Another Story About Love

Última atualização: 04/02/2022

Prólogo

Rainbow Bar & Grill, Los Angeles - 24 de Dezembro de 2018 - 01:52 AM

A chuva estava calma do lado de fora, mas o vento forte contra as janelas anunciava que uma tempestade forte estava se aproximando. O Rainbow Bar & Grill estava praticamente vazio, o que era bastante incomum antes das 2 da manhã, mas talvez a explicação estivesse na data, era Véspera de Natal e nem todos tinham o costume de ir para o bar beber quando se tem família ou namorado(a) para ficar em casa ou ir à algum restaurante chique.
– Esse ano está tudo tão tranquilo, ano passado estava bem movimentado essa hora aqui e nas ruas de Los Angeles. – comentou com a atenção sobre o dinheiro que contava para fechar o caixa. , que estava do outro lado do balcão limpando as mesas, apenas murmurou concordando. – Ainda vai para a casa dos seus pais?
não tinha grandes planos para o Natal, a família morava no Alabama, e apesar de sentir muita saudade dos pais desde a última vez que os viu há quase 2 meses, ela não estava afim de pegar a estrada para comemorar o Natal em família. nunca foi fã do Natal, nem sequer tinha muitas lembranças boas da data. Então, quando soube que trabalharia normalmente, ela ficou de certa forma até aliviada, mesmo que cada canto do bar lembrasse o natal com as luzes, guirlandas e pequenas árvores espalhadas por todo o ambiente, sem comentar a iluminação e sofás espalhados pelo bar também vermelhos, mas com isso ela já estava acostumada, era quase a marca registrada do Rainbow Bar & Grill, o bar cuja decoração era bem peculiar, o que talvez fosse o motivo para atrair tanta gente para o local. O bar era um dos mais conhecidos de Los Angeles, e um ótimo lugar para tomar uma bela cerveja e curtir um bom e velho rock.
– Não tenho certeza se é uma boa ideia pegar a estrada agora e com esse tempo, são quase 14 horas de viagem até Aspen. Além disso, não confirmei com os meus pais e, sinceramente, não quero escutá-los transando de madrugada para comemorar o Natal. – respondeu esboçando uma careta de nojo, colocando uma bandeja com copos e pratos sujos sobre a bancada. Apesar do pouco movimento, ela estava cansada. John e Cassie saíram mais cedo para pegar a estrada até uma cidade no interior, deixando o bar somente nas mãos de e .
– Não vejo a hora da nossa formatura chegar e finalmente montarmos nosso restaurante. – resmungou fazendo sorrir. As duas eram amigas desde o ensino médio, seguindo também o mesmo curso de Gastronomia na faculdade.
– Eu só queria ir pr… – interrompeu a frase quando a porta do bar se abriu e quatro caras entraram sorridentes, rompendo a calma e o silêncio que pairavam no ambiente.
– Boa noite, garotas! Nós queremos a melhor cerveja de vocês! – O loiro de olhos claros e roupas escuras disse se aproximando do balcão. e se entreolharam.
– A gente já fechou! Não sei se vocês viram, é óbvio que não, mas tinha uma placa na porta dizendo ‘fechado’. – respondeu ignorando o loiro que parou ao lado de . franziu o cenho observando as roupas escuras e o corte de cabelo descolado dele tentando lembrar de onde o conhecia. Não só ele, mas o loiro de olhos azuis, o garoto forte de cabelos escuros que estava logo atrás com outro igualmente forte e sorriso contagiante pareciam estranhamente familiares, ela não sabia de onde os conhecia, mas também não perguntou.
– O Google informou que ficaria aberto até as 2 da manhã. – O moreno exclamou olhando o celular.
– E você viu que horas são? – apontou para o relógio na parede atrás dela que marcava exatas 02:01.
– Tudo bem, gata. Não precisa ficar nervosa. Meu nome é Calum Hood, esses são Michael.... – ele apontou para o loiro de roupas escuras – … Luke e Ashton. – ele apontou para o loiro de cabelos cacheados e o outro cara que se afastou com uma expressão emburrada para atender o celular. – O que você quer para deixar a gente ficar aqui por algumas horas?
– Cara, você não devia ter dito isso. – advertiu com uma expressão divertida dando a volta e indo para trás do balcão.
– $50 dólares de gorjeta e vocês podem ficar aqui por meia hora. – ofereceu.
– $70 dólares e ficamos aqui por 1 hora. – Calum retrucou.
– Cara, sabe o que dá para comprar de bebida com $70 dólares?! – Luke exclamou indignado.
– $100 dólares e vocês ficam por 1 hora, é pegar ou largar. – disse por fim.
– Tudo bem, feito. – Calum sorriu para a garota que deu de ombros satisfeita. arqueou as sobrancelhas surpresa.
– O que resolveram? – Ashton perguntou voltando para a roda de conversa.
– Calum acabou de dar $100 dólares por uma hora aqui. – Michael balançou a cabeça em negação se sentando na cadeira mais próxima.
– Não era mais fácil comprar a bebida e ir embora? – Ashton perguntou indo se sentar ao lado de Michael. – Ah, esqueci… Ele queria conhecer o bar que Lemmy Kilmister frequentava. Ele vinha mesmo aqui?
e eu começamos a trabalhar aqui após a morte dele, mas tem algumas fotos no mural. – apontou para um mural de fotos no canto do bar, Ashton e Luke correram para olhar. – Eu vou pegar a cerveja.
– Então, vocês são de Los Angeles mesmo? – Calum perguntou após tomar o primeiro gole da cerveja servida por .
revirou os olhos, além de aguentar clientes após o horário, agora também teria que ser gentil e manter uma conversa educadamente. desistiu de tentar fechar o caixa e começou a organizar o balcão atrás de si.
– Não, eu nasci em San Francisco, mas meus pais se mudaram para cá quando eu tinha uns 11 anos. – respondeu – Atualmente, eles moram no Alabama.
– E você… – Michael olhou para o uniforme de a procura do nome da garota – … . Lindo nome.
sentiu as bochechas corarem quando percebeu a atenção de Michael totalmente para ela. – Aspen. Mas os meus pais também se mudaram depois de alguns anos após meu nascimento. Meu pai recebeu uma proposta de trabalho, eles moram em Chicago desde então.
– E você gosta de Los Angeles?
Após aquela pergunta percebeu que o tempo daqueles caras ali não seria breve da maneira como ela imaginava, mas ela se sentiu bem com isso.


...


– Merda!
Todos no bar direcionaram a atenção para a entrada onde uma mulher acabara de entrar com uma enorme mala de rodinhas, ela lutava contra o objeto que parecia se recusar a passar pela porta.
– Que inferno! – Ela praguejou novamente puxando a mala com mais força. estava levando outra cerveja para os meninos e não pôde deixar de soltar uma leve risada ao reconhecer a mulher – Que droga! – Ela resmungou baixinho deixando a mala em um canto e caminhando em direção ao balcão, onde franzia o cenho confusa.
? Tá fazendo o que aqui? – Ela perguntou para a garota.
– Eu quero a garrafa da sua melhor tequila! – respondeu ignorando a pergunta.
– Nós já estávamos fechando. – ergueu as sobrancelhas e olhou para trás onde os meninos estavam.
– Sério? E quem são esses? – abriu a boca para responder sendo impedida por . – Enfim, não importa. Meu vôo atrasou e depois foi cancelado por causa da tempestade. Não vou pra casa essa semana para visitar meus pais, não que isso importe muito pra eles de qualquer forma.
era uma das frequentadoras assíduas do Rainbow Bar & Grill, ela passava pelo bar toda semana, especificamente às quartas-feiras. Cursando a faculdade de fotografia, ela acabou conhecendo e ao fazer uma sessão de fotos no bar para um trabalho da faculdade.
– E como se isso não bastasse, um idiota esbarrou em mim, derrubou minha câmera e quebrou minha lente.
– Isso é péssimo! – olhou para o lado onde o loiro de olhos azuis colocava 4 garrafas de cerveja vazias sobre o balcão – Minha mãe é fã de fotografia, dei uma câmera profissional para ela de aniversário, então sei como essas coisas são caras.
e se entreolharam após o loiro claramente entrar no assunto delas. Não que se importasse muito, já que ele era lindo, os cachos loiros combinavam perfeitamente com os olhos claros e barba por fazer, além do perfume dele que dificultava até pensar direto.
– Desculpa entrar no assunto de vocês, meu nome é Luke. Luke Hemmings. – ele estendeu a mão para , esboçou um leve sorriso ao notar o claro interesse de Luke em , já que ele não havia cumprimentado ela e tão amigavelmente.
, muito prazer. – A garota respondeu apertando a mão de Luke gentilmente.
– A gente se conhece de algum lugar? – gargalhou com o que parecia ser uma tentativa de flerte.
– Ah, acho que não. Você é muito bonito, eu certamente me lembraria de você. – ela direcionou o olhar para os outros 3 caras agora os observando melhor – Espera… , esses não são aqueles caras que sua irmã ficou dando birra para ir ao show no ano passado?
O bar ficou em silêncio com todos se entreolhando, as meninas os observando tentando se lembrar com a informação passada por .
– 5 Seconds Of Summer, né?
– Isso mesmo. – Luke confirmou sorrindo. – Então, você conhece a banda?
Luke não sabia dizer ao certo o que havia em que chamou a sua atenção no momento em que ela entrou no bar, talvez fosse o modo desajeitado de puxar a mala, o modo como ela estava irritada por causa da lente quebrada, ou porque ela era simplesmente linda.
– A irmã mais nova da tem 15 anos e os pais dela não queriam deixar que ela fosse ao show… – começou explicando.
– Eu dei o ingresso do show de vocês como presente de aniversário, como no dia eu estava ocupada, acompanhou minha irmã. não estava muito animada, mas no dia seguinte não parava de falar da voz de uma certa pessoa da banda. – disse, do outro lado queria matar a amiga.
– Sim, era da sua voz que eu estava falando. – falou antes que Luke pudesse fazer alguma pergunta impertinente.
Luke sorriu um tanto convencido, agora ele sentia que tinha uma certa chance com ela.


– Gente, é sério! Agora eu preciso mesmo fechar o bar, já são quase 4 da manhã! – disse pela terceira vez, mas dessa vez ela estava usando sua voz autoritária e séria, já que tinha bebido um pouco e esquecido que estava responsável pelo bar, sua atenção estava totalmente em Calum, que por sinal estava totalmente concentrado em distribuir beijos por toda a extensão do pescoço da garota.
– É bom mesmo, Calum e estão quase transando na mesa, que visão do inferno. – fez uma careta enquanto levava sua garrafa de cerveja vazia até o balcão.
– Algum bichinho te mordeu, ? Você está verde de inveja. – arremessou o rolo de guardanapos em Calum, mas acabou acertando Luke.
– Cala a boca! – remexeu na bolsa e tirou o dinheiro para pagar sua parte – Vou fazer o mesmo que Ashton há meia hora, ir embora. Alguém quer carona? Nem sei porque perguntei isso, não estou de carro. – Ela riu da própria piada.
– Se quiser, eu posso te dar uma carona. – Luke disse se aproximando.
– Você não é o motorista dos seus amigos? – perguntou apenas por educação, ela estava esperando por esse convite a noite toda, e dividiam um apartamento há dois quarteirões do bar, chegar até lá não seria difícil para elas, Ashton já havia saído para se encontrar com a namorada, e Michael estava sóbrio o suficiente para vigiar e Calum no caminho pra casa.
– Meninas, vejo vocês depois. – disse se despedindo. – Calum e Michael foi um prazer conhecê-los.
– Igualmente, … Aproveite bastante, mas não muito, precisamos do Luke vivo amanhã. – Calum retrucou. revirou os olhos enquanto seguia para a saída com Luke em seu encalço.
– Pode deixar, eu levo para você. – Luke disse apontando para a mala de rodinhas. – Caramba, o que tem aqui dentro? Um corpo? – soltou uma gargalhada enquanto seguia Luke para fora do bar. – Para onde estava indo?
apertou o casaco sobre o seu corpo, tentando se aquecer. O vento estava forte e bagunçava os fios rebeldes de seu cabelo, que a garota ainda tentava ajeitar.
– América do Sul. – Luke olhou para a garota curioso esperando que ela dissesse que era brincadeira. – É sério, minha família é do Brasil, e além de ser Natal também é aniversário da minha mãe, estava indo visitá-los, mas os voos para os próximos dias foram cancelados por causa desse clima maluco. – Ela explicou brevemente, Luke destrancou o carro e colocou a mala de no banco de trás, e depois abriu a porta do passageiro para ela. – Não que minha ausência vá fazer alguma diferença mesmo. – Ela deu de ombros tentando não se importar com a dorzinha em seu peito que começava a dar sinais de vida. – História complicada, sabe como é, né?
– Acho que sim. – Luke concordou e fechou a porta do carro, dando a volta no veículo se sentando no banco do motorista, e fez uma nota mental de não perguntar mais nada sobre a família de o resto da noite.


Essa véspera de Natal estava sendo diferente para cada um deles, e Luke foram embora antes de todos; conversando pelo caminho, acabaram descobrindo que ele já havia visto uma exposição de fotografia da garota, mas sem saber que era , isso acabou rendendo muitas dúvidas e comentários de como o destino trabalhava para juntar duas pessoas.
Luke ficou feliz quando eles chegaram ao apartamento dela e o chamou para subir, eles dividiram uma garrafa de vinho e conversaram sobre suas vidas diferentes.
Quando arrumou as malas para a viagem no começo da semana, ela jamais imaginou que terminaria a véspera de Natal na cama com um integrante de uma banda famosa.
Mas ela estava feliz com isso, e Luke também.
Quanto à Calum e , eles também estavam aproveitando a data da melhor forma possível; era nítida a química que rolou entre os dois desde o momento que se conheceram, por mais que no início tenham saído algumas ‘faíscas’.
– Isso são e o Calum no banheiro? – Michael perguntou para que esboçou uma careta.
– Não acredito que vou passar o resto dessa noite ouvindo eles transarem no banheiro. Acho que vou vomitar.
– Quer fazer alguma coisa? – arqueou as sobrancelhas – Não é pra transar, não precisa me olhar com esses olhinhos críticos, só acho que podemos fazer algo que não seja ouvir os gemidos desses dois.
– Quer andar um pouco? Tem uma cafeteria no final da rua e ela vai abrir daqui a pouco. – sugeriu.
– Está me convidando para um encontro? – bufou.
– Só nos seus sonhos. É só um café. Além disso, nem sei se vai abrir mesmo, porque já é quase manhã de Natal.
– Qualquer caminhada nesse frio é melhor que ficar ouvindo isso. – Michael apontou para o corredor.
puxou o casaco do cabide atrás da porta e seguiu Michael para fora do apartamento, ainda ventava bastante, mas o céu já começava a tomar novas tonalidades, dando sinais de um amanhecer, nublado e possivelmente chuvoso, mas lindo.
– Então, você e já se conhecem há muito tempo? – Michael foi o primeiro a puxar assunto.
– Desde o ensino médio, acho que é o que se pode chamar de amizade à primeira vista. – Ela sorriu nostálgica. – Temos gostos parecidos e queremos a mesma coisa para o nosso futuro, por isso a parceria de tantos anos. Ela é como uma irmã, acho que ficaria perdida sem ela.
– Isso é muito legal, ouvi dizer para Calum que vocês estão planejando abrir um restaurante juntas.
– Sim, estamos juntando nossas economias há bastante tempo, a formatura está quase chegando, acho que isso vai acontecer em breve. – Ela olhou para Michael que tinha total atenção sobre ela, se sentia um pouco estranha, não estava acostumada com alguém observando cada detalhe seu. – Te mando um convite quando a inauguração chegar!
– Vou ser o primeiro lá! – ele sorriu carinhosamente para ela .


– Acho que espantamos a e o Michael. – entrou na pequena cozinha do apartamento dela e de , após verificar o quarto da garota e não encontrar nenhum sinal dela. – Será que fizemos muito barulho?
– Bom, talvez um pouco, mas não vou mentir que adorei fazer você gritar por mim. – Calum pegou o bule de café recém feito na cafeteira e serviu um pouco para si e para .
– Sabe, eu poderia me acostumar facilmente em ver você assim pela minha cozinha durante todas as manhãs. – murmurou olhando Calum da cabeça aos pés. Tomando impulso, ela se sentou na beirada do balcão da pia.
Calum Hood emanava confiança andando pelo apartamento usando apenas uma boxer Calvin Klein preta, ele caminhou até entregando a caneca para a garota e se enfiando entre as coxas dela.
– Isso é um convite implícito para vir mais vezes? – Ele perguntou alternando sua atenção entre os olhos e os lábios de .
– Que fique bem claro que eu não costumo trazer caras desconhecidos para o meu apartamento.
– Nem mesmo um baixista gostoso e muito bom de cama? – Calum apertou a coxa direita de com a mão livre, fazendo a garota soltar um gemido baixo.
– Idiota. – Ela murmurou antes de beijá-lo.


Capítulo 1

Los Angeles, 21 de Dezembro de 2020

revirou os olhos observando a criança deitada no chão se debatendo contra a mãe que tentava o levantar do piso frio, o choro do menino era tão alto que ela suspeitava que toda a Target conseguia ouvir a choradeira estridente. Eram nesses momentos que refletia se seria uma boa mãe algum dia.
A garota olhou em volta suspirando e observando os enfeites de Natal espalhados por cada canto da loja, essa época do ano sempre a deixava melancólica, ver casais e famílias felizes era bastante incômodo e, por ironia, ela havia esquecido quantas fotos tirou para diversas famílias que resolveram fazer um ensaio fotográfico especial para comemorar o Natal. Tentando escapar disso, ela acabou aceitando o convite de e , mesmo sabendo que iria para Aspen apenas para ficar de ‘vela’ para os amigos, ela não conseguiu recusar. Estava com saudade de todos, e mesmo que estar na presença de seus amigos a lembrasse de Luke o tempo todo, ela decidiu que conseguiria encarar qualquer tipo de sentimento nostálgico que pudesse sentir. Além disso, garantiu que Luke não iria com todo mundo, estava ocupado com outras coisas. se sentiu desconfortável ao ouvir as palavras da amiga quando ela ligou para fazer o convite, ficou se perguntando que ‘outra coisa’ era essa e se estava relacionado a alguma mulher, mas quando abriu a boca para perguntar, ela mudou de ideia no mesmo instante. Ela não tinha mais nada a ver com isso, e nem deveria estar se preocupando com seu ex.
– Precisa de ajuda? – se sobressaltou assustada olhando para a mulher que parou ao seu lado. percorreu o olhar pela garota, observando desde o cabelo com um rabo de cavalo impecável, a tradicional camisa vermelha do uniforme, mas ao contrário dos outros funcionários que usavam calças cáqui, ela estava com um jeans preto rasgado e coturno nos pés. – É, eu sei que não passo muita seriedade, mas me recuso a usar aquela calça bege horrível. Aquilo não me favorece.
– Francamente, aquilo não favorece ninguém. – respondeu voltando a atenção para a prateleira de chocolates e outras guloseimas.
– Presente para o namorado ou namorada? – A garota perguntou, olhou para ela dessa vez observando o pequeno crachá com o nome.
, bonito nome… Queria dizer sim para sua resposta, mas estou só olhando umas besteiras pra mim, vou pegar um voo daqui a algumas horas para Aspen, a comida do avião não é legal e eu estou um pouco ansiosa. – olhou para o cesto nas mãos de , tinha comida o bastante ali para abastecê-la por uma semana.
– Deu pra notar. Você está bem? Quer conversar?
ergueu as sobrancelhas surpresa e levemente assustada, por que uma mulher estranha estaria curiosa em saber sua história e ouvir seus problemas?
– Ah, não… Na verdade, não tenho nada pra falar… É um cara, o meu ex…. Há 6 meses nós terminamos, me mudei da cidade ano passado e voltei agora, mas ele decidiu que não estava dando certo essa coisa de namoro a distância, então ele terminou comigo. – ficou surpresa com a facilidade que era falar seus problemas para uma completa desconhecida.
– E você ainda gosta dele? – perguntou. não sabia o que responder, e quando seu celular apitou com uma mensagem de , ela aproveitou a deixa para ir embora.
– Isso não importa, não estamos juntos. Só estou melancólica por causa do Natal. – deu de ombros – Foi legal o papo, . A gente se vê a qualquer hora.
– Espero que consiga resolver as coisas com ele, acho que você ainda o ama, e algo me diz que ele também deve sentir o mesmo.
se limitou a esboçar um sorriso amarelo em resposta, deu meia volta e seguiu para o caixa com as palavras de em mente.


estava nervosa, ansiosa e com medo. Sentada no chão com as costas contra a porta do banheiro, ela rezava para que o namorado não a incomodasse, não agora nesse momento de tensão.
– Está tudo bem, nós sempre usamos proteção. – Ela murmurava tentando convencer a si mesma que tinha razão e não estava grávida, mesmo que o atraso da menstruação, as mudanças repentinas de humor e enjôos indicassem o contrário.
e Calum estavam juntos há quase 2 anos, apesar de Calum não ser o tipo de cara que entrava de cabeça em um relacionamento logo de cara, com foi diferente, eles deram certo logo após o primeiro encontro e contrariando a todos que jamais esperavam tal coisa dele, ele pediu em namoro após 2 semanas.
respirou fundo antes de abrir os olhos e fitar o teste em sua mão, ela piscou várias vezes não acreditando nas duas evidentes listras. Ela se levantou para olhar o segundo e terceiro teste de farmácia que estavam sobre a bancada, e sentiu uma onda de desespero a invadir ao ver o mesmo resultado neles.
– Merda! – Ela praguejou jogando os testes no lixo.
tinha certeza de que seria mãe um dia, só não imaginava isso agora, não tão cedo e sem qualquer tipo de planejamento. Ela amava Calum e tinha certeza que ele sentia o mesmo por ela, mas quanto ao casamento e filhos... Calum sempre desviava do assunto quando esse tópico surgia em alguma conversa. Ele foi sincero dizendo a que queria ser pai um dia, mas daqui uns anos talvez. A banda estava indo bem, e tinham recém inaugurado o restaurante delas, um bebê não era exatamente o presente que estava esperando adiantado para o Natal.
Três toques na porta fizeram se sobressaltar.
– Amor, tudo bem? Você está aí dentro há quase uma hora! Michael e já mandaram mensagem perguntando se já tínhamos saído.
– Já estou indo! – Ela respirou fundo e abriu a porta do banheiro, Duke entrou no banheiro como se procurasse por algo fora do comum, fazendo arregalar os olhos quando ele foi diretamente no lixo. – Duke! Sai daí!
– Está tudo bem? Você está pálida! – Calum perguntou analisando cada detalhe no rosto da namorada. balançou a cabeça positivamente e fechou a porta do banheiro.
– Acho que foi a pizza ontem, não me fez bem. – mentiu colocando a culpa na pizza da noite anterior que ela mal tinha tocado.
– Você devia procurar um médico quando voltarmos de viagem, ficar passando mal dessa forma não é normal. Tudo bem? Pronta para ir? – Calum perguntou dando um beijo carinhoso no topo da cabeça da garota.
– Sim. Vamos! – Ela caminhou até a cama pegando a necessaire que havia deixado por último e pegou Duke no colo.
pegou o celular na bolsa após ele apitar com uma mensagem, ela abriu e esboçou um leve sorriso ao ver o nome de na tela. Era uma mensagem avisando o horário que ela chegaria em Aspen, isso fez lembrar de um detalhe, ela e que resolveram convidar , mas elas não haviam contado para Calum e Michael, por consequência Luke também não sabia, assim como nem imaginava que o ex-namorado estaria lá, se sentiu péssima em mentir para a amiga, mas era necessário, foi o que disse, se contasse a verdade nenhum dos dois iria.
– Calum, eu esqueci de contar uma coisa. – começou, Calum fez sinal para ela continuar – Luke também confirmou se vai para Aspen?
– Sim, acho que ele já está na estrada. – Calum respondeu estranhando a pergunta. – Por que tá perguntando isso?
– Bom, eu e meio que convidamos para ir, ela vai chegar de madrugada.
– É piada? – Calum perguntou olhando para por breves segundos. – Não me entenda mal, . Eu amo a , inclusive estou com saudade dela, mas vocês sabem que o Luke vai surtar, né?
– Ela também vai, ela não sabe que Luke vai estar lá. – deu de ombros.
– O que vocês estão aprontando?
– Ah, você disse que Luke ainda gosta dela e não superou o término, eu não me esqueci daquele dia na festa da que ele me perguntou como estava, e ela também gosta do Luke, além disso ela já está vindo pra cá, seria bom ver rostos amigos em sua chegada.
– Pensei que ela ficaria na França.
– Ela foi demitida. Não conta pra ninguém, voltou para Los Angeles e vai montar um estúdio.
– Por que você acha que eu contaria para alguém?
– Porque você adora fazer fofoca. – respondeu e Calum olhou para ela indignado. – Vai dar tudo certo, eu tenho certeza que eles vão se acertar.


O clima entre Michael e no carro estava começando a ficar constrangedor, já tinha um tempo que os dois não faziam uma viagem juntos, já que os rapazes ficaram longos dias que foram transformadas em noites no estúdio trabalhando no novo álbum, parecia até que e Michael estavam vivendo em linhas de tempo diferentes, mas agora eles estavam indo para uma pequena viagem com alguns amigos e ela não poderia estar mais ansiosa.
Mas no fundo sabia porque Michael estava emburrado e com a atenção voltada totalmente para a estrada, virando vez ou outra para olhar Moose e Southy no banco de trás, era tudo culpa dela.
– Vai ficar de ‘bico’ o dia todo? Eu pedi desculpas, Mike. – se virou para o namorado, Michael apertou as mãos no volante, mas não disse nada.
– Eu não estou de "bico". – Ele resmungou.
– Claro que não, essa pequena veia quase saltando da sua testa seria por qual motivo? – Ela cruzou os braços esperando por uma resposta. – Eu sinto muito por ontem.
– Como se isso magicamente mudasse o fato de você desconfiar da minha fidelidade. – Ele bufou – , eu sei que você está mal pelo fim do casamento dos seus pais, mas tem que parar com essa paranóia de achar que vou fazer o mesmo com você.
– Eu sei. – Ela murmurou envergonhada.
O casamento dos pais de parecia ser um verdadeiro conto de fadas, o motivo pelo qual ela sempre acreditou no amor, até isso drasticamente mudar há exatos três meses, quando a mãe de descobriu uma traição por parte do marido que mantinha um caso de um ano com a secretária.
Desde então, uma parte dela estava insegura com medo de que Michael pudesse fazer o mesmo, por mais que Michael jamais fizesse algo que pudesse a machucar e quisesse acreditar nisso, depois do homem que ela mais confiava no mundo trair sua mãe, foi como se tudo mudasse, ela estava presa em um pesadelo que não podia sair, e estava levando Michael junto e, consequentemente, destruindo o relacionamento feliz e saudável que eles construíram.
disse quando vai chegar? – Michael perguntou.
– Provavelmente só de madrugada. – sabia que era só uma tentativa de Michael para amenizar o clima, já que ele sabia o horário que chegaria, eles conversaram sobre isso no dia anterior. – Mike, eu vou parar com isso, eu sei que nosso relacionamento não está bem, e tudo por minha culpa.
– Você não tem culpa do seu pai ser um babaca. Só acho que tem que parar de se preocupar com isso, . Esse problema é dos seus pais, e tem que parar de espelhar nosso relacionamento no deles.
– Eu te amo, você sabe disso, né?
– Sim, eu também te amo, e vamos melhorar tudo durante essa semana.


