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Finalizada em: 18/06/2020

Capítulo Único

Fãs dizem ter encontrado registros do cantor no famoso acampamento para cantores StarCamp, mas o artista nega.
O astro POP foi alvo de mais notícias hoje, após fãs afirmarem no Twitter possuírem fotos do cantor no famoso acampamento para jovens cantores StarCamp e, inclusive, divulgarem algumas dessas fotos; algumas delas até mostrando o cantor com uma jovem abraçada ao seu pescoço. A assessoria de imprensa do cantor, porém, nega qualquer afirmação e diz que as imagens nada mais são do que montagens de fãs e que o mesmo nunca, se quer, havia sequer pisado no acampamento, bem como não conhecia a jovem que estava nas fotos. A identidade da jovem ainda não foi divulgada.


”Vocês sabem tudo sobre a minha vida, também sabem que não sou eu nessa fotos. Por favor, parem com isso” – diz no Twitter, após a hashtag #StarCampLouis chegar aos trending topics mundiais.


Fãs conseguem identificar a jovem na foto com como a musicista
Após as fotos vazadas de -supostamente- com uma jovem de longos cabelos castanhos no StarCamp, os fãs foram à loucura e logo a identidade da jovem fora encontrada. A jovem musicista , de apenas 24 anos, confirmou aos nossos repórteres ser ela nas imagens, quando a mesma tinha 15 anos e esteve estudando música no acampamento. Mas negou que o rapaz ao seu lado fosse , afirmando que ele é “alguém que não tenho contato mais; ‘Era uma pessoa incrível que esse mundo deveria ter tido o privilégio de conhecer.’”


”Espero que esteja bem, onde quer que esteja” - postou no Twitter, logo após sua declaração à imprensa.



respirou fundo antes de sair dos bastidores e subir no palco, era a primeira vez que ele pisava naquele palco tão grande e imponente. O jovem cantor ainda não acreditava que havia chego ali, no palco de um dos mais aclamados reality shows do mundo, o The Voice. Estar ali era quase tão surreal quanto cantar em estádios lotados e ele podia jurar que, se não soubesse que estava tão acostumado a isso, suas mãos suavam mais que o normal e seu coração estava acelerado, pelo simples fato de estar ali. Ele havia conquistado uma das quatro cadeiras giratórias mais disputadas do Reino Unido, graças aos seus anos de carreira bem sucedidos e um pouco de sorte, já que o cantor Tom Jones, que inicialmente ocuparia sua cadeira, não poderia mais participar das gravações. Algo em seu íntimo dizia que sua experiência ali seria única e memorável e ele torcia para que isso fosse verdade. Respirando fundo uma última vez, ele se virou e começou a andar de volta ao camarim, ele tinha que terminar de se preparar para o início das gravações.
Do lado de fora do estúdio, respirou fundo, encarando nervosamente o número “155204” impresso em suas mãos. A jovem musicista estava acostumada com palcos pequenos e cantar para plateias não muito grandes, além de gravar vídeos e clipes para seu canal no Youtube, mas sabia que a experiência que estava prestes a ter seria única, e que aquele número agora era quase que sua vida. Seu olhar passeava entre os candidatos à sua frente -a maioria conversando com seus acompanhantes, poucos conversando entre si-, o número em sua mão e a porta do estúdio que, por incrível que pareça, parecia demorar uma eternidade para abrir. Foram meses de seleção, etapas e mais etapas, candidatos e mais candidatos para enfrentar e superar, tudo restringido a aquele momento, momentos antes das portas do estúdio se abrirem, os pouco mais de 50 candidatos entrarem e do início das gravações. Uma cadeira, era tudo o que ela precisava, uma única cadeira para o seu maior sonho se realizar e a jornada para a realização dele ter seu início. Uma.

- Eu não sei quem está mais nervosa, você ou eu. – sua mãe comentou, agarrando uma das mãos da filha entre ambas as suas e respirando fundo – Quero que saiba que, independentemente do que aconteça, você já é uma estrela, uma vencedora, e que eu sou extremamente orgulhosa da mulher que você é – a senhora falou, dando um beijo na mão da garota, seguido de outro na testa da mesma.
- Obrigada, mãe, a senhora é incrível – dessa vez fora a mais jovem que deu um beijo na testa da mãe, antes de fechar os olhos e respirar fundo, com um sorriso no rosto.
- Se você pudesse escolher qualquer um dos técnicos para ser o seu, quem escolheria?
- Tom Jones – respondeu sem nem precisar de tempo pensar. Havia estudado por dias a carreira de cada técnico, seus estilos musicais e de trabalho, para estar preparada caso precisasse escolher entre um deles – Ele tem grande tempo no programa e coleciona apenas vitórias e segundos lugares, nunca abaixo disso. – completou, recebendo um sorriso da mãe. – Mas eu também gostaria de trabalhar com Olly Murs, se pudesse, ele parece incrível, ou Jennifer Hudson – continuou a falar, fazendo com que a mais velha desse uma risada leve.
- Basicamente, qualquer um então – a senhora comentou, rindo de leve, fazendo com que a filha a acompanhasse.
- Sim.
- Eles seriam burros se não virassem para você.

