Finalizada em: 12/01/2021

Capítulo Único

Recomeçar.
Palavra fácil de falar, mas difícil de executar.
Sair da cidade onde nasci para recomeçar em outro país, com cultura e língua tão diferentes, não estava sendo fácil. Mas eu estava me adaptando.
Afinal, todo mundo sempre gostava de uma boa festa. E, graças aos céus, eu também. E amava meu trabalho.
, os balões chegaram! — uma das minhas funcionárias gritou.
— Já estou indo! — gritei de volta.
Minha empresa ainda era pequena. Não éramos muitos. Yerin e Sunhee, Wonho, o rapaz do grupo que carregava nossas caixas, e eu, dona e proprietária da Party! Organização de eventos. Sim, o nome era o bordão da minha drag queen favorita. Beijo, Adore Delano. E não, eu não ficava no escritório o dia todo. Eu gosto da ação. De ver o resultado.
Terminei de acertar os detalhes com um cliente futuro, guardei o celular e fui ajudar Yerin com os balões.
— Pronto. O que temos? — perguntei observando a quantidade de balões ali. Eu não gostava deles, mas tinha sido exigência da cliente. Pessoas ricas. — Painel?
— Sim. E ela quer uma cara do Mickey aqui. Já estou imaginando as crianças chorando. — ela estremeceu.
— Alguém tentou convencer ela do contrário? — perguntei já separando os balões por cores.
— Sunhee e toda a sua delicadeza. Não teve sucesso. — ela bufou. Se Sunhee não tinha conseguido, ninguém mais conseguiria.
— OK, então também não vamos conseguir. — me dei por vencida.
— O que não vamos conseguir? — a voz de Wonho ecoou pelo local.
— Convencer a cliente a não fazer um painel com a cara do Mickey. — Yerin respondeu.
— Felizmente não estaremos aqui para ouvir as crianças chorarem. — ele riu, pegando o aparelho que usávamos para encher os balões.
— Mãos à obra? — Sunhee chegou carregando a base para o painel de balões.
— Sim! — gritamos todos juntos e fomos encher nossos balões. Montamos o painel, e até que ficou bonito, e organizamos toda a decoração. A cliente chegou e quase chorou ao ver tudo arrumado. A festa seria linda. Juntamos nossas coisas e voltamos ao escritório, combinando de pegar tudo no dia seguinte.
— Céus, hoje foi cansativo. — me joguei na cadeira.
, tem um rapaz lá fora pedindo pra falar com a dona. — Yerin entrou de fininho na minha sala. Ela tinha um papel com seu nome pregado com fita adesiva na blusa da Party!. Talvez culpa da minha hesitação em lhe chamar pelo nome hoje à tarde. Eu ainda tinha alguns problemas em diferenciá-las.
— Belo crachá. — apontei e ela riu. — Enfim... Cliente? — perguntei endireitando a postura.
— Não sei, mas ele é muito bonito. — ela riu.
— Homens bonitos seriam colírios para os meus olhos cansados agora. — eu ri e ela me acompanhou. — Pode mandar entrar.
Não que Hoseok, ou Wonho, como ele gostava de ser chamado, não fosse um homem bonito. Ele, de fato, era, mas eu estava tão acostumada com sua pele branca, sua boca bonita e seus braços musculosos, que já não sentia mais aquele formigamento na ponta dos dedos sempre que ele se aproximava.
Yerin saiu da sala e ouvi sua voz sussurrada do lado de fora. Segundos depois a porta foi aberta e um rapaz de pele amorenada, cabelos escuros e incrivelmente bonito passou por ela. A camiseta preta se ajustava muito bem ao seu corpo musculoso e ele me sorriu sem graça.
— Senhorita ? — sua voz profunda atingiu meus ouvidos e arrepiou os pelos da minha nuca.
— Pois não? — respondi da melhor forma que consegui.
— Tem um minuto? — ele perguntou incerto.
Para você, todo o tempo do mundo.
— Ah, claro senhor... — deixei a frase no ar, esperando que eu completasse.
— Son. Son Hyunwoo. — ele se apresentou.
— Então senhor Son, em que posso ser útil? — perguntei.
— Ah, por favor, me chame de Hyunwoo. — ele parou bem na minha frente.
— Sente-se, Hyunwoo. — indiquei a cadeira. Ele acomodou o corpo e meus olhos percorreram todo aquele tronco maravilhoso de perto. — Em que posso ajudar?
— Bom, eu estou até um pouco sem graça de falar isso. — ele coçou a cabeça desconcertado.
— Hyunwoo, já organizamos todo tipo de festas aqui na Party!. Não precisa ficar envergonhado. — eu sorri.
— Na verdade, senhorita , eu estou aqui para me oferecer para trabalhar. — ele disse. Meu queixo quase foi ao chão.
— Desculpe, acho que não entendi muito bem. — balancei a cabeça, completamente confusa.
— Alguém me indicou sua empresa, senhorita . Eu estou precisando de um emprego e sou ótimo com crianças. Posso fazer absolutamente tudo que a senhorita me pedir. Desde encher balões a animar um grupo de crianças. — ele explicou rápido, quase se embolando nas palavras.
— Está se candidatando para trabalhar aqui, senhor Son? — perguntei, esquecendo até de chamá-lo pelo nome.
— Se a senhorita tiver vaga... Sim, estou. — ele respondeu confiante.
— A nossa vaga já foi preenchida. — menti. — Mas, por favor, deixe seus dados com a Yerin e eu entrarei em contato, caso precise.
— Claro, senhorita . — ele levantou da cadeira e me reverenciou. — Foi um prazer conhecê-la.
— O prazer foi meu, Son Hyunwoo. — levantei e o reverenciei, assistindo-o sair da sala em seguida. Mal ele saiu, Sunhee entrou completamente eufórica e praticamente se jogou na cadeira à minha frente.
— Chefe, ele era quente! — ela se abanou com as mãos. — Ele veio para organizar uma festa? Por favor, não diga que é despedida de solteiro. — ela suplicou e eu ri.
— Não, Sunhee. Ele veio pedir um emprego. — expliquei.
— E você o contratou, não é? — ela perguntou quase desesperada e eu neguei com a cabeça. — Chefe, acha que Wonho vai dar conta sozinho para sempre? Se vamos expandir, vai precisar de mais funcionários. Principalmente de um cara alto, musculoso e incrivelmente bonito.
— Vamos? Nós já não temos um? — perguntei rindo.
, nosso fluxo de festas tem aumentado. Logo vamos precisar dividir a equipe. Você, o cara bonitão e Yerin. Eu, Wonho e outra menina que você vai contratar. Vamos dominar a cidade. — ela cruzou os braços sobre o peito com uma expressão vitoriosa.
Refleti sobre as palavras de Sunhee. É um fato que meu plano era dominar a cidade e definitivamente precisaríamos de mais gente. Nós quatro não seríamos capazes de cobrir tudo. Suspirei cansada. Eu odiava quando eles tinham razão sobre os argumentos.
— E que tal um teste? — ela propôs. — Você o contrata para uma diária e vê como ele se sai. Se ele não corresponder às suas expectativas, você o paga e nunca mais vai vê-lo. Caso contrário, você o contrata como fixo da Party!. Pense nisso. — ela se levantou e saiu da sala.
Pensei em suas palavras e o desejo de dominar a cidade apertou meu coração. Eu realmente precisaria de mais gente. E não seria nada mal ter Hyunwoo ali.
— Yerin! — gritei de dentro da sala. Ela abriu a porta e colocou só a cabeça para dentro. — Ligue para Hyunwoo agora e diga que ele tem um teste amanhã.
Ela assentiu e sumiu, me deixando sozinha novamente. Terminei de arrumar os contratos do dia seguinte e resolvi ir para casa. Amanhã era dia de teste e eu precisava me preparar.

