Capítulo Único
Capítulo único
null corria em direção à sua casa, assustada e procurando seu irmão, Minato. Entrou apressada, passou por Kushina como um flash e encontrou Minato na cozinha. Kushina foi atrás dela, que estava puxando Minato pela calça.
— null, fale devagar! — Disse Minato e a menina falava rápido e embolado.
— O Obitocomeuumacoisaeagora... — Minato virou os olhos.
— O Obito comeu uma coisa, Minato! — Disse Kushina.
— O que ele comeu? — Perguntou Minato.
— Estávamos colhendo umas ervas para fazermos pílulas de comida para missões, e outras para mantimentos, e ele comeu algo que não podia e agora está no hospital. Alguém precisa ir chamar a avó dele. — Minato abaixou a cabeça.
— Alguém? E por que você não vai?
— Porque vão achar que foi minha culpa... — Ela abaixou a cabeça. — Eu disse para ele que aquela não era comestível.
— Eu acredito que não foi sua culpa, meu amor. — Disse Kushina, se abaixando e acariciando o cabelo da menina.
— Eu vou falar com a avó do Obito. — Disse Minato sorrindo. — Ele vai ficar bem, não se preocupe! Por que não vai fazer companhia a ele? — A menina assentiu, e Kushina a acompanhou. Todos estavam lá, Kakashi, Rin e a vó do Obito.
— Ele está bem. — Disse a enfermeira. — Não foi nada demais, apenas uma reação alérgica. — Todos suspiraram aliviados e null agradeceu por não ter sido responsável pela morte do amigo.
— Podemos entrar? — Perguntou null, e a enfermeira assentiu. Eles a seguiram até o quarto. Obito já estava acordado, null saltou e o abraçou com força.
— Oi, null! — Disse rindo.
— Você quase me matou de susto, eu nunca mais vou te levar para colher ervas comigo. — Resmungou a garota, fazendo bico.
1 semana depois
— Obito!!! — null acenava para o garoto que vinha em sua direção, empolgado.
— Você vai? — Perguntou ele, ofegante.
— Não... — Ela fez uma voz triste e um bico. — Minato-chan disse que é muito perigoso sair sozinha, ainda mais no meio da guerra.
— Mas eu estava tão empolgado. — null colocou seu dedo indicador na frente do rosto do garoto, apontando para ele.
— Nem venha com essa! — Ela sacudiu o dedo, em sinal de negativo. — Eu te disse que não te levaria mais comigo! — Ela cruzou os braços e ele abaixou a cabeça, frustrado.
— Eu prometo que não como mais nada, por favor, null-chan! — Ele juntou as mãos, implorando, e ela virou os olhos, se dando por rendida.
— Tá... — Ele saltou, comemorando. — Mas Minato-chan disse para não ir.
— E desde quando você segue regras? — Perguntou ele a instigando.
— Tá vendo! — Ela cruzou os braços de novo. — Você dá as ideias e eu saio como errada depois! Essa nossa amizade só me coloca em encrenca! E era ao contrário... — Ela abaixou a cabeça.— Acho que você andou muito comigo.— Ele gargalhou ao ouvir aquilo.
— Eu assumo a culpa se algo der errado, vamos, null-chan! — Ele sabia convencê-la, obviamente, ela cedeu. E eles foram. Era um pouco afastado da Aldeia, mas ela iria fazer um antídoto e umas pílulas que Tsunade havia ensinado a ela.
— null... — Disse Obito, cabisbaixo, e ela se virou para observá-lo.— Você acha que a Rin um dia vai me amar? Digo, ela acha o Kakashi incrível e eu... — Ela o interrompeu.
—Obito, se a Rin preferir o Kakashi a você, então ela é uma tola. — Ele sorriu ao escutar aquilo. — Você é incrível! E o Kakashi, bom, você sabe... — Ela bufou. — O Kakashi é um irritante, prepotente, arrogante, só se importa consigo mesmo e é egoísta. — Disse ela, de maneira tão rápida que fez o garoto rir.
— Obrigado, null-chan. — Ela sorriu em resposta, e apontou para frente.
— Ali está. — Ela correu até as plantas. — Obito, por favor, não coma nada. — O garoto fez cara de bravo e a seguiu. Ela se abaixou para colher as ervas, e o garoto ficou vigiando em volta. — Pronto!— Ela guardava tudo na bolsa, e Obito sorriu.
— Eu disse que ia dar tudo certo. — Disse ele, sorrindo e esticando a mão para ajudar a garota a se levantar.
Mas quem foi ajudado foi ele. Quando deram as mãos, ela o puxou, evitando que fosse atacado por 3 homens que chegaram ali. E eles não eram aliados. null puxou Obito e eles foram engatinhando de costas, tentando escapar.
— O que crianças de Konoha fazem fora da Aldeia? — Perguntou um dos homens, que ria com os outros.
null se levantou e se deu conta que estava sem sua espada, tinha apenas kunais e shurikens.
— Obito, fica atrás de mim — O garoto engoliu seco, e obedeceu. Os homens continuaram rindo.
— O que uma pirralha como você vai fazer? — Eles foram pra cima dela, que desviou dos ataques. Usando apenas uma kunai, conseguiu ferir um deles.
Obito desviava dos ataques contra ele; Eles estavam despreparados e em desvantagem. Ela analisou a situação, não valia a pena usar Kage Bunshin, então ela tinha que tentar o novo Jutsu que Jiraya tinha a presenteado em seu aniversário. Ela não sabia se funcionaria, pois ainda estavam tentando, mas ela tinha que arriscar. Ela mordeu o dedo, o que fez sair um pouco de sangue
— Kuchiyose no Jutsu! — Disse, fazendo aparecer um enorme sapo embaixo dela. Ela esticou a mão para puxar Obito, mas ele foi puxado pelo inimigo.
— Por que me invocou? — Resmungava o sapo.
—Gamabunta-sama! Eu preciso salvar meu amigo. — Ela apontou para o garoto. — E fugir daqui. — O sapo saltou, e esticou a língua, pegando Obito e jogando em cima dele.
