Capítulo Único
ELA
Morta.
Era como eu me sentia, com mais um semestre acabando.
A última prova havia sido há meia hora e eu ainda estava morgando enquanto tomava um café pós almoço.
Não ia ter jeito.
Eu ia ter que dormir, caso contrário cairia dura.
Por isso resolvi ir direto para o quarto de , pois só o que verdadeiramente me acalmava era seu cheiro.
Suspirei fundo, feliz, quando abri a porta e seu perfume invadiu meu olfato.
Mal fechei a porta, deixei minha mochila no chão e me deitei ao seu lado em sua cama.
Ele já se encontrava ali dormindo profundamente, suas costas definidas à mostra.
Sorri enquanto o abraçava e beijava a pele de seu pescoço, sem conseguir me frear.
suspirou e entrelaçou seus dedos nos meus, me dando as boas vindas do seu jeitinho.
Esfreguei meu nariz em seus cabelos e finalmente me senti em paz em semanas, e foi quase instantâneo dormir.
Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, mas acordei com uma sensação de cosquinha bem no meio das pernas e comecei a rir.
Ouvi uma risada conhecida e abri meus olhos lentamente, olhando para baixo.
Quando entrei no quarto de , me lembro de estar de short jeans, tênis e uma blusinha de alcinhas.
A blusa continuava no lugar, mas os tênis e o short haviam sido jogados para fora do meu corpo e passeava com as unhas pela parte de dentro das minhas coxas de um modo que fazia cócegas.
Peguei em suas mãos enquanto continuava rindo e as puxei para cima, o puxando junto, e seu corpo pairou acima do meu.
Automaticamente, enrolei minhas pernas em seu quadril enquanto ele deixava aquela parte de seu corpo fazer pressão no meu e sua boca pairou sobre a minha.
Levei a mão à sua bochecha e fiz um carinho lento, sorrindo enquanto roçava nossos lábios e narizes.
- Oi - sussurrei, fazendo sorrir.
Uma de suas mãos passou a fazer um carinho lento bem abaixo de meu seio, por dentro da blusa, me fazendo arrepiar absurdamente.
- Oi - sussurrei de volta, finalmente o beijando.
Suspirei, o bem que seu gosto me fazia era surreal.
Sim, eu estava apaixonada por .
Não, eu não negava mais isso.
Sim, nós continuávamos em um "relacionamento aberto", como as pessoas gostavam de dizer.
Mas não tinha ideia dos sentimentos de , e sinceramente naquele momento não eram tão relevantes assim.
Gemi em sua boca quando uma de suas mãos puxou minha coxa ainda mais para cima, me abrindo em um ângulo que o fazia conseguir me sentir inteira.
Mordi seu lábio inferior com força e apertei os fios de seus cabelos entre meus dedos, forçando sua cabeça para cima.
Sua mão que estava em minha coxa aplicou força extra, me deixando saber que seu corpo sentia falta do meu.
O que, obviamente, era recíproco.
Nossos olhos se conectaram e suspirou, levando sua outra mão à minha bochecha, como eu havia feito anteriormente.
Sorri, meu coração quase explodindo dentro do peito, e as palavras quase saíram.
As tão temidas palavras.
Suspirei no último segundo, engolindo o que ia dizer, e o beijei novamente.
A mão que estava em minha coxa desceu na direção da minha bunda, a apertando, e só então mexendo na tira da calcinha.
Espera...
- Safado! - separei nossos lábios para falar - Você tirou minhas roupas!
jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada, me fazendo rir junto.
- Só agora você notou?!
- Não, mas você sabe que uma com sono não presta - lhe dei língua e ele riu ainda mais. - Para de rir de mim!
- Não dá! Você fica muito gracinha indignada!
Revirei os olhos com sua idiotice, mas ri novamente.
Logo depois tive uma ideia brilhante.
Dei de ombros, como se não fosse nada de mais, enquanto tirava minha blusa.
Como eu estava sem sutiã, seus olhos foram diretamente para meus seios.
Sorri quando vi seus olhos vidrados naquelas duas coisinhas tão pequenas.
Não conseguia entender o fascínio de homens por seios, especialmente o de pelos meus.
O notei suspirar e enquanto eu passava a blusa por meu rosto, o seu desceu e sua boca se apossou de um dos meus bicos.
Gemi baixinho enquanto terminava de tirar a blusa e a jogando para qualquer canto, levando uma das mãos em direção ao seu cabelo e o observando de cima.
não fazia ideia de quão excitante era aquela posição.
Sua língua provocou meu mamilo calmamente, como se tivéssemos todo o tempo do mundo, e ocasionalmente seu olhar se direcionava para o meu.
Eu ainda conseguia me surpreender com o quanto se preocupava com o meu prazer.
Gemi mais audivelmente quando ele mordeu o bico arrebitado, o fazendo sorrir.
Finalmente sua boca passou para o outro mamilo, e ele repetiu tudo praticamente igual, e quando terminou eu me encontrava ofegante, de olhos fechados e arrepiada.
Senti sua boca beijar minha barriga e soube exatamente o que ele ia fazer descendo daquele jeito.
Grunhi, forçando meus olhos a se abrirem e me apoiei em meus cotovelos, o observando.
puxou minha calcinha por minhas pernas abaixo enquanto se sentava sobre seus calcanhares e a jogou para trás.
