Finalizado em: 06/04/2018

Prólogo

– Não! Na minha casa não vai dar, minha mãe tem um jantar. – falei, descendo um degrau na arquibancada.
– A gente faz na minha. – Antonella falou. – Certeza que minha madrasta vai topar, ela gosta de fazer as coisas para gente.
– Nossa, ela podia fazer nossos cabelos, né?! – Paola falou, me fazendo rir.
– Nossa, seria bom, hein?! – falei rindo.
– Eu vou falar com ela, certeza que ela vai topar! – Antonella falou e eu virei o rosto para o lado, vendo o grupo de meninos gargalhando loucamente.
– Eu levo um bolo, a Paola leva um refrigerante e pedimos uma pizza, pode ser? – falei.
– Beleza, combinado! – ouvi um estalar de dedos e virei para frente, onde o professor de educação física chegava na quadra.
– Bom dia, galera, tudo certo? – ele falou, cruzando os braços. – Hoje é a nossa grande final, hein? – ele se animou, esfregando as mãos uma com a outra. – Então, vamos lá? Todos preparados?
– Sim! – toda a turma da oitava série gritou.
– Vamos, então! – ele falou. – Quero os goleiros aqui. e Gianluigi! – me levantei da arquibancada, vendo minhas amigas gritarem meu nome, peguei minha luva e segui para a quadra, descendo alguns degraus, encarando Gianluigi, que era facilmente uns 15 centímetros mais alto do que eu.
– Oi, ! – ele falou, simpático, quando nos encontramos no meio da quadra.
– Oi, Gigi, tudo bem? – falei e ele sorriu, assentindo com a cabeça.
– Tudo certo! – ele assentiu. – Pronta para arrasar? – abri um sorriso, dando de ombros.
– Sempre!
– Vocês sabem as regras, esse é um jogo misto, então tentem não machucar ninguém, ok?! – o professor falava, enquanto eu ajustava a luva na minha mão. – Meninos sem exagerar com o pé na bola e meninas sem arranhar, ok?! – vi minhas amigas rirem e balancei a cabeça.
– Pode deixar! – falei, batendo a mão uma na outra, olhando para Gigi.
– Cara ou coroa? – o professor perguntou para mim.
– Coroa! – falei, vendo o professor jogar a moeda para cima e ela cair na mão dele.
– Coroa! , bola ou campo? – ele perguntou.
– Campo! – ergui a cabeça, observando o campo, vendo o lado que estava pegando sol e que não pegaria mais após 45 minutos. – Eu quero o lado direito. – falei, vendo a sombra no gol.
– Beleza! – o professor falou. – Bom jogo! – ele falou e eu e Gigi apertamos as mãos, sorrindo um para o outro.
– Boa sorte! – falamos juntos e nos afastamos, cada um correndo para seu lado do campo, e vimos as outras pessoas se juntarem ao campo, se concentrando no meio.
– Fecha mais para esquerda, Lorenzo. – falei para o menino. – A ideia é a bola não chegar em mim, ok?! – falei.
– O legal é quando chega em você, sabia? – ele falou e eu ri.
– É, vamos ver algumas defesas espetaculares hoje. – ele riu.
– Você é demais! – ele falou e eu me agachei, olhando para Gigi do outro lado do campo.
Ele ergueu o dedo positivo, olhando para mim, e eu confirmei com a cabeça, fazendo o mesmo e ele assentiu também, sorrindo. Dei um longo suspiro e virei meu rosto para o professor que saía do meio do campo e colocava o apito na boca, soltando um longo som. E a correria começou, fazendo meu coração acelerar e começar a funcionar à base de fogo.

Atenção: Os acontecimentos citados nessa história sobre a vida do Buffon são verídicos, mas com datas e ordem diferentes do que descrita abaixo.


