With Me
by Mih | Betagem por Cáh

Capítulo 1 – All My Loving ;

se arrumava na frente do espelho para mais um daqueles jantares família que tanto odiava.
Eram sempre as mesmas coisas, os mesmo assuntos, as mesmas pessoas... A única coisa que mudava, era o motivo do jantar.
Esse, era para comemorar os dezoito anos de casados de seus pais.
Aquilo a enchia.
Ela colocou o vestido azul que sua mãe deixou sobre sua cama, e começou a fazer a maquiagem. Nada muito forte, afinal, era apenas o jantar de família, mas ela tinha obrigação de ficar linda.
Não que isso fosse difícil.
Sentiu falta de , sua melhor amiga, que estava no País de Gales, no velório de sua avó.
O barulho lá embaixo já estava ficando insuportável. Ela estava demorando demais para se arrumar, e o jantar já tinha começado a um bom tempo.
- Hei! – abriu a porta do quarto da menina e entrou, ficando encostado no batente.
sorriu.
- Hei! – Ela sorriu, continuando a se arrumar.
insatisfeito com a recepção, fechou a porta atrás de si, e abraçou a menina pelas costas. Ela sorriu.
- Você está maravilhosa! – Ele disse, dando um beijo na ponta da orelha da menina.
sorriu e passou a mão no cabelo de , ainda de costas pra ele.
- Obrigada! – Ela agradeceu, e virou-se pro menino.
estava com uma calça simples, mas com um suéter vermelho lindo. Seu cabelo estava arrumado, e sua franja caía levemente nos olhos. Ela pôde sentir o perfume que ele usava. Como ela amava aquele cheiro.
- Você também está lindo! Eu adoro esse suéter! – Ela disse sincera.
- E eu adoro esse vestido! Sou obrigado a admitir que minha sogra, desenha melhor que minha mãe! – Ele admitiu, referindo-se a mãe de , que é uma estilista bastante requisitada em Londres.
e namoravam a dois anos, e a cada dia que passava, se apaixonava mais pela menina.
Apesar de seus poucos dezessete anos – no caso de , ainda dezesseis – Ele já sabia que era com ela que queria passar o resto de sua vida.
Definitivamente, ele a amava.
porém, não amava do mesmo jeito. Na verdade, ela estava com ele, pelos pais.
Sim, pelos pais.
A mãe de , e a mãe de eram donas de um império, no ramo da moda. As duas eram estilistas e sócias.
Já o pai de , cuidava dos negócios da família , já que era órfão de pai.
Quando começaram a sair, Joanna – sua mãe – colocou na cabeça de , que ela tinha que ficar com ‘pelo bem da família’.
Não que fosse um sacrifício, já que além de lindo – sim, ele era um dos garotos mais bonitos de toda Londres – ele era um doce de pessoa, fazia de tudo para ver bem. Mas mesmo assim, ela sentia-se mal por não sentir o mesmo que ele sentia por ela.
- Bobo! Sua mãe desenha maravilhosamente bem! – disse.
Era verdade.
deu de ombros, e virou-se novamente para o espelho, agora arrumando seu cabelo.
Ela deixou-os soltos, formando cachos no meio das costas. Terminando o cabelo, borrifou nos pulsos o doce perfume que usava, e virou-se para o namorado, que a olhava sorridente.
Sem demora, a puxou para mais perto, a beijando como se não a visse a anos.
gostava desse jeito imprevisível de . Ora com beijos quentes e rápidos, ora com beijos delicados.
- Acho bom descermos. Sabemos como é pervertido! Sabe Deus os comentários que ele pode fazer se demorarmos! – disse rindo, passando a mão pelo rosto do namorado.
riu.
- Ficaria feliz se realmente acontecesse alguma coisa... – disse baixinho.
ouviu, e deu um tapa no braço do menino.
- Vou fingir que não ouvi esse seu comentário, ! – Ela disse rindo, enquanto fingia sentir dor no local atingido pela namorada.
Ele deu um selinho na menina, e de mãos dadas, saíram do quarto e seguiram para a sala de jantar.
A casa de vivia cheia. Joanna e Robert eram famosos também pelas festas e jantares que davam, por isso, não saíam das colunas sociais; porém ficou surpresa ao ver a quantidade de pessoas presentes.
A quantidade de convidados, e a quantidade de empregados.
Garçons segurando bandejas de champanhe desfilavam pela sala, a sala estava enfeitada com rosas colombianas, e uma música suave tocava de fundo.
Estava tudo perfeito.
Joanna e Robert estavam conversando com a mãe de , Audrey.
- Vamos procurar os caras? – sugeriu.
- Pode ser... – deu de ombros, e ainda de mãos dadas, eles saíram em direção à piscina.
Sabiam que os filhos dos casais convidados, estariam ali.
Realmente, a área da piscina estava cheia de adolescentes. Todos filhos dos convidados de Joanna e Robert.
detestava algumas pessoas ali, por exemplo, Rachel, filha do casal White.
- Uau! – e ouviram uma voz familiar exclamar.
apenas riu, e virou-se, dando de cara com o irmão, , sorrindo e com os cabelos bagunçados.
Apesar de um pouco largado, ele estava lindo. Ele vestia um casaco preto, simples; uma calça apertada e all star. fazia o estilo rockstar rebelde. Joanna em uma de suas crises, queimou todas essas roupas de , obrigando-o a usar roupas decentes. Não levou uma semana para que enchesse seu guarda-roupas novamente. adorava o estilo de .
- Veja só se não é meu irmão mais lindo! – disse manhosa, pendurando-se no pescoço do irmão.
ria. Ele adorava o relacionamento de e .
- Será que é porque sou o único, sua cretina? – disse rindo, beijando o topo da cabeça da irmã.
deu a língua, e voltou ao lado do namorado.
- E aí, quem já chegou? – perguntou.
levou a taça de champanhe que segurava a boca, e deu uma olhada.
- Os White, os Black, os Carlisle... – dizia.
- Quem de interessante chegou? – reformulou a pergunta.
pegou duas taças de champanhe quando o garçom passou por eles. - Ah, os , e os nossos tios... – deu de ombros, dando outro gole em sua champanhe.
sentiu o estômago revirar.
Seus tios tinham chegado.
- ? – perguntou, ao perceber que a namorada não notou a taça estendida pra ela.
sorriu, e deu um longo gole em sua bebida.
acenou para , que estava conversando com a filha do casal Black.
falou alguma coisa à garota, e se dirigiu ao grupo.
- , se não fosse sua mãe, eu juro que investia! – disse, colocando a mão no ombro do amigo, que riu.
- Oi pra você também, ! – disse, acenando para o amigo.
deu um beijo em cada lado do rosto de , e sorriu.
, o único filho do casal , outro grande nome da cidade. Eles eram donos de condomínios populares. Por ser filho único, era um pouco fútil, mas nada que o tornasse insuportável.
Ele vestia um suéter de cashmere verde musgo, e o cabelo arrumado perfeitamente.
tinha o sorriso mais bonito da festa, e todas as garotas presentes pareciam notar.
- Vou ignorar seu comentário! – disse rindo.
- Que comentário? – Outro garoto juntou-se ao grupo.
deu outro gole em sua bebida, quando ouviu a voz dele.
- O quer dar uns pegas na mãe do ! – disse rindo, dando de ombros.
- Sua mãe também tá boa, ! – comentou rindo, enquanto ria, e balançava a cabeça.
- Meu pai também acha! – disse.
- Você já viu o tamanho do meu tio, né?! – perguntou rindo, à .
deu de ombros.
- , como você ta gay! – comentou, olhando a roupa do amigo – Ta parecendo o !
- HEI! – exclamou, ofendido.
- Ele ta lindo! – disse, dando um selinho no namorado.
apenas riu.
- Você é suspeita pra falar, priminha. – disse, olhando com desdém.
- , evite beijar o na minha frente! Isso ainda me incomoda! – disse, fingindo seriedade.
forçou um sorriso, mas somente ele sabia que era um sorriso forçado.
, primo de e . O pai de , é irmão de Joanna.
Como odiava isso. Odiava ser primo de .
- E aí, já sabem o que vão fazer no final de semana? – perguntou, pegando uma taça de bebida quando o garçom passou por eles novamente.
- Já. Meu aniversário. – disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
rolou os olhos.
- Falou o centro do universo. – Ele disse, passando a mão pelo cabelo, com o fim de desarruma-los.
Ele vestia uma camiseta branca social, e por cima um blazer preto. Vestia uma calça jeans simples, mas estava perfeito.
se odiava ao ter que concordar.
- Você não se cansa de ser insuportável, ? – perguntou séria.
riu.
- Tem certeza de que, eu sou o insuportável da história? – Ele perguntou, olhando fixamente nos olhos da prima.
ia responder alguma coisa, mas a abraçou.
- Parem vocês dois! – disse – Vocês não podem se encontrar que já começam a discutir!
- É ele! – disse, apontando o primo.
rolou os olhos.
- Você conhece a namorada que tem! – disse.
- O que quis dizer com isso? – perguntou.
Os dois ficaram se encarando durante alguns instantes. Por um momento esqueceram que estavam brigando.
- Eu... – já não sabia mais o que dizer.
- Olha só, o jantar vai ser servido! – disse, apontando dentro da casa.
- Vamos. – disse, beijando o pescoço da namorada, e guiando-a pra dentro da casa.
os seguiu, e e ainda ficaram lá fora.
respirou fundo.
- Você não me engana. – disse sério.
- Que? – perguntou, depois de tirar os olhos de e .
deu um gole em sua bebida e arrumou o suéter.
- A . Ela mexe com você.
- Ah, cala a boca ! Não pode beber duas taças de champanhe que já sai falando merda... – disse, deixando o amigo sozinho, e entrando na casa.
deu de ombros e o seguiu.
tinha razão. mexia com , muito pra falar a verdade.
Ele se odiava por isso! Primeiro: ela é sua prima. Segundo: namora , um de seus melhores amigos.
Terceiro: ela o odiava. E ele tinha que fingir sentir o mesmo.
Sempre que se encontravam, discutiam. Ele até gostava, adorava ver a cara dela quando nervosa, mas no fundo, queria dizer a ela que, ela não é nenhuma garotinha fútil – como ele mesmo diz. Queria poder dizer a ela todas as qualidades que ele via nela.
Queria dizer que, desde os onze anos ele a ama, mas que nunca disse por nada por serem primos.
sentou-se bem longe de e . Era torturante ver os dois, sempre juntos; ver a beijar toda hora.
Imediatamente lembrou-se de quando tinham onze anos. Eles brincavam sozinhos na borda da piscina da casa de seus avós.
empurrou na piscina, e a menina fingiu que se afogou. Preocupado, pulou na piscina para salva-la. começou a rir quando o menino colocou-a na borda, e ele ficou bravo. Depois, ao ver a menina rindo daquele jeito, ele não agüentou e começou a rir também.
Sem que percebessem, foram se aproximando, e ambos deram o primeiro beijo.
Claro que nenhum dos dois sabiam que eram o primeiro beijo do outro, mas foi especial. Para os dois.
sorriu sozinho ao lembrar disso.

do outro lado da mesa, sentia exatamente a mesma coisa.
E sentia-se mal por estar com , pensando em outra pessoa: no primo.
Ela sorriu ao ver que o menino ria depois de escrever alguma coisa em um guardanapo, e jogar nele.
Ah se Joanna visse o comportamento do filho à mesa...
Voltando a ; o sorriso do garoto era irresistível.
não conseguia vê-lo sorrir daquela forma, e não sorrir também.
- Amor, passa o sal pra mim? – pediu baixinho pra namorada, colocando a mão na perna dela, por debaixo da mesa.
forçou um sorriso, e passou o sal ao namorado.
Apesar de ser o homem mais perfeito do universo, era impossível sorrir totalmente, tendo no mesmo lugar.
De canto de olho, olhou para o primo, que também a olhava.
Por um momento, os dois se encararam, mas olhou para seu prato, e , voltou a olhar para o lado.

No geral, o jantar foi um sucesso.
Depois de todos servirem-se, Robert fez um pequeno discurso sobre como era maravilhoso passar dezoito anos do lado de Joanna, que fingiu chorar. As pessoas aplaudiram, e voltaram à sala, para as últimas bebidas.
Os garotos ficaram em um canto afastado da sala, sentados em almofadas.
por estar de vestido, estava com uma almofada no colo também.
- Você podia dormir em casa hoje, né? – disse baixinho, no ouvido de .
sabia perfeitamente o que queria dizer com isso. Apesar de namorarem a um tempo, eles nunca transaram. Sempre que tentava alguma coisa, dizia que ainda não estava pronta.
sempre a respeitou, e nunca a traiu. Isso era outra prova de amor: que homem consegui ficar dois anos sem nada?
Porém, sempre que podia, ele tentava alguma coisa.
- ... – Ela o censurou, rindo.
Não deixava de ser engraçado.
, vendo que não conseguiria nada – pelo menos naquela noite – riu alto, e abraçou a namorada apertado, fazendo-a reclamar de dor.
rolou os olhos.
- Então, vocês virão pra festa de aniversário da , né? – perguntou, girando o líquido de dentro do seu copo.
- Claro! tem amiguinhas bem hots! – disse, mordendo o lábio inferior.
riu, e continuava olhando e de cara fechada.
- ? – estalou os dedos na cara do primo, que fingiu que nada acontecia. – Ta aí cara?
- O que você falou? Nem prestei atenção... – disse, dando um gole na sua bebida.
Ele precisava de algo mais forte.
- Se você vai vir na festa da ... – repetiu.
parou de conversar com . Aquele assunto a interessava.
- Não. – Ele disse simplesmente.
não escondeu o desapontamento. Ou melhor, escondeu.
- Como se eu tivesse convidado! – Ela disse, rolando os olhos.
olhou para a prima com os olhos semi-cerrados.
- Pois nem se tivesse convidado eu viria. Não há nada que me interesse em uma festa de aniversário de dezessete anos... Ainda mais, sua! – disse, olhando para a prima.
abriu a boca, mas não saiu nenhum som.
Ela simplesmente não sabia o que dizer.
- Eu te odeio, ! – Ela disse séria, fuzilando-o com os olhos.
deu um sorriso de canto – e que sorriso, diga-se de passagem.
- Estamos quites! – Ele disse sorrindo, dando um gole em seguida, em sua bebida.
ficou de pé.
- ... Vamos pro meu quarto? Essa festa já me encheu! – Ela disse séria.
sorriu sem perceber. Ele ainda tinha esperanças.
- Claro. – Sem demoras, ele também se levantou.
acompanhou os dois saindo da sala com os olhos.
Ótimo , agora eles vão ficar sozinhos e sabe Deus o que vão fazer!
e se entreolharam. - Pegou pesado, cara! – disse à .
virou-se lentamente pra , com uma cara nada amigável.
- Não está mais aqui quem falou. – disse, erguendo os braços.
porém, sentou defronte ao primo.
- Você e a são dois imbecis! Parece que vocês têm doze anos de idade! – disse sério.
Por ser o mais velho, era ele sempre quem ‘puxava a orelha’ dos demais.
Nem sempre isso era bom, mas ele achava-se maduro.
- , não começa! – pediu, rolando os olhos.
O fato de e estarem sozinhos no quarto dela, o atormentava.
E saber que isso acontecia por sua culpa, não ajudava.
- É sério, ! Cara, somos primos! Eu e você nos damos bem, por que não, você e ela? – dizia.
concordava com a cabeça.
O medo que ele tinha de , o impedia de dizer qualquer outra coisa.
- Porque ela é uma garotinha fútil que se acha o centro do universo. Apenas por isso. – disse, dando de ombros.
entortou a boca.
- Eu sei que sou meio suspeito pra falar... Afinal ela é minha irmã e... , dê uma chance a ela de mostrar que não é assim! Eu sei que, no fundo você sabe como ela é de verdade! – disse sério.
ficou em silêncio.
Realmente, ele sabia como era de verdade.
Aliás, eles só começaram a brigar toda vez que se viam, por causa de . Desde que percebeu que a amava, começou a trata-la mal, como se com isso, deixasse de gostar dela.
Doce ilusão.
- Que seja. – deu de ombros, dando-se por vencido.
e sorriram.
- Então você vem a festa? – perguntou.
- Não fui convidado. – disse simplesmente, dando outro gole em sua bebida, que já estava quente.
deu um pedala – bastante forte – no garoto.
- Ouch ! – Reclamou.
- Você vai mesmo levar em consideração o que a minha irmã fala de cabeça quente? Você sabe que é mais que convidado. Não só dela, como meu! – disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
sorriu involuntariamente.
- Que seja... Só virei porque não tenho nada mais interessante pra fazer no sábado! – disse, dando de ombros.
sorriu convencido.
Realmente, o poder de persuasão de era realmente bom.

e entraram aos beijos no quarto.
Apesar de ter plena consciência de que nada aconteceria naquela noite, ele queria aproveitar esse momento sozinho.
E não queria desperdiçar a chance de tentar.
Sem parar de se beijar, os dois deitaram na cama e conforme eles se beijavam, a mão de deslizava pela perna de , conseqüentemente levantando seu vestido.
Não era a primeira vez que aquilo acontecia. e brincavam às vezes. Nada além.
colocou as mãos por dentro da camisa de , e arranhou as costas do namorado.
Aquilo pareceu despertar o demônio em , já que o garoto colocou a menina por baixo dele, e começou a despi-la com certa velocidade.
estava gostando, fato. Mas outra pessoa vinha a sua mente quando ela fechava os olhos.
E essa pessoa estava lá embaixo.
- ... – disse, enquanto beijava sua barriga.
Estava bom... Mas era injusto com .
Ela não podia ficar com ele daquele jeito pensando em outra pessoa.
- . – Ela repetiu.
parecia não ouvir.
Com esforço, o empurrou para o lado, e cobriu-se com o lençol, já que o vestido já estava jogado no chão.
passou a mão no rosto e respirou fundo.
Não foi hoje, .
- Desculpe... – não sabia o que dizer.
A única que veio em mente foi o ‘Desculpe’.
Péssima escolha.
, ainda em silêncio, vestiu novamente a camisa.
- ... Eu... – Ela realmente não sabia o que dizer.
- Tudo bem. – Ele disse sério, se vestindo.
Apesar dele dizer ‘tudo bem’, suas expressões confirmavam o contrário.
ficou em silêncio, e se trocou, ficando de pé.
- Melhor eu ir embora... – Ele forçou um sorriso e beijou a testa da namorada – Até amanhã. Te amo.
- Eu também. – disse quando o namorado a beijou na testa.
acenou, e saiu do quarto da menina.
xingou-se mentalmente. era perfeito, por que ela não conseguia ir mais além com ele?
Ela vestiu uma camisola, e deitou. Apesar do barulho lá embaixo, decidiu que dormiria.
A noite dela tinha acabado ali.

Quando voltou para a sala – sozinho – perguntou imediatamente o que tinha acontecido.
- O problema foi esse, cunhado! Nada aconteceu, nada acontece... – Ele disse, visivelmente irritado.
não evitou outro sorriso.
- Bem, acho bom eu ir embora... Amanhã é sexta-feira e eu ainda tenho coisas a fazer... – disse, alegre.
Sua noite não foi totalmente perdida.
- Então vou com você. – disse – Bem, até depois , ! – despedia-se.
- Até depois, ! – despediu-se de – Até depois, primo!
- Até! – acenou para e , e saiu na frente. despediu-se de mais algumas pessoas, enquanto já saía de casa.
Ele ficou olhando a janela do quarto da prima, e sorriu.
- Vamos? – disse, chegando ao amigo.
- Vamos. – disse.
Os dois entraram no carro de e saíram.
Por algum motivo, estava ansioso para sábado.

Capítulo 2 – O Mundo Vai Girar ;

- , acorda por favor... – cutucava o irmão, que ainda dormia.
- Hoje não... – Murmurou , que ainda dormia.
respirou fundo.
Ela abriu as cortinas do quarto do irmão, fazendo-o remexer na cama, cobrindo os olhos.
- Porra ! – Ele disse mal humorado – Hoje é sexta-feira!
- Exatamente! Você precisa me ajudar, ! Não quero que só a mãe cuide de minha festa! Eu quero ajudar, entende? – dizia, sentando-se na beirada da cama do irmão.
destampou os olhos e olhou incrédulo para a irmã.
- Você não me acordou por isso foi? – Ele perguntou sério.
era o irmão perfeito, mas era a pior pessoa do mundo quando acordava.
Ainda mais, quando era acordado.
- Foi... – disse, sorrindo feito criança.
- Ah mano, vai se ferrar! – disse, estressado, entrando no banheiro.
Ele começou a xingar alto, e contou até dez mentalmente. Ela já conhecia o irmão.
Ele a xingaria alto, depois ele a olharia no fundo dos olhos e ela faria cara de vítima.
Arrependido, a abraçaria e diria que nunca mais falaria com ela daquele jeito, fazendo em seguida o que a menina quisesse.
é uma pessoa totalmente previsível.
- ...Liga pra , vem falar sobre festa comigo?! Comigo?! – Ele resmungava.
cantarolava baixinho.
Ela ouviu o barulho de cuspindo na pia, e o barulho de descarga.
Ele saiu do banheiro, e olhou pra irmã, que encarava o chão.
sentiu o coração apertar.
olhou para o irmão, que olhou no fundo de seus olhos. Ele era um monstro.
Pelo menos, era isso que queria que ele pensasse agora.
- ? – chamou.
- Hum... – fazia-se de vítima.
sem demoras, a abraçou.
- Desculpa, eu nunca mais falo assim com você! O que você queria conversar comigo? Perdão... – Ele pedia arrependido.
riu.
- Eu quero que você me ajude com a festa! Não quero deixar somente nas mãos da mãe! – Ela dizia.
- Uhum... – compreendeu – E o que você tem em mente?
sentou-se na cadeira da escrivaninha de , enquanto o menino sentou na cama.
- Eu pensei em inovar, sabe? Todas minhas festas são iguais... Eu pensei em ter alguma banda tocando... – mostrava suas idéias, maravilhada.
- Ah, boa... – realmente tinha gostado – Mas, que banda?
- Eu não queria nenhuma banda famosa... Eu queria uma banda que ninguém conhecesse... – Ela dizia, olhando para algo que não conseguia ver. – Eu queria... Uma banda de garotos tipo... Você! – Ela disse, certa.
- Eu? – apontou a si mesmo – , menos, bem menos!
ficou de pé, e deu um gritinho.
- É ISSO! – Ela disse sorridente – , você não me disse que tem uma banda, escondido do pai e da mãe?
- Banda de garagem , a gente toca só por diversão... – explicava.
- E daí?! Vocês poderiam tocar na minha festa! – adorava mais a idéia a cada palavra.
- , sem chance! – disse sério.
- Aaah... – Ela fez bico.
detestava o fato de ser tão influenciado pela irmã mais nova.
Ele fazia tudo o que ela queria.
- Tá , tá bom! – Deu-se por vencido – Mas você fica me devendo uma!
- Eu te amo, ! – Ela disse, jogando-se em cima do irmão, que riu.
- Mas oh, nossa banda toca rock... E não temos músicas próprias... – explicava.
- Tudo bem! Não tem o menor problema! – dizia – Então, converse com os outros integrantes... Já tenho a minha banda! – Ela disse feliz.
riu. Ele amava ver a irmã feliz.
- Era só nisso que você queria que eu ajudasse? – Perguntou .
- Não. Bem, lugar, decoração e tema, a mãe já resolveu, tanto que o salão já está todo arrumado. Já arrumei a banda, os convites foram entregues na semana passada... – dizia mais a si mesma, do que à – Bem, acho que agora falta apenas minha roupa... , eu preciso estar perfeita! – Ela dizia preocupada.
riu.
- , você já é linda. Sem drama, ok? Aliás, qual vai ser o tema da sua festa?
sorriu.
- Máscaras! Baile de máscaras! E o tema... Vai ser meio que cabaré, entende? – Ela sorriu encantada. Mas seu sorriso murchou - É sério ! Eu sou a aniversariante, preciso estar linda, ofuscar qualquer outra garota presente! E... Você pode me ajudar!
- Ah não, compras não! – disse sério.
- Por favor... – fez o maldito biquinho de novo.
- Tá ! – Mais uma vez, deu-se por vencido – Deixa eu me trocar então! Me espera lá em baixo!
- Ok! – saiu do quarto do irmão saltitando.
era o melhor irmão do mundo, fato.

- ... Que surpresa! – disse, ao deparar-se com o amigo, parado no meio da sua sala.
estava com o rosto um pouco amassado, porque ainda dormia quando chegou.
A empregada o acordou, avisando que tinha um amigo o esperando na sala.
- Desculpa te acordar cara... Mas é que eu precisava conversar com alguém, e você foi o primeiro que me veio a mente. – disse, visivelmente aflito.
arqueou uma sobrancelha e sentou no sofá, fazendo sinal para que fizesse o mesmo.
- O que houve? – Perguntou.
respirou fundo.
- É a ...
respirou fundo. Odiava quando pedia conselhos sobre , a ele.
Por e serem tão amigos, sabia tudo o que se passava no namoro dos dois.
As vezes ele preferia não saber, mas também, tinha coisas que valiam a pena.
Saber que continua ‘intocável’ é uma delas.
- Você vai terminar com ela? – perguntou, escondendo aquela gota de esperança que ele tinha.
Seria uma coisa boa, terminar com ela.
riu.
- Não, não mesmo. – Ele disse sério.
respirou fundo. Não foi dessa vez, .
- Então o que foi? – Perguntou.
respirou fundo. A empregada dos estava na sala, servindo o café na mesinha de centro.
- Eu... Eu acho que a ... Sei lá, ela anda muito distante, sabe? – Ele começou.
- Como assim distante? – pegou uma das bolachinhas da bandeja.
distante com ? Até que não parecia ser ruim.
era um cretino – segundo ele próprio. é seu amigo.
Que tipo de amigo ele era?
O tipo de amigo que é apaixonado pela namorada dele.
- Sei lá... Tipo, quando estamos sozinhos, ela é a melhor namorada do mundo sabe? Fazemos de tudo, menos aquilo... – contava.
- Hum... – ouvia, enquanto pegava outra bolachinha.
- Mas, quando estamos com outras pessoas... Ela fica distante, sabe? Ela fica aérea ao que eu falo, parece que ela não fica confortável comigo, entende? – dizia, pegando uma xícara de café.
Ele deu um gole e devolveu fazendo careta. Ele odiava café.
- Outras pessoas? Quem por exemplo? – perguntou, e pegou outra bolachinha.
Cara, aquelas bolachinhas eram boas!
- Ah... – pareceu pensar por um momento – Geralmente, vocês.
rolou os olhos e riu.
- ! Claro que ela vai ficar mais ‘na dela’ quando está perto do irmão, do primo e de um amigo da família! – dizia como se fosse a coisa mais óbvia da família.
entortou a boca.
- Não sei não...
- , deixa de ser inseguro, deixe esse papel com ela! Ela te ama, cara! – dizia aquelas palavras que o machucavam – Você acha que se ela não te amasse, ela estaria a dois anos com você?
sorriu de lado.
Porém, esse sorriso desapareceu.
- Dois anos, e nunca transamos... – Ele disse.
- , desde quando sexo é prova de amor? – perguntou sério.
- É prova de confiança. – disse.
- Cala a boca! – disse rindo – Eu fico com garotas que nunca vi na vida, e quando transo com elas não é porque as amo ou confio nelas. É porque eu senti vontade.
- Mas... Ah... – estava confuso.
- , deixa disso cara! Ela te ama, dá pra ver! – dizia. – Pára de colocar merda na sua cabeça e curte a namorada que tem!
sorriu. era o melhor cara pra isso.
- Tem razão...
- Claro que tenho razão! – disse. E mais uma bolachinha. – Vai procurar um presente pra ela, vai. Amanhã aquela coisa faz dezessete anos, mais precisamente no domingo, mas enfim, a festa é amanhã! – riu da própria confusão - E sabemos como ela é enjoada para presentes...
riu ao ver como se referia a prima.
- Ok... – ficou de pé – Valeu ... Eu fico confuso, entende? Obrigado por me ouvir!
ficou de pé, e deu tapinhas nas costas de .
- Que isso! – Ele respirou fundo – Ela te ama, só pensa nisso.
sorriu e assentiu com a cabeça, ele estava se virando para ir embora, quando sentiu o celular vibrar.
Resolveu atender ali mesmo.
- Oi? – Ele atendeu – Aham... Pode falar mãe. – apenas ouvindo – Como assim? Mãe tem a festa da e... Ah... Ok, Beleza, eu converso com ela... Tá, tá. Outro. – Desligou.
jogou-se no sofá novamente.
- O que houve, cara? – Perguntou .
respirou fundo.
- A minha tia, da França... Tá mal, cara. Não passa desse final de semana... E minha mãe quer que eu vá pra lá com ela... Pra vê-la antes dela morrer... – disse desanimado.
- Oh, meus pêsames. – adiantou.
deu de ombros e levantou-se.
- Bem, vou avisar a ... Antes vou ver se passo na joalheria, comprar algo pra ela... Enfim, valeu ! – acenou.
- Vai lá cara, boa sorte. – disse, sem se mexer.
A empregada o levou até a porta, e voltou a sala e continuou comendo suas bolachinhas.
Ele olhou para a porta e respirou fundo. É, o amava, por qual outro motivo ela ficaria com por dois anos?
nem podia imaginar.

- , decida-se! É o sétimo vestido que eu coloco e você diz que ficou maravilhoso! – dizia, olhando-se no espelho com um vestido vermelho.
- Mas é que você fica linda em todos... – irmão coruja , disse.
mandou um beijo ao irmão, e continuou se olhando.
rolou os olhos, e viu que o celular da irmã tocava.
- , tá tocando! – disse, apontando o celular.
- Atende. – disse, entrando novamente no provador.
Ele não olhou no identificador, e atendeu.
- Alô? – Ele disse.
- ? – Uma voz familiar disse do outro lado da linha.
sorriu involuntariamente. Já estava com saudades.
- ! – Ele disse alegre – Hei menina, como está?
Ele ouviu a menina rir.
- Bem, na medida do possível... E você? – Ela perguntou.
- Bem! – Respondeu animado – E aí, volta quando? – Ele prolongou a conversa.
- Era sobre isso que eu queria conversar com a ... Acho que não vou voltar a tempo da festa... – disse, visivelmente chateada – Aliás, onde está?
- No provador. Está experimentando o oitavo vestido... – Ele disse rindo.
também riu.
- Bem típico da . – Ela disse e concordou.
- Ah... vai ficar chateada de não ver você na festa... – disse.
Na verdade, ele ficaria mais chateado do que , mas isso não vem ao caso.
- E eu? – suspirou – Eu vou ver o que consigo fazer... Melhor não dizer isso a ela. Se eu conseguir voltar a tempo, passo na festa!
- Combinado! – sorriu.
Os dois ficaram em silêncio no telefone.
A menina respirou fundo.
- Bem , terei de desligar... Beijo. – Ela disse.
sorriu idiotamente.
- Outro. Até amanhã. – Ele disse.
Ouviu rir, e desligou o celular.
já não conseguia mais disfarçar, era completamente apaixonado por , melhor amiga da irmã.
Ela também gostava de , sabia disso, mas a pedido da amiga, nunca contou ao irmão.
não entendia porque eles não estavam juntos, já que se gostavam.
- Quem era? – perguntou, agora vestindo um modelo branco.
- . – sorriu.
- Ela vem? – perguntou animada. Sua amiga tinha que estar em sua festa!
- Não... – disse chateado.
- Droga. – reclamou – Bem, e este? – Apontou para o vestido que usava.
- Prefiro o anterior, mas esse ficou lindo também! – disse.
rolou os olhos e voltou para o provador.
A ligação de serviu como estimulante para , do contrário, ele não teria paciência de esperar provar mais quinze vestidos.

Mais ou menos duas horas depois tinha se decidido. Ficou com um modelo preto acima dos joelhos – bem acima dos joelhos, diga-se de passagem – e já sabia a máscara que usaria.
tinha aprovado o modelo, até porque se ele não aprovasse, não o levaria.
É, a opinião do irmão contava muito.
- Eu preciso de uma pulseira... E um colar! – dizia baixinho.
já estava exausto, e enjoado. Enquanto ele esperava , comprou três milk-shakes e dois Big Mac’s. Ele não era do tipo ‘adolescente saudável’.
- Você não vai comprar hoje, vai? – perguntou incrédulo.
Se ela demorou quase quatro horas pra escolher um vestido, Deus sabe quanto tempo ela demoraria pra escolher um colar e uma pulseira.
riu.
- Não, eu sempre ganho de presente do pai! – Ela disse sorrindo, imaginando as jóias que o pai compraria.
Para quem não a conhecesse, seria a perfeita adolescente fútil que não sabe como gastar dinheiro.
Quem a conhecia sabia que, ela foi criada assim e não tinha culpa.
- Então vamos, eu estou exausto cara! – disse, pegando na mão da irmã.
sorriu, e os dois foram em direção ao carro, que estava no estacionamento do shopping.
Eles dispensaram o motorista – detestava toda essa coisa de motoristas e limusines – e foram no carro de . Um modelo esportivo conversível.
– ao contrário do que pensavam – não se importava em desmanchar o penteado quando abaixava o capô. Adorava o carro do irmão por sentir o vento no seu rosto.
Ela sentia-se em um filme adolescente.
- Liga o som, ! – Pediu.
não demorou e ligou. Estava tocando Sum 41. ergueu os braços e começou a cantar ‘Still Waiting’ aos berros.
Graças a , ela tinha bom gosto musical.

- Você canta pior do que a Marly! – disse rindo, referindo-se a cozinheira, quando chegaram em casa.
Marly sempre cantava Queen enquanto cozinhava. Parecia até que ela incorporava o Freddie Mercury. diz que já a viu dançando como o ex-vocalista.
- Não exagera! – disse, deixando a sacola com o vestido no sofá, e jogando-se nele.
Ela também estava exausta.
- Hei! – voltava da cozinha, segurando um copo de capuccino.
detestava café, mas gostava de capuccino.
- ? – perguntou surpresa.
tinha essa intimidade. Quando ele ia à casa de e ela não estava, sempre a esperava lá.
Mais precisamente na cozinha, conversando com Marly.
- Amor, precisamos conversar... – disse sério, sentando ao lado da namorada.
- Eu vou subir. Qualquer coisa, gritem! – disse, jogando as chaves do carro na mesinha de centro, e indo em direção a escada.
ignorou o irmão e olhou o namorado. Realmente não parecia estar brincando.
- O que aconteceu? – Ela perguntou séria.
respirou fundo.
- Houve um imprevisto e... Eu vou ter que ir pra França com minha mãe hoje... Ficarei o final de semana lá. – Ele disse sério.
- AH! – exclamou, desapontada.
Como assim seu namorado não estaria presente em sua festa de dezessete anos?
- Eu sei, eu também estou chateado... Parece que a minha tia, irmã do meu pai, está realmente mal. Meu tio acha que ela não passa desse final de semana. Minha mãe acharia desumano eu não ver minha tia antes dela... – deu um gole em seu capuccino. Ele não conseguia terminar a frase.
sentiu o chão desaparecer.
Ok, não era pra tanto, mas pra ela, era!
Sabemos que ela não ama , nem nada do tipo, mas ela gosta dele e... Queria que ele estivesse presente em um momento importante como aquele.
- Eu estaria sendo egoísta se pedisse pra você ficar... – disse depois de um tempo. Ela realmente ficou sensibilizada pela situação.
deu um selinho na menina.
- Mas eu não esqueci do seu presente... – Ele disse sorrindo.
sorriu também.
- , sua tia está morrendo e você se preocupa com presentes! – Ela disse sincera.
Viram só? Ela não é tão fútil.
- , fica quieta! Você é minha namorada, e eu não faço mais que minha obrigação! – Ele disse sorrindo tirando de dentro do bolso do casaco, uma caixinha preta.
Os olhos de brilharam.
- Eu sei que a tradição é, seu pai lhe dar a jóia que você usa no seu aniversário mas... Como eu não estarei aqui, tomei a liberdade de comprar. – disse, abrindo o estojinho preto.
ficou eufórica.
- Oh meu Deus! – olhou a jóia que o namorado comprara – É o colar Erickson Beamon! – Ela disse estupefata. [N/A: Sim meninas, o colar que o Chuck dá pra Blair no EP 8 :D]
simplesmente sorriu, e o tirou da caixinha, colocando-o no pescoço da namorada.
- Eu... Eu não posso aceitar! – Ela disse sincera.
deu um beijo na namorada.
- Sem essa! Eu comprei pra você! É pra compensar o fato de estar ausente no seu dia. – Ele sorriu – E esse colar foi feito pra você!
abraçou com força.
Não era pelo fato de ter ganho uma jóia como aquela, e sim pelo fato dele se importar tanto com ela. era perfeito, simplesmente perfeito.
- Eu te amo! – Ele disse mais uma vez, segurando o rosto da namorada nas mãos.
- Eu também! – Ela disse, e deu um selinho nele – Você é o melhor namorado do mundo! – Riu.
sorriu e a beijou.
Beijaram-se durante vários minutos. Era como se quisesse guardar o beijo dela, para aproveita-lo na viagem.
Porém, o beijo foi interrompido pelo celular do menino, que vibrava.
- Eu tenho que ir amor. – Ele disse sério, depois de ler a mensagem. ficou de pé, e também – Mais uma vez desculpa e... Eu te ligo!
sorriu e abraçou forte o namorado.
- Obrigada. – Ela agradeceu.
a beijou novamente e saiu da casa dela.
sentou-se no sofá sorrindo boba. era perfeito.
Por que não conseguia gostar dele, como gosta de ?
Ela pegou o vestido e o colar, e levou-os para seu quarto.
Amanhã seria seu dia. Com ou sem .

Capítulo 3 – Hey Tonight ;

O dia parecia ter sido encomendado. Apesar da época, o dia amanheceu quente e gostoso.
Definitivamente perfeito para uma festa de um .
passou o dia todo no salão. Como ela mesma dizia ‘queria estar perfeita’.
passou o dia ensaiando – com esforço, ele convenceu os outros integrantes a tocarem na festa – e passou o dia tentando achar uma máscara.
A noite, não diferente do dia, também estava perfeita. Realmente o dia favorecia .
- , você não vai mais achar! Desiste! – , já pronto, dizia.
Ele e tinham combinado de irem juntos. usava um smoking Armani e uma máscara tipo a do Zorro. O cabelo perfeitamente arrumado, como sempre.
estava com uma calça social e uma camisa listrada com os primeiros botões abertos. Ele usava all star, quebrando o ar ‘mauricinho’ das roupas. O cabelo como sempre, desarrumado propositalmente.
- , se você não tem como ajudar, cala a boca! – disse, após desligar o telefone.
Ele deixou para comprar a máscara em cima da hora, e não achava mais.
Parecia que a cidade inteira ia nessa festa, segundo .
- Já tentou na... – começou, mas jogou o celular no chão.
Ele pensou no que perderia se não fosse à festa. Ele perderia bebida, boa música – ele sabia que a banda do era boa – perderia ver incrivelmente linda... Com .
- Eu não vou mais. – Decidiu – Essa festa não vale o esforço que eu estou fazendo. – Ele disse sério.
- Ah não, ! Deixa disso cara! O quarteto já vai estar desfalcado sem o ! – dizia, gesticulando.
arqueou uma sobrancelha.
- Como assim ‘sem o ’? – perguntou.
- Você não tá sabendo? – perguntou confuso – A tia dele tá com o pé na cova...
- A francesa? – perguntou. falava muito sobre a tal tia francesa.
- A própria! Enfim, ele está na França! – contava, agora voltando a se olhar no espelho.
sentou na cama e pensou por alguns instantes.
Bem, agora a festa parecia mais interessante.
- Ok, mas ainda não tenho a máscara! – disse desanimado.
colocou a mão no queixo e ficou pensativo.
Era uma cena engraçada.
- Eu acho que já sei de um lugar! – sorriu. – Mas é a última vez que te ajudo quando você é irresponsável!
riu e levantou-se.
- Que seja!
Os dois saíram de casa, e dirigia.
As idéias de geralmente não são muito boas, mas já eram nove horas da noite e não estava em posição de escolher.

A festa estava marcada pra começar as sete da noite, mas sempre gostou de suspense.
Ela sabia que a essa hora, o salão já estava lotado, mas ela não ia se apressar.
Ainda em casa, ela colocou o vestido e o colar que ganhara de . Ela definitivamente estava linda.
O cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto, e a franja estava caída nos olhos. Ela pensou em colocar um coturno, mas ficaria muito ‘garotinha do rock’ e sua mãe certamente não a deixaria sair de casa daquele jeito, então, colocou seu par de sapatilhas pretas.
- Hei, hei! – entrou no quarto da irmã.
Ele ficou parado, olhando-a. virou-se para ele, e mordeu o lábio inferior.
- E então? Como estou? – Perguntou, incerta.
sorriu.
- Linda! – Ele sorriu abertamente – Sem dúvidas a mais linda da festa!
abraçou o irmão.
- Obrigada. – Agradeceu – Aliás, você também está lindo!
fez um barulho com a boca e riu.
Ele estava calça jeans, all star, uma camisa social branca, e por cima um casaco preto. O cabelo como sempre, desarrumado, mas hoje ele usava um boné virado para trás.
- E sua máscara? – Perguntou .
tirou uma máscara simples, que cobria apenas o lado esquerdo do rosto e colocou-a.
- Aqui! – Ele sorriu. – E a sua?
sorriu e abriu o guarda-roupas, tirando de lá uma máscara prateada, que cobria apenas a região dos olhos.
sorriu, como se aprovasse.
- Bem, então vamos? – Ele perguntou, dando o braço pra irmã.
- Sim! – Ela disse, depois de borrifar a sua colônia Dolce.
Ela deu o braço ao irmão, e desceram em direção ao carro de .

- O que estamos fazendo nessa escola de teatro, seu imbecil? – perguntou irritado, ao perceber que estacionou defronte ao teatro.
- Você vai me agradecer! – disse, descendo do carro.
não entendia nada, simplesmente irritava-se mais a cada segundo.
Ele desceu e foi atrás de .
- , não vão nos deixar entrar aqui... – dizia, quando eles pararam para falar com o porteiro.
- . – mostrou a identidade.
O porteiro olhou alguma coisa nos computadores.
- Pode entrar. – O homem disse e avisou que estava com ele.
não entendia nada.
- Como... Você... – estava confuso, fato.
- Meu pai me obrigou a fazer teatro quando eu tinha quinze anos. Por isso que eu nunca pude ir aos seus jogos de hóquei! – explicava, enquanto caminhavam rápido por um corredor escuro – Ele disse que eu tinha que ter alguma atividade extra-curricular, e o curso de teatro da nossa escola era podre.
não sabia se ficava surpreso, ou se ria.
Na hora, veio a imagem de fantasiado e recitando versos.
- Por que nunca contou? – perguntou, segurando o riso.
Não que teatro fosse algo cômico, mas, teatro + já era palhaçada.
- Vergonha, oras. Veja se eu tenho vocação pra ser ator! – disse como se fosse a coisa mais óbvia – Aqui! – Ele disse, abrindo uma porta.
entrou e o seguiu.
Algumas pessoas faziam gestos de olhos fechados. Sem dúvida estavam tendo aulas.
começou a fazer sinal para uma mulher baixa, que dizia alguma coisa baixinho.
Ela o viu, acenou e dirigiu-se aos meninos.
- ! – Ela o cumprimentou – Resolveu voltar com as aulas? – Perguntou esperançosa.
- Não exatamente, Sra. Marsh... – deu um sorriso amarelo – Na verdade, eu preciso de um grande favor seu.
A tal Sra. Marsh estudou e por debaixo de seus óculos de aro cor de rosa. Ela arqueou as sobrancelhas tatuadas.
- Que tipo de favor? – Perguntou receosa.
sorriu.
- Nosso amigo aqui – abraçou pelos ombros – Esqueceu de comprar uma máscara, e a prima dele está dando um baile de máscaras. A garota é incrivelmente temperamental, e se não comparecer, é capaz dela ter um infarto! – dizia.
sentia vontade de rir.
A mulher pareceu pensar por alguns segundos.
- Tudo bem. Venham. – A Sra. Marsh disse, guiando os garotos novamente pelo corredor.
Eles entraram na sala que estava escrito ‘Figurino’ na porta.
Dentro da sala, várias araras de roupas. Roupas de todos os tipos. Ali também tinham fantasias engraçadas...
Logo mais para o lado...
- Máscaras! – nunca foi tão feliz em aceitar uma ajuda de na vida.
- Escolha. Mas... Eu só poderei vende-las. – A mulher disse.
- Sem problemas! – disse.
começou a olhar as máscaras, e depois de bastante escolher, pegou uma simples (que cobria apenas a parte dos olhos) preta.
Era a menos chamativa, segundo ele.
- Obrigado Sra. Marsh, muito obrigado! – agradeceu.
- Acerte comigo depois! – Ela disse.
e sorriram, e saíram correndo da sala.
- Valeu ! – dizia, enquanto corriam para fora do teatro.
- Não foi nada cara! – disse rindo.
Eles saíram do teatro, e apoiaram-se nos joelhos para tomar ar.
Os cabelos de ficaram ainda mais bagunçados, no entanto os de , nem se moveram.
- Vamos? – disse por fim.
- Vamos! – sorriu.
Entraram no carro novamente, e seguiram para a festa de .

Joanna não exagerou quando disse aos filhos que contratara vários fotógrafos.
Quando e desceram do carro, vários flash’s o pegaram. rolou os olhos, pegando a irmã pela mão, e entrando com ela no salão.
olhou maravilhada para o salão. Estava tudo decorado com peças teatrais. Máscaras em vários lugares, cortinas... A decoração lembrava um cabaré.
não desejou de outro jeito.
- Uau! – disse, olhando o local.
- Uau! – concordou, rindo.
Um DJ tocava músicas dançantes enquanto a banda de não se apresentava. No bar, o barman fazia todo tipo de bebida. As garçonetes estavam com perucas cacheadas, vestidas como dançarinas de cabaré, e os garçons, com roupas iguais a do Brendon Urie.
- Parabéns, ! – Alguém que não conseguiu identificar disse.
sorriu e esqueceu que ainda não tinha colocado a máscara.
Ela colocou a mesma no rosto, e a imitou.
- Bem, que comece a festa! – disse, ainda de mãos dadas com a irmã.
assentiu com a cabeça, e foram para o meio do salão.
Tocava Don’t Matter, do Akon e as pessoas dançavam lentamente. Ok, nem tão lento.
, discretamente, procurava alguém com os olhos. Se é que ele viria.
- Feliz aniversário, sua cretina! – ouviu alguém dizer.
Ela virou-se e uma garota com um vestido amarelo (ou seria dourado?) um pouco acima dos joelhos, com sandálias de salto altíssimo e cabelo cacheado, sorria pra ela.
- Oh meu Deus! – gritou, abraçando a amiga que sorria, por debaixo de uma máscara branca de strass.
sorriu imediatamente ao perceber de quem se tratava.
- Você está linda! – disse sincera.
sorriu.
- Você também! Chegou quando? – Perguntou.
- A exatamente duas horas! Foi realmente difícil achar um vestido e uma máscara decente! – disse rindo. Ela olhou para .
- ! – Ela sorriu – Você está... – Lindo. Ela queria dizer lindo – Realmente legal!
sorriu.
- Digo o mesmo!
e sorriam furtivamente um para o outro. rolou os olhos, rindo.
- Vou beber alguma coisa. – Ela disse, saindo.
- Quer dançar? – perguntou à , estendendo a mão a ela.
- Adoraria, ! – Ela disse sorrindo, dando a mão ao garoto.
viu os dois começando a dançar no meio do salão, e sorriu.
Era a primeira vez que realmente sentia falta de .
Sabia que se ele estivesse ali, eles estariam se acabando de dançar ou então, se beijando.
- Vai querer o que? – O barman perguntou simpático.
- Strawberry Dawn. – disse.
O barman começou com a pirofagia enquanto fazia a bebida.
Ninguém – tirando as pessoas mais próximas – reconhecia , o que ela agradecia mentalmente.
A última coisa que ela queria no momento, era pessoas babando seu ovo.
O barman sorriu furtivamente para a menina, e entregou a bebida a ela.
- Obrigada. – Ela disse sorrindo, dando um gole em sua bebida.

estacionou com o carro a uma quadra do salão, já que não tinha mais lugar.
Desceram do carro, e colocaram a máscara.
- Não é justo! – reclamou.
- O que? – perguntou, enquanto caminhavam em direção ao salão.
Eles já ouviam a música.
- Sua máscara é bem mais legal que a minha! – disse e deu de ombros.
- Cala a boca, ! – Ele disse rindo.
Os dois caminharam rápido, e rapidamente chegaram ao salão.
Eles também foram invadidos por flash’s e entraram correndo.
- Cara, eu vou me acabar hoje! – Foi o que disse, quando entrou.
apenas riu, e começou a procurar uma pessoa com os olhos.
Mesmo mascarada, ele a reconheceria a distância.
- Eu vou dançar! – disse sorridente – Você vem?
- Depois. Vai lá! – disse, e saiu.
Conforme andava, algumas garotas sorriam pra ele. definitivamente atraía as meninas, mesmo mascarado.
Ele foi em direção ao bar, que estava cheio.
- Mambo five! – disse ao barman, que logo começou a preparar sua bebida.
Ele percebeu uma silhueta feminina deixando um copo no balcão, e indo animada em direção a pista de dança.
Era ela.
esperou sua bebida – não tinha tanta pressa – e bebeu-a lentamente, apenas acompanhando cada movimento de a distância.

Agora tocava alguma música psy. começou a dançar, o que atraiu olhares de todos.
Principalmente de alguns caras.
A menina fazia movimentos simples, mas que com ela, viravam coisas incrivelmente sensuais.
percebeu que já era hora de dançar.
Ele deixou o copo vazio no balcão, e entrou no meio da pista.
- Não acha que está muito solta, não? – disse para a prima, que até então não tinha notado a presença dele ainda.
- Ahn? – Ela não tinha o reconhecido.
sorriu por ela não reconhecer sua voz no meio do barulho.
Ele estendeu a mão a ela, e ela a pegou, sorrindo.
Agora o DJ começou a tocar uma música lenta, anunciando que seria a última, antes da banda de tocar.
puxou para perto, aproximando os corpos. Ele segurou firme em sua cintura, enquanto ela segurava em seu pescoço.
Ela conhecia aquele cheiro.
- ? – Ela perguntou, olhando nos olhos do menino, que sorriu.
Ela sentiu o estômago dar voltas com aquele sorriso.
- Não vou te dar parabéns agora, porque ainda não é meia noite, e ainda não é seu aniversário. – Ele disse rindo, enquanto dançavam devagar.
evitou sorrir.
- Eu acho que você não foi convidado... – Ela disse rindo.
também riu.
- Eu sou um ótimo penetra! – Ele disse.
Era incrível como o humor de ambos, parecia bom naquela noite.
Nem nem estavam querendo brigar. Não naquela noite.
girou a prima, e a puxou delicadamente.
- Gostei da máscara. – disse simplesmente.
deu outro sorriso que fez o estômago de dar voltas.
- Você não sabe como foi difícil encontra-la! – Assumiu.
balançou a cabeça negativamente, e riu.
aproximou ainda mais os corpos, e , por impulso, apoiou a cabeça no ombro do menino.
- Estamos nos dando bem hoje, não acha? – comentou rindo.
- Digamos que é uma trégua. Pelo meu aniversário! – Ela disse rindo.
simplesmente não acreditava que aquilo estava acontecendo.
- Ok. Só pelo seu aniversário! Amanhã eu brigo com você. – disse rindo.
- Amanhã ainda é meu aniversário. – disse, agora olhando para o menino.
- Tá, você ganhou um bônus. – disse rindo.
A música acabou, e com esforço, separaram-se.
Eles continuaram se olhando, e virou-se, olhando para o palco.
Agora, e os três caras da banda dele estavam preparando os instrumentos.
- Finalmente vamos conhecer a banda do ! – disse, chegando mais perto da prima.
O garçom passou por eles, e ele pegou uma bebida.
fez o mesmo.
- É... – Ela disse, olhando os integrantes.
[N/A: independente do que o toca na formação original, no McFly, na fic ele é vocalista, certo?]
O que estava com a bateria tinha o cabelo de várias cores, não conseguia contar. Ele era alto e forte, mas tinha cara de bulldog. O que estava com o baixo era bastante branco, e mestiço. Ele tinha dois piercings no lábio e o cabelo com mexas azuis. O mais bonito, depois de .
O cara que segurava a guitarra era bem magro de estatura mediana. O cabelo era comprido, mas estava preso por um rabo de cavalo.
viu conversando com , e em seguida subindo para o palco.
Ele foi até o microfone, e cumprimentou os presentes.
- Até parece que ele canta... – comentou rindo, com desdém.
- Cala a boca! – disse, virando-se para o primo.
- O que aconteceu com nossa trégua? – Ele perguntou.
riu e voltou a olhar o irmão.
pegou o microfone e anunciou a primeira música.



