capítulo único


As lágrimas eram visíveis nos olhos de , mas nunca escorreriam por seu rosto. Ao menos não ali, frente à expressão impassível de Sansa. A da garota demonstrava ódio.
— Eu não quero isso Sansa! Nunca quis me casar e você sempre soube! — a jovem Stark não soava como suplicante. Pelo contrário a exigência e o desgosto tingiam sua voz como o sangue as roupas de seus inimigos.
Sansa por outro lado, apesar de impassível, a observava com carinho. Conhecia o temperamento Stark, melhor ainda, convivera com uma pequena toda a infância.
— Sei o que quer, entendo que seu desejo é enfrentar a guerra como sua tia Arya, mas não posso realizá-lo querida. O inverno já começa a dar sinais de seu fim e nós precisamos voltar a ter laços com o Sul — a explicação era na verdade apenas mais uma versão do resumo que Sansa sempre repetia para a sobrinha quando falavam sobre o casamento.
O que a jovem Stark não entendia é que sua tia havia lutado na guerra tanto quanto a irmã mais jovem, mas ela o fizera dentro de castelos e não em campos de batalha, assim era difícil para enxergar os feitios da tia. Não que seu casamento lhe mostrasse tamanho desafio.
— E não se tome por vítima também, pouquíssimas são as mulheres com a sua sorte, que não apenas conheceu, como era grande amiga de seu futuro marido — completou a mais velha, a voz dura em contraste com o olhar complacente. precisou fincar as unhas na mão para manter o controle e não gritar com a tia.
— Isso já fazem sete anos, Sansa. Eu não sou a mesma criança e duvido que Rhaegar ainda o seja — novamente o tom de desafio com manchas de deboche veio de . Dessa vez levando sua tia a algum limite.
— Basta! Eu não estou aqui para ouvir suas reclamações, criança. Se não reconhece a sorte que tem não serei eu quem a repetirei para você. Fará o que mando e o que é melhor para seu povo, se não como pedido de sua tia, como ordem de sua rainha.

Seis meses depois
Os olhos da jovem Stark focavam em tudo exceto no príncipe que lhe aguardava. Sendo levada ao altar pelo tio Jon, o mesmo a havia aconselhado antes a não fazê-lo, contando que, caso se casasse com um homem horrível era melhor deixar para sofrer quando não houvesse escapatória e tivesse que encará-lo. Ela rira no momento, mas esse não era o verdadeiro motivo de desviar os olhos agora. Ela o fazia por não reconhecer o homem que lhe aguardava, esperando ver o pequeno dragão que conhecera na infância, se deparando com o homem mais belo que alguma vez já tivera a chance de olhar. Rhaegar era bem semelhante ao tio de mesmo nome, de quem ouvira histórias toda a infância, com os longos fios platinados e olhos violeta, se diferenciando no corpo grande e bronzeado, que viera de algum lugar que não dos sete reinos, de onde voltara sua mãe já com o garoto no ventre. Nada que tenha impedido Daenerys Targaryen, a mãe dos dragões e rainha regente dos sete reinos, a misericordiosa, a batalhar bravamente sobre Drogon, de onde apenas desceu quando o próprio dragão o quis fazer. Dizem que a besta já conhecia a alma e coração da criança que crescia em sua mãe, se tornando desde sempre seu fiel protetor, mas não apenas isso. Tornou-se também seu professor e quase carrasco, quando levou o garoto de doze anos para os confins do mundo, de onde só voltaram quatro anos depois, Rhaegar semi-morto, só mantendo as batidas do coração por ter sido carregado dentro da boca do dragão. Aparentemente isso também ajudou em sua cura, na qual nem os melhores meistres acreditavam ser possível.
Agora, dois anos após seu retorno e completamente curado, o homem aguardava , que amaldiçoava quem criou um caminho tão curto para noivas percorrerem, já que se via frente à frente com seu noivo, agora que seu tio a entregava. Mas essa troca de olhares fora o que levou o coração da jovem a um salto, quando recebeu um pequeno sorriso de Rhaegar, o mesmo que se lembrava de ver nos lábios do garoto que conhecera. Mas o sorriso não durou e o que veio a seguir fez com que seu coração murchasse e sumisse entre suas costelas quando a palavra "vire" saiu do príncipe, sua voz áspera e rude, a ordem, dada para que ele a cobrisse com o manto, irritando profundamente , que não escondeu o ódio das próprias feições no tempo que se seguiu, o casamento tendo uma aura de funeral entre os dois protagonistas.
