Capítulo 01
E quando o técnico, que estava fazendo o papel de juiz, apitou pela última vez naquela tarde de treino, uma boa parte das atletas se jogaram na grama com a intenção de descansar.null respirava mais rápido que o normal, o cansaço físico era notável mas a alegria por finalizar mais um treino estava nítida também. Elas sempre davam o melhor de si nos treinos, assim como nos jogos do campeonato. O mais gratificante era perceber que até aquele momento todo o esforço estava sendo recompensado com bons resultados na maioria dos jogos.
Enquanto andava descalça e com as chuteiras em mãos indo em direção ao vestiário, depois de normalizar a respiração, null foi alcançada por null que correu só para conseguir seguir o caminho junto com a amiga. Elas se conheceram há anos em um teste de futebol, as duas passaram, mas pouco tempo depois, graças ao talento de ambas, elas foram para times diferentes. Mesmo com a distância a amizade continuou e agora, depois de muito tempo, lá estavam elas jogando juntas no time feminino do null.
– Animada para o jantar? – null perguntou enquanto as duas andavam lado a lado.
– Não tanto como eu gostaria. – Foi sincera. – Queria descansar hoje, mas o dever me chama. – Respondeu quando já estava no vestiário, preparando para entrar no banho.
– Vai começar cedo, null, não deve demorar para acabar. – null lembrou que eventos como aquele sempre tinham horário para começar e para acabar.
– Amiga, difícil é eu sair de casa, depois que eu saio tudo o que eu não quero é voltar cedo. O meu esforço tem que valer a pena e anda faltando álcool no meu corpo. – Piscou para a amiga que ria enquanto negava com a cabeça.
As jogadoras tinham um jantar naquela noite em prol de uma campanha sobre a paz dentro e fora dos estádios, vários times de outros estados também adotaram a ideia. O jantar seria com os times feminino e masculino do null, junto com os times do seu rival, o null. Diferente do time masculino, null conhecia e era amiga de algumas meninas que jogavam no null. A correria do dia a dia atrapalhava o contato, mas sempre trocavam algumas palavras com as mesmas em dias de jogos.
Depois de combinar o horário de ir para o jantar com null, já que a amiga não bebia e ia dirigindo, null foi para a sua casa. A hora passava rápido demais e ela ainda precisava se arrumar.
Tomou um outro banho quente assim que chegou em casa, demorando mais que o necessário embaixo do chuveiro. Mesmo que o cansaço físico ainda estivesse presente em seu corpo, null sabia que ela precisava e merecia uma noite de diversão. Apesar de amar o que fazia, o futebol não deixava de ser o seu trabalho e null sempre levou o esporte muito a sério, mesmo nos dias de folga ela sempre estava fazendo alguma coisa. As vezes assistia jogos anteriores, jogos dos próximos times que ela iria enfrentar ou até mesmo ficava jogando sozinha na quadra do seu condomínio. Não se lembrava do dia em que saiu para uma festa, nem do último dia que saiu para pelo menos beber alguma coisa, ultimamente ela estava preferindo ficar em casa na companhia de uma taça de vinho.
Apesar de ser “obrigada” a ir naquele jantar, null queria aproveitar a oportunidade para se divertir, queria esquecer um pouco que ela era uma das melhores jogadoras do país. Naquela noite null null queria ser apenas a null. Queria ser aquela menina que é alguém normal, que também tem vontades, medos e que tem uma vida fora dos campos, vida essa que estava um pouco desanimada, mas que não deixava de existir.
Optou por se arrumar em casa mesmo, havia feito alguns cursinhos de auto maquiagem e sabia se virar sozinha quando era necessário. Fez uma maquiagem mais escura e optou por um batom vermelho, seus cabelos estavam soltos e com alguns cachos nas pontas. O vestido era longo nas cores vinho e preto e com alguns detalhes no decote, nos seus pés um salto preto confortável finalizava a produção. null observou o seu reflexo no espelho e gostou do que viu, amava se produzir assim como gostava de estar de cabelo preso, chuteira nos pés, vestindo um short largo e uma camiseta do seu time.
null chegou no horário combinado e ambas elogiaram uma a outra, elas estavam impecáveis! Chegando no salão onde seria o jantar, elas descobriram que haviam lugares marcados e que não ficariam juntas. A organização fez questão de misturar os convidados de ambos os times, para que ficasse claro a proposta do jantar e para que não surgissem boatos devido aos grupinhos de cada time que poderiam surgir, mesmo que não existisse nenhuma rivalidade pessoal entre os jogadores.
Após algumas entrevistas e fotos,null entrou no salão e pôde observar todo o espaço. A música ambiente e as mesas extremamente organizadas deixavam o lugar mais sofisticado do que já aparentava, porém, o que mais chamou a atenção de null foram os lustres que decoravam todo o teto do local. Se pudesse ficaria ali admirando cada detalhe a noite inteira, decorações desde sempre chamavam a sua atenção e, se não fosse uma mulher apaixonada pelo futebol, certamente ela teria seguido alguma profissão nessa área.
Uma das recepcionistas acompanhou a jogadora até a mesa onde ela ficaria, os jogadores estavam chegando e por isso tinha uma grande movimentação no salão. As mesas eram para quatro pessoas e quando a moça que a acompanhava indicou em qual ela ficaria, null percebeu que os outros três lugares já estavam ocupados.
null null e sua namorada Poline estavam na mesa, null já conhecia o casal, por null jogar no null sempre encontrava com ele nos eventos e nas festas que ela costumava ir a um tempo atrás. Conheceu Poline em um desses momentos em que ela acompanhava null e logo criou um vínculo de amizade com a garota. O outro convidado que estava na mesa era null null, o atacante do seu time rival e um dos melhores jogadores que ela já viu na vida. Também já havia trocado algumas palavras com o jogador, mas não tinha tanta intimidade como tinha com o casal que dividia a mesma mesa com eles. Sorriu enquanto andava na direção deles, feliz por dividir aquela noite com pessoas conhecidas.
– Boa noite! – null cumprimentou assim que se aproximou dos três.
– null, quanto tempo. – Poline foi a primeira a se pronunciar depois que os três levantaram para cumprimentar a jogadora. – Estava comentando com o null hoje que queria muito te ver, pois estava com saudade, que bom que você vai ficar aqui com a gente. – Disse depois de abraçar null.
– Eu também estava com saudade, ando trabalhando demais e saindo pouco. – Explicou o sumiço antes de direcionar o seu olhar para null. – Oi, null, tudo bem?
– Que honra jantar com os dois melhores jogadores do país, uma pena o null não ser do nosso time. – Brincou olhando para null e para null e depois também abraçou a garota. – Bom te ver, null.
– Ninguém é perfeito. – null respondeu null mas com o olhar direcionado a null. – Oi, null.
– Olá, null! – Respondeu e a abraçou, logo em seguida todos ocuparam os seus lugares na mesa.
Enquanto se deliciavam com o jantar, os quatro começaram a conversar sobre aquela noite, sobre festas e, é claro, sobre futebol. Entre uma taça e outra de vinho a conversa fluía e o que não faltava eram assuntos entre eles. Algumas horas depois, null e Poline foram embora, haviam deixado as filhas em casa e estavam doidos para estarem junto com as pequenas novamente.
Também não faltou assunto entre null e null e quem visse os dois conversando, diriam que eles já tinham algum contato ou amizade a muito tempo, sendo que eles nunca haviam parado para conversarem como naquele momento.
– Eu só acho que você devia ter aceitado aquela proposta do meu time. – null comentou, falavam sobre a oferta que o null fez a algum tempo atrás para null. – O tanto que você joga, não dá nem para questionar.
– Insatisfeita com o seu time, null? – Arqueou a sobrancelha e segurou a risada enquanto esperava a resposta.
– De forma alguma, só acho que você está no time errado. –Brincou com o rapaz que negou com a cabeça.
– Acho que para eu jogar no mesmo time que o seu, você vai ter que ser contratada pelo null. – Deixou escapar antes de beber um pouco do vinho.
– Eu desisto de você, null. – Revirou os olhos e também deu um gole em sua taça.
– Mas falando sério, acho que todo jogador sonha em jogar no null, então quem sabe um dia isso não aconteça. Mas eu estou feliz no null, estou no meu melhor momento da carreira e quero aproveitar tudo isso, entende? – Mesmo sabendo que a jogadora estava brincando anteriormente, null explicou para null que mantinha a atenção no que ele falava.
– Eu entendo e superconcordo, penso a mesma coisa quando aparecem as propostas. O null acreditou em mim e me deu a chance de estar onde estou hoje, não acho justo largar tudo o que conquistei em troca da primeira proposta que aparecer. Para mim, futebol nunca foi e nunca será só fama e dinheiro. Eu reconheço de onde vim e sei até onde posso chegar, mas quero dar um passo de cada vez. – Disse séria ao perceber que o rumo da conversa havia mudado.
– É isso, pensamos da mesma forma. – null concordou antes de erguer a sua taça para um brinde.
Tudo estava tão organizado que, de fato, tinha hora para começar e para acabar. Assim que foram avisados que o jantar já estava sendo finalizado, null e null acabaram com o vinho que ainda estava nas taças dos dois.
– Eu ficaria aqui a noite toda bebendo vinho e conversando com você. – null foi sincera, tinha adorado a companhia do rapaz.
Ela sabia o quanto os jogadores eram mal vistos pela sociedade. As pessoas sempre julgavam apenas pelo o que a mídia permitia que elas pudessem ver. Muitas vezes esqueciam que por trás de tudo isso existiam pessoas, pessoas normais que não eram melhores ou piores que ninguém e que, mesmo com a mídia dizendo o contrário as vezes, não se sentiam superior pelo o que era ou pela quantidade de dinheiro que tinham no banco.
E null surpreendeu null naquela noite. Ela não tinha uma imagem negativa do rapaz, mas também não imaginava que eles tinham tantos pensamentos em comum e que a conversa iria fluir com tanta facilidade.
– Eu moro aqui perto, se você quiser ir para lá a gente continua bebendo e batendo papo. – null fez o convite, também havia gostado da companhia da jogadora.
– É que eu estou com a minha amiga, vim de carona com ela. – Não tinha motivo para recusar, mas também não podia esquecer null.
– Eu posso te deixar em casa depois se a carona for o problema e você pode chamar ela para ir também. – null disse, sem a intenção de ser insistente, só queria ajudar de alguma forma se fosse aquele o problema.
– Você me dá um segundo então? Vou chamar ela e já volto, não vou recusar um convite para beber logo hoje que resolvi sair de casa. – Sorriu enquanto se levantava para procurar a amiga.
– Claro!
A camisa 10 foi a procura de null, parou no meio do caminho para falar com algumas pessoas conhecidas. null aproveitou que estava sozinho e fez o mesmo, indo conversar com os jogadores que estavam nas mesas mais próximas.null encontrou null no meio do salão, provavelmente ela estava indo procurar pela menina, já que também estava andando pelo espaço e parava apenas quando ia cumprimentar alguém.
– null, o null estava na minha mesa e me chamou para ir na casa dele tomar vinho e bater papo, vamos lá? – Convidou, a amiga já conhecia o null então não seria um problema ir na casa dele, mesmo que ela não bebesse.
– Amiga, na verdade eu estava indo te procurar para te chamar para ir embora. – Fez um cara de dor e null a olhou demonstrando confusão. – Acho que esse jantar não me fez muito bem ou então eu comi demais. – Forçou um sorriso em meio a expressão de dor.
– Então a gente vai para casa. – Respondeu preocupada com o estado da menina.
– Não, null, é só um mal estar mesmo. Vai com ele e eu vou para casa, vou dar carona para duas meninas que moram no meu condomínio e chegando lá te mando mensagem. – Tranquilizou null, sabia que o que estava sentindo não era nada de mais.
– Tem certeza?
– Claro, tá tudo bem, nada que uma água com limão não resolva. Se quiser que eu te busque depois você me liga.
– Então tá bom, não se preocupe comigo que eu me viro. Se cuida e qualquer coisa, me ligue também. – Sorriu antes de abraçar a amiga.
– Vai lá e juízo com o null. – Brincou fazendo com que null sorrisse. – Estou brincando, null, ele é incrível. Se fosse outro jogador eu não deixava você ir para casa dele, mas já que é o null pode ir que eu fico sossegada. – Riu e abraçou a amiga.
– Eu não imaginava o quanto, depois te conto da nossa conversa. – Sorriu mais uma vez para null. – Bom, vou lá, amiga, melhoras.
Voltou para a mesa onde estava, informou para null que null ia para casa e depois de falar com mais algumas pessoas, eles saíram do salão.
A saída estava cheia de fotógrafos e jornalistas. Devido ao tumulto, já que todos os jogadores estavam deixando o local, null apoiou uma de suas mãos nas costas de null para direciona-la até o seu carro. Os flashs não paravam e perguntas aleatórias surgiam a todo momento.null odiava não poder parar para falar com eles e correr o risco de ser chamada de mal educada. Porém, diferente de quando ela chegou, a quantidade de pessoas que estavam ali havia triplicado e ela sabia que se parasse, dificilmente iria conseguir sair. Pensando nisso e na sua segurança, null continuou andando tendo null como guia, sem dizer nenhuma palavra.
– Você já se acostumou? – null perguntou quando já estavam seguros dentro do carro, indo em direção a casa de null. – Com isso de sempre ter fotógrafos e jornalistas atrás de você. Eu acho tudo muito surreal, sabe? – Explicou quando percebeu que ele ficou confuso com a pergunta.
– Já sim, mas confesso que as vezes eu ainda me assusto com tudo isso. Com os jornalistas eu já me acostumei porque sei que é o trabalho deles, mas a obsessão e o fanatismo de algumas pessoas faz com que eu sinta um pouco de medo. – Foi sincero, as vezes null não conseguia entender o que acontecia ao seu redor.
– De fato é assustador, parece que foi ontem que eu era ninguém no bairro em que morava e hoje até quando eu vou na padaria me pedem uma foto. – Negou com a cabeça, como se nem ela acreditasse nas próprias palavras.
– O mais louco é que somos apenas pessoas que jogam bola, sabe? Mas somos tratados como pessoas de outro mundo. – Ele comentou enquanto dividia a sua atenção entre a conversa que estava tendo com null e o volante.
– Sinto saudades do anonimato, não vou negar.
– Eu também, mas tento pensar na parte boa, null. Querendo ou não, tudo isso é fruto do nosso esforço e do nosso trabalho. A parte ruim é que acaba tirando um pouco da nossa privacidade, mas é questão de tempo para aprender a lidar com isso.
– As vezes tudo isso parece um sonho. – Ela pensou alto enquanto mantinha o olhar no rapaz que dirigia. – Mas é real e se estamos aqui, é porque merecemos.
– Sim, é real e se fosse um sonho eu faria de tudo para nunca acordar. – Sorriu para null que retribuiu.
Enquanto andava descalça e com as chuteiras em mãos indo em direção ao vestiário, depois de normalizar a respiração, null foi alcançada por null que correu só para conseguir seguir o caminho junto com a amiga. Elas se conheceram há anos em um teste de futebol, as duas passaram, mas pouco tempo depois, graças ao talento de ambas, elas foram para times diferentes. Mesmo com a distância a amizade continuou e agora, depois de muito tempo, lá estavam elas jogando juntas no time feminino do null.
– Animada para o jantar? – null perguntou enquanto as duas andavam lado a lado.
– Não tanto como eu gostaria. – Foi sincera. – Queria descansar hoje, mas o dever me chama. – Respondeu quando já estava no vestiário, preparando para entrar no banho.
– Vai começar cedo, null, não deve demorar para acabar. – null lembrou que eventos como aquele sempre tinham horário para começar e para acabar.
– Amiga, difícil é eu sair de casa, depois que eu saio tudo o que eu não quero é voltar cedo. O meu esforço tem que valer a pena e anda faltando álcool no meu corpo. – Piscou para a amiga que ria enquanto negava com a cabeça.
As jogadoras tinham um jantar naquela noite em prol de uma campanha sobre a paz dentro e fora dos estádios, vários times de outros estados também adotaram a ideia. O jantar seria com os times feminino e masculino do null, junto com os times do seu rival, o null. Diferente do time masculino, null conhecia e era amiga de algumas meninas que jogavam no null. A correria do dia a dia atrapalhava o contato, mas sempre trocavam algumas palavras com as mesmas em dias de jogos.
Depois de combinar o horário de ir para o jantar com null, já que a amiga não bebia e ia dirigindo, null foi para a sua casa. A hora passava rápido demais e ela ainda precisava se arrumar.
Tomou um outro banho quente assim que chegou em casa, demorando mais que o necessário embaixo do chuveiro. Mesmo que o cansaço físico ainda estivesse presente em seu corpo, null sabia que ela precisava e merecia uma noite de diversão. Apesar de amar o que fazia, o futebol não deixava de ser o seu trabalho e null sempre levou o esporte muito a sério, mesmo nos dias de folga ela sempre estava fazendo alguma coisa. As vezes assistia jogos anteriores, jogos dos próximos times que ela iria enfrentar ou até mesmo ficava jogando sozinha na quadra do seu condomínio. Não se lembrava do dia em que saiu para uma festa, nem do último dia que saiu para pelo menos beber alguma coisa, ultimamente ela estava preferindo ficar em casa na companhia de uma taça de vinho.
Apesar de ser “obrigada” a ir naquele jantar, null queria aproveitar a oportunidade para se divertir, queria esquecer um pouco que ela era uma das melhores jogadoras do país. Naquela noite null null queria ser apenas a null. Queria ser aquela menina que é alguém normal, que também tem vontades, medos e que tem uma vida fora dos campos, vida essa que estava um pouco desanimada, mas que não deixava de existir.