Capítulo 4 – Uma Música ;

Eles começaram com Flipside, do The Click Five.
- Eu amo essa música! – disse animada, quando começou a cantar.
riu e estendeu novamente a mão para .
- Desde quando você gosta tanto de dançar? – perguntou rindo, começando a dançar.
- Depende da pessoa com que eu danço... – disse rindo, girando-a novamente.
- E desde quando eu sou uma pessoa que te inspira a dançar? – perguntou rindo, agora pulando, conforme cantava o refrão.
sorriu mais uma vez.
- Vamos fazer um trato? Sem perguntas hoje! – Ele pediu, e sorriu, assentindo com a cabeça.
Estava bom daquele jeito, não tinha porque ela fazer perguntas.
- Vamos beber alguma coisa? – pediu.
assentiu com a cabeça, e segurou na cintura da menina.
agradeceu mentalmente por sua mãe ter escolhido o tema ‘baile de máscaras’ praquela noite.
Do contrário, não poderia ficar assim com sem nenhum comentário envolvendo os dois.
Os dois chegaram no balcão, e o barman começou com a pirofagia.
olhava maravilhada para ele. com um sorriso de canto, olhou pra ela.
- Eu também consigo fazer isso! – disse.
gargalhou alto e ironicamente.
- Aham! E eu sou a Rainha Elizabeth! – ironizou.
estendeu a mão.
- Quer apostar? – Ele perguntou.
, sem pensar duas vezes, apertou a mão do menino.
- Apostado! – Ela disse rindo.
pulou o balcão, deixando o barman com cara de interrogação.
- Nunca te ensinaram que, quando aposta, não é pra perder? – perguntou, colocando uma espécie de avental.
apenas riu, e continuou olhando o primo.
Ele comentou alguma coisa com o barman, que deu de ombros.
colocou um monte de coisas na coqueleteira e começou a agitar, no ritmo de Dance, Dance do Fall Out Boy.
apenas olhava rindo. Desde quando era tão agradável?
Decidiu parar de fazer perguntas, e apenas curtir o momento.
parou de dançar e colocou o conteúdo da coqueleteira em um copo enfeitado.
Ele mesmo cortou um limão e colocou na beirada do copo.
- O melhor drink que você beberá na vida! – disse, estendendo a bebida a .
olhou receosa para o copo. tirou o avental e pulou novamente o balcão.
- Anda, experimenta! – Ele incentivou.
olhou mais uma vez para a bebida, fechou os olhos, e bebeu.
A bebida era doce, e amarga, quente e gelada, tudo ao mesmo tempo. Quase não dava pra perceber o gosto de álcool.
Era bom.
- Uau ! – sorriu – É bom!
sorriu satisfeito.
- Isso significa que eu ganhei a aposta, certo? – Ele perguntou, dando o seu sorriso sacana.
rolou os olhos, e deu outro gole em sua bebida.
- Que seja. – Ela deu de ombros.
sorriu, a pegou pela mão e ficou defronte a prima.
- Não quer saber como chama a bebida? – Ele perguntou, com a cara extremamente séria.
não entendeu a pergunta, mas sorriu de canto.
Não entendeu essa seriedade repentina de .
- Como chama? – Ela perguntou.
aproximou-se ainda mais da prima, e disse, ainda sério.
- Me beija.
não sabia se ele estava falando sério, ou era apenas o nome da bebida.
A seriedade dele comprovava a primeira opção.
Sem pensar duas vezes, encostou seus lábios no de , que imediatamente a abraçou forte.
Dependendo da reação de , ela podia colocar a culpa na bebida.
Mas a reação de não era de alguém que reclamaria.
Ele colou seus corpos, e beijava como se o mundo fosse acabar no próximo segundo.
Suas mãos puxavam levemente o cabelo da menina, e ela bagunçava ainda mais os seus cabelos. Eles não pensavam, não sabiam como se olhariam quando partissem o beijo.
Aliás, nenhum dos dois queria partir tão cedo aquele beijo.
Ambos esperaram seis anos para isso, e não queriam que terminasse tão cedo.
mordeu o canto da boca de , e com dó, partiram o beijo. Ambos com os lábios incrivelmente vermelhos.
Ainda abraçado a , olhou no fundo de seus olhos, encostando sua testa na dela.
Ele não fazia idéia do que dizer, simplesmente ficou olhando aqueles olhos que tanto o encantavam.
colocou os braços em volta do pescoço do primo, também sem dizer nenhuma palavra.
- E agora, uma das nossas canções preferidas... – Ouviram dizer, do palco – Always.
sorriu, e abraçou com certa força.
Ela fez o mesmo. Não queriam separar-se.
sentia rinocerontes em seu estômago. Ao que tudo indicava, ela não o odiava, e... Também gostava dele. Seria isso?
Ou ela simplesmente ficou alegre com as bebidas e sentiu vontade de beija-lo?
Decidiu não se encher de perguntas.
A banda começou a tocar, e novamente apoiou a cabeça no ombro de .
Como ela amava o cheiro que ele exalava.
A banda começou a tocar, e ambos prestavam atenção na música.

I've been here before a few times
(Estive aqui algumas vezes antes)
And I'm quite aware we're dying
(E eu estou completamente ciente de que nós estamos morrendo)
And your hands they shake with goodbyes
(E suas mãos, elas tremem com despedidas)
And I'll take you back if you'd have me
(E eu traria você de volta , se você me tivesse)

começou a dar pequenos beijos no pescoço de . Ele sentia-se embriagado pelo perfume que ela usava.
arrepiava-se com cada toque do menino.
Ela não queria que aquela noite acabasse nunca.

So here I am I'm trying
(Então aqui estou, estou tentando)
So here I am are you ready
(Então aqui estou, você está pronta?)

olhou para o primo, que não hesitou em beija-la. Tinham que aproveitar até dar a meia noite e as mascaram serem tiradas.
a segurava forte, como se não quisesse que ela escapasse.
Eles se beijavam devagar, como se quisessem guardar pra sempre, o gosto um do outro.

Come on let me hold you, touch you feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night
(Beijar você, provar você, a noite inteira)
Always
(Sempre)

Eles partiram o beijo quando ouviram essa parte da música.
simplesmente sorriu e beijou o pescoço da menina.
arranhava a nuca de , deixando-o arrepiado.

And I'll miss your laugh your smile
(E eu sentirei falta do seu riso, do seu sorriso)
I'll admit I'm wrong if you'd tell me
(Eu admitirei que eu estou errado, se você me disser)
I'm so sick of fights I hate them
(Eu estou tão cansado de brigas, eu odeio elas)
Let's start this again for real
(Vamos começar isso de novo, de verdade)

prestava atenção na letra da música, enquanto descansava a cabeça em seu ombro novamente.
- Ouviu? – Ele perguntou sorrindo. – Eu estou tão cansado de brigas, eu odeio elas. Vamos começar isso de novo, de verdade. – Ele repetiu.
arqueou uma sobrancelha, mas ele não viu por causa da máscara. Sorriu.
Ela ia dizer algo, quando colocou o dedo indicador nos lábios da menina, fazendo-a se calar.
- Só escuta... – disse.

So here I am I'm trying
(Então aqui, eu estou, estou tentando)
So here I am are you ready
(Então aqui, eu estou, você está pronta?)

- ... – começou, mas a calou com um selinho.
Por que não conseguia ficar quieta?
- Só escuta. – Ele repetiu.
Ele virou para o palco, abraçando-a por trás, e colocando sua cabeça no ombro dela.
Eles estavam no meio da pista, de modo que não poderiam ser vistos por , ou qualquer outro conhecido.

Come on let me hold you, touch you, feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night.
(Beijar você, provar você , a noite inteira)
Always
(Sempre)

Agora, cantava baixinho no ouvido de , que fechou os olhos ao ouvir a voz do primo em seu ouvido.
Nunca percebeu a voz que tinha.

Come on let me hold you, touch you, feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night.
(Beijar você, provar você , a noite inteira)
Always
(Sempre)

Ele ainda a abraçava forte.
realmente estava ‘dizendo a música’ para .
Ela percebeu isso.

I've been here before a few times
(Estive aqui algumas vezes antes)
And I'm quite aware we're dying
(E estou completamente ciente de que nós estamos morrendo.)

Come on let me hold you, touch you, feel you
(Vamos, deixe-me abraçar você, tocar você, sentir você)
Always
(Sempre)
Kiss you, taste you all night.
(Beijar você, provar você , a noite inteira)
Always
(Sempre)

terminou de cantar, e e ficaram se encarando.
- Só quero avisar que... – disse, quando acabaram a música – É meia noite! Parabéns ... – a procurou com os olhos – Aonde quer que você esteja! – Ele riu e desceu do palco.
Agora todos tiravam suas máscaras.
e se encararam.
sorriu, e tirou a máscara da prima, vendo-a com mais clareza. ainda olhava fixamente pro primo, então, mesmo tirou sua máscara.
Os dois ficaram apenas se olhando.
Eles não sabiam o que dizer, ou fazer.

Capítulo 5 – Vou Te Levar Comigo ;

- ! – gritou, indo correndo em direção a irmã – Você... Gostou? - Ele perguntou, sorrindo feliz.
deu um sorriso maroto e olhou pra baixo, mordendo o lábio.
- Eh... – Ela não raciocinava direito – Claro! Uhum, muito! – Ela disse, sorrindo.
sorriu.
- Que bom! Toquei The Click Five, porque sei que você gosta... Eu sei que prefere Boys Like Girls mas...
- , foi perfeito! – Sim, foi perfeito! – Obrigada, amor! – disse, abraçando com força o irmão.
chegou até eles, segurando uma bebida e sorrindo de orelha a orelha. Ela não ficava bêbada facilmente, por isso podia beber tranquilamente.
- ! – Ela chamou.
e olharam.
- ! – colocou, e deu de ombros. ainda estava calado – Foi realmente bom! Adorei vocês cantando Blink! – Ela disse sorrindo.
- Gostou mesmo? – perguntou sorrindo, passando a mão pelo cabelo e tirando o boné.
- Muito! – Admitiu .
- , vamos lá fora comigo? – chamou.
- Ah! Ninguém deixa a comigo! – Reclamou .
deu de ombros, rindo.
- Vamos? – Repetiu.
assentiu com a cabeça. a abraçou pelos ombros, e eles saíram do salão.
Eles se encararam, e olhou pra baixo.
Sem as máscaras era bem mais difícil.
- Bem... – não sabia o que dizer. Mas ele tinha que dizer alguma coisa.
- Foi a bebida. – disse rápido. – Isso, foi aquela bebida que você fez pra mim! – dizia rápido.
riu. Ele sabia que não tinha sido a bebida. Ele sentiu que também queria.
- , presta atenção. – puxou a menina pra mais perto – Vamos aproveitar hoje, tá certo? Amanhã podemos colocar a culpa na bebida, eu posso colocar a culpa em você, e você em mim! Mas... – Agora, ele beijava o pescoço da prima – Eu sei que você quer ficar comigo, assim como eu quero ficar com você. – Como era canalha! – O que acha?
olhou fundo nos olhos do primo.
Ele não valia nada, fato.
Os dois estavam altos, fato. Mas tinham plena consciência de seus atos.
Sem pensar duas vezes – porque se pensasse muito, ela não faria – pressionou seus lábios contra os de . Ele logo tratou de intensificar o beijo.
- Vem comigo. – Ele disse, pegando na mão da menina, e guiando-a para onde o carro de estava estacionado. Por sorte, tinha ido com a limusine da família.
pegou as chaves – e agradeceu mentalmente por ser irresponsável e sempre deixar chaves com ele – e abriu a porta traseira.
- Entra. – Ele disse, e entrou.
Antes de entrar, ligou para , avisando-o que pegaria o carro.
não iria pra casa, iria para o antigo apartamento, no carro de uma morena que ele acabara de conhecer.
riu e entrou no carro.
Os dois sentaram-se, e ligou o rádio.
Tocava Hero/Heroine, do Boys Like Girls. olhou no fundo dos olhos de , de modo que eles ficaram apenas se encarando.
Ah como ele amava aquela menina. Amava tanto que chegava a doer.
E pensava e sentia a mesma coisa. Amava , mais que a si própria, as vezes.
Amava desde quando era criança. Simplesmente amava.
A música tocava e riu quando ouviu uma frase em especial.
- Never felt so good to be so wrong. – Ele repetiu baixinho, cantando. [N/A: Tradução: Nunca foi tão bom ser tão errado.]
riu ao ouvir cantando, ele realmente tinha uma voz bonita.
com cuidado, tocou os lábios de , como se estivessem se beijando pela primeira vez. Ele colocou uma mão no pescoço dela, e com a outra acariciava seu cabelo. Ele a tratava agora como uma boneca, que podia se quebrar a qualquer momento.
estava gostando daquilo, estava gostando muito. Sentiu descer a boca, chegando em seu pescoço, causando-lhe arrepios por todo corpo.
percebeu e sorriu – é, o sorriso sacana que só ele tem! – e riu.
Ele voltou a beijar a boca da menina, que agora, bagunçava os cabelos dele. A cada toque de , sentia o corpo esquentar.
puxou , colocando-a em seu colo defronte pra ele – sem parar de se beijar. Conforme se beijavam, colocou a mão na perna da menina, subindo na medida que o beijo esquentava.
percebeu o que estava fazendo, e o que estava prestes a acontecer.
Ele parou, e olhou nos olhos de . A menina estava com os lábios bastante vermelhos e o cabelo e o vestido desarrumados – bem, o vestido estava bastante pra cima.
- ... Você... Tem certeza? – Ele perguntou sério. Ele queria, e sabia que ela também.
sabia que com , apenas brincava. Nunca fora além.
olhou para o primo, o amava, e sempre sonhou que sua primeira vez fosse com alguém que amasse.
Ela simplesmente abaixou a cabeça, e começou a desabotoar botão por botão da camisa do primo.
voltou a beija-la, agora abrindo o zíper do vestido dela, e puxando-a para mais perto.
rompeu o beijo e encarou o peito do garoto. realmente tinha crescido e não era mais aquele menino magrelo de onze anos. Ela voltou a beijar o menino, enquanto tirava o vestido de , deitando-a no banco. Ele ficou por cima da menina, e finalmente tirou seu vestido. Ele parou para ver a sua menina ali, apenas de calcinha embaixo dele. É, ela também tinha crescido!
abriu o botão da calça do primo, e tentou tira-la com os pés. a ajudou.
Eles voltaram a se beijar, e já estava sentindo sua boxer bastante apertada. Ele com cuidado, tirou a calcinha da menina, e ela, suas boxers.

Não teve velas nem música romântica – bem, tocava Boys like girls – de fundo. Mas para , foi perfeito.
estava deitado de lado, olhando a menina de olhos fechados. Ela não estava dormindo, estava apenas de olhos fechados.
sorria bobo, não acreditava que estava ali, com a sua menina. Não foi sua primeira vez, mas sem dúvida, foi a melhor. era inexperiente e tudo mais, mas ele a amava, e isso a tornava a garota mais boa na cama, do mundo.
respirou fundo, e isso fez com que abrisse os olhos.
- ... – Ela chamou baixinho, olhando para o menino.
- Hum... – Murmurou o menino, sem deixar de olha-la.
sorriu de lado, e começou a brincar com os dedos do primo.
Ela não queria dizer nada, apenas chamar o nome dele; como se quisesse provar a si mesma que, não era um sonho.
riu. também gostava dele!
Por que outro motivo ela se entregaria a ele? Ele sentiu uma sensação no estômago ao pensar nisso.
Não era nada, ele sempre tinha essa sensação quando se tratava de .
Ele nunca assumiu que eram borboletas no estômago.
- ... – Dessa vez, foi quem chamou.
- Oi... – Ela disse.
respirou fundo, a última coisa que ele queria no momento, era separar-se de .
- Acho bom eu te levar pra casa... – Ele disse.
assentiu com a cabeça, voltando a se sentar.
Eles se encararam por alguns segundos, e a puxou novamente para seu colo, voltando a beijar seu pescoço. Ele queria realmente aproveitar a noite.
Ele não sabia como seria amanhã.

Era fácil repetir o que já tinha sido feito, e não se queixou nenhum pouco de faze-lo.
Uma, duas, três, quatro, cinco vezes.
estava exausto, com a cabeça jogada pra trás no banco, de olhos fechados, enquanto voltava a colocar seu vestido.
- ... – Ela riu, beijando o pescoço dele – Eu tenho que ir... Já são quase cinco da manhã!
- Ah... – reclamou.
Mesmo estando exausto, ele queria continuar com ela. Não queria ter que leva-la embora.
- Eu preciso ir... – Ela disse, o beijando.
assentiu com a cabeça. Com esforço, colocou sua roupa e sentou-se no banco da frente, para dirigir.
fez o mesmo, e ligou o rádio. Tocava Cemetery Drive, do My Chemical Romance.
Os dois ficaram em silêncio durante um bom tempo. O tempo que levou para se aproximar da casa dos tios.
Dois faróis antes de entrar na avenida que levava a casa de , a beijou.
Só Deus sabe quando – ou se – faria isso de novo.
sentia exatamente a mesma coisa. Ah como era bom ficar ali com .
Ouviram o carro de trás buzinar – apesar de ser quase cinco da manhã, tinham carros na rua! – e voltou a dirigir. Ambos sem trocar uma palavra.
Em cada sinal vermelho eles se beijavam. Beijavam como se fossem tirar a roupa e partir para a ‘sexta vez’; porém sempre era interrompidos por buzinas.
Não demorou que estacionasse o carro na frente da casa de .
Ele suspirou.
- Vai lá priminha. – Ele disse simplesmente.
mordeu o lábio. Agora era como se a noite passasse rapidamente como um flash em seus olhos.
Ela saía do carro, quando a puxou de volta e deu um beijo na prima.
O último beijo.

Capítulo 6 – Sunday Morning ;

ainda dormia, quando sentiu alguém abrindo a porta e toda luz do quarto invadir seus olhos.
- Parabéns, amor! – Ela ouviu, e sentiu alguém sentar na ponta da cama.
Com custo, abriu os olhos e sentiu a cabeça pesar. Nunca mais beberia na vida.
- ? – Ela perguntou confusa, sentando-se na cama.
Odiava quando a via no momento em que acordava. Ela ficava péssima quando acordava.
- Minha tia morreu ontem de manhã, mas só consegui vir embora de madrugada... – disse, chegando perto da namorada. Ele não parecia muito chateado com o fato da tia ter morrido.
Ele fez menção de beijá-la, mas o barrou.
- Não , deixa eu escovar os dentes! – Ela pediu rindo.
riu, e ela saiu da cama, indo em direção ao banheiro.
Fechou a porta, e apoiou os braços na pia, encarando-se no espelho. Ela ainda não acreditava que, horas atrás, estava com .
Oh meu Deus, ela ficou com !
E agora, como ela agiria com ? E como agiria quando encontrasse com o primo?
A cabeça dela voltou a doer. Ela abriu o armário do espelho, e pegou dois comprimidos contra ressaca que restavam no frasco. Os engoliu sem ajuda de água, e encarou-se novamente no espelho.
a esperava ali, no quarto, enquanto ela só conseguia pensar em .
- Eu sou um monstro. – Disse a si mesma, esmurrando a pia.
- Falou comigo? – perguntou alto, do quarto.
- Não amor, não... – Ela disse alto do banheiro, agora massageando a mão.
Amor... Ela não prestava! Pelo menos, era isso que ela pensava.
Respirou fundo, e escovou os dentes, os cabelos. Ficou apresentável.
saiu do banheiro, e foi a seu encontro, encostando-a na porta.
- Já te disse que você fica linda só com essa camisolinha? – Ele perguntou rindo, dando um beijo na namorada.
não correspondeu o beijo como esperava. Foi um beijo... Morno.
E com gosto de creme dental.
- O que foi, amor? – Ele perguntou, estranhando.
- Nada... – Ela deu um selinho nele – Eu só estou com um pouco de dor de cabeça... Aliás, que horas são? - Ela perguntou, abrindo o guarda-roupa.
olhou no celular.
- Três horas... Aliás, sua família ta toda aí embaixo... Sua mãe organizou um almoço de comemoração do seu aniversário. – contava, enquanto se arrumava. Ela colocou um vestido leve e simples, branco, com uma sandália de salto baixo. Parecia que era de cristal – Ela queria vir te acordar, mas não deixei... Esperei um pouco antes de vir te chamar...
esboçou um sorriso.
- Obrigada. – Agradeceu, agora penteando os cabelos.
ficou a olhando.
Ele considerava-se o garoto mais sortudo do mundo, por namorar .
Para ele, ela era a garota mais linda do mundo.
colocou uma faixa branca nos cabelos, e deixou-os soltos. Passou apenas um corretivo para disfarçar as olheiras, um lápis fraco nos olhos, e um gloss rosa, apenas para dar cor aos lábios.
- Posso te cumprimentar agora? – perguntou rindo, quando a menina terminou.
riu.
- Claro que pode! – Ela disse.
correu – sim, correu! – e abraçou a namorada, tirando-a do chão.
- Parabéns amor! Eu te amo... – Ele disse, dando um beijo em .
o beijou, mas quem viera em sua mente foi .
.
Agora o coração de apertou. E se... Ele estivesse lá em baixo? Pelo que conhecia a tia, ela o obrigaria a ir ao almoço.
- Quem tá aí em baixo, ? – perguntou, rompendo o beijo.
não entendeu.
- Ah, o , a , o , o ... – disse, e sentiu o estômago dar voltas.
Sim, estava lá.
- Ah, eu não quero descer... – disse.
Ela sabia que não poderia se esconder pra sempre, mas ela podia evitar o encontro.
- ! Ta todo mundo te esperando! – disse, apontando a porta – Vamos lá!
- Não.. – parecia uma criança que recusava-se a comer legumes.
tentava convencer a namorada. Por qual motivo ela não queria ver parentes e amigos?

- Você é nojento, ! – reclamou, quando terminou de contar sua noite aos amigos.
e estavam sentados lado a lado, dividindo uma cadeira de piscina, estava com as pernas na água da piscina, e estava sentado, com um copo nas mãos.
Ele estava aéreo. Enquanto contava sobre sua noite, não pode não lembrar da sua.
Foi perfeita, perfeita.
Quando o cumprimentou, sentiu-se mal. Mal porque o traiu, e realmente gostava de .
Eram melhores amigos.
- Eu vi o beijando uma menina de máscara prateada! – acusou.
despertou-se de seu transe, e olhou preocupado para .
Eles ainda não tinham conversado sobre a noite.
Ele ficou com medo.
- Sério? – perguntou rindo – Eu nem vi o na festa... – Riu – Agora sei o motivo...
sorriu amarelo. olhou pra ele rindo.
não percebeu algum significado no olhar de .
- Eh... Sabe como é... – disfarçou.
jogou o canudinho do seu drink, em .
- Você não muda, ! – Ela riu.
sorriu amarelo e olhou para a porta, ele estava ansioso para ver a menina, fato. Mas tinha medo, tinha dúvidas de como se portar com ela, agora.
- Adorei essas bebidas! – comentou, olhando o copo vazio – Acho que a também vai gostar... Aliás, vou lá chamar ela! – Ela disse, saindo do lado de .
olhou a menina entrar na casa, e largou-se mais na cadeira.
- Acho que vou entrar... – comentou, apontando a piscina com a cabeça.
Todos já tinham almoçado. Apesar de Joanna dizer que o almoço era para a filha, não esperou que a mesma acordasse para servir seus convidados.
- A água tá boa! – Avisou .
continuava aéreo, perdido nos seus próprios pensamentos.
- , o que aconteceu, cara? – perguntou – Você ta estranho hoje...
forçou um sorriso. Ele tinha todo motivo do mundo para estar feliz, saltitando pelos cantos. Mas a presença de não deixava.
No momento, ele só sentia culpa, era a única coisa que ele conseguia sentir.
- Acordei com dor de cabeça... – Mentiu.
riu.
- Acho que a noite com a mascarada foi bem agitada, hein ! – comentou rindo, dando soquinhos na perna do amigo. – Ele até pediu meu carro emprestado! – Ele riu – Eu também já usei o banco traseiro! – Assumiu.
começou a rir.
- É, realmente não muda. Às vezes dá orgulho de ser seu primo, sabia? – disse rindo.
sorriu amarelo mais uma vez.
Se soubesse o que realmente tinha acontecido, talvez nem olhasse mais em sua cara.

- Amor, vamos... – não sabia mais o que dizer pra convencer a namorada a descer.
- Melhor não, minha cabeça ta doendo muito e... Eu posso passar mal na piscina... – Inventava , que estava sentada no puff do quarto.
- Hei, hei, hei! – chegou no quarto, deixando a porta aberta – Por que você não está lá em baixo comigo, mocinha? – Perguntou, colocando a mão na cintura – Eu não quero continuar no meio daqueles três marmanjos sozinha!
riu.
- Eu não to me sentindo bem... – Mentiu.
- , já tentei de tudo... Ela não quer descer. – disse, ficando de pé, escorando-se no batente da porta.
bufou.
- ! – Fingiu seriedade – Você vai descer agora! Eu tô com saudades, poxa! Quero ficar com você! – Ela riu – Daqui a pouco vamos entrar na piscina... , hoje é seu aniversário! – pedia. respirou fundo. Ela não podia mesmo fugir pra sempre.
- Que seja... – Deu-se por vencida.
riu.
- Te amo, ! – Ele disse rindo, pegando a namorada pela mão.
- Eu sei! Todo mundo me ama, querido! – disse rindo.
Ela saiu na frente, e e a seguiram.
Passaram pela sala, e cumprimentou alguns convidados. Não era muito fácil sorrir para todos.
- Oh meu Deus como ela está linda! – ouviu a tia dizer.
Ela virou-se, e sua tia, Molly – mãe de – a olhava maravilhada.
A mãe de era a melhor pessoa do mundo, e amava a tia.
- Tia! – disse, abraçando a tia apertado.
- Você está linda, querida! – Molly disse, girando a menina.
riu.
- Eu tenho sorte, não? – Ele perguntou rindo.
- Muita! – Molly riu – Espero que um dia encontre uma menina como ! – Ela disse.
esboçou um sorriso.
- Aliás , você a merece! – Molly disse sorrindo, colocando a mão no ombro do menino, que riu.
- Cadê o tio ? – perguntou, mudando o assunto.
- Ele não veio, está na Irlanda a negócios! – Molly explicou – Bem, vou conversar com minha cunhada, divirtam-se, meninos! – Ela disse, saindo em direção a mãe de .
e caminharam lado a lado, e saíram da casa, indo até a piscina.
O coração de simplesmente gelou quando o viu ali, apenas de bermuda, com um copo nas mãos, e olhando fixo pra algum ponto que não via.
Ela sentiu elefantes em seu estômago.
- Até que enfim! – Disse rindo, quando e se aproximaram.
virou-se lentamente pra prima, que olhava pra baixo.
Ele ficou olhando-a, até que seus olhares se encontraram.
- Parabéns. – disse, depois de uns instantes em silêncio.
respirou fundo quando a abraçou por trás, e colocou a cabeça em seu ombro.
- O-Obrigada... – Gaguejou.
e ela mecanizaram um sorriso.
- Gente, entra na água! – disse, depois de saltar na piscina.
olhou abobado pra menina, de biquíni.
- Hei , você está linda! – Elogiou .
- Obrigada ! – agradeceu, sentando-se em uma cadeira do lado da do irmão.
Ela sentou no colo de , e o menino abraçou-a pela cintura.
Aquilo fez as mãos de tremerem.
Claro que ele ficava incomodado quando os dois ficavam juntos, mas agora, era bem pior.
Agora pra ele, era como se fosse apenas dele, e ninguém pudesse tocá-la.
- , vamos comigo lá dentro? Minha mãe tava querendo te ver... – disse do nada, ficando de pé.
olhou para o chão assustada.
- Já encontrei com ela. – Disse simplesmente.
Ela não queria ficar sozinha com .
- Mas ela quer conversar comigo e com você... Juntos! – Ele dizia entre dentes.
- Vai lá, amor! Não custa nada! – Incentivou .
Aquilo atingiu tanto , quanto .
- Tá... – Ela disse, levantando-se.
Os outros começaram um assunto, e e caminhavam em silêncio, lado a lado.
Ele pegou na mão dela.
- Aqui é melhor... – Ele disse, levando a menina para o jardim da casa, onde estava vazio.
sentiu o corpo esquentar quando ele pegou em sua mão.
- Fala... – Ela disse, tentando se fazer indiferente.
arqueou a sobrancelha.
- Bem... É só eu, ou você também está sentindo-se... Mal por ontem? – Ele perguntou.
Então ele tinha se arrependido? Pensou .
- Muito. Foi um erro. – disse rápido.
É, ela tinha considerado um erro. Pensou .
Os dois ficaram em silêncio.
- E ? – Perguntaram juntos.
respirou fundo.
- Você não pretende contar, pretende? – Perguntou.
- Claro que não! – disse rápido – Mas... Eu não posso continuar assim com ele, entende?
sorriu involuntariamente.
- Você então... Vai terminar? – Ele perguntou.
Sua vontade era perguntar: “você vai terminar com ele e ser minha de verdade?” ou algo do tipo.
Resolveu ficar quieto. Ela não sabia que ele a amava.
Ela só sabia que tinha fama de transar com todas as garotas de Londres.
respirou fundo e sentou no banquinho branco do jardim. sentou a seu lado.
- Não posso. – Assumiu.
- COMO ASSIM NÃO PODE? – perguntou alto, assustando .
Ela arregalou os olhos, e disse devagar.
- Por que... Err... – Ela não sabia o que dizer. Não podia simplesmente dizer que, se terminasse com , sua mãe a deserdaria por ‘não ajudar a família’. – é o namorado perfeito, e eu o amo. – Mentiu.
riu sarcástico.
- Ama? – Perguntou em tom irônico – Eu vi o tanto que você o ama, ontem no carro do ! – Ele disse irritado.
Agora ela amava o ?
ficou de pé, os olhos encheram-se de lágrimas.
- Aquilo foi um erro, já disse! – Ela olhou pra cima. Não ia chorar na frente de – Eu me deixei levar pelo momento, eu bebi um pouco... AAAH – ela fechou os olhos – Eu me arrependi.
Aquelas palavras atingiram em cheio. Foi a vez dele sentir os olhos arderem.
Não, ele não ia chorar por uma garota, ainda mais na frente dela!
- Então não valeu de nada pra você? – Ele perguntou sério.
- Nada. – Mentiu .
riu amargurado, e olhou pra cima.
- Ótimo! – Ele riu de novo – Ótimo, porque pra mim também não valeu nada, aliás, você foi a pior garota que eu já transei, sabia? – Ele mentia.
As lágrimas de agora, pareciam querer saltar de seus olhos.
- Eu era virgem, seu idiota! – Ela disse com a voz trêmula, mas com ódio.
Ele não tinha o direito de dizer isso pra ela!
Claro que sabia disso.
- Eu percebi. – riu mais uma vez. Aquilo estava acabando com ele – Foi mais uma prova de amor ao , não foi? – Ele perguntou.
Agora não agüentou, as lágrimas começaram a cair, e ela soluçou.
- Eu te odeio, ! Te odeio! – Ela disse no meio do choro, empurrando o garoto e saindo em direção a seu quarto.
abriu a boca mas não saiu nenhum som. Ele nunca a viu chorar, e saber que aquele choro, era por causa dele, o machucou.
olhou pra cima, e colocou as mãos na cabeça.
Ele era um idiota.
Por que tinha que se apaixonar justamente pela namorada do seu melhor amigo, pela sua prima?
Sem avisar ninguém, saiu da casa da prima. Ele não conseguia mais ficar ali. Simplesmente não conseguia.
porém estava no quarto. Ela não chorava mais, não merecia nenhuma de suas lágrimas.
Ela estava no banheiro, tomando banho frio. Odiava água gelada, mas no momento, a água gelada a fazia esquecer-se de tudo.
Trocou-se e colocou uma camisa de , e um mini-short. Não ia voltar pra lá.
Não demorou para que entrasse em seu quarto.
- O que foi, pequena? – Perguntou preocupado.
No momento que viu preocupado, começou a chorar. Ela não merecia .
- , não chora pelo amor de Deus! – pediu, abraçando a namorada com força – O que foi que aconteceu?
Mas não falou nada, simplesmente abraçou o namorado com força, escondendo a cabeça no seu peito.
- Fica aqui comigo? – Ela pediu, em meio a lagrimas – Eu não quero mais voltar...
- Claro, claro! – disse, colocando a menina na cama, e deitando ao lado dela.
Ele a colocou em seu peito, e acariciava seu cabelo.
abraçou com força, e beijou o topo de sua cabeça.
Ele não suportava ver sua namorada assim.
- Eu te adoro . – disse baixinho.
riu e beijou o nariz da menina.
- Eu te amo. – Ele disse.
Os dois ficaram quietos, e logo pegou no sono, por dormir tarde.
ficou ali até de noite e sua mãe ligar, pedindo para que ele voltasse pra casa.

Capítulo 7 – Não Quero Lembrar;

estava mexendo o cappuccino dentro do copo, enquanto conversava com ela, no pátio do colégio. Elas estavam sentadas no jardim, como de costume.
Elas estudavam no colégio St. Marrie, para garotas. As estudantes novas usavam o uniforme diferente, uma camisa branca com o emblema do colégio, mas com uma saia preta até os joelhos.
As estudantes mais antigas, assim como , usavam saias curtas e azuis, já que usam as mesmas desde os dez anos.
- você tá me escutando? - perguntou.
- Ahn? – perguntou, voltando a prestar atenção na amiga.
bufou, e chegou mais perto da amiga.
- O que tá acontecendo? – perguntou séria.
- Nada. – mentiu.
- , faz uma semana que você tá estranha, dá pra você confiar em mim e me dizer o que está acontecendo? – perguntou séria.
respirou fundo. Ela tinha que conversar com alguém. Ninguém melhor que pra isso.
- Aqui não... – disse, olhando as meninas do colégio passando sorridentes, e olhando para as duas. – Vem aqui! – puxou em direção a biblioteca.
A biblioteca do colégio era imensa, talvez a maior biblioteca que já vira na vida.
Os livros eram separados alas. Só a ala de ‘História’ tinha mais de trinta prateleiras.
não estava entendendo todo o mistério de , ela nunca fora assim.
sentou-se na última mesa, atrás do acervo de livros antigos. Ninguém ia ali tamanha a poeira.
colocou sua bolsa na mesa, e olhou arqueando uma sobrancelha a amiga.
- , o que aconteceu? – Ela perguntou, agora, preocupada.
respirou fundo. olhou nos olhos da amiga.
Elas tinham essa conexão. Era só uma olhar no olho da outra, que ela poderia descrever o que a amiga passava. arqueou a sobrancelha.
- Fala logo! – Ela pediu. Quando não conseguia adivinhar o que acontecia, é que era algo realmente ruim.
sentiu os olhos arderem, mas engoliu o choro.
- ... – Ela respirou fundo – Eu... Hum... Não sou mais virgem. – Ela disse rápido.
abriu um enorme sorriso e começou a gargalhar. Ela ouviu um ‘hem hem’ de censura da bibliotecária, e continuou rindo baixo.
- Você e o ? Finalmente! – comemorava – Não agüentava mais me sentir pervertida perto de você! – dizia rápido, e os olhos de encheram-se violentamente de água. percebeu – , não é motivo pra chorar! – Ela disse séria.
- Não foi com o , ! – disse sussurrando, já chorando.
ficou estupefata. Se não foi com ... Foi com quem?
- Como assim, ? Vocês namoram há dois anos! Se não foi com ele... – começou.
- Foi com o , ! – disse já com o rosto vermelho por chorar.
abriu a boca e não tinha força de fechá-la tamanha era sua surpresa.
- ... ? – Ela perguntou, ainda estupefata.
- , qual é o único que conhecemos? – perguntou, nervosa.
ficou quieta. e ? Juntos? Era muita coisa para sua cabeça.
Elas ficaram em silêncio, e continuava chorando baixinho.
- Como isso aconteceu? – perguntou depois de um tempo.
respirou fundo, limpou os olhos na manga da camisa, e olhou para cima.
- Antes de tudo, eu sou apaixonada pelo desde os meus onze anos de idade. Amo ele, de verdade. – disse.
mais uma vez abriu a boca, mas não emitiu som algum.
- COMO ASSIM? – Ela perguntou alto.
“SHIIIIIU!” as pessoas da biblioteca fizeram.
respirou fundo mais uma vez. Ela precisava de paciência, ainda mais com .
- Amo ele , simples assim. – disse, mesmo sabendo que de simples, não tinha nada.
- , vocês são primos! Primos! E por que você nunca me contou? – perguntou ofendida.
Que raio de melhor amiga, não conta sobre uma paixão secreta a outra?
- Porque eu tinha medo da sua reação! Não é fácil você assumir que ama seu primo, certo? E você agiria assim, do mesmo jeito que você está agindo agora! – disse, apontando para .
engoliu em seco. Sabia que estava sendo difícil para a amiga. Não iria complicar ainda mais.
- Continue... – Pediu.
- Como sabe, no meu aniversário foi para a França por causa da tia dele... – contava, com a cabeça apoiada na mão, de modo que ela olhava para a mesa, e não para – Eu cheguei na minha festa, e você e começaram a conversar... Fui para o bar, depois para a pista e veio falar comigo... Estranhei, afinal não nos damos muito bem, mas ele foi simpático comigo, veio dançando muito perto e... Ele fez uma bebida e eu o beijei... – dizia rápido.
não entendia nada, mas resolveu não interrompe-la.
-... Depois ficamos juntos, e deu meia noite... Todos tiraram as máscaras e nós fomos para o carro do ... – Ela continuou.
soltou um gritinho.
“SHIIIIIIIIU!” mais uma vez disseram, dessa vez com caras nada amigáveis.
- Você é a garota da máscara prateada que viu beijando? – perguntou.
- O viu? – perguntou preocupada.
- Viu! – contou – Mas não sabe que é você... – respirou tranqüila – Mas e aí... Continua...
Era horrível reviver momentos bons como aqueles, e saber que eles simplesmente acabaram.
Pelo menos, era o que pensava.
- Bem, enfim. Aconteceu... Mas ele foi... – respirou fundo – Perfeito! Ele me tratou muito bem... Eu não consegui me arrepender, pelo menos, não na hora...
respirou fundo e colocou a mão sobre a da amiga.
- Depois, no almoço do meu aniversário, discutimos, e ele disse coisas terríveis para mim... – continuou – Mas o que mais me machuca, é ! Eu não posso continuar enganando-o!
suspirou. Ela sabia o porquê de continuar com , mas agora com no meio, a história se complicava.
- Você vai terminar com ele? – perguntou.
- Eu não posso, você sabe disso! – disse nervosa – Eu não sei o que eu faço, não sei se eu conto...
- Não! Jamais! – disse rápido – Não se esqueça que e são melhores amigos!
mordeu o lábio.
- Isso é o que mais me machuca! não merece isso, ele foi traído duas vezes!
- Mas... – começou – E ? Vocês dois...
- Não. Ele não gosta de mim. – deu uma risada amargurada – Ele simplesmente tinha algum tipo de fetiche com primas, e eu fui a idiota. Sabemos da fama do meu primo...
- Sou obrigada a concordar... – concordou.
- O pior é que eu o amo ... – sentiu as lágrimas voltarem – Amo como eu acho que nunca poderei amar ninguém, sabe?
deu a volta na mesa, abaixou-se e abraçou a amiga.
- Independente do que acontecer, eu vou estar do seu lado! – dizia abraçada a amiga – E nós vamos arrumar uma solução pra isso tudo, certo?
- Uhum... – disse baixinho.
levantou o rosto da amiga, limpou as lágrimas dela, e sorriu.
- Agora anime-se, vamos sair mais cedo daqui! Vamos passar no parque e tomar aquele milk-shake gigante que você tanto ama, e que tanto eu evito! – riu, e também – Vem! – Ela disse, puxando a amiga para fora da biblioteca.
estava preocupada com a amiga. Não era uma situação fácil.
Ela não queria estar no lugar dela.


estava sentado debaixo da árvore do jardim de sua casa.
Ele sempre ficava ali, quando perturbado com alguma coisa.
Fazia uma semana que ele não saía de casa, e sua mãe estava ficando preocupada. o ligava todos os dias, o que dificultava ainda mais.
Cada dia que passava, ele pensava em como estava. A imagem da menina chorando na sua frente, não saía de sua mente.
deu uma longa tragada no cigarro que fumava, e soltou a fumaça devagar.
- , eu preciso falar sério com você! – disse, chegando perto do amigo.
odiava quando a empregada não avisava que tinha visita; mesmo quando a visita é o .
Ele odiava surpresas.
- O que foi? – perguntou cansado, dando outra tragada no cigarro.
Ele estava de bermuda, e uma camiseta simples. Tinha acabado de acordar.
- eu... Eu achei uma coisa no meu carro que... Bem... – não sabia como falar.
- O que foi que você achou, uma máscara? – perguntou irônico.
entortou a boca e abriu a mão; suou quando viu ali, um colar.
O colar da .
- Um colar... E daí? – fingiu indiferença.
respirou fundo, sentou ao lado do amigo debaixo da árvore e colocou a mão no ombro dele.
Ele odiava quando fumava perto dele, mas no momento, pouco se importava.
Percebeu que o amigo não estava muito bem.
- Tanto eu quanto você, sabemos muito bem de quem é esse colar... passou semanas tentando negociar ele para dar de presente à ! – disse.
não sentiu emoção alguma. Mais cedo ou mais tarde alguém ia descobrir. E a situação atual o impedia de demonstrar qualquer tipo de emoção.
Eles ficaram em silêncio, e passou a mão nervosamente pelo cabelo, bagunçando-os ainda mais.
- Era a , a menina mascarada que você ficou no carro, não era? – perguntou, depois de um tempo.
simplesmente olhou para , que entendeu o que o amigo quis dizer.
olhou para baixo.
- O que você vai fazer em relação ao ? – perguntou.
olhou pra cima.
- O que você acha? Chegar correndo e sorrindo e dizer: ‘Oi , sabe o que aconteceu? Eu acho a sua namorada muito gostosa, ah sim, ela é minha prima, mas eu não ligo! E no aniversário dela, como você não estava, nós ficamos. Ah! Transamos no carro do , mas você não se importa não é mesmo? Nossa amizade continuará a mesma!’ – ironizou. – Não tem como eu contar, ! – Ele disse nervoso.
Mais uma tragada.
- , ... – começou – Sabemos que a é linda, e sabemos da sua fama... Mas você não acha que, levou uma noite, a sério demais? Quer dizer, você poderia ter ficado com qualquer outra garota, e não a !
riu desgostoso.
- , eu não fiquei com a apenas por ficar... Eu amo ela! – assumiu, olhando para o amigo.
não escondeu sua surpresa ao abrir a boca.
- Como assim? Ama ela? , vocês não se suportam, lembra? – Ele perguntou.
rolou os olhos. Ele não ia explicar como é gostar de alguém.
porém, entendeu que o amigo não ia falar nada.
- Você vai me bater se eu disser que já percebi? – perguntou sorrindo, tentando animar o amigo. riu.
- Eu sei... – disse, mais uma vez bagunçando os próprios cabelos, e jogando a bituca do cigarro atrás de si.
O que era meio ambiente no momento?
riu.
- , eu sei que a situação é complicada... Mas você não pode se esconder pra sempre... Estão todos achando que aconteceu alguma coisa você e... Se você não quer mesmo levantar qualquer tipo de suspeita, é melhor você voltar a ser o que era antes... Voltar a ser o cara mais galinha que eu conheço, e fingir que a não existe! – disse convicto.
- É impossível, ! Pelo menos, agora... – disse olhando pra cima.
- Não é impossível não! – disse, dando um soco no ombro do amigo – Hoje mesmo, eu vou passar aqui, e vamos para o pub perto de casa... Vai ter alguma banda legal, várias garotas, e você voltará a ser o que era, esquecendo sua prima! Certo? – perguntou.
pensou por alguns instantes. Ele não perderia nada se, voltasse ‘a ativa’.
- Certo... – deu-se por vencido.
sorriu.
- Ok! Agora... Dá um jeito de entregar esse colar a ! Uma hora ou outra vai dar falta... – disse, entregando o colar a .
fitou o colar por alguns segundos.
- Por que não entrega você? – Perguntou.
rolou os olhos.
- Porque ela vai saber que eu sei ‘da história’ de vocês! – Ele fez aspas com as mãos.
suspirou.
- Ok… - Ele deu de ombros.
ficou de pé e limpou a parte de trás da calça.
- Eu vou embora... Só vim mesmo conversar contigo... E fique tranqüilo que, por mim, não saberá de nada! Aliás, não fique surpreso se ele aparecer aqui hoje! – avisou – Ele está preocupado com você! respirou fundo.
- Ok... – Ele disse desanimado.
acenou, e saiu, deixando sozinho novamente.
Não era mais segredo. Uma hora ou outra, saberia, e era do que ele tinha medo.
levantou-se e foi a seu quarto, realmente, ele não podia ficar ali pra sempre.
Tomou um banho rápido, e colocou uma calça jeans, um moletom da Hurley, o Vans xadrez e colocou um boné branco.
Ele pegou o iPod, o celular e o colar, e colocou-os no bolso do casaco. Ele ligou o iPod e deixou tocando Movies, do Alien Ant Farm. Ele precisava de alguma banda que o animasse.
Ele saiu de casa a pé, e foi em direção ao Hyde Park. Não era tão longe de sua casa, e no momento, ele precisava andar e esvaziar a cabeça.
Mais uma vez, a noite de uma semana atrás passou em sua cabeça, e ele não conseguiu não evitar um sorriso; mas no momento em que sorriu, a imagem da prima chorando veio em sua mente, e aquilo fez seu estômago dar um nó.
Ele a amava, e queria poder dizer a ela. Queria.
pegou o celular, e enviou uma mensagem. Pegou o colar do bolso, e o olhou.
Ele amava , mas também. Disso ele não tinha dúvida alguma.

e estavam na sorveteria. já estava no seu segundo milk-shake, enquanto deixou o primeiro pela metade. As duas conversavam sobre qualquer assunto idiota, quando sentiu o celular vibrar.
Ela abriu o flip, e sentiu a mão gelar.

“Estou com o colar que te deu de aniversário. Tô no Hyde Park. Passa aqui. xx

- O que foi, ? – perguntou, ao ver a expressão da amiga mudar.
simplesmente passou o celular para a amiga, que entendeu tudo.
- Você vai lá, certo? – Ela perguntou.
- Não! – disse com a voz esganiçada.
- Claro que vai! – disse – E vai conversar sério com o ! Vocês dois precisam tomar uma atitude! Vocês precisam conversar se vão contar para o , se vão continuar fingindo que nada aconteceu... Vocês precisam conversar! – Repetiu.
respirou fundo. Ela não queria ter de falar com .
- Ok... – Ela disse por fim.
ficou de pé.
- Vamos lá, pegamos um táxi e eu te deixo lá! – Ela disse, já deixando o dinheiro da conta na mesa.
levantou-se também, e seguiu a amiga, que já saía da sorveteria.
Foi abanar a mão que um táxi parou. Ela tinha essa facilidade com táxis.
tinha inveja de por isso, ela nunca conseguia um táxi sozinha.
As duas entraram, pediu para ele parar no Hyde Park, e começou a ficar nervosa. percebeu.
- , relaxa tá. Não vai acontecer nada demais... – dizia.
suspirou quando o táxi virou a rua.
Xingou mentalmente pelo Hyde Park ser tão próximo a sorveteria.
pegou na mão da amiga.
- Qualquer coisa, me liga que eu venho te pegar... Mas relaxa que vai dar tudo certo.
assentiu com a cabeça.
Não demorou para que o taxista parasse defronte ao park. ficou parada.
- Vai lá! – a empurrou delicadamente – Boa sorte! – Ela disse.
desceu do carro e sorriu de lado. Viu o táxi tomar distância, e viu que não tinha mais jeito.
Caminhou pelo park e procurou o primo com os olhos.
Não demorou para que ela o visse, sentado de cabeça baixa, com os dois fones de ouvido, e com os cabelos bagunçados por debaixo do boné.

