CAPÍTULOS: [Capítulo Único]





A Dama da Noite






Capítulo Único


Mais uma semana acabava e com ela mais um dia cansativo de trabalho na indústria. Organizar uma exposição com a maior fonte de renda da cidade havia sido por demais trabalhosa. A feira anual de rosas de 1932 seria a maior entre todas as exposições já feitas na cidade. A tarde havia sido chuvosa e a noite sinalizava por mais, mas isso não seria impedimento para que seu fim de semana começasse tão bem como sempre, o cabaré da cidade, o mais famoso da região teria novamente sua presença, um dos clientes mais assíduos do local. Mesmo seu casamento praticamente marcado com a filha do prefeito nunca havia sido impedimento para que fosse até lá. E o motivo era um só, ou melhor: uma só. era o nome dela.
Foi incentivado por seu melhor amigo a ir àquele lugar e, desde então, nunca mais faltara. Às sextas-feiras ela se apresentava, assim como todo final de semana, porém eram as sextas os melhores dias. Ele não teria que se encontrar novamente com sua noiva e teria toda a noite livre, diferente de sábado que só poderia ir quando dava sua desculpa à Eunice e seguia para o show que já estava no final; e no domingo em que só poderia ver metade, pois segunda-feira tinha que voltar ao trabalho.
Ele sabia que a função da moça não era apenas entreter olhares famintos com sua dança que hipnotizava o mais exigente dos expectadores, era sim, a dama mais esperada e sortudo era o que conseguia terminar a noite ao seu lado. Apenas um homem era o escolhido da noite e ele se odiava por ter apenas chances as sextas e aos sábados, diminuindo qualquer esperança que tivesse de passar a noite com a mulher em seus braços. , que não devia ter muito mais que vinte anos, tinha estatura mediana, olhos castanhos profundamente escuros. Em uma noite de sorte conseguiu ver seus olhos com uma proximidade privilegiada e era difícil acreditar que havia pupilas ali, tamanha era a escuridão em seu olhar. Seus cabelos também escuros e ondulados acompanhavam o movimento de seu corpo enquanto suas curvas eram exibidas em voltas majestosas. A pele pálida contrastava com seu olhar e deixavam ainda mais marcada suas sobrancelhas perfeitamente arqueadas. Fechava os olhos e podia ver o movimento de seu quadril de um lado para o outro enquanto seu corpo se abaixava acompanhando a melodia. Não sabia o que ela aprontaria para a noite em questão, mas sabia que não sairia decepcionado da casa noturna.
Estacionou o carro e andou apressadamente para não tomar os primeiros pingos de chuva, pagou pela entrada e sumiu na escuridão do hall. O salão principal era amplo, havia mesas no centro e sofás colados às paredes. Alguns lugares eram mais escuros onde os homens se divertiam com algumas das damas da noite enquanto os poucos quartos da casa não eram liberados. Os homens que chegavam primeiro faziam logo suas reservas e ao final da noite se dirigiam com suas escolhidas para os quartos, mas havia um em especial que era reservado para ela e seu escolhido, era aquele o único quarto que ele entraria. Algumas moças o tentavam a reservar algo, porém ele sabia que não as queria, apenas uma o faria corromper seu compromisso e se jogar nas garras da luxúria. Sentou em uma das cadeiras, bem próximo ao palco e ali ficou na ânsia pelo começo da apresentação. Acendeu um cigarro e se recostou na cadeira olhando para o tecido vermelho e dourado enquanto jogava fumaça no ar. Era dali, era daquele lugar que ela surgiria esplendorosa como sempre, levando ao delírio a mente mais casta que se poderia imaginar.
Algumas das damas insistiam em fazê-lo mudar de ideia, sim eram belas, porém ele sabia o que queria e não mudaria o foco. Tinha certeza que sabia o real motivo pela qual ele frequentava o lugar, mas se fazia de difícil. Escolhia sempre alguém muito próximo a ele e com uma piscada marota de despedida sumia por entre as cortinas puxando seu escolhido pela gravata e ele, mais uma vez, voltaria para casa e se contentaria com a lembrança que ela o havia proporcionado, com mais ideias de tudo o que ele poderia fazer caso a tivesse um dia.