Optou por se arrumar em casa mesmo, havia feito alguns cursinhos de auto maquiagem e sabia se virar sozinha quando era necessário. Fez uma maquiagem mais escura e optou por um batom vermelho, seus cabelos estavam soltos e com alguns cachos nas pontas. O vestido era longo nas cores vinho e preto e com alguns detalhes no decote, nos seus pés um salto preto confortável finalizava a produção. null observou o seu reflexo no espelho e gostou do que viu, amava se produzir assim como gostava de estar de cabelo preso, chuteira nos pés, vestindo um short largo e uma camiseta do seu time.
null chegou no horário combinado e ambas elogiaram uma a outra, elas estavam impecáveis! Chegando no salão onde seria o jantar, elas descobriram que haviam lugares marcados e que não ficariam juntas. A organização fez questão de misturar os convidados de ambos os times, para que ficasse claro a proposta do jantar e para que não surgissem boatos devido aos grupinhos de cada time que poderiam surgir, mesmo que não existisse nenhuma rivalidade pessoal entre os jogadores.
Após algumas entrevistas e fotos,null entrou no salão e pôde observar todo o espaço. A música ambiente e as mesas extremamente organizadas deixavam o lugar mais sofisticado do que já aparentava, porém, o que mais chamou a atenção de null foram os lustres que decoravam todo o teto do local. Se pudesse ficaria ali admirando cada detalhe a noite inteira, decorações desde sempre chamavam a sua atenção e, se não fosse uma mulher apaixonada pelo futebol, certamente ela teria seguido alguma profissão nessa área.
Uma das recepcionistas acompanhou a jogadora até a mesa onde ela ficaria, os jogadores estavam chegando e por isso tinha uma grande movimentação no salão. As mesas eram para quatro pessoas e quando a moça que a acompanhava indicou em qual ela ficaria, null percebeu que os outros três lugares já estavam ocupados.
null null e sua namorada Poline estavam na mesa, null já conhecia o casal, por null jogar no null sempre encontrava com ele nos eventos e nas festas que ela costumava ir a um tempo atrás. Conheceu Poline em um desses momentos em que ela acompanhava null e logo criou um vínculo de amizade com a garota. O outro convidado que estava na mesa era null null, o atacante do seu time rival e um dos melhores jogadores que ela já viu na vida. Também já havia trocado algumas palavras com o jogador, mas não tinha tanta intimidade como tinha com o casal que dividia a mesma mesa com eles. Sorriu enquanto andava na direção deles, feliz por dividir aquela noite com pessoas conhecidas.
– Boa noite! – null cumprimentou assim que se aproximou dos três.
– null, quanto tempo. – Poline foi a primeira a se pronunciar depois que os três levantaram para cumprimentar a jogadora. – Estava comentando com o null hoje que queria muito te ver, pois estava com saudade, que bom que você vai ficar aqui com a gente. – Disse depois de abraçar null.
– Eu também estava com saudade, ando trabalhando demais e saindo pouco. – Explicou o sumiço antes de direcionar o seu olhar para null. – Oi, null, tudo bem?
– Que honra jantar com os dois melhores jogadores do país, uma pena o null não ser do nosso time. – Brincou olhando para null e para null e depois também abraçou a garota. – Bom te ver, null.
– Ninguém é perfeito. – null respondeu null mas com o olhar direcionado a null. – Oi, null.
– Olá, null! – Respondeu e a abraçou, logo em seguida todos ocuparam os seus lugares na mesa.
Enquanto se deliciavam com o jantar, os quatro começaram a conversar sobre aquela noite, sobre festas e, é claro, sobre futebol. Entre uma taça e outra de vinho a conversa fluía e o que não faltava eram assuntos entre eles. Algumas horas depois, null e Poline foram embora, haviam deixado as filhas em casa e estavam doidos para estarem junto com as pequenas novamente.
Também não faltou assunto entre null e null e quem visse os dois conversando, diriam que eles já tinham algum contato ou amizade a muito tempo, sendo que eles nunca haviam parado para conversarem como naquele momento.
– Eu só acho que você devia ter aceitado aquela proposta do meu time. – null comentou, falavam sobre a oferta que o null fez a algum tempo atrás para null. – O tanto que você joga, não dá nem para questionar.
– Insatisfeita com o seu time, null? – Arqueou a sobrancelha e segurou a risada enquanto esperava a resposta.
– De forma alguma, só acho que você está no time errado. –Brincou com o rapaz que negou com a cabeça.
– Acho que para eu jogar no mesmo time que o seu, você vai ter que ser contratada pelo null. – Deixou escapar antes de beber um pouco do vinho.
– Eu desisto de você, null. – Revirou os olhos e também deu um gole em sua taça.
– Mas falando sério, acho que todo jogador sonha em jogar no null, então quem sabe um dia isso não aconteça. Mas eu estou feliz no null, estou no meu melhor momento da carreira e quero aproveitar tudo isso, entende? – Mesmo sabendo que a jogadora estava brincando anteriormente, null explicou para null que mantinha a atenção no que ele falava.
– Eu entendo e superconcordo, penso a mesma coisa quando aparecem as propostas. O null acreditou em mim e me deu a chance de estar onde estou hoje, não acho justo largar tudo o que conquistei em troca da primeira proposta que aparecer. Para mim, futebol nunca foi e nunca será só fama e dinheiro. Eu reconheço de onde vim e sei até onde posso chegar, mas quero dar um passo de cada vez. – Disse séria ao perceber que o rumo da conversa havia mudado.
– É isso, pensamos da mesma forma. – null concordou antes de erguer a sua taça para um brinde.
Tudo estava tão organizado que, de fato, tinha hora para começar e para acabar. Assim que foram avisados que o jantar já estava sendo finalizado, null e null acabaram com o vinho que ainda estava nas taças dos dois.
– Eu ficaria aqui a noite toda bebendo vinho e conversando com você. – null foi sincera, tinha adorado a companhia do rapaz.
Ela sabia o quanto os jogadores eram mal vistos pela sociedade. As pessoas sempre julgavam apenas pelo o que a mídia permitia que elas pudessem ver. Muitas vezes esqueciam que por trás de tudo isso existiam pessoas, pessoas normais que não eram melhores ou piores que ninguém e que, mesmo com a mídia dizendo o contrário as vezes, não se sentiam superior pelo o que era ou pela quantidade de dinheiro que tinham no banco.
E null surpreendeu null naquela noite. Ela não tinha uma imagem negativa do rapaz, mas também não imaginava que eles tinham tantos pensamentos em comum e que a conversa iria fluir com tanta facilidade.
– Eu moro aqui perto, se você quiser ir para lá a gente continua bebendo e batendo papo. – null fez o convite, também havia gostado da companhia da jogadora.
– É que eu estou com a minha amiga, vim de carona com ela. – Não tinha motivo para recusar, mas também não podia esquecer null.
– Eu posso te deixar em casa depois se a carona for o problema e você pode chamar ela para ir também. – null disse, sem a intenção de ser insistente, só queria ajudar de alguma forma se fosse aquele o problema.
– Você me dá um segundo então? Vou chamar ela e já volto, não vou recusar um convite para beber logo hoje que resolvi sair de casa. – Sorriu enquanto se levantava para procurar a amiga.
– Claro!
A camisa 10 foi a procura de null, parou no meio do caminho para falar com algumas pessoas conhecidas. null aproveitou que estava sozinho e fez o mesmo, indo conversar com os jogadores que estavam nas mesas mais próximas.null encontrou null no meio do salão, provavelmente ela estava indo procurar pela menina, já que também estava andando pelo espaço e parava apenas quando ia cumprimentar alguém.
– null, o null estava na minha mesa e me chamou para ir na casa dele tomar vinho e bater papo, vamos lá? – Convidou, a amiga já conhecia o null então não seria um problema ir na casa dele, mesmo que ela não bebesse.
– Amiga, na verdade eu estava indo te procurar para te chamar para ir embora. – Fez um cara de dor e null a olhou demonstrando confusão. – Acho que esse jantar não me fez muito bem ou então eu comi demais. – Forçou um sorriso em meio a expressão de dor.
– Então a gente vai para casa. – Respondeu preocupada com o estado da menina.
– Não, null, é só um mal estar mesmo. Vai com ele e eu vou para casa, vou dar carona para duas meninas que moram no meu condomínio e chegando lá te mando mensagem. – Tranquilizou null, sabia que o que estava sentindo não era nada de mais.
– Tem certeza?
– Claro, tá tudo bem, nada que uma água com limão não resolva. Se quiser que eu te busque depois você me liga.
– Então tá bom, não se preocupe comigo que eu me viro. Se cuida e qualquer coisa, me ligue também. – Sorriu antes de abraçar a amiga.
– Vai lá e juízo com o null. – Brincou fazendo com que null sorrisse. – Estou brincando, null, ele é incrível. Se fosse outro jogador eu não deixava você ir para casa dele, mas já que é o null pode ir que eu fico sossegada. – Riu e abraçou a amiga.
– Eu não imaginava o quanto, depois te conto da nossa conversa. – Sorriu mais uma vez para null. – Bom, vou lá, amiga, melhoras.
Voltou para a mesa onde estava, informou para null que null ia para casa e depois de falar com mais algumas pessoas, eles saíram do salão.
A saída estava cheia de fotógrafos e jornalistas. Devido ao tumulto, já que todos os jogadores estavam deixando o local, null apoiou uma de suas mãos nas costas de null para direciona-la até o seu carro. Os flashs não paravam e perguntas aleatórias surgiam a todo momento.null odiava não poder parar para falar com eles e correr o risco de ser chamada de mal educada. Porém, diferente de quando ela chegou, a quantidade de pessoas que estavam ali havia triplicado e ela sabia que se parasse, dificilmente iria conseguir sair. Pensando nisso e na sua segurança, null continuou andando tendo null como guia, sem dizer nenhuma palavra.
– Você já se acostumou? – null perguntou quando já estavam seguros dentro do carro, indo em direção a casa de null. – Com isso de sempre ter fotógrafos e jornalistas atrás de você. Eu acho tudo muito surreal, sabe? – Explicou quando percebeu que ele ficou confuso com a pergunta.
– Já sim, mas confesso que as vezes eu ainda me assusto com tudo isso. Com os jornalistas eu já me acostumei porque sei que é o trabalho deles, mas a obsessão e o fanatismo de algumas pessoas faz com que eu sinta um pouco de medo. – Foi sincero, as vezes null não conseguia entender o que acontecia ao seu redor.
– De fato é assustador, parece que foi ontem que eu era ninguém no bairro em que morava e hoje até quando eu vou na padaria me pedem uma foto. – Negou com a cabeça, como se nem ela acreditasse nas próprias palavras.
– O mais louco é que somos apenas pessoas que jogam bola, sabe? Mas somos tratados como pessoas de outro mundo. – Ele comentou enquanto dividia a sua atenção entre a conversa que estava tendo com null e o volante.
– Sinto saudades do anonimato, não vou negar.
– Eu também, mas tento pensar na parte boa, null. Querendo ou não, tudo isso é fruto do nosso esforço e do nosso trabalho. A parte ruim é que acaba tirando um pouco da nossa privacidade, mas é questão de tempo para aprender a lidar com isso.
– As vezes tudo isso parece um sonho. – Ela pensou alto enquanto mantinha o olhar no rapaz que dirigia. – Mas é real e se estamos aqui, é porque merecemos.
– Sim, é real e se fosse um sonho eu faria de tudo para nunca acordar. – Sorriu para null que retribuiu.
Capítulo 02
Quatro horas depois, null e null estavam deitados, cada um deles em um sofá tentando prestar atenção no filme que passava na TV. Uma tábua de frios pela metade e três garrafas de vinhos vazias estavam em cima da pequena mesa de centro.
– Eu acho que o último vinho que colocamos para gelar já deve estar bom. – null quebrou o silêncio, recebendo a atenção de null. – Mas eu já estou bêbado demais para ingerir qualquer coisa que tenha uma porcentagem mínima de álcool.
– null, não fala mais em vinho, pelo amor de Deus. – Pediu enquanto ria de algo que ela nem sabia o que era. – Porra, eu acho que exageramos.
– Você não joga amanhã, né? – Ele perguntou preocupado após notar o estado da garota.
– Não, se jogasse eu não seria louca de beber tanto assim e provavelmente a essa hora eu já estaria no último sono. – Respondeu enquanto fechava os olhos, sentia como se pudesse dormir a qualquer momento.
– Por falar em horas, já são 5:53 da manhã. – null informou depois de ver na tela do celular, não estava conseguindo enxergar no relógio que estava em seu pulso.
– Puta que pariu. – Tentou levantar, mas não conseguiu.–null, me perdoe, mas eu não tenho condições de ir para a minha casa agora, vou ter que fazer seu sofá de cama.
– E eu estou bêbado, mas não louco para deixar você sair daqui nesse estado. Deita lá no quarto de hóspedes, null, te garanto que a cama é bem mais confortável. – Foi gentil com null que sequer conseguia olhar na direção que o rapaz estava. Era nítido que ela estava mais bêbada que null.
– Juro que não me importaria com o conforto se tudo parasse de girar. – Ela disse depois de conseguir ficar sentada no sofá. – Mas o meu corpo merece uma cama quentinha.
Com um pouco de dificuldade, null e null subiram a enorme escada que os levariam para o segundo andar. Para ficar mais fácil,null tirou os saltos para facilitar a subida.
– Pode ficar nesse quarto aqui. – null avisou abrindo a primeira porta. – Vou pegar um short e uma camisa para você tomar um banho se quiser.
– Tudo o que eu preciso. Obrigada, null, e desculpe dar tanto trabalho. – Conseguiu responder depois de sentar na cama.
– Você fala como se eu estivesse sóbrio. E você não está dando trabalho, isso é só a consequência de uma ótima noite. – Respondeu gentilmente antes de sair do quarto.
null sabia que se deitasse na cama dormiria no segundo seguinte. Porém, por mais bêbada que estivesse, ela também sabia que precisava de um banho antes de qualquer coisa. Se esforçou para deixar os seus olhos abertos e ficou esperando por null que voltou logo em seguida com alguns shorts, camisas, toalha e uma escova de dentes nova. Por um momento ela invejou o estado do rapaz, que estava bêbado, mas estava longe de chegar no nível dela.
– São roupas novas que eu ganhei de um patrocínio, guardei para doar porque é um tamanho bem menor mas acho que devem te servir para você dormir mais confortável. Trouxe uma toalha e uma escova de dentes também porque não sei o que tem nos armários desse banheiro.
– Obrigada, null. – null agradeceu mais uma vez.
– Imagina, null, fique à vontade. Precisando de alguma coisa, meu quarto é a última porta do corredor.
null sorriu e agradeceu novamente. Assim que null saiu ela foi em direção ao banheiro, só queria um bom banho e algumas horas de sono.
Pior que qualquer ressaca, era a ressaca causada pelo vinho. null acordou com o seu estômago implorando por comida e com a sua cabeça latejando de dor. Seu corpo doía como se ela tivesse jogado por incontáveis minutos sem direito a algum intervalo. Se espreguiçou na cama, tentando acordar o corpo que parecia ainda querer dormir. Só não jurava que nunca mais beberia novamente porque sabia que não seria capaz de cumprir aquela promessa.
Tomou um banho, na esperança de que a sua cara melhorasse. Vestiu uma outra camiseta que ficou parecendo um vestido em seu corpo, achou a peça no meio das roupas que null havia deixado lá para ela.
Desceu na cozinha e deduziu que null ainda estava dormindo. Seu corpo implorava por comida e sua cabeça por um remédio, mas ela não ia acordar o rapaz para o incomodar mais uma vez e muito menos assaltar a cozinha do jogador. Também não iria sair sem se despedir e agradecer pela hospitalidade. Tomou um copo de água para tentar enganar o estômago e voltou para o quarto para dormir novamente, dessa vez ela deixou a porta aberta, para que null pudesse entrar quando acordasse.
Não soube dizer quando tempo passou, mas null acabou dormindo e foi acordada pela voz de null, que falava baixinho como se não quisesse assustá-la.
– null? – Chamou pela última vez antes de ver a garota abrir os olhos. – Desculpa te acordar, é que imaginei que talvez você estivesse com fome e como a porta estava aberta, decidi entrar.
– Eu estou faminta, acordei cedo, mas como vi que você ainda dormia, resolvi dormir de novo também.
– Podia ter comido qualquer coisa lá na cozinha, null, ou ter me acordado. Eu disse para você ficar à vontade. – Seu tom de voz era normal, mas demonstrava uma pequena preocupação.
– Como se eu estivesse sóbria o suficiente para me lembrar. – Riu e levantou a cabeça, sentindo a dor latejar. – Ai, cacete.
– Vem, vamos descer. Lá embaixo tem comida e remédio. – Ergueu a mão para ajudá-la.
– Tudo o que eu preciso agora. – Respondeu enquanto aceitava a ajuda para se levantar.
– Tem vinho também.
– null...
– Eu estou brincando, vamos? – Riu e andou em direção a saída do quarto.
Desceram e a primeira coisa que null fez foi dar um remédio a null, que bebeu sem sequer questionar qual era. Após o rapaz educadamente recusar a ajuda dela, null se sentou na mesa enquanto ele preparava o café da manhã. Já tinha bolo pronto, pães e frios e null preparava algumas tapiocas. Enquanto isso,null aproveitou para pegar o seu celular, que ficou na bolsa que estava em cima do sofá, para olhar as mensagens recebidas.