Capítulo 8 – Complicated ;

tirou um dos fones do ouvido de e cruzou os braços.
olhou a menina de uniforme e sorriu, ela ficava linda daquele jeito. não entendeu o sorriso do primo.
- Senta. – Ele pediu.
respirou fundo, e sentou ao lado dele.
tirou do bolso do casaco, o colar, e entregou na mão da menina.
- Obrigada. – Ela disse, levantando-se novamente.
a puxou.
- Calma, eu quero falar com você... – Ele disse.
- Eu não tenho nada pra falar com você! – Ela disse rispidamente, levantando-se.
- , por favor! – pediu.
assentiu com a cabeça, e respirou fundo.
- Desculpe por ter falado daquele jeito com você, na semana passada... – Ele começou – Não era minha intenção te magoar.
assentiu mais uma vez com a cabeça.
Eles ficaram em silêncio. Uma criança passou correndo na frente deles, junto a um cachorro.
Os dois sorriram ao ver a cena.
olhou para , e olhou para baixo em seguida.
- Bem, você pretende contar ao ? – Ele perguntou mais uma vez.
ficou em silêncio por um momento.
- Não... – Ela respirou fundo – Acho melhor continuarmos fingindo que nada aconteceu... – Ela disse.
assentiu com a cabeça.
- Mas como você pretende... Fingir que é virgem? – perguntou de um jeito um tanto grosseiro.
- Não te interessa. – respondeu rispidamente – Era só isso que queria falar comigo? – Ela perguntou, ficando de pé novamente.
- Não. – Ele disse, ficando de pé e colocando a mão no ombro dela. respirou fundo, e fitou os olhos da prima – Eu não te vi naquela noite, apenas como mais uma garota... Você sempre foi a garota da minha vida. Sempre. Eu quero mesmo te pedir perdão por tudo o que eu disse; foi a melhor noite da minha vida. – assumiu, olhando fixamente nos olhos da menina.
sentiu o coração acelerar quando ele disse aquelas palavras.
- Eu... Eu... – não sabia o que falar.
- Psiu. – Ele pediu, colocando o dedo indicador nos lábios dela – Não fala nada, por favor... – Pediu.
assentiu com a cabeça, sentindo o estômago revirar.
gostava dela, era isso?
- Eu amo você. – Ele disse por fim. – Mesmo que você ame o seu namorado... – Ele disse, embora duvidasse disso – Eu amo você, muito. – disse, beijando a testa dela. – Mas como você não sente o mesmo... – Agora ele riu, amargurado – Eu vou tentar voltar a ser o velho ... Mas de qualquer forma, eu amo você, . – Ele disse sério.
sem pensar duas vezes, o abraçou com força. Com tanta força que parecia sentir as batidas do coração dela.
Ela gostava dele, e ele sabia disso. Ele sentia.
- Não complica ainda mais as coisas, ... – Ela disse baixinho, no ouvido dele, ainda abraçada ao primo.
mexia no cabelo dela.
- Não tem como complicar mais, ... – Ele dizia, acariciando o cabelo da menina.
- Você está complicando mais! – Ela disse, afastando-se.
rolou os olhos e mais uma vez, a puxou pelo braço.
- , olha pra mim! – Ele pediu baixo.
A garota olhou para , quase perdendo-se naqueles olhos que tanto amava.
- Você também gosta de mim! Eu tô vendo isso nos seus olhos! – disse certo.
riu irônica.
- Não, não gosto de você! – Ela disse, mais uma vez afastando-se – Eu gosto do ! – Mentiu.
assentiu com a cabeça.
- Ótimo. – Ele disse sério – A partir de hoje, não te procuro mais, a partir de hoje, nada aconteceu entre a gente...
assentiu com a cabeça, mordendo o lábio.
Como ela queria pular no colo dele e dizer que o amava acima de tudo.
Mas não podia. Maldita hora que se envolveu com , maldita hora que sua mãe dissera que ela tinha que continuar com ele, enquanto os tinham sociedade com eles...
deu outro beijo na testa da prima, e saiu em silêncio, deixando parada, com o colar nas mãos.
Ela respirou fundo e virou-se.
- Você só está complicando as coisas, . – Ouviu dizer.
não virou, mas sabia que ele estava certo.
Sua vida estava parecendo um filme de drama. Ela não queria aquilo.
Ela virou-se e viu um pouco longe.
- ! – Ela chamou.
virou-se para ela. mordeu o lábio e foi até ele, caminhando lentamente.
Ela não tinha mais do que se arrepender.
cruzou os braços, e encarou a prima. Ela olhou séria pra ele e mordeu o lábio.
- Eu... – Ela respirou fundo. Ótimo, não ia conseguir dizer! – Eu... Ah droga...
riu da confusão da menina, e a abraçou.
- Você também me ama, eu sei disso! Eu tive certeza no seu aniversário! Do contrário, por que você trairia ? – Ele dizia, enquanto acariciava o cabelo da menina.
abraçou-se ao primo com força.
- Mas eu não posso... – Ela disse séria.
pegou o rosto dela com as mãos e fitou os olhos da menina.
- Por quê? – Ele perguntou – Por que somos primos? Eu sei que isso não vai ser fácil para nossa família, afinal eles são conservadores, mas...
- Não é por isso. – o interrompeu – Não é só por isso. – Ela consertou – Eu não posso terminar com o . – Ela disse séria.
não entendeu. Ele a pegou pela mão, e os dois foram até uma árvore.
Sentaram-se embaixo dela, e colocou entre suas pernas, abraçando-a pela cintura.
- Por que não? – Ele perguntou calmamente.
Ele sabia que a menina tinha um motivo.
respirou fundo e colocou as mãos por cima das mãos de .
- Você sabe que minha mãe, e a mãe de são sócias, certo? – Ela perguntou.
- Uhum... – disse.
Apesar do assunto não ser nada tranqüilo, estava amando aquele momento com a menina.
- Bem, quando comecei a namorar com , minha mãe me disse que eu não poderia terminar com ele, por causa da família. tem bastante influência sobre a mãe, e se caso terminássemos e ele pedisse para a mãe romper sociedade, ela o faria sem pensar duas vezes... – Ela respirou fundo – Eu não posso terminar com o ...
ficou pasmo com o que ouviu. Ele nunca pensou que a tia fosse capaz de fazer isso.
E nunca pensou que fosse capaz de ficar com , apenas pelo bem da família.
- Fala alguma coisa... – disse baixinho.
- Eu... Não sei o que dizer. – assumiu. – Mas precisamos fazer alguma coisa... – Ele disse.
suspirou, e apertou ainda mais a menina envolta a seus braços.
Ele queria que ela se sentisse segura. Estava conseguindo.
- Acho melhor realmente fingirmos que nada aconteceu... – começou – Digo, não só na frente dos outros, entre nós mesmo... – Ela disse, embora fosse a ultima coisa que quisesse no momento.
Só Deus sabia como ela estava feliz em saber que também a amava. Mas ela sabia que não podia dar certo...
- Não. – disse decidido – Eu não vou fingir que não sinto nada por você... Não agora que eu sei que você também gosta de mim! – Ele disse sério – Nós vamos arrumar um jeito!
sorriu involuntariamente. era perfeito.
Ela era uma garota sortuda, fato; quem hoje em dia tem dois garotos lindos e perfeitos em sua inteira disposição? tinha.
- Não tem jeito... – concluiu antes de .
virou a menina delicadamente, para que ela ficasse defronte a ele.
Ele segurou o rosto dela, e fitou seus olhos.
- Escuta. Eu amo você, e... – respirou fundo – Acho que posso esperar até arrumarmos uma solução pra isso... – Ele dizia, alisando o rosto da menina – Mas eu não quero ter de ficar longe de você! Nem que pra isso, tenhamos que nos ver escondidos... Deus sabe como isso é ruim pra mim, ruim enganar o , mas Deus sabe também o que eu sinto por você... E apesar de ser difícil, acho que consigo agüentar ver vocês dois juntos... – disse baixinho.
Ele sabia que seria difícil. Não só pra ele, mas para também.
Mas no momento, não tinha outra solução, e ele não queria mais ter de ficar sem .
Não agora.
assentiu com a cabeça. Ela já não podia mais ficar sem .
Ela tinha que tomar alguma atitude. Mesmo que não fosse imediata.
Ela sorriu de lado, e não pensou duas vezes antes de beijá-la. Como ele sentiu falta daquele beijo, das mãos dela bagunçando seus cabelos, do cheiro dela, do calor que emanava de seu corpo.
Como ele sentiu falta dela.
podia dizer a mesma coisa. Quando estava com , era como se estivesse segura de tudo e todos, longe de qualquer tipo de problema. Ah como ela o amava.
sentiu o celular vibrar dentro da bolsa, e partiu o beijo.
Viu o nome de no visor, e sentiu o coração gelar. entortou a boca.
- Atende. – Ele disse.
atendeu, ajeitando-se novamente no colo do primo.
- Oi. – Ela disse sem emoção.
- Oi amor... – disse animado – Eu tô aqui na sua casa faz um tempão... Onde você está? – Ele perguntou.
olhou para , que entortava a aba do boné branco, da GAP que usava.
- Eu passei em uma cafeteria... – Mentiu – Mas já estou indo pra casa...
- Quer que eu te busque? – Ele perguntou, prestativo.
- Não precisa... – disse, enquanto olhava para qualquer ponto invisível do parque – Eu já estou perto...
- Ok, então eu te espero... Te amo. – Ele disse.
- Estou chegando... – disse, e desligou o celular.
estava um pouco carrancudo. Não sabia como ia conseguir agüentar falar sobre , ver os dois juntos...
Mas ela valia o sacrifício que ele fazia. Pelo menos, era no que ele queria acreditar.
- está em casa... – disse, olhando para o primo, que entortou a boca numa careta.
- E você vai ter que ir pra lá, certo? – adivinhou o óbvio.
assentiu com a cabeça.
Os dois ficaram de pé, e pegou nas mãos da menina.
- Eu estou fazendo um verdadeiro sacrifício pra ficar com você... – disse sério – Espero que você faça o mesmo, por mim. – Ele pediu.
assentiu com a cabeça, e o abraçou novamente.
Os dois se beijaram longamente. já sentia o coração apertar só de imaginar e juntos.
Mas ele tinha que ser forte.
Pelos dois.
Eles partiram o beijo, e beijou a testa da menina. Uma brisa gélida passou por eles, fazendo a pele de arrepiar-se, já que ela estava apenas de uniforme.
- Eu vou com você... – disse, abraçando-a pelos ombros, e fazendo sinal para um táxi.
não tinha a mesma habilidade de , de modo que depois de sete táxis passarem por eles, ele conseguira.
Eles entraram no carro, e disse o endereço da prima.
A rádio local tocava uma música calma, que reconheceu ser ‘Let it Be’, dos Beatles. Ele olhou para cima, e encostou sua cabeça no ombro do menino.
olhou para ela e não evitou um sorriso.
- Eu amo você. – sussurrou para , que deu um selinho nela.
- Eu também, muito! – Ele disse, beijando agora a testa dela.
sorriu e passou o braço pela cintura dele, ajeitando o rosto entre o queixo e o pescoço dele.
pediu para que o taxista parasse na esquina da mansão de , para que eles pudessem se despedir.
O taxista parou e suspirou.
- Vai lá. – Ele disse, dando uma tapinha na perna dela.
fez bico, e encostou seus lábios nos do primo.
a beijou rápido, bagunçando um pouco seus cabelos. fez o mesmo, mas foram interrompidos pelo hem hem mal humorado do taxista.
- Te amo. – disse, assim que ela desceu do carro.
mandou um beijo no ar, e viu o carro tomar distância.
Ela olhou em uma poça de água seu cabelo, e o ajeitou, já que estava um pouco desarrumado.
Respirou fundo, e caminhou em direção a sua casa.
Aquilo definitivamente não podia ficar assim.

Capítulo 9: I Feel So...

abriu a porta, e viu a sala vazia.
Ela deixou a bolsa no sofá, e jogou-se no mesmo.
- ? – Satiko, a empregada japonesa perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Hum? – Ela perguntou, desanimada.
- e estão no quarto jogando vídeo-game! – Ela avisou – Quer alguma coisa?
suspirou.
- Faça um capuccino pra mim, por favor. – Ela pediu, pegando a bolsa e levantando – Me leve no quarto do ...
A empregada assentiu, e subiu as escadas.
Assim que pisou no andar superior, ouviu os risos e as vozes do irmão e do namorado, vindas do quarto dele.
- Hey... – Fingiu animação ao abrir a porta.
Ela sentiu-se mal ao ver a expressão de .
Os olhos dele se iluminaram ao vê-la. sentiu-se um monstro.
- Amor! – Ele disse sorridente, indo ao encontro dela.
a abraçou e deu um selinho em , que forçou um sorriso.
- Oi , eu estou ótimo, obrigado! Ah, e eu fui eu quem comeu o seu sorvete de chocolate! – disse, fingindo estar bravo.
riu, e jogou o travesseiro no irmão.
- Eu procurei aquele sorvete, sabia? – Ela perguntou rindo.
deu de ombros.
- Bem , cansou de perder? – perguntou rindo, com um controle nas mãos.
- Não mesmo! – disse rindo, deixando e indo até o vídeo-game.
- Bem, já que vocês estão entretidos, vou tomar banho... – avisou.
assentiu com a cabeça, e voltou a jogar com .
entrou no seu quarto, e deixou a bolsa em qualquer lugar, entrando no banheiro.
Ela ligou o chuveiro, e entrou ainda de roupa, debaixo dele.
A água quente relaxava, e no momento, era o que ela mais queria.
estava decidida em conversar com sua mãe. Não era justo com ela continuar com . Não era justo com ela, não era justo com ... E não era justo com .
Apesar do assunto ser um pouco problemático, não conseguiu evitar um sorriso ao lembrar de .
Ele a amava também!
Ela sentiu vontade de sair dando saltinhos, mas ficou quieta, guardando toda aquela inquietação apenas pra si mesma.
Ela se sentia tão... Tão viva! Era como se toda essa semana, ela estivesse dormindo, e alguém agia e pensava por ela. Era boa essa sensação de vitalidade que sentia.
Viu que estava demorando muito no banho – e por se preocupar com o meio ambiente – viu que estava na hora de sair.
Desligou – com custo – o chuveiro, e saiu do banheiro enrolada em uma toalha. Abriu o guarda-roupas, pegou uma camiseta antiga de que estava lá – uma camiseta do Blink 182 – e um short. Adorava andar assim pela casa. Mesmo quando sua mãe dizia que mesmo em casa, ela deveria ficar ‘apresentável’. penteou os cabelos, deixando-os molhados. Não estava com paciência de secá-los. Colocou suas enormes pantufas de cachorros, e saiu do quarto, indo em direção a cozinha.
Aquele banho serviu como estimulante para , já que a menina estava alegre e com fome.
Ela chegou à cozinha, e por sorte, não encontrou com a mãe no caminho. Aquela roupa estava tão gostosa...
- Oi Marly! – disse, sentando-se a mesa, e sorrindo.
Fazia uma semana que ela não sabia o que era sorrir...
- Oi! – A cozinheira sorriu, e continuou mexendo sua panela. – Satiko me pediu o seu capuccino, ele está em cima do microondas! – Avisou.
sorriu. Mas não queria mais capuccino.
- Ainda tem sorvete? – perguntou. Bem, ela sabia que não tinha mais de chocolate graças a seu irmão esfomeado.
- Deve ter... – A cozinheira disse, agora acrescentando qualquer tipo de tempero em sua comida.
abriu o freezer, e pegou um dos potes de sorvete. Ela pegou três colheres, e saiu da cozinha, agora indo em direção ao quarto do irmão.
Ela abriu a porta, e viu que estava concentrado jogando, enquanto sorria convencido.
estava perdendo, decerto.
- Hei meninos! – disse, sentando na cama do irmão.
- Uau amor, você tá sexy! – disse rindo.
deu a língua. Ela não queria pensar no quão estava sendo cachorra com , ela queria curtir ele.
No bom sentido, já que ela o via como um amigo.
- , você tá ridícula! – disse, arqueando uma sobrancelha, deixando o controle e avançando no sorvete.
riu.
- Eu sei. Mas essa roupa tá gostosa! – Ela disse rindo.
riu e beijou o rosto dela. apenas rolou os olhos.
E passaram a tarde assim, tomando sorvete, rindo e conversando.
evitava na medida do possível. Ela tinha que acabar logo com isso, mas não queria magoá-lo.
era uma das melhores pessoas que ela conhecia, e ele não merecia sofrer.

chegou em casa sorridente. Ele não queria pensar que nesse momento, estava com , ele só queria lembrar de horas atrás.
Ela o amava também. Que mais lhe importava então?
Ele riu e jogou-se no sofá, ligando a televisão em seguida.
Passava qualquer programa inútil, que ele ‘assistiu’ embora seus pensamentos estivessem longe.
Porém, seu celular o fez despertar dos pensamentos.
- Hei ! – Ele disse, ao ver o nome do amigo no visor.
estranhou a animação repentina do amigo, mas ficou feliz por isso.
- Hei ! – Cumprimentou – E aí, nossa saída hoje tá de pé, certo? – Ele perguntou.
não queria sair de casa, mas também não podia levantar suspeitas.
Além do mais, ele não precisava necessariamente ficar com outras garotas... Que mal tinha em sair e beber com ?
- Claro! – disse sorrindo, colocando os pés na mesinha de centro, e os braços atrás da cabeça.
- Ae! – comemorou – Vamos ao The Boss! Já fiz nossas reservas! – disse, referindo-se ao pub que sempre freqüentavam.
- Certo! – disse.
- Então tá... Eu passo aí e vamos juntos... – disse – Até depois, !
- Até! – disse, desligando o celular em seguida.
Ele subiu para o quarto, e tomou um banho, já que sairia com .

Horas mais tarde, estava na mansão dos . estava arrumado, com uma camisa pólo preta, com os primeiros botões abertos, o cabelo desarrumado, uma calça jeans e o vans listrado que usava.
estava quase do mesmo jeito, porém usava all star ao invés de vans, e seu suéter azul marinho.
- Você não sabe com quem eu conversei hoje... – disse, enquanto passava perfume.
Apesar de ser quinta-feira, eles já estavam animados com o final de semana. Bem, estava.
- Com quem? – perguntou, não muito interessado.
- Com a Taylor! – comentou sorrindo.
não demonstrou emoção, o que deixou confuso.
- Dude, a Taylor! – repetiu – Sua ex namorada... – explicou.
deu de ombros.
- O que tem ela? – Ele perguntou.
nunca gostou dela, ela foi só motivo de aprendizado para ele.
Foi com ela que perdeu a virgindade, ela foi sua primeira namorada e foi ela quem ensinou várias coisas a ele.
Ela era três anos mais velha que ele, e terminou com ele, ao começar a namorar um garoto de sua idade.
Claro que não ligou tanto afinal, gostava de .
Mas ele era obrigado a admitir que tinha ficado um tanto quanto mexido.
- Ela vai! – explicou excitado – E está ansiosa em te ver!
riu.
- Cara, Taylor e eu não temos mais nada a ver... A última vez que nos vimos eu tinha... Quinze anos? – Ele perguntou, rindo.
- Exato! – explicava – Agora ela vai ver que o pequeno cresceu, e vocês podem ter alguma coisa!
riu e colocou a mão no ombro do amigo.
- , eu não quero nada com ninguém... Ainda mais com a Taylor. Eu estou bem, acredite! – disse sério, mas com um sorriso nos lábios.
Andava tão sorridente essa noite...
deu de ombros.
- Duvido. – Ele disse rindo.
balançou a cabeça negativamente, e riu.
- Vamos? – Ele perguntou a .
- Demorou. – Ele disse rindo, saindo na frente com as chaves do carro.
deu mais uma olhada no espelho, e sorriu.
Como será que estava agora? Ele se perguntou
Sentiu uma coisa no estômago ao pensar que ela poderia estar com .
Decidiu não pensar em mais nada, e seguir ao pub. Ele não tinha nada a perder ali.


e ainda jogavam vídeo-game, enquanto cochilava, abraçada ao travesseiro de .
Amava o travesseiro do irmão... Tinha o cheiro dele.
- , vai dormir na sua cama... Odeio quando você baba no meu travesseiro! – reclamava.
e passaram a ignorar a existência de , já que ficaram jogando vídeo-game. Então a menina dormiu.
- Eu não estou com sono... – Ela disse, embora suas expressões confirmassem o contrário.
- Não, eu que tô... – ironizou.
apenas via tudo, rindo.
- Vem, eu te levo! – disse, pegando a menina no colo.
riu.
- Não precisa, eu vou andando... – Ela disse, mas foi inútil.
saiu com ela nos braços do quarto de , e entrou no dela.
começou a rir, quando a colocou na cama.
- Você vai me deixar mal acostumada, Sr. ! – Ela disse, fingindo seriedade.
deu a língua, e deitou ao lado da menina.
puxou para mais perto de si, e começou a beijar seu pescoço.
Ok, amava e todo mundo sabe. Mas é um garoto lindo, que mexe com qualquer garota.
E não são só os homens que tem suas fraquezas.
Ela era obrigada a admitir que ficava mexida. sabia seus pontos fracos.
sentiu a pele da menina arrepiar e sorriu. Ele adorava fazer isso.
Agora, ele subiu a boca para os lábios da menina, colocando-a delicadamente sobre si. Ele colocou suas mãos por debaixo da camisa que ela vestia, e começou a erguê-la.
estava gostando, fato.
Mas ela tinha que terminar com , e não aprofundar mais o relacionamento.
começou a beijar novamente seu pescoço, e ela não tinha a mínima vontade de fazê-lo parar.
Agora que ela sabia como era bom, ela não queria pará-lo.
Mas pensou em , em tudo que conversaram a tarde.
Ela o amava, e ponto.
- , eu estou cansada... – disse, partindo o beijo.
colocou a menina a seu lado e bufou.
Aquilo estava ficando exaustivo. Ele já não agüentava mais.
- , eu estou começando a ficar um pouquinho cansado das suas desculpas... – disse sério, não escondendo sua decepção.
respirou fundo e sentou-se na cama, enquanto continuava deitado.
- Eu sei... – Ela respirou fundo – Mas ... Eu... Hum...
- Você não está pronta, você tem dor de cabeça, você está menstruada, sua mãe está em casa, pode ouvir, você está cansada... Eu já sei de cor todas as suas desculpas! – rolou os olhos – , você pretende ir com isso até quando? – Ele perguntou, não sendo grotesco, mas perguntou sério. – Namoramos há quase três anos! Aliás, fazemos três anos no mês que vem! Você acha que é fácil pra mim, agüentar três anos? – Ele perguntou.
olhou para baixo. Era agora.
- Acho então que devíamos dar um tempo... – Ela disse olhando para baixo.
sentou-se e arqueou a sobrancelha.
Ele ficou com medo, fato.
- Também não é pra tanto... – Ele disse – Eu... Eu posso esperar um pouco...
a amava muito, e se ela queria tempo, ele a daria.
mordeu o lábio e olhou para baixo. Esse não era um bom motivo para terminar com .
a abraçou, e começou a mexer em seu cabelo.
- Desculpa vai... Eu fui grosso com você... É que... Esquece... – balançou a cabeça negativamente, e respirou fundo. – Eu não quero terminar com você, certo? – Ele disse sério.
assentiu com a cabeça.
deitou novamente na cama, e puxou a menina com ele. fechou os olhos e tentou pensar em como terminaria com .
Mas primeiro, ela teria que falar com sua mãe. Era muita coisa pra sua cabeça.
Ela sentiu o sono chegar, e não lutou contra ele, adormecendo rapidamente.
esperou que dormisse, para ir embora. Ele parou na porta e ficou vendo a menina dormir.
Não, ele não podia perdê-la. Não podia mesmo.

e riam de uma história que a garota loira – que nenhum dos dois sabiam o nome – contara.
Taylor passara a noite se insinuando para . Ao ver o que o pequeno cresceu, ela não pensou duas vezes antes de começar a colocar o decote praticamente na cara do garoto.
era obrigado a admitir: Taylor mexia muito com ele, mas ele não podia não pensar em , na sua menina.
- E então, , anda namorando? – Taylor perguntou, dando uma tragada em seu cigarro, e soltando a fumaça devagar.
apagou o resto do seu cigarro no cinzeiro, e deu um gole em seu Martini. Ele sorriu.
- Ainda não. – Ele assumiu.
Agradeceu mentalmente pelo fato de estar entretido com a loira, e não prestar atenção em sua conversa.
- Então, você já tem alguém em vista? – Ela perguntou, dando mais uma longa tragada em seu cigarro.
sorriu.
- Sim. – Respondeu simplesmente.
- Hum... – Taylor disse, soltando a fumaça devagar – Sabe , sou obrigada a confessar que, senti saudades suas, sabia? – Ela perguntou, colocando a mão na gola da camisa do menino.
tirou delicadamente a mão da garota, dele, e sorriu.
- Foi legal enquanto durou. – Ele disse simplesmente.
Taylor fez uma careta, apagou a bituca do cigarro, e pegou outro.
Ela apontou o cigarro, e o acendeu.
Ela soltou a fumaça rápido, e sorriu novamente.
- Bem, você não está namorando ainda, não é? – Ela perguntou sorrindo.
negou com a cabeça, e a garota sorriu.
- O que significa então, que você está solteiro? – Ela perguntou mais uma vez.
riu.
- Tecnicamente, sim. – Assumiu.
- Bom... Muito bom... – Ela disse baixinho, jogando os longos cabelos ruivos para trás – O que acha de darmos uma volta? – Ela perguntou.
- Taylor, eu não quero nada com você... – foi franco – Desculpe.
Taylor sorriu novamente.
- , quero dar uma volta com você como amigos... – Ela tornou a dizer.
Agora, passou a prestar atenção na conversa.
- Não. – disse firme.
A garota ergueu as mãos como se rendesse, e deu outra tragada em seu cigarro.
- Sabe... – Ela começou – Acho que preferia o inexperiente que eu conheci a anos atrás...
sorriu, e deu outro gole no seu Martini, que a essa altura, já estava ruim.
- As pessoas mudam, cara Taylor... – Ele disse, deixando uma Taylor e um boquiabertos. – Bem , acho que vou indo... Vou pegar um táxi... Você vem comigo? – Ele perguntou, levantando-se.
- Não, pode ir... – disse, apontando a loira com um sorriso pervertido.
riu.
- Se quiser, te pago um táxi, Taylor. Pra você não dizer que eu sou um grosso... – disse rindo.
A ruiva negou com a cabeça.
acenou para os três, e saiu do pub, rindo.
Ele estava rindo a toa, sorrindo bobo toda hora... Ele não sabia que tinha esses efeitos nele.
Ele sentia-se tão bem.
fez sinal para um táxi, e por sorte, conseguiu de primeira.
Encostou a cabeça no banco e fechou os olhos. Ele só queria que fizesse o mesmo por ele.
Sacrifícios.

Capítulo 10 – I'd Do Anything;

Sexta-feira, sem dúvida o dia mais esperado pelas estudantes do colégio St. Marrie. estava já em sua ultima aula de trigonometria, e não via a hora do sinal do intervalo soar.
Depois do intervalo ela teria aulas extracurriculares, como música, por exemplo.
Ela não tinha dom algum para música, não sabia por que raios era obrigada cursar essa matéria. Quando ela foi tentar tocar piano, definitivamente foi um desastre.
olhou mais uma vez para o relógio que ficava no meio da parede e respirou fundo, parecia que os minutos não passavam. A professora McKinon estava bem mais apavorante do que de costume. Seus cabelos grisalhos estavam presos por uma fita preta, e faziam um laço horrível no meio da cabeça. As sobrancelhas dela eram feitas de delineador, o que a tornava bizarra. Ela usava um vestido, com outro laço amarrado na barriga. Sra. McKinon tem uma fixação por laços.
parou de reparar o quão ridícula sua professora era, e voltou a encarar o relógio.
Para sua sorte, faltavam dois minutos para dar o intervalo.
Ela pegou seu material, e começou a guardá-lo. As outras alunas começaram a fazer o mesmo, e quando o sinal tocou, praticamente voou. Ela ainda não tinha visto , e precisava conversar com ela, contar as novidades.
guardou os livros no armário, e procurou com os olhos. Saiu correndo quando viu a amiga se aproximar.
não entendeu o sorriso de .
- Que sorriso é esse? – Ela perguntou rindo, guardando suas coisas no armário.
encostou no armário, e fechou o mesmo.
Ela sorriu mais uma vez, e mordeu o lábio.
- Eu conversei com o ! – disse feliz, começando a abanar as mãos.
Um típico ataque de diva.
arqueou uma sobrancelha.
- Como assim? E aí? – Ela perguntou, já caminhando pelo corredor.
- Conversamos e... AH! – Ela deu um gritinho – Ele me ama, ! – disse, olhando para o nada.
- Como assim? – perguntou novamente.
Agora elas iam em direção ao refeitório.
- Me ama! – Ela confirmou – E ele vai esperar eu me acertar com ! Ou melhor, terminar com ...
- , desculpa derrubar seu castelo, mas... – começou, enquanto entravam na fila – Primeiro: você não tem como terminar com o pelo motivo que nós duas sabemos... – pegou uma bandeja, fez o mesmo – Segundo: vocês são primos, suas famílias nunca aceitariam! – disse séria.
entortou a boca. A mulher que distribuía a comida colocou quatro bolachinhas na bandeja de , e , sem que ela percebesse pegou mais três. Andava com fome, ultimamente.
- , por favor, não dramatize ainda mais a história! – disse, agora pegando uma latinha de refrigerante – Eu sei que vai ser difícil e tudo mais... – Elas sentaram-se em uma mesa no meio do pátio. Era a mesa delas. Ninguém sentava ali a não ser elas – Mas acho que eu mereço ser feliz, não acha? – Perguntou.
mordeu sua maçã. Ao invés das bolachinhas ultra calóricas – palavras dela! – preferiu uma fruta saudável.
- Claro que tem! – Ela confirmou – Mas... Bem, você quem sabe... – Deu de ombros.
assentiu com a cabeça e mordeu uma das bolachinhas.
Hoje ela falaria com sua mãe, e logo em seguida falaria com .
Nada podia sair errado.

estava deitado na sua cama, ainda só de boxers, assistindo desenho animado.
Às vezes sentia falta do colégio. Segundo ele, ficar de manhã em casa era extremamente chato.
Ele estava rindo do desenho, quando ouviu alguém bater a sua porta.
- Entra... – Ele disse.
entrou no quarto, e não escondeu sua surpresa. Não estava preparado para falar com agora.
- Hei! – fingiu animação.
Ele era péssimo ator, fato.
- Hei! – também fingiu animação. percebeu.
sentou-se na cadeira da escrivaninha de , e começou a batucar os dedos na mesma.
sentou-se na cama, e olhou para com a sobrancelha arqueada.
- O que aconteceu, cara? – Ele perguntou sério.
respirou fundo.
- A . – Ele disse.
respirou fundo. Por um momento, tinha se esquecido que, o considerava conselheiro oficial.
Sempre contava seus problemas com pra ele.
- O que aconteceu dessa vez? – perguntou, escondendo a sua... Raiva?
Bem, até que ele não era um ator tão ruim...
- Cara... – passou as mãos pelos cabelos – Ela mencionou dar um tempo! – disse preocupado.
Agora tinha que esconder sua animação.
Desde quando era uma pessoa tão rápida?
- Mas... Por quê? – Ele perguntou, interessado – Do nada?
bufou.
- Não... Tipo, ontem eu tentei de novo... – disse.
cerrou os punhos discretamente. Agora, imaginar com não só o incomodava; agora o irritava profundamente.
- E... – Ele quis que continuasse.
- Ela me barrou, como sempre. – deu de ombros – Só que eu meio que, estourei. Disse que, estava ficando cansado das desculpas dela... E então ela disse que era melhor dar um tempo... – disse sério.
respirou fundo.

“1…2…3…4…5…” Ele contava mentalmente.

- , por que você não termina com a ? – sugeriu, fingindo indiferença.
Ele não fingiu tão bem.
riu sarcástico.
- Nunca. – Ele disse sério – , você mais do que ninguém sabe, a é a coisa mais importante da minha vida... Minha vida em si, entende? Eu faria qualquer coisa por ela... Até esperaria quinze anos... – dizia sério.
Aquelas palavras machucavam . A única coisa que ele queria dizer era dizer que pra ele, tinha o mesmo significado.
Mas não podia.
- Mas... Você acha que vale a pena? – perguntou mais uma vez.
respirou fundo.
- Sabe, a anda estranha comigo... Muito estranha pra falar a verdade... – começou – Ela anda fria, me evitando... – Respirou fundo – Você não sabe como isso me machuca...
assentiu com a cabeça.
Ele estava começando a ficar com pena de .
- Imagino. – Assumiu. – Mas cara, relaxa. Se acontecer mesmo da terminar com você...
- Ela não vai terminar comigo. – acrescentou.
sentiu a garganta dar um nó.
- Ok... Mas pensa... Às vezes é o melhor, ! Vejam só, já foram dois anos! – tentava colocar na cabeça do amigo.
respirou fundo.
- Eu simplesmente não sei. – Assumiu.
- Deixa rolar... – disse – Não apressa nada... E conversa com ela...
assentiu com a cabeça e respirou fundo.
- E você, como anda? – Perguntou, mudando o assunto.
sorriu.
- Bem! – Disse firme.
sorriu.
- Que bom, fico feliz por você! – disse sorrindo.
Se ele soubesse o motivo da felicidade de , não ficaria nenhum pouco feliz.
ficou de pé e colocou as mãos no bolso.
- Desculpa vir te amolar cedo, sobre a ... – riu – Obrigado por sempre me ouvir...
riu e ficou de pé, dando um soquinho no ombro do amigo.
- Você sabe que pode contar comigo! – disse.
Você sabe que pode contar comigo... Quanta ironia.
sorriu.
- Bem, melhor eu ir indo... Vou ver se consigo pegar a no colégio... – olhou o relógio - Valeu ! – sorriu, e deixou o quarto.
viu o amigo descer as escadas, e jogou-se na cama.
Aquela situação acabava com ele.

e saíam do colégio sorrindo. dizia o quão estava lindo no baile de aniversário, e apenas dizia que ‘era a família’.
Elas desciam as escadas do colégio, quando ouviram uma buzina.
- Oh meu Deus, é o . – disse, olhando .
sorriu e acenou, já que não demonstrou nenhuma reação.
Elas caminharam em direção ao carro, e sorriu.
- Oi amor... – Ele disse, dando um selinho nela.
fez uma careta para .
- , dá uma carona pra ? – pediu.
- Claro! – respondeu sorridente.
As duas entraram no carro, e sentou no banco do carona, deixando sozinha no traseiro.
ligou o rádio, deixando tocar The Zephyr Song, do Red Hot Chili Peppers.
Ela adorava essa música.
- E então , como vai? – perguntou, ao ver que o silêncio começou a incomodar.
e começaram a conversar, e parou no farol. Ele colocou a mão na perna da namorada, e forçou um sorriso pra ele. Ela voltou a olhar a janela e viu uma barraquinha de cachorro quente.
Os cachorros quentes pareciam ser tão bons, e o cheiro também...
Ela ficou com vontade daquele cachorro quente.
recomeçou a andar... Ela precisava daquele cachorro quente.
- , pára o carro? – pediu de um jeito desesperado.
arqueou a sobrancelha, não entendendo.
- Pára ! – pediu, feito criança.
estacionou próximo a barraca, e desceu quase que correndo do carro.
Ela deu uma nota de três libras para o vendedor, que agradeceu até a mãe de . pegou um cachorro quente, e mordeu.
Era o melhor cachorro quente que ela comera na vida.
e olharam sem entender.
- , você podia pedir normalmente pra eu comprar o cachorro quente... – disse sem entender, girando as chaves do carro na mão.
estava encostada no capô do carro, apenas olhando aquela cena bizarra.
Desde quando gostava tanto de cachorro quente?
- Eu não sei, é que simplesmente me deu vontade! – Ela disse, comendo rapidamente seu lanche.
arregalou os olhos. Sua amiga era bizarra.
apenas riu.
- Vamos... – Ele disse, abrindo a porta do carro para a namorada.
entrou no carro, e fez o mesmo.
Em minutos, terminou de comer seu lanche, o que assustou um pouco os outros dois presentes.
deixou em casa, e disse que ligaria para .
viu que o silêncio começava a incomodar.
- , vamos pra casa hoje? – Ele perguntou.
- Pra que? – Ela perguntou.
Hoje ela queria conversar com sua mãe, e era um pouco difícil achar sua mãe em casa.
- Eu queria ficar com você, conversar, sei lá... – Ele disse, concentrado no trânsito.
- Ah … - fez bico – Eu queria conversar com a minha mãe... E você sabe como é difícil encontrá-la em casa... – Ela disse.
assentiu com a cabeça.
- Tudo bem. – Ele disse, forçando sorriso.
Tudo bem. Pra ele, não tinha nada bem.
Ele estava com medo desse comportamento de .
Não demorou para que ele estacionasse defronte a casa da namorada.
- Bem, eu vou indo... A gente se vê hoje? – Ele perguntou, puxando a menina para dar um beijo.
Eles se beijaram brevemente. partiu o beijo e sorriu.
- Acho melhor não... Quero passar o dia com minha mãe... – disse.
assentiu com a cabeça.
- Então eu vou para Liverpool com o meu primo... – disse – Mas amanhã de manhã já estou aqui...
- Certo! – sorriu.
deu um selinho na menina.
- Até depois, amor. – Ele disse.
- Até depois ! – Ela disse, beijando a testa dele, e saindo do carro.
observou a menina entrar em casa e respirou fundo.
Deus sabe que ele faria qualquer coisa por ela. Qualquer coisa.
Mas ele sentia que seu namoro estava no fim, ele pressentia.
Mas ele não ia deixar. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa pra salvar aquele namoro.
Ele amava mais do que tudo, e não ia deixar ela escapar tão fácil.
Ele suspirou, e saiu acelerando com o carro.

Capítulo 11 – Pensamento Permanente ;

entrou em casa, e para sua sorte, seus pais estavam em casa.
Robert estava apenas de shorts de linho, e sua mãe vestia um vestido leve. Eles assistiam qualquer programa inútil na televisão.
sorriu e foi cumprimentar os pais.
- Mãe! – Ela cumprimentou.
- ! – Joanna cumprimentou.
deu um beijo na mãe e no pai, e sentou-se no meio dos dois.
Ela assistiu um pouco do programa, e respirou fundo.
Quanto antes, melhor.
- Mãe, eu queria conversar com você... – Ela disse, olhando a mulher.
- , olhe seu uniforme manchado! – Ela apontou uma mancha alaranjada na camisa branca da menina.
- Eu comi um lanche no caminho... – explicou rapidamente – Mãe, podemos conversar? – Ela perguntou mais uma vez.
- Claro, diga... – Ela disse.
apontou o pai discretamente. Joanna não entendeu todo o suspense da filha, e fez sinal para que ela a seguisse.
As duas entraram no escritório do pai, e Joanna fechou a porta.
- O que é, que exige tanto sigilo? - Ela perguntou.
respirou fundo e sentou-se na mesa.
- Mãe, eu quero terminar com o . – Ela disse séria, olhando fixamente para a mãe.
Joanna deu um riso sarcástico.
- Não quer não. – Ela disse firme.
- Quero sim! – disse mais firme ainda – Mãe, eu não o amo...
- Amor, amor, amor! – Joanna disse ironicamente – Você acha que amor nos leva a algum lugar? Você acha que eu casei com o seu pai por amor? querida, abra essa sua mente! – Ela dizia, chegando mais perto da filha – Hoje em dia, o que manda não é essa coisa de sentimento... E sim, inteligência. é a melhor pessoa pra você... Para nós! – Ela disse séria.
ouviu boquiaberta. Aquele monstro era sua mãe?
Sim, porque ela não via a sua frente Joanna , a estilista e delicada mulher que ela chamava de mãe.
Ela via a sua frente uma mulher ambiciosa e sem escrúpulos.
Aquilo, assustou .
- Mãe, eu sei o que é melhor pra mim, e não é o ! – repetiu.
- , deixe de ser tola! – Joanna disse, alterando a voz – A troco de que você vai terminar com ?
mordeu o lábio.
- Eu gosto de outra pessoa. – Assumiu.
Joanna riu sarcástica.
- Gosta de outra pessoa? – Ela perguntou séria, colocando a mão na testa e respirando fundo – GOSTA DE OUTRA PESSOA? – Ela gritou.
sentiu os olhos encherem-se de lágrimas.
- Mãe, não dificulte mais a coisas... – Ela pediu.
Joanna respirou fundo.
- Vá, faça o que quiser! – Ela disse séria – Se sua família cair em ruínas depois dessa sua decisão, será culpa sua! – Joanna disse, apontando para a filha.
levantou.
- Mãe, eu tenho só dezessete anos! – Ela gritava, agora – Você está colocando uma responsabilidade em cima de mim, que não existe! – Pronto, ela tinha estourado – Isso é ridículo, a mãe do jamais romperia sociedade com você por um relacionamento do filho que não deu certo! Deixa de ser louca! – Ela gritou a última frase.
Joanna ficou estática, olhando para a filha.
- Faça o que quiser! – Ela disse, abrindo a porta – Mas esqueça que eu existo! – Ela disse, saindo do escritório em seguida.
não segurou as lágrimas. Ela sabia que a conversa com sua mãe não seria fácil, mas jamais pensou que seria tão difícil. Jamais pensou que ouviria tais palavras dela.
Ela continuou quieta no escritório, quando ouviu a porta sendo aberta.
ia gritar alguma coisa, quando viu entrando.
Sem demoras, o irmão a abraçou apertado.
- Eu tô aqui... – Ele disse, confortando-a.
assentiu com a cabeça, escondendo o rosto no peito do irmão.
- Eu ouvi tudo... Quer dizer, todo mundo ouviu tudo... – dizia, acariciando o cabelo da irmã.
soluçou, e apertou ainda mais o abraço. Doía ver a irmã daquele jeito.
- E se você vai terminar com o ... Eu te apoio, ouviu? – Ele perguntou, segurando o rosto da irmã com as mãos.
A menina assentiu com a cabeça.
- Vai lavar o rosto, tomar um banho... – disse – Se você quiser, podemos sair, sei lá...
sorriu e deu um beijo no rosto do irmão.
- Tá tudo bem... – Ela enxugou suas lágrimas – Eu vou tomar um banho... – Ela disse, soltando-se do abraço do irmão – Obrigada.
beijou sua testa, e sorriu.
- Eu te amo. – Ele disse, ao ver a menina saindo do escritório.
- Eu também te amo! – Ela disse, fechando a porta.
passou correndo pela sala, e subiu as escadas em cerca de segundos.
Ela entrou em seu quarto, despiu-se e entrou para tomar um banho.
estava deitada na cama. Ela ouvia Won't Stop, do OneRepublic, enquanto desenhava.
Ela precisava se distrair, e nem televisão nem internet estavam funcionando.
Bem, ela nunca foi boa com desenhos. Ela jogou o caderno longe, e aumentou o volume do rádio.
Não era uma música que animava, mas ela gostava.
- Oi? – entrou no quarto.
Ele estava preocupado com a irmã.
- Oi... – sorriu.
Ela estava com uma blusinha apertada branca, um short xadrez e meias cor-de-rosa ‘berrante’ – como dizia .
- Ta melhor? – Ele perguntou.
sorriu e assentiu com a cabeça.
- Eu estava querendo ir na casa do , faz tempo que eu não vou lá... – começou – Quer ir comigo? Pelo menos você não fica aqui sozinha...
ia responder que sim, óbvio.
Mas ela tinha que fingir indiferença, afinal, todos achavam que e não se davam bem.
- No ? – Ela fingiu desanimação.
- Se quiser, leva a ... Vamos beber alguma coisa... Já está anoitecendo... – disse.
“Leva a .” Interesseiro.
sorriu mais ainda. Bem, poderia distrair ...
Ela não valia nada. Mas no momento, não queria se recriminar.
Ela precisava conversar com .
- Pode ser... – Ela sorriu – Eu vou me trocar e ligar pra ela...
- Ok! Quando terminar, me avise! – disse, saindo do quarto.
sorriu, e pulou da cama. Era só ouvir falar de que já sentia-se bem.
Ela só esperava que não fosse...
abriu o guarda-roupas, e pegou um short curto – bem curto, diga-se de passagem – sua meia calça preta, suas sapatilhas pretas, e uma blusinha branca. Ela colocou um colar bem comprido, e deixou os cabelos soltos.
Ela passou seu perfume Ralph Lauren, e uma maquiagem clara, porém, lápis forte nos olhos.
Pegou o celular e deu ‘send’ já que o número de , era o último discado.
- Fala. – atendeu, após um tempo.
- Oi ... – respondeu rindo. Uau, tinha mesmo um poder sobre ela. Minutos antes ela estava amuada na cama, ouvindo músicas lentas que a deixavam com vontade de chorar. – e eu estamos indo na casa do ... Quer ir? – Ela perguntou.
- Claro! – Ela disse, um pouco alto – Quer dizer, uhum... Seria legal...
- , não precisa fingir comigo, certo? – Ela disse rindo – Arrume-se rápido, porque estamos passando aí! - Certo! – disse rindo – Até depois!
desligou o celular, pegou sua pequena bolsa Gucci, e saiu do quarto, batendo na porta do irmão, em seguida.
saiu do quarto vestido com uma camisa pólo azul, uma calça larga caindo, deixando as boxers xadrezes a vista. Ele vestia o seu all star branco de couro, e o cabelo penteado como um topete.
Lindo.
- Uau! – disse sorrindo.
- Uau! – a imitou.
Os dois riram, e desceram as escadas. estava cheiroso também... Ele estava usando o perfume que dera a ele de aniversário.
Eles passaram pelos pais sem dizer uma palavra. Robert era um idiota, nunca falava nada para ‘parar’ a mulher. E Joanna... e queriam distância.
também. A partir do momento que alguém machucasse sua irmã mais nova, estava arrumando briga com ele. amava a superproteção do irmão.
- ... – disse, enquanto entravam no carro.
- Oi... – disse, sentando no banco traseiro, já que eles iam buscar .
colocou a mão no banco do carona, e olhou para trás, enquanto tirava o carro da garagem.
- Você vai mesmo terminar com o ? – Ele perguntou, voltando a posição inicial.
respirou fundo.
- Sim. – Ela respondeu simplesmente.
virou o carro, e acelerou, saindo de casa.
- Eu percebi a um tempo, que você não gosta mais dele... – disse – Quer dizer, enquanto ele se derretia em declarações, você dava sorrisos amarelos...
- Não era justo com ele... – disse.
- Eu sei que não. merece alguém que o ame. – disse – Se não foi você, ele encontrará!
sorriu e bagunçou o cabelo do irmão.
- Eu amo você, ! – Ela disse rindo.
sorriu.
- Eu também amo você! E amo quando você sorri! – Ele disse, sem desviar a atenção do trânsito.
ligou o rádio, e estava tocando qualquer coisa inútil na rádio local.
- Coloca Pink Floyd! – pediu.
- Pink Floyd! – concordou.
Desde quando tinha tão bom gosto musical?
colocou ‘Time’ e sorriu, apoiando a cabeça no bando.
Não demorou para que estacionasse defronte a casa de , que esperava no banco do jardim.
Ela estava com uma calça skinny de cintura alta, uma blusinha vermelha, e suas botas de camurça também vermelhas. O cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo alto. Ela estava linda.
quem o diga.
- Oi amor! – disse a , ao entrar no carro.
- Oi! – cumprimentou.
deu um beijo no rosto de , que sorriu.
Enquanto dirigia, contou todo o acontecido com sua mãe, a , que ficou surpresa com a atitude da amiga. podia ser considerada a rainha das incertezas e da lerdeza.
- Agora que você conversou com sua mãe... – disse, enquanto dirigia concentrado – Você vai conversar com , quando?
respirou fundo.
- Vai ser difícil falar com ele... – disse.
- Vai mesmo. Eu não sei se isso vai piorar, mas te ama, ! Muito! – disse.
- Eu sei... E por isso vai ser difícil. Eu adoro o , amo passar cada momento ao lado dele... Mas não sentido que ele queria... – Ela disse, ainda olhando para o teto.
- É amiga, eu não queria estar no seu lugar... – comentou.
- Obrigada. – Ironizou .
As duas riram, e parou na frente da casa de . Os portões foram abertos, e entrou com o carro, estacionando-o na garagem.
Eles desceram do carro, e logo apareceu na porta. sentiu as pernas bambearem.
Se antes ele já tinha efeito sobre ela, agora então, parecia ser dez vezes mais.
lançou um olhar significativo a , que ignorou.
estava lindo. Ele estava com uma blusa de frio preta, e uma camiseta azul dos Beatles, por cima. Ele vestia uma calça larga, e os mesmos Vans xadrez. O cabelo bagunçado propositalmente e o perfume que sentiu ao longe. Ela sentiu vontade de agarrá-lo ali mesmo.
- Hei ! – cumprimentou o primo, após trancar o carro. deu tapinhas nas costas do primo, rindo.
- Uau, conseguiu trazer a minha priminha! – Ironizou .
deu a língua, e a abraçou.
Bastante apertado, diga-se de passagem.
- Eu estava com saudades... – Ele disse baixinho, no ouvido dela.
- Eu também... – Respondeu na mesma altura.
rolou os olhos.
- Oi ! – Ela acenou, para que o menino percebesse sua existência.
separou-se da prima, e riu para a menina.
- Oi ! – Ele a cumprimentou, com beijinhos no rosto.
riu, e foi ao lado de .
Eles entraram na casa, e por sorte, estava vazia. Os pais de viajaram a negócios mais uma vez, deixando a casa livre.
e sentaram lado a lado no sofá, sentou-se no chão, e no braço da poltrona.
os serviu de bebida, e começaram a conversar sobre qualquer assunto idiota.
No momento, era tudo o que queria.
Jogar conversa fora com , e .

Capítulo 12 – Friday Night ;

e não paravam de se encarar. percebia, mas por sorte, não.
Eles não viam a hora de ficar sozinhos, e contava para que facilitasse.
- , você não queria contar ao , sobre sua viagem a Espanha? – perguntou, lançando olhares significativos.
- Queria? – Ela perguntou.
rolou os olhos.
- Ah claro, queria! – disse, olhando – Mas você não estará interessado...
- Claro que estou! – sorriu – Adoro Madrid! – Ele disse.
riu, e foi até o bar, encher o seu copo com whisky.
sorriu. Ela pegou o celular e mandou uma mensagem a amiga.

“Eu vou conversar com o . É sua chance, agarra o e não o deixe sair de perto de você!”

observou a amiga ler a mensagem.
disse a que era sua mãe, e respondeu.
não conseguiu não rir da cena. era péssima atriz, fato.

“Você me deve uma, vaca. Se bem que, não é nada mal ficar com o ... (6)”

riu. Ela levantou-se e foi até o bar, conversar com .
- vai ficar com o ... – Ela disse, encostando-se no balcão.
sorriu e deu um gole em sua bebida.
- Acha que eles vão notar se dermos uma volta? – Ele perguntou.
negou com a cabeça.
fez sinal para que ela subisse as escadas atrás dele. Ela o fez rapidamente, com medo do irmão vê-la.
Assim que ela chegou no andar superior, a abraçou, encostando-a na parede, e dando beijos em seu pescoço.
Se mexia com ela, não tinha nem como comparar.
fechou os olhos ao sentir a boca do menino na sua, e sua língua pedindo passagem. Ela não demorou para abrir a boca e iniciar um beijo.
Ele a pegou no colo sem romper o beijo, e entrou em seu quarto.
a colocou no chão, e fechou a porta atrás de si, voltando a beijar a prima, e empurrando-a delicadamente até sua cama. começou a tirar a camisa do menino, e ele, fazia o mesmo com sua blusa.
Ele a deitou na cama, ficando sobre ela. a beijava, enquanto tirava o short da menina. Ele mordeu sua orelha e começou a morder seu pescoço.
tirou a calça de com os pés, e não hesitou em tirar as boxers.
Eles precisavam um do outro, e sabiam que tinham que ser rápidos.
a despiu rapidamente, e pressionou seu corpo contra o dela. Ele precisava sentir-se dentro dela.
pensava exatamente a mesma coisa.
Ela gemeu baixinho, e puxou os cabelos do menino, que beijava seu pescoço. Ele não se contentava apenas com o pescoço, descendo para o colo, e depois voltando para a boca.
arranhava as costas do primo, e sorria ao sentir a pele dele arrepiar-se.

Logo, desabou do lado da menina, que tinha a respiração ofegante.
- Eu amo você. – disse, olhando o teto.
- Eu também... – Ela disse sincera, virando-se para o primo, e beijando-o.
a beijou longamente, passando a mão pelo rosto dela.
partiu o beijo, e tornou a se vestir. Eles sabiam que não podiam demorar muito.
fez o mesmo, mas sempre paravam para se beijar; era como se a boca de um, necessitasse da boca do outro.
- Conversei com minha mãe... – disse, assim que se trocaram.
sentou na cama, e a menina sentou no colo dele, de lado.
- Mesmo? – O rosto do menino iluminou-se.
- Não foi nada legal... – Ela disse – Só falto ela dizer que minha família vai falir por minha culpa...
- Calma aí, o tio Robert é um ótimo administrador, ela não confia nele? – perguntou, arqueando a sobrancelha.
deu de ombros.
- Mas amanhã, pretendo falar com ... – Ela disse sorrindo.
a abraçou apertado.
- Não vai ser fácil, ... – Ele disse, beijando a testa dela – Mas eu vou estar a seu lado... Sempre.
- Eu sei disso! – Ela disse, dando um selinho no menino. Sorriram.
encarou a menina, e percebeu o quão sortudo era.
- Eu amo muito você, viu! – disse do nada, apertando o nariz da menina.
sorriu e deu um selinho no menino.
- E eu, você! – Ela disse rindo.
a abraçou mais apertado ainda, e a ergueu do chão.
- Eu não vejo a hora de poder te exibir, sabia? – disse rindo, pra menina. – Poder sair com você, tipo agora, eu e você, e ... – Ele sorria – Poder te apresentar como minha namorada...
sorria.
- Isso vai acontecer, em breve! – Ela disse.
sorriu.
- Espero! – Ele deu um beijo na menina.
Os dois ficaram um tempo abraçados, não queriam se soltar e voltar pra baixo, mas sabiam que tinham demorado demais.
- Acho bom descermos... – disse, depois de um tempo abraçado com a prima.
suspirou e assentiu com a cabeça e assentiu.
Os dois separaram-se, e desceram as escadas.
Claro que, antes de descer, eles se beijaram, mas isso não vem ao caso.
Quando chegaram na sala, sorriram ao ver e aos beijos. Finalmente.
- Finalmente! – disse alto.
Alto demais.
e separaram-se, e sorriu, corado.
- ... – Ele disse rindo, olhando para baixo.
riu e olhou pra , que também ria.
- ! – disse, em tom de quem está de repreendendo.
ergueu os braços, rindo.
- Se vocês quiserem... – começou – Eu posso levar a em casa... Vocês podem ficar aí, sem problemas! – sugeriu.
- É, eu não ligo dessa vez de ir com o ! – disse rindo.
olhou pra ela, fazendo bico. Ela teve vontade de morde-lo.
olhou para , como quem pedisse ajuda para responder.
sorriu.
- Ótimo! – disse – Tchau ! – Ela disse, voltando a beijar o irmão da amiga.
arregalou os olhos, e a puxou para fora da sala.
Os dois riram quando saíram da casa e entraram no carro.
- Vamos ter de ir de caminhonete... – disse, apontando a caminhonete preta.
- Sem problemas! – Ela disse, entrando.
entrou em seguida, e dirigiu rápido, saindo de casa.
Ele parou na esquina da mansão, e beijou sua menina.
Ela sorriu entre o beijo.
- Nós não vamos ir pra casa, né? – Ela perguntou, em tom infantil.
sorriu.
- Não, eu sei de um lugar melhor do que sua casa! – Ele disse, voltando a dirigir.
sorriu, curiosa. adorava deixá-la curiosa.
- Liga o som! – pediu.
assentiu com a cabeça, e ligou o rádio, que tocava Boys Like Girls.
sorriu ao ver a menina remexer no carro.
- Adoro essa música! – Ela assumiu.
riu, e aumentou o volume.

