Fanfic finalizada: 31/12/2019

Capítulo Único

— Já disse que estou chegando, , não precisa ficar desesperado.
subiu as escadas do metrô, chegando à calçada. Passou por entre algumas pessoas, às vezes pedindo licença, outras apenas se desviando delas. As ruas estavam realmente lotadas naquele dia.
— É só você me esperar onde combinamos, não tem erro.
, eu não quero ficar sozinho nessa confusão!
riu do outro lado da linha. nunca tinha sido o tipo de cara que ia a manifestações, fazia cartazes e pichava as paredes da prefeitura. Mas lá estava ele, em meio a uma das maiores manifestações da cidade nos últimos anos, convencido pela sua melhor amiga a comparecer para ajudá-la nas fotos. não era uma fotógrafa profissional, e preferia mil vezes mais cuidar da parte da redação jornalística do que das fotos, mas desde que descobriu que poderia ganhar um dinheirinho extra no final do mês com a sua câmera, ela marcava presença em todos os eventos da cidade.
— Você não vai ficar sozinho, , relaxa! Até mesmo porque está cheio de gente aí, como você disse. Está cheio de companhias… — ela disse brincando, sabendo que o amigo, provavelmente, estaria dando gritinhos do outro lado. Não estava errada.
— Você nem brinca comigo, garota!
Ainda rindo, e conversando com o amigo para acalmá-lo, a garota viu um moço bonitinho sentado no ponto de ônibus com um livro nas mãos. Sem pensar duas vezes, pegou a câmera na bolsa, arrumou o foco da lente e bateu duas, três fotos. Além dele ser realmente gato, a garota poderia alimentar sua conta no Instagram, @rotina.de.leitura, na qual postava fotos de pessoas que encontravam um tempinho para a leitura em meio à correrira do dia-a-dia.
Andou por mais alguns quarteirões até que começou a ver a aglomeração de pessoas. Todo o quarteirão da prefeitura estava tomado, e os dizeres nos cartazes eram os mais variados. De crianças a idosos, as ruas estavam cheias de pessoas gritando frases de ordem, desafiando a polícia que tentava impedir as pessoas a chegarem mais perto do prédio.
não precisou pensar duas vezes. Levou a câmera em frente aos olhos, ajeitou o foco, e passou a tirar fotos. Uma, duas, três… A garota foi até uma estátua ali perto, na esquina da calçada, e subiu nela, desejando não ser retirada dali por detrimento do patrimônio público. Subiu até onde pôde, e começou a tirar fotos de cima.
Algumas pessoas viram onde ela estava e passaram a seguir o seu péssimo exemplo: algumas começaram a subir em outras estátuas da prefeitura, outras amarraram suas bandeiras. Mas algumas, realmente revoltadas, estavam tentando destruir o gesso das estátuas. Ao ver a confusão, a polícia apareceu e começou a retirar os manifestantes, à força.
— Ah, a violência policial… Sempre rende ótimas fotos.
não gostava de ver as pessoas sendo agredidas, mas gostava de ver o seu bolso cheio de dinheiro no final do mês, e fotos de manifestações, especialmente as que registram confrontos policiais, sempre lhe rendiam um extra inesperado.
Satisfeita com as fotos que havia tirado, e certa de que o celular deveria estar tocando desesperadamente dentro da bolsa — não que ela conseguisse ouvir alguma coisa, ali, na confusão — com um furioso pelo atraso dela, desceu da estátua.
Deu alguns passos para trás, apenas para ter uma foto da manifestação em um ângulo maior. Deu mais alguns passos para trás… Mais alguns… E então ela conseguiu.
— Acho que você vai ser capa de jornal, … — ela falou cantando para si mesma, satisfeita com o resultado.
Sem prestar atenção em onde estava, só pôde ouvir uma buzina. Se sentiu o impacto, não se lembrava, porque, em segundos, ela apagou.