Dentre várias que ainda não estavam abertas, null leu a mensagem de null, as demais podiam esperar. Uma era da noite anterior onde null avisava que já estava melhor, a outra mensagem era sobre null e null e ela fez questão de compartilhar ao voltar para a cozinha.
–“Você já viu algum site de fofocas hoje? Tem fotos sua com o null em todos os lugares.” – null releu a mensagem em voz alta, compartilhando a informação com null. – É uma mensagem da null, acho que estão falando da gente.
– Eu odeio esses boatos, mas já era de se esperar, esse povo não perde tempo. – Respondeu com humor enquanto se sentava na mesa para começar a comer, já havia servido os dois pratos que ali estavam. – O que estão dizendo?
null jogou o seu nome e o de null na Internet e logo apareceu todas as notícias, não estava interessada em perder seu tempo lendo cada uma, então leu somente as principais manchetes.
“null null e null null são vistos saindo juntos de um jantar na última noite.”
“Rivalidade apenas em campo: null null, jogadora do null, foi flagrada com null null, principal atacante do time null. Os dois saíram juntos e abraçados do evento que participaram.”
“null null, a camisa 10 do null, foi vista na noite anterior acompanhada por null null, o casal sequer parou para falar com a imprensa.”
“Depois de afirmar que estava solteiro, null null é flagrado com null null. Segundo informações, a jogadora foi para a casa do atacante e até o momento dessa notícia ela ainda não havia saído de lá.”
– Uau, eles são rápidos. – null riu das notícias enquanto comia.
– Meu Deus, se existe coisa melhor que comer eu desconheço, isso aqui tá uma delícia. – null comentou depois de morder um pedação da tapioca, fazendo com que null sorrisse novamente, mas por outro motivo. – E em relação às notícias, eu não me importo desde que não atrapalhe a minha vida pessoal ou profissional.
– Eu também deixo passar, coitado de mim se eu fosse ligar para tudo o que falam. – Ele negou com a cabeça enquanto bebia um gole de suco. – Preparada para desmentir isso nas próximas entrevistas?
– Ah, claro, com certeza eles vão acreditar quando eu disser que passamos a noite bebendo vinho e só paramos porque estávamos muito bêbados e fomos dormir. – null disse antes de gargalhar, contagiando o rapaz que estava em sua frente.
– É, se eu fosse jornalista eu também não acreditaria. – Ele brincou enquanto null se recuperava.
– Por isso eu prefiro dizer que te peguei, você é o mais comentado nos vestiários femininos, vou me sair superbem nessa história.
Os dois gargalharam e null negou com a cabeça o que havia acabado de falar. Certamente os jornalistas não acreditariam na história verdadeira então o melhor a se fazer era deixar eles pensarem o que quisessem.
– Vou ficar me achando por uma semana depois dessa. Mas posso te garantir que com você não é muito diferente. – Ele piscou e manteve o olhar na direção da jogadora.
– Eu prefiro não saber dos comentários, homens não são muito delicados quando vão elogiar. – null avisou, já imaginando o que ele poderia falar.
– Mas é sério, eles acham incrível o seu futebol e nunca conseguiram comparar com o de ninguém. – Segurou o riso, mesmo sendo verdade o que ele falava.
– Então acho que posso ficar me achando por um bom tempo também.
– Isso porque você não sabe do resto, mas eu não vou dizer porque com certeza está dentre os elogios que você não quer saber. – Ele continuou, segurando a risada após ver a expressão da jogadora.
– Agradeço muito se você me poupar disso. – Disse com humor, levantou o copo de suco como se fosse brindar com o rapaz.
Conversaram por mais algum tempo até null informar que ia embora. null se ofereceu para levá-la, mas ela recusou, null ia para a casa da atacante resolver algumas coisas e null pediu para que a amiga passasse na casa de null para pegá-la.
null interfonou na portaria apenas para confirmar as suas suspeitas: haviam vários paparazzis na entrada principal. Avisou null que tinha uma entrada de serviço e que se ela quisesse sair sem falar com ninguém, poderia sair por lá. null concordou e pediu para null mudar o destino e avisar quando estivesse no lugar combinado, meia hora depois null ligou avisando que já estava chegando.
– Depois devolvo a camisa, não vou vestir esse vestido agora. – null avisou enquanto descia as escadas, estava usando os seus saltos e com as suas coisas da noite anterior em mãos.
– Fica de presente, ficou boa em você. – Presenteou enquanto ajudava a garota colocar as suas coisas em uma sacola.
null sorriu em agradecimento e olhou para null, viu que ele sorria enquanto a encarava. Sem jeito,null quebrou o contato visual, vendo que ele continuava do mesmo jeito.
– Por que você está me olhando assim? – Ela questionou o rapaz, que ainda a olhava sem dizer nada.
E antes mesmo de responder alguma coisa, null se aproximou e juntou os seus lábios com os de null em um beijo calmo. Vendo que a garota retribuiu, ele aprofundou o beijo, depois de firmar as mãos na cintura da atacante. null colou mais ainda o seu corpo com o dele e mordiscou o lábio inferior de null, que respondeu o atrevimento com um puxão de cabelo ao mesmo tempo em que a outra mão do rapaz deslizava sobre o quadril da jogadora. Quando faltou ar para ambos eles se separaram, não sem antes trocar alguns selinhos.
– Já que estão falando da gente, vamos fazer com que as notícias sejam reais porque eu odeio boatos. – Ele brincou enquanto ainda estava abraçando o corpo de null.
– Não acredito que fui usada. – Ela negou com a cabeça tentando segurar a risada.
– Estou brincando, null, mas não ia conseguir deixar você ir embora sem roubar um beijo seu. – Foi sincero. – Mas também não quero que você pense que eu te chamei aqui para isso, porque não foi.
– Isso sequer passou pela minha cabeça. – Disse ao mesmo tempo que depositava um carinho na nuca do rapaz.
– Você me atraiu, gostei de conversar com você e te acho linda. Acho que tudo o que conversamos ontem e hoje despertou um interesse em...
– null? – null interrompeu o rapaz que ainda estava se explicando. – Acho que você pode usar essa boca para fazer outra coisa ao invés de tentar explicar o que eu já entendi.
null piscou para o rapaz e no segundo seguinte os lábios dela já estava junto com os dele novamente.
– Eu acho que o último vinho que colocamos para gelar já deve estar bom. – null quebrou o silêncio, recebendo a atenção de null. – Mas eu já estou bêbado demais para ingerir qualquer coisa que tenha uma porcentagem mínima de álcool.
– null, não fala mais em vinho, pelo amor de Deus. – Pediu enquanto ria de algo que ela nem sabia o que era. – Porra, eu acho que exageramos.
– Você não joga amanhã, né? – Ele perguntou preocupado após notar o estado da garota.
– Não, se jogasse eu não seria louca de beber tanto assim e provavelmente a essa hora eu já estaria no último sono. – Respondeu enquanto fechava os olhos, sentia como se pudesse dormir a qualquer momento.
– Por falar em horas, já são 5:53 da manhã. – null informou depois de ver na tela do celular, não estava conseguindo enxergar no relógio que estava em seu pulso.
– Puta que pariu. – Tentou levantar, mas não conseguiu.–null, me perdoe, mas eu não tenho condições de ir para a minha casa agora, vou ter que fazer seu sofá de cama.
– E eu estou bêbado, mas não louco para deixar você sair daqui nesse estado. Deita lá no quarto de hóspedes, null, te garanto que a cama é bem mais confortável. – Foi gentil com null que sequer conseguia olhar na direção que o rapaz estava. Era nítido que ela estava mais bêbada que null.
– Juro que não me importaria com o conforto se tudo parasse de girar. – Ela disse depois de conseguir ficar sentada no sofá. – Mas o meu corpo merece uma cama quentinha.
Com um pouco de dificuldade, null e null subiram a enorme escada que os levariam para o segundo andar. Para ficar mais fácil,null tirou os saltos para facilitar a subida.
– Pode ficar nesse quarto aqui. – null avisou abrindo a primeira porta. – Vou pegar um short e uma camisa para você tomar um banho se quiser.
– Tudo o que eu preciso. Obrigada, null, e desculpe dar tanto trabalho. – Conseguiu responder depois de sentar na cama.
– Você fala como se eu estivesse sóbrio. E você não está dando trabalho, isso é só a consequência de uma ótima noite. – Respondeu gentilmente antes de sair do quarto.
null sabia que se deitasse na cama dormiria no segundo seguinte. Porém, por mais bêbada que estivesse, ela também sabia que precisava de um banho antes de qualquer coisa. Se esforçou para deixar os seus olhos abertos e ficou esperando por null que voltou logo em seguida com alguns shorts, camisas, toalha e uma escova de dentes nova. Por um momento ela invejou o estado do rapaz, que estava bêbado, mas estava longe de chegar no nível dela.
– São roupas novas que eu ganhei de um patrocínio, guardei para doar porque é um tamanho bem menor mas acho que devem te servir para você dormir mais confortável. Trouxe uma toalha e uma escova de dentes também porque não sei o que tem nos armários desse banheiro.
– Obrigada, null. – null agradeceu mais uma vez.
– Imagina, null, fique à vontade. Precisando de alguma coisa, meu quarto é a última porta do corredor.
null sorriu e agradeceu novamente. Assim que null saiu ela foi em direção ao banheiro, só queria um bom banho e algumas horas de sono.
Pior que qualquer ressaca, era a ressaca causada pelo vinho. null acordou com o seu estômago implorando por comida e com a sua cabeça latejando de dor. Seu corpo doía como se ela tivesse jogado por incontáveis minutos sem direito a algum intervalo. Se espreguiçou na cama, tentando acordar o corpo que parecia ainda querer dormir. Só não jurava que nunca mais beberia novamente porque sabia que não seria capaz de cumprir aquela promessa.
Tomou um banho, na esperança de que a sua cara melhorasse. Vestiu uma outra camiseta que ficou parecendo um vestido em seu corpo, achou a peça no meio das roupas que null havia deixado lá para ela.
Desceu na cozinha e deduziu que null ainda estava dormindo. Seu corpo implorava por comida e sua cabeça por um remédio, mas ela não ia acordar o rapaz para o incomodar mais uma vez e muito menos assaltar a cozinha do jogador. Também não iria sair sem se despedir e agradecer pela hospitalidade. Tomou um copo de água para tentar enganar o estômago e voltou para o quarto para dormir novamente, dessa vez ela deixou a porta aberta, para que null pudesse entrar quando acordasse.
Não soube dizer quando tempo passou, mas null acabou dormindo e foi acordada pela voz de null, que falava baixinho como se não quisesse assustá-la.
– null? – Chamou pela última vez antes de ver a garota abrir os olhos. – Desculpa te acordar, é que imaginei que talvez você estivesse com fome e como a porta estava aberta, decidi entrar.
– Eu estou faminta, acordei cedo, mas como vi que você ainda dormia, resolvi dormir de novo também.
– Podia ter comido qualquer coisa lá na cozinha, null, ou ter me acordado. Eu disse para você ficar à vontade. – Seu tom de voz era normal, mas demonstrava uma pequena preocupação.
– Como se eu estivesse sóbria o suficiente para me lembrar. – Riu e levantou a cabeça, sentindo a dor latejar. – Ai, cacete.
– Vem, vamos descer. Lá embaixo tem comida e remédio. – Ergueu a mão para ajudá-la.
– Tudo o que eu preciso agora. – Respondeu enquanto aceitava a ajuda para se levantar.
– Tem vinho também.
– null...
– Eu estou brincando, vamos? – Riu e andou em direção a saída do quarto.
Desceram e a primeira coisa que null fez foi dar um remédio a null, que bebeu sem sequer questionar qual era. Após o rapaz educadamente recusar a ajuda dela, null se sentou na mesa enquanto ele preparava o café da manhã. Já tinha bolo pronto, pães e frios e null preparava algumas tapiocas. Enquanto isso,null aproveitou para pegar o seu celular, que ficou na bolsa que estava em cima do sofá, para olhar as mensagens recebidas.
Dentre várias que ainda não estavam abertas, null leu a mensagem de null, as demais podiam esperar. Uma era da noite anterior onde null avisava que já estava melhor, a outra mensagem era sobre null e null e ela fez questão de compartilhar ao voltar para a cozinha.
–“Você já viu algum site de fofocas hoje? Tem fotos sua com o null em todos os lugares.” – null releu a mensagem em voz alta, compartilhando a informação com null. – É uma mensagem da null, acho que estão falando da gente.
– Eu odeio esses boatos, mas já era de se esperar, esse povo não perde tempo. – Respondeu com humor enquanto se sentava na mesa para começar a comer, já havia servido os dois pratos que ali estavam. – O que estão dizendo?
null jogou o seu nome e o de null na Internet e logo apareceu todas as notícias, não estava interessada em perder seu tempo lendo cada uma, então leu somente as principais manchetes.
“null null e null null são vistos saindo juntos de um jantar na última noite.”
“Rivalidade apenas em campo: null null, jogadora do null, foi flagrada com null null, principal atacante do time null. Os dois saíram juntos e abraçados do evento que participaram.”
“null null, a camisa 10 do null, foi vista na noite anterior acompanhada por null null, o casal sequer parou para falar com a imprensa.”
“Depois de afirmar que estava solteiro, null null é flagrado com null null. Segundo informações, a jogadora foi para a casa do atacante e até o momento dessa notícia ela ainda não havia saído de lá.”
– Uau, eles são rápidos. – null riu das notícias enquanto comia.
– Meu Deus, se existe coisa melhor que comer eu desconheço, isso aqui tá uma delícia. – null comentou depois de morder um pedação da tapioca, fazendo com que null sorrisse novamente, mas por outro motivo. – E em relação às notícias, eu não me importo desde que não atrapalhe a minha vida pessoal ou profissional.
– Eu também deixo passar, coitado de mim se eu fosse ligar para tudo o que falam. – Ele negou com a cabeça enquanto bebia um gole de suco. – Preparada para desmentir isso nas próximas entrevistas?
– Ah, claro, com certeza eles vão acreditar quando eu disser que passamos a noite bebendo vinho e só paramos porque estávamos muito bêbados e fomos dormir. – null disse antes de gargalhar, contagiando o rapaz que estava em sua frente.
– É, se eu fosse jornalista eu também não acreditaria. – Ele brincou enquanto null se recuperava.
– Por isso eu prefiro dizer que te peguei, você é o mais comentado nos vestiários femininos, vou me sair superbem nessa história.
Os dois gargalharam e null negou com a cabeça o que havia acabado de falar. Certamente os jornalistas não acreditariam na história verdadeira então o melhor a se fazer era deixar eles pensarem o que quisessem.
– Vou ficar me achando por uma semana depois dessa. Mas posso te garantir que com você não é muito diferente. – Ele piscou e manteve o olhar na direção da jogadora.
– Eu prefiro não saber dos comentários, homens não são muito delicados quando vão elogiar. – null avisou, já imaginando o que ele poderia falar.
– Mas é sério, eles acham incrível o seu futebol e nunca conseguiram comparar com o de ninguém. – Segurou o riso, mesmo sendo verdade o que ele falava.
– Então acho que posso ficar me achando por um bom tempo também.
– Isso porque você não sabe do resto, mas eu não vou dizer porque com certeza está dentre os elogios que você não quer saber. – Ele continuou, segurando a risada após ver a expressão da jogadora.
– Agradeço muito se você me poupar disso. – Disse com humor, levantou o copo de suco como se fosse brindar com o rapaz.
Conversaram por mais algum tempo até null informar que ia embora. null se ofereceu para levá-la, mas ela recusou, null ia para a casa da atacante resolver algumas coisas e null pediu para que a amiga passasse na casa de null para pegá-la.
null interfonou na portaria apenas para confirmar as suas suspeitas: haviam vários paparazzis na entrada principal. Avisou null que tinha uma entrada de serviço e que se ela quisesse sair sem falar com ninguém, poderia sair por lá. null concordou e pediu para null mudar o destino e avisar quando estivesse no lugar combinado, meia hora depois null ligou avisando que já estava chegando.
– Depois devolvo a camisa, não vou vestir esse vestido agora. – null avisou enquanto descia as escadas, estava usando os seus saltos e com as suas coisas da noite anterior em mãos.
– Fica de presente, ficou boa em você. – Presenteou enquanto ajudava a garota colocar as suas coisas em uma sacola.
null sorriu em agradecimento e olhou para null, viu que ele sorria enquanto a encarava. Sem jeito,null quebrou o contato visual, vendo que ele continuava do mesmo jeito.
– Por que você está me olhando assim? – Ela questionou o rapaz, que ainda a olhava sem dizer nada.
E antes mesmo de responder alguma coisa, null se aproximou e juntou os seus lábios com os de null em um beijo calmo. Vendo que a garota retribuiu, ele aprofundou o beijo, depois de firmar as mãos na cintura da atacante. null colou mais ainda o seu corpo com o dele e mordiscou o lábio inferior de null, que respondeu o atrevimento com um puxão de cabelo ao mesmo tempo em que a outra mão do rapaz deslizava sobre o quadril da jogadora. Quando faltou ar para ambos eles se separaram, não sem antes trocar alguns selinhos.
– Já que estão falando da gente, vamos fazer com que as notícias sejam reais porque eu odeio boatos. – Ele brincou enquanto ainda estava abraçando o corpo de null.
– Não acredito que fui usada. – Ela negou com a cabeça tentando segurar a risada.