Ashton não devia estar ali, a ideia que tinha em mente era totalmente louca e sem cabimento, mas ele ainda tinha esperança. Sentado em um banco próximo ao balcão do bar, ele tentava se distrair observando o barman servindo bebidas, enquanto a pessoa que ele precisava estava a alguns metros de distância, no pequeno palco improvisado cantando e tocando seu velho violão.
– Can we always be this close forever and ever?And ah, take me out, and take me home,You're my, my, my, my, Oh, you're my, my, my, my… – A garota reconheceu Ashton em meio as outras pessoas e esboçou um leve sorriso antes de finalizar a canção. – Darling, you're my, my, my, my, lover.
sorriu e se curvou em agradecimento às palmas que recebia. Ela já era uma pessoa conhecida no pub, adorava cantar e compor, mas o máximo que conseguiu foi algumas apresentações em bares e teatros, ela sabia que um dia seria uma cantora de sucesso e espalharia seu talento pelo mundo, mas por hora… Ela se contentava em considerar a música apenas como hobbie cantando à noite, e trabalhando na Target durante o dia. Não era um trabalho que ela gostava muito, mas pelo menos pagava as contas.
Guardando o violão com cuidado, ela sorriu ao sentir o cheiro amadeirado e familiar. Ela se levantou dando de cara com Ashton.
e Ashton formavam uma amizade bastante peculiar, eles se conheceram no bar quando Ashton derrubou acidentalmente sua cerveja no vestido de , ele ficou nervoso, ela ficou irritada e eles discutiram, mas no fim da noite acabaram bêbados e trocando segredos.
– Não era para você estar a caminho de Aspen agora? – perguntou estranhando a presença de Ashton ali, ela lembrava sobre ele comunicar sobre a viagem para Aspen com os amigos.
– Sim, na verdade eu ainda vou, eu só… Caramba, é estranho fazer isso e se você disser não, eu vou entender. – Ashton disse se atropelando nas palavras, era mais difícil do que ele imaginava – Queria saber se você quer ir pra Aspen comigo. – arqueou as sobrancelhas. Era só isso? Não precisava ficar tão nervoso para um simples pedido, ela pensou. – Queria que fosse comigo como minha namorada.
quase se engasgou com a saliva ao soltar uma longa gargalhada, ela ria tão alto que acabou chamando a atenção de algumas pessoas, ela olhou para Ashton com os olhos lacrimejando e mal conseguindo conter os risos, até ela perceber que ele não estava rindo.
– Espera, você está falando sério? – Ela perguntou levemente assustada. – Olha, eu não sei de onde você tirou essa ideia maluca, além disso eu vou trabalhar.
– Eu terminei com a Ashley tem só alguns meses, meus amigos vão com as namoradas e todos vão estar bem e felizes, eles ainda acham que eu estou mal pelo término. – Ashton bufou revirando os olhos.
– E você está? – Ela perguntou temendo a resposta.
– Ficamos juntos por quatro anos, eu fiquei mal, mas já estou superando.
– Se está superando, precisa de mim para o quê? – Ela cruzou os braços, estava se divertindo com a conversa. Ashton abriu a boca para responder, mas percebeu que não sabia exatamente o que falar. – Olha, eu sei que você quer convencer seus amigos de que está bem e que supostamente a superou me levando para essa viagem, mas não sei se é uma boa ideia. Na verdade, isso é loucura. E nós nem nos conhecemos direito.
– É claro que nos conhecemos! , eu não pediria isso a você se não a conhecesse bem, e eu sei que você não vai fazer nada demais hoje a noite. Normalmente, nos dias de hoje você vai direto pra casa e vai pedir comida japonesa, sei também que você ganhou uma mini-férias de três semanas na Target, e tenho certeza que o pub pode ficar sem você por alguns dias, por favor. – Ashton olhou para a garota que parecia indecisa do que fazer.
– Isso não vai dar certo, me comportar como sua namorada?! Ashton, seus amigos vão desconfiar, eles conhecem você.
– Eles vão estar envolvidos demais nos próprios problemas de relacionamento para notar algo errado.
– Ash, eu não sei… – pegou a case com o violão e saiu caminhando rumo a saída do pub.
– Quer que eu te pague ou algo assim? – Ashton perguntou a seguindo, parou na entrada e o encarou incrédula.
– Do jeito que você fala parece até que está me comprando por alguns dias… Isso é estranho.
– Vou fazer melhor, te dou de presente aquela guitarra que você está cobiçando há meses na loja do outro lado da rua. – Ashton estava jogando baixo, ele sabia que estava apaixonada pela guitarra, era sua última tentativa.
– Nós vamos de carro? – Ela perguntou.
– Isso quer dizer que você aceita?
– Sim, vou para casa fazer as malas, me manda o horário que vamos sair. – Ela piscou para ele e saiu andando. – Ah, e eu vou dirigir.
– O quê?! Você não vai dirigir meu carro! – Ashton protestou.
– Você precisa de mim, Irwin. Então acho melhor não me contrariar, te vejo mais tarde!

...


– Precisa de ajuda com as malas? – O taxista perguntou para a garota após receber o pagamento.
– Não, eu estou bem. – respondeu saindo do carro com a bolsa de mão, caminhou até o porta malas e retirou com certa dificuldade a mala grande. Após colocá-la no chão, ela acenou para o motorista que deu partida no carro.
olhou em volta observando o lugar, apesar da escuridão em plena duas da manhã ela sentia uma certa paz em voltar à casa de Aspen dos pais de , ela só havia visitado a casa uma vez no natal do ano passado, mas guardava boas lembranças.
Puxando a mala com dificuldade, ela subiu os cinco degraus até chegar a casa que estava com todas as luzes apagadas. Como indicado por , ela pegou a cópia da chave embaixo do carpete velho e entrou. Tentando fazer o mínimo de barulho possível, ela acendeu a luz da sala e observou a sala familiar por alguns segundos antes de seguir para um dos quartos de hóspedes, era o mesmo quarto que ela havia ficado da última vez que esteve ali, fez questão de pedir para a deixar no mesmo lugar.
Enquanto caminhava para o quarto ela podia ouvir alguns roncos, mas não sabia dizer exatamente de quem eram, mas não importava agora, ela queria apenas tomar um banho e dormir, estava cansada após a longa viagem. bufou ao tatear a parede para encontrar o interruptor, mas desistiu após não o encontrar.
puxou a mala para dentro do quarto, pegou o celular da bolsa e iluminou com a lanterna tentando localizar as coisas, ela viu que o quarto estava um pouco bagunçado, mas estava cansada demais para se importar com algumas peças de roupas jogadas no chão ou a cama também bagunçada. Não era comum da parte de deixar o quarto naquele estado, mas se preocuparia com isso só no dia seguinte.
Pegando na mala o moletom cinza um pouco surrado, uma calcinha e a necessaire, ela seguiu para o banheiro. acendeu a luz e se livrou das roupas pesadas, a água do chuveiro estava demorando um pouco para esquentar, então ela logo se apressou para terminar o banho.
Após se secar e vestir a roupa, ela escovou os dentes enquanto encarava seu reflexo no espelho, especificamente encarava o moletom em seu corpo. Ela sempre dizia para si mesma que era errado ficar se torturando ainda usando o moletom de Luke para dormir, mas não conseguiu largar esse hábito, mesmo após os seis meses de término. Além disso, as garotas garantiram que Luke não estaria em Los Angeles, então ela não se preocupou em esconder o moletom, ninguém se lembraria dele mesmo.


se revirou na cama inquieta, colocou a mão sobre a barriga e se permitiu acariciar a barriga ainda reta, sem nenhum sinal de que havia um bebê ali dentro. Era uma sensação estranha, nem tinha 24 horas que descobriu a gravidez, mas sentia uma enorme necessidade de proteger seu bebê de qualquer coisa que pudesse machucá-lo.
Ela se sentou na cama e acendeu a luz do abajur, olhou para Calum deitado de bruços e roncando baixinho, totalmente alheio a qualquer coisa. Duke que estava deitado aos pés da cama levantou a cabecinha e olhou para parecendo um pouco confuso.
sentiu um movimento estranho no estômago, logo depois sentindo um refluxo, ela levantou correndo e foi correndo para o banheiro, se demorasse mais alguns segundos, ela colocaria para fora todo o jantar no quarto mesmo. Ela detestava vomitar e se sentir fraca.
? Você está bem? – A garota ouviu a voz de Calum e em poucos segundos ele estava agachado ao lado dela, acariciando suas costas e segurando seu cabelo.
– Considerando que minha cabeça estava dentro do vaso, eu acho que não. – Wla respondeu o óbvio após se levantar – Eu vou ficar bem, é só o jantar que me fez mal.
– De novo? – Calum perguntou preocupado olhando a namorada pegar a escova de dentes. – , acho que você precisa procurar um médico amanhã!
– Eu tô bem, Calum… Não estou doente, é sério. – Wles ficaram se encarando por alguns instantes até Calum a puxar para um abraço – Calum eu não estou morrendo, não que eu me importe com o abraço, mas não precisa exagerar. – Ela sorriu abraçando a cintura dele, sentindo a pele quente contra a dela.
– Sabe que eu te amo, né? – ele segurou o rosto de e beijou seus lábios carinhosamente.
– Você é nojento, eu acabei de vomitar! – Ela empurrou Calum, pegando depois a pasta dental. Escovando os dentes rapidamente, logo voltou para o quarto.
Calum já estava de volta na cama, coberto até a cintura e estava com o celular em mãos, mas largou no criado-mudo ao lado da cama assim que subiu na cama. A garota se deitou e puxou as cobertas até o pescoço, estremecendo um pouco devido ao frio.
– Vem cá. – Calum a puxou para si, fazendo com que apoiasse sua cabeça no travesseiro mais próximo com seu rosto contra o pescoço de Calum, ela não pôde evitar de deixar alguns beijos na pele bronzeada do namorado. Calum repousou a mão carinhosamente na cintura da namorada, fazendo se estremecer quando ele tocou sua barriga.
– Algum problema? – Ele perguntou estranhando a reação dela, mas apenas balançou a cabeça negativamente e voltou a dormir.


Capítulo 2

Aspen, 22 de Dezembro de 2020

não se lembrava de Aspen ser tão quente, só tinha visitado a cidade uma vez, mas lembrava do clima ser diferente. Ela abriu os olhos lentamente, fitando a parede do quarto mal iluminado pela luz do dia que começava a dar sinais de vida.
Ela sentiu um frio percorrer sua espinha ao sentir uma respiração calma próxima a seu pescoço, ela respirou fundo lembrando perfeitamente do cheiro que estava sentindo, mas isso não era possível. Pelo menos era o que ela pensava, até sentir a mão familiar sobre sua barriga, se virou olhando para trás vendo Luke totalmente enroscado sobre ela e dormindo profundamente, como ele foi parar ali?!
Reunindo o pouco de senso que ainda restava, ela se desvencilhou dos braços de Luke e saiu da cama. Ele acordou sem entender nada, mas quando avistou ele arregalou os olhos e franziu a testa confuso.
– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? – gritou puxando a colcha da cama para cobrir as pernas. Luke olhou a mulher da cabeça aos pés ainda sem acreditar que ela realmente estava ali.
– Esse é o meu moletom? – Ele indagou curioso. sentiu suas bochechas corarem com a atenção de Luke em seu moletom.
– O quê?! Não é seu, eu mandei todas as suas coisas quando terminarmos, e não mude de assunto! O que você tá fazendo aqui?
– Eu poderia perguntar a mesma coisa, se me lembro bem todos disseram que você não viria, por isso eu estou aqui. – observou Luke sentar na cama e passar a mão no cabelo, bagunçando os fios loiros, algo que ele fazia sempre que estava nervoso ou ansioso com algo. Ela ainda estava digerindo as palavras dele e tentando não se incomodar com elas.
– Será que você pode sair do quarto? Porque eu vou ficar aqui! – pediu sem olhar para Luke enquanto caminhava até a mala e pegava uma calça de moletom, a vestindo sob o olhar de Luke.
– É sério que você está me pedindo para sair do quarto que eu cheguei primeiro? – Luke arqueou as sobrancelhas, mas no fundo estava se divertindo com a situação. – Sugiro que procure outro lugar para dormir, acho que o único quarto restante é para o Ashton.
– Você é um idiota! – A garota jogou a colcha de volta na cama e puxou a mala para fora do quarto, batendo a porta após sair.


acordou com o solavanco do carro que fez sua cabeça bater na janela. Levando a mão na lateral da cabeça, ela massageou a área tentando diminuir a ardência devido a pancada.
– Desculpe. – Ela ouviu Ashton murmurar.
– Você é um péssimo motorista, por que deixei você dirigir? – Ela resmungou abrindo os olhos, demorando um pouco para se acostumar com a claridade.
– Talvez porque você estava cansada e por pouco não bateu o carro. – Ela revirou os olhos, Ashton era exagerado, ela apenas bocejou, mas ele jurava que a garota tinha cochilado.
olhou para a paisagem do lado de fora, eles já estavam na cidade. nunca esteve no Colorado antes, então qualquer coisa era o suficiente para ela ficar admirada. Aspen era lin
da, cheia de montanhas, chalés lindos e muita neve. O céu estava praticamente encoberto, e no momento que viu a quantidade de neve e as roupas das pessoas na rua, ela pensou seriamente se tinha trajes suficientemente quentes para o frio congelante.
– Já estamos quase chegando.
– Ash, tem certeza mesmo que seus amigos não vão desconfiar de nada? – perguntou, Ashton apenas esboçou um sorriso que não transmitiu certeza, pelo contrário, só estava a deixando mais nervosa. – Será que eles vão gostar de mim? Só conheço o Michael.
– Claro que vão gostar, seriam loucos se não gostassem. – A garota sentiu as bochechas esquentarem e ficarem coradas. – Você vai ser a namorada perfeita.
– Tenho que ser, afinal, você me prometeu uma guitarra! – Wla brincou tentando não parecer constrangida com o elogio. – Então… Vamos repassar algumas coisas? Onde nos conhecemos?
– Eu fui no pub onde você canta, nos esbarramos e começamos a conversar. Há quanto tempo estamos juntos? – Ashton perguntou.
– Dois meses, mas você não contou para nenhum dos seus amigos porque estava esperando para ver até onde esse relacionamento iria. Minha cor favorita?
– Preto. – Ashton respondeu como se fosse algo óbvio – O que você mais gosta em mim?
estranhou tal pergunta, eles não haviam falado sobre isso, foram somente perguntas básicas como cor favorita, comida predileta, lugares que gostariam de viajar.
– Bom… Devo ser sincera? – respirou fundo – Você é fofo, é muito carinhoso com seus fãs e tem um ótimo senso de humor… Ah, e tem olhos lindos! – Ashton parou no sinal vermelho e se virou para a garota com uma expressão indecifrável. – O que foi?
– Nada. Vem cá! – Ele a puxou para mais perto de si, achou um pouco estranho de imediato, sentiu o coração começar a bater acelerado com o que ele iria fazer, estava quase fechando os olhos quando Ashton retirou o celular do bolso e o ergueu para tirar uma selfie. – Precisamos de uma foto juntos, que vou colocar de tela de fundo, do contrário eles não vão acreditar.
Claro que seria por isso, ela pensou. Por que ela sequer cogitou a ideia de que ele iria beijá-la?! Engolindo em seco, aproximou seu rosto de Ashton e sorriu levemente para a foto. Para sua surpresa, Ashton virou o rosto de repente, e beijou sua bochecha, na lateral da boca, quando tirou outra foto.
logo se recompôs e se sentou novamente no banco, um carro buzinou atrás deles, Ashton virou a próxima a rua a procura do chalé dos pais de .


– Bom dia! – tomou um leve susto ao ouvir a voz em meio ao silêncio, ela se virou vendo Calum entrar na cozinha com o cabelo bagunçado, a cara amassada de sono e usando apenas uma bermuda. Ela continuou com a atenção nas panquecas que estava fazendo. – Não vi a hora que você chegou, só escutei alguns gritos, mas não sabia se estava sonhando ou não. Como você está? Senti saudade de você nesse tempo que ficou longe. – Ele deu um abraço meio desajeitado na garota, já que ela estava cuidando do fogão.
– Bom dia, Cal! Também senti saudade, mesmo você sendo um bobão às vezes. já acordou?
– Ainda não. Isso é panqueca? – Ele perguntou enquanto servia um pouco de café.
– Sim… Tem calda e outras coisas na mesa se quiser colocar. – colocou três generosas panquecas em um prato e entregou para Calum.
– Desde que horas você tá acordada? – Calum perguntou olhando a mesa cheia, com diversas coisas diferentes para comer, coisas que levavam algumas horas para preparar.
– Depois do susto que eu levei foi um pouco difícil voltar a dormir. – Ela respondeu se referindo a Luke.
– Vocês já se encontraram? – Calum soltou uma risadinha. – Em minha defesa eu só fiquei sabendo que você viria no caminho para cá.
– Podia pelo menos ter mandado uma mensagem. – disse desligando o fogo e colocando o prato com panquecas na mesa.
– Se eu tivesse avisado, você iria para casa.
– É uma ideia tentadora, mas eu estava com saudades das meninas e de vocês também.
Apesar da presença dos meninos lembrarem constantemente Luke, sentia saudade deles e o tempo que ficou em Paris longe de todos não afastou esse sentimento, ela os considerava como sua família, e eram as duas irmãs que ela ganhou, e ela não poderia ser mais grata. Estar de volta à América era uma mistura de sentimentos conflitantes, ela não esperava ver Luke tão cedo, ainda estava assustada por ter acordado nos braços dele, uma parte dela sentia raiva por não perceber a presença dele no quarto quando chegou, mas a outra parte havia adorado estar nos braços dele novamente, ela se sentia segura e amada quando estava com ele, e estava irritada por esses sentimentos terem voltado no momento em que o viu.
– Ah, que cheiro bom. – ouviu a voz familiar de Michael, ele entrou na cozinha e foi diretamente dar um abraço nela, ela soltou uma risada ouvindo Michael dizer que ela era a única que conseguia jogar GTA de verdade com ele.
– Cadê a ?
– Já está descendo. – Ele respondeu se servindo de bacon e ovos mexidos.
– Como está a situação com os pais dela? – Pela expressão de Michael a pergunta de Calum foi algo péssimo.
– Cara, nem fala disso. está muito mal, e o pior é que ela está desconfiada de tudo, fica sempre perguntando o que eu estou fazendo, pra quem estou mandando mensagem. Ela está se tornando o tipo de namorada ciumenta e possessiva que eu não tenho muita paciência.
– Mike, calma… É só uma fase ruim, daqui a pouco passa. Eu vou conversar com ela depois. Sinceramente, eu jamais imaginei os pais da se divorciando. Sei lá, eles pareciam tão felizes.
– Eles estavam, minha mãe só não sabia que meu pai estava feliz com outra mulher também. – disse entrando na cozinha. se engasgou com o café por causa da presença da amiga.
– Desde quando você escuta atrás da porta? – Calum perguntou ironicamente.
– Não é da sua conta, Hood. E antes que alguém pergunte, eu estou bem! Eu estou bem melhor.
não estava bem, era notável, mas ninguém ousou questionar.
Calum resolveu começar um novo assunto e tirar a tensão que pairava no ar, e por alguns minutos o assunto da separação foi esquecido com Michael e Calum atualizando sobre o que estava rolando em Los Angeles. e logo engataram um assunto sobre os planos de em abrir um estúdio de fotografia até maio do próximo ano.
– Eu estou tão feliz que você voltou, nós vamos ir à vários lugares quando voltarmos para a cidade, senti tanto sua falta. – disse para a amiga, levantou para lavar a caneca em suas mãos e a deu um abraço apertado, ela também havia sentido muita saudade. – Luke também sentiu, por mais que não admita. – bufou soltando para lavar a caneca.
– Eu não quero falar nesse assunto. Nós terminamos o namoro e ponto final. – murmurou sem olhar para trás. – Até parece que vocês não querem superar isso.
– Mas você ainda gosta dele, né? – Calum perguntou, se intrometendo no assunto.
– Gente, é sério! Eu não quero falar sobre isso, ele decidiu que queria terminar e tudo bem, já tem seis meses e, além disso, acho que ele já seguiu em frente. – Ela respirou fundo antes de se virar para os amigos, arrependendo-se profundamente das palavras ditas ao perceber a presença de Luke na entrada da cozinha.
!!! Que bom ver você! – correu até a amiga para abraçá-la, retribuiu o abraço com o olhar sobre Luke que cumprimentava os amigos. – Você fez o café?
– Sim, espero que gostem.
– Está acordada há quanto tempo? – repetiu a pergunta de Calum.
– Depois da ‘surpresa’ que vocês prepararam, não consegui dormir de novo. – Todos olharam para Luke – O colocar no quarto que eu fiquei da última vez sabendo que eu iria direto para lá quando chegasse foi golpe baixo, até pra vocês.
– Chega de drama, . Eu sei que no fundo você amou acordar nos meus braços. – Luke piscou para a garota tomando seu café.
– Eu não quero falar com você, Luke! , se vira para achar outro quarto onde eu possa dormir.
, que estava sentada no colo de Michael, olhou para o namorado como se pedisse ajuda, mas Michael deu de ombros, aquilo tudo era culpa dela e .
– Prometo que pensamos em algo depois, estávamos pensando em ir comprar algumas coisas, tem muita coisa faltando, podemos fazer algo diferente para o almoço ou jantar. – disse tentando amenizar a situação.
– PESSOAL?! – Alguém gritou da sala.
– Ashton chegou. NA COZINHA, ASH! – Calum gritou de volta.
Ashton entrou na cozinha e todos pararam de conversar ao notar a presença de uma mulher ao lado dele. Os meninos se entreolharam confusos, Ashton não havia dito que traria alguém, na verdade nenhum deles ao menos sabia que ele estava com alguém após o término com a ex.
– Gente, essa é a , a minha…
– Namorada. – A garota soltou a mão de Ashton e acenou para todos envergonhada.
– Namorada? Desde quando você tá namorando e ninguém sabe?! – Calum murmurou olhando para o amigo.
– De onde vocês se conhecem? – Luke perguntou. e Ashton se entreolharam, com a atenção de todos sobre eles era difícil formular uma resposta, eles conversaram sobre várias coisas no caminho, inclusive a resposta para essa pergunta, mas fingir um namoro era muita pressão, e naquele momento tudo que foi conversado e combinado dentro do carro durante a viagem, fora esquecido.
– Você é a garota da Target? – perguntou antes que eles pudessem responder – Você me atendeu ontem quando passei por lá para comprar algumas coisas.
– Sim, eu me lembro de você… Bom te ver de novo! – olhou os rostos de todos até reconhecer mais um – Michael! Ashton disse que você estaria aqui, tem muito tempo desde a última vez que o vi.
Michael sorriu para a garota, mas no seu colo agora estava com um misto de sensações, dentre eles choque, ciúmes e raiva.
– Vocês se conhecem? – perguntou.
– A gente se conheceu em uma festa. – respondeu.
– Que festa? – questionou olhando para Michael.
– Em um pub.
– Que pub é esse, Michael? – insistiu agora um pouco mais nervosa.
Um clima pesado se instalou na cozinha, Michael estava constrangido e com medo da reação da namorada, olhou para Ashton pedindo ajuda, se arrependendo profundamente por ter tocado no assunto.
– Você conhece ela também ou só o Michael? – sussurrou para Calum que se aproximou dela para lavar sua caneca.
– Não, eu certamente me lembraria, só torce para ela e Michael não serem ex namorados, do contrário vai dar merda.
– Será que eles já dormiram juntos?
– Não sei, vou perguntar ao Michael depois quando ele estiver longe da .
– Considerando que ela pode ser uma possível ex dele, acho difícil o deixar sozinho.
– O que vocês dois estão cochichando aí? – e Calum olharam assustados para .
– Nada, tava só pedindo uma carona para ir nas lojas. Preciso me arrumar, você vem comigo, ?
– Olha, … Seja bem-vinda, pode ficar à vontade, o quarto de vocês é subindo a escada, segunda porta à direita. Desculpa, você deve estar achando que eu sou uma idiota ou algo do tipo, mas eu não sou assim, eu juro. – disse para a garota que sorriu ainda sem graça. Ela ainda estava incomodada com Michael e serem conhecidos, mas ela disse que ia tentar melhorar o clima estranho que estava em seu relacionamento, e pela expressão de Michael, ela estava se saindo bem.


O clima pesado e tenso durante a parte da manhã foi esquecido no momento que todos começaram a se arrumar para ir fazer compras. foi a primeira a ficar pronta, quando voltou para a sala encontrou e Ashton brincando com os cachorros de Michael e o pequeno Duke. Como de costume, tinha sua câmera pendurada no pescoço, e no momento que pegou Duke no colo e Ashton gargalhou com Moose e Southy tentando morder o rosto dele, não conseguiu deixar aquele momento passar e mais que depressa tirou a foto.
– Desculpe. – encolheu os ombros, mas não estava arrependida do que fez, e ficou aliviada ao ver o enorme sorriso dos dois.
– Quero uma cópia da foto depois! – disse. sentiu algo tocar sua perna e sua boca abriu em um perfeito O, quando reconheceu a cachorra.
– Petúnia! – agachou e a bulldog logo se aproximou para brincar, era como se o tempo não tivesse passado, se lembrava perfeitamente das tardes no apartamento de Luke assistindo filmes com Petúnia dormindo em seu colo. A cachorra tentou subir no colo de , lambendo seu rosto fazendo a garota sorrir.
– Parece que ela ainda se lembra de você. – levantou a cabeça ao ouvir Luke, ela voltou sua atenção para Petúnia, acariciando o pelo.
– É, algumas coisas permanecem intactas mesmo depois de um tempo. – Foi somente o que disse.


...