Capítulo Único


Soltei um suspiro alto quando vi a placa “Bem-vindo à Carrara” e balancei a cabeça, livrando uma mão do volante e tirando os óculos escuros do rosto. Assumir a derrota era algo que doía e eu havia percebido isso assim que eu vi a catedral na entrada da cidade e senti o frescor de trigo pelas fazendas ao redor.
Levei o Jeep pelo centro da cidade, que era basicamente a praça com a catedral e alguns bares e restaurantes em volta da praça, e segui para uma parte mais tradicional da cidade, passando por algumas vielas, esperando carros passarem para que o meu coubesse no espaço.
Subi o lado esquerdo do carro na calçada e estacionei em frente a uma casa vermelha de dois andares que parecia espremida no meio de outras duas coloridas. Desliguei o carro e olhei para trás, onde meus filhos Thomas, de 10, e David, de oito, dormiam no banco de trás.
Soltei um longo suspiro e estiquei a mão, torcendo o corpo um pouco para trás, e sacudi a perna dos meninos, vendo-os começarem a se contorcer no banco.
– Chegamos! – falei, virando para a porta e saindo do carro.
Abri a porta do lado da calçada e observei eles começarem a se ajeitar e juntar seus eletrônicos. Segui para o porta-malas e destravei o mesmo, vendo a porta se abrir sozinha. Peguei minha mochila e vi os meninos saindo do carro devagar, mas pegando suas coisas, pendurando fones de ouvido no pescoço e tablets embaixo do braço.
– Queridos! – ouvi a voz de minha mãe. Ela abriu os braços em minha direção e eu soltei a mochila por um tempo, abraçando-a fortemente.
– Mamá! – falei, apertando-a fortemente em meus braços. – Que saudades que eu estava!
– Eu também, querido! – ela falou, sorrindo. – Meus netinhos!
– Oi, vovó! – Thomas falou, abraçando minha mãe primeiro e, enquanto David a abraçava, eu fechei o carro, trancando as portas e ouvindo o alarme ser acionado.
– Vovó! – meu mais novo abraçou minha mãe e eu baguncei seus cabelos.
– Vamos entrando, crianças! – minha mãe deu espaço e os meninos correram para dentro, nos deixando na porta.
– Confesso que fiquei surpresa da sua ligação. – ela falou e eu respirei fundo.
– Podemos esperar eu tomar um banho antes de conversarmos? – perguntei e ela fez um carinho em meu rosto, assentindo com a cabeça.
– Claro, querido! – ela sorriu. – Só quero saber o que aconteceu. – dei um longo suspiro.
– Eu errei, mãe! Foi isso que aconteceu. – suspirei e ela assentiu com a cabeça.
– Vamos, querido! – ela falou. – Amanhã suas irmãs chegam e podemos passar um tempo juntos. – sorri, assentindo com a cabeça.
Movimentei meu corpo para dentro pelo fino corredor da casa de meus pais e segui direto para a cozinha. Meu pai estava sentado em frente à televisão, enquanto descascava nozes com suas mãos.
– Pai! – ele se virou sorridente.
– Gianluigi! – ele falou, animado, soltando a castanha em sua mão, batendo uma contra a outra, e seguiu para me abraçar. – O bom filho à casa retorna, hein?! – ele sorriu.
– Parece que não me vê há uns 10 anos. – falei, abraçando-o, e ele riu.
– 10 anos não, mas tenho te visto mais pela TV. – ri fraco.
– Um ano, papai. Estive aqui no Natal do ano passado! – ele ponderou com a cabeça.
– Ok, ok! – ele abanou as mãos. – Cadê os meninos? – ele perguntou.
– Devem ter subido já! – virei para minha mãe, que estava na porta da cozinha. – Vou subir também, tomar um banho e dar uma relaxada.
– Isso, querido! – minha mãe falou. – Descanse um pouco, depois conversamos, você parecia nervoso no telefone.
– Um pouco. A viagem foi longa. – dei de ombros. – Nos falamos depois.
– Vai lá, filho! – minha mãe falou, tocando minhas costas levemente, e eu voltei pelo corredor, subindo a escada à minha direita.
– O que aconteceu? – ouvi meu pai perguntando, mas a voz de minha mãe foi abafada quando cheguei no segundo andar.
Ouvi os meninos correndo pelo quarto da minha irmã mais nova, Veronica, e entrei no meu antigo quarto, que eu dividia com minha irmã mais velha, Guendalina. Coloquei minha mochila em uma das duas camas e sentei sobre ela por um momento, pensando se tinha sido uma boa ideia eu ter voltado mais cedo com esse propósito.
Eles já sabiam sobre a classificação na Copa, ou a não classificação. Minha mãe me ligou quase que imediatamente para falar sobre isso. Era frustrante. Seria minha última Copa do Mundo e agora eu não a teria mais. Era decepcionante ser um dos goleiros mais bem pagos do mundo, aquele com a transferência de goleiro mais cara da história, e não conseguir ir para o maior evento esportivo do mundo.
Mas eles não sabiam ainda sobre Ilaria e essa era a parte que eu mais estava apreensivo sobre.
Abri minha mochila rapidamente, tirei algumas peças de roupa e entrei na suíte do quarto, fechando a porta e seguindo direto para o chuveiro. Esperei o vapor começar a subir pelo banheiro antes de entrar na mesma. O frio em Carrara era até que suportável, mas piorava quando chegava ao fim do dia.
Encostei a cabeça no boxe de vidro e respirei fundo, fechando os olhos e colocando as mãos na cabeça. Quase 40 anos e eu ainda agia como um menino às vezes.