Brown eyes and lungs are filled up with smoke
(Os olhos e pulmões marrons cheios com fumaça)
Fast lives we're stuck in the undertoe
(As vidas rápidas são apoiadas na ponta do dedo)
But you know the places I wanna go
(Mas você sabe os lugares que eu quero ir)

- Que música que é? – perguntou, enquanto prestava atenção na letra.
- Five Minutes to midnight... – disse, cantando baixinho.
olhou no relógio e riu ao ver o horário.
Bem, era dez minutos para a meia noite.

'Cause oh oh oh.
(Porque oh oh oh)
I've got a sickness
(Eu tenho nauseas)
You've got the cure
(Você tem a cura)
You've got the spark I've been lookin' for
(Você tem a coragem que eu procurei)
And I've got a plan we walk out the door
(E eu tenho um plano em que nós saimos pela porta)

- I've got a sickness, you've got the cure… - disse a , sorrindo.
sorriu, e deu um selinho no menino.
Eles continuaram ouvindo a música.
Engraçado como, a maioria das músicas que ouviam juntos, parecia se encaixar no momento.
Eles gostavam disso.

You know you wanna just let go,
(Você sabe, você quer apenas ir)
It's time to roll down the windows
(É hora de abrir as janelas)
And sing it oh oh oh
(Cante assim oh oh oh)
We got all we need
(Sim tudo que nós precisamos)
So here we go
(Então aqui vamos nós.)

- So here we go! – disse alto, o que fez rir.
Ele parou no farol, e puxou para um beijo.
Ela riu entre o beijo, e acariciou o cabelo dela.
voltou para seu lugar, e começou a cantar feito criança. simplesmente amava o jeito dela.

Turn it up
(Aumente isto)
It's five minutes to midnight
(Faltam cinco minutos para meia-noite)
You're coming home with me tonight
(Você está voltando para casa comigo hoje à noite)
I can't get enough, shakin' me up
(Eu não posso conseguir o suficiente me mexendo)
Turn it up
(Aumente isto)
Alright
(Certo)
At five minutes to midnight
(Faltam cinco minutos para meia-noite)
We'll see our name in city lights
(Você vê nosso nome nas luzes da cidade)
We'll make the clock stop
(Nós faremos o relógio parar)
Make your heart drop
(Faça sua gota de coração)
And come alive
(E venha viver)

- Você vê nosso nome nas luzes da cidade? – perguntou, prestando atenção no trânsito.
sorriu.
- Não só nas luzes da cidade... – Ela riu.
balançou a cabeça, e virou a rua.

We could pack up
(Nós podíamos parar de trabalhar)
And leave all our things behind
(E deixar todas as nossas coisas para trás)
No fact, or fiction, or storyline
(Nenhum fato, ou ficção, ou linha)
'Cause I need you more than just for tonight
(Porque eu preciso de você mais que só por hoje à noite)

- Ouviu? – perguntou, colocando a mão na perna do primo.
riu. Ele sempre ficava sorrindo a toa quando estava com .
- O que? – Perguntou.
- Eu preciso de você mais que só por essa noite... – Ela disse baixinho, olhando nos olhos do menino.
Eles ouviram uma buzina nervosa atrás deles, mas ignorou.
Ele tinha que beija-la.
Encostou o carro, e a abraçou.
Ela conseguia ser perfeita... Pelo menos, pra ele.

You're oh oh all like air
(Você é oh oh tudo que eu me importo)
I can't stop my breathing in
(Eu não posso parar minha respiração)
I'm weak and you are my medicine
(Eu sou fraco e você era minha médica)
I won't stop till I am under your skin
(Eu não pararei até que esteja debaixo de sua pele)

- Sabe, Boys like Girls está subindo no meu conceito... – disse rindo.
- Psiu! – disse, colocando o dedo indicador na frente dos lábios do primo – Escuta a música! – Disse, voltando a cantar baixinho.
sentia que ela cantava pra ele. Mesmo que não fosse, ele sentia isso.
Ela voltou a cantar, e sentia que o mundo podia acabar ali, naquele momento. Ele estaria feliz.
- Terminou? – Ele perguntou, quando o locutor da rádio local anunciou outra música.
- Uhum. – Ela assentiu com a cabeça, rindo.
- Ótimo, porque ainda não cheguei aonde queria... – disse rindo – Aliás – ligou o carro – You're all like air! – Ele cantou.
sorriu e mordeu o nariz dele.
Estranho?
Não, para eles, isso era lindo.
voltou a dirigir.
- Aonde vamos? – Ela perguntou.
- Espera. – Ele disse sério.
acelerou, para chegarem mais rápido.

Ele parou em uma praia, que estava deserta.
desceu do carro quase que correndo. Fazia realmente muito tempo que ela não ia a praia.
Ela tirou os sapatos e a meia, deixando-os jogado na areia. Ela sentiu o vento gelado passar pelo seu rosto, mas não se importou. Aquela praia era linda... Como nunca a vira antes?
a abraçou pela cintura, colocando seu queixo no ombro da menina.
- Eu te trouxe aqui... – Ele começou – Porque, caso não saiba, é meu lugar preferido, e eu quis compartilhar ele com você... É como se fosse uma espécie de refúgio. Era aqui que eu vinha quando pensava em você, sabia? – Ele sorriu e apertou ainda mais o abraço – Eu simplesmente amo esse lugar...
respirou fundo e colocou as mãos nos braços de envoltos a sua cintura.
- Eu amo você, . – Ela disse sincera.
assentiu com a cabeça.
- E eu amo você. – Ele disse, virando a menina.
Ele pegou o rosto dela, e analisou cada traço, como se quisesse decora-lo. Ele passou o dedo polegar pelas bochechas dela, e quando ela sorriu, ele contornou sua boca delicadamente. Era como se ele estivesse desenhando-a.
fechou os olhos ao sentir os lábios do menino no seu queixo. Ela segurou firme em seu pescoço, pois sentia que podia desabar a qualquer momento.
tinha esse efeito nela.
Ele a beijou delicadamente, como se quisesse descobrir ou guardar o gosto dela. Ele a beijava devagar, com cuidado. Com todo cuidado do mundo.
Eles separaram-se, e sorria lindamente para o menino.
a puxou pela mão, e sentaram-se mais perto da água.
A água molhava os pés dos dois, e apesar de gelada, nenhum dos dois queriam sair dali.
- Posso fazer uma coisa bem brega? – perguntou rindo.
arqueou a sobrancelha para o menino.
riu.
- É que é romântica... E romantismo é brega... – Ele disse rindo.
- Faz! – disse animada.
amava o jeito de menina que ela tinha.
Ele olhou para o céu, e fez o mesmo.
Por sorte, o céu não tinha nenhuma nuvem, e estava estrelado. Era lua crescente, e ela brilhava, quase ofuscando as estrelas.
não sabia se era porque estava com , mas podia dizer que, era a noite mais linda. Nunca vira o céu tão lindo.
Se bem que... Ela nunca parava para admirar o céu...
- Escolhe uma. – disse.
não entendeu.
- Uma o que? – Perguntou rindo.
balançou a cabeça rindo.
Sabia que não era um ser humano muito rápido.
- Uma estrela, amor... – Ele disse.
quase derreteu-se quando ouviu ele chamando-a de amor.
Ela olhou para o céu, e procurou alguma estrela. Todas estavam igualmente lindas naquela noite...
- Aquela! – Ela apontou para a estrela que estava mais próxima a Lua.
sorriu.
- Aquela então, é a minha estrela! – disse.
fez bico.
- Não é justo, ela é minha! – Ela disse, colocando a mão na cintura.
riu e a abraçou pelos ombros.
- Não, é minha! E vai chamar ... – Ele disse.
teve vontade de morder de novo. Como ele era perfeito...
- E aquela ali... – apontou uma estrela, praticamente do lado da escolhida por – É a sua, e vai chamar , certo? – Ele perguntou rindo.
sorriu abertamente.
- é um romântico! – Admirou-se.
- Só com você! – Assumiu.
sorriu, e o beijou.
Os dois passaram a noite ali, sentados e olhando o céu.
Não se importaram com o frio – afinal, tinham um ao outro. Não se importaram com horário, não se importaram com nada.
Foi a melhor noite da vida de , e ela queria gravar aquilo pra sempre.

Capítulo 13 - Let Me Go ;

Por dormir tarde na noite anterior, acordou tarde naquele sábado. Ela olhou o relógio, e viu que marcavam três horas da tarde. Sorriu boba ao lembrar da noite anterior.
A menina levantou da cama, e entrou no banheiro, encarando sua cara amassada no espelho.
Sorriu de novo. Era incrível como sentia-se bem naquele dia.
Fez toda sua higiene matinal, e saiu do banheiro. Colocou uma roupa fresca, um short jeans e uma blusinha azul. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, e desceu para comer alguma coisa.
Ela tinha acordado com fome.
- Bom dia! – Ela disse à cozinheira, quando entrou na cozinha.
Marly estava guardando o almoço.
- ! – Surpreendeu-se a cozinheira – Você quer que eu esquente o seu almoço? Seus pais e seu irmão já comeram... – Explicava.
- Não, não... – bocejou – Eu quero só um sanduíche...
- É pra já! – Marly disse, começando a fazer o sanduíche de .
foi até a geladeira, bebeu um pouco de suco de maçã que tinha na geladeira, e pegou um pedaço de salame. Ela realmente estava com fome.
- Aqui. – A cozinheira disse, mostrando o sanduíche.
- Obrigada! – Agradeceu , pegando o sanduíche e indo para a sala.
Graças a Deus, seus pais não estavam ali. Ela ligou a televisão e ficou assistindo os desenhos que passavam no canal a cabo.
Ela amava aquele desenho do coelhinho.
- Sabia que não é nada delicado, uma dama dormir até as três da tarde? – disse atrás de .
deu o dedo do meio, e mordeu seu sanduíche. Estava bom...
- E não é nada delicado ficar mostrando esse dedo, mocinha! – disse rindo, pulando o sofá e sentando ao lado da irmã.
- Bom dia, ! – ignorou os comentários do irmão.
sorriu de orelha a orelha.
- Bom dia! – Ele afirmou.
riu e mordeu novamente seu lanche. Nunca viu tão feliz... Esse era o efeito de sobre ele.
- Feliz? – perguntou.
sorriu.
- Muito. – Assumiu.
- Namorando? – Perguntou novamente.
riu.
- Ainda não.
- Lerdo! – disse, e outra mordida.
deu a língua.
- E aí, vai falar com o quando? – perguntou, pegando o sanduíche da irmã e dando uma mordida.
fez uma careta para o irmão.
Pelo assunto, e pelo sanduíche.
Ela não tinha pensado em ainda.
- Hoje... – Ela disse – Aliás, acho que vou lá agora... – disse, colocando o prato com o resto do lanche, no colo do irmão.
- Não vai ser fácil... – alertou.
- Eu sei... – respirou fundo e ficou de pé – Mas uma hora ou outra, terei que fazer, certo?
concordou com a cabeça, e começou a comer o sanduíche da irmã.
- De qualquer maneira, boa sorte! – Ele disse.
- Valeu. – disse, subindo as escadas.
Ela não ia se arrumar, colocou um moletom que era de – um azul marinho da Hurley – e seu all star branco.
Ela voltou, e assobiou ao ver a irmã daquele jeito. Ele adorava quando ela se vestia de um jeito mais largado. Parecia mais que ela era sua irmã.
- Tonto! – deu a lingual, rindo.
mandou um beijo, e saiu de casa. Ela respirou fundo.
Pensou em voltar, mas tinha que ter coragem.
Bem, nunca foi exemplo de coragem... Ela ia voltar.
Pensou em , na noite anterior... Não, ela não ia voltar!
colocou as mãos dentro dos bolsos do casaco, e seguiu para a garagem.
Fazia muito tempo que ela não dirigia. Quer dizer, ela tinha carteira de motorista a um ano, mas desde que atropelou um gambá, não dirigia mais.
Estava mais que na hora de voltar.
- John, pega minhas chaves? – Ela pediu, ao motorista da casa, que lia um jornal sentado no banco do jardim.
Ele meio que bateu continência, e tirou uma chave, do molho que estava em seu bolso.
fez sinal para que ele a jogasse, e o motorista o fez. abriu o carro e entrou.
Ele estava abafado. não demorou para abrir as janelas e ligar o ar. Ela respirou e inspirou lentamente... Nunca pensou que apelaria para ioga. saiu com cuidado da garagem, dirigindo o seu Corolla prateado.
Ela simplesmente amava seu carro, mesmo que ele não fosse conversível.
Ligou o rádio, precisava de uma música que a acalmasse. Colocou na rádio local, e tocava qualquer balada romântica.
Definitivamente, não era o que ela queria.
dirigia devagar pela rua. Ouviu algumas buzinas nervosas, alguns comentários do tipo ‘tinha que ser mulher...’ mas não ligou. Estava dentro das leis de trânsito.
Ela abriu o porta-luvas na esperança de ali achar algum Cd perdido... Ela precisava de alguma música, mesmo que não a acalmasse. Silêncio a deixava nervosa.
No porta malas achou um Cd, ela não fazia idéia de quem era aquele Cd, mas não pensou duas vezes antes de coloca-lo. Ela reconheceu a primeira faixa. Phantom Planet era uma boa banda...
Reconheceu ‘Lonely Day’ e foi cantando baixinho.
Ela não sabia se agradecia, ou se xingava pelo fato de morar tão perto. Ela ainda não se sentia íntima do carro, apesar de ama-lo.
Dá pra entender?
estacionou defronte a casa de , e desceu do carro. Um garoto que passava de bicicleta encarou as pernas da menina e quase caiu de bicicleta. Aquilo fez rir.
Mais uma vez ela respirou fundo – obrigada ioga! – e entrou, já que o segurança a conhecia.
Ela apertou a campainha da porta, e começou a inspirar e expirar...
Lentamente...
- Srta. ! – A empregada baixinha que nunca lembrava o nome, a cumprimentou.
forçou um sorriso. Odiava quando a chamavam de ‘Srta.’ Fazia ela sentir-se velha...
- Oi! – Cumprimentou – O tá aí? – perguntou.
- Sim! Entre! – A empregada deu espaço para passar, e ela o fez. – Ele está no quarto, pode subir!
- Obrigada! – disse, indo em direção a escada.
Ela subiu as escadas rapidamente e parou defronte a porta do quarto do menino.
Recitou mentalmente todos os mantras que conhecia – ela conhecia algum? – e abriu a porta.
- ? – Perguntou, colocando a cabeça pra dentro.
O quarto de era lindo, segundo . As paredes forradas com pôsteres de bandas, e um de um time de futebol, o Liverpool. simplesmente era fanático pelo time. Ela lembra o estado que o menino ficou, quando o Liverpool perdeu o mundial para aquele time brasileiro, o São Paulo. [N/A: são paulinas? \o/]
Ela achou que nunca mais fecharia a boca e ou voltaria a falar, tamanho o choque do garoto.
- Oi amor! – disse animado, levantando-se e indo em direção a – até então – namorada.
Ele estava mexendo no notebook, na cama, antes de chegar.
ia beija-la, mas virou o rosto.
- ... Eu queria conversar com você... – Ela disse séria, pegando na mão dele.
sentiu o coração gelar. Era como se ele soubesse... Ou pressentisse... Não era uma sensação mada agradável.
- Ta... Senta! – Ele disse meio em choque, apontando a cama.
sentou, e fez sinal para que ele sentasse a seu lado.
o fez, e virou-se para o menino.
- eu... – Ela começou. Ela não fazia idéia do que ia dizer, mas precisava inventar alguma coisa. – Bem, você sabe que eu adoro você, não sabe? – Perguntou.
- Claro que sei... – Ele disse confuso – E eu amo você, e daí? – Perguntou.
respirou fundo.
- Ta aí o problema... – Ela pegou nas mãos dele – Eu não gosto de você, do mesmo jeito que você gosta de mim, entende? – Perguntou, olhando para o menino.
Ela percebeu o medo nos olhos dele, e aquilo a atingiu.
- Não , isso é uma coisa que a gente aprende com o tempo... – Ele riu nervoso – Eu não vejo problema, sabe?
respirou fundo.
Aquela conversa não daria em nada... Ela tinha que ser direta.
Mesmo que isso machucasse mais.
- ... Eu vim aqui pra... Terminar. – Ela disse olhando pra baixo.
tirou suas mãos das mãos dela, e ficou de pé. Ele foi até a janela e passou a mão pelos cabelos, nervoso.
- Terminar? – Ele perguntou com a voz trêmula.
assentiu com a cabeça, levantando-se também.
aproximou-se dela, segurando em seus ombros.
- , eu amo você! Eu faço qualquer coisa por você, qualquer coisa! Eu... – Ele dizia nervoso – Não conseguiria viver sem você, se for porque as vezes eu te pressiono em relação a...
- , não tem nada a ver com você! – disse com os olhos marejados. Andava tão sensível... – O problema sou eu... – Clichê! – Quer dizer, você é perfeito, entende? O tipo de cara que qualquer garota sonharia... Eu juro que tentei te amar, do jeito que você merece, mas eu simplesmente não consigo! Não é justo com você, não é justo comigo... – Ela dizia. A expressão de estava machucando-a, mas eles tinham que ser fortes – Você era tudo o que eu sonhava pra minha vida... – Confessou – Mas quando eu tinha dez anos e acreditava em príncipes encantados... – Ela suspirou – Você é a melhor pessoa que eu conheço, e não é justo continuar te enganando!
estava sério, com os olhos brilhantes. Seriam lágrimas?
mordeu o lábio e olhou para baixo. Ela ia começar a chorar em instantes.
- Eu... Eu posso esperar você gostar de mim... – Ele disse baixinho, quase que inaudível.
- Não faz isso ... – disse baixinho também, já com as lágrimas saindo dos olhos – Você merece alguém que te ame... Que te ame muito! E eu não sou essa pessoa... – Confessou.
- , não faz isso, por favor... – pediu baixinho. Ele ia chorar a qualquer momento – Cara, eu amo muito você! Eu... Eu não sei viver sem você, ! – Ele dizia sincero – Eu já disse, por você eu posso esperar o tempo que for... – Ele dizia.
o abraçou com força. retribuiu o abraço do mesmo jeito.
Ele sentia que não ia conseguir salvar o namoro.
- Eu amo você... – disse, mexendo no cabelo dela. – Sempre vou amar...
- Você foi uma coisa linda que aconteceu na minha vida... – Ela dizia baixinho, ainda abraçada com ele.
a abraçava com força, como se não quisesse deixa-la ir embora – Uma coisa linda que eu vou me lembrar pra sempre... Foi com você que eu passei a melhor fase da minha vida... – Ela dizia. – Foi com você que passei momentos perfeitos...
- Então pra que acabar? – Ele perguntou, ainda abraçado com ela.
Eles se afastaram e olhou para cima, como se com isso, as lagrimas em seus olhos fossem desaparecer.
- Desculpa... – disse ao menino.
assentiu com a cabeça.
olhou para baixo, e caminhou em direção a porta.
- ... – Ele chamou.
olhou para trás. foi até ela.
- Eu amo você... Pra sempre. – Ele disse sério.
deu um selinho no menino, e saiu do quarto, deixando ali, parado, quieto.
Ele ainda tentava absorver os fatos, enquanto só queria sair dali.
Sem duvida alguma foi a coisa mais difícil que ela fizera na vida.
A menina saiu da casa de , e entrou no carro. Ela queria ficar sozinha.

sentou na cama e agora as lágrimas que ele tanto lutava para segurar, saltavam de seus olhos.
Ele estava ali, sozinho, sem a sua menina.
Sentiu o coração apertar ao pensar em como seria sua vida a partir de agora.
Pensou em como seria cruzar com ela em jantares, em festas... Pensou em como seriam suas tardes de domingo sem ficar na casa dela, jogando vídeo game com ...
Pensou em como seria sua vida, sem a presença dela, sem os beijos, sem o olhar dela sobre ele...
nunca tinha levado um fora na vida, também, ele nunca tinha amado alguém.
Ele sabia que era a mulher da vida dele...
E agora ela tinha ido... Porque ela não o amava.
Aquelas três palavras o machucou profundamente.
O garoto deitou na cama e fitou o teto. Agora as lágrimas pareciam querer parar de cair, o que ele agradeceu.
Ele tinha que ser forte... Tinha que superar.
Porém no momento, ele não queria saber de nada, não queria saber de levantar da cama, não queria saber de descer para o café da tarde, não queria saber de responder aquela janela do MSN que piscava no canto da tela do seu computador...
Ele só tinha que superar...
Mesmo que demorasse.

estacionou em uma cafeteria. Ela precisava de café.
Ela odiava café, mas no momento, ela sentiu uma enorme vontade de tomar café. Café forte e amargo.
A imagem de a olhando ainda estava em sua mente, e aquilo a machucava.
- Valeu a pena... – Ela dizia baixinho, a si mesma.
sentou-se ao fundo da cafeteria, e esperou que o garçom do cabelo vermelho fosse entregar seu café.
Ela olhou o liquido preto dentro do copinho e o bebeu rápido. Ela tinha que tomar aquele café, não sabia porque...
pegou o celular e deu send, sabendo que ligaria para .
No momento, ele era a pessoa certa.
- Oi. – Ela ouviu aquela voz do outro lado da linha, mas não sorriu.
A imagem do ex namorado pairava em sua mente.
- , sou eu... – Ela disse – Vem aqui? Eu to na cafeteria perto do Hyde... – disse rápido, apoiando a cabeça na mão.
- Claro eu... To indo praí! – disse preocupado.
assentiu – mesmo ele não vendo – e desligou o celular, voltando a tomar o seu café.
Enquanto esperava , ela observava as pessoas... Pensou em como estaria agora, no que ele pensava... Provavelmente ele deve estar odiando-a. Pelo menos, era isso o que ela pensava.
pensou em quanto era perfeito... O tipo de garoto que qualquer menina sonharia em ter como namorado... Ele não merecia sofrer, mas foi melhor.
Ele também não merecia ser enganado.
Quase vinte minutos depois, estava em seu terceiro copo de café, quando viu entrando na cafeteria, com o cabelo esvoaçado.
Ele vestia um moletom preto, uma calça larga cáqui, e os cabelos bagunçados. Agora, mais bagunçados ainda.
- Hei! – disse, dando um beijo na menina.
Ele percebeu de longe que ela não parecia bem.
- Eu terminei com o ... – Ela disse, debulhando-se em lágrimas.
a abraçou apertado. Ele não suportava ver a menina chorando.
Embora ele estivesse feliz com isso – aliás, agora ela estava livre! – o seu coração partia ao ver sua menina chorando...
E o fato de saber que estava arrasado, não ajudava.
- Como foi? – Ele perguntou, acariciando o cabelo da menina, que escondia o rosto no peito dele.
sentou ao lado de , que respirou fundo.
- Problemático, claro! – Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Ele... Ah ! – Ela disse chorosa.
não queria saber mais nada... Ele já tinha entendido.
Ele a abraçou novamente.
- Vem, vou te levar pra casa... Você não está muito bem... – Ele disse, levantando-se.
Ele pagou a conta, e saíram da cafeteria.
estava bastante mexida, fato.
entrou no carro de , e sentou-se no banco do motorista. estava quieta, com a cabeça encostada no vidro.
por um momento, pensou que ela tivesse se arrependido, mas sabia que ela se importava com ...
Sabia que agiria do mesmo jeito, teria a mesma reação.
- Tudo vai ficar bem, ok? – Ele disse, colocando a mão no joelho da menina.
assentiu com a cabeça.
- ... Eu acho melhor... Continuarmos escondidos, pelo menos por um tempo, sabe? – disse, mordendo o lábio – Até ficar bem... – Ela pediu.
sorriu de lado. Claro que não era a situação mais confortável do mundo, mas é claro que ele aceitava.
- Claro... – Ele disse esboçando um sorriso – Eu também acho melhor...
assentiu com a cabeça novamente.
parou na frente da casa da menina.
- Você quer que eu fique aí? – Ele perguntou, prestativo.
acenou um sim com a cabeça, e sorriu.
Os dois entraram em casa, abraçando a menina pelos ombros; pelo menos, isso ele podia fazer.
estava rindo de qualquer coisa idiota que passava na televisão, quando viu quem abria a porta.
Ele ficou branco ao ver o rosto da irmã.
Ele não perguntou nada, simplesmente levantou-se e a abraçou apertado.
abraçou o irmão com a mesma força, e beijou o topo de sua cabeça; apenas olhava.
- Ele vai ficar bem... – disse, adivinhando o óbvio.
assentiu com a cabeça.
- Vai lá em cima, lava o rosto, sei lá... – disse, passando a mão pelo rosto da menina.
afastou-se do irmão; toda aquela situação... Ela estava com vontade de vomitar.
Ela colocou a mão na boca, e saiu correndo, subindo as escadas.
e não ligaram; afinal, a menina estava mal.
- Como você se encontraram? – perguntou, voltando a sentar-se.
pensou em algo rápido.
- Eu estava entrando na casa do , quando vi que ela saía chorando... Aí, falei com ela... – Inventou.
- Hum... – suspirou – Cara, se minha irmã tá assim, imagina o ...
assentiu com a cabeça.
Ele sabia que o amigo estaria mal, mas alguém tinha que sair machucado.
Egoísmo? Talvez.
voltou a sala, e sentou ao lado do irmão e do primo. Ela contou resumidamente como foi, e ambos prestaram atenção.
E passaram a tarde ali, sentados vendo televisão. Claro que não estava feliz, mas só o fato de estar ao seu lado, ouvindo-a, e seu irmão apoiando-a, já bastava para que ela se sentisse melhor.

Capítulo 14 - E Ser Feliz ;

foi acordada por batidas insistentes em sua porta. Ela odiava ser acordada cedo. Ela precisava dormir naquele dia. Não estava muito bem, pelo fato do dia anterior.
Ela bocejou e esfregou os olhos. Com custo, levantou da cama, e abriu a porta.
Sua mãe entrou rapidamente no quarto, com as mãos na testa, e com o pescoço vermelho. ficou assustada; sempre que o pescoço da mãe ficava vermelho daquele jeito, é que ela estava realmente furiosa.
- Bom dia... – disse baixinho, sentando na cama.
- BOM DIA? – Joanna perguntou furiosa – VOCÊ ME DIZ BOM DIA, ASSIM, NATURALMENTE? – Ela perguntava, chegando perto de .
A menina afastou-se da mãe. Se ela estava com sono, agora ela estava totalmente despertada.
- O que foi que aconteceu pra você começar o meu dia, assim? – perguntou séria.
Ela não tinha medo da mãe.
Não naquele momento.
Joanna respirou fundo, e passou a mão nervosamente pelos cabelos.
- Porque a mãe de acaba de me ligar, comentando sobre o ESTADO DEPLORÁVEL EM QUE O FILHO SE ENCONTRA DESDE ONTEM! – Ela tornou a gritar.
- Pára de gritar! – pediu séria novamente.
A mulher respirou fundo outra vez.
- , ela me disse que não comeu, não disse uma só palavra depois de ‘ terminou comigo’ não sai do quarto, não troca de roupa... O QUE É QUE VOCÊ TEM NA SUA CABEÇA, SUA IRRESPONSÁVEL?!
respirou fundo, as lágrimas tomando seus olhos, e o estômago começando a revirar.
- Eu te disse que ia terminar com ele! – Ela disse séria – Eu disse! Não era justo continuar com , eu não o amava!
- E você acha que amor leva alguém a alguma coisa? Você tem dezessete anos, não é uma criança! Passou da hora de você deixar de acreditar em príncipes encantados, não acha? – Joanna dizia, com ódio nos olhos. nunca pensou em ver isso nos olhos da mãe – era tudo o que precisávamos para vivermos em paz pelo resto de nossas vidas, e você acabou com tudo! Todo o nosso sossego, toda a nossa estabilidade!
riu alto. As lágrimas já caindo, e ela sentindo que vomitaria a qualquer momento.
- Você não confia no seu talento? Você não confia no meu pai? Que droga! Por que a mãe do é tão fundamental para nossa vida! Meu Deus, ela não será idiota o suficiente de desfazer uma sociedade por um relacionamento frustrado do filho, ela não seria IMATURA O SUFICIENTE! – Agora, era a vez de gritar – E se fosse que tivesse terminado comigo, ahn? – Ela perguntou, alto – Você desfaria sociedade? Ou melhor, você estaria fazendo esse drama, colocando uma família que nem por dificuldade financeira está passando, nas minhas costas? Qual é! Você é minha mãe ou o que? Nesse momento, eu precisava que você me dissesse que eu fiz a coisa certa, me dissesse que estaria do meu lado pra qualquer coisa! – Pronto, agora ela ia falar tudo o que pensava – Sabe, as vezes eu acho mesmo que você não sabe ser mãe! e eu fomos criados pelos empregados dessa casa, ou pela vó ou pelo vô, quando ainda estavam vivos! Você nunca foi a uma reunião do meu colégio, você nunca estava presente nas minhas peças de teatro... QUE ESPÉCIE DE MÃE VOCÊ É? – gritou, com a voz esganiçada pelo choro.
Parecia que algo no estômago da garota gritava para sair. Ela estava mesmo enjoada. Toda aquela situação estava desgastando-a.
Joanna ficou sem palavras. Desde quando sua filha, aprendeu a falar daquele jeito?
Ela sabia que tinha razão, sabia que não era uma boa mãe.
Mas não ligou. Ela realmente não nasceu pra ser mãe. Maldita hora que engravidou de . Maldita hora que não era uma menina, e ela precisou de uma garota pelo desejo do pai. Odiava ser mãe. Claro que amava os filhos, mas do jeito dela.
E o jeito dela, nem sempre era o jeito que e queriam, ou necessitavam.
- Você foi burra! – Foi o que Joanna disse – E se nossa família...
- CHEGA! – gritou, antes do discurso de ‘você será responsável se falirmos’ – SAI DAQUI, ME DEIXA SOZINHA! – Ela gritou.
Joanna olhou a filha, e saiu muda do quarto.
deixou que as lágrimas transitassem livremente pelo seu rosto, mas antes de qualquer outra coisa, correu ao banheiro e vomitou. Aquilo deu uma sensação de alivio momentâneo a ela.
Momentâneo.
Ela escovou os dentes três vezes seguidas, tentando livrar-se do horrível gosto que estava na sua boca.
voltou ao quarto, e jogou-se na cama. Aquilo não estava acontecendo.
Ela abraçou o travesseiro, e voltou a chorar. Nunca pensou que chegaria a esse ponto.
- Não chora, por favor! – Ouviu aquela voz familiar, dizer atrás de si.
Ela não precisou virar-se para ver . Sentiu o menino sentar a seu lado na cama, e começar a acariciar seu cabelo.
- Você... – começou, mas não conseguiu terminar.
- Eu entrei, e a tia J. passou por mim nervosa, nem me cumprimentou ou algo do tipo, perguntei a Satiko se estava acordado e ela disse que não... – explicava – Então, vim aqui te ver... Por que você ta chorando? Pelo , ainda? – perguntou.
negou com a cabeça.
- Minha mãe novamente... Ela... Bem, foi praticamente a mesma coisa da conversa anterior... – disse, virando-se para , que a abraçou forte – Mas dessa vez eu disse tudo o que estava entalado...
a colocou em seu colo, e deu um selinho.
- Eu já disse que estou do seu lado, pra tudo, pra qualquer coisa! – disse.
- Qualquer coisa? – perguntou, olhando naqueles olhos que tanto amava.
- Qualquer coisa! – sorriu.
Ele não hesitou em beijar a menina. O beijo foi um pouco salgado, devido as lágrimas que escorreram e pararam na boca dela.
- O que você acha de, já que está dormindo ainda, sairmos? Eu quero te alegrar... – disse sorrindo, cutucando as costelas dela, fazendo-a rir.
assentiu com a cabeça, esboçando um sorriso.
Ela levantou-se da cama, abriu o guarda roupas, e pegou uma calça jeans skinny, uma camiseta baby-look branca, e colocou o all star azul.
apenas observava ela se trocar, abobado. Ela prendeu o cabelo com um lápis de olho roxo, e fez sinal para ir até ela.
a pressionou contra o guarda-roupas, o que fez rir.
Eles se beijaram em silêncio, embora escutasse gemidos baixinhos do menino, quando ele insistia em beijar sua orelha.
- Vamos? – Ela sussurrou, olhando para o garoto.
Ele assentiu com a cabeça, e com dó, afastou-se da menina.
Desceram as escadas rapidamente, antes que qualquer empregado perguntasse aonde iriam.
Saíram de casa, e entrou no carro do primo rapidamente, enquanto despedia-se de John, que tinha elogiado os pneus do carro dele.
, apesar de triste pelos acontecimentos recentes, não podia negar que uma onda de felicidade passou por si, quando entrou em seu quarto, e agora, que estava junto a ele, indo a qualquer lugar.
colocou a mão na perna da menina e fez carinho, como se dissesse que estava ali.
sorriu, e encostou a cabeça no vidro da janela, fechando os olhos.
ligou o som, deixando tocar Hot Kiss, da Juliette and the Licks. Ele sabia que era uma música que animava , e no momento era tudo o que ele queria.
Animá-la.
Eles não sabiam quanto tempo dirigiu, já que cada um viajava em seus próprios pensamentos.
Poderiam ter sido minutos, como poderiam ter sido horas também.
Eles simplesmente não sabiam.
dirigia em silêncio, e mal percebeu quando ele parou o carro, defronte a uma árvore.
- Vem... – disse, saindo do carro.
saiu do carro, e passou a mão pelos cabelos, com o fim de arrumá-los. a pegou pela mão, e sentou-se debaixo da árvore, colocando-a entre suas pernas.
Estavam na beira de uma estrada.
- Desde quando você gosta de estradas? – perguntou rindo.
Era um sentimento único, o que sentia por . Quando estava com ele, era como se todos seus problemas desaparecessem rápido.
Ela já nem se lembrava que tinha chorado a poucos instantes.
- Desde quando eu tenho a garota que eu amo do meu lado, e quando meu pai construiu uma casa na árvore pra mim! – disse rindo, apontando uma casa escondida na árvore.
levantou-se, colocou uma mão na lateral do rosto para proteger-se do Sol, e viu a casinha, ali.
Ela sorriu.
- Uma casa na árvore... – Comentou, sorrindo.
- É! Meu pai construiu a um bom tempo... Esse era nosso esconderijo secreto... – contava rindo.
- Você gosta dessa coisa de esconderijo secreto, ahn? – perguntou rindo.
- Eu sei! – Ele concordou rindo, começando a subir na árvore.
subia rápido, já , ia devagar, mas estava conseguindo.
Eles entraram na casinha, e riu.
- É, acho que já ocuparam ela novamente... – Ele disse rindo, olhando um cartaz escrito ‘Clube dos Marotos – Proibido Meninas’ – gargalhou – Dá pra acreditar que odiávamos meninas?
riu, e abraçou o menino por trás.
- Na verdade, não. – Admitiu.
sorriu, e virou-se pra ela, olhando o fundo de seus olhos.
adorava a profundidade com que a olhava. Era como se ele pudesse ler todos seus pensamentos.
- Eu amo quando você sorri! – Ele disse, passando o polegar pela bochecha dela.
sorriu ainda mais.
- E eu amo você. – Ela disse, beijando-o devagar.
Eles se beijaram devagar, sentindo cada gosto um do outro. Cada segundo que passavam juntos, era importante.
Com custo, partiram o beijo.
Eles foram juntos até a janela da casinha, e ficaram olhando para baixo, a estrada silenciosa.
sentiu o estômago embrulhar novamente.
- , acho melhor descermos... – disse, fazendo uma careta.
Ela provavelmente estava verde.
- Por que? – Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
- Vertigem! – Ela disse, apontando com a cabeça a janela.
- Desde quando você sofre de vertigem? – perguntou surpreso.
Ele se lembrava que dizia amar andar de avião.
Se lembrava de quando disputaram o assento da janela, quando viajaram para a Grécia, quando tinham catorze anos.
- Desde agora... Vamos logo, antes que eu vomite aqui! – disse, saindo da casinha o mais rápido que podia.
deu de ombros, e a seguiu.
respirou fundo, mas a vontade de vomitar continuou. Maldita vertigem.
a olhou preocupado.
fez uma careta, e respirou fundo mais uma vez.
A vontade de vomitar estava desaparecendo, graças a Deus.
- Pronto… - Ela disse, ainda fazendo careta.
riu e a abraçou apertado.
- Você ficou verde! – Ele brincou.
deu um tapa no braço do menino, que riu.
- Isso não tem graça! – Ela fez bico.
- Tem sim! – disse rindo, dando um selinho na menina. – Aliás, está com fome? Eu estou morrendo...
- Sim... – disse sorrindo de lado.
Os dois voltaram para o carro, e voltou a dirigir, aumentando o som no ultimo volume, de modo que era impossível conversar dentro do carro.
Andar de carro também estava embrulhando o estômago de . Ela odiava quando isso acontecia.
Sempre que andava de carro sem comer, sentia náuseas.
Não demorou para que parasse defronte ao McDonalds. Ele sabia que a prima amava.
sorriu, e saiu do carro, fechando a porta atrás de si.
trancou o carro, e abraçou a menina pelos ombros.
Eles entraram no estabelecimento, e sentaram-se em uma mesa no canto. Fizeram o pedido, e sentiu o cheiro da batata.
Ela amava batata frita.
- Eu nem estava com tanta fome, mas agora... – comentou, o que fez rir.
Ele apertou o nariz dela, e ela fez uma careta.
- Você é estranho, ! – Ela disse rindo.
- E você é linda. – Ele disse.
- Sabe que, eu nunca imaginei que você fosse um romântico? – dizia, rindo.
- Eu já disse. Não sou. Você é que me deixa assim... – Agora, ele fez uma careta – Isso não é uma coisa legal! Eu fico me sentindo patético!
sorriu, levantou-se um pouco da cadeira, esticou-se e deu um selinho no menino.
- Não tem nada de patético! Eu amo você assim... – Ela disse rindo.
sorriu também, e a garçonete trouxe os pedidos.
comia um Big Mac, enquanto comia apenas as batatas. As delas, e as do primo.
Ele sentiu-se feliz por ver a menina sorrindo; a imagem de amuada de manhã, não foi uma coisa agradável pra ele. E saber que parte daquilo, era por sua causa, não ajudava.
Não que fosse por sua causa, mas ele sentia que era.
Os dois comeram, e saíram da lanchonete. ainda terminava de tomar sua latinha de coca.
- Você quer voltar pra casa? – Perguntou, embora fosse a ultima coisa que ele queria no momento.
negou com a cabeça, e sorriu.
- Você não tem nenhum outro esconderijo? – Ela perguntou rindo.
a abraçou forte por trás, erguendo-a do chão.
- Não... – Ele disse, colocando-a no chão novamente.
- Ah... – fez biquinho.
sentiu o celular vibrar. Viu o nome de no visor.
- . – avisou.
sentiu toda aquela felicidade que sentia instantes atrás, desaparecer.
sentiu quase a mesma coisa.
- Atende... – incentivou.
respirou fundo.
- É mensagem. – Avisou.
mordeu o lábio, e assentiu com a cabeça.

Cara. Passa aqui em casa o mais rápido que puder; .

passou o celular para , que respirou fundo ao ler.
- Você vai? – Perguntou.
olhou para cima, e sentiu os olhos arderem por causa do Sol.
- Sim. – Ele disse – E vou contar a ele que estamos juntos.
- NÃO! – soltou um gritinho, depois colocou a mão na boca, ao perceber que chamara a atenção – Você não pode !
- Posso sim! – Ele disse sério – , você acha justo com ele, esperar o cara se recuperar de um término de namoro, pra depois receber a noticia de que o amigo, está com a ex em questão? Pelo menos, ele saberá tudo de uma vez!
negou com a cabeça. tinha de fato, razão.
Mas ela não queria.
- Não ! Ele ficará com raiva de nós dois! – pediu, com os olhos enchendo de lágrimas.
Por que raios andava tão sensível?
- , escuta! – disse, segurando nos ombros dela – Eu vou contar. Eu não quero ter de enganar mais uma vez!
- Mas você me prometeu que ia esperar! – Ela disse, apontando.
- Esperar o tempo que ele demoraria a me procurar. – beijou a testa dela – , vai dar tudo certo!
deu-se por vencida. a abraçou forte, e sentiu os batimentos da menina.
- Eu vou ter que te deixar em casa... – Ele disse, entortando a boca.
- Ta... – concordou.
deu a volta e entrou no carro após .
Ele estava com certo receio de conversar com , claro que estava. Mas ele tinha que fazer isso, sabia que tinha.
Eles não ligaram o rádio, ou conversaram. O clima não estava muito bom; com medo da conversa entre e ; sentindo absolutamente a mesma coisa.
Não demorou para que estacionasse defronte a mansão da prima.
respirou fundo.
- Promete pra mim que... Vai tentar deixar isso menos doloroso? – Ela perguntou séria.
deu um selinho na menina.
- Prometo, claro que prometo! – Ele disse.
assentiu com a cabeça, e saiu do carro.
observou a garota entrar em casa, e respirou fundo.
De hoje não passaria, .

Capítulo 15 - Logo Você ;

estava parado no farol, seus dedos dançavam na direção, ao som de Freak On Leash. A melodia dramática e a voz da Amy Lee realmente não ajudavam naquele momento.
Viu o farol ficar verde, e acelerou; não demorou para que ele chegasse a casa de .
Saiu do carro, e o trancou, respirando fundo em seguida. não sabia como falaria, como agiria, como agiria. Sentiu medo novamente.
Ele entrou na casa, e apertou a campainha.
Rapidamente, a empregada baixinha dos atendeu a porta.
- Garoto ! – Ela disse sorrindo.
forçou um sorriso.
- Oi! O está? – Perguntou, forçando educação e calma.
Calma...
- Claro! Pode subir! – Ela disse, apontando a escada.
assentiu com a cabeça, e subiu as escadas.
Ele subia lentamente, como se pensasse bem a cada degrau que subia.
Tinha que ser homem. Tinha que ter coragem.
Era sua felicidade que estava em jogo.
abriu a porta, e a cena que viu não foi nada agradável.
estava sentado no parapeito da janela, com um cigarro na mão. O quarto cheirava fortemente a cigarro. Ele estava com o cabelo bagunçado – não o bagunçado charmoso e estiloso, e sim o bagunçado nojento, de uma pessoa que não tomava banho a meses – e as roupas amassadas.
sentiu-se mal por ver o estado do amigo.
Percebeu a televisão ligada, as roupas amontoadas ao lado de sua cama, e a cama desarrumada.
- Hei... – disse baixo, entrando no quarto.
Ele fechou a porta atrás de si, e olhou , que ainda não tinha lhe dirigido o olhar.
- Hei. – disse simplesmente, ainda fitando o nada através da janela.
ficou em silêncio, e os únicos barulhos que se ouviam, era da respiração pesada de , ou os barulhos fora do quarto.
Ficaram em silêncio, não ia iniciar a conversa, e parecia pensar a mesma coisa; mesmo que tenha sido ele quem chamou .
- Acabou, cara. – disse do nada, dando outra tragada em seu cigarro.
assentiu com a cabeça, e colocou as mãos nos bolsos traseiros da calça.
- Eu sei. – Assumiu.
virou-se para o amigo, e jogou o resto do cigarro pela janela. Dane-se a ecologia!
- Do nada... – começou – Do nada! E eu aqui, tentando ser o melhor pra ela, e ela vem, termina tudo, e diz que eu sou bom demais pra ela! – dizia com ódio nos olhos.
Depois da fossa, vem a revolta.
- Calma aí cara... Foi melhor... – começou.
- Melhor? – perguntou arqueando a sobrancelha – Melhor? Eu fiquei dois anos sem me envolver com ninguém por causa dela, me dediquei a ela, eu fazia de tudo pra vê-la feliz, e sabe o que eu ganhei em troca? Um pé na bunda! Agora você me diz que foi melhor? Vai se ferrar! – dizia rápido. Ele voltou a atenção para fora do quarto.
sentou-se na cama desarrumada de , e passou as mãos pelo cabelo.
- Sabe o que eu não me conformo? – disse, respirando fundo – Foi o modo que ela terminou! Digo, estávamos bem! Perfeitamente bem, sabe?
assentiu com a cabeça.
- Talvez vocês não estivesse tão bem quanto você achava... Você mesmo me disse que ela parecia distante as vezes... – disse.
respirou fundo, levando em consideração o que havia dito.
Mais uma vez ficaram em silêncio.
- Eu... Eu não sei o que vai ser daqui pra frente, ! – disse, falando com a voz embargada.
sentiu-se um monstro ao ver o amigo dele; mas ele tinha que ser forte. Tinha.
- Você vai ficar bem, ! – disse, levantando-se da cama.
deu um riso sarcástico, como se discordasse.
- Eu só queria um motivo! Um motivo para eu não me sentir um inútil fracassado! – disse baixinho.
respirou fundo. Era agora.
- Talvez... – Respirou fundo – Talvez tivesse outra pessoa...
olhou para o amigo e deu um riso sarcástico.
- Outra pessoa? – Perguntou.
Agora pegava outro cigarro, e soltava a fumaça nervosamente pela janela.
Era impossível haver outra pessoa. Quer dizer... Era de que estavam falando?
Ela nunca o enganaria...
Pelo menos, era isso o que achava.
- Sim. – disse sério, agora levantando-se – eu... – Ele tinha que falar. – Eu tenho que te contar uma coisa...
Um misto de raiva e curiosidade passavam pelos olhos de , e percebeu isso.
O garoto saiu do parapeito da janela, e adentrou o quarto, colocando o cigarro na janela, fazendo-a da cinzeiro provisório.
- Que coisa? – perguntou, agora com mais curiosidade do que raiva no olhar.
passou a mão na nuca, arrepiando seus cabelos.
- ... – Respirou fundo – Eu amo a . E ela também gosta de mim. – Ele disse rápido, com os olhos fechados. Ele não queria saber o se passava no olhar de naquele momento – Ela terminou com você porque não era justo com você...
- Como é que é? – perguntou rindo nervoso, passando a mão pelos cabelos desarrumados – Você... E a ... – Ele repetia a si mesmo, como se quisesse entender – Você está de brincadeira comigo, não é possível!
- , eu sei como a é importante pra você, e acredite, ela é ainda mais pra mim! – começou, mas foi interrompido por um soco no olho direito, dado por .
Agora, a única coisa visível nos olhos de era ódio.
- Desgraçado! – gritou – Logo você, ? – Ele não acreditava – Eu podia esperar isso de qualquer outra pessoa, mas de você?! – gritava, indo para cima de .
sentia o olho latejar. Desde quando sabia dar socos?
- , seja adulto uma vez na sua vida! – disse alto – Você merece alguém que te queira do mesmo jeito, e a não é essa pessoa! Eu tinha que te dizer, porque você é meu melhor amigo, e não era justo com você ser enganado!
não disse nada, ele voltou para a janela, procurando acalmar-se.
Seu coração batia em um ritmo acelerado, ele não conseguia acreditar...
e ...
Ele repetia a si mesmo, tentando entender, aceitar.
- Você não sabe como eu amo a , cara! – disse, olhando para o nada – E você, você era a pessoa que eu mais confiava no mundo!
- Eu sei disso... Mas... – começou.
- Some daqui, ! Antes que eu deixe o seu outro olho roxo! – disse, virando-se bruscamente.
Mais ódio ainda se passava pelos olhos do garoto.
assentiu com a cabeça. Claro que ele não esperava que aceitasse tudo sorrindo, e depois o chamasse para tomar uma cerveja. Mas aquela reação, não foi a esperada.
Na verdade, foi a esperada sim.
saiu do quarto do amigo, e desceu as escadas, sentindo o olho latejar mais ainda.
Mas ainda pior do que a dor que sentia no olho, era a expressão decepcionada de .
Alguém tinha que sair machucado...
Não era uma coisa legal de ser pensada naquele momento; todos os envolvidos saíram machucados. No caso de , também fisicamente.
A empregada simpática dos olhou com uma expressão surpresa no rosto, e ignorou, abrindo a porta e saindo.
Ele entrou rapidamente em seu carro e seguiu para sua casa. No momento, ele precisava ficar sozinho.
Pelo menos, um dos problemas já tinha sido resolvido.
Se é que podemos chamar isso de solução.
Pensou em ligar para , mas ela não precisava de mais alguma coisa para sentir-se culpada, ou mal.
Sabia como estava sendo ruim para a menina.
ficaria bem, ele sabia que sim!
Ele era forte... Por mais que demorasse, ele superaria!
sentiu o olho atingido doer ainda mais; acelerou o carro com pressa de chegar em casa.
Precisava de gelo.

entrou em casa, depois de um tempo no jardim. e divertiam-se assistindo Friends, e mal perceberam a presença de .
Ela entrou em seu quarto, e jogou-se na cama. A exaustão tomou conta de seu corpo, e só o fato de pensar, fazia sentir-se mais cansada. Ela não queria pensar em como estava sendo a conversa com , não queria pensar em conseqüências, não queria pensar na reação do ex namorado.
Ela simplesmente não queria pensar em nada, queria deitar sua cabeça no travesseiro e dormir.
Dormir uma semana.
Porém, o seu plano perfeito de dormir até o colchão aderir a seu corpo, foi água a baixo, quando entrou no quarto da menina.
- O que foi? – Ela perguntou, preocupada com a amiga.
suspirou. Apesar de querer dormir, e esquecer de tudo a sua volta por enquanto, não podia negar que a preocupação e atenção de , era outra coisa que ela queria.
- foi falar com o ... – disse, abraçada ao travesseiro.
levou a mão a boca, e olhou a amiga surpresa.
- Falar com o sobre o que? – Perguntou, mesmo sabendo a resposta.
- Contar tudo a ele... – disse baixinho, com medo do irmão ouvir – Ele tem razão... Não seria justo esperar que se recuperasse do término do namoro, para saber que e eu estamos juntos...
assentiu com a cabeça, entendendo.
- E já te ligou? – perguntou, passando a mão pelos cabelos da amiga.
- Não... Na verdade, eu não quero falar com ninguém agora... – Ela disse, e lançou um olhar ofendido a ela – Exceto você, tonta.
sorriu, e fez o mesmo.
- , apesar dessa situação não ser muito agradável, logo logo você e poderão ser finalmente felizes! Sem ter de se preocupar com , ou qualquer problema do tipo! – disse, confortando a amiga.
respirou fundo.
- É... – Concordou.
sorriu.
- Já que você ta cansada, dorme aí! – Ela disse, levantando-se da cama – Amanhã temos aula e não podemos ficar faltando... – Ela riu – Se você quiser, eu peço pra Satiko trazer alguma coisa pra você comer...
- Não precisa... – disse rápido.
Só o fato de pensar em comida, a deixava cansada e enjoada.
- Então tá... – deu um beijo na testa da menina, como se fosse a mãe dela – Tudo vai ficar bem, amor!
sorriu. fechou as cortinas, deixando o quarto escuro.
amava o jeito com que a amiga cuidava dela.
- Obrigada! – Agradeceu.
sorriu e saiu do quarto, fechando a porta em seguida.
respirou fundo, e apesar de não serem nem seis horas da tarde, ela cobriu-se, e fechou os olhos, tentando dormir.