– Afinal, vocês acham que Michael e já transaram no passado? – olhou feio para o namorado, , que estava no banco de trás do carro, apenas riu.
– Calum?! Isso não é da sua conta, e francamente, nem mesmo da , não sei porque ela está tão preocupada por algo que possivelmente aconteceu no passado!
– Você tem razão, mas está tão concentrada no fracasso do casamento dos pais, que não percebe que está arrastando o próprio relacionamento para o mesmo caminho. – respondeu, mas sua atenção estava na janela, observando cada detalhe.
– Olha, amor! Aquela criança se parece com você! – apontou para o outro lado da rua quando eles pararam em um sinal vermelho.
– O quê?! Ficou louca? Não temos nada parecido. – Calum revirou os olhos.
que estava no banco de trás franziu o cenho, do que ela estava falando? Eles não tinham nada a ver um com o outro.
– Não pode falar assim, você vai ser pai um dia! – protestou.
– Um dia, mas não agora! – Calum retrucou.
olhou para os dois um tanto confusa com o assunto aleatório, mas não deu muita atenção. Quando Calum estacionou o carro, foi a primeira a sair do veículo, olhou em volta tentando escolher qual loja iria primeiro, até avistar um letreiro enorme e chamativo há uns dez metros escrito 'KARAOKÊ’.
– AHHHH, podemos ir no karaokê primeiro??? Olha, está até aberto! – Ela pediu olhando para o casal que parou ao seu lado, sorriu observando a cara da amiga, mas Calum bufou já sabendo o desfecho da história.
Menos de dois minutos depois, e estavam correndo juntas em direção ao bar já pensando em qual música queriam cantar.
– Saco! – Calum murmurou olhando em volta, Ashton estacionou seu carro logo a frente e estavam acompanhados de Luke.
– Cadê a ? – Ashton perguntou ao se aproximar. Calum só apontou para a direção em que elas foram.
– AH, karaokê!!! Eu amo karaokê! – disse já puxando o braço de Ashton em direção ao lugar.
– Você sabia sobre ela? – Luke perguntou a Calum apontando para – Não acha estranho só descobrirmos sobre essa garota hoje?
– Um pouco, mas o que isso importa agora?! – Calum não via grandes problemas em Ashton ter guardado segredo, os quatro são melhores amigos desde sempre, e se tornaram praticamente irmãos quando montaram a banda, mas nem tudo tinha necessidade de ser contado – Nem sempre somos obrigados a contar as coisas.
– Mas o Ashton sempre contou tudo pra gente, principalmente para você. Enfim, não importa, só quero que ele seja feliz. – Luke desistiu, Calum não via problemas, então ele também decidiu ignorar, só torcia para a felicidade do amigo e que ele não terminasse com o coração partido outra vez. – Vem, vamos lá cantar uma música do N’Sync! – Luke puxou Calum contra a vontade dele para dentro do Karaokê.
O local era uma lanchonete, mas com um espaço enorme reservado ao karaokê; pela quantidade de pessoas que havia ali dentro, era o que realmente chamava a atenção. Assim como toda a cidade, o local estava enfeitado para o Natal, com guirlandas espalhadas pelas paredes e luzes piscando por todo o ambiente.
Calum e Luke seguiram para uma mesa onde estavam Ashton, e . Michael chegou logo depois com uma bandeja com vários copos de chocolate quente.
– Quando foi que vocês chegaram? – Luke perguntou.
– Bom, viu o karaokê e quis vir. – Michael respondeu se sentando em seu lugar observando as garotas que estavam no pequeno palco. Foi então que Calum reconheceu a voz da namorada e se sentou também para ver cantando, a voz dela era péssima, mas era ela linda e engraçada, e para ele era isso que importava.
– You can dance, You can jive, Having the time of your life…– e estavam cantando com toda a força dos seus pulmões, apontou para – See that girl, Watch that scene… Digging the Dancing Queen!
– Meu Deus, elas são horríveis! – disse enquanto aplaudia animadamente as amigas.
– Acho que essa é a pior versão de Dancing Queen do Abba que já ouvi em toda minha vida. – se engasgou com o chocolate quente enquanto ria das palavras de Ashton.
– Graças a Deus que a não é cantora. – Calum murmurou enquanto tentava forçar um sorriso, em uma tentativa de não deixar tão explícito que a namorada cantava tão mal, do contrário o mataria.
Luke estava calado e torcia para que nenhum dos amigos o perguntasse algo. Sua atenção estava toda em , que se curvou em agradecimento aos aplausos do pessoal que estava assistindo, Luke sorriu ao perceber a empatia das pessoas, pois e cantavam extremamente mal. Mesmo com a voz desafinada, Luke sentiu um aperto em seu peito, ele sentia falta da voz de cantando pelo apartamento dos dois. Eram nesses momentos que Luke sentia um leve arrependimento por ter deixado ir.
– O que acharam? – perguntou ao se aproximar da mesa com logo atrás.
– Maravilhoso, vocês foram ótimas! – Ashton respondeu rapidamente com o sorriso mais falso de todos, mas a euforia de e não as deixou notar esse pequeno detalhe – Melhor versão que já ouvi de Dancing Queen.
– AH, MEU DEUS! VOCÊS SÃO A 5 SECONDS OF SUMMER! – Todos na mesa se assustaram um pouco com um grito de uma mulher que os reconheceu. Ashton foi o primeiro a se manifestar, levantando da cadeira onde estava para abraçar a fã, os meninos foram logo atrás, chamando realmente a atenção de todos que estavam no bar para eles.
Em pouco menos de cinco minutos de conversa, eles descobriram que a garota era funcionária da lanchonete e fã da banda há quatro anos.
– Vocês podiam cantar alguma coisa pra gente! – A garota disse causando um alvoroço no ambiente, gritos pedindo por músicas específicas, alguns gritos de coisas que não faziam o menor sentido, mas no fim, os garotos estavam caminhando em direção ao palco agora improvisado com alguns instrumentos musicais.
– Olá, pessoal! Nós somos 5 Seconds Of Summer, temos muitos casais por aqui, então vamos tocar uma música não tão velha. – Calum disse ajeitando o microfone no pedestal.
– Ela se chama Valentine! – Michael falou sorrindo terminando de afinar a guitarra emprestada.
– I love the light in your eyes and the dark in your heart, you love our permanent chase and the bite of our bark, we know we're classic together like Egyptian gold, We love us... – Calum começou cantando olhando diretamente para e apontando para ela na última frase. sentiu suas bochechas esquentarem. Não importava o tempo que passasse ela sempre ficava envergonhada quando Calum cantava para ela, principalmente na frente de várias pessoas, mas no fundo ela amava isso.
– It don't matter, be combative or be sweet cherry pie, It don't matter just as long as I get all you tonight… – Luke tentou evitar, enquanto cantava seu verso, olhar para , mas foi impossível. E pelo olhar da garota que o encarava de volta, ela tinha o mesmo pensamento em mente. Uma velha lembrança de quando Luke cantou a mesma música para ela pela primeira vez. se lembrava perfeitamente dos sentimentos que teve naquele momento, não tinha nem 24 horas direito que eles se conheciam e Luke já estava mostrando uma das músicas do álbum mais recente da banda, apesar da leve surpresa, ela soube naquele momento que Luke não sairia de sua vida.

I can take you out, oh-oh
We can kill some time, stay home
Throw balloons, teddy bears and the chocolate eclairs await
Got nothing but love for you, fall more in love every day
Valentine, valentine

Michael fez um sinal para durante o refrão a chamando para o palco, e se entreolharam um tanto confusas, já estava com uma expressão indecifrável estática em seu lugar, ela só se mexeu quando viu caminhando para o palco.
– Isso vai dar merda. – murmurou para que alternava seu olhar entre e a amiga ao seu lado.
subiu no palco com um sorriso enorme, Michael começou a cantar sua parte e sua atenção estava totalmente na garota ao seu lado. prometeu a si mesma mais cedo que tentaria o máximo para que seu relacionamento com Michael voltasse aos eixos novamente, mas olhando para o palco observando seu namorado cantando com outra garota e esquecendo totalmente de sua existência doeu. cantava perfeitamente, ela tinha uma voz linda e isso só serviu para deixar mais incomodada.
Luke olhou a cena ao seu lado e não conseguiu disfarçar o quão confuso estava. O que deu em Michael? Ele olhou em direção a mesa das garotas e mesmo com a pequena distância conseguiu ver a expressão de tristeza no rosto de , e quando ela levou o braço em direção aos olhos, foi que ele teve certeza que a garota estava chorando.
levantou da cadeira e saiu praticamente correndo em direção à saída, esbarrando em algumas pessoas. Luke também viu que foi logo atrás dela, sobrando apenas na mesa que parecia aflita.


, espera! – falou alto, mas sem querer chamar a atenção das pessoas que passavam por elas – , qual é? Eu não consigo correr atrás de você com essas botas! – soltou a respiração pesada e ficou aliviada quando a amiga parou a olhando irritada.
– Ninguém mandou você vir com bota de salto no meio desse monte de neve de merda! – Ela retrucou.
– Ah, o salto é grosso e elas são confortáveis. Só não o bastante para correr. Escuta, fica calma! – se arrependeu das palavras no momento que as pronunciou. O rosto de estava rosado e não era por causa do frio – Tenho certeza que Michael não fez por mal.
– Ah, claro que não fez. – Ela retrucou ironicamente, levou novamente a manga da blusa para limpar as lágrimas que insistiam em cair, ela odiava a mania de não conseguir segurar o choro quando estava muito nervosa – Eu sei que não estou sendo a pessoa mais fácil com ele, . Eu reconheço isso. E na noite passada que ele chegou tarde em casa eu não conseguia tirar do meu pensamento que ele estava fazendo algo errado, por mais que eu saiba que ele não faria isso comigo, mas… eu só não quero terminar como meus pais. – Ela soluçou incapaz de segurar o choro. a puxou para um abraço e a segurou firme, estava chorando muito e algumas pessoas que estavam passando por ali estavam um pouco preocupadas, mas não se importou. precisava chorar e colocar para fora toda a tristeza que já estava guardada.
odiava chorar na frente de outras pessoas, e tinha certeza que todos estavam encarando-a com paradas no meio da calçada. Mas naquele momento ela só agradeceu por estar ali, por aguentar todo o choro e drama e apenas a ouvir.
– Eu vou ficar bem. – sussurrou se afastando, olhou para ela em dúvida – Só preciso andar um pouco.
– Tem certeza? Quer que eu vá com você?
– Não, eu só preciso ficar sozinha. – Ela fungou tentando limpar o rosto – Nos encontramos depois.
observou andar para longe dela em direção ao centro, onde estavam as lojas principais da cidade, com o coração levemente partido pela amiga e amaldiçoando Michael pela burrice em chamar para cantar com eles, ou com ele para ser mais específica.


– Ash, o que deu no Michael? Acho que não gostou. – Luke falou baixo somente para Ashton ouvir. Ashton desviou o olhar rapidamente para , vendo que a mesma dividia o microfone com Michael, aquilo de certa forma o incomodou, já que ela nem mesmo olhava em sua direção.
Após o término da música, havia alguns gritos pedindo por outra, mas Ashton se levantou do pequeno banco improvisado da bateria antes que os gritos ganhassem mais força e ele realmente tivesse que tocar outra coisa.
– Cadê a ? – Michael perguntou tentando avistar a namorada.
– Acho que você já sabe a resposta, amigo! – Calum se aproximou, dando um tapa em seus ombros, mas Michael apenas encarou o amigo confuso. – Sabe, não sei o que rolou entre vocês no passado, mas vocês têm bastante química.
O silêncio que se instalou no pequeno palco era bastante constrangedor, Luke arregalou os olhos para Calum, mas ele deu de ombros e seguiu para a mesa onde o esperava sentada sozinha.
– Do que ele está falando? – perguntou perplexa.
– Bom, acho que não gostou muito que Michael te chamou para cantar ‘essa’ música. – Luke explicou um pouco sem graça. olhou para Ashton ao seu lado, mas ele apenas balançou a cabeça em negação perdido em seus próprios pensamentos. Luke pediu licença e saiu logo atrás de Calum.
– Eu vou procurar a e pedir desculpas. – Michael murmurou envergonhado.
– Michael, me desculpe. Eu não pensei que ela ficaria assim, me desculpe mesmo. – olhou aflita para ele.
– Não se preocupe, a culpa não é sua. – Ele sorriu amarelo antes de sair do palco.
respirou fundo percebendo que algumas pessoas a encaravam. Será que eles perceberam que ela estava com Ashton? Ou nem mesmo notaram? Será que também entenderam erroneamente ela cantando com Michael?
– Ash, eu… – Ela nem sabia porque estava tentando pedir desculpas, afinal eles não eram realmente namorados.
– Não tem que me explicar nada. – Ashton a interrompeu, deixando-a sem graça pelo tom de voz que ele usou. – Não somos namorados.
– Bom, não realmente. Mas não quero que nenhum dos seus amigos me odeie. Eu vou tentar ficar bem longe do Michael, eu prometo. – Ashton respirou fundo agora um pouco arrependido de ter deixado a raiva transparecer.
– Não se preocupe com a , ela está passando por um momento complicado, relaxa. Vem, te conto a história no caminho das lojas! – Ele esticou a mão, olhou para ele por alguns segundos antes de pegá-la.


– Vocês não viram mesmo para onde ela foi? – Michael perguntou pela terceira vez a e Calum que caminhavam de mãos dadas pela calçada.
– Já disse que não, Michael! – já estava ficando irritada com a insistência. Ele fez a merda e agora os amigos que tinham que ajudar a resolver, ela pensou. – deve saber, ela saiu atrás dela.
– E onde a está?
– Michael, minha namorada não é bola de cristal! E existe um artefato incrível chamado celular, liga para ela e descobre. – Calum respondeu puxando para uma loja aleatória, deixando Michael sozinho.
Michael estava perdido, nem parecia que sabia as ruas da cor, não era a primeira vez que ele visitava a cidade, mas estava tão apreensivo que não sabia o que pensar. Ele olhou em volta, tentando escolher qual a melhor direção para ir a procura da namorada, havia deixado o celular no chalé, o que dificultava ainda mais localizá-la.
! – Michael suspirou aliviado quando avistou a garota em frente a uma loja de roupas. – Sabe onde a está?
– Eu por acaso tenho cara de GPS? – O garoto bufou, era só o que faltava, agora também estava com raiva dele.
– Por favor, eu só preciso encontrá-la. – suspirou revirando os olhos.
– Olha, eu não sei para onde ela foi, ela disse que precisava andar um pouco e ficar sozinha. Ela foi para aquele lado. – apontou na direção que avistou pela última vez. – Eu sei que você e não estão no melhor momento do relacionamento, mas você foi bem burro ao chamar a para cantar com você, ainda mais aquela música. Sinceramente, Michael… Não tem como nem te defender.
– Eu sei, não precisa ficar jogando na cara. Eu vou procurá-la.
– Boa sorte. – disse o observando se afastar. Voltando sua atenção para a vitrine da loja, se amaldiçoou novamente por ter esquecido a bolsa com sua carteira no chalé, ela havia entrado na loja assim que bateu o olho no sobretudo de camurça creme e chegou até mesmo a experimentá-lo, mas na hora de pagar ela percebeu que estava sem a carteira. sentiu vontade de afundar a cabeça no monte de neve para se esconder da vergonha que estava sentindo.
– Achei que você levaria o sobretudo. – deu um leve pulo de susto ao ouvir a voz de Luke atrás dela. A garota o olhou da cabeça aos pés. Ela odiava admitir o quão lindo ele ficava usando uma simples calça jeans escura, uma camisa social de estampa com gosto bastante duvidoso e uma jaqueta de couro, nos pés as famosas botas que Luke não conseguia viver sem. – Terminou a avaliação? – Ele tinha um sorriso presunçoso. revirou os olhos e começou a caminhar para longe dele, mas Luke estava disposto a tirá-la do sério já que em poucos segundos já estava ao lado de novamente.
– O que você quer, Hemmings? – Ela parou no meio da calçada apoiando as mãos na cintura e o encarando.
– Eu vi você experimentando o sobretudo. Fica bem em você. – Ela franziu o cenho, ele estava a vigiando? – Eu não estava te seguindo, longe de mim perder meu tempo com isso, só estava passando em frente à loja.
– Hum… Sei. Eu deixei minha carteira em casa, pedi à moça que o guardasse até mais tarde ou amanhã, mas não acredito que ela tenha escutado. – deu de ombros. – Por que está tão interessado nisso? Devia ir ajudar seu amigo a procurar a namorada dele.
– Eu não tenho muita paciência para esse drama dos dois. – Luke respondeu fazendo uma careta.
– É… Eu também não. Mas convenhamos que Michael é bem burrinho às vezes.
– Às vezes? – Luke zombou. – Sinceramente, essa história do Ashton com a ainda está me soando muito estranha. Ele nunca comentou nada sobre ela, e você conhece o Ash também, ele sempre conta para os amigos sobre essas coisas, ou pelo menos comenta por alto. Até hoje de manhã ninguém havia escutado um A sobre essa garota. ficou alguns segundos pensativa, nenhum dos meninos sabiam do namoro e isso vindo de Ashton era realmente estranho, ele sempre contava, principalmente para Calum, todos sabiam que eles tinham uma ligação maior um com o outro.
– Você também notou que quando Michael chamou a no palco, o Ashton não teve nenhuma reação? – perguntou curiosa.
– Sim, eu perguntei para ele sobre isso. Quer dizer, qualquer pessoa no lugar dele ficaria um pouco chateada, mesmo que somos amigos e tudo mais, mas se fosse você, eu com certeza… Er… – Luke se engasgou nas palavras quando percebeu o que estava dizendo. olhou para os próprios pés envergonhada, mas achando um pouco engraçado. – Bom, isso tudo é muito estranho. Eu vou… Eu vou em uma loja. A gente se vê no chalé. – Luke disse agora com um tom mais sério e antes que pudesse responder ele saiu andando.


– O que você acha? – Ashton se virou ao ouvir a voz de , a garota acabara de sair do provador usando apenas um conjunto de lingerie vermelha com cinta-liga e um gorro de Papai Noel na cabeça.
Ashton engoliu em seco, não sabia o que falar e nem mesmo conseguia tirar os olhos do corpo da garota. Ele estava tão acostumado a vê-la com o uniforme da Target – que por sinal ficava ótimo nela – mas vendo-a agora somente com roupas íntimas ele tinha certeza que ela era absolutamente linda. – Pode dizer, sei que sou mais sexy que sua ex.
– E com certeza mais modesta também. – Ashton olhou em volta, mas não conseguiu ver nenhum de seus amigos – Mas por que tudo isso?
– Estava precisando fazer algumas comprinhas, você não gostou? Além disso, eu precisava de uma lingerie bonita para tirar aquela foto clichê com um casaco e seminua na neve – parou de fazer pose e voltou para dentro do provador.
, você é linda de qualquer jeito. – A garota sorriu para Ashton sentindo suas bochechas corarem – E sim, você é mais sexy que ela.
– Isso eu já sei. Ah, acho bom você começar a procurar um presente para mim, um bom namorado sempre deve presentear sua garota no Natal. – Ela piscou para ele.
Apesar do comentário o fazer rir, enquanto terminava de experimentar as roupas, ele tentou achar algo que a agradasse. Mas naquela loja não conseguia achar nada a altura dela.
– É sua namorada no provador? – Ashton olhou para a senhora de meia idade e balançou a cabeça confirmando. – Vocês formam um belo casal.
Ashton poderia desmentir, jamais veria aquela senhora na vida outra vez, mas por algum motivo ficou feliz em ouvir suas palavras, então apenas sorriu envergonhado e agradeceu.
– Eu estava pensando em levar alguma coisa para , como um pedido de desculpas. – saiu do provador agora com suas próprias roupas e carregando nos braços roupas e lingeries.
– Acho que não é necessário, só um pedido de desculpas já é suficiente. – Ashton a seguiu para o caixa. Enquanto revirava a própria bolsa à procura da carteira, Ashton tirou o cartão de crédito e entregou para a balconista.
– Irwin!!! – protestou irritada.
– O que foi? Você não disse que um bom namorado dá presentes para sua garota? – Ele deu de ombros.
– É, mas não estava pedindo para você pagar tudo isso. Francamente, estou me sentindo como a Julia Roberts em Uma Linda Mulher agora. – A balconista embalava as roupas, mas prestando totalmente a atenção na conversa do casal.
– Relaxa, amor… Você não é uma prostituta. – Ashton retrucou.
– Bom, você me ofereceu dinheiro quando me chamou para essa viagem, já é meio caminho andado.
– Tanto faz, vamos! Obrigada pela atenção. – Ele disse após pegar todas as sacolas e terminar de fazer o pagamento. – Quer comer alguma coisa? – Ele perguntou para pegando a mão da garota e entrelaçando seus dedos. ficou sem reação olhando para as mãos, não havia ninguém por perto, o que dispensava o trabalho de fingir. – Desculpa, é que isso é quase um hábito para mim.
Ashton pediu desculpas ao ver onde a atenção da garota estava, mas não soltou a mão dela em momento algum.
– Tudo bem, eu gosto disso. – Ela sorriu para ele.


não conseguia se lembrar de alguma viagem para Aspen em que estivesse tão arrependida. Sentada em um banco de madeira observando turistas caminhando de um lado para o outro, casais apaixonados tirando fotos, o cheiro de chocolate quente e biscoitos de gengibre no ar, coisas que ela amava mais do que tudo, agora não significavam nada. E ela nunca desejou estar tanto na cozinha do seu restaurante como agora.
? – Ela engoliu em seco quando ouviu a voz familiar chamando seu nome. Ela ouviu os passos rápidos em sua direção e depois o ranger do banco quando Michael sentou ao seu lado. Ela estava sentindo o olhar de Michael queimar sobre ela, mas não teve coragem de o encarar de volta.
– Quando eu era pequena… – ela respirou fundo antes de continuar – eu sempre me sentava nesse banco com os meus pais, a gente sempre estava aqui nos finais de ano, então sempre tinha um dia que nos sentávamos aqui para tomar chocolate quente e observarmos as pessoas. Naquela loja… – ela apontou para uma pequena confeitaria de doces a uns dez metros a frente – … era um karaokê antigamente. E sempre que terminávamos de tomar chocolate quente, meus pais me levavam até lá. Eu sempre tinha vergonha de subir no palco para cantar qualquer merda que fosse, mas eles não se importavam. Os dois sempre iam e cantavam uma música melosa sobre o amor, eles eram péssimos cantores. – Ela riu sozinha se lembrando. – Mas a cada ano que passava e eu ficava mais velha, eu olhava os dois e me lembro de desejar que um dia eu pudesse ter aquilo, aquele amor idiota, aquela cumplicidade que eles tinham. – não estava enxergando nada a sua frente, as lágrimas estavam deixando sua visão embaçada. Ela se virou para Michael e o encarou, ela sabia que as lágrimas já tinham borrado a leve maquiagem que ela havia passado antes de sair e provavelmente a ponta de seu nariz estava vermelha pelo frio e pelo choro excessivo, mas ela não se importou. – Eu sei que parece algo bobo, mas quando vi você chamando a no palco, foi como se todas aquelas lembranças boas que eu ainda guardo deles se quebrasse de vez.
… – O tom de voz de Michael agora era de profundo pesar e arrependimento, no momento em que ele chamou ele não pensou em em nenhum segundo sequer, mas ele não fez por maldade. Foi apenas um gesto mal calculado, mas que agora ele estava se arrependendo profundamente. Ele se aproximou e puxou a namorada para si. – Eu sinto muito, de verdade mesmo. Eu não sei o que estava pensando na hora. canta e tem um sonho de ser uma cantora conhecida, acho que na hora só queria que ela tivesse esse momento. Mas eu não pensei que você ficaria assim, se eu soubesse sobre isso que falou jamais teria a chamado, nem mesmo os meninos. Teria levado apenas você comigo. – A garota sentiu os lábios gelados de Michael em sua testa – Será que podemos começar de novo? – Ele se ajoelhou no chão gelado e escorregadio e apoiou suas mãos no colo de . A garota ergueu a mão direita percorrendo os fios de cabelo desalinhados, até descer os dedos frios para a bochecha de Michael, sentindo sua barba por fazer fazer cócegas em sua mão.
– Promete que não vai chamar outra garota para cantar com você nunca mais? – Ela perguntou manhosa fazendo o namorado rir.
– Nem se essa mulher for a Beyoncé?
– Idiota! – Ela riu o empurrando levemente, fazendo Michael cair para trás e molhar a calça jeans em um monte de gelo.
– E se for a minha mãe? – Ele se levantou e jogou o braço em volta de enquanto eles voltavam a caminhar pelo centro da cidade.
– A sua mãe eu deixo. – Ela sorriu para ele. Michael se abaixou um pouco e beijou os lábios dela. tinha os lábios gelados, mas com gosto de chocolate quente. – Eu te amo. – Ela disse interrompendo o beijo.
– Eu também te amo.


Aspen estava coberta de neve e repleta de turistas, alguns adolescentes reconheceram a banda, mas a grande parte das pessoas estava os vendo apenas como pessoas normais, e eles estavam adorando isso.
Michael e Calum arriscaram até uma dancinha com os figurantes de um musical de Natal que estava sendo apresentado em uma das praças da cidade.
O clima pesado do karaokê havia sido esquecido quando todos se encontraram em um bistrô para almoçar, não conseguiu conversar com como gostaria, mas presentou a garota com uma caixa de chocolate como pedido de desculpas. nem mesmo conseguiu disfarçar a surpresa ao pegar o presente, ela podia só ter se desculpado, não precisava comprar nada, pensou consigo mesma. Por segurança Michael puxou para se sentar entre Calum e e do outro lado e Luke que pareciam um pouco desconfortáveis por estarem sentados tão próximos. conseguia sentir o cheiro de Luke impregnado em seu nariz.
– O que vocês vão fazer no Natal? – perguntou de repente chamando a atenção de todos.
– Calum e eu temos reserva em um restaurante italiano. – foi a primeira a responder.
e eu também temos reserva em um restaurante. Tenho que alimentar minha garota antes de partirmos para outras atividades. – Michael sorriu malicioso, desferiu um tapa no ombro dele.
– Vocês são nojentos. – Luke murmurou fazendo uma careta de nojo.
– Nós podíamos ficar no chalé e fazer um jantar em conjunto, o que vocês acham? – Um silêncio levemente constrangedor se instalou na mesa, por sorte tinha uma música tocando em som ambiente.
– Essa garota está querendo ver alguém morrer? – ouviu Calum sussurrar.
– Cala a boca. – deu uma cotovelada em sua barriga.
– Eu acho uma péssima ideia. – Luke foi o primeiro a se manifestar – Não estou afim de ficar vendo vocês se engolindo, mas se quiser que eu inunde a mesa com meu vômito, eu topo.
– Você diz isso porque está solteiro, quando você estava com a o seu pensamento era bem diferente. – largou os talheres em um baque surdo no prato e encarou Calum seriamente. – O que foi, ? É a verdade. – Ele deu de ombros. Luke que estava ao lado da garota se mexeu desconfortável.
– Eu não gosto muito de encontro em conjunto, gente. – soltou.
– Não sei se é uma boa ideia. – Michael retrucou.
Algumas pessoas que estavam por perto interromperam o almoço para ver a discussão na mesa. Alguns deles a favor, outros contra, ou estavam como Luke, Calum e apenas observando a discussão com certo prazer nos olhos.
Por fim acabaram todos concordando, definitivamente era a pessoa mais animada com isso, Ashton resolveu ficar quieto e não contrariar a garota. Se tinha uma coisa que ele aprendeu desde o dia que a conheceu, era que detestava ser desapontada.
– Eu não me importo com o que vocês vão fazer, podemos só terminar o almoço e ir para o chalé? Não estou afim de me molhar. – disse após ouvir um estrondoso trovão.


