Última atualização: 01/09/2020

A aposta da última noite


Maldita hora em que resolvi fazer essa aposta com Sírius. Maroto idiota, aposta idiota. Olhei ao redor pela vigésima vez e desejei correr de volta para o dormitório, aquela era nossa última noite no castelo e eu estava prestes a fazer a última loucura naquele lugar. Todos já haviam feito as suas: escalara a torre das corujas com a ajuda de uma corda trouxa e sem qualquer ajuda apenas para prender um pergaminho na perna da coruja que pertencia à Remus. Lupin lera o pergaminho e, burlando uma regra quase soberana, adentrou a floresta proibida e pegou algumas frutas que achou pelo caminho. James ficou encarregado de levar as frutas ao Beco Diagonal a noite e convenceu a dona d’O Caldeirão Furado a fazer um chá com aquilo. foi quem comprou o chá e, escondida, se encaminhou para sala do professor Slughorn e trocou seu chá matinal por aquela gororoba.
- Eu podia ter pegado a parte da Lily, seria tão mais fácil. – Falei irritada, tentando me manter nas sombras.
Lembro-me das broncas e dos castigos prometidos a todos que se mantivessem em silêncio sobre o responsável por aquilo. Peter assumiu a culpa apenas para conseguir chegar a sala da detenção e levar consigo bombas de bosta, as quais atirou no corredor e depois se escondeu. Lily ajudara os professores na busca pelo culpado daquela bagunça, e enquanto McGonagall passava de sala em sala na busca por um culpado, Evans seguiu para as masmorras e deixou um pacote de feijãozinho de todos os sabores para Lucius, passando-se por Nacisa... O problema é que a única coisa que havia dentro da caixa eram os sabores de cera de ouvido, vômito e outros nenhum pouco atraentes.
- Vamos , falta pouco. – Sírius sussurrava dentro da sala andando de um lado para o outro enquanto olhava para o relógio como se isso fosse fazê-lo parar.
Sonserina virou um pandemônio, tudo o que se ouvia eram gritos e xingamentos da parte do loiro. Mais uma vez a diretora foi em busca de um culpado, mas não encontrou ninguém. Agora, na última noite, restara apenas meu desafio, já que Sírius ficara encarregado de entrar na sala de McGonagall e roubar um pouco da poção polissuco que ela sempre deixava guardada no armário do canto.
- Eu juro que se for expulsa em minha última noite... – Resmunguei ao passar pela porta gigante da Sala Precisa.
- Não vai acontecer nada, é sua última noite. – Sírius me surpreendeu ao puxar-me para seus braços.
- Isso pode acabar com a minha formatura, Six. – Resmunguei irritada, senti um arrepio quando seus lábios tocaram meu pescoço me fazendo fechar os olhos momentaneamente.
- Nada vai dar errado, Robert é quem ficou com a parte pior. – Ele tentou me convencer, afastei-me de seu toque, irritada.
- Fala isso pra gata do Filch quando ela se transformar em sabe-se lá o quê, Black. – Retruquei e, para meu espanto, ele sorriu sacana. Seus olhos pretos reluziram a pouca luz da vela que jazia sobre uma pilha de livros. – O quê?
- Você fica tão sexy me chamando assim...
- Assim como? – Me aproximei um pouco mais do maroto vendo seu sorriso cafajeste aumentar. – De Black?
- Ah sim, isso me deixa muito excitado, docinho. – Meu corpo formigou sob seu toque, seus lábios pousaram em meu pescoço e, por um momento, perdi o raciocínio.
- Você está muito abusado, senhor Black. – Brinquei deslizando minhas mãos pelo corpo de Sírius em busca do bolso onde a poção estava guardada, puxei-a com rapidez e me afastei quando senti suas mãos apertarem meus quadris com mais afinco. Se continuasse ali a aposta não seria cumprida. – Nos vemos mais tarde, querido. – Pisquei quando saí da sala apressadamente.
- Estarei esperando senhora Black. – Ouvi o sorriso em sua voz e acabei rindo também.
No fim daquela noite a gata de Filch se tornara um filhote de urso esquisito com um bico semelhante ao de um papagaio, Robert ficara incumbido de levar o pobre animal para o Salão Comunal da Sonserina, mais especificamente para o quarto onde Severus dormia.
- Eu vou contar até três e se o culpado não aparecer vou fazer todos serem expulsos! – Filch gritava irritadiço.
Olhei para meus amigos que observavam tudo no corredor, escondidos nas sombras apenas para ver o que aconteceria, e rimos com o a fala do zelador. Essa noite seria longa.