estava prestes a responder, quando ouvi um barulho poucos metros à frente e olhou, observando que as portas do estúdio 3 estavam sendo abertas. Seu coração deu um pulo em seu peito, ao mesmo tempo que vários gritos animados puderam ser ouvidos ao seu redor. Era a hora da verdade.

As gravações estavam acontecendo já haviam algumas horas, cantores incríveis já haviam subido ao palco, e ainda não conseguia acreditar em tudo o que estava acontecendo. Era incrível e surreal demais estar ali, poder virar a cadeira para algum jovem artista, com um sonho quase tão igual ao dele quando estivera no The X Factor, e conhecer suas identidades e histórias. Ele que por tanto tempo estivera se sentindo perdido, sendo sugado por seus demônios, compondo apenas por necessidade, cantando por ainda mais necessidade, começara a se sentir com um novo propósito na vida, o de ajudar aquelas pessoas que a ele confiaram seus sonhos a chegar longe não apenas na competição, como na carreira também. Seu time já estava composto por 3 vozes incríveis, as quais ele facilmente chamaria para cantar com ele em algum show, e ele sabia que ainda tinha muito mais para vir, muito mais vozes para ouvir, algumas para dispensar e outras para disputar com seus colegas de cadeira.

- Hey! Qual é o seu nome? – Olly Murs falava animado ao seu lado, ao fim de mais uma apresentação. Para aquela não havia virado, não fazia muito seu estilo de trabalho e ele não se sentiu suficientemente capaz de ajudar a jovem, caso ela o escolhesse.
- Molly, Molly Hocking – a garota respondeu animada, ao notar que duas das quatro cadeiras viraram para ela.
- Nome de estrela – Jennifer comentou, dando continuidade ao bate-papo conjunto.
- Sim! E de onde você é, Molly? – will.i.am, o quarto técnico, comentou, observando a jovem por sobre seus óculos.
- St Ives.
- St Ives... E quantos anos tem, Molly? – fora a vez de perguntar.
- 19.
- Oh my God! - Olly falou alto, recebendo uma risada leve da jovem. – Você atingia notas tão altas assim aos seus 19 anos, Jen?
- Não mesmo, querido Olly. Por isso, querida, eu acho que você deveria vir para o meu time, nós temos muito o que aprender uma com a outra.
- Não, Molly, você deveria vir para o meu time. Eu virei primeiro, qual é, devo ter alguma vantagem nisso! – o britânico respondeu, dando início a uma leve briga entre os dois cantores pela garota, enquanto e will.i.am trocavam olhares e risadas leves.

A audição acabou com Molly escolhendo Olly Murs como seu técnico, fazendo com que o cantor fosse logo abraçá-la e olhasse para Jennifer com uma expressão provocativa, recebendo um bico e cruzar de braços da cantora como resposta, enquanto ela se jogava no encosto da cadeira.
Dos bastidores, não conseguia saber o que estava acontecendo com os demais participantes, graças à sala em que estava ter isolamento acústico e não ter uma televisão. Com seu violino em mãos e o coração batendo quase que na garganta, sentia que podia desmaiar a qualquer hora, tamanho era seu nervosismo. Sua mãe ao seu lado, lhe abraçava pelos ombros, quase tão nervosa que a filha. Ela era a próxima. Ao final da audição de Molly, já não conseguia mais pensar em nada, apenas tentava controlar suas emoções, respirando fundo e pausadamente. Desejava ter convidado mais pessoas para estarem ali com ela, porém não o fez justamente porque sabia que estaria extremamente nervosa e nem todos seriam capazes de trazer a ela ao menos um pouco de calma naquele momento, somente seus pais. Seu pai, no entanto, não pudera vir, devido ao trabalho e um chefe mala que não lhe permitira sair mais cedo aquele único dia, para acompanhar sua filha em um momento tão único. Entretanto, ele já havia mandado inúmeras mensagens e, inclusive, ligado para a mesma, para lhe desejar toda sorte do mundo.
As mãos de suavam frio quando um dos produtores surgiu na sala e anunciou que ela podia subir. Ela caminhou com a mãe o seu lado até quase chegar ao palco, onde, antes de subir, despediu-se da mesma com um abraço apertado. A senhora agora acompanharia tudo ao lado de um dos apresentadores do programa, enquanto a filha teria sua tão sonhada e temida audição às cegas. A jovem respirou fundo, antes de pisar no palco e se dirigir ao microfone com pedestal que ali já se encontrava. Encarou rapidamente a quatro cadeiras viradas, sem se concentrar nos nome ali escritos, ela sabia quais eram. Posicionou seu violino sobre o ombro e se preparou para começar a tocar, assim que o baterista começou a contagem. Ela havia escolhido “ The Scientist” para cantar, então assim que começaram a serem emitidas as primeiras notas do teclado, ela começou também a traçar suas notas no instrumento em seu ombro, fechando seus olhos e tentando não focar em mais nada que não fosse sua apresentação.
- Come up to meet you - ouviu aquela voz doce e não pode evitar o choque maior ainda que o atingira. Ao final da audição de Molly, as cadeiras se viraram novamente, para que o próximo candidato ou candidata viesse ao palco. Quando ele ouvira aquele violino sendo tocado lindamente acompanhado pela banda, o cantor fora atingido por um choque sem tamanho. Candidatos que conseguem inovar em meio ao nervosismo, trazendo seus instrumentos junto com eles e tocando-os, não eram muito comuns. Qual foi então seu choque ao ouvir aquela voz cantando aquela música. Poderia jurar que conhecia aquela voz tão bem quanto se conhecia, se não estivesse louco. Fato é que aquela voz lhe trouxera lembranças que talvez ele tivesse esquecido.