— Jiraya deve estar achando que eu não tenho mais o que fazer! — Resmungou o sapo.
—null-chan, isso foi incrível! — Exclamou Obito, com dificuldades de se manter em cima do sapo.
— Essa é a última vez que você sobe na minha cabeça, null! — O sapo continuava resmungando enquanto saltava em direção à Aldeia.
—Gamabunta-sama, agradeço por me ajudar, mas você sabe que essa não é a última vez. — A garota e Obito riram, e o sapo resmungou algo.
Minato estava exausto, caminhando para casa, quando enxergou Gamabunta de longe.
— Mas o que... — Ele correu na direção do sapo, e quando se aproximou, enxergou null e Obito descendo do mesmo.
— Você está encrencada! — Disse Gamabunta, antes de sumir.
— Namikaze null, por que Gamabunta estava aqui? — Perguntou Minato se aproximando deles com um olhar de reprovação.
— Ah, sabe como é, né. — Ela coçou a cabeça.
— Você foi colher ervas fora da Aldeia? — Perguntou ele em um tom sério, e ela abaixou a cabeça. — Tirando o fato de ter me desobedecido, por que invocou o Gamabunta? — Ela continuou de cabeça baixa e Obito olhava, com pena.
— É minha culpa, sensei. — Disse Obito.
—Obito, não precisa defendê-la! Ela tem que assumir a responsabilidade pelos erros que comete e arcar com as consequências.
— Eu insisti para que fossemos, porque na última vez, ela me chamou para assegurar que voltaria segura, e eu me senti forte e útil... — Ele abaixou a cabeça, e a expressão de Minato mudou. Agora ele os olhava com um brilho no olhar, aquele brilho que os pais têm quando entendem seus filhos, e se sentem culpados. Ele suspirou.
— Do mesmo jeito, você me desobedeceu, null! — Ele se mantinha firme, porém fechou os olhos e suspirou novamente. — Mas pelo menos vocês estão a salvos. — O semblante de culpa desapareceu do rosto das crianças, que agora sorriam com os olhinhos brilhando.— Vamos para casa! — Ele puxou a garota para perto. — Você também deveria ir, Obito, sua avó deve estar preocupada.
— Até mais, Minato-sensei e null-chan. — A garota sorriu em resposta e acenou. Minato a encarou e ela torceu o nariz, e deu a mão ao irmão.
— Eu sei que errei, nii-chan. — Ela abaixou a cabeça. — Não vou mais te desobedecer. — Ele riu e ela arqueou uma sobrancelha.
— Queria acreditar que isso é verdade. — Eles começaram a caminhar. — Eu te conheço bem o suficiente para saber que você vai me desobedecer de novo.
— Então já peço desculpas antecipadamente. — Respondeu com a cara mais sínica do mundo e Minato apenas riu.
— Às vezes me pergunto se sou muito mole com você. — Disse ele, caminhando em direção a porta da casa.
— Vocês chegaram! — Disse Kushina indo até a porta com um sorriso no rosto, que desapareceu assim que notou o estado em que null se encontrava. Ela cerrou os olhos e suspirou. — Desembucha! — Falou com as mãos na cintura. Minato agradecia por ter Kushina o ajudando a cuidar daquela menina rebelde.
— Eu fui colher ervas. Eu e o Obito ficamos cercados por ninjas inimigos, eu estava sem minha espada, então invoquei o Gamabunta e voltamos sãos e salvos para a Aldeia. — Ela sorria, e Kushina continuava a encarando, até que aconteceu o que ela mais temia, seus olhos ficaram enfurecidos, e seu longo cabelo vermelho, ficou para cima, ela ia gritar.
— VOCÊ DESOBEDECEU O SEU IRMÃO, SE COLOCOU EM RISCO E CHEGA AQUI COM ESSA CARA LAVADA??? — Kushina segurava uma colher de pau e apontava para a garota. Ela se virou para Minato. — Qual castigo você deu? — Os olhos do homem arregalaram-se, aquilo foi o suficiente para Kushina mandar um olhar – que se saíssem shurikens de seus olhos, ele estaria morto – e ele fez um biquinho. Ela virou os olhos. — Vocês são idênticos... — null estava com a cabeça abaixada, não tinha o que fazer, ela desejava que Obito estivesse ali levando bronca também. — Uma semana sem ir no Ichiraku... — A garota pensou em retrucar, mas quando pousou os olhos na mulher, desistiu. — Seria bom colocar alguém de vigia, uma semana sobre vigilância do Kakashi, anote aí, Minato! — Ele apenas assentiu.
— O quê??? — Perguntou a garota, chocada.
— E uma semana sem Obito também, com exceção de quando forem em missões.
— Tudo bem, Kushina nee-chan! Mas ao invés dessa vigilância, eu não me importaria em trocar por mais uma semana sem comer no Ichiraku. — Por mais que amasse ramen, a comida em casa era boa o suficiente para ela aguentar duas semanas sem ramen.
— Nada disso! — A mulher se virou, caminhando para a cozinha.— Isso é para que talvez você aprenda uma lição.— A menina se deu por vencida, e Minato se levantou, para ir falar com Kakashi.
— Onde você vai? — Indagou null.
— Falar com o Kakashi. — Ele saiu pela porta da frente.
— Mas já? — A garota murmurou, e se jogou no sofá.
No dia seguinte, null foi ao encontro de Iori e Kanji, e sentiu que estava sendo seguida, era o idiota do Kakashi. Ela apenas deu de ombros, teria que lidar com aquilo, querendo ou não. Quando encontrou os amigos, sentados em um banco, ela se sentou ao lado deles.
— E aí, null! Quando vai nos ensinar a invocar o sapo gigante? — Perguntou Iori, empolgado, enquanto Kanji estava com o cenho franzido, encarando um ponto fixo.