Só então se levantou da cama, me fazendo certamente formar uma expressão suspresa.
Quando começou a tirar a roupa, eu entendi.
Somente se preocupou em tirar o short, pois já estava nu por baixo, e eu pude observar em toda sua glória.
Eu ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo era meu quando eu bem entendesse.
Veio para mim e, ao invés de me penetrar como eu achei que faria, se abaixou e beijou novamente minha barriga.
Dessa vez, continuou descendo e soprou minha intimidade.
Minhas costas arquearam praticamente involuntariamente; sabia o quanto aquilo mexia comigo.
Logo após um beijo foi depositado envolvendo toda minha intimidade, me fazendo ofegar.
Me levantei novamente em meus cotovelos - não fazia a mínima ideia em que momento havia deixado meu corpo cair no colchão - e o observei me beijar.
Era sempre glorioso o quanto ele gostava de me provar.
Eu me sentia uma das mulheres mais bonitas do mundo - se não a mais.
Meus gemidos eram involuntários, todo meu corpo se resetava e esticava com seu tratamento bem no meu clitóris.
Suas chupadas e passadas de língua estavam me deixando doida, e por isso o chamei.
Mas obviamente não me deu ouvidos.
- Amor - murmurei sem pensar, e imediatamente me olhou.
Todo meu corpo se arrepiou com seu olhar e eu sorri, o chamando para cima de mim.
- Preciso de você - murmurei, o fazendo se arrastar por cima do meu corpo até sua boca alcançar a minha.
Enquanto nossas bocas se encontraram, eu senti seu pau pressionar minha entrada gentilmente.
Segurei em seus cabelos e esperei pela invasão, que veio lenta, como se ele quisesse me aproveitar tanto quanto eu queria aproveitá-lo.
segurou meu lábio inferior entre os seus com afinco enquanto entrava em meu corpo, me deixando marcada como sempre.
Quando seu quadril se encostou ao meu, soltou meu lábio e gemeu com a boca ainda muito perto da minha.
O suficiente para cada fio do meu corpo se arrepiar.
Tudo em era erótico.
Era sempre assim.
Sempre que nós ficácamos juntos era como fogos de artifício explodindo pelos meus sentidos.
Gemi junto à sua boca e sorri, jogando a cabeça para trás o máximo que consegui pela posição.
Eu o senti levantar o tronco, apesar de manter os baques contra meu corpo constantes, e então seus lábios envolveram um de meus bicos eriçados.
Gemi um pouco mais alto, ofegante, e voltei a olhá-lo.
Era sempre o mesmo amor.
O mesmo carinho que eu sentia em seu olhar.
Sua eterna gentileza e preocupação.
Mordi o lábio inferior e imediatamente seus lábios vieram de encontro aos meus, e seus dentes substituíram os meus em meu lábio. Depois o chupou e iniciou um beijo devagar.
Era algo diferente.
Eu sempre sentia aquela eletricidade e quentura no peito com , mas tinha algo diferente daquela vez.
Não saberia dizer o que era, no entanto.
Mas me contentei em apenas sentir.
Uma de suas mãos desceu e puxou meu joelho ainda mais para cima, me abrindo em um ângulo do qual ele parecia acessar qualquer canto interior meu.
ELE
Tinha algo pairando no ar.
Um sentimento novo, mas igualmente bom.
Uma sensação nova.
Não sabia bem o que era, mas se condensava ao nosso redor e entrava em nossas carnes de um modo que o sexo já não era mais somente sexo - ele estava recheado de algo mais poderoso.
Eu amava . Nunca neguei aquela parte.
Mas parecia ser algo tão intenso que até ela sentia.
Sua passagem parecia me apertar cada vez mais, ficando cada vez mais quente e nos levando em uma infinita espiral até o orgasmo.
Ele parecia mais forte do que nunca.
E eu soube que eu não ia sobreviver a ele.
Pelo menos, não 100% íntegro emocionalmente.
Meus lábios secaram e eu procurei a saliva de , que dava pouca atenção aos meus lábios, mas me arranhava com tanto afinco que eu soube que sua explosão não estava longe.
Um apertão infinito.
Uma massagem no meu pau.
Ela estava gozando.
Coloquei a boca em seu pescoço e, como se aquilo fosse o suficiente para apertar um botão dentro de mim, eu também gozei.
Gemendo mais alto do que gostaria de admitir, mas quando estava com aquela mulher... Eu realmente perdia o controle de mim mesmo.
Todo meu corpo tremeu deliciosamente com sua massagem intensa em mim, me fazendo morder seu ombro.
- Quero mais - ela murmurou, nos virando incrivelmente rápido.
Nunca iria entender como ela conseguia fazer aquilo.
Provavelmente era a adrenalina misturada à minha distração com seu corpo.
Naquele momento, eu me encontrava deitado de barriga para cima com ela escarranchada sobre meu corpo.
Lambeu os lábios e rebolou.
Ok.
Eu ainda estava semi duro dentro dela.
Mas não sabia se o suficiente para gozar em um futuro próximo.
Gemi, ainda assim.
Seu interior se apertou à minha volta e foi a minha vez de jogar a cabeça para trás.
Minhas duas mãos foram para as duas bandas de sua bunda e eu as apertei com gosto, acompanhando seu ritmo.