O primeiro dia na cidade não começou exatamente como todos planejaram. Após finalizar o almoço, todos correram para os respectivos carros e voltaram para casa, a tempestade começou logo que chegaram em casa.
– Que droga, essa época do ano nem é de chover assim. – falou emburrada, ela já queria ir esquiar. Mas assim como todos, teria que se contentar em ficar em casa.
– Podíamos fazer uma sessão de filmes! – tentou animar o pessoal.
– Só aceito se for sessão de terror, suspense ou drama. – disse.
– Por favor, drama não. De drama já basta a minha vida. – Calum falou se jogando no sofá.
– Nossa, quem vê você falando assim parece até que você tem muitas responsabilidades, tipo de um homem casado com filhos e um emprego que odeia, mas que trabalha porque tem que sustentar sua família. – Ashton respondeu rindo.
– Pelo amor, Ash! Vira essa boca pra lá, acabou de descrever o meu pior pesadelo. – que estava procurando alguns filmes na pequena caixa ao lado da estante da TV congelou ao ouvir as palavras do namorado. Ela também não imaginava seu futuro assim, mas ouvir Calum falar daquela maneira a deixou um pouco desnorteada.
– Tudo bem, ? – Luke perguntou estranhando ver a garota com as mãos trêmulas segurando as embalagens dos filmes com tanta força que poderia quebrá-los.
– Sim, está sim. Acho que estou com frio. Não estou acostumada com essa temperatura. – Ela mentiu sorrindo amarelo.


...


– Alguém está com fome? – perguntou em meio ao silêncio da sala. Ela estava no cantinho do sofá, sendo espremida pelas pernas de Calum que estavam sobre as suas. Calum era realmente a pessoa mais folgada de todas. , assim como , estava sentada na outra ponta do sofá com a cabeça de Calum sobre seu colo. – Tudo bem se eu fizer uma sopa para o jantar?
Sem esperar por uma resposta, se levantou e seguiu para a cozinha.
– Precisa de ajuda? – veio logo atrás da garota.
– Ah, claro… Ajuda nunca é demais. – abriu a geladeira e tirou alguns legumes para colocar na sopa. – Pode cortar para mim?
– Claro. – concordou indo até a pia para lavar as mãos.
– Vocês precisam de ajuda? – não conseguiu disfarçar a surpresa quando viu entrando na cozinha.
– Bom, a sopa não precisa de ajuda, mas se quiser fazer aquele chocolate quente, eu vou te agradecer muito. – se virou para . – A faz o melhor chocolate quente de todos! – sorriu sabendo o que estava tentando fazer.
– Não precisa tentar criar um clima, . e eu já nos acertamos. – falou para a amiga.
– Inclusive, eu já provei esse chocolate quente. É você que faz todos os dias na cafeteria? – perguntou para – Às vezes eu passo por lá, só não visitei o restaurante de vocês ainda. Com quem fica tudo na ausência sua e de ?
– Na cafeteria e no restaurante, e eu sempre nos revezamos para tomar conta, mas na nossa ausência temos o Dylan e a Judith que são pessoas de nossa confiança, fora os outros funcionários e cozinheiros que já são praticamente da nossa família.
– Ashton me contou que está fazendo o maior sucesso. – comentou descascando os legumes. – Que faça ainda mais sucesso, vocês merecem!
sentiu uma leve pontinha de culpa ao ver sendo sincera e desejando somente coisas boas para seu negócio com . Ela até tentou achar um resquício visível que estava sendo falsa, mas não conseguiu, então ela apenas sorriu de volta para a garota em agradecimento.
– Então, … Como você e Ashton se conheceram? – fez a tão temida pergunta que ficou esperando durante o dia.
– Ah, ele costuma ir às vezes ao pub onde eu canto. Eu trabalho na Target durante o dia e faço algumas apresentações nos dias de quarta, sexta, sábados e domingos. Ele derrubou cerveja em mim em um dia, eu gritei com ele, mas depois estávamos conversando como se nos conhecêssemos a vida toda. – sorriu para si mesma lembrando do dia memorável.
– Ele parece gostar muito de você. – disse, encarou a garota surpresa – O jeito que ele olha para você, o peguei algumas vezes te observando e sorrindo consigo mesmo. Ele tem aquele olhar de bobo apaixonado, assim como você.
– Eu? Eu não gosto dele. – e encararam a garota confusas, sentiu uma leve preocupação com as palavras dela. – Eu… Eu acho que o amo. Muito.
tentou forçar o sorriso mais convincente de todos enquanto dizia amar Ashton.
– Quer dizer, não é difícil amá-lo. Ashton é uma pessoa incrível. É um homem carinhoso, engraçado, tem um senso crítico que às vezes me irrita, gosto da sinceridade dele… E ele é uma das pessoas mais altruístas que conheço. – parou de cortar os legumes encarando as próprias mãos. – Só queria que ele também achasse isso de mim.
– Tenho certeza que ele acha. Talvez ele só não esteja preparado para dizer isso a você ainda. – respondeu. – Ele passou por momentos difíceis quando terminou com a vadia da Ashley, ele gostava muito dela. E todo mundo tinha percebido que aquela porcaria de namoro não chegaria a lugar nenhum depois de dois anos, mas Ashton não deu ouvidos a nenhum dos amigos. Mas eu acho que com você é diferente. – ergueu as sobrancelhas encarando a amiga. – Que foi? Eu estou sendo sincera.
– E você, ? – entregou um recipiente com os legumes picados para , que foi até a pia para lavá-los antes de colocar para cozinhar – Quando nos encontramos na Target, era sobre Luke que você falou quando mencionou o ex-namorado, certo?
– Sim. – respondeu hesitante, ela realmente não queria entrar nesse assunto agora.
– Vocês aqui de fofoquinha e eu escutando roncos sozinha na sala! – entrou na cozinha indo diretamente para a geladeira.
– Vamos tomar um vinho? – perguntou sem esperar a resposta, indo até o pequeno cômodo ao lado da cozinha para pegar um vinho na adega. pegou quatro taças no armário. – Perfeito, agora quem vai abrir? Eu não sei usar saca rolhas.
– Que ironia, , uma cozinheira que não sabe abrir uma garrafa de vinho. – debochou pegando a garrafa das mãos da amiga, após abrir a garrafa com facilidade, encheu quatro taças até a metade.
– Você abre vinhos que nem uma profissional. – brincou.
– Quando eu estava morando em Paris eu fazia três coisas, estudar, trabalhar e quando tinha tempo livre e estava cansada demais para sair, ficava no meu pequeno apartamento tomando uma garrafa de vinho. – explicou distribuindo as taças para as meninas.
– Ah, eu não quero. – recusou.
– Por que você não quer? Depois da você é a pessoa que conheço que mais ama vinho na vida. – franziu o cenho observando a amiga. Ela já estava notando que algo estava errado com , mas não sabia dizer ao certo o quê. – Está tudo bem?
– Sim, eu só estou com uma dor de cabeça um pouco chata. Se beber vinho, acho que vou ficar pior.
não tinha motivos para esconder a gravidez das amigas, ela sabia disso. Mas por algum motivo ainda não se sentia segura para contar, mas temia que uma delas pudesse descobrir, as mentiras e desculpas estavam ficando cada vez mais escassas.
– Ah, eu estava lendo algumas coisas no twitter, inclusive verificando alguns portais da 5SOS, vocês estão nas notícias. Principalmente, a e a . A estão julgando como possível nova namorada do Ashton, o que é verdade, mas não sei se vocês querem confirmar no momento. – disse entregando o celular com a página do twitter aberta para . – E também estão considerando um possível revival entre você e Luke.
– Caramba, não se pode fazer nada que todos ficam sabendo. Não podiam noticiar, sei lá, que vim visitar vocês? – disse exasperada. – Só porque Luke e eu temos o mesmo grupo de amigos, isso não quer dizer nada!
– Bom, não é o que esse pessoal acha. – murmurou pegando o celular para si para olhar. Que droga, isso só dificulta ainda mais, além do disfarce para os amigos de Ashton, agora teria que mentir para todo mundo. – Talvez estejam certos sobre você e Luke. – encarou com cara de poucos amigos e foi até o fogão verificar a sopa.
– Não precisa ficar brava, . Foi só uma suposição que os fãs estão fazendo. Além disso, você sabe o quanto elas gostavam de você e Luke juntos.
continuou mexendo a sopa e não deu muita importância para as palavras de , mas esboçou um sorriso triste com a afirmação. Ela sentia falta do carinho dos fãs da banda. Quando ela e Luke começaram a namorar eles receberam todo o apoio e amor, e quando começou sua carreira como fotógrafa ela nunca se esquecia do carinho que os fãs tinham por ela, mesmo que após o término os comentários fossem todos sobre Luke e por que eles haviam terminado.
– Você nunca pensou em se reconciliar com ele? – perguntou.
– No começo sim, só Deus sabe quantas vezes peguei o celular para ligar e tentar consertar as coisas, mas sempre desistia. Então, teve uma noite que cheguei no meu apartamento e me senti muito mal, sozinha e deprimida, eu realmente quis ligar para ele, mas quando entrei no twitter vi algumas fotos dele com outra garota, mudei de ideia e coloquei na minha cabeça que tentaria não pensar mais nada sobre isso. E eu realmente não quero mais falar nesse assunto! A sopa já está quase pronta, se quiserem ir acordar os meninos, talvez eles queiram tomar banho antes do jantar.
A última coisa que precisava era ficar pensando no fracasso do seu namoro com Luke, ou no ciúme mortal quando ela viu as fotos daquele dia; Luke com a mão envolta da cintura de uma garota desconhecida, olhando para ela e sorrindo como ele costuma sorrir para . Naquele dia, sentiu de verdade o que era a dor de um coração partido.


– Sabe, você podia dormir na cama. – comentou observando Ashton. Após sair do banheiro com uma calça de moletom cinza e camiseta branca, ele caminhou até as malas sobre a poltrona e tirou o desodorante, era um gesto simples e talvez bobo, mas não conseguia tirar os olhos dele. – Quer dizer, é bobagem e quase desumano eu deixar você dormir nesse colchão no chão enquanto fico com essa cama grande e espaçosa.
Ashton olhou para a garota surpreso tentando não deixar a alegria tão evidente ao ouvir as palavras dela. Ele se ofereceu para dormir no chão no momento que chegaram e viram a cama de casal, eles discutiram de maneira infantil sobre quem tinha direito de ficar com a cama e acabaram por decidir que deveria ficar com ela. O colchão no chão não era desconfortável, mas uma cama macia era mais agradável.
– Gostou do jantar? – Ashton perguntou aleatoriamente.
– Sim, cozinha muito bem. Fiquei um bom tempo na cozinha conversando com as meninas, acho que elas não me odeiam, e a deve gostar pelo menos um pouquinho de mim. – se virou observando Ashton que deitou na cama encarando o teto, mas logo depois se virou também para olhar a garota. – Elas não odeiam você, talvez a , mas daqui a pouco passa. Ela só está um pouco insegura por causa do Michael.
– É, eu sei. Só para constar Michael e eu só transamos uma vez, estávamos muito bêbados e nos conhecíamos só tinha algumas semanas, mas depois que passamos a noite juntos, percebemos que não daria certo. Acabei perdendo contato com ele logo depois. – disse dando de ombros. Ashton queria dizer que não ficou incomodado ao ouvir aquela confissão. Todos pressionaram Michael mais cedo para contar de onde conhecia , mas o garoto insistiu que não queria falar sobre o assunto, pois era coisa do passado e agora estava com Ashton, não tinha sentido querer desenterrar a breve história dos dois. Mas agora ouvindo isso da garota, ele se sentiu bem por ela ser sincera com ele, mas sentiu uma raiva de Michael por ele nunca ter mencionado isso, mesmo que não tivesse motivos, já que eles nem mesmo chegaram a namorar e se não fosse por essa loucura que Ashton inventou, dificilmente os amigos saberiam da existência de .
– Tudo bem? Não vai ficar um clima estranho entre nós, certo? Quer dizer, isso já tem anos, foi meses antes dele conhecer .
– Claro. Isso não tem importância. – Ashton tentou esboçar o sorriso mais convincente que conseguiu.
– A última coisa que quero é que fique um clima constrangedor entre nós e você me trate diferente por isso. Eu pensei em contar sobre isso antes, mas não pensei que tivesse importância, então só mencionei que o conhecia.
– Está tudo bem, só gostaria de saber antes, mas tudo bem. É estranho que eu me sinta mais incomodado do que deveria? – Ashton arregalou um pouco os olhos quando percebeu o que havia acabado de dizer.
– Eu acho que não, quer dizer, nós não temos nada, mas… – se aproximou de Ashton e colocou a mão esquerda sobre o peitoral dele debaixo das cobertas, apenas um toque da garota foi o suficiente para Ashton sentir um arrepio percorrer sua espinha. – Não quer dizer que não podemos tentar, afinal você está solteiro e não acredito que vai voltar para aquela vadia que você chamava de namorada, e acredito que se você tivesse outra pessoa eu não estaria aqui.
– É realmente frustrante que precisamos vir para o Colorado para alguma coisa acontecer. Você tem certeza? – sorriu para ele maliciosamente.
– Eu não tenho culpa se você é lento, Irwin!
Ashton se aproximou e beijou .
e Ashton queriam a mesma coisa quando imaginaram se esse beijo um dia aconteceria, eles queriam que fosse romântico e lento, de modo que seus sentimentos ficassem explícitos. Mas o que aconteceu era totalmente o contrário. conseguiu sentir o gosto da pasta dental, junto ao seu gosto ainda do vinho no jantar, ela não conseguia pensar muito bem, só sentia as mãos enormes de Ashton em sua cintura e logo depois estava erguendo as pernas e abraçando as costas de Ashton com as coxas, quando sentiu o aperto firme que ele tinha sobre suas nádegas.
Ashton passou a beijar o pescoço da garota, sorrindo contra a pele dela, quando ouviu o gemido de . A garota tinha ciência que os amigos de Ashton poderiam ouvir, mas ela não se importou. Era difícil controlar quando tinha Ashton beijando e lambendo seu pescoço, o que certamente deixaria marcas no dia seguinte. Ela percorreu as mãos pelas costas de Ashton e puxou sua camiseta para cima, ele rapidamente se livrou do tecido e sorriu satisfeito quando viu fazendo o mesmo com sua blusa de pijama que ele não havia notado o quão provocante eram as rendas, ele olhou para baixo vendo o pequeno pedaço de tecido que sequer poderia chamar de shorts.
– Já te disse que você é muito gostosa? – Ashton perguntou sussurrando no ouvido da garota.
– Uma vez, mas não conta porque você estava bêbado demais. A cerveja, lembra? – respondeu fazendo Ashton sorrir lembrando do dia que se conheceram em um pub, quando ele acidentalmente esbarrou na garota e derramou toda a cerveja no vestido dela. Ashton se lembrava perfeitamente do tom de vermelho que atingiu o rosto da garota quando ele murmurou um pedido de desculpas e logo depois disse que a garota era gostosa, eles começaram uma discussão no meio do pub, que chamou a atenção de todos.
Ashton voltou a beijar a garota, sentindo seu gosto na língua, enquanto suas mãos puxavam o short do pijama junto com a calcinha para longe do corpo dela. soltou um gemido sôfrego quando os lábios de Ashton desceram até seus seios, rodeando a língua em volta do seu mamilo direito.
Ashton acariciava as pernas de , sentindo a maciez em sua mão, a dedilhando como um violão, fazendo a garota ofegar quando ele olhou fixamente nos olhos dela.
– Eu aprecio muito sua língua em cada canto do meu corpo, mas realmente não estou afim de preliminares agora. – disse esperando que Ashton entendesse o recado, ele olhou para a garota como se quisesse confirmar se ela tinha certeza daquelas palavras. Empurrando Ashton para o lado, subiu no colo dele e tratou logo de puxar a calça de moletom de Ashton. Ela arqueou as sobrancelhas quando notou que Ashton não usava nada abaixo da calça.
– Você já estava preparado para isso?
– Sexto sentido, talvez. – Ele murmurou brincando. Ashton mordeu o lábio inferior de prazer quando bombeou seu membro ereto, espalhando o pré gozo por todo seu comprimento.
– Cadê a camisinha? – perguntou quase aflita, pensando na possibilidade de ter que se aliviar de outro jeito se Ashton não tivesse proteção.
– Na gaveta. – Ashton murmurou entre a respiração pesada, incapaz de pensar em outra coisa que não fosse o masturbando com maestria.
cessou os movimentos, debruçando-se sobre Ashton para abrir a gaveta do pequeno criado-mudo, sorrindo satisfeita ao ver as diversas embalagens de preservativos. A garota soltou um gemido alto quando sentiu Ashton abocanhar seu seio esquerdo direito, mordiscando o mamilo e levando a sensação de prazer diretamente para o meio de suas pernas.
Sentada sobre as coxas dele, rasgou a embalagem com os dentes e logo após desenrolou o preservativo pelo membro de Ashton. Fechando os olhos ela gemeu manhosa sentindo Ashton esfregar a glande contra seu clitóris.
– Ashton, por favor…Preciso de você dentro de mim. – Ela implorou olhando para ele.
Naquele momento, Ashton poderia considerar aquela visão como o mais próximo que havia chegado do paraíso, com sentada sobre ele, o cabelo completamente desalinhado, os seios rígidos e as bochechas rosadas pelo prazer que ela sentiu no momento que Ashton a penetrou. A garota jogou a cabeça para trás e mordeu o lábio inferior para impedir o grito que ameaçava sair.
– Caralho, você é tão apertada e quente. – Ele sussurrou segurando ambas as coxas de , ajudando a garota a mexer sobre ele. apoiou as mãos sobre o peitoral de Ashton, começando a cavalgar mais rápido em busca do orgasmo que se aproximava.
– Ashton, mais rápido… – Ela pediu, fazendo Ashton empurrar o quadril para cima a estocando com força, deitou sobre o peitoral de Ashton e desceu os lábios para seu pescoço, abafando o gemido alto que esboçou quando ele desferiu um tapa em sua nádega direita. – Ash, eu vou gozar…
– Goza para mim. – Ele sussurrou, e com mais algumas estocadas chegou aos seu ápice, gemendo descontroladamente com Ashton a penetrando em busca de seu próprio orgasmo, Ashton arfou gozando logo após.
Com as respirações pesadas, não saiu de cima de Ashton, incapaz de se mexer, então apenas ficou deitada sobre ele, sentindo sua pele levemente suada contra a dele, e se aproveitando da sensação pós-orgasmo.
– Por que demoramos tanto para fazer isso? – Ashton questionou com os olhos fechados enquanto acariciava as costas e nádegas da garota.
– Você estava desperdiçando seu tempo com aquela garota, e você também é um pouco lento com certas coisas. – respondeu erguendo seu corpo e ajeitando o cabelo enquanto encarava.
– Por que você tem que sempre estar certa?
– Porque eu sou inteligente. – Ela deu de ombros, se abaixando apenas para deixar um breve selinho em Ashton antes de se levantar e seguir para o banheiro. – Você vêm ou vai ficar aí me olhando feito idiota?


estava se sentindo bem. Pela primeira vez desde que os enjoos da gravidez começaram, parecia agora que eles dariam uma trégua. Já passava das 22:00. Ninguém na casa fez algo grandioso após chegarem do almoço, a chuva continuava amena do lado de fora, todos assistiram filmes na sala e quando a fome apertou, foi para a cozinha com as meninas para preparar o jantar. Tudo correu bem e o drama da manhã parecia ter sido esquecido quando viu e conversando.
Após algumas partidas de banco imobiliário, na qual Calum conseguiu roubar o próprio banco, resolveu ir tomar banho e cair na cama, as pessoas não mentiam quando diziam que grávidas sentem muito sono.
– Parece que a e a agora são amigas. – Calum disse para a namorada após sair do banheiro, vestindo apenas uma bermuda e com a toalha de mão secando os fios descoloridos.
– Isso é ótimo, não estava afim de passar o dia dos namorados tirando da cadeia por acusação de agressão e perturbação da paz. – resmungou sem abrir os olhos. De repente, franziu o cenho ao ouvir o que pareciam ser gemidos, estava muito baixo, mas ela reconheceu de longe, ela também não tinha culpa se as paredes eram tão finas. – Está ouvindo isso? – Perguntou para Calum que acabara de deitar na cama. Ele sorriu maliciosamente ao ouvir gemidos e suspiros.
– Acredito que esses gemidos sejam da . Caralho, eles devem estar se divertindo. – Calum olhou para que parecia surpresa, agora com o celular em mãos navegando pelo Instagram, ela precisaria de fones se quisesse dormir – Sabe, nós podíamos seguir o exemplo deles, amor… – Calum abraçou , entrelaçando uma de suas pernas entre as da namorada, enquanto deixava alguns selinhos no pescoço e mordiscava a orelha, Calum sabia bem quais era os pontos fracos dela.
– Calum, não… – recusou, a sua cabeça estava doendo e mesmo que os gemidos do outro lado estivessem a excitando um pouco – mais do que deveriam – ela não tinha certeza se queria fazer sexo agora, estava sentindo novamente uma pontada de enjoo dando sinal de vida. Estava tudo bem demais para ser verdade, ela pensou.
Mas Calum não desistiu, ele subiu sobre a garota, sustentando seu próprio peso enquanto distribuía beijos pelo pescoço e o vão entre os seios, fazendo suspirar de prazer. Calum abaixou lentamente o short de malha que a garota usava, lambendo a pele do ventre da garota até chegar a virilha, onde ele abriu as pernas, dando abertura para ele se aproximar e dar prazer como ela merecia.
– Eu te odeio. – praguejou enquanto ele tirava sua calcinha. Calum passou a língua pelos lábios e olhou a namorada fixamente antes de lamber lentamente a pequena fenda da garota, arqueou as costas de prazer quando Calum circulou seu clitóris com a língua, Calum percorreu a ponta dos dedos pela barriga da garota, provocando arrepios em devido seus dedos gelados.
Calum adorava dar prazer a , era ótimo receber, mas vê-la se contorcer na cama apertando os lençóis, enquanto Calum se deliciava chupando seu núcleo era definitivamente melhor. soltou um gemido alto quando Calum penetrou dois dedos dentro da garota, fazendo o movimento de vai e vem que ela sabia que deixava louca.
Subindo seus beijos pela barriga até chegar a boca da garota e beijá-la, fazendo-a sentir o próprio gosto, Calum continuou a penetração, ouvindo com prazer os gemidos de aumentarem e sua intimidade apertar os dedos de Calum quando seu orgasmo se aproximava.
– Ah, Calum… – Ela gemeu quando sentiu a sensação familiar em seu ventre apertando e indo diretamente para seu núcleo. Abrindo os olhos e olhando para Calum, ela empurrou a mão dele para longe e subiu no colo dele, puxando a bermuda para baixo com a ajuda dele, Calum sorriu para ela maliciosamente, e tombou a cabeça para trás quando sentou de uma vez em seu membro.
– Porra! – Ele praguejou, apertando as coxas de e ajudando a garota a subir e descer em seu membro – Caralho, amor… Já te disse que você é muito gostosa?
– E eu já te disse que você fala demais? – Ela retrucou se abaixando para beijá-lo e talvez o deixar calado por alguns minutos.
não tinha percebido o tanto que sentia falta do sexo, ela olhou para baixo observando com prazer o membro de Calum saindo e entrando dentro dela, talvez pelo enorme tesão que estava sentindo no momento, Calum não percebeu a ausência da camisinha, mas o que isso importava agora, certo?
– Porra, Hood! – xingou acelerando seus movimentos. Sem nenhum aviso, Calum virou , a deitando na cama e subindo sobre a garota, a penetrando e voltando as estocadas profundas em busca do orgasmo. levou uma das mãos até o clitóris, dando mais prazer para si, enquanto sentia o familiar aperto em seu baixo ventre se aproximando.
– Calum, eu vou gozar… – Ela suspirou. Em resposta, Calum beijou os lábios da garota, sentindo ela apertando seu membro enquanto gozava. Calum saiu de e bombeou seu membro, gozando em seguida sobre a barriga da garota.
– Essa foi quase. – Ele disse sorrindo um pouco, enquanto rolava para o lado saindo de cima de , a garota olhou para ele esperando uma explicação – Você é tão gostosa, que me fez esquecer da camisinha.
– E? – Calum franziu o cenho para ela, o que não estava entendendo?
– E aí que eu poderia colocar um mini Hood aí. – Ele apontou para a barriga dela.
– E isso seria um problema? – Ela tentou não deixar tão transparente em sua voz a apreensão em ouvir a resposta.
– Está falando sério, ? Ficou maluca?! – Calum se estremeceu apenas em pensar na possibilidade, fazendo uma nota mental de não esquecer da proteção na próxima vez.
Sentindo-se enjoada levantou da cama e seguiu para o banheiro. Ela não precisava de mais nada para saber: Calum não queria um bebê agora, e ela nem sabia se um dia ele mudaria de ideia.


se estremeceu ao sair do banheiro principal e sentir uma leve corrente de ar, mesmo com o aquecedor ligado, Aspen conseguia ser congelante durante a noite. Caminhando pelo corredor até chegar a sala que agora ela chamava de aposentos, se sentou no sofá e puxou as cobertas já preparadas antes que ela fosse para o banho, no momento que se esticou para apagar a luz do abajur, ela avistou um embrulho sobre sua mala. A garota franziu o cenho, não lembrava de ter deixado algo ali, empurrando as cobertas para o lado, ela caminhou até o embrulho e o pegou.
Retirando o papel fino que cobria o tecido, ela arregalou os olhos ao ver o sobretudo que ela havia experimentado na loja e não conseguiu comprar. Olhando para os lados como se estivesse sendo observada, olhou cada um dos bolsos a procura de um recibo ou bilhete, mas não havia nada.
Imediatamente, se lembrou de Luke. Ele era o único que a viu com o sobretudo, o único que ela comentou, então… Mas por que ele compraria isso para ela?
Indecisa se deveria ou não, vestiu o sobretudo apenas para confirmar que era mesmo seu tamanho.
– Isso é loucura! – murmurou tirando o sobretudo rapidamente, foi quando um pedaço de papel caiu, a garota pegou e viu uma pequena frase.

“Tons claros sempre ficam lindos em você”

– Francamente, qual é a sua, Hemmings?!
Isso só serviu para deixar mais confusa, afinal o que Luke Hemmings pretendia com esse presente? Seria uma tipo de reconciliação? Pedido de desculpas? Uma troca para devolver seu último moletom que estava com ela?
pensou em inúmeras hipóteses, mas não conseguiu chegar em nenhuma conclusão. Luke não sabia que ficaria em Los Angeles, ela pediu para cada um dos amigos não falarem nada para ele, mas sabia que Michael poderia deixar escapar algo. Mas pensar que Luke só iria reatar se ela permanecesse na cidade a deixou um pouco magoada, afinal, um amor forte e sincero seria capaz de passar por qualquer coisa, inclusive a distância que os separava. E apesar de seis meses terem passado, ela ainda não se sentia segura em entregar seu coração outra vez, sabendo que ele poderia terminar no momento que ela saísse de Los Angeles novamente.
Suspirando, deitou no sofá e puxou as cobertas pesadas sobre si, o cansaço que estava sentindo antes de ir tomar banho parecia ter se dissipado no momento que viu o sobretudo. A garota esticou o braço e ligou a TV, passando todos os canais até parar em um programa de culinária. ouviu alguns passos, especificamente patas e sorriu, em poucos segundos Duke apareceu a sua frente, retirou as mãos do conforto dos cobertores para fazer carinho no pelo macio. E para surpresa de , ele impulsionou e subiu no sofá.
– Duke! – Ela soltou uma gargalhada quando o cachorro lambeu seu nariz – Tudo bem, só vou deixar você ficar aqui porque imagino o que seus pais estão fazendo e sinceramente me dá vontade de vomitar também.
Duke deitou e o cobriu com uma das cobertas. A garota franziu o cenho quando sentiu o cobertor próximo ao seu pé escorregar para o chão, levantou a cabeça para ver Petunia tentando subir no sofá.
– Petunia? Vocês dois estão de complô? O sofá já não é muito grande para mim, mas podemos dar um jeito. – Petunia conseguiu subir e como era de costume deitou aos pés de que a cobriu também.
Apesar do sofá não ser melhor que uma cama grande e espaçosa, sentiu naquele momento que era o lugar perfeito.


