Capítulo 1 ‘‘piloto’’
O reflexo da tempestade que açoitava Washington D.C. distorcia as luzes da cidade na janela do apartamento de null . A agente da CIA, sentada em sua poltrona favorita, girava o uísque no copo, observando o líquido âmbar refletir as chamas da lareira. Estava com tudo encaixotado, pronta para se despedir do apartamento, mas a chuva havia atrasado seu vôo. Esperava já estar Quantico mas agora encarava sua sala vazia, reflexo do que um dia foi a casa na qual crescera. Olhou em direção a janela, era uma noite propícia para lembranças, e as de null eram assombradas por um passado sombrio.
A imagem de seu pai, Christian , sorrindo enquanto a ajudava a montar seu primeiro quebra-cabeça, contrastava com a memória crua da noite em que sua vida mudou para sempre. Agentes do FBI invadiram a casa da família, as armas em punho, os rostos tensos sob a luz das lanternas. A pequena null, com apenas oito anos, se agarrou à mãe, Mary, enquanto Sam, um amigo da família e policial exemplar, tentava explicar o inexplicável.
"Christian , você está preso por cinco acusações de homicídio." A imagem do pai sendo algemado e levado pelos policiais ficou gravada em sua mente como um pesadelo sem fim. Seu pai, Christian , o homem que a ensinara a andar de bicicleta e lhe contava histórias antes de dormir, era um monstro. Aquele sorriso caloroso que ela tanto amava escondia uma escuridão que jamais poderia imaginar. O barulho da chuva ecoava em seu peito, misturando-se ao ritmo acelerado de seu coração. A garrafa de uísque já estava pela metade, cada gole uma tentativa de afogar as lembranças.
Sua mãe chorava, o rosto pálido e os olhos vermelhos. null não entendia o que estava acontecendo, mas o medo a consumia por dentro. Christian , o homem que ela amava e admirava, era um dos criminosos mais procurados do país. A revelação caiu sobre null como um raio, partindo seu mundo em dois. O pai amoroso e dedicado era, na verdade, um mestre do disfarce, um predador que se escondia sob a máscara da normalidade.
O julgamento de Christian foi um circo midiático. As manchetes dos jornais estampavam o rosto do homem que aterrorizara a cidade por anos, revelando sua verdadeira face: um serial killer meticuloso e cruel, cujas vítimas eram encontradas com uma rosa negra sobre o peito, símbolo de sua obsessão mórbida. Era um símbolo de sua crença distorcida, uma oferenda à justiça divina que ele acreditava estar cumprindo. A cada nova vítima, Christian se sentia mais poderoso, mais próximo de Deus, mais certo de sua missão.
Aos olhos da comunidade, ele era um pai de família dedicado, um membro ativo da igreja local, um cidadão exemplar. Mas por trás dessa fachada, escondia-se um fanático religioso, convencido de que era um instrumento divino para punir os pecadores.
Seus crimes eram meticulosamente planejados, cada detalhe cuidadosamente orquestrado. Ele escolhia suas vítimas com base em um código moral distorcido, acreditando que estava livrando o mundo daqueles que considerava indignos. Prostitutas, viciados em drogas, criminosos de rua... todos eram alvos em potencial para sua cruzada macabra.
null cresceu sob a sombra do legado de seu pai, carregando o peso de um nome manchado pelo sangue de inocentes. Mas a tragédia também a impulsionou. Inspirada pela coragem e integridade de Sam, que se tornou sua figura paterna, null decidiu dedicar sua vida à justiça.
A revelação a destruiu. null sentiu raiva, vergonha, tristeza. Como poderia amar um homem capaz de tanta crueldade? Por um tempo, pensou em mudar seu nome, em apagar qualquer vestígio da sua ligação com Christian . Mas depois percebeu que não deveria se envergonhar do seu nome. Existiam muitos s por aí, pessoas boas e honestas que não tinham nada a ver com os crimes do pai.
Decidiu que não deixaria o legado de ódio e violência do pai defini-la. Escolheu um caminho diferente, um caminho de justiça e redenção. Após se formar com honras, entrou para a CIA, onde aprimorou suas habilidades e se tornou uma agente exemplar. Tornou-se agente da CIA, lutando contra as mesmas trevas que seu pai abraçava. O nome podia ser manchado pelo sangue das vítimas do pai, mas ela lutava para que fosse lembrado como um símbolo de força e superação. Era hora dela se despedir de Washington e ir para Quantico.
Capítulo 2 ‘‘new beginning’’
O ar estava carregado de expectativa naquela manhã de segunda-feira, quando null adentrou o prédio do FBI em Quantico. O uniforme impecável da CIA, que a acompanhara por anos, agora era apenas uma lembrança do passado. Em seu lugar, um blazer azul marinho e uma calça social preta, o traje padrão dos agentes da BAU.
Ao chegar à Unidade de Análise Comportamental, null foi recebida por Penelope Garcia, a analista técnica da equipe, cujo sorriso caloroso e energia contagiante eram conhecidos por todos.
"Bem-vinda à BAU, Agente !", exclamou Garcia, entregando a null um envelope contendo seu distintivo e credenciais do FBI. "Estamos muito felizes em tê-la conosco!"
null agradeceu, examinando o distintivo com um misto de orgulho e apreensão. Era o início de um novo capítulo em sua carreira, um desafio que ela estava ansiosa para enfrentar.
Em seguida, null foi conduzida à sala de reuniões, onde a agente Jennifer "JJ" Jareau a aguardava. JJ, a agente de ligação com a mídia da equipe, era conhecida por sua habilidade em lidar com a imprensa.
"Agente , é um prazer conhecê-la", disse JJ, estendendo a mão para um aperto firme. "Espero que sua transição da CIA para a BAU seja tranquila."
"Obrigada, Agente Jareau", respondeu null, retribuindo o aperto de mão. "Estou ansiosa para começar a trabalhar com a equipe."
JJ sorriu e gesticulou para que null se sentasse. Em seguida, iniciou uma revisão detalhada das regras e procedimentos da BAU.
"Como você sabe, a BAU lida com casos extremamente sensíveis e perigosos", disse JJ. "Por isso, a confidencialidade é fundamental. Qualquer informação sobre os casos em andamento deve ser mantida estritamente dentro da equipe."
null assentiu, já familiarizada com a importância da discrição em seu trabalho anterior na CIA. As lembranças das missões secretas, dos códigos e das identidades falsas ainda estavam frescas em sua mente. Ela se lembrava da adrenalina de se infiltrar em organizações criminosas, da tensão de interrogar suspeitos e da satisfação de desmantelar operações ilegais. Mas também se lembrava da solidão, da constante necessidade de esconder sua verdadeira identidade e da desconfiança que a cercava.
"Além disso," continuou JJ, "o FBI desencoraja relacionamentos românticos entre agentes da mesma equipe. Isso pode comprometer o julgamento profissional e a dinâmica do grupo."
null sabia todas as regras de cor, apesar de serem diferentes, a CIA e a BAU eram similares em seus códigos de conduta. null não pode se esquecer de null, o agente que a conquistara com seu charme e inteligência, mas que a abandonara ao descobrir o passado de seu pai. Aquele relacionamento a deixou com uma cicatriz, um lembrete constante de que a confiança era algo que ela não podia se dar ao luxo de ter em seu trabalho. A desilusão a fez ainda mais cautelosa e reservada, erguendo barreiras emocionais para se proteger de novas decepções.
JJ continuou a explicar outras regras, como a importância de seguir a cadeia de comando, a necessidade de manter a calma sob pressão e a obrigação de proteger as vítimas e seus familiares. null ouvia atentamente, absorvendo cada detalhe. null se sentiu mais confiante e preparada para o que estava por vir. Ela sabia que a BAU era um ambiente desafiador, com regras rígidas e expectativas elevadas. Mas também sabia que tinha muito a oferecer, com suas habilidades únicas e sua perspectiva diferenciada.
Após a conversa com JJ, null deixou a sala de reuniões, pronta para iniciar seu primeiro dia na BAU. No entanto, ao caminhar pelos corredores, percebeu olhares curiosos e sussurros a seguindo. O ar estava carregado de uma expectativa que ela não conseguia decifrar.
Ao passar pela sala de descanso, ouviu um grupo de agentes conversando em voz baixa.
"Você viu a novata?", perguntou um deles.
"Sim, ouvi dizer que ela veio da CIA", respondeu outro.
"E que o pai dela era..."
A voz do agente se perdeu em um sussurro, mas null já sabia o que ele ia dizer. A notícia de seu passado se espalhara como fogo em palha. A filha do "Vingador da Rosa Negra", o serial killer que aterrorizou a cidade anos atrás, agora era uma agente da BAU.
Um nó se formou em sua garganta, a familiar sensação de vergonha e culpa ameaçando sufocá-la. Ela acelerou o passo, tentando ignorar os olhares e sussurros que a perseguiam.
Ao chegar à sua mesa, null encontrou um bilhete de Garcia: "Se precisar de alguma coisa, estou aqui para você! 😉". O gesto de apoio a confortou, lembrando-a de que nem todos a julgavam pelo passado de seu pai.
No entanto, a sombra de Christian ainda pairava sobre ela. null sabia que teria que provar seu valor, mostrar que era mais do que apenas a filha de um assassino. Ela era uma agente do FBI agora, uma profissional dedicada e competente, pronta para enfrentar o desafio.
Capítulo 3 ‘‘happier’’
No 4° andar do imponente edifício do FBI em Quantico, Virgínia, encontra-se um labirinto de corredores estreitos e salas de reunião com paredes de vidro fosco. É o lar da Unidade de Análise Comportamental (BAU), uma equipe de elite de agentes especiais que mergulham nas profundezas da mente criminosa. A iluminação fluorescente, fria e impessoal, lança sombras sobre as mesas abarrotadas de papéis e pastas de arquivo, testemunhas silenciosas das longas horas de análise e pesquisa que a equipe dedica a cada caso.
No centro do escritório, um mapa gigante dos Estados Unidos exibe os locais dos crimes em andamento, marcados por alfinetes coloridos que formam um mosaico macabro da violência humana. Em uma das paredes, uma tela gigante transmite imagens de câmeras de segurança, interrogatórios e reconstituições de crimes, proporcionando um panorama da realidade que a equipe enfrenta diariamente.
A atmosfera é tensa, carregada pela urgência de cada caso e pela carga emocional que cada agente carrega consigo. No entanto, o escritório da BAU também é um lugar de camaradagem e apoio mútuo. Os agentes, unidos por um senso de propósito e um profundo respeito pela vida humana, encontram conforto e força uns nos outros enquanto enfrentam os horrores da mente criminosa.
Aaron Hotchner, o líder da equipe, entrou na sala, sua presença imponente silenciando a agitação. Seus olhos, afiados como lâminas, pousaram em null, avaliando-a com um olhar penetrante.
"Agente , seja bem-vinda à BAU", disse Hotchner, sua voz grave e autoritária. "Quero que conheça a equipe."
Ele gesticulou para um homem alto e musculoso, com um sorriso caloroso que contrastava com a seriedade de Hotchner. "Este é o agente Derek Morgan, nosso especialista em campo. Ele tem um talento especial para interrogatórios e é um mestre em artes marciais."
Morgan estendeu a mão para null, seus olhos castanhos brilhando com curiosidade. "É um prazer tê-la na equipe, Agente . Soube que você tem uma experiência impressionante na CIA."
null apertou sua mão, sentindo a força de seu aperto. "Obrigada, Agente Morgan. Estou ansiosa para aprender com vocês."
Hotchner continuou as apresentações. "Esta é a agente Emily Prentiss, nossa especialista em perfis internacionais. Ela tem um conhecimento enciclopédico de culturas e línguas estrangeiras."
Prentiss, elegante e reservada, cumprimentou null com um aceno de cabeça e um sorriso discreto. "Bem-vinda à BAU, Agente . Espero que possamos trabalhar bem juntas."
Em seguida, Hotchner apresentou Jennifer "JJ" Jareau, a agente de ligação com a mídia. "JJ é a nossa porta-voz, responsável por lidar com a imprensa e as famílias das vítimas. Você já a conheceu. Ela tem um dom para acalmar os ânimos e transmitir informações de forma clara e concisa."
JJ apertou a mão de null com um sorriso caloroso e acolhedor. "É ótimo ter você na equipe, null. Espero que se sinta em casa aqui na BAU."
Por fim, Hotchner apresentou o Dr. null null, o gênio da equipe. "O Dr. null é nosso especialista em estatística e análise geográfica. Ele tem um QI de 187 e três doutorados."
E então seus olhos encontraram os de null null. O jovem gênio, com seus cabelos despenteados e seus óculos de aro grosso, parecia perdido em seus próprios pensamentos. Mas quando seus olhares se cruzaram, null sentiu uma faísca, um reconhecimento mútuo que ia além das palavras. Era como se suas almas se conectassem, compartilhando um segredo que apenas eles compreendiam.
null, com seus cabelos despenteados e seu olhar tímido, estendeu a mão para null, um sorriso nervoso em seus lábios. "É um prazer conhecê-la, Agente . Sou um grande fã do seu trabalho na CIA."
null retribuiu o sorriso, sentindo uma conexão instantânea com o jovem gênio. "O prazer é meu, Dr. null. Estou ansiosa para aprender com você também."
Hotchner concluiu as apresentações, seu olhar pousando em null mais uma vez. "Agente , a BAU é uma equipe unida, e esperamos que você se adapte rapidamente. Temos muito trabalho pela frente, e precisamos de todas as mãos no convés."
null assentiu, sentindo uma onda de adrenalina percorrer seu corpo. Ela estava pronta para o desafio, pronta para usar suas habilidades e experiência para ajudar a equipe a desvendar os casos mais complexos e perigosos. A BAU era seu novo lar, e ela estava determinada a fazer jus à confiança que depositaram nela.
Enquanto se acomodava em sua nova mesa, null não pôde deixar de notar a ausência de olhares curiosos ou comentários sobre seu passado. Era quase impossível que a equipe não soubesse de sua história familiar, mas todos a trataram com profissionalismo e respeito, como se o passado de seu pai não importasse. Ela se sentiu grata pela discrição e pela oportunidade de ser julgada por seus próprios méritos, e não pelo legado de um homem que ela mal conhecera.
Capítulo 4 ‘‘café’’
A luz do sol da manhã se infiltrava pelas persianas da Unidade de Análise Comportamental (BAU), iluminando a mesa ainda vazia da nova agente. null , recém-transferida da CIA, desembalava com cuidado uma foto emoldurada: sua mãe e seu padrasto sorridentes, com uma null de 12 anos fazendo careta no centro. Anos depois de muita terapia, sua mãe e ela seguiram em frente. Sam foi uma surpresa boa que apareceu em suas vidas após a prisão de Christian. Ele era um policial incrivelmente competente, sua mãe teve muita sorte de tê-lo encontrado. Também fora o padrasto perfeito para null, sempre incentivando-a a seguir carreira na polícia. Sentia muita saudade dos dois, havia trazido um porta retrato com uma foto dos três em sua formatura da faculdade também e colocou-a ao lado da outra.
Ao lado das fotos, colocou um pequeno Darth Vader e um Dalek, bonequinhos que a acompanhavam desde a adolescência. Um toque pessoal em meio ao ambiente profissional. O burburinho da equipe reunida em torno do caso atual preenchia o ambiente. Rostos concentrados, vozes murmurando análises, o ritmo cardíaco da BAU em plena atividade. Subitamente, o grupo se dispersou, como se uma força invisível os tivesse afastado, abrindo espaço para null null se aproximar de null.
null assentiu, os olhos brilhando de entusiasmo. "Estou analisando os padrões geográficos dos crimes. Talvez possamos encontrar alguma pista sobre o próximo alvo do unsub."
Enquanto null explicava sua teoria sobre os padrões geográficos dos crimes, null se viu absorta pela paixão com que ele falava. Seus olhos brilhavam e suas mãos gesticulavam animadamente enquanto ele desvendava os detalhes do caso. A energia contagiante de null a fez esquecer sobre sua vida.
"E então, o que acha?", perguntou null, interrompendo seu monólogo ao perceber o olhar distante de null.
"Acho fascinante", respondeu ela, voltando à realidade. "Você tem uma mente brilhante, null."
Um rubor leve tingiu as bochechas do jovem agente. "Obrigado. É que eu me empolgo quando falo sobre o trabalho."
"Eu percebi", disse null com um sorriso. "Mas é admirável. Sua paixão é inspiradora."
null retribuiu o sorriso, parecendo mais relaxado. "Ei, já que você é nova aqui, posso te mostrar o resto da base? Tem alguns lugares interessantes que você deveria conhecer."
null aceitou a oferta de bom grado. Acompanhou null pelos corredores labirínticos da BAU, descobrindo salas de interrogatório com espelhos falsos, laboratórios de análise forense com equipamentos de última geração e uma biblioteca repleta de livros sobre criminologia e psicologia. null falava sem parar, explicando cada detalhe com entusiasmo e conhecimento enciclopédico. Não pode deixar de notar o quanto ele era bonito, tipo, realmente bonito. Ele emanava certa timidez mas também parecia muito competente e ágil. As mangas de sua camisa social azul estavam enroladas em seu braços, fazendo null prestar atenção em suas mãos.
"E aqui é a nossa sala de descanso", disse null, abrindo a porta para um espaço aconchegante com grandes janelas de vidro com sofás confortáveis, uma mesa de sinuca e uma cafeteira. Algumas pessoas lendo no local. "É onde relaxamos entre um caso e outro."
null sorriu. "Parece um ótimo lugar para recarregar as energias."
"Com certeza", concordou null. "E por falar em recarregar, você quer um café?”
null aceitou a oferta, e null se dirigiu à cafeteira. Enquanto o observava preparar a bebida, null notou a forma como ele se movia com uma graça desajeitada, como se seu corpo não acompanhasse a velocidade de sua mente. Era uma peculiaridade encantadora, que a fez sorrir.
null voltou com o café, entregando-o a null com um sorriso tímido. "Espero que seja bom como o da CIA"
null tomou um gole, sentindo o calor do líquido se espalhar por seu corpo. "Está perfeito. Obrigada, null."
Os dois se sentaram em um dos sofás, conversando sobre suas experiências e expectativas na BAU. null se sentia cada vez mais à vontade na companhia de null, sua inteligência e gentileza a cativando. Era o início de uma amizade que, ela sabia, seria importante em sua jornada na BAU.
"Na verdade, não uso muito esta sala", confessou null, coçando a nuca. "Costumo passar a maior parte do tempo na biblioteca ou na minha mesa"
null notou as olheiras sob seus olhos, evidências de noites mal dormidas. "Você não dorme muito, não é?", perguntou, preocupada.
null deu um meio sorriso. "Meu cérebro não desliga nunca."
null riu, compreendendo a sensação. "Ser um gênio tem seu preço, não é?"
null assentiu, um brilho de orgulho em seus olhos. "Mas eu não trocaria por nada. Adoro o que faço, e a BAU me dá a oportunidade de usar minhas habilidades para ajudar muitas pessoas"
null admirou a dedicação de null ao seu trabalho. Era evidente que ele amava o que fazia, e sua paixão era contagiante.
"E como foi na CIA?", perguntou null, curioso sobre a experiência de null na agência de inteligência.
null hesitou por um momento, ponderando sobre como responder. "Foi... intenso", disse ela, finalmente. "Aprendi muito, passei algum tempo infiltrada em um grupo terrorista, em cartéis de drogas, usava identidade falsa e tudo"
"O que te fez querer vir para cá?", perguntou null, seus olhos fixos nos dela.
null suspirou, lembrando-se das missões perigosas, da constante vigilância, da falta de conexão humana. "A CIA é um mundo solitário", disse ela. "Você está sempre sozinho, sempre desconfiado, sempre em alerta. Eu queria algo diferente, algo mais... humano.”
null a observava com uma curiosidade quase infantil, os olhos arregalados por trás das lentes grossas dos óculos. "Parece coisa de filme", ele exclamou, a voz ecoando no silêncio da sala.
"Acredite, era tudo menos glamouroso", null retrucou, um sorriso amargo curvando seus lábios. "Trocas de tiros, interrogatórios, a constante ameaça de ser descoberta... A adrenalina era viciante, mas era extremamente cansativo"
"Mas você ajudou a salvar muitas vidas, não é?", perguntou null, a voz mais baixa, como se temesse quebrar o feitiço da narrativa de null.
Ela assentiu lentamente, as lembranças de rostos inocentes salvos da violência e da opressão se misturando às imagens de dor e sofrimento que testemunhara. "Espero que sim. Mas o mundo da espionagem não era pra mim, eu gostava muito mas eu acabei me distanciando do que eu realmente queria."
null se inclinou para frente, a curiosidade superando a timidez. "E o que seria?", perguntou, a voz quase um sussurro.
null hesitou por um momento, as palavras presas em sua garganta. "O FBI", respondeu ela, finalmente, a voz rouca pela emoção. "Na CIA eu lidava com pessoas e situações extremas, mas muitas vezes me sentia... desconectada. Aqui, na BAU, sinto que posso fazer a diferença de uma forma mais direta, mais humana.”
Um silêncio pesado se instalou na sala, quebrado apenas pelo som distante da cafeteira. null estendeu a mão e tocou a de null, um gesto de conforto e solidariedade. "É por isso que você está aqui", disse ele, a voz firme e tranquilizadora. "Na BAU, estamos juntos. Você nunca estará sozinha."
null apertou sua mão, um calor inesperado a envolvendo. "Obrigada, null", murmurou ela, um sorriso tênue surgindo em seus lábios. "É bom saber disso."
Naquele momento, null sentiu uma conexão genuína com null,
"Bom, se precisar de alguma coisa, pode me procurar", disse null, levantando-se do sofá. "Vou voltar à minha mesa, tentar decifrar mais alguns códigos."
null o observou se afastar, sua mente já a mil por hora, processando informações e formulando teorias. Era fascinante e um pouco assustador ao mesmo tempo.
Capítulo 5 ‘‘crime scene’’
A sala de reuniões da BAU estava mergulhada em uma atmosfera pesada. As fotos das vítimas, todas mulheres jovens com semblantes serenos, mas marcados pela violência do estrangulamento, ocupavam a tela gigante. A equipe, reunida ao redor da mesa, analisava os detalhes de cada caso, buscando padrões e pistas que pudessem levá-los ao assassino.
"Cinco vítimas em cinco meses", disse Hotchner, sua voz grave ecoando pela sala. "Todas estranguladas com um objeto fino, como um fio de nylon. O assassino não deixa nenhuma outra marca de violência, o que sugere um ritual meticuloso e controlado."
null, sentada ao lado de null, examinava as fotos com atenção. A ausência de sinais de luta e a expressão serena das vítimas a intrigavam. Era como se elas tivessem aceitado seu destino, como se conhecessem o assassino.
"A falta de resistência das vítimas sugere que elas podem ter sido drogadas ou sedadas antes do ataque", comentou null, seus olhos percorrendo os relatórios da autópsia. "Isso explicaria a ausência de sinais de luta e a expressão pacífica em seus rostos."
"Mas por que estrangulamento?", perguntou Prentiss, franzindo o cenho. "É um método pessoal, íntimo. O assassino provavelmente tem algum tipo de fixação por esse tipo de contato."
null concordou, lembrando-se de um caso semelhante que estudara na CIA. "Em alguns casos de serial killers, o estrangulamento é uma forma de exercer controle e poder sobre a vítima. É como se o assassino estivesse roubando o último suspiro de vida da pessoa."
Hotchner assentiu. "Precisamos descobrir o que motiva esse assassino, qual é a sua fantasia. Só assim poderemos detê-lo antes que faça mais vítimas."
A equipe se mobilizou, cada um assumindo uma tarefa específica. null e null foram encarregados de analisar o perfil psicológico do assassino, buscando pistas em sua escolha de vítimas e em seu modus operandi.
Enquanto isso, Morgan e Prentiss entrevistavam familiares e amigos das vítimas, buscando informações sobre suas vidas e possíveis conexões com o assassino. JJ trabalhava com a mídia, divulgando informações sobre o caso e pedindo ajuda à população.
A investigação se intensificou, a equipe trabalhando dia e noite, seguindo cada pista, cada indício, cada detalhe que pudesse levá-los ao assassino. A tensão aumentava a cada dia, a cada nova vítima que era encontrada.
Após semanas de trabalho árduo, a equipe conseguiu traçar um perfil do assassino: um homem branco, entre 30 e 40 anos, com conhecimento de técnicas de estrangulamento e acesso a sedativos. Ele provavelmente tinha uma vida dupla, mantendo uma fachada de normalidade enquanto satisfazia seus impulsos homicidas.
Com base nesse perfil, a equipe conseguiu identificar um suspeito: um enfermeiro que trabalhava em um hospital local e tinha acesso a sedativos. Ele também se encaixava na faixa etária e na descrição física do assassino.
A sala de interrogatório era um palco austero, iluminado por uma luz fluorescente que drenava a cor do ambiente. Davis, o enfermeiro suspeito, sentava-se algemado à mesa de metal, um ar de desafio mal disfarçado em seus olhos. null e null entraram na sala, seus passos ecoando no silêncio tenso.
"Boa noite, Sr. Davis", começou null, sua voz calma e metódica contrastando com a tensão palpável na sala. "Sou o Dr. null null, este é a Agente Especial null . Gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas sobre as recentes mortes de mulheres jovens na cidade."
Davis lançou um olhar lascivo para null, um sorriso cínico torcendo seus lábios. "E quem é essa belezinha? A nova estagiária do FBI?"
Um músculo contraiu na mandíbula de null, mas sua voz permaneceu firme. "Agente Especial , da Unidade de Análise Comportamental. Nós estamos aqui só pra conversar com você sobre os últimos casos de sequestro em Warnville"
Davis soltou uma risada debochada, ecoando pela sala vazia. "Acho que você está se enganando, agentezinha. Sou um enfermeiro, não um sequestrador."
null interveio, sua voz cortante como um bisturi. "Sr. Davis, encontramos sedativos em sua casa, do mesmo tipo usado nas vítimas, e suas impressões digitais foram encontradas no local do último crime. Negar o óbvio não vai te ajudar."
O sorriso de Davis vacilou, mas ele rapidamente recuperou a compostura. "Isso não prova nada. Sou enfermeiro, tenho acesso a sedativos. Quanto às impressões digitais, talvez eu tenha estado no local do crime, mas não significa que eu matei ninguém."
null se inclinou para frente, seus olhos fixos nos de Davis, como um predador farejando sua presa. "Não subestime minha inteligência, Sr. Davis."
Davis a encarou com desdém. "Olha só, a agente durona. Acho que você está no lugar errado, deveria estar em casa cozinhando enquanto espera seu marido chegar"
Um silêncio mortal se abateu sobre a sala. null sentiu um nó se formar em sua garganta.
null sorriu. "Sua misoginia só atenta contra você mesmo, Sr. Davis. Tenho provas suficientes para incriminá-lo. Mas estou aqui para entender o que o levou a cometer esses crimes e você insiste em não enxergar além do meu gênero"
A confiança de null e sua postura inabalável começaram a desestabilizar Davis. Ele se remexeu na cadeira, as mãos suando frio.
"Eu não fiz nada", murmurou ele, desviando o olhar. "Vocês não têm nada concreto"
"Temos suas impressões digitais, o sedativo que você usou para dopar as vítimas e temos testemunhas que o viram perto dos locais dos assassinatos e câmeras de segurança que capturaram suas movimentações suspeitas. E temos você, aqui, mentindo para nós.”
Davis não falou mais nada, ainda visivelmente abalado pela fala da agente.
“Ah, e se não quiser a pena de morte é melhor confessar, talvez você pegue apenas prisão perpétua pelo que fez” null completou.
null e null passaram horas interrogando-o, usando suas habilidades de perfilamento para desconstruir suas mentiras e expor suas contradições. A cada pergunta, a cada resposta evasiva, a máscara de Davis se estilhaçava um pouco mais, revelando a escuridão que se escondia sob a superfície. O cansaço e a pressão começaram a pesar sobre ele, suas respostas se tornando cada vez mais hesitantes e inconsistentes.
Na sala de observação, a equipe da BAU acompanhava o interrogatório com atenção. Hotchner, Morgan, Prentiss e JJ observavam a interação entre null e Davis, impressionados com a habilidade da nova agente em lidar com a situação.
Após horas de interrogatório, Davis finalmente cedeu. Confessou os assassinatos, revelando seus motivos distorcidos e sua obsessão por controle e poder. A equipe da BAU havia desvendado mais um caso.
O bar estava lotado, um zumbido constante de vozes e risadas preenchendo o ar. A equipe da BAU ocupava uma mesa no canto, copos de cerveja e petiscos espalhados pela superfície de madeira. A tensão do caso que acabaram de resolver ainda pairava no ar, mas aos poucos, a atmosfera se tornava mais leve, a camaradagem e o bom humor prevalecendo.
null, sentada entre JJ e Prentiss, observava a dinâmica do grupo com um sorriso discreto. Morgan contava uma história engraçada sobre um suspeito que tentara suborná-lo com um sanduíche de mortadela, enquanto Rossi ria a bandeiras despregadas, seu sotaque italiano tornando a cena ainda mais divertida. Hotchner, mais reservado como sempre, mantinha um sorriso contido nos lábios, seus olhos atentos a cada membro da equipe.
"E você, ?", perguntou JJ, cutucando null de leve. "Tem alguma história interessante da CIA para nos contar?"
null hesitou por um momento, ponderando sobre o que poderia compartilhar sem comprometer a segurança nacional. "Bom, teve aquela vez em que me disfarcei de cantora de ópera para me infiltrar em um cassino em Monte Carlo...", começou ela, um brilho divertido nos olhos.
A equipe se inclinou para frente, ansiosa para ouvir a história. null contou sobre a missão, descrevendo os detalhes da operação, o nervosismo de cantar em público e o alívio de ter conseguido capturar o chefe da organização criminosa.
Enquanto falava, null percebeu que a tensão inicial havia se dissipado. Seus colegas a ouviam com atenção, rindo de suas piadas e se solidarizando com seus percalços. Ela se sentia parte do grupo, aceita e valorizada por suas habilidades e experiências.
"Uau, você é tipo uma James Bond de saia!", exclamou Garcia, seus olhos brilhando de admiração.
null riu, balançando a cabeça. "Não exagere, Garcia. Sou apenas uma agente que faz o seu trabalho."
"Mas é um trabalho incrível", insistiu Garcia. "E você é incrível por fazê-lo."
"Sabe, null," começou ele, hesitante somente para ela ouvir, "eu queria te dizer que... bem, aquele interrogatório com o Davis... Ele foi totalmente desrespeitoso com você. Eu... eu senti vontade de intervir, mas você lidou com a situação com tanta maestria que eu fiquei impressionado.”
null sentiu um calor reconfortante se espalhar por seu peito. Aquele era o tipo de apoio e reconhecimento que ela nunca havia experimentado na CIA.
A noite prosseguiu com mais histórias, risadas e brindes. null se viu relaxando, compartilhando suas próprias experiências e aprendendo mais sobre seus novos colegas. Ela descobriu que Hotchner era um pai dedicado, que Morgan tinha um coração de ouro sob a fachada durona, Prentiss era uma amante da literatura clássica e null, apesar de sua genialidade, era uma pessoa muito gentil e atenciosa.
Ao final da noite, quando a equipe se despediu, null sentiu uma sensação de pertencimento que nunca havia experimentado antes. Ela sabia que ainda havia muitos desafios pela frente, mas estava confiante de que, com o apoio da BAU, poderia superá-los. Afinal, ela não estava mais sozinha. Ela tinha uma família.
Capítulo 6 ‘‘ blood ’’
1 mês depois…
O grito lancinante da vítima ecoou pela noite fria e úmida de Chicago, perfurando o silêncio tenso que pairava sobre o ar. A equipe da BAU, cercada por viaturas e luzes intermitentes, avançava em formação tática, cada membro com a arma em punho e os sentidos aguçados. No centro do caos, um homem de meia-idade, com olhos injetados de sangue e um sorriso maníaco estampado no rosto, segurava uma mulher como escudo humano, a lâmina de sua faca pressionada contra a garganta dela.
null , com sua silhueta esguia e ágil, movia-se com a graça de uma pantera, a adrenalina bombeando em suas veias. Seus olhos castanhos, normalmente calorosos, agora queimavam com uma determinação fria e implacável. Ao seu lado, o agente null null, com sua postura desengonçada e óculos de aros grossos, mantinha a arma apontada para o unsub, sua mente prodigiosa analisando cada detalhe da cena em busca de uma fraqueza, uma oportunidade.
"Solte-a!", ordenou o agente Hotchner, sua voz grave e autoritária ecoando pela rua deserta. O unsub riu, um som áspero e desprovido de humor.
"Só se vocês me deixarem ir!", ele gritou de volta, a voz embargada pela loucura.
null, com um movimento sutil, trocou um olhar rápido com null. Um plano se formou em suas mentes, uma coreografia silenciosa de confiança e profissionalismo. Enquanto Hotchner mantinha o unsub distraído com palavras cuidadosamente escolhidas, null e null flanqueavam a dupla, movendo-se em sincronia, como sombras na noite.
Com um gesto preciso, null lançou um pequeno objeto que ricocheteou no chão, produzindo um som metálico agudo. O unsub, momentaneamente distraído, virou a cabeça em direção ao barulho. Foi a brecha que null esperava. Num movimento rápido como um raio, ela saltou sobre o unsub, seus dedos ágeis envolvendo seu pulso e torcendo-o com força. A faca caiu no chão com um baque surdo.
Um gemido de dor escapou dos lábios do unsub enquanto null o desarmava e o imobilizava no chão, seus joelhos pressionando suas costas. null estava ao seu lado em um instante, algemando o homem com movimentos rápidos e eficientes. A vítima, libertada, caiu nos braços de Prentiss, que a amparou com gentileza.
O alívio inundou null enquanto ela entregava o unsub aos policiais locais. A tensão se dissipou de seus ombros, substituída por uma sensação de dever cumprido. Ao seu lado, null lhe lançou um sorriso discreto, seus olhos transmitindo uma admiração silenciosa.
"Bom trabalho, ", ele murmurou, a voz baixa apenas para ela ouvir.
null retribuiu o sorriso, um calor inesperado florescendo em seu peito. "Você também, null", ela respondeu, a voz rouca pela adrenalina.
No silêncio que se seguiu, enquanto as sirenes se afastavam e a noite voltava a se fechar sobre a cidade, null sentiu uma conexão profunda com null, um laço forjado no calor da ação e no respeito mútuo.
Os primeiros meses na BAU foram um turbilhão para null. Acostumada à discrição e às missões solitárias da CIA, a dinâmica da equipe a pegou de surpresa. As discussões acaloradas, as piadas internas, a camaradagem... tudo era novo e, inicialmente, um pouco intimidador.
O trabalho era intenso, os dias longos e as noites curtas. Mas a sensação de fazer a diferença, de prender criminosos perigosos e trazer justiça às vítimas, a impulsionava. A BAU se tornou sua segunda família, um porto seguro onde ela podia ser ela mesma, sem medo de julgamentos.
A CIA a havia moldado em uma agente fria, mas a BAU a estava ensinando a ser humana novamente. Cada interação com o time a lembrava de que, por trás dos horrores que enfrentavam, haviam pessoas com corações bondosos e almas resilientes. A cada novo caso, ela se sentia mais forte, mais determinada a usar suas habilidades para o bem e para honrar as vítimas.
O grito lancinante da vítima ecoou pela noite fria e úmida de Chicago, perfurando o silêncio tenso que pairava sobre o ar. A equipe da BAU, cercada por viaturas e luzes intermitentes, avançava em formação tática, cada membro com a arma em punho e os sentidos aguçados. No centro do caos, um homem de meia-idade, com olhos injetados de sangue e um sorriso maníaco estampado no rosto, segurava uma mulher como escudo humano, a lâmina de sua faca pressionada contra a garganta dela.
null , com sua silhueta esguia e ágil, movia-se com a graça de uma pantera, a adrenalina bombeando em suas veias. Seus olhos castanhos, normalmente calorosos, agora queimavam com uma determinação fria e implacável. Ao seu lado, o agente null null, com sua postura desengonçada e óculos de aros grossos, mantinha a arma apontada para o unsub, sua mente prodigiosa analisando cada detalhe da cena em busca de uma fraqueza, uma oportunidade.
"Solte-a!", ordenou o agente Hotchner, sua voz grave e autoritária ecoando pela rua deserta. O unsub riu, um som áspero e desprovido de humor.
"Só se vocês me deixarem ir!", ele gritou de volta, a voz embargada pela loucura.
null, com um movimento sutil, trocou um olhar rápido com null. Um plano se formou em suas mentes, uma coreografia silenciosa de confiança e profissionalismo. Enquanto Hotchner mantinha o unsub distraído com palavras cuidadosamente escolhidas, null e null flanqueavam a dupla, movendo-se em sincronia, como sombras na noite.
Com um gesto preciso, null lançou um pequeno objeto que ricocheteou no chão, produzindo um som metálico agudo. O unsub, momentaneamente distraído, virou a cabeça em direção ao barulho. Foi a brecha que null esperava. Num movimento rápido como um raio, ela saltou sobre o unsub, seus dedos ágeis envolvendo seu pulso e torcendo-o com força. A faca caiu no chão com um baque surdo.
Um gemido de dor escapou dos lábios do unsub enquanto null o desarmava e o imobilizava no chão, seus joelhos pressionando suas costas. null estava ao seu lado em um instante, algemando o homem com movimentos rápidos e eficientes. A vítima, libertada, caiu nos braços de Prentiss, que a amparou com gentileza.
O alívio inundou null enquanto ela entregava o unsub aos policiais locais. A tensão se dissipou de seus ombros, substituída por uma sensação de dever cumprido. Ao seu lado, null lhe lançou um sorriso discreto, seus olhos transmitindo uma admiração silenciosa.
"Bom trabalho, ", ele murmurou, a voz baixa apenas para ela ouvir.
null retribuiu o sorriso, um calor inesperado florescendo em seu peito. "Você também, null", ela respondeu, a voz rouca pela adrenalina.
No silêncio que se seguiu, enquanto as sirenes se afastavam e a noite voltava a se fechar sobre a cidade, null sentiu uma conexão profunda com null, um laço forjado no calor da ação e no respeito mútuo.
Os primeiros meses na BAU foram um turbilhão para null. Acostumada à discrição e às missões solitárias da CIA, a dinâmica da equipe a pegou de surpresa. As discussões acaloradas, as piadas internas, a camaradagem... tudo era novo e, inicialmente, um pouco intimidador.
O trabalho era intenso, os dias longos e as noites curtas. Mas a sensação de fazer a diferença, de prender criminosos perigosos e trazer justiça às vítimas, a impulsionava. A BAU se tornou sua segunda família, um porto seguro onde ela podia ser ela mesma, sem medo de julgamentos.
A CIA a havia moldado em uma agente fria, mas a BAU a estava ensinando a ser humana novamente. Cada interação com o time a lembrava de que, por trás dos horrores que enfrentavam, haviam pessoas com corações bondosos e almas resilientes. A cada novo caso, ela se sentia mais forte, mais determinada a usar suas habilidades para o bem e para honrar as vítimas.
Capítulo 7 ‘‘meu império romano’’
null null estava acostumado a ser a mente mais rápida da sala, decifrando códigos e padrões que escapavam aos outros. Mas, quando se tratava de null , ele se sentia perpetuamente perdido em um labirinto que escapava à sua compreensão.
Mas, apesar da confusão, null se pegava cada vez mais encantado por null. Ela era como um livro aberto com uma linguagem que ele ainda não dominava. E ele, como um bom acadêmico, estava determinado a aprender.
Durante um interrogatório, null se inclinou para o suspeito, um homem musculoso com olhar evasivo, e disse: "Cara, o fato de você ainda morar no porão da sua mãe aos 40 anos diz muito sobre você." ou quando ela disse: "Sabe, eu já vi mentirosos melhores em filmes da Sessão da Tarde."
Ele podia fazer um livro com as citações de null que ele gostaria de entender melhor.
Garcia ria. "Ah, null, você nunca vai entender a null", disse ela, balançando a cabeça. "Ela é única."
null suspirou, apertando a ponte do nariz. Mais uma vez, null havia usado uma linguagem que ele não entendia. Ele se lembrou de Gideon, o lendário profiler que havia deixado a BAU anos atrás. Gideon também tinha um jeito peculiar de se comunicar, usando citações literárias e referências que deixavam a equipe confusa. null, de certa forma, o lembrava de Gideon.
"Eu tenho… o molho?", perguntou null em outra ocasião, após ouvir null comentar sobre outro agente.
"Molho? Ah, sim, você tem o molho, null", respondeu null, piscando para ele.
null ficou ainda mais confuso, mas decidiu não perguntar o que aquilo significava. Ele já havia aprendido que, com null, era melhor apenas seguir o fluxo.
null riu. "null, 'Molho' é tipo... charme, carisma, sabe? Aquele 'quê' que faz as pessoas te acharem atraente."
null corou, sem graça. "Ah, entendi", murmurou ele, voltando sua atenção para o código. Mas, por dentro, ele estava feliz. Ninguém nunca o havia chamado de charmoso antes.
null balançou a cabeça, um sorriso divertido surgindo em seus lábios. "Eu prefiro a palavra 'carisma'", disse ele. "É mais... científica.”
O escritório da BAU estava estranhamente silencioso naquela manhã. A tensão de um caso recente ainda pairava no ar, mas era a calma antes da próxima tempestade. null estava debruçado sobre uma pilha de relatórios, os olhos percorrendo as páginas com uma velocidade que faria qualquer um tonto. null, sentada à sua frente, observava o amigo com um sorriso divertido.
"null, você tá parecendo um zumbi", disse ela, cutucando-o de leve com o cotovelo. "Vai acabar explodindo sua cabeça se continuar assim."
null ergueu os olhos, piscando algumas vezes como se estivesse despertando de um transe. "Hã? Ah, oi, null", disse ele, um sorriso tímido surgindo em seus lábios. "Estava apenas... analisando os dados."
"Analisando ou decorando?", provocou null, com um brilho malicioso nos olhos. "Acho que você já sabe esse relatório de cor e salteado."
null corou levemente, coçando a nuca. "Talvez", admitiu ele. "Mas sempre posso encontrar novos padrões, novas conexões..."
null riu. "Você é inacreditável, null", disse ela, balançando a cabeça com admiração. "Mas falando em padrões, você já percebeu que os últimos três Unsubs que interrogamos tinham pais ausentes?"
null assentiu. "Sim, é um padrão interessante. Freud explica..."
"Freud? Sério, null?", interrompeu null, rindo. “Todos eles tem 'daddy issues'!"
null a olhou confuso. "Daddy issues?", repetiu ele, franzindo o cenho.
null suspirou, sabendo que teria que explicar mais uma vez. "Significa que a pessoa tem problemas com o pai, entendeu?"
null assentiu lentamente, ainda um pouco confuso. "Ah, sim. Entendi. Mas... por que 'daddy issues'?"
null riu. "Porque é mais conhecido popularmente do que 'complexo de Édipo', oras!", exclamou ela.
O escritório da BAU estava em um raro momento de calmaria. A equipe, exausta após um caso particularmente perturbador, aproveitava a trégua para relaxar. null null, no entanto, estava longe de relaxar. Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam turvos de confusão. Ele observava null, que estava debruçada sobre o teclado, digitando um relatório com uma rapidez impressionante.
null, a novata da CIA, havia se tornado uma presença constante na vida de null. Sua mente afiada e habilidades de campo eram impressionantes, mas era sua personalidade peculiar e imprevisível que o fascinava. As coisas que ela dizia, as referências que ele não entendia, a maneira como ela lidava com os suspeitos... tudo era um enigma para ele.
Ele se lembrava da vez em que null havia chamado algo de "seu império romano" e ele, em sua ingenuidade, havia iniciado uma palestra de dez minutos sobre a história de Roma. null o deixara falar, um sorriso divertido nos lábios, até que Rossi a interrompeu, perguntando se ela estava se referindo a um pensamento recorrente. O constrangimento de null naquele momento ainda o fazia corar.
E não eram apenas as palavras. Ele se perguntava o que se passava na mente dela quando ela respondia a um suspeito com um "same" ou citava filmes que ele nunca tinha visto.
Como alguém não conhecia a origem de uma frase? Ele se lembrava de ter perguntado a Garcia sobre uma citação de null, "Motivo legal, mas ainda é assassinato", que a equipe achou hilário.
Ao longe o jovem casal de amigos era observado, por Rossi e Hotchner que se entreolharam. Um olhar que dizia “algo está surgindo ali”.
null revirou os olhos, mas não conseguiu conter o sorriso. "Você é um nerd incurável, null", disse ela, com carinho. "Mas eu gosto disso em você."
null corou levemente, mas não respondeu. Ele continuou a ler o relatório, mas sua mente divagava. Ele se lembrava das vezes em que null o havia deixado perplexo com suas referências à cultura pop. Como quando ela falou para um suspeito que a atuação dele tava pior que "o Fiuk no BBB." ou quando falou "Aposto que sua mãe ficaria orgulhosa de te ver aqui, algemado e acusado de assassinato".
Capítulo 8 ‘‘deja vu’’
O aroma de carne grelhada e o calor do sol da tarde preenchiam o quintal da casa de Hotchner. A equipe da BAU, reunida em torno da churrasqueira, relaxava após um dia intenso de trabalho. Cervejas geladas e risadas descontraídas quebravam a tensão do dia a dia, criando um ambiente acolhedor e familiar.
null, sentada em uma espreguiçadeira ao lado de Prentiss, observava a dinâmica do grupo com um sorriso discreto. Morgan, com seu avental de churrasqueiro, virava os bifes com maestria, enquanto Rossi o provocava com piadas sobre sua técnica. Hotchner, com um Jack Daniels na mão, supervisionava a cena com um ar paternal, seus olhos atentos a cada membro da equipe. null, sentado em um canto, lia um livro sobre física quântica, ocasionalmente levantando a cabeça para participar da conversa.
"E você, ?", perguntou JJ, entregando a null um prato com um suculento pedaço de picanha. "Como está se adaptando à BAU?"
null agradeceu, saboreando a carne macia. "Está sendo incrível", respondeu ela, sincera. "A equipe é muito acolhedora, e o trabalho é desafiador e gratificante."
"E a CIA?", perguntou Morgan, curioso. "Deve ser emocionante trabalhar em missões secretas, com gadgets high-tech e tudo mais."
null sorriu, mas o sorriso não alcançou seus olhos. "Nem tudo é o que parece", disse ela, um tom de melancolia em sua voz. "A CIA é um mundo de segredos, mentiras e traições. Você nunca sabe em quem pode confiar, nem mesmo em si mesmo."
A equipe a olhava em silêncio, surpresa com a franqueza de suas palavras.
"As missões são perigosas, é claro", continuou null, "mas o pior é a solidão. Você vive isolado, sem poder compartilhar suas angústias e medos com ninguém. A pressão é constante, o medo de falhar, de ser descoberto, de colocar em risco a vida de inocentes..."
Sua voz falhou por um momento, as lembranças dolorosas do passado voltando à tona. Ela respirou fundo, recompondo-se.
"E a burocracia", acrescentou, com um sorriso irônico. "Montanhas de papelada, relatórios intermináveis, reuniões que não levam a lugar nenhum... Às vezes, você se sente mais um robô do que um agente secreto."
null, que a observava com atenção, se manifestou. "Mas você deve ter vivido momentos incríveis também, não é?", perguntou ele, tentando animá-la. "Viagens exóticas, disfarces elaborados, a sensação de estar fazendo a diferença no mundo..."
null assentiu. "Sim, houve momentos bons também. A adrenalina de uma missão bem-sucedida, a sensação de ter ajudado a impedir um atentado terrorista, a camaradagem com alguns colegas de equipe..."
Ela olhou para cada um dos seus novos colegas, seus olhos transmitindo uma gratidão sincera. "É por isso que estou aqui, na BAU. Aqui, sinto que faço parte de uma família, que posso confiar em meus colegas, que meu trabalho tem um impacto real na vida das pessoas. E isso não tem preço."
"Teve uma vez," null começou, seus olhos distantes, "que tive que me infiltrar em um culto que acreditava que o fim do mundo estava próximo. Eles estavam planejando um atentado em massa, e eu tive que me passar por uma de suas seguidoras para descobrir os detalhes do plano."
A equipe se inclinou para frente, absorta na história.
"Foi uma das missões mais perigosas que já realizei", continuou null. "Tive que participar de rituais bizarros, beber poções estranhas e fingir acreditar em suas profecias absurdas. Por um momento, cheguei a duvidar da minha própria sanidade."
Ela gostava dos casos, mas também teve null. Ele ajudara bastante na sua escolha de sair da CIA mas não ia falar isso para sua nova equipe, imagina todos saberem que era uma baita corna. Talvez a colocassem na linha de frente para protege-los com seus grandes chifres.
Flashback on
O aroma do risoto de açafrão ainda pairava no ar, uma promessa não cumprida de um jantar romântico. null, sentada à mesa posta para dois, observava as velas bruxuleantes perderem sua batalha contra a escuridão crescente. O vinho tinto no copo, antes uma promessa de celebração, agora era apenas um amargo consolo.
A raiva borbulhava em seu peito, um caldeirão de frustração e decepção. null, seu namorado e colega da CIA, mais uma vez a deixara esperando. A mensagem que ele enviara horas antes, prometendo chegar a tempo para o jantar, agora parecia uma piada cruel.
null se levantou, a cadeira raspando contra o chão de madeira, um eco da raiva que a consumia. Seus olhos percorreram o apartamento, pousando sobre a jaqueta de null jogada no sofá, um lembrete constante de sua presença ausente.
Um flashback a atingiu como um soco no estômago. null, em seu uniforme impecável, a beijando antes de partir para uma missão. "Volto logo, meu amor", prometera ele, os olhos brilhando de entusiasmo.
Mas "logo" se transformara em dias, semanas, às vezes meses. E quando ele finalmente voltava, trazia consigo o cheiro de outras mulheres, o peso de segredos que não podia compartilhar. null não suportava mais suas ausências, suas mentiras, suas meias verdades. Aquela noite, algo se quebrou dentro dela. A espera solitária, o jantar esfriando, o vinho azedando... Tudo isso a fez perceber que estava cansada de ser a segunda opção, de viver na sombra de um homem que não a priorizava.
"Acabou, null", sussurrou ela para si mesma, a voz embargada pela emoção. "Cansei de suas mentiras"
O eco de seus passos ressoava no apartamento vazio, cada pisada um adeus silencioso. null recolhia suas roupas, livros e pertences pessoais, empilhando-os em malas e caixas de papelão. Cada objeto trazia consigo uma lembrança, um fragmento de um passado que ela agora deixava para trás.
Um ano. Há um ano, null se apaixonara pelo charme de null, um agente da CIA que a conquistara com suas histórias de missões perigosas e seu sorriso sedutor. Mas o que começara como um romance apaixonado logo se transformou em um relacionamento tóxico, marcado por ausências, segredos e desconfiança.
Não demorou muito pela descoberta da traição. null a traíra, não com uma aventura casual, mas com uma colega de trabalho, Stacy, a loira ambiciosa que null sempre desconfiara. A revelação a atingira como um raio, quebrando a ilusão do amor perfeito que ela havia construído em sua mente.
null não confrontou null. Não viu sentido em discutir, em implorar por explicações. Ele já havia feito sua escolha, e ela não estava disposta a se humilhar por um homem que não a valorizava.
Com a decisão tomada, null arrumou suas coisas e saiu do apartamento que dividiam, sem olhar para trás. A chave, deixada sobre a mesa da cozinha, era sua última mensagem para null: "Acabou".
A saída de null da CIA foi um choque para null. Ele tentou ligar, mandar mensagens, mas ela o ignorou. Sabia que ele entenderia o recado. Afinal, ele sempre fora um mestre em ler as entrelinhas, em decifrar os códigos secretos da espionagem.
A traição de null, por mais dolorosa que fosse, a libertara de um relacionamento tóxico e sem futuro. E, ironicamente, a abrira as portas para a BAU, um sonho que ela acalentava em segredo, mas que null sempre desencorajara. Ele menosprezara o trabalho da unidade, considerando-o inferior ao da CIA. Mas null via na BAU a oportunidade de usar suas habilidades para um propósito maior, de fazer a diferença no mundo real, de ajudar as vítimas de crimes hediondos.
Um sorriso irônico curvou os lábios de null enquanto ela caminhava em direção ao seu novo destino. null odiava a BAU, a considerava um bando de "enxeridos" que se intrometiam em assuntos que não lhes diziam respeito. A ideia de null se juntando à equipe o enfureceria, e isso a enchia de uma satisfação perversa.
Flashback off
O presente a trouxe de volta à realidade. Seus colegas a observavam com curiosidade, esperando que ela continuasse a história. null percebeu que havia se perdido em seus pensamentos, o passado se misturando ao presente de forma desconcertante.
"E então?", perguntou Morgan, a voz rouca quebrando o silêncio. "O que aconteceu depois?"
"Gravei o líder do culto detalhando o plano do atentado durante um ritual em uma floresta. Foi arriscado, mas consegui transmitir a gravação para a CIA, que agiu rápido e impediu o ataque."
"A CIA é um mundo diferente do FBI", continuou null, sua voz agora mais firme. "Lá, as coisas são mais... complexas. Há muita política envolvida, jogos de poder, interesses ocultos. Nem sempre a justiça é a prioridade. Alguns acham que somos tipo o James Bond, viajando em primeira classe e bebendo martínis em hotéis luxuosos. Mas a realidade é bem diferente. Já passei noites em claro em quartos de hotel baratos, comendo comida enlatada e rezando para não ser descoberta."
Ela fez uma pausa, lembrando-se das inúmeras vezes em que suas missões foram comprometidas por decisões tomadas em gabinetes luxuosos, longe do campo de batalha.
"E o dinheiro", acrescentou, com um tom de desgosto. "A CIA tem recursos ilimitados, mas nem sempre são usados da melhor forma. Muitas vezes, o dinheiro é usado para financiar operações duvidosas, para comprar informações de fontes corruptas, para silenciar testemunhas inconvenientes."
null balançou a cabeça, afastando as lembranças. "Bem, digamos que a CIA não era o lugar certo para mim", disse ela, um sorriso enigmático nos lábios. "Mas estou feliz por estar aqui, na BAU. Sinto que encontrei meu verdadeiro propósito."
null sorriu, seus olhos brilhando com compreensão. "Acho que você vai se encaixar perfeitamente aqui, null", disse ele. "Temos muito o que aprender com você."
null retribuiu o sorriso, sentindo-se acolhida pela equipe. O passado ainda a assombrava, mas ela sabia que não estava mais sozinha. A BAU era sua nova família, e juntos, eles enfrentariam os desafios que o futuro lhes reservava.
Um silêncio respeitoso se instalou no grupo. A equipe da BAU compreendia a dor de null, a solidão e o peso de carregar segredos. Eles sabiam que a CIA, apesar de todo o glamour e mistério, era um mundo implacável, onde a lealdade era um luxo e a traição, uma constante ameaça.
A conversa mudou de rumo, a equipe compartilhando histórias engraçadas e experiências pessoais. null se sentiu acolhida, parte de um grupo que a aceitava como ela era, com suas cicatrizes e seus medos. A BAU era seu novo lar, e ela estava determinada a honrar a confiança que depositaram nela, a lutar ao lado de seus novos amigos contra as trevas que assombravam o mundo.
Capítulo 9 ‘‘xeque mate’’
A equipe da BAU estava a bordo de um jato particular, cruzando o país em direção a Seattle, onde um novo serial killer espalhava terror. O interior da aeronave era um misto de funcionalidade e conforto, com poltronas reclináveis, mesas de trabalho e telas de computador exibindo informações sobre o caso. null lembrou de quando teve que voar de classe econômica para Moscou, disfarçada de turista. Passou horas espremida entre um casal com um bebê chorão e um senhor que roncava alto.
null, sentada ao lado de null, observava o jovem gênio enquanto ele lia um artigo científico sobre a relação entre o ambiente e o comportamento criminoso. Seus dedos longos e ágeis folheavam as páginas com rapidez, seus olhos absorvendo as informações.
Ela amava ouvi-lo falar sobre qualquer coisa, e sempre tentava fazer perguntas melhores para escutar ele falar mais. Ele discorria sobre a história da música clássica, citando compositores e obras que null nunca tinha ouvido falar. Ela, por sua vez, compartilhava suas experiências em diferentes culturas, os costumes e tradições que aprendera durante suas missões secretas.
"Você já se perguntou como seria viver em outro planeta?", questionou null, interrompendo o silêncio.
null se virou para ele, surpresa com a pergunta. "Em outro planeta?", repetiu ela, um sorriso divertido brincando em seus lábios. "Acho que nunca pensei muito sobre isso."
null se animou, seus olhos brilhando com o entusiasmo de compartilhar seus conhecimentos. "Existem tantas possibilidades! Marte, Europa, a lua de Júpiter, com seu oceano subterrâneo que poderia abrigar vida. Ou até mesmo exoplanetas, mundos distantes orbitando outras estrelas, com condições completamente diferentes das que conhecemos."
null o ouvia com atenção, fascinada pela paixão com que ele falava sobre o tema. "Você realmente acredita que existe vida em outros planetas?", perguntou ela, curiosa. Ela também acreditava.
"As probabilidades são altas", respondeu null, com um aceno de cabeça. "O universo é vasto demais para que estejamos sozinhos. E quem sabe, talvez um dia possamos visitar esses mundos e descobrir novas formas de vida, novas civilizações..."
A conversa fluia naturalmente, os dois agentes compartilhavam seus conhecimentos e opiniões sobre diversos temas, desde a história da criminologia até a filosofia da mente. null era como um poço de conhecimento, com uma paixão contagiante por aprender e descobrir. null contou sobre sua infância solitária, sobre sua mãe que sofria de esquizofrenia e sobre sua paixão por livros e conhecimento. null, por sua vez, falou sobre sua infância conturbada, sobre a perda de seu pai biológico e sobre a busca por um novo lar na CIA.
A cada conversa, a conexão entre eles se fortalecia. null admirava a inteligência e a sensibilidade de null, enquanto ele se encantava com a força e a determinação da agente.