🐺


A aposta do dia do casamento

Remus Remus

O casamento dos Potter e dos Black deu o que falar no retorno à Hogwarts, com a boca grande Pettigrew não demorou para que todos soubessem da união, o que rendeu uma conversa séria com Minerva, Dumbledore e, para infelicidade de Sírius, Walburga e Orion Black. Não preciso dizer que houve gritaria, ameaças, muita discussão e, por fim, Sírius terminou deserdado.
Segundo ele, isso já era esperado, mas não se calou e teve a maior briga da história com sua, então, sogra.
- Como ousa falar comigo desta forma, garotinha insolente. – Walburga vociferou, estavam todos reunidos na casa dos Black, exceto Minerva que fora requisitada na escola para um assunto de suma importância. James e Lily já haviam passado por isso, a família Potter levou o maior susto ao se deparar com tanta gente na porta, duas noites atrás, mas adorou a ideia de Evans ser parte da família.
Os pais da ruiva é que odiaram o fato da garota estar casada tão jovem, mas no fim receberam Potter, com algumas ressalvas e permitiram que ela fosse morar com ele. Infelizmente meu outro melhor amigo não tivera essa sorte. A família Lira achou um absurdo que a filha mais velha tivesse casado sem a presença deles, mas adorou o fato de Sírius ter um sobrenome renomado, então insistiram que outra cerimônia fosse feita, esta no mundo bruxo, para que eles pudessem participar.
- Ouso sim, se tem uma coisa que eu ouso é falar com a senhora desta forma. – soltou-se da mão do marido e deu um passo a frente até estar cara a cara com a mulher que Black chamava de mãe. – A senhora pode não gostar de mim, pode até me xingar, mas não tem o direito de insultar e maltratar seu filho.
Walburga riu com escárnio, o ódio explícito no olhar.
– Você não é nada, não passa de uma bastardinha que achou no sobrenome uma forma de se promover. – O choque percorreu todos os presentes, vi o rosto de Sírius ficar da cor dos cabelos de Lily, e não estava diferente. – Mas é claro, eu não podia esperar outra coisa desse inconsequente. – Apontou para o filho.
- Eita. – Foi a fala de , que assim como eu, assistia a tudo com medo. - Ela vai retrucar e vai dar ruim.
- Sírius vai entrar na frente. – Afirmei, a cena parecia congelada à frente.
- Não, a vai descer a mão nela, certeza. – assegurou, olhei-a rapidamente e, por um segundo, um sorriso esperto surgiu em sua face. – Quer apostar?
- Cinco galeões no Black. – Declarei vendo-a surpreender-se com minha atitude, eu nunca aceitava apostas.
- Em qual dos dois? – Fez piada, eu balancei a cabeça. – Feito.
- Esse é o motivo de não ter ido para Sonserina, Sírius? – Orion, o pai do maroto se pronunciou pela primeira vez, mas eu desejei que tivesse ficado calado. – Uma garota qualquer que poderia ter encontrado em qualquer lugar. – Balançou a cabeça descrente, arregalei os olhos diante da frase e da ação de meu melhor amigo que sacou a varinha e apontou para os pais.

