Brasa II

Postada em: 01/02/2020

Capítulo Único

“Você diz que não
Mas na hora da emoção
Pouca pausa e sensação
Se descobre, se liberta
E vem cheia de tesão
Você sempre diz que não
Mas na hora da emoção
É pouca pausa e sensação”


(Pouca Pausa - Clau & Haikaiss)


– O null não para de olhar pra você. - a voz de null era quase debochada no momento em que ele passou uma das mãos pela cintura de null, talvez um pouco mais baixo que o necessário, murmurando no ouvido dela quase despretensiosamente - Você acha que ele tá arrependido de ter perdido a chance dele? - questionou, enfiando o rosto na curva do pescoço da namorada apenas para se divertir com o modo como ela se arrepiou no instante em que ele deixou seus dentes arranharem a região.
– Não seja mau. - null respondeu no mesmo tom, mexendo o canudo do drink colorido que tinha em mãos antes de tomar um gole generoso, sabendo que null lhe observava no processo. Sorriu, colando os lábios gelados na boca de null, apenas para murmurar contra eles - E nem tão convencido. - brincou, beliscando o inferior com os dentes antes de se afastar, encarando-o com com algo entre provocação e divertimento.
– Mau? - null abriu um sorriso repleto de malícia, deixando que uma das mãos escorregasse entre eles para tocá-la quase onde ela gostaria. Quase. - null, você não sabe o que é maldade... - ele murmurou, e a mulher se arrepiou absurdamente pelo toque da barba dele em seu pescoço. Só não era melhor do que sentir aquilo entre as pernas, francamente - Mas hoje você vai descobrir, cariño. Não se preocupe. - disse, e null quis muito entender por que diabos aquilo soava como a mais tentadora das promessas.

Ela não teve tempo de perguntar, já que no instante seguinte os lábios de null tomavam os seus em um beijo que não se importava com a plateia, mas sim com o quão rapidamente arrancaria dela um gemido. Rápido o suficiente para que null partisse o beijo com um sorriso sacana, para total frustração da namorada, isso sim.

– Ei, vocês! - null se enfiou entre os dois - Parem de sensualizar no meio da festa! - ralhou, afastando null de null com uma expressão falsamente aborrecida - Estão tentando matar todo mundo de inveja? - completou, arrancando uma risada do casal de amigos.
– Olha pra essa esse espetáculo de mulher e diz se a culpa é minha, null… - null justificou, erguendo os braços com falsa inocência, ao que null revirou os olhos.
– Tá perdoado. - null respondeu depois de fingir avaliar a figura da amiga, sorrindo para o rapaz de forma conspiratória, para diversão de null.
– Vou encher meu copo, as madames querem alguma coisa? - null ofereceu, virando o whisky restante.
– Eu quero, nego! - null terminou seu drink em um gole, entregando o copo vazio ao namorado - Mojito. - abriu um sorriso grande o suficiente para que ele soubesse que o álcool já exercia algum efeito. Ótimo. Sexo com null era incrível, mas havia algo no sexo com null bêbada, que o excitava por antecedência - E pede pra colocarem álcool de verdade dessa vez! - completou, aborrecida.
– Eita! - null riu, dando as costas para as duas depois de piscar para a namorada - Você que manda, null.
– Eu não sei lidar com vocês, sério. - null riu assim que o rapaz se afastou o bastante para que o barulho da música encobrisse sua voz - Vocês transam o tempo todo, né? Pode confessar.
null! - null bateu no braço da outra, e teria engasgado pelo comentário se não tivesse terminado com sua bebida rápido demais.
– Eu não to brincando. - null gargalhou - Tá na cara de vocês, seus ridículos. - revirou os olhos - É muita tensão sexual, Brasil! - gritou para o teto, deixando claro o quão alcoolizada já se encontrava.
– Isso é inveja? - null perguntou, rindo da expressão da outra - Vou contar pro null.
– Estamos muito bem, obrigada. - null respondeu, devolvendo o tapa que recebera mais cedo - Só estou elogiando menino null, é sempre bom ver uma amiga sendo bem comi…
! - null tampou a boca da amiga antes que ela terminasse a frase, mas gargalhava a ponto de sua bronca perder qualquer efeito - Eu vou suspender seu álcool, garota!
– Ah, mas não vai mesmo… - a atriz tomou um gole generoso de sua bebida - Não vai, que eu ainda tenho assuntos a tratar com meu namorado hoje. - piscou, e null quase sentiu pena da amiga: ela duvidava que a comemoração do aniversário de null fosse acabar tão cedo, e null talvez tivesse que guardar os planos para o dia seguinte. Ela agradeceu mentalmente por ser apenas uma convidada, e pelo hábito de null de sair à francesa.
– Presentinho de aniversário? - null ergueu uma sobrancelha, e o sorriso de null foi sua resposta - E depois fala de mim. - revirou os olhos, debochada.
– Ah, você me deixa. - null riu alto - Vamos dançar, anda. - chamou, puxando a amiga pelo pulso - null te acha. - completou, vendo que null o procurava com os olhos - Do jeito que vocês são, ele te caça pelo cheiro, meu amor. - null se limitou a rir, enquanto seguia a amiga. Não era como se ela estivesse errada, afinal.