"Você joga xadrez?", perguntou null, seus olhos brilhando com um desafio inesperado.
"Um pouco", respondeu null, surpresa com a pergunta. "Mas não sou muito boa."
"Eu também não sou um mestre", admitiu null, "mas eu gosto" null sabia que ele estava sendo humilde para não parecer presunçoso.
null sorriu, intrigada. "Então, que tal uma partida?"
null aceitou o desafio com entusiasmo. Em poucos minutos, o tabuleiro de xadrez estava montado sobre a mesa, as peças dispostas em seus lugares de origem. null e null se enfrentaram, seus olhos fixos no tabuleiro, suas mentes trabalhando a todo vapor para prever os movimentos do adversário.
null, com sua mente afiada e sua memória prodigiosa, calculava as possibilidades com uma rapidez impressionante. null, por sua vez, usava sua intuição e sua experiência em campo para antecipar as jogadas de null.
Derek Morgan, com seu habitual senso de humor, decidiu tumultuar as coisas. "Ei, null", provocou ele, com um sorriso maroto, "se você é tão imbatível no xadrez, que tal apostar algo nessa partida?"
null, momentaneamente distraído, ergueu os olhos do tabuleiro, um vinco de curiosidade marcando sua testa. "Apostar? Tipo o quê?"
null, com um brilho desafiador no olhar, interveio antes que Morgan pudesse responder. "Que tal um dia do 'sim'? Se eu ganhar, você terá que dizer sim a tudo que eu pedir por um dia inteiro."
Um sorriso travesso curvou seus lábios. "E se você ganhar, null?", perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.
null pensou por um momento, seus dedos tamborilando na mesa. "Hum... que tal... um livro raro da primeira edição de 'O Senhor dos Anéis'?"
null riu, achando a resposta adorável. "Fechado!", exclamou ela, estendendo a mão para selar o acordo. "Não se preocupe, null", disse ela, com um tom divertido. "Vou pegar leve com você."
Enquanto null se concentrava no tabuleiro, null não pôde deixar de notar seus dedos longos e ágeis movendo as peças com precisão. Eram mãos fortes e precisas, pensou ela, mãos que revelavam uma inteligência e uma sensibilidade incomuns.
Seus olhos percorreram o rosto de null, observando os traços finos, os olhos azuis profundos, os cabelos castanhos despenteados que caíam sobre a testa. Ele era bonito, de um jeito peculiar e cativante. Um ar de mistério o envolvia, como se guardasse segredos que só os mais atentos poderiam desvendar.
null, antes focado como um laser no tabuleiro, sentiu sua concentração se esvair. A imagem de null, com seus cabelos escuros caindo em cascata sobre os ombros e seus olhos castanhos brilhando com inteligência e desafio, invadia sua mente. O que ela pediria no dia do "sim"? Um salto de paraquedas? Uma aula de culinária exótica? Um experimento científico maluco?
A cada novo pensamento, null se desconcentrava mais. Seu coração batia acelerado, um misto de ansiedade e algo que ele não sabia distinguir. Ele tentava se concentrar no jogo, mas a imagem de null sorrindo para ele, o distraía.
Enquanto isso, null, observando a mudança de comportamento de null, sorria internamente. Ela sabia que o tinha fisgado. A cada movimento hesitante dele, a cada olhar furtivo em sua direção, ela se sentia mais confiante.
null, perdido em seus devaneios, cometeu um erro crucial. Deixou sua rainha desprotegida, uma presa fácil para a perspicácia de null.
"Xeque-mate", anunciou ela, um sorriso triunfante iluminando seu rosto.
null piscou, voltando à realidade. Seus olhos se arregalaram ao perceber o erro que havia cometido. Ele havia perdido, e tudo por causa de sua distração.
A equipe da BAU explodiu em aplausos e assobios. null, com um sorriso tristonho, estendeu a mão para null.
"Parece que alguém perdeu sua invencibilidade", disse ela, com um toque de provocação em sua voz.
"Parabéns, ", disse ele, com um tom de voz que misturava respeito e bom humor. "Você jogou muito bem."
null apertou sua mão, sentindo um calor reconfortante. "Obrigada, null", disse ela. "Estou ansiosa pelo meu dia do 'sim'."
null engoliu em seco, um frio na espinha o percorrendo. Estava com medo do que a ela iria pedir.
Capítulo 10 ‘‘dia do sim’’
O sol da manhã invadia o quarto de hotel em Seattle, iluminando a figura de null, que se espreguiçava em sua cama. Um sorriso maroto brincava em seus lábios enquanto ela terminava de escovar os dentes e caminhava até a porta do quarto de null null. Com um sorriso travesso, ela bateu à porta.
Do outro lado, ouviu-se um murmúrio confuso, seguido de passos arrastados. A porta se abriu, revelando um null sonolento, com os cabelos espetados em todas as direções e vestindo apenas uma calça de pijama xadrez. Eles esperavam Hotchner e Derek interrogarem alguns suspeitos hoje para poder começar o trabalho deles depois. Então os dois tinham o dia livre até alguém ligar para eles e pedir algo, como era o costume.
"null?", perguntou ele, esfregando os olhos. "Que horas são?"
"Hora de começar o meu dia do sim, meu caro", anunciou null, entrando no quarto com um ar triunfante. "E para começar, quero um café da manhã especial. Panquecas com frutas vermelhas e chantilly, por favor."
null piscou, tentando processar a informação. "Panquecas? Agora?", questionou ele, com a voz ainda rouca de sono.
"Sim, agora", confirmou null, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha. "E nada de usar a desculpa de que não sabe cozinhar. Lembre-se, é o dia do sim."
null suspirou, mas um sorriso divertido começou a se formar em seus lábios. "Tudo bem, você venceu", disse ele, se rendendo ao desafio. "Mas espero que você me ajude. Nunca fiz panquecas na vida."
null riu, entrando na cozinha do quarto de hotel. "Sem problemas, chef null. Vou te guiar em cada passo."
“Ela está me fazendo sorrir,” pensou null, um calor reconfortante se espalhando por seu peito. “Talvez esse dia seja exatamente o que eu precisava.”
Enquanto null, ainda sem camisa, misturava os ingredientes com certa dificuldade, null o observava com um sorriso divertido. "Ei, você não é tão ruim assim na cozinha", comentou ela, notando a forma como ele se concentrava na tarefa. Ele é tão adorável quando está concentrado, pensou ela, sentindo uma onda de carinho pelo jovem gênio.
"É a primeira vez que tento fazer algo mais complexo do que torradas", confessou null, corando levemente.
Após alguns minutos de trabalho em equipe, um aroma delicioso de panquecas invadiu o quarto. null, orgulhoso de sua criação, serviu o prato para null, que o devorou com entusiasmo.
"Hummm, está delicioso!", exclamou ela, com a boca cheia. "Você tem talento, null."
null sorriu, satisfeito com o elogio. "E agora, o que mais a senhorita deseja?", perguntou ele, com um toque de ironia na voz.
null se levantou, esticando os braços. "Hmm estava pensando nisso. Vamos assistir 'Meninas Malvadas'!"
null a olhou surpreso. "Meninas Malvadas? Sério?"
"Sim, sério", respondeu null, com um sorriso desafiador. "É um clássico. Você vai adorar."
null não pôde deixar de rir. "Tudo bem, não posso dizer não mesmo", disse ele, pegando o controle remoto da TV. “Coloca vou buscar uma camisa”
"Não esquece a pipoca, tá?", gritou null, enquanto null se dirigia ao quarto. Ela podia sentir seus olhos revirando, mas também podia sentir a energia divertida que emanava dele.
null se aninhou no sofá, um sorriso radiante no rosto. Ela estava feliz por ter feito null sorrir, por ter trazido um pouco de leveza para sua vida.
null, que já havia visto "Meninas Malvadas" inúmeras vezes, se divertia com as reações de null às falas e situações icônicas do filme. Ele ria, se surpreendia, e até mesmo citava algumas falas junto com os personagens.
Durante o filme, null aproveitou para observar null mais de perto. Seus olhos azuis, geralmente escondidos atrás dos óculos, brilhavam com humor e curiosidade. Seus lábios, que normalmente se moviam a uma velocidade vertiginosa recitando fatos e teorias, agora se curvavam em sorrisos genuínos.
null sentiu uma onda de carinho por ele. null era tão diferente dos homens que ela conhecera na CIA, tão... puro. Ele não tinha segundas intenções, não jogava jogos mentais, não escondia segredos. Era simplesmente ele mesmo, um gênio excêntrico com um coração de ouro.
Talvez esse dia não seja tão ruim, pensou ele, um calor inesperado se espalhando por seu peito. A presença de null, com sua energia vibrante e seu sorriso contagiante, era um alívio bem-vindo à sua solidão habitual.
Depois do filme os dois ainda conversaram bastante. "Meu cérebro é como um computador", disse ele, com um sorriso tímido. "Está sempre procurando padrões em tudo."
null o observava com carinho, admirada por sua mente brilhante. "Isso é um dom, null", disse ela. "Você tem uma capacidade incrível de aprender e de conectar informações que a maioria das pessoas nem sequer percebe."
null corou, coçando a nuca. "Ah, é só... a forma como meu cérebro funciona", murmurou ele. "As pessoas geralmente acham irritante."
"Irritante? Só se forem amargurados", rebateu null, com um sorriso travesso. "Eu acho fascinante."
null a olhou surpreso, um calor reconfortante se espalhando por seu peito. "Obrigado", disse ele, sinceramente. "Eu era chamado de muitas coisas no colégio, nenhuma delas era 'fascinante'."
"Bom, eu seria sua amiga na escola", afirmou null, com um sorriso encorajador. "E ia adorar te ouvir falar sem parar.”
"Obrigado, eu também seria seu amigo", respondeu null, um sorriso tímido surgindo em seus lábios.
"Mesmo eu tendo um cérebro mais lento que o seu?", provocou null, com um brilho divertido nos olhos.
"Isso não é verdade", rebateu null, com firmeza. "Nossos cérebros são feitos da mesma forma, só funcionam de jeitos diferentes. E isso não é ruim. Eu adoraria explicar para você quantas vezes você quisesse."
null riu, encantada com a sinceridade de null. "Tá falando que meu cérebro tem a mesma velocidade que o seu? Uau, isso é um elogio e tanto, vindo de você.”
"Por incrível que pareça, eu não acho as pessoas ao meu redor burras o tempo todo", explicou ele, com paciência.
"Mas é porque você é um amor!", exclamou null, sorrindo. "Você não é prepotente, tem gente que usa 1% do cérebro e se acha melhor que os outros."
"Já conheceu alguém assim?", perguntou null, surpreso.
"Na CIA tem muitos desses", respondeu null, com um tom de desgosto. "E sabe, a maioria deles não sabe nem resolver uma equação de segundo grau! E eles se acham tão melhores que o FBI!”
"Você acha que não são?", provocou null, com um sorriso divertido.
null balançou a cabeça. "Olha, meu ex-namorado, Tim. Ele achava que sempre estava certo, e acabava caindo nas mais bobas armadilhas. Ele tinha cérebro, mas decidia não usar."
"E por que você namorou alguém assim?", perguntou null, surpreso.
null suspirou, um traço de tristeza em seus olhos. "Nem eu sei, talvez eu só não quisesse ficar sozinha... Mas com o tempo, percebi que ele era egoísta, arrogante e manipulador. Teve uma vez que ele me colocou em perigo só para resolver um caso.”
null a olhava com os olhos arregalados, a boca entreaberta em choque. "Ele fez isso? Colocou você em perigo só para se promover?"
null assentiu, um nó se formando em sua garganta. "Sim, ele fez. E o pior é que ele não se arrependeu. Disse que era o preço a se pagar pelo sucesso da missão."
null balançou a cabeça, incrédulo. "Que imbecil!", exclamou ele. "Ele não merecia você, null.”
null sorriu com a reação de null, o mundo seria um lugar melhor se os homens tivessem um pouquinho de null null
“E você, null? Já quebrou o coração de quantas?” Perguntou rindo.
null hesitou por um momento, um rubor leve colorindo suas bochechas. "Bem, eu tive alguns relacionamentos, mas nada muito sério", disse ele, desviando o olhar. "Acho que nunca encontrei a pessoa certa."
null sorriu com compreensão. "Eu te entendo", disse ela. "O trabalho na CIA não deixava muito tempo para relacionamentos. E quando eu finalmente encontrei alguém, acabei me decepcionando."
"Será que estamos perdidos?", perguntou null, com um sorriso tímido, mudando de assunto e tentando disfarçar o nervosismo que sentia ao ouvir as palavras de null.
"Eu não estou, porque eu tenho um amigo que é muito melhor que qualquer namorado que já tive...", respondeu null, com um brilho travesso nos olhos. "E que vai colocar sua roupa e me levar para passear no centro de Seattle para escolher um presente bem lindo pra mim no dia do sim", completou ela, com um ar de falsa arrogância. "E não diga que não tem dinheiro, pois sei que nosso pagamento caiu ontem."
null riu, aliviado pela mudança de tom da conversa. "Tipo um encontro?", perguntou ele, brincando com a situação.
"Ah, você sonha, né, garoto?", respondeu null, dando um tapinha de leve em seu braço. "Mas não vou pedir você em namoro no dia do sim. Isso seria quase crime, sabia?"
Os dois riram juntos, a tensão se dissipando no ar. null se levantou, indo em direção ao quarto para se vestir. null o observou, um sorriso sincero em seus lábios.
O centro de Seattle fervilhava com a energia de um dia ensolarado. Lojas coloridas, cafés charmosos e artistas de rua davam vida às calçadas, enquanto o aroma de café e waffles frescos pairava no ar. null e null caminhavam lado a lado, explorando as vitrines e rindo das peculiaridades da cidade.
"Então, o que você quer de presente?", perguntou null, olhando para null com um sorriso esperançoso. "Qualquer coisa que você escolher, eu compro."
null riu, balançando a cabeça. "Não precisa ser nada caro, null. Só algo que eu possa. guardar como lembrança"
null pensou por um momento, seus olhos percorrendo as vitrines. De repente, ele parou em frente a uma joalheria.
"Espere aqui", disse ele, entrando na loja.
null o observou pela vitrine, curiosa para saber o que ele escolheria. null conversou com a vendedora por alguns minutos, apontando para algo e gesticulando animadamente. Finalmente, ele saiu da loja com uma pequena caixa azul na mão.
"Achei que combinava com você", disse ele, entregando a caixa para null.
null abriu a caixa, seus olhos brilhando ao ver o colar. Era simples, mas elegante, com um brilho prateado que lembrava a luz da lua, no centro um pingente em forma de uma rainha do xadrez.
"É lindo, null", disse ela, colocando o colar no pescoço. "Obrigada.”
Ela colocou o colar no pescoço, admirando o brilho da prata contra sua pele. "Combina perfeitamente comigo", disse ela, com um sorriso radiante.
null corou levemente, feliz por ter acertado na escolha do presente. "E agora, o que mais a senhorita deseja?", perguntou ele, imitando o tom formal que ela usara mais cedo.
null riu. "SORVETE", sugeriu ela, apontando para uma sorveteria do outro lado da rua.
Enquanto escolhiam os sabores, null não pôde deixar de notar os olhares que null atraía. Mulheres de todas as idades o observavam com admiração, sorriam genuinamente para ele.
Ela não podia negar que null era um homem atraente. Mas o que a encantava de verdade era sua inteligência, sua gentileza e sua competência. E, naquele momento, toda a atenção dele estava voltada para ela.
“Vamos??” perguntou null, apontando para uma máquina de garra cheia de ursinhos coloridos.
null riu. "Você sabe que essas máquinas são programadas para que a gente perca, não é?", disse ele.
"Ah, qual é, null! Não seja estraga-prazeres", provocou null. "Vamos tentar. Quem sabe a gente não dá sorte?"
null cedeu, e os dois passaram alguns minutos tentando, sem sucesso, pegar um dos ursinhos. null ria a cada tentativa frustrada, enquanto null tentava disfarçar sua própria frustração com piadas e comentários científicos sobre a física da máquina de garra. Finalmente, após várias tentativas e alguns dólares gastos, null conseguiu pegar um ursinho de pelúcia para null.
"Você conseguiu, null! É perfeito!", exclamou ela, dando-lhe um abraço apertado.
null retribuiu o abraço, sentindo seu coração acelerar. O perfume de null invadiu suas narinas, e ele se sentiu estranhamente feliz por ter conseguido aquele ursinho para ela.
Enquanto comemoravam, o telefone de null tocou. Era Derek, informando que haviam conseguido o endereço do principal suspeito e que eles deveriam ir direto para lá.
null e null trocaram um olhar de compreensão. Era hora de voltar ao trabalho.
Enquanto caminhavam de volta para o hotel, null se sentia feliz e leve. Aquele dia com null a fizera esquecer, por um momento, as dificuldades do trabalho e as sombras do passado. Ela estava vivendo o presente, aproveitando cada momento ao lado da sua nova família.
Capítulo 11 ‘‘last breath’’
Semanas após o caso em Seattle, a BAU se viu diante de um novo desafio: um caso em Nova Orleans envolvendo um homem acusado de matar sua amante grávida, Caroline. As evidências apontavam para sua culpa, mas ele se recusava a revelar a localização do corpo, o que dificultava a condenação e o encerramento do caso para a família da vítima.
Hotchner, com sua habitual perspicácia, decidiu enviar null e null para um novo interrogatório. A dupla havia demonstrado uma dinâmica única, com a inteligência afiada de null complementando a intuição e a experiência de campo de null.
A sala de interrogatório era fria, com paredes brancas e uma única mesa de metal no centro. O suspeito, Robert Miller, um homem de meia-idade com um olhar cansado, estava sentado à mesa, algemado.
null e null entraram na sala, seus passos ecoando no silêncio. null, com sua postura ereta e olhar atento, carregava uma pasta com as evidências do caso. null, por sua vez, emanava uma aura de calma e confiança, seus olhos castanhos fixos em Miller.
"Sr. Miller", começou null, com sua voz calma e metódica, "entendemos que está passando por um momento difícil. Mas precisamos da sua ajuda para encontrar o corpo de Caroline. Sua família merece um encerramento."
Miller permaneceu em silêncio, seus olhos fixos na mesa. null, percebendo a resistência do suspeito, decidiu mudar a abordagem.
"Sr. Miller", disse ela, sua voz suave, mas firme, "sei que você está protegendo alguém. Talvez seja você mesmo, talvez seja outra pessoa. Mas saiba que a verdade sempre vem à tona. E quanto mais você resistir, mais difícil será para todos os envolvidos."
Miller ergueu o olhar, um brilho de desafio em seus olhos. "A verdade é que eu não matei ninguém", disse ele, com a voz fria. "E não sei onde está o corpo."
null se inclinou para frente, seus olhos fixos nos de Miller. "Sr. Miller, as evidências contra você são incontestáveis. As câmeras de segurança o mostram entrando no apartamento de Caroline na noite do crime. O sangue dela foi encontrado em seu carro. E você não tem um álibi para aquela noite."
Miller desviou o olhar, a máscara de indiferença começando a ruir. null percebeu que ele estava prestes a ceder.
"Sr. Miller", continuou ela, sua voz agora mais suave, "pense na família de Caroline. Eles estão sofrendo, sem saber o que aconteceu com sua filha, com seu neto. Ajude-nos a encontrá-la, a dar a eles o descanso que merecem."
Um tremor percorreu o corpo de Miller. "Eu não fiz nada contra essa garota", murmurou ele.
A tensão na sala de interrogatório era palpável. Miller, apesar das evidências, mantinha sua postura de negação, seus olhos frios fixos em null e null. A cada pergunta, a cada tentativa de fazê-lo ceder, ele se fechava ainda mais.
No meio do interrogatório, o telefone de null tocou. Era Hotchner. Ela atendeu, a voz do chefe da BAU ecoando na sala silenciosa.
", acabamos de receber uma ligação da polícia local. Encontraram um corpo perto da rodovia principal, a descrição coincide com a de Caroline. Preciso que você e null vão até lá agora."
null desligou o telefone, um misto de alívio e apreensão a inundando. A descoberta do corpo poderia ser a chave para quebrar a resistência de Miller, mas também significava confrontar a brutal realidade do crime.
Ela se virou para null, seus olhos transmitindo a urgência da situação. "null, precisamos ir. Encontraram um corpo."
Sem hesitar, os dois agentes deixaram a sala de interrogatório, seus passos rápidos e determinados ecoando pelos corredores da delegacia.
A cena na rodovia era sombria. O corpo de uma jovem mulher, parcialmente decomposto, jazia em uma vala rasa, coberto por folhas e galhos. null e null se aproximaram com cautela, seus olhos atentos a cada detalhe.
null, com sua mente analítica, começou a examinar o corpo, buscando pistas que pudessem confirmar a identidade da vítima. null, por sua vez, observava o entorno, procurando por qualquer sinal que pudesse indicar como o corpo havia chegado ali.
Após uma análise cuidadosa, null confirmou a suspeita: o corpo era de Caroline. A gravidez, apesar do estado de decomposição, era evidente.
null e null voltaram à delegacia, seus rostos marcados pela tristeza e pela determinação. Entraram na sala de interrogatório, onde Miller os aguardava com um olhar desafiador.
"Sr. Miller", começou null, sua voz firme e implacável, "encontramos o corpo de Caroline. Ela estava grávida, como suspeitávamos."
Miller empalideceu, seus olhos arregalados de medo. Ele sabia que sua mentira havia sido desmascarada, que não havia mais como negar sua culpa.
"Seus amigos e familiares ficariam decepcionados em saber que você é um covarde." null lançou assim que entrou na sala, sua postura firme.
Miller, visivelmente abalado, tentou manter a pose de inocência. "Vocês pegaram o cara errado", gaguejou ele, a voz trêmula.
null o encarou com um olhar penetrante. "Uau, essa sua história é tão original! Tenho certeza que nunca ouvimos nada parecido antes... em nenhum dos outros interrogatórios que fizemos."
"Eu nunca machucaria uma mulher grávida", insistiu Miller, o desespero evidente em sua voz.
"As câmeras de segurança do prédio mostram que você foi a última pessoa a ver Caroline com vida.", rebateu null, entrando na conversa pela primeira vez.
Miller ficou em silêncio, sua mente trabalhando a mil por hora em busca de uma nova mentira.
"Sua criatividade para inventar desculpas é impressionante", disse null, com sarcasmo. "Pena que não usa essa energia para algo mais produtivo."
Ela se levantou, circulando a mesa e parando atrás de Miller. "Você está suando frio, amigo", sussurrou ela em seu ouvido. "A verdade está te corroendo por dentro."
Miller, derrotado, abaixou a cabeça, as lágrimas escorrendo por seu rosto. A máscara de frieza e indiferença havia desaparecido, revelando um homem atormentado pela culpa e pelo remorso.
"Eu... eu não queria matá-la", gaguejou ele, a voz embargada pela emoção. "Mas ela... ela me ameaçou, disse que ia contar para minha esposa sobre o bebê..."
null e null trocaram um olhar. Sabiam que a confissão de Miller era apenas o começo de um longo processo de justiça e cura para a família de Caroline. Mas, naquele momento, eles haviam cumprido sua missão: a verdade havia sido revelada, e o assassino seria levado à justiça.
Capítulo 12 ‘‘the smallest man who ever lived’’
O céu de Quantico. se estendia em um azul profundo, pontilhado por nuvens que pareciam pinceladas de algodão. null, sentada em sua mesa na BAU, olhava pela janela, perdida em pensamentos. A visão idílica contrastava com a tempestade que se formava dentro dela.
Seus olhos, geralmente tão alertas, agora pareciam distantes, fixados em um ponto invisível no horizonte. A música que tocava em seus fones de ouvido, uma melodia melancólica e acusatória, ecoava seus sentimentos mais profundos.
A transportava de volta no tempo, para o apartamento que dividia com null. Ela se lembrava de seus olhos castanhos, profundos e misteriosos, que agora pareciam tingidos de culpa. Lembrava-se das pequenas mentiras, das desculpas esfarrapadas, das promessas não cumpridas.
null se lembrava das noites em que null chegava tarde em casa, o perfume de outra mulher impregnado em suas roupas. Lembrava-se das mensagens suspeitas em seu celular, das ligações que ele atendia em outro cômodo, sussurrando para que ela não ouvisse. Ela havia ignorado os sinais, fingido não ver, na esperança de que suas suspeitas fossem infundadas.
Ela respirou fundo, tentando controlar as emoções. A raiva, a mágoa, a decepção... Ela não podia deixar que esses sentimentos a dominassem.
null se repreendia por ter sido tão ingênua, por ter ignorado os sinais de alerta, por ter permitido que null a manipulasse e a usasse. Ela se lembrava das noites em que esperara por ele em vão, das promessas quebradas, das mentiras que ele contava com tanta facilidade.
Levantou-se da cadeira e caminhou até a janela, observando o movimento da cidade lá fora. O sol já se punha, tingindo o céu de laranja e rosa.
Ela se lembrava de como ele a olhava com aqueles olhos intensos, como se ela fosse a única pessoa no mundo. Aqueles olhos que a haviam cativado, que a haviam feito acreditar em um futuro juntos. Mas, afinal, qual daqueles olhares era real? O olhar apaixonado do início do relacionamento, ou o olhar frio e distante que ele lhe dera naquela última vez que o viu? Naquela noite, ela percebeu que null não era o herói que ela imaginara, mas sim um homem pequeno, mesquinho, incapaz de amar de verdade. Ele era um ator, um manipulador, um covarde que se escondia atrás de uma máscara de charme e inteligência.
A ironia da situação a atingia em cheio. null, que se dizia apaixonado por ela, a usara como um objeto, um troféu para exibir aos seus colegas. Ele a manipulara, a enganara, a traíra. E, no fim, a descartara como se ela não significasse nada.
null respirou fundo, tentando afastar as lembranças dolorosas. Ela não podia permitir que o fantasma de null a assombrasse, que a impedisse de seguir em frente. Ela era mais forte do que isso, mais corajosa, mais determinada. Um novo dia se aproximava, um dia para deixar o passado para trás e seguir em frente.
Seus olhos, geralmente tão alertas, agora pareciam distantes, fixados em um ponto invisível no horizonte. A música que tocava em seus fones de ouvido, uma melodia melancólica e acusatória, ecoava seus sentimentos mais profundos.
A transportava de volta no tempo, para o apartamento que dividia com null. Ela se lembrava de seus olhos castanhos, profundos e misteriosos, que agora pareciam tingidos de culpa. Lembrava-se das pequenas mentiras, das desculpas esfarrapadas, das promessas não cumpridas.
null se lembrava das noites em que null chegava tarde em casa, o perfume de outra mulher impregnado em suas roupas. Lembrava-se das mensagens suspeitas em seu celular, das ligações que ele atendia em outro cômodo, sussurrando para que ela não ouvisse. Ela havia ignorado os sinais, fingido não ver, na esperança de que suas suspeitas fossem infundadas.
Ela respirou fundo, tentando controlar as emoções. A raiva, a mágoa, a decepção... Ela não podia deixar que esses sentimentos a dominassem.
null se repreendia por ter sido tão ingênua, por ter ignorado os sinais de alerta, por ter permitido que null a manipulasse e a usasse. Ela se lembrava das noites em que esperara por ele em vão, das promessas quebradas, das mentiras que ele contava com tanta facilidade.
Levantou-se da cadeira e caminhou até a janela, observando o movimento da cidade lá fora. O sol já se punha, tingindo o céu de laranja e rosa.
Ela se lembrava de como ele a olhava com aqueles olhos intensos, como se ela fosse a única pessoa no mundo. Aqueles olhos que a haviam cativado, que a haviam feito acreditar em um futuro juntos. Mas, afinal, qual daqueles olhares era real? O olhar apaixonado do início do relacionamento, ou o olhar frio e distante que ele lhe dera naquela última vez que o viu? Naquela noite, ela percebeu que null não era o herói que ela imaginara, mas sim um homem pequeno, mesquinho, incapaz de amar de verdade. Ele era um ator, um manipulador, um covarde que se escondia atrás de uma máscara de charme e inteligência.
A ironia da situação a atingia em cheio. null, que se dizia apaixonado por ela, a usara como um objeto, um troféu para exibir aos seus colegas. Ele a manipulara, a enganara, a traíra. E, no fim, a descartara como se ela não significasse nada.
null respirou fundo, tentando afastar as lembranças dolorosas. Ela não podia permitir que o fantasma de null a assombrasse, que a impedisse de seguir em frente. Ela era mais forte do que isso, mais corajosa, mais determinada. Um novo dia se aproximava, um dia para deixar o passado para trás e seguir em frente.
Capítulo 13 ‘‘happy birthday’’
O barulho alegre do bar local preenchia o ar, uma trilha sonora perfeita para a celebração da BAU. O caso havia sido encerrado com sucesso, e o aniversário de null era a cereja no topo do bolo. A equipe, reunida em torno de uma mesa repleta de bebidas e petiscos, brindava à vitória e ao jovem gênio.
null, com um sorriso radiante no rosto, erguia seu copo de cerveja. "Obrigado", disse ele, com a voz levemente embargada pela emoção. "Vocês são a melhor equipe do mundo."
null, sentada ao lado de null, sorriu para ele com carinho. "Parabéns, null", disse ela, entregando-lhe um pequeno presente embrulhado em papel colorido. "Espero que goste."
null abriu o presente, seus olhos se iluminando ao ver um livro raro de física quântica. "null, não precisava...", começou ele, mas foi interrompido por um abraço apertado da amiga.
"Claro que precisava", disse ela, retribuindo o abraço. "Você merece tudo de bom, null."
A festa continuou, com a equipe compartilhando histórias engraçadas e brindando à vida. null, animado pela celebração, bebeu um pouco mais do que estava acostumado. Seus olhos brilhavam, suas bochechas estavam coradas, e suas palavras fluíam com uma rapidez ainda maior do que o normal.
null o observava com um sorriso divertido. "null, acho que você está um pouco... alterado", disse ela, cutucando-o de leve.
null riu, balançando a cabeça. "Eu? Alterado? Impossível! Sou um homem treinado, sou imune aos efeitos do álcool."
null ergueu uma sobrancelha, cética. "Ah, é? Então me explique por que você está recitando a tabela periódica de trás para frente?"
null corou, envergonhado. "Bem, talvez eu tenha me empolgado um pouco", admitiu ele. "Mas estou me divertindo muito."
null riu novamente, achando a situação hilária. "Eu também estou me divertindo, null", disse ela.
"Vai com calma, garoto", alertou Rossi, com um sorriso divertido. "Não queremos ter que te carregar para casa."
null riu, balançando a cabeça. "Acho que você já bebeu o suficiente por hoje, Einstein", disse ela, com um carinho que não passou despercebido pelos outros membros da equipe.
A noite avançava, e a festa chegava ao fim. A equipe, cansada, mas feliz, se preparava para ir embora. null, vendo que null estava um pouco instável, decidiu tomar uma atitude.
"null, eu vou chamar um táxi para te levar para casa", disse ela, pegando o celular.
null a olhou com um sorriso sonolento. "Não precisa, null", disse ele, com a voz arrastada. "Eu posso ir sozinho."
null balançou a cabeça, firme. "De jeito nenhum. Você bebeu demais, não está em condições de ir sozinho. É perigoso."
null tentou argumentar, mas null não cedeu. Ela chamou um táxi e, após se despedir da equipe, acompanhou null até o carro.
"Obrigada por cuidar de mim, null", disse null, com um sorriso doce.
null sorriu de volta, sentindo um calor reconfortante em seu peito. "Somos amigos, não somos?", disse ela, tocando seu braço de leve.
null assentiu com um olhar indecifrável, seus olhos fixos nos de null. "Sim, somos", disse ele, com a voz rouca.
null sorriu novamente, sentindo seu coração acelerar. Aquele momento, sob a luz fraca do poste, parecia mágico, como se o tempo tivesse parado.
null notou o colar de null, o presente dado em Seattle. "Esse colar ficou lindo em você, null", disse ele, com um sorriso sincero. "Combina perfeitamente com seus olhos."
null corou, tocada pelo elogio. "Obrigada, null", disse ela, sentindo seu coração acelerar.
null assentiu, um brilho de felicidade em seus olhos. "Fico feliz que você tenha gostado.", disse ele, baixinho.
"Boa noite, null", disse ela, se afastando dele.
"null...", chamou null, antes que ela pudesse ir embora. "Espera."
null se virou, surpresa. "O que foi?"
null hesitou por um momento, como se lutasse contra seus próprios sentimentos. "Você... você não quer ficar?", perguntou ele, finalmente, a voz baixa e esperançosa. "É perigoso para uma mulher andar sozinha à noite."
null sorriu, tocada pela preocupação de null. "Obrigada pela oferta, null", disse ela. "Mas eu vou ficar bem. Moro perto daqui."
"Você não pode ir sozinha para casa", disse null, com um ar de preocupação. "É perigoso a essa hora. Fica comigo." null insistiu, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade que a fez hesitar. "Por favor, null", pediu ele. "Eu não quero que nada de ruim aconteça com você."
null olhou para null, sentindo seu coração acelerar. A preocupação em seus olhos era genuína, e ela não pôde negar que se sentia segura ao seu lado.
"Tudo bem, null", disse ela, com um sorriso. "Eu fico."
null, com um sorriso radiante no rosto, erguia seu copo de cerveja. "Obrigado", disse ele, com a voz levemente embargada pela emoção. "Vocês são a melhor equipe do mundo."
null, sentada ao lado de null, sorriu para ele com carinho. "Parabéns, null", disse ela, entregando-lhe um pequeno presente embrulhado em papel colorido. "Espero que goste."
null abriu o presente, seus olhos se iluminando ao ver um livro raro de física quântica. "null, não precisava...", começou ele, mas foi interrompido por um abraço apertado da amiga.
"Claro que precisava", disse ela, retribuindo o abraço. "Você merece tudo de bom, null."
A festa continuou, com a equipe compartilhando histórias engraçadas e brindando à vida. null, animado pela celebração, bebeu um pouco mais do que estava acostumado. Seus olhos brilhavam, suas bochechas estavam coradas, e suas palavras fluíam com uma rapidez ainda maior do que o normal.
null o observava com um sorriso divertido. "null, acho que você está um pouco... alterado", disse ela, cutucando-o de leve.
null riu, balançando a cabeça. "Eu? Alterado? Impossível! Sou um homem treinado, sou imune aos efeitos do álcool."
null ergueu uma sobrancelha, cética. "Ah, é? Então me explique por que você está recitando a tabela periódica de trás para frente?"
null corou, envergonhado. "Bem, talvez eu tenha me empolgado um pouco", admitiu ele. "Mas estou me divertindo muito."
null riu novamente, achando a situação hilária. "Eu também estou me divertindo, null", disse ela.
"Vai com calma, garoto", alertou Rossi, com um sorriso divertido. "Não queremos ter que te carregar para casa."
null riu, balançando a cabeça. "Acho que você já bebeu o suficiente por hoje, Einstein", disse ela, com um carinho que não passou despercebido pelos outros membros da equipe.
A noite avançava, e a festa chegava ao fim. A equipe, cansada, mas feliz, se preparava para ir embora. null, vendo que null estava um pouco instável, decidiu tomar uma atitude.
"null, eu vou chamar um táxi para te levar para casa", disse ela, pegando o celular.
null a olhou com um sorriso sonolento. "Não precisa, null", disse ele, com a voz arrastada. "Eu posso ir sozinho."
null balançou a cabeça, firme. "De jeito nenhum. Você bebeu demais, não está em condições de ir sozinho. É perigoso."
null tentou argumentar, mas null não cedeu. Ela chamou um táxi e, após se despedir da equipe, acompanhou null até o carro.
"Obrigada por cuidar de mim, null", disse null, com um sorriso doce.
null sorriu de volta, sentindo um calor reconfortante em seu peito. "Somos amigos, não somos?", disse ela, tocando seu braço de leve.
null assentiu com um olhar indecifrável, seus olhos fixos nos de null. "Sim, somos", disse ele, com a voz rouca.
null sorriu novamente, sentindo seu coração acelerar. Aquele momento, sob a luz fraca do poste, parecia mágico, como se o tempo tivesse parado.
null notou o colar de null, o presente dado em Seattle. "Esse colar ficou lindo em você, null", disse ele, com um sorriso sincero. "Combina perfeitamente com seus olhos."
null corou, tocada pelo elogio. "Obrigada, null", disse ela, sentindo seu coração acelerar.
null assentiu, um brilho de felicidade em seus olhos. "Fico feliz que você tenha gostado.", disse ele, baixinho.
"Boa noite, null", disse ela, se afastando dele.
"null...", chamou null, antes que ela pudesse ir embora. "Espera."
null se virou, surpresa. "O que foi?"
null hesitou por um momento, como se lutasse contra seus próprios sentimentos. "Você... você não quer ficar?", perguntou ele, finalmente, a voz baixa e esperançosa. "É perigoso para uma mulher andar sozinha à noite."
null sorriu, tocada pela preocupação de null. "Obrigada pela oferta, null", disse ela. "Mas eu vou ficar bem. Moro perto daqui."
"Você não pode ir sozinha para casa", disse null, com um ar de preocupação. "É perigoso a essa hora. Fica comigo." null insistiu, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade que a fez hesitar. "Por favor, null", pediu ele. "Eu não quero que nada de ruim aconteça com você."
null olhou para null, sentindo seu coração acelerar. A preocupação em seus olhos era genuína, e ela não pôde negar que se sentia segura ao seu lado.
"Tudo bem, null", disse ela, com um sorriso. "Eu fico."
Capítulo 14 ‘‘bad idea right?’’
Ao entrar no apartamento, null foi imediatamente atraída pela atmosfera aconchegante e organizada. Estantes repletas de livros, pôsteres de filmes e séries de ficção científica, e um telescópio apontado para a janela davam ao ambiente um ar intelectual e peculiar, que combinava perfeitamente com null.
"Uau, null", exclamou ela, olhando ao redor. "Seu apartamento é incrível!"
null sorriu, um pouco envergonhado. "É um pouco bagunçado", disse ele, tropeçando em uma pilha de revistas científicas no chão.
null riu, ajudando-o a se sentar no sofá. "Relaxa, null", disse ela, com um carinho que o fez corar. "Eu te ajudo a arrumar depois."
null não conseguia parar de pensar no quanto null ficava linda usando aquele vestido.
Ela foi até a cozinha e preparou um café forte para null e um chá de camomila para si mesma. Enquanto esperava a água ferver, seus olhos percorreram os detalhes do apartamento. Fotos de null com a mãe, diplomas emoldurados, livros de física e matemática espalhados pela mesa de centro... Era como se cada objeto contasse uma história, revelasse um pouco da mente brilhante e complexa do jovem gênio.
null voltou para a sala com as bebidas, entregando o café para null. Ele a olhou com gratidão, um sorriso tímido nos lábios.
"Obrigado, null", disse ele, tomando um gole do café. "Você é um anjo."
null sorriu de volta, sentindo um calor reconfortante em seu peito. Ela se sentou ao lado de null no sofá, e os dois começaram a conversar. null havia bebido o mesmo que null e estava começando a se sentir melhor, mas os dois ainda estavam bêbados. Ela sabia disso porque null estava diferente.
À medida que a noite avançava, o álcool que null havia consumido começava a se dissipar, e ele se tornava mais lúcido e introspectivo. null, por sua vez, sentia as emoções do dia a flor da pele, a mistura de adrenalina, alegria e tristeza a deixando vulnerável.
“Por que você é tão bonito? Tão bonito que dá raiva” Ela falou em voz alta, um pensamento profundo seu, rezou para que ele não lembrasse disso amanhã.
“Bonito?” null perguntou rindo.
“Não, bonito não é o suficiente para descrever” Ela falava sério enquanto ele ria. Seu olhar corria pelos traços do garoto, era tudo perfeito.
Ele se aproximou dela e sussurrou como se fosse um segredo. “Você é a mulher mais linda que eu já conheci em toda a minha vida” Sua mão repousou no ombro de null, acariciando a pele e a puxando para mais perto dele.
“null”
“Hm?”
“Me desculpa?” Pediu com um olhar calmo.
“Pelo quê?” A garota perguntou sem entender.
“Por isso”
Ele não falou mais nada. Em vez disso, se inclinou para frente e a beijou. null, surpresa, mas não relutante, retribuiu o beijo. Era um beijo intenso, carregado de emoção, um misto de desejo e carinho que os dois vinham reprimindo há semanas. O beijo foi apaixonado, intenso, como se ele estivesse esperando por aquele momento há muito tempo. null se entregou ao beijo, seus braços envolvendo o pescoço de null e o puxando para mais perto.
null estava diferente. A aura de intelectual tímido se dissipou, substituída por uma energia masculina que null nunca havia percebido antes. Seus olhos, geralmente escondidos atrás de óculos, brilhavam com uma intensidade que a fazia prender a respiração. Ela podia sentir a força dele, a vontade, o corpo dele contra o dela, um calor que a envolvia e a excitava.
"null...", começou null, a voz rouca e hesitante. Mas ele não conseguiu terminar a frase.
O beijo o pegou de surpresa, mas ele não relutou. Seus lábios se encontraram em uma dança hesitante que rapidamente se transformou em uma dança apaixonada. Era um beijo intenso, carregado de emoção, um misto de desejo e carinho que os dois vinham reprimindo há semanas.
Quando se separaram, ofegantes, null olhou para null, seus olhos perdidos. "Eu não devia ter feito isso", sussurrou ele, a voz embargada pela culpa.
"Por que parou?", perguntou null, com a voz rouca, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Já tinha acontecido, então por que não piorar a situação? Não é mesmo?
null não precisou de mais incentivo. Ele a beijou novamente, dessa vez com mais paixão, mais urgência. As mãos dele percorreram as costas de null, acariciando sua pele com uma ternura que a fez estremecer. Ela se entregou ao momento, seus dedos se enredando nos cabelos macios de null, puxando-o para mais perto.
O beijo se aprofundou, as línguas se encontrando em um ritmo lento e sensual. null sentiu um calor intenso percorrer seu corpo, uma sensação de prazer e libertação que a fez esquecer de tudo, exceto da sensação dos lábios de null nos seus.
null, por sua vez, se sentia como se estivesse flutuando. O beijo de null era tudo o que ele sempre sonhara, e mais um pouco. Ele nunca havia se sentido tão conectado a alguém, tão desejado, tão amado. A intensidade do momento o consumia, cada toque, cada suspiro de null acendendo uma chama dentro dele que ele nunca soube que existia.
null, sentindo o desejo crescer em seu interior, o puxou para mais perto, seus corpos se encaixando como peças de um quebra-cabeça perfeito. Ela sentia o coração bater descompassado, o sangue pulsarem suas veias, cada célula de seu corpo respondendo aos toques de null. Era como se uma força magnética os atraísse, uma energia primitiva que os unia.
Em um movimento fluido, null se ergueu, seus quadris se movendo em um ritmo sensual contra o corpo de null. Seus olhos se encontraram, e a chama da paixão se transformou em um incêndio incontrolável.
"null...", sussurrou null, sua voz rouca de desejo. "Não pare..."
null a olhou nos olhos, um misto de desejo e apreensão em seu olhar. Ele queria continuar, queria se entregar àquele momento, mas o medo de magoá-la o impedia.
null, lendo seus pensamentos, sorriu e o puxou para mais perto. "Não tenha medo, null", sussurrou ela em seu ouvido. "Eu quero isso tanto quanto você."
Quando se deu conta já estava apenas de sutiã e calcinha em seu colo rebolando devagarinho enquanto se beijavam perfeitamente. Era como se os dois tivessem nascido um para o outro, tudo se encaixava.
Com um movimento rápido, null foi levantada enquanto null a carregava para o quarto. Ela conseguia sentir a urgência em seu gesto. Ele a deitou na cama macia, seus olhos percorrendo cada centímetro de sua pele exposta. null corria seus lábios sobre a pele da agente. Beijava e mordiscava sua pele, descendo do pescoço até seus peitos.
Ele a deitou na cama macia, seus olhos percorrendo cada centímetro de sua pele exposta.
"Você é perfeita, meu Deus", murmurou ele, sua voz um sussurro reverente.
null se arqueou em sua direção, ansiosa por seus toques. "null, por favor...", gemeu ela, seus dedos se enredando em seus cabelos.
"O quê, meu amor?", perguntou ele, sua voz rouca e sedutora. Seus olhos, fixos nos dela, brilhavam com uma intensidade que a fez estremecer.
“Me come, por favor” null pode ver o desejo nos olhos do doutor.
Foi a faísca para incendiar a noite. null a beijou com uma paixão que a deixou sem fôlego. Suas mãos percorriam seu corpo, acariciando sua pele, explorando cada curva. null se entregou ao prazer, seus gemidos se misturando aos sussurros de null.
A noite se transformou em um turbilhão de sensações, de toques, de sussurros, de amor. null e null se entregaram um ao outro, explorando cada canto de seus corpos, descobrindo novas formas de prazer.
null se entregou, mas não conseguia afastar a sensação de que havia cruzado uma linha, de que as coisas nunca mais seriam as mesmas entre ela e null. Mas, naquele momento, nada mais importava. O que importava era a sensação de felicidade e plenitude que ela sentia em seus braços.
null decidiu não pensar no futuro, apenas aproveitar o momento presente. Ela se aninhou nos braços de null, sentindo seu coração bater em sintonia com o dele.
-----------
A luz do sol da manhã se infiltrou pelas cortinas, acariciando o rosto de null.. A mão dele entrelaçada à sua, ele estava abraçado a ela transmitindo um calor reconfortante. Ela não queria sair nunca mais dali. Se espreguiçou, um sorriso involuntário curvando seus lábios. A lembrança da noite anterior, a sensação do corpo de null contra o seu ainda a aquecia. null dormia calmamente. null sempre se sentiu segura perto dele e se perguntava se ele sentia o mesmo, porque parecia estar sereno e feliz.
Mas, à medida que a névoa do sono se dissipava, um peso familiar se instalou em seu peito. A dúvida, o medo, a insegurança. Ela se levantou da cama, enrolando-se no lençol branco, e caminhou até a janela. A vista da cidade de Washington, com seus prédios imponentes e ruas movimentadas, parecia distante, irreal.
null respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de pensamentos que a assaltava. O que havia acontecido entre ela e null fora intenso, mágico, mas também perigoso. Eles eram colegas de trabalho e parceiros na BAU. Um relacionamento amoroso poderia comprometer o trabalho da equipe, colocar em risco a amizade que estavam construindo.
E havia o passado de null, as cicatrizes deixadas por null, a desconfiança que ela ainda carregava em relação aos homens, o pai dela.... Será que ela estava pronta para se entregar novamente, para confiar em alguém de verdade?
null ainda dormia, seu rosto sereno e relaxado. null o observou por um momento, um misto de ternura e apreensão em seu olhar. Ele era tão diferente de null, tão gentil, tão atencioso. Mas será que ele sentia o mesmo por ela? Ou aquela noite fora apenas um momento de paixão, impulsionado pelo álcool e pela atmosfera do momento?
null decidiu que precisava conversar com null, esclarecer as coisas antes que a situação se tornasse ainda mais complicada. Ela se vestiu rapidamente, pegou seu celular e saiu em direção ao banheiro.
Quando saiu do banheiro, null já estava acordado, fazendo um café na cozinha. Ele ergueu os olhos ao vê-la entrar, um sorriso tímido surgindo em seus lábios.
"Bom dia, null", disse ele. "Dormiu bem?"
null assentiu, sentando-se em frente a ele na cozinha. "null, precisamos conversar", disse ela, a voz firme e decidida.
null a olhou com preocupação. "Aconteceu alguma coisa?", perguntou ele.
null respirou fundo, buscando as palavras certas. "Sobre ontem à noite...", começou ela, hesitante. "Acho que... acho que precisamos esquecer o que aconteceu."
null a olhou surpreso, a decepção evidente em seus olhos. "Por quê?", perguntou ele, a voz baixa e magoada.
null se encolheu, sentindo-se culpada por magoá-lo. "Porque... porque não podemos misturar o profissional com o pessoal", disse ela, repetindo as palavras que falou tantas vezes na CIA. "Somos colegas de trabalho, null. Um relacionamento amoroso poderia comprometer nosso trabalho na BAU."
Ele sentiu um aperto no coração, mas não tentou argumentar. Ele a conhecia bem o suficiente para saber que, quando null tomava uma decisão, era difícil fazê-la mudar de ideia.
"Eu entendo", disse ele, com a voz suave. "Se é isso que você quer, eu respeito sua decisão."
Um sentimento de culpa e arrependimento o corroía. Ele havia se deixado levar pela emoção, pelo álcool, e agora temia ter arruinado a amizade que estava construindo com null. A lembrança de tê-la convidado para ficar em seu apartamento o fez sentir-se um idiota. Ele sabia que ela estava certa, que eles não podiam misturar o profissional com o pessoal. Mas, no fundo, ele não conseguia evitar a esperança de que talvez, um dia, eles pudessem ser mais do que apenas amigos.
null sentiu um nó na garganta. Ela não queria magoá-lo, mas sabia que era o melhor a fazer. "Obrigada, null", disse ela, com a voz trêmula. "Você é um amigo incrível."
null sorriu, um sorriso triste e melancólico. "Eu também gosto muito de você, null", confessou ele. "Mas se você acha que é melhor assim..."
Ele não terminou a frase, mas o olhar que ele lhe lançou disse tudo. null sentiu uma pontada de remorso, mas se obrigou a endurecer o coração. Ela não podia se deixar levar pelas emoções, não podia arriscar a carreira de null e sua sanidade por um relacionamento que, no fundo, ela sabia que não teria futuro. Só iria magoá-lo.
"null, me desculpe", disse null, com a voz embargada. Segurava inconscientemente o colar em seu pescoço. "Eu gosto tanto de você."
Ele a olhou com carinho e compreensão. "Não precisa se desculpar, null", disse ele. "Eu também me empolguei, não devia ter bebido tanto." continuou ele, erguendo o olhar para encontrar o dela. "Eu me arrependo do que aconteceu ontem à noite. Por ter deixado as coisas saírem do controle. Eu prometo que isso não vai acontecer de novo."
null sentiu um alívio imenso ao ouvir suas palavras. Ela sabia que null era sincero, que ele realmente se importava com ela. Sentiu seu coração se aquecer com as palavras de null. Ele estava sendo tão compreensivo, tão gentil. Ele não era como null. Ele a respeitava, a valorizava.
"Que tal começarmos de novo?", perguntou null, olhando nos olhos de null. "Podemos fingir que a noite passada nunca aconteceu e continuarmos sendo amigos?"
null sorriu, aliviado. "Eu adoraria isso", disse ele, apertando suas mãos. "Amigos?"
"Amigos", confirmou null, retribuindo o sorriso.
Sem esperar por mais nada, null se despediu, se levantou e saiu do apartamento, deixando null sozinho com sua dor e sua decepção. Ela caminhou pelas ruas de Quantico, a chuva fina caindo sobre seu rosto como lágrimas. Seu coração estava pesado, mas sua mente estava clara. Ela havia feito a escolha certa, a escolha mais difícil, mas a única que poderia protegê-la de mais sofrimento. Ao chegar ao seu apartamento, null se jogou na cama, as lágrimas finalmente rolando por seu rosto. Ela chorou por null, por null, por todas as decepções que a vida lhe reservara.
Enquanto isso null, remoía seus pensamentos, seus olhos pousaram em um pequeno pacote embrulhado em papel de presente, que ele havia esquecido de abrir na noite anterior. Era o presente de aniversário que null lhe dera.
Com um misto de curiosidade e apreensão, null abriu o pacote. Dentro, havia um globo de neve com um homenzinho alto, vestido como um policial, e uma mulher menor, também policial, construindo um boneco de neve juntos. Um sorriso melancólico surgiu em seus lábios ao reconhecer as figuras: eram ele e null, retratados em um momento de descontração durante um caso recente.
Junto com o globo, havia um bilhete escrito à mão: "Para o agente mais inteligente e especial de toda a BAU! Que você continue usando sua mente brilhante para fazer a diferença no mundo. Com carinho, null."
Ao lado do bilhete, uma foto dos dois, sorrindo e abraçados, tirada durante uma investigação em Denver. A imagem trouxe de volta a alegria e a conexão que sentiram naquela noite.
null sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos. Ele segurou o globo de neve com cuidado, como se fosse um tesouro precioso. Aquele presente era mais do que um simples objeto, era um símbolo da amizade e do carinho que null sentia por ele. Ele sentia falta de null, de sua presença vibrante, de sua inteligência afiada e de seu sorriso contagiante. Ele a queria de volta, mesmo que fosse apenas como amiga, mas sabia que havia cometido um erro. Ele o colocaria em sua mesa, um lembrete constante da mulher que havia conquistado seu coração.
"Uau, null", exclamou ela, olhando ao redor. "Seu apartamento é incrível!"
null sorriu, um pouco envergonhado. "É um pouco bagunçado", disse ele, tropeçando em uma pilha de revistas científicas no chão.
null riu, ajudando-o a se sentar no sofá. "Relaxa, null", disse ela, com um carinho que o fez corar. "Eu te ajudo a arrumar depois."
null não conseguia parar de pensar no quanto null ficava linda usando aquele vestido.
Ela foi até a cozinha e preparou um café forte para null e um chá de camomila para si mesma. Enquanto esperava a água ferver, seus olhos percorreram os detalhes do apartamento. Fotos de null com a mãe, diplomas emoldurados, livros de física e matemática espalhados pela mesa de centro... Era como se cada objeto contasse uma história, revelasse um pouco da mente brilhante e complexa do jovem gênio.
null voltou para a sala com as bebidas, entregando o café para null. Ele a olhou com gratidão, um sorriso tímido nos lábios.
"Obrigado, null", disse ele, tomando um gole do café. "Você é um anjo."
null sorriu de volta, sentindo um calor reconfortante em seu peito. Ela se sentou ao lado de null no sofá, e os dois começaram a conversar. null havia bebido o mesmo que null e estava começando a se sentir melhor, mas os dois ainda estavam bêbados. Ela sabia disso porque null estava diferente.
À medida que a noite avançava, o álcool que null havia consumido começava a se dissipar, e ele se tornava mais lúcido e introspectivo. null, por sua vez, sentia as emoções do dia a flor da pele, a mistura de adrenalina, alegria e tristeza a deixando vulnerável.
“Por que você é tão bonito? Tão bonito que dá raiva” Ela falou em voz alta, um pensamento profundo seu, rezou para que ele não lembrasse disso amanhã.
“Bonito?” null perguntou rindo.
“Não, bonito não é o suficiente para descrever” Ela falava sério enquanto ele ria. Seu olhar corria pelos traços do garoto, era tudo perfeito.
Ele se aproximou dela e sussurrou como se fosse um segredo. “Você é a mulher mais linda que eu já conheci em toda a minha vida” Sua mão repousou no ombro de null, acariciando a pele e a puxando para mais perto dele.
“null”
“Hm?”
“Me desculpa?” Pediu com um olhar calmo.
“Pelo quê?” A garota perguntou sem entender.
“Por isso”
Ele não falou mais nada. Em vez disso, se inclinou para frente e a beijou. null, surpresa, mas não relutante, retribuiu o beijo. Era um beijo intenso, carregado de emoção, um misto de desejo e carinho que os dois vinham reprimindo há semanas. O beijo foi apaixonado, intenso, como se ele estivesse esperando por aquele momento há muito tempo. null se entregou ao beijo, seus braços envolvendo o pescoço de null e o puxando para mais perto.
null estava diferente. A aura de intelectual tímido se dissipou, substituída por uma energia masculina que null nunca havia percebido antes. Seus olhos, geralmente escondidos atrás de óculos, brilhavam com uma intensidade que a fazia prender a respiração. Ela podia sentir a força dele, a vontade, o corpo dele contra o dela, um calor que a envolvia e a excitava.
"null...", começou null, a voz rouca e hesitante. Mas ele não conseguiu terminar a frase.
O beijo o pegou de surpresa, mas ele não relutou. Seus lábios se encontraram em uma dança hesitante que rapidamente se transformou em uma dança apaixonada. Era um beijo intenso, carregado de emoção, um misto de desejo e carinho que os dois vinham reprimindo há semanas.
Quando se separaram, ofegantes, null olhou para null, seus olhos perdidos. "Eu não devia ter feito isso", sussurrou ele, a voz embargada pela culpa.
"Por que parou?", perguntou null, com a voz rouca, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Já tinha acontecido, então por que não piorar a situação? Não é mesmo?
null não precisou de mais incentivo. Ele a beijou novamente, dessa vez com mais paixão, mais urgência. As mãos dele percorreram as costas de null, acariciando sua pele com uma ternura que a fez estremecer. Ela se entregou ao momento, seus dedos se enredando nos cabelos macios de null, puxando-o para mais perto.
O beijo se aprofundou, as línguas se encontrando em um ritmo lento e sensual. null sentiu um calor intenso percorrer seu corpo, uma sensação de prazer e libertação que a fez esquecer de tudo, exceto da sensação dos lábios de null nos seus.
null, por sua vez, se sentia como se estivesse flutuando. O beijo de null era tudo o que ele sempre sonhara, e mais um pouco. Ele nunca havia se sentido tão conectado a alguém, tão desejado, tão amado. A intensidade do momento o consumia, cada toque, cada suspiro de null acendendo uma chama dentro dele que ele nunca soube que existia.
null, sentindo o desejo crescer em seu interior, o puxou para mais perto, seus corpos se encaixando como peças de um quebra-cabeça perfeito. Ela sentia o coração bater descompassado, o sangue pulsarem suas veias, cada célula de seu corpo respondendo aos toques de null. Era como se uma força magnética os atraísse, uma energia primitiva que os unia.
Em um movimento fluido, null se ergueu, seus quadris se movendo em um ritmo sensual contra o corpo de null. Seus olhos se encontraram, e a chama da paixão se transformou em um incêndio incontrolável.
"null...", sussurrou null, sua voz rouca de desejo. "Não pare..."
null a olhou nos olhos, um misto de desejo e apreensão em seu olhar. Ele queria continuar, queria se entregar àquele momento, mas o medo de magoá-la o impedia.
null, lendo seus pensamentos, sorriu e o puxou para mais perto. "Não tenha medo, null", sussurrou ela em seu ouvido. "Eu quero isso tanto quanto você."