Enrolei um cachecol em meu rosto, sentindo que a temperatura estava caindo novamente e saí do quarto. Passei rapidamente pelo quarto dos meninos e vi os dois focados no videogame.
– Vamos descer um pouco? Sair? – perguntei.
– Depois a gente vai. – Thomas falou e eu dei de ombros, descendo as escadas.
Segui pelo corredor novamente, mas, ao invés de ir para a cozinha, virando à direita, eu virei à esquerda, seguindo para a sala de jantar, onde meus pais estavam conversando baixo, provavelmente sobre mim.
– Voltei. – falei.
– Conseguiu descansar, querido? – minha mãe perguntou e eu me sentei em uma poltrona vazia.
– Não muito, mas à noite eu recupero! – suspirei, olhando para ambos.
– Eu poderia fingir que não temos um elefante branco na sala, mas eu estou curiosa, querido. O que aconteceu? – minha mãe perguntou e eu respirei fundo, me ajeitando na poltrona e colocando o corpo para frente. – Você ligou dizendo que estava querendo conversar, que viria mais cedo para o Natal. Estou muito confusa.
– Ah, mãe, eu fiz besteira. Sério! – respirei fundo, suspirando.
– O que exatamente você fez? – meu pai perguntou e eu cocei os olhos.
– Vocês sabem que eu e Alena nos separamos tem alguns meses? – perguntei e eles me encaravam.
– Sim, Guen nos contou algo sobre isso. – assenti com a cabeça, suspirando.
– Bem, nós nos separamos porque eu tive um caso com outra mulher. – falei, respirando fundo, notando suas reações. – Eu sei que é errado, eu sei que eu fiz besteira. Eu sei de tudo isso, mas aconteceu. – falei, voltando a encostar-me na poltrona.
– E aí, querido? – minha mãe perguntou.
– Bom, depois que aconteceu, eu achei que deveria ser homem pelo menos em contar para Alena. – meu pai assentiu com a cabeça.
– Como ela reagiu? – meu pai perguntou.
– Vocês conhecem a Alena, não que eu não dê razão a ela, mas foi aquele show, gritarias pela casa, gritaria em tcheco... – balancei a cabeça. – Enfim, ela pediu o divórcio. – eles assentiram com a cabeça.
– Você pediu por isso, filho. – meu pai falou.
– Eu sei, pai, preferi contar a verdade a viver essa mentira. Nós já não estávamos bem há alguns meses. – dei de ombros, suspirando.
– Como os meninos reagiram? – minha mãe perguntou.
– Ficaram chateados na hora, estão me ignorando de várias formas, mas eu e Alena dificilmente ficávamos juntos por muito tempo. Nossos trabalhos exigem muito da gente. – eles assentiram com a cabeça. – Pelo menos consegui trazê-los para o Natal.
– Mas aconteceu mais alguma coisa, não? – meu pai falou.
– Bem, com o divórcio, Ilaria, a mulher com quem eu traí Alena, queria ficar comigo, mas eu realmente não estou com cabeça para ficar em outro relacionamento agora...
– Mas você não precisa ficar com ela se não quiser, querido. Isso é loucura! – respirei fundo.
– Eu sei, mãe! – falei. – Mas ela veio me contar que está grávida.
– Ah, meu Deus! – minha mãe levou às mãos à boca.
– Pois é! – falei, abaixando a cabeça.
– Eu não tenho o que dizer. – meu pai falou, se levantando, e eu não me surpreendi. Ele apoiava tudo quando tinha alguma coisa a ver com futebol, fora isso, sem chances.
– Adriano! – minha mãe falou, chamando-o.
– Não, Maria! Ele já é grandinho para ter feito besteira. – meu pai falou.
– Eu sei! – falei alto, suspirando. – E você não está ajudando! – falei para ele.
– Deixa ele! – minha mãe falou, sentando-se novamente. – Vamos conversar, eu e você. – assenti com a cabeça. – O que você vai fazer?
– Eu não sei, mãe. – suspirei. – Mas eu preciso assumir essa criança. – ela deu um pequeno sorriso.
– É o que uma pessoa madura faria. – minha mãe falou, suspirando.
– Uma criança não deve ser prejudicada por um erro meu. – ela concordou com a cabeça.
– Isso você tem razão! – ela assentiu com a cabeça. – Bem, então decidimos. – ri fraco.
– Eu preciso falar com Alena. Preciso que ela saiba disso por mim, não pelos outros. – passei a mão nos cabelos.
– Tem como ela saber pelos outros? – ela perguntou.
– Já mencionei que ela é apresentadora de um programa de TV? – falei e ela arregalou os olhos, franzindo os lábios em seguida.
– Acho que você se esqueceu desse detalhe. – rimos juntos. – Por que você não tira um tempo para você? Vá andar pela cidade um pouco, rever alguns amigos?
– É. – encostei-me à poltrona novamente. – Vai ser uma boa, já que os meninos estão me tratando à base do silêncio. – minha mãe riu.
– Isso vai passar, querido. Confia! – assenti com a cabeça.
– Pior de tudo foi a questão da Copa. Eu fico me perguntando se não foram todos esses problemas que tiraram meu foco e não fomos classificados para a Copa. – balancei a cabeça. – Eu estou velho também.
– Não pense assim. – minha mãe segurou minhas mãos. – Não faça isso consigo mesmo. Você é Gianluigi Buffon, o maior goleiro que esse mundo já viu. – dei um pequeno sorriso. – Mas, apesar disso, nem sempre podemos ganhar. – assenti com a cabeça, suspirando.
– Obrigada, mãe! – falei, me levantando. – Acho que eu preciso de um pouquinho do frescor de Carrara para recuperar minhas energias. – ela riu fraco, se levantando também.
– Vai lá! Eu vou conversar com seu pai. – assenti com a cabeça.
– Não se irrite por isso, mãe. Não vale à pena. – ela assentiu com a cabeça.
– Vai lá! – ela falou. – Quem sabe você não encontra alguém conhecido?
– Em Carrara, mãe? – perguntei rindo. – Todos que eu conhecia aqui foram embora logo depois do Ensino Médio. – ela gargalhou, balançando a cabeça.
– Então, só tome um ar fresco. – ela falou, dando uns tapinhas nas minhas costas.
– Até mais! – falei, cruzando novamente o corredor e abrindo a porta de casa, dando de cara com os raios de sol sumindo no horizonte.