O ano era 2015. Era verão e não via a hora de chegar ao acampamento e poder iniciar logo seus estudos musicais, para um dia se tornar um grande astro. Dedicara dias de trabalho após o colégio para estar ali, precisava fazer valer a pena cada segundo. Graças aos seus hormônios adolescentes, ele preferia acreditar, mal conseguia se manter sentado no banco do carro de sua mãe, então assim que avistou a entrada do acampamento e sua mãe estacionou o veículo, ele saltou para fora do mesmo, indo rapidamente em direção ao porta malas. A senhora ria da animação do filho, enquanto abria o porta malas do carro. Ela, como mãe, adorava ver o brilho nos olhos do rapaz sempre que o assunto era música, então vê-lo tão empolgado como estava, acabava contagiando-a.

- Aproveite ao máximo, me ligue sempre que der e quiser, ok? – ela falava, dando um abraço rápido no filho, assim que o rapaz acabara de retirar a mala e a mochila do carro. – Te amo, Sunshine.
- Te amo, mãe – foi tudo que o rapaz respondeu, antes de através os portões, onde se lia “StarCamp” em vermelho sobre o arco de madeira alguns metros acima.

andava rápido, mas não o bastante para não observar atentamente cada detalhe. Aquele acampamento seria sua casa pelos próximos 90 dias, e ele não via a hora da agitação começar. Depois de se informar com um dos monitores responsáveis pela acolhida onde era seu alojamento e de deixar suas malas no mesmo, ele correu para o campo, onde uma guerra de bexigas d’água parecia estar acontecendo. Conseguiu algumas bexigas em um dos baldes próximos à entrada do campo e logo já estava se divertindo junto aos demais, jogando bexigas nas pessoas que se aproximavam e recebendo tão algumas bexigas como contra-ataque, o que fazia com que sua roupa toda e tênis começassem a ficar molhados. Em meio a toda a agitação, ele acabou não percebendo que ela se aproximava, ela, a dona de olhos tão bonitos quanto o luar e de uma voz tão doce e única quanto ela própria. surgira correndo pela direita de , fugindo de outra garota que desejava acertá-la com uma de suas bexigas, e não perdeu tempo em atirar sua última bexiga no moreno distraído poucos passos à frente, acertando-o em cheio e fazendo com que ele se virasse em sua direção. A bexiga havia acertado nas costas, mas aquela garota havia lhe acertado no coração.


estava tão perdido em seus pensamentos que nem percebera que dois, dos outros três, jurados já haviam virado, ao mesmo tempo, suas cadeiras para . Jennifer lhe observava incrédula, se perguntando como ele ainda não havia virado para a garota, apesar de sua expressão de completo encantamento.
- Do not speak as loud as my heart...