— Creio que não será possível, me desculpe, Iori. — Respondeu ela, colocando a mão sobre o ombro do garoto, que abaixou a cabeça. Ela pôs seus olhos em Kanji, que continuava encarando o mesmo lugar, com a mesma expressão. — O que foi,Kanji?
— O que aquele idiota está fazendo aqui?— Perguntou ele.
— Que idiota? — Indagou Iori, confuso.
— Ah, o Kakashi?! — Ela deu de ombros. — Ele está cuidando da minha “vigilância” essa semana. — Ela fez aspas com as mãos. — Parte do castigo. —Kanji desfez a cara feia, ele morria de ciúmes dela, e nem disfarçava. Isso fez com que Kakashi, que observava afastado, gargalhasse baixo.
— null-san! — Exclamou Rin, chegando correndo, e ofegante perto deles.
— Sim? — Respondeu ela.
— Fomos convocados para uma missão, eu vim te chamar! Temos que chamar o Kakashi. — Disse ela, com as mãos no joelho.
— Não precisa, ele está ali! — Ela apontou para a direção que o garoto estava, e Rin olhou confusa. —Anda, baka! — Disse ela, chamando-o. Ele saiu das sombras e foi até elas. — Vejo vocês depois. — Ela acenou para Iori e Kanji, e correu junto com os amigos.
Ao mesmo tempo em que ela gostava de sair em missões com o time Minato, ela desgostava. Não gostava do Kakashi, e por mais que Rin fosse sua única amiga da sua idade, ela não era sua pessoa favorita no mundo. Enquanto caminhavam, a caminho da missão, ela pensava em como aquilo tudo era uma palhaçada. E com “aquilo tudo” ela se referia à Rin, Obito e Kakashi. Que o Kakashi era realmente brilhante, ela não podia negar, mas quem em sã consciência iria preferir o Kakashi ao Obito?
Minato observava a menina pensativa, e se perguntava o que estaria se passando naquela cabecinha difícil de entender. Ele acreditava que ela estava incomodada por sair em missão com o Kakashi, porque pelo pedido de desculpas que o Kakashi fez a ele, ele sabia que a última vez que eles tiveram contato não tinha sido muito boa, mas parte dele acreditava que eles se entenderiam, algum dia, e que quem sabe se tornariam um casal como ele e Kushina. – ele ria de si mesmo – Na verdade, era ele quem queria que os dois ficassem juntos um dia. Imaginava que os dois fariam muito bem um para o outro, ao mesmo tempo em que fariam mal.
Ele acordou de seus pensamentos, e parou.
— Certo, crianças! — Todos se viraram para ele. — Nossa missão é simples, vamos resgatar uma equipe que caiu em uma emboscada e evitar lutar. — Ele abriu um pergaminho no chão e todos se inclinaram para olhar. — Vamos fazer a seguinte formação, chamaremos de formação V, pois nos posicionaremos no formato de um V. Kakashi e null irão pela esquerda, Kakashi ficará posicionado na frente, e null entre ele e Rin, que ficará posicionada no meio, atrás. Assim, Kakashi pode combinar ataques com null, caso precise, e ela dará cobertura a ele. Eu e Obito vamos pelo outro lado, eu na mesma posição que Kakashi e Obito na mesma posição que null. Assim, faremos o reconhecimento do território e combinaremos a estratégia pelos rádios. Rin fica no meio, porque é a nossa Ninja médica, e pode correr para ambos os lados para nos proteger, e fica na retaguarda.
Todos assentiram, colocaram os rádios e foram para suas posições. null ficava incomodada de sempre ser a dupla do Kakashi, mas sabia que os dois eram uma boa dupla, e que todos – inclusive ele – reconheciam isso. Após se posicionarem, todos disseram o que estavam vendo em seus rádios, mas de repente eles perderam a sua conexão.
— Minato-chan? Alguém me ouve? — Ela tentava reestabelecer a conexão, mas não conseguia. Pensou em sair da formação e verificar o que estava acontecendo, mas pensou melhor, e decidiu seguir com a missão. Ela andava sorrateiramente, analisando o terreno, e mesmo sem ter contato, pensava em sua própria estratégia. Quando de repente, ela começou a escutar gritos de Obito pedindo socorro, e vinham da direção em que Kakashi estaria. Provavelmente ele tinha quebrado a formação pela perca de contato no rádio, e agora estava em apuros. Se isso aconteceu, não existia mais formação, e null teria de dar cobertura aos amigos.
Ela correu na direção que os gritos vinham, mas teve uma surpresa quando chegou no lugar; Obito não estava lá, apenas Kakashi estava estirado no chão, e três ninjas riam. Ela não pensou duas vezes, por mais forte que fosse, não conseguiria lidar com aquilo sozinha. Fez um jutsu com o elemento terra, e criou uma barreira em volta de Kakashi.
— Kage Bunshin no Jutsu! — Disse, fazendo os selos de mão, e mandando o clone até o amigo. O clone colocou as mãos sobre o lado de fora da barreira, transferindo o chakra para ela, e curando quem estava dentro. Ela deveria conseguir fazer aquilo sem clones, mas ainda não tinha aperfeiçoado. — Cadê o Obito? — Perguntou, para enrolar.
— O seu amiguinho dos gritos? — O homem ria. — Nós só imitamos os gritos que ouvimos. Provavelmente ele está morto agora. — Os três riram.
— Vocês não sabem com quem estão lidando, esse é o time do Relâmpago Amarelo de Konoha, e eu sou irmã dele. — Ela sentiu que aquelas palavras tiveram peso sobre os homens, ganhando tempo o suficiente para curar Kakashi, que em um salto, estava de costas para ela. — Finalmente, pensei que ia ficar deitado lá o tempo todo. — Disse ela, zombando do garoto, que resmungou.
— Ora, sua... — Os homens foram para cima deles, que contra-atacaram com suas espadas.
Ela tinha que poupar chakra, pois havia gastado curando Kakashi, e ele também havia gastado quando lutou sozinho. E era nessa luta, onde ela ganharia um apelido como o do seu irmão, para ser temido e lembrado para toda vida.