Um, dois, três, quatro e sabem-se lá quantos mais drinks ele tomou. Uma, duas, três, quatro e sabem-se lá quantas mais apresentações assistiu e as cortinas eram novamente fechadas, mas era ela a atração principal. A última da noite. Noite que parecia ter se esticado e a hora custava a passar. Puxou o relógio de seu bolso e faltavam apenas cinco minutos para meia-noite. Ela já devia estar pronta. Cinco minutos o separavam de seu objeto de desejo. Beliscou um dos petiscos, suas pernas cruzadas balançavam freneticamente, a movimentação atrás do palco já podia ser ouvida. Devia estar maluco, mas jurava que podia sentir o perfume de embriagando seus sentidos. E finalmente, a cortina se abriu.
Como de costume estavam algumas dançarinas no palco, ela nunca se apresentava sozinha. Todas vestiam um collant dourado, com plumas e salto alto também dourado. Todas à frente de seus palcos de pole dancem. O centro do palco estava vazio e já sorria malicioso, sabia que em questão de instantes ela viria e estava certo, pouco tempo depois uma melodia sensual ecoou no salão e ela veio, coberta por um hobby de seda vermelha, andando vagarosamente olhando para todos os lados do salão. Seu olhar parecia o de uma gata que escolhia sua presa. A maquiagem marcada em seus olhos aumentava aquele olhar que ele tanto desejava ver de perto. Sua boca vermelha estava, como sempre, como um convite para qualquer que fossem os olhos. Parou em frente ao microfone e duas das dançarinas vieram em sua direção. descruzou as pernas e inclinou seu corpo um pouco mais para frente, retirando o chapéu e o colocando sobre a mesa. As dançarinas desfizeram o nó em seu hobby e o retiraram vagarosamente fazendo com que os assobios fossem cada vez mais altos dentro do salão. Ela estava maravilhosa. O collant vermelho de bordas douradas marcava perfeitamente suas curvas. Deixava sua cintura ainda mais fina e seu quadril ainda maior. Havia plumas em suas costas e glitter por toda sua pele. Seu cabelo estava preso em um coque bem-feito e ali também havia plumas. agarrou o microfone em sua frente e começou a cantar. Sua voz era como um calmante para que parecia ter perdido a noção até do lugar onde estava. Seu corpo subia e descia enquanto suas mãos passeavam por ele sem nenhum pudor. Após o término da canção, entregou o microfone a um ajudante de palco e outra melodia foi lançada e desta vez ela não cantou. Porém, seu corpo se balançava de um lado para o outro no pole dance fazendo performances inéditas, ela nunca repetia um show. A plateia que já levantava gritava coisas muitas vezes pesadas de se ouvir fora dali e sentia-se um pouco incomodado com a situação. Sentia vontade de tirá-la dali e levá-la para seu apartamento, onde ninguém além dele pudesse assistir as idas e vindas de seu quadril.
se abaixou quase em frente a ele, e ele sabia que era para provocá-lo. Com certeza havia percebido que as noites de seus shows eram a únicas na qual ele participava. Ajoelhou-se de costas para ele e lançou seu corpo para trás num movimento que fez seus cabelos se soltarem e as plumas voarem. Agora as ondas estavam finalmente soltas e ele podia finalmente sentir aquele perfume mais de perto. Como ele sentia vontade de agarrá-la ali mesmo. Ela dançou mais quatro músicas e o show finalmente acabou. Estava ela agora de pé, encarando o público, com as mãos na cintura escolhendo quem seria o seu alvo da noite. Desceu as escadas devagar enquanto sorria superiormente ouvindo as frases com seu nome. Foi na direção do homem que riu e abaixou a cabeça. Claro que ela faria como todas as outras noites, quando vinha em sua direção e puxava o primeiro desavisado enquanto o olhava provocativa. E assim fez, segurou um homem à frente de pelo colarinho, mas diferentemente das outras vezes ela não o puxou, mas sim o empurrou para o lado ficando em frente a ele. Inclinou o corpo quase se deitando sobre a mesa e ergueu o queixo de que nem sequer piscou.

