Capítulo Único
Aquela era a melhor lanchonete da cidade, na verdade, só havia ela. Eu morava em uma cidade pequena, então, uma lanchonete era o suficiente, assim como uma escola, um clube, um hospital e por aí vai. Eu gostava do Jukebox Burger, era um lugar moderno e onde todos estavam nos sábados à noite, era para onde íamos depois do colégio, tomar um Milkshake ou até refrigerante, sem falar da pista de boliche que tinha no canto. As mesas acopladas à parede com os bancos vermelhos acolchoados estavam espalhadas por todo o lugar. A máquina de Jukebox, claro, o que dava nome ao restaurante, era marrom com vários detalhes em verde, um verde meio azulado, se é que essa cor existe, mas era um verde diferente, o que eu achava bem fascinante. E ela estava no outro canto da lanchonete bem oposta à pista de boliche, onde ficavam as mesas mais escondidas, e tocava sempre as melhores músicas dançantes, fossem elas lentas ou animadas. Música era sempre uma ótima escolha para um sábado a noite, principalmente se viesse acompanhada de bebidas de chocolate e hambúrgueres. Como se era notável, não era apenas eu quem gostava de sair à noite, todo adolescente de 16 anos ou mais, em sã consciência gostava de sair à noite, principalmente em um fim de semana, por esse motivo, o lugar estava lotado.
Eu estava sentada em um dos bancos vermelhos, ao pé do balcão e me balançava ao som de Sugar Sugar do The Archies, enquanto mexia a cabeça e meus longos cabelos presos em um rabo de cavalo, batiam esporadicamente nas costas, passei a mão pra ajeitar minha saia rodada que era de uma cor escura, acho que era quase um azul, depois voltei minha atenção à bebida de chocolate a minha frente. O chão quadriculado do lugar brilhava e se não tomássemos cuidado, ele poderia derrubar qualquer pessoa, por ser devidamente encerado. O sininho na porta balançava cada vez que alguém passava por ela e toda vez que isso acontecia eu olhava quem entrava no restaurante.
O barulhinho soou mais uma vez e mais uma vez olhei, dando de cara com e sua patota, e acompanhado deles, estava a irmã do garoto. , que era um amor de pessoa e minha amiga. era mais velho que nós duas, dois anos. Não era uma pessoa má, mas era um garoto bem insistente. Ele estava com o topete, sua costumeira calça dobrada, aparecendo a meia branca, usava uma jaqueta de couro preta e camisa branca também, típico de um garoto que tem dinheiro, bom e a família deles tinha. A garota me viu e acenamos uma pra outra, os quatro meninos que haviam chegado junto com eles, , , e , também acenaram e depois foram sentar em uma das mesas vagas, ao passo que os irmãos vinham na minha direção.
- Oi, ! – ela falou animada. Pulei do banco e a abracei.
- Oi, ! – nos soltamos e voltei a sentar no banco que era um pouco alto – Por que você não esperou pra vir conosco? – ela perguntou e se virou pro balcão, pedindo algo a garçonete.
- Fui ver minha avó. – falei tomando mais um pouco do shake de chocolate.
- Oi, ! – o garoto imitou a irmã e se meteu entre nós duas, se escorando de lado no balcão, ficando exatamente a minha frente.
- Oi, . – dei um sorrisinho trincado.
- Custa me chamar de ? – ele inclinou a cabeça e me olhou curiosamente. Aquilo de novo não.
- Sweeties, vou para a mesa. – falou, o irmão levantou o polegar ainda me encarando. – leva a pra lá, quando você for. – ela deu um tapinha no ombro do irmão e foi sentar junto dos meninos.
- Custa. – respondi a pergunta anterior dele.
- Custa o quê? – ele ainda me encarava com aqueles olhos azuis. Custa parar de me encarar?
- Custa te chamar de .
- Você falou. Ta vendo, não arranca pedaço. – ele riu – Nós moramos no mesmo lugar, você é amiga da minha irmã, nós estudamos no mesmo colégio e eu acho que sou seu amigo, então não custa me chamar pelo primeiro nome.
- Você esqueceu uma coisa. – falei tomando o resto do Milk shake de chocolate.
- O quê? – ele ainda continuava apoiado no balcão.
- Eu sou filha do seu jardineiro. – empurrei a taça de vidro – Mary, olha quanto foi, por favor. – pedi e a morena, que usava o uniforme bege com rosa e andava com patins nos pés, afirmou com um aceno de cabeça.
