| Por: Ju Ribeiro |
| Beta: Nelloba Jones |



Prólogo.

“I love being around You... 1,2,3,4… I love You”


Nunca havia me sentido tão bem e protegida como quando estou nos braços de , me sentia tão feliz que o meu coração parecia querer sair pela boca. E foi nesse momento que eu tive a certeza de que era isso que eu queria sentir para o resto da vida, era ali que eu queria estar, nos braços de , do meu , pra sempre.
E eu precisava dizer isso a ele, precisava fazer com que ele soubesse como eu me sentia, ele merecia saber.
Então inclinei minha cabeça para que pudesse enxergá-lo melhor e o chamei:
- ...
Só que ao olhar os seus lindos olhos, aconteceu comigo o que sempre acontecia quando eu os olhava: me perdi por completo.
Incrível a capacidade de hipnose que eles exercem sobre mim. Aliás, não são só os olhos de me hipnotizam; o seu perfume natural, doce e delicioso, seu sorriso iluminado e perfeito, tudo nele me deixa sempre dopada, em êxtase; eu realmente amo .
De repente fui retirada de meus devaneios por , que me chamou de volta à realidade, me mostrando aquele sorriso lindo de canto de boca, que eu tanto amo, o meu sorriso secreto preferido.
- O que foi, ? Hm?
Ele me incentivou a falar e seu sorriso aumentou quando ele olhou pra mim, provavelmente rindo internamente ao perceber a cara de débil que eu devia estar fazendo olhando pra ele. Nesse momento, senti meu rosto queimar, eu devia estar vermelha igual a um pimentão. sorriu novamente e segurou meu queixo, inclinando um pouco mais o meu rosto, e tocou os meus lábios com os seus cuidadosa e carinhosamente, me dando selinhos demorados. Aos poucos sua língua foi encostando-se em meus lábios, pedindo passagem, que foi logo concedida por mim. E demos início a mais um beijo perfeito.
De olhos fechados, tudo o que eu conseguia visualizar eram fogos de artifício, sem falar das benditas borboletas brincando no meu estômago e os tambores tocando no meu peito.
Será que ele ouvia o meu coração?
Às vezes eu tinha a impressão de que o mundo todo o ouvia, tamanha era a aceleração dos meus batimentos cardíacos quando eu estava com , ou simplesmente quando eu me pegava pensando nele, o que acontecia diversas vezes.
Não consigo dizer com precisão por quanto tempo o nosso beijo perfeito durou, não queria me separar de , mas tive que fazê-lo para não morrer de falta de oxigênio. Apesar de que se eu tivesse que morrer nos braços dele, naquele momento, eu iria feliz. Mas é melhor deixar o assunto mórbido de lado.
Eu me desvencilhei de seus lábios, com muito esforço, e pude ver um de lábios muito vermelhos e tão ofegante quanto eu, não pude evitar o sorriso que se formou em meus lábios, e sorriu também.
Então, finalmente eu disse as três palavras que estavam implorando há tempos para sair pela minha boca, as três palavras mais importantes que eu já disse pra alguém na vida:
- Eu te amo – e sorri ainda mais.
Nesse momento, os olhos de ganharam um brilho especial e lindo, ele me abraçou bem apertado e sussurrou em meu ouvido:
- Eu também te amo, minha pequena; te amo muito, e pra sempre. Você me faz ser o cara mais feliz da face da terra todos os dias, e me deixou extremamente feliz agora, dizendo que me ama – ele piscou e acariciou meu rosto, eu estremeci com o seu simples toque, como sempre.
É obvio que é melhor para declarações de amor que eu, ele é um perfeito romântico e eu sou um pouco cética em relação ao amor, pelo menos era a até pouco tempo atrás, mas as coisas parecem estar mudando.
Por isso, nem preciso dizer que nesse momento eu sinceramente teria caído no chão e desmaiado, com um sorriso bobo na face, de tanta emoção. ainda vai me fazer ter um ataque cardíaco se continuar dizendo coisas lindas assim pra mim. Meu coração palpitava tão acelerado que agora parecia uma escola de samba completa.
E pra minha total felicidade, ao encostar minha cabeça no peito de , percebi que seu coração também batia forte e acelerado. Então não era só eu.
Definitivamente, eu estava no céu, nos braços do homem da minha vida, nos braços do meu .
Com esses pensamentos eu adormeci para sonhar com a pessoa mais perfeita, mesmo com todos os seus defeitos, a mais perfeita pra mim.

Capítulo 1

Acordei com a claridade da manhã tocando meus olhos, senti um vazio incômodo no espaço ao meu lado e percebi que não estava ali. Teria eu sonhado com aquela noite perfeita?
Se não fosse o perfume de nos travesseiros e lençóis, eu realmente chegaria a duvidar de tudo, mas instantes depois minha pergunta foi logo respondida quando ouvi a voz perfeita do meu namorado cantando no chuveiro.
Bom, deixe eu me apresentar; meu nome é , tenho 22 anos, sou fotógrafa profissional e há quatro anos minha vida se transformou completamente quando eu conheci meus quatro melhores amigos homens e o cara da minha vida.


Flashback on:


“When all you got to keep is strong, move along, move along like I know you do…”

Acordei ao som de "Move Along", do All American Rejects, uma das minhas bandas favoritas; era o meu celular me avisando que a hora havia chegado. Eram 7 horas da manhã e meu vôo para Londres saía às 9. Me levantei e fui em direção ao banheiro fazer minha higiene pessoal e me arrumar para ir ao aeroporto.
Moro em Bristol, no interior da Inglaterra, somos só eu e minha mãe, Rosálie, o homem que dizem ser meu pai abandonou a mim e a minha mãe quando eu tinha acabado de completar 1 ano de idade, alegando que era muito jovem para ser pai e para ter responsabilidades desse tamanho; ele é músico, ou pelo menos se dizia músico, e nos abandonou para cair na estrada atrás de sua carreira musical. E sabe-se lá onde ele está hoje.
Enquanto eu crescia pude perceber que minha mãe, apesar da mágoa e ressentimento, ainda sentia amor por Phill, meu “pai”, e me matava vê-la sempre infeliz. Minha mãe se fechou para o amor, teve poucos relacionamentos após a separação e relacionamentos que não duravam muito. Aos poucos ela foi desistindo dos homens e eu fui aprendendo da pior maneira possível ao vê-la triste, que o amor sempre acabava fazendo mal, alguém sempre saía ferido.
E isso fez com que eu me afastasse dos relacionamentos amorosos, e definitivamente não confiar em músicos, eu me foquei cada dia mais nos meus estudos, por isso minha vida social não é muito badalada, minhas únicas amigas são e , nós somos amigas de infância, nossas mães se conheceram em um curso para gestantes e desde então se tornaram amigas e o mesmo aconteceu com , e eu a partir do momento em que nascemos.
Hoje eu iria por em prática a decisão mais difícil que eu já tomei em toda a minha vida. Acabei de completar 18 anos e estou me mudando para Londres, junto com e , para fazer o meu tão sonhado curso de fotografia, as meninas e eu dividiríamos um apartamento lá. Mas como eu dizia, a decisão foi muito difícil, pois eu terei que deixar minha mãe sozinha aqui e nós nunca havíamos nos separado antes, pelo menos não por mais do que um final de semana.
Mamãe me incentivou todo o tempo para ir a Londres e seguir o meu sonho, eu relutei um pouco, mas minha mãe acabou me convencendo e me garantiu que ficaria bem, que ela sabia se cuidar muito bem sozinha, "bem ao estilo Rose , imagino", afinal de contas, ela havia me criado, não havia?
Terminei de arrumar minhas coisas e fui para a cozinha, mamãe estava lá, ela preparou meu café da manhã e disse que me levaria ao aeroporto, mesmo eu preferindo me despedir dela em casa, já que, pra mim, a despedida no aeroporto seria mais difícil, elas sempre são, mas ela me disse que eu não tinha o que argumentar.
- Até parece que eu não vou aproveitar todos os meus últimos instantes com a minha menina. – ela disse.
E então nós fomos para o aeroporto, chegando lá fiz o check-in e logo encontramos , e seus pais. A despedida foi realmente difícil, os pais dando várias recomendações e as mães chorando, pois seus bebês estavam crescendo e indo embora, palavras delas.
Me despedi de mamãe, prometendo ligar sempre que possível e então entramos no avião e partimos rumo a Londres.


Flashback off.


Capítulo 2



- ? Oh my God, ! Assim você me mata! - pisquei pra ele e dei um sorriso sapeca.
Isso foi tudo que eu consegui fazer assim que entrou no quarto usando apenas uma toalha amarrada na cintura e me inundando de pensamentos indevidos. Meu namorado é muito gato, fato.
nunca ficava envergonhado, nem quando eu dizia essas bobagens. Homens! Ele apenas me deu um sorriso pervertido e foi até o closet pegar suas roupas para se vestir.
Ele estava se arrumando para ir ao estúdio ensaiar. é músico, integrante de uma das bandas mais famosas da Europa nos últimos tempos.
Tá certo, agora você me pergunta: Mas então como foi que você foi parar nos braços de um músico se você os odeia tanto? E eu respondo: A vida é uma caixinha de surpresas mesmo, a gente realmente não manda no coração e ele ganha da razão sempre quando se trata de amor, mas continuando...
Os companheiros de banda do são , e , três dos meus melhores amigos homens, o quarto você conhecerá em breve.


Flashback on:


"There was a new girl in town."

Chegamos a Londres e partimos direto para o apartamento que os nossos pais haviam comprado para nós, ele ficava próximo ao centro da cidade.
Uma semana depois eu e as meninas já havíamos nos instalado e já estávamos nos acostumando com a vida em Londres. Então, depois de nos inscrevermos, elas na universidade e eu no meu curso de fotografia, decidimos que iríamos procurar emprego, nós não queríamos viver à custa dos nossos pais, eu em especial não queria dar trabalho a mamãe.
Fui a algumas empresas e já estava desanimando quando recebi o telefonema de um estúdio de fotografia, mais oportuno impossível, fui até o local e o dono, Johnny, me entrevistou. Ele estava à procura de uma assistente, tanto para tirar fotos como para organizar seus compromissos, resumindo: uma espécie de secretária particular.
Identifiquei-me com Johnny logo de cara, ele parecia ser uma boa pessoa e pelo que eu tinha ouvido falar era um ótimo profissional. Após a nossa conversa ele disse que havia gostado muito de mim e que eu estava contratada.
Saí do estúdio de Johnny radiante, finalmente minha vida seguiria o caminho certo, em alguns dias começaria meu curso e eu já havia conseguido trabalho.
havia conseguido um emprego também, em uma Starbucks, a continuava tentando.

"Girls do what they want"

Quando cheguei em casa do primeiro dia de trabalho, numa sexta-feira, mas tudo bem, porque eu estava adorando, nos convenceu a sair, e eu estávamos um pouco cansadas, mas logo concordamos.
- Ah, vai, gente! Deixem de agir como velhas chatas, larguem de ser preguiçosas, a gente precisa comemorar! Vocês conseguiram um emprego e nós ainda não conhecemos as baladas londrinas. - sempre delicada e extremamente animada.
- Há-há, ! Muito engraçadinha, mas diz pra gente quem é que vai bancar toda essa sua noitada de festa? - sempre corta o barato, a adulta! mostrou a língua e respondeu:
- Vocês, é claro! Come on, ! Não seja estraga prazeres, vocês bancam a balada dessa vez e eu prometo que retribuo assim que conseguir um trampo. - ela deu um sorriso sapeca típico de .
- Tá bom, sua tapada, bora pra balada! Olha, rimou! - dessa vez mostrou o dedinho pra . Puro amor entre amigas.
Minhas amigas eram completamente malucas, mas eu as amo. E como dizem: melhores amigos a gente não escolhe, eles simplesmente cruzam o seu destino.
Enquanto aquelas loucas matracavam sem parar, eu permanecia quieta. Bom, quieta não, eu estava era rachando de rir das bobagens que elas falavam, mas ainda não tinha me pronunciado sobre sair e elas já tinham praticamente decidido por mim. Quer dizer então que a minha opinião não valia mais nada? - Espera aí, , você ainda não disse o que acha... - por isso que eu amo a - Ficou aí o tempo todo com essa cara de pastel, rindo igual a uma hiena. - retiro o que disse sobre amar esse ser.
Mostrei o dedinho pra ela também, menina folgada! E respondi:
- Eu simplesmente não disse nada ainda porque vocês duas parecem umas gralhas e não param de falar nunca, nem deixaram eu me pronunciar. - as duas mostraram as línguas pra mim, eu ignorei e continuei - Aliás, eu super concordo com a balada, já passou da hora da gente se divertir na noite de Londres.
As palhaças me aplaudiram como quem aplaude o presidente após o seu discurso. Eu dei um pedala em cada uma e fui correndo para o meu quarto me arrumar e elas fizeram o mesmo após reclamar do pedala. Às vezes eu sei ser bem delicada.
Depois de prontas e lindas - sou muito modesta também - partimos para a balada. A nos disse que seus colegas de faculdade haviam indicado um pub que ficava no centro da cidade e segundo eles era insanamente louco, os amigos da é que são loucos, fato.
Hey, nem pense nisso! Me excluam desse meio, eu sou normal... Tá bom. Quem eu quero mesmo enganar?
Bom, voltando... A gente chamou um táxi que nos levou ao tal pub, que se chamava Shock Light House. Ao entrar no local, eu rapidamente concordei com os amigos da , era insanamente louco. A decoração era toda em vermelho, branco e preto, luzes claras e espalhadas pelo local. Tinha um bar, lotado de gente, diga-se de passagem, do lado direito, uma pequena pista de dança no centro, com um palco próximo, algumas mesas e puffs do lado esquerdo e nos fundos, os banheiros. O local era realmente lindo e pelo visto estava lotado de gente.
Resolvemos nos sentar em uma das mesas do lado esquerdo do pub e pedir algo para beber. O garçom anotava nossos pedidos, quando de repente começou a tocar a nossa musica!
- Ah, cara, eu não acredito! Bora pra pista, meninas! - correu pro meio da pista pra dançar.
Eu fui atrás, é claro. Amo Girls do what they want do The Maine.

“She's 18 and a beauty queen (A beauty queen)
Ela tem dezoito anos e é a rainha da beleza (uma rainha da beleza)
She makes the boys feel so weak (So weak)
Ela faz os garotos se sentirem tão fracos (tão fracos)
It's all for her and not at all
É tudo para ela e não para os outros
She'll pick you up just to watch you fall
Ela vai te buscar só para ver você cair
It's her hands on my hips, I can't escape 'em
São as mãos dela no meu quadril, eu não posso escapar delas
It's that mouth and those lips, try not to taste them
É aquela boca e aqueles lábios, tente não prova-los.
That's just the way things are
É assim que as coisas são
And the way they'll always be"
E a forma como elas sempre vão ser..."

Nós dançávamos e cantávamos em coro feito loucas. E olha que a gente nem tinha bebido ainda.

"Girls do what they want (Whoa... Whoa...)
Garotas fazem o que querem (Whoa...Whoa...)
Boys do what they can.
Garotos fazem o que podem."

Eu estava dançando no meio da pista quando trombei em alguém, e, oh my God! Esse alguém era lindo.


Capítulo 3



's POV


Estava eu lá no meio da pista de dança, me movendo feito um babaca, já que os caras haviam me arrastado pra lá, porque segundo eles eu precisava me divertir pra esquecer definitivamente a Chelsey, minha ex-namorada, quando de repente eu esbarro em alguém, mas e que alguém! Nunca tinha visto uma garota tão linda na minha vida.
Ela sorriu pra mim, tímida. "Mas que sorriso! O que eu estou pensando?!" Seu rosto tinha um leve tom avermelhado, não sei se de vergonha ou cansaço por dançar, e então ela falou comigo:
- Oh, God! Me desculpe! Eu não quis acertar você, é que sou muito estabanada mesmo, sorry. - Que voz linda ela tinha. Tá bom, eu tenho que parar com isso, que merda! Por que eu to pensando essas coisas?
- Ah, não tem problema. - Definitivamente eu falo mais merda do que penso!
Desviei os olhos dela, porque ela já estava me hipnotizando com toda aquela beleza. Ela sorriu de novo e saiu andando em direção à multidão, e eu fiquei lá com cara de otário, olhando pra direção em que ela havia saído.

"And the boys know that all
E os garotos sabem que todos os
The boys are fallin' in love
Garotos estão apaixonados
With girls who don't know what's up
Por garotas que não sabem o que se passa
I think we've all had enough of this now
Eu acho que nós tivemos o bastante disso agora
These kids are talkin' about love
Estas crianças estão conversando sobre amor
I think we've all had enough
Eu acho que nós tivemos o suficiente
We've had enough of this now."
Nós tivemos o suficiente disso agora."


's POV


Pedi desculpas ao garoto em que eu havia esbarrado e que tinha olhos incrivelmente lindos - ok, eu não pensei isso - e ele disse:
- Ah! Não tem problema - e passou as mãos pelos cabelos propositalmente bagunçados. - além de lindo ele tem uma voz perfeita! "Alguém me diz por que eu to pensando essas coisas?"
Esperei que ele falasse mais alguma coisa, mas como ele não disse nada, imaginei que eu estava agindo feito uma idiota encarando ele, então me virei e fui em direção onde as meninas estavam e elas, é claro, me bombardearam de perguntas.
- Curiosas!
- Mas o que foi aquilo, dona ? - disse estranhamente... empolgada? Devia estar bêbada.
- É, pode tratar de ir desembuchando, quem é aquele gato? Você deu o seu telefone pra ele? Vocês vão se encontrar depois? Ele tem amigos lindos iguais a ele? - God! A viaja.
- Deixem de ser fofoqueiras! E, , para de comer doce estragado, você tá viajando demais - ela me mostrou a língua, sempre .
- Fofoqueira é o caramba, ! E deixa de ser chata! Fala logo quem é ele! - sorriu sapeca... O jeito contagia? Ou ela estava mesmo bêbada?
- Eu não sei quem ele é, dona , eu só esbarrei nele enquanto dançava - ela se preparou para falar, mas eu interrompi - E antes que você pergunte: Mas vocês não estavam conversando? Eu vou logo dizer que eu apenas pedi desculpas e ele disse sem problemas, só isso. E depois eu vim pra cá.
E finalmente se pronunciou no lugar da que tava de boca aberta por causa da minha resposta, falo mesmo! Curiosa.
- Só isso? Mas que sem graça você é, ! Um gato daqueles e você simplesmente se vira e sai andando, nem pra pedir o telefone dele ou perguntar se ele tinha amigos!
Ela fez uma cara de decepção, colocou a mão sobre a minha testa e disse:
- Ô menina lerda! - quase bati nela dessa vez, mas não o fiz porque apesar de tudo eu amo essa coisa.
Logo outra música começou a tocar no pub e nós decidimos voltar a dançar mais um pouco e eu não podia negar que durante todo o tempo eu percorri os olhos pela pista de dança atrás do garoto em quem eu esbarrara. "Tá bom, mas que droga é essa que eu tô fazendo?"


Capítulo 4 - “Start of Something Good”



Já fazia algumas semanas que eu havia começado a trabalhar e cada vez mais eu gostava daquilo, me fazia ter certeza absoluta de que era a profissão que eu queria seguir, ser fotógrafa profissional. Eu tinha essa paixão por querer registrar todos os momentos e pessoas especiais da minha vida, guardá-los pra sempre comigo, além da memória, era algo que ultrapassava as barreiras de um simples hobby, era com aquilo que eu queria viver. E o meu curso me ajudava a me aperfeiçoar a cada dia, Johnny também me dava altas dicas, como bom profissional que ele é. E eu sempre procurava absorver tudo.
Numa quinta-feira sossegada, no meio da tarde, John retornou de uma reunião que ele havia tido e me disse que teríamos um compromisso importantíssimo nas próximas semanas.
- Minha querida , se prepare, pois nós vamos ter muito trabalho pela frente, acompanhar os passos de uma banda, dia a dia, durante uma turnê, pode ser muito complicado e além de tirar fotos, também faremos filmagens do estilo caseiro, espontâneas.
- Mas eles vão entrar em turnê só pela região ou pelo país todo? Por quanto tempo? Nós iremos juntos pra todos os shows? – ele fez uma careta engraçada e eu continuei a falar – Me desculpa tantas perguntas, John, mas é que eu tenho o meu curso e tudo o mais! E você também ainda não me disse que banda é essa!
Johnny riu da minha explosão de perguntas e me pediu pra ficar calma, disse que teríamos sim que seguir a banda o tempo que fosse preciso e pra eu não me preocupar, pois ele conversaria com os meus professores do curso e os convenceria de que aquela experiência era importantíssima para minha formação. Quero só ver ele falando com o Sr. Dupalier, esse professor simplesmente banaliza fotografia comercial, pra ele foto é arte e deve apenas retratar a arte pura e simples, com certeza ia ser engraçado ver Johnny Jackson, um fotografo famoso de modelos e celebridades, falando com o Sr. Dupalier.
Bom, Johnny me enrolou e acabou não dizendo que banda nós fotografaríamos, ele disse que seria uma pequena surpresa pra mim, mal sabe ele que eu no fundo não estou nem um pouco interessada em conhecer essa banda, eu e minha aversão por músicos. Mas não me interprete mal, eu não estou dizendo que não gosto de música, até porque eu já citei pra vocês algumas músicas e bandas que eu gosto, música é uma forma perfeita de expressão, existem melodias e letras lindas e eu sou uma grande fã de música, só que no fundo eu tenho um receio de músicos, não confio neles, tudo graças às atitudes de Phill.
Cheguei em casa do trabalho, pronta pra tomar um bom banho quente, relaxante, e ir para o meu quarto ler “O guardião de memórias”, um livro que havia ganhado de mamãe antes da viagem, mas ainda não tinha tido tempo para ler, a leitura é uma outra paixão que eu tenho. Ta legal, eu pareço ser mesmo um pouco nerd, mas nem tanto.
A noite de Londres estava linda, fazendo um friozinho gostoso, eu acho que logo deve começar a nevar, está uma noite perfeita para ler embaixo das cobertas.
Mas quando eu abri a porta do apartamento me deparei com os amigos de e da faculdade, espalhados pela sala e cozinha, conversando. "Legal, elas armaram uma festa e nem me comunicaram."
Chamei num canto e perguntei o que aquele povo todo fazia lá, ela disse que havia chamado seus amigos para um grupo de estudos durante a tarde e quando ela chegou em casa, acompanhada de dois amigos do trabalho que vieram com ela pegar algo emprestado, os convidou pra entrar e disse que seria legal armar uma “reuniãozinha” para inaugurar o apartamento e , depois de muita insistência da , acabou concordando e quando viu já tinham umas 10 pessoas na casa e algumas elas nem conheciam. "Ta legal, minha opinião não ta valendo mais nada mesmo, lá se foi minha noite sossegada de leitura."
Fui para o meu quarto tomar um banho e me trocar para voltar pra sala e ter que fazer social para os amigos delas, eu não queria voltar, mas com aquele barulho eu não ia conseguir ler, nem dormir e elas ficariam me acusando de anti-social e dizendo que eu precisava conhecer mais pessoas em Londres, além de Johnny, meus professores do curso e elas, minha vida tinha que ser diferente do que era em Bristol. Mas isso não é justo! Eu conheço também o carinha da padaria, o entregador de pizza e o jornaleiro. Eu achei melhor não comentar isso com elas.
Sai do meu quarto e fui até a geladeira na cozinha para pegar um refrigerante. Quando eu me virei, tomei um baita susto com o carinha que estava atrás de mim, ele riu da minha cara de susto, na maior cara dura. "Todo mundo adora rir da minha cara, por acaso eu tenho cara de palhaço? Não respondam!" Bom, o carinha resolveu se apresentar:
- Oi, meu nome é , sou amigo do Adam, que estuda com a . Você é?
Eu demorei um pouco pra responder, primeiro porque ele ao invés de dizer apenas o seu nome, me passou sua ficha completa, como se já imaginasse que eu perguntaria tudo aquilo, "espertinho", segundo porque eu meio que paralisei quando ele sorriu pra mim, sou viciada em sorrisos, vou logo avisando.
Bom, quando eu finalmente cai em mim, respondi:
-Ah! Oi, , meu nome é e eu sou uma das meninas que divide o apartamento com a .
- Ah, é verdade, elas me disseram que havia mais uma menina, mas eu não imaginei que ela fosse tão linda. – MAOÊ, alguém me mostra o buraco mais próximo pra eu enfiar a minha cabeça nele? Obrigada!
- Hum, obrigada! – eu não sabia o que dizer, tava morrendo de vergonha e saiu isso.
Apesar do meu ataque de timidez, e eu engatamos uma conversa animada, até quando ele me disse que era musico, "isso só pode ser perseguição" e eu fiz uma careta quando ele disse isso, ele me encarou com a sobrancelha direita arqueada, provavelmente pensando que eu era maluca, eu ignorei e continuei conversando com ele, mudando logo de assunto.
era uma companhia muito agradável, mas ao contrário do que vocês possam estar pensando, nós apenas conversamos, não que ele não tenha tentado ficar comigo, só que eu não estava preparada para relacionamentos amorosos e disse pra ele, da forma mais delicada possível, que não ia rolar nada entre a gente e ele aceitou e continuou conversando comigo, possivelmente porque ele deve ter se identificado comigo, como eu havia me identificado com ele. Eu pude sentir que sairia uma bela amizade dessa história.


Capítulo 5 – “Amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas”



Acordei atrasada no dia seguinte por ter ficado acordada até tarde na “reuniãozinha” que as meninas fizeram. “Droga! John vai me matar assim que eu colocar os meus pés no estúdio. Eu tinha que me atrasar justo no dia em que ele me pediu várias e várias vezes pra que não me atrasasse? Ótimo, estou definitivamente ferrada! Mas aquelas duas que me esperem, vou descontar tudo nelas depois”.
Com esses pensamentos, corri o mais rápido possível para chegar a tempo no estúdio, mas eu não consegui. Assim que entrei no local, John me fuzilou com o olhar. Meu chefe é um cara muito legal, na verdade ele nem parece meu patrão, porque prefere ter comigo uma relação de amizade, não de patrão-empregada, ele adotou essa postura mesmo tendo me contratado há pouco tempo, mas ele também é muito rigoroso em relação às poucas recomendações que me faz e ele havia frisado que queria que tudo corresse perfeitamente bem no trabalho com a tal banda, por isso eu deveria chegar no horário para deixar tudo preparado.
Acho que só não levei uma bronca daquelas porque ele não estava sozinho no estúdio, a banda já estava ali.
Entrei morrendo de vergonha depois do olhar matador de John, tanto que nem sequer olhei para as pessoas que estavam no estúdio, guardei minhas coisas o mais rápido que pude e fui pra perto do meu chefe.
- Bom, , já que a senhorita chegou atrasada hoje, terei que fazer as apresentações novamente. “E eu achando que não ia levar bronca.”
Percebi que os garotos ali presentes seguraram o riso ao ouvir a indireta mais que direta de John pra mim. “Ótimo agora eu vou virar motivo de zoação desses músicos.”
- Certo, garotos, esta é , minha assistente, que também trabalhará com vocês. - então ele se virou pra mim e disse – , estes são , , e , da banda McFly. “Ufa! Ele me chamou pelo apelido, deve estar mais calmo.”
John disse o nome da banda com um entusiasmo no mínimo estranho, como se eu fosse ficar feliz e eufórica ao ouvir isso e na verdade eu nem sabia quem eles eram.
À medida que John me dizia os seus nomes eu fui olhando para cada um e sorrindo em cumprimento, mas quando ele disse último nome e eu olhei para o garoto a minha frente, fiquei completamente surpresa e pelo visto ele também, já que me olhou espantado.
Então o primeiro que John havia me apresentado se aproximou de mim e disse:
- Olá, , prazer, meu nome é , mas pode me chamar apenas de . – ele sorriu e estendeu a mão para me cumprimentar - prometo que nós não te daremos muito trabalho.
Eu retribui o cumprimento e aos poucos os outros garotos se aproximaram e fizeram o mesmo, até chegar a vez do último garoto.
Ele permaneceu estático, como se estivesse paralisado no lugar, até que o garoto ao seu lado, que agora eu sabia que se chamava , o cutucou rindo da cara dele.
Ele então estendeu a mão de maneira automática e me cumprimentou, sem nem ao menos falar uma palavra e logo a retirou. “Muito estranho esse garoto, mas também muito lindo” eu pensei.
Mas agora que eu sabia que ele era músico eu queria era distância dele, pelo menos na medida do possível, já que teríamos que trabalhar juntos. Eu sei muito bem que romances com músicos, principalmente famosos, só te fazem sofrer no final.


’s POV


A minha banda entrará em turnê esse mês, por isso o nosso empresário, Fletch, contratou um fotógrafo profissional, que também faz filmagens, para nos acompanhar durante os shows, ele irá tirar fotos da banda e filmar os shows e bastidores para um DVD que será lançado em breve. Então tivemos que acordar cedo para ir ao estúdio do tal fotógrafo acertar os detalhes e tirar algumas fotos.
Chegamos ao local e conversávamos com o fotógrafo, que se chama Johnny Johnson, e ele estava nos explicando como tudo funcionaria, quando de repente a porta se abriu e uma moça entrou por ela de cabeça baixa, percebi que Johnny ficou um pouco inquieto após isso.
A garota foi até os fundos e depois retornou, parecia envergonhada, Johnny logo tratou de apresentá-la e aproveitou para dar uma pequena bronca na menina, que corou após isso e só então eu percebi de quem se tratava, aquela era a menina linda do Pub.
O fotógrafo nos disse o seu nome, , “lindo nome”, eu pensei. Ela era sua assistente.
Os caras então resolveram cumprimentá-la e nesse momento eu simplesmente paralisei no lugar onde estava.
Não consigo explicar porque reagi dessa maneira, mas ela estava ali diante de mim, a garota de lindos olhos cor de mel que havia esbarrado em mim no Pub, a menina que habitou os meus sonhos desde que a vi por apenas um breve momento, a garota que ficou perambulando pelos meus pensamentos durante todos esses dias, ela estava ali na minha frente e eu agindo novamente como idiota, totalmente sem reação diante dela. “Alguém, por favor, me explica que droga é essa que eu estou sentido? Por que essa garota desconhecida mexeu tanto comigo?”
Essas perguntas se repetiam na minha cabeça quando senti um cutucão no braço e ouvi o riso besta de , então voltei à realidade e encontrei a garota mais próxima, parada em minha frente esperando que eu falasse algo ou simplesmente a cumprimentasse como os outros haviam feito.
“E ainda por cima eu sou um mal educado, parabéns, ... Quer saber? Eu tenho que parar com esses pensamentos, parece coisa de menininha apaixonada”.
Não sei como consegui, mas acabei estendendo a mão para cumprimentá-la, e teria sido melhor se eu não tivesse feito isso, assim me pouparia sentir o que senti no instante em que toquei sua mão. “Falei como uma garotinha de novo, não é? Que porra é essa que eu tenho? Droga, ! Nada de garotas na sua vida agora, se lembra? Já não basta o que a vadia da Chelsey aprontou? Ta decidido, nada de paixões nesse momento, só curtição!”


Capítulo 6 – “You know what we say. Party every day”



’s POV


Já havia se passado duas semanas desde o meu encontro com a banda e fora as fotos que tiramos aquele dia, que seriam usadas para ilustrar os cartazes que seriam distribuídos pelas cidades para divulgar os shows, não houve mais nenhum encontro entre os garotos da Mcfly e eu. John teve algumas reuniões com o empresário da banda, mas foram apenas reuniões de negócios. E nesse meio tempo eu controlava, ou pelo menos tentava controlar, os meus pensamentos para que eles não fossem levados até um certo cara que eu tentava afastar de mim a todo custo. “Falando sério! Pra mim esse tal deve ser alguma espécie de bruxo, por que isso só pode ser um feitiço!”

"Leavin' just in time. Stay there for a while. Rolling in the ocean. Trying to catch her eye."

- , seu celular esta tocando! – berrou da cozinha, onde ela e eu estávamos preparando o jantar enquanto a folgada da que estava no quarto mexendo no computador.
- Valeu, ! – respondeu ao chegar à porta da cozinha e atendeu a ligação. – Alô, ah, oi, Adam!
- Humm, oi, Adam! – e eu fizemos corinho com direito a caras e bocas e nos mostrou o dedo se fingindo de irritada pelo nosso deboche, mas ela logo sorriu e continuou a conversa ao telefone. – Sério?! Pode deixar, nós vamos sim, ok, beijo, até amanhã.
- Vai ficar aí com essa cara de boba alegre ou vai nos contar o que o Adam te disse? – eu perguntei.
- Depois a curiosa sou eu, não é, dona ? Mas tudo bem, eu vou dizer; o Adam nos convidou para ir a uma festa que ele vai dar no apartamento dele sexta-feira a noite, ou seja, amanhã. (N/A: essas meninas só pensam em festa! Hahaha :x)
- E eu posso saber o motivo da festa? – foi a vez de perguntar.
- Motivo nenhum, ele simplesmente gosta de festas. – tinha que ser amigo dela.


“When you were young…”


- Tem certeza de que é esse o prédio? – eu perguntei boquiaberta com o lindo prédio em minha frente, localizado no centro da cidade.
- Claro que tenho, boba, eu já vim aqui antes. – tocou o meu queixo fechando a minha boca que estava em formato de “O” e deu uma risada debochada.
- Se você diz, é só que eu não sabia que o Adam era tão rico assim, esse prédio é lindo, imagina como será por dentro.
- Vamos entrar pra você descobrir como é, então. – ela deu o seu famoso sorriso sapeca e foi em direção a porta de entrada do prédio, nós a seguimos.


O prédio era tão lindo por dentro quanto por fora, tomamos o elevador até o 8º andar, onde Adam morava, era um apartamento por andar então o elevador já abria direto no apartamento dele.


“We're burning down the highway skyline.
(Estamos queimando abaixo do horizonte da linha do céu)
On the back of a hurricane that started turning.
(Na parte traseira do giro do furacão que começou a girar)
When you were Young.
(Quando você era jovem)
When you were young ...
(Quando você era jovem)...”


Podia-se ouvir o som do The Killers sendo emitido de dentro do apartamento, entramos e cumprimentamos alguns conhecidos que estavam por lá, o apartamento estava cheio e a festa parecia estar divertida, logo encontramos o dono do apartamento, Adam nos cumprimentou já visivelmente “alegre” e puxou pra algum lugar mais afastado. “Não falo que aí tem coisa! Hahaha”
- É, sobramos, cara amiga. – disse – Melhor a gente se misturar. – e saiu em direção a um grupo de pessoas me puxando pela mão.
Ela se aproximou de um garoto loiro que estava de costas e tocou em seu ombro. Quando ele se virou eu o reconheci.
- Hey, garotas, quanto tempo! – nos cumprimentou com um beijo estalado na bochecha de cada uma de nós e sorriu daquele jeito encantador em seguida – Então, dona , como você está? Não nos vimos mais.
Ele me perguntou após falar com , que já se encontrava conversando com algumas pessoas mais a frente. “Minhas amigas fazem amizade fácil, queria ter essa capacidade.” Pensei ao vê-la se divertindo mais a frente. Mas logo me voltei a .
- Hey, , eu to bem e é verdade, nós não nos vemos desde a festa que houve lá em casa há umas duas semanas, mais ou menos, né?
- É isso, umas duas semanas. – ele afirmou e engatamos mais uma de nossas conversas animadas.
Um tempo depois eu havia ido com até o banheiro retocar a maquiagem, coisas de menina, e quando retornamos não estava sozinho, ele conversava com dois garotos e eu só os reconheci quando me aproximei.
- Ah! Aí estão vocês! e , deixem-me apresentar dois dos meus melhores amigos, e . – Um deles se virou e deu um sorriso super simpático e surpreso ao mesmo tempo, mas o outro, ao seu lado, permaneceu quieto e sério.
- ! Que coincidência incrível! – disse.
- Vocês se conhecem? – e perguntaram ao mesmo tempo.
- Sim, eles são os garotos da banda com quem eu estou trabalhado. – eu disse a – Como vai, ? – perguntei a ele.
- Vou bem, linda - ele respondeu e virou para – É isso mesmo, lembra que nós te falamos do fotógrafo que o Fletch contratou para trabalhar com a gente? – assentiu – Bom, a é assistente desse fotógrafo e vai trabalhar com a gente também. – concluiu e se dirigiu a mim com um sorriso.
- Como você está, linda? – veio até mim e depositou um beijo no meu rosto e eu pra variar corei.
- Estou bem, , nós não nos vemos desde a última sessão de fotos, não é? – eu perguntei.
- Melhor aproveitar, você vai acabar se cansando de nos ver depois e talvez nem goste disso. – finalmente se pronunciou.
- Não assuste a garota, ! – disse e se dirigiu a mim – Não se preocupe, , não somos esses monstros que o diz – ele chegou mais perto e disse baixo para que só eu ouvisse – Na verdade o único velho ranzinza da banda é o , por isso, cuidado; ele morde. – ele piscou ao final e eu ri do seu comentário.
- Hey eu ouvi isso, ! – fechou a cara.
- O pior é que o tem razão! – gargalhou e isso acabou fazendo com que o fechasse a cara mais ainda. “Deus! Como esse garoto é mal-humorado!”
- Calma, ! Tira essa expressão carrancuda da cara. – completou ao ver a cara do amigo e se virou para mim – , o mal educado do não nos apresentou direito à sua amiga. – mostrou a língua e eu ri.
se dirigiu a e mostrou aquele sorriso fatal de zilhões de dentes. “Isso com certeza matou a do coração, hahaha.”
- Claro, desculpa! Que cabeça a minha, e , essa é , uma das minhas melhores amigas que divide um apartamento comigo. – me virei pra – e, , esses são e , integrantes da banda pra qual eu estou trabalhando, como eu disse antes.
foi até e a cumprimentou com um beijo estalado no rosto e eu percebi que ela corou e ficou igual a um tomate. Depois foi a vez de ir até ela e cumprimentá-la. “Então o problema desse cara é mesmo comigo.” Eu pensei.
e engataram uma conversa animada e , e eu conversávamos entre nós. Na verdade, conversava comigo enquanto permanecia com uma cara de paisagem, até que Adam chamou para que o ajudasse com algumas bebidas “Por que esse idiota não chamou o ?” após isso eu acabei me sentindo completamente deslocada ali a sós com , olhava pra todas as direções menos pra ele.
- Err... Bom, eu acho que vou procurar minha amiga, a . – eu disse rápido.
Saí andando sem olhar para trás e sem esperar uma resposta. Eu sei que a desculpa foi esfarrapada, mas eu precisava sair de perto dele, algo me incomodava, ele estava perto demais.


Capítulo 7 - “Another Day, another storm.”



Fui até a cozinha pegar algo para beber e quando voltei à sala percebi que não estava mais sozinho, duas garotas estilo “modelo de revista masculina” estavam com ele, aliás, uma delas estava agarrada ao pescoço dele e eles estavam cheios de risinhos entre si. Isso só reforça a minha teoria de que os músicos são uns cafajestes. Mas o que eu tenho com isso, não é? Ele que viva a vida dele da maneira que quiser, nós não somos nada um do outro.
Passei por eles e senti o olhar de sobre mim, mas eu o ignorei e segui em direção a um canto da sala onde avistei , um dos integrantes da banda que eu ainda não havia encontrado na festa.
- Hey, , eu não tinha te visto ainda por aqui. – Cumprimentei-o com um beijo no rosto.
- Oi, , que bom te ver, eu cheguei agora há pouco, os outros caras vieram antes. – Ele explicou.
- Claro, é bom ter ver também. – eu sorri – Mas e o ? Onde ele está? Também não o vi ainda.
- É, o não vem à festa, foi fazer uma viagem curta com a namorada até a casa dos pais dele, ele decidiu aproveitar esse final de semana com ela, porque quando nós estivermos em turnê eles não se verão com tanta frequência.
- Entendi, namorar um cara famoso deve ser complicado, eu não sabia que ele tinha namorada. E você e os outros garotos, namoram? – Perguntei e automaticamente meus olhos foram na direção do . Por sorte, não percebeu.
- O tem sim, ele é o único sortudo entre nós, ela se chama Gabrielle e eles se conhecem desde criança, mas só começaram a namorar mesmo há um ano e meio mais ou menos, quando ela se mudou pra cá e o finalmente tomou coragem e a pediu em namoro. Ela é atriz, acho que vocês duas se dariam bem.
- Legal a história deles, eles se gostam desde a infância? Eu gostaria de conhecê-la.
- Pode-se dizer que sim, eles eram amigos e acabaram se apaixonando, ninguém melhor pra se apaixonar do que a sua melhor amiga, nós achamos que eles vão acabar se casando logo, fizemos até uma aposta em relação ao tempo. – Ele piscou ao dizer isso. – E vocês duas vão acabar se conhecendo em breve. – Ele sorriu.
- Hum, pelo que você diz parece que eles se casarão em breve mesmo. – eu retribui ao sorriso, mesmo não acreditando nem um pouco nessa história de amor e casamento.
Mas quem sou eu para julgar, nem ao menos conheço e Gabrielle o suficiente pra isso.
Percebi que se distraiu olhando para um ponto fixo atrás de mim e me virei para ver o que era... .
- Se você quiser, eu posso apresentá-la a você. – eu sorri.
- Você a conhece? – ele perguntou surpreso.
- Não, imagina. – ele me olhou com uma cara de interrogação engraçada. – Ela é só uma das minhas melhores amigas e, por acaso, só por acaso, nós moramos no mesmo apartamento, que coincidência, não? – eu fiz uma cara sapeca e ele riu.
- Aí, , você é muito cômica. - ele gargalhou, depois se recuperou do acesso de risos e disse. – A sua amiga é linda, eu gostaria de falar com ela, mas ela parece estar acompanhada por aquele cara. – Ele apontou com a cabeça na direção onde estava.
- Quem o Adam? Ah! Ele é só um amigo e pelo visto não esta mais ali com ela. – Eu olhei na direção em que eles se encontravam e vi que Adam não estava mais com ela, fez o mesmo e sorriu ao constatar que era verdade o que eu havia dito.
- Vem logo, . – o puxei pela mão até onde ela estava.
- , eu quero te apresentar a um amigo meu. – eu disse, ela se virou na nossa direção.
- Fala, zinha! – odeio esses apelidos tontos que ela inventa – Ah! Oi, moço bonito, amigo da . – É, dispensa comentários.
- Oi. – foi a única coisa que conseguiu dizer, parecia um pouco envergonhado, então eu tomei a iniciativa.
- Bom, , esse é o , um dos integrantes da banda com quem eu estou trabalhando. , essa é a , uma das minhas melhores amigas.
- Prazer. – os dois falaram juntos e estenderam as mãos em cumprimento.
- Espera aí, você disse ? O do McFly? – fez uma cara de paspalha engraçada.
- Isso mesmo, esse é meu nome e Mcfly é a minha banda. – disse.
- Caraca, ! Como você não me diz que a banda com quem você vai trabalhar é o McFly? – ela perguntou indignada.
- E eu lá sabia que você conhecia a banda, ! Além do mais, eu não tive tempo de falar com você sobre isso, já que a senhorita não tem parado em casa ultimamente. – Fiz pose de mãe autoritária, com direito a mãos na cintura.
- Ah, valeu pela consideração! – ela fez sinal de positivo na frente da testa. – E sem sermões, por favor, minha mãe esta em Bristol.
riu com a nossa pequena discussão e só então nos lembramos que ele estava ali.
- Desculpa por isso, . – eu disse, sem graça.
- Sem problemas , vocês são muito engraçadas. Então quer dizer que você conhece o McFly, ? – ele perguntou a ela simpaticamente.
- Claro que sim. E pode me chamar apenas de . Bom, eu descobri o som de vocês pela internet e eu o acho realmente fantástico, alguns amigos meus lá de Bristol também conhecem vocês, a banda estava ficando famosa entre os jovens da cidade antes de nos mudarmos pra cá, pra falar a verdade, eu acho que a única de nós que não conhecia a banda era a , porque cá entre nós, ela é meio lerdinha e muuuito desligada. - Dei um pedala nela. Folgada. – Oucht! Que foi? Só falei a verdade! – ela disse e deu aquele seu famoso sorriso sapeca.
- Vocês são mesmo muito engraçadas! – não se aguentava de tanto rir.
- Ficamos gratas em lhe proporcionar diversão, jovem senhor. – fez uma cara de palhaça e uma reverência para ele.
- Tapada! – dei um soquinho leve no braço dela.
- Caramba, ! Tu ta muito violenta hoje! – ela disse e depois se virou para e rolou os olhos fazendo uma cara de tédio.
- Bom, acho que vocês já foram muito bem apresentados um ao outro, então eu vou nessa, vou deixar vocês à sós. – eu disse e deixei os dois sozinhos sorrindo um para ooutro como dois débeis mentais. “Já até imagino onde isso vai parar. Perdeu, Adam, perdeu!” - pensei.
Sorri com esse meu pensamento e segui caminhando em direção à sacada do apartamento.
Estava virada para a rua, olhando a movimentação lá embaixo, quando senti que estava sendo observada. Então me virei e constatei que não estava mesmo sozinha.
- Parece que você não gosta mesmo de se socializar. – disse, se aproximando de mim, e eu pude assim sentir o cheiro forte de bebida vindo dele. – Você não deveria ficar assim tão sozinha, pode ser perigoso. – ele deu um sorriso estranho e chegou mais perto, me prendendo contra o parapeito.
- Será que dá pra você me soltar e se afastar de mim? O seu bafo ta insuportável. – eu disse entre dentes e rolei os olhos, ele riu sarcasticamente.
- Sabe que você fica ainda mais linda assim, toda irritadinha? – ele me prendeu mais e encostou o rosto próximo ao meu.
- Me solta, seu idiota! Se não…
- Se não o quê? – ele me interrompeu.
- Se não eu vou gritar… – ele tapou minha boca, me beijando a força e me prensou mais junto ao parapeito. Quem ele pensa que eu sou? Mais uma dessas menininhas fáceis com quem ele sai e depois joga fora? Nessa hora minha cabeça ficou repleta de pensamentos.
E, de repente me peguei tomada por uma raiva indescritível que aumentou conforme ele investia no beijo e eu acabei, acidentalmente, acertando o “amiguinho” dele com o meu joelho. Ops… Quer saber? Bem feito! Quem esse garoto pensa que é pra me beijar sem permissão?! Ele deitou no chão e rolou de dor.
- Mas que porra, garota! Por que você fez isso, sua… Imbecil?! – ele esbravejou com certa dificuldade.
- Foi você que pediu, seu idiota. – eu sorri debochada e saí em direção à sala.
- Volta aqui, sua vadiazinha! – ele gritou, já sentado, tentando se levantar.
- Você me chamou do quê? – perguntei, me sentindo extremamente ofendida e com um nó estranho na garganta.
- Vadiazinha, é isso o que você é, uma vadiazinha de quinta.
Meu sangue ferveu nessa hora e eu corri em direção a ele, sentindo meu rosto esquentar pela raiva, então comecei a socá-lo e estapeá-lo e ele permaneceu indiferente, como se não sentisse dor alguma, pelo contrário, parecia estar se divertindo com isso. “Idiota, idiota, idiota!” A minha raiva aumentava cada vez mais com cada sorrisinho de deboche que ele me dava, vários palavrões impróprios se passavam pela minha cabeça.
- Para com isso, sua maluca! – ele disse, segurando os meus braços com apenas uma das mãos, sem esforço algum. Além de tudo esse imbecil é forte!
- ? – ouvi alguém me chamar. – , o que está acontecendo aqui? – e apareceram e me tiraram de perto do .
- Argh! É esse… Esse amiguinho idiota de vocês que me agarrou à força. – eu disse.
- Você fez isso mesmo, ? – perguntou ao idiota.
- É, eu fiz, mas foi só por que essa esquentadinha estava pedindo, ou melhor, querendo. – ele disse olhando pra mim com aquele maldito sorriso debochado.
- Eu estava o quê?! – eu gritei
Ele estava me provocando e eu acabei cedendo à provocação, a minha raiva aumentou, então eu avancei em direção a ele para esmurrá-lo com mais força, mas me segurou. Droga, !
- Chega, ! Onde você está com a cabeça?! Parece que você já bebeu demais por hoje, vem, eu vou te levar pra casa. – disse a ele, depois se virou pra mim e disse: - Desculpa por isso, . – eu assenti, já um pouco mais calma, mas só um pouco, ainda tinha vontade de acertar o rostinho lindo do idiota do .
- Me solta, ! Eu to bem, droga! – disse e saiu em direção à sala, o seguiu.
- Ta melhor, ? – me perguntou.
- To sim, , mas eu acho melhor eu ir embora, essa festa já deu pra mim.
- Deixa eu te levar então.
- Não precisa se incomodar, eu chamo um táxi.
- Não é incômodo algum e não adianta negar, eu vou te levar sim, me espera na porta que eu vou pegar as chaves do carro e aproveito e aviso suas amigas.
- Brigada, ! Você não existe. – eu sorri e fui em direção à saída.
Quando passei pelo sofá da sala, vi se agarrando com uma garota, aos beijos, com direito a passadas de mãos por todos os lados. Ah, qual é! Essa sala ta cheia de gente, eles deveriam ir para um quarto fazer a pornografia deles, mas ele é mesmo um cafajeste, cretino! Apressei o passo em direção à saída sem olhar para trás.
- Pronta? – surgiu ao meu lado e perguntou.
- Pronta, vamos? – eu sugeri.
E nós seguimos em direção ao elevador, descemos até a garagem, entramos no carro e seguimos o caminho todo em silêncio, é uma companhia muito agradável, ele parecia perceber que eu não estava muito a fim de conversar, o silêncio durante o caminho só era quebrado pela música que vinha do rádio.
- Está entregue, mocinha. – ele disse de repente e só então eu percebi que já estávamos parados em frente ao meu prédio.
- Nossa, chegamos tão rápido que eu nem percebi. – ele sorriu e depois disse.
- Não fica brava com o , pode não parecer, mas ele é uma ótima pessoa e nem sempre age assim.
- Difícil de acreditar. – eu disse.
- Ele só passou por alguns problemas com a ex-namorada e agora anda descontando a frustração em outras garotas, mas eu sei que ele vai voltar ao normal, logo. - Sabia! Isso só podia ser dor de corno mesmo!
- Tudo bem, eu não vou me irritar com ele, afinal de contas, nós vamos ter que trabalhar juntos, eu vou simplesmente ignorá-lo. Fala sério, , ele não pode tratar as garotas da maneira que quer só pelo que uma de nós fez a ele, garotas não são todas iguais.
- Eu sei, ele não tem esse direito mesmo, me desculpa por ele de novo. - ele pediu
- A culpa não é sua, mas tudo bem, eu desculpo, só por que você é um cara legal.
- Hm, obrigado pelo cara legal, senhorita, eu acho. – ele fez uma reverência engraçada.
- Palhaço! – ele fez uma cara de indignação e sorriu logo em seguida, um sorriso lindo. - Bom, eu vou entrar, boa noite.
- Boa noite, . – dei um beijo na bochecha fofa dele e desci do carro, acenei uma última vez e entrei no prédio.