Capítulo 3

Aspen, 23 de Dezembro de 2020

– Nós podíamos ir a Buttermilk, se o tempo colaborar hoje. – ouviu falar no momento que entrou na cozinha com Duke em seu encalço. – Teve companhia para dormir, amiga?
– Sim, acho que Duke cansou de ficar com os donos, assim como a Petúnia. – A garota deu de ombros. – O que tem para o café da manhã?
– Waffles, especialidade da . Eu fiz bacon e ovos mexidos. Tem torrada e todas essas coisas que estão na mesa, se eu for dizer tudo fico aqui até a tarde. – Michael respondeu com a atenção no celular em um jogo.
– Dormiu bem no sofá?
– Bom, … Não é tão confortável como uma cama, mas dá pro gasto. Só preciso de um Tylenol para a dor nas costas não ir para frente. – brincou pegando um prato para se servir. – E vocês? Dormiram bem?
– Tirando os gemidos no meio da noite, sim. – Michael esboçou uma careta de nojo – Acho que essa casa precisa de reformas e paredes mais grossas, de preferência à prova de som.
– Minhas suspeitas estavam certas então, amiguinho. – falou para Duke que sentou no chão a olhando esperando por comida, jogou uma pequena tira de bacon para o cachorro. – Não conta para o seu pai.
– Acho que a ração dele está em algum lugar por aqui. – se levantou para procurar.
– Bom dia, pessoal! – sentiu um frio percorrer sua espinha com a presença de Luke. Ele nem mesmo olhou para quando se sentou na cadeira de frente para a garota, Petunia entrou na cozinha correndo com Southy e Moose atrás dela, começando uma verdadeira bagunça quando Duke se juntou.
Obviamente, todos pararam o que estavam fazendo para filmar a brincadeira dos cachorros. Minutos depois, Calum entrou na cozinha acompanhado de que não parecia muito bem, pelo menos reparou na expressão bastante cansada da amiga.
– Onde Duke dormiu? Alguém viu? – Calum perguntou se servindo café.
– Acho que ele não aguentou os gemidos de vocês e foi dormir com . – praticamente cuspiu o suco quando ouviu as palavras de Michael, a garota sentiu suas bochechas corarem de vergonha. Foi tão rápido que ela não imaginou que desse para ouvir alguma coisa, ainda mais com os gemidos de e Ashton do outro lado.
– Se vai me implicar, por favor, façam o mesmo com o Ash e a , porque o maior barulho era deles. – Calum respondeu na defensiva.
– Graças a um artefato incrível chamado ‘fone de ouvido’, eu dormi feito um bebê. – Luke falou.
Por alguns minutos a cozinha ficou em silêncio de conversas, apenas o tilintar dos talheres e os cachorros comendo ração ou brincando quebraram o silêncio. encarou Luke confusa, ela não estava entendendo o que estava acontecendo. Primeiro, ele dava uma casaco de presente e agora nem mesmo olhava para ela?
– Dá pra parar com isso? – Luke olhou para pela primeira vez naquela manhã, ele franziu o cenho com o grito repentino dela. Ele desviou o olhar por alguns segundos para Michael e Calum a procura de ajuda, mas todos pareciam perdidos.
– Parar de… comer? – Luke perguntou o óbvio.
– Amiga, você está bem? – perguntou colocando a mão sobre o ombro de e olhando para a garota como se ela fosse louca.
– Não me olha desse jeito, ! Eu não estou louca. Quer dizer, eu não entendo qual é a sua, Hemmings! Não sei o que pretendia quando deixou aquele casaco para mim com o recado fofo, mas você poderia ser um pouco menos confuso, já que agora não está nem mesmo olhando na minha cara! Francamente, eu juro que não te entendo!
– Já está bêbada antes das 09:00 da manhã, ? O que deu em você? – Calum foi o primeiro a abrir a boca, deu um tapa sobre a nuca do namorado como aviso.
– Do que você está falando? – Luke finalmente perguntou.
– Não se faça de desentendido, isso não combina com você, Hemmings! – retrucou com raiva.
, eu realmente não faço a mínima ideia do que você está falando!
O rosto da garota estava completamente vermelho de raiva, e Luke nunca se sentiu tão confuso quanto naquele momento, mesmo após correr até a sala e voltar com o sobretudo que estava olhando ontem e jogar na cara dele.
– Você foi o único que me viu ontem com essa merda! Nós conversamos sobre isso e do nada quando fui dormir, isso estava perto das minhas coisas. E agora você está dizendo que não tem nada a ver com isso?
– Escuta, … Dá para baixar o tom de voz? Não tem ninguém surdo aqui!
– Eu perdi um pouco da minha audição com os gemidos a noite. – Michael comentou sem tirar os olhos do celular. Calum cuspiu o café enquanto explodia em uma crise de risos.
– Eu esqueci o tanto que vocês dois são inconvenientes. – revirou os olhos.
, eu admito que conversamos ontem sobre esse casaco e achei que ficou bom em você, mas eu nunca voltei lá para comprar isso. Não tem nenhum sentido comprar um presente para você, não temos mais nada um com o outro, por que eu gastaria dinheiro com você?!
engoliu em seco e tentou não deixar transparecer o tanto que a resposta de Luke a incomodou e a deixou magoada de certa forma. Qual a dificuldade de admitir a verdade?
– Eu vou ir até a loja e descobrir quem comprou isso, e se for um de vocês eu juro que acabo com cada um! – pegou o casaco e saiu da cozinha pisando firme.
– Que merda foi essa? Foi um de vocês que fez isso? – Luke alternou o olhar entre e .
– Eu não sou louca de mexer com a , chamar ela pra cá sem avisar que você viria já foi arriscado demais. – respondeu.
– Eu sou louca, mas não a esse ponto. – completou. – Por que você não contou a verdade?
– Porque eu não comprei isso para ela! – Luke respondeu sem paciência. – Não foi vocês, né? – O garoto olhou para os amigos.
– Para começo de conversa, eu nem sabia que vocês conversaram ontem. E pelo que me lembro bem, quando passei por , foi muito rápido porque estava procurando a .
– Michael e eu ficamos juntos o tempo todo depois disso. – Disse confirmando a história de Michael.
– Eu jamais compraria um casaco tão caro para a , me mataria se eu fizesse isso! – Calum levantou os braços em rendição quando notou a atenção de todos sobre ele. – Deviam perguntar para Ashton e , ela chegou em casa cheia de sacolas ontem.


amava cozinhar, principalmente se fosse para os amigos, e era uma boa forma de se distrair e não ficar pensando em Luke ou no casaco misterioso. Por mais que tentasse – e ela estava tentando muito – não conseguia evitar de pensar nele. Petúnia havia dormido com no sofá na noite passada, e dormir com a bulldog roncando em seus pés era nostálgico demais para conseguir ignorar todos os sentimentos.
– Gente, o almoço está pronto! – A garota falou alto o suficiente para todos na sala escutarem. – Ashton, não deita na minha cama!
– Ah, esqueci que esse sofá agora são seus aposentos. – Ele retrucou da sala alto o suficiente para ouvir.
– Não está com dores de dormir nesse sofá? – perguntou entrando na cozinha, ela pegou os pratos das mãos de para ajudá-la a arrumar a mesa.
– Bom, não é o melhor sofá do mundo, mas é melhor que ficar no quarto com o meu ex.
– Se quiser pode dormir no colchonete do nosso quarto. – olhou para a garota organizando a mesa.
– Ah, obrigada, mas não me sentiria à vontade dormindo no quarto de vocês. A não ser que isso seja um convite implícito para um ménage. – brincou.
pareceu se dar conta do que tinha proposto, se fosse esperta o suficiente acabaria descobrindo que ela e Ashton não estavam namorando de verdade. Apesar de sentir que muita coisa tinha mudado do dia anterior para agora. tratou logo de sentar ao lado de Ashton agarrando sua mão, já tinha se tornado um gesto tão normal que Ashton se acostumou, na verdade ele gostava de segurar a mão da garota.
– Alguém viu a e o Michael? – perguntou notando a ausência dos dois. Ela também reparou em , que parou na entrada da cozinha e tampou a boca antes de dar meia volta e sair correndo. olhou em volta, mas ninguém havia notado, nem mesmo Calum que começou uma conversa com Ashton e .
pediu licença e saiu da cozinha, subindo as escadas correndo e parou na porta do banheiro do corredor quando ouviu alguns ruídos de dentro do cômodo. A garota pensou em girar a maçaneta, mas resolveu apenas esperar do lado de fora.
saiu do banheiro pálida e trêmula, esses enjoos devido a gravidez estavam acabando com ela, já nem sabia qual a nova desculpa a inventar. Ela engoliu em seco ao avistar encostada contra a parede de braços cruzados a encarando fixamente.
– Você está grávida! – encarou a amiga assustada, como ela sabia?
– O quê? Como você sabe? – agarrou o braço de e a puxou para dentro do quarto mais próximo.
– Bom, não foi muito difícil ligar os pontos, você passando mal, aquela conversa estranha que a criança se parecia com Calum, quando não tinha porra nenhuma igual… A pergunta deveria ser “Por que o seu namorado ainda não está sabendo disso”? Por que não contou?
– Eu estou com medo, o assunto ‘filhos’ parece ser algo proibido para Calum, e eu não sei como ele vai reagir quando eu contar. – Ela encolheu os ombros.
– O Calum te ama, e ele seria um idiota por recusar o bebê, tenho certeza que ele vai amar essa surpresinha de Natal. Além disso, você não tem muito o que inventar. Vamos combinar que a história de intoxicação alimentar já está um pouco batida. – suspirou olhando o quarto, fez o mesmo e franziu o cenho. – De quem é esse quarto?
– Do Ashton e da .
– Por que um deles ia dormir no chão? – questionou olhando o colchão reserva no chão, com o cobertor e travesseiros sobre ele. – É uma cama de casal, dá para os dois tranquilamente. Por isso ela me ofereceu o colchonete, eu achei estranho, mas isso…
– Acho que isso não é da nossa conta, é coisa deles. – interrompeu a puxando para fora do quarto e fechou a porta atrás de si.
– Você precisa contar para o Calum, . Não pode ficar escondendo isso para sempre, daqui a pouco você vai engordar feito um balão e vai dizer o quê? Que está apenas comendo demais?
– Poxa, obrigada. Agora você me deixou ainda mais confiante! – bufou.
– Só estou sendo realista. – deu de ombros. – Vamos, eu fiz suco de laranja, talvez te ajude com esse enjoo. Aproveite e já vai pensando em como contar a novidade para o Calum.


– Como assim você vai pegar estrada? Ashton, ficou louco? Olha o tempo, você não vai conseguir voltar! – e se entreolharam ao ouvir a voz de , as garotas desceram as escadas e encontraram e Ashton parados no meio da sala.
– Algum problema? – perguntou.
– Só o Irwin querendo pegar estrada para resolver um assunto pendente em Los Angeles. – respondeu irritada.
– Esse "assunto" não pode esperar até voltarmos para Los Angeles? – tentou interceder.
– Infelizmente, não. – Foi tudo que Ashton respondeu. Ele estava se sentindo mal por não poder entrar em detalhes, mas era uma surpresa. E se ninguém soubesse seria melhor.
– Bom, você pelo menos vai voltar antes de amanhã a noite? – perguntou.
– Sim, quer dizer, eu espero que sim. – As meninas se entreolharam, não tinha muito o que fazer, Ashton já estava arrumado e não mudaria de ideia.
– Por que eu não posso ir junto? – insistiu.
, já disse que não! Por favor, confia em mim, eu volto antes que você perceba.
– É bom mesmo, do contrário eu juro que mato você! – deu meia volta e seguiu para a cozinha sem se despedir corretamente. Ashton esboçou um sorriso para as meninas após pegar sua mochila no sofá e saiu da casa.
– Sinceramente, esses dias estão muito confusos. Ninguém aqui é normal. Você está grávida e não consegue nem contar para o seu namorado, o outro casal está passando por crise porque a doida acha que ele vai trair como o pai dela fez, Ashton aparece com essa garota do nada e diz que está namorando, quando ninguém sabia nada sobre ela, o que deixa a gente em dúvida se isso tudo é mesmo real, e tem Luke e eu, mas nós só somos mal resolvidos mesmo. – refletiu, ela olhou para que começou a rir das palavras da amiga antes de seguirem para a cozinha.


– Acho que ouvi a gritar que o almoço estava pronto há meia hora. – Michael murmurou, mas não fez menção de levantar da banheira de hidromassagem.
– Não vou mentir, eu estou morrendo de fome, mas não quero sair daqui nunca.
e Michael estavam dentro da banheira de hidromassagem há mais de 2 horas, ficaram ali abraçados conversando e vendo a neve cair do lado de fora estava sendo, de certa forma, quase terapêutico. A garota estava sentada entre as pernas de Michael, com as costas em seu peitoral, de olhos fechados ela apenas apreciava os dedos de Michael fazendo movimentos circulares em sua barriga e coxas.
– Nem me lembro quando foi a última vez que ficamos tanto tempo juntos abraçados e sem brigar. – abriu os olhos ao ouvir as palavras de Michael, ela se virou na banheira, esparramando um pouco de água no chão durante o processo e se sentou no colo dele. – Hum… As coisas estão melhorando. – Michael agarrou a cintura da namorada e distribuiu beijos por todo pescoço desde o vão entre seus seios.
– Eu sei que estou sendo uma idiota nos últimos meses, desculpa. – Ela disse, Michael parou para encará-la. – Eu estou sendo a namorada ciumenta e insegura, e depois quando vi a , eu…
– Amor, eu já disse que não tem nada acontecendo entre a gente.
– Eu sei, Michael… Mas ela é… Linda, e por mais que eu deteste admitir é simpática e engraçada, e muito talentosa e eu…
– Você é a mulher que eu amo, não a . A gente ficou, mas isso foi no passado, antes de conhecer você. Eu te amo. – sorriu e abraçou Michael forte, acariciando os fios molhados de seu cabelo.
– Eu também te amo. – segurou o rosto de Michael entre suas mãos, e juntou seus lábios em um beijo apaixonado, com um pouco de desespero e cheio de desejo. A garota gemeu ao rebolar no colo de Michael, sentindo sua ereção através do tecido. – Que tal sairmos daqui?
– Pensei que um dos seus fetiches fosse transar em uma banheira. – comentou sorrindo, enquanto se levantava.
– Pode ser, mas não estou afim agora. – Michael respondeu, e por um breve momento até pensou que Michael a estava rejeitando, e não queria sexo. O que seria estranho, já que ele parecia tão animado quanto ela.
deslizou a porta de vidro e entrou no quarto quente, soltando um grito de surpresa quando Michael a agarrou por trás. Michael beijava o pescoço da garota, e apertava seus seios com prazer, e quando empurrou em direção a cama, ela entendeu o que ele queria.
Mordendo os lábios e gemendo por antecipação, subiu na cama e arqueou as costas ao sentir as mãos de Michael percorrendo suas costas e indo diretamente para suas nádegas, de quatro, a garota sorriu maliciosamente quando ele desfez o laço na lateral do biquíni.
– Você fica linda assim. – gemeu manhosa quando sentiu a mão de Michael no interior de suas coxas, até finalmente chegar onde ela queria.
– Anda logo, Michael! – pediu.
Michael tinha razão quando disse que não se lembrava da última vez que eles ficaram por tanto tempo juntos sem brigar, nas últimas semanas qualquer conversa dos dois acaba voltando para o drama dos pais da garota, o que sempre ocasionava pequenas discussões. percebeu naquele momento o quanto sentia falta desses momentos. Caramba, até mesmo o sexo ela tinha esquecido de como era bom!
Michael abaixou a boxer que usava, e esfregou a glande do pênis completamente duro no clitóris da garota, abrindo um sorriso malicioso quando ela soltou um gemido de prazer.
– Por favor… – Ela implorou rebolando contra o membro de Michael em busca de alívio.
– Caralho! – Michael praguejou quando penetrou a garota, sentindo sua intimidade contrair ao sentir todo seu comprimento.
Ele agarrou a cintura dela, enquanto empurrava o corpo contra seu membro em busca de alívio. Michael desferiu um tapa em sua coxa, fazendo a garota gemer um pouco alto.
Tinha um sério risco de alguém escutar, ou até mesmo abrir a porta do quarto que não estava trancada, mas isso só aumentava o tesão que Michael e sentiam naquele momento.
A garota empinou ainda mais a bunda, apoiando o rosto contra os travesseiros, Michael segurou sua cintura e passou a penetrar com mais força.
– Não para, assim… Michael, eu vou… – gritou de prazer quando sentiu o membro tocando exatamente em seu ponto máximo de prazer.
– Goza pra mim, amor. – Ele se abaixou um pouco e puxou a garota pelos cabelos, ele a puxou para si, deixando beijos em seu pescoço enquanto sentia seu membro pulsando, liberando seu prazer dentro dela.
– Por que ficamos tanto tempo sem fazer isso? – Ela sussurrou, deixando seu corpo cair na cama, Michael subiu no colchão, deitando ao lado dela.
– Porque estávamos brigando demais para lembrar o quanto o sexo é bom.
– Acho que entendi agora porque as pessoas dizem que o sexo de reconciliação é o melhor.


– Luke, você tem notícias do Ashton? Não consegui contato depois que ele saiu. – se aproximou de Luke que estava tirando o excesso de neve do próprio carro.
– Você não sabe onde está o seu próprio namorado? – Ele retrucou – Por que eu saberia?
– Oi, vocês vão querer alguma coisa? Estou indo comprar o presente da . – Michael saiu da casa balançando a chave em mãos.
– Pode me dar uma carona? Preciso comprar o meu também e Ashton não está aqui, e não sei quando ele volta.
Luke observou os dois saírem no carro, balançou a cabeça em negação, se soubesse não terminaria bem, ele pensou.
– Ah, por favor, Calum! Você sabe que eu não vou destruir seu carro! – Luke olhou para a entrada onde estava saindo com sua bolsa e totalmente arrumada, do lado estava Calum emburrado e segurando algo na mão esquerda.
– É sério, … Não vou te emprestar meu carro, não. Pede ao Luke. – Calum apontou para o amigo.
– Você nem vai sair! Vai ficar o resto do dia na cama com a .
– Acho que vou compor alguma coisa, se eu ficar na cama, vai me obrigar a ver aqueles desenhos infantis, ela está fixada com isso agora.
desistiu de pedir emprestado o carro de Calum, ele não emprestaria mesmo.
Ashton havia saído logo após o almoço e ninguém tinha notícias dele, e suspeitavam que tinha algo a ver com o presente dele para , mas resolveram deixar o assunto de lado.
– Para onde você vai? – Luke perguntou quando percebeu que não diria nada.
– Preciso ir em algumas lojas. – Ela murmurou se aproximando do carro, estava tremendo, mas não sabia se era pelo frio congelante ou pelo nervosismo.
– Posso te levar se quiser. Ou se não quiser também, tanto faz. – estranhou Luke oferecer uma carona, até pensou em recusar, mas não estava em posição de escolha.
– Preciso de uma lente nova, a minha quebrou e estou sem uma reserva. – respondeu entrando no carro, sentindo o perfume de Luke impregnado no calor do veículo fechado. A garota até tentou, mas quando percebeu estava aspirando o cheiro, e quando Luke fechou a porta o cheiro só aumentou, provocando um certo rubor nas bochechas de .
– O que foi? – Ele perguntou dando partida no carro.
– O seu perfume, ainda é o mesmo.
– Achei que já tinha notado isso quando acordou nos meus braços. – Ele falou, fazendo revirar os olhos.
– Você é um idiota, sabe disso? – puxou o cinto e respirou fundo esperando que o caminho até a cidade fosse rápido, ela não sabia se conseguiria manter a sanidade por mais tempo, por mais que odiasse Luke pela forma como o relacionamento terminou, ou pelo casaco que ele insistia em dizer que não era presente dele, ela tinha que admitir que Luke ainda mexia com ela. De formas que ela odiava, ele estava lindo, mais forte, ainda um idiota, mas gostava de quando ele era o idiota dela, somente para ela.
O caminho para o centro até as lojas foi feito em total silêncio, o que era estranho se isso tivesse acontecido há alguns meses. Luke lembrava perfeitamente de como era andar de carro com , ela sempre cantando animadamente com o rádio e as risadas tomavam conta do veículo, mas agora era tudo diferente. O silêncio era constrangedor e o fazia se sentir nervoso para chegar logo.
– Eu vou ir em algumas lojas, não devo demorar, nos encontramos aqui daqui umas duas horas, não quero voltar muito tarde para o chalé. – disse quando Luke estacionou.
– Sempre autoritária. – Luke esboçou um sorrisinho também saindo do carro, o que recebeu foi um revirar de olhos de antes dela dar as costas e sumir em meio a multidão.


franziu o cenho enquanto descia as escadas, estranhando a casa tão silenciosa. Após relaxar na banheira de hidromassagem e as ‘atividades’ com Michael, ela acabou pegando no sono. Estava se sentindo relaxada e poderia dormir mais se não fosse pela fome que ela estava sentindo pelas horas sem comer. Ela olhou para o velho relógio de parede na sala, vendo que faltava pouco para as 19:00.
– Caramba, eu apaguei. – Ela murmurou para si mesma – Cadê todo mundo? – Ela perguntou ao chegar na sala e encontrar e Calum, a TV estava ligada com o volume no mínimo em algum programa de culinária aleatório. estava em um canto do sofá dormindo e Calum na outra ponta dedilhando o violão. quase invejou aquela cumplicidade dos dois, sentia falta de mais momentos assim com Michael.
foi com o Luke fazer algumas compras. – Calum respondeu sem olhar para a garota.
– E o Michael?
– Também foi.
– Com eles? – Calum olhou para um tanto apreensivo, pensando se deveria responder aquela pergunta ou não.
– Não, ele foi com a , ele deu uma carona pra ela.
respirou fundo e forçou um sorriso, ela não ia surtar por isso. Estava tudo bem. Quer dizer, Ashton tinha voltado para Los Angeles e só retornaria no dia seguinte, mas tudo bem. Michael não faria nada errado, afinal ele a amava. Era apenas uma carona. De amigos.
– E tem muito tempo que eles foram? – Ela tentou não parecer curiosa demais, mas pelo tom de voz, Calum já percebeu que nada bom sairia daquilo.
– Acho que era umas duas da tarde.
Respirando fundo novamente, deu meia volta e subiu as escadas para o quarto, revirando o edredom, ela achou o próprio celular no meio dos travesseiros. Engolindo em seco ela selecionou o contato de Michael e aguardou impaciente até ele atender.
– Oi, amor. – Michael atendeu rindo e de fundo conseguiu identificar a risada de . Eles pareciam estar se divertindo, e isso irritou profundamente.
– Você já está voltando? – sentou na beirada da cama e passou a mão livre pelo cabelo.
– Acho que sim. Espera… – não conseguiu identificar o que era dito no fundo, mas em meio ao barulho, as risadas de Michael e de eram nítidas – Preciso desligar, a gente se fala depois. – Antes que pudesse falar algo, só ouviu a voz de Michael ‘ei, espera, sua doida!’ de uma forma quase carinhosa, e ela não tinha dúvidas que aquilo foi para .
Olhando confusa para o celular em sua mão, não sabia muito bem o que dizer e nem como agir. O momento exigia muita calma e serenidade para não fazer nenhuma besteira.
Vai ficar tudo bem, ela repetiu para si mentalmente.
Jogando o celular na cama, foi até o banheiro e lavou o rosto, arrepiando um pouco com a água fria, olhou o próprio reflexo no espelho e por um momento não conseguiu reconhecer aquela garota, se parecia com ela, mas estava diferente do que costumava ser.
tinha bolsa abaixo dos olhos, e mesmo as boas horas que dormiu até meia hora atrás não ajudaram a amenizar isso. Estava odiando o pai pelo que fez sua mãe passar, e se sentia mais idiota por estar tão incomodada quando sua própria mãe estava prosseguindo com a vida bem.
– Preciso seguir em frente. – Murmurou para si. forçou um sorriso para o espelho, mas parecia mais uma careta, bufando ela deu as costas para o espelho e saiu do banheiro.