As primeiras semanas no acampamento haviam sido extremamente corridas, com e , assim como os demais campistas, precisando se adequar aos horários das aulas, refeições e atividade, além, claro, com o horário de sono. Devido a algumas pequenas diferenças no formulário de inscrição de ambos, os dois não tinham tantas aulas juntas quanto gostaria, o que dificultava ainda mais para que ele pudesse conversar com e conhecê-la. Porém, aquilo estava prestes a mudar.
Era um dia de tarde livre, para que os campistas pudessem aproveitar o clima ameno e se divertir. Entretanto, preferiu se sentar sob uma das inúmeras árvores do local e tentar finalizar uma música que estava compondo já havia algum tempo. Estava tão imerso no som que seu violão reproduzia a cada nota que dedilhava, que não percebeu quando se aproximou, sorridente, também com seu violão; este, porém, dentro de sua case.

- Então é aqui que você se esconde quando quer criar arte? – ela brincou ao se aproximar, provocando um leve susto no rapaz.
- Quer dizer que você andou me procurando por aí, é? – ele brincou de volta, sorrindo levemente para a garota em pé à sua frente.
- Talvez – respondeu simplesmente, antes de se sentar ao lado do rapaz. – Mas então, no que está trabalhando? – questionou, notando o violão no colo do rapaz e um caderno aberto à sua frente.
- Estou tentando finalizar uma música já tem uns dias, mas não consigo.
- Posso ver? – apenas acenou com a cabeça, estendendo seu caderno de composições para a garota.

Hands are silent
Voice's numb
Try to scream out, my lungs
It makes this harder
And the tears stream down my face

If we could only have this life for one more day
If we could only turn back time
You know I'll be your life, your voice, your reason to be
My love, my heart is breathing for this
Moment, in time


lia a letra, cantarolando em sua mente. Era uma letra linda, ela não podia negar que o garoto tinha talento.
- Uau, que música forte! – foi tudo o que ela conseguiu dizer, estendendo novamente o caderno em suas mãos para o rapaz.
- O problema é que eu não consigo finalizar esse refrão, entende?
- Acho que posso tentar te ajudar – a garota disse, tirando seu violão da case e começando a dedilhar as notas que poucos minutos atrás tocava. Agora, porém, ela tinha a letra da canção em mente, o que facilitava para que ela tentasse ajudar o garoto. - I'll find the words to say, before you leave me today.
- I'll find the words to say, before you leave me today – repetiu a fala da garota, ainda assimilando-a em toda a letra. – É perfeito! – disse, finalmente, abraçando pelos ombros, empolgado, e corando logo depois, ao perceber, soltando-a rapidamente.
- Quando precisar, é só me procurar – disse, guardando seu violão e se levantando.
- Mas como eu vou te achar se não sei seu nome? – o garoto questionou, se colocando de pé com o violão em mãos, também.
- É – ela disse, correndo em direção ao lago, e o coração de se aqueceu.


A mãe de vibrava ao lado do Emma Willis, sendo abraçada de lado pela apresentadora. Ver a filha virar três, das quatro, cadeiras era algo surreal. Faltava apenas uma, uma com o escrito “” gravado nas costas.
estava imersa em uma bolha de felicidade x nervosismo se dissipando. Toda aquela tensão pré apresentação estava desaparecendo, dando lugar à adrenalina de estar ali e à felicidade de ter conseguido virar quase todas as cadeiras. Os jurados a olhavam encantados, assim como a plateia, e ela mal conseguia manter seus olhos abertos, tamanho o sorriso em seu rosto.
- Oh, and I rush to the start...


A primeira fogueira havia finalmente começado, dessa vez em uma edição apenas com campistas, uma forma de promover a integração entre todos, de acordo com os monitores. A maioria dos jovens estavam reunidos em torno da grande fogueira ao centro, sentados em grossas toras de madeira, conversando entre si. Alguns tinham instrumentos musicais, enquanto outros tinham pequenos gravetos em mãos, com marshmallows presos em suas pontas, assando sobre as chamas da fogueira. estava finalizando os últimos acordes de sua mais nova composição, quando uma melodia começou a tocar, sendo acompanhada de uma voz baixa:
- Hey, Jude - um rapaz de cabelos cacheados e olhos verdes começou a cantar, com uma voz rouca, fazendo que todos os pequenos grupos de conversa fossem silenciando aos poucos e um único coro de The Beatles fosse formado. O quarteto não estava entre os músicos preferidos de , mas ele não podia negar que conhecia o clássico, então logo estava cantando junto com os demais.