Capítulo 8 – “Existe mesmo calmaria após a tempestade?”



- Hey! Bom dia, Bela Adormecida. – uma voz disse ao longe.
- Hey, , acorda!- agora a voz estava mais próxima.
- ACORDA! - eu acordei... Assustada.
- Mas que porra, ! Quer morrer? Ou melhor, ta querendo me matar de susto? Não precisava berrar no meu ouvido, eu não sou surda e a minha cabeça ta doendo, sua histérica. – eu disse com muito “bom” humor.
- Não tenho culpa se você dorme feito uma pedra e não queria acordar de jeito nenhum! – ela mostrou a língua e eu a fuzilei com o olhar. – Esse olhar não vai me fazer sumir, boba, tem uma ligação pra você, é o John e parece ser urgente. – Ela piscou pra mim, me entregou o telefone e saiu do quarto.
- Oi, Jonh. – Atendi a ligação com o maior ânimo, é visível, não? O meu bom humor matinal é ótimo, obrigada. Principalmente quando sou acordada à força.
John queria que eu fosse o mais rápido possível pro estúdio, eu estranhei, afinal de contas era sábado e nós normalmente não trabalhávamos aos sábados, só em raras exceções e ele me disse que essa seria uma.
- Tudo bem, John, eu vou me arrumar e já vou, beijos, até mais.
Levantei da cama um pouco tonta. Maldita enxaqueca, eu sou fraca para bebidas alcoólicas, tomei apenas duas taças de vinho na festa e fiquei de ressaca. Tudo bem, talvez a dor de cabeça não seja apenas pelo vinho, talvez o verdadeiro culpado seja o pesadelo que eu tive durante a noite com o idiota do . God! Como eu odeio esse cara!
Fui até o banheiro, me despi e tomei um bom banho quente e relaxante pra fazer a ‘ressaca de ’ passar, melhorou um pouco, mas quando passei pelo espelho do banheiro percebi que estava com olheiras enormes. Ótimo, vou ter que ficar o dia todo de óculos escuros, nem maquiagem irá resolver!
Me troquei, peguei minha bolsa e fui até a cozinha pegar algo para ir comendo pelo caminho, já que eu prometi ao John que chegaria logo e também porque o meu estômago não estava muito afim de se alimentar; se eu já não tenho fome pela manhã normalmente, imagina de ressaca.
As meninas estavam na cozinha quando eu entrei, elas pararam de falar e começaram a me observar. Ok, isso já ta me irritando

- Vem cá, vocês duas perderam alguma coisa? – elas continuaram caladas me olhando. - Vamos, perguntem logo o que vocês querem saber!
- Err... Sabe o que é, ? A gente queria saber... – se enrolou com as palavras.
- Céus, ! – a interrompeu. – A gente quer saber que história é essa de você e o se pegando ontem, se beijando e tudo?
- Que mané eu e o o quê?! Tá maluca, ? – eu disse indignada.
- Bom, é que todo mundo tava falando. – disse e arqueou a sobrancelha direita.
- Mas como as pessoas são fofoqueiras! Por Deus! – eu levantei a mão para o céu, exagerada, eu sei. - Bom, pra informação de vocês, aquele idiota do e eu não nos beijamos, na verdade, foi ele quem me beijou e à força.
- Hmm, sério? – e sua cara de pervertida – Bom, a gente tava conversando aqui e de repente nos lembramos que por acaso o é também o gato em que você esbarrou no Pub aquele dia e, se eu me lembro bem, você ficou bastante encantada com ele, então desembucha logo, como foi o beijo? – Ai, que tapada!
- Que parte do ‘me beijou à força’ você não entendeu, ?!
- Chata! Fala a verdade, você gostou dele aquele dia que eu sei! Aposto que sonhou com o beijo dele e tudo, eu te conheço. – ela piscou pra mim. – Eu só estou perguntando se o beijo superou as expectativas. – a irritante cara sapeca dela.
- É, , a gente percebeu a troca de olhares entre vocês dois ontem. – disse e segurou o riso, mas seria melhor se tivesse continuado quieta.
- Ok, o que eu fiz pra merecer vocês duas?! Sério, eu não estava trocando olhares com ninguém, suas lesas!
- A gente ta brincando, boba, não se estressa. Mas diz aí como é bem de perto? – disse. Sério, eu não estou reconhecendo mais essa garota, ela anda convivendo muito com a .
- Querem mesmo saber? – elas balançaram a cabeça assentindo. – é frustrante e eu acabei descobrindo da pior maneira que o Superman na verdade era o Lex Luthor disfarçado.
Elas me olharam e depois caíram na gargalhada.
- Nerd! – elas disseram juntas.
- Só você mesmo, , pra comparar um cara com um personagem de HQ. – disse.
- Quer saber, eu não sei por que eu to aqui ainda perdendo o meu tempo com vocês, já era pra eu ter saído... Fui.
- Espera aí, , você não vai comer nada? – perguntou. Às vezes ela parece nossa mãe.
- Vocês ficam falando tanto que eu até esqueci, , me joga uma maçã. – eu pedi.
- Segura aí, chuchu. – ela disse.
Peguei a maçã, me despedi delas e fui em direção à estação de metrô.

- Oi, John, já cheguei! – disse, abrindo a porta do estúdio e entrando. – O que você tinha de tão urgente pra falar comigo que não... – quando me virei, dei de cara com ninguém mais ninguém menos que o , que estava incrivelmente lindo de óculos escuros. Certo, eu não pensei isso! Cara, isso só pode ser perseguição! - ... esperar até segunda?
Terminei a frase de maneira automática e tenho certeza que estava fazendo uma cara de tapada naquela hora. mostrou um sorriso sacana e ele só não me viu fuzilá-lo com o olhar porque eu também estava de óculos escuros. Malditas olheiras! Mas, felizmente, John logo apareceu e veio falar comigo.
- , que bom que você chegou! Desculpe te chamar aqui hoje. – ele disse.
- Tudo bem, boss, mas o que você tinha de tão urgente pra falar comigo? E por que ele está aqui? – essa ultima pergunta eu fiz em um tom mais baixo para que apenas Johnny ouvisse.
- Bom, , o aqui veio fazer o favor de me trazer alguns documentos que o empresário deles pediu, é a documentação necessária para que nós dois possamos viajar com eles em turnê e eu te chamei aqui porque eu vou precisar da sua ajuda para arrumar os equipamentos, nós viajaremos esta noite.
- O QUÊ?! – eu berrei de repente, mas logo controlei meu tom de voz. – Hoje à noite? Mas, John, você disse que me avisaria com antecedência do início da turnê, pra que eu pudesse deixar as suas e as minhas coisas em ordem. – eu questionei, inconformada.
permaneceu quieto no canto da sala nos observando. O que ele ainda fazia ali, afinal? Não tinha ido apenas pra entregar alguns documentos?
- Me desculpa, , mas eu fui pego de surpresa também, eles só me avisaram hoje. – ele disse.
- Desculpe a interrupção. – disse de repente.
- Fale, . – Johnny pediu para que ele continuasse.
Mas, oras! Fale o quê?! Não fale nada! Vai embora que é o melhor que você faz, ‘Idiota’ ! Eu pensei, mas não o disse é claro.
- Na verdade, todos nós fomos pegos de surpresa, a turnê começaria apenas na próxima terça, mas os produtores acabaram encaixando um novo show super importante pra amanhã à noite e o Fletch quer que seja documentado. – ele disse.
- Ótimo! – eu exclamei e rolei os olhos e mostrou aquele sorriso sacana novamente.
- , infelizmente nós não podemos fazer nada, é o nosso trabalho. – John disse, me censurando com o olhar.
- Eu sei, John, me desculpe. – eu disse envergonhada.
- Bom, acho que eu já fiz o que precisava aqui, vou indo porque preciso arrumar as malas. – disse. É, eu sei, você vai SE arrumar, não é, seu mala?! O que foi? Eu ainda to com raiva dele!
- Até logo, Johnny. – se despediu de John com um aperto de mão.
- Até mais, . – John respondeu.
então se virou e veio na minha direção, pois eu ainda estava parada próxima a porta e sussurrou próximo ao meu ouvido:
- Até mais, esquentadinha. – ele disse e eu repreendi a vontade de esganá-lo.
Ele sequer esperou pela minha resposta e saiu rapidamente. Idiota e medroso!
- É, pelo visto tem algo rolando aqui. – Johnny disse com um sorriso sapeca.
- O quê?! Do que você esta falando? – eu me fingi de desentendida.
- Nada, , nada. – ele disse sorrindo e seguiu para os fundos do estúdio.
Ótimo! Eu brigo com o idiota do num dia e agora vou ter que viajar com ele no outro! Deus, me diga, isso é alguma provação?! Eu fiz algo errado em outra vida?
- , eu preciso da sua ajuda aqui! – John gritou.
- Já estou indo! – eu disse e segui até onde ele estava.


’s Pov


Era noite de sexta-feira, havia me convencido a ir a uma festa de um amigo do , um amigo nosso. No caminho, ele decidiu parar em um posto de gasolina para abastecer o carro, ele havia ido à loja de conveniência pagar o combustível quando eu a vi e ela não estava sozinha, meu antigo melhor amigo estava com ela. Eles andavam de mãos dadas, trocando carícias, meu sangue ferveu. A raiva e o ódio que eu tentava reprimir durante os últimos dias ressurgiram violentamente, minha vontade era descer daquele carro, ir até eles e esmurrar o cara que estava com ela, enquanto a mesma assistia berrando de dor. Isso, eu queria provocar dor nela, ela, a única garota que eu amei, amei a tal ponto que até havia a pedido em casamento. A vadia que havia me traído. Aos poucos imagens foram surgindo na minha cabeça, momentos que eu quero enterrar no passado pra sempre.


’s Flashback - 12 de Abril de 2004.


A turnê da banda havia terminado mais cedo, então quando cheguei ao aeroporto eu peguei minhas coisas e corri para casa, estava morto de saudades da Alison e queria fazer uma surpresa pra ela, mal sabia que o surpreendido seria eu.
- Amor, cheguei. – chamei, mas Alie pareceu não ouvir e eu percebi que o aparelho de som do quarto estava ligado bem alto.
"Então é por isso que você não está me ouvindo." – eu pensei e segui em direção ao quarto, sorrindo.
Alison e eu namorávamos há um ano e meio e eu já tinha absoluta certeza de que ela era a mulher da minha vida, por isso havia pedido sua mão em casamento uma semana antes de entrar em turnê com a banda e agora nós éramos noivos e eu estava tão feliz que nem acreditava nisso, nem acreditava que uma garota incrível como ela havia aceitado se casar comigo.
- Alie, você ta aí dentro? – eu chamei.
Mas, quando me aproximei mais da porta, que estava entreaberta, ouvi algo que agora eu daria tudo para esquecer. Eram gemidos de prazer. Uma sensação estranha tomou conta de mim, então abri a porta do quarto abruptamente e vi a pior cena que já havia visto na vida.
Aquela na cama era a mulher que eu amava e ela estava com o meu melhor “amigo”? Ela estava na cama com Antony Brant.
E então tudo aconteceu muito rápido, eu estava ensandecido, louco de raiva, quando percebi já estava na cama esmurrando Ant, Alison estava horrorizada, gritava desesperada pedindo pra que eu o soltasse.
E, depois disso, vocês podem imaginar o que aconteceu, eu acabei o soltando, estava me sentindo nauseado, Alison veio até mim tentando se explicar, eu apenas a empurrei, sentindo nojo ao tocá-la, disse que iria sair e quando voltasse não queria mais ver vestígios daqueles dois traidores no meu apartamento.
Sai de lá completamente desnorteado e entrei no primeiro bar que vi pela frente, precisava esquecer tudo aquilo e naquela hora só o álcool me ajudaria.


Flashback end.


Alison havia conseguido novamente, o meu dia tinha sido completamente estragado. retornou ao carro algum tempo depois e estranhou a minha súbita mudança de humor, eu preferi não comentar nada e sugeri que fossemos logo para a maldita festa, eu precisava beber e me divertir com alguma garota fácil pra poder esquecer tudo.


Capítulo 09 – I’ll go crazy... for you, baby.



Chegamos ao apartamento do tal Adam e logo encontramos James num canto, conversando com algumas pessoas.
- E aí, caras! Até que enfim vocês chegaram. – ele nos cumprimentou.
- James, querido, eu também senti a sua falta. – falou num tom afeminado e dando um abraço nele logo em seguida.
Eu apenas o cumprimentei com um aceno de cabeça. Esses caras tem que parar de ser tão gays!
- Ah! Aí estão vocês! – James disse de repente pra alguém que estava atrás de e eu. E não pensem besteiras, ok! – e , deixem-me apresentar dois dos meus melhores amigos, e .
Então eu me virei e a vi, ela novamente, a garota do Pub, ela estava linda, com um vestido verde até a altura dos joelhos, os cabelos negros e encaracolados nas pontas soltos, incrível como sempre. Espera, espera, espera, mas que porra! Agora eu to reparando até no que ela veste? Eu preciso me afastar dessa garota! Não posso e não quero me apaixonar de novo. Garotas são imprevisíveis e mentirosas, não merecem a nossa confiança, elas são apenas uma espécie de objeto que devemos usar e descartar logo.
A raiva havia tomado conta de mim novamente e eu iria descontá-la em qualquer outra garota, já que a principal culpada não estava presente no momento.
foi todo alegrinho cumprimentar a tal , eu preferi ficar na minha, se ela mexia tanto assim comigo era melhor manter distância.
Os dois conversavam quando ela citou que não nos via há algumas semanas, eu não consegui me controlar ao ver todo o entusiasmo da conversa deles e acabei me intrometendo.
- Melhor aproveitar, você vai cansar de nos ver depois e talvez nem goste disso. – eu disse, tentando acabar com aquele entusiasmo todo.
- Não assuste a garota, ! Não se preocupe, , nós não somos esses monstros que o diz. – disse e então se aproximou mais da garota e disse mais baixo, próximo ao seu ouvido. Que merda ele pensa que ta fazendo, chegando assim tão perto dela?! – Na verdade, o único velho ranzinza da banda é o , por isso, cuidado! Ele morde. – ele piscou pra ela. Idiota!
- Hey, eu ouvi isso ! – disse irritado. é mesmo um idiota.
Todos resolveram tirar uma com a minha cara e eu, com certeza, adorei isso.
depois quis conhecer a amiga de . Tava na cara que ele tava se exibindo pra alguma garota.
A nos apresentou a sua amiga e eu tentei ser simpático ao cumprimentar a garota, afinal, o meu problema é com a amiga dela, não com ela.
logo iníciou uma conversa paralela com a amiga de , eu acabei ficando completamente desconfortável entre James e que conversavam animadamente. Por que essa garota tem que ser tão perfeita? Caralho, tenho que parar com isso.
Adam, o dono da festa, apareceu e levou James para ajudá-lo com algumas bebidas e ficamos então apenas e eu, apenas nós dois, eu estava a sós com ela, a garota do Pub, e, como naquele dia, uma luta se travou dentro de mim, uma luta entre o meu cérebro e o meu coração idiota, um pedindo pra que eu a ignorasse e saísse de perto dela e o outro implorando pra que eu puxasse algum assunto com ela e saísse daquela situação desconfortável.
Infelizmente ou felizmente, ela foi mais rápida, inventou uma desculpa qualquer sobre procurar alguma amiga e saiu de perto de mim, deixando-me inconformado comigo mesmo.
Fiquei sozinho por pouco tempo, logo algumas garotas me reconheceram e se aproximaram. As duas eram lindas e visivelmente fáceis, nesse momento eu me lembrei do motivo de ter ido a tal festa, usar e jogar fora, esquecer. É ótimo ser famoso, que venham as garotas e a bebida! Hoje eu vou me embriagar!


Capítulo 10 – Down goes another one.



E mais uma foi abaixo, já havia perdido a conta de quantas latas de cerveja eu havia ingerido. Finalmente elas começavam a fazer efeito, as garotas continuavam ali, se insinuando, uma delas sentada no meu colo, agarrada ao meu pescoço, distribuindo vários beijos e chupões pelo local que com certeza ficaria cheio de marcas, a vadia havia descoberto o meu ponto fraco, logo nós estaríamos nos divertindo a sós.
De repente reapareceu na sala e meus olhos automaticamente foram até ela. Essa garota precisa parar com isso, precisa parar de controlar os meus atos inconscientemente.
Ela passou direto por mim e foi até onde , que havia acabado de chegar, estava. Eles iniciaram uma conversa animada e eu não consegui mais tirar os olhos dela, mesmo com duas garotas gostosas em volta de mim.
Por que ela era tão animada com os outros e comigo não? Maldita garota! Malditos pensamentos idiotas!
Fiquei observando ela com , já pareciam amigos de muito tempo, depois eles foram até uma garota baixinha de cabelos curtos e claros, imaginei que essa seria a outra amiga dela, pois elas conversavam bastante entre si enquanto apenas olhava e ria, até elas o incluírem na conversa. Então se distanciou deles e foi até a sacada do apartamento.
Uma sensação esquisita tomou conta de mim, empurrei pra longe as garotas que estavam em cima de mim, sem ao menos ouvir suas reclamações e segui apressadamente até onde estava.
Cheguei até a entrada da sacada e a encontrei, virada de costas, observando a rua, o vento balançava os seus cabelos, ela estava linda, perfeita.
Não sei dizer o que me levou até lá, só sentia uma necessidade incontrolável de tocá-la, beijá-la, tê-la nos meus braços. De repente ela se virou.
- Parece que você não gosta mesmo de se socializar. – eu tomei coragem e disse, aproximando-me dela, sentindo-me completamente atraído. – Você não deveria ficar assim tão sozinha, pode ser perigoso. – era fato, eu precisava beijá-la, os lábios dela me chamavam, então me aproximei mais e a prendi contra o parapeito.
- Será que dá pra você me soltar e se afastar de mim? O seu bafo tá insuportável. – ela disse, visivelmente irritada e rolou os olhos de um jeito que eu achei encantador.
- Sabia que você fica ainda mais linda assim, toda irritadinha? – eu perguntei, pressionando-a ainda mais nos meus braços e aproximei o meu rosto do dela.
- Me solta, seu idiota! Se não...
- Se não o quê? – interrompi, curioso com o que ela faria.
- Se não eu vou gritar. – Garotas e suas ameaças de gritos! Tão previsiveis. Calei-a com um beijo. E que beijo! Parecia que eu estava no céu, tocando aqueles lábios macios.
Ela tentava a todo custo resistir e eu a prendia ainda mais, queria meu corpo grudado ao dela, queria que nos tornássemos um só. Foi então que senti uma dor muito forte nas partes baixas, a idiota havia me dado uma joelhada no meu local precioso. Caí no chão, morrendo de dor e sentindo muita raiva, afinal, meu "orgulho" havia sido ferido.
- Mas que porra! Por que você fez isso, sua... Imbecil?! – eu disse com certa dificuldade devido à dor.
- Foi você quem pediu, seu idiota. – ela sorriu debochada, sentindo-se dona da situação e foi saindo em direção à sala, mas eu não ia deixar isso barato.
- Volta aqui, sua vadiazinha! – eu chamei, tentando me levantar.
- Você me chamou do quê? – ela perguntou, vermelha de raiva, que prazer eu senti em vê-la irritada daquela forma.
- Vadiazinha, é isso o que você é, uma vadiazinha de quinta. – disse, divertindo-me com a situação.
Então ela explodiu como um vulcão, correu na minha direção e começou a ‘tentar’ me estapear. Essa garota é hilária! Hahaha.
- Para com isso, sua maluca. – eu disse, tentando segurá-la. Ela fica mesmo linda assim, toda esquentadinha.
- ? – eu tava me divertindo, vendo-a irritada, quando alguém a chamou. – , o que tá acontecendo aqui? – James "Estraga Prazeres" Bourne e "Inconveniente" apareceram e a levaram pra longe de mim. Chatos! Por que eles não vão acabar com a diversão de outra pessoa?
- Argh! É esse amiguinho idiota de vocês que me agarrou à força! – ela despejou, ainda visivelmente irritada.
- Você fez isso mesmo, ? – perguntou.
- É, eu fiz, mas foi só porque essa esquentadinha estava pedindo. – eu disse, sorrindo.
Na verdade, ela estava bem na dela observando a rua quando eu apareci, mas mesmo assim ela exercia uma atração muito forte sobre mim e eu acabei não resistindo e não consegui frear os meus atos. Eu estar completamente bêbado contribuiu com os fatos, mas eu não diria isso a eles. Não, não diria.
- Eu estava o quê?! - de repente ela ficou ainda mais vermelha, tentou se soltar de James e partir pra cima de mim, mas ele a segurou. Que pena, seria divertido. Eu pensei.
Essa garota desconhecida já exercia tanto poder sobre mim que eu acabava tendo pensamentos idiotas como esse. Inferno!
- Chega, ! Parece que você já bebeu demais por hoje, vem, eu vou te levar pra casa. – disse, com todo o seu ar autoritário. Até parece! Depois ele se virou pra garota e disse: - Desculpa por isso, . – e ela apenas assentiu.
Desculpa? Desculpa pelo o quê? Eu tenho certeza que ela gostou muito de eu tê-la beijado, tá certo, isso soou um pouco convencido, mas foi o que eu senti no início do beijo, antes da maldita joelhada. Essa garota só tá querendo se fazer de santinha.
então me puxou pelo braço e isso me irritou. Eu posso muito bem andar sozinho, porra!
- Me solta, ! Eu to bem. – eu disse e saí em direção à sala.
Essa história toda já tinha se esgotado pra mim. Se essa garota metidinha não queria se divertir comigo, dane-se! Com certeza alguma garota nessa festa vai querer.

Entrei na sala à procura de alguma garota pra me animar, continuava no meu encalço, então eu parei e ergui a mão pra ele, pedindo pra que parasse, ele desistiu e foi para onde estava. Já deve estar cansado de tentar me regenerar, mas, quer saber, foda-se. Eu não to nem aí, não pedi pra ser regenerado!
Agarrei a primeira garota que vi pela frente, era uma das vadias que estava comigo antes, não me lembro do seu nome, mas isso não importa, ela me divertiria com toda certeza, afinal de contas, eu sou ! Todas me querem!
Puxei-a para um sofá próximo e comecei a beijá-la ferozmente. Ela me faria esquecer tudo, pelo menos por essa noite, ela me faria esquecer Alison e, principalmente, me faria esquecer essa ridícula garota desconhecida.


Capítulo 11 – Do you know the enemy?



Na manhã seguinte, acordei com uma puta dor de cabeça, o barulho irritante do meu telefone celular tocando ao lado no criado mudo. Olhei para o lado oposto e encontrei a tal garota da noite passada enrolada nos lençóis. Merda! Eu tenho que parar de deixar essas garotas amanhecerem aqui, pensei. O telefone insistia em tocar, então eu o atendi logo.
- Alô... – disse, sem vontade alguma.
- , não vai me dizer que você ainda está dormindo? Esqueceu da reunião que o Fletch marcou ontem à tarde? – disse do outro lado da linha.
É, eu tinha me esquecido da maldita reunião em pleno sábado!
- Não, cara, eu não esqueci, só estou um pouco atrasado, já estou indo pra aí. – eu menti.
- Melhor correr ou você sabe que o Fletch te mata, falou! – ele disse e desligou sem esperar minha resposta. A educação mandou lembranças,
Levantei-me cambaleando por causa da maldita dor de cabeça e fui até o banheiro me arrumar, quando retornei me lembrei que ainda havia uma garota dormindo na minha cama e tratei logo de acordá-la.
- Hey, garota, acorda! Eu preciso sair. – Eu não estava a fim de ser educado, estava era com pressa.
Chamei-a novamente e ela acordou meio desnorteada, sem paciência, recolhi suas roupas do chão e as joguei em cima dela, pedindo para que ela se apressasse. Fui à cozinha e fiz uma xícara de café puro e forte para tentar curar a ressaca, engoli rapidamente e, quando me virei, a garota estava parada na porta.
- Você já pode sair, a porta esta destrancada e eu estou realmente com pressa.
Mas ela não se moveu, então a tomei pelo braço e a levei até a porta, ela me olhou indignada e surpresa, mas não disse nada, apenas se virou e saiu bufando.
Eu peguei as chaves do carro e os meus óculos escuros e sai logo em seguida, o dia lá fora estava extremamente ensolarado. Droga! Maldita claridade! Segui rapidamente em direção ao estúdio de gravação.
Cheguei atrasado à reunião e Fletch quase me comeu vivo. Dane-se! Ele nos informou que o início da turnê seria adiantado e que partiríamos hoje. Que maravilha.
No término da reunião, quando eu já estava saindo, Fletch me chamou. Pronto, lá vem mais um sermão sobre responsabilidade, tudo o que eu preciso ouvir no momento.
- , eu preciso te pedir um favor. – ele disse. Ufa! Sem sermões. Obrigado, Senhor!
- Fala, Fletch. – eu disse.
- Bom, nós estamos numa correria aqui e eu estou sem ninguém para levar uma documentação ao fotógrafo, você poderia levar? É no caminho do seu apartamento, já avisei ao Johnny.
- Tudo bem, eu levo. – eu disse, não vendo problema em deixar os papéis no estúdio de fotografia, pelo menos não havia escutado um sermão.
- Aqui estão e se apresse em arrumar as malas, , sem atrasos dessa vez. – ele finalizou. Sabia que eu ia ouvir alguma coisa.
Eu me despedi dele e segui até o estúdio de Johnny.
Chegando lá, entreguei a ele a documentação e antes que eu pudesse me despedir o telefone tocou, ele pediu licença e foi atender a ligação no seu escritório. Segunda maravilha do dia! Agora vou ter que ficar esperando, pensei, quando de repente a porta do estúdio se abriu e ela entrou, tagarelando.
- Oi, John, já cheguei! O que tinha de tão urgente pra falar comigo que não... – Ela paralisou quando me viu. – Podia esperar até segunda?
Ela terminou de falar e ficou visivelmente corada. Por que diabos essa garota tem que ser tão linda?! Dei o meu melhor sorriso sacana para cumprimentá-la e a garota em minha frente pareceu ficar um pouco incomodada com isso. Caramba, ela tá linda com esses óculos escuros... Mas que porra, ! Só faltou falar isso em voz alta pra ela ouvir
De repente Johnny retornou a sala e explicou a ela o motivo de eu estar ali.
Ela ficou tão irritada quanto eu por ter que viajar tão em cima da hora. Pelo menos nós concordamos em algo.
Eu me intrometi na conversa dos dois e expliquei o motivo da antecipação da viagem e ela se pronunciou logo.
- Ótimo! – estava irritada e rolou os olhos daquele jeito tão encantador que eu não pude evitar o sorriso que se formou nos meus lábios.
Decidi me despedir logo deles, pois precisava arrumar as malas antes que o Fletch desse um ‘piti’ por eu não estar pronto no horário novamente. Apertei a mão de Johnny e segui em direção a saída, onde ainda estava, e não resisti em provocá-la. Descobri que adorava fazer isso.
- Até mais, esquentadinha. – eu disse e saí rindo internamente da cara que ela fez.

’s Pov Off.


Capítulo 12 – “That girl is genius”



's POV


"Atenção, senhores passageiros do vôo 345 com destino a Manchester, queiram, por gentileza, se dirigir ao portão de embarque."

Era a primeira chamada para o vôo, estávamos todos aguardando na sala de espera do aeroporto, ja havíamos feito o check-in. Os garotos da banda, John, e o empresário deles estavam isolados em um canto da sala, conversando animadamente enquanto as garotas e eu estávamos do outro lado. Estava me sentindo ansiosa e não sabia o motivo ao certo, medo de avião definitivamente não era. matracava algo ao meu lado e eu apenas assentia, concordando, completamente perdida em pensamentos, parecia que eu havia feito uma viagem solitária ao mundo da lua.
Percorri os olhos pela sala automaticamente e de repente eles pararam em um par de olhos que me encaravam intensamente a princípio, mas que momentos depois se tornaram zombateiros. Rapidamente desviei o olhar daqueles malditos olhos perfeitos, irritada comigo mesma por tê-los encarado. Droga de idiota!
- ? Planeta Terra chamando... ! - berrou ao meu lado, balançando as mãos freneticamente em frente ao meu rosto. Todos olharam pra mim, incluindo vocês sabem quem.
- Que foi, ?! - eu perguntei, entre dentes, irritada e envergonhada por tantos olhares.
- Nada... - Se não era nada, porque me chamou? - É só que eu tava aqui falando e você parecia estar dormindo acordada, não tava prestando a miníma atenção. - ela fez uma pausa e então emendou. - A vista ali da frente estava boa? Hun? - ela piscou e apontou com a cabeça na direção onde o estava, eu apenas a fuzilei com o olhar e ela entendeu o recado.
- Olha, aquele cara ali ta vindo na nossa direção. - disse e então nós duas nos viramos para ver , que vinha até nós acompanhado por uma garota.
- Oi, . Oi, meninas! - ele disse, sorrindo. - Eu quero apresentar pra vocês a minha namorada, Gabrielle.
Virei-me na direção da menina ao seu lado, que tinha longos cabelos castanhos e encaracolados, ela combinava perfeitamente com . Gabrielle então sorriu simpatica e me estendeu a mão.
- Prazer, . - ela disse, sorrindo. - Os meninos falaram muito de você. Será que esse "meninos" incluia o que me encarava, cujo nome estou tentando evitar em pensamento? What a Fuck! Se mata, !
- Prazer, Gabrielle, eles também falaram muito de você. - eu sorri e ela sorriu novamente e então começamos a conversar.
Gabi, como ela havia pedido para que nós a chamássemos, parecia ser uma garota muito simpática e divertida, aparentava ser uma ótima pessoa, com certeza nos tornaríamos amigas.
me disse que ela também viajaria conosco para Manchester, ela me disse que desde que e ela começaram a namorar, ela sempre ia ao show de Manchester, que pelo que eu percebi acontecia todos os anos e era muito importante.
Quando eu ia perguntar o porquê da importância desse show, Fletch, o empresário dos garotos, nos chamou:
- Bom, pessoal, aqui estão as passagens de vocês. - ele disse, nos entregando os bilhetes.

"Atenção, senhores passageiros, última chamada para o vôo 345 com destino a Manchester, queiram, por gentileza, se dirigir ao portão de embarque."

- É, , acho que você já tem que ir. - disse, abraçando-me.
Eu olhei em volta e vi os garotos indo em direção ao portão de embarque.
- Abraço de urso! - gritou de repente e ela e me abraçaram. Os garotos até pararam para ver e sorriram.
- Vê se não esquece de ligar pra gente pra contar as fofocas da turnê. - disse, rindo, e eu ri também, a risada dela sempre me contagia.
- Tá bem, gente, mas sem drama, ok? Eu não estou indo embora pra sempre, vocês não vão se livrar de mim assim tão fácil, eu volto em breve. - eu disse e abracei as duas novamente, segurando o nó estranho que se instalou na minha garganta.
Era estranho pensar que eu passaria algum tempo sem elas, era estranho me imaginar sem e por perto, já que não nos separavámos desde o nascimento. Elas são minhas melhores amigas, oras! Não consigo viver sem elas como não conseguiria nunca viver sem a minha mãe, admito.
- Vamos, , se não perdemos o vôo. - John, que até então estava quieto observando tudo, se pronunciou.
Ele deu um abraço nas garotas e seguiu em direção ao portão de embarque. Eu me despedi delas pela última vez e segui John, entregamos as passagens e entramos no avião.

- Qual é o número da sua poltrona? - perguntei a John assim que entramos no avião.
- Hm, deixa eu ver... 23-B. - ele disse. - A propósito, é essa aqui do lado. - ele indicou o local.
- Ah! Que pena, a minha é a 25-B, parece que não sentaremos juntos. - eu disse, desanimada. Teria que passar o vôo ao lado de algum estranho, pelo menos eu tinha o meu Ipod comigo. - Vou para o meu lugar então. - eu sorri pra ele e segui em direção a 25-B.
Quando me aproximei do local, congelei. Verifiquei duas vezes o papel e o número da poltrona para me certificar de que aquilo estava realmente correto. Só podia ser pegadinha! Mas não era, o lugar era mesmo aquele, então respirei fundo e disse:
- Err... Com licença, acho que o meu lugar é esse aí ao lado da janela. - eu disse para o homem em minha frente, que estava concentrado lendo algo.
- Você só pode estar brincando, não é? - ele perguntou, com cara de espanto.
- Bem que eu queria que isso fosse uma brincadeira. Posso me sentar ou não? - eu perguntei, já impaciente.
- Claro, esquentadinha. - disse, sorrindo daquele jeito debochado dele, eu ignorei e me sentei. - Então quer dizer que você será a minha companheira de viagem? Quem diria, hein, ! - ele riu, aproximando-se de mim e colocando a mão na minha perna. Idiota!
- Pode segurar esse seu risinho idiota, , e essa sua mão boba também. - disse, tirando a mão dele da minha perna - Eu to apenas sentada ao seu lado e, se quer saber, é melhor colocarmos regras aqui. - eu disse, apontando pra proximidade dele junto a mim. - Primeiro, nada de contato fisíco, em hipótese alguma! - ele ia dizer algo, mas eu o cortei. - Mesmo se eu estiver passando mal, chame outra pessoa ou me deixe morrer. - Ele gargalhou com isso, mas eu o ignorei novamente e continuei. - Segundo, não tem necessidade de você conversar comigo durante a viagem, vá ouvir música, ver algum filme ou dormir. Terceiro, haja como se fossemos dois estranhos e me deixa em paz. Entendido?
Ele riu do que eu disse, mas se calou quando viu o olhar fatal que eu fiz pra ele, virou-se pra frente e comentou em voz baixa, achando que eu não ouviria.
- Essa viagem será bem interessante.


"We don't need no education, we don't need no voice control..."


De repente eu ouvi os acordes de 'The Wall' do Pink Floyd vindos de dentro da minha bolsa e me olhou intrigado e surpreso. Eu corei, abri a bolsa e logo procurei o causador de tudo aquilo. Quando finalmente encontrei o celular o atendi, sem sequer olhar quem era no visor.
- Alô? - eu disse.
- ? Oi, meu amorzinho, como você está? Que saudades, filhinha! - mamãe disse do outro lado da linha e eu sorri ao ouvir sua voz.
- Oi, mãe! Eu estou bem, estou em um avião, nesse exato momento. E a senhora, como está? Está se cuidando direitinho sem mim, Dona Rose? Tem se alimentado? - eu perguntei, parecendo mais a mãe do que a filha, pude notar que sorriu ao meu lado. - Estou com muita saudade, mamãe. - eu completei.
- Estou sim, mamãe, direitinho! - ela brincou e eu sorri.- Só você mesmo, filha, pra agir como se fosse a mãe da situação. - ela gargalhou - Mas que bom que você está bem e sente falta da mamãe aqui. Me explique direito essa história de avião, mocinha. - ela pediu.
Como ela já sabia sobre o meu emprego no estúdio de Johnny, apenas contei para ela tudo sobre a turnê com a banda, que era o que faltava. Desde que me mudei para Londres com as meninas, eu procurava sempre manter contato com mamãe, enviava-lhe e-mails constantemente relantando sobre as minhas experiências na cidade. Isso havia sido uma das únicas exigências que ela havia me feito quando me mudei, sempre que possível nos falavámos por telefone, mas como por e-mail era mais prático, acabavamos nos comunicando mais dessa forma e eu não ouvia a voz de mamãe havia algum tempo.
De repente, uma voz de mulher surgiu no avião, logo a frente a aeromoça explicava todos os procedimentos da viagem e pedia para que os celulares fossem desligados durante a decolagem, eu fiz um muxoxo de tristeza por ter que desligar o celular e disse:
- Mãe, vou ter que desligar o celular por que o avião vai decolar, se cuida, viu? Não faça nada que eu não faria. - eu disse e ri em seguida. Mamãe gargalhou do outro lado da linha.
- Que pena, meu amor, queria conversar mais com você. Mas tudo bem, se cuide e não se esqueça de me mandar e-mails contando sobre essa turnê, certo? Mamãe te ama. Beijos. - ela finalizou.
- Também te amo, mãe, beijos. - eu disse e desliguei.
Enquanto guardava o celular na bolsa pude sentir um olhar sobre mim e logo pensei que deveria ter imposto a regra de não olhar pra mim na lista, aquele olhar me incomodava.
- Perdeu alguma coisa aqui, ? - eu perguntei, seca. Sei ser grossa quando quero, oi.
- Perdi sim, perdi a minha língua na sua boca aquele dia na festa. - ele disse e sorriu debochado.
- Idiota! - eu vociferei, irritada, e ele sorriu ainda mais, sentindo-se vitorioso.
- Acalme-se, , eu estava só brincando, não precisa ser tão estressadinha.
- Brincadeira mais idiota, você não acha?! - eu perguntei, ainda irritada.
- Tá certo, me desculpe por isso, eu fui um idiota. - ele disse, sincero, surpreendendo-me.
- Pelo menos concordamos em algo. - eu disse e ele gargalhou.
- Você não consegue mesmo ser simpática comigo. - ele disse.
- Só sou simpática com quem me respeita. - afirmei. Se ferrou, , seu feio! Sim, ele é feio, não discutam comigo.
Ele se calou envergonhado e eu meio que me arrependi de ter sido tão grossa, mas quem sem importa? Ele estava merecendo. Peguei meu aparelhinho mágico com fones de ouvido dentro da bolsa e liguei em um volume alto o suficiente para que eu não ouvisse mais a voz dele durante a viagem, me ajeitei na poltrona e logo adormeci.


Capítulo 13 - "Pequenas travessuras"



's POV


Adormeci logo após , não tinha a menor graça estar acordado sentado ao lado dela sem ter ela para incomodar, isso já estava se tornando viciante pra mim. Eu sei, estou parecendo um maluco nos últimos tempos, agindo assim, mas a culpa é toda dela, quem manda ser tão irritantemente adorável. Tá, eu não falei isso! Falei? Quer saber, esqueçam isso!
O meu sono não durou muito tempo, pelo menos para mim não pareceu muito tempo. Logo o aviso de que estaríamos pousando soou nos alto falantes do avião e eu despertei. Mas , por outro lado, continuava dormindo e, pasmem, com a cabeça apoiada no meu ombro. Droga! Essa garota é definitivamente linda! Eu admito. Até dormindo ela é linda, porra!
Então, enquanto os avisos de 'apertem os cintos, estaremos pousando em poucos minutos' ressoavam pelo local, eu permaneci em um dilema, acordá-la ou não? Tudo bem eu sei que eu deveria acordá-la, não seria legal deixá-la sozinha dormindo no avião até que a aeromoça aparecesse e a mandasse descer, não seria mesmo legal, não é? Certeza? Ah, vai! Seria MUITO engraçado! Mas tudo bem, eu não vou fazer isso com ela. Até porque eu tenho quase certeza de que quando ela saísse do avião, morrendo de vergonha, ela me procuraria e me mataria. Ou pelo menos tentaria. Acho que já estou me acostumando um pouco com a personalidade dela. Mas, voltando, eu precisava acordá-la, mas isso também seria uma tarefa difícil, com o humor que ela tinha comigo, seria bem capaz dela me xingar de diversos nomes impróprios e tentar me matar por isso também. Não estou exagerando, essa garota é louca! Incrívelmente linda e atraente, mas louca. Mesmo assim, resolvi arriscar, afinal de contas, eu sou macho ou não sou?! Não respondam!
- Err... , acorda. - eu a chamei. Mas ela apenas se remexeu um pouco, resmungou algo e continuou dormindo. Certo, isso não será tão fácil assim.
- Hm... , o avião já pousou e estão todos descendo, precisamos ir. Então acorda, por favor. - Nada. Cara, essa garota dorme feito uma pedra! Espera, já sei!
- ! ! Acorda! O avião está pegando fogo, vamos todos morrer! - eu berrei no ouvido dela, que finalmente acordou, debatendo-se toda assustada, jogando-se nos meus braços e me agarrando por consequência.
Ela respirou ofegante de susto, eu cheguei até a sentir pena de tê-la acordado assim, mas o que eu acabei fazendo ao invés de confortá-la foi rir. Sim, eu ri, ri muito, diga-se de passagem, eu gargalhei mesmo, e alto.
- O quê? Mas... SEU IDIOTA, IMBECIL, RIDICULO, EU TE ODEIO! - ela esbravejou, já recobrando a consciência e percebendo o que eu havia feito. - Para de rir, seu escroto! - ela ordenou.
- Tá bem... Você é mesmo maluca, garota. - eu disse, entre risos, e ela se preparou pra me interromper, mas eu não deixei. - Se acalma, ok. Isso foi só uma brincadeira e a culpa é sua se não quis acordar quando eu te chamei normalmente. E tem mais, eu duvido muito que você me odeie, porque se odiasse não teria dormindo com a cabeça apoiada no meu ombro o tempo todo e não teria pulado em cima de mim e me agarrado agora há pouco. Alías, como você é tarada, garota! - eu disse e gargalhei.
Ela me olhou pasma, mas eu não dei nem tempo para que ela me respondesse, pois com certeza ela me xingaria mais, levantei rapidamente, dei uma última piscadela pra ela e saí do avião.


's POV


Um completo imbecil, é isso que esse idiota do é, um imbecil. Argh! como ele me deixa com raiva! Odeio essa capacidade que ele tem de me irritar.
Desci do avião com os nervos à flor da pele e aquele idiota estava logo mais à frente no salão de desembarque, rindo feito uma hiena e conversando com e . Aposto que falava da minha reação ao ser acordada. Mil vezes imbecil!
- Que demora, , achei que você havia decidido voltar pra Londres no avião. - Jhon brincou ao me ver. Eu apenas sorri sem graça.
- Vamos, gente, a van esta nos esperando lá fora. - Fletch anunciou e todos nós o seguimos.
- Espera, , eu te ajudo com isso. - disse, após me ver atrapalhada com as malas, eu sorri, agradecendo. Pelo menos estava ali.
Após guardarmos as malas, entramos nos carros, dividimos o grupo em dois carros, e os caras da banda foram na van, enquanto eu, Gabi, Jon e Flecth fomos de táxi. Ao chegarmos ao hotel, os cartões foram distribuídos e cada um foi para o seu quarto, o vôo havia sido cansativo e todos aproveitariam para descansar antes da passagem de som que seria logo mais à tarde e era ali que o meu trabalho começaria.

Depois de algum tempo dormindo, resolvi me levantar e descer até o restaurante do hotel para me alimentar, a fome ja batia à minha porta. Quando abri a porta do quarto, deparei-me com uma cena estranha: , e com alto falantes, uma câmera e um saco suspeito nas mãos em frente a porta do quarto que e dividiam. Eles estavam tão concentrados que nem perceberam a minha presença.
- Hey, garotos, o que vocês estão aprontando, hein? - eu perguntei num tom de voz normal, mas mesmo assim os quatro se assustaram.
- Caramba, ! Que susto! - exclamou e eu começei a rir. - Shiiiiu! Fica quietinha, por favor. - eu assenti, silenciando, e perguntei em um tom baixo.
- Okay, mas o que vocês estão fazendo aí parados na frente da porta desse quarto?
- Contamos pra ela ou não? - perguntou aos outros, em dúvida.
- Tá certo, vamos dizer, ela pode nos ajudar nisso. - disse.
- Então, , é o seguinte... - e então me contou todo o plano deles para acordar os outros dois. E eu, é claro, decidi ajudar e forneci mais algumas idéias mirabolantes, que eles adoraram. Mas é óbvio que as maldades maiores eu deixei para o , já que o era legal e ele não merecia. Vingança, , vingança!
, depois de algum tempo, finalmente conseguiu abrir a porta do quarto nós entramos em silêncio absoluto, nos preparamos e ele disse:
- Certo, galera, no três... Um... Dois... TRÊS! - ele gritou e tudo ficou muito louco.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – e gritaram juntos.
- AI, MAMÃE, EU TO ME AFOGANDO! ME AJUDA. - gritou, acordando assustado e eu caí na gargalhada.
Eu havia virado uma vasilia com água na cabeça dele, enquanto e gritavam com o auto-falante no ouvido do coitado do e despejavam todo o conteúdo de uma latinha de creme para barbear na cabeça dele, o mesmo foi feito com , por . E eu não conseguia conter o riso, nem os três.
- Cara, isso foi demais, eu filmei tudo, vai dar um belo vídeo no youtube. - disse, tentando conter o riso.
- É, foi ótimo, cara! - concordou.
- Nem me falem! Vocês viram só a cara do ? "AI, MAMÃE", , sua idéia foi ótima. - imitou e nós rimos mais ainda.
- Então quer dizer que isso foi idéia da ? - ouvimos voz do e nos viramos, mas não a tempo de escapar da espuma de barbear e dos travesseiros que e jogaram na nossa direção. E tudo acabou virando uma grande guerra de travesseiros.
- Caramba, , seu idiota! Precisa jogar aquele treco no meu cabelo? Eu já estava arrumadinha pra ir para a passagem de som. - eu reclamei, saindo do quarto dele junto aos outros.
- Ninguém mandou se meter com o mestre, lindinha. - ele piscou e eu saí irritada em direção ao meu quarto para me arrumar novamente.


Capítulo 14 – As aparências enganam?