***

Acordei mais cansada que quando fui dormir. Levantei de mal gosto e fui fazer minha higiene. Peguei a blusa azul safira com a logo da Party! e meus tênis e coloquei na bolsa. Vesti uma camisa de botões, jeans e calcei minhas sapatilhas. Afinal, um possível funcionário faria teste hoje.
Passei na cafeteria mais próxima e comprei um lanche rápido, indo para o escritório em seguida. Assim que parei o carro na vaga destinada, vi uma figura alta na porta e estranhei. Wonho tinha a chave. Quem era aquele? Juntei minhas coisas e desci do veículo, receosa.
— Pois não? — chamei a atenção do rapaz. Quando ele virou, minha respiração falhou. Era Hyunwoo ali.
— Oh, senhorita . Bom dia. Cheguei muito cedo? — ele sorriu sem graça.
— Um pouco, Hyunwoo. — eu ri. — Yerin não lhe disse o horário?
— Ah, sim. Mas eu preferi chegar mais cedo. Não queria me atrasar. Desculpe. — ele pediu e baixou o olhar. Completamente adorável. Alto, com um ótimo físico, mas adorável.
— Bom, vamos entrar. Esse café é meu, mas posso lhe fazer um. — sorri e ele me acompanhou. Abri a porta e entrei, deixando-a aberta para que ele pudesse entrar. Hyunwoo ficou parado no meio do lugar. — Sente-se, Hyunwoo. Eu já volto.
Entrei na minha sala e tomei meu café rapidamente. Quando estava prestes a sair, ouvi a voz de Wonho no local. Me apressei e abri a porta, o vendo entrar sem notar a presença de Hyunwoo ali.
— Alguém madrugou! Não dormiu, ? Precisa de alguma coisa para relaxar? — ele perguntou divertido.
— Não, idiota. — respondi rindo. — E controle-se. Temos companhia. — apontei para um Hyunwoo sem graça. Ele provavelmente tinha percebido as segundas intenções nas palavras de Wonho.
— Oh, tão cedo? — ele disse surpreso. — Seu teste não era mais tarde? — ele perguntou se aproximando de Hyunwoo e lhe estendendo a mão. — Lee Hoseok. Ou Wonho. só me chama pelo nome quando está brava. — ele riu.
— Son Hyunwoo. — o moreno se apresentou. Olhando para Wonho e Hyunwoo, pude ver o quão irresistível seríamos para os clientes. Comecei a rir sozinha.
? — Wonho me encarou.
— Nada, Wonho. Faça um café para nós, OK? — pedi e entrei de volta na sala. Tinha que esperar Yerin chegar para sairmos. Sunhee entraria mais tarde hoje.
— Chefe! — ouvi a voz de Yerin no local. Ela tinha essa mania de chegar gritando. — Oh, Hyunwoo-ssi, chegou cedo.
Saí da sala e encontrei uma Yerin confusa que encarava um Hyunwoo vermelho de vergonha. Ela se virou para mim assim que notou minha presença.
, a cliente de ontem já ligou dizendo que precisamos pegar o que ficou lá. Ela tem que desocupar o salão. — ela explicou.
— OK, Yerin. Wonho só está fazendo um café. Já vamos sair. Vou me trocar. — anunciei. Entrei de volta na sala e peguei a camiseta da Party!. Saí de novo, indo para o banheiro.
— Você está bonita. — Yerin sussurrou e sorriu ladina, olhando para Hyunwoo depois. Meus funcionários estavam impossíveis hoje.
Troquei apenas a blusa, tomei o café que Wonho gentilmente me ofereceu e saímos nos carro da empresa. Wonho dirigia e eu ia ao seu lado, Yerin e Hyunwoo no banco de trás. Eu ouvia a risadinha de Yerin e via o rosto vermelho de Hyunwoo pelo espelho.
— Yerin, avisou que estávamos vindo? Vão precisar abrir o portão para nós. — Wonho alertou.
— Está tudo certo, Wonho. O porteiro já foi avisado. — Yerin respondeu.
— Hyunwoo, hoje vamos fazer essa desmontagem e uma montagem mais tarde, OK? — perguntei.
— Sim, senhorita . — ele respondeu tímido.
— Por favor, me chame de . Me sinto uma velha sendo chamada de senhorita . — pedi rindo.
— Seria uma bela velha. — Wonho riu ao meu lado.
— Concordo. — Hyunwoo disse baixinho, quase sussurrando.
— Disse alguma coisa, Hyunwoo? — perguntei.
— Ah, não, . Não disse nada. — ele respondeu nervoso.
— Wonho, cale a boca e dirija, sim? — bati em seu braço.
— Claro, chefe. — ele riu de novo e afundou o pé no acelerador. Mais alguns minutos e finalmente chegamos ao local.
O porteiro gentilmente nos abriu caminho e fomos direto para o salão onde tudo ainda estava no mesmo lugar em que eu havia deixado.
— Ah, . Você chegou. Que bom. O síndico já está tirando minha paciência por conta disso. — a cliente nos encontrou no salão.
— Não se preocupe, querida. Estaremos fora em alguns minutos. — lhe tranquilizei.
— E quem é o novo rapaz? — ela perguntou maliciosa.
— Ele está em uma espécie de teste para trabalhar conosco. — respondi vendo Hyunwoo carregar as peças da mesa com Wonho, os músculos dos braços saltados pela força que ele exercia.
— Contrate ele e você fará minhas festas para sempre. — ela riu.
— Estou tentada a contratá-lo agora. — respondi rindo.
— Bom, tenho que ir. Obrigada por vir rapidamente. — ela me reverenciou e saiu. Corri para ajudar Yerin e os rapazes e terminamos rapidamente, voltando para o escritório e encontrando Sunhee lá. Acompanhada de seu filho, um garotinho de quatro anos.
, eu não consegui deixá-lo com ninguém. Não tem aula hoje. Parece que a diretora teve um problema. Tive que trazê-lo. — ela começou a falar assim que me viu. Sunhee era mãe solteira. Sunggyu, seu filho, passava o dia na creche-escola e ela sempre saía mais cedo para pegá-lo.
— Sunggyu! — ignorei Sunhee e me abaixei para vê-lo correr diretamente para os meus braços.
Noona! — ele gritou e se jogou em minha direção, num abraço apertado.
— A noona sentiu sua falta, sabia? — perguntei a ele.
— A omma não gosta de me trazer pro tabralho. — ele disse triste, nos fazendo rir com sua pronúncia errada.
— É trabalho, meu amor. — corrigi. Ele apenas confirmou com a cabeça. — Então hoje você é funcionário da Party!? — perguntei e ele confirmou de novo. — Onde está sua farda, Sunggyu?
Ele olhou ao redor e encontrou os olhos de sua mãe. Sunhee sorria boba. Ela se sempre se preocupava quando tinha que trazer Sunggyu com ela, mesmo eu dizendo que não me importava e que entendia completamente.
Omma? — ele chamou. Sunhee arregalou os olhos. Sunggyu realmente tinha uma camisa da Party!. Sim, eu sou boba para crianças. Ela abriu a bolsa e tirou de lá uma camiseta azul como a nossa, a jogando em minha direção. Peguei a peça no ar e entreguei ao pequeno na minha frente.
— Vamos vestir e sair. Temos uma festa para organizar. — ajudei Sunggyu sobre os olhos atentos de todos e levantei, vendo Hyunwoo sorrindo como Sunhee. — Sunggyu, esse é um hyung que está trabalhando com a gente hoje, sim? — apontei para o moreno e Sunggyu fez uma reverência.
— Vamos tabralhar! — Sunggyu gritou e nos fez rir.
Juntamos a decoração da festa seguinte e entramos todos no carro. Deixei Hyunwoo e Wonho na frente e fui atrás, com Sunggyu e as meninas. Paramos para comer alguma coisa e seguimos para o local da festa.
Sunggyu ajudava como podia, carregando mini esculturas até a mesa. Até que ele encontrou um grupo de crianças que morava no prédio do aniversariante.
Noona, eu posso brincar? — ele perguntou incerto.
— Claro que pode. Vá com seus amigos. — respondi.
— Eu também gosto de crianças. — Hyunwoo comentou ao meu lado, segurando uma caixa enorme nos braços.
— Queria ver você interagindo com elas. — respondi de braços cruzados.
— Espero ter essa oportunidade. — ele respondeu e saiu, se juntando a Yerin e ajudando a montar a mesa.
Wonho terminou de carregar as caixas e foi para o carro, alegando que já tinha terminado por ali. Hyunwoo, meio perdido, me olhou incerto e eu o dispensei com um gesto de mão. A partir dali, eu assumiria com Sunhee e Yerin. Estávamos concentradas arrumando tudo, quando ouvimos um gritinho de Sunggyu. Soltei as coisas rapidamente e corri antes de Sunhee para ver o que estava acontecendo. Encontrei Sunggyu e Hyunwoo rolando no chão, o sorriso do menor quase não cabia no rosto.
— Você me assustou, filho! — Sunhee reclamou.
— Eu só estava brincando com o hyung. — ele respondeu com a respiração falha por conta da brincadeira.
— Você gostou dele, Gyu? — perguntei. O pequeno apenas balançou a cabeça, enfaticamente afirmando, fazendo o sorriso de Hyunwoo aumentar. — Vá brincar. Daqui a pouco nós vamos embora. — alertei.
Sunggyu correu de volta para Hyunwoo e eles voltaram a brincar. Sunggyu soltava risadas adoráveis enquanto corria.
Voltei com Sunhee para perto de Yerin e a encontrei sorrindo.
— Está tentada, não está? — Yerin perguntou.
— A? — Sunhee fez uma expressão confusa.
, está tentada a contratar Hyunwoo, não está? — Yerin perguntou de novo.
— Estou. — respondi sincera. — Ele seria uma mão na roda na empresa.
— E ele é ótimo com as crianças. — Sunhee completou.
— E poderíamos expandir. — Yerin alfinetou.
— Parem, vocês duas. — pedi.
— Só estamos dizendo a verdade. — Yerin deu de ombros.
— Prepare os papéis de contrato assim que chegarmos, Yerin. Teremos um novo funcionário. — ordenei. — Hyunwoo! — chamei de longe e o vi praticamente correr em minha direção com Sunggyu nos braços.
— Sim, . — ele disse com uma expressão preocupada.
— Espero que esteja pronto para enfrentar mais crianças. — sorri. Sua expressão mudou de preocupada para confusa. — Você está contratado.

