“Born in the U.S.A, do do do do” – Danny Jones, 22 anos, guitarrista e vocalista da banda McFly e, sem dúvida nenhuma, o homem com a voz mais sexy de todo Reino Unido - pelo menos é assim que ele se define. Enfim, o rapaz desligou o chuveiro e saiu do boxe.
Procurou por ali sua toalha e logo a encontrou, enrolando-a em volta de sua cintura. Olhou-se no espelho e pensou no quão gostoso ele era. Gargalhou com o próprio pensamento e partiu para o quarto à procura de uma boxer limpa. O que foi muito difícil para ele, já que a cerca de um mês não passava na lavanderia. Encontrou um par de boxer e escolheu a “menos” nova para usar em casa. Jogou a toalha em qualquer canto do quarto e fez o caminho até a cozinha, pegando uma cerveja e, em seguida, foi para a sala.
- Ahhhh – disse o menino ao se jogar no sofá.
'Enfim vou relaxar', ele pensava.
- Vamos! Vamos! – gritou enquanto via o jogo pela tv.
Ouviu pequenas batidas na porta e nem se moveu para ver quem era. Hoje ele só queria ficar de bobeira. As batidas insistiram, ficando um pouco mais pesadas; ele bufou e gritou: - Já vai, porra!
Danny abriu a porta e, em seguida, deu um passo para fora. Olhou para os lados e não viu ninguém.
- Esses pirralhos – murmurou.
Ia voltar para dentro de casa quando algo lhe encheu os olhos.
- Uma cesta? – Deu um passo para frente da cesta. – Ah, presente de fã, claro. – Parou. - Ou seria uma bomba – disse assustado, com os olhos arregalados.
Lentamente, o garoto removeu o cobertor em cima da cesta. Não era uma bomba e... Vendo pelo ângulo em que ele estava, era sim uma bomba.
Capítulo 2
- UM BEBÊ? MAS QUE PORRA É ESSA! – disse um pouco mais alto. “O que está acontecendo? Que brincadeira mais idiota”, pensava.
Olhou mais atentamente para o pequeno à sua frente e sussurrou algo difícil de se entender. Danny deu um suspiro nervoso e, com todo cuidado, pegou a cesta, levando, assim, a criança para dentro de sua casa. Passou as mãos freneticamente pelos cabelos pensando no que faria.
- Tom! – Danny pegou seu celular e discou o número do amigo às pressas.
- O que você quer, Danny? Já são onze horas da noite – disse o menino com a voz cansada.
- Dude, você precisa vir aqui, agora.
- Ah não, tÁ tarde... – disse com a voz cansada e sonolenta.
- Tom, por favor, é sério.
- Amanhã, okay. Bem cedo estou passando por aí.
- Thomas Michael Fletcher, eu juro que estou precisando de ajuda.
- Ah não... Você pode esperar – resmungou. Quando Tom queria, era realmente irritante e teimoso.
- Não dessa vez, Tom – disse sério.
- E porque não, Jones? – perguntou, agora já mais esperto.
- Tem um bebê na minha porta – disse Danny com medo da reação do amigo, que, do outro lado da linha, havia ficado mudo.
- Em cinco minutos estou aí – disse.
- Em cinco minutos? É muito, dude... Alô? Desligou - Danny resmungou e, em seguida, fez o mesmo.
Fatão: Ele precisava de uma cerveja, mas aquele não era o momento.
Do jeito que estava, Tom saiu. Apenas com uma boxer de patinhos, ao relento, se esquentando apenas com seus braços em volta de si mesmo.
- Danny, se for brincadeira, você vai... – disse Tom adentrando a casa de Danny sem ao menos bater na porta. Estava pronto para ameaçar o menino quando viu Danny sentado no sofá, olhando para a cesta a seu lado. – Fudeu – disse o menino, levando a mão à boca.
- Pois é, meu amigo.
- Dan, me explica o que está acontecendo...
- Se eu soubesse, meu caro, Tom... – Suspirou pesadamente, colocando agora suas mãos em sua cabeça. - Eu estava aqui e ouvi baterem na porta. Daí, quando fui ver quem era, a cesta estava lá fora, e nela esse neném – disse olhando para a criança.
- E havia algum bilhete ou algo assim?
- Não sei, não olhei...
- Vamos ver então – disse o menino, indo até à cesta e vasculhando-a. Lá encontrou três fraldas, mamadeiras já prontas, um manto, algumas roupinhas e, debaixo disso tudo, havia uma carta.
“Danny, sei que esse deve ser o maior choque para você, do mesmo jeito que foi para mim há onze meses atrás.
O nosso bebê tem dois meses e meio e nasceu no dia 28 de janeiro. Me perdoa por ser dessa maneira, mas essa foi a única solução que eu encontrei. Depois da noite que ficamos juntos, nunca mais te vi , senti e nem te ouvi; não entrei em contato com você porque certamente acharia que era um golpe, então optei por deixar o nosso filho em sua porta. Espero que você o ame da mesma maneira que eu amo, ou até mais. O bebê ainda não tem nome, deixo isso com você. Por favor, não tente entrar em contato comigo e nem coloque nosso filho na adoção. Boa sorte, meu amor. Adeus.”
Tom terminou de ler a carta, mas, a pedido de Danny, leu mais de trinta e quatro vezes.
- Er... Eu não lembro dela mesmo não – disse o garoto viajando.
- Claro que não, você dorme com meninas como troca de roupa e, além do mais, você dormiu com ela há um ano.
Eles ficaram em silêncio.
- Claro que eu durmo com meninas, acha o quê? Que deveria dormir com homens? - disse Danny sarcástico, mas Tom fez questão de ignorá-lo.
- Dude... Você é pai!
- Você acha que ele é meu filho mesmo? – perguntou com um olhar desconfiado.
Tom olhou de Danny para o bebê, que agora estava de olhinhos abertos, brigando com o sono. Viu os enormes olhos azuis do pequeno, seus poucos cabelinhos castanhos claros e o incrível formato da boca do bebê, que no momento formava um pequeno sorriso. Ele era idêntico a Danny.
- Dude... A criança é tua! – disse Tom, horrorizado.
Capítulo 3
- Você não é o primeiro a dizer isso - ironizou Daniel, mas foi ignorado por Tom.
- Desculpa fazer essa pergunta indiscreta, mas que cheiro é esse? Foi você que pei...
-Não - resmungou Danny. - E eu ia te fazer a mesma pergunta.
Tanto Danny quanto Tom olharam para o pequeno. Thomas andou até o bebê e o pegou no colo e Danny o olhava maravilhado, pensando onde o amigo havia aprendido a pegar um bebê daquele jeito.
- Oh Deus! - disse Tom, afastando-se do bebê de imediato.
- Meu filho é um garotão, né? - disse com os olhos brilhando. - Puxou o pai.
- Pode ser, Dan, mas não foi por isso minha "empolgação" e sim por isso – disse Tom, mostrando a fralda do pequeno absurdamente suja. O que fez Danny colocar as mãos no nariz imediatamente.
- Bom, veja pelo lado positivo, não é nada pior do que o Dougie faz, né - garantiu Tom.
- Thomas... Olha isso... - dizia Danny fazendo cara de nojo, ainda olhando para o pequeno todo sujinho. Na hora que Tom foi olhar na mesma direção que Danny, só pode sentir um jato em si mesmo. O bebê acabara de fazer xixi em Tom.
- Ahhh molequeeee – disse olhando para o pequeno. Danny já gargalhava, lembrando da cara que Tom fizera.
- Dude, você foi batizado! - Danny ainda ria.
- Não vejo graça nenhuma - disse emburrado. - Vou pra casa, preciso tomar um banho.
- Primeiro vamos limpa-lo, depois você toma banho. – Danny o puxou pela camisa.
- Mas...
- Nada de "mas". Você que viu sua mãe cuidar da Carrie, o que vamos fazer?
Tom bufou e respondeu:
- Bom, pegue uma toalha limpa e sabonete novo, que você não tenha usado ainda - decretou Tom, levando o pequeno para a cozinha. O posicionou na pia e esperou que Danny chegasse com as coisas.
- Heyyy, na pia da cozinha? Não tinha um lugar melhor não? Poxa, eu lavo a louça onde como aí, dude.
- Deixa de ser chato e me ajuda a dar banho nele. - Assim Danny fez. Depois de caras e bocas, Tom o ensinou a banhar o bebê, como colocar a fralda e etc. Danny pegou o pequeno no colo e viu que ele ainda lutava com o sono.
- Não sei onde vou colocá-lo para dormir. Naquela cesta é um perigo.
- Coloque-o na cama. Entre você e a parede. Assim não corre risco dele rolar e cair.
- Okay. Tom, muito obrigado. Não sei o que faria sem você, mate.
- Tudo bem. Sabe que sua vida vai mudar completamente, não é?
- Sim, eu sei, mas deixemos isso para amanhã, estamos muito cansados para ter essa conversa.
- Tem razão. Só mais uma coisa, já sabe o nome?
- Poderia ser Júnior. Daniel Júnior. – Danny sorriu.
- Ah não, pelo amor. Coitado. E também não precisamos de outro Danny Jones correndo entre a gente.
- Chato. Dude, vou deitar, estou muito cansado.
- E eu vou para casa. Amanhã cedo estou aqui.
- Valeu mesmo, amigo, não sei o que faria se não estivesse me ajudado.
- Que nada. Boa noite. - E assim Tom deixou a casa de Danny, que se perdia em pensamentos, em como aquilo fora acontecer. Pensou na possibilidade daquela criança não ser sua, mas também pensou em como seria sua vida se o pequeno realmente fosse seu. Antes de dormir, lembrou o que havia dito anos atrás, sobre que se tivesse um filho, ele se chamaria Dylan.
- "Dylan" - sussurrou antes de adormecer.
XX
- Danny. Mate, acorda - Tom o chamou pela quarta vez e, graças ao choro do bebê, Danny despertou.
- Um bebê? - pensou ainda de olhos fechados. - AHHHHH!!! - gritou assim que abriu os olhos e viu Tom com seu suposto filho nos braços. De imediato, todos os acontecimentos da noite anterior vieram à sua cabeça.
- Danny, ele tá com fome. Faz algo para ele, porque ontem nos esquecemos de colocar as mamadeiras dele na geladeira, então o leite ficou azedo. Antes de vir pra cá, eu comprei uma lata de leite em pó, está lá na cozinha.
- Ahn? Mas, Tom... EU NÃO SEI FAZER NADA! - desesperou-se Danny. O que fez o beber chorar mais ainda.
- Calma, cara - disse Tom, dando a chupeta para o bebê, que logo parou de chorar. Pôs o neném numa caminha improvisada e correu para ensinar Danny como preparar uma mamadeira.
Depois de pronto, Tom amostrou como Danny teria que fazer com a criança, passando o pequeno para o colo do pai logo em seguida que logo começou a alimentar o pequeno e já se sentiu emocionado. Tom não pensava diferente. Era uma cena bonita de se ver. Daniel tentou fotografar o momento com os olhos, pois era algo único.
- Tom? Danny? - disse Dougie, provavelmente com Harry, assim que abriu a porta da casa de Danny.
- Não falo com eles desde ontem à noite, dude - disse Harry entrando na casa após Dougie.
- Nem eu e...
- DOUGIE! - gritou Harry, quase caindo para trás. Dougie, por sua vez, soltou um grito estridente, o que fez Tom, assim como Danny, se assustar.
- Eu posso explicar! - disse Daniel de imediato. O bebê começou a chorar freneticamente. - Tom, ele tá chorando de novo - disse já nervoso.
- Se você continuasse a alimentá-lo, ele pararia - disse o óbvio, vendo o pequeno fazer movimentos inopinados.
- Ugh, faça-o parar - suplicou Dougie, que mantinha as mãos na orelha.
- Calma, filhão, estou aqui - disse Danny voltando a alimentar o pequeno, que logo parou de chorar. Danny estava tão nervoso que nem notou o que disse.
- Danny, o que está acontecendo? – sussurrou Harry.
- Porque está sussurrando? - perguntou Dougie da mesma forma que o amigo fizera antes.
- Por causa do neném... - disse ainda mais baixo.
- Já chega os dois, podem falar normalmente. É só não fazer escândalos...
- Então, Jones, o que está acontecendo? - perguntou Harry novamente, só que agora mais sério.
- Eu vou explicar...
- Você está bem encrencado, rapaz - disse Dougie, colocando as mãos na cintura, com um olhar severo no rosto.
- DÃGSTER? - questionaram os rapazes e logo Dougie se olhou.
- Desculpe... Er, adrenalina do momento. - Sorriu sem graça, tirando as mãos dos quadris e voltando a olhar para Danny e o bebê.
- Continuando, isso é um bebê - disse num suspiro severo, indo em direção ao sofá e sentando no mesmo.
- Okay, e o que esse bebê está fazendo aqui? - perguntou Dougie calmo. - Parente distante?
- Não. Ele é, erm... meu... meu filho – disse Danny, cauteloso. Dougie e Harry ficaram sem reação, não piscavam e pareciam não respirar também.
- O QUÊ? - gritou Harry e logo Tom fez sinal de silêncio. - Desculpe - sussurrou. Já Dougie permanecia com a boca aberta, parecendo um perfeito idiota.
- Quer dizer que ele é seu filho? - inclinou-se para ver o pequeno. - Mas ele é bonito! - Logo Danny contou tudo o que aconteceu na noite anterior.
- E agora ele é o meu filho... Dylan. Mas não tenho muita certeza de que ele seja meu mesmo - terminou Danny de contar tudo o ocorrido. Dougie ainda não havia mexido um músculo.
- Como foi idiota, Danny... Um filho? É muita responsabilidade. Justo você... - Harry disse decepcionado.
- Não tenho nada a fazer agora, Harold, a não ser cuidar desse pequeno, e eu conto com a ajuda de vocês - disse olhando para os meninos. Tom e Harry balançaram a cabeça positivamente e sussurraram "okay, dude" olharam para Dougie, que agora parecia estar voltando ao normal.
- Eu... Eu sou tio... - disse Dougie, caindo no choro.
Os meninos o olharam assustados.
- Mas essa não é a pior parte. A pior parte é que não lembro da mãe dele. Não lembro como, onde e com quem meu filho foi concebido - disse triste. Dougie olhou para o amigo ainda com os olhos cheios d'água e o abraçou pelos ombros. Danny deu o pequeno para Tom segurar e retribuiu o abraço de Dougie. Danny precisava de um amigo e felizmente tinha três. Isso o deixava mais aliviado.
- Temos que fazer uma lista, Dan.
- Uma lista de quê? – perguntou, colocando seu pequeno na caminha improvisada que ele e Tom fizeram.
- Lista de bebê!
- Pensei que tinha tudo... - disse de um jeito estupidamente estúpido.
- Não mesmo, Dan - Tom disse olhando para o amigo, que havia se distraído com um desenho qualquer.
- DANNY! - gritou Harry e Dougie. - Presta atenção, dude.
- Ahn, vão fazendo aí e depois me chamem, okay?
- Não.
- Qual é o problema, Tom?
- Você. Olha isso, não sou eu quem tem que fazer isso - disse jogando o papel e caneta na mesa.
- Mas eu não entendo nada disso.
- E você também não procura saber!
- Ah, Thomas...
- Danny, esse filho é SEU! Você e a mãe dele que são os responsáveis - disse ainda mais sério. Todos no local ficaram observando Danny, já que o próximo passo teria que vir dele.
- Você está certo... - sussurrou e pegou o papel e caneta que Tom havia jogado a mesa, logo começou a escrever.
Lista:
Fraldas
Chupeta
Mamadeiras
Roupas
Brinquedos
Capítulo 4
- O Fletch telefonou – disse Dougie ao adentrar a casa de Danny no dia seguinte.
- E...? – perguntou Harry, que brincava com Dylan.
- Temos uma entrevista e photoshoot amanhã com a Cosmo Girl!
- Será que ele sabe sobre o... – disse Danny saindo da cozinha e depositando o olhar em Dylan, que agora estava com Dougie.
- Nop. Não contamos para ninguém, então não tem como ele saber.
- É... – disse Danny, pegando o pequeno de Dougie.
- Ahn, posso dar mamar pra ele?
- Você quer ajudar? – Tom perguntou confuso para Dougie e o viu balançar a cabeça positivamente.
- Er, acho que não estou bem, mas vou te deixar dar de mamar para o Dylan - Danny disse entregando o pequeno para Dougie, que, de imediato, acolheu Dylan e o amamentou. Era incrível o carinho de Dougie com o pequeno. Os meninos ficaram olhando maravilhados.
- Vocês estão bem? – perguntou ao ver os outros três o encarando.
- Nós que deveríamos fazer essa pergunta – Tom disse o óbvio.
- Ah, é que sempre quis ter um irmão mais novo, sabe – disse com um sorriso encantador olhando para o pequeno. - E um cachorro, depois que a Jazz apareceu lá em casa – ele disse e os meninos explodiram de tanto rir da declaração que ele fizera. Dougie parou de amamentar o pequeno antes que o leite acabasse e colocou o frasco em cima da mesa. Colocou o pequeno de pé, de modo que ele apoiasse em seu ombro e deu leves batidas em suas costas. Mas o pequeno não achou tão leve assim, pois começou a chorar.
- Devagar, dude, é só para ele arrotar, Dougie – reivindicou Danny.
- É, e não para meter o cacete na criança!
- Mas não sei por que ele chora, minha mãe sempre fez isso – Dougie disse com o rosto preocupado.
- Me dá ele aqui... – Tom, que ia a direção do pequeno, disse.
- Não. Eu que tenho que me acostumar a isso – suspirou Danny e, em seguida, assumiu o bebê de Dougie, que sentou no braço da cadeira ainda assustado.
Danny pegou o pequeno e o colocou da maneira que Dougie havia feito antes, mas ao invés de dar leves batidas, ele fez movimentos circulares nas costas de Dylan, que logo parou de chorar.
- Uou, dude, está ficando bom nisso – Harry o elogiou. Danny sorriu para Harry, mas logo o momento foi interrompido por Dylan, que deu um arroto nada discreto e com um cheiro nada bom também... E olha que ele é um bebê!
- Woooo, sabia que gostava dessa criança! – Dougie disse rindo.
- Ahn, Tom, acho que preciso de ajuda aqui – disse Dan, afastando o bebê um pouco e olhando para a fraldinha dele.
- Pensei que iria aprender sozinho – Tom disse cínico.
- Deixa de ser chato e me ajuda logo – disse invocado. Tom foi até a cesta do pequeno e pegou lá a última fralda que restava. – Vamos trocá-lo no seu quarto - disse já à frente de Danny e o bebê. Harry e Dougie só os observavam.
- Precisamos ir as compras... E ele precisa ir ao médico também. – Apontou para o pequeno.
- Eu sei, Tom – Danny disse com uma expressão cansada. Tudo isto havia chegado de repente e rapidamente, e Danny nem pôde reagir. Talvez tenha reagido um pouco ao passar uma hora chorando debaixo do chuveiro, mas isso não foi o suficiente.
Danny tinha que refletir sobre o que iria fazer. Se ele iria dar o bebê, se ele se compromissava a dar uma família para o pequeno ou se iria somente mantê-lo? Não era uma decisão fácil de se tomar. Danny estava com vinte e dois anos, com bom aspecto, bem sucedido... Mas de que adianta tudo isso se no final das contas estava com um peso nas costas?
- Isso tudo é muito lindo, mas quem vai ficar com o Dylan amanhã? Temos o compromisso com a Cosmo Girl – disse Harry adentrando o quarto de Danny e fazendo com que ele acordasse desse pensamento.
XX
- Dude, a Kathy já sabe? – Tom perguntou.
- Ainda não. Os únicos que sabem são vocês...
- E a mãe do bebê – Dougie disse como se fosse um detalhe muito importante.
- Continuando, o que vamos fazer?
- Não faço idéia. Não sei onde posso deixá-lo amanhã.
- Porque não o levamos?
- Fletch nos mataria e iria querer explicações.
- É, mas ele nem vai amanhã.
- Tem certeza?
- Absoluta. E se perguntarem, é só falar que é um parente distante...
- Não sei se seria uma boa idéia.
- Claro que é. E também é a única saída que nós temos... A não ser que você queira contar para todo mundo sobre o bebê.
- Eu quero fazer isso, mas não agora... Só quando eu estiver certo de que ele é meu filho - disse Danny observando o pequeno à sua frente.
- O que não vai ser difícil. Se ele pequeno do jeito que está, percebe-se que é a sua cara - disse Tom.
- O importante é ter saúde, dude - Harry disse segurando o riso, ao contrário dos outros meninos (menos Danny), que riam.
- Imagina ele maiorzinho.
- Essa é fácil. Vai ser feio... - disse Dougie rindo mais que tudo.
- É... Tadinho.
- Vocês estão se achando muito engraçados, né - resmungou Danny.
Os meninos ainda riam de Danny, mas logo a alegria foi tomada pelo desespero. A campainha havia tocado! E se fosse Fletch?
- Dude, o que a gente vai fazer? - sussurrou Tom.
- Fingir que não tem ninguém? - sugeriu Harry.
- E se for alguma coisa importante? Olha, vou pro quarto com o Dylan. E nem pensem em deixar a pessoa entrar!
- Não, Danny. Dois vão para o quarto com o Dylan e você e mais um atendem a porta - sugeriu Harry outra vez.
- É. Acho melhor, dude.
- Tá - Danny disse e deu um beijo em seu filho, colocando-o no colo de Tom e puxando Dougie para perto de si. Ambos fizeram sinais. Dougie apontava para a porta e Danny foi atender a mesma.
- Quem é? – perguntou, olhando pelo olho mágico.
- Danny, sou eu, Fletch - o cara disse e Danny logo abriu a porta.
- Erm, oi. – Danny sorriu um tanto sem graça.
- Hey. É... Está tudo bem? Você está meio pálido.
- Sabe como é, né, Londres, não faz muito sol... - disse Danny com uma pequena fresta da porta aberta.
- Sei. – Fletch o olhou significativamente. Danny logo se tocou.
- Ah, entra. - Abriu mais a porta.
- Ah, Dougie, só você está aqui? Vim na esperança que Harry e Tom também estivessem.
- Ah, eles estão no quar...
- Eles NÃO estão aqui. Estão por aí... Nesses quartos de motéis da vida - Danny lamentou e Dougie percebeu que já ia falar o que não devia.
- Aqueles dois...
- Mas então, Fletch, o que queria falar?
- Ah sim, Cosmo Girl amanhã. Eu não vou acompanhar vocês, tenho que ir à França.
- Então tá.
- Olha, não se atrasem, sejam educados e estejam inspirados para a sessão de fotos.
- Tá bom, Fletch - disseram os dois juntos.
- Passem esse recados para os outros.
- Erm, só isso?
- Só, já estou indo.... Não precisa expulsar - ele disse indo da direção da porta, resmungando alguma coisa. Na mesma hora, Dylan do quarto ameaçou chorar. O que fez ecoar o som do mini choro do bebê pelo apartamento inteiro.
Danny e Dougie se olharam assustados, ambos suavam e estavam gelados. Fletch parou e olhou para trás, encarando os dois meninos.
- O que foi...
- Dougie de palhaçada, Fletch, sabe como ele é. - Nesse momento, Dougie deu seu melhor sorriso e começou a chorar como um bebê.
Fletch e Danny o olharam assustados.
- Eu hein - disse Fletch, saindo do apartamento.
Isso foi o suficiente para Danny e Dougie respirarem aliviados.
Capítulo 5
- Precisamos de uma solução, meu caro Jones. De problemas já estamos cheios -Harry disse e posicionou o olhar em Dylan.
- Não chama o meu filho de problema – resmungou Danny.
- Tem razão, o problema não é ele e sim o pai que ele tem - Tom disse sério. - Você tem noção que temos um compromisso inadiável hoje? Temos que encontrar uma solução, dude - o menino falava agora andando de um lado para o outro, demonstrando seu nervosismo.
- Olha, eu tive uma idéia! Vocês já assistiram o filme dos bebês que se comunicam entre si... Um deles até dança Bee Gees - Dougie falou fazendo a dancinha e os meninos concordaram freneticamente. - Então, poderíamos disfarçar o Dylan e...
- Não, dude, nem continua - Tom disse sério e Dougie bufou.
- Alguém tem uma sugestão sem ser a de NÃO ir a Cosmo? - Danny perguntou e todos ficaram quietos, mas este silêncio foi interrompido pela campainha. A tensão novamente se instalou no lugar. Antes que qualquer um pudesse expressar sua afeição de pânico, Danny correu para a porta e viu quem era pelo olho mágico.
Era a dona Maria, uma velhinha simpática do apartamento ao lado, que vivia com os seus dez gatos e uma neta gostosa. Na opinião dos garotos.
Danny fez sinal para que os meninos fossem para o outro cômodo com Dylan e assim eles o fizeram.
- Dona Maria, meu amor! - disse simpático, abrindo a porta.
- O que você aprontou, hein, garoto? - ela perguntou com um olhar desconfiado para Danny, que fingiu estar ofendido. - Você não andou espionando a Luíza de novo não, né?
- Que isso, dona Maria! Desse jeito a senhora me ofende - disse e fez biquinho.
- Olha, meu rapaz, eu vim aqui te pedir um pouco de açúcar... Tem? - perguntou a senhora e Danny, depois de pensar um pouco, respondeu:
- Hm, de doce aqui, só eu mesmo, dona Maria - disse passando a mão por toda a extensão de seu peito.
- Que merda, hein - disse balançando a cabeça negativamente. Danny a olhou sério, deu um passo para dentro de seu apartamento e bateu - sem dó nem piedade - a porta na cara da pobre velhinha.