Ainda estávamos ofegantes e ficando cada vez mais suados.
Uma de minhas mãos subiu pelo seu corpo e eu testei o peso de seu seio na mão, sabendo como era poderoso o efeito que seus peitinhos tinham em mim.
Como o efeito que minha boca tinha em seu corpo.
Não me aguentei e levantei um pouco o corpo, direcionando a boca ao seu mamilo arrebitado e o abocanhando com gosto.
A mordida foi inevitável, e seu gemido foi carnal.
Passei para o outro seio e também o mordi, a segurando pela bunda novamente e a ajudando no rebolado.
Subi minha boca pelo seu corpo, passando por sua clavícula, seu pescoço - onde deixei chupões - e orelha, onde dei um beijo bem abaixo.
Gemi ali por seu apertão em meu membro e sorri.
- Sei que está fazendo de propósito - assim que terminei a frase, ela se apertou novamente. Puta que pariu, aquilo era muito bom - Caralho...
Levei o rosto para a frente do seu, para que nossos olhos se conectassem, e sorri.
Raspei nossos narizes e seu ritmo diminuiu, como eu planejava.
Seus braços envolveram meu pescoço e eu ajeitei minha postura ao realmente me sentar e levar minha boca à sua.
Naquele momento estávamos parados.
Somente nossas bocas se moviam calmamente em nosso beijo apaixonado.
Foi praticamente juntos que voltamos a nos movimentar.
Mas não eram mais movimentos desesperados em busca do orgamo.
Eram movimentos suaves que apenas nos faziam conscientes de nossa união.
Sua língua estava na minha e suas mãos nos meus cabelos.
Gemi novamente, mais alerta do que antes.
Separei nosso beijo para molhar dois de meus dedos e sorriu, me olhando daquele modo "eu te conheço".
Os levei para sua bunda e brinquei um pouco na entrada, a fazendo resfolegar.
Seu sorriso se grudou à minha bochecha enquanto ela se empinava um pouco, me dando sua autorização plena, e então eu os introduzi só um pouquinho ali.
Gememos juntos - eu com o quão mais apertada ela se tornou após a intromissão e ela provavelmente pela junção da sensação em si.
Ah, não me leve a mal, não é a minha praia esse tipo de prática mas eu já experimentei, sim.
E a sensação é gostosa.
Gostosa demais.
Lambi sua bochecha e a mordi, a incentivando a voltar com seu rebolado impossível e que com certeza levaria nós dois ao gozo novamente.
Sua cabeça caiu para trás e sua boca se abriu apenas para soltar o gemido prolongado mais carnal da história.
Ataquei seu pescoço e seus biquinhos em padrões aleatórios e a senti começar a me apertar.
Senti o recuo começar a me atingir e o segurei mais um pouco, apenas para prolongar seu prazer.
teve espasmos deliciosos com todo seu corpo e eu senti que o meu implorava pelo orgamo novamente - somente ela conseguia mandar no meu corpo daquele jeito.
Me levantei rapidamente e a coloquei deitada na cama, saindo de dentro de seu corpo e a escalando enquanto acariciava meu membro.
Mordi meu lábio inferior fortemente e parei acima de seus seios.
sorria e também mordia seu lábio inferior, e foi com os olhos em fendas que juntou os dois seios para receber meu gozo.
O recuo piorou e eu vi os jatos em seus peitos enquanto sua língua também escapava fora de sua boca para tentar pegar algo e eu urrava e ofegava..
Me joguei de qualquer jeito na cama ao seu lado, apenas para não cair por cima de seu corpo, o que aconteceria a qualquer momento se eu permitisse.
- Uau - murmurei embasbacado, e ela riu.
Ela se mexeu preguiçosamente e encostou a testa em meu pescoço, beijando meu ombro.
- É, uau - riu após e suspirou, sua respiração ficando pesada praticamente imediatamente.
A olhei de lado e sorri, sentindo o peito aquecer.
Me deitei de lado e a observei por alguns segundos.
Sua boca um pouco aberta soltava sua respiração calma, enquanto seu rosto no todo continha uma serenidade gostosa.
Beijei a ponta de seu nariz e um sorriso preguiçoso se desenhou em seus lábios, me fazendo beijá-los em resposta.
Ela deu um risinho e chegou para mais perto do meu corpo. Jogou uma das pernas por cima do meu quadril e enfiou o rosto em meu pescoço, o que me fez dar um beijo em sua testa.
suspirou novamente e eu sorri ainda mais, começando um carinho também preguiçoso enquanto deixava o sono nos embalar para longe daquela realidade.
Alguns dias haviam se passado depois daquela vez e nós não estávamos nos falando direito.
Eu não sabia bem por que, mas nós dois parecíamos estar evitando o algo que havíamos sentido.
Sim, havia sid forte o bastante para me assustar - mas talvez não tanto quanto a própria .
Suspirei, coçando a cabeça.
Precisava dar um jeito nisso.
Já.
Bati em sua porta algumas horas depois, com um saco do Burguer king na mão e a esperança de que ela não fosse me ignorar.
Como eu não havia avisado, ela abriu a porta rapidamente.
Bom... Posso dizer que estava estranha.
Mas também devo dizer que ela estava horrível.
No sentido emocional da coisa mesmo.
