma Música ;

Eles começaram com Flipside, do The Click Five.
- Eu amo essa música! – null disse animada, quando null começou a cantar.
null riu e estendeu novamente a mão para null.
- Desde quando você gosta tanto de dançar? – null perguntou rindo, começando a dançar.
- Depende da pessoa com que eu danço... – null disse rindo, girando-a novamente.
- E desde quando eu sou uma pessoa que te inspira a dançar? – null perguntou rindo, agora pulando, conforme null cantava o refrão.
null sorriu mais uma vez.
- Vamos fazer um trato? Sem perguntas hoje! – Ele pediu, e null sorriu, assentindo com a cabeça.
Estava bom daquele jeito, não tinha porque ela fazer perguntas.
- Vamos beber alguma coisa? – null pediu.
null assentiu com a cabeça, e segurou na cintura da menina.
null agradeceu mentalmente por sua mãe ter escolhido o tema ‘baile de máscaras’ praquela noite.
Do contrário, não poderia ficar assim com null sem nenhum comentário envolvendo os dois.
Os dois chegaram no balcão, e o barman começou com a pirofagia.
null olhava maravilhada para ele. null com um sorriso de canto, olhou pra ela.
- Eu também consigo fazer isso! – null disse.
null gargalhou alto e ironicamente.
- Aham! E eu sou a Rainha Elizabeth! – null ironizou.
null estendeu a mão.
- Quer apostar? – Ele perguntou.
null, sem pensar duas vezes, apertou a mão do menino.
- Apostado! – Ela disse rindo.
null pulou o balcão, deixando o barman com cara de interrogação.
- Nunca te ensinaram que, quando null null aposta, não é pra perder? – null perguntou, colocando uma espécie de avental.
null apenas riu, e continuou olhando o primo.
Ele comentou alguma coisa com o barman, que deu de ombros.
null colocou um monte de coisas na coqueleteira e começou a agitar, no ritmo de Dance, Dance do Fall Out Boy.
null apenas olhava rindo. Desde quando null era tão agradável?
Decidiu parar de fazer perguntas, e apenas curtir o momento.
null parou de dançar e colocou o conteúdo da coqueleteira em um copo enfeitado.
Ele mesmo cortou um limão e colocou na beirada do copo.
- O melhor drink que você beberá na vida! – null disse, estendendo a bebida a null.
null olhou receosa para o copo. null tirou o avental e pulou novamente o balcão.
- Anda, experimenta! – Ele incentivou.
null olhou mais uma vez para a bebida, fechou os olhos, e bebeu.
A bebida era doce, e amarga, quente e gelada, tudo ao mesmo tempo. Quase não dava pra perceber o gosto de álcool.
Era bom.
- Uau null! – null sorriu – É bom!
null sorriu satisfeito.
- Isso significa que eu ganhei a aposta, certo? – Ele perguntou, dando o seu sorriso sacana.
null rolou os olhos, e deu outro gole em sua bebida.
- Que seja. – Ela deu de ombros.
null sorriu, a pegou pela mão e ficou defronte a prima.
- Não quer saber como chama a bebida? – Ele perguntou, com a cara extremamente séria.
null não entendeu a pergunta, mas sorriu de canto.
Não entendeu essa seriedade repentina de null.
- Como chama? – Ela perguntou.
null aproximou-se ainda mais da prima, e disse, ainda sério.
- Me beija.
null não sabia se ele estava falando sério, ou era apenas o nome da bebida.
A seriedade dele comprovava a primeira opção.
Sem pensar duas vezes, null encostou seus lábios no de null, que imediatamente a abraçou forte.
Dependendo da reação de null, ela podia colocar a culpa na bebida.
Mas a reação de null não era de alguém que reclamaria.
Ele colou seus corpos, e beijava null como se o mundo fosse acabar no próximo segundo.
Suas mãos puxavam levemente o cabelo da menina, e ela bagunçava ainda mais os seus cabelos. Eles não pensavam, não sabiam como se olhariam quando partissem o beijo.
Aliás, nenhum dos dois queria partir tão cedo aquele beijo.
Ambos esperaram seis anos para isso, e não queriam que terminasse tão cedo.
null mordeu o canto da boca de null, e com dó, partiram o beijo. Ambos com os lábios incrivelmente vermelhos.
Ainda abraçado a null, null olhou no fundo de seus olhos, encostando sua testa na dela.
Ele não fazia idéia do que dizer, simplesmente ficou olhando aqueles olhos que tanto o encantavam.
null colocou os braços em volta do pescoço do primo, também sem dizer nenhuma palavra.
- E agora, uma das nossas canções preferidas... – Ouviram null dizer, do palco – Always.
null sorriu, e abraçou null com certa força.
Ela fez o mesmo. Não queriam separar-se.
null sentia rinocerontes em seu estômago. Ao que tudo indicava, ela não o odiava, e... Também gostava dele. Seria isso?
Ou ela simplesmente ficou alegre com as bebidas e sentiu vontade de beija-lo?
Decidiu não se encher de perguntas.
A banda começou a tocar, e null novamente apoiou a cabeça no ombro de null.
Como ela amava o cheiro que ele exalava.
A banda começou a tocar, e ambos prestavam atenção na música.

I've been here before a few times
(Estive aqui algumas vezes antes)
And I'm quite aware we're dying
(E eu estou completamente ciente de que nós estamos morrendo)
And your hands they shake with goodbyes
(E suas mãos, elas tremem com despedidas)
And I'll take you back if you'd have me
(E eu traria você de volta , se você me tivesse)

null começou a dar pequenos beijos no pescoço de null. Ele sentia-se embriagado pelo perfume que ela usava.
null arrepiava-se com cada toque do menino.
Ela não queria que aquela noite acabasse nunca.

So here I am I'm trying
(Então aqui estou, estou tentando)
So here I am are you ready
(Então aqui estou, você está pronta?)

null olhou para o primo, que não hesitou em beija-la. Tinham que aproveitar até dar a meia noite e as mascaram serem tiradas.
null a segurava forte, como se não quisesse que ela escapasse.
Eles se beijavam devagar, como se quisessem guardar pra sempre, o gosto um do outro.

Come on let me hold you, touch you feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night
(Beijar você, provar você, a noite inteira)
Always
(Sempre)

Eles partiram o beijo quando ouviram essa parte da música.
null simplesmente sorriu e beijou o pescoço da menina.
null arranhava a nuca de null, deixando-o arrepiado.

And I'll miss your laugh your smile
(E eu sentirei falta do seu riso, do seu sorriso)
I'll admit I'm wrong if you'd tell me
(Eu admitirei que eu estou errado, se você me disser)
I'm so sick of fights I hate them
(Eu estou tão cansado de brigas, eu odeio elas)
Let's start this again for real
(Vamos começar isso de novo, de verdade)

null prestava atenção na letra da música, enquanto null descansava a cabeça em seu ombro novamente.
- Ouviu? – Ele perguntou sorrindo. – Eu estou tão cansado de brigas, eu odeio elas. Vamos começar isso de novo, de verdade. – Ele repetiu.
null arqueou uma sobrancelha, mas ele não viu por causa da máscara. Sorriu.
Ela ia dizer algo, quando null colocou o dedo indicador nos lábios da menina, fazendo-a se calar.
- Só escuta... – null disse.

So here I am I'm trying
(Então aqui, eu estou, estou tentando)
So here I am are you ready
(Então aqui, eu estou, você está pronta?)

- null... – null começou, mas null a calou com um selinho.
Por que null não conseguia ficar quieta?
- Só escuta. – Ele repetiu.
Ele virou null para o palco, abraçando-a por trás, e colocando sua cabeça no ombro dela.
Eles estavam no meio da pista, de modo que não poderiam ser vistos por null, ou qualquer outro conhecido.

Come on let me hold you, touch you, feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night.
(Beijar você, provar você , a noite inteira)
Always
(Sempre)

Agora, null cantava baixinho no ouvido de null, que fechou os olhos ao ouvir a voz do primo em seu ouvido.
Nunca percebeu a voz que null tinha.

Come on let me hold you, touch you, feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night.
(Beijar você, provar você , a noite inteira)
Always
(Sempre)

Ele ainda a abraçava forte.
null realmente estava ‘dizendo a música’ para null.
Ela percebeu isso.

I've been here before a few times
(Estive aqui algumas vezes antes)
And I'm quite aware we're dying
(E estou completamente ciente de que nós estamos morrendo.)

Come on let me hold you, touch you, feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night.
(Beijar você, provar você , a noite inteira)
Always
(Sempre)

null terminou de cantar, e null e null ficaram se encarando.
- Só quero avisar que... – null disse, quando acabaram a música – É meia noite! Parabéns null... – null a procurou com os olhos – Aonde quer que você esteja! – Ele riu e desceu do palco.
Agora todos tiravam suas máscaras.
null e null se encararam.
null sorriu, e tirou a máscara da prima, vendo-a com mais clareza. null ainda olhava fixamente pro primo, então, null mesmo tirou sua máscara.
Os dois ficaram apenas se olhando.
Eles não sabiam o que dizer, ou fazer.

Capítulo 5 – Vou Te Levar Comigo ;

- null! – null gritou, indo correndo em direção a irmã – Você... Gostou? - Ele perguntou, sorrindo feliz.
null deu um sorriso maroto e olhou pra baixo, mordendo o lábio.
- Eh... – Ela não raciocinava direito – Claro! Uhum, muito! – Ela disse, sorrindo.
null sorriu.
- Que bom! Toquei The Click Five, porque sei que você gosta... Eu sei que prefere Boys Like Girls mas...
- null, foi perfeito! – Sim, foi perfeito! – Obrigada, amor! – null disse, abraçando com força o irmão.
null chegou até eles, segurando uma bebida e sorrindo de orelha a orelha. Ela não ficava bêbada facilmente, por isso podia beber tranquilamente.
- null! – Ela chamou.
null e null olharam.
- null null! – null colocou, e null deu de ombros. null ainda estava calado – Foi realmente bom! Adorei vocês cantando Blink! – Ela disse sorrindo.
- Gostou mesmo? – null perguntou sorrindo, passando a mão pelo cabelo e tirando o boné.
- Muito! – Admitiu null.
- null, vamos lá fora comigo? – null chamou.
- Ah! Ninguém deixa a null comigo! – Reclamou null.
null deu de ombros, rindo.
- Vamos? – Repetiu.
null assentiu com a cabeça. null a abraçou pelos ombros, e eles saíram do salão.
Eles se encararam, e null olhou pra baixo.
Sem as máscaras era bem mais difícil.
- Bem... – null não sabia o que dizer. Mas ele tinha que dizer alguma coisa.
- Foi a bebida. – null disse rápido. – Isso, foi aquela bebida que você fez pra mim! – null dizia rápido.
null riu. Ele sabia que não tinha sido a bebida. Ele sentiu que null também queria.
- null, presta atenção. – null puxou a menina pra mais perto – Vamos aproveitar hoje, tá certo? Amanhã podemos colocar a culpa na bebida, eu posso colocar a culpa em você, e você em mim! Mas... – Agora, ele beijava o pescoço da prima – Eu sei que você quer ficar comigo, assim como eu quero ficar com você. – Como null era canalha! – O que acha?
null olhou fundo nos olhos do primo.
Ele não valia nada, fato.
Os dois estavam altos, fato. Mas tinham plena consciência de seus atos.
Sem pensar duas vezes – porque se pensasse muito, ela não faria – null pressionou seus lábios contra os de null. Ele logo tratou de intensificar o beijo.
- Vem comigo. – Ele disse, pegando na mão da menina, e guiando-a para onde o carro de null estava estacionado. Por sorte, null tinha ido com a limusine da família.
null pegou as chaves – e agradeceu mentalmente por null ser irresponsável e sempre deixar chaves com ele – e abriu a porta traseira.
- Entra. – Ele disse, e null entrou.
Antes de entrar, null ligou para null, avisando-o que pegaria o carro.
null não iria pra casa, iria para o antigo apartamento, no carro de uma morena que ele acabara de conhecer.
null riu e entrou no carro.
Os dois sentaram-se, e null ligou o rádio.
Tocava Hero/Heroine, do Boys Like Girls. null olhou no fundo dos olhos de null, de modo que eles ficaram apenas se encarando.
Ah como ele amava aquela menina. Amava tanto que chegava a doer.
E null pensava e sentia a mesma coisa. Amava null null, mais que a si própria, as vezes.
Amava desde quando era criança. Simplesmente amava.
A música tocava e null riu quando ouviu uma frase em especial.
- Never felt so good to be so wrong. – Ele repetiu baixinho, cantando. [N/A: Tradução: Nunca foi tão bom ser tão errado.]
null riu ao ouvir null cantando, ele realmente tinha uma voz bonita.
null com cuidado, tocou os lábios de null, como se estivessem se beijando pela primeira vez. Ele colocou uma mão no pescoço dela, e com a outra acariciava seu cabelo. Ele a tratava agora como uma boneca, que podia se quebrar a qualquer momento.
null estava gostando daquilo, estava gostando muito. Sentiu null descer a boca, chegando em seu pescoço, causando-lhe arrepios por todo corpo.
null percebeu e sorriu – é, o sorriso sacana que só ele tem! – e null riu.
Ele voltou a beijar a boca da menina, que agora, bagunçava os cabelos dele. A cada toque de null, null sentia o corpo esquentar.
null puxou null, colocando-a em seu colo defronte pra ele – sem parar de se beijar. Conforme se beijavam, null colocou a mão na perna da menina, subindo na medida que o beijo esquentava.
null percebeu o que estava fazendo, e o que estava prestes a acontecer.
Ele parou, e olhou nos olhos de null. A menina estava com os lábios bastante vermelhos e o cabelo e o vestido desarrumados – bem, o vestido estava bastante pra cima.
- null... Você... Tem certeza? – Ele perguntou sério. Ele queria, e sabia que ela também.
null sabia que com null, null apenas brincava. Nunca fora além.
null olhou para o primo, o amava, e sempre sonhou que sua primeira vez fosse com alguém que amasse.
Ela simplesmente abaixou a cabeça, e começou a desabotoar botão por botão da camisa do primo.
null voltou a beija-la, agora abrindo o zíper do vestido dela, e puxando-a para mais perto.
null rompeu o beijo e encarou o peito do garoto. null realmente tinha crescido e não era mais aquele menino magrelo de onze anos. Ela voltou a beijar o menino, enquanto null tirava o vestido de null, deitando-a no banco. Ele ficou por cima da menina, e finalmente tirou seu vestido. Ele parou para ver a sua menina ali, apenas de calcinha embaixo dele. É, ela também tinha crescido!
null abriu o botão da calça do primo, e tentou tira-la com os pés. null a ajudou.
Eles voltaram a se beijar, e null já estava sentindo sua boxer bastante apertada. Ele com cuidado, tirou a calcinha da menina, e ela, suas boxers.

Não teve velas nem música romântica – bem, tocava Boys like girls – de fundo. Mas para null, foi perfeito.
null estava deitado de lado, olhando a menina de olhos fechados. Ela não estava dormindo, estava apenas de olhos fechados.
null sorria bobo, não acreditava que estava ali, com a sua menina. Não foi sua primeira vez, mas sem dúvida, foi a melhor. null era inexperiente e tudo mais, mas ele a amava, e isso a tornava a garota mais boa na cama, do mundo.
null respirou fundo, e isso fez com que null abrisse os olhos.
- null... – Ela chamou baixinho, olhando para o menino.
- Hum... – Murmurou o menino, sem deixar de olha-la.
null sorriu de lado, e começou a brincar com os dedos do primo.
Ela não queria dizer nada, apenas chamar o nome dele; como se quisesse provar a si mesma que, não era um sonho.
null riu. null também gostava dele!
Por que outro motivo ela se entregaria a ele? Ele sentiu uma sensação no estômago ao pensar nisso.
Não era nada, ele sempre tinha essa sensação quando se tratava de null.
Ele nunca assumiu que eram borboletas no estômago.
- null... – Dessa vez, foi null quem chamou.
- Oi... – Ela disse.
null respirou fundo, a última coisa que ele queria no momento, era separar-se de null.
- Acho bom eu te levar pra casa... – Ele disse.
null assentiu com a cabeça, voltando a se sentar.
Eles se encararam por alguns segundos, e null a puxou novamente para seu colo, voltando a beijar seu pescoço. Ele queria realmente aproveitar a noite.
Ele não sabia como seria amanhã.

Era fácil repetir o que já tinha sido feito, e null não se queixou nenhum pouco de faze-lo.
Uma, duas, três, quatro, cinco vezes.
null estava exausto, com a cabeça jogada pra trás no banco, de olhos fechados, enquanto null voltava a colocar seu vestido.
- null... – Ela riu, beijando o pescoço dele – Eu tenho que ir... Já são quase cinco da manhã!
- Ah... – null reclamou.
Mesmo estando exausto, ele queria continuar com ela. Não queria ter que leva-la embora.
- Eu preciso ir... – Ela disse, o beijando.
null assentiu com a cabeça. Com esforço, colocou sua roupa e sentou-se no banco da frente, para dirigir.
null fez o mesmo, e ligou o rádio. Tocava Cemetery Drive, do My Chemical Romance.
Os dois ficaram em silêncio durante um bom tempo. O tempo que null levou para se aproximar da casa dos tios.
Dois faróis antes de entrar na avenida que levava a casa de null, null a beijou.
Só Deus sabe quando – ou se – faria isso de novo.
null sentia exatamente a mesma coisa. Ah como era bom ficar ali com null.
Ouviram o carro de trás buzinar – apesar de ser quase cinco da manhã, tinham carros na rua! – e null voltou a dirigir. Ambos sem trocar uma palavra.
Em cada sinal vermelho eles se beijavam. Beijavam como se fossem tirar a roupa e partir para a ‘sexta vez’; porém sempre era interrompidos por buzinas.
Não demorou que null estacionasse o carro na frente da casa de null.
Ele suspirou.
- Vai lá priminha. – Ele disse simplesmente.
null mordeu o lábio. Agora era como se a noite passasse rapidamente como um flash em seus olhos.
Ela saía do carro, quando null a puxou de volta e deu um beijo na prima.
O último beijo.

Capítulo 6 – Sunday Morning ;

null ainda dormia, quando sentiu alguém abrindo a porta e toda luz do quarto invadir seus olhos.
- Parabéns, amor! – Ela ouviu, e sentiu alguém sentar na ponta da cama.
Com custo, abriu os olhos e sentiu a cabeça pesar. Nunca mais beberia na vida.
- null? – Ela perguntou confusa, sentando-se na cama.
Odiava quando null a via no momento em que acordava. Ela ficava péssima quando acordava.
- Minha tia morreu ontem de manhã, mas só consegui vir embora de madrugada... – null disse, chegando perto da namorada. Ele não parecia muito chateado com o fato da tia ter morrido.
Ele fez menção de beijá-la, mas null o barrou.
- Não null, deixa eu escovar os dentes! – Ela pediu rindo.
null riu, e ela saiu da cama, indo em direção ao banheiro.
Fechou a porta, e apoiou os braços na pia, encarando-se no espelho. Ela ainda não acreditava que, horas atrás, estava com null.
Oh meu Deus, ela ficou com null!
E agora, como ela agiria com null? E como agiria quando encontrasse com o primo?
A cabeça dela voltou a doer. Ela abriu o armário do espelho, e pegou dois comprimidos contra ressaca que restavam no frasco. Os engoliu sem ajuda de água, e encarou-se novamente no espelho.
null a esperava ali, no quarto, enquanto ela só conseguia pensar em null.
- Eu sou um monstro. – Disse a si mesma, esmurrando a pia.
- Falou comigo? – null perguntou alto, do quarto.
- Não amor, não... – Ela disse alto do banheiro, agora massageando a mão.
Amor... Ela não prestava! Pelo menos, era isso que ela pensava.
Respirou fundo, e escovou os dentes, os cabelos. Ficou apresentável.
null saiu do banheiro, e null foi a seu encontro, encostando-a na porta.
- Já te disse que você fica linda só com essa camisolinha? – Ele perguntou rindo, dando um beijo na namorada.
null não correspondeu o beijo como null esperava. Foi um beijo... Morno.
E com gosto de creme dental.
- O que foi, amor? – Ele perguntou, estranhando.
- Nada... – Ela deu um selinho nele – Eu só estou com um pouco de dor de cabeça... Aliás, que horas são? - Ela perguntou, abrindo o guarda-roupa.
null olhou no celular.
- Três horas... Aliás, sua família ta toda aí embaixo... Sua mãe organizou um almoço de comemoração do seu aniversário. – null contava, enquanto null se arrumava. Ela colocou um vestido leve e simples, branco, com uma sandália de salto baixo. Parecia que era de cristal – Ela queria vir te acordar, mas não deixei... Esperei um pouco antes de vir te chamar...
null esboçou um sorriso.
- Obrigada. – Agradeceu, agora penteando os cabelos.
null ficou a olhando.
Ele considerava-se o garoto mais sortudo do mundo, por namorar null.
Para ele, ela era a garota mais linda do mundo.
null colocou uma faixa branca nos cabelos, e deixou-os soltos. Passou apenas um corretivo para disfarçar as olheiras, um lápis fraco nos olhos, e um gloss rosa, apenas para dar cor aos lábios.
- Posso te cumprimentar agora? – null perguntou rindo, quando a menina terminou.
null riu.
- Claro que pode! – Ela disse.
null correu – sim, correu! – e abraçou a namorada, tirando-a do chão.
- Parabéns amor! Eu te amo... – Ele disse, dando um beijo em null.
null o beijou, mas quem viera em sua mente foi null.
null.
Agora o coração de null apertou. E se... Ele estivesse lá em baixo? Pelo que conhecia a tia, ela o obrigaria a ir ao almoço.
- Quem tá aí em baixo, null? – null perguntou, rompendo o beijo.
null não entendeu.
- Ah, o null, a null, o null, o null... – null disse, e null sentiu o estômago dar voltas.
Sim, null estava lá.
- Ah, eu não quero descer... – null disse.
Ela sabia que não poderia se esconder pra sempre, mas ela podia evitar o encontro.
- null! Ta todo mundo te esperando! – null disse, apontando a porta – Vamos lá!
- Não.. – null parecia uma criança que recusava-se a comer legumes.
null tentava convencer a namorada. Por qual motivo ela não queria ver parentes e amigos?

- Você é nojento, null! – null reclamou, quando null terminou de contar sua noite aos amigos.
null e null estavam sentados lado a lado, dividindo uma cadeira de piscina, null estava com as pernas na água da piscina, e null estava sentado, com um copo nas mãos.
Ele estava aéreo. Enquanto null contava sobre sua noite, null não pode não lembrar da sua.
Foi perfeita, perfeita.
Quando null o cumprimentou, sentiu-se mal. Mal porque o traiu, e null realmente gostava de null.
Eram melhores amigos.
- Eu vi o null beijando uma menina de máscara prateada! – null acusou.
null despertou-se de seu transe, e olhou preocupado para null.
Eles ainda não tinham conversado sobre a noite.
Ele ficou com medo.
- Sério? – null perguntou rindo – Eu nem vi o null na festa... – Riu – Agora sei o motivo...
null sorriu amarelo. null olhou pra ele rindo.
null não percebeu algum significado no olhar de null.
- Eh... Sabe como é... – null disfarçou.
null jogou o canudinho do seu drink, em null.
- Você não muda, null! – Ela riu.
null sorriu amarelo e olhou para a porta, ele estava ansioso para ver a menina, fato. Mas tinha medo, tinha dúvidas de como se portar com ela, agora.
- Adorei essas bebidas! – null comentou, olhando o copo vazio – Acho que a null também vai gostar... Aliás, vou lá chamar ela! – Ela disse, saindo do lado de null.
null olhou a menina entrar na casa, e largou-se mais na cadeira.
- Acho que vou entrar... – null comentou, apontando a piscina com a cabeça.
Todos já tinham almoçado. Apesar de Joanna dizer que o almoço era para a filha, não esperou que a mesma acordasse para servir seus convidados.
- A água tá boa! – Avisou null.
null continuava aéreo, perdido nos seus próprios pensamentos.
- null, o que aconteceu, cara? – null perguntou – Você ta estranho hoje...
null forçou um sorriso. Ele tinha todo motivo do mundo para estar feliz, saltitando pelos cantos. Mas a presença de null não deixava.
No momento, ele só sentia culpa, era a única coisa que ele conseguia sentir.
- Acordei com dor de cabeça... – Mentiu.
null riu.
- Acho que a noite com a mascarada foi bem agitada, hein null! – null comentou rindo, dando soquinhos na perna do amigo. – Ele até pediu meu carro emprestado! – Ele riu – Eu também já usei o banco traseiro! – Assumiu.
null começou a rir.
- É, null null realmente não muda. Às vezes dá orgulho de ser seu primo, sabia? – null disse rindo.
null sorriu amarelo mais uma vez.
Se null soubesse o que realmente tinha acontecido, talvez nem olhasse mais em sua cara.

- Amor, vamos... – null não sabia mais o que dizer pra convencer a namorada a descer.
- Melhor não, minha cabeça ta doendo muito e... Eu posso passar mal na piscina... – Inventava null, que estava sentada no puff do quarto.
- Hei, hei, hei! – null chegou no quarto, deixando a porta aberta – Por que você não está lá em baixo comigo, mocinha? – Perguntou, colocando a mão na cintura – Eu não quero continuar no meio daqueles três marmanjos sozinha!
null riu.
- Eu não to me sentindo bem... – Mentiu.
- null, já tentei de tudo... Ela não quer descer. – null disse, ficando de pé, escorando-se no batente da porta.
null bufou.
- null null! – Fingiu seriedade – Você vai descer agora! Eu tô com saudades, poxa! Quero ficar com você! – Ela riu – Daqui a pouco vamos entrar na piscina... null, hoje é seu aniversário! – null pedia. null respirou fundo. Ela não podia mesmo fugir pra sempre.
- Que seja... – Deu-se por vencida.
null riu.
- Te amo, null! – Ele disse rindo, pegando a namorada pela mão.
- Eu sei! Todo mundo me ama, querido! – null disse rindo.
Ela saiu na frente, e null e null a seguiram.
Passaram pela sala, e null cumprimentou alguns convidados. Não era muito fácil sorrir para todos.
- Oh meu Deus como ela está linda! – null ouviu a tia dizer.
Ela virou-se, e sua tia, Molly null – mãe de null – a olhava maravilhada.
A mãe de null era a melhor pessoa do mundo, e null amava a tia.
- Tia! – null disse, abraçando a tia apertado.
- Você está linda, querida! – Molly disse, girando a menina.
null riu.
- Eu tenho sorte, não? – Ele perguntou rindo.
- Muita! – Molly riu – Espero que null um dia encontre uma menina como null! – Ela disse.
null esboçou um sorriso.
- Aliás null, você a merece! – Molly disse sorrindo, colocando a mão no ombro do menino, que riu.
- Cadê o tio null? – null perguntou, mudando o assunto.
- Ele não veio, está na Irlanda a negócios! – Molly explicou – Bem, vou conversar com minha cunhada, divirtam-se, meninos! – Ela disse, saindo em direção a mãe de null.
null e null caminharam lado a lado, e saíram da casa, indo até a piscina.
O coração de null simplesmente gelou quando o viu ali, apenas de bermuda, com um copo nas mãos, e olhando fixo pra algum ponto que null não via.
Ela sentiu elefantes em seu estômago.
- Até que enfim! – Disse null rindo, quando null e null se aproximaram.
null virou-se lentamente pra prima, que olhava pra baixo.
Ele ficou olhando-a, até que seus olhares se encontraram.
- Parabéns. – null disse, depois de uns instantes em silêncio.
null respirou fundo quando null a abraçou por trás, e colocou a cabeça em seu ombro.
- O-Obrigada... – Gaguejou.
null e ela mecanizaram um sorriso.
- Gente, entra na água! – null disse, depois de saltar na piscina.
null olhou abobado pra menina, de biquíni.
- Hei null, você está linda! – Elogiou null.
- Obrigada null! – null agradeceu, sentando-se em uma cadeira do lado da do irmão.
Ela sentou no colo de null, e o menino abraçou-a pela cintura.
Aquilo fez as mãos de null tremerem.
Claro que ele ficava incomodado quando os dois ficavam juntos, mas agora, era bem pior.
Agora pra ele, era como se null fosse apenas dele, e ninguém pudesse tocá-la.
- null, vamos comigo lá dentro? Minha mãe tava querendo te ver... – null disse do nada, ficando de pé.
null olhou para o chão assustada.
- Já encontrei com ela. – Disse simplesmente.
Ela não queria ficar sozinha com null.
- Mas ela quer conversar comigo e com você... Juntos! – Ele dizia entre dentes.
- Vai lá, amor! Não custa nada! – Incentivou null.
Aquilo atingiu tanto null, quanto null.
- Tá... – Ela disse, levantando-se.
Os outros começaram um assunto, e null e null caminhavam em silêncio, lado a lado.
Ele pegou na mão dela.
- Aqui é melhor... – Ele disse, levando a menina para o jardim da casa, onde estava vazio.
null sentiu o corpo esquentar quando ele pegou em sua mão.
- Fala... – Ela disse, tentando se fazer indiferente.
null arqueou a sobrancelha.
- Bem... É só eu, ou você também está sentindo-se... Mal por ontem? – Ele perguntou.
Então ele tinha se arrependido? Pensou null.
- Muito. Foi um erro. – null disse rápido.
É, ela tinha considerado um erro. Pensou null.
Os dois ficaram em silêncio.
- E null? – Perguntaram juntos.
null respirou fundo.
- Você não pretende contar, pretende? – Perguntou.
- Claro que não! – null disse rápido – Mas... Eu não posso continuar assim com ele, entende?
null sorriu involuntariamente.
- Você então... Vai terminar? – Ele perguntou.
Sua vontade era perguntar: “você vai terminar com ele e ser minha de verdade?” ou algo do tipo.
Resolveu ficar quieto. Ela não sabia que ele a amava.
Ela só sabia que null null tinha fama de transar com todas as garotas de Londres.
null respirou fundo e sentou no banquinho branco do jardim. null sentou a seu lado.
- Não posso. – Assumiu.
- COMO ASSIM NÃO PODE? – null perguntou alto, assustando null.
Ela arregalou os olhos, e disse devagar.
- Por que... Err... – Ela não sabia o que dizer. Não podia simplesmente dizer que, se terminasse com null, sua mãe a deserdaria por ‘não ajudar a família’. – null é o namorado perfeito, e eu o amo. – Mentiu.
null riu sarcástico.
- Ama? – Perguntou em tom irônico – Eu vi o tanto que você o ama, ontem no carro do null! – Ele disse irritado.
Agora ela amava o null?
null ficou de pé, os olhos encheram-se de lágrimas.
- Aquilo foi um erro, já disse! – Ela olhou pra cima. Não ia chorar na frente de null – Eu me deixei levar pelo momento, eu bebi um pouco... AAAH – ela fechou os olhos – Eu me arrependi.
Aquelas palavras atingiram null em cheio. Foi a vez dele sentir os olhos arderem.
Não, ele não ia chorar por uma garota, ainda mais na frente dela!
- Então não valeu de nada pra você? – Ele perguntou sério.
- Nada. – Mentiu null.
null riu amargurado, e olhou pra cima.
- Ótimo! – Ele riu de novo – Ótimo, porque pra mim também não valeu nada, aliás, você foi a pior garota que eu já transei, sabia? – Ele mentia.
As lágrimas de null agora, pareciam querer saltar de seus olhos.
- Eu era virgem, seu idiota! – Ela disse com a voz trêmula, mas com ódio.
Ele não tinha o direito de dizer isso pra ela!
Claro que null sabia disso.
- Eu percebi. – null riu mais uma vez. Aquilo estava acabando com ele – Foi mais uma prova de amor ao null, não foi? – Ele perguntou.
Agora null não agüentou, as lágrimas começaram a cair, e ela soluçou.
- Eu te odeio, null! Te odeio! – Ela disse no meio do choro, empurrando o garoto e saindo em direção a seu quarto.
null abriu a boca mas não saiu nenhum som. Ele nunca a viu chorar, e saber que aquele choro, era por causa dele, o machucou.
null olhou pra cima, e colocou as mãos na cabeça.
Ele era um idiota.
Por que tinha que se apaixonar justamente pela namorada do seu melhor amigo, pela sua prima?
Sem avisar ninguém, saiu da casa da prima. Ele não conseguia mais ficar ali. Simplesmente não conseguia.
null porém estava no quarto. Ela não chorava mais, null não merecia nenhuma de suas lágrimas.
Ela estava no banheiro, tomando banho frio. Odiava água gelada, mas no momento, a água gelada a fazia esquecer-se de tudo.
Trocou-se e colocou uma camisa de null, e um mini-short. Não ia voltar pra lá.
Não demorou para que null entrasse em seu quarto.
- O que foi, pequena? – Perguntou preocupado.
No momento que viu null preocupado, começou a chorar. Ela não merecia null.
- null, não chora pelo amor de Deus! – null pediu, abraçando a namorada com força – O que foi que aconteceu?
Mas null não falou nada, simplesmente abraçou o namorado com força, escondendo a cabeça no seu peito.
- Fica aqui comigo? – Ela pediu, em meio a lagrimas – Eu não quero mais voltar...
- Claro, claro! – null disse, colocando a menina na cama, e deitando ao lado dela.
Ele a colocou em seu peito, e acariciava seu cabelo.
null abraçou null com força, e null beijou o topo de sua cabeça.
Ele não suportava ver sua namorada assim.
- Eu te adoro null. – null disse baixinho.
null riu e beijou o nariz da menina.
- Eu te amo. – Ele disse.
Os dois ficaram quietos, e null logo pegou no sono, por dormir tarde.
null ficou ali até de noite e sua mãe ligar, pedindo para que ele voltasse pra casa.

Capítulo 7 – Não Quero Lembrar;

null estava mexendo o cappuccino dentro do copo, enquanto null conversava com ela, no pátio do colégio. Elas estavam sentadas no jardim, como de costume.
Elas estudavam no colégio St. Marrie, para garotas. As estudantes novas usavam o uniforme diferente, uma camisa branca com o emblema do colégio, mas com uma saia preta até os joelhos.
As estudantes mais antigas, assim como null, usavam saias curtas e azuis, já que usam as mesmas desde os dez anos.
- null você tá me escutando? - null perguntou.
- Ahn? – null perguntou, voltando a prestar atenção na amiga.
null bufou, e chegou mais perto da amiga.
- O que tá acontecendo? – null perguntou séria.
- Nada. – null mentiu.
- null, faz uma semana que você tá estranha, dá pra você confiar em mim e me dizer o que está acontecendo? – null perguntou séria.
null respirou fundo. Ela tinha que conversar com alguém. Ninguém melhor que null pra isso.
- Aqui não... – null disse, olhando as meninas do colégio passando sorridentes, e olhando para as duas. – Vem aqui! – null puxou null em direção a biblioteca.
A biblioteca do colégio era imensa, talvez a maior biblioteca que null já vira na vida.
Os livros eram separados alas. Só a ala de ‘História’ tinha mais de trinta prateleiras.
null não estava entendendo todo o mistério de null, ela nunca fora assim.
null sentou-se na última mesa, atrás do acervo de livros antigos. Ninguém ia ali tamanha a poeira.
null colocou sua bolsa na mesa, e olhou arqueando uma sobrancelha a amiga.
- null, o que aconteceu? – Ela perguntou, agora, preocupada.
null respirou fundo. null olhou nos olhos da amiga.
Elas tinham essa conexão. Era só uma olhar no olho da outra, que ela poderia descrever o que a amiga passava. null arqueou a sobrancelha.
- Fala logo! – Ela pediu. Quando null não conseguia adivinhar o que acontecia, é que era algo realmente ruim.
null sentiu os olhos arderem, mas engoliu o choro.
- null... – Ela respirou fundo – Eu... Hum... Não sou mais virgem. – Ela disse rápido.
null abriu um enorme sorriso e começou a gargalhar. Ela ouviu um ‘hem hem’ de censura da bibliotecária, e continuou rindo baixo.
- Você e o null? Finalmente! – null comemorava – Não agüentava mais me sentir pervertida perto de você! – null dizia rápido, e os olhos de null encheram-se violentamente de água. null percebeu – null, não é motivo pra chorar! – Ela disse séria.
- Não foi com o null, null! – null disse sussurrando, já chorando.
null ficou estupefata. Se não foi com null... Foi com quem?
- Como assim, null? Vocês namoram há dois anos! Se não foi com ele... – null começou.
- Foi com o null, null! – null disse já com o rosto vermelho por chorar.
null abriu a boca e não tinha força de fechá-la tamanha era sua surpresa.
- null... null? – Ela perguntou, ainda estupefata.
- null, qual é o único null que conhecemos? – null perguntou, nervosa.
null ficou quieta. null e null? Juntos? Era muita coisa para sua cabeça.
Elas ficaram em silêncio, e null continuava chorando baixinho.
- Como isso aconteceu? – null perguntou depois de um tempo.
null respirou fundo, limpou os olhos na manga da camisa, e olhou para cima.
- Antes de tudo, eu sou apaixonada pelo null desde os meus onze anos de idade. Amo ele, de verdade. – null disse.
null mais uma vez abriu a boca, mas não emitiu som algum.
- COMO ASSIM? – Ela perguntou alto.
“SHIIIIIU!” as pessoas da biblioteca fizeram.
null respirou fundo mais uma vez. Ela precisava de paciência, ainda mais com null.
- Amo ele null, simples assim. – null disse, mesmo sabendo que de simples, não tinha nada.
- null, vocês são primos! Primos! E por que você nunca me contou? – null perguntou ofendida.
Que raio de melhor amiga, não conta sobre uma paixão secreta a outra?
- Porque eu tinha medo da sua reação! Não é fácil você assumir que ama seu primo, certo? E você agiria assim, do mesmo jeito que você está agindo agora! – null disse, apontando para null.
null engoliu em seco. Sabia que estava sendo difícil para a amiga. Não iria complicar ainda mais.
- Continue... – Pediu.
- Como sabe, no meu aniversário null foi para a França por causa da tia dele... – null contava, com a cabeça apoiada na mão, de modo que ela olhava para a mesa, e não para null – Eu cheguei na minha festa, e você e null começaram a conversar... Fui para o bar, depois para a pista e null veio falar comigo... Estranhei, afinal não nos damos muito bem, mas ele foi simpático comigo, veio dançando muito perto e... Ele fez uma bebida e eu o beijei... – null dizia rápido.
null não entendia nada, mas resolveu não interrompe-la.
-... Depois ficamos juntos, e deu meia noite... Todos tiraram as máscaras e nós fomos para o carro do null... – Ela continuou.
null soltou um gritinho.
“SHIIIIIIIIU!” mais uma vez disseram, dessa vez com caras nada amigáveis.
- Você é a garota da máscara prateada que null viu null beijando? – null perguntou.
- O null viu? – null perguntou preocupada.
- Viu! – null contou – Mas não sabe que é você... – null respirou tranqüila – Mas e aí... Continua...
Era horrível reviver momentos bons como aqueles, e saber que eles simplesmente acabaram.
Pelo menos, era o que null pensava.
- Bem, enfim. Aconteceu... Mas ele foi... – null respirou fundo – Perfeito! Ele me tratou muito bem... Eu não consegui me arrepender, pelo menos, não na hora...
null respirou fundo e colocou a mão sobre a da amiga.
- Depois, no almoço do meu aniversário, discutimos, e ele disse coisas terríveis para mim... – null continuou – Mas o que mais me machuca, é null! Eu não posso continuar enganando-o!
null suspirou. Ela sabia o porquê de null continuar com null, mas agora com null no meio, a história se complicava.
- Você vai terminar com ele? – null perguntou.
- Eu não posso, você sabe disso! – null disse nervosa – Eu não sei o que eu faço, não sei se eu conto...
- Não! Jamais! – null disse rápido – Não se esqueça que null e null são melhores amigos!
null mordeu o lábio.
- Isso é o que mais me machuca! null não merece isso, ele foi traído duas vezes!
- Mas... – null começou – E null? Vocês dois...
- Não. Ele não gosta de mim. – null deu uma risada amargurada – Ele simplesmente tinha algum tipo de fetiche com primas, e eu fui a idiota. Sabemos da fama do meu primo...
- Sou obrigada a concordar... – null concordou.
- O pior é que eu o amo null... – null sentiu as lágrimas voltarem – Amo como eu acho que nunca poderei amar ninguém, sabe?
null deu a volta na mesa, abaixou-se e abraçou a amiga.
- Independente do que acontecer, eu vou estar do seu lado! – null dizia abraçada a amiga – E nós vamos arrumar uma solução pra isso tudo, certo?
- Uhum... – null disse baixinho.
null levantou o rosto da amiga, limpou as lágrimas dela, e sorriu.
- Agora anime-se, vamos sair mais cedo daqui! Vamos passar no parque e tomar aquele milk-shake gigante que você tanto ama, e que tanto eu evito! – null riu, e null também – Vem! – Ela disse, puxando a amiga para fora da biblioteca.
null estava preocupada com a amiga. Não era uma situação fácil.
Ela não queria estar no lugar dela.


null estava sentado debaixo da árvore do jardim de sua casa.
Ele sempre ficava ali, quando perturbado com alguma coisa.
Fazia uma semana que ele não saía de casa, e sua mãe estava ficando preocupada. null o ligava todos os dias, o que dificultava ainda mais.
Cada dia que passava, ele pensava em como null estava. A imagem da menina chorando na sua frente, não saía de sua mente.
null deu uma longa tragada no cigarro que fumava, e soltou a fumaça devagar.
- null, eu preciso falar sério com você! – null disse, chegando perto do amigo.
null odiava quando a empregada não avisava que tinha visita; mesmo quando a visita é o null.
Ele odiava surpresas.
- O que foi? – null perguntou cansado, dando outra tragada no cigarro.
Ele estava de bermuda, e uma camiseta simples. Tinha acabado de acordar.
- null eu... Eu achei uma coisa no meu carro que... Bem... – null não sabia como falar.
- O que foi que você achou, uma máscara? – null perguntou irônico.
null entortou a boca e abriu a mão; null suou quando viu ali, um colar.
O colar da null.
- Um colar... E daí? – null fingiu indiferença.
null respirou fundo, sentou ao lado do amigo debaixo da árvore e colocou a mão no ombro dele.
Ele odiava quando null fumava perto dele, mas no momento, null pouco se importava.
Percebeu que o amigo não estava muito bem.
- Tanto eu quanto você, sabemos muito bem de quem é esse colar... null passou semanas tentando negociar ele para dar de presente à null! – null disse.
null não sentiu emoção alguma. Mais cedo ou mais tarde alguém ia descobrir. E a situação atual o impedia de demonstrar qualquer tipo de emoção.
Eles ficaram em silêncio, e null passou a mão nervosamente pelo cabelo, bagunçando-os ainda mais.
- Era a null, a menina mascarada que você ficou no carro, não era? – null perguntou, depois de um tempo.
null simplesmente olhou para null, que entendeu o que o amigo quis dizer.
null olhou para baixo.
- O que você vai fazer em relação ao null? – null perguntou.
null olhou pra cima.
- O que você acha? Chegar correndo e sorrindo e dizer: ‘Oi null, sabe o que aconteceu? Eu acho a sua namorada muito gostosa, ah sim, ela é minha prima, mas eu não ligo! E no aniversário dela, como você não estava, nós ficamos. Ah! Transamos no carro do null, mas você não se importa não é mesmo? Nossa amizade continuará a mesma!’ – null ironizou. – Não tem como eu contar, null! – Ele disse nervoso.
Mais uma tragada.
- null, null... – null começou – Sabemos que a null é linda, e sabemos da sua fama... Mas você não acha que, levou uma noite, a sério demais? Quer dizer, você poderia ter ficado com qualquer outra garota, e não a null!
null riu desgostoso.
- null, eu não fiquei com a null apenas por ficar... Eu amo ela! – null assumiu, olhando para o amigo.
null não escondeu sua surpresa ao abrir a boca.
- Como assim? Ama ela? null, vocês não se suportam, lembra? – Ele perguntou.
null rolou os olhos. Ele não ia explicar como é gostar de alguém.
null porém, entendeu que o amigo não ia falar nada.
- Você vai me bater se eu disser que já percebi? – null perguntou sorrindo, tentando animar o amigo. null riu.
- Eu sei... – null disse, mais uma vez bagunçando os próprios cabelos, e jogando a bituca do cigarro atrás de si.
O que era meio ambiente no momento?
null riu.
- null, eu sei que a situação é complicada... Mas você não pode se esconder pra sempre... Estão todos achando que aconteceu alguma coisa você e... Se você não quer mesmo levantar qualquer tipo de suspeita, é melhor você voltar a ser o que era antes... Voltar a ser null null o cara mais galinha que eu conheço, e fingir que a null não existe! – null disse convicto.
- É impossível, null! Pelo menos, agora... – null disse olhando pra cima.
- Não é impossível não! – null disse, dando um soco no ombro do amigo – Hoje mesmo, eu vou passar aqui, e vamos para o pub perto de casa... Vai ter alguma banda legal, várias garotas, e você voltará a ser o que era, esquecendo sua prima! Certo? – null perguntou.
null pensou por alguns instantes. Ele não perderia nada se, voltasse ‘a ativa’.
- Certo... – null deu-se por vencido.
null sorriu.
- Ok! Agora... Dá um jeito de entregar esse colar a null! Uma hora ou outra null vai dar falta... – null disse, entregando o colar a null.
null fitou o colar por alguns segundos.
- Por que não entrega você? – Perguntou.
null rolou os olhos.
- Porque ela vai saber que eu sei ‘da história’ de vocês! – Ele fez aspas com as mãos.
null suspirou.
- Ok… - Ele deu de ombros.
null ficou de pé e limpou a parte de trás da calça.
- Eu vou embora... Só vim mesmo conversar contigo... E fique tranqüilo que, por mim, null não saberá de nada! Aliás, não fique surpreso se ele aparecer aqui hoje! – null avisou – Ele está preocupado com você! null respirou fundo.
- Ok... – Ele disse desanimado.
null acenou, e saiu, deixando null sozinho novamente.
Não era mais segredo. Uma hora ou outra, null saberia, e era do que ele tinha medo.
null levantou-se e foi a seu quarto, realmente, ele não podia ficar ali pra sempre.
Tomou um banho rápido, e colocou uma calça jeans, um moletom da Hurley, o Vans xadrez e colocou um boné branco.
Ele pegou o iPod, o celular e o colar, e colocou-os no bolso do casaco. Ele ligou o iPod e deixou tocando Movies, do Alien Ant Farm. Ele precisava de alguma banda que o animasse.
Ele saiu de casa a pé, e foi em direção ao Hyde Park. Não era tão longe de sua casa, e no momento, ele precisava andar e esvaziar a cabeça.
Mais uma vez, a noite de uma semana atrás passou em sua cabeça, e ele não conseguiu não evitar um sorriso; mas no momento em que sorriu, a imagem da prima chorando veio em sua mente, e aquilo fez seu estômago dar um nó.
Ele a amava, e queria poder dizer a ela. Queria.
null pegou o celular, e enviou uma mensagem. Pegou o colar do bolso, e o olhou.
Ele amava null, mas null também. Disso ele não tinha dúvida alguma.

null e null estavam na sorveteria. null já estava no seu segundo milk-shake, enquanto null deixou o primeiro pela metade. As duas conversavam sobre qualquer assunto idiota, quando null sentiu o celular vibrar.
Ela abriu o flip, e sentiu a mão gelar.