- Não! Traz outro. – ele virou a cabeça, olhando pra trás. A moça afirmou mais uma vez – Não me importo com isso. – ele me encarou.
- Desde quando você gosta de chocolate? – perguntei com a sobrancelha arqueada. – E como assim você não se importa?
- Não é pra mim, é pra você. Sei que é a única coisa de chocolate que você gosta. – ele sorriu mais uma vez, mostrando todos os dentes brancos. Arregalei os olhos – Não me importo, eu gosto de você por quem é e não pelo que tem. – ele deu de ombros – Por Deus, você é amiga da minha irmã. Eu e ela temos o mesmo sangue, os mesmos pais. Já pensou nisso?
Na verdade, já. E muito, muito mesmo. nunca, nunquinha havia me tratado mal porque meu pai era jardineiro da casa dele, muito pelo contrário, ele e a irmã faziam o possível pra me incluir em tudo que faziam e por isso eu tinha uma grande amizade com ela. Mas já pensou que talvez amizade com ele, não fosse uma coisa legal pra mim?
tinha a mania horrorosa de me tratar como se eu fosse patrão dela, olha as ideias da garota. Como se eu já tivesse dado razão pra isso. Nunca liguei muito pro dinheiro dos meus pais, era dinheiro deles, não meu e consequentemente nunca pisei em ninguém por causa disso, coisa mais sem cabimento. Por sorte, minha irmã também pensava assim, então convivemos bem, muito bem, uma das melhores relações existentes. Só não entendo porque dá tanta importância a isso, ao fato de termos algumas diferenças.
Ela ainda me olhava, talvez sem ter uma resposta pra minha pergunta reflexiva.
- Essa música é tão. Ahh! – ela soltou um gritinho, o que me fez assustar com a rapidez que ela havia desviado o assunto e também me fazendo prestar atenção na música que passava. I Wanna Hold Your Hands, The Beatles. Ouvi outro gritinho e olhei pra mesa onde meus amigos estavam, era quem tinha dado o grito. Claro, a Beatlemania, tinha invadido a Inglaterra de uma forma surreal, talvez demorasse alguns bons anos, pra que algo daquele tamanho acontecesse novamente e isso se devia ao fato de que os caras eram realmente muito bons. Admito que também ouvia, mas elas pareciam duas loucas quando o assunto era Beatles.
- Claro. Beatles. – fiz pouco caso.
Ela riu divertida e pulou do banco, começando dançar discretamente em seguida, a saia azul escura balançava, batendo nos joelhos e a sapatilha preta, calçada por cima das meias de babados, branca, deslizava no chão quadriculado. Ela sorria, o que me fez soltar um sorriso discreto junto, o cabelo balançava e os fios se mexiam indo pra longe e depois voltavam pra o mesmo lugar. parecia ter luz própria, não dava pra explicar, mas ela brilhava naquele momento.
- ? – Mary falou me acordando do encantamento, depois colocou taça de vidro em cima do balcão.
- Obrigado. – agradeci a ela, que saiu patinando pelo estabelecimento com uma bandeja em mãos. – ? – ela me olhou ainda rindo e parou com os movimentos. – O seu Milkshake.
- É sério que é pra mim? – ela perguntou surpresa.
- Claro. Você sabe que eu prefiro refrigerante. – nós tínhamos algum tempo de convivência, frequentávamos os mesmos lugares, então era possível aprender as preferências um do outro. pegou a taça em cima do balcão.
- Obrigada. – ela agradeceu com um sorriso, um sorriso tão lindo que me deixava bobo.
- Vamos pra mesa, você lembra o que a pediu? – perguntei apontando pro lugar e tentando explicar porque queria levá-la pra lá. afirmou, me olhando com os olhos grandes e brilhantes, ainda bebendo o Milk shake pelo canudo, depois fez uma careta de dor. – Que foi? – perguntei assustado. Ela riu e massageou a testa. Aí eu entendi que era por causa da bebida gelada, não me aguentei e ri alto.
- Para de rir de mim. – ela riu também e começamos a andar paralelamente para a mesa onde os outros estavam, numa distância mínima, que eu conseguia sentir o cheiro do seu perfume.
Ao longe, via meus amigos e minha irmã conversando animadamente, todos comendo ou tomando algo e estava com o braço em volta do pescoço da . Respirei fundo.
- Ela te disse? – perguntou baixo. Olhei pra ela. Afirmei.
- Que eles estão namorando? – ela acenou que sim – Disse. Mas é esquisito, ele é meu amigo, ela é minha irmã. – riu.