Com a espada – que começou a brilhar – apontada para o céu, foi possível escutar um barulho estridente de um trovão, então todo o seu corpo foi envolto por chakra. Ela ainda não conseguia uma tempestade, e Jiraya e Minato diziam que ainda não era a hora de criar aquele jutsu, mas ela já havia desenvolvido uma parte que era suficiente para causar um estrago.
— Eu vou lançar um jutsu neles pelo corte da espada, ela foi carregada por uma onda de choque, que ocasionou esse trovão. — Disse ela, e Kakashi assentiu. — Eu preciso acertá-los, pode me dar cobertura?
— Claro. — Ele saltou entre os três ninjas, fazendo com que os três se juntassem para atacá-lo, ela saltou e pegou impulso no ombro dele, cortando-os com sua espada. E o puxou para longe, instantaneamente eles caíram ao chão, tremendo.
— Funcionou! — Exclamou ela, suspirando. Os olhos de Kakashi brilhavam vendo aquela cena. Ele iria aperfeiçoar o chidori, e ensinaria para ela, tinha certeza de que ela faria bom uso. Eles ouviram um grito, que dessa vez parecia a Rin, e um grito seguido, que parecia do Obito, dizendo que estava indo. Ela fez menção a ir até lá, e Kakashi segurou seu braço.
— Da outra vez, você caiu em uma armadilha! — Ela se desvencilhou.
— E daí? Eu te achei, e te curei, sabe-se lá o que teria acontecido se eu não tivesse chegado. E se acharmos um deles ferido? E se realmente for verdade? Não vou arriscar deixar meus companheiros morrerem, o objetivo de todas as missões que eu vou, é simples, sem baixas!
Ela correu para onde Rin deveria estar posicionada, Kakashi a seguiu, mesmo contrariado, não deixaria que ela se suicidasse. E ela estava certa, Rin estava em apuros, e Obito não conseguiria lidar com aquilo sozinho. Mas ela não tinha mais tanto chakra para aquele jutsu.
Fariam do jeito de sempre, ela e Kakashi de costas um para o outro, empunhando suas espadas e combinando ataques. Eles eram rápidos e eficientes quando trabalhavam juntos. Em pouco tempo, os ninjas estavam no chão, e Obito correu até Rin, que estava com dois feridos da equipe que eles haviam ido resgatar. Minato chegou trazendo mais dois.
— Foram todos que eu consegui resgatar. — Disse ele, colocando-os no chão, para serem tratados. null se abaixou para ajudar Rin com os primeiros socorros, eles tinham que ser rápidos, Rin sorriu para ela.
Minato carregava dois feridos que tinham dificuldade para andar, e os outros dois caminhavam ao lado dele. Obito se aproximou de null.
— Obrigado. — Disse ele, com os olhos brilhando e encarando a amiga, que sorriu. — Obrigado por ter ido, e salvado a Rin.
— Não precisa me agradecer, eu jamais deixaria um companheiro para trás. — Eles sorriram, ela se virou para olhar a outra garota, e viu que seus olhos brilhavam por um dos meninos, e não era Obito. Ela fez uma pausa enquanto andava, para caminhar ao lado da garota.
— É tolice e estupidez. — Murmurou ela, para Rin.
— O que? — Perguntou a garota, confusa.
— Estar com os olhos brilhando por uma pessoa que não está nem aí para você, que nem queria ir te ajudar, enquanto quem sempre tem os olhos brilhando para você, e arriscaria a vida para salvar a sua, você ignora. — Ela bufou. — Eu pensei que você era idiota, Rin. Mas agora eu tenho certeza que é. — Ela se afastou da garota, dando dois passos à frente, e Kakashi se aproximou dela.
— Obrigado. — Disse ele.
— Por que?— Perguntou ela, confusa.
— Por ter me salvado, obrigado. — Ele sorriu com os olhos, e ela deu de ombros.
— Eu faria isso por qualquer um aqui, não precisa me agradecer. — Disse, e ele abaixou a cabeça. Ela achou que estava sendo dura. Mesmo sendo o Kakashi, ele estava sendo legal, pelo menos uma vez. — Sei que você faria o mesmo por mim. — Mentiu, porque ela acreditava que ele não se importava com mais nada, a não ser completar a missão. E ele sorriu com os olhos novamente, ele faria sim, ele se importava mais do que mostrava se importar.
Quando chegaram à Aldeia, null avistou Shisui, e correu até ele. O castigo era sem Obito, e não sem Shisui. Eles correram em direção ao rio, que ficava próximo a quadra. E se sentaram, fitando o horizonte.
— Como foi a missão? — Perguntou ele.
— Foi boa, eu usei aquele jutsu. — Ela sorriu.
— Sério? E como foi? — Perguntou ele, empolgado.
— Como nos treinos, mas quando eu os cortei, eles caíram no chão, levando choques. — Shisui sorriu.
— Que incrível! — Ela sorriu, mas abaixou a cabeça. — O que foi? — Perguntou ele, preocupado.
— A vida tem umas coisas estranhas, é imprevisível, certo? — Ele assentiu. — Por um momento, eu imaginei a vida sem você, Obito e Minato, e me doeu. — Ela abaixou a cabeça.
— Por que você imaginou isso? Isso não vai acontecer! — Disse ele, segurando as mãos dela.
— Mas estamos em uma guerra, tudo pode acontecer. — Ele também abaixou a cabeça após ouvir isso. — É que a minha vida é tão incrível com vocês, eu não posso esquecer a Kushina, claro! Que mesmo me dando broncas, eu sou tão grata por tê-la. — Ela sorriu, e apertou a mão de Shisui. — Vocês são minha família, até mesmo aquela idiota da Rin e o estúpido do Kakashi. Eu sou grata demais por ter vocês, e por ter momentos como esse após missões. Não quero que isso acabe nunca. — Ela sorriu, e ele apertou sua mão.
— Não vai acabar. — Ele transmitia confiança só pelo olhar.
— Promete?