- Até que enfim a madame apareceu! – disse sorrindo daquele jeito irritante assim que me viu saindo do elevador, eu apenas o ignorei.
- Bom, já que estamos todos aqui, hora de ir para o local do show. – Fletch se pronunciou e se dirigiu a saída do hotel.
Então todos o seguiram, o grupo que reunia os garotos do McFly, Fletch, , Gabi, John e eu dividiu-se em dois carros.
- ! – John me chamou.
- Fala, boss. – eu respondi divertida.
- Bom, me parece que os garotos vão estar divididos, então eu acho melhor nós irmos cada um em um carro, assim fazemos as filmagens de todos eles.
- Tudo bem. – eu concordei. – Eu vou com o e o , então. – conclui ao ver que no outro carro iria o .
- Não, , acho melhor você ir com os outros caras, Fletch e eu iremos no mesmo carro para discutir assuntos de negócios, e ele vai no carro com e .
- Mas, John, eu... – tentei argumentar, mas não adiantou. “Tanto lugar pra discutir negócios e precisa ser justo no carro?”
- Vai, linda, eles já estão indo. – ele piscou e entrou no carro que saiu logo em seguida. Eu fiquei parada lá com cara de otária e juro que não entendi aquela piscada e o sorrisinho do John. “O que ele está aprontando?”
- Anda logo, , não temos o dia todo! – zombou novamente. “Ah, se eu pego esse cara! Hey, não é esse pegar que vocês estão pensando! Never.”
- Vem, , nós estamos atrasados. – surgiu ao meu lado e eu nem acreditei, pelo menos ele iria comigo? Isso melhoria muito a situação.
- ! – eu exclamei, sorrindo alegremente.
- Sim, esse sou eu, gatinha. – ele retribuiu sorrindo todo maroto. – Vamos, eu vou te ajudar com as filmagens e depois você me ajuda com as fotos do meu website. – ele piscou e pegou minha mão, levando-me em direção ao carro.
Entramos no carro e os outros garotos logo me cumprimentaram, menos o , que me olhou de um jeito estranho ao ver as minhas mãos entrelaçadas com as de . “Eu, hein, cara estranho.” – pensei. E eu, pra variar, o ignorei. Peguei a minha câmera e comecei o meu trabalho, filmando os garotos durante o trajeto.
Algum tempo depois, chegamos ao local do show e eu confesso que estava completamente confusa, aquilo estava mesmo certo?
- Hey, . – eu o chamei.
- Fala, . – ele respondeu, se virando na minha direção.
- Nós estamos mesmo no local certo? – perguntei confusa, ele riu.
- Estamos sim, linda, você se lembra quando te dissemos que esse show seria especial? – eu afirmei balançando a cabeça. – Então, ele será aqui mesmo, agora vamos descer porque todos já estão saindo do carro. - eu o segui, saindo do carro admirada com o que estava vendo. Aquilo iria mesmo acontecer ali?
Eu estava parada em frente a um dos maiores hospitais de Manchester, completamente confusa com o que iria acontecer, afinal de contas, eles iriam mesmo fazer um show ali? Eu estava tentando imaginar como tudo seria, quando John surgiu ao meu lado.
- Hey, mocinha, hora de trabalhar. – ele piscou, pegou a câmera fotográfica e começou a sessão de fotos. Eu, entendendo o recado, peguei a câmera de vídeo e segui em direção a onde os caras da banda estavam.
- , eu ainda estou confusa. - disse completamente perdida. - Você poderia me explicar por que estamos em um hospital? - completei.
- Vamos fazer melhor, , ao invés de eu explicar, que tal você filmar os caras dando essa explicação? - ele sugeriu e continuou antes que eu dissesse algo. - Eu sei que estou me intrometendo no seu trabalho, mas eu acho que isso ficaria legal no DVD. - concluiu e piscou para mim.
- Tudo bem, vamos lá, então. - eu concordei. Aproximando-nos mais do local onde os outros garotos estavam.
- Hey, caras! - exclamou.
- Fala, minha loirinha linda. - brincou. "Nossa, o de bom humor? E brincando? Isso é uma evolução!" - apenas mostrou o seu querido dedo médio para , que por sua vez, riu da atitude do amigo. Então prosseguiu.
- Então, como eu ia dizer antes de alguém ficar de gracinha. - gargalhou mais ainda "Ele está mesmo de bom humor? Milagre Senhor!" - a aqui, está querendo saber o que exatamente estamos fazendo nesse hospital hoje. - todos os garotos olharam para mim e riram, sim, eles riram!
- Menos gente! - disse, ficando sério de repente, após um ataque de risos. – Desculpa, , mas é que esses caras dão risada de tudo, são umas hienas ambulantes! - completou, levando um pedala de logo em seguida. – Oucht! Bolota! - disse e se escondeu atrás de , com medo da cara que fez para ele após ouvir o apelido.
- Haha! Olha quem fala! O Rei das hienas!... Ou seria dos lagartos? - zoou, mas acabou se confundindo. Nessa hora eu já não conseguia conter o riso, mesmo estando ainda curiosa sobre o local do show.
- Certo, garotas! Vamos gravar logo os depoimentos pra antes que o show comece! - colocou ordem na bagunça!
- Lá vem o Sr. Eu-Sou-Responsável . - disse, mas levou outro olhar fuzilante de por isso. Eu apenas ri.
- Tudo bem, garotos, vamos começar a gravar, quem quer ser o primeiro? - perguntei e nessa hora todos olharam para o .
- Que foi? Ah, qual é! - ele exclamou.
- Anda logo, , ninguém melhor do que você pra explicar o motivo do show nesse hospital. - disse.
- Eu prefiro não falar sobre isso. - disse, ficando sério de repente.
- Come on, ! - disse.
- Não, obrigado! Falem vocês se quiserem, não estou a fim de gravar porcaria de vídeo nenhum. - ele disse se afastando de onde estávamos.
- , volta aqui, cara! O Fletch vai te matar por não querer gravar! - gritou, mas o já estava longe nessa hora.
- Desculpa, , o fica meio ranzinza quando se toca nesses assuntos de família. - disse.
- Só nessa hora ele fica ranzinza? E o resto do tempo ele é o quê?! - disse sem querer. - Ops! Falei isso em voz alta, não foi? - completei envergonhada. Eles gargalharam da minha cara.
- Cara, essa garota é das minhas! - disse zoando.
- Tá bom pessoal, chega! Vamos gravar logo... você começa! - ordenou.
- Sim, mamãe! - zoou, arrancando mais gargalhadas daquelas cinco pessoas, menos o é claro, que só sabiam rir desde a hora em que colocaram os pés naquele hospital. Atitude estranha, eu sei.
-Certo, , vamos lá. - eu disse ligando a câmera e iniciando o meu trabalho. - Por favor, se apresente e depois nos explique onde estamos e por que estamos aqui. - eu disse, ele assentiu e começou a falar.
- Olá, pessoas do outro lado da tela! Eu sou o , baterista do McFly. E hoje nós estamos iniciando a nossa mais nova turnê, num lugar muito especial! Eu sei que muitos de vocês não sabem, mas nós fazemos sempre o nosso primeiro show da turnê nesse local em que estamos agora. É como se fosse um amuleto de boa sorte para todos os próximos shows. Mas chega de enrolar, eu vou mostrar pra vocês de que local eu estou falando...
Segui pelo hospital, ele explicou tudo diante das câmeras, disse que o show no hospital de câncer de Manchester havia sido ideia de , ele queria contribuir com aquelas pessoas de alguma forma. Por tudo o que havia passado com a sua irmã, ele sabia bem como aquela doença era terrível e que toda ajuda era bem vinda, por isso eles faziam aquele show para poucos convidados: filhos e parentes dos funcionários do hospital. E todos contribuíam de alguma maneira em prol do hospital, o show também servia para alegrar um pouco o dia dos pacientes.
A irmã mais velha de , Vicky , havia falecido há alguns anos, vítima de câncer, essa perda havia afetado muito toda a família, principalmente , que era muito ligado à irmã. Ele demorou algum tempo para aceitar a sua morte.
Ouvi tudo aquilo com a câmera em mãos, filmando tudo e de repente, certa admiração por aquele que descrevia, surgiu dentro de mim. Aquele eu definitivamente não conhecia, mas adoraria conhecer se ele realmente existisse. Dúvidas começaram a surgir em minha mente: por que esse cara que tinha atitudes assim tão incríveis, agia de uma maneira tão imbecil toda vez que nos encontrávamos? Fiquei vagando em pensamentos até chamar a minha atenção.
- ? Você precisa que eu diga mais alguma coisa? - ele perguntou, olhando-me desconfiado. Minha cara deveria estar patética, pensar no me fazia ser patética. O que estava acontecendo comigo?
- Ah, não, . Já está bom, muito obrigada, vou pegar depoimentos dos outros caras. Nós nos vemos depois. - despedi-me dele e fui procurar os outros meninos para gravá-los se apresentando no DVD.
A hora de gravar o depoimento do chegaria também e certo nervosismo tomou conta de mim, como eu agiria diante dele agora que sabia um pouco da sua história e que me comovera com ela? Talvez a raiva pela perda da irmã explicasse certas atitudes, ou não. era uma verdadeira incógnita para mim.
As outras entrevistas ocorreram na mais perfeita ordem, a cada dia eu me sentia mais feliz ao lado daqueles garotos, sim, eu havia me tornado amiga de uns caras que possuíam uma banda. Ia contra todos os meus princípios em relação a manter distância de músicos, mas o que eu poderia fazer se aqueles quatro caras haviam se tornado tão especiais na minha vida? Claro que, quando digo quatro caras, me refiro a , , e - que havia se revelado um grande melhor amigo na ausência das minhas duas pimpolhas.
Gravei alguns depoimentos das pessoas que iriam assistir ao show, todos eram só elogios a banda, e mesmo conhecendo-os há tão pouco tempo, me senti orgulhosa por eles. Mas a parte difícil do meu trabalho havia chegado, eu não teria como escapar, senão John me repreenderia, eu tinha que fazer aquilo, tinha que gravar o depoimento de .


[N/A: Ouçam essa música] durante a leitura.


Estávamos no refeitório do hospital, local onde o mini show acústico aconteceria, olhei em volta procurando por ele, mas acabei não o encontrando. havia simplesmente desaparecido desde a pequena discussão que tivemos mais cedo, os caras da banda e Fletch estavam feito loucos atrás dele. Eu me senti um pouco mal, por talvez tê-lo feito lembrar, mesmo que inconscientemente, de coisas que talvez ele quisesse deixar no passado. Decidi engolir o meu orgulho e ajudá-los a procurar por ele. Dirigi-me até um corredor próximo e segui por ele até a porta do elevador, entrei e apertei o botão que me levaria ao terraço, não sei por que estava indo até lá, mas algo dentro de mim dizia que eu iria encontrá-lo nesse lugar.

A porta do elevador se abriu, revelando um local totalmente diferente do que eu imaginava encontrar. O que estava a minha frente não era um simples terraço de prédio, ia muito além disso, diante de mim estava um lindo jardim repleto de flores. A vista era simplesmente linda. Provavelmente um local para descanso dos pacientes, para onde eles iam para esquecer um pouco as tristezas da vida.
Saí do elevador e logo mais a frente avistei um banco direcionado para a sacada do prédio, e nele havia alguém sentado, ele estava ali, a minha intuição estava correta. Então, sem que eu pudesse controlar, as minhas pernas se moveram sozinhas até onde ele estava e quando percebi, já estava muito próxima a ele. Ele estava parado, usando o seu habitual óculos escuro, que mesmo me custando admitir, o deixava lindo. parecia estar perdido em pensamentos, estava lá, imóvel, observando a grande imensidão de céu azul a sua frente. O dia estava realmente lindo.
Fiquei observando-o por algum tempo, sem ser percebida por ele. Meu coração de repente acelerou, os batimentos eram tão rápidos, de um jeito indescritível. O que estava acontecendo comigo? Meus pensamentos eram tão confusos, o que eu sentia por afinal de contas? Estava tão perdida o observando, que nem percebi quando ele se virou e me viu. Só me dei conta de como estava agindo como idiota quando ouvi sua voz.
- O que você esta fazendo aqui? Como me encontrou? - ele perguntou de um modo um pouco frio.
- Er... Eu... - as palavras custavam a sair, então respirei fundo e finalmente disse. - Todos estão te procurando. Eu apenas decidi ajudar.
- Eu quero ficar sozinho, . Na hora do show eu apareço, sei dos meus compromissos. Me deixe em paz. - ele foi frio e cortante novamente. Eu engoli em seco, o orgulho tomou conta de mim outra vez, então disse ríspida.
- Como quiser, . Eu só queria ajudar seus amigos que estão preocupados com você, já que você sumiu há algum tempo, mas vejo que você está muito bem e continua sendo o mesmo idiota de sempre, então eu já vou indo, passar bem. - respondi irritada com ele, virei as costas e segui em direção ao elevador, mas antes de entrar, duas mãos seguraram meus braços e me viraram de frente para ele.
- O que você tem contra mim? Por que sempre age dessa forma comigo desde o início, desde antes de me conhecer realmente? Por que só comigo, ? - ele me perguntou, tirando os óculos e olhando fundo em meus olhos, enquanto os seus estavam ligeiramente avermelhados e aparentavam confusão e angustia. Ele havia chorado.
Engoli em seco novamente. Meu coração apertou vendo-o daquele jeito. As lágrimas chegaram aos meus olhos. Que porcaria estava acontecendo comigo? O que eu sentia por ele? Minha garganta trancou e as palavras não saíram, ele continuou me interrogando com o olhar, me olhava fixamente, como se quisesse ler o fundo da minha alma. Meu coração disparou freneticamente. E eu rezei para que ele não estivesse ouvindo-o.
- Por favor, me responde. O que eu fiz pra você afinal? - ele perguntou novamente. Mas dessa vez de um modo mais calmo e... Carinhoso? Reuni a coragem que me faltava e respondi.
- Me deixa ir embora, . - a minha voz saiu como um sussurro.
Eu o havia chamado de . Eu deveria estar ficando louca. Pois até ele me olhou intrigado, eu nunca o havia chamado pelo apelido.
- Você me chamou do quê? - ele perguntou curioso, eu não respondi. Sentia que já estava muito encrencada.
, de repente, se aproximou, ele estava cada vez mais próximo, o rosto já se encontrava a milímetros do meu. "Céus! O que ele estava fazendo?" Eu já podia sentir a sua respiração batendo em meu rosto, seu hálito quente, um leve cheiro de hortelã. Seus lábios foram se aproximando, suas mãos soltaram os meus braços e se apossaram da minha cintura. Eu estava sem reação. Ele juntou os nossos corpos e finalmente selou os nossos lábios. No início eu relutei, transformando o beijo em apenas um selinho demorado e desajeitado, mas aos poucos a sua língua foi pedindo passagem e eu cedi. Aquilo estava realmente acontecendo? estava me beijando? E o mais incrível, me beijando de um modo apaixonado e eu estava realmente gostando daquele beijo. Quando dei por mim, as minhas mãos já haviam entrelaçado o pescoço dele, eu fazia carinho em seus cabelos e ele apertava cada vez mais a minha cintura, grudando mais os nossos corpos, fazendo carinho em minhas costas. Eu estava sentindo as tão faladas e malditas borboletas no estômago, as coisas começaram a clarear em minha mente. Coração disparado, borboletas no estômago, o corpo quente a cada toque que eu recebia dele, droga eu estava apaixonada por !

's POV


Eu não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo, que eu finalmente havia tomado coragem, que havia desistido de negar todos os sentimentos que eu sabia que estava sentindo por ela, sentimentos esses que cresciam a cada dia. Eu a estava beijando, e não era nada forçado como no nosso primeiro e último beijo, ela estava correspondendo, e me atrevo a dizer que estava gostando. Meu coração estava acelerado, eu já conhecia esse maldito sintoma, mas desde que a conheci, simplesmente decidi negá-lo a todo custo por medo de sofrer novamente, mas isso já não estava sendo possível. E vê-la ali naquele terraço, aparentemente preocupada comigo, mesmo negando a todo custo, dizendo que fazia aquilo apenas pelos meus amigos, essa atitude me fez reagir contra tudo o que me refreava em relação a ela. No início tentei ser frio e mal educado, eu não queria aceitar. Não a queria ali me vendo sofrer, a dor era só minha, não queria compartilhá-la com ninguém, muito menos com ela. Mas vê-la preocupada me matou por dentro. Percebi que havia agido novamente como um estúpido, então fui atrás dela e a impedi de partir, segurando seus braços e a virando de frente para mim. E de repente as perguntas saltaram da minha boca, perguntas essas que já me atormentavam há algum tempo, mas que nunca ousei fazê-las.
- O que você tem contra mim? Por que sempre age dessa forma comigo desde o início, desde antes de me conhecer realmente? Por que só comigo, ? - eu questionei me sentindo realmente curioso em relação a isso.
Ela nada respondeu. Permaneceu estática, me olhando surpresa, assustada, seus olhos se encheram de lágrimas de repente, meu coração amoleceu de vez ao ver aquilo, reuni forças e decidi perguntar novamente.
- Por favor, me responde. O que eu fiz pra você afinal? - eu disse.
- Me deixa ir embora, . - ela finalmente havia respondido. E havia me chamado de . Espera, ela me chamou de ?
- Você me chamou do quê? - fiz a pergunta que ecoava em meus pensamentos. Ela nada disse novamente.
Então a olhei intrigado e fixamente. Quem era aquela garota na minha frente afinal de contas? Por que mexia tanto comigo, desde que nos conhecemos naquele pub? Por que o simples fato dela ter dito o meu nome, fez o meu coração acelerar ainda mais? A resposta era bem óbvia e eu sabia o tempo todo, apenas tentava negar de todas as maneiras. Mas não tinha mais como continuar com isso. Eu estava perdida e completamente apaixonado de novo, e a escolhida era .
E a partir daí, não consegui mais controlar os meus atos, quando percebi já a estava tomando pela cintura e selando nossos lábios. Ela relutou no começo, mas aos poucos se entregou e nós demos início a um beijo completamente apaixonado, pelo menos da minha parte. Droga! Eu estava amando novamente.


Capítulo 15 - How about a new begin?



's POV


Parecia que fazia horas que estávamos ali, mas ao mesmo tempo parecia que estava passando muito rápido. Já estávamos sem ar, mas não conseguíamos nos desvencilhar um do outro, parecia sorrir durante o beijo e eu acabei fazendo o mesmo. Nossos toques, antes delicados, se tornaram um pouco agressivos, precisávamos nos separar para respirar, mas não queríamos fazer isso, nossos corpos pareciam querer se fundir cada vez mais. De repente, num impulso, eu entrelacei minhas pernas em volta da cintura dele e puxei seus cabelos de leve, ele sorriu ainda mais, apertando a minha cintura com mais força como resposta. Suas mãos já adentravam sorrateiramente por debaixo da minha blusa e faziam um carinho bom nas minhas costas e barriga.
foi caminhando aos poucos com certa dificuldade e nos levou até o banco onde antes ele estava sentado. Colocou-me com cuidado sobre o mesmo e deitou-se sobre mim mais cuidadosamente ainda. As coisas pareciam estar indo rápido demais, mas eu não conseguia pará-lo; eu não conseguia me refrear. Tudo era tão bom, novo e diferente, eu estava experimentando sensações desconhecidas, mas ainda tinha um pouco de medo. Não queria fazer algo extremo e acabar me arrependendo depois. Então, como se estivesse lendo os meus pensamentos, foi parando o beijo aos poucos, o cessando com selinhos demorados. Ele se afastou e ficou observando o meu rosto, levou a mão direita até o mesmo e o acariciou. Nesse momento, eu já não sentia as minhas pernas, estava nas nuvens.
- Você não sabe há quanto tempo eu espero por isso. - ele confessou e, surpreendentemente, parecia um pouco envergonhado. - Por favor, não fuja mais de mim, . – completou, fazendo meu coração ir até a boca e voltar.
- Nem que eu quisesse, acho que não conseguiria mais. O que você fez comigo, ? - perguntei divertida, ele me olhou sorrindo e respondeu.
- A mesma coisa que você fez comigo, . - então ficamos ali, encarando-nos.
Eu me aconcheguei em seus braços, ele fazia carinho em minha mão, eu tentava absorver todo o seu perfume, tão intoxicante, tão fantástico, tão viciante. Ficamos deitados ali, apenas sentindo a presença um do outro, por tempo indeterminado. Só percebemos que estávamos naquele lugar a tempo demais quando o sol começou a se pôr. Então ele disse:
- Por mais que eu queira ficar aqui pra sempre, acho que nós, infelizmente, precisamos ir, eu tenho um show a fazer. - ele disse a contragosto, fazendo uma pequena careta de decepção. Eu ri da sua atitude e me inclinei, beijando os seus lábios de leve, ele sorriu. - Acho que posso me acostumar com isso. - ele acrescentou, eu sorri.
- Eu não acredito que isso está acontecendo. Eu pensei que nós nos odiávamos. - confessei.
- Acho que nunca nos odiamos de verdade, só gostávamos de implicar um com o outro porque, de certo modo, não queríamos acreditar no que realmente estávamos sentindo. Mas eu sei que no fundo, eu sempre fui apaixonado por você, . Desde o primeiro momento em que nos vimos. Clichê, eu sei. - ele finalizou, sorrindo ao final.
- Acho que tenho que concordar com você. - disse e selei novamente nossos lábios, mas os separei logo. - Isso tudo está realmente muito bom, mas precisamos mesmo ir. Se você não aparecer, acho que eles são capazes de ligar para a polícia.
- Exagerados! - ele riu.
- Sim, eles são. Mas estão preocupados, são seus amigos. E além do mais, acho que agora eles têm dois desaparecidos. - eu disse.
- E quando eles imaginariam que estamos juntos. - ele concluiu, levantando-se e estendendo a mão para me ajudar a levantar.
entrelaçou a minha cintura novamente e selou os nossos lábios, me beijando, assim seria difícil ir embora. Fomos aos poucos separando-nos.
- Vamos embora, garanhão. - eu disse sapeca, o puxando pela mão. Ele gargalhou. Ao chegarmos à porta do elevador, eu disse:
- É melhor você ir na frente para que eles não desconfiem, sabe, todos falariam muito se aparecêssemos juntos, e ainda precisamos conversar sobre o que aconteceu aqui. - ele me olhou confuso e um pouco decepcionado, mas assentiu e seguiu em direção ao elevador sem emitir uma palavra, meu coração apertou e eu me apressei em dizer. - ! - ele me olhou. - Não se esqueça, sempre teremos os terraços. - ele gargalhou novamente, adentrou o elevador, piscou para mim e partiu. Eu esperei por um momento e também fui embora logo em seguida.

- Hey, ! Onde você estava? - disse caminhando na minha direção, enquanto eu adentrava a porta do refeitório do hospital. Corri os olhos pelo local e encontrei conversando com Fletch em um canto, ele parecia levar uma bronca. Seus olhos focalizaram os meus e ele os rolou de leve, sem que o empresário percebesse, me sinalizando que aquilo tudo o deixava entediado. Eu sorri de leve em resposta e fui ao encontro de .
- Hey, loirinha! – brinquei, lembrando-me do apelido que havia dado a ele mais cedo. Sorri involuntariamente ao me recordar disso. É, ele havia me pegado.
- Muito engraçadinha. - ele disse rolando os olhos. - Mas então, onde você se meteu? O John está igual a um louco atrás de você.
- Eu fui procurar o para ajudar vocês. - respondi simplesmente. me encarou boquiaberto.
- Cadê a e o que você fez com ela? - ele perguntou brincando.
- Bobo, eu só queria ajudar, além do que, eu também precisava encontrá-lo para poder gravar logo a apresentação dele pro DVD e me livrar logo disso. - tentei manter a pose de "Oi, eu odeio o , der", para que ele não desconfiasse de nada.
- Ah, sim, agora eu te reconheço, Srta. Sinto Ódio Mortal Por . - ele brincou e eu ri. "Cara, eu conheço o há pouco tempo, mas às vezes parece que faz anos. Ele até lê os meus pensamentos! Que medo disso!" - Mas não precisa se preocupar, ele já apareceu. - completou me apontando para a direção onde estava.
- E onde esse idiota estava? - "Ah, eu sei muito bem onde ele estava, mas abafa o caso”.
- Ele disse que tinha ido dar uma volta porque precisava pensar um pouco, sabe, esse é o , um ser incompreensível às vezes. - eu ri do comentário novamente.
- Ou seja, imbecil como sempre! - "Morde a língua agora, !".
- Cara! Você não consegue mesmo gostar dele. - constatou. "Ah, se ele soubesse a verdade".

O show dos meninos finalmente iria começar, eu já estava com a câmera em mãos, filmando cada detalhe. Aquilo tudo, a preparação toda era realmente contagiante.
Eu estava distraída com o meu trabalho, quando passou por mim e sussurrou em meu ouvido sem que ninguém notasse:
- A última música será para você. - ele disse e saiu.
Eu sorri em resposta e um arrepio bom percorreu todo o meu corpo, as malditas borboletas tomaram conta do meu estômago novamente. "O que esse cara havia feito comigo?" Era só ele chegar perto que eu já não respondia mais por mim. Já estava começando a me sentir vulnerável. Ele tinha, definitivamente, total efeito sobre mim.
- E aí, pessoal! Estão prontos para mais um show? - disse após subir no mini palco improvisado no canto direito do refeitório. Todos responderam que sim, aplaudindo entusiasmados.
- É isso aí! Vamos detonar hoje! - completou .
- Pra começar, com vocês, “One for the radio”! - se sentou com o microfone em mãos e eles começaram a pequena apresentação acústica.
As músicas se seguiam e à medida que eu ouvia cada uma delas, ficava mais maravilhada. Aqueles garotos realmente tinham talento. E eu havia me rendido de verdade àqueles quatro caras ingleses, esquecendo o meu grande receio por músicos. Esse era o efeito daquela banda, eles haviam mudado o meu conceito.
Então, após várias canções, se posicionou de pé diante do pedestal do microfone novamente e disse as palavras que fizeram o meu coração subir e descer em milésimos de segundos, assim como girar em movimento de rotação e translação ao mesmo tempo. Era a hora da minha música.
- Bom pessoal, essa será a nossa última música do dia, um cover de uma banda que gostamos muito e eu quero dedicá-la a todas as pessoas apaixonadas, àqueles que já se amam há algum tempo, aqueles que se descobriram apaixonados recentemente, aqueles que se descobriram sentindo algo mais por alguém. Bom, essa é para todos os corações apaixonados. - ele se sentou novamente, tomando o violão em mãos, iniciou os acordes da canção, voltou o olhar para mim e, olhando fixamente no fundo dos meus olhos, cantou.

"Break down!
Jogado para baixo,
I can't take this
Eu não agüento isso
I need somewhere to go
Eu preciso de um lugar para ir.
I need you
Eu preciso de você,
I'm so restless
Eu estou tão agitado
I don't know what to do.
Eu não sei o que fazer.
'Cause we've had a rough time
Porque nós tivemos momentos tumultuados
From fighting all night
De brigas todas as noites.
And now we're just slipping away
E agora nós estamos apenas terminando

So just give me this chance
Então apenas me dê essa chance
To make the wrongs right, to say:
Para fazer o errado certo, para dizer:
Don't walk away.
Não fuja.

Eles tocavam uma versão acústica de uma música que me disse que se chamava "Promise". Eu me surpreendia a cada verso da letra. Incrível como uma música que não havia sido escrita para mim, de certa forma, combinava perfeitamente com o que e eu sentíamos e vivíamos naquele momento. Aquela letra era exatamente o que eu queria que ele me dissesse.

I promise
Eu prometo,
I won't let you down (you down)
Eu não deixarei você para baixo (você para baixo)
If you take my hand tonight
Se você pegar minha mão essa noite
I promise
Eu prometo
We'll be just fine, this time
Nós ficaremos apenas bem, agora.
If you take my hand tonight
Se você pegar minha mão essa noite.

mantinha os olhos fixos em mim, meu coração estava cada vez mais acelerado. Será que eu havia entendido a mensagem da música? Ele estava sendo sincero? Aquilo era o que ele estava realmente sentindo? Porque eu acho que agora não haveria mais volta. Eu já estava totalmente rendida a ele.

Without you I go through the motions
Sem você, as emoções não se tornam verdadeiras.
Without you it's just not quite the same
Sem você, isso apenas não é igual.
Without you I don't wanna go out
Sem você, eu não quero sair.
I just wanted to say
Eu só quero dizer.

That I'm sick of these fights
Que eu estou cansado dessas brigas
I'll let you be right
Eu deixarei você estar certa
If it stops you from running away
Se você parar de fugir

"É, você me ganhou, , mas eu não posso deixar que você saiba disso, pelo menos não enquanto eu não tiver certeza de que essa mensagem que você está querendo me passar com essa música, é realmente verdade. Ir com calma, , essa é a melhor escolha. Se tiver que ser, será. Enquanto isso, vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente." E esses eram os pensamentos confusos que rondavam a minha mente enquanto eu o ouvia cantar.
Ele, por sua vez, cantava com os olhos fixos aos meus. E naquele momento, o meu mundo era só ele, e o dele era somente eu.

So give me this chance
Então apenas me dê essa chance
To make the wrongs right, to say:
Para fazer o errado certo, para dizer:
Don't walk away
Não fuja
(...)
I promise
Eu prometo
We'll be just fine, this time
Nós ficaremos apenas bem, agora
If you take my hand tonight
Se você pegar minha mão essa noite.
I will break you down
Eu não deixarei você para baixo
So take my hand tonight
Então pegue minha mão essa noite.

Ele estava prometendo mudar, estava pedindo uma chance. Eu deveria acreditar?


Capítulo 16 - "And we were just kids in love."



Apesar de todo o meu receio em relação a , eu havia descoberto que não conseguia mais ficar sem os seus beijos, sério, eu estava viciada em seus lábios, em seus toques, em seu cheiro, estava viciada em . Mas como uma garota orgulhosa e receosa que sempre fui, não admiti isso a ele em nenhum momento. Desde o primeiro beijo no terraço, nós nos encontrávamos frequentemente às escondidas, e devo dizer que era tudo muito divertido e excitante. A sensação de perigo, de sermos pegos no flagra, tornava tudo mais emocionante. Eu estava adorando tudo aquilo.

Eu estava sentada no restaurante de mais um hotel onde estávamos hospedados, exatamente na cidade de Brighton, era cedo, o show dos garotos havia terminado tarde, então todos ainda dormiam, eu havia perdido o sono, por isso resolvi me levantar e ir tomar o meu café da manhã. Estava sozinha, limpava a lente da minha câmera fotográfica, enquanto esperava o meu café. Como teríamos a manhã livre, havia planejado fazer um passeio pela cidade e tirar algumas fotos.
Estava distraída quando, de repente, duas mãos cobriram os meus olhos. E então eu reconheci aquele perfume inconfundível.
- Adivinha quem é? - ele perguntou brincalhão.
- Billie? Como você me encontrou aqui, lindo? - eu disse, entrando na brincadeira.
retirou as mãos de meus olhos no mesmo instante e me olhou com certa raiva, e eu arriscaria dizer ciúmes. Ele disse por fim:
- Quem é esse imbecil, esse tal de Billie, ? - eu não consegui conter o riso. - Você está rindo do que, garota?
- Desse seu ciúme bobo, ! - respondi ainda rindo.
- Não vejo a menor graça nisso tudo. E eu não estou com ciúmes, só fiz uma pergunta, quem é Billie? E por que você o chamaria de "lindo"? - ele perguntou de modo sarcástico, fazendo aspas com as mãos ao terminar a pergunta. Eu me levantei e fiquei diante dele.
- Não existe nenhum Billie, eu só disse isso para te provocar, . O único lindo que eu conheço por aqui é você. - me aproximei dele, olhei em volta, não havia ninguém que pudesse nos denunciar aos outros, cheguei bem perto dele, envolvi meus braços em volta do seu pescoço e selei nossos lábios.
Ele relutou um pouco no início, querendo se fazer de orgulhoso, mas por fim acabou cedendo ao beijo e em pouco tempo estávamos sem fôlego.
- Não gosto desse tipo de brincadeiras. Não quero outros caras perto de você. Você é só minha, , entendeu? Só minha. - ele disse com a boca próxima ao meu pescoço, aparentemente sério. Eu senti arrepios com a respiração quente dele naquela região.
Eu estava ficando fraca em relação a ele, mas tentava a todo custo manter a pose, me fazer de forte e após o que ele havia dito, certo orgulho surgira dentro de mim. Essa era eu, completamente contraditória, uma garota bipolar. E eu não era de ninguém! Eu não era um objeto, para ser propriedade de alguém. O que ele estava pensando? Eu não queria saber de homem possessivo perto de mim. Então, eu me afastei.
- Eu não sou um objeto para ser propriedade de alguém, querido, aprenda isso. - disse, pegando minha câmera e seguindo em direção à saída. Havia perdido o apetite e recuperado o orgulho.
- , volta aqui! - chamava o meu nome em vão. Eu não iria parar.
Então, de repente, senti sua mão segurando o meu braço, ele me parou. Estávamos no meio da rua, mas era muito cedo, não havia muitas pessoas por ali. Ele me virou de frente pra ele, segurou firme em meus braços e com um olhar de súplica disse:
- Por favor, não fique desse jeito, não foi o que eu quis dizer. Eu sei que você não é um objeto. Desculpe-me. Eu... Eu fui um idiota. - ele disse um pouco ofegante devido à pequena corrida que havia dado para me alcançar. - Me perdoa, eu não quero voltar a brigar com você, prefiro muito mais o modo como estamos nos tratando agora. - disse se aproximando mais, encostando a sua testa na minha. Hálito de hortelã. Maldito charme, maldito poder de sedução de ! Ele havia conseguido.
- Tudo bem, mas eu quero que você entenda isso, ouviu? Eu não sou de ninguém, a não ser de mim mesma. - disse tentando manter a pose.
Ele assentiu com a cabeça e se aproximou mais, nossos lábios quase se tocavam, um sentia a respiração acelerada do outro. Ele sorriu de canto, ergueu a mão direita em direção ao meu rosto, de onde retirou uma mexa de cabelo que estava caída em meus olhos. Meu coração acelerou. soltou os meus braços e estes foram automaticamente em direção ao seu pescoço, ele envolveu seus braços em torno da minha cintura e me trouxe mais para perto dele, lábios próximos, respirações descompassadas, ambos sorríamos agora. Então os lábios sem encontraram, as passagens foram concedidas e lá estávamos nós novamente, fazendo só o que sabíamos fazer nos últimos tempos. Aquele era o melhor beijo que eu já havia provado. Eu sei que não foram muitos, mas aquele seria sempre o melhor de todos.
Depois de um tempo, nos separamos, manteve a testa colada a minha, seus olhos encaravam os meus profundamente, como se tentasse ler todos os meus pensamentos através deles, aquilo no início me incomodava, mas agora eu sentia necessidade de que ele o fizesse.
O movimento na rua começou a aumentar. afastou o seu rosto do meu, assim que notamos as pessoas passando apressadas pela rua. Ele sorriu, pegou a minha mão e entrelaçou os nossos dedos dizendo:
- Então, para onde a mocinha estava indo? Por que acordou tão cedo?
- Eu estava indo tomar café da manhã e depois ia dar uma volta, mas o mocinho me atrapalhou. - disse com a sobrancelha direita arqueada.
-Outch! Essa doeu! Desculpe por fazê-la perder o seu café, mas como sou um cara muito legal, vou compensá-la e a levarei para tomar café por minha conta. - ele disse brincalhão.
-Humm... Como ele é legal! Vamos logo, então, cara legal! Eu estou faminta. - disse sarcástica, tentando manter a pose ainda.
- Céus, como ela é amável! - ele disse e gargalhou logo em seguida. Eu me virei em sua direção e o encarei com as mãos na cintura. - E é adorável também. - ele completou. Ignorando a minha atitude. Tomou minhas mãos novamente e me guiou até a Starbucks mais próxima.

Após terminarmos o café da manhã na Starbucks, se propôs a me mostrar os seus lugares favoritos naquela cidade. Me levou a um local lindo, um belo parque aberto, localizado no centro da cidade. Era manhã de sábado, por isso não havia muitas pessoas no local, com exceção de alguns casais de velhinhos que caminhavam por ali. O céu estava extremamente azul e o sol brilhava radiante lá em cima. Era um belo dia.
olhou para mim sorrindo e me puxou em direção a uma grande árvore que se localizava no meio da praça.
- Esse lugar é lindo, ! - exclamei encantada enquanto ele me abraçava por trás, apoiando o queixo no meu ombro direito. "Coração acelerando! Coração acelerando! Droga!"
- Eu descobri esse lugar há algum tempo, é mesmo lindo, mas não tanto quanto você. - disse próximo ao meu ouvido. "Coração acelerado! Deus! Acho que vou enfartar!”. Para não correr o risco de ter um infarto, eu reagi virando-me de frente para ele. Péssima ideia! - Own! Que linda, não precisa ficar vermelha, . - ele brincou e eu enrubesci de vez.
- Pare de me deixar sem graça, ! - eu ordenei e ele gargalhou.
- Sabia que eu adoro esse seu jeito, ? - ele me chamou pelo sobrenome, eu franzi a testa em reprovação, ele percebeu a besteira que havia feito. – Desculpa, , é força do hábito. Que tal se nós fizermos um trato? - propôs.
- Que tipo de trato? - perguntei desconfiada, ele sorriu, aquele sorriso torto, safado.
- Vamos fazer o seguinte: a partir de agora, eu só te chamo de , com exceção é claro, de quando os outros estiverem por perto. - eu balancei a cabeça concordando. - E em troca, você vai me chamar de , o gostosão. - ele fez a cara de safado e o que eu fiz depois de ouvir isso? Gargalhei, é claro, e ele fez uma cara de ofendido, mas logo depois riu junto comigo.
- Está... Bem, chega! - disse já sem fôlego de tanto rir. - Só você para dizer uma besteira dessas, , o gostosão. - eu disse e pisquei em uma tentativa sexy. Ele se fez de ofendido novamente, mas logo depois me agarrou e me deu aquele beijo. É, acho que posso me acostumar com isso.
Passamos boa parte da manhã ali, sentados na grama, embaixo daquela árvore, conversando e curtindo a presença um do outro. Definitivamente, esse havia sido um dos melhores dias da minha vida, mas de repente o meu celular tocou, nos tirando do nosso momento de paz. Olhei no identificador de chamadas e logo atendi.
- Fala, minha gatinha linda. - disse brincando.
- Tudo bem, minha coisa gostosa? Está de bom humor, hein? - respondeu do outro lado.
- Tudo certo, ! Sim, eu estou de bom humor. E vocês, como estão? Estou com saudades das minhas pimpolhas. - ela riu.
- Nós estamos bem, mas engraçado, não estamos com saudades de você. - emiti um som de ofensa e ela logo emendou. – Brincadeira, ! É claro que estamos morrendo de saudades! A senhorita que parece não estar com tanta saudade, porque quase não nos liga. - ela terminou de falar, me dando uma bronca.
- Eu não ligo por causa do trabalho, às vezes eu tenho muita coisa para fazer, amor. Você sabe disso, mas as mocinhas aí também preferem ligar para dois certos rapazes, do que ligar para a amiga delas aqui. - contra ataquei. - Pensa que eu não sei que você e a vivem de papo com o e o ? - questionei vitoriosa.
- Tá bom, tá bom! Você venceu, chata. - eu ri e tive quase certeza de que ela me mostrava a língua nesse momento.
- Tô brincando, meu amor, é bom saber que as coisas estão indo bem entre vocês. Eu fico feliz com isso. - disse sincera.
- Obrigada, amiga, eu não sei quanto a e o , mas eu confesso que estou gostando muito do , mas não fale isso para ele, porque ele já se acha, se souber disso então. -brincou.
- Pode deixar, é nosso segredo. - eu prometi. - Mas que lindo! A minha menina está apaixonada. - disse em um tom maternal.
- Menos, , bem menos. - ela disse rindo.
- Ok! Vou me conter, já que não posso demonstrar a minha alegria. - disse fazendo manha. - Mas vamos deixar de papo furado, e a , onde ela está? - perguntei.
- Na faculdade, e se ela souber que eu te liguei sem que ela estivesse aqui, ela me mata! Hahaha.
- Aí, ! Só você mesma! Bom, amor, eu preciso desligar, tem boi na linha. - disse, me lembrando de que estava ali e percebi a sua curiosidade na conversa.
- Hein? Não entendi. - é tão lerda às vezes.
- Eu preciso trabalhar, depois a gente se fala, certo? Beijo! E mande um para a . - disse.
- Beijo, . E eu não vou mandar não, porque eu já disse: se ela souber que eu te liguei, ela me mata. – disse ela e nós rimos juntas. - Tchau, coisa gostosa!
- Tchau, gatinha linda. - nos despedimos e eu desliguei. me olhou segurando o riso.
- Que foi? Nunca me viu, não? - mostrei a língua e então me levantei, estendendo a mão para ele. - Vamos, acho que já está na nossa hora. – então, num movimento rápido, ele me puxou de volta para os seus braços e disse:
- Não, eu quero ficar aqui o resto da vida com você. - "Coração, se controla!"
- Por mais que isso seja extremamente tentador, nós realmente precisamos ir embora, já que você tem um show para fazer e os outros já devem estar desconfiados desse nosso sumiço. - eu disse caindo na realidade.
- Você tinha que ser estraga prazeres, não é? - ele disse e eu mostrei a língua novamente. - Sabe o que dizem? Quem mostra a língua, pede beijo. – disse ele e eu ri.
- Eu pensei que o certo fosse, "Quem faz bico, pede beijo", você adora inventar coisas, não é, gostosão? - ele sorriu ao notar do que eu o havia chamado.
- Então quer dizer que você me acha gostosão? - disse me olhando daquele jeito tarado.
- Cala a boca, ! - eu disse rindo. - Vem, vamos embora! - o chamei.
- Só se você me der um beijo antes. - ele pediu.
- Mas... - ele nem me deixou terminar a frase e imediatamente colou os seus lábios aos meus.

- É melhor você entrar primeiro. - disse quando avistamos a entrada do hotel onde estávamos hospedados.
- Certo! Nos vemos mais tarde. - disse e ia saindo, quando senti a sua mão na minha.
- Espera! – disse ele chegando mais perto. - Eu quero um beijo antes, afinal de contas, não sei quando vou poder te beijar de novo. - confidenciou.
- Não folga, ! - disse "tentando" me fazer de difícil.
- Ah! , só um, o que custa? – fez bico. "Deus! Não tem como resistir a isso, tem?"
- Está bem! - eu disse, dei um selinho rápido nele e saí correndo.
- Hey! Isso não vale! Eu disse um BEIJO! - ele exclamou indignado. Eu sorri, mandei beijos no ar e entrei no hotel.
"O que esse cara está fazendo comigo?! Já estou agindo como uma idiota!" Entrei rindo no elevador e um casal que estava lá me olhou torto, eu pouco me importei e continuei sorrindo, ninguém iria me tirar aquela felicidade repentina.
Ao sair do elevador, eu me deparei com John, que saía de seu quarto naquele exato momento.
- Onde você estava, mocinha? - ele perguntou brincalhão.
- Fui fazer um passeio pela cidade e aproveitei para tirar algumas fotos, já que estávamos de folga pela manhã. - respondi.
- Hum, e pelo visto esse passeio te fez bem, não é? - piscou o olho e entrou no elevador que havia retornado ao nosso andar, me deixando completamente confusa. "O que esse John sabe, afinal?"
De repente, algumas vozes me despertaram dos meus pensamentos.
- Tá fazendo o que aqui parada com essa cara de maluca, ? - disse. Ele saía do elevador acompanhado de e .
- Vai ver se eu estou lá no Japão, ! - disse (lê-se "tentando") demonstrar indiferença, ele apenas riu e piscou para mim discretamente.
- Vocês dois realmente não tem jeito! - disse rindo.
- Nem em um milhão de anos esses dois se acertam. - concordou, rindo também. "Ah! Se eles soubessem."
Eu mostrei o dedo para eles, que gargalharam de vez e entrei no meu quarto, me jogando na cama e sorrindo feito uma idiota.


Capítulo 17 - Is it too soon to say perfect?



O show daquela noite foi incrível, como sempre. As imagens que John e eu estávamos capturando iriam ficar ótimas. Modéstia a parte, eu estava fazendo um belo trabalho e a banda, é claro, estava colaborando muito.
Depois do show, decidimos ir até um pub no centro da cidade para comemorar o sucesso do início da turnê da banda pela Inglaterra. Em uma mesa no canto esquerdo do bar, encontravam-se os garotos da banda, Fletch, John, Gabi, e eu. E por pura coincidência, eu me encontrava sentada entre e . Logo que nos acomodamos nos lugares, eu senti uma mão segurando a minha mão livre, que estava sobre a perna, embaixo da mesa. Olhei de lado para , ele sorriu olhando para qualquer lugar que não fosse para mim, e então começou a acariciar minha mão e a brincar com os meus dedos, um sorriso tomou conta dos meus lábios. Era incrível como até um simples contato com ele me deixava feliz.
- Posso saber o que é tão engraçado para fazer a senhorita sorrir desse jeito? - perguntou, me acordando para a realidade, e com o susto eu apertei mais ainda a mão de , que segurou um riso.
- Er..eu... Eu só estava rindo daqueles bêbados idiotas ali na frente. - gaguejei, mas consegui elaborar uma desculpa.
- Como você é má, ! - disse e riu logo em seguida, ao avistarmos um dos bêbados se desequilibrando da cadeira e caindo de bunda no chão. Nós caímos imediatamente na gargalhada.
- Pois é, eu sou a única má por aqui. - eu disse após me recuperar do ataque de risos.
- Tudo bem, eu confesso! Foi engraçado, lindinha. - ele disse e eu sorri.
De repente, senti um vazio em minha mão, a havia soltado e agora estava virado de costas para mim, conversando com , que estava ao seu lado, me ignorando completamente. "O que deu nele?" - eu pensei.
e Gabi se levantaram e seguiram para a pequena pista de dança improvisada no meio do pub. Uma banda desconhecida tocava alguns covers de bandas famosas ao fundo, o som era realmente bom. Alguns casais já se divertiam por lá.
- Essa me parece ser uma boa ideia. - comentou. – Hey, ! Quer dançar comigo? - ele perguntou.
Senti se remexendo desconfortavelmente na cadeira ao lado. "Será que ele estava com ciúmes do ? Ora essa! Quanta idiotice! Quer saber, eu vou aceitar só pra ele deixar de ser possessivo." - pensei e me virei em direção a dizendo:
- Claro! Vamos lá. - disse animada, levantando-me e sendo seguida por ele. Senti um olhar pesar sobre mim, era , eu tinha certeza, um sorriso involuntário brotou em meus lábios, no fundo eu ainda adorava provocá-lo.
e eu dançávamos há algum tempo, e eu fazia questão de demonstrar a minha animação para certo cara que não tirava os olhos de mim, até que uma música lenta começou a ser tocada pela banda. me olhou, indicando a mesa onde estávamos com a cabeça, num movimento para que fôssemos nos sentar, os casais em volta já dançavam abraçados. Eu neguei com a cabeça e me aproximei mais dele, colocando os meus braços em volta do seu pescoço. Não fazia a mínima ideia do porquê estava agindo daquela forma idiota, mas eu estava sentindo um prazer absurdo provocando daquela maneira.
E então você me questiona: Você está maluca? O já demonstrou que gosta de você, por que tratá-lo desse jeito?
Bom, eu mesma não sabia a resposta. Certas idiotices apenas são cometidas nos momentos de insanidade, sem que notemos o quão errado elas são.
entrelaçou os braços em volta da minha cintura um pouco receoso, eu sorri para ele e voltei o meu rosto para o lado, bem a tempo de ver se levantando e seguindo até o bar.
Fiquei o observando de longe, ele pediu uma bebida ao barman, que eu deduzi ser tequila, e engoliu de uma só vez, pedindo outra logo em seguida. E então uma garota, loira e peituda, aproximou-se dele, dizendo algo em seu ouvido que o fez rir. olhou na minha direção e arqueou a sobrancelha direita. Acho que aquilo havia se transformado em um jogo. Um maldito jogo idiota, que provavelmente não teria vencedores se seguisse daquele jeito.


's POV


Não era possível! Aquela garota só podia estar querendo me provocar. Num minuto estávamos bem, em perfeita sintonia e no minuto seguinte ela começa a ficar de gracinha com um dos meus melhores amigos. O que ela queria que eu pensasse? Qual é o problema das mulheres, afinal? A gota d'água foi quando ela decidiu dançar uma música lenta com . Ela estava lá, agarrada ao pescoço dele. Porra! Aquele era para ser o meu pescoço! Aquelas mãos na cintura dela eram para serem as minhas mãos!
Não conseguindo mais conter o embrulho que se formava em meu estômago por ter que observar aquela cena, me levantei rapidamente e segui até o bar. Eu iria encher a cara e tirar da cabeça. Se ela não quer levar nada a sério, que se dane! Eu também não quero. Merda! Estou parecendo uma garotinha de novo, querendo um romance sério. Gay, gay, gay! Porra, , que se dane! Vocês não tem nada um com o outro, apenas se beijam as escondidas. Só isso, certo? Certo!
Pedi uma tequila ao garçom, a engoli com tudo, sentindo-a queimar minha garganta, mas aquilo não seria o suficiente, então pedi mais.
Uma garota loira e linda se aproximou de mim, e me perdoem as palavras, mas ela era gostosa pra caralho! Alguns pensamentos impróprios se passaram pela minha mente, não tinha como não pensar naquilo, eu sou homem, oras! E estava momentaneamente com raiva da garota por quem eu estava apaixonado. Tais pensamentos logo deram lugar a mais um interessante. Vingança. Se aquilo era o que queria, era aquilo que ela teria. Se ela queria jogar, nós iríamos jogar.
Encarei de longe e percebi que ela não conseguia desviar os olhos de onde eu estava. E então eu fiz algo que não deveria ter feito.
Tomei a loira em meus braços e a beijei com vontade, o beijo era bom, mas não era aquele beijo, não era o beijo dela. Nenhum beijo se compararia mais ao melhor beijo que eu já havia provado. Como eu era gay! Era isso. Eu já estava me sentindo culpado, droga! Desviei o olhar na direção de e me desvencilhei da loira no mesmo instante, não acreditando no que via.


's POV


"Ele não está fazendo isso, ele não está fazendo isso, ele não está fazendo isso! Droga, !" Era isso que eu pensava enquanto observava o cara por quem eu estava aparentemente apaixonada, beijando outra na minha frente. Eu sabia que o havia provocado, mas droga! Eu não tinha ultrapassado tanto assim os limites. Mesmo não tendo nada sério entre nós, ele se dizia apaixonado por mim também. Ou isso era só mais uma mentira?
Ter que presenciar aquela cena fez com que o meu coração se quebrasse em vários pedacinhos e uma dor forte tomou conta do meu estômago. A partir daquele momento, eu percebi que o que eu sentia por estava tomando proporções exageradamente maiores a cada dia.
Mesmo sabendo que não tínhamos compromisso algum um com o outro, eu acabei me sentindo traída, a raiva que eu sentia por ele há algum tempo atrás voltou à tona e tomada por esse sentimento, acabei agindo por impulso. Eu queria me vingar dele, queria que ele sentisse o mesmo e estava tão próximo. Então eu o beijei.
O meu amigo havia sido pego de surpresa e acabou não reagindo ao beijo, que acabou sendo mais um selinho desajeitado. Não era o meu beijo preferido, não eram os lábios dele, eles estavam agora em contato com outros lábios, que infelizmente não eram os meus. O beijo que eu dei em durou poucos segundos, eu logo me separei dele envergonhada, e ele me olhou surpreso, também nos olhava, eu sentia, mas eu não o encarei.
- Me desculpe, , eu... - estava morta de vergonha. - Eu não sei o que deu em mim, por favor, eu não quero que você confunda as coisas, eu... Desculpa! - disse angustiada, enterrando a cabeça em seu peito.
- Hey, hey. Calma, , tá tudo bem. - ele disse, tentando me acalmar e levantou o meu rosto. "Deus, como eu sou patética!" Eu sei que isso foi um impulso, nós estávamos dançando e daí teve essa música lenta, não se preocupa, eu sei que já tentei ficar com você, mas agora eu sinto como se você fosse a minha irmãzinha, eu só quero cuidar de você dessa maneira. Não vou confundir nada. - ele disse de um jeito protetor, beijando o topo da minha cabeça.
Por que eu não havia me apaixonado por ? Tudo seria tão mais fácil.
- Obrigada. - eu disse. - Acho que já vou embora.
- Tem certeza? - confirmei com a cabeça. - Você não precisa ir só pelo que aconteceu agora a pouco. - ele completou.
- Não, não é por isso, eu estou cansada, o dia foi longo. - "E eu preciso ficar sozinha porque não consigo mais segurar esse maldito nó na garganta e acho que vou chorar".
- Tudo bem, eu te levo então. - ele disse.
- Não precisa, , eu pego um táxi. - ele ia questionar, mas eu não deixei. - Sério, eu não quero estragar mais a sua noite. - concluí.
- Você não estragou nada, . Mas tá certo, eu entendo que você queira ficar sozinha. – “E eu acho que você lê mentes”. - Bom, me deixa pelo menos chamar o táxi para você. - ele pediu.
- Certo, eu vou lá buscar a minha bolsa, então. – disse, dirigindo-me até a mesa onde estávamos sentados, não havia ninguém lá, todos dançavam e se divertiam. Era melhor, assim ninguém perguntaria por que eu estava indo.
Apanhei a bolsa e me virei para ir embora, mas senti uma mão no meu pulso direito.
- Nós precisamos conversar. - ele disse autoritário.
- Me solta, as pessoas estão olhando. - eu disse entre dentes. - E eu não tenho nada pra falar com você. - e me soltei de sua mão.
- , o táxi chegou. Tá tudo bem por aqui? - apareceu de repente, para o meu alívio, não iria conseguir segurar as lágrimas por muito tempo diante de .
- Certo. Obrigada, . Eu já vou indo. - dei um beijo em seu rosto e segui sem olhar para trás, com uma única dúvida vagando pela minha mente:
Como um dos melhores dias da minha vida havia se tornado um completo desastre em tão pouco tempo?


's POV


Que merda era aquela que estava acontecendo? Eu havia entrado em algum mundo paralelo? Tudo estava tão bem e de repente lá estava ela indo embora. E o que foi aquele olhar que ela me deu? Uma mistura de tristeza e raiva que me cortou o coração e me fez querer abraçá-la, mesmo estando bravo por tê-la visto beijando um dos meus melhores amigos.
Eu já não tinha poder sobre mim mesmo, era tudo sobre ela agora. Eu não podia deixá-la ir daquela maneira.
- Tô indo embora, . - eu anunciei sem esperar resposta.
Eu havia sentido ciúmes, sim, mesmo me custando admitir, mas era meu amigo e eu não podia culpá-lo, afinal, para todos, e eu nos odiávamos e eu tinha quase certeza de que ela o havia beijado apenas por ter me visto beijando aquela garota, beijo esse que não teve a menor importância pra mim, mas que pode ter acabado com algo que eu tanto desejei e finalmente havia conseguido. "Droga! Por que eu fiz isso? Imbecil!"
Segui em direção à saída do pub, tentando alcançar , mas cheguei tarde. Ela não estava mais por ali. Dirigi-me a um táxi parado na rua e pedi ao taxista que me levasse até o hotel. Eu precisava falar com ela, precisava resolver tudo naquele dia.