“Estou com o colar que null te deu de aniversário. Tô no Hyde Park. Passa aqui. xx null”

- O que foi, null? – null perguntou, ao ver a expressão da amiga mudar.
null simplesmente passou o celular para a amiga, que entendeu tudo.
- Você vai lá, certo? – Ela perguntou.
- Não! – null disse com a voz esganiçada.
- Claro que vai! – null disse – E vai conversar sério com o null! Vocês dois precisam tomar uma atitude! Vocês precisam conversar se vão contar para o null, se vão continuar fingindo que nada aconteceu... Vocês precisam conversar! – Repetiu.
null respirou fundo. Ela não queria ter de falar com null.
- Ok... – Ela disse por fim.
null ficou de pé.
- Vamos lá, pegamos um táxi e eu te deixo lá! – Ela disse, já deixando o dinheiro da conta na mesa.
null levantou-se também, e seguiu a amiga, que já saía da sorveteria.
Foi null abanar a mão que um táxi parou. Ela tinha essa facilidade com táxis.
null tinha inveja de null por isso, ela nunca conseguia um táxi sozinha.
As duas entraram, null pediu para ele parar no Hyde Park, e null começou a ficar nervosa. null percebeu.
- null, relaxa tá. Não vai acontecer nada demais... – null dizia.
null suspirou quando o táxi virou a rua.
Xingou mentalmente pelo Hyde Park ser tão próximo a sorveteria.
null pegou na mão da amiga.
- Qualquer coisa, me liga que eu venho te pegar... Mas relaxa que vai dar tudo certo.
null assentiu com a cabeça.
Não demorou para que o taxista parasse defronte ao park. null ficou parada.
- Vai lá! – null a empurrou delicadamente – Boa sorte! – Ela disse.
null desceu do carro e sorriu de lado. Viu o táxi tomar distância, e viu que não tinha mais jeito.
Caminhou pelo park e procurou o primo com os olhos.
Não demorou para que ela o visse, sentado de cabeça baixa, com os dois fones de ouvido, e com os cabelos bagunçados por debaixo do boné.

Capítulo 8 – Complicated ;

null tirou um dos fones do ouvido de null e cruzou os braços.
null olhou a menina de uniforme e sorriu, ela ficava linda daquele jeito. null não entendeu o sorriso do primo.
- Senta. – Ele pediu.
null respirou fundo, e sentou ao lado dele.
null tirou do bolso do casaco, o colar, e entregou na mão da menina.
- Obrigada. – Ela disse, levantando-se novamente.
null a puxou.
- Calma, eu quero falar com você... – Ele disse.
- Eu não tenho nada pra falar com você! – Ela disse rispidamente, levantando-se.
- null, por favor! – null pediu.
null assentiu com a cabeça, e null respirou fundo.
- Desculpe por ter falado daquele jeito com você, na semana passada... – Ele começou – Não era minha intenção te magoar.
null assentiu mais uma vez com a cabeça.
Eles ficaram em silêncio. Uma criança passou correndo na frente deles, junto a um cachorro.
Os dois sorriram ao ver a cena.
null olhou para null, e olhou para baixo em seguida.
- Bem, você pretende contar ao null? – Ele perguntou mais uma vez.
null ficou em silêncio por um momento.
- Não... – Ela respirou fundo – Acho melhor continuarmos fingindo que nada aconteceu... – Ela disse.
null assentiu com a cabeça.
- Mas como você pretende... Fingir que é virgem? – null perguntou de um jeito um tanto grosseiro.
- Não te interessa. – null respondeu rispidamente – Era só isso que queria falar comigo? – Ela perguntou, ficando de pé novamente.
- Não. – Ele disse, ficando de pé e colocando a mão no ombro dela. null respirou fundo, e fitou os olhos da prima – Eu não te vi naquela noite, apenas como mais uma garota... Você sempre foi a garota da minha vida. Sempre. Eu quero mesmo te pedir perdão por tudo o que eu disse; foi a melhor noite da minha vida. – null assumiu, olhando fixamente nos olhos da menina.
null sentiu o coração acelerar quando ele disse aquelas palavras.
- Eu... Eu... – null não sabia o que falar.
- Psiu. – Ele pediu, colocando o dedo indicador nos lábios dela – Não fala nada, por favor... – Pediu.
null assentiu com a cabeça, sentindo o estômago revirar.
null gostava dela, era isso?
- Eu amo você. – Ele disse por fim. – Mesmo que você ame o seu namorado... – Ele disse, embora duvidasse disso – Eu amo você, muito. – null disse, beijando a testa dela. – Mas como você não sente o mesmo... – Agora ele riu, amargurado – Eu vou tentar voltar a ser o velho null null... Mas de qualquer forma, eu amo você, null. – Ele disse sério.
null sem pensar duas vezes, o abraçou com força. Com tanta força que null parecia sentir as batidas do coração dela.
Ela gostava dele, e ele sabia disso. Ele sentia.
- Não complica ainda mais as coisas, null... – Ela disse baixinho, no ouvido dele, ainda abraçada ao primo.
null mexia no cabelo dela.
- Não tem como complicar mais, null... – Ele dizia, acariciando o cabelo da menina.
- Você está complicando mais! – Ela disse, afastando-se.
null rolou os olhos e mais uma vez, a puxou pelo braço.
- null, olha pra mim! – Ele pediu baixo.
A garota olhou para null, quase perdendo-se naqueles olhos que tanto amava.
- Você também gosta de mim! Eu tô vendo isso nos seus olhos! – null disse certo.
null riu irônica.
- Não, não gosto de você! – Ela disse, mais uma vez afastando-se – Eu gosto do null! – Mentiu.
null assentiu com a cabeça.
- Ótimo. – Ele disse sério – A partir de hoje, não te procuro mais, a partir de hoje, nada aconteceu entre a gente...
null assentiu com a cabeça, mordendo o lábio.
Como ela queria pular no colo dele e dizer que o amava acima de tudo.
Mas não podia. Maldita hora que se envolveu com null, maldita hora que sua mãe dissera que ela tinha que continuar com ele, enquanto os null tinham sociedade com eles...
null deu outro beijo na testa da prima, e saiu em silêncio, deixando null parada, com o colar nas mãos.
Ela respirou fundo e virou-se.
- Você só está complicando as coisas, null. – Ouviu null dizer.
null não virou, mas sabia que ele estava certo.
Sua vida estava parecendo um filme de drama. Ela não queria aquilo.
Ela virou-se e viu null um pouco longe.
- null! – Ela chamou.
null virou-se para ela. null mordeu o lábio e foi até ele, caminhando lentamente.
Ela não tinha mais do que se arrepender.
null cruzou os braços, e encarou a prima. Ela olhou séria pra ele e mordeu o lábio.
- Eu... – Ela respirou fundo. Ótimo, não ia conseguir dizer! – Eu... Ah droga...
null riu da confusão da menina, e a abraçou.
- Você também me ama, eu sei disso! Eu tive certeza no seu aniversário! Do contrário, por que você trairia null? – Ele dizia, enquanto acariciava o cabelo da menina.
null abraçou-se ao primo com força.
- Mas eu não posso... – Ela disse séria.
null pegou o rosto dela com as mãos e fitou os olhos da menina.
- Por quê? – Ele perguntou – Por que somos primos? Eu sei que isso não vai ser fácil para nossa família, afinal eles são conservadores, mas...
- Não é por isso. – null o interrompeu – Não é só por isso. – Ela consertou – Eu não posso terminar com o null. – Ela disse séria.
null não entendeu. Ele a pegou pela mão, e os dois foram até uma árvore.
Sentaram-se embaixo dela, e null colocou null entre suas pernas, abraçando-a pela cintura.
- Por que não? – Ele perguntou calmamente.
Ele sabia que a menina tinha um motivo.
null respirou fundo e colocou as mãos por cima das mãos de null.
- Você sabe que minha mãe, e a mãe de null são sócias, certo? – Ela perguntou.
- Uhum... – null disse.
Apesar do assunto não ser nada tranqüilo, null estava amando aquele momento com a menina.
- Bem, quando comecei a namorar com null, minha mãe me disse que eu não poderia terminar com ele, por causa da família. null tem bastante influência sobre a mãe, e se caso terminássemos e ele pedisse para a mãe romper sociedade, ela o faria sem pensar duas vezes... – Ela respirou fundo – Eu não posso terminar com o null...
null ficou pasmo com o que ouviu. Ele nunca pensou que a tia fosse capaz de fazer isso.
E nunca pensou que null fosse capaz de ficar com null, apenas pelo bem da família.
- Fala alguma coisa... – null disse baixinho.
- Eu... Não sei o que dizer. – null assumiu. – Mas precisamos fazer alguma coisa... – Ele disse.
null suspirou, e null apertou ainda mais a menina envolta a seus braços.
Ele queria que ela se sentisse segura. Estava conseguindo.
- Acho melhor realmente fingirmos que nada aconteceu... – null começou – Digo, não só na frente dos outros, entre nós mesmo... – Ela disse, embora fosse a ultima coisa que quisesse no momento.
Só Deus sabia como ela estava feliz em saber que null também a amava. Mas ela sabia que não podia dar certo...
- Não. – null disse decidido – Eu não vou fingir que não sinto nada por você... Não agora que eu sei que você também gosta de mim! – Ele disse sério – Nós vamos arrumar um jeito!
null sorriu involuntariamente. null era perfeito.
Ela era uma garota sortuda, fato; quem hoje em dia tem dois garotos lindos e perfeitos em sua inteira disposição? null tinha.
- Não tem jeito... – null concluiu antes de null.
null virou a menina delicadamente, para que ela ficasse defronte a ele.
Ele segurou o rosto dela, e fitou seus olhos.
- Escuta. Eu amo você, e... – null respirou fundo – Acho que posso esperar até arrumarmos uma solução pra isso... – Ele dizia, alisando o rosto da menina – Mas eu não quero ter de ficar longe de você! Nem que pra isso, tenhamos que nos ver escondidos... Deus sabe como isso é ruim pra mim, ruim enganar o null, mas Deus sabe também o que eu sinto por você... E apesar de ser difícil, acho que consigo agüentar ver vocês dois juntos... – null disse baixinho.
Ele sabia que seria difícil. Não só pra ele, mas para null também.
Mas no momento, não tinha outra solução, e ele não queria mais ter de ficar sem null.
Não agora.
null assentiu com a cabeça. Ela já não podia mais ficar sem null.
Ela tinha que tomar alguma atitude. Mesmo que não fosse imediata.
Ela sorriu de lado, e null não pensou duas vezes antes de beijá-la. Como ele sentiu falta daquele beijo, das mãos dela bagunçando seus cabelos, do cheiro dela, do calor que emanava de seu corpo.
Como ele sentiu falta dela.
null podia dizer a mesma coisa. Quando estava com null, era como se estivesse segura de tudo e todos, longe de qualquer tipo de problema. Ah como ela o amava.
null sentiu o celular vibrar dentro da bolsa, e partiu o beijo.
Viu o nome de null no visor, e sentiu o coração gelar. null entortou a boca.
- Atende. – Ele disse.
null atendeu, ajeitando-se novamente no colo do primo.
- Oi. – Ela disse sem emoção.
- Oi amor... – null disse animado – Eu tô aqui na sua casa faz um tempão... Onde você está? – Ele perguntou.
null olhou para null, que entortava a aba do boné branco, da GAP que usava.
- Eu passei em uma cafeteria... – Mentiu – Mas já estou indo pra casa...
- Quer que eu te busque? – Ele perguntou, prestativo.
- Não precisa... – null disse, enquanto null olhava para qualquer ponto invisível do parque – Eu já estou perto...
- Ok, então eu te espero... Te amo. – Ele disse.
- Estou chegando... – null disse, e desligou o celular.
null estava um pouco carrancudo. Não sabia como ia conseguir agüentar null falar sobre null, ver os dois juntos...
Mas ela valia o sacrifício que ele fazia. Pelo menos, era no que ele queria acreditar.
- null está em casa... – null disse, olhando para o primo, que entortou a boca numa careta.
- E você vai ter que ir pra lá, certo? – null adivinhou o óbvio.
null assentiu com a cabeça.
Os dois ficaram de pé, e null pegou nas mãos da menina.
- Eu estou fazendo um verdadeiro sacrifício pra ficar com você... – null disse sério – Espero que você faça o mesmo, por mim. – Ele pediu.
null assentiu com a cabeça, e o abraçou novamente.
Os dois se beijaram longamente. null já sentia o coração apertar só de imaginar null e null juntos.
Mas ele tinha que ser forte.
Pelos dois.
Eles partiram o beijo, e null beijou a testa da menina. Uma brisa gélida passou por eles, fazendo a pele de null arrepiar-se, já que ela estava apenas de uniforme.
- Eu vou com você... – null disse, abraçando-a pelos ombros, e fazendo sinal para um táxi.
null não tinha a mesma habilidade de null, de modo que depois de sete táxis passarem por eles, ele conseguira.
Eles entraram no carro, e null disse o endereço da prima.
A rádio local tocava uma música calma, que null reconheceu ser ‘Let it Be’, dos Beatles. Ele olhou para cima, e null encostou sua cabeça no ombro do menino.
null olhou para ela e não evitou um sorriso.
- Eu amo você. – null sussurrou para null, que deu um selinho nela.
- Eu também, muito! – Ele disse, beijando agora a testa dela.
null sorriu e passou o braço pela cintura dele, ajeitando o rosto entre o queixo e o pescoço dele.
null pediu para que o taxista parasse na esquina da mansão de null, para que eles pudessem se despedir.
O taxista parou e null suspirou.
- Vai lá. – Ele disse, dando uma tapinha na perna dela.
null fez bico, e encostou seus lábios nos do primo.
null a beijou rápido, bagunçando um pouco seus cabelos. null fez o mesmo, mas foram interrompidos pelo hem hem mal humorado do taxista.
- Te amo. – null disse, assim que ela desceu do carro.
null mandou um beijo no ar, e viu o carro tomar distância.
Ela olhou em uma poça de água seu cabelo, e o ajeitou, já que estava um pouco desarrumado.
Respirou fundo, e caminhou em direção a sua casa.
Aquilo definitivamente não podia ficar assim.

Capítulo 9: I Feel So...

null abriu a porta, e viu a sala vazia.
Ela deixou a bolsa no sofá, e jogou-se no mesmo.
- null? – Satiko, a empregada japonesa perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Hum? – Ela perguntou, desanimada.
- null e null estão no quarto jogando vídeo-game! – Ela avisou – Quer alguma coisa?
null suspirou.
- Faça um capuccino pra mim, por favor. – Ela pediu, pegando a bolsa e levantando – Me leve no quarto do null...
A empregada assentiu, e null subiu as escadas.
Assim que pisou no andar superior, ouviu os risos e as vozes do irmão e do namorado, vindas do quarto dele.
- Hey... – Fingiu animação ao abrir a porta.
Ela sentiu-se mal ao ver a expressão de null.
Os olhos dele se iluminaram ao vê-la. null sentiu-se um monstro.
- Amor! – Ele disse sorridente, indo ao encontro dela.
null a abraçou e deu um selinho em null, que forçou um sorriso.
- Oi null, eu estou ótimo, obrigado! Ah, e eu fui eu quem comeu o seu sorvete de chocolate! – null disse, fingindo estar bravo.
null riu, e jogou o travesseiro no irmão.
- Eu procurei aquele sorvete, sabia? – Ela perguntou rindo.
null deu de ombros.
- Bem null, cansou de perder? – null perguntou rindo, com um controle nas mãos.
- Não mesmo! – null disse rindo, deixando null e indo até o vídeo-game.
- Bem, já que vocês estão entretidos, vou tomar banho... – null avisou.
null assentiu com a cabeça, e voltou a jogar com null.
null entrou no seu quarto, e deixou a bolsa em qualquer lugar, entrando no banheiro.
Ela ligou o chuveiro, e entrou ainda de roupa, debaixo dele.
A água quente relaxava, e no momento, era o que ela mais queria.
null estava decidida em conversar com sua mãe. Não era justo com ela continuar com null. Não era justo com ela, não era justo com null... E não era justo com null.
Apesar do assunto ser um pouco problemático, null não conseguiu evitar um sorriso ao lembrar de null.
Ele a amava também!
Ela sentiu vontade de sair dando saltinhos, mas ficou quieta, guardando toda aquela inquietação apenas pra si mesma.
Ela se sentia tão... Tão viva! Era como se toda essa semana, ela estivesse dormindo, e alguém agia e pensava por ela. Era boa essa sensação de vitalidade que sentia.
Viu que estava demorando muito no banho – e por se preocupar com o meio ambiente – viu que estava na hora de sair.
Desligou – com custo – o chuveiro, e saiu do banheiro enrolada em uma toalha. Abriu o guarda-roupas, pegou uma camiseta antiga de null que estava lá – uma camiseta do Blink 182 – e um short. Adorava andar assim pela casa. Mesmo quando sua mãe dizia que mesmo em casa, ela deveria ficar ‘apresentável’. null penteou os cabelos, deixando-os molhados. Não estava com paciência de secá-los. Colocou suas enormes pantufas de cachorros, e saiu do quarto, indo em direção a cozinha.
Aquele banho serviu como estimulante para null, já que a menina estava alegre e com fome.
Ela chegou à cozinha, e por sorte, não encontrou com a mãe no caminho. Aquela roupa estava tão gostosa...
- Oi Marly! – null disse, sentando-se a mesa, e sorrindo.
Fazia uma semana que ela não sabia o que era sorrir...
- Oi! – A cozinheira sorriu, e continuou mexendo sua panela. – Satiko me pediu o seu capuccino, ele está em cima do microondas! – Avisou.
null sorriu. Mas não queria mais capuccino.
- Ainda tem sorvete? – null perguntou. Bem, ela sabia que não tinha mais de chocolate graças a seu irmão esfomeado.
- Deve ter... – A cozinheira disse, agora acrescentando qualquer tipo de tempero em sua comida.
null abriu o freezer, e pegou um dos potes de sorvete. Ela pegou três colheres, e saiu da cozinha, agora indo em direção ao quarto do irmão.
Ela abriu a porta, e viu que null estava concentrado jogando, enquanto null sorria convencido.
null estava perdendo, decerto.
- Hei meninos! – null disse, sentando na cama do irmão.
- Uau amor, você tá sexy! – null disse rindo.
null deu a língua. Ela não queria pensar no quão estava sendo cachorra com null, ela queria curtir ele.
No bom sentido, já que ela o via como um amigo.
- null, você tá ridícula! – null disse, arqueando uma sobrancelha, deixando o controle e avançando no sorvete.
null riu.
- Eu sei. Mas essa roupa tá gostosa! – Ela disse rindo.
null riu e beijou o rosto dela. null apenas rolou os olhos.
E passaram a tarde assim, tomando sorvete, rindo e conversando.
null evitava null na medida do possível. Ela tinha que acabar logo com isso, mas não queria magoá-lo.
null era uma das melhores pessoas que ela conhecia, e ele não merecia sofrer.

null chegou em casa sorridente. Ele não queria pensar que nesse momento, null estava com null, ele só queria lembrar de horas atrás.
Ela o amava também. Que mais lhe importava então?
Ele riu e jogou-se no sofá, ligando a televisão em seguida.
Passava qualquer programa inútil, que ele ‘assistiu’ embora seus pensamentos estivessem longe.
Porém, seu celular o fez despertar dos pensamentos.
- Hei null! – Ele disse, ao ver o nome do amigo no visor.
null estranhou a animação repentina do amigo, mas ficou feliz por isso.
- Hei null! – Cumprimentou – E aí, nossa saída hoje tá de pé, certo? – Ele perguntou.
null não queria sair de casa, mas também não podia levantar suspeitas.
Além do mais, ele não precisava necessariamente ficar com outras garotas... Que mal tinha em sair e beber com null?
- Claro! – null disse sorrindo, colocando os pés na mesinha de centro, e os braços atrás da cabeça.
- Ae! – null comemorou – Vamos ao The Boss! Já fiz nossas reservas! – null disse, referindo-se ao pub que sempre freqüentavam.
- Certo! – null disse.
- Então tá... Eu passo aí e vamos juntos... – null disse – Até depois, null!
- Até! – null disse, desligando o celular em seguida.
Ele subiu para o quarto, e tomou um banho, já que sairia com null.

Horas mais tarde, null estava na mansão dos null. null estava arrumado, com uma camisa pólo preta, com os primeiros botões abertos, o cabelo desarrumado, uma calça jeans e o vans listrado que usava.
null estava quase do mesmo jeito, porém usava all star ao invés de vans, e seu suéter azul marinho.
- Você não sabe com quem eu conversei hoje... – null disse, enquanto null passava perfume.
Apesar de ser quinta-feira, eles já estavam animados com o final de semana. Bem, null estava.
- Com quem? – null perguntou, não muito interessado.
- Com a Taylor! – null comentou sorrindo.
null não demonstrou emoção, o que deixou null confuso.
- Dude, a Taylor! – null repetiu – Sua ex namorada... – null explicou.
null deu de ombros.
- O que tem ela? – Ele perguntou.
null nunca gostou dela, ela foi só motivo de aprendizado para ele.
Foi com ela que null perdeu a virgindade, ela foi sua primeira namorada e foi ela quem ensinou várias coisas a ele.
Ela era três anos mais velha que ele, e terminou com ele, ao começar a namorar um garoto de sua idade.
Claro que null não ligou tanto afinal, gostava de null.
Mas ele era obrigado a admitir que tinha ficado um tanto quanto mexido.
- Ela vai! – null explicou excitado – E está ansiosa em te ver!
null riu.
- Cara, Taylor e eu não temos mais nada a ver... A última vez que nos vimos eu tinha... Quinze anos? – Ele perguntou, rindo.
- Exato! – null explicava – Agora ela vai ver que o pequeno null cresceu, e vocês podem ter alguma coisa!
null riu e colocou a mão no ombro do amigo.
- null, eu não quero nada com ninguém... Ainda mais com a Taylor. Eu estou bem, acredite! – null disse sério, mas com um sorriso nos lábios.
Andava tão sorridente essa noite...
null deu de ombros.
- Duvido. – Ele disse rindo.
null balançou a cabeça negativamente, e riu.
- Vamos? – Ele perguntou a null.
- Demorou. – Ele disse rindo, saindo na frente com as chaves do carro.
null deu mais uma olhada no espelho, e sorriu.
Como será que null estava agora? Ele se perguntou
Sentiu uma coisa no estômago ao pensar que ela poderia estar com null.
Decidiu não pensar em mais nada, e seguir ao pub. Ele não tinha nada a perder ali.


null e null ainda jogavam vídeo-game, enquanto null cochilava, abraçada ao travesseiro de null.
Amava o travesseiro do irmão... Tinha o cheiro dele.
- null, vai dormir na sua cama... Odeio quando você baba no meu travesseiro! – null reclamava.
null e null passaram a ignorar a existência de null, já que ficaram jogando vídeo-game. Então a menina dormiu.
- Eu não estou com sono... – Ela disse, embora suas expressões confirmassem o contrário.
- Não, eu que tô... – null ironizou.
null apenas via tudo, rindo.
- Vem, eu te levo! – null disse, pegando a menina no colo.
null riu.
- Não precisa, eu vou andando... – Ela disse, mas foi inútil.
null saiu com ela nos braços do quarto de null, e entrou no dela.
null começou a rir, quando null a colocou na cama.
- Você vai me deixar mal acostumada, Sr. null! – Ela disse, fingindo seriedade.
null deu a língua, e deitou ao lado da menina.
null puxou null para mais perto de si, e começou a beijar seu pescoço.
Ok, null amava null e todo mundo sabe. Mas null é um garoto lindo, que mexe com qualquer garota.
E não são só os homens que tem suas fraquezas.
Ela era obrigada a admitir que ficava mexida. null sabia seus pontos fracos.
null sentiu a pele da menina arrepiar e sorriu. Ele adorava fazer isso.
Agora, ele subiu a boca para os lábios da menina, colocando-a delicadamente sobre si. Ele colocou suas mãos por debaixo da camisa que ela vestia, e começou a erguê-la.
null estava gostando, fato.
Mas ela tinha que terminar com null, e não aprofundar mais o relacionamento.
null começou a beijar novamente seu pescoço, e ela não tinha a mínima vontade de fazê-lo parar.
Agora que ela sabia como era bom, ela não queria pará-lo.
Mas pensou em null, em tudo que conversaram a tarde.
Ela o amava, e ponto.
- null, eu estou cansada... – null disse, partindo o beijo.
null colocou a menina a seu lado e bufou.
Aquilo estava ficando exaustivo. Ele já não agüentava mais.
- null, eu estou começando a ficar um pouquinho cansado das suas desculpas... – null disse sério, não escondendo sua decepção.
null respirou fundo e sentou-se na cama, enquanto null continuava deitado.
- Eu sei... – Ela respirou fundo – Mas null... Eu... Hum...
- Você não está pronta, você tem dor de cabeça, você está menstruada, sua mãe está em casa, null pode ouvir, você está cansada... Eu já sei de cor todas as suas desculpas! – null rolou os olhos – null, você pretende ir com isso até quando? – Ele perguntou, não sendo grotesco, mas perguntou sério. – Namoramos há quase três anos! Aliás, fazemos três anos no mês que vem! Você acha que é fácil pra mim, agüentar três anos? – Ele perguntou.
null olhou para baixo. Era agora.
- Acho então que devíamos dar um tempo... – Ela disse olhando para baixo.
null sentou-se e arqueou a sobrancelha.
Ele ficou com medo, fato.
- Também não é pra tanto... – Ele disse – Eu... Eu posso esperar um pouco...
null a amava muito, e se ela queria tempo, ele a daria.
null mordeu o lábio e olhou para baixo. Esse não era um bom motivo para terminar com null.
null a abraçou, e começou a mexer em seu cabelo.
- Desculpa vai... Eu fui grosso com você... É que... Esquece... – null balançou a cabeça negativamente, e respirou fundo. – Eu não quero terminar com você, certo? – Ele disse sério.
null assentiu com a cabeça.
null deitou novamente na cama, e puxou a menina com ele. null fechou os olhos e tentou pensar em como terminaria com null.
Mas primeiro, ela teria que falar com sua mãe. Era muita coisa pra sua cabeça.
Ela sentiu o sono chegar, e não lutou contra ele, adormecendo rapidamente.
null esperou que null dormisse, para ir embora. Ele parou na porta e ficou vendo a menina dormir.
Não, ele não podia perdê-la. Não podia mesmo.

null e null riam de uma história que a garota loira – que nenhum dos dois sabiam o nome – contara.
Taylor passara a noite se insinuando para null. Ao ver o que o pequeno null cresceu, ela não pensou duas vezes antes de começar a colocar o decote praticamente na cara do garoto.
null era obrigado a admitir: Taylor mexia muito com ele, mas ele não podia não pensar em null, na sua menina.
- E então, null, anda namorando? – Taylor perguntou, dando uma tragada em seu cigarro, e soltando a fumaça devagar.
null apagou o resto do seu cigarro no cinzeiro, e deu um gole em seu Martini. Ele sorriu.
- Ainda não. – Ele assumiu.
Agradeceu mentalmente pelo fato de null estar entretido com a loira, e não prestar atenção em sua conversa.
- Então, você já tem alguém em vista? – Ela perguntou, dando mais uma longa tragada em seu cigarro.
null sorriu.
- Sim. – Respondeu simplesmente.
- Hum... – Taylor disse, soltando a fumaça devagar – Sabe null, sou obrigada a confessar que, senti saudades suas, sabia? – Ela perguntou, colocando a mão na gola da camisa do menino.
null tirou delicadamente a mão da garota, dele, e sorriu.
- Foi legal enquanto durou. – Ele disse simplesmente.
Taylor fez uma careta, apagou a bituca do cigarro, e pegou outro.
Ela apontou o cigarro, e null o acendeu.
Ela soltou a fumaça rápido, e sorriu novamente.
- Bem, você não está namorando ainda, não é? – Ela perguntou sorrindo.
null negou com a cabeça, e a garota sorriu.
- O que significa então, que você está solteiro? – Ela perguntou mais uma vez.
null riu.
- Tecnicamente, sim. – Assumiu.
- Bom... Muito bom... – Ela disse baixinho, jogando os longos cabelos ruivos para trás – O que acha de darmos uma volta? – Ela perguntou.
- Taylor, eu não quero nada com você... – null foi franco – Desculpe.
Taylor sorriu novamente.
- null, quero dar uma volta com você como amigos... – Ela tornou a dizer.
Agora, null passou a prestar atenção na conversa.
- Não. – null disse firme.
A garota ergueu as mãos como se rendesse, e deu outra tragada em seu cigarro.
- Sabe... – Ela começou – Acho que preferia o null null inexperiente que eu conheci a anos atrás...
null sorriu, e deu outro gole no seu Martini, que a essa altura, já estava ruim.
- As pessoas mudam, cara Taylor... – Ele disse, deixando uma Taylor e um null boquiabertos. – Bem null, acho que vou indo... Vou pegar um táxi... Você vem comigo? – Ele perguntou, levantando-se.
- Não, pode ir... – null disse, apontando a loira com um sorriso pervertido.
null riu.
- Se quiser, te pago um táxi, Taylor. Pra você não dizer que eu sou um grosso... – null disse rindo.
A ruiva negou com a cabeça.
null acenou para os três, e saiu do pub, rindo.
Ele estava rindo a toa, sorrindo bobo toda hora... Ele não sabia que null tinha esses efeitos nele.
Ele sentia-se tão bem.
null fez sinal para um táxi, e por sorte, conseguiu de primeira.
Encostou a cabeça no banco e fechou os olhos. Ele só queria que null fizesse o mesmo por ele.
Sacrifícios.

Capítulo 10 – I'd Do Anything;

Sexta-feira, sem dúvida o dia mais esperado pelas estudantes do colégio St. Marrie. null estava já em sua ultima aula de trigonometria, e não via a hora do sinal do intervalo soar.
Depois do intervalo ela teria aulas extracurriculares, como música, por exemplo.
Ela não tinha dom algum para música, não sabia por que raios era obrigada cursar essa matéria. Quando ela foi tentar tocar piano, definitivamente foi um desastre.
null olhou mais uma vez para o relógio que ficava no meio da parede e respirou fundo, parecia que os minutos não passavam. A professora McKinon estava bem mais apavorante do que de costume. Seus cabelos grisalhos estavam presos por uma fita preta, e faziam um laço horrível no meio da cabeça. As sobrancelhas dela eram feitas de delineador, o que a tornava bizarra. Ela usava um vestido, com outro laço amarrado na barriga. Sra. McKinon tem uma fixação por laços.
null parou de reparar o quão ridícula sua professora era, e voltou a encarar o relógio.
Para sua sorte, faltavam dois minutos para dar o intervalo.
Ela pegou seu material, e começou a guardá-lo. As outras alunas começaram a fazer o mesmo, e quando o sinal tocou, null praticamente voou. Ela ainda não tinha visto null, e precisava conversar com ela, contar as novidades.
null guardou os livros no armário, e procurou null com os olhos. Saiu correndo quando viu a amiga se aproximar.
null não entendeu o sorriso de null.
- Que sorriso é esse? – Ela perguntou rindo, guardando suas coisas no armário.
null encostou no armário, e null fechou o mesmo.
Ela sorriu mais uma vez, e mordeu o lábio.
- Eu conversei com o null! – null disse feliz, começando a abanar as mãos.
Um típico ataque de diva.
null arqueou uma sobrancelha.
- Como assim? E aí? – Ela perguntou, já caminhando pelo corredor.
- Conversamos e... AH! – Ela deu um gritinho – Ele me ama, null! – null disse, olhando para o nada.
- Como assim? – null perguntou novamente.
Agora elas iam em direção ao refeitório.
- Me ama! – Ela confirmou – E ele vai esperar eu me acertar com null! Ou melhor, terminar com null...
- null, desculpa derrubar seu castelo, mas... – null começou, enquanto entravam na fila – Primeiro: você não tem como terminar com o null pelo motivo que nós duas sabemos... – null pegou uma bandeja, null fez o mesmo – Segundo: vocês são primos, suas famílias nunca aceitariam! – null disse séria.
null entortou a boca. A mulher que distribuía a comida colocou quatro bolachinhas na bandeja de null, e null, sem que ela percebesse pegou mais três. Andava com fome, ultimamente.
- null, por favor, não dramatize ainda mais a história! – null disse, agora pegando uma latinha de refrigerante – Eu sei que vai ser difícil e tudo mais... – Elas sentaram-se em uma mesa no meio do pátio. Era a mesa delas. Ninguém sentava ali a não ser elas – Mas acho que eu mereço ser feliz, não acha? – Perguntou.
null mordeu sua maçã. Ao invés das bolachinhas ultra calóricas – palavras dela! – preferiu uma fruta saudável.
- Claro que tem! – Ela confirmou – Mas... Bem, você quem sabe... – Deu de ombros.
null assentiu com a cabeça e mordeu uma das bolachinhas.
Hoje ela falaria com sua mãe, e logo em seguida falaria com null.
Nada podia sair errado.

null estava deitado na sua cama, ainda só de boxers, assistindo desenho animado.
Às vezes sentia falta do colégio. Segundo ele, ficar de manhã em casa era extremamente chato.
Ele estava rindo do desenho, quando ouviu alguém bater a sua porta.
- Entra... – Ele disse.
null entrou no quarto, e null não escondeu sua surpresa. Não estava preparado para falar com null agora.
- Hei! – null fingiu animação.
Ele era péssimo ator, fato.
- Hei! – null também fingiu animação. null percebeu.
null sentou-se na cadeira da escrivaninha de null, e começou a batucar os dedos na mesma.
null sentou-se na cama, e olhou para null com a sobrancelha arqueada.
- O que aconteceu, cara? – Ele perguntou sério.
null respirou fundo.
- A null. – Ele disse.
null respirou fundo. Por um momento, tinha se esquecido que, null o considerava conselheiro oficial.
Sempre contava seus problemas com null pra ele.
- O que aconteceu dessa vez? – null perguntou, escondendo a sua... Raiva?
Bem, até que ele não era um ator tão ruim...
- Cara... – null passou as mãos pelos cabelos – Ela mencionou dar um tempo! – null disse preocupado.
Agora null tinha que esconder sua animação.
Desde quando null era uma pessoa tão rápida?
- Mas... Por quê? – Ele perguntou, interessado – Do nada?
null bufou.
- Não... Tipo, ontem eu tentei de novo... – null disse.
null cerrou os punhos discretamente. Agora, imaginar null com null não só o incomodava; agora o irritava profundamente.
- E... – Ele quis que null continuasse.
- Ela me barrou, como sempre. – null deu de ombros – Só que eu meio que, estourei. Disse que, estava ficando cansado das desculpas dela... E então ela disse que era melhor dar um tempo... – null disse sério.
null respirou fundo.

“1…2…3…4…5…” Ele contava mentalmente.

- null, por que você não termina com a null? – null sugeriu, fingindo indiferença.
Ele não fingiu tão bem.
null riu sarcástico.
- Nunca. – Ele disse sério – null, você mais do que ninguém sabe, a null é a coisa mais importante da minha vida... Minha vida em si, entende? Eu faria qualquer coisa por ela... Até esperaria quinze anos... – null dizia sério.
Aquelas palavras machucavam null. A única coisa que ele queria dizer era dizer que pra ele, null tinha o mesmo significado.
Mas não podia.
- Mas... Você acha que vale a pena? – null perguntou mais uma vez.
null respirou fundo.
- Sabe, a null anda estranha comigo... Muito estranha pra falar a verdade... – null começou – Ela anda fria, me evitando... – Respirou fundo – Você não sabe como isso me machuca...
null assentiu com a cabeça.
Ele estava começando a ficar com pena de null.
- Imagino. – Assumiu. – Mas cara, relaxa. Se acontecer mesmo da null terminar com você...
- Ela não vai terminar comigo. – null acrescentou.
null sentiu a garganta dar um nó.
- Ok... Mas pensa... Às vezes é o melhor, null! Vejam só, já foram dois anos! – null tentava colocar na cabeça do amigo.
null respirou fundo.
- Eu simplesmente não sei. – Assumiu.
- Deixa rolar... – null disse – Não apressa nada... E conversa com ela...
null assentiu com a cabeça e respirou fundo.
- E você, como anda? – Perguntou, mudando o assunto.
null sorriu.
- Bem! – Disse firme.
null sorriu.
- Que bom, fico feliz por você! – null disse sorrindo.
Se ele soubesse o motivo da felicidade de null, null não ficaria nenhum pouco feliz.
null ficou de pé e colocou as mãos no bolso.
- Desculpa vir te amolar cedo, sobre a null... – null riu – Obrigado por sempre me ouvir...
null riu e ficou de pé, dando um soquinho no ombro do amigo.
- Você sabe que pode contar comigo! – null disse.
Você sabe que pode contar comigo... Quanta ironia.
null sorriu.
- Bem, melhor eu ir indo... Vou ver se consigo pegar a null no colégio... – null olhou o relógio - Valeu null! – null sorriu, e deixou o quarto.
null viu o amigo descer as escadas, e jogou-se na cama.
Aquela situação acabava com ele.

null e null saíam do colégio sorrindo. null dizia o quão null estava lindo no baile de aniversário, e null apenas dizia que ‘era a família’.
Elas desciam as escadas do colégio, quando ouviram uma buzina.
- Oh meu Deus, é o null. – null disse, olhando null.
null sorriu e acenou, já que null não demonstrou nenhuma reação.
Elas caminharam em direção ao carro, e null sorriu.
- Oi amor... – Ele disse, dando um selinho nela.
null fez uma careta para null.
- null, dá uma carona pra null? – null pediu.
- Claro! – null respondeu sorridente.
As duas entraram no carro, e null sentou no banco do carona, deixando null sozinha no traseiro.
null ligou o rádio, deixando tocar The Zephyr Song, do Red Hot Chili Peppers.
Ela adorava essa música.
- E então null, como vai? – null perguntou, ao ver que o silêncio começou a incomodar.
null e null começaram a conversar, e null parou no farol. Ele colocou a mão na perna da namorada, e null forçou um sorriso pra ele. Ela voltou a olhar a janela e viu uma barraquinha de cachorro quente.
Os cachorros quentes pareciam ser tão bons, e o cheiro também...
Ela ficou com vontade daquele cachorro quente.
null recomeçou a andar... Ela precisava daquele cachorro quente.
- null, pára o carro? – null pediu de um jeito desesperado.
null arqueou a sobrancelha, não entendendo.
- Pára null! – null pediu, feito criança.
null estacionou próximo a barraca, e null desceu quase que correndo do carro.
Ela deu uma nota de três libras para o vendedor, que agradeceu até a mãe de null. null pegou um cachorro quente, e mordeu.
Era o melhor cachorro quente que ela comera na vida.
null e null olharam sem entender.
- null, você podia pedir normalmente pra eu comprar o cachorro quente... – null disse sem entender, girando as chaves do carro na mão.
null estava encostada no capô do carro, apenas olhando aquela cena bizarra.
Desde quando null gostava tanto de cachorro quente?
- Eu não sei, é que simplesmente me deu vontade! – Ela disse, comendo rapidamente seu lanche.
null arregalou os olhos. Sua amiga era bizarra.
null apenas riu.
- Vamos... – Ele disse, abrindo a porta do carro para a namorada.
null entrou no carro, e null fez o mesmo.
Em minutos, null terminou de comer seu lanche, o que assustou um pouco os outros dois presentes.
null deixou null em casa, e null disse que ligaria para null.
null viu que o silêncio começava a incomodar.
- null, vamos pra casa hoje? – Ele perguntou.
- Pra que? – Ela perguntou.
Hoje ela queria conversar com sua mãe, e era um pouco difícil achar sua mãe em casa.
- Eu queria ficar com você, conversar, sei lá... – Ele disse, concentrado no trânsito.
- Ah null… - null fez bico – Eu queria conversar com a minha mãe... E você sabe como é difícil encontrá-la em casa... – Ela disse.
null assentiu com a cabeça.
- Tudo bem. – Ele disse, forçando sorriso.
Tudo bem. Pra ele, não tinha nada bem.
Ele estava com medo desse comportamento de null.
Não demorou para que ele estacionasse defronte a casa da namorada.
- Bem, eu vou indo... A gente se vê hoje? – Ele perguntou, puxando a menina para dar um beijo.
Eles se beijaram brevemente. null partiu o beijo e sorriu.
- Acho melhor não... Quero passar o dia com minha mãe... – null disse.
null assentiu com a cabeça.
- Então eu vou para Liverpool com o meu primo... – null disse – Mas amanhã de manhã já estou aqui...
- Certo! – null sorriu.
null deu um selinho na menina.
- Até depois, amor. – Ele disse.
- Até depois null! – Ela disse, beijando a testa dele, e saindo do carro.
null observou a menina entrar em casa e respirou fundo.
Deus sabe que ele faria qualquer coisa por ela. Qualquer coisa.
Mas ele sentia que seu namoro estava no fim, ele pressentia.
Mas ele não ia deixar. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa pra salvar aquele namoro.
Ele amava null mais do que tudo, e não ia deixar ela escapar tão fácil.
Ele suspirou, e saiu acelerando com o carro.