— Eu prometo. — Respondeu ele, abraçando-a.
null corria em direção à sua casa, assustada e procurando seu irmão, Minato. Entrou apressada, passou por Kushina como um flash e encontrou Minato na cozinha. Kushina foi atrás dela, que estava puxando Minato pela calça.
— null, fale devagar! — Disse Minato e a menina falava rápido e embolado.
— O Obitocomeuumacoisaeagora... — Minato virou os olhos.
— O Obito comeu uma coisa, Minato! — Disse Kushina.
— O que ele comeu? — Perguntou Minato.
— Estávamos colhendo umas ervas para fazermos pílulas de comida para missões, e outras para mantimentos, e ele comeu algo que não podia e agora está no hospital. Alguém precisa ir chamar a avó dele. — Minato abaixou a cabeça.
— Alguém? E por que você não vai?
— Porque vão achar que foi minha culpa... — Ela abaixou a cabeça. — Eu disse para ele que aquela não era comestível.
— Eu acredito que não foi sua culpa, meu amor. — Disse Kushina, se abaixando e acariciando o cabelo da menina.
— Eu vou falar com a avó do Obito. — Disse Minato sorrindo. — Ele vai ficar bem, não se preocupe! Por que não vai fazer companhia a ele? — A menina assentiu, e Kushina a acompanhou. Todos estavam lá, Kakashi, Rin e a vó do Obito.
— Ele está bem. — Disse a enfermeira. — Não foi nada demais, apenas uma reação alérgica. — Todos suspiraram aliviados e null agradeceu por não ter sido responsável pela morte do amigo.
— Podemos entrar? — Perguntou null, e a enfermeira assentiu. Eles a seguiram até o quarto. Obito já estava acordado, null saltou e o abraçou com força.
— Oi, null! — Disse rindo.
— Você quase me matou de susto, eu nunca mais vou te levar para colher ervas comigo. — Resmungou a garota, fazendo bico.
1 semana depois
— Obito!!! — null acenava para o garoto que vinha em sua direção, empolgado.
— Você vai? — Perguntou ele, ofegante.
— Não... — Ela fez uma voz triste e um bico. — Minato-chan disse que é muito perigoso sair sozinha, ainda mais no meio da guerra.
— Mas eu estava tão empolgado. — null colocou seu dedo indicador na frente do rosto do garoto, apontando para ele.
— Nem venha com essa! — Ela sacudiu o dedo, em sinal de negativo. — Eu te disse que não te levaria mais comigo! — Ela cruzou os braços e ele abaixou a cabeça, frustrado.
— Eu prometo que não como mais nada, por favor, null-chan! — Ele juntou as mãos, implorando, e ela virou os olhos, se dando por rendida.
— Tá... — Ele saltou, comemorando. — Mas Minato-chan disse para não ir.
— E desde quando você segue regras? — Perguntou ele a instigando.
— Tá vendo! — Ela cruzou os braços de novo. — Você dá as ideias e eu saio como errada depois! Essa nossa amizade só me coloca em encrenca! E era ao contrário... — Ela abaixou a cabeça.— Acho que você andou muito comigo.— Ele gargalhou ao ouvir aquilo.
— Eu assumo a culpa se algo der errado, vamos, null-chan! — Ele sabia convencê-la, obviamente, ela cedeu. E eles foram. Era um pouco afastado da Aldeia, mas ela iria fazer um antídoto e umas pílulas que Tsunade havia ensinado a ela.
— null... — Disse Obito, cabisbaixo, e ela se virou para observá-lo.— Você acha que a Rin um dia vai me amar? Digo, ela acha o Kakashi incrível e eu... — Ela o interrompeu.
—Obito, se a Rin preferir o Kakashi a você, então ela é uma tola. — Ele sorriu ao escutar aquilo. — Você é incrível! E o Kakashi, bom, você sabe... — Ela bufou. — O Kakashi é um irritante, prepotente, arrogante, só se importa consigo mesmo e é egoísta. — Disse ela, de maneira tão rápida que fez o garoto rir.
— Obrigado, null-chan. — Ela sorriu em resposta, e apontou para frente.
— Ali está. — Ela correu até as plantas. — Obito, por favor, não coma nada. — O garoto fez cara de bravo e a seguiu. Ela se abaixou para colher as ervas, e o garoto ficou vigiando em volta. — Pronto!— Ela guardava tudo na bolsa, e Obito sorriu.
— Eu disse que ia dar tudo certo. — Disse ele, sorrindo e esticando a mão para ajudar a garota a se levantar.
Mas quem foi ajudado foi ele. Quando deram as mãos, ela o puxou, evitando que fosse atacado por 3 homens que chegaram ali. E eles não eram aliados. null puxou Obito e eles foram engatinhando de costas, tentando escapar.
— O que crianças de Konoha fazem fora da Aldeia? — Perguntou um dos homens, que ria com os outros.
null se levantou e se deu conta que estava sem sua espada, tinha apenas kunais e shurikens.
— Obito, fica atrás de mim — O garoto engoliu seco, e obedeceu. Os homens continuaram rindo.
— O que uma pirralha como você vai fazer? — Eles foram pra cima dela, que desviou dos ataques. Usando apenas uma kunai, conseguiu ferir um deles.
Obito desviava dos ataques contra ele; Eles estavam despreparados e em desvantagem. Ela analisou a situação, não valia a pena usar Kage Bunshin, então ela tinha que tentar o novo Jutsu que Jiraya tinha a presenteado em seu aniversário. Ela não sabia se funcionaria, pois ainda estavam tentando, mas ela tinha que arriscar. Ela mordeu o dedo, o que fez sair um pouco de sangue
— Kuchiyose no Jutsu! — Disse, fazendo aparecer um enorme sapo embaixo dela. Ela esticou a mão para puxar Obito, mas ele foi puxado pelo inimigo.
— Por que me invocou? — Resmungava o sapo.
—Gamabunta-sama! Eu preciso salvar meu amigo. — Ela apontou para o garoto. — E fugir daqui. — O sapo saltou, e esticou a língua, pegando Obito e jogando em cima dele.