Saí de casa meio sem rumo, eu realmente não tinha muito para onde ir aqui. Como havia dito para minha mãe, meus amigos da cidade haviam se mudado há muito tempo. Mas, apesar disso, assim que eu comecei a notar as ruas que andava, percebi que eu estava indo para o centro da cidade, para a praça com a catedral e os pontos mais agitados.
A cidade não estava movimentada. Era fim de ano, mas dia de semana ainda, então as pessoas estavam trabalhando, saindo de seus trabalhos, não estavam aproveitando a beleza da cidade decorada para o Natal.
Luzes cortavam os postes e o topo das casas, trazendo um pouco de aconchego para a cidade de 70 mil habitantes. As ruas estavam pouco movimentadas, talvez o tempo gelado fazia com que as pessoas fugissem.
Quando saí por uma viela, dei de cara com a catedral, me fazendo abrir um sorriso de lado. Era assim que eu me sentia em casa. Erguer os olhos para o topo da catedral e ver o sino de ouro brilhando lá em cima com os últimos resquícios de luz do sol que batiam no mesmo.
Caminhei mais um pouco e observei o muro recém-pintado da escola que eu havia me formado no ensino fundamental, pouco tempo depois de eu seguir para carreiras de base no Parma.
Abri um pequeno sorriso ao me lembrar dos diversos jogos que fazíamos na escola, mesmo fora da educação física e como eu sempre competia com uma menina para ver quem era o melhor goleiro. Na época ela sempre ganhava. Depois que eu saí daqui, não me lembro do que havia acontecido com ela.
! Acho que era esse o nome dela. Tínhamos tudo para ser rivais na escola, mas ela era boa. Sempre tivemos um grande respeito um pelo outro. Às vezes ela ganhava, às vezes eu. Mas nós sempre nos respeitávamos, afinal, é um jogo e a sorte é uma grande influenciadora nisso.
Segui em frente e notei uma pequena movimentação próxima a um famoso bar na cidade. As pessoas estavam para fora com canecas de chope e lá dentro era possível ouvir uma música agitada. Olhei em volta e vi que os outros estabelecimentos estavam vazios.
Pensei em como uma cerveja poderia fazer bem agora. Me aproximei da movimentação e do pessoal que ria e se divertia ali na frente.
– Ei, é Buffon! – um dos caras falou e eu sorri.
– Ei! – eles vieram me cumprimentar.
– Podemos tirar uma foto contigo? – um deles perguntou e eu assenti com a cabeça.
– Claro! – falei e os três homens se aproximaram de mim, e eu fiz um sinal positivo, sorrindo para o celular que um deles segurava.
– Obrigado! – eles falaram juntos.
– Eu que agradeço! – eles se afastaram e eu segui para dentro do bar, ansioso por uma boa caneca de chope.
Empurrei a porta do bar, ouvindo o sininho tocar, e notei que a movimentação maior era do lado de fora mesmo, com as mesinhas na porta. Lá dentro estava agradável. A música era tocada por uma dupla num canto, algumas mesas ocupadas por amigos e famílias, mas algumas vazias também.
Segui para o balcão do bar e me sentei em um canto, vendo o barman andando de um lado para o outro para atender os homens amontoados no balcão. Ele passou por mim, parando em minha frente.
– O que o senhor gostaria? – ele perguntou, erguendo o rosto para mim. – Ei, é Gigi Buffon! – ele falou, esticando a mão e me cumprimentando animadamente.
– Olá, tudo bem? – falei rindo.
– Que coincidência, não? – ele falou, apoiando as mãos no balcão.
– O quê? – perguntei, franzindo a testa.
– Dois grandes goleiros da nossa cidade aqui no meu bar hoje! – ele abriu um sorriso. – Uma cerveja? – ele perguntou e eu franzi a testa.
– Dois? – perguntei.
– Sim, a goleira . – ele sorriu. – Vocês estudaram juntos, não?! – ele perguntou.
– Ela está aqui? – perguntei e ele apontou para trás de mim.
– Ela está ali! – virei o rosto, notando uma das mesas redondas ao fundo com somente uma pessoa abaixada, alguns papéis espalhados e um notebook ao lado.
Quando ela encarou o notebook, pude vê-la. Fazendo algumas contas rápidas, fazia 25 anos que eu não a via. Depois do ensino fundamental, eu acabei indo para categorias de base e nunca mais a encontrei, nem aqui em Carrara. Encontrava sua mãe, que falava que ela tinha saído do país para fazer carreira também, mas nunca me interessei em saber onde.
Ela não aparentava estar tão diferente do que na foto da formatura, os cabelos pretos continuavam ali, presos no rabo de cavalo de sempre. Mas, diferente do que na época da escola, agora ela usava um óculos discreto nos olhos.
Acho que ela notou que estava sendo encarada e ergueu o rosto diretamente para mim. Por um momento ela franziu a testa, mas logo em seguida deu um pequeno sorriso, balançando a cabeça negativamente.
– Um segundo, por favor! – falei para o barman e me levantei da poltrona.