De fato, não estava. null podia estar distraída demais para perceber o modo como os olhos de null dançavam por seu corpo enquanto ela se movia ao ritmo da música, mas no instante em que ele chegou perto o suficiente para que a mulher reconhecesse seu perfume, ela ergueu o rosto imediatamente. O cheiro dele era inconfundível, e despertava em sua mente vontades instintivas demais para que fossem verbalizadas, pelo menos por agora. Pelo que conhecia deles, não demoraria até que estivessem murmurando seus desejos mais sujos no ouvido um do outro, até que um dos dois chegasse ao limite e implorasse pra ir embora. Era uma dinâmica tão familiar quanto deliciosa, e null sentia a expectativa por aquele momento crescer dentro dela a cada instante.

– Você demorou... - reclamou, puxando-o para perto ao ver que null já se havia se ocupado de null. Tomou sua bebida das mãos de null e sorriu com a língua entre os dentes antes de abocanhar o canudo.
– Você estava se divertindo bem sem mim. - null abriu um sorriso enviesado, passando um dos braços em torno da cintura da mulher enquanto tomava um gole de whisky sob o olhar atento de null. Havia algo nos lábios dele molhados da bebida que fazia com que null quisesse beijá-lo, e naquele ponto da noite ela não estava disposta ou sequer em condições de negar tais vontades.
– Nunca é tão divertido sem você. - espalmou o peito do rapaz sobre o tecido frio da camisa para então tomar os lábios cheios de null entre os seus, matando a vontade que sua língua tinha do gosto que o álcool deixava na boca dele, embriagando-se das sensações que o beijo daquele homem era capaz de despertar dentro dela.

null correspondeu de imediato, como sempre: o magnetismo que os unia era tão certo quanto qualquer lei da física, e era exatamente disso que null falava mais cedo. A tensão estava ali, como algo palpável e não apenas energético, e era como se qualquer beijo deles - até o mais contido - fosse algo íntimo demais para ser presenciado. Excitante demais para terminar ali.
As mãos de null não demoraram a encontrar seu caminho até os cabelos de null, segurando-os apenas com a força necessária para lembrá-la o que esperar para quando estivessem sozinhos - e só ela sabia o quanto sonhava com esse momento. Sorriu com a provocação, mas não teve tempo de soltar nenhuma gracinha porque o namorado logo avançava sobre seu lábio inferior, prendendo-o entre os dentes e para então puxá-lo com tanto desejo que null não foi capaz de reprimir um gemido de dor e tesão.

– Nego, não faz isso comigo… - pediu, rindo da própria desgraça, ainda que na realidade quisesse que ele de fato fizesse uma dúzia de coisas com ela: as mãos que o seguravam com o corpo do moreno colado ao dela eram prova disso.
– Não? - null sorriu, correndo o nariz pelo maxilar da namorada até chegar à orelha, murmurando tão perto que null sentiu todo o corpo se arrepiar dolorosamente - Você sempre implora pra eu fazer, meu amor…
null… - null encolheu o pescoço, já que o efeito da frase, somado ao modo como a voz de null soava rouca àquela hora da madrugada, fazia com que ela sentisse seu interior vibrar - Não me provoca. - advertiu, dando um passo para trás e estreitando os olhos para ele com um sorriso.
– Mas é o que eu faço de melhor, null. - ele devolveu, deixando que os olhos escorregassem pela figura da mulher sem pudor: começou pela boca, e o batom levemente borrado lhe fez morder o lábio inferior de tesão; desceu para o pescoço, onde um olhar atento poderia perceber a marca avermelhada de seus dentes, e finalmente continuou seu caminho até o decote generoso do vestido que fazia com que ele se perguntasse o quão fácil seria deixá-la nua - Gostosa… - murmurou sob a respiração, maneando a cabeça num gesto de incredulidade quanto à própria sorte: sua, aquela mulher era todinha sua.