Seus olhos pareciam sem vida assim e sua boca se tornou uma linha fina assim que ela pôs os olhos em mim.
Respirou fundo e cruzou os braços.
- Precisamos conversar - decidi naquele exato instante.
Ela demorou alguns segundos, mas acabou me deixando entrar.
Suspirei, deixando o saco com os sanduíches em cima de sua cama e me virando para ela, cruzando meus braços.
- Eu sei que a gente tá estranho por causa daquilo...
- Daquilo? Não sei do que você tá falando - levantou uma sobrancelha e me olhou do modo mais irônico possível.
Eu sorri.
- É, , daquilo - cheguei mais perto dela e ela recuou, se encostando na porta.
Estava tentando se proteger.
Não sabia do que, mas iria descobrir com toda certeza.
Seus olhos me imploravam que chegasse mais perto e simultaneamente imploravam que me afastasse.
Suspirei, parando bem perto de seu corpo - mas sem tocá-la.
- Você sabe que a gente sentiu algo forte. Muito forte. Eu não sei o que foi, e confesso que tive medo de descobrir, mas sinceramente? Não importa. Porque nada, nada é mais importante do que você. Por favor, me diz que sentiu também e que eu não tava maluco nem imaginando coisas.
Eu podia ver sua respiração levemente acelerada enquanto ela revezava os olhos entre meus olhos e minha boca e seu olhar exalava dúvida.
- Eu não... Não sei - murmurou e engoliu em seco. Levou as mãos aos olhos e os esfregou, me olhando novamente depois - Eu queria estar louca. Queria que você estivesse louco. Mas tenho certeza que é amor - choramingou, fungando. - Eu detesto essa ideia de que não sou mais capaz de me cuidar sozinha. Detesto depender de alguém pra conseguir sorrir - seu sorriso foi dolorido. Aquilo me doeu no fundo da alma. - É muito ruim!
Quando senti, já estava a abraçando.
Beijei sua cabeça e ficamos ali por algum tempo, até que ela pediu para sair dos meus braços.
Enxugava algumas lágrimas teimosas e eu sorri, as enxugando por ela.
Ela me olhou; estava séria como o inferno.
Suspirei novamente e sorri ainda mais.
- Eu sei como é - ela riu, provavelmente não acreditando nas minhas palavras - ! Eu sei como é! Lembra quando eu te disse que estava apaixonado por você? Era isso que eu sentia! É algo muito ambíguo, eu amava e detestava sentir isso. Mas nunca foi embora. Eu aprendi a conviver com o sentimento de que a gente se gostava, mas que aquele sentimento era responsabilidade minha e que você não merecia se prender a mim.
- Então esse tempo todo você sentiu ciúmes de mim?
Ela acabou de confessar que estava com ciúmes de mim?
- Nunca foi assim - eu sorri ainda mais, beijando seu nariz. - Não sei explicar. Eu sentia ciúme, mas era algo mais como medo de você encontrar alguém que encaixasse mais no seu corpo do que eu. Porque como amigos, eu sabia que éramos ótimos juntos. Sempre fomos e sempre seremos - um sorriso diminuto apareceu e em seus lábios e eu comemorei em silêncio. - Mas tesão é diferente e eu te entendo. Fora que... Como todo bom homem, eu acho excitante pra caralho ver a minha mulher se pegando com outra mulher. É algo... - suspirei, sem saber que expressão usar, e ela deu um risinho.
Uma de suas mãos se apoiou em meu braço e eu a percebia cada vez mais atenta às minhas palavras.
- É óbvio que eu sinto ciúme de você! Mas quando você tá feliz, satisfeita, ele some. Porque é só isso que eu preciso ver nos teus olhos: que você tá realizada.
Ela anuiu, e eu soube que era mais ou menos o que ela sentia de volta.
- Eu quero te pedir uma coisa - falei.
Sua respiração suspendeu e eu sorri, sabendo o que ela esperava que eu dissesse.
- Vamos ser friends with benefits - disse, a fazendo ficar sem entender nada - Benefícios esses que vão incluir a gente ter tanta liberade um com o outro que vamos falar sobre e quem transar fora do nosso relacionamento. Se for algo que te der na telha, ou me der na telha. Mas não é pedir permissão para o outro nem somente avisar; é procurar saber se aquilo afeta o outro. Porque sinceramente, se for alguém com quem você não se sente segura de dividir o seu homem, com certeza não é alguém que vale a pena comer - eu dei de ombros e ela riu baixinho, provavelmente da minha falta de tato. - O que você acha?
Ela mordeu o lábio inferior e eu quis mordê-lo por ela e começar outra sessão de amassos naquele segundo mesmo.
- Acho legal - murmurou com a voz rouca e pigarreou. - É, parece bom.
Era o jeito que havia achado de falar "eu amei essa ideia!".
Eu havia aprendido a lê-la muito bem, obrigado.
E também havia amado minha ideia.
- Então vamos comer! - comemorei.
- Ei - ela me chamou assim que eu a larguei e já estava virando para ir até a sua cama. Me voltei rapidamente e ela se esticou, me dando um selinho.
Tem como um rosto rasgar por causa de um sorriso?
- Obrigada.
- Disponha - fiz uma reverência brincalhona e ela riu, indo para sua cama e já abrindo o saco do BK.
O que mais eu poderia querer, afinal?
Morta.