Capítulo 16 - Hold On ;

A quarta-feira era o pior dia de semana para . Um dia exaustivo e melodramático, sem contar que era o dia das piores aulas.
E ela nem tinha aulas com , pra fazer a manhã passar um pouco mais depressa.
Ela olhava de minuto em minuto para o relógio no meio da parede. Ela já tinha terminado a maldita dissertação, por que tinha que continuar ali?
Ela ligou o iPod, deixando tocar Beautifu l Soul, do Jesse McCartney. Lembrou-se de quando o amava, para ela, Jesse era o garoto mais lindo do universo. Fazia tempos que ela não ouvia musicas fofinhas, estilo Jesse McCartney. Na verdade, desde que quebrou seus Cds de boybands e a obrigou a ouvir ‘música de verdade’ que ela não ouvia esse tipo de coisa.
A vozinha fina do Jesse não estava conseguindo fazer que o tempo passasse mais rápido. Ela deitou com a cabeça na mesa, e pensou em como estaria agora. Faziam dois dias que eles não se falavam, e aquilo estava preocupando-a, de certo modo.
Pensou também em como estaria. Se ele ainda estaria em Liverpool... Ah sim, resolveu passar um tempo em Liverpool, já que Londres não estava sendo de bom grado a ele.
o entendeu perfeitamente, mas não deixou de sentir-se culpada.
Dois minutos. Apenas dois minutos para o tão esperado sinal do intervalo tocar.
Mas o relógio parecia estar de brincadeira com ela, aqueles malditos ponteiros não se moviam.
Irritada, guardou o iPod. Dane-se Jesse McCartney e suas musiquinhas bonitinhas!
Ela estava com fome. Aliás, andava com muita fome ultimamente.
Um minuto...
Era só contar até sessenta.
E foi o que ela fez. Uma contagem regressiva mental.
- Graças a Deus! – Foi o que ela disse, quando o sinal soou, e ela saiu quase que correndo daquela sala, deixando a Sra. Wess com cara de interrogação.
foi até seu armário, guardou sua bolsa e livros lá, e ficou esperando por .
Sentiu o cheiro forte de peixe, e sentiu o estômago embrulhar violentamente.
- Eu amo aulas de espanhol! – disse, ao juntar-se a amiga.
- Anormal! – disse simplesmente.
riu, e as duas saíram caminhando pelo corredor cheio de garotas.
O corredor estava tomado por risinhos, e o cheiro de diversos perfumes não estavam sendo bem aceitos por . Seu estômago parecia revirar.
- , eu tô passando mal! – disse, sentindo a cabeça girar.
Ela abaixou-se, e fez o mesmo, preocupada.
- O que você tem? – Ela perguntou preocupada.
- Eu... – não completou a frase, simplesmente caiu desmaiada no chão, atraindo olhares curiosos.

- Puta que pariu, ! – Foi a primeira coisa que ouviu, ao abrir os olhos e deparar-se na enfermaria da escola.
Ela nunca tinha ido lá, ficando surpresa ao ver o tamanho do lugar. Era realmente grande.
estava sentada a seu lado, em uma cadeira branca, enquanto estava na maca, tomando soro na veia.
- Droga... Eu vomitei no corredor? – perguntou preocupada.
- Não... Você simplesmente desmaiou! Aí eu chamei a enfermeira... – contou.
sentiu o braço direito formigar, e viu que o soro já estava no final.
A enfermeira baixista e robusta chegou até a menina, tirou com cuidado a agulha do barco de , e olhou-a, com pena.
- Você deveria se alimentar, mocinha. – Ela disse, de um jeito nada simpático.
arqueou a sobrancelha.
- Mas eu me alimento! Muito bem, pra ser sincera! – disse, sem entender.
deu de ombros e sorriu para a enfermeira.
- Se estiver sentindo-se bem, pode sair. – A enfermeira disse, saindo de perto das meninas.
levantou, ficando sentada na maca. Ela respirou fundo e passou a mão pelos cabelos.
- Você está bem? – perguntou preocupada.
sorriu.
- Estou sim amor... Esses enjôos passam rápido... – disse, descendo da cama.
arregalou os olhos, enquanto descia um pouco a saia.
- Como assim sempre passam? – perguntou, enquanto ficava lado a lado com a amiga.
As duas saíram da enfermaria, e andavam lentamente pelo corredor que dava para o pátio.
O intervalo já tinha acabado a tempos, mas elas não voltariam para a sala.
- Passam, oras! – disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Não é a primeira vez que você se sente enjoada? – perguntou, bastante curiosa.
- Não. – disse despreocupada.
Sentaram-se na mesa do refeitório, e sentiu novamente o cheiro de peixe.
Ah não, enjôo de novo não...
- Vamos sair daqui... – disse, colocando a mão na boca, e puxando consigo.
Elas voltaram para dentro do prédio, e olhou para cima, como se com isso o enjôo passasse.
Bem, passou.
- Você teve enjôo agora? – perguntou.
assentiu com a cabeça.
levou as mãos a cabeça e respirou fundo.
- , faz quanto tempo que você anda enjoando? – perguntou, com um tom de voz maternal.
pensou um pouco.
- Não me lembro... – Assumiu – Umas duas ou três semanas... – Ela disse ainda despreocupada.
O rosto de adquiriu uma expressão preocupada.
- Sua menstruação está regular? – perguntou séria.
respirou fundo e deu risada. Aquilo era engraçado.
- Sempre atrasou! Você sabe! – disse, ainda despreocupada.
Bem, nem tão despreocupada.
- Quanto tempo? – perguntou.
Ok, queria amedrontar : ela tinha conseguido.
- Um mês... – assumiu.
botou a mão na boca, segurando um gritinho.
entendeu o que a amiga estava querendo dizer.
Claro! Só podia ser isso!
Ela estava grávida!
Não se lembrava de ter usado preservativo em nenhuma das vezes que ficou com ...
Maldita irresponsabilidade.
- Tem... Tem chances de não ser isso, não tem? – perguntou pálida.
assentiu com a cabeça.
- Vem! – Ela disse, pegando na mão da amiga.
Elas passaram pelo portão, deixando a inspetora com cara de cavalo boquiaberta. Sabiam que no mínimo ganhariam uma advertência, mas não se importaram.
esticou o braço, e um táxi parou.
As duas entraram rapidamente. sabia para onde estavam indo, e o que iriam fazer.
Aquilo estava sendo assustador.
sabia o que a amiga sentia, mas precisavam tirar essa dúvida.
- Pra farmácia mais próxima! – disse ao taxista, pela pequena janelinha que os faziam se comunicar.
O homem assentiu com a cabeça, e seguiu pelas ruas.
começou a tremer e sentiu os olhos encherem-se de lágrimas.
- ... – Ela disse, começando a chorar.
abraçou a amiga com força. Ela odiava ver daquele jeito.
- Hei, acalme-se! Ainda não temos certeza de nada! – tentava confortar a amiga – E se por um acaso você estiver... – soluçou – Vamos cuidar disso, certo!
assentiu com a cabeça, e o taxista parou.
o pagou, e desceram do carro. Entraram na farmácia, e ficou quieta, sem mover-se.
rolou os olhos, e foi até a prateleira onde ficavam os testes. Pegou o mais caro – que parecia ser o mais confiável – e levou até o balcão.
Ela o pagou, e saiu da farmácia. já estava lá fora.
- Comprei. – Ela avisou.
assentiu com a cabeça, mordendo o lábio.
- Vamos pra minha casa, está mais perto! – disse.
Mais uma vez, assentiu, e as duas seguiram a pé para a casa de .
Enquanto andavam, não pode não pensar nas conseqüências que enfrentaria, se realmente estivesse grávida. Grávida!
Ela nunca pensou nisso, nunca!
Não tinha responsabilidade para cuidar de uma criança...
Ela simplesmente não podia.
Mal percebeu quando chegaram a casa de .
Entraram rapidamente, e agradeceu pelo fato dos pais não estarem em casa.
Aquilo assustaria ainda mais .
Sem demoras, subiram para o quarto de .
sempre adorou o quarto da amiga. As paredes lilás, os móbiles de estrelas, a enorme televisão em que sempre viam filmes do Chad Michael Murray.
Mas naquele momento, o quarto não era aconchegante e acolhedor. Ele era simplesmente assustador.
- Vai lá! – disse, apontando o banheiro.
assentiu com a cabeça, e entrou no banheiro.
Ela leu as instruções, e fez o teste.

- Agora é esperar dois minutos... – disse, quando saiu do banheiro.
colocou o celular para despertar, e ficou sentada na cama.
Nunca sentiu-se tão nervosa na vida.
- ... – começou – Independente de você estar grávida ou não... Eu vou estar do seu lado, vai estar do seu lado, e sabemos que também vai!
sentiu os olhos encherem de lágrimas mais uma vez.
- vai ficar decepcionado comigo! Decepcionado em saber que sua irmã mais nova está grávida.. Do primo! – cuspia as palavras – E o ... – Ela respirou fundo – vai me odiar!
abraçou a menina com força.
- Shiu! Nada disso vai acontecer, ok! Não se preocupa! – dizia, passando a mão pelo cabelo da amiga.
As duas ficaram em silêncio, e o celular de começou a tocar.
Era agora.
levantou-se, e foi até o banheiro, olhando o teste.
estava encostada no batente da porta.
- ... – Ela começou.
- Hum...
- Azul... – disse.
respirou fundo.
- Você está grávida, ! – Ela disse.
abaixou a cabeça, e olhou sua barriga.
Ali dentro tinha uma coisinha, uma vida. Ela não pode deixar de rir daquilo.
Apesar de não ser nada aceitável, ela sorriu.
sorriu ao ver a amiga sorrindo.
- Eu vou ser madrinha, não vou? – Perguntou a amiga, sorrindo.
assentiu com a cabeça, mordendo o lábio.
As duas ficaram em silêncio. absorvia lentamente os fatos.
- Você precisa falar com o ... – avisou.
- Agora? – Ela perguntou.
afirmou com a cabeça.
- Sim. Essa criança precisará de cuidados, e quanto antes, melhor! – Ela disse.
assentiu com a cabeça.
Sabia que a amiga tinha razão.
Saíram do banheiro, e pegou o celular, apertando a tecla send.
Sabia que ligaria para ; ele era sempre o primeiro da agenda.

estava deitado no sofá, assistindo CSI. Um pote de pipoca com pimenta estava do seu lado, e uma garrafa de cerveja estava a sua frente.
Ele estava sozinho em casa, já que os pais estavam viajando. Ele simplesmente amava ficar sozinho em casa.
Deu um gole em sua cerveja, e encheu a mão de pipoca.
Seu olho não estava mais roxo, mas adquiriu um tom amarelado, e continuava dolorido.
Ele ouviu o celular tocando, e lentamente esticou-se para pega-lo na mesinha de centro.
Sentiu o corpo aquecer ao ver o nome de no visor.
Ele sorriu. Fazia dois dias que ele não falava com sua menina, e o fato dela ligar, o fez ficar mais feliz.
Idiota; pessoas apaixonadas ficam felizes com coisas tão idiotas!
Atendeu, e um sorriso formou em seu rosto.
- Oi! – Ele disse, animado.
Apesar de estar um pouco chateado pelos acontecimentos recentes, só o simples fato de falar com sua menina o animava.

olhou significativamente para , que fez sinal para que ela prosseguisse.
mordeu o lábio inferior e olhou para o teto.
- ... Eu posso te ver hoje? – Ela perguntou rápido.

não entendeu aquele tom de voz da menina.
Mas não demorou para responder.
- Claro! – Ele sorriu – Passa aqui em casa... Meus pais estão viajando... – Ele disse.
- Ok... – Ouviu dizer, e desligar em seguida.
Ele não entendeu o comportamento da menina, mas resolveu ignorar.
Levantou-se, pediu para a empregada limpar a bagunça que ele tinha feito, e foi tomar um banho.
Sua menina iria até lá!

- Eu vou na casa dele... – disse.
assentiu com a cabeça.
levantou-se, e saiu do quarto da amiga, sendo seguida pela mesma.
- Chama um táxi pra mim? – Pediu.
assentiu com a cabeça, sorrindo.
Elas saíram para a rua, ligou para uma companhia de táxi, e não demorou para o carro parar defronte a sua casa.
respirou fundo.
- Agüente firme... – disse, abraçando a amiga – Vai dar tudo certo!
assentiu com a cabeça novamente, e entrou no carro.
Ela disse o endereço da casa do primo ao motorista, que acelerou.

Capítulo 17: Please Don't Do This;

Fazia mais ou menos quinze minutos que estava parada na porta da casa de .
O jardineiro já tinha perguntado sete vezes se estava tudo bem, e ela sorrindo forçadamente, respondeu que sim.
Ela tinha que ter coragem. disse que estaria ao lado dela pra tudo, não era?
respirou fundo – ela precisava entrar nas aulas de ioga! Essa coisa de respiração dá certo mesmo! – E apertou a campainha.
Não demorou para que a empregada espanhola atendesse.
- Ola! – A empregada disse sorridente, com o seu inglês carregado.
mais uma vez forçou um sorriso.
- Oi Mercedez... O está? – Ela perguntou, começando a estralar os dedos. Ela não sabia o que fazer com as mãos.
- Claro, entre! – Ela disse, dando passagem para a menina.
entrou, e estava no sofá. Ele sorriu furtivamente para a menina, quando a viu parada na sua porta.
não conseguiu não sorrir também.
fez sinal para a empregada sair, e ele correu ao encontro da sua menina.
- Que saudade! – Ele disse baixinho, abraçando-a forte e pegando-a no colo.
Ela sorriu, mas não falou nada.
deu um selinho nela, e olhou fundo nos olhos dela. Algo estava errado.
- O que aconteceu? – Ele perguntou, ao perceber a... Frieza? Da menina.
respirou fundo.
- Acho melhor irmos para o seu quarto... – Ela disse, mordendo o lábio.
assentiu com a cabeça.
Em outra ocasião, a frase "acho melhor irmos para o seu quarto" teria lhe provocado sorrisos e pensamentos pervertidos. Mas naquele momento, ele sentia, sabia que algo estava errado com .
Em silêncio, subiram as escadas, entrou primeiro no quarto, chutou alguns pares de sapato para debaixo da cama, e sentou na cama.
sentou-se ao seu lado.
Os dois se encararam. Ela simplesmente não sabia como dizer, o que dizer.
sabia que algo estava errado, claro que sabia.
- , o que aconteceu? – Tornou a perguntar, segurando delicadamente na mão da menina.
sentiu os olhos encherem-se de lágrimas novamente. Desde quando gravidez te deixa sensível?
- , pelo amor de Deus, não chora! – Ele pediu, tomando-a em seus braços. Como ele odiava ver chorar! – Me fala o que aconteceu! – Ele pedia.
soluçou, e afastou-se de .
- ... – Respirou fundo – Eu... – Agora ela passou a mão pelo rosto – Eu estou grávida... – Ela disse, começando a tremer.
abriu a boca, mas nenhum som saiu, tamanha era sua surpresa.
... Grávida... Sua prima... Grávida... Era muita coisa para sua cabeça no momento.
Ele ficou de pé, e passou a mão pelos cabelos, andando até a porta.
Ele ia ser pai. Pai!
Olhou para cima, começando a absorver os fatos.
Ele ia ser pai.
Adeus vida de festas, de irresponsabilidades, boa vida...
Não podia ser verdade. Simplesmente não podia.
- Você... Tem certeza? – Ele perguntou sério. Ele já não sorria mais.
assentiu com a cabeça, sentindo os olhos arderem. Cadê toda força que ela tinha que ter?
olhou para baixo. Ele tinha dezenove anos. Dezenove! Como ia criar uma criança?
Ele definitivamente não estava preparado para isso.
- Se você quiser... – disse, tomada pelo nervosismo do momento. Ela não pensava – Podemos sei lá... Tirar...
- Por favor, não faça isso! – disse rápido e alto, chegando perto da menina.
Ele percebeu que no momento, o que ela mais precisava era de apoio. De seu apoio.
- Escuta... – disse, segurando a mão da menina, e fitando seus olhos – Não podemos dizer que isso aconteceu no melhor momento de nossas vidas... Mas é nosso filho... – Agora ele forçou um sorriso – E nós vamos dar um jeito pra tudo isso! – Ele deu um beijo em sua testa – Foi irresponsabilidade nossa, a culpa não é sua, e nem minha... E outra... – Ele sorriu – Eu amo você, e ninguém melhor que você, pra ser a mãe do meu filho, certo?
respirou mais tranqüila ao ouvir as palavras de .
Sem demora, o abraçou com força. Ela queria sentir-se protegida, e conseguia isso com um abraço.
separou-se dela, e olhou a barriga da menina. Sorriu bobo.
- Então... – Ele disse, abobado – Aí dentro tem um pequeno ? – Ele perguntou, com os olhos brilhantes.
Eram lágrimas, e achou isso extremamente fofo.
- Uhum... – Ela assentiu com a cabeça, também com os olhos com lágrimas – Ou uma pequena ...
assentiu com a cabeça. Ele pegou o rosto da menina com cuidado, e a olhou no fundo dos olhos.
- Eu disse que ia ficar do seu lado pra qualquer coisa, não disse? – Ele perguntou; assentiu – Agora não vai ser diferente! Não se preocupa! – Ele tentava conforta-la. percebeu que estava bastante nervosa com tudo isso – Eu só acho que agora... Devíamos enfrentar tudo de uma vez... Nossos pais, amigos... – Ele disse.
mais uma vez assentiu com a cabeça.
a abraçou mais uma vez.
- Vamos fazer o seguinte... Hoje mesmo, contamos para os seus pais... – Ele dizia baixinho – Quanto antes melhor... E... – Respirou fundo – Vamos tomar todos os cuidados com essa criança...
- Obrigada... – disse, com a voz abafada.
riu.
- Eu amo você. – Ele disse.
Os dois ficaram abraçados. Era a única coisa de que precisavam no momento, a presença um do outro.

estava adormecida na cama de , e o menino a olhava dormindo.
Dormindo, parecia uma pessoa sem problemas, sem preocupações... Uma simples estudante do St. Marrie, com pais milionários que davam de tudo a ela.
acariciava o cabelo da menina, pensando em como seria dali pra frente.
A conversa com os pais... A reação ao saber que ele seria pai... De um filho da prima...
Pela primeira vez, ele sentiu medo.
Mas ele tinha em mente que, independente do que acontecesse, ele ficaria ao lado de . Sempre.
Fazendo-o despertar de seus próprios pensamentos, ele ouviu o celular de tocando dentro da bolsa da menina.
Ele com o cuidado de não acorda-la, pegou o aparelho e viu o nome de no identificador.
Atendeu.
- Oi. – Ele disse simplesmente.
Sua voz saiu um pouco pesada, já que ele estava a muito tempo calado.
- ? – Ela perguntou do outro lado da linha.
- Sim. – Respondeu mais uma vez.
- Hum... A ... Conversou com você sobre... – A menina começou.
- Sim. – Respondeu, respirando fundo em seguida – Sim, ela conversou comigo.
- E como ela está? – perguntou preocupada com a amiga.
deu uma olhada na menina dormindo, e não pode evitar um sorriso.
A situação não estava propícia a sorrisos, mas ver ali, dormindo, o fez sorrir.
- Dormindo. – Ele respondeu, caminhando pelo quarto. Sua pernas precisavam mexer-se – Vocês descobriram quando?
- Hoje. – respondeu rápido.
- Hum... – murmurou, agora encarando o teto – Sabe , eu estou com medo. – Ele disse do nada. Era a primeira vez que conversava com daquele jeito.
- Eu imagino, ... – Ela disse, em tom compreensivo.
- Sabe, eu não consigo acreditar que dentro dela, tem uma criança... Quer dizer, a é só uma menina! Ela ainda estuda, não tem lá muita responsabilidade... – dizia – Eu amo ela, mas essa criança não veio em um bom momento... – Desabafou.
- Eu sei disso. – concordou – Mas nesse momento, vocês tem é que ficar juntos! Enfrentar as coisas juntos... – Ela dizia.
assentiu com a cabeça, mesmo sabendo que ela não poderia ver.
mexeu-se na cama, abrindo os olhos em seguida. estava olhando pra ela.
- Ela acordou. – disse à .
perguntou (sem emitir som) quem era, e respondeu.
- Quer falar com ela? – Ele perguntou, tapando a parte inferior do aparelho.
negou com a cabeça.
- Eu falo com ela depois. – Disse.
passou o recado a , e desligou o telefone em seguida.
A menina olhou no relógio que ficava ao lado da cama do menino, e viu que marcavam cinco da tarde.
- Acho bom eu ir embora... – Ela disse séria.
assentiu com a cabeça. Sabia que quanto antes, melhor.
- Quer que eu te leve? – Perguntou.
- Não. – respondeu rápido, levantando da cama – Eu pego um táxi, sem problemas.
afirmou com a cabeça.
ajeitou a saia, e passou a mão pela camisa do uniforme.
Respirou fundo.
a abraçou e a beijou. Era o primeiro beijo deles depois de dois dias.
Não foi um beijo demorado, mas foi o suficiente.
- Eu estou do seu lado, sempre! – Repetiu .
assentiu com a cabeça.
O menino pegou na mão dela, e desceram as escadas. Não tinha mais motivo para se esconderem.
A empregada que tirava o pó do piano, olhou-os com a sobrancelha arqueada.
Desde quando primos andam assim, tão juntos?
Saíram da casa, e agora, foi a vez do jardineiro olhar com cara de interrogação.
Se a situação não fosse tão critica, seria uma situação divertida.
pegou o celular, e ligou para uma companhia de táxi.
Sentaram-se no banco do jardim, e ele colocou a menina em seu colo. Agora, ele mexia na barriga dela.
Será que ele já podia sentir a criança?
- , ele ainda é do tamanha de um feijão... – comentou rindo.
Exatamente, rindo.
também riu.
- Eu sei... – Ele disse – Mas eu queria poder sentir ele...
- Ou ela... – corrigiu.
- Que seja. – deu um beijo no pescoço dela – Já pensou quando você estiver com a barriga enorme?
fez bico.
- Eu não vou gostar. – Assumiu.
deu risada.
- Você vai ser a grávida mais linda do mundo. – Ele disse.
Ambos sentiram um aperto no coração quando disse isso.
suspirou.
- Sabe, eu definitivamente não estou preparada...
- Nem eu. – concordou – Mas vamos conseguir!
Ela concordou com a cabeça.
O táxi parou no portão, e levantou-se.
- Bem... Deseje-me sorte! – Pediu.
deu um selinho na menina (deixando os empregados presentes boquiabertos) e sorriu.
- Boa sorte amor. Vai dar tudo certo! – Ele disse.
Embora não acreditasse muito, era o que ele desejava.
assentiu com a cabeça, e saiu da casa, entrando no táxi.
O silêncio naquele veículo estava matando-a. Era como se deixasse tudo a seu redor, mais tenso.
- Moço, liga o rádio por favor? – pediu, sentindo as mãos suarem.
O taxista assentiu com a cabeça, e ligou o som, deixando na rádio local. Tocava KT Tunstall. reconheceu Miniature Disasters.
Ela batia com o pé no assoalho do carro, conforme a música tocava. Ela estava nervosa, fato.
Precisava se acalmar. Sabia que seus pais estariam em casa...
Pensou em . Qual seria a reação de ao saber da gravidez da irmã?
Gravidez, que palavra forte.
resolveu não pensar. Fechou os olhos, decorando mentalmente qualquer tipo de discurso.
Sentiu o carro parar, e abriu os olhos, deparando-se com sua casa.
Nunca ficou tão decepcionada ao voltar para casa, como naquela tarde.
Ela tirou uma nota da carteira, deu ao taxista.
- Pode ficar com o troco. – Ela disse, e o taxista agradeceu.
Ouviu o carro tomar distância, e respirou fundo mais uma vez.
Sentiu vontade de vomitar. Agora ela sabia o porquê dos enjôos.
Ela entrou em casa devagar. Não tinha a mínima pressa.
Pensou em falar com primeiro...
Ou então, se falasse com todos de uma só vez, pouparia sofrimento.
Se bem que poderia defende-la...
Falaria com primeiro!
acelerou o passo, e entrou em casa rápido.
Seus pais estavam na sala. Robert estava com os primeiros botões da camisa abertos, e a gravata estava larga. Joanna estava ao telefone, conversando com qualquer pessoa.
sentiu medo.
Sem parar para cumprimenta-los, subiu as escadas correndo, e entrou no quarto de .
O irmão estava no computador, e o som de Every You Every Me, do Placebo no ultimo volume, ecoava por todo o quarto.
- Hei sumida! – cumprimentou.
não agüentou. Ao ver o irmão sorrindo feliz ao vê-la, começou a chorar.
Conversar com seria bem mais dramático do que conversar com .
- O que aconteceu, ? – Ele perguntou, desligando a caixinha de som rapidamente, e indo ao encontro da irmã.
Ele a abraçou com força, dando segurando a ela.
amava o abraço de , mas na sua opinião, o abraço de era o melhor do mundo todo.
Ela ia dizer rápido.
- , eu estou grávida... – Ela disse rápido, sem encará-lo. Ela não viu ficar (mais) branco e abrir a boca – Do .
Agora se afastou e sentou na cama.
Ele não tinha entendido.
- Como é que é? – Ele perguntou com a voz esganiçada, sem acreditar.
agora debulhava-se em lágrimas. Agora diria que não estava acreditando naquilo, que ela tinha feito algo extremamente irresponsável e que ele tinha se decepcionado com ela.
- Isso mesmo que você ouviu! – Ela disse, olhando para cima – E eu vim aqui contar para a mãe e o pai...
levantou-se, sentou-se novamente, e por fim ficou de pé.
Ele passou a mão pelos cabelos, desarrumando-os nervosamente. , sua irmã mais nova estava grávida... Grávida! E como se não bastasse, do ! – Seu primo.
- Do ? – Ele perguntou novamente, passando a mão pelo rosto. A reação de foi dez vezes pior do que a de .
assentiu com a cabeça.
- Desde quando você e ... – perguntou baixo – Claro! – Agora ele tinha entendido – Agora entendi o bom entendimento entre os dois, as vezes que ele se oferecia pra te deixar em casa... – Ele concluía mais a si mesmo – Como eu fui idiota! – Ele disse – , você deveria ter me contado! – Ele disse, mostrando decepção no rosto.
- Eu sei, , eu sei! – A menina disse chorando. Que droga, por que não podia facilitar, e deixar que ela chorasse quando conversasse com os pais? – Mas eu tinha medo que sua reação fosse essa! – Ela disse alto.
respirou fundo, e andou pelo quarto. Ele estava atônito.
- E você tem certeza que está... – Ele não conseguia terminar a frase.
afirmou.
respirou fundo.
- ... ! – Ele repetia a si mesmo, como se assim, fosse aceitar.
Ou acreditar.
O silêncio pairava naquele momento. Na verdade, as únicas coisas possíveis de se escutar no momento, eram as respirações pesadas de e .
- Eu não estou acreditando... – disse, sentando na cama.
- Nem eu... – Assumiu .
Mais uma vez, ficaram em silêncio.
- , você sabe que fez algo extremamente irresponsável, não sabe? – Ele perguntou sério.
afirmou com a cabeça.
Por que raios tinha de ser tão previsível? Agora viria a pior parte. A parte que ele diria que estava decepcionado com ela.
- E você sabe que não vai ser nada fácil, não sabe? Tanto como conversar com nossos pais, quanto criar essa criança... – Ele disse, levantando-se – Mas mesmo você não merecendo, eu vou ficar do seu lado! – Ele disse, abraçando-a – Você já está passando por problemas demais. Não precisa de minhas recriminações. – disse.
agarrou-se no pescoço do irmão. Ela não queria soltar-se dele nunca mais.
- Obrigada , obrigada... – Ela dizia chorando.
respirou fundo, e passou a mão pelas costas da irmã.
- E você vai falar com os nossos pais...
- Agora. – o interrompeu, limpando as lágrimas.
assentiu com a cabeça, e entrelaçou suas mãos nas dela.
- Vamos lá! – Ele incentivou – Eu não vou deixar que eles façam você sofrer ainda mais!
assentiu com a cabeça, agradecendo mentalmente por ter um irmão como .
- Eu amo você, ! – disse – Desculpa por não ter te contado...
fez sinal para que ela ficasse quieta.
- Chega. – Ele disse – Conversamos sobre isso depois... – Ele beijou sua testa – Vamos logo falar com eles, enfrentar tudo de uma vez... Eu amo você, ! Sou seu irmão, e independente do que acontecer, vou ficar do seu lado!
beijou a testa do irmão.
Ela respirou fundo, e fez sinal para que eles fossem em frente.
fechou os olhos, e assentiu com a cabeça.
Lentamente, deixaram o quarto, indo em direção a sala.
Não seria fácil, definitivamente não seria.

Capítulo 18: O Anjo Mais Velho;

- Acho melhor a Grécia, sem duvida alguma! – Joanna dizia ao marido, que com a mesma cara de paisagem de sempre, assistia a televisão, provavelmente sem prestar a mínima atenção na mulher.
e estavam ao pé da escada, esperando o momento certo para ‘entrar’.
O coração de não batia, saltava. E sentia o nervosismo da irmã.
- Tanto faz. – Robert disse, cruzando as pernas.
Os dois ficaram em silêncio, e fez sinal para que fosse até lá.
A menina assentiu com a cabeça, e levantou-se. foi atrás dela.
- Mãe, pai... Eu... Preciso conversar com vocês. – Ela disse séria, sentindo um nó em sua garganta.
ficou ao lado da irmã, pegando em sua mão novamente.
A expressão de Joanna continuou a mesma, já a de Robert, ficou um pouco mais dura, tensa.
- O que foi que você fez dessa vez? – Perguntou Joanna, rolando os olhos.
respirou fundo.
- Fala de uma vez... – disse baixinho.
assentiu, e olhou para o teto.
- Eu... Eu estou grávida. – Ela disse, olhando ainda para o teto.
De repente, o teto tornou-se uma coisa bastante interessante.
Bem, era mais interessante do que encarar seus pais depois que você conta que está grávida.
- Que? – ouviu a voz estridente da mãe, perguntando em um tom agudo.
ficou quieta, procurando força pra continuar.
apertou sua mão, como quem diz ‘estou aqui’.
- Isso é... – Joanna começou – Maravilhoso! – Ela disse sorrindo.
, e Robert encararam a mulher como se ela fosse uma louca.
- Maravilhoso? – perguntou, confuso.
- Você está louca, Joanna? – Robert perguntou, com a expressão bastante surpresa, olhando a mulher como se a mesma, fosse uma louca.
- Claro! – Joanna disse sorridente – grávida de um ! – Ela deu um pulinho – Era tudo o que eu precisava! Que vocês se casassem rapidamente! – Ela dizia, maravilhada.
sentiu a garganta da um nó.
O pai de continuava com o rosto duro. Apenas encarando a esposa. Ele não queria olhar naquele momento.
- Mãe... – começou.
- Está de quanto tempo? Por que não me contou antes? – Ela dizia maravilhada.
- Mãe, o filho não é do ! – disse rápido, de olhos fechados.
Agora, a expressão maravilhada de Joanna, transformou-se em uma expressão dura, confusa.
- Co-como assim o filho não é do ? – Ela perguntou colocando a mão sobre o colo, procurando acalmar-se.
- Não é. – disse simplesmente. Agora vinha a pior parte – O filho é do .
Assim que disse a última palavra, o silêncio tomou conta da enorme sala da casa dos .
sentia que podia explodir a qualquer momento, e ficava quieto, ele sabia que era ela quem tinha que dizer.
- ... Meu sobrinho? – Robert perguntou como se não acreditasse.
assentiu com a cabeça.
- VOCÊ É LOUCA? – Joanna gritou indignada com o que acabara de ouvir. Olhou para o marido, esperando alguma reação, mas o pai de continuava com a mesma expressão. Se bem que agora, ele estava com a cara bastante surpresa. - O QUE É QUE VOCÊ TEM NESSA CABEÇA? – Joanna berrou, indo pra cima de .
entrou no meio, olhando sério para a mãe.
- Você não vai encostar nela! – Ele disse sério – Ela já está bastante mal com tudo isso, não precisa de seus berros ou agressões! – disse alto. nunca viu o irmão tão sério na vida.
- Sai da minha frente, ! – Joanna mandou, mas não moveu um só músculo.
- Pai, tira ela de perto da ! – disse sério, e o pai o fez.
Ele colocou a mulher no sofá a seu lado. Ele queria ouvir o que tinha a dizer.
- E... já sabe disso? – Robert perguntou, encarando a filha pela primeira vez.
agora chorava. Claro que chorava!
Ela estava atrás de , agarrada ao irmão.
- Sabe... – Ela disse baixo.
- Sua irresponsável! Vocês são primos! Sabe o que isso significa?! – Joanna tornou a se pronunciar. – Essa criança não nascerá saudável! – Ela dizia, furiosa – É normal casos entre primos, MAS UMA GRAVIDEZ NÃO É! VOCÊS PRETENDEM O QUE? CASAR E SEREM FELIZES PARA SEMPRE? – Ela tornou a gritar – VOCÊ SABE COMO ISSO VAI SE TORNAR UM ESCÂNDALO? VOCÊ VAI ACABAR COM NOSSA FAMÍLIA, ! – Ela dizia.
- Cala a boca, mãe! – disse alto, indignado – Olha as coisas que você está dizendo! Nesse momento, a precisa de apoio, e não de uma mente doentia como a sua, dizendo que a família vai acabar, ou que essa criança não vai nascer saudável! – dizia, com as veias de seu pescoço saltando – Chega de escândalo!
- O que sua irmã fez, é imperdoável! – Joanna disse, apontando para .
Mais uma vez, o silêncio tomou conta da sala.
- Some dessa casa! – Joanna disse por fim – Eu não tenho mais filha! Eu não quero saber de você, nem dessa criança que você carrega! – Ela disse, olhando com... Nojo? Para a filha – Eu vou tomar um banho, me acalmar... Quando eu voltar, eu não quero mais ver você aqui, está entendendo? – Ela disse.
agora soluçava.
- Ela não vai sair dessa casa! – disse firme.
- Joanna, você está sendo drástica demais... – Para a surpresa de e , essa frase veio de Robert, que estava em pé, olhando a esposa, procurando acalma-la.
- Então saem vocês três! – Joanna gritou.
olhou para o pai.
- Você vai deixar essa louca dizer isso pra sua filha? – perguntou, indignado – Tenha uma atitude pelo menos uma vez na sua vida!
Robert ficou de pé e passou a mão pelos seus cabelos grisalhos.
Respirou fundo. Sabia que sua filha tinha sido irresponsável, e sabia como sua mulher era...
Com o coração partido, ele olhou sua filhinha, a mesma que a anos atrás, brincava de cavalinho com ele, a mesma que quando pequena, usava seu uniforme do Manchester United e saía cantarolando o hino do clube...
Ele olhou para a filha, e para a esposa. Ele definitivamente não sabia o que fazer.
Com o coração realmente partido, ele disse as quatro palavras que mais o machucaram na vida.
- Você ouviu sua mãe. – Ele disse, saindo da sala, indo em direção as escadas.
Joanna passou pelos filhos, e também subiu as escadas.
sentou no sofá e começou a chorar alto... E aquilo destruía .
Ele nunca viu a irmã daquele jeito.
- Eu to aqui... Eu to aqui... – repetia, abraçando a irmã.
- ... O que eu vou fazer agora? – perguntava, debulhando-se em lágrimas.
a abraçou.
- Nós vamos arrumar um jeito, vamos arrumar! – Ele disse, tentando acalma-la.
O fato é que toda aquela situação ainda era surreal para ; mas ele tinha que ajudar sua irmã, protege-la.
- Espera aqui... – disse, indo até o telefone, e com ele indo para a cozinha.
Quando ele entrou na cozinha, percebeu que os empregados fingiam indiferença. Mas eles não era bons atores; claro que eles ouviram tudo!
Sem nenhuma palavra, discou os números da casa de .

A conversa com os pais de surtiu quase que o mesmo efeito do que a conversa dos pais de .
Só que pelo menos, ele tinha o seu antigo apartamento; ou seja, não tinha lá muito drama ao deixar a casa.
Ele estava sentado no meio fio da calçada. Já tinha ligado para – e descobriu que ele estava em Madrid com os pais – mas não teve coragem de ligar para .
Foi quando sentiu o celular vibrar dentro do bolso, que despertou-se de seus pensamentos.
Viu o numero da casa da menina, e sentiu o coração apertar.
- Oi. – Ele atendeu.
- ... É o . – disse em um timbre sério.
Não era uma coisa comum, ver sério.
sabia perfeitamente o porque.
- Oi ... – Foi o que disse.

estava conversando baixo, não queria que ninguém escutasse.
- , a realmente não está bem... E a situação dela não anda diferente... Vem pra cá. – disse, ainda sério.
Ouviu respirar fundo.
- Claro. Chego aí em dez minutos! – Ele disse rápido, desligando o telefone em seguida.
suspirou, e voltou para a sala.
não chorava mais, mas ainda tinha o rosto vermelho.
- O ta vindo aqui... – disse à irmã, acariciando seu cabelo.
- Não é uma boa idéia... Você sabe como a mãe ta neurótica! – disse séria.
- Foi uma boa idéia sim! – dizia – Uma hora outra vocês iam ter que enfrentar. O mais difícil já passou! E pelo que conhecemos a tia , ela não deixará na mão...
assentiu com a cabeça, tinha razão.
- Agora, vai lá em cima, toma um banho... – disse, passando o polegar pelo rosto da irmã – Se arruma, sei lá... Nós vamos dar um jeito nisso... Eu tenho ainda aquele apartamento perto da estação... Podemos morar juntos...
- eu... – começou, mas o irmão colocou a mão na boca dela, fazendo-a calar-se.
- Você vai fazer o que eu disse. Pode deixar , eu vou dar um jeito nisso! – Ele disse.
assentiu com a cabeça, e levantou-se.
acompanhou a menina subir as escadas, e ficou parado no sofá.
Ele realmente não ia deixar a irmã sozinha.
A campainha tocou, e antes da empregada atender, foi lá e abriu a porta, dando de cara com um de cabelos extremamente bagunçados.
fez sinal para que o primo entrasse, fechando a porta em seguida.
sentou-se no sofá, e sentou-se defronte a ele.
- Cara... – respirou fundo – Você sabe o que minha irmã está passando, em um dia?
olhou para baixo, e passou a mão pela nuca.
- Eu...
- Minha mãe expulsou a de casa... Tem noção do que é isso? – dizia sério, ficando vermelho a cada palavra que dizia – A tem dezessete anos! Não sabe nem cuidar de si mesma sozinha, quem dirá de uma criança, !
- Eu sei, ! – disse, com a voz embargada – E eu vou ficar do lado dela!
- É claro que vai ficar! – disse alto – Você não faz mais que sua obrigação!
- Eu não estou fazendo isso por obrigação! – disse convicto – Eu estou fazendo porque eu amo ela, e não suporto vê-la sofrer!
- Minha vontade era de te arrebentar, agora... – continuou sério – Te arrebentar, porque é por sua culpa que minha irmã está passando por tudo isso...
- Não é minha culpa, ! – disse do mesmo jeito sério – e eu fomos irresponsáveis! Ninguém tem culpa nessa história, e eu já disse, eu vou ficar com ela, do lado dela!
ficou quieto e assentiu com a cabeça.
O silêncio predominou mais uma vez naquela sala, e pronunciou-se.
parecia perdido em seus próprios pensamentos, e fitava o primo.
O garoto coçou a nuca e olhou para .
- Você acha que... – respirou fundo – Ela moraria comigo?
olhou para o primo.
- Isso, você verá com ela. – Disse, apontando a escada. Respirou fundo – Vai lá.
assentiu com a cabeça.
Ele levantou-se do sofá, e seguiu para a escada. Antes de subir, olhou para .
- ... Você não existe cara. – disse – Eu entendo a raiva que você tem de mim agora, mas mesmo assim, obrigado por proteger a ... – Ele disse profundamente agradecido.
assentiu com a cabeça, e fez sinal para que ele fosse logo.
subiu as escadas correndo, e entrou no quarto da menina.
Ele olhou cada detalhe... Era triste pra ele saber que, ela não ficaria mais ali.
Viu a prateleira repleta de Cds, viu o enorme pôster do Boys Like Girls e sorriu. Olhou os bichos de pelúcia... O lagarto gigantesco de pelúcia no canto do quarto...
- ... – disse, ao sair do banheiro.
virou-se pra menina, e a abraçou forte. Como se nunca mais fosse larga-la.
- Minha mãe me... – começou, mas ele deu um selinho nela, fazendo-a se calar.
- Eu sei. E vamos morar juntos agora! – Ele disse, olhando a menina – Se você quiser.
assentiu com a cabeça e olhou seu quarto.
Sentiu um aperto no coração. Não por ser materialista e ligar para o seu ‘oh-precioso-quarto’ e sim, porque não sentia-se preparada para sair de casa.
Responsabilidade...
Não era uma coisa que ela estava habituada a ter. Mas agora, teria que adquirir.
pegou sua mala debaixo da cama, e abriu o guarda-roupas. Sabia que não poderia levar nem metade das coisas naquela mala cor-de-rosa, por isso, pegou apenas o necessário.
via a menina guardar suas coisas.
Um típico momento dramático para uma adolescente de dezessete anos.

fechava a mala, e a pegou.
Ele abraçou a menina com a outra mão, e desceram as escadas. continuava na sala.
- Vem, eu levo vocês. – disse, fazendo sinal para que eles o seguissem.
- Eu estou de carro, . – avisou.
ignorou, e continuou caminhando na frente dos dois.
Ele abriu a porta do seu carro, e fez sinal para que eles entrassem.
colocou a mala de no porta-malas, e entrou no banco traseiro, ao lado da menina.
ficou sozinho no banco da frente.
Ele não ligou o rádio.
- O que vão fazer agora? – Ele perguntou, enquanto saía de casa.
- Vamos para o meu antigo apartamento. – disse – Você sabe aonde é.
assentiu com a cabeça, e deu um beijo na testa de , que continuava calada.
O caminho parecia bem mais longo do que o habitual. Milhares de coisas passavam pela cabeça dos três, pensava em como cuidaria de uma criança, sendo que mal sabia cuidar de si mesma. pensava em como seria sua vida agora, com compromissos e responsabilidades, ... Estava inteiramente preocupado com a irmã, e pensava em mil maneiras de ajuda-la.
Não demorou para que parasse o carro; desceu primeiro, pegou novamente a mala de e esperou que a menina saísse do carro.
- Não é lá um palácio, mas... – começou, e o abraçou forte.
- Obrigada. – Ela disse com a voz abafada.
riu.
- Obrigado... – Ele repetiu – Você não tem nada do que me agradecer! – Ele disse sério.
mais uma vez, passou na frente deles. Ele conhecia bem aquele apartamento.
jogou a chave ao primo, e eles entraram no elevador.
- Vocês precisam de alguma coisa? – pronunciou-se – Comida, sei lá...
- Não. Amanhã eu faço compras... Hoje a gente come na rua... – disse.
concordou.
- Amanhã, ... Eu trago o restante das suas coisas... Peço pra me ajudar... – disse, e o elevador parou.
- Obrigada. – Agradeceu.
Eles saíram do elevador, e abriu a porta.
O apartamento de não era nenhum palácio, fato. Mas era bastante grande.
A sala era toda branca, com poucos móveis. O necessário – sofá, televisão, mesinha.
Entraram, e continuou na porta.
- Acho que daqui, vocês se viram, certo? – Ele perguntou.
- Aham. – concordou.
assentiu com a cabeça, e puxou a irmã pra um abraço.
- Se cuida tá! Ou melhor... – olhou para a barriga da irmã – Cuidem-se!
sorriu, e o abraçou mais forte.
- Eu amo você ... – Ela disse.
- Eu também! – disse sorrindo.
Separaram-se, e ele fez sinal para que se aproximasse.
- Eu devia te odiar... Mas minha irmã te ama... – disse, abraçando o primo – Cuida deles!
assentiu com a cabeça.
- Eu vou cuidar! – Ele disse sério.
- Qualquer coisa, estou no meu apartamento perto da estação... – disse girando as chaves – Não volto mais praquela casa.
e assentiram com a cabeça.
- Enfim, cuidem-se! – Ele disse por fim.
sorriu, e saiu, fechando a porta atrás de si.
olhou para , e sorriu.
- Agora, eu posso te chamar de namorada? – Ele perguntou, com um sorriso infantil no rosto.
riu, e beijou o – agora – namorado.
Apesar de toda essa turbulência das ultimas horas, ela sabia que dali em diante, seria melhor.
Ela sabia que dali em diante, seria feliz.
Com .

Capítulo 19: Not Alone;

Estava bastante quente naquela quinta-feira. remexeu-se na cama, acordando , que dormia em um sono leve.
Com esforço, o menino abriu os olhos, pegou o celular que estava no criado mudo ao lado da cama, e viu as horas: dez da manhã; já tinha perdido a aula.
Ele voltou a deitar, mas não conseguia dormir.
Os acontecimentos recentes bastaram para que ele não conseguisse dormir. Ficou surpreso pelo fato de conseguir.
apoiou seu corpo no cotovelo, e ficou olhando dormir. Era linda...
Olhou a barriga da menina, e não pôde não sorrir. Ali dentro tinha uma criança... Seu filho.
Agora, a situação não era mais trágica. Agora, ele só queria curtir a namorada e o filho que em breve nasceria.
Sorriu bobo mais uma vez.
- Ta acordado a quanto tempo? – perguntou, esfregando os olhos, e dando de cara com um babando nela.
- Tempo o suficiente pra ver que você estava cansada... – disse, sorrindo.
espreguiçou-se ainda na cama, e sorriu de lado, respirando fundo em seguida.
- Agora, tudo vai ficar bem, não vai? – Ela perguntou.
sorriu e assentiu com a cabeça.
- Vai sim. – Afirmou.
sorriu, e levantou-se da cama, indo em direção ao banheiro.
Certo que disse que não era nenhum palácio, mas o apartamento não era lá muito modesto.
O quarto tinha as paredes brancas, as cortinas eram amarelas, o que deixava o quarto bastante claro. A cama era enorme, uma king size. O banheiro do quarto era pequeno e não tinha banheira, mas era o suficiente.
agradeceu mentalmente pelo pai continuar pagando empregados no apartamento, do contrário, ele estaria imundo e empoeirado.
Esse apartamento era uma espécie de refugio para . Sempre que ele bebia demais, ou simplesmente queria isolar-se, era pra lá que ele ia.
saiu do banheiro, com o cabelo preso. sorriu e entrou no banheiro em seguida.
Ela voltou a deitar na cama, e ouviu o barulho que parecia o de um trovão. Não sentia medo ou algo assim. Lembrou-se que quando era criança, tinha medo, e era quem a acolhia; era com que ela dormia. olhou para sua barriga. Será que seu filho (ou filha) teria medo de trovão?
Ela sorriu. Colocou as mãos sobre a barriga, como se com isso fosse sentir alguma coisa.
- Você perdeu aula, mocinha. – disse, voltando pra cama, com os cabelos um pouco molhados.
mordeu o lábio.
- Não sei se vou continuar estudando... – Ela disse.
- É claro que vai! – disse sério – Daqui três meses você se forma! Sua barriga nem vai aparecer tanto! E seus pais não seriam capazes de deixar de pagar seu colégio!
assentiu com a cabeça.
- Falando em barriga... – disse rindo, passando a mão pela barriga da menina – Você acha que vai ser menino ou menina? – Perguntou com brilho nos olhos.
- Não faço a mínima idéia! – disse sorrindo. Seu sorriso murchou.
Ela lembrou-se das palavras da mãe... Sobre a criança não nascer saudável.
- ... – Ela chamou – Você acha que... Tem perigo do nosso filho nascer com algum tipo de deficiência? – Engoliu em seco – Quer dizer, porque somos primos...
olhou para a namorada, e suspirou.
- Não sei... – Assumiu – Amanhã, vamos a um médico... Quanto antes começarmos com os cuidados, melhor!
assentiu novamente.
Eles ficaram em silêncio, cada um viajando em seus próprios pensamentos.
ficou de pé em cima da cama, deixando surpresa.
Ele sorriu.
- Já reparou como estamos desanimados? – Ele perguntou, olhando-a de cima – Quer dizer, não estamos no melhor momento de nossas vidas mas... ! Estamos juntos! E você está esperando um filho meu! – Ele dizia sorridente. Agora, ele estendeu uma mão pra menina.
deu a mão a , que a puxou, abraçando-a pela cintura.
- Nós temos é que ficar felizes! Nossos problemas com a família vão se resolver com o tempo... Eu tenho você, você tem a mim... – deu um selinho na menina – E nós temos ele... – Apontou pra barriga da menina.
sorriu abertamente, e puxou o menino para um beijo.
Ele tinha razão. Eles estavam finalmente juntos! Dane-se a família ou qualquer outro tipo de problema.
- Eu amo você, ! – disse rindo, apertando o nariz do namorado.
mordeu o lábio da menina.
- E eu amo você! – Ele disse sorrindo – Agora, acabando com o momento romântico, eu estou com fome... E não tem nada pra comer... Vamos na Starbucks, sei lá...
- Por mim, ótimo! – disse, pulando da cama, e indo em direção a sua mala, que ainda não estava desfeita.
olhou de cara feia pra menina, que não entendeu.
- O que foi? – Perguntou, enquanto tirava as roupas da mala.
- Você não pode ficar pulando... Não se esqueça que você não está sozinha! – disse sério.
começou a rir.
- Cala a boca ... – Ela disse rindo, ignorando o namorado.
deu de ombros, e abriu o guarda-roupas. Quase não tinha roupas ali.
Enquanto pegou uma calça skinny, uma blusinha preta listrada de branco, e um par de sapatilhas pretas, colocou uma camiseta branca da Atticus, escrita de bege. Colocou uma calça jeans larga no meio do quadril, e seus tênis de skatista dez vezes maiores que seu pé.
amava o jeito com que ele se vestia atualmente, deixando aquele estilo ‘sou um mauricinho e meus pais me bancam’ e investindo no ‘eu sou largado mas sou gostoso’.
- Você ta lindo... – Ela disse sorrindo.
jogou a franja um pouco para o lado, e sorriu, chegando perto da menina.
Ele a encostou no guarda roupa colando seus corpos, e fixou seus olhos nos dela.
- Você ta linda... – Afirmou – Sabe... Eu até to perdendo a fome... – Ele disse com um sorriso pervertido, olhando a prima.
deu um tapinha no braço do menino, rindo.
- Mas eu não... – Ela disse rindo, dando um selinho em – Eu já estou morrendo... Não se esqueça que eu tenho que me alimentar por dois!
riu, e afastou-se da menina.
- Mas quando voltarmos, você não me escapa! – Ele disse rindo.
- Ok! – disse, dando um sorrisinho maroto.
Ela soltou os cabelos, o que formava leves ondas no meio de suas costas. Ela ajeitou a franja, colocando-a de lado.
- Merda, esqueci que não estou de carro... Meu carro ta na sua casa... – disse, batendo com a palma da mão na testa.
fez careta.
- Droga.
- Não tem problema… - Ele disse, dando de ombros – Pegamos um táxi, e depois passamos na sua casa...
- Certo! – disse, concordando.
sorriu, estendeu a mão a menina, que entrelaçou sua mão na dele.
Eles saíram do apartamento, e entraram no elevador. Uma garota alta entrou depois deles, e não pode deixar de reparar o jeito com que ela olhava para .
Desde quando grávidas são tão ciumentas? Ou melhor, desde quando era tão ciumenta?
Ela puxou o menino, e o beijou tempo suficiente da garota parar de olhar o seu namorado, e tempo suficiente do elevador parar.
riu.
- Eu percebi, viu! – Ele disse rindo, beijando o topo da cabeça da menina, enquanto saíam abraçados do edifício – Você ficou com ciúmes de mim!
- Cala a boca, ! – Ela disse rindo, dando um tapinha no ombro dele.
estendeu o braço conforme táxis passavam. Mas era inútil, nenhum parava.
bufou.
- Não vamos conseguir… Olha, a Starbucks nem é tão longe, podemos ir andando... – sugeriu.
olhou incrédulo pra menina, como se ela tivesse dito algo insano.
- Você ta louca? Você não pode fazer esforços... – Ele disse.
rolou os olhos.
- , eu estou grávida – Ela disse pausadamente – Não inválida!
- Mesmo assim! Eu quero tomar conta de vocês! – Ele disse, dando de ombros.
riu, e estendeu o braço, tentando conseguir um táxi também.
Ela teve mais sorte do que , já que um táxi parou.
- Só porque você é mulher... – Ele disse, fazendo careta.
riu, e entrou no táxi, sendo seguida por .
disse ao motorista o destino, e ambos ouviam a música que tocava na rádio local. Era Hey There Delilah, do Plain White T's.
batia levemente com os dedos, no braço de , que colocou a cabeça no espaço entre seu ombro e seu pescoço.
Realmente não era longe a cafeteria do apartamento de , de modo que logo, o taxista parou.
pagou o táxi, e o esperou.
- Viu como não é longe? – Ela perguntou rindo.
deu a língua, e entraram na cafeteria.
Sentaram-se em uma mesa no fundo, e logo o garçom de cabelos loiros-quase-brancos-estilo-Malfoy foi atende-los.
pediu um capuccino grande e muffins, enquanto pegou um café (grande) e torta de chocolate.
- Sabe... – começou – Como vai ser quando nosso dinheiro acabar? Quer dizer... Essa grana de mesadas entre outros, não vai durar pra sempre... – comentou.
respirou fundo. Ela tinha razão.
- Eu nem tinha pensado nisso... – Ele disse.
O garçom dos cabelos loiros ‘Malfoy’ entregou os pedidos, e deu um longo gole no seu capuccino.
- Acho que vou ter que começar a trabalhar... – disse, em transe.
- Nós vamos. – disse.
Se ela tinha que aprender a ter responsabilidade, nada melhor do que um emprego.
- Não mesmo. – disse sério, mordendo sua torta – Eu não vou deixar você trabalhar!
- Vai sim! – disse igualmente séria – Qual é, estamos juntos nessa! E eu consigo trabalhar!
sabia que não dava pra discutir com . Rolou os olhos.
- Eu não gostei dessa idéia... – disse, dando agora um gole em seu café.
- Você não tem que gostar. – disse firme, pegando um dos muffins. Mais precisamente, o de creme.
rolou os olhos e bufou. Por que tinha que ser tão difícil?
- E você pretende o que? – Perguntou, sério.
- Não sei. – Assumiu – Vou procurar emprego amanhã... Sei lá...
- Não, amanhã vamos ao médico! – disse, colocando a mão sobre a mão da menina – Aliás , você ainda não teve nenhuma espécie de desejo? – Perguntou.
parou pra pensar.
- Acho que já... – Ela disse pensativa – Já sim! – Concluiu – Um cachorro quente... Eu estava no carro com o ...
- Ah legal... – fez bico – O primeiro desejo do meu filho, e quem o atendeu foi o ... – Ele disse chateado.
riu, e passou a mão no cabelo do menino.
- Bobo. Não vão faltar oportunidades pra isso! – Ela disse rindo.
sorriu, e voltou a comer.
Ele ia dar outro gole em seu café, quando sentiu o celular vibrar. percebeu.
Olhou no visor, e viu o nome de ‘’.
- ! – Avisou, e assentiu com a cabeça, pegando outro muffin.
Muffins são tão bons!
atendeu, ainda comendo.
- Hei dude! – disse do outro lado da linha.
- Hei! – respondeu de boca cheia.
riu.
- Eu vi que tinha uma chamada perdida sua, no meu celular... – dizia, enquanto comia – Cheguei essa madrugada...
- Hum... – disse, ainda de boca cheia – Eu tenho que te colocar a par dos acontecimentos recentes... – Disse depois de engolir.
- Que a está grávida e vocês estão morando juntos? – perguntou.
engasgou-se com o café. começou a rir.
- Como você sabe? – Perguntou , limpando a boca.
- . – respondeu – Eu fiquei bastante surpreso e tal... Mas enfim, você está no seu antigo apartamento? – Perguntou.
- Aham... – disse, coçando a nuca. Sua vida estava tão exposta...
- Ok. Passo lá depois. Tenho que desligar... Juízo, !- disse, desligando em seguida.
desligou, e rindo, perguntou:
- O que foi que disse, que fez você quase morrer engasgado?
- E você rir da minha cara ao invés de me ajudar? – disse rindo – Bom, ele sabe que você está grávida e estamos morando juntos... – Ele disse.
abriu a boca.
- Seu irmão contou.
- Ahn... – entendeu – Aliás, eu não quero ir lá buscar o seu carro... – Ela disse, mexendo o capuccino – Eu posso ligar para o , e pedir pra ele levar lá em casa...
- Por mim, pode ser! – disse.
sorriu, e ambos voltaram a tomar seus cafés.