- Veja pelo lado bom, pelo menos você o conhece, . Sabe que o garoto é bom. – coloquei as mãos nos bolsos.
- É sim. – sorri pra ela e vi as suas bochechas assumirem um tom avermelhado.
Era a primeira vez que eu saía com , ele sendo meu namorado, na verdade, porque nós já tínhamos saído várias vezes juntos, tanto para esse restaurante, como para o clube do papai, aos domingos. era amigo do meu irmão e eu o conheço há quase o mesmo tempo que o o conhece. Ele era um rapaz tão maravilhoso, lindo, gentil, meigo, fofo. Tão apaixonante que não tinha como não apaixonar. Todos os meninos são uns amores, mas o com absoluta certeza é mais, muito mais, é tanto que estamos namorando. E o melhor, ninguém deu chilique. Papai o adora e gostou muito quando o foi falar com ele nas formalidades, me pedindo em namoro e somos tão novinhos que foi mais lindo ainda. Todos gostaram da notícia, ao que parece até achou legal.
- Quer mais alguma coisa? – perguntou e beijou minha bochecha.
- Não. Ainda não. – falei rindo. Ele sorriu de volta e junto com , chegaram onde estávamos.
- Oi, meninos! – ela acenou pra todo mundo.
- Oi, . – os quatro responderam em coro.
Nos esprememos nos bancos vermelhos, que mais pareciam sofás e os dois tentaram sentar junto, mas só coube a , que ficou de frente pra nós. pediu uma cadeira e sentou na ponta livre da mesa.
- Nós podíamos jogar boliche. – falou animado, ele apontou pra pista do outro lado do restaurante, que por mais que estivesse cheio, todos pareciam mais interessados no Jukebox, que estava com músicas novas e por isso, não dava trégua. Sempre tinha alguém lá, querendo ouvir algo legal.
- Legal, gostei da ideia. Vamos? – meu irmão nos olhou empolgado.
Levantamos da mesa e ajeitei minha saia, depois passei a mão no cabelo pra ver se estava tudo certo. Tudo ok. segurou minha mão, o que fez meu coração bater mais forte. Um gesto tão comum, mas que me causava tantas reações. Começamos a andar para a pista de boliche, mas meu namorado hesitou, segurando minha mão.
- Que foi? – olhei pra ele. era bem mais alto que eu, então para olhá-lo nos olhos, eu precisava levantar a cabeça, ou ficar na ponta dos pés.
- Quer dançar? – ele perguntou animado – Nós podemos escolher uma música legal. – disse e apontou pro Jukebox. Sorri.
- Claro. – falei ainda com o sorriso mais bobo do mundo – Meninos. – chamei e todos me olharam. – Eu vou procurar uma música legal com o , depois aparecemos para jogar junto com vocês. Certo? – eles afirmaram.
me olhou suplicante, quase gritando pra que eu não deixasse ela só com eles, mas sei que aquilo se tratava do , ela gostava dele e quanto mais ela me negava isso, mas eu tinha certeza. Bom e se conheço meu irmão, ele também gostava dela. Nada melhor do que deixar os dois se resolverem. “Você vai ficar bem.” Sibilei. Ela afirmou e depois seguiu os meninos andando para o boliche.
passou o braço em volta do meu pescoço e passei o braço em volta da cintura dele. Andamos até a caixa de música mais famosa da cidade, colocou uma moeda e começou a mexer nos botões, procurando uma música que fosse legal. Fiquei esperando enquanto batia de leve o pé no chão, em pouco tempo Rock Around The Clock começou tocar, aquela música era tão, mas tão contagiante. Meu namorado sorriu e me estendeu a mão, segurei a mão dele, que me abraçou, depois me beijou de um jeito casto. A música já havia começado e era uma das mais animadas, iniciamos a dança que nos fazia balançar as mãos, mexer as pernas, as cabeças e por fim rir, depois emendamos com Jailhouse Rock do Elvis. O melhor de estar com era isso, rir com ele, a alegria tomava conta de mim, era tão maravilhoso, surreal.
Os meninos formaram as duplas para o boliche e fiquei marcando os pontos, enquanto eles brincavam e gritavam a cada strike feito, as duplas eram as seguintes e , e e os últimos estavam ganhando. De vez em quando faziam alguma dancinha engraçada pra tentar combinar com as músicas que passavam e as do eram as melhores, sempre nos fazia rir. Depois me intimaram a jogar e foi quem começou marcar os pontos por mim, insisti que não sabia jogar, só ia fazê-los passar vergonha e meus argumentos foram em vão, eles usaram da desculpa de que não importava quem estivesse ganhando, o principal era se divertir. Fui e realmente foi muito legal, os meninos trocaram as duplas e fiquei na dupla com , até que não fomos tão mal, apesar da minha péssima mira para o boliche.