A dor foi a primeira coisa que sentiu. Dor na bunda, nas costas, na cabeça…
Eu morri?, perguntou-se. Mas era óbvio que ela não poderia ter morrido, caso contrário não estaria sendo chacoalhada de um lado para o outro.
Estou em coma?, pensou meio desesperada. Por que não consigo enxergar nada?! Sentiu o coração começar a bater mais rápido, mais forte, até que…
— É porque você está de olhos fechados, garota. Pode abrir.
não reconheceu a voz, mas mesmo de olhos fechados pôde reconhecer a graça na fala do paramédico.
Vestindo um uniforme azul, como nos filmes, o paramédico que a tirou da rua e a colocou na maca, estava consultando os seus sinais vitais em um aparelho em ao lado de onde estava deitada.
— Como está se sentindo? — ele perguntou.
— Como se tivesse sido atropelada por um caminhão. — ela brincou, ainda que estivesse falando a verdade. Sentia todo o corpo dolorido.
— Sorte a sua, então, que foi só uma moto. Se tivesse sido atropelada por um caminhão você, provavelmente, não estaria com seus sinais vitais em ordem, como estão agora.
— Espera… Eu fui atropelada por uma moto?
O paramédico confirmou com um balançar de cabeça, divertindo-se com a indignação da mulher.
estalou a língua. Tinha certeza que se um caminhão tivesse passado por cima dela, conseguiria muitos mais dias de folga do que ela iria conseguir por ter sido atropelada somente por uma moto.
E foi então que ela deu falta de uma coisa.
— Ei, onde está a minha câmera?
O paramédico, contudo, não lhe deu atenção. Nem ele, e nem a outra paramédica que estava ao seu lado, o tempo todo, sem que percebesse.
— Você viu a minha câmera?
A mulher apenas balançou a cabeça em negativa, o que fez com que o coração de começasse a bater em disparada. Nem a ideia de que poderia estar morta havia a deixado com tanto medo.
— Caramba, onde está a minha câmera?!
Foi nesse momento que ela sentiu a ambulância parar. Em menos de um minuto, as portas se abriram, e a maca em que ela estava foi puxada para fora. , que nunca se importou muito com protocolos, simplesmente jogou as pernas para o lado e pulou para fora da maca. Pensou em voltar para o local da manifestação e procurar pela sua câmera e, junto com ela, o dinheiro que pagaria a fatura do seu cartão de crédito mês que vem, mas a dor que sentiu foi tão forte, que o que era para ser uma corrida, típica dos filmes de ação, acabou se tornando em mais uma queda vergonhosa na frente de dezenas de pessoas.
— Aaaaaaaai! Ai, ai, ai!
Mas que merda! Por que não haviam lhe informado que ela tinha, sei lá, um osso quebrado na perna? Porque não havia outra explicação para a dor que ela estava sentindo.
— Ei, mocinha, aonde pensa que vai? Você precisa ficar deitada para fazer os exames necessários e descobrir se tem alguma fratura.
Foi impossível para conter a careta.
— Dispenso os exames. — disse depressa, com lágrimas nos olhos. — Estou com a perna inteira quebrada. E o pé também. E talvez a coluna. Está tudo doendooooo.
foi ajudada a subir na maca novamente, e foi levada para dentro do hospital, mas não sem antes ouvir alguém perguntar sobre os itens pessoais dela, e outra pessoa responder que estavam dentro de um saco.
— Espera! Tem um saco? Que saco? Colocaram a minha câmera em um saco?!
Ela ainda tentou se levantar, ainda com algumas lágrimas rolando no rosto, mas foi empurrada para a maca novamente.
— Senhorita, vou precisar que se mantenha calma e quieta pelos próximos minutos enquanto tiramos algumas imagens do seu tornozelo. Parece que você tem uma fratura.
Quem falava com ela, percebeu, era um médico. Mas ela só soube que ele era médico por conta do jaleco branco, já que aquele doutor não era nenhum pouco bonitão como os médicos de Grey’s Anatomy.
E os artistas ainda têm coragem de falar que a arte imita a realidade… A realidade de , contudo, tinha mais de sessenta anos e não tinha muita paciência com as perguntas dela.
— Caramba, mas está doendo muito… — ela gemeu. — E por que ninguém me responde onde estão as minhas coisas?!
O médico nada bonitão revirou os olhos e, esforçando-se para manter a paciência, respondeu:
— Tudo bem, se eu lhe der um sedativo para a dor, a senhorita promete parar de se mexer e nos deixar examiná-la?
— Se eu falar que sim, vocês prometem me trazerem a minha câmera?
O médico suspirou, como se estivesse se perguntando porque não havia aberto uma clínica particular quando mais jovem, feito cirurgias plásticas desnecessárias em mulheres ricas, apenas para não precisar trabalhar em um hospital com pessoas atropeladas, impacientes e que apenas queriam uma chance de fugir do hospital sem fazer os exames necessários.
O médico, então, olhou para trás, para uma enfermeira, a qual levantou uma sacola transparente, por onde podia ver a sua câmera. Se não estivesse com uma fratura exposta — afinal, não havia outra explicação para a dor muito, muito forte que ela sentia — a garota poderia dar pulinhos de alegria.
— Ela está bem? Está quebrada? Vê alguma coisa solta…? — suas perguntas, contudo, ficaram sem resposta. Ou, ao menos, foi o que ela pensou. Porque de um instante para o outro, a garota sentiu como se o mundo girasse em câmera lenta, embaçando a sua visão. A audição começou a falhar, como se as pessoas estivessem distantes demais, falando baixo demais. E então, ela não viu, não ouviu, e nem sentiu mais nada.