Era como eu me sentia, com mais um semestre acabando.
A última prova havia sido há meia hora e eu ainda estava morgando enquanto tomava um café pós almoço.
Não ia ter jeito.
Eu ia ter que dormir, caso contrário cairia dura.
Por isso resolvi ir direto para o quarto de , pois só o que verdadeiramente me acalmava era seu cheiro.
Suspirei fundo, feliz, quando abri a porta e seu perfume invadiu meu olfato.
Mal fechei a porta, deixei minha mochila no chão e me deitei ao seu lado em sua cama.
Ele já se encontrava ali dormindo profundamente, suas costas definidas à mostra.
Sorri enquanto o abraçava e beijava a pele de seu pescoço, sem conseguir me frear.
suspirou e entrelaçou seus dedos nos meus, me dando as boas vindas do seu jeitinho.
Esfreguei meu nariz em seus cabelos e finalmente me senti em paz em semanas, e foi quase instantâneo dormir.
Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, mas acordei com uma sensação de cosquinha bem no meio das pernas e comecei a rir.
Ouvi uma risada conhecida e abri meus olhos lentamente, olhando para baixo.
Quando entrei no quarto de , me lembro de estar de short jeans, tênis e uma blusinha de alcinhas.
A blusa continuava no lugar, mas os tênis e o short haviam sido jogados para fora do meu corpo e passeava com as unhas pela parte de dentro das minhas coxas de um modo que fazia cócegas.
Peguei em suas mãos enquanto continuava rindo e as puxei para cima, o puxando junto, e seu corpo pairou acima do meu.
Automaticamente, enrolei minhas pernas em seu quadril enquanto ele deixava aquela parte de seu corpo fazer pressão no meu e sua boca pairou sobre a minha.
Levei a mão à sua bochecha e fiz um carinho lento, sorrindo enquanto roçava nossos lábios e narizes.
- Oi - sussurrei, fazendo sorrir.
Uma de suas mãos passou a fazer um carinho lento bem abaixo de meu seio, por dentro da blusa, me fazendo arrepiar absurdamente.
- Oi - sussurrei de volta, finalmente o beijando.
Suspirei, o bem que seu gosto me fazia era surreal.
Sim, eu estava apaixonada por .
Não, eu não negava mais isso.
Sim, nós continuávamos em um "relacionamento aberto", como as pessoas gostavam de dizer.
Mas não tinha ideia dos sentimentos de , e sinceramente naquele momento não eram tão relevantes assim.
Gemi em sua boca quando uma de suas mãos puxou minha coxa ainda mais para cima, me abrindo em um ângulo que o fazia conseguir me sentir inteira.
Mordi seu lábio inferior com força e apertei os fios de seus cabelos entre meus dedos, forçando sua cabeça para cima.
Sua mão que estava em minha coxa aplicou força extra, me deixando saber que seu corpo sentia falta do meu.
O que, obviamente, era recíproco.
Nossos olhos se conectaram e suspirou, levando sua outra mão à minha bochecha, como eu havia feito anteriormente.
Sorri, meu coração quase explodindo dentro do peito, e as palavras quase saíram.
As tão temidas palavras.
Suspirei no último segundo, engolindo o que ia dizer, e o beijei novamente.
A mão que estava em minha coxa desceu na direção da minha bunda, a apertando, e só então mexendo na tira da calcinha.
Espera...
- Safado! - separei nossos lábios para falar - Você tirou minhas roupas!
jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada, me fazendo rir junto.
- Só agora você notou?!
- Não, mas você sabe que uma com sono não presta - lhe dei língua e ele riu ainda mais. - Para de rir de mim!
- Não dá! Você fica muito gracinha indignada!
Revirei os olhos com sua idiotice, mas ri novamente.
Logo depois tive uma ideia brilhante.
Dei de ombros, como se não fosse nada de mais, enquanto tirava minha blusa.
Como eu estava sem sutiã, seus olhos foram diretamente para meus seios.
Sorri quando vi seus olhos vidrados naquelas duas coisinhas tão pequenas.
Não conseguia entender o fascínio de homens por seios, especialmente o de pelos meus.
O notei suspirar e enquanto eu passava a blusa por meu rosto, o seu desceu e sua boca se apossou de um dos meus bicos.
Gemi baixinho enquanto terminava de tirar a blusa e a jogando para qualquer canto, levando uma das mãos em direção ao seu cabelo e o observando de cima.
não fazia ideia de quão excitante era aquela posição.
Sua língua provocou meu mamilo calmamente, como se tivéssemos todo o tempo do mundo, e ocasionalmente seu olhar se direcionava para o meu.
Eu ainda conseguia me surpreender com o quanto se preocupava com o meu prazer.
Gemi mais audivelmente quando ele mordeu o bico arrebitado, o fazendo sorrir.
Finalmente sua boca passou para o outro mamilo, e ele repetiu tudo praticamente igual, e quando terminou eu me encontrava ofegante, de olhos fechados e arrepiada.
Senti sua boca beijar minha barriga e soube exatamente o que ele ia fazer descendo daquele jeito.
Grunhi, forçando meus olhos a se abrirem e me apoiei em meus cotovelos, o observando.
puxou minha calcinha por minhas pernas abaixo enquanto se sentava sobre seus calcanhares e a jogou para trás.