olhou em volta mais uma vez na esperança de encontrar Luke, mas não fazia a menor ideia de onde ele estava. Ela olhou para o celular em sua mão, quase acabando a bateria o visor marcava 20:15.
A garota tinha passado por várias lojas, comprou a lente para a câmera, um lindo vestido vinho, que não tinha certeza se usaria no dia seguinte, mas comprou mesmo assim. Já a loja que tanto precisava para saber o comprador do sobretudo estava fechada. Ela riu pela ironia, só poderia ser brincadeira.
– Ah, até que enfim! – Ela disse quando avistou Luke caminhando em sua direção, estava encostada no carro de Luke e se afastou para abrir a porta quando ele destravou o veículo.
– Com saudades? – Ele perguntou zombando.
– Sabe quanto tempo já estou te esperando? Estou congelando aqui! – Ela respondeu zangada, fechou a porta após entrar no carro e colocou as sacolas de compras no banco de trás do Mercedes.
– Podia ter ligado. – Ele olhou para antes de dar partida no carro que fez um barulho estranho antes de ligar. – O meu número continua o mesmo.
– Não podia incomodar demais, afinal, você está me dando carona, e eu não vi o Michael por aqui.
– Estranho, o vi quando cheguei, estava andando com a , mas depois eles sumiram.
– Está com a mesma sensação que eu? – perguntou.
– Que provavelmente vai ficar com raiva? Se eles ainda estiverem aqui, isso é praticamente certeza. Eu sei que Michael jamais teria coragem de fazer alguma besteira, mas ainda está muito chateada com essa história dos pais dela. Sei que o Michael não está com muita paciência ultimamente para a desconfiança que está sentindo, mas…
– É uma reação normal levando tudo que ela passou. – completou, Luke assentiu. – tinha uma visão muito linda do casamento dos pais, ela sempre quis viver uma história assim, imagino como deve ter ficado quando soube da traição do pai.
– Falando em pais… – Luke olhou para a garota quando parou em um sinal vermelho, e somente com o olhar entendeu onde ele queria chegar.
– Eu não quero falar sobre eles, Luke. Nada mudou, se é isso que quer saber.
nunca gostou muito de falar sobre a família, isso foi algo que Luke entendeu no dia em que a conheceu.
Os pais de nunca apoiaram a carreira da filha como fotógrafa, e quando ganhou uma bolsa de estudos em Los Angeles, só serviu para os pais ficarem mais zangados com ela. nunca entendeu o porquê de tanto ódio, porque sua irmã mais nova era sempre reconhecida por qualquer coisa, enquanto ela que tinha saído de seu país, construído uma linda carreira nunca recebeu nem mesmo um ‘parabéns’ como reconhecimento.
A relação já não era boa, e quando saiu do Brasil só piorou, ela só os visitou duas vezes após sair do país, as visitas sempre a deixavam triste, então ela parou de ir. Mas isso não impediu a garota de se sentir triste sempre que chegava o Natal.
tentou empurrar tais pensamentos para longe, enquanto concentrava sua atenção na paisagem escura do lado de fora.
– Petúnia dormiu no sofá com você, né? – Luke perguntou em meio ao silêncio.
– Como sabe?
– Levantei durante a noite para tomar água, eu a vi no sofá com você. Fiquei surpreso por ela ainda se lembrar.
– Do jeito que você fala parece que não os vejo há cinco anos. – sabia que essa conversa chegaria em algum momento, independente se fosse durante esses dias, ou quando encontrasse Luke novamente quando voltasse para Los Angeles. Mas ela não estava preparada para isso no momento, não dentro de um carro onde ela nem poderia fugir se algo fugisse do controle. – Não parece que tem tanto tempo para mim.
– Para mim pareceu uma eternidade.
– Até parece. – A garota bufou desviando a atenção novamente para a janela, observando a neve cair lentamente.
– Está duvidando de mim?
– Quando eu fui embora, lembro de você dirigir para o aeroporto, dizendo que estava feliz por mim… Mas no fundo não estava realmente sentindo isso, estava?
– Droga. – Luke praguejou quando o carro parou de repente, e pelo barulho estava atolado em alguma coisa. – Que ótimo!
– Ah, não… Pode ir consertar agora! Não vou ficar presa no meio do nada com você.
– Há um ano você não se importaria com isso. – Luke comentou abrindo a janela para tentar visualizar alguma coisa. – Está nevando muito, vamos ter que esperar.
– Você não respondeu minha pergunta!
– Quer que eu diga o quê? Sim, eu não queria que você fosse embora, eu não queria ter que ficar longe de você, mas percebi que também não tinha o direito de pedir que você ficasse. É a sua vida, e mesmo que eu amasse muito você, não poderia interferir nisso.
– Se me amava, por que me ligou naquela noite para terminar tudo?
Os dois ficaram em silêncio, Luke porque não queria responder essa pergunta, era doloroso demais, e se pegou lembrando de cada detalhe daquela noite, lembrava de chegar no apartamento e pegar o telefone para dar uma grande notícia ao namorado, mas antes que pudesse fazer algo Luke ligou para simplesmente terminar o namoro.
– Eu sempre dizia que nunca iria me prender a alguém, ficar longe da minha família já era ruim o suficiente para me permitir apaixonar, saber que quando fosse para alguma turnê eu teria que me despedir sem saber quando voltaria. – Luke desligou o carro e olhou para – Mas você era diferente, chamou minha atenção no momento que vi você pela primeira vez. Quando você foi embora foi como se uma parte de mim tivesse ido junto com você, era horrível e pela primeira vez entendi como você se sentia, em muitas vezes eu peguei o celular querendo que você voltasse, mas eu não poderia fazer isso, se quisesse mesmo ficar em Los Angeles você teria aceitado o trabalho que te ofereceram naquele estúdio.
– Você fala como se o fim do nosso relacionamento fosse tudo culpa minha. Eu amava você Luke, e assim que o curso e o estágio terminassem eu voltaria para Los Angeles por você. – A garota disse entre lágrimas, ela odiava chorar, ainda mais em momentos assim que deveria ser forte.
– Mas eu estraguei tudo. – Luke murmurou – Me desculpe. Eu não disse isso naquele dia, então estou dizendo agora, me desculpe por tudo.
Luke pegou a mão dela e segurou firme enquanto observava chorar baixinho, ela passou a mão livre sobre o rosto limpando as lágrimas teimosas. Luke estava triste com toda a conversa, mas também estava aliviado de finalmente colocar todos esses sentimentos para fora.
respirou fundo tentando controlar as lágrimas, olhando para baixo vendo a mão de Luke segurando as suas, ela percebia o quanto os sentimentos por Luke ainda estavam bem presentes dentro dela.
– Na noite que você ligou para terminar tudo, eu tinha acabado de chegar no apartamento, e peguei o celular para ligar para você e avisar que eu estava voltando, que o estágio terminaria em duas semanas. – disse sem conseguir olhar para Luke.
– Por que não disse nada? – Luke esperou pela resposta que não veio, ele ergueu o rosto de e a forçou a encará-lo. Os olhos de Luke estavam azuis brilhantes, exatamente do jeito que ela se lembrava.
– Você parecia muito decidido, e eu nunca quis prendê-lo. Relacionamentos não devem ser assim. Me doeu muito, mas quando perguntei se você tinha certeza sobre isso, você só confirmou. – A garota deu de ombros, os olhos de Luke ainda a encarando atentamente.
, eu amava você… Só queria fazer o que fosse melhor para nós dois. Estávamos sofrendo e isso não era bom para nós. Sinto muito por tudo isso.
Luke apoiou a testa contra a dela, naquele carro parado à beira da estrada em meio a neve, era possível ouvir as respirações descompassadas. arfou ao sentir os lábios de Luke a centímetros dos seus, ela sabia que aquilo possivelmente seria o maior erro da sua vida nos últimos meses, mas ela não queria pensar nas consequências do que estava prestes a fazer.
Então, apenas quebrou a pequena distância e o beijou.
Luke ainda tinha o mesmo gosto que se recordava. Dessa vez com um pouco de chocolate que ele tinha tomado poucos minutos antes de voltar para o carro. aprofundou o beijo levando suas mãos para os cachos do garoto, bagunçando os fios no processo. Luke a puxou para si, e sem o cinto para impedir, logo se sentou no colo de Luke.
– Luke, espera… – Luke não deu atenção, continuou distribuindo beijos pelo pescoço da garota, tirando o casaco de no processo – A gente não devia fazer isso aqui… – olhou em volta, a estrada estava deserta, exceto por alguns carros aleatórios que passava pela estrada.
– O quê? Por quê? – Ele encarou com desejo. Luke estava sentindo tanta falta dela, com saudade de seus beijos, de tocar sua pele, sentir seu cheiro, que nada importava naquele momento. – Ninguém está vendo, além disso está escuro. – Ele sorriu voltando a beijar o pescoço de – E tenho certeza que assim como eu, você não vai querer esperar até voltarmos para o chalé.
– Que se dane. – murmurou e fechou os olhos aproveitando a sensação dos lábios de Luke em sua pele.
ajudou Luke a se livrar do casaco, abrindo os botões da camisa com os dedos trêmulos, sorriu contra os lábios de Luke, estava se sentindo como uma adolescente fazendo coisas irresponsáveis escondidas dos pais.
– Ainda está com o controle em dia? – Luke sussurrou adentrando a mão pelo vestido de , sentindo como ela estava molhada. balançou a cabeça positivamente, sem condições de formular uma resposta coerente com o polegar de Luke em seu clitóris fazendo movimentos circulares.
– Luke… – Ela gemeu rebolando contra a mão do rapaz. – Por favor!
abriu o cinto com certa dificuldade, eles já tinham transado dentro de um carro antes, mas dessa vez pelo desespero ou medo em ser pegos, teve um pouco de dificuldade em abrir a calça de Luke.
Mas quando conseguiu, os dois riram, Luke a beijou novamente, mordiscando o lábio inferior da garota quando ela liberou seu membro.
Luke estava tão duro, passou a língua pelos lábios enquanto o masturbava, ele abaixou as alças de seu vestido, apalpando seus seios ainda escondidos com o sutiã, que Luke rapidamente tirou, passando a chupar mamilo esquerdo da garota, enquanto brincava com o outro usando seus dedos.
Se levantando o suficiente para Luke encaixar seu pênis em sua intimidade, se abaixou lentamente até sentir o membro de Luke completamente dentro dela.
– Porra! – Ela praguejou. – Tinha me esquecido de como você é gostoso. – Ela se abaixou para beijar o pescoço de Luke, enquanto ele impulsionava a se mexer.
Luke descia e subia em uma velocidade quase desconhecida por ela, mas era compreensível, estava sem sexo desde o último dia em que se despediu de Luke antes da viagem.
– Isso, Luke… – Ela gemeu contra seu pescoço, sentindo sua intimidade molhada apertando o membro de Luke, ela estava quase chegando ao seu ápice.
Foi quando três toques na janela fizeram os dois quase pularem de susto. parou de se mexer na hora e tentando ajeitar seu vestido ela saiu de cima do Luke, esbarrando a perna na marcha do carro com força. A garota sentou no banco do passageiro gemendo de dor.
– Merda! – Ela disse no momento que Luke abriu a janela do carro, era um policial.
– Tudo bem aqui? – Ele perguntou alternando o olhar entre Luke e .
– Sim, está tudo bem. – Luke disse. O policial olhou para que estava fazendo uma careta enquanto massageava a perna para amenizar a dor.
– Tudo bem com você, moça? – O policial parecia preocupado, e não precisou de muito para deduzir o que ele estava pensando.
– Sim, só esbarrei minha perna. Ele não me bateu. – respondeu. – Não do jeito que eu queria.
– O que disse? – O policial perguntou.
– Nada. – Luke olhou para a garota tentando segurar o riso.
– Bom, aconteceu alguma coisa para estarem parados aqui? Não pode estacionar aqui, senhor. É perigoso.
– Sim, o meu carro só deu um problema. – Luke girou a chave para ligar o carro, e dessa vez não tinha nenhum barulho estranho.
– Parece que ele consertou. – O policial sorriu. – Tenham uma boa noite!
– Claro, obrigado! O senhor também! – Luke disse antes de manobrar o carro para a estrada.
e Luke inundaram o carro com suas risadas.
– Bom, isso foi inesperado. – Ela disse tentando se recompor.
– Inesperado? Eu estou de pau duro, ! Isso é perigoso!
– Perigoso vai ser se você não chegar logo no chalé para terminarmos isso.


abriu os olhos, demorando alguns segundos para perceber onde estava e se acostumar com a escuridão da sala. apalpou a mesinha ao seu lado, acendendo o abajur, sorrindo quando viu Southy, Moose, Duke e Petúnia espalhados pelo tapete da sala, todos dormindo. Apenas Moose levantou a cabeça para olhar quando a garota se levantou.
Ela não sabia quantas horas eram, e sinceramente não se preocupou em olhar no relógio da sala, sabia que estava muito tarde. Ela se lembrava de descer para a sala após ‘falar’ com Michael, quando acordou, elas foram para a cozinha e preparam o jantar e por um tempo, enquanto fazia o que mais amava no mundo, ela se esqueceu da ausência de Michael.
Logo após o jantar com e Calum, o casal subiu para o quarto, e ficou na sala aguardando o namorado voltar.
Caminhando até a cozinha, retirou uma garrafa de água e tomou um copo, franziu o cenho quando olhou o relógio do microondas, 00:20. Já era muito tarde, por que Michael estava demorando tanto?
Guardando a garrafa de volta na geladeira, voltou para a sala, parando entre os dois cômodos quando ouviu um barulho estranho, dando meia volta e caminhando até o corredor que levava ao banheiro principal, parou estática quando ouviu um gemido, a garota cobriu a boca com as mãos e com os olhos arregalados, segurou um riso de surpresa quando percebeu o que estava rolando ali. Quando percebeu os gemidos aumentando, voltou para a sala e subiu as escadas praticamente correndo.
– Meu Deus, e Calum esqueceram que tem um quarto na casa?! – Ela sorriu para si mesma.
Ao abrir a porta do quarto, encontrou o cômodo da mesma maneira que tinha deixado, pegando o celular que estava jogado na cama, encontrou apenas uma mensagem de dizendo para não esperar acordada por ela e Luke, porque os dois provavelmente demorariam um pouco, pois o carro deu um problema no meio do caminho. A mensagem tinha chegado há algum tempo. Mas estava com Luke, então ficou um pouco mais tranquila. Mas e se eles precisassem de alguma coisa? Se ainda estivessem no meio da estrada?
resolveu esperar mais um pouco, talvez Michael chegasse, ou Calum e terminassem o que estavam fazendo, então eles poderiam ir atrás de e Luke.
Com o celular em mãos, resolveu descer de novo para a sala, parando no alto da escada quando ouviu vozes no andar de baixo.
– Da próxima vez, você poderia escolher um local melhor para fazer isso. – reconheceu a voz de , e logo após a risada familiar de Michael.
– Era o único lugar disponível, além disso não levantaria suspeita de ninguém. – Michael respondeu, franziu o cenho, do que eles estavam falando?
– Não percebi o quanto tinha sentido saudades disso, você é bom de língua. Fiquei muito surpresa.
– Qual é? Você também não foi nada mal… – Michael riu novamente – Só espero que não descubra.
começou a hiperventilar e precisou se apoiar no corrimão da escada para não rolar os degraus. Ouvindo passos, a garota olhou para trás e avistou e Calum atrás dela, ambos com cara amassada de sono.
– Algum problema, amiga? – perguntou descendo os degraus, indo atrás de – Ouvimos algumas conversas, o pessoal já voltou?
– Onde… Vocês… Er, vocês estavam no quarto o tempo todo? – se embolou para fazer a pergunta que mais temia. Calum olhou para a garota um pouco confuso com a reação dela.
– Sim, subimos logo após o jantar, você se esqueceu?
Descendo o restante dos degraus, tateou a parede no local certo até acender a luz da sala. A garota olhou para perto do corredor que levava ao banheiro, vendo Michael e parados a encarando, ambos com olhares assustados.
– Isso não está acontecendo… Não… – Ela murmurou para si, incapaz de formular qualquer frase coerente, o que Michael não queria que ela soubesse?
Os gemidos no banheiro, a conversa suspeita e agora os olhares de medo para .
queria morrer naquele momento.
A porta da frente se abriu, e Luke entraram.
– Vocês ainda estão acordados? Chegamos há algum tempo, estava tudo apagado. – olhou para os amigos, estranhando um pouco a expressão de cada um. – Espero que não tenham acordado por nossa causa, eu fui buscar meu casaco e a bolsa que esqueci no carro do Luke.
Luke e se entreolharam, Luke sem entender porque estava dando tantas satisfações, ninguém precisava saber de nada. Luke olhou para e Calum com a cara de sono, olhava para , essa que tinha um olhar perdido. Enquanto Michael e estavam com expressões bastante suspeitas. – Aconteceu alguma coisa? – Luke perguntou, recebendo como resposta se curvando e despejando tudo que estava no seu estômago aos pés da escada.
– Ai meu Deus! – exclamou caminhando até a amiga – , o que você tem? Está tudo bem?
É claro que nada estava bem, isso era nítido, e tudo só ficou mais confuso quando Michael se aproximou da namorada para ampará-la.
– Não encoste em mim! – ordenou de uma maneira que parecia até irritada. A garota limpou a boca com as costas da mão e subiu as escadas com e atrás dela.


Capítulo 4

Aspen, 24 de Dezembro de 2020

– Michael, é sério! Se você tirar mais um morango dessa mesa, eu juro que arranco o seu dedo! – advertiu Michael mais uma vez, mas no fundo ela sabia que ele beliscaria outra coisa. – Cadê todo mundo? Eu arrumei uma mesa linda, com comidas maravilhosas e ninguém está aqui para elogiar!
– Por Deus, … Obrigado por essa mesa maravilhosa, não sei o que faríamos sem sua presença aqui. – Ashton entrou na sala de jantar debochando de com logo atrás.
– Queria um elogio sincero, não uma observação irônica. – disse voltando para a cozinha. entrou na sala com a câmera em mãos.
– Vocês estão lindos, posso tirar uma foto? – Ela apontou a câmera para e Ashton, que puxou a garota pela cintura, apoiou a mão sobre o peitoral de Ashton e sorriu encantada para ele, foi o momento perfeito para fotografar.
– Ah, eu também quero! – entrou na sala puxando Michael junto. Pelo modo como ela andava e estava falando, percebeu que a amiga já estava um pouco bêbada.
– Ela está bêbada? – perguntou baixinho para Michael e ele apenas balançou a cabeça concordando. não era uma pessoa acostumada a beber, era pouco resistente ao álcool, então não era necessário muito para deixá-la ‘alegre’.
tirou muitas fotos, o suficiente para fazer um enorme álbum de fotos, um álbum bem louco, confuso e engraçado. Ela tirou fotos dos casais, dos cachorros, inclusive Michael a fez prometer que abriria uma aba no site dela apenas com fotos de animais.
– O Luke não vai descer? – perguntou para Calum, ele olhou para como se a garota fosse uma espécie de alienígena. Desde quando se importava com Luke Hemmings? – O que foi? Minha cara está suja? – A garota foi até o espelho mais próximo verificar sua aparência, estava perfeita do mesmo modo quando ela saiu do banheiro.
Calum olhou da cabeça aos pés, usando um conjunto vinho de cropped e calça de cintura alta, junto aos saltos nude e uma maquiagem marcante, para quem não estava animada com o jantar, estava arrumada até demais.
– Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo entre vocês dois? – Calum perguntou olhando fixamente, a garota arregalou os olhos por alguns segundos.
olhou em volta vendo Ashton e brincando com os cachorros, Michael em um canto tentando convencer a namorada a parar de beber, enquanto se ocupava de arrumar os últimos detalhes na mesa de jantar.
– Me promete que não vai contar para a ? Se ela souber que eu contei para você antes, ela me mata! – respirou fundo e se aproximou para cochichar no ouvido de Calum – Luke e eu transamos no carro dele quando ele me deu uma carona ontem!
Calum se afastou para encarar totalmente boquiaberto, esboçando em seguida um sorriso malicioso, o que foi suficiente para deixar a garota com as bochechas queimando, foi uma péssima ideia compartilhar tal segredo com Calum, ele conseguia ser mais fofoqueiro que qualquer pessoa.
– … E também ontem no banheiro. – olhou para os próprios pés totalmente envergonhada.
– Caramba, vocês são bem safados, tinha me esquecido disso. – encarou Calum com as bochechas coradas. – O que posso dizer? São meses sem sexo para vocês dois, não posso julgar o fato de vocês quererem compensar o tempo perdido.
– É sério mesmo que ele não ficou com ninguém desde quando terminamos? – esboçou um leve sorriso, ainda não tinha juntado toda a coragem necessária para perguntar a Luke sobre as fotos com a garota desconhecida que ela viu no twitter poucas semanas após eles terminarem o namoro. E após chegarem no chalé e ter mais outra rodada de sexo, dessa vez até o final, no banheiro, eles não tiveram tempo de conversar sobre tudo. E os poucos minutos que eles voltaram para o carro, para que a garota pudesse pegar sua bolsa e casaco, não foi o suficiente para colocar a conversa em dia, e depois teve que passou mal na sala.
e passaram parte da madrugada com no banheiro, a consolando de algo que e nem sabiam, já que se recusou a falar sobre o que estava acontecendo. Para as duas, foi um alívio quando conseguiram dar um banho em e a acompanharam para a cama. As meninas acabaram dormindo com ela, enquanto Michael dividiu a cama com Calum.
– Será que podemos começar logo esse jantar? Quero ir logo para a sobremesa! – sentiu as bochechas queimarem ao ouvir as palavras do namorado, ela sabia muito bem o que ele queria dizer com ‘ir logo para a sobremesa’.
– Esse jantar vai ser muuuuito interessante. – e franziram o cenho ao ouvir , já bastante alta pela bebida e sentando à mesa.
– Ela está bem? – sussurrou para Michael.
– Não sei, ficou estranha o dia todo e quando foi chegando a hora do jantar ela começou a beber descontroladamente. Não sei o que está acontecendo, ela não é assim. – Michael parecia perdido e sem saber ao certo o que fazer.
– Tentou conversar com ela?
– Sim, mas ela não parece muito afim de conversar comigo. – Michael forçou um sorriso e se sentou ao lado da namorada, parecia mais interessada no vinho que serviu para si do que qualquer outra coisa.
olhou para Ashton que sentou ao seu lado.
– Então, quando você vai contar o que foi fazer em Los Angeles? – perguntou pela quarta vez. Ashton encarou a garota sorrindo.
– Você está linda. – Ele elogiou, fazendo corar. – Gostei do vestido. – Ele apontou para o tecido preto rendado, que combinava perfeitamente com os saltos e a maquiagem forte. não queria se gabar, mas sentia que tinha feito um ótimo trabalho se esforçando para ficar linda, e tinha chamado a atenção de Ashton, que era exatamente o que ela queria. – Quanto ao que eu estava fazendo em Los Angeles, isso é para outra hora.
sentou em uma das cadeiras vazias à frente de Michael e , ao seu lado direito estava com Ashton. Do outro lado de estava e Calum.
já estava se sentindo um tanto deslocada, mas abriu um sorriso quase instantaneamente quando Luke entrou na sala de jantar. engoliu em seco observando a calça jeans preta e a camisa social branca de botões.
– Desculpem o atraso, o chuveiro deu um problema. – Luke disse dando meia volta na mesa e sentando ao lado de .
– Claro, vou fingir que você não ficou por horas se produzindo só para impressionar alguém. – Calum o provocou, Luke revirou os olhos o ignorando.
– Eu posso ter falado sem querer para ele o que aconteceu ontem. – sussurrou para Luke que a devolveu um olhar quase mortal. Ele sabia que uma hora ou outra os amigos saberiam sobre ele e , mas não precisava ser tão depressa.
– Então, alguém que fazer a oração? – perguntou em meio ao silêncio que se instalou na sala de jantar.
– Acho bom mesmo fazer uma oração, ou do contrário vamos ter um assassinato aqui. – retrucou, todos os olhares se viraram para a garota.
Michael não estava com um bom pressentimento desde a noite passada, sabia que em partes o comportamento de era por culpa dele. estava se sentindo desconfortável com os olhares raivosos que estava recebendo de desde o momento em que a viu de manhã, até pensou em conversar com a garota, mas não parecia ser o melhor momento.
e se entreolharam, sabendo que aquele comentário ácido de era por algo que tinha acontecido na noite passada. tinha uma teoria que envolvia mais do que a "simples" demora de Michael em voltar para o chalé.
Ashton estava mais perdido que tudo, mal tinha chegado no chalé, indo diretamente para o banheiro para se arrumar para a ceia de Natal, mal sobrando tempo para conversar com , mas ele percebeu que tinha algo que estava sendo escondido dele.
Quanto à Calum e Luke, eles pareciam se divertir um pouco com a situação, mesmo que o comentário de tivesse imposto um certo medo do que poderia acontecer nos próximos minutos.
– Algum problema, amor? – Michael perguntou gentilmente, colocando a mão direita sobre a mão esquerda de sobre a mesa, em uma tentativa fracassada de deixá-la mais calma, puxou a mão, cruzando os braços.
– Sendo bem sincera, tenho muitos problemas. Mas estou decidindo qual vamos discutir primeiro.
– Não podíamos comer antes? – Calum perguntou tentando quebrar o clima tenso na mesa de jantar, mas todos pareciam bem preocupados com as palavras de .
– Amor, o que está acontecendo? – Michael tomou coragem para perguntar.
– Por que demorou tanto para voltar ontem? – olhou fixamente para o namorado, encarando aqueles malditos olhos, que normalmente a faziam esquecer até o próprio nome, mas que dessa vez só a recordava da conversa suja de Michael e e os gemidos no banheiro.
… – Michael abriu e fechou a boca várias vezes sem saber o que responder.
– Eu não queria falar sobre ontem, e por isso te ignorei o dia todo, porque estava tentando reunir a coragem necessária para encarar tudo isso. – A atenção de todos estava sobre . estava se sentindo bastante apreensiva e isso não passou despercebido por Ashton, que acariciou o braço da garota e perguntou se estava tudo bem.
– Está sim. – Ela murmurou preocupada com o rumo que ela conversa estava tomando.
– Não tem nada a dizer? – insistiu, e seu olhar foi direcionado para , que desviou olhando para os talheres. – Vocês são nojentos! – O tom de voz de aumentou, assustando todos na mesa, mas principalmente Michael. – VOCÊ PODIA FAZER ISSO EM QUALQUER LUGAR! MAS TINHA QUE FAZER ISSO AQUI?
, se acalma… – tentou intervir sem saber ao certo o motivo daquele surto.
– ME SOLTA! – gritou se desvencilhando do aperto da amiga, e apontou para Michael e . – EU OUVI VOCÊS DOIS ONTEM A NOITE! EU OUVI VOCÊS TRANSANDO NO BANHEIRO E DEPOIS TODA AQUELA CONVERSA SUJA E PERVERTIDA!
O gole de vinho que Calum tomava ‘voou’ para o outro lado da mesa acertando a roupa de , que não sabia se ficava zangada por isso, ou com medo do rumo daquela conversa de .
– Calum! – esbravejou pegando o guardanapo e passando sobre a roupa, mesmo sabendo que aquela mancha de vinho não sairia fácil.
, que porra é essa que você está falando? – Michael perguntou, dessa vez com um tom bastante irritado.
Luke e se entreolharam ligando os pontos do que estava falando, e quando encarou Calum notou que ele com certeza chegou à mesma conclusão.
… – tentou falar com a amiga. – Isso é…
– Ah, então agora você vai bancar o desentendido?! – olhou para esperando por uma resposta.
– Ah, eu… Eu... Não existe nada entre Michael e eu!
olhou para Ashton ao seu lado, esperando que ele não pensasse o pior dela. Nada tinha acontecido entre ela e Michael, e sinceramente estava confusa com o comportamento de , ela não imaginava que as ações estranhas da garota na noite passada desencadeariam tudo que estava acontecendo naquele momento. – ! – Luke tentou chamar a atenção da garota.
– NÃO SE METE! – gritou em resposta. – Será que nenhum de vocês consegue ficar quieto e não se intrometer?
– Se você queria que ninguém se intrometesse, não devia discutir isso aqui! – contestou a amiga. amava , mas aquilo estava passando dos limites. – É melhor você parar com isso, as acusações que você está fazendo são sérias!
– Eu não vou parar enquanto você não admitir a verdade! – disse para Michael em um tom de ameaça.
tinha noção que aquilo talvez fosse um pouco errado, talvez não precisasse de tudo aquilo, de toda a plateia, mas ela já tinha se sentido humilhada o suficiente na noite passada para se importar com qualquer coisa.
– Não tem que continuar com isso, porque o Michael não tem nada a admitir. Nem ele, nem a . – olhou fixamente para . – Os gemidos que você ouviu ontem eram meus... – sentiu suas bochechas queimarem quando todos na mesa olharam para ela. – … e do Luke. – Ela apontou para o lado. – Aquela hora que entramos, já tínhamos chegado há algum tempo.
olhou para em busca de algum sinal de mentira, mas ela sabia que a amiga jamais faria isso. na noite passada, após ter quase certeza que Michael a tinha traído, pensou que a dor que estava sentido era sufocante, mas não era nada comparado a vergonha que estava sentindo naquele momento. abriu e fechou a boca várias vezes sem ter coragem de olhar para o namorado, ou para qualquer pessoa naquela mesa.
– Mike…
– Não, … Não começa! Essa não é a primeira vez que você faz isso, mas dessa vez você foi longe demais, então acho melhor acabarmos com toda essa palhaçada! – Michael empurrou a cadeira para trás e se levantou. – Não que isso tenha a mínima importância agora, mas a conversa que você ouviu ontem era por causa disso. – Michael mexeu em um dos bolsos do paletó e jogou uma caixinha vermelha de veludo na mesa. – Apesar dos últimos meses não terem sido os mais fáceis, eu não tinha dúvidas de que você era a garota da minha vida, e queria dar um passo à frente no nosso relacionamento.
– Acho que você entendeu errado quando ouviu as palavras na noite passada, quando disse que Michael é bom de língua eu estava me referindo a boa lábia dele em conseguir um desconto no anel, ontem Michael me deu uma carona quando fui procurar pelo presente de Ashton e no caminho ele me contou sobre a ideia de pedi-la em casamento, nós rodamos a cidade por toda a tarde e parte da noite até Michael encontrar o anel perfeito. Ele não quis olhar em Los Angeles, porque achou que levantaria muita suspeitas de paparazzis, por isso deixou para olhar aqui. – devia ter ficado calada, e sinceramente não queria aumentar os sentimentos horríveis que ela tinha certeza que já estava sentindo, mas sentiu que devia uma explicação melhor.
– Michael, eu… Eu sinto muito, eu… Não sei o que deu em mim. – disse entre soluços.
– Não sabe o que deu em você? Francamente, ! Quando vai parar de se importar com o babaca do seu pai? Você não tem culpa por ele ser um idiota e destruir o próprio casamento! Você sabe, eu sei que no fundo você sabe que eu jamais iria traí-la, ainda mais nessa casa, que eu sei o quanto significa para você! – Michael respirou fundo e passou a mão pelo cabelo, bagunçando os fios. Estava completamente frustrado com o rumo que a maldita noite tinha tomado.
– Eu sinto muito.
– É. Eu também! – Michael concordou com a namorada, levantou a cabeça para olhá-lo quando Michael deu as costas e pegou as chaves do carro na estante da sala. – Adeus, !
se levantou e correu para a porta tentando alcançar Michael.
– E lá se vai a noite tranquila e alegre de Véspera de Natal… – Ashton disse quebrando o silêncio constrangedor na mesa de jantar.
– Eu só queria comer, mas não precisava dessa torta de climão. – Calum falou tomando o vinho restante em sua taça, Calum olhou para a namorada ao seu lado que nem mesmo tocou o vinho em sua taça, ele estranhou, já que ele fizera questão de pegar na adega o vinho favorito da namorada. – Não gostou do vinho? É o seu favorito! – Calum, não consigo comer ou beber nada depois desse drama todo! – jogou o guardanapo em seu colo sobre o prato vazio à sua frente. – Acho que se eu comer alguma coisa, vou acabar passando mal.
massageou as laterais da cabeça tentando aliviar a dor que começa a dar sinais de vida. Ela tinha passado todo o dia, desde as 7 da manhã fazendo os preparativos para a ceia que foi arruinada por em menos de 15 minutos.
– Ainda acho que devíamos ir ao médico, essas dores e enjoos que você tem sentido não são normais. – Calum disse, dessa vez um pouco preocupado. abriu os olhos e parou a massagem, pegando o copo com água ela tomou um longo gole, com os olhares de atentos sobre ela, esperando que ela finalmente tomasse coragem e contasse logo para Calum sobre a gravidez, mas pelo olhar de , percebeu que ela não queria fazer isso.
– Por favor, conta logo pra ele! – praticamente implorando, já cansada demais com mais outro drama para lidar. – já abriu a porta para o caos, o que sair daqui não pode ser pior do que tudo que já vimos até agora!
– Contar o quê? – Luke perguntou alternando o olhar entre as duas.
– É, do que ela está falando, ? – Calum perguntou apreensivo.
– E lá vamos nós outra vez… – murmurou.
, agora não é o melhor momento! – advertiu, ela ainda não estava preparada.
– O que diabos você está esperando? Conta logo!
, isso não é da sua conta!
Calum olhou confuso para a namorada e , esperando uma explicação para o diálogo das duas.
– Será que alguém pode me explicar que merda está acontecendo aqui? Você não está morrendo, certo? – Calum apenas queria se certificar que não era nada grave.
está grávida! – falou de uma vez.
! – olhou feio para a amiga. sabia que era errado, já que deveria ser a pessoa a dar a notícia, mas aquela situação toda já estava longa demais.
– Tá legal, isso não era exatamente o que eu estava esperando. – Ashton disse. – Eu saí desse chalé não tem nem 24 horas direito e quando volto todos parecem ter revelações bombásticas.
– Menos vocês dois, é claro. – Luke tentou fazer piada da situação, uma tentativa completamente frustrada de aliviar o clima.
– Bom, já que todos estão confessando seus segredos, eu tenho um! Ashton e eu não somos namorados de verdade! Ele me chamou para vir e fingir que éramos namorados. – confessou, ela olhou para Ashton que não parecia ter gostado muito da revelação na frente de todos. – Desculpa, mas eles precisavam saber.
– Na verdade, não precisávamos saber disso, mas obrigada por finalmente confirmar a suspeita que todo mundo já tinha e não queria dizer! – admitiu.
– Calum? Por favor, diga alguma coisa! – estava aflita observando o namorado com um olhar perdido, e segurando a taça em sua mão com uma força além do necessário. gentilmente tirou a taça de sua mão, e isso pareceu despertá-lo da espécie de transe em que se encontrava.
, me diz que isso é apenas uma brincadeira de mal gosto por parte da . – O tom baixo de Calum era quase assustador, e por um momento se arrependeu de ter aberto a boca.
sentiu como se tivesse levado um soco no estômago ao ouvir as palavras do namorado, em um gesto bastante comum para ela desde que descobriu a gravidez, colocou a mão direita sobre o ventre em forma de proteção e se levantou da cadeira.
, me desculpa, mas…
, não preciso de desculpas! – Disse interrompendo a amiga saindo da sala de jantar, seguindo para o quarto.
– Quer sair daqui? – Ashton sussurrou para , que se limitou apenas a balançar a cabeça positivamente e acompanhar Ashton para longe dali.
Calum soltou uma respiração pesada, e passou a mão pelos cabelos ainda espantado com o que tinha escutado.
– Desde quando você sabia? – Ele perguntou olhando seriamente.
– Não tem muito tempo. – Ela encolheu os ombros. – Descobri depois de observá-la passando mal frequentemente.
– O que você vai fazer? – Luke perguntou para o amigo, ele conhecia muito bem aquele olhar de Calum. Ele estava completamente confuso e perdido, sem saber ao certo qual a primeira atitude a tomar.
– Eu preciso tomar um ar. – Calum levantou e saiu para a cozinha, se encolheu um pouco quando ouviu a porta dos fundos da cozinha bater.
– Que merda! – praguejou apoiando os braços na mesa e escondendo o rosto entre as mãos. – Sou uma péssima amiga!
– Ei, não se cobre tanto. Já temos drama e autopiedade o suficiente por hoje. – Luke disse puxando a garota para um abraço desajeitado, devido às posições que eles estavam. – Calum precisava saber, e pelo que conheço de ela não contaria tão cedo.
– Então eu não fui errada em expor o segredo dela?
– Não foi isso que eu disse! – Luke brincou. acertou uma cotovelada de lado na barriga do garoto e se levantou da mesa.
– Acho que essa é uma das piores Vésperas de Natal que já tive. – olhou a mesa com pesar, vendo a comida agora fria e as velas queimando sem que ninguém pudesse apreciar aquilo.
– Confesso que essa provavelmente foi a Véspera com mais drama que já presenciei. – Luke refletiu tentando lembrar das vésperas dos anos anteriores, ele olhou o relógio de parede, faltava poucos minutos para 23:45. – Precisa de ajuda com essa bagunça? Eu vou só ligar para os meus pais rapidinho e desejar Feliz Natal antes que eu esqueça.
– Não devia ter feito isso horas atrás? O fuso horário da Austrália é bem diferente. – brincou. – Pode ir, eu me viro aqui.