– Gianluigi Buffon! – ela falou, se levantando do sofá redondo quando eu me aproximei. – Quanto tempo faz? – ela perguntou, rindo.
– Muito tempo! – falei e ela me abraçou, me fazendo sorrir. – Meu Deus, parece que eu estou tendo uma nostalgia aqui! – ela sorriu.
– Bem, a última vez que eu te vi foi na formatura do ensino médio! – ela riu fraco. – Já estou chegando aos mágicos 40! – ela fez uma careta quando falou.
– Somos dois, então! – falei.
– Você tem tempo? Senta! Vamos conversar! – ela falou, sentando-se novamente no sofá e começando a arrumar seus papéis espalhados pela mesa.
– Táticas de jogo? – falei, pegando um dos papéis próximo a mim e entreguei a ela.
– De certa forma! – ela deu de ombros. – É difícil você fazer táticas de jogo para crianças de 10 anos! – ela falou, rindo.
– O que você faz agora? – perguntei. – Acho que deveria perguntar o que você fez depois da escola.
– Como você não sabe sobre mim? – ela fez uma careta, rindo em seguida. – Eu sei sobre você, ok? – ela comentou, abaixando a tela do notebook.
– Você provavelmente sabe sobre meu último jogo. – ela assentiu com a cabeça.
– São coisas que acontecem, Gigi! – ela falou. – É um jogo, certo? Nem sempre dá para vencer. – ela deu de ombros.
– Só pensei que seria a forma perfeita de eu me aposentar, Copa de 2018, pelo menos chegar nas quartas de final e encerrar bem. – dei de ombros. – Nem sempre dá para cumprir promessas.
– Verdade! Mas pelo menos você está bem. Tem a Juventus e ainda é um ídolo italiano. – ela deu um pequeno sorriso. – É a vida.
– Pelo visto você sabe sobre mim, me deixe saber sobre você! – falei.
– Eu também tenho uma página na Wikipédia, viu?! – rimos juntos. – Enquanto você faz sucesso na seleção italiana, eu fiz na seleção italiana feminina também, e tenho quatro títulos na UEFA feminina. – ela deu de ombros.
– Que time?
– No Olympique Lyonnais, da França.
– Como goleira? – perguntei.
– Sempre! – ela sorriu e eu a acompanhei.
– E agora? Virou técnica? – ela franziu a testa.
– Em partes! – ela deu de ombros. – No meu último jogo eu fiz uma defesa com a minha cara. – ela franziu os lábios e eu gargalhei. – É sério! A bola bateu com tudo na minha cara. – ela revirou os olhos. – Posso nem falar que foi cabeçada, porque não foi! – rimos juntos. – Bateu em cheio no meio dos meus olhos. – ela riu fraco.
– Você defendeu, pelo menos? – perguntei e ela sorriu.
– Claro! – ela riu fraco. – Enfim, eu caí de dor, o jogo parou, eu desmaiei na maca voltando para o vestiário e, quando acordei, me contaram que eu tinha deslocado a retina do olho direito.
– Oh! – ele falou. – Já aconteceu isso comigo, é sério!
– Eu sei bem, já aconteceu quatro vezes comigo. – franzi a testa.
– Como você...?
– Desobediência aos técnicos e à equipe médica, sempre! – ela falou sorrindo. – Mas dessa vez não deu para ignorar. Eu podia ter ficado cega. – dei de ombros. – Por ser capitã do meu time, eu recebi a taça da UEFA daquele ano dentro do vestiário. – ele riu fraco.
– Quanto tempo faz? – perguntei.
– Três anos. – ela suspirou e deu de ombros. – Faz parte.
– Aí você voltou? – perguntei.
– Eu realmente não tinha nada que me prendesse a Lyon. E, depois de encerrar minha carreira por obrigação, eu me sentia envergonhada. – ela balançou a cabeça. – Aí eu voltei para casa.
– Foi difícil? – perguntei.
– Para quem está acostumado com todas as câmeras viradas para você, foi difícil se acostumar com essa calmaria de novo. – ela deu de ombros. – Mas depois é fácil. A qualidade de vida daqui é mil vezes melhor. – ela sorriu.
– E o que você faz agora? – perguntei.
– Eu trabalho na escola em que estudamos, professora de futebol. – ela sorriu. – Foi o jeito que eu encontrei para permanecer no futebol, mas sem maiores danos.
– Tem vaga para mais um? – perguntei e ela franziu a testa.
– Por quê? – ela perguntou.
– Você deve ter sabido que não nos classificamos para a Copa, certo?
– Eu vi, mas isso não é motivo para largar tudo.
– Acredite, se fosse só por isso estava fácil!
– Acho que precisamos de uma boa dose de vinho. – ela falou, me olhando, e eu ponderei com a cabeça.
– Claro! – falei e ela ergueu a mão.
– Luca! – ela gritou para o barman. – Uma garrafa do seu melhor tinto! – ela gritou e ele assentiu com a mão, sorrindo.