- O senhor tem algum compromisso ou me dá o prazer da companhia essa noite? – Perguntou com os lábios bem próximos de seu rosto exalando seu hálito quente.
- Até o momento eu não tinha, mas eu não posso negar algo a uma dama tão bela. – Ele disse maliciosamente desviando o olhar para o decote em sua frente fazendo sorrir debochada.
- Então venha. – Ela se levantou e estalou os dedos fazendo sinal para que ele se erguesse. Sim, ele estava ali, abobalhado, totalmente vulnerável, um completo idiota, mas era a chance de sua vida e com toda a certeza não iria desperdiçá-la.

se levantou e , como sempre fazia com os seus escolhidos, segurou em sua gravata e se virou de costas andando em sua frente provocativa. Rebolava sem nenhuma discrição e ganhava espaço dos homens enquanto passava em meio a eles. Adentraram uma parte ainda desconhecida para . O lugar era escuro e haviam alguns tecidos caídos. Mais à frente o corredor ganhava algumas lamparinas onde estavam os quartos. Havia muitas portas pelo corredor, umas vinte talvez, dez de cada lado e perpendicular a elas, no fim do corredor estavam uma maior e foi para lá que se dirigiram. abriu a porta e entrou puxando em seguida.
No centro do quarto havia uma cama bem arrumada com vários travesseiros e criados-mudos de cada lado. O chão era revestido de carpete, havia vários móveis que remetiam ao século passado, mas ele realmente não estava interessado. A iluminação era propositalmente mais fraca que o habitual, porém era suficiente para que ele pudesse admirar o corpo de .
Ela se virou e o olhou nos olhos, passou os braços e envolveu seu pescoço com os braços e colou o corpo ao de que logo depositou as mãos em sua cintura. se pôs nas pontas dos pés e fechou os olhos depositando um beijo em seus lábios, beijo que mal começou e já ganhou uma agressividade descontrolada. ansiava por aquele momento há mais de dois anos e só agora poderia descontar todas as noites em que passara sozinho imaginando como seria estar com ela. As mãos do homem passeavam pelo corpo coberto apenas pelo collant como se tentasse deixar marcadas suas digitais. Guiou até a cama e a deitou, analisou bem aquele corpo em sua frente, pois sabia que havia sido privilegiado por estar ali, homens lá fora pagariam altos valores para estar onde ele estava. Beijou-a novamente com mais vontade enquanto seus dedos passeavam pelo cabelo macio de . A moça logo inverteu as posições e se colocou sentada sobre a cintura de . Desabotoou a camisa em uma paciência que ele não tinha, mas seu esforço em tentar reverter foi em vão, apesar da pouca idade ela era experiente, ela sabia o que fazer para deixá-lo imóvel. A cada botão que ela desprendia suas unhas faziam caminhos por sua pele até o próximo botão fazendo sua pele se arrepiar. Quando por fim, terminou essa tarefa se inclinou sobre seu corpo e beijou seu pescoço o fazendo fechar os olhos. Os beijos foram distribuídos por toda a região, pescoço, queixo e leves mordidas em seu lóbulo, enquanto isso suas unhas vermelhas e compridas passeavam por seu tórax.
se ergueu e levou os braços até as próprias costas onde começou a desabotoar seu collant afrouxando-o cada vez mais até que ele se viu caído sobre o troco e rosto de Bill que prontamente o tirou dando de cara com os seios da moça. não mais se controlou e não deixou que ela também o fizesse, se virou rapidamente e novamente dominou a situação. Ele não queria apenas ter o prazer de tê-la em seus braços como todos os homens faziam, ele não queria apenas retirar da outra o seu próprio prazer, não. Ele também queria que ela gostasse, ele também queria que ela o desejasse, que ela soubesse o que havia negado por tanto tempo. A beijou intensamente por inúmeras vezes, mas sem deixar de se importar com o que ela também sentia. Não arrancou sua roupa e sugou seu corpo com a fome de alguém que apenas desejava se satisfazer, quando o fez ela sentiu que ele a queria, não só de corpo, mas também de alma, sim. Esse sentimento ele ocultava por muito tempo, ele o manteve escondido e sentia ciúmes, raiva quando alguém a tocava de maneira indevida, quando alguém a levava para o quarto e a usava como um objeto, exibindo na manhã seguinte seu orgulho por ter tido como seu brinquedo. Ele sabia que ela não era mais ingênua, não era mais uma menininha, mas quando pôde estar dentro dela isso se tornou nada mais que um detalhe insignificante, algo que jamais seria empecilho para que ele a quisesse mais. A cada gemido que ouvia ele sentia mais vontade de penetrá-la e torná-la sua, como se a cada movimento quisesse apagar cada memória que os outros a fizeram passar, como se pudesse apagar cada toque de outro homem que ela havia recebido até então.