Capítulo 11 – Pensamento Permanente ;

null entrou em casa, e para sua sorte, seus pais estavam em casa.
Robert estava apenas de shorts de linho, e sua mãe vestia um vestido leve. Eles assistiam qualquer programa inútil na televisão.
null sorriu e foi cumprimentar os pais.
- Mãe! – Ela cumprimentou.
- null! – Joanna cumprimentou.
null deu um beijo na mãe e no pai, e sentou-se no meio dos dois.
Ela assistiu um pouco do programa, e respirou fundo.
Quanto antes, melhor.
- Mãe, eu queria conversar com você... – Ela disse, olhando a mulher.
- null, olhe seu uniforme manchado! – Ela apontou uma mancha alaranjada na camisa branca da menina.
- Eu comi um lanche no caminho... – null explicou rapidamente – Mãe, podemos conversar? – Ela perguntou mais uma vez.
- Claro, diga... – Ela disse.
null apontou o pai discretamente. Joanna não entendeu todo o suspense da filha, e fez sinal para que ela a seguisse.
As duas entraram no escritório do pai, e Joanna fechou a porta.
- O que é, que exige tanto sigilo? - Ela perguntou.
null respirou fundo e sentou-se na mesa.
- Mãe, eu quero terminar com o null. – Ela disse séria, olhando fixamente para a mãe.
Joanna deu um riso sarcástico.
- Não quer não. – Ela disse firme.
- Quero sim! – null disse mais firme ainda – Mãe, eu não o amo...
- Amor, amor, amor! – Joanna disse ironicamente – Você acha que amor nos leva a algum lugar? Você acha que eu casei com o seu pai por amor? null querida, abra essa sua mente! – Ela dizia, chegando mais perto da filha – Hoje em dia, o que manda não é essa coisa de sentimento... E sim, inteligência. null é a melhor pessoa pra você... Para nós! – Ela disse séria.
null ouviu boquiaberta. Aquele monstro era sua mãe?
Sim, porque ela não via a sua frente Joanna null, a estilista e delicada mulher que ela chamava de mãe.
Ela via a sua frente uma mulher ambiciosa e sem escrúpulos.
Aquilo, assustou null.
- Mãe, eu sei o que é melhor pra mim, e não é o null! – null repetiu.
- null, deixe de ser tola! – Joanna disse, alterando a voz – A troco de que você vai terminar com null?
null mordeu o lábio.
- Eu gosto de outra pessoa. – Assumiu.
Joanna riu sarcástica.
- Gosta de outra pessoa? – Ela perguntou séria, colocando a mão na testa e respirando fundo – GOSTA DE OUTRA PESSOA? – Ela gritou.
null sentiu os olhos encherem-se de lágrimas.
- Mãe, não dificulte mais a coisas... – Ela pediu.
Joanna respirou fundo.
- Vá, faça o que quiser! – Ela disse séria – Se sua família cair em ruínas depois dessa sua decisão, será culpa sua! – Joanna disse, apontando para a filha.
null levantou.
- Mãe, eu tenho só dezessete anos! – Ela gritava, agora – Você está colocando uma responsabilidade em cima de mim, que não existe! – Pronto, ela tinha estourado – Isso é ridículo, a mãe do null jamais romperia sociedade com você por um relacionamento do filho que não deu certo! Deixa de ser louca! – Ela gritou a última frase.
Joanna ficou estática, olhando para a filha.
- Faça o que quiser! – Ela disse, abrindo a porta – Mas esqueça que eu existo! – Ela disse, saindo do escritório em seguida.
null não segurou as lágrimas. Ela sabia que a conversa com sua mãe não seria fácil, mas jamais pensou que seria tão difícil. Jamais pensou que ouviria tais palavras dela.
Ela continuou quieta no escritório, quando ouviu a porta sendo aberta.
null ia gritar alguma coisa, quando viu null entrando.
Sem demoras, o irmão a abraçou apertado.
- Eu tô aqui... – Ele disse, confortando-a.
null assentiu com a cabeça, escondendo o rosto no peito do irmão.
- Eu ouvi tudo... Quer dizer, todo mundo ouviu tudo... – null dizia, acariciando o cabelo da irmã.
null soluçou, e null apertou ainda mais o abraço. Doía ver a irmã daquele jeito.
- E se você vai terminar com o null... Eu te apoio, ouviu? – Ele perguntou, segurando o rosto da irmã com as mãos.
A menina assentiu com a cabeça.
- Vai lavar o rosto, tomar um banho... – null disse – Se você quiser, podemos sair, sei lá...
null sorriu e deu um beijo no rosto do irmão.
- Tá tudo bem... – Ela enxugou suas lágrimas – Eu vou tomar um banho... – Ela disse, soltando-se do abraço do irmão – Obrigada.
null beijou sua testa, e null sorriu.
- Eu te amo. – Ele disse, ao ver a menina saindo do escritório.
- Eu também te amo! – Ela disse, fechando a porta.
null passou correndo pela sala, e subiu as escadas em cerca de segundos.
Ela entrou em seu quarto, despiu-se e entrou para tomar um banho.
null estava deitada na cama. Ela ouvia Won't Stop, do OneRepublic, enquanto desenhava.
Ela precisava se distrair, e nem televisão nem internet estavam funcionando.
Bem, ela nunca foi boa com desenhos. Ela jogou o caderno longe, e aumentou o volume do rádio.
Não era uma música que animava, mas ela gostava.
- Oi? – null entrou no quarto.
Ele estava preocupado com a irmã.
- Oi... – null sorriu.
Ela estava com uma blusinha apertada branca, um short xadrez e meias cor-de-rosa ‘berrante’ – como dizia null.
- Ta melhor? – Ele perguntou.
null sorriu e assentiu com a cabeça.
- Eu estava querendo ir na casa do null, faz tempo que eu não vou lá... – null começou – Quer ir comigo? Pelo menos você não fica aqui sozinha...
null ia responder que sim, óbvio.
Mas ela tinha que fingir indiferença, afinal, todos achavam que null e null não se davam bem.
- No null? – Ela fingiu desanimação.
- Se quiser, leva a null... Vamos beber alguma coisa... Já está anoitecendo... – null disse.
“Leva a null.” Interesseiro.
null sorriu mais ainda. Bem, null poderia distrair null...
Ela não valia nada. Mas no momento, não queria se recriminar.
Ela precisava conversar com null.
- Pode ser... – Ela sorriu – Eu vou me trocar e ligar pra ela...
- Ok! Quando terminar, me avise! – null disse, saindo do quarto.
null sorriu, e pulou da cama. Era só ouvir falar de null que já sentia-se bem.
Ela só esperava que null não fosse...
null abriu o guarda-roupas, e pegou um short curto – bem curto, diga-se de passagem – sua meia calça preta, suas sapatilhas pretas, e uma blusinha branca. Ela colocou um colar bem comprido, e deixou os cabelos soltos.
Ela passou seu perfume Ralph Lauren, e uma maquiagem clara, porém, lápis forte nos olhos.
Pegou o celular e deu ‘send’ já que o número de null, era o último discado.
- Fala. – null atendeu, após um tempo.
- Oi null... – null respondeu rindo. Uau, null tinha mesmo um poder sobre ela. Minutos antes ela estava amuada na cama, ouvindo músicas lentas que a deixavam com vontade de chorar. – null e eu estamos indo na casa do null... Quer ir? – Ela perguntou.
- Claro! – Ela disse, um pouco alto – Quer dizer, uhum... Seria legal...
- null, não precisa fingir comigo, certo? – Ela disse rindo – Arrume-se rápido, porque estamos passando aí! - Certo! – null disse rindo – Até depois!
null desligou o celular, pegou sua pequena bolsa Gucci, e saiu do quarto, batendo na porta do irmão, em seguida.
null saiu do quarto vestido com uma camisa pólo azul, uma calça larga caindo, deixando as boxers xadrezes a vista. Ele vestia o seu all star branco de couro, e o cabelo penteado como um topete.
Lindo.
- Uau! – null disse sorrindo.
- Uau! – null a imitou.
Os dois riram, e desceram as escadas. null estava cheiroso também... Ele estava usando o perfume que null dera a ele de aniversário.
Eles passaram pelos pais sem dizer uma palavra. Robert era um idiota, nunca falava nada para ‘parar’ a mulher. E Joanna... null e null queriam distância.
null também. A partir do momento que alguém machucasse sua irmã mais nova, estava arrumando briga com ele. null amava a superproteção do irmão.
- null... – null disse, enquanto entravam no carro.
- Oi... – null disse, sentando no banco traseiro, já que eles iam buscar null.
null colocou a mão no banco do carona, e olhou para trás, enquanto tirava o carro da garagem.
- Você vai mesmo terminar com o null? – Ele perguntou, voltando a posição inicial.
null respirou fundo.
- Sim. – Ela respondeu simplesmente.
null virou o carro, e acelerou, saindo de casa.
- Eu percebi a um tempo, que você não gosta mais dele... – null disse – Quer dizer, enquanto ele se derretia em declarações, você dava sorrisos amarelos...
- Não era justo com ele... – null disse.
- Eu sei que não. null merece alguém que o ame. – null disse – Se não foi você, ele encontrará!
null sorriu e bagunçou o cabelo do irmão.
- Eu amo você, null! – Ela disse rindo.
null sorriu.
- Eu também amo você! E amo quando você sorri! – Ele disse, sem desviar a atenção do trânsito.
null ligou o rádio, e estava tocando qualquer coisa inútil na rádio local.
- Coloca Pink Floyd! – null pediu.
- Pink Floyd! – null concordou.
Desde quando null tinha tão bom gosto musical?
null colocou ‘Time’ e null sorriu, apoiando a cabeça no bando.
Não demorou para que null estacionasse defronte a casa de null, que esperava no banco do jardim.
Ela estava com uma calça skinny de cintura alta, uma blusinha vermelha, e suas botas de camurça também vermelhas. O cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo alto. Ela estava linda.
null quem o diga.
- Oi amor! – null disse a null, ao entrar no carro.
- Oi! – null cumprimentou.
null deu um beijo no rosto de null, que sorriu.
Enquanto null dirigia, null contou todo o acontecido com sua mãe, a null, que ficou surpresa com a atitude da amiga. null podia ser considerada a rainha das incertezas e da lerdeza.
- Agora que você conversou com sua mãe... – null disse, enquanto null dirigia concentrado – Você vai conversar com null, quando?
null respirou fundo.
- Vai ser difícil falar com ele... – null disse.
- Vai mesmo. Eu não sei se isso vai piorar, mas null te ama, null! Muito! – null disse.
- Eu sei... E por isso vai ser difícil. Eu adoro o null, amo passar cada momento ao lado dele... Mas não sentido que ele queria... – Ela disse, ainda olhando para o teto.
- É amiga, eu não queria estar no seu lugar... – null comentou.
- Obrigada. – Ironizou null.
As duas riram, e null parou na frente da casa de null. Os portões foram abertos, e null entrou com o carro, estacionando-o na garagem.
Eles desceram do carro, e logo null apareceu na porta. null sentiu as pernas bambearem.
Se antes ele já tinha efeito sobre ela, agora então, parecia ser dez vezes mais.
null lançou um olhar significativo a null, que ignorou.
null estava lindo. Ele estava com uma blusa de frio preta, e uma camiseta azul dos Beatles, por cima. Ele vestia uma calça larga, e os mesmos Vans xadrez. O cabelo bagunçado propositalmente e o perfume que null sentiu ao longe. Ela sentiu vontade de agarrá-lo ali mesmo.
- Hei null! – null cumprimentou o primo, após trancar o carro. null deu tapinhas nas costas do primo, rindo.
- Uau, conseguiu trazer a minha priminha! – Ironizou null.
null deu a língua, e null a abraçou.
Bastante apertado, diga-se de passagem.
- Eu estava com saudades... – Ele disse baixinho, no ouvido dela.
- Eu também... – Respondeu na mesma altura.
null rolou os olhos.
- Oi null! – Ela acenou, para que o menino percebesse sua existência.
null separou-se da prima, e riu para a menina.
- Oi null! – Ele a cumprimentou, com beijinhos no rosto.
null riu, e foi ao lado de null.
Eles entraram na casa, e por sorte, estava vazia. Os pais de null viajaram a negócios mais uma vez, deixando a casa livre.
null e null sentaram lado a lado no sofá, null sentou-se no chão, e null no braço da poltrona.
null os serviu de bebida, e começaram a conversar sobre qualquer assunto idiota.
No momento, era tudo o que null queria.
Jogar conversa fora com null, null e null.

Capítulo 12 – Friday Night ;

null e null não paravam de se encarar. null percebia, mas por sorte, null não.
Eles não viam a hora de ficar sozinhos, e null contava para que null facilitasse.
- null, você não queria contar ao null, sobre sua viagem a Espanha? – null perguntou, lançando olhares significativos.
- Queria? – Ela perguntou.
null rolou os olhos.
- Ah claro, queria! – null disse, olhando null – Mas você não estará interessado...
- Claro que estou! – null sorriu – Adoro Madrid! – Ele disse.
null riu, e foi até o bar, encher o seu copo com whisky.
null sorriu. Ela pegou o celular e mandou uma mensagem a amiga.

“Eu vou conversar com o null. É sua chance, agarra o null e não o deixe sair de perto de você!”

null observou a amiga ler a mensagem.
null disse a null que era sua mãe, e respondeu.
null não conseguiu não rir da cena. null era péssima atriz, fato.

“Você me deve uma, vaca. Se bem que, não é nada mal ficar com o null... (6)”

null riu. Ela levantou-se e foi até o bar, conversar com null.
- null vai ficar com o null... – Ela disse, encostando-se no balcão.
null sorriu e deu um gole em sua bebida.
- Acha que eles vão notar se dermos uma volta? – Ele perguntou.
null negou com a cabeça.
null fez sinal para que ela subisse as escadas atrás dele. Ela o fez rapidamente, com medo do irmão vê-la.
Assim que ela chegou no andar superior, null a abraçou, encostando-a na parede, e dando beijos em seu pescoço.
Se null mexia com ela, null não tinha nem como comparar.
null fechou os olhos ao sentir a boca do menino na sua, e sua língua pedindo passagem. Ela não demorou para abrir a boca e iniciar um beijo.
Ele a pegou no colo sem romper o beijo, e entrou em seu quarto.
null a colocou no chão, e fechou a porta atrás de si, voltando a beijar a prima, e empurrando-a delicadamente até sua cama. null começou a tirar a camisa do menino, e ele, fazia o mesmo com sua blusa.
Ele a deitou na cama, ficando sobre ela. null a beijava, enquanto tirava o short da menina. Ele mordeu sua orelha e começou a morder seu pescoço.
null tirou a calça de null com os pés, e não hesitou em tirar as boxers.
Eles precisavam um do outro, e sabiam que tinham que ser rápidos.
null a despiu rapidamente, e pressionou seu corpo contra o dela. Ele precisava sentir-se dentro dela.
null pensava exatamente a mesma coisa.
Ela gemeu baixinho, e puxou os cabelos do menino, que beijava seu pescoço. Ele não se contentava apenas com o pescoço, descendo para o colo, e depois voltando para a boca.
null arranhava as costas do primo, e sorria ao sentir a pele dele arrepiar-se.

Logo, null desabou do lado da menina, que tinha a respiração ofegante.
- Eu amo você. – null disse, olhando o teto.
- Eu também... – Ela disse sincera, virando-se para o primo, e beijando-o.
null a beijou longamente, passando a mão pelo rosto dela.
null partiu o beijo, e tornou a se vestir. Eles sabiam que não podiam demorar muito.
null fez o mesmo, mas sempre paravam para se beijar; era como se a boca de um, necessitasse da boca do outro.
- Conversei com minha mãe... – null disse, assim que se trocaram.
null sentou na cama, e a menina sentou no colo dele, de lado.
- Mesmo? – O rosto do menino iluminou-se.
- Não foi nada legal... – Ela disse – Só falto ela dizer que minha família vai falir por minha culpa...
- Calma aí, o tio Robert é um ótimo administrador, ela não confia nele? – null perguntou, arqueando a sobrancelha.
null deu de ombros.
- Mas amanhã, pretendo falar com null... – Ela disse sorrindo.
null a abraçou apertado.
- Não vai ser fácil, null... – Ele disse, beijando a testa dela – Mas eu vou estar a seu lado... Sempre.
- Eu sei disso! – Ela disse, dando um selinho no menino. Sorriram.
null encarou a menina, e percebeu o quão sortudo era.
- Eu amo muito você, viu! – null disse do nada, apertando o nariz da menina.
null sorriu e deu um selinho no menino.
- E eu, você! – Ela disse rindo.
null a abraçou mais apertado ainda, e a ergueu do chão.
- Eu não vejo a hora de poder te exibir, sabia? – null disse rindo, pra menina. – Poder sair com você, tipo agora, eu e você, null e null... – Ele sorria – Poder te apresentar como minha namorada...
null sorria.
- Isso vai acontecer, em breve! – Ela disse.
null sorriu.
- Espero! – Ele deu um beijo na menina.
Os dois ficaram um tempo abraçados, não queriam se soltar e voltar pra baixo, mas sabiam que tinham demorado demais.
- Acho bom descermos... – null disse, depois de um tempo abraçado com a prima.
null suspirou e assentiu com a cabeça e assentiu.
Os dois separaram-se, e desceram as escadas.
Claro que, antes de descer, eles se beijaram, mas isso não vem ao caso.
Quando chegaram na sala, sorriram ao ver null e null aos beijos. Finalmente.
- Finalmente! – null disse alto.
Alto demais.
null e null separaram-se, e null sorriu, corado.
- null... – Ele disse rindo, olhando para baixo.
null riu e olhou pra null, que também ria.
- null! – null disse, em tom de quem está de repreendendo.
null ergueu os braços, rindo.
- Se vocês quiserem... – null começou – Eu posso levar a null em casa... Vocês podem ficar aí, sem problemas! – null sugeriu.
- É, eu não ligo dessa vez de ir com o null! – null disse rindo.
null olhou pra ela, fazendo bico. Ela teve vontade de morde-lo.
null olhou para null, como quem pedisse ajuda para responder.
null sorriu.
- Ótimo! – null disse – Tchau null! – Ela disse, voltando a beijar o irmão da amiga.
null arregalou os olhos, e null a puxou para fora da sala.
Os dois riram quando saíram da casa e entraram no carro.
- Vamos ter de ir de caminhonete... – null disse, apontando a caminhonete preta.
- Sem problemas! – Ela disse, entrando.
null entrou em seguida, e dirigiu rápido, saindo de casa.
Ele parou na esquina da mansão, e beijou sua menina.
Ela sorriu entre o beijo.
- Nós não vamos ir pra casa, né? – Ela perguntou, em tom infantil.
null sorriu.
- Não, eu sei de um lugar melhor do que sua casa! – Ele disse, voltando a dirigir.
null sorriu, curiosa. null adorava deixá-la curiosa.
- Liga o som! – null pediu.
null assentiu com a cabeça, e ligou o rádio, que tocava Boys Like Girls.
null sorriu ao ver a menina remexer no carro.
- Adoro essa música! – Ela assumiu.
null riu, e aumentou o volume.

Brown eyes and lungs are filled up with smoke
(Os olhos e pulmões marrons cheios com fumaça)
Fast lives we're stuck in the undertoe
(As vidas rápidas são apoiadas na ponta do dedo)
But you know the places I wanna go
(Mas você sabe os lugares que eu quero ir)

- Que música que é? – null perguntou, enquanto prestava atenção na letra.
- Five Minutes to midnight... – null disse, cantando baixinho.
null olhou no relógio e riu ao ver o horário.
Bem, era dez minutos para a meia noite.

'Cause oh oh oh.
(Porque oh oh oh)
I've got a sickness
(Eu tenho nauseas)
You've got the cure
(Você tem a cura)
You've got the spark I've been lookin' for
(Você tem a coragem que eu procurei)
And I've got a plan we walk out the door
(E eu tenho um plano em que nós saimos pela porta)

- I've got a sickness, you've got the cure… - null disse a null, sorrindo.
null sorriu, e deu um selinho no menino.
Eles continuaram ouvindo a música.
Engraçado como, a maioria das músicas que ouviam juntos, parecia se encaixar no momento.
Eles gostavam disso.

You know you wanna just let go,
(Você sabe, você quer apenas ir)
It's time to roll down the windows
(É hora de abrir as janelas)
And sing it oh oh oh
(Cante assim oh oh oh)
We got all we need
(Sim tudo que nós precisamos)
So here we go
(Então aqui vamos nós.)

- So here we go! – null disse alto, o que fez null rir.
Ele parou no farol, e puxou null para um beijo.
Ela riu entre o beijo, e null acariciou o cabelo dela.
null voltou para seu lugar, e começou a cantar feito criança. null simplesmente amava o jeito dela.

Turn it up
(Aumente isto)
It's five minutes to midnight
(Faltam cinco minutos para meia-noite)
You're coming home with me tonight
(Você está voltando para casa comigo hoje à noite)
I can't get enough, shakin' me up
(Eu não posso conseguir o suficiente me mexendo)
Turn it up
(Aumente isto)
Alright
(Certo)
At five minutes to midnight
(Faltam cinco minutos para meia-noite)
We'll see our name in city lights
(Você vê nosso nome nas luzes da cidade)
We'll make the clock stop
(Nós faremos o relógio parar)
Make your heart drop
(Faça sua gota de coração)
And come alive
(E venha viver)

- Você vê nosso nome nas luzes da cidade? – null perguntou, prestando atenção no trânsito.
null sorriu.
- Não só nas luzes da cidade... – Ela riu.
null balançou a cabeça, e virou a rua.

We could pack up
(Nós podíamos parar de trabalhar)
And leave all our things behind
(E deixar todas as nossas coisas para trás)
No fact, or fiction, or storyline
(Nenhum fato, ou ficção, ou linha)
'Cause I need you more than just for tonight
(Porque eu preciso de você mais que só por hoje à noite)

- Ouviu? – null perguntou, colocando a mão na perna do primo.
null riu. Ele sempre ficava sorrindo a toa quando estava com null.
- O que? – Perguntou.
- Eu preciso de você mais que só por essa noite... – Ela disse baixinho, olhando nos olhos do menino.
Eles ouviram uma buzina nervosa atrás deles, mas null ignorou.
Ele tinha que beija-la.
Encostou o carro, e a abraçou.
Ela conseguia ser perfeita... Pelo menos, pra ele.

You're oh oh all like air
(Você é oh oh tudo que eu me importo)
I can't stop my breathing in
(Eu não posso parar minha respiração)
I'm weak and you are my medicine
(Eu sou fraco e você era minha médica)
I won't stop till I am under your skin
(Eu não pararei até que esteja debaixo de sua pele)

- Sabe, Boys like Girls está subindo no meu conceito... – null disse rindo.
- Psiu! – null disse, colocando o dedo indicador na frente dos lábios do primo – Escuta a música! – Disse, voltando a cantar baixinho.
null sentia que ela cantava pra ele. Mesmo que não fosse, ele sentia isso.
Ela voltou a cantar, e null sentia que o mundo podia acabar ali, naquele momento. Ele estaria feliz.
- Terminou? – Ele perguntou, quando o locutor da rádio local anunciou outra música.
- Uhum. – Ela assentiu com a cabeça, rindo.
- Ótimo, porque ainda não cheguei aonde queria... – null disse rindo – Aliás – null ligou o carro – You're all like air! – Ele cantou.
null sorriu e mordeu o nariz dele.
Estranho?
Não, para eles, isso era lindo.
null voltou a dirigir.
- Aonde vamos? – Ela perguntou.
- Espera. – Ele disse sério.
null acelerou, para chegarem mais rápido.

Ele parou em uma praia, que estava deserta.
null desceu do carro quase que correndo. Fazia realmente muito tempo que ela não ia a praia.
Ela tirou os sapatos e a meia, deixando-os jogado na areia. Ela sentiu o vento gelado passar pelo seu rosto, mas não se importou. Aquela praia era linda... Como nunca a vira antes?
null a abraçou pela cintura, colocando seu queixo no ombro da menina.
- Eu te trouxe aqui... – Ele começou – Porque, caso não saiba, é meu lugar preferido, e eu quis compartilhar ele com você... É como se fosse uma espécie de refúgio. Era aqui que eu vinha quando pensava em você, sabia? – Ele sorriu e apertou ainda mais o abraço – Eu simplesmente amo esse lugar...
null respirou fundo e colocou as mãos nos braços de null envoltos a sua cintura.
- Eu amo você, null. – Ela disse sincera.
null assentiu com a cabeça.
- E eu amo você. – Ele disse, virando a menina.
Ele pegou o rosto dela, e analisou cada traço, como se quisesse decora-lo. Ele passou o dedo polegar pelas bochechas dela, e quando ela sorriu, ele contornou sua boca delicadamente. Era como se ele estivesse desenhando-a.
null fechou os olhos ao sentir os lábios do menino no seu queixo. Ela segurou firme em seu pescoço, pois sentia que podia desabar a qualquer momento.
null tinha esse efeito nela.
Ele a beijou delicadamente, como se quisesse descobrir ou guardar o gosto dela. Ele a beijava devagar, com cuidado. Com todo cuidado do mundo.
Eles separaram-se, e null sorria lindamente para o menino.
null a puxou pela mão, e sentaram-se mais perto da água.
A água molhava os pés dos dois, e apesar de gelada, nenhum dos dois queriam sair dali.
- Posso fazer uma coisa bem brega? – null perguntou rindo.
null arqueou a sobrancelha para o menino.
null riu.
- É que é romântica... E romantismo é brega... – Ele disse rindo.
- Faz! – null disse animada.
null amava o jeito de menina que ela tinha.
Ele olhou para o céu, e null fez o mesmo.
Por sorte, o céu não tinha nenhuma nuvem, e estava estrelado. Era lua crescente, e ela brilhava, quase ofuscando as estrelas.
null não sabia se era porque estava com null, mas podia dizer que, era a noite mais linda. Nunca vira o céu tão lindo.
Se bem que... Ela nunca parava para admirar o céu...
- Escolhe uma. – null disse.
null não entendeu.
- Uma o que? – Perguntou rindo.
null balançou a cabeça rindo.
Sabia que null não era um ser humano muito rápido.
- Uma estrela, amor... – Ele disse.
null quase derreteu-se quando ouviu ele chamando-a de amor.
Ela olhou para o céu, e procurou alguma estrela. Todas estavam igualmente lindas naquela noite...
- Aquela! – Ela apontou para a estrela que estava mais próxima a Lua.
null sorriu.
- Aquela então, é a minha estrela! – null disse.
null fez bico.
- Não é justo, ela é minha! – Ela disse, colocando a mão na cintura.
null riu e a abraçou pelos ombros.
- Não, é minha! E vai chamar null... – Ele disse.
null teve vontade de morder null de novo. Como ele era perfeito...
- E aquela ali... – null apontou uma estrela, praticamente do lado da escolhida por null – É a sua, e vai chamar null, certo? – Ele perguntou rindo.
null sorriu abertamente.
- null null é um romântico! – Admirou-se.
- Só com você! – Assumiu.
null sorriu, e o beijou.
Os dois passaram a noite ali, sentados e olhando o céu.
Não se importaram com o frio – afinal, tinham um ao outro. Não se importaram com horário, não se importaram com nada.
Foi a melhor noite da vida de null, e ela queria gravar aquilo pra sempre.

Capítulo 13 - Let Me Go ;

Por dormir tarde na noite anterior, null acordou tarde naquele sábado. Ela olhou o relógio, e viu que marcavam três horas da tarde. Sorriu boba ao lembrar da noite anterior.
A menina levantou da cama, e entrou no banheiro, encarando sua cara amassada no espelho.
Sorriu de novo. Era incrível como sentia-se bem naquele dia.
Fez toda sua higiene matinal, e saiu do banheiro. Colocou uma roupa fresca, um short jeans e uma blusinha azul. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, e desceu para comer alguma coisa.
Ela tinha acordado com fome.
- Bom dia! – Ela disse à cozinheira, quando entrou na cozinha.
Marly estava guardando o almoço.
- null! – Surpreendeu-se a cozinheira – Você quer que eu esquente o seu almoço? Seus pais e seu irmão já comeram... – Explicava.
- Não, não... – null bocejou – Eu quero só um sanduíche...
- É pra já! – Marly disse, começando a fazer o sanduíche de null.
null foi até a geladeira, bebeu um pouco de suco de maçã que tinha na geladeira, e pegou um pedaço de salame. Ela realmente estava com fome.
- Aqui. – A cozinheira disse, mostrando o sanduíche.
- Obrigada! – Agradeceu null, pegando o sanduíche e indo para a sala.
Graças a Deus, seus pais não estavam ali. Ela ligou a televisão e ficou assistindo os desenhos que passavam no canal a cabo.
Ela amava aquele desenho do coelhinho.
- Sabia que não é nada delicado, uma dama dormir até as três da tarde? – null disse atrás de null.
null deu o dedo do meio, e mordeu seu sanduíche. Estava bom...
- E não é nada delicado ficar mostrando esse dedo, mocinha! – null disse rindo, pulando o sofá e sentando ao lado da irmã.
- Bom dia, null! – null ignorou os comentários do irmão.
null sorriu de orelha a orelha.
- Bom dia! – Ele afirmou.
null riu e mordeu novamente seu lanche. Nunca viu null tão feliz... Esse era o efeito de null sobre ele.
- Feliz? – null perguntou.
null sorriu.
- Muito. – Assumiu.
- Namorando? – Perguntou novamente.
null riu.
- Ainda não.
- Lerdo! – null disse, e outra mordida.
null deu a língua.
- E aí, vai falar com o null quando? – null perguntou, pegando o sanduíche da irmã e dando uma mordida.
null fez uma careta para o irmão.
Pelo assunto, e pelo sanduíche.
Ela não tinha pensado em null ainda.
- Hoje... – Ela disse – Aliás, acho que vou lá agora... – null disse, colocando o prato com o resto do lanche, no colo do irmão.
- Não vai ser fácil... – null alertou.
- Eu sei... – null respirou fundo e ficou de pé – Mas uma hora ou outra, terei que fazer, certo?
null concordou com a cabeça, e começou a comer o sanduíche da irmã.
- De qualquer maneira, boa sorte! – Ele disse.
- Valeu. – null disse, subindo as escadas.
Ela não ia se arrumar, colocou um moletom que era de null – um azul marinho da Hurley – e seu all star branco.
Ela voltou, e null assobiou ao ver a irmã daquele jeito. Ele adorava quando ela se vestia de um jeito mais largado. Parecia mais que ela era sua irmã.
- Tonto! – null deu a lingual, rindo.
null mandou um beijo, e null saiu de casa. Ela respirou fundo.
Pensou em voltar, mas tinha que ter coragem.
Bem, null nunca foi exemplo de coragem... Ela ia voltar.
Pensou em null, na noite anterior... Não, ela não ia voltar!
null colocou as mãos dentro dos bolsos do casaco, e seguiu para a garagem.
Fazia muito tempo que ela não dirigia. Quer dizer, ela tinha carteira de motorista a um ano, mas desde que atropelou um gambá, não dirigia mais.
Estava mais que na hora de voltar.
- John, pega minhas chaves? – Ela pediu, ao motorista da casa, que lia um jornal sentado no banco do jardim.
Ele meio que bateu continência, e tirou uma chave, do molho que estava em seu bolso.
null fez sinal para que ele a jogasse, e o motorista o fez. null abriu o carro e entrou.
Ele estava abafado. null não demorou para abrir as janelas e ligar o ar. Ela respirou e inspirou lentamente... Nunca pensou que apelaria para ioga. null saiu com cuidado da garagem, dirigindo o seu Corolla prateado.
Ela simplesmente amava seu carro, mesmo que ele não fosse conversível.
Ligou o rádio, precisava de uma música que a acalmasse. Colocou na rádio local, e tocava qualquer balada romântica.
Definitivamente, não era o que ela queria.
null dirigia devagar pela rua. Ouviu algumas buzinas nervosas, alguns comentários do tipo ‘tinha que ser mulher...’ mas não ligou. Estava dentro das leis de trânsito.
Ela abriu o porta-luvas na esperança de ali achar algum Cd perdido... Ela precisava de alguma música, mesmo que não a acalmasse. Silêncio a deixava nervosa.
No porta malas achou um Cd, ela não fazia idéia de quem era aquele Cd, mas não pensou duas vezes antes de coloca-lo. Ela reconheceu a primeira faixa. Phantom Planet era uma boa banda...
Reconheceu ‘Lonely Day’ e foi cantando baixinho.
Ela não sabia se agradecia, ou se xingava pelo fato de null morar tão perto. Ela ainda não se sentia íntima do carro, apesar de ama-lo.
Dá pra entender?
null estacionou defronte a casa de null, e desceu do carro. Um garoto que passava de bicicleta encarou as pernas da menina e quase caiu de bicicleta. Aquilo fez null rir.
Mais uma vez ela respirou fundo – obrigada ioga! – e entrou, já que o segurança a conhecia.
Ela apertou a campainha da porta, e começou a inspirar e expirar...
Lentamente...
- Srta. null! – A empregada baixinha que null nunca lembrava o nome, a cumprimentou.
null forçou um sorriso. Odiava quando a chamavam de ‘Srta.’ Fazia ela sentir-se velha...
- Oi! – Cumprimentou – O null tá aí? – perguntou.
- Sim! Entre! – A empregada deu espaço para null passar, e ela o fez. – Ele está no quarto, pode subir!
- Obrigada! – null disse, indo em direção a escada.
Ela subiu as escadas rapidamente e parou defronte a porta do quarto do menino.
Recitou mentalmente todos os mantras que conhecia – ela conhecia algum? – e abriu a porta.
- null? – Perguntou, colocando a cabeça pra dentro.
O quarto de null era lindo, segundo null. As paredes forradas com pôsteres de bandas, e um de um time de futebol, o Liverpool. null simplesmente era fanático pelo time. Ela lembra o estado que o menino ficou, quando o Liverpool perdeu o mundial para aquele time brasileiro, o São Paulo. [N/A: são paulinas? \o/]
Ela achou que null nunca mais fecharia a boca e ou voltaria a falar, tamanho o choque do garoto.
- Oi amor! – null disse animado, levantando-se e indo em direção a – até então – namorada.
Ele estava mexendo no notebook, na cama, antes de null chegar.
null ia beija-la, mas null virou o rosto.
- null... Eu queria conversar com você... – Ela disse séria, pegando na mão dele.
null sentiu o coração gelar. Era como se ele soubesse... Ou pressentisse... Não era uma sensação mada agradável.
- Ta... Senta! – Ele disse meio em choque, apontando a cama.
null sentou, e fez sinal para que ele sentasse a seu lado.
null o fez, e null virou-se para o menino.
- null eu... – Ela começou. Ela não fazia idéia do que ia dizer, mas precisava inventar alguma coisa. – Bem, você sabe que eu adoro você, não sabe? – Perguntou.
- Claro que sei... – Ele disse confuso – E eu amo você, e daí? – Perguntou.
null respirou fundo.
- Ta aí o problema... – Ela pegou nas mãos dele – Eu não gosto de você, do mesmo jeito que você gosta de mim, entende? – Perguntou, olhando para o menino.
Ela percebeu o medo nos olhos dele, e aquilo a atingiu.
- Não null, isso é uma coisa que a gente aprende com o tempo... – Ele riu nervoso – Eu não vejo problema, sabe?
null respirou fundo.
Aquela conversa não daria em nada... Ela tinha que ser direta.
Mesmo que isso machucasse mais.
- null... Eu vim aqui pra... Terminar. – Ela disse olhando pra baixo.
null tirou suas mãos das mãos dela, e ficou de pé. Ele foi até a janela e passou a mão pelos cabelos, nervoso.
- Terminar? – Ele perguntou com a voz trêmula.
null assentiu com a cabeça, levantando-se também.
null aproximou-se dela, segurando em seus ombros.
- null, eu amo você! Eu faço qualquer coisa por você, qualquer coisa! Eu... – Ele dizia nervoso – Não conseguiria viver sem você, se for porque as vezes eu te pressiono em relação a...
- null, não tem nada a ver com você! – null disse com os olhos marejados. Andava tão sensível... – O problema sou eu... – Clichê! – Quer dizer, você é perfeito, entende? O tipo de cara que qualquer garota sonharia... Eu juro que tentei te amar, do jeito que você merece, mas eu simplesmente não consigo! Não é justo com você, não é justo comigo... – Ela dizia. A expressão de null estava machucando-a, mas eles tinham que ser fortes – Você era tudo o que eu sonhava pra minha vida... – Confessou – Mas quando eu tinha dez anos e acreditava em príncipes encantados... – Ela suspirou – Você é a melhor pessoa que eu conheço, e não é justo continuar te enganando!
null estava sério, com os olhos brilhantes. Seriam lágrimas?
null mordeu o lábio e olhou para baixo. Ela ia começar a chorar em instantes.
- Eu... Eu posso esperar você gostar de mim... – Ele disse baixinho, quase que inaudível.
- Não faz isso null... – null disse baixinho também, já com as lágrimas saindo dos olhos – Você merece alguém que te ame... Que te ame muito! E eu não sou essa pessoa... – Confessou.
- null, não faz isso, por favor... – null pediu baixinho. Ele ia chorar a qualquer momento – Cara, eu amo muito você! Eu... Eu não sei viver sem você, null! – Ele dizia sincero – Eu já disse, por você eu posso esperar o tempo que for... – Ele dizia.
null o abraçou com força. null retribuiu o abraço do mesmo jeito.
Ele sentia que não ia conseguir salvar o namoro.
- Eu amo você... – null disse, mexendo no cabelo dela. – Sempre vou amar...
- Você foi uma coisa linda que aconteceu na minha vida... – Ela dizia baixinho, ainda abraçada com ele.
null a abraçava com força, como se não quisesse deixa-la ir embora – Uma coisa linda que eu vou me lembrar pra sempre... Foi com você que eu passei a melhor fase da minha vida... – Ela dizia. – Foi com você que passei momentos perfeitos...
- Então pra que acabar? – Ele perguntou, ainda abraçado com ela.
Eles se afastaram e null olhou para cima, como se com isso, as lagrimas em seus olhos fossem desaparecer.
- Desculpa... – null disse ao menino.
null assentiu com a cabeça.
null olhou para baixo, e caminhou em direção a porta.
- null... – Ele chamou.
null olhou para trás. null foi até ela.
- Eu amo você... Pra sempre. – Ele disse sério.
null deu um selinho no menino, e saiu do quarto, deixando null ali, parado, quieto.
Ele ainda tentava absorver os fatos, enquanto null só queria sair dali.
Sem duvida alguma foi a coisa mais difícil que ela fizera na vida.
A menina saiu da casa de null, e entrou no carro. Ela queria ficar sozinha.

null sentou na cama e agora as lágrimas que ele tanto lutava para segurar, saltavam de seus olhos.
Ele estava ali, sozinho, sem a sua menina.
Sentiu o coração apertar ao pensar em como seria sua vida a partir de agora.
Pensou em como seria cruzar com ela em jantares, em festas... Pensou em como seriam suas tardes de domingo sem ficar na casa dela, jogando vídeo game com null...
Pensou em como seria sua vida, sem a presença dela, sem os beijos, sem o olhar dela sobre ele...
null nunca tinha levado um fora na vida, também, ele nunca tinha amado alguém.
Ele sabia que null era a mulher da vida dele...
E agora ela tinha ido... Porque ela não o amava.
Aquelas três palavras o machucou profundamente.
O garoto deitou na cama e fitou o teto. Agora as lágrimas pareciam querer parar de cair, o que ele agradeceu.
Ele tinha que ser forte... Tinha que superar.
Porém no momento, ele não queria saber de nada, não queria saber de levantar da cama, não queria saber de descer para o café da tarde, não queria saber de responder aquela janela do MSN que piscava no canto da tela do seu computador...
Ele só tinha que superar...
Mesmo que demorasse.

null estacionou em uma cafeteria. Ela precisava de café.
Ela odiava café, mas no momento, ela sentiu uma enorme vontade de tomar café. Café forte e amargo.
A imagem de null a olhando ainda estava em sua mente, e aquilo a machucava.
- Valeu a pena... – Ela dizia baixinho, a si mesma.
null sentou-se ao fundo da cafeteria, e esperou que o garçom do cabelo vermelho fosse entregar seu café.
Ela olhou o liquido preto dentro do copinho e o bebeu rápido. Ela tinha que tomar aquele café, não sabia porque...
null pegou o celular e deu send, sabendo que ligaria para null.
No momento, ele era a pessoa certa.
- Oi. – Ela ouviu aquela voz do outro lado da linha, mas não sorriu.
A imagem do ex namorado pairava em sua mente.
- null, sou eu... – Ela disse – Vem aqui? Eu to na cafeteria perto do Hyde... – null disse rápido, apoiando a cabeça na mão.
- Claro eu... To indo praí! – null disse preocupado.
null assentiu – mesmo ele não vendo – e desligou o celular, voltando a tomar o seu café.
Enquanto esperava null, ela observava as pessoas... Pensou em como null estaria agora, no que ele pensava... Provavelmente ele deve estar odiando-a. Pelo menos, era isso o que ela pensava.
null pensou em quanto null era perfeito... O tipo de garoto que qualquer menina sonharia em ter como namorado... Ele não merecia sofrer, mas foi melhor.
Ele também não merecia ser enganado.
Quase vinte minutos depois, null estava em seu terceiro copo de café, quando viu null entrando na cafeteria, com o cabelo esvoaçado.
Ele vestia um moletom preto, uma calça larga cáqui, e os cabelos bagunçados. Agora, mais bagunçados ainda.
- Hei! – null disse, dando um beijo na menina.
Ele percebeu de longe que ela não parecia bem.
- Eu terminei com o null... – Ela disse, debulhando-se em lágrimas.
null a abraçou apertado. Ele não suportava ver a menina chorando.
Embora ele estivesse feliz com isso – aliás, agora ela estava livre! – o seu coração partia ao ver sua menina chorando...
E o fato de saber que null estava arrasado, não ajudava.
- Como foi? – Ele perguntou, acariciando o cabelo da menina, que escondia o rosto no peito dele.
null sentou ao lado de null, que respirou fundo.
- Problemático, claro! – Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Ele... Ah null! – Ela disse chorosa.
null não queria saber mais nada... Ele já tinha entendido.
Ele a abraçou novamente.
- Vem, vou te levar pra casa... Você não está muito bem... – Ele disse, levantando-se.
Ele pagou a conta, e saíram da cafeteria.
null estava bastante mexida, fato.
null entrou no carro de null, e sentou-se no banco do motorista. null estava quieta, com a cabeça encostada no vidro.
null por um momento, pensou que ela tivesse se arrependido, mas sabia que ela se importava com null...
Sabia que agiria do mesmo jeito, teria a mesma reação.
- Tudo vai ficar bem, ok? – Ele disse, colocando a mão no joelho da menina.
null assentiu com a cabeça.
- null... Eu acho melhor... Continuarmos escondidos, pelo menos por um tempo, sabe? – null disse, mordendo o lábio – Até null ficar bem... – Ela pediu.
null sorriu de lado. Claro que não era a situação mais confortável do mundo, mas é claro que ele aceitava.
- Claro... – Ele disse esboçando um sorriso – Eu também acho melhor...
null assentiu com a cabeça novamente.
null parou na frente da casa da menina.
- Você quer que eu fique aí? – Ele perguntou, prestativo.
null acenou um sim com a cabeça, e null sorriu.
Os dois entraram em casa, null abraçando a menina pelos ombros; pelo menos, isso ele podia fazer.
null estava rindo de qualquer coisa idiota que passava na televisão, quando viu quem abria a porta.
Ele ficou branco ao ver o rosto da irmã.
Ele não perguntou nada, simplesmente levantou-se e a abraçou apertado.
null abraçou o irmão com a mesma força, e null beijou o topo de sua cabeça; null apenas olhava.
- Ele vai ficar bem... – null disse, adivinhando o óbvio.
null assentiu com a cabeça.
- Vai lá em cima, lava o rosto, sei lá... – null disse, passando a mão pelo rosto da menina.
null afastou-se do irmão; toda aquela situação... Ela estava com vontade de vomitar.
Ela colocou a mão na boca, e saiu correndo, subindo as escadas.
null e null não ligaram; afinal, a menina estava mal.
- Como você se encontraram? – null perguntou, voltando a sentar-se.
null pensou em algo rápido.
- Eu estava entrando na casa do null, quando vi que ela saía chorando... Aí, falei com ela... – Inventou.
- Hum... – null suspirou – Cara, se minha irmã tá assim, imagina o null...
null assentiu com a cabeça.
Ele sabia que o amigo estaria mal, mas alguém tinha que sair machucado.
Egoísmo? Talvez.
null voltou a sala, e sentou ao lado do irmão e do primo. Ela contou resumidamente como foi, e ambos prestaram atenção.
E passaram a tarde ali, sentados vendo televisão. Claro que null não estava feliz, mas só o fato de null estar ao seu lado, ouvindo-a, e seu irmão apoiando-a, já bastava para que ela se sentisse melhor.

Capítulo 14 - E Ser Feliz ;

null foi acordada por batidas insistentes em sua porta. Ela odiava ser acordada cedo. Ela precisava dormir naquele dia. Não estava muito bem, pelo fato do dia anterior.
Ela bocejou e esfregou os olhos. Com custo, levantou da cama, e abriu a porta.
Sua mãe entrou rapidamente no quarto, com as mãos na testa, e com o pescoço vermelho. null ficou assustada; sempre que o pescoço da mãe ficava vermelho daquele jeito, é que ela estava realmente furiosa.
- Bom dia... – null disse baixinho, sentando na cama.
- BOM DIA? – Joanna perguntou furiosa – VOCÊ ME DIZ BOM DIA, ASSIM, NATURALMENTE? – Ela perguntava, chegando perto de null.
A menina afastou-se da mãe. Se ela estava com sono, agora ela estava totalmente despertada.
- O que foi que aconteceu pra você começar o meu dia, assim? – null perguntou séria.
Ela não tinha medo da mãe.
Não naquele momento.
Joanna respirou fundo, e passou a mão nervosamente pelos cabelos.
- Porque a mãe de null acaba de me ligar, comentando sobre o ESTADO DEPLORÁVEL EM QUE O FILHO SE ENCONTRA DESDE ONTEM! – Ela tornou a gritar.
- Pára de gritar! – null pediu séria novamente.
A mulher respirou fundo outra vez.
- null, ela me disse que null não comeu, não disse uma só palavra depois de ‘null terminou comigo’ não sai do quarto, não troca de roupa... O QUE É QUE VOCÊ TEM NA SUA CABEÇA, SUA IRRESPONSÁVEL?!
null respirou fundo, as lágrimas tomando seus olhos, e o estômago começando a revirar.
- Eu te disse que ia terminar com ele! – Ela disse séria – Eu disse! Não era justo continuar com null, eu não o amava!
- E você acha que amor leva alguém a alguma coisa? Você tem dezessete anos, não é uma criança! Passou da hora de você deixar de acreditar em príncipes encantados, não acha? – Joanna dizia, com ódio nos olhos. null nunca pensou em ver isso nos olhos da mãe – null era tudo o que precisávamos para vivermos em paz pelo resto de nossas vidas, e você acabou com tudo! Todo o nosso sossego, toda a nossa estabilidade!
null riu alto. As lágrimas já caindo, e ela sentindo que vomitaria a qualquer momento.
- Você não confia no seu talento? Você não confia no meu pai? Que droga! Por que a mãe do null é tão fundamental para nossa vida! Meu Deus, ela não será idiota o suficiente de desfazer uma sociedade por um relacionamento frustrado do filho, ela não seria IMATURA O SUFICIENTE! – Agora, era a vez de null gritar – E se fosse null que tivesse terminado comigo, ahn? – Ela perguntou, alto – Você desfaria sociedade? Ou melhor, você estaria fazendo esse drama, colocando uma família que nem por dificuldade financeira está passando, nas minhas costas? Qual é! Você é minha mãe ou o que? Nesse momento, eu precisava que você me dissesse que eu fiz a coisa certa, me dissesse que estaria do meu lado pra qualquer coisa! – Pronto, agora ela ia falar tudo o que pensava – Sabe, as vezes eu acho mesmo que você não sabe ser mãe! null e eu fomos criados pelos empregados dessa casa, ou pela vó ou pelo vô, quando ainda estavam vivos! Você nunca foi a uma reunião do meu colégio, você nunca estava presente nas minhas peças de teatro... QUE ESPÉCIE DE MÃE VOCÊ É? – null gritou, com a voz esganiçada pelo choro.
Parecia que algo no estômago da garota gritava para sair. Ela estava mesmo enjoada. Toda aquela situação estava desgastando-a.
Joanna ficou sem palavras. Desde quando sua filha, aprendeu a falar daquele jeito?
Ela sabia que null tinha razão, sabia que não era uma boa mãe.
Mas não ligou. Ela realmente não nasceu pra ser mãe. Maldita hora que engravidou de null. Maldita hora que null não era uma menina, e ela precisou de uma garota pelo desejo do pai. Odiava ser mãe. Claro que amava os filhos, mas do jeito dela.
E o jeito dela, nem sempre era o jeito que null e null queriam, ou necessitavam.
- Você foi burra! – Foi o que Joanna disse – E se nossa família...
- CHEGA! – null gritou, antes do discurso de ‘você será responsável se falirmos’ – SAI DAQUI, ME DEIXA SOZINHA! – Ela gritou.
Joanna olhou a filha, e saiu muda do quarto.
null deixou que as lágrimas transitassem livremente pelo seu rosto, mas antes de qualquer outra coisa, correu ao banheiro e vomitou. Aquilo deu uma sensação de alivio momentâneo a ela.
Momentâneo.
Ela escovou os dentes três vezes seguidas, tentando livrar-se do horrível gosto que estava na sua boca.
null voltou ao quarto, e jogou-se na cama. Aquilo não estava acontecendo.
Ela abraçou o travesseiro, e voltou a chorar. Nunca pensou que chegaria a esse ponto.
- Não chora, por favor! – Ouviu aquela voz familiar, dizer atrás de si.
Ela não precisou virar-se para ver null. Sentiu o menino sentar a seu lado na cama, e começar a acariciar seu cabelo.
- Você... – null começou, mas não conseguiu terminar.
- Eu entrei, e a tia J. passou por mim nervosa, nem me cumprimentou ou algo do tipo, perguntei a Satiko se null estava acordado e ela disse que não... – null explicava – Então, vim aqui te ver... Por que você ta chorando? Pelo null, ainda? – null perguntou.
null negou com a cabeça.
- Minha mãe novamente... Ela... Bem, foi praticamente a mesma coisa da conversa anterior... – null disse, virando-se para null, que a abraçou forte – Mas dessa vez eu disse tudo o que estava entalado...
null a colocou em seu colo, e deu um selinho.
- Eu já disse que estou do seu lado, pra tudo, pra qualquer coisa! – null disse.
- Qualquer coisa? – null perguntou, olhando naqueles olhos que tanto amava.
- Qualquer coisa! – null sorriu.
Ele não hesitou em beijar a menina. O beijo foi um pouco salgado, devido as lágrimas que escorreram e pararam na boca dela.
- O que você acha de, já que null está dormindo ainda, sairmos? Eu quero te alegrar... – null disse sorrindo, cutucando as costelas dela, fazendo-a rir.
null assentiu com a cabeça, esboçando um sorriso.
Ela levantou-se da cama, abriu o guarda roupas, e pegou uma calça jeans skinny, uma camiseta baby-look branca, e colocou o all star azul.
null apenas observava ela se trocar, abobado. Ela prendeu o cabelo com um lápis de olho roxo, e fez sinal para null ir até ela.
null a pressionou contra o guarda-roupas, o que fez null rir.
Eles se beijaram em silêncio, embora null escutasse gemidos baixinhos do menino, quando ele insistia em beijar sua orelha.
- Vamos? – Ela sussurrou, olhando para o garoto.
Ele assentiu com a cabeça, e com dó, afastou-se da menina.
Desceram as escadas rapidamente, antes que qualquer empregado perguntasse aonde iriam.
Saíram de casa, e null entrou no carro do primo rapidamente, enquanto null despedia-se de John, que tinha elogiado os pneus do carro dele.
null, apesar de triste pelos acontecimentos recentes, não podia negar que uma onda de felicidade passou por si, quando null entrou em seu quarto, e agora, que estava junto a ele, indo a qualquer lugar.
null colocou a mão na perna da menina e fez carinho, como se dissesse que estava ali.
null sorriu, e encostou a cabeça no vidro da janela, fechando os olhos.
null ligou o som, deixando tocar Hot Kiss, da Juliette and the Licks. Ele sabia que era uma música que animava null, e no momento era tudo o que ele queria.
Animá-la.
Eles não sabiam quanto tempo null dirigiu, já que cada um viajava em seus próprios pensamentos.
Poderiam ter sido minutos, como poderiam ter sido horas também.
Eles simplesmente não sabiam.
null dirigia em silêncio, e null mal percebeu quando ele parou o carro, defronte a uma árvore.
- Vem... – null disse, saindo do carro.
null saiu do carro, e passou a mão pelos cabelos, com o fim de arrumá-los. null a pegou pela mão, e sentou-se debaixo da árvore, colocando-a entre suas pernas.
Estavam na beira de uma estrada.
- Desde quando você gosta de estradas? – null perguntou rindo.
Era um sentimento único, o que sentia por null. Quando estava com ele, era como se todos seus problemas desaparecessem rápido.
Ela já nem se lembrava que tinha chorado a poucos instantes.
- Desde quando eu tenho a garota que eu amo do meu lado, e quando meu pai construiu uma casa na árvore pra mim! – null disse rindo, apontando uma casa escondida na árvore.
null levantou-se, colocou uma mão na lateral do rosto para proteger-se do Sol, e viu a casinha, ali.
Ela sorriu.
- Uma casa na árvore... – Comentou, sorrindo.
- É! Meu pai construiu a um bom tempo... Esse era nosso esconderijo secreto... – null contava rindo.
- Você gosta dessa coisa de esconderijo secreto, ahn? – null perguntou rindo.
- Eu sei! – Ele concordou rindo, começando a subir na árvore.
null subia rápido, já null, ia devagar, mas estava conseguindo.
Eles entraram na casinha, e null riu.
- É, acho que já ocuparam ela novamente... – Ele disse rindo, olhando um cartaz escrito ‘Clube dos Marotos – Proibido Meninas’ – null gargalhou – Dá pra acreditar que odiávamos meninas?
null riu, e abraçou o menino por trás.
- Na verdade, não. – Admitiu.
null sorriu, e virou-se pra ela, olhando o fundo de seus olhos.
null adorava a profundidade com que null a olhava. Era como se ele pudesse ler todos seus pensamentos.
- Eu amo quando você sorri! – Ele disse, passando o polegar pela bochecha dela.
null sorriu ainda mais.
- E eu amo você. – Ela disse, beijando-o devagar.
Eles se beijaram devagar, sentindo cada gosto um do outro. Cada segundo que passavam juntos, era importante.
Com custo, partiram o beijo.
Eles foram juntos até a janela da casinha, e ficaram olhando para baixo, a estrada silenciosa.
null sentiu o estômago embrulhar novamente.
- null, acho melhor descermos... – null disse, fazendo uma careta.
Ela provavelmente estava verde.
- Por que? – Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
- Vertigem! – Ela disse, apontando com a cabeça a janela.
- Desde quando você sofre de vertigem? – null perguntou surpreso.
Ele se lembrava que null dizia amar andar de avião.
Se lembrava de quando disputaram o assento da janela, quando viajaram para a Grécia, quando tinham catorze anos.
- Desde agora... Vamos logo, antes que eu vomite aqui! – null disse, saindo da casinha o mais rápido que podia.
null deu de ombros, e a seguiu.
null respirou fundo, mas a vontade de vomitar continuou. Maldita vertigem.
null a olhou preocupado.
null fez uma careta, e respirou fundo mais uma vez.
A vontade de vomitar estava desaparecendo, graças a Deus.
- Pronto… - Ela disse, ainda fazendo careta.
null riu e a abraçou apertado.
- Você ficou verde! – Ele brincou.
null deu um tapa no braço do menino, que riu.
- Isso não tem graça! – Ela fez bico.
- Tem sim! – null disse rindo, dando um selinho na menina. – Aliás, está com fome? Eu estou morrendo...
- Sim... – null disse sorrindo de lado.
Os dois voltaram para o carro, e null voltou a dirigir, aumentando o som no ultimo volume, de modo que era impossível conversar dentro do carro.
Andar de carro também estava embrulhando o estômago de null. Ela odiava quando isso acontecia.
Sempre que andava de carro sem comer, sentia náuseas.
Não demorou para que null parasse defronte ao McDonalds. Ele sabia que a prima amava.
null sorriu, e saiu do carro, fechando a porta atrás de si.
null trancou o carro, e abraçou a menina pelos ombros.
Eles entraram no estabelecimento, e sentaram-se em uma mesa no canto. Fizeram o pedido, e null sentiu o cheiro da batata.
Ela amava batata frita.
- Eu nem estava com tanta fome, mas agora... – null comentou, o que fez null rir.
Ele apertou o nariz dela, e ela fez uma careta.
- Você é estranho, null! – Ela disse rindo.
- E você é linda. – Ele disse.
- Sabe que, eu nunca imaginei que você fosse um romântico? – null dizia, rindo.
- Eu já disse. Não sou. Você é que me deixa assim... – Agora, ele fez uma careta – Isso não é uma coisa legal! Eu fico me sentindo patético!
null sorriu, levantou-se um pouco da cadeira, esticou-se e deu um selinho no menino.
- Não tem nada de patético! Eu amo você assim... – Ela disse rindo.
null sorriu também, e a garçonete trouxe os pedidos.
null comia um Big Mac, enquanto null comia apenas as batatas. As delas, e as do primo.
Ele sentiu-se feliz por ver a menina sorrindo; a imagem de null amuada de manhã, não foi uma coisa agradável pra ele. E saber que parte daquilo, era por sua causa, não ajudava.
Não que fosse por sua causa, mas ele sentia que era.
Os dois comeram, e saíram da lanchonete. null ainda terminava de tomar sua latinha de coca.
- Você quer voltar pra casa? – Perguntou, embora fosse a ultima coisa que ele queria no momento.
null negou com a cabeça, e null sorriu.
- Você não tem nenhum outro esconderijo? – Ela perguntou rindo.
null a abraçou forte por trás, erguendo-a do chão.
- Não... – Ele disse, colocando-a no chão novamente.
- Ah... – null fez biquinho.
null sentiu o celular vibrar. Viu o nome de null no visor.
- null. – null avisou.
null sentiu toda aquela felicidade que sentia instantes atrás, desaparecer.
null sentiu quase a mesma coisa.
- Atende... – null incentivou.
null respirou fundo.
- É mensagem. – Avisou.
null mordeu o lábio, e assentiu com a cabeça.