Quando se deu conta já estava apenas de sutiã e calcinha em seu colo rebolando devagarinho enquanto se beijavam perfeitamente. Era como se os dois tivessem nascido um para o outro, tudo se encaixava.
Com um movimento rápido, null foi levantada enquanto null a carregava para o quarto. Ela conseguia sentir a urgência em seu gesto. Ele a deitou na cama macia, seus olhos percorrendo cada centímetro de sua pele exposta. null corria seus lábios sobre a pele da agente. Beijava e mordiscava sua pele, descendo do pescoço até seus peitos.
Ele a deitou na cama macia, seus olhos percorrendo cada centímetro de sua pele exposta.
"Você é perfeita, meu Deus", murmurou ele, sua voz um sussurro reverente.
null se arqueou em sua direção, ansiosa por seus toques. "null, por favor...", gemeu ela, seus dedos se enredando em seus cabelos.
"O quê, meu amor?", perguntou ele, sua voz rouca e sedutora. Seus olhos, fixos nos dela, brilhavam com uma intensidade que a fez estremecer.
“Me come, por favor” null pode ver o desejo nos olhos do doutor.
Foi a faísca para incendiar a noite. null a beijou com uma paixão que a deixou sem fôlego. Suas mãos percorriam seu corpo, acariciando sua pele, explorando cada curva. null se entregou ao prazer, seus gemidos se misturando aos sussurros de null.
A noite se transformou em um turbilhão de sensações, de toques, de sussurros, de amor. null e null se entregaram um ao outro, explorando cada canto de seus corpos, descobrindo novas formas de prazer.
null se entregou, mas não conseguia afastar a sensação de que havia cruzado uma linha, de que as coisas nunca mais seriam as mesmas entre ela e null. Mas, naquele momento, nada mais importava. O que importava era a sensação de felicidade e plenitude que ela sentia em seus braços.
null decidiu não pensar no futuro, apenas aproveitar o momento presente. Ela se aninhou nos braços de null, sentindo seu coração bater em sintonia com o dele.
A luz do sol da manhã se infiltrou pelas cortinas, acariciando o rosto de null.. A mão dele entrelaçada à sua, ele estava abraçado a ela transmitindo um calor reconfortante. Ela não queria sair nunca mais dali. Se espreguiçou, um sorriso involuntário curvando seus lábios. A lembrança da noite anterior, a sensação do corpo de null contra o seu ainda a aquecia. null dormia calmamente. null sempre se sentiu segura perto dele e se perguntava se ele sentia o mesmo, porque parecia estar sereno e feliz.
Mas, à medida que a névoa do sono se dissipava, um peso familiar se instalou em seu peito. A dúvida, o medo, a insegurança. Ela se levantou da cama, enrolando-se no lençol branco, e caminhou até a janela. A vista da cidade de Washington, com seus prédios imponentes e ruas movimentadas, parecia distante, irreal.
null respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de pensamentos que a assaltava. O que havia acontecido entre ela e null fora intenso, mágico, mas também perigoso. Eles eram colegas de trabalho e parceiros na BAU. Um relacionamento amoroso poderia comprometer o trabalho da equipe, colocar em risco a amizade que estavam construindo.
E havia o passado de null, as cicatrizes deixadas por null, a desconfiança que ela ainda carregava em relação aos homens, o pai dela.... Será que ela estava pronta para se entregar novamente, para confiar em alguém de verdade?
null ainda dormia, seu rosto sereno e relaxado. null o observou por um momento, um misto de ternura e apreensão em seu olhar. Ele era tão diferente de null, tão gentil, tão atencioso. Mas será que ele sentia o mesmo por ela? Ou aquela noite fora apenas um momento de paixão, impulsionado pelo álcool e pela atmosfera do momento?
null decidiu que precisava conversar com null, esclarecer as coisas antes que a situação se tornasse ainda mais complicada. Ela se vestiu rapidamente, pegou seu celular e saiu em direção ao banheiro.
Quando saiu do banheiro, null já estava acordado, fazendo um café na cozinha. Ele ergueu os olhos ao vê-la entrar, um sorriso tímido surgindo em seus lábios.
"Bom dia, null", disse ele. "Dormiu bem?"
null assentiu, sentando-se em frente a ele na cozinha. "null, precisamos conversar", disse ela, a voz firme e decidida.
null a olhou com preocupação. "Aconteceu alguma coisa?", perguntou ele.
null respirou fundo, buscando as palavras certas. "Sobre ontem à noite...", começou ela, hesitante. "Acho que... acho que precisamos esquecer o que aconteceu."
null a olhou surpreso, a decepção evidente em seus olhos. "Por quê?", perguntou ele, a voz baixa e magoada.
null se encolheu, sentindo-se culpada por magoá-lo. "Porque... porque não podemos misturar o profissional com o pessoal", disse ela, repetindo as palavras que falou tantas vezes na CIA. "Somos colegas de trabalho, null. Um relacionamento amoroso poderia comprometer nosso trabalho na BAU."
Ele sentiu um aperto no coração, mas não tentou argumentar. Ele a conhecia bem o suficiente para saber que, quando null tomava uma decisão, era difícil fazê-la mudar de ideia.
"Eu entendo", disse ele, com a voz suave. "Se é isso que você quer, eu respeito sua decisão."
Um sentimento de culpa e arrependimento o corroía. Ele havia se deixado levar pela emoção, pelo álcool, e agora temia ter arruinado a amizade que estava construindo com null. A lembrança de tê-la convidado para ficar em seu apartamento o fez sentir-se um idiota. Ele sabia que ela estava certa, que eles não podiam misturar o profissional com o pessoal. Mas, no fundo, ele não conseguia evitar a esperança de que talvez, um dia, eles pudessem ser mais do que apenas amigos.
null sentiu um nó na garganta. Ela não queria magoá-lo, mas sabia que era o melhor a fazer. "Obrigada, null", disse ela, com a voz trêmula. "Você é um amigo incrível."
null sorriu, um sorriso triste e melancólico. "Eu também gosto muito de você, null", confessou ele. "Mas se você acha que é melhor assim..."
Ele não terminou a frase, mas o olhar que ele lhe lançou disse tudo. null sentiu uma pontada de remorso, mas se obrigou a endurecer o coração. Ela não podia se deixar levar pelas emoções, não podia arriscar a carreira de null e sua sanidade por um relacionamento que, no fundo, ela sabia que não teria futuro. Só iria magoá-lo.
"null, me desculpe", disse null, com a voz embargada. Segurava inconscientemente o colar em seu pescoço. "Eu gosto tanto de você."
Ele a olhou com carinho e compreensão. "Não precisa se desculpar, null", disse ele. "Eu também me empolguei, não devia ter bebido tanto." continuou ele, erguendo o olhar para encontrar o dela. "Eu me arrependo do que aconteceu ontem à noite. Por ter deixado as coisas saírem do controle. Eu prometo que isso não vai acontecer de novo."
null sentiu um alívio imenso ao ouvir suas palavras. Ela sabia que null era sincero, que ele realmente se importava com ela. Sentiu seu coração se aquecer com as palavras de null. Ele estava sendo tão compreensivo, tão gentil. Ele não era como null. Ele a respeitava, a valorizava.
"Que tal começarmos de novo?", perguntou null, olhando nos olhos de null. "Podemos fingir que a noite passada nunca aconteceu e continuarmos sendo amigos?"
null sorriu, aliviado. "Eu adoraria isso", disse ele, apertando suas mãos. "Amigos?"
"Amigos", confirmou null, retribuindo o sorriso.
Sem esperar por mais nada, null se despediu, se levantou e saiu do apartamento, deixando null sozinho com sua dor e sua decepção. Ela caminhou pelas ruas de Quantico, a chuva fina caindo sobre seu rosto como lágrimas. Seu coração estava pesado, mas sua mente estava clara. Ela havia feito a escolha certa, a escolha mais difícil, mas a única que poderia protegê-la de mais sofrimento. Ao chegar ao seu apartamento, null se jogou na cama, as lágrimas finalmente rolando por seu rosto. Ela chorou por null, por null, por todas as decepções que a vida lhe reservara.
Enquanto isso null, remoía seus pensamentos, seus olhos pousaram em um pequeno pacote embrulhado em papel de presente, que ele havia esquecido de abrir na noite anterior. Era o presente de aniversário que null lhe dera.
Com um misto de curiosidade e apreensão, null abriu o pacote. Dentro, havia um globo de neve com um homenzinho alto, vestido como um policial, e uma mulher menor, também policial, construindo um boneco de neve juntos. Um sorriso melancólico surgiu em seus lábios ao reconhecer as figuras: eram ele e null, retratados em um momento de descontração durante um caso recente.
Junto com o globo, havia um bilhete escrito à mão: "Para o agente mais inteligente e especial de toda a BAU! Que você continue usando sua mente brilhante para fazer a diferença no mundo. Com carinho, null."
Ao lado do bilhete, uma foto dos dois, sorrindo e abraçados, tirada durante uma investigação em Denver. A imagem trouxe de volta a alegria e a conexão que sentiram naquela noite.
null sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos. Ele segurou o globo de neve com cuidado, como se fosse um tesouro precioso. Aquele presente era mais do que um simples objeto, era um símbolo da amizade e do carinho que null sentia por ele. Ele sentia falta de null, de sua presença vibrante, de sua inteligência afiada e de seu sorriso contagiante. Ele a queria de volta, mesmo que fosse apenas como amiga, mas sabia que havia cometido um erro. Ele o colocaria em sua mesa, um lembrete constante da mulher que havia conquistado seu coração.
Capítulo 15 “hunt”
Os dias seguintes ao aniversário de null foram marcados por uma estranha tensão entre ele e null. Ambos se esforçavam para manter a normalidade, focando no trabalho e evitando qualquer contato físico ou conversa que pudesse reacender a chama da paixão que haviam compartilhado naquela noite.
null se afundou em seus livros e pesquisas, buscando refúgio no mundo da ciência e da lógica, onde as emoções não tinham lugar. Mas, mesmo assim, em alguns momentos a imagem de null, com seus cabelos espalhados pelo travesseiro e seus olhos brilhando de paixão, o surpreendia nos momentos mais inesperados.
Vez ou outra, o aroma do perfume de null ou o som de sua risada o faziam lembrar daquela noite, da sensação de seus lábios nos seus, do calor de seu corpo junto ao dele. Ele se sentia culpado por ter se deixado levar pela emoção, por ter quebrado a promessa que havia feito a si mesmo de não se envolver com colegas de trabalho.
Ele se pegava olhando para ela durante as reuniões, seus olhos se encontrando por um breve instante antes de desviarem o olhar, envergonhados.
null, por sua vez, se dedicou ao treinamento físico e às atividades de campo, canalizando sua energia para o trabalho e tentando ignorar a pontada de tristeza que sentia sempre que cruzava com null nos corredores da BAU.
Durante as longas horas de trabalho, eles se esforçavam para manter o foco no caso, mas vez ou outra, um olhar, um gesto, um sorriso involuntário, os traía.
A equipe percebeu a mudança na dinâmica entre os dois, mas respeitou o silêncio de ambos, evitando tocar no assunto. Afinal, eles sabiam que null e null encontrariam uma forma de lidar com seus sentimentos.
-------
O escritório da BAU estava estranhamente silencioso naquela manhã. A equipe ainda não havia retornado de uma missão em campo, deixando Garcia e null sozinhas no espaço normalmente movimentado. Garcia, com sua energia contagiante, tentava animar o ambiente com música pop e piadas, mas null permanecia distante, perdida em pensamentos.
Garcia, sempre atenta aos detalhes, notou a mudança no comportamento de null desde o aniversário de null. A agente parecia mais retraída e pensativa. Seus olhares para null eram furtivos, um brilho de carinho e apreensão.
"null, tá tudo bem?", perguntou Garcia, com um tom de preocupação na voz. "Você anda mais quieta que o null em um interrogatório com um mímico."
null ergueu uma sobrancelha, um sorriso fraco surgindo em seus lábios. "É... é complicado", respondeu ela, desviando o olhar.
Garcia se aproximou, sentando-se ao lado de null e colocando a mão em seu ombro. "Quer conversar sobre isso?", perguntou ela, com a voz gentil e acolhedora. "Sabe que pode me contar qualquer coisa, sou ótima em guardar segredos. Quer dizer, a não ser que envolva algum crime. Aí eu teria que te prender ou ajudar a esconder o corpo"
null riu, apesar da apreensão que sentia. "É sobre... null", confessou ela, a voz quase inaudível.
Garcia arregalou os olhos, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios. "Ah, então o nerd conquistou a espiã?", brincou ela, tentando aliviar a tensão. "Me conta tudo! Rolou beijo? Abraço? Troca de olhares intensos enquanto resolviam equações?"
null sentiu o rosto queimar. "Não foi bem assim, Garcia", disse ela, balançando a cabeça. "É só que... aconteceu algo entre nós na noite do aniversário dele, e agora não sei como agir."
Garcia a ouviu atentamente, seus olhos fixos em null, captando cada nuance de sua expressão. "E o que você sente por ele?", perguntou ela, com a voz suave.
null hesitou por um momento, as palavras presas em sua garganta. "Eu... eu gosto dele", confessou ela, finalmente. "Mas não sei se é certo, se devemos levar isso adiante. Somos colegas de trabalho, e..."
Garcia a interrompeu, um sorriso compreensivo em seus lábios. "null, o coração não escolhe hora nem lugar para amar", disse ela. "E se tem uma coisa que aprendi com as minhas séries de romance policial é que às vezes os melhores casais são aqueles que se formam no meio do caos. Mas seja sincera com ele, com você mesma, e com a equipe. A honestidade é sempre o melhor caminho."
null assentiu, as palavras de Garcia a confortando. Ela sabia que a amiga estava certa, que precisava ser honesta consigo mesma e com null sobre seus sentimentos. Mas o medo de se machucar, de colocar em risco sua carreira e sua amizade com null, ainda a atormentava.
Garcia, percebendo sua angústia, a abraçou. "Vai ficar tudo bem, null", disse ela, com a voz suave. "Confie em mim, o amor sempre vale a pena. E se não der certo, pelo menos você vai ter uma ótima história para contar."
null riu, sentindo-se grata pela amizade e pelo apoio de Garcia.
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Um mês após o aniversário de null, Hotchner convocou a equipe para uma reunião de emergência. "Temos um novo caso", anunciou ele, com a voz grave e autoritária.
null se afundou em seus livros e pesquisas, buscando refúgio no mundo da ciência e da lógica, onde as emoções não tinham lugar. Mas, mesmo assim, em alguns momentos a imagem de null, com seus cabelos espalhados pelo travesseiro e seus olhos brilhando de paixão, o surpreendia nos momentos mais inesperados.
Vez ou outra, o aroma do perfume de null ou o som de sua risada o faziam lembrar daquela noite, da sensação de seus lábios nos seus, do calor de seu corpo junto ao dele. Ele se sentia culpado por ter se deixado levar pela emoção, por ter quebrado a promessa que havia feito a si mesmo de não se envolver com colegas de trabalho.
Ele se pegava olhando para ela durante as reuniões, seus olhos se encontrando por um breve instante antes de desviarem o olhar, envergonhados.
null, por sua vez, se dedicou ao treinamento físico e às atividades de campo, canalizando sua energia para o trabalho e tentando ignorar a pontada de tristeza que sentia sempre que cruzava com null nos corredores da BAU.
Durante as longas horas de trabalho, eles se esforçavam para manter o foco no caso, mas vez ou outra, um olhar, um gesto, um sorriso involuntário, os traía.
A equipe percebeu a mudança na dinâmica entre os dois, mas respeitou o silêncio de ambos, evitando tocar no assunto. Afinal, eles sabiam que null e null encontrariam uma forma de lidar com seus sentimentos.
O escritório da BAU estava estranhamente silencioso naquela manhã. A equipe ainda não havia retornado de uma missão em campo, deixando Garcia e null sozinhas no espaço normalmente movimentado. Garcia, com sua energia contagiante, tentava animar o ambiente com música pop e piadas, mas null permanecia distante, perdida em pensamentos.
Garcia, sempre atenta aos detalhes, notou a mudança no comportamento de null desde o aniversário de null. A agente parecia mais retraída e pensativa. Seus olhares para null eram furtivos, um brilho de carinho e apreensão.
"null, tá tudo bem?", perguntou Garcia, com um tom de preocupação na voz. "Você anda mais quieta que o null em um interrogatório com um mímico."
null ergueu uma sobrancelha, um sorriso fraco surgindo em seus lábios. "É... é complicado", respondeu ela, desviando o olhar.
Garcia se aproximou, sentando-se ao lado de null e colocando a mão em seu ombro. "Quer conversar sobre isso?", perguntou ela, com a voz gentil e acolhedora. "Sabe que pode me contar qualquer coisa, sou ótima em guardar segredos. Quer dizer, a não ser que envolva algum crime. Aí eu teria que te prender ou ajudar a esconder o corpo"
null riu, apesar da apreensão que sentia. "É sobre... null", confessou ela, a voz quase inaudível.
Garcia arregalou os olhos, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios. "Ah, então o nerd conquistou a espiã?", brincou ela, tentando aliviar a tensão. "Me conta tudo! Rolou beijo? Abraço? Troca de olhares intensos enquanto resolviam equações?"
null sentiu o rosto queimar. "Não foi bem assim, Garcia", disse ela, balançando a cabeça. "É só que... aconteceu algo entre nós na noite do aniversário dele, e agora não sei como agir."
Garcia a ouviu atentamente, seus olhos fixos em null, captando cada nuance de sua expressão. "E o que você sente por ele?", perguntou ela, com a voz suave.
null hesitou por um momento, as palavras presas em sua garganta. "Eu... eu gosto dele", confessou ela, finalmente. "Mas não sei se é certo, se devemos levar isso adiante. Somos colegas de trabalho, e..."
Garcia a interrompeu, um sorriso compreensivo em seus lábios. "null, o coração não escolhe hora nem lugar para amar", disse ela. "E se tem uma coisa que aprendi com as minhas séries de romance policial é que às vezes os melhores casais são aqueles que se formam no meio do caos. Mas seja sincera com ele, com você mesma, e com a equipe. A honestidade é sempre o melhor caminho."
null assentiu, as palavras de Garcia a confortando. Ela sabia que a amiga estava certa, que precisava ser honesta consigo mesma e com null sobre seus sentimentos. Mas o medo de se machucar, de colocar em risco sua carreira e sua amizade com null, ainda a atormentava.
Garcia, percebendo sua angústia, a abraçou. "Vai ficar tudo bem, null", disse ela, com a voz suave. "Confie em mim, o amor sempre vale a pena. E se não der certo, pelo menos você vai ter uma ótima história para contar."
null riu, sentindo-se grata pela amizade e pelo apoio de Garcia.
Um mês após o aniversário de null, Hotchner convocou a equipe para uma reunião de emergência. "Temos um novo caso", anunciou ele, com a voz grave e autoritária.
Capítulo 16 ‘‘welcome home’’
O vento uivava nas ruas de Quantico, carregando consigo a promessa de uma tempestade iminente. Dentro do escritório da BAU, a tensão era palpável. A equipe analisava as fotos da cena do crime, os rostos pálidos e sem vida das vítimas refletidos nas telas dos computadores.
"Uma mulher e dois homens, todos jovens, todos mortos com crueldade", disse Hotchner, sua voz grave ecoando pela sala. "O modus operandi é preciso, metódico. Estamos lidando com um serial killer."
null sentiu um frio na espinha. A descrição das vítimas, a forma como foram mortas... tudo lhe parecia familiar. Mas o que a fez congelar foi a foto de uma rosa negra, cuidadosamente colocada ao lado do corpo da última vítima. Uma rosa negra. A assinatura de seu pai, Christian null.
null sentiu um frio na espinha ao ver a rosa negra. Aquele símbolo macabro a transportava de volta à sua infância, às lembranças dolorosas de seu pai, Christian null, um serial killer que aterrorizara o país décadas atrás.
"Essa rosa...", murmurou null, a voz trêmula. "É a assinatura do meu pai."
A equipe se voltou para ela, surpresa e preocupada. null, que estava ao lado de null, sentiu seu coração acelerar. Ele sabia da história de seu pai, mas nunca a tinha visto tão abalada.
"Você tem certeza?", perguntou Hotchner, com a voz calma e profissional.
null assentiu, as lágrimas ameaçando transbordar. "Tenho. É a mesma rosa negra que ele deixava ao lado de suas vítimas. É um imitador."
Um silêncio pesado se abateu sobre a sala. A equipe estava chocada com a revelação de null. Era um fantasma do passado que agora parecia ter voltado para assombrá-los.
"Precisamos descobrir quem está por trás disso", disse Hotchner, quebrando o silêncio. "E rápido, antes que ele faça mais vítimas."
Um calafrio percorreu seu corpo, as lembranças do passado sombrio de sua família voltando à tona. O pai agora parecia estar de volta, assombrando seus pesadelos e ameaçando sua nova vida.
"Agente null, com todo o respeito, acredito que você não deva participar dessa investigação. Seu envolvimento emocional com o caso pode comprometer seu julgamento."
null sentiu uma pontada de frustração, mas antes que pudesse responder, Rossi interveio. "Eu discordo", disse ele, com sua voz calma e experiente. "null é a peça central dessa investigação. Ela conhece a mente de Christian null melhor do que qualquer um de nós. Sua experiência e conhecimento podem ser cruciais para capturarmos esse imitador."
Hotchner ponderou por um momento, seus olhos fixos em null. Ele sabia que Rossi tinha razão, mas também se preocupava com o bem-estar da agente.
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O jato particular da BAU pousou em Washington D.C. sob um céu carregado de nuvens cinzentas. A equipe, ainda em silêncio, desceu a escada, a tensão do caso e as revelações de null pairando no ar. No trajeto até a sede do FBI, Hotchner quebrou o silêncio.
"Agente null, precisamos entender melhor a mente do seu pai. Qualquer detalhe, por menor que seja, pode nos ajudar a traçar o perfil do imitador."
null assentiu, a memória de seu pai biológico, Christian null, emergindo das sombras do passado. "Meu pai era pastor de uma pequena comunidade", começou ela, a voz embargada pela emoção. "Ele era um homem carismático, inteligente, dedicado à sua fé. Mas... isso era só em casa."
A equipe a ouvia atentamente, cada palavra de null abrindo uma nova janela para a mente do infame "Vingador da Rosa Negra".
"Durante seus episódios de mania", continuou null, "ele se convencia de que era um enviado de Deus, um justiceiro responsável por punir os pecadores. Ele escolhia suas vítimas com base em um código moral distorcido, acreditando que estava limpando o mundo daqueles que considerava indignos."
"E como ele se comportava em casa?", perguntou Rossi, interessado na dinâmica familiar do assassino.
"Em casa, ele era um pai amoroso, um marido dedicado", respondeu null, um traço de tristeza em sua voz. "Ele nunca demonstrou qualquer sinal de violência ou instabilidade. Seus crimes eram sempre cometidos longe de casa, em segredo."
Enquanto a conversa se desenrolava, null observava null com uma mistura de preocupação e admiração. Ele nunca a tinha visto tão vulnerável, tão exposta. A dor em seus olhos era palpável, e ele sentia uma necessidade quase incontrolável de protegê-la.
Na maioria do tempo, ela parecia tão forte, tão confiante. Mas agora, diante da sombra do passado de seu pai, ela parecia frágil, quase quebrada. Ele queria confortá-la, dizer que tudo ficaria bem, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Em vez disso, ele se limitou a oferecer um olhar de apoio, um gesto silencioso de solidariedade.
Hotchner franziu o cenho. "Isso é interessante", disse ele. "Alguns detalhes sobre os crimes do seu pai nunca foram divulgados pela mídia. Como o imitador poderia saber deles?"
Um calafrio percorreu a espinha de null. A possibilidade de que o imitador tivesse acesso a informações confidenciais era assustadora.
"Eu não sei", disse ela, a voz trêmula. "Mas isso significa que ele pode estar mais perto do que imaginamos."
Hotchner assentiu, a preocupação evidente em seu rosto. "Agente null, preciso que seja sincera comigo. Você se sente segura? Se esse imitador tem acesso a informações privilegiadas sobre seu pai, ele pode tentar chegar até você."
null respirou fundo, lutando contra o medo que a invadia. "Eu... eu não sei", confessou ela. "Mas não vou deixar que o medo me paralise. Vou ajudar vocês a capturar esse cara, custe o que custar."
Hotchner a olhou com admiração e respeito. "Muito bem, agente null", disse ele. "Mas quero que tome cuidado. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar."
null assentiu, sentindo um misto de gratidão e apreensão. Ela sabia que a investigação seria perigosa, mas estava disposta a enfrentar qualquer risco para levar o imitador à justiça e proteger aqueles que amava.
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A apreensão de Hotchner ecoou na mente de null enquanto ela se despedia da equipe em frente ao prédio do FBI. Apesar do aviso, a necessidade de ver seus pais, de sentir o conforto familiar em meio à tempestade que se formava, era irresistível.
null estacionou o carro em frente à casa familiar, as luzes da varanda a recebendo como um abraço caloroso. Um nó se formou em sua garganta enquanto as memórias a inundavam. Ali, naquela casa, ela havia encontrado refúgio e amor após a prisão de seu pai. Sam e Mary a acolheram de braços abertos, oferecendo-lhe um lar seguro.
A porta se abriu antes mesmo que ela tocasse a campainha. Mary, com alguns cabelos grisalhos já e o sorriso acolhedor de sempre, a envolveu em um abraço apertado.
"Minha querida!", exclamou ela, as lágrimas brotando em seus olhos. "Que bom te ver!"
Sam, com seus cabelos brancos e a postura ereta de policial aposentado, a cumprimentou com um abraço forte e um beijo na testa. "Bem-vinda de volta, filha", disse ele, a voz embargada pela emoção.
Ele sempre a chamava assim, desde que falara que estava namorando com sua mãe. Ele sabia que a garota precisava de uma figura paterna e ele foi a melhor que poderia.
null retribuiu o abraço, sentindo o calor familiar e reconfortante. "Pai, que bom te ver também", respondeu ela, usando o termo que se tornara natural desde que Sam entrara em sua vida, preenchendo o vazio deixado por seu pai biológico.
A noite foi preenchida por risadas, histórias e um delicioso jantar preparado por Mary. null contou sobre seu trabalho na BAU, sobre seus colegas de equipe e sobre a emoção de resolver seu primeiro caso. Ela se deliciava com a lasanha da mãe, a mesma receita que a confortara em tantos momentos difíceis da infância.
null se sentiu em casa, cercada pelo amor e carinho de seus pais. Enquanto conversavam, null não pôde deixar de notar o olhar preocupado de seus pais. Eles sabiam do caso que ela estava investigando, do imitador de Christian null, e temiam por sua segurança.
"Filha, tome cuidado", disse Mary, segurando a mão de null. "Esse homem é perigoso. Não queremos que nada de ruim aconteça com você."
null sorriu, tentando tranquilizá-los. "Eu sei, mãe. Estou sendo cautelosa. A equipe da BAU está trabalhando duro para encontrá-lo."
Após o jantar, null se despediu de seus pais, prometendo voltar em breve.
"Querida, já está tarde", disse Mary, com um olhar preocupado. "Por que não dorme aqui esta noite? Assim podemos conversar mais um pouco amanhã."
null hesitou por um momento mas o cansaço da viagem e o conforto da casa de seus pais a convenceram a ficar.
"Tudo bem, mãe", disse ela, com um sorriso cansado. "Eu aceito."
Após uma longa conversa com os pais, ela subiu as escadas, cada degrau a transportando de volta à adolescência. O corredor, decorado com fotos de família, a levou até a porta do seu antigo quarto. Ao abri-la, uma onda de nostalgia a invadiu.
Seu quarto, intocado pelo tempo, era um santuário de memórias. As paredes cobertas de pôsteres de bandas de rock e filmes de ação, a estante repleta de livros e mangás, a escrivaninha onde passava horas desenhando e escrevendo... Tudo estava exatamente como ela havia deixado.
null se jogou na cama, afundando no colchão macio e familiar. Fechou os olhos, inalando o aroma de lavanda que ainda impregnava os lençóis. Era como se o tempo tivesse parado, como se ela fosse novamente aquela adolescente sonhadora e cheia de esperança.
O celular vibrou na mesinha de cabeceira, interrompendo os devaneios de null. Era null. Ela abriu a mensagem, um sorriso se formando em seus lábios.
null: null, onde você está? Você não voltou para o hotel.
null digitou uma resposta rápida, explicando que havia decidido passar a noite na casa de seus pais.
null: Oi, null! Vim passar a noite na casa dos meus pais. Tudo bem por aqui. Te vejo amanhã na BAU.
null: Entendi. Mas... você está bem?
null respirou fundo, a lembrança da ameaça do imitador voltando a assombrá-la. Ela hesitou por um momento, mas decidiu não preocupar null.
null: Estou bem, null. Meus pais estão aqui comigo, estou segura.
null: Ok, fico mais tranquilo. Mas me liga se precisar de alguma coisa, ok?
null: Pode deixar. 😉
Abriu a galeria de fotos. Seus dedos deslizaram pela tela, parando em uma foto de Sam e Mary, sorrindo para a câmera. Uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Ela sabia que seus pais a amavam, que fariam qualquer coisa para protegê-la. Mas será que o amor seria suficiente para salvá-la do mal que a perseguia?
Deslizou mais para frente e encontrou uma foto com null, havia tirado durante um caso no inverno passado. Os dois agasalhados, as bochechas rosadas pelo frio, sorrisos tímidos nos lábios. null não pôde deixar de rir da ironia. Há apenas alguns dias, ela e null haviam compartilhado um momento de paixão, um vislumbre de um futuro que ela agora tentava negar.
A imagem de null a fez lembrar da conversa que tiveram naquela noite. A forma como ele a ouvira com atenção e empatia, a maneira como seus olhos brilhavam ao falar sobre seus sonhos e ambições... null sentiu um aperto no coração. Ela havia se conectado com null de uma forma que nunca imaginara ser possível, e agora, por causa de seu passado e seus medos, estava afastando-o.
null fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos. Ela precisava descansar, precisava estar forte para enfrentar o que quer que o futuro lhe reservasse. Puxou o cobertor até o queixo. O quarto estava silencioso, apenas o tic-tac do relógio na parede quebrava a quietude. Ela fechou os olhos, tentando afastar as preocupações e o medo.
Ela sabia que não estava segura, que o imitador de seu pai estava à espreita. Mas, naquele momento, cercada pelas memórias de sua infância feliz, ela se permitiu relaxar, se entregar ao conforto do lar e ao amor de seus pais. Amanhã seria um novo dia, um dia de luta e desafios. Mas, por enquanto, ela apenas queria descansar, recarregar as energias e se preparar para o que estava por vir.
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O silêncio da madrugada em Washington D.C. foi interrompido por um estampido. null, desperta em um sobressalto, sentiu o coração acelerar. O eco do barulho, que parecia vir do andar de baixo, a fez sair da cama e pegar a arma que mantinha sob a mesa de cabeceira.
Com os sentidos em alerta máximo, ela desceu as escadas, cada passo amplificado no silêncio da casa. Ao chegar ao térreo, viu a porta da frente entreaberta, balançando levemente com a brisa noturna. Um calafrio percorreu sua espinha.
Com a arma empunhada, null avançou em direção à cozinha, de onde parecia ter vindo o barulho. A luz da lua que se infiltrava pela janela iluminava a silhueta de um homem encapuzado.
"Parado!", gritou null, sua voz ecoando pela cozinha.
O homem se virou, um sorriso cruel deformando seu rosto. Ele avançou em direção a null, a fúria em seus olhos.
"Você não deveria ter voltado para casa." As palavras, carregadas de ameaça, a fizeram estremecer.
Uma luta brutal se seguiu. null, apesar de seu treinamento, estava em desvantagem. O homem era maior, mais forte, e a pegou de surpresa. Ele a golpeou com força no rosto, e a escuridão a envolveu.
Quando null acordou, estava em um lugar desconhecido. Um porão úmido e escuro, iluminado apenas por uma lâmpada fraca pendurada no teto. Ela estava amarrada a uma cadeira, a cabeça latejando, o corpo dolorido.
Precisava descobrir onde estava, e mais importante, como escapar. O imitador de seu pai a havia encontrado.
Ela tentou gritar, mas sua voz não passava de um sussurro rouco. O pânico a invadiu, mas ela lutou para manter a calma, lembrando-se de seu treinamento na CIA. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar, de alertar a equipe da BAU. Mas, naquele momento, tudo parecia perdido.
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Flashback on
"Mamãe, por que o papai não está aqui?", perguntou ela, com a voz embargada pelo choro.
Mary a abraçou com força, tentando conter as próprias lágrimas. "Seu pai está em um lugar muito longe, meu amor", respondeu ela, com a voz suave. "Ele não pode voltar para casa"
null não entendia. "Mas por que ele não me levou com ele?", perguntou ela, com a inocência de uma criança. "Ou por que ele não me escreve?”
Mary acariciou seus cabelos, tentando encontrar as palavras certas para explicar o inexplicável. "Seu pai fez coisas erradas, meu amor", disse ela, com a voz embargada pela emoção. "Ele precisa ficar naquele lugar por um tempo, para pensar no que fez."
null não compreendia o conceito de "coisas erradas", mas sentia a tristeza em sua mãe. Ela se aninhou em seus braços, buscando conforto e segurança. Ela encontrou em Sam, seu padrasto, a figura paterna que tanto precisava. Ele a amou e a protegeu, a ensinou a ser forte e a lutar por seus sonhos. E foi graças a ele que ela se tornou a mulher que era hoje.
Flashback off
A lembrança se desvaneceu, trazendo null de volta à realidade cruel de seu cativeiro. Ela fechou os olhos, as lágrimas escorrendo por seu rosto. A inocência da infância parecia tão distante, tão inalcançável. O imitador, aquele que era fiel à missão de justiça de seu pai, se aproximou com a lanterna.
"Agente null", a voz sussurrou, "sua arrogância em desafiar o legado de seu pai será sua ruína. A justiça será feita." Um calafrio percorreu sua espinha.
“Você é louco”
"Louco? Talvez. Mas sou um homem de fé, assim como seu pai. E você, agente, é uma abominação, uma traidora da sua própria linhagem. Seu pai estaria tão envergonhado…”
As palavras do homem eram como ácido, corroendo a fortaleza que ela havia construído em torno de si. Ela se lembrava das palavras do pai biológico, sussurradas em momentos de ternura que agora pareciam tão distantes: "Você é meu orgulho, minha pequena."
"Você desonrou o nome de seu pai ao se juntar à polícia. Mas não se preocupe, eu vou corrigir esse erro.”
"Você não sabe nada sobre meu pai," ela cuspiu, a voz embargada pela raiva e pela dor. "Ele era um monstro, um assassino. E eu me tornei agente do FBI para impedir que outros monstros como ele machucassem pessoas inocentes."
O homem se aproximou, seus olhos brilhando com um fanatismo doentio. "Seu pai era um visionário, um purificador. Ele livrou o mundo de almas impuras, como ousa manchar sua memória com suas mentiras?"
null fechou os olhos com força, tentando bloquear as lembranças que a assaltavam. Ela viu o pai sorrindo para ela, segurando um livro de histórias em suas mãos. Mas a imagem se distorceu, transformando-se em um pesadelo. O pai agora estava coberto de sangue, um sorriso cruel em seu rosto.
Uma lágrima solitária rolou por sua bochecha, seguida por outra e mais outra. Ela tentou conter os soluços, mas eles escaparam, ecoando pela sala como um lamento desesperado. Ele estendeu a mão para tocar seu rosto, mas null se esquivou, a repulsa e o ódio ardendo em suas veias.
"Eu o amava," ela sussurrou, a voz quebrada pela dor. "Eu queria que ele não fosse um monstro. Eu queria..." Ela não conseguiu terminar a frase. A dor era insuportável, um buraco negro que ameaçava consumi-la por inteiro.
O homem riu, um som áspero e sem humor. "Você não pode escapar do seu passado, null. Seu sangue é o mesmo que o dele. Você é uma assassina em potencial, esperando para ser despertada."
null sentiu um nó se formar em sua garganta. Ela odiava estar vulnerável, odiava mostrar fraqueza. Mas naquele momento, ela não conseguia mais lutar. Ela estava exausta, quebrada, perdida.
"Eu não sou como ele," ela sussurrou, a voz quebrada. "Eu sou diferente"
O homem se inclinou para frente, seu hálito quente em seu rosto. "Você é uma farsa, null. Olhe para você, não consegue nem proteger a si mesma"
Ela abriu os olhos, encarando o homem com um ódio ardente. "Você não vai me transformar em algo que eu não sou. Se eu não te pegar alguém da BAU vai"
O homem sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos. "Então que comece o jogo, null. E que vença o melhor."
Antes que pudesse reagir, um golpe forte a atingiu na cabeça, a escuridão a engolindo por completo.
-------
A única luz do dia vinha de uma pequena fresta na parede, por onde ela podia ver a sombra de uma árvore balançando ao vento.
Os dias se arrastavam, cada um mais longo e angustiante que o anterior. A fome e a sede a atormentavam, mas o medo era ainda pior. Ela não sabia onde estava, nem o que o maluco pretendia fazer com ela.
Enquanto isso, na BAU, a tensão aumentava a cada hora. null, em particular, estava mais inquieto que o normal, suas olheiras profundas. A ausência de null o atingia demais. Ele se culpava por não tê-la acompanhado naquela noite, por não ter previsto o perigo que a aguardava.
"Precisamos encontrá-la", repetia ele sem cessar.
Enquanto o relógio corria, o homem descia ao porão duas vezes por dia, trazendo comida e água. null tentava ignorá-lo, mantendo os olhos fixos na parede oposta, mas ele sempre encontrava uma maneira de chamar sua atenção.
Às vezes, ele falava sobre o pai dela, tentando convencê-la de que ela estava do lado errado. Outras vezes, ele simplesmente ficava sentado em silêncio, observando-a com um olhar que a deixava profundamente desconfortável.
Em uma ocasião, ele trouxe um livro, uma biografia não autorizada do pai de null. Dizendo que ela deveria "aprender com os melhores". null sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas não tocou no livro.
Em um ímpeto de desespero, impulsionada pela esperança de voltar a sua vida, null tentou escapar. Chutou o homem em sua frente e se lançou contra a porta do porão, os dedos arranhando a madeira em busca de uma fresta, uma esperança. Mas a porta não cedeu. E o homem, antes tão controlado, agora a encarava com uma fúria animalesca.
Ele a agarrou pelos cabelos, puxando-a para trás com violência. null gritou, o som ecoando pelas paredes frias do porão. O homem a jogou no chão, o impacto roubando-lhe o fôlego. Ela tentou se levantar, mas um chute brutal a atingiu nas costelas, fazendo-a gemer de dor.
Ela sentiu o gosto metálico do sangue em sua boca, a bile subindo pela garganta. Seu corpo se convulsionou em espasmos de dor, a consciência vacilando. Ela queria gritar, implorar para que ele parasse, mas sua voz se recusava a sair. Então, tudo ficou escuro.
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5 dias após o sequestro…
Na BAU, a tensão aumentava a cada hora. null, em particular, estava mais inquieto que o normal, suas olheiras profundas. A ausência de null o atingia como um soco no estômago. Ele se culpava por não tê-la acompanhado naquela noite, por não ter previsto o perigo que a aguardava.
O escritório do FBI estava em alvoroço. A notícia do sequestro de null, uma das suas próprias, havia se espalhado como fogo. null, normalmente calmo e racional, estava à beira do desespero. Ele se trancou em sua sala, olhando para o mapa com os pontos marcados onde o unsub havia atacado antes. Ele precisava encontrar um padrão, uma pista que os levasse até ela.
Enquanto isso, Garcia estava em seu computador, hackeando bancos de dados e rastreando qualquer atividade suspeita. Morgan e Prentiss estavam no terreno, entrevistando testemunhas e seguindo qualquer pista que surgisse. Hotch, estava em contato com a polícia local, coordenando esforços.
JJ, normalmente a voz da calma, estava inquieta. Ela se lembrava de null como uma jovem determinada e corajosa. Não podia imaginar o que ela estava passando nas mãos do sequestrador. Rossi, o veterano, estava mais silencioso do que o normal. Ele conhecia os horrores que o mundo podia oferecer e não queria que null enfrentasse isso.
O tempo passava devagar. Cada minuto parecia uma eternidade. Eles contavam as horas, esperando por qualquer notícia. O escritório estava tenso, mas unido. Eles eram uma família, e null era parte disso. Eles não descansariam até encontrá-la e trazê-la de volta em segurança. O relógio continuava a ticar implacavelmente, e todos mantinham a esperança de que o próximo telefonema trouxesse novas pistas.
A equipe trabalhava incansavelmente, seguindo cada pista, cada indício, cada migalha de informação que pudesse levá-los a null. Mas o tempo passava, e a cada dia que se passava, a esperança de encontrá-la com vida diminuía.
null, em seus momentos de folga, se refugiava na biblioteca da BAU, buscando informações sobre o "Vingador da Rosa Negra", tentando entender a mente do imitador, procurando qualquer pista que pudesse ajudar a encontrar null.
Ele revirava arquivos antigos, lia relatos de testemunhas, analisava fotos das cenas dos crimes. A cada nova descoberta, a angústia aumentava. O imitador era meticuloso, cruel, um predador que se deleitava com o sofrimento de suas vítimas.
null se perguntava se null estava sofrendo, se estava com medo, se estava... viva. A incerteza o corroía por dentro, a culpa o consumia. Ele não podia perder ela.
No fundo de seu coração, null sabia que não descansaria até encontrar null, até trazê-la de volta para casa, para a segurança da BAU. Ele faria de tudo para salvá-la, mesmo que isso significasse arriscar sua própria vida.
-------
O coração deles batia forte enquanto se aproximavam do local indicado. O sequestrador estava esperando por eles. Quando entraram no esconderijo, foram recebidos por uma armadilha bem montada. O sequestrador estava lá, pronto para enfrentá-los.
A equipe da BAU, guiada pelas pistas de null, cercou a cabana isolada. O silêncio da noite era quebrado apenas pelo som dos grilos e do vento nas árvores. Hotchner, com a arma em punho, sinalizou para a equipe se preparar para a invasão.
A porta da cabana se estilhaçou sob o impacto da força-tarefa. Agentes invadiram o local, armas em punho, gritos de ordem ecoando pela casa. No andar de cima, Morgan e Prentiss vasculhavam os cômodos, enquanto Rossi e JJ revistavam o térreo.
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O silêncio do porão foi quebrado pelo som distante de sirenes. O homem, antes tão confiante, agora mostrava um traço de nervosismo em seus olhos. Ele agarrou null pelo braço, puxando-a para trás de si como um escudo humano.
"Parece que seus amigos chegaram mais cedo do que o esperado", ele rosnou, a voz agora carregada de ameaça. "Mas não pense que isso vai mudar alguma coisa. Se eles entrarem aqui, você morre primeiro."
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null, com o coração acelerado, desceu as escadas em direção ao porão. A cada passo, a tensão aumentava, o medo de encontrar null ferida ou pior o consumia.
Ao chegar ao porão, a cena que se revelou diante de seus olhos o fez congelar. null estava sendo feita de escudo em frente ao sequestrador, seu rosto pálido e machucado, os olhos arregalados de terror. Atrás dela, um homem alto e barbudo, com um olhar de fanático religioso, apontava uma arma para sua cabeça. Hotchner e Morgan chegaram rapidamente logo atrás de null.
"Fique onde está, agente!", gritou o homem, a voz rouca e ameaçadora. "Dê um passo e eu a mato!"
null ergueu as mãos, tentando manter a calma. "Solte-a", disse ele, com a voz firme. "Não precisa fazer isso."
"Ou o quê? Vai atirar em mim? Arriscar a vida dela?" O homem riu, um som cruel e desprovido de humor. "Você não entende, agente. Esta mulher é a chave para a minha redenção. Ela é a filha do Vingador, e através dela, eu vou completar sua missão."
null sentiu um frio na espinha. A obsessão do homem por Christian null era evidente, sua mente distorcida pela crença de que estava cumprindo uma missão divina.
null discretamente sacou sua arma. Ele sabia que não podia hesitar, que a vida de null dependia de sua precisão. Seu dedo apertou o gatilho. Um tiro ecoou pelo porão, atingindo o homem no ombro. Ele gritou de dor, soltando null, que aproveitou a oportunidade para se jogar no chão.
Mais tiros foram disparados, o som ensurdecedor preenchendo o ar. null se arrastou para um canto, buscando proteção enquanto null e o homem trocavam tiros. Ela sentia o calor das balas passando perto de si, o cheiro de pólvora queimando suas narinas.
Finalmente, o silêncio voltou a reinar.
"Uma mulher e dois homens, todos jovens, todos mortos com crueldade", disse Hotchner, sua voz grave ecoando pela sala. "O modus operandi é preciso, metódico. Estamos lidando com um serial killer."
null sentiu um frio na espinha. A descrição das vítimas, a forma como foram mortas... tudo lhe parecia familiar. Mas o que a fez congelar foi a foto de uma rosa negra, cuidadosamente colocada ao lado do corpo da última vítima. Uma rosa negra. A assinatura de seu pai, Christian null.
null sentiu um frio na espinha ao ver a rosa negra. Aquele símbolo macabro a transportava de volta à sua infância, às lembranças dolorosas de seu pai, Christian null, um serial killer que aterrorizara o país décadas atrás.
"Essa rosa...", murmurou null, a voz trêmula. "É a assinatura do meu pai."
A equipe se voltou para ela, surpresa e preocupada. null, que estava ao lado de null, sentiu seu coração acelerar. Ele sabia da história de seu pai, mas nunca a tinha visto tão abalada.
"Você tem certeza?", perguntou Hotchner, com a voz calma e profissional.
null assentiu, as lágrimas ameaçando transbordar. "Tenho. É a mesma rosa negra que ele deixava ao lado de suas vítimas. É um imitador."
Um silêncio pesado se abateu sobre a sala. A equipe estava chocada com a revelação de null. Era um fantasma do passado que agora parecia ter voltado para assombrá-los.
"Precisamos descobrir quem está por trás disso", disse Hotchner, quebrando o silêncio. "E rápido, antes que ele faça mais vítimas."
Um calafrio percorreu seu corpo, as lembranças do passado sombrio de sua família voltando à tona. O pai agora parecia estar de volta, assombrando seus pesadelos e ameaçando sua nova vida.
"Agente null, com todo o respeito, acredito que você não deva participar dessa investigação. Seu envolvimento emocional com o caso pode comprometer seu julgamento."
null sentiu uma pontada de frustração, mas antes que pudesse responder, Rossi interveio. "Eu discordo", disse ele, com sua voz calma e experiente. "null é a peça central dessa investigação. Ela conhece a mente de Christian null melhor do que qualquer um de nós. Sua experiência e conhecimento podem ser cruciais para capturarmos esse imitador."
Hotchner ponderou por um momento, seus olhos fixos em null. Ele sabia que Rossi tinha razão, mas também se preocupava com o bem-estar da agente.
O jato particular da BAU pousou em Washington D.C. sob um céu carregado de nuvens cinzentas. A equipe, ainda em silêncio, desceu a escada, a tensão do caso e as revelações de null pairando no ar. No trajeto até a sede do FBI, Hotchner quebrou o silêncio.
"Agente null, precisamos entender melhor a mente do seu pai. Qualquer detalhe, por menor que seja, pode nos ajudar a traçar o perfil do imitador."
null assentiu, a memória de seu pai biológico, Christian null, emergindo das sombras do passado. "Meu pai era pastor de uma pequena comunidade", começou ela, a voz embargada pela emoção. "Ele era um homem carismático, inteligente, dedicado à sua fé. Mas... isso era só em casa."
A equipe a ouvia atentamente, cada palavra de null abrindo uma nova janela para a mente do infame "Vingador da Rosa Negra".
"Durante seus episódios de mania", continuou null, "ele se convencia de que era um enviado de Deus, um justiceiro responsável por punir os pecadores. Ele escolhia suas vítimas com base em um código moral distorcido, acreditando que estava limpando o mundo daqueles que considerava indignos."
"E como ele se comportava em casa?", perguntou Rossi, interessado na dinâmica familiar do assassino.
"Em casa, ele era um pai amoroso, um marido dedicado", respondeu null, um traço de tristeza em sua voz. "Ele nunca demonstrou qualquer sinal de violência ou instabilidade. Seus crimes eram sempre cometidos longe de casa, em segredo."
Enquanto a conversa se desenrolava, null observava null com uma mistura de preocupação e admiração. Ele nunca a tinha visto tão vulnerável, tão exposta. A dor em seus olhos era palpável, e ele sentia uma necessidade quase incontrolável de protegê-la.
Na maioria do tempo, ela parecia tão forte, tão confiante. Mas agora, diante da sombra do passado de seu pai, ela parecia frágil, quase quebrada. Ele queria confortá-la, dizer que tudo ficaria bem, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Em vez disso, ele se limitou a oferecer um olhar de apoio, um gesto silencioso de solidariedade.
Hotchner franziu o cenho. "Isso é interessante", disse ele. "Alguns detalhes sobre os crimes do seu pai nunca foram divulgados pela mídia. Como o imitador poderia saber deles?"
Um calafrio percorreu a espinha de null. A possibilidade de que o imitador tivesse acesso a informações confidenciais era assustadora.
"Eu não sei", disse ela, a voz trêmula. "Mas isso significa que ele pode estar mais perto do que imaginamos."
Hotchner assentiu, a preocupação evidente em seu rosto. "Agente null, preciso que seja sincera comigo. Você se sente segura? Se esse imitador tem acesso a informações privilegiadas sobre seu pai, ele pode tentar chegar até você."
null respirou fundo, lutando contra o medo que a invadia. "Eu... eu não sei", confessou ela. "Mas não vou deixar que o medo me paralise. Vou ajudar vocês a capturar esse cara, custe o que custar."
Hotchner a olhou com admiração e respeito. "Muito bem, agente null", disse ele. "Mas quero que tome cuidado. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar."
null assentiu, sentindo um misto de gratidão e apreensão. Ela sabia que a investigação seria perigosa, mas estava disposta a enfrentar qualquer risco para levar o imitador à justiça e proteger aqueles que amava.
A apreensão de Hotchner ecoou na mente de null enquanto ela se despedia da equipe em frente ao prédio do FBI. Apesar do aviso, a necessidade de ver seus pais, de sentir o conforto familiar em meio à tempestade que se formava, era irresistível.
null estacionou o carro em frente à casa familiar, as luzes da varanda a recebendo como um abraço caloroso. Um nó se formou em sua garganta enquanto as memórias a inundavam. Ali, naquela casa, ela havia encontrado refúgio e amor após a prisão de seu pai. Sam e Mary a acolheram de braços abertos, oferecendo-lhe um lar seguro.
A porta se abriu antes mesmo que ela tocasse a campainha. Mary, com alguns cabelos grisalhos já e o sorriso acolhedor de sempre, a envolveu em um abraço apertado.
"Minha querida!", exclamou ela, as lágrimas brotando em seus olhos. "Que bom te ver!"
Sam, com seus cabelos brancos e a postura ereta de policial aposentado, a cumprimentou com um abraço forte e um beijo na testa. "Bem-vinda de volta, filha", disse ele, a voz embargada pela emoção.
Ele sempre a chamava assim, desde que falara que estava namorando com sua mãe. Ele sabia que a garota precisava de uma figura paterna e ele foi a melhor que poderia.
null retribuiu o abraço, sentindo o calor familiar e reconfortante. "Pai, que bom te ver também", respondeu ela, usando o termo que se tornara natural desde que Sam entrara em sua vida, preenchendo o vazio deixado por seu pai biológico.
A noite foi preenchida por risadas, histórias e um delicioso jantar preparado por Mary. null contou sobre seu trabalho na BAU, sobre seus colegas de equipe e sobre a emoção de resolver seu primeiro caso. Ela se deliciava com a lasanha da mãe, a mesma receita que a confortara em tantos momentos difíceis da infância.
null se sentiu em casa, cercada pelo amor e carinho de seus pais. Enquanto conversavam, null não pôde deixar de notar o olhar preocupado de seus pais. Eles sabiam do caso que ela estava investigando, do imitador de Christian null, e temiam por sua segurança.
"Filha, tome cuidado", disse Mary, segurando a mão de null. "Esse homem é perigoso. Não queremos que nada de ruim aconteça com você."
null sorriu, tentando tranquilizá-los. "Eu sei, mãe. Estou sendo cautelosa. A equipe da BAU está trabalhando duro para encontrá-lo."
Após o jantar, null se despediu de seus pais, prometendo voltar em breve.
"Querida, já está tarde", disse Mary, com um olhar preocupado. "Por que não dorme aqui esta noite? Assim podemos conversar mais um pouco amanhã."
null hesitou por um momento mas o cansaço da viagem e o conforto da casa de seus pais a convenceram a ficar.
"Tudo bem, mãe", disse ela, com um sorriso cansado. "Eu aceito."
Após uma longa conversa com os pais, ela subiu as escadas, cada degrau a transportando de volta à adolescência. O corredor, decorado com fotos de família, a levou até a porta do seu antigo quarto. Ao abri-la, uma onda de nostalgia a invadiu.
Seu quarto, intocado pelo tempo, era um santuário de memórias. As paredes cobertas de pôsteres de bandas de rock e filmes de ação, a estante repleta de livros e mangás, a escrivaninha onde passava horas desenhando e escrevendo... Tudo estava exatamente como ela havia deixado.
null se jogou na cama, afundando no colchão macio e familiar. Fechou os olhos, inalando o aroma de lavanda que ainda impregnava os lençóis. Era como se o tempo tivesse parado, como se ela fosse novamente aquela adolescente sonhadora e cheia de esperança.
O celular vibrou na mesinha de cabeceira, interrompendo os devaneios de null. Era null. Ela abriu a mensagem, um sorriso se formando em seus lábios.
null: null, onde você está? Você não voltou para o hotel.
null digitou uma resposta rápida, explicando que havia decidido passar a noite na casa de seus pais.
null: Oi, null! Vim passar a noite na casa dos meus pais. Tudo bem por aqui. Te vejo amanhã na BAU.
null: Entendi. Mas... você está bem?
null respirou fundo, a lembrança da ameaça do imitador voltando a assombrá-la. Ela hesitou por um momento, mas decidiu não preocupar null.
null: Estou bem, null. Meus pais estão aqui comigo, estou segura.
null: Ok, fico mais tranquilo. Mas me liga se precisar de alguma coisa, ok?
null: Pode deixar. 😉
Abriu a galeria de fotos. Seus dedos deslizaram pela tela, parando em uma foto de Sam e Mary, sorrindo para a câmera. Uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Ela sabia que seus pais a amavam, que fariam qualquer coisa para protegê-la. Mas será que o amor seria suficiente para salvá-la do mal que a perseguia?
Deslizou mais para frente e encontrou uma foto com null, havia tirado durante um caso no inverno passado. Os dois agasalhados, as bochechas rosadas pelo frio, sorrisos tímidos nos lábios. null não pôde deixar de rir da ironia. Há apenas alguns dias, ela e null haviam compartilhado um momento de paixão, um vislumbre de um futuro que ela agora tentava negar.
A imagem de null a fez lembrar da conversa que tiveram naquela noite. A forma como ele a ouvira com atenção e empatia, a maneira como seus olhos brilhavam ao falar sobre seus sonhos e ambições... null sentiu um aperto no coração. Ela havia se conectado com null de uma forma que nunca imaginara ser possível, e agora, por causa de seu passado e seus medos, estava afastando-o.
null fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos. Ela precisava descansar, precisava estar forte para enfrentar o que quer que o futuro lhe reservasse. Puxou o cobertor até o queixo. O quarto estava silencioso, apenas o tic-tac do relógio na parede quebrava a quietude. Ela fechou os olhos, tentando afastar as preocupações e o medo.
Ela sabia que não estava segura, que o imitador de seu pai estava à espreita. Mas, naquele momento, cercada pelas memórias de sua infância feliz, ela se permitiu relaxar, se entregar ao conforto do lar e ao amor de seus pais. Amanhã seria um novo dia, um dia de luta e desafios. Mas, por enquanto, ela apenas queria descansar, recarregar as energias e se preparar para o que estava por vir.
O silêncio da madrugada em Washington D.C. foi interrompido por um estampido. null, desperta em um sobressalto, sentiu o coração acelerar. O eco do barulho, que parecia vir do andar de baixo, a fez sair da cama e pegar a arma que mantinha sob a mesa de cabeceira.
Com os sentidos em alerta máximo, ela desceu as escadas, cada passo amplificado no silêncio da casa. Ao chegar ao térreo, viu a porta da frente entreaberta, balançando levemente com a brisa noturna. Um calafrio percorreu sua espinha.
Com a arma empunhada, null avançou em direção à cozinha, de onde parecia ter vindo o barulho. A luz da lua que se infiltrava pela janela iluminava a silhueta de um homem encapuzado.
"Parado!", gritou null, sua voz ecoando pela cozinha.
O homem se virou, um sorriso cruel deformando seu rosto. Ele avançou em direção a null, a fúria em seus olhos.
"Você não deveria ter voltado para casa." As palavras, carregadas de ameaça, a fizeram estremecer.
Uma luta brutal se seguiu. null, apesar de seu treinamento, estava em desvantagem. O homem era maior, mais forte, e a pegou de surpresa. Ele a golpeou com força no rosto, e a escuridão a envolveu.
Quando null acordou, estava em um lugar desconhecido. Um porão úmido e escuro, iluminado apenas por uma lâmpada fraca pendurada no teto. Ela estava amarrada a uma cadeira, a cabeça latejando, o corpo dolorido.
Precisava descobrir onde estava, e mais importante, como escapar. O imitador de seu pai a havia encontrado.
Ela tentou gritar, mas sua voz não passava de um sussurro rouco. O pânico a invadiu, mas ela lutou para manter a calma, lembrando-se de seu treinamento na CIA. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar, de alertar a equipe da BAU. Mas, naquele momento, tudo parecia perdido.