Capítulo 18 - "Secret love, my escape, take me far, far away"



's POV


Ao chegar ao hotel, segui apressadamente para o meu quarto. Eu precisava pensar, não era para eu estar me sentindo daquele jeito! Me joguei de qualquer jeito sobre a cama, não me preocupando em me trocar, eu só queria dormir e esquecer tudo, mas batidas irritantes na porta do quarto não me deixaram concluir meus planos. Levantei-me aborrecida, dirigi-me até a porta, as batidas continuavam. "Quem diabos é o idiota que estava me enchendo?!" pensei. Então eu a abri e tudo aconteceu muito rápido.

's POV


- O que você está fazendo aqui? Não entendeu que eu não quero falar com você? Saia agora! - disse completamente irritada. Eu sorri sarcástico.
Havia entrado em seu quarto assim que ela abriu a porta, pois eu sabia que se ficasse do lado de fora, ela simplesmente bateria a porta em minha cara e não ouviria o que eu tinha a dizer.
- Nós precisamos conversar, eu já disse. - tentei manter-me calmo.
- Não, não precisamos. Eu preciso ficar sozinha, me deixa em paz, ! - ela disse o meu sobrenome com raiva.
- Não me chama assim, . - eu pedi, era horrível vê-la me tratando daquele jeito novamente.
- Não me chama você de , não temos mais intimidade para isso, . - ela insistiu e a minha paciência esgotou-se.
- Mas que droga, garota! Eu tô tentando consertar as coisas, mas você só dificulta! - disse já irritado.
- Não tem nada pra ser consertado aqui, me deixa em paz, garoto! - ela não baixou a guarda.
- O que você queria que eu fizesse, ?! Você tava lá se esfregando no , queria que eu ficasse só olhando?! - gritei com raiva.
- Vai se ferrar, seu idiota! Me deixa em paz! Eu sabia que não podia confiar em você. - ela disse, surpreendendo-me e foi até a porta, abrindo-a. - Saia daqui agora, se não quiser que eu chame a segurança do hotel.
Então eu andei até a porta, mas ao contrário do que ela imaginava, eu não saí. Em um gesto rápido, eu a fechei e imprensei contra a porta. Ela olhou-me atônita e então eu a beijei. No início ela relutou, tentou me bater a todo custo, mas eu a prendia cada vez mais.
Não pensem que eu queria agir como um pervertido pegando-a daquele jeito, não que isso fosse ruim, mas eu simplesmente sabia que nervosa do jeito que ela estava, ela nunca iria me ouvir e aquela era a única maneira de acalmá-la. Aos poucos, isso foi acontecendo, ela foi se entregando ao beijo, que foi se tornando em um beijo urgente e apaixonado. E não querendo ser arrogante, eu sabia que ela era minha de novo.
Soltei-a aos poucos e entrelacei uma das minhas mãos em seus cabelos enquanto a outra tomava conta de sua cintura. Ela entrelaçou seus braços ao redor do meu pescoço e, num impulso, grudou suas pernas em volta de minha cintura. Beijávamo-nos como se nunca tivéssemos feito aquilo antes, com muita paixão e sede um do outro. Ah! Como eu estava apaixonado por ela. Agora as coisas estavam do jeito que deveriam de ser.
Com cuidado, eu nos encaminhei até a cama e coloquei sobre ela, posicionando-me ao seu lado logo em seguida. Nossos lábios estavam quentes e dormentes, mas não se desgrudavam. Porém, a falta de ar fez com que a intensidade do beijo diminuísse e fomos nos soltando aos poucos.
- Me perdoa, linda, me perdoa por tudo o que eu disse e fiz. Eu não sei por que agi daquele jeito, eu fiquei com ciúmes e acabei perdendo a cabeça. Eu estou completamente apaixonado por você, . - eu confessei enquanto fazia carinho em seu rosto, olhando-a intensamente, ela fechou os olhos com esse contato, respirou fundo e disse.
- Eu acho que a culpa foi toda minha, eu não deveria ter dançado com . Não sei, acho que no fundo eu queria ver se você sentiria ciúmes, queria ter certeza de que você realmente gosta de mim. - ela admitiu.
- Mas eu gosto de você, . - disse olhando-a nos olhos. - Ou melhor, como eu acabei de dizer, eu estou apaixonado por você. Não duvide disso.
- Eu vou tentar não duvidar mais. - ela disse.
- Tentar? - eu questionei.
- É difícil para mim, . É difícil acreditar completamente, tenho meus motivos, mas prometo me esforçar para fazer isso, por você.
- Tudo bem, e eu vou fazer por merecer. - eu disse, abraçando-a e depositando um beijo no topo de sua cabeça.
- Dorme aqui comigo hoje? - ela pediu, surpreendendo-me.
- Tem certeza? - perguntei.
- Tenho. Eu quero dormir nos seus braços essa noite. - disse ela com a cabeça levantada, olhando-me intensamente com aqueles olhos cor de mel, um sorriso brotou nos meus lábios.
- Seu pedido é uma ordem, pequena. - eu disse e ela sorriu também, aninhou-se ainda mais em meus braços e ali adormecemos juntos pela primeira vez.


Capítulo 19 – “All We Need is Love!”



's POV


Acordei com os raios do sol batendo em meu rosto, ainda dormia com o braço direito sobre a minha cintura. Entrelacei nossas mãos com cuidado e fiquei analisando, o encaixe era incrivelmente perfeito. Sorri sozinha por notar tal pensamento bobo. Então nós realmente ficávamos assim quando apaixonados? Completamente idiotas? E eu que nunca imaginei que fosse sentir isso.
Com cuidado, soltei sua mão e me virei de frente para ele, pude notar um leve sorriso em seu lindo rosto. Ao contrário do que ele é quando está acordado, parecia um anjo dormindo, nenhum resquício de safadeza era encontrado naquele rosto. Sorri novamente, o que eu estava pensando?! Eu andava tendo muitos pensamentos idiotas como esse nos últimos tempos. Patética. Esse era o adjetivo que melhor me definia.
- Humm, eu sei que eu sou lindo, mas não precisa ficar me observando tanto assim, mocinha. - disse de repente, com a voz rouca de quem havia acabado de acordar. Os olhos se mantinham fechados, eu achei sexy, mas acabei me assustando.
- Que susto, ! - eu exclamei e ele riu.
- Desculpa, eu não resisti. - disse ainda rindo, depois se aproximou de mim e disse. – Bom dia, minha pequena. - e me deu um beijo de esquimó. O meu sorriso não cabia mais no meu rosto.
- Bom dia. Sabe que eu adorei isso? - perguntei e ele pareceu confuso.
- Isso o quê? O apelido? Acho que combina com você. Me faz querer te proteger sempre.
- Oh, que fofo! - disse e lhe dei um selinho rápido.
- Hey! Eu prefiro um beijo mais demorado. - disse ele se fazendo de indignado.
- Por Deus, ! Deixa de ser tarado. - ele riu. - E além do mais, eu preciso escovar os dentes, deixa de ser porquinho. - disse e me preparei para levantar da cama, mas ele me segurou, como sempre.
- Onde você pensa que vai? - ele disse.
- Escovar os dentes, oras! Você não quer um beijo demorado? - disse e ele imediatamente me soltou, com um enorme sorriso safado no rosto.
- Vai logo, mulher, já demorou demais! - ele exclamou brincando.
- Seu besta! - eu disse e me levantei rindo. - Mas acho bom o senhor escovar os dentes também, não vou beijar ninguém com bafo. – eu brinquei e ele resmungou algo indignado. - Tem uma escova novinha do hotel aqui no banheiro, sabe e... - eu nem terminei de falar e ele já estava passando por mim.
Mal terminei de escovar os dentes e ele me agarrou ali mesmo no banheiro, prensando-me contra a pia.
- Céus, ! - eu disse após o beijo e ele riu.
- “Por Deus, ! Céus, !" Você é tão religiosa, não? - ele me imitou e eu mostrei a língua. - Você estava me devendo essa, lindinha. - ele completou, piscando. Mostrei a língua de novo. Que idiota eu era. - Olha que eu beijo de novo! - ele ameaçou, eu saí correndo feito uma tonta em direção a cama, mas ele me apanhou no meio do caminho e nos jogou sobre ela. Nós caímos na gargalhada.

[...]


- "Close your eyes and I'll kiss you. Tomorrow I'll miss you. Remember I'll always be true". - sussurrou uma das minhas canções preferidas dos Beatles em meu ouvido algum tempo depois. Ainda estávamos deitados na cama, eu estava entre seus braços. Meu coração disparou ao ouvir a sua linda voz tão de perto. Olhei para ele e o beijei.
- Você não sabe como eu estou me sentindo feliz agora. - confessei, o olhando e sorrindo.
- Eu também, pequena, eu também. - ele sorriu. - Mas por mais que eu ame ficar com você, acho melhor eu ir agora, o com certeza já percebeu que eu não dormi no quarto e vai ficar me enchendo de perguntas o dia todo. - ele disse e rolou os olhos. Era o quem dividia o quarto com ele nessa parte da viagem, estava com Gabi para aproveitar alguns momentos juntos. Ela dividia o quarto comigo antes, mas infelizmente voltaria para casa no dia seguinte por motivos de trabalho. O que era uma pena, já era bom ter uma amiga por ali, e eu já a considerava uma de minhas amigas.
- Você tem mesmo que ir? Vamos ficar aqui trancados o dia todo! - eu disse manhosa.
- Então agora é você que não quer se separar de mim? Eu sabia que você não ia resistir. Esse é o charme do aqui. - ele disse convencido.
- Você se acha muito, ! - eu disse, rolando os olhos e dando um leve empurrão no braço dele.
- Hey! Olha a violência, esquentadinha! - ele disse rindo.
- Não me chama assim! Eu prefiro o outro apelido. – disse, fazendo-me de chateada.
- Mas eu gosto mais de esquentadinha, até mais do que o outro... Esquentadinha! - ele disse e se levantou correndo, desviando de um travesseiro que eu havia jogado nele.
voltou correndo novamente na minha direção, me roubou um beijo e saiu logo em seguida, em direção ao seu quarto. Eu me acomodei na minha cama entre o edredom e sorri como nunca havia sorrido. Eu estava feliz. E ponto final.
Sei que havia dito que o meu dia anterior tinha sido um dos melhores da minha vida e depois havia acontecido tudo aquilo e eu tinha mudado de opinião, mas embora nós tivéssemos tido alguns problemas, no final, o dia havia sido realmente maravilhoso, e agora eu até acreditava na famosa frase “Tudo termina bem no final”, talvez ela fosse mesmo válida.

[...]


Vários shows já haviam sido feitos pela Inglaterra e a turnê pelo país estava chegando ao fim, restava apenas mais um show e depois voltaríamos para casa e os garotos tirariam férias por alguns dias antes de encarar a turnê mundial.
- Sabe o que eu percebi, ? – John perguntou-me enquanto arrumávamos o equipamento para gravar o último show.
- Não, não sei. Fale, boss. – eu disse brincando.
- Eu percebi que a senhorita ainda não gravou a apresentação do pro DVD. – ele disse e eu me surpreendi, constatando que era verdade.
- Nossa é mesmo! – eu disse, levando a mão em direção a minha testa. – Eu esqueci completamente disso. – um sorriso involuntário brotou nos meus lábios ao pensar na possibilidade de poder passar alguns minutos a sós com . Nós não havíamos nos encontrado o dia todo. Eu estava com saudades e sentindo-me patética por isso. Mas logo reprimi o sorriso ao perceber John olhando-me desconfiado e continuei a falar. – John, você não poderia fazer essa gravação? – “Por favor, diz que não!”, eu pensei, mas fiz uma expressão de quem implorava para não fazer aquilo.
- Nem pensar, ! Você já gravou com os outros, pode muito bem gravar com o também.
- Mas, John... – eu tentei dizer, mas ele interrompeu-me.
- Sem “mas” mocinha! Vamos lá, aproveite que ele esta no camarim e grave esse vídeo. – ele ordenou.
- Tudo bem então. – eu disse, fingindo desânimo.
- Quem ouve você falar, até pode achar que você não gostou da tarefa. – ele disse baixo, mas eu o ouvi.
- O que você disse? – perguntei para confirmar.
- Nada não, , vá gravar o vídeo antes que o show comece. – eu assenti e saí de lá pensando no que ele havia dito: “Agora eu tenho certeza, o John sabe de algo ou pelo menos desconfia, e eu precisamos disfarçar melhor”.

[...]


- Pode entrar! – gritou do outro lado da porta do camarim. Eu a abri com cuidado, ele aparentemente estava sozinho, sentado no sofá de costas para a porta, segui devagar até ele e sussurrei em seu ouvido.
- Oi, meu gostosão. – notei os pêlos em seu pescoço arrepiarem-se e ele abriu um sorriso logo em seguida, eu sorri também.
- Oi, minha esquentadinha. – ele respondeu frisando a última palavra.
- Poxa, ! Pára de me chamar assim. – eu disse, fingindo-me de brava.
- Mas é exatamente por isso que eu te chamo de esquentadinha, você fica linda assim, toda bravinha. – ele disse, levantando-se e me abraçando pela cintura.
- , aqui não! E se alguém chega?! – eu disse apreensiva.
- Relaxa, linda, os caras acabaram de sair para ir checar os instrumentos e provavelmente irão demorar a voltar. – ele disse, me acalmando.
- Mesmo assim, e se alguém aparece? O Fletch, por exemplo. – eu insisti.
- Se alguém aparecer? ...Apareceu! – ele concluiu de forma direta. – Qual o problema de todos descobrirem que nós estamos juntos? – ele perguntou, aparentemente, irritado.
- Eu já te expliquei, , não quero me expor como o suposto novo rolo de um dos integrantes do McFly, e correr o risco de ser imediatamente odiava por várias fãs sem que o nosso relacionamento esteja de fato concreto. – disse, irritando-me também, saí dos braços dele e me virei de costas. Ele não entendia como era difícil para que eu conseguisse me comprometer com alguém. então suspirou alto e veio até mim.
- Tudo bem, me desculpe, eu prometo não tocar mais nesse assunto. – ele disse, abraçando-me novamente.
- Eu só preciso de um pouco de tempo, só isso. – eu pedi.
- Claro, pequena. – ele disse simplesmente, mas eu pude notar o seu olhar de decepção.
- Hey, eu quero ver um sorriso nesse rosto lindo. – eu disse, tentando animá-lo e lhe dei um selinho logo em seguida, ele sorriu. – Assim está melhor! Bom, eu vim aqui para trabalhar. – disse e ele me olhou desconfiado. – É isso mesmo, não me olhe assim, bobo. Eu preciso gravar o seu depoimento pro DVD. – expliquei.
- E eu que pensei que você tivesse vindo até aqui por que estava com saudades de mim. – ele disse em um falso tom de decepção.
- Ah! Até parece. – eu brinquei e ele me olhou indignado. – Brincadeira, meu lindo, é claro que eu estava morrendo de saudades. – confessei.
- Então prove. – ele desafiou.
- Provar? Como? – perguntei, fazendo-me de inocente.
- Assim. – ele disse rápido e beijou-me logo em seguida, aquele beijo que sempre me tirava o fôlego.
- Certo! Se você queria me deixar sem ar, parabéns! Você conseguiu. - eu disse sorrindo após o beijo, ele gargalhou.
- Como se você também não causasse o mesmo efeito sobre mim. - ele confessou, eu envolvi meus braços em volta do seu pescoço e sorri.
- Mas agora, falando sério, eu preciso gravar o seu depoimento, senão o John me mata. – eu disse, soltando-me dele e indo pegar minha câmera. – A propósito, eu acho que ele está desconfiando de nós dois.
- O John? Tem certeza? – perguntou, aproximando-se e envolvendo seus braços ao redor de minha cintura.
- Certeza, certeza eu não tenho, mas que ele anda me dando algumas indiretas, isso ele anda! Melhor tomarmos mais cuidado. – eu disse.
- Certo. Você que sabe. – ele disse, tentando não prolongar o assunto, pois como nossas opiniões eram diferentes, ele sabia que iríamos acabar discutindo outra vez. – Vamos gravar a parte do gostosão aqui, então, será a melhor do DVD. – ele concluiu e eu ri.
- Tudo bem, sente-se ali. – apontei para o sofá preto que ficava próximo a uma parede vermelha no canto direito do camarim. se sentou, eu posicionei a câmera e nós começamos.
- Hello! Eu sou e você está assistindo ao diário de bordo do McFly. – ele disse fazendo graça, eu segurei o riso. – Certo, falando sério agora, eu sou o cara mais lindo da banda. Yay! – ele fez uma cara engraçada e tudo o que eu queria era rir, eu estava gostando de um comediante. – Esse é o mais novo DVD que estamos gravando para vocês, nossos queridos e insistentes fãs, e eu espero que vocês curtam isso aqui...


Capítulo 20 – "I guess I'll go home now"


“Atenção, senhores passageiros. Por gentileza, apertem os cintos. Dentro de instantes, pousaremos em Londres.”


O piloto anunciou nos alto-falantes. Após algumas horas de voo, estávamos finalmente pousando em casa, mas infelizmente, dessa vez, e eu não havíamos sentado perto um do outro. Eu me sentei com John, e ele com .
Senti um leve solavanco e então, o piloto finalmente anunciou que estávamos no solo do aeroporto e logo as aeromoças surgiram, posicionando-se em frente à porta da aeronave, dando adeus aos passageiros que já saiam do local.
- Vamos, , finalmente em casa! – John me chamou, já se levantando da poltrona, eu apanhei minha bolsa e o segui. Logo à frente, avistei se levantando também, então esperei os outros saírem e caminhei até ele. – Sabe, dessa vez, nenhum idiota berrou no meu ouvido durante o voo. – eu disse em voz alta quando estava perto dele, provocando-o, ele riu e respondeu.
- Sabe... Dessa vez não tinha nenhuma doida que dormia feito pedra sentada ao meu lado. – ele retrucou e eu lancei um olhar mortal para ele, o idiota riu mais ainda. Eu o ignorei e fui saindo do avião, mas ele veio logo atrás, pegou minha mão e sussurrou no meu ouvido. – Fiquei tentado a te pegar naquela poltrona aquele dia e sabe, hoje eu só pensava em te levar pro banheiro do avião.
- ! – eu exclamei, escandalizada com a cara de pau dele.
- O quê? – ele perguntou, fazendo cara de anjo, eu me virei e disse com a boca bem próxima ao rosto dele.
- Seu pervertido! – e saí rindo logo em seguida, sem olhar para trás, mas imaginando a cara que ele deveria estar fazendo.

[...]


- Demorou lá dentro, hein? – John me disse assim que cheguei à sala de desembarque.
- Eu estava esquecendo o meu Ipod. – menti.
- Eu sei que o motivo era mesmo aquele “Ipod” ali. – disse, apontando com a cabeça na direção de , que entrava na sala neste exato instante.
- Não estou te entendendo, John. – eu respondi apreensiva.
- Depois a gente conversa, . As suas amigas estão vindo aí. – foi só o tempo de ele terminar de falar e duas loucas pularam em cima de mim.
- Que saudades, ! Nunca mais fique longe da gente! – disse autoritária.
- Sim, mamãe! – eu respondi rindo.
- E aí, , arrumou muitos gatinhos durante a viagem? – perguntou.
- Eu viajei a trabalho, ! – eu protestei, tentando disfarçar a realidade.
- E desde quando isso impediria uma garota de se divertir, até porque, acho que você deve ter tido os seus momentos de folga. – ela disse divertida, piscando para mim logo em seguida.
- Quer saber? Vai lá agarrar o , que é a melhor coisa que você pode fazer no momento, garota! – ela abriu a boca indignada. – Eu sei que você está morrendo de vontade de fazer isso. – completei.
- Shiuu! E se ele ouve, ?! – eu gargalhei alto. – Ah! Esquece! Eu vou lá falar com ele mesmo. – ela disse decidida e saiu rebolando igual uma retardada até onde estava. e eu rimos.
- Eu senti falta dessa lesada e de você também, . – disse abraçando a minha amiga de lado.
- Bom mesmo, já estava achando que você gostava mais da do que de mim. – ela fez bico.
- Até parece, amiga, você é a minha preferida, gatinha! – eu disse piscando e ela riu.
- Cala a boca, ! – ela me empurrou de lado.
- Quanto amor! – nós rimos novamente. – E olhe só, eu acho que o também sentiu a sua falta, o problema é que ele é tímido demais pra dizer. Se eu fosse você, eu iria falar com ele. – sorri sapeca.
- Será? – ela perguntou insegura.
- Está na cara, , vai logo falar com ele, anda! Não aguento mais você aqui! – eu disse brincando e a empurrando na direção dele.
- Nossa! Depois desse carinho todo, eu vou mesmo. – ela mostrou a língua e foi falar com ele.
Era tão lindo ver as minhas melhores amigas felizes, pelo menos elas tinham coragem de demonstrar os seus sentimentos e de assumir algo com aqueles garotos, ao contrário de mim. Mas eu estava feliz por elas.
- Ficou maluca, ? Rindo sozinha de novo? – disse alto, ele vinha em minha direção, acompanhado por .
- Vá se ferrar, ! Não posso nem mais sorrir em paz? Oras! – disse, me fingindo de brava. Ultimamente, nós só fingíamos.
- Ah! Não comecem vocês dois! – disse, irritando-se.
- Calma, gatinha, nós só estamos conversando, não é, ? – Daniel brincou e lhe mostrou o seu querido dedo do meio.
- É isso aí, gordinho! – eu disse, piscando para e gargalhou. O garoto arqueou a sobrancelha e disse apenas mexendo os lábios, sem emitir som algum, enquanto estava distraído mexendo em sua mochila.
- Te pego depois e te mostro quem é gordinho. – ele sorriu daquele jeito safado e eu respondi do mesmo modo.
- Estou pagando pra ver. – e pisquei para ele, que reprimiu o sorriso no momento em que voltou a sua atenção para nós dois.
- Eu não sei vocês, mas eu não aguento mais esse aeroporto! Tô indo nessa, você e as meninas estão de carro ou vão precisar de carona, ? – me perguntou.
- Não sei como elas vieram, deixa-me ver. – fui até onde elas estavam, e me seguiram.
- Hey, gente, vocês vieram como? De táxi? – perguntei a e .
- Isso, isso, isso. – disse imitando “Chaves”. Ela sempre fora tão normal... Certo, a quem eu quero enganar? – Por quê? - ela questionou.
- nos ofereceu carona, ele já está indo, vamos?
- Mas já? – fez bico.
- Cara, depois você fala com ela, ou então, vamos comigo até a casa delas. Você me segue com o seu carro, lembra que nós os deixamos no estacionamento aqui perto? E outra, eu já me cansei desse lugar, você não? – perguntou, aparentemente ansioso para ir embora.
- Certo, amorzinho, sem estresse! Eu sigo vocês. – disse e sorriu.
- Eu vou também. – foi a vez de falar.
- Ah! Qual é? Já estou cansada de vocês! – eu disse brincando. – Vamos logo, então! – saí andando mais a frente, junto com , nos acompanhava de perto.
- Posso saber onde essa sombra está indo? – perguntei para , estranhando o fato de Daniel não desgrudar da gente.
- Eu ofereci carona pra ele também, algum problema? Vocês não vão ficar discutindo o caminho todo, vão? – ele perguntou apreensivo.
- Não, relaxa, ! – eu disse piscando. No fundo, eu me sentia radiante por ter por perto por mais algum tempo. Agora que estávamos de volta a Londres e, consequentemente, as nossas vidas “normais”, eu não tinha certeza de quando o veria de novo. – Mas, e os outros? , Matt e o John? – eu perguntei, finalmente percebendo que eles não estavam por ali.
- Eles já foram. – respondeu simplesmente.
- Apressados! – eu disse e ele riu.

’s POV

- Estão entregues, moças. – disse assim que estacionamos em frente ao prédio onde as garotas moravam. Agora eu sabia onde morava.
- Brigada, lindinho! – exclamou e beijou a bochecha dele, despedindo-se. – Tchau pra você também, lindão! – ela se dirigiu a mim também, beijando-me no rosto.
- Por que todo mundo resolveu me tirar pra gordo hoje? – perguntei, me fingindo de indignado.
- Eu não te chamei de gordo, ! Só disse que você é um “lindão”, “lindaço”, sacou? – ela disse e eu ri.
- Por isso eu gosto dessa garota! – eu disse, piscando para ela e tossiu. Ciumenta.
- Até logo, meninos e obrigada. – se despediu de nós com um beijo no rosto de cada um, mas de um jeito mais comportado, não tão maluco quanto o de . – Espera! Como eu sou mal educada. Vocês querem entrar? – ela disse sorrindo.
“Claro que eu quero entrar e ficar mais um pouco com a sua amiga ali.” Eu pensei, olhando de relance para , mas é claro que eu não disse em voz alta e se apressou em responder.
- Não, . Obrigado pelo convite, mas já está tarde e eu estou um pouco cansado, acho que o também, a gente faz uma visita outra hora. – ele respondeu sorrindo.
- Certo, até logo, meninos. - ela disse, acenando para nós e sorrindo. Após isso, caminhou até a porta de entrada onde , que já havia se despedido, estava. Logo, e chegaram e juntaram-se a elas, adentrando o prédio em seguida. Como senti inveja deles naquele momento, afinal, eles podiam ficar perto de quem gostavam, sem nenhum empecilho ou orgulho idiota atrapalhando.
- Bom, é a minha vez. Até mais, meu gatinho! - disse, beijando no rosto. Eu sabia que não teria a mesma despedida. - Adeus, . - ela disse séria, mas sem que notasse, sorriu para mim e mandou um beijo no ar, eu, automaticamente, sorri em resposta. Ela dominava todos os meus sentidos.
E então, e eu fomos embora. No caminho, eu decidi enviar uma mensagem para :

"Boa noite, minha linda esquentadinha. Durma bem e sonhe comigo.
Xx, "


Logo em seguida, ela respondeu:

"’Sonhe comigo?’ Você é realmente convencido, lindinho. Haha. Pode deixar, eu vou sempre sonhar. Mas eu queria te ter aqui comigo hoje a noite. Dorme bem, gostosão. :P Te adoro, sonha comigo também... e esquentadinha é a mãe! :)
xx, "


Eu segurei o riso após ler a mensagem, quase um texto enorme, e me olhou de lado, tentei ignorá-lo e respondi ao que ela havia me enviado:

"Eu sempre sonho contigo, . Até quando estou acordado. Te adoro também.
xx"


Finalizei a mensagem e guardei o celular no bolso do meu casaco, sentindo-me estranhamente feliz, mas de um jeito muito bom, como há muito tempo eu não me sentia.
- Tava falando com quem, ? – era um ser muito curioso.
- Com uma garota que eu conheci durante a viagem. - disse simplesmente.
- Sério? Que legal, cara! É bom ver o meu amigo finalmente seguindo em frente. - ele disse sincero.
- Valeu, , mas eu ainda não sei como as coisas estão entre nós. - confessei frustrado.
- Não esquenta. Pela sua cara, eu acho que vai dar tudo certo, você parece gostar mesmo dela. - ele afirmou.
- Tomara que sim, cara! - foi só o que eu consegui dizer.
- Pronto, chegamos. - disse, apontando para o prédio onde eu morava.
- Valeu de novo, cara. Até mais! - me despedi e apanhei minhas malas, que estavam no carro e segui em direção à entrada do prédio.
É, provavelmente eu iria sonhar com ela essa noite, como tenho feito todos os dias desde que a conheci.

's POV

- Estava falando com quem, ? - perguntou, os garotos haviam nos deixado em casa, e já haviam ido embora e agora nós estávamos estiradas no sofá da sala.
- Com o John, ele queria me lembrar de que amanhã estaremos de folga. - eu inventei uma desculpa rápida, mas que era verdade.
- Legal! Pena que eu tenho aula amanhã, senão nós poderíamos sair, como nos velhos tempos. - ela disse.
- Nós podemos fazer isso outra hora, . Não se preocupe, tempo não vai faltar. - eu disse. – Meninas, eu estou cansada da viagem, vou dormir. Boa noite, minhas lindas. - disse, dando um beijo no rosto de cada uma e indo para o meu quarto.
Desde o dia em que eu pedi para que dormisse comigo no quarto do hotel, ele havia dormido quase todas as noites, pelo menos quando ele não tinha que dividir o quarto com algum dos outros garotos. Ele vinha sempre durante a madrugada e ia embora logo pela manhã. Nossa relação era um tanto quanto estranha, mas eu não conseguia mais me ver longe dele e isso tudo ainda era muito confuso para mim. E naquele momento, no meu quarto, eu sabia que sentiria falta dele, dos seus braços ao redor de mim, do seu calor, dos carinhos, dos seus lábios junto aos meus. Era algo que eu não conseguia controlar, mas tudo o que eu teria aquela noite era ele em meus sonhos.


Capítulo 21 - "Trying to be perfect, trying not to let you down"



Os dias passaram. e eu continuávamos a nos encontrar às escondidas. Freqüentávamos lugares menos movimentados, onde sabíamos que não seríamos reconhecidos tão facilmente ou, às vezes, simplesmente passávamos as noites no apartamento dele. Tudo entre nós ocorria perfeitamente bem, mas apesar de ter prometido não tocar no assunto, algumas vezes ele acabava me questionando o porquê de não assumirmos logo que estávamos juntos.
Por esse motivo acabávamos discutindo e no fim ele sempre cedia aos meus argumentos, mesmo não concordando. Não que eu gostasse de fazer isso conosco, eu só não me sentia preparada, preparada para realmente acreditar que fosse possível sentir o maldito sentimento de quatro letras que na maioria das vezes nos enganava. Eu sabia que não era como o cara que engravidou a minha mãe e logo após isso se perdeu no mundo, no fundo eu queria acreditar que ele nunca me magoaria como a minha mãe foi magoada, mas algo sempre me impedia de me entregar totalmente a ele. Eu precisava mudar, precisava ceder por nós, por ele.
- Bom dia, John! - eu disse ao chegar ao trabalho pela manhã em mais uma sexta-feira e adentrar o escritório do meu chefe.
- Bom dia, . - ele respondeu sorrindo, olhando-me por trás de seus recém adquiridos óculos de grau. Ele estava sentado analisando algumas fotos recém reveladas.
- Eu passei na Starbucks e comprei um pouco de combustível pra gente. – disse, lhe estendendo um copo com café.
- É bom ter uma assistente tão eficiente e que ainda por cima lê mentes. Obrigado. - ele sorriu novamente e se ajeitou melhor na cadeira.
- De nada, boss. Eu sei que como bom viciado em café, você não sobreviveria sem isso pela manhã. - ele gargalhou com a minha resposta e então, nesse momento, o meu celular tocou, olhei o nome que aparecia no visor e um sorriso involuntário tomou conta dos meus lábios.
Pedi licença ao meu chefe e caminhei até os fundos do estúdio, longe de onde John estava para atender a ligação.
- Bom dia, lindo! - eu cumprimentei.
- Bom dia, esquentadinha. – brincou.
- Argh, ! - resmunguei, fingindo estar brava. Ele riu.
- Queria estar aí para ver a sua carinha linda e brava agora, aposto que você está revirando os olhos neste exato momento e fazendo bico. - eu realmente estava. Como ele podia me conhecer tão bem em tão pouco tempo?
- Você gosta de me ver brava? - provoquei.
- Eu já disse você fica linda toda mal-humorada. Além do mais, deve ser ótimo tê-la brava na cama. - ele finalizou malicioso. As coisas estavam esquentando com o passar do tempo.
- Idiota! - não me pergunte como, mas eu pude senti-lo sorrindo naquele instante.
- Te adoro, sabia? - ele disse de repente, em um tom mais sério.
- Eu também... me adoro. - essa sou eu quebrando o clima e fazendo piadinhas sem graça, obrigada.
- Outch! - ele disse.
- O que foi? - eu questionei, não entendendo.
- Foi o tapa que eu me dei para aprender a não elogiar pessoas convencidas. - ele finalizou.
- Olha quem fala. - eu disse rindo. era tão idiota às vezes, adorava esse jeito palhaço dele.
- Vou falar sério agora, então. Linda, eu te liguei porque quero lhe fazer um convite.
- E qual seria esse convite? – perguntei, sentindo-me curiosa.
- Aceita almoçar comigo hoje? Estou com saudades, bela dama. Passo aí no estúdio pra te buscar.
- Claro, mas não é melhor nos encontrarmos lá?
- Não se preocupe, eu sei disfarçar direitinho, o John não irá me reconhecer. Afinal de contas, são anos de prática tentando passar despercebido pelas fãs. - ele brincou.
- Está bem. Então te espero ao meio-dia. - eu disse rindo.
- Ao meio-dia estarei aí, beijos, pequena.
- Beijos, gostosão. - pude ouvir a risada dele antes de encerrar a ligação, era tão contagiante.
- , posso falar com você? - me assustei ao ouvir a voz de John tão próxima. Será que ele tinha ouvido algo?
- Claa...claro, John. - respondi nervosa.
- Bom, eu não quero me intrometer em sua vida, afinal, eu me considero seu amigo, mas ainda sou o seu patrão e é como dizem: "Se conselho fosse bom, seria vendido", ou algo assim. - John se enrolou com as palavras e isso era inédito para mim.
- Pode falar, John. Eu não vou achar ruim, é algo relacionado ao meu trabalho? - eu questionei, ele negou.
- Vou ser direto. - ele disse.
- Esse é o John que eu conheço! - brinquei.
- Engraçadinha, é o seguinte, já tem algum tempo que eu estou percebendo isso. - ele respirou fundo e concluiu. - , você e o estão juntos? - é, foi assim mesmo, na cara dura.
- Eu e quem? Como você sa-...- eu soltei assustada, mas logo me arrependi, calando-me.
- Respire, ! - ele brincou. - Não precisa ficar assustada, eu só percebi algumas coisas e não se preocupe, eu não vou falar para ninguém, não sou uma adolescente fofoqueira. - ele garantiu rindo.
- Não é nada disso, John, é que eu...eu...- gaguejei, idiota.
- Calma, não precisa ficar assim, eu já disse. - ele afirmou.
- Como você descobriu? - perguntei derrotada e com a voz baixa, quase num sussurro.
- Podemos dizer que eu sou um bom observador e já que eu passei por algo semelhante, então, tecnicamente, tenho experiência no assunto.
- Como assim? - questionei confusa.
- Vocês dois estão sempre discutindo na frente dos outros, mas de uns tempos para cá, andam se tolerando mais, as brigas até parecem encenadas, e eu notei alguns sorrisos sinceros de um para o outro em certos momentos.
- Droga! Eu disse pro que alguém iria notar! - exclamei brava comigo mesma.
- Relaxa, acho que ninguém irá perceber, por enquanto. Como eu disse, já passei por algo parecido com a minha noiva, por isso percebi.
- Noiva? Desde quando você está noivo? - perguntei curiosa.
- Há quase dois anos. - ele disse simplesmente.
- E como eu não a conheço? Tudo bem que eu sou apenas a sua assistente, mas como você disse, também somos amigos e... - eu comecei um discurso que foi rapidamente interrompido por ele.
- Ela está morando fora do país, fazendo uma especialização em Mônaco que irá durar um ano, e quando você começou a trabalhar aqui, ela já havia se mudado temporariamente. Por isso não teve tempo de conhecê-la.
- Entendi. Mas você disse que queria me dar um conselho, e qual seria?
- Isso mesmo, olha , eu quero dizer pra você pensar bem sobre essa história de namoro às escondidas. Eu sei que no começo é muito excitante, mas um de vocês pode acabar se machucando no final. Digo isso porque, por pouco, eu não perdi a Laura e pelo que eu percebi, você e o se gostam muito, seria uma pena se vocês se separassem. Vocês formam um belo casal. E eu não sei por qual motivo vocês não assumem o que são, na verdade, eu não tenho nada com isso, mas peço que você pense a respeito. - ele finalizou, piscando para mim. – Agora, chega de fofocas e vamos ao trabalho, estou me sentindo uma adolescente futriqueira, e é exatamente com uma que eu não quero me parecer. - eu gargalhei.
- Obrigada, John. Prometo pensar com carinho. - eu sorri sincera.
- Seu segredo esta a salvo comigo. Agora, ao trabalho, ! - ele disse, saindo em direção à sua sala.
Meu chefe, definitivamente, não é desse mundo!

[...]


's POV

- Hey, cara, você não prefere esperar lá dentro? - John disse, batendo no vidro do meu carro e me assustando. Droga! Como ele havia me notado?
Abaixei o vidro com cuidado e ele estava lá, parado, me encarando, com um sorriso estranho no rosto.
- O..oi John. Eu só estava parado aqui, atendendo o celular e... que coincidência, não é? - burro! Invente uma desculpa melhor, !
- Sem essa, . Entre logo e espere a lá dentro, assim você corre menos risco de ser visto por aqui. - ele disse com aquele sorrisinho no rosto e entrou no estúdio logo em seguida, deixando-me lá com cara de panaca. Agora fudeu!
Eu não estava entendendo mais nada, e a curiosidade havia me consumido, será que ele estava bem da cabeça? Será que eu acabei adormecendo no carro enquanto esperava pela e agora estava sonhando, vivendo em um mundo paralelo? Ignorei os meus pensamentos idiotas e segui o conselho de John, saindo do carro e adentrando o estúdio.
- Olha, John, é sério. Eu só tava parado atendendo o celular e... Oi, . - eu disse disfarçando até que avistei vindo em minha direção.
E vocês não fazem idéia do que ela fez! Não, vocês nem imaginam! Até porque eu ainda não contei, enfim. Foi só pra descontrair, não fiquem bravos. Vou continuar.
A senhorita , simplesmente, veio até mim sem falar nada e me beijou! Isso mesmo, me beijou na frente do John. E não foi uma bitoquinha na bochecha, não, foi um gol certeiro! Agora eu tenho certeza de que estou em um mundo paralelo onde a resolveu assumir para todos que nós estamos juntos.
Certo, não era nada disso. Aquilo era mesmo realidade. E quando ela se afastou após o beijo, eu simplesmente a olhei pasmado e a engraçadinha riu. Alguém deveria ter se lembrado de me contar a piada, porque eu também queria rir.
- Oi, lindo, não precisa fazer essa cara. O John já sabe de tudo. - ela disse sorrindo e se afastou para apanhar a bolsa, retornando logo em seguida.
- Como? Quando? Por quê? - eu ainda estava sem reação.
- Depois te explico, . Agora, vamos, eu tenho apenas uma hora de almoço hoje. - ela disse piscando. - Você precisava ver a sua cara! - ela dizia enquanto adentrava o meu carro. Eu ainda estava pasmo. - , vamos? - ela sorriu e eu balancei a cabeça, tentando voltar ao normal, liguei o carro enquanto ela ligava o rádio e seguimos em direção à cantina italiana que eu sabia que ela adorava.

's POV

- Será que agora você poderia me explicar o que foi aquilo no estúdio? - me perguntou assim que estacionamos em frente ao local.
Expliquei toda a conversa que havia tido com John mais cedo e ele custou a acreditar. No fundo, eu sabia que ele havia ficado feliz por eu ter assumido para alguém sobre nós dois e por isso ele não comentou mais a respeito. Adentramos a pequena e aconchegante cantina italiana que eu havia descoberto há algum tempo e adorado logo de cara. Sentamos-nos numa mesa afastada e fizemos o nosso pedido assim que uma garçonete, que infelizmente o reconheceu e ficou se insinuando para ele, nos atendeu. Isso havia me irritado um pouco, mas eu tentei ignorar. Almoçamos em silêncio, mas não era um silêncio incômodo, estávamos apenas aproveitando a presença um do outro, ora ou outra ele acariciava a minha mão por cima da mesa e nos olhávamos constantemente.

[Ouça essa música agora.]

Após finalizarmos a refeição pedimos sorvete de morango de sobremesa, era o meu preferido e ele surpreendentemente parecia saber disso. ficou fazendo as suas típicas gracinhas durante esse tempo, e eu começava a me irritar novamente, já que a maldita garçonete não tirava os olhos dele, que parecia já ter se acostumado com as minhas variações de humor constantes e por isso não comentou nada. Quando terminei a minha sobremesa, pedi licença e me encaminhei até o banheiro para retocar o gloss antes de voltar ao trabalho.
Assim que retornei do local, algo estranho aconteceu, notei que ele estava um pouco pálido e inquieto, reagiu até de maneira seca comigo quando perguntei o que havia acontecido, e simplesmente me disse para esquecer, que não era nada e me chamou para que fossemos embora. Eu preferi não discutir, já que estávamos em um local público e para mim não existe nada mais ridículo que um casal dando escândalo diante de desconhecidos. Fomos o caminho todo da volta em silêncio, mas dessa vez o silêncio era perturbador. Ele permaneceu sério e aquilo estava me incomodando. O que eu havia feito afinal? Parabéns, ! Eu estava irritada novamente.

estacionou o carro assim que chegamos ao estúdio e continuou sério, com as mãos presas ao volante, os gomos dos dedos extremamente brancos e tensos devido a força que ele aplicava sobre o objeto. Eu percebi que ele não iria nem ao menos se despedir de mim e isso me magoou profundamente. Foda-se, !
- Pelo visto você ainda está de mau humor, então, quando resolver voltar ao normal, a gente se fala novamente. Adeus! - eu disse irritada e saí rapidamente do carro, bufando e batendo a porta com força. Como ele podia ser tão idiota e grosso às vezes?

's POV

"Merda!"
Foi o que eu pensei ao ver saindo do carro, batendo a porta com toda a sua força. Extremamente nervosa. Acho que eu havia estragado todo o clima que tínhamos adquirido antes do almoço, e agora ela estava brava comigo. Eu sou oficialmente o idiota da vez. Eu não devia ter descontado a minha raiva nela, eu deveria saber controlar isso, já fazia tanto tempo. Parabéns, idiota, parabéns!
Respirei fundo, tentando me acalmar, desci do carro antes que ela entrasse no estúdio e a chamei rapidamente.
- , espera! - pedi, mas ela me ignorou e continuou andando, alcançando a maçaneta da porta, eu corri para impedir que ela entrasse. - Droga, ! Acalma-se!
- Me acalmar? - ela me olhou indignada. - Você me trata mal, você fica de frescura, você foi um idiota completo, um grosso e ainda me pede calma?! - ela exclamou apontando o dedo na direção do meu peito, os seus olhos estavam vermelhos de raiva e brilhantes, devido às lágrimas que ela tentava conter. Mil vezes idiota, !
- Eu sei e estou tentando me desculpar por isso, não chora, linda. - eu disse segurando suas mãos, puxando-a para perto e abraçando-a firmemente. Ela permaneceu imóvel.
- Eu não estou chorando, idiota. - resmungou, depositando a cabeça no vão do meu pescoço e respirando profundamente, me causando um arrepio involuntário e muito bom.
- Me perdoa, eu só não quero falar sobre o que houve. Só isso. Pelo menos por enquanto. Eu sei que não deveria ter descontado em você, sério, , não fique magoada comigo, eu não posso e não quero mais brigar com você, porque eu acho que não consigo mais viver sem te ter por perto. - eu finalizei, afastando-me um pouco e a encarando nos olhos, ela tentou desviar o olhar, mas eu não a deixei e aos poucos a senti se acalmando.
- Eu só não entendo porque você precisa ser tão imbecil às vezes. - ela disse por fim. - Mas tudo bem, eu te perdôo, dessa vez. - ela sorriu tímida e eu acompanhei o seu gesto. Ela e o seu jeito durão de ser.
- Prometo que não haverá uma próxima vez. - eu disse, abraçando-a novamente, depois aproximei os nossos rostos e ela percebeu as minhas reais intenções.
- Aqui não, ! Alguém pode nos ver. - ela disse olhando em volta, eu bufei frustrado.
- Mas eu quero só um... - ela me interrompeu rapidamente.
- Vem, vamos entrar. O John ainda não deve ter chegado do almoço. - ela piscou, apanhou as chaves e abriu a porta do estúdio, me puxando para dentro. – Agora, sim, você já pode fazer o que pretendia, mas seja rápido, porque eu não sei quanto tempo mais John irá demorar, e eu preciso trabalhar. - ela disse, se fazendo de séria.
- Rápido? E eu que pensava que as mulheres não gostassem que nós agíssemos rápido nessas horas. - eu disse brincando.
- Do que você esta falando, ? - ela perguntou inocente.
- Oras, vocês sempre reclamam quando um cara é rápido demais fazendo sexo. E é isso o que eu pretendia fazer com você aqui dentro, já que estamos sozinhos. Acho até que aquele sofá ali poderia servir muito bem, deve ser interessante fazer isso num estúdio fotográfico, é uma espécie de fetiche, nunca tentei isso antes. - eu finalizei e ela me olhou espantada, extremamente vermelha.
- Você está maluco, ?! Esse é o meu local de trabalho, onde já se viu, seu pervertido! - disse ela me empurrando em direção à saída, eu gargalhei alto.
- Calma, pequena. É brincadeira! Eu não estou pensando em fazer isso. - ela me olhou aliviada. - Pelo menos por hoje, mas a idéia não é tão ruim. - eu disse, fingindo pensar no assunto, ela me deu um tapa estalado no braço. - Outch, ! Que mão pesada! - massageei o local.
- É pra você aprender a não ser tão tarado. - ela respondeu séria, eu fiz bico, vendo-a se aproximar e dizer no meu ouvido. - E para a sua informação, nós iremos testar essa sua idéia apenas quando o John estiver viajando, não quero que ele nos flagre. - sua voz adquiriu um tom sexy pra caramba.
- Isso, provoca, , provoca. - eu protestei, ela riu e me deu um selinho rápido logo em seguida. - Agora eu me lembrei do que eu queria fazer antes. - a segurei pela cintura firmemente e selei os nossos lábios de um modo urgente. Eu precisava dela.
- Certo, senhor espertinho. Eu preciso voltar ao trabalho e você tem ensaio na casa do . - ela disse após encerrarmos o beijo, mas ainda estávamos abraçados.
- Sim, senhora! - eu disse me afastando e batendo continência.
- Palhaço!
- Eu sei que você adora um circo comigo. - eu pisquei.
- Eu adoro mesmo são essas suas bochechas, na verdade, tenho uma vontade enorme de mordê-las. - ela disse me olhando de maneira psicótica.
- Afaste-se, canibal! Já não bastam as fãs loucas que têm tara pelas partes do meu corpo? - eu me afastei dela e ela riu alto.
- Convencido! Eu só queria dar uma mordidinha, . - ela disse rindo.
- Quem sabe no dia em que o John viajar e nós fizermos aquilo que eu estou querendo aqui no estúdio. - eu disse fazendo cara de tarado e deixando-a envergonhada. Sou o mestre em inverter posições.
- Ah, até logo, ! - ela disse rindo e me empurrando até a porta novamente.
- Até logo, minha esquentadinha linda. - eu disse, dando um selinho rápido em seus lábios e saindo do estúdio em direção ao meu carro.
Um brinde ao mais novo idiota apaixonado da cidade!


Capítulo 22 - True Love Way



- Gostei dessa. - repeti a mesma frase pela sexta vez.
- Saco, ! Assim você não esta me ajudando. Você disse a mesma coisa para todas as camisas que eu te mostrei. - disse impaciente.
- Não é minha culpa se todas me pareceram bonitas e além do mais, você sabe que eu não tenho a menor paciência pra fazer compras. Não sei por que me chamou para vir com você. - disse irritada. Ficar horas escolhendo roupas dentro de uma loja no shopping me deixava irritada. E todos sabem que eu não sou uma garota normal.
Não fazia a menor ideia do porque havia me chamado para ir com ela ao shopping escolher o presente de aniversário do . Ah, claro, lembrei! Era porque , sua primeira opção, havia saído com , que eu jurava já ser o seu namorado. Apesar deles não terem assumido nada, ainda. Mas quem sou eu pra julgar?
A questão é que não deveria ter me chamado, pois além de odiar fazer compras, eu ainda me encontrava naquela época do mês em que mudanças de humor constantes atingem as mulheres. Maldita TPM. Eu, que já não sou fácil, fico pior ainda nesses períodos e só mesmo as minhas melhores amigas, e a minha pobre mãe, para me aguentar. Sem falar que o desaparecimento de quase três semanas de certo cara, que andava muito estranho comigo nos últimos tempos, não contribuía para o meu bom humor. Qual é o problema dos homens afinal?
Era exatamente por isso que eu não queria ter me apaixonado, no fundo eu sabia que a partir do momento em que eu assumisse o que estava sentindo, as coisas iriam esfriar entre nós. Homens não prestam e isso é fato. Eles só correm atrás de nós pelo simples prazer da conquista e depois que conseguem o que querem, deixam de lado, pois já enjoaram do brinquedo novo.
- ... ! - me chamou, usando um tom um pouco mais elevado que o seu habitual para chamar a minha atenção.
- Que foi?! - eu disse mal humorada.
- Deixa, você está mesmo um saco hoje. - ela disse irritada. era engraçada quando estava irritada, já que ela nunca ficava irritada. - Quer saber? Eu te libero, pode ir pra casa, eu termino de escolher o presente do e depois volto de táxi. - ela concluiu conformada.
- Certeza? - eu perguntei para confirmar, ela assentiu. - Então eu vou. Desculpe, , mas é que eu não estou no meu melhor dia. - confessei.
- É percebi. - ela disse rindo. - Vai cuidar dessa sua TPM! Precisamos arranjar um namorado para você, assim você desconta essa raiva toda nele. - ela disse me guiando até a saída. Ah, se soubesse em quem eu queria descontar a minha raiva!
- Engraçadinha! – disse, revirando os olhos. - Até mais. - despedi-me dela e segui em direção à saída do shopping.
Estava claro lá fora, então decidi ir embora de metrô. Enquanto caminhava até a estação, meu celular escandaloso começou a berrar "Gives you Hell" do All American Rejects dentro da minha bolsa. Eu havia colocado aquele toque no dia anterior para identificar , caso ele me ligasse. Sim, eu estava brava com ele. E finalmente o panaca estava dando as caras.
- Alô. - atendi a ligação séria, transparecendo todo o meu bom humor pela voz.
- ? Tá tudo bem? - perguntou, estranhando o meu tom de voz.
- Tudo certo, além do fato do meu... Do cara que eu gosto ter desaparecido há quase três semanas e não ter me dado notícias. - eu disse, tentando disfarçar o ato constrangedor que seria se eu o tivesse chamado de namorado.
- Sabia que não estava tudo bem. - ele disse baixo.
- Olha, , eu não estou muito legal hoje e não quero discutir por bobagens, então, acho melhor eu desligar, a gente se fala depois. – anunciei já me preparando para encerrar a ligação.
- Espera! - disse rápido. - Eu posso explicar o que houve.
- Outra hora, , outra hora. - a minha paciência cada vez mais rara. Quando eu havia me tornado tão insuportável?
- Vem aqui em casa hoje à noite, por favor. - ele pediu. E merda! Por que ele tinha que fazer isso? Por que usar esse tom de voz e ser tão fofo? Como conseguia me deixar tão balançada com esse simples ato?
- Acho melhor não, é sério. Eu não estou muito bem hoje. – respondi, resistindo a todo custo àquele pedido.
- Por favor, pequena. Vamos fazer o seguinte, eu te busco agora. Tô com saudades. - ele disse com uma voz fofa e eu quase amoleci após isso, quase.
- Ah, então agora você esta com saudades? - exclamei sarcástica.
- Eu sempre sinto saudades quando estou longe de você, pequena. - golpe baixo, eu apresento-lhe .
- De qualquer modo, eu não estou em casa, estou na estação de metrô, perto do shopping do centro. - disse desdenhosa, manter a pose é tudo.
- Me espera aí que eu já estou indo. - ele disse.
- E quem disse que eu aceitei ir a sua casa? - indaguei. Mas eu sabia que ele havia vencido a batalha.
- É claro que você aceitou. Você não me engana, sei que está morrendo de saudades também. - ele riu.
- Ah, vá se ferrar, ! - eu disse, segurando a vontade de rir também.
- É por isso que eu te amo, esquentadinha... Já estou indo. - ele comunicou e desligou rapidamente. Provavelmente, porque ele sabia que eu iria xingá-lo por me chamar daquele apelido irritante. Mas ele iria ver só quando chegasse, ah, se iria.