As horas se passavam sem que nenhum dos campistas sentisse. Músicas e mais músicas eram tocadas e cantadas, a maioria de cantores famosos, mas algumas músicas autorais também tinham seu ‘lançamento’ naquela fogueira. estava encantada pelo momento, sempre cantando as músicas que conhecia ou acompanhando no violão as canções originais ali divulgadas. Ela se sentia parte daquele grupo e torcia para que o fim daquele acampamento demorasse a chegar. Já , estava imerso em outro universo, um universo que tinha nome -por ele já conhecido-, sobrenome, longos cabelos castanhos e um sorriso encantador. Não que ele não estivesse curtindo todo aquele momento na fogueira, mas seus olhos teimavam em se desviar, algumas vezes, do que quer que observassem para poderem observar ; e ele por vezes era correspondido. Qual foi a surpresa dele quando, ao observá-la mais uma vez, percebeu que ela estava prestes a iniciar uma canção.
começou a cantar “The Scientist” timidamente, depois de dedilhar a introdução da canção no violão, sentindo todos os olhares dos demais campistas sobre si, logo com sua voz sendo acompanhada pelas vozes de algumas outras pessoas à sua volta. a observava atentamente, não conseguindo desviar seus olhos dela por nenhum momento. A canção que ele tanto amava, na voz daquela garota, trazia um calor para seu peito e ele só conseguia pensar em o quanto aquela música parecia ter sido escrita para a voz dela. O moreno a acompanhava com seu violão, enquanto torcia para que aquela música nunca acabasse, para que ele pudesse observar o máximo possível. Porém, a música logo chegou ao fim e um breve silêncio se estendeu sobre o grupo, à espera da próxima canção. não teve dúvidas, aproveitou o calor do momento e começou a tocar a música que a pouco estava trabalhando. Era uma canção original, mas ele sabia que o refrão seria contagiante e que a maioria dos campistas cantaria com ele, assim que o escutassem.

Hey girl it's now or never, it's now or never
Don't overthink, just let it go
And if we get together, yeah get together
Don't let the pictures leave your phone
Yeah, we'll be doing what we do
Just pretending that we're cool, so tonight

Let's go crazy crazy crazy till we see the sun
I know we only met but let's pretend it's love
And never never never stop for anyone
Tonight let's get some
And live while we're young


Como pensou, assim que os campistas ouviram pela primeira vez o refrão, eles o pegaram rapidamente e logo estavam cantando com ele, enquanto alguns o acompanhavam no violão e a maioria batia palmas no ritmo da música. Um sorriso havia tomado conta do rosto de , por saber que a sua música fora bem aceita e ele sentia sobre si um olhar bem específico, da mesma garota que ele observava atentamente poucos minutos antes. se surpreendeu ao ouvir a voz de , o que a fez começar a encará-lo, não conseguindo parar de fazê-lo desde então. A voz do rapaz aquecia seu peito e ela adorou ver aquele sorriso que ele tinha no rosto.
Pouco tempo depois, um dos monitores veio avisar que a fogueira precisava ser encerrada, recebendo um “aaaa” desanimado como resposta. Entretanto, logo os campistas estavam reunindo suas coisas para poderem voltar aos seus alojamentos. percebeu que ainda estava ali, guardando seu violão, então pegou rapidamente suas coisas e foi falar com ela.

- Então é aqui que você vem quando quer cantar em público – ele brincou, fazendo referência à fala dela de dias anteriores.
- Quer dizer que você andou me procurando por aí, é? – ele brincou de volta, repetindo a resposta dele, recebendo uma risada leve da parte dele com resposta. – Eu achei que ia passar o acampamento inteiro sem te ouvir cantar. Até que você não canta mal, não.
- Devo considerar isso como um elogio?
- Acho que sim – brincou e ambos riram, começando a andar em direção aos respectivos alojamentos. – Então, como se chama?
- , .
- Nome de artista, hein – brincou – Sou , .
- O seu nome também parece de estrela.
- E o que veio fazer aqui, senhor ? Digo, além de acampar e me conhecer.
- Acho que é óbvio, vim estudar música. Eu quero fazer jus ao meu ‘nome de estrela’ e ser um cantor famoso. Vai dizer que isso também não é o que você quer?
- Acho que é o que a maioria aqui quer, na verdade. Todos querem ser alguém da música.
- Acho que sim... – respondeu, ao pararem em frente ao alojamento de
- Bom, eu sei que, se resolver gravar aquela sua música, conheço uma garota que compraria – falou e lhe deu um beijo na bochecha, acompanhado de uma piscadela, entrando em seu dormitório logo depois e deixando um completamente atordoado à porta.


continuava a cantar e encantar os jurados e o público. will.i.am e Olly conversavam entre si animadamente, sobre a voz e habilidade vocal da garota, especialmente nas notas mais altas. Jennifer as vezes esboçava algumas reações mais intensas, como expressões de espanto e incredulidade, mas seu olhar sempre estava em , encostado em sua cadeira, com um sorriso bobo nos lábios e olhos fechados. Era óbvio que ele havia gostado da garota, ela era incrível e ainda tinha o perfil do time que ele estava escolhendo para trabalhar, o que Jen ainda não entendia era porque ele ainda não apertara o botão para virar, talvez estivesse querendo fazer uma brincadeira com a garota.
- It's such a shame for us to part...