sentia seu prazer maior cada vez mais perto, pela primeira vez aquilo aconteceria. Sim, ela já havia por vezes se deitado com homens, mas nenhum deles a havia feito ser realmente mulher, aquilo era ser mulher, aquilo era o que ela procurava em todos os corpos em que já se deitou, em todas as bocas em que já beijou. Se soubesse teria dado logo uma chance a ele, mas seu orgulho e o prazer que sentia em vê-lo a olhar daquela maneira foram maiores. Mal sabia ele que era seu olhar que ela procurava todas as vezes que adentrava o palco, e que quando ele se demorava ou partia antes do fim do show ela não se empenhava tanto, já havia chegado ao topo de seu prestígio na profissão, todos a desejavam, mas para ele ela precisava fazer melhor, ela precisava ser melhor. Mas sabia que ele era comprometido e que jamais deixaria seu compromisso com a filha do prefeito para estar com ela, que poderia ser durante a noite a dona da festa, mas durante o dia julgada e apontada por todos da cidade, inclusive pelos homens que a tiveram algum dia. E era por isso que havia se decidido.
Amaram-se por horas, aproveitaram cada segundo que à noite os proporcionara, mas chegava à hora de partir. que antes repousava a cabeça sobre o peito de levantou-se rapidamente e vestiu seu hobby, procurando pelo quarto as roupas do homem e as entregando e ele que também se vestiu.

- Se eu pudesse ter essa chance novamente eu te juro que daria o que fosse preciso para conseguir. – Disse ele enquanto passeava com os dedos pela face da moça.
- Eu não poderia escolhê-lo novamente. É uma regra da casa. Não posso ter clientes favoritos.
- Então, quer dizer que eu seria o seu cliente favorito? – Sorriu de lado vendo a outra também sorrir.
- Eu não disse isso, disse? – Perguntou sorrindo convencida. – E além do mais há um motivo para que eu tenha o escolhido. Essa foi minha última noite na cidade. Estou sendo transferida para um outro cabaré.
- Como é que é? Por que vai fazer isso? Está bem aqui! Não há razão para isso!
- Minha imagem já está bastante desgastada por aqui. Preciso me refazer. Mas eu o via sempre aqui, e sempre me chamou a atenção. Você é um homem atraente. Eu não podia ir embora sem saber como seria estar com um de meus melhores espectadores. – Ela riu sem graça e pela primeira vez ele sentiu um toque de timidez em seu rosto.

olhava para a mulher, agora séria, em sua frente sem ter o que dizer. Não havia palavras para expressar o que ele sentia. Agora outros novos homens a admirariam, mas longe do seu olhar. Ele não teria mais o direito de vê-la pelo menos se exibindo enquanto era vangloriada por todos os presentes na plateia. Ele provavelmente nunca mais saberia dela e isso o matava por dentro.