- Quer uma coisa pra beber? – perguntou, rindo, quando sentei no banco em que estava antes. Os meninos também tinham sentado, estávamos um pouco cansados pela brincadeira, mas tinha valido a pena.
- Não, não, obrigada. Tô bem. – falei sorrindo e comecei mexer nos dedos.
- Por que não? Aposto como está com sede. – ele disse e passei a dar uma atenção fora do comum aos meus dedos e o esmalte que descascava. Por que eu não conseguia encarar o por muito tempo? Não podia ser tão complicado assim – Água ou refrigerante, ? – levantei a cabeça e a garota estava a nossa frente.
- De verdade, não precisa...
- Traz os dois por via das dúvidas. – ele pediu a ela, que afirmou e fez uma manobra com os patins pra dar a volta. Fiquei abismada com a habilidade da garota, eu não conseguia nem me segurar direito em cima dos patins, imagina fazer aquilo. – Por que você faz isso? – me escorei pra trás, me segurando nas mãos.
- Isso o quê? – perguntei confusa.
- Fazer birra pra aceitar uma água, eu gosto de te agradar, então deixa. – ele disse descansando as mãos nas pernas e me encarando, eu tentava fugir do olhar dele, mas estava totalmente presa aqueles olhos azuis e meu estômago começava a revirar.
- Eu não estou fazendo birra... – falei sem graça.
- Já cansaram do boliche? – perguntou rindo e chegando junto com . Voltei minha atenção para os dois.
- Essas meninas não aguentam muito tempo. – disse rindo e os meninos fizeram careta, o casal sentou junto em outro sofá que tinha perto. A garçonete chegou com o exagero que o tinha pedido, pra quê tanta coisa?
Ele pegou as duas garrafinhas e me mostrou, praticamente me intimando a escolher, peguei a água. Ele sorriu satisfeito, foi até a irmã e entregou o refrigerante, depois beijou a testa dela, voltando pra onde eu estava. Qual a necessidade mesmo? Nenhuma.
- E as músicas novas? – perguntei animada a minha amiga.
- São muito legais, acredita que já tem Rockin’ Robin?
- Sério?! Ai, que máximo. – falei rindo e bebendo a água – Mais outra legal. Alguma dos Beatles?
- Várias, ta cheinho de música deles lá. Mas também tem outras que eu nunca ouvi falar. – ela disse empolgada. Continuei com a água e quase me engasgo com a proposta que recebi do .
- Quer dançar? – ele perguntou baixo. Arregalei os olhos e meu coração parecia uma bateria, eu o sentia na boca.
- ...
- . – ele me corrigiu, virei o rosto e ele me encarava – Estou te chamando pra dançar, nada demais. – ele disse baixo mais uma vez. Os outros pareciam entretidos na conversa e não dando atenção a nós dois. O que não era ruim.
Ok, eu aceitava ou não? Era só pra dançar, nada mais. Certo? Certo. ainda me olhava esperando uma resposta, coloquei a água em uma mesinha perto e levantei do sofá. Ele sorriu como se me perguntasse se eu ia dançar com ele e afirmei. O garoto alargou mais o sorriso e levantou em seguida. Demos a volta no sofá, eu andando na frente e ele atrás. Ok, , respire, ou pelo menos tente respirar, não vá passar vergonha na frente do garoto. Fechei os olhos e respirei fundo, mas o ar me faltou quando ele segurou minha mão, abri os olhos de uma vez. estava do meu lado com um sorriso no canto dos lábios.
- Obrigado.
- P-pelo quê? – falei gaguejando, ele apertou minha mão e prendi a respiração.
- Não ter me dado um fora e ter me tirado de lá. – balancei a cabeça devagar, soltando a respiração. – Gosto muito dos dois, mas é esquisito ver minha irmã com o . – ele riu sem graça.
- A-a sim. – qual era o meu problema? Eu nunca gaguejava com nada e agora isso. Ótimo – Ele é um garoto legal, relaxa. – falei baixo e minhas mãos começavam a ficar geladas.
- Você está bem? – ele me olhou, preocupado.
- Por quê?
- Suas mãos. – puxei-as imediatamente e cruzei os braços – Estão geladas... – ele disse quase num sussurro.
- Sim. E-eu tô legal. – enganchou mais uma vez. Fechei os olhos com força. permaneceu quieto, chegamos perto do jukebox e ele colocou uma moeda na máquina.