acordou do que parecia ter sido um longo sono. Teria dormido por horas? Dias? Não saberia dizer. A primeira coisa que pensou, contudo, foi que seus familiares deveriam estar preocupados com o sumiço dela, e , desesperado como só ele conseguia ser, já deveria ter procurado a polícia.
Olhou em volta. Estava dentro de um quarto, mas, diferente do que ela esperaria encontrar, não se viu presa a aparelho nenhum, tampouco viu os braços com agulhas.
— Ah, que bom que acordou. O doutor já vai vir falar com a senhorita.
procurou pela dona da voz, e encontrou uma enfermeira que estava ao seu lado. Ainda com os pensamentos meio lentos, se recordou da promessa que havia recebido mais cedo, ou seriam dias atrás?, sobre receber a sua câmera se prometesse ficar quieta. Bem, ela havia cumprido a sua parte do acordo. Ficou tão quieta que até mesmo havia caído no sono e dormido por tempo suficiente para deixá-la com remela nos olhos.
— Ei, onde estão as minhas coisas? — sua voz estava tão embaraçada, que se não estivesse meio grogue ela teria rido.
— Assim que o doutor conversar com a senhorita, suas coisas lhe serão entregues.
Ei, espera aí! Aquele não tinha sido o acordo!
— Eu quero agora. Minhas coisas, cadê? Onde estão?
Como quando havia chego ao hospital, a garota tentou se levantar, mas dessa vez não foi impedida pela dor na perna, nem por braços médicos. A verdade é que mal conseguiu se sentar na maca sem ficar tonta e precisar se deitar novamente. Sua visão girando foi tão engraçado que lhe causou uma crise de riso, mas esta durou pouco. Quando a porta se abriu e o tal médico que falaria com ela entrou, apenas conseguiu se perguntar de qual episódio de Grey’s Anatomy ele havia saído.
— O doutor vai conversar com a senhorita agora. — a enfermeira falou para ela.
O Dr. , então, entrou no quarto, despedindo-se de alguém com que conversava do lado de fora. A enfermeira passou por ele, comentando que “seria uma paciente difícil”. fez uma careta. Como assim “difícil”? Só porque, desde o momento em que chegara ao hospital — que agora sabia que tinha só pouco mais de uma hora — havia tentado fugir, sei lá, umas três vezes?
— Sorte a minha que mulheres difíceis são as minhas favoritas.
estreitou os olhos. Aquele médico usava aquela voz arrastada sempre ou só quando tentava seduzir enfermeiras? De qualquer forma, a enfermeira apenas revirou os olhos e saiu, batendo a porta atrás de si. Ainda com um sorriso pra lá de confiante nos lábios, Dr. se aproximou de , pegando o prontuário dela, ao lado da maca onde estava deitada.
— Olá, , como você está se sentindo?
pensou na dor que sentiu mais cedo, ao tentar sair da ambulância, em como parecia que seu corpo inteiro estava quebrado. E então pensou em como estava se sentindo agora, leve, como se flutuasse, sem dor nenhuma. E, é claro, com uma vontade absurda de rir por qualquer coisa.
— Estou bem, realmente bem. Aliás, o que vocês me deram?
— Apenas um analgésico para a sua fratura. — ele disse simplesmente.
A fala dele não foi engraçada, mas riu do pensamento imediato que ela teve.
— Acho que vou querer mais alguns desses analgésicos antes de ir para a casa.
Doutor também riu dela, não apenas da sua fala, mas da forma engraçada e meio embolada com que ela falou.
— Não acho que seria muito sensato da minha parte deixar você sair do hospital com analgésicos tão fortes, mas posso te receitar um outro, se quiser.
— Vou sentir como se estivesse voando o tempo todo?
riu de novo.
— Não, mas não vai sentir dor no tornozelo, o que já é um ponto positivo.
bufou, chateada por não poder ficar chapada no conforto da sua casa, enquanto editava suas fotos. E pensar nisso a fez se lembrar novamente da sua câmera perdida.