***

No dia em que foi contratado, Hyunwoo me prometeu mundos e fundos. E aqui estávamos. Um mês que ele trabalhava conosco e realmente estava cumprindo tudo o que tinha prometido. Ele até dançou com um grupo de crianças enquanto o animador não chegava.
Ele era realmente o funcionário perfeito. Simpático, comunicativo e... forte. Além de extremamente bonito. Sunhee até tinha tentado a sorte, mas não deu certo para ela. Claro que ele deveria ter alguém. Não era possível que um homem como ele estivesse sozinho.
— Sonhando acordada? — Wonho perguntou se aproximando e apertando meus ombros cansados com suas mãos fortes. Suspirei pesado, relaxando um pouco sobre seu toque.
— Pensando em quanto trabalho nós temos. — respondi para disfarçar. Estava mesmo olhando Hyunwoo carregando as mesas para dentro da sede da empresa, os braços fortes marcados na camiseta da Party!.
— Pare de suspirar e arrume seu escritório. Temos uma cliente chegando em cinco minutos. — ele riu, beijou meu rosto e saiu, se juntando a Hyunwoo no processo de carregar as coisas para dentro.
— Wonho é tão abusado. — Yerin, agora de cabelos vermelhos, se aproximou.
— Concordo. Mas que cliente é essa? — perguntei.
— Uma moça ligou. Disse que está chegando e parecia nervosa. — ela deu de ombros. — Precisa de ajuda?
— Não. Aproveite que Wonho terminou e vá tomar um café com ele. — sorri maliciosa. Não era segredo para ninguém que Yerin tinha uma queda por ele.
— O que está insinuando, ? — ela cruzou os braços sobre o peito.
— Nada. Só estou dizendo para meus funcionários queridos irem tomar um café. — respondi inocente.
— Então vou levar Hyunwoo conosco. — ela rebateu.
— Vou precisar de Hyunwoo aqui. Quero que ele mova algumas coisa de lugar. — eu disse séria. — Suma daqui, Yerin.
— OK, chefe. — ela riu e se afastou. Tomou Wonho pela mão e saiu na mesma hora que uma moça loira e agitada entrou.
— Boa tarde! Em que posso ajudar? — perguntei animada.
? — ela perguntou incerta e eu confirmei com a cabeça. — Sou a moça que ligou agora a pouco.
— Oh, seja bem-vinda. Me acompanhe, por favor. — indiquei a porta da minha sala e deixei que ela entrasse. Hyunwoo permanecia parado no meio nada, esperando minhas próximas ordens. O chamei com um gesto de mão e ele se aproximou. — Eu sei que é um abuso da minha parte... — comecei baixinho e pousei a mão em seu braço. E que braço... — Mas poderia fazer um café para nós?
— Claro, . — sua voz grave agitou meu coração.
— Obrigada, Hyunwoo. Você é um anjo. — sorri para ele e ele me sorriu de volta, aquele sorriso infantil que contrastava totalmente com seu porte físico. Entrei de volta na minha sala e encontrei a moça sentada encarando a porta fechada. — Então, em que posso ser útil?
— Sou Choi Hyeji e preciso de uma despedida de solteiro, . — ela riu.
— Claro, Hyeji. Eu adoro organizá-las. — ri também. — Você é a noiva?
— Ah, não. Sou irmã dela. — ela explicou. — O problema, , é que eu quero fazer isso em uma boate e preciso de pelo menos dois dançarinos que o lugar não vai me oferecer para contratar. A propósito, você tem belos homens aqui. — ela me olhou com uma expressão maliciosa.
— Deixe-me ver se entendi, Hyeji. Você precisa que eu organize a despedida de solteira da sua irmã, mas precisa de dois dançarinos. — disse em tom de pergunta.
— Isso, e achei que você pudesse me indicar alguém. — ela me olhou apreensiva. Pelo visto, aquilo era importante.
— De que tipo de dançarinos precisa? Do tipo stripper que tira tudo ou algo mais... Magic Mike? — perguntei receosa.
— Algo mais Magic Mike seria perfeito! — ela respondeu animada novamente. — Não quero caras tirando a roupa e ficando nus no meio da boate. Seria constrangedor. — ela fez uma careta. — Um peitoral de fora e movimentos sensuais seriam suficientes.
— Digamos que eu consiga. Quanto tempo eu teria? — perguntei já com uma ideia rodando em minha cabeça.
— Dois meses. — ela respondeu.
— OK. Eu tenho tempo. Assim que conseguir os rapazes, eu te aviso. — me recostei na cadeira e suspirei.
, eu não sei mais a quem recorrer. Eu preciso fechar isso hoje. — ela parecia aflita.
— Hyeji, eu preciso de algum tempo para conseguir os rapazes. — suspirei.
— Esqueça os rapazes. Vamos falar do restante da festa. Eu confio em você. — ela sacou um caderno da bolsa e começou a falar sobre os detalhes. Fechamos o contrato naquele dia, com promessas minhas de conseguir os rapazes dançarinos. Assim que ela saiu, Hyunwoo entrou com um olhar apreensivo. Ao ver minha expressão cansada, ele se aproximou por trás da minha cadeira e imitou o gesto de Wonho mais cedo. Colocou as mãos sobre meus ombros tensos e começou a apertar tímido. Não consegui conter o gemido de satisfação que escorregou pela minha garganta.
— Muito difícil? — ele perguntou baixinho, a voz em um sussurro fazendo minha pele arrepiar. Fechei os olhos e aproveitei a sensação maravilhosa.
— Ela precisa de dois dançarinos para uma despedida de solteira. — respondi igualmente baixo. — Onde eu vou arrumar dois homens sarados que dancem como os caras do filme Magic Mike, Woo?
— Você vai conseguir, . Você sempre consegue tudo. Você é incrível. — ele quase sussurrou a última parte. Tirei suas mãos de meus ombros e girei a cadeira para que pudesse lhe encarar. Ele me sorriu doce e eu lhe retribuí. Não conseguindo controlar meus impulsos, separei os joelhos e arrastei a cadeira para mais perto dele, passei os braços por sua cintura e lhe abracei, apoiando a cabeça em sua barriga. Os dedos de Hyunwoo foram para os meus cabelos em um afago gostoso, assim como seu corpo que estava junto do meu.
— Obrigada por tudo, Woo. — agradeci baixinho. Hyunwoo murmurou alguma coisa que eu não entendi, meus ouvidos só captaram a última palavra: você. — Disse alguma coisa? — perguntei curiosa.
— Ah... . — chamou e eu parti o abraço para lhe olhar. — Você quer... Me mostrar o filme?
— Como é? — perguntei confusa.
, eu danço, você sabe. Fiz algumas aulas quando era... Mais novo. — eu ri, porque ele pareceu hesitar para dizer “mais novo”. De fato, Hyunwoo já tinha sido pequeno algum dia? Fica o questionamento. — Se eu souber do que se trata, talvez possa ajudar. Wonho concordaria em participar. Ele é exibido, você sabe. — ele riu, os olhos ficando pequeninos, contrastando completamente com o rosto de traços fortes.
Analisei aquele rosto sorrindo para mim e coloquei os prós e contras na balança. Eu tinha os dois filmes baixados. Eu sei, pirataria é crime. Mas era difícil (lê-se impossível) achar os filmes nos streams. Eu teria dois meses para montar com eles uma apresentação e, se eu obtivesse sucesso, levaria a Party! a um outro patamar. Hyunwoo mordeu o lábio inferior cheinho, ainda com um resquício de sorriso estampando o rosto.
— Não me olhe com essa cara. — fingi irritação e lhe dei um tapa no quadril, só então me dando conta de que eu estava próxima demais dele. Me levantei da cadeira e lhe olhei nos olhos, ou tentei. — Assistimos ao filme hoje na minha casa. Depois eu te deixo na sua. Vamos só esperar os outros chegarem para fecharmos tudo.