null se aproveitou da pequena rachadura na atitude dominadora de null, e começou a mover os quadris ao ritmo da música que começava, ondulando-os de forma a prender os olhos dele enquanto tecia promessas impronunciáveis. O moreno sentiu a garganta seca, e levou os lábios ao copo sem tirar os olhos da mulher que lhe provava, com o rigor científico de uma rebolada, que ele não era o único que sabia provocar.

"Você diz que não, mas na hora da emoção, pouca pausa e sensação..." - null cantarolou quase despretensiosamente, ciente da forma como null a devorava com os olhos e sentindo o calor peculiar que ele sempre despertava nela quando a olhava daquele jeito - "Se descobre, se liberta e vem cheia de tesão." - soprou contra a boca dele, sorrindo para o modo como o rapaz apertou sua cintura um pouco forte demais, instigando-a a continuar a dançar, dessa vez contra o corpo dele - "Você sempre diz que não, mas na hora da emoção… É pouca pausa e sensação."

null dançou, respirando fundo quando uma das pernas de null veio parar entre as suas enquanto ele a acompanhava nos movimentos. Recuperada do impacto, buscou o olhar dele antes de começar a rebolar tão devagar quanto seu próprio desejo permitia, murmurando a letra da música que parecia perfeita para eles. null mordeu o lábio inferior para a visão insanamente sexy da namorada descendo com o corpo colado ao seu, mas foi apenas quando um sorriso sacana se abriu nos lábios de null que ele se sentiu, de fato, o cara mais sortudo do mundo: ela era fodidamente atraente, e sabia disso.

"Para com esse faz de conta, porque quando me vê, apronta…" - murmurou no ouvido dela, deixando que seus dentes arranhassem a pele sensível do pescoço da mulher, - "Eu sei que você gosta muito, gosta muito, por isso sempre me encontra." - completou, e o que disse a seguir não era apenas parte da música, mas seu mais puro desejo - "Peço sua permissão pra rasgar toda essa roupa"
— Hmm, você não ia precisar de tanto, meu amor. - null devolveu com um sorriso, sinalizando a fenda enorme do vestido - Eu penso em tudo. - murmurou no ouvido dele, e quando null buscou seus lábios, a null se afastou minimamente, apenas pela diversão de vê-lo abrir os olhos repletos de desejo.
— Será? - ele perguntou, tomando o lábio inferior de null entre os dentes sem dar espaço para que ela fugisse dessa vez - Não mais que eu, cariño… - sorriu com tanta malícia que null sentiu o corpo tremer, ainda que ele nem mesmo a tocasse naquele momento, ocupado em pegar algo do bolso da calça - Aqui. - ele ainda sorria quando colocou nas mãos dela um objeto que null não reconheceu pelo tato, precisando abrir a mão para enfim compreender do que se tratava: duas bolinhas cromadas unidas por um fio vermelho.
null! - a garota deu um gritinho agudo, fechando a mão no mesmo segundo, temendo que alguém tivesse visto que ela tinha bolinhas tailandesas nas mãos, no meio de uma festa de aniversário. O olhar de null deixava claro que ele não tinha qualquer arrependimento pela brincadeira, mas foi a excitação que percebeu nos olhos dele que fez com que null não devolvesse as bolinhas imediatamente - Você anda assistindo Cinquenta Tons de Cinza sem mim, é isso? - ergueu uma sobrancelha.
— Vai logo colocar isso, vai. - null grunhiu contra o ouvido dela, e null se arrepiou ridiculamente à voz rouca do namorado, que fazia por si só um incômodo surgir em seu ventre, ansiando por ele.
— Você não acha que eu vou precisar de uma ajuda? - null perguntou, sentindo que a mera alusão ao que estavam prestes a fazer era o suficiente para que se sentisse tão excitada que não parecia nem mesmo certo.
— Eu aposto que você já tá molhada, será que eu preciso conferir? - null mordeu um sorriso, aproximando a boca do ouvido dela para esconder dos ouvidos alheios o que queria dizer - Vai entrar tão fácil, amor, tão gostoso... - prometeu, beijando demoradamente o pescoço da mulher, que gemeu baixinho no momento em que o beijo se transfigurou em uma mordida.
— Eu queria você. - null segurou o rosto dele com uma das mãos, avançando sobre os lábios de null apenas até que ele tentasse intensificar o beijo, quando se afastou - Mas isso vai ter que servir. - completou, dando as costas para o namorado e caminhando até o banheiro com um rebolado calculado, que manteve os olhos de null presos ao verdadeiro magnetismo que aquela bunda exercia sobre ele. O rapaz engoliu em seco, abrindo o primeiro botão da camisa, e foi incapaz de conter uma risada quando um garçom parou ao seu lado, parecendo se compadecer de seu estado.
— Água, chefe?