– Me diga. – ela falou, após beber um gole do líquido avermelhado. – O que aconteceu para você voltar?
– Eu sempre volto para as férias de fim de ano, mas dessa vez aconteceu uma coisa seguida da outra, além de uma lesão no joelho. Então decidi vir mais cedo. – ela ficou me encarando.
– Não vou te obrigar a falar nada, mas eu fiquei curiosa, confesso.
– Eu realmente não estou afim de mais pessoas brigando comigo, se me perdoe.
– Por que eu brigaria contigo? – ela perguntou, apoiando os dois braços na mesa. – A gente nunca foi muito próximo mesmo. E, antes de hoje, fazia uns 25 anos que eu não te via. – ela deu de ombros, bebendo mais um gole.
– Bem, eu era casado há alguns anos, tenho dois filhos desse casamento e, por um erro ou deslize do destino, eu acabei traindo minha esposa. – notei sua feição quando falei isso e ela não demonstrou nenhuma mudança. – Eu contei para minha esposa, nos separamos, eu parei de ficar com essa outra mulher. Mas semana passada ela veio me contar que está grávida.
– Oh! – ela falou, fechando os olhos. – Desculpa pela reação, mas... – ela balançou a cabeça.
– Foi inevitável, certo? – perguntei e ela riu fraco.
– Você teve essa mesma reação? – ela perguntou.
– Eu realmente não esperava por isso. – suspirei. – E agora eu realmente não sei o que fazer. – balancei a cabeça.
– Bem, você tem duas opções. – ela franziu a testa. – Se me permite, é claro! – assenti com a cabeça.
– Claro, por favor! – falei.
– A primeira é agir como homem e levar em conta que essa criança que vai nascer não tem nada a ver com o seu erro ou com o da outra mulher. – assenti com a cabeça. – Ou fingir que nada aconteceu, que essa criança não é sua e deixar o destino acontecer.
– A primeira opção, com certeza. – ela deu um pequeno sorriso, assentindo com a cabeça.
– É a vida, Gigi. Às vezes acontecem coisas que a gente realmente não espera, mas temos que lidar com isso. – ela deu de ombros. – Mas, de qualquer forma, engravidar hoje em dia não é sinal de casamento ou amor eterno. – ela suspirou. – Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É por isso que me surpreendo como algumas pessoas ainda caem no golpe da barriga. – rimos juntos.
– Minha mãe disse a mesma coisa. – falei, balançando a cabeça. – Não sobre o golpe da barriga, mas sobre não precisar ficar com ela. Eu preciso de um tempo para pensar o que eu quero. Não quero pular de um relacionamento para outro. Tem muita coisa acontecendo na minha vida agora.
– Mas você continuará na Juventus por mais essa temporada? – ponderei com a cabeça.
– Se ele quiserem, eu fico. Mas não sei... – balancei a cabeça. – Não sou mais o mesmo. Eles devem sentir isso também.
– Viva um dia de cada vez, as respostas vão aparecer devagar. – assenti com a cabeça.
– Obrigado! – falei, sentindo o vinho começar a subir, e tirei o cachecol, colocando-o em cima da mesa.
– Aqui, senhores. – o barman colocou uma pequena tábua de queijos em nossa frente e assentimos com a cabeça. logo pegou um pedaço de queijo e o colocou na boca.
– Isso é uma das coisas que faz com que eu não sinta falta em ser jogadora profissional. – ela falou, sorrindo.
– O quê? – perguntei, pegando um pedaço de queijo.
– Comer! – ela riu. – A comida italiana é muito boa para viver regrada. – ri fraco.
– Ainda vivo assim um pouco, mas é muito bom mesmo! – sorrimos juntos. – Bem, eu contei um pouco da minha vida pessoal, e a sua? Casada? Filhos? – rimos fraco.
– Eu cheguei a casar, como você, eu tinha 25 anos. – ri fraco. – Eu era muito nova. Acabou não dando certo. – ela deu de ombros. – Nos separamos depois de dez anos.
– Não deu certo e vocês ficaram dez anos casados? – ela riu fraco.
– Eu sei que é bastante tempo, mas ele era da equipe técnica do time feminino, rolou alguns escândalos quando começamos a sair e depois, por conta do trabalho, a gente nunca mais foi marido e mulher, éramos parceiros de trabalho. – ela deu de ombros. – Acabamos nos separando porque ele encontrou outra pessoa para ele. – ela sorriu.
– E você? Achou alguém para você que realmente tenha aquela coisa ardente? – ela gargalhou, chamando a atenção de algumas pessoas em volta.
– Ainda não, mas não estou morta. – rimos juntos e eu ergui a taça para ela.
– Com certeza! – falei sorrindo e bebi mais um gole. – E imagino que vocês não tenham tido filhos...
– Eu até queria, no começo. Mas eu realmente não posso ter filhos. – a encarei.
– Mesmo? – perguntei.
– É! – ela suspirou. – Logo que eu me formei no ensino médio, quando eu estava começando minha carreira, eu tive um câncer de útero e, na cirurgia, removeram tudo. – assenti com a cabeça.
– Sinto muito! – falei.
– Obrigada! – ela sorriu de lado, finalizando com os últimos pedaços de queijo na tábua e soltando um suspiro. – Bem, acho que eu vou te deixar, Gigi, amanhã ainda é dia de trabalho para mim. – ela sorriu.
– Posso te acompanhar até em casa? – perguntei e ela assentiu com a cabeça, dando um sorriso de lado.
– Claro! – ela sorriu.