Cara. Passa aqui em casa o mais rápido que puder; null.

null passou o celular para null, que respirou fundo ao ler.
- Você vai? – Perguntou.
null olhou para cima, e sentiu os olhos arderem por causa do Sol.
- Sim. – Ele disse – E vou contar a ele que estamos juntos.
- NÃO! – null soltou um gritinho, depois colocou a mão na boca, ao perceber que chamara a atenção – Você não pode null!
- Posso sim! – Ele disse sério – null, você acha justo com ele, esperar o cara se recuperar de um término de namoro, pra depois receber a noticia de que o amigo, está com a ex em questão? Pelo menos, ele saberá tudo de uma vez!
null negou com a cabeça. null tinha de fato, razão.
Mas ela não queria.
- Não null! Ele ficará com raiva de nós dois! – null pediu, com os olhos enchendo de lágrimas.
Por que raios andava tão sensível?
- null, escuta! – null disse, segurando nos ombros dela – Eu vou contar. Eu não quero ter de enganar null mais uma vez!
- Mas você me prometeu que ia esperar! – Ela disse, apontando.
- Esperar o tempo que ele demoraria a me procurar. – null beijou a testa dela – null, vai dar tudo certo!
null deu-se por vencida. null a abraçou forte, e sentiu os batimentos da menina.
- Eu vou ter que te deixar em casa... – Ele disse, entortando a boca.
- Ta... – null concordou.
null deu a volta e entrou no carro após null.
Ele estava com certo receio de conversar com null, claro que estava. Mas ele tinha que fazer isso, sabia que tinha.
Eles não ligaram o rádio, ou conversaram. O clima não estava muito bom; null com medo da conversa entre null e null; null sentindo absolutamente a mesma coisa.
Não demorou para que null estacionasse defronte a mansão da prima.
null respirou fundo.
- Promete pra mim que... Vai tentar deixar isso menos doloroso? – Ela perguntou séria.
null deu um selinho na menina.
- Prometo, claro que prometo! – Ele disse.
null assentiu com a cabeça, e saiu do carro.
null observou a garota entrar em casa, e respirou fundo.
De hoje não passaria, null.

Capítulo 15 - Logo Você ;

null estava parado no farol, seus dedos dançavam na direção, ao som de Freak On Leash. A melodia dramática e a voz da Amy Lee realmente não ajudavam naquele momento.
Viu o farol ficar verde, e acelerou; não demorou para que ele chegasse a casa de null.
Saiu do carro, e o trancou, respirando fundo em seguida. null não sabia como falaria, como agiria, como null agiria. Sentiu medo novamente.
Ele entrou na casa, e apertou a campainha.
Rapidamente, a empregada baixinha dos null atendeu a porta.
- Garoto null! – Ela disse sorrindo.
null forçou um sorriso.
- Oi! O null está? – Perguntou, forçando educação e calma.
Calma...
- Claro! Pode subir! – Ela disse, apontando a escada.
null assentiu com a cabeça, e subiu as escadas.
Ele subia lentamente, como se pensasse bem a cada degrau que subia.
Tinha que ser homem. Tinha que ter coragem.
Era sua felicidade que estava em jogo.
null abriu a porta, e a cena que viu não foi nada agradável.
null estava sentado no parapeito da janela, com um cigarro na mão. O quarto cheirava fortemente a cigarro. Ele estava com o cabelo bagunçado – não o bagunçado charmoso e estiloso, e sim o bagunçado nojento, de uma pessoa que não tomava banho a meses – e as roupas amassadas.
null sentiu-se mal por ver o estado do amigo.
Percebeu a televisão ligada, as roupas amontoadas ao lado de sua cama, e a cama desarrumada.
- Hei... – null disse baixo, entrando no quarto.
Ele fechou a porta atrás de si, e olhou null, que ainda não tinha lhe dirigido o olhar.
- Hei. – null disse simplesmente, ainda fitando o nada através da janela.
null ficou em silêncio, e os únicos barulhos que se ouviam, era da respiração pesada de null, ou os barulhos fora do quarto.
Ficaram em silêncio, null não ia iniciar a conversa, e null parecia pensar a mesma coisa; mesmo que tenha sido ele quem chamou null.
- Acabou, cara. – null disse do nada, dando outra tragada em seu cigarro.
null assentiu com a cabeça, e colocou as mãos nos bolsos traseiros da calça.
- Eu sei. – Assumiu.
null virou-se para o amigo, e jogou o resto do cigarro pela janela. Dane-se a ecologia!
- Do nada... – null começou – Do nada! E eu aqui, tentando ser o melhor pra ela, e ela vem, termina tudo, e diz que eu sou bom demais pra ela! – null dizia com ódio nos olhos.
Depois da fossa, vem a revolta.
- Calma aí cara... Foi melhor... – null começou.
- Melhor? – null perguntou arqueando a sobrancelha – Melhor? Eu fiquei dois anos sem me envolver com ninguém por causa dela, me dediquei a ela, eu fazia de tudo pra vê-la feliz, e sabe o que eu ganhei em troca? Um pé na bunda! Agora você me diz que foi melhor? Vai se ferrar! – null dizia rápido. Ele voltou a atenção para fora do quarto.
null sentou-se na cama desarrumada de null, e passou as mãos pelo cabelo.
- Sabe o que eu não me conformo? – null disse, respirando fundo – Foi o modo que ela terminou! Digo, estávamos bem! Perfeitamente bem, sabe?
null assentiu com a cabeça.
- Talvez vocês não estivesse tão bem quanto você achava... Você mesmo me disse que ela parecia distante as vezes... – null disse.
null respirou fundo, levando em consideração o que null havia dito.
Mais uma vez ficaram em silêncio.
- Eu... Eu não sei o que vai ser daqui pra frente, null! – null disse, falando com a voz embargada.
null sentiu-se um monstro ao ver o amigo dele; mas ele tinha que ser forte. Tinha.
- Você vai ficar bem, null! – null disse, levantando-se da cama.
null deu um riso sarcástico, como se discordasse.
- Eu só queria um motivo! Um motivo para eu não me sentir um inútil fracassado! – null disse baixinho.
null respirou fundo. Era agora.
- Talvez... – Respirou fundo – Talvez tivesse outra pessoa...
null olhou para o amigo e deu um riso sarcástico.
- Outra pessoa? – Perguntou.
Agora null pegava outro cigarro, e soltava a fumaça nervosamente pela janela.
Era impossível haver outra pessoa. Quer dizer... Era de null que estavam falando?
Ela nunca o enganaria...
Pelo menos, era isso o que null achava.
- Sim. – null disse sério, agora levantando-se – null eu... – Ele tinha que falar. – Eu tenho que te contar uma coisa...
Um misto de raiva e curiosidade passavam pelos olhos de null, e null percebeu isso.
O garoto saiu do parapeito da janela, e adentrou o quarto, colocando o cigarro na janela, fazendo-a da cinzeiro provisório.
- Que coisa? – null perguntou, agora com mais curiosidade do que raiva no olhar.
null passou a mão na nuca, arrepiando seus cabelos.
- null... – Respirou fundo – Eu amo a null. E ela também gosta de mim. – Ele disse rápido, com os olhos fechados. Ele não queria saber o se passava no olhar de null naquele momento – Ela terminou com você porque não era justo com você...
- Como é que é? – null perguntou rindo nervoso, passando a mão pelos cabelos desarrumados – Você... E a null... – Ele repetia a si mesmo, como se quisesse entender – Você está de brincadeira comigo, não é possível!
- null, eu sei como a null é importante pra você, e acredite, ela é ainda mais pra mim! – null começou, mas foi interrompido por um soco no olho direito, dado por null.
Agora, a única coisa visível nos olhos de null era ódio.
- Desgraçado! – null gritou – Logo você, null? – Ele não acreditava – Eu podia esperar isso de qualquer outra pessoa, mas de você?! – null gritava, indo para cima de null.
null sentia o olho latejar. Desde quando null sabia dar socos?
- null, seja adulto uma vez na sua vida! – null disse alto – Você merece alguém que te queira do mesmo jeito, e a null não é essa pessoa! Eu tinha que te dizer, porque você é meu melhor amigo, e não era justo com você ser enganado!
null não disse nada, ele voltou para a janela, procurando acalmar-se.
Seu coração batia em um ritmo acelerado, ele não conseguia acreditar...
null e null...
Ele repetia a si mesmo, tentando entender, aceitar.
- Você não sabe como eu amo a null, cara! – null disse, olhando para o nada – E você, você era a pessoa que eu mais confiava no mundo!
- Eu sei disso... Mas... – null começou.
- Some daqui, null! Antes que eu deixe o seu outro olho roxo! – null disse, virando-se bruscamente.
Mais ódio ainda se passava pelos olhos do garoto.
null assentiu com a cabeça. Claro que ele não esperava que null aceitasse tudo sorrindo, e depois o chamasse para tomar uma cerveja. Mas aquela reação, não foi a esperada.
Na verdade, foi a esperada sim.
null saiu do quarto do amigo, e desceu as escadas, sentindo o olho latejar mais ainda.
Mas ainda pior do que a dor que sentia no olho, era a expressão decepcionada de null.
Alguém tinha que sair machucado...
Não era uma coisa legal de ser pensada naquele momento; todos os envolvidos saíram machucados. No caso de null, também fisicamente.
A empregada simpática dos null olhou null com uma expressão surpresa no rosto, e null ignorou, abrindo a porta e saindo.
Ele entrou rapidamente em seu carro e seguiu para sua casa. No momento, ele precisava ficar sozinho.
Pelo menos, um dos problemas já tinha sido resolvido.
Se é que podemos chamar isso de solução.
Pensou em ligar para null, mas ela não precisava de mais alguma coisa para sentir-se culpada, ou mal.
Sabia como estava sendo ruim para a menina.
null ficaria bem, ele sabia que sim!
Ele era forte... Por mais que demorasse, ele superaria!
null sentiu o olho atingido doer ainda mais; acelerou o carro com pressa de chegar em casa.
Precisava de gelo.

null entrou em casa, depois de um tempo no jardim. null e null divertiam-se assistindo Friends, e mal perceberam a presença de null.
Ela entrou em seu quarto, e jogou-se na cama. A exaustão tomou conta de seu corpo, e só o fato de pensar, fazia sentir-se mais cansada. Ela não queria pensar em como estava sendo a conversa com null, não queria pensar em conseqüências, não queria pensar na reação do ex namorado.
Ela simplesmente não queria pensar em nada, queria deitar sua cabeça no travesseiro e dormir.
Dormir uma semana.
Porém, o seu plano perfeito de dormir até o colchão aderir a seu corpo, foi água a baixo, quando null entrou no quarto da menina.
- O que foi? – Ela perguntou, preocupada com a amiga.
null suspirou. Apesar de querer dormir, e esquecer de tudo a sua volta por enquanto, não podia negar que a preocupação e atenção de null, era outra coisa que ela queria.
- null foi falar com o null... – null disse, abraçada ao travesseiro.
null levou a mão a boca, e olhou a amiga surpresa.
- Falar com o null sobre o que? – Perguntou, mesmo sabendo a resposta.
- Contar tudo a ele... – null disse baixinho, com medo do irmão ouvir – Ele tem razão... Não seria justo esperar que null se recuperasse do término do namoro, para saber que null e eu estamos juntos...
null assentiu com a cabeça, entendendo.
- E null já te ligou? – null perguntou, passando a mão pelos cabelos da amiga.
- Não... Na verdade, eu não quero falar com ninguém agora... – Ela disse, e null lançou um olhar ofendido a ela – Exceto você, tonta.
null sorriu, e null fez o mesmo.
- null, apesar dessa situação não ser muito agradável, logo logo você e null poderão ser finalmente felizes! Sem ter de se preocupar com null, ou qualquer problema do tipo! – null disse, confortando a amiga.
null respirou fundo.
- É... – Concordou.
null sorriu.
- Já que você ta cansada, dorme aí! – Ela disse, levantando-se da cama – Amanhã temos aula e não podemos ficar faltando... – Ela riu – Se você quiser, eu peço pra Satiko trazer alguma coisa pra você comer...
- Não precisa... – null disse rápido.
Só o fato de pensar em comida, a deixava cansada e enjoada.
- Então tá... – null deu um beijo na testa da menina, como se fosse a mãe dela – Tudo vai ficar bem, amor!
null sorriu. null fechou as cortinas, deixando o quarto escuro.
null amava o jeito com que a amiga cuidava dela.
- Obrigada! – Agradeceu.
null sorriu e saiu do quarto, fechando a porta em seguida.
null respirou fundo, e apesar de não serem nem seis horas da tarde, ela cobriu-se, e fechou os olhos, tentando dormir.

Capítulo 16 - Hold On ;

A quarta-feira era o pior dia de semana para null. Um dia exaustivo e melodramático, sem contar que era o dia das piores aulas.
E ela nem tinha aulas com null, pra fazer a manhã passar um pouco mais depressa.
Ela olhava de minuto em minuto para o relógio no meio da parede. Ela já tinha terminado a maldita dissertação, por que tinha que continuar ali?
Ela ligou o iPod, deixando tocar Beautifu l Soul, do Jesse McCartney. Lembrou-se de quando o amava, para ela, Jesse era o garoto mais lindo do universo. Fazia tempos que ela não ouvia musicas fofinhas, estilo Jesse McCartney. Na verdade, desde que null quebrou seus Cds de boybands e a obrigou a ouvir ‘música de verdade’ que ela não ouvia esse tipo de coisa.
A vozinha fina do Jesse não estava conseguindo fazer que o tempo passasse mais rápido. Ela deitou com a cabeça na mesa, e pensou em como null estaria agora. Faziam dois dias que eles não se falavam, e aquilo estava preocupando-a, de certo modo.
Pensou também em como null estaria. Se ele ainda estaria em Liverpool... Ah sim, null resolveu passar um tempo em Liverpool, já que Londres não estava sendo de bom grado a ele.
null o entendeu perfeitamente, mas não deixou de sentir-se culpada.
Dois minutos. Apenas dois minutos para o tão esperado sinal do intervalo tocar.
Mas o relógio parecia estar de brincadeira com ela, aqueles malditos ponteiros não se moviam.
Irritada, null guardou o iPod. Dane-se Jesse McCartney e suas musiquinhas bonitinhas!
Ela estava com fome. Aliás, andava com muita fome ultimamente.
Um minuto...
Era só contar até sessenta.
E foi o que ela fez. Uma contagem regressiva mental.
- Graças a Deus! – Foi o que ela disse, quando o sinal soou, e ela saiu quase que correndo daquela sala, deixando a Sra. Wess com cara de interrogação.
null foi até seu armário, guardou sua bolsa e livros lá, e ficou esperando por null.
Sentiu o cheiro forte de peixe, e sentiu o estômago embrulhar violentamente.
- Eu amo aulas de espanhol! – null disse, ao juntar-se a amiga.
- Anormal! – null disse simplesmente.
null riu, e as duas saíram caminhando pelo corredor cheio de garotas.
O corredor estava tomado por risinhos, e o cheiro de diversos perfumes não estavam sendo bem aceitos por null. Seu estômago parecia revirar.
- null, eu tô passando mal! – null disse, sentindo a cabeça girar.
Ela abaixou-se, e null fez o mesmo, preocupada.
- O que você tem? – Ela perguntou preocupada.
- Eu... – null não completou a frase, simplesmente caiu desmaiada no chão, atraindo olhares curiosos.

- Puta que pariu, null! – Foi a primeira coisa que null ouviu, ao abrir os olhos e deparar-se na enfermaria da escola.
Ela nunca tinha ido lá, ficando surpresa ao ver o tamanho do lugar. Era realmente grande.
null estava sentada a seu lado, em uma cadeira branca, enquanto null estava na maca, tomando soro na veia.
- Droga... Eu vomitei no corredor? – null perguntou preocupada.
- Não... Você simplesmente desmaiou! Aí eu chamei a enfermeira... – null contou.
null sentiu o braço direito formigar, e viu que o soro já estava no final.
A enfermeira baixista e robusta chegou até a menina, tirou com cuidado a agulha do barco de null, e olhou-a, com pena.
- Você deveria se alimentar, mocinha. – Ela disse, de um jeito nada simpático.
null arqueou a sobrancelha.
- Mas eu me alimento! Muito bem, pra ser sincera! – null disse, sem entender.
null deu de ombros e sorriu para a enfermeira.
- Se estiver sentindo-se bem, pode sair. – A enfermeira disse, saindo de perto das meninas.
null levantou, ficando sentada na maca. Ela respirou fundo e passou a mão pelos cabelos.
- Você está bem? – null perguntou preocupada.
null sorriu.
- Estou sim amor... Esses enjôos passam rápido... – null disse, descendo da cama.
null arregalou os olhos, enquanto null descia um pouco a saia.
- Como assim sempre passam? – null perguntou, enquanto ficava lado a lado com a amiga.
As duas saíram da enfermaria, e andavam lentamente pelo corredor que dava para o pátio.
O intervalo já tinha acabado a tempos, mas elas não voltariam para a sala.
- Passam, oras! – null disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Não é a primeira vez que você se sente enjoada? – null perguntou, bastante curiosa.
- Não. – null disse despreocupada.
Sentaram-se na mesa do refeitório, e null sentiu novamente o cheiro de peixe.
Ah não, enjôo de novo não...
- Vamos sair daqui... – null disse, colocando a mão na boca, e puxando null consigo.
Elas voltaram para dentro do prédio, e null olhou para cima, como se com isso o enjôo passasse.
Bem, passou.
- Você teve enjôo agora? – null perguntou.
null assentiu com a cabeça.
null levou as mãos a cabeça e respirou fundo.
- null, faz quanto tempo que você anda enjoando? – null perguntou, com um tom de voz maternal.
null pensou um pouco.
- Não me lembro... – Assumiu – Umas duas ou três semanas... – Ela disse ainda despreocupada.
O rosto de null adquiriu uma expressão preocupada.
- Sua menstruação está regular? – null perguntou séria.
null respirou fundo e deu risada. Aquilo era engraçado.
- Sempre atrasou! Você sabe! – null disse, ainda despreocupada.
Bem, nem tão despreocupada.
- Quanto tempo? – null perguntou.
Ok, null queria amedrontar null: ela tinha conseguido.
- Um mês... – null assumiu.
null botou a mão na boca, segurando um gritinho.
null entendeu o que a amiga estava querendo dizer.
Claro! Só podia ser isso!
Ela estava grávida!
Não se lembrava de ter usado preservativo em nenhuma das vezes que ficou com null...
Maldita irresponsabilidade.
- Tem... Tem chances de não ser isso, não tem? – null perguntou pálida.
null assentiu com a cabeça.
- Vem! – Ela disse, pegando na mão da amiga.
Elas passaram pelo portão, deixando a inspetora com cara de cavalo boquiaberta. Sabiam que no mínimo ganhariam uma advertência, mas não se importaram.
null esticou o braço, e um táxi parou.
As duas entraram rapidamente. null sabia para onde estavam indo, e o que iriam fazer.
Aquilo estava sendo assustador.
null sabia o que a amiga sentia, mas precisavam tirar essa dúvida.
- Pra farmácia mais próxima! – null disse ao taxista, pela pequena janelinha que os faziam se comunicar.
O homem assentiu com a cabeça, e seguiu pelas ruas.
null começou a tremer e sentiu os olhos encherem-se de lágrimas.
- null... – Ela disse, começando a chorar.
null abraçou a amiga com força. Ela odiava ver null daquele jeito.
- Hei, acalme-se! Ainda não temos certeza de nada! – null tentava confortar a amiga – E se por um acaso você estiver... – null soluçou – Vamos cuidar disso, certo!
null assentiu com a cabeça, e o taxista parou.
null o pagou, e desceram do carro. Entraram na farmácia, e null ficou quieta, sem mover-se.
null rolou os olhos, e foi até a prateleira onde ficavam os testes. Pegou o mais caro – que parecia ser o mais confiável – e levou até o balcão.
Ela o pagou, e saiu da farmácia. null já estava lá fora.
- Comprei. – Ela avisou.
null assentiu com a cabeça, mordendo o lábio.
- Vamos pra minha casa, está mais perto! – null disse.
Mais uma vez, null assentiu, e as duas seguiram a pé para a casa de null.
Enquanto andavam, null não pode não pensar nas conseqüências que enfrentaria, se realmente estivesse grávida. Grávida!
Ela nunca pensou nisso, nunca!
Não tinha responsabilidade para cuidar de uma criança...
Ela simplesmente não podia.
Mal percebeu quando chegaram a casa de null.
Entraram rapidamente, e null agradeceu pelo fato dos pais não estarem em casa.
Aquilo assustaria ainda mais null.
Sem demoras, subiram para o quarto de null.
null sempre adorou o quarto da amiga. As paredes lilás, os móbiles de estrelas, a enorme televisão em que sempre viam filmes do Chad Michael Murray.
Mas naquele momento, o quarto não era aconchegante e acolhedor. Ele era simplesmente assustador.
- Vai lá! – null disse, apontando o banheiro.
null assentiu com a cabeça, e entrou no banheiro.
Ela leu as instruções, e fez o teste.

- Agora é esperar dois minutos... – null disse, quando null saiu do banheiro.
null colocou o celular para despertar, e ficou sentada na cama.
Nunca sentiu-se tão nervosa na vida.
- null... – null começou – Independente de você estar grávida ou não... Eu vou estar do seu lado, null vai estar do seu lado, e sabemos que null também vai!
null sentiu os olhos encherem de lágrimas mais uma vez.
- null vai ficar decepcionado comigo! Decepcionado em saber que sua irmã mais nova está grávida.. Do primo! – null cuspia as palavras – E o null... – Ela respirou fundo – null vai me odiar!
null abraçou a menina com força.
- Shiu! Nada disso vai acontecer, ok! Não se preocupa! – null dizia, passando a mão pelo cabelo da amiga.
As duas ficaram em silêncio, e o celular de null começou a tocar.
Era agora.
null levantou-se, e foi até o banheiro, olhando o teste.
null estava encostada no batente da porta.
- null... – Ela começou.
- Hum...
- Azul... – null disse.
null respirou fundo.
- Você está grávida, null! – Ela disse.
null abaixou a cabeça, e olhou sua barriga.
Ali dentro tinha uma coisinha, uma vida. Ela não pode deixar de rir daquilo.
Apesar de não ser nada aceitável, ela sorriu.
null sorriu ao ver a amiga sorrindo.
- Eu vou ser madrinha, não vou? – Perguntou a amiga, sorrindo.
null assentiu com a cabeça, mordendo o lábio.
As duas ficaram em silêncio. null absorvia lentamente os fatos.
- Você precisa falar com o null... – null avisou.
- Agora? – Ela perguntou.
null afirmou com a cabeça.
- Sim. Essa criança precisará de cuidados, e quanto antes, melhor! – Ela disse.
null assentiu com a cabeça.
Sabia que a amiga tinha razão.
Saíram do banheiro, e null pegou o celular, apertando a tecla send.
Sabia que ligaria para null; ele era sempre o primeiro da agenda.

null estava deitado no sofá, assistindo CSI. Um pote de pipoca com pimenta estava do seu lado, e uma garrafa de cerveja estava a sua frente.
Ele estava sozinho em casa, já que os pais estavam viajando. Ele simplesmente amava ficar sozinho em casa.
Deu um gole em sua cerveja, e encheu a mão de pipoca.
Seu olho não estava mais roxo, mas adquiriu um tom amarelado, e continuava dolorido.
Ele ouviu o celular tocando, e lentamente esticou-se para pega-lo na mesinha de centro.
Sentiu o corpo aquecer ao ver o nome de null no visor.
Ele sorriu. Fazia dois dias que ele não falava com sua menina, e o fato dela ligar, o fez ficar mais feliz.
Idiota; pessoas apaixonadas ficam felizes com coisas tão idiotas!
Atendeu, e um sorriso formou em seu rosto.
- Oi! – Ele disse, animado.
Apesar de estar um pouco chateado pelos acontecimentos recentes, só o simples fato de falar com sua menina o animava.

null olhou significativamente para null, que fez sinal para que ela prosseguisse.
null mordeu o lábio inferior e olhou para o teto.
- null... Eu posso te ver hoje? – Ela perguntou rápido.

null não entendeu aquele tom de voz da menina.
Mas não demorou para responder.
- Claro! – Ele sorriu – Passa aqui em casa... Meus pais estão viajando... – Ele disse.
- Ok... – Ouviu null dizer, e desligar em seguida.
Ele não entendeu o comportamento da menina, mas resolveu ignorar.
Levantou-se, pediu para a empregada limpar a bagunça que ele tinha feito, e foi tomar um banho.
Sua menina iria até lá!

- Eu vou na casa dele... – null disse.
null assentiu com a cabeça.
null levantou-se, e saiu do quarto da amiga, sendo seguida pela mesma.
- Chama um táxi pra mim? – Pediu.
null assentiu com a cabeça, sorrindo.
Elas saíram para a rua, null ligou para uma companhia de táxi, e não demorou para o carro parar defronte a sua casa.
null respirou fundo.
- Agüente firme... – null disse, abraçando a amiga – Vai dar tudo certo!
null assentiu com a cabeça novamente, e entrou no carro.
Ela disse o endereço da casa do primo ao motorista, que acelerou.

Capítulo 17: Please Don't Do This;

Fazia mais ou menos quinze minutos que null estava parada na porta da casa de null.
O jardineiro já tinha perguntado sete vezes se estava tudo bem, e ela sorrindo forçadamente, respondeu que sim.
Ela tinha que ter coragem. null disse que estaria ao lado dela pra tudo, não era?
null respirou fundo – ela precisava entrar nas aulas de ioga! Essa coisa de respiração dá certo mesmo! – E apertou a campainha.
Não demorou para que a empregada espanhola atendesse.
- Ola! – A empregada disse sorridente, com o seu inglês carregado.
null mais uma vez forçou um sorriso.
- Oi Mercedez... O null está? – Ela perguntou, começando a estralar os dedos. Ela não sabia o que fazer com as mãos.
- Claro, entre! – Ela disse, dando passagem para a menina.
null entrou, e null estava no sofá. Ele sorriu furtivamente para a menina, quando a viu parada na sua porta.
null não conseguiu não sorrir também.
null fez sinal para a empregada sair, e ele correu ao encontro da sua menina.
- Que saudade! – Ele disse baixinho, abraçando-a forte e pegando-a no colo.
Ela sorriu, mas não falou nada.
null deu um selinho nela, e olhou fundo nos olhos dela. Algo estava errado.
- O que aconteceu? – Ele perguntou, ao perceber a... Frieza? Da menina.
null respirou fundo.
- Acho melhor irmos para o seu quarto... – Ela disse, mordendo o lábio.
null assentiu com a cabeça.
Em outra ocasião, a frase "acho melhor irmos para o seu quarto" teria lhe provocado sorrisos e pensamentos pervertidos. Mas naquele momento, ele sentia, sabia que algo estava errado com null.
Em silêncio, subiram as escadas, null entrou primeiro no quarto, chutou alguns pares de sapato para debaixo da cama, e sentou na cama.
null sentou-se ao seu lado.
Os dois se encararam. Ela simplesmente não sabia como dizer, o que dizer.
null sabia que algo estava errado, claro que sabia.
- null, o que aconteceu? – Tornou a perguntar, segurando delicadamente na mão da menina.
null sentiu os olhos encherem-se de lágrimas novamente. Desde quando gravidez te deixa sensível?
- null, pelo amor de Deus, não chora! – Ele pediu, tomando-a em seus braços. Como ele odiava ver null chorar! – Me fala o que aconteceu! – Ele pedia.
null soluçou, e afastou-se de null.
- null... – Respirou fundo – Eu... – Agora ela passou a mão pelo rosto – Eu estou grávida... – Ela disse, começando a tremer.
null abriu a boca, mas nenhum som saiu, tamanha era sua surpresa.
null... Grávida... Sua prima... Grávida... Era muita coisa para sua cabeça no momento.
Ele ficou de pé, e passou a mão pelos cabelos, andando até a porta.
Ele ia ser pai. Pai!
Olhou para cima, começando a absorver os fatos.
Ele ia ser pai.
Adeus vida de festas, de irresponsabilidades, boa vida...
Não podia ser verdade. Simplesmente não podia.
- Você... Tem certeza? – Ele perguntou sério. Ele já não sorria mais.
null assentiu com a cabeça, sentindo os olhos arderem. Cadê toda força que ela tinha que ter?
null olhou para baixo. Ele tinha dezenove anos. Dezenove! Como ia criar uma criança?
Ele definitivamente não estava preparado para isso.
- Se você quiser... – null disse, tomada pelo nervosismo do momento. Ela não pensava – Podemos sei lá... Tirar...
- Por favor, não faça isso! – null disse rápido e alto, chegando perto da menina.
Ele percebeu que no momento, o que ela mais precisava era de apoio. De seu apoio.
- Escuta... – null disse, segurando a mão da menina, e fitando seus olhos – Não podemos dizer que isso aconteceu no melhor momento de nossas vidas... Mas é nosso filho... – Agora ele forçou um sorriso – E nós vamos dar um jeito pra tudo isso! – Ele deu um beijo em sua testa – Foi irresponsabilidade nossa, a culpa não é sua, e nem minha... E outra... – Ele sorriu – Eu amo você, e ninguém melhor que você, pra ser a mãe do meu filho, certo?
null respirou mais tranqüila ao ouvir as palavras de null.
Sem demora, o abraçou com força. Ela queria sentir-se protegida, e null conseguia isso com um abraço.
null separou-se dela, e olhou a barriga da menina. Sorriu bobo.
- Então... – Ele disse, abobado – Aí dentro tem um pequeno null null? – Ele perguntou, com os olhos brilhantes.
Eram lágrimas, e null achou isso extremamente fofo.
- Uhum... – Ela assentiu com a cabeça, também com os olhos com lágrimas – Ou uma pequena null null...
null assentiu com a cabeça. Ele pegou o rosto da menina com cuidado, e a olhou no fundo dos olhos.
- Eu disse que ia ficar do seu lado pra qualquer coisa, não disse? – Ele perguntou; null assentiu – Agora não vai ser diferente! Não se preocupa! – Ele tentava conforta-la. null percebeu que null estava bastante nervosa com tudo isso – Eu só acho que agora... Devíamos enfrentar tudo de uma vez... Nossos pais, amigos... – Ele disse.
null mais uma vez assentiu com a cabeça.
null a abraçou mais uma vez.
- Vamos fazer o seguinte... Hoje mesmo, contamos para os seus pais... – Ele dizia baixinho – Quanto antes melhor... E... – Respirou fundo – Vamos tomar todos os cuidados com essa criança...
- Obrigada... – null disse, com a voz abafada.
null riu.
- Eu amo você. – Ele disse.
Os dois ficaram abraçados. Era a única coisa de que precisavam no momento, a presença um do outro.

null estava adormecida na cama de null, e o menino a olhava dormindo.
Dormindo, null parecia uma pessoa sem problemas, sem preocupações... Uma simples estudante do St. Marrie, com pais milionários que davam de tudo a ela.
null acariciava o cabelo da menina, pensando em como seria dali pra frente.
A conversa com os pais... A reação ao saber que ele seria pai... De um filho da prima...
Pela primeira vez, ele sentiu medo.
Mas ele tinha em mente que, independente do que acontecesse, ele ficaria ao lado de null. Sempre.
Fazendo-o despertar de seus próprios pensamentos, ele ouviu o celular de null tocando dentro da bolsa da menina.
Ele com o cuidado de não acorda-la, pegou o aparelho e viu o nome de null no identificador.
Atendeu.
- Oi. – Ele disse simplesmente.
Sua voz saiu um pouco pesada, já que ele estava a muito tempo calado.
- null? – Ela perguntou do outro lado da linha.
- Sim. – Respondeu mais uma vez.
- Hum... A null... Conversou com você sobre... – A menina começou.
- Sim. – Respondeu, respirando fundo em seguida – Sim, ela conversou comigo.
- E como ela está? – null perguntou preocupada com a amiga.
null deu uma olhada na menina dormindo, e não pode evitar um sorriso.
A situação não estava propícia a sorrisos, mas ver null ali, dormindo, o fez sorrir.
- Dormindo. – Ele respondeu, caminhando pelo quarto. Sua pernas precisavam mexer-se – Vocês descobriram quando?
- Hoje. – null respondeu rápido.
- Hum... – null murmurou, agora encarando o teto – Sabe null, eu estou com medo. – Ele disse do nada. Era a primeira vez que null conversava com null daquele jeito.
- Eu imagino, null... – Ela disse, em tom compreensivo.
- Sabe, eu não consigo acreditar que dentro dela, tem uma criança... Quer dizer, a null é só uma menina! Ela ainda estuda, não tem lá muita responsabilidade... – null dizia – Eu amo ela, mas essa criança não veio em um bom momento... – Desabafou.
- Eu sei disso. – null concordou – Mas nesse momento, vocês tem é que ficar juntos! Enfrentar as coisas juntos... – Ela dizia.
null assentiu com a cabeça, mesmo sabendo que ela não poderia ver.
null mexeu-se na cama, abrindo os olhos em seguida. null estava olhando pra ela.
- Ela acordou. – null disse à null.
null perguntou (sem emitir som) quem era, e null respondeu.
- Quer falar com ela? – Ele perguntou, tapando a parte inferior do aparelho.
null negou com a cabeça.
- Eu falo com ela depois. – Disse.
null passou o recado a null, e desligou o telefone em seguida.
A menina olhou no relógio que ficava ao lado da cama do menino, e viu que marcavam cinco da tarde.
- Acho bom eu ir embora... – Ela disse séria.
null assentiu com a cabeça. Sabia que quanto antes, melhor.
- Quer que eu te leve? – Perguntou.
- Não. – null respondeu rápido, levantando da cama – Eu pego um táxi, sem problemas.
null afirmou com a cabeça.
null ajeitou a saia, e passou a mão pela camisa do uniforme.
Respirou fundo.
null a abraçou e a beijou. Era o primeiro beijo deles depois de dois dias.
Não foi um beijo demorado, mas foi o suficiente.
- Eu estou do seu lado, sempre! – Repetiu null.
null assentiu com a cabeça.
O menino pegou na mão dela, e desceram as escadas. Não tinha mais motivo para se esconderem.
A empregada que tirava o pó do piano, olhou-os com a sobrancelha arqueada.
Desde quando primos andam assim, tão juntos?
Saíram da casa, e agora, foi a vez do jardineiro olhar com cara de interrogação.
Se a situação não fosse tão critica, seria uma situação divertida.
null pegou o celular, e ligou para uma companhia de táxi.
Sentaram-se no banco do jardim, e ele colocou a menina em seu colo. Agora, ele mexia na barriga dela.
Será que ele já podia sentir a criança?
- null, ele ainda é do tamanha de um feijão... – null comentou rindo.
Exatamente, rindo.
null também riu.
- Eu sei... – Ele disse – Mas eu queria poder sentir ele...
- Ou ela... – null corrigiu.
- Que seja. – null deu um beijo no pescoço dela – Já pensou quando você estiver com a barriga enorme?
null fez bico.
- Eu não vou gostar. – Assumiu.
null deu risada.
- Você vai ser a grávida mais linda do mundo. – Ele disse.
Ambos sentiram um aperto no coração quando null disse isso.
null suspirou.
- Sabe, eu definitivamente não estou preparada...
- Nem eu. – null concordou – Mas vamos conseguir!
Ela concordou com a cabeça.
O táxi parou no portão, e null levantou-se.
- Bem... Deseje-me sorte! – Pediu.
null deu um selinho na menina (deixando os empregados presentes boquiabertos) e sorriu.
- Boa sorte amor. Vai dar tudo certo! – Ele disse.
Embora não acreditasse muito, era o que ele desejava.
null assentiu com a cabeça, e saiu da casa, entrando no táxi.
O silêncio naquele veículo estava matando-a. Era como se deixasse tudo a seu redor, mais tenso.
- Moço, liga o rádio por favor? – null pediu, sentindo as mãos suarem.
O taxista assentiu com a cabeça, e ligou o som, deixando na rádio local. Tocava KT Tunstall. null reconheceu Miniature Disasters.
Ela batia com o pé no assoalho do carro, conforme a música tocava. Ela estava nervosa, fato.
Precisava se acalmar. Sabia que seus pais estariam em casa...
Pensou em null. Qual seria a reação de null ao saber da gravidez da irmã?
Gravidez, que palavra forte.
null resolveu não pensar. Fechou os olhos, decorando mentalmente qualquer tipo de discurso.
Sentiu o carro parar, e abriu os olhos, deparando-se com sua casa.
Nunca ficou tão decepcionada ao voltar para casa, como naquela tarde.
Ela tirou uma nota da carteira, deu ao taxista.
- Pode ficar com o troco. – Ela disse, e o taxista agradeceu.
Ouviu o carro tomar distância, e respirou fundo mais uma vez.
Sentiu vontade de vomitar. Agora ela sabia o porquê dos enjôos.
Ela entrou em casa devagar. Não tinha a mínima pressa.
Pensou em falar com null primeiro...
Ou então, se falasse com todos de uma só vez, pouparia sofrimento.
Se bem que null poderia defende-la...
Falaria com null primeiro!
null acelerou o passo, e entrou em casa rápido.
Seus pais estavam na sala. Robert estava com os primeiros botões da camisa abertos, e a gravata estava larga. Joanna estava ao telefone, conversando com qualquer pessoa.
null sentiu medo.
Sem parar para cumprimenta-los, subiu as escadas correndo, e entrou no quarto de null.
O irmão estava no computador, e o som de Every You Every Me, do Placebo no ultimo volume, ecoava por todo o quarto.
- Hei sumida! – null cumprimentou.
null não agüentou. Ao ver o irmão sorrindo feliz ao vê-la, começou a chorar.
Conversar com null seria bem mais dramático do que conversar com null.
- O que aconteceu, null? – Ele perguntou, desligando a caixinha de som rapidamente, e indo ao encontro da irmã.
Ele a abraçou com força, dando segurando a ela.
null amava o abraço de null, mas na sua opinião, o abraço de null era o melhor do mundo todo.
Ela ia dizer rápido.
- null, eu estou grávida... – Ela disse rápido, sem encará-lo. Ela não viu null ficar (mais) branco e abrir a boca – Do null.
Agora null se afastou e sentou na cama.
Ele não tinha entendido.
- Como é que é? – Ele perguntou com a voz esganiçada, sem acreditar.
null agora debulhava-se em lágrimas. Agora null diria que não estava acreditando naquilo, que ela tinha feito algo extremamente irresponsável e que ele tinha se decepcionado com ela.
- Isso mesmo que você ouviu! – Ela disse, olhando para cima – E eu vim aqui contar para a mãe e o pai...
null levantou-se, sentou-se novamente, e por fim ficou de pé.
Ele passou a mão pelos cabelos, desarrumando-os nervosamente. null, sua irmã mais nova estava grávida... Grávida! E como se não bastasse, do null – null! – Seu primo.
- Do null? – Ele perguntou novamente, passando a mão pelo rosto. A reação de null foi dez vezes pior do que a de null.
null assentiu com a cabeça.
- Desde quando você e null... – null perguntou baixo – Claro! – Agora ele tinha entendido – Agora entendi o bom entendimento entre os dois, as vezes que ele se oferecia pra te deixar em casa... – Ele concluía mais a si mesmo – Como eu fui idiota! – Ele disse – null, você deveria ter me contado! – Ele disse, mostrando decepção no rosto.
- Eu sei, null, eu sei! – A menina disse chorando. Que droga, por que null não podia facilitar, e deixar que ela chorasse quando conversasse com os pais? – Mas eu tinha medo que sua reação fosse essa! – Ela disse alto.
null respirou fundo, e andou pelo quarto. Ele estava atônito.
- E você tem certeza que está... – Ele não conseguia terminar a frase.
null afirmou.
null respirou fundo.
- null... null! – Ele repetia a si mesmo, como se assim, fosse aceitar.
Ou acreditar.
O silêncio pairava naquele momento. Na verdade, as únicas coisas possíveis de se escutar no momento, eram as respirações pesadas de null e null.
- Eu não estou acreditando... – null disse, sentando na cama.
- Nem eu... – Assumiu null.
Mais uma vez, ficaram em silêncio.
- null, você sabe que fez algo extremamente irresponsável, não sabe? – Ele perguntou sério.
null afirmou com a cabeça.
Por que raios null tinha de ser tão previsível? Agora viria a pior parte. A parte que ele diria que estava decepcionado com ela.
- E você sabe que não vai ser nada fácil, não sabe? Tanto como conversar com nossos pais, quanto criar essa criança... – Ele disse, levantando-se – Mas mesmo você não merecendo, eu vou ficar do seu lado! – Ele disse, abraçando-a – Você já está passando por problemas demais. Não precisa de minhas recriminações. – null disse.
null agarrou-se no pescoço do irmão. Ela não queria soltar-se dele nunca mais.
- Obrigada null, obrigada... – Ela dizia chorando.
null respirou fundo, e passou a mão pelas costas da irmã.
- E você vai falar com os nossos pais...
- Agora. – null o interrompeu, limpando as lágrimas.
null assentiu com a cabeça, e entrelaçou suas mãos nas dela.
- Vamos lá! – Ele incentivou – Eu não vou deixar que eles façam você sofrer ainda mais!
null assentiu com a cabeça, agradecendo mentalmente por ter um irmão como null.
- Eu amo você, null! – null disse – Desculpa por não ter te contado...
null fez sinal para que ela ficasse quieta.
- Chega. – Ele disse – Conversamos sobre isso depois... – Ele beijou sua testa – Vamos logo falar com eles, enfrentar tudo de uma vez... Eu amo você, null! Sou seu irmão, e independente do que acontecer, vou ficar do seu lado!
null beijou a testa do irmão.
Ela respirou fundo, e null fez sinal para que eles fossem em frente.
null fechou os olhos, e assentiu com a cabeça.
Lentamente, deixaram o quarto, indo em direção a sala.
Não seria fácil, definitivamente não seria.