Ao retornar do banheiro, null tinha a impressão de que absolutamente todos estavam cientes do que ela tinha entre as pernas: ela calculava o modo como andava, sofrendo cada vez que as bolinhas se moviam em seu interior, massageando pontos distintos a cada passo, obrigando-na a prender a respiração para se concentrar. Escorado no bar e com os olhos faiscando em sua direção, null aguardava com um sorriso no rosto, que null devolveu com ainda mais malícia: a quem ela queria enganar? Gostava daquilo tanto quanto ele…

— E então? - ele perguntou, assim que a namorada o alcançou, sorrindo ainda mais abertamente quando ela tomou seu copo, virando o conteúdo de uma vez só.
— Achei que eu devia devolver o presente. - a mulher disse, casualmente, sem tirar os olhos de null enquanto abria a mão dele e fechava seus dedos em torno de algo que fez o rapaz sorrir de imediato. Ele não precisava ver para saber o que era, mas ainda assim desceu os olhos até o tecido delicado da calcinha da namorada, antes de guardá-la no bolso. null nunca decepcionava.
— Você fica melhor sem ela, se quer a minha opinião. - null murmurou, trazendo o corpo de null para perto do seu pela cintura, pousando uma das mãos logo acima da bunda da garota, controlando a vontade que tinha de afundar os dedos ali - Mas agora, vai ter que segurar bem apertado… - enfatizou, aumentando a pressão sobre a pele dela - Pra não deixar as bolinhas caírem.
— Isso não cai assim, null… - null minimizou a questão, ainda que sentisse o tempo inteiro às benditas se movendo dentro dela e brincando com seus sentidos.
— Tem certeza? - null devolveu , mordendo um sorriso - Nós vamos ver isso, depois que você estiver tão molhada que elas vão querer escorregar o tempo inteiro… - completou, no ouvido da mulher, fazendo null contrair seu interior imediatamente, causando um efeito grande sobre as bolinhas, que lhe arrancaram um gemido - Agora dança pra mim, amor… - null pediu, as pupilas dilatadas de tesão, virando null para que as costas dela estivessem contra o seu peito - Dança como se fosse eu aí dentro de você…