Finalizamos a garrafa de vinho em silêncio, ela arrumou todas as suas coisas na mochila, pagamos a conta e saímos do bar. Não notamos, mas ele tinha enchido com o passar da noite. O céu lá fora estava bem escuro, diferente dos poucos raios solares que saíam do horizonte quando eu cheguei ali.
Andamos em silêncio pela rua. Ela colocou a bolsa atravessada nos ombros e as duas mãos no bolso, o vento estava forte naquela noite.
Ela liderou o caminho até sua casa, entre uma das muitas vielas que cortavam a praça da cidade. Era mais perto do que a minha e com certeza do lado contrário. Sua casa era perto da área de saída para as fazendas de trigo da cidade, então o cheiro era inevitável.
Sua casa tinha uma cara antiga, mas com a pintura fresca. Como a maioria das casas do centro de Carrara, era fina e de dois andares, com a pintura chamativa em verde. Ela subiu na soleira da porta, procurando a chave em sua bolsa e a colocou na fechadura.
– Hoje foi legal! – ela falou, sorrindo. – Fazia um tempo que eu não tinha uma conversa legal com alguém da minha idade. – abri um sorriso, balançando a cabeça.
– Estou sem data para ir embora... – coloquei as mãos nos bolsos do casaco. – Podemos fazer de novo, se você quiser. – apoiei um pé na soleira também e ela sorriu, assentindo com a cabeça.
– Eu vou gostar! – ela sorriu. – Quer entrar? – ela perguntou, girando a chave e colocando a mão na maçaneta.
– Em outra oportunidade, quem sabe? – falei, me aproximando dela. – Tenho que resolver algumas coisas na minha vida.
– Sobre a nova criança a caminho? – ela perguntou e eu dei de ombros.
– Também! – falei.
Não sei exatamente porque, mas eu o fiz mesmo assim. Subi o degrau na soleira da porta, deixando-a um pouco mais baixa do que eu, e coloquei minhas mãos na lateral do seu corpo, aproximando nossos rostos e dando um leve beijo em seus lábios. Um curto beijo que me fez sorrir e sentir meu corpo relaxar por um momento.
Quando me afastei e abri os olhos, ela tinha um pequeno sorriso nos lábios e me olhava com aqueles olhos escuros. Ela estava confusa sobre aquilo, mas não quis perguntar nada. Só nos aproximou novamente e continuou o beijo, aproximando o corpo do meu por mais alguns segundos, tornando-o mais íntimo e apaixonante do que o primeiro.
– Espero te ver novamente. – ela falou, sorrindo.
– Vai ver. – falei. – Acho que está na hora de descansar. – ela assentiu com a cabeça e girou a maçaneta, entrando em sua casa e fechando a porta, me deixando com mais dúvidas do que eu estava antes.