Capítulo 18: O Anjo Mais Velho;

- Acho melhor a Grécia, sem duvida alguma! – Joanna dizia ao marido, que com a mesma cara de paisagem de sempre, assistia a televisão, provavelmente sem prestar a mínima atenção na mulher.
null e null estavam ao pé da escada, esperando o momento certo para ‘entrar’.
O coração de null não batia, saltava. E null sentia o nervosismo da irmã.
- Tanto faz. – Robert disse, cruzando as pernas.
Os dois ficaram em silêncio, e null fez sinal para que null fosse até lá.
A menina assentiu com a cabeça, e levantou-se. null foi atrás dela.
- Mãe, pai... Eu... Preciso conversar com vocês. – Ela disse séria, sentindo um nó em sua garganta.
null ficou ao lado da irmã, pegando em sua mão novamente.
A expressão de Joanna continuou a mesma, já a de Robert, ficou um pouco mais dura, tensa.
- O que foi que você fez dessa vez? – Perguntou Joanna, rolando os olhos.
null respirou fundo.
- Fala de uma vez... – null disse baixinho.
null assentiu, e olhou para o teto.
- Eu... Eu estou grávida. – Ela disse, olhando ainda para o teto.
De repente, o teto tornou-se uma coisa bastante interessante.
Bem, era mais interessante do que encarar seus pais depois que você conta que está grávida.
- Que? – null ouviu a voz estridente da mãe, perguntando em um tom agudo.
null ficou quieta, procurando força pra continuar.
null apertou sua mão, como quem diz ‘estou aqui’.
- Isso é... – Joanna começou – Maravilhoso! – Ela disse sorrindo.
null, null e Robert encararam a mulher como se ela fosse uma louca.
- Maravilhoso? – null perguntou, confuso.
- Você está louca, Joanna? – Robert perguntou, com a expressão bastante surpresa, olhando a mulher como se a mesma, fosse uma louca.
- Claro! – Joanna disse sorridente – null grávida de um null! – Ela deu um pulinho – Era tudo o que eu precisava! Que vocês se casassem rapidamente! – Ela dizia, maravilhada.
null sentiu a garganta da um nó.
O pai de null continuava com o rosto duro. Apenas encarando a esposa. Ele não queria olhar null naquele momento.
- Mãe... – null começou.
- Está de quanto tempo? Por que não me contou antes? – Ela dizia maravilhada.
- Mãe, o filho não é do null! – null disse rápido, de olhos fechados.
Agora, a expressão maravilhada de Joanna, transformou-se em uma expressão dura, confusa.
- Co-como assim o filho não é do null? – Ela perguntou colocando a mão sobre o colo, procurando acalmar-se.
- Não é. – null disse simplesmente. Agora vinha a pior parte – O filho é do null.
Assim que null disse a última palavra, o silêncio tomou conta da enorme sala da casa dos null.
null sentia que podia explodir a qualquer momento, e null ficava quieto, ele sabia que era ela quem tinha que dizer.
- null... Meu sobrinho? – Robert perguntou como se não acreditasse.
null assentiu com a cabeça.
- VOCÊ É LOUCA? – Joanna gritou indignada com o que acabara de ouvir. Olhou para o marido, esperando alguma reação, mas o pai de null continuava com a mesma expressão. Se bem que agora, ele estava com a cara bastante surpresa. - O QUE É QUE VOCÊ TEM NESSA CABEÇA? – Joanna berrou, indo pra cima de null.
null entrou no meio, olhando sério para a mãe.
- Você não vai encostar nela! – Ele disse sério – Ela já está bastante mal com tudo isso, não precisa de seus berros ou agressões! – null disse alto. null nunca viu o irmão tão sério na vida.
- Sai da minha frente, null! – Joanna mandou, mas null não moveu um só músculo.
- Pai, tira ela de perto da null! – null disse sério, e o pai o fez.
Ele colocou a mulher no sofá a seu lado. Ele queria ouvir o que null tinha a dizer.
- E... null já sabe disso? – Robert perguntou, encarando a filha pela primeira vez.
null agora chorava. Claro que chorava!
Ela estava atrás de null, agarrada ao irmão.
- Sabe... – Ela disse baixo.
- Sua irresponsável! Vocês são primos! Sabe o que isso significa?! – Joanna tornou a se pronunciar. – Essa criança não nascerá saudável! – Ela dizia, furiosa – É normal casos entre primos, MAS UMA GRAVIDEZ NÃO É! VOCÊS PRETENDEM O QUE? CASAR E SEREM FELIZES PARA SEMPRE? – Ela tornou a gritar – VOCÊ SABE COMO ISSO VAI SE TORNAR UM ESCÂNDALO? VOCÊ VAI ACABAR COM NOSSA FAMÍLIA, ! – Ela dizia.
- Cala a boca, mãe! – null disse alto, indignado – Olha as coisas que você está dizendo! Nesse momento, a null precisa de apoio, e não de uma mente doentia como a sua, dizendo que a família vai acabar, ou que essa criança não vai nascer saudável! – null dizia, com as veias de seu pescoço saltando – Chega de escândalo!
- O que sua irmã fez, é imperdoável! – Joanna disse, apontando para null.
Mais uma vez, o silêncio tomou conta da sala.
- Some dessa casa! – Joanna disse por fim – Eu não tenho mais filha! Eu não quero saber de você, nem dessa criança que você carrega! – Ela disse, olhando com... Nojo? Para a filha – Eu vou tomar um banho, me acalmar... Quando eu voltar, eu não quero mais ver você aqui, está entendendo? – Ela disse.
null agora soluçava.
- Ela não vai sair dessa casa! – null disse firme.
- Joanna, você está sendo drástica demais... – Para a surpresa de null e null, essa frase veio de Robert, que estava em pé, olhando a esposa, procurando acalma-la.
- Então saem vocês três! – Joanna gritou.
null olhou para o pai.
- Você vai deixar essa louca dizer isso pra sua filha? – null perguntou, indignado – Tenha uma atitude pelo menos uma vez na sua vida!
Robert ficou de pé e passou a mão pelos seus cabelos grisalhos.
Respirou fundo. Sabia que sua filha tinha sido irresponsável, e sabia como sua mulher era...
Com o coração partido, ele olhou sua filhinha, a mesma que a anos atrás, brincava de cavalinho com ele, a mesma que quando pequena, usava seu uniforme do Manchester United e saía cantarolando o hino do clube...
Ele olhou para a filha, e para a esposa. Ele definitivamente não sabia o que fazer.
Com o coração realmente partido, ele disse as quatro palavras que mais o machucaram na vida.
- Você ouviu sua mãe. – Ele disse, saindo da sala, indo em direção as escadas.
Joanna passou pelos filhos, e também subiu as escadas.
null sentou no sofá e começou a chorar alto... E aquilo destruía null.
Ele nunca viu a irmã daquele jeito.
- Eu to aqui... Eu to aqui... – null repetia, abraçando a irmã.
- null... O que eu vou fazer agora? – null perguntava, debulhando-se em lágrimas.
null a abraçou.
- Nós vamos arrumar um jeito, vamos arrumar! – Ele disse, tentando acalma-la.
O fato é que toda aquela situação ainda era surreal para null; mas ele tinha que ajudar sua irmã, protege-la.
- Espera aqui... – null disse, indo até o telefone, e com ele indo para a cozinha.
Quando ele entrou na cozinha, percebeu que os empregados fingiam indiferença. Mas eles não era bons atores; claro que eles ouviram tudo!
Sem nenhuma palavra, null discou os números da casa de null.

A conversa com os pais de null surtiu quase que o mesmo efeito do que a conversa dos pais de null.
Só que pelo menos, ele tinha o seu antigo apartamento; ou seja, não tinha lá muito drama ao deixar a casa.
Ele estava sentado no meio fio da calçada. Já tinha ligado para null – e descobriu que ele estava em Madrid com os pais – mas não teve coragem de ligar para null.
Foi quando sentiu o celular vibrar dentro do bolso, que despertou-se de seus pensamentos.
Viu o numero da casa da menina, e sentiu o coração apertar.
- Oi. – Ele atendeu.
- null... É o null. – null disse em um timbre sério.
Não era uma coisa comum, ver null null sério.
null sabia perfeitamente o porque.
- Oi null... – Foi o que null disse.

null estava conversando baixo, não queria que ninguém escutasse.
- null, a null realmente não está bem... E a situação dela não anda diferente... Vem pra cá. – null disse, ainda sério.
Ouviu null respirar fundo.
- Claro. Chego aí em dez minutos! – Ele disse rápido, desligando o telefone em seguida.
null suspirou, e voltou para a sala.
null não chorava mais, mas ainda tinha o rosto vermelho.
- O null ta vindo aqui... – null disse à irmã, acariciando seu cabelo.
- Não é uma boa idéia... Você sabe como a mãe ta neurótica! – null disse séria.
- Foi uma boa idéia sim! – null dizia – Uma hora outra vocês iam ter que enfrentar. O mais difícil já passou! E pelo que conhecemos a tia null, ela não deixará null na mão...
null assentiu com a cabeça, null tinha razão.
- Agora, vai lá em cima, toma um banho... – null disse, passando o polegar pelo rosto da irmã – Se arruma, sei lá... Nós vamos dar um jeito nisso... Eu tenho ainda aquele apartamento perto da estação... Podemos morar juntos...
- null eu... – null começou, mas o irmão colocou a mão na boca dela, fazendo-a calar-se.
- Você vai fazer o que eu disse. Pode deixar null, eu vou dar um jeito nisso! – Ele disse.
null assentiu com a cabeça, e levantou-se.
null acompanhou a menina subir as escadas, e ficou parado no sofá.
Ele realmente não ia deixar a irmã sozinha.
A campainha tocou, e antes da empregada atender, null foi lá e abriu a porta, dando de cara com um null de cabelos extremamente bagunçados.
null fez sinal para que o primo entrasse, fechando a porta em seguida.
null sentou-se no sofá, e null sentou-se defronte a ele.
- Cara... – null respirou fundo – Você sabe o que minha irmã está passando, em um dia?
null olhou para baixo, e passou a mão pela nuca.
- Eu...
- Minha mãe expulsou a null de casa... Tem noção do que é isso? – null dizia sério, ficando vermelho a cada palavra que dizia – A null tem dezessete anos! Não sabe nem cuidar de si mesma sozinha, quem dirá de uma criança, null!
- Eu sei, null! – null disse, com a voz embargada – E eu vou ficar do lado dela!
- É claro que vai ficar! – null disse alto – Você não faz mais que sua obrigação!
- Eu não estou fazendo isso por obrigação! – null disse convicto – Eu estou fazendo porque eu amo ela, e não suporto vê-la sofrer!
- Minha vontade era de te arrebentar, agora... – null continuou sério – Te arrebentar, porque é por sua culpa que minha irmã está passando por tudo isso...
- Não é minha culpa, null! – null disse do mesmo jeito sério – null e eu fomos irresponsáveis! Ninguém tem culpa nessa história, e eu já disse, eu vou ficar com ela, do lado dela!
null ficou quieto e assentiu com a cabeça.
O silêncio predominou mais uma vez naquela sala, e null pronunciou-se.
null parecia perdido em seus próprios pensamentos, e null fitava o primo.
O garoto coçou a nuca e olhou para null.
- Você acha que... – null respirou fundo – Ela moraria comigo?
null olhou para o primo.
- Isso, você verá com ela. – Disse, apontando a escada. Respirou fundo – Vai lá.
null assentiu com a cabeça.
Ele levantou-se do sofá, e seguiu para a escada. Antes de subir, olhou para null.
- null... Você não existe cara. – null disse – Eu entendo a raiva que você tem de mim agora, mas mesmo assim, obrigado por proteger a null... – Ele disse profundamente agradecido.
null assentiu com a cabeça, e fez sinal para que ele fosse logo.
null subiu as escadas correndo, e entrou no quarto da menina.
Ele olhou cada detalhe... Era triste pra ele saber que, ela não ficaria mais ali.
Viu a prateleira repleta de Cds, viu o enorme pôster do Boys Like Girls e sorriu. Olhou os bichos de pelúcia... O lagarto gigantesco de pelúcia no canto do quarto...
- null... – null disse, ao sair do banheiro.
null virou-se pra menina, e a abraçou forte. Como se nunca mais fosse larga-la.
- Minha mãe me... – null começou, mas ele deu um selinho nela, fazendo-a se calar.
- Eu sei. E vamos morar juntos agora! – Ele disse, olhando a menina – Se você quiser.
null assentiu com a cabeça e olhou seu quarto.
Sentiu um aperto no coração. Não por ser materialista e ligar para o seu ‘oh-precioso-quarto’ e sim, porque não sentia-se preparada para sair de casa.
Responsabilidade...
Não era uma coisa que ela estava habituada a ter. Mas agora, teria que adquirir.
null pegou sua mala debaixo da cama, e abriu o guarda-roupas. Sabia que não poderia levar nem metade das coisas naquela mala cor-de-rosa, por isso, pegou apenas o necessário.
null via a menina guardar suas coisas.
Um típico momento dramático para uma adolescente de dezessete anos.

null fechava a mala, e null a pegou.
Ele abraçou a menina com a outra mão, e desceram as escadas. null continuava na sala.
- Vem, eu levo vocês. – null disse, fazendo sinal para que eles o seguissem.
- Eu estou de carro, null. – null avisou.
null ignorou, e continuou caminhando na frente dos dois.
Ele abriu a porta do seu carro, e fez sinal para que eles entrassem.
null colocou a mala de null no porta-malas, e entrou no banco traseiro, ao lado da menina.
null ficou sozinho no banco da frente.
Ele não ligou o rádio.
- O que vão fazer agora? – Ele perguntou, enquanto saía de casa.
- Vamos para o meu antigo apartamento. – null disse – Você sabe aonde é.
null assentiu com a cabeça, e null deu um beijo na testa de null, que continuava calada.
O caminho parecia bem mais longo do que o habitual. Milhares de coisas passavam pela cabeça dos três, null pensava em como cuidaria de uma criança, sendo que mal sabia cuidar de si mesma. null pensava em como seria sua vida agora, com compromissos e responsabilidades, null... Estava inteiramente preocupado com a irmã, e pensava em mil maneiras de ajuda-la.
Não demorou para que null parasse o carro; null desceu primeiro, pegou novamente a mala de null e esperou que a menina saísse do carro.
- Não é lá um palácio, mas... – null começou, e null o abraçou forte.
- Obrigada. – Ela disse com a voz abafada.
null riu.
- Obrigado... – Ele repetiu – Você não tem nada do que me agradecer! – Ele disse sério.
null mais uma vez, passou na frente deles. Ele conhecia bem aquele apartamento.
null jogou a chave ao primo, e eles entraram no elevador.
- Vocês precisam de alguma coisa? – null pronunciou-se – Comida, sei lá...
- Não. Amanhã eu faço compras... Hoje a gente come na rua... – null disse.
null concordou.
- Amanhã, null... Eu trago o restante das suas coisas... Peço pra null me ajudar... – null disse, e o elevador parou.
- Obrigada. – Agradeceu.
Eles saíram do elevador, e null abriu a porta.
O apartamento de null não era nenhum palácio, fato. Mas era bastante grande.
A sala era toda branca, com poucos móveis. O necessário – sofá, televisão, mesinha.
Entraram, e null continuou na porta.
- Acho que daqui, vocês se viram, certo? – Ele perguntou.
- Aham. – null concordou.
null assentiu com a cabeça, e puxou a irmã pra um abraço.
- Se cuida tá! Ou melhor... – null olhou para a barriga da irmã – Cuidem-se!
null sorriu, e o abraçou mais forte.
- Eu amo você null... – Ela disse.
- Eu também! – null disse sorrindo.
Separaram-se, e ele fez sinal para que null se aproximasse.
- Eu devia te odiar... Mas minha irmã te ama... – null disse, abraçando o primo – Cuida deles!
null assentiu com a cabeça.
- Eu vou cuidar! – Ele disse sério.
- Qualquer coisa, estou no meu apartamento perto da estação... – null disse girando as chaves – Não volto mais praquela casa.
null e null assentiram com a cabeça.
- Enfim, cuidem-se! – Ele disse por fim.
null sorriu, e saiu, fechando a porta atrás de si.
null olhou para null, e sorriu.
- Agora, eu posso te chamar de namorada? – Ele perguntou, com um sorriso infantil no rosto.
null riu, e beijou o – agora – namorado.
Apesar de toda essa turbulência das ultimas horas, ela sabia que dali em diante, seria melhor.
Ela sabia que dali em diante, seria feliz.
Com null.

Capítulo 19: Not Alone;

Estava bastante quente naquela quinta-feira. null remexeu-se na cama, acordando null, que dormia em um sono leve.
Com esforço, o menino abriu os olhos, pegou o celular que estava no criado mudo ao lado da cama, e viu as horas: dez da manhã; null já tinha perdido a aula.
Ele voltou a deitar, mas não conseguia dormir.
Os acontecimentos recentes bastaram para que ele não conseguisse dormir. Ficou surpreso pelo fato de null conseguir.
null apoiou seu corpo no cotovelo, e ficou olhando null dormir. Era linda...
Olhou a barriga da menina, e não pôde não sorrir. Ali dentro tinha uma criança... Seu filho.
Agora, a situação não era mais trágica. Agora, ele só queria curtir a namorada e o filho que em breve nasceria.
Sorriu bobo mais uma vez.
- Ta acordado a quanto tempo? – null perguntou, esfregando os olhos, e dando de cara com um null babando nela.
- Tempo o suficiente pra ver que você estava cansada... – null disse, sorrindo.
null espreguiçou-se ainda na cama, e sorriu de lado, respirando fundo em seguida.
- Agora, tudo vai ficar bem, não vai? – Ela perguntou.
null sorriu e assentiu com a cabeça.
- Vai sim. – Afirmou.
null sorriu, e levantou-se da cama, indo em direção ao banheiro.
Certo que null disse que não era nenhum palácio, mas o apartamento não era lá muito modesto.
O quarto tinha as paredes brancas, as cortinas eram amarelas, o que deixava o quarto bastante claro. A cama era enorme, uma king size. O banheiro do quarto era pequeno e não tinha banheira, mas era o suficiente.
null agradeceu mentalmente pelo pai continuar pagando empregados no apartamento, do contrário, ele estaria imundo e empoeirado.
Esse apartamento era uma espécie de refugio para null. Sempre que ele bebia demais, ou simplesmente queria isolar-se, era pra lá que ele ia.
null saiu do banheiro, com o cabelo preso. null sorriu e entrou no banheiro em seguida.
Ela voltou a deitar na cama, e ouviu o barulho que parecia o de um trovão. Não sentia medo ou algo assim. Lembrou-se que quando era criança, tinha medo, e era null quem a acolhia; era com null que ela dormia. null olhou para sua barriga. Será que seu filho (ou filha) teria medo de trovão?
Ela sorriu. Colocou as mãos sobre a barriga, como se com isso fosse sentir alguma coisa.
- Você perdeu aula, mocinha. – null disse, voltando pra cama, com os cabelos um pouco molhados.
null mordeu o lábio.
- Não sei se vou continuar estudando... – Ela disse.
- É claro que vai! – null disse sério – Daqui três meses você se forma! Sua barriga nem vai aparecer tanto! E seus pais não seriam capazes de deixar de pagar seu colégio!
null assentiu com a cabeça.
- Falando em barriga... – null disse rindo, passando a mão pela barriga da menina – Você acha que vai ser menino ou menina? – Perguntou com brilho nos olhos.
- Não faço a mínima idéia! – null disse sorrindo. Seu sorriso murchou.
Ela lembrou-se das palavras da mãe... Sobre a criança não nascer saudável.
- null... – Ela chamou – Você acha que... Tem perigo do nosso filho nascer com algum tipo de deficiência? – Engoliu em seco – Quer dizer, porque somos primos...
null olhou para a namorada, e suspirou.
- Não sei... – Assumiu – Amanhã, vamos a um médico... Quanto antes começarmos com os cuidados, melhor!
null assentiu novamente.
Eles ficaram em silêncio, cada um viajando em seus próprios pensamentos.
null ficou de pé em cima da cama, deixando null surpresa.
Ele sorriu.
- Já reparou como estamos desanimados? – Ele perguntou, olhando-a de cima – Quer dizer, não estamos no melhor momento de nossas vidas mas... null! Estamos juntos! E você está esperando um filho meu! – Ele dizia sorridente. Agora, ele estendeu uma mão pra menina.
null deu a mão a null, que a puxou, abraçando-a pela cintura.
- Nós temos é que ficar felizes! Nossos problemas com a família vão se resolver com o tempo... Eu tenho você, você tem a mim... – null deu um selinho na menina – E nós temos ele... – Apontou pra barriga da menina.
null sorriu abertamente, e puxou o menino para um beijo.
Ele tinha razão. Eles estavam finalmente juntos! Dane-se a família ou qualquer outro tipo de problema.
- Eu amo você, null! – null disse rindo, apertando o nariz do namorado.
null mordeu o lábio da menina.
- E eu amo você! – Ele disse sorrindo – Agora, acabando com o momento romântico, eu estou com fome... E não tem nada pra comer... Vamos na Starbucks, sei lá...
- Por mim, ótimo! – null disse, pulando da cama, e indo em direção a sua mala, que ainda não estava desfeita.
null olhou de cara feia pra menina, que não entendeu.
- O que foi? – Perguntou, enquanto tirava as roupas da mala.
- Você não pode ficar pulando... Não se esqueça que você não está sozinha! – null disse sério.
null começou a rir.
- Cala a boca null... – Ela disse rindo, ignorando o namorado.
null deu de ombros, e abriu o guarda-roupas. Quase não tinha roupas ali.
Enquanto null pegou uma calça skinny, uma blusinha preta listrada de branco, e um par de sapatilhas pretas, null colocou uma camiseta branca da Atticus, escrita de bege. Colocou uma calça jeans larga no meio do quadril, e seus tênis de skatista dez vezes maiores que seu pé.
null amava o jeito com que ele se vestia atualmente, deixando aquele estilo ‘sou um mauricinho e meus pais me bancam’ e investindo no ‘eu sou largado mas sou gostoso’.
- Você ta lindo... – Ela disse sorrindo.
null jogou a franja um pouco para o lado, e sorriu, chegando perto da menina.
Ele a encostou no guarda roupa colando seus corpos, e fixou seus olhos nos dela.
- Você ta linda... – Afirmou – Sabe... Eu até to perdendo a fome... – Ele disse com um sorriso pervertido, olhando a prima.
null deu um tapinha no braço do menino, rindo.
- Mas eu não... – Ela disse rindo, dando um selinho em null – Eu já estou morrendo... Não se esqueça que eu tenho que me alimentar por dois!
null riu, e afastou-se da menina.
- Mas quando voltarmos, você não me escapa! – Ele disse rindo.
- Ok! – null disse, dando um sorrisinho maroto.
Ela soltou os cabelos, o que formava leves ondas no meio de suas costas. Ela ajeitou a franja, colocando-a de lado.
- Merda, esqueci que não estou de carro... Meu carro ta na sua casa... – null disse, batendo com a palma da mão na testa.
null fez careta.
- Droga.
- Não tem problema… - Ele disse, dando de ombros – Pegamos um táxi, e depois passamos na sua casa...
- Certo! – null disse, concordando.
null sorriu, estendeu a mão a menina, que entrelaçou sua mão na dele.
Eles saíram do apartamento, e entraram no elevador. Uma garota alta entrou depois deles, e null não pode deixar de reparar o jeito com que ela olhava para null.
Desde quando grávidas são tão ciumentas? Ou melhor, desde quando null era tão ciumenta?
Ela puxou o menino, e o beijou tempo suficiente da garota parar de olhar o seu namorado, e tempo suficiente do elevador parar.
null riu.
- Eu percebi, viu! – Ele disse rindo, beijando o topo da cabeça da menina, enquanto saíam abraçados do edifício – Você ficou com ciúmes de mim!
- Cala a boca, null! – Ela disse rindo, dando um tapinha no ombro dele.
null estendeu o braço conforme táxis passavam. Mas era inútil, nenhum parava.
null bufou.
- Não vamos conseguir… Olha, a Starbucks nem é tão longe, podemos ir andando... – null sugeriu.
null olhou incrédulo pra menina, como se ela tivesse dito algo insano.
- Você ta louca? Você não pode fazer esforços... – Ele disse.
null rolou os olhos.
- null, eu estou grávida – Ela disse pausadamente – Não inválida!
- Mesmo assim! Eu quero tomar conta de vocês! – Ele disse, dando de ombros.
null riu, e estendeu o braço, tentando conseguir um táxi também.
Ela teve mais sorte do que null, já que um táxi parou.
- Só porque você é mulher... – Ele disse, fazendo careta.
null riu, e entrou no táxi, sendo seguida por null.
null disse ao motorista o destino, e ambos ouviam a música que tocava na rádio local. Era Hey There Delilah, do Plain White T's.
null batia levemente com os dedos, no braço de null, que colocou a cabeça no espaço entre seu ombro e seu pescoço.
Realmente não era longe a cafeteria do apartamento de null, de modo que logo, o taxista parou.
null pagou o táxi, e null o esperou.
- Viu como não é longe? – Ela perguntou rindo.
null deu a língua, e entraram na cafeteria.
Sentaram-se em uma mesa no fundo, e logo o garçom de cabelos loiros-quase-brancos-estilo-Malfoy foi atende-los.
null pediu um capuccino grande e muffins, enquanto null pegou um café (grande) e torta de chocolate.
- Sabe... – null começou – Como vai ser quando nosso dinheiro acabar? Quer dizer... Essa grana de mesadas entre outros, não vai durar pra sempre... – null comentou.
null respirou fundo. Ela tinha razão.
- Eu nem tinha pensado nisso... – Ele disse.
O garçom dos cabelos loiros ‘Malfoy’ entregou os pedidos, e null deu um longo gole no seu capuccino.
- Acho que vou ter que começar a trabalhar... – null disse, em transe.
- Nós vamos. – null disse.
Se ela tinha que aprender a ter responsabilidade, nada melhor do que um emprego.
- Não mesmo. – null disse sério, mordendo sua torta – Eu não vou deixar você trabalhar!
- Vai sim! – null disse igualmente séria – Qual é, estamos juntos nessa! E eu consigo trabalhar!
null sabia que não dava pra discutir com null. Rolou os olhos.
- Eu não gostei dessa idéia... – null disse, dando agora um gole em seu café.
- Você não tem que gostar. – null disse firme, pegando um dos muffins. Mais precisamente, o de creme.
null rolou os olhos e bufou. Por que null tinha que ser tão difícil?
- E você pretende o que? – Perguntou, sério.
- Não sei. – Assumiu – Vou procurar emprego amanhã... Sei lá...
- Não, amanhã vamos ao médico! – null disse, colocando a mão sobre a mão da menina – Aliás null, você ainda não teve nenhuma espécie de desejo? – Perguntou.
null parou pra pensar.
- Acho que já... – Ela disse pensativa – Já sim! – Concluiu – Um cachorro quente... Eu estava no carro com o null...
- Ah legal... – null fez bico – O primeiro desejo do meu filho, e quem o atendeu foi o null... – Ele disse chateado.
null riu, e passou a mão no cabelo do menino.
- Bobo. Não vão faltar oportunidades pra isso! – Ela disse rindo.
null sorriu, e voltou a comer.
Ele ia dar outro gole em seu café, quando sentiu o celular vibrar. null percebeu.
Olhou no visor, e viu o nome de ‘null’.
- null! – Avisou, e null assentiu com a cabeça, pegando outro muffin.
Muffins são tão bons!
null atendeu, ainda comendo.
- Hei dude! – null disse do outro lado da linha.
- Hei! – null respondeu de boca cheia.
null riu.
- Eu vi que tinha uma chamada perdida sua, no meu celular... – null dizia, enquanto null comia – Cheguei essa madrugada...
- Hum... – null disse, ainda de boca cheia – Eu tenho que te colocar a par dos acontecimentos recentes... – Disse depois de engolir.
- Que a null está grávida e vocês estão morando juntos? – null perguntou.
null engasgou-se com o café. null começou a rir.
- Como você sabe? – Perguntou null, limpando a boca.
- null null. – null respondeu – Eu fiquei bastante surpreso e tal... Mas enfim, você está no seu antigo apartamento? – Perguntou.
- Aham... –null disse, coçando a nuca. Sua vida estava tão exposta...
- Ok. Passo lá depois. Tenho que desligar... Juízo, null!- null disse, desligando em seguida.
null desligou, e null rindo, perguntou:
- O que foi que null disse, que fez você quase morrer engasgado?
- E você rir da minha cara ao invés de me ajudar? – null disse rindo – Bom, ele sabe que você está grávida e estamos morando juntos... – Ele disse.
null abriu a boca.
- Seu irmão contou.
- Ahn... – null entendeu – Aliás, eu não quero ir lá buscar o seu carro... – Ela disse, mexendo o capuccino – Eu posso ligar para o null, e pedir pra ele levar lá em casa...
- Por mim, pode ser! – null disse.
null sorriu, e ambos voltaram a tomar seus cafés.

Não demorou para que eles terminassem o café, null pagou a conta – e agradeceu mentalmente por ainda ter seu cartão de crédito – e eles resolveram voltar a pé, ao invés de táxi. Ou melhor, null resolveu, já que null ainda achava que ela não podia fazer esforços.
Antes de voltarem para casa, passaram em um supermercado, e compraram o necessário: chocolate, pipoca, pizzas, macarrões instantâneos, café, queijo e refrigerante.
Somente o necessário.
null carregava todas as sacolas, o que irritou null, de certo modo.
- null, eu posso carregar a sacola do chocolate! – null disse, enquanto entravam no edifício.
- null, fica na sua! – Ele disse, entrando no elevador.
null bufou.
- Eu não quero ser tratada como uma doente! – Ela disse séria.
null olhou para a menina, que cruzava os braços e encostava-se na parede do elevador.
- Não estou te tratando como uma doente... Eu só quero cuidar de você! – Ele disse com uma cara fofa.
- Que seja! Eu posso fazer muita coisa... Não é porque eu estou grávida, que eu não posso levar uma sacola, por exemplo! – Ela gesticulava.
null sorriu e deu a sacola do chocolate a menina.
- Pronto. – Ele disse, querendo acabar com a discussão.
- Obrigada! – null agradeceu ironicamente.
O elevador parou, e eles saíram. null procurou as chaves no bolso, e as deu para null abrir a porta.
Entraram, e null, null e null estavam sentados no chão, com a televisão ligada.
null e null ficaram surpresos, fato.
- Er... Oi. – null disse, incerta.
- null, como você ta enorme! – null disse, ao ver a menina.
null olhou preocupada para o namorado, que deu um tapa – extremamente forte – na cabeça do amigo.
- Mentira amor, não dá nem pra perceber que você ta grávida! – null disse, era verdade – Afinal, como vocês entraram? – Perguntou, indo em direção a cozinha.
A cozinha e a sala eram separadas apenas por um balcão. A cozinha era também toda branca, e os eletrodomésticos pareciam nunca terem sido usados. Bem, nunca foram.
null colocou sua sacola na mesa também, e sentou entre a amiga e o irmão, cumprimentando-os.
- Esqueceu que eu, null e null temos uma chave? – null perguntou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Ah é... – null disse coçando a nuca, sentando no sofá. – Vou ter que mudar as chaves...
null jogou uma almofada no amigo, que riu.
- Mas e aí, você está melhor? – null perguntou a null.
- Sim. – null disse sorrindo de lado – Claro que ainda é tudo muito novo... Mas sim, estou bem! – Assumiu.
- Que bom, ficamos preocupados! – null disse, fazendo carinho na cabeça da irmã, como se ela fosse um cachorro.
null riu daquilo.
- Cara, eu não acreditei quando null me contou que você estava grávida... – null disse a null, enquanto ia até a geladeira e pegava uma latinha de cerveja – Aliás null, abasteci sua geladeira com a breja!
- Obrigado! – null agradeceu sincero.
- Eu também não acreditei! – null disse, agora rindo, e passando a mão na barriga da irmã. – Ah null, eu trouxe o resto de suas coisas... E null, seu carro está na garagem!
- Valeu, cunhado! – null agradeceu, pegando uma latinha de cerveja que null oferecia.
- Não me chama de cunhado... – null pediu fazendo uma careta – Ainda tenho que me acostumar com isso.
- Ah null, como você é idiota! – null disse, dando um tapa no namorado, que riu. – Aliás, você já decidiu os nomes?
null olhou para null, eles sorriram.
- null, ficamos sabendo dessa gravidez ontem... – null explicava, enquanto sentava atrás de null, colocando uma perna a cada lado de seu corpo – Você acha mesmo que tivemos tempo de planejar nomes?
- Ah... – null disse com a boca aberta, como se estivesse entendendo agora.
- Eu quero ser padrinho! – null disse, erguendo a mão.
- Não mesmo! Vai ser eu! – null disse firme.
null deu de ombros. Sabia que não tinha como competir com null.
- Cara, eu to com fome... Vamos pedir uma pizza? Aposto que ninguém almoçou ainda... – null sugeriu.
- Acabamos de tomar café... – null disse.
- Mas eu continuo com fome! – null disse rápido – Eu quero de calabresa!
- A null vai acabar uma baleia! – null disse rindo.
null jogou uma almofada em null, que ria. Era tão bom irritar null. null quem o diga...
- Cala a boca! – null disse séria para null. Ela no mínimo estava de TPM, já que seu humor não estava nada bom – Já que você não é agradável, seja útil e peça a pizza! – Ela disse, levantando-se.
null olhou estupefato pra menina, mas fez exatamente o que ela mandou.
Os outros riram.
null foi até a cozinha, e pegou um copo de coca, levando outro para null.
- E você null, está morando no seu apartamento? – null perguntou.
- Sim... – null respondeu sorrindo, enquanto null sentava-se novamente a seu lado – Depois do acontecido, eu não quero mais morar lá em casa...
null sorriu agradecida ao irmão.
- E também não quero viver com a mesada deles... – null disse, dando um gole na coca da namorada.
- null e eu conversamos sobre isso hoje... – null começou, dando um gole em sua cerveja – Eu vou arrumar um emprego e...
- Nós vamos arrumar um emprego! – null corrigiu.
null chamou null para mais perto.
- Eu não quero que ela trabalhe... Mas você conhece sua irmã! – Ele disse, e null assentiu com a cabeça.
- Eu também... – null disse – Eu pensei em começar a tocar em pubs, com a minha banda... – E outro gole na coca de null – Mas o baterista e o baixista vão morar em Manchester... Ou seja...
- A banda acabou... – null disse triste.
- Bom... Se um dia quiserem montar algo de novo... Eu sei tocar alguma coisa! – null disse, voltando a se sentar.
Todos se encararam surpresos.
- Sério? – null perguntou.
- Sim! Sério, podemos formar uma banda! Meu pai comprou um pub novo... Ele ficaria satisfeito ao me ver trabalhando... – null dizia, mais a si mesmo do que aos amigos – É CARA! – Concluiu feliz.
null sorriu.
- Pô, por mim demorou! – Ele disse, pegando o copo de null.
- null, bosta! Pega refrigerante pra você, saco! – Reclamou a menina, pegando o copo da mão do namorado.
Mais uma vez, todos riram.
- Eu também arranho alguma coisa... – null disse – O null sabe!
- É! Lembra quando tocávamos os instrumentos do seu pai, null? – null perguntou rindo, relembrando a infância.
null começou a rir e assentiu com a cabeça.
- Lembro! Então... Já temos três integrantes da nossa banda...
- Tem o guitarrista da minha antiga banda... O Chez! – null disse.
- Pronto, quatro integrantes! – null disse – Agora, só precisamos de um nome!
null e null simplesmente boiavam na conversa. Malditos homens que as ignoravam.
- Sanduba! – null sugeriu feliz.
null e null se entreolharam.
- Cala a boca! – null mandou, mais uma vez.
null fez uma cara ofendida, e ambos continuaram pensando.
Na televisão, passava a propaganda sobre o filme que passaria a noite: Back to the future.
- Podia se chamar Back to the future... – null sugeriu – Todos nós amamos esse filme, vai!
- Não, fica muito plágio... – null disse.
- Doc? – null sugeriu.
- Não... – null disse.
Eles ficaram em silêncio, pensando. null e null discutiam sobre nomes de criança.
- McFly? – null sugeriu incerto.
null e null se entreolharam.
- McFly! – null concordou. – Uau null, até que você não é tão inútil!
- Vai a merda! – null disse rindo, dando um gole em sua cerveja.
E passaram o dia assim, juntos, bebendo e conversando sobre qualquer assunto inútil.
null estava feliz, as coisas estavam realmente melhorando: null estava com ele, ele entrou para uma banda, e seus amigos estavam a seu lado.
Claro que ele não pensava que, com a banda se sustentaria – com isso, ainda tinha um bom dinheiro em sua conta bancária – mas seria algo realmente bom.
Ele não queria mais nada na vida. Daquele jeito, estava realmente bom.

Capítulo 20 - Seize The Day;

Faziam duas semanas que null e null moravam juntos. null e null faziam visitas diárias a eles e null aparecia de vez em quando – ele dizia que já bastava ver null nos ensaios.
Ah sim, McFly estava realmente indo pra frente. Eles ensaiavam regularmente no apartamento de null, e Chez, o guitarrista da falecida banda do null, adorou a idéia. A banda estava tão bem, que até musicas próprias eles começavam a fazer, e já tinham apresentação marcada no ‘Cherry Tre' um pub bem freqüentado, próximo a casa de null.
null ainda estava em Liverpool, e null soube (por null, claro!) que ele estava bem. Ela ficou mais feliz com aquilo. Os pais de null continuavam impassíveis, e não deram nenhum tipo de noticia. Bem, a alguns dias uma boa quantia em dinheiro apareceu misteriosamente na conta bancária. null e null perceberam na hora, que aquilo era coisa de Robert.
Bem, a menina já não ligava mais, null não deixava que ela se sentisse triste. Já a mãe de null, ligava toda semana, perguntando se estavam precisando de alguma coisa, se null estava bem...
null nunca pensou que a tia fosse tão legal.
- Droga... Odeio chuva... – null disse, parada na janela do quarto.
Ela estava de calcinha e uma camisa de null, e null só de boxers.
- Eu gosto. – Ele disse – Principalmente pra dormir...
- Mas eu não estou com sono... – null disse, olhando o rádio relógio – Ainda são cinco da tarde e eu não quero dormir...
- Mas aposto que você ficou cansada! – null disse levantando-se, dando um sorriso pervertido.
null sorriu.
- Idiota. – Deu a língua.
null a encostou na parede, colando seus corpos, e começando a beijar seu pescoço.
- Você não cansa? – null perguntou com a voz falha. Droga, null tinha muito efeito sobre ela.
- Com você, não. – Ele disse, colocando suas mãos por debaixo da camiseta recém-vestida da menina.
Ele queria livrar-se logo daquela blusa miserável.
null agarrou-se no pescoço do primo, e ele subiu a perna dela, da altura de sua cintura. Ele a pegou no colo, e iniciaram um beijo rápido.
Sem demoras, null colocou a menina sob si na cama, e finalmente tirou aquela camiseta. Ele começou a beijar seu pescoço e colo, e a menina gemia baixinho, apertando o lençol a seu lado entre os dedos.
Com um movimento, null empurrou null para o lado e ficou por cima dele, colocando cada perna ao lado do corpo do namorado. Ele sorriu maroto, e passou a mão pelas pernas da menina, a puxando para um beijo. Ele não conseguia ficar sem a boca dela, definitivamente. As mãos de null passavam pelas pernas de null, e paravam na borda da calcinha dela. null tirou a boxer de null rapidamente, o que fez o menino sorrir. Ele novamente a colocou sob si, e em um só movimento, tirou sua calcinha. Ele beijava sua barriga, o que fazia com que ela contraísse violentamente o abdome quando sentia a língua dele em sua pele.
Malditos efeitos de null null.
Ele mexia seu quadril contra o dela devagar. Tinha medo de talvez prejudicar a criança.
null gemia conforme a velocidade do namorado aumentava. Ela enterrava suas unhas nas costas dele, o que fazia com que ele gemesse.
Chegaram ao clímax juntos, e um null cansado desmoronou ao lado de null.
A respiração de ambos estava ofegante, null colocou a mão sobre seu colo e fechou os olhos, respirando devagar. null estava com a respiração falhada, e de olhos fechados. Suas mãos passavam pelo rosto de null.
null abriu os olhos e olhou o primo, sentindo um aperto no coração.
Ela o amava. Amava tanto que chegava a doer.
- Pára de me olhar... Você sabe que eu não gosto quando você me olha assim... – null disse ainda de olhos fechados.
- Eu não estava olhando pra você! – null disse rindo.
- Estava sim. – null afirmou – Você sempre fica me olhando...
- Convencido. – null disse rindo, dando um tapinha na barriga do primo.
null abriu os olhos.
- Não, realista. – Ele disse, como se fosse óbvio.
null respirou fundo e sentou-se na cama. null ainda estava deitado.
- Sabe... Eu estava pensando... – null riu – Cala a boca, sem piadinhas! – Ela rolou os olhos – Nossa vida mudou tanto, e tão rápido...
null sentou-se ao lado da menina.
- Pra melhor. – Ele completou.
- É... – null concordou – Mas mudou muito, muito mesmo! Olha só! Estamos morando juntos, eu estou grávida, você está em uma banda...
- Por isso eu digo, que mudamos nossa vida pra melhor! – null disse – Eu sempre gostei de independência, mas eu tinha medo de ser independente. Medo de não conseguir sobreviver a tudo isso sabe, responsabilidades... – null dizia baixinho, olhando pra null – Mas quando você apareceu em casa, quando null me contou a atitude de seus pais... Aquilo foi mais que um estimulo para que eu adquirisse responsabilidade, que eu tomasse gosto pela independência. E não está sendo ruim... – Ele passava o polegar pelo rosto da menina – Não está sendo ruim mesmo.
null colocou a mão no peito do menino, fazendo círculos com o dedo indicador.
Ele sorriu.
- Eu quero te mostrar uma coisa... – null disse, ficando de pé. Ele colocou a boxer, e continuou sem camisa (para a alegria de null).
Ele foi até a sala, deixando null sozinha no quarto.
Ela colocou novamente sua calcinha e camisa de null, e foi atrás dele.
null estava na sala, folheando um caderno, e com um violão a seu lado. [N/A: Para as Judd's: Na fic, faz de conta que ele toca violão, certo?]
null foi até o menino, e sentou-se a seu lado.
- Não era pra você vir atrás de mim... – Ele disse rindo, agora pegando uma folha rabiscada e um pouco amassada do meio do caderno.
null deu a língua, enquanto null colocou o violão em seu colo.
null já tinha o visto tocando, mas não cantando.
E nem tocando violão.
- Não ria de mim... – Ele disse sério. – E presta atenção!
null deu um tapa na perna dele.
- Claro que eu não vou rir de você! – Ela disse séria, olhando o namorado.
null respirou fundo, e começou a dedilhar no violão, null ouvia tudo atentamente.
Com a voz um pouco rouca, null começou a cantar baixinho.

The world would be a lonely place
(O mundo seria um lugar solitário)
Without the one that puts a smile on your face
(Sem aquela que põe um sorriso em seu rosto)
So hold me 'til the sun burns out
(Então me abrace até o sol se apagar)
I won’t be lonely when I’m down
(Eu não vou estar solitário quando estiver para baixo)

null prestava atenção ao ver o namorado cantando pra ela.
Pra ela.
Aquilo a encantava profundamente. null cantava baixinho, e com os olhos fechados.
Para ele, a pior critica do mundo era a namorada.
Ele tinha medo de ela não gostar...
Era a primeira vez que ele fazia algo do tipo.

'Cause I've got you to make me feel stronger
(Porque eu tenho você para me fazer me sentir mais forte)
When the days are rough and an hour seems much longer
(Quando os dias são duros e uma hora parece muito mais longa)

null abriu um pouco a boca, com os olhos brilhando.
Aquela música não era pra ela, era?
Era impossível descobrir. null continuava de olhos fechados, cantando e tocando o violão.
Ela nunca tinha percebido que null tinha aquela voz...

I never doubted you at all
(Eu nunca duvidei de você de forma alguma)
The stars collide, will you stand by and watch them fall?
(As estrelas colidem quando você fica pronta e as assiste cair)
So hold me 'til the sky is clear
(Então me abrace até o céu ficar limpo)
And whisper words of love right into my ear
(E sussurre palavras de amor bem no meu ouvido)

Agora, null abriu os olhos e olhou null, que estava com uma expressão maravilhada e intrigada ao mesmo tempo.
Ele não pôde não sorrir.
Agora ele fixou seus olhos nos da namorada, e continuou.

'Cause I've got you to make me feel stronger
(Porque eu tenho você, para me fazer me sentir mais forte)
When the days are rough and an hour seems much longer
(Quando os dias são duros e uma hora parece muito mais longa)
Yeah when I got you
(E eu tenho você)
Oh to make me feel better
(Para me fazer me sentir melhor)
When the nights are long they'll be easier together
(Quando as noites são longas elas serão mais fáceis juntos)

Sim, a música era pra ela.
A letra e olhar de null sobre ela confirmavam isso.
Sua vontade no momento era pular em cima de null, mas ela queria ouvir mais.
null sorriu mais ainda ao ver os olhos da namorada brilhando.