Flashback on
"Mamãe, por que o papai não está aqui?", perguntou ela, com a voz embargada pelo choro.
Mary a abraçou com força, tentando conter as próprias lágrimas. "Seu pai está em um lugar muito longe, meu amor", respondeu ela, com a voz suave. "Ele não pode voltar para casa"
null não entendia. "Mas por que ele não me levou com ele?", perguntou ela, com a inocência de uma criança. "Ou por que ele não me escreve?”
Mary acariciou seus cabelos, tentando encontrar as palavras certas para explicar o inexplicável. "Seu pai fez coisas erradas, meu amor", disse ela, com a voz embargada pela emoção. "Ele precisa ficar naquele lugar por um tempo, para pensar no que fez."
null não compreendia o conceito de "coisas erradas", mas sentia a tristeza em sua mãe. Ela se aninhou em seus braços, buscando conforto e segurança. Ela encontrou em Sam, seu padrasto, a figura paterna que tanto precisava. Ele a amou e a protegeu, a ensinou a ser forte e a lutar por seus sonhos. E foi graças a ele que ela se tornou a mulher que era hoje.
Flashback off
A lembrança se desvaneceu, trazendo null de volta à realidade cruel de seu cativeiro. Ela fechou os olhos, as lágrimas escorrendo por seu rosto. A inocência da infância parecia tão distante, tão inalcançável. O imitador, aquele que era fiel à missão de justiça de seu pai, se aproximou com a lanterna.
"Agente null", a voz sussurrou, "sua arrogância em desafiar o legado de seu pai será sua ruína. A justiça será feita." Um calafrio percorreu sua espinha.
“Você é louco”
"Louco? Talvez. Mas sou um homem de fé, assim como seu pai. E você, agente, é uma abominação, uma traidora da sua própria linhagem. Seu pai estaria tão envergonhado…”
As palavras do homem eram como ácido, corroendo a fortaleza que ela havia construído em torno de si. Ela se lembrava das palavras do pai biológico, sussurradas em momentos de ternura que agora pareciam tão distantes: "Você é meu orgulho, minha pequena."
"Você desonrou o nome de seu pai ao se juntar à polícia. Mas não se preocupe, eu vou corrigir esse erro.”
"Você não sabe nada sobre meu pai," ela cuspiu, a voz embargada pela raiva e pela dor. "Ele era um monstro, um assassino. E eu me tornei agente do FBI para impedir que outros monstros como ele machucassem pessoas inocentes."
O homem se aproximou, seus olhos brilhando com um fanatismo doentio. "Seu pai era um visionário, um purificador. Ele livrou o mundo de almas impuras, como ousa manchar sua memória com suas mentiras?"
null fechou os olhos com força, tentando bloquear as lembranças que a assaltavam. Ela viu o pai sorrindo para ela, segurando um livro de histórias em suas mãos. Mas a imagem se distorceu, transformando-se em um pesadelo. O pai agora estava coberto de sangue, um sorriso cruel em seu rosto.
Uma lágrima solitária rolou por sua bochecha, seguida por outra e mais outra. Ela tentou conter os soluços, mas eles escaparam, ecoando pela sala como um lamento desesperado. Ele estendeu a mão para tocar seu rosto, mas null se esquivou, a repulsa e o ódio ardendo em suas veias.
"Eu o amava," ela sussurrou, a voz quebrada pela dor. "Eu queria que ele não fosse um monstro. Eu queria..." Ela não conseguiu terminar a frase. A dor era insuportável, um buraco negro que ameaçava consumi-la por inteiro.
O homem riu, um som áspero e sem humor. "Você não pode escapar do seu passado, null. Seu sangue é o mesmo que o dele. Você é uma assassina em potencial, esperando para ser despertada."
null sentiu um nó se formar em sua garganta. Ela odiava estar vulnerável, odiava mostrar fraqueza. Mas naquele momento, ela não conseguia mais lutar. Ela estava exausta, quebrada, perdida.
"Eu não sou como ele," ela sussurrou, a voz quebrada. "Eu sou diferente"
O homem se inclinou para frente, seu hálito quente em seu rosto. "Você é uma farsa, null. Olhe para você, não consegue nem proteger a si mesma"
Ela abriu os olhos, encarando o homem com um ódio ardente. "Você não vai me transformar em algo que eu não sou. Se eu não te pegar alguém da BAU vai"
O homem sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos. "Então que comece o jogo, null. E que vença o melhor."
Antes que pudesse reagir, um golpe forte a atingiu na cabeça, a escuridão a engolindo por completo.
A única luz do dia vinha de uma pequena fresta na parede, por onde ela podia ver a sombra de uma árvore balançando ao vento.
Os dias se arrastavam, cada um mais longo e angustiante que o anterior. A fome e a sede a atormentavam, mas o medo era ainda pior. Ela não sabia onde estava, nem o que o maluco pretendia fazer com ela.
Enquanto isso, na BAU, a tensão aumentava a cada hora. null, em particular, estava mais inquieto que o normal, suas olheiras profundas. A ausência de null o atingia demais. Ele se culpava por não tê-la acompanhado naquela noite, por não ter previsto o perigo que a aguardava.
"Precisamos encontrá-la", repetia ele sem cessar.
Enquanto o relógio corria, o homem descia ao porão duas vezes por dia, trazendo comida e água. null tentava ignorá-lo, mantendo os olhos fixos na parede oposta, mas ele sempre encontrava uma maneira de chamar sua atenção.
Às vezes, ele falava sobre o pai dela, tentando convencê-la de que ela estava do lado errado. Outras vezes, ele simplesmente ficava sentado em silêncio, observando-a com um olhar que a deixava profundamente desconfortável.
Em uma ocasião, ele trouxe um livro, uma biografia não autorizada do pai de null. Dizendo que ela deveria "aprender com os melhores". null sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas não tocou no livro.
Em um ímpeto de desespero, impulsionada pela esperança de voltar a sua vida, null tentou escapar. Chutou o homem em sua frente e se lançou contra a porta do porão, os dedos arranhando a madeira em busca de uma fresta, uma esperança. Mas a porta não cedeu. E o homem, antes tão controlado, agora a encarava com uma fúria animalesca.
Ele a agarrou pelos cabelos, puxando-a para trás com violência. null gritou, o som ecoando pelas paredes frias do porão. O homem a jogou no chão, o impacto roubando-lhe o fôlego. Ela tentou se levantar, mas um chute brutal a atingiu nas costelas, fazendo-a gemer de dor.
Ela sentiu o gosto metálico do sangue em sua boca, a bile subindo pela garganta. Seu corpo se convulsionou em espasmos de dor, a consciência vacilando. Ela queria gritar, implorar para que ele parasse, mas sua voz se recusava a sair. Então, tudo ficou escuro.
5 dias após o sequestro…
Na BAU, a tensão aumentava a cada hora. null, em particular, estava mais inquieto que o normal, suas olheiras profundas. A ausência de null o atingia como um soco no estômago. Ele se culpava por não tê-la acompanhado naquela noite, por não ter previsto o perigo que a aguardava.
O escritório do FBI estava em alvoroço. A notícia do sequestro de null, uma das suas próprias, havia se espalhado como fogo. null, normalmente calmo e racional, estava à beira do desespero. Ele se trancou em sua sala, olhando para o mapa com os pontos marcados onde o unsub havia atacado antes. Ele precisava encontrar um padrão, uma pista que os levasse até ela.
Enquanto isso, Garcia estava em seu computador, hackeando bancos de dados e rastreando qualquer atividade suspeita. Morgan e Prentiss estavam no terreno, entrevistando testemunhas e seguindo qualquer pista que surgisse. Hotch, estava em contato com a polícia local, coordenando esforços.
JJ, normalmente a voz da calma, estava inquieta. Ela se lembrava de null como uma jovem determinada e corajosa. Não podia imaginar o que ela estava passando nas mãos do sequestrador. Rossi, o veterano, estava mais silencioso do que o normal. Ele conhecia os horrores que o mundo podia oferecer e não queria que null enfrentasse isso.
O tempo passava devagar. Cada minuto parecia uma eternidade. Eles contavam as horas, esperando por qualquer notícia. O escritório estava tenso, mas unido. Eles eram uma família, e null era parte disso. Eles não descansariam até encontrá-la e trazê-la de volta em segurança. O relógio continuava a ticar implacavelmente, e todos mantinham a esperança de que o próximo telefonema trouxesse novas pistas.
A equipe trabalhava incansavelmente, seguindo cada pista, cada indício, cada migalha de informação que pudesse levá-los a null. Mas o tempo passava, e a cada dia que se passava, a esperança de encontrá-la com vida diminuía.
null, em seus momentos de folga, se refugiava na biblioteca da BAU, buscando informações sobre o "Vingador da Rosa Negra", tentando entender a mente do imitador, procurando qualquer pista que pudesse ajudar a encontrar null.
Ele revirava arquivos antigos, lia relatos de testemunhas, analisava fotos das cenas dos crimes. A cada nova descoberta, a angústia aumentava. O imitador era meticuloso, cruel, um predador que se deleitava com o sofrimento de suas vítimas.
null se perguntava se null estava sofrendo, se estava com medo, se estava... viva. A incerteza o corroía por dentro, a culpa o consumia. Ele não podia perder ela.
No fundo de seu coração, null sabia que não descansaria até encontrar null, até trazê-la de volta para casa, para a segurança da BAU. Ele faria de tudo para salvá-la, mesmo que isso significasse arriscar sua própria vida.
O coração deles batia forte enquanto se aproximavam do local indicado. O sequestrador estava esperando por eles. Quando entraram no esconderijo, foram recebidos por uma armadilha bem montada. O sequestrador estava lá, pronto para enfrentá-los.
A equipe da BAU, guiada pelas pistas de null, cercou a cabana isolada. O silêncio da noite era quebrado apenas pelo som dos grilos e do vento nas árvores. Hotchner, com a arma em punho, sinalizou para a equipe se preparar para a invasão.
A porta da cabana se estilhaçou sob o impacto da força-tarefa. Agentes invadiram o local, armas em punho, gritos de ordem ecoando pela casa. No andar de cima, Morgan e Prentiss vasculhavam os cômodos, enquanto Rossi e JJ revistavam o térreo.
O silêncio do porão foi quebrado pelo som distante de sirenes. O homem, antes tão confiante, agora mostrava um traço de nervosismo em seus olhos. Ele agarrou null pelo braço, puxando-a para trás de si como um escudo humano.
"Parece que seus amigos chegaram mais cedo do que o esperado", ele rosnou, a voz agora carregada de ameaça. "Mas não pense que isso vai mudar alguma coisa. Se eles entrarem aqui, você morre primeiro."
null, com o coração acelerado, desceu as escadas em direção ao porão. A cada passo, a tensão aumentava, o medo de encontrar null ferida ou pior o consumia.
Ao chegar ao porão, a cena que se revelou diante de seus olhos o fez congelar. null estava sendo feita de escudo em frente ao sequestrador, seu rosto pálido e machucado, os olhos arregalados de terror. Atrás dela, um homem alto e barbudo, com um olhar de fanático religioso, apontava uma arma para sua cabeça. Hotchner e Morgan chegaram rapidamente logo atrás de null.
"Fique onde está, agente!", gritou o homem, a voz rouca e ameaçadora. "Dê um passo e eu a mato!"
null ergueu as mãos, tentando manter a calma. "Solte-a", disse ele, com a voz firme. "Não precisa fazer isso."
"Ou o quê? Vai atirar em mim? Arriscar a vida dela?" O homem riu, um som cruel e desprovido de humor. "Você não entende, agente. Esta mulher é a chave para a minha redenção. Ela é a filha do Vingador, e através dela, eu vou completar sua missão."
null sentiu um frio na espinha. A obsessão do homem por Christian null era evidente, sua mente distorcida pela crença de que estava cumprindo uma missão divina.
null discretamente sacou sua arma. Ele sabia que não podia hesitar, que a vida de null dependia de sua precisão. Seu dedo apertou o gatilho. Um tiro ecoou pelo porão, atingindo o homem no ombro. Ele gritou de dor, soltando null, que aproveitou a oportunidade para se jogar no chão.
Mais tiros foram disparados, o som ensurdecedor preenchendo o ar. null se arrastou para um canto, buscando proteção enquanto null e o homem trocavam tiros. Ela sentia o calor das balas passando perto de si, o cheiro de pólvora queimando suas narinas.
Finalmente, o silêncio voltou a reinar.
Capítulo 17 ‘‘Is it over now?’’
Oh, Lord, I think about
(Oh, Deus, eu penso em)
Jumping off of very tall somethings
Saltar de lugares muito altos)
Just to see you come running
(Só para te ver correndo)
And say the one thing I've been wanting, but no
E dizer a única coisa que eu quero ouvir, mas não
(Is It Over Now? Taylor Swift)
Sua mente, antes afiada e ágil, agora se concentrava apenas na agonia que a consumia. Os pulsos, ainda com a marca das cordas que a amarravam, latejavam. Em meio à névoa de dor, uma figura familiar emergiu, trazendo consigo uma onda de esperança e alívio.
null.
Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam carregados de fúria e determinação. "null", disse ele, a voz firme e tranquilizadora. null a envolveu em seus braços, erguendo-a como se ela não pesasse nada. null, instintivamente, agarrou-se a ele, pequenos gemidos de dor escapando de seus lábios.
"Shhh, shhh, null, está tudo bem. Eu te peguei", sussurrou null, seu corpo tenso pela adrenalina, mas a voz suave como um bálsamo.
null se aninhou em seus braços, sentindo o calor de seu corpo e a força de seus músculos. Ele a carregava para fora do pesadelo, para a segurança.
null acordou com uma pontada aguda no abdômen e uma dor latejante na cabeça. Ao abrir os olhos, viu null sentado ao seu lado, o rosto pálido e tenso.
"Hey, hey, você está bem?", perguntou ele, a voz cheia de preocupação.
"Já estive melhor", tentou brincar null, mas a dor a fez tossir.
"O que aconteceu?", perguntou ela, as memórias da noite anterior voltando em flashes confusos.
"Nós te encontramos, e... eu atirei nele. Ele morreu." explicou null, a voz tensa.
O coração de null afundou. null não era do tipo que matava, a não ser em último caso. A culpa a invadiu como uma onda.
"null, eu sinto muito...", começou ela, mas null a interrompeu.
"Shhh, está tudo bem. Qualquer um teria feito o mesmo, incluindo você", disse ele, acariciando seu rosto com ternura. "Eu fiz o que tinha que fazer."
null fechou os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto. "Eu não queria te colocar nessa situação", sussurrou ela.
null se aproximou, sentando-se na beira da cama e envolvendo-a em um abraço apertado. "null, me escute", disse ele, a voz firme e tranquilizadora. "Ele tinha te sequestrado, ia te matar. Não havia escolha a ser feita."
null se agarrou a ele, buscando conforto em seu abraço. A culpa ainda a corroía, mas as palavras de null a ajudaram a entender que ele não a culpava, que ele havia feito o que era necessário para salvá-la.
Naquele momento, null percebeu que a gratidão que sentia por null era mais forte do que qualquer medo ou insegurança. Ele a havia resgatado do seu pior pesadelo, e ela sabia que ele sempre estaria lá para protegê-la, não importa o que acontecesse.
Capítulo 18 ‘‘O encontro’’
Uma semana após o sequestro, null ainda sentia o eco do trauma em seu corpo. As feridas físicas estavam cicatrizando, mas a memória dos golpes, do medo, da sensação de impotência, ainda a assombrava. As noites eram povoadas por pesadelos, o rosto do imitador se misturando ao de seu pai em um caleidoscópio macabro.
null, por sua vez, se culpava por não ter estado lá para protegê-la. A imagem de null, machucada e vulnerável naquele porão, o perseguia, alimentando um sentimento de impotência e frustração.
Era como se um fio invisível os ligasse, um fio tecido de olhares furtivos, toques acidentais e sorrisos cúmplices. Durante as reuniões da equipe, eles se sentavam lado a lado, as pernas quase se tocando sob a mesa, um calor sutil emanando de seus corpos. Nos corredores da BAU, seus caminhos se cruzavam como se guiados por um ímã, seus olhares se encontrando por um breve instante antes de desviarem, envergonhados.
Isso tinha que acabar, null estava exausta.
null engoliu em seco, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ela sabia que precisava se distanciar de null, pelo bem da amizade que construíram ao longo dos anos. Mas como se afastar do seu melhor amigo, do seu confidente, da pessoa que a conhecia melhor do que ninguém?
null observava null enquanto ele conversava com Garcia, a maneira como seus olhos brilhavam, a energia que emanava dele. Ela se lembrava de como era estar perto dele, sentir seu calor, seu toque. Como era fácil fazê-lo sorrir, como ele adorava arrancar um sorriso dela, mesmo que isso significasse falar sobre assuntos estranhos. A dor em seu peito se intensificava a cada segundo.
Ela se esforçava para manter uma distância segura, para proteger a amizade que tanto valorizava, mas era uma luta diária.
A inteligência de null, a forma como ele se iluminava ao compartilhar seus conhecimentos, o charme peculiar de seus trejeitos... tudo isso a atraía como um imã. Ele a fazia se sentir vista, compreendida. Mas null sabia que ele era assim com todos, sua memória eidética e sua natureza atenciosa não eram exclusivas para ela.
Mesmo assim, ela se pegava relembrando os pequenos detalhes que ele guardava sobre ela, como sua preferência pelo assento da janela no avião. Ele sempre se esforçava para acomodá-la, abrindo mão de suas próprias preferências. Era difícil não se sentir especial, mesmo sabendo que ele era assim com todos.
Ela sabia que null apreciava sua companhia, assim como ela apreciava a dele. As pequenas gentilezas que trocavam, como o café que traziam um para o outro todas as manhãs, eram uma prova silenciosa do carinho que nutriam um pelo outro.
null encarava a tela do celular, o nome de Nathan piscando na lista de contatos. Havia o conhecido em um momento de surto, no qual baixou o Tinder. Uma onda de dúvidas a invadiu. Ela realmente queria aceitar o convite para um encontro nesse momento? As conversas com Nathan, embora divertidas no início, haviam se tornado um pouco... monótonas. Ele adorava falar sobre si mesmo, seus hobbies, seus feitos, sem demonstrar muito interesse em conhecê-la de verdade. Talvez um encontro com Nathan fosse a distração que ela precisava, uma forma de provar a si mesma que era capaz de seguir em frente.
Com um suspiro, null digitou uma mensagem para Nathan, aceitando o convite. Imediatamente, um sentimento de arrependimento a invadiu. Ela havia agido por impulso, sem pensar nas consequências.
-------
O DIA DO ENCONTRO
“Como o ácido estomacal no corpo humano é normalmente 1-2 na escala de PH, ele é capaz de dissolver metais como certos tipos de aço inoxidável. Navalhas, por exemplo! A revista Gastrointestinal Endoscopia compartilhou que os cientistas descobriram que a parte traseira espessa de uma lâmina de um único gume dissolveu apenas duas horas de imersão em ácido estomacal!’’ A voz de null aumentou enquanto ele falava e null não pôde deixar de sorrir.
“Então, teoricamente, um suspeito poderia usar uma lâmina de barbear como arma do crime e potencialmente comê-la para se livrar dela?” Foi uma pergunta relativamente idiota, mas null só queria mantê-lo falando.
“Bem, é possível, mas, realisticamente, não acho que uma lâmina de barbear...”
"null, você vem hoje à noite?" A voz de Emily a trouxe de volta à realidade.
"Eu... eu não vou poder na verdade," ela respondeu, hesitante.
"Vamos lá, vai ser divertido!" Garcia insistiu, com seu entusiasmo contagiante. "Todos nós precisamos relaxar um pouco depois do caso de hoje."
"Na verdade, Garcia," ela começou, forçando um sorriso, "acho que vou ter que recusar o convite. Tenho um encontro hoje à noite."
Garcia a olhou surpresa, arqueando as sobrancelhas. "Um encontro? Com quem?"
null, por outro lado, permaneceu em silêncio, seus olhos fixos em null com uma expressão indecifrável.
null sentiu suas bochechas corarem. "Com... Nathan. Eu o conheci há alguns dias."
null, tinha um olhar de curiosidade em seus olhos. null evitou seu olhar, sentindo-se envergonhada e culpada. A verdade era que ela havia baixado o Tinder em um momento de desespero, buscando uma distração para esquecer null. Nathan era apenas um meio para um fim, uma tentativa desesperada de superar seus sentimentos.
null finalmente quebrou o silêncio. "Você tem certeza disso, null?" ele perguntou, sua voz carregada de preocupação. "Você mal conhece esse cara."
null agradeceu e voltou a observar null. Ele estava olhando em sua direção, seus olhos encontraram os dela por um breve momento. Ela sentiu um aperto no coração, uma onda de emoções contraditórias. Amor, dor, saudade, desejo.
Ela desviou o olhar, incapaz de sustentar o contato visual. Sabia que precisava se afastar, se proteger. Mas como negar o que sentia? Como apagar a memória daquela noite?
Precisava conhecer outra pessoa. E com sorte não sofreria mais e nem faria null sofrer.
null cruzou os braços, o cenho franzido em algo entre desaprovação e frustração. Ele respirou fundo antes de soltar as palavras que parecia estar segurando:
"Preciso lembrá-la que os comparsas do imitador que te sequestrou estão à solta ainda?" Sua voz era baixa, mas carregada de uma intensidade que deixou até Garcia desconfortável.
"null, eu sei me cuidar," null respondeu, cruzando os braços também, como se tentasse erguer uma barreira contra o julgamento dele.
"Não é só sobre você se cuidar. Você tem noção do perigo real que isso representa? Sair com alguém que você mal conhece, em uma situação como essa, é... é imprudente."
"Imprudente?" null repetiu, sua voz subindo uma oitava. "Ah, claro, porque tudo o que eu faço precisa da sua aprovação, não é, null?"
"Não é sobre a minha aprovação, null, é sobre a sua segurança!" ele rebateu, sua voz mais firme agora. "Eu me preocupo com você. Talvez mais do que deveria, mas não posso fingir que não me importo se algo acontecer."
Garcia, que até então estava quieta no canto, levantou as mãos em um gesto de paz. "Ok, gente, talvez devêssemos todos respirar fundo aqui. E eu não quero ter que mediar mais um debate explosivo entre vocês dois."
"Isso não é um debate," null retrucou, ainda sem tirar os olhos de null. "Isso é sobre mantê-la viva."
"Meu Deus, null, você ouve como isso soa? Eu não sou uma criança!" null rebateu, tentando manter o controle da voz, mas o tremor nas palavras a denunciava.
Garcia olhou de null para null, franzindo o cenho, como quem percebia algo mais profundo na troca de farpas. "Eu... acho que talvez seja melhor eu voltar para a minha mesa," murmurou, dando alguns passos para trás antes de sair rapidamente da sala, deixando os dois sozinhos.
"Por que você está tão preocupado? O que é isso realmente, null?" null perguntou, a voz mais baixa agora, quase um sussurro.
Ele hesitou, os olhos varrendo o ambiente como se procurasse uma saída, mas a intensidade no olhar dela o manteve preso. "Porque perder você seria... inaceitável. Porque, por mais que eu tente manter as coisas profissionais, você é importante demais para mim."
null sentiu o coração bater descompassado. Queria acreditar nas palavras dele, mas a confusão entre a preocupação genuína e o peso das próprias emoções tornou difícil discernir a verdade.
"Eu preciso de espaço, null," ela disse finalmente, sua voz trêmula. "Se você se importa mesmo, confie em mim para lidar com isso do meu jeito."
Antes que ele pudesse responder, ela pegou sua bolsa e saiu da sala, deixando null parado no mesmo lugar, perdido em seus próprios pensamentos.
-------
"null!
null se sobressaltou ao ouvir a voz de Morgan, achando difícil se concentrar no ambiente ao seu redor. Ele perdeu metade da equipe se espalhando por diferentes partes do bar, Morgan agora sua única companhia.
"E aí?" null perguntou, com um sorriso forçado.
"Onde você está com a cabeça, cara?" Derek perguntou, investigando.
"O que você quer dizer?"
"Quero dizer, eu nunca te vi tão distraído antes. Você não parou de pensar desde que se sentou."
Não era intencional, mas desde que ele saiu da BAU, tudo em que null conseguia pensar era no encontro dela. Ela provavelmente foi direto para casa se arrumar, fazendo de tudo para ficar ainda mais bonita. Para alguém que nunca poderia realmente apreciar isso, não como ele podia.
"Acho que não estou me sentindo bem." Uma desculpa patética. Uma que null se pegava usando sempre que era tirado de seus pensamentos sobre null.
Morgan não acreditou nele. Inferno, nem ele acreditava em si mesmo.
"Garoto, você sabe que sempre pode falar comigo, certo? Sobre qualquer coisa."
"Eu sei. Estou realmente cansado. Na verdade, quer saber, você poderia simplesmente dizer aos outros que não estou me sentindo bem? Tchau, Derek." null gaguejou enquanto se levantava da cadeira.
Ele nem deu ao homem a chance de responder enquanto saía do bar. Ele não tinha a capacidade de se forçar a socializar. A viagem para casa pareceu mais longa do que realmente era. Até onde o encontro havia chegado? Ela estava gostando? Nathan a fazia rir como ele fazia? null estava perdendo a cabeça. Ele se perguntou se ela havia dado a Nathan o privilégio de tocá-la, como ele a tocou. Se sentiu mal com o pensamento.
null era sua melhor amiga. Ela confiava nele. Ele não deveria pensar assim sobre ela, sentir assim sobre ela. Sentimentos não correspondidos eram algo a que null estava acostumado. Ele havia aperfeiçoado a capacidade de colocar a pessoa que recebia seus afetos no fundo de sua mente. Ignorar até que desaparecesse completamente.
Por que era tão mais difícil desta vez? Não existia nenhum universo em que ela retribuísse o amor dele por ela. Era por isso que ele precisava se forçar a amá-la de longe. Era um fato que null se lembrava repetidamente. E ele teria continuado, se não fosse interrompido pela visão dela parada em frente à sua porta enquanto ele subia as escadas do apartamento.
"Oi!" Sua voz a alertou suavemente.
"Oi!" Ela respondeu, virando-se para encará-lo.
Ele não pôde deixar de notar o quão celestial ela parecia. Quase tirou o ar de seus pulmões, exceto que ele notou as lágrimas mal enxugadas brilhando em seu rosto. Ele não perguntou sobre isso imediatamente. Em vez disso, apenas a puxou para um abraço, algo que raramente fazia com outras pessoas, e destrancou a porta enquanto fazia sinal para ela entrar primeiro. Outra coisa para amar em null null.
Ela entrou, familiarizada com as paredes verdes profundas que a cercavam. Se o cheiro de bebida não fosse suficiente, a maneira como ela tropeçou no caminho para o sofá dele foi tudo o que null precisou para deduzir que ela havia bebido. Muito. Ele passou por ela em direção à cozinha, retornando com um copo de água e analgésicos que ela definitivamente precisaria mais tarde.
"Você comeu?" Ele perguntou suavemente, entregando-lhe o copo de água.
"Hum..." ela tomou um gole e fez uma pausa antes de suspirar. "Sim."
Os dois ficaram sentados em silêncio, trocando olhares furtivos. null sabia que ele estava esperando que ela se sentisse confortável o suficiente para falar primeiro. Mas ela não sabia o que dizer. Estava envergonhada. Ele provavelmente tinha planos melhores para a noite, mas aqui estava ela, incomodando-o novamente.
"Quanto tempo você estava esperando?" Ele perguntou, quebrando o silêncio.
"Não muito tempo, eu tinha acabado de chegar, seu timing foi muito bom." Ela murmurou, um sorriso triste nos lábios.
"Nathan te deixou aqui?" null perguntou, esperando que mencionar o encontro a encorajasse a desabafar.
"Não. Não, eu vim andando." Um sorriso resignado surgiu em seu rosto, não querendo falar sobre sua jornada até ali. "Como foi a sua noite?"
"Caminhou?? Sozinha?? Bêbada??" As palavras escaparam dele antes que ele pudesse se controlar. "Por que você não me ligou?!"
"Desculpe! Eu só não queria incomodar você!" Ela se defendeu.
Mas ela sabia que estava o incomodando.
null mordeu o lábio, tentando conter as lágrimas. A culpa crescia dentro de null. Ele sabia que não era a causa de suas lágrimas, mas não queria vê-la chorar de qualquer maneira.
"Ei, está tudo bem, não precisamos conversar sobre isso" ele segurou sua mão e apertou suavemente, "Por que não jogamos xadrez? Você está melhorando nisso, sabe?" Ele acrescentou tentando fazê-la rir, pensando em uma distração rápida.
Ele era muito gentil com ela. Ela supunha que era por isso que o procurava com tanta frequência. De todos os homens que ela conhecera, null era o único que a conhecia de verdade. Era tão bom ser compreendida.
"S-sim... por favor. Vamos... vamos jogar xadrez." Ela gaguejou, ansiosa para pensar em qualquer outra coisa.
null pegou seu tabuleiro de xadrez e o preparou entre eles. Nenhum dos dois disse uma palavra enquanto faziam seus movimentos. Ela apreciava o silêncio, porque sabia que não podia dizer ou fazer a coisa errada.
"Você está pegando leve comigo," ela quebrou o silêncio, com medo de que ele se entediasse.
"Você que está," ele argumentou, e ela finalmente encontrou seus olhos pela primeira vez desde que começaram o jogo.
"Não, eu só estou bêbada," ela rebateu sorrindo.
"Eu que estava no bar, mas você é a única que está bêbada?" Foi um comentário bobo, até um pouco constrangedor, mas ele conseguiu arrancar um sorriso genuíno dela.
Seu jeito nerd era parte do seu charme. O riso dela o fez sorrir. Um silêncio confortável preencheu o ambiente enquanto seus olhos se encontraram novamente. Os olhos de null eram tão bonitos que ela poderia se afogar neles. null, em geral, era tão bonito, em todos os sentidos possíveis.
"É a sua vez," ele a lembrou, preocupado que se a olhasse por muito tempo, poderia fazer algo realmente estúpido.
"Eu... eu tive um encontro horrível," ela admitiu, sentindo que devia uma explicação por arruinar a noite dele.
Ele não respondeu, não querendo dizer nada que pudesse fazer com que ela se fechasse novamente. Ele queria ser a pessoa com quem ela falava sobre seus problemas.
"Começou muito bem. Eu pensei que poderia conhecer alguém legal, mas acontece que ele só queria a mesma coisa que todos os outros. Pensei que talvez se eu me embebedasse o suficiente... ele se tornaria suportável, mas obviamente não funcionou." Ela tentou aliviar o peso de suas palavras rindo com elas. "Provavelmente é o melhor, sabe? Eu não acho que teria dado certo de qualquer jeito, eu não conseguia parar de..."
…Parar de compará-lo com você.
Flashback on
O restaurante estava lotado, o burburinho das conversas e o tilintar dos talheres criando uma atmosfera animada. null, no entanto, se sentia cada vez mais incomodada. Nathan falava sem parar sobre sua última viagem de esqui, descrevendo cada detalhe com uma empolgação que beirava o exibicionismo.
null assentia educadamente, tentando disfarçar o tédio que a consumia. Ela havia imaginado que um encontro com Nathan seria uma boa distração, mas a realidade se mostrou bem diferente. Ele era egocêntrico, superficial e completamente desinteressado em conhecê-la de verdade.
Enquanto Nathan tagarelava sobre as marcas de equipamentos de esqui que ele preferia, null se pegou pensando em null. Ela se lembrava de suas conversas profundas, de como ele se interessava por seus pensamentos e opiniões.
Nathan finalmente fez uma pausa para tomar um gole de vinho, e null viu sua oportunidade. Ela se levantou da mesa, pegou sua bolsa e disse, com um sorriso forçado: "Nathan, foi um prazer te conhecer, mas preciso ir agora. Tenho um compromisso importante."
Nathan a olhou surpreso, interrompendo sua fala no meio da frase. "Mas... mas nós nem pedimos a sobremesa ainda!"
null balançou a cabeça. "Não se preocupe, eu já estou satisfeita. Aproveite o resto da noite."
Sem esperar por uma resposta, null se virou e saiu do restaurante, deixando Nathan falando sozinho. Ela não olhou para trás, apenas caminhou em direção à liberdade, sentindo um peso sair de seus ombros.
Flashback off
Normalmente, null era o que tinha tendência a divagar, mas o álcool não estava facilitando para ela se calar. Ela só esperava que ele não percebesse onde ela estava indo com aquela afirmação. Tudo o que Nathan fez hoje foi um lembrete direto de coisas que null nunca faria.
"Xeque," ela decidiu parar de se fazer de boba.
A respiração de null engatou. Não porque ele percebeu o que ela esperava que ele não percebesse, mas porque estava preocupado com as possíveis implicações do que ela disse.
"Ele... ele tentou-"
"Não. Oh meu Deus, não!" Ela o interrompeu antes que ele pudesse terminar o pensamento.
Seus ombros relaxaram e o silêncio recomeçou. Pela primeira vez desde que a conheceu, null se viu sem palavras. Ele não sabia se a consolava ou dava conselhos. Parte dele se sentiu egoisticamente aliviado, pelo menos ele não precisava mais se preocupar com outro cara. A outra parte, se sentia enojado consigo mesmo por sequer pensar em si mesmo naquele momento.
Começou com ressentimento pela negligência que Nathan demonstrou com null e terminou com tristeza por como ela facilmente ignorou sua mágoa. Enquanto ele pensava em todas as possibilidades de dizer a coisa certa, null pensava em todas as possibilidades de sair do apartamento dele da maneira menos inconveniente para ele, interpretando seu silêncio como irritação.
Ela imaginou que ele deveria estar irritado, e que ela estava atrapalhando a noite dele.
Precisava sair antes que ele dissesse para ir. Justo quando null estava prestes a murmurar alguma desculpa esfarrapada, null gentilmente segura sua mão com as duas mãos dele e olha nos seus olhos. Sua voz é tão dolorosamente gentil que sua respiração fica presa na garganta.
"Nathan e qualquer outra pessoa que já se permitiu ser cegada por seus desejos superficiais é um completo idiota. Um imbecil. Não há palavras suficientes no dicionário para descrever o quão estúpidos eles são por perderem a oportunidade de te conhecer como você é. Eu experimentei muitas coisas boas na minha vida, mas nenhuma me trouxe tanta alegria quanto você. Eu não consigo nem começar a explicar o quanto você merece amor e é de partir o coração ver que você se convenceu do contrário."
É a vez de null ficar sem palavras. Na lista de coisas que ela não esperava, isso nem estava na lista. Era da natureza de null provar que ela estava errada por subestimar sua ternura. Ele sentiu que talvez tivesse ido longe demais. Ou dito demais.
"Eu... eu só quis dizer..."
O coração de null parecia não caber no peito, e lágrimas ameaçavam surgir. "Por que você é tão legal comigo?"
"Porque você é minha a-amiga," ele lutou para pronunciar a última palavra.
"Amiga..." null riu nervosamente.
O significado por trás das palavras dele não se registrou em seu estado de embriaguez. Todo o seu foco estava na sensação da pele dele na sua. O álcool em suas veias despertou uma ousadia atordoada, uma que ela seria cautelosa demais para demonstrar em outras circunstâncias. Ela permitiu que seus dedos dançassem contra os dele, um ato de intimidade não reservado para amigos. Ele também não a impediu.
"Você sabe...", ela sussurrou, quase inaudível. "... se eu não fosse quem eu sou..." Mas null era especialista em ignorar todo o resto para se concentrar apenas na voz dela. "... talvez você pudesse me amar do jeito que eu te amo."
E o mundo, como null o conhecia, parou. As palavras dela ecoaram em seus ouvidos e ele tinha certeza de que as batidas de seu coração se tornaram audíveis.
"V-você me ama?" Ele repetiu, incapaz de suprimir a necessidade de ouvir essas palavras novamente.
A validade da confissão dela não teve peso até que ela ouviu da boca dele, e seus movimentos contra a mão dele pararam imediatamente. Ela desviou o olhar mais rápido do que podia piscar, esperando por sua reação para que pudesse lutar para salvar sua amizade.
Repetir as palavras dela não foi suficiente, null não podia acreditar. Ele nunca considerou viável que ela o amasse. Ele passou tantas noites sem dormir se atormentando com esse fato. Ele queria tanto segurar o rosto dela e contar sobre todos os pensamentos que o consumiam em sua mente. Dizer aquelas três palavras de volta.
"Você não pode me amar." Em vez disso, ele disse cinco palavras que esgotaram sua esperança de salvação. Ele se mataria se tivesse alguma noção do que acabara de fazer.
"Não, é-é c-claro, eu quis dizer como a-amiga. Você s-sabe, como o tipo de melhor amigo que você só encontra uma vez na v-vida." E ela, sem saber, destruiu essa esperança nele.
O silêncio nunca foi tão ensurdecedor. Nenhum dos dois conseguia desviar o olhar um do outro. Havia tanto a dizer, mas como poderia ser dito agora?
"Certo. Não, sim. Claro." Ele forçou a dizer.
Um falso entendimento entre os dois. As expressões em seus rostos mostravam qualquer coisa menos entendimento. Embora não estivessem mais se tocando fisicamente, ainda se mantinham no campo de visão um do outro. Alguns momentos se passaram e null foi o primeiro a desviar o olhar.
"Você deve estar cansada..." Ele começou.
Ela ainda estava atrapalhando seu espaço.
"Certo, eu vou..." Ela se levantou, pronta para sair correndo pela porta.
"Não, não." Ele suspirou. "Fique, por favor. Está tarde e você está bêbada..."
"Não, eu já..." Ela tentou protestar, não querendo que ele se esforçasse mais por ela.
"Por favor. Eu me sentirei muito melhor sabendo que você está segura." Ele implorou, não apenas com suas palavras, mas com seus olhos.
"Ok," ela murmurou. "Mas vou ficar no sofá."
Em qualquer outra circunstância, null teria resistido a ela ficar no sofá. Hoje? Ele estava completamente exausto.
"Tudo bem. Vou pegar algo confortável para você vestir enquanto arrumo o sofá. Você sabe onde fica o banheiro." Ele deu um sorriso fraco, incapaz de encontrar seus olhos novamente.
Ele a observou desaparecer no banheiro depois de entregar algumas roupas reservas. Ele arrumou o sofá com os travesseiros e cobertores que havia reservado para ela. Ele os comprou depois que ela dormiu algumas vezes no início da amizade deles, querendo que ela dormisse o mais confortavelmente possível para que continuasse voltando.
Ela acabara de partir seu coração em um milhão de pedaços, tão pequenos que ele nunca seria capaz de juntá-los novamente, mas ele ainda não conseguia deixar de ter o máximo cuidado quando se tratava dela.
null, por sua vez, se culpava por não ter estado lá para protegê-la. A imagem de null, machucada e vulnerável naquele porão, o perseguia, alimentando um sentimento de impotência e frustração.
Era como se um fio invisível os ligasse, um fio tecido de olhares furtivos, toques acidentais e sorrisos cúmplices. Durante as reuniões da equipe, eles se sentavam lado a lado, as pernas quase se tocando sob a mesa, um calor sutil emanando de seus corpos. Nos corredores da BAU, seus caminhos se cruzavam como se guiados por um ímã, seus olhares se encontrando por um breve instante antes de desviarem, envergonhados.
Isso tinha que acabar, null estava exausta.
null engoliu em seco, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ela sabia que precisava se distanciar de null, pelo bem da amizade que construíram ao longo dos anos. Mas como se afastar do seu melhor amigo, do seu confidente, da pessoa que a conhecia melhor do que ninguém?
null observava null enquanto ele conversava com Garcia, a maneira como seus olhos brilhavam, a energia que emanava dele. Ela se lembrava de como era estar perto dele, sentir seu calor, seu toque. Como era fácil fazê-lo sorrir, como ele adorava arrancar um sorriso dela, mesmo que isso significasse falar sobre assuntos estranhos. A dor em seu peito se intensificava a cada segundo.
Ela se esforçava para manter uma distância segura, para proteger a amizade que tanto valorizava, mas era uma luta diária.
A inteligência de null, a forma como ele se iluminava ao compartilhar seus conhecimentos, o charme peculiar de seus trejeitos... tudo isso a atraía como um imã. Ele a fazia se sentir vista, compreendida. Mas null sabia que ele era assim com todos, sua memória eidética e sua natureza atenciosa não eram exclusivas para ela.
Mesmo assim, ela se pegava relembrando os pequenos detalhes que ele guardava sobre ela, como sua preferência pelo assento da janela no avião. Ele sempre se esforçava para acomodá-la, abrindo mão de suas próprias preferências. Era difícil não se sentir especial, mesmo sabendo que ele era assim com todos.
Ela sabia que null apreciava sua companhia, assim como ela apreciava a dele. As pequenas gentilezas que trocavam, como o café que traziam um para o outro todas as manhãs, eram uma prova silenciosa do carinho que nutriam um pelo outro.
null encarava a tela do celular, o nome de Nathan piscando na lista de contatos. Havia o conhecido em um momento de surto, no qual baixou o Tinder. Uma onda de dúvidas a invadiu. Ela realmente queria aceitar o convite para um encontro nesse momento? As conversas com Nathan, embora divertidas no início, haviam se tornado um pouco... monótonas. Ele adorava falar sobre si mesmo, seus hobbies, seus feitos, sem demonstrar muito interesse em conhecê-la de verdade. Talvez um encontro com Nathan fosse a distração que ela precisava, uma forma de provar a si mesma que era capaz de seguir em frente.
Com um suspiro, null digitou uma mensagem para Nathan, aceitando o convite. Imediatamente, um sentimento de arrependimento a invadiu. Ela havia agido por impulso, sem pensar nas consequências.
O DIA DO ENCONTRO
“Como o ácido estomacal no corpo humano é normalmente 1-2 na escala de PH, ele é capaz de dissolver metais como certos tipos de aço inoxidável. Navalhas, por exemplo! A revista Gastrointestinal Endoscopia compartilhou que os cientistas descobriram que a parte traseira espessa de uma lâmina de um único gume dissolveu apenas duas horas de imersão em ácido estomacal!’’ A voz de null aumentou enquanto ele falava e null não pôde deixar de sorrir.
“Então, teoricamente, um suspeito poderia usar uma lâmina de barbear como arma do crime e potencialmente comê-la para se livrar dela?” Foi uma pergunta relativamente idiota, mas null só queria mantê-lo falando.
“Bem, é possível, mas, realisticamente, não acho que uma lâmina de barbear...”
"null, você vem hoje à noite?" A voz de Emily a trouxe de volta à realidade.
"Eu... eu não vou poder na verdade," ela respondeu, hesitante.
"Vamos lá, vai ser divertido!" Garcia insistiu, com seu entusiasmo contagiante. "Todos nós precisamos relaxar um pouco depois do caso de hoje."
"Na verdade, Garcia," ela começou, forçando um sorriso, "acho que vou ter que recusar o convite. Tenho um encontro hoje à noite."
Garcia a olhou surpresa, arqueando as sobrancelhas. "Um encontro? Com quem?"
null, por outro lado, permaneceu em silêncio, seus olhos fixos em null com uma expressão indecifrável.
null sentiu suas bochechas corarem. "Com... Nathan. Eu o conheci há alguns dias."
null, tinha um olhar de curiosidade em seus olhos. null evitou seu olhar, sentindo-se envergonhada e culpada. A verdade era que ela havia baixado o Tinder em um momento de desespero, buscando uma distração para esquecer null. Nathan era apenas um meio para um fim, uma tentativa desesperada de superar seus sentimentos.
null finalmente quebrou o silêncio. "Você tem certeza disso, null?" ele perguntou, sua voz carregada de preocupação. "Você mal conhece esse cara."
null agradeceu e voltou a observar null. Ele estava olhando em sua direção, seus olhos encontraram os dela por um breve momento. Ela sentiu um aperto no coração, uma onda de emoções contraditórias. Amor, dor, saudade, desejo.
Ela desviou o olhar, incapaz de sustentar o contato visual. Sabia que precisava se afastar, se proteger. Mas como negar o que sentia? Como apagar a memória daquela noite?
Precisava conhecer outra pessoa. E com sorte não sofreria mais e nem faria null sofrer.
null cruzou os braços, o cenho franzido em algo entre desaprovação e frustração. Ele respirou fundo antes de soltar as palavras que parecia estar segurando:
"Preciso lembrá-la que os comparsas do imitador que te sequestrou estão à solta ainda?" Sua voz era baixa, mas carregada de uma intensidade que deixou até Garcia desconfortável.
"null, eu sei me cuidar," null respondeu, cruzando os braços também, como se tentasse erguer uma barreira contra o julgamento dele.
"Não é só sobre você se cuidar. Você tem noção do perigo real que isso representa? Sair com alguém que você mal conhece, em uma situação como essa, é... é imprudente."
"Imprudente?" null repetiu, sua voz subindo uma oitava. "Ah, claro, porque tudo o que eu faço precisa da sua aprovação, não é, null?"
"Não é sobre a minha aprovação, null, é sobre a sua segurança!" ele rebateu, sua voz mais firme agora. "Eu me preocupo com você. Talvez mais do que deveria, mas não posso fingir que não me importo se algo acontecer."
Garcia, que até então estava quieta no canto, levantou as mãos em um gesto de paz. "Ok, gente, talvez devêssemos todos respirar fundo aqui. E eu não quero ter que mediar mais um debate explosivo entre vocês dois."
"Isso não é um debate," null retrucou, ainda sem tirar os olhos de null. "Isso é sobre mantê-la viva."
"Meu Deus, null, você ouve como isso soa? Eu não sou uma criança!" null rebateu, tentando manter o controle da voz, mas o tremor nas palavras a denunciava.
Garcia olhou de null para null, franzindo o cenho, como quem percebia algo mais profundo na troca de farpas. "Eu... acho que talvez seja melhor eu voltar para a minha mesa," murmurou, dando alguns passos para trás antes de sair rapidamente da sala, deixando os dois sozinhos.
"Por que você está tão preocupado? O que é isso realmente, null?" null perguntou, a voz mais baixa agora, quase um sussurro.
Ele hesitou, os olhos varrendo o ambiente como se procurasse uma saída, mas a intensidade no olhar dela o manteve preso. "Porque perder você seria... inaceitável. Porque, por mais que eu tente manter as coisas profissionais, você é importante demais para mim."
null sentiu o coração bater descompassado. Queria acreditar nas palavras dele, mas a confusão entre a preocupação genuína e o peso das próprias emoções tornou difícil discernir a verdade.
"Eu preciso de espaço, null," ela disse finalmente, sua voz trêmula. "Se você se importa mesmo, confie em mim para lidar com isso do meu jeito."
Antes que ele pudesse responder, ela pegou sua bolsa e saiu da sala, deixando null parado no mesmo lugar, perdido em seus próprios pensamentos.
"null!
null se sobressaltou ao ouvir a voz de Morgan, achando difícil se concentrar no ambiente ao seu redor. Ele perdeu metade da equipe se espalhando por diferentes partes do bar, Morgan agora sua única companhia.
"E aí?" null perguntou, com um sorriso forçado.
"Onde você está com a cabeça, cara?" Derek perguntou, investigando.
"O que você quer dizer?"
"Quero dizer, eu nunca te vi tão distraído antes. Você não parou de pensar desde que se sentou."
Não era intencional, mas desde que ele saiu da BAU, tudo em que null conseguia pensar era no encontro dela. Ela provavelmente foi direto para casa se arrumar, fazendo de tudo para ficar ainda mais bonita. Para alguém que nunca poderia realmente apreciar isso, não como ele podia.
"Acho que não estou me sentindo bem." Uma desculpa patética. Uma que null se pegava usando sempre que era tirado de seus pensamentos sobre null.
Morgan não acreditou nele. Inferno, nem ele acreditava em si mesmo.
"Garoto, você sabe que sempre pode falar comigo, certo? Sobre qualquer coisa."
"Eu sei. Estou realmente cansado. Na verdade, quer saber, você poderia simplesmente dizer aos outros que não estou me sentindo bem? Tchau, Derek." null gaguejou enquanto se levantava da cadeira.
Ele nem deu ao homem a chance de responder enquanto saía do bar. Ele não tinha a capacidade de se forçar a socializar. A viagem para casa pareceu mais longa do que realmente era. Até onde o encontro havia chegado? Ela estava gostando? Nathan a fazia rir como ele fazia? null estava perdendo a cabeça. Ele se perguntou se ela havia dado a Nathan o privilégio de tocá-la, como ele a tocou. Se sentiu mal com o pensamento.
null era sua melhor amiga. Ela confiava nele. Ele não deveria pensar assim sobre ela, sentir assim sobre ela. Sentimentos não correspondidos eram algo a que null estava acostumado. Ele havia aperfeiçoado a capacidade de colocar a pessoa que recebia seus afetos no fundo de sua mente. Ignorar até que desaparecesse completamente.
Por que era tão mais difícil desta vez? Não existia nenhum universo em que ela retribuísse o amor dele por ela. Era por isso que ele precisava se forçar a amá-la de longe. Era um fato que null se lembrava repetidamente. E ele teria continuado, se não fosse interrompido pela visão dela parada em frente à sua porta enquanto ele subia as escadas do apartamento.
"Oi!" Sua voz a alertou suavemente.
"Oi!" Ela respondeu, virando-se para encará-lo.
Ele não pôde deixar de notar o quão celestial ela parecia. Quase tirou o ar de seus pulmões, exceto que ele notou as lágrimas mal enxugadas brilhando em seu rosto. Ele não perguntou sobre isso imediatamente. Em vez disso, apenas a puxou para um abraço, algo que raramente fazia com outras pessoas, e destrancou a porta enquanto fazia sinal para ela entrar primeiro. Outra coisa para amar em null null.
Ela entrou, familiarizada com as paredes verdes profundas que a cercavam. Se o cheiro de bebida não fosse suficiente, a maneira como ela tropeçou no caminho para o sofá dele foi tudo o que null precisou para deduzir que ela havia bebido. Muito. Ele passou por ela em direção à cozinha, retornando com um copo de água e analgésicos que ela definitivamente precisaria mais tarde.
"Você comeu?" Ele perguntou suavemente, entregando-lhe o copo de água.
"Hum..." ela tomou um gole e fez uma pausa antes de suspirar. "Sim."
Os dois ficaram sentados em silêncio, trocando olhares furtivos. null sabia que ele estava esperando que ela se sentisse confortável o suficiente para falar primeiro. Mas ela não sabia o que dizer. Estava envergonhada. Ele provavelmente tinha planos melhores para a noite, mas aqui estava ela, incomodando-o novamente.
"Quanto tempo você estava esperando?" Ele perguntou, quebrando o silêncio.
"Não muito tempo, eu tinha acabado de chegar, seu timing foi muito bom." Ela murmurou, um sorriso triste nos lábios.
"Nathan te deixou aqui?" null perguntou, esperando que mencionar o encontro a encorajasse a desabafar.
"Não. Não, eu vim andando." Um sorriso resignado surgiu em seu rosto, não querendo falar sobre sua jornada até ali. "Como foi a sua noite?"
"Caminhou?? Sozinha?? Bêbada??" As palavras escaparam dele antes que ele pudesse se controlar. "Por que você não me ligou?!"
"Desculpe! Eu só não queria incomodar você!" Ela se defendeu.
Mas ela sabia que estava o incomodando.
null mordeu o lábio, tentando conter as lágrimas. A culpa crescia dentro de null. Ele sabia que não era a causa de suas lágrimas, mas não queria vê-la chorar de qualquer maneira.
"Ei, está tudo bem, não precisamos conversar sobre isso" ele segurou sua mão e apertou suavemente, "Por que não jogamos xadrez? Você está melhorando nisso, sabe?" Ele acrescentou tentando fazê-la rir, pensando em uma distração rápida.
Ele era muito gentil com ela. Ela supunha que era por isso que o procurava com tanta frequência. De todos os homens que ela conhecera, null era o único que a conhecia de verdade. Era tão bom ser compreendida.
"S-sim... por favor. Vamos... vamos jogar xadrez." Ela gaguejou, ansiosa para pensar em qualquer outra coisa.
null pegou seu tabuleiro de xadrez e o preparou entre eles. Nenhum dos dois disse uma palavra enquanto faziam seus movimentos. Ela apreciava o silêncio, porque sabia que não podia dizer ou fazer a coisa errada.
"Você está pegando leve comigo," ela quebrou o silêncio, com medo de que ele se entediasse.
"Você que está," ele argumentou, e ela finalmente encontrou seus olhos pela primeira vez desde que começaram o jogo.
"Não, eu só estou bêbada," ela rebateu sorrindo.
"Eu que estava no bar, mas você é a única que está bêbada?" Foi um comentário bobo, até um pouco constrangedor, mas ele conseguiu arrancar um sorriso genuíno dela.
Seu jeito nerd era parte do seu charme. O riso dela o fez sorrir. Um silêncio confortável preencheu o ambiente enquanto seus olhos se encontraram novamente. Os olhos de null eram tão bonitos que ela poderia se afogar neles. null, em geral, era tão bonito, em todos os sentidos possíveis.
"É a sua vez," ele a lembrou, preocupado que se a olhasse por muito tempo, poderia fazer algo realmente estúpido.
"Eu... eu tive um encontro horrível," ela admitiu, sentindo que devia uma explicação por arruinar a noite dele.
Ele não respondeu, não querendo dizer nada que pudesse fazer com que ela se fechasse novamente. Ele queria ser a pessoa com quem ela falava sobre seus problemas.
"Começou muito bem. Eu pensei que poderia conhecer alguém legal, mas acontece que ele só queria a mesma coisa que todos os outros. Pensei que talvez se eu me embebedasse o suficiente... ele se tornaria suportável, mas obviamente não funcionou." Ela tentou aliviar o peso de suas palavras rindo com elas. "Provavelmente é o melhor, sabe? Eu não acho que teria dado certo de qualquer jeito, eu não conseguia parar de..."
…Parar de compará-lo com você.
Flashback on
O restaurante estava lotado, o burburinho das conversas e o tilintar dos talheres criando uma atmosfera animada. null, no entanto, se sentia cada vez mais incomodada. Nathan falava sem parar sobre sua última viagem de esqui, descrevendo cada detalhe com uma empolgação que beirava o exibicionismo.
null assentia educadamente, tentando disfarçar o tédio que a consumia. Ela havia imaginado que um encontro com Nathan seria uma boa distração, mas a realidade se mostrou bem diferente. Ele era egocêntrico, superficial e completamente desinteressado em conhecê-la de verdade.
Enquanto Nathan tagarelava sobre as marcas de equipamentos de esqui que ele preferia, null se pegou pensando em null. Ela se lembrava de suas conversas profundas, de como ele se interessava por seus pensamentos e opiniões.
Nathan finalmente fez uma pausa para tomar um gole de vinho, e null viu sua oportunidade. Ela se levantou da mesa, pegou sua bolsa e disse, com um sorriso forçado: "Nathan, foi um prazer te conhecer, mas preciso ir agora. Tenho um compromisso importante."
Nathan a olhou surpreso, interrompendo sua fala no meio da frase. "Mas... mas nós nem pedimos a sobremesa ainda!"
null balançou a cabeça. "Não se preocupe, eu já estou satisfeita. Aproveite o resto da noite."
Sem esperar por uma resposta, null se virou e saiu do restaurante, deixando Nathan falando sozinho. Ela não olhou para trás, apenas caminhou em direção à liberdade, sentindo um peso sair de seus ombros.
Flashback off
Normalmente, null era o que tinha tendência a divagar, mas o álcool não estava facilitando para ela se calar. Ela só esperava que ele não percebesse onde ela estava indo com aquela afirmação. Tudo o que Nathan fez hoje foi um lembrete direto de coisas que null nunca faria.
"Xeque," ela decidiu parar de se fazer de boba.
A respiração de null engatou. Não porque ele percebeu o que ela esperava que ele não percebesse, mas porque estava preocupado com as possíveis implicações do que ela disse.
"Ele... ele tentou-"
"Não. Oh meu Deus, não!" Ela o interrompeu antes que ele pudesse terminar o pensamento.
Seus ombros relaxaram e o silêncio recomeçou. Pela primeira vez desde que a conheceu, null se viu sem palavras. Ele não sabia se a consolava ou dava conselhos. Parte dele se sentiu egoisticamente aliviado, pelo menos ele não precisava mais se preocupar com outro cara. A outra parte, se sentia enojado consigo mesmo por sequer pensar em si mesmo naquele momento.
Começou com ressentimento pela negligência que Nathan demonstrou com null e terminou com tristeza por como ela facilmente ignorou sua mágoa. Enquanto ele pensava em todas as possibilidades de dizer a coisa certa, null pensava em todas as possibilidades de sair do apartamento dele da maneira menos inconveniente para ele, interpretando seu silêncio como irritação.
Ela imaginou que ele deveria estar irritado, e que ela estava atrapalhando a noite dele.
Precisava sair antes que ele dissesse para ir. Justo quando null estava prestes a murmurar alguma desculpa esfarrapada, null gentilmente segura sua mão com as duas mãos dele e olha nos seus olhos. Sua voz é tão dolorosamente gentil que sua respiração fica presa na garganta.
"Nathan e qualquer outra pessoa que já se permitiu ser cegada por seus desejos superficiais é um completo idiota. Um imbecil. Não há palavras suficientes no dicionário para descrever o quão estúpidos eles são por perderem a oportunidade de te conhecer como você é. Eu experimentei muitas coisas boas na minha vida, mas nenhuma me trouxe tanta alegria quanto você. Eu não consigo nem começar a explicar o quanto você merece amor e é de partir o coração ver que você se convenceu do contrário."
É a vez de null ficar sem palavras. Na lista de coisas que ela não esperava, isso nem estava na lista. Era da natureza de null provar que ela estava errada por subestimar sua ternura. Ele sentiu que talvez tivesse ido longe demais. Ou dito demais.
"Eu... eu só quis dizer..."
O coração de null parecia não caber no peito, e lágrimas ameaçavam surgir. "Por que você é tão legal comigo?"
"Porque você é minha a-amiga," ele lutou para pronunciar a última palavra.