Os meninos, que estavam no quarto junto com Dylan, vieram saber quem era e o que tinha acontecido.
- Quem era, papai? - Dougie fingiu uma voz de criança, balançando a mãozinha de Dylan, como se fosse ele quem estivesse falando com Danny.
- Dona Maria... Queria um pouco de açúcar, filho - respondeu.
- Você não disse a ela que de doce só tinha você mesmo não, né?
- Disse! - disse Danny e os outros balançaram a cabeça negativamente.
Depois de uns minutos de silêncio...
- Eu tive uma idéia e, dessa vez, ela é boa - Dougie disse sério, olhando para um ponto fixo na sala.
- E o que te faz ter tanta certeza de que a idéia é boa?
- Hm, minha cabeça doeu quando eu a tive - respondeu Dougie. Os outros três se entreolharam e se aproximaram do amigo.
- Diz aí sua idéia, dude.
Os garotos arrumaram Dylan com a clássica roupa de marinheirinho e foram correndo para a Cosmo Girl com o garotinho. E como Fletch havia dito para não se atrasarem, eles fizeram exatamente o contrário. Chegaram ao local com uma hora de atraso, vale destacar.
- Erm, desculpe o atraso - Danny disse olhando para um grandalhão careca, que chegava a ter aquelas dobrinhas na nuca, com cara de mal.
- Ai, imagina, baby, andem logo... Já está tudo pronto! - Harry deu uma risadinha discreta, Tom pensou “tamanho realmente não é documento”, Danny se aliviou em saber que o cara era um bichinha e Dougie... Bem... Cri-cri.
- Rapazes, eu sou a Janet e vou fotografar vocês - uma menina baixinha, porém com longos cabelos loiros, disse. – Ownn, que gracinha - apontou para Dylan. - Não sabia que um de vocês já tinha filho. Isso daria uma ótima matéria - disse ela mais para si do que para os guys. Mas eles acabaram escutando e o coração de cada um ali começou a bater freneticamente.
- Erm, ele é meu sobrinho. – Sorriu Dougie de lado. - Estou cuidando dele por uns tempos.
- Ah... - disse a menina desapontada. - Já tinha até minha manchete... - ela disse e os meninos se entreolharam. – Bom, rapazes, vocês já podem ir se vestindo enquanto eu vou procurar alguém para ficar com o mini Poppye.
- Vocês acham que vir a essa sessão de fotos e trazer o Dylan até aqui realmente foi uma boa idéia? - perguntou Danny tenso.
- Porque você a deixou chamar Dylan de Poppye? Ele é feio, dude.
XX
Realmente não foi uma boa idéia levar Dylan. A cada cinco minutos, o pequeno chorava e tinham que parar tudo para atendê-lo. Vendo que o Photoshoot não iria para frente, Janet, a fotógrafa, e toda a sua equipe resolveu remarcar o compromisso.
- Filho, não acredito que você fez aquela coisa chata ser cancelada... Acho que vou te levar sempre comigo. Quem sabe não dá certo em algum show onde só tenha fãs alucinadas? - Danny dizia para o pequeno. Parou um segundo para observar Dylan, não tinha uma semana que o pequeno havia chegado, mas Danny já o via essencial na sua vida. Sorriu. Lembrou-se de sua mãe e sua irmã, em como pirariam ao ver Dylan.
Finalmente chegou ao seu andar e, ao sair do elevador, deu de cara com Luíza, a neta gostosa da dona Maria.
- Jones!
- Luíza!
- Own, quem é essa gracinha? É seu? - perguntou com um sorriso.
- Não, sobrinho do Dougie... Então, vai sair?
- Claro!
- Mas hoje é meio de semana...
- Assim que é bom, Jones. Vou ao Get's, topa?
- Sim! - disse e, de imediato, Dylan soltou um murmurinho. - Quer dizer, se o Dougie chegar a tempo, eu vou sim...
- Legal, estarei no mesmo lugar de sempre. - Sorriu simpática.
- Ah, Luíza, antes de você ir... Hm, você conhece a metade dos habitantes de Londres, tem alguém de confiança que você conheça e que trabalhe com crianças? - perguntou ele coçando a nuca em sinal de nervosismo. Luíza pareceu pensar por alguns segundos. Tirou papel e caneta da bolsa, anotou algo e entregou a Danny.
- Por incrível que pareça, Jones, minha amiga da faculdade estava procurando algum servicinho para fazer nas horas extras. Ela está precisando de uma grana a mais e ela é de confiança. Tenta falar com ela.
- ? - ele perguntou ao ler o papel.
- Isso! Acho que ela vai topar.
Depois de dar banho no Dylan, alimentá-lo e colocá-lo para dormir, Danny correu para o telefone. Olhou no relógio, eram exatamente onze horas da noite. Deu de ombros e digitou o número que Luíza anotara mais cedo.
- Alô?
- Hm, ?
- Depende, quem é? - a menina perguntou divertida.
- Danny...
- Danny de quê?
- Danny Jones - o menino disse mais sério e tudo o que fez foi rolar os olhos e desligar o telefone. Danny olhou para o aparelho e voltou a ligar para a menina. Assim que ela atendeu, ele já foi dizendo: - Foi a Luíza que me deu seu telefone, eu sou vizinho dela e estou procurando uma babá para o meu filho - parou. - Sobrinho.
- Ela nunca me falou de Danny algum, muito menos Danny Jones.
- Mas é verdade! Eu estava chegando agora de um Photoshoot...
- Photoshoot? - Ela riu.
- É! E ela estava saindo, ela ia para o Get's - ele disse e torceu mentalmente que a menina acreditasse.
- Hm... E o que você quer comigo mesmo?
- Quero saber se podemos marcar uma entrevista. Sei que você está precisando de uma renda extra e eu estou precisando de alguém que olhe o meu sobrinho.
- E quando seria essa entrevista?
- O mais rápido possível.
- Tudo bem, mas vou ligar para a Luíza para confirmar... Vai que você é um maníaco e tudo mais - a menina disse naturalmente, o que fez Danny rir.
- Pode ligar. Então, quando podemos...?
- Amanhã, pode ser? Estou livre na parte da tarde.
- Está ótimo, te espero aqui às duas... Anota meu endereço?
- Claro, diz aí. - A menina pegou a caneta mais próxima e anotou o endereço da Danny na mão.
Capítulo 6
- Olá, sou , amiga de Luísa. - Danny arregalou os olhos com a menina à sua porta. Sem dúvidas, ela havia atingido boa parte de suas expectativas.
- , claro. - Ele deu espaço para que a menina adentrasse seu apartamento. - Agora acredita que eu sou eu mesmo? - Ele riu.
- Acredito e, para falar a verdade, quase matei Luísa por não me contar que era vizinha de uma estrela do rock. - Ela sorriu e ele pôde ver seu dentes todos corretos e brilhantes.
- Você é engraçada.
- E isso é bom ou ruim para o meu trabalho?
- Eu diria que é ótimo, afinal, você vai trabalhar com criança... Apesar dele ser um bebê e não entender quase nada, será bom ter uma pessoa ao lado do Dylan que seja alto-astral - disse o menino agora sentando de frente a . - É, ...
- - ela o cortou. - Me chame de , por favor.
- Então, , me conta um pouco da sua experiência com crianças? - No exato momento em que a menina ia começar a falar, a porta do apartamento de Danny abriu, revelando um Dougie com uma cara muito cansada.
- Com todo o respeito, mas quem se importa com a experiência dela com crianças? - disse o rapaz. - Danny, está na cara que ela será uma ótima babá.
e Danny ficaram o olhando, pensando em como ele sabia da conversa que estava acontecendo por ali. Vendo o olhar confuso do amigo e da babá, ele tratou de responder.
- Ah, eu estava parado em frente à porta, procurando a chave para entrar, e então eu lembrei que não tenho sua chave e que a porta na maioria das vezes fica aberta.
- Não repara, , esse é o Dougie e ele é estranho assim mesmo. - Danny os apresentou e ambos deram sorrisos, um para o outro.
- Posso responder assim mesmo a sua pergunta, Danny? - ela perguntou e o viu balançar a cabeça positivamente. - Eu já trabalhei com crianças em creches e pré escolas, também já tomei conta da minha afilhada que hoje não mora mais perto, então... Acho que sou qualificada a cuidar do Dylan. Só tem um porém, eu não posso cuidar dele em tempo integral. Eu faço faculdade pela manhã. Se vocês tiverem um compromisso inadiável, uma vez ou outra, posso cabular aula pra ficar com o bebê... Mas eu disse uma vez ou outra, e não sempre - a menina disparou a falar, Danny prestava atenção e Dougie sentia-se tonto.
- Eu acho que você me convenceu - Danny disse sorrindo, e a menina sorriu mais ainda.
- Agora falta VOCÊ me convencer a trabalhar na sua casa. - E então ela cruzou as pernas, apoiando suas mãos em seus joelhos e esperando que o menino começasse a falar. Dougie riu da cara de besta do amigo e sentou-se ao lado da menina, esperando que Danny então começasse a falar.
- A maioria dos meus compromissos é à tarde, mas eles chegam a virar a noite, mas isso não é problema, toda vez que eu precisar dos seus serviços pela manhã ou então você tiver que ficar até depois da hora com o meu sobrinho, eu te dou um dinheiro extra e por mês estou disposto a te pagar duzentos e cinquenta libras -após parecer pensar um pouco, ele disse.
- Duzentos e cinquenta libras não são nada pra você, Jones, por que não aumenta para mil libras? Afinal, a menina vai ficar praticamente sem vida e vai cuidar de uma criança que nem dela é - o advogado de direitos trabalhistas, digo, Dougie opinou. Recebendo um olhar de desprezo de Danny e um de agradecimento de .
...
- Deus, como ele é lindo! - exclamou a menina ao olhar Dylan em seu berço improvisado.
- As aparências enganam - murmurou Dougie. - Às duas horas da tarde, todo quentinho no berço, ele parece realmente muito lindo e adorável... Mas fora a isso, às três da manhã, faminto que nem o pai, querendo brincar ao invés de dormir, ele é tudo, menos lindo e adorável.
- Não seja exagerado, Dougie - disse, pegando o pequeno do seu pseudo berço e o acomodando em seu colo. - Olha só para você, como é pequeno e quieto, bebê - ela murmurou para Dylan, que ainda dormia.
- É muito fácil cuidar dele - disse Danny e Dougie arregalou os olhos, atônito. - Que foi, Dougie?
- Você está mentindo.
- Eu não estou nada, o Dylan é uma criança fácil de lidar!
- Ele parece muito com você para ser seu sobrinho, não? - perguntou fazendo Danny e Dougie pararem a discussão que mal havia começado.
Danny sentiu suas mãos suarem e ficou apreensivo, já Dougie simplesmente o olhava, esperando que ele dissesse a verdade pelo menos à babá.
- Eu fiz uma pergunta, Danny - a menina disse, entortando um pouco a boca e mantendo os olhos fixos no rapaz.
- Ok, mas, , isso não pode sair daqui... Certo? - o garoto perguntou e viu balançar a cabeça positivamente. - Eu acho que o Dylan é o meu filho... Não tenho certeza porque a mãe dele simplesmente o deixou na porta do apartamento dentro da cesta e tudo o que ela me disse foram palavras vagas, que estão numa carta.
Que o pequeno era filho de Danny, ela já sabia, pois eram idênticos demais para ele ser apenas um sobrinho. Tudo bem que em certas famílias quase todo mundo é um pouco parecido, ela mesma era parecida com sua tia, mas ser quase idêntico é um pouco difícil. Mas a menina não imaginava o conteúdo dessa história.
- Você está falando sério? - ela perguntou descrente e Dougie riu sarcasticamente.
- Acha que ele está brincando? Olha a cara pálida de desesperado do Daniel! Tudo bem que ele é um idiota, mas ele não brincaria com uma coisa tão séria.
- É, acho que não - sussurrou a menina. - Pode deixar, Danny, não conto nada pra ninguém... Não tenho por que fazer isso. - Riu. - Afinal, são mil libras a mais no mês.
- Obrigado, . - Danny deu um pequeno sorriso, enquanto a menina colocava Dylan de volta no berço.
Escutaram a campainha tocar insistentemente e Dougie foi correndo atender, dando de cara com Harry e Tom, um tanto animados.
- Já viu o que está lá fora? - Harry perguntou e Dougie fez cara de desentendido.
- As coisas pro quarto do Dylan chegaram, o caminhão está estacionado em frente ao prédio do Danny, já os mandei subir - disse agora Tom, adentrando o apartamento.
- Então o meu trabalho começa a partir de agora?
- Hum, se você quiser...
- Hoje é dia cinco do mês, não gosto de começar nada em dias ímpares... Que tal eu começar oficialmente amanhã, dia seis? - O olhou curiosa.
- Por mim, tudo bem. - Eles finalmente chegaram à sala e olhou um tanto apreensiva. De onde aqueles outros dois haviam saído mesmo?
Tom e Harry também se entreolharam, até então não sabiam dos planos de Danny de arrumar uma babá.
- Está tudo bem, pessoal, ela é a , a mais nova babá do meu filho - o menino exclareceu aos amigos. - E eles, , são meus companheiros de banda.
Eles se cumprimentaram e, logo em seguida, Danny quis saber o porquê da visita dos amigos. Tom e Harry nem precisaram contar nada, já que os entregadores dos móveis já haviam subido.
Os próximos minutos seguiram agitados, Danny estava radiante por seu filho finalmente ter um quarto decente, Tom, Harry e Dougie cismaram ajudar os entregadores a montar os móveis, porém o que mais sabiam fazer era atrapalhar.
- Isso aqui está ótimo. - De tanta insistência de Dougie, resolveu fazer uma macarronada para os cinco. O quarto do bebê estava devidamente decorado e Dylan se encontrava até no novo berço. - Faz muito tempo que eu não como nada caseiro - disse Harry.
- Então quer dizer que você será a babá do nosso sobrinho, legal, eu fui com a sua cora – Tom disse.
- Obrigada, eu também fui com a de vocês. - A menina riu.
- E então, se muda quando? - ele perguntou e todos na mesa o encararam sem entender. Se muda? Quando? Oi?
- Como?
- Você vai morar aqui, certo? O Danny tem um quarto sobrando, não tem? - Ele se virou para o amigo, que tentava acompanhar o seu raciocínio. - Você vai cuidar de um bebê de apenas alguns meses, seria bom se você estivesse por perto...
- Eu não me sentiria a vontade - a menina murmurou.
- Pensando bem, acho que o Tom está correto - disse Danny. - Olha, você terá o seu próprio quarto, acomodações e alimentação fazem parte do pacote. Nas tardes em que eu não precisar que você olhe o Dylan, você está oficialmente de folga.
- Posso pensar? Eu moro no alojamento da faculdade, se eu sair, não sei se terá vaga pra mim quando voltar.
- Não tem o que pensar, , é uma ótima proposta – Dougie falou.
- Então tá. Me mudo amanhã, pode ser?
Capítulo 7
Duas horas mais tarde, chegou à sua nova casa. Danny não permitiu que a menina ficasse mais um minuto sequer longe e, portanto, pediu para que integrasse a sua casa no mesmo dia.
Segurando uma mala em uma mão e equilibrando uma caixa na outra, a menina tocou a campainha.
Foi Danny quem a atendeu.
- , você por aqui! - o menino disse num tom descontraído, fazendo rir.
- Pois é, minha presença será frequente nesta casa - respondeu ela, enquanto Danny a ajudava com a sua mala. Caminharam pelo apartamento até chegarem ao mesmo corredor que ela havia estado mais cedo e, assim, pararam em frente a uma porta branca, que logo Danny abriu, revelando um quarto que tinha duas vezes o tamanho do seu antigo, na faculdade.
- Nossa! Wow... Esse quarto é maravilhoso, Daniel! - exclamou ela, antes que pudesse se conter.
- Que bom que gostou. - Ele sorriu sincero, colocando a mala da menina em cima da cama. – Ele é seu, fique à vontade. Se precisar de mim, estarei na sala - disse Danny por fim, saindo do quarto e indo para a sala. Ao chegar ao cômodo, sentou-se no sofá e passou as mãos fortemente pelo rosto. Pegou o telefone e discou um dos números de telefone que ele sabia de cor.
- Al--
- Estou me sentindo estranho - Danny disparou, sem ao menos deixar o amigo terminar de atender ao telefone. - Meu coração está batendo engraçado, como se fizesse cócegas! Acho que estou tendo um ataque do coração.
Dougie soltou uma gargalhada. - Vamos ver, porque será que você está assim... -Dougie disse fingindo pensar. - Será que é por causa da babá?
- Deixa de ser palhaço, eu aqui pensando que estou tendo um...
- É totalmente compreensível o seu estado, amigo, afinal, a babá é gostosa!
- Então você também percebeu?
- Claro que sim! Mas não serei eu que estarei com ela sozinho todos os dias...
Quando desligou o telefone, Danny compreendeu exatamente o que Dougie quis dizer. E, de certa forma, ele tinha razão... Não que Dylan não fosse nada e nem ninguém, mas a presença dele por ali não é a mesma que a de Dougie ou a de qualquer “adulto”.
- Se bem que de adulto, o Dougie não tem nada. Nem tamanho -pensou Danny rindo sozinho.
Como Dylan já estava dormindo e devidamente alimentado, ele notou como a casa estava silenciosa e como aquele silêncio fazia o ambiente ficar íntimo.
Olhou no relógio e viu que o mesmo marcava meia noite em ponto. Não lembrava se no dia seguinte tinha algum compromisso ou não, mas percebeu que aquela era a hora de se deitar. Seu quarto ficava em frente ao de e ao lado do de Dylan.
Danny não queria ser inconveniente, mas também não queria ir dormir sem dar 'tchau' pra menina. Então ele optou por bater na porta do quarto dela e, se ela dissesse para ele entrar, ele o faria, do contrário iria correndo para o seu quarto chorar feito uma garotinha.
Er.
- , posso entrar? - perguntou ele após dar leves batidas na porta. não respondeu e aquilo o convenceu que ela estava dormindo. No entanto, quando estava indo ao quarto do Dylan para lhe dar um beijo de boa noite, abriu a porta do mesmo, tomando um leve susto até.
- Daniel! Quer me matar?
- Desculpa, pra mim você estava no seu quarto... Acabei de te chamar ali para dizer que já estava indo deitar.
-Ah imagina! Já se passaram da meia noite, então começo meu trabalho oficialmente hoje e por isso vim dar uma olhadinha no Dylan - explicou ela com um sorriso doce.
-Ah tudo bem... - respondeu Danny e ambos ficaram parados, apenas concentrados em se olhar.
O silêncio estava constrangedor, afinal, e Daniel eram completos estranhos que sentiam palpitações estranhas e tinham tiques nervosos por estar um perto do outro. Estranho.
- E então, amanhã você tem algum compromisso? Não se esqueça de que a partir de hoje eu tenho que estar ciente de todos os seus eventos.
- Para falar a verdade... - o menino pareceu pensar – eu estou perdido nos meus compromissos... Mas prometo ver e te falar amanhã mesmo.
- Tudo bem, apenas me deixe ciente das coisas, certo? - ela disse e ele balançou a cabeça positivamente. Se despediram com tímidos “Boa Noite” e cada um entrou para o seu quarto.
Danny perambulou pelo quarto, sabendo que deveria ir até o quarto de Dylan. Quando ia o fazer, deu de cara com na porta e acabou não prosseguindo. Sabia também que a última coisa que deveria fazer antes de se deitar era olhar seu filho, mas, no fundo, algo dizia que não precisava.
Por fim, Danny foi para a cama e, deitado de barriga pra cima, com uma das mãos de baixo de sua cabeça, pensou o quão estava feliz por ter resolvido uma parte de seu problema. Estava feliz por ter encontrado alguém para ajudá-lo, estava feliz por ter contratado . Assim como sua mãe - sorriu ao lembrar de sua velha -, a garota parecia ter jeito com crianças.
Capítulo 8
Um raio brilhante de sol acordou aquela manhã. Despreguiçou-se ainda na cama sorrindo e ali ela pôde perceber que acordara bem depois de semanas em claro.
Ainda sonolenta, a menina se levantou da cama e lentamente posicionou seus olhos no relógio de sua cabeceira. O mesmo marcava exatamente nove horas.
Conclusão: deu-se conta que deveria ter acordado mais cedo para ajudar Danny com Dylan e, o melhor, pelo horário já tinha perdido sua primeira cadeira da faculdade.
- Dylan, eu tenho que ajudar o Danny com o Dylan! - murmurou ao pegar um hobby qualquer em seu armário. Enquanto caminhava pelo corredor, arrumava o traje e, ao entrar na cozinha, deu de cara com as pessoas que ela mais gostaria de encontrar.
- Desculpa! - ela tratou de dizer.
- Tudo bem. - Danny sorriu compreensivo, limpando uma babinha de Dylan.
- Eu deveria ter acordado mais cedo. Se eu quiser conciliar meu emprego com a minha faculdade, vou ter que passar a fazer isso. - Nervosa. estava muito nervosa e a prova disso era a maneira com que ela mordia o cantinho de seus lábios.
- , eu já disse, está tudo bem... -Danny disse mais uma vez, ainda sorrindo. - Você está atrasada pra sua aula?
- Não... Hoje eu não vou. Vou ficar o dia todo com vocês, pra poder te ajudar.
- Hum, não quero parecer muito feliz, mas que bom! - exclamou ele, arrancando risadas de . - O McFly tem uma reunião na parte da manhã e eu já era presença não confirmada... Com você ficando em casa, eu já posso comparecer.
- Claro, claro! - ela respondeu, já indo na direção de Dylan e o pegando no colo. Danny aproveitou para correr e ir se arrumar.
Danny partiu cerca de uma hora mais tarde. Com , deixou números de telefone de emergência e algumas instruções de como ela deveria cuidar do pequeno. - Como se eu não soubesse disso - foi o que ela pensou ao escutar qualquer coisa vindo da boca de Danny.
Quando avistou o rapaz surgindo na sala, já arrumado para a reunião, não pôde deixar de reparar o quão bonito ele era. Na verdade, ele não precisa estar arrumado para ela perceber, mas digamos que o fato dele estar perfumado e com roupas devidamente passadas facilitava os sentidos da garota.
Não foi o jeans surrado, a camisa Pólo ou o All Star preto que chamou mais a sua atenção e sim o modo como ele beijou Dylan ao se despedir.
- 'Cause tramps like us, baby we were born to run - foi o que Danny sussurrou ao pé do ouvido de seu filho e, pode parecer loucura o que você vai ler agora, mas o bebê sorriu, parecendo entender o que seu pai acabara de lhe dizer e isso só atingiu o coração da menina.
Quando escutou um barulho de porta batendo, suspirou aliviada.
- Dylan, por que eu sou tão bobona? A ponto de suspirar porque vi uma demonstração de carinho paterna? - perguntou ela ao pequeno, que ficou encarando-a.
Quem visse o olhar de , acharia que a garota nunca havia ficado diante de um garoto apresentável antes.
XX
Reunião: É o encontro de duas ou mais pessoas com propósito de discutir algum tema ou realizar alguma atividade. Fonte: Wikipedia.
Reunião: É o encontro de pessoas babacas que pensam que tem o que fazer.
Fonte: Danny Jones.
- E você, Danny, o que achou? - Fletch perguntou para o menino que parecia estar mais interessado em ficar olhando para seu relógio Gucci, do que escutar o que ele e seus demais produtores tinham pra dizer. - Danny? Danny? - E então Fletch começou a estalar os dedos na frente do rosto do rapaz, que, por fim, despertou.
- Oi?
- O que você achou da nossa proposta? Que tal um álbum com as melhores músicas do McFly, mais três faixas inéditas? Ahn? Ahn?
- Ah... Eu acho que... Legal. - O garoto sorriu amarelo ao ver a cara de indignado dos outros companheiros de banda.
- Jones! -Dougie exclamou.
- Danny, seu idiota! - foi a vez de Tom, e Harry, bem, ele se contentou com um pedala.
- Então estamos fechados, o prazo de vocês é de três meses. Em três meses quero as melhores músicas selecionadas e três faixas inéditas, prontas para serem gravadas. Por hoje é só, pessoal.
Fletch e os outros produtores se despediram dos rapazes e se retiraram o mais rápido que puderam da sala de reuniões, deixando apenas os quatro amigos sozinhos.
- Por que você aceitou esse trabalho, seu idiota? – Tom perguntou.
- Foi mal, mate, eu não estava prestando atenção... Tudo o que vinha na minha mente era: Vá para casa e fique com o Dylan e a babá gatinha.... - Danny disse de um jeito à la Gil Gomes [N/A: Sorry, só lembrei dele no momento.]. Os outros três não aguentaram e começaram a rir, junto com o amigo.
- Quero ver meu afilhado - murmurou Dougie, com os olhos brilhando.
- Seu afilhado? - Harry gargalhou. - O Dylan já tem um padrinho e, pelo o que eu saiba, não é você.
- E nem você! - foi a vez de Tom. Os três estavam prontos para começarem uma breve discussão, mas Danny foi mais ágil e os interrompeu, alegando que os três seriam padrinhos de seu filho e, caso a Igreja não aceitasse realizar tal batismo, ele se rebelaria contra a Santíssima Trindade e... E é isso aí.
Capítulo 9
Os quatro rapazes fizeram o trajeto da casa de Danny quietos; não que eles estivessem pensando no trabalho e nem nada disso. Eles estavam ansiosos para chegarem logo à casa de Danny e assim poderem brincar um pouco com Dylan. Suas bocas podiam conter seus entusiasmos, mas seus olhos jamais. Estavam vivos e brilhantes.
apoiou-se no batente da porta e sorriu gratificada. Dylan, já de banho tomado, olhava intrigado para bichinhos pendurados em seu berço. Eles giravam e giravam e quando paravam, os movia novamente. Parecia loucura ou idiotice para quem chegasse e a visse, mas sinceramente? Ela não ligava.