— Ei, você pode trazer a minha câmera, por favor? Estou pedindo isso desde que cheguei aqui, mas tudo o que recebi foi um remédio que me deixou falando engraçado.
Dr. abriu a boca para falar alguma coisa, mas foi mais rápida.
— E antes que você diga qualquer coisa, do tipo que eu preciso ficar quieta, descansar, ficar deitada, sei lá mais o quê, eu já te adianto: quero os meus pertences agora mesmo, caso contrário farei uma matéria jornalística dizendo que esse hospital mantém os pacientes em cárcere privado, sem contato com o mundo lá fora, e ainda nos priva de ter acesso aos nossos bens pessoais o que, se você não sabe, é crime.
É claro que jamais faria algo do tipo. Ela também sabia que o que ela falava não fazia sentido algum, pois jornal nenhum iria compactuar com a loucura que ela falara, a ponto de publicar uma matéria maluca como aquela. Mas a ideia de ameaçar um hospital e, principalmente, um médico, lhe pareceu divertida.
Talvez eu devesse ficar longe desses analgésicos…
Dr. , contudo, riu. Riu porque achou muitíssimo divertida a ameaça de , mesmo não tendo ideia de que a mulher não seria maluca o suficiente para realmente cumprir com a sua palavra.
Ainda olhando para a sua paciente engraçada, ele andou de costas até o sofá ao lado da janela, um que não havia percebido até então. Pegou uma sacola e de lá tirou o celular de e a sua câmera.
A mulher suspirou alto, e nem mesmo ligou pela tontura que sentiu ao se sentar tão rápido. E apesar da sua visão ter ficado meio turva, ela não tardou em conferir se todas as peças estavam em seus devidos lugares. Confirmou se o cartão de memórias estava a salvo, e só depois pegou o celular. O número de ligações perdidas de eram tantas, que ficou com preguiça de ler as mensagens.
Ele vai me perdoar… Quer dizer, eu quase morri hoje, não é?
, então, começou a pensar em todo o drama que poderia fazer, e no quanto poderia aumentar a história do seu acidente. Talvez ela pudesse dizer que ficou em coma por um tempo, e por isso não pôde atender o celular… Sim, ela gostava dessa ideia, e sabia que ficaria muitíssimo culpado por tê-la xingado tanto enquanto sua amiga corria o risco de morrer em uma maca de hospital.
— … e por isso você terá que usar uma bota ortopédica.
foi trazida de volta à realidade.
— Desculpe, o quê?
Agora que estava sentada, e muito mais próxima ao doutor bonitão, teve a visão totalmente desembaçada com a imagem do seu rosto. Quer dizer, o cara sabia que era gato demais, e não tinha humildade nenhuma para esconder o seu ego. Prova disso era o sorriso de lado que ele carregava nos lábios, acreditando que não havia prestado atenção no que ele falava porque estava ocupada demais admirando a sua beleza. E, bem, era verdade. Mas também era verdade que ela estava mais preocupada com o cartão de memória do que com os olhos azuis dele.
— Você teve uma ruptura ligamentar no tornozelo, e por isso vai precisar usar uma bota ortopédica.
Uma ruptura ligamentar…, ela pensou.
— Então nada de ossos quebrados?
— Todos os seus ossos estão inteiros. Você teve sorte.
— Nada de fratura exposta, então?
Ele riu divertido.
— Foi apenas um acidente de leve. Então não, nada de fraturas expostas.
A garota quase pareceu decepcionada. Sabia que sem um osso quebrado, ela não poderia faltar no trabalho.
Droga.
— Você machucou o ligamento talofibular anterior. — ele disse muito profissional, estufando o peito
fez uma careta. E sem pensar, perguntou:
— Está falando nomes difíceis para tentar me impressionar?
É claro que ela só estava fazendo uma piada. E é claro que ela só fez aquela piada porque ainda estava sob os efeitos do analgésico mais forte que ela já havia tomado na vida todinha.
— Por que, estou conseguindo?
Mas o doutor bonitão não estava sob os efeitos de um anagésico. O doutor bonitão, na verdade, estava flertando com ela.
Fala sério!