- Agora precisa ir. Já extrapolamos a hora permitida e preciso pegar o trem dentro de poucas horas. – guiou para fora do quarto e fechou a porta. Ela não queria esticar aquele momento e não queria que ele contestasse, se ele pedisse um pouco mais ela seria capaz de ficar, de ceder. Mas não, sua profissão não permitia amores, não a permitia chorar.

Mas ela havia se apaixonado por seu olhar, ela se lembrava de todas as vezes que entrava no palco e via seu olhar fixo em cada movimento que ela fazia, sentia tanta culpa quando não o escolhia, mas sabia que esse dia chegaria desde a primeira vez que o viu, então guardou sua chance com ele para uma ocasião especial. Com os outros homens, ela sempre se protegia, não queria carregar consigo algum filho que seria apontado de bastardo, não era fácil a vida para ela, mas agora já havia conseguido uma quantia suficiente para viver por um bom tempo e em segredo havia se formado para professora, não iria ingressar em outro cabaré, mas tentaria uma vida diferente em algum lugar muito distante dali, talvez até outro estado. O que havia mudado era o fato de que dessa vez ela não se preveniu, ela não se protegeu. Queria correr o risco de carregar com ela algo que sempre o lembrasse, algo que pertencesse aos dois e em meio a lágrimas desesperadas pedia para que funcionasse, que ela pudesse sim gerar aquele novo ser. Sabia que havia tido uma vida apontada por todos como errada e impura, mas também sabia que tinha o direito de ser feliz.
Foi para a janela quando ouviu um som de motor sendo ligado, sabia que era ele. Ninguém mais estava ali. Com o olhar seguiu o automóvel até quando não pôde mais, e com as mãos sobre o ventre chorou mais uma vez enquanto se arrumava para ir embora. As malas estavam feitas e só faltava partir.
não havia encontrado forças para contestar, não havia encontrado coragem para se virar para aquela porta e dizer tudo o que queria, por mais que procurasse não encontrava sua própria voz. Andou desolado pelo corredor até sair do cabaré.
Tentou no outro dia ir ao lugar, mas não era a mesma coisa, aquilo funcionou até mesmo para convencê-lo de que ela não estava mais lá. Não teve disposição para se encontrar com Eunice, mandou um recado qualquer se queixando de dor de cabeça, exaustão. O aviso de que ela havia realmente ido embora e a apresentação da segunda dama da casa como a nova atração principal o despedaçou por dentro. Ele só queria saber onde é que ela havia se metido, se odiava por não ter conseguido perguntar nada que realmente importasse. Abandonou a casa dando uma última olhada ali, sabia que aquela seria sua última visita. Pelo menos se ela não voltasse ele também não voltaria. Acendeu um cigarro e andou pelas ruas jogando fumaça que rodava em caracóis dançando com o vento, parecendo ter a mesma leveza que tinha ao se apresentar. Não havia ido de carro, não queria dirigir, não queria prestar atenção. Dirigiu-se para casa como quem não tem para onde ir e abraçou-se ao travesseiro como se fosse a própria Juliana entre seus braços.



Fim!



Nota da autora: (24.06.2016) Espero que tenham gostado! É minha primeira fic e não sei bem o que estou fazendo haha... Obrigado por ler!


Nota da Beta: Como você não sabe o que está fazendo, Kathire? Que fic mais linda, eu amei do começo ao fim. Chateada que acabou ;/ Queria saber se a engravidou, se o casou... Apoio uma continuação ai, viu? Parabéns, minha linda, muito sucesso! <3




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