Escutou a porta da sala se abrir e constatou que fosse Danny. Ela respirou fundo e lembrou-se de tudo que havia pensado durante a manhã.
não entendeu muito bem a reação do seu corpo ao ver Danny pela manhã, mas ela afirmou conseguir se controlar e a cima de tudo controlar seus sentimentos. Ela deduziu que poderia ter se sentido “atraída” por Danny porque ele era um amor com o seu filho e isso a deixou surpresa. Não espera que alguém como ele fosse tão afetuoso.
De bem consigo mesma, decidiu parar de pensar besteiras e deixar se encantar por tão pouco. Mas quando Danny se virou para fitá-la, com uma expressão encantadora, soube que por mais adorável que ele fosse com Dylan, era também um homem viril e sensual.
- HAHAHAHAHA! - ela gargalhou.
- ? – Danny, sem entender, foi até a menina, colocando uma de suas mãos no ombro da garota, como se quisesse ver se ela estava bem ou não. - Do que você tá rindo?
- De mim e da minha capacidade de pensar coisas idiotas. - Acalmou-se.
- E então, como o meu garoto se comportou? - Sorriu. - Não teve problemas durante a minha ausência, correto?
- Foi tudo bem melhor do que eu esperava - ela disse e Danny não conseguiu esconder o alívio.
- Ótimo, graças a Deus! - disse e foi ao encontro do filho.
- Eu sou muito competente com crianças, Daniel - disse ao dar um passo para dentro do quarto.
- Não me chame de Daniel, parece que você está com raiva de mim. E eu sei que você é muito competente com crianças e também é muito cuidadosa com a casa, faziam meses que eu não sentia esse aroma de casa limpa. - O menino respirou fundo, soltando o ar depois.
- Obrigada - murmurou. - Eu concordo com tudo o que você disse sobre mim, mas te chamar de Danny é um pouco difícil, afinal, eu trabalho pra você. - Riu fraco.
- Ah! Por favor, ... Se for assim não vou te chamar de , irei te chamar de Senhorita .
- Senhora - ela corrigiu e Danny, sem reação, abriu e fechou a boca deveras vezes, mas sem pronunciar uma palavra qualquer.
Sua conversa foi interrompida pela chegada de Dougie.
- Babá! - disse o garoto saltitante, indo na direção da mais nova e lhe dando beijo no rosto. Harry e Tom também falaram com a menina, mas brevemente, indo em seguida ao encontro de Dylan.
- Dougie! - tentou imitá-lo, mas em vão.
- O seu patrão já te contou a novidade? Temos que escrever três músicas em três meses e selecionar os maiores sucessos do McFly, também em três meses. - Dougie olhou feio para o amigo, que parecia não estar mais ali, pois seu olhar estava perdido.
- Hum... - pareceu pensar. - Acho que isso é ruim, né?
- É péssimo! Nós queríamos lançar um álbum só de inéditas e não...
- Tenta encontrar o lado positivo disso tudo. - Piscou.
- Mas não tem...
- SEMPRE tem, Dougie! Logo menos você encontra um.
- Talvez você tenha razão - disse ele, pensativo. - O garotão está dormindo? -Apontou para Dylan.
- Não, pode pegá-lo. - Sorriu ela, apontando para o berço. Dougie sorriu agradecido e foi até o pequeno. Danny apenas encarava , com cara de nada. Ela percebeu e retribuiu o olhar, só que este estava curioso.
- É tão difícil assim acreditar que eu sou senhora?
- É sim - Danny respondeu.
- Que bom, porque eu não sou! - começou a rir descontroladamente e Danny a observou por breves minutos até acompanhá-la. Tosca.
XX
A tarde na casa de Danny foi tranquila, o McFly ficou reunido durante todo o dia, mas sem tocar em um assunto sequer do trabalho. Quer dizer, Harry, Dougie e Danny não o fizeram, já Tom estava concentrado com o notebook a mão, pesquisando sobre qualquer coisa.
- All about you, You've got a friend e Obviously são três músicas que não podem faltar no CD - disse Tom pensativo.
- E você, Dylan, quais quer no disco? - Dougie perguntou para o pequeno, que o encarava, dando de vez em quando risinhos. - 5 colours in her hair, I've got you e Star Girl.
- Com que base você escolheu essas músicas, cara? - Tom desviou a atenção do notebook para olhar o amigo.
- Não foi eu que escolhi, foi o Dylan -disse ele sério e todos na sala, inclusive , pararam pra olhar o rapaz. - Ok, essas foram as que eu fiz, então... - Podia se escutar as risadas de longe. Todos riam, menos Dougie, que tentava raciocinar o que de tão engraçado ele havia falado. Uma hora, se acessou os risos e então foi a vez de Tom se explodir em risadas.
- Dude? - Danny o chamou.
- Venha ver - Tom tentou cuspir com mais risadas, enquanto tentava se acalmar. -Danny correu até o notebook e leu o que Tom lhe apontara.
- O que... O que isso significa? Flones?
- O quê? Como assim o que significa? Dude, você não acompanha nossos fãs? Não sabem o que estão falando de nós por aí? - Em resposta, Danny fez que não com a cabeça. - Os fãs escrevem histórias loucas sobre nós. Tentam escrever sobre nossas vidas, como se os próprios fãs fizessem parte disso e também montam histórias gays... Chamam de Slash ou algo assim...
- Então, o que Flones tem a ver com isso? - perguntou Danny ainda confuso.
- É o nossos últimos nomes juntos. Fletcher, Jones... Flones - Tom disse simplesmente. Danny parou para racionar, enquanto na sala esperavam a sua reação. Ele olhou diretamente para cada presente e então pronunciou: - Eca! - Fez uma cara de nojo.
- O que foi? – Tom perguntou.
- Sem ofensa, mate, mas eu nunca ficaria com você - Danny disse.
- Não se preocupe, você não faz o meu tipo.
- Menos mal... - Parou. - Hey!!! - gritou o rapaz tentando protestar.
Capítulo 10
- Não acho que a nossa convivência será difícil. Antes de qualquer coisa, temos algo em comum, que é muito importante.
- E esse algo seria...? - Quando Danny virou para fitar , sua expressão era indefinida. Mas a expressão de medo/assustado/dor era a que mais chegava perto.
- Amamos as crianças! - disse e, nesse momento, Danny não pôde deixar de se sentir aliviado... Mas ao mesmo tempo frustrado. -Nos conhecemos há apenas alguns dias, mas veja - apontou para Dylan, que brincava em seu bercinho - é impossível não amar um bebê tão lindo como esse!
Danny sorriu.
- Sim, ele é lindo mesmo. Não se esqueça que é a cara do pai - brincou.
- Bom, isso é o que você está dizendo! - sorriu. - Você pode se orgulhar do filho que tem.
- Estou com ele há apenas uma semana. - Danny sorriu modesto.
- Você ainda não viu nada sobre o exame?
Ele balançou a cabeça negativamente.
- Ainda não. Na verdade, não sei mais se é preciso ou não. - Suspirou. - Me apeguei a esse moleque... Não sei se teria coragem de deixá-lo. Pelo menos agora eu tenho essa dúvida.
- Eu sei que não. - pegou Dylan no berço e se acomodou em uma pequena poltrona no quarto do bebê. Danny a seguiu.
- A mãe dele ainda não me escreveu, nem telefonou e nem nada. Se o que ela queria era me prender de alguma forma, ela conseguiu. Meu pensamento fica ligado a ela praticamente vinte e quatro horas por dia.
- Entendo, e imagino como isso deve ser frustrante... Mas veja pelo lado positivo, o Dylan não está com nenhum estranho.
- Não te daria muita certeza quanto a isso. Ao menos sei quem é a mãe dele.
sabia que aquela conversa estava tomando um rumo profundo e, embora estivesse ansiosa e eufórica para poder ajudar Danny, de qualquer maneira, se sentiu culpada por começar tal assunto.
A menina ficou sem palavras. A última declaração de Danny e seus pensamentos fizeram-na se perder em meio a palavras.
- Está tudo bem! - Danny sorriu enquanto acarinhava o filho, ainda no colo de . - Eu e o Dylan só precisamos de tempo.
- Sempre dizem que o tempo, além de ser um bom conselheiro, é quem cura tudo - ela falou pensativa e, depois de perceber o que havia dito, fechou os olhos fortemente e se chamou de idiota e velha. - Ditado da vovó, ? - pensou.
- Eu pensei em me embebedar e fazer papel de tolo por toda Inglaterra. Fiquei tão preocupado e assustado com tudo, que só pensava em uma maneira de me livrar desse problema. – Apontou para o pequeno. – Um lindo problema, por sinal. - Sorriu.
- Não te culpo... É uma reação normal, Daniel - confirmou delicada.
Danny se sentia inquieto e aliviado em poder se falar com alguém de um jeito tão objetivo e aberto. Não que ele não encontrasse esse tipo de pessoa em seus amigos, mas, na sua opinião, Tom, Harry e Dougie haviam coisas demais para se preocupar.
ainda era uma desconhecida e talvez isso tenha sido o ideal para que o rapaz começasse a falar. Mas qualquer que fosse o motivo de conseguir conversar, desabafar com o deixava feliz por ter a oportunidade de tirar um pouco daquele fardo.
- Talvez você tenha razão... Mas passou por um momento na minha cabeça fechar aquela porta, com o Dylan ainda naquela cesta, e abrir só quando eu percebesse que haviam o levado de lá.
- Mas você não o fez - palpitou baixinho quando Danny caiu em silêncio.
Ele assentiu.
- Só o fato de isso ter passado pela minha cabeça, , já me sinto culpado.
- Não se sinta. – Nesse momento, passou Dylan para Danny e cedeu seu lugar ao menino, que se sentou admirando seu filho. - Você está sendo um grande homem por estar disposto a criar uma criança que você não tem cem por cento de certeza de que seja sua. - Carinhosamente, sorriu e depositou um beijo na testa de Danny. Ao sentir os lábios sedosos e macios da menina, ele fechou os olhos.
Maldita carência.
- Eu acho que essa foi a conversa mais séria que eu já tive na minha vida. Obrigado por isso. - Mais aliviado, Daniel sorriu e viu retribuir o mesmo.
Depois que deixou o quarto de Dylan, Danny levantou-se da poltrona em que se encontrava e suspirou, balançando o pequeno em seus braços.
- Olá, alguém em casa?
escutou o chamado de uma mulher. Ela congelou por dentro e, de imediato, largou a louça suja na pia e saiu correndo para a sala.
Chegou lá e deu de cara com uma senhora muito bonita e elegante. Ao lado dela, uma mulher garota mais ou menos de sua idade.
- Ahn oi, posso ajudar? - perguntou ela sem querer parecer estúpida, mas em vão. As duas pessoas à sua frente olharam-na de modo um tanto constrangedor... Para ela.
- Quem é você? – a mais nova perguntou. suava litros e mal sabia ela que Danny também. Ele reconhecia aquelas duas vozes de longe! Sua mãe e sua irmã. Que diabos essas duas mocréias faziam ali?
- Me chamo e vocês, quem são? Entraram sem ao menos bater - disse o óbvio.
- Não se bate quando tem a chave da casa - novamente a mais nova disse.
- Mesmo tendo a chave, eu costumo dar pelo menos um sinal de que estou chegando. Geralmente prefiro avisar via telefone ou até mesmo via fumaça, afinal, você nunca sabe o que pode encontrar pela frente.
estava se revelando uma mau educada e, se a tia Helena visse isso, ela certamente daria um tapa na boca da menina. Mas ela não estava ligando para aquilo.
- O que você... - Antes que a mulher pudesse concluir a frase, Danny chegou ofegante à sala. Olhou nervoso para , que entendeu com o olhar que deveria se retirar. Optou por ir ao quarto de Dylan.
- Mãe! Mana! - Danny sorriu e abriu os braços esperando que ambas fossem abraçá-lo. Mas, ao invés disso, tanto Kathy quanto Vick – respectivamente - ficaram paradas no mesmo lugar, esperando que Danny começasse a falar.
XX
- Pensei que ela fosse...
- Ela é a babá - Danny falou com ênfase. - A babá.
Danny havia contado a Kathy que era apenas uma amiga, que estava precisando de dinheiro e por isso estava dando uma ajeitada no apartamento pra ele.
Não, ele não contou a verdade. Não que ele não quisesse, só não estava preparado pra isso.
Tentou enrolar Vicky, mas ela, como sempre mais esperta, descobriu o quarto de Dylan e daí já pode imaginar o que aconteceu.
- Já entendi! - ela respondeu na defensiva ao ver a cara de bravo do irmão. - Onde está o meu sobrinho? - perguntou ao se virar para .
- Dormindo - respondeu em um sussurro. - Fiz biscoitos amanteigados, alguém quer?
- Biscoitos? - Danny olhou para a menina com os olhos brilhando.
- Sim. E, modéstia à parte, estão uma delícia! São a minha especialidade, receita do Brasil - a menina disse feliz. Danny e Vicky se entreolharam e, em seguida, levantaram do sofá como dois foguetes.
- Eles estão macios e crocantes – Vicky disse.
- Humm - Danny gemeu, fechando os olhos em êxtase e gargalhou.
Ao longe puderam escutar o choro de Dylan. E, sem dizer nada, se retirou.
- Então quer dizer que ela é sua babá?
- Minha não, do Dylan - brincou.
- Você entendeu o que eu quis dizer - murmurou Vicky. - Já dormiu com ela?
Nesse exato momento, Danny engasgou e a irmã, assustada, foi acudir o menino.
- Está louca? - sussurrou Danny, olhando para o vão da cozinha.
- Ela é bonita, Jones, faz o seu estilo.
- E ela cuida do meu filho!
- Suposto filho. Você ainda não tem certeza de que ele é seu.
Danny ficou calado. Pensando.
- Algo me diz que ele é - respondeu por fim.
- Você tem que fazer o teste e contar de uma vez para a mamãe.
Capítulo 11
A antipatia de para com Vicky e Kathy havia passado. As duas se desculparam ao saber o "real" motivo para a garota estar ali.
Para Kathy, era uma amiga que precisava de dinheiro. Para Vicky, a toda verdade.
Segundo Kathy, ela havia cansado dessas garotas quaisquer, que mesmo sabendo como Danny era galinha, se relacionavam com o mesmo, por conta do que ele poderia as oferecer. entendeu e aceitou as desculpas vindo de ambas e ela aproveitou para também se desculpar.
- Viemos assim que podemos - Tom falou ofegante quando Danny lhes abriu a porta. Dougie e Harry estavam ao seu encalço.
- Tudo bem, mate - o menino respondeu ansioso. De imediato, Danny estendeu a Tom um papel que ele estava profundamente com medo de ler.
- Você acha que é da mãe do Dylan? - Dougie perguntou e viu Danny balançar a cabeça positivamente.
- Posso? - Harry fez menção de abrir o envelope e, antes de Danny confirmar que sim, pediu para que o amigo esperasse um segundo.
- Pronto, já pode ler - disse Danny por fim, ao chegar na sala com .
- Antes, posso saber o que está acontecendo? - perguntou quando viu os três amigos de Danny presente.
- Eu acho que essa carta pode ser da mãe do Dylan e eu não sei por que, mas estou com medo do que possa estar escrito aí.
Daniel estava se sentindo um tolo naquele momento. Uma verdadeira mulherzinha, por sentir medo de algo tão bobo. E mais tolo ainda por falar isso para .
- Não fique. Lembra do que conversamos outro dia? - respondeu ela, pegando uma das mãos do menino e sorrindo de um jeito confortante para ele.
"Quase três semanas e eu morro de saudade do nosso filho. Apesar de ter certeza de que eles está em boas mãos, temo por não estar por perto.
Amo você."
Harry havia acabado de ler o pequeno bilhete e os cinco encaravam o nada na sala, tentando entender qualquer coisa que fosse do que estava escrito lá.
Foram despertados pelo choro de Dylan.
- Vou ver o pequeno - falou e fez menção para se levantar.
- Não, eu vou - murmurou Dougie.
- Não, pode deixar comigo... Provavelmente, a fralda molhada deve estar o incomodando. Prometo que trago ele pra vocês assim que trocá-lo.
Dougie sorriu grato, mas isso não foi o suficiente para o mantê-lo ali. Ele se levantou e foi junto com lá para dentro.
Danny não pôde deixar de notar o interesse de Dougie ao querer cuidar de Dylan. Por isso, assim que viu ambos sumirem no corredor, ele suspirou pesadamente e, quando voltou o olhar a seus amigos, notou que tanto Tom quanto Harry o encaravam.
- O que foi? - perguntou estressado. Harry deu de ombros.
- A é muito bonita - Tom disse pensativo.
- Está brincando? - perguntou Danny, tentando parecer tranquilo.
Como se precisasse que alguém o lembrasse do óbvio.
- Eu vi o jeito como você olhou pra ela, quando ela pegou a sua mão - parou. - Foi tão esquisito.
Danny abria e fechava a boca diversas vezes, mas nem um ruído sequer saía da mesma.
- Mas você é esquisito! - Tom exclamou dando fim ao silêncio, rindo em seguida. Antes que Danny pudesse se defender, ou qualquer outra coisa, e Dougie, que segurava Dylan, entraram no cômodo. O pequeno sorria para tudo e todos.
- Não sabia que trocar a fralda de um bebê fosse tão fácil.
- Resumindo, você não precisava ir atrás da .
Danny não conseguiu conter o comentário. Ele simplesmente cuspiu as palavras e logo se sentiu arrependido por tal ato.
Harry, Tom e até mesmo o encaravam incrédulos.
- Bom... - Dougie começou dando Dylan para que Tom segurasse. - Acho que está na minha hora...
- Também acho - Danny falou firme. Já havia sido grosso uma vez, então, o que custava continuar?
Basicamente, Daniel havia pedido para que Dougie fosse embora e que, sobretudo, ficasse longe de .
- Então eu já vou - o menino disse com o rosto vermelho de vergonha. Tom já havia se distraído com Dylan. Mas Harry e não.
- Hm, Dougie, antes de ir, quero que você prove uma coisa que fiz. Acho que você vai gostar.
começou a falar, sem nem perceber.
Mentira.
Ela havia percebido, mas achou tão injusta a maneira com Danny tratou o amigo, que resolveu se intrometer.
- O Danny não vai ligar se você for até a cozinha comigo. Não é, Danny? - ela perguntou séria, olhando para o rapaz.
jurou ter visto fumaça sair dos ouvidos e olhos do rapaz.
- Não, pode ir lá, mate - Danny disse por fim, se contorcendo de raiva. O porquê desta atitude ele ainda não sabia, mas já imaginava qual era.
XX
O relógio marcava sete horas da noite e , ao ver isso, sentiu-se orgulhosa por Dylan já estar de banho tomado, barriga cheia e dormindo em seu berço. Desligou a luz do quarto, mas ligou o abajur antes de sair e deixar a porta metade aberta, metade fechada. Estava dirigindo-se ao seu quarto quando viu Danny sair do dele.
- Posso falar com você? - ele perguntou.
- Pode, claro.
- Amanhã eu vou ficar o dia todo fora.
- Não tenho nenhum problema quanto a isso. Amanhã é sábado, não tenho aula, então... - se apressou em dizer. Não queria ser grossa, mas foi essa a impressão que ela deu a Danny.
- É - ele respondeu um tanto sem graça. - Boa noite então.
Antes que pudesse voltar para o seu quarto, o chamou. Ela não seria ela mesma se não falasse o que estava a incomodando.
- Danny, por que tratou Dougie daquele jeito hoje mais cedo? Ele não merecia tanta grosseria.
- Igual a que você está fazendo comigo? - riu sarcástico.
- Eu só te fiz uma... - ela tentou dizer, mas Danny a cortou.
Bruto.
- Eu acho que conheço os meus amigos mais do que você e sei muito bem como tratá-los. Você só está aqui há algumas semanas e eu te peço, , para que não se meta na minha relação com eles.
Uau. Ele havia extrapolado na grosseria e percebeu isso quando viu os olhos da menina à sua frente lacrimejarem. Aquele era o momento para pedir desculpas e dizer que havia ficado com ciúmes de Dougie; mas ele não conseguiu.
- Desculpe - respondeu e entrou o mais rápido que pôde em seu quarto.
Capítulo 12
Dor de cabeça, enjôo, tristeza... Será que esses eram alguns dos sintomas de arrependimento?
O sol estava se pondo quando Danny acordou. Ficou surpreso por ver que eram seis horas da manhã.
Saco.
Nem sequer havia dormido e sim cochilado.
Ainda se sentindo mal, foi fazer sua higiene matinal e, enquanto o fazia, lembrou de como havia tratado . Riu irônico, pois já havia tratado outras mulheres de jeito pior. Segundo Danny, se quisesse dispensar uma garota, a trate mal. Chame-a para uma saída e, lá, apenas a ignore. Isso funciona, pode confiar. São quase seis anos nesse método.
Para ela a noite também não havia sido fácil, ser destratado nunca é legal. Acordou por volta das oito com um cheiro de queimado. Pensou em Dylan e correu o mais rápido que pôde até o quarto do pequeno.
- Seu pai é um idiota, bebê - ela disse quando constatou que Dylan ainda dormia. Foi até a cozinha, com medo do que poderia encontrar, e, cada vez que se aproximava, o cheiro de queimado ficava cada vez mais forte.
- Seu forno idiota! - Danny resmungava dando repetidos chute no tal.
- Está tudo bem por aqui? - perguntou receosa. Estava muito cedo para levar patadas...
- Não... Eu queimei o nosso café da manhã - envergonhado, Danny disse.
- Não precisava fazer isso, Daniel, você sabe que a cozinha também é por minha conta.
estava começando a dar um jeito na bagunça que Danny havia feito. Ovos quebrados, farinha pra todo lado, pó de café, além de muita fumaça e mais.
Danny tentou ignorar a dor de ouvir seu nome sair da boca de de um jeito tão frio. Mas ele merecia.
- Eu quis fazer uma surpresa. Acordei cedo, então...
o cortou.
- Não precisa me dar explicações, Daniel, a casa é sua e você pode fazer com ela o que bem entender. Não se preocupe.
Outch.
- ... - ele começou dizendo. - , por favor.
Danny suspirou frustrado. Sabia que merecia tudo o que estava passando naquela manhã. Ele só não sabia que machucaria tanto! Agora quieto, ele continuava a observar arrumar toda aquela bagunça.
Quando tentava ao menos se mover para ajudar a menina a pegar um copo sujo ou qualquer outra coisa, ela o fazia em sua frente. Estava claro que ela não o queria por ali.
Agora sim, Danny estava se sentindo da mesma maneira que Dougie se sentiu ontem, quando ele praticamente o expulsou de sua casa e, acredite, o sentimento não era um dos melhores.
Optou por deixar sozinha por alguns instantes. Mas quando chegou na metade de sua sala, resolveu voltar.
- , me desculpa tá legal? Eu não deveria ter falado daquele jeito com você, não deveria ter sido tão grosso com o Dougie! Ele não merecia ser tratado daquele jeito e muito menos você. Me desculpa, . - Danny frisou o apelido da garota, que não havia parado uma vez sequer de fazer seus afazeres.
Como ela havia ficado quieta, ele deu um suspiro derrotado e resolveu se retirar. Mas quando lhe deu as costas, ouviu dizer:
- Eu quero sair, Daniel - ela murmurou.
Danny permaneceu parado, a olhando assustado.
- Você está brincando? , eu vim aqui te pedir desculpa! E, acredite em mim, eu nunca fiz isso pra mulher alguma... Você é a primeira que faz me sentir culpado, a única que me faz pedir desculpas e... Você é essencial pra essa casa, pro Dylan!
É, ele estava desesperado e percebeu isso quando ele começou a falar sem parar. Por que ele tinha que ser tão fraco? Por que não falar de uma vez por todas que tinha ficado com ciúmes de Dougie?
Aposto que falando logo a verdade, a situação teria sido resolvida rapidamente.
- Eu só estou aqui há alguns dias e ....
- Eu disse isso porque estava de cabeça quente! Me desculpa, .
Danny insistia e estava começando a ficar com vontade de rir.
Antes que pudesse dizer ao rapaz se o desculpava ou não, Danny saiu cozinha afora e voltou poucos minutos depois com o seu celular a mão.
O mesmo estava no viva voz e chamava.
- Alô... - uma voz rouca atendeu.
- Mate, sou eu... Danny.
- Fala, senhor estressadinho. - Agora a voz da pessoa do outro lado da linha havia ficado reconhecível. Era Dougie.
- Me desculpa, cara, estou me sentindo mal por ter te tratado daquele jeito. Eu não sei o que me deu. Aliás, até sei, mas isso conversamos depois.
Danny cruzava os dedos, pedindo muito aos Céus para que seu amigo aceitasse suas desculpas.
- Okay, dude, eu te desculpo... Mas com uma condição.
Dougie ao menos esperou Danny dizer se aceitava ou não.
- Quero seu carro emprestado amanhã. O meu está na revisão.
Todo ar sério que tinha foi para o espaço com a proposta de Dougie. Ela começou a rir e Danny, ao vir o sorriso da garota e escutar sua gargalhada, também.
- Certo, mate. Nos falamos mais tarde então.
- Valeu, dude.
Danny estava pronto para desligar, quando escutou Dougie o chamar novamente.
- Danny! Fiquei feliz por ter ligado, mesmo que você tenha interrompido meu sonho com a gostosa da Megan Fox.
- Eu também, dude, eu também.