Não demorou para que eles terminassem o café, pagou a conta – e agradeceu mentalmente por ainda ter seu cartão de crédito – e eles resolveram voltar a pé, ao invés de táxi. Ou melhor, resolveu, já que ainda achava que ela não podia fazer esforços.
Antes de voltarem para casa, passaram em um supermercado, e compraram o necessário: chocolate, pipoca, pizzas, macarrões instantâneos, café, queijo e refrigerante.
Somente o necessário.
carregava todas as sacolas, o que irritou , de certo modo.
- , eu posso carregar a sacola do chocolate! – disse, enquanto entravam no edifício.
- , fica na sua! – Ele disse, entrando no elevador.
bufou.
- Eu não quero ser tratada como uma doente! – Ela disse séria.
olhou para a menina, que cruzava os braços e encostava-se na parede do elevador.
- Não estou te tratando como uma doente... Eu só quero cuidar de você! – Ele disse com uma cara fofa.
- Que seja! Eu posso fazer muita coisa... Não é porque eu estou grávida, que eu não posso levar uma sacola, por exemplo! – Ela gesticulava.
sorriu e deu a sacola do chocolate a menina.
- Pronto. – Ele disse, querendo acabar com a discussão.
- Obrigada! – agradeceu ironicamente.
O elevador parou, e eles saíram. procurou as chaves no bolso, e as deu para abrir a porta.
Entraram, e , e estavam sentados no chão, com a televisão ligada.
e ficaram surpresos, fato.
- Er... Oi. – disse, incerta.
- , como você ta enorme! – disse, ao ver a menina.
olhou preocupada para o namorado, que deu um tapa – extremamente forte – na cabeça do amigo.
- Mentira amor, não dá nem pra perceber que você ta grávida! – disse, era verdade – Afinal, como vocês entraram? – Perguntou, indo em direção a cozinha.
A cozinha e a sala eram separadas apenas por um balcão. A cozinha era também toda branca, e os eletrodomésticos pareciam nunca terem sido usados. Bem, nunca foram.
colocou sua sacola na mesa também, e sentou entre a amiga e o irmão, cumprimentando-os.
- Esqueceu que eu, e temos uma chave? – perguntou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Ah é... – disse coçando a nuca, sentando no sofá. – Vou ter que mudar as chaves...
jogou uma almofada no amigo, que riu.
- Mas e aí, você está melhor? – perguntou a .
- Sim. – disse sorrindo de lado – Claro que ainda é tudo muito novo... Mas sim, estou bem! – Assumiu.
- Que bom, ficamos preocupados! – disse, fazendo carinho na cabeça da irmã, como se ela fosse um cachorro.
riu daquilo.
- Cara, eu não acreditei quando me contou que você estava grávida... – disse a , enquanto ia até a geladeira e pegava uma latinha de cerveja – Aliás , abasteci sua geladeira com a breja!
- Obrigado! – agradeceu sincero.
- Eu também não acreditei! – disse, agora rindo, e passando a mão na barriga da irmã. – Ah , eu trouxe o resto de suas coisas... E , seu carro está na garagem!
- Valeu, cunhado! – agradeceu, pegando uma latinha de cerveja que oferecia.
- Não me chama de cunhado... – pediu fazendo uma careta – Ainda tenho que me acostumar com isso.
- Ah , como você é idiota! – disse, dando um tapa no namorado, que riu. – Aliás, você já decidiu os nomes?
olhou para , eles sorriram.
- , ficamos sabendo dessa gravidez ontem... – explicava, enquanto sentava atrás de , colocando uma perna a cada lado de seu corpo – Você acha mesmo que tivemos tempo de planejar nomes?
- Ah... – disse com a boca aberta, como se estivesse entendendo agora.
- Eu quero ser padrinho! – disse, erguendo a mão.
- Não mesmo! Vai ser eu! – disse firme.
deu de ombros. Sabia que não tinha como competir com .
- Cara, eu to com fome... Vamos pedir uma pizza? Aposto que ninguém almoçou ainda... – sugeriu.
- Acabamos de tomar café... – disse.
- Mas eu continuo com fome! – disse rápido – Eu quero de calabresa!
- A vai acabar uma baleia! – disse rindo.
jogou uma almofada em , que ria. Era tão bom irritar . quem o diga...
- Cala a boca! – disse séria para . Ela no mínimo estava de TPM, já que seu humor não estava nada bom – Já que você não é agradável, seja útil e peça a pizza! – Ela disse, levantando-se.
olhou estupefato pra menina, mas fez exatamente o que ela mandou.
Os outros riram.
foi até a cozinha, e pegou um copo de coca, levando outro para .
- E você , está morando no seu apartamento? – perguntou.
- Sim... – respondeu sorrindo, enquanto sentava-se novamente a seu lado – Depois do acontecido, eu não quero mais morar lá em casa...
sorriu agradecida ao irmão.
- E também não quero viver com a mesada deles... – disse, dando um gole na coca da namorada.
- e eu conversamos sobre isso hoje... – começou, dando um gole em sua cerveja – Eu vou arrumar um emprego e...
- Nós vamos arrumar um emprego! – corrigiu.
chamou para mais perto.
- Eu não quero que ela trabalhe... Mas você conhece sua irmã! – Ele disse, e assentiu com a cabeça.
- Eu também... – disse – Eu pensei em começar a tocar em pubs, com a minha banda... – E outro gole na coca de – Mas o baterista e o baixista vão morar em Manchester... Ou seja...
- A banda acabou... – disse triste.
- Bom... Se um dia quiserem montar algo de novo... Eu sei tocar alguma coisa! – disse, voltando a se sentar.
Todos se encararam surpresos.
- Sério? – perguntou.
- Sim! Sério, podemos formar uma banda! Meu pai comprou um pub novo... Ele ficaria satisfeito ao me ver trabalhando... – dizia, mais a si mesmo do que aos amigos – É CARA! – Concluiu feliz.
sorriu.
- Pô, por mim demorou! – Ele disse, pegando o copo de .
- , bosta! Pega refrigerante pra você, saco! – Reclamou a menina, pegando o copo da mão do namorado.
Mais uma vez, todos riram.
- Eu também arranho alguma coisa... – disse – O sabe!
- É! Lembra quando tocávamos os instrumentos do seu pai, ? – perguntou rindo, relembrando a infância.
começou a rir e assentiu com a cabeça.
- Lembro! Então... Já temos três integrantes da nossa banda...
- Tem o guitarrista da minha antiga banda... O Chez! – disse.
- Pronto, quatro integrantes! – disse – Agora, só precisamos de um nome!
e simplesmente boiavam na conversa. Malditos homens que as ignoravam.
- Sanduba! – sugeriu feliz.
e se entreolharam.
- Cala a boca! – mandou, mais uma vez.
fez uma cara ofendida, e ambos continuaram pensando.
Na televisão, passava a propaganda sobre o filme que passaria a noite: Back to the future.
- Podia se chamar Back to the future... – sugeriu – Todos nós amamos esse filme, vai!
- Não, fica muito plágio... – disse.
- Doc? – sugeriu.
- Não... – disse.
Eles ficaram em silêncio, pensando. e discutiam sobre nomes de criança.
- McFly? – sugeriu incerto.
e se entreolharam.
- McFly! – concordou. – Uau , até que você não é tão inútil!
- Vai a merda! – disse rindo, dando um gole em sua cerveja.
E passaram o dia assim, juntos, bebendo e conversando sobre qualquer assunto inútil.
estava feliz, as coisas estavam realmente melhorando: estava com ele, ele entrou para uma banda, e seus amigos estavam a seu lado.
Claro que ele não pensava que, com a banda se sustentaria – com isso, ainda tinha um bom dinheiro em sua conta bancária – mas seria algo realmente bom.
Ele não queria mais nada na vida. Daquele jeito, estava realmente bom.

Capítulo 20 - Seize The Day;

Faziam duas semanas que e moravam juntos. e faziam visitas diárias a eles e aparecia de vez em quando – ele dizia que já bastava ver nos ensaios.
Ah sim, McFly estava realmente indo pra frente. Eles ensaiavam regularmente no apartamento de , e Chez, o guitarrista da falecida banda do , adorou a idéia. A banda estava tão bem, que até musicas próprias eles começavam a fazer, e já tinham apresentação marcada no ‘Cherry Tre' um pub bem freqüentado, próximo a casa de .
ainda estava em Liverpool, e soube (por , claro!) que ele estava bem. Ela ficou mais feliz com aquilo. Os pais de continuavam impassíveis, e não deram nenhum tipo de noticia. Bem, a alguns dias uma boa quantia em dinheiro apareceu misteriosamente na conta bancária. e perceberam na hora, que aquilo era coisa de Robert.
Bem, a menina já não ligava mais, não deixava que ela se sentisse triste. Já a mãe de , ligava toda semana, perguntando se estavam precisando de alguma coisa, se estava bem...
nunca pensou que a tia fosse tão legal.
- Droga... Odeio chuva... – disse, parada na janela do quarto.
Ela estava de calcinha e uma camisa de , e só de boxers.
- Eu gosto. – Ele disse – Principalmente pra dormir...
- Mas eu não estou com sono... – disse, olhando o rádio relógio – Ainda são cinco da tarde e eu não quero dormir...
- Mas aposto que você ficou cansada! – disse levantando-se, dando um sorriso pervertido.
sorriu.
- Idiota. – Deu a língua.
a encostou na parede, colando seus corpos, e começando a beijar seu pescoço.
- Você não cansa? – perguntou com a voz falha. Droga, tinha muito efeito sobre ela.
- Com você, não. – Ele disse, colocando suas mãos por debaixo da camiseta recém-vestida da menina.
Ele queria livrar-se logo daquela blusa miserável.
agarrou-se no pescoço do primo, e ele subiu a perna dela, da altura de sua cintura. Ele a pegou no colo, e iniciaram um beijo rápido.
Sem demoras, colocou a menina sob si na cama, e finalmente tirou aquela camiseta. Ele começou a beijar seu pescoço e colo, e a menina gemia baixinho, apertando o lençol a seu lado entre os dedos.
Com um movimento, empurrou para o lado e ficou por cima dele, colocando cada perna ao lado do corpo do namorado. Ele sorriu maroto, e passou a mão pelas pernas da menina, a puxando para um beijo. Ele não conseguia ficar sem a boca dela, definitivamente. As mãos de passavam pelas pernas de , e paravam na borda da calcinha dela. tirou a boxer de rapidamente, o que fez o menino sorrir. Ele novamente a colocou sob si, e em um só movimento, tirou sua calcinha. Ele beijava sua barriga, o que fazia com que ela contraísse violentamente o abdome quando sentia a língua dele em sua pele.
Malditos efeitos de .
Ele mexia seu quadril contra o dela devagar. Tinha medo de talvez prejudicar a criança.
gemia conforme a velocidade do namorado aumentava. Ela enterrava suas unhas nas costas dele, o que fazia com que ele gemesse.
Chegaram ao clímax juntos, e um cansado desmoronou ao lado de .
A respiração de ambos estava ofegante, colocou a mão sobre seu colo e fechou os olhos, respirando devagar. estava com a respiração falhada, e de olhos fechados. Suas mãos passavam pelo rosto de .
abriu os olhos e olhou o primo, sentindo um aperto no coração.
Ela o amava. Amava tanto que chegava a doer.
- Pára de me olhar... Você sabe que eu não gosto quando você me olha assim... – disse ainda de olhos fechados.
- Eu não estava olhando pra você! – disse rindo.
- Estava sim. – afirmou – Você sempre fica me olhando...
- Convencido. – disse rindo, dando um tapinha na barriga do primo.
abriu os olhos.
- Não, realista. – Ele disse, como se fosse óbvio.
respirou fundo e sentou-se na cama. ainda estava deitado.
- Sabe... Eu estava pensando... – riu – Cala a boca, sem piadinhas! – Ela rolou os olhos – Nossa vida mudou tanto, e tão rápido...
sentou-se ao lado da menina.
- Pra melhor. – Ele completou.
- É... – concordou – Mas mudou muito, muito mesmo! Olha só! Estamos morando juntos, eu estou grávida, você está em uma banda...
- Por isso eu digo, que mudamos nossa vida pra melhor! – disse – Eu sempre gostei de independência, mas eu tinha medo de ser independente. Medo de não conseguir sobreviver a tudo isso sabe, responsabilidades... – dizia baixinho, olhando pra – Mas quando você apareceu em casa, quando me contou a atitude de seus pais... Aquilo foi mais que um estimulo para que eu adquirisse responsabilidade, que eu tomasse gosto pela independência. E não está sendo ruim... – Ele passava o polegar pelo rosto da menina – Não está sendo ruim mesmo.
colocou a mão no peito do menino, fazendo círculos com o dedo indicador.
Ele sorriu.
- Eu quero te mostrar uma coisa... – disse, ficando de pé. Ele colocou a boxer, e continuou sem camisa (para a alegria de ).
Ele foi até a sala, deixando sozinha no quarto.
Ela colocou novamente sua calcinha e camisa de , e foi atrás dele.
estava na sala, folheando um caderno, e com um violão a seu lado. [N/A: Para as Judd's: Na fic, faz de conta que ele toca violão, certo?]
foi até o menino, e sentou-se a seu lado.
- Não era pra você vir atrás de mim... – Ele disse rindo, agora pegando uma folha rabiscada e um pouco amassada do meio do caderno.
deu a língua, enquanto colocou o violão em seu colo.
já tinha o visto tocando, mas não cantando.
E nem tocando violão.
- Não ria de mim... – Ele disse sério. – E presta atenção!
deu um tapa na perna dele.
- Claro que eu não vou rir de você! – Ela disse séria, olhando o namorado.
respirou fundo, e começou a dedilhar no violão, ouvia tudo atentamente.
Com a voz um pouco rouca, começou a cantar baixinho.

The world would be a lonely place
(O mundo seria um lugar solitário)
Without the one that puts a smile on your face
(Sem aquela que põe um sorriso em seu rosto)
So hold me 'til the sun burns out
(Então me abrace até o sol se apagar)
I won’t be lonely when I’m down
(Eu não vou estar solitário quando estiver para baixo)

prestava atenção ao ver o namorado cantando pra ela.
Pra ela.
Aquilo a encantava profundamente. cantava baixinho, e com os olhos fechados.
Para ele, a pior critica do mundo era a namorada.
Ele tinha medo de ela não gostar...
Era a primeira vez que ele fazia algo do tipo.

'Cause I've got you to make me feel stronger
(Porque eu tenho você para me fazer me sentir mais forte)
When the days are rough and an hour seems much longer
(Quando os dias são duros e uma hora parece muito mais longa)

abriu um pouco a boca, com os olhos brilhando.
Aquela música não era pra ela, era?
Era impossível descobrir. continuava de olhos fechados, cantando e tocando o violão.
Ela nunca tinha percebido que tinha aquela voz...

I never doubted you at all
(Eu nunca duvidei de você de forma alguma)
The stars collide, will you stand by and watch them fall?
(As estrelas colidem quando você fica pronta e as assiste cair)
So hold me 'til the sky is clear
(Então me abrace até o céu ficar limpo)
And whisper words of love right into my ear
(E sussurre palavras de amor bem no meu ouvido)

Agora, abriu os olhos e olhou , que estava com uma expressão maravilhada e intrigada ao mesmo tempo.
Ele não pôde não sorrir.
Agora ele fixou seus olhos nos da namorada, e continuou.

'Cause I've got you to make me feel stronger
(Porque eu tenho você, para me fazer me sentir mais forte)
When the days are rough and an hour seems much longer
(Quando os dias são duros e uma hora parece muito mais longa)
Yeah when I got you
(E eu tenho você)
Oh to make me feel better
(Para me fazer me sentir melhor)
When the nights are long they'll be easier together
(Quando as noites são longas elas serão mais fáceis juntos)

Sim, a música era pra ela.
A letra e olhar de sobre ela confirmavam isso.
Sua vontade no momento era pular em cima de , mas ela queria ouvir mais.
sorriu mais ainda ao ver os olhos da namorada brilhando.

Looking in your eyes
(Olhando em seus olhos)
Hoping they won't cry
(Esperando que eles não chorem)
And even if you do
(E mesmo se você chorar)
I'll be in bed so close to you
(Eu vou estar na cama tão perto de você)
To hold you through the night
(Para te abraçar pela noite)
And you'll be anywhere
(E você vai estar inconsciente)
But if you need me I'll be there
(E se precisar de mim eu estarei lá)

deu uma respirada fundo, e fechou os olhos novamente.
apenas ouvia admirada.

Yeah I got you
(Eu tenho você)
Oh to make me feel stronger
(Para me fazer me sentir mais forte)
When the days are rough and an hour seems much longer
(Quando os dias são duros e uma hora parece muito mais longa)
Yeah when I got you to make me feel better
(E eu tenho você, para me fazer me sentir melhor)
When the nights are long they'll be easier together
(Quando as noites são longas elas serão mais fáceis juntos)
Oh when I got you
(Oh, e eu tenho você!)

Ele prolongou a última palavra, e parou de tocar.
Respirou fundo, e olhou para , que o olhava sorrindo.
- Gostou? – perguntou, coçando a nuca e colocando o violão a seu lado.
- É linda... – Ela disse sincera, com os olhos ainda brilhando.
riu e a abraçou, colocando-a no seu colo.
- Foi a primeira música que eu compus... – Ele disse baixinho, na ponta da orelha da menina – E sabe, eu sempre pensei que compor fosse difícil e tal, mas eu só fechei os olhos e lembrei de você... – Ele dizia, e os olhos de enchiam-se de lágrimas – E a música veio. – Ele sorriu – Sua música.
- seu idiota, não me faça chorar! – disse rindo, já com as lágrimas brincando em seu rosto.
riu, abraçou a namorada com força, como se nunca mais fosse deixa-la sair.
- Eu amo você. – Ele disse a ela.
- Eu também... – Respondeu sincera.
Os dois separaram-se, e sorriu.
Eles ficaram em silêncio por um momento, e ficou de pé.
- Me deu fome... – Ele disse rindo, acabando com todo o momento romântico.
fez uma cara pensativa.
- 'Mor, eu acho que tô com desejo... – Ela disse, mordendo o lábio.
sorriu imensamente, e ficou defronte da namorada, olhando-a sorridente.
- Do que? – Ele perguntou extasiado com a idéia de estar com desejo.
Ele queria que ela o tivesse desde que soube que quem realizou o primeiro.
De certo modo.
sorriu.
- Fondue... – Ela dizia com os olhos brilhando – Morangos, uvas...
- Tá! – Ele respondeu feliz ficando de pé – Eu... Eu vou comprar o chocolate, o morango, as uvas...
- O queijo! – acrescentou.
- O queijo! – Ele sorriu – E o aparelho eu pego em casa! – Ele dizia sorridente.
- Mas eu quero com sorvete de abacate! Isso, fondue com sorvete de abacate! – A menina disse com os olhos ainda brilhantes.
coçou a nuca.
- , aonde eu vou arrumar sorvete de abacate? Uma fruta que nem é consumida aqui! – Ele disse, arqueando uma sobrancelha.
- , é desejo... – disse em tom infantil, e ele não pôde de deixar sorrir.
aproximou-se da menina e deu um selinho nela, em seguida, olhou para a barriga da namorada, com um sorriso bobo.
- Vai logo, amor... – Ela dizia, sentindo a vontade aumentar cada vez mais.
- Ta, ta... – disse indo para o quarto, e trocando-se rápido.
continuou na sala, rindo ao ver o comportamento do namorado.
Não demorou, apareceu vestido com uma calça jeans, uma camiseta amassada, e o cabelo bagunçado coberto por um boné.
- Já venho! – Ele disse, dando um beijo na testa de que riu.
- Amor... – Ela o chamou.
parou e virou-se, antes de abrir a porta.
riu, e jogou a chave do carro, que estava na mesinha de centro.
a pegou e riu, dando um tapa em sua própria testa.
Mandou um beijo no ar, sorriu, e saiu do apartamento.
fitou a porta sorrindo, depois olhou o violão, lembrando de minutos atrás.
Agradeceu mentalmente por ter a seu lado.

xx

estava agarrada a uma almofada de melancia, dormindo com a televisão ligada.
Passava qualquer clipe de Red Hot Chili Peppers, e o som a fazia dormir mais pesado ainda.
Ela amava dormir com música.
entrou em casa, com sacolas presas em seus braços, e com o aparelho de fondue nas mãos, abrindo a porta com o quadril.
- Cacete, nunca pensei que fosse tão difícil fazer esse chocolate! Minha mãe teve que me ensinar... – dizia, enquanto fechava a porta novamente com o quadril. – E sabe aonde eu achei sorvete de abacate? – Ele dizia, sem perceber que a menina dormia, e ao ver, calou-se, sorrindo. Colocou o aparelho na mesinha de centro com o cuidado de não acorda-la.
Sorriu e tomando cuidado para não fazer barulho, colocou as sacolas na cozinha, voltou para pegar o aparelho, e o ligou, começando a fazer o chocolate que sua mãe havia lhe ensinado.
abriu os olhos, ouvindo um barulho vindo da cozinha, ela levantou-se, e foi até a cozinha.
Riu ao ver a cena: com a camiseta suja de chocolate, lendo um caderninho vermelho, e preparando o fondue.
Ela apoiou-se no batente da porta, e sorriu para o menino que até então, não percebeu a sua presença.
- Amor! – Ele a cumprimentou sorrindo, voltando a fazer o fondue.
riu, o abraçou por trás e deu um beijinho na sua nuca, o que causou arrepios nele. Ela espetou um morango, e o mergulhou no chocolate que fazia.
Sentou-se na bancada e mordeu o morango, já que ela não podia mais esperar. Correu até a geladeira e viu o pequeno pote com sorvete verde ali, chamando-a.
Ela o abriu e colocou o morango coberto de chocolate, dentro do sorvete.
- Nossa amor... – Ela dizia com os olhos fechados – Juro que é o melhor chocolate que eu já comi! Nem o da sua mãe fica tão bom! – Ela dizia de boca cheia. – E abacate é uma delícia!
- Jura? – Ele perguntou alegre com os olhos brilhando.
- Juro! – respondeu sorrindo, espetando outro morango e mergulhando ele no chocolate.
sentou-se ao lado da namorada, espetou uma uva, mordendo-a. Ele não atreveu-se em misturar com o sorvete.
- É... Ficou bom! – Ele disse orgulhoso de si mesmo.
deu um beijo – melado de chocolate – no rosto do menino, que riu.
- Sabe... – Ele deu um sorriso maroto. – Essa coisa de chocolate, morango... Me deram idéias... – Ele disse rindo, passando um morango mergulhado no chocolate, na boca da namorada.
riu.
O fato era, desde que foram ao médico e ele disse que não tinha problema algum pra criança em fazer sexo, não conseguia ficar “longe” da namorada.
riu, e mordeu o morango, fez o mesmo, começando a brincar com a língua da menina.
Ele desceu da bancada e ficou entre as pernas da namorada, puxando para mais perto, e levantando sua camiseta.
Era tão fácil repetir certas coisas...

Capítulo 21: I'm Getting Over You;

- Precisamos achar uma boa faxineira para o seu irmão, o apartamento dele está um lixo! – dizia, enquanto e ela caminhavam em direção ao jardim do colégio – Também, pudera! Todos os dias quatro garotos enfiados lá dentro... Depois quando eu vou lá... É aquela zona... – Ela reclamava.
sorria.
- consegue deixar a casa organizada... – disse, sentando no banco branco do jardim, rodeado por arbustos. amava aquele jardim – Quer dizer, a empregada da minha tia passa lá toda semana, nós só conservamos a casa limpa...
- Ainda bem que a o seu pai está os ajudando financeiramente... – disse, abrindo uma barrinha de cereais.
- Na verdade, o dinheiro que meu pai deposita, é unicamente pra mim, não aceita que eu compre nada para a casa, com esse dinheiro. Ele é um tanto machista em relação a isso, e acha que ele é quem tem que manter a casa... – disse, rindo.
deu outra mordida em sua barra de cereais.
- Mas a mãe do está os ajudando também, não está? – concluiu, após engolir.
- Aham, mas não financeiramente, não quer! – Riu – Ela me ajuda no geral, quer dizer, eu sou totalmente inexperiente nessa coisa de... – Agora, falou bastante baixo – Gravidez... Se não fosse ela... Eu realmente não sei o que faria!
mordiscou sua barra de cereal, e suspirou.
- E sua mãe? – Perguntou.
deu um riso sarcástico.
- Não quero saber dela... – chupou o seu capuccino – Assim como ela não quer saber de mim... Fico realmente surpresa pelo fato dela permitir que meu pai continue pagando meu colégio!
- Ah , ela não iria ser capaz de deixar de pagar! – disse, dando mais um mordida em sua barrinha, como se fosse a coisa mais óbvia.
- Sinceramente, eu não duvido mais nada dela! – disse sincera, levantando-se e jogando o copinho agora vazio, no lixo.
terminou de comer sua barrinha de cereais, e jogou o papel no lixo, ficando de pé ao lado da amiga.
Ouviram o sinal tocar, e respirou fundo.
- Aula do que? – Perguntou .
- Música... – suspirou. Amava música, mas apenas para ouvir. Ela não tinha talento algum com música, não sabia porque raios tinha que continuar com essas aulas. – E você?
- Álgebra... – suspirou – Pelo menos a professora é legal...
fez um barulho estranho com a boca, enquanto dirigiam-se para o prédio.
Por sorte, suas notas continuavam ótimas, e ela continuava a ser paparicada por todas as professoras.
Sem contar que ela continuava a ser admirada pelas novatas do colégio, o que secretamente, ela amava.
- Hum, até depois! – despediu-se, indo em direção as escadas.
- Até! – mandou um beijo pra cunhada, e seguiu reto no corredor.
caminhava devagar pelo corredor do andar superior. Não tinha nenhuma vontade de aprender a tocar piano; ela nem tinha mais piano!
Pensou em conversar com a diretora, poderia fazer teatro... Ou fazer parte do jornal do colégio...
Música... Ela não sabia nem tocar campainha direito, quem dirá, piano, violino ou qualquer outro instrumento do tipo.
Entrou na sala, onde mais ou menos quinze meninas de diferentes idades e séries estavam, cada uma com seus devidos instrumentos.
bufou e sentou-se no piano.
- , querida! Eu queria dar uma palavrinha com você... – A Professora Whalley a chamou, impedindo-a de sentar no piano.
A Sra. Whalley era a professora preferida de , pena que ela dava aula de música.
Ela era bastante excêntrica – na opinião de . Usava seus óculos de aros verde-limão, suas saias floridas estilo Hawaii-anos-70 e seu cabelo era de um tom absurdamente alaranjado, que ela usava em uma trança que ia até o meio de suas costas. Ela cheirava Jasmim.
ajeitou a saia, e foi até o encontro da professora.
- Hum, eu estava pensando... – A professora começou, evitando olhar – Não é nada pessoal querida, é que, hum... Como posso dizer...
- Eu não tenho talento algum com o piano, certo? – completou para a professora.
- Exatamente! – A professora concordou, medindo suas palavras, com medo de magoar a aluna – Quer dizer, você poderia escolher outra atividade, se sentir-se melhor... – Ela dizia – Porém se ainda quiser tentar a música... – Agora a professor soltou um suspiro como quem diz ‘Impossível’ – Podemos escolher outro instrumento...
sorriu.
- Não professora, obrigada. – Agradeceu – Eu posso escolher outra atividade...
- Ótimo! – A professora agradeceu – Hum, então, pode ir embora se quiser.
- Ok! – agradeceu, saindo da sala.
Era realmente o que queria, ser dispensada das aulas de música.
Quase que saltitando, andava pelo corredor deserto, e desceu as escadas rápido.
Amanhã poderia escolher sua atividade, agora, ela queria ir embora. Não sem antes passar na Starbucks e comprar muitos muffins de creme. Estava realmente com vontade de comer muffins de creme.
abriu seu armário, pegou sua bolsa, e virava-se para sair logo do colégio, quando ouvia uma fina voz atrás de si, chamando-a.
- ? – A garota perguntou, e virou-se, para ver se conhecia o ser que a chamava.
Conhecia, claro que sim! Era Olívia Hornby, conhecida por ser a garota que sabe da vida de todas estudantes do colégio St. Marrie. Quase que um jornalzinho falante. Ela era engraçada.
sempre fora seu alvo preferido, seja para elogiar seus últimos pares de sapato, seja para falar mal de sua vida.
encarou a garota baixinha a sua frente, e respirou fundo.
Olívia vestia seu uniforme idêntico ao de , mas com sandálias prateadas – o que achou terrível para um ambiente escolar. Seus cabelos castanhos claros estavam presos por uma presilha também prateada, onde se via apenas uma grande libélula. gostou da presilha.
- Você anda, digamos assim... Sumida! – A garota disse, com sua voz irritante, enquanto abria o seu armário. assentiu; de certo modo, Olívia tinha razão. Desde que descobrira que estava grávida, e desde que passou a morar com , nunca mais fora vista em nenhuma festa recente. E isso era realmente estranho para Olívia.
- Hum... Eu sei. – disse, levando a mão ao cabelo, e arrumando-o.
Olívia fechou seu armário, e estendeu um envelope bege a , que o pegou.
- É o último convite da festa de arrecadação de fundos para ‘preservação dos esquilos do Hyde park’ – A menina dizia mecanicamente, e riu – Eu sei, o motivo é realmente ridículo, mas a festa vai ser bastante comentada e... – Agora, a menina fez uma careta – Sua presença seria importante...
sorriu, seu ego estava agradecendo no momento.
- Hum... Por que? – Fingiu-se de tonta, enquanto abria o envelope e lia o convite.
Olívia rolou os olhos e apoiou-se no armário.
- Ambas sabemos que metade do colégio irá se você for... – Parecia difícil para a menina, dizer isso – E precisamos mesmo de pessoas...
sorriu. Fazia tempos que não ia a uma festa, e sabia que essas festas de arrecadação de fundos pra qualquer motivo idiota, sempre era comentada – e freqüentada.
- Não serão permitidas entradas de pessoas maiores de vinte e sete anos... – Olívia continuou – Para o caso de algum pai quiser entrar, entende?
sorriu. Já imaginava como seria a festa.
- Hum... Vou ver com meu namorado, mas acho que vou sim! – disse, virando-se.
- não está mais em Liverpool? – Olívia perguntou, e virou-se pra menina.
Ficou surpresa em saber que Olívia ainda achava que estava com .
E ficou surpresa ao saber que ela sabia da estadia de em Liverpool.
- Não, não me referi ao ... – disse, dando novamente as costas.
Deixando Olívia sozinha no corredor, dirigiu-se a saída do prédio da escola, lendo o convite.
Deu risada. Pessoas da alta sociedade sempre insistiam em fazer festas para arrecadação de fundos por motivos bizarros. Preservação dos esquilos do Hyde? riu.
Lembrou-se do que sua mãe dizia: não basta ser rico, tem que ser solidário.
Solidariedade...
Enquanto pessoas passam fome, os milionários de Londres arrecadam fundos para esquilos.
Porém, as festas eram sempre boas...
sentou-se na escada e pegou o celular, mandando uma mensagem para , avisando-a que já tinha saído.
Fechou o flip do celular, quando o sentiu vibrar.
Sentiu um frio na espinha ao ver o nome de ali.
Fazia realmente muito tempo que ela não falava com ... Aquilo a assustou um pouco.
Ela o abriu, e atendeu, respirando fundo em seguida.
- Oi.- Ela disse simplesmente.
- Hei. – Ouviu dizer, numa tentativa frustrada de animação.
o conhecia bem.
- Tudo bom, ? – Perguntou sincera. Ela realmente queria saber se o menino estava bem.
- Sim, e com você? – Ele perguntou.
- Também... – Disse.
ficou em silêncio, esperando que dissesse alguma coisa. Ele não o ligou apenas para perguntar se ela estava bem, certo?
Se bem que, nem isso ele perguntou direito...
- Hum ... Eu posso te ver? – Perguntou .
A menina tremeu um pouco. Não queria ter de magoar novamente.
- É...
- Eu só quero conversar... – disse, percebendo a indecisão da menina.
suspirou.
- Tudo bem. Hum, se quiser, eu estou ainda no colégio, mas estou indo pra casa...
- Eu passo aí, pode ser? – Ele a interrompeu.
assentiu com a cabeça.
- Certo. – Ela disse – Hum, até depois então.
- Até daqui a pouco.. – disse, desligando o telefone em seguida.
A festa já não estava mais na cabeça de , e sim . Estava com medo.
Ela ficou de pé, encostada em uma árvore, esperando o ex-namorado.
Sabia que ainda estaria ensaiando. Desde que marcaram a apresentação, a McFly ensaia diariamente, eles começam de manhã e acabam quando já está anoitecendo.
Geralmente, fica nos ensaios, ou então, combina algo com .
Ela sorriu ao lembrar-se da musica que fizera a ela, e sentiu o estômago mexer-se.
Olhou para a barriga, imaginando quando fosse o filho que fizesse seu estômago mexer... Sorriu.
Porém, um barulho de carro fez desviar sua atenção para ele. Era o carro de ali.
abaixou o vidro, e sorriu para , fazendo sinal para que ela entrasse no carro.
respirou fundo e entrou, sentando-se no banco do carona.
Tocava My Sacrifice – Creed bem baixinho, reconheceu a musica no refrão.
- Hei... – sorriu, aproximando-se de , e beijando seu rosto.
sorriu e fez o mesmo com o menino.
- Hei! – Ela sorriu.
riu e abaixou o volume do rádio.
não sabia o que dizer, se devia puxar um assunto... Nunca sentiu-se tão desconfortável na presença de .
Mentira, nada superava o dia do término do namoro.
- Voltou quando? – iniciou o assunto, e olhava atentamente para o trânsito.
- Ontem a tarde... – conversava, ainda olhando o trânsito.
- Hum... – murmurou, abrindo o vidro da janela.
Mais uma vez ficaram em silêncio, e o que se ouvia, era apenas a música.
- Hum ... – chamou, ainda sem olhar a menina. Ela não sabia para onde estavam indo – Eu sei que você deve ter achado estranho o fato de eu ter te ligado, quer dizer... Faz um mês e pouco que não nos falamos... – dizia, e concordava, olhando o menino. – Hum, eu queria conversar com você, sabe? Não quero perder sua... – Ele engoliu – Amizade.
sorriu e passou a mão no joelho dele, como forma de carinho.
- Nem eu , nem eu! – Assumiu.
sorriu, e parou o carro defronte de uma pracinha que não reconhecia.
Era bem próxima ao colégio, e nunca tinha a visto.
fez sinal para que ela também saísse do carro, e o fez.
Os dois sentaram-se em um banco próximo a uma barraquinha de sorvete, e comprou duas casquinhas.
estava lindo, na opinião de . Ele tinha mudado bastante nesse tempo em Liverpool.
Não usava mais suéter de cashmere, nem aquelas calças lisas certinhas.
Ele usava um moletom preto da Adidas, Vans xadrez, as calças jeans no meio do quadril, presas por um cinto com fivela de estrela, e o cabelo escondido por um boné também preto virado para trás.
Liverpool realmente fez bem a ele.
- Eu sei que você e estão juntos... – disse após um tempo de silêncio (que o usava para tomar seu sorvete).
olhou para , e voltou a olhar seu sorvete.
- Eu sei que... – começou, mas continuou.
- Sabe, confesso que quando soube, eu fiquei cego... – Ele dizia, olhando para a paisagem a sua frente – Tive ódio do , achei que de certo modo, ele tinha roubado você de mim... – sentiu o coração apertar quando ele disse – Não levei em consideração o que você sentia, sabe? Eu apenas quis matar o ... Como se ele fosse o único culpado de você ter terminado comigo... – mordeu seu sorvete, e continuou, com a boca cheia. evitou um riso – Eu sei que você estão morando juntos, eu sei que você está... – Ele engoliu o sorvete e olhou a menina – Grávida dele... E sabe, eu não acho justo nem comigo, nem com vocês, eu não aceitar isso, quer dizer... – Mais uma mordida – é meu melhor amigo e você... – olhou para cima – Eu nunca vou te esquecer... Mesmo que um dia eu deixe de te amar, eu jamais vou esquece-la! Você é uma das lembranças mais bonitas da minha vida, e eu jamais pretendo esquecer! – disse, olhando agora , que sentia os olhos arderem – Eu estou superando você, !
ouvia tudo quieta, com a respiração pesada.
continuou.
- Eu desejo , de verdade que você seja feliz... – Ele pegou na mão da menina – Se não for comigo, que seja com o ... E eu quero que você saiba que eu vou estar sempre aqui! Independente de qualquer coisa, você sempre será a minha numero um! – Ele riu – Sempre vai ser a minha menina, a única garota que eu posso falar que já amei, e que amo... – Ele dizia baixinho – E eu te amo , então eu desejo realmente que vocês sejam felizes... – riu e beijou a testa da menina, que o olhava firme – Vocês três! – Agora ele olhou para a barriga da menina, e riu.
sorriu e abraçou com força, e o menino retribuiu o abraço do mesmo jeito.
- Eu também desejo que você seja feliz ... Mais do que qualquer outra pessoa no mundo! – disse sincera, e sorriu.
- Eu também... – Ele riu, coçando a nuca – Aliás... – pegou a carteira e a abriu, tirando dali uma foto que reconhecia perfeitamente bem.
Era uma pequena foto que e tiraram em uma cabine de foto instantânea nos Estados Unidos. Eles tiraram várias, mas aquela foi a preferida de .
o beijava, mas olhando e sorrindo para a câmera, enquanto ele estava de olhos fechados, com as mãos no rosto da menina.
Ele entregou a foto para .
- Não acho bom isso continuar na minha carteira... – Ele disse sorrindo de lado, quando pegou a foto.
assentiu com a cabeça. Entendia .
- Se bem que, eu tenho cópias e cópias dessas fotos... – disse rindo, dando de ombros – Mas isso não vem ao caso!
também riu, e jogou o resto da sua casquinha no lixo.
ficou de pé, e estendeu a mão para a menina, que a pegou.
Ele a abraçou pelos ombros, e eles começaram a caminhar em direção ao carro.
Era horrível para ter daquele jeito, tão perto e tão longe ao mesmo tempo.
No momento, ela era algo inalcançável.
- ... – começou.
- Hum... – Murmurou, enquanto se aproximavam do carro.
- Você pretende... – respirou fundo – Voltar a conversar com o ?
respirou fundo, e apoiou-se no carro.
- Pretendo... – Assumiu – Mas não agora... – Ele dizia baixo – Sei lá, eu acho que ainda não estaria preparado pra ver vocês dois juntos, eu sentiria inveja dele... E isso não é legal... – ria – Mas como eu disse, estou superando você! E eu vou conseguir!
sorriu mais uma vez, e riu, entrando no carro. Ela fez o mesmo, e pegou do banco traseiro um suéter, entregando-o a .
Era um suéter vinho, que reconheceu.
- Ele estava no meu armário a tempos... – disse enquanto a menina olhava seu antigo suéter – Achei bom te devolver...
assentiu com a cabeça, com o suéter e a foto em suas mãos.
- No antigo apartamento do , certo? – perguntou.
confirmou, rindo. Sabia que já tinha informado sobre tudo.
Os dois ficaram em silêncio, hora ou outra fazia comentários simples como ‘como o dia está ensolarado hoje’ ou ‘como o motorista da frente é amador’.
Não demorou para que parasse o carro defronte ao edifício onde morava.
riu sozinho.
- Eu lembro de tanta coisa que e eu fazíamos nesse apartamento... – Ele disse rindo.
o olhou com os olhos arregalados. riu.
- Não nesse sentido! – Ele riu – Foi aí dentro que eu tomei meu primeiro porre, por exemplo! – Explicou.
- Ah tá... Já ia achar que meu namorado e meu ex, tinham um caso! – Ela disse rindo, tentando achar graça em seu comentário infame.
sorriu de lado.
- É... Seu namorado e seu ex... Que estranho... – disse rindo, coçando a nuca.
mordeu o lábio. Por que não nasceu muda?
a puxou pra perto, e deu um beijo em sua testa.
- Vai lá... – Ele disse, e concordou com a cabeça – Amo você , e juízo vocês três! – Ele disse.
sorriu para e acenou, saindo do carro.
Entrou no edifício e viu que continuava parado, olhando-a.
Entrou no elevador, e apertou o botão que indicava seu andar. Fechou os olhos e respirou fundo, feliz.
não tinha ódio dela! E estava superando-a.
Deu um pulinho antes de entrar em seu apartamento, e começou a pensar na festa que iria. Olhou o convite e viu que seria no próximo final de semana.

Capítulo 22: All My Life;

estava de braços cruzados sentado na cama, enquanto penteava os cabelos.
Ele não tinha gostado muito do fato de ter saído com sozinha, e dele ter dito que ainda a amava.
Porém não demonstraria ciúmes para a namorada, ele sabia que era dele.
Ele sabia que ela o amava mais do que qualquer coisa, e aquilo provocou um sorriso involuntário em seus lábios.
- Você acha melhor eu usar esse... – disse, agora colocando um vestido vermelho na frente do corpo, ainda pendurado pelo cabide – Ou esse? – Agora, ela colocava o vestido azul.
olhou para ela.
- Os dois são lindos, ... – Ele arqueou a sobrancelha – Mas pra que esses vestidos?
sorriu.
- Porque vamos a uma festa! – informava – Faz tempo que ando recusando convites legais... E eu estou mesmo sentindo falta de festas! – Ela disse feliz – Festas e colunas sociais!
entortou a boca.
- E quando vai ser? – Perguntou.
- No próximo final de semana! – Ela disse sorrindo – Iremos sair juntos pela primeira vez!
- Mentira, já fomos àquele restaurante... – começou, mas o interrompeu.
- Para uma festa, ! Onde pessoas nos verão juntos! – disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, agora ela pulou na cama ficando ao lado do namorado, beijando o ombro do mesmo – Hoje mesmo, uma garota do colégio me perguntou sobre o ... Eu quero logo que elas saibam quem é o cara que eu amo, o cara com quem eu pretendo passar o resto da minha vida! – Ela disse sorrindo, e com aquela cara de dar dó ( que o diga!).
Assim como , sorriu e aceitou de bom grado o pedido da menina.
sorriu e deu um selinho no namorado. Ela realmente tinha um bom poder de persuasão.
abraçou a menina, e prendendo-a entre seus braços, a beijou.
riu um pouco entre o beijo, mas correspondeu da maneira que queria; porém foram interrompidos por uma campainha.
Partiram o beijo, e fez uma careta.
- Quem será que é... – Perguntou mal humorado, levantando da cama e indo em direção a porta.
riu do namorado, e continuou vendo seus vestidos.
O verde era tão bonito...
- . – ficou estática quando ouviu a voz de sua mãe, em seu quarto.
Lentamente, virou-se para a mulher, que estava com a expressão dura.
Joanna era a mulher mais elegante que já vira na vida, fato. Ela usava um vestido simples e justo azul marinho, seus pares de sapato de salto alto, e uma pequena bolsa também azul que reconheceu ser da Gucci. Ela estava com aquele batom que sempre a pediu emprestado, e com a maquiagem perfeita como sempre.
- Mãe. – respondeu séria, mas sem esconder sua surpresa.
ficou encostado no batente da porta. Ele sabia que teria de participar dessa conversa.
Joanna respirou fundo, e abanou seu rosto com as mãos, dando uma leve olhada pelo apartamento.
- Então está vivendo aqui? – Perguntou, dando uma volta pelo quarto – Nada mal, confesso. Meu primeiro apartamento com seu pai não foi uma coisa muito agradável aos olhos... – Ela dizia.
apenas assentiu com a cabeça. Não entendia o que sua mãe queria ali.
lançou um olhar preocupado à namorada, que o ignorou.
- Mãe, fala logo o que você quer, por favor. – disse um pouco hostil, rolando os olhos e fechando o guardar-roupas.
Joanna respirou fundo; sabia que não a receberia de braços abertos. E com razão.
- Hum... Como está a criança? – Joanna perguntou, olhando a barriga da filha.
- Ótima... – respondeu, agradecendo mentalmente por isso.
e visitaram o médico no mês passado, e desde então o visitam regularmente.
Sobre o fato da criança não nascer saudável pelo fato de serem primos e terem o mesmo sangue, o médico disse que existe sim a probabilidade. Como também a maior probabilidade da criança nascer saudável como qualquer outra, desde que a gravidez fosse acompanhada pelo profissional.
- Que bom. – Joanna disse respirando fundo.
Ela lançou um olhar sobre , que encarou a tia nos olhos. Ele não ia deixar que ela maltratasse sua namorada. Não na sua frente...
- , eu vim te pedir desculpas... – Ela disse séria, olhando para a filha – Eu como sua mãe, deveria ter ficado a seu lado, e não te criticado... – A mulher dizia com os olhos brilhantes. e estavam surpresos pela atitude dela – Eu passei a minha vida toda tentando fazer de você e de , as melhores pessoas do mundo, as mais ricas, as mais belas, as mais felizes... Mas em nenhum momento eu pensei na felicidade de vocês; se eu estava feliz, pra mim já era o suficiente... – Agora, ela se aproximava – Quando você me contou sobre seu romance com o ... – Joanna olhou o sobrinho, que ainda a olhava firme – Claro que eu achei um absurdo, vocês são primos de primeiro grau, foram criados juntos... E quando soube que você estava grávida, claro que surtei! – A mulher agora tinha a respiração pesada, e e ouviam tudo calmamente – Claro que eu não tinha o direito de dizer tudo o que disse a você, sobre vocês, sobre ... Eu estava desequilibrada... E seu pai, apenas me apoiava, você o conhece! – Agora a mulher bufou. Joanna aproximou-se de , e pegou em suas mãos – Eu quero que você me perdoe, filha! – Ela agora, deixavam passear pelo seu rosto as lágrimas que ela segurava. sentiu-se penalizado pela cena, e apenas olhava a mãe. – Me perdoe por não estar a seu lado, por não ter te dado o apoio que você precisava, por não ter estado ao seu lado no momento mais difícil de sua vida... E pior, ter o piorado! – A mulher passou a mão pelo rosto da filha – Eu amo você, você e são tudo pra mim, mesmo que eu não consiga demonstrar isso, mesmo que eu camufle esse sentimento com meus erros... Eu os amo muito, mais que a mim mesmo, e desejo do fundo do meu coração, sua felicidade! Seja com ... – Joanna olhou o sobrinho, fazendo sinal para que ele se aproximasse – Seja com qualquer outro.
sentiu sinceridade nas palavras da mãe, e antes de pensar em qualquer outra coisa, jogou-se nos braços abertos da mulher, sentindo-se maravilhosamente bem nos braços dela.
Definitivamente, ela estava feliz.
- Me perdoam? – Joanna perguntou, olhando para e .
- Eu não preciso responder, tia... – respondeu sorrindo.
Joanna sorriu em agradecimento, e a mulher olhou para a filha. sorriu.
- Claro que perdôo mãe! – Ela disse sincera, abraçando novamente a mãe.
sorriu, olhando a felicidade refletida nos olhos de .
- Eu caí em mim, na besteira que eu tinha feito, quando minha cunhada aceitou o namoro de vocês, e começou ajuda-los com as coisas, desde empregadas até com os cuidados com , coisa que eu deveria fazer... – Ela dizia – Senti-me um lixo, e eu senti necessidade do seu perdão, filha – A mulher respirou fundo e olhou para cima – Sou obrigada a admitir também que meu terapeuta James, acabou comigo quando contei a ele o que fiz... – Sorriu. – Mas enfim, me perdoa mesmo? – Pediu, como se não sentisse sinceridade em . Ela fez algo terrível para ser perdoada tão fácil – pelo menos, era o que pensava.
sorriu e pegou nas mãos da mãe.
- Mãe, eu não preciso de perdoar. Você é minha mãe... – Ela sorriu, simplesmente esquecendo os episódios anteriores. Todas as brigas e discussões. Simplesmente os tinha esquecido em segundos – Eu só quero você do meu lado, agora...
apenas escutava a conversa, e de repente sentiu um aperto na garganta.
Mesmo sentindo-se egoísta, não pode deixar de ficar aborrecido com o seguinte pensamento: e se agora que e Joanna tinham voltado a se falar, ela voltasse a morar com a mãe?
Ele estava totalmente acostumado com a presença diária da namorada – ou devíamos dizer, mulher?
Não saberia mais ficar com ela, se não fosse do jeito que estavam.
- Eu vou ficar! – Joanna disse olhando a filha – Você... Vai voltar para casa, não vai? – A mulher perguntou.
sentiu a respiração ficar mais pesada e evitou olhar para . Não queria que ela se sentisse pressionada a recusar, por ele.
Embora em pensamentos, repetisse ‘Não’ como se fosse um mantra.
respirou fundo.
- Mãe, minha vida é agora aqui... – Ela disse, mostrando o apartamento – Uma hora ou outra eu sairia de casa e... A hora chegou! – disse sorrindo, e não evitou fazer o mesmo. Ele a abraçou pela cintura, e deu um beijo em seu rosto – Eu agradeço o convite.
Joanna assentiu com a cabeça.
- Hum... Posso perguntar como estão se sustentando? – Joanna perguntou.
- está em uma banda... No momento estamos ainda usando o dinheiro que ele tinha guardado... – contava, e concordava com a cabeça – Mas enfim, está na banda de , e eles estão trabalhando...
- está trabalhando também? – Joanna perguntou sorrindo.
sorriu ao ver a mãe sorrindo, depois de citar o irmão.
- Aham, e ele é bastante bom, tia! – confirmou.
Joanna assentiu com a cabeça, satisfeita.
- E eu pretendo trabalhar... – disse séria.
rolou os olhos, odiava quando insistia nisso.
- Eu não quero que você trabalhe! – disse sério.
Joanna riu. Ela era outra pessoa, para a sorte de . Amanhã, mandaria flores para esse terapeuta!
- Eu sei como minha filha é, quando coloca uma coisa na cabeça... – Joanna disse ao sobrinho que concordou com a cabeça – Mas eu sei de um emprego pra você... Não é lá muito cansativo, você vai gostar, e vai receber um bom dinheiro... – Joanna disse à filha.
- Ah não tia, eu não quero que a trabalhe, sério! – disse sério à tia.
- Que emprego, mãe? – perguntou interessada, ignorando totalmente o namorado.
- O de modelo para a nova coleção da minha grife... – Joanna disse – Estávamos a procura de uma modelo perfeita, e rapidamente sua ex-sogra citou você... – sorriu ao ouvir aquilo – Você é tudo o que precisávamos, e isso irá ajudar você...
entortou a boca, porém deu seu maior sorriso.
- Eu aceito! – Ela disse feliz – Eu amo tirar fotos e... Vai ser legal trabalhar com você, mãe!
Joanna sorriu.
- Vai ser legal trabalhar com você, filha! – Joanna disse.
sorriu e abraçou a mãe novamente.
- Bem, creio que vocês tem muito a fazer... – A mulher começou, quando saiu de cima dela, e dirigiam-se até a porta – Então, eu já vou... E amanhã querida, passe em casa lá para as duas da tarde, que é o horário que marcarei as fotos... – Ela dizia, e apenas assentia – Enfim, até amanhã!
- Até amanhã, mãe! – disse, despedindo-se da mãe.
Despediram-se, e Joanna abraçou .
- Cuide dela, ! – Pediu.
- Pode deixar tia, eu estou cuidando... – Ele disse sincero.
Joanna o abraçou, e saiu logo em seguida.
ficou olhando a porta fechada, e deu um gritinho de felicidade, pulando no colo de em seguida.
- Você viu o mesmo que eu? – Ela perguntou rindo, enquanto segurava no pescoço do namorado, que segurava em suas pernas.
riu.
- Vi! – Ele disse – Embora ainda esteja duvidando!
Os dois riram.
- Eu vou ser modelo! – disse feliz.
fez bico.
- Não gostei... Agora outros caras vão ficar babando na minha garota...
riu e mordeu o bico de .
Ela estava realmente feliz; nem em toda vida dela, pensou que estaria feliz assim.
Se tivesse um diário, aquele dia iria para ele, fato.