— Jiraya deve estar achando que eu não tenho mais o que fazer! — Resmungou o sapo.
—null-chan, isso foi incrível! — Exclamou Obito, com dificuldades de se manter em cima do sapo.
— Essa é a última vez que você sobe na minha cabeça, null! — O sapo continuava resmungando enquanto saltava em direção à Aldeia.
—Gamabunta-sama, agradeço por me ajudar, mas você sabe que essa não é a última vez. — A garota e Obito riram, e o sapo resmungou algo.
Minato estava exausto, caminhando para casa, quando enxergou Gamabunta de longe.
— Mas o que... — Ele correu na direção do sapo, e quando se aproximou, enxergou null e Obito descendo do mesmo.
— Você está encrencada! — Disse Gamabunta, antes de sumir.
— Namikaze null, por que Gamabunta estava aqui? — Perguntou Minato se aproximando deles com um olhar de reprovação.
— Ah, sabe como é, né. — Ela coçou a cabeça.
— Você foi colher ervas fora da Aldeia? — Perguntou ele em um tom sério, e ela abaixou a cabeça. — Tirando o fato de ter me desobedecido, por que invocou o Gamabunta? — Ela continuou de cabeça baixa e Obito olhava, com pena.
— É minha culpa, sensei. — Disse Obito.
—Obito, não precisa defendê-la! Ela tem que assumir a responsabilidade pelos erros que comete e arcar com as consequências.
— Eu insisti para que fossemos, porque na última vez, ela me chamou para assegurar que voltaria segura, e eu me senti forte e útil... — Ele abaixou a cabeça, e a expressão de Minato mudou. Agora ele os olhava com um brilho no olhar, aquele brilho que os pais têm quando entendem seus filhos, e se sentem culpados. Ele suspirou.
— Do mesmo jeito, você me desobedeceu, null! — Ele se mantinha firme, porém fechou os olhos e suspirou novamente. — Mas pelo menos vocês estão a salvos. — O semblante de culpa desapareceu do rosto das crianças, que agora sorriam com os olhinhos brilhando.— Vamos para casa! — Ele puxou a garota para perto. — Você também deveria ir, Obito, sua avó deve estar preocupada.
— Até mais, Minato-sensei e null-chan. — A garota sorriu em resposta e acenou. Minato a encarou e ela torceu o nariz, e deu a mão ao irmão.
— Eu sei que errei, nii-chan. — Ela abaixou a cabeça. — Não vou mais te desobedecer. — Ele riu e ela arqueou uma sobrancelha.
— Queria acreditar que isso é verdade. — Eles começaram a caminhar. — Eu te conheço bem o suficiente para saber que você vai me desobedecer de novo.
— Então já peço desculpas antecipadamente. — Respondeu com a cara mais sínica do mundo e Minato apenas riu.
— Às vezes me pergunto se sou muito mole com você. — Disse ele, caminhando em direção a porta da casa.
— Vocês chegaram! — Disse Kushina indo até a porta com um sorriso no rosto, que desapareceu assim que notou o estado em que null se encontrava. Ela cerrou os olhos e suspirou. — Desembucha! — Falou com as mãos na cintura. Minato agradecia por ter Kushina o ajudando a cuidar daquela menina rebelde.
— Eu fui colher ervas. Eu e o Obito ficamos cercados por ninjas inimigos, eu estava sem minha espada, então invoquei o Gamabunta e voltamos sãos e salvos para a Aldeia. — Ela sorria, e Kushina continuava a encarando, até que aconteceu o que ela mais temia, seus olhos ficaram enfurecidos, e seu longo cabelo vermelho, ficou para cima, ela ia gritar.
— VOCÊ DESOBEDECEU O SEU IRMÃO, SE COLOCOU EM RISCO E CHEGA AQUI COM ESSA CARA LAVADA??? — Kushina segurava uma colher de pau e apontava para a garota. Ela se virou para Minato. — Qual castigo você deu? — Os olhos do homem arregalaram-se, aquilo foi o suficiente para Kushina mandar um olhar – que se saíssem shurikens de seus olhos, ele estaria morto – e ele fez um biquinho. Ela virou os olhos. — Vocês são idênticos... — null estava com a cabeça abaixada, não tinha o que fazer, ela desejava que Obito estivesse ali levando bronca também. — Uma semana sem ir no Ichiraku... — A garota pensou em retrucar, mas quando pousou os olhos na mulher, desistiu. — Seria bom colocar alguém de vigia, uma semana sobre vigilância do Kakashi, anote aí, Minato! — Ele apenas assentiu.
— O quê??? — Perguntou a garota, chocada.
— E uma semana sem Obito também, com exceção de quando forem em missões.
— Tudo bem, Kushina nee-chan! Mas ao invés dessa vigilância, eu não me importaria em trocar por mais uma semana sem comer no Ichiraku. — Por mais que amasse ramen, a comida em casa era boa o suficiente para ela aguentar duas semanas sem ramen.
— Nada disso! — A mulher se virou, caminhando para a cozinha.— Isso é para que talvez você aprenda uma lição.— A menina se deu por vencida, e Minato se levantou, para ir falar com Kakashi.
— Onde você vai? — Indagou null.
— Falar com o Kakashi. — Ele saiu pela porta da frente.
— Mas já? — A garota murmurou, e se jogou no sofá.
No dia seguinte, null foi ao encontro de Iori e Kanji, e sentiu que estava sendo seguida, era o idiota do Kakashi. Ela apenas deu de ombros, teria que lidar com aquilo, querendo ou não. Quando encontrou os amigos, sentados em um banco, ela se sentou ao lado deles.
— E aí, null! Quando vai nos ensinar a invocar o sapo gigante? — Perguntou Iori, empolgado, enquanto Kanji estava com o cenho franzido, encarando um ponto fixo.
— Creio que não será possível, me desculpe, Iori. — Respondeu ela, colocando a mão sobre o ombro do garoto, que abaixou a cabeça. Ela pôs seus olhos em Kanji, que continuava encarando o mesmo lugar, com a mesma expressão. — O que foi,Kanji?