– Estou brincando, null, mas não ia conseguir deixar você ir embora sem roubar um beijo seu. – Foi sincero. – Mas também não quero que você pense que eu te chamei aqui para isso, porque não foi.
– Isso sequer passou pela minha cabeça. – Disse ao mesmo tempo que depositava um carinho na nuca do rapaz.
– Você me atraiu, gostei de conversar com você e te acho linda. Acho que tudo o que conversamos ontem e hoje despertou um interesse em...
– null? – null interrompeu o rapaz que ainda estava se explicando. – Acho que você pode usar essa boca para fazer outra coisa ao invés de tentar explicar o que eu já entendi.
null piscou para o rapaz e no segundo seguinte os lábios dela já estava junto com os dele novamente.
Capítulo 03
“Eu não sei ao certo porque estou postando isso aqui, sempre que vejo notícias falsas ao meu respeito eu nunca me pronuncio, mas dessa vez eu não posso admitir tamanha crueldade com alguém que não merece. Sim, eu e a null estamos nos conhecendo! E eu não estou fazendo esse texto para me justificar ou para defendê-la. Primeiro porque se estamos ficando, namorando ou casados, isso não diz respeito a vocês já que o que nos torna publico é o futebol. Segundo porque a null não precisa de mim para defendê-la. Pois é, ao contrário do que vocês estão falando, ela não precisa de mim para nada. Vocês só pensam no sucesso de vocês, esquecem que somos pessoas como qualquer outra, que também temos sentimentos e também somos humanos. Eu não queria ser grosso, mas eu não posso simplesmente assistir tudo isso acontecer e não fazer nada. Por isso vim aqui pedir para pararem com tantas mentiras porque isso é cruel demais, o único interesse que temos um pelo outro é o de nos conhecermos mais. Repito, a null não precisa de mim para NADA! Espero não ter que me pronunciar novamente em relação a isso, deixem a minha null em paz. Estamos sendo felizes, sejam também.”
Tudo aquilo que null havia acabado de ler era a legenda de uma foto que null havia postado a poucos minutos. Na foto os dois estavam juntos, ela estava com uma batata frita entre o lábio superior e o nariz, fingindo ser um bigode, enquanto segurava o riso. null estava sentado ao seu lado, com um sorriso que não cabia nos lábios fugindo de null que tentava sujar o nariz dele com sorvete. Era um momento dos dois, ali não tinha futebol, carreira ou mídia. Era apenas null e null, como tinha que ser.
Pela primeira vez null chorou diante de tudo o que estava acontecendo.null estava com ela a pouco tempo, mas a conhecia o suficiente para saber que aquela situação estava machucando muito a jogadora e que ela não ia conseguir fingir que estava tudo bem por muito tempo, foi por isso que ele resolveu se pronunciar.
O que doía em null não era o fato de que todas as notícias do mundo do futebol nos últimos dias eram sobre ela, null estava acostumada com isso. O pior de tudo era ver o quanto as pessoas eram maldosas e não pensavam duas vezes antes ferir alguém, desde que fossem beneficiadas com isso. Ver todos os comentários de que o envolvimento dela com null era puro marketing e que ela queria se beneficiar do sucesso dele para ser convocada para a copa do mundo feminina faziam o seu estômago revirar e, pelo menos para null, não fazia sentido algum.
Era como se tudo o que null já tivesse feito pela sua carreira não valesse de nada. Era como se ela precisasse de um homem ao seu lado para ser uma mulher bem vista no futebol. Todas notícias queriam dizer que sozinha null não conseguiria e aquilo era cruel demais, machista demais. Não precisavam dizer isso com todas as letras, ficou claro que eles estavam implicando com ela por ser mulher e por ter escolhido o futebol como profissão. E é claro que eles iam usar o seu envolvimento com null para ganhar algo em cima disso. Os dois não tinham assumido nenhum relacionamento, mas também não estavam escondendo nada de ninguém. Estavam se conhecendo e era isso o que respondiam sempre que eram questionados.
Quando null entrou no quarto,null já estava mais calma, mas certamente ele notou que ela estava chorando anteriormente. null havia dormido na casa dele e ele acordou primeiro que ela.null se sentou do lado de null na cama, abraçou a garota enquanto beijava o seu cabelo e deixava o silêncio falar pelos dois.null nunca pensou que, por ser mulher, ela precisaria de um homem para protegê-la de algo, sempre se achou o suficiente. Mas assim que ela sentiu aquele abraço, foi como se eles estivessem dentro de uma bolha onde nada pudesse atingir os dois. Ela sabia se cuidar mas naquele momento null estava mesmo precisado dos cuidados de null.
– Não precisava ter postado aquilo, não vão te deixar em paz agora. – null quebrou o silêncio que não era nada incômodo diante daquela situação.
– Alguém precisava falar alguma coisa,null. Eu nunca ligo para nada, mas dessa vez eles foram longe demais. – Ele respondeu com toda a calma que tinha.
null sabia que se ela não estivesse tão chateada com aquilo null nem teria se pronunciado, de fato ele não ligava com o que falavam ao seu respeito. Com null também era assim, coitada dela se fosse ligar para tudo o que falavam. Porém, daquela vez era diferente, estavam envolvendo o seu maior sonho e a pessoa que fez com que ela se sentisse sortuda depois que o encontrou.
– Já prevejo as manchetes amanhã: null null defende namoradinha no Instagram. – Revirou os olhos e ele riu.
– Uh, namoradinha? Isso é um pedido de namoro disfarçado? – Perguntou convencido para descontrair e null o empurrou levemente na cama, saindo do seu abraço.
– Não, é que colocar crush não vai dar tanto ibope. – Respondeu enquanto se enrolava na toalha para ir para o banho.
– Sabe o que eu mais gosto em você? – Ouviu null perguntar e notou que agora o seu tom de voz era sério, por isso ela o encarou. – Que você sabe lidar com tudo da melhor forma possível. Você chorou hoje porque querendo ou não isso mexe com você, mas nem por isso você parece ser fraca ou deixa de ser a mulher incrível que é. Soltam notícias falsas ao seu respeito porque são machistas demais para expor a mulher foda que você é.
– Ai, menino, para de ser incrível senão eu vou te casar comigo. – null falou enquanto abraçava null que já estava de pé.
– Sortudo sou eu que te conheço por inteiro, azar o deles. – Ele sussurrou já que estavam bem próximos um do outro.
– Só não te beijo agora porque eu ainda não escovei os dentes. – Riu e beijou o peito do rapaz coberto pela camisa, antes de ir em direção ao banheiro.
– Obrigada por cortar o clima, null. – Ele gritou e ela conseguiu ouvir mesmo com a porta fechada.
– Te dou todos os beijos que quiser depois. – Gritou de volta fazendo null gargalhar.
– Eu ficaria satisfeito com um convite para o banho. – Respondeu com todas as segundas intenções possíveis.
– O tempo que eu escovo os dentes é o suficiente para você tirar a roupa? – null quis saber depois de destrancar a porta, assistindo null andar em sua direção.
Tomaram um banho e como demoraram demais, saíram logo para almoçar, acabou ficando tarde para tomarem o café da manhã. Depois do almoço decidiram ir para a casa de null, já que ambos estavam de folga. No caminho, enquanto conversavam sobre qualquer coisa, o celular de null tocou.
– Meu bem, atende para mim? É o null, fala que eu estou dirigindo. – Ele pediu enquanto mantinha a atenção no volante.
null null era um dos amigos em comum que eles tinham e era a pessoa que estava mais feliz com o envolvimento dos dois, depois deles mesmos. Ele era o melhor amigo de null e jogava no time masculino do null, onde null o conheceu. Sempre que eles se encontravam, null dizia que não via a hora dos dois assumirem a relação, mesmo null sempre explicando que rótulos não faziam nenhuma diferença para ele.
– Oi, null. – Falou assim que atendeu a ligação.
– Olha a senhora null null atendendo o telefone do marido, como está? – Ele brincou e null ouviu a sua risada.
– Eu estou bem e pelo jeito você tá ótimo, né? Tá cheio das graças. – Riu e mesmo sem ouvir o que null falava, null também sorria. Ele conhecia o amigo que tinha e provavelmente imaginava que null estava fazendo alguma piadinha. – null está dirigindo e pediu para eu atender.
– Que pena, Poline me dispensou hoje para ficar com a família, ia chamar ele para irmos procurar umas gatinhas. – Disse e null sabia que ele só tinha falado aquilo para provocá-la.
– Não seja por isso. – null colocou o telefone no viva voz e aproximou o aparelho de null. – null tá te chamando para ir procurar umas gatinhas, ele foi dispensado por Poline e quer a sua companhia para fazer jus a fama que os jogadores têm.
– Já estou com uma que vale por dez, irmão, não vai rolar. – null respondeu e null sorriu convencida.
– null null não entra em campo se não for para jogar de verdade, meu caro, null. – Beijou a bochecha de null mesmo sabendo que null não veria aquilo.
– Porra, null, eu estava brincando. Na verdade eu ia chamar o null para lermos alguns livros.
– Tome vergonha na tua cara, null. – Ela gritou já que segurava o celular mais próximo de null do que dela mesma.
– Depois o cara fica sem sexo e quem vai sofrer ouvindo as reclamações é o amigo aqui. – Ele se explicou, justificando a sua péssima resposta.
– Se depender disso, te garanto que nunca mais você vai ouvir ele reclamar.
– Caralho!
– Eu te avisei que ela valia por dez. – null repetiu, quando já estavam entrando no condomínio de null. – Mas o que você manda, irmão?
– Não era nada demais, ia te chamar para tomar umas, Poline tá com a família e as crianças e eu estou abandonado, mas não vou atrapalhar o casal que ainda não é casal.
– null, vem aqui na minha casa. Acabamos de chegar e vamos beber alguma coisa. – null convidou antes mesmo de null responder algo e notou que ele aprovou a ideia de imediato.
– Deus me livre ser empata foda de alguém. – Disse e logo em seguida deu risada, fazendo com que os amigos ouvintes sorrissem também.
– A null vai vir também e pode deixar que quando a vontade bater eu expulso vocês daqui. – Ela riu mais uma vez, contagiando null e o amigo que estava do outro lado da linha.
– Você não existe, null. Não vou atrapalhar mesmo? – Quis saber enquanto se recuperava.
– Não, irmão. – Foi a vez de null responder. – Vem que a null tem um acervo de bebidas incrível.
– Agora estamos falando a mesma língua, me passa o endereço que eu chego ai voando.
– Vou te mandar via mensagem. Um abraço, irmão. Ate já!
– Até, seus lindos!
Não demorou muito para que null chegasse, uns quarenta minutos depois null também chegou. null ficou no suco e os outros três beberam moderadamente e conversaram sobre tudo, principalmente sobre as notícias que saíram a respeito da vida de null e de null.Os dois amigos também achavam um absurdo e fazia questão de deixar claro que estavam do lado do casal e se precisassem de alguma coisa, podiam contar com eles.
Quando o assunto finalizou e os amigos começaram a conversar sobre qualquer outra coisa, null encarou a janela do cômodo onde estava. Viu que alguns adolescentes chegavam na quadra para jogar, ela adorava jogar com eles e o mais engraçado era que, mesmo morando ali a tantos anos, eles ainda ficavam surpresos com a sua presença.
– Vamos jogar lá na quadra? – Chamou ao voltar a sua atenção para os amigos.
– Que tipo de amiga é você que propõe que a gente aproveite a folga fazendo o que a gente mais faz na vida? – null brincou e null revirou os olhos, já conhecia bem o bom humor do amigo.
– É o que a gente mais gosta e sabe fazer de melhor. – null falou e null entendeu aquilo como um sim para o convite.
– Você sabe fazer outras coisas muito bem também, amorzinho. – Ela brincou deixando null sem graça.
– Mas vamos jogar sim, null. Só estou sem chuteiras.– null concordou enquanto encarava o casal em sua frente.
– Jogamos descalços mesmo, bom que eu já tento perder tudo o que comi aqui. – null apontou com o olhar os pratos vazios que antes estavam cheios de batatas fritas e hambúrgueres.
– O pessoal daqui vai adorar vocês lá, eles sempre surtam quando eu vou para lá jogar com eles e quando a null está comigo também. – Falou e null afirmou com a cabeça.
– Eu no lugar deles faria o mesmo. – null deu um selinho em null depois de dizer.
– Vamos logo, casal ternura? – null cortou o clima e todos eles arrumaram a bagunça que haviam feito antes de sair.
Os quatro desceram para a quadra e visualizaram alguns meninos e meninas jogando juntos, quando chegaram todos pararam o jogo e olharam para eles, conseguiam ouvir burburinhos com os seus nomes. Se mesmo já conhecendo null e null era sempre uma festa quando elas iam jogar com os jovens moradores do condomínio, dessa vez que elas trouxeram mais companhias não foi diferente.
– Vocês vão jogar? Já vamos sair, só estávamos brincando. – Um rapaz falou para null, sem deixar de encarar os outros três que estavam ao lado dela, como se eles tivessem prioridades ali.
– Não, claro que não, viemos para jogar com vocês.
– Eles também? – Um outro rapaz perguntou apontando para null e null, fazendo null afirmar com a cabeça. – Eu sou fã deles, era meu sonho conhecê-los.
null e null não deixaram de sorrir ao ouvir aquilo, nem mesmo quando viu as lágrimas do garoto, pois sabiam que eram de alegrias. Os dois trocaram olhares antes de ir abraçar o rapaz que parecia não acreditar no que estava acontecendo.
– Eu vou ser eternamente zoado no condomínio por estar chorando por vocês. – O jovem garoto disse sorrindo, enquanto todos os outros assistiam aquela cena. – Mas é que eu nunca pensei que pudesse conhecer meus ídolos.
– Chorar por um homem ou admirá-lo não tem nenhum problema, meu amigo. Isso apenas mostra que dentro de você tem sentimentos, e todos nós temos. – null respondeu enquanto ainda o abraçava pelos ombros.
– Chorar por homem tudo bem, mas justo por esses homens feios? – null brincou, bagunçando os cabelos de null.
– Fale por você, irmão.– Riu e empurrou o amigo pelo ombro, voltando a sua atenção para o garotinho.
– Eu posso tirar uma foto com vocês? – O garoto perguntou depois de limpar as lágrimas.
– Só se você nos colocar em seu time. – null propôs animado, vendo o menino afirmar várias vezes com a cabeça.
Todos ali começaram a tirar fotos com os jogadores e com as jogadoras também. null gostava daquilo, daquela troca sincera, dos abraços apertados e dos elogios cheios de carinhos.
– Meninas contra os meninos, certo? – null perguntou quando eles começaram a formar o time.
– Não é melhor misturar? – Uma menina perguntou receosa. – É que os homens sempre jogam melhor que nós mulheres, misturando fica mais equilibrado. – Finalizou, tinha uma certa inocência na sua fala.
– Meu amor, somos ou podemos ser tão boas quanto eles. O fato de serem homens não quer dizer que eles já nascem com o futebol nos pés. Qualquer um pode ser muito bom se quiser. – null explicou, pensando bem nas palavras para que a sua explicação não soasse como grosseria. Sorriu para a garota que afirmou com a cabeça, mantendo um sorriso nos lábios.
Talvez aquele próprio pensamento fizesse com que a garota não acreditasse nela mesma enquanto jogava. O sorriso que ela deu após ouvir atentamente a atacante fez com que null pensasse que aquilo também havia funcionado como um incentivo. Torcia internamente para que o seu pensamento estivesse certo.
– Talvez você diga isso porque hoje em dia o foco é no futebol masculino, é difícil, mas estamos tentando aos poucos buscar o nosso espaço. Precisamos acreditar que tudo pode e vai melhorar. – null concluiu e logo eles formaram os times.
Assim que o cronômetro que marcava o tempo do jogo zerou, foi constatada a vitória do time de null, com um gol dela, um de null e dois da garotinha que não achava que elas poderiam ganhar.
Tudo aquilo que null havia acabado de ler era a legenda de uma foto que null havia postado a poucos minutos. Na foto os dois estavam juntos, ela estava com uma batata frita entre o lábio superior e o nariz, fingindo ser um bigode, enquanto segurava o riso. null estava sentado ao seu lado, com um sorriso que não cabia nos lábios fugindo de null que tentava sujar o nariz dele com sorvete. Era um momento dos dois, ali não tinha futebol, carreira ou mídia. Era apenas null e null, como tinha que ser.
Pela primeira vez null chorou diante de tudo o que estava acontecendo.null estava com ela a pouco tempo, mas a conhecia o suficiente para saber que aquela situação estava machucando muito a jogadora e que ela não ia conseguir fingir que estava tudo bem por muito tempo, foi por isso que ele resolveu se pronunciar.
O que doía em null não era o fato de que todas as notícias do mundo do futebol nos últimos dias eram sobre ela, null estava acostumada com isso. O pior de tudo era ver o quanto as pessoas eram maldosas e não pensavam duas vezes antes ferir alguém, desde que fossem beneficiadas com isso. Ver todos os comentários de que o envolvimento dela com null era puro marketing e que ela queria se beneficiar do sucesso dele para ser convocada para a copa do mundo feminina faziam o seu estômago revirar e, pelo menos para null, não fazia sentido algum.
Era como se tudo o que null já tivesse feito pela sua carreira não valesse de nada. Era como se ela precisasse de um homem ao seu lado para ser uma mulher bem vista no futebol. Todas notícias queriam dizer que sozinha null não conseguiria e aquilo era cruel demais, machista demais. Não precisavam dizer isso com todas as letras, ficou claro que eles estavam implicando com ela por ser mulher e por ter escolhido o futebol como profissão. E é claro que eles iam usar o seu envolvimento com null para ganhar algo em cima disso. Os dois não tinham assumido nenhum relacionamento, mas também não estavam escondendo nada de ninguém. Estavam se conhecendo e era isso o que respondiam sempre que eram questionados.