"Amiga..." null riu nervosamente.
O significado por trás das palavras dele não se registrou em seu estado de embriaguez. Todo o seu foco estava na sensação da pele dele na sua. O álcool em suas veias despertou uma ousadia atordoada, uma que ela seria cautelosa demais para demonstrar em outras circunstâncias. Ela permitiu que seus dedos dançassem contra os dele, um ato de intimidade não reservado para amigos. Ele também não a impediu.
"Você sabe...", ela sussurrou, quase inaudível. "... se eu não fosse quem eu sou..." Mas null era especialista em ignorar todo o resto para se concentrar apenas na voz dela. "... talvez você pudesse me amar do jeito que eu te amo."
E o mundo, como null o conhecia, parou. As palavras dela ecoaram em seus ouvidos e ele tinha certeza de que as batidas de seu coração se tornaram audíveis.
"V-você me ama?" Ele repetiu, incapaz de suprimir a necessidade de ouvir essas palavras novamente.
A validade da confissão dela não teve peso até que ela ouviu da boca dele, e seus movimentos contra a mão dele pararam imediatamente. Ela desviou o olhar mais rápido do que podia piscar, esperando por sua reação para que pudesse lutar para salvar sua amizade.
Repetir as palavras dela não foi suficiente, null não podia acreditar. Ele nunca considerou viável que ela o amasse. Ele passou tantas noites sem dormir se atormentando com esse fato. Ele queria tanto segurar o rosto dela e contar sobre todos os pensamentos que o consumiam em sua mente. Dizer aquelas três palavras de volta.
"Você não pode me amar." Em vez disso, ele disse cinco palavras que esgotaram sua esperança de salvação. Ele se mataria se tivesse alguma noção do que acabara de fazer.
"Não, é-é c-claro, eu quis dizer como a-amiga. Você s-sabe, como o tipo de melhor amigo que você só encontra uma vez na v-vida." E ela, sem saber, destruiu essa esperança nele.
O silêncio nunca foi tão ensurdecedor. Nenhum dos dois conseguia desviar o olhar um do outro. Havia tanto a dizer, mas como poderia ser dito agora?
"Certo. Não, sim. Claro." Ele forçou a dizer.
Um falso entendimento entre os dois. As expressões em seus rostos mostravam qualquer coisa menos entendimento. Embora não estivessem mais se tocando fisicamente, ainda se mantinham no campo de visão um do outro. Alguns momentos se passaram e null foi o primeiro a desviar o olhar.
"Você deve estar cansada..." Ele começou.
Ela ainda estava atrapalhando seu espaço.
"Certo, eu vou..." Ela se levantou, pronta para sair correndo pela porta.
"Não, não." Ele suspirou. "Fique, por favor. Está tarde e você está bêbada..."
"Não, eu já..." Ela tentou protestar, não querendo que ele se esforçasse mais por ela.
"Por favor. Eu me sentirei muito melhor sabendo que você está segura." Ele implorou, não apenas com suas palavras, mas com seus olhos.
"Ok," ela murmurou. "Mas vou ficar no sofá."
Em qualquer outra circunstância, null teria resistido a ela ficar no sofá. Hoje? Ele estava completamente exausto.
"Tudo bem. Vou pegar algo confortável para você vestir enquanto arrumo o sofá. Você sabe onde fica o banheiro." Ele deu um sorriso fraco, incapaz de encontrar seus olhos novamente.
Ele a observou desaparecer no banheiro depois de entregar algumas roupas reservas. Ele arrumou o sofá com os travesseiros e cobertores que havia reservado para ela. Ele os comprou depois que ela dormiu algumas vezes no início da amizade deles, querendo que ela dormisse o mais confortavelmente possível para que continuasse voltando.
Ela acabara de partir seu coração em um milhão de pedaços, tão pequenos que ele nunca seria capaz de juntá-los novamente, mas ele ainda não conseguia deixar de ter o máximo cuidado quando se tratava dela.
Capítulo 19 ‘‘a briga’’
Raramente ele dirigia, mas sabia que precisava de qualquer distração possível. Dirigir significava que ele não ficaria preso no banco do passageiro, lutando contra a vontade de olhar para null. Agora ele estava lutando contra a vontade de olhar para ela do banco do motorista. Ela estava fazendo o possível para ficar em silêncio e olhar pela janela para os prédios que passavam.
"Você está com fome?"
Essa foi a primeira vez em um mês que null tomou a iniciativa de falar. Ele tentou não fazer isso, assim como tentou não prestar atenção à rotina dela. Não era possível. Não importava o quanto ele tentasse, havia algumas coisas que null não podia deixar de fazer em relação a ela. A coisa mais importante era que ele não podia deixar de se importar.
Ele sabia que ela não estava se alimentando direito. Ela tinha a tendência de esquecer seu bem-estar durante casos difíceis. Ela provavelmente estava com fome. Alguém tinha que cuidar dela porque ela definitivamente não o faria. Ele estava certo. A ideia de comida fez o estômago dela roncar. Foi um timing cruel.
"Não, obrigada," ela mentiu, não querendo incomodá-lo ainda mais.
"Por que você não para de mentir para mim?" Ele murmurou, irritado.
"É o que?" Ela perguntou, virando-se para olhá-lo.
Ele não desviou o olhar da estrada, fingindo não tê-la ouvido.
"Sério?" Ela gaguejou. "Você está me ignorando agora?"
Ela bufou e se jogou contra o banco. Ele não queria ignorá-la, apenas não sabia o que dizer.
"Eu não entendo por que você está agindo assim," ela murmurou.
Já era difícil quando ele mal a reconhecia, mas se recusar a reconhecê-la completamente? Quando ela era a única pessoa ao lado dele? Aquilo era cruel. Ela sabia que tinha estragado tudo, mas era necessário? Ela já havia se esforçado tanto para manter a calma, estar presa neste carro com ele desperdiçaria seus esforços.
"Pare o carro," ela disse da maneira mais gentil possível, o que era imensamente duro. "null null, pare este carro ou eu juro por Deus que vou pular dele."
Aquilo definitivamente chamou a atenção dele. Em todo o tempo que passaram juntos, ela nunca havia falado com ele dessa maneira. Ela definitivamente nunca o chamou pelo nome completo. Ele parou o carro no meio-fio e finalmente se virou para encará-la. Ela empurrou a porta e saltou para fora, batendo-a atrás de si.
"O que você está..." null começou, mas ela já estava se afastando. Ele rapidamente saiu do carro e a seguiu. Não demorou muito para alcançá-la e ele a parou pelo braço quando percebeu que dizer o nome dela não a faria voltar.
"Não me toque!" Ela puxou o braço para fora de seu aperto e continuou andando.
"Onde você está indo?!"
"Para qualquer lugar onde você não esteja."
Ele tentou chamá-la pelo nome novamente, mas quando falhou de novo, ele a agarrou pelos ombros e a virou. Ela não tinha notado que havia entrado em um beco.
"Volte para o carro," ele exigiu.
"Eu não vou entrar em um carro com você." Ela nunca havia estado tão chateada com ele antes.
"Você está sendo infantil!" Ele retrucou, revirando os olhos.
"Ah, eu estou sendo infantil?! null, acredite em mim quando digo que estou falando da maneira mais gentil que posso agora - CAI FORA!" Ela empurrou as mãos dele e deu um passo para trás, mas ele apenas agarrou seu pulso.
"Me escuta," ele insistiu, "há um serial killer que está sequestrando mulheres em plena luz do dia, torturando-as e assassinando-as. E ele ameaçou cada um de nós individualmente durante o curso desta investigação. Você não pode simplesmente andar sozinha, em uma cidade que você mal conhece."
"Não me explique os detalhes deste caso, eu estou bem ciente." Ela rosnou, sua irritação aumentando dez vezes.
"Então por que você está sendo tão difícil?!" Ele exclamou.
"Por que você... inferno, eu não posso continuar fazendo isso. Eu não vou entrar no carro quando você não fala comigo. Você nem sequer olha para mim!"
"Tudo bem! Você quer conversar? Nós vamos conversar! Só... volte para o carro. Por favor." Ele suspirou em derrota. Ela ainda não se mexeu, então ele implorou mais suavemente. "Por favor."
Ela respirou fundo e revirou os olhos, tirando o pulso de seu leve aperto. null não se moveu até que ela o fizesse, ambos caminhando silenciosamente em direção ao carro.
Inicialmente, ambos estavam em silêncio, sem saber exatamente para onde ir a partir dali. Uma coisa era certa: null não seria a primeira a falar. null percebeu isso rapidamente.
"Sobre o que você quer conversar?" Ele rosnou, encolhendo os ombros.
"Pare de agir que nem um idiota, eu não vou voltar para este carro se eu sair pela segunda vez." Ela não estava no clima. Os dois haviam evitado essa conversa por tempo suficiente, era agora ou nunca. Uma parte dela desejou que fosse nunca.
"Não, você é quem queria conversar! Você estava tão insistente, na verdade, que preferia se tornar alvo de um serial killer do que entrar em um carro comigo se eu não falasse com você. E de repente você está sem palavras?" Ele a repreendeu.
"Sim! Eu era a que queria conversar! Eu só... eu não consigo entender o que eu fiz para te fazer me odiar tanto? Foi porque eu disse que te amo? Isso te chateou tanto assim?" Ambos estavam frustrados.
"Você acha que eu estou chateado porque você me ama?!" null zombou, incrédulo.
"Você não está?!"
null esfregou as têmporas e fechou os olhos com força, murmurando algo baixinho. Ele nunca tinha ficado tão frustrado em sua vida.
"Você está falando sério?" Sua voz aumentou de tom, enquanto ele tentava se manter muito mais calmo do que se sentia. "Isso é algum tipo de piada para você?"
"Algum tipo de piada..."
"Não me interrompa novamente. Você quer fugir disso? Tudo bem, mas você vai ouvir porque eu não terei essa conversa novamente." Seu tom era afiado, como uma lâmina sendo segurada contra sua garganta. Isso definitivamente a calou.
“Vamos falar sobre como eu passei os últimos meses observando você se esforçando para me evitar. Toda essa situação de você saindo com esse tal de Nathan… mesmo você sabendo que ele não era nada para você. Eu quase fiquei louco tentando entender o porquê. Por que você se coloca nessa posição? E então eu percebi... é assim que você tenta me evitar. Você realmente me odeia tanto que prefere se envolver com qualquer um do que me dar uma chance! Você percebe o quão doloroso isso é?! E essa nem é a pior parte! Você está tão desesperada para me evitar que negligencia continuamente o que sinto por você.” A voz de null falhou, a dor evidente em cada palavra. null sentiu um aperto no peito, a culpa e a tristeza lutando contra a raiva que ainda a consumia.
"null, não é assim..." ela começou, mas as palavras morreram em sua garganta. Como explicar o medo que a paralisava? O medo de se entregar a um sentimento que poderia acabar em desastre, como tantas outras vezes?
"É exatamente isso que eu queria evitar desde o começo, null," null disse, a voz embargada pela raiva e frustração. "Nós deveríamos estar trabalhando, resolvendo um caso, e aqui estamos, perdendo tempo com essa discussão inútil. Você acha que eu gosto disso? ”
null nunca havia falado com ninguém dessa maneira em sua vida. Havia tanta verdade nas palavras de null, mas ele não tinha o direito. Ele havia tocado cada nervo em seu corpo sem sequer colocar a mão nela. Até cerca de vinte minutos atrás, ser vista por null era sua coisa favorita no mundo inteiro. Agora? Ela nunca odiou tanto essa sensação em sua vida.
“Eu…” null respirou fundo, tentando organizar os pensamentos, mas a dor e a confusão tomavam conta dela. As palavras que saíram de sua boca pareciam mais pesadas do que ela imaginava, como se carregassem todo o arrependimento e as dúvidas que ela guardava para si mesma. “Eu me arrependo de ter dormido com você, null. Eu sabia que ia complicar as coisas, sabia que ia estragar tudo e mesmo assim… eu fiz. Eu queria voltar ao que éramos antes, que a gente voltasse a ser amigos, porque eu não sei o que aconteceu, mas eu não quero perder isso, você entende?”
O silêncio que se seguiu foi mais doloroso do que qualquer resposta. null sentiu a tensão no ar, a frieza na distância que ele impunha, como se a palavra “amigos” tivesse se transformado em algo insuportável entre eles. Ele estava ouvindo, mas havia algo nas feições dele que fazia null se perguntar se ele ainda estava lá, se ele ainda se importava.
Ele não falou imediatamente. Ficou parado, olhando para ela como se estivesse tentando entender as palavras, mas também tentando controlar alguma emoção que ela não conseguia ler. Raiva? Frustração? Indiferença? null não sabia, e isso a machucava profundamente. O que ele estava sentindo agora?
Ela não suportava mais aquele silêncio, então, com a voz embargada, tentou continuar, mesmo que as palavras estivessem começando a se perder. “Eu só… eu só não sei o que fazer com tudo isso. Eu não deveria ter feito o que fiz. Não devia ter deixado as coisas chegarem até aqui. Mas eu não quero que acabe, null, eu não quero perder você.”
Se perguntado há um mês, ele nunca em um milhão de anos pensaria que a amizade deles poderia se dissipar em apenas alguns segundos. Ele não achava que poderia associar a palavra amor a ela nunca mais.
Ele a olhou com um olhar frio, distante, quase impenetrável. “Você não tem mais o direito de querer alguma coisa de mim, null. Você já me perdeu. Eu já não tenho mais nada para dar.”
Eles não tinham certeza de quanto tempo ficaram sentados ali, apenas se encarando. Somente quando o telefone de null tocou, eles desviaram o olhar.
"null," ele atendeu a chamada. "Sim, ela ainda está aqui. Estamos voltando agora."
A viagem de volta para a delegacia foi silenciosa. Mesmo quando se reuniram com o resto da equipe, eles reconheceram a todos, exceto um ao outro. A equipe percebeu a mudança instantaneamente, mas ninguém mencionou nada na época por causa do alto estresse do caso. Eles encerraram o caso alguns dias depois e só então as perguntas começaram a surgir.
"Está tudo bem entre vocês dois?"
"Vocês querem conversar sobre isso?"
"O que aconteceu entre você e null?"
"O que está acontecendo com o Garoto Prodígio?"
null não deu atenção a nenhum deles. null já havia ocupado tempo demais em sua vida. Ela se recusava a falar sobre ele ou olhar para ele. Ele compartilhava do mesmo sentimento. Outras três semanas se passaram enquanto a equipe observava o que antes era a dupla mais próxima da BAU fingir que a outra pessoa não existia.
Se um deles estivesse em uma sala e notasse a entrada do outro, saia sem chamar atenção para a situação. Quando sair da sala não era uma opção, eles iam para o canto oposto da sala ou simplesmente fingiam que o outro não estava presente a poucos metros de distância. Eles não discutiam informações sobre os casos um com o outro, compartilhando suas descobertas com qualquer outra pessoa.
Desde Chicago, Hotch só designou null para trabalhar com null mais uma vez, mas rapidamente percebeu que isso não iria ajudar quando ambos imploraram para serem designados com outra pessoa em particular. Se null estivesse em uma conversa com alguém e eles começassem a falar sobre null, ela se desligava completamente. Depois de um tempo, o jogo de ódio se tornou exaustivo.
null odiava fingir que a odiava. Ele sentia uma imensa culpa pelas coisas que havia dito, mas era tarde demais para voltar atrás. Ele pensou que seria mais fácil lidar com seus sentimentos se não estivesse perto de null o tempo todo, mas era tão difícil quanto antes. A garota ainda iluminava as salas cinzentas do prédio. A única diferença era que agora ele tinha que ver ela brilhar de longe.
Na verdade, null também não odiava null. O que ela realmente odiava era que não conseguia odiá-lo. Ainda se pegava olhando para ele por longos períodos de tempo.
Na quinta semana desde que voltaram de Chicago, null e null não se ignoravam mais como antes. Entraram em uma rotina de profissionalismo pelo bem da equipe, apenas falando um com o outro sobre casos quando necessário. Isso não a impediu de inconscientemente mostrar gestos sutis de amizade. Estes eram muito mais discretos do que os gestos que mostrava quando eram amigos.
null se certificava de que sempre havia um bule de café fresco na cozinha do escritório, para que null o tivesse pronto para beber sempre que precisasse. Ele se certificava de que o armário de lanches estivesse sempre cheio de seus lanches favoritos, porque ele sabia que ela gostava de ter algo para mastigar enquanto colocava a papelada em dia. null mantinha analgésicos extras no almoxarifado, sabendo que null se refugiaria lá quando uma enxaqueca o atingisse.
Ele se certificava de que o ar condicionado estivesse sempre na temperatura ambiente, pois sabia que a garota se sentia desconfortável se a sala estivesse muito fria. Ambos estavam cientes dos pequenos gestos também, ninguém mais sabia suas preferências verdadeiramente específicas. No entanto, nenhum deles era corajoso o suficiente para realmente ir até o outro. Era tudo demais para ela. Não importava o que fosse dito, ele ainda era o seu atencioso null no fundo e isso a matava.
null tentou falar com null algumas vezes, criando coragem por dias antes. Assim que ele percebia ela indo em sua direção, ele quase corria na direção oposta. Sua evasão não terminava no escritório. Ela recentemente tomou conhecimento de que Penelope estava agendando escalas para convidar ela e null para passeios, tentando garantir que estivessem presentes por quantidades iguais de tempo.
null estava relaxando na mesa de Garcia esperando por ela, quando notou um pequeno bilhete com seu nome ao lado de uma data e hora. Abaixo estava o nome de null com uma data e hora separadas.
"Ei! O que você está fazendo aqui?" Ela cumprimentou.
"Eu precisava falar com você... Penelope, o que é isso?" a garota segurou o pequeno post-it rosa.
Penelope largou sua caneca de polvo e pegou o bilhete de sua mão.
"Isso? Isso não é nada." Ela gaguejou um pouco enquanto falava.
"Garcia?" null exclamou propositalmente com um tom de advertência.
"Ok! Ok! Mas você não ouviu isso de mim! Nós meio que estamos nos revezando para sair com você e null às vezes. Mas é porque te amamos e não queremos fazer nenhum de vocês..." Ela começou a falar em pânico.
"Garcia!" null interrompeu antes que ela entrasse em parafuso. "Não há necessidade de fazer tudo isso. Sim, null e eu não somos mais próximos, mas vocês não precisam se esforçar tanto por nós."
"Bem..." Ela rangeu os dentes e inclinou a cabeça.
"O quê?"
"Nós realmente não pretendíamos. É que notamos que null nunca viria se você estivesse indo. E vocês dois se recusam a falar sobre isso, então isso foi o melhor que conseguimos inventar."
"Ah. Penny, sinto muito que vocês tenham que fazer isso." Foi tudo o que ela conseguiu dizer, sua cabeça baixa em culpa.
"Você pode pelo menos me dizer por que vocês não falam sobre isso? Quer dizer, faz sentido para o Garoto Prodígio, ele sempre foi teimosamente reservado, mas você nunca deixou de me contar nada!"
A agente olhou para Garcia novamente, pensando por um minuto. Ela não sabia exatamente por que se recusava a falar sobre isso.
"Eu não sei, honestamente. Eu só não quero falar sobre isso" null puxou sua amiga para um abraço como pedido de desculpas. Se sentiu péssima ao sair da sala de Garcia sem dar uma resposta adequada ou uma solução. Não importava o quão profissional null agisse, essa ruptura sempre impactaria seus amigos e sua vida profissional.
null sempre impactaria tudo em sua vida.
A culpa não a poupou naquela noite, surgindo em sua mente a cada poucos minutos. Fazia quatro meses desde a última briga. Foi o tempo mais longo que ficou sem falar com null. Isso tinha que acabar pelo bem da equipe. Foi assim que ela se viu parada em frente à porta dele mais uma vez. Depois de alguns minutos, finalmente bateu. null não sabia o que ia dizer, honestamente, ela só queria correr antes que ele atendesse. A agente ouviu as fechaduras sendo destrancadas, mas não foi null quem atendeu quando a porta finalmente se abriu.
"Sim?"
Era uma mulher, uma que null nunca tinha visto antes. null olhou em volta para se certificar de que estava no apartamento certo. Este era definitivamente o apartamento de null, ela esteve lá cem vezes antes. E alguma mulher estava atendendo a porta para ele. Uma mulher muito bonita. A visão da mulher na soleira, tão confortável naquele espaço, fez algo apertar dentro dela.
"Posso ajudar?" Ela continuou, olhando a agente de cima a baixo.
"Oi, sim, desculpe, o... null está?"
"Quem está perguntando?" Ela definitivamente não era muito amigável.
"Nós trabalhamos juntos. Ele está aqui ou não?" null não tinha paciência para isso, a irritação transparecendo em seus poros.
"Quem está na porta?" A voz dele surgiu atrás dela e ele finalmente apareceu. "Oh."
"Oi." null desviou o olhar assim que o viu.
"Você pode me dar um minuto?" Ele se virou para a mulher. Ela deu um sorriso doce e beijou sua bochecha antes de desaparecer para dentro. null saiu para o corredor, fechando a porta atrás dele. Cada parte dela queria perguntar quem era a mulher, mas a dor da incerteza misturada com a amargura da realidade a impediu. "Será que era aquela ex?" null se perguntou. A mesma que ele mencionara algumas vezes, associada a sombras do passado que ele parecia nunca superar. Será que ele... havia recaído?
Flashback on
Ela se lembrou de uma conversa de meses atrás, uma daquelas em que null acabava falando mais do que queria. Foi em uma noite silenciosa no escritório, quando ambos estavam atolados de trabalho e o cansaço havia reduzido as barreiras que ele normalmente erguia.
"Ela ainda me liga às vezes." A frase escapou como se ele não tivesse intenção de compartilhá-la, mas não conseguiu evitar.
null ergueu os olhos, surpresa. "Quem?"
Ele hesitou, os lábios comprimidos em uma linha fina, antes de finalmente murmurar: "Maeve. Minha ex."
O nome carregava um peso evidente, como se fosse uma ferida ainda aberta.
"E por que ela liga?"
"Eu não sei," ele admitiu, o tom misturado entre raiva e resignação. "Talvez para me testar. Talvez para garantir que eu ainda pense nela. Talvez só porque ela pode." Ele fez uma pausa, esfregando o rosto com as mãos. "O pior é que... às vezes eu atendo. Mesmo sabendo que não deveria, que não quero mais nada com ela, eu atendo. E isso... me derruba. Sempre."
null sentiu a sinceridade crua nas palavras dele, mas também percebeu a contradição. Ele odiava o que Maeve representava, mas ainda assim não conseguia cortar totalmente os laços.
"Ela te machucou tanto assim?" null perguntou, a voz baixa.
Ele riu sem humor, jogando-se para trás na cadeira. "Machucou? Maeve era uma força destrutiva. Mentiras, manipulações, um ciclo sem fim de caos. E eu..." Ele balançou a cabeça, os olhos fixos em um ponto distante. "Eu era pior com ela. Quando estávamos juntos, nada mais importava além daquele momento. Nada. Nem as consequências, nem as pessoas ao nosso redor. Era tóxico. Nós éramos tóxicos."
A intensidade de sua confissão deixou null sem palavras, mas ele parecia não esperar uma resposta.
"Chegamos ao ponto de usar drogas juntos," ele admitiu, a voz diminuindo até quase sumir. "Foi a única maneira que encontramos de lidar com... tudo. Com nós dois."
null fez uma pausa longa antes de olhar diretamente para null. "Ela era uma mentira ambulante. E eu era a pior versão de mim mesmo ao lado dela."
A conversa nunca saiu da mente de null. Desde então, ela vira null construir uma muralha ao seu redor, como se estivesse determinado a nunca mais permitir que alguém ou algo o arrastasse de volta para aquele lugar.
Agora, no corredor apertado, com a lembrança tão vívida e a cena diante de si tão incerta, null não podia evitar a pergunta que queimava dentro dela: a mulher na porta... era Maeve? Se fosse, o que aquilo significava?
Flashback off
"O que você está fazendo aqui?"
Frio.
"Eu estava esperando que pudéssemos conversar." null mordeu o interior da bochecha, tentando ignorar o que acabara de ver.
"O que mais há para dizer?"
“Eu só queria me desculpar,” ela insistiu, a voz quase falhando. “Pelo que aconteceu. Pelas brigas. Por tudo que eu disse… pelo que a gente virou.”
Ele soltou uma risada amarga. “Pelo bem da equipe, claro. Porque é isso que importa, não é? Trabalho.”
“Isso não é justo.” null deu um passo à frente, a raiva começando a transbordar. “Eu tô tentando aqui, null. Tentando te alcançar. Mas você…” Ela engoliu em seco, os olhos começando a arder.
Ele começou a se afastar, mas se virou e mencionou seu nome como se fosse a palavra mais vil do dicionário. "Por favor, não volte aqui. Já é difícil o suficiente no trabalho, eu não quero ver seu rosto no meu tempo pessoal também."
Antes que ela pudesse sequer processar aquelas palavras, uma voz feminina ecoou de dentro do apartamento, carregada de familiaridade e suavidade.
"null?"
O nome foi chamado de forma quase casual, mas para null soou como um tiro à queima-roupa.
"Já estou indo, Maeve," ele respondeu, a confirmação que null nem sabia que estava temendo, mas que a atingiu com força total.
Com isso, ele voltou para o apartamento, deixando a garota parada no corredor. Era difícil imaginar que aquele homem já foi seu amigo. Se ela não soubesse de todos os bons momentos, não teria acreditado. Em sua linha de trabalho, null sobreviveu a tiros, explosões e até mesmo a um sequestro, mas isso a abalou de verdade.
null permaneceu imóvel no corredor, sentindo como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de seus pés. A confirmação de que Maeve estava lá, e mais do que isso, estava com ele, era como um golpe certeiro em algo que ela tentava desesperadamente proteger: o pouco que restava de sua relação com null. Ela queria gritar, correr, confrontá-lo, mas tudo o que conseguiu foi encarar a porta fechada, tentando sufocar a onda de emoções que ameaçava transbordar.
Era difícil aceitar que aquele homem, que antes compartilhava risadas e confidências com ela, agora parecia irreconhecível. Ele havia sido seu porto seguro tantas vezes, mas agora parecia alguém que deliberadamente fazia questão de machucá-la. O olhar frio, o tom de desprezo ao dizer seu nome – tudo aquilo feriu null mais do que qualquer dor física que já havia enfrentado.
Ela relembrou os momentos em que null era a pessoa em quem confiava cegamente, o amigo que estava lá em seus piores dias, oferecendo apoio sem pedir nada em troca. E agora ele parecia ter enterrado tudo isso, como se não significasse nada. null já havia enfrentado situações de vida ou morte, mas nada a preparou para a sensação de ser descartada, de ser tratada como uma inconveniência. E vê-lo daquele jeito, com aquela mulher, quebrava seu coração em pedaços que ela não sabia se conseguiria juntar de novo.
Enquanto saía do prédio, null não pôde evitar se perguntar como tudo havia chegado a esse ponto. Talvez ela tivesse falhado. Talvez houvesse algo que pudesse ter feito para impedir que null caísse novamente. Mas agora era tarde demais, e ela só podia carregar a dor de ver alguém que tanto amava se perder – de novo.
null tentou juntar os pedaços, revisitando em sua mente cada lembrança, cada momento que compartilhara com null. Havia sorrisos e olhares cúmplices, os presentes trocados em ocasiões especiais, os segredos que só eles sabiam. Até mesmo os beijos, roubados em uma época em que tudo parecia promissor, vieram à tona. Mas, junto disso, também lembrava da distância que ela própria impôs ao dizer que não queria estragar a relação profissional entre eles. O peso daquela decisão agora parecia esmagador.
Ela também recordou os momentos intensos, como o dia em que ele salvou sua vida — um gesto que solidificara a confiança que tinham um no outro. Mas, em seguida, vieram as brigas. Pequenas no começo, até se tornarem tempestades que afastaram os dois para lados opostos de um abismo que null não sabia como atravessar.
Exausta, mas decidida a manter sua rotina, null seguiu para o trabalho como se o peso de tudo aquilo não estivesse ancorado em seus ombros. Era isso que ela fazia, afinal. Carregava as feridas para dentro do dia a dia e continuava, mesmo quando o coração implorava por descanso.
"Você está com fome?"
Essa foi a primeira vez em um mês que null tomou a iniciativa de falar. Ele tentou não fazer isso, assim como tentou não prestar atenção à rotina dela. Não era possível. Não importava o quanto ele tentasse, havia algumas coisas que null não podia deixar de fazer em relação a ela. A coisa mais importante era que ele não podia deixar de se importar.
Ele sabia que ela não estava se alimentando direito. Ela tinha a tendência de esquecer seu bem-estar durante casos difíceis. Ela provavelmente estava com fome. Alguém tinha que cuidar dela porque ela definitivamente não o faria. Ele estava certo. A ideia de comida fez o estômago dela roncar. Foi um timing cruel.
"Não, obrigada," ela mentiu, não querendo incomodá-lo ainda mais.
"Por que você não para de mentir para mim?" Ele murmurou, irritado.
"É o que?" Ela perguntou, virando-se para olhá-lo.
Ele não desviou o olhar da estrada, fingindo não tê-la ouvido.
"Sério?" Ela gaguejou. "Você está me ignorando agora?"
Ela bufou e se jogou contra o banco. Ele não queria ignorá-la, apenas não sabia o que dizer.
"Eu não entendo por que você está agindo assim," ela murmurou.
Já era difícil quando ele mal a reconhecia, mas se recusar a reconhecê-la completamente? Quando ela era a única pessoa ao lado dele? Aquilo era cruel. Ela sabia que tinha estragado tudo, mas era necessário? Ela já havia se esforçado tanto para manter a calma, estar presa neste carro com ele desperdiçaria seus esforços.
"Pare o carro," ela disse da maneira mais gentil possível, o que era imensamente duro. "null null, pare este carro ou eu juro por Deus que vou pular dele."
Aquilo definitivamente chamou a atenção dele. Em todo o tempo que passaram juntos, ela nunca havia falado com ele dessa maneira. Ela definitivamente nunca o chamou pelo nome completo. Ele parou o carro no meio-fio e finalmente se virou para encará-la. Ela empurrou a porta e saltou para fora, batendo-a atrás de si.
"O que você está..." null começou, mas ela já estava se afastando. Ele rapidamente saiu do carro e a seguiu. Não demorou muito para alcançá-la e ele a parou pelo braço quando percebeu que dizer o nome dela não a faria voltar.
"Não me toque!" Ela puxou o braço para fora de seu aperto e continuou andando.
"Onde você está indo?!"
"Para qualquer lugar onde você não esteja."
Ele tentou chamá-la pelo nome novamente, mas quando falhou de novo, ele a agarrou pelos ombros e a virou. Ela não tinha notado que havia entrado em um beco.
"Volte para o carro," ele exigiu.
"Eu não vou entrar em um carro com você." Ela nunca havia estado tão chateada com ele antes.
"Você está sendo infantil!" Ele retrucou, revirando os olhos.
"Ah, eu estou sendo infantil?! null, acredite em mim quando digo que estou falando da maneira mais gentil que posso agora - CAI FORA!" Ela empurrou as mãos dele e deu um passo para trás, mas ele apenas agarrou seu pulso.
"Me escuta," ele insistiu, "há um serial killer que está sequestrando mulheres em plena luz do dia, torturando-as e assassinando-as. E ele ameaçou cada um de nós individualmente durante o curso desta investigação. Você não pode simplesmente andar sozinha, em uma cidade que você mal conhece."
"Não me explique os detalhes deste caso, eu estou bem ciente." Ela rosnou, sua irritação aumentando dez vezes.
"Então por que você está sendo tão difícil?!" Ele exclamou.
"Por que você... inferno, eu não posso continuar fazendo isso. Eu não vou entrar no carro quando você não fala comigo. Você nem sequer olha para mim!"
"Tudo bem! Você quer conversar? Nós vamos conversar! Só... volte para o carro. Por favor." Ele suspirou em derrota. Ela ainda não se mexeu, então ele implorou mais suavemente. "Por favor."
Ela respirou fundo e revirou os olhos, tirando o pulso de seu leve aperto. null não se moveu até que ela o fizesse, ambos caminhando silenciosamente em direção ao carro.
Inicialmente, ambos estavam em silêncio, sem saber exatamente para onde ir a partir dali. Uma coisa era certa: null não seria a primeira a falar. null percebeu isso rapidamente.
"Sobre o que você quer conversar?" Ele rosnou, encolhendo os ombros.
"Pare de agir que nem um idiota, eu não vou voltar para este carro se eu sair pela segunda vez." Ela não estava no clima. Os dois haviam evitado essa conversa por tempo suficiente, era agora ou nunca. Uma parte dela desejou que fosse nunca.
"Não, você é quem queria conversar! Você estava tão insistente, na verdade, que preferia se tornar alvo de um serial killer do que entrar em um carro comigo se eu não falasse com você. E de repente você está sem palavras?" Ele a repreendeu.
"Sim! Eu era a que queria conversar! Eu só... eu não consigo entender o que eu fiz para te fazer me odiar tanto? Foi porque eu disse que te amo? Isso te chateou tanto assim?" Ambos estavam frustrados.
"Você acha que eu estou chateado porque você me ama?!" null zombou, incrédulo.
"Você não está?!"
null esfregou as têmporas e fechou os olhos com força, murmurando algo baixinho. Ele nunca tinha ficado tão frustrado em sua vida.
"Você está falando sério?" Sua voz aumentou de tom, enquanto ele tentava se manter muito mais calmo do que se sentia. "Isso é algum tipo de piada para você?"
"Algum tipo de piada..."
"Não me interrompa novamente. Você quer fugir disso? Tudo bem, mas você vai ouvir porque eu não terei essa conversa novamente." Seu tom era afiado, como uma lâmina sendo segurada contra sua garganta. Isso definitivamente a calou.
“Vamos falar sobre como eu passei os últimos meses observando você se esforçando para me evitar. Toda essa situação de você saindo com esse tal de Nathan… mesmo você sabendo que ele não era nada para você. Eu quase fiquei louco tentando entender o porquê. Por que você se coloca nessa posição? E então eu percebi... é assim que você tenta me evitar. Você realmente me odeia tanto que prefere se envolver com qualquer um do que me dar uma chance! Você percebe o quão doloroso isso é?! E essa nem é a pior parte! Você está tão desesperada para me evitar que negligencia continuamente o que sinto por você.” A voz de null falhou, a dor evidente em cada palavra. null sentiu um aperto no peito, a culpa e a tristeza lutando contra a raiva que ainda a consumia.
"null, não é assim..." ela começou, mas as palavras morreram em sua garganta. Como explicar o medo que a paralisava? O medo de se entregar a um sentimento que poderia acabar em desastre, como tantas outras vezes?
"É exatamente isso que eu queria evitar desde o começo, null," null disse, a voz embargada pela raiva e frustração. "Nós deveríamos estar trabalhando, resolvendo um caso, e aqui estamos, perdendo tempo com essa discussão inútil. Você acha que eu gosto disso? ”
null nunca havia falado com ninguém dessa maneira em sua vida. Havia tanta verdade nas palavras de null, mas ele não tinha o direito. Ele havia tocado cada nervo em seu corpo sem sequer colocar a mão nela. Até cerca de vinte minutos atrás, ser vista por null era sua coisa favorita no mundo inteiro. Agora? Ela nunca odiou tanto essa sensação em sua vida.
“Eu…” null respirou fundo, tentando organizar os pensamentos, mas a dor e a confusão tomavam conta dela. As palavras que saíram de sua boca pareciam mais pesadas do que ela imaginava, como se carregassem todo o arrependimento e as dúvidas que ela guardava para si mesma. “Eu me arrependo de ter dormido com você, null. Eu sabia que ia complicar as coisas, sabia que ia estragar tudo e mesmo assim… eu fiz. Eu queria voltar ao que éramos antes, que a gente voltasse a ser amigos, porque eu não sei o que aconteceu, mas eu não quero perder isso, você entende?”
O silêncio que se seguiu foi mais doloroso do que qualquer resposta. null sentiu a tensão no ar, a frieza na distância que ele impunha, como se a palavra “amigos” tivesse se transformado em algo insuportável entre eles. Ele estava ouvindo, mas havia algo nas feições dele que fazia null se perguntar se ele ainda estava lá, se ele ainda se importava.
Ele não falou imediatamente. Ficou parado, olhando para ela como se estivesse tentando entender as palavras, mas também tentando controlar alguma emoção que ela não conseguia ler. Raiva? Frustração? Indiferença? null não sabia, e isso a machucava profundamente. O que ele estava sentindo agora?
Ela não suportava mais aquele silêncio, então, com a voz embargada, tentou continuar, mesmo que as palavras estivessem começando a se perder. “Eu só… eu só não sei o que fazer com tudo isso. Eu não deveria ter feito o que fiz. Não devia ter deixado as coisas chegarem até aqui. Mas eu não quero que acabe, null, eu não quero perder você.”
Se perguntado há um mês, ele nunca em um milhão de anos pensaria que a amizade deles poderia se dissipar em apenas alguns segundos. Ele não achava que poderia associar a palavra amor a ela nunca mais.
Ele a olhou com um olhar frio, distante, quase impenetrável. “Você não tem mais o direito de querer alguma coisa de mim, null. Você já me perdeu. Eu já não tenho mais nada para dar.”
Eles não tinham certeza de quanto tempo ficaram sentados ali, apenas se encarando. Somente quando o telefone de null tocou, eles desviaram o olhar.
"null," ele atendeu a chamada. "Sim, ela ainda está aqui. Estamos voltando agora."
A viagem de volta para a delegacia foi silenciosa. Mesmo quando se reuniram com o resto da equipe, eles reconheceram a todos, exceto um ao outro. A equipe percebeu a mudança instantaneamente, mas ninguém mencionou nada na época por causa do alto estresse do caso. Eles encerraram o caso alguns dias depois e só então as perguntas começaram a surgir.
"Está tudo bem entre vocês dois?"
"Vocês querem conversar sobre isso?"
"O que aconteceu entre você e null?"
"O que está acontecendo com o Garoto Prodígio?"
null não deu atenção a nenhum deles. null já havia ocupado tempo demais em sua vida. Ela se recusava a falar sobre ele ou olhar para ele. Ele compartilhava do mesmo sentimento. Outras três semanas se passaram enquanto a equipe observava o que antes era a dupla mais próxima da BAU fingir que a outra pessoa não existia.
Se um deles estivesse em uma sala e notasse a entrada do outro, saia sem chamar atenção para a situação. Quando sair da sala não era uma opção, eles iam para o canto oposto da sala ou simplesmente fingiam que o outro não estava presente a poucos metros de distância. Eles não discutiam informações sobre os casos um com o outro, compartilhando suas descobertas com qualquer outra pessoa.
Desde Chicago, Hotch só designou null para trabalhar com null mais uma vez, mas rapidamente percebeu que isso não iria ajudar quando ambos imploraram para serem designados com outra pessoa em particular. Se null estivesse em uma conversa com alguém e eles começassem a falar sobre null, ela se desligava completamente. Depois de um tempo, o jogo de ódio se tornou exaustivo.
null odiava fingir que a odiava. Ele sentia uma imensa culpa pelas coisas que havia dito, mas era tarde demais para voltar atrás. Ele pensou que seria mais fácil lidar com seus sentimentos se não estivesse perto de null o tempo todo, mas era tão difícil quanto antes. A garota ainda iluminava as salas cinzentas do prédio. A única diferença era que agora ele tinha que ver ela brilhar de longe.
Na verdade, null também não odiava null. O que ela realmente odiava era que não conseguia odiá-lo. Ainda se pegava olhando para ele por longos períodos de tempo.
Na quinta semana desde que voltaram de Chicago, null e null não se ignoravam mais como antes. Entraram em uma rotina de profissionalismo pelo bem da equipe, apenas falando um com o outro sobre casos quando necessário. Isso não a impediu de inconscientemente mostrar gestos sutis de amizade. Estes eram muito mais discretos do que os gestos que mostrava quando eram amigos.
null se certificava de que sempre havia um bule de café fresco na cozinha do escritório, para que null o tivesse pronto para beber sempre que precisasse. Ele se certificava de que o armário de lanches estivesse sempre cheio de seus lanches favoritos, porque ele sabia que ela gostava de ter algo para mastigar enquanto colocava a papelada em dia. null mantinha analgésicos extras no almoxarifado, sabendo que null se refugiaria lá quando uma enxaqueca o atingisse.
Ele se certificava de que o ar condicionado estivesse sempre na temperatura ambiente, pois sabia que a garota se sentia desconfortável se a sala estivesse muito fria. Ambos estavam cientes dos pequenos gestos também, ninguém mais sabia suas preferências verdadeiramente específicas. No entanto, nenhum deles era corajoso o suficiente para realmente ir até o outro. Era tudo demais para ela. Não importava o que fosse dito, ele ainda era o seu atencioso null no fundo e isso a matava.
null tentou falar com null algumas vezes, criando coragem por dias antes. Assim que ele percebia ela indo em sua direção, ele quase corria na direção oposta. Sua evasão não terminava no escritório. Ela recentemente tomou conhecimento de que Penelope estava agendando escalas para convidar ela e null para passeios, tentando garantir que estivessem presentes por quantidades iguais de tempo.
null estava relaxando na mesa de Garcia esperando por ela, quando notou um pequeno bilhete com seu nome ao lado de uma data e hora. Abaixo estava o nome de null com uma data e hora separadas.
"Ei! O que você está fazendo aqui?" Ela cumprimentou.
"Eu precisava falar com você... Penelope, o que é isso?" a garota segurou o pequeno post-it rosa.
Penelope largou sua caneca de polvo e pegou o bilhete de sua mão.
"Isso? Isso não é nada." Ela gaguejou um pouco enquanto falava.
"Garcia?" null exclamou propositalmente com um tom de advertência.
"Ok! Ok! Mas você não ouviu isso de mim! Nós meio que estamos nos revezando para sair com você e null às vezes. Mas é porque te amamos e não queremos fazer nenhum de vocês..." Ela começou a falar em pânico.
"Garcia!" null interrompeu antes que ela entrasse em parafuso. "Não há necessidade de fazer tudo isso. Sim, null e eu não somos mais próximos, mas vocês não precisam se esforçar tanto por nós."
"Bem..." Ela rangeu os dentes e inclinou a cabeça.
"O quê?"
"Nós realmente não pretendíamos. É que notamos que null nunca viria se você estivesse indo. E vocês dois se recusam a falar sobre isso, então isso foi o melhor que conseguimos inventar."
"Ah. Penny, sinto muito que vocês tenham que fazer isso." Foi tudo o que ela conseguiu dizer, sua cabeça baixa em culpa.
"Você pode pelo menos me dizer por que vocês não falam sobre isso? Quer dizer, faz sentido para o Garoto Prodígio, ele sempre foi teimosamente reservado, mas você nunca deixou de me contar nada!"
A agente olhou para Garcia novamente, pensando por um minuto. Ela não sabia exatamente por que se recusava a falar sobre isso.
"Eu não sei, honestamente. Eu só não quero falar sobre isso" null puxou sua amiga para um abraço como pedido de desculpas. Se sentiu péssima ao sair da sala de Garcia sem dar uma resposta adequada ou uma solução. Não importava o quão profissional null agisse, essa ruptura sempre impactaria seus amigos e sua vida profissional.
null sempre impactaria tudo em sua vida.
A culpa não a poupou naquela noite, surgindo em sua mente a cada poucos minutos. Fazia quatro meses desde a última briga. Foi o tempo mais longo que ficou sem falar com null. Isso tinha que acabar pelo bem da equipe. Foi assim que ela se viu parada em frente à porta dele mais uma vez. Depois de alguns minutos, finalmente bateu. null não sabia o que ia dizer, honestamente, ela só queria correr antes que ele atendesse. A agente ouviu as fechaduras sendo destrancadas, mas não foi null quem atendeu quando a porta finalmente se abriu.
"Sim?"
Era uma mulher, uma que null nunca tinha visto antes. null olhou em volta para se certificar de que estava no apartamento certo. Este era definitivamente o apartamento de null, ela esteve lá cem vezes antes. E alguma mulher estava atendendo a porta para ele. Uma mulher muito bonita. A visão da mulher na soleira, tão confortável naquele espaço, fez algo apertar dentro dela.
"Posso ajudar?" Ela continuou, olhando a agente de cima a baixo.
"Oi, sim, desculpe, o... null está?"
"Quem está perguntando?" Ela definitivamente não era muito amigável.
"Nós trabalhamos juntos. Ele está aqui ou não?" null não tinha paciência para isso, a irritação transparecendo em seus poros.
"Quem está na porta?" A voz dele surgiu atrás dela e ele finalmente apareceu. "Oh."
"Oi." null desviou o olhar assim que o viu.
"Você pode me dar um minuto?" Ele se virou para a mulher. Ela deu um sorriso doce e beijou sua bochecha antes de desaparecer para dentro. null saiu para o corredor, fechando a porta atrás dele. Cada parte dela queria perguntar quem era a mulher, mas a dor da incerteza misturada com a amargura da realidade a impediu. "Será que era aquela ex?" null se perguntou. A mesma que ele mencionara algumas vezes, associada a sombras do passado que ele parecia nunca superar. Será que ele... havia recaído?
Flashback on
Ela se lembrou de uma conversa de meses atrás, uma daquelas em que null acabava falando mais do que queria. Foi em uma noite silenciosa no escritório, quando ambos estavam atolados de trabalho e o cansaço havia reduzido as barreiras que ele normalmente erguia.
"Ela ainda me liga às vezes." A frase escapou como se ele não tivesse intenção de compartilhá-la, mas não conseguiu evitar.
null ergueu os olhos, surpresa. "Quem?"
Ele hesitou, os lábios comprimidos em uma linha fina, antes de finalmente murmurar: "Maeve. Minha ex."
O nome carregava um peso evidente, como se fosse uma ferida ainda aberta.
"E por que ela liga?"
"Eu não sei," ele admitiu, o tom misturado entre raiva e resignação. "Talvez para me testar. Talvez para garantir que eu ainda pense nela. Talvez só porque ela pode." Ele fez uma pausa, esfregando o rosto com as mãos. "O pior é que... às vezes eu atendo. Mesmo sabendo que não deveria, que não quero mais nada com ela, eu atendo. E isso... me derruba. Sempre."
null sentiu a sinceridade crua nas palavras dele, mas também percebeu a contradição. Ele odiava o que Maeve representava, mas ainda assim não conseguia cortar totalmente os laços.
"Ela te machucou tanto assim?" null perguntou, a voz baixa.
Ele riu sem humor, jogando-se para trás na cadeira. "Machucou? Maeve era uma força destrutiva. Mentiras, manipulações, um ciclo sem fim de caos. E eu..." Ele balançou a cabeça, os olhos fixos em um ponto distante. "Eu era pior com ela. Quando estávamos juntos, nada mais importava além daquele momento. Nada. Nem as consequências, nem as pessoas ao nosso redor. Era tóxico. Nós éramos tóxicos."
A intensidade de sua confissão deixou null sem palavras, mas ele parecia não esperar uma resposta.
"Chegamos ao ponto de usar drogas juntos," ele admitiu, a voz diminuindo até quase sumir. "Foi a única maneira que encontramos de lidar com... tudo. Com nós dois."
null fez uma pausa longa antes de olhar diretamente para null. "Ela era uma mentira ambulante. E eu era a pior versão de mim mesmo ao lado dela."
A conversa nunca saiu da mente de null. Desde então, ela vira null construir uma muralha ao seu redor, como se estivesse determinado a nunca mais permitir que alguém ou algo o arrastasse de volta para aquele lugar.
Agora, no corredor apertado, com a lembrança tão vívida e a cena diante de si tão incerta, null não podia evitar a pergunta que queimava dentro dela: a mulher na porta... era Maeve? Se fosse, o que aquilo significava?
Flashback off
"O que você está fazendo aqui?"
Frio.
"Eu estava esperando que pudéssemos conversar." null mordeu o interior da bochecha, tentando ignorar o que acabara de ver.
"O que mais há para dizer?"
“Eu só queria me desculpar,” ela insistiu, a voz quase falhando. “Pelo que aconteceu. Pelas brigas. Por tudo que eu disse… pelo que a gente virou.”
Ele soltou uma risada amarga. “Pelo bem da equipe, claro. Porque é isso que importa, não é? Trabalho.”
“Isso não é justo.” null deu um passo à frente, a raiva começando a transbordar. “Eu tô tentando aqui, null. Tentando te alcançar. Mas você…” Ela engoliu em seco, os olhos começando a arder.
Ele começou a se afastar, mas se virou e mencionou seu nome como se fosse a palavra mais vil do dicionário. "Por favor, não volte aqui. Já é difícil o suficiente no trabalho, eu não quero ver seu rosto no meu tempo pessoal também."
Antes que ela pudesse sequer processar aquelas palavras, uma voz feminina ecoou de dentro do apartamento, carregada de familiaridade e suavidade.
"null?"
O nome foi chamado de forma quase casual, mas para null soou como um tiro à queima-roupa.
"Já estou indo, Maeve," ele respondeu, a confirmação que null nem sabia que estava temendo, mas que a atingiu com força total.
Com isso, ele voltou para o apartamento, deixando a garota parada no corredor. Era difícil imaginar que aquele homem já foi seu amigo. Se ela não soubesse de todos os bons momentos, não teria acreditado. Em sua linha de trabalho, null sobreviveu a tiros, explosões e até mesmo a um sequestro, mas isso a abalou de verdade.
null permaneceu imóvel no corredor, sentindo como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de seus pés. A confirmação de que Maeve estava lá, e mais do que isso, estava com ele, era como um golpe certeiro em algo que ela tentava desesperadamente proteger: o pouco que restava de sua relação com null. Ela queria gritar, correr, confrontá-lo, mas tudo o que conseguiu foi encarar a porta fechada, tentando sufocar a onda de emoções que ameaçava transbordar.
Era difícil aceitar que aquele homem, que antes compartilhava risadas e confidências com ela, agora parecia irreconhecível. Ele havia sido seu porto seguro tantas vezes, mas agora parecia alguém que deliberadamente fazia questão de machucá-la. O olhar frio, o tom de desprezo ao dizer seu nome – tudo aquilo feriu null mais do que qualquer dor física que já havia enfrentado.
Ela relembrou os momentos em que null era a pessoa em quem confiava cegamente, o amigo que estava lá em seus piores dias, oferecendo apoio sem pedir nada em troca. E agora ele parecia ter enterrado tudo isso, como se não significasse nada. null já havia enfrentado situações de vida ou morte, mas nada a preparou para a sensação de ser descartada, de ser tratada como uma inconveniência. E vê-lo daquele jeito, com aquela mulher, quebrava seu coração em pedaços que ela não sabia se conseguiria juntar de novo.
Enquanto saía do prédio, null não pôde evitar se perguntar como tudo havia chegado a esse ponto. Talvez ela tivesse falhado. Talvez houvesse algo que pudesse ter feito para impedir que null caísse novamente. Mas agora era tarde demais, e ela só podia carregar a dor de ver alguém que tanto amava se perder – de novo.
null tentou juntar os pedaços, revisitando em sua mente cada lembrança, cada momento que compartilhara com null. Havia sorrisos e olhares cúmplices, os presentes trocados em ocasiões especiais, os segredos que só eles sabiam. Até mesmo os beijos, roubados em uma época em que tudo parecia promissor, vieram à tona. Mas, junto disso, também lembrava da distância que ela própria impôs ao dizer que não queria estragar a relação profissional entre eles. O peso daquela decisão agora parecia esmagador.
Ela também recordou os momentos intensos, como o dia em que ele salvou sua vida — um gesto que solidificara a confiança que tinham um no outro. Mas, em seguida, vieram as brigas. Pequenas no começo, até se tornarem tempestades que afastaram os dois para lados opostos de um abismo que null não sabia como atravessar.
Exausta, mas decidida a manter sua rotina, null seguiu para o trabalho como se o peso de tudo aquilo não estivesse ancorado em seus ombros. Era isso que ela fazia, afinal. Carregava as feridas para dentro do dia a dia e continuava, mesmo quando o coração implorava por descanso.
Capítulo 20 ‘‘new case’’
Desde que null saiu do apartamento dele na noite anterior, ela passou por todos os estágios do luto em tempo recorde. null uma vez lhe disse que as pessoas tendem a lembrar mais memórias negativas do que positivas. Ele estava certo. Você não conseguia se lembrar de muitas de suas memórias mais felizes com ele. Tudo o que você conseguia pensar eram nas duas conversas em que ele te machucou de uma maneira que você nunca imaginou que faria.
null estava no escritório do agente Hotchner, analisando relatórios e discutindo o andamento de um caso recente, quando foi interrompida abruptamente pela porta se abrindo com força.
“Senhor, olá, desculpe interromper, mas é uma emergência. Aquele caso que estávamos consultando para a polícia de Anchorage? Garcia irrompe na sala, ligeiramente descolorido e mais em pânico do que o normal. “Bem, mais cinco corpos foram descobertos. Dois deles são anteriores a quem inicialmente pensávamos ser a primeira vítima.”
“Garcia, diga a todos para se encontrarem no jato o mais rápido possível. Faremos um briefing durante o voo. Hotch ordena levantando-se abruptamente de sua cadeira. “Você e eu podemos terminar esta reunião mais tarde. Este caso é agora a nossa principal prioridade.’’
Emily, Rossi e Derek já estavam sentados quando você embarcou. null guardou sua mochila em um dos compartimentos superiores e sentou-se temporariamente ao lado de Derek.
“Quão ruim você acha que este vai ser?” Derek suspira, temendo os horrores que aguardam sua chegada.
“Temos até trinta e seis corpos e continuamos aumentando. Quem quer que seja esse suspeito, já está nisso há algum tempo." null responde honestamente.
“Eaí espiã, está tudo bem?” A garota já estava acostumada com o apelido que Derek havia dado a ela.
“Só dormi meio mal” Meia verdade, né?
“Só estou perguntando como um amigo preocupado.” Ele levanta as mãos em defesa.
Não demorou muito para que todos entrassem no jato, sendo null o último.
“Tudo bem, vamos começar.” Hotch declarou e todos se reuniram.
Com todos os detalhes repassados por Garcia através do monitor, todos começaram a relatar fatos e sugestões. null terminou logo e se retirou para um assento isolado na parte de trás do jato. Foi um vôo de quase oito horas, sete das quais null passou assistindo alguma série aleatória, como sempre.
Como ela havia previsto, o caso não foi nada fácil. No primeiro dia todos foram divididos em grupos para acompanhar o legista, as famílias das vítimas e examinar as cenas do crime. Todas as evidências e informações coletadas não foram suficientes para restringir mais o perfil do que o genérico: homem, entre trinta e poucos anos, odeia mulheres. null já estava há três dias sem nenhuma pista viável, estava especialmente frustrada porque sentiu que não estava trabalhando tão bem quanto poderia.
Esse pensamento permaneceu no fundo de sua mente.
Mais quatro corpos foram descobertos e com eles um novo padrão de assassinatos. O suspeito estava evoluindo. null e null eram os únicos na delegacia quando o último assassinato foi descoberto. O que significa que ela estava presa trabalhando no perfil geográfico com ele enquanto os outros estavam atrás de novas pistas.
null sentou-se calmamente no assento mais distante possível, tentando ficar invisível e esperando que isso o mantivesse ocupado o suficiente para não falar com ela. Durante toda a semana, a garota não disse uma única palavra a ele, a menos que fosse absolutamente necessário para o caso. Era como se ele não existisse, mesmo estando bem na sua frente.
null estava ocupada rabiscando palavras em um arquivo, tentando começar com sua papelada.
“O que você está fazendo?” Ele pergunta.
Você vira a cabeça em direção à prancha atrás dele. Um diagrama de Venn foi desenhado em um mapa da cidade, pequenas notas pregadas rotulando edifícios proeminentes na área.
“Como devo ajudar?” null questiona, lançando seus olhos entre ele e o quadro branco, confusa.
“Você está me perguntando como fazer o seu trabalho?” Ele provoca, inclinando a cabeça e estreitando os olhos.
null geme dramaticamente, jogando a cabeça para trás. É difícil acreditar que ele seja um homem lógico em momentos como este. Nos últimos meses, esse tipo de interação parecia ser o padrão. Ela se levantou da cadeira, determinada a se concentrar na tarefa, e foi até o quadro. null, que ainda estava sentado, se viu mais perto dela do que esperava. Quando ela passou, o corpo deles se roçou acidentalmente, e um arrepio percorreu a espinha dele. Ele permaneceu em silêncio por um momento, observando como ela removia algumas notas e adicionava outras. Mas sua mente estava distante, presa no cheiro dela, uma sensação que o desconcertava.
A mão de null passou por seus cabelos enquanto ele recuava ligeiramente, tentando se recompor. Seus dentes se pressionaram e a mandíbula se contraiu brevemente; ele odiava como ela conseguia fazer isso com ele.
"O que você pensa que está fazendo?" O tom de sua voz subiu um pouco, e os ouvidos começaram a arder de frustração.
null rolou os olhos, cruzando os braços e lançando um olhar desafiador. "O que você quer dizer?" Ela não conseguia esconder o sarcasmo na fala.
"Não se faça de boba" Ele resmungou, balançando a cabeça com desdém.
"Não tente agir de forma inteligente." null não poupou palavras, seus olhos se virando para o lado mais uma vez. Algo nela estava começando a se irritar também, mas null ainda não estava totalmente fora de controle. Ele não podia esconder o quanto aquela troca o estava afetando.
"Eu sou inteligente." null zombou, seu sangue começando a ferver. Esse jogo de palavras, esse trunfo que ela parecia sempre usar, estava ficando irritantemente repetitivo.
"Aproveite, é a única coisa boa que você tem a seu favor!" null estourou, a raiva acumulada ao longo dos dias finalmente explodindo. Sua voz cortou o silêncio entre eles com um impacto inesperado.
"Você é inacreditável!" null exclamou, sua paciência se esgotando. "A primeira vez que você se dá ao trabalho de me responder durante toda a semana e é só para discutir?" Ele estava se esforçando ao máximo para não gritar, mas a frustração tomava conta dele a cada palavra que ela proferia. Ele queria afastar essa tensão, mas não conseguia ignorar como ela conseguia mexer tanto com ele.