Tudo aconteceu muito rápido, em um instante Padfoot apontava a varinha, e no outro estava desarmado pela mãe que olhava com ódio para o casal e começava a recitar uma maldição imperdoável. Foi o que bastou para Dumbledore intervir lançando protego sobre todos e vendo a maldição ricochetear e explodir na parede oposta sobre a árvore genealógica pintada na parede Sul, exatamente sobre o rosto de Sírius.
- Não sou uma bastarda, Walburga, minha família tem sobrenome reconhecido e meus pais tem dinheiro o bastante para que eu nunca precise de nada para me promover. – cuspiu as palavras. – Eu escolhi estar com seu filho por que vi algo que você, seu marido e até Régulo, jamais enxergou, ele é um ser humano incrível, um bruxo talentoso e será o maior auror que este mundo já teve. – Ela deu um passo à frente, saindo da proteção que Albus havia criado e se aproximando da família que detinha um sobrenome que era seu agora. – E sabe como eu sei disso? Por que estarei ao lado dele e o ajudarei a realizar cada sonho.
Olhei para Padfoot, que tinha os olhos arregalados e lacrimejando, ele jamais choraria na frente de seus pais, porém eu sabia que seu coração aquecera sob as palavras da mulher que ele amava. Sorri ao sentir agarrar-se ao meu braço.
- Ela não é uma qualquer pai. – Sírius encontrou a voz e, por fim, se pronunciou. – E é uma pena que vocês não vejam isso, mas a verdade é que, se não são capazes de enxergar todo o mal que fizeram, eu é que não quero ser parte dessa família. – Essas foram suas últimas palavras antes de dar as costas a Orion, Walburga, o recém chegado Régulo e todos nós, e puxar pela mão rumo a porta.
Deixamos a casa em silêncio, apenas Dumbledore permanecera ali para, segundo ele, tentar acalmar os ânimos. Os Black já haviam partido, possivelmente para casa de James e Lily, e eu aparatamos para lá. Não foi necessário entrar para saber que todos estavam reunidos na tentativa de consolar Sírius, caminhamos até a porta e batemos. foi quem abriu, para nossa surpresa.
- Quero dez galeões. – Avisou séria, os olhos brilhando num misto de irritação e divertimento. Franzi o cenho. – Vocês não falam exatamente baixo, e agora, toda ajuda é bem-vinda. – Piscou e deu passagem para entrássemos na casa.
balançou a cabeça, descrente.
- Perdemos feio, né? – Foi tudo o que ela disse, assenti.
Nos juntamos ao grupo que conversava sobre qualquer assunto que não envolvesse a família de Sírius.
- Então vocês vão comprar uma casa? – perguntou animada recebendo um aceno de concordância.
- Na verdade, eles vão apenas se mudar. – Lily declarou, confundindo a todos. – Nós já conversamos com o antigo proprietário da casa da esquina, aquela com jardim. – Ela sorriu e pegou as mãos de James entre as suas. – Ele queria vender, nós pedimos ajuda à Dumbledore para negociação e conseguimos um desconto, a casa é de vocês. – Ela deu de ombros.
- Mas... Como? Quando? Com que dinheiro? – Sírius se desesperou e recebeu um tapa da esposa. – Você?
- Lily e James pagaram uma entrada, eu só devolvi. – A mulher deu de ombros e mordeu o lábio, não sabendo qual seria a reação do marido com toda aquela informação. – Era para ser uma surpresa, mas... – Sírius a surpreendeu com um abraço, calando-a momentaneamente.
- Eu aposto que ela vai chamar a gente pra ajudar na mudança. – comentou fazendo careta.
- Você acha? – Devolvi, rindo em seguida.