Looking in your eyes
(Olhando em seus olhos)
Hoping they won't cry
(Esperando que eles não chorem)
And even if you do
(E mesmo se você chorar)
I'll be in bed so close to you
(Eu vou estar na cama tão perto de você)
To hold you through the night
(Para te abraçar pela noite)
And you'll be anywhere
(E você vai estar inconsciente)
But if you need me I'll be there
(E se precisar de mim eu estarei lá)

null deu uma respirada fundo, e fechou os olhos novamente.
null apenas ouvia admirada.

Yeah I got you
(Eu tenho você)
Oh to make me feel stronger
(Para me fazer me sentir mais forte)
When the days are rough and an hour seems much longer
(Quando os dias são duros e uma hora parece muito mais longa)
Yeah when I got you to make me feel better
(E eu tenho você, para me fazer me sentir melhor)
When the nights are long they'll be easier together
(Quando as noites são longas elas serão mais fáceis juntos)
Oh when I got you
(Oh, e eu tenho você!)

Ele prolongou a última palavra, e parou de tocar.
Respirou fundo, e olhou para null, que o olhava sorrindo.
- Gostou? – null perguntou, coçando a nuca e colocando o violão a seu lado.
- É linda... – Ela disse sincera, com os olhos ainda brilhando.
null riu e a abraçou, colocando-a no seu colo.
- Foi a primeira música que eu compus... – Ele disse baixinho, na ponta da orelha da menina – E sabe, eu sempre pensei que compor fosse difícil e tal, mas eu só fechei os olhos e lembrei de você... – Ele dizia, e os olhos de null enchiam-se de lágrimas – E a música veio. – Ele sorriu – Sua música.
- null seu idiota, não me faça chorar! – null disse rindo, já com as lágrimas brincando em seu rosto.
null riu, abraçou a namorada com força, como se nunca mais fosse deixa-la sair.
- Eu amo você. – Ele disse a ela.
- Eu também... – Respondeu sincera.
Os dois separaram-se, e null sorriu.
Eles ficaram em silêncio por um momento, e null ficou de pé.
- Me deu fome... – Ele disse rindo, acabando com todo o momento romântico.
null fez uma cara pensativa.
- 'Mor, eu acho que tô com desejo... – Ela disse, mordendo o lábio.
null sorriu imensamente, e ficou defronte da namorada, olhando-a sorridente.
- Do que? – Ele perguntou extasiado com a idéia de null estar com desejo.
Ele queria que ela o tivesse desde que soube que null quem realizou o primeiro.
De certo modo.
null sorriu.
- Fondue... – Ela dizia com os olhos brilhando – Morangos, uvas...
- Tá! – Ele respondeu feliz ficando de pé – Eu... Eu vou comprar o chocolate, o morango, as uvas...
- O queijo! – null acrescentou.
- O queijo! – Ele sorriu – E o aparelho eu pego em casa! – Ele dizia sorridente.
- Mas eu quero com sorvete de abacate! Isso, fondue com sorvete de abacate! – A menina disse com os olhos ainda brilhantes.
null coçou a nuca.
- null, aonde eu vou arrumar sorvete de abacate? Uma fruta que nem é consumida aqui! – Ele disse, arqueando uma sobrancelha.
- null, é desejo... – null disse em tom infantil, e ele não pôde de deixar sorrir.
null aproximou-se da menina e deu um selinho nela, em seguida, olhou para a barriga da namorada, com um sorriso bobo.
- Vai logo, amor... – Ela dizia, sentindo a vontade aumentar cada vez mais.
- Ta, ta... – null disse indo para o quarto, e trocando-se rápido.
null continuou na sala, rindo ao ver o comportamento do namorado.
Não demorou, null apareceu vestido com uma calça jeans, uma camiseta amassada, e o cabelo bagunçado coberto por um boné.
- Já venho! – Ele disse, dando um beijo na testa de null que riu.
- Amor... – Ela o chamou.
null parou e virou-se, antes de abrir a porta.
null riu, e jogou a chave do carro, que estava na mesinha de centro.
null a pegou e riu, dando um tapa em sua própria testa.
Mandou um beijo no ar, sorriu, e saiu do apartamento.
null fitou a porta sorrindo, depois olhou o violão, lembrando de minutos atrás.
Agradeceu mentalmente por ter null a seu lado.

xx

null estava agarrada a uma almofada de melancia, dormindo com a televisão ligada.
Passava qualquer clipe de Red Hot Chili Peppers, e o som a fazia dormir mais pesado ainda.
Ela amava dormir com música.
null entrou em casa, com sacolas presas em seus braços, e com o aparelho de fondue nas mãos, abrindo a porta com o quadril.
- Cacete, nunca pensei que fosse tão difícil fazer esse chocolate! Minha mãe teve que me ensinar... – null dizia, enquanto fechava a porta novamente com o quadril. – E sabe aonde eu achei sorvete de abacate? – Ele dizia, sem perceber que a menina dormia, e ao ver, calou-se, sorrindo. Colocou o aparelho na mesinha de centro com o cuidado de não acorda-la.
Sorriu e tomando cuidado para não fazer barulho, colocou as sacolas na cozinha, voltou para pegar o aparelho, e o ligou, começando a fazer o chocolate que sua mãe havia lhe ensinado.
null abriu os olhos, ouvindo um barulho vindo da cozinha, ela levantou-se, e foi até a cozinha.
Riu ao ver a cena: null com a camiseta suja de chocolate, lendo um caderninho vermelho, e preparando o fondue.
Ela apoiou-se no batente da porta, e sorriu para o menino que até então, não percebeu a sua presença.
- Amor! – Ele a cumprimentou sorrindo, voltando a fazer o fondue.
null riu, o abraçou por trás e deu um beijinho na sua nuca, o que causou arrepios nele. Ela espetou um morango, e o mergulhou no chocolate que null fazia.
Sentou-se na bancada e mordeu o morango, já que ela não podia mais esperar. Correu até a geladeira e viu o pequeno pote com sorvete verde ali, chamando-a.
Ela o abriu e colocou o morango coberto de chocolate, dentro do sorvete.
- Nossa amor... – Ela dizia com os olhos fechados – Juro que é o melhor chocolate que eu já comi! Nem o da sua mãe fica tão bom! – Ela dizia de boca cheia. – E abacate é uma delícia!
- Jura? – Ele perguntou alegre com os olhos brilhando.
- Juro! – null respondeu sorrindo, espetando outro morango e mergulhando ele no chocolate.
null sentou-se ao lado da namorada, espetou uma uva, mordendo-a. Ele não atreveu-se em misturar com o sorvete.
- É... Ficou bom! – Ele disse orgulhoso de si mesmo.
null deu um beijo – melado de chocolate – no rosto do menino, que riu.
- Sabe... – Ele deu um sorriso maroto. – Essa coisa de chocolate, morango... Me deram idéias... – Ele disse rindo, passando um morango mergulhado no chocolate, na boca da namorada.
null riu.
O fato era, desde que foram ao médico e ele disse que não tinha problema algum pra criança em fazer sexo, null não conseguia ficar “longe” da namorada.
null riu, e mordeu o morango, null fez o mesmo, começando a brincar com a língua da menina.
Ele desceu da bancada e ficou entre as pernas da namorada, puxando para mais perto, e levantando sua camiseta.
Era tão fácil repetir certas coisas...

Capítulo 21: I'm Getting Over You;

- Precisamos achar uma boa faxineira para o seu irmão, o apartamento dele está um lixo! – null dizia, enquanto null e ela caminhavam em direção ao jardim do colégio – Também, pudera! Todos os dias quatro garotos enfiados lá dentro... Depois quando eu vou lá... É aquela zona... – Ela reclamava.
null sorria.
- null consegue deixar a casa organizada... – null disse, sentando no banco branco do jardim, rodeado por arbustos. null amava aquele jardim – Quer dizer, a empregada da minha tia passa lá toda semana, nós só conservamos a casa limpa...
- Ainda bem que a o seu pai está os ajudando financeiramente... – null disse, abrindo uma barrinha de cereais.
- Na verdade, o dinheiro que meu pai deposita, é unicamente pra mim, null não aceita que eu compre nada para a casa, com esse dinheiro. Ele é um tanto machista em relação a isso, e acha que ele é quem tem que manter a casa... – null disse, rindo.
null deu outra mordida em sua barra de cereais.
- Mas a mãe do null está os ajudando também, não está? – null concluiu, após engolir.
- Aham, mas não financeiramente, null não quer! – Riu – Ela me ajuda no geral, quer dizer, eu sou totalmente inexperiente nessa coisa de... – Agora, null falou bastante baixo – Gravidez... Se não fosse ela... Eu realmente não sei o que faria!
null mordiscou sua barra de cereal, e suspirou.
- E sua mãe? – Perguntou.
null deu um riso sarcástico.
- Não quero saber dela... – null chupou o seu capuccino – Assim como ela não quer saber de mim... Fico realmente surpresa pelo fato dela permitir que meu pai continue pagando meu colégio!
- Ah null, ela não iria ser capaz de deixar de pagar! – null disse, dando mais um mordida em sua barrinha, como se fosse a coisa mais óbvia.
- Sinceramente, eu não duvido mais nada dela! – null disse sincera, levantando-se e jogando o copinho agora vazio, no lixo.
null terminou de comer sua barrinha de cereais, e jogou o papel no lixo, ficando de pé ao lado da amiga.
Ouviram o sinal tocar, e null respirou fundo.
- Aula do que? – Perguntou null.
- Música... – null suspirou. Amava música, mas apenas para ouvir. Ela não tinha talento algum com música, não sabia porque raios tinha que continuar com essas aulas. – E você?
- Álgebra... – null suspirou – Pelo menos a professora é legal...
null fez um barulho estranho com a boca, enquanto dirigiam-se para o prédio.
Por sorte, suas notas continuavam ótimas, e ela continuava a ser paparicada por todas as professoras.
Sem contar que ela continuava a ser admirada pelas novatas do colégio, o que secretamente, ela amava.
- Hum, até depois! – null despediu-se, indo em direção as escadas.
- Até! – null mandou um beijo pra cunhada, e seguiu reto no corredor.
null caminhava devagar pelo corredor do andar superior. Não tinha nenhuma vontade de aprender a tocar piano; ela nem tinha mais piano!
Pensou em conversar com a diretora, poderia fazer teatro... Ou fazer parte do jornal do colégio...
Música... Ela não sabia nem tocar campainha direito, quem dirá, piano, violino ou qualquer outro instrumento do tipo.
Entrou na sala, onde mais ou menos quinze meninas de diferentes idades e séries estavam, cada uma com seus devidos instrumentos.
null bufou e sentou-se no piano.
- null, querida! Eu queria dar uma palavrinha com você... – A Professora Whalley a chamou, impedindo-a de sentar no piano.
A Sra. Whalley era a professora preferida de null, pena que ela dava aula de música.
Ela era bastante excêntrica – na opinião de null. Usava seus óculos de aros verde-limão, suas saias floridas estilo Hawaii-anos-70 e seu cabelo era de um tom absurdamente alaranjado, que ela usava em uma trança que ia até o meio de suas costas. Ela cheirava Jasmim.
null ajeitou a saia, e foi até o encontro da professora.
- Hum, eu estava pensando... – A professora começou, evitando olhar null – Não é nada pessoal querida, é que, hum... Como posso dizer...
- Eu não tenho talento algum com o piano, certo? – null completou para a professora.
- Exatamente! – A professora concordou, medindo suas palavras, com medo de magoar a aluna – Quer dizer, você poderia escolher outra atividade, se sentir-se melhor... – Ela dizia – Porém se ainda quiser tentar a música... – Agora a professor soltou um suspiro como quem diz ‘Impossível’ – Podemos escolher outro instrumento...
null sorriu.
- Não professora, obrigada. – Agradeceu – Eu posso escolher outra atividade...
- Ótimo! – A professora agradeceu – Hum, então, pode ir embora se quiser.
- Ok! – null agradeceu, saindo da sala.
Era realmente o que queria, ser dispensada das aulas de música.
Quase que saltitando, null andava pelo corredor deserto, e desceu as escadas rápido.
Amanhã poderia escolher sua atividade, agora, ela queria ir embora. Não sem antes passar na Starbucks e comprar muitos muffins de creme. Estava realmente com vontade de comer muffins de creme.
null abriu seu armário, pegou sua bolsa, e virava-se para sair logo do colégio, quando ouvia uma fina voz atrás de si, chamando-a.
- null null? – A garota perguntou, e null virou-se, para ver se conhecia o ser que a chamava.
Conhecia, claro que sim! Era Olívia Hornby, conhecida por ser a garota que sabe da vida de todas estudantes do colégio St. Marrie. Quase que um jornalzinho falante. Ela era engraçada.
null sempre fora seu alvo preferido, seja para elogiar seus últimos pares de sapato, seja para falar mal de sua vida.
null encarou a garota baixinha a sua frente, e respirou fundo.
Olívia vestia seu uniforme idêntico ao de null, mas com sandálias prateadas – o que null achou terrível para um ambiente escolar. Seus cabelos castanhos claros estavam presos por uma presilha também prateada, onde se via apenas uma grande libélula. null gostou da presilha.
- Você anda, digamos assim... Sumida! – A garota disse, com sua voz irritante, enquanto abria o seu armário. null assentiu; de certo modo, Olívia tinha razão. Desde que descobrira que estava grávida, e desde que passou a morar com null, null nunca mais fora vista em nenhuma festa recente. E isso era realmente estranho para Olívia.
- Hum... Eu sei. – null disse, levando a mão ao cabelo, e arrumando-o.
Olívia fechou seu armário, e estendeu um envelope bege a null, que o pegou.
- É o último convite da festa de arrecadação de fundos para ‘preservação dos esquilos do Hyde park’ – A menina dizia mecanicamente, e null riu – Eu sei, o motivo é realmente ridículo, mas a festa vai ser bastante comentada e... – Agora, a menina fez uma careta – Sua presença seria importante...
null sorriu, seu ego estava agradecendo no momento.
- Hum... Por que? – Fingiu-se de tonta, enquanto abria o envelope e lia o convite.
Olívia rolou os olhos e apoiou-se no armário.
- Ambas sabemos que metade do colégio irá se você for... – Parecia difícil para a menina, dizer isso – E precisamos mesmo de pessoas...
null sorriu. Fazia tempos que não ia a uma festa, e sabia que essas festas de arrecadação de fundos pra qualquer motivo idiota, sempre era comentada – e freqüentada.
- Não serão permitidas entradas de pessoas maiores de vinte e sete anos... – Olívia continuou – Para o caso de algum pai quiser entrar, entende?
null sorriu. Já imaginava como seria a festa.
- Hum... Vou ver com meu namorado, mas acho que vou sim! – null disse, virando-se.
- null null não está mais em Liverpool? – Olívia perguntou, e null virou-se pra menina.
Ficou surpresa em saber que Olívia ainda achava que estava com null.
E ficou surpresa ao saber que ela sabia da estadia de null em Liverpool.
- Não, não me referi ao null... – null disse, dando novamente as costas.
Deixando Olívia sozinha no corredor, null dirigiu-se a saída do prédio da escola, lendo o convite.
Deu risada. Pessoas da alta sociedade sempre insistiam em fazer festas para arrecadação de fundos por motivos bizarros. Preservação dos esquilos do Hyde? null riu.
Lembrou-se do que sua mãe dizia: não basta ser rico, tem que ser solidário.
Solidariedade...
Enquanto pessoas passam fome, os milionários de Londres arrecadam fundos para esquilos.
Porém, as festas eram sempre boas...
null sentou-se na escada e pegou o celular, mandando uma mensagem para null, avisando-a que já tinha saído.
Fechou o flip do celular, quando o sentiu vibrar.
Sentiu um frio na espinha ao ver o nome de null ali.
Fazia realmente muito tempo que ela não falava com null... Aquilo a assustou um pouco.
Ela o abriu, e atendeu, respirando fundo em seguida.
- Oi.- Ela disse simplesmente.
- Hei. – Ouviu null dizer, numa tentativa frustrada de animação.
null o conhecia bem.
- Tudo bom, null? – Perguntou sincera. Ela realmente queria saber se o menino estava bem.
- Sim, e com você? – Ele perguntou.
- Também... – Disse.
null ficou em silêncio, esperando que null dissesse alguma coisa. Ele não o ligou apenas para perguntar se ela estava bem, certo?
Se bem que, nem isso ele perguntou direito...
- Hum null... Eu posso te ver? – Perguntou null.
A menina tremeu um pouco. Não queria ter de magoar null novamente.
- É...
- Eu só quero conversar... – null disse, percebendo a indecisão da menina.
null suspirou.
- Tudo bem. Hum, se quiser, eu estou ainda no colégio, mas estou indo pra casa...
- Eu passo aí, pode ser? – Ele a interrompeu.
null assentiu com a cabeça.
- Certo. – Ela disse – Hum, até depois então.
- Até daqui a pouco.. – null disse, desligando o telefone em seguida.
A festa já não estava mais na cabeça de null, e sim null. Estava com medo.
Ela ficou de pé, encostada em uma árvore, esperando o ex-namorado.
Sabia que null ainda estaria ensaiando. Desde que marcaram a apresentação, a McFly ensaia diariamente, eles começam de manhã e acabam quando já está anoitecendo.
Geralmente, null fica nos ensaios, ou então, combina algo com null.
Ela sorriu ao lembrar-se da musica que null fizera a ela, e sentiu o estômago mexer-se.
Olhou para a barriga, imaginando quando fosse o filho que fizesse seu estômago mexer... Sorriu.
Porém, um barulho de carro fez null desviar sua atenção para ele. Era o carro de null ali.
null abaixou o vidro, e sorriu para null, fazendo sinal para que ela entrasse no carro.
null respirou fundo e entrou, sentando-se no banco do carona.
Tocava My Sacrifice – Creed bem baixinho, null reconheceu a musica no refrão.
- Hei... – null sorriu, aproximando-se de null, e beijando seu rosto.
null sorriu e fez o mesmo com o menino.
- Hei! – Ela sorriu.
null riu e abaixou o volume do rádio.
null não sabia o que dizer, se devia puxar um assunto... Nunca sentiu-se tão desconfortável na presença de null.
Mentira, nada superava o dia do término do namoro.
- Voltou quando? – null iniciou o assunto, e null olhava atentamente para o trânsito.
- Ontem a tarde... – null conversava, ainda olhando o trânsito.
- Hum... – null murmurou, abrindo o vidro da janela.
Mais uma vez ficaram em silêncio, e o que se ouvia, era apenas a música.
- Hum null... – null chamou, ainda sem olhar a menina. Ela não sabia para onde estavam indo – Eu sei que você deve ter achado estranho o fato de eu ter te ligado, quer dizer... Faz um mês e pouco que não nos falamos... – null dizia, e null concordava, olhando o menino. – Hum, eu queria conversar com você, sabe? Não quero perder sua... – Ele engoliu – Amizade.
null sorriu e passou a mão no joelho dele, como forma de carinho.
- Nem eu null, nem eu! – Assumiu.
null sorriu, e parou o carro defronte de uma pracinha que null não reconhecia.
Era bem próxima ao colégio, e nunca tinha a visto.
null fez sinal para que ela também saísse do carro, e null o fez.
Os dois sentaram-se em um banco próximo a uma barraquinha de sorvete, e null comprou duas casquinhas.
null estava lindo, na opinião de null. Ele tinha mudado bastante nesse tempo em Liverpool.
Não usava mais suéter de cashmere, nem aquelas calças lisas certinhas.
Ele usava um moletom preto da Adidas, Vans xadrez, as calças jeans no meio do quadril, presas por um cinto com fivela de estrela, e o cabelo escondido por um boné também preto virado para trás.
Liverpool realmente fez bem a ele.
- Eu sei que você e null estão juntos... – null disse após um tempo de silêncio (que null o usava para tomar seu sorvete).
null olhou para null, e voltou a olhar seu sorvete.
- Eu sei que... – null começou, mas null continuou.
- Sabe, confesso que quando soube, eu fiquei cego... – Ele dizia, olhando para a paisagem a sua frente – Tive ódio do null, achei que de certo modo, ele tinha roubado você de mim... – null sentiu o coração apertar quando ele disse – Não levei em consideração o que você sentia, sabe? Eu apenas quis matar o null... Como se ele fosse o único culpado de você ter terminado comigo... – null mordeu seu sorvete, e continuou, com a boca cheia. null evitou um riso – Eu sei que você estão morando juntos, eu sei que você está... – Ele engoliu o sorvete e olhou a menina – Grávida dele... E sabe, eu não acho justo nem comigo, nem com vocês, eu não aceitar isso, quer dizer... – Mais uma mordida – null é meu melhor amigo e você... – null olhou para cima – Eu nunca vou te esquecer... Mesmo que um dia eu deixe de te amar, eu jamais vou esquece-la! Você é uma das lembranças mais bonitas da minha vida, e eu jamais pretendo esquecer! – null disse, olhando agora null, que sentia os olhos arderem – Eu estou superando você, null!
null ouvia tudo quieta, com a respiração pesada.
null continuou.
- Eu desejo null, de verdade que você seja feliz... – Ele pegou na mão da menina – Se não for comigo, que seja com o null... E eu quero que você saiba que eu vou estar sempre aqui! Independente de qualquer coisa, você sempre será a minha numero um! – Ele riu – Sempre vai ser a minha menina, a única garota que eu posso falar que já amei, e que amo... – Ele dizia baixinho – E eu te amo null, então eu desejo realmente que vocês sejam felizes... – null riu e beijou a testa da menina, que o olhava firme – Vocês três! – Agora ele olhou para a barriga da menina, e riu.
null sorriu e abraçou null com força, e o menino retribuiu o abraço do mesmo jeito.
- Eu também desejo que você seja feliz null... Mais do que qualquer outra pessoa no mundo! – null disse sincera, e null sorriu.
- Eu também... – Ele riu, coçando a nuca – Aliás... – null pegou a carteira e a abriu, tirando dali uma foto que null reconhecia perfeitamente bem.
Era uma pequena foto que null e null tiraram em uma cabine de foto instantânea nos Estados Unidos. Eles tiraram várias, mas aquela foi a preferida de null.
null o beijava, mas olhando e sorrindo para a câmera, enquanto ele estava de olhos fechados, com as mãos no rosto da menina.
Ele entregou a foto para null.
- Não acho bom isso continuar na minha carteira... – Ele disse sorrindo de lado, quando null pegou a foto.
null assentiu com a cabeça. Entendia null.
- Se bem que, eu tenho cópias e cópias dessas fotos... – null disse rindo, dando de ombros – Mas isso não vem ao caso!
null também riu, e jogou o resto da sua casquinha no lixo.
null ficou de pé, e estendeu a mão para a menina, que a pegou.
Ele a abraçou pelos ombros, e eles começaram a caminhar em direção ao carro.
Era horrível para null ter null daquele jeito, tão perto e tão longe ao mesmo tempo.
No momento, ela era algo inalcançável.
- null... – null começou.
- Hum... – Murmurou, enquanto se aproximavam do carro.
- Você pretende... – null respirou fundo – Voltar a conversar com o null?
null respirou fundo, e apoiou-se no carro.
- Pretendo... – Assumiu – Mas não agora... – Ele dizia baixo – Sei lá, eu acho que ainda não estaria preparado pra ver vocês dois juntos, eu sentiria inveja dele... E isso não é legal... – null ria – Mas como eu disse, estou superando você! E eu vou conseguir!
null sorriu mais uma vez, e null riu, entrando no carro. Ela fez o mesmo, e null pegou do banco traseiro um suéter, entregando-o a null.
Era um suéter vinho, que null reconheceu.
- Ele estava no meu armário a tempos... – null disse enquanto a menina olhava seu antigo suéter – Achei bom te devolver...
null assentiu com a cabeça, com o suéter e a foto em suas mãos.
- No antigo apartamento do null, certo? – null perguntou.
null confirmou, rindo. Sabia que null já tinha informado null sobre tudo.
Os dois ficaram em silêncio, hora ou outra null fazia comentários simples como ‘como o dia está ensolarado hoje’ ou ‘como o motorista da frente é amador’.
Não demorou para que null parasse o carro defronte ao edifício onde null morava.
null riu sozinho.
- Eu lembro de tanta coisa que null e eu fazíamos nesse apartamento... – Ele disse rindo.
null o olhou com os olhos arregalados. null riu.
- Não nesse sentido! – Ele riu – Foi aí dentro que eu tomei meu primeiro porre, por exemplo! – Explicou.
- Ah tá... Já ia achar que meu namorado e meu ex, tinham um caso! – Ela disse rindo, tentando achar graça em seu comentário infame.
null sorriu de lado.
- É... Seu namorado e seu ex... Que estranho... – null disse rindo, coçando a nuca.
null mordeu o lábio. Por que não nasceu muda?
null a puxou pra perto, e deu um beijo em sua testa.
- Vai lá... – Ele disse, e null concordou com a cabeça – Amo você null, e juízo vocês três! – Ele disse.
null sorriu para null e acenou, saindo do carro.
Entrou no edifício e viu que null continuava parado, olhando-a.
Entrou no elevador, e apertou o botão que indicava seu andar. Fechou os olhos e respirou fundo, feliz.
null não tinha ódio dela! E estava superando-a.
Deu um pulinho antes de entrar em seu apartamento, e começou a pensar na festa que iria. Olhou o convite e viu que seria no próximo final de semana.

Capítulo 22: All My Life;

null estava de braços cruzados sentado na cama, enquanto null penteava os cabelos.
Ele não tinha gostado muito do fato de null ter saído com null sozinha, e dele ter dito que ainda a amava.
Porém não demonstraria ciúmes para a namorada, ele sabia que null era dele.
Ele sabia que ela o amava mais do que qualquer coisa, e aquilo provocou um sorriso involuntário em seus lábios.
- Você acha melhor eu usar esse... – null disse, agora colocando um vestido vermelho na frente do corpo, ainda pendurado pelo cabide – Ou esse? – Agora, ela colocava o vestido azul.
null olhou para ela.
- Os dois são lindos, null... – Ele arqueou a sobrancelha – Mas pra que esses vestidos?
null sorriu.
- Porque vamos a uma festa! – null informava null – Faz tempo que ando recusando convites legais... E eu estou mesmo sentindo falta de festas! – Ela disse feliz – Festas e colunas sociais!
null entortou a boca.
- E quando vai ser? – Perguntou.
- No próximo final de semana! – Ela disse sorrindo – Iremos sair juntos pela primeira vez!
- Mentira, já fomos àquele restaurante... – null começou, mas null o interrompeu.
- Para uma festa, null! Onde pessoas nos verão juntos! – null disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, agora ela pulou na cama ficando ao lado do namorado, beijando o ombro do mesmo – Hoje mesmo, uma garota do colégio me perguntou sobre o null... Eu quero logo que elas saibam quem é o cara que eu amo, o cara com quem eu pretendo passar o resto da minha vida! – Ela disse sorrindo, e com aquela cara de dar dó (null null que o diga!).
Assim como null, null sorriu e aceitou de bom grado o pedido da menina.
null sorriu e deu um selinho no namorado. Ela realmente tinha um bom poder de persuasão.
null abraçou a menina, e prendendo-a entre seus braços, a beijou.
null riu um pouco entre o beijo, mas correspondeu da maneira que null queria; porém foram interrompidos por uma campainha.
Partiram o beijo, e null fez uma careta.
- Quem será que é... – Perguntou mal humorado, levantando da cama e indo em direção a porta.
null riu do namorado, e continuou vendo seus vestidos.
O verde era tão bonito...
- null. – null ficou estática quando ouviu a voz de sua mãe, em seu quarto.
Lentamente, null virou-se para a mulher, que estava com a expressão dura.
Joanna era a mulher mais elegante que null já vira na vida, fato. Ela usava um vestido simples e justo azul marinho, seus pares de sapato de salto alto, e uma pequena bolsa também azul que null reconheceu ser da Gucci. Ela estava com aquele batom que null sempre a pediu emprestado, e com a maquiagem perfeita como sempre.
- Mãe. – null respondeu séria, mas sem esconder sua surpresa.
null ficou encostado no batente da porta. Ele sabia que teria de participar dessa conversa.
Joanna respirou fundo, e abanou seu rosto com as mãos, dando uma leve olhada pelo apartamento.
- Então está vivendo aqui? – Perguntou, dando uma volta pelo quarto – Nada mal, confesso. Meu primeiro apartamento com seu pai não foi uma coisa muito agradável aos olhos... – Ela dizia.
null apenas assentiu com a cabeça. Não entendia o que sua mãe queria ali.
null lançou um olhar preocupado à namorada, que o ignorou.
- Mãe, fala logo o que você quer, por favor. – null disse um pouco hostil, rolando os olhos e fechando o guardar-roupas.
Joanna respirou fundo; sabia que null não a receberia de braços abertos. E com razão.
- Hum... Como está a criança? – Joanna perguntou, olhando a barriga da filha.
- Ótima... – null respondeu, agradecendo mentalmente por isso.
null e null visitaram o médico no mês passado, e desde então o visitam regularmente.
Sobre o fato da criança não nascer saudável pelo fato de serem primos e terem o mesmo sangue, o médico disse que existe sim a probabilidade. Como também a maior probabilidade da criança nascer saudável como qualquer outra, desde que a gravidez fosse acompanhada pelo profissional.
- Que bom. – Joanna disse respirando fundo.
Ela lançou um olhar sobre null, que encarou a tia nos olhos. Ele não ia deixar que ela maltratasse sua namorada. Não na sua frente...
- null, eu vim te pedir desculpas... – Ela disse séria, olhando para a filha – Eu como sua mãe, deveria ter ficado a seu lado, e não te criticado... – A mulher dizia com os olhos brilhantes. null e null estavam surpresos pela atitude dela – Eu passei a minha vida toda tentando fazer de você e de null, as melhores pessoas do mundo, as mais ricas, as mais belas, as mais felizes... Mas em nenhum momento eu pensei na felicidade de vocês; se eu estava feliz, pra mim já era o suficiente... – Agora, ela se aproximava – Quando você me contou sobre seu romance com o null... – Joanna olhou o sobrinho, que ainda a olhava firme – Claro que eu achei um absurdo, vocês são primos de primeiro grau, foram criados juntos... E quando soube que você estava grávida, claro que surtei! – A mulher agora tinha a respiração pesada, e null e null ouviam tudo calmamente – Claro que eu não tinha o direito de dizer tudo o que disse a você, sobre vocês, sobre null... Eu estava desequilibrada... E seu pai, apenas me apoiava, você o conhece! – Agora a mulher bufou. Joanna aproximou-se de null, e pegou em suas mãos – Eu quero que você me perdoe, filha! – Ela agora, deixavam passear pelo seu rosto as lágrimas que ela segurava. null sentiu-se penalizado pela cena, e null apenas olhava a mãe. – Me perdoe por não estar a seu lado, por não ter te dado o apoio que você precisava, por não ter estado ao seu lado no momento mais difícil de sua vida... E pior, ter o piorado! – A mulher passou a mão pelo rosto da filha – Eu amo você, você e null são tudo pra mim, mesmo que eu não consiga demonstrar isso, mesmo que eu camufle esse sentimento com meus erros... Eu os amo muito, mais que a mim mesmo, e desejo do fundo do meu coração, sua felicidade! Seja com null... – Joanna olhou o sobrinho, fazendo sinal para que ele se aproximasse – Seja com qualquer outro.
null sentiu sinceridade nas palavras da mãe, e antes de pensar em qualquer outra coisa, jogou-se nos braços abertos da mulher, sentindo-se maravilhosamente bem nos braços dela.
Definitivamente, ela estava feliz.
- Me perdoam? – Joanna perguntou, olhando para null e null.
- Eu não preciso responder, tia... – null respondeu sorrindo.
Joanna sorriu em agradecimento, e a mulher olhou para a filha. null sorriu.
- Claro que perdôo mãe! – Ela disse sincera, abraçando novamente a mãe.
null sorriu, olhando a felicidade refletida nos olhos de null.
- Eu caí em mim, na besteira que eu tinha feito, quando minha cunhada aceitou o namoro de vocês, e começou ajuda-los com as coisas, desde empregadas até com os cuidados com null, coisa que eu deveria fazer... – Ela dizia – Senti-me um lixo, e eu senti necessidade do seu perdão, filha – A mulher respirou fundo e olhou para cima – Sou obrigada a admitir também que meu terapeuta James, acabou comigo quando contei a ele o que fiz... – Sorriu. – Mas enfim, me perdoa mesmo? – Pediu, como se não sentisse sinceridade em null. Ela fez algo terrível para ser perdoada tão fácil – pelo menos, era o que pensava.
null sorriu e pegou nas mãos da mãe.
- Mãe, eu não preciso de perdoar. Você é minha mãe... – Ela sorriu, simplesmente esquecendo os episódios anteriores. Todas as brigas e discussões. Simplesmente os tinha esquecido em segundos – Eu só quero você do meu lado, agora...
null apenas escutava a conversa, e de repente sentiu um aperto na garganta.
Mesmo sentindo-se egoísta, não pode deixar de ficar aborrecido com o seguinte pensamento: e se agora que null e Joanna tinham voltado a se falar, ela voltasse a morar com a mãe?
Ele estava totalmente acostumado com a presença diária da namorada – ou devíamos dizer, mulher?
Não saberia mais ficar com ela, se não fosse do jeito que estavam.
- Eu vou ficar! – Joanna disse olhando a filha – Você... Vai voltar para casa, não vai? – A mulher perguntou.
null sentiu a respiração ficar mais pesada e evitou olhar para null. Não queria que ela se sentisse pressionada a recusar, por ele.
Embora em pensamentos, null repetisse ‘Não’ como se fosse um mantra.
null respirou fundo.
- Mãe, minha vida é agora aqui... – Ela disse, mostrando o apartamento – Uma hora ou outra eu sairia de casa e... A hora chegou! – null disse sorrindo, e null não evitou fazer o mesmo. Ele a abraçou pela cintura, e deu um beijo em seu rosto – Eu agradeço o convite.
Joanna assentiu com a cabeça.
- Hum... Posso perguntar como estão se sustentando? – Joanna perguntou.
- null está em uma banda... No momento estamos ainda usando o dinheiro que ele tinha guardado... – null contava, e null concordava com a cabeça – Mas enfim, null está na banda de null, e eles estão trabalhando...
- null está trabalhando também? – Joanna perguntou sorrindo.
null sorriu ao ver a mãe sorrindo, depois de citar o irmão.
- Aham, e ele é bastante bom, tia! – null confirmou.
Joanna assentiu com a cabeça, satisfeita.
- E eu pretendo trabalhar... – null disse séria.
null rolou os olhos, odiava quando null insistia nisso.
- Eu não quero que você trabalhe! – null disse sério.
Joanna riu. Ela era outra pessoa, para a sorte de null. Amanhã, mandaria flores para esse terapeuta!
- Eu sei como minha filha é, quando coloca uma coisa na cabeça... – Joanna disse ao sobrinho que concordou com a cabeça – Mas eu sei de um emprego pra você... Não é lá muito cansativo, você vai gostar, e vai receber um bom dinheiro... – Joanna disse à filha.
- Ah não tia, eu não quero que a null trabalhe, sério! – null disse sério à tia.
- Que emprego, mãe? – null perguntou interessada, ignorando totalmente o namorado.
- O de modelo para a nova coleção da minha grife... – Joanna disse – Estávamos a procura de uma modelo perfeita, e rapidamente sua ex-sogra citou você... – null sorriu ao ouvir aquilo – Você é tudo o que precisávamos, e isso irá ajudar você...
null entortou a boca, porém null deu seu maior sorriso.
- Eu aceito! – Ela disse feliz – Eu amo tirar fotos e... Vai ser legal trabalhar com você, mãe!
Joanna sorriu.
- Vai ser legal trabalhar com você, filha! – Joanna disse.
null sorriu e abraçou a mãe novamente.
- Bem, creio que vocês tem muito a fazer... – A mulher começou, quando null saiu de cima dela, e dirigiam-se até a porta – Então, eu já vou... E amanhã querida, passe em casa lá para as duas da tarde, que é o horário que marcarei as fotos... – Ela dizia, e null apenas assentia – Enfim, até amanhã!
- Até amanhã, mãe! – null disse, despedindo-se da mãe.
Despediram-se, e Joanna abraçou null.
- Cuide dela, null! – Pediu.
- Pode deixar tia, eu estou cuidando... – Ele disse sincero.
Joanna o abraçou, e saiu logo em seguida.
null ficou olhando a porta fechada, e deu um gritinho de felicidade, pulando no colo de null em seguida.
- Você viu o mesmo que eu? – Ela perguntou rindo, enquanto segurava no pescoço do namorado, que segurava em suas pernas.
null riu.
- Vi! – Ele disse – Embora ainda esteja duvidando!
Os dois riram.
- Eu vou ser modelo! – null disse feliz.
null fez bico.
- Não gostei... Agora outros caras vão ficar babando na minha garota...
null riu e mordeu o bico de null.
Ela estava realmente feliz; nem em toda vida dela, pensou que estaria feliz assim.
Se tivesse um diário, aquele dia iria para ele, fato.

Capítulo 23: The Party Song;

A sessão de fotos que null realizou para a grife da mãe e da ex-sogra ficou simplesmente perfeita. Os fotógrafos elogiaram a intimidade que null tinha com as câmeras, e fotos da garota já podiam ser vistas espalhadas por toda Londres.
Agora, null era oficialmente a modelo da grife da mãe. Mal podia esperar para a próxima campanha.
Joanna visitava a filha regularmente, e a obrigava a passar em sua casa todos os dias. Ela queria estar ao lado da filha na gestação.
null, null e null ensaiavam incansavelmente todos os dias; estavam ficando cada vez melhores, e null surpreendeu-se com o talento do namorado e de null. Desde quando eles tocavam/cantavam tão bem?
null ainda não tinha conversado com null, mas null sentia-se totalmente tranqüila quando pensava no menino.
null estava realmente feliz em seu segundo mês de gestação. Sua barriga crescera alguns centímetros.
Ninguém reparou, apenas ela e null, que vibravam com isso.
A barriga era tão invisível, que ela podia continuar usando vestidos tranquilamente. Ok, os vestidos possuíam alguns detalhes, já que sua barriga não era assim tão invisível.
Estava com um vestido acima dos joelhos, apertado no busto e na cintura – não tão apertado, nada que pudesse matá-la asfixiada – em um belo tom azul marinho.
- Uau... – null disse ao terminar de colocar sua gravata, analisando a namorada.
null estava igualmente bem. Um smoking preto, mas sem gravata. Os primeiros botões abertos da camisa o deixavam incrivelmente sexy – mesmo que ele se achasse parecido com um pingüim. Vestiu seus sapatos Church of England e deixou os cabelos bagunçados.
- Uau! – null imitou o namorado sorrindo, enquanto balançava os cabelos, para dar neles um ar mais vivo. Às vezes detestava ter o cabelo tão liso. [N/A: quem me dera não depender da chapinha! –oiq]
null a abraçou por trás, colocando as mãos em sua barriga. O cheiro do doce perfume Dolce que ela sempre usou, invadiu suas narinas imediatamente. Ele amava quando isso acontecia.
- Hum... Você quer mesmo ir? – null perguntou rindo – Eu estou parecendo um pingüim e... Podemos fazer coisas mais divertidas aqui... – null disse, colando seu corpo no da namorada.
Desde que passou a morar com null, seu apetite sexual pareceu triplicar. Para ele, era incrivelmente difícil passar uma hora com ela, sem ter vontade de transar.
Era estranho.
- null, já conversamos! – null disse rindo, agora passando a sombra e o delineador – E você está maravilhoso! Todas as meninas da festa morrerão de inveja de mim! – null disse rindo – E aliás, null, null e null irão!
null assentiu com a cabeça. Não tinha como teimar com null.
O menino voltou a sentar-se na cama, olhando a namorada terminar de se arrumar. null terminou a maquiagem, e olhou-se no espelho.
Estava linda, e sabia disso.
- Hum, pronto! – Ela disse, virando-se para o namorado.
null riu, levantou-se, foi até a namorada encostando-a no guarda roupas, e dando um beijo nela.
null amava quando null fazia isso.
Os dois beijavam-se devagar, e as mãos de null puxavam uma das pernas de null até a altura de sua cintura. A essa altura, as mãos dele passeavam por dentro do vestido da menina.
- null, sabemos aonde isso vai parar... – null disse rindo, separando-se do namorado – E eu quero mesmo ir a essa festa! – Ela riu.
null assentiu com a cabeça rindo.
- Mas você não me escapa mais tarde... – Ele disse rindo, mordendo o pescoço da menina, que riu.
null pegou as chaves do carro, e null deu mais uma olhada no espelho.
Saíram do apartamento, em direção ao carro de null.