— Te espero lá fora. — ele beijou meu rosto e saiu.
Passei as mãos no rosto e desabei na cadeira. Eu não acredito que ia levar Hyunwoo e toda a sua beleza para a minha casa. Com razões estritamente profissionais, claro. E era isso que me frustrava. Queria não ter nenhuma relação profissional com ele para que eu pudesse me entregar àquele desejo que estava habitando no mais profundo do meu ser.
Yerin e Wonho voltaram rindo alto, chamando minha atenção. Juntei meus pertences e saí da sala, encontrando os dois conversando animadamente no sofá da mini recepção.
— Que bom que chegaram. Quero ir embora. — anunciei.
— E por que não foi e deixou o Hyunwoo-ssi aqui nos esperando? — Yerin perguntou.
— Porque hoje ele vai comigo. Vamos, Hyunwoo. — chamei o moreno que praticamente grudou em mim. — Talvez eu tenha um trabalho para você depois, Wonho. Falamos amanhã. Fechem tudo direitinho. Obrigada por hoje. Amo vocês. — joguei um beijo no ar e saí rapidamente, para evitar as perguntas de Yerin, que certamente ia querer saber por quais motivos eu estava levando Hyunwoo comigo.
— Você foi rápida. — ele riu assim que fechei a porta e saí com o carro.
— Yerin faria um trilhão de perguntas. Não saberia respondê-las. — confessei. Fomos em silêncio até o meu apartamento, que, por sorte, tinha recebido uma boa limpeza no dia anterior. Assim que entrei, tirei os sapatos de qualquer jeito e larguei as chaves no suporte. — Fique à vontade. Eu só vou tomar um banho rápido. Já volto. Dez minutos. — pedi.
Hyunwoo sorriu como se soubesse que era impossível eu tomar banho em dez minutos. Mas eu tentei. Vesti um short jeans que estava grande demais para mim e minha fiel escudeira, uma camiseta com a Wandinha Adams e sua habitual expressão de ódio. Voltei para a sala e encontrei Hyunwoo sentado no sofá, a postura ereta, como se estivesse nervoso.
— Está com fome? Acho que vou pedir uma pizza. — fiz uma careta e ele me respondeu com um de seus sorrisos. Liguei para o delivery mais próximo e pedi uma pizza família. Eu não sabia o quanto ele comia, mas eu estava com fome. Levei uma faca, guardanapos e dois copos para a sala e, assim que sentei ao seu lado, Hyunwoo me encarou.
— Seu apartamento é legal. — ele sorriu. — E, a propósito, eu não estou com fome.
— Mas vai comer. — respondi e me ajeitei no sofá, puxando o apoio, o transformando em um sofá-cama, e tomando o controle da TV nas mãos. — O filme é longo. Tire as meias, se preferir. — arrumei o corpo no sofá e comecei a procurar o filme nos arquivos da TV. Ia sugerir que ele tirasse a blusa para ficar à vontade, mas achei que seria abusada demais.
Dei play no filme e quando a pizza finalmente chegou, levantei para abrir, deixando Hyunwoo assistir só. Comemos em silêncio, ele remexendo os ombros de vez em quando, me fazendo sorrir minimamente.
Quando o filme acabou, me dignei a lançar um olhar em sua direção.
— Podemos ver o segundo filme amanhã. — sugeri.
— Não precisa. Já vi o suficiente. — ele riu. Realmente não deveria ser agradável para ele ver cinco caras musculosos dançando com pouca roupa. Para mim, era. Demais.
— Acha... Acha que consegue? Wonho concordaria com isso? — perguntei incerta.
— Se eu consigo? Quer que eu reproduza alguma cena? — ele apontou para a TV com as sobrancelhas arqueadas.
— Qualquer uma? — perguntei curiosa. Ele semicerrou os olhos, como se me desafiasse. — Deixo na sua escolha. — cruzei os braços sobre o peito.
— Espero que esteja pronta, . — ele sorriu de lado. Levantou do sofá onde estava confortavelmente deitado e se ajoelhou bem aos meus pés. Suas mãos subiram por minhas panturrilhas e seu tronco acompanhou o movimento, se colocando sobre minhas coxas. Quando me preparei para perguntar o que ele estava fazendo, suas mãos grandes encontraram meus quadris e me puxaram em sua direção e ele se colocou de pé. Por puro impulso, movida pelo susto, separei os joelhos e o encaixei entre minhas coxas, meu rosto ficando na altura de seu estômago.
Levantei a cabeça para lhe olhar e ele sorriu malicioso, sorriso esse que fez um arrepio intenso se espalhar pelo meu corpo. Hyunwoo puxou a camisa pela cabeça e, céus, eu poderia desfalecer ali mesmo. Ele tinha um abdômen deliciosamente definido e uma pele morena tentadora. Minha boca chegou a salivar com a visão, sedenta para sugar e morder cada pedacinho de pele. Mordi o lábio inferior e Hyunwoo percebeu.
— Gosta do que vê, ? — ele perguntou com uma voz sensual que eu desconhecia. E, juro, eu já me sentia molhada só com aquilo. Era vergonhoso, eu sei. Mas era a verdade.
Não consegui responder à pergunta. Hyunwoo delicadamente segurou meus cabelos e puxou minha cabeça para trás, me fazendo erguer levemente o queixo em sua direção. Se afastou minimante e, me mantendo sobre o seu domínio, começou a fazer movimentos insinuativos com o corpo, ondulando e rebolando de uma forma que eu nem achei que seria humanamente possível. Apertei os dedos das mãos e dos pés para tentar controlar a vontade de tocá-lo.
Senti meus cabelos sendo levemente puxados e joguei o corpo para trás, deitando no sofá. A mão livre de Hyunwoo deslizou pela lateral do meu corpo e se firmou em minha coxa, a erguendo. O olhei confusa e ele desfez o aperto em meus fios, para levar a mão agora livre para a minha outra coxa. Com os joelhos dobrados, finalmente entendi o que ele queria fazer. Channing tinha feito isso no filme.
Antes que ele se colocasse entre minhas pernas, e certamente percebesse a umidade ali, eu usei os pés para o afastar.
— Melhor pararmos. — avisei. Se continuasse com aquilo, provavelmente ele acordaria nu na minha cama.
— Tem certeza? — ele perguntou com a voz rouca. A visão de Hyunwoo com o tronco desnudo entre minhas pernas era tentadora. Seria ainda melhor se ele estivesse com o rosto... OK, parei.
— Hyunwoo... — chamei incerta.
— OK, . — ele se afastou minimamente e me estendeu a mão, me ajudando a sentar no sofá. Sua mão livre foi de encontro à minha nuca e seus lábios se chocaram com os meus, me pegando totalmente desprevenida. A língua quente dele envolveu a minha e nossos lábios se encaixaram de uma forma inexplicável.
Empurrei Hyunwoo pelo ombro, mesmo que não quisesse, e me separei dele, mantendo os olhos fechados por alguns segundos.
— O que foi isso? — perguntei com um fio de voz.
— Não ia conseguir dormir hoje se não fizesse isso. — ele respondeu ainda colado a mim. — Descanse bem. Vou falar com o Hoseok amanhã para marcarmos os ensaios, OK?
Apenas assenti com a cabeça, incapaz de formular uma frase de sentido, e Hyunwoo beijou o topo da minha cabeça.
— Eu... Você. — gaguejei. — Eu te levo.
— Não precisa, . — ele riu daquele jeito fofo dele e vestiu a camisa. — Eu vou de táxi. Te mando a conta. Descanse. Nos vemos amanhã. — ele beijou o canto da minha boca e se foi, levando o resto do meu juízo com ele, quase me fazendo levantar para buscá-lo de volta.
O juízo, claro.