Por esse motivo para a jovem Stark o tempo que se passou parecia mais com anos que com horas, em que ela manteve os olhos fixos em paredes e móveis, sendo mais fácil fingir contentamento para objetos inanimados que para pessoas. Quando a cerimônia finalmente alcançou seu fim e os noivos se apresentaram como marido e esposa para a multidão, que ovacionava animadamente, a jovem soltou um suspiro e acompanhou todos para a festa que se seguiria.
Muita comida e vinho depois e os futuros rei e rainha dos sete reinos eram intimados para suas núpcias, a típica tradição de levar o casal para o quarto se iniciando, quando um som muito semelhante à um urro de dragão saiu dos lábios do príncipe, surpreendendo a todos e assustando sua esposa.
— Eu a levarei sozinho, como um verdadeiro homem deve fazer. Vocês, senhoras e senhores, aproveitem o final da festa — dito isto Rhaegar se virou para e, mal a garota se colocara em pé, ergueu-a e a carregou nos braços ante aplausos e assobios. A Stark agradeceu que seu rosto estava tampado, assim evitaria que os outros vissem suas faces coradas, primeiro de surpresa, seguida por ódio, até vergonha, quando notou a força de seu marido, que parecia carregá-la como se pesasse o mesmo que uma folha, detalhe que imediatamente acionou um sentimento que nunca tivera antes, algo parecido com a vontade de comer doce, mas muito mais profundo. "Seria esse o desejo?" se perguntou enquanto passavam por todos e andavam até chegar em um corredor vazio.
— Pode me soltar, alteza — pediu, o tom irritado mais forte do que seu verdadeiro sentimento.
— Alguém ainda pode nos seguir, só a soltarei quando alcançarmos o quarto — e lá estava o tom frio de Rhaegar novamente, um tom que ela nunca tinha ouvido do antigo amigo. Ele não havia o deixado durante toda a cerimônia, quando eram obrigados a conversarem por qualquer motivo, mas quando suas palavras eram apenas para seus ouvidos a garota as sentia muito mais profundas e afiadas, como se ele desejasse feri-la com elas.
Alcançaram o quarto e Rhaegar fez o que haviam combinado, soltando-a sobre a cama, indo fechar a porta em seguida, o som da tranca causando um arrepio em , que engoliu em seco. Virou-se para observar o marido andar pelo quarto até chegar a uma pequena mesa com uma jarra de vinho e duas taças sobre ela, então encheu uma e se virou para a esposa, entornado o líquido de uma vez sem nem ao menos desviar os olhos dela.
— E-eu... — a garota tentou formular uma primeira frase, mas sua voz falhou e soltou um pigarro para tentar restaurá-la. — Devo me preparar alteza? — dessa vez tinha a voz firme e, como que para provar sua convicção, talvez até mesmo parecer mais experiente no assunto, se colocou de pé e levou as mãos às costas. Se deteve quando o marido fez um sinal para que parasse.
— Não vou fodê-la, princesinha, tenho certeza de sua virgindade e não preciso devolver minha noiva. Além do mais não quero herdeiro algum para o maldito trono de ferro — sua voz tinha agora um pouco mais de agressão que frieza e apesar de um pequeno alívio percorrer seu corpo, não conseguiu evitar se sentir ofendida.
— Posso saber o motivo? Tem algum preconceito com os Starks ou... — foi cortada com uma gargalhada alta do homem a sua frente e se obrigou a fincar as unhas nas palmas das mãos para manter o controle.
— Stark? Você sabe que as chances de ter realmente sangue Stark são baixíssimas não? Conhece suas origens e, mesmo que seja filha de Bran, apenas Jon diz conhecer sua mãe, todas as testemunhas do possível casamento estando mortas — o tom do príncipe era de zombaria e seus olhos expressaram contentamento com a fúria no rosto de , a última gota antes da menina erguer o punho e voar sobre Rhaegar, que em segundos estava em pé e segurava a garota pelo punho, sua expressão vacilando por um momento. — Quer mesmo se atrever a bater no futuro rei, bastardinha? Além de perder a honra de ser vendida como noiva e carregar um nome que não lhe pertence ainda quer perder a cabeça? — seus olhos eram desafiadores, mas o aperto com o qual a segurava deixava claro que não haveriam brechas para ser agredido. Não que ele sentisse medo, o comportamento da garota era até mesmo excitante, mas não podia realmente permitir que ela o agredisse. Foi a vez de rir.
— Quem me chama de bastada, em? Se não é o bastardo de Essos, aquele que veio no ventre da rainha sabe-se lá de que tipo de selvagem! — o sorriso desafiador de seu rosto não escondia o ódio em seus olhos, mas nenhuma palavra pareceu surtir efeito no homem que apenas se manteve sorrindo.