"Oh! Você está tentando começar uma discussão a semana toda e agora que estou cedendo, você não aguenta?! Na verdade, por que você tem se esforçado tanto, doutor? Fiquei com a impressão de que você não aguenta nem olhar para o meu rosto!
null, sentindo a tensão no ar, não conseguiu se conter e deixou escapar uma provocação, tentando atingir um ponto sensível. "E aí, como anda sua namoradinha, Maeve?" Ela não soube ao certo por que disse aquilo, mas a palavra "namoradinha" saiu com um tom carregado de sarcasmo, como se fosse um golpe certeiro.
null ficou em silêncio por um tempo, mas quando falou, a voz dele estava baixa, quase fria. "Não precisa falar dela. Isso não tem nada a ver com você."
Nem null nem null notaram o retorno das equipes durante a briga. A agente fica um pouco envergonhada, imaginando o quanto eles testemunharam.
“Importam-se de explicar o que está acontecendo?” Hotchner pergunta e os dois se sentem como crianças petulantes recebendo um sermão de seu pai.
“Ela não estava fazendo seu trabalho!” null reclama. “E quando eu toquei no assunto, ela bagunçou meu perfil!”
“Deus, você é insuportável! Isso se chama “estreitar o perfil”, null. Talvez se você fizesse isso corretamente, eu não precisaria.” null retruca.
"Ei!" Hotch repreende.
Ele fica em silêncio por um segundo, olhares estranhos percorrendo a sala. Rossi quebra primeiro.
“Sabe, se eu não soubesse melhor, pensaria que vocês dois eram crianças brigando em vez de agentes do FBI.”
null faz contato visual com Morgan tentando conter uma risada e isso a faz bufar.
“Discutiremos isso mais tarde. Vamos nos concentrar nas atualizações que reunimos.” Hotch demite devido a assuntos mais urgentes em questão.
“Depois de conversar com amigos das últimas vítimas, posso confirmar que todas foram vistas pela última vez no mesmo clube.” JJ fala primeiro.
“E os lixões ficam a menos de vinte minutos de lá. Ele definitivamente não os está segurando mais.” Morgan acrescenta.
“Deve ser aí que ele escolhe suas vítimas. O médico legista encontrou algo novo?’’ Hotch pergunta.
“Traços de GHB.” Emilly responde. “Não sabemos como ele está administrando isso em seus sistemas, mas meu palpite seria através das bebidas.”
“O gama-hidroxibutirato, mais conhecido como GHB, é uma droga de festa que produz sentimentos de euforia, confiança, relaxamento e sociabilidade. Os efeitos colaterais do GHB podem incluir sonolência, vômitos, alterações de humor, dependência, bem como sintomas mais graves de inconsciência. Quando misturado com álcool, o risco de overdose aumenta, pois pode causar colapso respiratório, levando ao coma ou, em casos extremos, à morte.” null está prestes a continuar, mas rapidamente reconhece que é uma tangente que ele precisa interromper.
“Espere, JJ, em que clube as vítimas foram vistas pela última vez?” null interrompe, inclinando-se em direção ao mapa.
Assim que JJ diz o nome, null rapidamente faz uma busca no sistema e confirma.
“Isso está bem no centro da zona de conforto dele,” null aponta para uma pequena marca vermelha no mapa, indicando o local. “O clube é um ponto chave. Ele provavelmente vai até lá por uma razão específica.”
“Então, como vamos pegá-lo? O clube vai estar lotado e não sabemos como ele se comporta. O perfil diz que ele se mistura, que não chama atenção. Nada nele parece excepcional,” Morgan pergunta, tentando formular uma estratégia enquanto a pressão aumenta.
“Ele vai se destacar quando estiver sozinho com sua vítima,” null responde, sem perceber o peso de suas palavras. “Ele é possessivo, se torna pegajoso, segura com força. Se os avanços forem rejeitados, a raiva vai se intensificar. É aí que ele se revela.”
“Sim... mas ele tem um tipo muito específico.” Rossi fala com cautela, sua voz mais séria.
O clima na sala ficou tenso, com todos sabendo o que aquilo significava, embora ninguém quisesse dizer em voz alta.
O fato é que todos vinham evitando o elefante na sala.
Você é exatamente o tipo dele.
null estava no escritório do agente Hotchner, analisando relatórios e discutindo o andamento de um caso recente, quando foi interrompida abruptamente pela porta se abrindo com força.
“Senhor, olá, desculpe interromper, mas é uma emergência. Aquele caso que estávamos consultando para a polícia de Anchorage? Garcia irrompe na sala, ligeiramente descolorido e mais em pânico do que o normal. “Bem, mais cinco corpos foram descobertos. Dois deles são anteriores a quem inicialmente pensávamos ser a primeira vítima.”
“Garcia, diga a todos para se encontrarem no jato o mais rápido possível. Faremos um briefing durante o voo. Hotch ordena levantando-se abruptamente de sua cadeira. “Você e eu podemos terminar esta reunião mais tarde. Este caso é agora a nossa principal prioridade.’’
Emily, Rossi e Derek já estavam sentados quando você embarcou. null guardou sua mochila em um dos compartimentos superiores e sentou-se temporariamente ao lado de Derek.
“Quão ruim você acha que este vai ser?” Derek suspira, temendo os horrores que aguardam sua chegada.
“Temos até trinta e seis corpos e continuamos aumentando. Quem quer que seja esse suspeito, já está nisso há algum tempo." null responde honestamente.
“Eaí espiã, está tudo bem?” A garota já estava acostumada com o apelido que Derek havia dado a ela.
“Só dormi meio mal” Meia verdade, né?
“Só estou perguntando como um amigo preocupado.” Ele levanta as mãos em defesa.
Não demorou muito para que todos entrassem no jato, sendo null o último.
“Tudo bem, vamos começar.” Hotch declarou e todos se reuniram.
Com todos os detalhes repassados por Garcia através do monitor, todos começaram a relatar fatos e sugestões. null terminou logo e se retirou para um assento isolado na parte de trás do jato. Foi um vôo de quase oito horas, sete das quais null passou assistindo alguma série aleatória, como sempre.
Como ela havia previsto, o caso não foi nada fácil. No primeiro dia todos foram divididos em grupos para acompanhar o legista, as famílias das vítimas e examinar as cenas do crime. Todas as evidências e informações coletadas não foram suficientes para restringir mais o perfil do que o genérico: homem, entre trinta e poucos anos, odeia mulheres. null já estava há três dias sem nenhuma pista viável, estava especialmente frustrada porque sentiu que não estava trabalhando tão bem quanto poderia.
Esse pensamento permaneceu no fundo de sua mente.
Mais quatro corpos foram descobertos e com eles um novo padrão de assassinatos. O suspeito estava evoluindo. null e null eram os únicos na delegacia quando o último assassinato foi descoberto. O que significa que ela estava presa trabalhando no perfil geográfico com ele enquanto os outros estavam atrás de novas pistas.
null sentou-se calmamente no assento mais distante possível, tentando ficar invisível e esperando que isso o mantivesse ocupado o suficiente para não falar com ela. Durante toda a semana, a garota não disse uma única palavra a ele, a menos que fosse absolutamente necessário para o caso. Era como se ele não existisse, mesmo estando bem na sua frente.
null estava ocupada rabiscando palavras em um arquivo, tentando começar com sua papelada.
“O que você está fazendo?” Ele pergunta.
Você vira a cabeça em direção à prancha atrás dele. Um diagrama de Venn foi desenhado em um mapa da cidade, pequenas notas pregadas rotulando edifícios proeminentes na área.
“Como devo ajudar?” null questiona, lançando seus olhos entre ele e o quadro branco, confusa.
“Você está me perguntando como fazer o seu trabalho?” Ele provoca, inclinando a cabeça e estreitando os olhos.
null geme dramaticamente, jogando a cabeça para trás. É difícil acreditar que ele seja um homem lógico em momentos como este. Nos últimos meses, esse tipo de interação parecia ser o padrão. Ela se levantou da cadeira, determinada a se concentrar na tarefa, e foi até o quadro. null, que ainda estava sentado, se viu mais perto dela do que esperava. Quando ela passou, o corpo deles se roçou acidentalmente, e um arrepio percorreu a espinha dele. Ele permaneceu em silêncio por um momento, observando como ela removia algumas notas e adicionava outras. Mas sua mente estava distante, presa no cheiro dela, uma sensação que o desconcertava.
A mão de null passou por seus cabelos enquanto ele recuava ligeiramente, tentando se recompor. Seus dentes se pressionaram e a mandíbula se contraiu brevemente; ele odiava como ela conseguia fazer isso com ele.
"O que você pensa que está fazendo?" O tom de sua voz subiu um pouco, e os ouvidos começaram a arder de frustração.
null rolou os olhos, cruzando os braços e lançando um olhar desafiador. "O que você quer dizer?" Ela não conseguia esconder o sarcasmo na fala.
"Não se faça de boba" Ele resmungou, balançando a cabeça com desdém.
"Não tente agir de forma inteligente." null não poupou palavras, seus olhos se virando para o lado mais uma vez. Algo nela estava começando a se irritar também, mas null ainda não estava totalmente fora de controle. Ele não podia esconder o quanto aquela troca o estava afetando.
"Eu sou inteligente." null zombou, seu sangue começando a ferver. Esse jogo de palavras, esse trunfo que ela parecia sempre usar, estava ficando irritantemente repetitivo.
"Aproveite, é a única coisa boa que você tem a seu favor!" null estourou, a raiva acumulada ao longo dos dias finalmente explodindo. Sua voz cortou o silêncio entre eles com um impacto inesperado.
"Você é inacreditável!" null exclamou, sua paciência se esgotando. "A primeira vez que você se dá ao trabalho de me responder durante toda a semana e é só para discutir?" Ele estava se esforçando ao máximo para não gritar, mas a frustração tomava conta dele a cada palavra que ela proferia. Ele queria afastar essa tensão, mas não conseguia ignorar como ela conseguia mexer tanto com ele.
"Oh! Você está tentando começar uma discussão a semana toda e agora que estou cedendo, você não aguenta?! Na verdade, por que você tem se esforçado tanto, doutor? Fiquei com a impressão de que você não aguenta nem olhar para o meu rosto!
null, sentindo a tensão no ar, não conseguiu se conter e deixou escapar uma provocação, tentando atingir um ponto sensível. "E aí, como anda sua namoradinha, Maeve?" Ela não soube ao certo por que disse aquilo, mas a palavra "namoradinha" saiu com um tom carregado de sarcasmo, como se fosse um golpe certeiro.
null ficou em silêncio por um tempo, mas quando falou, a voz dele estava baixa, quase fria. "Não precisa falar dela. Isso não tem nada a ver com você."
Nem null nem null notaram o retorno das equipes durante a briga. A agente fica um pouco envergonhada, imaginando o quanto eles testemunharam.
“Importam-se de explicar o que está acontecendo?” Hotchner pergunta e os dois se sentem como crianças petulantes recebendo um sermão de seu pai.
“Ela não estava fazendo seu trabalho!” null reclama. “E quando eu toquei no assunto, ela bagunçou meu perfil!”
“Deus, você é insuportável! Isso se chama “estreitar o perfil”, null. Talvez se você fizesse isso corretamente, eu não precisaria.” null retruca.
"Ei!" Hotch repreende.
Ele fica em silêncio por um segundo, olhares estranhos percorrendo a sala. Rossi quebra primeiro.
“Sabe, se eu não soubesse melhor, pensaria que vocês dois eram crianças brigando em vez de agentes do FBI.”
null faz contato visual com Morgan tentando conter uma risada e isso a faz bufar.
“Discutiremos isso mais tarde. Vamos nos concentrar nas atualizações que reunimos.” Hotch demite devido a assuntos mais urgentes em questão.
“Depois de conversar com amigos das últimas vítimas, posso confirmar que todas foram vistas pela última vez no mesmo clube.” JJ fala primeiro.
“E os lixões ficam a menos de vinte minutos de lá. Ele definitivamente não os está segurando mais.” Morgan acrescenta.
“Deve ser aí que ele escolhe suas vítimas. O médico legista encontrou algo novo?’’ Hotch pergunta.
“Traços de GHB.” Emilly responde. “Não sabemos como ele está administrando isso em seus sistemas, mas meu palpite seria através das bebidas.”
“O gama-hidroxibutirato, mais conhecido como GHB, é uma droga de festa que produz sentimentos de euforia, confiança, relaxamento e sociabilidade. Os efeitos colaterais do GHB podem incluir sonolência, vômitos, alterações de humor, dependência, bem como sintomas mais graves de inconsciência. Quando misturado com álcool, o risco de overdose aumenta, pois pode causar colapso respiratório, levando ao coma ou, em casos extremos, à morte.” null está prestes a continuar, mas rapidamente reconhece que é uma tangente que ele precisa interromper.
“Espere, JJ, em que clube as vítimas foram vistas pela última vez?” null interrompe, inclinando-se em direção ao mapa.
Assim que JJ diz o nome, null rapidamente faz uma busca no sistema e confirma.
“Isso está bem no centro da zona de conforto dele,” null aponta para uma pequena marca vermelha no mapa, indicando o local. “O clube é um ponto chave. Ele provavelmente vai até lá por uma razão específica.”
“Então, como vamos pegá-lo? O clube vai estar lotado e não sabemos como ele se comporta. O perfil diz que ele se mistura, que não chama atenção. Nada nele parece excepcional,” Morgan pergunta, tentando formular uma estratégia enquanto a pressão aumenta.
“Ele vai se destacar quando estiver sozinho com sua vítima,” null responde, sem perceber o peso de suas palavras. “Ele é possessivo, se torna pegajoso, segura com força. Se os avanços forem rejeitados, a raiva vai se intensificar. É aí que ele se revela.”
“Sim... mas ele tem um tipo muito específico.” Rossi fala com cautela, sua voz mais séria.
O clima na sala ficou tenso, com todos sabendo o que aquilo significava, embora ninguém quisesse dizer em voz alta.
O fato é que todos vinham evitando o elefante na sala.
Você é exatamente o tipo dele.
Capítulo 21 ‘‘a isca’’
null olhou ao redor da sala, vendo as expressões tensas nos rostos dos outros membros da equipe. Hotch estava em silêncio, aparentemente absorvendo todas as possibilidades, enquanto JJ e Emily estavam inclinadas para a frente, com os olhos fixos em suas anotações. null e Morgan estavam em pé, trocando olhares rápidos, como se o plano já tivesse sido ensaiado.
“Temos que agir rápido. Sabemos onde ele vai estar. O clube é o nosso ponto de partida. E null…” Hotch começou, os olhos olhando diretamente para ela, com uma intensidade que fazia seu estômago se revirar. “Você vai ser a isca.”
null assentiu, sentindo o peso da responsabilidade caindo sobre seus ombros. Não era a primeira vez que ela se colocava em perigo em nome do trabalho, mas desta vez parecia diferente. O que estava em jogo não era apenas uma missão. Ela sabia que, ao aceitar essa tarefa, estaria se expondo a algo muito mais pessoal e doloroso.
“Eu sei o que estou fazendo, Hotch,” ela disse, tentando esconder a hesitação na voz. “Vamos prender esse cara.”
null a observou de longe, sem dizer nada. Ele sabia o quanto essa missão era arriscada para ela. E ele sabia que, apesar de todo o treinamento e preparo, nada o prepararia para ver null em perigo novamente. As memórias de quando ela esteve sob risco anteriormente estavam frescas em sua mente, mas ele não tinha o direito de se meter.
“null, temos uma estratégia bem definida,” Rossi disse, interrompendo seus pensamentos. “O objetivo é criar um ambiente no qual ele se sinta confortável para agir. Precisamos fazer com que ele se aproxime. E a partir daí, vamos cercá-lo e detê-lo.”
“E quanto à segurança?” null perguntou, sua voz mais firme agora. Ela não ia jogar-se na armadilha sem saber o que estava em jogo. “Como vamos garantir que ele não vá me atacar antes de conseguir prendê-lo?”
“Você vai ter microfones, câmeras e apoio do resto da equipe a cada passo,” Hotch explicou, com uma calma que contrastava com a tensão do momento. “Se ele tentar alguma coisa, nós estaremos lá. Não é nada que você não tenha visto antes na CIA”
Ela balançou a cabeça, tentando se concentrar. Tudo o que ela queria era focar no objetivo. Prender o criminoso, resgatar as vítimas. Mas a verdade era que seu papel nesse plano era mais do que um simples trabalho. Ela sabia disso, e isso a fazia sentir uma sensação incômoda no peito.
O resto do briefing continuou, mas null não conseguia parar de pensar no que viria a seguir. A noite no clube seria a chance que o time precisava. Era o momento certo, mas também o mais perigoso.
-------
Quando finalmente chegaram ao clube, o ambiente era abafado e cheio de música, com luzes piscando e corpos se movendo no ritmo da batida. Ela se sentiu deslocada entre os rostos desconhecidos, mas se manteve firme, como planejado. Tinha se arrumado como nos velhos tempos em que trabalhava na CIA. Era uma das partes que mais gostava no trabalho, estava cheia de adrenalina.
Seu vestido preto era justo o suficiente para acentuar sua silhueta, sem ser exagerado. Era sofisticado, elegante, mas com um toque provocante que atraía olhares sem parecer vulgar. O tecido cintilava suavemente sob as luzes do clube, realçando o cuidado com cada detalhe de sua aparência. O cabelo estava metade preso, algumas mechas soltas moldavam seu rosto, conferindo um ar de casualidade equilibrada. A maquiagem era sutil, mas seus olhos estavam delineados com precisão, destacando o brilho natural que pareciam carregar.
null estava linda, mas o objetivo não era apenas impressionar. Tudo fazia parte do plano. Cada escolha, desde o vestido até o penteado, tinha sido calculada para chamar a atenção certa: a do suspeito.
Quando chegou à entrada do clube, o segurança a reconheceu imediatamente como uma das "pessoas do evento". Ele a cumprimentou com um leve aceno de cabeça e abriu a corda de veludo sem hesitar, permitindo que ela passasse. Ela sorriu de forma discreta, mantendo a pose confiante, enquanto sua mente já trabalhava no próximo passo.
null se dirigiu ao bar, onde um dos agentes já estava posicionado, fazendo o papel de observador. Ela pediu uma bebida simples e observou ao redor, fazendo o papel de alguém que só estava ali para se divertir, esperando. Ela sentiu o olhar de algumas pessoas sobre ela, mas nada que a incomodasse. O foco estava em outra parte do clube, onde o criminoso provavelmente estaria se preparando para fazer sua próxima jogada.
Ela esperou, observando a multidão, até que finalmente, o que parecia ser uma simples troca de olhares, a fez se arrepiar. Ela reconheceu o homem. O suspeito. Era ele. Seus instintos de agente se acenderam imediatamente, mas ela manteve a compostura. Nada poderia dar errado.
Com um leve movimento, ele se aproximou. Seu olhar era predatório, mas controlado. Como se soubesse que ela estava ali para ser observada. null segurou a bebida com uma mão, sua outra mão discretamente tocando o microfone escondido em sua blusa. Ela sentiu o peso da situação, mas não podia hesitar. Não podia mostrar que estava nervosa.
Ele parou ao seu lado, um sorriso estranho nos lábios. “Eu não te vi por aqui antes,” ele disse com um tom suave, mas havia algo na sua voz que a fazia se sentir desconfortável. Ele estava testando os limites.
“Eu não sou daqui. Só estou aproveitando a noite,” null respondeu, seu tom de voz controlado. Ela sabia que ele queria mais, queria se aproximar, queria a reação dela. Mas ela não iria dar essa satisfação.
“Eu gosto do seu estilo. Parece que você sabe como se divertir,” ele continuou, e null sentiu o peso de suas palavras. Ele estava jogando o jogo, se aproximando mais.
Ela deu um sorriso de canto, tentando parecer casual, mas sentindo a tensão crescer.
null, posicionado em uma van do lado de fora, acompanhava cada movimento dela pelos monitores e pelo rádio. Ele tentava manter o profissionalismo, mas seu coração batia rápido demais enquanto observava null ser envolvida pelo charme cuidadosamente calculado do homem.
O suspeito ofereceu uma bebida a null, e ela aceitou com um sorriso convincente, mas não tomou um gole. Eles começaram a conversar, e null jogou verde, mencionando que era nova na cidade e não conhecia muita gente. O suspeito parecia encantado, e null apertava os punhos enquanto ouvia a interação.
“Ele está tentando convencê-la a sair do clube,” JJ avisou no rádio. “null, mantenha-o no local por mais tempo.”
O suspeito tocou seu braço, e ela se inclinou ligeiramente para trás, sorrindo para disfarçar o desconforto.
null segurou o copo com firmeza enquanto o suspeito continuava a encantá-la com palavras cuidadosamente calculadas. Ela sabia que não deveria beber, mas quando ele insistiu com um sorriso afável, ela tomou um pequeno gole para não levantar suspeitas. O gosto era doce, mas havia algo estranho que a fez franzir a testa por um breve momento. Ela não imaginava que ele já tivesse adulterado a bebida.
A conversa prosseguia, e null fazia o possível para manter a compostura, mas logo começou a sentir uma leve tontura. Sua visão ficou turva por instantes, e sua respiração acelerou. Algo estava errado.
“Você parece tensa,” ele comentou, a voz suave, mas com uma ponta de algo mais sombrio.
“Talvez eu só precise de um pouco de ar,” null disse, tentando manter o controle.
“Você está bem?” o homem perguntou, aproximando-se mais. Seu tom soava preocupado, mas havia uma tensão calculada no fundo de sua voz.
“Estou… só um pouco zonza,” null respondeu, tentando soar casual enquanto sua mão procurava apoio na mesa próxima.
“Talvez devêssemos sair daqui. Um pouco de ar fresco vai te ajudar,” ele sugeriu, segurando-a pelo braço.
Do lado de fora, na van, null percebeu a mudança em sua postura pelos monitores. null não estava mais tão alerta; seus movimentos estavam mais lentos. Ele sentiu um nó no estômago ao vê-la cambaleando levemente.
“Vou te levar para um lugar mais calmo,” ele insistiu, começando a puxá-la em direção à porta lateral.
“Não!” null finalmente quebrou o silêncio no rádio. Sua voz era firme, quase desesperada. “Não deixe ele te levar para fora, null!”
Ela hesitou, tentando encontrar uma desculpa, mas o suspeito segurou seu pulso com mais força. “Vamos, você vai gostar.”
null não podia mais esperar. Ele saiu correndo da van, ignorando os protestos de Hotch e JJ, e entrou no clube, os olhos procurando freneticamente por null.
Ele entrou no clube como uma tempestade, ignorando as luzes piscando e a música ensurdecedora. Seus olhos procuraram freneticamente por null até que ele a viu sendo conduzida pelo suspeito para uma porta lateral. Ela parecia desorientada, lutando contra a fraqueza que tomava conta de seu corpo.
O homem tentou fugir, mas os outros agentes já estavam posicionados. Morgan surgiu da multidão e o derrubou no chão, algemando-o enquanto ele gritava insultos.
null estava parada, os braços cruzados como se quisesse se proteger. null se aproximou, a preocupação evidente em seus olhos. “Você está bem?” ele perguntou, a voz agora mais suave.
Ela assentiu, mas a tensão em seu corpo não desaparecia. “Você não precisava fazer isso,” murmurou.
“Precisava sim,” ele respondeu, sem desviar o olhar. “Eu não ia deixar você sair desse clube com ele. Nunca.”
“null, olha para mim,” null disse, sua voz mais suave agora enquanto segurava seu rosto com cuidado. “Você está bem? Consegue me ouvir?”
Ela piscou lentamente, tentando focar nele. “null… eu acho que… ele colocou algo na bebida.” Sua voz era fraca, mas ela ainda tentava se manter firme.
“Eu sei,” ele respondeu, segurando-a com mais força enquanto ela começava a ceder ao peso do cansaço. “Você está segura agora. Eu prometo.”
Enquanto os outros agentes levavam o suspeito, null ficou com null, esperando que a ambulância chegasse. Ele não largou sua mão por um segundo sequer, o coração apertado ao ver a vulnerabilidade que ela raramente mostrava. Naquele momento, qualquer raiva ou ressentimento que ele sentia por ela desapareceu, substituído por um medo profundo de perdê-la.
null tentou sorrir, mas as lágrimas nos olhos dela mostravam o impacto daquela noite. “Você sempre vem, não é?”
“Eu sempre vou vir,” null respondeu baixinho, segurando sua mão com mais firmeza. “Sempre.”
As palavras o pegaram desprevenido tanto quanto pegaram a ela. Ele raramente falava de forma tão direta sobre o que sentia, mas naquele momento não havia espaço para jogos ou mal-entendidos.
null respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos. “Eu sinto muito, null. Por tudo. Pelas coisas que eu disse...”
Ele suspirou, passando uma das mãos pelos cabelos. “Eu também não fui justo com você. E não deveria ter deixado as coisas ficarem tão ruins entre nós.”
Por um breve instante, parecia que o ar ao redor deles tinha mudado. Uma trégua silenciosa havia sido estabelecida, uma tentativa de se reconectar no meio do caos.
null, no entanto, não conseguia evitar tocar em algo que a incomodava profundamente. “null… só toma cuidado com Maeve, tá? Eu não quero que você se machuque.”
"Eu sei que parece estranho. Não era pra ela ter aparecido naquele dia. Na verdade, nem era pra vocês se verem. Ela continua me procurando, tentando... conversar." Ele hesitou, e null viu em seus olhos que havia mais.
"Então... aconteceu algo entre vocês?" A pergunta escapou antes que ela pudesse se controlar, e ela imediatamente se arrependeu. null pareceu hesitar, desviando o olhar, mas não negou.
null forçou um sorriso, tentando esconder o aperto no peito. "Entendi. Bom... espero que vocês dois fiquem bem."
"null..." null começou, mas ela levantou a mão, interrompendo-o.
"Não precisa explicar. Eu só quero que a gente pare com essas brigas. Precisamos voltar ao normal, sabe? Trabalhar juntos sem essa tensão toda."
Ele assentiu, parecendo aliviado. "Eu também quero isso. O que aconteceu ontem... me fez perceber que não quero que algo ruim aconteça entre a gente."
Ela sorriu suavemente, embora seu coração ainda estivesse pesado. "Estamos em paz então?"
"Estamos em paz," null respondeu, sorrindo de volta.
Mas por trás do sorriso de null, sua mente estava uma bagunça. O fato de ele não ter negado algo com Maeve a deixava inquieta. Ela queria confiar que null sabia o que estava fazendo, mas não podia evitar a pontada de insegurança que isso gerava. Mesmo assim, decidiu deixar o assunto de lado. Pelo menos por enquanto.
As luzes da ambulância finalmente iluminaram a cena, interrompendo o momento entre eles. Enquanto os paramédicos começavam a cuidar de null, null soltou a mão dela com relutância, mas seus olhos não deixaram o rosto dela nem por um segundo. Ele sabia que a conversa ainda não tinha acabado, mas por enquanto, ela precisava de descanso.
null abriu a boca para responder, mas null já havia desviado o olhar, voltando para ajudar Morgan com o suspeito. Ela ficou ali por um momento, o coração batendo rápido por razões que não tinham nada a ver com a operação. null ainda se importava — e talvez, só talvez, ela também.
“Temos que agir rápido. Sabemos onde ele vai estar. O clube é o nosso ponto de partida. E null…” Hotch começou, os olhos olhando diretamente para ela, com uma intensidade que fazia seu estômago se revirar. “Você vai ser a isca.”
null assentiu, sentindo o peso da responsabilidade caindo sobre seus ombros. Não era a primeira vez que ela se colocava em perigo em nome do trabalho, mas desta vez parecia diferente. O que estava em jogo não era apenas uma missão. Ela sabia que, ao aceitar essa tarefa, estaria se expondo a algo muito mais pessoal e doloroso.
“Eu sei o que estou fazendo, Hotch,” ela disse, tentando esconder a hesitação na voz. “Vamos prender esse cara.”
null a observou de longe, sem dizer nada. Ele sabia o quanto essa missão era arriscada para ela. E ele sabia que, apesar de todo o treinamento e preparo, nada o prepararia para ver null em perigo novamente. As memórias de quando ela esteve sob risco anteriormente estavam frescas em sua mente, mas ele não tinha o direito de se meter.
“null, temos uma estratégia bem definida,” Rossi disse, interrompendo seus pensamentos. “O objetivo é criar um ambiente no qual ele se sinta confortável para agir. Precisamos fazer com que ele se aproxime. E a partir daí, vamos cercá-lo e detê-lo.”
“E quanto à segurança?” null perguntou, sua voz mais firme agora. Ela não ia jogar-se na armadilha sem saber o que estava em jogo. “Como vamos garantir que ele não vá me atacar antes de conseguir prendê-lo?”
“Você vai ter microfones, câmeras e apoio do resto da equipe a cada passo,” Hotch explicou, com uma calma que contrastava com a tensão do momento. “Se ele tentar alguma coisa, nós estaremos lá. Não é nada que você não tenha visto antes na CIA”
Ela balançou a cabeça, tentando se concentrar. Tudo o que ela queria era focar no objetivo. Prender o criminoso, resgatar as vítimas. Mas a verdade era que seu papel nesse plano era mais do que um simples trabalho. Ela sabia disso, e isso a fazia sentir uma sensação incômoda no peito.
O resto do briefing continuou, mas null não conseguia parar de pensar no que viria a seguir. A noite no clube seria a chance que o time precisava. Era o momento certo, mas também o mais perigoso.
Quando finalmente chegaram ao clube, o ambiente era abafado e cheio de música, com luzes piscando e corpos se movendo no ritmo da batida. Ela se sentiu deslocada entre os rostos desconhecidos, mas se manteve firme, como planejado. Tinha se arrumado como nos velhos tempos em que trabalhava na CIA. Era uma das partes que mais gostava no trabalho, estava cheia de adrenalina.
Seu vestido preto era justo o suficiente para acentuar sua silhueta, sem ser exagerado. Era sofisticado, elegante, mas com um toque provocante que atraía olhares sem parecer vulgar. O tecido cintilava suavemente sob as luzes do clube, realçando o cuidado com cada detalhe de sua aparência. O cabelo estava metade preso, algumas mechas soltas moldavam seu rosto, conferindo um ar de casualidade equilibrada. A maquiagem era sutil, mas seus olhos estavam delineados com precisão, destacando o brilho natural que pareciam carregar.
null estava linda, mas o objetivo não era apenas impressionar. Tudo fazia parte do plano. Cada escolha, desde o vestido até o penteado, tinha sido calculada para chamar a atenção certa: a do suspeito.
Quando chegou à entrada do clube, o segurança a reconheceu imediatamente como uma das "pessoas do evento". Ele a cumprimentou com um leve aceno de cabeça e abriu a corda de veludo sem hesitar, permitindo que ela passasse. Ela sorriu de forma discreta, mantendo a pose confiante, enquanto sua mente já trabalhava no próximo passo.
null se dirigiu ao bar, onde um dos agentes já estava posicionado, fazendo o papel de observador. Ela pediu uma bebida simples e observou ao redor, fazendo o papel de alguém que só estava ali para se divertir, esperando. Ela sentiu o olhar de algumas pessoas sobre ela, mas nada que a incomodasse. O foco estava em outra parte do clube, onde o criminoso provavelmente estaria se preparando para fazer sua próxima jogada.
Ela esperou, observando a multidão, até que finalmente, o que parecia ser uma simples troca de olhares, a fez se arrepiar. Ela reconheceu o homem. O suspeito. Era ele. Seus instintos de agente se acenderam imediatamente, mas ela manteve a compostura. Nada poderia dar errado.
Com um leve movimento, ele se aproximou. Seu olhar era predatório, mas controlado. Como se soubesse que ela estava ali para ser observada. null segurou a bebida com uma mão, sua outra mão discretamente tocando o microfone escondido em sua blusa. Ela sentiu o peso da situação, mas não podia hesitar. Não podia mostrar que estava nervosa.
Ele parou ao seu lado, um sorriso estranho nos lábios. “Eu não te vi por aqui antes,” ele disse com um tom suave, mas havia algo na sua voz que a fazia se sentir desconfortável. Ele estava testando os limites.
“Eu não sou daqui. Só estou aproveitando a noite,” null respondeu, seu tom de voz controlado. Ela sabia que ele queria mais, queria se aproximar, queria a reação dela. Mas ela não iria dar essa satisfação.
“Eu gosto do seu estilo. Parece que você sabe como se divertir,” ele continuou, e null sentiu o peso de suas palavras. Ele estava jogando o jogo, se aproximando mais.
Ela deu um sorriso de canto, tentando parecer casual, mas sentindo a tensão crescer.
null, posicionado em uma van do lado de fora, acompanhava cada movimento dela pelos monitores e pelo rádio. Ele tentava manter o profissionalismo, mas seu coração batia rápido demais enquanto observava null ser envolvida pelo charme cuidadosamente calculado do homem.
O suspeito ofereceu uma bebida a null, e ela aceitou com um sorriso convincente, mas não tomou um gole. Eles começaram a conversar, e null jogou verde, mencionando que era nova na cidade e não conhecia muita gente. O suspeito parecia encantado, e null apertava os punhos enquanto ouvia a interação.
“Ele está tentando convencê-la a sair do clube,” JJ avisou no rádio. “null, mantenha-o no local por mais tempo.”
O suspeito tocou seu braço, e ela se inclinou ligeiramente para trás, sorrindo para disfarçar o desconforto.
null segurou o copo com firmeza enquanto o suspeito continuava a encantá-la com palavras cuidadosamente calculadas. Ela sabia que não deveria beber, mas quando ele insistiu com um sorriso afável, ela tomou um pequeno gole para não levantar suspeitas. O gosto era doce, mas havia algo estranho que a fez franzir a testa por um breve momento. Ela não imaginava que ele já tivesse adulterado a bebida.
A conversa prosseguia, e null fazia o possível para manter a compostura, mas logo começou a sentir uma leve tontura. Sua visão ficou turva por instantes, e sua respiração acelerou. Algo estava errado.
“Você parece tensa,” ele comentou, a voz suave, mas com uma ponta de algo mais sombrio.
“Talvez eu só precise de um pouco de ar,” null disse, tentando manter o controle.
“Você está bem?” o homem perguntou, aproximando-se mais. Seu tom soava preocupado, mas havia uma tensão calculada no fundo de sua voz.
“Estou… só um pouco zonza,” null respondeu, tentando soar casual enquanto sua mão procurava apoio na mesa próxima.
“Talvez devêssemos sair daqui. Um pouco de ar fresco vai te ajudar,” ele sugeriu, segurando-a pelo braço.
Do lado de fora, na van, null percebeu a mudança em sua postura pelos monitores. null não estava mais tão alerta; seus movimentos estavam mais lentos. Ele sentiu um nó no estômago ao vê-la cambaleando levemente.
“Vou te levar para um lugar mais calmo,” ele insistiu, começando a puxá-la em direção à porta lateral.
“Não!” null finalmente quebrou o silêncio no rádio. Sua voz era firme, quase desesperada. “Não deixe ele te levar para fora, null!”
Ela hesitou, tentando encontrar uma desculpa, mas o suspeito segurou seu pulso com mais força. “Vamos, você vai gostar.”
null não podia mais esperar. Ele saiu correndo da van, ignorando os protestos de Hotch e JJ, e entrou no clube, os olhos procurando freneticamente por null.
Ele entrou no clube como uma tempestade, ignorando as luzes piscando e a música ensurdecedora. Seus olhos procuraram freneticamente por null até que ele a viu sendo conduzida pelo suspeito para uma porta lateral. Ela parecia desorientada, lutando contra a fraqueza que tomava conta de seu corpo.
O homem tentou fugir, mas os outros agentes já estavam posicionados. Morgan surgiu da multidão e o derrubou no chão, algemando-o enquanto ele gritava insultos.
null estava parada, os braços cruzados como se quisesse se proteger. null se aproximou, a preocupação evidente em seus olhos. “Você está bem?” ele perguntou, a voz agora mais suave.
Ela assentiu, mas a tensão em seu corpo não desaparecia. “Você não precisava fazer isso,” murmurou.
“Precisava sim,” ele respondeu, sem desviar o olhar. “Eu não ia deixar você sair desse clube com ele. Nunca.”
“null, olha para mim,” null disse, sua voz mais suave agora enquanto segurava seu rosto com cuidado. “Você está bem? Consegue me ouvir?”
Ela piscou lentamente, tentando focar nele. “null… eu acho que… ele colocou algo na bebida.” Sua voz era fraca, mas ela ainda tentava se manter firme.
“Eu sei,” ele respondeu, segurando-a com mais força enquanto ela começava a ceder ao peso do cansaço. “Você está segura agora. Eu prometo.”
Enquanto os outros agentes levavam o suspeito, null ficou com null, esperando que a ambulância chegasse. Ele não largou sua mão por um segundo sequer, o coração apertado ao ver a vulnerabilidade que ela raramente mostrava. Naquele momento, qualquer raiva ou ressentimento que ele sentia por ela desapareceu, substituído por um medo profundo de perdê-la.
null tentou sorrir, mas as lágrimas nos olhos dela mostravam o impacto daquela noite. “Você sempre vem, não é?”
“Eu sempre vou vir,” null respondeu baixinho, segurando sua mão com mais firmeza. “Sempre.”
As palavras o pegaram desprevenido tanto quanto pegaram a ela. Ele raramente falava de forma tão direta sobre o que sentia, mas naquele momento não havia espaço para jogos ou mal-entendidos.
null respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos. “Eu sinto muito, null. Por tudo. Pelas coisas que eu disse...”
Ele suspirou, passando uma das mãos pelos cabelos. “Eu também não fui justo com você. E não deveria ter deixado as coisas ficarem tão ruins entre nós.”
Por um breve instante, parecia que o ar ao redor deles tinha mudado. Uma trégua silenciosa havia sido estabelecida, uma tentativa de se reconectar no meio do caos.
null, no entanto, não conseguia evitar tocar em algo que a incomodava profundamente. “null… só toma cuidado com Maeve, tá? Eu não quero que você se machuque.”
"Eu sei que parece estranho. Não era pra ela ter aparecido naquele dia. Na verdade, nem era pra vocês se verem. Ela continua me procurando, tentando... conversar." Ele hesitou, e null viu em seus olhos que havia mais.
"Então... aconteceu algo entre vocês?" A pergunta escapou antes que ela pudesse se controlar, e ela imediatamente se arrependeu. null pareceu hesitar, desviando o olhar, mas não negou.
null forçou um sorriso, tentando esconder o aperto no peito. "Entendi. Bom... espero que vocês dois fiquem bem."
"null..." null começou, mas ela levantou a mão, interrompendo-o.
"Não precisa explicar. Eu só quero que a gente pare com essas brigas. Precisamos voltar ao normal, sabe? Trabalhar juntos sem essa tensão toda."
Ele assentiu, parecendo aliviado. "Eu também quero isso. O que aconteceu ontem... me fez perceber que não quero que algo ruim aconteça entre a gente."
Ela sorriu suavemente, embora seu coração ainda estivesse pesado. "Estamos em paz então?"
"Estamos em paz," null respondeu, sorrindo de volta.
Mas por trás do sorriso de null, sua mente estava uma bagunça. O fato de ele não ter negado algo com Maeve a deixava inquieta. Ela queria confiar que null sabia o que estava fazendo, mas não podia evitar a pontada de insegurança que isso gerava. Mesmo assim, decidiu deixar o assunto de lado. Pelo menos por enquanto.
As luzes da ambulância finalmente iluminaram a cena, interrompendo o momento entre eles. Enquanto os paramédicos começavam a cuidar de null, null soltou a mão dela com relutância, mas seus olhos não deixaram o rosto dela nem por um segundo. Ele sabia que a conversa ainda não tinha acabado, mas por enquanto, ela precisava de descanso.
null abriu a boca para responder, mas null já havia desviado o olhar, voltando para ajudar Morgan com o suspeito. Ela ficou ali por um momento, o coração batendo rápido por razões que não tinham nada a ver com a operação. null ainda se importava — e talvez, só talvez, ela também.
Capítulo 22 ‘‘Great war’’
O telefone de Hotchner tocou, interrompendo o clima descontraído do escritório. Ele atendeu, seu semblante endurecendo a cada palavra que ouvia.
"Entendido", disse ele, encerrando a ligação. "Equipe, temos um novo caso. Um diplomata estrangeiro foi sequestrado em Washington. A CIA solicitou nossa ajuda."
Um murmúrio de surpresa percorreu o grupo. A CIA raramente pedia auxílio ao FBI, especialmente em casos de sequestro. null sentiu um frio na espinha. A agência de inteligência só se envolvia em casos de alta importância, com implicações políticas e diplomáticas.
"O que a CIA tem a ver com isso?", perguntou Morgan, franzindo o cenho.
"O diplomata é suspeito de espionagem", explicou Hotchner. "A CIA acredita que ele foi sequestrado por uma organização terrorista que busca informações confidenciais."
null sentiu um nó se formar em sua garganta. Espionagem, terrorismo, informações confidenciais... Eram palavras que a transportavam de volta aos seus dias na CIA.
A equipe se reuniu na sala de conferências, onde Garcia já havia preparado um dossiê completo sobre o caso. O diplomata sequestrado, Andrei Volkov, era um membro importante da embaixada russa nos Estados Unidos. Ele havia desaparecido há dois dias, sem deixar rastros.
"A CIA acredita que Volkov estava prestes a desertar", disse Hotchner, lendo o relatório. "Ele tinha informações valiosas sobre as atividades de espionagem da Rússia nos Estados Unidos."
"E por que eles não cuidaram do caso sozinhos?", perguntou Prentiss, desconfiada.
"A CIA não quer chamar atenção para o caso", explicou Hotchner. "Eles temem que uma operação aberta possa comprometer a segurança de Volkov e colocar em risco as relações diplomáticas entre os dois países."
"Então, eles querem que façamos o trabalho sujo por eles", resmungou Morgan.
null se manteve em silêncio, mas por dentro, sentia uma onda de apreensão. Ela sabia como a CIA operava, como seus agentes eram treinados para manipular e usar as pessoas para atingir seus objetivos. Ela temia que a BAU estivesse sendo usada como peão em um jogo político muito maior do que imaginavam.
"Precisamos encontrar Volkov o mais rápido possível", disse Hotchner, interrompendo os pensamentos de null. "A CIA nos forneceu algumas pistas, mas precisamos agir com discrição. Não podemos deixar que os sequestradores saibam que estamos no caso."
A equipe assentiu, cada um já formulando suas próprias teorias e estratégias. null, no entanto, sentia um peso em seu peito. Ela sabia que esse caso seria diferente. E ela temia que, no final, a BAU acabasse pagando o preço pela interferência da CIA.
-------
null mal teve tempo de processar a gravidade do caso quando a porta da sala de conferências se abriu, revelando um homem que ela esperava nunca mais ver.
Timothy Kane.
Ele era tão impressionante quanto ela se lembrava: alto, com ombros largos e um sorriso que irradiava confiança. Seus cabelos loiros estavam impecavelmente penteados, e o terno bem ajustado reforçava sua presença intimidadora. Os olhos claros varreram a sala rapidamente, parando por uma fração de segundo em null, antes de se desviarem para Hotch. Ele entrou com uma postura casual, mas claramente consciente de que todos os olhos estavam nele.
"Equipe, este é Timothy Kane, da CIA," anunciou Hotch, enquanto Timothy se aproximava para apertar sua mão. "Ele será nosso contato direto neste caso."
"É um prazer conhecer todos vocês," disse Timothy com sua voz calma e autoritária, que tinha o dom de atrair e ao mesmo tempo intimidar. "Tenho acompanhado o trabalho da BAU e devo dizer que sou fã do profissionalismo e da precisão de vocês."
Morgan, sempre descontraído, foi o primeiro a romper o silêncio. "CIA pedindo ajuda ao FBI? Deve ser mesmo um caso grande.
Timothy sorriu, sem perder o charme. "Quando temos um time como o de vocês à disposição, faz sentido unir forças, não acha?"
null manteve a cabeça baixa, tentando esconder sua reação e focando em alguns arquivos no computador. Seu coração estava disparado, mas ela sabia que não podia deixar transparecer. Ela sentia os olhares de null e Prentiss sobre ela, mas não ousava levantar os olhos. No entanto, ela não pôde evitar que suas memórias de Timothy invadissem seus pensamentos: as missões juntos, o riso que compartilhavam, e a inevitável dor do término.
Quando Timothy começou a expor a logística da colaboração entre a CIA e o FBI, null finalmente encontrou coragem para erguer os olhos. Ele estava no centro da sala, falando com a confiança de alguém que estava acostumado a comandar, mas seus olhos a encontraram por um instante. Um brilho de reconhecimento passou por eles, rápido demais para que os outros notassem, mas o suficiente para fazer o estômago de null revirar.
"null," ele disse, dirigindo-se à mesa dela, após a conversa geral. Seu olhar era intenso e familiar. "É bom te ver de novo."
null ficou paralisada por um momento, seu rosto congelado em um sorriso tenso. A última vez que seus caminhos se cruzaram foi antes de ela tomar a decisão de terminar com ele, deixando uma vida de segredos e espionagem para trás. Mesmo depois de tanto tempo, ela sabia que a conexão entre os dois nunca foi completamente dissolvida, mas não estava preparada para enfrentar essa parte de seu passado novamente, principalmente não diante de null.
null, que estava sentado ao lado de null, sentiu o peso da presença de Timothy. Ele observou cada movimento do ex de null, notando a maneira como ele olhava para ela com uma mistura de carinho e nostalgia. Algo no estômago de null se revirou.
"Timothy," null disse, sua voz forçando um tom amigável. "Não imaginei que algum dia trabalhássemos juntos novamente"
"Terá que me suportar por mais algum tempo", ele respondeu com a mesma suavidade de sempre, mas havia algo em sua voz que fez null apertar os dentes. Ele sabia que Timothy era bom no que fazia, mas isso não significava que ele precisaria gostar dele.
O clima na sala ficou imediatamente mais carregado. null tentou manter a compostura, mas não conseguia parar de observar como Timothy e null interagiam. Havia algo em Timothy que ele não gostava. Algo que null não entendia totalmente, mas que o deixava desconfortável.
"Temos muito o que discutir," Timothy continuou, como se o passado entre ele e null não fosse nada além de uma velha história. "A CIA tem algumas informações que podem nos ajudar a localizar o alvo. O FBI está com os recursos, mas precisamos da sua experiência, null."
null assentiu, mas seu olhar desviou para null por um breve momento. Ele mantinha uma expressão neutra, mas seus olhos estavam mais tensos do que ela gostaria de admitir. null estava claramente desconfortável com a presença de Timothy, e null sabia que o agente tinha motivos para estar.
Flashback on
Alguns meses após a entrada de null na BAU.
O bar estava movimentado, com o som abafado de risadas e música preenchendo o ambiente. null estava em uma mesa com null, Prentiss e Morgan, cada um segurando um copo de suas bebidas preferidas. As conversas fluíam descontraídas, mas null notou que null estava pensativa, mexendo no guardanapo como se fosse mais interessante do que qualquer coisa ao redor.
"null, você tá bem?" null perguntou, inclinando-se levemente em sua direção.
Ela piscou, como se tivesse sido puxada de seus pensamentos. “Tô, sim. Só pensando.”
Prentiss sorriu. “Isso aqui não é lugar pra pensar, é pra relaxar. Deixe seus pensamentos na BAU.”
null riu de leve, mas null ainda a observava. E quando os outros dois se afastaram para pegar mais bebidas, ele não perdeu a chance de perguntar novamente. "Sério, o que houve?"
Ela suspirou, apoiando o queixo na mão. "Já ouviu falar do ditado 'o passado sempre volta pra te assombrar'?"
null arqueou uma sobrancelha, curioso. “Algo específico?”
null hesitou por um momento, mas depois de alguns goles de vinho, decidiu que podia confiar nele. “Timothy. Meu ex.”
null cruzou os braços, claramente intrigado. “O cara da CIA?”
Ela balançou a cabeça lentamente, um sorriso sem humor surgindo em seus lábios. "Ele mesmo. Alto, bonito, inteligente... e completamente tóxico."
null não era do tipo que fazia julgamentos precipitados, mas algo no tom dela fez seu rosto endurecer. “O que aconteceu?”
null respirou fundo, os olhos fixos na mesa. “A gente se conheceu durante uma operação. Ele tinha aquele jeito charmoso, sabe? Todo mundo queria estar perto dele, e ele me fez sentir como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo... no começo.”
null percebeu a mudança no tom dela, um peso que não estava lá antes. “E depois?”
Ela riu sem humor, mexendo no copo. “Depois? Depois vieram as mentiras, os julgamentos e... bem, a traição foi só o fim da linha. Ele não era o primeiro, null. Acho que todos os homens da minha vida falharam comigo de algum jeito.”
Ele franziu a testa, claramente interessado em entender mais. “Todos?”
null assentiu lentamente, sem desviar os olhos do vinho. “Meu pai foi o primeiro. Bom, você sabe. Assassino e tals. Não é algo que você quer espalhar por aí, mas... isso meio que molda quem você é. Depois, meus relacionamentos. Todos os caras pareciam encantadores no início, mas sempre acabavam revelando que eram egocêntricos ou babacas. Com Timothy... a traição nem foi o pior.”
null não interrompeu, apenas esperou, deixando o silêncio confortável incentivá-la.
“O pior,” continuou null, sua voz mais baixa agora, “foi o jeito como ele sempre trazia meu pai e meu passado à tona. Como se eu fosse um quebra-cabeça que precisava ser resolvido. Era sempre sobre o que estava errado comigo, sobre o que eu estava escondendo. Nunca sobre... nós. Eu já estava cansada antes mesmo de descobrir sobre a traição. Talvez, de certa forma, ela tenha sido um alívio.”
null assentiu lentamente, seus olhos cheios de compreensão. “E foi isso que fez você decidir sair da CIA?”
“Em parte.” Ela o encarou, uma faísca de determinação surgindo em meio à melancolia. “Eu sabia que precisava de algo diferente. Algo no qual eu pudesse usar minhas habilidades sem ser reduzida ao meu passado. A BAU... foi como uma segunda chance. Algo só meu.”
“E você é boa no que faz,” disse null, a sinceridade em sua voz arrancando um sorriso pequeno, mas genuíno, de null. “O fato de estar aqui significa que conseguiu superar mais do que imagina.”
“Consegui superar Timothy, talvez. Mas o trauma? Isso é outra história.” Ela olhou para o restante da equipe no bar, rindo e se divertindo. “Eu nunca contei isso pra ninguém aqui. Nem sei por que tô te contando agora.”
null sorriu, um pouco tímido. “Porque você sabe que eu não vou te julgar.”
null o observou por um instante, surpresa pela resposta direta. E então sorriu de volta. “É, null. Acho que você tem razão.”
Ele ergueu o copo em um gesto de encorajamento. “A gente sempre supera. Às vezes, só leva tempo.”
“Tempo,” ela repetiu, brindando com ele. “E uma boa dose de paciência.”
Enquanto os dois se entreolhavam, null percebeu algo em null — uma leveza que ele guardava sob camadas de lógica e inteligência. Talvez ele entendesse mais sobre dor e superação do que ela imaginava. E, por um momento, sentiu que havia encontrado um aliado naquele bar barulhento.
Flashback off
"Isso vai ser interessante", null disse secamente, seus olhos agora fixos em Timothy, que não parecia nem um pouco abalado com a reação de null.
"Entendido", disse ele, encerrando a ligação. "Equipe, temos um novo caso. Um diplomata estrangeiro foi sequestrado em Washington. A CIA solicitou nossa ajuda."
Um murmúrio de surpresa percorreu o grupo. A CIA raramente pedia auxílio ao FBI, especialmente em casos de sequestro. null sentiu um frio na espinha. A agência de inteligência só se envolvia em casos de alta importância, com implicações políticas e diplomáticas.
"O que a CIA tem a ver com isso?", perguntou Morgan, franzindo o cenho.
"O diplomata é suspeito de espionagem", explicou Hotchner. "A CIA acredita que ele foi sequestrado por uma organização terrorista que busca informações confidenciais."
null sentiu um nó se formar em sua garganta. Espionagem, terrorismo, informações confidenciais... Eram palavras que a transportavam de volta aos seus dias na CIA.
A equipe se reuniu na sala de conferências, onde Garcia já havia preparado um dossiê completo sobre o caso. O diplomata sequestrado, Andrei Volkov, era um membro importante da embaixada russa nos Estados Unidos. Ele havia desaparecido há dois dias, sem deixar rastros.
"A CIA acredita que Volkov estava prestes a desertar", disse Hotchner, lendo o relatório. "Ele tinha informações valiosas sobre as atividades de espionagem da Rússia nos Estados Unidos."
"E por que eles não cuidaram do caso sozinhos?", perguntou Prentiss, desconfiada.
"A CIA não quer chamar atenção para o caso", explicou Hotchner. "Eles temem que uma operação aberta possa comprometer a segurança de Volkov e colocar em risco as relações diplomáticas entre os dois países."
"Então, eles querem que façamos o trabalho sujo por eles", resmungou Morgan.
null se manteve em silêncio, mas por dentro, sentia uma onda de apreensão. Ela sabia como a CIA operava, como seus agentes eram treinados para manipular e usar as pessoas para atingir seus objetivos. Ela temia que a BAU estivesse sendo usada como peão em um jogo político muito maior do que imaginavam.
"Precisamos encontrar Volkov o mais rápido possível", disse Hotchner, interrompendo os pensamentos de null. "A CIA nos forneceu algumas pistas, mas precisamos agir com discrição. Não podemos deixar que os sequestradores saibam que estamos no caso."
A equipe assentiu, cada um já formulando suas próprias teorias e estratégias. null, no entanto, sentia um peso em seu peito. Ela sabia que esse caso seria diferente. E ela temia que, no final, a BAU acabasse pagando o preço pela interferência da CIA.
null mal teve tempo de processar a gravidade do caso quando a porta da sala de conferências se abriu, revelando um homem que ela esperava nunca mais ver.
Timothy Kane.
Ele era tão impressionante quanto ela se lembrava: alto, com ombros largos e um sorriso que irradiava confiança. Seus cabelos loiros estavam impecavelmente penteados, e o terno bem ajustado reforçava sua presença intimidadora. Os olhos claros varreram a sala rapidamente, parando por uma fração de segundo em null, antes de se desviarem para Hotch. Ele entrou com uma postura casual, mas claramente consciente de que todos os olhos estavam nele.
"Equipe, este é Timothy Kane, da CIA," anunciou Hotch, enquanto Timothy se aproximava para apertar sua mão. "Ele será nosso contato direto neste caso."
"É um prazer conhecer todos vocês," disse Timothy com sua voz calma e autoritária, que tinha o dom de atrair e ao mesmo tempo intimidar. "Tenho acompanhado o trabalho da BAU e devo dizer que sou fã do profissionalismo e da precisão de vocês."
Morgan, sempre descontraído, foi o primeiro a romper o silêncio. "CIA pedindo ajuda ao FBI? Deve ser mesmo um caso grande.
Timothy sorriu, sem perder o charme. "Quando temos um time como o de vocês à disposição, faz sentido unir forças, não acha?"
null manteve a cabeça baixa, tentando esconder sua reação e focando em alguns arquivos no computador. Seu coração estava disparado, mas ela sabia que não podia deixar transparecer. Ela sentia os olhares de null e Prentiss sobre ela, mas não ousava levantar os olhos. No entanto, ela não pôde evitar que suas memórias de Timothy invadissem seus pensamentos: as missões juntos, o riso que compartilhavam, e a inevitável dor do término.
Quando Timothy começou a expor a logística da colaboração entre a CIA e o FBI, null finalmente encontrou coragem para erguer os olhos. Ele estava no centro da sala, falando com a confiança de alguém que estava acostumado a comandar, mas seus olhos a encontraram por um instante. Um brilho de reconhecimento passou por eles, rápido demais para que os outros notassem, mas o suficiente para fazer o estômago de null revirar.
"null," ele disse, dirigindo-se à mesa dela, após a conversa geral. Seu olhar era intenso e familiar. "É bom te ver de novo."
null ficou paralisada por um momento, seu rosto congelado em um sorriso tenso. A última vez que seus caminhos se cruzaram foi antes de ela tomar a decisão de terminar com ele, deixando uma vida de segredos e espionagem para trás. Mesmo depois de tanto tempo, ela sabia que a conexão entre os dois nunca foi completamente dissolvida, mas não estava preparada para enfrentar essa parte de seu passado novamente, principalmente não diante de null.
null, que estava sentado ao lado de null, sentiu o peso da presença de Timothy. Ele observou cada movimento do ex de null, notando a maneira como ele olhava para ela com uma mistura de carinho e nostalgia. Algo no estômago de null se revirou.
"Timothy," null disse, sua voz forçando um tom amigável. "Não imaginei que algum dia trabalhássemos juntos novamente"
"Terá que me suportar por mais algum tempo", ele respondeu com a mesma suavidade de sempre, mas havia algo em sua voz que fez null apertar os dentes. Ele sabia que Timothy era bom no que fazia, mas isso não significava que ele precisaria gostar dele.
O clima na sala ficou imediatamente mais carregado. null tentou manter a compostura, mas não conseguia parar de observar como Timothy e null interagiam. Havia algo em Timothy que ele não gostava. Algo que null não entendia totalmente, mas que o deixava desconfortável.
"Temos muito o que discutir," Timothy continuou, como se o passado entre ele e null não fosse nada além de uma velha história. "A CIA tem algumas informações que podem nos ajudar a localizar o alvo. O FBI está com os recursos, mas precisamos da sua experiência, null."
null assentiu, mas seu olhar desviou para null por um breve momento. Ele mantinha uma expressão neutra, mas seus olhos estavam mais tensos do que ela gostaria de admitir. null estava claramente desconfortável com a presença de Timothy, e null sabia que o agente tinha motivos para estar.
Flashback on
Alguns meses após a entrada de null na BAU.