O estacionamento da festa já estava lotado, de modo que foi bastante difícil null achar uma vaga.
Realmente a festa estava lotada.
null desceu do carro rápido, ao contrário de null.
- null, vamos logo... – Pediu a menina, olhando o namorado de cara feia.
null riu, entrelaçou sua mão na da menina e seguiram para dentro do salão. Não que null não gostasse de festas, muito pelo contrário. Mas ultimamente, ele preferia bem mais a sua casa.
O barulho ficava mais alto a cada passo que eles davam; null apresentou o convite ao segurança, que os liberaram para entrar.
O salão era enorme, mas parecia pequeno em relação à quantidade de pessoas presentes. O Dj tocava Leavin' do Jesse McCartney – null reconheceu!
As meninas da festas usavam seus vestidos chiques, enquanto os meninos pareciam pingüins. null e null sem duvida eram os mais bonitos da festa; e os presentes pareciam notar.
Meninas encaravam null sem ao menos ligar para a presença de null. Ela adorava!
Os garotos também encaravam null sem nem ligar para null, mas ao contrário da namorada, ele ficava enfurecido com isso.
- Se mais um olhar pra sua bunda, eu juro que arrebento! – null ameaçou, pegando uma taça de champanhe, quando o garçom passou por eles.
null pegou uma também, e riu.
- Amor, eu to com você, certo? – Ela disse rindo.
null deu de ombros, e um gole em seu champanhe.
Os dois ficaram observando a festa, esperando qualquer alma conhecida. Alunas do St. Marrie passavam e cumprimentavam null sorridentes; null as cumprimentava, mesmo sem nunca ter a visto antes.
O Dj estava animado, pois tocava uma música mais agitada que a outra; os presentes na pista de dança agradeciam.
null sorriu.
- Vamos dançar? – Pediu.
null riu.
- Tem certeza? – Perguntou.
- null, você anda muito desanimado! Onde está o null null que eu conhecia? – Ela perguntou rindo, dando um selinho no namorado.
null deu de ombros, e guiou a namorada para o meio da pista.
Tocava qualquer remix, e null começou a dançar com null. null sentia-se tão bobo na presença da namorada...
Era como se ele não conseguisse enxergar defeitos nela, apenas qualidades. Ela era linda, perfeita e dançava bem...
Mesmo que isso não fosse verdade, para ele era. E não aceitaria que alguém discordasse.
Ele colocou suas mãos na cintura da menina, que mexia-se ao ritmo da música. null a acompanhava.
Logo os dois atraíram os olhares dos presentes. null não gostou muito, mas null estava adorando. Ela realmente estava sentindo falta dos holofotes.
A música acabou, e null pediu para que eles se sentassem no bar. null – depois de contestar – Resolveu seguir o namorado.
- Veja se não são o rei e a rainha do baile! – null null comentou rindo, enquanto estava sentado no sofá ao lado do bar, com uma garota a cada lado.
null riu, e puxou null junto a ele. Sentaram-se em uma poltrona, null consequentemente no colo do namorado.
- Cala a boca, null! – null pediu, dando um gole em sua champanhe.
- Ninguém chegou ainda? – null perguntou, ignorando o olhar de cobiça das duas moças sobre seu namorado.
- Não, mas eu já disse que estaria aqui, logo eles chegam! – null disse, mexendo seu copo e bebendo lentamente. null sorriu e deu um selinho em uma das meninas. A outra fez uma espécie de biquinho, então null a beijou também.
null fez careta e null riu.
- Que vadias! – null comentou baixinho ao namorado.
null riu. Já esteve várias vezes no lugar de null, mas achou desnecessário contar isso a namorada.
- É só o null, amor... – Ele disse rindo, beijando a namorada.
Os dois beijavam-se devagar, ignorando completamente o ritmo agitado das músicas que tocavam.
null mexia no cabelo de null com cuidado, e ela arranhava de leve o pescoço do menino.
- Hei, podem parar! Isso ainda é estranho! – Ouviram null dizer.
null riu, saiu do colo de null e jogou-se nos braços do irmão.
- null!! – Ela disse o nome dele de um jeito engraçado, que o fez rir.
- null! – null a cumprimentou, dando um beijo no topo de sua cabeça – Como você ta?
- Bem! – null respondeu sorrindo. Agora ela olhou a cunhada – null!! – Ela meio que gritou, abraçando a amiga.
- null! – null respondeu rindo.
null estava linda também. Vestia um modelo na altura dos joelhos prateado. Seus saltos altíssimos a deixavam extremamente elegante. Seu cabelo estava em um liso anormal, e a maquiagem realçava a beleza de seus olhos.
null estava perfeito também. Depois de null, o mais lindo da festa toda. Usava seu smoking sem gravata e também com os botões abertos. Porém estava com uma camisa cor de rosa por baixo, que null teve certeza que null o obrigou a usar.
No mínimo null achava que estava parecendo um pseudo-mauricinho, mesmo ele estando lindo.
- Finalmente chegou todo mundo! – null disse sorrindo.
- Nem todo mundo... – null disse rindo, saindo do meio das duas meninas.
null era o único que usava gravata. Uma gravata borboleta prateada.
null entendeu perfeitamente o que null quis dizer, embora os outros não tivessem.
- null? – null perguntou, e null, null e null olharam para a menina.
null assentiu com a cabeça. null olhou um pouco preocupado para a namorada, que ignorou-o.
Ela voltou a sentar-se no colo de null e deu um longo gole em sua bebida.
Não queria que null a visse com null. Não agora...
null e null também dividiram uma poltrona, e cochichavam alguma coisa. null voltou para seu lugar, no meio das duas garotas.
- Sabe, eu estive pensando... – null começou ‘brisando’ – Poderíamos tocar aqui hoje, não acham?
null e null se entreolharam. Seria realmente legal se isso acontecesse.
- Claro null, em uma festa como essa... E sem instrumentos! – null ironizou, jogando a azeitona de seu drink em null, que fez careta.
null apenas riu.
- Sério! Eles iam gostar de uma banda tocando e... Instrumentos realmente não são o problema! – null disse sorridente.
- Como não? – null perguntou – E outra, Chez nem está aqui! – null disse, dando de ombros.
- Ah, arrumamos um substituto, isso é fácil! – null disse, ele estava realmente animado com a idéia – Mas o problema principal são os instrumentos.
- Eu estou com a limusine... Coloquei tudo lá dentro... – null disse feliz por causa da bebida – Eu tive um sonho...
Os outros riram.
- Um sonho? – null perguntou rindo.
- É! Por isso eu trouxe os instrumentos! Eu vou conversar com a organizadora... – null deu um sorriso maroto – Já venho!
null e null se entreolharam e riram.
- Eu já falei pro null deixar de usar maconha... Ele fica mais idiota ainda! – null disse rindo.
- Eu também! – null concordou.
- Então vocês vão tocar? – null perguntou ao namorado, que deu de ombros.
- Depende do poder de persuasão de null... Mas se tocarmos, essa festa realmente ficará mais interessante! – null disse, beijando o pescoço da namorada.
Eles esperaram até null retornar. Agora as duas garotas mantinham um semblante sério, no mínimo por ciúmes de null.
null riu da situação.
null deu um sorrisinho pervertido, e tirou a gravata.
- Ela adorou a idéia de tocarmos! – null disse rindo - Hei null! – Cumprimentou, fazendo sinal.
Automaticamente, todos da roda olharam para onde null acenava, vendo um null sorridente e lindo se aproximar.
O garoto olhou null e null, e deixou o sorriso murchar por um segundo. Apenas um segundo, já que logo ele começou a sorrir novamente. Aproximou-se da menina e deu um beijo em seu rosto.
Ele não pode não reparar em como ela estava linda.
- null! – Ele disse sorrindo.
- Hei null! – Ela sorriu, o abraçando.
null desviou o olhar, encarando o copo de null. O que era aquilo que ele bebia?
null correu os olhos por null, e com dificuldade, estendeu a mão.
- null. – Ele disse, com um sorriso mecânico em seus lábios.
null queria superar tudo aquilo, e estava conseguindo.
null apertou a mão do amigo, e sorriu para ele. Sincero.
- null! – Riu.
Os dois riram, e null cumprimentou os amigos restantes.
null ficou olhando null e sentiu-se melhor. null não parecia ter mais ódio dele, mesmo que ele soubesse que null amava sua namorada.
Ele abraçou null um pouco mais forte, e acompanhou com os olhos null sentando-se ao lado de null.
- E aí null, como foi seu tempo em Liverpool? – null perguntou, enquanto mordia a azeitona da bebida de null.
null sorriu e olhou null.
- Bem... Passei um tempo com meus primos, foi legal... Eu assisti a uns jogos... – null disse feliz, pegando uma taça de champanhe. null entendeu o sorriso do amigo, sabia como o namorado amava futebol.
Namorado não, ex-namorado.
Força do hábito...
Logo emendaram uma conversa. null não sentia-se confortável com a situação, mas sempre que podia, entrava na conversa, fazendo qualquer mínimo comentário.
null os interrompeu, olhando no relógio.
- Meia noite... Acho bom irmos tocar... – null disse levantando-se.
- Ah, quero ver a banda de vocês! – null disse animado.
- Eu também! – null concordou.
- Como vamos tocar sem o Chez? – null perguntou começando a se irritar.
Odiava o fato de null ser tão irresponsável. Por que ele foi conversar com a organizadora da festa?
null fez uma careta, e null correu os olhos pelo salão, como se assim o outro integrante fosse aparecer.
- Hum... Se quiserem... – null começou – Eu toco alguma coisa, vocês sabem... Eu posso substituí-lo... É só me passar as músicas antes...
null, null e null sorriram. null e null ficaram surpresas.
- Ótimo! Vem! – null disse, puxando os amigos para fora do salão.
null sentou ao lado de null e deu um gole na bebida da amiga.
- Isso vai ser estranho! – null disse, após engolir o liquido.
- O que? – null perguntou, depois de acompanhar com os olhos os meninos saindo do salão.
- null, null... Tocando... Juntos... – null dizia pausadamente, como se assim null fosse entender.
null deu de ombros.
- Eles não são mais crianças... E null está superando, eu sei que está! - null disse sorrindo.
null deu de ombros.
- Mas percebe-se ao longe que ele ainda tem esperanças com você... E percebe-se ao longe que ele está sendo um pouco hostil com null...
- Você queria o que null, que null virasse para null e dissesse que o amava? – null ironizou – null gostava de mim, e pra ele, null o traiu... É compreensível a hostilidade de null!
null assentiu com a cabeça. null tinha razão.
As meninas ficaram olhando para a porta, esperando qualquer sinal dos meninos.
- Você acha mesmo que eles vão entrar por essa porta? – null disse após um tempo pensativa – Como somos burras! Meio óbvio que eles entrarão pelos fundos, por causa dos instrumentos! – Concluiu.
null sorriu e beijou o rosto da amiga.
- O que seria de mim, sem você? – Ela perguntou rindo.
null riu.
- Nada querida, nada.
null riu, e agora as meninas apenas olhavam para o palco. A bateria já estava sendo montada, e logo, os meninos dirigiram-se cada um para seu instrumento.
null e null estavam apreensivas, seus namorados tocariam e sabiam como isso era importante para eles.
- Vou buscar outra bebida, quer? – Ofereceu-se null.
- Não, pode ir lá... – null disse, dando de ombros.
null sorriu e foi até o bar.
null cruzou as pernas e ficou observando o lugar, e esperando que a banda de null começasse a tocar.
- null null? – Ouviu uma voz nada familiar soar a seu lado.
null olhou para a figura a seu lado, e deu de cara com um rapaz que parecia ser alto – ele estava sentado, então ela não tinha como ter certeza – de cabelos pretos e olhos absurdamente azuis. Ele usava um smoking normal, mas com uma gravata borboleta parecida com a de null. Ele tinha os cabelos desarrumados e um ar tranqüilo, aparentava no máximo vinte anos, e ao que ela pôde perceber, tinha um sorriso lindo.
A menina esboçou um sorriso e com a sobrancelha um pouco arqueada, cumprimentou o desconhecido.
- Oi... – Disse incerta.
O rapaz sorriu e deu um gole na bebida que segurava.
- Eu sei que você não me conhece... – Ele disse girando a bebida dentro do copo – Mas eu te conheço... Quer dizer, você é bastante conhecida entre nós, agora... – O rapaz dizia olhando para null.
- Hm... Não estou entendendo... – null assumiu, dando um sorriso amarelo.
O rapaz sorriu e estendeu a mão.
- Matthew Levine! – O garoto apresentou-se – Fotógrafo! Eu vi as fotos que você para a coleção da sua mãe e não pude não notar o quão fotogênica você é! – O rapaz dizia, enquanto bebia – Tentamos contata-la através de sua mãe, mas por algum motivo, ela não quis deixar que falássemos com você... Fiquei realmente interessado em você, e gostaria de convida-la a fazer umas fotos... Você tem futuro, garota! – Ele disse, com um sorriso encantador – Aliás, tem namorado? – Perguntou com um sorriso sacana, e dando outro gole em sua bebida.
null ia responder, quando null voltou do bar, reclamando da demora.
- Onde já se viu, me deixar esperando quase dez minutos e... Oi? – Cumprimentou Matthew, assim que o viu sentado ao lado de null.
Matthew sorriu e acenou divertido, null retribuiu o sorriso e sentou na poltrona ao lado.
- Eu... Hum... – null ficou um pouco confusa.
- Me dá seu telefone? Você veio aqui para divertir-se e eu estou aqui estragando sua noite... – Sorriu – Amanhã eu te ligo e podemos conversar com mais calma...
null assentiu com a cabeça.
- Pode ser!
Matthew pegou o celular, e marcou os números que null calmamente ditou.
O rapaz sorriu e deu um beijo no rosto de null.
- Obrigado null! – levantou-se – Espero que nos vejamos em breve! Aliás, estou solteiro! – Disse rindo.
null sorriu e acenou.
Matthew tomou distância, e null olhou para null, como se a repreendesse.
- Você deu seu telefone a um cara que...
- Ele é fotografo, quer que eu modele pra ele! – null disse antes que null pudesse julga-la.
- Ahn... – Disse, entendendo – Mas mesmo assim, ele estava dando em cima de você na cara dura!
null rolou os olhos.
- Que seja, vamos logo lá pra frente... – Disse, cortando o assunto.
As duas automaticamente olharam para o palco, e viram que os meninos já se posicionavam.
Logo, Danny pegou o microfone sorrindo de lado, com a guitarra nas mãos, Harry sentou-se a bateria, Dougie pegou o baixo e Tom a outra guitarra.
Assim que eles subiram ao palco, a atenção dos presentes foi dirigida a eles, de modo que Danny sorriu e começou a falar.
- Hei pessoas! – Ele riu – Eu sei que ninguém estava esperando uma banda ou algo do tipo, mas garanto, isso vai animar ainda mais essa festa, e vocês vão realmente gostar! – Ele balançou a cabeça, tentando livrar-se de um fio chato de cabelo – Bem, esse é o McFly, e espero que vocês gostem! – Danny disse rindo.
null e null quando ouviram, dirigiram-se para perto do palco. Queriam estar coladas no palco, como se isso, fosse dar mais segurança a eles.
Ouviram Danny comentar qualquer coisa com os outros membros, e logo começaram uma música.

Dreamer, dreamer, dreamer
(Sonhador, sonhador, sonhador)
Live your life as you please
(Viva sua vida como você quiser)
So long, so long, so long
(Adeus, adeus, adeus)
To all the critics and the enemies
(Para todos os críticos e inimigos)
My sky has turned vanilla
(Meu céu tem virado baunilha)
Like sugar sasperilla
(Como açúcar sasperilla*)
And if only you were nearer I'd say
(E se você estivesse mais perto eu diria)

null estava cada vez mais surpresa com os meninos. Não só ela, como null.
Desde quando eles eram tão bons?
E null, que pareceu ter pego a música na hora... Tocava perfeitamente bem, de cabeça baixa com um sorrisinho de canto.
Era lindo.
null olhava para null enquanto tocava, e não podia não sorrir para a namorada.

Don't wake me up
(Não me acorde)
Baby I'm in love
(Querida, eu estou apaixonado)
And I'm dreaming so much
(E eu estou sonhando tanto)
But I don't ever wanna stop
(Mas eu nunca quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

- AAH que música linda! – null disse abobada – Será que foi o null quem escreveu? – Perguntou animada com a idéia de ter uma música.
null deu de ombros, rindo.
Ela já tinha uma música.
Olhou para as pessoas a seu lado, e todas elas pareciam estar gostando. É, McFly estava agradando...

Don't wake me up
(Não me acorde)
I don't wanna stop
(Eu não quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

null tocava confiante, e as garotas gostavam disso.
null ouviu comentários sobre como ele era sexy tocando, e riu.
Ela não conseguia ver null com outros olhos.
Olhou para null, e viu que a amiga não tirava os olhos do namorado.
Realmente, null era lindo tocando, a seriedade transformada em fofura... null era lindo...

Give up, give up, give up
(Desista, desista, desista)
Time to wipe your soul clean
(Hora de limpar a sua alma)
Someone to love, to love, to love
(Alguém para amar, amar, amar)
Hair like fire, sunset, tangerine
(Cabelo como fogo, pôr-do-sol, tangerina)
The nights are getting colder
(As noites estão ficando frias)
Not getting any older
(Não estão envelhecendo)
The chip fell off my shoulder
(O chip caiu do meu ombro)

Era extremamente lindo o jeito com que tocavam; eles não apenas tocavam, eles curtiam sua própria música.
null ficou impressionada com o desempenho de null no palco.
Nem da banda ele era...

I won't age a day
(Eu não envelhecerei um dia)
and you'll all be gray
(e vocês todos estarão cinzas)
and over eighty, baby
(e com mais de oitenta anos, baby)

Tom fazia algumas dancinhas segurando a guitarra, Dougie parecia bastante íntimo do baixo, Harry fazia caretinhas enquanto tocava a bateria e às vezes, girava as baquetas. Danny cantava de olhos fechados, o que era lindo.
Essa não era apenas a opinião de null e null.

Don't wake me up
(Não me acorde)
Baby I'm in love
(Querida, eu estou apaixonado)
And I'm dreaming so much
(E eu estou sonhando tanto)
But I don't ever wanna stop
(Mas eu nunca quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

A essa altura, algumas pessoas já sabiam o refrão, de modo que elas cantavam junto.
null e null cantavam, elas estavam felizes pelos meninos.
E a felicidade deles, estava estampada em seus olhos e expressões.
null nunca viu null tão feliz.
A não ser quando ele ganhou aquela bicicleta...

Don't wake me up
(Não me acorde)
I don't wanna stop
(Eu não quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

Agora eles repetiam o refrão, de modo que todos cantavam com eles.
Os quatro meninos gostavam do palco, e o palco gostava deles. Era algo incrível.
Danny terminou, ajeitou o cabelo e pegou o microfone, sorrindo satisfeito.
- Bom, esse foi o McFly, e sexta-feira estaremos no ‘Cherry Tre' quem quiser, compareça! – Ele disse sorrindo, e várias pessoas gritaram entusiasmadas com a idéia de ver McFly novamente.
A platéia começou a pedir bis, e os meninos se entreolharam rindo.
- Vamos com I've Got You... – null avisou, e os meninos aceitaram.
null ficou um pouco nervoso, afinal, ele passou apenas três músicas e uma vez. Tinha medo de errar, embora com Don’t Wake Me Up, ele tenha ido perfeitamente bem.
null ficou eufórica, aquela música ela saberia.
Era sua música.
Logo começaram os primeiros acordes da música, e a platéia foi a delírio. null nunca viu uma banda conquistar a platéia tão rápido.
Realmente, eles conseguiram animar e melhorar aquela festa.

Capítulo 24: My Heart;

- Foi realmente bom, cara! – null comemorava animado, com uma garrafa de cerveja.
- Foi mesmo! Nunca pensei que vocês tocassem tão bem! – null disse sorridente, enquanto sentava-se no sofá.
- E o null, uau! – null dizia – Me surpreendeu! Sem dúvidas, ele é melhor que o Chez! – Disse o menino, dando um gole em sua vodca.
- Menos cara, eu simplesmente o substitui! – null disse modesto, mordiscando um biscoito.
Depois da festa, e do sucesso instantâneo que McFly fizera, todos foram ao apartamento de null, para uma comemoração.
- É verdade, nunca pensei que null fosse bom músico! – null disse, enquanto tomava o resto de cerveja do copo de null, que não deixava a menina beber.
- Ah, desse jeito vou realmente achar que sou músico! – null disse rindo, passando o pacote de bolacha para null, que estava a seu lado.
A menina imediatamente pegou um biscoito, e passou o pacote ao namorado.
- Sabe null, o que acha de entrar na banda? – null perguntou, deixando a garrafa no chão, enquanto sentava ao lado da namorava.
null riu, como se achasse a idéia absurda.
- Cara, eu não teria função... A banda já tem um baixista, dois guitarristas e um baterista, eu seria simplesmente inútil... E eu só toquei hoje porque substitui o Chez!
- Chez é um bosta! – null disse, fazendo um careta e dando um gole em sua vodca. null não se dava bem com Chez, fato. Os dois nunca concordavam em nada, e null detestava ser contrariado.
- Menos null... – null disse ao amigo, que deu de ombros.
- Sério mesmo! – null continuou – O Chez é um merda! Só sabe reclamar, num faz nada na banda e reclama da melodia, reclama da letra, reclama do jeito com que eu danço... – null reclamava visivelmente chateado – Qual é!
Eles riram.
- É que, minha antiga banda tocava Pink Floyd, AC/DC... Totalmente diferente desse tipo de música que estamos fazendo... – null dizia, passando um braço pelos ombros de null.
- Mas no meu aniversário, você tocou até The Click Five! – null disse, tentando beber mais um pouco de cerveja. null fez careta.
- null, eu já falei que você não vai beber! – Ele disse sério, o que fez os outros rirem, e null fazer um bico.
null lançou um olhar a menina, mas rapidamente o desviou.
- Porque eu preparei um repertório que você gostasse... – null explicava – Na verdade, Chez não está lá muito contente com o McFly...
- Então vamos tira-lo da banda! – null sugeriu feliz.
- Não é assim, null... – null disse, enchendo seu copo de cerveja, ignorando o olhar de cobiça vindo da namorada – É meio chato você chegar no cara e dizer ‘Hei Chez! Não gostamos muito de você, e nosso amigo null toca bem melhor! Então, vamos tirar você da banda e coloca-lo no seu lugar! Mas não fique grilado não, você supera!’ Não dá! – null explicou rindo.
Os meninos ficaram quietos, null tinha razão.
- Mas eu concordo que null toca melhor que o Chez... – null disse – E eu não me importo de dizer isso a ele, não gosto dele...
null deu de ombros.
- Se você tiver coragem...
null sorriu satisfeito.
- Então amanhã eu falo com aquele projeto de musico! – null disse rindo, agora bebendo a vodca no gargalo.
- Bem vindo a banda, null! – null disse rindo, ao amigo.
- Valeu! – Agradeceu o menino – Cara, nunca pensei que entraria em uma banda...
- Mas entrou! – null disse a null.
Ele queria conversar com null... Mesmo que fossem pequenas frases.
- É... – null respondeu sem olhar o garoto.
null olhou o namorado, e passou a mão pelo ombro dele. Ela sentia-se tão culpada por aquilo...
- Hei null, que horas são? – null perguntou ao irmão, quando percebeu que o silêncio começava a incomodar.
- Quase seis, por que? – Ele perguntou despreocupado.
null olhou para null.
- Acho bom irmos, não acha? – Dirigiu-se ao namorado.
null assentiu com a cabeça.
- Também acho! – Concordou.
null jogou uma almofada nos dois.
- Ah, vocês vão mesmo embora? Dormem aí! Faz tempo que não dormimos juntos... – null disse.
- null, sabemos que você tinha um lado aflorado da vida, mas essa coisa de dormir todos juntos é um pouco estranho, não acha? – null zoou, levando outra almofada na cara.
- Sério! Aliás, vocês já ficam aí e hoje a tarde, ensaiamos, compomos, sei lá! – null sugeria, enquanto pegava a garrafa de cerveja e dava um gole.
Danem-se os copos!
- Acho melhor não... – null disse sério, ficando de pé.
null tinha uma expressão confusa no rosto.
- Ah null, deixa disso! Fica aí! – null insistiu.
- Eu fico! – null disse sorridente.
null riu do amigo. Não precisava nem ter o chamado.
null olhou para null, e rapidamente olhou as pessoas a sua volta.
- Continuo achando que é melhor não... – Ele disse sério, colocando as mãos no bolso.
- Hei null, fique! – null dessa vez quem o chamou – null e eu não vamos ficar... – Ele disse, achando que eles eram os motivos pelo qual null não ficaria.
- Não tem nada a ver com vocês! – null disse sério.
- E vocês dois também vão ficar! – null disse séria.
- Acho melhor não null, eu costumo ter fome durante o sono... – null contou, o que gerou alguns risos.
- Já que ela se alimenta por dois... Que gracinha! – Zoou null.
null jogou uma almofada em null e em null.
- null, temos comida aqui, e null, deixa de cu doce! – null disse sério – null e eu dormimos no meu quarto, null e null no quarto de hóspedes... null e null na sala! E sem controversas! – null dava ordens.
null riu e fez uma cara extremamente gay para null.
- Amor, só você e eu aqui... – null disse rindo, e null deu o dedo do meio.
- Odeio suas crises gays! – Admitiu o menino rindo. Os null’s tinham um ótimo poder de persuasão.
Os outros riram, e null deu um último gole na cerveja.
- Não sei vocês, mas eu vou dormir... – Ele disse, ficando de pé – Até mais tarde... – Disse null, entrando no quarto e acenando para os amigos.
null deu de ombros, acenou para os amigos, e deu um beijo na testa de null.
null olhou null, que deu de ombros.
- Acho que já vamos também, meninos... – null disse, levantando-se.
- Ah, que droga... – null reclamou, ainda bebendo.
null e null riram.
- Eu já estou ficando com sono... – Justificou null – Boa noite null... – Ela beijou a testa de null – Boa noite mais novo integrante do McFly! – null disse rindo, beijando a testa de null.
null fez uma pequena careta, quase imperceptível.
null sorriu.
- Boa noite pequena, dorme bem! – Ele disse, olhando a ex-namorada.
- Boa noite! – null disse firme.
null olhou null e acenou, pegando a garrafa de null e dando um longo gole.
- Boa noite, e cuidado com o bebê! Sem sexo aqui! – null disse, e null corou violentamente.
null deu um chute em null, que riu.
Os dois entraram no quarto de hóspedes, e null jogou-se na cama, enquanto null deitou delicadamente ao lado dela.
Passou o braço pelo pescoço da menina e sorriu, olhando-a.
- Gostou da apresentação inesperada? – null perguntou sorrindo.
null mordeu o lábio.
- Muito! – Sorriu – Ainda mais porque você tocou a minha música...
null riu e beijou a ponta do nariz da namorada.
- Eu sabia que você diria isso... – Riu.
null deu a língua. Os dois ficaram se olhando, até null fechar os olhos e respirar fundo.
null fez o mesmo, e sem que percebessem, pegaram no sono, ignorando os risos exagerados de null, na sala.

A cama já estava desconfortável, de modo que null não viu outra solução, a não ser levantar-se.
Olhou para o lado, e viu que null dormia pesado, com os lábios entreabertos.
Com cuidado para não acorda-lo, saiu do quarto, fechando a porta devagar.
Desde que completou dois meses de gravidez, a menina adquiriu o hábito de acordar cedo – para comer.
Viu que null e null dormiam jogados no chão. null abraçado a uma garrafa, e null encolhido.
Ela não pôde não olhar como null era lindo dormindo.
Sorriu, e seguiu para a cozinha, procurando algo para comer. No relógio acima da geladeira, viu que já eram duas da tarde, mas como eles foram dormir as seis da manhã, o horário era compreensível.
Abriu a geladeira e viu que só tinha queijo e iogurte. Isso porque null disse que lá havia algo para comer.
null rolou os olhos, pegou o queijo e o iogurte e colocou-os na mesa.
Começou a comer o queijo, e bebia o iogurte na garrafinha. Ela realmente tinha fome.
- Quanta fome em plena manhã! – null ouviu null dizendo rindo, encostado no balcão, olhando null comer.
null sorriu.
- Não se esqueça que eu como por dois... – A menina engoliu o que mastigava – Literalmente.
null rindo, assentiu com a cabeça.
- Quantos meses? – Perguntou.
- Dois! – null disse, dando outra golada no iogurte – Ah, quer? – Ofereceu – null é um mentiroso, ele disse que aqui tinha comida... Só tem queijo e iogurte!
null riu da menina, e pegou o iogurte, dando um gole também na garrafinha.
- Se quiser, podemos comer alguma coisa... Aproveitamos e trazemos algo pra eles... Conhecemos o null, sabemos perfeitamente como ele vai acordar... – null disse rindo.
- Eu quero! – null respondeu rapidamente, passando a mão na boca, a fim de limpa-la. – Mas eu não posso ir assim! – null disse, apontando a boxer e uma camiseta de null.
null riu.
- Vem aqui então... – Ele disse, pegando-a pela mão e saindo da cozinha.
Com cuidado, pularam null, e saíram do apartamento, indo em direção ao carro de null.
null abriu o automóvel e fez sinal para null entrar.
Ela o fez, sem entender. Ela não sairia de casa daquele jeito, null estava ficando louco.
- Veste... Pelo menos é melhor do que essa camiseta do Back to the future! – null disse rindo, estendendo um moletom azul marinho da Hurley, que estava no banco traseiro do carro.
null sorriu ao ver o moletom de null. Aquele sempre fora o preferido dela.
- Hei, eu gosto dessa camiseta! – null disse, defendendo a camiseta do irmão. – Se bem que eu prefiro esse moletom...
null riu.
null vestiu o moletom de null, mas continuou de boxers listradas. Daquele jeito, ela nunca mais seria convidada para fazer fotos...
null curvou-se para o banco de trás, e abriu uma mochila. De lá, tirou uma calça xadrez que null reconheceu perfeitamente bem.
- Eu conheço essa calça! – null disse, pegando-a imediatamente. null riu.
- Ainda tem muita coisa sua em casa, sabe... – null disse – Perfumes, blusas, calças, casacos... Até escova de dentes!
null riu, realmente, ela ficava bastante na casa de null, quando namoravam.
- Ainda bem que você trouxe a calça! – null disse rindo, agradecida.
null assentiu com a cabeça.
- Qualquer dia, te devolvo tudo! – Ele disse.
null acenou com a cabeça, e foi para o banco de trás.
Apesar de null vê-la sem roupa várias e várias vezes, não era uma situação confortável, então, no banco traseiro, ela trocou de calça.
Assim que a menina trocou-se, voltou para o banco do carona, e null riu.
- Pronto? – Ele perguntou rindo.
- Pronto! – null disse rindo, ligando o rádio.
Deixaram na rádio local, e null seguiu para qualquer lugar onde vendesse comida.
De canto de olho, observava null, o jeito que ela sorria toda vez que ele olhava pra ela...
Mas não era o mesmo sorriso que ele gostava de ver, era um sorriso bem mais bonito.
Um sorriso de real felicidade, e aquilo o fazia sentir-se mal.
Ele nunca conseguiu fazer null realmente feliz.
Ficaram em silêncio, ouvindo qualquer música dos anos 80, que tocava.
Porém, o silêncio foi interrompido quando ouviram a música que o locutor anunciava: Another Place To Fall, da KT Tunstall.
- Eu não acredito... – null disse rindo.
- Nem eu! – null disse, sorrindo de lado.
Another Place to Fall: a música do primeiro beijo deles.
null pareceu relembrar tudo em um flash: null na festa do colégio em que ele estudava, ele a tinha convidado. Ela estava com um vestido branco, com saltos altíssimos e os cabelos cacheados.
Tocava essa música quando null sentou a seu lado, e os dois começaram a rir de um casal logo a frente.
Os olhares se encontraram, e os dois sorriram juntos, quando sem pedir permissão, null aproximou-se da menina, selando seu lábios. Ele nunca esqueceria daquele dia, da música, de qualquer outro elemento que o fizesse lembrar daquilo.
- Eu sempre lembro... – null disse, sorrindo sem graça, virando a rua.
null sorriu.
- Eu entendo... Essa música é nossa! – Ela disse rindo – É impossível ouvi-la e não lembrar!
null riu, e parou o carro no estacionamento de um supermercado.
Desceram do carro, e foram comprar algo para comerem.

- Acordem! – null berrava em cima da cama de null e null, com uma panela em uma mão, e uma colher na outra. Ele batia com a colher na panela.
null estava com as roupas de null, e null estava apenas de boxers.
- null corre, se eu te pegar você morre! – null ameaçou, ainda de olhos fechados.
null riu, e foi ao quarto de null, onde o menino já estava acordado, e de cabelos molhados.
- Nem vem, null! – null avisou rindo, ao ver o amigo.
null fez bico, e olhou pelo quarto.
- Onde está a null? – Perguntou.
null coçou a nuca e olhou para o amigo.
- Achei que ela estivesse com você... Quando acordei ela não estava mais aqui... – null disse encabulado.
- null também sumiu... – null disse pensativo.
- null também sumiu? – null perguntou, com um tom rude.
null arqueou a sobrancelha.
- Aham... Eles devem ter saído juntos... – null concluiu.
null rolou os olhos. Era bem óbvio que null e null tivessem saído juntos.
O garoto enxugou os cabelos em uma toalha, e foi para a sala, esparramando-se no sofá, a espera da namorada. Ele não tinha gostado do fato dela ter saído sozinha com null.
null parecia ter entendido. Deixou a panela e a colher de lado, e foi ao lado do amigo, enquanto null e null faziam sua higiene matinal.
- Acho que foram comprar comida... – null disse, do nada.
null continuou olhando a porta de braços cruzados.
- E daí? – Perguntou um pouco rude novamente.
null não tinha culpa alguma, mas ele estava um pouco estressado com a situação.
null deu de ombros, e continuaram em silêncio.
Risos foram ouvidos do outro lado da porta, e uma null risonha, e um null descabelado entraram soterrados de sacolas.
- Comida! – null gritou feliz, enquanto null apenas olhava a namorada.
- Hei amor, me ajuda com isso! – null disse, quando seu olhar encontrou com o de null.
- Eu ajudo! – null se ofereceu, correndo e tomando as sacolas das mãos de null.
null riu e foi com o amigo até a cozinha, enquanto null sentou-se ao lado do namorado. Ela deu um beijo no rosto do menino, sorrindo.
- Bom dia! – Ela disse docemente.
- Bom dia. – Respondeu null, hostil.
null não entendeu o comportamento do namorado. Resolveu ignorar.
- Compramos comida... – Ela disse, mexendo no cabelo dele.
- Não estou com fome... – null disse, ainda não olhando a namorada, e ainda de olhos fechados.
null deu de ombros, e saiu da sala, indo até a cozinha.
null saiu do quarto, e juntou-se aos demais na cozinha, enquanto null sentou ao lado de null.
null conhecia o primo mais do que qualquer outra pessoa.
- Ciúmes agora, null? – null perguntou sério.
null rolou os olhos e deu uma risada sarcástica.
- Menos null, bem menos! – Ele disse sério.
- Pára com essa gracinha, minha irmã não merece ser tratada a patadas, por um ciuminho idiota! – null disse sério.
- Não estou tratando ninguém a patadas. Eu simplesmente não acordei de bom humor! – null disse sério, levantando-se e indo até a cozinha.
null rolou os olhos e o seguiu.
Na cozinha, parecia alguma feira ou algo parecido. Conforme null e null tiravam a comida da sacola, alguém o pegava rapidamente. null já tinha pego três pacotes de bolacha, duas garrafas de suco e uma garrafa de iogurte. Ele não deixava que ninguém se aproximasse.
null sentou-se na bancada ao lado de null, que comia uma maçã.
Os dois entreolharam-se, e null voltou a olhar os amigos. Ele não pôde deixar de perceber em como null sorria. Aquilo o deixou preocupado. null sorria bastante, algo anormal para um cara que voltou a poucos dias de Liverpool, porque a menina que ele mais amava na vida deu um pé na bunda dele.
- null, o null quer pegar o seu chocolate! – null disse, escondendo uma sacola de null.
- Sai daí, null! – null disse rindo, pulando do balcão e indo até null, pegando a sacola que o menino escondia para ela.
- Eu também quero chocolate! – null disse, com olhar de cão sem dono.
- Eu divido com você! – null disse sorrindo abraçando a namorada.
- E comigo? – null perguntou rindo.
- Tá, com vocês dois! – null disse rolando os olhos.
Todos rindo, brincando...
null não estava suportando aquele climinha feliz e alegre.
Rolou os olhos, desceu do balcão e foi até a sala.
Escreveu um bilhete, deixou-o pregado na porta, e saiu do apartamento. Seu humor realmente não estava bom.

Capítulo 25: Passado / Tempos Depois;

Não estava me sentindo bem, fui pra casa.
Marcamos ensaio amanhã, null, não esqueça que é você quem falará com o Chez! – null


null estava com o bilhete nas mãos, ainda no carro do táxi.
Ela não deixou que nenhum dos amigos a trouxesse para casa, estava bastante irritada.
Pagou o taxista, e olhou as horas no relógio do porteiro: sete da noite.
Estava pouco se lixando porque tinha passado o dia todo na casa de null, com null, null e null, ela só queria conversar com null.
Por que raios ele estava tão estranho?
null deixou que a raiva tomasse conta dela, não deu bom dia ao porteiro, ignorou a velhinha simpática do andar de baixo, e mostrou a língua à menininha do terceiro andar, que acenava pra ela.
Entrou no elevador, e começou a bater com o pé no chão freneticamente.
Ela nunca foi uma pessoa calma, mas com a gravidez sua falta de paciência parecia ter se agravado.
A porta do elevador se abriu, e quase que correndo, null entrou no apartamento.
Sua raiva pareceu sumir temporariamente, quando ela entrou em casa, e viu null de moletom e toquinha deitado no sofá, de olhos fechados. A televisão estava ligada e passava qualquer jogo de cricket.
Temporariamente.
null desligou a televisão, e null abriu os olhos, olhando a menina, que estava com um semblante sério.
- Eu estava assistindo! – Ele disse sério.
- Você estava dormindo! Ou quase isso! – null disse séria, pegando o controle remoto – null, o que foi essa sua gracinha?! – Perguntou séria.
null rolou os olhos. Odiava quando ela o chamava pelo nome, e odiava quando ela ficava séria.
- Que gracinha? – Perguntou com um tom de cinismo.
- Que gracinha? – null repetiu, com a voz aguda – Você começa me tratando super mal, depois, ignora todo mundo, inclusive sua namorada! Como se não bastasse, vai embora sem ao menos dizer uma palavra a mim, me deixando lá, sozinha!
- Você não estava sozinha, você tinha null, null, null e o null! – Ele fez questão de frisar o nome de null.
null gargalhou alto. Agora ela entendia tudo.
- Ah null, você não está assim por ciúmes, está? – null perguntou incrédula.
null levantou-se do sofá, e foi para a cozinha.
- Não seja ridícula! – Ele disse sério, ao passar pela porta.
null o seguiu, irritando-se cada vez mais.
- Não seja ridícula? – Repetiu – O único ridículo aqui está sendo você, null! Olhe a tempestade que você está fazendo, por ciúmes do null! – null disse séria, chegando mais perto do menino.
null abriu a geladeira e pegou um copo de água. O bebeu rapidamente, deixando escorrer um pouco dos lados de sua boca.
- Não seja prepotente! – Ele disse, depois de engolir – Não é ciúmes, já disse! – Agora, ele saiu da cozinha, indo para o quarto.
null o seguiu, e fechou a porta, para que ele não saísse novamente. Ela ficou na frente da mesma, com a mão na fechadura.
- Deixa de ser infantil e me escuta! – Ela disse, começando a alterar a voz – Se não é por ciúmes, por que é então? Qual o motivo de você estar tão estranho comigo, ahn? – Ela perguntou com a voz tremendo.
null sabia muito bem o que aconteceria em seguida, a coisa que ele mais detestava no mundo: null começaria a chorar.
- Foi... Foi ciúmes... – Ele admitiu, baixinho, sentando na cama.
null deu uma gargalhada forçada.
- Posso saber por que? – Ela perguntou séria, olhando incrédula para o namorado.
- Porque eu te amo. – null disse sério.
- Isso não é motivo! – null disse séria.
null respirou fundo, tirando o capuz do moletom, deixando seus cabelos bagunçados a mostra.
- Eu estava com ciúmes porque quando acordei, você tinha saído com o null, só vocês dois! Eu imaginei milhares de coisas, como ele fazendo chantagem emocional com você, ele tentando pular no Tâmisa e pedir que você ficasse com ele, null de braços abertos na Oxford Street esperando para ser atropelado... – null contava, e null não pôde segurar o riso. null tinha a mente fértil – E o pior, eu imaginei ele te pedindo um ultimo beijo, sei lá... Eu fiquei muito tempo sem você null, muito tempo almejando momentos como os que temos agora... Eu tenho medo de que isso possa acabar a qualquer momento... É tudo sobre você, entende?
null suspirou ao ouvir aquelas palavras, e algumas lágrimas brotaram em seus olhos.
Ela já não segurava mais a maçaneta.
- Mas isso não é motivo para que você me tratasse do jeito que você me tratou... Não só a mim, mas como o meu irmão, o null, a null e o próprio null... – null dizia.
null assentiu com a cabeça.
- Eu sei, eu sei... Mas na hora eu fiquei com raiva... Eu não pensei... – null disse olhando para o teto – Me desculpa? – Pediu.
null deu de ombros e abriu a porta do quarto.
- Que seja. – Ela disse, indo em direção a sala.
Agora a situação estava invertida, era ela quem corria de null.
Sem pensar, o menino correu até ela, segurando em sua cintura, e forçando-a olhar em seus olhos.
- Me desculpa? – O menino perguntou mais uma vez, encostando seu nariz no dela.
null rolou os olhos, rindo.
- Eu odeio não conseguir ficar brava com você! – null disse, fazendo uma espécie de bico.
null sorriu e deu um selinho na menina.
- Promete que nunca mais vai fazer isso? Dar esse tipo de ataque por causa de ciúmes do null? – null perguntou.
null respirou fundo, e ainda abraçado com null, sentou no sofá, de modo que a menina ficou em seu colo.
null passou uma mão pela cintura dela, e a outra ele segurava sua mão.
- Eu prometo não descontar meu ciúmes em você. Mas não sentir... – null começou.
null fez uma careta.
- null, quando você e null namoravam, null me contava cada detalhe da relação de vocês, entende? Eu soube a primeira vez que vocês deram um amasso, sei a primeira vez que dormiram juntos, sei todas as vezes que vocês quase transaram, e sei de todas as preliminares! Ou seja, é ruim pra mim olhar pra um cara, que já viu você sem roupa, que já te beijou... É realmente estranho! E saber que esse cara ainda te ama, só dificulta as coisas... – null explicava.
null assentiu com a cabeça, entendendo o namorado.
- Mas não precisa ter ciúmes, null! – null disse séria, dando um beijo na testa do namorado. Ela não estava mais irritada, na verdade, ela nem sabia o que era raiva naquele momento – É você quem eu amo, é com você que eu vivo, é seu o filho que está aqui dentro... – Ela colocou a mão dele em sua barriga – O null é passado, um passado lindo, admito! Mas é passado, você é meu presente e meu futuro, null! Você faz minha vida valer à pena, e não o null! – null explicava.
null mordeu o lábio e assentiu com a cabeça.
- Eu amo você, ta! – Ele disse sério.
null sorriu, colocando as mãos no rosto do namorado.
- Eu também, muito! – Ela sorriu.
null a apertou contra si, e aprofundou o beijo. Nunca mais brigaria com null.
- Ah! – null partiu o beijo, rindo – null conversou com Chez...
- Sério? E aí? – null perguntou curioso.
- E aí que o Chez disse que já queria sair da banda, mas não sabia como dizer... Ele disse “que não era o seu som” – null imitou o menino – Enfim, null foi super educado com o garoto, não falou metade das coisas que ele disse que falaria! – null riu – Bem, agora null é membro oficial do McFly!
null sorriu de lado.
- Que bom, null realmente toca bem! – Elogiou null.
- Não melhor do que você! – null disse, apertando o nariz do namorado.
Os dois ficaram em silêncio, e null deslizou para o lado direito do namorado, apoiando a cabeça no ombro dele.
null ligou a TV, e o jogo de cricket já tinha acabado. Ele suspirou, trocando de canal. Os dois riram quando viram o começo de Back to the future II.
- Eu odeio a mulher do Marty! – null disse rindo, estralando os dedos de null.
- Eu acho ela hot! Quer dizer, pro tempo dela... – null disse rindo.
- Eu tinha uma paixão platônica pela Marty... – null contou.
- null, o cara tem idade pra ser seu avô! – null disse indignado.
- Mas eu disse o Marty e não o Michael J. Fox! - null disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
null deu de ombros.
null ajeitou-se no colo do namorado, e continuou vendo o filme.
- null... – null chamou, depois de um tempo em silêncio.
- Hum... – Ele disse, prestando meia atenção no filme.
A outra metade de sua atenção estava em null.
- Dá pra acreditar que daqui um mês eu me formo? – null perguntou sorrindo.
- Ainda bem! – Ele disse – Não agüento mais acordar cedo pra te levar ao colégio! – Disse rindo.
- É sério! E daqui dois meses, minha barriga vai estar aparecendo! – null disse olhando sua barriga.
- E você vai continuar sendo linda! – null disse.
null mordeu o canto da boca, e sorriu.
null aproximou-se da namorada, quando ouviram o celular da menina tocar.
null esticou-se e pegou sua bolsa. Viu um numero desconhecido e atendeu. null fingiu não prestar atenção, mas ele prestava – muita.
- Alô... – A menina atendeu, olhando para a televisão, e ajeitando-se ao lado do namorado.
- null null! Finalmente atendeu o telefone... – Ouviu uma voz masculina e bastante bonita do outro lado da linha.
null não reconheceu.
- Hm... Quem fala? – Perguntou.
- Ah, você não tem boa memória... Esqueceu que passou seu número para mim, ontem a noite? – O garoto continuou. Dava pra perceber que ele sorria do outro lado da linha.
- Ah! – Ela lembrou-se, e null olhou-a ao ver o entusiasmo da menina – Matthew, não é isso?
- Correto! Bem, eu estou com uma campanha de biquínis e bem, por fotos eu já a achei bastante bonita, e pessoalmente posso dizer que você é ainda melhor... – null sorriu ao ouvir – Pensei em você para essas fotos... Topa? O cachê é bastante bom...
- Claro! – null aceitou. Adorava tirar fotos – Me diga aonde fica seu estúdio e a data.
- Melhor, me dê seu endereço que eu a busco... – Ele pediu.
- Poder ser... – null disse, passando o endereço ao fotografo.
- Ok! quinta-feira eu passo ai, e fazemos as fotos! – Ele disse – Um beijo, null! – Ele disse rindo.
null sorriu.
- Outro... – E desligou.
- Quem era? – null perguntou, assim que a viu fechar o flip do celular.
- Ah, ontem eu conheci um cara, Matthew Levine... Fotografo. Enfim, ele disse que viu minhas fotos e ficou bastante interessado, me chamou para umas fotos e eu topei. – Ela resumiu a historia, mas null não fez uma cara de quem aprovava – Amor, não faça essa cara. Eu trabalho assim!
null deu de ombros e abraçou a namorada pelos ombros. Ele não queria brigar com ela mais uma vez.

xx

Apesar dos dias parecerem intermináveis, as semanas voavam e mês se passava com uma rapidez assustadora.
Mal perceberam, e estavam em dezembro.
null e null estavam atônitas pela formatura, null, null, null e null estavam excitados pelo fato de conseguirem um empresário e quererem montar uma gravadora – depender de gravadoras é algo totalmente anos 90, segundo eles.
O primeiro Cd do McFly já estava pronto, mas ainda não havia sido lançado. Músicas eram compostas do nada, e até null surpreendia com boas letras.
Desde a apresentação dos meninos no pub, McFly já tinha se tornado incrivelmente popular na Hi Society (jovem) de Londres, de modo que os meninos não demoraram para conseguir várias outras apresentações.
null era fotografada quase que todos os dias por Matthew que era um fotografo bastante prestigiado. A menina não podia queixar-se de nada, e null até se conformava com o fato da namorada trabalhar.
Faltavam apenas duas semanas para a formatura de null, e menina sentia-se nervosa por isso.
Sua barriga já tinha começado a aparecer. null achava isso lindo, mas null ainda sentia-se assustada.
A menina estava sentada assistindo televisão, de pernas cruzadas, com uma caneca vermelha de corações nas mãos, cheia de capuccino.
Estava de noite, e null ainda não tinha voltado.
Com essa coisa de produzirem seu próprio disco, null chegava tarde em casa, e incrivelmente cansado.
null olhou sua barriga, coberta pela enorme camiseta do Star Wars de null. Não sabia ainda se era menino ou menina, queria que fosse surpresa.
Sorriu sozinha, e voltou a atenção para a televisão, que passava uma reprise de The OC. Era o episódio em que o Seth foge de barco.
Deu uma golada em seu capuccino, e ouviu a porta sendo aberta. Olhou null entrar molhado dentro de casa.
- Merda... – Resmungou null, tirando o casaco. O menino tremia.
- null, vai tomar um banho... – null disse – Você vai ficar doente, assim! – Apontou as roupas do menino.
null deu de ombros e foi até o quarto. null ouviu um trovão, e estremeceu um pouco.
Não tinha medo, mas trovões não era legais.
Pegou novamente sua caneca de capuccino, e voltou a atenção para o seriado. null surgiu com os cabelos molhados, de camiseta e boxers, sentando ao lado da namorada.
Ele deu um beijinho no pescoço da menina, que sorriu.
- Como foi hoje? – Perguntou animada.
- Bastante bom! Nosso Cd será lançado na próxima semana! – null contou feliz – E já tem nome!
- Qual? – null perguntou interessada.
- Room on the 3rd floor! – null contou animado – Nem parece que criamos essa banda pra sair do sufoco, quer dizer, a intenção não era ficar famosa...
null sorriu e deu um gole em seu capuccino.
- Mas vocês realmente são bons, merecem o sucesso mais que qualquer outra banda! – null disse passando a mão no joelho do namorado.
null sorriu.
- Ah, eu te trouxe uma coisa... – null sorriu, pegando uma caixinha que estava nas suas mãos o tempo todo, mas que null não percebeu – Eu passei na frente de uma loja e... Eu não resisti, tive que comprar... – null disse, com os olhos brilhando.
null sorriu abertamente, deixou a caneca na mesinha, e pegou a caixinha que null estendeu a ela.
Sem cuidado algum, desfez os lacinhos e abriu a caixa.
Sorriu do jeito mais bobo possível quando viu o par de sapatinhos vermelhos, juntos e incrivelmente pequenos. Os dois cabiam na palma da mão da menina.
- Ah null! – null disse sorrindo.
null a abraçou pelos ombros.
- Eu não vejo hora dele... – Sorriu – Ou dela nascer... Sabe, ver essa criança correndo pela casa, quebrando meus Cds... – Riu – Poder fazer piqueniques no parque... – null brisava.
null sorriu boba, e abraçou null com força.
- Esse foi o primeiro presente pro nosso filho... – null disse, se tocando pela primeira vez que devia comprar roupas para o bebê.
- Eu sei... Já que eu não cumpri o primeiro desejo dele, me senti na obrigação... – null disse rindo.
- Mas você já cumpriu vários outros... – null disse, lembrando-se de seus últimos desejos.
O fondue foi algo totalmente normal, já que ela sentiu vontade de comer pipoca com pasta de amendoim, milk-shake de paçoca (o doce brasileiro que ela viu na televisão), pão com achocolatado e suco de cenoura com menta e batata frita.
- É... Nem me lembre! – null disse, lembrando do sacrifício que foi achar o maldito milk-shake de paçoca.
null sorriu.
- null, se for menina, ela pode chamar Jullie? – Pediu null.
- Por que Jullie? – null perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Ah, eu gosto desse nome... – null disse, enquanto passava as mãos pelo cabelo da menina.
- Ah... Eu gosto de Jenny... – null disse.
- Horrível! – null disse sério – Jenny é nome de velha!
- Claro que não! – null disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- É sim! A avó do meu pai chama de Jenny! Não mesmo, escolhe outro!
null deu de ombros.
- Jamie? – Perguntou.
- Não null, sem ‘J’! – null disse, dando de ombros.
null riu gostosamente. Era a primeira vez que eles escolhiam nomes para o filho.
- Vamos escolher nomes para menino... – null disse.
- Não tem que escolher! Vai ser null null Jr! – null disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Não mesmo! Nada mais brega do que essa coisa de Junior! – null disse.
- Ah null, meu sonho era que meu filho tivesse meu nome! – null pediu, com os olhos brilhando.
- Sem chance! Eu pensei em Travis... – null disse.
- Horrível! Travis só fica legal pro Travis Barker! Imagina só, Travis null, péssimo! – null disse revirando os olhos.
- Hm... Mark? – null perguntou sorrindo. Amava esse nome – Mark null! Fica legal...
- Ah... – null entortou a boca – Nada de Blink!
- Ah null, você é chato! – null disse rindo, saindo do sofá e indo em direção ao quarto.
null riu, e foi atrás da namorada.
null abriu o guarda-roupas, e colocou os sapatinhos do bebê ali. Eles tinham que começar a fazer o quarto do bebê.
- null, sabe no que eu estive pensando? – Ele perguntou sério.
- No que? – null perguntou, ainda olhando os sapatinhos, abobada.
null suspirou. Abraçou a menina pelas costas, colocando seu queixo no ombro dela.
- Sabe, a banda está indo realmente bem, eu estou com uma boa quantia em dinheiro guardada e... Eu acho definitivamente que esse apartamento está pequeno demais para nós três... – null disse.
- Está sugerindo que nos mudemos? – null perguntou sorrindo.
- Quase isso... – null virou a menina para ele – Eu estou sugerindo que... – Ele engoliu em seco – Oficializemos isso, quer dizer, não quero chamar você de minha namorada, sendo que moramos juntos... – Ele pegou nas mãos da menina – Casa comigo?
null abriu a boca, mas nenhum som saía. Não foi nada como ela havia imaginado. Ele não estava de terno e gravata – ele estava de boxers e camiseta – Não tinha velas e música romântica – tinha a luz elétrica e o barulho da chuva – null não estava linda com os cabelos perfeitos – estava com uma camiseta do namorado, e os cabelos presos em um rabo de cavalo mal feito.
Mas não poderia ter sido mais perfeito.
- null, se você não responder, começarei a ficar preocupado... – Ele disse sério.
null sorriu abertamente e pulou no colo do namorado, que a segurou.
- Claro que quero! – Ela disse sorrindo, e dando vários selinhos no agora, noivo.
null sorriu.
- Então, deixa eu terminar... – null disse rindo, colocando-a no chão. Ele abriu o guarda-roupas, mexeu em algumas roupas, e pegou uma caixinha pequena. Ele a abriu, mostrando um par de alianças prateadas.
- Pronto... Agora você é minha noiva! – Ele disse, colocando a aliança no dedo anelar da menina.
null sorriu boba.
- Meu noivo! – Ela repetiu, sorrindo.
null a abraçou forte. Noivos...
null mal podia esperar para contar a null.