nunca sentiu tanta raiva da neve. Nunca sentiu tanta raiva de Aspen. E nunca tinha odiado a si mesma como estava odiando naquele momento.
Ela não sabia onde Michael estava, o único vestígio deixado por ele eram as marcas de pneus na frente do chalé, e pelo modo que estavam, ele estava com muita pressa.
Pressa para sair dali.
Pressa para ficar o mais longe possível de mim, pensou.
A garota sabia que ele provavelmente não tinha saído da cidade, afinal, Michael jamais iria embora sem os cachorros, e isso de certa forma deixou a garota mais ou menos tranquila.
respirou fundo, olhando toda aquela neve em volta do chalé, em meio a escuridão e com a quantidade considerável de álcool ingerida por ela, estava se sentindo cada vez mais confusa.
Correndo de volta pra casa, ela quase escorregou ao pisar no chão de madeira, mas manteve o equilíbrio enquanto caminhava de modo desajeitado até a sala, indo até a mesa de centro e pegando as primeiras chaves que viu, teria tempo de pedir desculpas depois para o dono do carro, por pegá-lo sem autorização. Após verificar a sala vazia com mais atenção ela encontrou seu celular e saiu do chalé.
Clicando no botão para destravar, reconheceu o carro de Calum, após entrar no veículo, ela respirou fundo novamente e contou até 10 antes de dar partida no carro.
Discando com uma mão, ela ligou para Michael, mas como presumia, a chamada foi direto para a caixa postal, restando somente uma pessoa para o ligar.
– Oi, mãe. – suspirou quando a mãe atendeu o telefone.
, querida! Não achei que ligaria! – A mãe parecia de fato surpresa com a ligação. – Ligou para desejar Feliz Natal? A sua irmã chegou agora a pouco com o namorado e…
– Mãe, eu estraguei tudo! – piscou diversas vezes para continuar enxergando a estrada em meio às lágrimas.
– Do que está falando, querida? – A mãe agora estava bastante preocupada quando ouviu os soluços da filha.
– O Michael, eu estraguei tudo. Eu acusei ele de ter me traído e…
– Por que você fez isso? Michael jamais seria capaz de algo assim, ele ama você, filha.
– Eu sei, mas… Mas depois do que aconteceu com você e o papai, eu pensei que…
, o que aconteceu entre o seu pai e eu, diz respeito somente a nós dois. Nós duas já tivemos essa conversa há duas semanas, pensei que tudo estivesse resolvido. – A mãe suspirou do outro lado. – Sei que ainda está com raiva e chateada com o seu pai, mas não deve basear o seu relacionamento pelo nosso. – Eu sei, mãe… Mas vocês eram perfeitos juntos, era a definição de relacionamento que eu sempre quis para mim!
– Eu sei, meu anjo… Mas acabou. E a vida é assim! O que você tem com o Michael é outra coisa, e você sabe que eu sou muito protetora com relação aos meus filhos, então jamais o defenderia se não soubesse o quanto ele te faz feliz. Como eu disse, sei que está zangada com o seu pai por tudo que ele fez comigo, mas você precisa aprender a separar as coisas. O seu relacionamento não tem nada a ver com o nosso, tudo bem? Agora pare de chorar, e tente resolver a merda que você causou! – sorriu em meio ao choro, e tentou colocar as palavras da sua mãe em mente.
Ela tinha razão, assim como Michael, que também havia dito o mesmo, precisava separar as coisas, o que ela tinha com Michael era diferente, era genuíno e mágico, e mesmo que o relacionamento de seus pais fosse algo que ela invejava, aquilo tinha acabado, e ela precisava seguir em frente.
sabia que a melhor forma de fazer isso seria tentar perdoar o próprio pai, desde o ocorrido ela não falou com ele, e agora não era o melhor momento para isso. Mas ela colocou em mente naquele momento que isso seria uma das coisas a fazer assim que retornasse para Los Angeles.
Discando novamente o número de Michael, bufou quando novamente a chamada foi encaminhada para a caixa postal.
– Michael, por favor… Eu sei que está irritado comigo, e com razão, mas nós precisamos conversar! Eu estou na… – soltou um gemido quando sentiu a pancada no lado do corpo, e levou alguns segundos até entender o que tinha acontecido, levantando a cabeça com dificuldade, a garota sentiu o líquido quente descendo pela testa, e franziu o nariz ao sentir o familiar cheiro metálico de sangue – Droga. – Ela murmurou antes de apagar.


estava se sentindo estúpida. E com raiva por não conseguir segurar o choro por mais de 2 minutos, ser uma manteiga derretida por causa da gravidez estava acabando com seu psicológico. não era uma mulher emotiva, somente quando necessário. Mas isso tudo mudou no momento que descobriu a gravidez.
Após entrar no quarto, caminhou até o banheiro e lavou o rosto, quase começou a chorar novamente quando viu seu reflexo no espelho, a maquiagem que ela levou 1 hora para fazer agora estava borrada. Bufando, a garota pegou o demaquilante para tirar os últimos resquícios.
Em um gesto que estava se tornando quase comum, colocou a mão direita sobre a barriga, virando de lado ela observou se tinha algo diferente ali. Talvez não fosse uma mudança grandiosa, mas por conhecer o próprio corpo ela notou a protuberância quase imperceptível aos outros olhares, fazendo-a esboçar um sorriso triste.
ficaria com o bebê, apesar de não ter nenhuma ideia e instrução de como ser uma mãe, ela se esforçaria ao máximo para ser a melhor mãe para o bebê. E a garota sabia que poderia contar com a ajuda das amigas, ela queria Calum por perto, ela o amava e tinha certeza que o sentimento era recíproco, mas se Calum não estiver preparado para esse novo compromisso, só poderia seguir com sua vida sem ele, mesmo que isso a machucasse muito.
ouviu as batidas leves na porta e rapidamente pegou a toalha para secar o rosto, agora sem qualquer resquício de maquiagem.
? – Ela reconheceu a voz de . Saindo no banheiro, voltou para o quarto no momento que a amiga abriu a porta. – Eu sei que provavelmente eu sou a última pessoa que você quer ver agora, mas a saiu de carro sem avisar, não sabemos para onde ela foi, eu e Luke estamos indo procurá-la.
– Tudo bem, eu vou com vocês. – disse pegando um casaco e seu celular.
– Olha, eu sinto muito mesmo, eu não tinha o direito de contar para Calum daquele jeito sobre sua gravidez, isso não era da minha conta, me desculpa mesmo por ter sido intrometida. – conhecia muito bem, e sabia que aquelas desculpas eram sinceras, e ela não conseguiria ficar com raiva dela por muito tempo. – Está tudo bem, não estou com raiva de você. – Ela sorriu gentilmente para enquanto seguia a garota de volta para o andar de baixo.
– Vocês viram a e o Ashton? – Luke perguntou assim que as garotas chegaram na sala, ambas balançaram a cabeça em negação – Eles devem ter saído para algum lugar, o carro do Ashton não está aqui.
– O Calum também saiu? – o questionou baixinho.
– Só se ele foi andando, porque a levou o carro dele. – Luke soltou uma risadinha.
– Algum problema? – sentiu um frio percorrer sua espinha quando ouviu a voz do namorado, ela não queria conversar agora, e sinceramente nem era a melhor hora, então ela caminhou até os sofás para dar atenção aos cachorros. Duke como sempre já foi logo pulando no colo da garota.
– Bom, Michael não atende o celular e a sumiu. E ela levou o seu carro. – simplificou, e como esperado Calum começou a reclamar sobre ter pegado o carro sem autorização.
– Ela fez o quê?!
– O tempo que estamos perdendo aqui, poderíamos estar gastando procurando pela . Andem logo! – levantou e vestiu seu casaco.
– Eu não acredito que ela teve a audácia de pegar o meu carro!
revirou os olhos, estava muito irritada e magoada com Calum, tinha coisas mais importantes a serem resolvidas, enquanto ele só parecia se importar com a porcaria do carro.
Dizer que o clima no carro era pesado ainda era pouco, talvez não tão constrangedor graças a Luke e que toda hora estavam comentando sobre a neve, ou sobre o frio, ou sobre a comida da ceia que ninguém comeu.
Assim que chegaram nas proximidades do centro da cidade, todos no carro notaram uma certa movimentação em torno de um veículo, e não demorou muito para Calum reconhecer o próprio carro.
– Não, isso não... – saiu correndo do veículo. – Me deixe passar, dá licença! – abriu espaço entre as pessoas para ver dois paramédicos com a maca ainda no chão e desacordada. – O que aconteceu? Ela vai ficar bem?
– Você tem algum parentesco com a vítima? – Um dos paramédicos perguntou.
– Sim, ela é minha amiga. Estávamos procurando por ela. O que aconteceu?
– Bom, pelo que entendemos ela entrou na rua sem verificar o sinal, e outro veículo colidiu com o carro dela, a batida foi no lado do motorista, ela tem algumas escoriações e uma concussão na cabeça, estamos averiguando, mas acredito que ela vai ficar bem. – respirou aliviada, assim como que também estava ao seu lado. – Mas precisamos levá-la ao hospital para fazer alguns exames. Você quer acompanhá-la na ambulância?
olhou para .
– Pode ir, não me sinto bem dentro de ambulâncias. Nós vamos para o hospital e encontramos vocês lá. Eu vou tentar falar com o Michael no caminho.
balançou a cabeça confirmando e acompanhou os paramédicos com . não se lembrava de ter entrado em uma ambulância, e a sensação não era nada legal, era pequeno, abafado e com o cheiro característico de limpeza e hospital.


When you go, you're gone forever, you string along, you string along… cantava animadamente com Boy George que tocava no rádio – Karma, karma, karma, karma, karma chameleon, You come and go, you come and go…
– Como você consegue estar com esse humor depois de tudo que aconteceu no jantar? – Ashton estava levemente horrorizado, nem estava bêbada para estar tão animada.
– É Culture Club, não tem como não se animar! – Ela respondeu como se fosse algo óbvio. – Além disso, é quase Natal, não vou ficar triste.
– O drama do Michael e da não te incomoda? Afinal, você é parte do problema. – Ashton manobrou o carro, estava com sorte em encontrar um lugar vazio no estacionamento da praça principal que estava lotada.
A leveza que estava sentindo se dissipou no momento que ouviu as palavras de Ashton. Ela não era uma pessoa insensível, ela estava se sentindo mal por tudo que aconteceu no jantar. Mesmo que não tivesse culpa por tudo que fez, sentia que podia ter feito mais, talvez a situação de Michael e não estaria da forma como se encontrava. Ela conhecia Michael e sabia de suas intenções com a namorada, e no dia anterior quando ele contou seus planos para , ela ficou imensamente feliz pelos dois.
Mas tinha muita coisa acontecendo, não queria ficar se lamentando o resto da noite pelos dois, quando podia tentar se divertir um pouco.
Saindo do carro, vestiu o casaco e puxou o gorro de Papai Noel que tinha no bolso do casaco, o colocando na própria cabeça.
– Desculpa, o jeito que falei não foi legal. – Ashton se desculpou quando percebeu a ausência do sorriso da garota, mas ela apenas deu de ombros.
– Tá, tanto faz. – olhou para cima vendo a neve começar a cair, a árvore no centro da praça era enorme e as luzes eram hipnotizantes. se sentiu como uma criança, olhando encantada para os enfeites. – Acho que é a primeira vez que tenho um Natal tão louco, mas ao mesmo tempo é o melhor de todos.
– Você nunca comentou sobre sua família, você não os visita no Natal? – Por alguns segundos, Ashton pensou que não fosse responder, o brilho em seus olhos agora estava diferente.
– Ah, não tem muito o que contar, minha mãe morreu quando eu ainda era uma criança, e o meu pai não era o melhor exemplo de pai, então… – Ela encolheu os ombros. – Não vejo meu pai desde os 16 anos, quando fugi de casa.
– Eu sinto muito, eu não sabia que…
– Tudo bem, Ashton. – Ela colocou a mão nos ombros do rapaz como forma de tranquilizá-lo. – Não tinha como você saber, é por isso que não conto sobre meu passado para as pessoas, não quero que sintam pena de mim ou algo do tipo.
– Mas eu não estava sentindo pena. – o encarou com as sobrancelhas arqueadas. – Tudo bem, talvez um pouco.
– Okay, agora que eu respondi a sua pergunta, podemos pegar um chocolate quente e alguns cookies? Eu estou morrendo de fome!
– Claro. – Ashton sorriu e acompanhou a garota para a cafeteria mais próxima.
– O que o casal deseja? – A jovem atrás do balcão perguntou no momento que e Ashton passaram pela porta da cafeteria. Os dois se entreolharam e sorriram.
– Nós não somos um casal. – corrigiu e deu um passo à frente para olhar as guloseimas da vitrine. não percebeu, mas Ashton se sentiu um pouco mal com as palavras. Após a noite que eles passaram juntos, Ashton pensou que eles estivessem fazendo um progresso, mas estava claro que não.
Minutos depois, saiu da cafeteria com um copo de chocolate quente e um saquinho de papel com cookies quentinhos, Ashton pegou apenas um simples café.
– Você se incomoda muito com o fato das pessoas pensarem que somos um casal? – Aquela pergunta pegou de surpresa, ela olhou para Ashton confusa. – Você sabe, você acabou de desmentir a mulher na cafeteria.
– E? – Ela fez sinal para ele continuar, mas Ashton abriu e fechou a boca várias vezes sem saber como expressar seus pensamentos. – Eu só disse a verdade, não somos namorados. Quanto aos seus amigos, eu contei porque todos estavam contando a verdade, acho que eles mereciam saber.
– Francamente, eu não te entendo, ! – Ashton voltou a andar, deixando um pouco irritada.
– Não entende o quê? – Ela falou um pouco mais alto, chamando a atenção de pessoas que estavam por perto.
– Isso! – Ele apontou para si e depois para a garota. – Você age como se não se importasse.
– E você quer que eu faça o quê? Irwin, você não me deu muitas opções. Nós transamos, foi bom, foi maravilhoso, mas nem mesmo conversamos sobre o que aconteceu, porque você resolveu ir para Los Angeles fazer sabe-se lá o quê! E continuamos sem falar sobre isso, e sinceramente, eu não sei o que você quer! Então, não venha colocar a culpa toda em mim! – bufou quando percebeu que não receberia uma resposta de Ashton e voltou a andar.
? – Ela ignorou o chamado de Ashton e continuou andando, apertando ainda mais o passo. – Só preciso que você seja sincera. O que você sente por mim? – congelou no lugar onde estava, dessa vez eles estavam em frente uma loja que estava fechada, em um canto mais afastado da multidão. – Porque eu sei o que sinto por você! Pensei muito sobre isso durante esses dias que passamos juntos e também durante minha ida a Los Angeles, acho você uma mulher incrível, engraçada, carinhosa, com um temperamento um pouco difícil às vezes, é muito talentosa e gentil. – Ashton respirou fundo. – E acho que estou apaixonado por você, na verdade, acho que já estava há algum tempo, mas não tinha coragem para admitir.
engoliu em seco, o chocolate quente em seu estômago parecia pesar toneladas. estava paralisada e surpresa com o rumo daquela conversa, quando Ashton fez a pergunta após eles saírem da cafeteria, imaginou que ele estava apenas irritado por ela ter revelado para seus amigos sobre o relacionamento falso dos dois. – Por favor, diga alguma coisa! – se virou lentamente para encontrar os olhos apreensivos de Ashton.
– Isso é algum tipo de brincadeira? – Ela perguntou com a voz embargada.
– O quê?! Claro que não, jamais brincaria com algo assim! – Ashton se aproximou da garota devagar, e a segurou pelos ombros, encarou os próprios pés, Ashton levou uma das mãos gentilmente e ergueu a cabeça de .
– Eu sempre quis ouvir isso de você. – Ela respirou fundo – Quando nos conhecemos você tinha acabado de sair daquele relacionamento estranho com sua ex mais estranha ainda. – Ela riu do próprio comentário. – Mas você parecia gostar dela ainda, então nunca tive coragem de tomar qualquer iniciativa, porque tinha medo que você me rejeitasse, e eu não aguentaria. Está falando sério mesmo?
– Por que é tão difícil acreditar que eu me apaixonei por você? – encolheu os ombros ao ouvir a pergunta de Ashton.
– Porque é você, Ashton. Você é perfeito e eu… Sou apenas eu. – engoliu em seco tentando segurar as lágrimas teimosas.
– E você é perfeita para mim! – Ashton sorriu antes de quebrar a distância e beijar a garota.
Aquele beijo tinha um gosto diferente, e não era pelo chocolate quente ou café, era pelos sentimentos verdadeiros envolvidos ali, estava se sentindo tão amada e tão querida, que naquele momento nada poderia estragar isso.
Exceto pelo celular de Ashton que começou a tocar, se afastou para que ele pudesse atender, mas Ashton segurou .
– Ash, acho melhor atender, pode ser importante. – Ela deu um selinho quebrando o beijo. Ashton bufou e atendeu o celular.
Pela expressão de Ashton, percebeu que algo tinha acontecido, a deixando bastante preocupada.
– Estamos indo para o hospital. – Ashton disse antes de desligar. – bateu o carro do Calum e está sendo levada para o hospital, e o Michael sumiu e não atende o celular! Parece que o seu presente de Natal vai ficar para outro momento.