E null dançou, deixando que cada parte de seu corpo tocasse o de null, projetando o que fariam no instante em que as roupas se fossem e tudo o que cobrisse seus corpos fosse o suor repleto de desejo. Ela não se importava com os olhares que certamente recebiam. Não se importava com as possíveis fotografias. Não ligava para o que diriam no dia seguinte sobre o pequeno show particular que davam naquele canto escuro da festa.
Naquele momento, tudo o que importava eram os olhos de null devorando cada pedacinho de seu corpo. Era aquela boca que ele prendia entre os dentes como se buscasse refrear cada palavra sacana que passava por sua mente ao olhar para ela. Eram as mãos que se enterravam em sua pele com uma pressão que, só ela sabia, não era nada perto do que ele podia fazer quando ela gemia daquele jeitinho que o enlouquecia “me pega com força, vai...” E pra ele, que umedecia os lábios de dois em dois segundos, ela era a única coisa que importava: null era quente feito o inferno, e no calor dela ele se deixava evaporar.
A null se agachou bem na frente de null e om uma mexida mais intensa nos quadris reacomodou as bolinhas em seu interior, fazendo com que um gemido rasgado escapasse de seus lábios com a nova sensação. Pela altura em que se encontrava, ela tinha uma visão privilegiada dos efeitos físicos que já causava no namorado: a ereção dele era tão visível no tecido da calça, que null sentiu sua boca salivar diante da ideia de prová-lo. Aquele olhar demorado não passou despercebido a null, que prendeu a respiração até o momento em que ela ergueu os olhos para ele tão devagar que só podia ser de propósito. Foi o sorriso, no entanto, que o desconcertou. Aquilo era demais. Enterrando uma das mãos entre os cabelos dela, null sinalizou para que null se colocasse de pé novamente, unindo suas bocas apenas para murmurar contra os lábios inchados da namorada, quase ofegante.

— Você não conhece o ditado, null? - perguntou, parando por um momento porque null havia abraçado uma de suas pernas entre as dela, começando a rebolar de modo a estimular seu próprio centro contra ele. - Ajoelhou, tem que…
— Chupar. - null completou, no mesmo instante em que null dizia “rezar”, e não conteve um sorriso de canto diante do olhar surpreso do namorado - Deixa, amor. - pediu num tom quase ronronado, e seus olhos maliciosos eram a única prova de que ela de fato pedia para chupá-lo ali.
null… - ele advertiu, apertando o corpo de null contra o seu em retaliação, ganhando um gemido em troca quando ela se esfregou ainda mais fortemente em sua perna.
— Deixa… - null continuou, a voz rouca pela bebida e pelo quão sujas eram as suas palavras, e o modo como null estremeceu fez um sorriso nascer no rosto dela enquanto ela se enchia ainda mais de prazer em provocá-lo - Deixa colocar a minha boca aqui... - desceu uma das mãos entre eles, apertando a ereção do namorado que pulsava e implorava por alguma liberação, adorando o rosnado que escapou dos lábios dele sem que null parecesse perceber - Chupar até você gozar... - continuou a incitá-lo, beijando de leve seu pescoço, e null sentiu que se ela continuasse falando naquele tom, ele agiria feito um adolescente, gozando nas próprias calças.

Aquela era a questão com null, afinal. Era null quem mandava. Mas era ela quem, com seus gemidos e pedidos sussurrados, comandava-o aos seus desejos.
A língua de null brincava preguiçosamente por seu pescoço quando null voltou a segurar os cabelos da mulher, dessa vez para trazer o rosto dela até a altura do seu enquanto escorregava uma das mãos por entre as pernas da mulher, observando com um sorriso de canto ao modo como ela cerrou os olhos quando os dedos dele encontraram sua intimidade, tocando-a tão brevemente que quando os lábios dela se partiram para liberar um gemido, ele já os preenchia com os mesmos dedos, bebendo a imagem erótica da mulher sugando seu próprio gosto.

— Só se for pra você engolir tudo. - null conseguiu dizer, e o sorriso sacana nos lábios de null quando ela soltou seus dedos e umedeceu os lábios com aquela língua maliciosa deveria ser crime.
E quando eu não faço isso, amor?

No instante seguinte, os dois se atropelavam em direção ao banheiro luxuoso do evento, e null podia jurar que estava tão molhada que deixaria as malditas bolinhas caírem pelo caminho, por isso tentava mantê-las no lugar a todo custo, o que estimulava seu interior de uma forma surreal. null, por sua vez, fazia questão de encostar sua ereção à bunda da garota enquanto andavam, ficando mais duro a cada passo. Merda, se eles conseguissem chegar ao banheiro sem gozar, já seria uma vitória.
null mal havia terminado de trancar a porta quando sentiu a boca de null exigindo da sua o beijo sem pudores que não havia lhe dado do lado de fora. A língua dele sabia exatamente o que fazer com ela, como se cada movimento fosse uma sugestão - ou uma prévia - e em pouco tempo a null já sentia seu corpo naquele estado paradoxal: ao mesmo tempo em que queimava por ele, arrepiava-se por inteiro.