[...]


- Oi, esquentadinha. - ouvi a voz de próxima ao meu ouvido e um arrepio involuntário imediatamente percorreu o meu corpo. Ele posicionou-se de frente para mim com um sorriso safado no rosto.
- Oi. - eu disse simplesmente, tentando controlar a vontade que sentia de agarrá-lo toda a vez que o via.
- Você ainda está brava? - ele aproximou-se de mim fazendo bico. Que raiva eu sentia de mim mesma e do que eu sentia sempre ao vê-lo, por que ele tinha que ser tão lindo?
envolveu seus braços em volta da minha cintura, eu me mantive quieta e séria, mas não afastei suas mãos de mim.
- Relaxa, , estresse faz mal a saúde. - ele brincou e eu o fuzilei com o olhar.
- Já que você está aqui, vamos conversar logo e aí eu vou poder finalmente ir pra casa. - disse permanecendo séria.
- Qual é, ? Pra quê tanta raiva se você nem sabe o motivo por eu ter sumido durante esses dias?
- Não importa. De qualquer maneira, você deveria ter me avisado. - eu disse sem pensar.
- Não faz drama, . Não combina com você. - ele disse, também se irritando. E ele tinha razão, mas eu estava me fodendo para o que ele achava. Maldita TPM. Maldita variação de humor.
- É, eu não sei o que estou dizendo mesmo, você não me deve explicações, porque nós simplesmente não temos nada sério um com o outro. - despejei as palavras com tudo o que estava entalado na minha garganta e me afastei dos braços dele.
- Senhor! demonstrando sentimentos. Milagres acontecem! - ele disse erguendo as mãos e sorrindo.
- Adeus, ! - eu disse irritada, virei as costas e saí andando, mas a mão dele em meu ombro impediu-me de prosseguir.
- Vamos logo pra casa, . - ele disse estranhamente calmo, abraçando-me de lado. Eu o olhei, incrédula. - É sério, amor, lá eu explico tudo. E eu tenho uma surpresa pra você. - ele sorriu. Droga de sorriso lindo e sedutor.
- Golpe baixo, você sabe que eu sou um ser extremamente curioso! - eu disse, fuzilando-o com o olhar.
- Sim, eu sei. - ele riu todo maroto, eu o ignorei e segui andando, deixando-o para trás. Ele logo se apressou e colocou-se ao meu lado, com as mãos nos bolsos da jeans escura que ele usava e o bendito sorriso perfeito no rosto.
Caminhamos em silêncio até o local onde o carro dele estava estacionado, adentramos o veículo e durante o percurso continuamos em silêncio, eu com o rosto virado para o vidro do carro, observando tudo menos . Aquele silêncio era ruim, incômodo. Eu estava morrendo de saudades dele, dos seus beijos, seus abraços, mas algo me irritava e eu era orgulhosa demais para admitir o que sentia e dar o primeiro passo para quebrar aquele silêncio horroroso. prestava atenção no trânsito a frente, mas de vez em quando me olhava de canto, percebi que o meu silêncio também o incomodava, ele não tinha mais aquele sorriso no rosto e em seu lugar havia surgido uma ruga de preocupação sobre a sua testa.
- Por que tão séria? - ele disse de repente, quebrando o silêncio enquanto estávamos parados no semáforo.
- Só pensando. - respondi sem me virar para ele.
- Me diz a verdade, . Aconteceu alguma coisa ou você realmente só está brava por eu ter sumido? - ele perguntou em um tom preocupado, eu não conseguia encara-lo, de repente, um maldito nó se formou em minha garganta e eu me perguntava que porcaria era aquela. Desde quando eu havia me tornado tão sensível? - Olha pra mim, . - ele pediu, eu não obedeci. Então ele tocou o meu rosto, virando-o em direção ao dele. - Assim está melhor. - curvou os lábios em uma tentativa de sorriso, mas eu notava que ele estava apreensivo. - Vou perguntar de novo, tá tudo bem? - ele questionou novamente, fixando o olhar no meu.
- Está. - eu disse, tentando segurar as lágrimas que teimavam em se acumular sobre os meus olhos. Ele me olhou desconfiado e se preparou para dizer algo quando fomos interrompidos pelas buzinas dos carros que estavam parados atrás de nós, enfurecidos por ainda nos mantermos parados diante do sinal verde. então engatou a marcha e continuou o percurso sem dizer mais nada.
Algum tempo depois, chegamos a um local que eu não reconhecia: um bairro residencial com belas e enormes casas. estacionou o carro em frente a uma delas. Eu olhei-o confusa, ele sorriu e desceu do carro, contornando-o rapidamente e abrindo a porta para que eu descesse.
- Pensei que iríamos para sua casa. - eu comentei ao sair do carro.
- Essa é parte da surpresa. - ele piscou e entrelaçou nossas mãos, guiando-me até a entrada do local. Retirou um molho de chaves do bolso e abriu a porta, pedindo para que eu entrasse logo em seguida, encarei-o confusa novamente. - Bem vinda ao meu novo lar e nosso esconderijo secreto para romances. - ele disse sorrindo.
- Que história é essa, ? - eu questionei enquanto olhava a bela casa diante de mim. Ela era magnifica por dentro.
- Já faz algum tempo que eu venho pensando em me mudar, cansei da vida de apartamento. Sempre morei em casa com a minha família. E, bom, eu estou ficando mais velho, uma hora vou ter que estabelecer compromissos, família. - ele deixou no ar.
- Ah, eu não sabia que você pensava dessa maneira. - disse tentando fingir que não havia entendido. Será que eu havia entendido certo àquela indireta? Não podia ser. As coisas não estavam tão sérias a esse ponto.
- Vem comigo, vou te mostrar a casa. - ele sorriu.
- Espera! É só essa a desculpa que você vai me dar pelo seu estranho desaparecimento? - eu perguntei, parando no meio do caminho e encarando-o pasma.
- Calma, , tudo ao seu tempo. Eu disse que essa era "parte" da surpresa. Logo você irá descobrir tudo. - ele me deu aquele maldito sorriso maravilhoso e me guiou escada acima. E eu me deixei levar pela curiosidade. Mulher é realmente um ser curioso. – Sabe, , eu estava meio ocupado esses dias porque tivemos várias reuniões e até uma rápida viagem pra Manchester por conta do início da turnê pela América do Sul. E também porque eu estava tentando fechar negócio para comprar esta casa. Eu sei que existem telefones, e-mails e tudo mais. Eu poderia ter entrado em contato de alguma forma, mas eu queria te fazer uma surpresa. Senti sua falta, . Me perdoa por ter sumido? - ele perguntou abraçando-me por trás e enquanto encaixava o seu rosto no vão entre o meu pescoço e ombro. Aquilo me aqueceu de uma maneira indescritível por dentro e me fez sorrir.
- Me mostre mais um pouco da casa e enquanto isso eu penso no seu caso. - respondi sorrindo de um jeito sapeca e logo em seguida me coloquei de frente a ele e selei os nossos lábios rapidamente, saindo logo em seguida em direção ao andar de baixo.
- Você adora me provocar, não é? - perguntou andando até mim.
- É o meu maior prazer. - disse sorrindo e ele revirou os olhos, rindo logo em seguida.
- Pelo menos você não está mais brava comigo. - ele comentou me abraçando e eu lhe mostrei a língua. Atitudes infantis e idiotas em momentos românticos, eu domino.
- Seja bonzinho e nós poderemos inaugurar a casa em breve. - disse deixando a malícia no ar.
- Não faz assim, . - ele disse fechando os olhos com força e me abraçando mais forte.
- Deixa de ser tarado, ! Vamos! Eu quero ver a casa. - ordenei.
- Tudo bem, sua malvada! Eu vou te mostrar a outra parte da surpresa. - ele disse e eu o encarei com os olhos brilhando de curiosidade. - Feche os olhos. - ele pediu. Eu o olhei brava. - É sério. - ele insistiu. Revirei os olhos e obedeci a contragosto.
- A sua surpresa final era a lavanderia da casa? - perguntei confusa assim que ele me mandou descobrir os olhos. riu alto.
- Olhe direito. - ele aconselhou e eu percorri os olhos pelo local, a princípio, tudo aquilo não passava de uma simples área de serviços, até que no canto direito ao lado da lava-roupas eu o notei.
Era pequeno e branco como um floco de neve e quase passou despercebido por estar todo envolto em um cobertor claro. Meus olhos brilharam no mesmo instante e eu andei rapidamente até ele, pegando-o em meu colo logo em seguida.
- Que lindo, ! É seu? - perguntei enquanto acariciava o pequeno filhote de chow chow em meus braços.
- Na verdade, ele é seu. - ele disse e o meu sorriso não coube mais em meu rosto naquele momento.
- Isso é sério? Você está me dando ele de presente? - perguntei ainda incrédula e ele assentiu. - Mas ele é de raça, deve ser muito caro.
- Não pense nisso, ele pode ser o início da família que eu quero formar em breve. - ele disse e eu senti todo o meu corpo aquecer-se com aquelas palavras novamente. - Não precisa ficar pálida, isso são só planos. - ele me olhou ternamente e piscou em seguida, abraçando-me de lado.
- Qual o nome dele? - eu tentei desviar o assunto.
- Achei melhor deixar que você escolhesse. - ele sugeriu, eu pensei por alguns instantes e decidi por um no final.
- Billie. - eu disse sorrindo e me olhou estranho, provavelmente lembrando-se da brincadeira que eu havia feito com ele tempos atrás. - Billie Joe, como um dos meus vocalistas favoritos. - eu confirmei e ele assentiu, concordando enfim com o nome.
- Certo, então acho melhor alimentarmos o Billie, ele tá com uma cara de faminto. - propôs e eu o segui até a cozinha, com Billie em meus braços. - Não vale me trocar por ele, viu? - ele me advertiu enquanto colocava um pouco de leite em um pequeno pote.
- Bobo. - eu ri e selei nossos lábios, ele logo tratou de aprofundar o beijo até que ouvimos Billie resmungar e nos separamos. - Tadinho do meu bebê, estava sendo esmago pelo malvadão. - eu disse fazendo carinho em sua pequena cabeça, ele se remexeu em meus braços satisfeito.
- Sabia que ele iria me empatar! - resmungou e eu gargalhei.
- Deixa de ser ciumento, ! - ele fez bico e eu acariciei o seu rosto, vendo-o sorrir logo em seguida. - Agora me diz uma coisa, você já se mudou pra cá?
- Quase, ainda falta trazer algumas coisas e assinar o contrato da venda do apartamento. No máximo, em duas semanas já estarei definitivamente aqui. - ele comunicou e eu sorri assentindo.
- É realmente uma bela casa. - eu elogiei.
- Que bom que gostou, mas só pra avisar: Billie irá ficar com você. Eu ainda estou de mudança, e ele é seu, por isso é obvio que irá pra sua casa. Mas não me deixe de fora da vida de vocês dois. - ele advertiu brincando e eu gargalhei novamente. Ele também riu. - Está com fome? Acho que tenho um pote de sorvete nessa geladeira quase vazia. - ele disse e meus olhos brilharam instantaneamente.
- Sempre diga “sim” para o sorvete. - disse e ele concordou rindo.

[...]


Horas depois, estávamos parados em frente ao prédio onde eu morava, Billie estava comigo e eu queria só ver a reação das garotas assim que adentrasse aquele apartamento. Durante o caminho para casa, eu procurei me preparar para o batalhão de perguntas que elas fariam assim que o vissem. , provavelmente, ficaria histérica, já que amava cães incondicionalmente.
- Preciso entrar e enfrentar as feras. – disse, despedindo-me de e me preparando para sair do carro.
- Não está esquecendo nada? - ele perguntou e eu o encarei, confusa. - Legal, eu te dou um filhote de presente e nem um beijo descente em agradecimento eu ganho?
- Quer dizer que o fato de você me comprar um filhote foi premeditado e cheio de segundas intenções? - o olhei brava.
- Talvez, cheio de segundas, terceiras e até sextas intenções. - ele riu e eu bati de leve em seu ombro, mas sorri em seguida, selando meus lábios aos dele, lhe dando enfim a sua recompensa.
Ao final do beijo, eu o olhei profundamente e disse que o adorava mais que tudo, ele riu com a minha falta de jeito com as palavras e a minha falta de habilidade em expressar sentimentos e assentiu finalmente dizendo que me amava. As borboletas voltaram a habitar o meu estômago, tão intrometidas e faceiras. Eu sorri intensamente e me despedi adentrando o prédio com Billie em meus braços.


Capítulo 23 – And this is wonderful as loving goes


's POV

O taxista estacionou o carro na entrada da casa no condomínio fechado onde agora ele vivia. Fazia três semanas que ele havia se mudado do antigo apartamento no centro para este novo imóvel, pois segundo ele, novamente, com o tempo talvez precisasse de mais espaço para o seu futuro time de futebol — eu ignorei esse comentário no dia e ele riu.
Agora quem estava rindo era eu ao recordar a indireta mais que direta que ele havia me dado. Nos últimos tempos, com o nosso relacionamento ficando mais sério — em todos os sentidos — vivia me dizendo coisas do tipo. E, de certa forma, isso me assustava. Nada estava definido entre nós ainda, mas ele parecia saber exatamente o que queria. Tudo estava se encaminhando naturalmente. Deixei os pensamentos bobos de lado e desci do carro, encaminhando-me até a porta da nova residência de . Mal cheguei à entrada e ele surgiu na frente sorrindo — aquele sorriso perversamente lindo que deixava qualquer ser do gênero feminino de pernas bambas e com o coração pulando descontroladamente. Andei até ele e logo seus braços envolveram a minha cintura e os seus lábios selaram os meus em um beijo calmo e apaixonado, que aos poucos foi se tornando quente e urgente.

Sem que eu percebesse, ele me levou para dentro de casa, fechando a porta de qualquer jeito com um de seus pés. Com grande habilidade, ele nos dirigiu até o grande sofá preto da sala — que mais parecia uma cama — sem quebrar o beijo, colocando-me delicadamente sobre o mesmo e deitando-se sobre mim. Suas mãos agora se ocupavam com minhas coxas, apertando-as com desejo. O contraste nas suas atitudes era complexo: ora delicado, ora urgente; enquanto minhas mãos não se decidiam entre seus cabelos e suas costas. Nossas respirações já estavam ofegantes e o calor era intenso, aos poucos, foi diminuindo o ritmo do beijo até separar nossos lábios por completo. Soltei um gemido incontido em reprovação, ele sorriu de forma pervertida, arqueando a sobrancelha direita e logo tratando de se ocupar da região do meu pescoço, enterrando o rosto no vão entre ele e o meu ombro esquerdo e respirando profundamente no local. Esse gesto causou-me arrepios incontáveis e como se já não fosse o bastante me provocar daquela maneira, tratou de distribuir beijos por toda aquela região — onde se encontrava o meu ponto fraco. Logo, eu comecei a soltar novamente alguns gemidos de excitação.
Aquele cretino sabia que tinha completo domínio sobre mim, mas eu também sabia que exercia o mesmo efeito sobre ele.
Inesperadamente, ele cessou os beijos e postou-se ao meu lado, encarando-me profundamente nos olhos enquanto fazia carinho em meu rosto e sorria, eu o olhei confusa, respirando pesadamente.
- Senti tanto a sua falta. - ele disse ainda me olhando e um sorriso bobo surgiu em meus lábios.
- Você só ficou fora por duas semanas, . - eu respondi com a voz um pouco rouca, mas nada sexy, na minha opinião. Ele sorriu mais ainda. O sorriso pervertido.
- Duas semanas, um dia, um minuto é muito tempo sem você, minha linda esquentadinha. - ele respondeu e eu senti meu coração dar um solavanco.
Sempre surpreendia-me com os seus momentos de romantismo, ele demonstrava isso muito melhor que eu. Acabei até ignorando o apelido irritante que ele insistia em me chamar e o beijei novamente. Recomeçando tudo de novo.
Posicionei-me por cima dele, colocando uma perna de cada lado e trilhei um caminho de beijos do seu pescoço até os seus lábios. As mãos dele apertavam a minha cintura e agora era ele quem soltava pequenos gemidos próximo ao meu ouvido. Aquilo iria longe. Já podia sentir toda a sua excitação diante de mim, nós estávamos vestidos demais.
Então, completamente desajeitada, tratei de retirar a sua camiseta. Ele riu do meu jeito e ajudou-me a fazê-lo, beijando-me na boca assim que se livrou do objeto. Eu separei nossos lábios e ocupei-me de todo o seu peitoral lindo e definido, as mãos dele subiram até o fecho do meu sutiã por debaixo da minha blusa e ele parou, olhando-me confuso, foi a minha vez de rir. "Fecho frontal" eu sibilei e ele rolou os olhos, indo até o local certo. Desabotoou a minha camisa xadrez e se ocupou do seu empecilho frontal. Mas eu arranhei todo o seu peitoral antes que ele abrisse o fecho e ele gemeu novamente, fechando os olhos, cada vez mais excitado. Pisquei em uma tentativa sexy e ele olhou-me maliciosamente, sentando-se comigo em seu colo e sussurrando em meu ouvido um verso de uma música do Cobra Starship.
- She was so shy, 'til i drove her wild.
Eu sorri envergonhada, nunca fui do tipo famme fatale, ele riu.
- É por isso que eu sou completamente louco por ti, . Você é a única garota que eu conheço que consegue ser doce e selvagem ao mesmo tempo. - ele disse e eu fiquei mais vermelha ainda.
- !! - eu o repreendi tímida.
- Não precisa ficar vermelha, linda. Eu te adoro. - ele completou sorrindo e me beijou apaixonadamente outra vez.
E então, eu me deixei conduzir por ele e tudo aconteceu como tinha que ser. Finalmente me senti completa novamente.

[...]

[Sugestão de música para este capítulo.]


- Olá, bela adormecida. – disse sorrindo assim que abri os olhos. Ele me encarava intensamente e aquilo me deixava sempre envergonhada.
- Quer parar de ficar me encarando enquanto durmo? Mania chata essa que você adquiriu, viu? Eu devo estar horrível. – resmunguei e escondi o meu rosto no travesseiro.
- Deixe de ser boba, você é linda. Quantas vezes terei de dizer isso? – ele puxou o travesseiro de mim. – E além do mais, te ver dormir é a mais pura perfeição. – ele concluiu e eu finalmente o encarei, maravilhada.
- Por que você tem que ser assim tão lindo? – sorri e dei-lhe um selinho, que ele logo tratou de aprofundar e o tornar um beijo demorado. Algum tempo depois nos separamos e eu notei a falta de luz no ambiente. – Já escureceu? Que horas são?
- Quase oito da noite. – ele disse calmamente.
- O quê?! – eu exclamei surpresa. Havia chegado em sua casa às dez da manhã. riu. – Já está tarde e eu deveria estar em casa. Por que não me acordou?
- Eu juro que tentei, mas não é minha culpa se você tem um sono de pedra e não acorda por nada nesse mundo. Acho que nem se estivesse acontecendo um dilúvio lá fora, você acordaria. – ele disse abafando o riso e desviando do travesseiro que atirei em sua direção.
- Babaca! Aposto que você dormiu esse tempo todo também. – o fuzilei com o olhar, ele me olhou ofendido e veio em minha direção com uma expressão estranha no rosto. – O que você pensa que...
E eu não pude concluir a frase, pois logo em seguida fui surpreendida por uma sessão de cócegas.
- Naaão, Daaaanny, pa...ra... to sem ar. – eu dizia entre gargalhadas. Estava literalmente sufocando entre risos e ele pareceu perceber isso, pois logo cessou as cócegas. Eu respirei fundo algumas vezes tentando recuperar o fôlego.
- Você está mais vermelha que um tomate. Que linda! – ele riu e eu lhe dei um pedala. Por fim me deu um selinho e eu logo me acomodei entre seus braços, sorrindo.
- It's been awhile since i've felt butterflies. Do you feel the same way too? If every single second could last that much longer. Would you hold me?
Cantarolei baixinho, acompanhando a música que tocava ao fundo no rádio, sorriu.
- And kiss me again underneath the moonlight. You're more than a friend. I knew it from the first sight, yeah... – ele me acompanhou durante o refrão e eu parei em seguida, deixando a segunda estrofe por conta dele. Adorava ouvir a sua voz, era extremamente linda.
- I gotta say i wasn't expecting you to come this way and fall into my arms. And now i know i can't deny this feeling any longer. – ele me cutucou para que eu continuasse, fiz bico tentando me livrar, a voz dele é tão melhor que a minha. Era uma humilhação fazer com que ele me escutasse, mas ele não quis nem saber e sibilou me pedindo para prosseguir. Você quem começou, foram essas as suas palavras. Então dei de ombros e fiz.
- I close my eyes, i can't stop thinking about you. Crack a smile, i just can't lose. At a mile a minute my heart beats to the limit when i'm with you. – seus olhos me encaravam intensamente mais uma vez, brilhando de uma forma indescritível e eu sentia meu coração explodir dentro do peito. Parei de cantar naquele instante e selei meus lábios aos seus novamente.
- Senti sua falta. – ele repetiu o que havia dito horas atrás ao final do beijo, eu sorri.
- Eu também. – admiti enquanto fazia desenhos desconexos com o dedo sobre o seu peitoral descoberto. – Mas sei de outra pessoa que também sentiu e ainda esta sentindo.
- Quem? – perguntou confuso.
- Billie. – disse e ele sorriu.
- Aquele monstrinho, você podia tê-lo trazido.
- Não estava em casa quando você me ligou dizendo que havia voltado, e fui um pouco egoísta pensando que só eu sentia saudades naquele momento e corri direto pra cá. Trago-o amanhã.
- Tudo bem, sei que sou irresistivelmente lindo. Compreendo o seu desespero. – ele disse sorrindo convencido e eu rolei os olhos. Em seguida levantei-me. – Onde pensa que vai, mocinha?
- Chamar um táxi para poder ir para casa, já está tarde. – apanhei minha blusa do chão.
- Não, fica mais um pouco. Eu ainda estou com saudades. – ele abraçou-me por detrás.
- Isso não vale, . – eu murmurei, quase me rendendo. – As garotas devem estar me procurando, onde está o meu celular? – ele se afastou a contragosto e apanhou a bermuda do chão, vestindo-a.
- Em cima da cômoda. – ele me disse mal humorado.
- Ah, não fica assim, meu bebê. – disse com uma voz idiota, ele manteve a expressão fechada. – Eu prometo que volto amanhã e trago o Billie comigo.
- Que seja... – ele murmurou.
- Credo, ! Não precisa ser grosso. Seu cavalo! – tinha acabado de me vestir. Ele gargalhou. – Qual é a graça? – perguntei confusa com a sua súbita mudança de humor.
- Nós dois somos dois grandes idiotas. – ele disse entre risos.
- Idiota é você. – eu disse ofendida, mas logo ri também.
- Eu te adoro tanto, promete que volta mesmo amanhã? – ele pediu e eu assenti. – Ótimo, porque você terá uma surpresa. – ele piscou sapeca.
- Lá vem você com essa história de surpresa de novo. Quantas vezes terei que repetir que sou curiosa? – fiz bico e ele me abraçou rindo, e me beijou novamente.
- Eu vou te levar em casa. – anunciou.
- Mas e se... – ele me interrompeu.
- Relaxa, já estou ficando perito em me esconder. Mas não pense que me conformei com isso, não podemos nos esconder para sempre, você sabe. Eu quero que você possa dormir aqui um dia, quero acordar com você do meu lado. Essa situação está ficando cansativa.
- Desculpe, eu sei. Prometo que em breve isso irá mudar.
- Assim espero, agora vamos, pedrinha. – ele riu e correu, desviando de um de seus tênis que eu joguei em sua direção. – Péssima pontaria! – ele gritou enquanto descia as escadas e eu o seguia em direção à saída.

[...]


Estava deitada no sofá da sala há algum tempo, relembrando todos os momentos do dia anterior: rever após as semanas em que ele esteve em turnê na América do sul, duas semanas nas quais ficamos separados. Tudo o que havíamos compartilhado ontem fazia com que cada vez mais eu tivesse certeza de que já estava na hora, estava na hora de deixar o medo de lado e finalmente assumir aquilo que sentia. Era algo que nem eu mesma podia explicar, era algo grande que me inundava por completo. Aquilo só podia ser amor.
- Não sabia que o estava namorando. - comentou de repente adentrando a sala enquanto folheava uma revista e eu fiquei imediatamente sem ar. Não era possível que tivessem nos descoberto.
- O quê?! - eu perguntei apreensiva, aproximando-me de onde ela estava e então me surpreendi com o que manchete dizia:

"Integrante do McFly revivendo os velhos tempos."

E logo abaixo havia uma foto de beijando uma loira em um local público com a reportagem logo a seguir. Senti minha garganta trancar no momento em que vi a foto, sabia que ao ler a reportagem tudo pioraria, mas eu precisava fazer aquilo. Ele estava me mostrando um lado seu que eu temia encontrar.

"Parece que um dos integrantes do McFly, , decidiu reatar o antigo namoro com a modelo Alison Shefield. Os dois foram flagrados aos beijos em um local discreto no backstage do show da banda no Brasil. Alison e namoraram por 2 anos e até noivaram, mas decidiram se separar no ano passado. Ela, que estava namorando Antony Brant, parece ter descoberto que o seu verdadeiro amor sempre fora , por isso estão as voltas com o namoro. Será que dessa vez acaba mesmo em casamento? Vamos esperar pra ver!"

Num minuto eu estava diante daquela história absurda e no minuto seguinte debruçava-me sobre o vaso sanitário do banheiro. Fiquei um tempo por ali tentando me recuperar, aos poucos levantei e segui até a pia para lavar o rosto com água gelada e rezei para que aquele mal estar desaparecesse. estava parada na porta observando-me de forma estranha, ela se aproximou para tentar me ajudar perguntando o que havia acontecido, mas eu pedi para que me deixasse, eu precisava ficar sozinha, precisava pensar. Aquilo não podia ser verdade, não podia ter me enganado por tanto tempo. Algo vibrou no bolso da minha calça, apanhei meu celular vendo o nome dele aparecer no visor. Desliguei o telefone por completo, sem nem ao menos atender. Segui em direção ao meu quarto, tranquei a porta e me joguei sobre a cama. Eu só queria dormir e acordar desse pesadelo, eu queria voltar a ter bons sonhos, queria acordar feliz nos braços dele.


Capítulo 24 – It’s not over, ‘till it’s over


[Sugestão de música para este capítulo.]



’s POV

- Aqui é a . Se eu não atendi a ligação, é porque estou ocupada ou não quero falar com você. Deixe o seu recado. Retornarei quando puder.


Aquela era a décima quinta vez que eu ouvia aquela mensagem naquele dia. Não quero falar com você, uma frase fria e direta que eu sabia ter sido adicionada especialmente para mim. Fazia dois dias que aquela maldita reportagem havia saído, dois dias que eu tentava falar com e ela me evitava a todo custo.
Eu já não sabia o que fazer e se eu fosse até a casa dela, provavelmente pioraria a situação. Mas eu precisava vê-la, precisava explicar o que havia acontecido - por mais que eu mesmo não conseguisse entender como havia acontecido. Eu tinha apenas uma certeza, tudo aquilo era armação da vadia da minha ex-namorada: Alison.
- Droga! – resmunguei após ouvir a mensagem pela décima sexta vez. , que estava sentado ao meu lado no estúdio de gravação, olhou-me desconfiado.
- Algum problema, mate? Você não larga esse celular desde a hora em que chegou. – ele observou.
- Só estou tentando falar com alguém que não atende as minhas ligações. – desabafei frustrado.
- E se você largar o telefone e agir? Vá até onde essa pessoa está. Talvez no trabalho dela. – ele disse enigmático, como se soubesse de algo. Mas a ideia dele havia sido boa, era a única solução naquele momento.
- Nunca pensei que diria isso, mas você é um gênio, ! – abracei-lhe rapidamente e saí do estúdio sem mais explicações.
Não haveria problema se eu a procurasse no trabalho, afinal, John já sabia de tudo mesmo. Com um sorriso de satisfação brotando em meus lábios, adentrei em meu carro e segui até o estúdio fotográfico. Eu falaria com ela, faria de tudo para convencê-la e nós ficaríamos juntos finalmente. Sem pedras no sapato.

[...]


Estava parado com o corpo encostado junto a lateral do meu carro esperando por ela. Havia entrado no estúdio e John, imediatamente, disse-me que ela não me atenderia, e ele não queria escândalos, havia clientes naquela hora. Então, ainda ansioso, retirei-me do local e decidi esperar por ela ali mesmo, do lado de fora. Ela estava muito enganada se pensava que eu desistiria tão fácil, eu não desistia fácil de algo tão importante para mim. Eu queria o perdão dela, precisava vê-la, ouvi-la, senti-la minha novamente e eu não sairia dali até conseguir isso.
O sol já estava se pondo quando finalmente notei uma movimentação na porta do estúdio. John já havia ido embora há algum tempo, desejando-me sorte ao sair. E então eu a vi, linda, envolta em roupas de inverno. O frio do início de inverno estava realmente cortante.
Ela apanhou algo na bolsa, as chaves, trancou o local e se encaminhou - ainda sem me notar - até a lateral da rua, acenando para um táxi que se aproximava. Eu me apressei e para me aproximar dela. me olhou assustada.
- Eu preciso falar com você, por favor, venha comigo. – toquei o seu braço, ela o retirou rapidamente, como se o meu simples toque a queimasse.
- Não tenho nada para conversar com você e, com licença, o táxi está me esperando. – ela indicou o veículo parado a nossa frente e desvencilhou-se de mim, foi até ele, abriu a porta e entrou no carro logo em seguida.
- , eu te peço, por favor. – tentei mais uma vez, segurando a porta para que ela não a fechasse. Ela me olhou de uma maneira significativa, o olhar mais triste, magoado e ao mesmo tempo raivoso que eu já a vi dar a alguém, algo em meu estômago se remexeu naquela hora.
- St. Paul Street, por favor. – ela desviou o olhar de minha direção, indicou o endereço ao taxista e fechou a porta com força, partindo de uma vez por todas. Eu não acreditava que a havia mesmo perdido.

[...]


Horas depois, lá estava eu sozinho novamente, sentado em frente a um balcão de um pub qualquer da cidade, algumas garrafas vazias de cerveja diante de mim. Minha cabeça doía, mas não doía tanto quanto a falta dela. Aquele álcool da cerveja não era o suficiente, eu precisava de algo mais forte.
- Hey, me dê o que você tem de mais forte. – pedi ao barman, a fala já um pouco arrastada, ele me olhou compreensivo, trazendo a bebida logo em seguida - já devia estar acostumado a lidar com bêbados sofredores.
Ingeri o líquido que desceu queimando pela minha garganta, minha cabeça girou e aquela sensação momentânea de anestesia e leveza tomou conta do meu corpo, mas ela, infelizmente, não durou muito. Então tratei logo de pedir mais ao barman. Eu não estava desistindo dela, precisava apenas suprir a dor de alguma forma, superá-la, tornar-me mais forte para enfim reconquistá-la. E o álcool estava me ajudando, pelo menos era no que eu queria crer naquele momento.
- Valeu por atender ao telefone desse idiota e me dizer onde ele estava, cara. – ouvi a voz de distante, já não conseguia manter os olhos abertos, nem ao menos lembrava onde estava.
- Por nada, ele parece mesmo estar precisando de ajuda para voltar para casa, já bebeu quase o bar inteiro. – outra voz respondeu e então senti braços me levantarem.
- Vamos para casa, seu idiota. – a voz de disse novamente, mais próxima desta vez. Então me deixei ser arrastado para algum lugar e logo percebi que estava sendo jogado em um carro. Tentei dizer algo, mas a minha voz arrastada não passava de resmungos incompreensíveis. Algum tempo depois, senti-me ser retirado do carro e arrastado novamente, então finalmente fui atirado contra algo macio. Imediatamente aquele cheiro inebriante e familiar tomou conta de mim, era o perfume dela. Eu deveria estar em casa, mas onde ela estava? Eu precisava dela.
Meu estômago revirou-se outra vez e rapidamente senti algo subir até a minha boca, me virei e vomitei no chão, ao lado de onde estava deitado.
- Que merda, ! Não sou pago para limpar as suas porcarias. Ser seu amigo nessas horas é foda. – reclamava e eu sentia a minha cabeça girar.
- , eu quero a . – disse finalmente, não medindo os atos das minhas palavras, não ligando para o fato de ser segredo tudo o que havíamos vivido juntos.
- Eu sabia. – disse mais baixo e cobriu-me com algo. – Espero que se lembre do que estou fazendo por você caso eu precise do mesmo no futuro, vou buscar algo para limpar isso. Tente dormir e volta logo à sobriedade, porque nós precisamos ter uma longa conversa. - ele disse sério e ao mesmo tempo brincalhão, e saiu logo em seguida. Eu senti as minhas pálpebras pesarem, murmurei o nome dela mais uma vez e depois apaguei de vez.


Capítulo 25 – “Don't run away... And it's hard to love again”


Eu andava de um lado para o outro na sala tentando absorver tudo o que havia me dito e mostrado. Finalmente eu teria a prova que precisava para reconquistar .
- Não acredito que aquela vaca fez isso comigo. Qual o problema daquela mulher afinal?! – exclamei nervoso, puxando com força os meus cabeços numa tentativa falha de me acalmar. – Ela não queria mais nada comigo, ela me traiu com o meu melhor amigo! – disse irritado.
- Eu nunca fui com a cara da Alison. – comentou. – Mas isso tudo foi baixo, até para ela.
havia me mostrado um vídeo que estava gravado em sua câmera, ele a esqueceu ligada sobre uma caixa de som no backstage do nosso último show da turnê enquanto falava ao celular com uma garota.
No vídeo, Alison aparecia falando com alguém no telefone. Dizia que naquela noite conseguiria finalmente arrancar algum dinheiro de mim, explicando que o seu plano não tinha como dar errado: um paparazzo contratado por ela estaria a postos e ele entraria em ação assim que eu deixasse o palco e ela me abordasse com alguma desculpa esfarrapada para colocar o plano em prática.
Aquela vadia queria plantar uma notícia falsa, dizer que havíamos reatado, e surgir com o famoso e velho golpe da barriga após isso. Ela dizia ao telefone que arrancaria todo o dinheiro de que precisava de mim o mais rápido possível.
Tempos depois, eu surgi no vídeo. Ela me abordou sem dizer nada com nexo, se aproximou enquanto eu tentava desvencilhar-me, entretanto, ela me beijou de surpresa. Eu a afastei e então discutimos feio e eu a mandei desaparecer da minha vida. No dia seguinte, aquela maldita foto do beijo estava no jornal.
Meu sangue ferveu ao ver aquele vídeo e por mais decente que eu fosse, a minha maior vontade naquele momento era bater naquela mulher.
- Como eu queria matá-la neste momento. – eu disse sentindo o meu rosto quente e vermelho de raiva. Dei um soco na parede mais próxima e a minha mão latejou como nunca.
- Hey, idiota, você não vai conseguir nada quebrando a sua mão desse jeito. – ralhou e eu me sentei derrotado no sofá da sala. Minha cabeça ainda doía e dava voltas por conta da ressaca, e agora a minha mão também compartilhava da dor. – A merda já foi feita, , não tem como voltar atrás. A única coisa que você pode fazer é tentar reverter as coisas com a agora, e foi por isso que eu te mostrei esse vídeo. É com ele que você a fará entender que tudo não passou de um mal entendido. – eu havia contado tudo sobre nós ao , que disse que já desconfiava a algum tempo que aquilo estivesse acontecendo, e a minha cena patética chamando por ela no dia anterior havia confirmado tudo.
- Como se fosse simples fazê-la assistir a esse vídeo, sendo que ela nem ao menos quer atender as minhas ligações e muito menos me ver pessoalmente. – eu disse cansado de tudo aquilo.
- A é tão cabeça dura quanto você, mas eu tenho uma ideia que pode ajudar. – sorriu e em seguida me contou seu plano. E eu senti que finalmente resolveria tudo com a .

’s POV

O telefone tocava insistente na mesinha de centro da sala e eu o ignorava mais uma vez, deixando o trabalho para a secretária eletrônica, com medo que certo alguém ainda estivesse tentando entrar em contato comigo, mas não era ele novamente, porque ele havia desistido de me ligar a quatro dias — e também porque ele não ligava diretamente para o número de casa e sim, para o meu celular; não que não fosse aquilo que eu queria, na verdade, estava adorando aquela paz, estava adorando o fato dele finalmente ter entendido que eu nunca mais queria vê-lo na minha frente. Só que aquilo não era verdade, eu queria que ele ainda estivesse me ligando, porque aquilo significaria que ele ainda se importava, que ainda tentaria mesmo com as minhas negativas, que ele não desistiria de nós assim tão fácil. E, sim, eu estava cansada de toda a minha bipolaridade. O telefone tocou novamente e uma pontinha de esperança me invadiu.
- Atende logo essa porcaria, ! – surgiu na sala ralhando comigo.
- Não estou a fim. – disse simplesmente, revirando os olhos.
- Você tem agido como uma garotinha mimada nesses últimos dias, só a para te aguentar! – ela exclamou irritada e apanhou o telefone, atendendo-o antes que a chamada caísse na secretária eletrônica. – Alô? Ah, oi, . Sim, ela está. – disse, olhando em minha direção com um sorriso maldoso nos lábios, eu acenei freneticamente para que ela voltasse atrás e dissesse que eu não estava ali. Eu estava evitando e qualquer um dos garotos nos últimos dias, tentando me manter afastada de tudo que me levasse de encontro ao . – Só um momento. Para você, . – ela estendeu-me o telefone com um sorriso sapeca, eu a fuzilei com o olhar.
- Oi, . – disse assim que atendi a ligação. – Você precisa da minha ajuda? Ah, sim, tudo bem, eu faço. Estarei aí daqui alguns minutos.

[...]


Durante todos aqueles meses de amizade, aquela seria a primeira vez em que eu iria até o apartamento de , e era estranho pensar que nunca estivera lá, levando em conta que eu já o considerava um grande amigo.
Adentrei o prédio e pedi ao porteiro que o avisasse que eu já estava ali, um pouco depois ele informou que eu já poderia subir até o 3° andar, apartamento 302. Agradeci ao homem de cabelos já grisalhos e segui até o elevador. Cheguei ao 3° andar e já me esperava com a porta do apartamento aberta, cumprimentamos-nos e ele me deu um longo e caloroso abraço assim que me aproximei.
- Saudades de você, baixinha. - ele disse assim que me soltou do abraço.
- Posso dizer o mesmo ao seu respeito. - respondi.
- Quem sumiu foi você. - alfinetou-me e eu o olhei culpada, sabia que o estava evitando nos últimos dias, assim como evitava aos outros rapazes.
- Desculpa, prometo não fazer mais isso. - disse sincera.
- Tudo bem, não consigo ficar bravo com você. - ele respondeu e me deu um dos seus sorrisos mais encantadores. - Vamos entrar? - sugeriu e eu assenti, seguindo-o até o interior do apartamento.
- Juro que imaginava que isso aqui não estaria assim, tão arrumado. - brinquei, ele me mostrou a língua.
- Não era para estar mesmo, mas eu tenho um anjo em minha vida que se chama Lucy e ontem ela me fez uma visita e a faxina da semana. - ele confessou e eu ri.
- Pobre Lucy, deve ter tido muito trabalho. – eu brinquei.
- Que nada! Ela está acostumada com a minha bagunça, já que me conhece desde que nasci.
- Lucy é sua mãe? - perguntei confusa.
- Não... Promete que não vai rir? - ele pediu, eu assenti. - Lucy é... Minha babá, na verdade. - ele disse de um jeito fofo e envergonhado. Eu gargalhei logo em seguida. - Bom saber que você cumpre com as suas promessas. - resmungou e eu o abracei de lado.
- Desculpa, mas é engraçado te imaginar com uma babá. - apertei suas bochechas e ele rolou os olhos.
- Ok, eu já te fiz rir por hoje, agora vamos ao assunto sério. - disse mudando a feição para uma mais séria e me indicou o sofá a sua frente.
- Ok, você está me assustando. - disse apreensiva.
- Fica calma, só quero que você veja algo. - ele disse sorrindo novamente. - É um vídeo que ficou gravado na minha câmera sem que eu soubesse, porque eu a esqueci ligada, e eu preciso da sua opinião profissional sobre ele. - disse enigmático.
- Mesmo achando isso tudo muito estranho, tudo bem, vamos assistir a esse vídeo. - eu concordei e ele ligou o aparelho de DVD e o televisor.
No início aquele vídeo estava me deixando confusa, não sabia o porquê de querer que eu assistisse àquela loira que surgiu na tela falando ao telefone. Mas então algo mudou, ela pronunciou aquele nome que eu evitava há dias, ela pronunciou o nome de . E tudo o que eu quis naquele momento foi ir embora e ignorar aquele vídeo.
Fiz menção de levantar, mas segurou meu braço e suplicou com o olhar para que eu permanecesse onde estava.
No fundo eu sabia que queria entender aquela situação, queria ficar. Mas ao mesmo tempo, eu não queria ouvir o que ela estava dizendo. Travei uma batalha interna, a batalha clichê entre razão e emoção, cérebro e coração. E por fim, a segunda opção prevaleceu, como sempre. E eu permaneci onde estava, ouvindo com atenção e não acreditando no que havia acontecido.
- Então, essa vadia... Ela... Vagabunda! - eu esbravejei, sentindo a raiva tomar conta de mim. Meu rosto estava quente, provavelmente eu estava vermelha.
- Pode xingá-la à vontade, mas fique calma, . Essa modelo de esquina não merece. - pediu e me ofereceu um copo de água, e eu nem havia notado que ele tinha saído do meu lado para pegá-lo. Eu tomei o líquido todo de uma só vez, sentindo a minha respiração acelerada acalmar-se logo em seguida. abraçou-me de lado e eu me aconcheguei em seus braços, finalmente notando que ele sabia de tudo.
- Como você? - questionei em um sussurro.
- Eu sempre desconfiei de vocês dois e todas aquelas "brigas". - ele fez aspas ao pronunciar a última palavra. - E quando descobri esse vídeo e o levei até o para que ele visse os planos da piranha, o encontrei bêbado, dizendo asneiras e chamando por você. – ele disse, rindo baixo em seguida.
- Ele estava mal? – perguntei, sentindo-me triste por tê-lo deixado daquela forma. - assentiu. - E nós achávamos que erámos bons atores. Você descobriu, John descobriu. Acho que todos já devem desconfiar, não é mesmo? - disse chorosa.
- Naah... Só os espertos percebem. - brincou e eu ri baixo.
- deve estar me odiando, eu o tratei tão mal... - comentei.
- O nunca te odiaría, . Acho que ele te ama demais para chegar a sentir o oposto.
- Você só diz isso porque é meu amigo. – resmunguei e ele bagunçou meus cabelos em uma forma de carinho.
- Digo isso porque é a verdade, baixinha. - ele sorriu e continuou. - Está esperando o quê? Você tem um relacionamento a retomar... E espero que a assumir também.
- Estou com medo. – confessei.
- O não morde, ... Ele de fato não mata nem uma formiga. Frangote que só. - brincou, e eu lhe mostrei a língua.
- Não fale assim do meu amor! - exigi e ele me olhou sorrindo.
- Ele iria amar te ouvir defendendo-o dessa maneira.
- Besta.
- Boba.
- Eu vou até a casa dele. - disse ao me colocar de pé e respirei fundo. - Me deseje sorte!
- Como se isso fosse necessário.
- Não é fácil pedir perdão. – desabafei novamente.
- Não, não é. Mas temos que aprender até mesmo as coisas difíceis da vida, só assim nós crescemos e amadurecemos, para enfim encontrarmos a felicidade. - piscou.
- Quem é você e o que você fez com o meu amigo? – disse rindo do seu momento filosófico.
- Vai logo, garota! – ele riu ao me empurrar em direção à porta, despedindo-se de mim com um beijo na testa e um abraço apertado.
- ‘Brigada, gordinho. – eu disse sorrindo e ele retribuiu, ignorando o apelido.
- Ah, . - chamou-me antes que eu adentrasse o elevador. - Se precisar de ajuda para se vingar da vaca da Alison, me avise. - ele piscou novamente e eu entrei no elevador rindo sozinha. Era bom ter como amigo.

[...]


's POV

- Você tem certeza que ela não irá desconfiar de nada?
- Relaxa, , já tenho todo um teatrinho elaborado. - John brincou. - Vou mandá-la para uma sessão de fotos noturna. - ele sorriu todo maroto e eu o acompanhei.
Estávamos em um pub no centro, concluindo o plano que e eu havíamos criado para me ajudar a reconquistar e finalmente tê-la só para mim.
- Não sei nem como te agradecer, John. - disse apertando sua mão.
- Faça aquela pestinha feliz e estaremos quites. - ele disse e eu assenti fervorosamente.
Terminamos nossas bebidas, eu me despedi, e segui em direção ao local onde a encontraria e definiria nossa situação.

[...]


's POV

- Droga! – resmunguei, desistindo e indo embora da casa de . Já havia tocado a campainha milhares de vezes, batido na porta, telefonado para o seu celular e nada dele. Talvez eu o tivesse tratado muito mal, talvez ele não quisesse mais me ver. Se ao menos eu o houvesse escutado. Eu havia sido tão injusta.

" falando, acho que não posso te atender no momento, e você já sabe o que fazer após o sinal."

Maldita mensagem eletrônica. Eu sentia tanta falta dele.
Desliguei o celular e caminhei até a rua, acenando para um táxi que vinha em minha direção, quando senti o aparelho tocar em meu bolso. O apanhei apressadamente, achando que finalmente havia retornado as minhas mensagens, mas infelizmente não foi o seu nome que apareceu na tela do aparelho. Adentrei o táxi que havia parado ao meu lado enquanto atendia a ligação.
- Fale, boss. - tentei conter a minha falta de ânimo.
- Boa noite para você também, ! - John exclamou brincando.
- Desculpa, John, e boa noite. Eu não estou no meu melhor momento. - confessei.
- Isso é visível. – ele brincou. – E, bom, talvez o seu humor melhore, ou piore, com o que eu tenho para te dizer. No meu caso melhoraria, porque trabalho ajuda a esquecer dos problemas pessoais.
- Não estou te entendo, John, dá para me dizer do que esse telefonema noturno se trata? – eu o cortei, sabia que ele era o meu chefe, mas não estava com paciência para bajulação.
- Certo, você está mesmo de mau humor. – ele constatou, sabiamente. Ironias a parte. – Eu preciso que você venha me encontrar no endereço que eu vou te passar agora, estou numa sessão de fotos importantíssima que surgiu de última hora e preciso de alguns equipamentos que acabei esquecendo no estúdio, em uma bolsa sobre a minha mesa. Preciso que você os apanhe e traga-os para mim.
- Mas, John, hoje é sábado. – eu murmurei.
- , eu sei que na maioria das vezes eu ajo como seu amigo, mas ainda sou o seu chefe, e pago o seu salário. Por isso, quando preciso dos seus serviços, espero que você esteja pronta para me atender. – ele disse ríspido e eu estranhei as suas palavras ásperas, John nunca havia falado comigo daquela maneira ácida, e eu senti certa raiva dele naquele momento.
- Olha aqui, John, eu sei que você é o meu chefe e tudo mais, mas isso não te dá o direito de ser... – eu dizia irritada e ele me cortou rapidamente.
- Te aguardo no terraço do Edifício Versalhes, no centro comercial dentro de trinta minutos. Caso você não apareça, pode esquecer que trabalha para mim. – ele disse cortante e desligou logo em seguida, sem esperar respostas.
Naquele momento eu só queria xingá-lo e bater com a cabeça dele no meio fio, quem ele pensava que era?! Eu estava muito irritada, respirei fundo algumas vezes, tentando me acalmar e em seguida pedi ao taxista que me levasse até o estúdio e me aguardasse enquanto apanhava o maldito equipamento. Encaminhei-me novamente em direção ao maldito edifício que John havia indicado.
Estava me achando uma empregada submissa — e isso ia totalmente contra os meus princípios — não sabia como reagiria quando encontrasse com John, e talvez eu perdesse o meu emprego. O que seria triste, já que eu precisava da grana e gostava de trabalhar para aquele fotógrafo excêntrico e idiota que apesar de tudo, eu considerava um amigo.