Os hospitais sempre tinham uma vibe caótica, estranha e triste para Calum. Ele fora poucas vezes em hospitais, pelo que se lembrava, mas também não gostava de se recordar, afinal, todas as visitas obviamente eram porque ele estava se sentindo mal. Todos esses sentimentos que sentia sobre o lugar foram ampliados dessa vez. Talvez por ser Natal, e ninguém queria ficar em um hospital nessa data, ou porque seu carro estava destruído, mas isso era o menor de seus problemas. estava magoada com ele, e com razão.
– Calum! Viemos o mais rápido que conseguimos! – Ele olhou para o lado direito vendo Ashton e praticamente correndo em sua direção.
– Como a está? – perguntou. Calum apontou para a porta no quarto à sua frente.
– Acabou de sair de uma tomografia, ainda não acordou, mas o médico disse que não tem nenhum trauma ou osso quebrado. e estão com ela no quarto. Conseguiram falar com o Michael?
– Não, deixei vários recados na caixa postal, mas sem sinal dele. – Ashton respondeu o que Calum já esperava.
– Luke está dando voltas pela cidade para ver se o encontra. Eu… Acho que vou pegar um café, podem entrar no quarto se quiserem.
e Ashton não perguntaram nada a Calum, eles sabiam que aquela saída tinha mais a ver com do que com . Mas esse era um problema que ninguém poderia ajudar, Calum precisava resolver isso sozinho.
Calum caminhava distraidamente pelos corredores do hospital, procurando alguma máquina de café, parou subitamente no caminho quando viu um casal de idosos olhando por um enorme vidro. Curioso, ele se aproximou sem olhar a placa acima da porta, onde dizia "Berçário".
Calum nunca tinha imaginado ser pai algum dia, talvez uma vez ou duas, mas era algo rápido e até então sem importância. Quando conheceu , ele não tinha dúvidas de que ela era a mulher da sua vida, e após dois anos de relacionamento, ele ainda tinha essa certeza. Calum se lembrava perfeitamente quando o assunto 'casamento' surgiu em meio a uma conversa dos dois, foi no casamento de uma amiga de . Ambos haviam odiado a paleta de cores do casamento que misturava verde com amarelo de uma maneira muito estranha e cafona, foi quando no meio da festa enquanto dançavam uma música lenta no meio do salão disse "Se no dia do nosso casamento eu escolher uma dessas cores, por favor, me lembre dessa decoração esquisita." Calum se lembrava de rir alto e imaginar o casamento com até a música terminar.
Quanto ao assunto filhos, ele nem sabia se queria ser pai. Mas agora não tinha como escolher, ele seria pai e não tinha como fugir disso. Calum se sentia apavorado desde o momento em que descobriu sobre a gravidez, ficou por longos minutos tentando entender como isso havia acontecido, se eles sempre usavam proteção.
Olhando os bebês de dentro do berçário, divididos em macacões azuis, rosas, amarelos e um único de vermelho, ele pensou em como seria o seu filho ou filha. Será que se pareceria com ele, ou com ? Obviamente, ele queria que puxasse sua namorada, ela era a mulher mais linda que ele conhecia. Será que ele seguiria seu gosto pela música? Ou seria daqueles filhos completamente diferentes dos pais?
E refletindo sobre suas dúvidas e medos, Calum não percebeu quando o senhor se aproximou dele.
– Seu bebê também está ali? – Calum balançou a cabeça para voltar a realidade e olhou para o senhor simpático, que agora estava sozinho, Calum nem percebeu quando a esposa saiu.
– Não, eu… A minha namorada está grávida. – Calum nem sabia porque havia contado isso para o senhor desconhecido, ele não tinha nada a ver com isso.
– Ah, que benção! A minha terceira neta está ali. – O senhor apontou para o bebê de vermelho. – O nome dela é Ava, ela nasceu há uma hora. – Calum não conseguia ver muito bem, já que os bebês estavam longe, mas percebeu a cabeleira escura da garotinha se destacando na roupinha vermelha.
– Quantos filhos o senhor tem? – Calum perguntou sem tirar os olhos da bebê.
– Seis filhos e dez netos. – Calum arregalou os olhos.
– Quando descobriu que sua esposa estava grávida do primeiro filho, como você se sentiu?
– Apavorado. Tínhamos apenas três meses de casados, os pais dela não apoiavam nosso relacionamento porque queriam que ela tivesse se casado com um homem rico e bem sucedido. E um bebê não era exatamente o melhor naquele momento, e, francamente, eu nem sabia se queria filhos, mas eu amava minha esposa, e mesmo que eu estivesse com medo e assustado, ela estava pior, porque minha reação quando soube da gravidez não foi das melhores.
Era como se Calum estivesse escutando sua própria história, porém com algumas diferenças.
– E o que você fez? – Calum olhou para o senhor que sorriu gentilmente.
– Eu fui até minha esposa e disse que ela não precisava ter medo, não a deixaria sozinha, porque eu também estava com medo de não ser um bom pai, mas que eu estava com ela para tudo que ela precisasse, e passaríamos por tudo aquilo juntos, como uma família. Não mudaria absolutamente nada, nenhuma briga por causa dos desejos estranhos em horário importunos, as oscilações de humor complicadas de acompanhar, as noites sem dormir, amo os meus filhos e minha esposa, faria qualquer coisa por eles.
– Ben, querido? A Lucy acordou. – Calum olhou para a senhora que se aproximou, era a esposa dele.
– Claro, já vou indo. – Ben passou por Calum e deu dois tapinhas em seu ombro. – Vai arrumar as coisas com sua garota, ela precisa de você.
Calum nem mesmo conseguiu se despedir, apenas ficou observando os dois se afastarem. Calum respirou fundo, estava se sentindo mais leve e confiante que conseguiria arrumar as coisas com .
Calum não conseguiria viver sem a garota e ela precisava dele ao seu lado para tudo, nos momentos bons e ruins, e esse bebê pode ter vindo em uma época não planejada, mas era seu filho e Calum não podia os abandonar.


– Você não quer nada mesmo? Tem certeza que está bem? – perguntou pela terceira vez, começando a entender que aquela era uma pergunta péssima.
tinha acordado há meia hora, tinha alguns hematomas horríveis e escoriações pelo corpo, e um corte em sua testa, que doía toda vez que ela a franzia. Levou alguns segundos para que entendesse que estava no hospital após bater o carro, e quando se deu conta, sua única preocupação era saber se Michael havia aparecido, mas ninguém tinha notícias dele.
– Sério mesmo que tinha que pegar o meu carro? Não podia ter levado o do Luke? – Calum perguntou brincando, o carro não importava agora, pelo menos não teve nenhuma lesão séria.
– Ei! – Luke protestou.
– Gente, me desculpem mesmo por ter estragado o nosso Natal. – olhou envergonhada para e Ashton que estavam em um canto do quarto. Calum estava próximo a porta junto com Luke, enquanto e estavam ao seu lado. – Eu não queria que tudo tivesse acabado assim. Destruí meu relacionamento, acabei com o clima natalino, e agora vocês estão aqui no hospital comigo, eu… Eu não mereço vocês.
– Ei, não se preocupe com nada disso, ok? – segurou a mão da amiga gentilmente. – Vamos voltar para o chalé daqui a pouco e podemos esquentar a comida e fingir que nada disso aconteceu.
olhou para com as sobrancelhas arqueadas.
– É sério, ? – não conseguiu segurar a risada. – Tivemos muitas emoções para simplesmente fingir que nada aconteceu.
– Não está ajudando, ! – advertiu.
– Tá, eu acho que vou pegar um café… Alguém quer me acompanhar?
não precisou insistir, todos pareciam um pouco desesperados para sair daquele ambiente triste de um quarto de hospital. Restou apenas , e Ashton no quarto.
– Será que vocês poderiam me deixar um tempinho com a ? – pediu.
– Só promete não matar a minha namorada. – Ashton brincou.
– Ué, mas o relacionamento de vocês não era…
– Bom, digamos que tornou-se algo verdadeiro agora, apesar do Ashton ainda não ter feito o pedido oficialmente. – disse respondendo a dúvida de .
– Sinceramente, nem sei por onde começar a pedir desculpas, . Eu fui uma completa idiota com você desde o começo e sem nenhum motivo.
, não tem que se desculpar comigo…
– Sim, eu preciso. O que fiz no jantar, bom, no quase jantar, foi errado, mesquinho, infantil e muito vergonhoso. Desde que Michael e eu estamos juntos, nós sempre resolvemos nossos raros problemas conversando, não sei o que deu em mim.
– Você bebeu. – disse. – O álcool costuma potencializar as nossas atitudes, principalmente as atitudes idiotas. – e riram.
– Ele não vai me perdoar, não é? – sussurrou. pegou as mãos da garota entre as suas e forçou um sorriso. – Por favor, não precisa mentir.
– Acho que vocês só precisam de um tempo, vai ficar tudo bem e… – parou de falar e olhou para trás quando a porta se abriu, e para surpresa de ambas, era Michael.
Michael estava péssimo, o cabelo loiro estava desgrenhado, os olhos vermelhos e a ponta do nariz rosa, deixando bem claro que ele havia chorado. Se não fosse pela situação ruim, até poderia rir da aparência do garoto.
– Eu vou deixar vocês sozinhos. – forçou um sorriso e logo saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
Michael não gostou do que viu no momento em que abriu a porta do quarto. Ele estava dirigindo em círculos pela cidade, chorando e amaldiçoado pelo rumo do relacionamento dos dois.
Ele sabia que a garota não tinha culpa por sentir tais coisas, a desconfiança era algo normal depois da experiência com a traição do pai, mas Michael a amava, e jamais faria qualquer coisa para machucá-la.
não confiava nele, e isso colocava a relação deles em um estágio muito preocupante.
– Você está bem? – Michael perguntou quebrando o silêncio, ele queria se aproximar e examinar todos os ferimentos de , mas se chegasse mais perto, Michael não seria capaz de fazer o que prometeu a si mesmo.
– É… Eu vou ficar bem. – não sabia mais se referia a briga dos dois, ou sobre seus sentimentos.
– Você foi muito idiota em sair dirigindo por aí bêbada. Onde estava com a cabeça?
– Em você. Estava preocupada com você. – olhou para as próprias mãos em seu colo. – Michael, eu sei que pode não acreditar, mas eu sinto muito mesmo por tudo que eu disse. Fui idiota e muito infantil e peço desculpas pelo meu comportamento, mas… Por favor, só não me deixe. Eu amo você e não quero perder o que nós temos.
, não… Por favor, não torne isso mais difícil. – voltou sua atenção para Michael. – Eu só vim porque fiquei preocupado de você ter uma lesão séria, mas estou vendo que está bem. – Michael respirou fundo, aquilo era difícil de fazer, ele jamais imaginou passar por isso com . – Só queria avisar que vou voltar para Los Angeles, só passei para avisar e pegar os cachorros no chalé.
Aquela notícia foi um soco no estômago de , nem mesmo o corte em sua testa doeu tanto quanto escutar tais palavras.
– Você… Você nunca vai me perdoar? Michael, não faça isso! Hoje é Natal e… – dizia entre soluços.
– E o que isso importa? Você não se importou quando deu aquele show na frente dos nossos amigos, e, sinceramente? Não quero passar por isso de novo se um dia eu me atrasar para chegar em casa, ou demorar para atender o celular, porque agora tudo que faço é motivo para você desconfiar da minha fidelidade. E isso me dói muito, ! Mais do que você possa imaginar.
– Então, a melhor solução para você é terminar tudo? – agora não se importava com o choro descontrolado, mesmo com a vista embaçada pelas lágrimas, ela viu quando Michael se aproximou e fez menção de segurar sua mão, mas puxou para seu peito. – Não, por favor. Não me toque.
Michael recuou, talvez tivesse razão, ele ansiava tanto pelo seu toque novamente que tinha sérias dúvidas de ser capaz de deixá-la se a tocasse outra vez. Mesmo que estivesse magoado, foi triste para Michael ver sua garota tão machucada, em partes ele era o causador de tudo, se tivesse atendido o celular, eles agora não estariam em um quarto de hospital.
– Se pudéssemos voltar no tempo e começar tudo de novo, talvez as coisas fossem diferentes. – Michael murmurou. – Eu vou ficar em um hotel até amanhã. Dê um beijo e um abraço em Moose e Southy por mim.
não respondeu, na verdade tentou limpar o rosto que já estava horrível pelas lágrimas, mas nada adiantou, já que logo após escutar a porta do quarto se fechar e perceber que estava sozinha ali, ela começou a chorar de forma quase descontrolada.
Ela ouviu a porta do quarto se abrir novamente, mas não se deu ao trabalho de ver quem era, apenas sentiu o abraço e o perfume familiar de e .
– Vai ficar tudo bem. – Ela olhou para sua mão direita, vendo que a segurava gentilmente.


Capítulo 5

Aspen, 25 de Dezembro de 2020 - 19:10 PM

Aspen estava coberta de neve, completamente iluminada pelas luzes de Natal e repleta de alegrias pelos visitantes e moradores do local. O cheiro de café, cappuccino, chocolate quente e biscoitos amanteigados pairavam no ar, deixando tudo com um aspecto quase mágico quando somado às lindas decorações e luzes.
– Você vai ficar com essa cara a noite toda? – Luke perguntou a Michael enquanto caminhavam pelas ruas lotadas.
– É a única que tenho. – Michael retrucou. – Além disso, eu estaria melhor se vocês tivessem me deixado voltar para Los Angeles como eu queria.
– Caramba, Mike! Ainda reclamando sobre isso? – Ashton brincou se juntando aos dois, acompanhado de Calum.
– Onde vocês estavam? – Luke perguntou.
– Fui ajudar o Calum a arrumar o presente perfeito para se desculpar com . E vocês?
– Apenas caminhando por aí. Estávamos indo encontrar as garotas, elas acabaram de chegar. – Luke disse respondendo Ashton.
– Então, você e já se acertaram? – Calum perguntou de repente.
– Ah, não… Devido ao que aconteceu não tivemos tempo de conversar adequadamente.
– Devia correr para se desculpar, ouvi ela conversando com a hoje e dizendo que estava pensando em aceitar um trabalho em Nova Iorque. Seria uma pena que ela saísse de Los Angeles outra vez com vocês brigados.
Calum olhou para Ashton e franziu o cenho, do que ele estava falando? nunca comentou nada sobre isso.
– Do que você tá…
– Além disso, é bem óbvio que vocês se amam e precisam resolver essa situação de vocês. – Ashton disse interrompendo Calum. E somente com um olhar, Calum entendeu o que o amigo estava tentando fazer.
– Até que enfim vocês apareceram! – levantou as mãos em agradecimento quando avistou os meninos.
A primeira coisa que Michael notou foi que não estava junto, ele sabia através dos meninos que ela havia saído do hospital cerca de duas horas após a conversa dos dois. Ele até abriu a boca para perguntar, mas resolveu não fazer, afinal foi ele quem terminou tudo.


– Será que nós podemos conversar? – se assustou quando sentiu o toque de Calum em seu ombro, estava tão concentrada olhando a vitrine de uma loja infantil que não percebeu quando o namorado se aproximou.
– Claro. – Ela concordou, Calum olhou em volta vendo que os amigos estavam caminhando em direção a uma enorme árvore de Natal no meio da praça para tirar algumas fotos, deixando Calum e para trás. – O que você quer?
– Pedir desculpas. – Calum olhou fixamente para . Ele se sentiu um pouco idiota por não ter percebido antes, a garota estava diferente. Ele já havia escutado várias vezes pessoas dizendo que quando mulheres estão grávidas, ficam mais bonitas e com um certo ‘brilho’, e estava radiante, – apesar da leve tristeza presente em seu olhar, – era notável o quanto a gravidez só havia a deixado mais linda. – Fui um idiota ontem, o modo como reagi quando soube da gravidez foi muito ruim, e peço desculpas por isso.
– Bom, as circunstâncias ontem também não eram as melhores. – brincou.
– Vou ser sincero, eu não imaginava ser pai um dia, quer dizer, talvez sim, mas não esperava que fosse tão cedo. E eu estou apavorado com isso, porque não sei se vou ser um bom pai e…
– Calum, por favor… Você vai ser um pai incrível, não precisa ter dúvidas disso.
– Mas de uma coisa eu tenho certeza, eu amo você. E não tenho dúvidas de que quero passar o resto da minha vida com você, e estamos fazendo as coisas um pouco fora de ordem, mas o que isso importa? – Calum segurou o rosto de entre suas mãos e se aproximou quase a beijando. – Vamos passar por isso juntos, e vamos ser pais incríveis, talvez um pouco loucos, mas esse bebê vai ser muito amado. – Calum levou uma das mãos até o ventre de , acariciando por cima do tecido. – Eu amo vocês dois… Ou duas! O que você acha que vai ser?
– Acho que ainda é um pouco cedo para começar a pensar nisso. – soltou uma gargalhada.
– Vou fazer uma aposta com os meninos, eu aposto que vai ser menina! – olhou encantada para o namorado, era quase mágico vê-lo tão animado.
– O que te fez ficar assim? – perguntou.
– Bom, é segredo. Mas tenho que agradecer a depois por ter batido meu carro; sem ela, eu não teria conhecido uma certa pessoa no hospital. Ah, isso é para você, em partes. – Calum entregou um embrulho de presente para .
A garota abriu o embrulho com facilidade retirando de dentro um pequeno macacão de bebê vermelho com os dizeres “De Papai Noel para Mamãe e Papai”. olhou para Calum com os olhos marejados.
– Isso é… É perfeito. Eu te amo, Calum! – Em resposta, Calum a puxou para um beijo, sorrindo quando ouviu os gritos de comemoração dos amigos.


não conseguiu deixar aquele momento passar e logo apontou a câmera em direção a Calum e , registrando a reconciliação. Olhando no pequeno visor da câmera, sorriu satisfeita com a foto, adoraria.
Olhando em volta, a garota percebeu que Michael não estava mais por perto, e Ashton também já haviam distanciado um pouco, restando apenas Luke, que estava distraído mexendo em um galho do pinheiro enorme de Natal. Mordendo o lábio inferior, tirou uma foto de Luke. Com o flash da câmera, Luke olhou para o lado assustado.
– Desculpa. – Ela murmurou. Luke se aproximou para ver a foto. – Você sempre fica lindo nas fotos tiradas por mim, essa não foi diferente. – A garota admitiu.
– Desde quando você é tão fã de Natal? – Luke apontou para o gorro de Papai Noel que usava.
– Combinou com meu sobretudo e a bota. – Ela deu de ombros – A propósito, quando você planeja admitir que comprou esse sobretudo de presente?
– Se eu tivesse mesmo comprado, teria admitido no momento em que você gritou comigo. – revirou os olhos, até quando esse joguinho duraria? – Aliás, precisamos conversar!
– Sobre?
– Sobre nós. – engoliu em seco ao ouvir as palavras de Luke, ela ainda não tinha reunido a coragem suficiente para ter essa conversa. – Eu sei que fui um idiota quando terminei nosso relacionamento…
– Luke, acho que já tivemos essa conversa no seu carro. – disse o interrompendo.
– Eu sei, só queria dizer que senti sua falta, e aquele momento nosso no carro não foi algo qualquer para mim. Eu te amo, … E nunca deixei de amar nesse tempo que ficamos separados.
– Mas… E aquela garota? – tomou coragem para perguntar o que tanto a incomodava. – Poucas semanas após você ligar para terminar tudo, eu tive um dia péssimo, estava triste e precisava conversar, e você era o único que eu queria no momento, mas antes que eu ligasse, vi fotos suas com uma garota.
– Aquilo não foi nada, sei que pareceu que tinha acontecido algo, e ela realmente deu mole para mim, mas eu não fiquei com ela, eu juro! Não achei que fosse justo com ela e nem comigo, porque você era a única mulher que eu pensava. – sorriu levemente ao ouvir as palavras de Luke.
– E então, como nós ficamos? –Ela perguntou.
– Não quero te perder outra vez. E eu sei que você está pensando em aceitar o trabalho em Nova Iorque, e vou te apoiar completamente em tudo que quiser fazer, e se você permitir, quero ir junto. – Luke segurou pela cintura, sentindo como tremia sob seu toque. – Só não quero ficar longe, porque eu te amo. – Sem esperar por uma resposta, Luke a beijou. Sorrindo satisfeito quando rapidamente retribuiu o beijo. Luke tinha gosto de café e menta, e era apaixonada por isso...
– Eu também te amo, mas… – disse interrompendo o beijo – Que história é essa de Nova Iorque?
– Ashton disse que ouviu você conversando com sobre uma proposta de emprego e… – Luke observou o olhar confuso de para ele – …e você não está sabendo de nada disso, não é? – apertou os lábios tentando segurar o riso, tanto ela quanto Luke já haviam entendido qual era o plano de Ashton.
– Acho que temos um cupido.
– É, parece que sim. – Luke bufou puxando para seu abraço. – E eu quero aquele meu moletom de volta!
– O quê? Eu não vou devolver! Você me deu de presente, lembra? Disse que eu poderia ficar com ele, porque suas roupas ficam melhores em mim. – deu de ombros, abraçando Luke de volta.


– Quer comprar um gorro de Papai Noel ou de duende, moça? – olhou para a jovem em uma das barracas da praça, balançou a cabeça em negação seguindo seu caminho.
não sentia que havia tomado uma boa decisão vindo a praça, só se arrumou e acompanhou as meninas porque elas insistiram muito, mas depois de poucos minutos caminhando entre a multidão, percebeu que teria sido melhor ficar no chalé, servindo de companhia para Southy, Moose, Duke e Petunia.
respirou fundo mais duas vezes tentando não chorar, mas estava sendo difícil. Ela apertou as mãos em punhos dentro dos bolsos do casaco e mordeu o lábio inferior para controlar as lágrimas. Sentia tanta falta de Michael… E havia chorado toda a noite só por imaginar viver sem ele, Southy e Moose.
Caminhando para uma parte afastada, Michael se sentou no balanço, esboçando uma careta quando sentiu a neve molhar um pouco da sua calça. Ela limpou uma lágrima solitária que escapou, e tentou não prestar tanta atenção nas pessoas ao longe aproveitando o restante da noite de Natal.
ouviu um movimento ao seu lado quando alguém sentou no outro balanço, mas ela não desviou o olhar para ver, apenas encarava o chão coberto de neve, fazendo desenhos aleatórios com a ponta do próprio sapato.
– Você vem sempre aqui? – congelou em seu lugar quando ouviu a voz, olhando lentamente para o lado esquerdo, ela encontrou Michael ao seu lado. Usando suas usuais roupas pretas, o cabelo estava escondido debaixo de um gorro também preto.
– Não muito, mas é um bom lugar para sentir pena de si mesmo. – Ela retrucou. – E o que você faz aqui?
– Talvez o mesmo que você.
esboçou um sorriso triste, no último Natal ela estava radiante enquanto caminhava pelas ruas de Aspen acompanhada de Michael, agora estavam os dois ali, sentados lado a lado em um balanço infantil e sem conseguir conversar adequadamente.
– Acho que não me apresentei. – encarou Michael. – Sou Michael Clifford!
abriu e fechou a boca várias vezes sem saber ao certo o que dizer, o que diabos Michael estava fazendo? Por que ele estava se apresentando?
Foi então que uma luz 'acendeu' na mente da garota, que lembrou da conversa no hospital na noite anterior quando Michael foi visitá-la.

"... Se pudéssemos voltar no tempo e começar tudo de novo, talvez as coisas fossem diferentes."

sorriu para Michael, entendendo o que ele estava fazendo. A garota pegou a mão estendida de Michael e apertou gentilmente.
.
– É um prazer conhecê-la, .
– O que você está fazendo? – Ela não pôde evitar perguntar.
– Acho que amo você demais, … Tanto a ponto de não conseguir deixar a cidade, não estou dizendo que vamos conseguir voltar de onde paramos, porque isso seria quase impossível, mas… podemos começar de novo. Não acho que Moose e Southy gostariam de ficar sem a mãe.
– Ah, acho que isso é seu. – retirou a pequena caixa de veludo e estendeu para Michael. – Imaginei que você iria querer de volta.
– Por enquanto. – Michael respondeu guardando a caixa em seu próprio bolso. – Então, o que você acha de tomarmos um café?
– Eu acho perfeito.


balançava a cabeça no ritmo da música de Natal, a melodia era muito irritante, mas as crianças no palco eram tão fofas que quase a faziam esquecer desse detalhe.
– Tá se escondendo de alguém? – perguntou para Ashton que olhava para os lados como se procurasse alguma coisa.
– Só tentando encontrar o Luke e a . Mas se eles não apareceram até agora, deve ser sinal que se acertaram.
– E tem dedo seu no meio disso? – Ela arqueou as sobrancelhas esperando pela resposta.
– Nosso, na verdade. Menti para o Luke dizendo que você falou que te contou que estava pensando em aceitar um trabalho em Nova Iorque.
– Você o quê?! – Algumas pessoas encararam os dois quando gritou.
– Não precisa ficar brava, amor… Eles só precisavam de um empurrãozinho para acertar as coisas.
– Você me chamou de quê? – esboçou um enorme sorriso.
– Fica aqui! – franziu o cenho quando Ashton saiu quase correndo até o seu carro que estava parado próximo a eles.
viu quando Ashton tirou uma case do banco traseiro do carro.
– Eu não acredito. – Ela sussurrou para si mesmo.
– Bom, acho que já era hora de entregar seu presente de Natal. – Ashton entregou a case para ela.
– Olha, quando você prometeu a guitarra para me convencer a vir, eu estava brincando, não era sério!
– Você nem abriu, como tem certeza que é uma guitarra? – Ashton riu segurando a case para que ela pudesse abrir e retirar a guitarra de dentro.
– E o que tem aqui então? Um elefante? – arfou quando viu uma Stratocaster Fender preta, era ainda mais linda pessoalmente.
Desde que se mudou para Los Angeles, sempre ficava "namorando" a guitarra antes de ir para casa, e estava juntando dinheiro para comprar quando pudesse. Agora ela estava ali, de frente para a guitarra parecendo uma criança que acaba de ganhar um doce.
– Então, gostou? Foi por isso que voltei em Los Angeles, não consegui achar nenhuma parecida aqui em Aspen.
retirou a guitarra do estojo olhando-a em suas próprias mãos. Ashton deixou a case no chão e ajudou a garota a passar a alça da guitarra pelo pescoço.
– Ash, isso é… É perfeito. – Ela estava com os olhos marejados. – Eu nem sei o que dizer, é sério! Eu ficaria feliz se você me desse um gorro de Natal ou um chocolate, mas isso é…
– É tudo que você merece! – Ele beijou o topo da cabeça dela.
– Eu te amo. – disse olhando para a guitarra.
– Está dizendo isso para mim ou para a guitarra? – gargalhou.
– Para os dois. – Ela ficou na ponta dos pés e beijou Ashton.
– Ei, você! – Ashton e se separaram quando um homem parou ao lado dos dois, e pela roupa que usava, era organizador do evento que estava acontecendo. – Você canta? A nossa cantora está com problemas nas cordas vocais e não pôde comparecer, será que você poderia cantar algumas coisas?
não sabia o que responder, estava tão surpresa com a pergunta que seu cérebro simplesmente travou.
– É claro que ela aceita. – Ashton disse. – Uma ótima oportunidade para você estrear o seu presente.


se sentia nervosa e com vontade de vomitar enquanto olhava todas aquelas pessoas na praça da cidade apenas esperando por ela.
Respirando fundo, ela encontrou Ashton no meio da multidão, acenando e a encorajando.
– Boa noite, pessoal! Primeiramente, feliz natal a todos! E o que vou tocar agora acredito ser uma música conhecida por todos, e que definitivamente deve estar presente na playlist de todos. – olhou para a banda atrás dela esperando para começar. – I don't want a lot for Christmas, there is just one thing I need…
Aquele Natal, definitivamente, ficaria na memória de todos. Cada um por um motivo diferente, e apesar do drama da noite anterior, podia-se dizer que o espírito de Natal estava ali para iluminar a todos.
e Calum não conseguiam parar de pensar em nomes para o bebê.
Michael e estavam um pouco nervosos, como se fosse o primeiro encontro dos dois, o que em partes era verdade. Mas estava se sentindo feliz, mesmo que nada tivesse acontecido como ela imaginou, ela sorriu quando sentiu o braço de Michael em volta de sua cintura, balançando no ritmo da música.
estava fotografando tudo, tirando algumas fotos especiais de , rindo entre os cliques quando sentia os lábios de Luke em seu pescoço.
E Ashton, bom, ele estava vibrando de felicidade pela namorada.
– Fico feliz que vocês voltaram. – Ashton comentou se aproximando de e Luke. – Aproveitando que todos estão aqui e acabamos com todos os segredos na noite passada, preciso admitir que eu comprei o casaco que você está vestindo, .
– E eu escrevi o bilhete! – Michael levantou o braço.
soltou uma alta gargalhada.
– E eu pensando que eu era a louca aqui. – murmurou.
– EU SABIA! – olhou para Luke – Pode segurar isso para mim, amor? – entregou a câmera para Luke.
– Acho melhor vocês dois começarem a correr! – sugeriu.
Ashton e Michael se entreolharam e saíram correndo entre a multidão, com uma raivosa atrás deles, deixando todos rindo para trás.


FIM



Nota da autora: Sem nota.
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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