Quando null entrou no quarto,null já estava mais calma, mas certamente ele notou que ela estava chorando anteriormente. null havia dormido na casa dele e ele acordou primeiro que ela.null se sentou do lado de null na cama, abraçou a garota enquanto beijava o seu cabelo e deixava o silêncio falar pelos dois.null nunca pensou que, por ser mulher, ela precisaria de um homem para protegê-la de algo, sempre se achou o suficiente. Mas assim que ela sentiu aquele abraço, foi como se eles estivessem dentro de uma bolha onde nada pudesse atingir os dois. Ela sabia se cuidar mas naquele momento null estava mesmo precisado dos cuidados de null.
– Não precisava ter postado aquilo, não vão te deixar em paz agora. – null quebrou o silêncio que não era nada incômodo diante daquela situação.
– Alguém precisava falar alguma coisa,null. Eu nunca ligo para nada, mas dessa vez eles foram longe demais. – Ele respondeu com toda a calma que tinha.
null sabia que se ela não estivesse tão chateada com aquilo null nem teria se pronunciado, de fato ele não ligava com o que falavam ao seu respeito. Com null também era assim, coitada dela se fosse ligar para tudo o que falavam. Porém, daquela vez era diferente, estavam envolvendo o seu maior sonho e a pessoa que fez com que ela se sentisse sortuda depois que o encontrou.
– Já prevejo as manchetes amanhã: null null defende namoradinha no Instagram. – Revirou os olhos e ele riu.
– Uh, namoradinha? Isso é um pedido de namoro disfarçado? – Perguntou convencido para descontrair e null o empurrou levemente na cama, saindo do seu abraço.
– Não, é que colocar crush não vai dar tanto ibope. – Respondeu enquanto se enrolava na toalha para ir para o banho.
– Sabe o que eu mais gosto em você? – Ouviu null perguntar e notou que agora o seu tom de voz era sério, por isso ela o encarou. – Que você sabe lidar com tudo da melhor forma possível. Você chorou hoje porque querendo ou não isso mexe com você, mas nem por isso você parece ser fraca ou deixa de ser a mulher incrível que é. Soltam notícias falsas ao seu respeito porque são machistas demais para expor a mulher foda que você é.
– Ai, menino, para de ser incrível senão eu vou te casar comigo. – null falou enquanto abraçava null que já estava de pé.
– Sortudo sou eu que te conheço por inteiro, azar o deles. – Ele sussurrou já que estavam bem próximos um do outro.
– Só não te beijo agora porque eu ainda não escovei os dentes. – Riu e beijou o peito do rapaz coberto pela camisa, antes de ir em direção ao banheiro.
– Obrigada por cortar o clima, null. – Ele gritou e ela conseguiu ouvir mesmo com a porta fechada.
– Te dou todos os beijos que quiser depois. – Gritou de volta fazendo null gargalhar.
– Eu ficaria satisfeito com um convite para o banho. – Respondeu com todas as segundas intenções possíveis.
– O tempo que eu escovo os dentes é o suficiente para você tirar a roupa? – null quis saber depois de destrancar a porta, assistindo null andar em sua direção.
Tomaram um banho e como demoraram demais, saíram logo para almoçar, acabou ficando tarde para tomarem o café da manhã. Depois do almoço decidiram ir para a casa de null, já que ambos estavam de folga. No caminho, enquanto conversavam sobre qualquer coisa, o celular de null tocou.
– Meu bem, atende para mim? É o null, fala que eu estou dirigindo. – Ele pediu enquanto mantinha a atenção no volante.
null null era um dos amigos em comum que eles tinham e era a pessoa que estava mais feliz com o envolvimento dos dois, depois deles mesmos. Ele era o melhor amigo de null e jogava no time masculino do null, onde null o conheceu. Sempre que eles se encontravam, null dizia que não via a hora dos dois assumirem a relação, mesmo null sempre explicando que rótulos não faziam nenhuma diferença para ele.
– Oi, null. – Falou assim que atendeu a ligação.
– Olha a senhora null null atendendo o telefone do marido, como está? – Ele brincou e null ouviu a sua risada.
– Eu estou bem e pelo jeito você tá ótimo, né? Tá cheio das graças. – Riu e mesmo sem ouvir o que null falava, null também sorria. Ele conhecia o amigo que tinha e provavelmente imaginava que null estava fazendo alguma piadinha. – null está dirigindo e pediu para eu atender.
– Que pena, Poline me dispensou hoje para ficar com a família, ia chamar ele para irmos procurar umas gatinhas. – Disse e null sabia que ele só tinha falado aquilo para provocá-la.
– Não seja por isso. – null colocou o telefone no viva voz e aproximou o aparelho de null. – null tá te chamando para ir procurar umas gatinhas, ele foi dispensado por Poline e quer a sua companhia para fazer jus a fama que os jogadores têm.
– Já estou com uma que vale por dez, irmão, não vai rolar. – null respondeu e null sorriu convencida.
– null null não entra em campo se não for para jogar de verdade, meu caro, null. – Beijou a bochecha de null mesmo sabendo que null não veria aquilo.
– Porra, null, eu estava brincando. Na verdade eu ia chamar o null para lermos alguns livros.
– Tome vergonha na tua cara, null. – Ela gritou já que segurava o celular mais próximo de null do que dela mesma.
– Depois o cara fica sem sexo e quem vai sofrer ouvindo as reclamações é o amigo aqui. – Ele se explicou, justificando a sua péssima resposta.
– Se depender disso, te garanto que nunca mais você vai ouvir ele reclamar.
– Caralho!
– Eu te avisei que ela valia por dez. – null repetiu, quando já estavam entrando no condomínio de null. – Mas o que você manda, irmão?
– Não era nada demais, ia te chamar para tomar umas, Poline tá com a família e as crianças e eu estou abandonado, mas não vou atrapalhar o casal que ainda não é casal.
– null, vem aqui na minha casa. Acabamos de chegar e vamos beber alguma coisa. – null convidou antes mesmo de null responder algo e notou que ele aprovou a ideia de imediato.
– Deus me livre ser empata foda de alguém. – Disse e logo em seguida deu risada, fazendo com que os amigos ouvintes sorrissem também.
– A null vai vir também e pode deixar que quando a vontade bater eu expulso vocês daqui. – Ela riu mais uma vez, contagiando null e o amigo que estava do outro lado da linha.
– Você não existe, null. Não vou atrapalhar mesmo? – Quis saber enquanto se recuperava.
– Não, irmão. – Foi a vez de null responder. – Vem que a null tem um acervo de bebidas incrível.
– Agora estamos falando a mesma língua, me passa o endereço que eu chego ai voando.
– Vou te mandar via mensagem. Um abraço, irmão. Ate já!
– Até, seus lindos!
Não demorou muito para que null chegasse, uns quarenta minutos depois null também chegou. null ficou no suco e os outros três beberam moderadamente e conversaram sobre tudo, principalmente sobre as notícias que saíram a respeito da vida de null e de null.Os dois amigos também achavam um absurdo e fazia questão de deixar claro que estavam do lado do casal e se precisassem de alguma coisa, podiam contar com eles.
Quando o assunto finalizou e os amigos começaram a conversar sobre qualquer outra coisa, null encarou a janela do cômodo onde estava. Viu que alguns adolescentes chegavam na quadra para jogar, ela adorava jogar com eles e o mais engraçado era que, mesmo morando ali a tantos anos, eles ainda ficavam surpresos com a sua presença.
– Vamos jogar lá na quadra? – Chamou ao voltar a sua atenção para os amigos.
– Que tipo de amiga é você que propõe que a gente aproveite a folga fazendo o que a gente mais faz na vida? – null brincou e null revirou os olhos, já conhecia bem o bom humor do amigo.
– É o que a gente mais gosta e sabe fazer de melhor. – null falou e null entendeu aquilo como um sim para o convite.
– Você sabe fazer outras coisas muito bem também, amorzinho. – Ela brincou deixando null sem graça.
– Mas vamos jogar sim, null. Só estou sem chuteiras.– null concordou enquanto encarava o casal em sua frente.
– Jogamos descalços mesmo, bom que eu já tento perder tudo o que comi aqui. – null apontou com o olhar os pratos vazios que antes estavam cheios de batatas fritas e hambúrgueres.
– O pessoal daqui vai adorar vocês lá, eles sempre surtam quando eu vou para lá jogar com eles e quando a null está comigo também. – Falou e null afirmou com a cabeça.
– Eu no lugar deles faria o mesmo. – null deu um selinho em null depois de dizer.
– Vamos logo, casal ternura? – null cortou o clima e todos eles arrumaram a bagunça que haviam feito antes de sair.
Os quatro desceram para a quadra e visualizaram alguns meninos e meninas jogando juntos, quando chegaram todos pararam o jogo e olharam para eles, conseguiam ouvir burburinhos com os seus nomes. Se mesmo já conhecendo null e null era sempre uma festa quando elas iam jogar com os jovens moradores do condomínio, dessa vez que elas trouxeram mais companhias não foi diferente.
– Vocês vão jogar? Já vamos sair, só estávamos brincando. – Um rapaz falou para null, sem deixar de encarar os outros três que estavam ao lado dela, como se eles tivessem prioridades ali.
– Não, claro que não, viemos para jogar com vocês.
– Eles também? – Um outro rapaz perguntou apontando para null e null, fazendo null afirmar com a cabeça. – Eu sou fã deles, era meu sonho conhecê-los.
null e null não deixaram de sorrir ao ouvir aquilo, nem mesmo quando viu as lágrimas do garoto, pois sabiam que eram de alegrias. Os dois trocaram olhares antes de ir abraçar o rapaz que parecia não acreditar no que estava acontecendo.
– Eu vou ser eternamente zoado no condomínio por estar chorando por vocês. – O jovem garoto disse sorrindo, enquanto todos os outros assistiam aquela cena. – Mas é que eu nunca pensei que pudesse conhecer meus ídolos.
– Chorar por um homem ou admirá-lo não tem nenhum problema, meu amigo. Isso apenas mostra que dentro de você tem sentimentos, e todos nós temos. – null respondeu enquanto ainda o abraçava pelos ombros.
– Chorar por homem tudo bem, mas justo por esses homens feios? – null brincou, bagunçando os cabelos de null.
– Fale por você, irmão.– Riu e empurrou o amigo pelo ombro, voltando a sua atenção para o garotinho.
– Eu posso tirar uma foto com vocês? – O garoto perguntou depois de limpar as lágrimas.
– Só se você nos colocar em seu time. – null propôs animado, vendo o menino afirmar várias vezes com a cabeça.
Todos ali começaram a tirar fotos com os jogadores e com as jogadoras também. null gostava daquilo, daquela troca sincera, dos abraços apertados e dos elogios cheios de carinhos.
– Meninas contra os meninos, certo? – null perguntou quando eles começaram a formar o time.
– Não é melhor misturar? – Uma menina perguntou receosa. – É que os homens sempre jogam melhor que nós mulheres, misturando fica mais equilibrado. – Finalizou, tinha uma certa inocência na sua fala.
– Meu amor, somos ou podemos ser tão boas quanto eles. O fato de serem homens não quer dizer que eles já nascem com o futebol nos pés. Qualquer um pode ser muito bom se quiser. – null explicou, pensando bem nas palavras para que a sua explicação não soasse como grosseria. Sorriu para a garota que afirmou com a cabeça, mantendo um sorriso nos lábios.
Talvez aquele próprio pensamento fizesse com que a garota não acreditasse nela mesma enquanto jogava. O sorriso que ela deu após ouvir atentamente a atacante fez com que null pensasse que aquilo também havia funcionado como um incentivo. Torcia internamente para que o seu pensamento estivesse certo.
– Talvez você diga isso porque hoje em dia o foco é no futebol masculino, é difícil, mas estamos tentando aos poucos buscar o nosso espaço. Precisamos acreditar que tudo pode e vai melhorar. – null concluiu e logo eles formaram os times.
Assim que o cronômetro que marcava o tempo do jogo zerou, foi constatada a vitória do time de null, com um gol dela, um de null e dois da garotinha que não achava que elas poderiam ganhar.
Capítulo 04
null respirou fundo antes de encarar a bola e a goleira do time adversário, os gritos da torcida faziam o seu coração bater mais rápido, mesmo que aquela não fosse a primeira vez que ela batia um pênalti nos minutos finais do segundo tempo de um jogo que estava empatado. Ela jamais se acostumaria.
null havia sofrido a falta e fez questão de que fosse null a jogadora a cobrar aquele pênalti, ela sabia a importância daquele gol e mais ainda a qualidade de sua amiga, as demais jogadoras também sabiam.
null se posicionou e aguardou o apito da juíza autorizando o chute. Assim que escutou o barulho, que já era familiar, respirou fundo, correu em direção a bola e chutou sem dar a goleira nenhuma chance de defender, acertando a rede no fundo do gol.
O que ela ouviu depois foram os gritos da torcida enquanto era abraçada por null e pelas suas outras companheiras de time. Comemoraram mais ainda quando a juíza apitou novamente, informando que o jogo havia chegado ao fim e que elas saíram com a vitória.
Depois de comemorar com a torcida e cumprimentar as jogadoras do time adversário, null andou sozinha em direção ao vestiário, já que algumas jogadoras ainda estavam no campo conversando ou dando entrevistas.
Não conseguiu segurar o sorriso quando entrou no túnel que dava acesso ao vestiário e viu null se despedindo das jogadoras que ele estava conversando e indo ao seu encontro. O garoto, que estava extremamente arrumado e cheiroso, abraçou a companheira sem se importar que ela havia corrido pelo gramado o jogo inteiro. Selou os lábios de null com um selinho demorado e assim que ela abriu os olhos, viu o sorriso de null bem próximo do dela.
– Eu não sabia que você vinha. – Foi sincera enquanto mantinha as mãos no pescoço do rapaz, já que ele ainda a abraçava pela cintura.
– Eu quis fazer uma surpresa. – Disse antes de beijá-la novamente, só que com mais intensidade. – Parabéns, meu amor, você é incrível e eu não me canso de te dizer isso.
– Obrigada, eu amei que você veio. – Respondeu ao elogio enquanto encarava o rapaz.
– Podíamos fazer algo hoje, o que acha? O quão cansada você está? – Ele perguntou logo em seguida, pensando nos planos para aquela noite, não ficaram muito tempo juntos naquela semana porque ele viajou para jogar fora.
– O normal para qualquer jogo, nada exagerado. – Deu de ombros enquanto respondia e viu null acompanhar seu movimento com o olhar.
– Eu queria te convidar para jantar, mas se você preferir vamos para casa descansar, pedimos algo para comer e saímos em uma outra oportunidade.
– Não, podemos ir hoje sim. – Disse e foi notável a sua animação com o convite.
– Tem certeza? – Perguntou arqueando a sobrancelha, sabia o quanto as partidas exigiam dos jogadores.
– Claro, depois de um banho eu vou estar novinha em folha. – Olhou para o próprio estado. – E é exatamente o que estou precisando agora.
– Você consegue ficar linda de qualquer jeito. – Ele sorriu junto com null que negava com a cabeça. – Quer que eu te espere?
– Acho que ainda vou demorar para ir embora. – Não precisou explicar muito, afinal, null jogava e sabia muito bem como funcionava os momentos pós jogos. – Se você quiser fazer alguma coisa enquanto ainda estou aqui, a gente se encontra mais tarde.
– Tudo bem, vou dar uma passada lá no null para dar um beijo nas crianças e te encontro na sua casa lá pelas 21:00, pode ser?
– Combinado, meu bem. – null sorriu novamente depois de beijar null pela última vez naquela tarde, antes de ir em direção ao vestiário.
Tomou um banho, que relaxou todo o seu corpo e encontrou null assim que saiu do box. A amiga estava se preparando para começar a tomar o seu, provavelmente ela havia parado para dar algumas entrevistas.
null também sempre falava com a imprensa, mas não procurava por ela. Não se importava quando saía do campo sem dar nenhuma entrevista. Achava importante falar, mas as vezes ela queria que as pessoas notassem apenas o que ela era dentro de campo. Naquele jogo por exemplo, ela considerava que havia feito uma ótima partida, não precisava dizer muita coisa ou se explicar, não tinha motivos para isso.
– Troquei algumas palavras com o null quando estava vindo para o vestiário, não sabia que ele vinha assistir ao jogo. – null comentou enquanto separava as coisas que usaria no banho.
– Eu também não, ele quis fazer uma surpresa. – null respondeu parada ao lado da amiga.
– Que fofo da parte dele. – null fez um bico que arrancou um sorriso de null. – Mas ele perdeu a chance de ter um golaço dedicado a ele.
– Espero ter muitas outras oportunidades para fazer isso. – null piscou antes de andar em direção a saída do banheiro.
– Ah, o amor... – Ela já estava distante, mas ainda conseguiu ouvir null responder, negou com a cabeça e sorriu, mesmo sabendo que a amiga não estava vendo mais.
Após todo o momento do vestiário, onde as jogadoras e o técnico conversavam e pontuavam alguns detalhes sobre a partida, null foi para a sua casa, ainda precisava se arrumar para o jantar.