Os 90 dias no acampamento haviam chegado ao fim. 90 dias únicos, para qualquer um dos campistas, mas ainda mais para e . Eles, além de conseguirem passar aqueles 90 dias completamente dedicados às suas músicas, haviam conseguido também viverem um romance de verão. Mas, como sabemos, romances de verão não vão para frente, por isso, ambos acordaram extremamente tristes aquela manhã. Tinham pouco tempo para se despedirem, logo mais seus pais estariam chegando para buscá-los, mas nem isso era razão o suficiente para que se levantassem da cama e fossem se despedir. Fato era que nenhum dos dois gostaria que aquele momento chegasse, muito menos que tivessem que vivê-lo.
sofria em aceitar que os dias tivessem passado tão rápidos após o episódio do lago, onde os dois tentaram andar de canoa e apenas acabaram remando em círculos. Não podia ter se passado tanto tempo desde que aparecera na porta de seu dormitório, com o corpo encostado no batente, aquele cabelo desarrumado de sempre e um sorriso sapeca a chamando para um passeio de barco. Não, ela se recusava a admitir que se passara tanto tempo assim após o primeiro -de alguns muitos- beijo dos dois.
encarava seu caderno de canções, lendo e relendo a música que havia composto sobre seu romance de verão com , “They Don't Know About Us” era o título que fora escrito no topo da página. Ele sentia como estivesse prestes a ter o coração partido, fato que provavelmente resultaria em outra música, dessa vez completamente diferente da música que estava lendo. Seu interior se recusava a ter que se despedir dela, da garota com quem compartilhou momentos tão especiais naquele acampamento, mas ele sabia que era o certo a se fazer, então reuniu o pouco de coragem que tinha e foi em direção ao dormitório dela.
A garota de longos cabelos castanhos estava arrumando suas malas quando notou a presença de na porta, novamente encostado no batente, mas dessa vez seu sorriso sapeca havia sido substituído por um triste, como o que ela carregava.

- Não acredito que esse dia realmente chegou – o garoto falou, alternando seu olhar entre e suas malas abertas, e quase totalmente arrumadas, sobre a cama.
- Nem eu. Gostaria que pudéssemos voltar ao primeiro dia – falou, encarando tristemente. – Eu prometo que vou escrever.
- Nós dois sabemos que não vai, muito menos ligar, não por muito mais do que duas semanas, então não prometa e não o faço, só vai me fazer me sentir pior. – falava, deixando de encarar para passar a encarar seus pés, enquanto colocava suas mãos nos bolsos laterais de sua calça.
- Pelo menos prometo que não vou esquecer de você. – ela disse, percorrendo os poucos passos que a distanciavam de , para ficar à sua frente, a poucos centímetros de distância.
- Você foi meu amor de verão, e todos dizem que amores de verão são para sempre, então eu também não irei me esquecer de você – ele falava, voltando a encará-la. – Espero poder ir em um de seus shows um dia – foi tudo que ele falou, antes de dar um beijo em sua testa e voltar para seu dormitório, para terminar de arrumar suas coisas.
não foi atrás dele, sabia que isso apenas tornaria a despedida pior, então apenas voltou a organizar suas coisas, sentindo seu coração se partir em seu peito.

ficou péssimo por dias, sua mãe inclusive começou a se preocupar com o que poderia ter acontecido com ele, tendo em vista a mãe zelosa que era, mas nunca lhe contava a razão de tamanha tristeza e abatimento. As lembranças de seus momentos no “StarCamp”, especialmente os com , o afetavam de tal forma, que ele sentia que demoraria um longo tempo para conseguir voltar ao seu comportamento normal. Entretanto, esse prazo que ele precisava para se ‘recompor’ já não era mais possível, o retorno de sua aplicação para o The X Factor havia chego, informando que ele passara para a próxima fase e que teria as primeiras eliminatórias em poucos dias. Ele precisava se recuperar logo, para poder focar somente em seu sonho, para então focar em sua carreira. Com isso em mente, ele correu para seu quarto, pegou seu caderno de composição, caneta e violão e colocou tudo para fora. Todos aqueles sentimentos, momentos. Tudo, ele havia colocado em uma canção. Uma canção que narrava não somente um dos momentos mais dolorosos que ele vivera ultimamente, mas que também encerrava seu ciclo de sofrimento. “Summer Love” seria sua última lembrança daquele verão, seria um divisor de águas, ele nunca mais pensaria naquilo e ninguém nunca ficaria sabendo que aquele verão existiu em sua vida.


Ainda ao lado de Emma, a mãe de aguardava ansiosamente pelo momento em que a quarta cadeira viraria, enquanto os segundos finais da apresentação da jovem se aproximavam.
- Oh take me back to the start - cantou a última frase e voltou a posicionar o violino no ombro, para dar início à parte final de sua apresentação; ela havia iniciado sua música com o violino, nada mais justo que acabar, também, com o mesmo. Assim que ouviu aquela frase, pareceu acordar de um transe, percebendo que Olly gritava alguma coisa para ele, provavelmente anunciando que era o momento de ele virar logo, se realmente quisesse a garota. Ah, como ele iria querer aquela garota, se soubesse quem era!
Já que ele não havia virado sua cadeira até aquele momento, ‘que mal iria fazer em virar no último segundo?’ ele pensou. Então se sentou sobre o braço da cadeira, aproveitou até que o penúltimo acorde fosse tocado e apertou o botão, com um sorriso sapeca nos lábios. A mãe de foi ao delírio, tamanho o orgulho que tinha pela filha, porém, o foco de todos era outro. Todos no estúdio só tinham olhares para o casal no palco, se encarando como se fossem fantasmas. A surpresa de ambos, ao ver que estavam frente a frente um ao outro de novo, depois de tantos anos, foi tamanha que nem mesmo os demais jurados conseguiram fazer algo que não fosse alternar seus olhares entre os jovens, completamente confusos.

Quando o susto passou, começou a rir, enquanto chorava, tamanha a emoção do momento. Ele não acreditava que era ali, na sua frente, depois de nove anos, enquanto ela não acreditava ter sido capaz de realizar a audição sem nenhum tropeço e ainda ter virado as quatro cadeiras. Quando percebeu que o clima no palco havia voltado ao normal, Jen correu até e lhe deu alguns tapas no braço, arrancando risos de todos no ambiente, inclusive de , que agora não sabia se ria ou chorava. Ela andava de um lado para o outro, passando uma das mãos pelo cabelo, enquanto a outra segurava seu violino. Quando conseguiu controlar o choro, a garota voltou para diante do microfone acoplado ao pedestal, enquanto Jennifer voltava para sua cadeira e todos os jurados se colocavam de pé para aplaudi-la, bem como a plateia.

- Eu não sei mais pelo que estou te aplaudindo, se pela belíssima apresentação, ou por ter deixado o com aquela cara de abobado por tanto tempo – Olly Murs comentou, rindo, enquanto ele e os demais jurados tornavam a se sentar.
- Você acredita, Murs, que essa garota partiu meu coração?
- Mentira! – Jen comentou, entrando na conversa.
- Ele que partiu! Dizendo que nunca havia me conhecido – retrucou, achando graça do momento.
- , isso não se faz, cara – Will comentou, fazendo com que todos no estúdio concordassem.
- Ela era a garota mais independente, determinada e bonita daquele acampamento de verão.
- Uow! Então alguém assume que as fotos do Twitter eram verdadeiras?! – Olly perguntou, um pouco chocado pela situação toda, e apenas concordou com a cabeça, encarando o chão, derrotado.
- Eu nem conheço ela e já a adoro! – Jen comentou, arrancando risos de todos, enquanto levantava seu olhar do chão e começava a encarar com um sorriso. – Como se chama, heartbreaker?
- , – a garota respondeu rindo, fazendo com que o sorriso que a pouco estava em seu rosto voltasse.
- E quantos anos tem, querida? – will.i.am perguntou.
- 26.
- De onde você é, ? – Olly perguntou, sorrindo para a garota.
- De Wolverhampton.
- E como é que uma garota de Wolverhampton conseguiu partir seu coração, ? Me diga! Aposto que foi por conta dessa voz incrível. – Murs brincava, querendo provocar , que apenas tinha olhos para a garota no centro do palco.
- Epa, nem vem querer falar da voz dela! Quando começa assim, eu sei que já vão querer começar a tentar roubar minha garota.
- Sua garota? Você quase perdeu a chance de virar para ela! – Jen falava, fingindo estar brava.
- Nem comecem, eu virei primeiro, eu mereço ficar com ela – Will falava, dando início a uma pequena discussão sobre quem seria o técnico da morena, enquanto ela apenas observava tudo, com um sorriso nos lábios e algumas risadas leves sendo dadas.
- Pelos velhos tempos, eu que devo ficar com ela – protestava.
- Uma voz tão incrível merece ficar com alguém tão incrível quanto! – Murs rebatia.
- , querida, quer alguma coisa? Uma água? Eu posso pegar a da Jen para você – Will brincava, recebendo uma careta de Jen como resposta.
- Não! – gritou, correndo até próximo ao centro do palco e se posicionando na frente dela, de frente para seus companheiros de júri, com os braços abertos.
- Falando seriamente agora, – Jen falou, apoiando seus cotovelos sobre a bancada da cadeira, entrelaçando seus dedos e apoiando seu rosto sobre eles, encarando , enquanto voltava para sua cadeira – eu adoraria trabalhar com você. Sua extensão vocal é impressionante e essa música na sua voz... parece ter sido escrita para você cantar! – enquanto ela falava a última frase, os demais jurados concordavam com a cabeça, inclusive , que já havia feito a mesma observação anos atrás. – Eu sei que eles vão falar coisas parecidas para tentar te convencer, mas eu realmente gostaria de tê-la no meu time. – a cantora encerrou, sorrindo para a garota e voltando a se encostar na cadeira.