E desligou.
sorria para Danny, que sorria de volta. Uma vez disseram a ele que se ele conseguisse arrancar um sorriso que fosse de uma mulher na hora de uma briga ou assunto sério, ele estava perdoado. Aquela era a hora de comprovar essa teoria.
- E então, você me desculpa? O Dougie já me desculpou... - queria, mas não conseguia mentir para si mesma. Ela reparou minunciosamente o jeito do rapaz, e o jeito que ele ficava quando nervoso era encantador.
- Certo, Daniel, eu te desculpo.
- Danny, por favor.
XX
- Já avisei ao porteiro que se caso vir minha mãe entrar no condomínio, é pra ele avisar imediatamente, você corre e coloca a chave na porta, que ela não consegue entrar. Se a campainha tocar, olhe no olho mágico primeiro e, antes de abrir a porta, pergunte quem é. Telefone para a Vicky se quiser companhia, de qualquer forma, ela disse que vai dar uma passada aqui mais tarde.
Danny ia dando as recomendações, enquanto pegava seus utensílios básicos, tipo óculos escuros, chave do carro, carteira... Como cada coisa estava em um canto diferente, ficava como uma barata tonta atrás do rapaz.
- Eu sei, Danny - riu a menina.
- Acho que sabe mesmo! - concordou Danny alegremente e não deixou de ficar feliz. O rapaz confiava nela e, por mais que ela já soubesse disso, nunca era demais ver mais uma demonstração. Apreciava tanta atenção. Aquele Danny sim era legal.
XX
A noite havia chegado e não parou um minuto sequer de atender aos telefonemas naquela casa. Como Danny havia dito, Vicky aparecera por lá para lhe fazer companhia.
- Você não acha que está trabalhando demais?
As duas conversavam na sala, enquanto a TV estava ligada num canal qualquer, passando um filme também qualquer. e Vicky não prestavam atenção em nada além de seus esmaltes de cores vivas e vibrantes.
- Não. Vicky, estou aqui há um pouco mais de três semanas. A faculdade está indo super bem, aqui em casa quando são sete horas o Dylan está dormindo! Tenho o resto da noite para estudar.
- Se você diz... Eu só acho que você merecia uma folga, porque, além de você ser babá do Dylan, parece que também é do meu irmão.
- Eu não sou babá do seu irmão. - olhou incrédula para a sua mais nova amiga.
- Então promete que no próximo final de semana nós iremos curtir pelas ruas de Londres?
Vicky a olhou suplicante e gargalhou.
- Eu prometo que saíremos, mas só depois que eu fizer um mês trabalhando e uma semana pelo menos, pode ser?
e muito menos Vicky imaginaram que poderiam se tornar grandes colegas, por enquanto. Ambas sabiam que uma amizade muito forte estava pra nascer.
O que algumas horas de fofoca não fazem?
Capítulo 13
Danny havia chegado tão tarde na noite anterior que nem tinha visto. Na verdade, ela nem sabia se ele estava em casa ou não.
Ela escovou os dentes pensando na sua conversa com Vicky e ria ao lembrar de alguns trechos da mesma.
Escutou um burburinho vindo da sala e pensou que fosse Danny e mais alguém. Vicky, talvez. Antes de ir para a sala, passou pelo quarto de Dylan e ele não estava la. Não se preocupou.
- Bom dia - disse assim chegou na sala e viu Danny, Tom, Harry, Dougie e Vicky. Os cinco faziam companhia para o pequeno. Todos a responderam e Danny, assim como Dougie e Tom, se levantaram para dar um beijo e um abraço na menina.
Preciso dizer que ela gostou?
Harry ficou parado, apenas olhando de longe e fingindo que brincava com Dylan.
- Por que eu tenho a ligeira impressão que alguém destravou o meu despertador? - ela disse rindo, olhando Vicky, que tentava disfarçar.
- Não consegui resistir, zinha, você estava com uma cara de cansada e...
- Vicky, não está me convencendo.
- Certo, eu queria cuidar do Dylan um pouquinho sozinha, só pra ver se eu levava jeito. Mas pode verificar, ele está cheiroso e de barriga cheia.
Todos na sala olhavam pra ela com cara de nada.
- Bem que dizem que não se escolhe a família que tem - Danny disse incrédulo e todos começaram a rir. Daí surgiu uma pequena discussão e, rindo, Harry foi para a cozinha.
estava de barriga vazia e seu estômago a implorava por comida. Seguiu o menino sem ser notada.
- Quer ajuda? - ela ofereceu quando viu Harry parado em frente à geladeira aberta.
- Acho que sim, são muitas opções, então... - Quando chegou para ver, riu com o sarcasmo do menino. Pelo contrário, a geladeira estava praticamente vazia.
- Mas ontem, antes de eu dormir, tinha comida, Harry, eu juro!
- Nós chegamos de madrugada mortos de fome, sabe, assaltamos a geladeira e esquecemos de fazer as compras para colocar as coisas no lugar. Por pouco o Dougie não tomou o leite do Dylan, se Danny não tivesse chegado na hora...
Era impressão dela, ou Harry estava começando a se abrir?
- Podemos fazer compras então? - sugeriu.
- Hm, não me leve a mal, , mas não quero ser vítima de ataques de ciúme do Daniel - murmurou Harry, fazendo careta.
- Ciúmes? Está viajando, Harry. - Ela riu nervosa.
Ciúmes? Ciúmes? Ciúmes?
- Não estou nada. Se ele falar comigo daquele jeito que falou com Dougie, eu vou chorar!
começou a rir descontroladamente. Ela estava muito nervosa.
- Então foi por isso que você não veio falar comigo? Me dar um beijo e um abraço de bom dia? O Tom foi, parece que ele não tem medo do Danny.
Harry piscou algumas vezes e a fitou de soslaio.
- , esta situação é um pouco difícil pra mim....
- Eu acho que eu entendo. Caí de pára-quedas na sua vida, na vida dos seus amigos e não foi da melhor maneira possível. Mas veja pelo lado positivo, estou aqui para tornar a vida do seu amigo mais fácil e a sua também! - Sorriu.
Mas Harry a olhou sério. Muito sério.
- Você faz tudo, menos facilitar a minha vida. Na verdade, deixa a minha vida tremendamente complexa – falou sem ao menos piscar. – Estou tentando me tornar um homem sério, um baterista de respeito, e não é bom pra minha reputação que eu fique te vendo, porque todos sabem que tenho fraqueza por mulheres lindas.
arregalou os olhos. Ok, por essa ela não esperava.
Não que não estivesse acostumada com elogios. Ela estava.
Modéstia à parte...
- Oi?
- Você é um problema! Olhe só para você. É deslumbrante. Mais do que isso, maravilhosa.
Harry falava como se estivesse acusando a menina e isso a fez rir.
- Obrigada, então.
- De nada.
Embora não insistisse no assunto, continuava a considerá-lo em pesamento. Será que Harry estava falando sério? E mais, o que foi aquele surto? Linda? Desde quando?
Okay, ela sabe que é bonita. Bonitinha.
Eles ficaram em silêncio, olhando pra todo lado, menos um para outro. E o clima entre os dois não era desagradável e nem nada, pelo contrário.
Naquela manhã, e Harry chegaram a ir ao supermercado, voltaram para a casa de Danny com as bolsas abarrotadas de guloseimas e também sustância, comida de verdade.
Passaram o resto do dia todos juntos, uma típica cena de Domingo, sabe, aquela em que a família se reúne para almoço.
Foi gostoso e agradável para todos ali. .
XX
- Bom, acho que está na minha hora - Tom disse assim que acabou de palitar os dentes.
- Claro, já comeu e bebeu, agora já pode ir pra casa - Vicky comentou rindo.
- Não seja por isso, linda Vicky. Se quiser, posso ficar, já que você faz tanta questão da minha companhia - Tom falou sarcástico e Vicky parou um momento, como se estivesse pensando.
- Não, pode ir - disse ela alguns segundos depois.
- , você cozinha muito bem, Danny e Dylan são dois homens de sorte - ele a elogiou.
- É, eu sei. E eles também - brincou.
Para aproveitar a “carona”, Harry e Dougie aproveitaram a companhia de Tom e também foram para as suas casas.
- Amanhã, temos folga, é bom aproveitar, porque logo estaremos voltando com tudo - Dougie disse para Danny e o mesmo balançou a cabeça positivamente. - Posso me despedir da , ou você vai me maltratar de novo? -perguntou agora um pouco mais baixo, para se certificar que ninguém, além do amigo, escutasse.
- Imbecil - murmurou Danny.
- Isso foi um sim ou um não? - Dougie insistiu na brincadeira, mas o olhar fulminante de Danny o fez tirar o sorriso brincalhão do rosto e ir dar um breve tchau a .
Agora só faltava Harry.
- Bom, a gente se vê - ele ia dizendo.
- Claro! Venha nos fazer uma visita - ela respondeu. Harry balançou a cabeça que sim e saiu. Mas voltou rapidamente.
- Já que amanhã estamos de folga, e provavelmente o Danny estará em casa... O que acha de sairmos para comer alguma coisa?
Pois é. Parecia que aquele dia era o dia do Harry surpreender a menina. Com o convite do rapaz, começou a ter um conflito interno e isso só a deixava mais confusa.
Ir ou não ir? Ir ou não ir?
Não. Claro que não.
- Acho ótimo! Mas dependo do Danny, talvez ele precise de mim, então...
É, não tinha nenhuma moral com ela mesma.
- Tudo bem, eu ligo para saber o que se resolveu.
Harry terminou de se despedir com um beijo no rosto de e, por fim, deixou a casa do amigo. No canto da sala, tanto Danny quanto Vicky olhavam-na curiosos. A breve conversa que ela tivera com Harry foi à base de sussurros, então era muito provável que os outros dois não tinham escutado nada.
- Vou ver como o Dylan está. - Percebendo que os interrogatórios começariam se ela não saísse dali logo, resolveu inventar uma desculpa. Não tinha nem dez minutos que havia colocado o pequeno para dormir.
Aproveitando que estava sozinho com a irmã, Danny a perguntou algo que ele queria saber desde o caminho de volta que havia feito até sua casa.
- Vicky, o que vocês ficaram fazendo ontem à noite?
- Ahn conversamos, comemos pipoca, pintamos as unhas e só.
Normal.
- E... Vocês falam sobre o quê?
Será que estava tão visível assim que ele estava desesperado para saber se eles falaram sobre ele na noite anterior?
- Você quer saber se falamos sobre você? - Vicky perguntou e Danny engasgou. Estava na cara sim.
- Falamos sobre você sim, Jones. Mas foi bem rápido...
- Hm... Tipo o quê?
- Tipo a verdade. A me perguntou mais ou menos como você era antes da chegada do Dylan e eu respondi.
- Respondeu...
- Que você era um galinha, que a cada dia da semana estava com uma mulher diferente dentro do apartamento... E que mamãe e eu estávamos tão acostumadas de te pegar com um vadia qualquer, que esse foi um dos motivos de termos a tratado mal da primeira vez que a vimos. Ou seja: anteontem. Troque a inteligência dela por coisas inúteis... Ela vira uma das suas garotinhas!
Danny havia congelado por dentro. Não estava acreditando no que estava ouvindo. Só podia ser brincadeira, TINHA que ser brincadeira!
Capítulo 14
- Olá, Mr. Harry, estava à sua espera - disse fazendo reverência assim que abriu a porta. - Só não esperava que chegasse tão cedo. - Ela riu.
- Saí um pouco mais cedo de casa, com medo do trânsito estar engarrafado.
Harry estava ansioso e nem ele entendia muito bem o porquê disso tudo.
- Harry, vocês moram na mesma rua! - gargalhou alto. E Harry a acompanhou.
- Desculpe, eu disse a primeira coisa que veio à minha cabeça. Não queria que soubesse que estava ansioso para logo menos.
Quanta honra! Há quanto tempo um cara bonito, legal e bem sucedido não falava essas coisas pra ela? Tipo uns 20 anos.
HAHA.
Agora Harry já estava sentado no sofá à espera de . E enquanto ele a esperava, a menina terminava de se arrumar e, enquanto o fazia, conversava com ela mesma, tentando encenar a maneira que falaria com Danny.
Último retoque, passada de perfume e lá estava ela. Linda e bela, pronta para ir a um encontro... DE MANHÃ.
Essa era nova.
Foi até o quarto de Danny, deu algumas batidas na porta e esperou o rapaz responder se ela podia entrar ou não. Não obteve resposta.
Olhou em seu relógio e viu que Harry a esperava por cerca de vinte minutos. Sob pressão, resolveu entrar.
- Danny? - Olhou para a cama do garoto. Vazia.
Estava pronta pra sair quando escutou a voz do rapaz ao longe.
- Aqui, pode entrar!
sorriu para o nada, fechou a porta atrás de si e foi ao encontro do rapaz.
- Bom dia. - Ele sorriu, com a boca cheia de pasta ao ver a menina. gargalhou e suspirou.
Mas se repreendeu segundos depois, via pensamento.
- Danny, eu esqueci de falar com você ontem à noite, mas, hoje, Harry e eu marcamos um passeio. Como os meninos disseram que hoje não teriam que ir a lugar nenhum, deduzi que você fosse ficar em casa... Então... Hum...
Nossa, que difícil. Por que era tão difícil apenas comunicar algo a alguém que estava desprovido da parte de cima de sua roupa?
Só pra resumir, ele estava sem camisa.
- Então...? - O bom humor de Danny pela manhã era raro. Aquele era um dia raro. Até chegar e pedir algo que ele já sabia.
- Eu queria saber se você pode me dar algumas horas de folga.
tinha toda a razão do mundo ao dizer pelas entrelinhas que Danny não tinha motivos para não ficar um pouco com Dylan. O dia dele estava livre, não tinha planejado nada em lugar algum ou com ninguém.
Mas...
- Nossa, , sem querer cotar o seu barato, mas eu ia dar uma saída agora, para procurar saber sobre exame do Dylan... Sabe?
Danny não prestava e ele sabia disso.
XX
Como tudo que vai, volta, não adiantou nada a desculpa esfarrapada, o motivo bobo que Danny inventou para manter em casa. Harry foi um fofo, mais uma vez, e sugeriu que Dylan os acompanhasse.
Uma, duas, três, quatro... Cinco. Cinco horas haviam se passado e e muito menos Dylan ou Harry haviam dado sinal de vida. Danny estava nervoso, andava de um lado para o outro e, se continuasse daquele jeito, faria um buraco no meio de sua sala.
O que diabos eles tanto faziam? Sobre o que tanto conversavam? Aonde haviam ido?
As perguntas invadiam Danny e ele tentava adivinhar todas as respostas e nem sempre elas eram boas... Mas espera.
Ele estava nervoso, preocupado, tenso... Por causa de uma garota! Aquilo era anormal e quanto mais conhecia os sintomas da insegurança e do ciúme, mais Daniel os odiava.
Escutou risadas vindo da porta e, então, finalmente ele sossegou; ligou a TV em um programa qualquer e correu para a cozinha. Pegou uma cerveja e esperou ter certeza de que já havia entrado para poder voltar à sala.
- Harry, acho melhor tirar essa blusa logo, pode manchar...
- Ah, deixa pra lá, , nem gostava muito dessa camisa branca - Harry disse descontraído, mas por dentro estava quase chorando. Ele havia comprado a blusa especialmente para aquele dia e Dylan havia golfado nela.
Danny ainda estava na cozinha, sentado na mesa enquanto prestava a atenção na conversa alheia.
- Danny?
- Oi, , já chegou? Não tinha visto... -Sonso.
- Acabei de entrar. O Dylan e o Harry estão lá na sala.
A menina ia dizendo enquanto ia pegando um pedaço de pano para molhar a pontinha e levar até Harry, para ver se conseguia dar uma limpada na blusa do rapaz.
- Já vou lá - ele disse e sorriu. retribuiu o mesmo e, quando ia saindo da cozinha, Danny foi mais rápido e sutilmente a pegou pelas mãos.
- Hm... ... Você e o Harry se divertiram... Muito?
Ele tentou, mas não conseguiu se controlar.
- Bom, nós ficamos fora por quatro horas...
- Cinco - ele pensou.
- Então acho que foi porque estava legal! - gargalhou e, sem forçar, Danny também. A risada dela era engraçada. Ele não estava rindo com ela, mas sim dela. - O Harry se saiu muito bem, conseguiu o telefone de cinco mães enchutas e babás jovens no parque.
Danny não conseguiu controlar a emoção que estava sentindo e puxou para um abraço. Ela estranhou a reação do 'patrão', mas retribuiu o mesmo.
- Eu achei que ele estivesse interessado em você - ele murmurou enquanto estava abraçado a garota.
- E estava - respondeu . - Mas chegamos à conclusão de que seremos amigos, melhores amigos, quem sabe. Sem contar que, no momento, só existe espaço para um homem na minha vida.
Danny, ao escutar o final da frase da garota, não conseguiu se controlar novamente e a apertou um pouco mais forte contra seu corpo.
- E... Eu posso saber quem é, sem querer ser muito invasivo?
- Dylan.
Capítulo 15
Ao contrário do que Danny chegou a pensar, as coisas iam muito bem. Não que ele não levasse fé em , não era isso. O negócio é que ele não imaginava que ela fosse... Ela mesma! Elogios faltavam a Danny ao falar da garota; mas como nem tudo era perfeito, havia algo que o incomodava. Pelo menos era isso que ele achava.
Já parou para pensar na sua relação com as pessoas que agora a cercavam. Ela estava começando a considerar Danny e seus amigos da família.
Sentia-se como a irmã mais nova de Dougie e de Tom, uma amiga chegada. De Harry, uma colega, que ainda estava o conhecendo. Infelizmente, em relação a Danny estava confusa, apesar de sua relação com o menino ser muito boa.
Uma coisa ela não podia ignorar: por mais que tivesse um jeito meio bobo, Danny era sedutor. Vê-lo passear com a toalha enrolada na cintura pela casa requeria à menina muita concentração, força e equilíbrio.
- Está preparado?
- Tem certeza de que eu preciso aprender isso? - Danny perguntou em um murmuro, enquanto verificava a temperatura da água.
- Absoluta! - sem ao menos pestanejar, ela respondeu.
Danny respirou fundo, ergueu as mangas de sua blusa e chegou mais perto da menina, que, agora, segurava Dylan.
- Então, vamos dar banho no Dylan juntos!
- Vamos lá, primeiro passo: verifique se tudo está em seu devido lugar. Sabonete, shampoo, condicionar e, o mais importante, toalha.
Danny fez o que a menina disse, olhou ao redor e estava tudo lá.
- Segundo passo, verifique a temperatura da água antes de colocar o pequeno na banheira.
Danny o fez e constatou que a água estava morna. A temperatura perfeita. finalmente passou Dylan para o pai, que conseguiu equilibrar o pequeno praticamente com uma mão.
Nesse exato momento, teve que ignorar o arrepio que subiu pela sua espinha. Ela imaginou por alguns segundos aquelas mãos firmes fazendo-na uma massagem.
Bom, muito bom.
O rapaz havia se saído melhor que o esperado, na opinião de . Dylan nunca tinha se divertido tanto no banho.
Naquele dia, fazia exatamente um mês da chegada do pequeno e, depois de ter conversado bastante com , o rapaz chegou a conclusão de que já havia passado da hora de Kathy saber sobre o suposto neto; ele revelaria o tal, nesta noite.
De banho tomado e distraído com um ursinho que ganhara de feliz quatro meses, Dylan estava em seu berço enquanto Danny se arrumava para ir até Bolton se encontrar com sua mãe. Ele estava nervoso, conhecia muito bem Kathy e já imaginava a reação dela quando ficasse sabendo.
Pegou a primeira calça jeans que viu e a camisa mais amassada de seu armário e deixou seu quarto em busca de . Pra ele, ele já estava pronto.
Deu três batidas no quarto da menina antes de entrar.
- Entra! - gritou ela.
- Estou pronto, vamos? – Com um sorriso do tamanho do mundo, Danny entrou no quarto da garota. Se surpreendeu com como ela tinha a facilidade de ficar bonita, mesmo estando de camiseta e shorts.
Talvez fosse o cabelo molhado...
- Ahn, Danny... Eu estive pensando, não sei se devo ir.
Antes que pudesse ser interrompida, continuou.
- É um assunto de família, Danny... Deve ser resolvido apenas por vocês.
- Ah, , você só pode estar brincando!
- Não, Danny, é sério... Eu não me sentiria à vontade durante a futura conversa tão séria - disse com o olhar baixo. Estava com medo da reação que o rapaz teria.
- , vê se você entende de uma vez... VOCÊ é minha família agora, você e o meu filho! , querendo ou não, moramos juntos! Bem ou mal, fazemos um parte da vida do outro.
Ok, por essa ela não esperava.
Ela realmente não esperava... Calma. Nariz ardendo, olhos lacrimejando... Pois é, ela estava emocionada e queria chorar. Fra-ca.
- Não, não, não... , não falei pra você chorar! - Danny começou a ficar nervoso ao ver o estado da menina. Ele foi o mais rápido que pôde ao seu encontro e a abraçou fortemente.
E ... Ela só pensou em aproveitar o momento, aquele abraço, aquele cheiro, aquelas palavras.
- Estou emocionada porque foi bonito o que você disse - respondeu ela, agora sorrindo, e Danny retribuiu. Para o desapontamento de ambos, eles tiveram que se afastar. Ficaram em silêncio, mas não era nada constrangedor.
- Sendo da sua família e morando oficialmente com você, não posso deixar você sair com essa blusa amaçada! - descontraiu ela.
- Peguei a primeira que vi! - Danny gargalhou alto.
- Vamos, eu passo pra você.
Danny tirou a blusa rapidamente e deu para a menina. Ela tentou processar as coisas que vinham a sua mente, mas estava difícil.
O choro de Dylan alertou os dois e, como ainda tinha que se arrumar e passar a blusa de Danny, o rapaz se ofereceu para cuidar do filho enquanto ela o fazia.
Assim que Danny se afastou, ela desabou em sua cama. Fechou os olhos e mordeu o lábio inferior... Por que diabos estava sentindo aquelas coisas? Desde quando Danny exercera um efeito tão poderoso sobre ela?
Assim que Danny tomou Dylan em seus braços, sentou-se na única poltrona que tinha no quarto e suspirou. Ficou se perguntando se seria tão doce com ele se soubesse do surto que passou por sua cabeça ao querer beija-la.
Danny sentiu como se tivessem lhe dado um soco no estômago e depois algo parecido com felicidade. É, ele não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo, mas imaginava.
XX
observava as estrelas e pensava o quão lindo era aquilo tudo. Pena que na cidade grande, Londres, não tinha nada daquilo. Respirou o ar fresco, profundamente, lembrando de quando havia chegado em Bolton. Por um momento julgou o ar fresco ruim, mas, algumas horas ali, já pensava em como seria ficar aspirando aquele cheiro de fumaça terrível em Londres.
- É tudo muito bonito, não é?
Danny chegou sem fazer barulho algum, ou talvez ela estava tão concentrada em seus pensamentos que não viu ou sentiu o rapaz chegar. Quando escutou sua voz, deu um leve pulo por conta do susto.
- Eu estava pensando justamente nisso... Em como tudo aqui parece mais bonito, mais fresco, tranquilo.
Danny gargalhou e a menina o seguiu. - Quando fui pra Londres, eu dei graças a Deus, eu achava Bolton muito pequena pra mim... Ainda acho, mas não nego que esse lugar é maravilhoso.
- Você realmente é uma pessoa muito espaçosa, senhor Jones - disse rindo da cara de ofendido dele, lhe dando um tapinha no ombro ao ver ele emburrado enquanto ela ria. Danny aproveitou a brincadeira da garota para lhe abraçar. Não sei se repararam, mas ele vinha fazendo isso com muita frequência.
Se ela relutava ou algo assim? De jeito nenhum. Na cabeça de só passava algo do tipo... Aproveite.
O silêncio pairou no ar, nenhum dos dois tinha mais nada pra falar. Nem o fato de Kathy ter desmaiado na hora que soube que Danny era “pai” era um motivo para resenhar.
Tanto quanto Danny se sentiam no céu naquele momento. Ou melhor, em todos os momentos que ficavam tão próximos. Mas com era mais especial, ela achava que era. Sentia-se flutuando e girando. As mãos de Danny agora a seguravam pelos braços, mantendo assim um contato.
Já ele sentia seu estômago embrulhar.... O tipo de sensações que Danny vinha tendo de uns tempos para cá ele achava que só existia em filmes. Ele se viu hipnotizado. Palavra para o definir, nesse momento, melhor que essa não existia.
Estavam tão próximos que podiam um sentir a respiração do outro. Um beijo, era o que viria a seguir... Se não tivesse se afastado.
- Desculpa - Danny tratou de se desculpar rapidamente e, como ele fazia sempre que ficava nervoso, mordiscou o cantos dos lábios e posicionou suas mãos atrás de sua nuca.
- Me... Desculpa você... Isso nunca mais vai se repetir. - sorriu, mas sem mostrar os dentes.
- É, acho melhor - ele respondeu. Alguns minutos sem nenhum dos dois dar uma palavra sequer, alegou que Dylan poderia estar precisando dela. Mas era mentira, ele estava muito bem com Kathy e Vicky. Danny também sabia, mas talvez fosse melhor cada um ir para o seu canto mesmo, pelo menos naquela hora.
- Burro! - Danny quase gritou enquanto chutava a grama. Ele não lamentava por nada! Ele não queria ter dito o que disse... Pelo contrário! Parecia que algo dentro dele implorava por um beijo daquela garota. Talvez porque nunca havia ficado tanto tempo com uma menina sem tirar algum tipo de aproveito da situação.