***

Acordei no dia seguinte querendo voltar a dormir e, quem sabe, continuar meu sonho. Mas a realidade me chamava, na forma do celular que insistentemente anunciava várias mensagens. Peguei o aparelho e enviei um áudio no grupo da Party!.
— Será que vocês podem me deixar dormir? — perguntei com a voz entediada. A resposta veio em um áudio de Yerin.
Nem pensar! Hyunwoo e Wonho estão trancados na sua sala tem dez minutos e a cliente da despedida de solteiro disse que chega em uma hora. — ela parecia nervosa. Abri a conversa com Wonho e lhe mandei uma mensagem.
“Chego em vinte minutos e não quero nenhum dos dois na minha sala.”
A resposta não demorou.
“Nem se estivermos sem roupa?”
Respirei fundo e não respondi. Precisava tirar da cabeça as imagens de Hyunwoo sem camisa e Wonho não estava ajudando.
Me arrumei rapidamente e segui para a sede. Yerin me recebeu com uma expressão de preocupação enquanto Sunhee ria da amiga.
— O que foi, Yerin? — perguntei tentando não rir.
— Hyunwoo chegou estranhamente animado, tomou Wonho pela mão, se trancou na sua sala e eu já ouvi Wonho gritar um “Eu não vou fazer isso!”. — ela tentou imitar a voz do moreno.
— E o que acha que está acontecendo? — perguntei. Eu estava fazendo um esforço absurdo para não rir.
— Não sei, ! Pode entrar lá e ver? É a sua sala. — ela gesticulou nervosa. Caminhei calmamente até minha sala e abri a porta, espiando dentro. Wonho e Hyunwoo estavam vestidos (graças a Deus!) e Hyunwoo mostrava alguma coisa a Wonho no celular.
— Yerin está quase arrancando os cabelos. — comentei. — Vá lá fora, diga que está tudo bem e, se possível, beije ela. — apontei para Wonho.
? — ele me olhou surpreso e Hyunwoo segurou uma risadinha.
— Não tente negar nada, Hoseok. — cruzei os braços sobre o peito.
— E você e Hyunwoo? O que foram fazer ontem e por que ele chegou inexplicavelmente animado? — Hoseok imitou minha pose e Hyunwoo me olhou de olhos arregalados.
— Estávamos estudando um trabalho. Aliás, vamos precisar de você. — respondi tranquila.
— Para dançar sensualmente e tirar a camisa? — ele sorriu ladino e eu confirmei com a cabeça. — Topo.
— Perfeito! Agora vá tranquilizar Yerin. Eu vou precisar de você daqui a pouco. — pisquei e ele riu e saiu da sala, me deixando a sós com Hyunwoo que se aproximou devagar e colocou as mãos firmes em minha cintura. — Hyunwoo, para com isso. Não podemos. — apoiei as mãos em seu peito firme e o empurrei levemente.
— Por que, ? Por que eu trabalho para você? — ele perguntou com a mesma voz rouca da noite anterior.
— Exato. Temos que manter nossa relação profissional. — respondi com um suspiro.
, não minta para mim. Você também quer, não quer? — ele passou a ponta do nariz na minha bochecha e meu corpo reagiu com um arrepio.
Mais que tudo no mundo.
— Hyunwoo, é complicado. — respondi evasiva.
... — ele chamou alerta. Eu não tinha respondido a sua pergunta.
— Eu mentiria se dissesse que não. — respondi rápido e me afastei dele. — Quem sabe fora da Party!. Mas não aqui, não com você trabalhando para mim.
— Tudo bem. Eu sou paciente. — ele declarou. — Estava combinando algumas coisas com Hoseok. — mudou de assunto.
— Eu estava pensando em uma coisa. Me espere aqui. — saí correndo da sala, indo até o depósito onde ficavam as peças menores. Procurei o que queria entre os objetos e voltei para a sala, carregando Wonho comigo.
— Tranquilizei Yerin, não a beijei e não soube explicar porque estamos aqui. — Wonho me olhou com uma expressão confusa.
— Vamos começar do começo. — respirei fundo. Expliquei a Wonho toda a situação, o contrato alto e os dançarinos que eu deveria conseguir. Expliquei o porquê de ter arrastado Hyunwoo comigo e onde exatamente ele, eles, se encaixavam nessa história. O rapaz de pele branca demais me ouviu atento e sorriu no fim. — Agora ela está chegando e eu preciso que tirem a camisa e coloquem isso.
Estendi a eles duas máscaras daquelas de baile, trazidas diretamente de uma decoração de quinze anos que tínhamos feito.
— Vai nos vender? — Wonho perguntou já tirando a camisa e exibindo aquela pele branca e aquele corpo maravilhoso.
— Se eu tivesse tempo, passaria eu mesma um óleo em vocês. — eu ri e ele me acompanhou. Olhei para Hyunwoo e ele continuava estático, me olhando. — Vamos, Hyunwoo-ssi, se apresse. — incentivei. Ele levou os dedos à barra da camiseta da Party! e a puxou para cima, quase me fazendo salivar. Me aproximei de Wonho e puxei sua calça mais para baixo, expondo suas entradas.
, isso é abuso sexual. — Wonho reclamou e riu. Tomei a máscara vermelha de suas mãos e a amarrei em seu rosto, o contraste com a pele branca me parecendo perfeito.
— Eu nem toquei em você. Pare de reclamar. — rebati. Me aproximei de Hyunwoo e vi que ele mesmo tinha puxado a calça e exposto suas entradas. Minha cabeça insana me ordenava a passar a língua ali, mas meu bom senso falava mais alto. Tomei a máscara preta de suas mãos e a amarrei em seu rosto. Me distanciei para observar e, céus, que visão linda. — Yerin, Sunhee! — chamei as meninas. Elas tinham que ver aquilo e entender minha loucura para me apoiar naquele plano insano.
— Sim, ? Precisa de... Santo Deus. Eu morri e fui para o céu? — Yerin entrou gritando e de repente mudou seu discurso.
— Acho que essa é uma visão mais passível do inferno. — cruzei os braços sobre o peito e ficamos as três observando os rapazes, que já começavam a ficar vermelhos.
— Mas por que estamos aqui mesmo? — Sunhee perguntou curiosa, sem tirar os olhos do corpo de Hyunwoo. Expliquei tudo a elas da forma mais breve possível. — Então agora temos dois dançarinos na empresa?
— Já tínhamos e não sabíamos. — respondi.
— Hyunwoo-ssi vai precisar de um nome artístico. Hoseok pode usar Wonho. — Yerin suspirou.
— Na verdade... — Hyunwoo se pronunciou. — Meu nome de palco é Shownu. Adotei quando fiz alguns bicos como dançarino.
Olhei dele para Yerin, que tinha uma expressão similar à minha: choque. Minha cabeça estava maquinando com o porquê daquele nome. Sem camisa, ele já era incrível. Será que ele era realmente um show nu? OK, o trocadilho foi horrível. Mas o sentimento de querer que todas aquelas peças de roupa sumissem permanecia o mesmo.
— E quando foi isso? — Yerin perguntou.
— Pouco antes de eu vir trabalhar aqui. — ele respondeu sem graça.
Olá? — alguém chamou do lado de fora. Se estávamos os cinco ali, não tinha ninguém para receber a cliente.
— Diga que vou recebê-la em alguns minutos. — empurrei Yerin e Sunhee para fora da sala e juntei as camisas largadas no chão. — Postura profissional, por favor. Ela com certeza vai querer tocar em vocês. — fechei os olhos e respirei fundo. Andei até a porta e coloquei apenas a cabeça para fora. — Hyeji, pode entrar.
, me diga que... — ela começou a falar, mas se interrompeu quando viu os rapazes parados no meio da sala. — Mas que espécie de recepção é essa? — ela riu. — Não me diga que...
— Sim, são os dançarinos. São suficientes? — perguntei cruzando os braços sobre o peito. Hyeji se aproximou de Hyunwoo e passou a mão atrevida sobre o peito dele. Vi quando Hyunwoo forçou o peito, firmando os músculos.
— São mais que suficiente. — ela sorriu largo.
— Ótimo. Eu só vou ter que te dizer que eles vão usar as máscaras na apresentação. — alertei.
— Por mim, tudo bem. Eu acho que dá um ar misterioso e sexy para eles. — ela mordeu o lábio inferior quando encarou o abdômen exposto de Hoseok.
— Perfeito. Eu vou acompanhar o ensaio deles de perto. Precisa de mais alguma coisa, Hyeji? — perguntei.
— Ah, sim. — ela começou a falar e eu dispensei os meninos com um aceno de mão. Acertei os últimos detalhes com Hyeji e ela saiu mais que satisfeita da minha sala. Assim que ela se foi, Hyunwoo entrou devidamente vestido.
— Precisamos conversar sobre essa apresentação. — ele sentou na cadeira a minha frente. — Quero que me dê liberdade para criar a coreografia.
— Você tem toda a liberdade que quiser. — respondi.
— E vou precisar de espaço. Yerin disse que você tem um quarto livre na sua casa. É verdade? — ele perguntou incerto. Yerin e sua maldita boca grande. Eu tinha sim um quarto livre que ele poderia usar para ensaiar, mas não acho que suportaria ter um Hyunwoo suado e ensaiando no quarto ao lado enquanto eu preparava o jantar. Era demais para mim.
— Tem algumas caixas no cômodo, mas eu posso tirar. — suspirei.
— Ótimo. Quando posso começar? — ele sorriu de lado.
— Amanhã? — perguntei.
— Depois do expediente, na sua casa. — ele levantou e aproximou o rosto do meu. — Essa apresentação vai ser incrível. — beijou o canto da minha boca e saiu da sala.
Queria gritar, surtar e matar Yerin. Por culpa dela, eu teria Hyunwoo na minha casa toda noite. Mas não do jeito que eu queria.