Faltava alguns bons minutos para o horário que ela havia combinado com null, quando null ficou pronta. Usava um vestido soltinho e um salto, amarrou o cabelo em um rabo de cavalo deixando apenas alguns fios soltos na frente e optou por uma maquiagem mais leve. Admirou a imagem que viu no espelho, aprovando o resultado.
Achava estranho o seu coração ainda acelerar quando se tratava de null, o rapaz conseguia despertar nela sentimentos que até então eram desconhecidos. Havia se passado pouco tempo, mas parecia que eles já se conheciam de outras vidas. Mesmo se tudo aquilo não fosse durar,null seria eternamente grata ao universo por ter cruzado o caminho dos dois.
Eles ainda estavam na fase de se conhecerem e null não queria apressar nada, embora sonhasse com o momento em que eles pudessem ter algo oficial. Não sabia o que o futuro reservava para os dois, mas preferia esperar do que precipitar qualquer coisa. Tudo estava acontecendo como tinha que acontecer.
Tirou uma foto onde mostrava o seu rosto, o penteado e apenas o início do seu vestido. Nos seus lábios, um sorriso que ela não conseguia conter. Resolveu enviar a foto para null, primeiro para avisar que estava pronta e segundo porque ela queria mostrar aquela imagem para o rapaz.
null: Amor, estou pronta para você. E já estou com saudades.
Enviou a mensagem e logo em seguida a imagem, demorou menos de um minuto para que null respondesse.
null: Meu amor, que foto linda, eu sou muito sortudo mesmo! Já estou terminando de me arrumar para ir ver esse sorriso de perto.
null: Você vai acreditar se eu disser que o motivo dele era porque eu estava pensando em você?
null: Sim e vou ficar muito feliz em saber que desperto em você o mesmo que desperta em mim.
null: Lindo!
null: Estou saindo, te aviso quando estiver chegando. Se eu entrar provavelmente não sairemos da sua casa hoje. Hahaha.
null: Eu gosto da proposta, mas tenho certeza que o jantar vai ser muito bom também.
null: Sendo você a companhia, não tem como ser diferente. E temos a noite toda pela frente também.
null: Você sabe como levantar o meu ego. Hahaha.
null: Já devia estar acostumada com elogios. Estou indo, meu bem, te ligo quando estiver chegando. Beijos na boca.
null: Ok, estou te esperando. Beijão!
Não demorou muito para null chegasse, ligou para null quando estava na frente da casa dela e assim que ela saiu, viu o rapaz encostado no carro, mexendo no celular enquanto a esperava.
Guardou o aparelho no bolso sem deixar de observar a caminhada de null até ele, quando ela já estava bem próxima, null envolveu a cintura dela com as mãos e os lábios dela com os seus. O beijo era calmo, mas não deixava de ser excitante, o encontro das línguas causava arrepios em ambos os corpos. Apesar das bocas já se conhecerem bem, eles nunca se acostumariam com as sensações que um beijo dos dois podia causar.
– Senti saudades dessa boca. – null falou depois de morder o lábio de null. – E de você por inteira, é claro.
– Eu também senti. – null respondeu ao mesmo tempo em que sentia o perfume do rapaz. – Você tá lindo!
null estava com uma calça preta e uma blusa branca, por cima usava um blazer azul-escuro. Seu perfume estava forte como sempre e nos seus cabelos bagunçados ainda tinha alguns fios molhados.
– Obrigado, eu tenho que me esforçar para não fazer feio do seu lado. – Ele brincou ao mesmo tempo em que fazia um carinho na bochecha dela.
– Ai que exagerado, você fica lindo até acordando. – null disse e null negou coma cabeça.
– E você é linda em qualquer momento, mas eu ainda não me acostumei e fico bobo sempre que te vejo.
Não deu tempo para null responder, assim que ela sorriu ele beijou os seus lábios novamente e, assim que seus corpos se desgrudaram, abriu a porta do carro para que ela entrasse.
Logo que ele entrou no carro, os dois continuaram conversando. Vez ou outra eles também cantavam as músicas que passavam na rádio. null tentava imitar os cantores que estavam ouvindo naquele momento, mesmo sem levar jeito para música, arrancando boas risadas de null.
Ao lado do rapaz, null conseguia ser quem era de verdade, sem nenhuma vergonha ou receio. O melhor de tudo era saber que era exatamente por isso que null estava com ela, ele gostava da jogadora exatamente como ela era e isso fazia com que null gostasse mais ainda dele.
Foram em um restaurante japonês, o ambiente tinha uma pegada mais romântica e não estava cheio. Todos os clientes que ali estavam reconheceram o casal, mas ninguém interrompeu o momento e a caminhada dos dois até a mesa, e eles agradeceram mentalmente por isso.
Apesar de saberem que qualquer pessoa poderia tirar foto ou filmar, só o fato de respeitarem o momento de lazer dos dois já valia muito. Nem sempre as pessoas famosas estavam dispostas a parar para tirar foto ou dar um autógrafo, mesmo sendo algo extremamente gratificante. As vezes elas só queriam sair como pessoas normais e deixarem de lado a fama e tudo o que ela trazia consigo.
Naquela noite, null e null só queriam ter um jantar especial e felizmente as pessoas que ali estavam pareciam ter percebido isso.
– Eu não conhecia esse lugar, a decoração é incrível. – null iniciou a conversa depois que os dois se instalaram em uma mesa mais reservada e fizeram o pedido.
– Eu adoro vir aqui, quis te trazer porque essa noite especial merece.
– Noite especial? – null repetiu as suas palavras em forma de pergunta, sem entender aonde ele queria chegar. – Você diz isso pela vitória?
– Não exatamente. – Riu sem jeito e segurou a mão de null que estava em cima da mesa. – Na verdade, null, eu te trouxe aqui porque eu queria te dizer que você é muito especial para mim, embora você já saiba disso. – Ele sorriu e null fez o mesmo, seus olhos brilharam só de ouvir o rapaz falar. – Depois que você chegou na minha vida, ela mudou para melhor e eu agradeço você por isso.
– É tudo recíproco, null.
– Eu amo você. – Ele disse de uma só vez aquelas três palavras que o casal ainda não havia pronunciado, segurou a mão de null com um pouco mais de força, demonstrando seu nervosismo. – Eu amo muito você e tudo o que estamos vivendo e aprendendo um ao lado do outro.
null não conseguia parar de sorrir, jamais esperava ouvir aquelas palavras naquela noite, mas sabia que elas eram sinceras. O melhor de tudo era que ela também sentia o mesmo.
– Eu também te amo, meu amor, e estou muito feliz ao seu lado. – Seus olhos brilharam ao encarar os dele.
null levantou o seu corpo e se curvou em direção a garota para beijá-la. Selaram aquela declaração com um beijo cheio de significados. Apesar dos dois estarem no início de uma linda jornada, eles sabiam que, com o amor caminhando com eles, tudo seria bem mais fácil.
null havia sofrido a falta e fez questão de que fosse null a jogadora a cobrar aquele pênalti, ela sabia a importância daquele gol e mais ainda a qualidade de sua amiga, as demais jogadoras também sabiam.
null se posicionou e aguardou o apito da juíza autorizando o chute. Assim que escutou o barulho, que já era familiar, respirou fundo, correu em direção a bola e chutou sem dar a goleira nenhuma chance de defender, acertando a rede no fundo do gol.
O que ela ouviu depois foram os gritos da torcida enquanto era abraçada por null e pelas suas outras companheiras de time. Comemoraram mais ainda quando a juíza apitou novamente, informando que o jogo havia chegado ao fim e que elas saíram com a vitória.
Depois de comemorar com a torcida e cumprimentar as jogadoras do time adversário, null andou sozinha em direção ao vestiário, já que algumas jogadoras ainda estavam no campo conversando ou dando entrevistas.
Não conseguiu segurar o sorriso quando entrou no túnel que dava acesso ao vestiário e viu null se despedindo das jogadoras que ele estava conversando e indo ao seu encontro. O garoto, que estava extremamente arrumado e cheiroso, abraçou a companheira sem se importar que ela havia corrido pelo gramado o jogo inteiro. Selou os lábios de null com um selinho demorado e assim que ela abriu os olhos, viu o sorriso de null bem próximo do dela.
– Eu não sabia que você vinha. – Foi sincera enquanto mantinha as mãos no pescoço do rapaz, já que ele ainda a abraçava pela cintura.
– Eu quis fazer uma surpresa. – Disse antes de beijá-la novamente, só que com mais intensidade. – Parabéns, meu amor, você é incrível e eu não me canso de te dizer isso.
– Obrigada, eu amei que você veio. – Respondeu ao elogio enquanto encarava o rapaz.
– Podíamos fazer algo hoje, o que acha? O quão cansada você está? – Ele perguntou logo em seguida, pensando nos planos para aquela noite, não ficaram muito tempo juntos naquela semana porque ele viajou para jogar fora.
– O normal para qualquer jogo, nada exagerado. – Deu de ombros enquanto respondia e viu null acompanhar seu movimento com o olhar.
– Eu queria te convidar para jantar, mas se você preferir vamos para casa descansar, pedimos algo para comer e saímos em uma outra oportunidade.
– Não, podemos ir hoje sim. – Disse e foi notável a sua animação com o convite.
– Tem certeza? – Perguntou arqueando a sobrancelha, sabia o quanto as partidas exigiam dos jogadores.
– Claro, depois de um banho eu vou estar novinha em folha. – Olhou para o próprio estado. – E é exatamente o que estou precisando agora.
– Você consegue ficar linda de qualquer jeito. – Ele sorriu junto com null que negava com a cabeça. – Quer que eu te espere?
– Acho que ainda vou demorar para ir embora. – Não precisou explicar muito, afinal, null jogava e sabia muito bem como funcionava os momentos pós jogos. – Se você quiser fazer alguma coisa enquanto ainda estou aqui, a gente se encontra mais tarde.
– Tudo bem, vou dar uma passada lá no null para dar um beijo nas crianças e te encontro na sua casa lá pelas 21:00, pode ser?
– Combinado, meu bem. – null sorriu novamente depois de beijar null pela última vez naquela tarde, antes de ir em direção ao vestiário.
Tomou um banho, que relaxou todo o seu corpo e encontrou null assim que saiu do box. A amiga estava se preparando para começar a tomar o seu, provavelmente ela havia parado para dar algumas entrevistas.
null também sempre falava com a imprensa, mas não procurava por ela. Não se importava quando saía do campo sem dar nenhuma entrevista. Achava importante falar, mas as vezes ela queria que as pessoas notassem apenas o que ela era dentro de campo. Naquele jogo por exemplo, ela considerava que havia feito uma ótima partida, não precisava dizer muita coisa ou se explicar, não tinha motivos para isso.
– Troquei algumas palavras com o null quando estava vindo para o vestiário, não sabia que ele vinha assistir ao jogo. – null comentou enquanto separava as coisas que usaria no banho.
– Eu também não, ele quis fazer uma surpresa. – null respondeu parada ao lado da amiga.
– Que fofo da parte dele. – null fez um bico que arrancou um sorriso de null. – Mas ele perdeu a chance de ter um golaço dedicado a ele.
– Espero ter muitas outras oportunidades para fazer isso. – null piscou antes de andar em direção a saída do banheiro.
– Ah, o amor... – Ela já estava distante, mas ainda conseguiu ouvir null responder, negou com a cabeça e sorriu, mesmo sabendo que a amiga não estava vendo mais.
Após todo o momento do vestiário, onde as jogadoras e o técnico conversavam e pontuavam alguns detalhes sobre a partida, null foi para a sua casa, ainda precisava se arrumar para o jantar.
Faltava alguns bons minutos para o horário que ela havia combinado com null, quando null ficou pronta. Usava um vestido soltinho e um salto, amarrou o cabelo em um rabo de cavalo deixando apenas alguns fios soltos na frente e optou por uma maquiagem mais leve. Admirou a imagem que viu no espelho, aprovando o resultado.
Achava estranho o seu coração ainda acelerar quando se tratava de null, o rapaz conseguia despertar nela sentimentos que até então eram desconhecidos. Havia se passado pouco tempo, mas parecia que eles já se conheciam de outras vidas. Mesmo se tudo aquilo não fosse durar,null seria eternamente grata ao universo por ter cruzado o caminho dos dois.
Eles ainda estavam na fase de se conhecerem e null não queria apressar nada, embora sonhasse com o momento em que eles pudessem ter algo oficial. Não sabia o que o futuro reservava para os dois, mas preferia esperar do que precipitar qualquer coisa. Tudo estava acontecendo como tinha que acontecer.
Tirou uma foto onde mostrava o seu rosto, o penteado e apenas o início do seu vestido. Nos seus lábios, um sorriso que ela não conseguia conter. Resolveu enviar a foto para null, primeiro para avisar que estava pronta e segundo porque ela queria mostrar aquela imagem para o rapaz.
null: Amor, estou pronta para você. E já estou com saudades.
Enviou a mensagem e logo em seguida a imagem, demorou menos de um minuto para que null respondesse.
null: Meu amor, que foto linda, eu sou muito sortudo mesmo! Já estou terminando de me arrumar para ir ver esse sorriso de perto.
null: Você vai acreditar se eu disser que o motivo dele era porque eu estava pensando em você?
null: Sim e vou ficar muito feliz em saber que desperto em você o mesmo que desperta em mim.
null: Lindo!
null: Estou saindo, te aviso quando estiver chegando. Se eu entrar provavelmente não sairemos da sua casa hoje. Hahaha.
null: Eu gosto da proposta, mas tenho certeza que o jantar vai ser muito bom também.
null: Sendo você a companhia, não tem como ser diferente. E temos a noite toda pela frente também.
null: Você sabe como levantar o meu ego. Hahaha.
null: Já devia estar acostumada com elogios. Estou indo, meu bem, te ligo quando estiver chegando. Beijos na boca.
null: Ok, estou te esperando. Beijão!
Não demorou muito para null chegasse, ligou para null quando estava na frente da casa dela e assim que ela saiu, viu o rapaz encostado no carro, mexendo no celular enquanto a esperava.
Guardou o aparelho no bolso sem deixar de observar a caminhada de null até ele, quando ela já estava bem próxima, null envolveu a cintura dela com as mãos e os lábios dela com os seus. O beijo era calmo, mas não deixava de ser excitante, o encontro das línguas causava arrepios em ambos os corpos. Apesar das bocas já se conhecerem bem, eles nunca se acostumariam com as sensações que um beijo dos dois podia causar.
– Senti saudades dessa boca. – null falou depois de morder o lábio de null. – E de você por inteira, é claro.
– Eu também senti. – null respondeu ao mesmo tempo em que sentia o perfume do rapaz. – Você tá lindo!
null estava com uma calça preta e uma blusa branca, por cima usava um blazer azul-escuro. Seu perfume estava forte como sempre e nos seus cabelos bagunçados ainda tinha alguns fios molhados.
– Obrigado, eu tenho que me esforçar para não fazer feio do seu lado. – Ele brincou ao mesmo tempo em que fazia um carinho na bochecha dela.
– Ai que exagerado, você fica lindo até acordando. – null disse e null negou coma cabeça.
– E você é linda em qualquer momento, mas eu ainda não me acostumei e fico bobo sempre que te vejo.
Não deu tempo para null responder, assim que ela sorriu ele beijou os seus lábios novamente e, assim que seus corpos se desgrudaram, abriu a porta do carro para que ela entrasse.
Logo que ele entrou no carro, os dois continuaram conversando. Vez ou outra eles também cantavam as músicas que passavam na rádio. null tentava imitar os cantores que estavam ouvindo naquele momento, mesmo sem levar jeito para música, arrancando boas risadas de null.
Ao lado do rapaz, null conseguia ser quem era de verdade, sem nenhuma vergonha ou receio. O melhor de tudo era saber que era exatamente por isso que null estava com ela, ele gostava da jogadora exatamente como ela era e isso fazia com que null gostasse mais ainda dele.
Foram em um restaurante japonês, o ambiente tinha uma pegada mais romântica e não estava cheio. Todos os clientes que ali estavam reconheceram o casal, mas ninguém interrompeu o momento e a caminhada dos dois até a mesa, e eles agradeceram mentalmente por isso.
Apesar de saberem que qualquer pessoa poderia tirar foto ou filmar, só o fato de respeitarem o momento de lazer dos dois já valia muito. Nem sempre as pessoas famosas estavam dispostas a parar para tirar foto ou dar um autógrafo, mesmo sendo algo extremamente gratificante. As vezes elas só queriam sair como pessoas normais e deixarem de lado a fama e tudo o que ela trazia consigo.
Naquela noite, null e null só queriam ter um jantar especial e felizmente as pessoas que ali estavam pareciam ter percebido isso.
– Eu não conhecia esse lugar, a decoração é incrível. – null iniciou a conversa depois que os dois se instalaram em uma mesa mais reservada e fizeram o pedido.
– Eu adoro vir aqui, quis te trazer porque essa noite especial merece.
– Noite especial? – null repetiu as suas palavras em forma de pergunta, sem entender aonde ele queria chegar. – Você diz isso pela vitória?
– Não exatamente. – Riu sem jeito e segurou a mão de null que estava em cima da mesa. – Na verdade, null, eu te trouxe aqui porque eu queria te dizer que você é muito especial para mim, embora você já saiba disso. – Ele sorriu e null fez o mesmo, seus olhos brilharam só de ouvir o rapaz falar. – Depois que você chegou na minha vida, ela mudou para melhor e eu agradeço você por isso.
– É tudo recíproco, null.