— Vamos logo com isso, que eu quero que você goze na minha boca, e não aqui... - null debochou, apertando o volume que a calça dele anunciava, ainda que ela própria tremesse em expectativa. null respondeu apertando sua bunda ainda mais forte, sorrindo convencido para o modo como ela mordeu o lábio inferior para reprimir um gemido.
— Continua falando, e eu te coloco de quatro aqui mesmo. - ele devolveu, mas a null já havia se agachado diante dele com um sorriso indecente, daqueles que só apareciam em momentos secretos feito aquele.
— Hum, e ia perder isso aqui? - ela começou a massageá-lo por cima da calça, e null prendeu a respiração, já que aquele sorriso era a sua ruína.
null… - null suspirou, encostando a cabeça contra a parede gelada enquanto sentia o suor escorrer por seu tronco sem que ela tivesse sequer colocado a boca nele. Céus, ele podia dizer que já tivera uma quantidade razoável de mulheres na vida, mas nem mesmo as aventuras mais loucas lhe deixavam no mesmo estado que null, todos os dias.
— Shhh, fica quietinho e sente, vai. - ela murmurou, encarando-o desde o momento em que abriu o cinto até o instante em que finalmente pegou seu membro, salivando em antecipação. null travou o maxilar em expectativa enquanto ela umedecia os próprios lábios, mordendo-os por um segundo mas, antes que pudesse se preparar, null já o envolvia com os lábios, gemendo de um modo que o fez vibrar dentro de sua boca.

Sexo era bom, mas null ainda não havia descoberto algo mais excitante do que a boca daquela mulher fazendo dele o que bem entendesse.

— Puta merda… - null cerrou os olhos por um segundo, aproveitando a sensação que a língua da namorada lhe causava ao brincar com todo o seu comprimento, mas logo voltou a olhar para ela: null o encarava de um jeito que lhe dava a certeza de que ela, de fato, gostava daquilo tanto quanto ele. Chupava com gosto. Com tesão. E aquilo era o suficiente para que ele soubesse que não duraria nada.

Ele levou os dedos até os cabelos de null, afastando- os do rosto dela para não perder nada daquela boquinha bem desenhada subindo e descendo em seu pau, e ela aproveitou a atenção para provocá-lo ainda mais, colocando a língua para fora para que ele visse perfeitamente o modo como percorria cada centímetro, umedecendo-o para então voltar a devorá-lo ainda mais intensamente. null grunhiu, dando um soco na parede, e no instante seguinte ele tinha as duas mãos nos cabelos da namorada, movendo-se minimamente em direção a ela. Seus olhos traziam o pedido mudo, e bastou que null maneasse a cabeça uma vez em concordância para que ele passasse a investir de fato contra a boca da namorada, fodendo tão fundo quanto sabia que ela aguentaria. E porra, como ela aguentava…
null não tirou os olhos dele por um momento: ela amava o modo como ele travava o maxilar, e o suor que se formava sem seu pescoço. Amava o como ele parecia tão gostoso fodendo a sua boca, e o tesão que via em seus olhos ao fazer isso. Por Deus, ela sentia que se descesse uma das mãos até a própria intimidade, gozaria ao menor toque. Mas foi null quem gozou primeiro: no instante em que seu corpo se enrijeceu por inteiro e um gemido abafado escapou por entre os dentes, null soube que viria. E veio, enchendo sua boca daquele prazer morno que, conforme prometido, ela engoliu até a última gota.