- Alguma preferência de música? – ele perguntou divertido, mordi a boca – Beatles, claro. Você e a são loucas por eles. – eu não sabia que ele tinha reparado nisso.
- Na verdade, eu não queria Beatles. – coloquei as mãos pra trás.
- Não? Novidade pra mim. – ele riu – Me diz a música então.
- Escolhe você. – sorri sem mostrar os dentes, ele sorriu de volta, meu coração palpitou. mexeu nos botões e começou tocar uma música lenta, que eu nunca havia ouvido antes. – Quem canta? – perguntei curiosa e ele me estendeu a mão.
- Não sei, só gostei do nome da música. – segurei sua mão, ele sorriu, na verdade, não tirava o sorriso do rosto.
Respirei fundo com meu coração batendo rápido, as mãos formigando e o estômago dando voltas. me puxou delicadamente pra perto dele e colocou as mãos em volta da minha cintura, eu não sabia bem como prosseguir dali pra frente, então por via das dúvidas, coloquei os braços ao redor do pescoço dele.
- Você tem um brilho lindo, como se as estrelas ficassem ao seu redor. – ele falava baixo, eu respirava com dificuldade e não tinha a mínima ideia do que responder, minhas pernas pareciam ter vida própria e começavam a tremer de leve – Eu me sinto magnífico quando estou perto de você, eu não sei por quê. Eu só sinto, acho que é porque eu gosto de você, gosto muito.
- Eu também, . – ouvi-o rindo baixo por causa do primeiro nome, saiu tão naturalmente que parecia até mentira – Eu também gosto muito de você.
- Então porque esse bloqueio todo quanto a mim? Eu nunca te fiz nada. E nem pretendo fazer. – ele disse enquanto dançávamos lentamente.
- Eu tenho medo. – falei baixo.
- Medo, ? Medo de quê? Você me conhece, conhece meus pais, é muito amiga da minha irmã. Medo do quê? – ele perguntava realmente interessado na minha resposta.
- Eu não sei, talvez sua família não aprove. – falei com vergonha. Ele riu.
- Eu aprovo, então é isso que importa. Mas eles gostam muito de você, não se preocupe. – ele riu e beijou minha bochecha, depois me abraçou forte, bem forte. – .
- Oi. – falei fechando os olhos e sentindo o abraço dele, uma das melhores sensações do mundo.
- Eu posso te beijar? – meu coração foi na goela, minhas pernas fraquejaram. Beijar não é algo que se pede, é algo que se faz. Mas por outro lado, eu nunca tinha beijado ninguém na vida.
- , eu... – pisquei os olhos e respirei fundo, depois olhei pra ele meio apavorada. Missão de não passar vergonha na frente dele, fracassada com sucesso. Fala de uma vez e vai – Eu nunca...
- Shh! – ele colocou um dos dedos na frente dos meus lábios – Eu já esperava, não precisa ficar com vergonha. – ele sorriu e passou o polegar na minha bochecha.
Eu não conseguia fazer nada direito, nem respirar, apenas me perder naquelas íris imensamente azuis. Segurei nos braços dele, enquanto uma de suas mãos ainda me acariciava o rosto e a outra me abraçava pela cintura de uma forma protetora, aconchegante. sorriu e me selou rapidamente. O quê? Era aquele beijo que ele queria me dar? E antes que eu pudesse me apavorar mais, me beijou de verdade. Ele colou a boca na minha e carinhosamente, pediu um beijo mais profundo, cedi e fui tentando beijá-lo de volta. Mas diferente do que eu achava, o formigamento nas mãos, a moleza nas pernas, o reviramento no estômago e o coração a ponto de sair pela boca, não acabaram quando o beijo aconteceu. Eles se juntaram todos em uma sensação maravilhosa e inexplicável.
The End!
Nota da autora:E aí gostaram da viagem até os anos 60?
Eu sei que foi curtinha, mas precisava compartilhar com vocês, já que estava guardadinha aqui sem tanta atenção, espero que gostem da história, da emoção do primeiro beijo! De ter vivido junto com eles!
Beijinhos na alminha!
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Nota da beta: Por que nunca me contou que tinha uma fanfic dessa época maravilhosa? Gente, eu sou uma amante dos anos 60! AAAAA eu amo tanto essa época e é tão raro encontrar fanfics desse tipo. Ameei a inocência desse casal lindo, as preocupações deles e o beijo lindo dos dois! Parabéns, arrasando como sempre! <3
Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
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