– Eu amo você. – Ele disse de uma só vez aquelas três palavras que o casal ainda não havia pronunciado, segurou a mão de null com um pouco mais de força, demonstrando seu nervosismo. – Eu amo muito você e tudo o que estamos vivendo e aprendendo um ao lado do outro.
null não conseguia parar de sorrir, jamais esperava ouvir aquelas palavras naquela noite, mas sabia que elas eram sinceras. O melhor de tudo era que ela também sentia o mesmo.
– Eu também te amo, meu amor, e estou muito feliz ao seu lado. – Seus olhos brilharam ao encarar os dele.
null levantou o seu corpo e se curvou em direção a garota para beijá-la. Selaram aquela declaração com um beijo cheio de significados. Apesar dos dois estarem no início de uma linda jornada, eles sabiam que, com o amor caminhando com eles, tudo seria bem mais fácil.
Capítulo 05
O vento que passava pelas janelas do quarto de null, que ficaram abertas a noite devido calor, balançava as cortinas fazendo com que os raios de sol que já iluminava o dia lá fora entrassem iluminando todo o cômodo também.
Já havia se tornado uma rotina agradável os dois jogadores dormirem juntos sempre que possível e assim que null abriu os seus olhos, ela encontrou com os de null. Para a jogadora, não existia uma forma melhor que aquela de começar o dia.
– Bom dia, null! – null cumprimentou preguiçoso enquanto se aproximava para beijá-la na testa.
– Bom dia. – Respondeu sorridente olhando para o rapaz. Logo seus olhos foram em direção a janela e a claridade do dia roubou toda a sua atenção, fazendo a jogadora lembrar de qual dia era aquele. – Meu Deus, null, que horas são?
Ele esticou o braço com toda a paciência que tinha, pegou um dos celulares que estavam sobre o móvel ao lado da cama para verificar as horas.
– Calma, senhora ansiedade, ainda é cedo. – Tranquilizou null, que já estava sentada na cama, mas deitou novamente ao ouvir o rapaz, cobrindo outra vez o seu corpo nu com o lençol. – Acordamos cedo demais, inclusive.
– É hoje, null. – Disse apreensiva enquanto olhava para ele. – Você não faz ideia do quanto eu estou nervosa.
– Acredite, null, dá para perceber. Ultimamente você anda estalando esses seus dedos com frequência absurda. Agora os seus olhos estão brilhando, me dá a impressão de que você vai começar a chorar a qualquer momento. E as suas bochechas estão avermelhadas, como se você tivesse passado pó compacto.
– Blush. – Ela corrigiu ao mesmo tempo em que ria da descrição que ele fazia.
– Que seja. – Ele também riu, talvez mais por ter feito null sorrir do que pela sua própria confusão.
– Amo o fato de você reparar até os pequenos detalhes em mim. – null confessou antes de deitar no peito descoberto do rapaz.
– Você é um livro e estou amando ler cada capítulo. – null declarou e usou seus dedos para fazer um cafuné nos cabelos de null, que fechou os olhos ao sentir aquele carinho. – Algumas partes eu amo ler de novo, sempre volto nelas.
– E quando o livro chegar ao fim? – Levantou e direcionou o seu olhar a null.
– Ai vai ser exatamente nesse momento que vamos começar a escrever o nosso. – Ele sorriu de canto e envolveu null em um abraço.
– Te amo. – null declarou apaixonada, ainda envolvida pelos braços do rapaz. – E só por isso eu vou fingir que você não está falando essas coisas só para me acalmar.
– Pelo menos está funcionando, mas não deixa de ser verdade. E eu também te amo.– Ele brincou, logo após se levantou da cama e foi em direção ao banheiro.
Aquele dia era um dia especial para null. Naquela tarde seria transmitida ao vivo a convocação da seleção feminina do seu país para a copa do mundo e tudo o que ela mais queria era estar entre as jogadoras selecionadas. Na última copa, null não era tão conhecida pelo seu futebol, mas nesses quatro anos que se passaram, o seu trabalho tomou outras proporções que ela jamais imaginou.
O único problema era que null nunca havia sido convocada para nenhum jogo, nenhum amistoso sequer. Em todas as vezes que ela julgou estar pronta para defender a sua seleção, ela estava machucada ou com alguma lesão. Se tudo não tivesse acontecido com ela, null jamais acreditaria naquelas coincidências. Nunca soube dizer se esse era, de fato, o motivo dela nunca ter vestido a camisa da seleção, já que existiam milhares de outras jogadoras tão boas quanto ela. Agora que null estava ótima fisicamente e no melhor momento de sua carreira, iria descobrir se teria ou não a chance de realizar o seu sonho e se, de fato, era apenas os problemas físicos que a impediram de estar representando o seu país no futebol das outras vezes. Dessa vez só o seu talento estava em jogo, não tinha nenhuma lesão que pudesse atrapalhar.
Apesar de acreditar em seu potencial, null sentia uma certa insegurança. Não era como se ela não fosse capaz de defender o seu país, é que existiam várias outras jogadoras capazes também. E todas elas sonhavam com isso e as oportunidades eram bem poucas.
Não via as outras jogadoras como um obstáculo, muito pelo contrário, null achava justo que todas que amavam o que faziam pudesse lutar para ter o seu espaço, sem precisar derrubar alguém. Ela sabia que mesmo se o seu nome não estivesse na lista, o seu país estaria bem representado devido à qualidade das outras jogadoras. Porém, naquele momento o que null mais queria era estar entre elas. Não era por crescimento profissional, dinheiro ou fama. Era um sonho pessoal que quase sempre parecia estar longe demais de se tornar realidade.
– Você precisa ficar calma, null. – null avisou preocupado, soando quase como um pedido.
Os dois já estavam na cozinha da casa de null preparando o almoço. Eles haviam convidado null, Poline e null para almoçarem e acompanhar a convocação junto com eles. null parecia entender bem mais da cozinha do que null, mesmo a camisa 10 cozinhando tão bem. Ela estava conversando com o companheiro e sempre o ajudava no que ele pedia, porém, a sua expressão demonstrava que ela estava áerea demais e aquilo não passou despercebido por null.
– Eu juro que estou tentando. – Respondeu tentando disfarçar a voz de choro.
null nada respondeu, pacientemente ele parou de mexer nos ingredientes que cortava, lavou as mãos para depois secá-las e foi em direção onde null estava. Segurou as mãos da jogadora, que naquele momento estava apenas sentada observando null, na intenção de que ela o olhasse.
Junto com um sorriso forçado as lágrimas desceram sem permissão, assim que ela encarou o jogador. Ao lado dele, nem se null quisesse ela conseguia esconder o que sentia, null lia a garota com extrema facilidade.
– Ei, não fica assim, null. – Disse enquanto abraçava a garota, que sequer tentava segurar as lágrimas. – Olha, eu não tenho dúvidas de que você vai ser convocada. Você está no seu melhor momento, eu diria que as chances de você não ser chamada são nulas.
– Você sabe que a minha história com a seleção não é uma das melhores. – Respirou fundo numa tentativa de se acalmar para tentar conversar. – É o meu sonho que está em jogo, sabe?
Apesar do pouco tempo, null já sabia de praticamente tudo da vida de null, assim como ela sabia da dele. Além do envolvimento, os jogadores construíram uma amizade que fazia uma enorme diferença na vida dos dois. Era devido a isso que eles se sentiam tão à vontade para conversarem sobre qualquer coisa. Estavam juntos independente de qualquer situação ou rótulos, null sabia que ele estaria com ela independente de qualquer coisa, já null sabia que o que sentia em relação a ela era recíproco.
– Eu sei, mas as coisas mudaram, null. Dessa vez você não está machucada, nada te impede de jogar, você é uma das melhores jogadoras do país e está na sua melhor fase. O que te impede de acreditar em você?
– Eu acredito, null, mas eu sei que é difícil. É como se fosse uma chance em um milhão e tem tantas outras meninas sonhando com o mesmo. Se eu não for convocada, juro que vou ficar feliz por todas as jogadoras que estarão lá, mas eu também vou ficar triste porque envolve um sonho pessoal, um sonho de criança.
– Eu confio em você, vai dar tudo certo. Não fica assim antes da hora, hoje vai ser um dia muito feliz. Eu vou ver o nome da minha camisa 10 favorita entre as convocadas. – Deu um selinho em null, que riu logo depois.
– Eu devo ter sido um anjo muito bom antes de vir para Terra, por merecer ter você aqui comigo. – Brincou mesmo não acreditando no que dizia, ela apenas tentava explicar o quanto se sentia feliz e sortuda por ter null ao seu lado. – Obrigada por tudo e por tanto.
null beijou a jogadora em reposta, não diria mais nada que pudesse fazer com que eles voltassem ao assunto anterior. null estava sorrindo e era assim que ele gostava de vê-la. Como jogador, ele entendia o que ela estava passando. Seu nome já era esperado em todas as convocações depois da primeira vez, mas antes disso null também sentia medo de nunca ser chamado.
null voltou a ajudar null na cozinha, viu o esforço do rapaz em animá-la e fazer com que ela não pensasse tanto na convocação. null também estava se esforçando para relaxar, ela precisava daquilo, precisava estar bem e se preparar para o que veria na TV mais tarde, independente se fosse algo bom ou não, no ponto de vista dela.
Terminaram as comidas a tempo de tomarem um banho tranquilo antes que o relógio marcasse o horário que eles combinaram de receber as visitas.null e Poline sabiam do sonho de null e estavam ansiosos pela amiga, sempre diziam palavras de apoio e, assim como null, não tinham dúvidas de que ela seria chamada. null também estava nervosa, mas não tanto quanto null, já que ela havia jogado na última copa e sempre era convocada para os amistosos.
null chegou e encontrou null e Poline na portaria, os três amigos foram juntos até a casa de null para se reunirem com o casal.
– Olá, casal que não é casal. – null brincou como sempre, indo abraçar os dois assim que null abriu a porta. Poline e null fizeram o mesmo. – Como estão?
– Bem. – null respondeu com um sorriso nos lábios.
– Bem nervosa eu diria. – null brincou com o que não deixava de ser verdade, fazendo com que os amigos sorrissem.
– Vai dar tudo certo, null. – Poline garantiu para a amiga que forçou um sorriso.
– Vai mesmo. – null disse animada a abraçou forte a atacante, confortando a companheira de vida e de profissão.
Logo os cinco se sentaram a mesa para almoçarem, null era a única que ainda não havia experimentado a comida de null e não poupou elogios para o rapaz. Por saber o quanto null estava ansiosa, começaram a falar sobre qualquer outra coisa que não fosse futebol, para distrair a jogadora, já que faltava algum tempo para que a transmissão da convocação começasse.
– Eu sei que já elogiei, mas essa comida está maravilhosa, null.– null elogiou novamente enquanto se servia mais uma vez. – Vou comer de novo porque se não vai sobrar muita comida e eu sou contra o desperdício. – Ela brincou, fazendo os outros quatro gargalharem.
– Obrigado, null, fique à vontade. – Agradeceu sorridente.
– null tá passando muito bem. – null comentou, sem deixar de prestar atenção em seu prato.
– A comida do meu amor é muito maravilhosa mesmo, sempre fico satisfeita. – Disse com um duplo sentido proposital.
null não era tímido, longe disso, mas sempre ficava envergonhado quando null soltava alguma piadinha assim. Ela sempre dizia que ele era especial em todos os sentidos, enquanto na mente de null ele apenas tratava a jogadora como qualquer outra mulher merecia ser tratada. Não sabia se de fato era merecedor de tantos elogios.
– Vocês namoram há quanto tempo, null? – Poline quis saber.
– Eles não namoram, amor. – null respondeu antes que o casal se pronunciasse.
– Como não? – null questionou incrédulo. – Estamos juntos a mais de quatro meses. – Direcionou a sua fala para Poline.
– Mas se não teve pedido, não é namoro. – Provocou o amigo que o olhava de boca aberta. – Estou mentindo, null?
null, que segurava o riso enquanto comia, queria ficar apenas ouvindo aquela conversa com null, mas foi obrigada por null a participar ao ouvir aquela pergunta. null não podia mentir, afinal por muitas vezes imaginou como seria um pedido de namoro vindo de null, já que até para falar o primeiro eu te amo, ele preparou algo especial. Mas, ao perceber que o rapaz já considerava o relacionamento deles como algo sério, deixou de pensar no tão sonhado pedido.
– Vivemos como namorados, null, as vezes até mais que isso. – null explicou e pôde ver null soltar o ar ao seu lado. – Mas que não teve pedido, isso é verdade. – Disse só para provocar e viu o jogador assustado.
– Mas desde a primeira vez que ficamos eu não fiquei com mais ninguém, moramos mais juntos do que separados, conhecemos a família um do outro e a gente se ama. – Ele citava o que era óbvio. – Se isso não é namoro, eu nem sei o que é. – Riu nervoso, negando com a cabeça.
null riu também e beijou o cabelo do namorado, chegava a ser bonitinho ele estar todo preocupado para explicar, embora ela já soubesse de tudo. Agora null não precisava mais de um pedido como desejou no início, só por ter o rapaz ao seu lado, todos os dias já eram especiais.
– Eu sei disso, amor, relaxa. Somos namorados sim, a opinião do null não vale nada. – Brincou para defender o rapaz.
– Então eu nem vou dizer que no início a null vivia suspirando no vestiário, dizendo que não via a hora do null pedi-la em namoro. – null se pronunciou, como se pensasse alto.
Para não olhar para os amigos, a jogadora manteve a sua atenção em seu prato, como se não tivesse dito nada de mais. Devido a isso ela não conseguiu ver as caras de Poline e null, que gargalhavam. Também não pôde ver a expressão surpresa de null e muito menos null fuzilando a amiga com o olhar por ela ter dito aquilo.
– Sério, null? – null perguntou, enquanto null ainda xingava null mentalmente.
– Sério, amor, mas foi no início, antes mesmo de juntarmos as escovas de dentes. Hoje já te considero meu maridinho. – Disse e distribuiu beijos na bochecha do rapaz. – A única coisa que eu quero agora é cortar um pedaço da língua da null. – Brincou fazendo todos rirem.
– Isso eu não posso resolver, sou contra a violência. – null riu e respondeu ao se levantar para retirar o seu prato e colocá-lo na pia. Assim que os amigos finalizaram a refeição eles fizeram o mesmo.
Faltando poucos minutos para o início da convocação, os três amigos foram para a sala, enquanto null e null ficaram arrumando a cozinha, depois de recusar a ajuda dos demais. null secava e guardava a louça enquanto null lavava, o trabalho dividido fez com que eles terminassem o serviço em poucos minutos.
– Viu como formamos uma boa dupla? – null perguntou, jogou o pano de prato que estava em suas mãos no pescoço de null para puxá-lo para mais perto.
Assim que os dois se aproximaram, null segurou null pela cintura, antes de beijá-la. As bocas se juntaram e as línguas se movimentaram em perfeita sincronia, aos mãos de null percorriam as costas da jogadora por cima da camisa da seleção que ela usava e mesmo assim conseguia facilmente causar arrepios nela. null soltou o pano e segurou o rapaz pelo pescoço com as próprias mãos, alternando os movimentos entre acariciá-lo e puxar o seu cabelo.
– Te amo. – null declarou depois de deixar um selinho nos lábios dele.
– Eu te amo. – Ela fez menção de se soltar, mas ele a segurou. – null, acho que eu posso aproveitar o momento e fazer o que eu devia ter feito há muito tempo.
– O quê? – A pergunta saiu automática, mas logo ela entendeu do que se tratava. – Amor, esquece isso, eu já te considero como namorado, é sério.
– Eu não tenho dúvidas, mas podemos ter uma data a mais para lembrar e comemorar, não custa nada fazer o pedido. – Sugeriu enquanto mantinha o olhar na garota. – Eu só não o fiz porque sou muito desligado com essas coisas, você sabe.
– Desde que você não faça hoje, tudo bem.–null brincou com humor, embora falasse sério.
– Por que não? – Questionou confuso já que era aquela a sua intenção.
– Porque eu quero lembrar do dia de hoje apenas pela convocação. Ano que vem nessa mesma data eu posso estar muito feliz ou muito triste, não quero colocar nosso relacionamento no meio disso. – Explicou enquanto ainda estava abraçada com o rapaz.
Aquele dia já era especial pelo o que estava acontecendo na sua carreira, independente da convocação, null jamais se esqueceria. Por mais que pudesse soar como besteira, ela não queria colocar o relacionamento dela no meio daquelas lembranças que seriam construídas naquele mesmo dia e que certamente mudaria a sua vida.
– Mas você vai ser convocada, eu sei, ai será felicidade em dose dupla. E se, em um universo paralelo você não fosse chamada para seleção, seria um motivo para te alegrar. – Ele tentou convencê-la.
– Hoje não, amorzinho, não vamos misturar as coisas, nem tenta. – Deu um selinho antes de começar a andar em direção a sala.
– Quer namorar comigo, null? – Ele tentou mesmo depois de ouvir a explicação, segurando a jogadora pela mão, fazendo com que null parasse os seus passos.
Riu da audácia do garoto antes de virar para trás para responder, mas assim que os seus olhos encontraram o olhar ansioso de null, uma voz quebrou todo o silêncio que havia se instalado entre eles.
– Sinto muito em atrapalhar o casal que não é casal, mas a convocação vai começar agora. – null avisou e o humor de null se transformou em nervosismo e ansiedade.
Sem dizer nada, o casal correu de mãos dadas juntos para a sala para não perderem a transmissão, sendo seguidos por null. Era como se nada tivesse acontecido nos segundos anteriores, o que demonstrava que não era apenas null que estava ansiosa por aquele momento. A realização do sonho de null era importante o suficiente para que eles deixassem aquela pergunta de null no ar, embora ninguém duvidasse da resposta.