Antes de entrar na casa dos Jones, a menina parou na varanda e respirou fundo. Ao fechar os olhos, sentiu um pouco da sensação que Danny lhe causou poucos minutos antes.
Mas o vento gelado que atravessou seu rosto fez a garota acordar e algumas idéias, nem um pouco legais, começaram a passar pela sua cabeça.
Será que Danny estava a testando? Será que ele percebeu que ela estava vulnerável e resolveu se aproveitar?
É, isso era mais a cara dele.
Depois do que a Vicky lhe contou da última vez que elas estiveram juntas, não era para se sentir surpresa por qualquer aproximação de Danny.
É, ela havia acordado e voltado para a realidade.
Capítulo 16
Coincidência ou não, havia passado uma semana após o quase “incidente” em Bolton. e Danny mal tinham se visto e isso facilitou um pouco a vida dos dois. Mas, para deixar claro, eles não vinham se ignorando e nem nada disso. O que estava acontecendo é que Danny estava nos preparativos finais para o lançamento do CD da banda e tinha trabalhos e mais trabalhos da faculdade para fazer.
Era domingo a tarde e Danny estava de folga. também e, por si, decidiu ir até ao restaurante mais próximo se encontrar com Vicky. A cena da noite em Bolton insistia em não sair de sua cabeça. Ela só sabia pensar “qual deve ser o gosto do beijo dele?”.
Mas isso só ia ficar em pensamento mesmo, já que os dois combinaram que aquela aproximação não voltaria a acontecer.
Será?
- O que gostaria de pedir? - foi acordada de seus pensamentos pela garçonete. , o nome dela.
- Na verdade, eu não estou com muita fome e também estou esperando por um pessoa. - sorriu e também.
começou a reparar no estilo da menina. Cabelos loiros, olhos claros, corpo bonito... Estilo do Danny, não?
- Você é nova por aqui?
- Pode se dizer que sim. Trabalho no condomínio ao lado e, como hoje é o meu dia de folga, resolvi respirar um pouco de ar fresco.
- Uma ótima decisão! Não tem muitos lugares que você possa ir a pé por aqui. Então, como pôde reparar, nas tardes de domingo somos destaque, muitas pessoas gostam de vir aqui saborear um pedaço de torta - disse e riu. Só agora que a menina havia falado que ela parou pra reparar. lhe pediu licença e, novamente, ficou sozinha com os seus pensamentos. Mas não por muito tempo.
- Toma, uma xícara de café por conta da casa, para você não esperar sozinha.
agradeceu. As meninas trocaram mais meia dúzias de palavras e, por fim, foi atender os outros clientes.
Havia se passado dez minutos e nada da Vicky chegar.
Agora, eram onze... Doze... Treze... Quinze...
- Posso me sentar?
Aquela voz, ela podia estar quilômetros de distância, mas reconheceria.
- Claro! - respondeu. Estava começando a ficar nervosa... Afinal, o que Danny estava fazendo ali?
- A Vicky ligou, disse que vai se atrasar... Não entendi muito bem, a ligação estava falhando e eu acho que ela estava meio bêbada. - Danny riu, mas ficou espantada.
- Mas, Danny, é domingo e de tarde!
Começaram a falar sobre qualquer coisa, mas, antes disso, notou que Dylan estava com o Danny. Era a primeira vez que ele saia com o bebê sem estar com medo de alguém ou alguma coisa.
Quando viram, os dois dividiam uma torta de morango com calda de caramelo. Complexo.
- Estava com saudades - Danny disse sem ao menos pensar.
- Eu também. O que acha de pedirmos sorvete? Acho que vai ficar bom.
XX
-Daqui a pouco vou achar que estou sendo inútil nesta casa - murmurou enquanto via Danny terminar de cobrir o filho. Ela foi a primeira a sair do quarto, seguida por Danny.
- Não fala uma coisa dessas nem brincando!
- É sério, Danny, você já sabe colocar o seu filho pra dormir, sabe dar banho nele e está aprendendo a fazer o leitinho dele... Daqui a pouco não vai precisar que eu cuide do Dylan!
fingia estar emburrada e Danny estava adorando aquilo. O jeito como as bochechas dela inchavam, não muito, claro, era encantador.
- Mas posso precisar que cuide de mim!
- É para se pensar?
- Hm, não, está mais para uma exigência mesmo.
Emoções à flor da pele. se sentia assim.
- Então vou pedir o dobro do que eu ganho... Você sabe, quanto maior, mais trabalho! - Agora os dois caminhavam até a cozinha.
-Pago o que for para ter a donzela ao meu lado - Danny disse brincando, mas toda brincadeira tem um fundo de verdade. começou a preparar um chá para os dois antes de dormir.
- Então sabe que vai ter que desembolsar uma grana alta, né?
ria, enquanto Danny se fingia de ofendido. Oh não, aquela vontade de abraçá-la estava surgindo novamente e como ele tinha lido em algum lugar: não é bom lutar contra seus sentimentos.
Enquanto arrumava suas xícaras, Danny a abraçou por trás e percebeu os pelos da nuca dela se arrepiarem. Ela fazia o mesmo com ele, então não ligou.
Um, dois beijos, ele havia dado no ombro dela. fechou os olhos, aquela sensação era boa demais e, logo menos, se viu de frente a Danny enquanto sentia as mãos do rapaz tocarem seu rosto.
Eles juraram que aquilo nunca mais se repetiria e, de certa forma, estavam certos.
Dessas vez não foram até a metade, eles concluíram o caminho. Suas bocas se tocaram e o primeiro beijo chegou mais perto de estar repleto de paixão e desejo reprimido.
- Preciso respirar, Danny - disse assim que partiu o beijo. Se fosse com outra menina, Danny não a daria ouvidos e voltaria a beijá-la, mas com ela era diferente. Ele se sentiu um pouco envergonhado e depois sorriu.
- Vou deixar você descansar, mas não por muito tempo - respondeu ele, em fim. Danny deu um breve beijo na bochecha dela e se sentou a mesa.
Capítulo 17
Se pudesse se ver dormindo, teria a certeza de que o sorriso que ela acordou de manhã não saiu de sua boca durante toda a noite. Antes de fazer sua higiene matinal, ela ficou um tempo olhando para o espelho à sua frente, tentando imaginar quando aquilo tudo começou. Aquilo tudo, para ela, era o sentimento que vinha descobrindo que sentia por Danny.
Porém, ela não era a única que estava descobrindo algo, ele também estava. Naquele dia, Danny acordou cedo, se sentia feliz. Quem diria que apenas um beijo o fizesse ficar com a tal sensação. Por um momento parou para pensar em como trataria agora. Tudo bem, só havia rolado uns três beijos entre eles. Dois na cozinha e um no corredor, antes de cada um entrar para seu quarto... Mas mesmo assim, ela era diferente de todas com quem havia ficado, sem contar que não era um típica garota burra, a quem ele fazia o que bem entendia e depois mandava embora, dizendo que ligaria no dia seguinte, mas nunca ligava. morava, trabalhava para ele. Antes de fazer qualquer coisa ou tomar qualquer decisão, Danny tinha que pensar com calma.
XX
terminava de preparar o seu café e o de Danny. Iria para a faculdade fazer algumas provas e tentaria voltar o mais rápido que pudesse, já que durante a tarde Danny tinha algumas coisas para fazer. Hoje era o lançamento do CD da banda.
- Bom dia.
Danny entrou na cozinha e sentiu seu coração bater na garganta. Estava nervosa, como era para ela reagir agora?
- Bom dia. - Ela sorriu com a xícara de café do Danny a mão. Entregou pra ele e depois foi surpreendida por um selinho demorado do menino.
- Dylan ainda está dormindo?
- Está, mas já estou preparando a mamadeira dele pra quando ele acordar. Que milagre é esse que você acordou cedo? - Riu.
- Queria estar aqui antes de você sair - Danny disse dando de ombros.
respirou fundo e resolveu perguntar uma das mil dúvidas que vinham à sua mente.
- Danny, como ficamos agora? Eu trabalho pra você e nós, como você sabe, acabamos nos beijando ontem e...
Ela tentou continuar, mas Danny a beijou. Fazer aquilo, segundo ele, era bom demais.
- Vamos deixar rolar.
Ótima resposta.
Capítulo 18
- Danny, acorda!
- Hum... - ele murmurou, mas não foi capaz de ao menos abrir os olhos.
abriu as cortinas do quarto e, por causa do clarão, Danny levantou assustado.
- Olha isso. - A menina jogou um jornal em cima da cama dele e, quando Danny processou o que estava escrito, todo o sono que estava sentindo sumiu.
- O quê? Mas como... Essas fotos...
Tinha acabado de virar manchete de todos os jornais, revistas e quem sabe programas de fofoca que invadiam a TV. Danny era pai. Ok isso nós já sabemos. Mas a imprensa não! Até aquele momento.
As fotos que Danny citou anteriormente são aa de domingo, onde ele, e Dylan estavam no restaurante próximo a casa do rapaz.
- Os telefones não param de tocar, o Tom disse para você ligar pra ele assim que acordasse - disse e Danny permanecia quieto, lendo a tal matéria.
- Você... chegou a ler isso? Eles dizem que nós nos casamos escondidos, .
?
Ele havia a chamado pelo nome, coisa que odiava. Ambos ficaram quietos por poucos segundos, até o telefone voltar a tocar.
- O que eu faço?
- Acho melhor tirar do gancho... Se for alguém que eu quero atender, vai ligar pro meu celular e agora, , se você não se importar... Eu queria ficar um pouco sozinho.
Dito isso, saiu do quarto. Danny ficou um pouco quieto, pensando na repercussão que aquilo tudo ainda tomaria e, o pior, tinha que ser na semana do lançamento do seu CD? Que sorte era aquela...
brincava com Dylan em seu quarto quando escutou finalmente a porta do quarto de Danny se abrir. Já era tarde e ele havia passado a manhã toda trancado. Depois de alguns minutos, ele finalmente os encontrou, provavelmente foi até a sala e ao quarto do bebê antes.
- Você está bem? - perguntou assim que o viu.
- Não muito... Levar bronca de uma equipe de cinquenta pessoas não é legal. Foram cinquenta vozes diferentes, mas todas falando a mesma coisa: “Daniel, seu irresponsável!” - ele os imitou, tentando colocar um pouco de humor na conversa.
- E você já sabe o que vai fazer em relação a isso tudo?
- Já, vou dar uma entrevista exclusiva para o The Sun, só para começar - o rapaz disse entediado.
notou que cada vez que o Danny falava, o Dylan tinha uma reação, tipo procurava o dono da voz e até mesmo sorria. Era uma gracinha.
- E quando vai ser isso?
- Agora! Vim aqui dar um beijo em vocês e comer alguma coisa, daqui a pouco o carro vem me buscar.
XX
Já fazia quarenta minutos que Danny havia saído de casa. Dylan ainda brincava, estava animadinho.
já não estava mais ali, pelo menos não em pensamento. O que será que Danny ia dizer? Será que ele contaria o que estava rolando entre os dois?
Melhor, o que estava rolando entre os dois? Agora, achava que nada, não por enquanto. A campainha tocou, tirando a garota de seus pensamentos. Ela levou Dylan até o quarto dele e o colocou no berço. Se olhou rapidamente no pequeno espelho mais próximo e foi atender a porta. Antes de chegar na mesma a campainha tocou mais uma vez.
- Já vai!
Antes de abrir a porta, olhou pelo olho mágico. Viu um homem que não aparentava ter mais de trinta e cinco anos, de roupa social. Deveria ser importante.
- Oi.
- Boa tarde, sou o Jensen Ackles, assistente social - o homem se apresentou, estendendo sua mão para que pudesse cumprimentá-lo, e assim ela o fez.
- . Em que posso ajudar?
- Importa-se se eu entrar? Preciso falar com o senhor Daniel Jones.
A menina deu passagem para Jensen.
- Ele não está, é a respeito de quê? Eu trabalho pra ele, se eu puder ajudar...
- Trabalha? Pensei que fossem ca... - sabia que sua mãe havia ensinado que nunca, jamais, era para interromper uma pessoa que estivesse falando, mas...
- Não somos casados. Eu só trabalho pra ele, cuidando do filho dele.
- Por falar no bebê, a propósito, como ele está?
- Ótimo! - sorriu. Falar sobre Dylan sempre a fazia sorrir. - Ele é um bebê maravilhoso, mais esperto que possa imaginar.
Jensen se sentiu convidativo ao sorriso da menina.
- Como você se sente em relação a este emprego?
- Acho que não poderia ser melhor. Sem exageros, eu tive sorte de conseguir esse emprego.
Jensen voltou a sorrir.
- Ele que teve sorte em te contratar, não consigo imaginar um homem solteiro cuidando de um bebê de quase seis meses.
- Mas pode imaginar! Como eu disse ao Da... - pigarreou, tentando disfarçar. - Senhor Daniel, daqui a pouco posso ser dispensada porque ele cuida maravilhosamente bem do Dylan.
A menina agora gargalhou e, da mesma forma que Danny pensava, Jensen pensou também que a risada de era contagiante e engraçada. Assim, ele gargalhou junto com ela.
- Para finalizar a minha visita, posso ver o bebê?
- Claro! É por aqui.
XX
Por mais que a visita de Jensen tenha sido estranha e surpresa, não se sentiu desconfortável e ficou até feliz por ver que se preocupavam com Dylan. Se sentiu satisfeita quando viu o sorriso de Jensen ao olhar o pequeno dormindo no berço. Por mais que ele tenha ficado não mais que trinta minutos, para parecia uma eternidade! A ansiedade fazia isso com ela.
A tarde já havia acabado, agora eram quase onze horas da noite e nada do Danny chegar. Achou melhor tentar dormir, pois no dia seguinte tinha aula pela manhã, mas quem disse que ela conseguiu?
Lembrou sobre a primeira entrevista que o rapaz disse que ia dar, resolveu dar uma olhada no site do jornal, quem sabe eles não tinham postado alguma coisa? Qualquer coisa.
Pegou seu netbook e foi para o quarto de Dylan.
- The sun... The sun... - ela sussurrava enquanto buscava a página no Google. Quando encontrou a página, foi como se ela estivesse em um deserto e que AQUELE era O copo d'água.
“Achei um absurdo as declarações que li no jornal hoje. Revistas, programas de TV... Eles não têm mais nada pra fazer sem ser falar da vida dos outros?...”
ao ler essa declaração de Danny gargalhou, e muito. Mas seu riso foi cessado...
“Não me casei e nem pretendo... Não agora. Quem sabe quando encontrar a mulher certa? O que eu, sinceramente, acho difícil de acontecer. A garota que estava comigo no restaurante é nada mais nada menos do que a babá do meu filho! Ela também quebra o galho arrumando lá em casa, cozinhando pra mim... Mas é só isso!”
Como assim “a garota”?
“Nunca rolou nada entre a gente. Não que ela não seja incrível, porque ela é... Mas ela não faz o meu tipo.”
Capítulo 19
respirou fundo e agradeceu silenciosamente por finalmente conseguir parar de chorar. Ultimamente ela vinha ficando muito emotiva e aquilo a irritava profundamente. Escutou o barulho de chaves na porta e correu para o quarto.
Danny não podia vê-la daquele jeito. Ela não queria que isso acontecesse.
- Alguém em casa? - Dougie gritou. - Outch! - o menino gritou de novo.
- Quer levar outro tapa? O Dylan deve estar dormindo, sua anta! - Tom.
- Será que a já está dormindo também? - foi a vez do Harry perguntar.
Os meninos começaram a conversar em meio a sussurros, mas conseguia ouvir meio longe a conversa. Não prestava atenção. Na verdade, ela tentava, mas nada lhe instigava, já que Danny não havia se pronunciado até o momento.
- Fiquem à vontade, tem miojo no armário... Vou ver o Dylan e falar com a .
Agora era a vez do Danny respirar fundo. Torcia mentalmente para que não tivesse visto as coisas que ele falou... Ele próprio queria contar e explicar porque disse aquilo tudo.
Olhou Dylan da porta do quarto mesmo, nem sequer entrou. Sua prioridade era falar com ela. Deu três batidas leves na porta do quarto da menina, mas não respondeu que ele podia entrar. Ela ficou quieta, não sentia muita vontade de falar com ele.
- ? Posso entrar? - ele pediu, mas ela nem teve a chance de dizer que não, já que Danny se encontrava dentro de seu quarto.
Os olhos de estavam vermelhos e inchados. Não precisava ser um gênio para saber que ela esteve chorando.
- Você viu, não viu? - Danny perguntou, mas não respondeu nada. Agora não era a hora dela falar... Era a hora dele! - , me desculpa por dizer aquelas coisas, mas eu só fiz o que me mandaram... Eu disse o que eles queriam escutar, não quis te magoar.
- “A garota”, Daniel? “Ela quebra o galho arrumando a casa e cozinhando pra mim”? E os nossos amassos, Danny? Acho que eles contam como serviços adicionais.
- , eu já disse...
- Você me magoou, Danny - ela murmurou.
- Não queria ter feito isso, estou me sentindo mal desde o momento em que eu disse aquelas coisas. Você é muito mais que uma “garota” pra mim e eu estou descobrindo isso agora. Você acha que se fosse uma outra pessoa eu me importaria tanto?
- Sinceramente? Eu não sei.
Danny suspirou derrotado, ainda olhando para . Ela parecia um zumbi com aqueles olhos fundos, mas quem disse que ele ligava? Danny se aproximou um pouco mais e sustentou o olhar dela antes de beijá-la.
Interiormente, entrava em conflito. Algo dizia que aquele era o momento certo para ela o empurrar e dar o tapa que ele tanto merecia, mas algo mais forte dizia para ela corresponder àquele beijo.
Como aconteceu, ninguém sabe, mas já estava pressionada na parede mais próxima, ainda agarrada aos lábios de Danny. Eles se beijavam intensamente, como se quisessem eliminar qualquer distância entre os dois, suprir qualquer desejo existente; tipo fundir os corpos.
Aquilo estava tomando um rumo que Danny já havia imaginado, mas ela não. Danny mordeu o lábio inferior de , a fazendo soltar um pequeno suspiro e puxar seus cabelos. Ele havia gostado e muito daquela reação, era como se estivesse acabado de receber um convite dela.
- Uou! - ambos escutaram alguém dizer.
Alguém = Dougie.
e Danny se separaram, mas nada do tipo desesperado ou algo assim. Lentamente, separaram suas bocas e permaneceram com as suas testas grudadas. Sorriram sem graça um para o outro e finalmente direcionaram o olhar para Dougie.
- Dude... Você. - Apontou para Danny. - E você. - Apontou para . - Dude...
- Nunca viu ninguém se beijar na vida, Dougie? - perguntou ao se afastar de Danny, mas ele a puxou novamente para perto e a segurou firme pela cintura.
- Não, ele não pode ver esse tipo de cena ainda... Depois do Dylan, o Dougie é o bebê da casa - Danny disse e tanto ele quanto riram. Dougie ainda os olhava de maneira estranha.
- Ainda bem que eu não dei em cima de você - Dougie disse aliviado, olhando para .
- Bobo - ela murmurou.
- Não deu, mas bem que pensou - foi a vez de Danny dizer e , bom, ela estava um tanto quanto envergonhada.
Resolveram ir para a cozinha, ficar com Harry e Tom, mas, antes de ir, disse a Danny que a conversa entre eles ainda não havia acabado.
XX
- Quase me esqueci de dizer... - disse indo até a geladeira e pegando mais um pouco de suco. - Hoje, um rapaz aparentando não ter mais que trinta e cinco anos veio até aqui, o nome dele era Jensen e ele disse que era um assistente social.
Danny, Harry, Tom e Dougie prestavam atenção no que ela dizia.
- Ele me fez umas perguntas relacionadas ao Dylan e como o Danny era como pai.
- Espera - Tom a interrompeu. - O nome dele era Jensen? Jensen de quê?
- Ackles, se eu não me engano - respondeu pensativa.
- Jensen Ackles, Just My Luck, preview... Isso lembra alguma coisa a vocês? - Tom dizia agora irritado para os outros rapazes, enquanto não entendia nada.
- A cada segundo que passa eu entendo menos - ela murmurou.
Então Tom a explicou que Jensen era nada menos que um repórter de baixo calão, um tipo chulo de paparazzi que para conseguir matérias exclusivas era capaz de ir até ao inferno se fosse preciso.
- Nós podemos processar esse cara! - Danny disse irritado.
- Acho melhor contratar alguém pra dar uma bela surra nele - Harry disse e, por mais que o momento não fosse de brincadeira, todos riram.
- O que você disse exatamente pra ele, ? – Dougie perguntou.
- Nada demais, que o Danny era um ótimo pai e que o Dylan era um bebê incrível...
- Tem certeza?
- É claro que falamos mais coisas, ele ficou uns trinta minutos aqui mais ou menos... Mas não disse nada que pudesse comprometer você. - Agora, estava defronte a Danny e ele percebeu só de olhar nos olhos de que ela estava falando a verdade, até mesmo porque ela não tinha motivo para mentir. Ele queria beijá-la, fato, mas não sabia se deveria o fazer na frente dos seus amigos. já estava chateada com ele, não queria que ela ficasse ainda mais. Pensando nisso, optou por segurar uma das mãos da menina por debaixo da mesa.
Ela sorriu.
- É obvio que ele está aprontando alguma coisa – Harry falou.
Enquanto os meninos conversavam, ficou pensativa, tentando lembrar de qualquer coisa que pudesse ajudar os rapazes desvendarem o que o tal de Jensen queria. Realmente não lembrava de nada que pudesse ajudar e nem de nada que havia dito que viria prejudicar Danny algum dia.
- ? - Danny a chamou suavemente. - Eu confio em você, eu sei que você não fez nada para me prejudicar, pelo contrário. - Danny esqueceu por um momento que não estavam só os dois ali. Então ele colocou as mãos no rosto dela e o ergueu até que pudessem se encarar. - Que bom que o Dougie me convenceu a te contratar. - Danny riu antes de beijá-la. Que se dane.
Aquele beijo foi suave e delicado. Em questão de semanas, Danny descobriu que encontrara uma amiga. Uma pessoa em que poderia depositar toda a confiança.
Capítulo 20
Danny olhou para o prato onde havia três porções de papinha: uma rosa, outra branca e a terceira verde. Fez uma breve careta, imaginando como aquilo deveria ser ruim. Sentou defronte à Dylan, que estava acomodado em sua cadeirinha.
- Estou com pena de dar isso pro meu filho - Danny disse brincando com a papinha.
- É uma delícia, Danny, o Dylan adora! - , que estava estudando para uma prova que teria no dia seguinte, disse. Pensando no que a menina havia dito, Danny resolveu provar.
- Humm! -ele disse ao pequeno, embora reconhecesse que havia falta de entusiasmo em sua voz.
- Já disse que o Dylan adora... E se eu fosse você, trocava de roupa.
Danny se olhou e pensou o quão estava gato com aquela blusa e aquela bermuda.
- Não, obrigado. Essa blusa está combinando com os meus olhos - ele disse e revirou os olhos, voltando a ler. Não contaria a ele do momento revoltado de Dylan, quando ele começava a jogar papinha para o alto.
Alguns minutos depois a campainha tocou, era Vicky e Kath.
agradeceu mentalmente, quanto mais gente para olhar Dylan naquele dia, melhor.
Danny continuava a dar papinha a Dylan enquanto conversava com a sua mãe e irmã, ambas faziam o relato sobre a abordagem dos repórteres em busca de novas informações sobre Danny e Dylan.
O pequeno estava ficando impaciente, pois a atenção do pai não estava totalmente voltada a ele, então, para mostrar que estava ali, Dylan gritou bem alto e bateu com o pulso na bandeja da cadeirinha, fazendo o prato que estava nela voar e bom... O prato caiu no peito do Danny.
- Dylan, veja só o que você fez! - Danny esbravejou.
- Fez! - Dylan repetiu rindo e Danny gargalhou. Vicky também, mas Kathy queria chorar... Avós.
- Danny, é melhor tirar essa blusa senão vai manchar - disse. O menino balançou a cabeça positivamente e se levantou, pedindo para que sua mãe terminasse de dar comida ao bebê.
- Ele parece um papagaio, repete tudo o que a gente fala. - Danny ainda ria enquanto tirava a blusa na área. colocaria direto na máquina de lavar. - Ele não faz idéia do que diz.
- Você está rindo agora, vamos ver se vai rir quando ele começar a repetir os palavrões que você diz quando está assistindo jogo... - disse meio sem pensar.
- Às vezes você fala como a minha mãe - ele resmungou e agora foi a vez de rir. Enquanto ela tirava o excesso de papinha da blusa dele, ele a observava.
Linda.
Chegou um pouco mais perto da menina e a abraçou. Ela sorriu e quando finalmente pôs a blusa do rapaz para lavar, retribuiu o abraço. Danny queria beijá-la, mas ela...
- Não, Danny! - Tentou se desvencilhar dos braços dele.
- Por quê?
- Sua mãe e sua irmã estão na sala. Acho que a Kathy não ia gostar nada se chegasse aqui e visse você sem camisa agarrado comigo.
- Até parece que a minha mãe não sabe que damos uns beijos de vez em quando.
- Danny! - disse envergonhada, dando um tapa no ombro do menino, que a puxou pra perto e lhe deu um selinho. - Já não basta seus amigos ficarem sabendo da gente, não? - ela o repreendeu, mas Danny começou a rir lembrando da reação de Harry e Tom.
- O Harry se sente culpado até hoje por ter tentando ficar com você - ele disse ainda rindo e o acompanhou.
- Não deveria! Não rolou nada! - disse rindo e Danny reparou na menina.