***

Hyunwoo organizou uma escala de ensaios com Wonho e pelo menos três vezes por semana eles estavam na minha casa, os corpos suados largados no chão da minha sala depois de uma noite de ensaios.
Eles me deixaram espiar e opinar sobre a coreografia e sobre as roupas que usariam. Acabamos por escolher uma roupa totalmente preta para Hyunwoo, ou melhor, para Shownu, e uma roupa totalmente branca para Wonho. Ambas consistiam em calça social, bem justas nas coxas fartas dos dois, camisa de mangas compridas, os primeiros botões abertos, e suspensório. As máscaras permaneceriam as mesmas, preta e vermelha. Wonho ficaria incrível. Bom, Hyunwoo também, mas eu não admitiria isso em voz alta.
Era véspera da festa. As meninas estavam agitadas e os rapazes pareciam nervosos.
, temos o último ensaio hoje. Está lembrando, não é? — Hyunwoo perguntou quando entrou na minha sala, quase no final do dia.
— Não seria melhor vocês irem para casa, para descansar? — perguntei preocupada. O fato é que eu não conseguiria ver Hyunwoo cansado e ofegante por mais uma noite. Certamente eu cometeria uma grande loucura, como, por exemplo, ceder ao desejo.
— Hyung, eu vou ter que faltar ao nosso último ensaio. Tenho um compromisso. — Hoseok entrou na sala, sorrindo amarelo.
— Que atende pelo nome de Yerin. — alfinetei. Ele coçou a cabeça, completamente desconcertado.
— Tudo bem, eu vou sem você. — Hyunwoo sorriu.
— Hyunwoo, melhor você ir para casa. — insisti.
— Eu vou ficar bem, não se preocupe. — ele sorriu para mim e Hoseok se despediu de nós. — Vou precisar de você no ensaio de hoje, .
— Eu não sei dançar, Woo. — ri sem vontade.
— Eu só preciso que fique parada e me deixe fazer meu trabalho. — ele esclareceu. Minha mente girou e eu quase caí da cadeira.
— Você...
— Vou te usar de modelo. Preciso treinar o que vou fazer com a noiva amanhã. — ele mordeu o lábio inferior e sorriu. Suspirei, já cansada por antecipação, fechei tudo e fui para casa no meu carro, com Hyunwoo ao meu lado.
— Eu vou preparar algo para comer. — anunciei quando entramos em casa. Digo, na minha casa. — Quando estiver pronto, me chame.
Hyunwoo roubou um beijo do meu rosto e saiu, entrando no quarto que usava para ensaiar. Preparei uma refeição rápida e, quando ia chamá-lo, ele saiu, já sem camisa, me chamando apenas com o dedo. Suspirei pela... Não sei, perdi as contas de quantas vezes suspirei hoje.
— Está pronta, ? — ele perguntou e tomou a máscara nas mãos, a colocando no rosto, o sorriso nunca abandonando os lábios fartos.
— Estou? — perguntei enquanto ele me guiava para a cadeira posicionada no centro do quarto.
— Por favor, diga que sim. — ele pediu e me colou sentada, parando bem na minha frente, o abdômen marcado e suado diante dos meus olhos sedentos.
— Estou. — respondi quase ofegante. Hyunwoo, ou melhor, Shownu se afastou e deu play na música. As notas de Earned it, do The Wanted, soaram no cômodo e o corpo de Shownu pareceu reagir à música.
Ele começou a se mexer sensualmente, olhando por cima da minha cabeça e eu sabia que era Wonho que deveria estar ali. Eles manteriam contato visual e cada um faria uma dança para a noiva.
A cada passo que ele dava em minha direção, meu coração pulava uma batida. Meus dedos já estavam quase formigando para tocá-lo quando ele venceu toda a distância. Shownu segurou a cadeira atrás de mim, o braço esticado ao meu lado, e sentou no meu colo, sem colocar todo o peso em mim. Seu quadril começou a se mover no ritmo da música, rebolando sobre mim, o membro quase batendo em minha pele. Sua mão livre deslizou pelo meu pescoço e eu segurei o ar nos pulmões, quase explodindo.
Ele prendeu o lábio inferior entre os dentes e levantou, me puxando da cadeira como se movesse uma massa morta e sem reação. Shownu me segurou pela cintura e uma de suas mãos escorregou para o meu quadril. Em um movimento rápido, ele sentou na cadeira onde eu estava anteriormente e me fez sentar em seu colo, uma perna de cada lado de seu quadril, o volume do membro coberto incomodando minha intimidade pulsante.
— Rebola, . — ele ordenou rouco.
— Hyunwoo... Eu acho melhor não. — respondi enquanto meu quadril fazia o contrário do que eu dizia e se movia sobre o colo alheio em um vai e vem lento.
— Esquece tudo só por uma noite, . Eu não aguento mais. — ele sussurrou contra a pele do meu pescoço. Minhas unhas arranharam seus ombros e ele gemeu baixo.
— Eu... Eu não posso, Hyunwoo. — respondi sem parar de me mover. As mãos fortes de Hyunwoo se colocaram em minha cintura, me mantendo exatamente onde ele queria.
— Não para, . — ele pediu e fechou os olhos, aproveitando a sensação. Então eu me dei conta do que estava fazendo, parei abruptamente e me separei dele. No susto pela parada do movimento, Hyunwoo me soltou e abriu os olhos para me encarar. — Por que parou? — ele perguntou quase choroso, o volume na calça me mostrando que alguém precisava de ajuda para domar aquilo.
— Não podemos, Hyunwoo. — repeti. Mas acho que estava tentando convencer mais a mim que a ele.
— Não estamos fazendo nada de errado. Mas tudo bem, eu respeito você. — ele levantou, ajeitando o volume na calça, e caminhou até mim. — Nos vemos amanhã. — ele me roubou um selar, pegou a camisa e saiu, sem ao menos dizer tchau. A mim, só me restou jantar sozinha, cansada e excitada em níveis iguais.

***

Dia da festa. Sem pânico. Vai dar tudo certo.