O bar estava movimentado, com o som abafado de risadas e música preenchendo o ambiente. null estava em uma mesa com null, Prentiss e Morgan, cada um segurando um copo de suas bebidas preferidas. As conversas fluíam descontraídas, mas null notou que null estava pensativa, mexendo no guardanapo como se fosse mais interessante do que qualquer coisa ao redor.
"null, você tá bem?" null perguntou, inclinando-se levemente em sua direção.
Ela piscou, como se tivesse sido puxada de seus pensamentos. “Tô, sim. Só pensando.”
Prentiss sorriu. “Isso aqui não é lugar pra pensar, é pra relaxar. Deixe seus pensamentos na BAU.”
null riu de leve, mas null ainda a observava. E quando os outros dois se afastaram para pegar mais bebidas, ele não perdeu a chance de perguntar novamente. "Sério, o que houve?"
Ela suspirou, apoiando o queixo na mão. "Já ouviu falar do ditado 'o passado sempre volta pra te assombrar'?"
null arqueou uma sobrancelha, curioso. “Algo específico?”
null hesitou por um momento, mas depois de alguns goles de vinho, decidiu que podia confiar nele. “Timothy. Meu ex.”
null cruzou os braços, claramente intrigado. “O cara da CIA?”
Ela balançou a cabeça lentamente, um sorriso sem humor surgindo em seus lábios. "Ele mesmo. Alto, bonito, inteligente... e completamente tóxico."
null não era do tipo que fazia julgamentos precipitados, mas algo no tom dela fez seu rosto endurecer. “O que aconteceu?”
null respirou fundo, os olhos fixos na mesa. “A gente se conheceu durante uma operação. Ele tinha aquele jeito charmoso, sabe? Todo mundo queria estar perto dele, e ele me fez sentir como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo... no começo.”
null percebeu a mudança no tom dela, um peso que não estava lá antes. “E depois?”
Ela riu sem humor, mexendo no copo. “Depois? Depois vieram as mentiras, os julgamentos e... bem, a traição foi só o fim da linha. Ele não era o primeiro, null. Acho que todos os homens da minha vida falharam comigo de algum jeito.”
Ele franziu a testa, claramente interessado em entender mais. “Todos?”
null assentiu lentamente, sem desviar os olhos do vinho. “Meu pai foi o primeiro. Bom, você sabe. Assassino e tals. Não é algo que você quer espalhar por aí, mas... isso meio que molda quem você é. Depois, meus relacionamentos. Todos os caras pareciam encantadores no início, mas sempre acabavam revelando que eram egocêntricos ou babacas. Com Timothy... a traição nem foi o pior.”
null não interrompeu, apenas esperou, deixando o silêncio confortável incentivá-la.
“O pior,” continuou null, sua voz mais baixa agora, “foi o jeito como ele sempre trazia meu pai e meu passado à tona. Como se eu fosse um quebra-cabeça que precisava ser resolvido. Era sempre sobre o que estava errado comigo, sobre o que eu estava escondendo. Nunca sobre... nós. Eu já estava cansada antes mesmo de descobrir sobre a traição. Talvez, de certa forma, ela tenha sido um alívio.”
null assentiu lentamente, seus olhos cheios de compreensão. “E foi isso que fez você decidir sair da CIA?”
“Em parte.” Ela o encarou, uma faísca de determinação surgindo em meio à melancolia. “Eu sabia que precisava de algo diferente. Algo no qual eu pudesse usar minhas habilidades sem ser reduzida ao meu passado. A BAU... foi como uma segunda chance. Algo só meu.”
“E você é boa no que faz,” disse null, a sinceridade em sua voz arrancando um sorriso pequeno, mas genuíno, de null. “O fato de estar aqui significa que conseguiu superar mais do que imagina.”
“Consegui superar Timothy, talvez. Mas o trauma? Isso é outra história.” Ela olhou para o restante da equipe no bar, rindo e se divertindo. “Eu nunca contei isso pra ninguém aqui. Nem sei por que tô te contando agora.”
null sorriu, um pouco tímido. “Porque você sabe que eu não vou te julgar.”
null o observou por um instante, surpresa pela resposta direta. E então sorriu de volta. “É, null. Acho que você tem razão.”
Ele ergueu o copo em um gesto de encorajamento. “A gente sempre supera. Às vezes, só leva tempo.”
“Tempo,” ela repetiu, brindando com ele. “E uma boa dose de paciência.”
Enquanto os dois se entreolhavam, null percebeu algo em null — uma leveza que ele guardava sob camadas de lógica e inteligência. Talvez ele entendesse mais sobre dor e superação do que ela imaginava. E, por um momento, sentiu que havia encontrado um aliado naquele bar barulhento.
Flashback off
"Isso vai ser interessante", null disse secamente, seus olhos agora fixos em Timothy, que não parecia nem um pouco abalado com a reação de null.
Capítulo 23 - ‘‘expresso’’
Alguns dias trabalhando novamente com null e null já começava a se sentir acostumada. Era impossível não notar null. Ele estava por toda parte: em reuniões, no campo de visão dela durante os treinamentos, e até mesmo no caminho para o refeitório. Mais do que apenas “estar lá”, ele parecia fazer questão de ser visto.
null o pegava olhando para ela várias vezes ao dia. Quando seus olhares se cruzavam, ele sorria, aquele sorriso que ela conhecia bem, um misto de charme calculado e sinceridade desarmante. Era o mesmo sorriso que, anos atrás, a havia conquistado. null sempre encontrava uma desculpa para iniciar uma conversa — sobre o trabalho, uma lembrança do passado ou até mesmo algo trivial como a previsão do tempo. E, apesar de tentar manter distância, null percebia que, de alguma forma, ele ainda conseguia invadir sua mente.
Era inegável que null era bonito. Alto, cabelos impecáveis, um físico atlético que parecia moldado para um comercial de roupas de luxo. Ele tinha aquele jeito de príncipe encantado, uma mistura de postura confiante e cavalheirismo que fazia qualquer um baixar a guarda. Mas null sabia melhor.
Enquanto null buscava sua atenção, null parecia fazer o oposto. Agora, null evitava null como um gato foge da água. Sempre que null se aproximava, ele parecia ainda mais desconfortável, quase desassociando da conversa e fugindo assim que podia.
Apesar disso, null parecia determinado a chamar a atenção de null. Era como se ele estivesse constantemente tentando se redimir pelo péssimo término, buscando preencher a lacuna que deixara na vida dela. null, por outro lado, mantinha-se imparcial. Ria de suas piadas quando realmente achava graça, mas não o encorajava a ultrapassar os limites profissionais. Ainda assim, havia momentos — pequenos, mas significativos — em que ela não podia evitar se lembrar de como null fora no início. Do jeito que ele a fazia se sentir especial, única. Mas essas memórias eram rapidamente apagadas pelo peso das mágoas do passado.
Era difícil ignorar o triângulo silencioso que se formava entre os três. Enquanto null parecia determinado a se reaproximar, null fazia o possível para se afastar, e null ficava presa no meio. Não era como se ela quisesse estar naquela posição, mas também não conseguia evitar o desconforto que crescia a cada interação. Havia um equilíbrio instável, uma tensão não resolvida que pairava no ar toda vez que eles estavam no mesmo ambiente.
Apesar das tentativas de null de reacender algo, null sabia que não podia permitir que ele voltasse a fazer parte de sua vida. Não como antes. As cicatrizes que ele deixara eram profundas demais, e ela não queria se colocar novamente na posição de segunda opção, de alguém que precisava competir pelo respeito e pela verdade. Ainda assim, a presença dele, sua insistência, fazia parte dela questionar até que ponto estava verdadeiramente resolvida.
E null… bem, ele era outra questão. null sabia que o comportamento dele tinha a ver com null. E sabia que, em algum momento, teria que lidar com isso. Mas, por enquanto, ela estava exausta demais para enfrentar outro campo minado emocional.
O passado parecia estar testando sua força, e null não tinha certeza de até quando conseguiria manter aquela fachada de neutralidade.
Ah, e havia Maeve. Sempre Maeve. O nome dela pairava na mente de null como um eco irritante, um lembrete constante de algo que ela não podia controlar. A relação entre Maeve e null era... complicada, para dizer o mínimo. E o fato de Maeve ter reaparecido do nada tornava tudo ainda mais insuportável.
null não sabia ao certo se null e Maeve tinham algo além de amizade, mas a maneira como as peças do quebra-cabeça se alinhavam deixava um rastro de dúvidas difícil de ignorar. Maeve não era apenas uma figura distante, uma pessoa mencionada de passagem. Não, null já havia esbarrado com ela algumas vezes, sempre em situações que pareciam tirar qualquer certeza de seus pés.
A primeira vez (após o incidente do apartamento) foi em uma cafeteria perto da BAU, um lugar que null costumava frequentar para espairecer durante os intervalos. Ela estava distraída, olhando para o menu, quando ouviu a voz de null. Virando-se, viu Maeve sentada com ele em um dos sofás ao fundo. Era como se o mundo ao redor deles tivesse desaparecido. null estava tão focado na conversa que nem percebeu null passar. Maeve, no entanto, a viu. O olhar dela era calculado, como se já soubesse exatamente quem null era. Ela deu um meio sorriso educado, mas havia algo naquele gesto que fez null se sentir intrusa em um momento privado.
A segunda vez foi ainda mais desconfortável. Durante uma ida ao mercado, null cruzou com Maeve na seção de vinhos. As duas trocaram olhares rápidos, mas Maeve foi a primeira a falar. "null, não é? Trabalha com o null." A frase saiu casual, mas a entonação tinha um leve tom de possessividade. null respondeu educadamente, mas o curto diálogo a deixou com a sensação de que Maeve estava marcando território, mesmo sem dizer nada diretamente.
A terceira vez foi durante um caso. Maeve apareceu na BAU para ajudar com um perfil médico, e a interação com null era fluida, natural, como se ela pertencesse àquele mundo tanto quanto ele. null, por outro lado, sentiu-se deslocada. Maeve fazia questão de mencionar piadas internas ou referências que só ela e null entendiam, o que deixou null desconfortável. null não parecia notar — ou, pior, notava e ignorava.
O que mais confundia null era a dinâmica entre eles. Não havia toques óbvios, nenhum gesto que entregasse um relacionamento romântico. Mas havia algo na maneira como null olhava para Maeve, uma mistura de admiração e algo mais, que null não conseguia decifrar. Maeve, por outro lado, parecia adorar estar no centro da atenção de null, e, às vezes, null sentia que a mulher fazia questão de mostrar isso.
Para piorar, null nunca falava sobre Maeve. Sempre que o nome dela surgia, ele mudava de assunto ou respondia com generalidades, como se não quisesse dar detalhes. Isso só aumentava a dúvida na mente de null. Se eles eram apenas amigos, por que tanto segredo? Por que aquele olhar entre os dois? Por que Maeve parecia sempre agir como se soubesse algo que null não sabia?
Essas situações criavam uma tensão latente que null não conseguia ignorar. Ela sabia que estava sendo corroída pela dúvida, mas não sabia como abordar o assunto sem parecer infantil ou possessiva. Afinal, o que null e Maeve eram um para o outro não deveria importar tanto assim. Mas importava. Muito mais do que null gostaria de admitir.
E, óbvio, desde o início, null e Maeve não se davam bem. Não era algo explícito — não havia brigas ou confrontos diretos —, mas existia uma tensão palpável sempre que estavam no mesmo ambiente. Maeve era o oposto de null em muitos aspectos: calma, metódica, e sempre parecendo tão imaculadamente acima de qualquer coisa trivial. Isso fazia null se sentir ainda mais desajeitada, como se estivesse constantemente errando o tom, a postura, até mesmo a respiração.
E o pior de tudo? Maeve sabia disso. Ela era inteligente, perceptiva. Sabia exatamente como cutucar null com comentários sutis, olhares avaliadores que faziam com que null quisesse atravessar a sala e socar null — ou Maeve, dependendo do momento.
---------
A cafeteria da BAU estava tranquila, com o aroma de café fresco e o som abafado de conversas preenchendo o ambiente. null estava sentada em uma das mesas ao lado de null, os dois conversando casualmente enquanto tomavam café. A conversa fluía leve, sobre um show que aconteceria na cidade de uma banda que ambos gostavam, Arctic Monkeys. Era estranho como o passado entre eles parecia estar em pausa, ao menos por aqueles minutos.
null, com seu jeito sempre carismático, inclinou-se ligeiramente para frente, um sorriso fácil no rosto. “Você lembra quando a gente foi naquele show improvisado em Londres? Não tinha nem palco direito, mas o som... incrível.”
null riu, se sentindo momentaneamente transportada para aquela memória. “Claro que lembro! Você ficou insistindo que aquela era a melhor banda underground do mundo. E, bem, tinha razão. Mas agora, não é mais underground não é?”
null abriu um sorriso ainda maior, claramente satisfeito por ter acertado em algo. “E esse show agora? Vai comigo? Vamos relembrar os velhos tempos.”
Ela hesitou, girando a caneca de café nas mãos. “Não sei, null. Velhos tempos nem sempre são os melhores, né?” Apesar do tom brincalhão, havia uma ponta de verdade na frase.
Antes que null pudesse responder, a porta da cafeteria se abriu subitamente, e null entrou com o olhar focado diretamente na máquina de café, como se estivesse cumprindo uma missão. Ele se arrependeu imediatamente ao perceber null e null juntos, claramente desconfortável. Seus olhos passaram rapidamente dos dois para a máquina de café, e ele deu um meio passo para trás, já planejando uma retirada estratégica.
null, percebendo o movimento, o chamou com um entusiasmo talvez exagerado. “Ei, null! Tá com pressa? Senta aqui com a gente! Tem café de sobra.”
null sentiu o rosto queimar antes mesmo de null responder. Era como se o tempo tivesse desacelerado enquanto ela processava a situação. A ideia de compartilhar a mesa com ambos ao mesmo tempo parecia tão absurda quanto desconfortável.
null hesitou, claramente dividido entre aceitar e sair correndo. Mas a educação venceu, e ele pegou seu café com movimentos rápidos antes de se aproximar. “Claro, por que não?” Ele respondeu, a voz educada, mas sem entusiasmo.
null tentou se concentrar no café à sua frente, mas suas mãos tremiam levemente. Ela sabia que estava corada, e sua mente corria em círculos tentando manter uma conversa natural. Quando ele se sentou, null teve que engolir em seco. Ali estava ela, sentada entre dois homens que conheciam cada curva do seu corpo, cada nuance de sua respiração. A realidade da situação a atingiu como um golpe.
Dois homens. Mesma mulher. Mesma mesa.
Sua mente começou a correr sem controle, comparando-os quase contra sua vontade.
null era um espetáculo por si só — o charme transbordante, a confiança de quem sabia o impacto que tinha nas pessoas ao redor. Era quase irritante como ele sabia usar isso a seu favor. Mas havia algo superficial em sua presença. Ele era o tipo de homem que brilhava à distância, mas que, de perto, deixava muito a desejar.
null, por outro lado, era uma força discreta. Ele não precisava de grandes gestos ou de risadas altas para prender a atenção de alguém. Havia profundidade em cada palavra que dizia, mesmo quando era algo tão simples quanto "preciso de mais café". Ele era observador, analítico, e, acima de tudo, genuíno — uma qualidade que null nunca conseguiu imitar, por mais que tentasse.
O nervosismo fez com que ela batesse a caneca de café no pires com força demais, derramando um pouco da bebida sobre a mesa.
“Droga!” ela exclamou, pegando um guardanapo para limpar. A risada de null ecoou ao seu lado.
“Você sempre foi desastrada,” ele comentou, com um tom brincalhão que apenas a fez corar mais.
null permaneceu em silêncio, mas null podia sentir seus olhos nela. Ele sempre foi bom em observar, e ela odiava saber que ele provavelmente já havia entendido o motivo do nervosismo dela.
“Então, null,” null começou, claramente tentando quebrar o gelo. “null tava me contando sobre o show do Arctic Monkeys que vai ter na Virginia daqui a algumas semanas. Você curte esse tipo de música?”
null levantou os olhos da borda do copo, parecendo ligeiramente confuso com a pergunta, mas respondeu com a honestidade típica. “Não sou muito de shows. Muita gente em um lugar apertado”
“Ah, claro. Esqueci que você prefere as óperas, ” null provocou, com um sorriso de canto.
null, no entanto, não reagiu à provocação. Ele apenas tomou um gole de café, como se as palavras de null não merecessem uma resposta.
null riu, descontraído, mas null sentiu um peso estranho na interação. Ela olhou para null, que parecia desconfortável, embora tentasse esconder. O ambiente estava tão carregado que ela podia jurar que até o ar parecia mais denso.
Os minutos seguintes foram um misto de conversas casuais e silêncios desconfortáveis. null, sempre tentando dominar o ambiente, contava histórias engraçadas, e null se esforçava para acompanhar, rindo aqui e ali, enquanto null permanecia mais como um espectador do que um participante.
Então, null quebrou o silêncio com uma pergunta inesperada. “E você, null? Você gosta de multidões?”
A simplicidade da pergunta e o tom genuíno pegaram-na de surpresa. Era tão típico dele — direto e, ao mesmo tempo, interessado. Por um instante, ela sentiu-se desconfortável, como se ele tivesse lido seus pensamentos.
“Acho que depende da companhia, ” respondeu, tentando manter o tom leve.
null riu. “Bem, então acho que está resolvido. Não tem melhor companhia do que eu para um show desses, certo?”
null forçou um sorriso, mas null não riu. Ele apenas observou null por um breve momento antes de baixar os olhos para o café novamente. A diferença entre os dois homens nunca pareceu tão gritante quanto naquele momento.
Quando finalmente null se levantou para sair, ele olhou rapidamente para null. “Preciso voltar ao trabalho. Foi bom conversar.”
null ergueu o copo de café em um gesto de despedida. “Até mais, null.”
null mal teve tempo de responder antes que null saísse pela porta. Assim que ele estava fora de vista, null se inclinou ligeiramente para ela, o sorriso malicioso de sempre no rosto. “Ele gosta de você.”
null quase engasgou com o café. “O quê? Não, claro que não.”
null arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo. “Sério? Os olhos dele estavam grudados em você. E, honestamente, não o culpo.”
Ela sentiu a cor subir ainda mais em seu rosto. “Você tá vendo coisas, null.”
Ele riu novamente, descontraído, enquanto tomava outro gole de café. “Talvez. Mas, null, uma coisa eu sei: você tem um jeito de deixar os homens em volta completamente desnorteados.”
null soltou uma risada seca, mais para si mesma do que em resposta ao comentário de null. Ele a observava com aquele sorriso fácil, claramente satisfeito com sua própria perspicácia. Ela desviou o olhar, tentando disfarçar o desconforto que o comentário dele havia provocado.
“Ele gosta de você.”
A frase ecoava em sua mente como uma provocação indesejada. Será que null realmente acreditava nisso? Era típico dele simplificar as coisas, como se os sentimentos humanos fossem tão fáceis de decifrar quanto uma fórmula de sedução.
Ela tentou ignorar, mas sua mente começou a vagar. E se ele soubesse? Pensou, sentindo as bochechas corarem. Se ele soubesse que null e eu já dormimos juntos?
null, sem perceber o conflito interno dela, continuou. “Você sabe que estou certo. Ele mal conseguiu me olhar. Aposto que ele não suporta a ideia de estar no mesmo ambiente que eu. Deve ser difícil competir.”
null revirou os olhos, escondendo a vontade de rir da ironia daquela frase. Competir? null não era o tipo que competia. Ele não precisava. Mas talvez null estivesse parcialmente certo sobre o desconforto. Só que null tinha uma teoria completamente diferente.
“null, não é tudo sobre você, sabia?” disse ela, tentando manter o tom leve, mas com uma ponta de exasperação.
Ele arqueou uma sobrancelha, claramente intrigado. “Não? Achei que fosse o tema principal da sua vida.”
Ela riu, balançando a cabeça. “Talvez o desconforto de null com você não tenha nada a ver comigo. Já pensou que você é…” ela hesitou, escolhendo as palavras com cuidado. “Intenso demais?”
null inclinou-se na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa, o sorriso brincalhão transformando-se em algo mais desafiador. “Intenso? É isso que você acha de mim?”
null encontrou o olhar dele, determinada a não recuar. “Eu acho que você tem um talento especial para entrar em qualquer ambiente e torná-lo sobre você. Isso pode ser... cansativo.”
null abriu a boca para responder, mas a fechou novamente, claramente surpreso. “ Uau, null. Direta como sempre.”
Ela deu de ombros, tentando não se intimidar pela expressão dele. “Estou sendo honesta.”
Mas, enquanto falava, outra parte dela começou a pensar em null. Será que ele realmente não suporta null por minha causa? Ela duvidava. null era inteligente demais, introspectivo demais para se incomodar apenas porque null estava tentando reconquistá-la. O que provavelmente o irritava era a natureza narcisista de null, a superficialidade mascarada por carisma.
null suspirou, girando a caneca de café nas mãos. null continuava olhando para ela, esperando algo. Ela sabia que precisava mudar o rumo da conversa antes que ele voltasse a insistir naquele assunto.
“Você está errado, sabe? Sobre null.” Ela disse, encarando-o diretamente.
null ergueu as sobrancelhas, surpreso. “Estou?”
“Ele não gosta de mim.” As palavras saíram mais firmes do que ela esperava, mas havia uma ponta de melancolia em seu tom.
“E como você sabe disso?” null perguntou, inclinando-se para mais perto, claramente interessado na resposta.
null hesitou. Não era fácil colocar em palavras o que ela sentia. “Porque ele ainda ama Maeve.”
null franziu o cenho, parecendo confuso por um momento antes de soltar uma risada curta. “A mulher misteriosa. Sempre ouvi falar dela, mas nunca entendi direito. Ela é tão incrível assim?”
null não respondeu imediatamente. Em vez disso, tomou um gole de café, tentando ganhar tempo. Pensar em Maeve a deixava desconfortável. Ela sabia que null ainda carregava os traumas daquela época. Mesmo com a força que ele demonstrava, havia uma sombra em seus olhos, uma dor silenciosa que ele raramente deixava transparecer.
“Não é questão de ser incrível, null.” null finalmente respondeu, sua voz mais suave. “Algumas pessoas simplesmente deixam marcas. Você não pode competir com isso.”
null ficou em silêncio, claramente refletindo sobre as palavras dela. Mas, em vez de recuar, ele voltou ao seu tom habitual. “Talvez você esteja certa, mas será que não está subestimando o que ele sente por você?
Ela não respondeu. Não porque achasse que null tinha razão, mas porque as palavras dele a fizeram perceber algo importante. Não importava se null sentia algo por ela ou não. No fundo, ela sabia que ele ainda estava preso ao passado, tanto quanto ela mesma estava tentando se libertar do seu.
E, naquele momento, null percebeu que talvez o verdadeiro problema não fosse null ou null. Era ela.
null o pegava olhando para ela várias vezes ao dia. Quando seus olhares se cruzavam, ele sorria, aquele sorriso que ela conhecia bem, um misto de charme calculado e sinceridade desarmante. Era o mesmo sorriso que, anos atrás, a havia conquistado. null sempre encontrava uma desculpa para iniciar uma conversa — sobre o trabalho, uma lembrança do passado ou até mesmo algo trivial como a previsão do tempo. E, apesar de tentar manter distância, null percebia que, de alguma forma, ele ainda conseguia invadir sua mente.
Era inegável que null era bonito. Alto, cabelos impecáveis, um físico atlético que parecia moldado para um comercial de roupas de luxo. Ele tinha aquele jeito de príncipe encantado, uma mistura de postura confiante e cavalheirismo que fazia qualquer um baixar a guarda. Mas null sabia melhor.
Enquanto null buscava sua atenção, null parecia fazer o oposto. Agora, null evitava null como um gato foge da água. Sempre que null se aproximava, ele parecia ainda mais desconfortável, quase desassociando da conversa e fugindo assim que podia.
Apesar disso, null parecia determinado a chamar a atenção de null. Era como se ele estivesse constantemente tentando se redimir pelo péssimo término, buscando preencher a lacuna que deixara na vida dela. null, por outro lado, mantinha-se imparcial. Ria de suas piadas quando realmente achava graça, mas não o encorajava a ultrapassar os limites profissionais. Ainda assim, havia momentos — pequenos, mas significativos — em que ela não podia evitar se lembrar de como null fora no início. Do jeito que ele a fazia se sentir especial, única. Mas essas memórias eram rapidamente apagadas pelo peso das mágoas do passado.
Era difícil ignorar o triângulo silencioso que se formava entre os três. Enquanto null parecia determinado a se reaproximar, null fazia o possível para se afastar, e null ficava presa no meio. Não era como se ela quisesse estar naquela posição, mas também não conseguia evitar o desconforto que crescia a cada interação. Havia um equilíbrio instável, uma tensão não resolvida que pairava no ar toda vez que eles estavam no mesmo ambiente.
Apesar das tentativas de null de reacender algo, null sabia que não podia permitir que ele voltasse a fazer parte de sua vida. Não como antes. As cicatrizes que ele deixara eram profundas demais, e ela não queria se colocar novamente na posição de segunda opção, de alguém que precisava competir pelo respeito e pela verdade. Ainda assim, a presença dele, sua insistência, fazia parte dela questionar até que ponto estava verdadeiramente resolvida.
E null… bem, ele era outra questão. null sabia que o comportamento dele tinha a ver com null. E sabia que, em algum momento, teria que lidar com isso. Mas, por enquanto, ela estava exausta demais para enfrentar outro campo minado emocional.
O passado parecia estar testando sua força, e null não tinha certeza de até quando conseguiria manter aquela fachada de neutralidade.
Ah, e havia Maeve. Sempre Maeve. O nome dela pairava na mente de null como um eco irritante, um lembrete constante de algo que ela não podia controlar. A relação entre Maeve e null era... complicada, para dizer o mínimo. E o fato de Maeve ter reaparecido do nada tornava tudo ainda mais insuportável.
null não sabia ao certo se null e Maeve tinham algo além de amizade, mas a maneira como as peças do quebra-cabeça se alinhavam deixava um rastro de dúvidas difícil de ignorar. Maeve não era apenas uma figura distante, uma pessoa mencionada de passagem. Não, null já havia esbarrado com ela algumas vezes, sempre em situações que pareciam tirar qualquer certeza de seus pés.
A primeira vez (após o incidente do apartamento) foi em uma cafeteria perto da BAU, um lugar que null costumava frequentar para espairecer durante os intervalos. Ela estava distraída, olhando para o menu, quando ouviu a voz de null. Virando-se, viu Maeve sentada com ele em um dos sofás ao fundo. Era como se o mundo ao redor deles tivesse desaparecido. null estava tão focado na conversa que nem percebeu null passar. Maeve, no entanto, a viu. O olhar dela era calculado, como se já soubesse exatamente quem null era. Ela deu um meio sorriso educado, mas havia algo naquele gesto que fez null se sentir intrusa em um momento privado.
A segunda vez foi ainda mais desconfortável. Durante uma ida ao mercado, null cruzou com Maeve na seção de vinhos. As duas trocaram olhares rápidos, mas Maeve foi a primeira a falar. "null, não é? Trabalha com o null." A frase saiu casual, mas a entonação tinha um leve tom de possessividade. null respondeu educadamente, mas o curto diálogo a deixou com a sensação de que Maeve estava marcando território, mesmo sem dizer nada diretamente.
A terceira vez foi durante um caso. Maeve apareceu na BAU para ajudar com um perfil médico, e a interação com null era fluida, natural, como se ela pertencesse àquele mundo tanto quanto ele. null, por outro lado, sentiu-se deslocada. Maeve fazia questão de mencionar piadas internas ou referências que só ela e null entendiam, o que deixou null desconfortável. null não parecia notar — ou, pior, notava e ignorava.
O que mais confundia null era a dinâmica entre eles. Não havia toques óbvios, nenhum gesto que entregasse um relacionamento romântico. Mas havia algo na maneira como null olhava para Maeve, uma mistura de admiração e algo mais, que null não conseguia decifrar. Maeve, por outro lado, parecia adorar estar no centro da atenção de null, e, às vezes, null sentia que a mulher fazia questão de mostrar isso.
Para piorar, null nunca falava sobre Maeve. Sempre que o nome dela surgia, ele mudava de assunto ou respondia com generalidades, como se não quisesse dar detalhes. Isso só aumentava a dúvida na mente de null. Se eles eram apenas amigos, por que tanto segredo? Por que aquele olhar entre os dois? Por que Maeve parecia sempre agir como se soubesse algo que null não sabia?
Essas situações criavam uma tensão latente que null não conseguia ignorar. Ela sabia que estava sendo corroída pela dúvida, mas não sabia como abordar o assunto sem parecer infantil ou possessiva. Afinal, o que null e Maeve eram um para o outro não deveria importar tanto assim. Mas importava. Muito mais do que null gostaria de admitir.
E, óbvio, desde o início, null e Maeve não se davam bem. Não era algo explícito — não havia brigas ou confrontos diretos —, mas existia uma tensão palpável sempre que estavam no mesmo ambiente. Maeve era o oposto de null em muitos aspectos: calma, metódica, e sempre parecendo tão imaculadamente acima de qualquer coisa trivial. Isso fazia null se sentir ainda mais desajeitada, como se estivesse constantemente errando o tom, a postura, até mesmo a respiração.
E o pior de tudo? Maeve sabia disso. Ela era inteligente, perceptiva. Sabia exatamente como cutucar null com comentários sutis, olhares avaliadores que faziam com que null quisesse atravessar a sala e socar null — ou Maeve, dependendo do momento.
A cafeteria da BAU estava tranquila, com o aroma de café fresco e o som abafado de conversas preenchendo o ambiente. null estava sentada em uma das mesas ao lado de null, os dois conversando casualmente enquanto tomavam café. A conversa fluía leve, sobre um show que aconteceria na cidade de uma banda que ambos gostavam, Arctic Monkeys. Era estranho como o passado entre eles parecia estar em pausa, ao menos por aqueles minutos.
null, com seu jeito sempre carismático, inclinou-se ligeiramente para frente, um sorriso fácil no rosto. “Você lembra quando a gente foi naquele show improvisado em Londres? Não tinha nem palco direito, mas o som... incrível.”
null riu, se sentindo momentaneamente transportada para aquela memória. “Claro que lembro! Você ficou insistindo que aquela era a melhor banda underground do mundo. E, bem, tinha razão. Mas agora, não é mais underground não é?”
null abriu um sorriso ainda maior, claramente satisfeito por ter acertado em algo. “E esse show agora? Vai comigo? Vamos relembrar os velhos tempos.”
Ela hesitou, girando a caneca de café nas mãos. “Não sei, null. Velhos tempos nem sempre são os melhores, né?” Apesar do tom brincalhão, havia uma ponta de verdade na frase.
Antes que null pudesse responder, a porta da cafeteria se abriu subitamente, e null entrou com o olhar focado diretamente na máquina de café, como se estivesse cumprindo uma missão. Ele se arrependeu imediatamente ao perceber null e null juntos, claramente desconfortável. Seus olhos passaram rapidamente dos dois para a máquina de café, e ele deu um meio passo para trás, já planejando uma retirada estratégica.
null, percebendo o movimento, o chamou com um entusiasmo talvez exagerado. “Ei, null! Tá com pressa? Senta aqui com a gente! Tem café de sobra.”
null sentiu o rosto queimar antes mesmo de null responder. Era como se o tempo tivesse desacelerado enquanto ela processava a situação. A ideia de compartilhar a mesa com ambos ao mesmo tempo parecia tão absurda quanto desconfortável.
null hesitou, claramente dividido entre aceitar e sair correndo. Mas a educação venceu, e ele pegou seu café com movimentos rápidos antes de se aproximar. “Claro, por que não?” Ele respondeu, a voz educada, mas sem entusiasmo.
null tentou se concentrar no café à sua frente, mas suas mãos tremiam levemente. Ela sabia que estava corada, e sua mente corria em círculos tentando manter uma conversa natural. Quando ele se sentou, null teve que engolir em seco. Ali estava ela, sentada entre dois homens que conheciam cada curva do seu corpo, cada nuance de sua respiração. A realidade da situação a atingiu como um golpe.
Dois homens. Mesma mulher. Mesma mesa.
Sua mente começou a correr sem controle, comparando-os quase contra sua vontade.
null era um espetáculo por si só — o charme transbordante, a confiança de quem sabia o impacto que tinha nas pessoas ao redor. Era quase irritante como ele sabia usar isso a seu favor. Mas havia algo superficial em sua presença. Ele era o tipo de homem que brilhava à distância, mas que, de perto, deixava muito a desejar.
null, por outro lado, era uma força discreta. Ele não precisava de grandes gestos ou de risadas altas para prender a atenção de alguém. Havia profundidade em cada palavra que dizia, mesmo quando era algo tão simples quanto "preciso de mais café". Ele era observador, analítico, e, acima de tudo, genuíno — uma qualidade que null nunca conseguiu imitar, por mais que tentasse.
O nervosismo fez com que ela batesse a caneca de café no pires com força demais, derramando um pouco da bebida sobre a mesa.
“Droga!” ela exclamou, pegando um guardanapo para limpar. A risada de null ecoou ao seu lado.
“Você sempre foi desastrada,” ele comentou, com um tom brincalhão que apenas a fez corar mais.
null permaneceu em silêncio, mas null podia sentir seus olhos nela. Ele sempre foi bom em observar, e ela odiava saber que ele provavelmente já havia entendido o motivo do nervosismo dela.
“Então, null,” null começou, claramente tentando quebrar o gelo. “null tava me contando sobre o show do Arctic Monkeys que vai ter na Virginia daqui a algumas semanas. Você curte esse tipo de música?”
null levantou os olhos da borda do copo, parecendo ligeiramente confuso com a pergunta, mas respondeu com a honestidade típica. “Não sou muito de shows. Muita gente em um lugar apertado”
“Ah, claro. Esqueci que você prefere as óperas, ” null provocou, com um sorriso de canto.
null, no entanto, não reagiu à provocação. Ele apenas tomou um gole de café, como se as palavras de null não merecessem uma resposta.
null riu, descontraído, mas null sentiu um peso estranho na interação. Ela olhou para null, que parecia desconfortável, embora tentasse esconder. O ambiente estava tão carregado que ela podia jurar que até o ar parecia mais denso.
Os minutos seguintes foram um misto de conversas casuais e silêncios desconfortáveis. null, sempre tentando dominar o ambiente, contava histórias engraçadas, e null se esforçava para acompanhar, rindo aqui e ali, enquanto null permanecia mais como um espectador do que um participante.
Então, null quebrou o silêncio com uma pergunta inesperada. “E você, null? Você gosta de multidões?”
A simplicidade da pergunta e o tom genuíno pegaram-na de surpresa. Era tão típico dele — direto e, ao mesmo tempo, interessado. Por um instante, ela sentiu-se desconfortável, como se ele tivesse lido seus pensamentos.
“Acho que depende da companhia, ” respondeu, tentando manter o tom leve.
null riu. “Bem, então acho que está resolvido. Não tem melhor companhia do que eu para um show desses, certo?”
null forçou um sorriso, mas null não riu. Ele apenas observou null por um breve momento antes de baixar os olhos para o café novamente. A diferença entre os dois homens nunca pareceu tão gritante quanto naquele momento.
Quando finalmente null se levantou para sair, ele olhou rapidamente para null. “Preciso voltar ao trabalho. Foi bom conversar.”
null ergueu o copo de café em um gesto de despedida. “Até mais, null.”
null mal teve tempo de responder antes que null saísse pela porta. Assim que ele estava fora de vista, null se inclinou ligeiramente para ela, o sorriso malicioso de sempre no rosto. “Ele gosta de você.”
null quase engasgou com o café. “O quê? Não, claro que não.”
null arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo. “Sério? Os olhos dele estavam grudados em você. E, honestamente, não o culpo.”
Ela sentiu a cor subir ainda mais em seu rosto. “Você tá vendo coisas, null.”
Ele riu novamente, descontraído, enquanto tomava outro gole de café. “Talvez. Mas, null, uma coisa eu sei: você tem um jeito de deixar os homens em volta completamente desnorteados.”
null soltou uma risada seca, mais para si mesma do que em resposta ao comentário de null. Ele a observava com aquele sorriso fácil, claramente satisfeito com sua própria perspicácia. Ela desviou o olhar, tentando disfarçar o desconforto que o comentário dele havia provocado.
“Ele gosta de você.”
A frase ecoava em sua mente como uma provocação indesejada. Será que null realmente acreditava nisso? Era típico dele simplificar as coisas, como se os sentimentos humanos fossem tão fáceis de decifrar quanto uma fórmula de sedução.
Ela tentou ignorar, mas sua mente começou a vagar. E se ele soubesse? Pensou, sentindo as bochechas corarem. Se ele soubesse que null e eu já dormimos juntos?
null, sem perceber o conflito interno dela, continuou. “Você sabe que estou certo. Ele mal conseguiu me olhar. Aposto que ele não suporta a ideia de estar no mesmo ambiente que eu. Deve ser difícil competir.”
null revirou os olhos, escondendo a vontade de rir da ironia daquela frase. Competir? null não era o tipo que competia. Ele não precisava. Mas talvez null estivesse parcialmente certo sobre o desconforto. Só que null tinha uma teoria completamente diferente.
“null, não é tudo sobre você, sabia?” disse ela, tentando manter o tom leve, mas com uma ponta de exasperação.
Ele arqueou uma sobrancelha, claramente intrigado. “Não? Achei que fosse o tema principal da sua vida.”
Ela riu, balançando a cabeça. “Talvez o desconforto de null com você não tenha nada a ver comigo. Já pensou que você é…” ela hesitou, escolhendo as palavras com cuidado. “Intenso demais?”
null inclinou-se na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa, o sorriso brincalhão transformando-se em algo mais desafiador. “Intenso? É isso que você acha de mim?”
null encontrou o olhar dele, determinada a não recuar. “Eu acho que você tem um talento especial para entrar em qualquer ambiente e torná-lo sobre você. Isso pode ser... cansativo.”
null abriu a boca para responder, mas a fechou novamente, claramente surpreso. “ Uau, null. Direta como sempre.”
Ela deu de ombros, tentando não se intimidar pela expressão dele. “Estou sendo honesta.”
Mas, enquanto falava, outra parte dela começou a pensar em null. Será que ele realmente não suporta null por minha causa? Ela duvidava. null era inteligente demais, introspectivo demais para se incomodar apenas porque null estava tentando reconquistá-la. O que provavelmente o irritava era a natureza narcisista de null, a superficialidade mascarada por carisma.
null suspirou, girando a caneca de café nas mãos. null continuava olhando para ela, esperando algo. Ela sabia que precisava mudar o rumo da conversa antes que ele voltasse a insistir naquele assunto.
“Você está errado, sabe? Sobre null.” Ela disse, encarando-o diretamente.
null ergueu as sobrancelhas, surpreso. “Estou?”
“Ele não gosta de mim.” As palavras saíram mais firmes do que ela esperava, mas havia uma ponta de melancolia em seu tom.
“E como você sabe disso?” null perguntou, inclinando-se para mais perto, claramente interessado na resposta.
null hesitou. Não era fácil colocar em palavras o que ela sentia. “Porque ele ainda ama Maeve.”
null franziu o cenho, parecendo confuso por um momento antes de soltar uma risada curta. “A mulher misteriosa. Sempre ouvi falar dela, mas nunca entendi direito. Ela é tão incrível assim?”
null não respondeu imediatamente. Em vez disso, tomou um gole de café, tentando ganhar tempo. Pensar em Maeve a deixava desconfortável. Ela sabia que null ainda carregava os traumas daquela época. Mesmo com a força que ele demonstrava, havia uma sombra em seus olhos, uma dor silenciosa que ele raramente deixava transparecer.
“Não é questão de ser incrível, null.” null finalmente respondeu, sua voz mais suave. “Algumas pessoas simplesmente deixam marcas. Você não pode competir com isso.”
null ficou em silêncio, claramente refletindo sobre as palavras dela. Mas, em vez de recuar, ele voltou ao seu tom habitual. “Talvez você esteja certa, mas será que não está subestimando o que ele sente por você?
Ela não respondeu. Não porque achasse que null tinha razão, mas porque as palavras dele a fizeram perceber algo importante. Não importava se null sentia algo por ela ou não. No fundo, ela sabia que ele ainda estava preso ao passado, tanto quanto ela mesma estava tentando se libertar do seu.
E, naquele momento, null percebeu que talvez o verdadeiro problema não fosse null ou null. Era ela.
Capítulo 24 - ‘‘father’’
A sala de arquivos tinha um silêncio quase opressor. O som dos passos de null sobre o piso ecoava baixo, cada movimento carregado de hesitação. Ela raramente ia ali, e nunca sozinha. A ideia de entrar naquele espaço e abrir as gavetas certas sempre a incomodou, como um peso que ela se recusava a carregar por completo.
Naquela tarde, porém, algo dentro dela mudou. Talvez fosse o acúmulo de anos de fuga, de negar partes de si mesma que sempre estiveram ali, latentes, esperando para serem encaradas.
Ela sabia exatamente onde os arquivos estavam. **Caso: Serial Killer da Rosa Negra.** O nome parecia mais um título de filme do que uma realidade que havia destruído sua família.
null parou diante da gaveta marcada com o código correspondente e respirou fundo antes de abri-la. A ferrugem das dobradiças rangeu, como se estivesse avisando-a para não continuar. Mas ela continuou.
Os arquivos estavam bem organizados, com fotos, relatórios e notas detalhadas. Por anos, null havia evitado abrir aquela pasta. Havia algo terrivelmente assustador em encarar a verdade tão de perto. Mas agora, enquanto seus dedos hesitantes seguravam a capa, ela sentiu que não havia mais como fugir.
Ela puxou os documentos e se sentou à mesa no canto da sala, a luz fraca do abajur iluminando o papel amarelado. Era como se o mundo ao redor tivesse parado.
-----------
A primeira coisa que viu foi a foto de seu pai.
O sorriso tranquilo e o olhar sereno do homem na imagem eram uma contradição cruel ao que ela sabia sobre ele. Seu rosto, antes tão familiar, agora parecia uma máscara, uma mentira. null não conseguiu evitar o aperto no peito. Ela havia amado aquele homem quando era criança. Ele era seu herói, seu protetor. Nunca poderia imaginar que, por trás da fachada de um pai amoroso, existia um monstro.
Seus olhos percorreram a foto com um desconforto crescente. Ela detestava o quanto as pessoas costumavam dizer que eles eram parecidos. Mesmo agora, olhando para a imagem dele, era impossível negar as semelhanças. Os mesmos cabelos, o sorriso fácil que parecia dizer a todos ao redor que tudo estava bem. Mas ali, na frieza daquela fotografia, o sorriso não parecia acolhedor — parecia cruel, manipulador.
null tocou o próprio rosto, como se precisasse lembrar-se de que não era apenas uma cópia daquele homem. **Essas são as únicas semelhanças entre nós,** pensou, tentando convencer a si mesma. **O cabelo. O sorriso. E só.**
Mas a dúvida corroía. Quantas vezes havia se perguntado, mesmo em silêncio, se havia mais dele nela do que apenas a aparência? Ter o mesmo dna que ele não significava que ela também poderia ser... perigosa? Corrompida? Ela afastou o pensamento, mas ele voltou quase imediatamente.
“Eu não sou ele.”
As palavras ecoaram em sua mente como um mantra, mas não era o suficiente para silenciar o medo. Seu pai, o Serial Killer da Rosa Negra, usava aquele mesmo sorriso para enganar, para atrair suas vítimas. Quantas pessoas haviam confiado nele, apenas para descobrir, tarde demais, quem ele realmente era?
Ela apertou os olhos, lutando contra a maré de memórias indesejadas. O sorriso de seu pai era uma arma, uma máscara para esconder o que havia de mais podre nele. Mas o dela... **o meu sorriso é verdadeiro, não é?**
null passou os dedos pelos cabelos, sentindo a textura familiar, como se quisesse arrancar aquele pedaço de semelhança que a conectava a ele. Mas não podia. Aquilo era parte de quem ela era. **Parte dele vive em mim, quer eu goste ou não.**
Por anos, ela tentou evitar pensar nisso. Sempre focou em ser diferente, em ser melhor. Em afastar qualquer sombra que pudesse lembrá-la do pai. Mas ali, sozinha na sala de arquivos, encarando a imagem daquele homem, era impossível fugir.
“Eu não sou ele", sussurrou baixinho, as palavras quase inaudíveis na sala vazia.
Ela repetiu, com mais firmeza. “Eu não sou ele.”
E, no fundo, sabia que não era. Não importava se tinha o mesmo cabelo ou o mesmo sorriso. O que os separava era algo muito mais profundo, algo que ela se recusava a ignorar: ele era movido por ódio e obsessão, enquanto ela vivia lutando para proteger e salvar. Não havia espaço para semelhanças além da aparência, e null precisava acreditar nisso.
Ela virou a página, encontrando uma lista das vítimas. Seus olhos não se detiveram nos detalhes, mas mesmo a visão periférica das fotos — fotos de formatura, identidade, carteira de motorista, tudo que a família tinha para a identificação dessas pessoas — era o suficiente para fazer seu estômago revirar.
As vítimas eram escolhidas com base em um padrão absurdo: adultério, ganância, luxúria. Para o pai de null, eram pecados que precisavam ser punidos. Mas para null, eram vidas roubadas, sonhos interrompidos por um fanatismo que ela nunca compreendeu.
Ela fechou os olhos por um momento, tentando respirar fundo. Quando os abriu novamente, viu outra foto de seu pai — desta vez, algemado, sendo escoltado pela polícia. A expressão dele era estranhamente calma, quase... orgulhosa.
Como alguém consegue viver assim? Como alguém justifica tanto mal e ainda acredita que está certo?
-----------
null não percebeu quando as lágrimas começaram a cair. Elas escorriam silenciosas pelo rosto, pingando na borda do papel. Havia tanto que ela nunca havia permitido sentir. Sempre evitava pensar no pai, no impacto que ele teve na vida dela. Ele era uma sombra constante, mas que ela sempre ignorava.
Ela pensava em sua mãe, seu padrasto, null, null, Maeve... em todas as conexões que pareciam fora de lugar em sua vida. Não era apenas sobre os outros. Era sobre ela. A dificuldade de confiar, o medo de se abrir, a constante sensação de que, no fundo, algo nela estava quebrado.
O peso de ser a filha de um assassino estava sempre ali, mesmo que ninguém soubesse. Ela sabia. Era como uma marca invisível que moldava tudo o que fazia, todos os relacionamentos que tentava construir.
Ela tentou se convencer por anos de que era forte, que era diferente. Mas a verdade era que sempre fugia. Fugiu da culpa, da vergonha e da dor. Fugiu do medo de que, de alguma forma, houvesse algo de seu pai nela.
-----------
Quando fechou o arquivo, suas mãos tremiam. Era como se ela tivesse enfrentado um pedaço de si mesma que sempre evitou. Olhou ao redor da sala, vazia, mas cheia de ecos do passado.
Ela sabia que aquilo era só o começo. Encarar os arquivos não apagava nada. Não curava. Mas talvez fosse o primeiro passo para aceitar que ela não podia continuar fugindo.
Com os documentos de volta à gaveta, null respirou fundo. Secou as lágrimas com as mangas do casaco e ficou em pé. Quando saiu da sala, sentiu o peso do silêncio ao seu redor, mas também algo novo. Algo que ainda não conseguia nomear, mas que parecia vagamente com alívio.
Era hora de parar de fugir.
Naquela tarde, porém, algo dentro dela mudou. Talvez fosse o acúmulo de anos de fuga, de negar partes de si mesma que sempre estiveram ali, latentes, esperando para serem encaradas.
Ela sabia exatamente onde os arquivos estavam. **Caso: Serial Killer da Rosa Negra.** O nome parecia mais um título de filme do que uma realidade que havia destruído sua família.
null parou diante da gaveta marcada com o código correspondente e respirou fundo antes de abri-la. A ferrugem das dobradiças rangeu, como se estivesse avisando-a para não continuar. Mas ela continuou.
Os arquivos estavam bem organizados, com fotos, relatórios e notas detalhadas. Por anos, null havia evitado abrir aquela pasta. Havia algo terrivelmente assustador em encarar a verdade tão de perto. Mas agora, enquanto seus dedos hesitantes seguravam a capa, ela sentiu que não havia mais como fugir.
Ela puxou os documentos e se sentou à mesa no canto da sala, a luz fraca do abajur iluminando o papel amarelado. Era como se o mundo ao redor tivesse parado.
A primeira coisa que viu foi a foto de seu pai.
O sorriso tranquilo e o olhar sereno do homem na imagem eram uma contradição cruel ao que ela sabia sobre ele. Seu rosto, antes tão familiar, agora parecia uma máscara, uma mentira. null não conseguiu evitar o aperto no peito. Ela havia amado aquele homem quando era criança. Ele era seu herói, seu protetor. Nunca poderia imaginar que, por trás da fachada de um pai amoroso, existia um monstro.
Seus olhos percorreram a foto com um desconforto crescente. Ela detestava o quanto as pessoas costumavam dizer que eles eram parecidos. Mesmo agora, olhando para a imagem dele, era impossível negar as semelhanças. Os mesmos cabelos, o sorriso fácil que parecia dizer a todos ao redor que tudo estava bem. Mas ali, na frieza daquela fotografia, o sorriso não parecia acolhedor — parecia cruel, manipulador.
null tocou o próprio rosto, como se precisasse lembrar-se de que não era apenas uma cópia daquele homem. **Essas são as únicas semelhanças entre nós,** pensou, tentando convencer a si mesma. **O cabelo. O sorriso. E só.**
Mas a dúvida corroía. Quantas vezes havia se perguntado, mesmo em silêncio, se havia mais dele nela do que apenas a aparência? Ter o mesmo dna que ele não significava que ela também poderia ser... perigosa? Corrompida? Ela afastou o pensamento, mas ele voltou quase imediatamente.
“Eu não sou ele.”
As palavras ecoaram em sua mente como um mantra, mas não era o suficiente para silenciar o medo. Seu pai, o Serial Killer da Rosa Negra, usava aquele mesmo sorriso para enganar, para atrair suas vítimas. Quantas pessoas haviam confiado nele, apenas para descobrir, tarde demais, quem ele realmente era?
Ela apertou os olhos, lutando contra a maré de memórias indesejadas. O sorriso de seu pai era uma arma, uma máscara para esconder o que havia de mais podre nele. Mas o dela... **o meu sorriso é verdadeiro, não é?**
null passou os dedos pelos cabelos, sentindo a textura familiar, como se quisesse arrancar aquele pedaço de semelhança que a conectava a ele. Mas não podia. Aquilo era parte de quem ela era. **Parte dele vive em mim, quer eu goste ou não.**
Por anos, ela tentou evitar pensar nisso. Sempre focou em ser diferente, em ser melhor. Em afastar qualquer sombra que pudesse lembrá-la do pai. Mas ali, sozinha na sala de arquivos, encarando a imagem daquele homem, era impossível fugir.
“Eu não sou ele", sussurrou baixinho, as palavras quase inaudíveis na sala vazia.
Ela repetiu, com mais firmeza. “Eu não sou ele.”
E, no fundo, sabia que não era. Não importava se tinha o mesmo cabelo ou o mesmo sorriso. O que os separava era algo muito mais profundo, algo que ela se recusava a ignorar: ele era movido por ódio e obsessão, enquanto ela vivia lutando para proteger e salvar. Não havia espaço para semelhanças além da aparência, e null precisava acreditar nisso.
Ela virou a página, encontrando uma lista das vítimas. Seus olhos não se detiveram nos detalhes, mas mesmo a visão periférica das fotos — fotos de formatura, identidade, carteira de motorista, tudo que a família tinha para a identificação dessas pessoas — era o suficiente para fazer seu estômago revirar.
As vítimas eram escolhidas com base em um padrão absurdo: adultério, ganância, luxúria. Para o pai de null, eram pecados que precisavam ser punidos. Mas para null, eram vidas roubadas, sonhos interrompidos por um fanatismo que ela nunca compreendeu.
Ela fechou os olhos por um momento, tentando respirar fundo. Quando os abriu novamente, viu outra foto de seu pai — desta vez, algemado, sendo escoltado pela polícia. A expressão dele era estranhamente calma, quase... orgulhosa.
Como alguém consegue viver assim? Como alguém justifica tanto mal e ainda acredita que está certo?
null não percebeu quando as lágrimas começaram a cair. Elas escorriam silenciosas pelo rosto, pingando na borda do papel. Havia tanto que ela nunca havia permitido sentir. Sempre evitava pensar no pai, no impacto que ele teve na vida dela. Ele era uma sombra constante, mas que ela sempre ignorava.
Ela pensava em sua mãe, seu padrasto, null, null, Maeve... em todas as conexões que pareciam fora de lugar em sua vida. Não era apenas sobre os outros. Era sobre ela. A dificuldade de confiar, o medo de se abrir, a constante sensação de que, no fundo, algo nela estava quebrado.
O peso de ser a filha de um assassino estava sempre ali, mesmo que ninguém soubesse. Ela sabia. Era como uma marca invisível que moldava tudo o que fazia, todos os relacionamentos que tentava construir.
Ela tentou se convencer por anos de que era forte, que era diferente. Mas a verdade era que sempre fugia. Fugiu da culpa, da vergonha e da dor. Fugiu do medo de que, de alguma forma, houvesse algo de seu pai nela.
Quando fechou o arquivo, suas mãos tremiam. Era como se ela tivesse enfrentado um pedaço de si mesma que sempre evitou. Olhou ao redor da sala, vazia, mas cheia de ecos do passado.
Ela sabia que aquilo era só o começo. Encarar os arquivos não apagava nada. Não curava. Mas talvez fosse o primeiro passo para aceitar que ela não podia continuar fugindo.
Com os documentos de volta à gaveta, null respirou fundo. Secou as lágrimas com as mangas do casaco e ficou em pé. Quando saiu da sala, sentiu o peso do silêncio ao seu redor, mas também algo novo. Algo que ainda não conseguia nomear, mas que parecia vagamente com alívio.
Era hora de parar de fugir.
Capítulo 25 ‘‘bode expiatório’’
A tensão na sala de conferências era palpável. Garcia tinha acabado de revelar uma nova pista depois de semanas que poderia levar ao paradeiro de Andrei Volkov (diplomata sequestrado que fez com que a CIA interferisse no FBI). Os rastros digitais indicavam que ele havia sido transportado para um armazém abandonado nos arredores de Washington.
“Esse lugar está cercado por depósitos químicos desativados,” disse Garcia, apontando o local no mapa exibido na tela. “Se eu fosse uma organização terrorista e quisesse um lugar discreto para interrogar alguém, seria perfeito.”
“Ou para eliminá-lo,” acrescentou Morgan, o rosto sério.
“Vamos nos focar em trazê-lo vivo,” disse Hotchner. Ele olhou para a equipe. “Morgan, Prentiss e JJ, vocês cuidam da retaguarda. null, null e null, vocês vêm comigo para entrar no armazém. Garcia, precisamos de uma leitura térmica da área assim que estivermos a caminho.”
“Entendido,” respondeu ela, tentando manter a neutralidade enquanto pegava seu colete tático e a arma.
-----------
A chegada ao local foi silenciosa e meticulosa, como sempre. O armazém era uma estrutura enorme e enferrujada, cercada por cercas caídas e placas de aviso desbotadas. As luzes do fim de tarde projetavam sombras alongadas que tornavam tudo ainda mais inquietante.
null, null e null seguiram Hotchner pela entrada principal, enquanto Morgan e o restante da equipe se posicionavam na retaguarda. Dentro, o ar era denso, cheirando a óleo velho e poeira.
“Dois sinais de calor no canto nordeste,” sussurrou Garcia pelo comunicador. “Um está imóvel, o outro se movimenta constantemente. Cuidado.”
“Entendido,” respondeu Hotchner. Ele fez um gesto com a mão para que o grupo se dividisse. null e null seguiram juntos, enquanto null se aproximava por um corredor lateral.
“Você está bem?” perguntou null baixinho, enquanto se moviam entre as sombras.
null assentiu, mas sua mente estava a mil. O tom preocupado dele sempre mexia com ela de uma forma que ela não conseguia explicar.
“Tenho certeza de que null vai encontrar uma desculpa para ser o herói do dia,” murmurou null, quase inaudível, mas com um toque de ironia incomum para ele.
null lançou-lhe um olhar, surpresa. Era raro vê-lo tão direto sobre o que sentia. Ela abriu a boca para responder, mas um barulho distante cortou o momento.
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No canto mais afastado do armazém, o grupo encontrou Volkov, amarrado e amordaçado a uma cadeira. Ele parecia consciente, mas exausto, com o rosto marcado por hematomas. Ao lado dele, um homem armado caminhava de um lado para o outro, aparentemente falando ao telefone.
“Temos um visual,” sussurrou null pelo comunicador.
“Espera por minha ordem,” respondeu Hotchner.
null sentiu null mover-se ligeiramente ao seu lado, ajustando a posição da arma. null estava mais atrás, mas ela sabia que ele estava observando. Quando Hotchner deu o sinal, tudo aconteceu em questão de segundos.
Prentiss e Morgan entraram pela retaguarda, distraindo o suspeito o suficiente para null e null avançarem. null foi a primeira a alcançar Volkov, começando a desamarrá-lo enquanto null cobria a sala. null se posicionou ao lado, pronto para ajudar.
O suspeito tentou reagir, mas foi rapidamente neutralizado por Morgan. No entanto, o alívio durou pouco.
“Explosivos!” gritou Prentiss, apontando para o dispositivo preso ao corpo de Volkov.
null congelou. O colete de explosivos estava preso de forma rudimentar, mas era funcional. Volkov murmurava algo em russo, a voz abafada pela mordaça que ela ainda não havia tirado.
“Ele está tentando nos dizer algo,” disse null, ajoelhando-se ao lado dela.
null se aproximou também, inclinando-se para olhar o dispositivo. “Eu já vi algo parecido antes. Podemos desarmar se—”
“Pare,” cortou null, firmemente. “Se você não souber exatamente o que está fazendo, pode piorar tudo.”
A troca entre os dois fez null sentir um frio na espinha. Não era hora para disputas, mas o ego de null parecia ter outras ideias.