— Caralho, null. - foi o que ele conseguiu dizer, e null não reprimiu um sorriso satisfeito, beijando-lhe uma última vez antes de se erguer, limpando os cantos da boca: null arfando e cerrando os olhos de prazer era uma visão tão aterradora que ela podia sentir a excitação que tentava lhe escorrer pelas pernas. Porque era basicamente isso que ele precisava fazer para que ela estivesse a ponto de gozar: existir.
— Vamos voltar pra festa, vem. - null chamou, depois de checar a própria imagem no espelho por um momento - Em casa a gente continua isso. - completou, e já tinha uma das mãos sobre a chave no instante em que sentiu o corpo de null colado ao seu.
— Aonde você tá achando que vai? - ele perguntou, deixando que a barba fizesse parte do trabalho já que, no instante em que a sentiu em seu pescoço, a mão da mulher fraquejou no trinco da porta - Sem gozar?
null… - null começou, e ela de fato pretendia argumentar sobre como eles não tinham tempo para aquilo bem ali, mas antes que pudesse formular qualquer pensamento coerente null já tinha uma das mãos entre as suas pernas, deslizando dois dedos pela fenda quente que ansiava pelo toque dele - A gente não… - ela arfou, mordendo a boca quando o toque do rapaz se tornou mais exigente.
— Fala, null… - ele sussurrou, mordiscando todo o caminho do ombro direito da mulher até a sua orelha, enquanto os dedos continuavam a trabalhar no sentido de enlouquecê-la - A gente o que…? - continuou a provocá-la tanto com as palavras e o sorriso sacana, quanto com o volume que já se formava novamente dentro de sua calça, e que ele fazia questão de pressionar contra ela.
— Tem que… - null ofegou, segurando a mão dele para que conseguisse terminar - Voltar. - completou, e como se para corroborar com o que ela dizia, alguém forçou a maçaneta da porta onde a mulher que apoiava, fazendo com que ela desse um passo para longe, o coração disparado pelo susto e o medo de ser surpreendida naquela situação.
— Shhh. - null beijou a boca da mulher, embrenhando os dedos nos cabelos dela enquanto a apoiava novamente na porta - E isso não te excita, amor? Saber que tá todo mundo lá fora enquanto aqui dentro a gente fode gostoso? - ele perguntou, e o modo como null moveu involuntariamente os quadris em direção aos dele já era resposta suficiente, mas o gemido que acompanhou o gesto null não dispensaria por nada.
Porra… - null mordeu o próprio lábio no instante em que, literal e figurativamente, abria as pernas, já que null descia beijos excitantes demais pelo vão de seu decote, desafiando-a a pedir que parasse - Me chupa. - ela murmurou sob a respiração, e null sentiu uma pontada dolorosa de desejo: era maldade, mas vê-la implorando mexia com a sua mente de forma surreal.
— O que você falou? - ele puxou os cabelos dela apenas para que a mulher o encarasse, e naquele momento era difícil definir qual dos dois carregava mais desejo no olhar - Repete, null.
Me chupa. - null repetiu, bem devagar, sentindo suas pernas fraquejarem de tesão pelo modo como null encarava seus lábios, atento a cada sílaba - Me faz gozar, null...

Ele não respondeu, e aquilo nem mesmo a surpreendia: null era muito mais sobre fazer do que falar, e ela não podia reclamar quando isso levava a ele ajoelhado diante dela, puxando uma de suas pernas para os ombros, aproveitando-se da fenda generosa de seu vestido para encontrar com facilidade o caminho de seus lábios até a intimidade encharcada da garota, tocando-a com a língua apenas o suficiente para fazê-la estremecer em alívio e expectativa.

Gostosa… - ele grunhiu, finalmente provando daquele gosto que despertava dentro dele a fome mais primitiva, e null precisou cerrar as mãos ou acabaria arranhando a porta com as próprias unhas de tanto tesão, enquanto sentia a língua dele provocando cada ponto sensível de sua intimidade - Você quer que eu tire isso de você, quer? - null perguntou, deslizando dois dedos pela a intimidade da garota através do líquido que havia escorrido apesar das bolinhas de metal dentro dela, e null concordou com a cabeça enquanto mordia a própria mão para evitar que um gemido lhe escapasse — Você mereceu, cariño. - ele pousou um beijo quase cálido no ponto exato que fez os dedos de null se apertarem em seus ombros, um segundo antes de capturar com os dentes o fio vermelho que saía de dentro dela.

null não tirou os olhos da mulher nem por um segundo enquanto puxava o fio lentamente, e antes que null pudesse processar aquela sensação insanamente prazerosa, a segunda bolinha seguia o mesmo caminho da primeira, arrancando consigo um gemido rasgado que ela nem mesmo pensou em conter. Agora, sem obstáculo algum, toda a excitação da mulher escorreu por suas pernas, e null teria impedido aquilo com a própria boca se a cena não fosse extasiante demais.