Só então se levantou da cama, me fazendo certamente formar uma expressão suspresa.
Quando começou a tirar a roupa, eu entendi.
Somente se preocupou em tirar o short, pois já estava nu por baixo, e eu pude observar em toda sua glória.
Eu ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo era meu quando eu bem entendesse.
Veio para mim e, ao invés de me penetrar como eu achei que faria, se abaixou e beijou novamente minha barriga.
Dessa vez, continuou descendo e soprou minha intimidade.
Minhas costas arquearam praticamente involuntariamente; sabia o quanto aquilo mexia comigo.
Logo após um beijo foi depositado envolvendo toda minha intimidade, me fazendo ofegar.
Me levantei novamente em meus cotovelos - não fazia a mínima ideia em que momento havia deixado meu corpo cair no colchão - e o observei me beijar.
Era sempre glorioso o quanto ele gostava de me provar.
Eu me sentia uma das mulheres mais bonitas do mundo - se não a mais.
Meus gemidos eram involuntários, todo meu corpo se resetava e esticava com seu tratamento bem no meu clitóris.
Suas chupadas e passadas de língua estavam me deixando doida, e por isso o chamei.
Mas obviamente não me deu ouvidos.
- Amor - murmurei sem pensar, e imediatamente me olhou.
Todo meu corpo se arrepiou com seu olhar e eu sorri, o chamando para cima de mim.
- Preciso de você - murmurei, o fazendo se arrastar por cima do meu corpo até sua boca alcançar a minha.
Enquanto nossas bocas se encontraram, eu senti seu pau pressionar minha entrada gentilmente.
Segurei em seus cabelos e esperei pela invasão, que veio lenta, como se ele quisesse me aproveitar tanto quanto eu queria aproveitá-lo.
segurou meu lábio inferior entre os seus com afinco enquanto entrava em meu corpo, me deixando marcada como sempre.
Quando seu quadril se encostou ao meu, soltou meu lábio e gemeu com a boca ainda muito perto da minha.
O suficiente para cada fio do meu corpo se arrepiar.
Tudo em era erótico.
Era sempre assim.
Sempre que nós ficácamos juntos era como fogos de artifício explodindo pelos meus sentidos.
Gemi junto à sua boca e sorri, jogando a cabeça para trás o máximo que consegui pela posição.
Eu o senti levantar o tronco, apesar de manter os baques contra meu corpo constantes, e então seus lábios envolveram um de meus bicos eriçados.
Gemi um pouco mais alto, ofegante, e voltei a olhá-lo.
Era sempre o mesmo amor.
O mesmo carinho que eu sentia em seu olhar.
Sua eterna gentileza e preocupação.
Mordi o lábio inferior e imediatamente seus lábios vieram de encontro aos meus, e seus dentes substituíram os meus em meu lábio. Depois o chupou e iniciou um beijo devagar.
Era algo diferente.
Eu sempre sentia aquela eletricidade e quentura no peito com , mas tinha algo diferente daquela vez.
Não saberia dizer o que era, no entanto.
Mas me contentei em apenas sentir.
Uma de suas mãos desceu e puxou meu joelho ainda mais para cima, me abrindo em um ângulo do qual ele parecia acessar qualquer canto interior meu.
ELE
Tinha algo pairando no ar.
Um sentimento novo, mas igualmente bom.
Uma sensação nova.
Não sabia bem o que era, mas se condensava ao nosso redor e entrava em nossas carnes de um modo que o sexo já não era mais somente sexo - ele estava recheado de algo mais poderoso.
Eu amava . Nunca neguei aquela parte.
Mas parecia ser algo tão intenso que até ela sentia.
Sua passagem parecia me apertar cada vez mais, ficando cada vez mais quente e nos levando em uma infinita espiral até o orgasmo.
Ele parecia mais forte do que nunca.
E eu soube que eu não ia sobreviver a ele.
Pelo menos, não 100% íntegro emocionalmente.
Meus lábios secaram e eu procurei a saliva de , que dava pouca atenção aos meus lábios, mas me arranhava com tanto afinco que eu soube que sua explosão não estava longe.
Um apertão infinito.
Uma massagem no meu pau.
Ela estava gozando.
Coloquei a boca em seu pescoço e, como se aquilo fosse o suficiente para apertar um botão dentro de mim, eu também gozei.
Gemendo mais alto do que gostaria de admitir, mas quando estava com aquela mulher... Eu realmente perdia o controle de mim mesmo.
Todo meu corpo tremeu deliciosamente com sua massagem intensa em mim, me fazendo morder seu ombro.
- Quero mais - ela murmurou, nos virando incrivelmente rápido.
Nunca iria entender como ela conseguia fazer aquilo.
Provavelmente era a adrenalina misturada à minha distração com seu corpo.
Naquele momento, eu me encontrava deitado de barriga para cima com ela escarranchada sobre meu corpo.
Lambeu os lábios e rebolou.
Ok.
Eu ainda estava semi duro dentro dela.
Mas não sabia se o suficiente para gozar em um futuro próximo.
Gemi, ainda assim.
Seu interior se apertou à minha volta e foi a minha vez de jogar a cabeça para trás.
Minhas duas mãos foram para as duas bandas de sua bunda e eu as apertei com gosto, acompanhando seu ritmo.