Capítulo 26: The Poison;

- Me amarrota, por que eu estou passada! – null disse com os olhos arregalados, olhando para o anel que agora, enfeitava a mão de null.
null sorriu, e fechou seu armário.
- Ele não é perfeito? – null gabou-se sorrindo boba, ficando de costas para seu armário, e olhando a amiga.
- Posso confessar uma coisa? – null disse rindo, agora ela era quem fechava seu armário – Eu jamais imaginei que null fosse um romântico, pra mim ele era apenas o garotinho fútil e prepotente que pegava mais meninas do que o Jude Law... – null disse rindo, e null deu um tapinha na amiga.
- Não fala assim dele... – null sorriu. Fitou por alguns segundos seu anel de noivado – Ok, sou obrigada a concordar plenamente com você! – Assumiu.
null começou a rir, e as duas seguiram pelo corredor.
Era a última semana de aula, a barriga de null já aparecia, o que era motivo de conversas pelo colégio.
Todos já sabiam que a menina estava grávida. No começo não foi algo muito legal, ela foi – mais – motivo de conversas, e dessa vez, comentários um pouco maldosos. Porém, as pessoas pareceram ter se acostumado com isso, o que deixou a menina extremamente feliz.
A escola já tinha começado a ser decorada para o baile de formatura, as estudantes já haviam escolhidos suas universidades, e os professores já haviam fechado as matérias.
null e null sentaram-se no meio do campo de cricket e ficaram olhando alguns rapazes desconhecidos entrarem e saindo do salão principal, sempre carregando alguma coisa.
- Sabe, eu estava pensando... Já pensou nossos namorados famosos? – null perguntou, olhando para o céu, e deitando com a cabeça encima de sua bolsa.
- Não... – null respondeu sincera, prestando atenção nas meninas do segundo ano, que caminhavam sorridentes – Na verdade, eu não gostaria muito que eles fossem famosos...
- Por que não? – null perguntou surpresa.
- Groupies... – null respondeu com certo pesar na voz – Eu não ia gostar de meu namorado viver cercado por garotas peitudas e gostosas, que querem transar com ele apenas porque são famosos! – null disse séria.
null começou a rir, porém parou depois de um tempo.
- Você tem razão... – Disse.
- Eu sei! – null riu – E agora que o Cd já tem data de lançamento...
- Uau. – null disse, ainda olhando o nada.
As duas ficaram em silêncio, null viu a tal Olívia Hornby passando com seu grupo de amigas. Ela contava alguma coisa realmente interessante, pois gesticulava exageradamente.
Por algum motivo, null ficou prestando atenção na menina.
- Essa Olívia... Ela é um pouco estranha, não é? – null perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.
null deu de ombros, ainda deitada.
- Eu acho ela insignificante... Quer dizer, ela só tem uma utilidade: saber das coisas. – null riu – Ela é quase uma Gossip Girl do St. Marrie! Sabe até a cor da minha calcinha! – null disse rindo – Aliás, eu tenho certeza que foi ela quem espalhou que você estava grávida...
null arqueou a sobrancelha.
- Será? – null perguntou curiosa.
As pessoas não perceberam que null estava grávida, realmente alguém tinha espalhado a noticia, já que com dois meses, a barriga de null ainda era quase imperceptível.
- Aposto a minha coleção inteira da Victoria Secret’s! – null disse estendendo a mão direita.
null continuou fitando a menina de longe, já que agora ela tinha sentado em um dos bancos do jardim.
- Hum... – Murmurou a menina.
- Mudando de assunto... – null disse, ao perceber que null começava a pensar qualquer coisa desagradável – Como será que vai ser o baile? O comitê de organização é realmente bom, devo admitir! – null começou.
- Não faço a mínima idéia... – null disse sincera, agora também deitando ao lado da amiga – Espero que seja realmente bom, afinal, baile de formatura é uma vez na vida! – Sorriu.
- Faço minhas, suas palavras! – null disse rindo.
- Matthew fará nossas fotos! – null comentou sorrindo.
Não era porque agora era amiga do fotografo, ele realmente era bom no que fazia.
null entortou a boca.
- Matthew, eu não gosto dele. – Ela disse – Ele dá em cima de você descaradamente!
null riu.
- Não viaja null, ele é bem profissional! – Disse a menina, ainda olhando Olívia.
- Claro! Quando você fez as fotos para a aquela marca de roupas de banho, só você não percebeu o jeito com que ele te olhava, ele praticamente te comia com os olhos... Sorte dele que o null não fica presente nas suas sessões, e aliás, você não acha nenhum pouco estranho o fato dele só aparecer na sua casa, quando sabe que null estará trabalhando? – null disse rápido, e null apenas riu.
- Matthew é um cara lindo, talentoso e rico, pode ter a garota que quiser, ele não daria em cima de mim, uma garota grávida, comprometida e que posa pra ele! Aliás, ficarei todo esse período até a formatura de férias, já que ele vai fazer um curso relâmpago em São Francisco...– null disse séria – Assunto encerrado! – Disse ao ver que null ia argumentar.
null continuou olhando as pessoas, até que percebeu risinhos bem altos, e olhares direcionados a ela. Era o grupinho da tal Olívia.
- null... impressão minha ou essas meninas estão realmente olhando pra mim? – null perguntou discretamente para null, indicando as meninas a frente.
null – nada discreta – olhou-as, e fez uma espécie de careta.
- Se for impressão, estamos com a mesma! – Disse.
null continuou olhando, até que Olívia levantou-se e começou a caminhar em direção à menina.
null olhou para a menina, juntamente com null. Olívia apenas sorria, e chegou até as duas.
- Oi null! – Olívia deu um sorrisinho falso.
null tinha certeza de que era falso.
- Hei. – null disse, sem um pingo de ânimo. Agora, a menina sentou-se.
- Hum... Acho que não está sabendo das novidades, não é mesmo? – Perguntou a menina, com um ar de superioridade que null nunca tinha percebido nela.
Desde quando essa garota tinha virado tão insuportável?
- Depende do que você chama de novidades... – null disse, com o mesmo sorrisinho falso.
Olívia sorriu e olhou para as amiguinhas dela, que continuavam no jardim.
A garota sorriu.
- Estou namorando! – Ela disse sorridente.
null entreolhou-se com null, e ambas riram.
- Desculpe-me a indelicadeza mas... O que é que eu tenho a ver com isso, querida? – null perguntou, com um ar irritantemente cínico.
Olívia sorriu vitoriosa.
- Você tem a ver que... – Ela olhou novamente as amiguinhas, que faziam sinais – Estou com seu ex-namorado...
- Ahn? – null pronunciou-se pela primeira vez.
Olívia sorriu mais uma vez vitoriosa. A menina balançou os cabelos, e colocou uma das mãos na cintura. null apenas olhava a menina.
Impossível... Era o único pensamento que null tinha.
null não podia namorar com Olívia Hornby, podia?
Não! Afinal, ele é seu ex-namorado, e ex-namorados não podem sair por aí, namorando outras pessoas, podem?
Não, não quando seu ex-namorado é null null.
Era um pensamento extremamente egoísta, mas ela não conseguiria ver null com outra menina...
Não com Olívia.
null não tinha absolutamente nada contra Olívia Hornby... Mas por algum motivo, passou a odiá-la.
- É exatamente isso, null! – A menina continuou sorrindo – Estou namorando com null, e vim avisar porque hoje estaremos dando uma festa... Provavelmente ele avisou seu primo... – Olívia olhou para null, com certo tom acusador – Então, vamos nos esbarrar lá, mas eu queria realmente dar essa noticia a vocês... Vejam só! Vamos freqüentar os mesmos lugares, o mesmo grupo de amigos... – Olívia dizia, como se cada palavra que ela usava, fosse algo totalmente surreal e mágico – E o melhor de tudo, podemos ser amigas! – A menina disse com seu mesmo tom de sarcasmo – A não ser que você, null, ligue pelo fato de ter sido trocada por mim...
null começou a rir alto quando ouviu as ultimas palavras de Olívia.
- Trocada por você?! Garota, que cara em sã consciência trocaria null null, por você? – null defendia a amiga. – Saiba da história do término do seu namorado, e depois saia dizendo coisas... Aliás querida, você está sendo um ótimo estepe, já que está mais que na cara que null ama null! – Fez questão de frisar o ‘ama’ – Agora some daqui Hornby! Agora que vamos ‘freqüentar os mesmos lugares’ – Imitou – Eu quero evitar você!
null adorava cada palavra que null dizia, mas estava tão surpresa, que não emitia som algum.
Olívia conseguiu o que queria.
Com um sorriso ainda vitorioso e cínico, a garota saiu, juntando-se novamente com suas amiguinhas.
null levantou-se.
- Essa Hornby é definitivamente irritante! – null disse, com o rosto um pouco vermelho.
Isso acontecia quando ficava nervosa.
- Eu... Não estou acreditando! – null disse, um pouco atônita.
- Nem eu! null caiu no meu conceito, juro! Olhe só para a Hornby! E hei, olhe para o null, ele tem potencial pra conseguir qualquer garota! – null dizia indignada.
- Eu... Preciso falar com a minha mãe! – null disse rápido, pegando seu celular da bolsa.
null não entendeu, apenas ficou olhando.
null discou os números de sua casa, e ficou esperando que alguém atendesse.
Por que tinham que demorar tanto pra atender um mísero telefone?
- Alô... – null ouviu o sotaque engraçado de Satiko, a empregada.
- Satiko querida, sou eu null... – null disse rápido, e antes que a empregada perguntasse qualquer coisa, ela perguntou – Minha mãe está em casa?
- Está sim, espere um minuto... – Ouviu a empregada dizer.
null batia o pé direito freneticamente no chão, null apenas olhava a amiga, em silêncio.
- null, querida, aconteceu alguma coisa? – Joanna atendeu o telefone preocupada.
null não a ligava com freqüência.
- Não mãe, está tudo bem... – null disse – Eu só... – Respirou fundo – Mãe, eu preciso do vestido mais bonito da sua coleção... – null disse rápido, e null riu, entendendo o desespero da amiga – Pra hoje!
- Mas aonde você vai com um vestido dessa coleção? – Perguntou a mulher, um tanto confusa.
- Em uma festa dos null... – null contou e Joanna exclamou um ‘ah claro’ – E eu preciso do seu melhor vestido!
- Mas null, você está grávida, não é todo vestido que vai ficar bom em você! – Disse a mulher.
- Mãe, eu confio em seu potencial! Me liga quando achar um perfeito! – null disse rápido.
- Vou ver o que posso fazer... Até depois! – Disse a mulher, desligando em seguida.
null guardou o celular novamente na bolsa, e null olhou a amiga, confusa.
- O melhor vestido? Pensei que fosse guarda-lo para a formatura...
- Não, eu preciso colocar essa Hornby no devido lugar dela... – null disse com um brilho no olhar.
null conhecia bem aquele brilho no olhar.
Fazia tempos que null não precisava disputar ‘popularidade’ ou qualquer outra coisa do gênero com alguém. Estava realmente com saudades disso.
As meninas ouviram o sinal anunciando o fim do intervalo soar, e elas dirigiram-se a sala.

null releu a música duas vezes. A musica era realmente boa, mas ele sabia perfeitamente pra quem era aquela música.
- Ficou boa, null... – null disse simplesmente, entregando a folha para null.
- Boa? Cara, ficou demais! – null disse entusiasmado – Podemos fazer uma melodia agora mesmo!
- É mesmo! Nunca pensei que você fosse bom compositor! – null disse rindo à null, após dar um gole em seu Red Bull.
null sorriu.
- Obrigado, mesmo... – Disse sentando-se no sofá – E eu gostei da idéia de fazermos uma melodia hoje, até porque, podemos toca-la na minha festa...
- Festa? – null perguntou visivelmente animado.
- Não avisei? – Perguntou o menino com a sobrancelha arqueada – Olívia foi quem deu a idéia...
- Olívia? – null perguntou confuso.
- É, minha namorada. – null disse simplesmente.
null não continuava tão hostil com null. Claro que eles ainda não eram os mesmo amigos de antes, mas davam-se super bem.
Porém, null ainda tinha ciúmes de null, e com essa música então...
- Eu nem sabia que você estava namorando... – null disse, coçando a nuca.
- Estou. – null disse simplesmente – Enfim, pensei que poderíamos tocar lá... Aliás, vou apresenta-la a vocês...
- Eu curti a idéia! – null disse feliz.
- Ah, eu também... Vou ligar para a null! – null disse, já indo em direção ao telefone.
- null? – null perguntou, como se a opinião de null importasse.
null gostou daquilo.
- Pode contar comigo... null adora festa! – Disse rindo.
null sorriu e assentiu com a cabeça.
- Pronto, null já estava sabendo da festa. Agora, podemos fazer a melodia da primeira musica composta pelo nosso pequeno null! – null disse depois de alguns minutos ao telefone.
null riu, e foi em direção a seu instrumento.
null olhou para null, e abaixou a cabeça. Por algum motivo, o fato dele estar namorando não tinha o confortado em relação a null.
Ignorando os pensamentos, começaram a pensar em uma melodia, para a música do null.

null caminhava com a bolsa no ombro direito, e olhava os convites nas suas mãos. Cada aluno tinha ganho cinco convites, podendo convidar qualquer pessoa para o baile.
Ela já tinha destinatário para todos eles.
- Até mais tarde, null! – null ouviu Olívia dizer, enquanto descia as escadas.
null apenas forçou um sorriso, e sentou-se nos degraus, esperando null.
Hoje, ela iria para a casa de sua mãe, então Jeffrey a buscaria. Mandou uma mensagem para null e olhou para trás, vendo se null aparecia.
null sentou-se ao lado da amiga, também com os convites nas mãos.
- Sete dias... – null exclamou, quando sentou ao lado de null.
- É... Sete dias! – null sorriu.
Começaram a ler o convite, e algo ali chamou a atenção de null: uma banda.
- Uau, uma banda! – null comentou sorrindo.
- Que banda será? – null perguntou, ainda lendo seu próprio convite.
- Não faço a mínima idéia, só diz que terá uma banda... – null sorriu – Bem que podia ser os meninos...
- Vai saber! Do jeito que null null está popular aqui... – null disse rindo convencida.
null deu a língua, e ouviram o motorista dos null buzinar.
- Você vem comigo? – Perguntou null, ficando de pé.
- Claro! Eu tenho que te ajudar a escolher sua roupa! – null disse rindo.
As duas riram, e entraram na limusine. null estava realmente com saudades daquilo.
Ao entrar na limusine, não evitou um momento nostálgico. Lembrou-se de quando Jeffrey ligava o som na rádio local, null e null começavam a cantar no fundo do carro, aos berros. Elas sempre faziam vídeos desses momentos ‘protagonistas de filme adolescente da Britney Spears’.
Foi a primeira vez que null realmente percebeu o quanto sua vida havia mudado em tão pouco tempo.
Mas ela não estava infeliz, muito pelo contrário.
Mas sentia saudade...
- Jeff, liga o rádio? – null pediu com um sorriso infantil.
null sorriu alegre, sabia perfeitamente a intenção da amiga.
Ouviram a voz da Fergie sair dos auto-falantes do carro, e null animada, começou a cantar Here I Come.
null cantava junto com a amiga, e o motorista apenas ria. Ela sentia falta desses momentos, fato.

Capítulo 27: Lights And Sounds;

Depois de horas tentando escolher o que seria o vestido perfeito, null estava em sua casa, fazendo sua maquiagem. Sua mãe a convenceu que, uma festa de amigos não merecia um modelo como aquele.
Então, a menina passou no shopping – com sua mãe e sua amiga, claro – e comprou uma calça jeans skinny, um casaco vermelho, acinturado e comprido – que ia até a altura do seu quadril. Colocou por cima suas botas sem salto de camurça preta, que ia até seus joelhos.
Para completar, a menina colocou um cachecol preto de lã, já que o inverno tinha dado sinal de vida. null como sempre, estava trocado e arrumado.
- null, já está bom... É só uma festa na casa do null... – Ele disse, ao ver que a menina ainda se maquiava.
- Já estou terminando... – Disse a menina, terminando de passar o delineador.
Ajeitou os cabelos deixando-os soltos, e ondulados. Borrifou seu perfume Dolce, e sorriu para o espelho.
Ela estava linda, definitivamente não havia chance alguma para Hornby.
null virou-se e null sorriu. Ela fez o mesmo.
null estava com uma calça jeans, All Star tradicional, uma camisa preta de riscas de giz, com os primeiros botões abertos. O cabelo como sempre, propositalmente bagunçados.
- Até que enfim! – null riu, pegando as chaves de cima do criado mudo – Pra variar, está linda!
- Tonto... – null disse rindo, andando atrás do noivo – Você também! Adoro quando você deixa seu cabelo assim!
null riu, e saíram do apartamento. Entraram no elevador, e a velhinha do terceiro andar sorriu para os dois.
Ela já havia contado para eles que, casou-se na idade de null, e foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela.
Desde então prometeram que nunca se separariam, assim como a velhinha e o marido dela.
Eles a cumprimentaram, e saíram do elevador assim que o mesmo parou.
null cumprimentou o motorista e foram em direção a garagem. Ele não gostou do olhar do garoto do quinto andar.
- Eu odeio quando esse garoto te olha... – null disse fazendo uma careta – Eu já tive quinze anos, e sei perfeitamente bem o que ele vai fazer assim que entrar no banheiro! E não me agrada nada saber em quem ele vai pensar...
null riu e deu um tapa no ombro do menino.
- Ouch null, eu não precisava saber disso! – A menina riu – Ela parou na frente da porta do carro, enquanto null a abria – Como você mesmo disse, ele só tem quinze anos...
- Mesmo assim! – Disse rindo, entrando no carro, depois da namorada.
null riu.
A menina ligou o rádio, e tocava I Predict a Riot, do Kaiser Chiefs. Ambos sorriram ao ouvir aquela música.
- Watching the people get lairy, is not very pretty I tell thee… - null começou a cantar, fazendo uma voz diferente.
null riu.
- Walking through town is quite scary, and not very sensible either… - null continuou, fazendo null rir.
- A friend of a friend he got beaten, he looked the wrong way at a policeman… - null cantava ainda com a voz estranha, enquanto dirigia.
- Would never have happened to Smeaton, and old Leodiensian… - null continuou e null olhou pra menina. Rindo, os dois cantaram alto o “La-ah-ah, la la lalala la”.
- Chega, isso foi péssimo! – null disse rindo.
- Você foi péssima, não se esqueça que seu namorado é músico! – null disse rindo.
- Insensível! – null deu de ombros.
- Não, realista! – Ele riu, acelerando.
Terminaram – em silêncio – de ouvir a música, e mal perceberam quando avistaram a casa de null.
O som estava realmente alto, e alguns caras já estavam nas calçadas talvez desmaiados. Provavelmente eram convidados de Olívia. Pelo menos, era o que null pensava.
null estacionou e null não demorou para descer do carro. O vento gelado passou por ela, fazendo seu rosto arder um pouco e seus olhos lacrimejarem. Adorava o frio.
null pegou um casaco dentro do carro e o vestiu. No apartamento estava realmente mais quente.
Ele entrelaçou sua mão à da namorada, e entraram na casa.
A mãe de null estava viajando, estava nos Estados Unidos fechando contrato com a Bendell’s. Joanna contou a null, por isso ele fez a festa.
A sala parecia extremamente grande sem os sofás de couro, e sem a televisão não-sei-quantas polgadas.
Colchões bastante grandes foram colocados em ‘pontos estratégicos’ da sala, de modo que alguns casais se pegavam ali. null guiou a namorada até o jardim, onde sem duvidas, estava mais cheio.
No meio, um palco com a bateria já montada – e nela, o logotipo do McFly – e um pouco próximo ao palco, um Dj se divertia com sua pick-up, e tocava qualquer remix do Justin Timberlake. Bem, era Justin Timberlake, não era?
null não demorou para achar null e null, que estavam sentados na beirada da piscina.
- Adivinha quem é. – null disse rindo, tapando os olhos de null com as mãos.
- null, se você não tirar suas mãos dos meus olhos agora, juro que taco você nessa piscina, sem me importar com o frio! – null disse rindo.
null riu e tirou as mãos dos olhos do irmão, o puxando.
- Me dá um abraço, seu ogro! – Disse manhosa.
null riu e abraçou a irmã, tirando-a do chão.
null cumprimentou null, e em seguida o cunhado.
- Uau, você está linda! – null elogiou – Sem duvidas vai colocar aquela outra no devido lugar! – Comentou.
- Que ‘outra’? – null perguntou, abraçando null pelos ombros.
- A namorada do null. – null disse simplesmente – Ela é insuportável...
Nem null nem null entenderam o que null e null queriam dizer, resolveram por não se meter.
null apareceu sorridente, agarrado na cintura de uma garota do cabelo azul.
null nunca viu aquela garota antes.
- Caras, estou apaixonado! – null disse sorridente, olhando abobado a garota do cabelo azul.
A menina riu e rolou os olhos.
- Arthur, menos... Acabamos de nos conhecer! – A menina disse rindo.
- Arthur? – null perguntou.
- Eu me chamo null! – null disse com os olhos brilhando – null null.
- Que seja! – A menina disse rindo – Vamos dançar, não consigo ficar parada! – Disse, indo na frente, deixando um null abobado parado.
- Quando formos tocar, me avisem. Vou com a minha garota! – null disse feliz, saindo quase que correndo atrás da menina.
Os quatro riram.
- Entendi porque null se apaixonou, a garota não liga pra ele! – null disse rindo.
- Era só o que me faltava, null null apaixonado! – null disse, procurando algo (ou alguém) com os olhos.
- Será engraçado... – Concluiu null.
- Já viram o null? – null perguntou.
- Sim, está vindo! – null disse, ficando na ponta dos pés e fazendo sinal para um null que null não conseguia enxergar.
Logo, null os viu. null estava incrivelmente lindo. Estava com uma calça jeans apertada, um Vans xadrez, uma camisa branca e um cachecol vermelho. O cabelo estava perfeitamente penteado, e sua franja caía levemente em seus olhos. Sem duvida alguma ele era o mais bonito da festa, que null não a escutasse, mas ele tinha ganho até de null.
Porém a seu lado, uma coisa que fez até null null perder o charme. Olívia Hornby. Ela usava um vestido curtíssimo verde, por baixo, uma meia-calça preta, com botas de camurça azul, que iam até a altura de sua canela. Os cabelos castanhos estavam presos no alto da cabeça, e ela vestia um casaco leve do mesmo tamanho que o vestido. Uma ótima combinação, que com ele ficou terrível.
null colocou no rosto seu melhor sorriso, e puxou null ao encontro dos dois.
- null! – null disse sorrindo cinicamente, abraçando null de um jeito que fez tanto null quando Olívia, a olharem de cara feia.
null sorriu abertamente, passando sua mão pelos cabelos da menina.
- null! Uau, você está linda! – Disse sorrindo.
- Obrigada! – null sorriu, colocando uma das mãos no ombro do menino – Você também está ótimo!
null sorriu agradecido.
- Hum, quero apresentar a minha namorada... – null começou.
- Eu já tive o prazer de conhece-la! – null disse ainda com seu ar sou-cínica-obrigada – Você não está nada mal, Hornby! – null disse, abraçando-a – Só acho que esse casaco não combinou muito com o vestido! Estampas ficariam melhor... Mas acho que você ainda não sabe escolher roupas, não é mesmo? – null disse sorrindo, agora abraçando null.
- Obrigada pela dica, null! – Olívia disse entre dentes – Aliás, bela roupa!
- Eu sei! – null disse – Aliás querida, conheça meu namorado, ou melhor, noivo... null! – null disse, enfiando null na cara de Olívia.
null não estava entendendo o comportamento da namorada, ela realmente estava estranha.
Ele sorriu para Olívia, que retribuiu.
- Noivo? – null perguntou, sem esconder a surpresa do rosto.
null abraçou null pela cintura.
- Sim! – Ele disse convencido.
null sorriu e mexeu no cabelo, apenas para mostrar o anel maravilhoso de ouro branco e diamantes, que estava em sua mão.
Ela sorriu satisfeita ao ver a expressão de cobiça que Olívia exibiu.
- Hm... Parabéns então... – null disse, agora ele abraçava Olívia.
- Obrigada! – null disse sorrindo – Hum null, que horas vocês vão tocar, estou realmente ansiosa! – null disse sorrindo para o namorado.
- Não faço a mínima idéia... – null disse – Quando? – Perguntou a null.
- A hora que vocês quiserem... – null disse.
- Estou louca para vê-los tocarem! – Olívia disse dando uma espécie de gritinho, agarrando null.
null rolou os olhos.
- Eu já vi muitas vezes! – Gabou-se null – Na verdade, null fez uma música pra mim... - Uau. – Olívia disse com seu ar ‘grande coisa’.
- Creio que você vai ganhar outra música... – null disse baixinho, olhando para o céu.
- Ahn? – null perguntou, mas o garoto desconversou.
- Hum null, Olívia... – null começou – Vamos andar por aí, depois nos vemos! – Disse, pegando na mão da namorada.
null acenou sorrindo para o casal, e seguiu o namorado.
null pegou um copo de vodca, e o virou de uma vez.
- Posso saber o motivo desse seu duelo com a namorada do null? – Perguntou null, um pouco sério.
- Ah, rivalidade no colégio. – null mentiu.
Jamais ela diria que era orgulho ferido porque Olívia estava com o seu ex-namorado.
- Hm... Me pareceu outra coisa... – null disse, pegando outro copo de vodca.
- O que? – null perguntou, olhando o namorado.
- Ciúmes. Do null. – null disse sincero, virando mais uma vez o copo.
Aquela rapidez com que null bebia estava assustando um pouco a garota.
- Não seja ridículo null! Eu não teria ciúmes do null! – Mentiu – Aliás, vamos nos casar, e eu amo você! Eu tenho você, pra que mais eu ia querer outra pessoa? – null perguntou sorrindo meigamente, puxando o namorado para um beijo.
null correspondeu o beijo da menina, e sorriu.
- Espero... – Ele sorriu, puxando novamente a menina para um beijo.
Depois de se beijarem por alguns minutos (leia-se: vários minutos) e atraírem alguns olhares (inclusive de null null e de Olívia) sentaram-se em um banco próximo ao palco.
null viu null babando na menina do cabelo azul. Ela simplesmente desprezava null, e isso fazia com que o menino se sentisse ainda mais atraído por ela. Era engraçado.
null e null estavam abraçados encostados em uma árvore. Eram sem duvidas o casal mais bonito da festa.
null teve enjôos quando viu Olívia e null trocando saliva, já que aquilo não podia ser chamado de beijo.
Beijo era aquilo que ela dava em seu namorado. Aquilo sim era beijo.
null levou o seu copo de mambo five até a boca, e o engoliu.
- null está fazendo sinal pra mim... – null disse, apontando null com a cabeça.
null olhou o irmão, e viu que realmente ele fazia sinal.
- Vamos lá... – null disse, pegando na mão do namorado.
Os dois foram até null, e não demorou para que null e null se juntassem.
- Agora? – null perguntou animado, esfregando as mãos.
- Agora! – null disse sorrindo – Já venho... – Ele disse à Olívia, dando um selinho nela.
null desviou o olhar. Aquilo realmente era ridículo.
- Boa sorte amor! – null disse a null, dando um selinho no namorado.
null sorriu agradecendo, e seguiu null, null e null.
Ficaram apenas Olívia, null e null. null pegou na mão de null, puxando-a para longe de Olívia.
As duas ficaram bem na frente do palco, de modo que podiam ver seus namorados perfeitamente bem.
- Eu vi tudo! – null disse animada – Adorei quando você falou da roupa dela!
¬Michele sorriu convencida.
Ela ia fazer qualquer comentário maldoso contra Hornby, quando viram null pegar o microfone.
- Oi pessoas! – Ele as cumprimentou – Hum, eu sei que todo mundo aqui nos conhece, então não vamos falar muito, vamos simplesmente fazer! – Ele riu – Só quero dizer que essa foi a primeira composição do nosso pequeno null e que eu estou apaixonado pela menina do cabelo azul! Katie, quer namorar comigo? – Ele perguntou sorrindo.
Ou null realmente tinha ficado louco, ou ele estava realmente bêbado.
A menina simplesmente riu e assentiu com a cabeça, tornando aquela cena bizarra em um momento cute.
null mandou um beijo para a menina, e voltou a seu lugar.
Os quatro se entreolharam, e como se fizessem uma contagem mental, começaram uma música que null nunca ouviu.
null compondo? Só esperava que não fosse para a Olívia...

She was looking kinda sad and lonely
(Ela estava parecendo triste e solitária)
And I was thinking to myself if only
(E eu estava pensando comigo mesmo se apenas)
She gave me a smile but
(Ela tivesse sorrido pra mim mas)
Its not gonna happen that way
(Não vai acontecer desse jeito)

null apenas ouvia a música. A melodia era gostosa, dava vontade de dançar.
null já o fazia, mas null queria prestar inteira atenção na música.

So I took it upon myself to ask her
(Então eu me pus na posição de ir perguntar à ela)
And be her company and maybe after
(E ser sua companhia e talvez depois)
We can talk a while but
(Nós podemos conversar um pouco mas)
I just don't know what to say
(Eu apenas não sei o que dizer)

Se aquela música era pra alguém, null sentia que era pra ela.
Talvez fosse um pouco de egocentrismo da parte dela, mas ela sentia isso.
Lembrou-se imediatamente de quando discutiu com null, quando o menino foi embora da casa do irmão.
Ela ficou chateada, sentada sozinha no sofá, enquanto os outros se matavam de comer.
null foi o único que sentou a seu lado, e tentava anima-la, tentava conversar com ela.
Aquilo parecia ser pra ela...
E a cara de null enquanto tocava confirmava isso.

'Coz you've got all the things that I want and
(Porque você tem todas as coisas que eu quero e...)
I just can't explain so
(Eu apenas não sei explicar então)
Help me babe I gotta get over you
(Me ajude, babe, eu preciso esquecer você)

Ok, a música era pra null. null olhou pra amiga com aquele olhar de ‘uau’. null automaticamente olhou para Olívia, que estava de braços cruzados com uma cara não muito amigável.
null olhou para null que olhava para qualquer ponto invisível naquele jardim.
Algumas pessoas dançavam ou cantarolavam a melodia recém conhecida.
null tocava olhando para a sua nova namorada, e null tocava de olhos fechados.

And now and then she looks in my direction
(E agora ela olha na minha direção)
I'm hoping for a sign of her affection
(Eu espero por um sinal de seu afeto)
But she’s in denial and
(Mas ela está negando e)
She’s got some worries today
(Ela tem algumas preocupações hoje)

null agora olhou para null, de modo que seus olhares se cruzaram.
Ao contrário do que null imaginou, o menino sorriu pra ela, continuando a tocar o seu instrumento.
null olhou para null, que mantinha a expressão um pouco dura. Ele sorria ora ou outra enquanto tocava, mas não era o sorriso que null conhecia e tanto gostava.
Esse sorriso no momento, estava com null.

But I think if she gives me a chance
(Mas eu acho que se ela me desse uma chance)
I'll pleasently suprise but
(Eu iria a surpreender com muito prazer, mas)
Help me babe I gotta get over you
(Ajude-me, babe, eu preciso esquecer você)

Agora, um dos meninos tocavam uma gaita, o que deixou a música bastante interessante.
null continuava com sua expressão dura, e null sorria tocando seu instrumento.
null dançava sorrindo, e Olívia continuava de braços cruzados.

She has everything that she wants and
(Ela tinha tudo que ela queria e)
I just can't explain so
(Eu apenas não sei explicar então)
Help me babe I gotta get over
(Ajude-me babe, eu preciso esquecer você)

Algumas pessoas já cantavam o refrão da música.

Help me babe I gotta get over
(Ajude-me babe, eu preciso esquecer você)

Help me babe I gotta get over
(Ajude-me babe, eu preciso esquecer você)

A última parte foi cantada devagar, e em seguida as pessoas aplaudiram e gritaram.
null pegou o microfone e sorriu para a platéia.
- Essa música fará parte do nosso primeiro Cd, conseguimos encaixa-la! – null sorriu para null – Então, aguardem o lançamento!
Algumas pessoas gritaram null, e mais uma vez, os aplaudiram. Pessoas pediam por mais músicas, e era exatamente o que os meninos queriam.
null anunciou uma outra música que null também não conhecia: ‘Down by the lake’ mas ela não estava mais interessada nas músicas. A música composta por null realmente mexeu com ela.
null com cuidado, saiu do meio das pessoas e entrou na casa.
Ela ouvia a música perfeitamente bem, passou pela sala e subiu as escadas, indo em direção ao quarto de null.
Era o único lugar que ela poderia ficar sozinha, e naquele momento, era o que ela queria.
Seus sentimentos realmente estavam bagunçados.
Ela amava null, não tinha duvidas disso! Ela ia casar com ele, estava esperando um filho dele!
Porém, lembrou-se de null com Olívia, a letra da música...
Sentiu algo estranho no estômago, e olhou pra baixo, respirando fundo em seguida.
Ela estava realmente confusa, e aquilo não era bom.

Capítulo 28: Se Ao Menos Você Voltasse;

null estava deitada na cama de null, e o som do McFly já tinha parado fazia alguns minutos.
Novamente, os únicos som possíveis de serem ouvidos, eram as musicas remixadas do Dj.
A menina estava abraçada ao travesseiro de null. Estava tão confusa...
Fechou os olhos e pensou em tudo o que passou para conseguir ficar com null. Enfrentou tudo e todos, para agora, sentir-se confusa sobre o que sente em relação ao ex-namorado.
- Fiquei preocupado... – null ouviu null dizer, assim que entrou no quarto.
null sorriu e foi ao encontro do namorado.
- Eu só me senti cansada... Vim pra cá antes que algum casal ocupasse o quarto... – A menina riu.
null sorriu e sentou perto da menina.
- Quer que eu fique aqui? – Perguntou.
null sorriu.
- Não precisa, mesmo! – Disse olhando o namorado – Pode descer... Você precisa se distrair um pouco...
- Mas você vai ficar aqui sozinha? – null perguntou preocupado.
- Amor, eu estou bem, juro! Só um pouco cansada, e eu quero que você se divirta um pouco! – null disse séria.
null sorriu, deu um selinho demorado na namorada e a olhou.
- Qualquer coisa, meu celular ta no vibra, pode me ligar que eu subo correndo! – Disse atencioso.
null sorriu e mandou um beijo ao namorado.
null saiu do quarto, e null levantou-se indo até a porta e fechando-a.
Olhou o quarto de null e sorriu indo até a escrivaninha. Olhou os pôsteres do menino, as fotos no mural... Ainda tinha várias fotos dos dois juntos, o que fez ela sorrir. Voltou para a cama, e no criado mudo, viu o que parecia um caderno.
null tinha intimidade ali, então pegou o caderno que descobriu ser um álbum.
No álbum, apenas fotos dos dois juntos, e abaixo de cada foto, uma legenda bonitinha.
Na foto que os dois tiraram em uma sorveteria na Itália, tinha a seguinte legenda:
Foi nesse dia que descobri o quanto gostava de sorvete de pistache!
null riu ao lembrar desse dia, deixou o álbum novamente no criado mudo, e voltou a deitar-se, sentindo o cheiro do xampu de null, através de seu travesseiro.
- Sabia que você estaria aqui... – null disse entrando no quarto.
null levantou da cama, mas null fez sinal para que ela voltasse a deitar.
- Eu sei que você deve estar cansada... Quer dizer, estar grávida deve cansar bem mais do que o normal... – null disse, sentando-se na ponta da cama – Eu disse a null e null que você estava aqui em cima, então, eles estão lá embaixo bebendo... – Riu.
- null está bebendo? – null perguntou com a sobrancelha arqueada.
null assentiu com a cabeça.
- Acho que null está aproveitando hoje, sabe? Sei lá, null está bastante responsável, uma coisa que ele não era acostumado a ser... – null disse e null concordou.
- E você, não vai ficar com a sua namorada? – null perguntou, arrependendo-se logo em seguida ao perceber o quão rude pareceu a pergunta.
null sorriu.
- Não, eu prefiro ficar aqui... – Ele disse sincero – A não ser que você queira ficar sozinha...
- Não quero. – null disse rápido.
null sorriu e olhou para null.
- Gostou da música? – Perguntou.
null mordeu o lábio e assentiu com a cabeça.
- Muito. – Assumiu.
- Er... Você percebeu que... Ela foi pra você, certo? – null perguntou, olhando timidamente para null.
A menina mais uma vez assentiu com a cabeça, null sorriu.
- null, apesar de tudo isso eu... Não quero que você sinta-se mal, pensando que eu quero voltar com você ou algo do tipo, eu vejo o quão feliz você está com null, e como eu disse, a sua felicidade já basta pra mim, mesmo que eu não faça parte dela... – null dizia, mas em um impulso, null jogou-se nos braços do menino, abraçando-o com força.
null ficou quieto, e os dois em silêncio, ficaram abraçados. O menino sentiu o corpo inteiro esquentar com o abraço da menina, ele realmente sentia falta dela.
null sentiu-se bem estando perto de null, mas aquela confusão de sentimentos estava mexendo com ela.
Ela sabia que amava null, claro que amava! Mas por que estava sentindo-se assim em relação a null?
- Eu te confundi, não foi isso? – null perguntou, adivinhando os pensamentos de null.
null adorava quando null fazia isso: adivinhar seus pensamentos.
E ele era quem o fazia melhor.
- Confundiu... – Assumiu a menina, soltando-se do abraço.
null fitou os olhos que ele tanto gostava, e colocou uma mão no joelho da menina, fazendo carinho.
- Juro que não era minha intenção. Até porque, não é justo com a Olívia... – null começou, olhando pra baixo.
null rolou os olhos ao ouvir o nome ‘Olívia’.
- Desde quando vocês namoram? – Perguntou null, olhando o pôster do Pink Floyd.
- Desde semana passada... Conheci ela em uma festa da minha mãe... – null contava.
- Você gosta dela? – null perguntou, desviando o olhar de null.
null sorriu e suspirou.
- Você sabe que não... Mas eu tenho que aprender, não acha? – Ele perguntou, olhando a menina.
null assentiu com a cabeça.
- Eu só acho que a Olívia não te merece! – Disse.
null deu risada.
- Quem me merece? – Perguntou.
null pensou por alguns segundos. Sua resposta seria ‘Eu, eu te mereço’ mas não, ela não merecia null.
Ela foi quem terminou com ele, ela é quem estava noiva e grávida...
- Se ao menos você voltasse null... – null disse sorrindo, olhando a menina, e fazendo carinho no cabelo dela – Mas eu sei o quanto você ama o null, e hei, vocês vão ter um filho e vão casar! – O menino disse, olhando a barriga da ex-namorada – Eu desejo que vocês sejam felizes, e então, eu procuro o mesmo pra mim...
null ouviu quieta. null tinha razão, e ela estava sendo extremamente egoísta em achar que o menino não podia se envolver. Se ele gostava de Olívia, que ele ficasse com ela!
Ela só queria que ele fosse feliz. Do mesmo jeito que ele queria que ela fosse.
- Eu amo você null! – null disse sorrindo, abraçando novamente o menino.
null entendeu bem o significado daquele ‘eu te amo’. É o mesmo ‘eu te amo’ que ela usa com null ou null. Mas ficou feliz em ouvi-lo.
- Eu também pequena, muito! – Ele disse, e null também entendeu o sentido do ‘eu te amo’ de null.
Os dois continuaram abraçados, null olhou no fundo dos olhos de null, e null sentiu-se bem olhando nos olhos do menino. Sem que perceberem, aproximaram-se até um barulho da porta sendo aberta, faze-los separaram-se.
Olívia estava com null, e os dois olharam a cena bonita – null e null abraçados, quase se beijando. Eles não estavam quase se beijando – ok, talvez - mas era uma cena comum, mas que para null e seu ciúmes, poderiam ser motivos de brigas.
Olívia sorriu satisfeita ao ver o olhar de null no namorado.
- null! – null esboçou um sorriso, tentando disfarçar o quanto a situação estava constrangedora.
Não era legal o seu namorado chegar no momento que seu ex-namorado diz que te ama.
- null... null! – null disse com aquela mesma expressão séria – Que momento bonito, ahn?
- null, estávamos conversando... – null começou, dando de ombros.
- Eu vi. – null disse dando um sorriso falso – Eu não pedi explicações, null. Está tudo bem! – Ele disse, levando o seu copo a boca. null já estava um pouco alto.
null lançou um olhar mortal à Olívia, que disse – sem emitir som – as palavras ‘1 a 1’.
null sentiu vontade de avançar em Olívia e espanca-la até a morte. A menina olhou null, e fez sinal de que iria com null. null sorriu de lado e assentiu com a cabeça.
null deu as costas e saiu do quarto, e null foi até ele.
- null, me espera... – null pediu.
null parou bruscamente e olhou null.
- Obrigado null, ganhei um lindo papel de otário! – null disse nervoso, olhando a menina com uma cara nada amigável.
- Do que é que você está falando? – null perguntou séria.
Os dois discutiam no corredor, de modo que sempre que alguém passava por eles, prestava um pouco de atenção na conversa. Era algo realmente novo vê-los discutindo.
- A namorada do null me disse... – null riu ao dizer ‘namorada’ – Disse que viu vocês dois sozinhos no quarto, abraçados... Depois ela não quis ver o resto, e quando eu entro no quarto, ouço você dizendo que o ama, ele dizendo que te ama também, e por fim os dois se abraçam! O que será que aconteceu antes?– null perguntava de um jeito rude, pouco se importando com o que null pensava.
- Então pra você eu sou capaz disso? Capaz de te trair com o null? – null perguntou com a voz embargada.
null respirou fundo e olhou para cima.
- Não sei. – Disse sincero – Você o traiu comigo.
null deu um soco no tórax do null, achando que com isso fosse machuca-lo. No momento, era o que ela queria: machuca-lo fisicamente.
- Seu idiota, eu amava você! Eu trai o null, um cara maravilhoso, porque eu AMAVA VOCÊ, SEU IDIOTA! – Ela gritava agora. Quem null achava que ela era?
- Amava? – null perguntou sério.
null olhou para cima e respirou fundo.
- Amo null... Mas você parece não dar valor pra isso, parece não confiar! – Disse.
- null, como você quer que eu acredite, sendo que agora mesmo a namorada do null veio chorando me dizendo que vocês estavam juntos no quarto? – null disse, agora ele é quem estava com a voz embargada.
null aproximou-se do menino.
- null, olha pra mim! – Ela pediu, e o menino o fez – Eu estava com null no quarto? Estava! Estávamos abraçados? Estávamos! Mas você não ouviu a conversa toda... Ele estava me desejando felicidade, com você! null sabe que eu amo você, sabe que vamos nos casar e tudo mais... – null pegou nas mãos do menino, que estava com a mesma expressão dura - Eu jamais enganaria você null, é você quem faz a minha vida valer a pena, eu amo você! – null disse sincera.
Se ela estava confusa, essa discussão deu clareza aos seus sentimentos.
Amava null, mas como um amigo, nada mais.
Ela amava null, não podia viver sem ele, não aceitaria a mínima hipótese de ficar sem ele.
- Eu... null, eu te amo tanto, eu não quero te perder... – null disse ainda olhando pra cima.
null o abraçou com força.
- Não fica bravo comigo, vai... – pediu – A Olívia é uma piranha, que fez isso de caso pensado, acredite! E eu amo você, já disse que não tem motivos pra você ter ciúmes do null, afinal, eu terminei com ele por você! null assentiu com a cabeça.
- Me desculpa... – Ele pediu – Eu agi feito uma criança ciumenta...
null sorriu e deu um selinho no namorado.
- Tudo bem... Dessa vez! – Ela disse sorrindo de lado.
null pegou a menina pela cintura e aproximou os corpos, dando um beijo de leve nela.
Simplesmente não sabia viver mais sem null, e tinha que deixar de ter tanto ciúmes dela.
Ele tinha que confiar, sabia que null jamais o enganaria.
- Acho melhor irmos embora, essa festa já acabou pra mim... – null disse, olhando-a nos olhos.
null assentiu com a cabeça.
null a pegou pela mão, e juntos desceram as escadas com cuidado. null tinha medo de que null pudesse tropeçar ou algo do tipo.
Despediram-se de alguns amigos – inclusive de null e a menina chamada Katie – e entraram no carro.
null continuava quieto, mas null sabia que amanhã estaria tudo normal.
Ela ainda estava se acostumando com o jeito do primo.


Do capítulo 29 em diante


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