🐺


A aposta do bebê

Sírius

Estávamos todos reunidos, mais uma vez, na casa dos Potter. Dois anos após a formatura e a fatídica noite em que minha família oficialmente me deserdou, Lily e James anunciaram que estavam grávidos. Pois é, meu melhor amigo ia ser pai e não poderia haver notícia melhor. surtou e declarou que ela seria a madrinha, o que já era óbvio, entretanto rendeu uma bela discussão com , e até Robert, que alegou ser um bom amigo e o padrinho perfeito para o bebê, mas para isso deveria ser a madrinha.
Foi necessário a intervenção de James e uma ameaça de Lily para que todos se acalmassem. Na mesma noite iniciou-se uma aposta, qual seria o sexo do bebê e, por consequência seu nome.
, e Peter apostaram que seria uma garotinha e se chamaria Jasmine.
Remus, e eu tínhamos certeza de que seria um garotinho, e se estivéssemos certo, o bebê se chamaria Harry, o nome que James sempre disse querer.
Robert fora o único a apostar que seriam gêmeos e teriam nomes completamente diferentes, mas ele não diria quais.
Hoje, quatro meses do anúncio, esperávamos o pergaminho com o resultado do exame feito por Lily num dos hospitais trouxas que sua mãe a levara. Prongs já havia ruído todas as unhas, Moony tentava ler uma página do livro que encontrara perdido, , , Robert e Peter aguardavam pela mensageira do lado de fora da casa. Eu caminhava de um lado para o outro da pequena sala de estar enquanto ouvia as risadas de minha esposa e Lily vindas da cozinha, as duas estavam muito tranquilas para o meu gosto.
- Hey, Padfoot. – Remus me chamou, desistindo por fim da leitura. – Você acha que elas já sabem?
Ponderei, se soubesse ela teria me contado, afinal, nossa aposta era a mesma, certo?
- Não sei, acredito que não. – Dei de ombros. – Estamos ficando paranoicos, Moony. – Brinquei arrancando-lhe o riso.
O som de asas batendo nos despertou a atenção, em menos de um segundo James surgiu pela porta da cozinha com Lil e no encalço, a coruja viera pelo lado errado. Assoviei para chamar o grupo que ainda aguardava do lado de fora, e logo todos estavam reunidos na sala.
- Antes de ler o resultado, eu gostaria de dizer que...
- Cala a boca e abre o envelope, Prongs. – Interrompi o começo do que seria um longo discurso. Recebi uma careta dele e as gargalhadas das meninas. Foi Lily quem abriu o envelope e, com rapidez, leu o resultado. Um sorriso surgiu em seus lábios.
- Robert, sinto muito. – Começou. – Não são gêmeos.
- Claro que não, é uma linda menininha de olhos verdes e cabelos ruivos, pode dizer Lil. – disse confiante.
A senhora Potter parou de sorrir e eu me senti murchar, só faltava ter perdido e ter que usar o salário de auror para pagar a aposta. se aproximou de mim e eu aproveitei para mantê-la entre minhas pernas, apoiei meu queixo em seu ombro e meus braços enlaçaram seu tronco. Ela suspirou e se aconchegou mais.
- , você está absolutamente... – A ruiva fez um suspense. – Errada, estamos esperando um menino. – O grito que James deu teria me feito duvidar de sua masculinidade se fosse em outra ocasião.
A felicidade tomou a todos, os Potter se abraçaram enquanto Prongs gritava que seria pai de um garotinho. Os perdedores murmuravam parabéns, Remus beijou a bochecha de , feliz demais para se importar com a reclamação da namorada. correu para cumprimentar a amiga, e comadre, enquanto eu fazia o mesmo com James.

Passava da meia noite quando decidimos ir para casa, já que a comemoração rendera muitas piadas, conversas e riso.
- Vamos ser padrinhos de um garotinho, o pequeno Harry. – parou a minha frente, virando-se e enlaçando meu pescoço assim que fechamos a porta da sala. Sorri maroto e a abracei. – O que pensa em fazer com a sua parte da aposta, Maroto? – Ela perguntou espelhando o meu gesto.
- Estava pensando que uma viagem lua de mel seria ótimo. – A vi morder o lábio inferior e arquear a sobrancelha. – Quem sabe dar um amiguinho para Harry brincar.
- Ora, isso soa muito audacioso senhor Black. – Ela ficou nas pontas dos pés e roçou os lábios nos meus, fechei os olhos momentaneamente. – Qual seria o lugar de escolha?
- Grécia? Maldivas? Havaí?
- Por que eu só ouvi lugares em que tem praia? Achei que gostasse da cidade. – Ela se afastou um pouco para me olhar melhor, mas eu a puxei a tempo, mantendo-a na mesma posição.
- Por que você, mais areia, e pouquíssima roupa, ou roupa nenhuma, é o que eu chamo de viagem dos sonhos. – Respondi e acabei por receber um tapa no braço.
- Você não vale nada, cachorro. – Suas mãos prenderam-se nos fios de minha nuca puxando meu rosto em direção ao seu, recebi uma mordida no queixo e, de surpresa, ela saiu de meus braços e começou a caminhar em direção ao nosso quarto. Estreitei os olhos.
- Ah, e você adora, docinho. – Rosnei ao vê-la tirar a blusa e jogar num canto da sala antes de passar pela porta. Seu riso invadiu a casa quando corri e a tomei nos braços.
Havíamos ganhado a aposta e isso era incrível, mas naquela noite, eu queria muito mais.


FIM.



Nota da autora: Olha só, oito anos depois e Armações Marotas tem duas, isso mesmo, duas fanfics para ser lida! Peço desculpas pelos erros, espero que gostem e comentem bastante!
Nos vemos em breve.
Xx Mary.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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