- Nunca mude, , falo sinceramente - Danny disse se aproximando e dando outro selinho na garota.
XX
Passava das dez horas da manhã e já se sentia esgotada. Havia saído para a faculdade praticamente de madrugada, pois estava visando estudar um pouco no local.
Estava caminhando para a sua terceira e última prova quando sentiu seu celular vibrar. Achou estranho, pois Danny nunca ligava para ela.
Quando atendeu ao telefone, percebeu que a voz do Danny estava mais séria do que o normal. Quando descobriu o motivo da ligação, gelou. Olhou para a sala de aula que estava a poucos metros de si, mas deu as costas para a mesma e voltou para casa.
XX
- Vim o mais rápido que eu pude - disse assim que adentrou a casa.
- , eu te atrapalhei, não foi? Você tinha provas pra fazer e... - Danny ia dizendo enquanto entregava Dylan para .
- Danny, está tudo bem. - Ela sorriu.
O pequeno chorava muito, segundo Danny desde a hora em que acordou. A cada segundo que passava ele chorava cada vez mais alto e Danny estava ficando assustado. Kathy e Vicky já haviam ido embora, antes do bebê acordar, por isso estava sozinho e por isso se viu tão nervoso e preocupado.
- O que você tem, meu amor? Fala pra mim - sussurrou . Danny começou a reparar na menina. A roupa nerd que ela estava usando e seus cabelos assanhados por causa do vento a deixavam com algo diferente, que era capaz de atrair sua atenção quilômetros mais longe.
Por um momento passou algo surreal pela cabeça dele, que era a única mulher que fazia Danny mostrar o que tinha de melhor. Sem segundas intenções e sem piadinhas de duplo sentido. Falando sério mesmo.
Percebeu também que Dylan, depois da pergunta feita por , balbuciou alguma coisa na tentativa de se comunicar.
Danny sorriu de um jeito muito tolo.
- Acho que ele está com febre - a menina disse e Danny finalmente acordou de seus pensamentos.
- Ele te disse isso? - perguntou confuso.
- Não, Danny. - Ela riu. - Coloque a mão na testinha dele - concluiu ela e ele deu de ombros.
Dylan, irritado, fungou e esfregou o nariz, começando a chorar novamente. Só aí que entendeu qual era o problema dele.
- Ora, ora, ora! Veja em quem estão nascendo os dentinhos - ela disse sorrindo e Danny correu para ver.
- Meu filho já está com dentes? - Danny perguntou orgulhoso.
- Estão nascendo, Danny, por isso ele está tão irritado e com febre, mas, mesmo assim, acho uma boa idéia levar ele ao pediatra, o que acha?
- Acho ótima idéia, vou fazer o melhor pro meu filho.
XX
Danny olhava tudo ao seu redor, era tudo muito engraçado. Porquinhos, carros, marinheiros. Estava aguardando a vez de Dylan na sala de espera do pediatra. O pequeno havia encontrado finalmente um conforto após passar do seu colo para o de por mais de dez vezes.
Finalmente a enfermeira chamou o nome de Dylan. O pequeno fez um rápido exame de sangue e o doutor constatou que, além do nascimento dos dentes, Dylan estava começando a ficar resfriado. Prescreveu alguns remédios e recomendou bastante água ao bebê.
estava colocando o agasalho no Dylan quando o doutor disse:
- Vocês formam uma família muito bonita. - sentiu suas bochechas corarem e Danny abriu o sorriso.
- Eu também acho, doutor – ele disse. o repreendeu com o olhar.
- Obrigada pelo elogio, doutor, mas eu apenas trabalho para o Daniel. Não somos - ela disse apontando para Dylan, Danny e ela mesma - uma família. Eles - apontou para Dylan e Danny - que são.
Depois que deixaram o consultório, permaneceram em silêncio. notou que Danny estava um pouco emburrado, mas tentou não ligar.
Capítulo 21
- Bom dia - Danny murmurou para enquanto a menina terminava de arrumar a mesa do café. Era aproximadamente nove horas da manhã, Danny tinha acabado de acordar, mas sua feição estava acabada.
- Bom dia - ela disse sorrindo, mas Danny não retribuiu o sorriso.
- Eu tenho uma pequena tour por algumas rádios de Londres e proximidades. Vou ficar o dia todo fora e não tenho previsão de volta, mas fique tranquila, pra você não faltar na faculdade, pedi para que a minha mãe chegasse antes de eu sair.
- Tá - ela monossilabou. Danny grunhiu uma resposta incompreensível.
Enquanto ainda tomava o café, o rapaz recebeu uma ligação e foi nessa hora que se ligou que o problema dele era ela.
- Desde quando você é tão simpático com as pessoas ao telefone quando se é nove da manhã? - ela perguntou, mas já imaginava a resposta.
“Desde quando elas não me renegam como família,” foi o que ela pensou.
- Desde quando elas não me renegam como família - foi o que ele disse.
riu mentalmente.
- Quando eu fiz isso?
- Ontem na sala do pediatra do Dylan. - Danny a encarou.
- Você está chateado porque eu disse a verdade ao cara? - ela perguntou óbvia e Danny pareceu parar pra pensar. - O pai e filho da história são vocês dois. Eu só cuido de vocês.
- Claro que não! Você sabe que é muito mais que uma mera babá ou empregada, ou o que seja. - Danny já estava começando a alterar a voz quando Dylan acordou chorando. Se sentiu culpado.
- Acho que você precisar de um ar fresco - disse enquanto se levantava da mesa. - E outra, pode desmarcar com a sua mãe, enquanto o Dylan estiver assim, vou ficar cuidando dele - ela concluiu e saiu, deixando Danny um tanto quanto pensativo.
Eles não se falaram mais naquele dia, aliás, até se falaram, mas as coisas básicas das básicas. Danny disse que se acontecesse qualquer emergência era pra ela o contactar pelo celular e só.
Aquilo irritou profundamente! Ele já havia dito coisas piores, que realmente mereciam desapontamento da parte dela. Agora, só porque ela disse a verdade, ele fica todo irritadinho? Quer ser realmente uma família com ela? Que a peça em casamento.
“Viajei” a menina disse para si mesmo, rindo.
Dylan estava aparentando melhora, o remédio estava fazendo efeito e aquilo era muito bom. Óbvio que ainda teriam mais alguns dias difíceis pela frente, mas normal, afinal, aquele era o trabalho dela. Cuidar da criança.
XX
Naquele mesmo dia, notou que estava precisando abastecer o estoque da casa e dar uma geral na mesma. Como Dylan passou o dia praticamente sonolento, foi muito viável para a menina escolher aquele dia para dar uma ajeitada na casa.
O relógio marcava dez da noite e Danny só havia ligado cinco vezes durante todo o dia para saber de Dylan. Seus olhos estavam praticamente fechando sozinhos, então resolveu deitar. Colocou seu relógio para despertar para cada uma hora e meia, para poder acompanhar a noite do pequeno.
XX
Era a terceira vez que seu despertador tocava, o mesmo marcava duas horas. Levantou preguiçosamente e foi se arrastando ao quarto do pequeno. Mediu sua temperatura e constatou que a mesma estava normal. Sorriu aliviada.
Antes de voltar para o quarto, resolveu dar uma olhada no quarto de Danny para ver se o menino já se encontrava em casa.
Nada.
Ela sentiu uma leve tensão pelo corpo, já estava tão tarde e ele ainda não havia chegado... Lembrou do telefone, foi até a sala escutar a secretária eletrônica, talvez tivesse alguma recado.
Nada.
A menina se sentou no sofá, agora mais acordada do que nunca, e pensou seriamente em ligar para algum dos amigos de banda do Danny. Talvez eles estivessem juntos.
Pegou o telefone e discou o número de Tom.
Chamou uma, duas, na terceira vez, o garoto atendeu.
- Oi - murmurou.
- Tom? Te acordei? É a - ela disse muito sem graça.
- Tudo bem, ... Aconteceu alguma coisa? O Dylan está bem? - perguntou ele, agora mais esperto.
- Está sim, Tom... Na verdade eu estou ligando para perguntar do Danny... Ele está com você?
- Não, pequena. Não falo com ele faz duas horas ou mais - o menino disse num tom chateado.
- Oh, eu só fiquei um pouco preocupada... Mas ele deve estar bem, notícia ruim chega rápido, certo? - ela disse tentando descontrair e Tom concordou.
desligou o telefone e se deitou no sofá, ainda com o aparelho a mão. Aonde aquele idiota havia ido?
Fechou os olhos fortemente, pensando no que fazer, quando escutou o barulho da porta se abrindo. Provavelmente era Danny e provavelmente ele não queria dar um pio sequer, pois entrou de soslaio.
Tudo em vão, já estava acordada mesmo.
Quando ele se deparou com a menina deitada no sofá, ainda de olhos fechados, colocou a mão na boca para não rir.
Sim, ele estava bêbado.
- Bom dia, flor do dia!
- Você não existe, Danny... - ela murmurou e ele riu e deitou em cima dela.
- Existo sim, sou bem real, quer ver? - Ele não deu chance para que a menina respondesse e lhe deu um beijo. O beijo na verdade.
podia julgar o mais quente até agora.
- Sai, Daniel! - Ela tentou o empurrar.
- Que foi, não gostou? Posso caprichar mais... - ele disse de um jeito marotamente bêbado, se inclinando para beijar a garota outra vez. Mas ela virou o rosto e Danny bufou.
- Você está bêbado, Daniel.
- Só foram algumas cervejas, ! - ele disse irritado.
- Enquanto o seu filho estava febril? - foi a vez dela dizer irritada. Danny deu uma breve olhada para e saiu de cima dela, resmungando algo que ela não fez questão de entender.
- Porra! - ele praticamente gritou quando bateu seu dedinho na mesinha do telefone.
escutou Dylan resmungar e suspirou pesadamente, indo olhar o pequeno.
- Cheguei, bebê... - ela disse já com Dylan ao colo.
- Pode deixar que eu cuido dele.
- Você vai tomar um banho bem gelado, isso sim - a menina respondeu furiosa. Danny saiu do quarto e ela fechou a porta, tentando fazer Dylan voltar a dormir.
XX
- Posso entrar? - Danny perguntou da porta.
- Já estou indo dormir, Danny, o que você quer? - disse, ainda brava. Mas digamos que se aliviou um pouco ao perceber que o tom de voz do menino já havia melhorado.
- Falar com você, posso? - ele pediu e ela o mandou entrar. - Você já deve saber o que eu vim fazer aqui...
“Imagino,” ela pensou.
- Me desculpa. Por tudo. Desde o meu bom dia mau educado pela manhã até agora.
- Você não acha que vem se desculpando demais, não?
estava sentada em sua cama e Danny estava em pé, em frente à menina.
- Acho... Mas esse sou eu. Um cara que faz merda o tempo todo. - O menino deu um pequeno sorriso de canto dos lábios.
- Percebi - rebateu. - Está desculpado, mais um vez. Era só isso?
- Não... - ele suspirou. - Dorme comigo?
arregalou os olhos e preparou uma resposta muito, muito mau educada para dar a Danny, mas ele nem ao menos deixou que ela falasse. - É só dormir, , eu juro. Dormir de dormir.
o olhou desconfiada por alguns instantes e voltou a deitar em sua cama. Danny suspirou derrotado e fez menção para sair do quarto.
- Você não vem? - ela o chamou.
Capítulo 24
Naquela manhã, usava seu robe laranja sobre o pijama de flanela. Seus cabelos estavam levemente bagunçados por causa da noite de sono e mantinha seus olhos seme-serrados.
Para Danny, ela parecia maravilhosa e perfeita. Não deixou de reparar que, às vezes, fazia tudo o que ele dizia não gostar numa mulher... Mas porque será que ela fazendo ficava tão aceitável, tão bonito?
Aquele pensamento o fizera perceber que estava começando a agir da mesma forma que Tom na época em que conheceu sua atual namorada. Lembrara também como ele fora um dos primeiros a zoar o amigo, porque estava apaixonado e, agora, veja a situação dele.
Debatendo se devia ou não beijar , apenas sorriu.
- Bom dia - ele disse.
- Bom dia - a menina murmurou tirando Dylan do calor das cobertas e sussurrando para ele: - Olá, pequeno. Vamos colocar uma roupa bem quentinha e macia? E providenciar algo bem gostoso pro seu café da manhã?
Aquele jeito da menina encantava Danny de uma forma...
- Achei que já estivesse ido para a faculdade - ele disse.
- Na verdade, Danny, eu tranquei... Já tinha faltado duas semanas, e dias importantes... Achei melhor dar um tempo e voltar quando a sua agenda estiver menos lotada.
Aquele comunicado de gerou uma breve confusão. Danny havia ficado irritado pelo o que a menina havia feito. Tudo bem, quem sabe da vida dela é ela, mas ele se sentiu responsável. Afinal, se não fosse pelo emprego que ele deu para ela, ela não teria que estar trancando a faculdade agora.
Durante a manhã Danny não a tratou muito bem, mas também não a tratou com ignorância. Ele só queria que ela percebesse o quanto ele se preocupava e que estava chateado por ela ter parado com os estudos.
Era a hora da papinha do Dylan e Danny fez questão de alimentar o filho.
- Olha o aviãozinho... - Danny disse totalmente desmotivado e Dylan só sabia prestar atenção na cor de sua papinha. Aquela era roxa.
Alguns minutos a menos e mais uma vez, Dylan enfiou a mão dentro do pratinho apoiado na cadeirinha. Danny lembrou da última vez que ele havia feito aquilo e se aborreceu.
, que estava lá para dentro fazendo qualquer coisa, veio correndo ver o que tinha acontecido.
- Ah Dylan! - ela murmurou.
- Qual é o seu problema, Dylan? - Danny disse sem paciência e o menor percebeu. Ele olhou brevemente para e depois voltou o olhar para o pai antes de começar a chorar. Bem alto, diga-se de passagem.
- Qual é o SEU problema! - disse limpando rapidamente os dedos de Dylan, apressando-se a pegá-lo.
- Você mima ele demais, sabia? Ainda mais agora que vai ter tempo de sobra pra cuidar dele...
- Ai, Danny, eu tenho uma vida pela frente! Essa é só a primeira de várias graduações que eu pretendo fazer. Se eu parei agora foi porque eu quis, você não me obrigou a nada, o meu trabalho não me obrigou a nada! Antes de começar a trabalhar aqui eu já havia pensando em trancar pra poder juntar uma grana...
tentava fazer Danny entender que ele, e muito menos Dylan, não tiveram nenhum peso na decisão que tomara.
- Eu não quero te prejudicar e nem atrapalhar. A minha intenção quando te contratei era me ajudar e te ajudar - ele disse.
- E você está me ajudando, Danny, pode acreditar disse sorrindo e Danny, bem, ele riu de um jeito tolo. Dylan ainda chorava baixinho no colo da menina.
- Deixe-o comigo.
Tomou o pequeno dos braços de , aconchegando-o contra o ombro, e começou a caminhar pela sala.
- Desculpa, parceiro, eu estava brincando.
Danny disse o mais carinhoso que pôde e Dylan deu um último soluço, parando de chorar em seguida.
XX
- Dorme comigo hoje?
- Danny, está na hora dp almoço e você já está pensando em dormir. - murmurou sem tirar os olhos do que estava lendo. Parecia concentrada e o fato da atenção da garota não estar voltada para Danny o incomodava.
Parecia o Dylan com pirraça. Bem que dizem, tal pai, tal filho. Ou filho de peixe, peixinho é.
Chega de ditados bestas.
- Claro, você não me dá atenção. Estou na esperança dessa situação mudar à noite - ele disse rabugento e gargalhou.
- Eu estou procurando algo novo pra fazer pra gente comer, seu chato - respondeu , sentindo Danny a abraçar por trás.
- Tenho uma idéia melhor - começou ele. - Fast-food?
- Tá renegando a minha comida? - ela perguntou brincalhona e Danny riu.
- Não, estou querendo passar mais um tempo com a princesa sem ter que disputar a atenção com um livro.
- Ahn, então o senhor depois de ficar todo cheio de charminho, me enchendo o saco por causa da faculdade, agora está carente? - a menina brincou antes de ser beijada por Danny. suspirou pesadamente só de pensar que teria que romper aquele beijo, pois quem estava cobrando atenção agora era Dylan.
Tanto quanto Danny demoraram cerca de uma hora para se arrumar, incluindo a arrumação do Dylan e das coisas que teriam que levar para ele.
- , você pode parar de olhar para trás e me ajudar aqui? - Danny pediu encarecidamente enquanto encarava um grupo de meninas que cochichavam olhando pra ela.
- Desculpa - murmurou. - Mas essas grupies me irritam, Danny! Desde a hora em que estacionamos o carro até agora elas estão nos seguindo e falando de mim, rindo de mim! Será que esse povo é tão besta a ponto de não esquecer uma publicação idiota? Já faz mais de uma semana! - disse, agora irritada. - Quer saber? Eu estou pensando seriamente no que o Dougie disse, acho que eu não sou boa o suficiente pra você... Mesmo sem saber o que nós temos de concreto.
Danny olhou de um jeito cômico para a menina e começou a rir.
- , larga a mão de ser paranóica! - O menino ainda ria. Mas seu riso foi cessado quando viu uma das garotas que estava reclamando se aproximar.
Opa, aquela ele conhecia. E muito bem, só pra saber.
A piranha mirim, como havia a apelidado, chegou puxando assunto com o típico “lembra de mim?”, entrando praticamente na frente da garota, de modo que ficasse de costas para ela.
- E então Danny, quanto tempo.
- Pois é.
Silêncio. E riu mentalmente. A falta de assunto era foda.
- Quer dizer que agora você é pai... Uau. Pena que não foi comigo - a coisinha disse e abriu e fechou a boca sem reação. Danny sabia que aquela garota - a... Ana? Brittany? Lindsay? Acho que era Lindsay - era direta, mas nem tanto.
Ele riu sem graça e ficou calado. Ela se ofereceu para pegar Dylan um pouco e enquanto isso, o menino pegou a chave do carro que estava em um dos seus bolsos e abriu o veículo.
ainda observava tudo.
Danny pegou o filho de volta e no momento em que o fez, passou pela biscate lhe dando um belo encontrão. Não foi capaz de pedir desculpas.
Já dentro do carro, se amaldiçoou por ter sido tão burra de os deixar a sós. Depois de longos sete minutos, que mais pareceram vinte, Danny adentrou o carro e passou Dylan para a garota.
“Eu deveria ter ficado com o Harry quando tive a chance.” - repetia mentalmente.
Percebendo que não seria a primeira a puxar assunto, Danny se adiantou.
- Já fiquei com ela. Nada além do que uma ou duas vezes.
- Quem fica uma ou duas, pode ficar três, quatro, mil... - ela rebateu de imediato.
Danny voltou a ficar calado. Fizeram praticamente todo o itinerário em silêncio, só falou quando percebeu que não conhecia aquele caminho.
- Aonde estamos indo? - ela perguntou.
- Parque.
começou a avistar o verde e a cada hora entendia menos, por que Danny estava indo pra lá mesmo? Viu algumas crianças brincando de pique e jogando bola. Nem parecia que era meio de semana.
O tempo também não estava um dos melhores, mas só o fato de não estar chovendo já era motivo para o passeio.
Finalmente Danny estacionou o carro, desligou tudo e saiu, esperando que fizesse o mesmo. Começaram andar na direção do parque, um pouco distantes, mas Danny tomou coragem, não se sabe de onde, e se aproximou da menina, a abraçando pela cintura.
Repararam como Dylan estava agitado e acabaram sorrindo por causa do pequeno. Árvores, espaços com chão de terra, bancos, pista para ciclistas e afins, era isso e mais um pouco o que viam.
- É com você - Danny disse do nada e o olhou confusa. - Não é com ela que eu quero ficar mil vezes, é com você.
Ele terminou de dizer e, por mais que tenha tentado esconder o sorriso que brotara no canto de sua boca, não conseguiu. Logo ele tomou toda a sua face, virando um sorriso lindamente infantil. Danny sorriu junto.
A menina não disse nada. Eles apenas encostaram suas testas e fecharam os olhos, enquanto sentiam a brisa bater em ambos os rostos.
Capítulo 25
- Você está brincando comigo? -Tom perguntou indignado.
- Não, dude! Eu me senti... estranho. Feliz por dizer aquilo pra ela. - Danny não podia ver, mas seus olhos brilhavam.
- Quem diria, Danny Jones apaixonado - Harry disse bagunçando o cabelo do amigo.
- Danny está apaixonado? Por quem? -Dougie havia acabado de chegar ao local, com cartas nas mãos. Os outros três se entreolharam pela pergunta besta do amigo e riram discretamente.
- Estou apaixonado por você, Dougie! Quer namorar comigo? - Danny perguntou e viu o mais novo fazer cara de nojo.
- Que isso, dude... Pensei que o seu negócio era a .
Nesse exato momento, a menina adentrou a cozinha.
- O que tem eu? - perguntou antes de abrir a geladeira.
- Cartas? – Danny, para disfarçar, apontou para a mão do amigo. fez uma breve careta.
- Acho que não.
- Ah, vamos lá, , aproveita que o Dylan está dormindo – Tom falou.
- Não sei jogar, isso é demais pra minha cabeça.
- A gente promete que você é café com leite - Harry disse e assim a menina topou.
Terceira rodada e ria a toa, estava concentrada conferindo seu jogo, para a jogada seguinte. Estava tão concentrada que tentava ignorar toda a conversa paralela dos meninos.
- Bati! - a menina disse feliz e os rapazes a olhavam incrédulos.
- Você disse que não sabia jogar - Dougie resmungou com o rosto vermelho.
- Não vai chorar, vai? - perguntou rindo e ele lhe deu língua.
- O Dougie está certo, você nos enganou! – Tom disse.
- Eu não enganei ninguém, eu realmente não sei jogar... Quer dizer, não sabia! Foi preciso duas rodadas para eu aprender - disse ela inocente.
- , sua Judas - Harry resmungou. - Oh Danny, não vai falar nada não?
- Tá tentando me impressionar? - perguntou ele para , que gargalhou alto. Mas de nervoso.
- Claro que não! - protestou ela, mas sem sucesso. Seu rosto foi esquentando, esquentando...
- Own! - os rapazes fizeram o coral.
- Ela fica uma gracinha com vergonha, não acham? - Dougie disse. Achou aquele momento propício para se vingar.
- Eu não estou com vergonha! - a menina disse cobrindo o rosto com as mãos.
Danny foi até a garota e delicadamente afastou suas mãos do rosto. A levantou da cadeira, ainda de um modo delicado, e acarinhou brevemente o rosto da menina.
ficou na ponta dos pés e beijou Danny de um jeito carinhoso.
Do jeito que só ela sabia fazer. O beijo não durou por muito tempo, pois logo sentiram seus amigos lhe lançarem as cartas enquanto resmungavam o quão àquilo era nojento.
Meninos.
XX
O dia seguinte foi um tanto quanto longo para e Danny. Na noite anterior, depois que os meninos foram para suas casas, os outros dois perceberam a bagunça que havia ficado. Latas de cerveja ao chão, sobra de salgados, cartas espalhadas. A casa estava um caos.
- Vamos lá, quem pegar o menor palito fica com a sala, quem pegar o maior, com a cozinha - Danny disse enquanto apenas afirmou com a cabeça.
Para Danny, ela estava diferente. Mal tinha acabado de dar onze horas e ela estava com um aspecto de cansada.
- Você está bem? - perguntou e deu um sorriso retardado pra ele.
- Sim, estou.
- Deixa que eu arrumo a sala, - ele decretou e ela riu de novo.
- Você quer roubar, Jones? Eu fiquei com a sala e você com a cozinha!
- Não é isso, , é que você... Está diferente. Tem certeza de que está bem?
- Estou - insistiu ela, com um olhar de desconfiança para o menino.
Danny deixou quieto e percebeu que quando estava prestes a fazer as atividades da casa, ficou zonza e se apoiou no sofá.
- Não está! - exclamou Danny, aproximando-aw. Pousou a palma da mão na testa da garota e, conforme suspeitara, ela estava com febre. Suspirou.
- Você pegou o resfriado do Dylan. Um pouco atrasada, mas pegou.
- Existe uma programação para pegar resfriado? Não sabia dessa - falou ela com a voz arrastada. Danny a levou apoiada até o quarto dela, o que era um exagero segundo a menina. se sentou na cama e Danny suspirou.
- Quer ajuda pra pôr o pijama?
- Não, Jones.
- Então troque de roupa e deite-se. Se você não o fizer, eu faço - Danny disse e o fitou com a testa franzida, mas o menino não ligou.
- São onze e vinte, daqui a dez minutos volto para ver como você está - murmurou, aproximando-se da porta. - Já sabe, se eu voltar e você não estiver devidamente acomodada em sua cama, eu farei isso por você.
Agora na sala, Danny pegou o telefone para discar para sua mãe, mas se conteve. Ele já sabia algumas coisas sobre a casa e cuidava maravilhosamente bem do Dylan. Sem contar que estava tão bom apenas os três naquela casa... Chamar Kathy, para quê?
Viu a indisposição de como uma ótima oportunidade de retribuir todo o cuidado que ela tinha com ele. Decidiu paparicar e cuidar de o máximo que pudesse. Como havia dito, era onze e meia, Danny entrou no quarto da garota e a encontrou profundamente adormecida. Suspirou aliviado e fechou as cortinas verticais, dando mais um pouco de conforto a . Então foi até a saída do quarto, pé ante pé e suavemente fechou a porta.
Aquilo lhe renderia uma ótima lembrança, Danny tinha certeza.