— Me atacar não vai trazer a verdade sobre você à tona, criança, se é que existe alguma verdade sobre isso — Rhaegar aproximou o rosto do da menina e encarou seus olhos com desafio estampado, aceitou o desafio.
— Que eu me lembre você era o único que precisava ser consolado por não ter pai, garoto — sua resposta dava ênfase na última palavra, o que fez com que os olhos do príncipe se escurecessem e ele a soltasse com um movimento brusco enquanto se virava, apenas dando mais fogo para a Stark se animar. — Qual é o problema Rhaegar? Passou tanto tempo longe que se esqueceu da nossa infância? Esqueceu-se do tempo em que nós dois brincávamos juntos? Ou seria melhor dizer do tempo em que eu o intimi... — antes que terminasse a fala o príncipe agarrava seu queixo com a mão, após se virar de forma tão rápida que a garota mal reagiu, o aperto em seu queixo agora trazendo lágrimas em seus olhos.
— Você parece sedenta por um pouco de atenção não é mesmo, "amiguinha"? Vou ser um bom príncipe então e lhe dar o que quer — em comparação com o tom frio da cerimônia, agora o Targaryen parecia emanar fogo tanto da voz quanto do toque, a Stark estremeceu. — Tire sua roupa se não quiser vê-la em frangalhos pelo quarto. Se quer tanto assim ser minha nova meretriz é o que vai ser — concluindo a frase, Rhaegar se virou para o vinho novamente, seu rosto expressando o arrependimento enquanto enchia para si uma taça, virando-a em um só gole antes de começar a se desfazer das próprias roupas.
Sabia que estava cometendo um erro do qual tentara evitar desde que vira a garota na cerimônia, os cabelos negros, a pele mais branca de que se tinha notícia e os olhos azuis sendo a única pista de que via ali sua antiga amiga, o corpo de mulher com o vestido de noiva pertencendo a alguém completamente diferente, alguém extremamente desejável que ele não precisava evitar. Sendo esse o real motivo de toda a sua crueldade, apesar de ela ter sido aprendida na Baía dos Dragões, quando a teve a sua frente. Apesar disso seus olhos pareciam sedentos por detalhes, reparando nos pequenos lobos que cobriam a garota, desde a coroa, em que lobo e dragão de ouro se encaravam, até a barra do pesado vestido de inverno em que lobos brincavam em fios dourados.
E até o momento ele havia conseguido se manter focado em não se aproximar demais, mas isso se tornara impossível quando a ouviu falar. Era a única que nunca o tratara de forma especial, sempre agindo como amigos normais, como se fossem qualquer outra criança. Isso acima de tudo era o que aumentava seu desejo de tê-la em seus braços, transformar a admiração de criança em amor, em luxúria. Mas havia estourado e agora se a tomasse teria apenas seu ódio como resposta, ele tinha certeza.
Quando terminou de retirar a camisa, ficando apenas com a calça de veludo, se virou para encará-la, pronto para voltar atrás na decisão, suas palavras sumindo quando a viu a poucos centímetros de distância, seu corpo coberto apenas por um vestido de seda cinza e o corpete, até mesmo esse coberto de lobos bordados. Mas apesar de excitante não fora a aparência que o deixara mudo e sim o olhar assustado em seu rosto, que agora era coberto por sua mão.
— Suas costas... Você... — demorou para que Rhaegar a compreendesse, mas quando o fez seus olhos escureceram de ódio e um fundo de medo. — Algum problema para você princesinha? Não sabe lidar com algumas cicatrizes? — negou rapidamente com a cabeça e sem dar chance de resposta à ele, esticou a mão e tocou sua barriga, os dedos leves chegando à um círculo retorcido de pele, o tocando com extrema delicadeza, como se o ferimento que o causara ainda doesse, o toque arrepiou o príncipe.
— Eu... Sinto tanto! Nunca pensei que você... No que poderia ter acontecido com... As histórias... — a garota não conseguia completar suas frases, a cabeça baixa fazendo com que seu cabelo escondesse seu rosto, as lágrimas não conseguindo ser contidas.
Não entendia porque ele mexia tanto com ela, mas agora era como se visse sua própria pele marcada, como seu pudesse sentir uma porcentagem da dor a que ele fora exposto, sabendo em sua alma que nunca poderia ter nenhuma noção do que era aquilo. Quando desceu os olhos para a cicatriz, que emendava em outra, essa um risco fino que descia para dentro das calças do homem, teve sua mão parada pela dele.