O carro parou em frente ao edifício e eu paguei ao taxista, saindo do veículo em seguida e andando até a entrada do prédio. Continuava a respirar profundamente durante o percurso, tentando manter a minha calma e lucidez para quando encarasse John. Eu sabia que ele era um chefe diferente dos outros, por isso estranhei tanto quando ele revelou esse lado de minutos atrás, sabia que seria fácil encontrar chefes idiotas pelo caminho, mas seria impossível encontrar algum como John. Talvez ele só estivesse estressado naquele momento, talvez o trabalho que estava fazendo fosse mesmo muito importante, por isso agiu daquela maneira comigo. No fundo, eu sabia que iria perdoá-lo, porque eu o conhecia apesar de tudo.
Informei ao porteiro quem eu era e porque estava ali naquele horário, já que aquele era um edifício comercial e todas as salas já se encontravam fechadas àquela hora. O senhor a minha frente liberou a minha entrada após conferir um caderno. Primeiro eu segui até o elevador e então até o último andar do prédio, ao chegar ao 15º andar, fui obrigada a saltar do elevador e seguir de escada até o terraço. Cheguei à porta de acesso um pouco ofegante — sabia que precisava fazer mais exercícios, estava completamente fora de forma.
Empurrei a grande porta de ferro com certa dificuldade, já que ela era um pouco pesada e eu estava com o equipamento de John em uma das minhas mãos. Meus olhos se surpreenderam ao encontrar o local escuro, banhado apenas pela luz da lua. Estava confusa, imaginando que talvez tivesse ido ao endereço errado, já me preparava para sair, quando luzes acenderam-se e eu notei o local todo decorado com pequenas lâmpadas espalhadas por toda a sua extensão, pétalas de rosas jogadas ao chão sobre uma espécie de carpete vermelho e no centro uma mesa estava posta com duas cadeiras posicionadas em frente a ela, em lados opostos, um arranjo com flores e velas em cima do móvel, junto a um conjunto de talheres, pratos e copos — como se tudo houvesse sido preparado para um jantar a dois —, ao lado havia uma pequena mesa com o que eu imaginei ser o jantar, devidamente coberto e posto em bandejas, e ao lado uma garrafa de champanhe no gelo. Aquilo tudo estava me deixando confusa, apanhei o meu telefone pronta para ligar para John e exigir uma explicação, quando uma melodia acústica me chamou atenção e então finalmente notei a minha direita uma pequena pista de dança improvisada sobre um mini palco e uma faixa estendida com os dizeres: Me perdoe e sentado em um pequeno banco, com o violão em mãos, tocando e me olhando intensamente com aqueles olhos que tanto me seduziam.

[N/A: coloque essa música para tocar.]

Stay with me, baby stay with me,
Tonight don't leave me alone.
Walk with me, come and walk with me,
To the edge of all we've ever known

(...)


cantou o primeiro verso da música e eu senti os meus joelhos estremecerem instantaneamente no momento em que eu ouvi a sua bela voz acompanhada pela melodia do violão, ele cantava e tocava perfeitamente, e eu o encarava encantada, recebendo a mensagem que ele queria me transmitir através daquela música.

I can see you there with the city lights,
Fourteenth floor, pale blue eyes.
I can breathe you in.
Two shadows standing by the bedroom door,
No, I could not want you more than I did right then,
As our heads leaned in.

(…)


Involuntariamente, senti minhas pernas me levarem até ele, eu queria abraçá-lo tanto. sorriu da maneira que eu adorava, aquele sorriso feito só para mim, senti meu coração acelerar, a minha respiração falhar, minhas mãos suavam, e eu sabia o que era aquilo que eu estava sentindo, porque só ele causava todas aquelas sensações em mim. Aquilo não era só paixão, aquilo era amor.

Well, I'm not sure what this is gonna be,
But with my eyes closed all I see
Is the skyline, through the window,
The moon above you and the streets below.
Hold my breath as you're moving in,
Taste your lips and feel your skin.
When the time comes, baby don't run, just kiss me slowly.

(…)


levantou-se e caminhou em minha direção, tocando e cantando mais um verso daquela canção que eu nunca havia ouvido, mas que eu sabia que a partir daquele dia se tornaria importante em nossas vidas. Eu o ouvia e olhava maravilhada, ele sorria enquanto cantava, seus olhos azuis brilhavam e eu sabia que os meus não estavam diferentes. Ele parou diante de mim e eu pude sentir o calor que emanava do seu corpo, apesar do frio que fazia em Londres naquele dia. parou de tocar por um momento e levou a mão em direção ao meu rosto, acariciando-o. Eu fechei os olhos imediatamente para sentir o seu carinho por completo, quando os abri, ele sorria e então ele continuou a canção.

(...)
Don't run away...
And it's hard to love again,
When the only way it's been,
When the only love you know,
Just walked away...
If it's something that you want,
Darling you don't have to run,
You don't have to go...
Just stay with me, baby stay with me.


Senti toda a sinceridade em suas palavras ao cantar aquele verso, eu sabia o seu real significado, sabia que ele se encaixava perfeitamente em nossas vidas. parou de tocar, deixou o violão apoiado em uma parede próxima e se colocou novamente em frente a mim, olhando-me profundamente, respirou fundo e disse:
- Me perdoa? – ele disse receoso, com as mãos nos bolsos, e eu notei a sua expressão nervosa, o achando fofo. Notei também a sua roupa impecável, calça jeans, tênis adidas, camisa social preta e os cabelos daquele jeito bagunçado-arrumado que eu tanto adorava, ele estava perfeito, ao menos para mim. Senti também o seu perfume inebriante que me deixava com as pernas moles. olhava-me apreensivo. Eu o olhei séria e disse:
- Você acha que eu deveria mesmo te perdoar depois de tudo isso? – perguntei e percebi seus ombros se curvarem e uma expressão triste tomar conta do seu rosto, que ele logo tratou de abaixar, desviando o olhar do meu.
- , por favor. Eu pensei que você tivesse visto o vídeo do , eu pensei que você entenderia, não foi a minha culpa, eu juro, eu nunca faria nada... – ele dizia gesticulando nervoso, quando eu o interrompi.
- Shiiiu, . – coloquei meu dedo indicador sobre seus lábios e levantei seu rosto, fazendo com que ele me encarasse novamente e se silenciasse. me olhou confuso. – Eu não deveria te perdoar simplesmente porque não há o que perdoar, na realidade, quem deveria pedir perdão aqui sou eu por ter sido tão idiota, por ter te tratado tão friamente, tão cega de ciúmes. – ele me encarou com os olhos brilhando novamente.
- … - ele tentou dizer, mas eu o interrompi de novo.
- Você mesmo acabou de dizer, a culpa não foi sua, eu vi o vídeo, aquela piranha armou tudo e eu caí direitinho, eu sabia que não deveria acreditar em revistas de fofoca... Aquela filha de uma pobre mãe. Vadia, se eu encontrá-la algum dia, eu vou... – eu xingava baixinho e gargalhou, aquela risada contagiante que invadia o meu peito e o enchia de calor.
- Calma, esquentadinha. – ele disse rindo e envolvendo a minha cintura com os seus braços, finalmente encurtando a maldita distância entre nós. Eu fiz bico, reprovando o apelido e ele sorriu, acariciando o meu rosto novamente. Eu o olhei admirada.
- Amo tanto quando você canta só para mim. – disse sorrindo.
- Convencida. – ele resmungou.
- Realista. – eu constatei. – Não tem mais ninguém aqui mesmo.
- Estou perdoado, então? – ele questionou confuso.
- Não há o que perdoar... – eu sorri e respirei fundo, tentando fazer com que aquelas benditas três palavras saíssem pelos meus lábios, mas algo ainda me impedia de dizê-las e só o que saiu foi: – Eu te adoro, .
olhou-me com um sorriso nos lábios, mas eu notei um olhar de decepção em seu rosto, eu sabia o que ele queria ouvir. Ele merecia ouvir. Por que eu não conseguia dizer? respirou fundo e me encarou profundamente.
- Eu te amo, . – ele as disse, as benditas palavras, com tanta facilidade. Por que eu não poderia fazer o mesmo? Minhas pernas tremeram diante delas e só o que eu pude fazer foi acabar com aquele espaço irritante entre nós e selar os meus lábios nos dele, dando início a mais um beijo apaixonado e cheio de outras sensações indescritíveis.
Algum tempo depois, quando nos separamos após o beijo, ele me olhou sorrindo e me convidou para jantar.
E o jantar havia sido preparado por ele, acredite se quiser. Macarrão com queijo, brindamos de início com champanhe e em seguida passamos ao vinho tinto. Eu tinha uma queda muito grande por derivados de uva, então, talvez possa ter exagerado um pouco na bebida. Minutos depois eu já me sentia um pouco leve e alegre, rindo de qualquer besteira que falava.
- Acho que chega de vinho para a senhorita por hoje, quero você bem sóbria pro que vou te falar a seguir. – ele sentenciou ao afastar a taça de minhas mãos, eu fiz bico reclamando e ele riu.
- Só mais um pouquinho, . – fiz manha, mas ele negou.
- Primeiro, eu preciso te perguntar algo. – se levantou de sua cadeira e caminhou até onde eu estava, ajoelhando-se diante de mim. Senti meu coração dar um pulo dentro do peito. Ele não iria fazer o que eu estava pensando, iria?
- Você sabe que chamou a minha atenção desde o primeiro momento em que eu te vi, aquele dia no Pub. Sabe que no início eu tentei negar o que estava sentindo, sabe que eu fui um completo idiota com você porque eu sentia medo de me envolver e me ferrar novamente, mas eu quero que você saiba que eu não consigo mais fazer isso, não consigo mais negar o que eu sinto, o que você faz com que eu sinta por você a cada gesto, a cada sorriso, a cada segundo em que você surge na minha mente... – dizia olhando em meus olhos e eu os senti lacrimejar diante daquelas belas palavras. – Acho que isso tudo só significa uma coisa, significa que eu te amo e que eu não consigo mais te ter longe de mim e por isso eu estou aqui agora, de joelhos pedindo... , quer namorar comigo? – ele aprofundou o olhar e eu senti o meu corpo todo estremecer e uma alegria indescritível tomar conta de mim diante daquele pedido. ficou apreensivo diante da minha demora, então eu simplesmente toquei o seu rosto, acariciando-o. Olhei profundamente em seus olhos e disse sorrindo:
- Quero, sim, eu quero isso mais do que qualquer coisa no mundo.
sorriu largamente e se levantou, agarrando-me pela cintura logo em seguida e girando-me no ar enquanto dizia que me amava em alto e bom som. Eu ria descontroladamente e ele então me colocou de volta no chão, apenas para selar os nossos lábios logo em seguida e me levar ao céu com mais um de seus beijos.
A partir daquele momento, eu era a namorada de .


Capítulo 26 – It's the longest start, but the end's not too far away
Did you know? I'm here to stay


’s POV

Acordei com a luz do sol incomodando meus olhos, senti uma brisa fria e me encolhi, notando finalmente um corpo junto ao meu, dormia tranquilamente em meus braços. Seus cabelos soltos pendiam sobre o corpo nu coberto apenas por um cobertor leve que eu havia levado, ela estava linda, mais linda do que nunca diante da luz da manhã. Sorri feito idiota a observando, minha cabeça girou, fazendo-me recordar de todo o vinho que havíamos ingerido na noite passada e então percebi onde ainda estávamos: deitados sobre o chão do terraço.
- Bom dia, linda. – eu disse olhando-a assim que ela despertou. escondeu o rosto em meu peito e resmungou algo incompreensível. – O quê? – questionei, não entendendo e ela então decidiu me encarar.
- Minha cabeça dói. Eu devo estar horrível, não linda. – ela fez manha e eu lhe dei um beijo no local.
- Melhorou? – perguntei sorrindo.
- Sim, namorado. – ela sorriu. O que me fez sorrir também diante do apelido. – Quer dizer, agora está doendo de novo, droga de sol! – ela resmungou.
- Ressaca da brava, hein, ? – eu ri, apertando o seu nariz em um gesto carinhoso, ela me mostrou a língua.
- Tá frio... – encolheu-se em meus braços.
- Talvez seja pela nossa falta de roupas. Noite passada nós encontramos um jeito de nos aquecer sem elas. – eu disse malicioso e ela me socou de leve no braço.
- Bobo!
- Namorada.
- Droga, você sempre me vence com a última palavra. – reclamou e logo em seguida riu. – Onde estão as nossas roupas? – ela questionou. Eu indiquei uma cadeira próxima de onde estávamos. levantou-se, levando todo o cobertor consigo.
- Ei, tá frio! – eu reclamei, encolhendo-me e sentindo o vento gelado bater diretamente no meu corpo nu.
- Não disse? – ela riu e encaminhou-se até as roupas, vestindo-se logo em seguida. Eu não tive escolha a não ser fazer o mesmo. – Belo bumbum, . – ela brincou ao me ver passar em busca da minha cueca.
- Posso dizer o mesmo, . – corou e eu sorri satisfeito.
Nos vestimos e eu a agarrei antes de deixarmos o local, beijando-a e em seguida disse:
- Sempre teremos os terraços. – lembrei-a do nosso antigo trato e ela sorriu, beijando-me novamente.
Deixamos o local andando de mãos dadas, eu adorei aquela sensação de finalmente poder mostrar para o mundo que ela era só minha.
Mas certas sensações não duram pra sempre.
Ao chegarmos à rua dela, ainda pouco movimentada pela manhã, soltou nossas mãos e parou diante de mim, olhando seriamente em meus olhos.
- , eu sei que agora somos namorados, mas eu queria te pedir um favor e espero que me entenda. – ela disse apreensiva.
- Fala, . – eu a incentivei, um pouco apreensivo.
- Podemos fingir que não temos nada só por mais alguns dias? – eu a olhei incrédulo, ela não iria fazer aquilo... – Não me olha assim. É só até o aniversário da no próximo sábado. Eu preciso conversar com as garotas antes e... Você sabe, me acostumar com o fato de que agora eu sou namorada de um dos caras do McFly. – ela disse com receio.
- Por que você faz isso? – perguntei em um sussurro. – Nós estávamos tão bem...
- , por favor. Eu tenho os meus motivos, logo você vai me entender. – ela pediu me olhando com os olhos brilhando, aquilo eram lágrimas?
- Droga, ! – exclamei cansado de tudo aquilo, mas aqueles olhinhos dela já estavam me convencendo.
- Por favor, namorado. Eu prometo que no sábado contamos tudo. – ela pediu, quase chorando.
- Tudo bem. – eu concordei, fechando os olhos e respirando fundo. – ela me beijou rapidamente, afastando-se em seguida.
- Desculpa por isso, prometo que vai passar logo. Eu preciso subir, me liga depois? – ela pediu e eu assenti, sorrindo fraco. Ela entrou no prédio e eu fui embora, pensando que todo aquele segredo me deixava esgotado.

[...]


- Cara, eu preciso de um conselho! – exclamou sentando-se ao meu lado no estúdio. e sentaram-se também.
- Fala, . – disse.
- É que eu estou a fim de uma garota. – ele disse envergonhado.
- Corrigindo, você está afim da . – eu disse e e riram.
- É, . – rolou os olhos.
- E que bom que é da e não de mim. – brincou e mostrou-lhe o dedo.
- Vocês vão me deixar falar ou não? - reclamou irritado.
- Fala, docinho. – brincou e o ignorou.
- Eu preciso de ideias para o presente de aniversário dela, quero que seja algo especial, porque quero fazer um pedido junto com o presente.
- Mas era só isso? Pelo amor, hein, ? – exclamou. – Por que não compra alguma joia?
- Ou sapatos? Mulheres amam sapatos. – disse.
- Ou bolsas? – eu sugeri rindo.
- Vocês são uns idiotas, não sei por que perco o meu tempo. – reclamou e saiu andando, deixando-nos rindo no estúdio.
- Nosso menino está crescendo. – exclamou. E nós três gargalhamos.
- E você, quando vai pedir a em namoro? – perguntou e eu ri.
- Talvez eu já tenha feito isso. – disse enigmático.
- E ela aceitou? – eu perguntei surpreso, ele assentiu. – Bastardo! – exclamei e nós três rimos novamente.
- E você, , nada novo no campo amoroso? – brincou.
- Nada, cara, você sabe que eu só quero curtir agora. – desconversei, tenso por ainda ter que mentir sobre . Ele me olhou desconfiado, mas assentiu mesmo assim.
- Chega de papo de garota! – disse de repente. Nós concordamos.
- O ensaio já era, vamos pro Pub encher a cara? – sugeri e eles aceitaram de imediato.
Eu só queria que sábado chegasse logo e que estivesse agora nos meus braços.

's POV

- Não me enrole, !
Ouvi os gritos de ao chegar à porta do nosso apartamento na sexta-feira à noite, entrei e encontrei-a com sentadas no sofá da sala discutindo por algo que eu não fazia ideia do que se tratava.
- Alguém pode me explicar o motivo de todo esse escândalo? Dá pra ouvir vocês lá do corredor. – aproximei-me das duas.
- A que é sempre exagerada. - comentou enquanto lixava as unhas.
- Exagerada? Eu? Você que é reservada demais! Confesse logo, . - exigiu.
- Confessar o quê? - perguntei ainda confusa com aquela conversa.
- Que o a pediu em namoro. - disse e eu olhei para espantada.
- Sério isso? - ela apenas assentiu com um sorriso lindo no rosto, os olhos da minha amiga brilharam e eu me senti imensamente feliz por ela.
- Ah, pra ela você confessa. - resmungou.
- Parabéns, amiga! - eu a abracei forte, ignorando a garota ruiva ao meu lado.
- Obrigada, . Não é como se eu tivesse ganhado na loteria nem nada, mas... - ela disse brincando e eu ri alto. – E, , eu disse pra porque ela não fica me azucrinando como você e, também, porque é divertido te ver morta de curiosidade. - sorriu sapeca e mostrou-lhe o dedo médio.
- Você é uma vadia, . - ela disse, mas logo em seguida abraçou , parabenizando-a também.
- Enquanto vocês ficam aí com esses escândalos, eu vou pro meu quarto tomar um banho quente. – informei já me afastando da sala.
- Não esquece que vamos sair com o pessoal hoje! - gritou para que eu ouvisse antes de fechar a porta do quarto.
- Ok! - eu gritei em resposta e adentrei o quarto, preparando-me para tomar o meu querido e adorado banho quando meu telefone tocou, sinalizando uma nova mensagem.

"Tô com saudades, a gente pode se encontrar hoje?
.
"

Sorri diante de mais uma mensagem fofa de , eu definitivamente não merecia aquele cara.

"Você não deveria ser assim tão fofo, sabia? E esqueceu que hoje à noite vamos sair todos juntos?
Xx - .
"

Enviei a mensagem e fiquei aguardando a resposta dele antes de seguir para o meu banho e, felizmente, ela não demorou.

"Eu posso ser mais canalha, se você quiser ;-) ... e eu quero me encontrar contigo a sós, não com aquele bando todo. :-(
".
"

Revirei os olhos com a sua brincadeira, mas suspirei apaixonada logo em seguida, só ele conseguia provocar todos aqueles sentimentos confusos dentro de mim.

"Te vejo mais tarde, lindo... E se você se comportar, quem sabe a gente não despista os outros e fica a sós? ;-)
Xx ”.
"

Respondi e deixei o celular sobre a cama, finalmente seguindo para o banheiro, a fim de tomar o meu tão desejado banho. Aquela noite seria interessante.

[...]


- Não entendo porque estamos saindo hoje se você fará a sua festa de aniversário amanhã. - comentei ao lado de assim que adentramos o Pub onde encontraríamos os garotos, o mesmo onde eu havia visto pela primeira vez, só para constar.
- Eu sei que a festa é amanhã, . - ela respondeu revirando os olhos. - Mas a data do meu aniversário é hoje, caso você se lembre, e como nem todos poderiam estar presentes em uma festa hoje, eu decidi fazê-la amanhã e aproveitar esta noite com os meus verdadeiros amigos. Posso? - ela finalizou abraçando e eu de lado. Eu sorri concordando.
- Pode, . - afirmei. - A propósito, feliz aniversário, amiga! Eu te amo. – abracei-lhe apertado, ela riu. E eu me questionei, por que era tão fácil dizer aquilo para , mas extremamente difícil dizer para ? Qual era o meu problema, afinal?
- Obrigada, . Sua chata! Eu também te amo. - ela disse e nós sorrimos ao nos afastar, até que nos reuniu novamente em um abraço grupal e concluiu.
- Não sei por que todo esse discurso se a grande verdade é que vocês amam festas. - ela disse rindo e nós então respondemos.
- Nós te amamos também, ! - o rosto de enrubesceu-se e ela resmungou a palavra “Pestes”, enquanto nos esgueiramos rindo por entre as pessoas do Pub.

Algum tempo depois nos encontrávamos sentadas ao redor de uma mesa em um canto afastado do Pub, os garotos entre nós. Todos riam e conversavam animadamente. estava sentado em frente a mim e fingia participar da conversa animada de e John, que estavam ao seu lado, mas a cada minuto eu sentia o seu olhar repousar sobre mim e via um sorriso matreiro fixado em seus lábios, eu mordi os lábios, provocando-o e ele balançou a cabeça em reprovação, encarando-me de um modo que significava um "Você vai ver só mais tarde" e voltando-se enfim para , que o chamava sem parar há algum tempo, fazendo-me rir internamente.

A noite estava agradável, apesar do frio cortante que fazia lá fora. Todos já estavam alegres, devido à bebida ingerida e alguns já haviam caído na pista de dança ao som de uma banda que tocava no local aquela noite. Eu não estava diferente, dançava animada ao lado de e Gabrielle, namorada de , e ria descontroladamente sempre que notava olhando para mim com um misto de desejo e hesitação no olhar, fazendo o possível para se manter afastado. Mas então, de repente, a música parou e todos se voltaram confusos para a banda no palco, meus amigos e eu nos entreolhamos mais confusos ainda ao notar um rosto conhecido em cima do palco, diante do microfone central. sorria nervoso.
- Hey, pessoal, desculpem pela interrupção, mas eu pedi um favor aos caras da banda e eles concordaram. - algumas pessoas ainda olhavam confusas, outras olhavam admiradas, reconhecendo no palco e vibravam gritando o seu nome. estava inquieta ao meu lado, resmungando baixo “O que faz lá?” - Não vou mais enrolar, essa música é em homenagem a uma garota linda que se encontra aqui esta noite. É parte do seu presente de aniversário, sei que é uma das suas canções favoritas e eu espero que você goste. - ele finalizou olhando na direção de e em seguida a banda iniciou os acordes de uma canção conhecida e os acompanhou cantando.

[N/A: Coloque essa música para tocar agora.]

She's the girl that no one ever knows.
And I say hi, but she's too shy to say hello.
She's just waiting for that one to take her hand.
And shake her up….I bet I could.

I wish my heart was always on her mind,
'cause she's on mine like all day, all the time.

(…)


cantava encarando fixamente, ela, por sua vez, mantinha-se estática no meio da pista de dança, encarando-o também. Eu jurava que havia um brilho diferente em seu olhar e seu rosto estava começando a adquirir um tom vermelho e então o impossível aconteceu: estava chorando, mas chorando de felicidade, pois um sorriso enorme estampava o seu rosto enquanto suas lágrimas desciam por ele.

Cause I'm never going down.
I'm never giving up.
I'm never gonna leave.
So put your hands up.
If you like me.
Then say you like me.


Naquele instante, todos estavam absortos observando cantar lindamente no palco, por isso ninguém — além de mim — notou quando postou-se ao meu lado e entrelaçou delicadamente a sua mão na minha, sussurrando junto a aquele verso da canção que eu já havia percebido que, apesar de ser de para , expressava aquilo que e eu sentíamos um pelo outro.
Ele apertou a minha mão e nos olhamos fixamente por um momento, meu coração pulava descontroladamente dentro do peito, sorriu de maneira carinhosa e voltou o seu rosto em direção ao palco. Eu sorri também, acompanhando o seu gesto enquanto concluía a canção e falava ao microfone a pergunta que fez a noite de valer a pena.
- , namora comigo?
E eu não preciso dizer que ela aceitou o pedido prontamente.

[...]


- Achei tão fofo o que o fez. – dizia sorridente sentada no colo de .
- Foi mesmo lindo. – Gabi concordou, abraçada a .
- A voz dele me surpreendeu, nunca imaginei que fosse tão linda. – comentei, sentada a metros de distância de . A vida não é perfeita.
- Vocês garotas são todas iguais. – disse.
- Não sei por que toda essa euforia pelo . – resmungou.
- Como se um cara nunca tivesse feito isso por uma garota, tão clichê. – concordou.
- Deixem de ser ciumentos! – nós três gritamos juntas, eles emburraram de vez.
- Ei, caras, adivinhem só? – se aproximou todo feliz.
- Você finalmente conseguiu pegar alguma mina? – zoou.
- Não é isso, idiota. – revirou os olhos.
- Ufa, se esse milagre tivesse acontecido, iria me preparar para o fim do mundo. – brincou e todos riram.
- Fiquem me zoando e eu não conto. – disse fazendo bico, achei fofo.
- Awn, lindo, não fica assim. Eles são uns otários. – eu disse e ele sorriu. – Mas conte logo, eu estou curiosa.
- Vou contar por sua causa. – ele frisou, olhando para os garotos, que rolaram os olhos. – Os caras da banda que estão tocando perguntaram se vocês poderiam dar uma palhinha no palco?
- Mas nós estamos de folga! – resmungou.
- Acho que vai ser divertido, eu topo. – concordou.
- A gente toca um cover, já até tenho uma música em mente. – entrou na onda.
- Se sou voto vencido... – dizia. - Ou não, esperem, cadê o ?
- A não estar por aqui significa algo. - eu disse rindo.
- Vi os dois se comendo lá perto dos banheiros meia hora atrás. – sentenciou, todos gargalharam.
- Esse é o meu garoto! – vibrou.
- Ele cresceu tão rápido. – disse comovido. As garotas e eu rimos alto.
- Chega de bobagem e vamos tocar logo sem o mesmo! – colocou ordem na situação. – , qual é o cover?
- Surpresa, para as garotas, me sigam! – ele disse e saiu rebolando exageradamente, fazendo com que todos gargalhassem. Idiota, que eu amava, mas não conseguia dizer isso a ele, merda de vida confusa!
Os garotos se perderam por entre a multidão, restando apenas , Gabi e eu sentadas em nossa mesa, John já havia ido embora, pois teria um compromisso sábado pela manhã. Não demorou muito e logo os três surgiram no palco. Mesmo com fazendo um pouco de doce, eu sabia que aquilo era o que eles mais adoravam fazer: cantar e tocar, não importava quando.
A banda da noite anunciou uma surpresa ao pequeno público que ainda frequentava o Pub naquela madrugada, todos gritaram excitados ao verem os outros três integrantes do McFly no palco após a aparição de .
- Ei, pessoal, nós estávamos aqui apenas nos divertindo quando o interrompeu a apresentação da The Dirt e quase os deixou surdos com aquela voz. – disse ao microfone fazendo graça.
- Lastimável. – concordou. – Por isso resolvemos limpar o nosso nome e tocar algo esta noite. – todos riram. – Isso era brincadeira, tá gente?
- , nós te amamos! – berrou.
- Essa é em homenagem a algumas garotas especiais. – anunciou e eles começaram a canção.

[N/A: Capítulo musical! Haha... Coloque esta música para tocar.]

She said "I've gotta be honest,
You're wasting your time if you're fishing round here."
And I said "you must be mistaken,
'Cause I'm not fooling, this feeling is real"
She said "you gotta be crazy,
What do you take me for? Some kind of easy mark?"
"No, you've got wits, you've got looks,
You've got passion, but I swear that you've got me all wrong."
All wrong, all wrong.
But you got me.
(…)


Perfeição definia aquele cover, perfeição definia aquela banda, perfeição definia a voz do , que cantava olhando em minha direção, alternando entre olhos fechados e abertos e fixos nos meus. Eu teria um ataque cardíaco em breve por culpa das emoções que ele me fazia sentir, isso era fato. Mas é importante ressaltar que eu estava completamente encantada.
E a letra daquela canção, aquela canção sim, era totalmente e eu. E eu percebi que ele a havia escolhido por essa razão.

I'll be true, I'll be useful.
I'll be cavalier, I'll be yours my dear.
And I'll belong to you.
If you'll just let me through.

This is easy as lovers go,
So don't complicate it by hesitating.
And this is wonderful as loving goes,
this is tailor-made, whats the sense in waiting?

(…)


- Enfim a sós! – proclamou assim que adentramos a sua casa algumas horas mais tarde. Havíamos deixado os outros no Pub no centro de Londres, eu saí antes, alegando cansaço e dor de cabeça, havia “desaparecido” com desde que ele cantara aquela canção para ela e minha mente pura não permite pensar no que eles estariam fazendo. Eu disse às outras garotas que elas poderiam ficar e se divertir, mas acho que elas nem ligaram, pois estavam bastante entretidas com seus respectivos namorados, então segui até a saída acenando para um táxi e indiquei o endereço de ao motorista. também saiu rapidamente do local, mas não faço ideia de qual desculpa ele havia inventado para se livrar de todos, foi difícil ignorá-lo e fingir odiá-lo durante as horas em que permanecemos no Pub, mesmo após aquela música linda que eles haviam tocado. É, aquela vida dupla já estava me cansando e eu estava decidida a assumir tudo o que sentia.
- Eu preciso de você. – disse, envolvendo o seu pescoço e me lançando em seus braços logo em seguida. Deus! Como senti falta daquele cara.
me abraçou, porém com um impulso rápido me pegou em seu colo, envolvendo as minhas pernas ao redor da sua cintura. Ele sorriu malicioso ao dar um leve apertão em minha bunda assim que me prendeu em seu colo, eu sorri da mesma forma e o beijei urgentemente.
- Quarto. – sussurrou durante o beijo, mas eu fingi não escutar, estava mais preocupa em aproveitar aquele beijo, ele então tratou de nos guiar às cegas até o tão desejado cômodo da casa e enfim tudo aconteceu.
- And I said "I've gotta be honest. I've been waiting for you all my life". For so long I thought I was asylum bound, but just seeing you makes me think twice. And being with you here makes me sane, I fear I'll go crazy if you leave my side. You've got wits, you've got looks. You've got passion but are you brave enough to leave with me tonight… Tonight. You've got me. cantarolou próximo ao meu ouvido parte da música que havia cantado no Pub, eu estava envolvida por seus braços, com a cabeça depositada sobre o seu peitoral, quase adormecida. Sanidade havia acabado de ir para o espaço após aquilo.
- Você e esses seus golpes baixos para me deixar arrepiada. – eu resmunguei, gargalhou.
- Acho que essa deveria ser a nossa canção a partir de hoje ou, pelo menos, uma delas. A letra nos descreve perfeitamente. – ele disse com a voz rouca, segurando o meu rosto com as mãos e me olhando profundamente. – Você é linda.
- , pare. – eu disse, já me sentindo vermelha feito tomate. – E lindo é você. – finalizei sorrindo e selei nossos lábios para um beijo que levou a muitos mais e por consequência, mais contato físico, conexão de almas, transmissão de batimentos cardíacos. E eu estava virando uma romântica irremediável, Deus nos salve!


Capítulo 27 - Even if I try to push you out, will you return?


[N/A: Música do capítulo.]



- Não era pra eu ter dormido aqui. Droga, já são 3 horas da tarde. Por que você me deixou dormir tanto? – eu disse com a voz meio sonolenta e um pouco manhosa.
Estava na casa de , havia dormido lá. E este hábito se tornaria constante, mesmo eu não querendo admitir.
- Bom dia pra você também, minha linda mal humoradinha. – disse e me deu um selinho nos lábios e então eu sorri, não conseguia mais ficar de mau humor perto dele.
- Hum... Bom dia. Desculpa pelo que eu disse, não é que eu não quisesse dormir aqui com você, é só que eu não deveria ter dormido aqui. Hoje as meninas vão precisar de ajuda para organizar a festa de aniversário da e eu deveria estar em casa ajudando, elas vão acabar desconfiando se não me encontrarem lá e... – eu desatei a falar, sentindo-me constrangida pelo modo como havia acordado, mas ele logo me interrompeu.
- Shiiiu! – tocou meus lábios com o dedo indicador como um pedido para que eu me silenciasse. – Você fala demais quando acorda, , muita informação! – fiz careta quando o ouvi me chamar pelo sobrenome, como ele fazia antigamente quando nós não nos suportávamos, mas ele logo percebeu minha expressão e emendou: – Você não deveria falar tanto, pequena, tem coisas melhores pra gente fazer. – ele deu um sorriso malicioso e eu joguei um travesseiro nele. – Outch! Foi mal, eu estava só brincando, sua violenta! – ok! Ele ainda conseguia me deixar irritada. Fiz cara feia e logo se calou, mas isso não durou muito. “Depois sou eu que falo demais!” - pensei.
- Me diz que medo é esse que você tem delas desconfiarem de nós dois? Nós não combinamos que iríamos contar tudo para eles hoje? Eu te pedi em namoro, ! E você aceitou, por acaso você mudou de ideia?
A voz dele expressava um tom de angustia de partir o coração e a sua expressão era de apreensão — uma expressão muito fofa, diga-se de passagem —, mas eu não gostava de vê-lo daquele jeito, então eu não resisti e o beijei, para que ele tentasse se acalmar e não pensasse mais naquelas perguntas. Golpe baixo, eu sei.
- Não mudei de ideia, não, lindo. Tire essa ruguinha de preocupação dessa testa linda e vamos nos arrumar pra festa. – eu disse com a voz mais doce possível após finalizarmos o beijo.
- Ainda são três da tarde, ! Deixa de ser apressada, a festa só começa às oito. Vamos aproveitar mais um pouquinho aqui na cama, aliás, vem se aproveitar mais um pouquinho do euzinho aqui. – ele sorriu malicioso novamente, eu me esforcei ao máximo para ignorar, para deixá-lo um pouquinho irritado.
- Mas, , eu preciso ir ajudar as meninas, elas vão me matar se eu não chegar logo e... – ele me interrompeu de novo.
- Shiiiu! Você está falando demais de novo. Fica quietinha e vem aproveitar o resto do dia comigo, mocinha! E, sim, isso é uma ordem! – eu abri a boca para me pronunciar, mas ele me beijou e eu finalmente desisti de resistir. Eu me sentia absurdamente feliz ali nos braços dele e não havia nada de errado nisso.

(...)


“Will you love me? Even with my dark side? ”


Lá estava ele, parado no meio da sala com várias pessoas a sua volta, ou melhor, várias garotas a sua volta, que sorriam e tocavam nele, que por sua vez retribuía com lindos sorrisos — eu já havia visto essa cena antes. Várias vezes. E eu sabia como ela acabava. “Mas que porcaria eu estava pensando?! Como eu fui tola em achar que de agora em diante eu seria a única?! Mas que grande imbecil eu sou, ele é um astro do rock, é um músico, que está sempre cercado por garotas bonitas, garotas que devem ser muito mais interessantes que você, , quem me garante que um dia ele não vai se cansar de mim? Quem me garante que ele vai ser fiel quando nós estivermos longe um do outro?!”.
Ciúmes e insegurança é uma mistura perigosa e ver cercado por aquelas garotas não estava me ajudando em nada. Já não conseguia raciocinar direito e foi com esses pensamentos confusos que eu acabei indo até onde ele estava.
- , nós precisamos conversar. – eu estava nervosa, mas precisava falar, precisava esclarecer as coisas entre nós.
- Fala, . – ele disse sorrindo, parecia não entender.
- Aqui não, , vamos até o meu quarto. – ele me fitou sério ao ouvir o seu nome pronunciado do jeito que eu já não pronunciava há algum tempo, ele estava novamente apreensivo, mas concordou em me seguir até o quarto.
- Claro, vamos.
Caminhamos em um silêncio perturbador até o meu quarto e, por sorte, não havia ninguém lá, já que a casa estava abarrotada de gente por causa da festa da . Entramos e eu fechei a porta, ninguém precisava ouvir o que seria dito ali.
parecia ansioso e apreensivo, vê-lo daquele jeito me matava por dentro, mas eu também estava me sentindo assim. O que eu pretendia dizer definiria o rumo da nossa história juntos, se é que já existia mesmo um nós dois juntos.
Eu me sentei na beirada da cama e ele se sentou na poltrona, de frente para mim.
- O que você quer conversar comigo, pequena? Por que esta assim tão séria? Aconteceu alguma coisa? Você já se decidiu, vamos conversar com os outros agora? – ele tomou a iniciativa, falando sem parar, já que eu não havia me pronunciado ainda.
Então eu tomei coragem, respirei fundo e disse:
- Bom, eu acho que nós precisamos esclarecer algumas coisas, . Precisamos esclarecer o que é isso que anda acontecendo conosco nos últimos tempos, o que é essa relação que nós criamos? O que nós somos afinal? – ele se preparou para responder, mas eu continuei, precisava dizer tudo. – O que sentimos? Nós devemos mesmo ficar juntos? É isso mesmo que nós queremos, há confiança entre nós para isso? Precisamos rever as coisas, analisar se isso não é apenas uma paixonite, uma simples atração, se não é melhor nos afastarmos agora... – precisei respirar fundo por um momento para continuar, um nó terrível na garganta me incomodava. – antes que nós dois nos machuquemos, porque você não parece ser o tipo de cara que quer se comprometer a sério com alguém e eu não sou o tipo de garota que gosta de sofrer por um cara.
- Você dúvida do que eu disse que sinto por você? – ele disse com certa magoa na voz.
- Não é isso, é só que... Bem eu não acho que isso seja amor e... - ele me interrompeu.
- Isso não é amor?! – ele disse um pouco alterado e totalmente indignado com o que eu havia dito. – Você já praticamente definiu tudo, não é? Você e esse seu maldito escudo de proteção! Droga, ! - ele explodiu, assustando-me e logo continuou. - Mas se isso não é amor, , então me diz por que eu adoro a maneira com que você rola os olhos e sorri com os lábios fechados quando acha alguma coisa tola e logo em seguida abre aquele sorriso imenso, mostrando todos os dentes? Por que eu adoro a maneira com que você tira a franja da frente dos olhos? Por que eu adoro a sua mania irritante de ficar enrolando a ponta dos cabelos com o dedo? Por que eu adoro o brilho intenso dos seus olhos? O toque macio e quente dos seus lábios, o perfume da sua pele? Sentir você nos meus braços, pequena e frágil, sentir que só eu posso protegê-la, que você é só minha? Adorar vê-la dormindo pertinho de mim, ver como você é linda. E me diz, , por que eu adoro tudo em você?! Diga-me se isso não é amor, o que é afinal de contas?! Olhe agora nos meus olhos e me diga que você não sente o mesmo, que você não me ama como eu te amo. Fale alguma coisa! Diga-me logo que ‘não’ e eu vou embora e não te incomodo mais.
Estática, eu estava estática. Ele despejava todas aquelas palavras sobre mim e eu já não conseguia controlar as lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos. Ele me pegou desprevenida e eu não sabia o que fazer.
O tempo estava passando e ele já estava ficando impaciente com o meu silêncio e visivelmente magoado, mas eu simplesmente não conseguia falar, estava em choque. Nunca ninguém havia falado desse jeito comigo, nunca ninguém havia se declarado dessa maneira, eu nunca havia permitido que alguém chegasse tão perto. E ele estava ali, diante de mim, dizendo que me amava e esperando que eu correspondesse-o, que dissesse que sentia o mesmo — mas eu não consegui.
se irritou com o meu silêncio e tirou suas próprias conclusões sobre o porquê de eu não ter dito nada, ele se virou e seguiu em direção à porta, saindo e batendo-a com força, desaparecendo do meu campo de visão.
E eu? Eu, como sempre, uma idiota: que ficou parada, que não conseguiu dizer o que sentia. Meu coração gritava para que eu me movesse rápido, para que eu corresse ao encontro dele, para que eu não o deixasse ir dessa maneira, mas eu não consegui e iria acabar sofrendo as consequências desse ato mais tarde.
- ...
E essa foi a única coisa que eu consegui dizer — com a voz falha por causa do choro — mas já era tarde demais. Deitei-me em minha cama e chorei, chorei tudo o que precisava chorar até cair no sono e adormecer.


Capítulo 28 - "You are the only exception"


Despertei na manhã seguinte, sentindo um buraco enorme no peito, algo havia sido tirado de mim e, infelizmente, havia sido tirado por mim mesma. Eu era a maior culpada do que estava sentindo no momento. E o prêmio de idiota do ano vai para: !
Levantei-me totalmente sem vontade e vi que eram 10h50min da manhã, arrastei-me até o banheiro, onde decidi tomar um banho demorado para ver se pelo menos a dor corporal de uma noite entre lágrimas passava, porque a dor interior... Essa eu tinha certeza de que nunca mais passaria, não até que tudo se resolvesse.
Depois do longo banho, me vesti e olhei o relógio que marcava 11h45min da manhã e eu não imaginava que havia demorado tanto. Encaminhei-me até a cozinha, a casa permanecia em silêncio, e ainda dormiam. A festa havia mesmo sido boa — só não havia sido para mim.
Como já era praticamente hora do almoço, resolvi pular o café da manhã e preparar comida de verdade paras meninas e eu.
Enquanto o macarrão cozinhava, eu estava preparando o molho, iria fazer uma macarronada. Era o que a minha dor de cabeça me permitia preparar no momento. De repente, ouvi um barulho e me assustei, virando para trás e encontrando de camiseta e samba-canção parado na porta com uma cara de criança que pede desculpas por ter aprontado algo e logo percebi o que ele havia feito: o vaso de estava aos cacos no chão.
- Err... Desculpe, , eu... Eu sou um desastrado mesmo. - ele disse se sentindo culpado.
- Não se preocupe, , esse vaso era horrível mesmo. A gente limpa tudo aqui e depois diz pra que algum bêbado quebrou ele ontem na festa... A propósito, bom dia, dorminhoco, a noite foi boa pelo visto, hein? - sorri e pisquei para ele, que ficou aparentemente vermelho de vergonha.
- Bom dia, ! - ele disse envergonhado, mas com um lindo sorriso no rosto, veio até mim e me deu um beijo na bochecha.
Era bom ver que pelo menos para os meus amigos a noite havia sido boa.
- O cheiro está bom. O que você esta preparando aí, hein? - ele me perguntou, erguendo a cabeça em direção à panela no fogão.
- Macarronada, eu imaginei que todos acordariam com fome e seria bom comer uma comida decente, apesar de que eu não sei o quanto as meninas beberam ontem e se elas irão acordar com vontade de comer por isso. - eu disse e ri, ele acompanhou a minha risada.
Era bom estar ali conversando com , ele me distraia e me impedia de pensar em algo que provavelmente me faria chorar novamente, mas algo me dizia que o meu teatro mal feito não o estava enganando muito.
- , posso te perguntar uma coisa? - ele disse com receio e eu apenas assenti. – Bom, ontem à noite o saiu da festa feito um furacão, quase ninguém reparou, mas como ele passou por mim sem ao menos dizer uma palavra, eu achei estranho. Aconteceu algo com vocês? - ele perguntou e eu engoli em seco. Tudo bem, o meu teatro de que eu estava ótima não estava mesmo fazendo efeito.
era o único entre todos os nossos amigos, fora James e John, é claro, que sabia sobre e eu. Ele havia descoberto por acaso no dia em que fora à casa de pegar algumas demos, ele tinha a chave e ao entrar, viu-me na cozinha preparando o café da manhã, na semana seguinte ao dia em que eu havia aceitado o pedido de namoro de . E, bom, com tantas evidências, não teria como mentir para ele. Contamos tudo o que estava acontecendo entre nós nos últimos tempos, mas pedimos que ele mantivesse segredo a respeito de tudo. Ele discordou sobre a nossa vontade de guardar segredo, achando aquilo tudo uma bobagem, mas prometeu mesmo assim.
- ? - ele me chamou novamente e eu saí dos meus devaneios. - Se você não quiser contar, tudo bem, eu só estava querendo ajudar. - ele piscou.
- Não, tudo bem, eu vou te dizer o que aconteceu. - e eu lhe contei tudo, que não acreditou no que eu havia feito.
- Como assim, ?! Eu pensei que vocês finalmente iriam assumir para todos. Por que você não o impediu de ir embora? - ele me questionou.
- Não sei, ! Eu simplesmente não consegui, droga! - eu exclamei, já entre lágrimas, assustando-o um pouco pela minha reação.
Ele me olhou com pena e caminhou até onde eu estava, abraçando-me em seguida e me confortando. E nós ficamos ali, em um silêncio confortável, enquanto ele tentava me acalmar.
- Bom, você sabe que vocês precisam resolver isso, não? Quer dizer, você precisa conversar com o . - ele disse após longos minutos em silêncio, eu apenas assenti e afundei mais a minha cabeça em eu peito, tentando conter os soluços presos em minha garganta.


Um tempo depois, eu já estava mais calma, as meninas desceram, nós almoçamos. e saíram para um passeio, subiu para ligar para e eu me afundei no sofá da sala com um pote de sorvete em mãos, olhando intensamente para o celular a minha frente. Eu precisava fazer aquilo, mas o medo da rejeição me consumia. "Você fez, agora aguente as consequências, !", minha consciência exclamava furiosa.
Engoli em seco novamente, a minha consciência tinha razão, então peguei o telefone e disquei os números que já sabia de cor. O telefone tocou, tocou e nada. Já deveria imaginar que ele não me atenderia assim tão fácil. O que eu estava pensando? O melhor era ir até a casa dele.
Respirei fundo e fui até o quarto me trocar. Depois de pronta, avisei que iria sair, peguei a bolsa, caminhei até a porta da sala e a abri, respirei fundo e segui o caminho até onde tudo seria decidido.

"And I'm on my way to believing."

[N/A: Coloquem essa música para carregar.]


O táxi havia parado em frente à casa de . Minhas mãos e pernas tremiam, o motorista, estranhando a minha demora em descer, perguntou se era ali mesmo. Eu assenti, constrangida pelo meu estado. Paguei-lhe e desci do carro. E a partir daquele momento não teria mais jeito, eu teria que enfrentar o que estava por vir. Caminhei até a porta, respirei novamente, mas antes de tocar a campainha, uma risada desconhecida vinda lá de dentro me chamou a atenção. E antes que eu pudesse sair de lá, a porta se abriu e eu me deparei com e uma garota, parados na porta — meu coração desceu até os pés. Ela olhou para mim curiosa, mas ele apenas me olhou friamente e disse:
- O que você está fazendo aqui?
- Eeeu... - maldita gagueira!
Antes que eu pudesse continuar, a garota se pronunciou.
- Bom, , eu acho que você tem visitas, então eu já vou embora. - ela se virou para mim e disse: - Prazer, Abgail, mas pode me chamar de Abby. - eu forcei um sorriso e ela continuou. – Adeus, pequeno . - o beijou no rosto, acenou para mim e saiu.
Depois que ela nos deixou a sós, me olhou com aquele olhar penetrante novamente e eu não fazia ideia de onde poderia me esconder naquele momento.
- Então, você vai ficar parada aí, ou vai me dizer o que veio fazer aqui? - disse aparentemente cansado da minha presença. Eu tomei fôlego após o olhar dele e disse.
- Eu quero, ou melhor, eu preciso conversar com você, posso entrar?
- Acho que nós não temos nada para conversar, . - ele me chamou de , eu estava mesmo encrencada.
- Por favor, , eu só quero conversar com você. É a única coisa que eu te peço.
- Ontem à noite, quando eu queria conversar, você não estava muito a fim, não é mesmo? - ele perguntou sarcástico. Eu engoli em seco e continuei.
- Só te peço alguns minutos, depois, se você quiser, eu vou embora e não te incomodo mais. - repeti as palavras dele da noite passada. Ele me olhou magoado e assentiu, abrindo a porta e dando espaço para que eu entrasse.

"When I was younger I saw my daddy
Quando eu era mais nova eu vi meu pai
Cry in curse at the wind
Chorar maldições ao vento
He broke his own heart and
Ele quebrou seu próprio coração e
I watched as he tried to re-assemble it
Eu assisti enquanto ele tentava remontá-lo
And my mamma swore she would
E minha mãe jurou que jamais
Never let herself forget
Se deixaria esquecer
And that was the day that I promised
E esse foi o dia que eu prometi
I'd never sing of love if it does not exist
Nunca cantar sobre o amor se ele não existisse
But darling...
Mas querido...


- E então? - ele disse após perceber que eu ainda permanecia calada.
- Eu quero pedir desculpas por ontem, eu não deveria e nem queria ter dito aquilo. Eu realmente não duvido do que você sente por mim, , não mais, desde aquele dia em que você me pediu em namoro, eu só... - minha garganta apertou novamente, a voz ficou falha.
- Você só? - ele me olhou impaciente.
- Eu só senti ciúmes, ok? Você sabe que não tem um passado a se orgulhar e, mesmo assim, cercou-se de garotas ontem. Eu não duvido do que você sente por mim, eu só duvidei de que comparada àquelas garotas, eu não fosse capaz de te fazer ficar comigo. - eu desabafei e não consegui mais conter as lágrimas. E então eu ouvi as palmas.
- Nossa, ! Isso realmente me comove! - ele disse cínico, reagindo diferente da maneira que eu esperava. - Quer saber, eu não aguento mais essa história! Não consigo entender por que você se menospreza tanto. Droga! Se eu estava com você, era por que eu te amava e nenhuma daquelas garotas chegou aos seus pés, ! - ele desabafou.
Amava, ele havia dito a palavra no passado.

You are the only exception
Você é a única exceção
You are the only exception
Você é a única exceção
You are the only exception
Você é a única exceção
You are the only exception
Você é a única exceção


- Mas agora não tem mais importância, eu percebi que não importa o que eu faça, você nunca vai confiar em mim, então eu desisto. Desisto da gente, . - "Como assim desiste?" – eu pensei alarmada.
- Desiste? - a única coisa que eu consegui dizer, dando voz aos meus pensamentos.

Maybe I know somewhere deep in my soul
Talvez eu saiba algum lugar no fundo de minha alma
That love never lasts
Que o amor nunca dura
And we've got to find other ways
E nós temos que arranjar outros meios de seguir
To make it alone or keep a straight face
Em frente sozinhos ou continuar com uma cara boa
And I've always lived like this
E eu sempre vivi assim
Keeping a comfortable, distance
Mantendo uma distância confortável
And up until now I swored to myself
E até agora eu jurei pra mim mesma
That I'm content with loneliness,
Que eu era feliz com a solidão
Because none of it was ever worth the risk
Porque nada disso nunca valeu o risco
But you are the only exception...
Mas você é a única exceção ...