“Preciso que vocês dois se concentrem,” disse ela, olhando diretamente para null e null. Sua voz era firme, mas controlada. “null, traduz o que ele está dizendo. null, me ajuda a manter Volkov calmo enquanto desamarramos o resto.”
null assentiu, inclinando-se para mais perto de Volkov enquanto ele murmurava palavras desesperadas em russo.
“Ele está dizendo que o dispositivo é falso,” traduziu null, os olhos fixos no diplomata. “É uma armadilha. Eles queriam que pensássemos que ele iria explodir.”
“Tem certeza?” perguntou null, claramente cético.
null ignorou o tom de dúvida, mantendo-se calmo. “Absoluta.”
null olhou para null, os olhos firmes. “Confie nele. Vamos tirá-lo daqui.”
Com o trabalho em equipe, conseguiram libertar Volkov. Enquanto o conduziam para fora do armazém, null sentiu um peso sair de seus ombros.
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De volta à BAU, o clima estava mais leve, mas a tensão entre null e null ainda era perceptível.
Enquanto null guardava seus equipamentos, null apareceu ao seu lado, com o mesmo sorriso despreocupado de sempre.
“Você confia muito no null,” comentou ele, o tom leve, mas carregado de insinuações.
“Ele provou ser confiável,” respondeu null, sem olhar para ele.
null se inclinou ligeiramente, tentando captar sua atenção. “Só estou dizendo que às vezes é bom ter mais de uma opinião.”
“E às vezes é melhor ouvir a pessoa certa,” respondeu null, entrando na sala antes que null pudesse reagir.
null ergueu as sobrancelhas, claramente se divertindo com a interrupção, mas null suspirou, exausta da constante tensão.
“Os dois poderiam, por favor, agir como adultos por cinco minutos?” disse ela, olhando para ambos. “Temos um caso para resolver. Não estraguem isso.”
Ela saiu da sala antes que qualquer um pudesse responder.
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De volta à BAU, o clima de alívio após o resgate de Andrei Volkov foi rapidamente substituído por uma sensação de incerteza. O diplomata estava seguro, mas o caso estava longe de ser resolvido.
Na sala de interrogatórios, Volkov parecia exausto. As marcas de tortura em seu rosto contrastavam com sua postura ereta e o olhar vigilante. Ele não era um homem comum. A experiência como diplomata e, provavelmente, como espião, dava a ele uma aura de contenção quase impenetrável.
Hotchner, sentado à sua frente, analisava cada palavra com cuidado. null, null e null assistiam à cena pela janela de observação, enquanto Morgan e Prentiss revisavam os relatórios.
“Você disse que os sequestradores acreditavam que você tinha informações,” começou Hotchner, com sua voz firme e imparcial. “O que exatamente eles queriam?”
Volkov hesitou por um momento antes de responder. “Eles queriam saber sobre a operação Miragem.”
null já havia escutado esse nome antes durante seus anos na CIA. Ela trocou um olhar rápido com null, que notou sua reação imediatamente.
“Você conhece isso?” perguntou ele em um tom baixo, mas preocupado.
null desviou os olhos, respondendo com um aceno quase imperceptível. “É algo da CIA,” murmurou.
Do outro lado do vidro, Hotchner continuou a pressionar. “E o que é a operação Miragem?”
Volkov balançou a cabeça lentamente. “Eu não sei. Esse é o ponto. Eles acreditam que eu sei, mas essa operação é um segredo, mesmo entre os altos escalões. A única coisa que sei é que tem a ver com uma rede de inteligência nos Estados Unidos.”
null, que estava em silêncio até então, cruzou os braços e comentou, com um tom que misturava curiosidade e provocação: “Segredos dentro de segredos. Parece o tipo de coisa que a CIA adoraria esconder.”
null lançou-lhe um olhar. “Não é tão simples assim, null. Operações como essa podem ser criadas para proteger centenas de vidas, ou para encobrir erros fatais.”
“Nossa você é tão boa nisso, devia mandar seu currículo para lá” ele retrucou, sem esconder o sarcasmo.
null interveio antes que null pudesse responder. “null, não estamos aqui para julgar métodos. O foco é descobrir o que essa operação tem a ver com o sequestro.”
null deu de ombros, mas recuou, permitindo que o grupo voltasse a observar a interação de Hotchner com Volkov.
-----------
Depois de uma hora, o interrogatório chegou a um impasse. Volkov alegava saber pouco, e sua aparente sinceridade tornava difícil distinguir entre verdade e encenação.
Na sala de reuniões, a equipe se reuniu para discutir o próximo passo. Garcia conectou o computador à tela principal, onde exibia os dados recolhidos até agora.
“Ok, pessoal, aqui vai o resumo: Volkov estava sendo monitorado por uma célula terrorista conhecida como ‘As Vozes do Silêncio’. Nome poético para um grupo que provavelmente só quer caos e destruição.”
“E o que sabemos sobre eles?” perguntou Prentiss.
“Eles são um grupo novo, ainda em formação, mas já têm conexões com redes maiores,” explicou Garcia. “Eles começaram com ataques pequenos na Europa, mas parece que agora decidiram mirar em algo maior.”
“Como Volkov se encaixa nisso?” perguntou Morgan.
Garcia digitou algo rapidamente antes de responder. “Volkov tem conexões diretas com vários agentes de inteligência russos que desertaram para o Ocidente. Se ele estivesse planejando desertar também, provavelmente teria uma lista de contatos valiosa para eles. Ou, no caso, para a operação Miragem.”
null sentiu o olhar de null em sua direção. Ele sabia que ela estava segurando algo. E ela sabia que não conseguiria evitar a conversa por muito tempo.
-----------
Após a reunião, enquanto a equipe se dispersava, null alcançou null no corredor.
“null, precisamos conversar,” disse ele, a voz baixa mas firme.
Ela hesitou, mas assentiu, deixando que ele a guiasse para uma sala vazia.
“O que você sabe sobre a operação Miragem?” perguntou ele, direto ao ponto.
null cruzou os braços, olhando para o chão por um momento antes de responder. “Não muito. Era uma operação da CIA enquanto eu ainda trabalhava lá. Ouvi falar dela, mas nunca me envolvi diretamente. Tudo o que sei é que era algo relacionado a agentes infiltrados nos Estados Unidos.”
null inclinou a cabeça, os olhos fixos nela. “Por que parece que isso está te afetando mais do que deveria?”
Ela suspirou, passando a mão pelos cabelos. “Porque eu sei como essas operações funcionam. Elas não são simples. A CIA mantém segredos dentro de segredos, mesmo de seus próprios agentes. Se os sequestradores de Volkov acham que ele sabe algo, é porque alguém dentro da agência deixou escapar.”
null ficou em silêncio por um momento, processando a informação. “Você acha que há uma ligação entre o sequestro e alguém na CIA?”
“É uma possibilidade,” disse null, sua voz carregada de incerteza. “Mas se for verdade, estamos lidando com algo muito maior do que imaginávamos.”
-----------
Naquele momento, a voz de Garcia irrompeu pelo sistema de comunicação.
“Pessoal, vocês precisam ver isso agora.”
Todos correram de volta para a sala de reuniões, onde Garcia tinha um vídeo aberto na tela. Era uma transmissão ao vivo, com um homem mascarado lendo um manifesto.
“Esta é uma mensagem para o FBI e a CIA,” dizia ele, com a voz distorcida. “Vocês têm 24 horas para divulgar os detalhes da operação Miragem. Se não o fizerem, o diplomata russo será apenas o começo.”
null sentiu o peso das palavras como um golpe. O caso, que já era complicado, acabara de se tornar um jogo mortal de gato e rato.
Hotchner olhou para a equipe. “Garcia, rastreie essa transmissão. Morgan, Prentiss, quero vocês prontos para intervir. null, null, null, precisamos descobrir tudo o que pudermos sobre a operação Miragem antes que seja tarde demais.”
Todos assentiram, mas null sabia que o relógio estava contra eles. As perguntas continuavam a se acumular, e as respostas pareciam mais distantes do que nunca.
**O que era a operação Miragem?**
**Quem estava vazando informações da CIA?**
**E como tudo isso se conectava a Volkov?**
O caso estava longe de ser resolvido, mas uma coisa era certa: ninguém estava a salvo até que todas as peças fossem encaixadas.
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A transmissão havia silenciado a sala. O grupo inteiro parecia absorver o impacto das ameaças. As palavras distorcidas do homem mascarado ainda ecoavam na mente de null enquanto todos começavam a se movimentar. A tensão era tão densa que parecia preenchê-la.
Hotchner assumiu o controle. “Garcia, você tem 24 horas para rastrear essa transmissão. Não vamos ceder à pressão deles.”
“Já estou no caso, chefe,” respondeu Garcia, com os dedos voando pelo teclado. “A fonte foi mascarada, mas eu vou descobrir de onde veio.”
“Prentiss, Morgan, precisamos monitorar as conexões de Volkov. Alguma pista sobre quem poderia estar vazando informações dentro da CIA pode estar escondida nos contatos dele,” continuou Hotchner.
Morgan e Prentiss assentiram, prontos para agir.
“null, null, null, quero que revisem cada detalhe da operação Miragem. Vamos descobrir por que ela é tão valiosa. Se a CIA não vai cooperar, teremos que trabalhar com o que temos.”
Os três trocaram olhares breves. Eles tinham um trabalho a fazer.
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A sala de arquivos estava silenciosa, com o som das páginas sendo viradas ecoando enquanto null e null analisavam os dossiês. null estava encostado na mesa ao lado, aparentemente despreocupado, mas seus olhos estavam atentos a tudo, especialmente aos olhares trocados entre null e null.
“Miragem,” murmurou null, lendo um dos relatórios antigos da CIA que tinham conseguido. “Aparentemente, era uma operação para infiltrar agentes nos principais círculos de inteligência de países adversários. Espiões dentro de espiões.”
“E o que Volkov teria a ver com isso?” perguntou null, soando quase entediado.
“Se Volkov estava desertando, ele poderia ter informações sobre quem são esses agentes infiltrados,” respondeu null, sem levantar os olhos do arquivo que estava lendo. “Se a organização terrorista conseguir esses nomes, eles poderiam neutralizar todos os agentes da CIA envolvidos. Seria um desastre internacional.”
null sentiu um calafrio ao imaginar isso. Lembrou-se das poucas vezes em que estivera envolvida em operações sigilosas como essa. A sensação de estar em um jogo em que vidas estavam constantemente na balança.
“Mas há algo estranho aqui,” disse null, franzindo o cenho enquanto lia. “Por que o nome da operação Miragem aparece em um relatório tão superficial? Se é tão sigilosa, não deveria estar em registros fáceis de acessar.”
“É uma armadilha,” disse null, a voz mais firme do que ela pretendia.
null e null a olharam.
“Alguém colocou essas informações aqui de propósito,” continuou ela, segurando o papel na mão. “Para levar a organização terrorista a acreditar que Volkov sabia de algo. Eles precisavam de um alvo, e Volkov foi o escolhido.”
“Você está dizendo que alguém dentro da CIA expôs Volkov de propósito? E alguém dentro do FBI tem informações sobre isso?” perguntou null, incrédulo.
null assentiu, sentindo o peso da conclusão. “Sim. Alguém está jogando dos dois lados.”
“Esse lugar está cercado por depósitos químicos desativados,” disse Garcia, apontando o local no mapa exibido na tela. “Se eu fosse uma organização terrorista e quisesse um lugar discreto para interrogar alguém, seria perfeito.”
“Ou para eliminá-lo,” acrescentou Morgan, o rosto sério.
“Vamos nos focar em trazê-lo vivo,” disse Hotchner. Ele olhou para a equipe. “Morgan, Prentiss e JJ, vocês cuidam da retaguarda. null, null e null, vocês vêm comigo para entrar no armazém. Garcia, precisamos de uma leitura térmica da área assim que estivermos a caminho.”
“Entendido,” respondeu ela, tentando manter a neutralidade enquanto pegava seu colete tático e a arma.
A chegada ao local foi silenciosa e meticulosa, como sempre. O armazém era uma estrutura enorme e enferrujada, cercada por cercas caídas e placas de aviso desbotadas. As luzes do fim de tarde projetavam sombras alongadas que tornavam tudo ainda mais inquietante.
null, null e null seguiram Hotchner pela entrada principal, enquanto Morgan e o restante da equipe se posicionavam na retaguarda. Dentro, o ar era denso, cheirando a óleo velho e poeira.
“Dois sinais de calor no canto nordeste,” sussurrou Garcia pelo comunicador. “Um está imóvel, o outro se movimenta constantemente. Cuidado.”
“Entendido,” respondeu Hotchner. Ele fez um gesto com a mão para que o grupo se dividisse. null e null seguiram juntos, enquanto null se aproximava por um corredor lateral.
“Você está bem?” perguntou null baixinho, enquanto se moviam entre as sombras.
null assentiu, mas sua mente estava a mil. O tom preocupado dele sempre mexia com ela de uma forma que ela não conseguia explicar.
“Tenho certeza de que null vai encontrar uma desculpa para ser o herói do dia,” murmurou null, quase inaudível, mas com um toque de ironia incomum para ele.
null lançou-lhe um olhar, surpresa. Era raro vê-lo tão direto sobre o que sentia. Ela abriu a boca para responder, mas um barulho distante cortou o momento.
No canto mais afastado do armazém, o grupo encontrou Volkov, amarrado e amordaçado a uma cadeira. Ele parecia consciente, mas exausto, com o rosto marcado por hematomas. Ao lado dele, um homem armado caminhava de um lado para o outro, aparentemente falando ao telefone.
“Temos um visual,” sussurrou null pelo comunicador.
“Espera por minha ordem,” respondeu Hotchner.
null sentiu null mover-se ligeiramente ao seu lado, ajustando a posição da arma. null estava mais atrás, mas ela sabia que ele estava observando. Quando Hotchner deu o sinal, tudo aconteceu em questão de segundos.
Prentiss e Morgan entraram pela retaguarda, distraindo o suspeito o suficiente para null e null avançarem. null foi a primeira a alcançar Volkov, começando a desamarrá-lo enquanto null cobria a sala. null se posicionou ao lado, pronto para ajudar.
O suspeito tentou reagir, mas foi rapidamente neutralizado por Morgan. No entanto, o alívio durou pouco.
“Explosivos!” gritou Prentiss, apontando para o dispositivo preso ao corpo de Volkov.
null congelou. O colete de explosivos estava preso de forma rudimentar, mas era funcional. Volkov murmurava algo em russo, a voz abafada pela mordaça que ela ainda não havia tirado.
“Ele está tentando nos dizer algo,” disse null, ajoelhando-se ao lado dela.
null se aproximou também, inclinando-se para olhar o dispositivo. “Eu já vi algo parecido antes. Podemos desarmar se—”
“Pare,” cortou null, firmemente. “Se você não souber exatamente o que está fazendo, pode piorar tudo.”
A troca entre os dois fez null sentir um frio na espinha. Não era hora para disputas, mas o ego de null parecia ter outras ideias.
“Preciso que vocês dois se concentrem,” disse ela, olhando diretamente para null e null. Sua voz era firme, mas controlada. “null, traduz o que ele está dizendo. null, me ajuda a manter Volkov calmo enquanto desamarramos o resto.”
null assentiu, inclinando-se para mais perto de Volkov enquanto ele murmurava palavras desesperadas em russo.
“Ele está dizendo que o dispositivo é falso,” traduziu null, os olhos fixos no diplomata. “É uma armadilha. Eles queriam que pensássemos que ele iria explodir.”
“Tem certeza?” perguntou null, claramente cético.
null ignorou o tom de dúvida, mantendo-se calmo. “Absoluta.”
null olhou para null, os olhos firmes. “Confie nele. Vamos tirá-lo daqui.”
Com o trabalho em equipe, conseguiram libertar Volkov. Enquanto o conduziam para fora do armazém, null sentiu um peso sair de seus ombros.
De volta à BAU, o clima estava mais leve, mas a tensão entre null e null ainda era perceptível.
Enquanto null guardava seus equipamentos, null apareceu ao seu lado, com o mesmo sorriso despreocupado de sempre.
“Você confia muito no null,” comentou ele, o tom leve, mas carregado de insinuações.
“Ele provou ser confiável,” respondeu null, sem olhar para ele.
null se inclinou ligeiramente, tentando captar sua atenção. “Só estou dizendo que às vezes é bom ter mais de uma opinião.”
“E às vezes é melhor ouvir a pessoa certa,” respondeu null, entrando na sala antes que null pudesse reagir.
null ergueu as sobrancelhas, claramente se divertindo com a interrupção, mas null suspirou, exausta da constante tensão.
“Os dois poderiam, por favor, agir como adultos por cinco minutos?” disse ela, olhando para ambos. “Temos um caso para resolver. Não estraguem isso.”
Ela saiu da sala antes que qualquer um pudesse responder.
De volta à BAU, o clima de alívio após o resgate de Andrei Volkov foi rapidamente substituído por uma sensação de incerteza. O diplomata estava seguro, mas o caso estava longe de ser resolvido.
Na sala de interrogatórios, Volkov parecia exausto. As marcas de tortura em seu rosto contrastavam com sua postura ereta e o olhar vigilante. Ele não era um homem comum. A experiência como diplomata e, provavelmente, como espião, dava a ele uma aura de contenção quase impenetrável.
Hotchner, sentado à sua frente, analisava cada palavra com cuidado. null, null e null assistiam à cena pela janela de observação, enquanto Morgan e Prentiss revisavam os relatórios.
“Você disse que os sequestradores acreditavam que você tinha informações,” começou Hotchner, com sua voz firme e imparcial. “O que exatamente eles queriam?”
Volkov hesitou por um momento antes de responder. “Eles queriam saber sobre a operação Miragem.”
null já havia escutado esse nome antes durante seus anos na CIA. Ela trocou um olhar rápido com null, que notou sua reação imediatamente.
“Você conhece isso?” perguntou ele em um tom baixo, mas preocupado.
null desviou os olhos, respondendo com um aceno quase imperceptível. “É algo da CIA,” murmurou.
Do outro lado do vidro, Hotchner continuou a pressionar. “E o que é a operação Miragem?”
Volkov balançou a cabeça lentamente. “Eu não sei. Esse é o ponto. Eles acreditam que eu sei, mas essa operação é um segredo, mesmo entre os altos escalões. A única coisa que sei é que tem a ver com uma rede de inteligência nos Estados Unidos.”
null, que estava em silêncio até então, cruzou os braços e comentou, com um tom que misturava curiosidade e provocação: “Segredos dentro de segredos. Parece o tipo de coisa que a CIA adoraria esconder.”
null lançou-lhe um olhar. “Não é tão simples assim, null. Operações como essa podem ser criadas para proteger centenas de vidas, ou para encobrir erros fatais.”
“Nossa você é tão boa nisso, devia mandar seu currículo para lá” ele retrucou, sem esconder o sarcasmo.
null interveio antes que null pudesse responder. “null, não estamos aqui para julgar métodos. O foco é descobrir o que essa operação tem a ver com o sequestro.”
null deu de ombros, mas recuou, permitindo que o grupo voltasse a observar a interação de Hotchner com Volkov.
Depois de uma hora, o interrogatório chegou a um impasse. Volkov alegava saber pouco, e sua aparente sinceridade tornava difícil distinguir entre verdade e encenação.
Na sala de reuniões, a equipe se reuniu para discutir o próximo passo. Garcia conectou o computador à tela principal, onde exibia os dados recolhidos até agora.
“Ok, pessoal, aqui vai o resumo: Volkov estava sendo monitorado por uma célula terrorista conhecida como ‘As Vozes do Silêncio’. Nome poético para um grupo que provavelmente só quer caos e destruição.”
“E o que sabemos sobre eles?” perguntou Prentiss.
“Eles são um grupo novo, ainda em formação, mas já têm conexões com redes maiores,” explicou Garcia. “Eles começaram com ataques pequenos na Europa, mas parece que agora decidiram mirar em algo maior.”
“Como Volkov se encaixa nisso?” perguntou Morgan.
Garcia digitou algo rapidamente antes de responder. “Volkov tem conexões diretas com vários agentes de inteligência russos que desertaram para o Ocidente. Se ele estivesse planejando desertar também, provavelmente teria uma lista de contatos valiosa para eles. Ou, no caso, para a operação Miragem.”
null sentiu o olhar de null em sua direção. Ele sabia que ela estava segurando algo. E ela sabia que não conseguiria evitar a conversa por muito tempo.
Após a reunião, enquanto a equipe se dispersava, null alcançou null no corredor.
“null, precisamos conversar,” disse ele, a voz baixa mas firme.
Ela hesitou, mas assentiu, deixando que ele a guiasse para uma sala vazia.
“O que você sabe sobre a operação Miragem?” perguntou ele, direto ao ponto.
null cruzou os braços, olhando para o chão por um momento antes de responder. “Não muito. Era uma operação da CIA enquanto eu ainda trabalhava lá. Ouvi falar dela, mas nunca me envolvi diretamente. Tudo o que sei é que era algo relacionado a agentes infiltrados nos Estados Unidos.”
null inclinou a cabeça, os olhos fixos nela. “Por que parece que isso está te afetando mais do que deveria?”
Ela suspirou, passando a mão pelos cabelos. “Porque eu sei como essas operações funcionam. Elas não são simples. A CIA mantém segredos dentro de segredos, mesmo de seus próprios agentes. Se os sequestradores de Volkov acham que ele sabe algo, é porque alguém dentro da agência deixou escapar.”
null ficou em silêncio por um momento, processando a informação. “Você acha que há uma ligação entre o sequestro e alguém na CIA?”
“É uma possibilidade,” disse null, sua voz carregada de incerteza. “Mas se for verdade, estamos lidando com algo muito maior do que imaginávamos.”
Naquele momento, a voz de Garcia irrompeu pelo sistema de comunicação.
“Pessoal, vocês precisam ver isso agora.”
Todos correram de volta para a sala de reuniões, onde Garcia tinha um vídeo aberto na tela. Era uma transmissão ao vivo, com um homem mascarado lendo um manifesto.
“Esta é uma mensagem para o FBI e a CIA,” dizia ele, com a voz distorcida. “Vocês têm 24 horas para divulgar os detalhes da operação Miragem. Se não o fizerem, o diplomata russo será apenas o começo.”
null sentiu o peso das palavras como um golpe. O caso, que já era complicado, acabara de se tornar um jogo mortal de gato e rato.
Hotchner olhou para a equipe. “Garcia, rastreie essa transmissão. Morgan, Prentiss, quero vocês prontos para intervir. null, null, null, precisamos descobrir tudo o que pudermos sobre a operação Miragem antes que seja tarde demais.”
Todos assentiram, mas null sabia que o relógio estava contra eles. As perguntas continuavam a se acumular, e as respostas pareciam mais distantes do que nunca.
**O que era a operação Miragem?**
**Quem estava vazando informações da CIA?**
**E como tudo isso se conectava a Volkov?**
O caso estava longe de ser resolvido, mas uma coisa era certa: ninguém estava a salvo até que todas as peças fossem encaixadas.
A transmissão havia silenciado a sala. O grupo inteiro parecia absorver o impacto das ameaças. As palavras distorcidas do homem mascarado ainda ecoavam na mente de null enquanto todos começavam a se movimentar. A tensão era tão densa que parecia preenchê-la.
Hotchner assumiu o controle. “Garcia, você tem 24 horas para rastrear essa transmissão. Não vamos ceder à pressão deles.”
“Já estou no caso, chefe,” respondeu Garcia, com os dedos voando pelo teclado. “A fonte foi mascarada, mas eu vou descobrir de onde veio.”
“Prentiss, Morgan, precisamos monitorar as conexões de Volkov. Alguma pista sobre quem poderia estar vazando informações dentro da CIA pode estar escondida nos contatos dele,” continuou Hotchner.
Morgan e Prentiss assentiram, prontos para agir.
“null, null, null, quero que revisem cada detalhe da operação Miragem. Vamos descobrir por que ela é tão valiosa. Se a CIA não vai cooperar, teremos que trabalhar com o que temos.”
Os três trocaram olhares breves. Eles tinham um trabalho a fazer.
A sala de arquivos estava silenciosa, com o som das páginas sendo viradas ecoando enquanto null e null analisavam os dossiês. null estava encostado na mesa ao lado, aparentemente despreocupado, mas seus olhos estavam atentos a tudo, especialmente aos olhares trocados entre null e null.
“Miragem,” murmurou null, lendo um dos relatórios antigos da CIA que tinham conseguido. “Aparentemente, era uma operação para infiltrar agentes nos principais círculos de inteligência de países adversários. Espiões dentro de espiões.”
“E o que Volkov teria a ver com isso?” perguntou null, soando quase entediado.
“Se Volkov estava desertando, ele poderia ter informações sobre quem são esses agentes infiltrados,” respondeu null, sem levantar os olhos do arquivo que estava lendo. “Se a organização terrorista conseguir esses nomes, eles poderiam neutralizar todos os agentes da CIA envolvidos. Seria um desastre internacional.”
null sentiu um calafrio ao imaginar isso. Lembrou-se das poucas vezes em que estivera envolvida em operações sigilosas como essa. A sensação de estar em um jogo em que vidas estavam constantemente na balança.
“Mas há algo estranho aqui,” disse null, franzindo o cenho enquanto lia. “Por que o nome da operação Miragem aparece em um relatório tão superficial? Se é tão sigilosa, não deveria estar em registros fáceis de acessar.”
“É uma armadilha,” disse null, a voz mais firme do que ela pretendia.
null e null a olharam.
“Alguém colocou essas informações aqui de propósito,” continuou ela, segurando o papel na mão. “Para levar a organização terrorista a acreditar que Volkov sabia de algo. Eles precisavam de um alvo, e Volkov foi o escolhido.”
“Você está dizendo que alguém dentro da CIA expôs Volkov de propósito? E alguém dentro do FBI tem informações sobre isso?” perguntou null, incrédulo.
null assentiu, sentindo o peso da conclusão. “Sim. Alguém está jogando dos dois lados.”
Capítulo 26 - ‘‘friends’’
null estava há horas debruçada sobre papéis e anotações, mas nenhuma nova informação sobre o caso havia surgido. A ordem de Hotchner para "pausar até que algo concreto apareça" era prática, mas frustrante. Ela sabia que o caso era maior do que todos imaginavam, mas, por enquanto, não havia nada que pudesse ser feito.
Decidindo que precisava de uma distração, null pegou uma garrafa de vinho, que havia encontrado no frigobar de seu quarto e que Hotchner havia comentado que era de uso livre pelo FBI, e caminhou até o quarto de JJ.
Ela bateu na porta de JJ e, quando a amiga atendeu, segurou a garrafa na frente do rosto com um sorriso de quem planejava algo.
“JJ, por favor, me diga que você tem taças e alguma música decente pra gente ouvir.”
“O que você tem em mente, null?” JJ arqueou as sobrancelhas, mas riu.
“Vinho, música, talvez um jogo de tabuleiro e, se a vibe permitir, uma sessão de skincare. Porque, sinceramente, se eu olhar para mais um relatório hoje, corro o risco de enlouquecer de vez”, respondeu null, com um tom de alívio só de imaginar a possibilidade de se desligar do trabalho por algumas horas.
“Entre. Mas se estamos fazendo isso, vou chamar a Garcia. Ela adora essas coisas.” JJ riu, balançando a cabeça.
“Ótima ideia!” disse null, já entrando e colocando a garrafa na mesa. “Quanto mais, melhor.”
Meia hora depois, o quarto de JJ havia se transformado em um refúgio aconchegante. As três amigas estavam sentadas no chão, cercadas por almofadas e cobertores. Uma improvisada tábua de queijos, biscoitos e frutas adornava o centro do círculo, ao lado de um tabuleiro de Monopoly estrategicamente posicionado. Garcia, fiel ao seu estilo vibrante, irradiava energia contagiante. Ela conectou seu celular à caixinha de som portátil e colocou “Truth Hurts” de Lizzo para tocar, enquanto JJ habilidosamente abria a garrafa de vinho e servia as taças.
“Skincare e Monopoly? É o ápice do equilíbrio emocional,” brincou Garcia, espalhando uma máscara brilhante no rosto enquanto movimentava sua peça no tabuleiro.
null riu, com as bochechas coradas do vinho. “É o FBI, Penelope. A gente tem que encontrar maneiras criativas de não surtar.”
“Falou a mulher que trabalha sob pressão melhor do que ninguém”, retrucou JJ, com um sorriso cúmplice.
“Você quer dizer ‘mulher que desmorona quando o assunto envolve sentimentos’? Essa me define melhor”, respondeu null, erguendo a taça em um brinde irônico.
As outras riram, mas JJ inclinou a cabeça, curiosa. “Ok, mas falando sério, null. Como você tá? Esse caso com a CIA parece estar mexendo com você.”
null suspirou, apoiando a cabeça na mão enquanto segurava a taça com a outra. “Honestamente? Não é só o caso. Acho que sou eu. Sinto que estou... fugindo de tudo ultimamente. Tipo, eu deveria estar focando em mim mesma, mas ainda fico me distraindo com tudo ao meu redor.”
Garcia fez uma careta exagerada. “Você tá falando de trabalho... ou de null e null?”
null engasgou com o vinho, surpresa. “Isso foi direto, Garcia!”
JJ riu e apontou para null. “Mas ela tem um ponto válido. Nos atualize sobre o que está acontecendo, porque da última vez que conversamos, você e null pareciam estar se entendendo, e agora parece que voltaram à estaca zero.”
null ficou em silêncio por um momento, observando as pequenas peças coloridas no tabuleiro de Monopoly. Ela sabia que não adiantava resumir então contou tudo para as amigas.
“Ok, sim. Admito que tem algo ali. Mas é complicado. null... bom, ele é null. Charmoso, divertido, mas...”
“Superficial?” completou Garcia, arqueando as sobrancelhas.
null deu de ombros. “Eu ia dizer ‘egoísta’, mas superficial também serve. Ele não mudou tanto quanto acha que mudou, sabe? Ainda é o mesmo cara que quer atenção o tempo todo. Eu não voltaria com o null nem se ele fosse o último homem na Terra. Ele me machucou muito por muito tempo.”
“E tem o detalhe que ele te traiu né? null nunca faria isso ”Garcia comentou.
JJ assentiu, pensativa. “E o null?”
null suspirou, o rosto suavizando. “null... ele é diferente. Sempre foi. Ele me conhece de verdade, e eu sinto que posso ser eu mesma com ele. Mas... nós nos complicamos, JJ. A gente era tão próximo, mas quando as coisas ficaram mais... pessoais, tudo ficou estranho. Eu sinto que ele se afastou, e eu também me afastei.”
Garcia se inclinou para frente, os olhos brilhando de curiosidade. “Eu amo ver seus olhos quando vc fala dele, ele merece alguem como você, null”
null soltou uma risada nervosa. “Talvez. Mas não é tão simples. Ele tem muita coisa pra lidar, e eu... não sei se quero me machucar de novo.”
JJ colocou uma mão no ombro dela. “Ninguém disse que precisa ser agora, null. Mas vocês precisam conversar. De verdade. Não deixar tudo no ar.”
As três ficaram em silêncio por um momento, até Garcia quebrar a tensão com uma pergunta inesperada:
“Tá, mas você vai ao show com o null?”
null riu, cobrindo o rosto com as mãos, antes de finalmente confessar a verdade para as amigas. “null apareceu em um momento… oportuno”, disse null, com um gesto vago com a mão. “Eu sei exatamente o que ele quer, e ele não faz questão nenhuma de esconder isso. Mas ele é meu passado, não meu futuro. Eu queria que o null sentisse um pouco do que eu senti quando fui ao apartamento dele e a Maeve atendeu a porta. Queria causar alguma reação nele, mas parece que não deu certo, e agora null acha que estou dando trela para ele.”
JJ sorriu, mas não deixou passar. “null, você é inacreditavel”
null abaixou as mãos, olhando para as duas amigas. “Por que eu sinto que vocês são melhores terapeutas do que metade dos profissionais por aí?”
Garcia riu. “Porque somos geniais, obviamente. Agora, joga os dados antes que eu compre outra propriedade e te falte dinheiro!”
A conversa desviou para piadas e estratégias de jogo, mas as palavras de JJ e Garcia ficaram na mente de null.
Por enquanto, porém, ela escolheu rir, beber mais uma taça de vinho e aproveitar o momento raro de tranquilidade com suas amigas.
Decidindo que precisava de uma distração, null pegou uma garrafa de vinho, que havia encontrado no frigobar de seu quarto e que Hotchner havia comentado que era de uso livre pelo FBI, e caminhou até o quarto de JJ.
Ela bateu na porta de JJ e, quando a amiga atendeu, segurou a garrafa na frente do rosto com um sorriso de quem planejava algo.
“JJ, por favor, me diga que você tem taças e alguma música decente pra gente ouvir.”
“O que você tem em mente, null?” JJ arqueou as sobrancelhas, mas riu.
“Vinho, música, talvez um jogo de tabuleiro e, se a vibe permitir, uma sessão de skincare. Porque, sinceramente, se eu olhar para mais um relatório hoje, corro o risco de enlouquecer de vez”, respondeu null, com um tom de alívio só de imaginar a possibilidade de se desligar do trabalho por algumas horas.
“Entre. Mas se estamos fazendo isso, vou chamar a Garcia. Ela adora essas coisas.” JJ riu, balançando a cabeça.
“Ótima ideia!” disse null, já entrando e colocando a garrafa na mesa. “Quanto mais, melhor.”
Meia hora depois, o quarto de JJ havia se transformado em um refúgio aconchegante. As três amigas estavam sentadas no chão, cercadas por almofadas e cobertores. Uma improvisada tábua de queijos, biscoitos e frutas adornava o centro do círculo, ao lado de um tabuleiro de Monopoly estrategicamente posicionado. Garcia, fiel ao seu estilo vibrante, irradiava energia contagiante. Ela conectou seu celular à caixinha de som portátil e colocou “Truth Hurts” de Lizzo para tocar, enquanto JJ habilidosamente abria a garrafa de vinho e servia as taças.
“Skincare e Monopoly? É o ápice do equilíbrio emocional,” brincou Garcia, espalhando uma máscara brilhante no rosto enquanto movimentava sua peça no tabuleiro.
null riu, com as bochechas coradas do vinho. “É o FBI, Penelope. A gente tem que encontrar maneiras criativas de não surtar.”
“Falou a mulher que trabalha sob pressão melhor do que ninguém”, retrucou JJ, com um sorriso cúmplice.
“Você quer dizer ‘mulher que desmorona quando o assunto envolve sentimentos’? Essa me define melhor”, respondeu null, erguendo a taça em um brinde irônico.
As outras riram, mas JJ inclinou a cabeça, curiosa. “Ok, mas falando sério, null. Como você tá? Esse caso com a CIA parece estar mexendo com você.”
null suspirou, apoiando a cabeça na mão enquanto segurava a taça com a outra. “Honestamente? Não é só o caso. Acho que sou eu. Sinto que estou... fugindo de tudo ultimamente. Tipo, eu deveria estar focando em mim mesma, mas ainda fico me distraindo com tudo ao meu redor.”
Garcia fez uma careta exagerada. “Você tá falando de trabalho... ou de null e null?”
null engasgou com o vinho, surpresa. “Isso foi direto, Garcia!”
JJ riu e apontou para null. “Mas ela tem um ponto válido. Nos atualize sobre o que está acontecendo, porque da última vez que conversamos, você e null pareciam estar se entendendo, e agora parece que voltaram à estaca zero.”
null ficou em silêncio por um momento, observando as pequenas peças coloridas no tabuleiro de Monopoly. Ela sabia que não adiantava resumir então contou tudo para as amigas.
“Ok, sim. Admito que tem algo ali. Mas é complicado. null... bom, ele é null. Charmoso, divertido, mas...”
“Superficial?” completou Garcia, arqueando as sobrancelhas.
null deu de ombros. “Eu ia dizer ‘egoísta’, mas superficial também serve. Ele não mudou tanto quanto acha que mudou, sabe? Ainda é o mesmo cara que quer atenção o tempo todo. Eu não voltaria com o null nem se ele fosse o último homem na Terra. Ele me machucou muito por muito tempo.”
“E tem o detalhe que ele te traiu né? null nunca faria isso ”Garcia comentou.
JJ assentiu, pensativa. “E o null?”
null suspirou, o rosto suavizando. “null... ele é diferente. Sempre foi. Ele me conhece de verdade, e eu sinto que posso ser eu mesma com ele. Mas... nós nos complicamos, JJ. A gente era tão próximo, mas quando as coisas ficaram mais... pessoais, tudo ficou estranho. Eu sinto que ele se afastou, e eu também me afastei.”
Garcia se inclinou para frente, os olhos brilhando de curiosidade. “Eu amo ver seus olhos quando vc fala dele, ele merece alguem como você, null”
null soltou uma risada nervosa. “Talvez. Mas não é tão simples. Ele tem muita coisa pra lidar, e eu... não sei se quero me machucar de novo.”
JJ colocou uma mão no ombro dela. “Ninguém disse que precisa ser agora, null. Mas vocês precisam conversar. De verdade. Não deixar tudo no ar.”
As três ficaram em silêncio por um momento, até Garcia quebrar a tensão com uma pergunta inesperada:
“Tá, mas você vai ao show com o null?”
null riu, cobrindo o rosto com as mãos, antes de finalmente confessar a verdade para as amigas. “null apareceu em um momento… oportuno”, disse null, com um gesto vago com a mão. “Eu sei exatamente o que ele quer, e ele não faz questão nenhuma de esconder isso. Mas ele é meu passado, não meu futuro. Eu queria que o null sentisse um pouco do que eu senti quando fui ao apartamento dele e a Maeve atendeu a porta. Queria causar alguma reação nele, mas parece que não deu certo, e agora null acha que estou dando trela para ele.”
JJ sorriu, mas não deixou passar. “null, você é inacreditavel”
null abaixou as mãos, olhando para as duas amigas. “Por que eu sinto que vocês são melhores terapeutas do que metade dos profissionais por aí?”
Garcia riu. “Porque somos geniais, obviamente. Agora, joga os dados antes que eu compre outra propriedade e te falte dinheiro!”
A conversa desviou para piadas e estratégias de jogo, mas as palavras de JJ e Garcia ficaram na mente de null.
Por enquanto, porém, ela escolheu rir, beber mais uma taça de vinho e aproveitar o momento raro de tranquilidade com suas amigas.
Capítulo 27 ‘‘varanda’’
A noite estava fria em Washington, e a cidade parecia uma pintura em tons de cinza e luzes difusas. null apoiou os cotovelos no corrimão da varanda, olhando para as ruas movimentadas abaixo. Apesar do movimento, ela se sentia isolada, como se o peso da investigação a tivesse afastado de tudo.
O edifício que a equipe usava como base na cidade era funcional, mas impessoal. Salas improvisadas para reuniões, computadores espalhados e os quartos que quase nunca eram utilizados para descanso, já que a equipe mal dormia. Para null, o lugar parecia sufocante. Ela precisava de um momento para respirar.
O vento frio tocava seu rosto enquanto ela inspirava profundamente, tentando aliviar o nó na garganta. Trabalhar com a CIA novamente trazia lembranças que ela tinha enterrado.
“null?”
A voz de null a tirou de seus pensamentos. Ela se virou, encontrando-o parado na entrada da varanda. Ele estava sem o paletó, apenas a camisa social e a gravata frouxa, as mãos nos bolsos. Era como se ele complementasse a vista da cidade.
“Está tudo bem?” ele perguntou, com aquele tom baixo e cuidadoso que ela já conhecia bem.
“Está,” ela respondeu automaticamente, mas sabia que null não acreditaria.
Ele caminhou até ela, parando ao seu lado e apoiando-se no corrimão. Por um momento, eles ficaram em silêncio, observando a cidade.
“Preciso dizer,” começou ela, soltando um suspiro. “Trabalhar com a CIA novamente não é nada bom. Está drenando minhas energias”
null franziu o cenho, mas permaneceu em silêncio, esperando que ela continuasse.
“Foi por isso que eu saí. Não é só o sigilo ou a pressão... é o tipo de jogo que eles jogam,” disse ela, mexendo distraidamente no corrimão. “A forma como manipulam tudo e todos, como se as pessoas fossem peças descartáveis em um tabuleiro. Eu não aguentava mais isso.”
Ela sorriu levemente. “Já no FBI, na maior parte do tempo, ainda há pressão, mas... aqui as pessoas importam. Pelo menos, a equipe importa.”
null assentiu lentamente, absorvendo suas palavras. “Então você não se arrepende de deixar a CIA?”
Ela balançou a cabeça. “Não. Nunca. Mas... me sinto uma boba por estar envolvida nisso de novo. É como se, de alguma forma, eu sempre acabasse voltando.”
null a observou, o olhar suave, mas intenso. “Você não é boba, null. Este caso... não foi uma escolha sua. Você foi puxada para ele porque é boa no que faz. Porque ninguém entende melhor como esses sistemas funcionam.”
Ela soltou uma risada curta, sem humor. “Ou talvez porque eu sempre dou um jeito de me meter em encrenca.”
null balançou a cabeça, aproximando-se ligeiramente. “Não é isso. Você está aqui porque é necessária. E porque, no fundo, você quer fazer o que é certo, mesmo que seja difícil.”
Ela o olhou, surpresa pela intensidade em sua voz. Por um momento, as palavras dele dissiparam a dúvida e o peso que sentia nos ombros.
“Eu não sei se consigo, null, de verdade” admitiu ela, a voz mais baixa, quase um sussurro.
Ele deu um passo mais perto, colocando uma mão suave em seu ombro. “Você sempre consegue. Eu já vi isso. Você enfrenta o que ninguém mais quer enfrentar.”
null sentiu a garganta apertar novamente, mas dessa vez, pelas palavras dele. null sempre tinha uma maneira de fazê-la sentir-se compreendida, de enxergar nela algo que ela mesma não conseguia.
“Obrigada,” disse ela, quase sem fôlego.
null hesitou por um momento, mas então a envolveu em seus braços em um abraço reconfortante.
Ela riu baixinho, surpresa, mas aceitou o gesto. O calor do corpo dele contrastava com o frio da noite, e pela primeira vez naquele dia, null sentiu um momento de conforto genuíno.
null envolveu-a com os braços de forma protetora, como se quisesse afastar tudo o que a machucava. Eles permaneceram assim por alguns segundos, em silêncio, ouvindo o som distante da cidade.
Ele podia sentir a tensão entre eles, um espaço que nunca parecia se fechar, um elo que ainda existia, mesmo que ambos tivessem tentado ignorá-lo por tanto tempo.
Ela não resistiu e se aninhou um pouco mais perto, fechando os olhos por um instante. Ele estava ali. De alguma forma, ele sempre voltava. Mesmo quando a realidade gritava para que se afastassem, havia algo entre eles que não podia ser ignorado. Eles tinham sido mais do que amigos, mais do que parceiros de trabalho, mais do que qualquer coisa que o mundo pudesse colocar em palavras.
"Você não precisa fazer isso sozinha", disse null em voz baixa. Ele a apertou um pouco mais contra si, com uma força que dizia tudo sem palavras. "Você sempre pode pedir ajuda e recalcular a rota não é um sinal de fraqueza"
null não respondeu de imediato, sentindo o calor do abraço, aquele momento raro de tranquilidade que ela não sabia mais como buscar. Ela pensou em null, na promessa de algo novo e diferente, algo que não carregava o peso de uma história não resolvida. Mas, ao mesmo tempo, algo no toque de null fazia com que ela duvidasse de todas as suas certezas.
"Não quero desistir", ela finalmente disse, a voz abafada contra o peito dele. "Eu... eu só preciso de um momento para respirar, null. Só isso."
Eles ficaram assim por mais alguns segundos, o som distante da cidade misturado ao compasso de suas respirações. Mas então, como sempre acontecia, a realidade os atingiu com a dureza de uma lembrança indesejada. null se afastou um pouco, o calor de seu corpo ainda permanecendo com ela.
"Você vai ao show do Arctic Monkeys?" A pergunta parecia simples, mas o tom de sua voz carregava um peso. Havia mais entre as palavras, algo que null sabia que ele não diria, mas que estava ali, pairando no ar. "…com ele?" foi o que ele não falou, mas que estava implícito em cada sílaba.
null sentiu o coração apertar. Não sabia o que responder de imediato. Ela queria ser honesta, mas também não queria entrar nas complexas emoções que estavam começando a se formar dentro dela. Ele estava pedindo, sem pedir, para que ela tomasse uma decisão.
"Eu ainda não sei", respondeu, sem mentir, mas também sem dar uma resposta definitiva. Ela não queria dizer a verdade, que null era a última pessoa que queria ver naquele momento. Mas queria saber a reação dele a resposta dela, então falou: "Talvez, se eu conseguir."
O silêncio se instalou entre eles, mais pesado do que antes. null desviou o olhar, suas mãos ainda tensas, como se ele quisesse dizer algo mais, mas as palavras estavam presas, lutando para sair. Ele queria dizer para ela não ir, queria pedir para que ela escolhesse ficar, como se o simples fato de sair com null fosse uma traição silenciosa — não apenas para ele, mas para o que eles tinham. Mas ele não fez isso.
Ele olhou para a cidade à sua frente, como se procurasse uma resposta que não fosse a dela. Sabia que ela precisava decidir sozinha, mas a sensação de perda, de uma possibilidade que poderia ser interrompida, era mais difícil de suportar do que ele imaginava.
“Eu espero que você se decida sobre o que realmente quer” falou o garoto. Sua simples frase irritou a garota em sua frente.
"E o que você quer, null?" Ela perguntou, sua voz baixa, quase como se fosse um suspiro perdido na noite fria, mas ainda assim firme.
Ele olhou para ela, seus olhos refletindo uma intensidade que null reconhecia, mas que ainda assim parecia distante. Ele queria dizer tantas coisas, mas as palavras pareciam pequenas demais para o que realmente sentia. Em vez disso, ele apenas a observou, os olhos dizendo o que ele não conseguia verbalizar.
"Eu... quero que você seja feliz", disse ele, finalmente, com uma sinceridade que atravessou o silêncio entre eles. "Não importa como seja, null. Eu só quero que você faça o que for certo para você."
O som da cidade à sua volta parecia aumentar de intensidade, como se fosse uma metáfora para o tumulto dentro de null. Ela precisava de respostas, mas talvez as respostas já estivessem ali, dentro dela, o tempo todo. Ela apenas não sabia como lidar com isso.
null se aproximou um pouco mais. “null não é o cara certo pra você”
“Igual Maeve é a mulher certa pra você?” respondeu a garota sem pensar direito. Ele retribuiu com um olhar confuso.
“Eu e Maeve não temos mais nada, ela só precisava de mim para algumas coisas…” Ele sabia que devia ter se explicado antes mas uma parte dele queria fazer null se sentir mal por magoá-lo.
“Não precisa me explicar, o que você faz na sua vida pessoal não é da minha conta, e o que eu faço na minha não devia ser da sua” disse ríspida.
“Só queria deixar claro”
null apenas assentiu.
“É só um show” Falou.
Ela olhou para null uma última vez, seus olhos tentando ler as emoções dele, e, ao mesmo tempo, tentando entender as próprias. Mas, naquele momento, ela não tinha certeza de nada. Só sabia que o peso de tudo o que não havia sido dito ainda estava ali.
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De volta à sala de conferências, Garcia chamou a equipe com urgência. “Ok, pessoal, vocês vão querer ouvir isso.”
Na tela, ela exibiu os dados da transmissão. “Eu consegui rastrear parcialmente a origem. Foi enviada através de uma rede de proxies, mas a origem inicial veio de... Washington mesmo.”
“Então eles estão aqui,” disse Morgan, o rosto sério.
“Sim, mas tem mais,” continuou Garcia. “Eu também encontrei conexões entre a organização terrorista e... um contato direto dentro da embaixada russa.”
“Alguém na embaixada russa usou Volkov como bode expiatório,” concluiu Hotchner.
“Isso não simplifica as coisas,” disse Prentiss, com um tom sarcástico.
“Não, mas nos dá um caminho,” respondeu Hotchner. Ele olhou para a equipe. “Precisamos de respostas diretas, e rápido. Morgan, Prentiss, quero que vocês sigam as pistas da embaixada. null, null e null, vocês continuam investigando os contatos de Volkov. Não temos tempo a perder.”
O edifício que a equipe usava como base na cidade era funcional, mas impessoal. Salas improvisadas para reuniões, computadores espalhados e os quartos que quase nunca eram utilizados para descanso, já que a equipe mal dormia. Para null, o lugar parecia sufocante. Ela precisava de um momento para respirar.
O vento frio tocava seu rosto enquanto ela inspirava profundamente, tentando aliviar o nó na garganta. Trabalhar com a CIA novamente trazia lembranças que ela tinha enterrado.
“null?”
A voz de null a tirou de seus pensamentos. Ela se virou, encontrando-o parado na entrada da varanda. Ele estava sem o paletó, apenas a camisa social e a gravata frouxa, as mãos nos bolsos. Era como se ele complementasse a vista da cidade.
“Está tudo bem?” ele perguntou, com aquele tom baixo e cuidadoso que ela já conhecia bem.
“Está,” ela respondeu automaticamente, mas sabia que null não acreditaria.
Ele caminhou até ela, parando ao seu lado e apoiando-se no corrimão. Por um momento, eles ficaram em silêncio, observando a cidade.
“Preciso dizer,” começou ela, soltando um suspiro. “Trabalhar com a CIA novamente não é nada bom. Está drenando minhas energias”
null franziu o cenho, mas permaneceu em silêncio, esperando que ela continuasse.
“Foi por isso que eu saí. Não é só o sigilo ou a pressão... é o tipo de jogo que eles jogam,” disse ela, mexendo distraidamente no corrimão. “A forma como manipulam tudo e todos, como se as pessoas fossem peças descartáveis em um tabuleiro. Eu não aguentava mais isso.”
Ela sorriu levemente. “Já no FBI, na maior parte do tempo, ainda há pressão, mas... aqui as pessoas importam. Pelo menos, a equipe importa.”
null assentiu lentamente, absorvendo suas palavras. “Então você não se arrepende de deixar a CIA?”
Ela balançou a cabeça. “Não. Nunca. Mas... me sinto uma boba por estar envolvida nisso de novo. É como se, de alguma forma, eu sempre acabasse voltando.”
null a observou, o olhar suave, mas intenso. “Você não é boba, null. Este caso... não foi uma escolha sua. Você foi puxada para ele porque é boa no que faz. Porque ninguém entende melhor como esses sistemas funcionam.”
Ela soltou uma risada curta, sem humor. “Ou talvez porque eu sempre dou um jeito de me meter em encrenca.”
null balançou a cabeça, aproximando-se ligeiramente. “Não é isso. Você está aqui porque é necessária. E porque, no fundo, você quer fazer o que é certo, mesmo que seja difícil.”
Ela o olhou, surpresa pela intensidade em sua voz. Por um momento, as palavras dele dissiparam a dúvida e o peso que sentia nos ombros.
“Eu não sei se consigo, null, de verdade” admitiu ela, a voz mais baixa, quase um sussurro.
Ele deu um passo mais perto, colocando uma mão suave em seu ombro. “Você sempre consegue. Eu já vi isso. Você enfrenta o que ninguém mais quer enfrentar.”
null sentiu a garganta apertar novamente, mas dessa vez, pelas palavras dele. null sempre tinha uma maneira de fazê-la sentir-se compreendida, de enxergar nela algo que ela mesma não conseguia.
“Obrigada,” disse ela, quase sem fôlego.
null hesitou por um momento, mas então a envolveu em seus braços em um abraço reconfortante.
Ela riu baixinho, surpresa, mas aceitou o gesto. O calor do corpo dele contrastava com o frio da noite, e pela primeira vez naquele dia, null sentiu um momento de conforto genuíno.
null envolveu-a com os braços de forma protetora, como se quisesse afastar tudo o que a machucava. Eles permaneceram assim por alguns segundos, em silêncio, ouvindo o som distante da cidade.
Ele podia sentir a tensão entre eles, um espaço que nunca parecia se fechar, um elo que ainda existia, mesmo que ambos tivessem tentado ignorá-lo por tanto tempo.
Ela não resistiu e se aninhou um pouco mais perto, fechando os olhos por um instante. Ele estava ali. De alguma forma, ele sempre voltava. Mesmo quando a realidade gritava para que se afastassem, havia algo entre eles que não podia ser ignorado. Eles tinham sido mais do que amigos, mais do que parceiros de trabalho, mais do que qualquer coisa que o mundo pudesse colocar em palavras.
"Você não precisa fazer isso sozinha", disse null em voz baixa. Ele a apertou um pouco mais contra si, com uma força que dizia tudo sem palavras. "Você sempre pode pedir ajuda e recalcular a rota não é um sinal de fraqueza"
null não respondeu de imediato, sentindo o calor do abraço, aquele momento raro de tranquilidade que ela não sabia mais como buscar. Ela pensou em null, na promessa de algo novo e diferente, algo que não carregava o peso de uma história não resolvida. Mas, ao mesmo tempo, algo no toque de null fazia com que ela duvidasse de todas as suas certezas.
"Não quero desistir", ela finalmente disse, a voz abafada contra o peito dele. "Eu... eu só preciso de um momento para respirar, null. Só isso."
Eles ficaram assim por mais alguns segundos, o som distante da cidade misturado ao compasso de suas respirações. Mas então, como sempre acontecia, a realidade os atingiu com a dureza de uma lembrança indesejada. null se afastou um pouco, o calor de seu corpo ainda permanecendo com ela.
"Você vai ao show do Arctic Monkeys?" A pergunta parecia simples, mas o tom de sua voz carregava um peso. Havia mais entre as palavras, algo que null sabia que ele não diria, mas que estava ali, pairando no ar. "…com ele?" foi o que ele não falou, mas que estava implícito em cada sílaba.
null sentiu o coração apertar. Não sabia o que responder de imediato. Ela queria ser honesta, mas também não queria entrar nas complexas emoções que estavam começando a se formar dentro dela. Ele estava pedindo, sem pedir, para que ela tomasse uma decisão.
"Eu ainda não sei", respondeu, sem mentir, mas também sem dar uma resposta definitiva. Ela não queria dizer a verdade, que null era a última pessoa que queria ver naquele momento. Mas queria saber a reação dele a resposta dela, então falou: "Talvez, se eu conseguir."
O silêncio se instalou entre eles, mais pesado do que antes. null desviou o olhar, suas mãos ainda tensas, como se ele quisesse dizer algo mais, mas as palavras estavam presas, lutando para sair. Ele queria dizer para ela não ir, queria pedir para que ela escolhesse ficar, como se o simples fato de sair com null fosse uma traição silenciosa — não apenas para ele, mas para o que eles tinham. Mas ele não fez isso.
Ele olhou para a cidade à sua frente, como se procurasse uma resposta que não fosse a dela. Sabia que ela precisava decidir sozinha, mas a sensação de perda, de uma possibilidade que poderia ser interrompida, era mais difícil de suportar do que ele imaginava.
“Eu espero que você se decida sobre o que realmente quer” falou o garoto. Sua simples frase irritou a garota em sua frente.
"E o que você quer, null?" Ela perguntou, sua voz baixa, quase como se fosse um suspiro perdido na noite fria, mas ainda assim firme.
Ele olhou para ela, seus olhos refletindo uma intensidade que null reconhecia, mas que ainda assim parecia distante. Ele queria dizer tantas coisas, mas as palavras pareciam pequenas demais para o que realmente sentia. Em vez disso, ele apenas a observou, os olhos dizendo o que ele não conseguia verbalizar.
"Eu... quero que você seja feliz", disse ele, finalmente, com uma sinceridade que atravessou o silêncio entre eles. "Não importa como seja, null. Eu só quero que você faça o que for certo para você."
O som da cidade à sua volta parecia aumentar de intensidade, como se fosse uma metáfora para o tumulto dentro de null. Ela precisava de respostas, mas talvez as respostas já estivessem ali, dentro dela, o tempo todo. Ela apenas não sabia como lidar com isso.
null se aproximou um pouco mais. “null não é o cara certo pra você”
“Igual Maeve é a mulher certa pra você?” respondeu a garota sem pensar direito. Ele retribuiu com um olhar confuso.
“Eu e Maeve não temos mais nada, ela só precisava de mim para algumas coisas…” Ele sabia que devia ter se explicado antes mas uma parte dele queria fazer null se sentir mal por magoá-lo.
“Não precisa me explicar, o que você faz na sua vida pessoal não é da minha conta, e o que eu faço na minha não devia ser da sua” disse ríspida.
“Só queria deixar claro”
null apenas assentiu.
“É só um show” Falou.
Ela olhou para null uma última vez, seus olhos tentando ler as emoções dele, e, ao mesmo tempo, tentando entender as próprias. Mas, naquele momento, ela não tinha certeza de nada. Só sabia que o peso de tudo o que não havia sido dito ainda estava ali.
De volta à sala de conferências, Garcia chamou a equipe com urgência. “Ok, pessoal, vocês vão querer ouvir isso.”
Na tela, ela exibiu os dados da transmissão. “Eu consegui rastrear parcialmente a origem. Foi enviada através de uma rede de proxies, mas a origem inicial veio de... Washington mesmo.”
“Então eles estão aqui,” disse Morgan, o rosto sério.
“Sim, mas tem mais,” continuou Garcia. “Eu também encontrei conexões entre a organização terrorista e... um contato direto dentro da embaixada russa.”
“Alguém na embaixada russa usou Volkov como bode expiatório,” concluiu Hotchner.
“Isso não simplifica as coisas,” disse Prentiss, com um tom sarcástico.
“Não, mas nos dá um caminho,” respondeu Hotchner. Ele olhou para a equipe. “Precisamos de respostas diretas, e rápido. Morgan, Prentiss, quero que vocês sigam as pistas da embaixada. null, null e null, vocês continuam investigando os contatos de Volkov. Não temos tempo a perder.”
Continua...
Nota da autora:Gente eu sei que vocês querem me matar pela demora na atualização dessa fic, mas entendam que a faculdade está atrapalhando meu progresso nas fics. KKKKKKKKK mas está tudo bem agora, voltamos a programação normal. Boa leitura e obrigada por continuarem aqui!!! <3
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