— Olha só pra essa bagunça, null… - ele estalou os lábios, maneando a cabeça em descrença e deleite - Vem gozar pra mim, vem... - pediu, um segundo antes de anunciar sua língua pela entrada da mulher que, naquele momento, sentiu o chão lhe faltar. null se agarrava a tudo que parecia sólido: os ombros de null, sua camisa, seus cabelos… Mas naquele momento, com a língua do rapaz eletrizando cada célula de sua intimidade, ela tinha dificuldades em se manter de pé. Especialmente quando se deparou com o espelho que, diante dela, exibia a imagem obscena e excitante de ter null bem no meio de suas pernas, devorando-a por inteiro.

Os lábios dele deixavam escapar sons úmidos e os dela respondiam com gemidos abafados, mas o que null queria era vê-la perdendo completamente o controle, por isso acrescentou dois dedos ao estímulo que já realizava, concentrando seus lábios unicamente naquele pequeno e sensível ponto de prazer que ele conhecia como ninguém.

null, puta que p... - null grunhiu, tentando pela última vez reprimir os sons que buscavam escapar do cerco de seu autocontrole, mas bastou que null lhe repreendesse uma vez, sugando seu clitóris de modo a calar sua boca em meio a um gemido, para que ela desistisse de vez: o mundo que explodisse do lado de fora, naquele instante tudo o que ela queria era gozar naquela boca.

Impondo com os quadris um ritmo próprio, null sentiu seu prazer sendo construído pouco a pouco por aquele conjunto sensorial: era mais do que simplesmente o toque da língua de null; era o cheiro de perfume, álcool e sexo que pareciam nublar sua mente; o arrepio que lhe provocava a parede fria do banheiro, em contraste com a respiração quente do namorado; era a excitação latente no fato de que podiam ser descobertos a qualquer momento. Era null. E foi com os olhos presos aos dele que null atingiu um êxtase arrebatador.
Nos segundos seguintes, enquanto emergia de seu prazer, null deixou que null sustentasse parte de seu peso simplesmente porque ainda não conseguia manter-se firme sobre os próprios pés. Com uma risada fraca diante da própria desgraça, ela buscou os lábios do rapaz para um beijo, encontrando-os ainda úmidos do seu gosto.

— Eu amo você… - ela ronronou, enterrando o rosto no pescoço do rapaz onde, conseguia ver agora, deixara uma série de pequenas constelações arroxeadas. null acariciou cada uma delas, e null sorriu: ela sempre se derretia de amores depois de um orgasmo, e não seria ele a reclamar daquilo - Mesmo você tirando o bom senso, me fazendo fazendo ter vontade de dar no meio de uma festa… - completou, revirando os olhos para a própria falta de controle.
— E eu amo você, null… - ele respondeu no mesmo tom, com uma risada - Justamente porque você - ele deu um selinho breve na mulher, alargando um sorriso - Ama me dar em qualquer lugar. - piscou, ganhando um tapa que perdeu efeito pelo modo como gargalharam. Era verdade, contudo, e talvez o melhor que havia sobre eles: encontravam tanta graça num sexo como aquele, quanto no amor que faziam numa manhã preguiçosa de domingo.

As risadas morreram em seus lábios no instante em que uma agitação se fez ouvir do lado de fora do banheiro. null só teve tempo de dar um passo para o lado, pois no instante seguinte a porta se escancarava, revelando null, null, e alguns membros da equipe que organizara o evento.

— Ahhhh, mas é claro que são vocês!! - null revirou os olhos, jogando os braços para cima assim que se deparou com o casal de amigos. Ao lado dela, null soltou uma gargalhada imediata: eles deveriam ter imaginado.

null e null trocaram um olhar divertido, mas não houve desculpa que parecesse justificar o estado em que se encontravam. Em pouco tempo, já haviam se livrado das gracinhas dos amigos e encontrado a saída da festa. Eles ainda tinham assuntos a terminar em casa, afinal. Ou no carro.

Mas isso… Isso já é outra história.



Fim.



Nota da autora: Sem nota.



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Melíflua
Nota da Scripter:
Essa fanfic é de total responsabilidade da autora, apenas faço o script. Qualquer erro, somente no e-mail.


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