Era o que eu repetia para mim a cada cinco minutos.
Hyeji me pediu para decorar a boate para que “combinasse” com a apresentação dos rapazes. Então haviam máscaras espalhadas em alguns lugares e uma decoração que mais parecia um baile dos anos 20.
Diferente da decoração, eu vestia uma calça de couro preta e um corpete também preto com alguns detalhes em vermelho, uma máscara prata no rosto. Toda a equipe ficaria por ali, para caso algo desse errado.
OK, a verdade é que eu, Yerin e Sunhee não perderíamos aquela apresentação por nada no mundo. Então colocamos uma máscara, para nos diferenciar dos funcionários da boate, e estávamos sempre para lá e para cá, vendo se estava tudo certo. Estava pela quinta vez indo checar os meninos no camarim.
... — a voz de Wonho soou baixinha e preocupada como eu nunca tinha ouvido. — Estou nervoso. — ele formou um bico fofo nos lábios.
— Elas vão amar você. Não se preocupe. — lhe segurei pela cintura e sorri. Devido ao meu salto, eu estava quase da altura dele, então era fácil olhar em seus olhos marcados pela máscara.
— Eu não ganho palavras de incentivo? — Hyunwoo perguntou com uma pitada de ciúme.
— Achei que estivesse acostumado com isso. — soltei Wonho e caminhei até o moreno. Não o abracei pela cintura como fiz com Wonho. Queria o mínimo de contato possível.
— É sempre bom ouvir que vai dar tudo certo. — ele deu de ombros. — Você está maravilhosa com essa máscara.
— Vocês querem que eu saia? Tem tempo até a apresentação e... — Wonho começou a alfinetar.
— Cale a boca, Hoseok. — ordenei. — Vocês têm dez minutos até a apresentação. Estejam prontos.
Abri quatro botões da camisa de Shownu, abri mais um da camisa de Wonho, ajustei as máscaras de ambos e saí para encontrar Yerin ao lado do palco.
— Tudo certo com a música, . — ela me avisou. — Como estão os meninos?
— Wonho está nervoso. — suspirei.
— E Hyunwoo está gostoso? — ela perguntou rindo.
— Os dois estão. — sorri de lado.
— E quando vai acabar a tensão entre você e Hyunwoo? — ela perguntou.
— No dia que acabar a tensão entre você e Hoseok. — rebati.
— Então se prepare. Não passa de hoje. — ela piscou safada. Quando me preparei para responder, Hyeji apareceu nervosa.
, eu preciso que alguém anuncie a apresentação. Por favor, eu pago o extra. Faça isso! — ela quase implorou.
— Hyeji, eu não estou pronta para isso. — respondi nervosa.
— Eu confio em você. Por favor, . — ela choramingou. Suspirei cansada e pedi um microfone ao rapaz do som. Pedi uma música de fundo, respirei fundo três vezes e subi ao palco.
— Boa noite. — iniciei e vi todos os olhos em mim. — Eu fiquei sabendo que temos uma noiva aqui... — a iluminação me ajudou e a luz se acendeu sobre a cabeça da noiva. — Bom, senhorita, eu não sei o quão boa menina você tem sido, mas o seu presente chegou adiantado. E eu espero que esteja preparada, pois sua despedida de solteira vai ficar ainda mais incrível a partir de agora.
Desci do palco tremendo e encontrei Shownu e Wonho prontos para subir.
— Foi incrível. — Hyunwoo sussurrou antes de passar por mim e subir ao palco. As músicas tocaram, uma para cada e The Wanted para os dois, e a noiva quase desfaleceu no palco. Eu a entendia.
Wonho desceu sem camisa e consideravelmente arranhado. Alguém ia ser castigado hoje. Shownu desceu sem camisa, apenas o suspensório os ombros e a calça colada nas coxas, brilhando pelo suor.
— E então? — ele perguntou sorrindo de lado.
— Vocês foram incríveis! — Hyeji apareceu atrás do palco, animada demais. — Tudo incrível, . Eu passo no escritório depois para acertarmos o extra, OK? — ela perguntou e eu apenas confirmei com a cabeça. — Acho que vocês já podem ir descansar. Obrigada por hoje.
— A Party! agradece a oportunidade, Hyeji. — reverenciei contida e Hyunwoo fez o mesmo. Ela apenas nos sorriu e saiu para curtir o resto da noite.
— E então? — Hyunwoo virou para me encarar.
— O que vai fazer quando sairmos daqui? — perguntei de repente.
— Não sei. Quer me sugerir alguma coisa? — ele mordeu o lábio inferior e sorriu. Venci toda a distância entre nós e colei a boca em seu ouvido.
— Dança para mim? — sussurrei.
— Vai ser um prazer. — ele rebateu igualmente sussurrado.
— Estamos liberados? — Yerin apareceu carregando Wonho consigo.
— Sim. Aliás, entregue o dinheiro do táxi a Sunhee e podem ir. — dei algumas notas na mão de Yerin.
— E o meu? — Hoseok protestou.
— Não tente fingir que não vai com ela. — desafiei e ele suspirou. — Boa noite e até segunda.
Dei um abraço em cada um e os esperei sumirem para tomar Hyunwoo pela mão e o levar até meu carro. Ele foi todo o caminho até minha casa calado e pensativo. Assim que parei o carro, virei para lhe encarar.
— Está muito calado. Por acaso está arrependido de ter aceitado meu convite? — perguntei, mesmo estando com medo da resposta.
— Não, estava pensando em qual coreografia fazer para te impressionar. — ele respondeu sem me olhar e saiu do carro, em direção à minha porta. Ele conhecia bem o caminho, foram longas semanas ensaiando ali. Desci do carro e o segui, ignorando todas as vozes na minha cabeça que me diziam que ele era meu funcionário e que eu não deveria misturar trabalho e prazer.
Abri a porta e dei passagem para ele. Assim que fechei a porta, fui fortemente lançada contra ela, o corpo forte de Hyunwoo pressionando o meu. Soltei um gemido de dor (e prazer) e Hyunwoo sorriu para mim. Suas mãos se deslizaram pelo meu quadril e ele me tirou do chão, me carregando no colo até me colocar sentada na cadeira do quarto usado para os ensaios. A camisa sumiu rapidamente e ele começou a dançar, todos os músculos do corpo se retesando nos movimentos.
Hyunwoo, ou melhor, Shownu, separou meus joelhos e se colocou entre eles, o quadril ondulando na altura do meu rosto, a mão segurando minha cabeça onde ele queria que estivesse, quase... Não. Não queria pensar naquilo.
— Shownu, eu... Mudei de ideia. — anunciei baixinho e ele parou os movimentos imediatamente. — Vamos deixar a dança para outra ocasião. — aproximei o rosto de sua barriga nua e raspei os dentes na pele bronzeada. — Hoje, vamos direto ao ponto. — levantei os olhos pra encará-lo e ele sorriu malicioso para mim.
, eu preciso que confie em mim. — ele sussurrou. Apenas acenei positivamente com a cabeça e vi o sorriso dele se alargar.
Shownu se livrou dos sapatos e soltou o cinto que prendia a calça, a desabotoou lentamente e forçou a peça para baixo, contando com minha ajuda para que ela saísse do caminho. Minha boca salivou com a visão de suas coxas fortes e eu não resisti a passar as unhas ali, o vendo jogar a cabeça para trás, em deleite. Ele tentou mover minhas peças de roupa, mas não teve sucesso.
, por que você escolheu roupas tão justas? — perguntou risonho, contrastando com o momento. Aproximou a boca do meu ouvido e quase sussurrou as palavras seguintes. — Precisamos de mais espaço para que eu possa ter você nua. — e em um movimento rápido, Shownu me tirou da cadeira, me fazendo entrelaçar as pernas em sua cintura por puro reflexo. Ele estava me fazendo descobrir que eu tinha reflexos muito bons em determinadas situações.
— Porta ao lado. Você sabe. — respondi com um fio de voz e ele sorriu para mim, e, céus, o ar do quarto vazio não estava sendo suficiente para encher meus pulmões.
Aos tropeços, Shownu me carregou para meu quarto e literalmente me jogou na cama, sem delicadeza. Ele rapidamente se desfez das minhas sandálias e, com um pouco de esforço, da minha calça de couro. Separou meus joelhos e ergueu minha perna esquerda, direcionando meu pé até próximo de seu ombro. Sua boca encontrou minha pele e ele desceu uma trilha de beijos pela minha perna, sorrindo sempre que eu me remexia.
— Shownu, sem gracinhas. — quase implorei. Precisava senti-lo o mais rápido possível. — Passo principal.
Ele sorriu de lado e largou minha perna, me estendeu a mão e eu a aceitei, sendo prontamente puxada para me sentar. Ele se colocou atrás de mim e senti seus dedos nas cordas do espartilho. Com uma habilidade impressionante, Shownu tirou a peça que me prendia e senti suas mãos na minha pele, buscando meus seios. Ele apertou a carne ente os dedos e seus indicadores buscaram meus mamilos sensíveis.
— Por quanto tempo pretende me torturar? — perguntei impaciente.
— Não muito. — ele teve a coragem de rir. — Está com pressa? — sua voz adotou um tom sensual que eu desconhecia.
— Um pouco. — respondi ofegante pelo carinho que recebia. Shownu colou o corpo às minhas costas e ondulou o quadril, me fazendo senti-lo.
— Gosta disso? — ele perguntou, a voz rouca fazendo meu corpo inteiro tremer. Apoiei a mão em sua coxa ao lado do meu tronco e apertei com força. — Isso foi um sim? — apenas acenei com a cabeça, incapaz de responder. Uma de suas mãos largou meu seio e deslizou com calma até minha intimidade ainda coberta pela fina calcinha, que de nada servia no momento. O tecido foi afastado e dois de seus dedos encontraram minha fenda, me fazendo engasgar com o ar. — E disso? — ele movimentou os dedos para cima e para baixo, sentindo minha umidade.
— Hyunwoo... Por... Por favor. — implorei e apertei sua coxa outra vez. Tentei mover o quadril para conseguir mais daquilo, mas tudo o ganhei foi um aperto dolorido no botão sensível entre minhas pernas.
— Ah, , você está tão perto. — ele soprou as palavras.
— Sim, Hyunwoo. Por favor... — pedi de novo. Shownu largou meu seio e meu íntimo e se afastou, me fazendo cair deitada pela falta de apoio. Separei as pernas e levei uma mão até minha intimidade. Se ele não iria fazer aquilo, eu mesma iria.
— Não. Eu faço isso. — ele afastou minha mão, deslizou a calcinha por minhas pernas e levou a boca até meu clitóris antes apertado. Ele apenas raspou os dentes na carne e a sugou com força. Foi o suficiente para que eu me desfizesse em seus lábios, chamando seu nome. Ele se manteve ali até que eu parasse de tremer e quando levantou o rosto, sorria para mim.
— Você disse que não ia me torturar muito. — reclamei.
— E não estou. Isso é pouco. — ele deitou o corpo por cima do meu, os braços sustentando o peso, e sussurrou no meu ouvido. — Pronta para a próxima dança?
— O passo principal. Estou esperando por ele a noite toda. — rebati.
A mão direita de Shownu deslizou pela lateral do meu corpo até encontrar minha coxa, que foi firmemente puxada para cima. Ele encaixou o sexo coberto ao meu e iniciou um movimento lento, gemendo baixinho no meu ouvido. Deslizei as mãos por seu corpo e apertei sua bunda durinha com força.
— Shownu... Eu... Você tem que tirar. — eu disse sem nem mesmo entender o que eu falava. Felizmente, ele entendeu. Se separou de mim e saiu da cama, rápido como uma bala, se livrando da boxer e correndo para pegar a proteção, que foi colocada rapidamente. Ele voltou à cama e novamente segurou minha coxa direita, encaixou o membro em minha entrada e se deslizou para dentro devagar. Vendo que eu não protestei, Shownu começou a se movimentar devagar, logo acelerando os movimentos, a mão firme apertando minha coxa entre os dedos. Com uma estocada mais forte, Shownu me levou ao ápice e pela segunda vez na noite, atingindo o seu logo depois. Ele saiu de mim e sumiu no banheiro por alguns segundos, logo voltando e se jogando ao meu lado na cama.
— Acho que você deveria dançar para mim agora. — comentei com um sorriso cansado no rosto.
— Acho que você deveria dançar para mim. — ele rebateu divertido e virou o corpo de lado, passando a me encarar. Imitei seu movimento e percebi o sorriso satisfeito que decorava seus lábios bonitos.
— Mas eu não sei dançar, Hyunwoo. — afirmei. Coloquei a mão em seu peito e ele se aproximou mais, encaixando nossas pernas, o sexo exposto quase roçando minha intimidade novamente.
— Eu posso te ensinar alguns passos. — ele sorriu ladino.
— Você me mostra como se faz. Quem sabe depois eu não danço para você. — sorri travessa.
— Pronta para a próxima dança, ? — ele perguntou enquanto gentilmente me fazia deitar com as costas no colchão e se colocava acima de mim. E a resposta era sim, eu estava.