Capítulo 23: The Party Song;

A sessão de fotos que realizou para a grife da mãe e da ex-sogra ficou simplesmente perfeita. Os fotógrafos elogiaram a intimidade que tinha com as câmeras, e fotos da garota já podiam ser vistas espalhadas por toda Londres.
Agora, era oficialmente a modelo da grife da mãe. Mal podia esperar para a próxima campanha.
Joanna visitava a filha regularmente, e a obrigava a passar em sua casa todos os dias. Ela queria estar ao lado da filha na gestação.
, e ensaiavam incansavelmente todos os dias; estavam ficando cada vez melhores, e surpreendeu-se com o talento do namorado e de . Desde quando eles tocavam/cantavam tão bem?
ainda não tinha conversado com , mas sentia-se totalmente tranqüila quando pensava no menino.
estava realmente feliz em seu segundo mês de gestação. Sua barriga crescera alguns centímetros.
Ninguém reparou, apenas ela e , que vibravam com isso.
A barriga era tão invisível, que ela podia continuar usando vestidos tranquilamente. Ok, os vestidos possuíam alguns detalhes, já que sua barriga não era assim tão invisível.
Estava com um vestido acima dos joelhos, apertado no busto e na cintura – não tão apertado, nada que pudesse matá-la asfixiada – em um belo tom azul marinho.
- Uau... – disse ao terminar de colocar sua gravata, analisando a namorada.
estava igualmente bem. Um smoking preto, mas sem gravata. Os primeiros botões abertos da camisa o deixavam incrivelmente sexy – mesmo que ele se achasse parecido com um pingüim. Vestiu seus sapatos Church of England e deixou os cabelos bagunçados.
- Uau! – imitou o namorado sorrindo, enquanto balançava os cabelos, para dar neles um ar mais vivo. Às vezes detestava ter o cabelo tão liso. [N/A: quem me dera não depender da chapinha! –oiq]
a abraçou por trás, colocando as mãos em sua barriga. O cheiro do doce perfume Dolce que ela sempre usou, invadiu suas narinas imediatamente. Ele amava quando isso acontecia.
- Hum... Você quer mesmo ir? – perguntou rindo – Eu estou parecendo um pingüim e... Podemos fazer coisas mais divertidas aqui... – disse, colando seu corpo no da namorada.
Desde que passou a morar com , seu apetite sexual pareceu triplicar. Para ele, era incrivelmente difícil passar uma hora com ela, sem ter vontade de transar.
Era estranho.
- , já conversamos! – disse rindo, agora passando a sombra e o delineador – E você está maravilhoso! Todas as meninas da festa morrerão de inveja de mim! – disse rindo – E aliás, , e irão!
assentiu com a cabeça. Não tinha como teimar com .
O menino voltou a sentar-se na cama, olhando a namorada terminar de se arrumar. terminou a maquiagem, e olhou-se no espelho.
Estava linda, e sabia disso.
- Hum, pronto! – Ela disse, virando-se para o namorado.
riu, levantou-se, foi até a namorada encostando-a no guarda roupas, e dando um beijo nela.
amava quando fazia isso.
Os dois beijavam-se devagar, e as mãos de puxavam uma das pernas de até a altura de sua cintura. A essa altura, as mãos dele passeavam por dentro do vestido da menina.
- , sabemos aonde isso vai parar... – disse rindo, separando-se do namorado – E eu quero mesmo ir a essa festa! – Ela riu.
assentiu com a cabeça rindo.
- Mas você não me escapa mais tarde... – Ele disse rindo, mordendo o pescoço da menina, que riu.
pegou as chaves do carro, e deu mais uma olhada no espelho.
Saíram do apartamento, em direção ao carro de .

O estacionamento da festa já estava lotado, de modo que foi bastante difícil achar uma vaga.
Realmente a festa estava lotada.
desceu do carro rápido, ao contrário de .
- , vamos logo... – Pediu a menina, olhando o namorado de cara feia.
riu, entrelaçou sua mão na da menina e seguiram para dentro do salão. Não que não gostasse de festas, muito pelo contrário. Mas ultimamente, ele preferia bem mais a sua casa.
O barulho ficava mais alto a cada passo que eles davam; apresentou o convite ao segurança, que os liberaram para entrar.
O salão era enorme, mas parecia pequeno em relação à quantidade de pessoas presentes. O Dj tocava Leavin' do Jesse McCartney – reconheceu!
As meninas da festas usavam seus vestidos chiques, enquanto os meninos pareciam pingüins. e sem duvida eram os mais bonitos da festa; e os presentes pareciam notar.
Meninas encaravam sem ao menos ligar para a presença de . Ela adorava!
Os garotos também encaravam sem nem ligar para , mas ao contrário da namorada, ele ficava enfurecido com isso.
- Se mais um olhar pra sua bunda, eu juro que arrebento! – ameaçou, pegando uma taça de champanhe, quando o garçom passou por eles.
pegou uma também, e riu.
- Amor, eu to com você, certo? – Ela disse rindo.
deu de ombros, e um gole em seu champanhe.
Os dois ficaram observando a festa, esperando qualquer alma conhecida. Alunas do St. Marrie passavam e cumprimentavam sorridentes; as cumprimentava, mesmo sem nunca ter a visto antes.
O Dj estava animado, pois tocava uma música mais agitada que a outra; os presentes na pista de dança agradeciam.
sorriu.
- Vamos dançar? – Pediu.
riu.
- Tem certeza? – Perguntou.
- , você anda muito desanimado! Onde está o que eu conhecia? – Ela perguntou rindo, dando um selinho no namorado.
deu de ombros, e guiou a namorada para o meio da pista.
Tocava qualquer remix, e começou a dançar com . sentia-se tão bobo na presença da namorada...
Era como se ele não conseguisse enxergar defeitos nela, apenas qualidades. Ela era linda, perfeita e dançava bem...
Mesmo que isso não fosse verdade, para ele era. E não aceitaria que alguém discordasse.
Ele colocou suas mãos na cintura da menina, que mexia-se ao ritmo da música. a acompanhava.
Logo os dois atraíram os olhares dos presentes. não gostou muito, mas estava adorando. Ela realmente estava sentindo falta dos holofotes.
A música acabou, e pediu para que eles se sentassem no bar. – depois de contestar – Resolveu seguir o namorado.
- Veja se não são o rei e a rainha do baile! – comentou rindo, enquanto estava sentado no sofá ao lado do bar, com uma garota a cada lado.
riu, e puxou junto a ele. Sentaram-se em uma poltrona, consequentemente no colo do namorado.
- Cala a boca, ! – pediu, dando um gole em sua champanhe.
- Ninguém chegou ainda? – perguntou, ignorando o olhar de cobiça das duas moças sobre seu namorado.
- Não, mas eu já disse que estaria aqui, logo eles chegam! – disse, mexendo seu copo e bebendo lentamente. sorriu e deu um selinho em uma das meninas. A outra fez uma espécie de biquinho, então a beijou também.
fez careta e riu.
- Que vadias! – comentou baixinho ao namorado.
riu. Já esteve várias vezes no lugar de , mas achou desnecessário contar isso a namorada.
- É só o , amor... – Ele disse rindo, beijando a namorada.
Os dois beijavam-se devagar, ignorando completamente o ritmo agitado das músicas que tocavam.
mexia no cabelo de com cuidado, e ela arranhava de leve o pescoço do menino.
- Hei, podem parar! Isso ainda é estranho! – Ouviram dizer.
riu, saiu do colo de e jogou-se nos braços do irmão.
- !! – Ela disse o nome dele de um jeito engraçado, que o fez rir.
- ! – a cumprimentou, dando um beijo no topo de sua cabeça – Como você ta?
- Bem! – respondeu sorrindo. Agora ela olhou a cunhada – !! – Ela meio que gritou, abraçando a amiga.
- ! – respondeu rindo.
estava linda também. Vestia um modelo na altura dos joelhos prateado. Seus saltos altíssimos a deixavam extremamente elegante. Seu cabelo estava em um liso anormal, e a maquiagem realçava a beleza de seus olhos.
estava perfeito também. Depois de , o mais lindo da festa toda. Usava seu smoking sem gravata e também com os botões abertos. Porém estava com uma camisa cor de rosa por baixo, que teve certeza que o obrigou a usar.
No mínimo achava que estava parecendo um pseudo-mauricinho, mesmo ele estando lindo.
- Finalmente chegou todo mundo! – disse sorrindo.
- Nem todo mundo... – disse rindo, saindo do meio das duas meninas.
era o único que usava gravata. Uma gravata borboleta prateada.
entendeu perfeitamente o que quis dizer, embora os outros não tivessem.
- ? – perguntou, e , e olharam para a menina.
assentiu com a cabeça. olhou um pouco preocupado para a namorada, que ignorou-o.
Ela voltou a sentar-se no colo de e deu um longo gole em sua bebida.
Não queria que a visse com . Não agora...
e também dividiram uma poltrona, e cochichavam alguma coisa. voltou para seu lugar, no meio das duas garotas.
- Sabe, eu estive pensando... – começou ‘brisando’ – Poderíamos tocar aqui hoje, não acham?
e se entreolharam. Seria realmente legal se isso acontecesse.
- Claro , em uma festa como essa... E sem instrumentos! – ironizou, jogando a azeitona de seu drink em , que fez careta.
apenas riu.
- Sério! Eles iam gostar de uma banda tocando e... Instrumentos realmente não são o problema! – disse sorridente.
- Como não? – perguntou – E outra, Chez nem está aqui! – disse, dando de ombros.
- Ah, arrumamos um substituto, isso é fácil! – disse, ele estava realmente animado com a idéia – Mas o problema principal são os instrumentos.
- Eu estou com a limusine... Coloquei tudo lá dentro... – disse feliz por causa da bebida – Eu tive um sonho...
Os outros riram.
- Um sonho? – perguntou rindo.
- É! Por isso eu trouxe os instrumentos! Eu vou conversar com a organizadora... – deu um sorriso maroto – Já venho!
e se entreolharam e riram.
- Eu já falei pro deixar de usar maconha... Ele fica mais idiota ainda! – disse rindo.
- Eu também! – concordou.
- Então vocês vão tocar? – perguntou ao namorado, que deu de ombros.
- Depende do poder de persuasão de ... Mas se tocarmos, essa festa realmente ficará mais interessante! – disse, beijando o pescoço da namorada.
Eles esperaram até retornar. Agora as duas garotas mantinham um semblante sério, no mínimo por ciúmes de .
riu da situação.
deu um sorrisinho pervertido, e tirou a gravata.
- Ela adorou a idéia de tocarmos! – disse rindo - Hei ! – Cumprimentou, fazendo sinal.
Automaticamente, todos da roda olharam para onde acenava, vendo um sorridente e lindo se aproximar.
O garoto olhou e , e deixou o sorriso murchar por um segundo. Apenas um segundo, já que logo ele começou a sorrir novamente. Aproximou-se da menina e deu um beijo em seu rosto.
Ele não pode não reparar em como ela estava linda.
- ! – Ele disse sorrindo.
- Hei ! – Ela sorriu, o abraçando.
desviou o olhar, encarando o copo de . O que era aquilo que ele bebia?
correu os olhos por , e com dificuldade, estendeu a mão.
- . – Ele disse, com um sorriso mecânico em seus lábios.
queria superar tudo aquilo, e estava conseguindo.
apertou a mão do amigo, e sorriu para ele. Sincero.
- ! – Riu.
Os dois riram, e cumprimentou os amigos restantes.
ficou olhando e sentiu-se melhor. não parecia ter mais ódio dele, mesmo que ele soubesse que amava sua namorada.
Ele abraçou um pouco mais forte, e acompanhou com os olhos sentando-se ao lado de .
- E aí , como foi seu tempo em Liverpool? – perguntou, enquanto mordia a azeitona da bebida de .
sorriu e olhou .
- Bem... Passei um tempo com meus primos, foi legal... Eu assisti a uns jogos... – disse feliz, pegando uma taça de champanhe. entendeu o sorriso do amigo, sabia como o namorado amava futebol.
Namorado não, ex-namorado.
Força do hábito...
Logo emendaram uma conversa. não sentia-se confortável com a situação, mas sempre que podia, entrava na conversa, fazendo qualquer mínimo comentário.
os interrompeu, olhando no relógio.
- Meia noite... Acho bom irmos tocar... – disse levantando-se.
- Ah, quero ver a banda de vocês! – disse animado.
- Eu também! – concordou.
- Como vamos tocar sem o Chez? – perguntou começando a se irritar.
Odiava o fato de ser tão irresponsável. Por que ele foi conversar com a organizadora da festa?
fez uma careta, e correu os olhos pelo salão, como se assim o outro integrante fosse aparecer.
- Hum... Se quiserem... – começou – Eu toco alguma coisa, vocês sabem... Eu posso substituí-lo... É só me passar as músicas antes...
, e sorriram. e ficaram surpresas.
- Ótimo! Vem! – disse, puxando os amigos para fora do salão.
sentou ao lado de e deu um gole na bebida da amiga.
- Isso vai ser estranho! – disse, após engolir o liquido.
- O que? – perguntou, depois de acompanhar com os olhos os meninos saindo do salão.
- , ... Tocando... Juntos... – dizia pausadamente, como se assim fosse entender.
deu de ombros.
- Eles não são mais crianças... E está superando, eu sei que está! - disse sorrindo.
deu de ombros.
- Mas percebe-se ao longe que ele ainda tem esperanças com você... E percebe-se ao longe que ele está sendo um pouco hostil com ...
- Você queria o que , que virasse para e dissesse que o amava? – ironizou – gostava de mim, e pra ele, o traiu... É compreensível a hostilidade de !
assentiu com a cabeça. tinha razão.
As meninas ficaram olhando para a porta, esperando qualquer sinal dos meninos.
- Você acha mesmo que eles vão entrar por essa porta? – disse após um tempo pensativa – Como somos burras! Meio óbvio que eles entrarão pelos fundos, por causa dos instrumentos! – Concluiu.
sorriu e beijou o rosto da amiga.
- O que seria de mim, sem você? – Ela perguntou rindo.
riu.
- Nada querida, nada.
riu, e agora as meninas apenas olhavam para o palco. A bateria já estava sendo montada, e logo, os meninos dirigiram-se cada um para seu instrumento.
e estavam apreensivas, seus namorados tocariam e sabiam como isso era importante para eles.
- Vou buscar outra bebida, quer? – Ofereceu-se .
- Não, pode ir lá... – disse, dando de ombros.
sorriu e foi até o bar.
cruzou as pernas e ficou observando o lugar, e esperando que a banda de começasse a tocar.
- ? – Ouviu uma voz nada familiar soar a seu lado.
olhou para a figura a seu lado, e deu de cara com um rapaz que parecia ser alto – ele estava sentado, então ela não tinha como ter certeza – de cabelos pretos e olhos absurdamente azuis. Ele usava um smoking normal, mas com uma gravata borboleta parecida com a de . Ele tinha os cabelos desarrumados e um ar tranqüilo, aparentava no máximo vinte anos, e ao que ela pôde perceber, tinha um sorriso lindo.
A menina esboçou um sorriso e com a sobrancelha um pouco arqueada, cumprimentou o desconhecido.
- Oi... – Disse incerta.
O rapaz sorriu e deu um gole na bebida que segurava.
- Eu sei que você não me conhece... – Ele disse girando a bebida dentro do copo – Mas eu te conheço... Quer dizer, você é bastante conhecida entre nós, agora... – O rapaz dizia olhando para .
- Hm... Não estou entendendo... – assumiu, dando um sorriso amarelo.
O rapaz sorriu e estendeu a mão.
- Matthew Levine! – O garoto apresentou-se – Fotógrafo! Eu vi as fotos que você para a coleção da sua mãe e não pude não notar o quão fotogênica você é! – O rapaz dizia, enquanto bebia – Tentamos contata-la através de sua mãe, mas por algum motivo, ela não quis deixar que falássemos com você... Fiquei realmente interessado em você, e gostaria de convida-la a fazer umas fotos... Você tem futuro, garota! – Ele disse, com um sorriso encantador – Aliás, tem namorado? – Perguntou com um sorriso sacana, e dando outro gole em sua bebida.
ia responder, quando voltou do bar, reclamando da demora.
- Onde já se viu, me deixar esperando quase dez minutos e... Oi? – Cumprimentou Matthew, assim que o viu sentado ao lado de .
Matthew sorriu e acenou divertido, retribuiu o sorriso e sentou na poltrona ao lado.
- Eu... Hum... – ficou um pouco confusa.
- Me dá seu telefone? Você veio aqui para divertir-se e eu estou aqui estragando sua noite... – Sorriu – Amanhã eu te ligo e podemos conversar com mais calma...
assentiu com a cabeça.
- Pode ser!
Matthew pegou o celular, e marcou os números que calmamente ditou.
O rapaz sorriu e deu um beijo no rosto de .
- Obrigado ! – levantou-se – Espero que nos vejamos em breve! Aliás, estou solteiro! – Disse rindo.
sorriu e acenou.
Matthew tomou distância, e olhou para , como se a repreendesse.
- Você deu seu telefone a um cara que...
- Ele é fotografo, quer que eu modele pra ele! – disse antes que pudesse julga-la.
- Ahn... – Disse, entendendo – Mas mesmo assim, ele estava dando em cima de você na cara dura!
rolou os olhos.
- Que seja, vamos logo lá pra frente... – Disse, cortando o assunto.
As duas automaticamente olharam para o palco, e viram que os meninos já se posicionavam.
Logo, Danny pegou o microfone sorrindo de lado, com a guitarra nas mãos, Harry sentou-se a bateria, Dougie pegou o baixo e Tom a outra guitarra.
Assim que eles subiram ao palco, a atenção dos presentes foi dirigida a eles, de modo que Danny sorriu e começou a falar.
- Hei pessoas! – Ele riu – Eu sei que ninguém estava esperando uma banda ou algo do tipo, mas garanto, isso vai animar ainda mais essa festa, e vocês vão realmente gostar! – Ele balançou a cabeça, tentando livrar-se de um fio chato de cabelo – Bem, esse é o McFly, e espero que vocês gostem! – Danny disse rindo.
e quando ouviram, dirigiram-se para perto do palco. Queriam estar coladas no palco, como se isso, fosse dar mais segurança a eles.
Ouviram Danny comentar qualquer coisa com os outros membros, e logo começaram uma música.

Dreamer, dreamer, dreamer
(Sonhador, sonhador, sonhador)
Live your life as you please
(Viva sua vida como você quiser)
So long, so long, so long
(Adeus, adeus, adeus)
To all the critics and the enemies
(Para todos os críticos e inimigos)
My sky has turned vanilla
(Meu céu tem virado baunilha)
Like sugar sasperilla
(Como açúcar sasperilla*)
And if only you were nearer I'd say
(E se você estivesse mais perto eu diria)

estava cada vez mais surpresa com os meninos. Não só ela, como .
Desde quando eles eram tão bons?
E , que pareceu ter pego a música na hora... Tocava perfeitamente bem, de cabeça baixa com um sorrisinho de canto.
Era lindo.
olhava para enquanto tocava, e não podia não sorrir para a namorada.

Don't wake me up
(Não me acorde)
Baby I'm in love
(Querida, eu estou apaixonado)
And I'm dreaming so much
(E eu estou sonhando tanto)
But I don't ever wanna stop
(Mas eu nunca quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

- AAH que música linda! – disse abobada – Será que foi o quem escreveu? – Perguntou animada com a idéia de ter uma música.
deu de ombros, rindo.
Ela já tinha uma música.
Olhou para as pessoas a seu lado, e todas elas pareciam estar gostando. É, McFly estava agradando...

Don't wake me up
(Não me acorde)
I don't wanna stop
(Eu não quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

tocava confiante, e as garotas gostavam disso.
ouviu comentários sobre como ele era sexy tocando, e riu.
Ela não conseguia ver com outros olhos.
Olhou para , e viu que a amiga não tirava os olhos do namorado.
Realmente, era lindo tocando, a seriedade transformada em fofura... era lindo...

Give up, give up, give up
(Desista, desista, desista)
Time to wipe your soul clean
(Hora de limpar a sua alma)
Someone to love, to love, to love
(Alguém para amar, amar, amar)
Hair like fire, sunset, tangerine
(Cabelo como fogo, pôr-do-sol, tangerina)
The nights are getting colder
(As noites estão ficando frias)
Not getting any older
(Não estão envelhecendo)
The chip fell off my shoulder
(O chip caiu do meu ombro)

Era extremamente lindo o jeito com que tocavam; eles não apenas tocavam, eles curtiam sua própria música.
ficou impressionada com o desempenho de no palco.
Nem da banda ele era...

I won't age a day
(Eu não envelhecerei um dia)
and you'll all be gray
(e vocês todos estarão cinzas)
and over eighty, baby
(e com mais de oitenta anos, baby)

Tom fazia algumas dancinhas segurando a guitarra, Dougie parecia bastante íntimo do baixo, Harry fazia caretinhas enquanto tocava a bateria e às vezes, girava as baquetas. Danny cantava de olhos fechados, o que era lindo.
Essa não era apenas a opinião de e .

Don't wake me up
(Não me acorde)
Baby I'm in love
(Querida, eu estou apaixonado)
And I'm dreaming so much
(E eu estou sonhando tanto)
But I don't ever wanna stop
(Mas eu nunca quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

A essa altura, algumas pessoas já sabiam o refrão, de modo que elas cantavam junto.
e cantavam, elas estavam felizes pelos meninos.
E a felicidade deles, estava estampada em seus olhos e expressões.
nunca viu tão feliz.
A não ser quando ele ganhou aquela bicicleta...

Don't wake me up
(Não me acorde)
I don't wanna stop
(Eu não quero parar)
Don't wake me up
(Não me acorde)

Agora eles repetiam o refrão, de modo que todos cantavam com eles.
Os quatro meninos gostavam do palco, e o palco gostava deles. Era algo incrível.
Danny terminou, ajeitou o cabelo e pegou o microfone, sorrindo satisfeito.
- Bom, esse foi o McFly, e sexta-feira estaremos no ‘Cherry Tre' quem quiser, compareça! – Ele disse sorrindo, e várias pessoas gritaram entusiasmadas com a idéia de ver McFly novamente.
A platéia começou a pedir bis, e os meninos se entreolharam rindo.
- Vamos com I've Got You... – avisou, e os meninos aceitaram.
ficou um pouco nervoso, afinal, ele passou apenas três músicas e uma vez. Tinha medo de errar, embora com Don’t Wake Me Up, ele tenha ido perfeitamente bem.
ficou eufórica, aquela música ela saberia.
Era sua música.
Logo começaram os primeiros acordes da música, e a platéia foi a delírio. nunca viu uma banda conquistar a platéia tão rápido.
Realmente, eles conseguiram animar e melhorar aquela festa.

Capítulo 24: My Heart;

- Foi realmente bom, cara! – comemorava animado, com uma garrafa de cerveja.
- Foi mesmo! Nunca pensei que vocês tocassem tão bem! – disse sorridente, enquanto sentava-se no sofá.
- E o , uau! – dizia – Me surpreendeu! Sem dúvidas, ele é melhor que o Chez! – Disse o menino, dando um gole em sua vodca.
- Menos cara, eu simplesmente o substitui! – disse modesto, mordiscando um biscoito.
Depois da festa, e do sucesso instantâneo que McFly fizera, todos foram ao apartamento de , para uma comemoração.
- É verdade, nunca pensei que fosse bom músico! – disse, enquanto tomava o resto de cerveja do copo de , que não deixava a menina beber.
- Ah, desse jeito vou realmente achar que sou músico! – disse rindo, passando o pacote de bolacha para , que estava a seu lado.
A menina imediatamente pegou um biscoito, e passou o pacote ao namorado.
- Sabe , o que acha de entrar na banda? – perguntou, deixando a garrafa no chão, enquanto sentava ao lado da namorava.
riu, como se achasse a idéia absurda.
- Cara, eu não teria função... A banda já tem um baixista, dois guitarristas e um baterista, eu seria simplesmente inútil... E eu só toquei hoje porque substitui o Chez!
- Chez é um bosta! – disse, fazendo um careta e dando um gole em sua vodca. não se dava bem com Chez, fato. Os dois nunca concordavam em nada, e detestava ser contrariado.
- Menos ... – disse ao amigo, que deu de ombros.
- Sério mesmo! – continuou – O Chez é um merda! Só sabe reclamar, num faz nada na banda e reclama da melodia, reclama da letra, reclama do jeito com que eu danço... – reclamava visivelmente chateado – Qual é!
Eles riram.
- É que, minha antiga banda tocava Pink Floyd, AC/DC... Totalmente diferente desse tipo de música que estamos fazendo... – dizia, passando um braço pelos ombros de .
- Mas no meu aniversário, você tocou até The Click Five! – disse, tentando beber mais um pouco de cerveja. fez careta.
- , eu já falei que você não vai beber! – Ele disse sério, o que fez os outros rirem, e fazer um bico.
lançou um olhar a menina, mas rapidamente o desviou.
- Porque eu preparei um repertório que você gostasse... – explicava – Na verdade, Chez não está lá muito contente com o McFly...
- Então vamos tira-lo da banda! – sugeriu feliz.
- Não é assim, ... – disse, enchendo seu copo de cerveja, ignorando o olhar de cobiça vindo da namorada – É meio chato você chegar no cara e dizer ‘Hei Chez! Não gostamos muito de você, e nosso amigo toca bem melhor! Então, vamos tirar você da banda e coloca-lo no seu lugar! Mas não fique grilado não, você supera!’ Não dá! – explicou rindo.
Os meninos ficaram quietos, tinha razão.
- Mas eu concordo que toca melhor que o Chez... – disse – E eu não me importo de dizer isso a ele, não gosto dele...
deu de ombros.
- Se você tiver coragem...
sorriu satisfeito.
- Então amanhã eu falo com aquele projeto de musico! – disse rindo, agora bebendo a vodca no gargalo.
- Bem vindo a banda, ! – disse rindo, ao amigo.
- Valeu! – Agradeceu o menino – Cara, nunca pensei que entraria em uma banda...
- Mas entrou! – disse a .
Ele queria conversar com ... Mesmo que fossem pequenas frases.
- É... – respondeu sem olhar o garoto.
olhou o namorado, e passou a mão pelo ombro dele. Ela sentia-se tão culpada por aquilo...
- Hei , que horas são? – perguntou ao irmão, quando percebeu que o silêncio começava a incomodar.
- Quase seis, por que? – Ele perguntou despreocupado.
olhou para .
- Acho bom irmos, não acha? – Dirigiu-se ao namorado.
assentiu com a cabeça.
- Também acho! – Concordou.
jogou uma almofada nos dois.
- Ah, vocês vão mesmo embora? Dormem aí! Faz tempo que não dormimos juntos... – disse.
- , sabemos que você tinha um lado aflorado da vida, mas essa coisa de dormir todos juntos é um pouco estranho, não acha? – zoou, levando outra almofada na cara.
- Sério! Aliás, vocês já ficam aí e hoje a tarde, ensaiamos, compomos, sei lá! – sugeria, enquanto pegava a garrafa de cerveja e dava um gole.
Danem-se os copos!
- Acho melhor não... – disse sério, ficando de pé.
tinha uma expressão confusa no rosto.
- Ah , deixa disso! Fica aí! – insistiu.
- Eu fico! – disse sorridente.
riu do amigo. Não precisava nem ter o chamado.
olhou para , e rapidamente olhou as pessoas a sua volta.
- Continuo achando que é melhor não... – Ele disse sério, colocando as mãos no bolso.
- Hei , fique! – dessa vez quem o chamou – e eu não vamos ficar... – Ele disse, achando que eles eram os motivos pelo qual não ficaria.
- Não tem nada a ver com vocês! – disse sério.
- E vocês dois também vão ficar! – disse séria.
- Acho melhor não , eu costumo ter fome durante o sono... – contou, o que gerou alguns risos.
- Já que ela se alimenta por dois... Que gracinha! – Zoou .
jogou uma almofada em e em .
- , temos comida aqui, e , deixa de cu doce! – disse sério – e eu dormimos no meu quarto, e no quarto de hóspedes... e na sala! E sem controversas! – dava ordens.
riu e fez uma cara extremamente gay para .
- Amor, só você e eu aqui... – disse rindo, e deu o dedo do meio.
- Odeio suas crises gays! – Admitiu o menino rindo. Os ’s tinham um ótimo poder de persuasão.
Os outros riram, e deu um último gole na cerveja.
- Não sei vocês, mas eu vou dormir... – Ele disse, ficando de pé – Até mais tarde... – Disse , entrando no quarto e acenando para os amigos.
deu de ombros, acenou para os amigos, e deu um beijo na testa de .
olhou , que deu de ombros.
- Acho que já vamos também, meninos... – disse, levantando-se.
- Ah, que droga... – reclamou, ainda bebendo.
e riram.
- Eu já estou ficando com sono... – Justificou – Boa noite ... – Ela beijou a testa de – Boa noite mais novo integrante do McFly! – disse rindo, beijando a testa de .
fez uma pequena careta, quase imperceptível.
sorriu.
- Boa noite pequena, dorme bem! – Ele disse, olhando a ex-namorada.
- Boa noite! – disse firme.
olhou e acenou, pegando a garrafa de e dando um longo gole.
- Boa noite, e cuidado com o bebê! Sem sexo aqui! – disse, e corou violentamente.
deu um chute em , que riu.
Os dois entraram no quarto de hóspedes, e jogou-se na cama, enquanto deitou delicadamente ao lado dela.
Passou o braço pelo pescoço da menina e sorriu, olhando-a.
- Gostou da apresentação inesperada? – perguntou sorrindo.
mordeu o lábio.
- Muito! – Sorriu – Ainda mais porque você tocou a minha música...
riu e beijou a ponta do nariz da namorada.
- Eu sabia que você diria isso... – Riu.
deu a língua. Os dois ficaram se olhando, até fechar os olhos e respirar fundo.
fez o mesmo, e sem que percebessem, pegaram no sono, ignorando os risos exagerados de , na sala.

A cama já estava desconfortável, de modo que não viu outra solução, a não ser levantar-se.
Olhou para o lado, e viu que dormia pesado, com os lábios entreabertos.
Com cuidado para não acorda-lo, saiu do quarto, fechando a porta devagar.
Desde que completou dois meses de gravidez, a menina adquiriu o hábito de acordar cedo – para comer.
Viu que e dormiam jogados no chão. abraçado a uma garrafa, e encolhido.
Ela não pôde não olhar como era lindo dormindo.
Sorriu, e seguiu para a cozinha, procurando algo para comer. No relógio acima da geladeira, viu que já eram duas da tarde, mas como eles foram dormir as seis da manhã, o horário era compreensível.
Abriu a geladeira e viu que só tinha queijo e iogurte. Isso porque disse que lá havia algo para comer.
rolou os olhos, pegou o queijo e o iogurte e colocou-os na mesa.
Começou a comer o queijo, e bebia o iogurte na garrafinha. Ela realmente tinha fome.
- Quanta fome em plena manhã! – ouviu dizendo rindo, encostado no balcão, olhando comer.
sorriu.
- Não se esqueça que eu como por dois... – A menina engoliu o que mastigava – Literalmente.
rindo, assentiu com a cabeça.
- Quantos meses? – Perguntou.
- Dois! – disse, dando outra golada no iogurte – Ah, quer? – Ofereceu – é um mentiroso, ele disse que aqui tinha comida... Só tem queijo e iogurte!
riu da menina, e pegou o iogurte, dando um gole também na garrafinha.
- Se quiser, podemos comer alguma coisa... Aproveitamos e trazemos algo pra eles... Conhecemos o , sabemos perfeitamente como ele vai acordar... – disse rindo.
- Eu quero! – respondeu rapidamente, passando a mão na boca, a fim de limpa-la. – Mas eu não posso ir assim! – disse, apontando a boxer e uma camiseta de .
riu.
- Vem aqui então... – Ele disse, pegando-a pela mão e saindo da cozinha.
Com cuidado, pularam , e saíram do apartamento, indo em direção ao carro de .
abriu o automóvel e fez sinal para entrar.
Ela o fez, sem entender. Ela não sairia de casa daquele jeito, estava ficando louco.
- Veste... Pelo menos é melhor do que essa camiseta do Back to the future! – disse rindo, estendendo um moletom azul marinho da Hurley, que estava no banco traseiro do carro.
sorriu ao ver o moletom de . Aquele sempre fora o preferido dela.
- Hei, eu gosto dessa camiseta! – disse, defendendo a camiseta do irmão. – Se bem que eu prefiro esse moletom...
riu.
vestiu o moletom de , mas continuou de boxers listradas. Daquele jeito, ela nunca mais seria convidada para fazer fotos...
curvou-se para o banco de trás, e abriu uma mochila. De lá, tirou uma calça xadrez que reconheceu perfeitamente bem.
- Eu conheço essa calça! – disse, pegando-a imediatamente. riu.
- Ainda tem muita coisa sua em casa, sabe... – disse – Perfumes, blusas, calças, casacos... Até escova de dentes!
riu, realmente, ela ficava bastante na casa de , quando namoravam.
- Ainda bem que você trouxe a calça! – disse rindo, agradecida.
assentiu com a cabeça.
- Qualquer dia, te devolvo tudo! – Ele disse.
acenou com a cabeça, e foi para o banco de trás.
Apesar de vê-la sem roupa várias e várias vezes, não era uma situação confortável, então, no banco traseiro, ela trocou de calça.
Assim que a menina trocou-se, voltou para o banco do carona, e riu.
- Pronto? – Ele perguntou rindo.
- Pronto! – disse rindo, ligando o rádio.
Deixaram na rádio local, e seguiu para qualquer lugar onde vendesse comida.
De canto de olho, observava , o jeito que ela sorria toda vez que ele olhava pra ela...
Mas não era o mesmo sorriso que ele gostava de ver, era um sorriso bem mais bonito.
Um sorriso de real felicidade, e aquilo o fazia sentir-se mal.
Ele nunca conseguiu fazer realmente feliz.
Ficaram em silêncio, ouvindo qualquer música dos anos 80, que tocava.
Porém, o silêncio foi interrompido quando ouviram a música que o locutor anunciava: Another Place To Fall, da KT Tunstall.
- Eu não acredito... – disse rindo.
- Nem eu! – disse, sorrindo de lado.
Another Place to Fall: a música do primeiro beijo deles.
pareceu relembrar tudo em um flash: na festa do colégio em que ele estudava, ele a tinha convidado. Ela estava com um vestido branco, com saltos altíssimos e os cabelos cacheados.
Tocava essa música quando sentou a seu lado, e os dois começaram a rir de um casal logo a frente.
Os olhares se encontraram, e os dois sorriram juntos, quando sem pedir permissão, aproximou-se da menina, selando seu lábios. Ele nunca esqueceria daquele dia, da música, de qualquer outro elemento que o fizesse lembrar daquilo.
- Eu sempre lembro... – disse, sorrindo sem graça, virando a rua.
sorriu.
- Eu entendo... Essa música é nossa! – Ela disse rindo – É impossível ouvi-la e não lembrar!
riu, e parou o carro no estacionamento de um supermercado.
Desceram do carro, e foram comprar algo para comerem.

- Acordem! – berrava em cima da cama de e , com uma panela em uma mão, e uma colher na outra. Ele batia com a colher na panela.
estava com as roupas de , e estava apenas de boxers.
- corre, se eu te pegar você morre! – ameaçou, ainda de olhos fechados.
riu, e foi ao quarto de , onde o menino já estava acordado, e de cabelos molhados.
- Nem vem, ! – avisou rindo, ao ver o amigo.
fez bico, e olhou pelo quarto.
- Onde está a ? – Perguntou.
coçou a nuca e olhou para o amigo.
- Achei que ela estivesse com você... Quando acordei ela não estava mais aqui... – disse encabulado.
- também sumiu... – disse pensativo.
- também sumiu? – perguntou, com um tom rude.
arqueou a sobrancelha.
- Aham... Eles devem ter saído juntos... – concluiu.
rolou os olhos. Era bem óbvio que e tivessem saído juntos.
O garoto enxugou os cabelos em uma toalha, e foi para a sala, esparramando-se no sofá, a espera da namorada. Ele não tinha gostado do fato dela ter saído sozinha com .
parecia ter entendido. Deixou a panela e a colher de lado, e foi ao lado do amigo, enquanto e faziam sua higiene matinal.
- Acho que foram comprar comida... – disse, do nada.
continuou olhando a porta de braços cruzados.
- E daí? – Perguntou um pouco rude novamente.
não tinha culpa alguma, mas ele estava um pouco estressado com a situação.
deu de ombros, e continuaram em silêncio.
Risos foram ouvidos do outro lado da porta, e uma risonha, e um descabelado entraram soterrados de sacolas.
- Comida! – gritou feliz, enquanto apenas olhava a namorada.
- Hei amor, me ajuda com isso! – disse, quando seu olhar encontrou com o de .
- Eu ajudo! – se ofereceu, correndo e tomando as sacolas das mãos de .
riu e foi com o amigo até a cozinha, enquanto sentou-se ao lado do namorado. Ela deu um beijo no rosto do menino, sorrindo.
- Bom dia! – Ela disse docemente.
- Bom dia. – Respondeu , hostil.
não entendeu o comportamento do namorado. Resolveu ignorar.
- Compramos comida... – Ela disse, mexendo no cabelo dele.
- Não estou com fome... – disse, ainda não olhando a namorada, e ainda de olhos fechados.
deu de ombros, e saiu da sala, indo até a cozinha.
saiu do quarto, e juntou-se aos demais na cozinha, enquanto sentou ao lado de .
conhecia o primo mais do que qualquer outra pessoa.
- Ciúmes agora, ? – perguntou sério.
rolou os olhos e deu uma risada sarcástica.
- Menos , bem menos! – Ele disse sério.
- Pára com essa gracinha, minha irmã não merece ser tratada a patadas, por um ciuminho idiota! – disse sério.
- Não estou tratando ninguém a patadas. Eu simplesmente não acordei de bom humor! – disse sério, levantando-se e indo até a cozinha.
rolou os olhos e o seguiu.
Na cozinha, parecia alguma feira ou algo parecido. Conforme e tiravam a comida da sacola, alguém o pegava rapidamente. já tinha pego três pacotes de bolacha, duas garrafas de suco e uma garrafa de iogurte. Ele não deixava que ninguém se aproximasse.
sentou-se na bancada ao lado de , que comia uma maçã.
Os dois entreolharam-se, e voltou a olhar os amigos. Ele não pôde deixar de perceber em como sorria. Aquilo o deixou preocupado. sorria bastante, algo anormal para um cara que voltou a poucos dias de Liverpool, porque a menina que ele mais amava na vida deu um pé na bunda dele.
- , o quer pegar o seu chocolate! – disse, escondendo uma sacola de .
- Sai daí, ! – disse rindo, pulando do balcão e indo até , pegando a sacola que o menino escondia para ela.
- Eu também quero chocolate! – disse, com olhar de cão sem dono.
- Eu divido com você! – disse sorrindo abraçando a namorada.
- E comigo? – perguntou rindo.
- Tá, com vocês dois! – disse rolando os olhos.
Todos rindo, brincando...
não estava suportando aquele climinha feliz e alegre.
Rolou os olhos, desceu do balcão e foi até a sala.
Escreveu um bilhete, deixou-o pregado na porta, e saiu do apartamento. Seu humor realmente não estava bom.

Capítulo 25: Passado / Tempos Depois;

Não estava me sentindo bem, fui pra casa.
Marcamos ensaio amanhã, , não esqueça que é você quem falará com o Chez! –


estava com o bilhete nas mãos, ainda no carro do táxi.
Ela não deixou que nenhum dos amigos a trouxesse para casa, estava bastante irritada.
Pagou o taxista, e olhou as horas no relógio do porteiro: sete da noite.
Estava pouco se lixando porque tinha passado o dia todo na casa de , com , e , ela só queria conversar com .
Por que raios ele estava tão estranho?
deixou que a raiva tomasse conta dela, não deu bom dia ao porteiro, ignorou a velhinha simpática do andar de baixo, e mostrou a língua à menininha do terceiro andar, que acenava pra ela.
Entrou no elevador, e começou a bater com o pé no chão freneticamente.
Ela nunca foi uma pessoa calma, mas com a gravidez sua falta de paciência parecia ter se agravado.
A porta do elevador se abriu, e quase que correndo, entrou no apartamento.
Sua raiva pareceu sumir temporariamente, quando ela entrou em casa, e viu de moletom e toquinha deitado no sofá, de olhos fechados. A televisão estava ligada e passava qualquer jogo de cricket.
Temporariamente.
desligou a televisão, e abriu os olhos, olhando a menina, que estava com um semblante sério.
- Eu estava assistindo! – Ele disse sério.
- Você estava dormindo! Ou quase isso! – disse séria, pegando o controle remoto – , o que foi essa sua gracinha?! – Perguntou séria.
rolou os olhos. Odiava quando ela o chamava pelo nome, e odiava quando ela ficava séria.
- Que gracinha? – Perguntou com um tom de cinismo.
- Que gracinha? – repetiu, com a voz aguda – Você começa me tratando super mal, depois, ignora todo mundo, inclusive sua namorada! Como se não bastasse, vai embora sem ao menos dizer uma palavra a mim, me deixando lá, sozinha!
- Você não estava sozinha, você tinha , , e o ! – Ele fez questão de frisar o nome de .
gargalhou alto. Agora ela entendia tudo.
- Ah , você não está assim por ciúmes, está? – perguntou incrédula.
levantou-se do sofá, e foi para a cozinha.
- Não seja ridícula! – Ele disse sério, ao passar pela porta.
o seguiu, irritando-se cada vez mais.
- Não seja ridícula? – Repetiu – O único ridículo aqui está sendo você, ! Olhe a tempestade que você está fazendo, por ciúmes do ! – disse séria, chegando mais perto do menino.
abriu a geladeira e pegou um copo de água. O bebeu rapidamente, deixando escorrer um pouco dos lados de sua boca.
- Não seja prepotente! – Ele disse, depois de engolir – Não é ciúmes, já disse! – Agora, ele saiu da cozinha, indo para o quarto.
o seguiu, e fechou a porta, para que ele não saísse novamente. Ela ficou na frente da mesma, com a mão na fechadura.
- Deixa de ser infantil e me escuta! – Ela disse, começando a alterar a voz – Se não é por ciúmes, por que é então? Qual o motivo de você estar tão estranho comigo, ahn? – Ela perguntou com a voz tremendo.
sabia muito bem o que aconteceria em seguida, a coisa que ele mais detestava no mundo: começaria a chorar.
- Foi... Foi ciúmes... – Ele admitiu, baixinho, sentando na cama.
deu uma gargalhada forçada.
- Posso saber por que? – Ela perguntou séria, olhando incrédula para o namorado.
- Porque eu te amo. – disse sério.
- Isso não é motivo! – disse séria.
respirou fundo, tirando o capuz do moletom, deixando seus cabelos bagunçados a mostra.
- Eu estava com ciúmes porque quando acordei, você tinha saído com o , só vocês dois! Eu imaginei milhares de coisas, como ele fazendo chantagem emocional com você, ele tentando pular no Tâmisa e pedir que você ficasse com ele, de braços abertos na Oxford Street esperando para ser atropelado... – contava, e não pôde segurar o riso. tinha a mente fértil – E o pior, eu imaginei ele te pedindo um ultimo beijo, sei lá... Eu fiquei muito tempo sem você , muito tempo almejando momentos como os que temos agora... Eu tenho medo de que isso possa acabar a qualquer momento... É tudo sobre você, entende?
suspirou ao ouvir aquelas palavras, e algumas lágrimas brotaram em seus olhos.
Ela já não segurava mais a maçaneta.
- Mas isso não é motivo para que você me tratasse do jeito que você me tratou... Não só a mim, mas como o meu irmão, o , a e o próprio ... – dizia.
assentiu com a cabeça.
- Eu sei, eu sei... Mas na hora eu fiquei com raiva... Eu não pensei... – disse olhando para o teto – Me desculpa? – Pediu.
deu de ombros e abriu a porta do quarto.
- Que seja. – Ela disse, indo em direção a sala.
Agora a situação estava invertida, era ela quem corria de .
Sem pensar, o menino correu até ela, segurando em sua cintura, e forçando-a olhar em seus olhos.
- Me desculpa? – O menino perguntou mais uma vez, encostando seu nariz no dela.
rolou os olhos, rindo.
- Eu odeio não conseguir ficar brava com você! – disse, fazendo uma espécie de bico.
sorriu e deu um selinho na menina.
- Promete que nunca mais vai fazer isso? Dar esse tipo de ataque por causa de ciúmes do ? – perguntou.
respirou fundo, e ainda abraçado com , sentou no sofá, de modo que a menina ficou em seu colo.
passou uma mão pela cintura dela, e a outra ele segurava sua mão.
- Eu prometo não descontar meu ciúmes em você. Mas não sentir... – começou.
fez uma careta.
- , quando você e namoravam, me contava cada detalhe da relação de vocês, entende? Eu soube a primeira vez que vocês deram um amasso, sei a primeira vez que dormiram juntos, sei todas as vezes que vocês quase transaram, e sei de todas as preliminares! Ou seja, é ruim pra mim olhar pra um cara, que já viu você sem roupa, que já te beijou... É realmente estranho! E saber que esse cara ainda te ama, só dificulta as coisas... – explicava.
assentiu com a cabeça, entendendo o namorado.
- Mas não precisa ter ciúmes, ! – disse séria, dando um beijo na testa do namorado. Ela não estava mais irritada, na verdade, ela nem sabia o que era raiva naquele momento – É você quem eu amo, é com você que eu vivo, é seu o filho que está aqui dentro... – Ela colocou a mão dele em sua barriga – O é passado, um passado lindo, admito! Mas é passado, você é meu presente e meu futuro, ! Você faz minha vida valer à pena, e não o ! – explicava.
mordeu o lábio e assentiu com a cabeça.
- Eu amo você, ta! – Ele disse sério.
sorriu, colocando as mãos no rosto do namorado.
- Eu também, muito! – Ela sorriu.
a apertou contra si, e aprofundou o beijo. Nunca mais brigaria com .
- Ah! – partiu o beijo, rindo – conversou com Chez...
- Sério? E aí? – perguntou curioso.
- E aí que o Chez disse que já queria sair da banda, mas não sabia como dizer... Ele disse “que não era o seu som” – imitou o menino – Enfim, foi super educado com o garoto, não falou metade das coisas que ele disse que falaria! – riu – Bem, agora é membro oficial do McFly!
sorriu de lado.
- Que bom, realmente toca bem! – Elogiou .
- Não melhor do que você! – disse, apertando o nariz do namorado.
Os dois ficaram em silêncio, e deslizou para o lado direito do namorado, apoiando a cabeça no ombro dele.
ligou a TV, e o jogo de cricket já tinha acabado. Ele suspirou, trocando de canal. Os dois riram quando viram o começo de Back to the future II.
- Eu odeio a mulher do Marty! – disse rindo, estralando os dedos de .
- Eu acho ela hot! Quer dizer, pro tempo dela... – disse rindo.
- Eu tinha uma paixão platônica pela Marty... – contou.
- , o cara tem idade pra ser seu avô! – disse indignado.
- Mas eu disse o Marty e não o Michael J. Fox! - disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
deu de ombros.
ajeitou-se no colo do namorado, e continuou vendo o filme.
- ... – chamou, depois de um tempo em silêncio.
- Hum... – Ele disse, prestando meia atenção no filme.
A outra metade de sua atenção estava em .
- Dá pra acreditar que daqui um mês eu me formo? – perguntou sorrindo.
- Ainda bem! – Ele disse – Não agüento mais acordar cedo pra te levar ao colégio! – Disse rindo.
- É sério! E daqui dois meses, minha barriga vai estar aparecendo! – disse olhando sua barriga.
- E você vai continuar sendo linda! – disse.
mordeu o canto da boca, e sorriu.
aproximou-se da namorada, quando ouviram o celular da menina tocar.
esticou-se e pegou sua bolsa. Viu um numero desconhecido e atendeu. fingiu não prestar atenção, mas ele prestava – muita.
- Alô... – A menina atendeu, olhando para a televisão, e ajeitando-se ao lado do namorado.
- ! Finalmente atendeu o telefone... – Ouviu uma voz masculina e bastante bonita do outro lado da linha.
não reconheceu.
- Hm... Quem fala? – Perguntou.
- Ah, você não tem boa memória... Esqueceu que passou seu número para mim, ontem a noite? – O garoto continuou. Dava pra perceber que ele sorria do outro lado da linha.
- Ah! – Ela lembrou-se, e olhou-a ao ver o entusiasmo da menina – Matthew, não é isso?
- Correto! Bem, eu estou com uma campanha de biquínis e bem, por fotos eu já a achei bastante bonita, e pessoalmente posso dizer que você é ainda melhor... – sorriu ao ouvir – Pensei em você para essas fotos... Topa? O cachê é bastante bom...
- Claro! – aceitou. Adorava tirar fotos – Me diga aonde fica seu estúdio e a data.
- Melhor, me dê seu endereço que eu a busco... – Ele pediu.
- Poder ser... – disse, passando o endereço ao fotografo.
- Ok! quinta-feira eu passo ai, e fazemos as fotos! – Ele disse – Um beijo, ! – Ele disse rindo.
sorriu.
- Outro... – E desligou.
- Quem era? – perguntou, assim que a viu fechar o flip do celular.
- Ah, ontem eu conheci um cara, Matthew Levine... Fotografo. Enfim, ele disse que viu minhas fotos e ficou bastante interessado, me chamou para umas fotos e eu topei. – Ela resumiu a historia, mas não fez uma cara de quem aprovava – Amor, não faça essa cara. Eu trabalho assim!
deu de ombros e abraçou a namorada pelos ombros. Ele não queria brigar com ela mais uma vez.