XX
Danny suspirou pesadamente quando escutou o choro de Dylan. Surpreendeu-se quando adentrou o quarto do pequeno e o viu de pé, agarrado à grade do berço ainda choramingando. Se sentiu orgulhoso, seu filho além de esperto era forte o bastante para se equilibrar e levantar sozinho.
- Qual é o problema, filhão?
Dylan deu a sua resposta na linguagem dos bebês e roçou o nariz úmido na camisa dele.
- Eu não o culpo por estar puto, se a minha calça estivesse molhada, também não iria gostar - Danny disse fazendo uma careta. - Só que você sabe, hoje somos apenas nós dois. A está doente - Danny voltou a dizer e Dylan prestava atenção fielmente, ele deu um sorriso e colaborou enquanto Danny trocava sua fralda.
XX
A manhã foi mais tranquila que Danny imaginou. dormiu bastante, Dylan se mostrou muito compreensivo, não dando tanto trabalho, enquanto ele fazia alguns deveres da casa. Achou muito engraçado por estar naquela posição.
Estava dando um biscoito para Dylan quando a campainha tocou. Não se lembrava de estar esperando ninguém, por isso achou estranho.
- Tom? Por que você tocou a campainha? - Danny perguntou estranhando ao ver o amigo.
- Achei que não tivesse em casa. Estou tentando te ligar faz algumas horas - o rapaz disse adentrando o apartamento. - Danny o que aconteceu com a entrevista que daríamos hoje àquela rádio?- Tom perguntou passivo, tentando ser compreensivo.
Danny ficou pálido e deu um tapa em sua própria testa, lembrando naquele momento do compromisso que Tom falara.
- Mate, eu me esqueci completamente. Me desculpa, o dia não foi fácil... A passou mal e eu fiquei sozinho com o Dylan e, além disso, tive que tomar conta da casa.
Até Tom, que era considerado o certinho, o mais nerd dos quatro amigos, achou engraçado do modo que Danny havia acabado de reclamar da vida. Acabou rindo brevemente do amigo.
Tom não ficou mais que vinte minutos fazendo companhia a Danny; contou como improvisou na tal rádio e se ofereceu para tomar conta de Dylan por uma hora, já que sua namorada estava em casa com ele.
Danny pensou um pouco, mas acabou por deixar. Ele precisava mesmo de um tempo a sós com , para ver se ela precisava de algo e etc. Do jeito que a menina havia o ensinado, Danny arrumou a bolsa de passeio do pequeno, sobre protestos do Tom, que alegava que qualquer coisa que precisasse era só atravessar a rua.
Foi até quarto de ver se ela ainda estava dormindo ou se precisava de alguma coisa. Constatou que caso estivesse acordada, deveria estar morrendo de fome, pois não comeu nada além de seu café da manhã.
Deu algumas batidas na porta do quarto da menina antes de entrar, mas não obteve nenhum tipo de resposta. Saiu entrando. Olhou na cama da menina e ela não estava, as cortinas também não estavam mais do jeito que ela havia deixado. Escutou a torneira da pia do banheiro dela aberta, então constatou que a menina estava lá. A chamou, mas não obteve uma resposta concreta, apenas um gemido.
Danny sentiu seu coração bater na boca, igual no dia que viu que Dylan tinha alguma coisa errada. No dia em que o bebê ficou resfriado.
Por mais que a distância não fosse assim tão longa, correu até o banheiro e viu quase desmaiada ao chão. Ela movia a cabeça lentamente e gemia qualquer coisa. Parecia que havia acabado de sair do banho por conta de seus cabelos molhados e a toalha rosa enrolada ao redor de seu corpo.
- ! - exclamou, ajoelhando-se ao lado da menina.
- Estou bem... - ela murmurou abrindo um pouco os olhos.
- Bem? Deitada só de toalha no chão? - Danny perguntou ainda nervoso, mas não percebeu. Também nem tinha como, ele queria tranquiliza-la o máximo que pudesse.
Por mais que aquele não fosse o momento, Danny deu um selinho na menina.
- Vai ficar tudo bem, , eu vou cuidar de você - ele sussurrou ao pé do ouvido da garota, antes de tomaá-la em seus braços e a levar de volta para a cama.
- Cadê o Dylan? – fazendo muito esforço ela perguntou.
- Está passando um tempo com o Tom, ele acabou de vir buscá-lo. Eu vou cuidar de você - o menino disse novamente, deixando agora sozinha em seu quarto.
Voltou cinco minutos depois com uma toalha seca em mãos, procurou na gaveta da menina um novo pijama e roupas íntimas. Riu por um momento ao imaginar surtando quando boa e pelo olhar envergonhado que ela o daria.
Quando ainda estava coberta com a toalha molhada, Danny pôs as roupas íntimas na menina depois, com a toalha que havia acabado de pegar, secou as partes visíveis do corpo dela.
Após o feito, a vestiu com um pijama confortável e a ajeitou na cama.
- Vou pegar uma aspirina e um saco de gelo pra você - disse ele antes de sair do quarto. Antes de voltar para o cômodo, Danny ligou para o restaurante que tanto frequentara, o mesmo que , uma das conhecidas de , trabalhava. Encomendou uma sopa caprichada para a garota.
fez questão de levar, o que foi bem legal da parte dela.
XX
Tom já havia levado Dylan de volta, mas nem por isso foi embora. Resolveu ficar mais um pouco e ajudar o amigo.
Dylan começou a engatinhar, ou pelo menos tentar, e Tom o acompanhava orgulhoso. Por mais que o pequeno não soubesse para onde estava indo, acabou chegando no quarto de . Para ele havia sido um enorme percurso. Estava cansado e exigiu que Tom o pegasse novamente no colo. Ele procurou e Danny com olhar, escutou uma pequena agitação vindo do banheiro e foi verificar. estava inclinada na pia enquanto Danny segurava seus cabelos para que não caíssem em seu rosto.
- Ew - Tom murmurou fazendo um pequena careta.
- Não enche, Tom - murmurou enquanto começava a escovar os dentes. Danny agora estava abraçado na menina - mais exatamente a segurando pela cintura com o queixo apoiado em seu ombro, olhando pelo espelho todo o movimento que ela fazia. Como ele conseguia ainda ser romântico? Ele tinha acabado de ver a garota vomitar. Por Deus.
Capítulo 26
Dois dias depois, acordou melhor. Por causa de sua indisposição, Danny chegou a adiar a viajem que faria com a banda. Aquilo lhe rendeu um bom esporro, mas fez o que faria por ele. Por isso não ligou e, quanto aos fãs, ele se comprometeu a pensar em algo para lhes retribuir pelo pequeno incidente da turnê, que apesar de não ser uma das maiores, tinha um grande público e, claro, Danny não podia e nem queria decepcionar seus fãs.
- Sua mochila já está pronta - disse chegando na sala. Danny terminava de dar papinha a Dylan.
- , você não precisava fazer isso, lembre-se que ainda está se recuperando - ele a advertiu e a menina suspirou pesadamente.
- Eu nunca fui tão fraca para resfriados. Ainda estou tentando entender porque eu fiquei daquele jeito - ela murmurou invocada.
Danny riu. As bochechas dela haviam inchado do jeito que ele gosta. Ele fez um breve cafuné em Dylan e foi até a menina que estava de pé, recostada em um dos dois sofás que tinha naquela sala. Danny sorriu sorrateiramente, agora do jeito que ela gostava, e começou a se aproximar.
sabia muito bem onde Danny queria chegar... Não que ela não quisesse. Ela queria e muito poder beijá-lo, principalmente por ter ficado três dias sem o fazer, e o fato dele estar perto ferrava ainda mais com ela.
Danny a agarrou pela cintura e aproximou seus corpos, começou dando leves beijos no pescoço da menina, caminhando até sua orelha. Demorou um pouco mais ali, enquanto o amaldiçoava por pensamento. Com sutileza, ela o puxou pelos cabelos, fazendo com que se olhassem nos olhos. Se encararam brevemente e em seguida partiram para o beijo.
Começaram a se beijar leve e lentamente, mas a saudade falou mais alto e, além de rápido, o beijo ficou um tanto quanto feroz.
Tentavam se aproximar o mais que podiam, e enquanto se beijavam se afastou dele brevemente, mas apenas para tirar sua camisa, que já estava acima de sua barriga. Danny desabotoou os botões de sua própria blusa, fazendo com que a mesma caísse rapidamente.
Qualquer um percebia que Danny era o mais empolgado, enquanto a menina não respirava mais direito. Não como respirava no início do beijo.
Com uma sequência de selinhos, Danny separou por fim suas bocas e percebeu que ela estava um pouco pálida. Voltou a dar um selinho na menina, mas dessa vez mais demorado e em seguida ele a abraçou.
sentia o cheiro da pele do rapaz enquanto mantinha seu rosto escondido na curva do pescoço dele. Estava com vergonha, se sentindo uma boba e ela nem ao menos conseguia ter a certeza do porquê de se sentir daquele jeito.
Danny não disse nada, apenas a abraçava cada vez mais forte, enquanto sentia o cafuné que ela fazia em sua nuca, uma hora ou outra brincando com seu cabelo.
Foram despertados por uma intensa risada do Dylan e, com muita dó, se separaram para ver o que estava acontecendo com o pequeno.
Infelizmente Danny não afastou o prato com o resto de papinha do moleque e, para o seu desespero, ele fazia do prato, antes com algumas sobras, de chapéu enquanto o resto que continha no objeto estava espalhado por todo o seu rosto e babador.
pegou sua blusa do chão e a vestiu novamente, deu um selinho em Danny e foi até a cozinha, voltando em seguida com uma toalha molhada para que pudesse tiraras sujeiras mais grossas de Dylan, antes de o dar banho.
XX
- Nunca pensei que diria isso na minha vida, mas... Não quero tocar amanhã - Danny disse surpreendendo , que havia acabado de colocar Dylan na cama.
Ela olhou de um jeito estranho para Danny, tentando adivinhar o motivo para ele lhe dizer aquilo.
- Sério? Por que você está dizendo isso? Está com algum problema? - ela o bombardeou com perguntas. Típico.
Começaram a caminhar até o quarto da menina, onde cada um deitou do seu lado da cama. Se aproximaram de modo que Danny pudesse ficar apoiado no colo dela.
- Na verdade, estou - ele disse fechando os olhos assim que sentiu a garota o acarinhar.
- E eu posso te ajudar?
- Talvez. Estou com saudade precoce! Não queria ficar longe do Dylan, ainda mais agora que ele consegue engatinhar, que ele está ficando mais esperto... Não quero ficar longe de você também - disse ele derrotado e deu um risinho.
- Esse é o seu trabalho, Danny. Você tem um compromisso, tem que cumprí-lo... E além do mais, são só alguns dias. Vai passar tão rápido que você nem vai perceber.
XX
Mentira, ele percebeu. Não só ele, como ela também. Ainda mais porque não conseguiram se despedir direito. Danny havia saído às cinco horas da manhã e ficou com muita pena de acordar ou Dylan.
Enquanto Danny esteve fora, a menina aproveitou para fazer o que ela sabia de melhor: dar um jeito na casa. Aproveitou as tardes extremamente lindas e perfeitas, segundo ela e a maioria dos londrinos, para levar Dylan a um passeio ao ar livre.
- Eu sabia que você não iria resistir! Se fosse aquele baixista eu não resistiria - disse óbvia, enquanto assistia brincar com Dylan.
- O Dougie? - a menina perguntou incrédula. - Você não resistiria ao Dougie? - voltou a perguntar antes de rir. Bastante.
- Aquele garoto é um Deus, . Só você não vê - disse suspirando, ficando com o olhar perdido em seguida. Provavelmente imaginava alguma coisa entre os dois. - Sabe, se eu fosse você não perderia mais tempo em relação ao Danny; acho que você é especial pra ele.
- Perder tempo em relação a ele? Quer dizer o quê com isso? - perguntou a menina já imaginando a resposta que lhe daria.
- Acho que você não deveria lutar contra os seus sentimentos e fazer o que o próprio Danny disse: deixar rolar.
ficou pensativa por alguns instantes. Viu estalar os dedos em frente ao seu rosto e finalmente acordou de seus pensamentos.
- Aposto que estava imaginando você e ele se...
- Cala a boca - se adiantou, antes que pudesse concluir a frase. As duas haviam virado boas amigas. Fazia bem para ter alguém por perto enquanto Danny estava viajando e enquanto ele não estava também. Por Vicky ainda morar em Bolton, acabou se aproximando cada vez mais de .
Mas era óbvio que amava as duas igualmente e que ambas seriam eternamente suas melhores amigas.
XX
- Ainda assim, acho que deveria ter me acordado - disse manhosa ao telefone.
- Fiquei com dó. Você parecia estar dormindo tão bem. Concentrada... E pelo sorriso, acho que estava sonhando comigo - Danny disse do outro lado da linha e gargalhou alto.
- Não sabia que um sorriso podia me dedurar - ela entrou na brincadeira e agora foi a vez de Danny gargalhar. - Falando sério, Danny, eu ainda não agradeci pelo o que você fez por mim. Você cuidou de mim. Fez algo que nem era a sua obrigação.
Como se ela estivesse vendo, Danny deu de ombros e disse:
- Fiz por você o que você faria por mim e, sobretudo, fiz por você o que você fez pelo meu filho.
Aquilo que Danny havia dito tocou de uma tal maneira... Ela se sentiu muito valorizada e feliz.
- Queria te beijar agora - ela disse.
- - Danny a chamou e, em resposta, murmurou um “hum”. - Eu gosto de você.
- Também gosto de você, Danny. - Pelo tom de voz que ela estava usando, Danny sabia que ela sorria.
- Não, eu quero dizer que... Realmente gosto de você. Eu acho que estou apaixonado.
Capítulo 27
Os dias passaram tão lentamente para que a menina resolveu passar o final de semana em Bolton para ver se a sua ansiedade diminuía. Quando ansiosa, para ela o tempo parecia não passar nunca.
- O meu irmão se declarou pra você? - Vicky perguntou incrédula.
- Sim, e foi tão estranho... Apaixonado? E por mim? A garota mais sem graça da face da Terra - dizia séria enquanto Vicky segurava o riso.
- Do jeito que você está falando parece que o meu irmão é intocável, que ninguém é bom o suficiente pra ele. E, acredite, o Danny não é isso tudo!
- Tem certeza que você é irmã dele?
- Tenho! Eu só acho que você deveria parar de pensar assim, . Você tem o seu valor e eu acho que nessa história quem mais ganha é o próprio Danny! Você é incrível - Vicky disse e a outra abriu um sorriso do tamanho do mundo, correndo até a amiga em seguida e lhe abraçando fortemente. Vicky não gostava de demonstrações de carinho, aquilo a irritava demais. Quer dizer, isso era o que ela dizia, mas no fundo ela adorava ser paparicada.
- Você é uma fofa, Vicky - a mais nova disse.
- É, eu sei - respondeu a menina estufando o peito enquanto a soltava.
XX
acordou com um muxoxo de Dylan, parecia mais com uma risada. Respirou fundo e jurou ter sentido o perfume de Danny. Não sabia que a saudade fazia ter alucinações.
Dylan na noite anterior havia dormido na cama com ela e, quando pôs seus olhos nele naquela hora, viu que suas suspeitas estavam certas, confirmando que o pequeno já estava acordado, mais exatamente sentado ao seu lado, brincando com a chupeta. Ela sorriu enquanto fazia cafuné nele.
- Pensei que fosse acordar só daqui a dois dias!
Para a surpresa de , Danny havia dito. A voz do menino veio do banheiro e, quase correndo, ela foi até o cômodo. O menino terminava de enxugar o rosto.
- Mas... Pensei que você fosse chegar só à noite! - ela disse um pouco zonza.
- Também estou feliz em te ver, - ele disse sarcástico, indo até a menina e a abraçando pela cintura.
Danny foi na seca, tentando arrancar um beijo dela, mas ela virou o rosto e ele a olhou confuso.
- Não escovei meus dentes - ela disse o óbvio e Danny gargalhou. - Vou tomar banho rapidinho, me espera no quarto? - pediu ela. Aliás, foi um pedido meio idiota, é claro que Danny a esperaria. Ele estava ali para, por ela.
não demorou mais que quinze minutos. Saiu do quarto a tempo de ver Danny brincando com Dylan, erguendo-o no alto e o rodando bem devagar.
- Finalmente! - o rapaz disse quando ela apareceu.
- Não demorei tanto assim, Danny, deixa de ser bobo - disse e Danny não se deu o trabalho de responder. Ele colocou Dylan na cama, se aproximou dela e a beijou.
O beijo foi lento, intenso o suficiente para que Danny se arrepiasse dos pés a cabeça. Ele a abraçou mais forte, deixando suas mãos caminharem livremente pelas costas da menina. Sentiu então as mãos dela acariciando seus braços até se encontrarem em sua nuca, arrepiando-o de prazer, mas, infelizmente, escutou Kathy tossindo.
parecia petrificada. Seu rosto não demonstrava emoção alguma. Já Danny se amaldiçoava por não ter trancado a porta.
- Vim perguntar se podia colocar o café na mesa... Mas pela fome que vocês estão sentindo, acho que a resposta é sim - ela disse um pouco mal humorada. Caminhou até Dylan e o pegou, murmurando algo que não fez questão de entender e, mesmo que quisesse, não o faria.
XX
O clima não era um dos melhores na casa dos Jones. Kathy não havia falado nada na mesa e geralmente ela era quem mais falava, era uma das pessoas mais animadas. Para descontrair, Danny começou a comentar sobre a viajem, e de como havia se divertido.
- Mãe, a senhora está bem? – Vicky, sem saber de nada, perguntou e Kathy, antes de responder, olhou de rabo de olho para Danny.
- Não, filha. Só estou um pouco decepcionada.
Outch.
- Olha, mãe, dessa vez eu não fiz nada, eu juro! - a menina começou a se defender, mas ao ver Kathy balançar a cabeça negativamente achou melhor parar de falar.
- Dessa vez, não foi você, filha... Foi seu irmão.
sentiu um nó na garganta. Achou seriamente que ia vomitar dentro do prato que estava à sua frente. Olhou sorrateiramente para Danny, que estava olhando para baixo, provavelmente com a mesma sensação que a dela.
- O que eu fiz, mãe? - ele jogou as palavras.
- Ficou de safadeza com essa menina na frente do seu filho, que é só uma criança! - Kathy quase gritou. A “menina” queria se defender, mas cadê as palavras?
- Essa menina se chama e ela é a minha namorada! A senhora não tem o direito de se referir a ela desse jeito, e mais: não estávamos de safadeza! Nós estávamos apenas nos beijando e, em relação ao Dylan, ele é um bebê, mãe, não entende.
Kathy riu sarcástica.
- Com licença - murmurou, levantando-se para se retirar. Vicky fez menção para que ela permanecesse sentada, quem sairia seria ela, junto com Dylan.
- Namorada? Da última vez que eu falei com você ela era apenas a babá do meu neto. Você voltou a esconder as coisas de mim, Daniel!
Agora Kathy já havia extravasado com murro que deu na mesa.
- Mãe, eu te amo. Não escondi nada da senhora, eu só não sabia como falar tudo que vinha acontecendo... Mãe, eu só tive certeza dos meus sentimentos agora - o menino murmurou enquanto ainda permanecia calada.
- Filho, eu também te amo, mas saber que eu sou a última opção de tudo na sua vida acaba comigo.
Agora a reação da mais velha era segurar o choro. A última frase dela havia acabado com Danny e com também, que finalmente resolveu se pronunciar.
- Kathy, o Danny não a deixa por último em nada. Se ele fizesse isso, não pensaria sempre na senhora antes de tomar qualquer decisão. Ele simplesmente tenta encontrar a melhor maneira para te contar as coisas. Por ele estar sempre tentando encontrar a melhor solução, acaba se enrolando.
Kathy olhou nos olhos, e para ela pareceu que a mais nova estava falando a verdade. O brilho no olhar dela lhe passava isso. Olhou para Danny e o viu dar aquele sorriso sincero para aquela baixinha, acompanhou o filho com o olhar quando ele se aproximou da menina e a pegou pelo queixo, dando-lhe um selinho. Kathy deu um sorriso discreto quando viu o repreender. Sem dar uma palavra sequer, se direcionou até os outros dois e os abraçou pelo pescoço, beijando a bochecha de cada um.
Capítulo 28
Danny e já estavam de volta a Londres e ele tinha novamente alguns míseros dias para descansar. Depois voltaria para a estrada, a cada dia mais shows da banda eram agendados. Fora a gravação do videoclipe que estava por vir.
Ele estranhou o fato de não tocar no assunto do namoro. Ele estranhou tanto que ficava nervoso e trêmulo só de imaginar que a menina não havia o levado a sério. Ele precisava fazer algo.
- Você pode arrumar a bolsa do Dylan?
- Mas acabamos de chegar... - ela disse estranhando. Eles haviam passado a tarde toda fora.
- O Tom quer passar a noite com ele, disse que está com saudades e o mesmo blá blá blá de sempre - o menino respondeu entediado e ela fez o que havia sido pedido.
Já com Dylan de banho tomado e sua bolsa pronta, Danny chamou para ir com ele até a casa do amigo. Por mais que fosse perto, queria a companhia da garota. Ele precisava da companhia dela.
Entrelaçaram as mãos e foram caminhando até a casa do Tom. Na volta, Danny enrolou o máximo que pôde antes de voltar para casa.
- Obrigada - murmurou quando Danny lhe deu passagem para que adentrasse o apartamento antes do que ele. Ela estranhou quando sentiu um cheiro muito forte de rosas no corredor, mas não reclamou, estava bom. Quando chegou à sala, surpreendeu-se com a quantidade de flores que tinham por ali.
- São pra você - Danny disse.
Ela engoliu em seco.
- Pra mim? - balbuciou, não entendendo nada. Estava perdida.
- Sim - Danny dizia sorrindo. - Espero que você goste, fui eu que escolhi.
não sabia se estava em pânico ou feliz e honrada. Quer dizer, nunca fora de receber tantas surpresas assim... No máximo três com aquela. Danny a abraçou pela cintura, sussurrando depois:
- Queria um tempo apenas para nós. Sem o Dylan, Vicky, minha mãe - ele frisou a última palavra e gargalhou. Caminharam até a cozinha e, quando chegaram lá, a mesa estava posta, perfeitamente.
Ela queria gritar, surtar. Mas tinha uma coisa que ela precisava saber... Por que ele estava fazendo tudo aquilo?
- Danny, não querendo ser chata, mas... Eu quero um motivo - ela disse finalmente olhando nos olhos dele e, no instante que o fez, sentiu que fosse desmaiar. O jeito que ele a olhava... Parecia que penetrava na alma dela. No coração dela.
- Eu não sou o melhor com essas coisas, mas... - o menino dizia visivelmente nervoso, enquanto parecia procurar algo no bolso da bermuda. Quando achou, ele suspirou nervoso e finalmente tirou uma caixinha de lá.
sentia seu coração bater cada vez mais rápido, cada vez mais forte. Danny se ajoelhou e pegou uma das mãos da garota, ela ficou com os olhos cheios de lágrima, mesmo não tendo a certeza do que ele iria fazer.
- Ahn, eu só fiz isso uma vez na minha vida e isso quando eu tinha meus 16 anos, então... Ontem quando eu disse para a minha mãe que você era a minha namorada foi meio da boca pra fora. Mas não significa que eu não vinha pensando nisso e... e...
Danny estava vermelho e estava achando aquilo tudo lindamente lindo. Ela se ajoelhou para que pudesse ficar na mesma altura que ele e antes que ele pudesse terminar o pedido, ela o beijou e Danny retribuiu da melhor maneira que podia.
Uma seqüência de selinhos foi depositado no rosto do menino, enquanto ele sorria alegremente.
Danny respirou fundo e resolveu falar de uma vez.
- Quer namorar comigo?
XX
notou que algo incrível acabara de acontecer. Ela e Danny tiveram um jantar a dois maravilhoso, romântico.
- Estou feliz por estar com você - disse ele.
Ela sorriu.
- Eu também - respondeu ela se inclinando para que pudesse beijar o menino. Quando se separaram, olhou novamente o anel que Danny lhe havia dado. Por Deus, que coisa mais irritante... Ela não parava de sorrir!
Quando acabaram o jantar, Danny serviu a sobremesa: sorvete de uva e flocos. Foram para o quarto do rapaz se curtirem mais um pouco.
- Posso te perguntar uma coisa? - disse afastando brevemente o braço de Danny que a envolvia pelo pescoço, de modo que pudesse olhar o meninos nos olhos.
- O que você quiser, namorada.
- Por que eu? Digo... O que você viu de interessante em mim, Danny? Quer dizer, você pode ter a mulher que quiser!
Ela estava se sentindo uma idiota por falar aquelas coisas. Lembrou imediatamente das coisas que Vicky disse.
- Eu tenho a mulher que eu quero - Danny disse pausadamente. - Você.
Ela sorriu de um jeito tolo.
- Eu acho você inacreditavelmente atraente, linda, doce, sensual... - Danny começou dizendo enquanto trilhava um caminho de beijos pelo pescoço dela. - Você é misteriosa, engraçada, fala o que quer, na hora que quer, faz tudo pra me agradar, da maneira que eu gosto...
Agora gargalhou alto.
- Não é a toa que estou apaixonado por você. Agora eu quero saber, o que você acha de mim?
- Você é uma versão masculina de mim! Tudo o que eu acho de você, você acabou de dizer que acha de mim. Você faz com que eu me apaixone por você todos os dias - murmurou . Começaram a se beijar. Não era um beijo longo e nem rápido demais. A boca ávida dele pressionou a dela tempo suficiente para que a fizesse se perder em meio a seus pensamentos. Quando ia abraçar o menino pela nuca, ele se afastou.