— Não me toque. Vai fazer com que per... —mas Rhaegar teve sua voz cortada quando girou suas mãos, o interior do braço dele contendo mais cicatrizes, essas que iam de seu punho até a parte de dentro do cotovelo. O aperto dele diminuiu e ela correu os dedos delicadamente sobre uma das marcas, sentindo os pelos em volta se arrepiarem sob seu toque, o que a levou a encará-lo com curiosidade, retirando a mão assim que encontrou dor em seus olhos. — Perdão, não imaginei que... Não pensei que ainda as sentia — sussurrou, se afastando um passo para evitar sua curiosidade, ele negou com a cabeça.
—Não é isso. Eu apenas... — o Targaryen soltou um suspiro, fechando os olhos por um momento, tentando se concentrar para que esquecesse o desejo, mas qualquer tentativa já era falha, o simples toque de peles já estava enlouquecendo-o. Voltou a abrir os olhos e, ao encontrar curiosidade na profundidade azul dos da garota, não conseguiu conter mais nada, fechando a distância que tinha entre os dois, pegando-a pela cintura e puxando-a contra seu peito, os lábios buscando os dela.
Por um segundo não recebeu reação, e já começava a tomar conhecimento de seu erro, quando a garota começou a corresponder. À princípio eram apenas os lábios, pressionados de forma desconfortável, mas logo se encaixaram, ele tendo seu lábio superior entre os dela, abrindo de leve a boca, até que sugava o lábio inferior da garota. Isso pareceu influenciá-la, pois em seguida levou as mãos à nuca de seu marido, brincando com seus longos cabelos, seus lábios abrindo mais, para dar espaço a sua língua. A partir desse momento começaram a se provar, ele tendo o gosto de vinho, ela de pureza. Mas logo o fôlego falou mais alto e ele separou seus lábios, ofegante enquanto colava a testa na dela.
—Des... Culpe — pediu, ao passo que ela negou com a cabeça, os olhos fechados, o peito subindo e descendo sob o corpete, o que dificultava ainda mais sua respiração, quando conseguiu falar sua voz saiu fraca.
— Não precisa pedir, desejei isso também — sua sinceridade pegou ambos de surpresa, ele por não esperar isso dela, ela por não entender de onde vinham as palavras e mais ainda para onde foi sua auto repreensão, já que não sentia nenhum remorso ou vergonha por tê-las dito.
Porém, além disso, saber que tinha o consentimento dela, o deixou menos culpado e apenas aumentou mais seu desejo. Deslizou as mãos pela delicada pele de seus braços nus até que tinham as mãos juntas, então se distanciou para levá-la até a cama coberta de peles. Quando a alcançaram ele virou seu corpo gentilmente, até que a tinha de costas e, afastando as mechas negras, desfez o nó do corpete, o destrançando lentamente até a peça cair no chão. Dessa vez seus dedos passaram de seu quadril, subindo pela curva da cintura, roçando na lateral dos seios, arrepiando-a completamente.
— Rhaegar... — sussurrou a Stark ao sentir um aperto no ventre, uma sensação gelada atingindo seu estômago. Ele novamente a virou de frente e notou que ela correspondia de imediato aos seus toques, os mamilos enrijecidos sendo visíveis sob o tecido fino. Voltou a buscar seus olhos e a encontrou corada, o encarando com uma mescla de medo e desejo no olhar, o azul se escurecendo. — Não sou uma meretriz, não... — foi cortada quando os lábios do loiro encontraram os seus, os sugando por um segundo antes de se afastar.
— Não se preocupe, sei que é virgem e não esperava algo diferente, só... — parou novamente, se curvando e depositando beijos por toda face de neve. — Me deixe prová-la — sussurrou e seu hálito quente trouxe mais arrepios na garota, que assentiu e se deixou ser guiada.
O Targaryen alcançou a barra do vestido da esposa e o puxou para cima, o assistindo deslizar enquanto revelava o corpo nu da Stark, que levantou os braços para ajudá-lo no processo de despi-la. Então se sentou sobre a cama e escorregou até que conseguisse deitar completamente sobre as peles. Se apoiando nos cotovelos ela o assistiu se livrar da calça, ficando nu e exibindo uma assustadora ereção e então vir em sua direção, seus olhos passando por cada milímetro de pele, como se pudesse tê-la apenas com a visão.