sabia que se estivesse ali, seu amigo teria dado corda para o médico gato. Sabia que se sua mãe, que estava louca para achar um namorado para , estivesse ali, sentiria-se muitíssimo feliz em ver que um homem daquele porte estava dando bola para a sua filha jornalista que não ganhava o bastante escrevendo colunas para o jornal.
Mas não .
tinha um motivo para ainda estar solteira, e o motivo era que ela não tinha paciência para lidar com caras bonitões que sabem que são bonitões e usam e abusam do charme para flertar e provocar garotas como ela. odiava flertar.
Então a sua reação foi apenas a de bufar, revirar os olhos, e cair de costas na maca.
Dr. não se abalou com a sua reação, contudo.
— É bem aqui, protegesse esse ossinho. — ele disse levando a mão até o tornozelo dela e apontando onde estava a lesão. — Você virou o pé e machucou.
— Torci o tornozelo, entendi. — ela disse, resumindo a história.
— Em outras palavras, sim.
Ainda na pose confiante, sem se abalar pelo revirar de olhos de , e mantendo o sorriso abala corações, Dr. foi até a mesinha próxima à porta e pegou uma botinha cinza, muito grande e muito feia.
— Esta é a botinha que você terá que usar pelos próximos dias.
fez uma careta de desgosto.
— Não vou usar isso!
— É claro que você vai. É essa botinha ou o gesso, o que você prefere?
não precisava pensar para decidir, é claro. Gesso estava fora de cogitação. Mas isso não significava que era queria ficar com uma bota enorme, pesada e feia pendurada na sua perna.
— Se não quisesse usar uma botinha ortopédica, deveria ter tomado mais cuidado ao andar na rua sem prestar atenção no trânsito.
Se já estava desgostosa com o médico bonitão e com todo o seu charme gratuito, agora ela tinha ficado realmente nervosa. Quer dizer, quem ele pensava que era?!
— Quem é você para falar o que eu devo ou não fazer?
Dr. não ficou irritado, nem mesmo chateado, com a pergunta. Pelo contrário, ele se mostrou muitíssimo satisfeito, e o seu sorriso convencido era a prova viva disso.
— Sou o seu médico ortopedista, o mesmo que está mandando você imobilizar o seu tornozelo pelos próximos vinte dias.
E ainda sustentando um lindo — e ridículo — sorriso, ele entregou para uma folha com os dizeres “PRESCRIÇÃO MÉDICA”, nela contendo o remédio para dor que ela teria que comprar na farmácia, e a botinha ortopédica que ela teria que usar pelos próximos dias. Ao final, a data do dia e a assinatura dele, , Médico Ortopedista, CRM 265485.
— Te vejo em três semanas, .
Dr. nem mesmo lhe deu tempo de responder. Com uma piscadinha marota e um sorriso maior do que o anterior — se é que isso era possível — ele se afastou e saiu, fechando a porta atrás de si, deixando uma ainda atordoada, em parte pelo analgésico fortíssimo, em parte pelo seu sorriso convencido e olhos azuis.





Fim?



Nota da autora: Como se eu não tivesse uma lista de especiais e ficstapes esperando para ser escrita, eu decidi, simplesmente, colocar uma ideia (que já tinha tido há um tempo) no papel.
E daí, como Henry Cavill veio para o Brasil esse ano, na ccxp, e o hype foi grande, me senti inspirada a escrever essas fanfics curtinhas, haha.
Espero que gostem, de verdade!
Não se esqueçam de deixar um comentário cheio de amor e de recomendarem a fanfic para as amigas ❤️
Beijos de luz
Angel




Outras Fanfics:
Longfic:

Ainda Lembro de VocêIt’s Always Been You


Shortfics:

21 MonthsBabá TemporáriaBeautifuly DeliciousBecause of the WarCafé com ChocolateElementalO Conto da SereiaO Garoto do MetrôRumorShe Was PrettySorry SorryWelcome to a new wordWhen We Met

Ficstapes:

05. Paradise 06. Every Road 07. Face 10. What If I 12. Epilogue: Young Forever 15. Does Your Mother Know

MVs:

MV: Change MV: Run & Run MV: Hola Hola



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus