Última atualização: 05/04/2018

Capítulo 1

18 de novembro de 2016

" é vista com o irmão na PNC Arena para assistir ao jogo dos Penguins contra os Hurricanes"
A tenista leu o tweet em voz alta para o irmão, que a encarou do mesmo jeito de sempre: como se ele fosse o injustiçado por não terem citado ao menos o seu nome.
Aliás, ele era o fã de hóquei ali, ele que tinha trago a irmã para assistir o jogo do seu time favorito e ele também era um esportista. Não estava em ascensão como ela, mas era um jogador de golfe muito habilidoso.
─ Será que devo sorrir e acenar para os paparazzi? ─ perguntou ao irmão, rindo.
─ Acho um absurdo a dificuldade que esse povo tem em falar o meu nome, sou tão importante quanto você. ─ revirou os olhos.
─ Pare de reclamar, John. ─ ela deu um tapa na testa do irmão. ─ É bizarro o suficiente ter pessoas seguindo todos os seus passos, eu não ia querer esse tipo de atenção se eu tivesse escolha.
─ Porque você é uma chata. ─ concluiu.
John não entendia a perseguição que passava, então ela desistiu de tentar argumentar com ele. Era inútil discutir com o irmão, por isso suspirou aliviada quando foi dado início ao primeiro período.
Logo nos minutos iniciais, os Penguins abriram o placar e John xingou até a mãe do tal Wilson que tinha feito o gol. , por outro lado, estava impressionada com a velocidade do jogo e com o tanto de paradas.
Era muita treta para pouco jogo, ela pensava. Estava acostumada com esportes que exigiam silêncio e concentração, não que hóquei não precisasse de concentração também. Mas o lugar era de fato uma Arena, onde as pessoas torciam, gritavam e uma música explodia pelos alto-falantes vez ou outra.
Tentou prestar atenção nos nomes que eram ditos e nos números. Crosby parecia uma lenda viva dentro do jogo, se destacando junto com Letang, ambos do time que John odiava. Como torcedor assíduo dos Hurricanes, seu irmão tentava manter a calma, até que finalmente o jogo se igualou: 1 a 1 com um gol de Skinner.
─ Espero que você não seja pé frio, maninha. ─ falou depois de sua comemoração.
─ Também espero que não. ─ continuou olhando para o jogo e o número 16 tinha realmente chamado sua atenção.
Todos pareciam muito hábeis, mas, de alguma forma, o fato de ele ter levantado gelo em uma manobra pareceu ser algo diferente. O nome dele foi dito e ela anotou mentalmente para fazer uma breve pesquisa no Instagram durante o intervalo. .
O primeiro período acabou e, enquanto John tinha ido comprar alguma porcaria para comer, ela abriu o aplicativo. Encontrou o alvo e deu graças a Deus por ele ter um perfil.
era totalmente adorável, era e seus olhos eram . E, quanto mais ela o stalkeava, mais sentia o crush crescendo.
Que homem. A foto de óculos escuros e boné para trás foi definitivamente o divisor de águas, aquela que ela ficou encarando até John parar ao seu lado novamente.
? ─ perguntou e ela concordou. ─ Você é tão previsível.
─ Mas ele é tão fofooooo, parece um anjo. E ele joga golfe, John.
─ Como as pessoas conseguem tirar conclusões olhando apenas o Instagram? ─ balançou a cabeça, desacreditado até da irmã, e comeu o hot dog que tinha em mãos.
─ Não reclama que ainda não procurei no Google. ─ ela abriu a página e logo digitou o nome dele. Ficou um pouco surpresa com as informações sobre nacionalidade, altura e salário, então decidiu brincar com o irmão com um sorriso de lado. ─ Caralho, o salário dele é maior que o seu.
─ Se contenha, , não esqueça dos seus paparazzi. ─ John ignorou a provocação e a alertou, como se tivesse desistido da irmã. Não ia admitir que preferia que ela tivesse um crush no menino do Hurricanes do que no Penguins. Se ela tivesse um crush no time inimigo, aí sim ela seria uma decepção na sua vida.
O segundo período começou e de novo pareceu perdida no jogo, tentando acompanhar a velocidade, até que You give love a bad name começou a tocar e ela se distraiu um pouquinho acompanhando a letra da música de Jon Bon Jovi.
Era fácil se arrepiar e aquela música em questão fez esse efeito nela. Tinha abaixado a cabeça para abrir seu Twitter novamente, quando percebeu a briga dentro da pista e, quando viu que Crosby empurrou um jogador do time vermelho contra a parede com o stick, ela se arrepiou de novo.
Sidney Crosby estava muito puto, a cena até se repetiu no telão e ela não conseguia tirar os olhos enquanto o jogo não voltou ao normal. Então foi sobre isso o seu primeiro tweet da noite:

"O que foi Sidney Crosby empurrando o cara na parede? Me empurra assim também."

Compartilhou e soltou uma risada quando as pessoas começaram a retweetar, complementando a sua frase.
John deveria tê-la levado a um jogo de hóquei antes, é um jogo muito bonito de se ver. E, pouco tempo depois, foi o jogador citado em seu tweet que fez o segundo gol para os Penguins, e seu irmão novamente começou a xingar.
─ Pé frio. ─ resmungou.
─ Ei, o jogo ainda não acabou. ─ ela revirou os olhos e foi só dizer isso que quase fez um gol. ─ Você viu? Ele ia fazer um gol pra mim.
John riu.
─ Você... Mais iludida que eu com as modelos da Victoria’s Secret.
─ Me desculpa se você não tem os 1,80 que a Adriana Lima exige. ─ deu uma risada da cara do irmão quando ele ficou sério.
O segundo período acabou e de novo abriu o Twitter.

"Sidney Crosby é bonito, mas vocês já viram ?"

Compartilhou mais aquela e, em um momento de impulsividade, ainda complementou seu tweet:

"Ele tem o rosto bonito, um corpo perfeito e um sorriso maravilhoso. Acho que tô apaixonada."

No terceiro período, estava aflita, podia sentir que os Hurricanes não iam conseguir virar aquele resultado e, quando Geno fez o terceiro gol, John quase prometeu que nunca mais levaria a irmã para assistir um jogo com ele.
─ Foi seu primeiro e último jogo. ─ apontou para ela, que logo franziu a testa.
─ Não me culpe pela performance do time, John. ─ puxou ele para fora da arena. ─ Vamos embora, antes que alguém me pare pra perguntar sobre as merdas que postei no Twitter.
John acabou sorrindo ao constatar que a irmã era mesmo louca. Mesmo ganhando muita visibilidade agora, ela ainda estava sendo ela mesma ao lançar as suas frases engraçadinhas nas redes sociais. Ganhar a US Open contra Serena Williams o fez famosa, mas não tirou o seu jeito de ser. E era isso que John admirava na sua irmã, apoiando o braço em seu ombro enquanto caminhavam em direção ao estacionamento.



, que sucesso é esse que você faz no coração das moças? ─ Jeff, o melhor amigo que ele tinha no time, perguntou.
Como? ─ franziu a testa, sem entender o que o amigo dizia.
─ Presta atenção ─ Jeff sentou ao lado dele no banco do vestiário após o jogo, e começou a ler o que estava no seu celular em voz alta. ─, Sidney Crosby é bonito, mas vocês já viram ?
começou a rir e Jeff bateu seu ombro no do amigo, rindo também. Tinham perdido o jogo, mas não tinha sido tão ruim afinal.
─ E tem mais, cara… Ele tem o rosto bonito, um corpo perfeito e um sorriso maravilhoso. Acho que tô apaixonada. ─ Skinner fez uma voz fina para recitar o tweet e não sabia se gargalhava ou se jogava no chão.
─ Quem tá apaixonada por mim? ─ perguntou depois de se recuperar, vencido pela curiosidade.
, a tenista gatinha que tá na boca do povo. ─ disse, logo abrindo o perfil dela no instagram para mostrar que ela era realmente gatinha.
O pegou o celular do amigo para ver e a sua primeira reação foi abrir a boca, surpreso. Ela era, de fato, muito bonita. Tinha os olhos e os cabelos , fora outras características que chamavam muito a sua atenção. Ficou alguns minutos olhando para uma única foto completamente impressionado. Além de linda, era tenista profissional e tinha a mesma idade que ele.
Fuck, pensou, não poderia ignorar os tweets dela... ou poderia? Ele tinha o rostinho de anjo, mas era isso mesmo, não sabia como responder nenhum elogio e ficava totalmente sem graça. Acima de tudo, era um pouco tímido.
─ Ela é, de fato, muito bonita. ─ respondeu, devolvendo o celular de Jeff. ─ O que faço agora?
─ A gente pode pensar em algo, mas se interessou mesmo? Ela parece ser bem legal, os tweets dela são engraçados, sigo ela faz um tempo.
─ Hmm. ─ o refletiu. ─ Tenho interesse.
Jeff sorriu para o amigo e, enquanto reabriu o twitter, relendo alguns tweets da tenista, a ideia perfeita surgiu em sua mente.



25 de novembro de 2016


mal pode acreditar quando, dias depois, recebeu o convite para conhecer a PNC Arena junto com seu irmão. Aliás, o convite era destinado aos dois por e-mail e, como se ela fosse a maior fã dos Canes, saiu gritando pela casa até chegar ao campo de golfe que havia no quintal.
─ John! ─ gritou, pulando nas costas do irmão e enfiando o celular na cara dele.
─ O que foi, louca? ─ pegou o celular das mãos dela e leu o conteúdo do e-mail que estava aberto. ─ Puta que pariu! Não acredito!
John soltou mais meia dúzia de palavrões e abraçou a irmã, dizendo, no final de todo o surto, que pelo menos para aquilo ela servia. não deixou de dar um soco no braço dele e deixá-lo praticando, enquanto voltava para dentro de casa com um sorriso no rosto.

No dia seguinte, estavam os dois no horário informado no e-mail, John mal conseguia manter a compostura, vestindo a sua camisa número 53 do time. Se ele soubesse que a ideia tinha vindo diretamente de Jeff Skinner, ia morrer. Passaram pela recepção e logo um funcionário os levou para a pista, sem mais informações, nem nada.
Os dois passaram pelos corredores ansiosos pelo que estava por vir, , diferente do irmão, vestia uma blusa de frio normal, além das calças jeans e tênis, agora era patrocinada pela Adidas e usava a marca com muito prazer.
Antes de chegarem à porta que dava para a pista de gelo, alguns jogadores do time estavam ali aguardando os dois, e, assim que viraram o corredor, soltou um grito, encadeando uma sessão de gritos vindos por todos eles.
Ali estavam Jeff Skinner, Justin Faulk, Sebastian Aho, Noah Hanifin, Ryan Murphy e Eddie Läck. Os 6 gritando junto com , enquanto John parecia chocado demais para sequer reagir.
─ John! ─ gritou o irmão. ─ Dá pra você reagir? São seus ídolos!
Então John caiu literalmente em lágrimas, Jeff foi o primeiro a abraçá-lo e agradecer pelo carinho, ainda mais que o rapaz vestia a camisa com o seu número e nome.
Depois, os irmãos se apresentaram devidamente para os jogadores e Jeff chamou para uma salinha que havia ali do lado.
─ Eu tenho uma coisa pra você. ─ anunciou, pegando um par de patins no canto e entregando a ela. ─ Espero que seja o seu número.
─ Alguém me perguntou ontem quanto eu calço, você tem algo a ver com isso, Jeffrey? ─ perguntou, suspeitando de tudo aquilo.
As surpresas definitivamente ainda não acabaram e ela podia sentir que tinha a ver com os seus tweets no dia do jogo.
─ Jeffrey? ─ perguntou, abrindo aquele sorriso característico, cheio de covinhas. ─ Bom, foi uma pesquisa de campo. Vamos levar o John para conhecer a Arena, só que o mais interessante pra você seria patinar no gelo, huh? A gente pensou em tudo.
─ A gente? ─ agora, sim, ela estava nervosa. ─ Estou vendo o que você tá fazendo, Skinner!
─ Relaxa, . Aliás, sou seu fã.
sorriu, abobalhada, enquanto Jeff piscou para ela e a levou até o portão que dava para a pista de gelo. Os outros já tinham sumido de vista e ela carregava os patins em uma mão só, quando Jeff abriu e deu passagem para ela. Lá dentro, as caixas de som tocavam a música nova do Maroon 5 e de novo os arrepios se fizeram presentes na pele de . A imagem de um patinando bem em frente dela era digno de um ataque cardíaco ali mesmo.
Ela se manteve em silêncio com Jeff ao seu lado, andaram lentamente até estarem perto dos bancos que tinha ainda fora do gelo.
─ Quer ajuda pra colocar os patins? ─ Jeff perguntou e ela o encarou, ainda abismada.
A ideia era um encontro entre ela e ? Ela não conseguiu perguntar, apenas balançou a cabeça e sentou no banco em seguida.
Sua mão tremia enquanto ela amarrava um dos patins e Jeff amarrava o outro, estava nervosa demais para sequer se levantar dali, sendo que havia outro detalhe muito importante: ela não fazia ideia de como patinar no gelo.
─ Jeff. ─ sussurrou em um fio de voz. ─ Eu não sei patinar.
─ Tem um ótimo professor ali. ─ ele sorriu de novo, tentando passar segurança para a garota, que quase hiperventilava. ─ Calma, ele não faz mal nem a uma mosca, na verdade, depende. Você já viu ele puto em jogo?
─ Não. ─ ela respondeu, franzindo a testa. Só tinha visto fazendo uns gols loucos no youtube e só.
─ Então não importa, mas, caso você esteja curiosa, ele faz bastante cosplay Crosby naquele seu tweet.
─ Oh, meu Deus, não mexe com a minha cabeça assim! ─ riu e se levantou, um pouco mais segura.
Nem tinha o conhecido e já imaginava ela sendo empurrada na parede daquela maneira… Bad girl.
Jeff a ajudou a se equilibrar e andar até o gelo, onde ela respirou fundo três vezes e balançou a cabeça, fazendo com que Jeff assobiasse e chamasse a atenção de , que estava apoiado na rede do gol como se estivesse cansado de esperar.
Ele logo se virou e patinou em direção dos dois, usava uma blusa do time, jeans e boné para trás. Os olhos logo encontraram os de , que permaneceu parada no mesmo lugar. Tinha medo de se mover e cair com a bunda no chão. sorriu ao se aproximar mais dela e ela, em um instinto, procurou Jeff para se segurar nele, mas ele não estava mais lá.
soltou um palavrão mental, antes de voltar o olhar para e sorrir.
─ Oi. ─ falou, tinha um sorriso tímido no rosto e, pela primeira vez, sentiu que estava caindo no sentido figurativo.
era tão lindo de perto que ela duvidou por um minuto inteiro se ele era mesmo real.
─ Oi. ─ respondeu, não conseguia parar de sorrir, talvez encantada demais com o ser humano à sua frente.
─ Você sabe patinar? ─ ele perguntou e ela balançou a cabeça, rindo de si mesma.
─ Eu não sei... Não sei de nada.
Logo fechou a boca, como se forçasse a si mesma a ficar calada e não falar tanta besteira, mas parecia saber o que estava fazendo e ela deixaria que ele os guiasse.
─ Tudo bem. ─ riu e estendeu a mão para ela. ─ Já andou de patins?
Ela segurou a mão dele, sem pensar muito, e tentou seguir os seus movimentos, que eram lentos, para que ela pudesse aprender.
─ Andei quando era mais nova, uns 8 anos atrás. ─ disse e ele prestou atenção enquanto ela falava.
─ Então, no gelo é a mesma coisa, você patina abrindo para os lados ─ explicou e ela repetiu os movimentos que ele fazia, segurando a mão dele com uma força que era desnecessária, mas o medo de cair ainda era maior.
continuou conversando com ela, tentando distraí-la, e, sem nem perceberem, haviam dado uma volta inteira na pista, já se sentia mais leve e passou a segurar a mão dele como uma pessoa normal.
─ Tá vendo, você aprendeu rápido ─ falou e ela levantou um braço em comemoração.
─ Mas ainda tenho medo de cair. ─ confessou e ele balançou a cabeça.
─ Eu não vou deixar, estou te segurando.
E foi essa simples frase que a fez tirar os olhos do gelo e para onde ia, para encarar o rosto de . Ele estava acompanhando os pés dos dois quando encontrou o olhar dela.
Queria dizer que tinha ficado envergonhado, mas deu um sorriso mínimo.
─ Acho que não fomos apresentados devidamente, meu nome é .
. ─ ela sorriu, apreciando aquele gesto dele.
─ É um nome bonito ─ elogiou, emendando uma frase na outra. ─ Eu sou jogador de hóquei, e você?
─ Sou tenista. ─ respondeu, querendo apertar as bochechas dele. ─ Tenho 21 anos e tenho um irmão de 24 que joga golfe profissional, mas é fanático pelos Canes. Por isso eu vim parar aqui, e devo dizer que sou um pouco viciada em redes sociais.
Ela fez uma breve apresentação e não tirou os olhos dela, da mesma forma que ela tinha se encantando com ele, ele tinha se encantado com ela. E, usando a língua das redes sociais, aquilo tinha sido um perfeito match.
─ Tenho a mesma idade que você. ─ ele pronunciou.
─ Agora eu vou te soltar, tudo bem? Vou continuar do seu lado.
─ Tudo bem.
engoliu em seco quando ele soltou sua mão, continuou parada no mesmo lugar enquanto ele permanecia ao seu lado. Olhou para ele, sem saber o que fazer em seguida, mas, quando abriu a boca para falar um "e agora?", ele patinou até o outro extremo da pista.
─ Vem cá. ─ ele chamou e ela balançou a cabeça, soltando uma risada.
─ Oh, não, não vou patinar até aí sem meu bodyguard, não mesmo.
─ Vem cá, . ─ ele pediu novamente, com um sorriso divertido no rosto. ─ Por favor.
Golpe baixo.
Golpe muito baixo.
Então rolou os olhos e tentou dar alguns passos, passos eram fáceis.
─ Não, tem que patinar. ─ cruzou os braços como se fosse o próprio treinador.
─ Eu vou cair! ─ e, nisso que gritou, quase perdeu o equilíbrio, soltando um palavrão digno de John se fosse ele na pele dela.
─ Confie mais em si mesma, senhorita . ─ ele provocou, tentando claramente outras táticas de fazê-la patinar.
─ Ok, senhor . ─ respondeu ironicamente, fazendo-o sorrir de uma maneira diferente.
Não era possível que era o próprio diabo com carinha de anjo.
não costumava se enganar sobre as pessoas, mas estava realmente impressionada com ele e não era de uma maneira ruim. Aliás, ela estava patinando, mal se dera conta disso até que chegou perto dele e literalmente se jogou em seus braços, como se mais um pouco ela fosse cair de cara no gelo.
─ Você conseguiu! ─ ele a abraçou com força em comemoração, fazendo-a rir aliviada.
─ Eu não acredito!
Pelo tempo que ficou lá, os dois patinaram juntos, até que ela ficasse quase craque em patinar, se arriscando mais até que chegou a quase cair, mas, como prometido, a segurou antes que ela caísse de bunda no gelo.
Aproveitaram o momento para conversarem sobre música, hobbies, gostos no geral, e, por fim, combinaram de sair outro dia. Tomar um café em uma lanchonete parecia bom.
No fim, já cantava e dançava as músicas que tocavam na Arena, enquanto se divertia assistindo e fazia as suas caras e bocas. Os dois tinham se dado bem, afinal.
─ Talvez soe meio precipitado, mas, antes de você ir embora, eu tenho um presente. ─ ele disse, saindo da pista de gelo e ajudando .
tirou os patins e saiu de meia à procura do embrulho que tinha colocado por ali, ela se sentou no mesmo banco que tinha colocado os patins para tirá-los. Colocou os tênis e esperou até que o rapaz de 1,85m sentasse ao seu lado.
─ Não é lá grande coisa, mas... ─ ele entregou o presente e ela sorriu.
─ Obrigada.
abriu o embrulho ali mesmo, sem se importar se era falta de educação ou não, aliás, parecia ansioso para saber a sua reação. Ela então tirou a blusa vermelha que tinha ali dentro e viu o número 16 na parte de trás, assim que estendeu na frente dos dois.
─ 16, . ─ ela soltou uma risada e olhou para ele. ─ Muito obrigada, eu adorei, de verdade.
Ele abaixou a cabeça, procurando a sua coragem, estava realmente envergonhado e satisfeito ao constatar a sinceridade no agradecimento dela.
─ Não é nada. ─ respondeu e ficaram em silêncio por um instante.
─ Ok, agora eu preciso do seu número. ─ puxou o celular da bolsinha que tinha ficado esquecida no banco e entregou a ele. ─ Do celular, no caso.
Os dois trocaram seus contatos e se despediram com abraços, mas ali algumas coisas já eram certas: o encontro, a afinidade e o match.




Depois de várias noites conversando, finalmente teve uma folga para sair com e de fato foram tomar café em uma lanchonete, às 19h00, porque parecia uma boa ideia.
Aquele Vamos? Vamos! que fazia muita diferença.
já esperava por na Sunshine Diner. Dessa vez, estava com o cabelo arrumadinho, usava uma blusa de moletom azul escuro por cima da camisa branca, jeans e tênis. Mas não demorou muito para que ela chegasse usando moletom também, porém era preto, assim como o boné em sua cabeça, a calça que estava dobrada no meio da canela e os seus tênis inseparáveis.
Ela parecia estar se escondendo, no entanto, quando entrou na lanchonete tirou o boné, deixando os cabelos soltos, e sorriu ao se aproximar dele.
─ Desculpa a demora. ─ guardou o acessório dentro de sua bolsa e sentou-se em frente a ele.
─ Imagina, estava se escondendo? ─ perguntou, com curiosidade.
─ Se alguém me ver junto com você pode ter certeza que o mundo vai enlouquecer. ─ ela disse, parecendo até meio triste por não poder andar livremente na rua.
─ Que enlouqueça, então. ─ ele comentou, sorrindo em seguida, fazendo-a sorrir também.
Tinha escolhido um batom vermelho aquela noite e esperava que a segurança não a abandonasse agora. Queria muito não ficar igual boba, vidrada nos olhos de , mas simplesmente não conseguia.
Aqueles olhos… Aqueles malditos olhos, ela não ia superar nem em um milhão de anos.
Por sorte a garçonete chegou e ofereceu para eles o cardápio, fazendo com que os dois finalmente focassem em algo que não fosse os olhos um do outro.
─ Eu vou ser bem clichê e escolher esse combo com hambúrguer, batata frita e milk shake de chocolate. ─ anunciou.
─ Qual hambúrguer, senhora? ─ a garçonete perguntou e ela voltou seus olhos para o cardápio.
─ Esse duplo com cheddar e molho barbecue.
─ Anotado, e o senhor? ─ agora a pergunta foi direcionada a ele, que mal tinha lido o cardápio.
─ O mesmo que ela.
─ Tem alguma comida que você não goste? ─ questionou assim que a garçonete deixou a cabine deles.
─ Eu acho que gosto de tudo, não consigo pensar em algo que eu não goste agora. ─ disse e ela abriu a boca.
─ Não é possível, tem tanta coisa que eu não gosto, tipo picles. Como eu detesto o McDonald’s por colocar picles em tudo. ─ ela começou a tagarelar e riu.
─ Agora entendi a escolha dessa lanchonete.
─ A escolha da lanchonete foi pra combinar com a sua pessoa, um Sunshine para outro sunshine. ─ piscou e ele balançou a cabeça, rindo, estavam ali não fazia nem 5 minutos e já estavam soltando pérolas. ─ Foi péssimo, eu sei. ─ riu, sem graça. ─ Mas me diz, você gosta mesmo de hóquei?
─ Sim, eu realmente sempre quis estar sobre o gelo e, por mais que alguns jogos sejam mais difíceis que outros, ali é o meu lugar. ─ disse e parecia sincero. ─ Meu pai foi um jogador também e isso foi mais um apoio do que uma pressão pra seguir a mesma profissão que ele.
─ Isso é muito bom.
─ E você? ─ ele perguntou. ─ Gosta mesmo de tênis?
─ Você quer saber a resposta genérica ou a real?
─ A resposta que vai sair do fundo do seu coração. ─ pediu.
─ Uma vez me perguntaram qual palavra me definiria e eu disse tênis, então me falaram “mas tênis é só um hobbie, isso não deveria te definir”. Nisso, parei pra pensar no quanto essa frase parecia correta e errada ao mesmo tempo. Tênis pra mim não era só um hobbie, me preparei a vida inteira para ser uma tenista profissional pra depois escutar que aquilo era apenas um hobbie, não é. Mas tênis também não é o que eu sou, é só uma parte de mim, o meu trabalho e a minha diversão. ─ falou, concentrada demais nas palavras que dizia. ─ Então, sim, eu gosto mesmo de tênis.
─ E qual seria a sua palavra? ─ questionou e ela deu de ombros.
─ Ainda não encontrei.
A comida, por fim, chegou e os dois, como bons esportistas, atacaram tudo em um piscar de olhos, mesmo morrendo de vergonha de comer um hambúrguer daqueles em público por sempre se sujar, mas conseguiu comer tranquilamente. Os dois riam enquanto um roubava a batata do outro, conversando aleatoriamente sobre algumas lembranças divertidas.
tinha um sotaque muito fofo e, se pudesse, perguntaria até quantas vezes por mês ele lava o carro só para que ele continuasse falando.
Tudo estava indo calmo demais até que ela terminou de comer seu sanduíche e a encarava, sem saber direito o que fazer, por fim, decidindo contar.
─ Seu batom está borrado. ─ apontou para o seu próprio queixo e ela logo passou o guardanapo por ali para se limpar, sentindo a bochecha começar a queimar de vergonha. Sabia que era um desastre e ali não seria diferente.
─ Não limpou… Espera. ─ ele disse, dessa vez tentando ele mesmo limpar, causando uma bagunça no estômago de no momento que tirou o batom borrado de seu queixo com o dedão. ─ Agora sim.
Ele sorriu e ela sorriu junto, não sabia se ficava ainda mais encantada ou abria um buraco no meio da lanchonete para se enfiar.
─ Obrigada.
Os dois terminaram de comer as suas batatas e já tinha acabado seu milk shake também, mas ainda enrolava com o dela.
─ Você quer? ─ perguntou. ─ Não sei se aguento mais.
Riu, mas estava rindo de nervoso. Ela daria conta de tudo fácil se não tivesse feito um atentado ao seu estômago, ele era demais para o pobre coração dela.
Ele ia puxar o copo dela para si, quando ela segurou, atraindo os olhos dele para os dela, que sorriu em seguida. sentou mais para dentro da cabine e o chamou silenciosamente para ele se sentar o lado dela, tomando seu lugar.
─ Dizem que quando o cara senta ao lado de uma garota na cabine é porque são um casal. ─ ele disse, terminando de tomar o milk shake dela depois de sentar ao seu lado.
─ É mesmo? ─ ela perguntou, com a cabeça apoiada na mão enquanto estava virada para ele.
Portanto, olhava para frente, de novo procurando a tal coragem. Não sabia por quê se sentia um adolescente perto dela, com batom vermelho parecia ainda mais intimidante.
Ela, por outro lado, pegou o boné que estava na sua bolsa e colocou na cabeça dele, com a aba para trás, obrigando-o a encará-la.
─ Odeio essa gente que fica bonita de qualquer jeito. ─ disse e ele, sem pretensão alguma, sorriu, colocando uma mão na cintura dela.
Ela se aproximou dele, tirando o boné de sua cabeça e passando os dedos pelo cabelo , jogando para trás antes de colocar de novo. Sorriu com o resultado final, ficava bem com aquele maldito boné, ficava bem sem também, mas precisava de uma desculpa para tocar nele.
─ O que você quer fazer agora? ─ ele perguntou baixinho, como se só estivessem os dois ali.
─ Quero te manchar de batom. ─ ela falou, sem pensar muito.
E, ao contrário do que ela pensava, ele de imediato se aproximou, colocando uma mão na bochecha dela, e deu um selinho contido.
─ Isso não te mancha de batom, . ─ disse ainda com os olhos fechados, mas pode sentir o sorriso dele perto demais.
─ O que mancha, então? ─ perguntou e dessa vez foi ela que colou os lábios dos dois.
Primeiro era só os lábios dele brincando com os dela, depois a língua dele pediu passagem e ela o aceitou, da mesma forma que ele parecia ter aceitado que ela entrasse em sua vida. A mão dela agora estava na nuca dele e ele ainda a segurava pela cintura, aprofundando cada vez mais o beijo até que os dois não tivessem mais ar.
colocou a mão no peito dele e cantarolou.
Shot through the heart and you’re to blame. You give love a bad name… ─ ela riu, enquanto olhava para ela com a testa franzida e um sorriso torto. ─ Antes que me chame de louca, essa música tocou no jogo.
─ Agora faz sentido. ─ ele a abraçou, beijando agora a testa dela. ─ Acho que eu acabei borrando o seu batom.
Eu gosto.



Alguns meses depois...


─ Ei, baby boy, escute isso... ─ , que estava jogada na cama com ele ao seu lado, começou a ler os prints que havia recebido. ─ em: Um conto de fadas moderno...
“Era uma vez... , estrela do tênis, foi assistir um jogo de hóquei no dia 18 de novembro de 2016, junto ao seu irmão, John , jogador profissional de golfe e torcedor fanático do Carolina Hurricanes. Ambos assistiram o jogo na PNC Arena contra o Pittsburgh Penguins.
, como sempre, se mostrou uma pessoa divertida. Fez os seus famosos tweets. Primeiro fazendo um comentário sobre Sidney Crosby e depois se mostrando apaixonada pelo atacante .
Após isso, no dia 25 de novembro, ela tweetou que estaria realizando mais um sonho junto do irmão. Os dois foram vistos novamente na PNC Arena, onde conheceram todo o local e alguns jogadores. A tenista saiu com a camisa número 16, o que supostamente foi um presente de para a sua nova admiradora.
sempre usava as suas redes sociais com frequência, mas, depois desses dois incidentes, as suas postagens foram diminuindo. O que causou certo alvoroço sobre "onde está ?", no qual a pergunta certa seria "com quem está ?".
A tenista, no entanto, foi vista com em uma lanchonete nos arredores de Raleigh. Fontes que também estavam no local disseram que parecia ser um encontro entre os dois, em que renderam vários gestos carinhosos e alguns beijos.
, dias depois, voltou para as competições mostrando porque era a nova estrela em ascensão no tênis, e, quando perguntada sobre seu status de relacionamento, ela negou, dizendo, no seu típico bom humor, que estava solteira e aberta para negócios. , por outro lado, em uma das entrevistas à Fox Sports, afirmou que conheceu, sim, , mas negou qualquer envolvimento com ela.
As semanas se passaram e o silêncio de continuou, seus tweets se resumindo a comentários sobre as próprias competições e de como estava feliz com cada vitória. Era como se nada tivesse acontecido. No final de janeiro, um paparazzo clicou os dois saindo de uma festa privada, claramente tentava escondê-la e de novo as repercussões sobre o casal começaram. Os dois foram novamente questionados e, posteriormente, o suposto relacionamento fora negado.
Portanto, hoje, 18, 3 meses após o fatídico jogo onde comentou estar apaixonada por , ela se pronunciou publicamente sobre estar em um relacionamento sério com um ice – but hot – guy. Sem mais, podemos concluir que o mundo do tênis colidiu com o mundo do hóquei e estamos no aguardo da confirmação com todas as letras acerca do namoro de e .”
terminou de ler e olhou para o namorado, que parecia imerso no que ela havia dito.
─ Você sabe o que acho sobre tudo isso, . ─ suspirou. ─ Eu tô pouco me fodendo sobre a mídia.
deu de ombros, puxando-a para os seus braços, já tinham discutido aquilo diversas vezes e até conversaram com a assessora e o agente de .
Não queriam que a mídia intervisse no relacionamento deles, que estava apenas começando, por isso se afastou das redes sociais, mas estava incomodada em fazer isso, porque queria poder sair livremente de casa com o namorado e andar de mãos dadas por aí sem sentir medo do que estariam falando sobre ela no dia seguinte.
Os dois estavam apaixonados e já estava mais do que na hora de admitirem isso.
colou seus lábios aos de antes de pegar o celular novamente e abrir o Instagram. Um dia já fora viciada na rede social e agora estava viciada em uma certa pessoa.
Escolheu uma foto dos dois, pensando que aquilo deveria ser feito, e, na manhã seguinte, sairia para comer waffles com ele na lanchonete mais próxima, sem se importar com mais nada.
"Existem pessoas que dizem que o lugar mais feliz do mundo é a Disney, aparentemente elas nunca estiveram em seus braços." Digitou na legenda de uma foto em que os dois estavam sorrindo para a câmera, a abraçando por trás. Publicou e em seguida abriu o Twitter, postando o mesmo, logo bloqueando o celular e focando agora no homem que a segurava em seus braços.
─ Eles queriam uma confirmação pública logo de mim, , a rainha das redes sociais. ─ comentou e riu, beijando a bochecha dela.
─ Aguente firme, rainha das redes sociais, esse é só o começo.




Fim.



Nota da autora: Sem nota.





Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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