Epílogo

– Deixa entrar, ! – David falou e eu ri.
– Nem vem. – joguei a bola para ele e Thomas novamente. – Eu sou menos vazada até que seu pai. Não é agora que isso vai mudar. – eles riram e Thomas tentou outro chute em minha direção e eu devolvi a bola para eles.
Ouvi um barulho vindo dos fundos e vi o portão da garagem se abrir, trazendo o carro de Gigi para dentro. Senti uma bolada em meus pés e chutei novamente em direção para os meninos, vendo-os correr em direção à ela. Gigi saiu do carro sozinho e seguiu para o banco de trás, pegando o bebê de cabelos pretos na cadeirinha. Eu arregalei os olhos.
– Tempo! Tempo! Tempo! – falei para os filhos de Buffon e Thomas chutou uma bola que entrou.
– Gol! – ele mostrou a língua para mim e eu repeti, fazendo-o rir.
– Não valeu, seu bobo. Eu já tinha pedido tempo! – falei, puxando as luvas de goleiro para fora e jogando-as no chão.
– Ah, ! – ele falou, bravo, chutando o chão, me fazendo rir.
– Vai para a piscina! – falei e andei a passos rápidos até Gigi, que segurava seu filho nos braços. – Você demorou! – falei, me aproximando dele.
– Ficamos parados na estrada por um momento. Ilaria estava colocando milhões de motivos para eu não sair de lá, como se eu nunca tivesse tido um filho antes. – ri fraco, me aproximando dele e dando um beijo em seus lábios rapidamente.
– Está tudo bem, pelo menos ele veio! – Gigi apoiou a cadeirinha na primeira mesa que viu e eu me aproximei da mesma, vendo o pequeno colocando as mãos no rosto e bocejando, como se alguém tivesse atrapalhado seu sono. – Ah, ele é lindo, Gian! – Falei, abraçando-o de lado.
– Ele é! – Gigi suspirou ao meu lado e eu sorri. – Quer segurá-lo? – ele virou para mim.
– Tem certeza? – perguntei. – Ele é tão novinho ainda.
– Você vai cuidar bem dele. – ele falou e eu sorri, vendo-o soltar o bebê da cadeirinha. Eu o peguei com cuidado, apoiando sua cabeça e apoiando-o em meu ombro descoberto, já que eu estava de biquíni e shorts. Sorri, sentindo cheirinho de perfume de bebê.
– Que nome vocês escolheram? – perguntei, segurando no bumbum do bebê e fazendo um leve carinho em suas costas.
– Leopoldo Mattia. – ele falou e eu assenti com a cabeça.
– Bem tradicional! – falei, encarando-o, e ele sorriu. – Vai dar tudo certo. – sorri para ele e ele assentiu com a cabeça.
– Vai sim, você vai me ajudar! – assenti com a cabeça.
– Vou, sim! Os meninos também! – falei.
– Obrigado! – ele falou e eu franzi a testa, abaixando Leopoldo de meu colo novamente e colocando-o atravessado em meus braços.
– Pelo que? – perguntei.
– Por topar entrar nessa comigo, mesmo sabendo da história toda. – ri fraco, balançando a cabeça.
– Eu te amo, Gigi! – falei, erguendo os olhos para ele. – Eu faço qualquer coisa contigo. – ele sorriu, assentindo com a cabeça.
– Eu também te amo! – ele falou, dando um beijo em minha testa.
– Deixa a gente ver! – Thomas falou e eu me abaixei na grama, vendo os dois se aproximarem de nós.
– Esse é o novo irmãozinho de vocês! – falei, vendo David fazer carinho na testa de Leopoldo.
– Ele é tão pequeno. – ele falou, me fazendo rir.
– Você já foi assim um dia, sabia? – falei e eles arregalaram os olhos.
– Mesmo? – eles perguntaram.
– Mesmo! – Gigi falou e eu me levantei de novo, colocando Leopoldo na cadeirinha.
– Por que a gente não deixa ele descansar e vamos comer um pouco? Nadar? O que acham? – perguntei e os meninos sorriram.
– Vamos! – eles falaram juntos.
– Então, vamos para a cozinha! – falei, batendo as mãos, e vi os dois saírem correndo para dentro da nova casa, minha e de Gigi, em Carrara.
– Você é demais, sabia? Conseguiu tirar os meninos de casa. – sorri, fazendo um carinho de leve em seu rosto, sentindo sua barba rala pinicar minha mão.
– Com uma madrasta animada como eu, qualquer um. – falei e ele gargalhou, me fazendo calá-lo com um beijo, sentindo-o entrelaçar os braços em minha cintura, apertando meu corpo contra o dele.




Fim.



Nota da autora: Ah, finalmente essa fic saiu! *O* Queria escrever algo com o Buffon desde a copa de 2014, mas aquele clima copa acabou e foi se arrastando! Aí com esse NE de esportes, achei que era a desculpa perfeita para escrever pelo menos alguma coisinha com esse homão da porra (e o qual eu sinto muito por não estar participando da copa desse ano).
A história é simples, mas foi de coração, só para realmente não passar em branco! Espero que vocês tenham gostado, deixem seu comentário aqui embaixo e qualquer coisa só me chamar no meu grupo do Facebook! <3



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