xx

Apesar dos dias parecerem intermináveis, as semanas voavam e mês se passava com uma rapidez assustadora.
Mal perceberam, e estavam em dezembro.
e estavam atônitas pela formatura, , , e estavam excitados pelo fato de conseguirem um empresário e quererem montar uma gravadora – depender de gravadoras é algo totalmente anos 90, segundo eles.
O primeiro Cd do McFly já estava pronto, mas ainda não havia sido lançado. Músicas eram compostas do nada, e até surpreendia com boas letras.
Desde a apresentação dos meninos no pub, McFly já tinha se tornado incrivelmente popular na Hi Society (jovem) de Londres, de modo que os meninos não demoraram para conseguir várias outras apresentações.
era fotografada quase que todos os dias por Matthew que era um fotografo bastante prestigiado. A menina não podia queixar-se de nada, e até se conformava com o fato da namorada trabalhar.
Faltavam apenas duas semanas para a formatura de , e menina sentia-se nervosa por isso.
Sua barriga já tinha começado a aparecer. achava isso lindo, mas ainda sentia-se assustada.
A menina estava sentada assistindo televisão, de pernas cruzadas, com uma caneca vermelha de corações nas mãos, cheia de capuccino.
Estava de noite, e ainda não tinha voltado.
Com essa coisa de produzirem seu próprio disco, chegava tarde em casa, e incrivelmente cansado.
olhou sua barriga, coberta pela enorme camiseta do Star Wars de . Não sabia ainda se era menino ou menina, queria que fosse surpresa.
Sorriu sozinha, e voltou a atenção para a televisão, que passava uma reprise de The OC. Era o episódio em que o Seth foge de barco.
Deu uma golada em seu capuccino, e ouviu a porta sendo aberta. Olhou entrar molhado dentro de casa.
- Merda... – Resmungou , tirando o casaco. O menino tremia.
- , vai tomar um banho... – disse – Você vai ficar doente, assim! – Apontou as roupas do menino.
deu de ombros e foi até o quarto. ouviu um trovão, e estremeceu um pouco.
Não tinha medo, mas trovões não era legais.
Pegou novamente sua caneca de capuccino, e voltou a atenção para o seriado. surgiu com os cabelos molhados, de camiseta e boxers, sentando ao lado da namorada.
Ele deu um beijinho no pescoço da menina, que sorriu.
- Como foi hoje? – Perguntou animada.
- Bastante bom! Nosso Cd será lançado na próxima semana! – contou feliz – E já tem nome!
- Qual? – perguntou interessada.
- Room on the 3rd floor! – contou animado – Nem parece que criamos essa banda pra sair do sufoco, quer dizer, a intenção não era ficar famosa...
sorriu e deu um gole em seu capuccino.
- Mas vocês realmente são bons, merecem o sucesso mais que qualquer outra banda! – disse passando a mão no joelho do namorado.
sorriu.
- Ah, eu te trouxe uma coisa... – sorriu, pegando uma caixinha que estava nas suas mãos o tempo todo, mas que não percebeu – Eu passei na frente de uma loja e... Eu não resisti, tive que comprar... – disse, com os olhos brilhando.
sorriu abertamente, deixou a caneca na mesinha, e pegou a caixinha que estendeu a ela.
Sem cuidado algum, desfez os lacinhos e abriu a caixa.
Sorriu do jeito mais bobo possível quando viu o par de sapatinhos vermelhos, juntos e incrivelmente pequenos. Os dois cabiam na palma da mão da menina.
- Ah ! – disse sorrindo.
a abraçou pelos ombros.
- Eu não vejo hora dele... – Sorriu – Ou dela nascer... Sabe, ver essa criança correndo pela casa, quebrando meus Cds... – Riu – Poder fazer piqueniques no parque... – brisava.
sorriu boba, e abraçou com força.
- Esse foi o primeiro presente pro nosso filho... – disse, se tocando pela primeira vez que devia comprar roupas para o bebê.
- Eu sei... Já que eu não cumpri o primeiro desejo dele, me senti na obrigação... – disse rindo.
- Mas você já cumpriu vários outros... – disse, lembrando-se de seus últimos desejos.
O fondue foi algo totalmente normal, já que ela sentiu vontade de comer pipoca com pasta de amendoim, milk-shake de paçoca (o doce brasileiro que ela viu na televisão), pão com achocolatado e suco de cenoura com menta e batata frita.
- É... Nem me lembre! – disse, lembrando do sacrifício que foi achar o maldito milk-shake de paçoca.
sorriu.
- , se for menina, ela pode chamar Jullie? – Pediu .
- Por que Jullie? – perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Ah, eu gosto desse nome... – disse, enquanto passava as mãos pelo cabelo da menina.
- Ah... Eu gosto de Jenny... – disse.
- Horrível! – disse sério – Jenny é nome de velha!
- Claro que não! – disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- É sim! A avó do meu pai chama de Jenny! Não mesmo, escolhe outro!
deu de ombros.
- Jamie? – Perguntou.
- Não , sem ‘J’! – disse, dando de ombros.
riu gostosamente. Era a primeira vez que eles escolhiam nomes para o filho.
- Vamos escolher nomes para menino... – disse.
- Não tem que escolher! Vai ser Jr! – disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Não mesmo! Nada mais brega do que essa coisa de Junior! – disse.
- Ah , meu sonho era que meu filho tivesse meu nome! – pediu, com os olhos brilhando.
- Sem chance! Eu pensei em Travis... – disse.
- Horrível! Travis só fica legal pro Travis Barker! Imagina só, Travis , péssimo! – disse revirando os olhos.
- Hm... Mark? – perguntou sorrindo. Amava esse nome – Mark ! Fica legal...
- Ah... – entortou a boca – Nada de Blink!
- Ah , você é chato! – disse rindo, saindo do sofá e indo em direção ao quarto.
riu, e foi atrás da namorada.
abriu o guarda-roupas, e colocou os sapatinhos do bebê ali. Eles tinham que começar a fazer o quarto do bebê.
- , sabe no que eu estive pensando? – Ele perguntou sério.
- No que? – perguntou, ainda olhando os sapatinhos, abobada.
suspirou. Abraçou a menina pelas costas, colocando seu queixo no ombro dela.
- Sabe, a banda está indo realmente bem, eu estou com uma boa quantia em dinheiro guardada e... Eu acho definitivamente que esse apartamento está pequeno demais para nós três... – disse.
- Está sugerindo que nos mudemos? – perguntou sorrindo.
- Quase isso... – virou a menina para ele – Eu estou sugerindo que... – Ele engoliu em seco – Oficializemos isso, quer dizer, não quero chamar você de minha namorada, sendo que moramos juntos... – Ele pegou nas mãos da menina – Casa comigo?
abriu a boca, mas nenhum som saía. Não foi nada como ela havia imaginado. Ele não estava de terno e gravata – ele estava de boxers e camiseta – Não tinha velas e música romântica – tinha a luz elétrica e o barulho da chuva – não estava linda com os cabelos perfeitos – estava com uma camiseta do namorado, e os cabelos presos em um rabo de cavalo mal feito.
Mas não poderia ter sido mais perfeito.
- , se você não responder, começarei a ficar preocupado... – Ele disse sério.
sorriu abertamente e pulou no colo do namorado, que a segurou.
- Claro que quero! – Ela disse sorrindo, e dando vários selinhos no agora, noivo.
sorriu.
- Então, deixa eu terminar... – disse rindo, colocando-a no chão. Ele abriu o guarda-roupas, mexeu em algumas roupas, e pegou uma caixinha pequena. Ele a abriu, mostrando um par de alianças prateadas.
- Pronto... Agora você é minha noiva! – Ele disse, colocando a aliança no dedo anelar da menina.
sorriu boba.
- Meu noivo! – Ela repetiu, sorrindo.
a abraçou forte. Noivos...
mal podia esperar para contar a .

Capítulo 26: The Poison;

- Me amarrota, por que eu estou passada! – disse com os olhos arregalados, olhando para o anel que agora, enfeitava a mão de .
sorriu, e fechou seu armário.
- Ele não é perfeito? – gabou-se sorrindo boba, ficando de costas para seu armário, e olhando a amiga.
- Posso confessar uma coisa? – disse rindo, agora ela era quem fechava seu armário – Eu jamais imaginei que fosse um romântico, pra mim ele era apenas o garotinho fútil e prepotente que pegava mais meninas do que o Jude Law... – disse rindo, e deu um tapinha na amiga.
- Não fala assim dele... – sorriu. Fitou por alguns segundos seu anel de noivado – Ok, sou obrigada a concordar plenamente com você! – Assumiu.
começou a rir, e as duas seguiram pelo corredor.
Era a última semana de aula, a barriga de já aparecia, o que era motivo de conversas pelo colégio.
Todos já sabiam que a menina estava grávida. No começo não foi algo muito legal, ela foi – mais – motivo de conversas, e dessa vez, comentários um pouco maldosos. Porém, as pessoas pareceram ter se acostumado com isso, o que deixou a menina extremamente feliz.
A escola já tinha começado a ser decorada para o baile de formatura, as estudantes já haviam escolhidos suas universidades, e os professores já haviam fechado as matérias.
e sentaram-se no meio do campo de cricket e ficaram olhando alguns rapazes desconhecidos entrarem e saindo do salão principal, sempre carregando alguma coisa.
- Sabe, eu estava pensando... Já pensou nossos namorados famosos? – perguntou, olhando para o céu, e deitando com a cabeça encima de sua bolsa.
- Não... – respondeu sincera, prestando atenção nas meninas do segundo ano, que caminhavam sorridentes – Na verdade, eu não gostaria muito que eles fossem famosos...
- Por que não? – perguntou surpresa.
- Groupies... – respondeu com certo pesar na voz – Eu não ia gostar de meu namorado viver cercado por garotas peitudas e gostosas, que querem transar com ele apenas porque são famosos! – disse séria.
começou a rir, porém parou depois de um tempo.
- Você tem razão... – Disse.
- Eu sei! – riu – E agora que o Cd já tem data de lançamento...
- Uau. – disse, ainda olhando o nada.
As duas ficaram em silêncio, viu a tal Olívia Hornby passando com seu grupo de amigas. Ela contava alguma coisa realmente interessante, pois gesticulava exageradamente.
Por algum motivo, ficou prestando atenção na menina.
- Essa Olívia... Ela é um pouco estranha, não é? – perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.
deu de ombros, ainda deitada.
- Eu acho ela insignificante... Quer dizer, ela só tem uma utilidade: saber das coisas. – riu – Ela é quase uma Gossip Girl do St. Marrie! Sabe até a cor da minha calcinha! – disse rindo – Aliás, eu tenho certeza que foi ela quem espalhou que você estava grávida...
arqueou a sobrancelha.
- Será? – perguntou curiosa.
As pessoas não perceberam que estava grávida, realmente alguém tinha espalhado a noticia, já que com dois meses, a barriga de ainda era quase imperceptível.
- Aposto a minha coleção inteira da Victoria Secret’s! – disse estendendo a mão direita.
continuou fitando a menina de longe, já que agora ela tinha sentado em um dos bancos do jardim.
- Hum... – Murmurou a menina.
- Mudando de assunto... – disse, ao perceber que começava a pensar qualquer coisa desagradável – Como será que vai ser o baile? O comitê de organização é realmente bom, devo admitir! – começou.
- Não faço a mínima idéia... – disse sincera, agora também deitando ao lado da amiga – Espero que seja realmente bom, afinal, baile de formatura é uma vez na vida! – Sorriu.
- Faço minhas, suas palavras! – disse rindo.
- Matthew fará nossas fotos! – comentou sorrindo.
Não era porque agora era amiga do fotografo, ele realmente era bom no que fazia.
entortou a boca.
- Matthew, eu não gosto dele. – Ela disse – Ele dá em cima de você descaradamente!
riu.
- Não viaja , ele é bem profissional! – Disse a menina, ainda olhando Olívia.
- Claro! Quando você fez as fotos para a aquela marca de roupas de banho, só você não percebeu o jeito com que ele te olhava, ele praticamente te comia com os olhos... Sorte dele que o não fica presente nas suas sessões, e aliás, você não acha nenhum pouco estranho o fato dele só aparecer na sua casa, quando sabe que estará trabalhando? – disse rápido, e apenas riu.
- Matthew é um cara lindo, talentoso e rico, pode ter a garota que quiser, ele não daria em cima de mim, uma garota grávida, comprometida e que posa pra ele! Aliás, ficarei todo esse período até a formatura de férias, já que ele vai fazer um curso relâmpago em São Francisco...– disse séria – Assunto encerrado! – Disse ao ver que ia argumentar.
continuou olhando as pessoas, até que percebeu risinhos bem altos, e olhares direcionados a ela. Era o grupinho da tal Olívia.
- ... impressão minha ou essas meninas estão realmente olhando pra mim? – perguntou discretamente para , indicando as meninas a frente.
– nada discreta – olhou-as, e fez uma espécie de careta.
- Se for impressão, estamos com a mesma! – Disse.
continuou olhando, até que Olívia levantou-se e começou a caminhar em direção à menina.
olhou para a menina, juntamente com . Olívia apenas sorria, e chegou até as duas.
- Oi ! – Olívia deu um sorrisinho falso.
tinha certeza de que era falso.
- Hei. – disse, sem um pingo de ânimo. Agora, a menina sentou-se.
- Hum... Acho que não está sabendo das novidades, não é mesmo? – Perguntou a menina, com um ar de superioridade que nunca tinha percebido nela.
Desde quando essa garota tinha virado tão insuportável?
- Depende do que você chama de novidades... – disse, com o mesmo sorrisinho falso.
Olívia sorriu e olhou para as amiguinhas dela, que continuavam no jardim.
A garota sorriu.
- Estou namorando! – Ela disse sorridente.
entreolhou-se com , e ambas riram.
- Desculpe-me a indelicadeza mas... O que é que eu tenho a ver com isso, querida? – perguntou, com um ar irritantemente cínico.
Olívia sorriu vitoriosa.
- Você tem a ver que... – Ela olhou novamente as amiguinhas, que faziam sinais – Estou com seu ex-namorado...
- Ahn? – pronunciou-se pela primeira vez.
Olívia sorriu mais uma vez vitoriosa. A menina balançou os cabelos, e colocou uma das mãos na cintura. apenas olhava a menina.
Impossível... Era o único pensamento que tinha.
não podia namorar com Olívia Hornby, podia?
Não! Afinal, ele é seu ex-namorado, e ex-namorados não podem sair por aí, namorando outras pessoas, podem?
Não, não quando seu ex-namorado é .
Era um pensamento extremamente egoísta, mas ela não conseguiria ver com outra menina...
Não com Olívia.
não tinha absolutamente nada contra Olívia Hornby... Mas por algum motivo, passou a odiá-la.
- É exatamente isso, ! – A menina continuou sorrindo – Estou namorando com , e vim avisar porque hoje estaremos dando uma festa... Provavelmente ele avisou seu primo... – Olívia olhou para , com certo tom acusador – Então, vamos nos esbarrar lá, mas eu queria realmente dar essa noticia a vocês... Vejam só! Vamos freqüentar os mesmos lugares, o mesmo grupo de amigos... – Olívia dizia, como se cada palavra que ela usava, fosse algo totalmente surreal e mágico – E o melhor de tudo, podemos ser amigas! – A menina disse com seu mesmo tom de sarcasmo – A não ser que você, , ligue pelo fato de ter sido trocada por mim...
começou a rir alto quando ouviu as ultimas palavras de Olívia.
- Trocada por você?! Garota, que cara em sã consciência trocaria , por você? – defendia a amiga. – Saiba da história do término do seu namorado, e depois saia dizendo coisas... Aliás querida, você está sendo um ótimo estepe, já que está mais que na cara que ama ! – Fez questão de frisar o ‘ama’ – Agora some daqui Hornby! Agora que vamos ‘freqüentar os mesmos lugares’ – Imitou – Eu quero evitar você!
adorava cada palavra que dizia, mas estava tão surpresa, que não emitia som algum.
Olívia conseguiu o que queria.
Com um sorriso ainda vitorioso e cínico, a garota saiu, juntando-se novamente com suas amiguinhas.
levantou-se.
- Essa Hornby é definitivamente irritante! – disse, com o rosto um pouco vermelho.
Isso acontecia quando ficava nervosa.
- Eu... Não estou acreditando! – disse, um pouco atônita.
- Nem eu! caiu no meu conceito, juro! Olhe só para a Hornby! E hei, olhe para o , ele tem potencial pra conseguir qualquer garota! – dizia indignada.
- Eu... Preciso falar com a minha mãe! – disse rápido, pegando seu celular da bolsa.
não entendeu, apenas ficou olhando.
discou os números de sua casa, e ficou esperando que alguém atendesse.
Por que tinham que demorar tanto pra atender um mísero telefone?
- Alô... – ouviu o sotaque engraçado de Satiko, a empregada.
- Satiko querida, sou eu ... – disse rápido, e antes que a empregada perguntasse qualquer coisa, ela perguntou – Minha mãe está em casa?
- Está sim, espere um minuto... – Ouviu a empregada dizer.
batia o pé direito freneticamente no chão, apenas olhava a amiga, em silêncio.
- , querida, aconteceu alguma coisa? – Joanna atendeu o telefone preocupada.
não a ligava com freqüência.
- Não mãe, está tudo bem... – disse – Eu só... – Respirou fundo – Mãe, eu preciso do vestido mais bonito da sua coleção... – disse rápido, e riu, entendendo o desespero da amiga – Pra hoje!
- Mas aonde você vai com um vestido dessa coleção? – Perguntou a mulher, um tanto confusa.
- Em uma festa dos ... – contou e Joanna exclamou um ‘ah claro’ – E eu preciso do seu melhor vestido!
- Mas , você está grávida, não é todo vestido que vai ficar bom em você! – Disse a mulher.
- Mãe, eu confio em seu potencial! Me liga quando achar um perfeito! – disse rápido.
- Vou ver o que posso fazer... Até depois! – Disse a mulher, desligando em seguida.
guardou o celular novamente na bolsa, e olhou a amiga, confusa.
- O melhor vestido? Pensei que fosse guarda-lo para a formatura...
- Não, eu preciso colocar essa Hornby no devido lugar dela... – disse com um brilho no olhar.
conhecia bem aquele brilho no olhar.
Fazia tempos que não precisava disputar ‘popularidade’ ou qualquer outra coisa do gênero com alguém. Estava realmente com saudades disso.
As meninas ouviram o sinal anunciando o fim do intervalo soar, e elas dirigiram-se a sala.

releu a música duas vezes. A musica era realmente boa, mas ele sabia perfeitamente pra quem era aquela música.
- Ficou boa, ... – disse simplesmente, entregando a folha para .
- Boa? Cara, ficou demais! – disse entusiasmado – Podemos fazer uma melodia agora mesmo!
- É mesmo! Nunca pensei que você fosse bom compositor! – disse rindo à , após dar um gole em seu Red Bull.
sorriu.
- Obrigado, mesmo... – Disse sentando-se no sofá – E eu gostei da idéia de fazermos uma melodia hoje, até porque, podemos toca-la na minha festa...
- Festa? – perguntou visivelmente animado.
- Não avisei? – Perguntou o menino com a sobrancelha arqueada – Olívia foi quem deu a idéia...
- Olívia? – perguntou confuso.
- É, minha namorada. – disse simplesmente.
não continuava tão hostil com . Claro que eles ainda não eram os mesmo amigos de antes, mas davam-se super bem.
Porém, ainda tinha ciúmes de , e com essa música então...
- Eu nem sabia que você estava namorando... – disse, coçando a nuca.
- Estou. – disse simplesmente – Enfim, pensei que poderíamos tocar lá... Aliás, vou apresenta-la a vocês...
- Eu curti a idéia! – disse feliz.
- Ah, eu também... Vou ligar para a ! – disse, já indo em direção ao telefone.
- ? – perguntou, como se a opinião de importasse.
gostou daquilo.
- Pode contar comigo... adora festa! – Disse rindo.
sorriu e assentiu com a cabeça.
- Pronto, já estava sabendo da festa. Agora, podemos fazer a melodia da primeira musica composta pelo nosso pequeno ! – disse depois de alguns minutos ao telefone.
riu, e foi em direção a seu instrumento.
olhou para , e abaixou a cabeça. Por algum motivo, o fato dele estar namorando não tinha o confortado em relação a .
Ignorando os pensamentos, começaram a pensar em uma melodia, para a música do .

caminhava com a bolsa no ombro direito, e olhava os convites nas suas mãos. Cada aluno tinha ganho cinco convites, podendo convidar qualquer pessoa para o baile.
Ela já tinha destinatário para todos eles.
- Até mais tarde, ! – ouviu Olívia dizer, enquanto descia as escadas.
apenas forçou um sorriso, e sentou-se nos degraus, esperando .
Hoje, ela iria para a casa de sua mãe, então Jeffrey a buscaria. Mandou uma mensagem para e olhou para trás, vendo se aparecia.
sentou-se ao lado da amiga, também com os convites nas mãos.
- Sete dias... – exclamou, quando sentou ao lado de .
- É... Sete dias! – sorriu.
Começaram a ler o convite, e algo ali chamou a atenção de : uma banda.
- Uau, uma banda! – comentou sorrindo.
- Que banda será? – perguntou, ainda lendo seu próprio convite.
- Não faço a mínima idéia, só diz que terá uma banda... – sorriu – Bem que podia ser os meninos...
- Vai saber! Do jeito que está popular aqui... – disse rindo convencida.
deu a língua, e ouviram o motorista dos buzinar.
- Você vem comigo? – Perguntou , ficando de pé.
- Claro! Eu tenho que te ajudar a escolher sua roupa! – disse rindo.
As duas riram, e entraram na limusine. estava realmente com saudades daquilo.
Ao entrar na limusine, não evitou um momento nostálgico. Lembrou-se de quando Jeffrey ligava o som na rádio local, e começavam a cantar no fundo do carro, aos berros. Elas sempre faziam vídeos desses momentos ‘protagonistas de filme adolescente da Britney Spears’.
Foi a primeira vez que realmente percebeu o quanto sua vida havia mudado em tão pouco tempo.
Mas ela não estava infeliz, muito pelo contrário.
Mas sentia saudade...
- Jeff, liga o rádio? – pediu com um sorriso infantil.
sorriu alegre, sabia perfeitamente a intenção da amiga.
Ouviram a voz da Fergie sair dos auto-falantes do carro, e animada, começou a cantar Here I Come.
cantava junto com a amiga, e o motorista apenas ria. Ela sentia falta desses momentos, fato.

Capítulo 27: Lights And Sounds;

Depois de horas tentando escolher o que seria o vestido perfeito, estava em sua casa, fazendo sua maquiagem. Sua mãe a convenceu que, uma festa de amigos não merecia um modelo como aquele.
Então, a menina passou no shopping – com sua mãe e sua amiga, claro – e comprou uma calça jeans skinny, um casaco vermelho, acinturado e comprido – que ia até a altura do seu quadril. Colocou por cima suas botas sem salto de camurça preta, que ia até seus joelhos.
Para completar, a menina colocou um cachecol preto de lã, já que o inverno tinha dado sinal de vida. como sempre, estava trocado e arrumado.
- , já está bom... É só uma festa na casa do ... – Ele disse, ao ver que a menina ainda se maquiava.
- Já estou terminando... – Disse a menina, terminando de passar o delineador.
Ajeitou os cabelos deixando-os soltos, e ondulados. Borrifou seu perfume Dolce, e sorriu para o espelho.
Ela estava linda, definitivamente não havia chance alguma para Hornby.
virou-se e sorriu. Ela fez o mesmo.
estava com uma calça jeans, All Star tradicional, uma camisa preta de riscas de giz, com os primeiros botões abertos. O cabelo como sempre, propositalmente bagunçados.
- Até que enfim! – riu, pegando as chaves de cima do criado mudo – Pra variar, está linda!
- Tonto... – disse rindo, andando atrás do noivo – Você também! Adoro quando você deixa seu cabelo assim!
riu, e saíram do apartamento. Entraram no elevador, e a velhinha do terceiro andar sorriu para os dois.
Ela já havia contado para eles que, casou-se na idade de , e foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela.
Desde então prometeram que nunca se separariam, assim como a velhinha e o marido dela.
Eles a cumprimentaram, e saíram do elevador assim que o mesmo parou.
cumprimentou o motorista e foram em direção a garagem. Ele não gostou do olhar do garoto do quinto andar.
- Eu odeio quando esse garoto te olha... – disse fazendo uma careta – Eu já tive quinze anos, e sei perfeitamente bem o que ele vai fazer assim que entrar no banheiro! E não me agrada nada saber em quem ele vai pensar...
riu e deu um tapa no ombro do menino.
- Ouch , eu não precisava saber disso! – A menina riu – Ela parou na frente da porta do carro, enquanto a abria – Como você mesmo disse, ele só tem quinze anos...
- Mesmo assim! – Disse rindo, entrando no carro, depois da namorada.
riu.
A menina ligou o rádio, e tocava I Predict a Riot, do Kaiser Chiefs. Ambos sorriram ao ouvir aquela música.
- Watching the people get lairy, is not very pretty I tell thee… - começou a cantar, fazendo uma voz diferente.
riu.
- Walking through town is quite scary, and not very sensible either… - continuou, fazendo rir.
- A friend of a friend he got beaten, he looked the wrong way at a policeman… - cantava ainda com a voz estranha, enquanto dirigia.
- Would never have happened to Smeaton, and old Leodiensian… - continuou e olhou pra menina. Rindo, os dois cantaram alto o “La-ah-ah, la la lalala la”.
- Chega, isso foi péssimo! – disse rindo.
- Você foi péssima, não se esqueça que seu namorado é músico! – disse rindo.
- Insensível! – deu de ombros.
- Não, realista! – Ele riu, acelerando.
Terminaram – em silêncio – de ouvir a música, e mal perceberam quando avistaram a casa de .
O som estava realmente alto, e alguns caras já estavam nas calçadas talvez desmaiados. Provavelmente eram convidados de Olívia. Pelo menos, era o que pensava.
estacionou e não demorou para descer do carro. O vento gelado passou por ela, fazendo seu rosto arder um pouco e seus olhos lacrimejarem. Adorava o frio.
pegou um casaco dentro do carro e o vestiu. No apartamento estava realmente mais quente.
Ele entrelaçou sua mão à da namorada, e entraram na casa.
A mãe de estava viajando, estava nos Estados Unidos fechando contrato com a Bendell’s. Joanna contou a , por isso ele fez a festa.
A sala parecia extremamente grande sem os sofás de couro, e sem a televisão não-sei-quantas polgadas.
Colchões bastante grandes foram colocados em ‘pontos estratégicos’ da sala, de modo que alguns casais se pegavam ali. guiou a namorada até o jardim, onde sem duvidas, estava mais cheio.
No meio, um palco com a bateria já montada – e nela, o logotipo do McFly – e um pouco próximo ao palco, um Dj se divertia com sua pick-up, e tocava qualquer remix do Justin Timberlake. Bem, era Justin Timberlake, não era?
não demorou para achar e , que estavam sentados na beirada da piscina.
- Adivinha quem é. – disse rindo, tapando os olhos de com as mãos.
- , se você não tirar suas mãos dos meus olhos agora, juro que taco você nessa piscina, sem me importar com o frio! – disse rindo.
riu e tirou as mãos dos olhos do irmão, o puxando.
- Me dá um abraço, seu ogro! – Disse manhosa.
riu e abraçou a irmã, tirando-a do chão.
cumprimentou , e em seguida o cunhado.
- Uau, você está linda! – elogiou – Sem duvidas vai colocar aquela outra no devido lugar! – Comentou.
- Que ‘outra’? – perguntou, abraçando pelos ombros.
- A namorada do . – disse simplesmente – Ela é insuportável...
Nem nem entenderam o que e queriam dizer, resolveram por não se meter.
apareceu sorridente, agarrado na cintura de uma garota do cabelo azul.
nunca viu aquela garota antes.
- Caras, estou apaixonado! – disse sorridente, olhando abobado a garota do cabelo azul.
A menina riu e rolou os olhos.
- Arthur, menos... Acabamos de nos conhecer! – A menina disse rindo.
- Arthur? – perguntou.
- Eu me chamo ! – disse com os olhos brilhando – .
- Que seja! – A menina disse rindo – Vamos dançar, não consigo ficar parada! – Disse, indo na frente, deixando um abobado parado.
- Quando formos tocar, me avisem. Vou com a minha garota! – disse feliz, saindo quase que correndo atrás da menina.
Os quatro riram.
- Entendi porque se apaixonou, a garota não liga pra ele! – disse rindo.
- Era só o que me faltava, apaixonado! – disse, procurando algo (ou alguém) com os olhos.
- Será engraçado... – Concluiu .
- Já viram o ? – perguntou.
- Sim, está vindo! – disse, ficando na ponta dos pés e fazendo sinal para um que não conseguia enxergar.
Logo, os viu. estava incrivelmente lindo. Estava com uma calça jeans apertada, um Vans xadrez, uma camisa branca e um cachecol vermelho. O cabelo estava perfeitamente penteado, e sua franja caía levemente em seus olhos. Sem duvida alguma ele era o mais bonito da festa, que não a escutasse, mas ele tinha ganho até de .
Porém a seu lado, uma coisa que fez até perder o charme. Olívia Hornby. Ela usava um vestido curtíssimo verde, por baixo, uma meia-calça preta, com botas de camurça azul, que iam até a altura de sua canela. Os cabelos castanhos estavam presos no alto da cabeça, e ela vestia um casaco leve do mesmo tamanho que o vestido. Uma ótima combinação, que com ele ficou terrível.
colocou no rosto seu melhor sorriso, e puxou ao encontro dos dois.
- ! – disse sorrindo cinicamente, abraçando de um jeito que fez tanto quando Olívia, a olharem de cara feia.
sorriu abertamente, passando sua mão pelos cabelos da menina.
- ! Uau, você está linda! – Disse sorrindo.
- Obrigada! – sorriu, colocando uma das mãos no ombro do menino – Você também está ótimo!
sorriu agradecido.
- Hum, quero apresentar a minha namorada... – começou.
- Eu já tive o prazer de conhece-la! – disse ainda com seu ar sou-cínica-obrigada – Você não está nada mal, Hornby! – disse, abraçando-a – Só acho que esse casaco não combinou muito com o vestido! Estampas ficariam melhor... Mas acho que você ainda não sabe escolher roupas, não é mesmo? – disse sorrindo, agora abraçando .
- Obrigada pela dica, ! – Olívia disse entre dentes – Aliás, bela roupa!
- Eu sei! – disse – Aliás querida, conheça meu namorado, ou melhor, noivo... ! – disse, enfiando na cara de Olívia.
não estava entendendo o comportamento da namorada, ela realmente estava estranha.
Ele sorriu para Olívia, que retribuiu.
- Noivo? – perguntou, sem esconder a surpresa do rosto.
abraçou pela cintura.
- Sim! – Ele disse convencido.
sorriu e mexeu no cabelo, apenas para mostrar o anel maravilhoso de ouro branco e diamantes, que estava em sua mão.
Ela sorriu satisfeita ao ver a expressão de cobiça que Olívia exibiu.
- Hm... Parabéns então... – disse, agora ele abraçava Olívia.
- Obrigada! – disse sorrindo – Hum , que horas vocês vão tocar, estou realmente ansiosa! – disse sorrindo para o namorado.
- Não faço a mínima idéia... – disse – Quando? – Perguntou a .
- A hora que vocês quiserem... – disse.
- Estou louca para vê-los tocarem! – Olívia disse dando uma espécie de gritinho, agarrando .
rolou os olhos.
- Eu já vi muitas vezes! – Gabou-se – Na verdade, fez uma música pra mim... - Uau. – Olívia disse com seu ar ‘grande coisa’.
- Creio que você vai ganhar outra música... – disse baixinho, olhando para o céu.
- Ahn? – perguntou, mas o garoto desconversou.
- Hum , Olívia... – começou – Vamos andar por aí, depois nos vemos! – Disse, pegando na mão da namorada.
acenou sorrindo para o casal, e seguiu o namorado.
pegou um copo de vodca, e o virou de uma vez.
- Posso saber o motivo desse seu duelo com a namorada do ? – Perguntou , um pouco sério.
- Ah, rivalidade no colégio. – mentiu.
Jamais ela diria que era orgulho ferido porque Olívia estava com o seu ex-namorado.
- Hm... Me pareceu outra coisa... – disse, pegando outro copo de vodca.
- O que? – perguntou, olhando o namorado.
- Ciúmes. Do . – disse sincero, virando mais uma vez o copo.
Aquela rapidez com que bebia estava assustando um pouco a garota.
- Não seja ridículo ! Eu não teria ciúmes do ! – Mentiu – Aliás, vamos nos casar, e eu amo você! Eu tenho você, pra que mais eu ia querer outra pessoa? – perguntou sorrindo meigamente, puxando o namorado para um beijo.
correspondeu o beijo da menina, e sorriu.
- Espero... – Ele sorriu, puxando novamente a menina para um beijo.
Depois de se beijarem por alguns minutos (leia-se: vários minutos) e atraírem alguns olhares (inclusive de e de Olívia) sentaram-se em um banco próximo ao palco.
viu babando na menina do cabelo azul. Ela simplesmente desprezava , e isso fazia com que o menino se sentisse ainda mais atraído por ela. Era engraçado.
e estavam abraçados encostados em uma árvore. Eram sem duvidas o casal mais bonito da festa.
teve enjôos quando viu Olívia e trocando saliva, já que aquilo não podia ser chamado de beijo.
Beijo era aquilo que ela dava em seu namorado. Aquilo sim era beijo.
levou o seu copo de mambo five até a boca, e o engoliu.
- está fazendo sinal pra mim... – disse, apontando com a cabeça.
olhou o irmão, e viu que realmente ele fazia sinal.
- Vamos lá... – disse, pegando na mão do namorado.
Os dois foram até , e não demorou para que e se juntassem.
- Agora? – perguntou animado, esfregando as mãos.
- Agora! – disse sorrindo – Já venho... – Ele disse à Olívia, dando um selinho nela.
desviou o olhar. Aquilo realmente era ridículo.
- Boa sorte amor! – disse a , dando um selinho no namorado.
sorriu agradecendo, e seguiu , e .
Ficaram apenas Olívia, e . pegou na mão de , puxando-a para longe de Olívia.
As duas ficaram bem na frente do palco, de modo que podiam ver seus namorados perfeitamente bem.
- Eu vi tudo! – disse animada – Adorei quando você falou da roupa dela!
¬Michele sorriu convencida.
Ela ia fazer qualquer comentário maldoso contra Hornby, quando viram pegar o microfone.
- Oi pessoas! – Ele as cumprimentou – Hum, eu sei que todo mundo aqui nos conhece, então não vamos falar muito, vamos simplesmente fazer! – Ele riu – Só quero dizer que essa foi a primeira composição do nosso pequeno e que eu estou apaixonado pela menina do cabelo azul! Katie, quer namorar comigo? – Ele perguntou sorrindo.
Ou realmente tinha ficado louco, ou ele estava realmente bêbado.
A menina simplesmente riu e assentiu com a cabeça, tornando aquela cena bizarra em um momento cute.
mandou um beijo para a menina, e voltou a seu lugar.
Os quatro se entreolharam, e como se fizessem uma contagem mental, começaram uma música que nunca ouviu.
compondo? Só esperava que não fosse para a Olívia...

She was looking kinda sad and lonely
(Ela estava parecendo triste e solitária)
And I was thinking to myself if only
(E eu estava pensando comigo mesmo se apenas)
She gave me a smile but
(Ela tivesse sorrido pra mim mas)
Its not gonna happen that way
(Não vai acontecer desse jeito)

apenas ouvia a música. A melodia era gostosa, dava vontade de dançar.
já o fazia, mas queria prestar inteira atenção na música.

So I took it upon myself to ask her
(Então eu me pus na posição de ir perguntar à ela)
And be her company and maybe after
(E ser sua companhia e talvez depois)
We can talk a while but
(Nós podemos conversar um pouco mas)
I just don't know what to say
(Eu apenas não sei o que dizer)

Se aquela música era pra alguém, sentia que era pra ela.
Talvez fosse um pouco de egocentrismo da parte dela, mas ela sentia isso.
Lembrou-se imediatamente de quando discutiu com , quando o menino foi embora da casa do irmão.
Ela ficou chateada, sentada sozinha no sofá, enquanto os outros se matavam de comer.
foi o único que sentou a seu lado, e tentava anima-la, tentava conversar com ela.
Aquilo parecia ser pra ela...
E a cara de enquanto tocava confirmava isso.

'Coz you've got all the things that I want and
(Porque você tem todas as coisas que eu quero e...)
I just can't explain so
(Eu apenas não sei explicar então)
Help me babe I gotta get over you
(Me ajude, babe, eu preciso esquecer você)

Ok, a música era pra . olhou pra amiga com aquele olhar de ‘uau’. automaticamente olhou para Olívia, que estava de braços cruzados com uma cara não muito amigável.
olhou para que olhava para qualquer ponto invisível naquele jardim.
Algumas pessoas dançavam ou cantarolavam a melodia recém conhecida.
tocava olhando para a sua nova namorada, e tocava de olhos fechados.

And now and then she looks in my direction
(E agora ela olha na minha direção)
I'm hoping for a sign of her affection
(Eu espero por um sinal de seu afeto)
But she’s in denial and
(Mas ela está negando e)
She’s got some worries today
(Ela tem algumas preocupações hoje)

agora olhou para , de modo que seus olhares se cruzaram.
Ao contrário do que imaginou, o menino sorriu pra ela, continuando a tocar o seu instrumento.
olhou para , que mantinha a expressão um pouco dura. Ele sorria ora ou outra enquanto tocava, mas não era o sorriso que conhecia e tanto gostava.
Esse sorriso no momento, estava com .

But I think if she gives me a chance
(Mas eu acho que se ela me desse uma chance)
I'll pleasently suprise but
(Eu iria a surpreender com muito prazer, mas)
Help me babe I gotta get over you
(Ajude-me, babe, eu preciso esquecer você)

Agora, um dos meninos tocavam uma gaita, o que deixou a música bastante interessante.
continuava com sua expressão dura, e sorria tocando seu instrumento.
dançava sorrindo, e Olívia continuava de braços cruzados.

She has everything that she wants and
(Ela tinha tudo que ela queria e)
I just can't explain so
(Eu apenas não sei explicar então)
Help me babe I gotta get over
(Ajude-me babe, eu preciso esquecer você)

Algumas pessoas já cantavam o refrão da música.

Help me babe I gotta get over
(Ajude-me babe, eu preciso esquecer você)

Help me babe I gotta get over
(Ajude-me babe, eu preciso esquecer você)

A última parte foi cantada devagar, e em seguida as pessoas aplaudiram e gritaram.
pegou o microfone e sorriu para a platéia.
- Essa música fará parte do nosso primeiro Cd, conseguimos encaixa-la! – sorriu para – Então, aguardem o lançamento!
Algumas pessoas gritaram , e mais uma vez, os aplaudiram. Pessoas pediam por mais músicas, e era exatamente o que os meninos queriam.
anunciou uma outra música que também não conhecia: ‘Down by the lake’ mas ela não estava mais interessada nas músicas. A música composta por realmente mexeu com ela.
com cuidado, saiu do meio das pessoas e entrou na casa.
Ela ouvia a música perfeitamente bem, passou pela sala e subiu as escadas, indo em direção ao quarto de .
Era o único lugar que ela poderia ficar sozinha, e naquele momento, era o que ela queria.
Seus sentimentos realmente estavam bagunçados.
Ela amava , não tinha duvidas disso! Ela ia casar com ele, estava esperando um filho dele!
Porém, lembrou-se de com Olívia, a letra da música...
Sentiu algo estranho no estômago, e olhou pra baixo, respirando fundo em seguida.
Ela estava realmente confusa, e aquilo não era bom.

Capítulo 28: Se Ao Menos Você Voltasse;

estava deitada na cama de , e o som do McFly já tinha parado fazia alguns minutos.
Novamente, os únicos som possíveis de serem ouvidos, eram as musicas remixadas do Dj.
A menina estava abraçada ao travesseiro de . Estava tão confusa...
Fechou os olhos e pensou em tudo o que passou para conseguir ficar com . Enfrentou tudo e todos, para agora, sentir-se confusa sobre o que sente em relação ao ex-namorado.
- Fiquei preocupado... – ouviu dizer, assim que entrou no quarto.
sorriu e foi ao encontro do namorado.
- Eu só me senti cansada... Vim pra cá antes que algum casal ocupasse o quarto... – A menina riu.
sorriu e sentou perto da menina.
- Quer que eu fique aqui? – Perguntou.
sorriu.
- Não precisa, mesmo! – Disse olhando o namorado – Pode descer... Você precisa se distrair um pouco...
- Mas você vai ficar aqui sozinha? – perguntou preocupado.
- Amor, eu estou bem, juro! Só um pouco cansada, e eu quero que você se divirta um pouco! – disse séria.
sorriu, deu um selinho demorado na namorada e a olhou.
- Qualquer coisa, meu celular ta no vibra, pode me ligar que eu subo correndo! – Disse atencioso.
sorriu e mandou um beijo ao namorado.
saiu do quarto, e levantou-se indo até a porta e fechando-a.
Olhou o quarto de e sorriu indo até a escrivaninha. Olhou os pôsteres do menino, as fotos no mural... Ainda tinha várias fotos dos dois juntos, o que fez ela sorrir. Voltou para a cama, e no criado mudo, viu o que parecia um caderno.
tinha intimidade ali, então pegou o caderno que descobriu ser um álbum.
No álbum, apenas fotos dos dois juntos, e abaixo de cada foto, uma legenda bonitinha.
Na foto que os dois tiraram em uma sorveteria na Itália, tinha a seguinte legenda:
Foi nesse dia que descobri o quanto gostava de sorvete de pistache!
riu ao lembrar desse dia, deixou o álbum novamente no criado mudo, e voltou a deitar-se, sentindo o cheiro do xampu de , através de seu travesseiro.
- Sabia que você estaria aqui... – disse entrando no quarto.
levantou da cama, mas fez sinal para que ela voltasse a deitar.
- Eu sei que você deve estar cansada... Quer dizer, estar grávida deve cansar bem mais do que o normal... – disse, sentando-se na ponta da cama – Eu disse a e que você estava aqui em cima, então, eles estão lá embaixo bebendo... – Riu.
- está bebendo? – perguntou com a sobrancelha arqueada.
assentiu com a cabeça.
- Acho que está aproveitando hoje, sabe? Sei lá, está bastante responsável, uma coisa que ele não era acostumado a ser... – disse e concordou.
- E você, não vai ficar com a sua namorada? – perguntou, arrependendo-se logo em seguida ao perceber o quão rude pareceu a pergunta.
sorriu.
- Não, eu prefiro ficar aqui... – Ele disse sincero – A não ser que você queira ficar sozinha...
- Não quero. – disse rápido.
sorriu e olhou para .
- Gostou da música? – Perguntou.
mordeu o lábio e assentiu com a cabeça.
- Muito. – Assumiu.
- Er... Você percebeu que... Ela foi pra você, certo? – perguntou, olhando timidamente para .
A menina mais uma vez assentiu com a cabeça, sorriu.
- , apesar de tudo isso eu... Não quero que você sinta-se mal, pensando que eu quero voltar com você ou algo do tipo, eu vejo o quão feliz você está com , e como eu disse, a sua felicidade já basta pra mim, mesmo que eu não faça parte dela... – dizia, mas em um impulso, jogou-se nos braços do menino, abraçando-o com força.
ficou quieto, e os dois em silêncio, ficaram abraçados. O menino sentiu o corpo inteiro esquentar com o abraço da menina, ele realmente sentia falta dela.
sentiu-se bem estando perto de , mas aquela confusão de sentimentos estava mexendo com ela.
Ela sabia que amava , claro que amava! Mas por que estava sentindo-se assim em relação a ?
- Eu te confundi, não foi isso? – perguntou, adivinhando os pensamentos de .
adorava quando fazia isso: adivinhar seus pensamentos.
E ele era quem o fazia melhor.
- Confundiu... – Assumiu a menina, soltando-se do abraço.
fitou os olhos que ele tanto gostava, e colocou uma mão no joelho da menina, fazendo carinho.
- Juro que não era minha intenção. Até porque, não é justo com a Olívia... – começou, olhando pra baixo.
rolou os olhos ao ouvir o nome ‘Olívia’.
- Desde quando vocês namoram? – Perguntou , olhando o pôster do Pink Floyd.
- Desde semana passada... Conheci ela em uma festa da minha mãe... – contava.
- Você gosta dela? – perguntou, desviando o olhar de .
sorriu e suspirou.
- Você sabe que não... Mas eu tenho que aprender, não acha? – Ele perguntou, olhando a menina.
assentiu com a cabeça.
- Eu só acho que a Olívia não te merece! – Disse.
deu risada.
- Quem me merece? – Perguntou.
pensou por alguns segundos. Sua resposta seria ‘Eu, eu te mereço’ mas não, ela não merecia .
Ela foi quem terminou com ele, ela é quem estava noiva e grávida...
- Se ao menos você voltasse ... – disse sorrindo, olhando a menina, e fazendo carinho no cabelo dela – Mas eu sei o quanto você ama o , e hei, vocês vão ter um filho e vão casar! – O menino disse, olhando a barriga da ex-namorada – Eu desejo que vocês sejam felizes, e então, eu procuro o mesmo pra mim...
ouviu quieta. tinha razão, e ela estava sendo extremamente egoísta em achar que o menino não podia se envolver. Se ele gostava de Olívia, que ele ficasse com ela!
Ela só queria que ele fosse feliz. Do mesmo jeito que ele queria que ela fosse.
- Eu amo você ! – disse sorrindo, abraçando novamente o menino.
entendeu bem o significado daquele ‘eu te amo’. É o mesmo ‘eu te amo’ que ela usa com ou . Mas ficou feliz em ouvi-lo.
- Eu também pequena, muito! – Ele disse, e também entendeu o sentido do ‘eu te amo’ de .
Os dois continuaram abraçados, olhou no fundo dos olhos de , e sentiu-se bem olhando nos olhos do menino. Sem que perceberem, aproximaram-se até um barulho da porta sendo aberta, faze-los separaram-se.
Olívia estava com , e os dois olharam a cena bonita – e abraçados, quase se beijando. Eles não estavam quase se beijando – ok, talvez - mas era uma cena comum, mas que para e seu ciúmes, poderiam ser motivos de brigas.
Olívia sorriu satisfeita ao ver o olhar de no namorado.
- ! – esboçou um sorriso, tentando disfarçar o quanto a situação estava constrangedora.
Não era legal o seu namorado chegar no momento que seu ex-namorado diz que te ama.
- ... ! – disse com aquela mesma expressão séria – Que momento bonito, ahn?
- , estávamos conversando... – começou, dando de ombros.
- Eu vi. – disse dando um sorriso falso – Eu não pedi explicações, . Está tudo bem! – Ele disse, levando o seu copo a boca. já estava um pouco alto.
lançou um olhar mortal à Olívia, que disse – sem emitir som – as palavras ‘1 a 1’.
sentiu vontade de avançar em Olívia e espanca-la até a morte. A menina olhou , e fez sinal de que iria com . sorriu de lado e assentiu com a cabeça.
deu as costas e saiu do quarto, e foi até ele.
- , me espera... – pediu.
parou bruscamente e olhou .
- Obrigado , ganhei um lindo papel de otário! – disse nervoso, olhando a menina com uma cara nada amigável.
- Do que é que você está falando? – perguntou séria.
Os dois discutiam no corredor, de modo que sempre que alguém passava por eles, prestava um pouco de atenção na conversa. Era algo realmente novo vê-los discutindo.
- A namorada do me disse... – riu ao dizer ‘namorada’ – Disse que viu vocês dois sozinhos no quarto, abraçados... Depois ela não quis ver o resto, e quando eu entro no quarto, ouço você dizendo que o ama, ele dizendo que te ama também, e por fim os dois se abraçam! O que será que aconteceu antes?– perguntava de um jeito rude, pouco se importando com o que pensava.
- Então pra você eu sou capaz disso? Capaz de te trair com o ? – perguntou com a voz embargada.
respirou fundo e olhou para cima.
- Não sei. – Disse sincero – Você o traiu comigo.
deu um soco no tórax do , achando que com isso fosse machuca-lo. No momento, era o que ela queria: machuca-lo fisicamente.
- Seu idiota, eu amava você! Eu trai o , um cara maravilhoso, porque eu AMAVA VOCÊ, SEU IDIOTA! – Ela gritava agora. Quem achava que ela era?
- Amava? – perguntou sério.
olhou para cima e respirou fundo.
- Amo ... Mas você parece não dar valor pra isso, parece não confiar! – Disse.
- , como você quer que eu acredite, sendo que agora mesmo a namorada do veio chorando me dizendo que vocês estavam juntos no quarto? – disse, agora ele é quem estava com a voz embargada.
aproximou-se do menino.
- , olha pra mim! – Ela pediu, e o menino o fez – Eu estava com no quarto? Estava! Estávamos abraçados? Estávamos! Mas você não ouviu a conversa toda... Ele estava me desejando felicidade, com você! sabe que eu amo você, sabe que vamos nos casar e tudo mais... – pegou nas mãos do menino, que estava com a mesma expressão dura - Eu jamais enganaria você , é você quem faz a minha vida valer a pena, eu amo você! – disse sincera.
Se ela estava confusa, essa discussão deu clareza aos seus sentimentos.
Amava , mas como um amigo, nada mais.
Ela amava , não podia viver sem ele, não aceitaria a mínima hipótese de ficar sem ele.
- Eu... , eu te amo tanto, eu não quero te perder... – disse ainda olhando pra cima.
o abraçou com força.
- Não fica bravo comigo, vai... – pediu – A Olívia é uma piranha, que fez isso de caso pensado, acredite! E eu amo você, já disse que não tem motivos pra você ter ciúmes do , afinal, eu terminei com ele por você! assentiu com a cabeça.
- Me desculpa... – Ele pediu – Eu agi feito uma criança ciumenta...
sorriu e deu um selinho no namorado.
- Tudo bem... Dessa vez! – Ela disse sorrindo de lado.
pegou a menina pela cintura e aproximou os corpos, dando um beijo de leve nela.
Simplesmente não sabia viver mais sem , e tinha que deixar de ter tanto ciúmes dela.
Ele tinha que confiar, sabia que jamais o enganaria.
- Acho melhor irmos embora, essa festa já acabou pra mim... – disse, olhando-a nos olhos.
assentiu com a cabeça.
a pegou pela mão, e juntos desceram as escadas com cuidado. tinha medo de que pudesse tropeçar ou algo do tipo.
Despediram-se de alguns amigos – inclusive de e a menina chamada Katie – e entraram no carro.
continuava quieto, mas sabia que amanhã estaria tudo normal.
Ela ainda estava se acostumando com o jeito do primo.


Do capítulo 29 em diante


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