Quando alcançou a cama, o homem se deitou sobre o corpo da garota, que pousou a cabeça no travesseiro e o encarou por um momento, até que novamente juntaram os lábios, se provando e devorando de forma cada vez mais faminta. Então ele se afastou e pousou a cabeça na curva de seu pescoço, a arrepiando, um gemido escapando dos lábios semiabertos. Desceu os beijos pela clavícula, seus lábios quentes contra a pele gelada, quase parecendo queimá-la, quase possível de marcá-la. Continuando com sua lenta tortura, alcançou os seios e os mordiscou, dessa vez trazendo um grito baixo de sua esposa.
— Queima... — ela murmurou e, ao afastar a cabeça, Rhaegar encontrou uma marca incandescente onde seus dentes a haviam tocado. Alarmado fez um movimento para se afastar, mas agarrou seus braços. — Não, eu aguento... — murmurou, o encarando com intensidade. Ele negou com a cabeça, mas ela o apertou mais forte. — Somos como gelo e fogo, deixamos um rastro de destruição por onde passamos — piscou os olhos uma vez, demorando para recuperar na memória de onde vinha a frase, reconhecendo-a de uma canção que ouviam na infância, que sua ama costumava cantar para os dois.
— Tenho medo de machucá-la. — foi o que conseguiu responder.
Sem mais palavras girou seus corpos, se colocando sobre o homem, uma perna de cada lado de seu quadril. Lentamente desenhou coisas abstratas com as pontas dos dedos, nos ombros e braços do homem que tinha sob seu corpo, o encarando durante toda a tortura particular que infringia aos dois, até que os dedos alcançaram seu peito e ela o arranhou. Foi o momento de Rhaegar soltar um grito baixo, seus olhos apertando em dor. A marca que ela havia deixado tomando um tom azulado sobre a pele bronzeada.
— Eu te congelo... — sussurrou e então encarou as pontas dos dedos, não havia nada de estranho com elas, assim como nenhuma mudança ocorreu nos dentes de Rhaegar. Desviou os olhos das mãos assim que o homem tomou seus punhos, passando a encará-lo. — Não temos magia, em nossos corpos sozinhos, mas juntos acabaremos com o mundo. — outra citação da velha canção, e ela assentiu lentamente, tombando para o lado enquanto ele voltava à posição sobre seu corpo. — Não quero machucá-la mais, mas temos que tentar... — não precisou de mais para que ela entendesse que ele queria consumar o casamento e assentiu rapidamente, abrindo as pernas sob seu corpo para facilitar para seu marido.
Rhaegar segurou o pênis com uma mão e procurou o lugar onde se encaixariam, encontrando uma passagem estreita pela qual soube que traria dor ao penetrá-la, mas os olhos azuis elétricos que o encaravam lhe deram a confirmação que ela aguentaria. Então começou a se empurrar para dentro de lentamente enquanto ela agarrava as peles sob seu corpo, fechando os olhos e curvando as costas, aceitando em silêncio a dor dilacerante que sentia como se colocasse seu interior em chamas. Assim que estavam encaixados o loiro esperou um pouco, a observando até receber um sinal que a dor começava a diminuir, esse vindo em forma de um beijo que ela deu em seus lábios. Porém, na primeira estocada, ambos sentiram como se seus corpos explodissem em uma profusão de sensações que, em seu ápice, os deixou desacordados.
Alguns minutos depois Rhaegar despertou e se afastou de , saindo de dentro dela. Uma fina linha de sangue escorria de uma pele que parecia estar enegrecida. Olhando para ele próprio descobriu que seu pênis tinha o mesmo tom, apesar de no momento não sentir dor nenhuma. Quando viu os olhos da esposa se abrirem a encarou preocupado. — Sente dor? — perguntou, e ela negou com a cabeça.
— Só exaustão — foi sua resposta, e ele entendeu, pois se sentia da mesma forma.
Então retirou as peles sob seus corpos, descartando a manchada, cobriu seus corpos com as outras, puxando a menina contra seu peito e depositando beijos nela até que ambos pegassem no sono. Algumas horas depois acordou e ao olhar para a janela do outro lado do quarto viu a neve que se acumulava sobre o batente, olhos vermelhos os encarando de perto, azuis o fazendo de longe e soube naquele momento que sua mãe havia mentido.
O inverno não estava acabando, mas aquele era o inicio do fim do mundo.

Fim



Nota da autora: Essa é minha primeira fic restrita e a primeira que público no FFOBS. Ela foi escrita em alguns meses, começando enquanto eu assistia à série. Eu escrevi aos poucos e pelo celular, então estou muito feliz que consegui terminar. Espero que gostem tanto quanto eu ^^




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