- Desisto. Não tem por que nós continuarmos com isso se tudo não passa de atração física, não é? - ele me lembrou das minhas palavras da noite passada. E o meu choro se intensificou.
- Você sabe que eu não quis dizer aquilo... - eu tentei explicar novamente.
- Não quis, mas disse, e já que o que havia entre a gente era só atração física e nós já a saciamos, não tem por que continuarmos com isso. Agora cada um segue o seu caminho. Foi bom enquanto durou, mas acabou! - ele disse frio novamente. - E agora se você me permite, eu preciso me arrumar para ir para a gravadora. - ele disse se encaminhando até a porta e a abrindo-a para que eu saísse. O olhei pela última vez e saí, ele fechou a porta com rapidez e eu disse, já do lado de fora, covardemente, apenas para mim mesma:
- Adeus, , agora eu sei que eu te amo e sempre vou te amar. Desculpe-me por ser tão covarde. - e uma última lágrima solitária escorreu pelo meu rosto.

I've got a tight grip on reality,
Eu tenho um controle apertado sobre a realidade
But I can't let go of what's front of me here
Mas não posso deixar o que está aqui diante de mim
I know you're leaving in the morning, when you wake up,
Eu sei que você vai embora pela manhã, quando acordar,
Leave me of some kind of proof it's not a dream
Me deixe com alguma prova de que isso não é um sonho
You are the only exception (...)
Você é a única exceção
You are the only exception (...)
Você é a única exceção (...)

And I'm on my way to believing
E eu estou a caminho de acreditar nisso
And I'm on my way to believing... "
E eu estou a caminho de acreditar nisso..."



Capítulo 29 - "You have stolen my heart"

Capítulo revisado por Abby


A minha vida não poderia estar pior. Primeiro eu descubro que estou apaixonada por um rockstar, depois nós brigamos e ele simplesmente não quer mais olhar na minha cara, e por último as minhas notas no curso de fotografia nunca estiveram tão baixas. Sério, se eu soubesse que as decepções amorosas causariam tanto efeito em mim a ponto de atrapalhar os meus estudos, eu teria sido mais dura comigo mesma e me impedido de mergulhar nessa maldita paixão! Ela só serviu pra me deixar triste, depressiva, cansada e sozinha.
Sim, sozinha, já que agora as minhas duas melhores amigas de infância namoram dois dos melhores amigos daquele em que eu não quero nem dizer o nome, porque só de pensar nele já sinto um nó na garganta. Tudo bem, isso ficou um pouco exagerado, mas o fato é que com as garotas namorando e , não tem sobrado muito tempo delas pra mim, e normalmente, quando todos resolvem sair em grupo, eu prefiro ficar em casa, pois é óbvio que ele sempre sai com todos. Ele e aquela tal de Abby, de onde surgiu essa vadia, afinal? Mas é claro que ele não iria se abater por uma paixãozinha, não é? Isso porque ele dizia que me amava! Homens! É sempre melhor se afastar deles. E não, eu não sou lésbica, só estou revoltada, magoada, triste, sozinha. Está bem, chega de melodrama barato! Preciso tomar alguma atitude, e farei isso já.
Levantei-me do sofá, onde havia ficado deitada durante toda a manhã assistindo desenhos animados com um pote de sorvete de morango em mãos, e segui em direção à cozinha, jogando o pote já vazio no lixo. Lavei a colher de sobremesa e subi as escadas em direção ao banheiro do meu quarto, me despi, tomei um bom banho quente e demorado. Saí enrolada em toalhas, me vesti com uma roupa confortável para uma caminhada e peguei meus óculos escuros inseparáveis. Fui até a sacada do apartamento e apanhei a guia, colocando-a em Billie Joe, meu lindo cachorrinho e única lembrança que eu insisto em guarda de você sabe quem, e saí com ele em direção ao parque próximo a nossa casa. Eu precisava definitivamente respirar ar puro. Eu precisava sobreviver sem ele, afinal de contas eu não havia nascido só pra ele, não é? Pois é, não havia.
- ? – ouvi uma voz conhecida me chamar, e quando me virei, encontrei Alex, meu colega de curso, sorrindo na minha direção. Nós havíamos nos tornado amigos no tempo em que viajara em turnê.
- Oi, Alex. – disse e sorri de volta, sempre achara que ele tinha um sorriso contagiante.
- Aproveitando esse dia lindo? – ele perguntou.
- É, tentando me animar um pouco nesse final de semana. - respondi. – Billie! – ralhei com o meu cachorro simpático ao extremo, assim que o mesmo pulou em cima de Alex, o “cumprimentando”.
- Não tem problema, eu adoro cachorros, tenho três em casa, deve ser por isso que ele pulou em mim, deve ter sentido o cheiro. Hey, amigão! – Alex fez carinho em Billie, que aparentemente adorou.
- Mesmo assim, me desculpe, ele ainda não tem noção do próprio tamanho.
- Não esquenta, . Bom, eu estava correndo e te vi aqui sozinha, resolvi parar pra dizer “oi” e conversar um pouco contigo. Que tal um sorvete? – ele perguntou, avistando um carrinho de lanches próximo.
- Não me leve a mal, mas acabei de devorar um pote de sorvete de morango em casa. – eu disse, envergonhada.
- Gosto de garotas com apetite! – ele disse, piscando e sorrindo. – Quer um algodão doce, então? – ele disse e meus olhos brilharam, sempre amei o “sabor das nuvens”, como mamãe o chamava. - Acho que isso é um sim, vou pegar e já trago. – ele disse, saindo em direção ao carrinho, e eu aproveitei para me sentar em banco próximo e tirar a coleira de Billie para que ele pudesse brincar um pouco enquanto Alex e eu conversávamos.
Fiquei durante bastante tempo no parque, deixei que Billie se divertisse ao máximo, a cada dia ele ficava maior e perdia as características fofas de filhote, mas só aparentemente. Ao vê-lo brincar, se percebia que ainda era um bebê grande, meu lindo e eterno filhote de chow chow.
- Você esta bem mesmo, ? – Alex me perguntou após um tempo em que estivemos em silêncio, apenas observando Billie brincar.
- Está tão óbvio assim? – perguntei, sorrindo fraco.
- Esses seus olhinhos tristes dizem muito. Parecem estar carregando muita coisa. – ele comentou, sinceramente.
E então eu me vi contando tudo a ele, tudo o que eu jamais tive coragem de desabafar com ninguém, nem com as minhas melhores amigas, tudo o que eu guardava só pra mim. Alex parecia aquele tipo de pessoa que você pode sempre confiar. Eu dizia tudo e ele apenas assentia, comentando nas horas certas. Ao final do meu relato, eu me percebi fungando, não havia notado que estava chorando diante dele, meu orgulho havia ido todo por água abaixo.
- Hey, calma. – Alex disse, me abraçando forte, eu me permiti enterrar o rosto em seu ombro e chorar enquanto ele acariciava os meus cabelos. – Sabe o que eu acho? – ele perguntou baixinho, eu murmurei algo incompreensível, pedindo para que ele concluísse. – Eu acho que ele realmente te ama, mas está muito magoado agora, por isso ele agiu dessa maneira com você. Nós, homens, quando estamos com o orgulho ferido, não conseguimos lidar muito bem com tudo e acabamos descontando em quem amamos.
- Ele sente raiva de mim, eu sei. – disse, desencostando meu rosto de seu ombro e o olhando.
- Isso vai passar, e se não passar, você é linda e incrível, , qualquer cara no mundo ficaria feliz em te ter ao seu lado. – ele finalizou, sorrindo, e eu senti o meu rosto corar.
Nós só deixamos o parque quando a fome apertou em ambos, Billie já estava inquieto, e eu confesso que o meu estômago também estava, então o prendi novamente e segui em direção a nossa casa com Alex ao meu lado, já que ele insistiu em me acompanhar. No caminho, senti uma sensação estranha, era como se estivesse sendo observada. Senti um pouco de medo de tal sensação e acelerei o passo, fazendo com que Billie corresse mais a minha frente, o que acabou por me deixar sem fôlego. Nota mental: voltar a praticar exercícios.
Chegamos à entrada do prédio e a sensação ainda me rondava, olhei para todos os lados, mas como não consegui enxergar nada, resolvi adentrar o condomínio e ir finalmente acabar com a fome de Billie e com a minha também.
- Obrigada pela companhia, Al. – eu disse, me despedindo dele, me aproximei para lhe dar um beijo no rosto, mas, num ato inesperado, ele virou o mesmo, selando os seus lábios aos meus. Tomando-me pela cintura.
Eu fiquei estática durante o beijo desajeitado e inesperado, sem saber como reagir. Alex estava mesmo me beijando?
Talvez por notar a tensão que se espalhava sobre o meu corpo e a minha falta de reação ao beijo, ele me soltou rapidamente, me olhando apreensivo.
- Desculpe, , eu não sei o que deu em mim, eu só queria... Só queria te fazer feliz. – ele disse tudo de repente. – Eu gosto de você, gosto muito de você. Não quero te ver sofrendo, desculpe se agi rápido demais. Foi um impulso. – Ele finalizou, abaixando o rosto, não conseguindo me encarar.
- Tudo bem, Alex, não estou brava, apenas não faça mais isso. Não estou preparada pra me envolver com ninguém ainda. A minha vida amorosa está muito confusa. Agora eu preciso entrar, até outro dia.
Segui para dentro do condomínio sem esperar ele se despedir, sem olhar para trás. Meu coração estava acelerado, uma sensação ruim tomou conta do meu corpo, como se algo muito errado tivesse acabado de acontecer, algo que me faria sofrer mais tarde.

’s P.o.v

Idiota, eu era mesmo um idiota. Como pude sequer pensar que ela estivesse mesmo sofrendo pelo nosso término tanto quanto eu? Como pude acreditar naquelas palavras ditas alguns dias atrás na minha casa.
Ela havia ido até lá tentar se explicar, eu estava muito puto naquele dia, não queria mais vê-la, eu a tratei mal. Mas, no fundo, algo sinalizava dentro de mim, algo me dizia que eu havia agido errado com ela, mesmo com tudo o que ela havia me dito na festa, eu sabia que eram apenas palavras soltas saindo da boca de uma garota orgulhosa e confusa. Era isso o que era, orgulhosa e confusa. Ela não admitiria tão cedo que me amava, pelas razões tortas dela, mas no fundo eu sabia que ela me amava, até aquele momento.
No dia em que eu fechei a porta de casa a deixando do lado de fora, me encostei à mesma, sentindo todo o meu corpo doer, e pude ouvir o que ela disse baixinho, o que esperei tanto pra ouvir. Aquilo me frustrou, eu não deveria ter sido tão grosso, mas não conseguia controlar a raiva. Ela não havia lutado por nós.
Então, dias depois, após refletir sobre tudo e estando um pouco mais calmo, eu decidi ir vê-la. Decidi dar uma chance para que ela se explicasse novamente, para que talvez, quem sabe nós pudéssemos nos acertar. Essa foi à ideia mais imbecil que eu tive.
Estava andando em direção ao apartamento dela, resolvi ir andando, pois estava em uma reunião em um prédio próximo ao local e então a avistei mais a frente, ela passeava com Billie, mas eles não estavam sozinhos, alguém os acompanhava, um cara.
Continuei os acompanhando de longe, falaria com ela quando estivesse sozinha, pelo menos era o que pretendia, eu achava que aquele cara era só um amigo, mas senti meu corpo todo estremecer e borbulhar de raiva logo em seguida assim que o vi a beijando em frente à entrada do prédio. Era isso, ela não me amava tanto assim, afinal. Pelo visto, ela já havia me superado. E era isso que eu deveria fazer também, eu deveria superá-la de vez. Mais uma vez eu havia sido feito de idiota. Mais uma vez a porcaria do amor havia brincado comigo.
Lá estava eu novamente, havia me deixado levar pelo maldito sentimento outra vez, e eu havia me fodido de novo. Mas esse idiota aqui agora estava completamente sem forças pra encarar os dois. Não, eu não conseguiria aguentar outro rompimento, outra traição, outra briga. Então ao me deparar com e aquele cara desconhecido aos beijos na entrada do apartamento dela, eu não gritei, não questionei, não o soquei como havia feito com Antony, apenas me virei e fui embora sem que eles me notassem, eu estava cansado, era isso, esse seria o fim. Ela havia feito a sua escolha.
(...)

- Tenho uma última novidade antes de encerrarmos essa reunião. – Fletch estava falando há algum tempo, mas eu sinceramente não prestava atenção. – A gravadora irá promover uma festa em comemoração ao lançamento do novo CD e, óbvio, ao lucro das vendas. Será na próxima sexta, podem convidar os seus amigos.
Festa, era disso que eu precisava. Festa, bebida e garotas fáceis. Eu precisava voltar aos velhos hábitos, quem sabe assim eu não me curaria logo dessa merda de amor.
- Preciso ligar pra . – disse, se levantando e saindo para fazer a tal ligação.
- E eu preciso avisar a . – também comentou.
- Vai levar alguém em especial, cara? – questionou, me olhando de uma forma estranha.
- Vou ver se acho alguém naquela minha agenda preta. – respondi sem encará-lo.
- Certeza? Eu pensei que você fosse convidar a... – ele dizia, mas eu o interrompi.
- Quem, ? Não existe nenhuma garota em especial pela qual eu esteja interessado no momento, por isso, talvez, eu escolha no uni-duni-tê. – disse dando de ombros.
- , não precisa tentar me enganar. Acho que todos já percebemos que esta rolando algo entre você e a . – ele disse de repente, e só de ouvir aquele nome meu corpo todo ficou tenso.
- De onde você tirou essa ideia bizarra, cara? Eu e aquela garota insuportável? Só nos meus piores pesadelos. – como eu a odiava naquele momento. Ele me olhou, confuso.
- Mas vocês... Pra que fingir, cara? – ele voltou a questionar.
- , eu não tô fingindo porra nenhuma. Não tenho nada com aquela lá, tira essa ideia da cabeça. E eu vou nessa porque tenho coisas pra fazer, hoje. – finalizei, me levantando e andando rapidamente em direção à saída. Eu precisava ir embora, aquela lembrança que ele me trouxe dela já estava me sufocando. Esbarrei em na saída, ele me disse algo, mas eu definitivamente não ouvia mais nada naquele momento, a não ser o meu coração acelerado.

’s P.o.v.

- Eu já disse que não vou a essa festa. – concluí, andando em direção à sala. Billie estava deitado sobre o tapete de centro, todo esparramado. Sorri ao vê-lo daquela maneira. Eu adorava aquele cachorro.
- Mas o convidou a todas nós, ele disse que a nossa presença é indispensável. – disse, tentando me convencer.
- disse a mesma coisa. – apareceu naquele momento.
- Viu, ? Nós temos que ir. – insistiu mais uma vez.
- Esquece, , eu já disse que não vou. – finalizei, tentando parecer decidida, mas então meu celular tocou e eu vi o nome de John no visor. – Oi, John. – meu chefe respondeu do outro lado da linha, me dizendo logo o que pretendia e era o que eu mais temia. – Mas eu tenho mesmo que ir? Quer dizer, você não pode ir sozinho? – ouvi a sua resposta, eu não teria escapatória. Me afastei das garotas, indo em direção à sacada, e tentei mais uma vez. – John, por favor. Você sabe o motivo real pra eu não querer ir. – implorei uma última vez, ele sabia de tudo, afinal. Mas John foi irredutível. Eu não podia misturar vida pessoal com trabalho – Tudo bem então, nos vemos lá. – eu finalizei. Ele se desculpou e encerrou a ligação.
Eu suspirei profundamente, tentando ser forte para suportar o que estava por vir, e adentrei novamente a sala, encontrando as garotas sentadas no sofá, conversando. acariciava a barriga de Billie, que parecia adorar o carinho, pois estava praticamente dormindo.
- Parece que vocês venceram, John acabou de me ligar, dizendo que eu terei que ir a essa festa a trabalho. – respondi, me jogando no sofá, ao lado das minhas amigas.
- Vai dar tudo certo, . – disse, me olhando nos olhos, e eu finalmente notei que ela sabia.
- Acho que precisamos conversar, não é mesmo? Vamos ser sinceras, garotas. Hora da noite do pijama! Vou buscar os cobertores, , faça pipoca e chocolate quente. Vamos animar a nossa querida . – disse, se encaminhando em direção ao quarto. me abraçou rapidamente e seguiu até a cozinha.
Noite do pijama era algo que fazíamos desde pequenas, era uma pequena reunião que usávamos para desabafar umas com as outras, um momento onde contávamos tudo o que realmente sentíamos.
No fundo, eu sabia que nunca as havia enganado, nós éramos mais que amigas, a ligação que nos unia era completamente fraternal, tínhamos um laço inseparável. Eu me sentia mal por ter mentindo para elas por tanto tempo. E naquela noite eu finalmente decidi contar toda a verdade.
(...)

O taxista estacionou em frente a uma das boates mais famosas da cidade, a entrada estava cheia de gente, pessoas querendo entrar naquela festa VIP a qualquer custo, imprensa, fotógrafos tirando fotos e mais fotos. Desci do veículo, acompanhada por e , os flashes me cegaram. Grande ironia da vida, uma fotógrafa se incomodando com flashes. Bom, era óbvio que eu preferia permanecer atrás das câmeras que diante delas.
Respirei fundo mais uma vez e segui as garotas em direção à entrada do local, entregamos nossos convites diante dos olhos invejosos de algumas pessoas que esperavam na fila há horas e entramos.
Pude distinguir a batida animada de “You make me feel”, do Cobra Starship, tocando a todo vapor, a pista de dança já estava tomada por pessoas se mexendo para todos os lados no ritmo do som, as luzes do local também pareciam “dançar” em sincronia. Andamos em direção à área VIP, e assim que entramos, nos avistou e veio logo andando em nossa direção, nos levando até a mesa que eles tinham reservado. Todos estavam lá: , John, Fletch, os garotos, Gabi, que eu não via desde a noite no Pub e de quem senti falta. Cumprimentamos os presentes e nos sentamos. Todos estavam lá, realmente, com exceção de alguém que vocês podem imaginar. Por um momento eu cogitei a hipótese de que ele talvez não tivesse ido. Mas essa era uma ideia idiota, afinal de contas, aquela era uma festa da banda dele.
Então, alguns minutos depois, eu o vi, ele adentrou o local abraçado a uma garota, e eu pude reconhecê-la. Era a tal Abby, a garota que eu havia visto deixando a sua casa algum tempo atrás, no dia em que eu estava decidida a me humilhar por ele.
O costumeiro nó que se alojava na minha garganta todas as vezes que algo relacionado a ele chegava ao meu conhecimento retornou assim que os vi. Ela ria de algo que ele dizia, isso me lembrava das vezes que ele me havia feito rir daquele jeito. Mas isso logo foi substituído pelas lembranças das noites em que chorei por ele. E o que doía mais era saber que tudo aquilo era por culpa minha. Respirei fundo novamente, antes que eles chegassem até a mesa.
cumprimentou a todos, me ignorando, como previsto. Apresentou a garota a John e as meninas, mais por educação, os garotos pareciam conhecê-la. Talvez ela fosse mais uma de suas ex-namoradas.
Um garçom passou por mim, e eu rapidamente tratei de apanhar uma taça de champanhe que ele carregava em sua bandeja, tomando-a de uma só vez. Mas o líquido parecia ser fraco demais para me livrar de tudo aquilo, então me levantei e segui até a sacada da área VIP, de onde podia ver todos dançando e se divertindo lá embaixo, na pista de dança. Eu queria me divertir daquela maneira. Aquilo, de certa forma, me lembrava do dia em que chegamos a Londres, da vez em que as garotas e eu fomos aquele maldito pub, do dia em que conheci . E o maldito nó deu sinal de vida novamente em minha garganta, pude sentir meus olhos arderem, mas eu não iria chorar, não hoje, não na frente dele.
- Hey, eu me lembro de você. – Uma voz conhecida surgiu atrás de mim, me virei, encarando aquela garota, Abby. – , não é? O idiota do não nos apresentou, mas eu a reconheci. - ela disse, sorrindo, e eu queria socá-la naquele momento e tirar aquele sorrisinho irritante de seu rosto. Mas me controlei, não iria fazer um barraco, não mesmo. Se isso era o que ele queria.
- É isso mesmo. O se esquece de ser educado, às vezes. – eu disse, ríspida, ela gargalhou.
- sempre foi assim, desde criança. Nossa mãe tinha que repreendê-lo muitas vezes. – ela disse. Espera, ela havia dito “Nossa mãe”?
- Você é irmã dele? Desculpe-me, eu não queria ter dito isso. – disse, envergonhada, não acreditando naquilo. Naquele momento eu só queria um buraco fundo onde pudesse me enterrar.
- Não tem problema, . Posso te chamar de , não é mesmo? – eu assenti. – Eu sei bem o irmão que tenho. E sei também que ele apenas fez isso porque ele esta magoado, já que ele te ama. – rápida e direta, ela não parecia ser do tipo que fazia rodeios para falar.
- Como você sabe? – questionei, confusa.
- Eu sou a irmã mais velha daquele peste, sempre brigamos como muitos irmãos, mas eram brigas inocentes. No fundo, sempre soube que eu era a sua melhor amiga, assim como ele é o meu. Não existem segredos entre nós. E então você deve imaginar que ele não esconderia de mim algo como o que ele sente por você. – ela disse, sorrindo. – O meu irmão realmente te ama.
- Eu sei. – disse baixo, envergonhada. – E sei também que fiz a maior besteira da minha vida quando o afastei de mim.
- Falando como a minha mãe, agora. Vocês são jovens e se amam verdadeiramente. Eu sei que vão se acertar. Sinto que vocês foram feitos um pro outro. Acredite nisso. – Abby sorriu novamente e se afastou, indo em direção à pista de dança. Eu sorri fracamente e me peguei olhando para todos os lados, tentando encontrá-lo.

Estava fotografando as pessoas na festa, a pedido de John, e não demorei muito para encontrar , na verdade, naquele momento seria melhor se não o tivesse feito. Lá estava ele sentado em um sofá na parte de baixo do pub, com uma garota vestindo uma saia curtíssima sentada em seu colo, eles se beijavam agressivamente. Eu só queria desaparecer dali naquele instante.

- Está tudo bem? – John me perguntou, encarando o mesmo ponto fixo para onde eu olhava.
- Eu queria sumir. – confessei, o olhando tristemente.
- Desculpe, eu não devia ter te obrigado a passar por isso. – ele me olhou, culpado.
- Não é sua culpa, John, esse é o meu trabalho, e além do mais, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. – disse, apontando em direção ao casal que parecia querer se fundir naquele sofá.
- Mesmo assim, eu sei que deve estar sendo difícil pra você, por isso estou te liberando, se quiser ir embora, pode deixar que eu me viro sozinho.
- Nem pensar, John, eu sou sua assistente, tenho que te ajudar, sou paga pra isso e eu tenho estado em falta com você. Eu vou ficar bem. – tentei em vão convencê-lo, mas acho que não estava convencendo nem a mim mesma.
- Isso não é um pedido, , é uma ordem. Vá logo para casa. – ele me encarou sinceramente.
- Tem certeza? – insisti.
- Anda, garota! – ele brincou.
- Obrigada, John, você é o melhor patrão do mundo e um grande amigo também. – sorri verdadeiramente.
Despedi-me dele, me afastando após isso e seguindo até a mesa para apanhar a minha bolsa e me despedir dos outros.

- Ele não tá bem, cara, não parou de beber desde que chegou aqui, e agora tá agarrado com aquela garota. – comentava com , eles conversavam, sentados à mesa onde todos estavam. Bom, nem todos, muitos já se divertiam na pista de dança, as garotas, inclusive.
- Eu percebi, cara, ele tem os motivos dele. Mas acho que ele exagerou, agora. – dizia, passando as mãos pelos cabelos de maneira nervosa.
- Você sabe o que ele tem, não é? Sabe por quem ele esta assim. – perguntou e eu senti o meu estômago embrulhar. não contaria, contaria?
- Sei, , mas isso é coisa do , se ele quiser falar, ele vai falar. Prefiro não me meter nessa história, pelo menos por enquanto. – finalizou.
- Eu acho que desconfio o que seja, mas não vou me meter também. – comentou. Então eu tomei coragem e caminhei até eles para apanhar a minha bolsa e ir logo embora dali.
- Hey, garotos!
- Oi, . – me cumprimentou com o seu lindo sorriso.
- Hey, gatinha. – se levantou e me deu um abraço e um beijo no rosto. – Faz tempo que não conversamos, sinto sua falta, baixinha, sinto falta da amiga que você se tornou pra mim. – ele disse, me olhando carinhosamente. Eu também sentia falta de .
- Eu também, gordinho. – disse, lhe beijando as bochechas. – Mas infelizmente eu preciso ir. – sorri de maneira triste, ele fez bico.
- Tão cedo, ? – perguntou.
- Dor de cabeça. – eu menti.
- Ah, que pena. Quer que um de nós te leve embora? – ele ofereceu.
- Não precisa, , já chamei um táxi.
- Você e essa sua mania de táxis. – brigou.
- Não gosto de incomodar as pessoas, gordinho.
- Certo, não vou insistir porque te conheço. – ele se rendeu.
- Obrigada, vocês podem avisar as garotas que eu já fui? – pedi.
- Claro, não se preocupe. Agora vou lá proteger a minha namorada desses marmanjos. – respondeu e me deu um beijo no rosto, se despedindo e indo em direção à pista de dança, onde Gabi estava com as garotas.
- Esta tudo bem mesmo, ? – disse.
- Por que todos estão tão preocupados com o meu bem estar, hoje? – questionei, tentando aliviar o clima.
- Não precisa mentir pra mim. – Era um problema mentir para quem já sabia de tudo, e John me irritavam por isso. Só faltavam agora me aparecer , e para completar o time.
- Eu só preciso ir embora, amor. – pedi.
- Tudo bem, vê se melhora, ok? E nada de se entupir de sorvete de morango e chocolates, mocinha. – ele advertiu. Droga! Ele me conhecia bem.
- Vou tentar, mas não prometo nada. – brinquei. Despedi-me dele com mais um beijo no rosto, apanhei a minha bolsa e desci as escadas da área VIP, tentando com dificuldade alcançar a saída daquele lugar, o que havia se tornado uma tarefa árdua devido à quantidade de pessoas que se encontravam ali.

Estava próxima do meu objetivo quando um silêncio estranho tomou conta do lugar, todos pararam de dançar e se questionavam o que havia acontecido com a música. De repente, uma única voz invadiu o ambiente, sem o acompanhamento de nenhum instrumento, uma voz que eu conhecia muito bem, uma voz que ainda invadia os meus sonhos. Ele cantava, de uma maneira embolada, talvez por não estar sóbrio, mas a voz não deixava de ser a mais linda que eu já ouvira em toda a vida. Então eu me virei em direção ao palco, onde ele estava reconhecendo a letra daquela canção. Não tive coragem de encará-lo.

[N/A: Coloque essa música para tocar]

“If you feel like runnin today
Se você quiser fugir hoje
You know I'd understand
Sabe que eu entenderia
You don't but you long
Você não, mas você gostaria
It's easier to get away
É mais fácil fugir
When on the other hand
Quando por outro lado
You know I'm not much better without you
Você sabe que não sou muito melhor sem você
I'm like your victim and all that you need is an alibi
É como se eu fosse sua vítima e tudo o que você precisa é de um hálibi
It’s one thing about you
Isso é uma das coisas sobre você
I don't wanna make you cry
Não quero fazer você chorar”.

Eu queria ir embora, queria fugir, mas os meus pés pareciam estar presos ao chão. E então, por um erro idiota, eu levantei o rosto e o encarei. Meu coração desceu até o calcanhar naquele momento. Meus olhos ardiam, eu não conseguiria controlar as lágrimas por muito tempo. Os olhos dele tinham uma chama, mas aquilo não parecia paixão. Parecia raiva. Era isso, me odiava. Eu o havia perdido pra sempre. Ele me encarou profundamente e cantou o refrão.

“Damn girl, dry your eyes!
Droga garota, enxugue seus olhos!
You stole my heart and then you kicked it aside.
Você roubou meu coração e depois jogou ele de lado.
No girl, you can't see.
Não, garota, você não consegue ver.
When he's inside you know there's no room for me.
Quando ele está dentro, você sabe que não há espaço pra mim.”


E eu percebi que não conseguiria ficar mais nenhum minuto naquele lugar, as lágrimas já caíam pelo meu rosto, incansáveis. Juntei as forças que me faltavam e segui apressadamente até a porta, indo embora sem olhar pra trás.


Capítulo 30 – “I’m sorry, I’m not what you wanted”

[n/a: Sugiro ouvir essa música durante a leitura.]



Dias depois me levantei cedo, minha cabeça doía, mas eu precisava fazer algo definitivamente. Precisava terminar aquilo tudo de vez. Mesmo que o que eu iria fazer fosse recorrer ao ato mais fácil e menos corajoso de todos, era tudo o que me restava.
E então, lá estava eu, mais uma vez parada em frente à porta da casa dele, mas eu não iria incomodá-lo desta vez, iria apenas lhe entregar uma carta. Uma carta de despedida colocada por debaixo da sua porta por uma garota covarde.

~~~~~

,
Talvez isto não seja um pedido de desculpas suficiente, acho que nada nunca será o suficiente.
Eu só queria que você soubesse o que eu realmente sinto, mas que o orgulho e o medo me impediram de te falar.
Sim, eu tenho medo, medo de me entregar. Eu admito.
Tenho medo de você não me amar como eu te amo, mesmo você afirmando com todas as letras, com todos os gestos. Tenho medo de não te encontrar pela manhã quando acordar, assim como aconteceu com a minha mãe um dia. Eu sei que não sou ela, mas esse medo sempre me perseguiu.
Por experiência própria, eu vi que o amor pode ferir e que ele pode ser ruim. Vi alguém muito importante passar por isso e, desde então, prometi a mim mesma que nunca deixaria que o mesmo acontecesse comigo.
Você me disse aquele dia que eu havia projetado um muro entre nós e eu acho que foi exatamente o que fiz. Eu precisava desse escudo de proteção para me sentir confortável e segura. Mas, infelizmente, eu não havia percebido que também precisava de você para isso.
As coisas entre nós aconteceram tão rápido, eu não consegui controlar e por medo fiz o que fiz. Como tudo na vida tem um preço, o meu, por ser tão insegura, foi perder você. Porque eu sei que te perdi, . E agora, após o episódio do pub, acho que foi para sempre. E eu sei que sou a culpada por isso.
Por isso eu decidi que não vou mais atrapalhar a sua vida, não quero que você sofra novamente. Você merece alguém melhor que eu, melhor que a Alison. Você é uma pessoa incrível, pena que eu demorei tanto para perceber isso. Você merece alguém que corresponda a tudo o que você sente e tem para oferecer. Infelizmente, acho que não sou esse alguém.
Não se preocupe, eu não vou mais te procurar.
Eu te amo, me perdoe por demorar tanto pra dizer.

Com amor, da sua esquentadinha,



~~~~~

Empurrei a carta por baixo da porta devagar, tentando não fazer barulho, e fui embora. Eu era mesmo uma completa covarde.
- ! Onde você estava? Eu te liguei várias vezes e você não atendeu. – disse, estranhamente angustiada.
- Eu saí pra dar uma volta, . – ela me olhou preocupada. – Esqueci meu celular no estúdio. – completei.
- Durante o dia todo?! – ela exclamou exaltada. Algo estava muito errado.
- ! Até que enfim. – surgiu na sala e se mostrou mais aliviada ao ver-me. Com toda a certeza havia algo estranho acontecendo.
- Certo, gente! Digam logo o que está acontecendo. Que desespero é esse? O que você quebrou desta vez, ? – perguntei rindo, as duas se entreolharam um pouco receosas, como se estivessem escolhendo as palavras certas por onde começar. Eu senti algo ruim no estômago, meu coração se apertou imediatamente e recolhi o sorriso do rosto por instinto. – Falem! – eu ordenei nervosa.
- Minha mãe me telefonou hoje pela manhã... – se calou de repente e eu supliquei que ela prosseguisse logo. – A tia Rose... Ela não está muito bem de saúde, . Já tem algum tempo. Ela teve que ser internada ontem às pressas. E segundo a minha mãe, o estado é grave. – ela me olhou apreensiva, esperando a minha reação, pronta para me acolher a qualquer momento.
- Como assim internada?!! O que aconteceu com a minha mãe?! Por que não me avisaram que ela estava doente? Por que ela não me disse nada?! – de repente me senti desesperada. – Eu vou agora mesmo para Bristol! Quero ver a minha mãe agora! – anunciei, já sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e caminhando apressadamente até o meu quarto, a fim de fazer as malas.
- Calma, amiga, nós imaginamos que você fosse querer isso. Já compramos as passagens. – disse, acompanhando-me pelo caminho. – Nosso voo sairá amanhã de manhã.
- Amanhã?! – questionei, eu me sentia triste e angustiada. Não, a minha mãe não poderia estar doente.
- Não conseguimos nada para antes disso, . Desculpe. – respondeu parada à porta do quarto. Eu colocava as roupas desesperadamente na mala, com ao meu lado.
- Tudo bem. – respondi baixo e me permiti cair sentada no chão do quarto, meu coração estava a cada minuto mais apertado, não aguentei e as lágrimas caíram violentamente pelo meu rosto. Senti as garotas me abraçando.
Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo, como se eu estivesse sendo castigada por ter feito algo muito ruim em outra vida. E então eu não ouvi mais nada, eu havia apagado completamente.

(...)

- Ela está acordando, ! – ouvi a voz de surgindo aos poucos em minha mente.
- Ah! Graças a Deus! – exclamou. – , você está bem?
- O que aconteceu? – eu perguntei, sentindo-me um pouco perdida.
- Você desmaiou, amiga. – disse. – Sente-se bem agora?
- Acho que sim. – respondi, tentando sentar-me, minha cabeça latejou.
- Há quanto tempo você não se alimenta, ? – perguntou autoritária.
- Acho que desde ontem, na hora do almoço. – eu respondi sincera, não tinha vontade de comer nos últimos dias.
- Você ficou maluca, ?! São nove da noite! Você não come nada há praticamente um dia! – brigou comigo, seguindo o seu extinto maternal. – Vou preparar algo para você comer e nem ouse recusar! – ela disse, indo em direção à cozinha.
- É melhor você obedecer, sabemos como a é e sempre será maternal e superprotetora conosco. – disse e eu assenti, sorri fracamente para ela e a palavra maternal ecoou em meus pensamentos. A minha mãe não podia estar doente, não ela. Não justo a pessoa que eu mais amava na vida. Eu não aguentaria viver sem ela.
– Vamos assistir algum seriado na TV enquanto esperamos. Você precisa se distrair. Que tal 2 Broke Girls? – ela disse, ligando o aparelho e sentando-se ao meu lado, eu consenti, mas eu acho que nem as confusões de Max e Caroline me fariam sorrir naquele momento.

’s POV

Mais uma manhã chuvosa em Londres, mais uma noite dormindo naquela cama vazia. Eu não deveria mais pensar nela, não deveria mais sequer sentir a sua falta. Mas isso era como se alguém me pedisse para deixar de respirar, era algo impossível, por mais que eu lutasse contra.
Já havia preenchido a minha cama com outras garotas nas últimas semanas, mas eu não me atrevia a passar a noite com nenhuma delas. Nenhuma nunca seria como ela. Eu nunca mais deixaria nenhuma ser. Já estava farto de viver num eterno romance adolescente barato, eu precisava seguir em frente. Pois a própria vida seguia sozinha.
Minha cabeça doía. Levantei-me, sentindo-a pesada e caminhei até o banheiro, fiz o que tinha que fazer por lá e deixei o quarto, descendo as escadas e seguindo até a cozinha. No caminho, algo no canto da porta de entrada me chamou a atenção: era um envelope azul claro. Quase jogado embaixo do tapete de entrada, praticamente imperceptível. Não me lembrava de tê-lo visto por ali na noite anterior. Talvez estivesse ali há dias, mas no estado de embriaguez que eu me encontrava quando fui deixado em casa por algum dos meus amigos — que não me lembro de quem era no momento — era bem provável que não me recordasse de nada.
Abaixei-me para apanhá-lo, não havia remetente, então concluí que provavelmente não havia sido deixado pelo carteiro. Deveria ser alguma carta de fã, elas começaram a surgir com frequência quando o meu novo endereço foi descoberto. Abri o envelope meio sem vontade, não por não gostar de receber cartas das nossas fãs, mas por me encontrar sem vontade para nada naquele momento.
Aquela letra familiar no papel logo me chamou a atenção e as palavras que li a seguir pareciam torcer o meu coração cada vez mais forte.

(...)

Eu estava parado, sentado no sofá da sala há algum tempo, olhava o papel branco em minhas mãos sem realmente vê-lo, meus pensamentos estavam longe, eu sentia raiva, magoa e saudades. Por que ela havia demorado tanto? Por que ela deixou tudo chegar àquele ponto?
Um tempo depois, meu telefone tocou. Eu o atendi automaticamente, ainda sem vontade para nada. Era , informando-me que Fletch havia nos convocado para mais uma reunião sobre a gravação do próximo CD. Tentei me livrar daquilo, mas ele garantiu que se eu não aparecesse, Fletch cortaria o meu pequeno companheiro em pedacinhos. E eu não duvidava que ele pudesse fazer isso. Nosso empresário era bem incisivo em relação aos compromissos com a banda, e eu não deixava de lhe dar razão quanto a isso. Eu deveria ser assim também de agora em diante, deveria me focar mais no trabalho e esquecer a vida pessoal.
Troquei-me rapidamente, peguei as chaves do carro e segui ao encontro dos meus amigos na gravadora.
- Como ela tá, amor? – dizia ao telefone assim que eu entrei na sala de reuniões. Ele estava, aparentemente, sozinho. – Entendo, mas não se preocupa, ela vai superar, a tem que superar. – meu corpo estremeceu ao ouvir aquele apelido e, de repente, me senti estranho, como se algo muito ruim estivesse acontecendo. Mantive-me quieto, prestando atenção à conversa. – Eu sei, , aconteceu tudo de uma vez, a pobrezinha deve estar sem saber o que fazer. Mas a é forte, ela vai conseguir seguir em frente, mesmo após isso. Ela vai ver que a mãe foi pra um lugar melhor. – ele fez uma pausa, provavelmente ouvindo a namorada. – Ela não vai ficar depressiva, , é só uma fase. Qualquer um ficaria assim após a morte da mãe. Fique calma, ok? Eu te amo, beijos, e se cuidem. – ele finalizou e respirou fundo. Virando-se de repente e finalmente me notando ali. – Ah, você chegou, cara! Desculpe, eu nem percebi.
- Sem problemas, agora não me enrole e me conte logo o que aconteceu com a ! – eu pedi desesperado e então ele me olhou triste e relatou toda a história.


Capítulo 31 – “I’ll never be the same here without you”

n/a: Sugestões para ler ouvindo
Adele
Simple Plan
Jet
The Fray



’s POV

A insônia me perturbava, maldita insônia. O dia já estava quase amanhecendo e eu ainda não havia conseguido pregar os olhos, e isso se repetira com frequência nos últimos dias. Havia tantas coisas a serem ditas, tantas coisas que não consegui explicar, precisava falar com ela, precisava mostrar como estava me sentindo, então decidi escrever uma carta, mais uma carta onde eu explicaria tudo, escreveria e a deixaria no seu local de descanso eterno, fui até a mesinha do meu computador, peguei papel e caneta e comecei:

~~~~~

Mamãe,

Você se foi e eu não sei por que você me deixou aqui, eu fico pensando em uma razão para você não ter me dito nada sobre a doença, tentando entender por que você preferiu me manter longe de você nos seus últimos meses de vida. Agora você não voltará mais, mas eu queria ter tido uma última chance, ter passado esses últimos meses ao seu lado.
No fundo, eu sei quais foram as suas razões, lembro-me exatamente do que você me disse dias antes de eu me mudar para Londres, quando eu ainda estava em dúvida sobre a mudança. Acho que pressentia algo, mesmo você não tendo me dito nada. Lembro-me daquele dia como se fosse hoje, eu estava com medo, com medo de deixá-la, com medo da mudança para uma cidade desconhecida, com pessoas desconhecidas. Sempre tive medo do novo, sempre tive medo de ficar sem você. Tinha receio de que tudo desse errado, de que eu não me adaptasse, mas você estaria sempre lá pra mim, e foi por causa dos conselhos que você me deu naquele dia, eu finalmente tomei coragem e disse às meninas que me mudaria com elas. Você disse:
“Filha, você não pode ter medo do mundo, você precisa ter novas experiências, todos precisamos. Você deve seguir os seus sonhos, alcançar os seus objetivos, ser feliz, encontrar o amor, mas se você se sentir só e triste, a mamãe sempre estará aqui, para sempre”.
Você disse essas palavras e apontou para o meu coração e agora eu entendo, mamãe. Mesmo sabendo que sentirei muito a sua falta, agora eu entendo os seus motivos. Não nego que fiquei um pouco magoada quando você me contou da doença, quando já estava em estado terminal, mas sei que você queria me poupar, queria o melhor para mim. Se eu soubesse da doença antes, com certeza não teria ido para Londres, não teria vivido as experiências tão incríveis pelas quais passei aqui, não teria me apaixonado. Sim, dona Rose, eu me apaixonei, tentei negar essa paixão de todas as formas, mas é mais forte do que eu, não consigo mais viver sem ele, você tinha toda a razão, sempre teve. Eu precisava encontrar o amor.
Tantas coisas me lembram de você, tantos momentos, eu sinto sua falta, mamãe, uma parte de mim se foi, a parte mais importante de todas, mas eu sei que não importa onde eu esteja, para onde quer que eu vá, você sempre estará lá comigo, protegendo-me.
Eu te amo e para sempre te amarei.

De sua filha,

M.



~~~~~

Tudo o que me restavam ultimamente eram as cartas.
Terminei e a dobrei, colocando-a no bolso do meu casaco, eu estava sentindo a pior sensação que alguém poderia sentir na vida: perda. Perda de algo extremamente importante, o amor mais puro e incondicional de todos. Eu não a veria mais, não ouviria seus conselhos, não sentiria o seu carinho. Mamãe se foi e eu me sentia tão sozinha, sem amparo, sem chão, sem ela, sem .
Precisava vê-la pela última vez antes de partir definitivamente para Londres, então decidi deixar a dor de lado e levantei-me da cama. O dia ainda não havia amanhecido. As meninas ainda deveriam estar dormindo, mas era melhor assim, precisava fazer isso sozinha, precisava de um tempo a sós com mamãe. Então me troquei e desci as escadas, indo em direção à rua. Eu iria ao cemitério, iria vê-la para lhe entregar a carta, a carta que dizia tudo o que eu não pude dizer-lhe antes de sua morte, eu iria me despedir de mamãe.

’s POV

Cheguei a Bristol pela manhã, sentia a angústia dentro de mim, uma necessidade imensurável de encontrar , de consolá-la, protegê-la. Naquele momento eu havia decidido deixar toda a mágoa e rancor que eu estava sentindo por ela, de lado. Ela precisava de mim, eu podia sentir como eu precisava dela. Tomei um táxi e segui em direção ao endereço que havia me dado por telefone. As janelas e portas estavam fechadas, como era muito cedo, conclui que as garotas ainda deveriam estar dormindo. Não queria incomodá-las, mas precisava ver . Então toquei a campainha, algum tempo depois, ouvi passos vindo até a porta e de repente ela se abriu. apareceu e me cumprimentou com um meio sorriso, bastante triste. - Hey, . – ela disse. - Oi, , desculpe a demora, como ela está? – perguntei um pouco aflito. - Eu não vou mentir pra você, , ela não esta nada bem: não come, dorme pouco, não sorri, nem com as minhas bobagens. A nossa está muito triste, você não vai reconhecê-la. – ela disse, confirmando os meus temores. - Eu quero vê-la, , quero consolá-la, protegê-la. – admiti sincero. - Que bom que você veio, tenho certeza que a sua presença irá ajudá-la, muito. – sorriu. – Venha comigo, eu vou te levar até o quarto dela. Deixei minha bagagem perto da escada e segui com até o segundo andar da casa, o quarto de era no fim do corredor, a casa parecia muito com ela, cada detalhe, as fotos presas à parede, fotos de quando criança, com as garotas, com uma senhora que se parecia muito com ela — com certeza a mãe — seu cheiro era perceptível no local.
e eu fomos em silêncio até o quarto, ao chegar à porta, ela fez sinal para que eu fizesse silêncio, provavelmente estaria dormindo e eu não tinha intenção alguma de acordá-la, ficaria apenas velando o seu sono até que ela despertasse.
abriu a porta devagar e adentrou o quarto, eu a segui, e então nós vimos algo que não esperávamos. não estava lá.

's POV

Cheguei ao local onde mamãe estava e mais uma vez um vazio grande e profundo veio à tona dentro de mim. Caminhei por entre os túmulos e parei diante da lápide com a foto da pessoa mais importante da minha vida, quem eu nunca mais veria.
Sentei-me diante dela, tão linda naquela foto, tão linda como eu a conhecia: sempre sorrindo, apesar de todos os problemas pelos quais havia passado. Lembro-me das vezes em que aquelas pessoas fofoqueiras de cidade pequena lhe questionavam sobre ela criar uma filha sozinha. Ela nunca estremecia diante deles, pelo menos não na minha frente, ela apenas sorria e dizia que o maior presente que havia recebido em sua vida era eu, e ela agradecia todos os dias por isso, e não se importava de ter de batalhar sozinha para me criar. Minha mãe era e sempre será o meu maior ídolo.
- Oi, mamãe, sinto saudades... Como é aí no céu? - quando percebi, já conversava com ela, como se ela estivesse diante de mim e um nó insistente ficou preso em minha garganta. - Eu fiz algo para você, escrevi uma carta... Uma carta com tudo o que eu queria ter dito, desculpe-me por chegar tarde demais. - já dizia essas palavras entre lágrimas.
Ela se foi. A ficha havia finalmente caído e agora as lágrimas se tornavam incessantes, eu segurava a carta com toda a força entre as mãos e chorava. Quando, então, senti dois braços me envolverem em um abraço apertado e confortável. Eu sabia de quem eram aqueles braços mesmo antes de me virar e olhar para a pessoa que me abraçava. No fundo, eu sabia que ele estaria ali comigo, eu sabia que ele não me deixaria sozinha.

's POV

- Onde ela está, ? - eu perguntei, bastante preocupado.
- Não sei, , eu a deixei aqui ontem antes de me deitar. - disse confusa. - Espere, eu acho que já sei pra onde ela foi. - ela concluiu e desceu as escadas em direção à sala. Eu a segui.
- Se você sabe onde ela está, então vamos procurá-la! - eu exclamei.
- Claro, nós vamos até ela, mas antes eu acho melhor deixarmos ela um pouco sozinha. Ela precisa de tempo agora, vamos até lá, mas ficaremos observando-a de longe até que ela precise de nós. - ela dizia para si e eu não estava entendo muito, só queria ver .
pegou as chaves do carro e seguiu em direção à garagem, no meio do caminho, apareceu descendo as escadas e nos perguntou aonde íamos tão apressados àquela hora da manhã. Nós lhe explicamos tudo e ela se juntou a nós.
Seguimos de carro até o cemitério, em silêncio, palavras não eram necessárias naquele momento. estacionou próximo ao local onde a senhora estava enterrada e, de longe, eu a avistei. Lá estava ela, lá estava a minha pequena, ajoelhada sobre o tumulo de sua mãe.
Fiz menção de sair do carro, mas me impediu.
- Deixe-a ficar mais um tempo sozinha, , ela precisa disso. - eu assenti e fiquei observando-a de longe, ela parecia conversar com a mãe.
definitivamente não estava bem, mesmo de longe eu pude perceber como ela estava abatida. Deixei que ela desabafasse tudo o que precisava, mas não consegui me segurar por muito tempo, já que o meu coração pareceu se estraçalhar no momento em que a vi chorar compulsivamente. Uma vontade enorme de consolá-la tomou conta de mim e quando percebi, já estava andando em sua direção, mas desta vez as meninas não me impediram.
Aproximei-me da minha garota do pub com cuidado, não queria incomodá-la, abaixei-me e a envolvi em meus braços em um abraço apertado. E sussurrei em seu ouvido:
- Não se preocupa, linda. Tudo vai ficar bem, você vai ficar bem, acredite em mim. - um soluço alto saltou de sua garganta e ela se virou, ficando diante de mim. Tocou o meu rosto com suas mãos delicadas e de repente se jogou em meus braços, afundando o seu rosto no meu pescoço, chorando insistentemente. Eu a abracei mais forte e a segurei no meu colo enquanto fazia carinho em seus cabelos e repetia as palavras que havia dito antes. Tudo ficaria bem, eu não a deixaria mais sozinha.
Algumas horas depois, nós estávamos dentro do carro seguindo em direção ao aeroporto para embarcarmos rumo a Londres. Ela repousava o rosto sobre o meu ombro direito enquanto eu acariciava os seus cabelos e cantava baixinho em seu ouvido a canção que tocava no rádio naquele momento.


Capítulo 32 – “Darling so it goes, some things are meant to be”


’s POV

Ao contrário do se possa pensar, e eu não ficamos juntos após voltarmos para Londres, de certa forma, eu o sentia ainda apreensivo — mesmo tendo prometido que tudo ficaria bem, nada parecia estar bem. Não nos falamos após ele me deixar em casa naquele dia, eu não sabia se ele havia mesmo me perdoado, eu o havia visto com uma garota em um café antes de ir a Bristol, mas não sabia se ele ainda estava com ela. Ele nunca estava por perto quando eu estava em algum local com todos os nossos amigos, sempre dava alguma desculpa para algum deles e não aparecia. Eu me sentia triste e vazia, mas tentava sobreviver, eu precisava ficar bem, procurava me lembrar do que a minha mãe sempre dizia: a vida seguiria adiante e se fosse para que ficássemos juntos, as coisas se acertariam.

(...)