Já havia se tornado uma rotina agradável os dois jogadores dormirem juntos sempre que possível e assim que null abriu os seus olhos, ela encontrou com os de null. Para a jogadora, não existia uma forma melhor que aquela de começar o dia.
– Bom dia, null! – null cumprimentou preguiçoso enquanto se aproximava para beijá-la na testa.
– Bom dia. – Respondeu sorridente olhando para o rapaz. Logo seus olhos foram em direção a janela e a claridade do dia roubou toda a sua atenção, fazendo a jogadora lembrar de qual dia era aquele. – Meu Deus, null, que horas são?
Ele esticou o braço com toda a paciência que tinha, pegou um dos celulares que estavam sobre o móvel ao lado da cama para verificar as horas.
– Calma, senhora ansiedade, ainda é cedo. – Tranquilizou null, que já estava sentada na cama, mas deitou novamente ao ouvir o rapaz, cobrindo outra vez o seu corpo nu com o lençol. – Acordamos cedo demais, inclusive.
– É hoje, null. – Disse apreensiva enquanto olhava para ele. – Você não faz ideia do quanto eu estou nervosa.
– Acredite, null, dá para perceber. Ultimamente você anda estalando esses seus dedos com frequência absurda. Agora os seus olhos estão brilhando, me dá a impressão de que você vai começar a chorar a qualquer momento. E as suas bochechas estão avermelhadas, como se você tivesse passado pó compacto.
– Blush. – Ela corrigiu ao mesmo tempo em que ria da descrição que ele fazia.
– Que seja. – Ele também riu, talvez mais por ter feito null sorrir do que pela sua própria confusão.
– Amo o fato de você reparar até os pequenos detalhes em mim. – null confessou antes de deitar no peito descoberto do rapaz.
– Você é um livro e estou amando ler cada capítulo. – null declarou e usou seus dedos para fazer um cafuné nos cabelos de null, que fechou os olhos ao sentir aquele carinho. – Algumas partes eu amo ler de novo, sempre volto nelas.
– E quando o livro chegar ao fim? – Levantou e direcionou o seu olhar a null.
– Ai vai ser exatamente nesse momento que vamos começar a escrever o nosso. – Ele sorriu de canto e envolveu null em um abraço.
– Te amo. – null declarou apaixonada, ainda envolvida pelos braços do rapaz. – E só por isso eu vou fingir que você não está falando essas coisas só para me acalmar.
– Pelo menos está funcionando, mas não deixa de ser verdade. E eu também te amo.– Ele brincou, logo após se levantou da cama e foi em direção ao banheiro.
Aquele dia era um dia especial para null. Naquela tarde seria transmitida ao vivo a convocação da seleção feminina do seu país para a copa do mundo e tudo o que ela mais queria era estar entre as jogadoras selecionadas. Na última copa, null não era tão conhecida pelo seu futebol, mas nesses quatro anos que se passaram, o seu trabalho tomou outras proporções que ela jamais imaginou.
O único problema era que null nunca havia sido convocada para nenhum jogo, nenhum amistoso sequer. Em todas as vezes que ela julgou estar pronta para defender a sua seleção, ela estava machucada ou com alguma lesão. Se tudo não tivesse acontecido com ela, null jamais acreditaria naquelas coincidências. Nunca soube dizer se esse era, de fato, o motivo dela nunca ter vestido a camisa da seleção, já que existiam milhares de outras jogadoras tão boas quanto ela. Agora que null estava ótima fisicamente e no melhor momento de sua carreira, iria descobrir se teria ou não a chance de realizar o seu sonho e se, de fato, era apenas os problemas físicos que a impediram de estar representando o seu país no futebol das outras vezes. Dessa vez só o seu talento estava em jogo, não tinha nenhuma lesão que pudesse atrapalhar.
Apesar de acreditar em seu potencial, null sentia uma certa insegurança. Não era como se ela não fosse capaz de defender o seu país, é que existiam várias outras jogadoras capazes também. E todas elas sonhavam com isso e as oportunidades eram bem poucas.
Não via as outras jogadoras como um obstáculo, muito pelo contrário, null achava justo que todas que amavam o que faziam pudesse lutar para ter o seu espaço, sem precisar derrubar alguém. Ela sabia que mesmo se o seu nome não estivesse na lista, o seu país estaria bem representado devido à qualidade das outras jogadoras. Porém, naquele momento o que null mais queria era estar entre elas. Não era por crescimento profissional, dinheiro ou fama. Era um sonho pessoal que quase sempre parecia estar longe demais de se tornar realidade.
– Você precisa ficar calma, null. – null avisou preocupado, soando quase como um pedido.
Os dois já estavam na cozinha da casa de null preparando o almoço. Eles haviam convidado null, Poline e null para almoçarem e acompanhar a convocação junto com eles. null parecia entender bem mais da cozinha do que null, mesmo a camisa 10 cozinhando tão bem. Ela estava conversando com o companheiro e sempre o ajudava no que ele pedia, porém, a sua expressão demonstrava que ela estava áerea demais e aquilo não passou despercebido por null.
– Eu juro que estou tentando. – Respondeu tentando disfarçar a voz de choro.
null nada respondeu, pacientemente ele parou de mexer nos ingredientes que cortava, lavou as mãos para depois secá-las e foi em direção onde null estava. Segurou as mãos da jogadora, que naquele momento estava apenas sentada observando null, na intenção de que ela o olhasse.
Junto com um sorriso forçado as lágrimas desceram sem permissão, assim que ela encarou o jogador. Ao lado dele, nem se null quisesse ela conseguia esconder o que sentia, null lia a garota com extrema facilidade.
– Ei, não fica assim, null. – Disse enquanto abraçava a garota, que sequer tentava segurar as lágrimas. – Olha, eu não tenho dúvidas de que você vai ser convocada. Você está no seu melhor momento, eu diria que as chances de você não ser chamada são nulas.
– Você sabe que a minha história com a seleção não é uma das melhores. – Respirou fundo numa tentativa de se acalmar para tentar conversar. – É o meu sonho que está em jogo, sabe?
Apesar do pouco tempo, null já sabia de praticamente tudo da vida de null, assim como ela sabia da dele. Além do envolvimento, os jogadores construíram uma amizade que fazia uma enorme diferença na vida dos dois. Era devido a isso que eles se sentiam tão à vontade para conversarem sobre qualquer coisa. Estavam juntos independente de qualquer situação ou rótulos, null sabia que ele estaria com ela independente de qualquer coisa, já null sabia que o que sentia em relação a ela era recíproco.
– Eu sei, mas as coisas mudaram, null. Dessa vez você não está machucada, nada te impede de jogar, você é uma das melhores jogadoras do país e está na sua melhor fase. O que te impede de acreditar em você?
– Eu acredito, null, mas eu sei que é difícil. É como se fosse uma chance em um milhão e tem tantas outras meninas sonhando com o mesmo. Se eu não for convocada, juro que vou ficar feliz por todas as jogadoras que estarão lá, mas eu também vou ficar triste porque envolve um sonho pessoal, um sonho de criança.
– Eu confio em você, vai dar tudo certo. Não fica assim antes da hora, hoje vai ser um dia muito feliz. Eu vou ver o nome da minha camisa 10 favorita entre as convocadas. – Deu um selinho em null, que riu logo depois.
– Eu devo ter sido um anjo muito bom antes de vir para Terra, por merecer ter você aqui comigo. – Brincou mesmo não acreditando no que dizia, ela apenas tentava explicar o quanto se sentia feliz e sortuda por ter null ao seu lado. – Obrigada por tudo e por tanto.
null beijou a jogadora em reposta, não diria mais nada que pudesse fazer com que eles voltassem ao assunto anterior. null estava sorrindo e era assim que ele gostava de vê-la. Como jogador, ele entendia o que ela estava passando. Seu nome já era esperado em todas as convocações depois da primeira vez, mas antes disso null também sentia medo de nunca ser chamado.
null voltou a ajudar null na cozinha, viu o esforço do rapaz em animá-la e fazer com que ela não pensasse tanto na convocação. null também estava se esforçando para relaxar, ela precisava daquilo, precisava estar bem e se preparar para o que veria na TV mais tarde, independente se fosse algo bom ou não, no ponto de vista dela.
Terminaram as comidas a tempo de tomarem um banho tranquilo antes que o relógio marcasse o horário que eles combinaram de receber as visitas.null e Poline sabiam do sonho de null e estavam ansiosos pela amiga, sempre diziam palavras de apoio e, assim como null, não tinham dúvidas de que ela seria chamada. null também estava nervosa, mas não tanto quanto null, já que ela havia jogado na última copa e sempre era convocada para os amistosos.
null chegou e encontrou null e Poline na portaria, os três amigos foram juntos até a casa de null para se reunirem com o casal.
– Olá, casal que não é casal. – null brincou como sempre, indo abraçar os dois assim que null abriu a porta. Poline e null fizeram o mesmo. – Como estão?
– Bem. – null respondeu com um sorriso nos lábios.
– Bem nervosa eu diria. – null brincou com o que não deixava de ser verdade, fazendo com que os amigos sorrissem.
– Vai dar tudo certo, null. – Poline garantiu para a amiga que forçou um sorriso.
– Vai mesmo. – null disse animada a abraçou forte a atacante, confortando a companheira de vida e de profissão.
Logo os cinco se sentaram a mesa para almoçarem, null era a única que ainda não havia experimentado a comida de null e não poupou elogios para o rapaz. Por saber o quanto null estava ansiosa, começaram a falar sobre qualquer outra coisa que não fosse futebol, para distrair a jogadora, já que faltava algum tempo para que a transmissão da convocação começasse.
– Eu sei que já elogiei, mas essa comida está maravilhosa, null.– null elogiou novamente enquanto se servia mais uma vez. – Vou comer de novo porque se não vai sobrar muita comida e eu sou contra o desperdício. – Ela brincou, fazendo os outros quatro gargalharem.
– Obrigado, null, fique à vontade. – Agradeceu sorridente.
– null tá passando muito bem. – null comentou, sem deixar de prestar atenção em seu prato.
– A comida do meu amor é muito maravilhosa mesmo, sempre fico satisfeita. – Disse com um duplo sentido proposital.
null não era tímido, longe disso, mas sempre ficava envergonhado quando null soltava alguma piadinha assim. Ela sempre dizia que ele era especial em todos os sentidos, enquanto na mente de null ele apenas tratava a jogadora como qualquer outra mulher merecia ser tratada. Não sabia se de fato era merecedor de tantos elogios.
– Vocês namoram há quanto tempo, null? – Poline quis saber.
– Eles não namoram, amor. – null respondeu antes que o casal se pronunciasse.
– Como não? – null questionou incrédulo. – Estamos juntos a mais de quatro meses. – Direcionou a sua fala para Poline.
– Mas se não teve pedido, não é namoro. – Provocou o amigo que o olhava de boca aberta. – Estou mentindo, null?
null, que segurava o riso enquanto comia, queria ficar apenas ouvindo aquela conversa com null, mas foi obrigada por null a participar ao ouvir aquela pergunta. null não podia mentir, afinal por muitas vezes imaginou como seria um pedido de namoro vindo de null, já que até para falar o primeiro eu te amo, ele preparou algo especial. Mas, ao perceber que o rapaz já considerava o relacionamento deles como algo sério, deixou de pensar no tão sonhado pedido.
– Vivemos como namorados, null, as vezes até mais que isso. – null explicou e pôde ver null soltar o ar ao seu lado. – Mas que não teve pedido, isso é verdade. – Disse só para provocar e viu o jogador assustado.
– Mas desde a primeira vez que ficamos eu não fiquei com mais ninguém, moramos mais juntos do que separados, conhecemos a família um do outro e a gente se ama. – Ele citava o que era óbvio. – Se isso não é namoro, eu nem sei o que é. – Riu nervoso, negando com a cabeça.
null riu também e beijou o cabelo do namorado, chegava a ser bonitinho ele estar todo preocupado para explicar, embora ela já soubesse de tudo. Agora null não precisava mais de um pedido como desejou no início, só por ter o rapaz ao seu lado, todos os dias já eram especiais.
– Eu sei disso, amor, relaxa. Somos namorados sim, a opinião do null não vale nada. – Brincou para defender o rapaz.
– Então eu nem vou dizer que no início a null vivia suspirando no vestiário, dizendo que não via a hora do null pedi-la em namoro. – null se pronunciou, como se pensasse alto.
Para não olhar para os amigos, a jogadora manteve a sua atenção em seu prato, como se não tivesse dito nada de mais. Devido a isso ela não conseguiu ver as caras de Poline e null, que gargalhavam. Também não pôde ver a expressão surpresa de null e muito menos null fuzilando a amiga com o olhar por ela ter dito aquilo.
– Sério, null? – null perguntou, enquanto null ainda xingava null mentalmente.
– Sério, amor, mas foi no início, antes mesmo de juntarmos as escovas de dentes. Hoje já te considero meu maridinho. – Disse e distribuiu beijos na bochecha do rapaz. – A única coisa que eu quero agora é cortar um pedaço da língua da null. – Brincou fazendo todos rirem.
– Isso eu não posso resolver, sou contra a violência. – null riu e respondeu ao se levantar para retirar o seu prato e colocá-lo na pia. Assim que os amigos finalizaram a refeição eles fizeram o mesmo.
Faltando poucos minutos para o início da convocação, os três amigos foram para a sala, enquanto null e null ficaram arrumando a cozinha, depois de recusar a ajuda dos demais. null secava e guardava a louça enquanto null lavava, o trabalho dividido fez com que eles terminassem o serviço em poucos minutos.
– Viu como formamos uma boa dupla? – null perguntou, jogou o pano de prato que estava em suas mãos no pescoço de null para puxá-lo para mais perto.
Assim que os dois se aproximaram, null segurou null pela cintura, antes de beijá-la. As bocas se juntaram e as línguas se movimentaram em perfeita sincronia, aos mãos de null percorriam as costas da jogadora por cima da camisa da seleção que ela usava e mesmo assim conseguia facilmente causar arrepios nela. null soltou o pano e segurou o rapaz pelo pescoço com as próprias mãos, alternando os movimentos entre acariciá-lo e puxar o seu cabelo.
– Te amo. – null declarou depois de deixar um selinho nos lábios dele.
– Eu te amo. – Ela fez menção de se soltar, mas ele a segurou. – null, acho que eu posso aproveitar o momento e fazer o que eu devia ter feito há muito tempo.
– O quê? – A pergunta saiu automática, mas logo ela entendeu do que se tratava. – Amor, esquece isso, eu já te considero como namorado, é sério.
– Eu não tenho dúvidas, mas podemos ter uma data a mais para lembrar e comemorar, não custa nada fazer o pedido. – Sugeriu enquanto mantinha o olhar na garota. – Eu só não o fiz porque sou muito desligado com essas coisas, você sabe.
– Desde que você não faça hoje, tudo bem.–null brincou com humor, embora falasse sério.
– Por que não? – Questionou confuso já que era aquela a sua intenção.
– Porque eu quero lembrar do dia de hoje apenas pela convocação. Ano que vem nessa mesma data eu posso estar muito feliz ou muito triste, não quero colocar nosso relacionamento no meio disso. – Explicou enquanto ainda estava abraçada com o rapaz.
Aquele dia já era especial pelo o que estava acontecendo na sua carreira, independente da convocação, null jamais se esqueceria. Por mais que pudesse soar como besteira, ela não queria colocar o relacionamento dela no meio daquelas lembranças que seriam construídas naquele mesmo dia e que certamente mudaria a sua vida.
– Mas você vai ser convocada, eu sei, ai será felicidade em dose dupla. E se, em um universo paralelo você não fosse chamada para seleção, seria um motivo para te alegrar. – Ele tentou convencê-la.
– Hoje não, amorzinho, não vamos misturar as coisas, nem tenta. – Deu um selinho antes de começar a andar em direção a sala.
– Quer namorar comigo, null? – Ele tentou mesmo depois de ouvir a explicação, segurando a jogadora pela mão, fazendo com que null parasse os seus passos.
Riu da audácia do garoto antes de virar para trás para responder, mas assim que os seus olhos encontraram o olhar ansioso de null, uma voz quebrou todo o silêncio que havia se instalado entre eles.
– Sinto muito em atrapalhar o casal que não é casal, mas a convocação vai começar agora. – null avisou e o humor de null se transformou em nervosismo e ansiedade.
Sem dizer nada, o casal correu de mãos dadas juntos para a sala para não perderem a transmissão, sendo seguidos por null. Era como se nada tivesse acontecido nos segundos anteriores, o que demonstrava que não era apenas null que estava ansiosa por aquele momento. A realização do sonho de null era importante o suficiente para que eles deixassem aquela pergunta de null no ar, embora ninguém duvidasse da resposta.
FIM.
Nota da autora: Olá, amores! Espero que tenham gostado da história porque eu amei escrevê-la. Desde o início era essa a ideia de misturar futebol com romance e nada mais justo terminar com as duas coisas juntas, não é mesmo? Será que a nossa camisa 10 foi convocada? Será que rolou um outro pedido de namoro? Bom, como eu não vou conseguir e nem quero me despedir desses personagens amados agora, prometo responder todas essas questões para vocês em um outro momento, em breve. Portanto, entrem no meu grupo para saberem quando isso vai acontecer e para conhecerem as minhas outras histórias também. Ah, e não deixem de comentar o que acharam da história. Beijão e até a próxima!
Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