***

Quando acordei na manhã seguinte, Hyunwoo não estava no quarto nem em lugar nenhum do apartamento. Não respondeu minha mensagem de bom-dia, nem respondeu nenhum de nós no grupo, como se a noite passada não tivesse existido, como se ele nunca tivesse trabalhado na Party!. Mas as dores em certos pontos do meu corpo, me diziam que sim, que aquilo não era um sonho, que ele era completamente real.
Na segunda, cheguei atrasada, correndo com uma caixa de donuts nas mãos. Yerin e Wonho já estavam lá. Sunhee tinha dito que se atrasaria.
— Bom dia, amores. — cumprimentei e ganhei um sorriso de Yerin e um beijo no rosto vindo de Wonho. — Alguém viu o Hyunwoo-ssi? — Wonho olhou para os lados, completamente desconfiado. — Wonho? — chamei e ele continuou me ignorando. — OK, Hoseok. Pode começar a falar.
— Eu não sei, . — ele mentiu. Sim, porque aquilo era mentira. Wonho não sabia disfarçar.
— Você não sabe mentir. Então nem tente. Ainda mais para cima de mim, Hoseok. — soltei a caixa sobre o sofá e cruzei os braços sobre o peito, esperando uma explicação.
— Ele disse que está chegando e precisa falar com você. É só isso que eu sei. — ele continuou a mentir.
— Disse para quem? Só para você, não é? — continuei, brava.
— Não fica com ciúmes. Você sabe que eu sou todo seu. — ele me abraçou pela cintura, desarmando minha cara brava. Yerin bufou e eu me abracei ao pescoço de Wonho apenas por implicância. Sabia que eles gostavam um do outro, Wonho fazia aquilo unicamente para provocar.
— Estou um pouco dolorida. Acho que vou requisitar seus serviços de massagem mais tarde. — sorri de lado.
, você não tem nada para fazer? — Yerin perguntou com uma pitada de irritação na voz.
— Não. Boa ideia, Yerin. Acho que vou roubar Wonho agora. — fingi pensar no assunto.
— Ninguém vai a lugar nenhum. — ela puxou Wonho pelo braço e se colocou na frente dele. — Vá para a sua sala e espere Hyunwoo chegar. Ele deve saber muito bem onde estão seus pontos de tensão. — ela disse irritada. Olhei para ela com uma expressão de incredulidade, as sobrancelhas arqueadas. — O que foi? Pensa que eu não vi vocês saindo juntos no sábado depois da festa? Você não me engana, .
— Hoseok, controle sua mulher. — eu pedi rindo de toda a audácia de Yerin, nunca demonstrada.
— Não consigo. Já tentei. — ele suspirou cansado.
— Bom, eu estou esperando quem quer que seja na minha sala. — dei as costas para o dois e fui para a minha sala. Alguns minutos depois, a porta se abriu e eu esperava que fosse Yerin com um café para mim. Quando levantei os olhos, encontrei Hyunwoo com um papel na mãos. — O que é isso? — perguntei.
— Minha carta de demissão. — ele respondeu sério.
— Como é? Você sumiu o domingo inteiro e me chega aqui com uma carta de demissão? — perguntei incrédula.
, eu pensei bastante e... Se eu tiver que escolher entre o emprego e você, eu escolho você. — ele confessou, soltou o papel na minha mesa e ficou me encarando. Olhei dele para o papel, não acreditando no que estava vendo e ouvindo.
— Hyunwoo... — meus olhos encheram de lágrimas. — Eu... Não posso ficar sem um funcionário.
— E eu não posso ficar sem você. — ele suspirou. — E mesmo que você não queira ficar comigo, eu estou me demitindo. Não posso trabalhar no mesmo lugar que a mulher que eu amo sem poder tocá-la. Vai ser insuportável.
Aquela confissão foi demais para mim. Me levantei da cadeira e dei a volta na mesa, me jogando nos braços fortes de Hyunwoo. Eu tinha refletido o domingo inteiro sobre aquilo ser apenas carnal e tinha chegado à conclusão de que não. Eu realmente gostava de Hyunwoo e sua risada exagerada, seu jeito com crianças, seu ar prestativo. Aqueles olhinhos de bebê naquele rosto forte tinham me ganhado de verdade.
— Eu não aceito sua carta e não aceito que você vá embora. Não aceito nada menos que você. — sussurrei para ele.
— Isso é um sim? — ele me afastou e perguntou surpreso. Apenas confirmei com a cabeça e ganhei um beijo afoito.
— Vá vestir sua camisa da Party!, temos muito trabalho hoje. — acariciei seu rosto e selei seu lábios. Hyunwoo sorriu largo e me roubou outro selar. Se afastou para sair e voltou apenas para roubar outro, me fazendo rir. — Não se acostume mal. Eu não vou pegar leve com você... Amor. — pisquei para ele.
— Eu vou estar preparado, amor. — ele piscou de volta e saiu da sala, cruzando com Yerin na porta.
— Eu ouvi amor? — ela perguntou.
— Fui mais rápida que você. — alfinetei e peguei a carta de demissão na minha mesa, rasgando a folha em pedaços.
— O que era isso? — Yerin perguntou preocupada.
— A carta de demissão do meu namorado. — sorri. Yerin arregalou os olhos e sentou. Contei a ela o que tinha acontecido, sem detalhes, e ela saiu calada. Alguns minutos depois, Wonho entrou.
— Você criou um monstro. — ele acusou.
— O que se passa? — perguntei curiosa.
— Yerin está dizendo que agora podemos namorar já que você e Hyunwoo estão namorando. — ele suspirou.
— Então peça a garota em namoro, ora. — rebati como se fosse óbvio.
— Eu posso? — ele arriscou.
— Sim. Infelizmente teremos que acabar nosso caso. Hyunwoo não te aceitaria. — formei um bico nos lábios e ele riu abertamente.
— Eu ainda vou estar aqui para as suas massagens. — Wonho piscou para mim.
— Pode deixar essa parte comigo. — a voz de Hyunwoo ecoou na sala. Ele entrava me trazendo um café.
— Eu esqueci que você era ciumento. — Wonho negou com a cabeça e saiu, batendo no peito do amigo e quase o fazendo derrubar o café.
— Temos que ter um primeiro encontro decente. — ordenei.
— Quantos você quiser. — ele soltou o café na minha mesa e se colocou atrás de mim. — Estou te devendo uma dança?
— Sim. E uma massagem. — alfinetei.
— Nós podemos resolver as duas coisas mais tarde. — ele sugeriu com as mãos no meu pescoço, os dedos pressionando devagar.
Eu realmente tinha tomado a melhor decisão da minha vida. Quem diria que namorar um funcionário poderia ser incrível.


FIM



Nota da autora: Essa fic... como explicar essa fic?
Eu achei uma delícia e espero que vocês tenham gostado.
Vejo vocês por aí!





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