No fim daquele mês de outubro, a banda dos garotos foi indicada para uma premiação importante, que eles acabaram vencendo, eu não quis ir à premiação, apesar de querer muito estar lá para mostrar o quanto estava feliz por eles. Mas eu precisava dar algum espaço para , então preferi ficar em casa e assistir pela televisão. Eles estavam lindos e felizes, isso me deixava bem. Aqueles sorrisos, aquele sorriso em particular fazia tudo valer a pena.
Mas no dia seguinte, surgiu com o convite de uma festa que a gravadora deles iria promover para comemorar o prêmio recebido pela banda — mais uma festa da gravadora, as cenas angustiantes da última em que eu havia ido ainda estavam gravadas em minha mente. Infelizmente, todos me deram um ultimato, eu não poderia fugir dessa, e ele me garantiu que provavelmente não iria, pois teria algum outro compromisso inadiável da gravadora em Los Angeles e partiria num voo para lá na noite da festa. Então aceitei ir ao local.
No dia da festa, as garotas seguiram com os respectivos namorados até o Hilton, onde ocorreria a festa, eu não os acompanhei, pois precisava fazer algo importante antes. Terminei de me arrumar, eu estava com os cabelos soltos com leves cachos nas pontas, usava brincos prata e a corrente com um pingente que havia me dado, um vestido azul marinho tomara que caia que seguia até os joelhos, era definitivamente o meu favorito, com uma faixa preta na cintura e calçava um scarpin preto, ajeitei a franja recém-cortada no espelho antes de sair. Peguei o meu sobretudo preto, pois fazia um frio cortante lá fora, apanhei as chaves do carro, recém adquirido por , a minha bolsa e segui até onde eu deveria ter ido há algum tempo.
Estacionei o carro em frente à casa que eu conhecia tão bem, as luzes estavam acessas, então respirei aliviada por ele ainda estar em casa, ajeitei o meu grande casaco, e saí do carro, andando apreensiva até a entrada. Respirei fundo e toquei a campainha. Instantes depois, ele surgiu na porta, olhou-me surpreso, mas antes que ele dissesse algo ou me mandasse embora, eu despejei tudo o que sentia.
- Sinceramente, eu não sei por que você foi até Bristol me buscar se aparentemente ainda está magoado comigo, e você tem toda a razão de estar. Eu fui uma completa idiota e agi totalmente errado com você, por isso mereço passar por tudo isso, e você merece ser feliz, o que parece estar tentando fazer com aquela garota. E mesmo que isso me machuque profundamente, eu prefiro te ver feliz com ela a te ver triste por mim. Mas contrariando tudo isso, eu precisava vir aqui tentar pela última vez, precisava vir dizer que eu te amo, precisava pedir que me perdoasse, que nos desse mais uma chance, porque eu agi de todas as maneiras erradas com você, mas hoje eu sei que você é o homem da minha vida, o alguém que foi feito para mim, e eu não me perdoaria se não tentasse mais uma vez. – eu finalizei, respirando fundo. Sempre fora uma garota orgulhosa e estava contrariando todos os meus princípios ali na frente dele, mas eu não me importava mais com isso. Ele havia me mudado.
me encarou mudo, e então eu decidi finalizar aquele momento de tortura.
- Não precisa dizer nada agora, eu só precisava vir até aqui. Sei que você tem um compromisso importante hoje à noite, mas vou ficar te esperando na festa da gravadora a noite toda, caso você aceite o meu pedido de desculpas e eu prometo que se você me perdoar, nunca mais vou fazer besteira nenhuma para te afastar de mim. Se você não for, bom, ficar sem você é algo com que eu vou ter que me acostumar e me punir pelo resto da vida.
Dito isso, eu me virei sem esperar respostas da parte dele e segui até o meu carro, ligando-o e seguindo em direção à festa com o coração completamente disparado.

(...)


- Nós pensamos que você não viria mais! – exclamou, vindo me cumprimentar assim que os avistei na festa.
- Eu prometi que viria, não prometi? Só precisei fazer algo antes. – respondi e ele me olhou, parecendo compreender do que eu falava, sorriu e me envolveu com um dos braços, levando-me até os outros. Em pouco tempo, e eu havíamos nos tornado muito importantes um para o outro, éramos como irmãos gêmeos, um sempre sabia o que o outro estava pensando ou sentindo. Ele havia se tornado o meu melhor amigo, que nunca saiba disso. E além das garotas, John e , ele era o único que sabia com certeza de tudo o que havia acontecido entre e eu. Os outros apenas desconfiavam, pelo menos era o que eu achava.
- Hey, ! – me abraçou assim que me juntei a eles e os outros fizeram o mesmo. Ele me apresentou a sua nova namorada, América, ou Mare, como ela havia pedido para que a chamássemos. E eu simpatizei com ela logo de início: ela era gentil, animada e perfeita para .
Logo, estávamos sentados em volta de uma grande mesa. Todos conversavam e se divertiam e eu tentava me distrair com eles e não ficar apreensiva esperando a chegada de certo rapaz. A minha felicidade dependia dele estar ali, mas se ele não aparecesse, eu precisaria aprender a buscar a felicidade. Conforme o tempo passava e não dava sinais de vida, eu, infelizmente, conformava-me de que teria que seguir adiante sem ele.
Uma música lenta começou a tocar no local um momento depois e todos os casais se levantaram e seguiram em direção à pista de dança. Eu fiquei só, sentada no canto do salão, observando-os se movimentarem calmamente de um lado para o outro, completamente apaixonados e imersos em seus mundos particulares. Eu estava feliz pelos meus amigos, mas aquela cena, de certo modo, fez com que eu me sentisse incomodada, deslocada, como se eu fosse uma intrusa naquele mundo de felicidade, como se eu não pertencesse àquele lugar.
Mas então, surpreendentemente, eu o vi. Ele caminhava calmamente em minha direção, com um sorriso discreto e sexy no rosto. Estava lindo, usava um smoking preto com camisa branca por baixo, uma gravata preta longa e All stars brancos. Os cabelos do seu jeito particular, meio ajeitado, meio bagunçado. Meu coração acelerou, minhas mãos começaram a suar e sem perceber, eu comecei a sorrir para ele.
Quando ele finalmente parou diante de mim, a música ambiente foi substituída por uma das minhas canções antigas favoritas de Elvis Presley. A canção que mamãe sempre cantava para mim antes de dormir quando eu era apenas uma garotinha. Era a canção favorita dela também. sorriu ainda mais ao ouvir a canção que ele sabia que tinha tanto significado para mim, pois eu havia lhe contado sobre isso. Ele estendeu a mão diante de mim e disse:
- Aceita dançar comigo esta noite, linda dama? – ele piscou.
Mas eu estava paralisada, ainda não conseguia acreditar que ele estava realmente ali, ele havia vindo, havia me perdoado por todas as besteiras que eu fiz, por eu ter sido sempre tão orgulhosa e cabeça dura, havia nos dado outra chance, pelo menos era no que eu queria acreditar. Ele estava me pedindo uma dança, levei alguns instantes para processar a informação e me certificar de que aquilo não era apenas mais um sonho. me olhava confuso, minha expressão de surpresa deveria estar patética, até que eu finalmente peguei em sua mão e sorri envergonhada, levantando-me logo em seguida. Ele nos guiou até a pista de dança, colocou seus braços ao redor da minha cintura e me trouxe para perto, olhando fixamente em meus olhos, sustentei o olhar por um tempo, mas logo aconcheguei meu rosto em seu ombro, aspirando todo o perfume que tanto me fazia falta, ele me abraçou mais ainda e lá ficamos nos entregando, finalmente um ao outro, imergindo-nos em nosso mundo particular, onde só existíamos ele e eu, embalando-nos pela voz melódica de Elvis.

Wise men say only fools rush in.
Homens sábios dizem que só os tolos se apaixonam.
But I can't help falling in love with you.
Mas eu não consigo evitar me apaixonar por você.
Shall I stay would it be a sin,
Eu deveria resistir? Seria um pecado,
If I can't help falling in love with you
Se eu não consigo evitar me apaixonar por você.


O momento era indescritível, nunca havia me sentido tão feliz. Ele finalmente estava comigo, meu coração estava acelerado, acho que ele conseguia perceber, como eu também percebi que o dele estava. respirava profundamente, próximo aos meus cabelos, mas de repente o notei um pouco nervoso, incomodado com algo, afastei o meu rosto de seu ombro e o questionei:
- Está tudo bem, , digo, está tudo bem mesmo entre a gente? – perguntei confusa, ansiosa pela sua resposta. Ele sorriu.
- De agora em diante, tudo sempre estará bem entre a gente, pequena. Eu estou aqui, não estou? Nunca mais vou deixar nada nos atrapalhar. – ele finalizou, selando os nossos lábios em um beijo esperado, cheio de sincronia. Não me importava mais com a opinião dos outros, eu finalmente o tinha só para mim. O alguém especial que nunca pensei que fosse encontrar. Alguém que havia me feito acreditar no amor.

Like a river flows surely to the sea.
Como um rio que corre pro mar.
Darling so it goes some things are meant to be.
Querida isso segue como as coisas tem que ser.
Take my hand take my whole life too.
Tome minha mão, tome minha vida inteira também.
For I can't help falling in love with you
Por eu não conseguir evitar me apaixonar por você.


Algum tempo depois ele afastou nossos lábios, retirou uma das mãos da minha cintura e a colocou no bolso do paletó a procura de algo, eu o encarei apreensiva. Quando finalmente encontrou, ele me olhou novamente, seus olhos brilhavam, ele realmente parecia nervoso. Então o vi retirar uma pequena caixinha negra de veludo de dentro do bolso, meu coração deu um pulo dentro do peito e acelerou rapidamente. Ele não iria fazer o que eu estava pensando, iria? Então ele sorriu, puxando-me mais para perto e abriu a caixinha de onde duas alianças prateadas lindas surgiram. Ele levou os lábios próximos ao meu ouvido e sussurrou:
- Darling so it goes some things are meant to be. Take my hand take my whole life too. For I can't help falling in love with you. – meu coração acelerado já não cabia mais no peito, até que ele disse a frase final que fez com que eu me sentisse nas nuvens. No sonho mais lindo de todos. - Seja minha pra sempre e me deixe ser eternamente seu. Porque eu não consigo mais me ver sem você. Casa comigo, ?
afastou o rosto e me olhou apreensivo, eu estava de certa forma em choque, havia sido o pedido mais bonito que eu já vira, porque esse pedido era para mim, não poderia ser de outra forma: aqueles eram ele e eu, aquela era a nossa história.
As palavras ficaram presas. Meus olhos embaçaram, algo quente começou a escorrer pelo meu rosto e eu senti as lágrimas aos poucos se tornarem intensas, ele me olhou preocupado e levou a mão até o meu rosto, secando-o com cuidado.
- Me desculpe, eu não sabia que essa seria a sua reação, não queria te assustar, eu só pensei que... Só pensei que depois de tudo pelo que passamos, você finalmente aceitaria. Pensei que nós poderíamos ficar juntos, mas eu acho que me enganei novamente, eu sou mesmo um imbecil! É melhor eu ir embora. – brigava consigo mesmo, e já estava se afastando de mim, quando eu segurei a sua mão, respirei fundo e finalmente respondi.
- Sim, eu aceito me casar com você, . – ele me olhou, o brilho no olhar era intenso, o sorriso no rosto imensurável. – Eu aceito ser sua para sempre, mas com uma condição.
- Qualquer coisa! – ele respondeu de imediato, voltando a me entrelaçar entre seus braços.
- Com a condição de que você perdoe todas as minhas manias e idiotices e que você nunca, nunca mais duvide que eu te amo. Que eu vou te amar para sempre. – eu finalizei sorrindo.
- Condição aceita, eu te amo, minha pequena. Minha eterna esquentadinha. - ele rapidamente selou nossos lábios.
Aplausos surgiram ao nosso redor, lembrando-me de que não estávamos sozinhos, nossos amigos estavam a nossa volta, eles sorriam felizes e faziam festa. Aquilo logo se tornou um grande abraço coletivo.
- Eu vou me casar, caras! – gritou e os garotos pularam sobre ele.
Minhas amigas vieram até mim, abraçando-me e felicitando, e logo estávamos comemorando. Tudo estava em seu lugar, tudo agora parecia que iria tomar o seu rumo certo. Duas cabeças duras, que estavam brigadas com o amor, finalmente haviam feito as pazes com ele e agora teriam o seu: “felizes para sempre”, mas não um como nos contos de fadas, porque contos de fadas sempre acabam e a realidade, com todos os seus altos e baixos, pode se tonar mais bela — por mais difícil que seja de acreditar.
Em meio a toda aquela euforia, me olhou, abraçou-me novamente e então selou os lábios nos meus, ele sorria entre o beijo, e eu não estava diferente. Se perfeição existia, ela estava ali naquele momento e se o destino existia, ele havia feito o seu trabalho sabiamente bem. Algumas coisas são apenas feitas para ser.

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"O casamento é o fim do romance e o começo da história".
Oscar Wilde



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EPÍLOGO


Quatro anos depois...



’s POV

estava andando pelo quarto de um lado para o outro e a cada cinco minutos me perguntava a mesma coisa, eu estava deitada em nossa cama, com as pernas sobre alguns travesseiros, as dores que eu sentia nelas e nos meus pés haviam piorado conforme o dia “D” se aproximava. O inchaço também era absurdo. Então, após separar tudo o que precisaríamos, eu me permiti descansar um pouco e pedi a que terminasse de fazer as malas. Não que ele fosse me deixar fazer algo mais mesmo, já que nos últimos tempos ele me tratava como se eu fosse um doente terminal.
Era verão no hemisfério norte, manhã de sábado e o lançamento do novo CD do McFly há algumas semanas atrás havia sido um grande sucesso, mesmo com o hiato de três anos da banda. Então os meninos decidiram tirar uma folga no final de semana para comemorar com as namoradas e esposas, já que além de e eu, e Gabi também haviam se casado. , Mare, John e sua agora esposa, Sophie, também nos acompanhariam. Estávamos indo para uma praia em uma parte afastada de Brighton, onde a família de tinha casa. A viagem não era muito longa, duraria apenas em torno de uma hora e trinta minutos de carro, mas insistia em tentar me fazer mudar de ideia sobre aquela viagem.
- Tem certeza que está tudo bem, amor? Se você preferir, nós podemos ficar aqui em casa, só nós dois. Eu te faço massagem. – estava cheio de cuidados comigo.
- Pare com isso, . É claro que nós vamos! Os garotos já programaram tudo e todos merecem um descanso depois de meses de trabalho, inclusive você. E, além do mais, eu estou grávida, não inválida. – disse, revirando os olhos.
- Mas você já está de quase nove meses, ! Por Deus! O bebê pode nascer a qualquer momento. – ele dizia exaltado.
- Shiuu, ! Nós já conversamos sobre isso, inclusive com a Dra. York. O nascimento do bebê só está previsto para daqui a algumas semanas e uma viagem curta de três dias pra um local tão próximo como esse não oferece perigo. E eu não vou fazer nada exagerado, só vou relaxar na praia. Será que nem isso mais eu posso fazer nessa vida?! – exclamei irritada. As constantes variações de humor de uma grávida.
- Certo, fique calma. Eu já vi que não adianta argumentar com você, já que a senhora sempre ganha, Mrs. . – ele brincou sorrindo. – Mas, por favor, procure não se estressar ou fazer esforços exagerados. – cuidado excessivo de novo e, pelo visto, ele percebeu a minha expressão, pois logo tratou de encerrar o assunto. – Desculpe, pequena, eu não quero discutir com você, vamos fazer as pazes? – sorriu, aquele sorriso torto e sexy que me deixava arrepiada da cabeça aos pés. Droga, ele sempre teria efeito sobre mim.
estava sentado ao meu lado na cama e então eu, completamente desajeitada e com um barrigão imenso me atrapalhando, agarrei-o pelo pescoço e selei meus lábios aos dele urgentemente. Fato, a libido de uma mulher também se eleva quando ela está grávida. E aquela minha atitude deixou bem animado, se é que você me entende. E ele logo se colocou sobre mim, entrelaçando as pernas as minhas, tomando cuidado para não jogar todo o seu peso sobre a minha barriga, nós já não fazíamos sexo há algum tempo, nada era fácil com aquela barriga enorme. E não digo isso por termos medo de machucar o bebê nem nada, pois a médica havia nos afirmado que isso era mito, mas apesar da minha libido estar completamente desenfreada, eu ainda me sentia desconfortável fazendo amor com o meu marido naquele estado, sem contar que agora com quase nove meses, tudo era mais complicado. Retomando, ficou bastante animado, mas com muita força de vontade e tristeza no coração, eu tive que interromper aquele nosso contato.
- Ok, sr. Garanhão , eu sei que o nosso momento aqui estava ficando bem intenso, mas nós precisamos ir. – eu disse e o vi me olhar desesperado. – Lembra-se que precisamos apanhar o e a na casa deles ainda?
- Que merda, sempre é um empata foda! – exclamou revoltado. – Eu... Eu preciso ir até o banheiro. – ele disse, respirando fundo, agora envergonhado e saiu andando com dificuldade até o banheiro do quarto.
- Não demore muito aí dentro, ! – eu exclamei rindo.
- Por favor, não fala comigo agora, , até a sua voz esta me deixando louco. – ele resmungou de volta e se trancou lá dentro. Eu suspirei, abanando-me em seguida, às vezes ser mulher tem as suas compensações.

(...)


- Hey, hey! All I need is a whole- whole lotta you! Everyday - day it’s a holiday… - , e eu cantávamos no carro a caminho da praia. Enquanto dirigia completamente concentrado. O resto do pessoal se dividia em outros dois carros. A viagem estava sendo calma e estávamos praticamente chegando a Brighton, mas uma grávida tem as suas necessidades.
- . – eu o chamei do banco do passageiro, onde eu estava sentada com os pés sobre o painel do carro. Eu havia feito um malabarismo para colocá-los ali, mas aquela era a única forma de mantê-los menos inchados.
- Fala, amor. – respondeu, desviando rapidamente o olhar da estrada para demonstrar que estava prestando atenção, voltando-os à mesma logo em seguida.
- Será que nós podemos parar? Eu preciso mesmo ir ao banheiro. – disse envergonhada.
- Mas nós já estamos chegando, . E acabamos de parar a pouco tempo. Você não consegue segurar?
- Eu estou grávida, . Desculpe se a minha bexiga não me obedece! – gritei exaltada, assustando e , que ainda cantavam no banco traseiro, mas logo ficaram em silêncio com o meu pequeno surto. respirou fundo antes de dizer qualquer coisa. Eu sabia que o deixava nervoso, ele odiava escândalos na frente dos outros, mas eu não podia controlar.
- Ok, tem um posto de gasolina logo ali na frente, eu vou parar. , mande uma mensagem pros outros avisando. – pediu e assentiu. Eu sorri, agradecendo em seguida, mas ele não me olhou dessa vez.

’s POV

já me deixava louco antes de casarmos, mas agora enquanto estava grávida, era fato que ela havia piorado. Tudo bem, eu sei que existe toda uma mudança doida de humor nas grávidas, como se elas fossem bipolares, ou sei lá. Mas certas atitudes dela realmente me estressavam, como aquele escândalo no carro para ir a um maldito banheiro. Em minha opinião, os maridos mereciam ganhar uma recompensa por aturar as esposas durante a gravidez e podem me chamar de machista se quiserem.
- E aí, cara, como estão as coisas? – me perguntou enquanto estávamos encostados no meu carro esperando a minha querida mulher e as amigas voltarem do banheiro. Sério, um dia ainda descubro o porquê desse lance das mulheres irem ao banheiro em bando.
- Indo, cara, tem dias que a me deixa louco, mas eu sei que é só uma fase. – ri fraco, era praticamente meu amigo confidente, por mais gay que isso possa parecer.
- Veja pelo lado bom, em algumas semanas o bebê nasce e... As coisas só irão piorar. – ele disse rindo.
- Valeu pelas palavras de ânimo, idiota. – eu resmunguei e ele riu mais ainda. - Como seu amigo, eu só queria ser sincero, mas relaxa, vai dar tudo certo. Melhor? – ele disse e eu assenti. – Olha lá, finalmente as rainhas da beleza estão vindo. – ele disse, apontando em direção à porta da loja de conveniência do posto de gasolina.
Eu olhei naquela direção e vi todas saindo, todas menos .
- Amor! – Gabi exclamou, jogando-se nos braços do .
- Finalmente, hein, linda! – exclamou e a garota lhe mostrou a língua.
- Gabi, cadê a ? – questionei, já impaciente com a demora.
- Ela está comprando sorvete, já deve estar saindo. – ela explicou.
- Eu vou lá apressá-la, senão não chegaremos nunca a essa praia. – eu disse e me distanciei deles, deixando os comentários de para trás.
Segui até a entrada da loja e meus olhos logo localizaram a minha adorada esposa diante do caixa através da vitrine, mas havia algo errado. A minha adorada esposa não estava sozinha. Pelo contrário, ela conversava bem animada, vale ressaltar, com um mané que agora estava tocando em seu ombro, todo íntimo. Mas que porra! Nem mulheres grávidas se respeitam mais?! Tudo bem que a minha mulher só havia ficado mais gostosa naquele estado, já que ela se cuidava bastante, mas aquilo tudo era meu.
Rapidamente, eu adentrei o estabelecimento e me coloquei ao lado dela, envolvendo meu braço esquerdo ao seu redor, me olhou surpresa, assim como o idiota que estava ao seu lado.
- Amor? – me perguntou confusa.
- Você estava demorando, eu vim ver o que havia acontecido, precisamos continuar a viagem, . – eu disse sério. Ela assentiu.
- Bom, desculpe, Ed, mas eu preciso ir. Foi um prazer revê-lo. – ela disse sorrindo e apertou a mão do tal cara.
- O prazer foi meu, . Nós nos vemos por aí. – o tal cara respondeu. ? Que porra de intimidade era daquele idiota com a minha mulher?
Eu avancei um passo em direção a ele, pronto para tirar satisfações, mas me puxou de lá antes que eu fizesse qualquer coisa. Segui para fora abraçado a ela enquanto o idiota nos olhava, demonstrando que aquele era o meu território, aquela era a MINHA garota. Mas assim que nós estávamos próximos ao carro, eu a soltei bruscamente, admito, e a encarei, demonstrando o quanto eu estava furioso.
- Obrigado por me apresentar ao seu amiguinho. – eu disse e me afastei, entrando no carro.
entrou logo em seguida e me encarou, e já estavam sentados no banco traseiro. Eu não queria outro escândalo, mas aquela mulher me tirava do sério. Como ela podia flertar com outro cara estando casada e grávida?!
- Qual é o seu problema, ? – ela me perguntou confusa e eu a olhei nervoso.
- Qual é o meu problema? Sério, ? Qual é o meu problema? – gritei irritado.
- Não me chame de ! – ela exclamou, irritando-se.
- Eu te chamo do que eu quiser, e é algo bem leve comparado ao que eu estou com vontade de te chamar, já que você parece não se lembrar de que agora é uma , uma , porque se casou comigo.
- Do que você está falando, ? – ela perguntava se fingindo de confusa. Mulher cínica.
- Pare de fingir que você não sabe! – eu exclamei. – Merda, , você está grávida e nem assim... – eu me calei, tendo noção de que talvez dissesse algo que iria foder com tudo.
- Nem assim o quê, ?! – exclamou irritada.
- , quer que eu dirija? Você tá nervoso, cara. E o já me ligou perguntando por que ainda não saímos do posto, eles já estão na estrada. – se intrometeu, tentando acalmar a situação e me fazendo, finalmente, perceber que não estávamos sozinhos ali.
- Não, tá tudo bem, mate. Eu dirijo. – disse, acalmando-me e liguei o motor do carro, seguindo viagem e me concentrando novamente na estrada. E a minha querida esposa bufou e decidiu me ignorar o resto do caminho, virando o rosto em direção à janela, fingindo observar a estrada.
e permaneceram quietos, com medo da tensão que havia se instalado naquele carro e aquele silêncio todo estava me incomodando, por isso liguei o rádio e deixei que a música que tocava preenche-se o ambiente e me acalmasse durante o resto do percurso.
Quando chegamos, simplesmente saiu do carro sem dizer nada e seguiu apressada em direção a casa. Eu respirei fundo e saí em seguida, sabia que eu havia exagerado e feito merda.

’s POV

Assim que estacionou na garagem da casa de praia, eu desci rapidamente do carro e segui para dentro do local, eu ainda estava muito irritada com ele. Como ele se atrevia a desconfiar de mim? Ed era só um antigo conhecido de Bristol. E ele era gay, oras! Gay!
Idiota! Eu me casei com um idiota. As garotas já estavam lá dentro guardando as coisas enquanto os meninos descarregavam as bagagens, quando eu entrei bufando.
- Tudo bem, ? – perguntou, olhando-me intrigada.
- Tudo, é só irritação de grávida, logo passa. – eu disse, tentando acalmá-la. – Vocês sabem em que quarto eu vou ficar? Não quero deixar o trabalho todo para vocês, mas eu preciso muito me deitar, meus pés estão me matando. – eu supliquei sincera.
- É a porta no fim do corredor, pode ir que a gente toma conta de tudo por aqui. – Gabi disse sorrindo. Eu agradeci e corri até o quarto, lançando-me sobre a cama em seguida.
Algum tempo depois, meu adorável marido adentrou o quarto, olhando-me com o seu jeito arrependido dessa vez.
- Desculpe, . Eu sei que exagerei, mas eu não consigo controlar esse maldito ciúme quando se trata de você. – ele confessou, ajoelhando-se ao meu lado. – Me perdoa?
Eu fechei os olhos e respirei fundo, eu amava acima de qualquer coisa, não conseguiria viver sem ele, será que ele não iria aprender nunca?
- , eu só quero que você entenda de uma vez por todas que eu te amo e eu nunca vou me interessar por outra pessoa que não seja você. Nós estamos casados há três anos, vamos ter o nosso primeiro filho. Será que você não consegue entender que nada mais me importa além de você e deste bebê aqui? – eu disse, apontando para minha barriga. me olhou novamente, arrependido e tocou o local com a sua mão.
- Eu entendo, amor. Eu juro que entendo. E prometo que vou me controlar, isso não vai mais acontecer. - ele disse. – Por favor, me perdoa.
- Claro que eu te perdoo, seu idiota. – eu disse rindo, já mais calma.
se levantou do chão sorrindo e se jogou na cama ao meu lado, beijando-me logo em seguida, nossas reconciliações pós-briga eram sempre muito interessantes.

’s POV

- Tem certeza que você não precisa de mais nada? – perguntei a enquanto me preparava para cair no mar com os caras, aproveitar as ondas e surfar um pouco.
- Tenho, amor. As meninas estão aqui, se eu precisar de algo, eu obrigo a a ir buscar. – ela disse sapeca.
- Hey! Sua grávida exploradora, espere só quando chegar a minha vez, eu vou me vingar. – reclamou, mostrando a língua para a minha adorável esposa. a ignorou, como sempre.
- Pode ir, , mas tome cuidado com o seu nariz. – ela disse rindo, relembrando de um dia de nossa lua-de-mel no Caribe, no qual eu sofri um pequeno acidente quando decidi aprender a surfar e acabei quebrando o meu nariz ao levar uma “pranchada”. Eu revirei os olhos para aquela piadinha, eu havia melhorado muito as minhas habilidades, mas ela nunca se esqueceria daquilo.
- Engraçadinha. – apanhei a minha prancha e me despedi, indo até onde os outros estavam e logo adentramos o mar.
Consegui pegar algumas ondas, mas aquele não parecia ser o meu dia. Então decidi ficar boiando sobre a prancha, aguardando a onda perfeita. estava ao meu lado e estávamos conversando sobre coisas aleatórias, quando olhei para trás e ao longe avistei sentada sob o guarda sol acompanhada de um cara, mas não era um cara qualquer, era o babaca com quem ela estava conversando no posto de gasolina quando estávamos a caminho da casa de .
Um pouco desajeitado, virei a minha prancha no sentido da praia e estreitei o meu olhar em direção a eles, me olhou confuso.
- O que tá rolando, ?
- Não acredito que aquele idiota tá aqui! – exclamei irritado.
- Quem?
- Aquele babaca ao lado da , é o mesmo babaca do posto de gasolina. Porra, ele tá seguindo a minha mulher? – eu já espumava de raiva e tudo só piorou quando o vi colocar a mão imunda sobre a barriga grávida dela. Não pensei duas vezes antes de seguir nadando em direção à praia.
- , volta aqui, não vai fazer besteira! – gritava, mas eu já não ligava para nada do que ele dizia.
Assim que cheguei à areia, abandonei a prancha de qualquer jeito na beira do mar, provavelmente seria levaria de volta, mas eu não estava me importando, a raiva que eu sentia naquele momento era maior que tudo. Andei a passos largos em direção aos dois, que ainda travavam uma conversa animada, cheia de toques indesejados. Eu não estava gostando nada daquilo.
- Fico feliz em saber que quando eu não estou por perto, você nunca se sente só, . Fico feliz em saber que você arranja companhia com grande facilidade. – eu disse ironicamente, surpreendendo-a. – Mas devo dizer que você me deixou surpreso, se fizesse isso enquanto eu estivesse viajando pra outra cidade, distante de você, tudo bem, mas comigo há poucos metros de distância... Quem diria!
- , do que você tá falando? – ela perguntou cínica e olhou para o tal Ed, desculpando-se.
- Ah, não parem por minha causa. – eu disse assim que vi o idiota se levantando.
- , pra que esse escândalo, você não pode estar achando que...
- O que eu acho ou deixo de achar não parece ser importante pra você, fique aí aproveitando o seu “amigo”... – fiz aspas para indicar que tipo de amigo ele parecia ser. – Porque eu vou aproveitar o meu dia longe de você. – finalizei e saí andando sem olhar para trás, ignorando os chamados da minha esposa falsa e traidora.

[N/A: Sugestão - dê play nessa música e aproveite o momento.]


’s POV

- , volta aqui! – eu gritei, mas ele já estava distante, cada vez mais distante de mim. Por que ele tinha que ser tão cego de ciúmes?!
- Acho melhor eu ir embora, . Não quero causar mais confusão. – Ed disse, visivelmente desconfortável pela situação.
- Desculpa, Ed, eu não sei qual é o problema do . – disse envergonhada.
- Sem problema, linda. Esses bofes de hoje em dia são todos esquentadinhos, você vai ver que ele vai acabar tomando um banho de mar pra esfriar a cabeça e logo volta pra casa. Desculpe se eu causei essa confusão.
- A culpa não é sua, o que é ciumento demais, eu pensei que ele tinha mudado... Bom, vou tentar explicar tudo quando ele voltar, por favor, me perdoa por isso.
- Relaxa, agora eu vou indo, tem um bofe gato me esperando no bar aqui perto. Até mais, linda, fico feliz em saber que você está bem após todos esses anos em que não nos vimos.
- Obrigada, Ed, nos vemos no em breve. – eu disse sorrindo e abracei meu antigo amigo de infância, meu antigo amigo de infância que o meu marido aparentemente pensava ser meu amante, meu antigo amigo de infância que era gay. Merda, ! Até quando ele vai agir assim? Doeu muito saber que ele desconfia de mim.
E aquela dor de repente parecia estar se tornando física, sério, eu estava sentindo algo estranho, algumas pontadas na barriga e tontura, aquilo me deixou com medo. Eu precisava do .
- Hey, , você tá bem? Você está bem pálida. – América disse assim que saiu do mar e se sentou ao meu lado.
- Acho que estou um pouco tonta, Mare. – eu disse, sentindo a minha visão embaralhar.
- Você deve ter ficado muito nesse sol. Calma, vou te levar pra casa, vem. – ela se levantou, estendendo-me a mão e eu fiquei de pé ao seu lado, mas no segundo seguinte ficou tudo escuro.

(...)


A dor era indescritível, mas estava acompanhada de um sentimento enorme de ternura e amor, finalmente eu o sentiria em meus braços: meu pequeno fruto de um amor insano, complexo, cheio de altos e baixos, mas extremamente necessário para mim.
Eu estava em trabalho de parto há algum tempo, havia me assustado assim que senti aquele sangramento, havia imaginado o pior, achei que houvesse perdido o meu bebê, nunca havia ficado tão desesperada como naquele momento. Além disso, eu estava ansiosa e preocupada, isso não estava me ajudando em nada. e eu havíamos discutido horas atrás, ele me deixou sozinha e desapareceu em seguida. Ele não estava em lugar algum, nossos amigos não conseguiam encontrá-lo, ele não atendia ao telefone, eu não queria pensar o pior, não queria pensar que algo de ruim houvesse acontecido com ele, ou que talvez ele tivesse voltado aos maus hábitos e ficado com alguém tentando se vingar de mim sem fundamento algum. Ele não estava em lugar algum, ele não estava comigo naquele momento, o momento mais importante de nossas vidas. iria perder o nascimento do filho após todos os planos que fizemos. Ele havia me abandonado.
Um nó terrível se apoderou da minha garganta, um aperto invadiu o meu peito, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu precisava do meu , eu precisava dele comigo. Mas ele havia falhado, exatamente quando não deveria. Ele havia descumprido a sua promessa mais importante.

’s POV

Após a briga idiota que e eu tivemos, resolvi sair para andar pela praia e tentar esfriar a cabeça. Eu já estava mais calmo, havia revisto a cena dela com aquele cara na minha cabeça e agora eu me sentia um idiota, não parecia ter sido nada comprometedor, o ciúme havia me cegado novamente, eu não podia continuar discutindo com a minha mulher grávida, isso não estava fazendo bem a ela, nem ao bebê. Sorri ao pensar que depois de tudo o que havíamos passado, estávamos finalmente juntos. E em breve teríamos um filho, uma extensão real de todo o nosso amor.
- Hey, , não é? – um cara de aproximou, um cara conhecido, o tal Ed.
- Oi. – eu disse nervoso ou envergonhado pelo que havia feito, eu acho.
- Olha só, eu não quero discutir contigo, nem nada. Até porque eu detesto violência. Mas será que poderíamos conversar sobre a ?
- Eu não tenho nada pra falar contigo, cara.
- Eu só quero esclarecer algo com você. – eu assenti, mesmo sem muita vontade de ter aquela conversa. – Bom, , eu acho que você não percebeu, mas eu sou gay. – ele disse direto, surpreendendo-me. – É isso mesmo, gay. E a e eu nos conhecemos desde crianças, por isso temos tanta intimidade, mas é importante que você saiba que seria mais fácil eu me atrair por você, que é um gato, do que por ela. Pena que a minha amiga viu antes. – ele disse, rindo descaradamente.
- Mas o quê? Por que ela não me disse isso antes? – eu questionei confuso.
- Não sei, talvez você não tenha dado tempo a ela.
- Merda... – murmurei, sentindo-me um idiota culpado.
- Eu só queria deixar isso claro pra ti, espero que você faça a coisa certa e vá atrás da sua mulher pedir desculpas agora. A minha amiga ficou super aborrecida, sabia? – ele finalizou e saiu piscando para mim antes de sumir do meu campo de visão.
Que grande merda eu havia feito!
Retornei a casa algum tempo depois me sentindo estranho pela briga, notei que tudo estava em completo silêncio, o que me deixou desconfiado, eles não haviam me dito que iriam sair. Subi as escadas em direção ao meu quarto achando que estaria lá, mas ela não estava. Aproveitei para apanhar o meu celular que eu havia esquecido em cima do criado mudo, eu iria ligar para ou para um dos caras para descobrir onde todos haviam se metido. Após apanhá-lo, surpreendi-me ao notar 15 chamadas perdidas no aparelho, todos haviam me ligado, mas era o mais insistente, estranhei o fato, até que notei uma mensagem de voz piscando no canto da tela do celular e resolvi ouvi-la.

, seu idiota! Onde você se meteu?! A está em trabalho de parto, estamos no hospital St. Paul. Vê se aparece logo! – ele finalizou a ligação aos berros, e então o medo e, ao mesmo tempo a alegria, tomaram conta de mim.
Como assim a minha garota estava em trabalho de parto?! Como assim o meu filho iria nascer?! E eu não estava ao lado dela? De repente, uma sensação de culpa me dominou. Se ela estava lá, era por culpa minha, eu não deveria ter discutido com ela, não deveria ter feito aquelas acusações sem fundamento, ainda mais por causa de um cara gay, eu era mesmo um merda! Ela deveria estar me odiando. Mas eu iria consertar as coisas. Iria implorar pelo perdão de .
Desci as escadas em disparada, apanhei as chaves do meu carro na sala e segui até onde ele estava, entrando e dando rapidamente a partida na ignição. Dirigi feito louco em direção ao hospital. Eu precisava chegar a tempo, eu tinha que estar lá com ela.
- Você é imbecil ou o quê? Onde você estava? Por que não atendeu a merda do telefone? – me recepcionou “amigavelmente” assim que me viu entrando no hospital. Eu o ignorei e me foquei no que realmente importava naquele momento: e o meu filho.
- , isso não interessa agora... – disse, respirando fundo e tentando me manter calmo. – Eu quero saber da , onde e como ela está? – perguntei firme, porém, me sentia completamente angustiado e impotente. me olhou, ainda com raiva, mas imitou o meu gesto, respirando profundamente.
- Eles a levaram para a sala de cirurgia, vão induzir o parto, fazer uma cesariana ou sei lá o quê. Ela estava sentindo muitas dores. – ele disse já mais calmo e eu me senti mais culpado. – O que aconteceu entre vocês, ? A Mare me contou que você saiu andando irritado da praia e logo depois a pediu que ela a levasse para casa porque ela não estava se sentindo bem, ela estava muito pálida, ela até desmaiou por um tempo. A Mare foi correndo nos chamar, nós a levamos pra casa e um tempo depois ela começou a sangrar, todos nós ficamos desesperados e você não dava sinal de vida. – agora, sim, eu me sentia um merda.
- Nós tivemos uma discussão por causa daquele amigo idiota dela. Eu estava com a cabeça quente, não medi o que dizia e merda! Se algo acontecer com ela e o bebê, eu nunca vou me perdoar, ! – um nó incômodo se apoderou da minha garganta e em pouco tempo eu já sentia lágrimas rolando pelo meu rosto, eu estava agindo como uma garotinha chorona, ótimo.
- Hey, calma, mate. Vai ficar tudo bem. – disse, tentando me acalmar.
- Eu preciso vê-la, preciso entrar naquela sala de cirurgia, ela precisa saber que eu estou aqui por ela e pelo bebê, que eu nunca irei a lugar nenhum. – o desespero tomava conta das minhas palavras, me olhava com pena, quando algo iluminou o seu rosto.
- Olha, aquela é uma das enfermeiras que a acompanhou até o quarto, vá falar com ela, quem sabe você não consegue ser levado até a sala de parto? – me incentivou e, sem pensar, eu segui apressado até a mulher que ele havia indicado e que já estava se distanciando.
- Com licença, senhora. – eu pedi e ela parou de andar, encarando-me.
- Sim? – ela me olhou em dúvida.
- Desculpe incomodá-la, mas a minha esposa, , está em trabalho de parto neste exato momento e eu preciso estar com ela. – eu disse firme e a enfermeira de meia idade, olhou-me com pena desta vez.
- Desculpe, senhor, mas o procedimento de parto já está em início, eu não posso deixá-lo entrar na sala de cirurgia agora.
- Por favor, a senhora não entende, nós tivemos uma briga mais cedo, eu fui um idiota e agora ela está lá sozinha por minha culpa, nós havíamos planejado passar por isso juntos, eu preciso mesmo estar com ela, preciso provar que nunca vou abandoná-la. – insisti novamente e a enfermeira encarou o meu estado de desespero e pensou por algum tempo, até que finalmente decidiu.
- Eu não deveria deixar o senhor entrar e posso ser demitida por isso, mas por Deus, quem sou eu para impedir um casal de ser feliz? – a senhora disse sorrindo. – Rápido, acompanhe-me, você precisa se trocar para entrar na sala de cirurgia. – eu sorri, agradecendo-a infinitamente enquanto a seguia até o local.
Assim que entrei na sala de cirurgia, notei que o médico já estava realizando todos os procedimentos para a cesariana que seria feita na minha mulher, enquanto outro médico se preparava para anestesiá-la. A cama onde estava era contrária a entrada por onde eu havia passado, de modo que não havia me visto ainda. Aproximei-me dela e o médico olhou-me confuso.
- Eu sou o pai. – murmurei e ele assentiu, pedindo para que eu me aproximasse.
Uma das enfermeiras segurava a sua mão e a encorajava a se esforçar mais e mais. Aquela era para ser a minha função, eu havia perdido o início, mas agora eu estava ali para apoiá-la, eu sempre estaria. Então segui até a enfermeira e pedi para tomar o seu lugar, e ela olharam para mim e a enfermeira soltou a sua mão, assentindo e eu logo a segurei forte e olhei profundamente em seus olhos, sibilando um pedido mudo de desculpas.
O olhar de era indecifrável, uma mistura de mágoa, decepção, alívio e alegria por finalmente me ter ao seu lado. Ela não soltou a minha mão, pelo contrário, apertou-a cada vez mais forte, descontando toda a sua raiva ali, disso eu sabia. E aquilo o que dizem sobre mulheres grávidas adquirirem uma força absurda na hora do parto era a mais pura verdade — estava me provando isso quase quebrando os meus dedos. Mas eu não podia reclamar, eu merecia aquilo. Deixei que ela extravasasse toda a sua frustração em relação a mim, enquanto eu a encorajava a ser forte pelo nosso filho que estava a caminho.
- Força, amor, você consegue, força. – eu disse e ela sorriu fraco para mim enquanto os seus olhos se fechavam devido à anestesia.
E então, no momento seguinte, um choro agudo de criança preencheu toda a sala.
- Parabéns, papai, vocês tiveram um menino bem saudável! Agora vamos cuidar da sua esposa. - o médico me cumprimentou, preparando-se para cuidar de , enquanto uma enfermeira, que já havia o enrolado em um manto, trazia o meu pequeno até mim.
Eu o segurei em meus braços e ele era lindo, lindo como a mãe. Eu já o amava tanto.
- Oi, garotão, o papai está tão feliz por te ver. – eu disse e o meu pequeno filho sorriu para mim, ele sorriu para mim, apertando o meu dedo indicador com a sua pequena mão. Ah, como eu amava aquele garoto! Como eu amava a mãe dele! – A mamãe logo vai te encher de beijos, Dylan, você é tão lindo. Dylan é mesmo um belo nome, a sua mãe tem bom gosto. – eu dizia todo bobo.
Uma enfermeira pediu para que eu me retirasse enquanto eles cuidavam de , que depois seria levada ao quarto, o meu pequeno seguiu até a unidade pré-natal, para os seus primeiros exames e eu saí do local satisfeito, com um sorriso que não cabia em meu rosto e uma alegria contagiante tomando conta de mim, finalmente eu era pai.
- E então, mate, nasceu? – correu até mim, assim que me viu adentrar a sala de espera. Eu mantive uma cara séria e todos nos cercaram em seguida.
- Fala, ! Como ele é? A tá bem? – perguntou impaciente.
- Que cara é essa, ? – foi a vez de falar.
- , eu vou te bater se você não desfizer essa cara de idiota e falar logo. – , sempre um amor. Depois disso eu tive que rir.
- Calma, pessoal, como vocês são desesperados. – eles me fuzilaram com o olhar. – O Dylan nasceu lindo e saudável, obrigado. E a passa bem. – eu finalmente respondi, não contendo o meu sorriso.
- Ah, graças a Deus! – exclamou contente. – Ele puxou a , gente. – fez gracinha em seguida.
- Idiota, fique sabendo que os olhos e o sorriso dele são iguais aos meus. – eu disse orgulhoso.
- Ainda bem que é só isso. – se pronunciou pela primeira vez, eu lhe mostrei o dedo e todos gargalhamos logo em seguida.
- E quando nós poderemos vê-lo, ? – Gabi perguntou.
- Assim que terminarem os exames iniciais, a enfermeira disse que o levará para o quarto onde a estará e em seguida ela virá nos avisar.
- Mate, eu não acredito que você já é pai. – disse me abraçando de lado, admirado.
- Nem eu cara, nem eu. - eu sorri, retribuindo o abraço.
- Montinho! – gritou de repente e eu só senti o peso daqueles quatro babacas em cima de mim.
- Saiam, seus idiotas, isso aqui é um hospital e eu ainda preciso viver pra cuidar da minha mulher e filho! – eu exclamei e eles se levantaram rindo.
- Gay! – e zombaram.
- Olha quem fala. – eu revidei, sorrindo sugestivo.
- Nós nos amamos, okay? – disse, abraçando exageradamente.
- Olha no que fomos nos meter, . Traídas pelos namorados que tem um caso secreto. – brincou.
Os meus amigos não eram desse mundo. E eu os amava por isso.
Ficamos conversando e nos distraindo enquanto não podíamos ir ver e Dylan, até que a enfermeira, a mesma que me autorizou entrar na sala de parto, surgiu no local.
- Vocês já podem ir visitar a Sra. e o pequeno Dylan, mas só poderão entrar de dois em dois. – ela anunciou.
- Eu posso ficar lá com eles? Já que sou o pai. – pedi sorrindo.
- Certo, com exceção do pai, poderão entrar duas pessoas por vez. – ela disse sorrindo e a disputa para ver quem entraria primeiro se iniciou. Claro que e acabaram ganhando no final.
- Ah, meu Deus! Que lindo! – as duas exclamaram assim que entraram no quarto e viram Dylan.
- Esse é o meu garoto! Desde pequeno já arrasando o coração da mulherada... Ouch. – reclamei assim que me beliscou. Não deveria ter me colocado ao lado dela na cama tão cedo. – Oi, amor.
- Oi, pessoal. – a minha garota disse sorrindo enquanto cumprimentava as amigas, mas desviou um olhar sério para mim. Droga! Sabia que ainda estava encrencado.
Sentei na poltrona no canto do quarto e aguardei enquanto todos os meus amigos entravam e saiam do quarto após visitarem e o bebê, até que os últimos saíram e eu finalmente poderia conversar com ela e me desculpar por ser um idiota.
- Me perdoa, pequena, eu sei que eu fui um idiota ciumento, mas eu não sabia que aquele cara era gay e... Ah, não faz essa cara, . – eu pedi enquanto a observava me olhar seriamente e permanecer calada. – , fala alguma coisa, por favor. – e como em um passe de mágica, os olhos dela se encheram de lágrimas. – Amor, não chora. Por que você está chorando? Eu sei que eu sou um idiota, infelizmente, talvez eu sempre seja um, mas não chore , eu não aguento te ver chorando e você sabe que eu te amo. – eu supliquei e corri até ela, abraçando-a forte. enterrou o rosto no meu peito, respirando fundo, eu senti um leve arrepio e então ela disse, com a voz rouca devido ao choro.
- Por mais que eu tente, por mais que eu tenha motivos, eu não consigo ficar brava com você, . – ela disse, agora me olhando. – E sabe por quê? – eu neguei, encarando-a angustiado por vê-la aos prantos. – Porque eu te amo muito e estou te amando ainda mais agora que você me deu este presente maravilhoso. – ela disse olhando com carinho para Dylan, que dormia em um bercinho ao lado da cama.
Os olhos de brilharam e os meus provavelmente seguiram pelo mesmo caminho. Eu não imaginava que fosse possível ser mais feliz do que eu já era, mas eu estava enganado, ter as duas pessoas que eu mais amava diante de mim mostrou-me que era possível viver no paraíso sem sair da Terra.
- Eu te amo, minha esquentadinha. – sussurrei em seu ouvido, deitando-me ao seu lado na cama e a prendendo em meus braços. – “I’m here holding on. I will always be yours forever and and more”.
- Eu te amo, meu idiota preferido. – ela disse e então nós nos beijamos.
A partir daquele momento, começaria a nossa nova vida: nós escreveríamos uma nova história.

’s POV

Então era isso, era essa a felicidade plena e completa que os seres humanos tanto procuram. Era esse sentimento que estava me invadindo agora, envolto em todo o carinho, a alegria, a gratidão e o amor incondicional que eu nutria naquele momento por e pelo meu pequeno Dylan, esse é o sentimento mais completo e puro. Ele estava comigo agora e eu não pretendia deixá-lo escapar nunca mais.


| FIM |



N/A: (28/02/2013) E chegou a hora da minha ultima nota. Não preciso nem dizer que já estou me sentindo nostálgica, não é?
Eu sempre achei que teria tanto pra dizer quando essa hora chegasse, e eu realmente tenho! HA

Enfim, o que se pode dizer pra resumir tudo o que essa história me trouxe? Bons momentos, alguns difíceis por falta de inspiração. Amigas que surgiram ao longo do tempo em que eu escrevia essa história. Leitores sensacionais. A “You were meant to be mine” acabou sendo a minha válvula de escape em muitos momentos e sou grata a ela por isso. Cresci com essa fic, e é visível que a minha escrita melhorou durante ela, pelo menos eu acho. Haha Um agradecimento especial a minha amiga Aninha, que foi a primeira pessoa que leu a YWMTBM, e me ajudou com sugestões e comentários no inicio, quando eu não tinha tido coragem de postar essa fic ainda, valeu minha primeira beta e leitora de testes! <3

Obrigada as meninas e leitoras da comu Fics do SP no Orkut, onde foi o primeiro local em que essa fic foi postada numa versão Simple Plan. Graças ao incentivo de vocês eu continuei a história e tomei coragem de envia - lá pro FFOBS. :) Obrigada a Paty (vizinha) por sempre acompanhar a fic desde a comu e por sempre me cobrar através dos comentários, mesmo quando eles eram em tom de ameaça! haha <3 Obrigada a Nelly por ter aceitado betar essa fic inesperadamente quando acabei ficando sem beta por um momento, você foi super especial, obrigada por me agüentar e aceitar betar as minhas outras fics! Continuaremos agora na YGCTS. ;) Obrigada as outras betas que passaram pela fic ao longo do percurso, em especial a Abby por ter ajudado enquanto a Nelly estava em férias. :) Obrigada a Luíza por ter feito a nova capa da fic, agora sim ela tem uma capa bonita e descente. Vocês gostaram? Eu amei! Valeu sua linda! :)
E por ultimo, mas não menos importante. Só tenho a agradecer a todos vocês leitores que acompanham essa fanfic desde o começo e aqueles que chegaram ao longo do caminho, cada comentário com incentivo, sugestões e dicas me fizeram continuar a história. Obrigada a cada um por isso, não vou citar nomes para não me esquecer de ninguém, mas vocês sabem que são especiais e que sempre terão um cantinho no meu coração. Espero não ter decepcionado ninguém com este final.

Aqueles que querem continuar a manter contato, segue abaixo o meu twitter, tumblr e email. Não sejam tímidos, eu não mordo! ;)
É isso, acompanhem as minhas outras fics abaixo, eu ficaria imensamente feliz em vê-los por lá! ;)
Beijos e até a próxima!
Ju.




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• You Gotta Chase the Storm - McFly - (Y) - Em andamento •
• O Guru do Amor - Simple Plan - (O) - Finalizadas •



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