- Fica comigo esta noite - Danny sussurrou contra a sua boca e as palavras em tom baixo e rouco eram como se estivessem ressoando dentro dela. Agora eles se olhavam nos olhos e, antes de poder dar sua resposta, Danny se aproveitou para se jogar em cima da garota.
Aquilo não era justo pra ela. Sentir Danny tão perto assim, a olhando daquele jeito... Ela não conseguia raciocinar! Optou então fazer aquilo que ambos faziam de melhor.
o beijou fervorosamente e Danny retribuiu à altura, passeando com as suas mãos por debaixo da roupa dela.
Ele não queria parar e ela não queria que ele parasse. Conforme se beijavam, mas a menina se sentia pressionada contra a cama e foi impossível não soltar um gemido quando ele lhe mordeu o lábio.
Suas roupas estavam jogadas no chão e aquele quarto não media menos que 40º graus. Seus corpos estavam em total sintonia, querendo compensar todo o tempo perdido.
XX
No dia seguinte Danny acordou primeiro que a menina e ficou a observando dormir, apenas com o lençol em volta de seu corpo. Se ela soubesse como ficara linda daquele jeito... Ele tentou não acordá-la, mas fazer o quê, queria a atenção dela, então paciência.
Com beijos em suas costas nuas, acordou, sorrindo abertamente. Tentou escapar do selinho que Danny lhe deu, mas foi impossível. Além dele ser mais forte, ela queria se render a ele.
- Bom dia, meu lindo - ela disse o acarinhando.
- “Meu lindo”? -Danny sorriu abobadamente. Quando ele havia ficado tão... vulnerável?
- É! Não gostou? Quer que eu te chame de outra coisa? - perguntou intrigada e Danny balançou a cabeça negativamente, voltando a dar um selinho nela, já que a menina odiava aprofundar o beijo pela manhã, ainda mais sem escovar os dentes.
- O que acha de tomarmos café fora? - ele sugeriu.
- Ótima ideia! - disse feliz. Ela estava se sentindo tão completa. Olhou no relógio da cabeceira do menino e viu que o mesmo marcava onze horas. Riu, pensando que teriam que almoçar direto. Para irem mais rápido, decidiram que cada um tomaria banho em seu respectivo banheiro. Danny já o fazia, enquanto estava ainda deitada em sua cama, mergulhada nas lembranças.
Capítulo 29
- As sete cervejas - o garçom disse, colocando a bandeja em cima da mesa. Eles agradeceram e cada um pegou seu respectivo copo.
, Danny, Tom, Giovanna, Harry, Vicky e Dougie estavam num PUB qualquer. Qualquer na opinião de , porque, para os outros, era um dos melhores de Londres. não ligava muito para isso. Olhou para o relógio, apreensiva, onde estava?
As meninas combinaram que, naquela noite, apresentariam Dougie à , mas a menina estava super atrasada; ainda não tinha pintado por lá.
- Linda, vamos ao andar de cima jogar um pouco, quer vir? - Danny perguntou ao pé do ouvido de , ato que lhe rendeu boas arrepiadas. Ela sorriu, agora virada para o namorado, e o beijou.
- Não, vou terminar minha cerveja. - Danny fez uma cara de ofendido.
- Você prefere se embebedar ao invés de jogar uma partida de sinuca com o amor da sua vida? - Danny perguntou incrédulo e rindo, respondeu que sim. Antes de deixá-lo sair, ela o puxou levemente pela camisa e sussurrou em seu ouvido: - Daniel, se eu souber de qualquer gracinha, você vai se ver comigo.
Gracinha = mulher.
Danny piscou para ela e lhe selou os lábios rapidamente, deixando-a apenas na presença de Vicky, já que Giovanna era viciada em sinuca e resolveu acompanhar os meninos. Ótimo. Mais um para tomar conta de Danny...
Mas e dela? Quem tomaria conta?
Vicky puxou a amiga para a pista de dança e ambas queriam mostrar os passos que sabiam. O som estava ensurdecedor e aquilo deixou empolgada graças a algumas goladas que havia dado em sua cerveja.
Assim que chegou, foi ao encontro das amigas que ainda dançavam, melhor, davam um show à parte. Fizeram uma média de cinco minutos e finalmente saíram da pista.
- Você demorou, vaca - Vicky disse visivelmente alta.
- Não sabia o que usar, nada no meu guarda-roupa era bom o suficiente para o Dougie - a menina respondeu rindo de lado, visivelmente sem graça.
- Ele está lá em cima jogando, deve descer logo - disse .
- Pra quê esperar? Vamos lá, amiga, eu te levo! - Vicky disse de um jeito engraçado, puxando pelo braço. - Psiu, nem pense em sair daí - ela disse para .
Um, dois, três, quatro caras chegaram nela enquanto estava sozinha. E isso tinha quinze minutos... Talvez fosse o decote.
Foi até o bar e pediu uma dose caprichada de caipirinha.
- Acho que isso é um pouco forte pra você. - Infelizmente conhecia aquela voz e infelizmente não era a do Danny.
- Você está diferente, ... Está muito bonita - o cara voltou a dizer e a menina apenas rolou os olhos. Pegando sua bebida e voltando para a mesa. Ele a seguiu.
- Jensen, o que você quer? - perguntou irritada ao ver que o cara a encarava, sentado à sua frente SEM ser convidado. Ao escutar a menina pronunciar seu nome, ele sorriu abertamente.
- Ainda lembra meu nome? Me sinto lisonjeado por isso... Sendo sincero. - A menina bufou.
- Olha, eu não quero papo com você. Eu já sei quem você é, então, se não for pedir demais, sai da minha mesa? - ela disse séria, encarando-o. Jensen levantou as mãos na altura dos ombros, como se quisesse se dizer inocente.
- ...
- , pra você.
- , eu quero me desculpar. Não agi da melhor maneira com você, mas foi por causa do meu trabalho...
A menina o olhou entediada. Não estava a fim de ouvir nada e nem tinha motivo para que ela o fizesse.
- Jensen, eu não quero ouvir. Consiga a sua matéria idiota, vá em frente... Só, por favor, não fala mais comigo. - pediu encarecidamente e o rapaz à sua frente suspirou derrotado.
- Então tá, tchau - disse ele finalmente, mas, antes de se retirar, se aproximou da , e ela tinha certeza de que se não tivesse virado o rosto, ele teria a beijado na boca.
Estava pronta para perguntar que merda ele havia tentado fazer, quando viu Danny a olhar enfurecido de longe.
XX
já havia rodado aquela boate por três vezes. Olhou em todo o lugar possível, menos no banheiro masculino. Suspirou derrotada e sentiu seus olhos lacrimejarem. Estava com medo e preocupada. Resolveu ir até o estacionamento, quem sabe ele estivesse por lá?
Ela só não ganhava na loteria. Viu o rapaz conversando com uma mulher qualquer e sentiu uma pontada no peito quando os viu tão próximos.
- Posso falar com você? -ela disse interrompendo a conversa que parecia bem interessante. Quando Danny a viu, seu semblante mudou.
Ele sorriu sem graça para a menina que estava conversando anteriormente e ela se afastou.
- Danny...
- O que foi aquilo que eu vi, ? Ele ia te beijar?
- Eu te procurei pela boate toda - ela ignorou a pergunta do rapaz. - Fiquei preocupada. - Ela tentou passar as mãos no cabelo do menino, mas ele se afastou.
Ficaram em um breve silêncio.
- Eu estava no bar e ele começou a puxar assunto, e então ele começou a se desculpar e me elogiar... Danny, eu não sei se você viu, mas eu virei o rosto quando percebi a intenção imbecil dele. - Ele estava encostado em seu carro, prestando atenção no que a menina dizia. - Mesmo sem eu ter feito nada... Me desculpa?
Danny olhou fundo nos olhos de , eles estavam mais vivos do que nunca e aquilo o intimidava.
- Vem cá - ele murmurou a chamando para um abraço. Ambos não disseram mais nada. Danny fez questão de puxá-la para perto e beijá-la. correspondia ao beijo da mesma forma intensa com que o recebia. E agora com suas posições trocadas, a menina sentia seu corpo se pressionar cada vez mais no carro do namorado. Ambos sentiam o ar quente percorrer por seus corpos e ela, sem se importar, deixava as mãos dele passearem por debaixo de seu vestido, enquanto as delas brincavam debaixo da sua camisa.
- Não quero te ver perto daquele idiota de novo... - Danny murmurou para a menina, que estava de olhos fechados, apenas aproveitando o momento. - Você é minha - Danny disse como se fosse óbvio e acabou gargalhando alto.
Capítulo 30
- Já se passaram dois dias desde que fomos àquele PUB e eu não paro de vomitar - Vicky murmurou para o irmão. Infelizmente Danny estava arrumando sua mochila para mais uma viagem.
- Você tem que parar com isso, Vicky. Quando você está com um copo na mão, bebe como se fosse água - Danny a repreendeu. Olha quem fala...
- Olha quem fala! - disse a mais velha irritada, saindo do cômodo. Danny deu um riso abafado.
- Eu bebia assim, filho, agora não mais. Quer dizer, não toda vez que saio... Uma sim, outra não - Danny dizia para Dylan, que estava esparramado em sua cama.
- Posso entrar ou o rockstar está muito ocupado? - perguntou no batente da porta.
- Eu estou ocupado sim, mas pra você eu sempre tenho tempo -Danny respondeu, arrancando um enorme sorriso dela. Ela entrou no quarto vestindo uma camisa dele e um short jeans dela mesmo.
Sabe memória fotográfica? Danny tentou usar a dele naquele instante.
- Quanta honra - disse ela pegando Dylan no colo. - Está animado?
- Um pouco. Estaria mais se vocês fossem comigo - disse ele um pouco triste.
- Quem sabe quando o Dylan ficar um pouco maior, não é, bebê? - ela disse e Dylan deu um lindo sorriso.
XX
Pois é, como nem tudo é do jeito que gostaríamos, Danny já havia partido, assim como o resto da banda. Vicky ficaria por lá mais alguns dias, já que não tinha compromissos em Bolton e nem em lugar nenhum.
- Você ainda não nos contou sobre a sua noite com o Poynter! - quase gritou assim que abriu a porta para que entrasse.
- Eu estou bem, dona , obrigada por perguntar - disse a menina sarcástica. carregava uma sacola e, nela, algumas guloseimas que Vicky e praticamente ordenaram que ela levasse para o encontro das três. Melhor, dos quatro. Dylan também estaria lá.
Há!
- Você ainda não nos contou sobre a sua noite com o Poynter! - foi a vez de Vicky gritar quando chegou na sala e viu .
- Meu Deus, será que eu só tenho amigas fofoqueiras?
olhou para o teto, como se falasse com alguém.
- Nós conversamos bastante e descobrimos que temos muita coisa em comum.
- Conversaram? – Vicky perguntou. - Você nos obriga a te apresentar pro Dougie e tudo o que vocês fazem é conversar? - a mais velha disse indignada e gargalhou do seu jeito.
- Você não me deixou terminar de falar - murmurou com um olhar nem um pouco simpático. - Ele fez questão de me levar em casa... Foi muito fofo da parte dele - disse e suspirou.
- Você o chamou para entrar? - perguntou em um tom pervertido.
- Não - respondeu e viu as duas amigas broxarem. - Mas nós nos beijamos - concluiu ela, batendo palmas estilo foca.
- É, já é alguma coisa – Vicky falou.
- Ah Vicky, já é muita coisa... Veja como o Danny e eu demoramos pra ficarmos junto - disse e Vicky murmurou um tanto faz. Continuaram conversando sobre a noite do Pub, o que lhes rendeu boas risadas.
XX
A casa do Danny havia se tornado praticamente um abrigo.
, Vicky, Dylan, Kathy e até estavam por lá. Uma ligação de última hora do Danny fez com que isso acontecesse. Por conta de alguns imprevistos, ligou para dizer que chegaria uma semana mais tarde. Mais shows e programas de TV fizeram isso.
- Eu ainda acho isso tudo uma péssima ideia - resmungou. - Era para eu estar em casa com o Dylan e, convenhamos, não faz duas semanas que nós saímos para beber!
- , para de falar e curte! - Vicky praticamente gritou, já que a música estava muito alta na boate em que se encontravam.
- Olha como eu sei dançar! - , que estava um pouco alta, começou a fazer alguns passos bem estranhos, mas, ainda sim, continuava engraçada e até mesmo sexy. Os caras chegaram para dançar com ela, mas tudo o que ela fazia era afastá-los, dizendo que logo menos seria a mais nova namorada de Dougie Poynter.
tentou ficar apenas no refrigerante - já que não tinham os rapazes, alguém tinha que ficar sóbrio para saber o caminho de casa -, mas, como você pode imaginar, ela acabou não conseguindo. Já havia perdido a conta de quantos drinks havia tomado e aquilo não era bom. Geralmente quando bebia demais, no dia seguinte acabava não se lembrando de nada que fizera enquanto estava bêbada.
- Você por aqui?
Aquela voz, conhecia bem.
- Não - ela respondeu invocada, virando o rosto para o outro lado. E se você não sabe quem é, coloque a cabeça para funcionar. É a única pessoa que traz problemas: Jensen.
Naquele dia, ou melhor, naquele fim de noite, ele não parecia tão insuportável, até tinha feito rir e tanto Vicky quanto haviam ido com a cara dele.
Era aproximadamente quatro horas da manhã quando o carro do mais velho parou em frente à casa do Danny. Jensen havia feito o favor de levar as meninas em casa.
- Obrigada. - sorriu e ele sorriu de volta.
- Não deixaria vocês três voltarem para casa sozinhas, nem pensar - ele disse.
e Vicky já haviam descido do carro e fez o mesmo depois de alguns minutos. Antes de subirem, Jensen pediu para que esperasse um momento e então ele foi até a menina.
- Você ia esquecer no meu carro - ele disse, entregando-lhe uma bolsa preta com alguns brilhantes.
- Obrigada. De novo! Se não fosse por você, ficaríamos na rua.
disse, mas Jensen não respondeu. A imagem que a menina via não era das melhores, as coisas estavam um pouco embaçadas. Maldita bebida. Mas conseguia sentir quando ele estava se aproximando, por isso, ela chegava pra trás e ele, para frente, conforme ela se afastava.
Chegou um momento em que ela estava pressionada em uma parede qualquer e... Por que ela não conseguia falar nada? Acho que se dissesse pelo menos “sai” ele já entenderia.
- ?
A menina escutou dizer. De imediato ela abriu os olhos e então não se importou se enxergava borrões ou não, ela fez o que devia ter feito muito tempo antes. Empurrou Jensen para longe, que tinha para ela um olhar confuso.
Que merda ela havia feito?
Capítulo 31
Nenhuma.
suspirou aliviada quando viu ao longe. Minutos antes estava encurralada por Jensen, próxima o suficiente dele para sentir seu hálito que misturava álcool, hortelã e cigarro, diferentemente do de Danny, que estava sempre refrescante.
Ela reviveu esta cena por no mínimo vinte vezes, queria ter certeza absoluta que não havia vacilado.
- Booo! - disse ao chegar ao quarto de Danny. Já que o menino não estava, fazia as honras desfrutando da cama box do rapaz.
- Nossa, amiga, que susto - ela disse desanimada, querendo passar para totalmente o contrário do que havia dito.
- Podemos falar? Quero aproveitar que a Vicky ainda está dormindo - a menina disse um pouco mais séria, se sentando na ponta da cama. assentiu com a cabeça, já imaginando o assunto. - Então, ontem quando eu fui te chamar pra entrar, vi você e o Jensen muito próximos... Aconteceu alguma coisa que eu deveria saber?
- É com muita alegria que eu te digo que não - respondeu e viu de imediato um sorriso brotar no canto da boca de . - Eu estava me lembrando exatamente dos momentos finais de ontem e eu tenho certeza que não aconteceu nada que pudesse me comprometer com o Danny.
- Mas ia acontecer? - voltou a perguntar e desviou brevemente o seu olhar do da amiga.
- Não - disse convicta. - Ele tentou me beijar, mas virei o rosto e então foi quando você chegou e viu ele me beijando na bochecha.
voltou a sorrir.
- Está certo que eu conheço mais você do que o Danny, mas se você fizesse qualquer coisa que prejudicasse o relacionamento de vocês, eu ia ficar muito puta contigo. - A menina suspirou pesadamente. - Isso poderia influenciar de modo negativo o meu futuro namoro com o Dougie.
Oi?
XX
- Chegou isso aqui - Vicky disse jogando algumas correspondências em cima da mesa. dava comida para Dylan.
- Seu irmão tem que ver isso, cola na porta da geladeira - a menina disse, dando de ombros.
- Por falar no meu irmão - Vicky começou - o jeito que o Jensen te olhou ontem foi um tanto suspeito, concorda? - Ela colocava as correspondências onde havia dito, mas teve uma que lhe chamou a atenção. Na verdade, duas.
- Viajou, Vicky - respondeu, sentindo um pequeno bolo em sua garganta. - Ele só foi muito simpático conosco - tentou frisar a última palavra.
- Sei... - a outra murmurou enquanto abria um dos envelopes.
- Vicky! Sabia que é contra lei abrir correspondências dos outros sem autorização?! - a repreendeu, mas a amiga nem ligou.
- O Danny não é “outros”, ele é meu irmão - disse o óbvio, terminando de abrir o envelope e começando a ler. voltou a dar papinha para Dylan, que já reclamava entre murmuro com a garota. - Amiga, olha isso - Vicky disse num tom de espanto, o que preocupou . A menina sabia que era errado ler aquela carta, sabia também que era muita invasão de privacidade... Mas foi a Vicky que a induziu... Certo?
“Não tome o meu sumiço como descaso ou até mesmo esquecimento. Fiquei durante esse longo tempo sem me comunicar porque estava prestes a tomar uma das decisões mais importantes da minha vida.
Eu vou voltar para Londres. Quero reencontrar você, quero reencontrar o nosso bebê. Um beijo de quem nunca te esqueceu.”
Capítulo 32
- Definitivamente, nós não deveríamos ter feito aquilo.
- , faça-me o favor, já faz uma semana, tira isso da sua cabeça, ok? - Vicky disse impaciente com a amiga. - Que horas vocês chegam?
- Não sei. - suspirou. - O voo do Danny chega daqui a trinta minutos, então é provável que cheguemos em casa em uma hora. Vai depender dele.
- Depender dele? Tipo dar uma parada durante a viagem pra matar a saudade? Tipo em um quatro letras? - Vicky perguntou em um tom pervertido, e revirou os olhos.
- Claro que não, sua besta, o Dylan está aqui, esqueceu? - a menina respondeu o óbvio, mas assim que se deu conta de suas palavras, colocou uma das mãos sobre a boca. Ela sentiu seu rosto ficar quente, provavelmente estava vermelha.
fechou os olhos e contou mentalmente até três.
- , sua safada! Se não fosse pelo meu sobrinho, vocês bem que fariam uma parada! - Vicky começou a zoar a amiga. resmungou qualquer coisa que a mais velha não quis entender. Estava ocupada demais zoando .
- Vai lá pra casa hoje? - a menina tentou mudar de assunto.
Lá pra casa?
- Não sei, queria dormir bem essa noite. Escutar a cama bater na parede não me deixaria o fazer - novamente Vicky zoou a amiga, que murmurou um mero “cala a boca”. - Falando sério, devo ir lá amanhã, preciso falar pro meu irmão que eu li o que a vadia da mãe do Dylan mandou.
- Eu preciso fazer isso também - disse pensativa.
- Não, você não precisa. Tenta ocupar a sua boca o máximo que você puder com o meu irmão, não quero ele chateado com você por minha culpa.
- Vou fingir que não escutei a piadinha no meio da frase, dona Vicky - a repreendeu. Dylan começou a pedir atenção, obrigando a desligar o celular. Aproveitou e olhou no relógio, agora faltavam quinze minutos para Danny chegar.
O relógio parecia trabalhar preguiçosamente e aquilo estava a irritando muito. Dylan já estava impaciente por causa de tanta demora também, mesmo ele não entendendo o real motivo.
Ou melhor, a única coisa que ele entendia era que aquele lugar não era conhecido e que aparentava não ter nada para distraí-lo.
teve a ideia de dar um pequeno passeio com o pequeno pelo saguão do aeroporto. Ele tentava dar alguns passos enquanto ela segurava em suas mãos.
Alguns minutos daquele jeito e ela sentiu suas costas reclamarem, entretanto foi dispersa por uma risada.
Na verdade, a risada.
Dylan também a escutou e, diga-se de passagem, o pequeno praticamente saltitava tentando andar mais rápido. Quando viu Danny, ele sorriu de um jeito encantador. Qualquer pessoa que visse a cena se emocionaria da mesma forma que .
Ela não pegou o pequeno no colo, ignorando a dor de suas costas, ainda suportável, ela e Dylan foram ao encontro do rapaz, que também andava em sua direção.
Danny murmurou pra menina quando estava bem próximo, nada além que três passos, “solta ele”, se referindo ao filho. Não se sabe como, mas o pequeno chegou até Danny sozinho.
XX
- Se vocês continuarem assim, eu vou ficar com ciúmes - Harry comentou e Dougie gargalhou.
- E eu vou vomitar - Tom disse mal humorado. Na certa porque sua namorada não pôde ir buscá-lo.
Ambos se referiam a e Danny e em como o garoto tagarelava o quanto havia sentido saudade da garota... Tudo isso em meio a beijos e tapas de Dylan.
- Não fique, Harry, você sabe, sempre será meu preferido - brincou e o rapaz a olhou de um jeito paternal, mandando beijos no ar para a menina logo em seguida. Danny a olhou sério.
- Isso é verdade? - ele perguntou com os olhos sorrateiros.
- Nah. - balançou uma das mãos negativamente. - Só disse isso pra ele pensar que é querido - disse e todo o carro explodiu em gargalhadas. Até mesmo o próprio Harry.
Danny sentiu o celular vibrar no bolso e ficou intrigado. Havia acabado de chegar de viajem, quem poderia ser?
- Alô? – ele atendeu. Tudo o que escutou foi uma respiração do outro lado da linha. A mesma lhe deu a impressão de ser delicada. Disse “alô” mais três vezes e decidiu desligar. Olhou na bina e viu que o mesmo era desconhecido.
- Quem era? - perguntou, lhe dando um beijo na bochecha em seguida.
- Não sei. Seja quem for, não quer ser reconhecido, porque, além de ter ficado calado do outro lado da linha, colocou número privado - o menino disse sem dar muita importância. Poderia ser alguma fã ou sei lá.
Já gelou. De imediato veio à sua cabeça a carta para Danny que ela acabou lendo junto com Vicky.
- Quando a gente chegar a casa, teremos que conversar. Me lembra, tá? - ela pediu ao menino.
- Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou sério, olhando a namorada nos olhos.
Ele queria matar a garota? Por que olhar daquele jeito tão profundo pra ela? Ainda mais com aqueles olhos vivos e azuis! Muita injustiça isso.
- Fica tranquilo - ela disse antes de lhe beijar nos lábios. - É só pra por as fofocas em dia - concluiu sorrindo, mas Danny a conhecia bem. Não bem bem, mas bem. O suficiente para saber que aquele riso dela era de nervoso, e por mais que ela tenha dito para ele se tranquilizar, ele não iria conseguir.
XX
A casa estava silenciosa, nem barulho externo tinha. O que era um milagre. O corpo de estava relaxado, quase não sentia os beijos que eram depositados em suas costas.
Ela abriu os olhos vagarosamente e deu de cara com o relógio digital que ficava na cabeceira da cama, o mesmo marcava duas horas da manhã. suspirou pesadamente e finalmente virou-se na direção em que o corpo de Danny se encontrava. Ele parou de beijar-lhe as costas para encará-la.
Como assim, só com o olhar aquele garoto tinha um tipo de poder sobre ela! Irritante.
- Não acredito que você me acordou a essa hora, Daniel - ela resmungou, voltando a fechar os olhos, enquanto Danny apenas deu uma risada baixa.
- Estou me sentindo solitário e faminto - ele murmurou e deu um selinho demorado na garota. - Vamos preparar alguma coisa? - Danny concluiu, se levantando, e , sentindo a movimentação na cama, voltou a abrir os olhos, a tempo de ver o menino já de pé, de costas pra ela. Não conseguiu ignorar o sorriso ao perceber que o rapaz estava nu. Tratou de se levantar também, e percebeu que estava somente de calcinha. Detalhes.
- Na semana, chegaram algumas contas, algumas correspondências... - começou falando. Vicky a odiaria por isso, mas... - E essa carta - ela pegou o papel da porta da geladeira e levou até o namorado – chamou a atenção da Vicky e minha por ser anônima.
Agora a menina já havia entregado para Danny.
- Foi a mãe do Dylan que mandou, não foi? - ele perguntou baixo. - O que diz?
- Por que você não lê?
- Não quero. - Ele deu de ombros, tirando os olhos do papel e pousando-os em .
- Ela disse que vai voltar.
Continua...
N/A: Pois é suas lindas, eu TENTEI fazer um pequeno suspense no capítulo 31, mas não sei se foi válido, haha! Infelizmente eu vou ter que furar o compromisso da fic acabar em 2011, o ano passou tão rápido que nem vi! Dizem que isso acontece quando o ano é bom e realmente, 2011 pra mim foi memorável, mas 2012 vai ser ainda melhor, estou sentindo isso!
Eu quero agradecer a todas vocês que ocupam o seu tempo lendo a Fic. Não é a melhor, está longe disso, mas a amo, só pelo fato de ela me dar o prazer de ler comentários tão lindos e legais.
Feliz Natal e um ótimo 2012 pra todas vocês!
Beijinhos, Daiane.
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