Ainda estávamos ofegantes e ficando cada vez mais suados.
Uma de minhas mãos subiu pelo seu corpo e eu testei o peso de seu seio na mão, sabendo como era poderoso o efeito que seus peitinhos tinham em mim.
Como o efeito que minha boca tinha em seu corpo.
Não me aguentei e levantei um pouco o corpo, direcionando a boca ao seu mamilo arrebitado e o abocanhando com gosto.
A mordida foi inevitável, e seu gemido foi carnal.
Passei para o outro seio e também o mordi, a segurando pela bunda novamente e a ajudando no rebolado.
Subi minha boca pelo seu corpo, passando por sua clavícula, seu pescoço - onde deixei chupões - e orelha, onde dei um beijo bem abaixo.
Gemi ali por seu apertão em meu membro e sorri.
- Sei que está fazendo de propósito - assim que terminei a frase, ela se apertou novamente. Puta que pariu, aquilo era muito bom - Caralho...
Levei o rosto para a frente do seu, para que nossos olhos se conectassem, e sorri.
Raspei nossos narizes e seu ritmo diminuiu, como eu planejava.
Seus braços envolveram meu pescoço e eu ajeitei minha postura ao realmente me sentar e levar minha boca à sua.
Naquele momento estávamos parados.
Somente nossas bocas se moviam calmamente em nosso beijo apaixonado.
Foi praticamente juntos que voltamos a nos movimentar.
Mas não eram mais movimentos desesperados em busca do orgamo.
Eram movimentos suaves que apenas nos faziam conscientes de nossa união.
Sua língua estava na minha e suas mãos nos meus cabelos.
Gemi novamente, mais alerta do que antes.
Separei nosso beijo para molhar dois de meus dedos e sorriu, me olhando daquele modo "eu te conheço".
Os levei para sua bunda e brinquei um pouco na entrada, a fazendo resfolegar.
Seu sorriso se grudou à minha bochecha enquanto ela se empinava um pouco, me dando sua autorização plena, e então eu os introduzi só um pouquinho ali.
Gememos juntos - eu com o quão mais apertada ela se tornou após a intromissão e ela provavelmente pela junção da sensação em si.
Ah, não me leve a mal, não é a minha praia esse tipo de prática mas eu já experimentei, sim.
E a sensação é gostosa.
Gostosa demais.
Lambi sua bochecha e a mordi, a incentivando a voltar com seu rebolado impossível e que com certeza levaria nós dois ao gozo novamente.
Sua cabeça caiu para trás e sua boca se abriu apenas para soltar o gemido prolongado mais carnal da história.
Ataquei seu pescoço e seus biquinhos em padrões aleatórios e a senti começar a me apertar.
Senti o recuo começar a me atingir e o segurei mais um pouco, apenas para prolongar seu prazer.
teve espasmos deliciosos com todo seu corpo e eu senti que o meu implorava pelo orgamo novamente - somente ela conseguia mandar no meu corpo daquele jeito.
Me levantei rapidamente e a coloquei deitada na cama, saindo de dentro de seu corpo e a escalando enquanto acariciava meu membro.
Mordi meu lábio inferior fortemente e parei acima de seus seios.
sorria e também mordia seu lábio inferior, e foi com os olhos em fendas que juntou os dois seios para receber meu gozo.
O recuo piorou e eu vi os jatos em seus peitos enquanto sua língua também escapava fora de sua boca para tentar pegar algo e eu urrava e ofegava..
Me joguei de qualquer jeito na cama ao seu lado, apenas para não cair por cima de seu corpo, o que aconteceria a qualquer momento se eu permitisse.
- Uau - murmurei embasbacado, e ela riu.
Ela se mexeu preguiçosamente e encostou a testa em meu pescoço, beijando meu ombro.
- É, uau - riu após e suspirou, sua respiração ficando pesada praticamente imediatamente.
A olhei de lado e sorri, sentindo o peito aquecer.
Me deitei de lado e a observei por alguns segundos.
Sua boca um pouco aberta soltava sua respiração calma, enquanto seu rosto no todo continha uma serenidade gostosa.
Beijei a ponta de seu nariz e um sorriso preguiçoso se desenhou em seus lábios, me fazendo beijá-los em resposta.
Ela deu um risinho e chegou para mais perto do meu corpo. Jogou uma das pernas por cima do meu quadril e enfiou o rosto em meu pescoço, o que me fez dar um beijo em sua testa.
suspirou novamente e eu sorri ainda mais, começando um carinho também preguiçoso enquanto deixava o sono nos embalar para longe daquela realidade.
Alguns dias haviam se passado depois daquela vez e nós não estávamos nos falando direito.
Eu não sabia bem por que, mas nós dois parecíamos estar evitando o algo que havíamos sentido.
Sim, havia sid forte o bastante para me assustar - mas talvez não tanto quanto a própria .
Suspirei, coçando a cabeça.
Precisava dar um jeito nisso.
Já.
Bati em sua porta algumas horas depois, com um saco do Burguer king na mão e a esperança de que ela não fosse me ignorar.
Como eu não havia avisado, ela abriu a porta rapidamente.
Bom... Posso dizer que estava estranha.
Mas também devo dizer que ela estava horrível.
No sentido emocional da coisa mesmo.
Seus olhos pareciam sem vida assim e sua boca se tornou uma linha fina assim que ela pôs os olhos em mim.