Cada um dos jurados falou um pouco, tentando convencer a escolhê-lo como técnico, inclusive , que estava sempre dirigindo sorrisos iluminados à garota, durante a sua fala. Agora era a vez de escolher:
- Se me permitem, eu gostaria de falar uma coisa antes. – ela começou, recebendo acenos com a cabeça dos jurados, em resposta – A nove anos atrás, eu conheci um rapaz num acampamento, um rapaz que sonhava em ser artista e tinha uma voz bem gostosa de ouvir. – ela falava encarando , que a encarava de volta – Nós vivemos um Summer Love, mas, como tudo nessa vida, um dia ele precisou chegar ao fim. A pedido dele, eu nunca liguei ou escrevi uma carta, apenas mantive minha promessa de nunca esquecê-lo. Esse rapaz, conseguiu realizar o sonho dele e se tornar uma estrela mundialmente famosa, juntamente com outros 4 rapazes. Porém, o rapaz que eu via ali, na TV não era mais o que eu conhecera num acampamento de verão, ele estava completamente mudado. Até algumas horas atrás, eu nunca imaginaria o porquê, mas um hashtag no Twitter me disse o porquê: ele havia apagado da memória que estivera no acampamento, apagando, assim, todos os momentos que ele viveu lá, inclusive os comigo. Quando eu dei a minha declaração à imprensa, eu estava chateada e tentando ser o mais sincera possível, porque, para mim, aquele rapaz que prometeu que nunca me esqueceria, também, já havia sido esquecido, morto. Mas aqui, com vocês, hoje, eu percebi que não, que esse rapaz não morreu, ele apenas estava escondido em alguma parte. O que eu quero dizer com tudo isso é que – a morena parou de falar, para posicionar o violino e tocar algumas poucas notas, antes de voltar a cantar - ”You always will be my summer love”.

Entendendo aquilo como a resposta para a pergunta de qual técnico queria, correu até ela e a abraçou pela cintura, a erguendo e girando no ar. A felicidade transbordava dos dois, que sorriam um para o outro, com os olhos brilhando. Os jurados observavam a cena ainda meio sem entender. A mãe de assistia tudo lembrando-se das conversas que tivera com a filha sobre o garoto especial do acampamento e entendendo porque a garota estava tão feliz.
Quando finalmente a colocou no chão, se sentiu nas nuvens, tamanhas emoções vivera naquela audição. Porém, mal tivera tempo de tentar se acostumar com tudo, tomou seu rosto entre as mãos e a beijou, o que trouxe inúmeras memórias dos dois à tona e levou o estúdio inteiro ao delírio.

- Bem que eu sentia que a experiência aqui seria única e memorável – ele falava, ainda com as mãos em torno do rosto dela, a encarando – Eu precisava de você no meu time, mas, principalmente, na minha vida – o moreno falou, dando um selinho na garota e a abraçando novamente, finalizando aquela audição às cegas com um reencontro de corações apaixonados.


Fim.



Nota da autora: Ai meu Deus, ainda não acredito que consegui desenvolver essa shortfic! Eu vi no facebook o vídeo da audição da Gabriella Laberge no The Voice France (quem ainda não viu, deve ver, sério) e não tive como não desenvolver algo inspirado naquilo. Aí nasceu essa fic, juntando aquele vídeo amorzinho, meu amor pela música "Summer Love" e pelo Louis (com quem originalmente a fic foi escrita).
Espero que gostem e comentem, se quiserem.
Caso queiram dar uma chancezinha para alguma outra história minha, a listinha está logo ali embaixo e a seguir estão as minhas redes sociais.
Beijão!



Outras Fanfics:
» 10. Zerar e Recomeçar [Ficstape NX Zero: 10 anos]
» 5841 [Originais, Shortfic]
» Three Days [Especial A Whole Lot of History, Shortfic]
» Um Príncipe em Minha Vida [Originais, Finalizada]


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