— O que aquele idiota está fazendo aqui?— Perguntou ele.
— Que idiota? — Indagou Iori, confuso.
— Ah, o Kakashi?! — Ela deu de ombros. — Ele está cuidando da minha “vigilância” essa semana. — Ela fez aspas com as mãos. — Parte do castigo. —Kanji desfez a cara feia, ele morria de ciúmes dela, e nem disfarçava. Isso fez com que Kakashi, que observava afastado, gargalhasse baixo.
— null-san! — Exclamou Rin, chegando correndo, e ofegante perto deles.
— Sim? — Respondeu ela.
— Fomos convocados para uma missão, eu vim te chamar! Temos que chamar o Kakashi. — Disse ela, com as mãos no joelho.
— Não precisa, ele está ali! — Ela apontou para a direção que o garoto estava, e Rin olhou confusa. —Anda, baka! — Disse ela, chamando-o. Ele saiu das sombras e foi até elas. — Vejo vocês depois. — Ela acenou para Iori e Kanji, e correu junto com os amigos.
Ao mesmo tempo em que ela gostava de sair em missões com o time Minato, ela desgostava. Não gostava do Kakashi, e por mais que Rin fosse sua única amiga da sua idade, ela não era sua pessoa favorita no mundo. Enquanto caminhavam, a caminho da missão, ela pensava em como aquilo tudo era uma palhaçada. E com “aquilo tudo” ela se referia à Rin, Obito e Kakashi. Que o Kakashi era realmente brilhante, ela não podia negar, mas quem em sã consciência iria preferir o Kakashi ao Obito?
Minato observava a menina pensativa, e se perguntava o que estaria se passando naquela cabecinha difícil de entender. Ele acreditava que ela estava incomodada por sair em missão com o Kakashi, porque pelo pedido de desculpas que o Kakashi fez a ele, ele sabia que a última vez que eles tiveram contato não tinha sido muito boa, mas parte dele acreditava que eles se entenderiam, algum dia, e que quem sabe se tornariam um casal como ele e Kushina. – ele ria de si mesmo – Na verdade, era ele quem queria que os dois ficassem juntos um dia. Imaginava que os dois fariam muito bem um para o outro, ao mesmo tempo em que fariam mal.
Ele acordou de seus pensamentos, e parou.
— Certo, crianças! — Todos se viraram para ele. — Nossa missão é simples, vamos resgatar uma equipe que caiu em uma emboscada e evitar lutar. — Ele abriu um pergaminho no chão e todos se inclinaram para olhar. — Vamos fazer a seguinte formação, chamaremos de formação V, pois nos posicionaremos no formato de um V. Kakashi e null irão pela esquerda, Kakashi ficará posicionado na frente, e null entre ele e Rin, que ficará posicionada no meio, atrás. Assim, Kakashi pode combinar ataques com null, caso precise, e ela dará cobertura a ele. Eu e Obito vamos pelo outro lado, eu na mesma posição que Kakashi e Obito na mesma posição que null. Assim, faremos o reconhecimento do território e combinaremos a estratégia pelos rádios. Rin fica no meio, porque é a nossa Ninja médica, e pode correr para ambos os lados para nos proteger, e fica na retaguarda.
Todos assentiram, colocaram os rádios e foram para suas posições. null ficava incomodada de sempre ser a dupla do Kakashi, mas sabia que os dois eram uma boa dupla, e que todos – inclusive ele – reconheciam isso. Após se posicionarem, todos disseram o que estavam vendo em seus rádios, mas de repente eles perderam a sua conexão.
— Minato-chan? Alguém me ouve? — Ela tentava reestabelecer a conexão, mas não conseguia. Pensou em sair da formação e verificar o que estava acontecendo, mas pensou melhor, e decidiu seguir com a missão. Ela andava sorrateiramente, analisando o terreno, e mesmo sem ter contato, pensava em sua própria estratégia. Quando de repente, ela começou a escutar gritos de Obito pedindo socorro, e vinham da direção em que Kakashi estaria. Provavelmente ele tinha quebrado a formação pela perca de contato no rádio, e agora estava em apuros. Se isso aconteceu, não existia mais formação, e null teria de dar cobertura aos amigos.
Ela correu na direção que os gritos vinham, mas teve uma surpresa quando chegou no lugar; Obito não estava lá, apenas Kakashi estava estirado no chão, e três ninjas riam. Ela não pensou duas vezes, por mais forte que fosse, não conseguiria lidar com aquilo sozinha. Fez um jutsu com o elemento terra, e criou uma barreira em volta de Kakashi.
— Kage Bunshin no Jutsu! — Disse, fazendo os selos de mão, e mandando o clone até o amigo. O clone colocou as mãos sobre o lado de fora da barreira, transferindo o chakra para ela, e curando quem estava dentro. Ela deveria conseguir fazer aquilo sem clones, mas ainda não tinha aperfeiçoado. — Cadê o Obito? — Perguntou, para enrolar.
— O seu amiguinho dos gritos? — O homem ria. — Nós só imitamos os gritos que ouvimos. Provavelmente ele está morto agora. — Os três riram.
— Vocês não sabem com quem estão lidando, esse é o time do Relâmpago Amarelo de Konoha, e eu sou irmã dele. — Ela sentiu que aquelas palavras tiveram peso sobre os homens, ganhando tempo o suficiente para curar Kakashi, que em um salto, estava de costas para ela. — Finalmente, pensei que ia ficar deitado lá o tempo todo. — Disse ela, zombando do garoto, que resmungou.
— Ora, sua... — Os homens foram para cima deles, que contra-atacaram com suas espadas.
Ela tinha que poupar chakra, pois havia gastado curando Kakashi, e ele também havia gastado quando lutou sozinho. E era nessa luta, onde ela ganharia um apelido como o do seu irmão, para ser temido e lembrado para toda vida.