Respirou fundo e cruzou os braços.
- Precisamos conversar - decidi naquele exato instante.
Ela demorou alguns segundos, mas acabou me deixando entrar.
Suspirei, deixando o saco com os sanduíches em cima de sua cama e me virando para ela, cruzando meus braços.
- Eu sei que a gente tá estranho por causa daquilo...
- Daquilo? Não sei do que você tá falando - levantou uma sobrancelha e me olhou do modo mais irônico possível.
Eu sorri.
- É, , daquilo - cheguei mais perto dela e ela recuou, se encostando na porta.
Estava tentando se proteger.
Não sabia do que, mas iria descobrir com toda certeza.
Seus olhos me imploravam que chegasse mais perto e simultaneamente imploravam que me afastasse.
Suspirei, parando bem perto de seu corpo - mas sem tocá-la.
- Você sabe que a gente sentiu algo forte. Muito forte. Eu não sei o que foi, e confesso que tive medo de descobrir, mas sinceramente? Não importa. Porque nada, nada é mais importante do que você. Por favor, me diz que sentiu também e que eu não tava maluco nem imaginando coisas.
Eu podia ver sua respiração levemente acelerada enquanto ela revezava os olhos entre meus olhos e minha boca e seu olhar exalava dúvida.
- Eu não... Não sei - murmurou e engoliu em seco. Levou as mãos aos olhos e os esfregou, me olhando novamente depois - Eu queria estar louca. Queria que você estivesse louco. Mas tenho certeza que é amor - choramingou, fungando. - Eu detesto essa ideia de que não sou mais capaz de me cuidar sozinha. Detesto depender de alguém pra conseguir sorrir - seu sorriso foi dolorido. Aquilo me doeu no fundo da alma. - É muito ruim!
Quando senti, já estava a abraçando.
Beijei sua cabeça e ficamos ali por algum tempo, até que ela pediu para sair dos meus braços.
Enxugava algumas lágrimas teimosas e eu sorri, as enxugando por ela.
Ela me olhou; estava séria como o inferno.
Suspirei novamente e sorri ainda mais.
- Eu sei como é - ela riu, provavelmente não acreditando nas minhas palavras - ! Eu sei como é! Lembra quando eu te disse que estava apaixonado por você? Era isso que eu sentia! É algo muito ambíguo, eu amava e detestava sentir isso. Mas nunca foi embora. Eu aprendi a conviver com o sentimento de que a gente se gostava, mas que aquele sentimento era responsabilidade minha e que você não merecia se prender a mim.
- Então esse tempo todo você sentiu ciúmes de mim?
Ela acabou de confessar que estava com ciúmes de mim?
- Nunca foi assim - eu sorri ainda mais, beijando seu nariz. - Não sei explicar. Eu sentia ciúme, mas era algo mais como medo de você encontrar alguém que encaixasse mais no seu corpo do que eu. Porque como amigos, eu sabia que éramos ótimos juntos. Sempre fomos e sempre seremos - um sorriso diminuto apareceu e em seus lábios e eu comemorei em silêncio. - Mas tesão é diferente e eu te entendo. Fora que... Como todo bom homem, eu acho excitante pra caralho ver a minha mulher se pegando com outra mulher. É algo... - suspirei, sem saber que expressão usar, e ela deu um risinho.
Uma de suas mãos se apoiou em meu braço e eu a percebia cada vez mais atenta às minhas palavras.
- É óbvio que eu sinto ciúme de você! Mas quando você tá feliz, satisfeita, ele some. Porque é só isso que eu preciso ver nos teus olhos: que você tá realizada.
Ela anuiu, e eu soube que era mais ou menos o que ela sentia de volta.
- Eu quero te pedir uma coisa - falei.
Sua respiração suspendeu e eu sorri, sabendo o que ela esperava que eu dissesse.
- Vamos ser friends with benefits - disse, a fazendo ficar sem entender nada - Benefícios esses que vão incluir a gente ter tanta liberade um com o outro que vamos falar sobre e quem transar fora do nosso relacionamento. Se for algo que te der na telha, ou me der na telha. Mas não é pedir permissão para o outro nem somente avisar; é procurar saber se aquilo afeta o outro. Porque sinceramente, se for alguém com quem você não se sente segura de dividir o seu homem, com certeza não é alguém que vale a pena comer - eu dei de ombros e ela riu baixinho, provavelmente da minha falta de tato. - O que você acha?
Ela mordeu o lábio inferior e eu quis mordê-lo por ela e começar outra sessão de amassos naquele segundo mesmo.
- Acho legal - murmurou com a voz rouca e pigarreou. - É, parece bom.
Era o jeito que havia achado de falar "eu amei essa ideia!".
Eu havia aprendido a lê-la muito bem, obrigado.
E também havia amado minha ideia.
- Então vamos comer! - comemorei.
- Ei - ela me chamou assim que eu a larguei e já estava virando para ir até a sua cama. Me voltei rapidamente e ela se esticou, me dando um selinho.
Tem como um rosto rasgar por causa de um sorriso?
- Obrigada.
- Disponha - fiz uma reverência brincalhona e ela riu, indo para sua cama e já abrindo o saco do BK.
O que mais eu poderia querer, afinal?
Fim!
Nota da autora: Sem nota.
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