Com a espada – que começou a brilhar – apontada para o céu, foi possível escutar um barulho estridente de um trovão, então todo o seu corpo foi envolto por chakra. Ela ainda não conseguia uma tempestade, e Jiraya e Minato diziam que ainda não era a hora de criar aquele jutsu, mas ela já havia desenvolvido uma parte que era suficiente para causar um estrago.
— Eu vou lançar um jutsu neles pelo corte da espada, ela foi carregada por uma onda de choque, que ocasionou esse trovão. — Disse ela, e Kakashi assentiu. — Eu preciso acertá-los, pode me dar cobertura?
— Claro. — Ele saltou entre os três ninjas, fazendo com que os três se juntassem para atacá-lo, ela saltou e pegou impulso no ombro dele, cortando-os com sua espada. E o puxou para longe, instantaneamente eles caíram ao chão, tremendo.
— Funcionou! — Exclamou ela, suspirando. Os olhos de Kakashi brilhavam vendo aquela cena. Ele iria aperfeiçoar o chidori, e ensinaria para ela, tinha certeza de que ela faria bom uso. Eles ouviram um grito, que dessa vez parecia a Rin, e um grito seguido, que parecia do Obito, dizendo que estava indo. Ela fez menção a ir até lá, e Kakashi segurou seu braço.
— Da outra vez, você caiu em uma armadilha! — Ela se desvencilhou.
— E daí? Eu te achei, e te curei, sabe-se lá o que teria acontecido se eu não tivesse chegado. E se acharmos um deles ferido? E se realmente for verdade? Não vou arriscar deixar meus companheiros morrerem, o objetivo de todas as missões que eu vou, é simples, sem baixas!
Ela correu para onde Rin deveria estar posicionada, Kakashi a seguiu, mesmo contrariado, não deixaria que ela se suicidasse. E ela estava certa, Rin estava em apuros, e Obito não conseguiria lidar com aquilo sozinho. Mas ela não tinha mais tanto chakra para aquele jutsu.
Fariam do jeito de sempre, ela e Kakashi de costas um para o outro, empunhando suas espadas e combinando ataques. Eles eram rápidos e eficientes quando trabalhavam juntos. Em pouco tempo, os ninjas estavam no chão, e Obito correu até Rin, que estava com dois feridos da equipe que eles haviam ido resgatar. Minato chegou trazendo mais dois.
— Foram todos que eu consegui resgatar. — Disse ele, colocando-os no chão, para serem tratados. null se abaixou para ajudar Rin com os primeiros socorros, eles tinham que ser rápidos, Rin sorriu para ela.
Minato carregava dois feridos que tinham dificuldade para andar, e os outros dois caminhavam ao lado dele. Obito se aproximou de null.
— Obrigado. — Disse ele, com os olhos brilhando e encarando a amiga, que sorriu. — Obrigado por ter ido, e salvado a Rin.
— Não precisa me agradecer, eu jamais deixaria um companheiro para trás. — Eles sorriram, ela se virou para olhar a outra garota, e viu que seus olhos brilhavam por um dos meninos, e não era Obito. Ela fez uma pausa enquanto andava, para caminhar ao lado da garota.
— É tolice e estupidez. — Murmurou ela, para Rin.
— O que? — Perguntou a garota, confusa.
— Estar com os olhos brilhando por uma pessoa que não está nem aí para você, que nem queria ir te ajudar, enquanto quem sempre tem os olhos brilhando para você, e arriscaria a vida para salvar a sua, você ignora. — Ela bufou. — Eu pensei que você era idiota, Rin. Mas agora eu tenho certeza que é. — Ela se afastou da garota, dando dois passos à frente, e Kakashi se aproximou dela.
— Obrigado. — Disse ele.
— Por que?— Perguntou ela, confusa.
— Por ter me salvado, obrigado. — Ele sorriu com os olhos, e ela deu de ombros.
— Eu faria isso por qualquer um aqui, não precisa me agradecer. — Disse, e ele abaixou a cabeça. Ela achou que estava sendo dura. Mesmo sendo o Kakashi, ele estava sendo legal, pelo menos uma vez. — Sei que você faria o mesmo por mim. — Mentiu, porque ela acreditava que ele não se importava com mais nada, a não ser completar a missão. E ele sorriu com os olhos novamente, ele faria sim, ele se importava mais do que mostrava se importar.
Quando chegaram à Aldeia, null avistou Shisui, e correu até ele. O castigo era sem Obito, e não sem Shisui. Eles correram em direção ao rio, que ficava próximo a quadra. E se sentaram, fitando o horizonte.
— Como foi a missão? — Perguntou ele.
— Foi boa, eu usei aquele jutsu. — Ela sorriu.
— Sério? E como foi? — Perguntou ele, empolgado.
— Como nos treinos, mas quando eu os cortei, eles caíram no chão, levando choques. — Shisui sorriu.
— Que incrível! — Ela sorriu, mas abaixou a cabeça. — O que foi? — Perguntou ele, preocupado.
— A vida tem umas coisas estranhas, é imprevisível, certo? — Ele assentiu. — Por um momento, eu imaginei a vida sem você, Obito e Minato, e me doeu. — Ela abaixou a cabeça.
— Por que você imaginou isso? Isso não vai acontecer! — Disse ele, segurando as mãos dela.
— Mas estamos em uma guerra, tudo pode acontecer. — Ele também abaixou a cabeça após ouvir isso. — É que a minha vida é tão incrível com vocês, eu não posso esquecer a Kushina, claro! Que mesmo me dando broncas, eu sou tão grata por tê-la. — Ela sorriu, e apertou a mão de Shisui. — Vocês são minha família, até mesmo aquela idiota da Rin e o estúpido do Kakashi. Eu sou grata demais por ter vocês, e por ter momentos como esse após missões. Não quero que isso acabe nunca. — Ela sorriu, e ele apertou sua mão.
— Não vai acabar. — Ele transmitia confiança só pelo olhar.
— Promete?
— Eu prometo. — Respondeu ele, abraçando-a.